Manual de Mergulho - nasal - Universidade dos Açores
Manual de Mergulho - nasal - Universidade dos Açores
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Associação Académica da<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>Açores</strong><br />
<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> do NASAL ®<br />
Alexandre Rodrigues / Paulo Costa Silva<br />
Instrutores <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> NSC / FPAS/ CMAS / SSI / PADI / IDP<br />
2011
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) INTRODUÇÃO<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
COUSTEAU.<br />
Quem somos nós?<br />
Como to<strong>dos</strong> os seres humanos, nascemos no coração da mãe-terra. Temos braços e<br />
pernas e respiramos oxigénio que entra nos nossos pequenos pulmões.<br />
Passamos gran<strong>de</strong> parte da nossa vida na posição vertical o que nos dá uma maior<br />
autonomia e conforto na terra. Vistos superficialmente somos iguais a to<strong>dos</strong> os seres<br />
humanos. Mas analisando um pouco mais fundo, alguma coisa nos torna diferentes.<br />
Nascemos com os olhos acostuma<strong>dos</strong> ao azul das águas. Temos um corpo que anseia pelo<br />
braço do mar e, um pulmão que aceita gran<strong>de</strong>s privações <strong>de</strong> ar apenas para prolongar a<br />
nossa vida no mundo azul.<br />
Somos homens e mulheres <strong>de</strong> espírito inquieto. Procuramos na nossa vida mais do que<br />
nos foi dado. Passamos por gran<strong>de</strong>s provas para nos aproximar <strong>dos</strong> peixes. Transformamos<br />
nossos pés em gran<strong>de</strong>s barbatanas, aguentamos o calor do nosso corpo com peles falsas e<br />
até chegamos a levar um novo pulmão nas nossas costas. E tudo isto para quê? Para<br />
po<strong>de</strong>rmos satisfazer uma paixão, um sonho. Porque nós, algum dia, <strong>de</strong> alguma forma, fomos<br />
apresenta<strong>dos</strong> a um mundo novo. Um mundo <strong>de</strong> silêncio, calma, mistério, respeito e amiza<strong>de</strong>.<br />
E esta calma e silêncio fizeram-nos esquecer a confusão e a agitação do nosso mundo natal.<br />
O mistério envolveu nosso coração se<strong>de</strong>nto <strong>de</strong> aventura.<br />
O respeito que apren<strong>de</strong>mos a ter pelos verda<strong>de</strong>iros habitantes <strong>de</strong>ste mundo. Respeito esse<br />
que, só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter sentido a inocência <strong>de</strong> um peixe, a inteligência <strong>de</strong> um golfinho, a<br />
majesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma baleia ou mesmo a força <strong>de</strong> um tubarão, po<strong>de</strong>mos compreen<strong>de</strong>r.<br />
E a amiza<strong>de</strong>? Quando vamos até ao fundo do mar, <strong>de</strong>scobrimos que ali jamais po<strong>de</strong>ríamos<br />
viver sozinhos. Então levamos mais alguém. É esta pessoa, chamada <strong>de</strong> binómio, dupla,<br />
companheiro ou simplesmente amigo, passa a ser importante para nós. Porque para além <strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>r salvar a nossa vida, passa também a compartilhar tudo que vimos e sentimos. E em<br />
binómio, passamos a ter equipes, e estas passam a ser cada vez maiores e mais unidas.<br />
E assim, enten<strong>de</strong>mos que somos to<strong>dos</strong> velhos amigos, mesmo que não nos conheçamos.<br />
E esse elo que nos une é maior que to<strong>dos</strong> os outros que já encontrámos. E isso faz com que<br />
nós mais do que amigos, sejamos irmãos. Faz <strong>de</strong> nós, mergulhadores.<br />
Jacques Yves Cousteau<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) INTRODUÇÃO<br />
SISTEMAS PEDAGÓGICOS<br />
• No nosso país existem como por exemplo:<br />
1. CMAS<br />
2. SSI<br />
3. SDI<br />
4. PADI<br />
5. BS-AC<br />
• No universo das escolas internacionais, existem por exemplo as Organizações (Schools / Agencies):<br />
1. ACUC - American Canadian Un<strong>de</strong>rwater Certification<br />
2. ANDI - American Nitrox Divers International<br />
3. BS-AC - British Sub-Aqua Club<br />
4. CDAA - Cave Divers Association of Australia<br />
5. CMAS - Confédération Mondiale <strong>de</strong>s Activités Subaquatiques<br />
6. DAN - Divers Alert Network<br />
7. DAN Europe - Divers Alert Network Europe<br />
8. DDRC - Diving Diseases Research Centre<br />
9. DSF - Dansk Sportsdykker Forbund (Danish Sport Diving Fe<strong>de</strong>ration)<br />
10. FFESSM - Fe<strong>de</strong>ration Francaise d'Etu<strong>de</strong>s et <strong>de</strong> Sports Sous Marins<br />
11. FQAS - Fe<strong>de</strong>ration Quebecoise <strong>de</strong>s Activites Subaquatiques<br />
12. IAHD - International Association for Handicapped Divers<br />
13. IANTD - International Association of Nitrox and Technical Divers<br />
14. NACD - National Association of Cave Divers<br />
15. NAUI - National Association of Un<strong>de</strong>rwater Instructors<br />
16. NASDS - National Association of SCUBA Diving Schools<br />
17. NDF - Norwegian Diving Fe<strong>de</strong>ration<br />
18. NELOS - Ne<strong>de</strong>rlandstalige liga voor on<strong>de</strong>rwateron<strong>de</strong>rzoek en -sport (Belgium)<br />
19. NOAA - National Oceanic and Atmospheric Administration<br />
20. NOB - Ne<strong>de</strong>rlandse On<strong>de</strong>rwatersport Bond<br />
21. NSS-CDS - National Speleological Society Cave Diving Section<br />
22. OFDA - Old Farts Diving Association<br />
23. PADI - Professional Association of Dive Instructors<br />
24. PDIC - Professional Diving Instructors Corporation<br />
25. PSA - Professional Scuba Association<br />
26. SAA - British Sub Aqua Association<br />
27. SAUU - South African Un<strong>de</strong>rwater Union<br />
28. SSI - Scuba Schools International<br />
29. SUSL - Finnish Sportdivers Assoc.<br />
30. TOC - The Ocean Corp., Careers in diving.<br />
31. TDI - Technical Diving International<br />
32. VdSteV - Verband <strong>de</strong>utscher Sporttaucher e.V. (German Sport Diving Club)<br />
33. YMCA - Young Men's Christian Assocation National SCUBA Program<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) INTRODUÇÃO<br />
CURSO BÀSICO NÍVEL 1 (EN14443-1)<br />
Objectivo:<br />
• Fornecer to<strong>dos</strong> os conhecimentos necessários, tanto teóricos quanto práticos para que<br />
ao final <strong>de</strong>ste o aluno esteja apto a praticar o mergulho autónomo nos limites da<br />
categoria conforme as normas <strong>de</strong> segurança aplicadas ao mergulho.<br />
• Iniciação ao mergulho autónomo, através da aprendizagem teórica e prática <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
um ambiente seguro e divertido.<br />
O que irá apren<strong>de</strong>r:<br />
• História, ambiente <strong>de</strong> mergulho, flutuabilida<strong>de</strong>, mecânica da pressão, equipamentos<br />
<strong>de</strong> mergulho, adaptações ao mundo subaquático, respiração no mergulho,<br />
comunicação no mergulho – sinais CMAS, PADI, SSI ou outro sistema <strong>de</strong> ensino),<br />
resolução <strong>de</strong> problemas, uso <strong>de</strong> tabelas <strong>de</strong> mergulho, socorrismo, reanimação cardiopulmonar<br />
(CPR), planeamento <strong>de</strong> mergulho, navegação subaquática, ecologia e muito<br />
mais…<br />
A ida<strong>de</strong> mínima<br />
• 17 anos (completos na data da inscrição).<br />
Material necessário:<br />
• Fato, Máscara e Snorkel (tubo), Barbatanas, Cinto com 1Kg <strong>de</strong> lastro / 10kg corporais.<br />
• O investimento, para o mergulho com ar comprimido (EACA) varia entre 500€ e os<br />
750€, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo e marca do equipamento.<br />
Exame médico necessário:<br />
• Médico particular ou Médico da UAç (Formulário Específico).<br />
• Urina Tipo II, electrocardiograma, Rx toráx, glicemia. Em alguns casos torna-se<br />
necessário recorrer a exames <strong>de</strong> <strong>de</strong>spiste (ECGD / Audiograma / EEG / …).<br />
Duração do curso regular:<br />
• 17 noites teóricas <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula (17 sessões).<br />
• 04 dias <strong>de</strong> piscina ou meio condicionado (7 sessões).<br />
• 02 dias <strong>de</strong> Mar ou meio não condicionado (1 Fim-<strong>de</strong>-semana).<br />
Programa teórico:<br />
• Introdução ao <strong>Mergulho</strong> (mecanismos da pressão, flutuabilida<strong>de</strong>, equipamentos, sinais, …)<br />
• Adaptação ao Mundo Subaquático (visão, audição, perda <strong>de</strong> calor, mergulhando com os equipamentos, etc.)<br />
• Preparação e Planeamento do <strong>Mergulho</strong> (local, tabelas <strong>de</strong> mergulho, <strong>de</strong>scompressão)<br />
• Segurança do <strong>Mergulho</strong> (barotraumas, intoxicações gasosas, o stress, etc)<br />
Programa prático:<br />
• Adaptação ao equipamento básico.<br />
• Técnicas básicas <strong>de</strong> mergulho em apneia.<br />
• Adaptação e manobras utilizando o equipamento autónomo.<br />
• Salvamentos…<br />
Horário normal (sala / piscina):<br />
• Das 20:00 às 23:00 horas – Teórica (semana).<br />
• Das 16:00 às 18:00 horas – Prática <strong>de</strong> piscina (sábado).<br />
• Das 21:00 às 23:30 horas – Prática <strong>de</strong> piscina (semana).<br />
Intensivo em Fins-<strong>de</strong>-semana:<br />
• O NASAL, promove cursos intensivos para aqueles que não têm disponibilida<strong>de</strong> durante a semana. Ministrado em<br />
três fins-<strong>de</strong>-semana com 5 mergulhos no Porto da Caloura , ou em alternativa a <strong>de</strong>finir.<br />
• As aulas teóricas são alternadas com as aulas práticas, tal como no módulo em piscina também o mar é tranquilo e<br />
com baixa profundida<strong>de</strong><br />
• Teóricas e Práticas - Semana: Das 20:00 às 22:00 / Sábado o Horário é: Das 09:00 às 13:30 e das 15:00 às 18:00<br />
horas e das 20:00 às 22:30 e Domingo o Horário é: Das 09:00 às 13:30 horas.<br />
• Prática <strong>de</strong> mar - No sábado o curso esten<strong>de</strong>-se das 9:00 às 17:00 horas (três mergulhos) com intervalo para<br />
almoço (01:00) e no domingo são realizadas mais duas saídas <strong>de</strong> barco (dois mergulhos on<strong>de</strong> o aluno repetirá<br />
todas as manobras (exame). Todo o programa do curso normal é abordado no curso intensivo, sem exclusão <strong>de</strong><br />
matéria.<br />
• Estão incluí<strong>dos</strong> no preço do curso: Material didáctico; equipamento autónomo completo (garrafa, colete e<br />
regulador); e saídas e recargas (num total <strong>de</strong> 9 carregamentos <strong>de</strong> ar comprimido).<br />
• Não estão incluí<strong>dos</strong> no valor do curso: Equipamento básico (máscara, fato, barbatanas e lastro), hospedagem<br />
alimentação e certificação internacional (só atribuída a cursos não intensivos).<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) INTRODUÇÃO<br />
Recursos utiliza<strong>dos</strong> nas aulas:<br />
• Material Audiovisual (Sli<strong>de</strong>s, Filmes, Aceta<strong>dos</strong>, Opacos)<br />
Material e Equipamentos forneci<strong>dos</strong> pela NASAL:<br />
• <strong>Manual</strong> do NASAL ;<br />
• <strong>Manual</strong> FPAS / CMAS (a distribuir oportunamente);<br />
• Colete Estabilizador, Regulador com manómetro e profundimetro;<br />
• Garrafa <strong>de</strong> ar comprimido (incluindo os carregamentos);<br />
• Salas <strong>de</strong> aulas (práticas e teóricas) e embarcações e <strong>de</strong>slocações no mar até à zona <strong>de</strong> imersão.<br />
Requisitos para obter a Cre<strong>de</strong>ncial CMAS (Internacional):<br />
• Ter frequentado todas as aulas;<br />
• Ter concluído o curso com sucesso, com aproveitamento superior a 70% no exame<br />
teórico – só neste caso, o cartão CMAS 1 estrela, é dado directamente;<br />
• Aproveitamento no exame <strong>de</strong> mar (100%) e parecer favorável da equipa <strong>de</strong> ensino;<br />
• 04 fotos 3X4 (tipo passe).<br />
Progressão na CMAS:<br />
• Titulo internacional <strong>de</strong> mergulhador 1 estrela [diploma - Licença] P1<br />
• Titulo internacional <strong>de</strong> mergulhador 2 estrelas [diploma - Licença] P2<br />
• Titulo internacional <strong>de</strong> mergulhador 3 estrelas [diploma - Licença] P3<br />
• Titulo internacional <strong>de</strong> mergulhador 4 estrelas [diploma - Licença] P4<br />
• Titulo internacional mergulhador instrutor 1 estrela [diploma - Licença] M1<br />
• Titulo internacional mergulhador instrutor 2 estrelas [diploma - Licença] M2<br />
• Titulo internacional mergulhador instrutor 3 estrelas [diploma - Licença] M3<br />
Normas Europeias - Níveis <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong>:- Equivalências na CMAS / Instituto do Desporto <strong>de</strong> Portugal (IDP):<br />
• NP EN 14153-1 – Mergulhador <strong>de</strong> Nível 1<br />
• NP EN 14153-2 – Mergulhador <strong>de</strong> Nível 2 (P1 / P2)<br />
• NP EN 14153-3 – Mergulhador <strong>de</strong> Nível 3 (P3 / P4)<br />
• NP EN 14413-1 – Instrutor <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> <strong>de</strong> Nível 1<br />
• NP EN 14413-2 – Instrutor <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> <strong>de</strong> Nível 2 (M1 / M2 / M3)<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) INTRODUÇÃO<br />
ALGUNS CONSELHOS<br />
Existem um conjunto <strong>de</strong> regras que se <strong>de</strong>vem ter como princípios quando se<br />
preten<strong>de</strong> mergulhar, porém, só as cumpre quem quer!...As consequências<br />
ficam à responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um.<br />
• Certifique-se que o seu binómio está em boas condições físicas e<br />
psicológicas.<br />
• Nunca mergulhe sozinho, sempre que possível tente arranjar um amigo<br />
cre<strong>de</strong>nciado (CMAS/SSI/PADI ou outro) que se disponha a fazer um<br />
mergulho consigo.<br />
• Mantenha o seu material em condições, sempre que termine um<br />
mergulho passe tudo por água doce.<br />
• Dar e receber ar <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> água, sim...mas, nunca largue o seu regulador.<br />
• Os problemas que surgem <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> água, resolvem-se <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> água.<br />
• Em mergulhos com ar comprimido não exceda os 40m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>.<br />
• Não faça mais que dois mergulhos por dia. Evite os mergulhos sucessivos.<br />
• Tenha sempre em dia as revisões anuais <strong>de</strong> material, bem como as inspecções médicas.<br />
• Não entre em grutas ou buracos que não conhece.<br />
• Use sempre uma bússola, principalmente quando mergulhar em mar alto, ou em sítios que não conhece.<br />
• Não mergulhe em canais <strong>de</strong> navegação (é proibido).<br />
• Pratique os sinais e certifique-se que o seu binómio também os sabe.<br />
• Use sinalização a<strong>de</strong>quada sempre que mergulhar, veja e seja visto.<br />
• Antes <strong>de</strong> mergulhar, faça sempre um plano pormenorizado. Efectue sempre um plano <strong>de</strong> emergência e verifique<br />
que os outros também o sabem.<br />
• Afaste-se <strong>de</strong> cabos e re<strong>de</strong>s submersas. Tenha sempre uma faca ou tesoura, à mão.<br />
• Respeite sempre os patamares <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão, bem como os tempos <strong>de</strong> permanência.<br />
ALGUNS SITES INTERESSANTES<br />
• A.P. Valves - http://www.apvalves.com/<br />
• Air Technologies-Breathing Air Systems - http://www.aircompressors.com/breathe.html<br />
• Apeks - http://neon.airtime.co.uk/apeks/<br />
• Apollo - http://www.apollo-sports.com/<br />
• Aqua Lung-Canada - http://www.aqualungcan.com/<br />
• Aquata - http://www.aquata.com/<br />
• Ascanio - http://ascanio.com/<br />
• Atlantis Dive Equipment - http://www.atlantis-intl.com/a<strong>de</strong>/<br />
• Blue Water Hunter Freediving - http://www.blueh20.com/<br />
• Cochran Dive Products - http://www.mcochran.com/cutintro.htm<br />
• Cressi - http://www.cressi-sub.it/<br />
• Dacor - http://www.divedacor.com/<br />
• Dive Link - http://vvv.com/divelink/<br />
• Dive Manufacturer's List (Rodale) - http://www.scubadiving.com/listings/mfg_in<strong>de</strong>x.shtml<br />
• Dive Rite - http://www.dive-rite.com/<br />
• Diving Duds - http://si-systems.com/diveduds/<br />
• Draeger - http://www.draeger.com/<br />
• Eagle Compressors - http://www.eaglecompressors.com/<br />
• Genesis - http://www.genesisscuba.com/<br />
• Halcyon - http://www.halcyon.net/<br />
• Harvey's - http://www.skindiving.com/<br />
• Hydra-Pak Air Compressors - http://www.hydrapak.com/COMP.html<br />
• Ikelite - http://www.ikelite.com/<br />
• Intelligent Scuba Equipment - http://www.intelligentscuba.com/<br />
• iQ - http://www.iq-company.<strong>de</strong>/<br />
• JDR Cable Systems - http://www.jdrcables.com/<br />
• Lawrence Factor - http://www.lawrence-factor.com/<br />
• Leomar - http://www.leomar.com.br/<br />
• Luxfer (UK) - http://www.luxfer.co.uk/<br />
• Mares - http://www.htmsport.com/mares/<br />
• Marine Gear - http://www.hydrospee<strong>de</strong>r.com/<br />
• Ocean Ray Wetsuits - http://www.oceanray.com/<br />
• Ocean Technology Systems - http://www.scubatimes.com/equip/ots.html<br />
• OS Systems - http://www.hurricane.net/~rcontrera/ossystem.htm<br />
• Poseidon - http://www.poseidon.se/<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) INTRODUÇÃO<br />
• Pressed Steel Tank - http://www.pressedsteel.com/<br />
• RC Dive Technology - http://world.std.com/~rcdtech<br />
• Reef Ball - http://www.reefball.org/<br />
• Scuba Vision - http://www.zapcom.net/~scubavsn/<br />
• Scubapro - http://jwa.com/scubapro/usin<strong>de</strong>x.html<br />
• Sea-lutions - http://www.sea-lutions.com/<br />
• SeaQuest - http://www.sea-quest.com/<br />
• SeaVision - http://www.seavisionusa.com/<br />
• Seaways Engineering Systems (CO Monitor) - http://www.sesairguard.com/<br />
• SharkPOD Repellant - http://www.asudoit.com/SharkPod_Info.html<br />
• Sherwood - http://www.sherwoodscuba.com/in<strong>de</strong>x.cfm<br />
• Suunto - http://www.suunto.fi/<br />
• U.S. Divers - http://www.usdivers.com/<br />
• Un<strong>de</strong>rsea Breathing Systems - http://www.dnax.com/<br />
• Uwatec - http://www.uwatec.com/<br />
• Voit - http://www.voit.com/<br />
• Zeagle - http://www.zeagle.com/<br />
AS PRIMEIRAS INTERROGAÇÕES DO CANDIDATO A MERGULHADOR<br />
Como posso começar a mergulhar ... ?<br />
• Depois <strong>de</strong> ver todas aqueles séries do Cousteau na TV resolveu que gostaria <strong>de</strong> também mergulhar.<br />
• Para fazer mergulho legalmente é necessário inscrever-se numa escola <strong>de</strong> mergulho e fazer um exame médico que<br />
o ateste física e mentalmente apto para a prática do mergulho <strong>de</strong>sportivo (atestado do Instituto do Desporto).<br />
• Tem <strong>de</strong> fazer igualmente um electrocardiograma e uma micro.<br />
• Se tudo estiver bem e tiver mais <strong>de</strong> 16 anos (17 no acto da inscrição) então estará pronto a iniciar uma aventura<br />
que nunca mais esquecerá...<br />
Que equipamento é necessário ...?<br />
• Depois <strong>de</strong> estar inscrito num curso <strong>de</strong> mergulho po<strong>de</strong>rá optar por, ou alugar o equipamento básico à escola ou<br />
adquiri-lo. Neste último caso, terá <strong>de</strong> comprar um fato (7mm ou 5mm no mínimo), uma máscara, um tubo<br />
respirador, meias <strong>de</strong> neoprène ou botas (aconselhável comprar ao mesmo tempo que as barbatanas e<br />
experimentar o conjunto na loja), cinto para chumbos e chumbos (cerca <strong>de</strong> 1k para cada 10 kg <strong>de</strong> peso). Este é o<br />
equipamento básico necessário durante o curso, após completar o curso irá precisar <strong>de</strong> mais algum equipamento.<br />
• O escafandro (conjunto garrafa + regulador) e o colete são-lhe forneci<strong>dos</strong> pelo NASAL durante o curso e o seu<br />
uso durante o curso está incluído no preço do curso.<br />
Estarei apto a mergulhar ...?<br />
• Bom, esta é uma questão que só o seu médico ou melhor, um médico <strong>de</strong> mergulho, po<strong>de</strong>rá respon<strong>de</strong>r...<br />
• A escola <strong>de</strong> mergulho NASAL tem a colaboração <strong>de</strong> um médico que também mergulha e que portanto tem um<br />
conhecimento do que realmente será uma contra-indicação (relativa ou absoluta) para a prática do mergulho. Por<br />
vezes encaminha os alunos para um especialista em medicina hiperbárica. De qualquer forma, as complicações<br />
mais importantes incluem a epilepsia, diabetes, doenças mentais e do sistema nervoso e doenças do coração. Não<br />
se opina sobre uma matéria tão <strong>de</strong>licada como esta, por isso não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> consultar um especialista ou o seu<br />
médico <strong>de</strong> família para informações mais pormenorizadas.<br />
Como posso experimentar ...?<br />
• Dirigindo-se a um centro <strong>de</strong> mergulho ou a uma escola <strong>de</strong> mergulho que pratique os "baptismos <strong>de</strong> mergulho"<br />
periodicamente. Na CMAS não é muito vulgar experiências <strong>de</strong>ste tipo. Nas feiras <strong>de</strong> equipamento subaquático e ar<br />
livre (em Portugal - NAUTICAMPO) também é vulgar encontrar escolas a promover os seus cursos.<br />
• Os baptismos <strong>de</strong> mergulho são geralmente efectua<strong>dos</strong> em piscina, a pouca profundida<strong>de</strong>, e <strong>de</strong>stinam-se somente a<br />
divulgar o mergulho e possibilitarem um primeiro contacto com esta activida<strong>de</strong> aos interessa<strong>dos</strong>. NÃO se trata <strong>de</strong><br />
nenhuma iniciação e as pessoas que optaram por esta abordagem NÃO <strong>de</strong>vem basear-se nesta experiência para<br />
mergulharem sem terem completado um curso <strong>de</strong> mergulho.<br />
• O mergulho em si não é perigoso DESDE que se respeitem as leis da física a que esta activida<strong>de</strong> obe<strong>de</strong>ce...<br />
O que é necessário para mergulhar ...?<br />
• Depois <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rado apto pelo seu médico e ter completado o respectivo curso <strong>de</strong> mergulho... basta juntar água!<br />
• Claro que necessita <strong>de</strong> algum equipamento, também... Se já adquiriu o equipamento básico (<strong>de</strong> superfície) está na<br />
hora <strong>de</strong> comprar um colete e um regulador.<br />
Qual é o material i<strong>de</strong>al?<br />
• Durante o curso <strong>de</strong>certo experimentou diversas marcas e provavelmente ganhou confiança ou mesmo preferência<br />
por alguma.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) INTRODUÇÃO<br />
• Não se iluda, os reguladores que experimentou foram com certeza os mais baratos e por conseguinte os que<br />
oferecem uma menor performance; <strong>de</strong> resto as escolas não ganham tanto dinheiro como po<strong>de</strong> parecer para<br />
comprarem reguladores topo <strong>de</strong> gama... E são estes que <strong>de</strong>finitivamente lhe interessam!<br />
• Durante o curso mergulhou sempre a relativamente pouca profundida<strong>de</strong>, em águas calmas, ambiente controlado e<br />
sempre assistido pelo instrutor. Agora as coisas vão mudar: águas calmas? nem sempre! Ambiente controlado?<br />
Assistido? Talvez nos primeiros mergulhos... Vai querer <strong>de</strong> certeza um regulador que lhe proporcione um débito <strong>de</strong><br />
ar "confortável" para quando tiver <strong>de</strong> nadar contra uma corrente, num mar que entretanto ficou agitado, e com o seu<br />
binómio que <strong>de</strong> olhar esbugalhado confirma no manómetro <strong>de</strong> pressão que o ar na garrafa se esgota <strong>de</strong>pressa <strong>de</strong><br />
mais do que estava habituado....Nessa altura dará algum valor ao regulador "caro" que comprou...<br />
• Aconselhe-se com outros mergulhadores mais experientes e com o seu instrutor, repare no equipamento que cada<br />
um possui... isso lhe dará uma i<strong>de</strong>ia do que comprar e <strong>de</strong> que marcas; vai reparar que raramente alguém tem tudo<br />
da mesma marca...<br />
• Durante os 6 ou 8 primeiros mergulhos alugue o regulador, colete e garrafa. Não compre logo! Veja primeiro,<br />
tentando mudar <strong>de</strong> marcas em cada mergulho e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>cida-se por aquele colete em que se sente mais<br />
confortável e por "aquele regulador".<br />
• A garrafa provavelmente continuará a alugar durante muitos mais mergulhos (aquilo pesa que se farta e dá cá uma<br />
chatice..) e agora só lhe falta comprar um profundimetro digital que lhe dará o tempo <strong>de</strong> estadia submerso e a<br />
profundida<strong>de</strong> e um manómetro que dará a informação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar (pressão) que tem na garrafa.<br />
• Depois só tem que ir em mergulhos organiza<strong>dos</strong> por um clube <strong>de</strong> mergulho ou pagar a uma empresa <strong>de</strong> mergulho<br />
para o levar com outros clientes a mergulhar... e aí fará muitos conhecimentos e alguns amigos...<br />
Não é um <strong>de</strong>sporto perigoso…?<br />
• Sim e não... é a única resposta possível.<br />
• Sim, po<strong>de</strong>rá ser perigoso porque estamos imersos num liquido (não é propriamente muito útil à nossa respiração...)<br />
e bastam 10 cm <strong>de</strong>sse liquido sobre nós para se po<strong>de</strong>r morrer, existem uma série <strong>de</strong> leis físicas que só aqui<br />
po<strong>de</strong>mos experimentar e por fim, porque na verda<strong>de</strong> este não é bem "o nosso mundo". Não é mais perigoso que<br />
atravessar uma rua e na verda<strong>de</strong> existem mais possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> morrer <strong>de</strong>vido a uma picada <strong>de</strong> abelha do que<br />
morrer a mergulhar DESDE QUE RESPEITE AS REGRAS! Regras essas que são simples e que apren<strong>de</strong>rá no<br />
curso.<br />
• Por vezes existem azares, é verda<strong>de</strong>, mas a realida<strong>de</strong> é que 90% <strong>dos</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> mergulho são <strong>de</strong>vido à<br />
temerida<strong>de</strong> do praticante que resolve forçar ao limite as suas reacções orgânicas/físicas, 7% por<br />
inconsciência/<strong>de</strong>sconhecimento e somente 3% po<strong>de</strong>rão ser imputa<strong>dos</strong> ao azar.<br />
Quando mergulho na piscina doem-me os ouvi<strong>dos</strong>. Será que posso mergulhar ...?<br />
• È natural, to<strong>dos</strong> nós mergulhadores sofreríamos dores nos ouvi<strong>dos</strong> se não efectuássemos uma pequena manobra<br />
<strong>de</strong> compensação (manobra <strong>de</strong> Valsalva). O tímpano sofre a pressão da água e como "do outro lado" <strong>de</strong>ste (ouvido<br />
médio) existe ar a uma pressão inferior ele é forçado a "dobrar-se" para <strong>de</strong>ntro. Sendo o tímpano muito sensível,<br />
esta tentativa <strong>de</strong> reduzir o volume da cavida<strong>de</strong> semi-rigida do ouvido médio (afim <strong>de</strong> equilibrar ambas as pressões)<br />
provoca dores, que se não forem atendidas po<strong>de</strong>rão mesmo resultar na rotura do tímpano possibilitando que a<br />
água (fria) irrompa na cavida<strong>de</strong> do ouvido médio afectando os órgãos do equilíbrio e audição.<br />
• A sur<strong>de</strong>z e o risco <strong>de</strong> infecções no ouvido-médio serão efeitos a longo prazo ou mesmo <strong>de</strong>finitivos (po<strong>de</strong>ndo<br />
mesmo impedir a pratica do mergulho). Os efeitos da pressão sobre os ouvi<strong>dos</strong> po<strong>de</strong>rão ser evita<strong>dos</strong> através <strong>de</strong> um<br />
manobra extremamente simples e eficaz: forçando o ar das cavida<strong>de</strong>s nasais a passar através da trompa <strong>de</strong><br />
Eustáquio penetrando assim no ouvido médio e compensando a pressão externa. Como se faz isto? Simples:<br />
apertando o nariz <strong>de</strong> modo a não <strong>de</strong>ixar sair ar e forçando uma expiração por este! Já sei, o ar não sai porque<br />
estou a apertar, mas é mesmo essa a i<strong>de</strong>ia - o ar é forçado a penetrar no ouvido médio por não po<strong>de</strong>r sair pelo<br />
nariz. Experimente fazer esta manobra DEVAGAR fora <strong>de</strong> água. Ficou " a mo<strong>dos</strong> que" surdo? Bravo, conseguiu!<br />
Debaixo <strong>de</strong> água não ficará "surdo" mas sim aliviado da dor e até com os ouvi<strong>dos</strong> "mais níti<strong>dos</strong>".<br />
• Resta só dizer para fazer esta manobra LOGO QUE COMECE a sentir os efeitos da pressão e LENTAMENTE (não<br />
<strong>de</strong> forma brusca) e repita à medida que vai <strong>de</strong>scendo. A cerca <strong>de</strong> 3-4 metros já se sente bastante os efeitos da<br />
pressão sobre os ouvi<strong>dos</strong>, por isso inicie a manobra <strong>de</strong> Valsalva logo aos 2 metros...<br />
Não sei nadar. Será que posso mergulhar mesmo assim ...?<br />
• O objectivo do mergulho é mesmo ir ao fundo. Convém saber nadar (pelo menos um pouco) mas não é condição<br />
essencial para se po<strong>de</strong>r mergulhar. O fato <strong>de</strong> neoprène que o irá proteger do frio é formado no seu interior por<br />
inúmeras minúsculas bolhas <strong>de</strong> ar e <strong>de</strong> enorme flutuabilida<strong>de</strong>. Tem tanta flutuabilida<strong>de</strong> que até terá <strong>de</strong> usar 6 ou 7<br />
Kg <strong>de</strong> chumbo para conseguir ir ao fundo... É como se estivesse metido numa bóia.<br />
• Esta flutuabilida<strong>de</strong> irá ajudar a apren<strong>de</strong>r a nadar e o seu instrutor ajudará a conseguir resulta<strong>dos</strong> muito<br />
rapidamente. Se não sabe nadar não <strong>de</strong>ixe que isso o iniba <strong>de</strong> experimentar esta gran<strong>de</strong> aventura maravilhosa que<br />
é mergulhar!<br />
Há tubarões ...?"<br />
• Há tubarões pois! Mas infelizmente são tão raros nas nossas águas que po<strong>de</strong>mos passar anos e anos sem ver<br />
nenhum. Pior: se vimos algum, o fascínio por este animal, suas formas e graciosida<strong>de</strong> no nadar fazem-nos<br />
esquecer to<strong>dos</strong> aqueles filmes sensacionalistas e é gran<strong>de</strong> a nossa infelicida<strong>de</strong> porque ... eles fogem <strong>de</strong> nós!<br />
• Há locais e zonas do planeta em que não é bem assim e há "coisas" que não se po<strong>de</strong>m fazer, mas isso é outra<br />
história.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
7
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) INTRODUÇÃO<br />
Uso óculos, como posso mergulhar ...?<br />
• Pois, mas isso também não é <strong>de</strong>sculpa! Po<strong>de</strong> optar por duas soluções: ou usa lentes <strong>de</strong> contacto (eu uso<br />
<strong>de</strong>scartáveis) ou compra uma máscara graduada.<br />
• Existem várias marcas que oferecem uma gama <strong>de</strong> lentes com diversas dioptrias que po<strong>de</strong>m ser aplicadas em<br />
alguns <strong>dos</strong> seus mo<strong>de</strong>los. Po<strong>de</strong> sempre mandar um especialista aplicar as suas lentes especificas numa máscara.<br />
Fale com o instrutor, com certeza conhece alguém para fazer esse trabalho (normalmente gente do ramo óptico<br />
que também mergulha).<br />
O mergulho é um <strong>de</strong>sporto caro ...?<br />
• Barato é que não é <strong>de</strong> certeza, mas também não é nada assim tão caro (se está a ver esta página <strong>de</strong> certeza que<br />
gastou mais no computador do que terá <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembolsar para po<strong>de</strong>r mergulhar).<br />
• Para lhe dar alguns exemplos <strong>de</strong> custos para que possa avaliar se está ou não <strong>de</strong>ntro das suas possibilida<strong>de</strong>s, aqui<br />
vão alguns preços a titulo <strong>de</strong> exemplo: O Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> CMAS (P1) ao público em geral, custa <strong>de</strong> 450 €.<br />
1ª Fase - Material Básico <strong>de</strong> superfície<br />
Máscara 35 €<br />
Tubo 15 €<br />
Barbatanas 50 €<br />
Fato neoprène 2 peças c/ touca, 5mm 140 € (7mm - cerca 250 € / 300 €)<br />
2ª Fase – Material Básico <strong>de</strong> superfície<br />
Cinto para chumbos 15 €<br />
Kg Chumbo: € 9 X 7Kg 63 €<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
também po<strong>de</strong> alugar: 5 € / mergulho<br />
Botas <strong>de</strong> neoprène 40 € também po<strong>de</strong> alugar: 3 € / mergulho<br />
Luvas 35 € também po<strong>de</strong> alugar: 3 € / mergulho<br />
Faca 40 € também po<strong>de</strong> alugar: 10 € / mergulho<br />
3ª Fase – Material Pesado<br />
Colete 350 € também po<strong>de</strong> alugar: 10 € / mergulho<br />
Regulador gama baixa 240 €<br />
Regulador gama média 300 €<br />
Regulador gama alta 550 €<br />
2º Regulador (octopus) 120 €<br />
Manómetro <strong>de</strong> pressão na garrafa 75 €<br />
também po<strong>de</strong> alugar o regulador completo<br />
por 7.5 € / mergulho<br />
Profundímetro digital 130 € também po<strong>de</strong> alugar 4.5 € / mergulho<br />
Computador <strong>de</strong> mergulho 400 € também po<strong>de</strong> alugar 15 € / mergulho<br />
Garrafa (conforme o volume) 200 € / € po<strong>de</strong> alugar 10 € / cheia por mergulho<br />
Enchimento da garrafa (ar) 4 € / 5.5 € (garrafa própria)<br />
AS MISTURAS GASOSAS<br />
O que é o trimix?<br />
• TRIMIX é a mistura <strong>de</strong> oxigénio, hélio e azoto. A função do trimix é a substituição do azoto pelo hélio <strong>de</strong> modo a<br />
evitar as <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong> respirar altas pressões parciais <strong>de</strong> azoto.<br />
• Os mergulhadores profissionais/comerciais abdicam inteiramente do azoto na mistura respiratória, usando assim<br />
uma mistura Hélio/Oxigénio para médias profundida<strong>de</strong>s chamada Heliox. Enquanto ao alcance do praticante <strong>de</strong><br />
"mergulho técnico", a logística necessária e os custos <strong>de</strong>correntes impossibilitam normalmente o seu uso ao<br />
mergulhador <strong>de</strong>sportivo/técnico. Em misturas para maiores profundida<strong>de</strong>s, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigénio necessário na<br />
mistura baixa para um ponto em se po<strong>de</strong> misturar Hélio e Ar (Heliair) sem ter <strong>de</strong> acrescentar Oxigénio.<br />
• Para usufruir das vantagens da substituição do Azoto pelo Hélio o mergulhador <strong>de</strong>sportivo/técnico "normal" po<strong>de</strong>rá<br />
fazer um enchimento consi<strong>de</strong>rando as pressões parciais <strong>de</strong> oxigénio e hélio e <strong>de</strong>pois "atestar" com ar para obter as<br />
pressões parciais <strong>de</strong>sejadas.<br />
Os mitos acerca do trimix<br />
• Existe uma má interpretação do trimix. O trimix é frequentemente promovido como o máximo na ca<strong>de</strong>ia do<br />
mergulho técnico, tão horrivelmente complexo que normalmente se exigem 4 - 8 níveis <strong>de</strong> instrução até que este<br />
possa ser usado. Na realida<strong>de</strong> fazer uma mistura <strong>de</strong> trimix não é mais complexo que fazer uma mistura <strong>de</strong> Nitrox.<br />
• O que é realmente complexo e potencialmente perigoso é mergulhar até profundida<strong>de</strong>s extremas usando múltiplas<br />
garrafas <strong>de</strong> diferentes misturas gasosas on<strong>de</strong> escolher o regulador errado po<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar rapidamente a morte.<br />
No entanto, é possível criar uma garrafa "normoxica" <strong>de</strong> trimix e manuseá-lo similarmente ao ar, sem múltiplas<br />
misturas, garrafas e outras complexida<strong>de</strong>s, e usufruir <strong>dos</strong> benefícios do uso do hélio.<br />
• Uma fantasia acerca do trimix é que este não po<strong>de</strong> ser respirado à superfície. Falando na generalida<strong>de</strong>, o corpo<br />
humano po<strong>de</strong> subsistir até 16% <strong>de</strong> oxigénio. Assim, se foi criada uma mistura com apenas 10% <strong>de</strong> oxigénio, não,<br />
esta não <strong>de</strong>verá ser respirada à superfície. Mas se a mistura criada possuir 17% <strong>de</strong> oxigénio então não tem<br />
problema nenhum. Resumindo, é simplesmente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da percentagem <strong>de</strong> oxigénio na mistura a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sta ser ou não respirável à superfície.<br />
8
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) INTRODUÇÃO<br />
Porquê usar trimix?<br />
• O ar que respiramos é composto por cerca <strong>de</strong> 20.9% <strong>de</strong> oxigénio, 79.1%<br />
<strong>de</strong> azoto e 0.33% <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono além <strong>de</strong> vários outros gases<br />
inertes. Isto está correcto até que começamos a respirar ar <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong><br />
água.<br />
• À medida que vamos aumentando <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> as pressões parciais<br />
<strong>de</strong>stes gases vão aumentando e começamos a sentir os seus efeitos<br />
secundários.<br />
• Efeitos secundários do azoto, incluem:<br />
1. Narcose - Dificulda<strong>de</strong>s nas funções mentais que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> algum<br />
euforismo (20-27 metros), abrandamento da activida<strong>de</strong> mental (30-<br />
39 metros), dificulda<strong>de</strong> no raciocínio e memorização, possível<br />
fixação numa <strong>de</strong>terminada tarefa ou i<strong>de</strong>ia (42-48 metros), tremores nos lábios, pernas e pés, diminuição<br />
severa das capacida<strong>de</strong>s intelectuais (52-60 metros), estuporização, alucinações, possível inconsciência (>65<br />
metros).<br />
2. Aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Descompressão (bends) - O azoto absorvido nos teci<strong>dos</strong> e flui<strong>dos</strong> do corpo transforma-se em<br />
bolhas gasosas.<br />
3. Fisiológicos - Deterioração <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong> conduzindo a um "efeito dominó" no sistema imunológico.<br />
E quanto ao nitrox?<br />
• Nitrox é uma tentativa <strong>de</strong> substituir o azoto pelo oxigénio. O oxigénio é metabolizado<br />
pelo organismo, portanto não fica retido nos teci<strong>dos</strong>, aumentando o teor <strong>de</strong> oxigénio<br />
efectivamente reduz a absorção <strong>de</strong> azoto pelos teci<strong>dos</strong>, mas isto também acarreta<br />
alguns problemas. Efeitos secundários do oxigénio, incluem:<br />
1. Intoxicação do Sistema Nervoso Central (CNS) - Provoca convulsões que po<strong>de</strong>rão<br />
ser fatais <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> água. Pressões parciais superiores a 1.6 ata po<strong>de</strong>m ser<br />
extremamente perigosas. Deve ser consi<strong>de</strong>rado um máximo <strong>de</strong> 1.4 ata, usar 1.1 / 1.2<br />
ata como pressão parcial é consi<strong>de</strong>rado razoável.<br />
2. Inflamação <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong> pulmonares <strong>de</strong>vido a longas exposições - Po<strong>de</strong>r-se-á controlar as exposições para<br />
minorar este efeito mas as estatísticas apontam a um aumento <strong>de</strong> "pulmões queima<strong>dos</strong>" <strong>de</strong>vido a altos níveis <strong>de</strong><br />
oxigénio mas que no entanto se mantinham suficientemente abaixo <strong>dos</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> limites standard.<br />
Vantagens do hélio:<br />
• Hélio é um gás que não é tóxico, não tem cor nem odor nem sabor, é inerte, é leve e,<br />
sobretudo, não é explosivo.<br />
• Os efeitos narcóticos são nulos.<br />
• Devido à sua baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, o esforço respiratório em profundida<strong>de</strong> é<br />
significativamente reduzido.<br />
• Com o hélio os teci<strong>dos</strong> são mais rapidamente <strong>de</strong>ssatura<strong>dos</strong> e os teci<strong>dos</strong> mais lentos<br />
saturam-se mais lentamente que com o azoto.<br />
Desvantagens do hélio:<br />
• O hélio conduz o calor 5 vezes mais rápido que o ar.<br />
• Artralgia hiperbárica, como se o indivíduo sofresse <strong>de</strong> arterite, po<strong>de</strong> ocorrer durante a<br />
<strong>de</strong>scida em alguns mergulhadores.<br />
Consi<strong>de</strong>rações<br />
• O hélio tem sido usado no mergulho <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1938. O primeiro verda<strong>de</strong>iro teste <strong>de</strong><br />
heliox no mergulho aconteceu durante a recuperação a 75 metros do submarino<br />
Squalus em 1939. Des<strong>de</strong> então o hélio tem sido usado em mergulhos até mais <strong>de</strong> 600 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>.<br />
• Como o hélio é menos <strong>de</strong>nso que o azoto, ele "entra" e "sai" <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong> mais rapidamente. Paradoxalmente o hélio<br />
em mergulhos curtos requer tempos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão ligeiramente superiores que o ar, mas inferiores ao<br />
requerido com ar em mergulhos longos. O segredo no uso do hélio são <strong>de</strong>scidas lentas e subidas lentas. Paragens<br />
adicionais são também requeridas na subida com misturas <strong>de</strong> hélio.<br />
• Devido à faculda<strong>de</strong> do hélio "sair" <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong> rapidamente, se fizer a subida em que os últimos metros são<br />
dividi<strong>dos</strong> em 2 partes com troca <strong>de</strong> mistura, por exemplo com nitrox a 50% e <strong>de</strong>pois com oxigénio a 100% , isto irá<br />
permitir a <strong>de</strong>ssaturação <strong>de</strong> hélio muito mais rapidamente que se fizesse o mesmo usando azoto.<br />
• Existe uma situação que po<strong>de</strong> ocorrer em profundida<strong>de</strong>s superiores a 120 metros chamada Síndroma Neurológico<br />
<strong>de</strong> Altas Pressões (HPNS). Manifesta-se por tremores, contracções musculares e dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação.<br />
Aumentando um pouco a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hélio na mistura po<strong>de</strong>rá aliviar estes sintomas.<br />
Respirar altas pressões parciais <strong>de</strong> azoto é perigoso e extenuante para o corpo, então porquê continuar?<br />
• Substituir o azoto pelo hélio é algo <strong>de</strong> muito razoável mesmo num mergulho a 30 metros com uma só garrafa.<br />
• O que o hélio po<strong>de</strong> fazer por si em mergulho profundo (42-50 metros) é simplesmente maravilhoso. Irá recordar<br />
todo o mergulho, reagir melhor mesmo <strong>de</strong>baixo do stress e sentir-se-á melhor <strong>de</strong>pois do mergulho.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
9
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) INTRODUÇÃO<br />
PROBLEMAS NO MERGULHO - QUE PODEM SER EVITADOS<br />
SITUAÇÃO SOLUÇÃO<br />
• Terá que tratar <strong>de</strong>sta situação como uma situação <strong>de</strong> dupla perda.<br />
• Procure-o brevemente durante um minuto, se não o encontrar então suba<br />
O seu companheiro abandono-o.<br />
em espiral procurando algumas bolhas, aguar<strong>de</strong> e procure novamente na<br />
superfície e pelas bolhas, então volte ao barco e relate o acontecido.<br />
• Esclareça o seu companheiro sempre antes <strong>de</strong> iniciar o mergulho o que<br />
fará estas situações, assim ele sabe o que fazer também.<br />
Metas incompatíveis. O seu • Divida o seu tempo <strong>de</strong> fundo, meio a meio para cada activida<strong>de</strong>.<br />
companheiro quer pesquisar e • Como uma gratificação, po<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r algo novo sobre a outra<br />
você quer fazer fotografias.<br />
especialida<strong>de</strong>.<br />
• Fale com os seus amigos e/ou com o Skipper antes <strong>de</strong> entrar na água.<br />
• O termo "nós não somos compatíveis" é um modo mais diplomático para<br />
pôr fim à situação, mas o ponto importante é que se escolher unir-se a<br />
O seu companheiro é um outros mergulhadores, ou se abortará o mergulho, tem que advertir o seu<br />
irresponsável.<br />
companheiro antes escolhido, do que irá fazer antes que ele entre na<br />
água.<br />
• Não se livre <strong>de</strong>le sem o avisar, ele po<strong>de</strong> estar a confiar em si e logo o<br />
irresponsável passará a ser você.<br />
• Não assuma sua superiorida<strong>de</strong>. Mergulhadores principiantes são<br />
frequentemente mais seguros em algumas tarefas que outras, porque o<br />
treino <strong>de</strong>les é mais actual, e eles normalmente mantém-se apreensivos o<br />
O seu companheiro tem muito bastante para seguir as regras.<br />
menos experiência que você. • Se o seu amigo não é competente para o tipo <strong>de</strong> mergulho proposto, o<br />
Skipper <strong>de</strong>ve ser informado. Não incapacite seu amigo o fazendo-o<br />
lembrar <strong>de</strong> sua experiência inferior. Trate seu amigo como um igual e é<br />
provável que ele aja como você.<br />
• Não assuma a sua inferiorida<strong>de</strong>. Po<strong>de</strong> ser que ele tenha assimilado maus<br />
hábitos. Não troque a sua responsabilida<strong>de</strong> e habilida<strong>de</strong>s, para sua<br />
própria segurança, pela autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong>le à primeira vista. Son<strong>de</strong>-o<br />
O seu companheiro tem muito discretamente e veja o que <strong>de</strong> bom po<strong>de</strong> assimilar <strong>de</strong>le.<br />
mais experiência que você. • Não aceite um plano <strong>de</strong> mergulho que exceda seus limites pessoais,<br />
pensando que ele estará cuidando <strong>de</strong> si, um amigo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte é<br />
perigoso a ambos.<br />
• Consi<strong>de</strong>re-o igual em responsabilida<strong>de</strong> e em direito <strong>de</strong> viver, nada mais.<br />
• Como os animais na floresta, mergulhadores (especialmente homens)<br />
frequentemente exageram na coragem para com outros mergulhadores<br />
(especialmente para estranhos). Neste caso a prevenção é preferível à<br />
<strong>de</strong>scobrir por outros meios. Não comece a conversação contando a sua<br />
própria longa experiência e treino extenso; o seu amigo talvez tenha a<br />
mesma experiência que você. Desarme-o sendo mo<strong>de</strong>sto e até mesmo<br />
admitindo as suas próprias dúvidas. Ele po<strong>de</strong> sentir que está seguro se<br />
Seu companheiro diz ter<br />
experiência, mas você po<strong>de</strong><br />
acreditar nele?<br />
lhe respon<strong>de</strong>r com a verda<strong>de</strong>. Escute o que o seu amigo diz, mas observe<br />
o que ele faz enquanto ele se equipa. Ele parece-lhe familiarizado com o<br />
material, ou é ele que tenta lembrar-se <strong>de</strong> qual lado o regulador <strong>de</strong>verá<br />
ser colocado? Uma pergunta po<strong>de</strong> revelar muito, também. Use a sua face<br />
mais inocente, pergunte como o computador <strong>de</strong> mergulho funciona<br />
sumariamente. Se seu amigo não está seguro mas não admite isto,<br />
provavelmente vai ter um problema.<br />
• Não <strong>de</strong>safie o seu companheiro vangloriando-se directamente. O que só<br />
<strong>de</strong>spertará um antagonismo na escala ascen<strong>de</strong>nte, azedando o bom<br />
relacionamento. Permaneça amigável e tente <strong>de</strong>monstrar um ar <strong>de</strong><br />
competência quieta e fique <strong>de</strong> olho nele.<br />
A DROGA E O MERGULHO<br />
NUNCA È COMPATÍVEL. O uso e a prescrição <strong>de</strong> medicamentos no mergulho é um assunto muito complexo. Não há<br />
nenhuma resposta simples sobre "quais as drogas que são melhores". Não há nenhuma resposta para que casos e/ou<br />
condições em ambiente <strong>de</strong> hiperbárico. Devem ser levadas em conta as exigências mentais e físicas da activida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
mergulhar antes <strong>de</strong> aplicar os agentes activos farmacológicos.<br />
Prescrição <strong>de</strong> drogas<br />
• São alteradas frequentemente as respostas fisiológicas e psicológicas induzidas num ambiente hiperbárico.<br />
• O metabólico normal e os padrões <strong>de</strong> excreção <strong>de</strong> drogas são leva<strong>dos</strong> a uma atmosfera e po<strong>de</strong>m ser<br />
significativamente e patologicamente altera<strong>dos</strong> uma vez o mergulhador é pressurizado.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
10
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) INTRODUÇÃO<br />
• Uma compreensão <strong>dos</strong> tipos <strong>de</strong> mudanças que acontecem, as implicações <strong>de</strong>stas mudanças, e as relações críticas<br />
entre as drogas, o ambiente e o mergulhador.<br />
As preocupações específicas incluem o seguinte:<br />
• A maneira na qual a droga é absorvida, metabolizou, e excretou pelo corpo num ambiente hiperbárico;<br />
• O impacto físico do tipo <strong>de</strong> gás respirado (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> aumentada <strong>dos</strong> gases, temperatura <strong>de</strong> água, e outros factores<br />
ambientais) grau <strong>de</strong> esforço do mergulhador tudo contribuem ao efeito total <strong>de</strong> um medicamento;<br />
• Po<strong>de</strong>m ser tolera<strong>dos</strong> efeitos colaterais, como sonolência na superfície. No ambiente <strong>de</strong> hiperbárico, porém, tais<br />
efeitos colaterais são inaceitáveis e po<strong>de</strong>m conduzir em alguns casos a morbi<strong>de</strong>z séria ou morte. Deterioração da<br />
função cognitiva, força <strong>de</strong> neuromuscular e coor<strong>de</strong>nação, ou integração <strong>de</strong> pensamento e acção po<strong>de</strong> ter<br />
resulta<strong>dos</strong> catastróficos enquanto mergulha.<br />
• Além <strong>dos</strong> anti-histamínicos, a droga mais comum po<strong>de</strong> afectar adversamente segurança <strong>de</strong> mergulhador e o seu<br />
<strong>de</strong>sempenho. Os anti-histamínicos incluem: Tranquilizantes; Sedativos; Drogas hipertensivas e alguns<br />
<strong>de</strong>scongestionantes, efeitos cardiovasculares, hábito, e inflamação das vias aéreas. É notável que os efeitos <strong>de</strong><br />
algumas <strong>de</strong>stas drogas po<strong>de</strong>m aparecer não à superfície, mas só se <strong>de</strong>volverem quando o mergulhador é<br />
pressurizado.<br />
Então, <strong>de</strong>ve ter em cuida<strong>dos</strong>a consi<strong>de</strong>ração a utilização <strong>de</strong> qualquer medicamento e interrogar-se:<br />
• Porque são as drogas usadas, e em que condições médicas po<strong>de</strong>m ser relativamente contra-indicadas para o<br />
mergulho?<br />
• Quais são os efeitos colaterais do aumento <strong>de</strong> droga?<br />
• Quais os riscos <strong>de</strong> mergulhar com um nível inaceitável?<br />
• A droga interferirá com <strong>de</strong>sempenho físico?<br />
• A droga prejudicará tolerância <strong>de</strong> exercício?<br />
• Um mergulhador consciencioso discutirá estas perguntas com o seu médico antes <strong>de</strong> mergulhar.<br />
Drogas Ilícitas<br />
• É óbvio que cognitivo que o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um mergulhador po<strong>de</strong> ser prejudicado pelo abuso <strong>de</strong> agentes <strong>de</strong><br />
psicóticos. Álcool e maconha (e outros produtos da maconha) são <strong>de</strong>pressivos <strong>de</strong> sistema nervoso central e fazem<br />
parte das substâncias mais comuns no mundo hoje. Pesquisas recentes indicam claramente que o uso <strong>de</strong>las é<br />
viciante e em alguns casos (com administração simultânea <strong>de</strong> barbitúricos) são potencialmente <strong>de</strong>pressivas do<br />
sistema nervoso central. Por exemplo, além <strong>de</strong> ser um <strong>de</strong>pressivo e ter outros efeitos secundários, po<strong>de</strong> causar<br />
álcool glicose <strong>de</strong> sangue reduzido o nível que das trocas, provocando ainda fraqueza e a confusão. O álcool<br />
também causa alterações vasculares que po<strong>de</strong> interferir com manutenção formal <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong> corpo<br />
enquanto mergulha. Por causa da sua acção diurética, o álcool po<strong>de</strong> contribuir significativamente a <strong>de</strong>sidratação <strong>de</strong><br />
corpo, especialmente nas regiões <strong>dos</strong> trópicos on<strong>de</strong> os mergulhadores po<strong>de</strong>m combinar álcool com o consumo <strong>de</strong><br />
cafeína - conter bebidas como chá, café, e colas.<br />
• Existem relatórios sobre o uso <strong>de</strong> maconha precedido <strong>de</strong> mergulhos em água fria, que revelam redução da<br />
tolerância ao frio e da capacida<strong>de</strong> respiratória, causando <strong>de</strong>sconforto geral, apreensão e um <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> terminar o<br />
mergulho. É importante saber que os efeitos <strong>de</strong> fumar maconha po<strong>de</strong>m durar mais <strong>de</strong> 24 horas.<br />
• A cocaína é actualmente o estimulante <strong>de</strong> sistema nervoso central mais procurado. A sua acção relativamente<br />
pequena <strong>de</strong>smente o perigo que inflige ao mergulhador. O estado hiper-metabólico que acontece durante o uso da<br />
cocaína (é raramente usado, só é usado com álcool ou maconha) po<strong>de</strong> colocar o mergulhador em risco <strong>de</strong> fadiga<br />
subsequente, <strong>de</strong>pressão mental, aci<strong>dos</strong>e, e a inabilida<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r prontamente a emergências ameaçadoras da<br />
vida. Também aumenta a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um ataque apopléctico <strong>de</strong> oxigénio e po<strong>de</strong> perturbar o ritmo normal do<br />
coração.<br />
• Os médicos e os mergulhadores, têm a obrigação <strong>de</strong> comunicar uns com os outros. O clínico tem a<br />
responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> explicar a natureza <strong>de</strong>ste problema ou o tratamento <strong>de</strong>le ao mergulhador, e o mergulhador tem<br />
a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indicar ao clínico o seu problema e cumprir rigorosamente o tratamento. Em geral, os<br />
mergulhadores <strong>de</strong>veriam <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sencoraja<strong>dos</strong> a usar medicamentos antes <strong>de</strong> mergulhar. Também não <strong>de</strong>veriam<br />
<strong>de</strong> compartilhar medicamentos. São requeridas práticas conservadoras e seguras para o bem-estar e sobrevivência<br />
do mergulhador. Abstinência <strong>de</strong> mergulhar po<strong>de</strong> ser a aproximação mais conservadora para um medicamento<br />
sistémico individual.<br />
COMBATER A DOENÇA DA DESCOMPRESSÃO<br />
Embora rara no mergulho <strong>de</strong>sportivo, a Doença <strong>de</strong> Descompressão (DD) assusta to<strong>dos</strong> os níveis <strong>de</strong> mergulhadores que<br />
usam gás comprimido, e até apneistas. O intuito <strong>de</strong>sta é auxiliar sua prevenção, com 10 dicas básicas que po<strong>de</strong>m<br />
auxiliar a diminuir este risco. Dividiremos estas dicas em hábitos <strong>de</strong> vida, hábitos <strong>de</strong> mergulho e hábitos após o<br />
mergulho.<br />
Hábitos <strong>de</strong> vida:<br />
1. Activida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sportiva: ESTEJA BEM PREPARADO. Tenha uma boa preparação física, especialmente a nível<br />
aeróbio, ajuda bastante na prevenção da Doença <strong>de</strong> Descompressão. Para ajudar na eliminação <strong>de</strong> nitrogénio,<br />
precisamos estar com o sistema circulatório no seu i<strong>de</strong>al. Ainda, mergulhadores mal condiciona<strong>dos</strong> acabam<br />
absorvendo mais nitrogénio e eliminando menos gás carbónico do que o necessário durante o mergulho. Por outro<br />
lado, evite exercícios exaustivos antes e logo após seus mergulhos. Os mesmos po<strong>de</strong>m causar micronúcleos <strong>de</strong><br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
11
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) INTRODUÇÃO<br />
gás nas suas células, prováveis pontos <strong>de</strong> nascimento <strong>de</strong> bolhas.<br />
2. Alimentação: ALIMENTE-SE DE FORMA CORRECTA. A partir da noite anterior ao mergulho, evite alimentos<br />
gordurosos. A alimentação acaba indirectamente influenciando a circulação. Uma pessoa que ingere alimentos<br />
gordurosos horas antes do mergulho terá por algum tempo um sangue mais "viscoso", com pior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
eliminação <strong>de</strong> nitrogénio. Qualquer pessoa <strong>de</strong>ve estar <strong>de</strong> olho também no seu nível <strong>de</strong> gorduras no sangue, para<br />
evitar outros problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />
3. Bebidas alcoólicas: EVITE BEBIDAS ALCOÓLICAS. O álcool leva á <strong>de</strong>sidratação, portanto evite bebidas<br />
alcoólicas na véspera e antes <strong>de</strong> mergulhar. Caso <strong>de</strong>cida beber mo<strong>de</strong>radamente, tome bastante água. Lembre-se<br />
que o álcool po<strong>de</strong> permanecer na circulação por mais <strong>de</strong> 24 horas.<br />
4. Hidratação: MERGULHE SEMPRE BEM HIDRATADO. Tome bastante água e outros líqui<strong>dos</strong> não alcoólicos antes<br />
e <strong>de</strong>pois do mergulho.<br />
Hábitos <strong>de</strong> mergulho:<br />
5. Perfil <strong>de</strong> mergulho: SUBA LENTAMENTE DE QUALQUER MERGULHO. Especialmente nos metros finais, próximo<br />
da superfície, a variação <strong>de</strong> pressão é maior. Além <strong>de</strong> subir lentamente, faça sempre uma parada <strong>de</strong> segurança a 5<br />
metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, por um mínimo <strong>de</strong> 3 minutos. A paragem ajuda-o: Diminuindo a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida nos<br />
metros finais. Permitindo que dê uma última olha<strong>de</strong>la na sua tabela ou computador, evitando o risco <strong>de</strong> uma<br />
<strong>de</strong>scompressão omitida. Comece <strong>de</strong> forma mais gradual a eliminação <strong>de</strong> nitrogénio.<br />
6. Uso <strong>de</strong> tabelas e computadores: SEJA CONSERVADOR NOS SEUS LIMITES DE NITROGÉNIO. Fuja <strong>dos</strong> limites<br />
das tabelas ou computadores. Faça mergulhos sucessivos em profundida<strong>de</strong>s progressivamente menores. Faça em<br />
seus mergulhos profun<strong>dos</strong>, um perfil <strong>de</strong> multinível. Quando estiver fazendo mergulhos múltiplos em dias<br />
consecutivos, comece com poucos mergulhos até se recondicionar, e no fim <strong>dos</strong> dias diminua seus mergulhos e<br />
suas profundida<strong>de</strong>s. Deixe um dia sem mergulhos, antes <strong>de</strong> andar avião. Sempre que usar computador, tenha um<br />
plano <strong>de</strong> mergulho gerado pela tabela, para caso <strong>de</strong> falha do computador.<br />
7. Uso <strong>de</strong> misturas <strong>de</strong> nitrox: NITROX É UMA FERRAMENTA, NÃO UMA VARINHA DE CONDÃO. Ao usar misturas<br />
<strong>de</strong> ar enriquecido com oxigénio, fuja <strong>dos</strong> limites <strong>de</strong> exposição. Lembre-se que limites <strong>de</strong> nitrox ou ar geram<br />
praticamente o mesmo risco.<br />
8. Evite frio e exaustão. MINIMIZE SUA ABSORÇÃO DE NITROGÉNIO. O aumento da frequência respiratória,<br />
causado por estas duas condições, aumenta a absorção <strong>de</strong> nitrogénio. Abor<strong>de</strong> o mergulho em questão com mais<br />
clareza. Mesmo imediatamente após o mergulho, caso tenha subido longe do barco por uma corrente forte, acene e<br />
seja rebocado, não é vergonha!<br />
Hábitos após o mergulho<br />
9. Evite esforços exagera<strong>dos</strong>. RELAXE. Não faça força logo após o mergulho, dê um tempo. Não fique a "fritar ao sol",<br />
a menos que esteja bem hidratado. Beba bastantes líqui<strong>dos</strong> não alcoólicos.<br />
10. Cuidado com a altitu<strong>de</strong>. RECALCULE. Caso venha a mergulhar <strong>de</strong> novo, calcule o seu próximo mergulho com uma<br />
boa margem <strong>de</strong> segurança. Espere no mínimo <strong>de</strong> 12 horas para voar. Cuidado com variações exageradas <strong>de</strong><br />
altitu<strong>de</strong>, mesmo para conduzir após o mergulho. Para finalizar, é muito fácil prevenir a Doença <strong>de</strong> Descompressão,<br />
mas frequentemente vê-se o mergulhador negligenciar algumas <strong>de</strong>stas normas básicas. Bons mergulhos, sem<br />
visitas não programadas ao hospital.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
12
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) INTRODUÇÃO<br />
NOTAS:<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
13
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) INTRODUÇÃO<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
14
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) INTRODUÇÃO<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
15
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) HISTÓRIA E CRONOLOGIA DO MERGULHO<br />
Proprieda<strong>de</strong> da NASAL<br />
HISTORIA<br />
E<br />
CRONOLOGIA DO MERGULHO<br />
16
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) HISTÓRIA E CRONOLOGIA DO MERGULHO<br />
ORIGENS DAS ACTIVIDADES SUBAQUÁTICAS<br />
• Origem das águas - Mudanças do clima (superfície terrestre)<br />
• A origem do homem - Mudanças <strong>de</strong> temperatura (Água) / Formas <strong>de</strong> vida (Células)<br />
• A poesia (Camões) e as lendas - Descobrimentos (monstros)<br />
MOTIVAÇÕES<br />
• De or<strong>de</strong>m económica - <strong>Mergulho</strong> profissional<br />
• De or<strong>de</strong>m militar - Acção em Portos e Praias / Acção em Navios / Serviços Públicos (SNPC)<br />
• De or<strong>de</strong>m sociocultural - <strong>Mergulho</strong> cientifico, <strong>de</strong>sportivo, arqueologia, fotografia e cinema<br />
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DO MERGULHO<br />
• O mar exerce <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre um fascínio imenso sobre o homem, <strong>de</strong>spertando-lhe<br />
interesse pelo que está abaixo da cota zero (as profundida<strong>de</strong>s), e este aventura-se cada<br />
vez mais. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nadar <strong>de</strong>baixo da água para apanhar seres marinhos, estudar<br />
ou fazer experiências, recuperar objectos perdi<strong>dos</strong> ou Naufrágios, Batalhas Navais ou até<br />
mesmo afundar barcos inimigos. A primeira preocupação foi prolongar a estadia <strong>de</strong>baixo<br />
da água.<br />
Proprieda<strong>de</strong> da NASAL<br />
Respiração Visão<br />
Frio<br />
• Muitas foram as tentativas e muitas foram as <strong>de</strong>silusões até ao aparecimento do mo<strong>de</strong>rno<br />
escafandro.<br />
• Em 1982, Bachrach i<strong>de</strong>ntificou cinco perío<strong>dos</strong> bem <strong>de</strong>fini<strong>dos</strong> na história do mergulho:<br />
1. - O mergulho livre;<br />
2. - A utilização <strong>de</strong> sinos e campânulas;<br />
3. - <strong>Mergulho</strong> a partir da superfície e os capacetes clássicos;<br />
4. - O mergulho autónomo;<br />
5. - O mergulho e a saturação.<br />
• Em estu<strong>dos</strong> arqueológicos <strong>de</strong>scobriram-se incrustações em madrepérola na<br />
Mesopotânia, datadas por volta <strong>de</strong> 4500 A.C. Existem ainda registos arqueológicos que<br />
referem que um Imperador da Chinês recebeu uma pérola <strong>de</strong> ostra datada <strong>de</strong> 2500 A.C.<br />
EVOLUÇÃO DAS ACTIVIDADES SUBAQUÁTICAS<br />
• Num pais irradiado pelo sol, e banhado por 740 Km <strong>de</strong> costa on<strong>de</strong> se inserem belas praias com majestosas falésias<br />
é imperativo o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> várias activida<strong>de</strong>s ligadas ao mar. A atracção pelo mar é irresistível. Os nossos<br />
antecessores são um bom exemplo a quem o mar chamou imensas vezes para a epopeia <strong>dos</strong> <strong>de</strong>scobrimentos e<br />
que nos <strong>de</strong>ixaram um bom testemunho - o conhecimento <strong>dos</strong> mares.<br />
• Neptuno envolve-nos coma caricia e tranquilida<strong>de</strong> do mar chão ou como fascínio e violência do mar alteroso. Este e<br />
o chamamento que foi responsável pelo aparecimento das activida<strong>de</strong>s aquáticas em geral e subaquáticas em<br />
particular, continuando a ser o fundamento do seu <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
• Duas gran<strong>de</strong>s modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong> são praticadas entre nós:<br />
— <strong>Mergulho</strong> em apneia em que o mergulhador não respira enquanto se encontra imerso;<br />
— <strong>Mergulho</strong> amador com escafandro autónomo em que o mergulhador utiliza como reservatório uma garrafa<br />
com ar comprimido e um regulador que lhe permite respirar à pressão ambiente<br />
• Apesar das suas diferenças, ambas as activida<strong>de</strong>s têm a particularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nos dar acesso a um mundo diferente<br />
<strong>de</strong> fascinante beleza. O ambiente subaquático é um mundo <strong>de</strong> silêncio.<br />
• O meio aéreo e o meio aquático, são bastante diferentes. Um é on<strong>de</strong> o homem<br />
foi criado para viver, o outro é um meio que é cerca <strong>de</strong> 800 vezes mais <strong>de</strong>nso,<br />
significativamente mais frio, sujeito a gran<strong>de</strong>s variações <strong>de</strong> pressão e com<br />
menos oxigénio.<br />
• Na verda<strong>de</strong> para que o homem fosse capaz <strong>de</strong> penetrar no meio subaquática,<br />
não compatível com a sua forma <strong>de</strong> viver, teve necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recorrer à<br />
tecnologia para obter materiais e utensílios e também as ciências para estudar<br />
o comportamento e adaptação do seu organismo em relação às condicionantes <strong>de</strong>sse meio e materiais.<br />
• Assim, graças á tecnologia e ao seu génio inventivo, foi possível criar as primeiras barbatanas constituídas por<br />
vulgares sandálias <strong>de</strong> pescador, as quais eram atadas nas solas umas palas <strong>de</strong> couro. Estava então inventado o<br />
principio da barbatana.<br />
• Entretanto houve ainda mais evolução e o aluno praticante tem hoje dificulda<strong>de</strong> em escolher as barbatanas tal é a<br />
varieda<strong>de</strong> que os merca<strong>dos</strong> lhe põem á disposição.<br />
17
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) HISTÓRIA E CRONOLOGIA DO MERGULHO<br />
• Na realida<strong>de</strong> há imensos materiais, formas, marcas, cores e mo<strong>de</strong>los que o critério para a escolha <strong>de</strong>ve incidir<br />
fundamentalmente no tipo <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> que se preten<strong>de</strong> praticar. Umas boas barbatanas para a caça submarina<br />
não serão as mais aconselhadas para o mergulho.<br />
• Foi assim que a evolução tecnológica fez surgir e aperfeiçoar os restantes materiais:<br />
— O frio fez aparecer os fatos isotérmicos e por fim os fatos secos (tela - neoprène - lamina<strong>dos</strong>);<br />
— A visão distorcida as máscaras;<br />
— E para respirar durante as garrafas e os reguladores.<br />
— Mais recentemente apareceram os primeiros andares compensa<strong>dos</strong> por membrana<br />
ou pistão e os segun<strong>dos</strong> andares com regulador <strong>de</strong> débito e <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>. A<br />
tendência é conceber estes reguladores com materiais mais leves, resistentes e<br />
colori<strong>dos</strong> para satisfação do gosto <strong>dos</strong> mergulhadores. Os andares <strong>de</strong> alta pressão<br />
vão sendo tecnologicamente mais evoluí<strong>dos</strong>, e os <strong>de</strong> média pressão com<br />
performances <strong>de</strong> trabalho mais i<strong>de</strong>ais para facilitar a respiração <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> água.<br />
• A evolução da técnica e <strong>dos</strong> materiais criou tal diferenciação no equipamento <strong>de</strong> mergulho<br />
que se torna necessário comprar o material tendo corno objectivo o tipo <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> que<br />
se preten<strong>de</strong> praticar.<br />
• A electrónica e a informática já <strong>de</strong>ram as mãos para ajudarem os mergulhadores. Os<br />
antigos <strong>de</strong>scompressimetros <strong>de</strong> tanta utilida<strong>de</strong> na altura são hoje substituí<strong>dos</strong> pelos<br />
mo<strong>de</strong>rnos computadores que permitem verificar constantemente a evolução e os<br />
parâmetros do mergulho.<br />
• Os ví<strong>de</strong>os, sondas e mini-submarinos (ROV) permitem-nos tornar reais muitos <strong>dos</strong> sonhos<br />
das gerações mais antigas. É assim a evolução, e os mergulhadores que vierem a seguir terão certamente mais e<br />
melhores materiais com as condições <strong>de</strong> utilização mais optimizadas. A outra componente básica que foi<br />
necessário investigar e <strong>de</strong>senvolver foram as ciências. A investigação em áreas como a medicina, física, química e<br />
biologia foram <strong>de</strong>cisivas para estudar o comportamento e adaptação do nosso organismo ao meio aquático. No<br />
início <strong>de</strong>sta evolução, muitos mergulhadores pagaram com a vida a ousadia <strong>de</strong> mergulhos mais diferencia<strong>dos</strong>, foi o<br />
preço do progresso. Assim se começou a <strong>de</strong>finir algumas das regras e conhecimentos <strong>de</strong> que hoje dispomos.<br />
• Ainda hoje não estão completamente esclareci<strong>dos</strong> to<strong>dos</strong> os "porquês". A investigação científica está em constante<br />
dinamismo, e as próximas gerações po<strong>de</strong>rão usufruir <strong>de</strong> muito mais conhecimentos e experiências que lhes<br />
permitirão atingir profundida<strong>de</strong>s actualmente inacessíveis.<br />
• Foram homens como Arquime<strong>de</strong>s, Boyle, Mariotte, Dalton, Henry, Haldane, Pascal, Agamat, e Paul Bert, entre<br />
tantos outros, que contribuíram com o seu saber e experiência para o incremento da investigação na área das<br />
ciências base do mergulho. Hoje, nomes mais actuais e não menos ilustres aperfeiçoam e criam novos conceitos<br />
que <strong>de</strong>senvolverão mais as activida<strong>de</strong>s subaquáticas.<br />
• O homem, o mar, ciência e a tecnologia foram e são os ingredientes necessários para a fascinante e fabulosa<br />
aventura submarina.<br />
• Po<strong>de</strong>ríamos escrever muitas paginas reproduzindo as lendas <strong>de</strong><br />
Ciana, a primeira mergulhadora <strong>de</strong> que rezam os relatos do passado<br />
e que com seu pai fez per<strong>de</strong>r uma esquadra inimiga cortando as<br />
suas amarras, ou os relatos <strong>dos</strong> mergulhadores <strong>de</strong> Alexandre, o<br />
Gran<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma caixa <strong>de</strong> cristal.<br />
• O sino <strong>de</strong> mergulho, já conhecido na antiguida<strong>de</strong> e que po<strong>de</strong>ria ter<br />
sido o aparelho em que Alexandre mergulhou, não evoluiu até ao<br />
século XVIII, havendo notícias da sua utilização em trabalhos <strong>de</strong><br />
certa envergadura como, por exemplo, a exploração dum navio da<br />
Invencível Armada, em 1655, na ilha <strong>de</strong> Mull.<br />
• Mas é sobretudo a parte científica da História do mergulho que mais<br />
nos interessa no sentido <strong>de</strong> estudarmos a evolução do material<br />
actual.<br />
• A História fala-nos também <strong>dos</strong> ataques <strong>dos</strong> mergulhadores <strong>de</strong> Bisâncio à esquadra <strong>de</strong> Septímio Severo, <strong>dos</strong><br />
"mourgons" da marinha francesa, cria<strong>dos</strong> por Luís XVIII, <strong>dos</strong> mergulhadores do Grão-Vizir Mustafá que lutaram<br />
contra os turcos e <strong>de</strong> muitos outros. Esta história faz-nos voltar para nomes como o <strong>de</strong> Francis Bacon, gran<strong>de</strong> físico<br />
inglês, o <strong>de</strong> Halley, mais conhecido como astrónomo e pelo seu cometa, o <strong>de</strong> Papin e <strong>de</strong> tantos outros.<br />
BREVE INTRODUÇÃO ÀS ACTIVIDADES SUBAQUÁTICAS<br />
• O homem, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que apareceu à superfície da terra, naturalmente motivado pela<br />
curiosida<strong>de</strong>, sempre sentiu uma enorme atracção pelo <strong>de</strong>sconhecido e o voo das<br />
aves assim como o nadar <strong>dos</strong> peixes excitaram a sua imaginação tão fértil como<br />
promotora do <strong>de</strong>senvolvimento da espécie humana e logo procurou imita-los, assim,<br />
bem cedo tentou <strong>de</strong>svendar e conhecer o fundo do mar. Não é <strong>de</strong> estranhar que<br />
ligasse estas suas aspirações e cultos religiosos e as figuras <strong>dos</strong> primeiros<br />
mergulhadores, como as <strong>dos</strong> homens-pássaros, confun<strong>de</strong>m-se com as <strong>dos</strong> Deuses<br />
primitivos e outros personagens secundários que recheiam as lendas <strong>dos</strong> povos<br />
primitivos e, mais tar<strong>de</strong>, a própria Mitologia. Encontramos essas figuras lendárias<br />
não só na Europa como também na cultura nipónica e na <strong>dos</strong> povos primitivos da<br />
América.<br />
Proprieda<strong>de</strong> da NASAL<br />
18
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) HISTÓRIA E CRONOLOGIA DO MERGULHO<br />
• Há muitos séculos que o homem ensaiou as primeiras tentativas <strong>de</strong> exploração submarina, tentativas essas criadas<br />
pela sua curiosida<strong>de</strong> e talvez conveniência em ter acesso a um meio que por natureza lhe era vedado, que lhe<br />
impunha respeito e temor mas que cada vez mais lhe aguçava o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> conhecer.<br />
• Oví<strong>de</strong>o, Aristóteles, Heródoto, Pausânias e muitos outros filósofos <strong>de</strong>dicaram alguns <strong>dos</strong><br />
seus pensamentos ao mergulho do Homem, quer sob o aspecto <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> lendas, quer<br />
já no sentido, melhor ou pior aprofundado, do estudo da física e da filosofia do mergulho.<br />
Foi nessas tentativas que foi encontrando os problemas naturais á conquista <strong>de</strong>ste meio<br />
como o frio a visão distorcida, a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> locomoção e a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> respirar.<br />
• Há relatos muito antigos das tentativas do homem para penetrar no meio subaquático. Mas<br />
cedo reconheceu as dificulda<strong>de</strong>s naturais criadas pelo frio, pela impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> respirar<br />
(captação do oxigénio da água), pela locomoção difícil e pela visão distorcida que se<br />
verificavam no meio aquático. Na observação do processo <strong>de</strong> respiração <strong>dos</strong> peixes o<br />
homem verifica à primeira vista que lhe é totalmente impossível respirar no meio aquático.<br />
• Na respiração bronquial, como mais tar<strong>de</strong> foi <strong>de</strong>signado o tipo <strong>de</strong> respiração <strong>dos</strong> peixes,<br />
são as brânquias ou guelras em contacto com a água que captam o oxigénio nela existente,<br />
ao passo que na respiração pulmonar a fixação do oxigénio pelo sangue é feita ao nível <strong>dos</strong> alvéolos pulmonares<br />
(no interior <strong>dos</strong> pulmões).<br />
HISTÓRIA DO MERGULHO<br />
• Foram os pescadores <strong>de</strong> coral, pérolas e esponjas do Mediterrâneo e do Mar<br />
Vermelho que nos surgem pela primeira vez na história como mergulhadores<br />
profissionais.<br />
• Surgem-nos representa<strong>dos</strong> num baixo relevo no palácio do Rei Assírio Asur-bani-pal<br />
II (860 A.C.) figuras submergidas <strong>de</strong> guerreiros, uma das quais dizem que é o próprio<br />
Rei, transportando odres <strong>de</strong> carneiro cheios <strong>de</strong> ar.<br />
• Existiu uma gran<strong>de</strong> activida<strong>de</strong> do mergulho, segundo alguns narradores, entre o ano<br />
<strong>de</strong> 415 A.C. e o ano <strong>de</strong> 418 A.C., em que mergulhadores gregos efectuaram o<br />
trabalho <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> vigas <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa subaquáticas em Siracusa.<br />
• Foram no ano <strong>de</strong> 375 A.C. as primeiras operações em que intervieram os "urinatores",<br />
mais tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>scritos como "capuzes <strong>de</strong> mergulhador com tubos", no livro DE RE MILITARI, <strong>de</strong> RenatoVegetius.<br />
• Em 330 A.C. usando um sino <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> "Colimpha", Alexandre-O-Gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sce abaixo da cota zero on<strong>de</strong><br />
permanece alguns minutos, um artista indiano em 1575 representa este feito através <strong>de</strong><br />
uma miniatura.<br />
• Os "urinatores", actuaram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a guerra entre César e Pompeu, até ao ano 200 D.C.,<br />
<strong>de</strong>pois da queda do Império Romano a figura do mergulhador entrou em <strong>de</strong>cadência.<br />
• Durante o esplendor da Grécia os mergulhadores gozaram <strong>de</strong> um estatuto especial.<br />
Aristóteles regista e diz-nos que "os nadadores da época estavam dota<strong>dos</strong> para<br />
permanecer longos perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong>baixo da água, respirando através <strong>de</strong> um tubo que os<br />
assemelhava a elefantes".<br />
• Aristóteles, menciona nos seus escritos uma campânula, <strong>de</strong>signada por "Lebeta",<br />
<strong>de</strong>screvendo-a da seguinte forma: "trata-se <strong>de</strong> uma espécie <strong>de</strong> campânula cheia <strong>de</strong> ar,<br />
colocada em posição invertida, <strong>de</strong> forma cónica, em cujo interior o mergulhador mete a<br />
cabeça e a parte superior do corpo".<br />
• Em 1240, Roger Bacon, diz-nos que "o homem com instrumentos po<strong>de</strong> andar por<br />
baixo do mar ou em braços <strong>de</strong> rio, sem perigo para a sua vida"<br />
• No ano <strong>de</strong> 1500, Leonardo da Vinci <strong>de</strong>screve sacos <strong>de</strong> couro para<br />
mergulhadores, como "pulmões <strong>de</strong> mergulhador <strong>de</strong> couro, com tubos <strong>de</strong> ar",<br />
"barcos submarinos" e "luvas tipo pata <strong>de</strong> rã", e diz-nos que este "pulmão" teria<br />
alguma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> funcionar, uma vez que as suas pare<strong>de</strong>s eram<br />
<strong>de</strong>formáveis e portanto ao sofrerem a acção da pressão permitiriam respirar.<br />
• Esta ilustração <strong>de</strong> 1500, mostra-nos um homem suspenso por uma amarração, e<br />
um capuz com um tubo até à superfície.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1535, Guglielmo <strong>de</strong> Lorena utilizada um "sino para mergulhar" para<br />
explorar galeras romanas submersas no lago Nemi em Itália.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1559, Samuel Champlain <strong>de</strong>screve mergulhos <strong>de</strong> 21 metros por indígenas das índias Oci<strong>de</strong>ntais.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1643, submersíveis cossacos feitos em couro, transportando 40 homens atacam navios turcos no mar<br />
Negro.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1656, o astrónomo inglês Edmund Halley (Secretário da Royal Society), <strong>de</strong>senhou uma campânula <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s dimensões. Inventa-se então o "SINO DE MERGULHO", artefacto <strong>de</strong> ferro ou bronze suspenso por um<br />
cabo com aproximadamente 1,7m 3 (sino <strong>de</strong> mergulho com a capacida<strong>de</strong> 1600 litros). O sino <strong>de</strong> mergulho era<br />
constituído por uma campânula invertida e suspensa por um cabo on<strong>de</strong> estava armazenada uma certa quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ar. Esta campânula era <strong>de</strong>scida e o mergulhador com a cabeça <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>la po<strong>de</strong>ria respirar á pressão ambiente.<br />
Este sino tinha uma autonomia muito limitada tanto em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocação, como em termos <strong>de</strong> ar disponível (já<br />
que o ar expirado se misturava como ar do sino ficando cada vez mais pobre em oxigénio e mais saturado em<br />
anidrido carbónico).<br />
Proprieda<strong>de</strong> da NASAL<br />
19
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) HISTÓRIA E CRONOLOGIA DO MERGULHO<br />
• Mais tar<strong>de</strong> com a <strong>de</strong>scoberta da bomba aspirante premente surge a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprimir o ar. Esse ar,<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> comprimido, era enviado e renovado da superfície por intermédio <strong>de</strong> uma mangueira, saindo o excesso<br />
pelos bor<strong>dos</strong> do sino. Este sino tinha mais autonomia em relação ao ar, mas<br />
continuava a ser limitado em relação à <strong>de</strong>slocação do mergulhador. Pela<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enviar ar comprimido e permitir ao mergulhador respirar á<br />
pressão ambiente, este tipo <strong>de</strong> sino constitui o primeiro aparelho <strong>de</strong> mergulho<br />
digno <strong>de</strong>sse nome.<br />
• Edmund Halley, <strong>de</strong>bruçou-se sobre o funcionamento do sino <strong>de</strong> mergulho,<br />
resolveu o problema da renovação do ar que até aí se limitava ao que o sino<br />
retinha <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si ao ser submerso<br />
• Uma vez que se conseguiu por meio <strong>de</strong> um compressor alimentar o sino, já<br />
não era necessário manter uma gran<strong>de</strong> reserva <strong>de</strong> ar. Ao procurar uma maior<br />
mobilida<strong>de</strong> e autonomia do mergulhador a etapa seguinte era reduzir o<br />
tamanho <strong>de</strong>ste sino.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1660, Robert Boyle constrói uma câmara <strong>de</strong> compressão on<strong>de</strong><br />
estuda o comportamento <strong>de</strong> animais sob pressão.<br />
• Em 1670, Robert Boyle ao observar uma víbora que tinha sido <strong>de</strong>scomprimida verificou na pupila do animal a<br />
existência duma pequena bolha que ele admite ser <strong>de</strong> ar.<br />
• Com o <strong>de</strong>correr <strong>dos</strong> anos vão sendo <strong>de</strong>scobertos os conhecimentos basilares da física como o princípio <strong>de</strong><br />
Arquime<strong>de</strong>s e a lei <strong>de</strong> Boyle-Mariotte que estuda a variação do volume <strong>dos</strong> gases sujeitos a<br />
variações <strong>de</strong> pressão.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1679, o italiano Giovanni Afonso Borelli apresenta um plano para um fato <strong>de</strong><br />
mergulho integral alimentado por ar, comprimido manualmente num cilindro que transportava<br />
consigo. Com o aparecimento da bomba aspirante premente e os conhecimentos da física já<br />
existentes, inicia-se a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso ao meio subaquático mas a profundida<strong>de</strong>s<br />
relativamente pequenas.<br />
• Nos séculos XVI e XVII <strong>de</strong>screveram-se a utilização <strong>de</strong> submersíveis <strong>de</strong> couro e sinos <strong>de</strong><br />
mergulho<br />
• Em 1680, em Massachusetts, nasce um aventureiro <strong>de</strong> nome Willian Phipps, que introduz<br />
ligeiras alterações nos sinos que até à data se utilizavam.<br />
• Em 1689, o físico francês Denis Papin, propôs um plano (aparentemente o primeiro) para o ar ser bombeado sob<br />
pressão, da superfície para o sino. O sistema era uma simples bomba que mantinha o ar a constante pressão no<br />
interior do sino.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1690, em Inglaterra Edmund Halley põe em prática a sua experiência da campânula permanecendo<br />
durante 90 minutos a 18 metros neste sino <strong>de</strong> mergulho, alimentado com ar enviado da superfície on<strong>de</strong> era<br />
comprimido por uma bomba (primeira bomba aspirante premente aplicada ao mergulho).<br />
• No século XVII vários mergulhos são <strong>de</strong>scritos com sinos.<br />
• Em 1720, Alexandre Durant, ciou um fato <strong>de</strong> mergulho que era completamente integral, cobria todo o corpo, e<br />
tinha incorporadas mangueiras e foles que, impulsionavam o ar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a superfície até uma profundida<strong>de</strong> máxima<br />
