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MANACORDA, Mario Alighiero. A educação no Oitocentos. In

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<strong>MANACORDA</strong>, <strong>Mario</strong> <strong>Alighiero</strong>. A <strong>educação</strong> <strong>no</strong> <strong>Oitocentos</strong>. <strong>In</strong> História da Educação – Da antiguidade aos<br />

<strong>no</strong>ssos dias.7ª ed. Rio de Janeiro: Cortez, 1999. pp. 269 – 310.<br />

do trabalho.<br />

No desenrolar histórico da sociedade e da escola <strong>no</strong> seu interior deu-se a reabertura das escolas<br />

de Froebel em 1860, com forte difusão de suas ideias e propostas que na Itália encontrou nas mulheres,<br />

estrangeiras e hebreias, a condição de “[...] primeira pessoa <strong>no</strong> cenário da iniciativa social” a “[...] <strong>educação</strong><br />

da primeira infância.” (<strong>MANACORDA</strong>, p.300). Essas mulheres tiverem inclinações e motivos diferentes:<br />

Emily Bliss Gould defendia a superação das influências das culturas populares familiares sobre<br />

as crianças. Trata-se de construir nas crianças uma cultura que permitisse manterem-se longe do<br />

comunismo e da incredulidade.<br />

Helena Riffalowck estudo em Gotha na escola frobeliana. Doou seu patrimônio para a fundação<br />

de um jardim de infância em Veneza, que colocou sob a coordenação de Adolfo Pick. A proposta era de que<br />

as crianças ricas pagariam pela escola e a gratuidade se daria para as pobres.. Pick alertou que não deveria<br />

existir instrução religiosa, questão sobre a qual Helena exigiu que não existisse catecismo.<br />

Em 1883 a escola sofreu intervenção e foi fechada pela prefeitura da cidade sob acusação que<br />

de o froebelismo era ateu e materialista.<br />

Vera Pavlovna e a instrução <strong>no</strong> trabalho. O empenho por ensinar insere-se <strong>no</strong> interior do<br />

processo maior de emancipação do homem, ao qual se insere a emancipação da mulher. Neste sentido,<br />

Helena apostava na contribuição das mulheres do povo, nas quais julgava encontrar motivação na condição<br />

da pressão da luta pela sobrevivência. Assim, Manacorda entende a aproximação da mulher do embate da<br />

democracia. (302).<br />

5 Nascimento da Nova Escola.<br />

O tema da escola <strong>no</strong>va é abordado por Manacorda <strong>no</strong> capítulo IX e X de sua História da<br />

Educação: da Antiguidade aos <strong>no</strong>ssos dias. Ela e situa como resultado do processo histórico de<br />

desenvolvimento da sociedade burguesa em sua expressão na Revolução <strong>In</strong>dustrial e Política. Neste<br />

sentido, Manacorda entende a expansão da oferta de escola <strong>no</strong> interior do movimento de emancipação das<br />

classes populares, e do controle que a ordem social pretendeu sobre o movimento revolucionário dos<br />

segmentos proletários.<br />

Neste último sentido aponta na obra Que Fazer? de Cernysevski 7 a preocupação do personagem<br />

Katjia Vassilevna em uma discussão com o comerciante canadense Charles Beaumont (favorável à<br />

instrução dos negros analfabetos do sul dos Estados Unidos). O personagem afirma que não se considera<br />

um obscurantista contrário à utilidade da instrução, mas que “[...] a instrução não é a primeira coisa de que<br />

se devam ocupar os homens que desejam ser úteis ao povo. Eu digo: dai pão aos homens, e eles<br />

aprenderam sozinhos a ler. É preciso começar pelo pão, aliás, estamos perdendo <strong>no</strong>sso tempo.”<br />

( CERNYSEVSKI. <strong>In</strong> <strong>MANACORDA</strong>, 1999, p.303).<br />

Tolstoi 8 na mesma época da publicação de Cernysevski organizava a escola de Iasnaia Poliana,<br />

a<strong>no</strong>s mais tarde em Ana Karenina apresentou uma discussão entre Levin (progressista e humanitário, que<br />

não estava convencido da necessidade de instrução ao povo) e Svijazkij (conservador e cético, que defendia<br />

7 Nikolai Tchernichévski Gavrilovic (nascido em 24 de julho de 1828 em Saratov, e aí falecido em 29 de outubro de 1889.<br />

Filósofo, revolucionário e escritor. Sua cidade aglomerava muitos pobres das zonas rurais da província. Nesta situação, desde<br />

cedo o incomodava o obscurantismo religioso e o atraso cultural de sua região. No entanto, o ambiente familiar (o pai um<br />

homem de cultura e aberto, a mãe interessada em arte) estimulou o seu crescimento e consciência cultural das contradições<br />

sociais da Rússia Czarista e da condição dos agricultores.<br />

8 Leon Nikolaievitch Tolstói, genial escritor russo, nasceu em 1828 em Iasnaia Poliana. Filho de uma importante família ligada<br />

aos Czares, ficou órfão ainda criança. Freqüentou a Universidade de Kazan, onde estudou línguas orientais e direito. Em 1847,<br />

por herança, tor<strong>no</strong>u-se senhor de vastas terras em Iasnaia-Poliana, daí o porquê de ser também conhecido por Conde de Tolstói.<br />

Depois de ter servido <strong>no</strong> exército, em 1856, viajou pela Europa visitando vários países, regressando então à sua terra natal para<br />

administrar suas terras e dedicar-se à literatura. Profundo pensador social e moral e um dois mais eminentes autores da narrativa<br />

realista de todos os tempos, depois das suas primeiras obras – entre outras, as autobiográficas <strong>In</strong>fância (1852) e Contos de<br />

Sebastopol (1855-1856), baseado em suas experiências na guerra da Criméia –, escreveu Guerra e paz (1865-1869) e Anna<br />

Karenina (1875-1877), entre outros.

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