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Letra Viva: práticas de leitura e escrita - TV Brasil

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Não é por acaso que esse <strong>de</strong>sejo é intensificado a partir do contato <strong>de</strong> Aurora com a <strong>leitura</strong><br />

literária – a <strong>leitura</strong> <strong>de</strong> um conto <strong>de</strong> fadas que enseja <strong>de</strong>scobertas, espantos, sobressaltos na<br />

menina e a faz tanto refletir sobre suas vivências cotidianas quanto ingressar num mundo <strong>de</strong><br />

sonho e imaginação em que você po<strong>de</strong> sonhar uma árvore <strong>de</strong> pedra, porque conhece as<br />

árvores e as pedras, mas não conhecendo uma e outra, não tem como sonhar a mistura <strong>de</strong>las<br />

(Lacerda, 2005, p. 69).<br />

As crianças, para se constituírem leitoras e experimentarem as infinitas capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> criar,<br />

imaginar e transformar a realida<strong>de</strong> em que estão inseridas, precisam viver situações em que<br />

assumam o papel <strong>de</strong> leitoras <strong>de</strong> textos literários ou não-literários, seja numa interação solitária<br />

com o texto escrito, em que a interlocução <strong>de</strong>la consigo mesma se estabelece, bem como <strong>de</strong>la<br />

com o escritor do texto que lê, seja numa interação com a voz <strong>de</strong> outras crianças ou <strong>de</strong> adultos<br />

que para ela contam histórias, dizem poemas, fazem relatos, <strong>de</strong>screvem lugares, lêem notícias,<br />

reportagens e informações variadas.<br />

A nossa personagem Aurora, na história Pena <strong>de</strong> ganso, ressente-se e carrega um gran<strong>de</strong><br />

sofrimento que busca, <strong>de</strong> todas as formas, superar, por não lhe ser permitido freqüentar a<br />

escola. Tal ressentimento <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> ela saber, ainda que intuitivamente, que é nesse<br />

espaço <strong>de</strong> aprendizado da <strong>leitura</strong> e da <strong>escrita</strong> que se consuma o domínio <strong>de</strong> tais atos,<br />

passaporte para o ingresso num mundo <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s na socieda<strong>de</strong> letrada em que vive,<br />

bem como o que permite às pessoas estar aqui e em outro lugar, neste tempo e em outros<br />

tempos. A letra é um meio <strong>de</strong> transporte, tem a essência da viagem [...] (Lacerda, 2005, p.<br />

70).<br />

Além da escola, é a biblioteca o espaço que, por excelência, constitui o repositório <strong>de</strong> livros e,<br />

eventualmente, <strong>de</strong> outros materiais <strong>de</strong> <strong>leitura</strong>. É ela que assegura a preservação e a guarda dos<br />

instrumentos que nos possibilitam essa "viagem" <strong>de</strong> que nos fala a criadora da personagem<br />

Aurora, alijada dos bens culturais produzidos socialmente e cuja trajetória nos faz refletir<br />

sobre o direito que todas as crianças têm <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a ler e escrever, condição sine qua non<br />

para o exercício da cidadania.<br />

LETRA VIVA: PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA 50 .

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