<strong>de</strong> 12 braças.<br />
• Em 1726, o botânico inglês Sthepan Halls, criou um aparelho <strong>de</strong> circuito fechado, que funcionava a ar, concebido<br />
especialmente para incursões em poços e minas na presença <strong>de</strong> gases perigosos.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1754, Yarmouth em Inglaterra, utiliza num salvado um fato com casco alimentado por um bomba.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1766, o carpinteiro inglês Jonh Lethebridge, concebe um equipamento<br />
constituído por um túnel <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, on<strong>de</strong> o homem introduzia meio corpo com duas<br />
mangas <strong>de</strong> couro por on<strong>de</strong> saiam os braços, era tapado com cobre na parte superior,<br />
sendo a sua alimentação feita por um tubo que entrava na parte superior do túnel,<br />
saindo o ar livremente por baixo.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1774, Freminet em França permanece uma hora a 15 metros <strong>de</strong><br />
profundida<strong>de</strong>, num fato com casco, alimentado por um tanque <strong>de</strong> ar comprimido<br />
submerso.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1786, o engenheiro inglês J. Smeaton aperfeiçoou a campânula <strong>de</strong> Lebeta,<br />
dando origem a uma inovação que consistia <strong>de</strong> um sistema misto.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1790, é usado o primeiro sino <strong>de</strong> mergulho mo<strong>de</strong>rno, <strong>de</strong> J. Smeaton, nas<br />
obras do porto Ramsgate em Inglaterra.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1797, é usado pelo engenheiro alemão Klingert, no rio O<strong>de</strong>r – Alemanha - um fato<br />
com casco alimentado por bomba.<br />
• A escafandria clássica é um invento do século XIX.<br />
• Em 1808 Fre<strong>de</strong>rich Yon Drieberg, inventou um <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong>signado por "Triton", que<br />
consistia em bombear o ar da superfície para um reservatório que se transportaria ao dorso.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1818, é usado em Inglaterra o primeiro escafandro <strong>de</strong> casco aberto, <strong>de</strong> Augustus<br />
Siebe, alimentado por uma bomba <strong>de</strong> ar comprimido (inspirada na utilizada por Halley em<br />
1690). O mergulhador levava apenas o casco em cobre com vigias <strong>de</strong> vidro e vestia uma<br />
túnica até à cintura, saindo pela parte inferior do casco, o ar em excesso enviado pela bomba.<br />
Este aparelho tinha sérias limitações: liberda<strong>de</strong> restrita <strong>de</strong> movimentação e condições <strong>de</strong><br />
trabalho restritas <strong>de</strong>vido ao perigo que representava ao inclinar-se.<br />
• Em 1819, Augustus Siebe's cria o fato <strong>de</strong> couro e, concebe um escafandro que é usado em<br />
Proprieda<strong>de</strong> da NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) HISTÓRIA E CRONOLOGIA DO MERGULHO<br />
Inglaterra. Este capacete era um casco em cobre com vigias <strong>de</strong> vidro, aberto por baixo e alimentado da superfície<br />
por um compressor. Tinha várias limitações:<br />
— a autonomia <strong>de</strong> movimentos era pequena, e os mergulhadores corriam algum perigo pois ao inclinarem-se<br />
po<strong>de</strong>riam per<strong>de</strong>r ar e inundar o capacete, com risco <strong>de</strong> afogamento.<br />
— havia também sempre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaria do compressor, comprometendo do mesmo modo a vida do<br />
mergulhador.<br />
• Por volta ainda <strong>de</strong> 1819, os irmãos Jonh Deane e Charles Deane trabalham num fato (mais tar<strong>de</strong> adoptado<br />
também pelos bombeiros) <strong>de</strong>signado por "Smoke Apparatus".<br />
• Os franceses acusam o inglês Smeaton <strong>de</strong> se ter servido das i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Dennis Papin<br />
para construir um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> sino <strong>de</strong> mergulho alimentado da superfície mas casos<br />
<strong>de</strong>stes iremos encontrá-los ao longo da Historia.<br />
• Por volta <strong>de</strong> 1820 o inglês John Deane inventa o capacete <strong>de</strong> mergulhador e o seu<br />
compatriota Augustus Siebe, dando origem a uma empresa construtora <strong>de</strong> material<br />
<strong>de</strong> mergulho que ainda hoje se mantém - a Siebe & Gorman,Ltd - criou o primeiro<br />
escafandro não autónomo, hoje mais conhecido por "pé <strong>de</strong> chumbo", baseando-se<br />
no aligeiramento do sino <strong>de</strong> mergulho.<br />
• Em 1823, o "Smoke Apparatus", sendo patenteado com a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> "Deane's<br />
Patent Diving Dress", era constituído por um fato e um capacete autónomo.<br />
• Em 1825, o inglês Willian H. James, cria um equipamento <strong>de</strong> circuito fechado<br />
contendo um reservatório incorporado com uma pressão <strong>de</strong> 30Kg/cm 2 (30 atmosferas), mas a sua utilização em<br />
profundida<strong>de</strong> era muito limitada.<br />
• Como aperfeiçoamento das válvulas foi possível em 1839 adaptar a este escafandro um fato estanque, levando o<br />
mergulhador uns sapatos com grossas solas <strong>de</strong> chumbo para compensar a sua flutuabilida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>rivava do ar<br />
contido <strong>de</strong>ntro do fato. O mergulhador podia manusear a válvula regulando assim a entrada <strong>de</strong> ar para o fato e a<br />
sua flutuabilida<strong>de</strong>. Este escafandro conhecido como o “pé <strong>de</strong> chumbo“ foi a terceira geração do sino <strong>de</strong> mergulho, e<br />
representava um gran<strong>de</strong> avanço tecnológico com gran<strong>de</strong>s vantagens. O “pé <strong>de</strong> chumbo“, ainda hoje é utilizado por<br />
muitos profissionais no <strong>de</strong>sempenho das suas tarefas sendo consi<strong>de</strong>rado muito capaz <strong>de</strong> cumprir a sua missão.<br />
Este escafandro apresentava alguns perigos habitualmente causa<strong>dos</strong> pelo funcionamento das válvulas:<br />
— primeiro era a possibilida<strong>de</strong> da subida em balão com <strong>de</strong>sastrosas consequências para o mergulhador;<br />
— segunda em caso <strong>de</strong> paragem do fornecimento <strong>de</strong> ar era a possibilida<strong>de</strong> do mergulhador ser autenticamente<br />
aspirado pelo tubo <strong>de</strong> alimentação dada a pressas a que este estava sujeito.<br />
• Até aqui foi a época <strong>dos</strong> escafandros nas autónomos pois os mergulhadores, liga<strong>dos</strong> à superfície por um cabo e a<br />
mangueira <strong>de</strong> alimentação estavam <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e limita<strong>dos</strong>. O homem sonhava nessa altura com um aparelho<br />
mais autónomo. Para isso seria necessário que os mergulhadores pu<strong>de</strong>ssem levar consigo a própria reserva <strong>de</strong> ar<br />
para po<strong>de</strong>rem respirar libertos <strong>de</strong> qualquer engenho da superfície.<br />
• Em 1828, Lernaire d'Augervile consegue o precursor do escafandro autónomo. Construiu um reservatório<br />
suficientemente leve para ser transportado pelo mergulhador e que continha ar à pressão <strong>de</strong> 12 Kg/cm 2 . Este<br />
reservatório fornecia ar a um saco<strong>de</strong> pele flexível colocado no peito do mergulhador. Isto era possível porque o<br />
saco se encontrava à mesma pressas ambiente do mergulhador permitindo assim a respiração.<br />
• Em 1831, o norte-americano Con<strong>de</strong>rt incorpora uma garrafa <strong>de</strong> ar comprimido.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1839, é lhe acrescentado um fato estanque completo com sapatos <strong>de</strong> chumbo (daí o chamar-se<br />
escafandro pé <strong>de</strong> chumbo), no qual o mergulhador ro<strong>de</strong>ado totalmente <strong>de</strong> ar, conservava uma gran<strong>de</strong> facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
movimentos. Não po<strong>de</strong>remos esquecer que até esta data o ar escapava-se pelas costuras do fato, <strong>de</strong>vido este ser<br />
constituído por duas peças. Isto era conseguido mantendo o fato a um volume constante que era regulado pelo<br />
próprio mergulhador, po<strong>de</strong>ndo, caso ele o <strong>de</strong>sejasse, aumentar ou diminuir, permitindo assim uma regularão i<strong>de</strong>al<br />
da sua flutuabilida<strong>de</strong>. Este escafandro <strong>de</strong> múltiplas vantagens foi adoptado no mundo<br />
inteiro sendo utilizado com as melhores prestações ainda nos nossos dias.<br />
• Ainda em 1839, o equipamento <strong>de</strong> Siebe foi testado com sucesso aquando do salvamento<br />
do navio Royal George afundado em 1782 e que se encontrava a uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
19,8 metros.<br />
• Com a <strong>de</strong>scoberta da possibilida<strong>de</strong> do homem permanecer em imersão, o que passou a<br />
fazer por perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> menor ou maior duração, começaram a surgir diversas doenças a<br />
que chamaram doenças <strong>dos</strong> mergulhadores ou doença <strong>dos</strong> caixões (caixões <strong>de</strong><br />
mergulho).<br />
• Em 1839, Theodore Guillaumet, patenteou o primeiro equipamento autónomo <strong>de</strong><br />
mergulho com ar, e regulador com válvula a pedido.<br />
• Ainda em 1839, o engenheiro George Edwards, aperfeiçoou o <strong>de</strong>senho, criando o fato<br />
integral (seco), patenteado antes por Siebe.<br />
• O ar no capacete tendia a puxar o mergulhador para a superfície, acção esta contrariada<br />
por altura <strong>de</strong> 1850 quando Joseph Gabirol criou o escafandro "pé <strong>de</strong> chumbo".<br />
• Louis Boutan cria um aparelho <strong>de</strong> circuito fechado e é consi<strong>de</strong>rado o primeiro fotografo<br />
submarino.<br />
• Em 1850 o Dr. Paul Bert interessado em conseguir uma solução para evitar as doenças<br />
que afectavam os mergulhadores iniciou o estudo do comportamento do corpo humano sujeito à pressão do meio<br />
em que se encontrava mergulhado e também respirando ar à mesma pressão.<br />
• O Dr. Paul Bert, aproveitando as informações das diversas situações vividas pelos mergulhadores, relacionou-as<br />
com os princípios da física, tais corno os estabeleci<strong>dos</strong> nas leis <strong>de</strong> Boyle-Mariotte, Henry e Dalton.<br />
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• Em 1855, Cabirol, em França, copia o aparelho <strong>de</strong> Augustus Siebe introduzindo-lhe<br />
ligeiras modificações que o torna menos caro, fazendo assim concorrência ao primeiro em<br />
alguns países da Europa.<br />
• Em 1856, o americano L. D. Phillips, <strong>de</strong>senhou um escafandro metálico <strong>de</strong> forma cilíndrica,<br />
com ajuste <strong>de</strong> flutuabilida<strong>de</strong>.<br />
• No início do século XIX, a tecnologia começou a permitir que se construíssem reservatórios<br />
leves, po<strong>de</strong>ndo conter ar à pressão <strong>de</strong> 12 Kg/cm 2 , o que incitou numerosos pesquisadores<br />
a inventar um aparelho respiratório que permitisse realizar o antigo sonho do homem <strong>de</strong><br />
"movimentar-se no meio subaquático, duma maneira completamente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, sem<br />
qualquer ligação com a superfície". O primeiro engenho <strong>de</strong>ste género foi patenteado em, 1828 por Lemaire<br />
d'Augerville. O ar comprimido num reservatório primeiro a 12 Kg/cm 2 e mais tar<strong>de</strong> a 23 Kg/cm 2 era enviado para<br />
um saco respiratório em pele muito flexível colocado no peito do mergulhador. Desta maneira o ar do saco<br />
encontrava-se a uma pressão igual à que estavam submeti<strong>dos</strong> os pulmões do mergulhador que podia assim<br />
respirar sem esforço e que era novamente cheio quando este começava a sentir falta <strong>de</strong> ar. Este equipamento foi<br />
ensaiado pela marinha francesa não tendo tido o sucesso que seria <strong>de</strong> esperar para a época.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1860, Benoit Rouquayrol, engenheiro <strong>de</strong> minas <strong>de</strong><br />
nacionalida<strong>de</strong> belga, preocupado com as intoxicações <strong>dos</strong> mineiros, <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />
estudar o problema do ar tóxico das minas e constrói um dispositivo<br />
"regulador <strong>de</strong> ar" para os mineiros, para permitir a respiração <strong>de</strong> ar puro no<br />
interior das minas, possibilitando a evacuação <strong>de</strong>stes, quando nas galerias,<br />
após as <strong>de</strong>rrocadas, eram surpreendi<strong>dos</strong> pela existência do gás grisou ou<br />
por outros gases mortais.<br />
• Em 1864, após ter sido iniciado em 1860, com a colaboração do oficial da<br />
marinha francesa tenente Auguste Denayrouze, a invenção <strong>de</strong> Benoit<br />
Rouquayrol foi aperfeiçoada e adaptada, tornando-se a sua utilização<br />
extensiva ao meio aquático, tendo um homem munido <strong>de</strong>ste dispositivo<br />
ligado à superfície por um tubo alimentado <strong>de</strong> ar por uma bomba,<br />
mergulhado até aos quarenta metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong>slocando-se com<br />
extrema facilida<strong>de</strong>.<br />
• Em 1865, cinco anos mais tar<strong>de</strong> em colaboração com tenente <strong>de</strong> marinha francesa Auguste Denayrouze<br />
concebem assim o primeiro “escafandro autónomo” ligando agora a sua cassarola a um reservatório <strong>de</strong> ar<br />
carregado a 30 Kg/cm 2 . Na prática este capacete era um pequeno sino <strong>de</strong> mergulho só para a cabeça do<br />
mergulhador.<br />
• No principio do século XIX, o inglês John Deane consegue aperfeiçoar o sino e transformá-lo em capacete <strong>de</strong><br />
mergulho.<br />
• Em 1861, por Rouquayrol e Denayrouze aparece-nos o "aeroforo", equipamento autónomo que recebia ar vindo<br />
da superfície.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1865, Rouquayrol e Denayrouze conceberam um escafandro a que chamaram "CASSAROLA", esta<br />
<strong>de</strong>signação <strong>de</strong>via-se à sua forma. Doravante o ar só era utilizado quando inspirado, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> haver <strong>de</strong>sperdício<br />
e aumentando a autonomia. A gran<strong>de</strong> inovação <strong>de</strong>ste aparelho era o facto <strong>de</strong> que o fornecimento do ar à pressão<br />
conveniente era feita automaticamente e a pedido, evitando assim o seu <strong>de</strong>sperdício. O seu invento conhecido<br />
como "cassarola", por ter o aspecto <strong>de</strong>ste objecto funcionava como redutor e simultaneamente como regulador da<br />
pressão <strong>de</strong> ar. A tampa da cassarola é uma membrana <strong>de</strong> borracha que está em contacto com a água impedindo-a<br />
<strong>de</strong> entrar nesta. No fundo da cassarola existe uma válvula ligada a um reservatório <strong>de</strong> ar Essa válvula está ligada<br />
por uma haste a membrana <strong>de</strong> borracha, <strong>de</strong> forma a que as <strong>de</strong>slocações da<br />
membrana se transmitam a válvula. Ao aumentar a pressão a medida que se vai<br />
<strong>de</strong>scendo, a membrana <strong>de</strong> borracha vai-se flectindo para <strong>de</strong>ntro por acção da<br />
pressão, transmitindo esse movimento à haste e á válvula, abrindo-a, permitindo<br />
assim a passagem <strong>de</strong> ar do reservatório para o interior da cassarola até a pressão no<br />
seu interior igualar a pressão ambiente da água logo que as pressões estejam<br />
equilibradas a válvula fecha-se não <strong>de</strong>ixando passar mais ar. Assim quando o<br />
mergulhador inspira por uma traqueia ligada a cassarola cria uma <strong>de</strong>pressão abrindo a<br />
válvula e a passagem <strong>de</strong> ar até equilibrar a pressas e fechar a válvula novamente. O<br />
ar expirado saí por outra traqueia que terminava por uma válvula em 'bico <strong>de</strong> pato",<br />
impedindo que a água entrasse para a boca do mergulhador. Inicialmente esta<br />
cassarola foi ligada a um compressor <strong>de</strong> superfície com o qual se fez um mergulho<br />
acercado quarenta metros cem gran<strong>de</strong> facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimentos e sem <strong>de</strong>sperdício<br />
<strong>de</strong> ar. Era o primeiro aparelho para mergulhar verda<strong>de</strong>iramente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da<br />
superfície dando completa autonomia <strong>de</strong> movimentos ao mergulhador.<br />
• Um ano <strong>de</strong>pois em 1865, o mesmo regulador alimentado por uma garrafa <strong>de</strong> ar comprimido <strong>de</strong> 1000 litros (pressão<br />
= 30 Kg/cm 2 ) transportada às costas do mergulhador permitiu sem qualquer ligação com a superfície que este<br />
passeasse durante meia hora a <strong>de</strong>z metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>.<br />
O aparecimento do escafandro autónomo<br />
• O escafandro autónomo mo<strong>de</strong>rno tinha nascido nesse momento. Este equipamento oferecia gran<strong>de</strong>s facilida<strong>de</strong>s e<br />
flexibilida<strong>de</strong>, prestando-se a quase todas as exigências do serviço diário nas gra<strong>de</strong>s empresas <strong>de</strong> trabalhos<br />
submarinos, bem como em casos urgentes <strong>de</strong> avarias a bordo <strong>de</strong> embarcações.<br />
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• O seu enorme sucesso foi fundamentalmente <strong>de</strong>vido a uma membrana <strong>de</strong> borracha (diafragma) que, ao ser<br />
submetida à pressão da água, fazia com que o regulador fornecesse, à mesma pressão o ar que era respirado pelo,<br />
mergulhador, saído do reservatório on<strong>de</strong> era armazenado á um pressão bastante mais alta.<br />
• Alguns <strong>dos</strong> seus inconvenientes era ser um escafandro muito pesado, com corri uma membrana <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
dimensões e com pouca autonomia, <strong>de</strong>vido à baixa pressão existente na garrafa (30 Kg/cm 2 ), estando a válvula <strong>de</strong><br />
escape (bico <strong>de</strong> pato) colocada entre o regulador e o bocal.<br />
• Em 1865 Rouquayrol e Denayrouze criam o primeiro escafandro autónomo que, tudo leva a crer, serviu <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo<br />
a Júlio Verne para equipar os homens do “Capitão Nemo”.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1869, Júlio Verne, compreen<strong>de</strong> o que o futuro reservaria à aplicação <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>scoberta, que ele introduz<br />
no seu livro “20.000 Léguas Submarinas”, transposto mais tar<strong>de</strong> para o cinema, no qual o capitão Nemo e os seus<br />
homens caminham no fundo do mar equipa<strong>dos</strong> com o escafandro do engenheiro Rouquayrol e do oficial da<br />
marinha francesa Denayrouze.<br />
• O regulador <strong>de</strong> Rouquayrol-Denayrouze foi ainda aplicado a aparelhos <strong>de</strong> gasogénio para os automóveis.<br />
• No entanto a tecnologia <strong>de</strong>ssa época limitou gran<strong>de</strong>mente a utilização <strong>de</strong>sse aparelho.<br />
• Na realida<strong>de</strong> os trabalhos submarinos obrigavam na sua maioria a tempos <strong>de</strong> permanência muito gran<strong>de</strong>s a<br />
profundida<strong>de</strong>s que atingiam os 30 metros, que a baixa pressão a que se podia carregar o reservatório não permitia<br />
a armazenagem da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar minimamente necessária.<br />
• Por tal facto, durante os 70 anos que se seguiram a esta invenção, os "trabalhadores do mar" continuaram a ser<br />
"pés <strong>de</strong> chumbo", utilizando o escafandro Rouquayrol-Denayrouze alimentado da superfície através dum tubo<br />
ligado a uma bomba.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1870, Paul Bert, pai da fisiologia do mergulho, equaciona por volta <strong>de</strong> 1870 os<br />
principais problemas <strong>de</strong>ste ramo da ciência e, em particular, os da <strong>de</strong>scompressão. Estes<br />
estu<strong>dos</strong> que iniciara em 1850, visavam o comportamento do corpo humano em ambientes<br />
hiperbáricos (pressão superior à atmosférica). Paul Bert i<strong>de</strong>ntifica finalmente a bolha<br />
observada por Boyle, cerca <strong>de</strong> duzentos anos antes, como sendo <strong>de</strong> azoto e relacionada<br />
com a libertação <strong>de</strong>ste gás no interior do organismo no regresso à superfície.<br />
• Entre 1876 e 1879, o marinheiro mercante inglês Henry Albert Fleuss, cria o primeiro<br />
aparelho <strong>de</strong> circuito fechado. Este aparelho funcionava com ima garrafa <strong>de</strong> oxigénio <strong>de</strong> 30<br />
Kg/cm 2 <strong>de</strong> pressão, e tinha um cartucho que filtrava o ar expirado para reter o CO2. Com<br />
este equipamento o mergulhador podia estar submergido a 3 horas a profundida<strong>de</strong> inferiores a 8 metros.<br />
• Em 1880, o aparelho passa os testes executa<strong>dos</strong> num túnel pelo mergulhador Alexan<strong>de</strong>r Lambert, sendo o<br />
aparelho <strong>de</strong>signado por "Fleuss - closed circuit oxigen-rebreather SCUBA".<br />
• Em 1882, os irmãos franceses Carmagnolle, criam um escafandro rígido articulado, mas não era estanque<br />
suficiente, pesava cerca <strong>de</strong> 560Kg e sua utilização foi um <strong>de</strong>sastre. O capacete tinha <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> pequenas<br />
escotilhas para facilitar a visão ao mergulhador.<br />
• Em 1893, Louis Boutan, realiza as primeiras fotografias subaquáticas.<br />
• Em 1896, os australianos Alexan<strong>de</strong>r Gordon e John Buchanan, criaram um aparelho, estanque e<br />
reforçado por <strong>de</strong>ntro por espiral <strong>de</strong> ferro, para gran<strong>de</strong>s profundida<strong>de</strong>s.<br />
• Já no nosso século, em 1911, Robert Davis, e a firma inglesa Siebe-Gorman produziu um<br />
aparelho <strong>de</strong> respiração a oxigénio (tipo Davis) <strong>de</strong>stinado fundamentalmente ao salvamento das<br />
equipagens <strong>dos</strong> submarinos (câmara, avental, óculos, etc.).<br />
• Este dispositivo já havia sido sugerido pelo francês Sandala em 1842, <strong>de</strong>vendo-se no entanto a<br />
sua realização a Henry Fleuss que trabalhava na a firma inglesa Siebe-Gorman, que lançou o<br />
equipamento Davis em 1911, o seu célebre escafandro <strong>de</strong> circuito fechado. Trabalhando com<br />
oxigénio puro ainda hoje, sem gran<strong>de</strong>s variações, é utilizado pelas marinhas <strong>de</strong> todo o mundo.<br />
Foram segui<strong>dos</strong> por outros fabricantes, nomeadamente:<br />
— na Alemanha - Dräger<br />
— na Itália - Pirelli<br />
— na França - Oxygers<br />
• Durante a Segunda Guerra Mundial, foi construído pela Siebe na Inglaterra, pela<br />
Dräeger na Alemanha e pela Pirelli na Itália. Concebe o escafandro <strong>de</strong> circuito fechado<br />
alimentado com Oxigénio puro e uma substância absorvendo o CO2. Este escafandro<br />
tem duas particularida<strong>de</strong>s muito interessantes:<br />
— A primeira era o facto <strong>de</strong> ser alimentado por oxigénio em vez <strong>de</strong> ar comprimido, o<br />
que a partida põe algumas restrições ao seu uso por ser mais susceptível e aos<br />
erros <strong>de</strong> manuseamento e <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r provocar intoxicações, limitando a sua<br />
profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho.<br />
— A segunda consiste no facto <strong>de</strong>ste escafandro ser <strong>de</strong> circuito fechado, isto e, nas<br />
há libertação da mistura respirável para o exterior sendo esta repetidamente<br />
reciclada. Isto permite que o mergulhador não seja <strong>de</strong>tectado da supercilie, pelo<br />
que logo foi adaptado pelas marinhas <strong>de</strong> guerra.<br />
• Em Portugal e na gran<strong>de</strong> maioria <strong>dos</strong> países este tipo <strong>de</strong> escafandro <strong>de</strong> circuito<br />
fechado está reservado para fins militares, sendo interdito o seu uso aos amadores. É<br />
constituído por um saco <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formáveis que o mergulhador usa ao peito. A pressão hidrostática exerce-se<br />
nas pare<strong>de</strong>s do saco, transmitindo-se ao seu interior uniformizando as pressões, permitindo assim a respiração. Do<br />
saco saem duas traqueias que se unem num bocal, sendo uma <strong>de</strong> admissão, e outra <strong>de</strong> escape. Dentro do saco,<br />
junto á traqueia <strong>de</strong> escape, existe um filtro <strong>de</strong>caí sodada para fixar e reter o anidrido carbónico resultante da<br />
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respiração. Existe também uma pequena garrafa com oxigénio o uma torneira ligada ao saco. O mergulhador vai<br />
respirando a mistura do saco, que vai sucessivamente ficando mais pobre em oxigénio, pelo que <strong>de</strong> vez em quando<br />
ele tem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abrir a torneira do oxigénio para reciclar essa mistura respiratória. O uso <strong>de</strong>stes aparelhos,<br />
ditos <strong>de</strong> circuito fechado, está interdito no nosso País, aos mergulhadores amadores, sendo quase exclusivamente<br />
utiliza<strong>dos</strong> no campo militar <strong>de</strong>vido à dificulda<strong>de</strong> na sua localização <strong>de</strong>vido à ausência <strong>de</strong> bolhas. A utilização <strong>de</strong>ste<br />
equipamento tem sérias limitações relacionadas não só com profundida<strong>de</strong> a que po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>dos</strong> <strong>de</strong>vido à<br />
toxida<strong>de</strong> do oxigénio, mas também pelo perigo <strong>de</strong> engolir a “cal sodada” juntamente com a saliva ou água <strong>de</strong>vido a<br />
erro <strong>de</strong> manipulação.<br />
• Em 1912, a Lavis-Siebe-Gorman e a Galeazzi em 1930, foram um marco para a<br />
investigação submarina, pois alcançaram com êxito os 120 metros.<br />
• Nos anos 30, o fato e escafandro <strong>de</strong> Siebe, resultou num sucesso para a época sendo<br />
rapidamente adoptado pelos mergulhadores profissionais.<br />
• Muitos foram os aci<strong>de</strong>ntes causa<strong>dos</strong> por este tipo <strong>de</strong> escafandro, quando por algum<br />
motivo falhava a fonte alimentadora <strong>de</strong> ar. A mobilida<strong>de</strong> era bastante reduzida, enquanto<br />
se aumentava o tempo <strong>de</strong> permanência, aperfeiçoava-se o isolamento térmico, tentando<br />
minorar o frio, utilizando fatos <strong>de</strong> lona e cabedal. Nesta altura era muito frequente<br />
acontecerem aci<strong>de</strong>ntes do tipo "golpe <strong>de</strong> ventosa" ou ainda a "subida em balão".<br />
• O médico escocês Dr. John Scott Haldane, acabou com este problema, quando da<br />
publicação das primeiras tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão.<br />
• Em 1918, o japonês Rikiki fabricou e patenteou um aparelho autónomo <strong>de</strong> ar com<br />
válvulas <strong>de</strong> chamada “Ogushi”, com este aparelho foi possível atingir profundida<strong>de</strong>s entre 60 e 100 metros.<br />
• Nos anos <strong>de</strong> 1926 a 1935, Fernez e o Cmdt. Le Prieur, verda<strong>de</strong>iro pioneiro do<br />
mergulho autónomo, <strong>de</strong>monstrou a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evoluir livremente com o seu<br />
escafandro. Comandante <strong>de</strong> Marinha Yves Le Prieur (fundador do Clube <strong>de</strong> Paris<br />
em 1935) aperfeiçoou um sistema que permitia ligar uma garrafa <strong>de</strong> ar comprimido a<br />
alta pressão a uma máscara com torneira que regulava o fluxo do ar (Autónomo). O<br />
escafandro do Cmdt. Le Prieur, era capaz <strong>de</strong> armazenar na garrafa colocada sobre<br />
o peito, ar comprimido a 150 Kg/cm 2 , e utilizando uma saída <strong>de</strong> ar em débito<br />
contínuo, ajustável à pressão hidrostática ambiente por meio da torneira do manoredutor<br />
(igual aos actualmente utiliza<strong>dos</strong> nas garrafas <strong>de</strong> soldadura oxi-acetilénica),<br />
manobrada pelo mergulhador. O ar era conduzido por um tubo a uma máscara que<br />
cobria inteiramente a cara (máscara facial), saindo o excesso continuamente pelos<br />
rebor<strong>dos</strong> da mesma. Porém o débito contínuo permitia uma utilização pouco<br />
duradoura da reserva <strong>de</strong> ar.<br />
• Le Prieur foi infatigável inventor <strong>de</strong> respiradores, máscaras, caixas para fotografia<br />
submarina, lanternas estanques, fatos isotérmicos, etc., numa época em que o inicio da caça submarina e o<br />
ambiente geral concorriam para as novida<strong>de</strong>s no domínio do mar.<br />
• Em 1926, o comandante da armada francesa Le Prieur consegue construir um escafandro com um reservatório<br />
que carregava a 50 atmosferas e um regulador, mais pequeno que a cassarola em débito continuo, ajustável à<br />
pressão hidrostática por uma torneira e ligado a uma máscara que cobria toda a cara do mergulhador. O excesso<br />
<strong>de</strong> ar saia pelos bor<strong>dos</strong> da máscara e usava-se esta garrafa ao peito com manómetro <strong>de</strong> pressão, que permitia<br />
verificar continuamente a pressão <strong>de</strong> ar da garrafa, Este aparelho permitia uma respiração mais cómoda, mas<br />
<strong>de</strong>sperdiçava muito ar e exigia uma regulação criteriosa.<br />
• O comandante Le Prieur, criou em 1926 o primeiro escafandro autónomo <strong>de</strong> ar comprimido que permitia estadias<br />
relativamente longas <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> água.<br />
• Em 1929, o Cap. <strong>de</strong> Corveta Corlieu, criou na realida<strong>de</strong> o mergulhador mo<strong>de</strong>rno, as célebres barbatanas <strong>de</strong><br />
borracha do tipo idêntico às que hoje se utilizam, cuja patente foi registada em França, assim Corlieu patenteava a<br />
invenção das barbatanas e o americano Guy Gilpatrick, que tanto influenciou Hans Hass e Jacques Cousteau,<br />
adaptou para o mergulho velhos óculos da aviação.<br />
• Em 1933, surgem no mercado pela primeira vez as então barbatanas <strong>de</strong> borracha vulcanizada.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1934, aparece a batisfera <strong>de</strong> Willian Bebee e Otis Barton, que consegue a profundida<strong>de</strong> recor<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
924 metros.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1936, Fernez inventa os primeiros óculos subaquáticos (com dois vidros), cuja maior dificulda<strong>de</strong> no seu<br />
fabrico consistia em manter os dois vidros no mesmo plano, resultando na maioria das vezes ver-se em duplicado.<br />
• Em 1937, o jovem Georqe Commeinhes, apresenta um escafandro também ligado a<br />
uma máscara facial alimentada por um regulador ligado a uma garrafa usada às costas<br />
do mergulhador, era um escafandro <strong>de</strong> ar comprimido, bastante evoluído, conseguindo<br />
em 1943 <strong>de</strong>scer a cerca <strong>de</strong> 53 metros. Foi adoptado pela marinha francesa em 1937.<br />
• Alguns anos mais tar<strong>de</strong>, o russo Alec Kramarenko, constrói uma máscara <strong>de</strong> borracha<br />
com um vidro único, mas que não cobria o nariz, o que complicada extraordinariamente<br />
a manobra <strong>de</strong> equilíbrio da pressão interna com a externa, feita à custa <strong>de</strong> duas pêras<br />
<strong>de</strong> borracha, uma <strong>de</strong> cada lado da máscara, que se iam comprimindo conforme a<br />
pressão ia aumentando, comprimindo <strong>de</strong>sta forma o ar no interior daquela.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1938, Phillipe Tailliez resolve o problema colocando o nariz <strong>de</strong>ntro da<br />
máscara, aparecendo a partir <strong>de</strong>ssa altura uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los que ainda<br />
proliferam nos nossos dias.<br />
• Em 1939, Dr. Christian Lambertsen cria o "LARU" (the Lambertsen Amphibious<br />
Respiratory Unit)<br />
Proprieda<strong>de</strong> da NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) HISTÓRIA E CRONOLOGIA DO MERGULHO<br />
• No final da segunda guerra mundial, na qual o equipamento mais utilizado nas<br />
missões submarinas foi o <strong>de</strong> circuito fechado <strong>de</strong> Davis, equipado <strong>de</strong> máscara facial,<br />
aparecem dois escafandros que permitem mergulhar sem problemas até 50 metros <strong>de</strong><br />
profundida<strong>de</strong> e mais.<br />
• O primeiro circuito fechado <strong>de</strong>ve-se a George Commeinhes em 1937, adoptado pelo<br />
ministério da guerra francês. Apresentava ainda uma máscara facial, alimentada por<br />
um regulador ligado a uma ou várias garrafas <strong>de</strong> ar comprimido, colocadas nas costas.<br />
• Em Julho <strong>de</strong> 1943, com este escafandro <strong>de</strong>scem a 53 metros.<br />
• Em 1942 Phillipe Tailles e Frédéric Dumas, com a colaboração do oficial da marinha<br />
francesa Jacques Yves Cousteau, trabalharam no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um novo<br />
"aqualang", introduzindo-o para mergulho <strong>de</strong>sportivo.<br />
• Em 1942, dois escafandros autónomos diferentes permitiam atingir os 50 metros <strong>de</strong><br />
profundida<strong>de</strong>:<br />
— Georges Commeinhes<br />
— Cousteau e Gagnan<br />
• Os escafandros continuavam a evoluir para dar respostas ás várias necessida<strong>de</strong>s.<br />
George Commeinhes Commeinhes em 1944, na libertação <strong>de</strong> Strasbourg, foi<br />
morto em combate, ficando interrompido o <strong>de</strong>senvolvimento da sua invenção. Mais<br />
tar<strong>de</strong> Cousteau e Gagnan iam aperfeiçoar a sua invenção.<br />
• Em plena Segunda Guerra Mundial um outro famoso, da mesma nacionalida<strong>de</strong>, o<br />
engenheiro Emil Gagnan, o da “Air Liqui<strong>de</strong>”, e o comandante J. Cousteau, da<br />
marinha francesa viria a criar e a aperfeiçoar o seu " <strong>de</strong>tenteur" que ainda hoje é<br />
usado.<br />
• Mais tar<strong>de</strong>, os japoneses viriam a reclamar a primazia <strong>de</strong> tal invenção, que teriam<br />
realizado nos anos trinta mas mantido em segredo por razões militares. Tal<br />
afirmação não será estranhar dado que sempre tiveram um gran<strong>de</strong> adianto<br />
tecnológico. Já em 1918 tinham patenteado em Londres o seu " Ohgushi’s<br />
Peerless Respirator ".<br />
• De qualquer forma se isso suce<strong>de</strong>u repetiu-se apenas o que tantas vezes já tem acontecido em termos <strong>de</strong> inventos.<br />
Duas invenções, surgindo quase ao mesmo tempo, não têm a mesma divulgação e só uma <strong>de</strong>las torna conhecidas<br />
e dá lucro aos seus inventores.<br />
• Entre Rouqueyrol – Denayrouze e Cousteau – Gagnan surgiram outros nomes que se salientam na história do<br />
mergulho.<br />
• Em 1945, 80 anos <strong>de</strong>pois da invenção <strong>de</strong> Rouquayrol-Denayrouze, provavelmente<br />
nela inspirado e talvez aproveitando o trabalho <strong>de</strong> Commeinhes, o oficial da marinha<br />
francesa Jacques Yves Cousteau e o engenheiro EmiIe Gagnan, basea<strong>dos</strong> nos<br />
trabalhos anteriores, <strong>de</strong>senham e constróem um regulador <strong>de</strong> extrema simplicida<strong>de</strong><br />
baseado nos anteriores, porém com a i<strong>de</strong>ia genial <strong>de</strong> separar a admissão da<br />
expulsão <strong>de</strong> ar que passou a ser feita por tubos anela<strong>dos</strong> (traqueias) distintos,<br />
convergindo na mesma caixa, ficando o “bico <strong>de</strong> pato” <strong>de</strong>ntro da referida caixa e no<br />
extremo da traqueia <strong>de</strong> expulsão (ou escape), ou seja, tinha a particularida<strong>de</strong> da<br />
admissão do ar ser feita por uma traqueia in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e separada <strong>de</strong> outra <strong>de</strong><br />
escape que terminava numa válvula em bico <strong>de</strong> pato. As duas traqueias embora<br />
separadas convergiam para uma mesma caixa. Este regulador conhecido como o<br />
"standard <strong>de</strong> Cousteau-Gagnan" ou "CG45", teve um enorme sucesso, dando lugar<br />
mais tar<strong>de</strong> aos ainda hoje muito fala<strong>dos</strong> Mistral e Royal Mistral, o CG45 apresentava<br />
duas reduções <strong>de</strong> pressão, uma <strong>de</strong> alta para média pressão, e outra da média para a<br />
pressão ambiente. Era um regulador <strong>de</strong> dois andares neste caso acopla<strong>dos</strong> na<br />
mesma caixa. O mistral só tinha um andar <strong>de</strong> redução, isto é, reduzia a alta pressão<br />
da garrafa directamente para a baixa ou pressão ambiente.<br />
• O primeiro <strong>de</strong>ten<strong>de</strong>ur Cousteau-Gagnan, CG45, <strong>de</strong> dois andares acopla<strong>dos</strong>, <strong>de</strong>u<br />
origem ao regulador Mistral, <strong>de</strong> um só andar, o mais difundido à escala mundial pelo<br />
seu sucesso.<br />
• Os mergulhadores <strong>de</strong> combate her<strong>de</strong>iros <strong>dos</strong> antepassa<strong>dos</strong> "Urinatores", surgiram na<br />
2ª Guerra Mundial:<br />
— <strong>de</strong> origem italiana - "Homens Gamma" (foram os primeiros);<br />
— <strong>de</strong> origem inglesa - "Homens Rã";<br />
— <strong>de</strong> origem alemã - "Homens K";<br />
— <strong>de</strong> origem americana - "UDT", com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os utilizar na Guerra do<br />
Pacifico.<br />
• Em 1948 Bollard atinge os 164 metros utilizando misturas <strong>de</strong> hélio e oxigénio, <strong>de</strong>pois<br />
duma série <strong>de</strong> ensaios realiza<strong>dos</strong> na Suécia a partir <strong>de</strong> 1943.<br />
• Terminada a 2ª Guerra Mundial, começa a activida<strong>de</strong> subaquática a nível <strong>de</strong>sportivo<br />
a <strong>de</strong>spertar um gran<strong>de</strong> interesse e a caça <strong>de</strong>sportiva está no auge.<br />
• Em todo o mundo surgem legiões <strong>de</strong> praticantes <strong>de</strong> apneia e até mesmo aparecem<br />
recor<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apneia a profundida<strong>de</strong>s da or<strong>de</strong>m <strong>dos</strong> 100 metros, marcas estas<br />
alcançadas por homens como Jacques Mayol, Enzo Maiorca, Stéfano Makula. e<br />
outros mais recentemente.<br />
Proprieda<strong>de</strong> da NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) HISTÓRIA E CRONOLOGIA DO MERGULHO<br />
• Após a II Guerra Mundial começaram a surgir novas tecnologias, muitas <strong>de</strong>las <strong>de</strong>rivadas do esforço <strong>de</strong> guerra.<br />
• Pela mesma altura começava a falar-se do "mergulho <strong>de</strong> saturação" e a<br />
prepararem-se as condições para que, pouco tempo <strong>de</strong>pois, surgissem as<br />
experiências “Precontinent” <strong>de</strong> Cousteau, e as “Sea Lab”, americanas,<br />
que permitiriam ao homens viver em casa submarinas, sob pressão.<br />
• A Comex leva a cabo um programa <strong>de</strong> mergulhos profun<strong>dos</strong> com um<br />
aparato digno <strong>dos</strong> programas especiais da NASA que resultou em pleno<br />
mas que a ia levando à falência.<br />
• Praticamente a partir daqui já não é História. È o quotidiano <strong>dos</strong> artigos<br />
das revistas da especialida<strong>de</strong>, <strong>dos</strong> jornais, das agencias noticiosas e das<br />
re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> televisão. Aos poucos vamos tomando conhecimento das<br />
novida<strong>de</strong>s, especialmente numa época em que a hegemonia do estudo<br />
<strong>dos</strong> problemas relaciona<strong>dos</strong> com o mergulho <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> pertencer às<br />
marinhas <strong>de</strong> guerra e entrou no âmbito da investigação universitária e<br />
industrial.<br />
• No entanto estamos convenci<strong>dos</strong> <strong>de</strong> que muitos conhecimentos repousa<br />
ainda nos laboratórios das marinhas das maiores potências mundiais e que um dia quando já não tiverem interesse<br />
militar, serão divulgadas, contribuindo para a prática do mergulho <strong>de</strong>sportivo e para o enriquecimento da história do<br />
mergulho.<br />
• No final <strong>dos</strong> anos 50, como resultado da necessida<strong>de</strong> dum equipamento cómodo para mergulhos <strong>de</strong> longa duração<br />
é inventado o “Narguillé”. Era preciso trabalhar-se durante perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> tempo mais prolonga<strong>dos</strong> e as garrafas<br />
tinham uma autonomia <strong>de</strong> ar relativamente curta. Este escafandro resulta da separação do Deten<strong>de</strong>ur (regulador)<br />
da fonte <strong>de</strong> ar comprimido, que fica à superfície, à qual se liga através duma mangueira Essa fonte é obtida a partir<br />
dum compressor <strong>de</strong> baixa pressão (compressor à superfície que <strong>de</strong>bitava ar a uma pressão <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 7 Kg/cm 2 ),<br />
geralmente alimentando uma garrafa, ligado à qual um mano-redutor permite uma pressão <strong>de</strong> utilização à volta <strong>dos</strong><br />
7 Kg/cm 2 . Este escafandro ou um gran<strong>de</strong> reservatório <strong>de</strong> ar (garrafa <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões) e por uma mangueira<br />
comum comprimento <strong>de</strong> 20 a 30 metros (máximo) com um andar <strong>de</strong> média pressão (2.º andar) no final para<br />
transformar os 7 Kg/cm 2 para a pressão ambiente. Era um escafandro Semi-Autónomo, pois a liberda<strong>de</strong> e<br />
autonomia do mergulhador estava limitada ao comprimento da mangueira, foi e ainda é, muito usado em trabalhos<br />
prolonga<strong>dos</strong> a baixa profundida<strong>de</strong>.<br />
• Em 1960, cuja origem se po<strong>de</strong> verificar um registo <strong>dos</strong> engenheiros Bronmoer e Gauthier, surgiu o primeiro<br />
regulador <strong>de</strong> dois andares separa<strong>dos</strong>, em que o primeiro andar ou andar <strong>de</strong> alta pressão esta junto à garrafa, e<br />
separado pela traqueia o segundo andar ou andar <strong>de</strong> média pressão junto ao bucal. Foi sendo aperfeiçoado, e<br />
ainda é o regulador que se usa nos nossos dias.<br />
• O matemático suíço Hans Keller estuda as misturas gasosas e preten<strong>de</strong> atingir os 300 metros.<br />
• Na fatídica experiência, na ilha <strong>de</strong> Catalina, em 3 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1963, é atingida aquela cota mas Peter Small,<br />
seu parceiro <strong>de</strong> experiências, morre ao fazer a <strong>de</strong>scompressão e o seu amigo Chistopher Whittraker, ao ter<br />
conhecimento do que se estava a passar, tenta atingir a câmara <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão situada a sessenta metros <strong>de</strong><br />
profundida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>saparece no mar.<br />
• Hans Keller mantinha secretas as suas misturas o que não impediu que na mesma altura o Dr. Pierre Cabarrou<br />
tivesse atingido com a sua equipa os 250 metros, por seis vezes consecutivas, sem problemas.<br />
Consi<strong>de</strong>rações<br />
• Muito mais se po<strong>de</strong>ria falar sobre a História do <strong>Mergulho</strong> ao longo <strong>de</strong>stes<br />
milénios.<br />
• Centenas <strong>de</strong> livros têm sido escritos sobre tão interessante matéria e muitos<br />
mais se escreverão.<br />
• Este resumo, apenas preten<strong>de</strong> dar ao futuro mergulhador uma sequência <strong>dos</strong><br />
factos mais importantes duma activida<strong>de</strong> que ainda continua em pleno<br />
<strong>de</strong>senvolvimento e para o qual já contribui e contribuirá cada vez mais o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> todas as novas tecnologias com ela relacionadas.<br />
AS ACTIVIDADES SUBAQUÁTICAS EM PORTUGAL AO NÍVEL CULTURAL<br />
Breve Cronologia:<br />
1948 - Não havia a mínima organização. Conhecem-se casos esporádicos <strong>de</strong> praticantes <strong>de</strong> caça submarina<br />
entre os quais se salienta o Sr. Herculano Trovão.<br />
1949 - A partir <strong>de</strong>sta data começa a notar-se um pequeno espírito associativo <strong>dos</strong> elementos que se<br />
<strong>de</strong>dicavam a caça submarina.<br />
1950/51 - Surge numa firma comercial <strong>de</strong> material <strong>de</strong>sportivo a venda <strong>de</strong> equipamentos para a prática <strong>de</strong> caça e<br />
mergulho - é a firma Peyroteo.<br />
1951 - A referida firma consegue aglutinar os praticantes <strong>de</strong> caça submarina e realiza a primeira prova <strong>de</strong> caça<br />
<strong>de</strong> que há noticia. Este facto passa-se à semelhança do que acontecia no estrangeiro.<br />
Proprieda<strong>de</strong> da NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) HISTÓRIA E CRONOLOGIA DO MERGULHO<br />
1952<br />
1952<br />
1953<br />
Proprieda<strong>de</strong> da NASAL<br />
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-<br />
Realizou-se a segunda prova <strong>de</strong> caça submarina organizada também pela firma Peyroteo. Depois da<br />
prova faz-se um jantar <strong>de</strong> confraternização para a distribuição <strong>de</strong> prémios e resolve-se <strong>de</strong>nominar esta<br />
prova como o 1º Campeonato Nacional <strong>de</strong> Caça Submarina. O vencedor foi Jorge Albuquerque.<br />
Foi constituída uma Comissão <strong>de</strong> cinco elementos para a organização dum primeiro Clube <strong>de</strong> Caça<br />
Submarina. (C.P.C.S.)<br />
Fizeram-se os Estatutos que foram aprova<strong>dos</strong> pela D.G.D. e publica<strong>dos</strong> no Diário do Governo.<br />
Realiza-se a primeira Assembleia Geral do C.P.C.S..<br />
Primeira participação do C.P.C.S. num Campeonato do "Mundo" da modalida<strong>de</strong> e que se realizou em<br />
Itália. Durante o Campeonato do "Mundo" (nestas provas só participavam equipas europeias) os<br />
Portugueses tomaram, pela primeira vez, conhecimento sobre o modo <strong>de</strong> se fazer a compensação, o<br />
que iria permitir mergulhar- livremente abaixo <strong>dos</strong> 12 metros.<br />
Foi no Portinho da Arrábida visto um indivíduo <strong>de</strong> nacionalida<strong>de</strong> inglesa mergulhar com um aparelho<br />
que lhe permitia permanecer muito tempo <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> água. Veio <strong>de</strong>pois a saber-se que se tratava do<br />
escafandro standard <strong>de</strong> Jacques Cousteau.<br />
1954 - Realiza-se o primeiro Curso <strong>de</strong> mergulho com escafandro organizado pelos pioneiros da modalida<strong>de</strong> e<br />
utilizando documentação francesa para o efeito. Este Curso, <strong>de</strong> caracter restrito, marcou a entrada do<br />
escafandro em Portugal.<br />
1955/56 - O Campeão e a equipa nacional voltam a participar nos chama<strong>dos</strong> Campeonatos do "Mundo".<br />
1957 - Primeiro Curso alargado <strong>de</strong> escafandria. Participação no Campeonato do "Mundo".<br />
1958 -<br />
-<br />
-<br />
1959 -<br />
1962<br />
-<br />
-<br />
-<br />
Primeiro Campeonato do Mundo realizado em Portugal - Sesimbra.<br />
Pela primeira vez a uma prova chamada Campeonato do Mundo tem a participação <strong>de</strong> uma equipa <strong>de</strong><br />
fora da Europa - o Brasil. A partir <strong>de</strong>ste Campeonato todas as seguintes provas mundiais tiveram<br />
sempre a presença <strong>de</strong> equipas extra-Europa.<br />
A caça submarina internacionalmente estava <strong>de</strong>baixo da alçada da C.I.P.S. (Confe<strong>de</strong>ração Internacional<br />
<strong>de</strong> Pesca Desportiva)<br />
A caça submarina separa-se da C.I.P.S. formando-se a C.M.A.S. - 10/Jan (Confe<strong>de</strong>ration Mondial <strong>de</strong><br />
Activitées Subaquátiques).<br />
O C.P.C.S. é o membro fundador <strong>de</strong>sta Organização que é composta pelo Comité Técnico e Comité<br />
Desportivo. Alem do C.P.C.S, foram membros fundadores mais 14 Fe<strong>de</strong>rações. O seu Presi<strong>de</strong>nte era o<br />
Comandante Cousteau.<br />
Começam a surgir divergências internas no C.P.C.S.<br />
O C.P.C.S. muda <strong>de</strong> sigla e passa a <strong>de</strong>signar-se por C.P.A.S. (Centro Português <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s<br />
Submarinas).<br />
1965 - O C.P.A.S., mantendo a mesma sigla altera a sua <strong>de</strong>signação para Centro Português <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s<br />
Subaquáticas.<br />
- O C.P.A.S. abandona a caça submarina criando várias secções <strong>de</strong> caris cultural a fim <strong>de</strong> canalizar para<br />
elas to<strong>dos</strong> os indivíduos que tiravam os cursos <strong>de</strong> mergulho.<br />
1965 - Devido às divergências que se vinham arrastando no C.P.A.S., um grupo <strong>de</strong> sócios afasta-se forman<strong>dos</strong>e<br />
a F.P.A.S. (Fe<strong>de</strong>ração Portuguesa <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s Submarinas), cujos estatutos são aprova<strong>dos</strong> em 3<br />
<strong>de</strong> Junho. A F.P.A.S. filia-se na C.M.A.S., ficando Portugal com duas entida<strong>de</strong>s filiadas.<br />
1967 - Ao participar no Campeonato do Mundo em Cuba Portugal consegue, com Carlos Manafaía, um 7º lugar<br />
individual.<br />
1969 - O Comandante Cousteau, que até à data era o Presi<strong>de</strong>nte da C.M.A.S., procura nela introduzir o Comité<br />
Cientifico com o fim <strong>de</strong> colocar a Caça Submarina em segundo plano, o que não chega a acontecer em<br />
virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquele Organismo ser controlado pelas Fe<strong>de</strong>rações Nacionais e estas, na sua generalida<strong>de</strong>,<br />
só praticarem Caça.<br />
1971 - Neste ano o Campeonato do Mundo realizou-se no Chile, não tendo Portugal conseguido obter a<br />
mesma boa classificação do Campeonato anterior.<br />
1974 - Portugal volta a participar no Campeonato do Mundo, <strong>de</strong>sta vez em Espanha.<br />
1976 - O Campeonato do Mundo realizou-se no Peru, tendo Portugal conseguido melhorar a sua posição<br />
individual obtendo um 5º lugar com o atleta Bessone Basto.<br />
1977/78 - Surgem problemas ao nível fe<strong>de</strong>rativo, o que leva ao cancelamento nas provas internacionais.<br />
1978 - A Direcção da Fe<strong>de</strong>ração alterada <strong>de</strong>vido a pressões exercidas pelos Clubes.<br />
1980 - Passa<strong>dos</strong> 22 anos, Portugal volta a realizar uma prova internacional. Nos dias 1 e 2 <strong>de</strong> Novembro, em<br />
Sesimbra, realiza-se o Campeonato Europeu com a participação <strong>de</strong> 8 equipas. Portugal obtém o 8º<br />
individual e o 5º por equipas, o que lhe dá a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participar no próximo Campeonato Mundial<br />
que se irá realizar no Brasil em Março <strong>de</strong> 1981.<br />
2000 - Surge o Núcleo <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s Subaquáticas (NAS) – A.A.U.A.<br />
2010 - Surge a escola <strong>de</strong> mergulho amador NASAL – A.A.U.A.<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA I – EQUIPAMENTO DE SUPERFÍCIE<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
FÍSICA - I<br />
(equipamento <strong>de</strong> superfície)<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA I – EQUIPAMENTO DE SUPERFÍCIE<br />
EQUIPAMENTO DE SUPERFÍCIE<br />
MÁSCARA<br />
Características:<br />
• Vidro - Visão (com lentes adaptáveis, panorâmica e “Anti-embaciamento”)<br />
• Temperado - inquebrável<br />
• Borracha ou Silicone (resistente aos U.V.)<br />
• A<strong>de</strong>rentes / Vedantes<br />
• Precinta ajustável (para maior comodida<strong>de</strong>)<br />
• Cavida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> compensação (para facilitar nas <strong>de</strong>scidas)<br />
• Conforto (perfeita adaptação ao rosto)<br />
• Material (flexibilida<strong>de</strong> e resistência)<br />
Como comprar a sua máscara?<br />
• A máscara afecta o prazer e conforto <strong>de</strong> seu mergulho provavelmente mais do que qualquer outra peça <strong>de</strong> seu<br />
equipamento. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte se está a comprar uma nova ou preten<strong>de</strong> trocar a que está a usar, seleccionar a<br />
máscara correcta é uma <strong>de</strong>cisão muito importante.<br />
Ajuste e conforto<br />
• Provavelmente já ouviu estas palavras mas o que elas realmente significam? "Ajuste" é muito simples - uma<br />
máscara que se ajusta bem a seu rosto forma um "selo <strong>de</strong> ar" (como um selo <strong>de</strong> água) na sua face. Teste isto<br />
colocando a máscara no seu rosto (sem usar a precinta) e GENTILMENTE inale através <strong>de</strong> seu nariz. Remova as<br />
sua mãos. Uma máscara bem ajustada <strong>de</strong>ve manter-se no lugar. Tão fácil inalar para mantê-la no lugar, melhor ela<br />
se ajusta a si.<br />
• O "conforto" é mais subjectivo. A máscara po<strong>de</strong>-se ajustar bem na sua face e ainda assim ser <strong>de</strong>sconfortável. A<br />
reclamação mais comum é que a máscara arranha a parte superior do nariz. Basicamente, com uma máscara<br />
confortável, não sente o seu contacto com a sua face em qualquer lugar a não ser em volta do selo <strong>de</strong> vedação.<br />
Escolha do silicone<br />
• A máscara mais vendida hoje é feita <strong>de</strong> algum <strong>de</strong> silicone. Diferentes companhias utilizam diferentes tipos <strong>de</strong><br />
silicone, irá assim notar uma diferença quando experimentar máscaras <strong>de</strong> fabricantes diferentes.<br />
• Enquanto a maioria das máscaras vem numa forma <strong>de</strong> silicone claro (actualmente opaco), algumas também vem<br />
na cor preta.<br />
• Os caçadores e fotógrafos normalmente preferem máscaras <strong>de</strong> silicone preto - os primeiros porque isto ajuda a<br />
manter o foco mental e os últimos porque isto evita <strong>de</strong> reflexos internos a máscaras. Outras pessoas preferem o<br />
silicone claro porque estas dão uma menor sensação <strong>de</strong> espaço fechado já que através do silicone claro po<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong>tectar movimento e luz.<br />
Volume da máscara<br />
• Máscaras são comumente referenciadas como <strong>de</strong> alto ou baixo volume. Uma máscara <strong>de</strong> alto volume é<br />
normalmente gran<strong>de</strong> e um pouco mais pesada que as versões <strong>de</strong> baixo volume.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA I – EQUIPAMENTO DE SUPERFÍCIE<br />
• Uma máscara <strong>de</strong> alto volume po<strong>de</strong> tolerar um pouco mais <strong>de</strong> alagamento (já que elas <strong>de</strong>moram um pouco mais <strong>de</strong><br />
tempo para encher) mas requerem um pouco mais <strong>de</strong> esforço no <strong>de</strong>salagamento.<br />
• Uma máscara <strong>de</strong> baixo volume, <strong>de</strong>vido a sua parte frontal estar mais perto da sua face, normalmente irá prover um<br />
maior visão periférica. Tanto uma como a outra são boas escolhas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que atendam aos requisitos <strong>de</strong> conforto e<br />
ajuste.<br />
Quantos vidros?<br />
• Máscaras normalmente vem em versões com uma, duas, três ou quatro vidros. Máscaras <strong>de</strong> um vidro (também<br />
conhecidas como visão única) tem um simples espaço com vidro temperado, que oferece um bom campo <strong>de</strong> visão<br />
periférica. Máscaras <strong>de</strong> dois vidros tem duas lentes na parte frontal da máscara reunidas por um peça em frente ao<br />
nariz. Máscaras <strong>de</strong> três janelas consistem em uma única lente frontal (como nas máscaras <strong>de</strong> uma janela) e duas<br />
janelas laterais. Máscaras <strong>de</strong> quatro janelas consistem em duas janelas frontais ao rosto e duas janelas nas<br />
laterais. Algumas máscaras também adicionam lentes ou janelas para aumentar o campo <strong>de</strong> visão para baixo.<br />
• Em máscaras com janelas laterais, esteja ciente que quando um objecto move-se do campo <strong>de</strong> visão da janela<br />
lateral para a janela frontal, ele sofrerá um salto óptico (<strong>de</strong>vido a refracção) facto este que algumas pessoas acham<br />
incomodativo.<br />
Óculos e lentes <strong>de</strong> contacto<br />
• Se a sua visão é menos que 20/20, necessita pensar em alguma forma <strong>de</strong> corrigir a sua visão enquanto estiver em<br />
imersão. Se usa lentes <strong>de</strong> contacto, já tem o problema resolvido – as lentes “Gás Permeáveis” ou macias duram<br />
cerca <strong>de</strong> 20 anos sem nenhum problema. A gran<strong>de</strong> vantagem <strong>de</strong> utilizar as lentes <strong>de</strong> contacto é que quando retira a<br />
sua máscara, ainda po<strong>de</strong> ver claramente. A <strong>de</strong>svantagem é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perdê-las. Se usa óculos, então tem<br />
duas opções: Lentes próprias para a máscara ou feitas sob medida. Qualquer uma das duas permitem que tenha<br />
uma visão perfeita <strong>de</strong>baixo da água.<br />
• Lentes do próprio fabricante são disponíveis em vários graus e diversas lojas as mantêm em stock ou po<strong>de</strong>m<br />
solicitá-las para si. Muito simplesmente po<strong>de</strong> retirar as lentes que vem com a sua máscara e coloque as novas<br />
lentes correctivas. Uma das vantagens, é o preço mais baixo que as feitas por encomenda, po<strong>de</strong>m ser adicionadas<br />
na mesma hora que comprou a máscara e não necessita <strong>de</strong> receitas médicas para comprá-las. A <strong>de</strong>svantagem é<br />
que elas não possuem correcção para astigmatismo e a distância das pupilas é fixa. Adicionalmente, as lentes<br />
compradas prontas não estão disponíveis para as vidros laterais.<br />
• As lentes feitas por encomenda, normalmente são feitas por uma óptica, exactamente para suas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
visão. Correcções po<strong>de</strong>m ser feitas para astigmatismo e distâncias pupilares diferentes. Po<strong>de</strong> também instalar<br />
lentes bifocais. Devido a estas lentes serem coladas na parte interna da sua máscara, po<strong>de</strong> escolher qualquer<br />
máscara que se adapte bem ao seu rosto. As <strong>de</strong>svantagens são o tempo e o dinheiro.<br />
• As lentes feitas por encomenda são um pouco mais caras (geralmente na faixa <strong>dos</strong> 10.000$00 acima do custo da<br />
máscara) e irão levar alguns dias para ficaram prontas, <strong>de</strong>ve solicitar uma receita médica para comprá-las.<br />
A procura da máscara correcta<br />
• Agora que sabe todas as coisas a procurar, tem como encontrar a máscara certa para si. Aqui está um método<br />
passo a passo:<br />
1. Vá para a sua loja <strong>de</strong> mergulho preferida e tente experimentar todas as máscaras que encontrar<br />
2. Preste atenção em como as máscaras se ajustam a si e separe aquelas que se ajustem bem. Deste grupo<br />
tente todas <strong>de</strong> novo prestando bastante atenção no conforto. Elimine as que se apresentam menos<br />
confortáveis. A máscara que não é confortável por alguns minutos na loja certamente será um inferno <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong> água<br />
3. Tente <strong>de</strong> novo e escolha aquela que lhe parece a mais confortável.<br />
4. Use a máscara com a precinta no local, por 3 a 5 minutos.<br />
5. Converse com o ven<strong>de</strong>dor para saber quais cores estão disponíveis e qual <strong>de</strong>seja.<br />
Evitando problemas<br />
• Algumas vezes máscaras que parecem se ajustar na loja não se ajustam tão bem na água. Sendo assim po<strong>de</strong> logo<br />
reduzir suas escolhas na loja, experimente também a máscara com o Snorkel na boca.<br />
• Outro problema, são as máscaras muito apertadas. A forma <strong>de</strong> verificar isto é se olhar no espelho após o mergulho.<br />
Se a máscara <strong>de</strong>ixa uma marca ao redor do seu rosto, provavelmente ela está muito apertada.<br />
• I<strong>de</strong>almente, com uma máscara bem ajustada, a pressão da<br />
água <strong>de</strong>ve ser suficiente para mantê-la no lugar. As precintas<br />
fazem muito pouca diferença durante o mergulho. Nós<br />
geralmente vamos mergulhar para presenciar as visões<br />
espectaculares sob a água. A máscara que proporcione uma<br />
boa visão e que se ajuste bem é uma parte do equipamento<br />
que vale mais do que ouro. Tenha tempo para encontrar a que<br />
mais se ajusta a si.<br />
• Para vazar a máscara quando entra água no seu interior por<br />
um motivo que nos é alheio, <strong>de</strong>vemos em primeiro lugar olhar<br />
para cima e só posteriormente expirar na máscara, o ar<br />
expirado pelo nariz ocupará o espaço anteriormente ocupado<br />
pela água.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA I – EQUIPAMENTO DE SUPERFÍCIE<br />
TUBO (SNORKEL)<br />
Características:<br />
• Simplicida<strong>de</strong>.<br />
• Comprimento 30 cm / Diâmetro limitado a 3 cm.<br />
• Forma em forma <strong>de</strong> J.<br />
• Com bocal em borracha ou silicone. Bocal bem adaptado (anatómico <strong>de</strong> preferência).<br />
• Tubo em plástico duro ou silicone (já existem mo<strong>de</strong>los completamente dobráveis).<br />
• Menor curvatura junto ao bocal.<br />
• Boa fixação à máscara.<br />
• Evitar o risco Intoxicação por CO2.<br />
• Po<strong>de</strong>rá ter válvula <strong>de</strong> extracção <strong>de</strong> saliva (válvula <strong>de</strong> expulsão).<br />
Selecção do Tubo:<br />
• Depois a visão e antes do movimento, a seguinte faculda<strong>de</strong> essencial para o mergulhador é a respiração através da<br />
colocação e utilização correcta do Snorkel, ou mais vulgarmente, <strong>de</strong>signado por tubo.<br />
• O tubo permite a exploração através da superfície sem gran<strong>de</strong> esforço e resolve o problema <strong>de</strong> ter que retirar a<br />
face da água para inspirar.<br />
• Ao escolher o tubo, tem várias opções possíveis, pelo facto da existência <strong>de</strong> um acordo generalizado sobre o seu<br />
<strong>de</strong>senho prático sem afectar o seu bom funcionamento. São em todas eles condições fundamentais a comodida<strong>de</strong><br />
respiratória e o bom ajuste.<br />
Tipo e tamanho do corpo Bocal Válvula <strong>de</strong> purga Válvula anti-água<br />
• O tubo po<strong>de</strong> ser flexível<br />
ou rígido.<br />
• Os tubos flexíveis estão<br />
<strong>de</strong>senha<strong>dos</strong> para que o<br />
bocal caia solto se não o<br />
estivermos a utilizar,<br />
assim também este não<br />
estorva o regulador.<br />
• Os tubos rígi<strong>dos</strong> estão<br />
<strong>de</strong>senha<strong>dos</strong> para que na<br />
sua utilização fiquem<br />
bem adapta<strong>dos</strong> à cara e<br />
não ofereçam resistência<br />
à água (utilizam-se mais<br />
para prática <strong>de</strong> Apneia<br />
ou Caça).<br />
• As marcas <strong>de</strong> fabricantes<br />
recomendam tubos <strong>de</strong><br />
diâmetro gran<strong>de</strong> (30 cm)<br />
porque facilitam todo o<br />
processo <strong>de</strong> respiração.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
• Alguns bocais <strong>dos</strong> tubos<br />
estão <strong>de</strong>senha<strong>dos</strong> para<br />
serem compatíveis com<br />
os <strong>dos</strong> reguladores.<br />
• O tubo <strong>de</strong>ve ter um bocal<br />
cómodo e anatómico, ou<br />
seja, o bocal <strong>de</strong>ve<br />
adaptar-se perfeitamente<br />
à boca.<br />
• Para maior comodida<strong>de</strong><br />
o bocal po<strong>de</strong> ainda ser<br />
giratório.<br />
• Esta válvula encontra-se<br />
na parte inferior do bocal<br />
e serve para expelir os<br />
resíduos <strong>de</strong> saliva e água<br />
que se encontram no<br />
interior do tubo.<br />
• A água é facilmente<br />
expelida do interior do<br />
tubo apenas com uma<br />
expiração.<br />
• Esta válvula encontra-se<br />
sempre na parte superior<br />
do tubo.<br />
• A maioria <strong>dos</strong> fabricantes<br />
oferecem o seu próprio<br />
<strong>de</strong>sign.<br />
• Este dispositivo reduz a<br />
entrada directa <strong>de</strong> água<br />
no tubo quando estamos<br />
á superfície.<br />
31
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Amador Nacional (P1) FÍSICA I – EQUIPAMENTO DE SUPERFÍCIE<br />
BARBATANAS<br />
Características:<br />
• Boa Impulsão.<br />
• Borracha ou Silicone (no mínimo e materiais <strong>de</strong> durezas diferentes)<br />
• Resistente aos U.V..<br />
• Precinta ajustável (para maior comodida<strong>de</strong>).<br />
• Pala aquadinâmica (para facilitar nas <strong>de</strong>scidas).<br />
• Conforto.<br />
• Material - Flexibilida<strong>de</strong> e resistência (ao corte, ao abrasão).<br />
• Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> cores que facilmente i<strong>de</strong>ntificam o mergulhador.<br />
• Cores bem visíveis a distâncias maiores.<br />
Características<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Tipo<br />
Materiais<br />
Flutuabilida<strong>de</strong><br />
• Pé aberto – São também <strong>de</strong>signadas por reguláveis, e<br />
vem <strong>de</strong> sério com tamanhos (Compacto/Regular/Largo).<br />
Devem ser experimentadas aquando da sua aquisição, em<br />
conjunto com as botas <strong>de</strong> neoprène.<br />
• Pé fechado – calçam-se como sapatos e vem <strong>de</strong> série<br />
com números (38/40, 40-44). Po<strong>de</strong>m ser utilizadas com<br />
meias <strong>de</strong> neoprène.<br />
• Borracha sintética.<br />
• Poliuretano.<br />
• Termoplástico.<br />
• PVC e outros vários compostos plásticos.<br />
• Os diversos fabricantes utilizam materiais diferentes,<br />
variando segundo o <strong>de</strong>senho, função e uso a que se<br />
<strong>de</strong>stinam.<br />
• A combinação <strong>dos</strong> diversos materiais proporcionam várias<br />
vantagens.<br />
• A selecção do mo<strong>de</strong>lo da barbatana a adquirir ou utilizar<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do tamanho do pé, da força <strong>de</strong> pernas, das<br />
condições do meio, do ajuste e comodida<strong>de</strong>.<br />
• Existem <strong>dos</strong> dois mo<strong>de</strong>los umas afundam-se outras<br />
flutuam. As que se afundam po<strong>de</strong>m facilmente per<strong>de</strong>r-se<br />
em águas profundas. As que flutuam po<strong>de</strong>m recuperar-se<br />
facilmente mas têm o problema da sua constante<br />
tendência a serem impulsionadas para a superfície.<br />
• O i<strong>de</strong>al será adquirir barbatanas com flutuabilida<strong>de</strong> neutra.<br />
Assim também não terão a tendência normal para se<br />
<strong>de</strong>spren<strong>de</strong>rem.<br />
32
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Amador Nacional (P1) FÍSICA I – EQUIPAMENTO DE SUPERFÍCIE<br />
Características<br />
Barbatanas mo<strong>de</strong>rnas<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Ajuste<br />
Canais / Ângulos / Formas<br />
Longitu<strong>de</strong><br />
e<br />
Flexibilida<strong>de</strong><br />
Prática <strong>de</strong> Snorkel com barbatana para o efeito<br />
• As barbatanas <strong>de</strong> pé aberto com precinta <strong>de</strong> ajuste po<strong>de</strong>m<br />
compensar variações do tamanho do pé e bota, graças á<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expansão e contracção da precinta e<br />
também <strong>de</strong> botas <strong>de</strong> diversas espessuras.<br />
• Se as botas não estiverem solidárias com as barbatanas<br />
po<strong>de</strong>m ocorrer problemas físicos como “caibras” e<br />
“roeduras” o po<strong>de</strong> tornar um mergulho <strong>de</strong> lazer um<br />
sacrifício.<br />
• Quando as barbatanas são <strong>de</strong> pé fechado e estão um<br />
pouco largas, para se não per<strong>de</strong>rem e para maior<br />
comodida<strong>de</strong>, usam-se “pés <strong>de</strong> galo”.<br />
• Quando as temperaturas são baixas, nas barbatanas <strong>de</strong><br />
pé fechado (também <strong>de</strong>signadas por barbatana <strong>de</strong> sola<br />
integral, po<strong>de</strong>m usar-se meias <strong>de</strong> neoprène ou licra.<br />
• As barbatanas com estes elementos são iguais em termos<br />
<strong>de</strong> fabrico e materiais que as barbatanas normais, no<br />
entanto estes Canais, Ângulos e Formas, servem para se<br />
ter um rendimento especifico na água.<br />
• O uso <strong>de</strong>ste <strong>de</strong> barbatanas com este tipo <strong>de</strong> elementos,<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá do tipo <strong>de</strong> mergulho que realize, assim como a<br />
sua comodida<strong>de</strong> e bem ajuste.<br />
• A <strong>de</strong>cisão na escolha da dureza e longitu<strong>de</strong> ou<br />
comprimento das barbatanas é uma <strong>de</strong>cisão pessoal.<br />
• Uma pala larga e rígida proporciona mais velocida<strong>de</strong>, no<br />
entanto, também é por outro lado mais difícil o seu<br />
movimento <strong>de</strong> impulsão, será então pouco aconselhada a<br />
mergulhadores com pouca força <strong>de</strong> pernas (potência e<br />
<strong>de</strong>streza nas pernas durante perío<strong>dos</strong> prolonga<strong>dos</strong>).<br />
33
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE)<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE<br />
161
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE)<br />
A TERRA<br />
“Setenta e um por cento da superfície terrestre está coberta por mares e oceanos. O oceano é importante para o<br />
mundo, pois cria chuvas, mantém temperaturas a<strong>de</strong>quadas para a vida e sustenta a pesca. É também fundamental para<br />
o equilíbrio ecológico do planeta, pois cerca <strong>de</strong> 70% do oxigénio libertado para a atmosfera é produzido pelo fitoplâncton<br />
durante o processo fotossintético”.<br />
A ÁGUA<br />
"A água é o constituinte mais característico da terra. Ingrediente essencial da vida, a água é talvez o recurso mais<br />
precioso que a terra fornece à humanida<strong>de</strong>. Embora se observe pelos países mundo afora tanta negligência e tanta falta<br />
<strong>de</strong> visão com relação a este recurso, é <strong>de</strong> se esperar que os seres humanos tenham pela água gran<strong>de</strong> respeito, que<br />
procurem manter seus reservatórios naturais e salvaguardar sua pureza. De facto, o futuro da espécie humana e <strong>de</strong><br />
muitas outras espécies po<strong>de</strong> ficar comprometido a menos que haja uma melhora significativa na administração <strong>dos</strong><br />
recursos hídricos terrestres."<br />
• A água é a substância mais comum e mais importante na Terra. Não po<strong>de</strong> existir vida sem água pois, na verda<strong>de</strong>,<br />
todo ser vivo consiste principalmente <strong>de</strong>ste elemento. Através da história, a água tem sido para o homem escrava e<br />
senhora. Gran<strong>de</strong>s civilizações foram criadas on<strong>de</strong> havia fartura <strong>de</strong> água. Muitas <strong>de</strong>caíram quando o suprimento<br />
<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser abundante. Houve homens que se mataram uns aos outros por um poço <strong>de</strong> água lamacenta,<br />
enquanto outros morreram afoga<strong>dos</strong> por enchentes.<br />
• Hoje em dia, mais do que nunca, a água é essencial ao homem. Usamos a água em nossas casas, nas fábricas,<br />
em plantações, entre outros. Porém, a cada dia, o homem polui mais e mais os ambientes aquáticos tão<br />
necessários a vida. Ou seja, enquanto a população mundial aumenta, o suprimento <strong>de</strong> água potável diminui.<br />
• A água não é apenas a substância mais comum na Terra, mas também uma das mais singulares. Nenhuma outra<br />
substância po<strong>de</strong> fazer tudo o que a água é capaz <strong>de</strong> realizar. A água é uma excepção a muitas regras da natureza,<br />
por causa das suas proprieda<strong>de</strong>s fora do comum, que discutiremos mais adiante. Des<strong>de</strong> o começo do mundo, a<br />
água tem influído na conformação da Terra.<br />
• A chuva cai no solo e arrasta parte <strong>de</strong>le para os rios. Os oceanos martelam as praias, mo<strong>de</strong>lando os penhascos e<br />
<strong>de</strong>sgastando o litoral. Os rios cortam as rochas, abrem vales profun<strong>dos</strong> e criam aluviões no lugar em que se lançam<br />
no mar. A água ajuda a evitar que o clima se torne exageradamente quente ou excessivamente frio. Embora o<br />
mundo em conjunto disponha <strong>de</strong> suficiente água doce, certas regiões sofrem <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> água.<br />
• A chuva nunca cai por igual em toda a Terra. Algumas regiões são sempre muito secas, outras excessivamente<br />
húmidas. A água é vital para o <strong>de</strong>senvolvimento e sobrevivência da civilização. No entanto, muitas socieda<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>smoronaram quando o abastecimento <strong>de</strong> água se extinguiu ou foi mal aproveitado. Por isso temos que ficar<br />
atentos. Nossa <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água cresce constantemente.<br />
• A cada ano, cresce a população do mundo. As fábricas aumentam continuamente sua produção e precisam <strong>de</strong><br />
quantida<strong>de</strong>s cada vez maiores <strong>de</strong> água, porém, junto com esse crescimento, vem a poluição.<br />
• Muitas regiões sofrem <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> água porque seus habitantes não cuidam bem <strong>de</strong> seu suprimento. Crescem<br />
cida<strong>de</strong>s, instalam-se indústrias, que lançam seus resíduos nos lagos, rios e mares, poluindo-os. A cada dia, o<br />
homem vem pensando em maneiras para <strong>de</strong>spoluir a água com o objectivo <strong>de</strong> acabar com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falta<br />
<strong>de</strong> água no mundo. E nem só processos caros e sofistica<strong>dos</strong>, como a <strong>de</strong>ssalinização, oferecem respostas para o<br />
problema. Muitas vezes a solução está em aproveitar melhor as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> suprimento <strong>de</strong> uma região.<br />
• Na medida em que o homem vier a aumentar sua <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água, terá <strong>de</strong> fazer cada vez melhor uso <strong>de</strong> seus<br />
mananciais. Quanto mais apren<strong>de</strong>r sobre a água, melhor será a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enfrentar esse <strong>de</strong>safio.<br />
Os tipos <strong>de</strong> água<br />
• A água do mar não é igual à da torneira. Isso acontece porque a água contém, mistura<strong>dos</strong>, sais minerais, gases,<br />
terra, micróbios, restos <strong>de</strong> animais, vegetais mortos, etc. Devido essa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dissolver várias substâncias, a<br />
água é chamada <strong>de</strong> solvente universal. Na natureza, encontramos diversos tipos <strong>de</strong> água, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>dos</strong><br />
elementos que ela contém.<br />
• Algumas são i<strong>de</strong>ais para o consumo, enquanto outras são prejudiciais à saú<strong>de</strong>. Encontramos fontes <strong>de</strong> água<br />
quente e a temperatura ambiente. Existem até certos tipos <strong>de</strong> água recomenda<strong>dos</strong> para tratamento <strong>de</strong> doenças.<br />
- Água potável – É o tipo i<strong>de</strong>al para o consumo (beber, cozinhar). É fresca e sem impurezas.<br />
- Água poluída – É a água suja ou contaminada, isto é, contém impurezas, micróbios, etc.<br />
- Água doce – É a água <strong>dos</strong> rios lagos e das fontes.<br />
- Água salgada – É a água que contém muitos sais dissolvi<strong>dos</strong>, como a água do mar.<br />
- Água <strong>de</strong>stilada – É constituída unicamente hidrogénio e oxigénio. Não existem impurezas e nenhum tipo <strong>de</strong><br />
sal dissolvido nela.<br />
- Águas minerais – As águas minerais são assim <strong>de</strong>nominadas porque contêm uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sais<br />
minerais dissolvi<strong>dos</strong> nela. Por isso têm cheiro e sabor diferente da água que chega às nossas casas.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
162
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE)<br />
Águas minerais<br />
• Existem diversos tipos <strong>de</strong> águas minerais. As principais são:<br />
- Salobra – É levemente salgada e não forma espuma com o sabão.<br />
- Termal – Além <strong>de</strong> apresentar sais minerais dissolvi<strong>dos</strong>, a água termal tem uma temperatura mais elevada que<br />
a do ambiente em que se encontra. Esse tipo <strong>de</strong> água é usado para curar certas doenças da pele.<br />
- Acídula – Contém gás carbónico. É chamada também água gasosa. Tem um sabor ácido e é usada para<br />
facilitar a digestão.<br />
- Magnesiana – Nesse tipo <strong>de</strong> água predominam os sais <strong>de</strong> magnésio. É usada para ajudar o funcionamento do<br />
estômago e do intestino.<br />
- Alcalina – Tem bicarbonato <strong>de</strong> sódio e combate a aci<strong>de</strong>z do estômago.<br />
- Sulfurosa – Contém substâncias à base <strong>de</strong> enxofre e é usada no tratamento da pele e das vias respiratórias.<br />
- Ferruginosa – Possui ferro e ajuda no combate à anemia.<br />
A Água no Corpo Humano<br />
• Cerca <strong>de</strong> 70 % do corpo humano é formado por água.<br />
Per<strong>de</strong>mos por dia em condições normais:<br />
Respiração (durante a expiração) 0,4 Litro<br />
Urina 1,2 Litro<br />
Transpiração 0,6 Litro<br />
Evacuação 0,1 a 0,3 Litro<br />
TOTAL (aproximadamente) 2,5 Litros<br />
Quanta água precisa <strong>de</strong> repor por dia:<br />
Bebendo água 1,5 Litro<br />
Ingerindo alimentos 1,0 Litro<br />
TOTAL (aproximadamente) 2,5 Litros<br />
Perigo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação<br />
• Quando per<strong>de</strong>mos um litro <strong>de</strong> água: sentimos se<strong>de</strong>.<br />
• Quando per<strong>de</strong>mos 2 litros <strong>de</strong> água: temos se<strong>de</strong>, cansaço e fadiga.<br />
• Quando per<strong>de</strong>mos 3 ou mais litros <strong>de</strong> água: temos a formação <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação e risco <strong>de</strong> vida.<br />
Doenças transmitidas directamente através da água:<br />
• Cólera Febre Tifói<strong>de</strong><br />
• Febre Para tifói<strong>de</strong> Desinteria Bacilar<br />
• Amebíase ou Desinteria Amebiana Hepatite Infecciosa Poliomelite<br />
Oceano Primitivo<br />
• Após a formação da Terra, há 4600 milhões <strong>de</strong> anos, enormes quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> água foram libertadas <strong>dos</strong><br />
vulcões e da superfície do planeta em fogo. Alguns milhões <strong>de</strong> anos mais tar<strong>de</strong>, assim que a temperatura da<br />
superfície da Terra baixou, ocorreu a con<strong>de</strong>nsação <strong>de</strong>ste vapor. Formou-se, então, toda a água existente<br />
actualmente, originando um "Oceano Primitivo". Este Oceano Primitivo, formado há mais <strong>de</strong> 4000 milhões <strong>de</strong> anos,<br />
era muito diferente do actual. As águas eram ácidas e a sua temperatura rondava o ponto <strong>de</strong> ebulição.<br />
Forças da natureza<br />
• As forças que o oceano exerceu sobre a costa primitiva ajudaram a moldar o relevo do globo. Lentamente, entre<br />
4000 e 2000 milhões anos atrás, o fundo do mar abriu-se em diversas fissuras, permitindo o contacto do magma<br />
com a água. Moldaram-se os fun<strong>dos</strong> oceânicos e iniciou-se um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento das diferentes placas<br />
tectónicas. actualmente, embora imperceptível, este movimento não cessa e origina catástrofes naturais como<br />
terramotos e erupções vulcânicas.<br />
Posição privilegiada<br />
• Embora a água esteja presente noutros locais do universo, apenas no nosso planeta existe agua nos três esta<strong>dos</strong><br />
da matéria: sólido, gasoso e liquido. De facto, bastava a Terra estar cinco por cento mais perto sol para toda a água<br />
se evaporar, originando um efeito estufa semelhante ao que se observa em Vénus. Por outro lado, caso estivesse<br />
três por cento mais afastada do Sol, toda a água congelaria, como suce<strong>de</strong> em Marte.<br />
Ecossistema Oceânico:<br />
• A água da zona oceânica ou mar aberto ro<strong>de</strong>ia continentes mais além das plataformas continentais, on<strong>de</strong> o fundo<br />
do mar cai drasticamente. Devido a pureza das águas profundas (com respeito a partículas, limo e matéria<br />
orgânica), a luz penetra profundamente. As plantas po<strong>de</strong>m fotossintetizar até a 100 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
163
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE)<br />
• Somente alguma luz azul se dispersa novamente à superfície, é por isso que a água parece azul escura; <strong>dos</strong><br />
satélites os oceanos azuis parecem quase negros.<br />
• As correntes <strong>de</strong> água no oceano são principalmente dirigidas pelos ventos que inci<strong>de</strong>m na água. As correntes<br />
marítimas dirigidas por esses ventos vão em gran<strong>de</strong>s círculos. A corrente do lado oeste do oceano é muito forte.<br />
Um exemplo na Flórida é a corrente do golfo, que chega a velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 2 a 20 km por hora para o norte.<br />
Correntes marinhas.<br />
• Em profundida<strong>de</strong>s maiores existe uma contra-corrente com as águas do fundo que voltam para o equador. Essas<br />
águas são muito frias, com temperatura perto do ponto <strong>de</strong> congelação da água marinha (quase 2ºC mais frio que o<br />
ponto <strong>de</strong> congelação da água doce).<br />
• As águas mais profundas do ecossistema oceânico, são ricas em nutrientes provenientes da <strong>de</strong>composição, no<br />
passado, <strong>de</strong> matéria orgânica. Essa matéria foi levada ao fundo do mar por migração animal e por movimento das<br />
águas profundas. Esse movimento é chamado correntes <strong>de</strong> ressurgência. O plâncton (microorganismos em<br />
suspensão na água) move-se junto a estas correntes.<br />
• Apesar da vida na área oceânica ser dispersa, também é diversa e interessante. Ela tem muitos tipos <strong>de</strong><br />
minúsculos fitoplânctons. O zooplâncton move-se perto da superfície durante a noite, quando não é tão visível para<br />
os carnívoros, e mais profundamente durante o dia. Muitos animais maiores, incluindo peixes, também movem-se<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a superfície ao fundo (até 800 metros) no seu ciclo diário; são auxilia<strong>dos</strong> por gran<strong>de</strong>s e turbulentos<br />
remoinhos gera<strong>dos</strong> pelas correntes, ventos, ondas e marés.<br />
• Esses organismos reflectem o sonar (ondas sonoras), que as embarcações usam para visualizar o fundo do mar,<br />
parecendo um falso fundo marinho que sobe na noite e <strong>de</strong>sce <strong>de</strong> dia.<br />
Migração diária da camada <strong>de</strong> organismos.<br />
• Os alimentos convergem através da ca<strong>de</strong>ia alimentar em peixes que nadam <strong>de</strong>pressa, como o atum.<br />
• O sistema oceânico tem algas do tipo sargaço-castanho que forma colunas paralelas em direcção ao vento. Ondas<br />
dirigidas pelo vento causam re<strong>de</strong>moinhos que movem o sargaço flutuante por essas linhas, on<strong>de</strong> as águas<br />
superficiais convergem e giram para voltar por outro caminho. Muitos <strong>dos</strong> animais que flutuam nesse ecossistema<br />
são azuis- brilhante, como a medusa "caravela portuguesa".<br />
• O ecossistema marinho. A organização do ecossistema tem a mesma forma básica <strong>de</strong> outros sistemas; tem fontes<br />
externas, produtores e consumidores. No sistema oceânico, a turbulência é <strong>de</strong> especial importância, pois causa as<br />
misturas verticais e horizontais <strong>de</strong> nutrientes e gases.<br />
• A turbulência é água com muitos re<strong>de</strong>moinhos circulares e correntes que mudam <strong>de</strong> direcção constantemente.<br />
Ventos e diferenças <strong>de</strong> pressão da água mantém a água em constante movimento (re<strong>de</strong>moinhos turbulentos e<br />
correntes <strong>de</strong> ressurgência). A turbulência mantém o plâncton em movimento, ajudando a prover suas necessida<strong>de</strong>s<br />
e levando à superfície aqueles que estão no fundo do mar. O fitoplâncton é o produtor no ecossistema marinho<br />
(diatomáceas, dinoflagela<strong>dos</strong> e outras algas microscópicas).<br />
• O zooplâncton está composto por animais em suspensão, que em sua maior parte alimenta-se do fitoplâncton.<br />
Nestes incluem-se muitos tipos <strong>de</strong> organismos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> protozoários microscópicos até medusas.<br />
• O diagrama do ecossistema marinho também ilustra como funciona a circulação para prover nutrientes, os<br />
materiais perdi<strong>dos</strong> da re<strong>de</strong> alimentar marinha dirigem-se às águas profundas antes <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>composição.<br />
Decomposições subsequentes liberam os nutrientes da matéria orgânica. A água marinha <strong>de</strong> ressurgência <strong>de</strong>volve<br />
esses nutrientes perdi<strong>dos</strong> à superfície on<strong>de</strong> estimulam o crescimento do fitoplâncton, e <strong>de</strong>pois, toda a ca<strong>de</strong>ia<br />
alimentar. As áreas <strong>de</strong> ressurgência criam ricas zonas pesqueiras.<br />
• As baleias <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> cardumes <strong>de</strong> pequenos camarões chama<strong>dos</strong> "krill" para se alimentarem (Figura Re<strong>de</strong><br />
alimentar <strong>de</strong> baleia e atum). Vivendo <strong>de</strong> fitoplâncton em águas férteis, o "krill" <strong>de</strong>senvolve-se em enormes<br />
quantida<strong>de</strong>s. Especialmente em águas árcticas e antárcticas, fortes correntes concentram fitoplâncton para<br />
alimentar o krill. Normalmente, a energia que passa através da ca<strong>de</strong>ia alimentar necessitaria <strong>de</strong> vários passos<br />
intermediários para passar <strong>de</strong> organismos tão pequenos como o fitoplâncton a organismos tão gran<strong>de</strong>s como as<br />
baleias, mas fortes correntes fazem que menos passos sejam necessários. Devido a muitos anos <strong>de</strong> caça<br />
indiscriminada, é possível que haja apenas um décimo da população original <strong>de</strong> baleias hoje em dia; e algumas<br />
espécies estão a correr perigo <strong>de</strong> extinção. Trata<strong>dos</strong> internacionais reduziram a caça à baleias, e algumas<br />
populações estão a restabelecer-se. Aparentemente, outros peixes, aves marinhas e gaivotas comem o krill que<br />
não é aproveitado.<br />
PEIXES<br />
Os peixes são vertebra<strong>dos</strong> aquáticos <strong>de</strong> respiração branquial. O corpo está adaptado para nadar. A forma varia<br />
segundo o tipo <strong>de</strong> vida. Os que são velozes nadadores possuem formas hidrodinâmicas; os que se mantêm quase<br />
imóveis no fundo do mar, normalmente, possuem o corpo achatado. São várias as funções das barbatanas: a da cauda<br />
impulsiona o peixe; anal e a dorsal funcionam como leme; as peitorais e ventrais actuam como travões ou<br />
estabilizadores.<br />
• A anatomia interna <strong>dos</strong> peixes é muito parecida com a <strong>dos</strong> outros vertebra<strong>dos</strong>. No entanto os rins são muito<br />
primitivos, constituí<strong>dos</strong> por uma série <strong>de</strong> canais excretores e vasos sanguíneos situa<strong>dos</strong> ao longo da espinha<br />
dorsal. No encéfalo a parte mais <strong>de</strong>senvolvida é o cerebelo, on<strong>de</strong> são coor<strong>de</strong>na<strong>dos</strong> os movimentos corporais, o que<br />
é muito importante em animais velozes.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
164
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE)<br />
• Os órgãos sensoriais são <strong>de</strong> todo iguais aos nossos. Alguns peixes possuem ma audição muito boa, como por<br />
exemplo as carpas que possuem entre o ouvido interno e a bexiga natatória um conjunto e ossos que funcionam<br />
como caixa <strong>de</strong> ressonância. Os peixes possuem um órgão sensorial especial, o sistema da linha lateral, que regista<br />
as vibrações na águas que os ro<strong>de</strong>ia. Este sistema é constituído por um canal cheio <strong>de</strong> muco e por células<br />
sensoriais. É situado sob a pele <strong>dos</strong> dois la<strong>dos</strong> do coro.<br />
• A bexiga natatória correspon<strong>de</strong>, numa perspectiva evolucionista, aos nossos pulmões. No caso <strong>dos</strong> peixes<br />
pulmona<strong>dos</strong>, ela funciona como pulmão, nos outros peixes, funciona como regulador <strong>de</strong> lastro, ou seja, eliminando<br />
ou absorvendo gases, muda a flutuabilida<strong>de</strong> do peixe. No caso <strong>dos</strong> tubarões , acavala e alguns peixes <strong>de</strong> fundo, ela<br />
pura e simplesmente não existe.<br />
Pelágicos:<br />
• Peixes que nadam continuamente na faixa próximo da superfície da água, não possuindo um local específico <strong>de</strong><br />
moradia. São normalmente fusiformes, migratórios e gran<strong>de</strong>s nadadores.<br />
• A maioria vive mais afastado da costa, em mar aberto.<br />
• Muitos não possuem bexiga natatória.<br />
• A coloração do corpo costuma ser brilhante com tons azula<strong>dos</strong> ou esver<strong>de</strong>a<strong>dos</strong> no dorso e flancos e branca no<br />
ventre.<br />
• Exemplos: doura<strong>dos</strong>, pampos, marlins, enxadas, algumas raias e a maioria <strong>dos</strong> cações.<br />
Nectónicos:<br />
• Peixes que nadam activamente, porém mantêm uma relação com o substrato marinho, on<strong>de</strong> alguns fazem sua<br />
moradia (toca).<br />
• São normalmente comprimi<strong>dos</strong> lateralmente e vivem nas águas costeiras.<br />
• A coloração do corpo, que varia muito, usualmente apresenta pintas, manchas ou listas claras ou escuras com um<br />
fundo contrastante mais escuro ou mais claro.<br />
• Alguns possuem um bom mimetismo com fundo on<strong>de</strong> vivem.<br />
• Exemplos: meros, salemas, bodiões, ciobas, robalos e pescadas.<br />
Bentônicos:<br />
• Peixes que habitam e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do fundo, numa estreita relação com o substrato marinho. Não costumam ser<br />
bons nadadores.<br />
• Alguns são comprimi<strong>dos</strong> dorso-ventralmente.<br />
• A coloração do corpo ten<strong>de</strong> a ser escura no dorso e clara no ventre.<br />
• A maioria apresenta excelente mimetismo com o fundo.<br />
• Exemplo: bagres, lingua<strong>dos</strong>, trilhas, mangangás, alguns cações e a maioria das raias.<br />
PLÂNCTON<br />
Os oceanos, rios e lagos do nosso planeta são povoa<strong>dos</strong> por uma imensa diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seres vivos <strong>de</strong> reduzidas<br />
dimensões e pertencentes aos mais diversifica<strong>dos</strong> grupos biológicos. Constituem o chamado plâncton e caracterizam-se<br />
por flutuarem passivamente, arrasta<strong>dos</strong> pelas correntes ou outros movimentos da água. Alguns <strong>de</strong>les possuem órgãos<br />
locomotores que lhes permitem <strong>de</strong>slocar-se por curtas distâncias, mas nenhum consegue vencer os movimentos da<br />
água. Por oposição, os animais que nadam activamente compõem o Necton (<strong>de</strong> que fazem parte a maior parte <strong>dos</strong><br />
invertebra<strong>dos</strong>, os peixes, répteis e mamíferos). O Plâncton po<strong>de</strong> dividir-se em fitoplâncton e zooplâncton.<br />
Plâncton vegetal ou fitoplâncton.<br />
• Composto por uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seres vegetais que, tal como as plantas e algas, conseguem realizar a<br />
fotossíntese, ou seja, graças à presença <strong>de</strong> pigmentos especiais, em particular a clorofila, conseguem captar a<br />
energia do sol para produzirem o seu próprio alimento a partir <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono e sais minerais. São por isso<br />
chama<strong>dos</strong> produtores.<br />
• São as algas unicelulares que compõem basicamente o fitoplâncton. Um <strong>dos</strong> grupos mais abundantes são as<br />
diatomáceas, <strong>de</strong> formas muito variadas e formando por vezes colónias. Diferem das outras algas por possuírem<br />
uma pare<strong>de</strong> celular <strong>de</strong> sílica e apresentarem uma cor acastanhada. Outro grupo importante são os flagela<strong>dos</strong>,<br />
assim <strong>de</strong>signa<strong>dos</strong> por possuírem um flagelo, ou seja um pequeno apêndice locomotor.<br />
• Os dinoflagela<strong>dos</strong> (2 flagelos) constituem o 2º grupo mais importante do fitoplâncton e aparecem por vezes em<br />
gran<strong>de</strong>s concentrações, constituindo as conhecidas "marés vermelhas", frequentemente tóxicas.<br />
• O fitoplâncton constitui a principal fonte <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> matéria orgânica na água, <strong>de</strong>le <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo to<strong>dos</strong> os<br />
outros animais (herbívoros ou carnívoros). Constitui na realida<strong>de</strong> a Base da Vida.<br />
O zooplâncton.<br />
• Por sua vez, constitui o elo principal entre o fitoplâncton e os animais marinhos <strong>de</strong> maiores dimensões. Na<br />
realida<strong>de</strong> o fitoplâncton serve <strong>de</strong> alimento ao zooplâncton; este por sua vez vai ser comido por animais <strong>de</strong> maiores<br />
dimensões (peixes, crustáceos, etc...), os quais serão ingeri<strong>dos</strong> por animais ainda maiores. Estabelece-se assim<br />
uma Ca<strong>de</strong>ia Alimentar baseada em complexas relações alimentares entre os diferentes animais e plantas. As<br />
gran<strong>de</strong>s baleias oceânicas por exemplo alimentam-se directamente <strong>de</strong> zooplâncton que retiram da água por<br />
filtração, com a ajuda das suas longas barbas.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
165
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE)<br />
• O zooplâncton inclui um número elevado <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> dimensões e formas diversas, pertencentes aos mais<br />
varia<strong>dos</strong> grupos zoológicos. Alguns são unicelulares ou seja, compostos por uma só célula.<br />
• Os crustáceos constituem uma parte importante do zooplâncton, <strong>de</strong> que fazem parte, nalguns casos, durante toda a<br />
vida. Noutros casos são planctónicos apenas durante o estado larvar, passado a fazer parte do necton quando<br />
adultos, como por exemplo as lagostas, ou os caranguejos.<br />
• Os ovos e larvas da gran<strong>de</strong> maioria <strong>dos</strong> peixes fazem parte do plâncton.<br />
• O único meio eficaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa para os seres vivos que vivem em pleno oceano é tornarem-se invisíveis aos olhos<br />
<strong>dos</strong> predadores. Por esta razão, a maior parte <strong>dos</strong> organismos que formam o plâncton são transparentes, sendo<br />
muito difícil <strong>de</strong>tectá-los <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> água.<br />
• Algumas espécies são bioluminescentes, ou seja, brilham na escuridão das profun<strong>de</strong>zas, utilizando esta<br />
capacida<strong>de</strong> para afugentarem predadores ou atraírem parceiros sexuais. Por outro lado, a forma <strong>dos</strong> seres<br />
planctónicos é extremamente curiosa, apresentando geralmente espinhos ou outros apêndices muito longos.<br />
• As comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> plâncton flutuam passivamente nos oceanos, sendo arrastadas pelas correntes <strong>de</strong><br />
ressurgência e outros movimentos da massa <strong>de</strong> água, registando assim movimentos laterais passivos. No entanto,<br />
o Plâncton realiza movimentos ou migrações verticais activas, diariamente ou sazonalmente. Na realida<strong>de</strong>, ao<br />
entar<strong>de</strong>cer uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> animais planctónicos sobe das profun<strong>de</strong>zas on<strong>de</strong> vive normalmente (entre<br />
os 200 m e os 500 m) e sobe até à superfície, para se alimentar do fitoplâncton que aí vive. Ao amanhecer<br />
regressam à profundida<strong>de</strong>, permanecendo na escuridão ou penumbra. Pensa-se que esta é uma forma <strong>de</strong><br />
protecção contra os predadores que abundam à superfície durante o dia.<br />
BIOLOGIA<br />
• A <strong>de</strong>finição clássica da palavra biologia é dada como: "ciência que estuda os seres vivos e suas relações". Quando<br />
falamos sobre biologia marinha obviamente estamos <strong>de</strong>finindo o ambiente em que esta vida se <strong>de</strong>senvolve. É ai<br />
que a coisa toma corpo ... o mar.<br />
• Para sentir um pouco <strong>de</strong> sua importância <strong>de</strong>ve-se ter em conta que a Terra é o único planeta conhecido que possui<br />
água, e que quase toda a água da Terra, 97% ,encontra-se nos oceanos.<br />
• Estu<strong>dos</strong> científicos revelam que a vida teve origem nos oceanos a cerca <strong>de</strong> 3,5 bilhões <strong>de</strong> anos.<br />
• Cobrindo 71% da superfície da Terra e com um volume aproximadamente <strong>de</strong> 1,4 bilhões <strong>de</strong> km cúbicos a gran<strong>de</strong><br />
massa oceânica po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como a principal responsável pelo controle do clima no planeta. Os oceanos<br />
absorvem e armazenam a energia solar, e a sua capacida<strong>de</strong> calorífica controla e se estabiliza as temperaturas da<br />
superfície da Terra. Sem os oceanos o planeta seria insuportavelmente quente durante o dia e glacial a noite.<br />
• A temperatura do mar po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> -3°C nos pólos para 30°C nos trópicos. Devido à sua magnitu<strong>de</strong> e<br />
consequentemente às dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso, po<strong>de</strong>-se afirmar que até hoje menos <strong>de</strong> 1% do solo marinho foi<br />
explorado. Para se dar uma i<strong>de</strong>ia disso, uma característica geológica importante como a dorsal mesoceânica que<br />
se distribui pelas principais bacias oceânicas com 73.600 km <strong>de</strong> extensão, foi vista pela primeira vez somente em<br />
1973.<br />
• "Nem só <strong>de</strong> água vive o oceano". Outro dado interessante sobre o mar é que <strong>dos</strong> 103 elementos químicos<br />
conheci<strong>dos</strong> na natureza, a maioria <strong>de</strong>les foi <strong>de</strong>scoberta na água do mar, e é provável que o resto seja <strong>de</strong>tectado ali<br />
um dia. Durante bilhões <strong>de</strong> anos as chuvas caíram sobre a terra firme e os rios <strong>de</strong>saguaram no mar carregando<br />
milhares <strong>de</strong> compostos em solução.<br />
• Também durante todo este tempo os próprios mares trabalharam exaustivamente a escavar rochas e a dissolver os<br />
minerais nos seus leitos.<br />
• Po<strong>de</strong>-se dizer que cerca <strong>de</strong> 3,5% da água do mar (26,6 milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> sais por km cúbico <strong>de</strong> oceano) é<br />
composta <strong>de</strong> minerais dissolvi<strong>dos</strong>.<br />
• Há uma frase escrita pelo oceanógrafo Robert Miller que expressa a importância <strong>de</strong>sta riqueza "se encontrássemos<br />
a água do mar somente em um lago pequeno e distante, químicos e biólogos sem dúvida a estudariam<br />
intensamente como o mais precioso <strong>dos</strong> líqui<strong>dos</strong>".<br />
ECOLOGIA<br />
Perigos e Defesa do Meio Ambiente<br />
• Aci<strong>de</strong>ntes próprios<br />
• Perigos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m física<br />
• Inci<strong>de</strong>ntes por diversas causas<br />
Aci<strong>de</strong>ntes próprios do Meio Ambiente<br />
• Perigos relaciona<strong>dos</strong> com animais marinhos que produzem lesões físicas:<br />
- Animais URTICANTES ....................................................Imóveis<br />
- Animais VENENOSOS ................................................... Imóveis, camufla<strong>dos</strong>, nadam mal e preferem os fun<strong>dos</strong><br />
- Animais QUE PRODUZEM FERIDAS ............................ Rápi<strong>dos</strong> e mor<strong>de</strong>dores<br />
- Animais ELÉCTRICOS ................................................... Camufla<strong>dos</strong><br />
- Animais TÓXICOS .......................................................... Alimentares<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
166
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE)<br />
Animais Urticantes<br />
Esponjas<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Tipo<br />
Caribe<br />
Erupção<br />
Geralmente dura vários Esponja <strong>de</strong> fogo<br />
Púrido<br />
dias<br />
Musgo marinho<br />
Reacções alérgicas<br />
Queimaduras<br />
Febres altas<br />
vermelho<br />
Coral<br />
Medusa<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Mar Vermelho Dermatite púriginosa<br />
Escoliose<br />
Caribe<br />
Indo-Pacifico<br />
Dura vários dias Coral <strong>de</strong> fogo<br />
(Millepora, sp)<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Falta <strong>de</strong> ar<br />
Lesões cutâneas<br />
Colapso cardíaco<br />
Dura vários dias<br />
MORTE<br />
Anémona<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Recifes coralinos Queimadura<br />
Lesões cutâneas<br />
Dura vários dias<br />
Medusa<br />
(Chironex)<br />
(Chiropsalmus)<br />
Ouriços<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Oceanos e costas E<strong>de</strong>mas<br />
Dura até à extracção <strong>dos</strong> Ouriço do mar<br />
Púrido<br />
picos<br />
(Asthenosoma)<br />
Várias horas<br />
(Areosoma)<br />
Lesmas<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Recifes coralinos E<strong>de</strong>mas<br />
Dura vários dias Lesma do mar<br />
Conjuntivite<br />
(Hermodice)<br />
(Hermione)<br />
(Aphrodite)<br />
Alforreca<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Balau Púrido<br />
Dura várias horas<br />
Aparece no fundo para<br />
Queimaduras<br />
Dores fortes<br />
se alimentar na sopa<br />
Morte <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong><br />
MORTE<br />
<strong>de</strong> azoto que se<br />
Alergia<br />
encontra a uma<br />
Colapso cardio-muscular<br />
profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 20<br />
metros e é tóxica por<br />
mais <strong>de</strong> 3 minutos<br />
Animais Venenosos<br />
Caravela Portuguesa<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Oceanos<br />
1.º FASE<br />
Dura vários dias Frisália<br />
Dor intensa<br />
Deixam sempre (Physalia physalis)<br />
Queimaduras dolorosas queratoses<br />
Tentáculos <strong>de</strong> 30 cm a 40 mts<br />
Erupções purulentas MORTE<br />
Saco com Azoto e Dióxido <strong>de</strong><br />
carbono<br />
2.ª FASE<br />
Caibras musculares<br />
Lipotimias<br />
Arritmias cardíacas<br />
Dificulda<strong>de</strong> em respirar<br />
MORTE<br />
Saco flutuante com 5 cm a 8 cm<br />
Extremamente venenosa e<br />
perigosa<br />
167
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE)<br />
Peixe Pedra<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Águas tropicais Arritmias cardíacas Dura várias horas Peixe Pedra<br />
Águas subtropicais Dificulda<strong>de</strong> em respirar Queratose<br />
(Synanceia trachinis) (Synanceia<br />
Águas temperadas<br />
horiibis)<br />
Fun<strong>dos</strong> rochosos<br />
(Synanceia verrucosa)<br />
Não agressivo<br />
Espinhas dorsais<br />
Camufla-se muito bem<br />
Tubarão<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Fun<strong>dos</strong> rochosos Dores intensas<br />
Dura várias dias Tubarão vulgar<br />
Feridas profundas Queratose<br />
(Squalus acanthias)<br />
Territorial<br />
Raia com Ferrão<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Fun<strong>dos</strong> arenosos Dor intensa e Contusões Amputação<br />
Não agressivo, mas possui uma<br />
Necrose<br />
Morte<br />
agulha com 40 cm<br />
Peixe Escorpião<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Águas tropicais Arritmias cardíacas Dura várias horas Peixe Escorpião (Pterois)<br />
Águas subtropicais Falta <strong>de</strong> ar<br />
Grotesco com cabeça pequena,<br />
Águas temperadas<br />
monstruoso <strong>de</strong> corpo milimétrico<br />
Fun<strong>dos</strong> rochosos<br />
Nadam com elegância e imensa<br />
graciosida<strong>de</strong><br />
Parecem dançarinas com vistosa<br />
plumas bem coloridas<br />
Extremamente venenoso<br />
Conos<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Mar vermelho CONOS MEDITERRANEUS Imprevisível<br />
Cone<br />
Entre as algas Dor intensa<br />
Quase sempre culmina (Conos estriado)<br />
Entre os corais Sensação <strong>de</strong> queimadura com a MORTE da (Conos marmoreo)<br />
Fun<strong>dos</strong> arenosos Purido<br />
vitima<br />
(Conos geographus)<br />
CONOS GEOGRAPHUS<br />
(Conos mediterraneus)<br />
Debilida<strong>de</strong><br />
Molusco venenoso<br />
Paralisia muscular<br />
Dente livre / língua<br />
Dificulda<strong>de</strong> em falar<br />
espinhosa transformada<br />
Dificulda<strong>de</strong> em <strong>de</strong>glutir<br />
Em poucas horas po<strong>de</strong><br />
Dificulda<strong>de</strong> em respirar<br />
levar a paragem<br />
Paragem respiratória<br />
respiratória e paragem<br />
Paragem cardíaca<br />
cardíaca<br />
Agressivo passivo<br />
Predador<br />
A intervenção contra a<br />
potência do veneno, varia<br />
com a espécie,<br />
recomenda-se uma acção<br />
quase imediata, 1 minuto,<br />
até ao limite máximo <strong>de</strong> 6<br />
horas<br />
Peixe Besta estriado<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Fun<strong>dos</strong> arenosos Dor intensa<br />
Várias horas<br />
Territorial<br />
Depressões arenosas Contusões<br />
Queratose<br />
O macho guarda os ovos que a<br />
Feridas profundas<br />
fêmea põe nas <strong>de</strong>pressões<br />
arenosas<br />
Dentes po<strong>de</strong>rosos<br />
Perfuram os fatos <strong>de</strong> 4 mm e<br />
ainda fazem feridas na pele<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
168
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE)<br />
Peixe Aranha<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Fun<strong>dos</strong> arenosos Dor intensa<br />
Purido e sensação <strong>de</strong> calor<br />
Contusão<br />
Dura vários dias Territorial<br />
Medusa cofre<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Austrália Dor intensa<br />
O efeito só se inicia 10 Medusa cofre<br />
Purido<br />
minutos após o ataque (Chironex fleckeri)<br />
Úlceras necróticas<br />
ou contacto<br />
Vespa do mar<br />
Febre<br />
Dura vários dias Me<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 25 cm e os<br />
Perda <strong>de</strong> consciência<br />
MORTE<br />
seus tentáculos po<strong>de</strong>m<br />
Problemas respiratórios<br />
atingir os 9 mts<br />
Insuficiência cardíaca<br />
Agressivo<br />
Imobilizar a vitima<br />
O efeito da tóxina <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
do peso corporal da vitima<br />
Mata mais pessoas que o<br />
tubarão<br />
Coroa <strong>de</strong> espinhos<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Fun<strong>dos</strong> arenosos Dor intensa<br />
Dura vários dias Estrela do mar venenosa<br />
Algas<br />
Corais<br />
Rochas<br />
Gorgónias<br />
Purido<br />
Não agressivo<br />
Anémona do mar vermelho<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Mar vermelho Dor intensa<br />
Dura vários dias Não agressivo<br />
Algas/Rochas Sensação <strong>de</strong> queimadura<br />
Corais / Gorgónias Purido<br />
Peixe Coelho<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Oceano Pacifico Dor intensa<br />
Dura vários dias Peixe Espinha do pé<br />
Índia<br />
Ferida profunda<br />
(Siganidae)<br />
Perigoso<br />
Me<strong>de</strong> 25-30 cm<br />
Peixe Sapo<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Oceano Pacifico Dor intensa<br />
Dura vários dias Peixe Espinha do pé<br />
Índia<br />
Ferida profunda<br />
(Siganidae)<br />
Perigoso<br />
Me<strong>de</strong> 25-30 cm<br />
Peixe Weever<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Mar do Norte<br />
Dor intensa<br />
Dura vários dias Peixe Espinha do pé<br />
Costa Atlântica <strong>de</strong> Ferida profunda<br />
Morte<br />
(Trachinidae)<br />
África<br />
Gangrena<br />
Perigoso, injecta o veneno<br />
Mediterrâneo<br />
através <strong>de</strong> uma espinha sobre a<br />
cabeça<br />
Me<strong>de</strong> 30 cm<br />
Candiru<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
América do Sul Dor lacinantes<br />
Dura vários dias Peixe Gato Parasita<br />
Ferida no aparelho genito- Morte<br />
(Van<strong>de</strong>llia cirrhosa)<br />
urinário, provocada pela<br />
Perigoso, injecta o veneno<br />
penetração <strong>de</strong>ste parasita que<br />
através <strong>de</strong> uma espinha sobre a<br />
arpoa o hospe<strong>de</strong>iro com<br />
cabeça<br />
espinhas<br />
Me<strong>de</strong> 30 cm<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
169
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE)<br />
Animais que produzem feridas<br />
Tubarão Branco - (Carcharodon carcharias)<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Oceanos Dor intensa<br />
Dura vários Territorial<br />
Ferida profunda<br />
meses<br />
Perigoso<br />
Gangrena<br />
Muito agressivo<br />
Morte<br />
Atraído pela urina <strong>dos</strong><br />
mergulhadores<br />
Atraído pelo sangue <strong>de</strong> peixes<br />
mortos ou feridas do<br />
mergulhadro<br />
Tubarão Touro - Cinzento - (Carcharinus leucas)<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Dor intensa<br />
Dura vários dias<br />
Muito territorial<br />
Feridas profundas Se a vitima não for Perigoso<br />
assistida estes ataque Extremamente agressivo<br />
culmina com a morte da Atraído pela urina <strong>dos</strong><br />
mesma<br />
mergulhadores<br />
Atraído pelo sangue <strong>de</strong> peixes<br />
mortos ou feridas do<br />
mergulhador<br />
Por vezes sobe muito acima da<br />
foz <strong>dos</strong> rios<br />
Tubarão enfermeiro - (Ginglimostoma)<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Austrália Dor intensa<br />
Dura vários meses Territorial<br />
Ferida profunda Morte<br />
Perigoso<br />
Agressivo<br />
Atraído pela urina <strong>dos</strong><br />
mergulhadores<br />
Atraído pelo sangue <strong>de</strong> peixes<br />
mortos ou feridas do<br />
mergulhador<br />
Tubarão - Oceânico <strong>de</strong> Barbatana Branca - (Carcharinus longimanos)<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Dor intensa<br />
Dura vários meses Territorial<br />
Ferida profunda Morte<br />
Perigoso<br />
agressivo<br />
e extremamente<br />
Atraído pela urina <strong>dos</strong><br />
mergulhadores<br />
Atraído pelo sangue <strong>de</strong> peixes<br />
mortos ou feridas do<br />
mergulhador<br />
Tubarão Tigre – (Galeocerdo cuvieri)<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Águas Tropicais r intensa<br />
Dura vários dias Territorial<br />
e Subtropicais rido<br />
Não agressivo<br />
Piranha<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
América do Sul Dor intensa<br />
Dura vários dias Piranha<br />
Corte<br />
(Serrasalmus)<br />
Feridas profundas<br />
Muito agressivo<br />
Cobra <strong>de</strong> Coral<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
América Do Sul Dor intensa<br />
Dura vários dias Muito colorida, com bandas<br />
Sudoeste da Ásia Pequena picada<br />
Morte<br />
vermelhas e pretas, e estas<br />
separadas por bandas amarelas<br />
Me<strong>de</strong> entre 45-95 cm<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
170
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE)<br />
Congro<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
O mesmo que a Moreia Congro (Conger labiatus)<br />
Moreia<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Em toda a costa Dor intensa<br />
Dura vários dias Moreia<br />
Naufrágios<br />
Ferimento profundo<br />
(Gimnotorax melaegris)<br />
Rochas<br />
Infecção, <strong>de</strong>vido aos produtos<br />
(Gimnotorax nudivomer)<br />
Buracos<br />
do material em <strong>de</strong>composição<br />
(Gimnotorax javanicos)<br />
que tem entre os <strong>de</strong>ntes<br />
Territorial não agressivo, não<br />
<strong>de</strong>ve ser alimentada<br />
Boca sempre aberta, para<br />
efectuar os movimentos<br />
respiratórios<br />
Aspecto serpentiforme e <strong>de</strong>ntes<br />
muito afia<strong>dos</strong> com mor<strong>de</strong>dura<br />
não venenosa, mas muito<br />
perigosa<br />
As mais perigosas são<br />
Gimnotorax melaegris e o<br />
Gimnotorax nudivomer<br />
Cobra<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Japão<br />
Mor<strong>de</strong>dura dolorosa<br />
Dura várias horas Cobra <strong>de</strong> bandas<br />
Austrália<br />
Lacerações muito profundas<br />
(Lacticauda columbrina)<br />
Nova Zelândia<br />
Caça até a profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
Águas costeiras<br />
200 mts, sendo muito perigosa,<br />
pouco profundas<br />
quando ameaçada<br />
Põe ovos em covas e/ou<br />
buracos na costa e sobrevive<br />
por muito tempo fora da água<br />
Po<strong>de</strong> medir 1,4 mts<br />
Polvo <strong>de</strong> anéis Azuis<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Austrália Mor<strong>de</strong>dura dolorosa<br />
Dura vários dias Polvo azul<br />
Ilhas Fidji Ferimento profundo<br />
Dor intensa (Hapaloclhaena malusosus)<br />
Nova Zelândia Paralisia muscular<br />
MORTE<br />
(Hapaloclahena lunulatus)<br />
Nova Guiné Muita falta <strong>de</strong> ar<br />
Me<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2 a 20 cm<br />
Indonésia Dificulda<strong>de</strong> em executar os<br />
Não territorial e não agressivo<br />
Japão<br />
movimentos respiratórios<br />
A maior parte <strong>dos</strong> aci<strong>de</strong>ntes é por captura<br />
<strong>de</strong>sta espécie<br />
Saliva neurotóxica<br />
Poços rochosos<br />
Barracuda<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Águas tropicais Mor<strong>de</strong>dura dolorosa<br />
Dura vários dias Não territorial<br />
Ferimento profundo<br />
Dor intensa<br />
Não agressivo, quando jovem<br />
Dificulda<strong>de</strong> em executar<br />
Não agressivo, quando nada<br />
movimento muscular<br />
em cardume<br />
Agressivo, quando isolado<br />
Agressivo, quando adulto<br />
Nunca transportar peixe para<br />
alimentar<br />
Tapar os ferimentos que<br />
possa ter<br />
Nunca transportar comida<br />
Atrai-se<br />
brilho<br />
por objectos com<br />
Potencialmente perigoso<br />
A cor altera-se conforme o<br />
estado <strong>de</strong> espirito<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
171
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE)<br />
Peixe Cirurgião<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Recifes<br />
Mor<strong>de</strong>dura dolorosa<br />
Dura várias horas Muito territorial<br />
Naufrágios em águas Lacerações muito profundas Dor insuportáveis Extremamente agressivo e,<br />
tropicais<br />
potencialmente perigoso mas só<br />
Águas tropicais<br />
quando ameaçado<br />
Águas subtropicais<br />
Espinhos no dorso e barbatana<br />
caudal<br />
Peixe Zebra<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Oceano Pacifico Mor<strong>de</strong>dura dolorosa Dura várias horas Muito territorial<br />
Águas tropicais Lacerações<br />
Dor insuportáveis Extremamente agressivo e, potencialmente<br />
Águas Subtropicais Inchaço<br />
perigoso mas só quando ameaçado<br />
Paragem cardíaca<br />
Espinhos no dorso e barbatana caudal<br />
Me<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 20 cm<br />
Serpente do mar<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Pacifico<br />
Mor<strong>de</strong>dura dolorosa Dura várias horas Serpente Ventre Amarelo<br />
Ásia<br />
Lacerações<br />
MORTE<br />
(Pelanis Platurus)<br />
To<strong>dos</strong> os Oceanos 1.ª FASE<br />
Não Territorial<br />
Euforia<br />
Potencialmente perigosa, quando<br />
Inquietação<br />
Ameaçada<br />
Depressão<br />
Me<strong>de</strong> <strong>de</strong> 72-88 cm<br />
2.ª FASE<br />
Nunca aparece no Oceano Atlântico<br />
Garganta seca<br />
Po<strong>de</strong> permanecer 2 horas sem respirar<br />
Náuseas<br />
Não sobrevive muito tempo fora da<br />
Sensação <strong>de</strong> <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong><br />
água<br />
Paralisia<br />
Pouco curiosa<br />
3.ª FASE<br />
Espasmos mastigatórios<br />
Peso das pálperas<br />
Extremamente tóxica<br />
Animais Eléctricos<br />
Raia<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Águas pouco profundas<br />
Fun<strong>dos</strong> arenosos<br />
Costa da Califórnia<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Choque eléctrico ( 8 – 220 v ) Dor intensa Na parte ventral a carga é negativa<br />
Na parte dorsal a carga é positiva<br />
Enguia Eléctrica<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Choque eléctrico ( 50 - 220 v ) Dor intensa Enguia<br />
Peixe Torpedo<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
O Peixe Torpedo do grupo Marmorata produz um choque Dor intensa Peixe Torpedo<br />
eléctrico <strong>de</strong> 50 v, Peixe Torpedo do grupo Torpedo produz um<br />
(Marmorata)<br />
choque eléctrico <strong>de</strong> 80 v, Peixe Torpedo do grupo Nobiliana<br />
(Torpedo)<br />
produz um choque eléctrico <strong>de</strong> 220 v<br />
(Nobiliana)<br />
Animais Tóxicos<br />
Peixe Imperador / Alguns Bival<strong>de</strong>s<br />
Peixe Balão<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Águas tropicais<br />
Dor intensa Dura vários dias Peixe Balão<br />
Águas quentes temperadas Contusão<br />
(Tetraodontidae)<br />
Rios do sudoeste da Ásia<br />
Perigoso<br />
África<br />
28 mg <strong>de</strong> veneno injectado por espinhos,<br />
matam um mergulhador<br />
Me<strong>de</strong> entre 17 cm e 75 cm<br />
172
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE)<br />
Peixe Gatilho<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Mares tropicais Dor intensa Envenenamento (Balistridae)<br />
por ingestão Me<strong>de</strong> 60 cm<br />
Não comestível<br />
Peixe Porco<br />
Local Lesão Gravida<strong>de</strong> Obs<br />
Mares tropicais Dor intensa<br />
Envenenamento Peixe Porco Espinho (Diodontidae)<br />
Ferida profunda por ingestão Me<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 50-60 cm<br />
Contusão<br />
Não comestível<br />
PERIGOS DE ORDEM FÍSICA<br />
• Correntes marítimas<br />
• Águas turvas<br />
• Escuridão<br />
• Marés<br />
• Barcos afunda<strong>dos</strong><br />
• Navegação na superfície<br />
• Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesca<br />
• Artefactos <strong>de</strong> guerra <strong>de</strong>scontrola<strong>dos</strong><br />
INCIDENTES POR DIVERSAS CAUSAS<br />
• Entrada <strong>de</strong> água na máscara.<br />
• Rotura do vidro da máscra<br />
• Rotura da precinta da máscara.<br />
• Per<strong>de</strong>r a máscara<br />
• Entrada <strong>de</strong> ar no bocal do regulador<br />
• Rotura da traqueia do regulador<br />
• Falta <strong>de</strong> ar<br />
• Per<strong>de</strong>r aci<strong>de</strong>ntalmente o lastro<br />
• Subida em balão<br />
• Engachamentos<br />
• Vertigens<br />
• Enjoo<br />
• Caimbras<br />
• Dores cervicais<br />
• Afogamento físico<br />
• Frio<br />
• Insolação<br />
• Golpe <strong>de</strong> calor<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Temperatura da água Activida<strong>de</strong> Tempo<br />
25 ºC Parado 1 a 2 horas<br />
18 ºC a 21 ºC Em movimento 2 h 30 min a 3h30 min<br />
15 ºC a 18 ºC Em movimento 45 min a 1 h 30 min<br />
13 ºC a 15 ºC Em movimento 30 min a 45 min<br />
10 ºC a 13 ºC Em movimento 13 min a 30 min<br />
LESÕES POR ANIMAIS MARINHOS<br />
Pergunta: Além da dor imediata, há algum efeito a longo prazo <strong>de</strong> um ferida por ouriço do mar? Uma menina sentou-se<br />
inadvertidamente em cima <strong>de</strong> um ouriço do mar ferindo-se nas ná<strong>de</strong>gas. A ferida foi tratada imediatamente por um<br />
cirurgião, e foi tratada com antibióticos. Desenvolveu-se uma rigi<strong>de</strong>z cervical e uma tumoração macia na parte <strong>de</strong> cima<br />
do pescoço. Isto persistiu durante várias semanas apesar <strong>de</strong> ter radiografias normais e também a Ressonância<br />
magnética. Agora está OK, mas há um inchaço questionável na parte <strong>de</strong> trás do pescoço.<br />
173
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE)<br />
Resposta: Os efeitos imediatos <strong>de</strong> uma lesão por <strong>de</strong> ouriço mar normalmente são ardência local, seguida <strong>de</strong> e<strong>de</strong>ma,<br />
vermelhão e uma dor forte. Complicações mais severas po<strong>de</strong>m incluir infecção, entorpecimento ou paralisia. Se uma<br />
pessoa é alérgico ao veneno, eles po<strong>de</strong>m ter uma anafilaxia, reacção generalizada que po<strong>de</strong> até mesmo levar à morte,<br />
muito igual a alguém que é alérgico à picadas <strong>de</strong> abelhas.<br />
• Normalmente, os sintomas da lesão provocada por um ouriço do mar diminuirão em alguns dias com tratamento<br />
apropriado, com o que sua que sua filha recebeu. Porém, é comum ficar dorido ou incomodado durante algumas<br />
semanas, ou até mesmo meses <strong>de</strong>pois do evento. Isto normalmente acontece próximo ao local da lesão, mas -<br />
como no caso <strong>de</strong> sua filha - po<strong>de</strong> acontecer em outro lugar.<br />
• Não é particularmente claro o que causa estes efeitos a longo prazo, mas é provável um efeito neurotóxico do<br />
veneno do ouriço. Em todo caso, não consegui achar qualquer relato <strong>de</strong> dano neurológico permanente <strong>de</strong> uma<br />
lesão , e os sintomas <strong>de</strong>vem solucionar com tempo.<br />
TRATAMENTO DE FERIDAS CORTES E PICADAS CAUSADAS POR VIDA MARINHA.<br />
Animais Peçonhentos do mar como: Ouriços, Peixe-Pedra, Raias.<br />
Porco-espinhos do mar, os espinhos do ouriço são como agulhas hipodérmicas que se quebram quando penetram em<br />
sua pele, injectando o veneno <strong>de</strong>las. O veneno <strong>dos</strong> espinhos do Peixe pedra é injectado profundamente no loca e<br />
produz dor violeta que po<strong>de</strong> durar vários dias. As arraias usam um ou espinhos maiores ou esporões nos rabos <strong>de</strong>las<br />
como armas <strong>de</strong>fensivas. Quando você pisa em uma, a arraia chicoteia seu rabo, dilacerando ou perfurando seu pé,<br />
tornozelo ou perna.<br />
Efeitos: Confusão mental, Olhos lacrimejantes pela dor, vermelhidão, e<strong>de</strong>ma e sangramento. Múltiplas perfurações<br />
po<strong>de</strong>m causar fraqueza, paralisia, dificulda<strong>de</strong> respiratória, e até a morte.<br />
Tratamento imediato: Se possível, eleve a área afectada e aplique um compressa pressionando. Ambas técnicas<br />
ajudarão a diminuir a absorção <strong>de</strong> qualquer veneno na ferida.<br />
• Não aplique um torniquete. Isto geralmente resultará em mais danos do que ajudará.<br />
• Coloque a ferida sob água tépida à 45ºC / 115ºF água, ou tão quente quanto você pu<strong>de</strong>r tolerar, por 30 a 90<br />
minutos. Muitas toxinas marinhas são proteínas as quais são <strong>de</strong>struídas pelo calor, muito igual ao que acontece a<br />
um ovo quando está cozido ele se coagula. O calor húmido local po<strong>de</strong> reduzir a dor dramaticamente, e o dano<br />
causado pela lesão.<br />
• Controle a dor. A dor <strong>de</strong> picaduras marinhas po<strong>de</strong> ser muito forte e po<strong>de</strong> levar ao choque, fazendo o controle <strong>de</strong> dor<br />
mais cedo um importante cuidado do ferido. Isto geralmente po<strong>de</strong> ser feito com anestésicos locais, e muito<br />
raramente requererá o uso <strong>de</strong> analgésicos sistémico ou narcóticos.<br />
• Limpe a ferida com uma solução anti-séptica. Retirando o que permaneceu <strong>de</strong> veneno e pedaços do espinho<br />
ajudarão minimizar os danos, tempo <strong>de</strong> cicatrização e cura assim como prevenirá a infecção. Só <strong>de</strong>ixe um espinho<br />
inacessível só se ele não tiver penetrado em uma articulação, nervo ou vaso sanguíneo.<br />
• Busque cuidado médico apropriado. Apesar <strong>de</strong> fazer tudo do anterior, algumas feridas requererão limpeza cirúrgica<br />
e suturas, antibióticos para controle <strong>de</strong> infecção, como também soros anti veneno específicos e condições<br />
avançadas <strong>de</strong> controle à vida para picaduras severas. Não é sempre imediatamente óbvio quais picaduras<br />
precisarão tratamento médico mais intensivo, tão cedo quanto possível, adquira habito <strong>de</strong> bem cedo cuidar <strong>de</strong><br />
todas as lesões ocorridas<br />
Celentera<strong>dos</strong><br />
Não <strong>de</strong>ixe o gracioso nome e leve formato enganar você; estas são criaturas perigosas - , caravelas, coral fogo(não um<br />
verda<strong>de</strong>iro coral) e água-viva. As armas <strong>de</strong>les são nematocistos que são celulas cheias <strong>de</strong> veneno com uma espicula<br />
que ficam normalmente em cordoes encaracola<strong>dos</strong> que saem do corpo do animal. Quando activa<strong>dos</strong> pelo contacto com<br />
a pele ou por pressão, o nematocisto "arpoa" você com bastante força penetrando em sua pele e injectando veneno.<br />
Efeitos: Hydroi<strong>de</strong>s como o coral <strong>de</strong> fogo produz uma sensação <strong>de</strong> queima imediata seguida <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 30 minutos<br />
por uma erupção cutânea bolhosa (flictena) que leva vários dias para se curar. Lesões por água-viva causam bolhas <strong>de</strong><br />
queimaduras e <strong>de</strong>ixam um rastro <strong>de</strong> inchaços e marcas no local on<strong>de</strong> tocou . A queimadura por agua viva resulta em<br />
um severo ardor local, espasmos musculares, vómitos e choque, levando até mesmo ao colapso ( falência <strong>de</strong> múltiplos<br />
órgãos e teci<strong>dos</strong> por má perfusão sanguínea <strong>de</strong>vido à baixa pressão)<br />
Tratamento: Remova os tentáculos com uma mão enluvada ou pinças para evitar <strong>de</strong> também ser lesado então<br />
enxagúe completamente com água salgada.<br />
• Água doce fresca ou esfregar vai activar mais nematocistos que ainda não tinham <strong>de</strong>scarregado e aumentar a<br />
lesão.<br />
• Desactive os nematocistos restantes com uma solução <strong>de</strong> vinagre <strong>de</strong> 5 por cento até parar <strong>de</strong> sentir a queima. Use<br />
um álcool isopropilico se você não tem vinagre. Carne <strong>de</strong> vaca crua também neutraliza veneno - No caso <strong>de</strong> nada<br />
ter por perto, po<strong>de</strong> parecer extremamente anti-higiénico, mas a urina, por ser ácida aplicada ao local ajuda a aliviar<br />
os sintomas (NT). Aplique um creme e raspe a pele usando um aparelho <strong>de</strong> barbear, no caso da falta <strong>de</strong>ste que é o<br />
mais certo em um barco (NT) po<strong>de</strong>m ser usadas uma pasta <strong>de</strong> lama, farinha ou talco e raspar com a lamina <strong>de</strong> sua<br />
faca <strong>de</strong> mergulho ou uma seu cartão <strong>de</strong> crédito para os remover nematocistos restantes.<br />
• Seque a pele e aplique um unguento <strong>de</strong> hidrocortisona ou outro corticói<strong>de</strong> tópico e leve uma preparação <strong>de</strong><br />
diphenhydramine (como o Benadryl) para reacções alérgicas mo<strong>de</strong>radas. Mantenha ainda a vítima quieta, para<br />
impedir para veneno <strong>de</strong> mais rápido se espalhar, com a parte ferida mais elevada em relação ao nível do coração.<br />
• Lesões sérias que resultam em reacções com risco <strong>de</strong> vida como espasmos e respiração com dificulda<strong>de</strong> e choque<br />
requerem atenção médica <strong>de</strong> emergência.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
174
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE)<br />
Corais<br />
É uma situação <strong>de</strong> embaraçosa para você. Esbarrando em um coral você remove sua camada mucosa protectora.<br />
Embora os nematocistos <strong>de</strong> pólipos <strong>de</strong> coral não levem à gran<strong>de</strong>s danos em humanos, eles tem outros mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />
agredir, mesmo indirectamente como: cortes e abrasões nos pontos afia<strong>dos</strong> e cortes em corais pedregosos afia<strong>dos</strong><br />
como laminas <strong>de</strong> barbear.<br />
Efeitos: Dor ar<strong>de</strong>nte e erupção local da pele semelhante à sarna. Esta " erupção cutânea " ( causada por uma forma <strong>de</strong><br />
toxina <strong>de</strong> coral) po<strong>de</strong> levar até seis semanas para se curar completamente.<br />
Tratamento: Esfregue área com sabão e água.<br />
• Enxagúe molhando as feridas com uma solução <strong>de</strong> vinagre à 5% ou álcool isopropilico ou uma solução acida fraca.<br />
• Aplique creme ou pomada <strong>de</strong> hidrocortisona.<br />
Como evitar <strong>de</strong> se expor: Roupas húmidas <strong>de</strong> neopréne ou lycra provêem protecção só limitada contra um do mais<br />
perigosas classes <strong>de</strong> criaturas marinhas - os " a<strong>de</strong>sivos ".<br />
• Espinhos <strong>de</strong> ouriço e ferrão <strong>de</strong> arraia, por exemplo, é capaz <strong>de</strong> penetrar 6mm <strong>de</strong> neopréne ou um bota <strong>de</strong> sola dura<br />
facilmente.<br />
• Os mergulhadores e snorkelers precisam levar várias medidas para minimizar o risco <strong>de</strong> ser lesado.<br />
• Mantenha boa flutuabilida<strong>de</strong>: Flutuabilida<strong>de</strong> é uma habilida<strong>de</strong> que crescentemente foi acentuada aos<br />
mergulhadores em recentes anos, ajudando<br />
• A minimizar os danos para com os recife e reduzir o consumo <strong>de</strong> ar, e dramaticamente abaixando o risco <strong>de</strong> bater<br />
aci<strong>de</strong>ntalmente em, ou aterrar numa criatura que potencialmente lesiva. Se você acha necessário colocar seus<br />
<strong>de</strong><strong>dos</strong> para se apoiar e se estabilizar no local, tenha certeza <strong>de</strong> verificar antes cuida<strong>dos</strong>amente tendo certeza que<br />
está sem vida resi<strong>de</strong>nte no local. Ganchos <strong>de</strong> apoio em recifes estão sendo bastante usa<strong>dos</strong> em áreas com<br />
corrente, on<strong>de</strong> eles po<strong>de</strong>m servir limitar os danos tanto do recife como do mergulhador.<br />
Veja os seus passos<br />
• Aproximadamente 1,500 pessoas um ano são feridas através <strong>de</strong> arraias, enquanto os peixe-pedra são os mais<br />
venenosos <strong>dos</strong> peixes.<br />
• Contacto com ambos estes habitantes do mar po<strong>de</strong>m ser evita<strong>dos</strong> com um pouco cuidado. Mergulhadores<br />
<strong>de</strong>veriam evitar se apoiar no fundo ou chegar levantando suspensão no local <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida, <strong>de</strong>scendo com suavida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong> modo a perceber qualquer ser escondido e para on<strong>de</strong> ele se moveu ..<br />
• Pessoas que entram em água rasa para on<strong>de</strong> estes peixes são encontra<strong>dos</strong>, <strong>de</strong>veriam andar arrastando os pés As<br />
vibrações alertarão os moradores do fundo à sua frente, fazendo sair <strong>de</strong> seu caminho..<br />
Não toque em vida marinha<br />
• Isto po<strong>de</strong> soar óbvio, mas um número significante <strong>de</strong> lesões acontece quando tentamos pegar, alisar, brincar com<br />
ou manipular criaturas com espinhos.<br />
• Animais marinhos evoluíram com espinhos quase exclusivamente como uma medida <strong>de</strong>fensiva.<br />
• Se você <strong>de</strong>ve ser um visitante cuida<strong>dos</strong>o e consi<strong>de</strong>rado na casa <strong>de</strong>les, e eles po<strong>de</strong>rão ser observa<strong>dos</strong> sem risco<br />
para você ou para eles.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
175
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
139
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
A DESCOMPRESSÃO<br />
• Quando nos encontramos a superfície e portanto respirando o ar a pressão normal, este<br />
encontra-se dissolvido no nosso sangue e nos tecido a um nível <strong>de</strong> saturação que<br />
correspon<strong>de</strong> a pressão atmosférica.<br />
• Ao mergulharmos ficamos submeti<strong>dos</strong> a maior pressão e o nível <strong>de</strong> saturação modificase.<br />
Ao fim dum <strong>de</strong>terminado tempo começaremos a ter dissolvi<strong>dos</strong> no nosso organismo<br />
uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gases superior ao normal.<br />
• Ao regressarmos a superfície, com a correspon<strong>de</strong>nte diminuição da pressão, esses<br />
gases vão se libertando. Se a subida pu<strong>de</strong>sse ser suficientemente lenta para esses<br />
gases em excesso se libertassem através da respiração, da mesma forma que se<br />
acumularam, não surgiriam problemas, mas como e difícil isso acontecer os<br />
mergulhadores que não tomem certas precauções verão as bolhas libertadas<br />
acumularem-se no sangue e nos teci<strong>dos</strong> dando origem aos aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão ou doença<br />
<strong>de</strong>scompressiva. Este é um <strong>dos</strong> problemas mais graves do mergulhador ou <strong>de</strong> quem respira gases sob pressão.<br />
AS TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
• Foi Paul Bert quem, entre 1870 e 1878, <strong>de</strong>monstrou que os<br />
aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão eram provoca<strong>dos</strong> pela dissolução <strong>de</strong><br />
gases nos teci<strong>dos</strong> e sobretudo pelo azoto.<br />
• Em 1907 John Scott Haldane, baseando-se nos trabalhos <strong>de</strong><br />
Paul Bert, criou a primeira tabela <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão para a<br />
marinha inglesa. Só muito mais tar<strong>de</strong> apareceu outra tabela <strong>de</strong><br />
origem americana.<br />
• Em 1948 o comandante Alinat, do G.E.R.S., adaptou ao sistema<br />
métrico á tabela americana e introduziu a tabela <strong>de</strong> mergulhos<br />
sucessivos. A partir <strong>de</strong> então as marinhas <strong>de</strong> quase todo o mundo<br />
calcularam novas tabelas ou adaptaram as já existentes e<br />
começaram a utilizá-las baseando-se em critérios e valores<br />
variáveis, que veio provocar diferenças significativas entre elas.<br />
• Alem disso a evolução do conhecimento cientifico tem vindo a<br />
tornar essas tabelas cada vez mais perfeitas. Neste momento e<br />
especialmente nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, são as universida<strong>de</strong>s e os<br />
<strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> investigação <strong>de</strong> certas industrias que nos<br />
apresentam novas tabelas, quebrando assim a hegemonia das<br />
marinhas <strong>de</strong> guerra <strong>dos</strong> países mais avança<strong>dos</strong> neste campo.<br />
Dado que ao longo <strong>dos</strong> anos temos vindo a encontrar tabelas<br />
diferentes, cada vez mais aperfeiçoadas temos <strong>de</strong> estar<br />
prepara<strong>dos</strong> para ver alteradas as tabelas que vamos adoptar.<br />
INTRODUÇÃO<br />
• Quantos mergulhadores não se interrogaram já sobre este tema tão actual que é o da utilização das “Tabelas <strong>de</strong><br />
<strong>Mergulho</strong>” ou <strong>dos</strong> “Computadores <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong>” ?<br />
• Quase sempre a pergunta inci<strong>de</strong> sobre “ Qual será a tabela ou qual <strong>dos</strong> sistemas maior segurança oferece ?<br />
• Estamos a referirmo-nos claro está à possibilida<strong>de</strong> da ocorrência dum “aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão” que como é<br />
sabido po<strong>de</strong>rá originar várias sintomatologias classificadas como “síndroma <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão” ou mais<br />
vulgarmente “doença do mergulho”.<br />
• Parafraseando o Engº Beat Mueller, um <strong>dos</strong> colaboradores do do Dr. Buehlmann do Buehlmann Institut <strong>de</strong> Zurich,<br />
po<strong>de</strong>mos escrever: “Nem mesmo o MELHOR <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os sistemas po<strong>de</strong> garantir 100% <strong>de</strong> segurança. Esta<br />
condição só é conseguida restringindo TODAS as activida<strong>de</strong>s subaquáticas ao mergulho na banheira”<br />
• É a realida<strong>de</strong> e é perante esta realida<strong>de</strong> que to<strong>dos</strong> nós mergulhadores temos <strong>de</strong> encarar quer as “Tabelas <strong>de</strong><br />
<strong>Mergulho</strong>” quer os “Computadores <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong>”.<br />
• Posta esta advertência que me parece oportuna, pois muitos há que pensam que qualquer <strong>de</strong>stas “ajudas”<br />
garantem segurança total, isto para não falar daqueles que acreditam na protecção divina e para os quais elas são<br />
produtos supérfluos, permitindo-se por esta razão fazer todo o tipo <strong>de</strong> barbarida<strong>de</strong>s, vamos tentar dar uma achega<br />
a este assunto.<br />
• Fazendo parte da matéria do último Curso <strong>de</strong> mergulho que frequentaram, to<strong>dos</strong> ficaram a saber que quando<br />
mergulha<strong>dos</strong> estamos expostos à acção inexorável das leis físicas tão nossas conhecidas, particularmente neste<br />
caso, aquela que rege a dissolução/libertação <strong>dos</strong> gases nos líqui<strong>dos</strong>.<br />
• Também sabemos que, <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os gases respira<strong>dos</strong> que fazem parte do ar em maior ou menor percentagem, são<br />
os gases inertes aqueles que po<strong>de</strong>rão originar o tão temido “aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão” aquando do regresso à<br />
superfície, po<strong>de</strong>ndo dar-se a exclusivida<strong>de</strong> ao azoto (N2) dada a sua elevada percentagem na mistura (79%)<br />
comparativamente com a <strong>dos</strong> restantes.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
140
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
• Em princípio o aci<strong>de</strong>nte não acontecerá se a libertação <strong>de</strong>ste gás, que se dissolveu nos vários teci<strong>dos</strong> do nosso<br />
organismo on<strong>de</strong> foi conduzido pela corrente sanguínea durante o mergulho, for efectuada precisamente no local<br />
on<strong>de</strong> nela penetrou, isto é ao nível <strong>dos</strong> alvéolos pulmonares através das trocas gasosas provocadas pela diferença<br />
<strong>de</strong> pressão existente entre cada um <strong>dos</strong> la<strong>dos</strong> da pare<strong>de</strong> alveolar.<br />
• Este processo <strong>de</strong> dissolução/libertação extremamente complexo dada a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> parâmetros que nele estão<br />
envolvi<strong>dos</strong> rege-se por uma expressão matemática apresentada sob a forma duma função exponencial<br />
exaustivamente testada há várias décadas por to<strong>dos</strong> os que, por todo o mundo, se têm <strong>de</strong>dicado à investigação<br />
<strong>de</strong>sta matéria.<br />
• Não foi <strong>de</strong> ânimo leve que a FPAS, preten<strong>de</strong>ndo normalizar o mo<strong>de</strong>lo das tabelas <strong>de</strong> mergulho entre as suas<br />
escolas fe<strong>de</strong>radas, optou pela escolha das Tabelas <strong>de</strong> Descompressão para Ar, Buehlmann “86 cujo algoritmo é o<br />
mesmo algoritmo utilizado nos computadores <strong>de</strong> mergulho da família <strong>dos</strong> DECO-BRAIN, ALADIN, UWATEC e<br />
MONITOR talvez os mais comercializa<strong>dos</strong> no nosso país.<br />
• Verificamos também que no mergulho com NITROX, que há algum tempo começou a ser divulgado no nosso país<br />
on<strong>de</strong> já conta número apreciável <strong>de</strong> mergulhadores qualifica<strong>dos</strong> para a sua utilização, também se utilizam as<br />
Tabelas Buehlmann calculadas para os vários tipos <strong>de</strong> misturas utilizadas.<br />
• Parece-nos pois acertada a escolha feita e julgamos que após a nova abordagem <strong>de</strong>ste assunto, que iremos fazer<br />
no âmbito <strong>de</strong>ste curso, muitas das dúvidas que <strong>de</strong> certeza surgiram após o primeiro grau <strong>de</strong> aprendizagem ou<br />
conclusões que nessa altura nos assumimos, fiquem convenientemente esclareci<strong>dos</strong> no final da mesma.<br />
Os parâmetros do mergulho<br />
• Todas as tabelas fundamentam-se em dois valores - a profundida<strong>de</strong> do mergulho e o tempo <strong>de</strong> mergulho. Estes<br />
valores estão relaciona<strong>dos</strong> com a dissolução <strong>dos</strong> gases no sangue e nos teci<strong>dos</strong>. Quanto mais fundo<br />
mergulharmos maior e a pressão e portanto maior e a dissolução.<br />
• Quanto mais tempo passarmos a essa pressão também maior e a dissolução. Assim interessa pois <strong>de</strong>finir estes<br />
valores.<br />
Tabelas e computadores <strong>de</strong> mergulho<br />
• Também sabemos que, <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os gases respira<strong>dos</strong> que fazem parte do<br />
ar em maior ou menor percentagem, são os gases inertes aqueles que<br />
po<strong>de</strong>rão originar o tão temido “aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão” aquando do<br />
regresso à superfície, po<strong>de</strong>ndo dar-se a exclusivida<strong>de</strong> ao azoto (N2) dada<br />
a sua elevada percentagem na mistura (79%) comparativamente com a<br />
<strong>dos</strong> restantes.<br />
• Em princípio o aci<strong>de</strong>nte não acontecerá se a libertação <strong>de</strong>ste gás, que se<br />
dissolveu nos vários teci<strong>dos</strong> do nosso organismo on<strong>de</strong> foi conduzido pela<br />
corrente sanguínea durante o mergulho, for efectuada precisamente no<br />
local on<strong>de</strong> nela penetrou, isto é ao nível <strong>dos</strong> alvéolos pulmonares através<br />
das trocas gasosas provocadas pela diferença <strong>de</strong> pressão existente entre<br />
cada um <strong>dos</strong> la<strong>dos</strong> da pare<strong>de</strong> alvéolar.<br />
• Este processo <strong>de</strong> dissolução/libertação extremamente complexo dada a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> parâmetros que nele estão<br />
envolvi<strong>dos</strong> rege-se por uma expressão matemática apresentada sob a forma duma função exponencial<br />
exaustivamente testada há várias décadas por to<strong>dos</strong> os que, por todo o mundo, se têm <strong>de</strong>dicado à investigação<br />
<strong>de</strong>sta matéria.<br />
Historial<br />
• Durante muitos anos os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão e as experiências anteriores realizadas na elaboração das<br />
Tabelas <strong>de</strong> mergulho foram ro<strong>de</strong>adas <strong>de</strong> secretismo e atingiram por vezes um mito entre a comunida<strong>de</strong> do<br />
mergulho. Ao falarmos das Tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão Buehlmann “86, preten<strong>de</strong>mos a sua <strong>de</strong>smistificação e<br />
acabar com esse secretismo e <strong>de</strong> alguma forma lançar alguma luz sobre os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão na<br />
generalida<strong>de</strong>, incluindo algumas das mais recentes <strong>de</strong>scobertas no campo do fenómeno da <strong>de</strong>scompressão.<br />
• Verificamos assim não haver razão para a existência <strong>de</strong> qualquer mito, mas sim a existência <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número<br />
<strong>de</strong> pesquisas científicas ao longo das três últimas décadas, um mo<strong>de</strong>lo matemático <strong>de</strong> fácil compreensão, milhares<br />
<strong>de</strong> experiências em Câmara Hiperbárica e em mergulhos em condições reais bem como uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
experiências sobre erros humanos. O seu autor, Prof. Dr. Buehlmann, foi um cientista <strong>de</strong> reputação mundial, aceite<br />
como cientista chefe no campo da pesquisa hiperbárica não apenas pela vasta comunida<strong>de</strong> do mergulho e<br />
organizações científicas, mas também por muitas organizações governamentais tais como a Marinha Americana e<br />
Alemã e a própria NASA. Passando em revista as Tabelas mais conhecidas po<strong>de</strong>mos agrupá-las em :<br />
a) Tabelas antigas<br />
• US Navy, 1937, 1957 (para o nível do mar) incluindo as suas <strong>de</strong>rivadas usadas pela NAUI, PADI em versão<br />
métrica.<br />
• GERS, 1965<br />
• Diferentes tabelas editadas pelo Ministério da Saú<strong>de</strong> e Trabalho (França e Alemanha)<br />
• Tabelas modificadas <strong>de</strong> SEEMAN, DRAEGER (sem qualquer informação sobre a sua experiência)<br />
b) Tabelas <strong>dos</strong> anos 70<br />
• Buehlmann 76 (primeira tabela para mergulhos em altitu<strong>de</strong> e mo<strong>de</strong>lo multi-teci<strong>dos</strong>)<br />
• Várias modificações duvi<strong>dos</strong>as e não autorizadas.<br />
• RNPL (Royal Navy), 1972 (mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> um tecido para o nível do mar)<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
141
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
c) Tabelas da mo<strong>de</strong>rna geração<br />
• DCIEM / Departamento da Defesa Nacional Canadiano, 1983/85<br />
(multi-teci<strong>dos</strong>, altitu<strong>de</strong>)<br />
• HUGGINS, USA, 1981 (para o nível do mar, apenas mergulhos<br />
sem <strong>de</strong>scompressão, modificadas do mo<strong>de</strong>lo da marinha)<br />
• BUEHLMANN, Suíça, 1986/1987 (sistema ZHL-L12/16, gran<strong>de</strong>s<br />
altitu<strong>de</strong>s e previsão do tempo <strong>de</strong> espera para voar)<br />
• PADI, USA, 1987 (para o nível do mar, apenas para mergulhos<br />
sem <strong>de</strong>scompressão)<br />
• BS-AC, Inglaterra, 1988, (para o nível do mar, não há informação<br />
sobre o mo<strong>de</strong>lo e factores <strong>de</strong> segurança, várias tabelas relativas<br />
a intervalos <strong>de</strong> superfície fixos)<br />
• NAVY, USA, 1989 (para o nível do mar, apenas para mergulhos<br />
sem <strong>de</strong>scompressão, mo<strong>de</strong>lo da marinha modificado)<br />
• COMEX PRO, França, 1991 (para o nível do mar, não há<br />
informação sobre o mo<strong>de</strong>lo e factores <strong>de</strong> segurança, várias<br />
tabelas relativas a intervalos <strong>de</strong> superfície fixos)<br />
Comparação <strong>dos</strong> valores das diferentes Tabelas <strong>de</strong> mergulho sem <strong>de</strong>scompressão:<br />
Prof.<br />
USNAVY<br />
1957<br />
nível<br />
do mar<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
GERS<br />
1965<br />
nível<br />
do mar<br />
RNPL<br />
1972<br />
nível<br />
do mar<br />
Bueh “76”<br />
0-700<br />
m<br />
0-700m<br />
DCIEM<br />
83/85<br />
nível<br />
do mar<br />
Bueh “86”<br />
86/87<br />
0-700m<br />
PADI<br />
1987<br />
nível<br />
do mar<br />
BS-AC<br />
1988<br />
0-250m<br />
COMEX<br />
PRO 91<br />
-9 --- --- --- --- 380 335 250 243 ---<br />
-12 200 --- 137 200 175 125 140 122 ---<br />
-15 100 120 --- 75 75 75 80 74 80<br />
-18 60 75 57 50 50 51 55 51 50<br />
-21 50 --- --- --- 35 35 40 37 35<br />
-24 40 45 32 --- 25 25 30 30 25<br />
-27 30 --- --- --- 20 20 25 24 20<br />
-30 25 30 20 20 15 17 20 20 15<br />
-36 15 25 14 --- 10 12 13 14 10<br />
-42 10 10 10 --- 7 9 8 12 5<br />
nível<br />
do mar<br />
142
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
E para um mergulho a 30m feito a partir do nível do mar o perfil da <strong>de</strong>scompressão relativo aos valores por elas<br />
apresenta<strong>dos</strong> é o seguinte:<br />
Tabela<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Tempo<br />
<strong>de</strong> fundo<br />
Patamares <strong>de</strong> Descompressão<br />
15m 12m 9m 6m 3m<br />
Tempo<br />
total <strong>de</strong> subida<br />
Haldane (108ft), 1908 15 4 8 15<br />
US-Navy (1958) 25 2<br />
GERS (1965 30 2<br />
Royal Navy (1972) 20 2<br />
Buehlmann “76 20 3<br />
DCIEM (1983/85) 20 2<br />
Buehlmann “86 17 1 4<br />
COMEX (1987) 15 3<br />
Haldane (108ft), 1908 60 10 15 20 47<br />
US-Navy (1958) 60 9 28 39<br />
GERS (1965 60 37 39<br />
Royal Navy (1972) 60 5 10 30 46<br />
Buehlmann “76 60 6 8 32 48<br />
DCIEM (1983/85) 60 6 9 40 56<br />
Buehlmann “86 60 3 13 35 53<br />
COMEX (1987) 60 3 15 35 55<br />
Haldane (108ft), 1908 120 5 15 25 35 82<br />
US-Navy (1958) 120 12 41 78 133<br />
Royal Navy (1972) 120 5 10 30 40 50 136<br />
DCIEM (1983/85) 110# 4 8 38 106 158<br />
Buehlmann “86 120 8 24 41 92 167<br />
COMEX (1987) 110# 3 20 40 75 140<br />
# O tempo <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> 120 min está fora <strong>dos</strong> valores da tabela<br />
Também se po<strong>de</strong> verificar que as Tabelas <strong>de</strong>:<br />
• Haldane para curtas exposições é muito conservadora mas menos segura para mergulhos <strong>de</strong> longa duração. A US<br />
Navy e a GERS são menos seguras para mergulhos <strong>de</strong> média e longa duração.<br />
• No contexto actual do mergulho <strong>de</strong>sportivo constatam-se as seguintes tendências no projecto das Tabelas <strong>de</strong><br />
Descompressão.<br />
- Cada vez mais organizações <strong>de</strong> mergulho abandonam as antigas Tabelas das Marinhas Americana e Inglesa.<br />
- A documentação trazida a público <strong>dos</strong> mais recentes sistemas <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> sendo mais abundante e melhor<br />
que anteriormente começa a conferir-lhes uma maior aceitação.<br />
- As Fe<strong>de</strong>rações da activida<strong>de</strong> e gran<strong>de</strong>s organizações <strong>de</strong> mergulho ten<strong>de</strong>m normalizar as tabelas<br />
- Há uma investigação mais profunda para analizar quais as tolerâncias <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong> através do efeito <strong>de</strong> Doppler.<br />
• Verifica-se que apenas as Tabelas Suíças e Canadianas são especificamente calculadas para a utilização em<br />
mergulhos em altitu<strong>de</strong>. Constata-se que as tabelas mais recentes têm:<br />
- Tolerâncias mais baixas para os grupos <strong>de</strong> teci<strong>dos</strong> pele-músculo<br />
- Valores <strong>dos</strong> intervalos <strong>de</strong> tempo e profundida<strong>de</strong> mais reduzi<strong>dos</strong>.<br />
- Padrões <strong>de</strong> segurança mais claramente <strong>de</strong>fini<strong>dos</strong><br />
- Níveis <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do período <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong> e da pressão ambiente<br />
• Tendo como consequência:<br />
- Encurtamento <strong>dos</strong> limites tempo em mergulhos sem <strong>de</strong>scompressão.<br />
- Paragens para <strong>de</strong>scompressão iniciadas a maior profundida<strong>de</strong>.<br />
- Tempos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão mais longos, especialmente nos patamares mais perto da superfície.<br />
- Redução da velocida<strong>de</strong> da subida (10, 12, 15 m).<br />
• Conhecer-se o material científico que serve <strong>de</strong> suporte às tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão é um factor que contribui<br />
entre outros para a escolha <strong>de</strong>ste ou daquele tipo <strong>de</strong> tabela.<br />
• Face ao historial que serviu <strong>de</strong> suporte às Tabelas <strong>de</strong> Buehlmann, do qual apresentamos alguns aspectos,<br />
po<strong>de</strong>mos avaliar a exaustão a que foram levadas as experiências que conduziram finalmente à adopção do<br />
algoritmo que maior segurança oferece aos seus utilizadores.<br />
143
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
Estu<strong>dos</strong> retrospectivos<br />
<strong>Mergulho</strong>s<br />
simula<strong>dos</strong><br />
com Ar<br />
<strong>Mergulho</strong>s<br />
simula<strong>dos</strong><br />
com O2 e Héliox<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
TIPO DE MERGULHO<br />
Nº DE SÉRIES<br />
DE<br />
EXPERIÊNCIA<br />
Nº DE<br />
PESSOAS<br />
TESTADAS<br />
- mergulhos simples, 30 - 40m 31 457<br />
- mergulhos sucessivos 9 165<br />
- <strong>de</strong>scompressão em altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>pois do mergulho 14 190<br />
- mergulhos simples, 30-35m 11 159<br />
- mergulhos profun<strong>dos</strong>, 80 - 575m 24 193<br />
- <strong>de</strong>scompressão em altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>pois do mergulho 1 15<br />
Estu<strong>dos</strong> <strong>de</strong> prospecção<br />
• Durante 1986-1988, foram efectua<strong>dos</strong> e analisa<strong>dos</strong> 498 mergulhos reais em altitu<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> 1400 a 3800 m e<br />
profundida<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> 12-16 m.<br />
Amostragens em mergulhos sucessivos<br />
• 127 Mergulhadores;<br />
• 127 Segun<strong>dos</strong> mergulhos sucessivos;<br />
• 39 Terceiros mergulhos sucessivos;<br />
• Profundida<strong>de</strong> 32-34m;<br />
• Tempos <strong>de</strong> fundo 13-60min;<br />
• Intervalos <strong>de</strong> superfície 10-120min.<br />
Experiências em mergulhos reais a gran<strong>de</strong> altitu<strong>de</strong><br />
• Lago Titicaca, Perú, 1987/ 3800 m. 17 mergulhadores, 3 semanas, 290 mergulhos, 12-39 m (não foram regista<strong>dos</strong><br />
sintomas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão)<br />
• Muttsee, Suiça, 1988/ 2500 m. 15 mergulhadores, 2 dias, 56 mergulhos, 24-52 m (2 aci<strong>de</strong>ntes ao nível da pele)<br />
• Massiço do Kénia, 1988/4400-4780 m. 18 mergulhos (não foram <strong>de</strong>tecta<strong>dos</strong> sintomas)<br />
• Amostragens em mergulhos efectua<strong>dos</strong> a gran<strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> na região <strong>de</strong> St. Gotthard, 1984-1988, 2134 m. 40-50<br />
mergulhadores, 60 mergulhos (não foram regista<strong>dos</strong> sintomas)<br />
Outros da<strong>dos</strong> relevantes<br />
• Maior altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização da câmara hiperbárica: 4200 m<br />
• Misturas respiratórias utilizadas: ar, nitrox, heliox, O2 para a <strong>de</strong>scompressão<br />
• Maior profundida<strong>de</strong> atingida: 575 m durante 2 h<br />
• <strong>Mergulho</strong>s em saturação: entre os 30- 220 m<br />
Aplicações prácticas<br />
• Construção do metropolitanos <strong>de</strong> Munique, 1983-85 - Pressão <strong>de</strong> trabalho 1.6-2.1 bar; 6-8 h/diárias; 5<br />
dias/semanais; razão <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes por mergulho 6/850 (compara<strong>dos</strong> com 48/1377 enquanto foram usadas as<br />
tabelas alemãs do Ministério da Saú<strong>de</strong> e Trabalho)<br />
• Trabalhos <strong>de</strong> construção do caminho <strong>de</strong> ferro perto <strong>de</strong> Berna pela Companhia Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Caminhos <strong>de</strong> Ferro,<br />
Suíça, 1988-91. Pressão <strong>de</strong> trabalho 1.2-1.6 bar durante 4-6 horas/dia<br />
• Tabelas <strong>de</strong> mergulho Buehlmann utilizadas em Inglaterra, Alemanha, Suíça, Austria, Marinhas Peruana e Boliviana<br />
40.000-50.000 mergulhadores <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1986.<br />
• Utilização do seu algoritmo em diversos computadores <strong>de</strong> mergulho (<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1984/85)<br />
• No contexto actual do mergulho <strong>de</strong>sportivo constatam-se as seguintes tendências no projecto das Tabelas <strong>de</strong><br />
Descompressão. Cada vez mais organizações <strong>de</strong> mergulho abandonam as antigas Tabelas das Marinhas<br />
Americana e Inglesa. A documentação trazida a público <strong>dos</strong> mais recentes sistemas <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> sendo mais<br />
abundante e melhor que anteriormente começa a conferir-lhes uma maior aceitação. As Fe<strong>de</strong>rações da activida<strong>de</strong> e<br />
gran<strong>de</strong>s organizações <strong>de</strong> mergulho ten<strong>de</strong>m normalizar as tabelas. Há uma investigação mais profunda para<br />
analisar quais as tolerâncias <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong> através do efeito <strong>de</strong> Doppler.<br />
Verifica-se que apenas as Tabelas Suíças e Canadianas são especificamente calculadas para a utilização em<br />
mergulhos em altitu<strong>de</strong>.<br />
• Constata-se que as tabelas mais recentes têm:<br />
1. Tolerâncias mais baixas para os grupos <strong>de</strong> teci<strong>dos</strong> pele-músculo.<br />
2. Valores <strong>dos</strong> intervalos <strong>de</strong> tempo e profundida<strong>de</strong> mais reduzi<strong>dos</strong>.<br />
3. Padrões <strong>de</strong> segurança mais claramente <strong>de</strong>fini<strong>dos</strong>.<br />
4. Níveis <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do período <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong> e da pressão ambiente.<br />
144
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
• Tendo como consequência<br />
1. Encurtamento <strong>dos</strong> limites tempo em mergulhos sem <strong>de</strong>scompressão.<br />
2. Paragens para <strong>de</strong>scompressão iniciadas a maior profundida<strong>de</strong>.<br />
3. Tempos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão mais longos, especialmente nos patamares mais perto da superfície.<br />
4. Redução da velocida<strong>de</strong> da subida (10, 12, 15 m).<br />
• Conhecer-se o material científico que serve <strong>de</strong> suporte às tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão é um factor que contribui<br />
entre outros para a escolha <strong>de</strong>ste ou daquele tipo <strong>de</strong> tabela.<br />
TABELAS DE DESCOMPRESSÃO BUEHLMANN “86 PARA MERGULHOS COM AR<br />
a) Tabelas para mergulho com ar <strong>de</strong> 0-700m e 701-2500m<br />
• Tempo limite para mergulhos sem <strong>de</strong>scompressão<br />
• Paragem <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> 1min/3m e 1min/2m respectivamente<br />
• Patamares e respectivo tempo <strong>de</strong> permanência para mergulhos com <strong>de</strong>scompressão<br />
• Grupo <strong>de</strong> azoto residual no fim do mergulho<br />
• Caixas para registo do tempo <strong>de</strong> penalização<br />
• Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida 10m/min<br />
b) Tabela para mergulhos sucessivos 0-2500m<br />
• Caixa para registo da hora <strong>de</strong> saída do 1º mergulho.<br />
• Caixa para registo do GR no fim do 1º mergulho.<br />
• Tabela <strong>de</strong> intervalos <strong>de</strong> superfície (IS) até a completa <strong>de</strong>ssaturação e “tempo <strong>de</strong> espera para voar” em avião<br />
com cabine pressurizada.<br />
• Caixa para registo do GR no fim do intervalo <strong>de</strong> superfície.<br />
• Tabela <strong>dos</strong> tempos <strong>de</strong> penalização (TP) a aplicar ao mergulho sucessivo previsto.<br />
• Definições e regras <strong>de</strong> utilização.<br />
Regras <strong>de</strong> arredondamento<br />
• As regras a utilizar para o arredondamento do valor da Profundida<strong>de</strong> e do Tempo quando não correspon<strong>de</strong>m aos<br />
valores tabulares são as seguintes<br />
Parâmetros<br />
a Profundida<strong>de</strong><br />
o Tempo<br />
VOAR APÓS UM MERGULHO<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Arredondar para o valor imediatamente<br />
SUPERIOR<br />
• <strong>dos</strong> <strong>Mergulho</strong>s <strong>dos</strong> tipos sem e com<br />
<strong>de</strong>scompressão<br />
• <strong>dos</strong> <strong>Mergulho</strong>s <strong>dos</strong> tipos sem e com<br />
<strong>de</strong>scompressão.<br />
Nota:<br />
Em mergulhos efectua<strong>dos</strong> em águas<br />
extremamente frias ou com exagerado esforço<br />
físico o valor a utilizar é sempre o<br />
imediatamente superior ao encontrado para o<br />
mergulho em condições normais.<br />
Arredondar para o valor imediatamente<br />
INFERIOR<br />
• <strong>dos</strong> <strong>Mergulho</strong>s Sucessivos no cálculo do<br />
Tempo <strong>de</strong> Penalização<br />
• do Intervalo <strong>de</strong> Superfície no cálculo do<br />
novo GR <strong>de</strong> azoto ou do tempo <strong>de</strong> espera<br />
para voar.<br />
Aviões com cabine pressurizada<br />
• Quando um avião voa à altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 10000 - 12000 m a pressão no interior da cabina, por motivos técnicos<br />
relaciona<strong>dos</strong> com o sistema <strong>de</strong> compressão e a relação pressão exterior/pressão interior, não consegue<br />
normalmente ultrapassar o valor <strong>de</strong> 0.85 - 0.75 bar o que correspon<strong>de</strong> sensivelmente à pressão atmosférica a 1100<br />
- 2100 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. Essa pressão po<strong>de</strong>rá atingir valores oscilando entre os 0.95 - 0.9 bar se o avião estiver a voar<br />
à altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 4000 m. Nestas condições a pressão sub-atmosférica existente na cabina do avião actua como se<br />
tratasse duma “Descompressão Adicional” obrigando a que se respeite um intervalo <strong>de</strong> tempo entre o final <strong>de</strong> um<br />
mergulho e o início do voo. O cálculo do “tempo <strong>de</strong> espera para voar” indicado na Tabela foi efectuado baseado no<br />
pressuposto duma queda brusca <strong>de</strong> pressão na cabina para os 0.58 bar (4500 m) o que, face aos valores atrás<br />
referi<strong>dos</strong>, garante uma margem <strong>de</strong> segurança elevada para o seu utilizador.<br />
• Refira-se que o valor mínimo admissível da pressão no interior da cabina é 0.54 bar, valor este que ao ser atingido<br />
provoca a queda das mascaras <strong>de</strong> oxigénio para utilização <strong>dos</strong> seus ocupantes.<br />
• Na prática verifica-se haver uma diferença entre os tempos <strong>de</strong> espera para voar indica<strong>dos</strong> na Tabela e os indica<strong>dos</strong><br />
nos Computadores isto pela simples razão <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong> lentos consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> para o cálculo em cada um <strong>dos</strong><br />
sistemas serem diferentes.<br />
145
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
• Tendo como comparação o computador ALADIN PRO utilizado num local <strong>de</strong> mergulho a 400m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, será:<br />
<strong>Mergulho</strong><br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Método<br />
Profundida<strong>de</strong><br />
(m)<br />
Tempo <strong>de</strong><br />
fundo<br />
Patamares<br />
6m 3m<br />
Tempo <strong>de</strong><br />
subida<br />
GR<br />
Tempo <strong>de</strong> espera<br />
(horas)<br />
1a Tabela “86 42 18 4 6 13 F 4<br />
ALADIN PRO 42 18 3 7 13 - 3<br />
Intervalo à superfície 30min D<br />
1b Tabela “86 24 30 4 24 30 G 5<br />
ALADIN PRO 24 30 30 32 - 8<br />
2a Tabela “86 42 18 4 6 13 F 4<br />
ALADIN PRO 42 18 3 7 13 - 3<br />
Intervalo à superfície 90min A<br />
2b Tabela “86 24 30 8 10 F 4<br />
ALADIN PRO 24 30 12 14 - 7<br />
Nota: Na Tabela “86 o cálculo é feito para os 4500m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>.<br />
No ALADIN PRO o cálculo é feito para os 4800m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>.<br />
Aviões sem cabine pressurizada (PASSAGEM DE GRANDES ALTITUDES)<br />
• No caso do voo se efectuar num avião com cabina não pressurizada ou, o que é igual, fazer uma viagem passando<br />
por um ponto situado a gran<strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão tomar-se em conta os valores da<strong>dos</strong> pela tabela seguinte:<br />
GR <strong>de</strong> azoto no fim do mergulho<br />
Altitu<strong>de</strong> a atingir<br />
(m) A - D E F G H<br />
2500 01:00h 01:00h 01:00h 01:00h 02:00h<br />
3000 01:00h 01:00h 01:00h 01:30h 03:30h<br />
3500 01:00h 01:00h 01:30h 03:30h 05:30h<br />
4000 01:00h 01:30h 03:30h 05:00h 07:00h<br />
• As regras a seguir na utilização <strong>de</strong>sta tabela<br />
são:<br />
1. para valores <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> não existentes<br />
na tabela tomar o valor imediatamente<br />
superior.<br />
2. não fazer qualquer subida antes <strong>de</strong><br />
passada 1 hora do final do mergulho<br />
(se houver qualquer esquecimento<br />
<strong>de</strong>ve iniciar-se a <strong>de</strong>scida<br />
imediatamente).<br />
3. <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> passada a primeira hora<br />
iniciar a subida gradualmente.<br />
4. o ponto mais alto não <strong>de</strong>verá ser<br />
alcançado antes do tempo calculado<br />
pela tabela.<br />
Nota: A tabela não é válida para mergulhos com <strong>de</strong>scompressão. Neste caso esperar 12 horas antes da subida ou<br />
do voo.<br />
146
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
SEGURANÇA DAS TABELAS DE MERGULHO<br />
• Voltamos a falar nos aspectos <strong>de</strong> segurança das tabelas <strong>de</strong> mergulho. Como corolário po<strong>de</strong>mos escrever que: “Não<br />
há standards internacionais ou regras estabelecidas para o cálculo e validação <strong>de</strong> processos na elaboração<br />
das tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão”.<br />
• Há que <strong>de</strong>ixar bem claro que po<strong>de</strong>m ocorrer sintomas provoca<strong>dos</strong> por insuficiente <strong>de</strong>scompressão mesmo<br />
quando se usam tabelas e processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> muito seguros.<br />
• Na realida<strong>de</strong> a confiança que se <strong>de</strong>posita nas tabelas actualmente em uso é suportada pela reputação das<br />
instituições que as recomendam ou editam. Em todas elas foram toma<strong>dos</strong> em conta os resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> experiências<br />
em câmaras hiperbáricas e em mergulhos reais. Contudo, os níveis <strong>de</strong> tolerância estabeleci<strong>dos</strong> experimentalmente<br />
raramente têm sido totalmente explora<strong>dos</strong>. Mesmo para factores <strong>de</strong> segurança adicionais, não há regras<br />
amplamente reconhecidas, com apenas a concordância geral que estas tabelas são aplicadas para<br />
mergulhadores em perfeitas condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Para além disso constata-se que a influência <strong>dos</strong><br />
medicamentos nos processos das trocas gasosas ainda não está completamente investigada o que significa um<br />
importante alerta para to<strong>dos</strong> os mergulhadores nessa situação.<br />
• Falemos <strong>de</strong> seguida sobre quais os parâmetros que na generalida<strong>de</strong> influenciam a segurança das tabelas <strong>de</strong><br />
mergulho.<br />
1 Valida<strong>de</strong> da experiência cientifica adquirida<br />
- Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão<br />
- Experiências, amostragens (número, população utilizada, escala etária, ambiente, etc.)<br />
- Resulta<strong>dos</strong> sobre os limites <strong>de</strong> saturação <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong><br />
- Aceitação do valor da relação “nº aci<strong>de</strong>ntes/nº mergulhos”<br />
2 Pressupostos para o calculo das tabelas<br />
2.1 Mo<strong>de</strong>lo matemático/fisiológico<br />
- número e período <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong> utiliza<strong>dos</strong><br />
- pressão critica limite suportada pelos teci<strong>dos</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong><br />
2.2 Escala <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>s<br />
- mínima/máxima altitu<strong>de</strong> a consi<strong>de</strong>rar<br />
2.3 Constantes físicas (ambientais)<br />
- pressão à superfície<br />
- pressão do vapor <strong>de</strong> água<br />
- <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água<br />
2.4 Gases respira<strong>dos</strong><br />
- percentagem <strong>dos</strong> diferentes gases inertes existentes na mistura<br />
2.5 Valores iniciais <strong>de</strong> tensão existente nos teci<strong>dos</strong><br />
- primeiro mergulho ou mergulho sucessivo<br />
2.6 Perfil <strong>de</strong> mergulho<br />
- <strong>de</strong>scida<br />
- subida, relação espaço/tempo (velocida<strong>de</strong>)<br />
- correcções <strong>de</strong> segurança para a profundida<strong>de</strong><br />
2.7 Factores <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da<br />
- profundida<strong>de</strong> durante o mergulho<br />
- profundida<strong>de</strong>/tempo <strong>dos</strong> patamares <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão<br />
2.8 Algoritmo matemático/software<br />
- arredondamentos<br />
- funções matemáticas para <strong>de</strong>finir uma correlação entre um <strong>de</strong>terminado número <strong>de</strong> valores<br />
funcionais da<strong>dos</strong> (spline functions), interpolações<br />
3 A qualida<strong>de</strong> do próprio calculo<br />
- tipo <strong>de</strong> computador utilizado<br />
- verificações realizadas durante o cálculo<br />
- cálculo individual e paralelo (por razões <strong>de</strong> segurança foram utiliza<strong>dos</strong> vários computadores na execução<br />
<strong>dos</strong> cálculos)<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
4 Regras <strong>de</strong> utilização<br />
- para uso normal<br />
- para uso em situações extraordinárias<br />
- indicações suficientes para mergulhos com <strong>de</strong>scompressão e multi-nível, voar <strong>de</strong>pois do mergulho etc.<br />
5 Treino do mergulhador<br />
- programa da matéria básica do curso <strong>de</strong> mergulho<br />
- manuais forneci<strong>dos</strong><br />
6 Aceitação <strong>de</strong>ntro da comunida<strong>de</strong> do mergulho<br />
- reputação da instituição que suporta ou edita as tabelas<br />
- competitivida<strong>de</strong> com outras tabelas ou computadores<br />
- a pergunta que os mergulhadores fazem “são números aceitáveis?”<br />
7 Trabalho físico intenso<br />
- Como foi dito anteriormente o trabalho físico<br />
intenso provoca um aumento da razão <strong>de</strong><br />
Perfusão quer no processo <strong>de</strong> saturação quer<br />
no <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssaturação <strong>de</strong>vido ao esforço<br />
imposto ao organismo nos seus órgãos<br />
específicos e teci<strong>dos</strong>. É pois da maior<br />
importância que durante as experiências<br />
realizadas em câmara hiperbárica ou em<br />
mergulhos reais para a <strong>de</strong>terminação <strong>dos</strong><br />
NIVEIS DE TOLERANCIA DOS TECIDOS<br />
seja exigido aos candidatos nelas envolvi<strong>dos</strong><br />
que efectuem trabalhos LEVES a<br />
MODERADOS.<br />
- O diagrama seguinte mostra a inter-relação<br />
existente entre o consumo <strong>de</strong> ar, consumo <strong>de</strong><br />
oxigénio, batimentos cardíacos, razão <strong>de</strong><br />
perfusão e trabalho efectuado (velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
natação), on<strong>de</strong> está indicada a escala <strong>de</strong><br />
segurança coberta pelas Tabelas<br />
Buehlmann”86.<br />
Seguidamente analisaremos em particular os factores <strong>de</strong> segurança introduzi<strong>dos</strong> nas Tabelas Buehlmann “86<br />
analisando os parâmetros que foram utiliza<strong>dos</strong> no seu cálculo<br />
a) Tabelas <strong>de</strong> mergulho (parâmetros)<br />
- Pressão do vapor <strong>de</strong> água (0,0628 b) tomada em consi<strong>de</strong>ração<br />
- Percentagem <strong>de</strong> azoto no ar respirado 79%<br />
- Gradiente <strong>de</strong> pressão 1 bar=10 m <strong>de</strong> coluna <strong>de</strong> água (peso especifico aprox= 1,02 g/cm3)<br />
- Pressão ambiente à superfície (sempre escolhida a que se verifica para a maior das altitu<strong>de</strong>s indicadas<br />
pelas tabelas)<br />
- Pressões iniciais <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong><br />
- tabela <strong>dos</strong> 0-700m: a existente ao nível do mar<br />
- tabela <strong>dos</strong> 701-2500m: a existente aos 700m (entra em conta com a subida imediata para os 2500m,<br />
efectuada em 60 minutos, para um mergulho imediato).<br />
- Compensação <strong>dos</strong> erros <strong>dos</strong> profundimetros (1m+3% da profundida<strong>de</strong> real do mergulho)<br />
- Rampa <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida: para possibilitar o cálculo (impossibilida<strong>de</strong> da divisão por zero) foi utilizado um tempo<br />
fixo <strong>de</strong> 6seg para atingir um perfil aproximadamente rectangular in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da profundida<strong>de</strong> do<br />
mergulho.<br />
- Resultado <strong>dos</strong> tempos <strong>de</strong> não <strong>de</strong>scompressão arredondado para o minuto imediatamente inferior.<br />
- Resultado <strong>dos</strong> tempos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão arredondado para o minuto imediatamente superior.<br />
- Curvas do azoto residual corrigidas com a aplicação <strong>de</strong> funções matemáticas (spline functions)<br />
- Tempo <strong>de</strong> espera para voar sempre arredondado para a hora mais próxima<br />
- Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida reduzida: 10m/min<br />
- Paragem <strong>de</strong> segurança em mergulhos sem <strong>de</strong>scompressão<br />
- Cota <strong>dos</strong> patamares <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da altitu<strong>de</strong> a que se realizou o mergulho<br />
b) Voar <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um mergulho num avião sem cabine pressurizada<br />
- To<strong>dos</strong> os factores consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> atrás para o mergulho antes do voo.<br />
- Pressuposto: altitu<strong>de</strong> do local <strong>de</strong> mergulho = nível do mar.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
- Pressuposto: o intervalo <strong>de</strong> superfície será consi<strong>de</strong>rado à altitu<strong>de</strong> do local do mergulho (<strong>de</strong>ssaturação mais<br />
lenta).<br />
- Subida intempestiva para uma altitu<strong>de</strong> elevada.<br />
- Consi<strong>de</strong>rado o maior tempo <strong>de</strong> espera <strong>de</strong> todas as combinações Tempo/Profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do mesmo<br />
grupo residual <strong>de</strong> azoto.<br />
- Arredondamento do resultado obtido para os 30 minutos seguintes.<br />
- Espera <strong>de</strong> uma hora no local <strong>de</strong> mergulho antes <strong>de</strong> iniciar uma subida gradual.<br />
- Arredondamento para o valor <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> imediatamente superior no caso <strong>de</strong> valores intermédios.<br />
DEFINIÇÃO DOS TERMOS UTILIZADOS NAS TABELAS DE MERGULHO<br />
• Quando se fala nas tabelas <strong>de</strong> mergulho é utilizada uma terminologia que caracteriza todas as situações que<br />
ocorrem durante e após um mergulho.<br />
• Várias vezes tenho ouvido monitores <strong>de</strong> mergulho empregar termos incorrectos referindo-se a <strong>de</strong>terminada<br />
situação o que por vezes conduz a gerar-se alguma confusão entre os alunos quando perante a mesma situação<br />
são confronta<strong>dos</strong> com <strong>de</strong>signações diferentes.<br />
• É <strong>de</strong> extrema importância que to<strong>dos</strong> os que ensinam e na generalida<strong>de</strong> para to<strong>dos</strong> os que mergulham falem a<br />
mesma linguagem para não dar oportunida<strong>de</strong> a interpretações incorrectas que ocasionalmente po<strong>de</strong>rão conduzir a<br />
raciocínios erra<strong>dos</strong> e quiçá conducentes a situações que comprometam a segurança do mergulhador.<br />
• As <strong>de</strong>finições que se seguem estão obviamente relacionadas com todo o processo <strong>de</strong> cálculo utilizado na<br />
elaboração das Tabelas Buehlmann “86, adoptadas pela FPAS e utilizadas nos seus cursos <strong>de</strong> mergulho pelas<br />
escolas fe<strong>de</strong>radas que utilizam esse programa, aplicando-se na generalida<strong>de</strong> a todas as Tabelas<br />
Escala <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong><br />
• As Tabelas FPAS/Buehlmann”86 são calculadas para duas escalas <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>:<br />
- Escala #1: 0 - 700m acima do nível do mar<br />
- Escala #2: 701- 2500m acima do nível do mar<br />
• Ambas as tabelas foram calculadas <strong>de</strong> modo a po<strong>de</strong>r efectuar-se um mergulho imediatamente após a chegada a<br />
um local cuja altitu<strong>de</strong> esteja compreendida na escala indicada.<br />
Profundida<strong>de</strong> do <strong>Mergulho</strong><br />
• É a profundida<strong>de</strong> máxima atingida durante o mergulho.<br />
• Mesmo no caso <strong>de</strong> o mergulhador ter realizado a quase totalida<strong>de</strong>, dum mergulho a 15 metros e só tenha dado<br />
uma "escapa<strong>de</strong>la" muito rápida aos 30 metros é esta a profundida<strong>de</strong> que conta para as tabelas e não os 15 metros.<br />
Tempo <strong>de</strong> mergulho<br />
• O tempo <strong>de</strong> mergulho e o intervalo <strong>de</strong> tempo que <strong>de</strong>corre entre o momento em que o mergulhador abandona a<br />
superfície ate ao momento em que, no fundo, <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> acabar o mergulho e inicia o regresso a superfície.<br />
Tempo <strong>de</strong> início <strong>de</strong> mergulho (TIM)<br />
• Hora a que o mergulhador <strong>de</strong>ixa a superfície e inicia a <strong>de</strong>scida. É o ponto <strong>de</strong> partida para to<strong>dos</strong> os cálculos.<br />
Tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida (TD)<br />
• Intervalo <strong>de</strong> tempo entre o início do mergulho e a chegada à profundida<strong>de</strong> máxima prevista (eventualmente po<strong>de</strong>rá<br />
ser a chegada ao fundo).<br />
• O tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida está incluído no Tempo <strong>de</strong> Fundo.<br />
Profundida<strong>de</strong> (P)<br />
• A maior profundida<strong>de</strong> atingida durante o mergulho.<br />
• Este valor é utilizado nas Tabelas em conjunto com o Tempo <strong>de</strong> Fundo para <strong>de</strong>terminar os tempos <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scompressão no caso <strong>de</strong> mergulhos do tipo “com <strong>de</strong>scompressão”.<br />
Tempo <strong>de</strong> fundo (TF)<br />
• Intervalo <strong>de</strong> tempo entre o início da <strong>de</strong>scida e o início da subida para a superfície à velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida indicada<br />
pela tabela.<br />
• O Tempo <strong>de</strong> Descida (TD) está incluído no Tempo <strong>de</strong> Fundo (TF). Este valor é utilizado em conjunto com a<br />
Profundida<strong>de</strong> (P) para <strong>de</strong>terminar os tempos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão no caso <strong>de</strong> mergulhos do tipo “com<br />
<strong>de</strong>scompressão”.<br />
Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida (VS)<br />
• Relação espaço/tempo no regresso à superfície. A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida utilizada nas Tabelas Buehlmann “86 é <strong>de</strong><br />
10m/min. Para mergulhos muito profun<strong>dos</strong> (40-50m e mais) <strong>de</strong>vem utilizar-se velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> subida maiores que<br />
irão sendo ajustadas conforme a subida.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
Tempo <strong>de</strong> subida (TS)<br />
• Intervalo <strong>de</strong> tempo entre o início da subida (abandono do fundo) até atingir a Paragem <strong>de</strong> Segurança (em<br />
mergulhos sem <strong>de</strong>scompressão) ou o Patamar <strong>de</strong> Descompressão mais profundo (em mergulhos com<br />
<strong>de</strong>scompressão).<br />
TS = (P(metro) - profundida<strong>de</strong> do patamar (metro))/VS<br />
Tempo total <strong>de</strong> subida (TTS)<br />
• Tempo <strong>de</strong> Subida (TS) mais to<strong>dos</strong> os tempos <strong>de</strong> paragem (paragem <strong>de</strong> segurança ou patamares <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scompressão)<br />
Limite <strong>de</strong> não <strong>de</strong>scompressão (LND)<br />
• Máximo Tempo <strong>de</strong> Fundo (TF) a uma Profundida<strong>de</strong> (P) que permite a subida directa para a superfície à Velocida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Subida (VS) indicada pela Tabela sem ser necessário fazer patamares <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão.<br />
<strong>Mergulho</strong> sem <strong>de</strong>scompressão<br />
• É o mergulho em que o Tempo <strong>de</strong> Fundo (TF) é igual ou inferior ao Limite <strong>de</strong> não Descompressão (LND) indicado<br />
para uma <strong>de</strong>terminada Profundida<strong>de</strong> (P).<br />
Tempo <strong>de</strong> paragem <strong>de</strong> segurança (TPS)<br />
Profundida<strong>de</strong> da paragem <strong>de</strong> segurança (PPS)<br />
• Curta paragem <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> 1min aos 3m (Escala 0-700m) ou 1min aos 2m (Escala 701-2500m) no final <strong>de</strong> um<br />
mergulho sem <strong>de</strong>scompressão.<br />
<strong>Mergulho</strong> com <strong>de</strong>scompressão<br />
• É o mergulho em que o Tempo <strong>de</strong> Fundo (TF) é superior ao Limite <strong>de</strong> não Descompressão (LND) indicado para<br />
uma <strong>de</strong>terminada profundida<strong>de</strong>, sendo necessário efectuar um ou mais patamares <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão no final do<br />
mergulho.<br />
Tempo do patamar <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão (TPD)<br />
Profundida<strong>de</strong> do patamar <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão (PPD)<br />
• Uma ou mais paragens <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada duração a profundida<strong>de</strong>s estabelecidas, para permitir uma <strong>de</strong>sgaseificação<br />
suficiente (<strong>de</strong>scompressão) <strong>dos</strong> diferentes teci<strong>dos</strong> para evitar um Aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Descompressão (DCS).<br />
• Os incrementos <strong>dos</strong> patamares <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão são <strong>de</strong> 3m para a escala <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0 - 700m (12, 9, 6, 3)<br />
sendo o patamar <strong>de</strong> 3m dividido em dois patamares na escala <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 700 - 2500m (12, 9, 6, 4, 2).<br />
Tempo total <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão (TTD)<br />
• Soma <strong>dos</strong> tempos gastos em to<strong>dos</strong> os patamares <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão.<br />
• O tempo <strong>de</strong> subida entre dois patamares NÃO é tomado em consi<strong>de</strong>ração por ser muito pequeno.<br />
Tempo final <strong>de</strong> mergulho (TFM)<br />
• Hora a que o mergulhador atinge a superfície <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter efectuado as paragens atrás referidas.<br />
Tempo <strong>de</strong> mergulho (TM)<br />
• Intervalo <strong>de</strong> tempo entre o Tempo <strong>de</strong> Início do <strong>Mergulho</strong> (TIM) e o Tempo Final <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> (TFM).<br />
Grupo repetitivo / Grupo residual (GR)<br />
• Indicador do azoto residual. Cada perfil <strong>de</strong> mergulho (Profundida<strong>de</strong>/Tempo) está ligado a uma letra, começando por<br />
“A”, que indica o azoto residual. A posição no alfabeto é uma indicação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> azoto existente no final do<br />
mergulho, sendo a letra “A” o menor valor. Devido à <strong>de</strong>ssaturação que se vai realizando à superfície a letra do GR<br />
varia para um valor mais baixo, tanto menor quanto maior for o intervalo <strong>de</strong> tempo após o final do mergulho<br />
anterior. O Grupo Repetitivo GR = 0 significa que os teci<strong>dos</strong> atingiram um valor <strong>de</strong> saturação para o qual não há<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adicionar qualquer tempo <strong>de</strong> penalização ao Tempo <strong>de</strong> Fundo (TF) do próximo mergulho.<br />
• O Grupo Repetitivo (GR) é utilizado não só para <strong>de</strong>terminar o Tempo <strong>de</strong> Penalização mas também para <strong>de</strong>terminar<br />
o Tempo <strong>de</strong> Espera para Voar e o Tempo <strong>de</strong> Dessaturação.<br />
<strong>Mergulho</strong> simples<br />
• <strong>Mergulho</strong> que começa com o GR = 0, o que significa NÃO HAVER qualquer Tempo <strong>de</strong> Penalização a ser<br />
adicionado ao Tempo <strong>de</strong> Fundo (TF) <strong>de</strong>sse mergulho.<br />
Intervalo <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> superfície (IS)<br />
• Intervalo <strong>de</strong> tempo passado à superfície entre dois mergulhos.<br />
Tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssaturação (TDS)<br />
• Tempo necessário para que o GR obtido no final do mergulho atinja o valor zero. Isto não significa a completa<br />
<strong>de</strong>ssaturação <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong>.<br />
<strong>Mergulho</strong> sucessivo<br />
• <strong>Mergulho</strong> que começa com um GR a partir <strong>de</strong> “A” inclusive.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
150
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
Tempo <strong>de</strong> penalização (TP)<br />
• É o tempo durante o qual seria necessário permanecer à profundida<strong>de</strong> prevista para o mergulho sucessivo que<br />
preten<strong>de</strong>mos realizar, para atingir o valor <strong>de</strong> azoto residual existente no início <strong>de</strong>sse mergulho.<br />
• O Tempo <strong>de</strong> Penalização (TP) <strong>de</strong>verá ser adicionado ao Tempo <strong>de</strong> fundo (TF) do mergulho sucessivo.<br />
Tempo <strong>de</strong> fundo corrigido (TFC)<br />
• É o Tempo <strong>de</strong> Fundo (TF) do mergulho sucessivo adicionado do Tempo <strong>de</strong> Penalização (TP) obtido a partir do valor<br />
do GR no início <strong>de</strong>sse mergulho. O Tempo <strong>de</strong> Fundo Corrigido (TFC) é utilizado para calcular a <strong>de</strong>scompressão a<br />
realizar (se tal for necessário) no mergulho sucessivo.<br />
Tempo <strong>de</strong> espera para voar (TV) (*)<br />
• Intervalo <strong>de</strong> tempo passado à superfície entre o final <strong>de</strong> um mergulho e o início <strong>de</strong> um voo num avião com cabine<br />
pressurizada. Este tempo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do Grupo Repetitivo (GR) no final do mergulho. Existe uma tabela especial par<br />
voos em aviões sem cabine pressurizada ou para passagem dum ponto alto numa montanha.<br />
• Anteriormente falou-se resumidamente nas situações extraordinárias verificadas em mergulho que po<strong>de</strong>m alterar<br />
substancialmente os vários factores <strong>de</strong> segurança previstos nas Tabelas e Computadores <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> e<br />
consequentemente originar um Aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Descompressão (DCS).<br />
SITUAÇÕES EXTRAORDINÁRIAS<br />
• Consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> to<strong>dos</strong> os parâmetros atrás referi<strong>dos</strong>, to<strong>dos</strong> eles basea<strong>dos</strong> em mo<strong>de</strong>los matemáticos mais ou menos<br />
trabalhosos, vamos agora referir um <strong>de</strong>terminado número <strong>de</strong> situações que se po<strong>de</strong>m classificar <strong>de</strong> “Situações<br />
extraordinárias” que, ao acontecerem, po<strong>de</strong>m alterar substancialmente os vários factores <strong>de</strong> segurança existentes<br />
e originar o aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão.<br />
• Iremos indicar resumidamente o seu efeito e as suas consequências para mais tar<strong>de</strong>, noutro capítulo, falarmos<br />
<strong>de</strong>talhadamente sobre elas, porquanto, do seu conhecimento, mais clarificado, mas ainda não totalmente<br />
esclarecido, se tornará o problema da <strong>de</strong>scompressão.<br />
Shunt pulmonar/vascular<br />
Efeito ALTERAÇÃO NA DIFUSÃO <strong>dos</strong> gases expira<strong>dos</strong> ao nível alveolar <strong>de</strong>vida à existência <strong>de</strong><br />
micro bolhas (bolhas assintomáticas)<br />
Consequências Atraso na <strong>de</strong>ssaturação e <strong>de</strong>ssaturação mais lenta que correspon<strong>de</strong> a uma pressão <strong>de</strong> N2<br />
mais elevada do que em condições normais.<br />
Trabalho físico intenso<br />
Efeito ELEVADA RAZÃO DE PERFUSÃO ao nível <strong>dos</strong> músculos.<br />
Consequências pressão <strong>de</strong> N2 mais elevada do que em condições normais.<br />
Frio intenso<br />
Efeito VASOSCONSTRIÇÃO <strong>dos</strong> vasos capilares (pele).<br />
Consequências Dessaturação mais lenta.<br />
Subida lenta (velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida 10m/min)<br />
Efeito PRESSÃO CRÍTICA (PRESSÃO LIMITE) nos teci<strong>dos</strong> rápi<strong>dos</strong> e médios po<strong>de</strong> ser<br />
ultrapassada dando origem ao aparecimento <strong>de</strong> bolhas <strong>de</strong> N2<br />
Consequências Po<strong>de</strong>m ocorrer sintomas <strong>de</strong> DCS II (doença <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão do tipo II) <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>dos</strong><br />
teci<strong>dos</strong> afecta<strong>dos</strong> e/ou AGE (aeroembolismo).<br />
(AGE - Aero gas embolie)<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
151
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
Repetição exagerada <strong>de</strong> mergulhos<br />
Efeito TECIDOS LENTOS quase completamente SATURADOS<br />
Consequências Po<strong>de</strong>m ocorrer sintomas <strong>de</strong> DCS I (doença <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão do tipo I) <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>dos</strong><br />
teci<strong>dos</strong> afecta<strong>dos</strong> (a maioria das vezes a pele).<br />
Voar no final das férias<br />
Efeito DESCOMPRESSÃO ADICIONAL <strong>de</strong>vida à baixa pressão no interior da cabina.<br />
Consequências Po<strong>de</strong>m ocorrer sintomas <strong>de</strong> DCS I (doença <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão do tipo I) <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>dos</strong><br />
teci<strong>dos</strong> afecta<strong>dos</strong> (a maioria das vezes os teci<strong>dos</strong> lentos).<br />
Problemas médico/fisiológico-drogas (medicamentos), gordura, ida<strong>de</strong><br />
Efeito ALTERAÇÃO <strong>dos</strong> fenómenos <strong>de</strong> DIFUSÃO/PERFUSÃO<br />
Consequências Os processos <strong>de</strong> Saturação/Dessaturação po<strong>de</strong>m ser altera<strong>dos</strong> originando uma dissolução<br />
mais rápida ou uma libertação mais lenta <strong>de</strong> N2 do que a normal.<br />
1 - EFEITOS DOS “SHUNTS” PULMONARES DURANTE O INTERVALO DE SUPERFÍCIE<br />
Efeito: Alteração nas condições <strong>de</strong> difusão <strong>dos</strong> gases nos capilares alvéolares (trocas gasosas),<br />
<strong>de</strong>vida às micro bolhas existentes provocando um “shunt” artéria/venoso.<br />
O efeito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do tempo, começando provavelmente durante a subida, mais pronunciando<br />
entre os 15-30 minutos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> atingida a superfície e subsistindo até 90 minutos ou mais.<br />
Consequência: Dificulda<strong>de</strong> nas trocas gasosas significando uma maior lentidão na <strong>de</strong>ssaturação. Pressões <strong>dos</strong><br />
gases inertes nos teci<strong>dos</strong> maiores do que as calculadas, causando provavelmente sintomas <strong>de</strong><br />
“aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão” do tipo I.<br />
Regras: Deixar passar pelo menos duas (2) horas <strong>de</strong>pois do mergulho antes <strong>de</strong> realizar outro mergulho<br />
(mergulho sucessivo).<br />
IMPORTANTE: Infelizmente é uma má prática entre alguns operadores <strong>de</strong> mergulho contar para intervalo <strong>de</strong><br />
superfície apenas 1-1,5 horas entre os dois mergulhos (tempo é dinheiro!!).<br />
EVITAR tais operadores ou tentar convencê-los que isso po<strong>de</strong> prejudicar a saú<strong>de</strong> <strong>dos</strong> seus<br />
clientes e envolver o seguro <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> civil <strong>dos</strong> operadores. Os computadores<br />
ALADIN PRO e MONITOR 2 e 3 são computadores que têm em conta o efeito do “shunt” com<br />
uma razoável aproximação matemática<br />
2 - TRABALHO FÍSICO INTENSO<br />
Efeito: Elevada relação <strong>de</strong> perfusão (nos músculos) originando uma mais pronunciada dissolução <strong>dos</strong><br />
gases inertes nos órgãos e teci<strong>dos</strong> afecta<strong>dos</strong>.<br />
Consequência: Pressão <strong>dos</strong> gases inertes nos teci<strong>dos</strong> mais elevada do que as calculadas.<br />
O efeito é mais restrito aos músculos.<br />
3 - FRIO INTENSO<br />
Efeito: Vasoconstrição <strong>dos</strong> vasos sanguíneos (pele).<br />
Consequência: Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssaturação reduzida durante o final do mergulho, principalmente durante a<br />
fase da <strong>de</strong>scompressão.<br />
O efeito é mais pronunciado quando a temperatura no princípio do mergulho está acima do<br />
normal originando uma vaso dilatação <strong>dos</strong> vasos e, consequentemente, uma maior relação <strong>de</strong><br />
perfusão.<br />
REGRAS Para um tempo <strong>de</strong> mergulho igual ao encontrado na tabela Tomar o valor a seguir ao valor<br />
imediatamente superior<br />
(casos 2 e 3) Para valores intermédios (o tempo <strong>de</strong> mergulho situa-se entre dois valores indica<strong>dos</strong> na<br />
tabela): Tomar o valor imediatamente inferior<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
152
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
4 - VELOCIDADE DE SUBIDA REDUZIDA (< 10M/MIN)<br />
Efeito: Os teci<strong>dos</strong> médios e lentos continuam a absorver gás inerte durante a subida.<br />
Consequência: A pressão do gás inerte nos teci<strong>dos</strong> médios e lentos é maior que a suposta.<br />
Regras: A diferença entre o tempo utilizado na subida real e o tempo <strong>de</strong> subida indicado na tabela<br />
(supondo uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida igual a 10m/min) é ADICIONADA ao tempo <strong>de</strong> mergulho.<br />
A <strong>de</strong>scompressão é feita <strong>de</strong> acordo com o novo (fictício) tempo <strong>de</strong> mergulho (também chamado<br />
tempo <strong>de</strong> mergulho ajustado).<br />
IMPORTANTE: Para evitar a dissolução adicional <strong>de</strong> gás inerte pelos teci<strong>dos</strong> lentos, é prática recomendada e<br />
razoável para mergulhos profun<strong>dos</strong> (40m e mais...) utilizar velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> subida maiores e<br />
ajustá-las <strong>de</strong> acordo com a profundida<strong>de</strong> actual:<br />
- <strong>de</strong> qualquer profundida<strong>de</strong> até aos 30m . . . . .18-20m/min<br />
- entre os 30m e os 20 m. . . . . . . . . . . . . . . . . 12-15m/min<br />
- entre os 20m e 0s 10m . . . . . . . . . . . . . . . . . 10-12m/min<br />
- entre os 10m e a superfície . . . . . . . . . . . . . .08-10m/min<br />
Alguns <strong>dos</strong> mais mo<strong>de</strong>rnos computadores <strong>de</strong> mergulho têm a característica <strong>de</strong> “controlo da<br />
velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da profundida<strong>de</strong>”<br />
5 - DESCOMPRESSÃO OMITIDA/ENCURTADA OU ABORTADA (NUMA SUBIDA NORMAL)<br />
Efeito: A pressão crítica <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong> (níveis <strong>de</strong> tolerância) po<strong>de</strong> ser excedida originando a formação <strong>de</strong><br />
bolhas.<br />
Consequência: Po<strong>de</strong>m ocorrer sintomas <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão tipos I e II <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong><br />
afecta<strong>dos</strong>.<br />
Quanto mais profunda for a paragem <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão omitida ou encurtada, os teci<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />
período mais curto são os mais afecta<strong>dos</strong> e mais graves serão os sintomas.<br />
Regras: As regras seguintes apenas são aplicadas se a profundida<strong>de</strong> da paragem <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão<br />
encurtada ou abortada não for maior que -6 m (-4 m em altitu<strong>de</strong>).<br />
Se não ocorrerem sintomas <strong>de</strong> “aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão” ou <strong>de</strong> “aeroembolismo”, se uma<br />
segunda <strong>de</strong>scida <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 2-3 minutos for possível (ar e estado físico e mental) então e só<br />
então:<br />
a) ir para o patamar situado a profundida<strong>de</strong> maior que a profundida<strong>de</strong> do patamar encurtado<br />
ou abortado.<br />
b) repetir este patamar completamente.<br />
c) aumentar to<strong>dos</strong> os tempos <strong>dos</strong> patamares seguintes em 50% <strong>dos</strong> valores originais<br />
indica<strong>dos</strong> pela tabela.<br />
Não voar nem ir a locais com altitu<strong>de</strong>s elevadas durante as 7 - 12-horas seguintes.<br />
• A <strong>de</strong>mora no aparecimento <strong>dos</strong> sintomas po<strong>de</strong> atingir várias horas, pelo que todas as<br />
activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mergulho <strong>de</strong>vem ser INTERROMPIDAS durante pelo menos 12 horas.<br />
ATENÇÃO: Acontecimentos sucessivos <strong>de</strong>ste tipo po<strong>de</strong>m danificar os micro vasos, causando gran<strong>de</strong>s<br />
alterações na micro circulação com efeitos contrários na saturação/<strong>de</strong>ssaturação.<br />
Em situação <strong>de</strong> emergência, como medida <strong>de</strong> salvamento pessoal, que requeira o<br />
encurtamento duma paragem <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão, efectuar sempre que possível os<br />
patamares <strong>de</strong> maior profundida<strong>de</strong> e encurtar os mais perto da superfície.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
6 - SUBIDA DE EMERGÊNCIA (VELOCIDADE >10M/MIN)<br />
Efeito: A pressão critica (níveis <strong>de</strong> tolerância) <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong> rápi<strong>dos</strong> e médios po<strong>de</strong> ser excedida<br />
originando a formação <strong>de</strong> bolhas.<br />
Expansão do ar nos pulmões por não ser expirado com a rapi<strong>de</strong>z necessária.<br />
Consequência: Po<strong>de</strong>m ocorrer sintomas <strong>de</strong> “aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão” tipo II <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong><br />
afecta<strong>dos</strong> ou <strong>de</strong> “aeroembolismo”.<br />
Regras: Se não ocorrerem sintomas <strong>de</strong> “aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão” ou <strong>de</strong> “aeroembolismo”, se uma<br />
segunda <strong>de</strong>scida <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 2-3 min for possível (ar e estado físico e mental) então e só então:<br />
a) <strong>de</strong>scer para meta<strong>de</strong> da profundida<strong>de</strong> do mergulho abortado.<br />
b) estar cinco minutos a essa profundida<strong>de</strong>.<br />
d) iniciar a subida à velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 10m/min.<br />
e) aplicar os valores indica<strong>dos</strong> na tabela <strong>de</strong> acordo com a profundida<strong>de</strong> atingida quando o<br />
mergulho foi abortado e o tempo total <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ínicio do mergulho e o ínicio da última<br />
subida.<br />
• Não voar durante as 12 horas seguintes ao mergulho.<br />
• Não mergulhar pelo menos durante 24 horas.<br />
ATENÇÃO: Nunca consi<strong>de</strong>rar qualquer tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> água como forma <strong>de</strong> tratamento.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Em presença <strong>de</strong> “aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão” o tratamento a<strong>de</strong>quado é:<br />
a) colocar a vítima em posição correcta.<br />
b) administrar oxigénio puro.<br />
c) transporte rápido para uma câmara hiperbárica.<br />
d) tratamento com oxigénio na câmara sob supervisão médica (2,5-2,8 bar).<br />
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7 - MERGULHOS REPETIDOS/MERGULHOS EM FÉRIAS<br />
Efeito: Com a frequência <strong>dos</strong> mergulhos os teci<strong>dos</strong> lentos não têm tempo para <strong>de</strong>ssaturar totalmente<br />
po<strong>de</strong>ndo portanto atingir níveis <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> gás inerte dissolvido muito eleva<strong>dos</strong>.<br />
!!!! Muito pouco se conhece sobre to<strong>dos</strong> os possíveis efeitos <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> mergulho!!!!<br />
Consequência: Po<strong>de</strong>m ocorrer sintomas <strong>de</strong> “aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão” do tipo I (principalmente na pele) até<br />
2-3 semanas <strong>de</strong>pois e durante o regresso <strong>de</strong> avião a casa..<br />
Regras: PAUSA <strong>de</strong> 1/2 dia to<strong>dos</strong> os três dias ou 1 dia por cada semana.<br />
Um terceiro mergulho num dia só <strong>de</strong>verá ser feito <strong>de</strong> dois em dois dias.<br />
ATENÇÃO: Estar parado mais tempo que o indicado nos patamares tem efeito contrário ao pretendido:<br />
dissolução adicional <strong>de</strong> gás inerte nos teci<strong>dos</strong> lentos, não prevista nas tabelas.<br />
8 - VOAR DEPOIS DE MERGULHOS EM FÉRIAS<br />
Efeito/Consequência: Sendo a pressão <strong>de</strong>ntro da cabina <strong>dos</strong> aviões (mesmo nos pressuriza<strong>dos</strong>) inferior à pressão<br />
atmosférica conduz a uma <strong>de</strong>scompressão adicional, originando provavelmente que sejam<br />
excedi<strong>dos</strong> os níveis <strong>de</strong> tolerância <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong>.<br />
A pressão normal nas cabinas pressurizadas é 0,75 - 0,85 bar <strong>de</strong> acordo com as regras da IAA.<br />
IMPORTANTE: É importante saber que , ao contrário do que se pensa, os mergulhos <strong>de</strong>mora<strong>dos</strong><br />
e a baixa profundida<strong>de</strong> são mais críticos no que respeita a viagens em avião.<br />
A razão está no facto <strong>de</strong> que nesse tipo <strong>de</strong> mergulho especialmente os teci<strong>dos</strong> com<br />
perío<strong>dos</strong> muito longos têm tempo suficiente para se saturarem. Isto também significa<br />
um longo tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssaturação.<br />
Por outro lado os teci<strong>dos</strong> lentos têm um baixo nível <strong>de</strong> tolerância <strong>de</strong> gás inerte<br />
dissolvido.<br />
9 - PROBLEMAS MÉDICO/FISIOLÓGICOS, MEDICAMENTOS, GORDURA, IDADE, ETC.<br />
Efeito: Alterações nos fenómenos difusão/perfusão. Alterações psíquicas. Por outro lado, <strong>de</strong> acordo<br />
com recentes publicações <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> americanos, parece que o efeito prejudicial da gordura<br />
tem sido sobrestimado até agora (10ª comunicação NAUI)<br />
Consequência: O processo <strong>de</strong> saturação/<strong>de</strong>ssaturação po<strong>de</strong> ser alterado originando uma maior dissolução ou<br />
menor libertação do gás inerte que a normalmente estimada.<br />
A alteração do estado psíquico em combinação com a “narcose” po<strong>de</strong> ser fatal.<br />
Regras: O mergulho só <strong>de</strong>ve ser realizado em perfeitas condições físicas e psíquicas.<br />
ATENÇÃO: Conhece-se muito pouco sobre o efeito <strong>dos</strong> medicamentos quando se está em hiper pressão.<br />
Portanto muito cuidado quando se está a tomar remédios <strong>de</strong> qualquer espécie.<br />
Consulte o seu médico, restrinja as suas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mergulho a baixas<br />
profundida<strong>de</strong>s e evite mergulhos em esforço que o po<strong>de</strong>rão colocar em “stress” físico e<br />
psíquico.<br />
O COMPUTADOR DE MERGULHO<br />
• Enquanto que uma tabela está adaptada essencialmente aos cálculos <strong>de</strong> mergulhos<br />
com o “perfil rectangular”, on<strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>ra que todo o tempo <strong>de</strong> mergulho é passado<br />
á profundida<strong>de</strong> máxima atingida e especialmente bem adaptadas para os mergulhos<br />
sucessivos on<strong>de</strong> os teci<strong>dos</strong> lentos são um factor <strong>de</strong>terminante, para os mergulhos em<br />
“escada” a utilização <strong>de</strong>stas tabelas não está optimizada, conduzindo a uma<br />
<strong>de</strong>scompressão muito longa.<br />
• Se por um lado esta situação é um acréscimo <strong>de</strong> segurança, por outro lado vai roubar<br />
ao mergulhador alguns minutos <strong>de</strong> contemplação da vida subaquática.<br />
• Para obter uma <strong>de</strong>scompressão <strong>de</strong> acordo com as variações <strong>de</strong> pressão a que se está<br />
submetido no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> um mergulho com o perfil em “escada”, o i<strong>de</strong>al seria dividir<br />
esse mergulho em “fatias” consi<strong>de</strong>rando cada uma <strong>de</strong>las como sendo pequenos<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
mergulhos que se suce<strong>de</strong>m uns aos outros e calcular a <strong>de</strong>scompressão <strong>de</strong> cada um.<br />
• Quanto mais finas forem as “fatias” mais real será o calculo da dissolução e da<br />
<strong>de</strong>scompressão. Um Computador <strong>de</strong> mergulho funciona segundo o processo atrás<br />
enunciado.<br />
• Po<strong>de</strong>mos dizer que um “Computador <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong>” utilizando o mo<strong>de</strong>lo matemático<br />
escolhido, calcula a cada momento a “tensão <strong>de</strong> azoto” teórica, <strong>de</strong> cada um <strong>dos</strong><br />
compartimentos do mo<strong>de</strong>lo, isto é <strong>de</strong> cada um <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong> que o constitui.<br />
Seguidamente bastar-lhe-á comparar essas tensões com os valores estabeleci<strong>dos</strong><br />
pelos critérios <strong>de</strong> subida para calcular a <strong>de</strong>scompressão a fazer.<br />
• Duma maneira simplista po<strong>de</strong>remos dizer que enquanto as Tabelas têm valores<br />
fixos o computador está constantemente a actualizá-lo.<br />
• Uma memória fixa contém o programa com os parâmetros <strong>dos</strong> compartimentos<br />
(teci<strong>dos</strong>) utiliza<strong>dos</strong>, os seus perío<strong>dos</strong>, os critérios <strong>de</strong> subida que lhe estão<br />
associa<strong>dos</strong>, etc., etc.<br />
• A memória viva envia em tempo real as informações recebidas, profundida<strong>de</strong><br />
(pressão) e tempo (e nalguns a temperatura e pressão <strong>de</strong> ar na garrafa), para o<br />
microprocessador.<br />
• O microprocessador trata os da<strong>dos</strong> que recebeu enviando os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong><br />
para um écran on<strong>de</strong> o mergulhador os vai po<strong>de</strong>r observar.<br />
• Um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> computadores ainda não mostra as infracções cometidas<br />
em mergulho como por exemplo se a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida ou o processo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scompressão não foi respeitado, dando apenas um sinal acústico, sem que seja<br />
apresentado qualquer tipo <strong>de</strong> actuação específica para minimizar os efeitos <strong>de</strong>la<br />
advin<strong>dos</strong>.<br />
• Os computadores da chamada “nova geração” tentam ter em conta as infracções<br />
cometidas e a formação <strong>de</strong> bolhas que daí possam resultar propondo processos<br />
para remediar estas situações. No entanto não estando em contacto com os teci<strong>dos</strong><br />
do organismo, o computador ou o mo<strong>de</strong>lo matemático contido na sua memória,<br />
nenhum processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão será 100% seguro, porquanto ele se baseia<br />
apenas em resulta<strong>dos</strong> matemáticos.<br />
• Alguns <strong>dos</strong> novos computadores <strong>de</strong> mergulho possuem sensores <strong>de</strong> pressão do ar<br />
e <strong>de</strong> temperatura, permitindo aumentar o grau <strong>de</strong> precisão do processo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scompressão, em caso <strong>de</strong> fadiga extrema traduzida por uma respiração ofegante<br />
ou <strong>de</strong> abaixamento <strong>de</strong> temperatura, dando igualmente informação quando se trata<br />
<strong>de</strong> subidas muito rápidas ou da interrupção <strong>de</strong> patamares <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão.<br />
• Quanto aos seus limites <strong>de</strong> utilização refiram-se entre outros:<br />
1. o limite <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> recomendado para o mergulho <strong>de</strong>sportivo.<br />
2. o número limite <strong>de</strong> mergulhos diários.<br />
3. o período <strong>de</strong> repouso (sem mergulhar) recomendado <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> vários dias <strong>de</strong> mergulho segui<strong>dos</strong>.<br />
4. os factores que favorecem o aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão.<br />
• Lembramos que se po<strong>de</strong> passar do uso das Tabelas para o uso do Computador ou inversamente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam<br />
respeita<strong>dos</strong> o tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssaturação <strong>de</strong> 24 horas para passar da Tabela para o Computador e inversamente, que<br />
o tempo total <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssaturação indicado pelo Computador seja nulo.<br />
• Muitas mais coisas se po<strong>de</strong>riam escrever sobre as Tabelas e Computadores <strong>de</strong> mergulho, no entanto parece-nos<br />
suficiente o já explanado para fazermos uma análise sucinta sobre estes “AUXILIARES” do mergulhador fazendo<br />
ressaltar:<br />
1. Nenhum <strong>de</strong>les é 100% seguro<br />
2. Nenhum <strong>de</strong>les está preparado para interpretar os esta<strong>dos</strong> quer físicos, quer fisiológicos<br />
quer emocionais do ser humano.<br />
3. Nenhum <strong>de</strong>les po<strong>de</strong> substituir a experiência acumulada ao longo <strong>de</strong> anos <strong>de</strong> mergulho e<br />
sobretudo um bom companheiro <strong>de</strong> mergulho.<br />
4. Nenhum <strong>de</strong>les <strong>de</strong>verá ser utilizado sem o mínimo <strong>de</strong> conhecimentos adquiri<strong>dos</strong> numa<br />
aprendizagem específica e sem a aceitação da parte do seu utilizador <strong>de</strong> todas as<br />
advertências <strong>de</strong>ixadas para trás.<br />
• A utilização do computador <strong>de</strong> mergulho não dispensa o conhecimento profundo da utilização<br />
das Tabelas <strong>de</strong> mergulho. Nessas condições ele será um excelente “Assistente” do<br />
mergulhador cre<strong>de</strong>nciado.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
MERGULHO EM ALTITUDE<br />
Cada vez mais os mergulhadores buscam novos locais para mergulhar. Principalmente para quem mora longe do litoral,<br />
lagos e rios po<strong>de</strong>m representar excelentes oportunida<strong>de</strong>s e muitas vezes estes locais encontram-se muito acima do<br />
nível do mar. Quando a superfície do local encontra-se a uma elevação acima <strong>de</strong> 300 m o mergulho é consi<strong>de</strong>rado um<br />
mergulho em altitu<strong>de</strong>.<br />
• Os mergulhos em altitu<strong>de</strong> exigem cuida<strong>dos</strong> especiais mas po<strong>de</strong>m, em sua maioria, ser realiza<strong>dos</strong> sem problemas<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que os mergulhadores estejam prepara<strong>dos</strong>. <strong>Mergulho</strong>s em altitu<strong>de</strong> acima <strong>de</strong> 3.000 m, como no Monte<br />
Licancabur (na fronteira entre Chile e Bolívia, a 5.930 m - o recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> mergulho em altitu<strong>de</strong>) ou no Lago Titicaca<br />
(Bolívia, 3.810 m) exigem meses <strong>de</strong> preparação, mas outros locais como o Lake Tahoe (EUA, 1.890 m)<br />
• A principal dúvida que surge quando se planeia um mergulho em altitu<strong>de</strong> é a respeito <strong>dos</strong> efeitos da redução da<br />
pressão atmosférica - a cerca <strong>de</strong> 5.500 m, a pressão atmosférica é 50% daquela pressão à que estamos<br />
acostuma<strong>dos</strong> ao nível do mar. Acima <strong>de</strong> 300 m, esta redução <strong>de</strong> pressão po<strong>de</strong> afectar <strong>de</strong> forma significativa o<br />
planeamento <strong>dos</strong> mergulhos, em especial os cálculos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão.<br />
• O manual <strong>de</strong> mergulho da marinha americana, uma espécie <strong>de</strong> "bíblia" para os mergulhadores, afirma claramente<br />
que … “todas as tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão com ar po<strong>de</strong>m ser utilizadas em água doce a altitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> até 700 m"<br />
mas que … "mergulhos em altitu<strong>de</strong>s acima <strong>de</strong> 700 m <strong>de</strong>vem ser libera<strong>dos</strong> por um oficial já que não existem<br />
procedimentos aprova<strong>dos</strong> pela marinha para mergulho em altitu<strong>de</strong>". No entanto, existem diversos méto<strong>dos</strong><br />
<strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> a corrigir ou criar tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão para uso em altitu<strong>de</strong>.<br />
.<br />
O Método <strong>de</strong> Cross<br />
• O método mais utilizado para correcção das tabelas para mergulhos em altitu<strong>de</strong> é o chamado método <strong>de</strong> Cross.<br />
Publicado nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> em 1967 e utilizado por vários anos na Europa, este método empírico sugere a<br />
correcção das profundida<strong>de</strong>s reais do mergulho por um factor baseado na variação da pressão atmosférica entre o<br />
nível do mar e o local <strong>de</strong> mergulho. A fórmula abaixo mostra o princípio básico do método <strong>de</strong> Cross:<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
on<strong>de</strong> PF é a profundida<strong>de</strong> fictícia em metros, a ser utilizada nos cálculos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão<br />
em tabelas, PR é a profundida<strong>de</strong> real do mergulho em metros e PBalt é a pressão<br />
barométrica em mmHg na superfície no local <strong>de</strong> mergulho. Acima do nível do mar a<br />
profundida<strong>de</strong> fictícia é sempre maior que aquela realmente atingida durante o mergulho, o<br />
que leva a limites para não <strong>de</strong>scompressão menores e tempos <strong>de</strong> parada maiores,<br />
compensando a redução da pressão atmosférica.<br />
• Embora a pressão barométrica não se comporte <strong>de</strong> forma linear com a altitu<strong>de</strong> e varie, para um mesmo local em<br />
função das condições climáticas, <strong>de</strong> modo a simplificar os cálculos po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar que, pelo menos até 3.000<br />
m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, a pressão barométrica diminui cerca <strong>de</strong> 8,3 mmHg a cada 100 m <strong>de</strong> elevação, o que transforma a<br />
fórmula em:<br />
on<strong>de</strong> Alt é a altitu<strong>de</strong> (elevação) em metros da superfície do local <strong>de</strong> mergulho.<br />
Exemplo: Vamos calcular o limite não <strong>de</strong>scompressivo para um mergulho a 23 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> (PR) em um<br />
lago a 3.000 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> (Alt):<br />
Assim, entraríamos na tabela com uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 34,2 m para encontrarmos o limite para não<br />
<strong>de</strong>scompressão. No caso da tabela da marinha americana, encontraríamos 15 minutos como o limite para não<br />
<strong>de</strong>scompressão a 36 m (primeira profundida<strong>de</strong> maior que 34,2 m). Em contrapartida, o limite para 24 m (primeira<br />
profundida<strong>de</strong> maior que 23 m) é <strong>de</strong> 40 minutos, ou seja, quase três vezes maior!<br />
• Recapitulando: para um mergulho em um lago a 3.000 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> a uma profundida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> 24 m, um<br />
mergulhador po<strong>de</strong>ria permanecer até 15 minutos no fundo sem ter que realizar paragens <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão.<br />
• O gráfico abaixo mostra como os limites <strong>de</strong> não <strong>de</strong>scompressão para diversas profundida<strong>de</strong>s são reduzi<strong>dos</strong> em<br />
função da altitu<strong>de</strong> (no caso, ao nível do mar e a 1.000, 2.000 e 3.000 m).<br />
• No caso <strong>de</strong> mergulhos com paragens <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão obrigatórias, o método <strong>de</strong> Cross prevê a correcção da<br />
profundida<strong>de</strong> das paragens através da seguinte fórmula:<br />
on<strong>de</strong> PPR é a profundida<strong>de</strong> na qual será realizada a parada <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scompressão durante o mergulho e PPT é a profundida<strong>de</strong> indicada para a<br />
parada na tabela. Assim, se a tabela indicar uma parada a 3 m <strong>de</strong><br />
profundida<strong>de</strong> em um lago a 3.000 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, o mergulhador <strong>de</strong>verá parar<br />
pelo tempo indicado na tabela a uma profundida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> 2 m:<br />
157
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
• No entanto, o método <strong>de</strong> Cross negligencia pelo menos dois pontos: a correcção da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida<br />
(importante) e correcções <strong>de</strong>vido à diferença entre a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água doce e da água salgada (relativamente<br />
pequenas). O método <strong>de</strong> Cross não foi validado cientificamente e diversos estu<strong>dos</strong> mostraram que embora ele<br />
muitas vezes proporcione limites <strong>de</strong> não <strong>de</strong>scompressão a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong>, é provável que suas correcções aumentem<br />
significativamente o risco <strong>de</strong> doença <strong>de</strong>scompressiva comparativamente ao risco associado às tabelas da marinha<br />
americana utilizadas ao nível do mar. Estas observações são ainda mais importantes no caso <strong>de</strong> mergulhos em<br />
condições mais difíceis, como as que ocorrem em mergulhos fun<strong>dos</strong>, <strong>de</strong>scompressivos ou em águas muito frias.<br />
Outros Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Ajuste<br />
• Outro método <strong>de</strong> ajuste empírico adopta factores <strong>de</strong> correcção fixos para 4 faixas <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. Basta <strong>de</strong>terminar o<br />
factor a<strong>de</strong>quado para a altitu<strong>de</strong> e multiplica-lo pela profundida<strong>de</strong> real do mergulho para obter a profundida<strong>de</strong> fictícia<br />
a ser usada nas tabelas. Este método é baseado no mesmo princípio que o método <strong>de</strong> Cross mas é mais simples<br />
para aplicação em campo e mais conservador.<br />
• A tabela abaixo apresenta os factores <strong>de</strong> correcção para cada faixa <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong><br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Altitu<strong>de</strong> (m) Factor <strong>de</strong> Correcção<br />
0 a 100 1.00<br />
100 a 300 1.25<br />
300 a 2.000 1.33<br />
2.000 a 3.000 1.50<br />
• Muitas das tabelas mais recentes apresentam seus próprios méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> correcção. A maior vantagem <strong>de</strong>stas<br />
tabelas com relação ao método <strong>de</strong> Cross é que as compensações para altitu<strong>de</strong> foram estudadas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início<br />
como parte integrante das tabelas, o que faz com que, mesmo que não testadas <strong>de</strong> forma abrangente, estas<br />
correcções sejam compatíveis com os mo<strong>de</strong>los matemáticos ou estatísticos utiliza<strong>dos</strong> na elaboração das tabelas.<br />
Um exemplo são as tabelas DCIEM (Defence and Civil Institute of Environmental Medicine - Canadá), que<br />
incorporam em sua tabela D factores <strong>de</strong> correcção <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> para 8 faixas <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>.<br />
• Recorda-se também que ao subir para uma altitu<strong>de</strong> mais elevada, o mergulhador, mesmo em terra, estará<br />
passando por um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão idêntico àquele que acontece no retorno à superfície após um<br />
mergulho. Isto acontece porque o organismo do mergulhador está saturado <strong>de</strong> nitrogénio na altitu<strong>de</strong> menor e, com<br />
a redução da pressão atmosférica, este nitrogénio <strong>de</strong>ve ser eliminado. Qualquer mergulho realizado antes <strong>de</strong> 24<br />
horas após a subida para uma altitu<strong>de</strong> maior <strong>de</strong>ve ser tratado como um mergulho repetitivo, visto que o nitrogénio<br />
ainda não eliminado <strong>de</strong>ve ser levado em conta no cálculo do mergulho.<br />
• No caso <strong>de</strong> mergulhos mais profun<strong>dos</strong>, mais longos ou utilizando misturas respiratórias, em geral são utiliza<strong>dos</strong><br />
programas <strong>de</strong> computador especiais para geração <strong>de</strong> tabelas específicas para cada mergulho. A maioria <strong>de</strong>stes<br />
programas permite o ajuste da altitu<strong>de</strong> do mergulho, alterando <strong>de</strong> forma correspon<strong>de</strong>nte seus cálculos.<br />
.<br />
Computadores e Altitu<strong>de</strong><br />
• Muitos computadores<br />
possuem maneiras<br />
empíricas ou científicas <strong>de</strong><br />
ajustarem seus algoritmos<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão para<br />
mergulhos em altitu<strong>de</strong>. A<br />
título <strong>de</strong> exemplo, vamos<br />
analisar o comportamento<br />
<strong>de</strong> dois mo<strong>de</strong>los comuns<br />
no mercado brasileiro: o<br />
Aladim Pro e o Suunto<br />
Solution. O Aladim Pro<br />
po<strong>de</strong> ser utilizado para<br />
mergulhos a até 4.000 m<br />
<strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, incorporando<br />
quatro "zonas" <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>:<br />
zona 0 (0 a 1.000 m),<br />
zona 1 (600 a 1.900 m), zona 2 (1.400 a 2.800 m) e zona 3 (2.300 a 4.000 m). Um sensor <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong>termina<br />
quando o mergulhador passou <strong>de</strong> uma zona para outra e o computador passa então a indicar um período <strong>de</strong><br />
adaptação. O algoritmo para cálculo da <strong>de</strong>scompressão é ajustado automaticamente para a nova pressão ambiente<br />
e mergulhos realiza<strong>dos</strong> <strong>de</strong>ntro do período <strong>de</strong> adaptação são trata<strong>dos</strong> como um mergulhos repetitivos (já que o<br />
organismo ainda está em um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssaturação após a mudança <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>).<br />
158
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
• Já o Suunto Solution utiliza três "zonas": nível do mar (0 a 600 m), zona A1 (800 a 1.400 m) e zona A2 (1.600 a<br />
2.400 m), mas a altitu<strong>de</strong> do local <strong>de</strong> mergulho <strong>de</strong>ve ser ajustada manualmente pelo mergulhador através <strong>dos</strong><br />
contactos externos, em incrementos <strong>de</strong> 200 m. Após o ajuste, o Solution não consi<strong>de</strong>ra nenhum período <strong>de</strong><br />
adaptação (o manual recomenda um mínimo <strong>de</strong> duas horas) e imediatamente ajusta o algoritmo para a nova<br />
altitu<strong>de</strong>. Muitos mergulhadores utilizam o ajuste <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> do Solution para embutir margens adicionais <strong>de</strong><br />
segurança para mergulhos ao nível do mar, principalmente em condições extremas.<br />
• Consulte o manual do seu computador antes <strong>de</strong> realizar mergulhos em altitu<strong>de</strong> para saber se ele possui esta<br />
função e quais as suas limitações (altitu<strong>de</strong> máxima, ajuste manual ou automático, perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> adaptação, etc).<br />
.<br />
Outras Consi<strong>de</strong>rações<br />
• Além <strong>dos</strong> problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão, o mergulhador que planeia mergulhos em altitu<strong>de</strong> com Nitrox <strong>de</strong>ve ter em<br />
conta outros factores.<br />
• Acima <strong>de</strong> 1.500 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> muitas pessoas sentem o efeito da redução da pressão parcial do oxigénio, que po<strong>de</strong><br />
causar sintomas como fraqueza, dor <strong>de</strong> cabeça ou mesmo <strong>de</strong>smaios. Torna-se então importante minimizar o<br />
esforço físico e, em altitu<strong>de</strong>s maiores, é fundamental programar perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> adaptação que po<strong>de</strong>m levar dias ou<br />
semanas, como os pratica<strong>dos</strong> por alpinistas.<br />
• O transporte do equipamento ou travessias na superfície utilizando o Snorkel, comuns ao nível do mar, po<strong>de</strong>m se<br />
tornar esforços quase impossíveis acima <strong>dos</strong> 3.000 m. Debaixo <strong>de</strong> água a situação normaliza-se, já que abaixo <strong>dos</strong><br />
5 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> a pressão parcial do oxigénio é maior que aquela à qual o mergulhador está acostumado<br />
ao nível do mar.<br />
• Além <strong>de</strong> serem afecta<strong>dos</strong> pela diferença entre as <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s da água doce e da água salgada, os profundimetros<br />
também sofrem os efeitos da redução da pressão atmosférica.<br />
• Os sistemas basea<strong>dos</strong> no tubo <strong>de</strong> Bourdon me<strong>de</strong>m pressão absoluta e são calibra<strong>dos</strong> para o nível do mar. Em<br />
altitu<strong>de</strong>, com a redução da pressão suas agulhas movem-se para trás e, quando estão submersos, indicam<br />
profundida<strong>de</strong>s menores que as reais. A maioria <strong>dos</strong> mo<strong>de</strong>los mais recentes po<strong>de</strong>m ser "calibra<strong>dos</strong>" antes do<br />
mergulho, indicando assim profundida<strong>de</strong>s muito próximas das reais que po<strong>de</strong>m ser corrigidas pelos méto<strong>dos</strong><br />
<strong>de</strong>scritos para o cálculo da <strong>de</strong>scompressão.<br />
• Os profundimetros basea<strong>dos</strong> em tubos capilares indicam profundida<strong>de</strong>s maiores que as reais, já que o ar no capilar<br />
está a uma pressão menor que aquela para o qual o equipamento foi calibrado. Estas profundida<strong>de</strong>s não <strong>de</strong>vem ser<br />
corrigidas e po<strong>de</strong>m ser utilizadas directamente nas tabelas; no entanto o uso <strong>de</strong> profundimetros capilares não é<br />
recomendado <strong>de</strong>vido à sua falta <strong>de</strong> precisão em profundida<strong>de</strong>s maiores.<br />
• De modo a evitar erros, muitos mergulhadores preferem realizar sondagens com cabos e pesos para <strong>de</strong>terminar<br />
com segurança a profundida<strong>de</strong> máxima do mergulho e das paragens <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão.<br />
.<br />
Voar após o <strong>Mergulho</strong><br />
• O voo em aviões após o mergulho é um caso semelhante ao do mergulho em altitu<strong>de</strong> e bastante polémico.<br />
• A título <strong>de</strong> referência, as atuais recomendações da DAN (Divers Alert Network) para viagens <strong>de</strong> avião após<br />
mergulho são, <strong>de</strong> acordo com o número <strong>de</strong> Maio/Junho <strong>de</strong> 1994 da Alert Diver, publicação oficial da DAN:<br />
1. Mergulhadores que realizaram um único mergulho por dia <strong>de</strong>vem fazer um intervalo <strong>de</strong> superfície (IS) <strong>de</strong> no<br />
mínimo 12 horas antes <strong>de</strong> voar ou subir para altitu<strong>de</strong> mais elevadas (<strong>de</strong> carro, por exemplo).<br />
2. Os mergulhadores que fizeram, diversos mergulhos por dia, por vários dias ou mergulhos com paragens <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scompressão obrigatórias <strong>de</strong>vem tomar precauções adicionais, e aguardar mais <strong>de</strong> 12 horas na superfície.<br />
O intervalo <strong>de</strong> superfície (IS) mais prolongado permite uma maior redução do nível <strong>de</strong> nitrogénio nos teci<strong>dos</strong> e<br />
po<strong>de</strong> diminuir a probabilida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sintomas da doença <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão. Aqueles que<br />
mergulham muito durante uma viagem <strong>de</strong> férias, po<strong>de</strong>m não mergulhar por um dia no meio <strong>de</strong> cada semana ou<br />
reservar o último dia para compras ou turismo na superfície.<br />
3. Lembre-se: Nunca vai existir uma regra que garanta a prevenção da doença da <strong>de</strong>scompressão, não<br />
interessando quão gran<strong>de</strong> seja o intervalo <strong>de</strong> superfície. Na verda<strong>de</strong>, as pesquisas geraram recomendações<br />
que representam a melhor estimativa <strong>de</strong> um intervalo <strong>de</strong> superfície conservador antes <strong>de</strong> voos para a maioria<br />
<strong>dos</strong> mergulhadores. Sempre existirão casos em que a constituição física <strong>de</strong> um mergulhador ou condições<br />
especiais <strong>de</strong> mergulho resultarão na doença da <strong>de</strong>scompressão.<br />
4. Saiba reconhecer o momento em que está pronto para voar..<br />
Conclusão<br />
• Os lagos e rios possuem gran<strong>de</strong>s atractivos para os mergulhadores e o facto <strong>de</strong> eles se encontrarem acima do<br />
nível do mar não impe<strong>de</strong> que sejam explora<strong>dos</strong>. É importante buscar ajuda através <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>,<br />
mergulhadores experientes e até mesmo alpinistas. Na hora do mergulho, esteja preparado e mergulhe com limites<br />
conservadores, lembre-se sempre que os méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> ajuste para mergulho em altitu<strong>de</strong> são muitas vezes empíricos<br />
e foram pouco valida<strong>dos</strong> na prática. Em relação aos computadores, não se esqueça <strong>de</strong> verificar quais as funções<br />
disponíveis para mergulho em altitu<strong>de</strong> e como utilizá-las. Com treino e planeamento, o mergulho em altitu<strong>de</strong> abre<br />
novas oportunida<strong>de</strong>s para os mergulhadores<br />
• Falámos até aqui nas Tabelas <strong>de</strong> mergulho referindo-nos aos parâmetros a que obe<strong>de</strong>cem, a situações<br />
extraordinárias que po<strong>de</strong>m alterar os factores <strong>de</strong> segurança, a uma nomenclatura muito específica com elas<br />
relacionadas.<br />
• Também dissemos em <strong>de</strong>terminada altura que o algoritmo utilizado no cálculo das Tabelas <strong>de</strong> Buehlmann, é o<br />
mesmo que o utilizado no sistema <strong>de</strong> cálculo em diversos Computadores <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong>.<br />
• Talvez seja agora oportuno falarmos sobre este equipamento, tão em moda, para po<strong>de</strong>rmos finalmente respon<strong>de</strong>r à<br />
pergunta enunciada no primeiro parágrafo do artigo <strong>de</strong> abertura.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
159
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
• Enquanto que uma tabela está adaptada essencialmente aos cálculos <strong>de</strong> mergulhos com o “perfil rectangular”,<br />
on<strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>ra que todo o tempo <strong>de</strong> mergulho é passado à profundida<strong>de</strong> máxima atingida e especialmente bem<br />
adaptadas para os mergulhos sucessivos on<strong>de</strong> os teci<strong>dos</strong> lentos são um factor <strong>de</strong>terminante, para os mergulhos<br />
em “escada” a utilização <strong>de</strong>stas tabelas não está optimizada, conduzindo a uma <strong>de</strong>scompressão muito longa.<br />
• Se por um lado esta situação é um acréscimo <strong>de</strong> segurança, por outro lado vai roubar ao mergulhador alguns<br />
minutos <strong>de</strong> contemplação da vida subaquática.<br />
• Para obter uma <strong>de</strong>scompressão <strong>de</strong> acordo com as variações <strong>de</strong> pressão a que se está submetido no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong><br />
um mergulho com o perfil em “escada”, o i<strong>de</strong>al seria dividir esse mergulho em “fatias” consi<strong>de</strong>rando cada uma <strong>de</strong>las<br />
como sendo pequenos mergulhos que se suce<strong>de</strong>m uns aos outros e calcular a <strong>de</strong>scompressão <strong>de</strong> cada um.<br />
• Quanto mais finas forem essas “fatias” mais real será o calculo da dissolução e da <strong>de</strong>scompressão.<br />
• Um Computador <strong>de</strong> mergulho funciona segundo o processo atrás enunciado.<br />
• Po<strong>de</strong>mos dizer que um “Computador <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong>” utilizando o mo<strong>de</strong>lo matemático escolhido, calcula a cada<br />
momento a “tensão <strong>de</strong> azoto” teórica, <strong>de</strong> cada um <strong>dos</strong> compartimentos do mo<strong>de</strong>lo, isto é <strong>de</strong> cada um <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong><br />
que o constitui.<br />
• Seguidamente bastar-lhe-á comparar essas tensões com os valores estabeleci<strong>dos</strong> pelos critérios <strong>de</strong> subida para<br />
calcular a <strong>de</strong>scompressão a fazer.<br />
• Duma maneira simplista po<strong>de</strong>remos dizer que enquanto as Tabelas têm valores fixos o computador está<br />
constantemente a actualizá-lo.<br />
• Uma memória fixa contém o programa com os parâmetros <strong>dos</strong> compartimentos (teci<strong>dos</strong>) utiliza<strong>dos</strong>, os seus<br />
perío<strong>dos</strong>, os critérios <strong>de</strong> subida que lhe estão associa<strong>dos</strong>, etc., etc.<br />
• A memória viva envia em tempo real as informações recebidas, profundida<strong>de</strong> (pressão) e tempo (e nalguns a<br />
temperatura e pressão <strong>de</strong> ar na garrafa), para o microprocessador.<br />
• O microprocessador trata os da<strong>dos</strong> que recebeu enviando os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> para um ecrã on<strong>de</strong> o mergulhador<br />
os vai po<strong>de</strong>r observar.<br />
• Um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> computadores ainda não mostra as infracções cometidas em mergulho como por exemplo<br />
se a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida ou o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão não foi respeitado, dando apenas um sinal acústico,<br />
sem que seja apresentado qualquer tipo <strong>de</strong> actuação específica para minimizar os efeitos <strong>de</strong>la advin<strong>dos</strong>.<br />
• Os computadores da chamada “nova geração” tentam ter em conta as infracções cometidas e a formação <strong>de</strong><br />
bolhas que daí possam resultar propondo processos para remediar estas situações.<br />
• No entanto não estando em contacto com os teci<strong>dos</strong> do organismo, o computador ou o mo<strong>de</strong>lo matemático contido<br />
na sua memória, nenhum processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão será 100% seguro, porquanto ele se baseia apenas em<br />
resulta<strong>dos</strong> matemáticos.<br />
• Alguns <strong>dos</strong> novos computadores <strong>de</strong> mergulho possuem sensores <strong>de</strong> pressão do ar e <strong>de</strong> temperatura, permitindo<br />
aumentar o grau <strong>de</strong> precisão do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão, em caso <strong>de</strong> fadiga extrema traduzida por uma<br />
respiração ofegante ou <strong>de</strong> abaixamento <strong>de</strong> temperatura, dando igualmente informação quando se trata <strong>de</strong> subidas<br />
muito rápidas ou da interrupção <strong>de</strong> patamares <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão.<br />
• Quanto aos seus limites <strong>de</strong> utilização refiram-se entre outros:<br />
- o limite <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> recomendado para o mergulho <strong>de</strong>sportivo.<br />
- o número limite <strong>de</strong> mergulhos diários.<br />
- o período <strong>de</strong> repouso (sem mergulhar) recomendado <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> vários dias <strong>de</strong> mergulho segui<strong>dos</strong>.<br />
- os factores que favorecem o aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão.<br />
• Lembramos que se po<strong>de</strong> passar do uso das Tabelas para o uso do Computador ou inversamente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam<br />
respeita<strong>dos</strong> o tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssaturação <strong>de</strong> 24 horas para passar da Tabela para o Computador e inversamente, que<br />
o tempo total <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssaturação indicado pelo Computador seja nulo.<br />
• Muitas mais coisas se po<strong>de</strong>riam escrever sobre as Tabelas e Computadores <strong>de</strong> mergulho, no entanto parece-nos<br />
suficiente o já explanado para fazermos uma análise sucinta sobre estes “AUXILIARES” do mergulhador fazendo<br />
ressaltar:<br />
- Nenhum <strong>de</strong>les é 100% seguro;<br />
- Nenhum <strong>de</strong>les está preparado para interpretar os esta<strong>dos</strong> quer físicos, quer fisiológicos quer emocionais do ser<br />
humano;<br />
- Nenhum <strong>de</strong>les po<strong>de</strong> substituir a experiência acumulada ao longo <strong>de</strong> anos <strong>de</strong> mergulho e sobretudo um bom<br />
companheiro <strong>de</strong> mergulho;<br />
- Nenhum <strong>de</strong>les <strong>de</strong>verá ser utilizado sem o mínimo <strong>de</strong> conhecimentos adquiri<strong>dos</strong> numa aprendizagem específica<br />
e sem a aceitação da parte do seu utilizador <strong>de</strong> todas as advertências <strong>de</strong>ixadas para trás.<br />
NOTA FINAL:<br />
A utilização do computador <strong>de</strong> mergulho não dispensa o conhecimento profundo da utilização das Tabelas <strong>de</strong> mergulho.<br />
Nessas condições ele será um excelente “Assistente” do mergulhador cre<strong>de</strong>nciado.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
160
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR - SOCORRISMO<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
REANIMAÇÃO<br />
CARDIO-PULMONAR<br />
E<br />
SOCORRISMO APLICADO<br />
AO MERGULHO<br />
125
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR - SOCORRISMO<br />
REANIMAÇÂO CARDIO-PULMONAR<br />
Introdução<br />
Como em qualquer activida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhada pelo ser humano, o risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte está bem presente nas activida<strong>de</strong>s<br />
subaquáticas. Este factor implica a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formação no campo do socorrismo. Embora, nas escolas <strong>de</strong><br />
mergulho não sejam forma<strong>dos</strong> socorristas especializa<strong>dos</strong>, são os colegas <strong>de</strong> mergulho os primeiros a contactar com o<br />
aci<strong>de</strong>nte e a sua vitima. Os primeiros cuida<strong>dos</strong> até à chegada ao hospital, são tão importantes, que po<strong>de</strong>m significar o<br />
salvamento <strong>de</strong> uma vida. Dado a disciplina <strong>de</strong> Socorrismo ser um complemento do Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Amador, apenas<br />
serão tratadas as matérias consi<strong>de</strong>radas mais importantes e susceptíveis <strong>de</strong> acontecer em activida<strong>de</strong>s subaquáticas .<br />
FASES DO SOCORRO<br />
Fase do socorro.<br />
• As fases do socorro, na perspectiva do INEM – “Instituto Nacional <strong>de</strong> Emergência Médica", que é a instituição<br />
estatal que tutela o socorrismo em Portugal, são seis e <strong>de</strong>finem os actos inerentes a uma situação <strong>de</strong> emergência,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o aci<strong>de</strong>nte até à chegada da vitima ao Hospital .<br />
• Como não é possível, na maior parte das situações, que o socorro seja praticado por pessoal especializado, nas<br />
três primeiras fases (Detecção, Alerta e Socorro) é aceitável que o seja por pessoas não especializadas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />
tenham alguma habilitação neste campo, tais como cursos <strong>de</strong> iniciação ao socorrismo; e saibam o que estão a<br />
fazer.<br />
• O Socorro e os Cuida<strong>dos</strong> Durante o Transporte são normalmente pratica<strong>dos</strong> por socorristas especializa<strong>dos</strong><br />
(Bombeiros e Socorristas <strong>de</strong> outras instituições ). Por sua vez, os Cuida<strong>dos</strong> Definitivos ou Hospitalares são<br />
pratica<strong>dos</strong> por pessoal hospitalar (Médicos e Enfermeiros).<br />
• De seguida será explicado quais as acções que é necessário por em prática em cada<br />
FASES DO SOCORRO<br />
Cuida<strong>dos</strong> Hospitalares Detecção Alerta<br />
Cuida<strong>dos</strong> durante o Transporte Pré-Socorro Socorro no local do aci<strong>de</strong>nte<br />
Detecção - Altura em que o aci<strong>de</strong>nte é <strong>de</strong>tectado (primeiro contacto entre o socorrista e o aci<strong>de</strong>nte e suas vitimas)<br />
• Imobilizar as embarcações envolvidas <strong>de</strong> modo a garantir condições <strong>de</strong> segurança<br />
• Afastar o perigo da vitima e/ou a vitima do perigo<br />
• Sinalizar o aci<strong>de</strong>nte e socorrer as vitimas que correm risco <strong>de</strong> vida imediato<br />
Alerta - Activação <strong>dos</strong> meios <strong>de</strong> socorro (<strong>de</strong>ve-se ser claro, breve e manter a calma)<br />
• Alertar para o aci<strong>de</strong>nte ou pedir a alguém para o fazer, através <strong>de</strong>:<br />
1. em terra - Telefone 115.<br />
2. no mar - Meios rádio VHF/CB (canal 9) ou VERY-LIGHT.<br />
• Informações a transmitir:<br />
1. Local do aci<strong>de</strong>nte;<br />
2. Número <strong>de</strong> feri<strong>dos</strong>;<br />
3. Gravida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> feri<strong>dos</strong>:<br />
4. Perigos existentes ( explosão, incêndio na embarcação, etc.);<br />
5. Situações especiais ( vítimas encarceradas, locais <strong>de</strong> difícil acesso, etc.).<br />
Pré-Socorro - Controlar a situação até á chegada <strong>dos</strong> meios <strong>de</strong> socorro.<br />
• Avaliar a situação e socorrer as vitimas em estado consi<strong>de</strong>rado grave;<br />
• Socorrer <strong>de</strong> acordo com as nossas possibilida<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>ndo escolher as situações que tenham maior probabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> sucesso (em casos extremos);<br />
• Vigiar os aci<strong>de</strong>nta<strong>dos</strong> mais agita<strong>dos</strong>, mas não se <strong>de</strong>ixar levar pela situação. Devemos temer mais aqueles que não<br />
se manifestam (inconscientes ou pouco reactivos).<br />
Socorro no local do aci<strong>de</strong>nte - É assegurado pelos meios <strong>de</strong> socorro (ISN, Bombeiros ,etc.)<br />
• Colaborar e seguir as indicações que nos forem transmitidas;<br />
• Transmitir informações importantes ( relativas aos acontecimentos anteriores).<br />
Cuida<strong>dos</strong> durante o transporte - Assegura<strong>dos</strong> pelos meios <strong>de</strong> socorro.<br />
• Vigiar as funções vitais do sinistrado (ventilação, batimentos cardíacos) e a consciência;<br />
• Acalmar a vitima e mantê-la tranquila e prestar assistência, caso surja alguma complicação.<br />
Cuida<strong>dos</strong> <strong>de</strong>finitivos ou Hospitalares - Assegura<strong>dos</strong> pelos técnicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> hospitalares.<br />
• Para que não haja uma interrupção brusca <strong>dos</strong> cuida<strong>dos</strong> presta<strong>dos</strong> ao sinistrado, é muito importante que quem o<br />
acompanha ao hospital transmita aos técnicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (enfermeiros e médicos), todas as informações<br />
importantes que possui:<br />
1. Tipo <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte (afogamento, aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> mergulho, etc.);<br />
2. Circunstancias (<strong>de</strong>scrição do aci<strong>de</strong>nte);<br />
3. Complicações durante o transporte (sim ou não e quais ?).<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
126
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR - SOCORRISMO<br />
EXAME DA VITIMA<br />
• Antes <strong>de</strong> iniciar a prestação <strong>de</strong> cuida<strong>dos</strong> a um aci<strong>de</strong>ntado <strong>de</strong>ve-se proce<strong>de</strong>r a um rápido mas minucioso exame da<br />
vítima, <strong>de</strong> modo a <strong>de</strong>terminar:<br />
1. O tipo <strong>de</strong> lesões (fracturas, hemorragias, dificulda<strong>de</strong>s respiratórias e paragens cárdio-respiratórias, etc.)<br />
2. A sua gravida<strong>de</strong> - este exame vai servir <strong>de</strong> base à triagem, que não é mais do que classificar os aci<strong>de</strong>nta<strong>dos</strong><br />
consoante a gravida<strong>de</strong> das suas lesões e tratar ou evacuar em primeiro lugar os mais graves, dando-se<br />
posteriormente assistência aos menos graves .<br />
3. Este exame também permite que antes <strong>de</strong> se fazer qualquer levantamento ou transporte da vitima se saiba<br />
quais são os cuida<strong>dos</strong> ter ( no caso <strong>de</strong> um fracturado <strong>de</strong> coluna, este <strong>de</strong>ve ser levantado em bloco - direito - e<br />
para um plano duro e não uma maca normal ) .<br />
• No <strong>de</strong>curso das fases <strong>de</strong>ste exame, é preconizado que medida que as lesões vão sendo <strong>de</strong>tectadas, o mesmo<br />
<strong>de</strong>ve ser interrompido e <strong>de</strong>ve-se proce<strong>de</strong>r ao tratamento <strong>de</strong>stas lesões, SENDO ESTE CONCEITO A MEU VER<br />
APLICÁVEL SÓ NO EXAME PRIMÁRIO.<br />
• Exame da vitima baseia-se em três <strong>dos</strong> nossos senti<strong>dos</strong>: VER, OUVIR e SENTIR e obe<strong>de</strong>ce a três fases distintas:<br />
1. EXAME PRIMÁRIO;<br />
2. SINAIS VITAIS - on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>tectam lesões que põem a vitima em risco imediato <strong>de</strong> vida;<br />
3. EXAME SECUNDÁRIO, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>tectam lesões que não põem a vitima em risco imediato <strong>de</strong> vida.<br />
Exame Primário<br />
• Exame Primário <strong>de</strong>ve ser executado logo que o socorrista aborda a vitima e obe<strong>de</strong>ce à seguinte sequência, em que<br />
nalgumas situações, estas po<strong>de</strong>m originar a seguinte (ex. a paragem respiratória que leva a paragem cardíaca; e a<br />
hemorragia que leva ao estado <strong>de</strong> choque):<br />
1. Avaliação do estado <strong>de</strong> consciência;<br />
2. Pesquisa da ventilação;<br />
3. Pesquisa do pulso;<br />
4. Pesquisa <strong>de</strong> hemorragias graves;<br />
5. Pesquisa do estado <strong>de</strong> choque.<br />
PARAGEM RESPIRATÓRIA PARAGEM CARDÍACA<br />
• Avaliação do Estado <strong>de</strong> Consciência: - o socorrista chama e estimula a vitima (estimulo verbal ou doloroso) e<br />
verifica se ela reage ou não.<br />
• O estado <strong>de</strong> consciência po<strong>de</strong> ser:<br />
1. CONSCIENTE - Apresenta vários graus, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a luci<strong>de</strong>z até à sonolência;<br />
2. INCONSCIENTE - Compreen<strong>de</strong> a forma fugaz, que é em regra <strong>de</strong> curta duração (lipotimia, epilepsia, etc.) e a<br />
prolongada - COMA, que po<strong>de</strong> ser ligeiro ou profundo .<br />
Pesquisa da Ventilação<br />
• A pesquisa da ventilação <strong>de</strong>stina-se a verificar se o indivíduo respira ou não e proce<strong>de</strong>-se da seguinte forma:<br />
Abertura das Vias Aéreas<br />
• Quando a vitima está inconsciente, dá-se um relaxamento <strong>dos</strong> músculos da língua e estando a esta em <strong>de</strong>cúbito<br />
dorsal (<strong>de</strong>itada <strong>de</strong> costas), existe o perigo da queda da língua, obstruindo a passagem do ar na orofaringe (a parte<br />
<strong>de</strong> trás da boca) . Existem dois méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> tentar <strong>de</strong>sobstruir as vias aéreas, que são:<br />
1. Hiperextensão da cabeça.<br />
2. Vitima em <strong>de</strong>cúbito dorsal.<br />
• O socorrista ajoelha-se ao lado da vitima na linha <strong>dos</strong> ombros, com uma mão na testa e outra sob o maxilar inferior<br />
faz-se um movimento <strong>de</strong> rotação da cabeça para trás (a mão que está sob o maxilar inferior também po<strong>de</strong> ser<br />
colocada sob a região occipital - nuca) .<br />
Elevação do Maxilar Inferior<br />
• No caso <strong>de</strong> suspeitar <strong>de</strong> traumatismo da coluna vertebral <strong>de</strong>ve apenas fazer: O socorrista posiciona-se por trás da<br />
cabeça da vitima - colocam-se os <strong>de</strong><strong>dos</strong> por trás <strong>dos</strong> ângulos do maxilar inferior, enquanto mantém a cabeça numa<br />
posição neutra sem fazer a inclinação para trás, faz-se a <strong>de</strong>slocação do maxilar inferior para a frente (com os<br />
polegares) e para cima (com os restantes <strong>de</strong><strong>dos</strong>) SEM FAZER HIPEREXTENSÃO.<br />
Manobra Ver, Ouvir e Sentir<br />
• socorrista <strong>de</strong>ve colocar a sua orelha junto ao nariz e boca da vitima e olhando para o tórax vai pesquisar a<br />
existência ou não <strong>de</strong> movimentos respiratórios (no tórax), e a audição assim como a sensação <strong>de</strong> saída da ar pela<br />
boca ou pelo nariz. Este exame faz-se durante 5 segun<strong>dos</strong>.<br />
• Os <strong>de</strong><strong>dos</strong> usa<strong>dos</strong> para a pesquisa do pulso são sempre o indicador e o médio e nunca o polegar, pois dado o<br />
calibre <strong>dos</strong> vasos <strong>de</strong>ste último <strong>de</strong>do correríamos o risco <strong>de</strong> estarmos a medir o nosso próprio pulso.<br />
• O pulso <strong>de</strong>ve ser palpado num ponto on<strong>de</strong> uma artéria é comprimida contra um osso ou músculo, mas a pressão<br />
exercida <strong>de</strong>ve ser a suficiente para sentir a pulsação e não excessiva. O pulso po<strong>de</strong>-se palpar nas artérias radial,<br />
femoral, humeral, e carótidas.<br />
• A pulsação pesquisada durante 5 segun<strong>dos</strong>:<br />
1) Pulso carótidio - no indivíduo INCONSCIENTE<br />
2) Pulso radial - no indivíduo CONSCIENTE<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
127
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR - SOCORRISMO<br />
HEMORRAGIAS GRAVES<br />
• As gran<strong>de</strong>s hemorragias são em regra fáceis <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar, salvo se forem hemorragias internas. Na maior parte <strong>dos</strong><br />
casos basta olhar para a vítima para nos apercebermos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s perdas <strong>de</strong> sangue.<br />
• Esta situação carece <strong>de</strong> acção imediata pois a gran<strong>de</strong> hemorragia não controlada leva rapidamente ao estado <strong>de</strong><br />
choque, que se traduz simplesmente num agravamento da situação.<br />
• Este assunto será <strong>de</strong>senvolvido em capitulo próprio, on<strong>de</strong> será tratado com mais pormenor evitando assim<br />
repetições <strong>de</strong>snecessárias .<br />
Pelo coração:<br />
• O pulso é a onda <strong>de</strong> sangue que passa ao longo das artérias, após ser impulsionado. O pulso dá-nos indicações<br />
importantes sobre o funcionamento do coração e da circulação sanguínea.<br />
• O socorrista <strong>de</strong>ve avaliar os seguintes paramentos circulatórios (pulsação):<br />
1. FREQUÊNCIA - número <strong>de</strong> pulsações por minuto.<br />
2. AMPLITUDE - avaliar se o pulso é forte ou fraco.<br />
3. RITMO - verificar se as pulsações se processam em intervalos regulares, isto é, se o intervalo <strong>de</strong> tempo entre<br />
duas ou mais pulsações é o mesmo ou não.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
TANTO A VENTILAÇÃO COMO A PULSAÇÃO DEVEM SER AVALIADAS DURANTE 1 MINUTO.<br />
Tensão arterial (TA)<br />
• A tensão arterial é a força que o sangue exerce, permanentemente, contra as pare<strong>de</strong>s das artérias on<strong>de</strong> passa.<br />
• O aparelho que me<strong>de</strong> a tensão arterial chama-se ESFIGMOMANÓMETRO, fazendo-se esta medição com o auxilio<br />
<strong>de</strong> um ESTETOSCÓPIO. Ao medir a tensão arterial surgem dois valores:<br />
1. TA SISTÓLICA ou máxima - é o valor mais elevado e correspon<strong>de</strong> à pressão que o sangue exerce contra a<br />
pare<strong>de</strong> das artérias quando o coração se contrai.<br />
2. TA DIASTÓLICA ou mínima - é o valor mais baixo e correspon<strong>de</strong> à pressão que o sangue exerce contra a<br />
pare<strong>de</strong> das artérias quando o coração se relaxa.<br />
• Os valores da tensão arterial variam com o ESFORÇO, a IDADE, a CONSTITUIÇÃO FÍSICA, a RAÇA, o SEXO,<br />
etc.<br />
• O estado <strong>de</strong> choque é uma situação mais difícil <strong>de</strong> diagnosticar para os socorristas menos experientes, sendo por<br />
isso uma razão para se fazer a sua prevenção, ou seja, <strong>de</strong>vemos evitar que este se instale. Este assunto será<br />
<strong>de</strong>senvolvido em capítulo próprio, on<strong>de</strong> será tratado com mais pormenor evitando assim repetições <strong>de</strong>snecessárias.<br />
Sinais Vitais<br />
• Após a execução do exame primário, o socorrista <strong>de</strong>verá avaliar os sinais vitais e verificar se estes se encontram<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> parâmetros consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> normais ou não.<br />
• Os sinais vitais são:<br />
1. VENTILAÇÃO<br />
2. PULSO<br />
3. TENSÃO ARTERIAL<br />
4. TEMPERATURA<br />
• Como nem sempre po<strong>de</strong>mos dispor <strong>de</strong> um aparelho medidor da tensão arterial e <strong>de</strong> um termómetro, po<strong>de</strong>mos dar<br />
mais importância aos dois primeiros sinais vitais .<br />
Ventilação<br />
• A ventilação consta <strong>de</strong> dois movimentos ao nível pulmonar, que são o movimento inspiratório (entrada <strong>de</strong> ar nos<br />
pulmões) e o movimento expiratório (saída <strong>de</strong> ar <strong>dos</strong> pulmões).<br />
• Ao conjunto <strong>de</strong> uma inspiração e uma expiração chamamos CICLO RESPIRATÓRIO.<br />
• O socorrista <strong>de</strong>ve avaliar os seguintes parâmetros ventilatórios:<br />
1. FREQUÊNCIA - número <strong>de</strong> ciclos respiratórios por minuto;<br />
2. AMPLITUDE - modo como a caixa torácica (costelas) se expan<strong>de</strong>;<br />
3. RITMO - verificar se os ciclos respiratórios se processam em intervalos regulares, isto é, se o intervalo <strong>de</strong><br />
tempo entre dois ou mais ciclos é o mesmo ou não.<br />
Temperatura<br />
• A temperatura corporal é um sinal vital menos importante aquando da prestação <strong>dos</strong> primeiros cuida<strong>dos</strong>, <strong>de</strong>vendo o<br />
socorrista apenas por palpação tentar perceber se a temperatura, por exemplo, da face, é normal ou está elevada<br />
ou ainda baixa.<br />
• Alguns valores <strong>de</strong> referência (normais) <strong>de</strong> temperatura são:<br />
1. TEMPERATURA AXILAR - entre 36,1º e 36,0º<br />
2. TEMPERATURA ORAL - 36,0º e 37,2º<br />
3. TEMPERATURA RECTAL - 37,2º e 37,8º<br />
128
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR - SOCORRISMO<br />
• O seguinte quadro resume os valores normais <strong>dos</strong> sinais vitais:<br />
VENTILAÇÃO PULSO TENSÃO ARTERIAL TEMPERATURA<br />
Frequência<br />
12 a 20 c/minuto<br />
Amplitu<strong>de</strong><br />
Ritmo<br />
Normal superficial<br />
Regular<br />
Irregular<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Frequência<br />
60 a 100 p/minuto<br />
Amplitu<strong>de</strong><br />
Ritmo<br />
Cheio – FORTE<br />
Fino - FRACO<br />
Rítmico<br />
Arrítmico<br />
Sistólica ou Máxima<br />
100 a 140 mmHg<br />
Diastólica ou Mínima<br />
60 a 90 mmHg<br />
Hipotermia < 35ºC<br />
Normal 35,5º a 37ºC<br />
Subfebril 37º a 37,5ºC<br />
Hipertermia > 37,5ºC (ou febre)<br />
• Exame secundário preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar situações, que embora não coloquem a vitima em perigo imediato <strong>de</strong> vida,<br />
também po<strong>de</strong>m ser graves e necessitem <strong>de</strong> tratamento, não só no local como no hospital. O tipo <strong>de</strong> lesões que<br />
pesquisam são:<br />
1. LACERAÇÕES<br />
2. DEPRESSÕES<br />
3. DEFORMIDADES<br />
4. DESCOLORAÇÕES DA PELE<br />
5. EDEMAS<br />
6. PERDAS DE MOBILIDADE, etc.<br />
RESSUSCITAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR<br />
• Para que o oxigénio chegue a qualquer célula do nosso corpo, dois processos são necessários:<br />
1. VENTILAÇÃO<br />
2. CIRCULAÇÃO<br />
• A respiração artificial (boca–a–boca) e as Compressões Cardíacas Externas (CCE) representam no seu conjunto a<br />
Ressuscitação Cárdio-Pulmonar (RCP). Estas manobras po<strong>de</strong>m substituir o transporte <strong>de</strong> Oxigénio (O2), que é<br />
efectuado através da respiração espontânea e <strong>dos</strong> batimentos cardíacos. Assim, RCP é um conjunto <strong>de</strong> medidas<br />
utilizadas para restabelecer a vida <strong>de</strong> uma vitima inconsciente, em paragem cárdio-pulmonar (respiratória e<br />
cardíaca). Tem como objectivo imediato evitar lesões cerebrais causadas pela falta <strong>de</strong> oxigénio e a instalação <strong>de</strong><br />
lesões irreversíveis ao fim <strong>de</strong> 4 a 6 minutos.<br />
Normas para a Ressuscitação Cárdio-Pulmonar:<br />
1. As manobras <strong>de</strong> RCP <strong>de</strong>vem ser aplicadas só a vitimas em paragem cárdio-pulmonar.<br />
2. As manobras <strong>de</strong> RCP <strong>de</strong>vem ser treinadas em manequins próprios, com registo e sob a orientação <strong>de</strong> um monitor.<br />
3. As manobras <strong>de</strong> RCP serão tanto mais eficazes quanto menor for o tempo em que a vitima estiver em paragem<br />
cárdio-pulmonar:<br />
1º minuto - cerca <strong>de</strong> 98 % <strong>de</strong> hipóteses <strong>de</strong> sobrevivência.<br />
4º minuto - cerca <strong>de</strong> 50 % <strong>de</strong> hipóteses <strong>de</strong> sobrevivência.<br />
6º minuto - cerca <strong>de</strong> 11 % <strong>de</strong> hipóteses <strong>de</strong> sobrevivência.<br />
EM CASO DE DÚVIDA DAR SEMPRE O BENEFÍCIO À VITIMA INICIANDO DE IMEDIATO AS MANOBRAS DE RCP<br />
4. As manobras <strong>de</strong> RCP constam <strong>de</strong> dois pontos fundamentais:<br />
1º - Fornecer oxigénio à vitima - VENTILAÇÃO ARTIFICIAL (VA)<br />
2º - Restabelecer o ritmo cardíaco e COMPRESSÃO CARDÍACA EXTERNA (CCE)<br />
A Circulação<br />
• As manobras <strong>de</strong> RCP <strong>de</strong>vem portanto ser iniciadas tão <strong>de</strong>pressa quanto possível e na seguinte or<strong>de</strong>m, <strong>de</strong>nominada<br />
pelos americanos ABC:<br />
RCP<br />
Ventilação artificial<br />
Circulação artificial<br />
A – Airway Abertura das vias aéreas<br />
B – Breathing Ventilação boca-a-boca<br />
C – Circulation<br />
Compressões Cardíacas Externas (CCE)<br />
129
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR - SOCORRISMO<br />
Ventilação Artificial<br />
• Na ventilação artificial po<strong>de</strong>mos recorrer a três técnicas:<br />
1. BOCA - A - BOCA<br />
2. BOCA - A - NARIZ<br />
3. BOCA - A - ESTOMA<br />
Ventilação Boca - A - Boca<br />
• Com os <strong>de</strong><strong>dos</strong> indicador e médio da mão direita mantenha a extensão da cabeça.<br />
• Com os <strong>de</strong><strong>dos</strong> indicador e polegar da mão esquerda (que está sobre a testa), aperte o nariz (para evitar que o ar<br />
insuflado saia) e continue a fazer pressão sobre a testa .<br />
• Após fazer uma inspiração profunda, abra a sua boca e coloque-a à volta da boca da vitima, expirando.<br />
• De seguida <strong>de</strong>ve verificar se o tórax aumenta <strong>de</strong> volume ao inspirar e diminui ao expirar.<br />
Ventilação Boca - A - Nariz<br />
• Esta técnica está aconselhada quando:<br />
1. É impossível abrir a boca da vitima;<br />
2. É impossível ventilar através da boca da vitima, por lesões graves da face;<br />
3. Existem dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> adaptação à boca da vitima;<br />
4. É da preferência do socorrista.<br />
Ventilação Boca - A - Estoma<br />
• As pessoas que foram submetidas uma intervenção cirúrgica à laringe, tendo ficado traqueostomizadas, passam a<br />
respirar por uma cânula ( tubo ) em vez <strong>de</strong> para isso usar a boca ou o nariz, como é normal.<br />
• Esta cânula fica situada na base do pescoço, logo acima do esterno e o modo <strong>de</strong> ventilar o indivíduo é o seguinte:<br />
1. Não é necessário fazer a hiperextensão da cabeça;<br />
2. Basta adaptar a boca à cânula e expirar.<br />
COMPRESSÕES CARDÍACAS EXTERNAS<br />
• Para fazer as compressões cardíacas externas <strong>de</strong>vemos ter em atenções os seguintes factores:<br />
1. O local para fazer as CCE é a meta<strong>de</strong> inferior do esterno.<br />
2. Nunca <strong>de</strong>vemos comprimir o apêndice xifoi<strong>de</strong>, pois po<strong>de</strong> partir e perfurar um órgão interno;<br />
3. Os braços do socorrista <strong>de</strong>vem estar estica<strong>dos</strong> e os ombros directamente sobre o esterno, exercendo-se a<br />
força, balançando o nosso corpo para a frente e para trás;<br />
4. Os <strong>de</strong><strong>dos</strong> não <strong>de</strong>vem tocar no tórax da vitima dura as compressões;<br />
5. As compressões <strong>de</strong>vem ser ritmadas, regulares e seguidas;<br />
6. Entre as compressões base da mão <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> exercer qualquer pressão;<br />
7. O esterno <strong>de</strong> um adulto <strong>de</strong>ve ser comprimido cerca <strong>de</strong> 4 a 5 cm;<br />
8. A ausência <strong>de</strong> pulso é indicação para começar imediatamente as CCE, que <strong>de</strong>vem ser acompanhadas <strong>de</strong><br />
ventilação artificial.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
130
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR - SOCORRISMO<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
ETAPAS DE UMA SITUAÇÃO DE RCP<br />
Avaliação do estado <strong>de</strong> consciência<br />
Abertura das vias aéreas<br />
Verificar se o indivíduo ventila<br />
VENTILA NÃO VENTILA<br />
Vigiar se a ventilação se mantém Iniciar a ventilação artificial<br />
(2 insuflações pausadas e profundas)<br />
Pesquisa do pulso carótidio<br />
NÃO VENTILA E NÃO TEM PULSO<br />
Iniciar as CCE<br />
UM SOCORRISTA DOIS SOCORRISTAS<br />
Inicia ciclos <strong>de</strong> 15 CCE e 2 insuflações Inicia ciclos <strong>de</strong> 5 CCE e 1 insuflação<br />
(4ciclos = 60’) (12 ciclos = 60’ )<br />
Avaliar o pulso ao fim <strong>de</strong> 1 minuto , durante 5 segun<strong>dos</strong><br />
NÃO TEM PULSO E NÃO RESPIRA<br />
Manter RCP<br />
Importante:<br />
• Nunca interromper o RCP por mais <strong>de</strong> 7 segun<strong>dos</strong>, excepto, na subida e <strong>de</strong>scida <strong>de</strong> escadas (mais ou menos 30<br />
segun<strong>dos</strong>). Vai-se <strong>de</strong>scendo e parando a cada lance <strong>de</strong> escadas, continuando com as manobras <strong>de</strong> RCP .<br />
• Não se <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>slocar a vitima para outro local mais conveniente, até estar estabilizada a situação .<br />
• Não interromper o RCP durante o transporte da vítima .<br />
NUNCA ESQUECER QUE O RCP É ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO, MESMO QUE ISSO TRAGA<br />
COMPLICAÇÕES GRAVES, VISTO QUE A ALTERNATIVA É A MORTE.<br />
Quando se <strong>de</strong>ve interromper o RCP:<br />
• Com o restabelecimento espontâneo da circulação e da ventilação .<br />
• Com a transferência da execução das manobras <strong>de</strong> ressuscitarão para outra pessoa responsável, <strong>de</strong>vidamente<br />
treinada.<br />
• Quando um técnico <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (médico, enfermeiro) <strong>de</strong>vidamente cre<strong>de</strong>nciado, assuma a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes<br />
actos.<br />
• Quando a vitima seja transferida para profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em serviços <strong>de</strong> emergência médica hospitalar.<br />
• Quando o socorrista que faz a ressuscitação, está completamente exausto e incapaz <strong>de</strong> prosseguir.<br />
131
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR - SOCORRISMO<br />
OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS<br />
• A obstrução das vias aéreas é uma situação grave que, se não for socorrida <strong>de</strong> imediato mata a vitima, as causas<br />
mais frequentes são:<br />
1. Queda da língua;<br />
2. Presença <strong>de</strong> corpos estranhos.<br />
• Ambas as situações po<strong>de</strong>m levar a vitima a uma situação <strong>de</strong> asfixia e consequentemente à paragem respiratória<br />
(morte).<br />
• No caso da queda da língua, que em vitimas inconscientes vai obstruir a parte posterior da faringe, rapidamente se<br />
soluciona fazendo uma manobra <strong>de</strong> hiperextensão da cabeça com elevação do maxilar inferior.<br />
• Quanto à existência <strong>de</strong> corpos estranhos (alimentos, objectos, etc.) nas vias aéreas, que é uma situação frequente<br />
em adultos e crianças, <strong>de</strong>vem-se praticar as manobras <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobstrução, a seguir mencionadas.<br />
• Quanto à classificação a obstrução das vias aéreas po<strong>de</strong> ser PARCIAL, em que o indivíduo tem dificulda<strong>de</strong> em<br />
respirar ou TOTAL, em que há uma interrupção <strong>de</strong> ventilação pulmonar .<br />
Obstrução Parcial<br />
Sinais e sintomas<br />
• Face vermelha.<br />
• Tosse (como mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa natural).<br />
Cuida<strong>dos</strong> <strong>de</strong> emergência<br />
• Não interferir;<br />
• Encorajar a vitima a tossir;<br />
• Fazer com que a vitima se incline para baixo, pois favorece a saída do corpo estranho;<br />
• Observar se há sinais <strong>de</strong> melhoria da vitima .<br />
Obstrução Total<br />
• A Obstrução total das vias aéreas leva a Asfixia total<br />
NOTA: a Obstrução Total das vias aéreas<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Leva a<br />
Asfixia total<br />
Leva a<br />
Paragem respiratória (morte)<br />
• Ambas as situações po<strong>de</strong>m levar a vitima a uma situação <strong>de</strong> asfixia e consequentemente à paragem respiratória<br />
(morte) .<br />
OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS - ASFIXIA<br />
Sinais e sintomas<br />
• Expressão <strong>de</strong> angústia;<br />
• Agitação;<br />
• Olhos bem abertos;<br />
• Ambas as mãos agarram o pescoço;<br />
• Súbita cianose (tom <strong>de</strong> pele azulado).<br />
Cuida<strong>dos</strong> <strong>de</strong> emergência<br />
• Manobra <strong>de</strong> Heimlich<br />
MANOBRA DE HEIMLICH<br />
• Colocar a mão fechada com a outra por cima no abdómen da vítima.<br />
• Fazer compressão com uma pancada que <strong>de</strong>ve ser: pausada, segura e seca.<br />
• Po<strong>de</strong>mos aplicar esta técnica em indivíduos conscientes ou inconscientes.<br />
• Não po<strong>de</strong>mos aplicar em:<br />
- mulheres grávidas<br />
- obesos<br />
- crianças com menos <strong>de</strong> I ano .<br />
132
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR - SOCORRISMO<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
DETECÇÃO DE UMA OBSTRUÇÃO TOTAL DAS VIAS AÉREAS<br />
VITIMA CONSCIENTE VÍTIMA INCONSCIENTE<br />
- compressões abdominais - posicionar a vitima (<strong>de</strong>itada <strong>de</strong> costas)<br />
- pesquisar se o objecto se <strong>de</strong>slocou para a boca - abertura das vias aéreas<br />
- manobra ver, ouvir e sentir (ver se ventila)<br />
NÃO VENTILA<br />
(2 insuflações pausadas e profundas )<br />
SE SENTIR RESISTÊNCIA À PASSAGEM DO AR<br />
- reposicionar a cabeça da vitima (hiperextensão da cabeça)<br />
- fazer 2 insuflações pausadas e profundas<br />
SE CONTINUAR A SENTIR RESISTÊNCIA<br />
- iniciar manobras <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobstrução das vias aéreas<br />
Pesquisar se o objecto se <strong>de</strong>slocou para a boca<br />
SIM NÃO<br />
- retire-o - tente <strong>de</strong> novo ventilar<br />
- avalie o pulso carótidio (pescoço)<br />
NÃO HÁ PULSO<br />
Iniciar Compressões Cardíacas Externas<br />
Compressões torácicas<br />
• Fazer compressão com a base da mão a meio do esterno.<br />
• A pancada <strong>de</strong>ve ser: pausada, segura e seca .<br />
• Po<strong>de</strong>mos aplicar esta técnica em vitimas conscientes ou inconscientes .<br />
M. Heimlich (6 vezes)<br />
C. Torácicas (6 vezes)<br />
O NÚMERO DE COMPRESSÕES UTILIZADAS, TANTO NA MANOBRA DE HEIMLICH COMO NAS COMPRESSÕES<br />
TORÁCICAS, SERÃO TANTAS QUANTO AS NECESSÁRIAS (normalmente 6 a 10 tentativas é suficiente).<br />
Remoção manual <strong>de</strong> corpos estranhos<br />
• A remoção manual <strong>de</strong> corpos estranhos <strong>de</strong>ve ser feita quando, após as manobras <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobstrução o corpo<br />
estranho se <strong>de</strong>slocou para a cavida<strong>de</strong> oral (boca).<br />
• Devemos ter cuidado com algum movimento mais brusco por parte da vitima, que po<strong>de</strong> fechar a boca<br />
repentinamente, protegendo assim a nossa mão com um lenço ou pano pequeno.<br />
133
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR - SOCORRISMO<br />
AFOGAMENTO<br />
• Afogamento é o termo usado para <strong>de</strong>signar a sufocação na água.<br />
• Uma gran<strong>de</strong> percentagem <strong>dos</strong> afoga<strong>dos</strong> não aspiram água, sendo a morte causada por asfixia.<br />
• A primeira reacção da vitima é a tosse e a <strong>de</strong>glutição, enquanto tenta inspirar.<br />
• Involuntariamente engole gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> água, que vão para o estômago.<br />
• O que suce<strong>de</strong> <strong>de</strong> seguida é o encerramento da laringe pela epiglote (mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa que impe<strong>de</strong> a entrada<br />
<strong>de</strong> água nos pulmões), provocando-se um espasmo (aumento <strong>de</strong> volume) ao nível da laringe que obstrói as vias<br />
aéreas.<br />
• A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água que entra nos pulmões é menor que o conteúdo <strong>de</strong> uma colher <strong>de</strong> chá.<br />
Po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar o indivíduo:<br />
1. Semi-afogado<br />
2. Afogado .<br />
No salvamento <strong>de</strong> um afogado <strong>de</strong>vemos ter em consi<strong>de</strong>ração o seguinte:<br />
• A ventilação boca-a-boca é difícil ou mesmo impossível <strong>de</strong> ser executada em águas profundas (sem ter pé) se não<br />
existir qualquer objecto flutuante (bóia) para suportar a cabeça <strong>de</strong> vitima;<br />
• A ventilação artificial <strong>de</strong>ve ser iniciada logo que possível, assim que o socorrista tenha pé;<br />
• As compressões cardíacas externas (CCE) não se po<strong>de</strong>m fazer na água, mesmo que se tenha colocado uma tábua<br />
<strong>de</strong>baixo da vitima;<br />
• RCP <strong>de</strong>ve ser iniciado o mais rápido possível;<br />
• Deve-se colocar a vitima em <strong>de</strong>cúbito dorsal, sobre um plano duro e com a cabeça virada <strong>de</strong> lado, pois é frequente<br />
que a água contida no estômago e restos alimentares sejam expulsos com as manobras <strong>de</strong> ressuscitação;<br />
• Após recuperar, o afogado <strong>de</strong>ve ser alvo <strong>de</strong> vigilância <strong>dos</strong> sinais vitais com frequência .<br />
• As roupas molhadas <strong>de</strong>vem ser retiradas. O indivíduo <strong>de</strong>ve-se manter seco e agasalhado .<br />
• NUNCA dar álcool nem usar aquecedores. Cobrir apenas com um cobertor;<br />
• De nada serve ir salvar uma vitima <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> água, se a vida do socorrista for posta em perigo (por saber nadar<br />
mal, <strong>de</strong>vido a correntes fortes ou ao mau estado do mar);<br />
• Se a vítima se encontra a mais <strong>de</strong> 50 m, não se lance à água sem uma bóia ou colete <strong>de</strong> salvação, mesmo que<br />
seja bom nadador;<br />
• Se possível lance à vitima uma bóia <strong>de</strong> salvação;<br />
• A aproximação a um afogado <strong>de</strong>ve ser cautelosa, pois na sua aflição este po<strong>de</strong> por a vida do salvador em perigo,<br />
agarrado-se a ele com bastante força e dificultando o salvamento;<br />
• A aproximação <strong>de</strong>ve ser feita por trás, tentando-se tranquilizar a vitima e pedindo-lhe colaboração. Po<strong>de</strong>mos ainda<br />
atirar primeiro uma peça <strong>de</strong> roupa ( toalha, camisola, etc. ) para ela se agarrar .<br />
HEMORRAGIAS<br />
• A hemorragia é uma perda <strong>de</strong> sangue <strong>dos</strong> vasos sanguíneos (artérias, veias e capilares), <strong>de</strong>vido a uma ruptura da<br />
sua pare<strong>de</strong> .<br />
• Em gran<strong>de</strong>s hemorragias verifica-se o seguinte processo:<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
HEMORRAGIA<br />
diminuição do volume <strong>de</strong> sangue circulante (hipovolémia)<br />
diminuição da pressão sanguínea (pressão arterial)<br />
aumento da frequência cardíaca (para compensar a falta <strong>de</strong> sangue)<br />
diminuição da força do músculo cardíaco (por falta <strong>de</strong> irrigação)<br />
Uma perda <strong>de</strong> 15 % do sangue total leva ao estado <strong>de</strong> choque.<br />
Uma perda <strong>de</strong> 30 % do sangue total leva ao estado <strong>de</strong> choque irreversível.<br />
Classificação das Hemorragias<br />
• quanto à origem<br />
1. venosas<br />
2. capilares<br />
• classificação geral<br />
1. internas<br />
2. externas - com emissão <strong>de</strong> sangue para o exterior<br />
- sem emissão <strong>de</strong> sangue para o exterior<br />
134
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR - SOCORRISMO<br />
Hemorragias Arteriais<br />
• O sangue é vermelho vivo e sai em jacto, acompanhando a contracção do coração, sujeito a uma gran<strong>de</strong> pressão .<br />
• É uma hemorragia muito abundante, rápida e <strong>de</strong> difícil controle .<br />
Hemorragias Venosas<br />
• O sangue é vermelho escuro e sai <strong>de</strong> uma forma regular, sujeito a uma pequena pressão, embora seja também<br />
abundante.<br />
• Po<strong>de</strong> ser fatal se não for <strong>de</strong>tectada. É uma hemorragia controlável com a aplicação <strong>de</strong> penso compressivo. A<br />
elevação da zona sangrante ajuda a suster a hemorragia.<br />
Hemorragias Capilares<br />
• O sangue tem uma cor intermédia e corre lentamente <strong>dos</strong> minúsculos vasos. Controla-se facilmente com a<br />
compressão e ligadura.<br />
Sinais e sintomas:<br />
• Quer seja uma hemorragia externa ou interna, os sinais e sintomas são idênticos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo a sua intensida<strong>de</strong> da<br />
quantida<strong>de</strong> e rapi<strong>de</strong>z da perda do sangue.<br />
1 Pele pálida, húmida e viscosa;<br />
2 Pulso rápido, fraco e irregular;<br />
3 Ventilação rápida, superficial e difícil;<br />
4 Ansieda<strong>de</strong>;<br />
5 Apreensão e agitação;<br />
6 Perda <strong>de</strong> consciência com interrupção da ventilação;<br />
7 Pupilas dilatadas (midriase) reagindo com lentidão;<br />
8 Zumbi<strong>dos</strong>;<br />
9 Hipotermia;<br />
10 Mal estar geral ou enfraquecimento (talvez o primeiro sintoma <strong>de</strong> hemorragia interna);<br />
11 Abdómen duro tipo tábua - (na hemorragia interna);<br />
12 Se<strong>de</strong> intensa;<br />
13 Dor local ou irradiada.<br />
Pontos <strong>de</strong> pressão<br />
• humeral<br />
• femural<br />
Cuida<strong>dos</strong> <strong>de</strong> emergência na hemorragia interna<br />
• Estas hemorragias só po<strong>de</strong>m ser controladas pela cirurgia, no entanto alguns actos que previnam o seu<br />
agravamento po<strong>de</strong>m ser postos em prática;<br />
1. Aplicações frias (gelo envolto numa toalha) na área suspeita (periodicamente <strong>de</strong>ve ser retirado para evitar<br />
queimaduras pelo frio).<br />
2. Imobilizar a área.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
ESTAS DUAS MEDIDAS AJUDAM A DIMINUIR A CORRENTE SANGUÍNEA<br />
• Prevenir e socorrer o estado <strong>de</strong> choque;<br />
• Não dar nada <strong>de</strong> comer ou beber;<br />
• Hume<strong>de</strong>cer os lábios da vitima com uma compressa ou pano;<br />
• Verificar frequentemente os sinais vitais;<br />
• Posicionar a vitima:<br />
1. <strong>de</strong>cúbito dorsal;<br />
2. membros inferiores flecti<strong>dos</strong> e eleva<strong>dos</strong>;<br />
3. elevar ligeiramente o tronco.<br />
• Atenção à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> vómito, que po<strong>de</strong> asfixiar a vitima.<br />
Cuida<strong>dos</strong> <strong>de</strong> emergência na hemorragia externa<br />
- Em todas as emergências que envolvam hemorragias, <strong>de</strong>vem ser tomadas medidas rápidas e <strong>de</strong>cisivas.<br />
- Existem 5 méto<strong>dos</strong> que <strong>de</strong>vem ser aplica<strong>dos</strong> pela seguinte or<strong>de</strong>m:<br />
1. Compressão manual directa;<br />
2. Elevação do membro;<br />
3. Aplicações frias;<br />
4. Compressão manual indirecta;<br />
5. Garrote.<br />
Compressão <strong>Manual</strong> Directa<br />
• Este método é aconselhado em 90 % das hemorragias externas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que no local da hemorragia:<br />
1 Não existam fracturas;<br />
2 Não existam corpos estranhos;<br />
3 Não se situe numa articulação.<br />
135
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR - SOCORRISMO<br />
Logo,<br />
• Se estiver bem localizado <strong>de</strong>ve fazer a elevação do membro.<br />
• A compressão <strong>de</strong>ve manter-se durante 2 a 3 minutos aliviando-se <strong>de</strong>pois.<br />
• Avaliar se a hemorragia se mantém ou se parou.<br />
1. Se a hemorragia se mantém:<br />
• 1° penso vai ficar encharcado <strong>de</strong> sangue NÃO O RETIRE.<br />
• Coloque outro penso por cima.<br />
• repita a compressão.<br />
2. Se a Hemorragia parou:<br />
• O sangue não se alastra .<br />
• Fixar o penso (com a<strong>de</strong>sivo ou uma ligadura) .<br />
• Vigiar a ferida pois a hemorragia po<strong>de</strong> começar.<br />
Elevação do membro<br />
• Sempre que seja possível a elevação da zona ferida <strong>de</strong>ve faze-lo pois diminui o aporte sanguíneo e<br />
consequentemente a hemorragia. No caso <strong>de</strong> um braço, por exemplo, este <strong>de</strong>ve ser posto ao peito .<br />
Aplicações frias<br />
• O uso <strong>de</strong> compressas frias ou <strong>de</strong> sacos <strong>de</strong> gelo é útil pois diminui a perda <strong>de</strong> sangue, por provocar vasoconstrição .<br />
Garrote<br />
• uso do garrote po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado quando os restantes méto<strong>dos</strong> forem ineficazes.<br />
• É apenas aconselhado o seu uso em casos isola<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição completa <strong>de</strong> um membro ou amputação com<br />
graves hemorragias (especialmente se forem arteriais).<br />
Assim, <strong>de</strong>vemos obe<strong>de</strong>cer ás seguintes regras:<br />
• O garrote só po<strong>de</strong> ser colocado na raiz <strong>dos</strong> membros<br />
• Deve ficar bem visível.<br />
• Deve-se <strong>de</strong>snudar totalmente o membro amputado.<br />
• A Pele <strong>de</strong>ve ser protegida com um pano.<br />
• Não se <strong>de</strong>ve exagerar na força aplicada ao garrote, pois po<strong>de</strong> causar lesões irreparáveis aos músculos, vasos e<br />
nervos.<br />
• Se apertar pouco o garrote apenas vai impedir a circulação venosa, mantendo-se sempre a arterial.<br />
• Registar a hora <strong>de</strong> colocação (na pele da vitima).<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Hemorragia Garrotada<br />
• Em caso <strong>de</strong> amputação o membro amputado <strong>de</strong>ve ser transportado ao hospital, mantido num local seco e frio (fora<br />
do alcance da vitima). Deve-se previamente lavar com água corrente para retirar os coágulos sanguíneos .<br />
EM ULTIMO CASO SE NÃO FOR POSSÍVEL CONTROLAR A HEMORRAGIA DE OUTRA FORMA<br />
• Faça o garrote até <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> sentir os pulsos abaixo da zona <strong>de</strong> colocação do garrote.<br />
HG<br />
10.45<br />
O USO PROLONGADO DE GELO NÃO DEVE SER PERMITIDO POIS DIFICULTA A CIRCULAÇÃO E PODE LEVAR A<br />
LESÕES GRAVES DOS TECIDOS POR NECROSE E/OU QUEIMADURAS .<br />
Compressão <strong>Manual</strong> Indirecta<br />
• No caso <strong>de</strong> haver contra-indicações para o uso <strong>dos</strong> anteriores méto<strong>dos</strong> ou sempre que haja uma hemorragia<br />
arterial abundante, esta técnica ajuda à hemostase.<br />
• A pressão é exercida sobre os pontos <strong>de</strong> compressão das artérias, acima do local da hemorragia.<br />
• Para os braços comprime a artéria úmeral e para as pernas a artéria fémural.<br />
136
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR - SOCORRISMO<br />
O ESTADO DE CHOQUE<br />
• O estado <strong>de</strong> choque é um estado <strong>de</strong> colapso ou <strong>de</strong>pressão das funções vitais, que interfere com a normal<br />
activida<strong>de</strong> do coração, ventilação, circulação e nível <strong>de</strong> consciência .<br />
Tipos <strong>de</strong> choque e suas causas:<br />
Hipovolémico (causado por diminuição do volume <strong>de</strong> sangue circulante)<br />
• Hemorragias internas / externas<br />
• Vómitos<br />
• Diarreias<br />
• Queimaduras ( por perda <strong>de</strong> plasma sanguíneo )<br />
Cardio-respiratório<br />
• Alterações da respiração e da circulação<br />
Metabólico<br />
• Distúrbios do equilíbrio ácido-base<br />
Neurogénico<br />
• Dor aguda<br />
• Medo<br />
• Perturbação emocional<br />
Séptico<br />
• Infecções graves<br />
Anafilático<br />
• Drogas (consumo <strong>de</strong> <strong>dos</strong>e excessiva)<br />
• Picadas <strong>de</strong> insectos (alergias)<br />
Sinais e sintomas:<br />
• Pele pálida, húmida e viscosa (po<strong>de</strong>ndo mais tar<strong>de</strong> evoluir para cianose).<br />
• Pulso rápido e fraco.<br />
• Respiração rápida e superficial (po<strong>de</strong>ndo mais tar<strong>de</strong> evoluir para superficial e irregular).<br />
• Hipotermia .<br />
• Agitação e apreensão.<br />
• Inconsciência ou semiconsciência.<br />
• Olhos baços (sem brilho).<br />
• Pupilas dilatadas (midriase).<br />
• Náuseas e vómitos.<br />
• Secura da boca, lábios e língua.<br />
• Diminuição acentuada da tensão arterial ( < 90 mmHg - TA sistólica )<br />
Cuida<strong>dos</strong> <strong>de</strong> emergência:<br />
1. Socorrer a causa;<br />
- controlar hemorragias.<br />
- imobilizar fracturas ( para impedir posteriores complicações ) .<br />
- cobrir feridas após limpeza cuidada.<br />
2. Acalmar a vitima.<br />
3. Administrar oxigénio 2 a 3 litros por minuto.<br />
4. Conservar a temperatura corporal:<br />
- <strong>de</strong>spir as roupas húmidas.<br />
- consi<strong>de</strong>rar sempre a temperatura ambiente.<br />
- NÃO usar meios artificiais (botijas <strong>de</strong> água quente, aquecedores).<br />
- cobrir apenas com um cobertor.<br />
5. Posicionar a vitima confortávelmente.<br />
- <strong>de</strong>cúbito dorsal (<strong>de</strong>itado <strong>de</strong> costas) sem nada na cabeça.<br />
- membros inferiores eleva<strong>dos</strong> a +/- 30º (com casacos ou mantas <strong>de</strong>baixo).<br />
- cabeça ligeiramente <strong>de</strong> lado (para que o vómito saia, se ocorrer) .<br />
6. NÃO DAR NADA A BEBER<br />
- Num aci<strong>de</strong>ntado inconsciente não se <strong>de</strong>ve dar <strong>de</strong> beber, pelo perigo da asfixia (aspiração do vómito).<br />
- Se estiver consciente e referir muita se<strong>de</strong>, molha-se apenas os lábios com um pano ou compressa húmida.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
137
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR - SOCORRISMO<br />
ESTOJO DE PRIMEIROS SOCORROS DO MERGULHADOR AMADOR<br />
• Faz parte do socorrismo improvisar, mas torna-se impossível praticá-lo em certas coisas (medicamentos, etc.),<br />
Assim e olhando ao ditado - Quem vai para o mar avia-se em terra - aconselho a que se junte ao material <strong>de</strong><br />
mergulho um pequeno Tupperware®, on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> transportar algum material a que po<strong>de</strong>mos chamar estojo <strong>de</strong><br />
primeiros socorros .<br />
• Pessoalmente sou apologista <strong>de</strong> sermos nós próprios a fazer o nosso estojo, po<strong>de</strong>ndo aproveitar ou não algum já<br />
feito, que tenhamos comprado. Isto <strong>de</strong>ve-se ao facto das malas <strong>de</strong> primeiros socorros serem caras e terem, a meu<br />
ver, na maior parte <strong>dos</strong> casos muito material dispensável e faltar o que nós precisamos.<br />
• De seguida mostro uma simples lista, que po<strong>de</strong> ser melhorada, ao gosto <strong>de</strong> cada um e que se preten<strong>de</strong> ser o<br />
essencial:<br />
— 1 frasco <strong>de</strong> Betadine® Solução Dérmica (solução iodada - <strong>de</strong>sinfectante para feridas).<br />
— 1 embalagem <strong>de</strong> Rayunfur®<br />
— 1 caixa <strong>de</strong> compressas <strong>de</strong> gaze esterilizadas com 5 cm.<br />
— 1 caixa <strong>de</strong> compressas <strong>de</strong> gaze esterilizadas com 10 cm.<br />
— 10 pensos rápi<strong>dos</strong>.<br />
— 1 rolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>sivo perfurado.<br />
— 2 ligaduras <strong>de</strong> gaze <strong>de</strong> 10 cm.<br />
— 2 ligaduras elásticas <strong>de</strong> 5x5.<br />
— 2 ligaduras elásticas <strong>de</strong> 10x10.<br />
— 1 bisnaga <strong>de</strong> Fenistil-gel® (queimaduras solares e alergias).<br />
— 5 Aspirinas <strong>de</strong> 500 mg.<br />
— 1 caixa <strong>de</strong> Nausefe® (comprimi<strong>dos</strong> para o enjoo).<br />
— 1 tesoura (o canivete suíço po<strong>de</strong> ser uma boa ferramenta – “tem quase tudo”).<br />
— 1 esferográfica e um marcador (<strong>de</strong>rmatográfico).<br />
— 1 bloco <strong>de</strong> apontamentos.<br />
— 1 frasco álcool.<br />
— 1 creme protector solar.<br />
— 1 lanterna-caneta.<br />
— 5 carteiras <strong>de</strong> Aspergic ® 1000.<br />
— 1 Termómetro.<br />
— 1 caixa <strong>de</strong> Nifedipina ® .<br />
— 5 comprimi<strong>dos</strong> Diazepan (Valium ® ).<br />
— 5 comprimi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Paracetamol.<br />
— 1 caixa <strong>de</strong> Dinitrato <strong>de</strong> Isossorbido.<br />
— 1 frasco <strong>de</strong> água oxigenada.<br />
— 2 seringas <strong>de</strong> 5 c.c.<br />
— 2 Seringas <strong>de</strong> 10 c.c.<br />
— 1 Garrafa <strong>de</strong> água potável.<br />
— 1 Anestésico local (cloreto <strong>de</strong> etilo).<br />
Po<strong>de</strong>ndo ainda ser transportado à parte: - ÁGUA numa garrafa <strong>de</strong> 0,5 litro ou 1 litro, que será muito útil para hidratar ou<br />
lavar ferimentos.<br />
ESTOJO DE PRIMEIROS SOCORROS NAS EMBARCAÇÕES<br />
• Mostro ainda uma lista, que consi<strong>de</strong>ro obrigatória a bordo das embarcações:<br />
— 10 Pares <strong>de</strong> luvas esterilizadas.<br />
— 5 Fios esteriliza<strong>dos</strong> para sutura - 3 (2/0).<br />
— 1 Pocket Mask - FPAS ou outra.<br />
— 1 Kit <strong>de</strong> administração <strong>de</strong> oxigénio (Garrafa <strong>de</strong> 2,5 litros com regulador e manómetro).<br />
— 2 garrafas <strong>de</strong> reserva para administração <strong>de</strong> oxigénio a 100%.<br />
— 2 Máscara e tubos para oxigenação.<br />
— 1 Aparelho para respiração artificial (tipo Ambu).<br />
— 1 Colecção <strong>de</strong> tubos <strong>de</strong> Gue<strong>de</strong>l.<br />
— 1 Estetoscópio.<br />
— 1 Esfingnomanómetro.<br />
— 1 Estojo com tesoura, bisturi e pinças (2 <strong>de</strong> sutura e outra normal).<br />
— 1 Sonda nasogástrica.<br />
— 1 Sistema <strong>de</strong> perfusão.<br />
— 3 Garrotes.<br />
— 1 frasco <strong>de</strong> 50 c.c. <strong>de</strong> soro (mais 4 embalagens <strong>de</strong> reserva).<br />
— 1 Medicamento injectável <strong>de</strong> Adrenalina (mais 4 embalagens <strong>de</strong> reserva).<br />
— 1 Medicamento injectável <strong>de</strong> Atropina (mais 4 embalagens <strong>de</strong> reserva).<br />
— 1 Medicamento injectável <strong>de</strong> Diazepan (mais 4 embalagens <strong>de</strong> reserva).<br />
— 1 Medicamento injectável <strong>de</strong> Bicarbonato <strong>de</strong> sódio (mais 4 embalagens <strong>de</strong> reserva).<br />
— 1 Medicamento injectável <strong>de</strong> Dexametasona (mais 4 embalagens <strong>de</strong> reserva).<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
138
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR - SOCORRISMO<br />
— 1 Medicamento injectável <strong>de</strong> Glicose hipertónica (mais 4 embalagens <strong>de</strong> reserva).<br />
— 1 Medicamento injectável <strong>de</strong> Furosemida (mais 4 embalagens <strong>de</strong> reserva).<br />
— 1 Medicamento injectável <strong>de</strong> Gliconato <strong>de</strong> cálcio (mais 4 embalagens <strong>de</strong> reserva).<br />
— 1 Medicamento injectável <strong>de</strong> Hidrocortizona 250 mg (mais 4 embalagens <strong>de</strong> reserva).<br />
— 1 Medicamento injectável <strong>de</strong> Lidocaina 2% (mais 4 embalagens <strong>de</strong> reserva).<br />
— 1 Medicamento injectável <strong>de</strong> Soro fisiológico (mais 4 embalagens <strong>de</strong> reserva).<br />
— 1 Medicamento injectável <strong>de</strong> Dextrano (mais 4 embalagens <strong>de</strong> reserva).<br />
— 4 Agulhas borboleta.<br />
— 6 Agulhas para administração <strong>de</strong> soros.<br />
— 6 Agulhas 0.45mmx12mm (26Gx½”) para injectável.<br />
— 6 Agulhas 0.8mmx40mm (21x1½”) para injectável.<br />
— 6 Agulhas 0.5x16 (25x 5 /8”) para injectável.<br />
— 1 Conjunto <strong>de</strong> talas para imobilização <strong>de</strong> membros.<br />
— 1 Colar cervical.<br />
— 1 Bloco <strong>de</strong> papel e um lápis.<br />
— 4 Sacos químicos <strong>de</strong> frio (gelo).<br />
— 4 Sacos químicos <strong>de</strong> calor.<br />
— 2 Manta térmica.<br />
— 1 Cobertor.<br />
— 5 Litros <strong>de</strong> água potável.<br />
— 1 Frasco <strong>de</strong> Betadine® - Solução Dérmica (solução iodada - <strong>de</strong>sinfectante para feridas).<br />
— 4 Embalagem <strong>de</strong> Rayunfur®<br />
— 2 Caixas <strong>de</strong> compressas <strong>de</strong> gaze esterilizadas com 5 cm.<br />
— 3 Caixas <strong>de</strong> compressas <strong>de</strong> gaze esterilizadas com 10 cm.<br />
— 40 pensos rápi<strong>dos</strong>.<br />
— 3 Rolos <strong>de</strong> a<strong>de</strong>sivo perfurado.<br />
— 6 Ligaduras <strong>de</strong> gaze <strong>de</strong> 10 cm.<br />
— 4 Ligaduras elásticas <strong>de</strong> 5x5.<br />
— 4 Ligaduras elásticas <strong>de</strong> 10x10.<br />
— 4 Bisnaga <strong>de</strong> Fenistil-gel® (queimaduras solares e alergias).<br />
— 5 Caixas <strong>de</strong> aspirinas <strong>de</strong> 500 mg.<br />
— 4 Caixas <strong>de</strong> Nausefe® (comprimi<strong>dos</strong> para o enjoo).<br />
— 1 Tesoura (o canivete suíço po<strong>de</strong> ser uma boa ferramenta – “tem quase tudo”).<br />
— 1 Esferográfica e um marcador (<strong>de</strong>rmatográfico).<br />
— 1 Bloco <strong>de</strong> apontamentos.<br />
— 1 Creme protector solar.<br />
— 1 Lanterna-caneta.<br />
— 15 Carteiras <strong>de</strong> Aspergic ® 1000.<br />
— 1 Termómetro.<br />
— 3 Caixas <strong>de</strong> Nifedipina ® .<br />
— 1 Caixas comprimi<strong>dos</strong> Diazepan (Valium ® ).<br />
— 2 Caixas comprimi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Paracetamol.<br />
— 1 caixa <strong>de</strong> Dinitrato <strong>de</strong> Isossorbido.<br />
— 2 frascos <strong>de</strong> água oxigenada.<br />
— 2 frascos <strong>de</strong> álcool<br />
— 10 Seringas <strong>de</strong> 5 c.c.<br />
— 15 Seringas <strong>de</strong> 10 c.c.<br />
— 4 Embalagens <strong>de</strong> anestésico local (cloreto <strong>de</strong> etilo).<br />
Nesta lista não estão incluí<strong>dos</strong> to<strong>dos</strong> os meios <strong>de</strong> Primeiros Socorros.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
139
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR - SOCORRISMO<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
140
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
89
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
Características do meio físico<br />
• Cada ser foi criado ou evoluiu no sentido <strong>de</strong> viver num <strong>de</strong>terminado ambiente e as suas características adaptam-se<br />
perfeitamente a esse meio. Não e pois o caso do ser humano quando abandona a terra e pratica o <strong>Mergulho</strong>.<br />
Nestas circunstancias ira viver um curto período <strong>de</strong> tempo, num meio ambiente que lhe e estranho e po<strong>de</strong>mos<br />
mesmo dizer hostil. Irá suportar uma pressão que lhe acarretara vários problemas:<br />
• As características ópticas da água não lhe permitirão ver do mesmo modo que em terra, a perdas <strong>de</strong> calor serão<br />
brutais e morrera ao fim <strong>de</strong> pouco tempo se não se encontrar protegido e os gases que respiram tornar-se-ão<br />
tóxicos. O próprio oxigénio essencial para a vida, tornar-se-à num gás mortal.<br />
Equivalências<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Pressão<br />
Coluna <strong>de</strong> Mercúrio a 0ºC Coluna <strong>de</strong> Água a 15ºC<br />
ATM Bar Kg/cm2 PSI mmHg<br />
Metros<br />
(doce)<br />
Metros<br />
(salgada)<br />
Pés<br />
(doce)<br />
Pés<br />
(salgada)<br />
1 1.01325 1.03323 14.696 760 10.337 10.07856 33.9139 33.066<br />
0.986923 1 1.01972 14.5038 750.062 10.2018 9.946743 33.4704 32.6336<br />
0.96784 0.980665 1 14.2234 735.559 10.0045 9.754381 32.8232 32.0026<br />
0.068046 0.068947 0.070307 1 51.715 0.703386 0.685802 2.30769 2.25<br />
1.31579 1.33322 1.35951 19.3369 1000 13.6013 13.26126 44.6235 43.5079<br />
0.09674 0.09798 0.099955 1.42169 73.525 1 0.975 3.28083 3.19881<br />
0.09922 0.100492 0.102518 1.458143 75.41024 1.025641 1 3.364953 3.28083<br />
0.029487 0.029877 0.030466 0.43333 22.41 0.304801 0.297181 1 0.975<br />
0.030242 0.030643 0.031247 0.44444 22.984 0.312616 0.304801 1.02564 1<br />
Temperatura<br />
Formula <strong>de</strong> Conversão: ºC=(ºF-32)x5/9 ºF=(9/5xºC)+32<br />
ºC ºF ºC ºF ºC ºF ºC ºF<br />
-20 -4 -4 24.8 12 53.6 28 82.4<br />
-19 -2.2 -3 26.6 13 55.4 29 84.2<br />
-18 -0.4 -2 28.4 14 57.2 30 86<br />
-17 1.4 -1 30.2 15 59 31 87.8<br />
-16 3.2 0 32 16 60.8 32 89.6<br />
-15 5 1 33.8 17 62.6 33 91.4<br />
-14 6.8 2 35.6 18 64.4 34 93.2<br />
-13 8.6 3 37.4 19 66.2 35 95<br />
-12 10.4 4 39.2 20 68 36 96.8<br />
-11 12.2 5 41 21 69.8 37 98.6<br />
-10 14 6 42.8 22 71.6 38 100.4<br />
-9 15.8 7 44.6 23 73.4 39 102.2<br />
-8 17.6 8 46.4 24 75.2 40 104<br />
-7 19.4 9 48.2 25 77 41 105.8<br />
-6 21.2 10 50 26 78.8 42 107.6<br />
-5 23 11 51.8 27 80.6 43 109.4<br />
90
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Volumes e Capacida<strong>de</strong>s<br />
cubic feet litros cubic feet litros cubic feet litros cubic feet litros<br />
0.035315 1 0.353154 10 1 28.31625 116.5408 3300<br />
0.105946 3 0.423785 12 77.69388 2200 127.1354 3600<br />
0.176577 5 0.529731 15 93.23266 2640 139.849 3960<br />
0.247208 7 0.635677 18 105.9462 3000 158.9193 4500<br />
UNIDADES DE PRESSÃO<br />
Kg/cm 2 = Atm e Torr = mm.Hg<br />
Unida<strong>de</strong> Pa bar Atm toor m.c.a PSI<br />
1 Pascal (Pa) 1 10 -5<br />
1,019x10 -5 7,55x10 -2 1,019x10 -4 1,45x10 -2<br />
1 bar (bar) 1 1.019 755 11,07 14,51<br />
1 atm (Atm) 0,98x10 -5 0,98 1 760 10 14.7<br />
1 Torr 133,3<br />
1,33 x10 -3 1,359 x10 -3 1 1,359 x10 -2 1,93 x10 -2<br />
1 m.c.s. 9,81 0,1 0,1 7,53 1 -<br />
1 PSI 6.894 6,89 x10 -2 0,07 51,81 - 1<br />
Pa = Pascal (N/m 2 ) Torr = torricelli Atm = atmosférica técnica m.c.a. = metro coluna <strong>de</strong> água<br />
Magnitu<strong>de</strong>s físicas e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria<br />
• As magnitu<strong>de</strong>s físicas são no geral o resultado <strong>de</strong> uma medição ou <strong>de</strong> cálculo matemático.<br />
• As magnitu<strong>de</strong>s físicas representam-se sempre mediante uma multiplicação (produto representado por um x ou por<br />
um espaço em branco) <strong>de</strong> um valor numérico (numero) com uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida:<br />
Magnitu<strong>de</strong> física = Valor numérico x Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida<br />
• As unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medida das magnitu<strong>de</strong>s físicas regem-se segundo as normas internacionais do chamado SI<br />
(sistema internacional). Alguns países, como a GB e os EUA, utilizam outro sistema paralelo ao SI, o seu próprio<br />
sistema - Sistema Imperial. Na Europa, muitos <strong>dos</strong> países, têm o SI imposto por lei. O SI baseia-se na utilização e<br />
combinação das seguintes unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medida básicas:<br />
MAGNITUDE FÍSICA BÁSICA FÓRMULA UNIDADE DE MEDIDA BÁSICA SÍMBOLO DA UNIDADE<br />
Longitu<strong>de</strong><br />
Massa / peso<br />
Tempo<br />
Corrente eléctrica<br />
Temperatura<br />
Intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz<br />
Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria<br />
l<br />
m<br />
t<br />
I<br />
T<br />
I<br />
n<br />
Metro<br />
Quilograma<br />
Segundo<br />
Ampere<br />
Kelvin<br />
Can<strong>de</strong>la<br />
Mol<br />
NOME DA UNIDADE SÍMBOLO DA UNIDADE VALOR EM PASCAL<br />
Bar<br />
bar<br />
1 X 10<br />
Atmosférica técnica<br />
at<br />
Atmosférica física<br />
atm<br />
Torr<br />
Torr<br />
Milímetro <strong>de</strong> coluna <strong>de</strong> Hg<br />
mm Hg<br />
5 Pa<br />
98.066,5 Pa<br />
101.325 Pa<br />
133.32 Pa<br />
133.32 Pa<br />
m<br />
kg<br />
s<br />
A<br />
K<br />
cd<br />
mol<br />
91
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
MAGNITUDE FÍSICA FÓRMULA UNIDADE DE MEDIDA DERIVADA SÍMBOLO DA UNIDADE<br />
Superfície / área<br />
Volume<br />
Pressão<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
l<br />
m<br />
N / m 2 = 1Pa = 1kg / (ms 2 )<br />
Metro quadrado<br />
Metro cúbico<br />
Newton<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> longitu<strong>de</strong>: metro (m)<br />
• Enten<strong>de</strong>-se por metro, a distância que percorre a luz num tempo <strong>de</strong> 1/299 segun<strong>dos</strong> (1/299792458).<br />
• O metro po<strong>de</strong> subdividir-se em <strong>de</strong>címetros (dm), centímetros (cm) e milímetros (mm), com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> facilitar e<br />
simplificar a notação para representação das longitu<strong>de</strong>s. Um quilometro equivale a mil metros.<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> massa/peso: quilograma (kg)<br />
• O quilograma é a unida<strong>de</strong> que especifica a massa <strong>de</strong> um corpo material. Utiliza-se mais vulgarmente como unida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> peso <strong>de</strong> um corpo e cujo seu valor está <strong>de</strong>finido pelo peso <strong>de</strong> um protótipo internacional.<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> tempo: segundo (s)<br />
• A <strong>de</strong>finição actual do segundo é: a duração <strong>de</strong> 9192631770 vezes a duração do período <strong>de</strong> transição da radiação<br />
correspon<strong>de</strong>nte aos dois níveis da estrutura hiperfina do estado fundamental do nucleido 133 Cs. Uma <strong>de</strong>finição mais<br />
antiga, portanto menos precisa mas mais próxima, é que, o segundo é a 1/86400 parte meio dia solar.<br />
• Chama-se dia solar verda<strong>de</strong>iro ao tempo <strong>de</strong>corrido entre os passos consecutivos do sol pelo meridiano terrestre<br />
local. 1 hora = 60 minutos. 1 minuto = 60 segun<strong>dos</strong>.<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> corrente eléctrica: ampere (A)<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> temperatura: Kelvin (K)<br />
• O Kelvin é a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> temperatura termodinâmica, <strong>de</strong>fine-se como a 373,16 parte da temperatura<br />
termodinâmico do ponto triple da água, o conhecido "zero absoluto". O conceito <strong>de</strong> temperatura termodinâmica,<br />
também se po<strong>de</strong> explicar como, uma variação <strong>de</strong> energia térmica como consequência da fricção e colisão <strong>de</strong><br />
partículas materiais entre si. Não só se utiliza a temperatura termodinâmica (T) em graus Kelvin, mas também po<strong>de</strong><br />
estar expressa em graus Celsius (ºC) e em alguns países anglo-saxónicos a temperatura me<strong>de</strong>-se em graus<br />
Fahrenheit (ºF). A temperatura (t) em graus Celsius <strong>de</strong>fine-se mediante a seguinte fórmula: t = T - Tº , em que<br />
Tº=273,15 K por <strong>de</strong>finição. A unida<strong>de</strong> graus Kelvin é igual à unida<strong>de</strong> graus Celsius e um intervalo <strong>de</strong> temperatura<br />
também po<strong>de</strong> ser especificado em graus Cº.<br />
• Sabemos que a água entra em ebulição aos 100 ºC e que o gelo se forma aos 0 ºC. Temperaturas inferiores a 0ºC<br />
representam-se com um símbolo negativo: t = - 40ºC.<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz: can<strong>de</strong>la (cd)<br />
• Um can<strong>de</strong>la é a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz <strong>de</strong> uma fonte <strong>de</strong> radiação monocromática com frequência <strong>de</strong> 540E4 Hertz (Hz) e<br />
cuja intensida<strong>de</strong> luminosa correspon<strong>de</strong> a 1/683 vatios (W). Enten<strong>de</strong>-se como vátio, com um símbolo <strong>de</strong> unida<strong>de</strong><br />
(W), a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida da potência.<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> superfície/área: metro quadrado (m 2 )<br />
• O metro quadrado, é a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida que <strong>de</strong>termina a magnitu<strong>de</strong> física <strong>de</strong> uma área ou superfície, é um<br />
quadrado <strong>de</strong> um metro linear <strong>de</strong> lado. Similarmente às longitu<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>mos utilizar: cm 2 , mm 2 , km 2 , etc.<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> volume: metro cúbico (m 3 )<br />
• Similar ao conceito da área, um volume com um metro cúbico representa-se mediante um cubo que tem como base<br />
um quadrado <strong>de</strong> um metro <strong>de</strong> lado, cujas arestas têm um metro <strong>de</strong> altura.<br />
• Também se utiliza para medir o volume da unida<strong>de</strong> litro (l), sobretudo nos líqui<strong>dos</strong>, nos gases ou nos volumes<br />
contendo estruturas mais complexas. Um litro (1l) equivale a um <strong>de</strong>címetro cúbico (1dm 3 ) que por sua vez equivale<br />
a mil centímetros cúbicos (1000cm 3 ).<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> pressão: N/m 2 =1Pa=1kg/(ms 2 ) (p)<br />
• Pressão é a força que actua sobre a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superfície. Assim a magnitu<strong>de</strong> física da pressão é a força por<br />
metro quadrado. A magnitu<strong>de</strong> física força, com a sua unida<strong>de</strong> o Newton (N), <strong>de</strong>fine-se pela aceleração que actua<br />
sobre a massa (m). A fórmula da força é: F=ma, com F=1N.<br />
• Vulgarmente enten<strong>de</strong>-se por pressão atmosférica (1 atmosfera = 1 atm).<br />
OUTRAS UNIDADES ESPECIFICAS DE NAVEGAÇÃO<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida distância no mar: milha náutica (nm)<br />
• Uma milha náutica equivale a uma longitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1851,851 metros lineares.<br />
m 2<br />
m 3<br />
N/m 2<br />
92
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> no mar: nó (kn)<br />
• Um nó é uma unida<strong>de</strong> tradicionalmente utilizada no âmbito marítimo para especificar a magnitu<strong>de</strong> física <strong>de</strong><br />
velocida<strong>de</strong>, sobretudo em embarcações e ventos. Um nó é uma milha náutica por hora: 1 kn = 1 nm/h (1851,851<br />
m/h, ou seja 1,85 km/h)<br />
Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida angular: grau (º)<br />
• Para medidas angulares toma-se como base a circunferência, a qual se divi<strong>de</strong> em 360º sexagesimais, em quatro<br />
quadrantes <strong>de</strong> 90º. Neste sistema cada angulo recto valerá 90º.<br />
• Cada grau está dividido em 60 minutos (') <strong>de</strong> 60 segun<strong>dos</strong> ('').<br />
• As medidas angulares utilizam-se tradicionalmente tanto na navegação marítima como aérea.<br />
UNIDADES DE PRESSÃO<br />
As unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pressão variam <strong>de</strong> pais para pais e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>stes <strong>de</strong> acordo com os diferentes ramos <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>.<br />
Em meteorologia por exemplo, e comum utilizarem-se os mililitros <strong>de</strong> mercúrio (mm Hg) e os bares.<br />
• Na industria utilizam-se a atmosfera técnica, o quilograma por centímetro quadrado e o newton por metro quadrado<br />
ou Pascal. Os países anglo-saxonicos usam os psi, ou seja, a libra-peso por polegada quadrada (pound per square<br />
inch). Em Portugal a medida adoptada é o quilograma por centímetro (Kg/cm 2 ) quadrado ou a atmosfera (atm.),<br />
mas como o mergulho é um <strong>de</strong>sporto sem fronteiras é conveniente sabermos as equivalências <strong>de</strong> outras unida<strong>de</strong>s<br />
pois po<strong>de</strong>remos, por exemplo ter garrafas <strong>de</strong> origem Americana com a pressão <strong>de</strong> serviço e a pressão <strong>de</strong> ensaio<br />
gravadas em psi e teremos <strong>de</strong> fazer a conversão para as unida<strong>de</strong>s que utilizamos normalmente.<br />
• Como já referido anteriormente a pressão utilizada em Portugal é a <strong>de</strong> Kg/cm 2 , estando por isso os exercícios<br />
nessa medida, no entanto po<strong>de</strong>m surgir circunstancias em que nos apareçam outras unida<strong>de</strong>s dada a origem do<br />
material que utilizamos. Vão apresentar-se 3 problemas típicos que ajudarão a ilustrar melhor estas situações.<br />
1. Uma garrafa <strong>de</strong> origem americana, indica que só <strong>de</strong>ve ser carregada a 2800 psi. O nosso compressor tem os<br />
seus manómetros em Kg/cm2. Qual o valor, nesta unida<strong>de</strong>, a que po<strong>de</strong>mos encher a nossa garrafa?<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
1 psi = 0,07 Kg/cm 2 logo 2800 x 0,07 = 196 kg/cm 2<br />
2. Uma garrafa <strong>de</strong> origem francesa indica que <strong>de</strong>ve ser carregada a 178 bar (ou a 178 Hpz que e uma unida<strong>de</strong><br />
equivalente ao bar). Qual o valor a que a <strong>de</strong>vemos carregar expressa em Kg/cm2?<br />
1 bar = 1.02 Kg/cm 2 logo 178 x 1.02 = 181,56 kg/cm 2<br />
3. Pretendo adquirir uma garrafa <strong>de</strong> origem Inglesa que quando carregada a pressão <strong>de</strong> normal <strong>de</strong> serviço po<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>bitar 70 pés cúbicos. A quantos litros correspon<strong>de</strong> esse volume?<br />
LEI DE BOYLE E MARIOTTE<br />
1 Pé cubico = 28,316 litros logo 70 x 28,316 = 1982 litros<br />
“O VOLUME DE UMA MASSA GASOSA, VARIA NA<br />
RAZÃO INVERSA DA PRESSÃO QUE SUPORTA,<br />
DESDE QUE A TEMPERATURA SE MANTENHA<br />
CONSTANTE".<br />
PV=K<br />
Em que:<br />
P0V0=P1V1<br />
P = Pressão absoluta<br />
V = Volume<br />
K = Constante<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
A PRESSÃO<br />
“A PRESSÃO É O RESULTADO QUE SE OBTÊM AO DIVIDIR A SOMA DE TODAS AS FORÇAS<br />
PERPENDICULARES QUE ACTUAM SOBRE UMA ÁREA PLANA, PELA SUPERFÍCIE QUE SE DESIGNA ÁREA”.<br />
Matematicamente po<strong>de</strong>mos observá-lo na seguinte fórmula:<br />
sendo,<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
F<br />
P =<br />
S<br />
P = pressão (psi) ou (Kg/cm 2 )<br />
F = força total que actua sobre a superfície plana (N)<br />
ou (Kg/f)<br />
S = área <strong>de</strong> superfície (m 3 )<br />
Proprieda<strong>de</strong>s da pressão<br />
a) b)<br />
b) d)<br />
a) A pressão num ponto material no interior do fluído em repouso, é igual em todas as direcções.<br />
b) A pressão em to<strong>dos</strong> os pontos situa<strong>dos</strong> no mesmo plano horizontal no interior do fluído, é a mesma.<br />
c) A pressão exercida sobre um corpo submergido no seio do fluído é sempre perpendicular à superfície do mesmo.<br />
d) A força <strong>de</strong> pressão exercida sobre um corpo submergido no seio <strong>de</strong> um líquido em repouso, dirige-se sempre para o<br />
interior do mesmo, ou seja, a força é sempre <strong>de</strong> compressão e nunca <strong>de</strong> tracção.<br />
Características do meio físico<br />
• Cada ser foi criado ou evoluiu no sentido <strong>de</strong> viver num <strong>de</strong>terminado ambiente e as suas características adaptam-se<br />
perfeitamente a esse meio. Não é pois o caso do ser humano quando abandona a terra e pratica o <strong>Mergulho</strong>.<br />
Nestas circunstancias irá viver um curto período <strong>de</strong> tempo, num meio ambiente que lhe e estranho e po<strong>de</strong>mos<br />
mesmo dizer hostil. Irá suportar uma pressão que lhe acarretara vários problemas: As características ópticas da<br />
água não lhe permitirão ver do mesmo modo que em terra, a perdas <strong>de</strong> calor serão brutais e morrera ao fim <strong>de</strong><br />
pouco tempo se não se encontrar protegido e os gases que respiram tornar-se-ão tóxicos. O próprio oxigénio<br />
absolutamente essencial para a vida, tornar-se-á num gás mortal.<br />
94
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
PRESSÃO ATMOSFÉRICA<br />
No meio aéreo<br />
• O ar é pesado. Experimentalmente sabe-se que um litro <strong>de</strong> ar atmosférico<br />
pesa 1,293 gramas, ou mais simplesmente l,3 gramas, à pressão e<br />
temperatura normais, embora possa variar, ligeiramente <strong>de</strong> acordo com<br />
certas condições. Devido a tal, to<strong>dos</strong> os corpos à superfície da terra estão<br />
sujeitos, por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superfície, ao peso da coluna <strong>de</strong> ar com a acção<br />
unitária <strong>de</strong> um centímetro quadrado (1 cm 2 ), cuja altura e a altura da<br />
camada <strong>de</strong> ar que envolve o globo terrestre, que constitui a troposfera<br />
(<strong>de</strong>zassete mil metros no equador e seis mil metros nos pólos), po<strong>de</strong>ndo<br />
ser tomado como valor médio os doze mil metros.<br />
• Como sabemos acima <strong>de</strong> nos existem milhares <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> ar, formando a<br />
atmosfera e embora cada litro pese pouco a soma <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> estes pesos<br />
acaba por ser consi<strong>de</strong>rável. Assim, sobre cada, centímetro quadrado dum<br />
corpo, ao nível do mar, exerce-se a forca <strong>de</strong> um quilograma. A esta<br />
pressão chama-se pressão atmosférica. Se subirmos a uma montanha o ar<br />
que se encontra acima <strong>de</strong> nos, diminui e a pressão baixa. A 5 quilómetros<br />
<strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> a pressão baixa para meta<strong>de</strong> (0.5 Kg/cm 2 ) e a 30 quilómetros é<br />
praticamente nula.<br />
• Por <strong>de</strong>finição, pressão é o peso (ou força) exercido por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
superfície. Assim, sabemos que a pressão exercida pelo ar atmosférico<br />
sobre os corpos, situa<strong>dos</strong> ao nível do mar é <strong>de</strong>:<br />
P = 1033 gramas por centímetro quadrado (g/cm 2 )<br />
P = 1,033 Kg/cm 2<br />
• A pressão po<strong>de</strong> também medir-se noutras unida<strong>de</strong>s, tais como,<br />
milímetros <strong>de</strong> coluna <strong>de</strong> mercúrio, metro <strong>de</strong> coluna <strong>de</strong> água, milibares,<br />
torrs, atmosferas, etc.<br />
P = 760 torrs ou 760 mm <strong>de</strong> mercúrio<br />
P = 1013 milibares<br />
P = 1 atmosfera<br />
• Implicitamente esta pressão diminui com a altitu<strong>de</strong> não sendo no entanto<br />
essa variação proporcional entre os dois parâmetros.<br />
A pressão relativa e a pressão absoluta<br />
• A água é muito mais pesada que o ar, cada litro pesa<br />
aproximadamente 1 Kg, ou seja cerca <strong>de</strong> mil vezes<br />
mais do que o ar. Na realida<strong>de</strong> este valor é variável<br />
pois a agua salgada pesa mais que a agua doce por ter<br />
mais sais dissolvi<strong>dos</strong> e pesa mais ou menos consoante<br />
a sua temperatura, atingindo o seu peso máximo a 4ºC.<br />
• Se mergulharmos na agua para além da pressão<br />
atmosférica que suportamos a superfície vamos<br />
também sofrer a pressão hidrostática ou pressão<br />
relativa ao peso da agua que temos em cima <strong>de</strong> nos.<br />
• A exercer-se sobre a superfície da agua existe sempre<br />
a pressão atmosférica e diremos então que a pressão<br />
absoluta a que ficamos sujeitos é a soma da pressão<br />
atmosférica com a pressão relativa.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Pabs = Patm + Prel<br />
• Nestas circunstancias a 0 metros a pressão relativa<br />
será <strong>de</strong> 1 kg/cm 2 (1 Atm), ou seja, a pressão<br />
atmosférica; a 10 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> será <strong>de</strong> 2<br />
Kg/cm 2 (2 Atm), ou seja a soma <strong>de</strong> pressão atmosférica<br />
com a relativa a 10 metros <strong>de</strong> agua e assim<br />
sucessivamente.<br />
• Uma regra pratica que nos permite calcular com<br />
facilida<strong>de</strong> a pressão a uma <strong>de</strong>terminada profundida<strong>de</strong> e<br />
dividir o valor da profundida<strong>de</strong> por 10 e somar-lhe uma<br />
unida<strong>de</strong><br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
Exemplo: Qual a pressão absoluta a 20 metros?<br />
Pr = 20 : 10 = 2 kg/cm 2<br />
Pa = Patm + Pr = 1 + 2 = 3 kg/cm 2<br />
Exemplo: Qual a pressão absoluta a 32 metros?<br />
Pr = 32 : 10 = 3.2 Kg/cm2<br />
Pa = Patm + Pr = 1+ 3.2 = 4.2 Kg/cm 2<br />
Exemplo: Qual a profundida<strong>de</strong> que correspon<strong>de</strong> a pressão <strong>de</strong> 5.3 Kg/cm 2 ?<br />
Pr = Pa - Patm = 5.3 - 1 = 4.3 Kg/cm 2<br />
4.3 x 10 = 43 metros<br />
Aos 20 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> 4/3 litros<br />
Aos 10 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> 4/2 litros<br />
Aos 0 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> 4 litros<br />
• À medida que o balão vai subindo, passa para cotas a que correspon<strong>de</strong>m menores pressões e portanto vai<br />
aumentando <strong>de</strong> volume. Este aumento é dado pela lei <strong>de</strong> Boyle-Mariotte. Fazendo os cálculos é fácil concluir que a<br />
20m aumentará para 1.333 litros a 10m já estará com 2 litros e quando chegar a superfície atinge o volume <strong>de</strong> 4<br />
litros. Este fenómeno po<strong>de</strong> dar origem a um grave aci<strong>de</strong>nte (<strong>de</strong>signado por Barotraumatismo).<br />
• Se a 20 metros o mergulhador encher o peito <strong>de</strong> ar e subir a com a respiração bloqueada o ar aumentara <strong>de</strong><br />
volume <strong>de</strong>ntro <strong>dos</strong> seus pulmões. Os teci<strong>dos</strong> que o formam não estão prepara<strong>dos</strong> para um aumento <strong>de</strong>sta or<strong>de</strong>m e<br />
dar-se-á o rebentamento <strong>dos</strong> alvéolos pulmonares. Por esta razão NUNCA se <strong>de</strong>ve dar ar a um mergulhador que<br />
esteja a realizar APNEIA, pois sem saber po<strong>de</strong>rá estar a contribuir para um aci<strong>de</strong>nte gravíssimo. Este aci<strong>de</strong>nte e<br />
conhecido pelo nome <strong>de</strong> sobrepressão pulmonar sendo um <strong>dos</strong> mais graves que po<strong>de</strong> atingir um mergulhador.<br />
A Lei <strong>de</strong> Boyle-Mariotte<br />
• O volume das massas <strong>dos</strong> gases varia <strong>de</strong><br />
acordo com a pressão a que estão sujeitos.<br />
Imaginemos uma seringa <strong>de</strong> injecções.<br />
Tapemos o orifício on<strong>de</strong> se coloca a agulha e<br />
carreguemos no êmbolo. O êmbolo <strong>de</strong>sce<br />
dada a pressão exercida e a massa <strong>de</strong> ar que<br />
se encontra na seringa diminui. Se relaxarmos<br />
essa forca o ar volta a dilatar-se e o êmbolo<br />
sobe. Vemos assim que o volume duma dada<br />
massa <strong>de</strong> gás diminui quando a pressão<br />
aumenta e vice-versa. A lei <strong>de</strong> Boyle-Mariotte<br />
diz-nos precisamente isso. O volume ocupado<br />
por uma <strong>de</strong>terminada massa <strong>de</strong> gás varia<br />
inversamente com a pressão a que esta<br />
submetida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a temperatura se<br />
mantenha constante.<br />
• Matematicamente esta lei exprime-se por:<br />
P0 x V0 = P1 x V1 = P2 x V2 = Constante<br />
Exercício exemplo: Se tivermos um bal<strong>de</strong> vazio, com <strong>de</strong>z litros <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> e se o pusermos <strong>de</strong> boca para baixo <strong>de</strong><br />
forma a que o ar contido não possa escapar, veremos que a agua vai subindo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>le a medida que o formos<br />
afundando o que correspon<strong>de</strong> a uma diminuição do volume <strong>de</strong> ar. A 10 metros, qual serra o volume <strong>de</strong> ar?<br />
Aplicando a lei <strong>de</strong> Boyle-Mariotte temos que:<br />
Volume a 0 metros - V0 = 10 litros<br />
Pressão a 0 metros - P0 = 1Kg/cm 2<br />
Volume a 10 metros - V10 = ?<br />
Pressão a 10 metros - P10 = 2kg/cm 2<br />
P0 x V0 = P10 x V10<br />
1 x 10 = 2 x V10<br />
V10 = 5<br />
Ao atingir os 10m terá um volume <strong>de</strong> 5 litros<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
PRESSÕES E VOLUMES<br />
Exemplo: Qual a pressão absoluta a -20 m ?<br />
Pr = 20:10<br />
Pr = 2 Bar<br />
Pa = 1 + 2<br />
Pa = 3 Bar<br />
Exemplo: Qual a pressão absoluta a -32 m ?<br />
Pr = 32:10<br />
Pr = 3,2 Bar<br />
Pa = 1 + 3,2<br />
Pa = 4,2 Bar<br />
Exemplo: Qual a profundida<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>nte à pressão absoluta <strong>de</strong> 5,3 Bar ?<br />
Pr = Pa - Patm<br />
Pr = 5,3 – 1<br />
Pr = 4,3 bar<br />
Pa = 4,3 x 10<br />
Pa = -43 m (Para efeito <strong>de</strong> cálculos consi<strong>de</strong>ra-se sempre a Pa)<br />
Exemplo: Tendo um bal<strong>de</strong> água vazio com 10 litros <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>. Se o colocarmos <strong>de</strong>ntro água sem <strong>de</strong>ixar escapar<br />
o ar, verifica-se que a água vai subindo <strong>de</strong>ntro do bal<strong>de</strong> à medida que formos afundando logo diminuindo o volume <strong>de</strong><br />
ar. A 10m qual será o volume <strong>de</strong> ar ?<br />
Volume a 0 m = V0 = 10 litros P * V0 = P1 * V1<br />
Pressão a 0 m = P0 = 1 BAR 1 * 10 = 2 * V1<br />
Volume a -10 m = V0 = ? V1 = 5 litros<br />
Pressão a -10 m = P1 = 2 Bar<br />
Exemplo: Se a -20 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> encher um balão com 3 litros <strong>de</strong> ar e se o largar aumentará <strong>de</strong> volume durante a<br />
subida. Qual o volume à superfície ?<br />
Volume a -20 m = V1 = 3 litros P0 V0 = P1 V1<br />
Pressão a -20 m = P1 = 3 Bar 1 x V0 = 3 x 3<br />
Volume a 0 m = V0 = ? V0 = 9 litros<br />
Pressão a 0 m = P0 = 1 litro<br />
Volume (l)<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
1<br />
0.5<br />
0.33<br />
0.25<br />
0.20<br />
0.13<br />
Pressão Absoluta (Kg/cm 2 )<br />
1 2 3 4 5 6<br />
0 -10 -20 -30 -40 -50<br />
Profundida<strong>de</strong> (m)<br />
97
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
"À TEMPERATURA CONSTANTE, O VOLUME DE UM GÁS É INVERSAMENTE PROPORCIONAL À PRESSÃO<br />
EXERCIDA SOBRE SI".<br />
Profundida<strong>de</strong><br />
(metros)<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Pr. Rel.<br />
(Atm)<br />
Pr. Abs.<br />
(Atm)<br />
0 0 1 100 % = 1 0<br />
Volume Redução<br />
-10 1 2 50 % = 0.5 1/2 ATENÇÃO !<br />
-20 2 3 33 % = 0.33 1/3<br />
-30 3 4 25 % = 0.25 1/4 A pressão duplica<br />
-40 4 5 20 % = 0.20 1/5<br />
-50 5 6 16 % = 0.16 1/6<br />
-70 7 8 12.5 % = 0.125 1/8 A pressão duplica<br />
-100 10 11 9 % = 0.09 1/10<br />
-150 15 16 6.25 % = 0.062 1/16 A pressão duplica<br />
-500 50 51 1.66 % = 0.016 1/51<br />
-990 90 100 1 % = 0.01 1/100<br />
FATO DE MERGULHO<br />
O frio e o mergulho<br />
• A temperatura da água do mar e muito variável,<br />
esta variação verifica-se não só <strong>de</strong> acordo com a<br />
sua localização em relação as diferentes regiões<br />
do globo e as estacões do ano como no mesmo<br />
local e na mesma época em relação a<br />
profundida<strong>de</strong>.<br />
• Em certos mares, especialmente nos golfos<br />
fecha<strong>dos</strong> tropicais, a temperatura po<strong>de</strong> atingir os<br />
40ºC a superfície enquanto nas regiões polares e<br />
<strong>de</strong> apenas alguns graus. A partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada<br />
profundida<strong>de</strong>, da or<strong>de</strong>m <strong>dos</strong> 100 metros a<br />
temperatura torna-se estável. Por vezes distribuise<br />
em camadas tão perfeitamente <strong>de</strong>finidas como<br />
no caso <strong>de</strong> certos lagos que conferem a essas<br />
camadas índices <strong>de</strong> refracção diferentes e<br />
consegue-se visualizar essas camadas. Num<br />
mergulho po<strong>de</strong>-se pois encontrar temperaturas<br />
muito diferentes conforme as camadas on<strong>de</strong> o<br />
mergulhador se <strong>de</strong>slocar. Em aguas com<br />
temperaturas inferiores aos 20ºC o uso do fato<br />
isotérmico e imprescindível. A titulo <strong>de</strong> exemplo<br />
po<strong>de</strong>remos citar que um mergulhador só com um<br />
fato <strong>de</strong> banho começara a sentir frio <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a<br />
temperatura da agua seja inferior a sua, mesmo<br />
que seja a apenas 35ºC (a temperatura do corpo<br />
humano ronda os 37ºC):<br />
1. A 25ºC começará a sentir tremuras ao fim <strong>de</strong><br />
duas horas;<br />
2. Aos 15ºC Aparecem sensações dolorosas;<br />
3. Aos 5ºC surge a morte ao fim <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />
uma hora.<br />
• Quando a temperatura atinge os 10ºC o fato isotérmico normal não e suficiente para estadias <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma hora<br />
e torna-se necessário utilizar fatos secos.<br />
• Como e lógico estes valores variam <strong>de</strong> indivíduo para indivíduo e sabemos que um mergulhador gordo tem mais<br />
<strong>de</strong>fesas que um mergulhador magro.<br />
• Não <strong>de</strong>vemos esquecer que o fato isotérmico da uma boa protecção na agua mas não e tão eficiente ao ar. Assim,<br />
<strong>de</strong>vemos usar roupas quentes, normais, antes e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um mergulho e só usar o fato quando em contacto com<br />
a agua.<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
Como escolher o fato<br />
• A escolha <strong>de</strong> um fato <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> obviamente do tipo <strong>de</strong> mergulho que se faz e <strong>dos</strong> ambientes on<strong>de</strong> é feito.<br />
• O fato seco tem muitas vantagens em relação aos fatos húmi<strong>dos</strong> e aos semi-secos, mas também tem algumas<br />
<strong>de</strong>svantagens.<br />
• Está fora do nosso objectivo discutir aqui essas diferenças, e por isso, vamos apenas dar algumas informações<br />
práticas e gerais.<br />
Características:<br />
• Espessura (3mm, 3.5mm, 5mm, 5.5mm, 7mm, 7.5mm, 8mm)<br />
• Eficácia (frio e pressões)<br />
• Comodida<strong>de</strong> (fácil <strong>de</strong> vestir ou <strong>de</strong>spir, quente, não limitador <strong>de</strong> movimentos)<br />
• Costuras e reforços (neoprène, tela, membrana e nylon)<br />
• Fim a que se <strong>de</strong>stina (águas frias ou tropicais, amador ou profissional)<br />
Tipo <strong>de</strong> fato:<br />
• Fato húmido (neoprène).<br />
• Fato semi-seco (neoprène).<br />
• Fato seco (tela, membrana) – 1ª geração.<br />
• Fato seco (neoprène) – 2ª geração.<br />
• Fato seco especial (Goretex ® - Nylon ® - Trilaminado/Quadrilaminado c/ aquecimento a H2O quente) – 3ª geração.<br />
Acessórios:<br />
• Botas ou Meias;<br />
• Touca;<br />
• Joelheiras;<br />
• Luvas.<br />
Espessura:<br />
• Mobilida<strong>de</strong>;<br />
• Pressão;<br />
• Temperatura;<br />
• Lastragem.<br />
Eficácia:<br />
• Finalida<strong>de</strong>;<br />
• Temperatura;<br />
• Pressão.<br />
Comodida<strong>de</strong>:<br />
• Mobilida<strong>de</strong><br />
• Isolamento térmico<br />
Costuras e reforços:<br />
• Isolamento.<br />
• Tela ou neoprène.<br />
• Simples ou dupla.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
- - - FRIO + + + + +<br />
Fato Húmido (neoprène)<br />
• Permite ao mergulhador passar algum tempo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> água a uma <strong>de</strong>terminada<br />
temperatura sem ter frio.<br />
• É ajustado ao corpo feito em borracha celular.<br />
• A água penetra no seu interior, criando uma fina película, que vai ser aquecida pelo próprio<br />
corpo do mergulhador.<br />
• Sendo o fato a<strong>de</strong>rente ao corpo, a água não circula, mantendo-se a camada protectora.<br />
• São fabrica<strong>dos</strong> em várias espessuras, quanto maior a espessura maior é a protecção, mas<br />
também maior é a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimentos.<br />
• Devido à condução do calor o fato húmido é aconselhável em temperaturas entre os 20º.C<br />
(70 F) e os 10º.C (50 F).<br />
Fato Semi-Seco (neoprène)<br />
• Permite ao mergulhador passar algum tempo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> água a uma <strong>de</strong>terminada<br />
temperatura próxima <strong>dos</strong> 10º.C (50 F) sem ter frio.<br />
• É ajustado ao corpo feito em borracha celular.<br />
• A não água penetra no seu interior, tal como no fato húmido, criando uma fina película, que<br />
vai ser aquecida pelo próprio corpo do mergulhador.<br />
• Tem bons vedantes que evitam que a água penetre em quantida<strong>de</strong> no seu interior.<br />
99
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
• Sendo o fato a<strong>de</strong>rente ao corpo, a água não circula, mantendo-se a camada protectora.<br />
• São fabrica<strong>dos</strong> em várias espessuras, quanto maior a espessura maior é a protecção, mas também maior é a<br />
dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimentos.<br />
• Devido à condução do calor o fato húmido é aconselhável em temperaturas entre os 15º.C (60 F) e os 10º.C (50 F).<br />
Fato Seco (neopréne)<br />
• Permite ao mergulhador passar muito tempo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> água a uma temperatura baixa sem<br />
ter frio. Confere gran<strong>de</strong> protecção térmica, po<strong>de</strong>ndo ser utilizado em mergulhos no gelo.<br />
• É normalmente feito em neoprène <strong>de</strong> 6mm ou até mais, revestido a nylon em ambas as<br />
faces, as botas fazem parte integral do fato.<br />
• Cria uma camada <strong>de</strong> ar entre fato e o corpo. Este fato influencia a lastragem.<br />
• ar entra no fato através <strong>de</strong> uma válvula <strong>de</strong> admissão, tendo uma outra válvula <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga.<br />
Esse ar é fornecido pelo 1ºandar do regulador (MP).<br />
• Devido à condução do calor na água, este fato é mais aconselhado em temperaturas entre<br />
os 10º.C (50 F) e os 0º.C (32 F).<br />
Fato Seco (tela / lamina<strong>dos</strong>)<br />
• Permite ao mergulhador passar muito tempo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> água a uma temperatura muito baixa<br />
sem ter frio. É estanque nos vedantes do punho bem como no da face (colar).<br />
• É feito em tela <strong>de</strong> 6mm ou até mais, revestido a nylon em ambas as faces, as botas fazem<br />
parte integral do fato. Este facto só por si não confere gran<strong>de</strong> isolamento térmico, sendo<br />
necessário utilizar um fato interior <strong>de</strong> roupa (Polartec ® , Lã ou Lycra ® ) para a protecção ser<br />
efectiva. Cria uma camada <strong>de</strong> ar entre corpo e o próprio fato. Influencia a lastragem.<br />
• O ar entra no fato através <strong>de</strong> uma válvula <strong>de</strong> admissão (volume variável), tendo uma outra<br />
válvula <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga. Esse ar é fornecido pelo 1ºandar do regulador (MP).<br />
• Devido à condução do calor na água, este fato é recomendado em ambientes (trabalho)<br />
com temperaturas entre os 10º.C (50 F)e os 0º.C (32 F).<br />
Característicos do Fato Seco<br />
• Deve ser em material resistente, leve, <strong>de</strong> rápida secagem, que não varie <strong>de</strong> volume em função da profundida<strong>de</strong>,<br />
que não prejudique a mobilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> mergulhadores.<br />
• Deve possuir a ligação standard ao 1º andar (o mesmo encaixe existente no injector do colete, para permitir a troca<br />
<strong>de</strong> mangueiras).<br />
• A válvula <strong>de</strong> injecção <strong>de</strong>ve ficar apontada directamente para baixo, ou <strong>de</strong>ve po<strong>de</strong>r rodar livremente (permite variar a<br />
sua orientação, consoante se utiliza ou não a garrafa <strong>de</strong> árgon para encher o fato seco).<br />
• Feito por medida para reduzir a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material, que por sua vez, permite reduzir a resistência à água<br />
quando nadamos.<br />
• O fecho <strong>de</strong>ve ficar à frente, para que o fato possa ser vestido pelo mergulhador, sem ajuda, e porque o fecho<br />
colocado à frente oferece mais garantias <strong>de</strong> não abrir aci<strong>de</strong>ntalmente.<br />
• Sobre o fecho <strong>de</strong>ve existir uma cobertura <strong>de</strong> protecção com um segundo fecho, que ajuda a retirar algum stress do<br />
fecho principal, e fornece uma barreira adicional no caso <strong>de</strong> suce<strong>de</strong>r algo ao fecho principal.<br />
Bolsos no fato<br />
• Qualquer que seja o tipo <strong>de</strong> fato utilizado, este <strong>de</strong>ve ter 2 bolsos, coloca<strong>dos</strong> nas coxas, lateralmente ao<br />
mergulhador, <strong>de</strong> modo a reduzir a resistência à água.<br />
• No lado esquerdo do mergulhador, <strong>de</strong>ve existir um bolso maior, on<strong>de</strong> se colocam objectos como uma máscara <strong>de</strong><br />
reserva, ou carretos <strong>de</strong> segurança. Os objectos coloca<strong>dos</strong> nesse bolso são presos ao mesmo através <strong>de</strong><br />
mosquetões e elástico.<br />
• No lado direito do mergulhador, há um bolso menos volumoso, e <strong>de</strong> menor perfil, on<strong>de</strong> se colocam objectos que<br />
não se possam per<strong>de</strong>r durante o mergulho (como tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão, bloco <strong>de</strong> notas, etc.).<br />
Ambos os bolsos são fecha<strong>dos</strong> com uma aba com Velcro, evitando-se os fechos <strong>de</strong> correr <strong>de</strong> plástico, ou metal)<br />
por po<strong>de</strong>rem encravar (adicionalmente, o Velcro po<strong>de</strong> ser facilmente trocado quando começa a per<strong>de</strong>r a<br />
a<strong>de</strong>rência).<br />
P-Valve<br />
• É um sistema que permite aos mergulhadores (homens) urinar directamente para fora do<br />
fato, através <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> mangueiras e válvulas unidireccionais, que se fixa a um<br />
cateter externo.<br />
• A utilização <strong>de</strong>ste sistema tem gran<strong>de</strong>s benefícios em termos <strong>de</strong> segurança, visto que os<br />
mergulhadores po<strong>de</strong>m manter-se bem hidrata<strong>dos</strong> (que traz benefícios óbvios em termos <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scompressão).<br />
• Para limpar, basta <strong>de</strong>itar algum vinagre pelo tubo e pelas válvulas, e enxaguar.<br />
Fato interior<br />
• Deverá ser feito <strong>de</strong> material com um bom isolamento térmico, que retenha o ar, e que mantenha o calor mesmo<br />
quando molhado.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
100
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
• De preferência será confeccionado com material não compressível. Normalmente é utilizado o Thinsulate, que é<br />
um material feito <strong>de</strong> fibras <strong>de</strong> polipropileno, com cerca <strong>de</strong> 1 milésimo da espessura <strong>de</strong> um cabelo humano.<br />
• As fibras <strong>de</strong> polipropileno são como uma cera modificada e pelo facto <strong>de</strong> estarem tão juntas umas com as outras,<br />
as suas proprieda<strong>de</strong>s hidrofóbicas (que repelem a água) são suficientes para evitar que a água penetre <strong>de</strong>ntro do<br />
fato interior, mesmo que esta entrasse <strong>de</strong>ntro do fato seco.<br />
• Se não houver uma gran<strong>de</strong> pressão no fato (como a causada por um gran<strong>de</strong> aperto no fato), as gotas <strong>de</strong> água não<br />
tocam umas nas outras, e por isso, não conduzem calor.<br />
Conservação <strong>dos</strong> fatos<br />
• To<strong>dos</strong> os fatos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> utiliza<strong>dos</strong> <strong>de</strong>vem ser passa<strong>dos</strong> primeiro por água doce corrente para retirar to<strong>dos</strong> os<br />
vestígios <strong>de</strong> água <strong>de</strong> sal (mar) ou lama (água doce) provenientes do mergulho.<br />
• Depois em seguida <strong>de</strong>ve ser lavado com sabão e água doce morna (≅ 30º.C).<br />
• Devem ser pendura<strong>dos</strong> num cabi<strong>de</strong> <strong>de</strong> preferência quando não são utiliza<strong>dos</strong> com muita frequência e polvilha<strong>dos</strong><br />
com pó <strong>de</strong> talco.<br />
• Só <strong>de</strong>vem ser guarda<strong>dos</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> completamente secos. Nos fatos secos além <strong>de</strong>stas tarefas à que ter em<br />
atenção os fechos do fato pois corroem-se com facilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vendo passar-se o fecho com vaselina liquida, silicone<br />
ou cera <strong>de</strong> protecção.<br />
• Evitar secar os fatos com exposição directa do sol.<br />
CINTO DE LASTRO (ou CINTO DE PESOS)<br />
Características:<br />
• Tira <strong>de</strong> borracha ou "Marselhês"<br />
• Fita <strong>de</strong> nylon.<br />
• Com bolsos para os pesos (lastro em grão).<br />
• Os pesos são geralmente <strong>de</strong> chumbo e po<strong>de</strong>m ser cobertos <strong>de</strong> borracha<br />
ou plástico (ecológicos).<br />
• Os pesos po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> 1.0 Kg, 2.0 Kg ou 2.5 Kg.<br />
• A fivela po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> metal ou plástico (abertura rápida).<br />
• Sistema <strong>de</strong> fecho po<strong>de</strong> ser do tipo americano ou tipo francês.<br />
• Alguns mergulhadores utilizam lastros para os pés.<br />
A lastragem<br />
• Uma das formas <strong>de</strong> saber se um mergulhador esta bem lastrado para uma <strong>de</strong>terminada profundida<strong>de</strong> é verificar se<br />
consegue controlar os movimentos <strong>de</strong> subida e <strong>de</strong>scida com a respiração. Sem se mexer, enchendo a caixa<br />
torácica aumentara <strong>de</strong> volume e subira, esvaziando-a, ao expirar começara a fundar-se lentamente. Com o peito<br />
meio <strong>de</strong> ar ficará sem subir nem <strong>de</strong>scer. No entanto convém não esquecer que qualquer mudança no equipamento<br />
po<strong>de</strong>rá modificar este equilíbrio.<br />
• Como se verifica um aumento do peso com a profundida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>remos equilibrar o conjunto mergulhadorescafandro,<br />
aumentando o seu volume e isto consegue-se enchendo um pouco o colete salva vidas <strong>de</strong> mergulho.<br />
Esta peça <strong>de</strong> equipamento apresenta uma função mais para além da principal e por isso os anglo-saxonicos<br />
<strong>de</strong>signam-no muitas vezes por "Compensador <strong>de</strong> flutuabilida<strong>de</strong>".<br />
• Soprando um pouco <strong>de</strong> ar para <strong>de</strong>ntro do colete, sem necessitar <strong>de</strong> utilizar o ar da garrafa, logo se obtém um<br />
ligeiro aumento <strong>de</strong> volume e consegue-se assim por tentativas equilibrar o peso para uma <strong>de</strong>terminada<br />
profundida<strong>de</strong>.<br />
• Normalmente, o peso está aferido para o peso <strong>de</strong> cada mergulhador, mas a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do meio é muito importante:<br />
Água salgada <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>=<br />
1.025 1 kg <strong>de</strong> lastro por cada 10 kg <strong>de</strong> peso corporal Retirar - 1 kg<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Água doce <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>=<br />
1.000 1 kg <strong>de</strong> lastro por cada 10 kg <strong>de</strong> peso corporal Aumentar+ 1 kg<br />
• A lastragem po<strong>de</strong> ser influenciada pela inexperiência do mergulhador (má respiração ou respiração muito activa),<br />
por causas fisiológicas (elevado peso corporal), por causas físicas (falta <strong>de</strong> treino) ou ter origem no stress (medo).<br />
• Como a água doce possui uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 2,5% menor que a salgada, o mergulhador po<strong>de</strong> retirar cerca <strong>de</strong> 20% do<br />
peso do seu cinto <strong>de</strong> lastro normalmente utilizado no mar para continuar com flutuabilida<strong>de</strong> neutra.<br />
101
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
Peso real e peso aparente<br />
• Como sabemos os corpos pesam e o seu peso é a forca que os atrai<br />
para o centro da Terra. Todo o corpo tem um peso a que se chama<br />
peso real. A impulsão exerce-se na vertical, <strong>de</strong> baixo para cima e<br />
portanto contrariamente ao peso real. O peso real menos a impulsão é o<br />
peso aparente<br />
• O corpo humano tem uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> muito próxima da agua o que não<br />
é <strong>de</strong> estranhar dada a gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agua que entra na<br />
composição do nosso organismo. Isto correspon<strong>de</strong> praticamente ao segundo caso e to<strong>dos</strong> sabemos que se um<br />
indivíduo se <strong>de</strong>itar <strong>de</strong> costas na agua e se não se <strong>de</strong>bater este flutua.<br />
• Se usarmos um fato isotérmico, que tem uma gran<strong>de</strong> massa esponjosa cheia <strong>de</strong> ar, a sua flutuabilida<strong>de</strong> aumentara<br />
ainda mais e para po<strong>de</strong>r mergulhar precisa <strong>de</strong> lastro, isto é colocar pesos para anular o efeito <strong>de</strong> impulsão.<br />
• Resta saber qual a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peso que <strong>de</strong>verá colocar no cinto. A resposta não é simples pois a medida que<br />
afundamos a pressão aumenta e exerce-se quer nas partes mais moles do corpo, quer nas células do fato<br />
provocando uma diminuição do volume com a consequente diminuição <strong>de</strong> impulsão.<br />
• Daí que a lastragem correcta só possa ser valida para uma <strong>de</strong>terminada profundida<strong>de</strong>. Por outro lado ao mergulhar<br />
com garrafas o ar que inicialmente levou consigo vai diminuindo e como esse ar tem um certo peso, o conjunto<br />
mergulhador-escafandro vai ficando mais leve. A expressão indicada é particularmente<br />
importante no mergulho, como vamos ver <strong>de</strong> seguida:<br />
1. Suponhamos um corpo <strong>de</strong> ferro mergulhado na água (doce / salgada). Dada a sua<br />
<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> é muito pesado em relação ao seu volume e então o peso prevalece em<br />
relação a impulsão e ele afunda.<br />
2. Mas se o corpo não for <strong>de</strong> ferro mas <strong>de</strong> cortiça, muito menos <strong>de</strong>nsa, o seu peso será<br />
menor em relação ao volume e consequentemente em relação a impulsão. Esta é<br />
superior ao peso real e o corpo flutua.<br />
3. Numa terceira hipótese consi<strong>de</strong>ramos um corpo cuja <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> seja igual a da agua.<br />
Neste caso o seu peso real é igual a impulsão e o corpo não sobe nem <strong>de</strong>sce. Fica<br />
portanto em equilíbrio.<br />
O PRINCIPIO DE ARQUIMEDES<br />
Sobejamente conhecido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as carteiras da escola, o Principio <strong>de</strong> Arquime<strong>de</strong>s tem o<br />
seguinte enunciado: "QUALQUER CORPO MERGULHADO NUM FLUIDO SOFRE, DA<br />
PARTE DESTE, UMA IMPULSÃO VERTICAL DE BAIXO PARA CIMA, IGUAL AO<br />
PESO DO VOLUME DO FLUIDO DESLOCADO".<br />
• Este principio explica-se experimentalmente <strong>de</strong> maneia simples, como se segue:<br />
1. Suspen<strong>de</strong>-se um corpo sólido sob o prato <strong>de</strong> uma balança e equilibra-se esta<br />
(seja Pr o peso do corpo e V o volume)<br />
2. Enche-se um vaso com água e introduz-se nele o corpo citado anteriormente,<br />
sempre suspenso sob o prato da balança. Logicamente, há um volume <strong>de</strong><br />
água V (igual ao volume do corpo) que extravasou e que se recolhe num<br />
recipiente. Simultaneamente verifica-se um <strong>de</strong>sequilibro na balança que fica<br />
mais leve do lado do prato on<strong>de</strong> esta suspenso o corpo.<br />
3. Se por fim <strong>de</strong>spejar a água extravasada, cujo peso é igual ao produto do<br />
volume V pelo peso especifico da água, no prato da balança on<strong>de</strong> está<br />
suspenso o corpo, o equilibro volta a verificar-se.<br />
• Temos pois que começar agora a consi<strong>de</strong>rar, o peso aparente (Pa) dum corpo<br />
mergulhado na água, no caso do mergulho, do nosso próprio corpo e do<br />
equipamento transportado.<br />
• O peso aparente é a diferença entre o peso real do corpo o a impulsão por este<br />
sofrida, sendo a impulsão, como atrás dissemos o peso do volume da água <strong>de</strong>slocada (P').<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Pa = Pr - I<br />
• Por aqui se infere que, nas águas com maior salinida<strong>de</strong>, em consequência do seu peso específico ser mais<br />
elevado, a impulsão é maior para o mesmo volume <strong>de</strong> água <strong>de</strong>slocado.<br />
• São pois estas duas forças peso e impulsão, que no mesmo sentido mas direcções opostas, <strong>de</strong>terminam o<br />
comportamento, ou equilíbrio, <strong>de</strong> um corpo imerso.<br />
• No caso <strong>dos</strong> corpos incompreensíveis, a impulsão é proporcional ao volume não variando com a profundida<strong>de</strong>. Por<br />
outras palavras, o peso aparente tem sempre o mesmo valor qualquer que seja a profundida<strong>de</strong> a que o corpo se<br />
encontre.<br />
102
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
• À medida que o bloco é imerso no liquido, vai <strong>de</strong>slocando um volume <strong>de</strong> líquido igual ao seu próprio volume. o peso<br />
do volume do liquido <strong>de</strong>slocado é igual à impulsão exercida sobre o bloco.<br />
ESTADOS DE FLUTUABILIDADE<br />
• Devido ao aumento <strong>de</strong> pressão o volume do ar contido no balão vai diminuindo<br />
(Lei <strong>de</strong> Boyle e Mariotte);<br />
• Devido á diminuição do volume a impulsão diminui, mantendo-se o peso do<br />
invólucro constante por este ser incompreensível ( Principio <strong>de</strong> Arquime<strong>de</strong>s);<br />
• O peso aparente (Pa), sendo a diferença entre o peso do invólucro (P) e a<br />
impulsão (I) é negativa (menor que zero) mas vai-se aproximando cada vez mais<br />
<strong>de</strong> zero, atingindo esse valor quando P=I, o que no nosso caso atingindo na cota<br />
<strong>de</strong> -40 metros.<br />
• Neste momento, o balão que até ai tivera tendência para subir, fica em equilíbrio,<br />
isto é, não sobe nem <strong>de</strong>sce.<br />
• Ultrapassada essa cota o peso aparente passa a ser positivo (maior que zero)<br />
continuando a aumentar quanto maior for a profundida<strong>de</strong> e o balão começa a<br />
<strong>de</strong>scer.<br />
Exemplo: Estando situado a uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 20m e preten<strong>de</strong>ndo trazer para a superfície uma re<strong>de</strong> com o peso<br />
aproximado <strong>de</strong> 10 kg. Determine, qual a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar temos <strong>de</strong> levar da superfície para encher um balão <strong>de</strong> mol<strong>de</strong><br />
e anular o peso da re<strong>de</strong>?<br />
Peso da re<strong>de</strong> 10 kg ⇒ são precisos 10 litros/ar para anular peso.<br />
profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 20 m ⇒ pressão é <strong>de</strong> 3 bar<br />
Teremos <strong>de</strong> levar da superfície uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar que aquela profundida<strong>de</strong> se reduza a 10 litros.<br />
Pela lei <strong>de</strong> Boyle Mariotte (3 x 10 = 30 litros)<br />
A COMPOSIÇÃO DO AR<br />
• O ar que respiramos é uma mistura em que a maior percentagem<br />
é ocupada por Nitrogénio (azoto), que é o único gás quimicamente<br />
inerte da mistura e biologicamente inactivo, condição que o<br />
converte num <strong>dos</strong> principais inimigos do mergulhador com ar<br />
comprimido. A sua dissolução nos teci<strong>dos</strong> e no sangue é<br />
extremamente difícil. Os teci<strong>dos</strong> <strong>de</strong>moram imenso tempo a<br />
elimina-lo, o que obriga o mergulhador a recorrer a tabelas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scompressão.<br />
• Mesmo utilizando as tabelas e to<strong>dos</strong> os cuida<strong>dos</strong>, quando este<br />
gás é respirado a uma pressão relativa superior a 3,950<br />
atmosferas (5 atmosferas <strong>de</strong> Pressão Absoluta) produz efeitos no<br />
mergulhador tais como a “Narcose Nitrogénica”.<br />
• O ar que respiramos é composto pelos seguintes gases e nas<br />
seguintes proporções:<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Azoto (N2) 78.084 78%<br />
Oxigénio (O2) 20.946 21%<br />
Árgon (inerte) (Ar) 0.934 0.97%<br />
Dióxido <strong>de</strong> carbono (CO2) 0.033 0.03%<br />
Gases Raros<br />
0.003 …<br />
− Néon<br />
− Hélio<br />
− Krypton<br />
− Hidrogénio<br />
− Xénon<br />
− Radon<br />
− Monóxido <strong>de</strong> carbono<br />
− Ozono<br />
TOTAIS 100 100%<br />
103
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
Valores percentuais da composição do ar<br />
• Diariamente respiramos uma mistura gasosa que passamos a indicar muito sumariamente em termos <strong>de</strong> valores<br />
percentuais, que esta mistura - o ar - é composta por:<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
GÁS FÓRMULA<br />
MOLECULAR<br />
PERCENTAGENS<br />
(100%)<br />
NUMERO<br />
ATÓMICO<br />
PESO MOLECULAR e/ou<br />
PESO ATÓMICO (*)<br />
Azoto N2 78,9 % 7 28.0134<br />
Oxigénio O2 21 % 8 31.9998<br />
Árgon (inerte) Ar 0.97 % 18 39.948<br />
Dióxido <strong>de</strong> carbono CO2 0.03 % - 44.0103<br />
Neon Ne 0.018 % 10 20.183<br />
Krypon Kr 0.001 % 36 83.80<br />
Hélio He 0.000053 % 2 4.0026<br />
Hidrogénio H2 0.00005 % 1 2.01594<br />
Xenon Xe 0.000008 % 54 131.30<br />
Ozono - 0.000001 % - -<br />
Monóxido <strong>de</strong> carbono CO - - 28.0106<br />
Vapor <strong>de</strong> água H2O % humida<strong>de</strong> - 18.01.53<br />
AR ATMOSFÉRICO<br />
AR INSPIRADO AR EXPIRADO<br />
Nitrogénio N2 (Azoto) 79,0 % Nitrogénio N2 (Azoto) 79,7 %<br />
Oxigénio O2 20,94 % Oxigénio O2 16,3 %<br />
Anidrido carbónico CO2 0,03 % Anidrido carbónico CO2 4,0 %<br />
Outros gases nobres 0,03 % Outros gases nobres Indícios<br />
Conclusões<br />
• Em face do exposto, po<strong>de</strong>mos compreen<strong>de</strong>r a importância <strong>de</strong> que se reveste a acção que o aumento <strong>de</strong> pressão<br />
exerce sobre o nosso organismo. Isso é <strong>de</strong> tal modo importante que se mergulharmos a -1,8 metros a tentarmos<br />
inspirar o ar da superfície através dum tubo, a pressão exercida sobre a nossa caixa toráxica não nos permite fazêlo,<br />
porquanto, os músculos inspiratórios não conseguem vencer o aumento <strong>de</strong> pressão 0,18 Kg/cm 2 , exercida pela<br />
coluna <strong>de</strong> água que temos sobre nós.<br />
• Também o mergulho em apneia tem os seus limites teóricos <strong>de</strong><br />
profundida<strong>de</strong> na cota <strong>dos</strong> -30 metros, havendo no entanto<br />
indivíduos que já há muito tempo ultrapassaram <strong>de</strong> longe aquele<br />
limite, por razões que serão explicadas no capitulo respectivo da<br />
fisiopatologia do mergulhador.<br />
• A acção da pressão sobre o corpo humano é francamente notória,<br />
sobretudo a que se exerce sobre as cavida<strong>de</strong>s que cerram ar ou<br />
gazes que têm comunicação com o exterior, tais como os ouvi<strong>dos</strong><br />
e os seios perinasais (seio maxilares, frontais, etc.), acção esta<br />
que po<strong>de</strong> originar inci<strong>de</strong>ntes fisiopatológicos <strong>de</strong> maior ou menor<br />
gravida<strong>de</strong>, se não conseguirmos fazer o equilíbrio <strong>de</strong> pressões<br />
a<strong>de</strong>quado a tais casos. Mais adiante aprofundaremos estes inci<strong>de</strong>ntes fisiopatológicos conforme for dada a matéria<br />
com eles relacionada.<br />
104
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
LEI DE DALTON<br />
Misturas gasosas e pressões parciais <strong>dos</strong> gases do ar<br />
"A PRESSÃO PARCIAL DE CADA GÁS NUMA MISTURA DE GASES, É IGUAL A PRESSÃO QUE ELE EXERCERIA<br />
SE OCUPASSE O VOLUME TOTAL DA MISTURA".<br />
então:<br />
em que:<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
∑<br />
= Ppi<br />
Pa = pressão absoluta da mistura<br />
P TOTAL = Ppa + Ppb + .............. + Ppc<br />
%<br />
100<br />
i<br />
Pa ou Ppi<br />
= × Pa<br />
Ppi = pressão parcial <strong>de</strong> um componente da mistura<br />
%i = percentagem <strong>dos</strong> gás na mistura<br />
∑Ppi = somatório das pressões parciais que compõem a mistura<br />
po<strong>de</strong>mos concluir que:<br />
ou ainda,<br />
logo,<br />
sabendo que:<br />
% vol<br />
Ppa = Pt ×<br />
100<br />
P Total = Pp1 + Pp2 + .............. + Ppn<br />
P Total Ar = Pp O2 + Pp N + Pp CO2 + Pp Gases Raros<br />
1 atm Ar = 0,21atm O2 + 0,87 atm N + 0,0003 atm CO2 + 0,0097 atm Gases Raros<br />
Atenção: Cada gás actua no organismo como se estivesse sozinho na mistura. Assim, se aumentarmos a Pressão<br />
Total da mistura, aumentamos também a Pressão Parcial <strong>de</strong> cada um <strong>dos</strong> gases.<br />
• Por outras palavras a pressão <strong>de</strong> um gás numa mistura é proporcional ao número <strong>de</strong> moléculas <strong>de</strong>sse gás<br />
existentes no volume total da mistura e a pressão <strong>de</strong>sse gás é chamada pressão parcial.<br />
• De acordo com a Lei <strong>de</strong> Dalton:<br />
a 1 Atm (à superfície) a 5 Atm ( 40 metros)<br />
(PPO2) = 21/100 x 1= 0,21 Atm (PPO2) = 21/100 x 5 = 1,05 Atm<br />
(PPCO2) = 0,03/100 x 1 = 0,0003 Atm<br />
Exemplo: A uma pressão <strong>de</strong> 4 atmosferas, se substituirmos na Fórmula da Lei, vem :<br />
4.Pt = 4.Pp1 + 4.Pp2 + 4.Ppn<br />
ou seja, respiramos 4 vezes mais cada um <strong>dos</strong> gases que compõem a mistura.<br />
(PPCO2) = 0,03/100 x 5 = 0,0015 Atm<br />
• Esta é a lei que rege o comportamento <strong>de</strong> cada gás constituinte duma mistura, quando em presença dum líquido.<br />
• No entanto, há que fazer notar que o volume <strong>de</strong>sse gás dissolvido no liquido varia com a pressão parcial a que está<br />
sujeito na mistura, enten<strong>de</strong>ndo-se por pressão parcial do gás numa mistura o valor da pressão absoluta que ele<br />
teria se ocupasse exclusivamente o volume total da mistura.<br />
• Sendo assim, a soma das pressões parciais <strong>dos</strong> vários gases constituintes duma mistura, será a pressão absoluta<br />
a que a mistura está sujeita, sendo cada uma das pressões parciais igual ao produto da pressão absoluta pela<br />
percentagem do gás referido, existente na mistura. Assim po<strong>de</strong>mos escrever matematicamente:<br />
Pp = Pa x %<br />
105
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
• Exemplificando para o caso do ar atmosférico, cujos elementos constituintes são o Azoto (79%), Oxigénio (20,9%),<br />
Anidrido Carbónico (0.03%) e os Gases Raros (0,07%) e admitindo que estamos ao nível do mar sendo portanto a<br />
pressão, absoluta (Pa) um Quilograma por centímetro quadrado (1 Kg/cm 2 ), teremos para pressões parciais do:<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Azoto Pp = l x 0,79 = 0,79 Kg/cm2<br />
Oxigénio P’p = l x 0,209 = 0,209 Kg/cm2<br />
CO2 P’’p = l x 0,0003 = 0,0003 Kg/cm2<br />
Gases Raros P’’’p = 1x 0,0007 = 0,0007 Kg/cm2<br />
• Se a pressão absoluta a que a mistura estiver submetida for por exemplo 5 Kg/cm 2 (40 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>)<br />
terá para pressões parciais do:<br />
em que,<br />
PTotal = pressão total do gás<br />
Pp1 = pressão parcial do 1º componente do gás<br />
Pp2 = pressão parcial do 2º componente do gás<br />
Pp3 = pressão parcial doutro componente do gás<br />
CONSUMO RESPIRATÓRIO<br />
Azoto Pp = 5 x 0,79 = 3,59 Kg/cm2<br />
Oxigénio P’p = 5 x 0,209 = 1,045 Kg/cm2<br />
CO2 P’’p = 5 x 0,0003 = 0,0015 Kg/cm2<br />
Gases Raros P’’’p = 5x 0,0007 = 0,0035 Kg/cm2<br />
PTotal = Pp1 + Pp2 + Pp3<br />
• Varia em função da natureza do trabalho, fisiologia, sendo também influenciado pelo treino físico do mergulhador.<br />
• Para fins <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> autonomia, po<strong>de</strong>mos ter em conta os seguintes valores:<br />
- DESCANSO - 10 litros/minuto<br />
- NATAÇÃO LENTA - 20 litros/minuto<br />
- NATAÇÃO MODERADA - 30 litros/minuto<br />
- NATAÇÃO RÁPIDA - 40 litros/minuto<br />
- TRABALHO VIOLENTO - 60 litros/minuto<br />
AUTONOMIA<br />
Para o cálculo da autonomia há que ter em consi<strong>de</strong>ração o seguinte:<br />
• tipo mergulho ( consumo respiratório)<br />
• profundida<strong>de</strong> a que <strong>de</strong>corre o mergulho<br />
• capacida<strong>de</strong> volumétrica da garrafa<br />
• pressão carregamento da garrafa<br />
em que,<br />
A =<br />
( pc<br />
− pr)<br />
× V<br />
F×<br />
P<br />
(V) - volume total da garrafa em litros<br />
(pc) - pressão carregamento em atmosferas ou Kg/cm 2<br />
(pr) - pressão da reserva em atmosferas ou Kg/cm 2<br />
(F) - consumo ou fluxo em litros/minuto<br />
(P) - pressão absoluta à profundida<strong>de</strong> do mergulho em Bar ou Atm<br />
( minutos)<br />
106
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
Exercício prático: Tendo uma garrafa com volume interno <strong>de</strong> 9 litros, carregada a uma pressão <strong>de</strong> 200 Kg/cm 2 , e<br />
sabendo que o mergulhador consome 20 litros por minuto, calcule a autonomia para o mergulho que vai fazer a -10<br />
metros (sabendo que a pressão reserva é <strong>de</strong> 50 bar ou 50 Kg/cm 2 ).<br />
(V) - volume total da garrafa em litros = 9<br />
(pc) - pressão carregamento em atmosferas ou Kg/cm 2 = 200<br />
(pr) - pressão da reserva em atmosferas ou Kg/cm 2 = 50<br />
(F) - consumo ou fluxo em litros/minuto = 20 lt/’ à superfície x P = 20 x 2 = 40<br />
(P) - pressão absoluta à profundida<strong>de</strong> do mergulho = 2<br />
LEI DE CHARLES<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
A = ( 200 - 50) x 9 = 150 x 9 = 33.7 min<br />
20 x 2 40<br />
"O VOLUME OU A PRESSÃO DE UM GÁS É<br />
DIRECTAMENTE PROPORCIONAL À TEMPERATURA<br />
ABSOLUTA A QUE O GÁS ESTÁ SUJEITO"<br />
PV<br />
T<br />
= K<br />
Temperaturas<br />
• As escalas <strong>de</strong> temperatura absoluta baseiam-se no<br />
zero absoluto - a temperatura mais baixa que se<br />
consegue atingir, e na qual o movimento molecular<br />
cessa completamente.<br />
- 273,13º C<br />
Ebulição<br />
Congelamento<br />
Temperatura absoluta em Graus Kelvin<br />
Exemplo:<br />
( 60 º + 273 = 333 K)<br />
60 º 333 K<br />
K = ºC + 273<br />
Valor médio para o arrefecimento menos 10 %<br />
212 F 100º C 373º K 672 R<br />
32 F 0º C 273º K 492 R<br />
107
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
LEI GERAL DOS GASES<br />
• A lei geral <strong>dos</strong> gases é uma combinação entre a lei <strong>de</strong> Boyle e a lei <strong>de</strong> Charles. Matematicamente po<strong>de</strong>mos pela<br />
seguinte expressão:<br />
em que,<br />
P1 - pressão inicial<br />
P2 - pressão final<br />
T1 - temperatura inicial absoluta<br />
T2 - temperatura final absoluta<br />
V1 - volume inicial<br />
V2 - volume final<br />
Para volume (V) constante<br />
em que,<br />
P1 - pressão inicial<br />
P2 - pressão final<br />
T1 - temperatura inicial absoluta<br />
T2 - temperatura final absoluta<br />
V1 - volume inicial<br />
V2 - volume final<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
P1 V1<br />
=<br />
T1<br />
P1⋅ V1<br />
P2<br />
⋅ V2<br />
=<br />
T1<br />
T2<br />
P2 V2<br />
T2<br />
P1 P2<br />
P1<br />
⋅ T2<br />
= ⇒ P2<br />
=<br />
T1<br />
T2<br />
T1<br />
Exercício: Acabou <strong>de</strong> recarregar as suas garrafas e vai efectuar um mergulho <strong>de</strong> exploração a uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
aproximadamente -50m, ao carregar as suas garrafas <strong>de</strong> mergulho a uma pressão <strong>de</strong> 180 bar a temperatura do ar<br />
comprimido elevou-se para 60ºC antes <strong>de</strong> efectuar o mergulho constatou que a temperatura da água era <strong>de</strong> 10ºC, qual<br />
o valor da pressão das garrafas quando estas se encontrarem <strong>de</strong>ntro da água?<br />
T1 = 60ºC + 273 = 333ºK<br />
T2 = 10ºC + 273 = 283ºK<br />
P1 x V1 = P2 x V2 V1 = V2<br />
T1 T2<br />
P1 = P2 P2 = 180 x 283 = 150 bar<br />
T1 T2 333<br />
Exercício: Ao efectuar a preparação <strong>de</strong> um mergulho, constatou que após o arrefecimento da garrafa ao efectuar a<br />
medida da pressão esta era <strong>de</strong> 200 Kg/cm 2 . Estando a preparação do material a ser efectuada num local em que a<br />
temperatura ambiente é <strong>de</strong> 27ºC e <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> técnicos do material constatou que o volume da garrafa era <strong>de</strong> 15 Lts e a<br />
sua mola <strong>de</strong> reserva estava tarada a 40 atm, a temperatura da água no local do mergulho é <strong>de</strong> 13ºC, e <strong>de</strong>vido a fortes<br />
correntes existentes no local o volume respiratório a consi<strong>de</strong>rar será o preconizado para o “trabalho violento”. O local<br />
do mergulho encontra-se a uma profundida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> -15m, tendo previsto no planeamento que necessitaria <strong>de</strong> 50'<br />
para o referido mergulho, indique:<br />
Qual a autonomia da garrafa? Se será suficiente o ar contido na garrafa para efectuar o mergulho ?<br />
P1 = 200 Kg/ cm 2<br />
V = 15 Lts T1 = 27º + 273 = 300K P1 = P2<br />
F = 60 l/ m T2 = 13º + 273 = 286K T1 T2<br />
Pr = 40 Bar<br />
T1 = 27ºC<br />
T2 = 13 ºC<br />
P = 15 m 200 = P2 200 x 286 = 190,6 Bar = 190 Bar<br />
300 286 300<br />
(Pc - Pr) x V = (190 - 40) x 15 = 150 x 15 = 15'<br />
F x P 60 x 2,5 150<br />
A autonomia da garrafa é <strong>de</strong> 15 minutos<br />
Não será suficiente o ar contido na garrafa para efectuar o mergulho, seriam necessárias 4 garrafas.<br />
108
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
Exercício: Ao efectuar a preparação <strong>de</strong> um mergulho, constatou que ao efectuar a medida da pressão esta era <strong>de</strong> 220<br />
Kg/cm 2 . Estando a preparação do material a ser efectuada num local em que a temperatura ambiente é <strong>de</strong> 34ºC e <strong>dos</strong><br />
da<strong>dos</strong> técnicos do material constatou que o volume da garrafa era <strong>de</strong> 18 Lts e a sua mola <strong>de</strong> reserva estava tarada a 50<br />
atm, a temperatura da água no local do mergulho é <strong>de</strong> 23ºC, e <strong>de</strong>vido a fortes correntes existentes no local o volume<br />
respiratório a consi<strong>de</strong>rar será o preconizado para o “natação lenta”. O local do mergulho encontra-se a uma<br />
profundida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> -10m, tendo previsto no planeamento que necessitaria <strong>de</strong> 28' para o referido mergulho, indique:<br />
Qual a autonomia da garrafa?<br />
Será suficiente o ar contido na garrafa para efectuar o mergulho ?<br />
P1 = 220 Kg/ cm 2<br />
V = 18 Lts T1 = 34º + 273 = 307K P1 = P2<br />
F = 40 l/ m T2 = 23º + 273 = 286K T1 T2<br />
Pr = 50 Bar<br />
T1 = 34ºC Arrefecimento = 220 bar – 22 bar = 198 bar<br />
T2 = 23 ºC<br />
P = 15 m 198 = P2 198 x 286 = 184,4 Bar = 184 Bar<br />
307 286 307<br />
A autonomia da garrafa é <strong>de</strong> 30 minutos.<br />
O ar contido na garrafa é suficiente para efectuar o mergulho.<br />
LEI DE HENRY<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
(Pc - Pr) x V = (184 - 50) x 18 = 2412 = 30’15’'<br />
F x P 40 x 1 80<br />
Quando um gás se encontra em contacto com um liquido a sua tendência é<br />
dissolver-se neste. No entanto, essa dissolução tem um limite, que se atinge<br />
quando o liquido está saturado <strong>de</strong> gás, limite esse que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> no entanto<br />
da temperatura e da pressão a que está sujeito sendo esse limite atingido<br />
tanto mais rapidamente quanto maior for a superfície <strong>de</strong> contacto com o gás.<br />
Após estas consi<strong>de</strong>rações po<strong>de</strong>mos escrever o enunciado <strong>de</strong>sta lei que nos<br />
diz:<br />
“PARA UMA TEMPERATURA CONSTANTE E EM SATURAÇÃO O VOLUME DUM GÁS DISSOLVIDO NUM<br />
DETERMINADO VOLUME DE LIQUIDO É DIRECTAMENTE PROPORCIONAL À PRESSÃO A QUE ESTÁ<br />
SUBMETIDO E AO COEFICIENTE DE SOLUBILIDADE DO GÁS EM RELAÇÃO AO LIQUIDO”.<br />
A <strong>de</strong>scompressão<br />
• Quando nos encontramos a superfície e portanto respirando o ar a pressão normal, este encontra-se dissolvido no<br />
nosso sangue e nos tecido a um nível <strong>de</strong> saturação que correspon<strong>de</strong> a pressão atmosférica. Ao mergulharmos<br />
ficamos submeti<strong>dos</strong> a maior<br />
pressão e o nível <strong>de</strong> saturação<br />
modifica-se.<br />
• Ao fim dum <strong>de</strong>terminado tempo<br />
começaremos a ter dissolvido no<br />
nosso organismo uma quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> gases superior ao normal. Ao<br />
regressarmos a superfície, com a<br />
correspon<strong>de</strong>nte diminuição da<br />
pressão, esses gases vão se<br />
libertando. Se a subida pu<strong>de</strong>sse<br />
ser suficientemente lenta para<br />
esses gases em excesso se<br />
libertassem através da respiração,<br />
da mesma forma que se<br />
acumularam, não surgiriam<br />
problemas, mas como e difícil isso<br />
acontecer os mergulhadores que não tomem certas precauções verão as bolhas libertadas acumularem-se no<br />
sangue e nos teci<strong>dos</strong> dando origem aos aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão ou doença <strong>de</strong>scompressiva. Este é um <strong>dos</strong><br />
problemas mais graves do mergulhador ou <strong>de</strong> quem respira gases sob pressão.<br />
109
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
Noção <strong>de</strong> tensão<br />
• Acabamos <strong>de</strong> referir que os líqui<strong>dos</strong> po<strong>de</strong>m dissolver gases.<br />
• Da mesma maneira que um gás livre exerce uma <strong>de</strong>terminada pressão sobre um liquido, também po<strong>de</strong>mos admitir<br />
que o gás dissolvido no liquido também exerce uma <strong>de</strong>terminada pressão no seio do liquido e obviamente sobre o<br />
gás livre.<br />
Noção <strong>de</strong> inércia<br />
• inicio da dissolução/libertação <strong>de</strong> um gás num liquido, não se dá simultaneamente com o aumento e/ou diminuição<br />
da pressão.<br />
• Para que se dê o inicio da dissolução é necessário que as moléculas do gás livre à pressão P vençam a oposição<br />
que as moléculas do gás dissolvido no liquido a tensão p (em que p < P), lhe oferecem, o que se verifica passado<br />
um certo tempo.<br />
• No caso inverso, isto é na libertação, o mecanismo é idêntico, mas neste caso são as moléculas do gás dissolvido<br />
no liquido à tenção p que têm <strong>de</strong> vencer a oposição que as moléculas <strong>dos</strong> gás livre à pressão P (em que P< p), lhe<br />
oferecem, o que também se verifica passado um certo tempo.<br />
• Há pois um lapso <strong>de</strong> tempo em que estando criadas condições para se iniciar a dissolução / libertação ela não se<br />
verifica, chamando-se a oposição atrás citada inércia.<br />
Dissolução <strong>dos</strong> gases nos líqui<strong>dos</strong> (LEI DE HENRY)<br />
• Sempre que um gás está em contacto com um líquido, uma parte das suas<br />
moléculas dissolver-se-á no líquido. Este fenómeno da solubilida<strong>de</strong> reveste-se<br />
<strong>de</strong> importância vital, uma vez que às pressões habituais <strong>de</strong> mergulho<br />
dissolvem-se quantida<strong>de</strong>s importantes <strong>de</strong> gases nos teci<strong>dos</strong> humanos.<br />
• Os gases <strong>de</strong> uma mistura gasosa utilizada pelo mergulhador dissolver-se-ão no<br />
seu corpo, proporcionalmente à pressão parcial <strong>de</strong> cada gás da mistura.<br />
• Devido à diferente solubilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> vários gases, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />
<strong>de</strong>terminado gás que se dissolverá será também <strong>de</strong>terminada pelo período <strong>de</strong><br />
tempo que o mergulhador estará a respirar o gás, a uma pressão superior à<br />
normal. Se o mergulhador se mantiver a respirar nestas condições durante<br />
tempo suficiente, o seu organismo ficará saturado, mas a saturação do corpo<br />
humano é lenta. Depen<strong>de</strong>ndo do gás, <strong>de</strong>mora entre 8 a 24 horas.<br />
• Qualquer que seja a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás dissolvido no corpo do mergulhador e<br />
qualquer que seja a profundida<strong>de</strong> e a pressão, o gás manter-se-á dissolvido<br />
enquanto a pressão se mantiver. Contudo, quando o mergulhador inicia a sua<br />
subida para a superfície, o gás dissolvido começa a libertar-se.<br />
• Se o ritmo <strong>de</strong> subida for controlado, pela utilização <strong>de</strong> tabelas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scompressão, o gás dissolvido será levado para os pulmões e expirado<br />
antes <strong>de</strong> se acumular o suficiente para formar bolhas nos teci<strong>dos</strong>.<br />
• Se, por outro lado, o mergulhador sobe bruscamente e a pressão é reduzida a<br />
um ritmo superior aquele a que o corpo po<strong>de</strong> acomodar, po<strong>de</strong>ndo-se formar<br />
bolhas que ficaram retidas nos teci<strong>dos</strong>, po<strong>de</strong>ndo levar a lesões <strong>de</strong> vária or<strong>de</strong>m.<br />
• Com isto concluímos que, existem três esta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> relação gás - liquido:<br />
a) Saturação<br />
b) Subsaturação (Insaturação)<br />
c) Sobresaturação<br />
Esta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> relação gás - liquido<br />
"A QUANTIDADE DE GÁS QUE SE DISSOLVE NUM LÍQUIDO, MANTENDO-SE CONSTANTE A TEMPERATURA, É<br />
DIRECTAMENTE PROPORCIONAL À PRESSÃO PARCIAL DO GÁS".<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
110
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
Os 3 esta<strong>dos</strong><br />
• Subsaturado (P > p)<br />
• Saturado (P = p)<br />
• Sobresaturado (P < p)<br />
Noção <strong>de</strong> saturação<br />
• Pelo exposto na inércia, po<strong>de</strong>mos concluir que um liquido não atinge o novo estado <strong>de</strong> saturação simultaneamente<br />
com o aparecimento <strong>de</strong> um novo valor <strong>de</strong> pressão.<br />
Sendo T1 = Tensão do liquido<br />
Pp = Pressão parcial do gás<br />
Subsaturação<br />
• Na realida<strong>de</strong> é necessário que as moléculas <strong>de</strong> gás livre/dissolvido, penetrem/saiam no seio do<br />
liquido por difusão que será tanto mais rápida quanto mais longe estivermos do novo estado <strong>de</strong><br />
saturação. Efectivamente quanto mais o liquido ten<strong>de</strong> para um novo ponto <strong>de</strong> saturação, mais<br />
lentamente dissolve/liberta o gás com que está em contacto. Isto significa que, se aumentarmos<br />
rapidamente a pressão para um <strong>de</strong>terminado valor o novo estado <strong>de</strong> saturação não é atingido<br />
em simultaneida<strong>de</strong> com o novo valor da pressão, havendo um certo período <strong>de</strong> tempo em que o<br />
líquido contem menos gás dissolvido do que <strong>de</strong>veria conter, dizendo-se que está Subsaturado<br />
(P>p).<br />
• Assim, quando a mistura <strong>de</strong> gás - liquido em estado <strong>de</strong> equilíbrio começa a aumentar a pressão<br />
parcial do gás que está em contacto com o liquido, o gás dissolvido no liquido começa a per<strong>de</strong>r<br />
tensão necessária para manter-se em equilíbrio, em tal situação o liquido com o fim <strong>de</strong><br />
recuperar o ponto <strong>de</strong> saturação, começa a dissolver mais gás.<br />
• Logo temos <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r um estado <strong>de</strong> Subsaturação, aquele que a tensão do gás dissolvido é inferior à pressão<br />
parcial do gás que recebe do exterior. Situação que se produz durante a <strong>de</strong>scida ao fundo, ou seja,<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
T1 < Pp<br />
Sobresaturação<br />
• O inverso também se passa, isto se diminuirmos bruscamente a pressão, o novo estado <strong>de</strong><br />
saturação não é atingido simultaneamente com o novo valor <strong>de</strong> pressão, havendo um<br />
<strong>de</strong>terminado período <strong>de</strong> tempo em que o liquido contem mais gás dissolvido do que <strong>de</strong>veria<br />
conter, dizendo-se que está Sobresaturado (P Pp<br />
Saturação<br />
• Como o único estado <strong>de</strong> equilíbrio possível o da saturação, no primeiro caso o liquido continua a<br />
dissolver gás até o atingir e no segundo a libertar o excesso, que no caso <strong>de</strong> uma variação muito<br />
brusca <strong>de</strong> pressão, po<strong>de</strong> ser feita sob a forma <strong>de</strong> bolhas libertadas no seu liquido, até atingir o<br />
novo limite <strong>de</strong> saturação (P=p).<br />
• Como tal, <strong>de</strong>vemos enten<strong>de</strong>r como Saturação ou equilíbrio, o momento em que o gás<br />
dissolvido no líquido mantém uma tensão similar à sua pressão parcial na mistura gasosa ao<br />
entra em contacto com o liquido, é o mesmo que dizer-se que, a tensão do líquido é idêntica à<br />
pressão parcial do gás na mistura.<br />
• Este mantém-se constante no nosso ambiente atmosférico normal, ao não haver diferença <strong>de</strong><br />
pressões entre a mistura gasosa que respiramos e o líquido solvente do nosso organismo e, quando durante o<br />
mergulho nos mantemos estabiliza<strong>dos</strong> durante algum tempo a uma <strong>de</strong>terminada profundida<strong>de</strong>, Interpretamo-la da<br />
seguinte maneira:<br />
T1 = Pp<br />
• Este ultimo estado verifica-se praticamente quando se abre uma garrafa <strong>de</strong> água gasosa. Esta lei também é uma<br />
das leis que regem o mergulho com o escafandro autónomo. Na realida<strong>de</strong>, quando mergulhamos respiramos ar a<br />
uma pressão superior à que normalmente respiramos.<br />
• To<strong>dos</strong> sabem que o ar é uma mistura <strong>de</strong> gazes, <strong>dos</strong> quais o oxigénio e o azoto são os mais importantes para o<br />
nosso caso, gases esses que, ao nível pulmonar estão em contacto com o sangue. Ora se submetermos o nosso<br />
organismo a um aumento <strong>de</strong> pressão, o limite <strong>de</strong> saturação do sangue para esses gases aumenta também,<br />
dissolvendo portanto uma certa quantida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> mesmos. No entanto, <strong>de</strong>vido à inércia <strong>de</strong> que falamos<br />
anteriormente, me<strong>de</strong>ia um certo espaço <strong>de</strong> tempo a iniciar-se esse novo processo que conduzirmos ao estado <strong>de</strong><br />
saturação. Se pelo contrario, diminuamos a pressão, o que acontece quando iniciamos a subida para a superfície, o<br />
111
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
limite <strong>de</strong> saturação do sangue diminui para esses gases, <strong>de</strong>vendo processar-se ao fim dum certo tempo, a<br />
libertação <strong>dos</strong> gases dissolvi<strong>dos</strong> em excesso.<br />
• É imperioso que esta libertação se faça através das trocas respiratórias, isto é ao nível pulmonar e nunca sob a<br />
forma <strong>de</strong> bolhas no interior <strong>dos</strong> vasos sanguíneos, o que po<strong>de</strong> originar aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão mais ou<br />
menos graves que serão estuda<strong>dos</strong> em pormenor na Fisiopatologia do mergulhador.<br />
DISSOLUÇÃO DE AZOTO NO CORPO<br />
Lei <strong>de</strong> Henry – “a uma temperatura k a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás que se dissolve numa dada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> líquido com o qual<br />
está em contacto, é quase directamente proporcional à pressão parcial absoluta <strong>de</strong>sse gás”. Passa através <strong>dos</strong> alvéolos<br />
e entra na corrente sanguínea dissolvendo-se no sangue à pressão atmosférica existe no corpo cerca <strong>de</strong> 1 l.<br />
Conclusão:<br />
• Quando um mergulhador é exposto a uma elevada pressão, dissolve-se no seu corpo uma quantida<strong>de</strong> maior <strong>de</strong><br />
azoto, primeiro rapidamente, <strong>de</strong>pois mais <strong>de</strong>vagar até que acaba por não po<strong>de</strong>r dissolver-se mais.<br />
• Tempo <strong>de</strong> saturação: ± 8 horas (teci<strong>dos</strong> gor<strong>dos</strong> levam mais tempo)<br />
A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>:<br />
• % do gás na mistura.<br />
• pressão à qual se esteve sujeito.<br />
• tempo <strong>de</strong> permanência a essa pressão.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
A 2 ATM ABSOLUTAS O CORPO DEVE CONTER CERCA DE 2 L.<br />
A 3 ATM ABSOLUTAS O CORPO DEVE CONTER CERCA DE 3 L.<br />
SE O TEMPO DE EXPOSIÇÃO FOR LONGO<br />
Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão<br />
• Na água (cabo)<br />
• Câmara <strong>de</strong> compressão submarina<br />
• Câmara <strong>de</strong> compressão à superfície<br />
MAL DE DESCOMPRESSÃO<br />
Causas:<br />
• se a pressão ambiente for reduzida rapidamente, gases inertes dissolvi<strong>dos</strong> no corpo não têm tempo para serem<br />
liberta<strong>dos</strong> pelo sistema circulatório e respiratório, formando-se bolhas gasosas que produzem dores e lesões.<br />
Prevenção:<br />
• cumprir com rigor tabela <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão.<br />
• não fazer trabalhos excessivamente violentos.<br />
Sintomas:<br />
• comichão na pele (pulgas do mergulhador)<br />
• dores nas articulações<br />
• entorpecimento <strong>dos</strong> membros<br />
• dores no peito<br />
• vertigens<br />
Tratamento:<br />
• conduzir o mergulhador á câmara <strong>de</strong> compressão mais próxima.<br />
• evitar movimentos <strong>de</strong>snecessários<br />
• não administrar morfina<br />
• se houver oxigénio puro, dá-lo a respirar ao mergulhador aci<strong>de</strong>ntado.<br />
• efectuar o tratamento <strong>de</strong> acordo com tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão terapêutica.<br />
PRIMEIRA PARAGEM DE SEGURANÇA<br />
"O MERGULHADOR PODE SEMPRE SUBIR EM SEGURANÇA PARA METADE DA MÁXIMA PRESSÃO ABSOLUTA<br />
A QUE ESTEVE SUJEITO"<br />
Exemplo:<br />
20 metros 3 Kg/Cm 2<br />
50 metros 6 Kg/Cm 2<br />
Útil numa emergência e permite o cálculo para possível paragem.<br />
112
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
PROGRAMAÇÃO DO MERGULHO<br />
1 - 6 Tempo Total <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong><br />
1 - 2 Tempo <strong>de</strong> Descida<br />
1 - 3 Tempo <strong>de</strong> Permanência<br />
2 - 3 Tempo <strong>de</strong> Estadia<br />
3 - 4 Tempo <strong>de</strong> Subida<br />
5 - 6 Tempo <strong>de</strong> Subida<br />
4 - 5 Tempo <strong>de</strong> Paragem <strong>de</strong> Descompressão<br />
3 - 6 Tempo <strong>de</strong> Descompressão ou Tempo Total <strong>de</strong> Subida<br />
(Perfil do mergulho)<br />
1 2 3 4 5<br />
6<br />
PROGRAMAÇÃO DO MERGULHO<br />
QAD - quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar disponível<br />
Cap - capacida<strong>de</strong> da garrafa<br />
PE - pressão <strong>de</strong> enchimento<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
QAD = Cap ( PE - 20 Atm)<br />
A presença do valor constante <strong>de</strong> 20 Atm <strong>de</strong>ve-se ao arrefecimento da garrafa <strong>de</strong> ar após o seu enchimento, que, na<br />
realida<strong>de</strong>, ronda os 10%.<br />
QAU - quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar da utilizável<br />
Cap - capacida<strong>de</strong> da garrafa<br />
PE - pressão <strong>de</strong> enchimento<br />
60 Atm por adição do valor constante da reserva (40 Atm)<br />
QAR - quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar da reserva<br />
Cap - capacida<strong>de</strong> da garrafa<br />
PR - pressão <strong>de</strong> reserva = 40 Atm<br />
QAU = Cap ( PE - 60 Atm)<br />
QAR = Cap . PR<br />
QAR = QAD – QAU<br />
Exemplo:<br />
Para uma garrafa com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 18 litros <strong>de</strong> ar e uma pressão <strong>de</strong> enchimento igual a 200 Atmosferas, calcular<br />
QAD, QAU e QAR, sabendo que, QAD = Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar disponível, QAU = Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar utilizável, QAR =<br />
Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar <strong>de</strong> reserva, então,<br />
QAD = Cap ( PE - 20 Atm) = 18 ( 200 - 20) = 3240 lts<br />
QAU = Cap ( PE - 60 Atm) = 18 ( 200 - 60) = 2520 lts<br />
QAR = Cap * PR = 18 * 40 = 720 lts<br />
113
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
Exercício: Sabendo que, à superfície, um homem consome 20 l/ min, preten<strong>de</strong>-se saber se po<strong>de</strong> mergulhar por um<br />
período <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> -35 minutos a uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> -25 metros com uma garrafa <strong>de</strong> 12 litros <strong>de</strong> ar e pressão <strong>de</strong><br />
enchimento <strong>de</strong> 200 Atm :<br />
t = 35 min<br />
p = -25 mts<br />
Cap = 12 lts<br />
PE = 200 Atm<br />
-25 mts ---------------------3.5 Atm ---------------------- 70 l/ min<br />
35` ----------------------70 l/ min --------------------- 2450 lts<br />
QAU = Cap ( PE - 60 Atm ) = 12 ( 200 - 60 ) = 1680 lts<br />
QANM = quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar necessário para mergulhar = 2450 lts<br />
QAU < QANM<br />
O mergulhador não po<strong>de</strong> realizar o mergulho durante este tempo, ou a esta profundida<strong>de</strong>.<br />
RESUMO DAS LEIS APLICADAS AO MERGULHO<br />
Lei <strong>de</strong> Boyle PV = C<br />
Lei <strong>de</strong> Charles = K<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
PV<br />
T<br />
Lei <strong>de</strong> Dalton = PP + PP + PP + ....<br />
Lei Geral <strong>dos</strong> Gases<br />
Pressão Parcial <strong>de</strong> um Gás<br />
P A B C<br />
P1<br />
V<br />
T<br />
PP<br />
A<br />
1<br />
1<br />
= P<br />
P2<br />
V<br />
=<br />
T<br />
total<br />
2<br />
2<br />
% Vol A<br />
×<br />
100%<br />
Cálculos directos sobre a autonomia<br />
• A autonomia é um <strong>dos</strong> temas que mais interessa ao mergulhador - O tempo <strong>de</strong> que dispõe‚ o mergulhador para<br />
po<strong>de</strong>r permanecer no fundo, esta <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do ar que possui na sua garrafa. Mas será que o po<strong>de</strong>rá utilizar todo?<br />
Não po<strong>de</strong>, pois as garrafas possuem a chamada RESERVA que nunca <strong>de</strong>vera ser gasta no fundo, pois <strong>de</strong>stina-se<br />
ao regresso à superfície. A reserva não e um compartimento estanque <strong>de</strong>ntro da garrafa, mas sim um dispositivo<br />
que ira impedir a saída do ar que está no seu interior a partir <strong>de</strong> uma dada pressão. Cada garrafa tem a sua<br />
capacida<strong>de</strong> própria que nunca varia, pois representa o volume interno da garrafa em litros. O que varia é o volume<br />
<strong>de</strong> ar nela contido que esta <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da pressão a que a mesma se encontra e que normalmente varia entre os<br />
1 Kg/cm 2 a 200 Kg/cm 2 . Então, como é que nós po<strong>de</strong>remos saber o ar que nela se encontra? Facilmente, pois se<br />
multiplicarmos a Capacida<strong>de</strong> (C) da garrafa, pela Pressão (P) a que ela se encontra, vamos achar o Volume, (V) <strong>de</strong><br />
ar nela existente, expresso em litros.<br />
V = C x V P = Kg/cm 2 C = litros V = litros<br />
• Depois <strong>de</strong> saber o ar que se encontra <strong>de</strong>ntro da nossa garrafa, po<strong>de</strong>rá perguntar-se, se o po<strong>de</strong>mos utilizar todo? A<br />
resposta será negativa, pois será necessário retirar a essa quantida<strong>de</strong> o volume da nossa reserva. Do que ficou dito<br />
vemos que: O volume <strong>de</strong> ar disponível (Vd) será o Volume total (Vt) menos o Volume da reserva (Vr)<br />
Vd = Vt - Vr<br />
• Então como é que se calcula o Volume <strong>de</strong> ar da reserva? Para isso só nos falta saber a pressão da reserva, ou seja<br />
a pressão a que está calibrada a mola da reserva, da nossa garrafa. Geralmente varia <strong>de</strong> garrafa para garrafa mas<br />
o mais usual são 50 Kg/cm 2 . Então o Volume da Reserva é igual à multiplicação da Capacida<strong>de</strong> (C) da garrafa pela<br />
Pressão da Reserva(Pr).<br />
Vr = C x Pr Pr = Kg/cm 2 C = litros Vr = litros<br />
114
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
Exercício exemplo: Queremos calcular o Volume <strong>de</strong> ar disponível sabendo que a garrafa tem uma Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 12<br />
litros e que está cheia a uma pressão <strong>de</strong> 200 Kg/cm 2 sendo a pressão da nossa reserva <strong>de</strong> 50 Kg/cm 2 .<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Vt= C x V Vr= C x Pr<br />
Vt= 12 x 200 Vr= 12 x 50<br />
Vt= 2400 Lts. Vr= 600 Lts.<br />
Logo, o Volume Disponível é igual ao Volume Disponível menos o Volume <strong>de</strong> Reserva<br />
Vd= Vt - Vr<br />
Vd= 2400 - 600<br />
Vd= 1800 Lts.<br />
• Agora que sabemos calcular o Volume <strong>de</strong> ar disponível para o nosso consumo, já po<strong>de</strong>remos calcular para quanto<br />
tempo ele nos dá. Sabe-mos que a pressão ao nível do mar é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1 Kg/cm 2 mas logicamente essa<br />
pressão, aumenta directamente com a profundida<strong>de</strong>, quer dizer que quanto mais fundo estivermos maior é a<br />
pressão. Como se po<strong>de</strong> ver pelo exemplo dado a pressão aumenta uma unida<strong>de</strong> a cada 10 metros <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida.<br />
Profundida<strong>de</strong> Pressão<br />
0 Metros 1 Kg/cm 2<br />
10 Metros 2 Kg/cm 2<br />
25 Metros 3,5 Kg/cm 2<br />
36 Metros 4,6 Kg/cm 2<br />
• Contudo temos que ter em consi<strong>de</strong>ração a existência <strong>de</strong> dois tipos <strong>de</strong> pressão:<br />
1. Pressão RELATIVA - é a pressão do meio ou seja a pressão da coluna <strong>de</strong> agua.<br />
2. Pressão ABSOLUTA - é a pressão total - pressão relativa mais pressão à superfície.<br />
• O consumo <strong>de</strong> ar á superfície não é igual para to<strong>dos</strong> os mergulhadores, mas em média é <strong>de</strong> 20 litros por minuto, o<br />
que quer dizer que á superfície com uma pressão <strong>de</strong> 1 Kg/cm 2 o consumo é <strong>de</strong> 20 litros <strong>de</strong> ar por minuto, mas a 10<br />
metros com uma pressão <strong>de</strong> 2 Kg/cm 2 o consumo será <strong>de</strong> 40 litros por minuto o que quer dizer que a cada aumento<br />
da pressão correspon<strong>de</strong> um aumento do consumo na mesma proporção.<br />
Exemplo: Se um mergulhador se encontrar a 22 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, terá sobre si uma pressão absoluta <strong>de</strong> 3,2<br />
Kg/cm 2 e uma pressão relativa <strong>de</strong> 2,2 Kg/cm 2 .<br />
Exemplo: Qual será o consumo <strong>de</strong> ar <strong>de</strong> um mergulhador que se encontra a 25 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>?<br />
(25 metros) Pa = 3,5 Kg/cm 2<br />
Consumo Real = Consumo superfície x pressão<br />
Cr = 20 x 3,5<br />
Cr = 70 litros Cr = Cs x P<br />
Exemplo: Um mergulhador preten<strong>de</strong> mergulhar numa zona que tem <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> 15 metros. Dispõe <strong>de</strong> uma garrafa<br />
<strong>de</strong> 12 litros cheia a uma pressão <strong>de</strong> 200 Kg/cm2. A pressão da reserva é <strong>de</strong> 50 Kg/cm2. Qual será a autonomia <strong>de</strong>ste<br />
mergulhador?<br />
Profundida<strong>de</strong> (15 metros) Pa = 2,5 Kg/cm 2 AUT = C x (Pt - Pr) / Pa x 20<br />
Capacida<strong>de</strong> (C) = 12 Lts. AUT = 12 x (200 - 50) / 2,5 x 20<br />
Pressão total (Pt) = 200 Kg/cm 2 AUT = 12 x 150 / 50<br />
Pressão reserva (Pr) = 50 Kg/cm 2 AUT = 1800 / 50<br />
AUT = 36 minutos<br />
• Como verificaram torna-se muito fácil calcular o nosso tempo <strong>de</strong> mergulho e por isso mergulhar com muito maior<br />
segurança.<br />
• E se a garrafa for bi ? Se possuirmos uma garrafa bi <strong>de</strong> 20 Litros <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>, quer dizer um conjunto <strong>de</strong> duas<br />
garrafas <strong>de</strong> 10 litros <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> a nossa reserva só irá actuar numa das garrafas <strong>de</strong> 10 litros e não no conjunto<br />
<strong>de</strong> 20 litros. Por isso ao aplicarmos a formula teremos <strong>de</strong> reduzir sempre em meta<strong>de</strong> a pressão da reserva para que<br />
tudo possa estar certo.<br />
Exemplo: Preten<strong>de</strong>mos mergulhar numa zona <strong>de</strong> 20 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, sendo a nossa garrafa uma bi <strong>de</strong> 20 litros<br />
<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> cheia a 200 kg/cm 2 e com uma pressão <strong>de</strong> reserva <strong>de</strong> 50 kg/cm 2 . Qual é a autonomia <strong>de</strong> que dispomos?<br />
AUT = C x (Pt - Pr) / Pa x 20<br />
AUT = 20 x (200 - 25) / 3 x 20<br />
AUT = 20 x 175 / 60<br />
AUT = 3500 / 60<br />
AUT = 58,3 Minutos<br />
115
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
MERGULHOS EM ALTITUDE<br />
O ponto mais importante a ser observado é em relação à altitu<strong>de</strong>.<br />
• As tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão normalmente utilizadas (como as baseadas nas tabelas da USNavy) foram criadas<br />
tomando como base o facto do mergulhador encontrar no retorno à superfície uma pressão ambiente <strong>de</strong> 760 mm<br />
Hg (pressão atmosférica normal ao nível do mar). No entanto, a maioria <strong>dos</strong> lagos e represas encontram-se bem<br />
acima do nível do mar, muitas vezes a mais <strong>de</strong> 1.000 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>.<br />
• Com o aumento da altitu<strong>de</strong>, a pressão atmosférica diminui gradativamente (cerca <strong>de</strong> 8 mm Hg a cada 100 m),<br />
atingindo 380 mm Hg a 5.500 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> (meta<strong>de</strong> da pressão ao nível do mar). Isto obriga os mergulhadores a<br />
realizarem ajustes nas tabelas durante o planeamento do mergulho. Ignorar estes ajustes em um mergulho<br />
relativamente fundo em um lago a 1.500 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> significam um caso <strong>de</strong> doença <strong>de</strong>scompressiva na certa.<br />
• Normalmente este ponto é discutido em um curso <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mergulho em altitu<strong>de</strong>, um treino essencial<br />
para aqueles que preten<strong>de</strong>m mergulhar a mais <strong>de</strong> 300 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. Para aqueles que usam computadores, o<br />
melhor é consultar o manual <strong>de</strong> instruções. Alguns mo<strong>de</strong>los se ajustam automaticamente à variações <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>,<br />
alguns exigem que o mergulhador informe a altitu<strong>de</strong> em que os mergulhos estarão sendo realiza<strong>dos</strong> enquanto que<br />
outros simplesmente não po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>dos</strong> acima do nível do mar.<br />
• Para os que usam tabelas, o princípio básico é corrigir a profundida<strong>de</strong> real do mergulho <strong>de</strong> modo a criar uma<br />
"profundida<strong>de</strong> fictícia", utilizada para os cálculos com as tabelas. Como a profundida<strong>de</strong> fictícia é maior que a real,<br />
os limites <strong>de</strong> não <strong>de</strong>scompressão são reduzi<strong>dos</strong> e os tempos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão aumentam, compensando o efeito<br />
da pressão reduzida na superfície.<br />
• A profundida<strong>de</strong> fictícia po<strong>de</strong> ser calculada através da seguinte fórmula:<br />
P - Profundida<strong>de</strong> Fictícia a consi<strong>de</strong>rar<br />
p - Profundida<strong>de</strong> Real<br />
H - Pressão Atmosférica ao nível do mar<br />
h - Pressão atmosférica local<br />
• Multiplicar a profundida<strong>de</strong> real pelos seguintes<br />
factores:<br />
* Entre 100 e 300 metros x 1,25<br />
* Entre 300 e 2000 metros x 1,3<br />
* Entre 2000 e 3000 metros x 1,5<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
P = p . H / h<br />
• A profundida<strong>de</strong> fictícia po<strong>de</strong> ainda ser calculada <strong>de</strong> outra forma (to<strong>dos</strong> os valores <strong>de</strong>vem ser forneci<strong>dos</strong> em metros):<br />
P = p x Alt<br />
116
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
on<strong>de</strong>,<br />
P = profundida<strong>de</strong> fictícia (utilizada somente para as tabelas)<br />
p = profundida<strong>de</strong> real do mergulho<br />
Alt = a altitu<strong>de</strong> do local <strong>de</strong> mergulho.<br />
H = Pressão Atmosférica ao nível do mar<br />
h = Pressão atmosférica local<br />
• Outro problema que se põe quanto à utilização directa das "tabelas <strong>de</strong> mergulho" é o da efectivação <strong>de</strong> mergulhos<br />
em águas <strong>de</strong> lagos situa<strong>dos</strong> a gran<strong>de</strong>s altitu<strong>de</strong>s.<br />
• Como é lógico, sendo as citadas "tabelas" calculadas em relação à pressão do nível do mar e sendo a pressão<br />
atmosférica existente nesses pontos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s altitu<strong>de</strong>s bastante inferior, os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> pela consulta<br />
directa <strong>de</strong>ssas "tabelas" ficam forçosamente erra<strong>dos</strong>.<br />
• Isto é, para cada altitu<strong>de</strong> teria <strong>de</strong> haver tabelas cujo cálculo tivesse sido feito tomando como base a pressão<br />
atmosférica existente em cada ponto consi<strong>de</strong>rado.<br />
• Para isso basta saber a pressão atmosférica no ponto consi<strong>de</strong>rado p (em metros <strong>de</strong> coluna <strong>de</strong> água ou em<br />
milímetros <strong>de</strong> coluna <strong>de</strong> mercúrio).<br />
• Com este valor como valor real da profundida<strong>de</strong> atingida no mergulho h é ainda com o valor da pressão atmosférica<br />
H ao nível do mar (760 mm Hg) po<strong>de</strong>r-se-á calcular a profundida<strong>de</strong> fictícia do mergulho, relacionando as duas<br />
pressões, e entrar com o valor nas "Tabelas" já conhecidas.<br />
Exemplo: Uma equipa <strong>de</strong> mergulhadores <strong>de</strong>seja realizar um mergulho não <strong>de</strong>scompressivo num lago com 18 m <strong>de</strong><br />
profundida<strong>de</strong> a 1.600 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. Qual tempo <strong>de</strong> fundo limite para não <strong>de</strong>scompressão <strong>de</strong>ve ser adoptado?<br />
Resposta: Utilizando-se a profundida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> 18 m e a altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1.600 m, a fórmula gera uma profundida<strong>de</strong> fictícia<br />
<strong>de</strong> 21.8 m (22 m). Na tabela da USNavy, o limite não <strong>de</strong>scompressivo para esta profundida<strong>de</strong> (utilizando 24 m) é <strong>de</strong> 40<br />
minutos, contra 60 minutos para 18 m - uma diferença <strong>de</strong> 20 minutos.<br />
<strong>Mergulho</strong>s segui<strong>dos</strong> por permanência em altitu<strong>de</strong><br />
• É conveniente evitar permanências a altitu<strong>de</strong>s superiores a 600 metros, antes <strong>de</strong> passadas 24 horas sobre o fim do<br />
mergulho.<br />
• Por razões <strong>de</strong> segurança, <strong>de</strong>ve-se esperar pelo menos 12 horas (24 horas quando tiver havido paragens para<br />
<strong>de</strong>scompressão) entre o fim dum mergulho e a permanência após a altitu<strong>de</strong>, por exemplo a efectivação dum voo,<br />
duma viagem em automóvel ou duma escalada a um pico.<br />
• Nalguns casos, a condução em montanhas muito altas po<strong>de</strong> incorrer no risco <strong>de</strong> um "Aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Descompressão".<br />
• O maior perigo é voar <strong>de</strong>pois dum mergulho, quando a diminuição da pressão é mais rápida, mesmo em aviões<br />
com a cabina pressurizada (a pressão na cabina equivale normalmente a 1500-3000 metros <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>).<br />
• Quando é essencial, efectuar um voo a seguir a um mergulho po<strong>de</strong>r-se-á utilizar a Tabela seguinte.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
TEMPO<br />
DE MERGULHO<br />
S/paragens <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão<br />
C/paragens <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão<br />
INTERVALO DE TEMPO<br />
(a ser respeitado)<br />
MÁXIMA ALTITUDE<br />
(ALTITUDE EFECTIVA DA CABINA)<br />
até 1 hora até 300 metros (helicóptero)<br />
<strong>de</strong> 1 hora a 2 horas até 1500 metros<br />
<strong>de</strong> 2 horas a 3 horas até 5000 metros<br />
até 4 horas até 300 metros (helicóptero)<br />
<strong>de</strong> 4 horas a 8 horas até 1500 metros<br />
<strong>de</strong> 8 horas a 24 horas até 5000 metros<br />
• Cada vez mais os mergulhadores procuram novos locais para mergulhar. Principalmente para quem mora longe do<br />
litoral, lagos e rios po<strong>de</strong>m representar excelentes oportunida<strong>de</strong>s e muitas vezes estes locais encontram-se muito<br />
acima do nível do mar. Quando a superfície do local encontra-se a uma elevação acima <strong>de</strong> 300 m o mergulho é<br />
consi<strong>de</strong>rado um mergulho em altitu<strong>de</strong>.<br />
• Os mergulhos em altitu<strong>de</strong> exigem cuida<strong>dos</strong> especiais mas po<strong>de</strong>m, em sua maioria, ser realiza<strong>dos</strong> sem problemas<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que os mergulhadores estejam prepara<strong>dos</strong>. <strong>Mergulho</strong>s em altitu<strong>de</strong> acima <strong>de</strong> 3.000 m, como no Monte<br />
Licancabur (na fronteira entre Chile e Bolívia, a 5.930 m - o recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> mergulho em altitu<strong>de</strong>) ou no Lago Titicaca<br />
(Bolívia, 3.810 m) exigem meses <strong>de</strong> preparação, mas outros locais como o Lake Tahoe (EUA, 1.890 m) ou diversos<br />
lagos no Brasil são visita<strong>dos</strong> frequentemente por mergulhadores.<br />
• A principal dúvida que surge quando se planeia um mergulho em altitu<strong>de</strong> é a respeito <strong>dos</strong> efeitos da redução da<br />
pressão atmosférica - a cerca <strong>de</strong> 5.500 m, a pressão atmosférica é 50% daquela pressão à que estamos<br />
acostuma<strong>dos</strong> ao nível do mar. Acima <strong>de</strong> 300 m, esta redução <strong>de</strong> pressão po<strong>de</strong> afectar <strong>de</strong> forma significativa o<br />
planeamento <strong>dos</strong> mergulhos, em especial os cálculos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão.<br />
• O manual <strong>de</strong> mergulho da USNavy, afirma claramente que "todas as tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão com ar po<strong>de</strong>m ser<br />
utilizadas em água doce a altitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> até 700 m mas que mergulhos em altitu<strong>de</strong>s acima <strong>de</strong> 700 m <strong>de</strong>vem ser<br />
117
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
conduzidas por um oficial já que não existem procedimentos aprova<strong>dos</strong> pela marinha para mergulho em altitu<strong>de</strong>. No<br />
entanto, existem diversos méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> a corrigir ou criar tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão para uso em altitu<strong>de</strong>.<br />
Voar após o <strong>Mergulho</strong><br />
• O voo em aviões após mergulhos é um caso semelhante ao do mergulho em altitu<strong>de</strong> e bastante polémico.<br />
• A título <strong>de</strong> referência, as actuais recomendações da DAN (Divers Alert Network) para viagens <strong>de</strong> avião após<br />
mergulho são, <strong>de</strong> acordo com o número <strong>de</strong> Maio/Junho <strong>de</strong> 1994 da Alert Diver, publicação oficial da DAN:<br />
- Mergulhadores que realizaram um único mergulho por dia <strong>de</strong>vem fazer um intervalo <strong>de</strong> superfície <strong>de</strong> no mínimo<br />
12 horas antes <strong>de</strong> voar ou subir para altitu<strong>de</strong> mais elevadas (<strong>de</strong> carro, por exemplo).<br />
- Mergulhadores que fizeram diversos mergulhos por dia por vários dias ou mergulhos com paragens <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scompressão obrigatórias <strong>de</strong>vem tomar precauções adicionais, aguardando por mais <strong>de</strong> 12 horas na<br />
superfície. O intervalo <strong>de</strong> superfície mais prolongado permite uma maior redução do nível <strong>de</strong> nitrogénio nos<br />
teci<strong>dos</strong> e po<strong>de</strong> diminuir a probabilida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sintomas da doença <strong>de</strong>scompressiva. Aqueles<br />
que mergulham mais durante uma viagem <strong>de</strong> férias po<strong>de</strong>m não mergulhar por um dia no meio <strong>de</strong> cada semana<br />
ou reservar o último dia para compras ou turismo na superfície.<br />
• Nunca vai existir uma regra que garanta a prevenção da doença <strong>de</strong>scompressiva, não interessando quão gran<strong>de</strong><br />
seja o intervalo <strong>de</strong> superfície. Na verda<strong>de</strong>, as pesquisas geraram recomendações que representam a melhor<br />
estimativa <strong>de</strong> um intervalo <strong>de</strong> superfície conservador antes <strong>de</strong> voos para a maioria <strong>dos</strong> mergulhadores. Sempre<br />
existirão casos em que a constituição física <strong>de</strong> um mergulhador ou condições especiais <strong>de</strong> mergulho resultarão em<br />
doença <strong>de</strong>scompressiva.<br />
• Saiba reconhecer o momento em que você <strong>de</strong>ve dizer quando está pronto para voar.<br />
O Método <strong>de</strong> Cross<br />
• O método mais utilizado para correcção das tabelas para mergulhos em altitu<strong>de</strong> é o chamado método <strong>de</strong> Cross.<br />
Publicado nos EUA em 1967 e utilizado por vários anos na Europa, este método empírico sugere a correcção das<br />
profundida<strong>de</strong>s reais do mergulho por um factor baseado na variação da pressão atmosférica entre o nível do mar e<br />
o local <strong>de</strong> mergulho. Pf é a profundida<strong>de</strong> fictícia em metros, a ser utilizada nos cálculos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão em<br />
tabelas, Pr é a profundida<strong>de</strong> real do mergulho em metros e PBalt é a pressão barométrica em mm Hg na superfície<br />
no local <strong>de</strong> mergulho. A<br />
• cima do nível do mar a profundida<strong>de</strong> fictícia é sempre maior que aquela realmente atingida durante o mergulho, o<br />
que leva a limites para não <strong>de</strong>scompressão menores e tempos <strong>de</strong> parada maiores, compensando a redução da<br />
pressão atmosférica.<br />
• Embora a pressão barométrica não se comporte <strong>de</strong> forma linear com a altitu<strong>de</strong> e varie, para um mesmo local em<br />
função das condições climáticas, <strong>de</strong> modo a simplificar os cálculos po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar que, pelo menos até 3.000<br />
m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, a pressão barométrica diminui cerca <strong>de</strong> 8,3 mm Hg a cada 100 m <strong>de</strong> elevação. Alt é a altitu<strong>de</strong><br />
(elevação) em metros da superfície do local <strong>de</strong> mergulho.<br />
Exemplo: vamos calcular o limite não <strong>de</strong>scompressivo para um mergulho a 23 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> (PR) em um lago a<br />
3.000 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> (Alt):<br />
Resposta: Entraríamos na tabela com uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 34,2 m para encontrarmos o limite para não<br />
<strong>de</strong>scompressão. No caso da tabela da marinha americana, encontraríamos 15 minutos como o limite para não<br />
<strong>de</strong>scompressão a 36 m (primeira profundida<strong>de</strong> maior que 34,2 m). Em contrapartida, o limite para 24 m (primeira<br />
profundida<strong>de</strong> maior que 23 m) é <strong>de</strong> 40 minutos, ou seja, quase três vezes maior.<br />
• Recapitulando: para um mergulho em um lago a 3.000 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> a uma profundida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> 24 m, um<br />
mergulhador po<strong>de</strong>ria permanecer até 15 minutos no fundo sem ter que realizar paragens <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão.<br />
• Gráficos mostram como os limites <strong>de</strong> não <strong>de</strong>scompressão para diversas profundida<strong>de</strong>s são reduzi<strong>dos</strong> em função da<br />
altitu<strong>de</strong> (no caso, ao nível do mar e a 1.000, 2.000 e 3.000 m).<br />
• No caso <strong>de</strong> mergulhos com paragens obrigatórias (patamares <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão), o método <strong>de</strong> Cross prevê a<br />
correcção da profundida<strong>de</strong> das paragens através da fórmula, on<strong>de</strong> PPR é a profundida<strong>de</strong> na qual será realizada a<br />
parada <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão durante o mergulho e PPT é a profundida<strong>de</strong> indicada para a parada na tabela. Assim, se<br />
a tabela indicar uma parada a 3 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> em um lago a 3.000 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, o mergulhador <strong>de</strong>verá parar<br />
pelo tempo indicado na tabela a uma profundida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> 2 m:<br />
• No entanto, o método <strong>de</strong> Cross negligencia pelo menos dois pontos: a correcção da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida<br />
(importante) e correcções <strong>de</strong>vido à diferença entre a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água doce e da água salgada (relativamente<br />
pequenas). O método <strong>de</strong> Cross não foi validado cientificamente e diversos estu<strong>dos</strong> mostraram que embora ele<br />
muitas vezes proporcione limites <strong>de</strong> não <strong>de</strong>scompressão a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong>, é provável que suas correcções aumentem<br />
significativamente o risco <strong>de</strong> doença <strong>de</strong>scompressiva comparativamente ao risco associado às tabelas da USNavy<br />
utilizadas ao nível do mar. Estas observações são ainda mais importantes no caso <strong>de</strong> mergulhos em condições<br />
mais difíceis, como as que ocorrem em mergulhos fun<strong>dos</strong>, <strong>de</strong>scompressivos ou em águas muito frias.<br />
Outros Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Ajuste<br />
• Outro método <strong>de</strong> ajuste empírico adopta factores <strong>de</strong> correcção fixos para 4 faixas <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>.<br />
• Basta <strong>de</strong>terminar o factor a<strong>de</strong>quado para a altitu<strong>de</strong> e multiplica-lo pela profundida<strong>de</strong> real do mergulho para obter a<br />
profundida<strong>de</strong> fictícia a ser usada nas tabelas. Este método é baseado no mesmo princípio que o método <strong>de</strong> Cross<br />
mas é mais simples para aplicação em campo e mais conservador.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
118
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
• A tabela abaixo apresenta os factores <strong>de</strong> correcção para cada faixa <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>.<br />
Altitu<strong>de</strong> (m) Factor <strong>de</strong> Correcção<br />
0 a 100 1.00<br />
100 a 300 1.25<br />
300 a 2.000 1.33<br />
2.000 a 3.000 1.50<br />
• Muitas das tabelas mais recentes apresentam seus próprios méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> correcção. A maior vantagem <strong>de</strong>stas<br />
tabelas com relação ao método <strong>de</strong> Cross é que as compensações para altitu<strong>de</strong> foram estudadas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início<br />
como parte integrante das tabelas, o que faz com que, mesmo que não testadas <strong>de</strong> forma abrangente, estas<br />
correcções sejam compatíveis com os mo<strong>de</strong>los matemáticos ou estatísticos utiliza<strong>dos</strong> na elaboração das tabelas.<br />
Um exemplo são as tabelas DCIEM (Defence and Civil Institute of Environmental Medicine - Canadá), que<br />
incorporam em sua tabela D factores <strong>de</strong> correcção <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> para 8 faixas <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>.<br />
• Recordamos, novamente que, ao subir para uma altitu<strong>de</strong> mais elevada, o mergulhador, mesmo em terra, estará<br />
passando por um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão idêntico àquele que acontece no retorno à superfície após um<br />
mergulho. Isto acontece porque o organismo do mergulhador está saturado <strong>de</strong> azoto (nitrogénio) na altitu<strong>de</strong> menor<br />
e, com a redução da pressão atmosférica, este azoto <strong>de</strong>ve ser eliminado. Qualquer mergulho realizado antes <strong>de</strong> 24<br />
horas após a subida para uma altitu<strong>de</strong> maior <strong>de</strong>ve ser tratado como um mergulho repetitivo, visto que o azoto ainda<br />
não eliminado <strong>de</strong>ve ser levado em conta no cálculo do mergulho.<br />
• No caso <strong>de</strong> mergulhos mais profun<strong>dos</strong>, mais longos ou utilizando misturas respiratórias, em geral são utiliza<strong>dos</strong><br />
programas <strong>de</strong> computador especiais para geração <strong>de</strong> tabelas específicas para cada mergulho. A maioria <strong>de</strong>stes<br />
programas permite o ajuste da altitu<strong>de</strong> do mergulho, alterando <strong>de</strong> forma correspon<strong>de</strong>nte seus cálculos.<br />
Computadores e Altitu<strong>de</strong><br />
• Muitos computadores possuem maneiras empíricas ou científicas <strong>de</strong> ajustarem seus algoritmos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão<br />
para mergulhos em altitu<strong>de</strong>. A título <strong>de</strong> exemplo, vamos analisar o comportamento <strong>de</strong> dois mo<strong>de</strong>los comuns no<br />
mercado português: o Aladim Pro e o Suunto Solution.<br />
• O Aladim Pro po<strong>de</strong> ser utilizado para mergulhos a até 4.000 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, incorporando quatro "zonas" <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>:<br />
- zona 0 (0 a 1.000 m),<br />
- zona 1 (600 a 1.900 m),<br />
- zona 2 (1.400 a 2.800 m) e,<br />
- zona 3 (2.300 a 4.000 m).<br />
• Um sensor <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong>termina quando o mergulhador passou <strong>de</strong> uma zona para outra e o computador passa<br />
então a indicar um período <strong>de</strong> adaptação. O algoritmo para cálculo da <strong>de</strong>scompressão é ajustado automaticamente<br />
para a nova pressão ambiente e mergulhos realiza<strong>dos</strong> <strong>de</strong>ntro do período <strong>de</strong> adaptação são trata<strong>dos</strong> como um<br />
mergulhos repetitivos (já que o organismo ainda está em um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssaturação após a mudança <strong>de</strong><br />
altitu<strong>de</strong>).<br />
• Já o Suunto Solution utiliza três "zonas":<br />
- nível do mar (0 a 600 m),<br />
- zona A1 (800 a 1.400 m) e,<br />
- zona A2 (1.600 a 2.400 m).<br />
• Mas a altitu<strong>de</strong> do local <strong>de</strong> mergulho <strong>de</strong>ve ser ajustada manualmente pelo mergulhador através <strong>dos</strong> contactos<br />
externos, em incrementos <strong>de</strong> 200 m. Após o ajuste, o Solution não consi<strong>de</strong>ra nenhum período <strong>de</strong> adaptação (o<br />
manual recomenda um mínimo <strong>de</strong> duas horas) e imediatamente ajusta o algoritmo para a nova altitu<strong>de</strong>.<br />
• Muitos mergulhadores utilizam o ajuste <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> do Solution para embutir margens adicionais <strong>de</strong> segurança para<br />
mergulhos ao nível do mar, principalmente em condições extremas.<br />
• Consulte o manual <strong>de</strong> seu computador antes <strong>de</strong> realizar mergulhos em altitu<strong>de</strong> para saber se ele possui esta<br />
função e quais as suas limitações (altitu<strong>de</strong> máxima, ajuste manual ou automático, perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> adaptação, etc.).<br />
Outras Consi<strong>de</strong>rações<br />
• Além <strong>dos</strong> problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão, o mergulhador que planeja mergulhos em altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve levar em conta<br />
alguns outros factores.<br />
• Acima <strong>de</strong> 1.500 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> muitas pessoas sentem o efeito da redução da pressão parcial do oxigénio, que po<strong>de</strong><br />
causar sintomas como fraqueza, dor <strong>de</strong> cabeça ou mesmo <strong>de</strong>smaios. Torna-se então importante minimizar o<br />
esforço físico e, em altitu<strong>de</strong>s maiores, é fundamental programar perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> adaptação que po<strong>de</strong>m levar dias ou<br />
semanas, como os pratica<strong>dos</strong> por alpinistas. O transporte do equipamento ou travessias na superfície utilizando o<br />
snorkel, comuns ao nível do mar, po<strong>de</strong>m se tornar esforços quase impossíveis acima <strong>dos</strong> 3.000 m. Debaixo da<br />
água a situação se normaliza, já que abaixo <strong>dos</strong> 5 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> a pressão parcial do oxigénio é maior que<br />
aquela à qual o mergulhador está acostumado ao nível do mar.<br />
• Além <strong>de</strong> serem afecta<strong>dos</strong> pela diferença entre as <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s da água doce e da água salgada, os profundímetros<br />
também sofrem os efeitos da redução da pressão atmosférica. Aqueles basea<strong>dos</strong> em tubo <strong>de</strong> Bourdon me<strong>de</strong>m<br />
pressão absoluta e são calibra<strong>dos</strong> para o nível do mar. Em altitu<strong>de</strong>, com a redução da pressão suas agulhas se<br />
movem para trás e, quando submersos, indicam profundida<strong>de</strong>s menores que as reais. A maioria <strong>dos</strong> mo<strong>de</strong>los mais<br />
recentes po<strong>de</strong>m ser "zera<strong>dos</strong>" antes do mergulho, indicando assim profundida<strong>de</strong>s muito próximas das reais que<br />
po<strong>de</strong>m ser corrigidas pelos méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong>scritos para o cálculo da <strong>de</strong>scompressão.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
119
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
• Os profundímetros basea<strong>dos</strong> em tubos capilares indicam profundida<strong>de</strong>s maiores que as reais, já que o ar no capilar<br />
está a uma pressão menor que aquela para o qual o equipamento foi calibrado. Estas profundida<strong>de</strong>s não <strong>de</strong>vem ser<br />
corrigidas e po<strong>de</strong>m ser utilizadas directamente nas tabelas; no entanto o uso <strong>de</strong> profundímetros capilares não é<br />
recomendado <strong>de</strong>vido à sua falta <strong>de</strong> precisão em profundida<strong>de</strong>s maiores. De modo a evitar erros, muitos<br />
mergulhadores preferem realizar sondagens com cabos e pesos para <strong>de</strong>terminar com segurança a profundida<strong>de</strong><br />
máxima do mergulho e das paragens <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão.<br />
Conclusão<br />
• Diversos lagos e rios possuem gran<strong>de</strong>s atractivos para os mergulhadores e o fato <strong>de</strong> eles se encontrarem acima do<br />
nível do mar não impe<strong>de</strong> que sejam explora<strong>dos</strong>. É importante buscar ajuda através <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>,<br />
mergulhadores experientes e até mesmo alpinistas.<br />
• Na hora do mergulho, esteja preparado e mergulhe conservadoramente, lembrando-se sempre que os méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />
ajuste para mergulho em altitu<strong>de</strong> são muitas vezes empíricos e foram pouco valida<strong>dos</strong> na prática.<br />
• Com relação aos computadores, não se esqueça <strong>de</strong> verificar quais as funções disponíveis para mergulho em<br />
altitu<strong>de</strong> e como utilizá-las.<br />
• Com o treino e o planeamento, o mergulho em altitu<strong>de</strong> abre centenas <strong>de</strong> novas oportunida<strong>de</strong>s para os<br />
mergulhadores. A cada dia, mergulhar longe do mar se torna mais popular. Rios, lagos, represas, cavernas e minas<br />
abandonadas atraem to<strong>dos</strong> os tipos <strong>de</strong> mergulhadores pelo mundo. Alguns buscam a aventura e o <strong>de</strong>safio na<br />
exploração <strong>de</strong> cavernas submersas, enquanto outros simplesmente moram longe do mar e encontram nestes locais<br />
uma alternativa para praticar o mergulho sem ter que enfrentar longas viagens. No entanto, muitos <strong>de</strong>stes novos<br />
locais <strong>de</strong> mergulho estão acima do nível do mar e além <strong>de</strong> 300m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> o mergulhador precisa estar atento a<br />
alguns factores que po<strong>de</strong>m afectar sua imersão e realizar as correcções a<strong>de</strong>quadas.<br />
• As principais diferenças entre o mergulho ao nível do mar e o mergulho acima <strong>de</strong>le surgem <strong>de</strong>vido à redução da<br />
pressão atmosférica com o aumento da altitu<strong>de</strong>. Embora varie em função das condições meteorológicas, a pressão<br />
ao nível do mar é, teoricamente, <strong>de</strong> 760 mm Hg (milímetros <strong>de</strong> mercúrio) ou 1013.2 hPa se você prefere unida<strong>de</strong>s<br />
mais técnicas. Esta pressão é também conhecida como "1 atmosfera" (atm). A medida em que aumentamos a<br />
altitu<strong>de</strong>, o ar vai se tornando mais rarefeito e a pressão diminui, a grosso modo, 8 mm Hg a cada 100 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>.<br />
• O maior efeito da redução da pressão é na <strong>de</strong>scompressão. Em qualquer mergulho, o corpo é exposto a uma<br />
pressão significativamente maior que a atmosférica e os teci<strong>dos</strong> absorvem parte <strong>dos</strong> gases inertes respira<strong>dos</strong> pelo<br />
mergulhador, como o azoto (nitrogénio) nos mergulhos com ar ou nitrox.<br />
• As tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão e computadores <strong>de</strong> mergulho estabelecem limites na velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida e<br />
eventualmente impõe paragens para que estes gases absorvi<strong>dos</strong> durante o mergulho possam ser elimina<strong>dos</strong><br />
lentamente, evitando a formação <strong>de</strong> bolhas e a chamada doença <strong>de</strong>scompressiva.<br />
• O problema é que a maioria das tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão foram calculadas pressupondo que o mergulho é feito<br />
ao nível do mar, ou seja: que a pressão no início e no final do mergulho é <strong>de</strong> 760 mm Hg.<br />
• Ao retornar à superfície, a tensão <strong>dos</strong> gases inertes nos teci<strong>dos</strong> do mergulhador <strong>de</strong>ve ser suficientemente baixa<br />
para não formar bolhas nocivas a uma pressão ambiente <strong>de</strong> 760 mm Hg. Quando o mergulho é realizado acima do<br />
nível do mar, a pressão é menor e a tensão <strong>dos</strong> gases inertes po<strong>de</strong> ser suficiente para causar a doença<br />
<strong>de</strong>scompressiva. Para evitar que isto aconteça, são necessários alguns ajustes nos cálculos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão<br />
(alguns computadores realizam estes cálculos automaticamente).<br />
• Uma forma <strong>de</strong> corrigir as tabelas é utilizar a chamada profundida<strong>de</strong> corrigida. Se a tabela "acreditar" que a<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás inerte nos teci<strong>dos</strong> do mergulhador é maior que a que existe na realida<strong>de</strong>, ela indicará limites<br />
para não <strong>de</strong>scompressão menores e paragens <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão maiores, compensando o efeito da pressão<br />
atmosférica reduzida na superfície. O processo é semelhante ao utilizado para o cálculo <strong>de</strong> mergulhos repetitivos,<br />
on<strong>de</strong> utilizamos tempos <strong>de</strong> fundo maiores que os reais para compensar o nitrogénio ainda não eliminado <strong>dos</strong><br />
mergulhos anteriores.<br />
• A profundida<strong>de</strong> é calculada multiplicando-se a profundida<strong>de</strong> real por um factor <strong>de</strong> correcção sempre maior que 1, o<br />
que implica em profundida<strong>de</strong>s corrigidas maiores que as reais. Este factor é obtido dividindo-se a pressão<br />
atmosférica ao nível do mar pela pressão atmosférica no local <strong>de</strong> mergulho.<br />
• Para evitar que você tenha que levar um computador e uma estação meteorológica em cada mergulho, incluímos<br />
com este artigo uma tabela que fornece a profundida<strong>de</strong> corrigida para diversas combinações <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> e<br />
profundida<strong>de</strong> real. Ela fornece também o factor <strong>de</strong> correcção, que você po<strong>de</strong> precisar para cálculos adicionais.<br />
Como nas tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão, arredon<strong>de</strong> sempre em favor da segurança. Veja também o exemplo <strong>de</strong><br />
cálculo apresentado abaixo.<br />
• Outro ponto importante é que o corpo do mergulhador não se adapta imediatamente às mudanças <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. Ao<br />
subir do nível do mar para um lago <strong>de</strong> montanha por exemplo, o mergulhador po<strong>de</strong> chegar ao lago antes <strong>de</strong> ter<br />
eliminado o nitrogénio que estava saturado em seus teci<strong>dos</strong>. Se iniciar um mergulho imediatamente, ele estará<br />
efectivamente efectuando um mergulho repetitivo ! Por isto recomenda-se uma adaptação <strong>de</strong> pelo menos 24 horas<br />
na nova altitu<strong>de</strong> antes do primeiro mergulho. Caso contrário o mergulhador terá que levar em conta o nitrogénio <strong>de</strong><br />
seus teci<strong>dos</strong> nos cálculos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão (algumas tabelas fornecem grupos repetitivos para o primeiro<br />
mergulho imediatamente após uma mudança <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>). A redução da pressão atmosférica causa também outros<br />
efeitos que po<strong>de</strong>m afectar o mergulhador:<br />
Leitura <strong>dos</strong> profundímetros:<br />
• Cada tipo <strong>de</strong> profundimetro se comporta <strong>de</strong> maneira diferente em altitu<strong>de</strong>, indicando profundida<strong>de</strong>s maiores ou<br />
menores que as reais.<br />
• Alguns profundímetros digitais ajustam-se automaticamente à altitu<strong>de</strong>, enquanto que alguns mo<strong>de</strong>los analógicos<br />
po<strong>de</strong>m ser ajusta<strong>dos</strong> manualmente.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
120
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
Flutuabilida<strong>de</strong> das roupas<br />
• Em gran<strong>de</strong>s altitu<strong>de</strong>s as bolhas <strong>de</strong> gás no neopréne das roupas húmidas po<strong>de</strong>m expandir, aumentando a<br />
flutuabilida<strong>de</strong> da roupa. Nalguns casos, po<strong>de</strong>m ser necessários até 3 kg <strong>de</strong> lastro adicionais!<br />
Hipoxia na superfície<br />
• Em altitu<strong>de</strong>s superiores a 2.000 m, a menor quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigénio disponível no ar atmosférico po<strong>de</strong> causar<br />
sintomas como dispneia (falta <strong>de</strong> ar), aumento da frequência cardíaca e dores <strong>de</strong> cabeça. A principal consequência<br />
é a redução da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar esforços, o que dificulta o transporte <strong>de</strong> equipamentos, a natação na<br />
superfície e até caminhadas para acesso ao local <strong>de</strong> mergulho. Uma vez submerso, o problema <strong>de</strong>saparece, já que<br />
a pressão parcial do oxigénio aumenta significativamente, retornando assim que o mergulhador atinge a superfície.<br />
Densida<strong>de</strong> e altitu<strong>de</strong><br />
• Outra peculiarida<strong>de</strong> do mergulho em altitu<strong>de</strong> que normalmente passa <strong>de</strong>sapercebida pelos inicia<strong>dos</strong> é que lagos e<br />
rios <strong>de</strong> montanha são <strong>de</strong> água doce. A água doce possui uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> ligeiramente menor que a água salgada<br />
do mar (1.000 contra 1.025 kg/l), o que também gera diferenças na leitura <strong>de</strong> profundímetros e na flutuabilida<strong>de</strong>. Os<br />
profundímetros (em geral calibra<strong>dos</strong> para água salgada) indicarão profundida<strong>de</strong>s 2.5% menores que as reais.<br />
• A menor <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água faz com que o mergulhador necessite <strong>de</strong> menos lastro (cerca <strong>de</strong> 2,5% do peso do<br />
mergulhador) do que quando mergulhando no mar.<br />
Exemplo <strong>de</strong> mergulho: Suponha que você quer realizar um mergulho <strong>de</strong> 40 minutos a 20 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> em um<br />
lago a 2.400 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. Para simplificar, adoptaremos as tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão da USNavy como referência.<br />
Resposta: Se o mergulho fosse no mar, após 40 minutos você po<strong>de</strong>ria retornar à superfície sem paragens <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scompressão e ainda teria 10 minutos <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> fundo antes <strong>de</strong> ter que realizar paragens para <strong>de</strong>scompressão.<br />
No entanto, o mergulho é em altitu<strong>de</strong> e to<strong>dos</strong> os cálculos tem que ser corrigi<strong>dos</strong>. A 2400 m , a pressão atmosférica é <strong>de</strong><br />
apenas 563 mm Hg. Consultando a tabela <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>s corrigidas na linha <strong>de</strong> 2.400 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, vemos que o<br />
factor <strong>de</strong> correcção neste caso é <strong>de</strong> 1.350.<br />
O planeamento do mergulho <strong>de</strong>ve ser feito utilizando-se uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 28 m (valor encontrado na intersecção da<br />
linha <strong>de</strong> 2.400 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> com 21 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>), o que implica em uma parada <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão <strong>de</strong> 15<br />
minutos a 3 m. Ou melhor: 15 minutos a 2.2 m, já que a profundida<strong>de</strong> da parada <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão também precisa ser<br />
corrigida, assim como a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida (13 m/min).<br />
Computadores nas alturas<br />
• Muitos computadores incorporam os ajustes necessários para o mergulho em altitu<strong>de</strong>, dispensando o uso <strong>de</strong><br />
tabelas e cálculos adicionais. Estes ajustes são particularmente comuns nos computadores que utilizam os mo<strong>de</strong>los<br />
do Prof. Bühlmann, <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> na Suiça, on<strong>de</strong> a maioria <strong>dos</strong> mergulhos são realiza<strong>dos</strong> em lagos e rios <strong>dos</strong><br />
Alpes.<br />
• O Aladin Air X da Uwatec, por exemplo, me<strong>de</strong> a pressão atmosférica a cada minuto, mesmo quando <strong>de</strong>sligado e<br />
ajusta-se automaticamente a quatro zonas distintas: <strong>de</strong> 0 a 1.000 m, <strong>de</strong> 1.000 a 2.000 m, <strong>de</strong> 2.000 a 3.000 m e <strong>de</strong><br />
3.000 a 4.000 m (os cálculos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão são não <strong>de</strong>saconselha<strong>dos</strong> em altitu<strong>de</strong>s superiores a 4.000 m). Se<br />
o computador <strong>de</strong>tecta uma variação significativa <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, ele entra no modo <strong>de</strong> superfície e indica o tempo<br />
necessário para que o mergulhador adapte-se à nova pressão.<br />
• Caso um mergulho seja iniciado antes do final do tempo <strong>de</strong> adaptação, o computador ajusta os tempos <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scompressão tratando o mergulho como repetitivo.<br />
• Se você preten<strong>de</strong> utilizar um computador para mergulho em altitu<strong>de</strong>, leia atentamente seu manual para saber se ele<br />
está preparado esta situação, quais seus limites operacionais e se algum procedimento especial <strong>de</strong>ve ser<br />
adoptado.<br />
PRESSÕES PARCIAIS DOS GASES DO AR<br />
• CASO 1 - “Similar ao processo que ocorre com os pulmões <strong>dos</strong><br />
mergulhadores, a pressão parcial (volume constante) <strong>dos</strong> dois gases<br />
com maior percentagem na mistura da composição do ar (Oxigénio e<br />
Azoto), aumenta <strong>de</strong>vido à adição <strong>de</strong> mais moléculas <strong>de</strong> gás (gasosas)”.<br />
• CASO 2 - “Tal como com o que acontece sino <strong>de</strong> mergulho, as pressões<br />
parciais (volume variável) <strong>dos</strong> dois gases com maior percentagem na<br />
mistura da composição do ar (Oxigénio e Azoto), aumenta por causa da<br />
compressão”.<br />
• NOS DOIS CASOS - “O somatório das pressões parciais é<br />
igual(equilibra) à pressão hidrostática e a pressão parcial individual<br />
aumenta em proporção directa (razão) com a pressão absoluta”.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Caso 1<br />
Caso 2<br />
121
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
PRESSÕES PARCIAIS<br />
Tabela <strong>de</strong> mergulhos sucessivos BUEHLMANN 86<br />
Exercício: Preten<strong>de</strong>-se efectuar um primeiro mergulho aos -24 m durante 50'. Passa<strong>dos</strong> 100' pretendo efectuar outro<br />
mergulho a -21 m durante 50'. Qual o GR e respectivos patamares <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão?<br />
1º <strong>Mergulho</strong><br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
-24 m ............................ 50' Pat -3 m ........................... 17' ⇒ GR ⎯ G<br />
2º <strong>Mergulho</strong><br />
GR ⎯ G ⇒ IS 100' ⇒ GR ⎯ B<br />
PP ..............................-21 m ............................ 50' (TP) = 15'<br />
-21 m ............................ 50' + 15' (TP) = 65'<br />
Pat -3 m ........................... 25' ⇒ GR ⎯ G<br />
Exercício: Preten<strong>de</strong>-se efectuar um primeiro mergulho aos -40 m durante 21'. Passa<strong>dos</strong> 90' pretendo efectuar outro<br />
mergulho a uma profundida<strong>de</strong> prevista -28 m durante 40'. Depois <strong>de</strong> passa<strong>dos</strong> 25' pretendo efectuar o terceiro mergulho<br />
a uma profundida<strong>de</strong> prevista <strong>de</strong> -26 m durante 35'. Qual o GR e respectivos patamares <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão?<br />
1º <strong>Mergulho</strong><br />
2º <strong>Mergulho</strong><br />
3º <strong>Mergulho</strong><br />
-40 m ............................ 21'<br />
Pat -3 m ........................... 10'<br />
Pat -6 m ........................... 4' ⇒ GR ⎯ F<br />
Pat -9 m ........................... 2'<br />
⇓<br />
IS = 90'⇒ GR ⎯ A<br />
PP .............................. -28 m ............................ 40' (TP) = 10'<br />
Tomar valor inferior -27 m ............................ 40'<br />
Para efeito <strong>de</strong> cálculo -30 m ............................ 40'<br />
-30 m ............................ 40' + 10' (TP) = 50'<br />
Pat -3 m ........................... 28'<br />
Pat -6 m ........................... 10' ⇒ GR ⎯ G<br />
Pat -9 m ........................... 2'<br />
⇓<br />
IS = 25' ⇒ GR ⎯ F<br />
PP .............................. -26 m ............................ 35' (TP) = 42’<br />
Tomar valor inferior -24 m ............................ 35'<br />
-26 m ............................ 35'<br />
-26 m ............................ 35' + 42' (TP) = 77'<br />
Não é possível efectuar o 3º <strong>Mergulho</strong> a esta profundida<strong>de</strong> e com este tempo <strong>de</strong> permanência.<br />
122
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
NOTAS:<br />
<strong>Mergulho</strong> em Água Doce<br />
• Normalmente o mergulho é associado ao mar. Mas o mergulhador que só mergulha em água salgada está<br />
certamente per<strong>de</strong>ndo diversas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mergulhar, algumas vezes em pontos que são frequentemente<br />
cita<strong>dos</strong> entre os melhores mergulhos do mundo. O mergulho em águas doces é bastante popular nos EUA e em<br />
alguns países da Europa.<br />
• Locais como rios, lagos, represas e pedreiras po<strong>de</strong>m se mostrar excelentes pontos <strong>de</strong> mergulho. Muitas vezes são<br />
mais próximos <strong>dos</strong> gran<strong>de</strong>s centros populacionais (evitando longas viagens para se chegar ao mar) ou possuem<br />
atractivos especiais, como visibilida<strong>de</strong>s surpreen<strong>de</strong>ntes ou naufrágios em perfeito estado (já que a água doce<br />
permite uma melhor conservação <strong>dos</strong> objectos). Na pior das hipóteses, lagos próximos <strong>de</strong> casa po<strong>de</strong>m ser<br />
excelentes locais para treino.<br />
• Geralmente iniciado a partir <strong>de</strong> terra (dispensando o uso <strong>de</strong> um barco), o mergulho em águas doces normalmente<br />
oferece menos dificulda<strong>de</strong>s que o mergulho no mar. No entanto cuida<strong>dos</strong> especiais são necessários com relação a<br />
altitu<strong>de</strong>, visibilida<strong>de</strong>, correntes, temperatura e poluição, já que estes factores apresentam faixas <strong>de</strong> variação muito<br />
maiores que as encontradas no mar.<br />
• Nos EUA os Gran<strong>de</strong>s Lagos (junto à fronteira com o Canadá) estão entre os locais favoritos para mergulho em<br />
naufrágios, já que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século passado são uma das mais importantes vias <strong>de</strong> navegação daquele país e estão<br />
localiza<strong>dos</strong> numa região cujo clima favorece aci<strong>de</strong>ntes com embarcações (são centenas <strong>de</strong> naufrágios cataloga<strong>dos</strong><br />
e ainda muitos por serem <strong>de</strong>scobertos). A região central da Florida é um verda<strong>de</strong>iro oásis para os mergulhadores<br />
especializa<strong>dos</strong> na exploração <strong>de</strong> cavernas. No centro <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> encontra-se um <strong>dos</strong> mais sofistica<strong>dos</strong><br />
resorts <strong>de</strong>dica<strong>dos</strong> ao mergulho: a mina <strong>de</strong> Bonne Terre. Países como a Suiça formam a maioria <strong>de</strong> seus<br />
mergulhadores em águas doces. Antiga União Soviética explora turisticamente o mergulho em água doces, já que<br />
em seu território encontra-se o lago Baikal (o maior do mundo, com mais <strong>de</strong> 600 km <strong>de</strong> extensão) que abriga mais<br />
<strong>de</strong> 2.500 espécies biológicas diferentes, das quais 1.500 são endémicas (só po<strong>de</strong>m ser encontradas naquele local).<br />
No Brasil, o principal ponto <strong>de</strong> mergulho em águas doces é a região <strong>de</strong> Bonito, no Mato Grosso do Sul. O mergulho<br />
em furnas e pedreiras (e algumas vezes em cavernas) é relativamente comum nos esta<strong>dos</strong> centrais, como Goiás e<br />
Minas Gerais e algumas represas possuem até mesmo restos <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s submersas.<br />
Visibilida<strong>de</strong><br />
• Outro passo é conhecer mais sobre mergulho em águas com pouca visibilida<strong>de</strong>. Os rios da região <strong>de</strong> Crystal River<br />
(EUA) possuem em algumas épocas do ano uma visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 100 m e na região <strong>de</strong> Bonito é comum<br />
encontrar águas com mais <strong>de</strong> 40 m <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>. No entanto, muitas vezes a visibilida<strong>de</strong> em lagos, represas ou<br />
rios com muito sedimento po<strong>de</strong> variar entre 5 m e absolutamente zero.<br />
• Visibilida<strong>de</strong> boa não é problema para ninguém, mas em Portugal é muito comum o mergulho em águas com pouca<br />
visibilida<strong>de</strong> e é importante estar preparado para isto. A principal causa <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> é a existência<br />
<strong>de</strong> sedimento em suspensão na água. Isto po<strong>de</strong> acontecer em rios (principalmente nos <strong>de</strong> maior volume) ou em<br />
represas, on<strong>de</strong> o lodo do fundo é facilmente levantado por mergulhadores menos experientes.<br />
• No caso <strong>dos</strong> rios com correntes não há muito o que fazer, mas em águas paradas o principal cuidado é ao nadar,<br />
evitando-se que o movimento das barbatanas levante o lodo do fundo. Para isto, valem as técnicas do mergulho em<br />
cavernas: manter sempre as pernas acima do tronco (inclinando-se ou dobrando os joelhos) ou nadar utilizando<br />
movimentos laterais das pernas ao invés do movimento tradicional.<br />
• Em águas com muita suspensão, lanternas são praticamente inúteis, já que acabam ofuscando o mergulhador com<br />
a luz reflectida nas partículas em suspensão.<br />
Correntes<br />
• O mergulho em rios com correnteza exige cuida<strong>dos</strong> adicionais, já que a corrente po<strong>de</strong> jogar o mergulhador contra<br />
obstáculos submersos ou leva-lo para uma posição on<strong>de</strong> a saída da água seja difícil ou até mesmo impossível.<br />
• Antes <strong>de</strong> iniciar o mergulho, avalie a intensida<strong>de</strong> da corrente; muitas vezes não é possível conduzir o mergulho<br />
contra a correnteza e é preciso planejar um local <strong>de</strong> saída diferente do <strong>de</strong> entrada.<br />
• Em geral, as correntes são mais fortes na superfície e no centro <strong>dos</strong> rios, sendo mais fracas no fundo e junto às<br />
margens. Caso o mergulhador seja apanhado em uma corrente, o importante é não per<strong>de</strong>r a calma e nadar em<br />
direcção à margem buscando um ponto <strong>de</strong> saída, já que normalmente é impossível nadar contra a corrente.<br />
Poluição<br />
• A poluição em rios, lagos e represas é muito mais comum que a poluição do mar, principalmente <strong>de</strong>vido ao menor<br />
volume <strong>de</strong> água. Infelizmente, diversas indústrias ainda <strong>de</strong>spejam produtos químicos em nossos rios e um<br />
mergulho em águas contaminadas po<strong>de</strong> ser bastante perigoso ou até mesmo fatal sem o equipamento a<strong>de</strong>quado.<br />
• Antes <strong>de</strong> iniciar um mergulho em um local <strong>de</strong>sconhecido, verifique com as autorida<strong>de</strong>s locais o estado da água e se<br />
existem na região (ou rio acima) indústrias químicas ou estações <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos que possam contaminar<br />
quimica ou biologicamente a água. Na dúvida, não mergulhe!<br />
Relevo<br />
• Em lagos e represas, antes <strong>de</strong> entrar na água observe o relevo da superfície, muitas vezes ele é uma boa indicação<br />
do tipo <strong>de</strong> fundo que se irá encontrar. Encostas íngremes geralmente significam lagos com laterais íngremes; vales<br />
po<strong>de</strong>m dar uma i<strong>de</strong>ia da profundida<strong>de</strong> máxima do local. Mais que no mar, <strong>de</strong>ve-se tomar cuidado com o tráfego <strong>de</strong><br />
barcos, em especial <strong>de</strong> lanchas rápidas e jet-skis (comuns em represas). Bóias <strong>de</strong> sinalização po<strong>de</strong>m ajudar, mas<br />
seu significado normalmente não é conhecido, assim sendo é importante que não esteja presa ao mergulhador.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
123
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
NOTAS:<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
124
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA<br />
FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
76
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA<br />
NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA<br />
Riscos do mergulho<br />
• Meio Hostil - Água<br />
• Variações <strong>de</strong> Pressão<br />
• Gases que Respiramos<br />
ANATOMO-FISIOLOGIA - Noções Básicas<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Células Teci<strong>dos</strong> Órgãos Aparelhos ou Sistemas<br />
Aparelho Circulatório:<br />
• A função do Sistema Circulatório é transportar o sangue a to<strong>dos</strong> os pontos do corpo humano, e é constituído pelo<br />
coração, vasos sanguíneos e sangue.<br />
• O coração é um órgão muscular oco que fica entre os pulmões, sobre o diafragma, e está dividido em quatro<br />
cavida<strong>de</strong>s - duas superiores (as aurículas) e duas inferiores (os ventrículos).<br />
• A sua função é enviar sangue a to<strong>dos</strong> os teci<strong>dos</strong> do organismo, fornecendo-lhes oxigénio e nutrientes.<br />
Simultaneamente a circulação <strong>de</strong> retorno transporta produtos a serem elimina<strong>dos</strong> aos órgãos responsáveis pela<br />
sua <strong>de</strong>struição e eliminação.<br />
• Consi<strong>de</strong>ram-se dois tipos <strong>de</strong> circulação;<br />
1. Pequena Circulação, em que o sangue venoso proveniente <strong>dos</strong> diversas órgãos, carregado <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong><br />
carbono e outros produtos resultantes do metabolismo celular, atinge o ventrículo direito, e <strong>de</strong>ste, através das<br />
artérias pulmonares chega aos pulmões, on<strong>de</strong> se liberta do dióxido <strong>de</strong> carbono e recebe em troca oxigénio,<br />
voltando ao coração, para a aurícula esquerda pelas veias pulmonares.<br />
2. Gran<strong>de</strong> Circulação: o sangue passa da aurícula esquerda para o ventrículo esquerdo e <strong>de</strong>ste através da aorta<br />
atinge os diversos órgãos circulando em ramificações sucessivas <strong>dos</strong> vasos arteriais Depois <strong>de</strong> fornecer<br />
oxigénio e nutrientes aos teci<strong>dos</strong> e receber o dióxido <strong>de</strong> carbono e outros produtos do metabolismo celular,<br />
retoma o sistema venoso atingindo a aurícula direita através da veia cava.<br />
O sangue:<br />
• Transporte <strong>de</strong> Oxigénio (O2)<br />
• Remoção do Dióxido <strong>de</strong> Carbono (CO2)<br />
• Combate a infecção - Glóbulos Brancos<br />
• Transporte <strong>de</strong> alimentos a célula<br />
• Remoção <strong>dos</strong> <strong>de</strong>tritos da célula<br />
Trabalho cardíaco em condições hiperbáricas:<br />
• A simples imersão da face, provoca por via reflexa uma diminuição do ritmo cardíaco, que po<strong>de</strong> atingir os 30 a 40%,<br />
e consequentemente uma diminuição da circulação sanguínea e do consumo <strong>de</strong> oxigénio.<br />
• Esta Bradicardia tem como causa, urna vaso-constricção periférica <strong>de</strong>vido ao contacto da pele com a água,<br />
acompanhada por uma vasodilatação a nível central.<br />
• Esta alteração do volume sanguíneo entre a periferia e o espaço intratorácico, a favor <strong>de</strong>ste faz com que o coração,<br />
submetido a uma pressão cada vez maior, reaja aumentando a força das suas contracções e diminuindo o ritmo.<br />
• Estas alterações são favoráveis ao mergulhador, pois limitando-se o afluxo, evita-se a libertação <strong>de</strong> calor, contrariase<br />
a saturação na <strong>de</strong>scida e facilita-se a <strong>de</strong>sgaseificação na subida.<br />
Aparelho Respiratório:<br />
Função do aparelho respiratório:<br />
• Oxigenar o sangue<br />
• Remover dióxido <strong>de</strong> carbono<br />
O aparelho respiratório é constituído por:<br />
1. Vias aéreas superiores<br />
• Boca<br />
• Fossas nasais (Seios peri-nasais)<br />
• Faringe (Trompas <strong>de</strong> Eustáquio / Ouvido Médio)<br />
2. Vias aéreas inferiores<br />
• Laringe<br />
• Traqueia<br />
• Brônquios<br />
• Bronquiolos<br />
• Pulmões<br />
3. Pulmões<br />
• Alvéolos - Trocas gasosas<br />
• Conjunto 70m 2 - Campo <strong>de</strong> ténis<br />
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• Os pulmões revesti<strong>dos</strong> por uma membrana dupla (pleura) e localizam-se <strong>de</strong>ntro do tórax entre:<br />
- Coluna vertebral<br />
- Grelha costal - costelas e músculos intercostais<br />
- Esterno<br />
- Músculo diafragma<br />
• A Respiração é constituída pelo movimento cíclico <strong>de</strong> entrada (inspiração) e <strong>de</strong> saída expiração) <strong>de</strong> ar do sistema<br />
respiratório.<br />
INSPIRAÇÃO - Activa<br />
EXPIRAÇÃO - Passiva<br />
• O mecanismo automático, basicamente involuntário mas controlável pela vonta<strong>de</strong> até certos limites.<br />
• Centro respiratório no tronco cerebral (porção inferior do cérebro) sensível às concentrações sanguíneas <strong>de</strong> O2 e<br />
principalmente CO2.<br />
• Via respiratória superior: É fundamentalmente um canal <strong>de</strong>stinado a canalizar e preparar o ar para penetrar na via<br />
respiratória interior. é constituído pelo nariz que tem como função receber, humidificar, aquecer e purificar o ar<br />
inspirado; seios peri-nasais, cavida<strong>de</strong>s contendo ar localizadas no maciço facial naso-faringe on<strong>de</strong> se abre a<br />
Trompa <strong>de</strong> Eustáquio, que comunica corno ouvido médio; laringe e traqueia que comunica com os pulmões.<br />
• Via respiratória inferior: Engloba os brônquios direito e esquerdo, canais que resultam da bifurcação da traqueia e<br />
que entram nos pulmões, dividindo-se e subdividindo-se em ramificações cada vez mais finas, até terminarem em<br />
pequeníssimas cavida<strong>de</strong>s com estrutura elástica - os alvéolos pulmonares - que se enchem <strong>de</strong> ar e se dilatam<br />
durante a inspiração e se contraem e se esvaziam durante a expiração. Estes alvéolos agrupam-se em forma <strong>de</strong><br />
cacho <strong>de</strong> uvas e são revesti<strong>dos</strong> externamente por uma vasta re<strong>de</strong> capilar, arterial e venosa. Ao conjunto <strong>de</strong>stas<br />
estruturas dá-se o nome <strong>de</strong> parênquima pulmonar, responsável pelas trocas respiratórias entre o sangue e o ar<br />
inspirado – hematose.<br />
• Os pulmões estão encerra<strong>dos</strong> numa caixa musculo-esquelética - o tórax que além <strong>de</strong> ter uma função protectora é<br />
fundamental para a acto respiratório, graças à pressão negativa existente entre os dois folhetos da pleura;<br />
membrana que reveste por um lado a superfície externa do pulmão e por outro a interna da cavida<strong>de</strong> toráxica; e<br />
ainda pela existência na sua base <strong>de</strong> um importante músculo respiratório - o diafragma.<br />
• O Mecanismo da respiração: A respiração e um acto automático em que só transitoriamente po<strong>de</strong>mos interferir -<br />
apneia, este automatismo é controlado por um centro respiratório localizado no bolbo raquidiano e cujo estimulo<br />
fundamental é o dióxido <strong>de</strong> carbono, que circula no sangue fixado a um pigmento - a hemoglobina, formando um<br />
composto - a carbohemoglobina.<br />
• A nível alvéolar, e sabendo-se que o ar é uma mistura <strong>de</strong> gases em diferentes percentagens: Oxigénio ± 20%;<br />
Azoto + 78 %; Dióxido <strong>de</strong> Carbono ≅ 0,033 % a que correspon<strong>de</strong>m diferentes tensões: Oxigénio 148 mm Hg;<br />
Dióxido <strong>de</strong> Carbono 40 mm Hg e que no sangue venoso a tensão é <strong>de</strong>: Oxigénio 40 mm Hg e Dióxido <strong>de</strong> Carbono<br />
46 mm Hg.<br />
• Compreen<strong>de</strong>-se, pelas leis da física, a tendência para o Dióxido <strong>de</strong> Carbono se libertar para o alvéolo e do Oxigénio<br />
em se difundir para o sangue, fixando-se à hemoglobina formando um composto - a oxihemoglobina.<br />
Mecânica Respiratória:<br />
1. Músculos contraem-se (diafragma e outros);<br />
2. Cavida<strong>de</strong> toráxica expan<strong>de</strong>-se levando consigo a pleura parietal;<br />
3. A pressão negativa Intra-Pleural arrasta a porção exterior do pulmão que também se expan<strong>de</strong>;<br />
4. Ao expandir-se o pulmão a uma pressão negativa nas vias aéreas que provoca a entradas <strong>de</strong> ar pelas mesmas e<br />
as consequentes trocas gasosas;<br />
5. Ao voltar passivamente á sua posição <strong>de</strong> repouso a cavida<strong>de</strong> torácica provoca uma pressão positiva sobre o<br />
pulmão e expulsa o ar pelas vias aéreas (ciclo).<br />
Os pulmões são elásticos e sem a pressão negativa da cavida<strong>de</strong> pleural colapsavam.<br />
• Capacida<strong>de</strong> - pulmonar total - + 6 litros<br />
• Mobilizamos até cerca <strong>de</strong> 4,2 litros <strong>de</strong> ar/minuto em repouso (exercício cerca <strong>de</strong> 20 litros/minuto)<br />
• Frequência em repouso + 12 litros/minuto<br />
• CO2 é 20 vezes mais solúvel que o O2<br />
• CO2 é 40 vezes mais que o Azoto.<br />
Respiração em condições hiperbáricas:<br />
• O trabalho respiratório sofre em meio hiperbárico modificações que têm por base o aumento, com a profundida<strong>de</strong>,<br />
do esforço necessário para assegurar uma ventilação normal, porque <strong>de</strong>vido ao aumento <strong>de</strong> pressão, aumenta a<br />
massa específica da mistura gasosa; o ar torna-se mais pesado, mais viscoso, sendo necessário um esforço maior<br />
para o fazer circular nas vias respiratórias. Verifica-se ainda que sendo o abdómen mais sensível às variações <strong>de</strong><br />
pressão, há um <strong>de</strong>slocamento da massa sanguínea para a caixa toráxica, diminuindo o espaço disponível para ar.<br />
• Por outro lado, o esforço físico implica um aumento do consumo <strong>de</strong> oxigénio e consequentemente um excesso do<br />
dióxido <strong>de</strong> carbono o que torna a expiração o acto mais importante da função respiratória.<br />
• Em conclusão, durante o mergulho há uma modificação da mecânica respiratória que consiste em:<br />
1. Diminuição da ventilação;<br />
2. Aumento do esforço ventilatório;<br />
3. Retenção <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono;<br />
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O que po<strong>de</strong> provocar uma diminuição da resistência<br />
física e aumento da sensibilida<strong>de</strong> a fadiga.<br />
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• Seios Perinasais: São em número <strong>de</strong> quatro - maxilar; frontal; etnoidal e esfenoidal. O maior é o seio maxilar<br />
situado entre a base da órbita e as raízes <strong>dos</strong> <strong>de</strong>ntes superiores; o seio frontal localiza-se acima das sobrancelhas;<br />
o seio etmoidal situa-se no tecto das fossas nasais e o selo esfenoidal na parte posterior das fossas nasais.<br />
• São cavida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s rígidas atapetadas por urna camada mucosa, e comunicam com as fossas nasais par<br />
orifícios (seio maxilar) ou canais ósseos (seio frontal). Actuam como ressonância para a voz, não tendo outra<br />
função além da redução do peso do crânio.<br />
Aparelho Auditivo:<br />
• O aparelho auditivo compõe-se <strong>de</strong>:<br />
1. Ouvido Externo;<br />
2. Ouvido Médio;<br />
3. Ouvido Interno.<br />
• O Ouvido Externo é constituído pelo pavilhão auricular; lâmina<br />
fibro-cartilagenea elástica, e pelo canal auditivo, que se segue<br />
àquele e penetra na espessura do osso temporal.<br />
• O Ouvido Médio é formado pela caixa do tímpano, cavida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> forma irregular, aberta na espessura do rochedo separada<br />
do canal auditivo por uma membrana tensa - membrana do<br />
tímpano, e tendo na face aposta duas aberturas tapadas por<br />
septos membranosos, a janela oval e a janela redonda que<br />
estabelecem a comunicação com o ouvido interno.<br />
• A caixa do tímpano tem ainda comunicação com a orofaringe através <strong>de</strong> um tubo fibro-cartilagineo - a Trompa <strong>de</strong><br />
Eustáquio, constituída por dois segmentos cónicos opostos pelo vértice, apresentando um istmo na sua parte média<br />
e que assegura a ventilação do ouvido médio e se comporta como uma válvula que permite igualar as pressões <strong>dos</strong><br />
dois la<strong>dos</strong> do tímpano.<br />
• No interior do ouvido médio há uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> ossiculos, articula<strong>dos</strong> entre si, e estendida entre a membrana do<br />
tímpano e a janela oval - martelo, bigorna e estribo.<br />
• O Ouvido Interno, parte essencial do sistema auditivo, encontra-se situado na espessura do rochedo. Nele se<br />
encontram um certo número <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong>s - labirinto ósseo, no interior do qual se encontram outras cavida<strong>de</strong>s mais<br />
pequenas, <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s moles e membranosas, nas quais se vêm ramificar as fibrilhas terminais do nervo auditivo -<br />
labirinto membranoso. O labirinto ósseo é constituído pela vestíbulo, cavida<strong>de</strong> central que comunica por um lado,<br />
através da janela oval com o ouvido médio, e pelo outro, por uma pequena abertura, com o caracol, cavida<strong>de</strong><br />
contornada em espiral dividida em duas secções (rampa externa, que se abre no vestíbulo, e rampa interna que<br />
termina na janela redonda). Estas estruturas diferenciam-se em certos pontos para <strong>de</strong>pois dar origem a<br />
ramificações que vão constituir as duas porções do nervo esteto-acústico, a porção coclear que recolhe no ouvido<br />
interno as impressões auditivas e as transmite ao cérebro e o nervo vestibular que recebe informações<br />
propriocéptivas sobre a posição da cabeça e seus movimentos. O labirinto membranoso compreen<strong>de</strong> os canais<br />
semicirculares, três pequeno tubos ósseos, curva<strong>dos</strong> em semicírculo, situa<strong>dos</strong> por cima e por trás do vestíbulo, no<br />
qual se abrem numa vesícula - utriculo, por baixo da qual se encontra outra mais pequena - o sáculo - on<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>semboca o caracol.<br />
• Tanto os canais como as vesículas estão cheias <strong>de</strong> um liquido chamado endolinfa; e to<strong>dos</strong> os espaços entre o<br />
labirinto ósseo e membranoso estão preenchi<strong>dos</strong> por um liquido chamado périlinfa.<br />
• Fisiologia do ouvido: Os sons recolhi<strong>dos</strong> pelo pavilhão auricular são conduzi<strong>dos</strong> pelo canal auditivo até á membrana<br />
do tímpano, a qual faz vibrar, e transmitir à ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> ossiculos e <strong>de</strong>sta ao ouvido interno através da janela oval,<br />
criando um sistema vibratório que actua nas terminações do nervo cóclear, dando origem a estímulos que são<br />
conduzi<strong>dos</strong> ao cérebro. Em relação com o equilíbrio estão as informações propriocéptivas, que fazem vibrar a<br />
endolinfa e périlinfa, vão impressionar as terminações do nervo vestibular, originando estímulos que contribuem<br />
para a formação do equilíbrio, (noção da posição no espaço).<br />
• A audição aumenta imenso no meio subaquático; <strong>de</strong> facto a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação do som passa <strong>de</strong> 340 m/s<br />
no ar para 1460 a 1600 m/s na água.<br />
Sistema Osteo-múscuIar<br />
• O sistema ósseo é um suporte firme que dá forma ao corpo e sustenta as suas diversas partes; protege os órgãos<br />
vitais <strong>de</strong> agressões e facilita os movimentos, pois actua em conjunto com os músculos que se fixam através <strong>de</strong><br />
tendões.<br />
Sistema Nervoso<br />
• O sistema nervoso é constituído por duas partes fundamentais:<br />
1. O Sistema Nervoso Central: constituído pelo cérebro, cerebelo, bolbo raquidiano (encerra<strong>dos</strong> no crânio) e<br />
medula-espinhal, no interior da coluna vertebral, que controla os actos <strong>de</strong> relação, constituí<strong>dos</strong> por duas<br />
substâncias; a branca, <strong>de</strong> sustentação e a cinzenta, on<strong>de</strong> se localizam a memória <strong>dos</strong> centros <strong>de</strong> comando.<br />
2. O Sistema Nervoso Periférico: constituído pelos nervos sensitivos e motores que asseguram as funções vitais.<br />
A Visão<br />
• Aparelho Visual: é constituído pelo globo ocular e respectivo nervo óptico e órgãos acessórios, que o protegem e o<br />
movem.<br />
• O Globo Ocular: é composto por varias membranas - esclerótica, córnea, coroi<strong>de</strong>ia e retina; e meios transparentes -<br />
humor aquoso, cristalino e humor vítreo.<br />
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• Entre a córnea e o cristalino há um diafragma - a Íris, cujo centro é perfurado – pupila, que aumenta ou diminui <strong>de</strong><br />
diâmetro, conforme a intensida<strong>de</strong> da luz.<br />
• Os órgãos acessórios são: as pálperas, glândulas lacrimais, músculos, pestanas e sobrancelhas.<br />
• Em meio aquático verifica-se urna absorção do espectro luminoso e uma imagem <strong>de</strong>formada e mal <strong>de</strong>finida <strong>dos</strong><br />
objectos, <strong>de</strong>vido ao índice <strong>de</strong> refracção da água, (semelhante à <strong>dos</strong> meios transparentes do olho), imagem que se<br />
corrige utilizando uma máscara que interpõe uma camada <strong>de</strong> ar entre a água e o olho.<br />
• Esta correcção provoca no entanto um aumento aparente <strong>dos</strong> objectos e urna diminuição aparente da distância. Os<br />
peixes parecem-nos maiores e mais próximos.<br />
Aparelho Digestivo<br />
• O aparelho digestivo é constituído essencialmente par um conjunto <strong>de</strong> estruturas tubulares (boca faringe, esófago,<br />
estômago, intestino <strong>de</strong>lgado e cólon) umas com função essencialmente <strong>de</strong> passagem e outras com capacida<strong>de</strong><br />
para aproveitar e modificar os alimentos, e que comunica para o exterior superiormente através da boca e<br />
inferiormente através do ânus.<br />
• Possui ainda diversos órgãos anexos (glândulas salivares, fígado, pâncreas, etc.), <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> a ajudar a digestão,<br />
tornando os alimentos absorvíveis.<br />
CONTRA-INDICAÇÕES PARA A PRÁTICA DO MERGULHO<br />
• O estado físico <strong>de</strong> um mergulhador <strong>de</strong>ve correspon<strong>de</strong>r a certas normas, pelo que <strong>de</strong>ve fazer um exame médico, <strong>de</strong><br />
forma a <strong>de</strong>spistar eventuais <strong>de</strong>ficiências que ponham em risco a sua integrida<strong>de</strong> física durante a prática <strong>de</strong>sta<br />
activida<strong>de</strong>, pois algumas patologias correm o risco <strong>de</strong> ser agravadas pelo mergulho, quer pelo efeito <strong>de</strong> pressão,<br />
quer pelo esforço físico.<br />
• Há também o risco <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar uma crise aguda que exige um retorno imediato à superfície, o que nem<br />
sempre é possível.<br />
• Cada indivíduo é um caso, e exige uma <strong>de</strong>cisão individual, sendo impossível estabelecer regras simples e rígidas,<br />
quer quanto às patologias que contra-indicam a prática do mergulho, quer sobre os exames complementares <strong>de</strong><br />
diagnostico a que o indivíduo se <strong>de</strong>ve submeter. É no entanto aceite, por quase to<strong>dos</strong>, que as condições físicas<br />
exigidas para a prática do <strong>Mergulho</strong> <strong>de</strong> Recreação (amador), não po<strong>de</strong>m ser tão rigorosas como para o <strong>Mergulho</strong><br />
Profissional, havendo igualmente consenso sobre algumas patologias que são motivo para uma inaptidão <strong>de</strong>finitiva.<br />
- Patologia Pulmonar:<br />
1. Exérese pulmonar parcial;<br />
2. Tumor pulmonar ou pleural;<br />
3. Fibroses;<br />
4. Alvéolites;<br />
5. Embolia pulmonar ou suas sequelas;<br />
6. Estenose brônquica (tubercelosa ou neoplásica);<br />
7. Brônquios válvulares.<br />
- Patologia Neurológica:<br />
1. Epilepsia<br />
2. Doenças evolutivas e <strong>de</strong>generativas do Sistema Nervoso (Esclerose lateral)<br />
3. Intervenções neurocirúrgicas ou do S.N.C.<br />
- Patologia Oftalmológica<br />
1. Descolamento <strong>de</strong> retina;<br />
2. Miopia <strong>de</strong> grau elevado (> 4 D) com alterações da retina;<br />
3. Prótese ocular;<br />
4. Querátotomia radical;<br />
5. Hemorragia vítrea;<br />
6. Retinopatia diabética;<br />
7. Nistágmo com grave diminuição da visão;<br />
8. Glaucoma congestivo (ângulo fechado).<br />
- Patologia Cardiovascular<br />
1. Coronáriopatia evolutiva;<br />
2. Enfarte do Miocárdio;<br />
3. Dissecação da Aorta;<br />
4. Aneurisma;<br />
5. Taquicardia Paroxistica Supraventricular;<br />
6. Bloqueio Aurículo-Ventricular 3º grau;<br />
7. Fibrilhação Auricular;<br />
8. Wolf-Parkinson-White;<br />
9. Pacemaker.<br />
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- Patologia do O.R.L.:<br />
1. Otite crónica supurada;<br />
2. Esvaziamento retromastoidiano;<br />
3. Síndroma vertiginoso (Meunier).<br />
- Patologias diversas<br />
1. Insuficiência Renal;<br />
2. Espasmófilia;<br />
3. Acrocianose;<br />
4. Crioalergia;<br />
5. Doença <strong>de</strong> Raynaud;<br />
6. Diabetes e outras endocrinópatias;<br />
7. Etilismo crónico;<br />
8. Perturbações psiquiátricas;<br />
9. Toxico<strong>de</strong>pendência.<br />
• Muitas outras situações implicam uma inaptidão temporária: fracturas ou cirurgias recentes, traumatismo craniano,<br />
infecções agudas etc.;<br />
• Outras necessitam <strong>de</strong> avaliação por especialistas após realização <strong>de</strong> exames complementares: Patologia<br />
Pulmonar, Neurológica, O.R.L., Oftalmológica, Cardiovascular, etc.;<br />
• Outras ainda implicam tratamento antes <strong>de</strong> iniciar a prática: Rinite, Sinusite, Laringocélo, Hérnia, etc.<br />
EFEITOS DO MERGULHO SOBRE O CORPO HUMANO<br />
Respirar Gases a Alta Pressão<br />
• À medida que a profundida<strong>de</strong> (e a pressão aumenta, o pulmão necessita<br />
respirar gases a pressões muito altas para não colapsar (o pulmão é elástico).<br />
• A pressão parcial <strong>dos</strong> seus componente é também muito elevada permitindo<br />
a solubilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s por exemplo <strong>de</strong> Azoto no sangue.<br />
• Respirar gases a alta pressão, como o azoto, oxigénio ou monóxido <strong>de</strong><br />
carbono é um <strong>dos</strong> principais factores <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> mergulho, provocando<br />
alterações do organismo potencialmente mortais.<br />
ACIDENTES DE MERGULHO<br />
• É necessário reconhecer os sinais e sintomas, saber quais os primeiros-socorros e como cada situação beneficia<br />
do uso <strong>de</strong> oxigénio.<br />
1. Doença <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão<br />
2. Sobrepressão pulmonar<br />
3. Quase afogamento<br />
4. Choque<br />
5. Intoxicação por monóxido <strong>de</strong> carbono<br />
Intoxicação pelo Oxigénio<br />
• Po<strong>de</strong> provocar em concentrações alterações do Sistema Nervoso, do Tecido Pulmonar (alvéolo) ou do Aparelho da<br />
Visão.<br />
• Intoxicação pelo O2 é um fenómeno muito raro no mergulho amador que cumpre as regras <strong>de</strong> segurança.<br />
Surge:<br />
• Ao fim <strong>de</strong> 100 minutos a uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> -7 metros;<br />
• Ao fim <strong>de</strong> 45 minutos a -85 metros<br />
• Ao fim <strong>de</strong> 5 minutos a -95 metros.<br />
• po<strong>de</strong>m surgir alterações <strong>dos</strong> alvéolos pulmonares nos mergulhadores profissionais com longas horas <strong>de</strong> imersão. A<br />
Po<strong>de</strong> ocasionar:<br />
• Crispação da face e mímica;<br />
• Perturbações da visão e perturbações da audição;<br />
• Vertigens, náuseas e soluços;<br />
• Nervosismo, irritabilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pressão;<br />
• Cãibras;<br />
• Convulsões;<br />
• Desmaios.<br />
Tratamento:<br />
• Remoção da água;<br />
• Reanimação;<br />
• Nunca dar oxigénio.<br />
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Intoxicação pelo azoto<br />
• Nas profundida<strong>de</strong> superiores a -50 metros, o Azoto po<strong>de</strong> provocar intoxicação semelhante (nos seus efeitos) á<br />
intoxicação alcoólica.<br />
• Assim surge a Lei <strong>de</strong> Martini, e diz-nos que a cada aumento <strong>de</strong> 15 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong> a um<br />
Martini tomado com o estômago vazio.<br />
Prevenção:<br />
• Evitar mergulhos abaixo <strong>dos</strong> -40 metros, fazê-lo apenas com um mergulhador experiente e nunca abaixo <strong>dos</strong> -60<br />
metros.<br />
Sinais <strong>de</strong> Aviso:<br />
• Sensação <strong>de</strong> ineficácia ou <strong>de</strong>sequilíbrio;<br />
• Alterações auditivas e diminuição da acuida<strong>de</strong> visual.<br />
Sinais <strong>de</strong> Estado:<br />
• Alterações da atenção e memória, incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar operações aritméticas simples;<br />
• Lentidão;<br />
• Descoor<strong>de</strong>nação;<br />
• Apatia total;<br />
• Imobilida<strong>de</strong>;<br />
• Euforia;<br />
• Agressivida<strong>de</strong>.<br />
Tratamento:<br />
• Consiste em diminuir a profundida<strong>de</strong> até que os sintomas <strong>de</strong>sapareçam.<br />
Prof. Disposição<br />
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SINTOMAS DA NARCOSE PELO AZOTO<br />
Funções<br />
intelectuais<br />
-10 - Euforia média - Raciocínio médio<br />
-20<br />
Respostas a estímulos<br />
- Retardada a estímulos<br />
visuais e sonoros<br />
Coor<strong>de</strong>nação<br />
e equilíbrio<br />
- Pequena diminuição<br />
-30 - Comprometimento motor<br />
-40<br />
- Demasiada confiança e<br />
alegria<br />
- Ataque <strong>de</strong> riso<br />
- Erros <strong>de</strong> cálculo<br />
- Escolhas erradas<br />
- I<strong>de</strong>ias fixas<br />
- Acentuada diminuição da<br />
resposta<br />
-50 - Despreocupação - Opções erradas - Severa diminuição<br />
-60<br />
- Risos<br />
- Histeria<br />
-70 - Terror nalguns casos<br />
- Confusão e sonolência<br />
- Falta <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
análise<br />
- Muito retardada<br />
- Diminuição da coor<strong>de</strong>nação<br />
motora<br />
- Vertigens<br />
- Perda <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong><br />
- Diminuição da <strong>de</strong>streza<br />
-80 - Alucinações - Torpor - Inconsciência<br />
- Perda grave das<br />
capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
coor<strong>de</strong>nação motoras<br />
-90 - Inconsciência - Sem resposta - Severa perda <strong>de</strong> <strong>de</strong>streza<br />
Intoxicação por dióxido <strong>de</strong> carbono<br />
• A principal causa tem a ver com doenças pulmonares <strong>de</strong> base <strong>dos</strong> mergulhadores.<br />
• Outras po<strong>de</strong>rão ser causadas por má regulação do material, má técnica ou esforço exagera<strong>dos</strong>.<br />
Prevenção:<br />
• Respiração calma;<br />
• Não fazer esforços violentos;<br />
• Abortar o mergulho quando a respiração se fizer com dificulda<strong>de</strong>.<br />
Sintomas:<br />
• Aumento da amplitu<strong>de</strong> e frequência respiratórias;<br />
• Dores <strong>de</strong> cabeça;<br />
• Frio exagerado;<br />
• Congestão facial;<br />
• Confusão;<br />
• Apatia;<br />
• Desmaio.<br />
82
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA<br />
Tratamento:<br />
• Suspensão <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> física e do mergulho;<br />
• Administração <strong>de</strong> Oxigénio;<br />
• Eventual reanimação.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
TOXICIDADE POR CO2<br />
Pressão Parcial CO2 (mmHg) SINTOMAS<br />
RISCO<br />
15.2 Aumento da frequência respiratória<br />
30.4 Dores <strong>de</strong> cabeça, Frio exagerado<br />
53.2 Perda <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong> apneia, Congestão facial, Confusão<br />
70 Apatia, Risco <strong>de</strong> sincope respiratória, Perda <strong>de</strong> conhecimento, Possível morte<br />
Intoxicação pelo monóxido <strong>de</strong> carbono<br />
Causa:<br />
• Respiração <strong>de</strong> um gás contaminado por monóxido <strong>de</strong> carbono (Contaminação do ar comprimido por uma fonte<br />
produtora <strong>de</strong> CO - pelo escape do compressor);<br />
• Armazenamento prolongado da garrafa cheia.<br />
Efeitos:<br />
• Extremamente grave - mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 80%<br />
• Lesões cerebrais em 10%<br />
• O monóxido <strong>de</strong> carbono afecta o sangue <strong>de</strong> diversas formas reduzindo a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigénio disponível para os<br />
teci<strong>dos</strong> e os órgãos;<br />
• O monóxido <strong>de</strong> carbono po<strong>de</strong>, por si só, actuar como veneno celular.<br />
Sinais:<br />
• Os lábios e as unhas avermelhadas, sinais tradicionalmente aceites, po<strong>de</strong>m não ser observáveis.<br />
Sintomas:<br />
• Dor <strong>de</strong> cabeça intensa;<br />
• Falta <strong>de</strong> ar;<br />
• Tonturas, náuseas.<br />
• Confusão mental;<br />
• Irritabilida<strong>de</strong>;<br />
• Fraqueza e <strong>de</strong>smaio;<br />
• Convulsões;<br />
• Visão <strong>de</strong> túnel;<br />
• Pulso rápido e respiração rápida;<br />
• Coma.<br />
Tratamento:<br />
• Interrupção do mergulho;<br />
• Reanimação;<br />
• Oxigénio;<br />
• Câmara Hiperbárica.<br />
Prevenção:<br />
• De preferência usar compressores eléctricos.<br />
• Boa qualida<strong>de</strong> do ar comprimido (segundo a Norma EN132).<br />
• Cumprir a manutenção programada aos compressores.<br />
1. Executar a limpeza regular do compressor;<br />
2. Proce<strong>de</strong>r à mudança <strong>de</strong> filtro;<br />
3. Verificar o nível <strong>de</strong> óleo e, se necessário mudá-lo.<br />
• Seguir todas as indicações do fabricante;<br />
1. Filtro na entrada <strong>de</strong> ar do compressor, sempre limpo.<br />
2. Tubo <strong>de</strong> admissão <strong>de</strong> ar com diâmetro superior a 5 cm;<br />
3. Comprimento do tubo nunca inferior a 3 m.<br />
• Nunca armazenar ar mais <strong>de</strong> 3 meses.<br />
• Purgar totalmente o cilindro (garrafa) antes do enchimento.<br />
• Ter em atenção o local <strong>de</strong> enchimento e o espaço envolvente (variações do vento e poluição).<br />
1. Não fumar junto ao compressor;<br />
2. Não cozinhar junto ao compressor.<br />
83
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA<br />
Primeiros-socorros:<br />
• Afastar a vítima do gás contaminado tão rapidamente quanto possível<br />
• Deitar a vítima com as remas levantadas<br />
• Administrar oxigénio a 100% ou ventilação artificial enriquecida em oxigénio, conforme apropriado<br />
• Evacuar a vítima para um estabelecimento hospitalar<br />
Benefícios do oxigénio a 100%:<br />
• Mais oxigénio é transportado em solução no sangue para manter a vida e reduzir os danos nos teci<strong>dos</strong><br />
• Algum auxílio na quebra da carboxihemoglobina e na recuperação da função celular, embora tal seja limitado pela<br />
pressão normobárica<br />
Sumário<br />
• A administração <strong>de</strong> oxigénio é um benefício para a maioria <strong>dos</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> mergulho;<br />
• Para a doença <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão, a sobrepressão pulmonar e a intoxicação por monóxido <strong>de</strong> carbono, o oxigénio<br />
a 100% é necessário:<br />
• Administrar oxigénio tão cedo quanto possível;<br />
• O oxigénio é um suplemento para os procedimentos normais <strong>de</strong> primeiros-socorros para incrementar a sua<br />
eficácia;<br />
• A vítima <strong>de</strong>ve sempre ser evacuada para um estabelecimento hospitalar ou para uma câmara <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão<br />
tão rapidamente quanto possível.<br />
BAROTRAUMATISMOS<br />
Barotraumatismos da <strong>de</strong>scida<br />
1. Ouvido;<br />
2. Olhos;<br />
• Placagem da máscara<br />
3. Seios peri-nasais.<br />
Barotraumatismos da subida<br />
1. Dentes.<br />
2. Ouvi<strong>dos</strong> e Seios peri-nasais.<br />
3. Olhos.<br />
• Lentes <strong>de</strong> contacto no centro (> 0.4 mm).<br />
4. Aparelho respiratório.<br />
• Enfisema pulmonar;<br />
• Pneumotórax;<br />
• Enfisema mediastínico;<br />
• Embolia barotraumática.<br />
4. Pele.<br />
• Enfisema subcutâneo.<br />
5. Aparelho digestivo:<br />
• Cólica do escafandrista (> 1 litro).<br />
DOENÇA DE DESCOMPRESSÃO<br />
• As doenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão foram, no passado<br />
habitualmente referidas como formas <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scompressão (<strong>de</strong>vido aos efeitos adversos da<br />
absorção <strong>de</strong> gás) ou <strong>de</strong> embolia gasosa (<strong>de</strong>vido aos<br />
danos físicos no tecido pulmonar).<br />
• Estas situações conduzem à formação <strong>de</strong> bolhas gasosas<br />
<strong>de</strong> azoto ou ar na circulação sanguínea ou nos teci<strong>dos</strong>. É<br />
praticamente impossível para o mergulhador <strong>de</strong>sportivo<br />
distinguir as duas causas.<br />
• Como o primeiro socorro e o mesmo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
da causa, a prática corrente não é distinguir. mas apenas<br />
<strong>de</strong>screver os sinais e sintomas e flua o seu ritmo <strong>de</strong><br />
mudança é progressão.<br />
• Os mecanismos envolvi<strong>dos</strong> são a libertação ina<strong>de</strong>quada<br />
<strong>de</strong> azoto <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong> durante a subida. formam-se bolhas<br />
em:<br />
- Sangue venoso - interfere corno o fluxo sanguíneo e por conseguinte com o fornecimento <strong>de</strong> oxigénio aos<br />
teci<strong>dos</strong> a órgãos. Um possível “Patent Foramen Ovals” (PFO) - orifício na pare<strong>de</strong> que divi<strong>de</strong> as meta<strong>de</strong>s<br />
esquerda a direita do coração - permite a passagem <strong>de</strong> bolhas da circulação venosa para a arterial<br />
- Teci<strong>dos</strong> - danifica os teci<strong>dos</strong> e exerce pressão sobre os vasos sanguíneos adjacentes reduzindo o fluxo<br />
sanguíneo.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
84
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA<br />
Aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão<br />
• 50% <strong>de</strong>stes aci<strong>de</strong>ntes nos primeiros 30 minutos após o mergulho;<br />
• 50% nas 12 a 18 horas seguintes.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
FREQUÊNCIA DAS QUEIXAS RELACIONADAS COM OS ACIDENTES DE DESCOMPRESSÃO<br />
Dor local (braços e pernas) 89 %<br />
Tontura 5.3 %<br />
Paralisia 2.3 %<br />
Falta <strong>de</strong> ar / Asfixia 1.6 %<br />
Fadiga extrema e dor 1.3 %<br />
Colapso com perda <strong>de</strong> conhecimento 0.5 %<br />
LOCALIZAÇÃO<br />
COMPLICAÇÕES<br />
• Mais frequentes ao nível da espinal medula que do cérebro;<br />
Sistema Nervoso<br />
• Tratamento em câmara hiperbárica po<strong>de</strong> reverter a situação:<br />
1. Picadas nas pernas;<br />
2. Falta <strong>de</strong> força;<br />
3. Dificulda<strong>de</strong> na marcha.<br />
Extremida<strong>de</strong>s • Bolhas <strong>de</strong> localização oste-muscular (mais frequente no ombro e cotovelo)<br />
Pulmões • Embolias Pulmonares.<br />
Pele • "Pulgas" do mergulhador - comichão intensa.<br />
Lesão física do tecido pulmonar por sobre-extensão <strong>de</strong>vida a sobrepressão:<br />
• Embolia gasosa - bolhas na circulação arterial interferem com o fluxo da sangue e por conseguinte com o<br />
fornecimento <strong>de</strong> oxigénio aos teci<strong>dos</strong> e aos órgãos.<br />
• Embora os danos físicos sejam reduzi<strong>dos</strong>, esta é a situação <strong>de</strong> maior perigo por as bolhas afectarem órgãos vitais.<br />
• Ainda que este estado possa ter efeitos a longo prazo conheci<strong>dos</strong> por doença <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão crónica (como a<br />
osteonecrose), é a doença <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão na sua forma aguda e <strong>de</strong> curto prazo com que nos <strong>de</strong>paramos numa<br />
situação <strong>de</strong> emergência.<br />
Sinais e sintomas da doença <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão<br />
Estes sinais e Sintomas po<strong>de</strong>m aparecer logo após a chegada à superfície ou <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um consi<strong>de</strong>rável período <strong>de</strong><br />
tempo:<br />
• Qualquer anormalida<strong>de</strong> após uma subida anormal.<br />
• Comichão, erupções cutâneas. Insensibilida<strong>de</strong>, picadas, dores articulares.<br />
• Perturbações visuais.<br />
• Tortura, náusea.<br />
• Dor <strong>de</strong> cabeça, confusão.<br />
• Letargia, cansaço.<br />
• Dificulda<strong>de</strong>s respiratórias.<br />
• Fraqueza, paralisia.<br />
• Incontinência.<br />
• Choque – Inconsciência – Morte.<br />
Primeiros-socorros.<br />
• Deitar a vítima.<br />
• Manter a vítima calma.<br />
• Administrar oxigénio a 100%.<br />
• Tratar o choque.<br />
• Evacuar a vítima para uma câmara <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão o mais rapidamente possível.<br />
Benefícios do oxigénio a 100%:<br />
• A redução da pressão parcial do azoto no sangue gera um maior gradiente <strong>de</strong> pressão do azoto ajudando à<br />
eliminação do azoto nas bolhas (<strong>de</strong> azoto ou <strong>de</strong> ar) existentes no sangue ou nos teci<strong>dos</strong> (oxigénio a 100 % é muito<br />
mais eficaz que a 50%).<br />
• Aumenta o fornecimento <strong>de</strong> oxigénio aos teci<strong>dos</strong> carencia<strong>dos</strong> <strong>de</strong> sangue <strong>de</strong>vido a bloqueio provocado por<br />
Bolhas.<br />
85
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA<br />
SOBREPRESSÃO PULMONAR<br />
• Quando se mergulha com escafandro autónomo, não existe diminuição do volume intratorácico, pois existe<br />
equilibro entre a pressão ambiente e a pressão intratorácica, o que significa que o volume e igual tanto à superfície<br />
como a 20 ou 40 metros, variando apenas a pressão do gás contido nos alvéolos, assim o mergulhador consome<br />
muito mais ar em profundida<strong>de</strong> que à superfície (a 40 m a capacida<strong>de</strong> pulmonar é <strong>de</strong> 4,5 L á pressão <strong>de</strong> 5 ATA o<br />
que correspon<strong>de</strong> a 22,5 L à superfície, 4,5 L x 5 = 22,5)<br />
• Este aci<strong>de</strong>nte po<strong>de</strong> ocorrer durante a subida, como resultado do ar no interior <strong>dos</strong> pulmões não ser expelido para o<br />
exterior ou, sê-lo em quantida<strong>de</strong> insuficiente através da expiração, e por diminuição da pressão, vai provocando<br />
urna dilatação <strong>dos</strong> alvéolos, levando á passagem <strong>de</strong> bolhas para as veias pulmonares ou espaços intersticiais<br />
variando o quadro clinico com a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar contido nos pulmões, no início da subida, e com a velocida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sta . Há possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> passagem <strong>de</strong> ar sem rotura.<br />
• Os maiores problemas surgem nos últimos metros da subida, quando se verificam variações maiores do volume<br />
gasoso, (um volume X a 4 ATA - 30m, duplica a 2 ATA - 10m e quadruplica a 1 ATA - superfície).<br />
• Os danos físicos causa<strong>dos</strong> por sobrepressão mas que ocorrem <strong>de</strong> um modo diferente, resultando na fuga <strong>de</strong> ar <strong>dos</strong><br />
pulmões e no seu alojamento na cavida<strong>de</strong> toráxica ou entre os órgãos que ocupam esta cavida<strong>de</strong>:<br />
1. Pneumotórax - ar entre a pleura parietal e a pare<strong>de</strong> toráxica provocando o colapso do pulmão.<br />
2. Enfisema - ar alojado na área em redor do coração ou na base do pescoço que po<strong>de</strong> exercer pressão nos<br />
órgãos adjacentes, impedindo-os <strong>de</strong> funcionar<br />
3. Ainda que ambos possam ocorrer isoladamente, o pneumotórax e o enfisema são em geral acompanha<strong>dos</strong><br />
por Embolia gasosa.<br />
Causas:<br />
• Subida rápida.<br />
• Valsava durante a subida.<br />
• Obstáculo à saída <strong>de</strong> ar:<br />
- Espasmo da glote – Pânico ou crise compulsiva<br />
- Pânico frénico - Soco no epigastro<br />
- Doença pulmonar obstrutiva - Asma<br />
Sintomas:<br />
• Destruição do parênquima pulmonar:<br />
- Dispneia<br />
- Tosse<br />
- Hemóptises<br />
- Cianose<br />
Sinais (os sinais e sintomas aparecem em geral logo após a chegada à superfície):<br />
• Desconforto no peito (dor).<br />
• Espuma <strong>de</strong> saliva com sangue.<br />
• Redução da capacida<strong>de</strong> ventilatória.<br />
• Alteração do tom <strong>de</strong> voz. Crepitação.<br />
• Choque.Inconsciência, morte.<br />
Primeiros-socorros:<br />
• Deitar a vítima<br />
• Manter a vítima calma<br />
• Administrar oxigénio a 100 %<br />
• Tratar o choque e evacuar a vitima para uma câmara <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão o mais rapidamente possível<br />
Benefícios do oxigénio a 100 %:<br />
• Na redução da pressão parcial do azoto no sangue ajuda à reabsorção do azoto contido no ar que escapa <strong>dos</strong><br />
pulmões.<br />
• Compensa a redução da área <strong>de</strong> pulmão disponível para trocas gasosas em casos <strong>de</strong> colapso do pulmão.<br />
Rotura Alvéolar<br />
No caso <strong>de</strong> extensa rotura alvéolar po<strong>de</strong> surgir insuficiência respiratória<br />
• Enfizema - Entrada <strong>de</strong> ar nos teci<strong>dos</strong> pulmonares irtersticiais.<br />
- Alteração da voz.<br />
- Pressão na orofaringe .<br />
- Dispneia.<br />
- Disfagia.<br />
- Mal estar retroesternal.<br />
- Sincope.<br />
• Pneumotórax - Rotura da pleura visceral.<br />
- Dor súbita unilateral<br />
- Dispneia<br />
- Expectoração hemoptóica<br />
• Embolia gasosa - Passagem <strong>de</strong> gás para as veias pulmonares po<strong>de</strong>ndo provocar obstrução vascular ou atingir o<br />
cérebro ou outros órgãos.<br />
• Os sintomas da embolia gasosa surgem 10 a 15 minutos após a imersão.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
86
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA<br />
Complicações:<br />
• Cerebral:<br />
- Coma (40%)<br />
- Convulsões<br />
- Hemiplegia<br />
- Vómitos e cefaleias<br />
- Alterações <strong>dos</strong> órgãos <strong>dos</strong> senti<strong>dos</strong><br />
• Coronária:<br />
- Paragem Cardio-Respiratória<br />
Prevenção:<br />
• Nunca bloquear a expiração durante a subida (valsava)<br />
• Controlar a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida - não ultrapassar as bolhas expiradas.<br />
Tratamento:<br />
• Destruição do parênquima<br />
- Oxigénio<br />
- Suporte cardio-respiratório<br />
- Correcção do equilíbrio hidroelectrolitico<br />
• Enfizema:<br />
- Oxigénio<br />
- Repouso<br />
- Recompressão<br />
• Pneumotórax - Oxigénio e Drenagem cirúrgica<br />
Se associado a embolia gasosa - Recompressão e drenagem cirúrgica no interior da Câmara Hiperbárica.<br />
• Embolia gasosa arterial<br />
- Reanimação Cardio-Respiratória<br />
- Recompressão imediata.<br />
QUASE AFOGAMENTO<br />
Causa:<br />
• Interrupção da ventilação por inalação <strong>de</strong> fluído.<br />
Sinais e sintomas:<br />
• Ausência <strong>de</strong> ventilação<br />
• Pupilas dilatadas<br />
• Pulso fraco ou ausente<br />
Primeiros-socorros:<br />
• Ventilação artificial - se possível, enriquecida em Oxigénio<br />
• Compressão cardíaca - se necessário<br />
• Uma vez restabeleci<strong>dos</strong> o pulso e a ventilação, colocar a vítima em posição lateral <strong>de</strong> segurança (PLS)<br />
• Evacuar a vítima para um estabelecimento hospitalar, mesmo se aparentemente esta se encontra restabelecida<br />
(risco <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong>vido a afogamento secundário)<br />
Benefícios do oxigénio:<br />
• Aumenta a concentração <strong>de</strong> oxigénio que chega aos pulmões da vítima durante a ventilação artificial.<br />
Circulação ina<strong>de</strong>quada mesmo em <strong>de</strong>scanso.<br />
• Os teci<strong>dos</strong> são danifica<strong>dos</strong> <strong>de</strong>vido a oxigenação <strong>de</strong>ficiente e a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> resíduos metabólicos.<br />
• O choque está presente em maior ou menor grau sempre que ocorrem danos físicos.<br />
Sinais e sintomas:<br />
• Oxigenação ina<strong>de</strong>quada - fraqueza tontura<br />
• Deslocação <strong>de</strong> sangue para os órgãos vitais – pali<strong>de</strong>z, sudação.<br />
• Redução do fornecimento <strong>de</strong> sangue aos órgãos vitais - pulso rápido, ventilação rápida e superficial, inconsciência<br />
Primeiros-socorros:<br />
• Tratar a causa principal.<br />
• Animar a vitima. Manter a vítima calma (reduz a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um maior fluxo sanguíneo).<br />
• Deitar a vítima (aumenta o fornecimento <strong>de</strong> sangue ao cérebro).<br />
• Elevar as pernas da vítima (incrementa a tensão arterial) - não o fazer em caso <strong>de</strong> doença <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão.<br />
• Administrar oxigénio (compensa o fluxo sanguíneo reduzido).<br />
• Manter a vitima quente e confortável. Controlar continuamente o estado da vitima.<br />
• evacuar o vitima para um estabelecimento hospitalar.<br />
Choque por imersão<br />
Consi<strong>de</strong>rações adicionais<br />
• Manter a vitima sempre na horizontal<br />
• Desencorajar qualquer activida<strong>de</strong> por parte da vitima<br />
Benefícios do oxigénio<br />
• o aumento <strong>de</strong> oxigénio dissolvido no sangue compensa os efeitos da redução do fluxo cardíaco.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
87
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA<br />
HIPOTERMIA<br />
• Hipotálamo “regulador térmico”<br />
(-) Perda <strong>de</strong> calor por condução e convecção<br />
(-) Perda <strong>de</strong> calor na água e 25x maior que no ar<br />
(-) Respiração<br />
(+) Vasoconstrição cutânea<br />
(+) Hemoconcentração<br />
(+) Aumento do metabolismo basal<br />
(+) Contracção muscular<br />
• Medidas Preventivas<br />
- Fato;<br />
- Sem prévia exposição ao frio;<br />
- Bebidas quentes antes e <strong>de</strong>pois;<br />
- Alimentação rica em hidratos <strong>de</strong> carbono e evitar respirar rápido.<br />
OS ACIDENTES MAIS FREQUENTES<br />
Inicio do mergulho<br />
Na Descida<br />
À superfície<br />
- Hidrocussão<br />
Fim do mergulho<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
- Intoxicação O2<br />
- Dores <strong>de</strong> ouvi<strong>dos</strong><br />
- Ruptura do tímpano<br />
- Sucção <strong>dos</strong> olhos<br />
- Dores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />
- Dores nos seios peri-nasais<br />
- Síndroma vertiginoso<br />
Durante o mergulho<br />
- Afogamento<br />
- Pânico<br />
No Fundo<br />
- Intoxicações gasosas (CO2 e O2)<br />
- Vertigens (<strong>de</strong> Meunier)<br />
- Cansaço<br />
- Frio<br />
Na Subida<br />
- Síndroma da <strong>de</strong>scompressão<br />
- Sobrepressão pulmonar<br />
- Subida em balão<br />
- Dores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />
- Dores nos seios peri-nasais<br />
- Dores no intestino <strong>de</strong>lgado<br />
- Cólica do mergulhador<br />
88
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
MATERIAL - ESCAFANDRO<br />
48
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
NORMAS INTERNACIONAIS<br />
• Antes iniciarmos a sessão <strong>de</strong>stinada ao conhecimento e à prática cuidada da montagem do equipamento, a<br />
experiência obriga-nos, a focar os pontos teóricos mais importantes para que esta activida<strong>de</strong> seja tratada com a<br />
dignida<strong>de</strong> técnica que merece. É nosso objectivo final que o aluno esteja preparado para tratar o material com<br />
alguma familiarida<strong>de</strong>, para mais coinci<strong>de</strong>ntemente praticar esta activida<strong>de</strong>.<br />
• O material <strong>de</strong> uso nas activida<strong>de</strong>s subaquáticas, em geral, ao longo séculos e, especialmente a partir <strong>dos</strong> anos 50,<br />
no caso do mergulho com escafandro, tomou uma forma e um dimensionamento mais cuidado na utilização e<br />
manuseamento <strong>dos</strong> diferentes equipamentos. Assim, é crucial que o aluno ao iniciar o seu curso <strong>de</strong> mergulho com<br />
escafandro, obtenha os conceitos correctos e a prática mecanizada, mas consciente, do maravilhoso meio que é o<br />
mundo subaquático, mas não esquecendo que é completamente diferente do nosso, mais <strong>de</strong>nso, escuro e frio.<br />
• Como para os outros produtos que são sujeitos à pressão e a ambiente diferentes do normal, também o material <strong>de</strong><br />
mergulho é rigorosamente controlado através <strong>de</strong> Normas. Isto acontece para que o tratamento na produção e o<br />
controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que estes equipamentos têm que ter, sejam padroniza<strong>dos</strong> e não ignora<strong>dos</strong>. Assim instituiu-se<br />
a Norma EN250 para o material <strong>de</strong> mergulho.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
NORMA DE QUALIDADE DO MATERIAL EN250<br />
• Os compressores são o meio que dispomos para introduzir sobre pressão o ar que necessitamos (conforme o<br />
nosso planeamento) para esta activida<strong>de</strong>.<br />
• Por vezes a incorrecta instalação <strong>dos</strong> tubos receptores <strong>de</strong> ar, má manutenção (óleos e filtros), má utilização por<br />
<strong>de</strong>scuido ou <strong>de</strong>sleixo e o seu pouco <strong>de</strong>scanso, são responsáveis pelos aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> mergulho mais frequentes - as<br />
intoxicações. O ar que respiramos têm que ter qualida<strong>de</strong>. Sendo este certificado pela Norma EN132.<br />
NORMA DA QUALIDADE DO AR EN132<br />
• As garrafas <strong>de</strong>vem ter inscritas nas torneiras as normas que regulam as suas válvulas, se observar-mos com mais<br />
atenção está inscrita no corpo da torneira a norma M25 X 2.<br />
NORMA DA TORNEIRA M25 x 2<br />
• As garrafas que não sejam portadoras <strong>de</strong> tal inscrição, consi<strong>de</strong>ram-se fora do grupo <strong>de</strong> material aconselhado para<br />
esta activida<strong>de</strong>, sendo proibido por lei o seu uso.<br />
• Também é factor muito importante a primeira experiência <strong>de</strong> mergulho. Quase to<strong>dos</strong> nós já tivemos uma curta<br />
experiência, por vezes a iniciação sem curso po<strong>de</strong> tornar-se dolorosa e traumatizante. Basta vermos os aci<strong>de</strong>ntes<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão que acontecem com pessoas habilitadas com curso e os aci<strong>de</strong>ntes que acontecem a pessoas<br />
sem formação consciente. Justamente falta-nos falar do nível conferido pelas Escolas <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong>. Muitas<br />
proliferam no nosso pequeno país, algumas <strong>de</strong>las <strong>de</strong> nome bem conhecido, não estando vinculadas ao<br />
regulamento da Fe<strong>de</strong>ração Portuguesa <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s Subaquáticas (FPAS), fogem ao controle <strong>de</strong>sta, por diversos<br />
motivos que são alheios, passam certifica<strong>dos</strong> em que o que o nível <strong>de</strong> aprendizagem do aluno bem po<strong>de</strong> ser<br />
observado quando nos apercebemos da falta <strong>de</strong> preparação e confiança para efectuar os mergulhos após<br />
terminarem o curso. Obrigado por nos escolher, juntos traçaremos o seu percurso em segurança.<br />
GASES MAIS UTILIZADOS NO MERGULHO<br />
• Ar Comprimido - Cientifico, Desportivo e Profissional (buscas, recuperação <strong>de</strong> bens ou cadáveres)<br />
• Misturas Gasosas - Cientifico, Desportivo e Profissional (buscas, recuperação <strong>de</strong> bens ou cadáveres).<br />
• Oxigénio - Profissional (militar), Tratamentos hiperbáricos.<br />
49
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
ESCAFANDROS<br />
• Escafandro é qualquer sistema constituído por um reservatório ou aparelho fornecedor <strong>de</strong> ar (garrafa ou<br />
compressor) e um por um sistema redutor e regulador <strong>de</strong>sse ar para a pressão ambiente a que respira o<br />
mergulhador (vulgarmente conhecido por regulador).<br />
• Quanto à autonomia, os escafandros po<strong>de</strong>m ser:<br />
— NÃO AUTÓNOMOS - sem autonomia - (Pé <strong>de</strong> Chumbo);<br />
— SEMl-AUTÓNOMOS - com autonomia limitada - (Narguillé);<br />
— AUTÓNOMOS - com autonomia Imitada - (Rouquayrol e Denayrouze.<br />
• As três categorias para o mergulho amador, quanto ao circuito, po<strong>de</strong>m ser:<br />
— FECHADO - não há libertação da mistura respirativa para a água (escafandro <strong>de</strong> Davis, Cíclico (Oximax) ou<br />
Pendular);<br />
— SEMI-ABERTO - - aplicado para misturas <strong>de</strong> gás – misturas gasosas - Trimix, Nitrox, Heliox (FGT), Argox,<br />
Neox;<br />
— CIRCUITO ABERTO - Ar comprimido - o produto da expiração do mergulhador é libertado para a água<br />
(Escafandro <strong>de</strong> Le Prieur).<br />
• Os reguladores <strong>de</strong>veriam ser chama<strong>dos</strong> correctamente <strong>de</strong> "redutores/reguladores", uma vez que a sua função é<br />
reduzir a alta pressão da garrafa para uma pressão mais próximo do ambiente, e regular a pressão do ar <strong>de</strong> forma<br />
a ser fornecido ao mergulhador <strong>de</strong> acordo com essa pressão ambiente. Todavia, por comodida<strong>de</strong>, ficaram<br />
conheci<strong>dos</strong> só por reguladores ao constituí<strong>dos</strong> por um ou dois andares, consoante as reduções <strong>de</strong> pressão que<br />
têm:<br />
— UM ANDAR - com redução directa da alta para a pressão ambiente (Mistral);<br />
— DOIS ANDARES com duas reduções da alta para a média (1.º andar), e <strong>de</strong>sta para a baixa pressão (2.º<br />
andar). Estes dois andares po<strong>de</strong>m ser: ACOPLADOS na mesma caixa (Cousteau-Gagnan); SEPARADOS<br />
(regulador actual).<br />
• Os reguladores <strong>de</strong> um andar e <strong>de</strong> dois andares acopla<strong>dos</strong> tinham duas traqueias, sendo uma <strong>de</strong> admissão e outra<br />
<strong>de</strong> escape, que termina numa válvula tipo bico <strong>de</strong> pato. A caixa <strong>de</strong>stes reguladores e constituída por duas partes,<br />
sendo a primeira seca e correspon<strong>de</strong>nte á cassarola <strong>de</strong> Rouquayrol, e a segunda molhada on<strong>de</strong> fica localizada a<br />
válvula <strong>de</strong> escape em bico <strong>de</strong> pato.<br />
• Os reguladores <strong>de</strong> dois andares separa<strong>dos</strong> que se usam actualmente, só têm uma traqueia <strong>de</strong> admissão, entre o<br />
primeiro andar que fica junto à garrafa, com segundo andar com bucal que fica na boca do mergulhador, sendo o<br />
escape feito directamente do segundo andar para o exterior. Aqui o primeiro andar reduz a alta pressão da garrafa<br />
para cerca <strong>de</strong> 10 Kg/cm 2 (média pressão), que é conduzida pela traqueia ao segundo andar, sendo <strong>de</strong> novo<br />
reduzida para a pressão ambiente e regulada <strong>de</strong>forma a ser fornecido o ar a pedido do mergulhador.<br />
O mergulho com circuito aberto<br />
• O escafandro foi criado para se obter gran<strong>de</strong> autonomia <strong>de</strong> movimentos na água em relação da superfície.<br />
• O típico escafandro <strong>de</strong> circuito aberto consiste num cilindro <strong>de</strong> ar comprimido (garrafa) que contém ar comprimido a<br />
alta pressão (HP), um regulador que reduz a pressão do ar da garrafa para a média pressão (MP) no primeiro andar<br />
e por fim para a pressão ambiente (PA) no segundo andar.<br />
• Para seleccionar o equipamento a<strong>de</strong>quado para o mergulho amador, os mergulhadores <strong>de</strong>vem ter em atenção o<br />
seu nível <strong>de</strong> conhecimentos e, saber a diferença entre o mergulho com escafandro e quais as suas técnicas e<br />
riscos (Ar – Circuito Aberto) e a Apneia ou o Snorkeling.<br />
• As vantagens do circuito aberto são:<br />
1. Permite uma gran<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>;<br />
2. O equipamento po<strong>de</strong> ser rápida e facilmente montado;<br />
3. Po<strong>de</strong> ser transportado em embarcações <strong>de</strong> pequenas dimensões;<br />
4. O treino para esta categoria é fácil.<br />
• As <strong>de</strong>svantagens do circuito aberto são:<br />
1. Não po<strong>de</strong> ser utilizado a gran<strong>de</strong>s profundida<strong>de</strong>s e não po<strong>de</strong> ser respirado em gran<strong>de</strong>s permanências;<br />
2. Não po<strong>de</strong> ser utilizado em águas muito frias;<br />
3. Requer sempre a companhia <strong>de</strong> outro mergulhador (buddy system / binómio) para segurança.<br />
Os compressores<br />
• São aparelhos <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> a encher as garrafas do mergulhador.<br />
Nesta conformida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem estar prepara<strong>dos</strong> para fornecerem<br />
pressões da or<strong>de</strong>m <strong>dos</strong> 200 Kg/cm2 a 300 Kg/cm2, o que obriga a<br />
que certos componentes como as caixas <strong>dos</strong> filtros, mangueiras <strong>de</strong><br />
ligação às garrafas, etc. estejam prepara<strong>dos</strong> para suportar estas<br />
pressões. Citamos estes componentes porque são normalmente<br />
aqueles que a que o praticante tem acesso na manutenção normal do<br />
aparelho. Qualquer outro ajuste ou reparação <strong>de</strong>verá ser entregue a<br />
um técnico especializado.<br />
• O compressor é sempre composto por duas partes: o compressor<br />
propriamente dito e o motor que o acciona. Este po<strong>de</strong> ser eléctrico ou <strong>de</strong> explosão e neste caso temos <strong>de</strong> ter mais<br />
cuidado com os gases <strong>de</strong> escape para que não sejam capta<strong>dos</strong> pelo tubo <strong>de</strong> pesca do compressor. Mesmo no caso<br />
do motor eléctrico há que ter todo o cuidado com o local on<strong>de</strong> escolhemos colocar o tubo <strong>de</strong> pesca do compressor<br />
<strong>de</strong> modo a não captar fumos tóxicos e gases impuros. Certos teores <strong>de</strong> alguns gases, ainda que suportáveis à<br />
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superfície, tornar-se-ão tóxicos quando a sua pressão parcial no ar inspirado ultrapassar certos valores. O tubo <strong>de</strong><br />
pesca <strong>de</strong>verá estar munido <strong>de</strong> um filtro contra poeiras para evitar não só que estas entrem para o ar comprimido<br />
como também não danifiquem os cilindros do compressor. Por vezes existe também um <strong>de</strong>sumidificador antes do<br />
ar entrar no compressor. Depois <strong>de</strong> comprimido, por fases sucessivas, em cilindros cada vez mais pequenos mas<br />
<strong>de</strong> maior pressão o ar passa por uma nova série <strong>de</strong> filtros, mecânicos e químicos, a fim <strong>de</strong> purificar o mais possível,<br />
eliminando o vapor <strong>de</strong> agua, resíduos do óleo, etc...<br />
• Como é lógico o óleo empregado no compressor tem que ser especial para que não polua o ar que irá carregar as<br />
garrafas. Como já sabemos nem todas as garrafas estão construídas para serem carregadas à mesma pressão,<br />
isto po<strong>de</strong> dar origem a que um compressor possa carregar <strong>de</strong>terminar garrafa para alem da sua pressão <strong>de</strong> serviço.<br />
De modo a evitar aci<strong>de</strong>ntes o operador do compressor <strong>de</strong>ve procurar na garrafa a data da prova hidráulica e<br />
pressão <strong>de</strong> serviço e respeita-la. Embora se <strong>de</strong>vam tomar to<strong>dos</strong> os cuida<strong>dos</strong> para que não possa haver um<br />
rebentamento duma garrafa e seja rarissímo isso acontecer <strong>de</strong>ve evitar-se montar um centro <strong>de</strong> enchimento em<br />
locais on<strong>de</strong> possam existir muita gente. Se pu<strong>de</strong>r fazer um buraco no chão on<strong>de</strong> a garrafa é introduzida<br />
aumentamos a segurança do local e alem disso po<strong>de</strong>mos enchê-lo com agua que evitará um aquecimento<br />
excessivo da garrafa.<br />
O escafandro<br />
• O escafandro autónomo é composto por:<br />
- Regulador;<br />
- Colete;<br />
- Garrafa.<br />
O regulador<br />
• O regulador reduz e regula a alta pressão (HP) do ar comprimido contido na garrafa para a pressão ambiente (PA),<br />
pressão <strong>de</strong> utilização, <strong>de</strong> modo a que o ar possa ser respirado pelo mergulhador. Para fazer essa redução <strong>de</strong><br />
pressão, os reguladores são constituí<strong>dos</strong> por dois andares liga<strong>dos</strong> por uma traqueia.<br />
HP<br />
(220 bar)<br />
GARRAFA<br />
• 1.º andar que se pren<strong>de</strong> à garrafa tem como função reduzir a pressão da garrafa<br />
para uma pressão intermédia <strong>de</strong> 8 a 10 bares.<br />
• 2.º andar on<strong>de</strong> está o bucal tem como função regular a pressão intermédia para a<br />
pressão <strong>de</strong> utilização.<br />
• A característica mais importante do regulador é proporcionar uma respiração fácil,<br />
isto é, <strong>de</strong>ve ter um bom fluxo <strong>de</strong> ar na inspiração e pouca resistência na<br />
inspiração-expiração para não causar fadiga respiratória.<br />
• Os reguladores são "válvulas a pedido", ou seja, fornecem o ar quando o<br />
utilizador inspira ou quando carrega no botão <strong>de</strong> purga. O fluxo <strong>de</strong> ar pára quando<br />
o mergulhador parar <strong>de</strong> inspirar ou quando largar o botão <strong>de</strong> purga.<br />
• O regulador <strong>de</strong>ve ser comprado com outro segundo andar que servirá <strong>de</strong><br />
regulador <strong>de</strong> emergência e que é vulgarmente conhecido como Octopus. Po<strong>de</strong>m<br />
ainda ser monta<strong>dos</strong> no regulador instrumentos <strong>de</strong> mergulho. Estes instrumentos,<br />
bem como o “Octopus” <strong>de</strong>vem ser monta<strong>dos</strong> por pessoal qualificado.<br />
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Garrafa<br />
MP<br />
(8 bar)<br />
1º ANDAR<br />
Regulador<br />
Colete<br />
*à superfície<br />
Consi<strong>de</strong>rações:<br />
• É importante perceber porque é que os reguladores estão configura<strong>dos</strong> em 2 andares e porque <strong>de</strong>vemos utilizar 2<br />
torneiras, e que as torneiras fecham no sentido <strong>dos</strong> ponteiros do relógio, e abrem no sentido contrário. Se, durante<br />
um mergulho, embatermos com as torneiras nalgum local (como o tecto <strong>de</strong> uma gruta, por exemplo), a torneira do<br />
lado esquerdo vai ter tendência a fechar. Se o impacto fosse muito gran<strong>de</strong>, e se <strong>de</strong>struísse o manípulo, evitando<br />
que essa torneira se pu<strong>de</strong>sse abrir novamente, ficaríamos sem o regulador <strong>de</strong> reserva e sem o manómetro (por<br />
isso, sempre que o consultássemos, a pressão nunca se alteraria, e isso dar-nos-ia a indicação que a torneira<br />
estava fechada). Por outro lado, a torneira do lado direito terá tendência a abrir, se houver um impacto, e por isso,<br />
mesmo que fosse <strong>de</strong>struído o manípulo, teríamos sempre o regulador principal funcional, bem como o injector do<br />
colete. Por esta razão, nunca colocamos o 2º andar principal no lado esquerdo. Como medida <strong>de</strong> segurança,<br />
PA<br />
(1 bar)*<br />
2º ANDAR<br />
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sempre que houver um impacto das torneiras com algum objecto é necessário verificar: se os manípulos estão<br />
intactos e se as torneiras continuam abertas<br />
• A manutenção passa pela revisão anual para assistência técnica. Lembre-se que o seu regulador é a fonte <strong>de</strong> ar<br />
<strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> água. Deve evitar que ele fique com areia, lama ou outros <strong>de</strong>tritos. É fundamental uma lavagem com<br />
água doce corrente após cada utilização.<br />
• Na lavagem do regulador <strong>de</strong>verá ter em atenção o seguinte: Ter o protector do 1.º andar colocado, não lavar com<br />
água à pressão e não carregar no botão <strong>de</strong> purga. Deve evitar-se que entre água para o 1.º andar do regulador e<br />
um bom procedimento após a lavagem é montar o regulador na garrafa e purgá-lo para que alguma água que<br />
eventualmente tenha entrado no 1.º andar possa sair.<br />
• Nunca force ou puxe a traqueia. Evite pancadas secas no regulador que po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>safiná-lo.<br />
Configuração das mangueiras<br />
• Qualquer que seja o 1º andar usado, é importante prestar atenção a alguns factores, no que diz respeito à<br />
configuração das mangueiras. É preciso assegurar que as mangueiras sejam <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong>, e que não estejam<br />
excessivamente dobradas, Temos 3 situações: Uma garrafa com torneira simples; Uma garrafa com torneira dupla;<br />
Duas garrafas com ponte e isolador. Na primeira situação, todas as mangueiras saem do mesmo 1º andar. Nas<br />
duas situações seguintes, usa-se a mesma configuração: Um 1º andar colocado do lado esquerdo do mergulhador,<br />
leva a mangueira do manómetro, a mangueira do fato seco (se usado, e se não usarmos uma garrafa <strong>de</strong> árgon<br />
para encher o fato seco), e a mangueira do regulador <strong>de</strong> reserva. Um 1º andar colocado do lado direito, leva a<br />
mangueira do regulador principal, e a mangueira do injector do colete.<br />
Características internacionais<br />
• Material i<strong>de</strong>al utilizado para a confecção <strong>dos</strong> reguladores (Brass) - CuZn39Pb2<br />
• Devem ser respeitadas as técnicas <strong>de</strong> análise avançadas (AMDEC)®<br />
• Todo o material <strong>de</strong>ve ser objecto da referência <strong>de</strong> fabrico (normas europeias no nosso caso) - CE<br />
• Todo o material <strong>de</strong>ve ser controlado por normas <strong>de</strong> fabrico - ISO<br />
Características <strong>de</strong> fabrico<br />
• To<strong>dos</strong> os materiais <strong>de</strong>vem ser cuida<strong>dos</strong>amente selecciona<strong>dos</strong>. Tudo <strong>de</strong>ve ser rigorosamente testado.<br />
• Deve Obe<strong>de</strong>cer a Normas do país <strong>de</strong> origem e ás Normas Internacionais.<br />
• Os componentes <strong>de</strong>vem ser fabrica<strong>dos</strong> sobre um rigoroso e selectivo controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
• To<strong>dos</strong> os materiais e componentes <strong>de</strong>vem ser individualmente testa<strong>dos</strong> e controla<strong>dos</strong> antes da montagem.<br />
• A montagem <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>scriminada, registada e seguida segundo a literatura objectiva e sem erros possíveis.<br />
• Deve ser alvo <strong>de</strong> teste completo e programado antes do seu lançamento no mercado.<br />
Características técnicas gerais<br />
• Ser um mecanismo simples e compatibilida<strong>de</strong> das peças.<br />
• Ter mecanismo compensado por membrana em "T" - conforto respiratório constante, qualquer que seja a pressão<br />
<strong>de</strong> ar requerida (profundida<strong>de</strong>).<br />
• Possibilitar o uso <strong>de</strong> vários mecanismos compatíveis (Pistão - feito com um polímero e um metal, concebido não só<br />
para funcionar a latas pressões - 300 bar - mas também com misturas enriquecidas com oxigénio).<br />
• Com mecanismo compensado (para climas frios - câmara com membrana).<br />
• O novo material do pistão permite uma melhor estanqueida<strong>de</strong> do sistema se<strong>de</strong>/pistão, permite uma adaptação às<br />
imperfeições da superfície da se<strong>de</strong> mantendo-se estável o seu rendimento quaisquer que sejam as condições<br />
climatéricas (polares, tropicais).<br />
• Nos segun<strong>dos</strong> andares, prepara<strong>dos</strong> para mergulhos em regiões frias, a alavanca oposta à saída <strong>de</strong> ar, efectua uma<br />
barragem térmica, através <strong>dos</strong> dissipadores térmicos e do tratamento especial das superfícies que permitem<br />
combater com eficácia a formação <strong>de</strong> gelo.<br />
• Compatibilida<strong>de</strong> na ligação “DIN” (300 bar) ou “ESTRIBO” (230 bar), ou seja, as ligações <strong>de</strong>vem ser intermutáveis<br />
através do conjunto <strong>de</strong> transformação respectivo.<br />
O Primeiro Andar<br />
• A pressão intermédia <strong>de</strong>verá ser mantida ao mínimo, para ajudar a evitar<br />
que os reguladores entrem em débito, e para evitar stresse nas<br />
mangueiras e nos segun<strong>dos</strong> andares;<br />
• Sem protecções nas mangueiras e sem adaptadores (cotovelos, etc.).<br />
• Possuir "Dissipadores térmicos" - o que permite que o regulador liberte o<br />
frio e adquira o calor para aquecer o seu mecanismo.<br />
• Possuir um "Tratamento especial das superfícies" - todas as suas peças<br />
metálicas são submetidas a um tratamento <strong>de</strong>stinado a combater a<br />
fixação <strong>de</strong> cristais <strong>de</strong> gelo ou das gotas resultantes da con<strong>de</strong>nsação do<br />
vapor <strong>de</strong> água expirado pelo mergulhador.<br />
• Efectuar a "Barragem térmica" - a alavanca <strong>de</strong>ve encontrar-se na posição oposta ao ponto <strong>de</strong> redução da pressão<br />
para que se mantenha o mais longe possível da fonte <strong>de</strong> frio.<br />
• Para evitar a propagação do frio até à alavanca, o veio <strong>de</strong>ve estar equipado com um sistema <strong>de</strong> barragem térmica.<br />
Esta peça, amorfa do ponto <strong>de</strong> vista da transmissão <strong>de</strong> temperatura, tem por finalida<strong>de</strong> impedir a progressão do frio<br />
através do veio.<br />
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• Possuir um "Air Turbo" - é um sistema que estabiliza a MP e regula a injecção aumentando o débito sempre que<br />
exista uma gran<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar.<br />
• Efectuar o "Efeito Ventury" - (injecção - fluxo regulável). Esta regulação do efeito <strong>de</strong> Ventury ® , funciona como uma<br />
pequena "asa" e, age sobre a circulação do ar <strong>de</strong>ntro da caixa do segundo andar com uma gran<strong>de</strong> eficácia e<br />
progressivida<strong>de</strong>, o que permite a optimização do rendimento do regulador em função das condições <strong>de</strong> mergulho.<br />
• Sensibilida<strong>de</strong> regulável por afinação (débito regulável), modifica o valor do esforço para abrir a válvula a fim <strong>de</strong><br />
aumentar ou diminuir o esforço respiratório.<br />
• Possuir uma "Câmara Seca" - este sistema protege o mecanismo do primeiro andar contra o fenómeno do<br />
congelação. A câmara seca isola perfeitamente a mola e a membrana, do meio ambiente.<br />
• Possuir um "Mecanismo <strong>de</strong> pistão em linha" - este conjunto quando aplicado no primeiro andar, aumenta por um<br />
lado a robustez, e por outro, a simplicida<strong>de</strong> para maior fiabilida<strong>de</strong> e resistência. Possuir um "Pistão <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
diâmetro" - facilita a estabilida<strong>de</strong> da Média Pressão (MP).<br />
• Deve utilizar 1 ou 2, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do número <strong>de</strong> garrafas e do tipo <strong>de</strong> torneiras utilizadas.<br />
• Mínimo DIN 300Bar;<br />
O Segundo Andar<br />
• O segundo andar do regulador reduz a média pressão (MP) para a pressão<br />
ambiente (PA) permitindo que o mergulhador respire normalmente.<br />
• O segundo andar é colocado na boca do mergulhador pelo bocal.<br />
• O primeiro e o segundo andar estão liga<strong>dos</strong> por um tubo.<br />
• O segundo andar <strong>de</strong>ve ter uma regulação do sistema "Ventury". Esta regulação<br />
permite que o mergulhador ajuste o fluxo <strong>de</strong> ar <strong>de</strong> acordo com a sua<br />
necessida<strong>de</strong>. A alavanca <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong>ve estar situada no topo da caixa do<br />
segundo andar, á frente do bocal. Po<strong>de</strong> ser operada em qualquer altura, tanto<br />
<strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> água como à superfície. O segundo andar <strong>de</strong>ve ser completamente<br />
simétrico. O ar po<strong>de</strong>rá chegar tanto pelo lado esquerdo como pelo direito.<br />
• Nas garrafas que vão às costas do mergulhador, <strong>de</strong>vem existir sempre 2 segun<strong>dos</strong> andares: o 2º andar principal, e<br />
o 2º andar <strong>de</strong> emergência. Ambos <strong>de</strong>vem po<strong>de</strong>r ser abertos <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> água, <strong>de</strong> modo a retirar impurezas que se<br />
possam alojar no seu interior e que possam interferir com o seu normal funcionamento e/ou com a respiração do<br />
mergulhador. Isto implica fazer pequenas alterações (como retirar o pino <strong>de</strong> segurança no caso <strong>dos</strong> reguladores<br />
Scubapro), e evitar segun<strong>dos</strong> andares que necessitam <strong>de</strong> ferramentas para ser abertos (como os Jetstream da<br />
Poseidon que têm 4 parafusos, e necessitam <strong>de</strong> 1 pequena chave <strong>de</strong> fendas para serem abertos). Apesar <strong>de</strong><br />
existirem no mercado várias versões <strong>de</strong> bocais “anatómicos” ou moldáveis aos <strong>de</strong>ntes do utilizador, estes não<br />
po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>dos</strong> por to<strong>dos</strong> os mergulhadores. Por esta razão, e tendo em conta os possíveis cenários <strong>de</strong><br />
partilha <strong>de</strong> gás, este tipo <strong>de</strong> bocais não <strong>de</strong>verá ser utilizado.<br />
• Um regulador <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, que será passado ao companheiro em caso <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>; · De melhores prestações<br />
(c/ajuste <strong>de</strong> resistência/Venturi).<br />
• Com uma mangueira comprida (cerca <strong>de</strong> 2 m), que facilita a partilha <strong>de</strong> ar, permitindo que os mergulhadores não<br />
tenham <strong>de</strong> estar “um em cima do outro”, numa situação <strong>de</strong> emergência.<br />
• Passa por <strong>de</strong>trás da asa e por baixo da bateria da lanterna, do bolso na cintura, ou da faca1, sobe pelo lado<br />
esquerdo do mergulhador, passa por trás do pescoço, e daí para a boca.<br />
• Com um mosquetão, para pren<strong>de</strong>r ao arnês quando não está em uso.<br />
• Evitar reguladores “upstream” (por exemplo, alguns reguladores Poseidon e Oceanic), e reguladores com<br />
mangueiras não standard (novamente os Poseidon e alguns Oceanic). Alguns primeiros andares Apeks e Spiro (ou<br />
Aqualung) têm uma porta <strong>de</strong> baixa pressão <strong>de</strong> medida não standard (1/2” UNF), que é usada normalmente para<br />
ligar a mangueira do 2º andar. Esta porta não <strong>de</strong>verá ser usada, e a mangueira do 2º andar <strong>de</strong>verá ser substituída<br />
por uma mangueira standard (3/8” UNF).<br />
2º Andar secundário (Octopus)<br />
• É essencialmente uma fonte <strong>de</strong> ar alternativa.<br />
• Falar-se em "Octopus" é o mesmo que falar-se em 2.º andar <strong>de</strong> emergência, especialmente concebido para<br />
mergulhos com ar comprimido e misturas gasosas até 40% (NITROX).<br />
• Instantaneamente acessível (fica junto ao pescoço, preso com elástico náutico – também ajuda a reduzir o efeito<br />
venturi no 2º andar).<br />
• Sabemos sempre on<strong>de</strong> está... O elástico é preso pela mesma braça<strong>de</strong>ira que segura o bocal ao regulador, e<br />
assegura que este está sempre no mesmo lugar.<br />
• Será usado pelo mergulhador, se tiver <strong>de</strong> dar o 2º andar principal a um companheiro que <strong>de</strong>le necessite;<br />
• Regulador não compensado; <strong>de</strong> menores prestações (para evitar que entre em débito e perca gás, sobretudo<br />
quando há correntes).<br />
• Colocado do lado esquerdo do mergulhador.<br />
• Mangueira suficientemente curta para não causar <strong>de</strong>masiada resistência à água, mas comprida o suficiente para o<br />
mergulhador utilizar o 2º andar sem problemas (virar a cabeça para ambos os la<strong>dos</strong>, por exemplo).<br />
• A mangueira vai sobre a asa, por cima da precinta do ombro, e por baixo da traqueia do colete.<br />
• Deve estar equipado com injecção regulável que permite optimizar o rendimento do regulador <strong>de</strong> função das<br />
condições <strong>de</strong> mergulho.<br />
• Deve estar equipado com uma tampa amarela, dominante, o que não só, facilita a sua visualização e a sua<br />
localização, mas também, a sua diferenciação do restante equipamento.<br />
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• Deve ter uma traqueia amarela, com 1 metro <strong>de</strong> comprimento, para facilitar o manuseamento.<br />
• Po<strong>de</strong> ser montado em qualquer regulador <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que tenha uma saída MP com rosca 3/8".<br />
Regulação da assistência respiratória no segundo andar (FLUXO)<br />
• O segundo andar <strong>de</strong>ve estar equipado com um sistema <strong>de</strong> regulação da assistência respiratória. Este sistema<br />
permite ao mergulhador ajustar o fluxo <strong>de</strong> ar em função das suas necessida<strong>de</strong>s.<br />
• Na posição MAX o fluxo <strong>de</strong> ar fica directamente orientado para a boca do mergulhador. O curso máximo <strong>de</strong>ssa<br />
pequena alavanca é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> -+ 3 % <strong>de</strong> volta.<br />
• O sistema <strong>de</strong> assistência respiratória <strong>de</strong>verá estar na posição MIN logo que o mergulhador se encontre à superfície<br />
a fim <strong>de</strong> evitar um possível débito continuo.<br />
• Para beneficiar <strong>de</strong> um melhor rendimento respiratório, o utilizador <strong>de</strong>verá colocar o botão na posição MAX logo que<br />
inicie o mergulho.<br />
Regulação da débito no segundo andar (DÉBITO)<br />
• O segundo andar <strong>de</strong>ve estar equipado com um sistema <strong>de</strong> regulação <strong>de</strong> Débito.<br />
• Este sistema permite ao mergulhador ajustar o débito <strong>de</strong> ar em função das suas necessida<strong>de</strong>s.<br />
Quanto ao tipo<br />
• De duas traqueias e dois andares juntos (ou um só andar).<br />
• De uma traqueia e dois andares separa<strong>dos</strong>.<br />
Características técnicas da traqueia do regulador<br />
• Como já vimos, este é aparelho que permite que o ar fornecido pela garrafa tenha a sua pressão reduzida para uma<br />
pressão próxima da do ambiente - função <strong>de</strong> redução e que seja fornecido ao mergulhador <strong>de</strong> acordo com a<br />
pressão a que se encontra com uma certa precisão função <strong>de</strong> regulação. Devia chamar-se redutor-regulador <strong>de</strong><br />
pressão, mas é normal <strong>de</strong>signá-lo apenas por regulador ou Deten<strong>de</strong>ur.<br />
• O tubo permite que o ar comprimido do primeiro andar, seja seguramente, conduzido ao segundo andar.<br />
• Deve ser fabricado segundo a norma DEMA104 (modificada cm 1985), e <strong>de</strong>ve passar também os testes <strong>de</strong><br />
resistência mecânica e pressão requeri<strong>dos</strong> pela norma EN250.<br />
• O maior diâmetro interno do tubo "Pulsair"®, dá um maior fluxo instantâneo, cerca <strong>de</strong> 30% mais que os tubos <strong>de</strong> ar<br />
normais sendo, no entanto, muito flexível.<br />
• O tubo <strong>de</strong>ve ser fabricado em Polietileno e não em borracha (o seu interior <strong>de</strong>ve-se assemelhar a um espelho).<br />
• O interior é igual mas o exterior po<strong>de</strong> ter dois diâmetros.<br />
• A pressão <strong>de</strong> trabalho máxima <strong>de</strong>ve ser igual a 30 bar. O seu comprimento <strong>de</strong>ve ser igual a 740mm.<br />
• É feito com um material qualificado para uso médico (o Polietileno é um material não tóxico <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> em<br />
medicina).<br />
• Deve ter alta resistência a tracção, abrasão, corte e ultravioletas. A mangueira <strong>de</strong>ve permitir que se dobre (com a<br />
garrafa aberta e sem o segundo andar) e que, não liberte ar pelo tubo.<br />
• A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação a que este material é sujeito é <strong>de</strong> 985Km/hora.<br />
• Entre o interior e o exterior <strong>de</strong>ve existir uma camada <strong>de</strong> KEVLAR®.<br />
• As braça<strong>de</strong>iras <strong>de</strong>vem ser expostas a uma força <strong>de</strong> tracção <strong>de</strong> 180Kg.<br />
• A traqueia que liga o 1º andar ao 2º andar e a traqueia do colete, são sempre ligadas directamente à saída da<br />
Média Pressão (MP) do 1ºandar.<br />
• O tubo que liga o 1º andar à consola ou ao manómetro <strong>de</strong> pressão, só po<strong>de</strong> ser ligado directamente à saída da Alta<br />
Pressão (HP) do 1ºandar.<br />
• O tubo da consola ou do manómetro <strong>de</strong> pressão (220-300 bar), tem características diferentes do tubo das traqueias<br />
(8 bar). A pressão no seu interior é muito diferente.<br />
Tratamento do material <strong>de</strong> mergulho.<br />
• Do seu bom funcionamento po<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r a vida do Aluno que anda em contacto com a água, normalmente<br />
salgada. Existe uma perigosa tendência para se <strong>de</strong>scorar quer o tratamento imediatamente ao mergulho, quer a<br />
lavagem, quer a secagem e arrumação do regulador. As partes constituídas por borracha especialmente as<br />
membranas, são extremamente sensíveis, <strong>de</strong>vem ser periodicamente lubrificadas com silicone e todo o seu<br />
interior <strong>de</strong>ve ser revisto e limpo com uma certa frequência (uma vez por ano) antes que as incrustações possam<br />
começar a travar as peças móveis e a afectar o seu bom funcionamento.<br />
• Exposições prolongadas ao sol acabam por afectar as partes <strong>de</strong> borracha. A areia, não só a da praia, mas também<br />
o lodo e a areia que se encontram em suspensão na água, contribuem para o <strong>de</strong>sgaste, entupimento, má selagem<br />
e, até para o encravamento das peças móveis, pois estes <strong>de</strong>tritos entranham-se por ranhuras e orifícios que a olho<br />
nu não nos é perceptível.<br />
• Há o hábito <strong>de</strong> enxugar o filtro do regulador com um jacto <strong>de</strong> ar da garrafa (esta prática é incorrecta), ao fazê-lo<br />
forçamos a entrada <strong>de</strong> gotas <strong>de</strong> água ou outros <strong>de</strong>tritos para o interior do conjunto.<br />
• O regulador <strong>de</strong>ve ser sempre lavado com água quer após mergulho em água salgada (cristais <strong>de</strong> sal) quer em água<br />
doce (cloro e outros> pois a po<strong>de</strong> conter ou originar <strong>de</strong>pósitos (lodo em suspensão> o que embora não seja a curto<br />
prazo prejudicial como o sal ten<strong>de</strong> em contribuir para o mau funcionamento das peças constituintes da caixa e do<br />
mecanismo, pois entranha-se por qualquer fenda.<br />
• Antes <strong>de</strong> lavar o regulador, <strong>de</strong>vemos colocar a tampa <strong>de</strong> protecção do filtro que a marca fornece sempre com o<br />
aparelho, e que habitualmente se per<strong>de</strong> ao fim <strong>de</strong> algumas utilizações.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
• Só se <strong>de</strong>ve montar o regulador (primeiro andar) na garrafa pouco tempo antes <strong>de</strong> iniciar o mergulho. Deve<br />
<strong>de</strong>smontá-lo da garrafa logo após a ter terminado o mergulho. Ao arrumá-lo, as traqueias <strong>de</strong>vem ser guardadas<br />
completamente esticadas (sem tracção) a fim <strong>de</strong> não ficarem <strong>de</strong>formadas ou apertadas.<br />
• Na entrada <strong>de</strong> alta pressão, existe um filtro <strong>de</strong> bronze poroso, para impedir as poeiras ou outros concentra<strong>dos</strong> que<br />
possam ter penetrado na garrafa, entrem no circuito respiratório.<br />
• Para que haja a selagem das juntas da garrafa, logo imediatamente na saída da torneira da garrafa, existe uma<br />
junta tórica que habitualmente se <strong>de</strong>signa pelo termo anglo-saxónico - "o-ring”. O regulador também tem várias<br />
juntas tóricas.<br />
• Ao estudarmos a evolução <strong>dos</strong> aparelhos <strong>de</strong> mergulho verificamos que existe sempre uma <strong>de</strong>terminada área em<br />
que se faz a transmissão da pressão exterior da água, para o ar, que o mergulhador respira. No caso do sino era a<br />
superfície <strong>de</strong> separação água-ar. No caso <strong>dos</strong> escafandro: do tipo Davis cria superfície do saco, o que suce<strong>de</strong><br />
também no colete estabilizador. No caso <strong>dos</strong> outros escafandros autónomos estuda<strong>dos</strong> era a membrana do<br />
regulador que por isso se <strong>de</strong>nomina <strong>de</strong> membrana <strong>de</strong> equipressão. Assim o local on<strong>de</strong> se situa o regulador e a<br />
respectiva membrana em relação aos pulmões do mergulhador, influencia <strong>de</strong> forma significativa a forma como ele<br />
respira. Nos reguladores <strong>de</strong> duas traqueias a membrana situa-se ao nível da torneira da garrafa, junto às costas e,<br />
portanto ao nível <strong>dos</strong> pulmões quando o mergulhador se encontra <strong>de</strong> pé. No caso do regulador <strong>de</strong> uma traqueia a<br />
membrana situa-se no bocal (sempre junto à boca).<br />
• O mergulhador <strong>de</strong>sloca-se normalmente na água na posição <strong>de</strong> bruços. Nessa circunstância, se estiver equipado<br />
com um regulador <strong>de</strong> uma traqueia, a membrana <strong>de</strong> equipressão está praticamente ao nível da caixa torácica.<br />
• Quando se encontra <strong>de</strong> pé, recebe o ar por <strong>de</strong>feito e, recebê-la-á em excesso quando <strong>de</strong>sce <strong>de</strong> cabeça para baixo.<br />
• No caso do regulador <strong>de</strong> duas traqueias, a membrana encontra-se acima da caixa torácica quando o mergulhador<br />
se encontra na posição normal <strong>de</strong> mergulho. O regulador terá que estar equilibrado para que a respiração seja<br />
suave. Neste caso receberá ar já em excesso, se estiver <strong>de</strong> pé e se sentir uma gran<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar bastará<br />
<strong>de</strong>itar-se <strong>de</strong> costas para que a membrana fique abaixo <strong>dos</strong> pulmões e <strong>de</strong>bite o ar em gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>.<br />
• A colocação do bocal acima da caixa do regulador fará com que fique em débito contínuo. Pelo contrário quanto ao<br />
<strong>de</strong>sencapotar fiz passar a caixa por cima da cabeça o mergulhador sente a dificulda<strong>de</strong> em inspirar nesse momento.<br />
Quando se vai buscar ao fundo da piscina um escafandro com um regulador <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong>verá ter-se o particular<br />
cuidado <strong>de</strong> colocar a sua caixa ao nível do bocal ou levantando a garrafa ou <strong>de</strong>itando-se no chão. Caso contrário o<br />
ar fluirá em tal quantida<strong>de</strong> que o mergulhador com a caixa torácica cheia, ficará com muita flutuabilida<strong>de</strong> e por<br />
consequência terá dificulda<strong>de</strong> em estabilizar.<br />
REGULADORES DE DIFERENTES TIPOS.<br />
Funcionamento dum regulador <strong>de</strong> um andar<br />
• Como no regulador <strong>de</strong> Rouquayrol - Denayrouze existe uma membrana<br />
ligada a válvula que comanda a entrada do ar por um sistema <strong>de</strong><br />
alavancas.<br />
• A pressão do ar vindo da garrafa mantém a válvula fechada mas se<br />
inspirarmos a membrana <strong>de</strong> equipressão encurva-se para <strong>de</strong>ntro e actua<br />
nas alavancas fazendo abrir a válvula. Logo que a inspiração cessa e o<br />
equilíbrio se restabelece, a membrana volta a sua posição inicial, não<br />
<strong>de</strong>bitando mais ar.<br />
• A membrana <strong>de</strong> equipressão, estando em contacto com a agua, sofre<br />
simultaneamente a pressão exterior que actua constantemente sobre ela. Assim quando se <strong>de</strong>forma, será sob o<br />
efeito <strong>de</strong> duas pressões: a pressão do exterior e a <strong>de</strong>pressão provocada pela inspiração.<br />
• ar que se encontra na caixa do regulador estará sempre a pressão exterior para que se <strong>de</strong> equilíbrio entre as duas<br />
faces da membrana. Contrariamente ao regulador <strong>de</strong> Le Prieur este regulador só fornece ar quando se inspira e por<br />
isso os Franceses chamam-lhe "a Ia <strong>de</strong>man<strong>de</strong>", ou seja, a pedido.<br />
Reguladores <strong>de</strong> uma traqueia e <strong>de</strong> dois andares<br />
• Algum tempo <strong>de</strong>pois do aparecimento do regulador clássico surgiu um outro<br />
tipo com uma única traqueia. Actualmente é o mais utilizado.<br />
• É um regulador <strong>de</strong> dois andares separa<strong>dos</strong> em que o primeiro andar se situa<br />
junto a torneia da garrafa e o segundo esta incorporado no bocal, portanto<br />
junto a boca do mergulhador. A traqueia e assim percorrida por ar a media<br />
pressão o que implica que seja construída com pare<strong>de</strong>s muito resistentes. No<br />
primeiro andar <strong>de</strong> redução existe uma membrana em contacto com o exterior<br />
e comanda uma válvula. A pressão do ar no andar <strong>de</strong> media pressão tem<br />
assim função da pressão exterior e portanto da profundida<strong>de</strong>.<br />
• Po<strong>de</strong>mos dizer que a pressão do ar neste andar tem sempre o mesmo<br />
diferencial em relação a pressão exterior, seja qual for a profundida<strong>de</strong> e que e dada pela forca da mola que<br />
comanda a membrana.<br />
• Depois <strong>de</strong> percorrer a única traqueia a media pressão, o ar encontra uma nova válvula já situada no segundo andar<br />
<strong>de</strong> redução. Esta válvula e comandada pela membrana <strong>de</strong> equipressão que se encontra junto ao bocal. Como esta<br />
e acessível ao mergulhador, contrariamente a do regulador clássico em que a membrana se encontrava nas suas<br />
costas, existe um botão que quando carregado empurra a membrana para <strong>de</strong>ntro, sobrepondo-a ao efeito da<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
pressão exterior e o regulador fica a <strong>de</strong>bitar ar continuamente (<strong>de</strong>bito continuo), esta é uma das vantagens <strong>de</strong>ste<br />
tipo <strong>de</strong> regulador. Todo este conjunto e suportado pelos <strong>de</strong>ntes do mergulhador, o que em certos mo<strong>de</strong>los mais<br />
antigos, se torna incomodo. Para não sobrecarregar o <strong>de</strong>senho no esquema apresentado não foi incluída a válvula<br />
<strong>de</strong> escape, extremamente simples. E uma válvula semelhante a da aqua-stop Abre para a parte da caixa do<br />
segundo andar que esta seca. Esta parte da caixa esta munida <strong>de</strong> dois tubos laterais (dispersores), normalmente<br />
<strong>de</strong>signa<strong>dos</strong> na gíria do mergulhador por "BIGODES" e que se <strong>de</strong>stinam a <strong>de</strong>sviar as bolhas do ar expirado, da<br />
frente da mascara do mergulhador.<br />
As válvulas Aqua Stop<br />
• No inicio o bocal estava ligado as traqueias por um simples "T" metálico.<br />
Des<strong>de</strong> que se tirasse bocal da boca as traqueias tinham tendência para se<br />
encherem <strong>de</strong> agua. O mergulhador tinha então que se inclinar para o lado<br />
da traqueia <strong>de</strong> escape a fim <strong>de</strong> que a agua escorresse para esta on<strong>de</strong> era<br />
eliminada por uma forte sopra<strong>de</strong>la.<br />
• Mais tar<strong>de</strong> surgiram os bocais <strong>de</strong> munido <strong>de</strong> duas válvulas extremamente<br />
simples chamadas <strong>de</strong> Aqua Stop. Situam-se <strong>de</strong> cada lado do bocal, junto as<br />
traqueias e abrem jusante. Assim que se encontra junto a traqueia <strong>de</strong><br />
admissão não permite que a agua entre para esta quando o bocal e inundado e <strong>de</strong>vido a encontrar-se junto da<br />
traqueia <strong>de</strong> escape não permite que haja retorno <strong>de</strong> agua para o bocal mesmo que a traqueia se rompa ou que se<br />
avarie a válvula bico <strong>de</strong> pato. Na realida<strong>de</strong> e extremamente diminuta a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agua que assim se po<strong>de</strong><br />
acumular num bocal <strong>de</strong>ste tipo.<br />
Cuida<strong>dos</strong> a ter com o regulador<br />
• De todo o material <strong>de</strong> mergulho o regulador é a peça mais importante. Do seu<br />
bom funcionamento po<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r a vida do mergulhador. Estando em<br />
contacto com a água, normalmente salgada, tem uma gran<strong>de</strong> tendência para<br />
se <strong>de</strong>teriorar quer externa, quer internamente. As partes constituídas por<br />
borracha, especialmente as membranas, <strong>de</strong>vem ser periodicamente<br />
lubrificadas com silicone e todo o seu interior <strong>de</strong>ve ser visto e limpo com uma<br />
certa frequência antes que as incrustações possa começar a travar as peças<br />
moveis e a afectar o seu bom funcionamento.<br />
• Exposições prolongadas a temperaturas baixas ou ao sol acabam por afectar<br />
as partes <strong>de</strong> borracha e a areia, não só das praias como a que se encontra em<br />
suspensão na água, contribui para o <strong>de</strong>sgaste e até para o encravamento das<br />
partes moveis. Há o habito <strong>de</strong> enxugar o regulador com um jacto <strong>de</strong> ar da<br />
garrafa mas se o fizer tem <strong>de</strong> ter cuidado <strong>de</strong> não provocar a entrada <strong>de</strong> certas<br />
gotas <strong>de</strong> água para o seu interior.<br />
• O regulador <strong>de</strong>ve ser sempre lavado com agua, quer após um mergulho em<br />
água doce ou salgada, pois a agua doce po<strong>de</strong> conter lodo em suspensão que<br />
embora não seja tão prejudicial com o sal também contribui para o<br />
encravamento das peças pois entranha-se em qualquer fenda. Antes porem <strong>de</strong><br />
lavar <strong>de</strong>veremos colocar a tampa <strong>de</strong> borracha que os construtores fornecem<br />
sempre com a parelho e que habitualmente se per<strong>de</strong> ao fim <strong>de</strong> pouco tempo .<br />
• Só se <strong>de</strong>ve montar o regulador na garrafa pouco tempo antes <strong>de</strong> iniciar o<br />
mergulho e o primeiro cuidado a ter após o mergulho é o <strong>de</strong> o <strong>de</strong>smontar da<br />
garrafa. Este <strong>de</strong>ve ser guardado num local protegido, <strong>de</strong> preferencia <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
uma caixa ou <strong>de</strong> um saco <strong>de</strong> modo a que as traqueias não fiquem <strong>de</strong>formadas<br />
nem apertadas.<br />
• Na entrada da alta pressão existe um filtro <strong>de</strong> bronze fosforoso para impedir a<br />
entrada <strong>de</strong> poeiras ou outras partículas que possam existir na garrafa, esse<br />
filtro <strong>de</strong>ve ser limpo periodicamente.<br />
• Para que se dá a vedação da ligação da garrafa ao regulador, existe uma junta tórica, normalmente <strong>de</strong>signada por<br />
"O-Ring", <strong>de</strong>signação anglo-saxónica, que esta aplicada num encaixe próprio existente na garrafa.<br />
• Tal junta tem uma gran<strong>de</strong> tendência para se <strong>de</strong>teriorar e o mergulhador <strong>de</strong>ve ter sempre "o-rings" <strong>de</strong> reserva. As<br />
garrafas não tem juntas normalizadas e por vezes as duma garrafa não servem noutra. não há nada mais<br />
<strong>de</strong>cepcionante do que não po<strong>de</strong>r mergulhar por falta <strong>de</strong> uma peça tão pequena e tão barata mas tão essencial.<br />
• O regulador, sendo um aparelho <strong>de</strong> precisão, SÓ DEVE SER DESMONTADO POR UM ESPECIALISTA, pois o seu<br />
bom funcionamento e calibragem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da competência da pessoa que realizou essa revisão. NUNCA SE<br />
DEVE ENTREGA-LO A UM CURIOSO.<br />
Reguladores <strong>de</strong> duas traqueias, <strong>de</strong> um e dois andares<br />
• O primeiro regulador <strong>de</strong> Cousteau-Gagnan a ser construído tinha duas<br />
reduções <strong>de</strong> pressão. O ar saía da garrafa a alta pressão, era reduzido para<br />
média pressão e <strong>de</strong>pois para baixa pressão, ou seja pressão ambiente.<br />
• Surgiu mais tar<strong>de</strong> um outro mo<strong>de</strong>lo, muito mais simples, <strong>de</strong>nominado Mistral,<br />
em que o ar passa directamente <strong>de</strong> alta para baixa pressão, eliminando-se a<br />
pressão intermédia. Daí chamarmos ao primeiro regulador <strong>de</strong> dois andares e<br />
ao segundo regulador <strong>de</strong> um andar. Ambos possuem duas traqueias, uma <strong>de</strong><br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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admissão e outra <strong>de</strong> escape e a caixa do regulador é constituída por duas<br />
partes: uma seca e outra molhada (on<strong>de</strong> entra a água). Da primeira sai a<br />
traqueia <strong>de</strong> admissão e à segunda chega a traqueia <strong>de</strong> escape que aí termina<br />
por meio <strong>de</strong> uma válvula espalmada conhecida pelo nome <strong>de</strong> bico <strong>de</strong> pato, que<br />
evita a entrada <strong>de</strong> água para a traqueia. Esta disposição construtiva protege a<br />
membrana da equipressão e o bico <strong>de</strong> pato. Por outro lado o ar expelido libertase<br />
através <strong>dos</strong> orifícios que permitem a entrada da água não perturbando o mergulhador<br />
visto a caixa do regulador se situar junto à garrafa, nas suas costas.<br />
• No regulador <strong>de</strong> um andar existe um injector <strong>de</strong> ar apontado para a traqueia <strong>de</strong><br />
admissão o que facilita a entrada do ar para esta, tornando a respiração mais<br />
suave.<br />
• No seu aspecto exterior estes dois reguladores são muito semelhantes.<br />
• Mais tar<strong>de</strong> surgiram os bocais muni<strong>dos</strong> <strong>de</strong> duas válvulas extremamente simples chamadas aqua-stop. Situam-se <strong>de</strong><br />
cada lado do bocal, junto às traqueias e abrem para jusante. Assim a que se encontra junto à traqueia <strong>de</strong> admissão<br />
não permite que a água entre para esta quando o bocal é inundado e a que se encontra junto à traqueia <strong>de</strong> escape<br />
não permite que haja retorno <strong>de</strong> água para o bocal mesmo que a traqueia se rompa ou que se avarie a válvula bico<br />
<strong>de</strong> pato. Se tirarmos o bocal da boca e este se encha <strong>de</strong> água, o que nem sempre acontece, é fácil eliminá-la com<br />
uma só sopra<strong>de</strong>la. Na realida<strong>de</strong> é extremamente diminuta a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água que assim se po<strong>de</strong> acumular num<br />
bocal <strong>de</strong>ste tipo.<br />
Reguladores <strong>de</strong> uma traqueia e dois andares<br />
• Algum tempo <strong>de</strong>pois do aparecimento do regulador clássico surgiu um outro com uma única traqueia. Actualmente<br />
é mais utilizado por razões que estudaremos adiante.<br />
• É um regulador <strong>de</strong> dois andares separa<strong>dos</strong> em que o primeiro andar se situa<br />
junto à torneira da garrafa e o segundo andar está localizado no bocal,<br />
portanto junto à boca do mergulhador. A traqueia é assim percorrida por ar a<br />
média pressão, assim terá pare<strong>de</strong>s muito resistentes, o que implica que o<br />
material <strong>de</strong> construção <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer a rigorosas características <strong>de</strong> fabrico,<br />
muito diferentes das traqueias apresentadas até aqui. No primeiro andar <strong>de</strong><br />
redução, existe um membrana em contacto com o exterior (Diafragma) e<br />
comanda uma válvula. A pressão do ar no andar <strong>de</strong> média pressão é assim<br />
função da pressão exterior da pressão e consequentemente da profundida<strong>de</strong>.<br />
Po<strong>de</strong>mos dizer que a pressão do ar neste andar tem sempre o mesmo<br />
diferencial em relação à pressão exterior, seja qual for a profundida<strong>de</strong>, e que<br />
é dada pela força da mola que comanda a membrana (alavanca <strong>de</strong> injecção).<br />
• Depois <strong>de</strong> percorrer uma única traqueia a média pressão, o ar encontra outra<br />
válvula situada no segundo andar <strong>de</strong> redução. Esta válvula é comandada pela<br />
membrana <strong>de</strong> equipressão. Como esta é acessível ao mergulhador (isto não<br />
acontecia no regulador clássico em que a membrana se encontrava na caixa<br />
acoplada na garrafa, junto às costas do mergulhador), existe um botão (botão<br />
<strong>de</strong> purga) que quando pressionado empurra a membrana para <strong>de</strong>ntro,<br />
accionando a alavanca <strong>de</strong> injecção, abrindo o circuito do ar, permitindo assim<br />
que o regulador <strong>de</strong>bite ar continuamente enquanto pressionado, sobrepondo-se<br />
ao efeito da pressão exterior, criando um "débito continuo". Este segundo andar<br />
é suportado por acção da oclusão do mergulhador quando este fecha a boca.<br />
Todo o funcionamento estanque <strong>de</strong>ste andar, po<strong>de</strong> ser comparado com o<br />
funcionamento da válvula aqua-stop. Abre para a parte da caixa do segundo<br />
andar que está seca. Na parte inferior da caixa, inserem-se dois tubos laterais<br />
(dispersores) que se <strong>de</strong>stinam a <strong>de</strong>sviar da frente do campo <strong>de</strong> visão do<br />
mergulhador, as bolhas expelidas pela expiração.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
COMPARAÇÃO ENTRE O TIPO DE REGULADORES<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
VANTAGENS E DESVANTAGENS<br />
Reguladores <strong>de</strong> dois andares e uma traqueia Reguladores <strong>de</strong> um andar e duas traqueias<br />
- Está em constante evolução, preocupação do<br />
fabricante em utilizar materiais mais resistentes e<br />
leves.<br />
- Tecnicamente está um pouco esquecido, não teve<br />
mais evolução técnica.<br />
- A dispersão das bolhas faz-se à frente. - A dispersão das bolhas faz-se à retaguarda<br />
- Desaconselhado para fotografia e filmagem. - É óptimo para fotografia e filmagem.<br />
- Permite actuar com rapi<strong>de</strong>z na membrana <strong>de</strong><br />
equipressão.<br />
- O débito continuo acontece com o simples acção<br />
<strong>de</strong> mais pressionar o botão <strong>de</strong> purga<br />
- Raramente entram em débito continuo sem que<br />
haja acção voluntária do mergulhador.<br />
- Dar e receber é extremamente simples, pelo<br />
motivo <strong>de</strong> que as posições <strong>dos</strong> intervenientes<br />
po<strong>de</strong>m ser frente-a-frente.<br />
- Não tem válvulas <strong>de</strong> aqua-stop, mas sim<br />
membranas <strong>de</strong> dispersão, facto este que não<br />
dispensa a sua verificação frequente<br />
- É impossível ter acesso à membrana equipressão com<br />
o equipamento colocado <strong>de</strong>ntro da água<br />
- Só consegue ter débito continuo se colocar o bocal<br />
alto que a caixa do regulador, ou então, teremos que<br />
<strong>de</strong>itar <strong>de</strong> costas para que se inicie o processo <strong>de</strong><br />
débito continuo.<br />
- Entram em débito continuo com muita frequência<br />
- Dar e receber ar po<strong>de</strong> ser uma tarefa difícil e obrigar a<br />
manobras <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>.<br />
- As válvulas <strong>de</strong> aqua-stop, po<strong>de</strong>m não selar<br />
convenientemente, por acção <strong>de</strong> <strong>de</strong>tritos ou <strong>de</strong>pósitos<br />
- A traqueia não tem o perigo <strong>de</strong> colapsar. - As pare<strong>de</strong>s da traqueia po<strong>de</strong>m colar-se.<br />
- Na eventualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se rasgar a traqueia, não se<br />
po<strong>de</strong> continuar a receber ar com o fluxo<br />
necessário traqueias(PA>, <strong>de</strong>vido não haver a<br />
força necessária (+- 9 Bar) ara accionar a alavanca<br />
<strong>de</strong> injecção.<br />
- Ao equipar po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve colocar o segundo andar<br />
no bolso do colete hidrostático mas se necessitar<br />
<strong>de</strong>le, rapidamente po<strong>de</strong> colocá-lo na posição <strong>de</strong><br />
utilização e começar a respirar.<br />
- Na manobra <strong>de</strong> <strong>de</strong>sencapotar, é só retirar o bocal<br />
e passar passá-lo para o lado.<br />
- Po<strong>de</strong> acoplar-se no primeiro andar outro regulador<br />
colete (Octopus), bem como consola e traqueia<br />
para o colete.<br />
- Em garrafas <strong>de</strong> duas saídas, po<strong>de</strong> acoplar-se mais<br />
um regulador completo.<br />
- Estes mecanismos só <strong>de</strong>vem ser repara<strong>dos</strong> e<br />
manutencia<strong>dos</strong> por técnicos especializa<strong>dos</strong> das<br />
próprias marcas da origem.<br />
- Bocal pesado e acoplado ao segundo andar. - Bocal leve e simples.<br />
- O bocal quando retirado da boca é pouco<br />
acessível, o que implica o treino <strong>de</strong> certas técnicas<br />
<strong>de</strong> recuperação do mesmo.<br />
- A existência das válvulas aqua-stop, evitam que entre<br />
água para a boca do mergulhador, se uma das se<br />
romper, permitindo que este respire mesmo pela<br />
mesma traqueia até à superfície.<br />
- Após se equipar, o bocal <strong>de</strong>ve estar á frente sobre o<br />
peito do mergulhador, e ao retirar o equipamento,<br />
<strong>de</strong>ve primeiro passar o bocal para a retaguarda, para<br />
se po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sequipar.<br />
- Ao <strong>de</strong>sencapotar, terá que obrigatoriamente fazer as<br />
garrafas por cima da cabeça<br />
- Não tem saídas para colocar consola, traqueia do ou<br />
outro regulador.<br />
- Dado o volume da caixa do mecanismo <strong>de</strong> redução,<br />
- São mecanismos extremamente simples. Fora da<br />
água em qualquer momento e local, po<strong>de</strong>m ser<br />
ajusta<strong>dos</strong> ou até mesmo repara<strong>dos</strong> só com o seguinte<br />
material: uma chave <strong>de</strong> fendas, um lubrificante <strong>de</strong><br />
silicone, uma membrana <strong>de</strong> equipressão, um bico <strong>de</strong><br />
pato, e uma traqueia <strong>de</strong> reserva.<br />
- Bocal sempre acessível, quando retirado da boca,<br />
pelo motivo <strong>de</strong> que se encontra sobre o peito, com<br />
uma traqueia <strong>de</strong> cada lado da cabeça.<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
A GARRAFA<br />
As garrafas<br />
• Em Portugal e na Europa, a gran<strong>de</strong> maioria das garrafas <strong>de</strong> mergulho são feitas <strong>de</strong> aço. Já há alguns anos que<br />
apareceram garrafas <strong>de</strong> alumínio, mas na sua maioria para serem utilizadas como garrafas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão (ou<br />
“ponys”). Continua a não ser frequente ver mergulhadores com garrafas <strong>de</strong> alumínio às costas.<br />
• Devem escolher-se as garrafas com a melhor relação peso/volume possível (evitar as garrafas <strong>de</strong> 300 bar, por<br />
colocarem o material sobre um stress maior. Adicionalmente o ganho <strong>de</strong> gás disponível, não compensa as<br />
<strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong> muito mais peso, mais dificulda<strong>de</strong> em encher a garrafa, maior preço, e alterações significativas<br />
nas características <strong>dos</strong> gases etc.).<br />
• A escolha das garrafas <strong>de</strong>ve ter em conta o tamanho do corpo do mergulhador, o seu consumo, os perfis <strong>de</strong><br />
mergulho, e os ambientes <strong>de</strong> mergulho on<strong>de</strong> vai ser utilizada. Uma má escolha contribui para problemas no<br />
controlo <strong>de</strong> flutuabilida<strong>de</strong>, e aumenta o risco <strong>de</strong> danos ambientais, e danos para o mergulhador.<br />
• É também necessário a<strong>de</strong>quar as garrafas ao fato, e ao sistema <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong> flutuabilida<strong>de</strong>. As garrafas <strong>de</strong> aço<br />
po<strong>de</strong>m criar uma flutuabilida<strong>de</strong> negativa gran<strong>de</strong>, e causar problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scidas <strong>de</strong>scontroladas, sobretudo se<br />
usadas com fatos húmi<strong>dos</strong>. Quando se utilizam garrafas <strong>de</strong> aço <strong>de</strong>ver-se-ia utilizar um fato seco, como medida <strong>de</strong><br />
controlo <strong>de</strong> flutuabilida<strong>de</strong>, no caso <strong>de</strong> falha no colete.<br />
• A sua construção tem que ser extremamente cuida<strong>dos</strong>a, dadas as pressões a que irão<br />
suportar, actualmente da or<strong>de</strong>m das 200 atmosferas e só algumas fabricas em todo o mundo<br />
produzem este tipo <strong>de</strong> material, em Portugal por exemplo, muitas das vezes somos leva<strong>dos</strong> a<br />
comprar garrafas <strong>de</strong> Marca x ou Y, mas na realida<strong>de</strong> estas garrafas tem todas a mesma<br />
origem, uma fabrica em Portugal que produz botijas <strong>de</strong> ar para mergulho. Mais tar<strong>de</strong> as<br />
diferentes marcas, usando as suas cores típicas e aplicando-lhe acessórios diferentes, fazem<br />
variar o seu aspecto, apesar da garrafa ser completamente igual a outras.<br />
• O material mais utilizado é o aço <strong>de</strong> liga, mas também existem <strong>de</strong> alumínio, especialmente as<br />
<strong>de</strong> origem americana. Mais mo<strong>de</strong>rnamente e ainda em fase experimental, surgiram as<br />
garrafas <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> carbono, que ainda não se encontram comercializadas e alem disso são<br />
construídas para serem carregadas a pressões muito elevadas, acima <strong>dos</strong> compressores<br />
existentes actualmente no mercado e por isso sem gran<strong>de</strong> interesse imediato para nós.<br />
• Quer externa quer internamente as garrafas são tratadas <strong>de</strong> modo a evitar a corrosão. Estes<br />
tratamentos, bem como a pintura externa, <strong>de</strong>vem ser revistos periodicamente a fim <strong>de</strong> que<br />
não apareçam falhas que seriam fontes <strong>de</strong> corrosão.<br />
• Seja qual for o material da garrafa encontraremos sempre grava<strong>dos</strong> no seu corpo, a punção,<br />
uma série <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> que são importantes para a sua utilização. Estes da<strong>dos</strong> traduzem a<br />
história da vida da garrafa e aparecem-nos em to<strong>dos</strong> os recipientes <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> a conter gases<br />
sob pressão, <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> ou não ao mergulho. A maior parte das garrafas apresentam os<br />
seguintes elementos:<br />
1. Capacida<strong>de</strong>, normalmente em Litros;<br />
2. Peso da garrafa, sem acessórios;<br />
3. Numero <strong>de</strong> série <strong>de</strong> fabrico;<br />
4. Natureza do gás a que se <strong>de</strong>stina;<br />
5. pressão <strong>de</strong> serviço, ou seja a pressão <strong>de</strong> carga;<br />
6. pressão <strong>de</strong> ensaio, cerca <strong>de</strong> 1,5 vezes a pressão <strong>de</strong> serviço;<br />
7. Data das diferentes provas hidráulicas;<br />
8. Símbolo da empresa que fabricou a prova hidráulica;<br />
9. A marca da fabrica.<br />
• Para o mergulhador o interesse é saber a pressão <strong>de</strong> serviço, dado que será a carga máxima a que a garrafa po<strong>de</strong><br />
ser carregada e a data da ultima prova hidráulica em dia.<br />
• Como já disse as garrafas <strong>de</strong>vem ser submetidas a ensaios periodicamente, em principio este ensaio <strong>de</strong>ve realizarse<br />
<strong>de</strong> 10 em 10 anos, embora este período <strong>de</strong>va ser encurtado se qualquer anomalia nos suscitar duvidas quanto<br />
ao seu estado.<br />
O que é a prova hidráulica?<br />
• Um <strong>dos</strong> principais problemas da mecânica é a fadiga do material. Todo o material sujeito a esforços alterna<strong>dos</strong><br />
acaba por ce<strong>de</strong>r ao fim <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado numero <strong>de</strong> ciclos aplica<strong>dos</strong>. A carga e a <strong>de</strong>scarga das garrafas<br />
correspon<strong>de</strong> á aplicação <strong>de</strong> esforços alterna<strong>dos</strong> pelo que a garrafa terá um certo tempo <strong>de</strong> vida.<br />
• Quando se carrega uma garrafa ela reagirá elasticamente, aumentando <strong>de</strong> volume. Durante a <strong>de</strong>scarga esse<br />
volume diminuirá. Claro que estas variações não são visíveis a olho nu nem interessa ao mergulhador amador<br />
<strong>de</strong>tecta-las pois isso é trabalho <strong>dos</strong> técnicos. A partir <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada altura, correspon<strong>de</strong>nte a um certo<br />
numero <strong>de</strong> ciclos, a garrafa per<strong>de</strong>rá essa elasticida<strong>de</strong>, isto é, <strong>de</strong>ixara <strong>de</strong> aumentar e diminuir <strong>de</strong> volume com a<br />
carga e <strong>de</strong>scarga. É a altura <strong>de</strong> ir para a sucata.<br />
• Na prova hidráulica a garrafa é cheia <strong>de</strong> água, que sendo incompreensível não explodira se a garrafa não aguentar<br />
e é-lhe aplicada uma pressão <strong>de</strong> ensaio, cujo valor é a pressão <strong>de</strong> serviço mais 50% . Se a garrafa tiver atingido o<br />
limite da fadiga ou tiver qualquer ponto fraco provocado pela corrosão ou por qualquer outra causa, rebentará.<br />
• Ensaios <strong>de</strong>strutivos, feitos por fabricantes ou por organismos da <strong>de</strong>fesa do consumidor, mostram que uma garrafa<br />
po<strong>de</strong> aguentar pressões da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 3 vezes a sua pressão <strong>de</strong> serviço sem rebentar.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
• De qualquer forma e embora as cargas e <strong>de</strong>scargas sucessivas tenham a importância que já apontei, <strong>de</strong>ve evitarse<br />
<strong>de</strong>ixar uma garrafa cheia por longos perío<strong>dos</strong> a fim <strong>de</strong> não a manter em tensão <strong>de</strong>snecessariamente. No entanto<br />
também não convém <strong>de</strong>ixá-la completamente vazia (o i<strong>de</strong>al é o valor da pressão <strong>de</strong> reserva +/- 50 bar).<br />
Algumas referências sobre as garrafas:<br />
• Marca (Rothmions - Faber);<br />
• Número <strong>de</strong> série (alfanumérico);<br />
• Material <strong>de</strong> fabrico: Aço (AA) e Alumínio (AL);<br />
• Data <strong>de</strong> fabrico ou <strong>de</strong> teste (mês e ano);<br />
• Capacida<strong>de</strong>s (4, 6, 9, 10, 12, 15 e 18 litros);<br />
• Peso do cilindro (em Kg sem torneira);<br />
• Pressão <strong>de</strong> trabalho (concebidas para suportar pressões da or<strong>de</strong>m <strong>dos</strong> 200, 235 e 300 Bar);<br />
• Pressão <strong>de</strong> prova (mais 50% que a pressão <strong>de</strong> trabalho. Também <strong>de</strong>signada por pressão <strong>de</strong> carregamento);<br />
• A torneira po<strong>de</strong> ser com e sem reserva, simples ou <strong>de</strong> dupla saída.<br />
• Resistência mínima à tracção (880 N/mm 2 ).<br />
• Cor i<strong>de</strong>al da ogiva (cinzento) e cor da restante garrafa (branco ou amarelo) – mediante a profundida<strong>de</strong> pretendida.<br />
Material <strong>de</strong> fabrico e características<br />
• Po<strong>de</strong> ser também <strong>de</strong>signada por tanque, cilindro mas nunca <strong>de</strong> bilha ou botija.<br />
• São cilindros fabrica<strong>dos</strong> em aço ou alumínio (latão <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> que está <strong>de</strong>ntro da muito exigente norma<br />
francesa NFA 51105 - nível <strong>de</strong> impurezas muito baixo).<br />
• São tratadas interna e externamente com cromagem multi-camadas para maior resistência.<br />
• Já não é permitido utilizar garrafas em que o seu interior é <strong>de</strong> verniz – normalmente vermelho.<br />
• As garrafas <strong>de</strong> 10 litros, são normalmente utilizadas, para iniciação ou ainda para vistorias a cascos <strong>de</strong><br />
embarcações <strong>de</strong> recreio.<br />
• As garrafas <strong>de</strong> 12 litros, são normalmente utilizadas, pelas escolas <strong>de</strong> mergulho.<br />
• As garrafas <strong>de</strong> 15 e 18 litros, são normalmente utilizadas, para mergulhos em que se precisa <strong>de</strong> uma maior<br />
autonomia (Autonomia máxima, características peso/flutuabilida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ais).<br />
Prova <strong>de</strong> conservação:<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
GARRAFAS DE AÇO GARRAFAS DE ALUMÍNIO<br />
PROVA DE CONSERVAÇÃO<br />
(PROVA HIDRÁULICA)<br />
• Devido ao gran<strong>de</strong> esforço a que estão sujeitas,<br />
têm <strong>de</strong> ser provadas hidraulicamente <strong>de</strong> 5 em 5<br />
anos.<br />
• Após 25 anos <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>vem ser inutilizadas.<br />
• Nenhuma garrafa po<strong>de</strong> ser carregada sem esta<br />
prova em dia.<br />
Prova da Autorida<strong>de</strong> Marítima<br />
PROVA DA CAPITANIA DO PORTO<br />
(VISTORIA ANUAL)<br />
• Devem ser inspeccionadas visualmente sempre<br />
que forem utilizadas, mais profundamente pelo<br />
menos uma vez por ano.<br />
• As que apresentem marcas <strong>de</strong> corrosão <strong>de</strong>vem<br />
ser imediatamente reparadas, se a corrosão for<br />
<strong>de</strong>masiadamente gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão ser substituídas.<br />
PROVA DE CONSERVAÇÃO<br />
(PROVA HIDRÁULICA)<br />
• Devido ao gran<strong>de</strong> esforço a que estão sujeitas,<br />
têm <strong>de</strong> ser provadas hidraulicamente <strong>de</strong> 3 em 3<br />
anos.<br />
• Após 15 anos <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>vem ser inutilizadas.<br />
• Nenhuma garrafa po<strong>de</strong> ser carregada sem esta<br />
prova em dia.<br />
PROVA DA CAPITANIA DO PORTO<br />
(VISTORIA ANUAL)<br />
• Devem ser inspeccionadas visualmente sempre<br />
que forem utilizadas, mais profundamente pelo<br />
menos uma vez por ano.<br />
• As que apresentem marcas <strong>de</strong> corrosão <strong>de</strong>vem<br />
ser imediatamente reparadas, se a corrosão for<br />
<strong>de</strong>masiadamente gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão ser substituídas.<br />
60
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
Quanto ao tipo:<br />
• Aço ou alumínio (estando em estudo a utilização do Kevlar®)<br />
• Curta ou Longa.<br />
• Mono ou Bi.<br />
Quanto á flutuabilida<strong>de</strong>:<br />
• Negativa - aço<br />
• Positiva – alumínio<br />
Quanto ás capacida<strong>de</strong>s:<br />
• 0,4 litros (colete ou Spare Air®);<br />
• 2 litros, 4 litros (estas são pouco usuais);<br />
• 6 litros e 8 litros (Pony);<br />
• 10 litros (utilizam-se mais vulgarmente para BI);<br />
• 12 litros (i<strong>de</strong>ais para quem está a começar);<br />
• 15 litros (não aconselhadas a mergulhadores com pouca experiência);<br />
• 18 litros (não aconselhadas a mergulhadores com pouca experiência).<br />
Consi<strong>de</strong>rações:<br />
• Existe uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acessórios opcionais, tais como: as precintas, a pega, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> protecção e a<br />
tampa <strong>de</strong> protecção da torneira.<br />
• Em relação ao material <strong>de</strong> fabrico é preferível as garrafas <strong>de</strong> aço (AA), não só por serem em tudo mais resistentes<br />
mas sobretudo por terem um lastro equilibrado em relação ao seu volume. As garrafas <strong>de</strong> alumínio (AL ou AAL) são<br />
mais leves e para compensar o mergulhador vai lastrar mais o seu cinto <strong>de</strong> chumbos, ficando o mergulhador mal<br />
lastrado. O peso da garrafa <strong>de</strong> aço (AA) é para ser suportado pelo colete, permitindo assim uma correcta lastragem<br />
do mergulhador.<br />
• As garrafas mais usadas e com melhor relação capacida<strong>de</strong>-peso estão entre as<br />
<strong>de</strong> 10, 12 e 15 litros. Para quem gaste pouco ar ou para mergulhos baixos, vale<br />
inegavelmente, a comodida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma 10 litros, para mergulhos em locais<br />
longe das estações <strong>de</strong> enchimento a utilida<strong>de</strong> das 15 litros. Pensamos que o<br />
i<strong>de</strong>al é a <strong>de</strong> 12 litros.<br />
• Relativamente à cor preterimos as mais claras por serem sempre mais visíveis<br />
(as cores mais vistas são o amarelo, amarelo fluorescente, o branco e outras).<br />
• Quando houver várias estações <strong>de</strong> enchimento com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carregarem<br />
a 300 bares vale a pena o investimento neste tipo <strong>de</strong> garrafas. Até lá 235 bares é obviamente melhor que 200, mas<br />
também não é uma diferença muito significativa. Talvez seja uma questão <strong>de</strong> "Marketing".<br />
• Quanto às torneiras, também conhecidas como válvula da garrafa as duplas darão mais jeito principalmente para<br />
quem queira usar dois reguladores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Na generalida<strong>de</strong>, este procedimento é usado no mergulho em<br />
grutas ou em naufrágios, não se justificando no mergulho normal.<br />
• Relativamente às torneiras com reserva caíram totalmente em <strong>de</strong>suso aten<strong>de</strong>ndo a que o uso <strong>dos</strong> manómetros <strong>de</strong><br />
pressão é <strong>de</strong> longe mais vantajoso. Com o manómetro verifica sempre o ar que tem antes, durante e <strong>de</strong>pois do<br />
mergulho, po<strong>de</strong> inclusive gerir o ar da garrafa e efectuar dois mergulhos sem ir enchê-Ia, terá menos manutenção<br />
da garrafa e menos avarias. O custo <strong>de</strong> um manómetro <strong>de</strong> pressão é sensivelmente o mesmo da opção reserva na<br />
torneira. Este leque <strong>de</strong> vantagens justifica amplamente a opção <strong>de</strong> torneiras sem reserva e uso <strong>de</strong> manómetros.<br />
• Quanto aos acessórios opcionais, naturalmente que estes só beneficiam a sua garrafa.<br />
ATENÇÃO:<br />
• Nunca guar<strong>de</strong> a garrafa totalmente vazia;<br />
• Não a guar<strong>de</strong> por longos perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> tempo totalmente carregada;<br />
• Nunca <strong>de</strong>ixe a sua garrafa mais <strong>de</strong> dois meses com o mesmo ar;<br />
• Mantenha-a <strong>de</strong>itada sempre que possível,<br />
• Encha-a em estações <strong>de</strong> enchimento da sua confiança, segunda a Norma EN132;<br />
• Man<strong>de</strong> fazer uma inspecção visual to<strong>dos</strong> os anos ou sempre que a garrafa sofra alguma pancada forte;<br />
• Man<strong>de</strong> efectuar a prova hidráulica <strong>de</strong> 5 em 5 anos, ou o quando ache necessário;<br />
• Não mantenha a garrafa cheia directamente ao sol ou no porta bagagens do carro com temperaturas muito altas;<br />
• Verifique periodicamente as precintas e os o-rings.<br />
Reserva:<br />
• A capacida<strong>de</strong> da reserva é <strong>de</strong> 40 a 50 Kg/cm. A reserva é um sistema mecânico.<br />
• Actualmente o sistema mecânico <strong>de</strong> reserva é retirado da torneira e tamponado, sendo substituído pelo manómetro<br />
<strong>de</strong> pressão. Em águas <strong>de</strong> pouca visibilida<strong>de</strong> (barragens e águas muito escuras) <strong>de</strong>ve ser utilizada a reserva<br />
mecânica.<br />
Armazenamento e transporte:<br />
• Deve-se manter sempre <strong>de</strong>itada.<br />
• Nunca <strong>de</strong>verá ser armazenada completamente cheia durante longos perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> tempo.<br />
• Nunca <strong>de</strong>verá ser armazenada vazia durante longos perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> tempo.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
Interpretação das inscrições:<br />
• Encontram-se na ogiva da garrafa as seguintes inscrições, <strong>de</strong> caracter obrigatório a comprovar aquando da vistoria<br />
anual, na autorida<strong>de</strong> marítima competente, ou seja, vistoria da Capitania/Capitão do Porto:<br />
1. - Capacida<strong>de</strong>/Volume (WC – Water Capacity);<br />
2. - Peso;<br />
3. - Data <strong>de</strong> fabrico;<br />
4. - N.º <strong>de</strong> Série <strong>de</strong> fabrico;<br />
5. - Pressão <strong>de</strong> serviço - 232 bar (WP – Work Pressure);<br />
6. - Pressão <strong>de</strong> teste hidráulico - 330 bar (TP – Test Pressure);<br />
7. - Prova Hidráulica (TP – Test Pressure);<br />
8. - Símbolo da firma que fez o teste e data ();<br />
9. - Marca da Fábrica (Rothmions ou Faber).<br />
10. - Material <strong>de</strong> fabrico (AL ou AA)<br />
• De caracter adicional a comprovar na vistoria anual – Capitania:<br />
11. - Natureza do gás a que se <strong>de</strong>stina (AIR – AIRE COMPRIMIDE - AR);<br />
12. - Temperatura do ar, em graus centígra<strong>dos</strong> (15.8ºC).<br />
Pega da garrafa:<br />
• Para facilitar o seu transporte a garrafa <strong>de</strong>ve ter uma pega anatómica.<br />
• Quando não utilizada <strong>de</strong>ve ser rebaixada.<br />
Enchimento da garrafa:<br />
• Verifique o estado geral exterior. A garrafa só <strong>de</strong>verá ser cheia se estiver em boas condições, se a prova hidráulica<br />
e as inspecções anuais estiverem em dia.<br />
• Purgue a garrafa antes <strong>de</strong> qualquer enchimento.<br />
• Chama-se a atenção para que o enchimento da garrafa seja feito com ar <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Os sistemas <strong>de</strong> filtragem<br />
<strong>dos</strong> compressores <strong>de</strong>verão ser filtra<strong>dos</strong> com frequência para que sejam elimina<strong>dos</strong> os con<strong>de</strong>nsa<strong>dos</strong>. O ar <strong>de</strong>verá<br />
estar <strong>de</strong> acordo com a norma EN132.<br />
• Nunca exceda a pressão máxima autorizada para o carregamento (200 bar).<br />
• A garrafa <strong>de</strong>ve ser cheia <strong>de</strong>vagar para evitar aquecimento excessivo.<br />
Problemas na garrafa:<br />
• O filtro do primeiro andar do regulador, é também um bom indicador para <strong>de</strong>tectar exteriormente os problemas do<br />
interior da garrafa, o filtro mantém normalmente a sua cor inicial.<br />
• Se ele se encontra <strong>de</strong>scorado:<br />
- VERDE - presença <strong>de</strong> água na garrafa;<br />
- PRETO - carvão activado ou óleo no compressor;<br />
- BRANCO - presença <strong>de</strong> água salgada ou na garrafa ou entre a torneira e o regulador;<br />
- FERRUGEM - indica oxidação interna da garrafa (mesmo que seja pouca).<br />
Torneira da garrafa (Manipulo)<br />
• A torneira da garrafa consta <strong>de</strong> um corpo principal, com a sua chave (mo<strong>de</strong>lo polivalente <strong>de</strong> rosca mo<strong>de</strong>lo<br />
universal) e mecanismo <strong>de</strong> reserva (para o sistema com reserva).<br />
• A função da torneira é manter o ar <strong>de</strong>ntro do cilindro e permitir a ligação do<br />
regulador ao cilindro.<br />
• A norma internacional diz-nos que o diâmetro da sua rosca <strong>de</strong>verá ter uma<br />
dimensão <strong>de</strong> 17.8 mm, para que torneiras diferentes possam ser acopladas<br />
a diferentes marcas <strong>de</strong> garrafas.<br />
• As torneiras i<strong>de</strong>ntificam-se por 5 ou 6 dígitos que se encontram grava<strong>dos</strong> na<br />
parte posterior do corpo.<br />
• A torneira modular, permite montar, se necessário, um módulo <strong>de</strong> reserva<br />
(só para utilização em garrafas mono), ou uma segunda torneira para a<br />
utilização <strong>de</strong> um segundo regulador, também <strong>de</strong>signado por regulador <strong>de</strong><br />
reserva.<br />
• O volante, <strong>de</strong>ve ter, uma indicação aberto/fechado.<br />
• O volante <strong>de</strong>ve ser macio para absorver choques <strong>de</strong> uma eventual queda da<br />
garrafa.<br />
• Conservação com abertura progressiva para proteger os pistões <strong>de</strong> alta<br />
pressão (HP) <strong>dos</strong> reguladores (1.º Andar).<br />
• A base <strong>de</strong>ve ser hexagonal para facilitar a <strong>de</strong>smontagem/remontagem,<br />
quando da inspecção anual das garrafas.<br />
• Poucos mergulhadores dão atenção aos manípulos existentes nas suas torneiras. Se assim não fosse, todas as<br />
torneiras teriam manípulos <strong>de</strong> borracha. Estes manípulos são resistentes, absorvem os impactos, não estilhaçam, e<br />
são fáceis <strong>de</strong> rodar. No entanto, os manípulos <strong>de</strong> borracha po<strong>de</strong> rodar inadvertidamente se “esfrega<strong>dos</strong>” com o<br />
tecto <strong>de</strong> uma gruta, por exemplo. Para evitar que as torneiras fechem, nesta situação, o mergulhador apenas tem<br />
<strong>de</strong> verificar a abertura das mesmas após qualquer contacto das torneiras com qualquer superfície (uma verificação<br />
que <strong>de</strong>verá ser feita sempre, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do tipo <strong>de</strong> manípulos usa<strong>dos</strong>).<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
62
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
• Os manípulos <strong>de</strong> plástico reduzem ligeiramente a probabilida<strong>de</strong> da torneira rodar, mas são perigosos porque<br />
po<strong>de</strong>m partir após o impacto, <strong>de</strong>ixando o mergulhador sem nada para abrir ou fechar a torneira. Os manípulos <strong>de</strong><br />
metal não se estilhaçam, e são menos propensos a rodar, após o contacto com um objecto, mas po<strong>de</strong>m dobrar e<br />
“mor<strong>de</strong>r” o veio da torneira, tornando-se inúteis para o mergulhador.<br />
Componentes principais da torneira:<br />
• Uma zona roscada para o aperto no cilindro com uma rosca que está conforme a norma M25x2 ISO, na<br />
extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa zona tem ainda um tubo que impe<strong>de</strong> que as impurezas sólidas que possam estar no interior da<br />
garrafa entrem no circuito do ar quando esta se encontrar com a ogiva voltada para baixo.<br />
• A ligação ao regulador segundo a norma CGA 850, marcada com a letra “I”, para usar o regulador com ligação<br />
DIN. O regulador e a torneira <strong>de</strong>vem ser idênticos (DIN/DIN, 17.8/17.8, 18.5/18.5).<br />
Ligação DIN<br />
• Para usar um regulador com a ligação DIN, <strong>de</strong>senrosque o adaptador DIN (DIN 477 – conector 13 - 200 bar).<br />
• A ligação estribo: 230 bar no máximo;<br />
• A ligação DIN 200: 200 bar no máximo;<br />
• A ligação DIN 300: 300 bar no máximo.<br />
Manifold<br />
• Em sistemas <strong>de</strong> garrafas duplas (bis) usamos o Manifold ou ponte para facilitar a gestão <strong>de</strong> ar, aumentar o grau <strong>de</strong><br />
segurança e possibilitar um trabalho em equipa. As pontes juntam o ar <strong>de</strong> duas garrafas, permitindo ao<br />
mergulhador respirar <strong>de</strong> ambas as garrafas ao mesmo tempo através <strong>de</strong> um regulador.<br />
• As mais mo<strong>de</strong>rnas permitem colocar dois reguladores<br />
redundantes nas garrafas, e fechar o fornecimento <strong>de</strong> ar a<br />
qualquer um <strong>dos</strong> reguladores, mantendo no entanto o acesso ao<br />
gás <strong>de</strong> ambas as garrafas. Esta ponte com isolador assegura<br />
que, no caso <strong>de</strong> uma falha em um <strong>dos</strong> reguladores, o<br />
mergulhador continua a ter disponível a totalida<strong>de</strong> do gás das 2<br />
garrafas (a torneira que fornece gás ao regulador com o problema<br />
é fechada, e o mergulhador ace<strong>de</strong> ao gás das 2 garrafas através do outro regulador).<br />
• Embora seja verda<strong>de</strong> que uma falha catastrófica possa ser um problema muito grave, esse tipo <strong>de</strong> falhas são, na<br />
verda<strong>de</strong>, extremamente raras, sobretudo em equipamento que é mantido em condições. As pontes com isolador<br />
são a melhor maneira <strong>de</strong> gerir as reservas <strong>de</strong> gás durante o mergulho, visto que permitem sempre ao mergulhador<br />
ace<strong>de</strong>r às duas garrafas e não requerem nenhum procedimento especial durante o mergulho (ao contrário das<br />
garrafas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, que exigem que o mergulhador vá respirando alternadamente por ambos os reguladores,<br />
<strong>de</strong> modo a que o gás seja gasto equilibradamente em ambas as garrafas).<br />
• É uma má opção trocar a (muito) baixa probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha <strong>de</strong> uma p onte, pela (mais) alta probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
avaria <strong>de</strong> um 2º andar. A maioria <strong>dos</strong> mergulhadores usa um isolador na ponte, que permite ao mergulhador<br />
interromper a passagem do gás entre as garrafas. Esta válvula permite proteger-mo-nos <strong>de</strong> perdas <strong>de</strong> gás no caso<br />
<strong>de</strong> uma falha no o-ring da garrafa. O isolador permite ter mais uma linha <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa num sistema já <strong>de</strong> si bastante<br />
robusto. Por último, <strong>de</strong>vem evitar-se as novas pontes com 4 torneiras (2 <strong>de</strong> cada lado), que apesar <strong>de</strong> preten<strong>de</strong>rem<br />
adicionar mais segurança, introduziram uma complicação <strong>de</strong>snecessária, e mais potenciais pontos <strong>de</strong> falha.<br />
• As pontes com isolador são uma excelente i<strong>de</strong>ia em teoria, e uma aplicação <strong>de</strong>cente na prática. Des<strong>de</strong> que os<br />
mergulhadores se mantenham atentos às possíveis fraquezas nos isoladores, estes continuam a ser uma excelente<br />
adição ao sistema da ponte entre 2 garrafas. É preciso protegermo-nos contra o facto <strong>de</strong> as torneiras terem sido<br />
inadvertidamente fechadas durante o enchimento, ou durante os exercícios <strong>de</strong> segurança. É importante termos em<br />
conta que um isolador fechado po<strong>de</strong> causar problemas sérios.<br />
Como abrir a garrafa:<br />
• Para abrir a garrafa ro<strong>de</strong> o volante no sentido contrário <strong>dos</strong> ponteiros do relógio.<br />
• Abra a torneira <strong>de</strong>vagar e completamente, <strong>de</strong>pois dê-lhe 1/4 <strong>de</strong> volta no sentido contrário.<br />
• Proteja o conjunto <strong>de</strong> quaisquer choques e maus tratos que po<strong>de</strong>rão danificar a protecção exterior e iniciar o<br />
processo <strong>de</strong> corrosão. Trate todo o conjunto com cuidado. Tome um particular cuidado para que os chumbos do<br />
cinto não entrem em contacto com o cilindro.<br />
• Quaisquer exposição ao sol po<strong>de</strong> fazer aumentar a pressão interior da garrafa até níveis perigosos.<br />
• A entrada <strong>de</strong> água, areia ou outras substâncias no cilindro po<strong>de</strong>rão iniciar um grave processo <strong>de</strong> corrosão que será<br />
dificilmente <strong>de</strong>tectável.<br />
Como fechar a garrafa:<br />
• Para fechar a garrafa ro<strong>de</strong> completamente o volante no sentido <strong>dos</strong> ponteiros do relógio.<br />
• Coloque a protecção da torneira, para evitar a entrada <strong>de</strong> resíduos.<br />
Remoção do regulador da torneira:<br />
• Fechar o volante da torneira <strong>de</strong> conservação (sentido horário).<br />
• Purgar o regulador com a aluda do botão <strong>de</strong> purga até que o ar <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> sair largando então o botão <strong>de</strong> purga.<br />
• Se o seu regulador se encontra equipado com um manómetro submarino <strong>de</strong> alta pressão, o ar que está contido no<br />
seu tubo <strong>de</strong>verá também ser completamente purgado.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
• Para o efeito carregar sucessivamente no botão <strong>de</strong> purga durante 15 a 20 segun<strong>dos</strong>.<br />
• Desenrosque o parafuso do "estribo" ou o volante DIN e retire o regulador.<br />
• Recoloque a tampa <strong>de</strong> protecção na entrada <strong>de</strong> ar do primeiro andar. Esta protecção está, <strong>de</strong> uma maneira geral,<br />
presa ao regulador e por consequência, molha-se durante o mergulho. Assegure-se <strong>de</strong> que ela se encontra<br />
perfeitamente seca antes <strong>de</strong> a colocar na entrada <strong>de</strong> ar do regulador.<br />
Limpeza do regulador<br />
• Após cada dia <strong>de</strong> mergulho, o regulador <strong>de</strong>ve ser limpo, verificado e preparado para uma utilização seguinte ou um<br />
armazenamento prolongado.<br />
• Des<strong>de</strong> que o regulador é <strong>de</strong>smontado da garrafa <strong>de</strong> ar recoloque SEMPRE a protecção do primeiro andar. Esta<br />
protecção está, <strong>de</strong> uma maneira geral, presa ao regulador e por consequência, molha-se durante o mergulho.<br />
Assegure-se <strong>de</strong> que ela se encontra perfeitamente seca antes <strong>de</strong> a colocar na entrada <strong>de</strong> ar do regulador.<br />
• Verifique também a junta tórica no caso <strong>de</strong> existir uma.<br />
• Seque o seu regulador para que não fique com <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> calcário.<br />
• Uma vez seco coloque-o numa caixa ou saco próprio.<br />
• Se quiser fazer uma lavagem mais aprofundada, é necessário respeitar o protocolo seguinte:<br />
1. - Lave o material <strong>de</strong> acordo com as instruções anteriores;<br />
2. - Limpe o material em água com sabão (sabão neutro), e uma escova <strong>de</strong> nylon macia e limpa;<br />
3. - O tempo <strong>de</strong> hume<strong>de</strong>cimento não <strong>de</strong>ve exce<strong>de</strong>r 5 minutos;<br />
4. - Lave-o <strong>de</strong> novo e bem para fazer <strong>de</strong>saparecer qualquer resto <strong>de</strong> sabão;<br />
5. - Seque completamente o bloco do 1.º andar e o conjunto do 2.º andar.<br />
• Nunca utilize um solvente para lavar o regulador.<br />
• Nunca utilize um aerossol <strong>de</strong> silicone para lubrificar o regulador pois, certos solventes ou propulsores atacam e<br />
<strong>de</strong>gradam não só a borracha mas também certas matérias plásticas.<br />
• Nunca utilize o regulador como punho <strong>de</strong> transporte da sua garrafa.<br />
• Proteja o seu regulador <strong>dos</strong> choques.<br />
• Nunca <strong>de</strong>ixe o regulador montado na garrafa.<br />
• Lubrifique ligeiramente o parafuso do estribo com massa <strong>de</strong> silicone.<br />
Manutenção e Armazenamento - 1º Andar - Manutenção a seguir ao mergulho:<br />
• A qualida<strong>de</strong> e a regularida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> cuida<strong>dos</strong> após o mergulho assegurará o máximo <strong>de</strong> vida aos reguladores.<br />
• Este objectivo será conseguido seguindo os simples mas importantes procedimentos, cada vez que o equipamento<br />
for utilizado.<br />
• Após cada mergulho o regulador <strong>de</strong>verá ser lavado, o mais cedo possível, em água doce e a uma temperatura <strong>de</strong><br />
20ºC + ou - 5ºC, <strong>de</strong> forma a retirar o sal ou qualquer outro <strong>de</strong>pósito. O método preconizado é o <strong>de</strong> montar o<br />
regulador numa garrafa, abrir a torneira da garrafa e lavar o conjunto com água doce em abundância e à<br />
temperatura ambiente.<br />
• Deve-se ter particular atenção e dirigir a água para os furos da câmara <strong>de</strong> compensação do primeiro andar, para o<br />
bocal do segundo andar e para as cavida<strong>de</strong>s da tampa do segundo andar.<br />
• Carregue várias vezes no botão <strong>de</strong> purga do segundo andar durante a lavagem (não esquecendo que o primeiro<br />
andar <strong>de</strong>ve estar mais elevado durante a lavagem).<br />
• Após retirar o seu regulador, coloque a tampa <strong>de</strong> protecção do primeiro andar, pois a areia po<strong>de</strong>rá danificar<br />
seriamente o seu regulador.<br />
• A entrada <strong>de</strong> água nos dois andares po<strong>de</strong>rá provocar a corrosão interna.<br />
• O facto <strong>de</strong> lavar o regulador, imediatamente a seguir ao mergulho, com água doce a uma temperatura <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />
20ºC, permite eliminar melhor o sal e os <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> minerais que, com água fria seria mais difícil <strong>de</strong> fazer.<br />
• Nunca carregue no botão <strong>de</strong> purga quando o regulador não se encontrar sob pressão pois a água po<strong>de</strong>r-se-á<br />
introduzir no tubo.<br />
• Se não existir uma garrafa com ar, faça o mesmo procedimento mas, sem pressionar o botão <strong>de</strong> purga e tendo<br />
sempre colocada a tampa <strong>de</strong> protecção da entrada <strong>de</strong> ar do primeiro andar.<br />
Manutenção e Armazenamento - 2º Andar - Manutenção Regular:<br />
• A qualida<strong>de</strong> e a regularida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> cuida<strong>dos</strong> após o mergulho assegurará o máximo <strong>de</strong> vida aos reguladores. Este<br />
objectivo será conseguido seguindo os simples mas importantes procedimentos, cada vez que o equipamento for<br />
utilizado.<br />
• Após cada mergulho o regulador <strong>de</strong>verá ser lavado, o mais cedo possível, em água doce e a uma temperatura <strong>de</strong><br />
20ºC + ou - 5ºC, <strong>de</strong> forma a retirar o sal ou qualquer outro <strong>de</strong>pósito.<br />
• Depósitos como a areia po<strong>de</strong>m fazer com que o seu regulador não "sele" as membranas convenientemente.<br />
• O método preconizado é o <strong>de</strong> montar o regulador numa garrafa, abrir a torneira da garrafa e lavar o conjunto com<br />
água doce em abundância e à temperatura ambiente. Deve-se ter particular atenção e dirigir a água para os furos<br />
da câmara <strong>de</strong> compensação do primeiro andar, para o bocal do segundo andar e para as cavida<strong>de</strong>s da tampa do<br />
segundo andar. (não esquecendo que o primeiro andar <strong>de</strong>ve estar mais elevado durante a lavagem).<br />
• Carregue várias vezes no botão <strong>de</strong> purga do segundo andar durante a lavagem. Para secar o regulador accione<br />
mais uma vez o botão <strong>de</strong> purga com o bocal virado para baixo.<br />
• Coloque a tampa <strong>de</strong> protecção do primeiro andar.<br />
• Nunca carregue no botão <strong>de</strong> purga quando o regulador não se encontrar sob pressão pois a água po<strong>de</strong>r-se-á<br />
introduzir no tubo.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
64
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
• O facto <strong>de</strong> lavar o regulador com água doce a uma temperatura <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 20ºC, permite eliminar melhor o sal e<br />
os <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> minerais que, com água fria seria mais difícil <strong>de</strong> fazer. Se não existir uma garrafa com ar, faça o<br />
mesmo procedimento mas, sem pressionar o botão <strong>de</strong> purga e tendo sempre colocada a tampa <strong>de</strong> protecção da<br />
entrada <strong>de</strong> ar do primeiro andar.<br />
• A entrada <strong>de</strong> água nos dois andares po<strong>de</strong>rá provocar a corrosão interna.<br />
• Para a lavagem <strong>dos</strong> reguladores não se po<strong>de</strong> lavar a câmara <strong>de</strong> compensação do primeiro andar pois esta<br />
encontra-se selada e cheia <strong>de</strong> óleo. Neste caso lave abundante e completamente o exterior do primeiro andar e<br />
proceda como indicado anteriormente para o segundo andar.<br />
• Após cada dia <strong>de</strong> mergulho, o regulador <strong>de</strong>ve ser limpo, verificado e preparado para uma utilização seguinte ou um<br />
armazenamento prolongado.<br />
• Des<strong>de</strong> que o regulador é <strong>de</strong>smontado da garrafa <strong>de</strong> ar recoloque SEMPRE a protecção do primeiro andar. Esta<br />
protecção está, <strong>de</strong> uma maneira geral, presa ao regulador e por consequência, molha-se durante o mergulho.<br />
Assegure-se <strong>de</strong> que ela se encontra perfeitamente seca antes <strong>de</strong> a colocar na entrada <strong>de</strong> ar do regulador. Verifique<br />
também a junta tórica no caso <strong>de</strong> existir uma.<br />
• Seque o seu regulador para que não fique com <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> calcário, Uma vez seco coloque-o numa caixa ou saco<br />
próprio. Para secar o regulador accione mais uma vez o botão <strong>de</strong> purga com o bocal virado para baixo.<br />
• Se quiser fazer uma lavagem mais aprofundada, é necessário respeitar o protocolo seguinte:<br />
1. - Lave o material <strong>de</strong> acordo com as instruções anteriores;<br />
2. - Limpe o material em água com sabão (sabão neutro), e uma escova <strong>de</strong> nylon macia e limpa;<br />
3. - O tempo <strong>de</strong> hume<strong>de</strong>cimento não <strong>de</strong>ve exce<strong>de</strong>r 5 minutos;<br />
4. - Lave-o <strong>de</strong> novo e bem para fazer <strong>de</strong>saparecer qualquer resto <strong>de</strong> sabão.<br />
• Nunca utilize um solvente para lavar o regulador. Nunca utilize um aerossol <strong>de</strong> silicone para lubrificar o regulador<br />
pois, certos. solventes ou propulsores atacam e <strong>de</strong>gradam não só a borracha mas também certas matérias<br />
plásticas.<br />
• Nunca utilize o regulador como punho <strong>de</strong> transporte da sua garrafa.<br />
• Proteja o seu regulador <strong>dos</strong> choques. Nunca <strong>de</strong>ixe o regulador montado na garrafa.<br />
• Lubrifique ligeiramente o parafuso do estribo com massa <strong>de</strong> silicone.<br />
Manutenção Periódica<br />
• Não pense que o seu regulador está em bom estado simplesmente porque o utiliza pouco ou nunca.<br />
• Uma armazenagem prolongada ou feita em más condições, po<strong>de</strong>rá levar a uma corrosão interna e/ou a uma<br />
<strong>de</strong>terioração das juntas.<br />
• A frequência <strong>de</strong>ssas revisões <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do número <strong>de</strong> mergulhos e condições da sua utilização.<br />
• Qualquer que seja a utilização e a fim <strong>de</strong> assegurar o seu bom funcionamento, as marcas exigem nos termos da<br />
garantia, que seja feita uma revisão pelo menos uma vez por ano. Com efeito, certas peças (pistão HP, juntas,<br />
membranas) <strong>de</strong>verão ser substituídas com regularida<strong>de</strong>. Assegure-se que apenas serão utilizadas peças <strong>de</strong> origem<br />
no seu regulador.<br />
• Se o regulador for para aluguer, utilizado em água com cloro, ou poluída, <strong>de</strong>verão ser feitas revisões to<strong>dos</strong> os três<br />
ou seis meses. É necessário verificar o filtro situado na entrada <strong>de</strong> ar do primeiro andar do regulador.<br />
• Se o filtro estiver <strong>de</strong>scorado ou corroído, <strong>de</strong>verá ser substituído e fazer uma revisão completa ao regulador on<strong>de</strong><br />
serão substituídas todas as juntas e componentes não reutilizáveis.<br />
• Um <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> ferrugem ou <strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> alumínio (pó cinzento), sobre o filtro indica uma penetração <strong>de</strong> água na<br />
garrafa causando uma corrosão interna. Neste último caso, <strong>de</strong>verá fazer verificar a garrafa por um serviço <strong>de</strong><br />
controlo competente, fazendo-a limpar e, se for necessário, faze-la passar por um teste hidráulico.<br />
Armazenamento <strong>de</strong> curta duração:<br />
• Após a lavagem e secagem, coloque massa <strong>de</strong> silicone na rosca do parafuso do estribo do primeiro andar<br />
arrumando <strong>de</strong> seguida o seu regulador numa caixa ou saco próprio.<br />
• Calor, luz e humida<strong>de</strong> são inimigos do seu regulador.<br />
Armazenamento <strong>de</strong> longa duração:<br />
• Após a lavagem e secagem (certificando-se que este se encontra completamente limpo), coloque massa <strong>de</strong> silicone<br />
na rosca do parafuso do estribo do primeiro andar, e pulverize as partes <strong>de</strong> borracha, especialmente diafragma no<br />
2.º andar, com pó <strong>de</strong> talco fino. O calor, a humida<strong>de</strong> e especialmente a luz directa do sol, são potenciais inimigos<br />
do seu regulador. Fora da estação conserve o seu regulador num local sem luz directa e temperado.<br />
• Esta peça do equipamento <strong>de</strong>ve ser arrumado sem ser enrolado, completamente esticado mas sem tracção,<br />
ficando o 1.º andar mais elevado.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
65
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
TABELA DE PROBLEMAS DO 2º ANDAR<br />
PROBLEMA<br />
1. Débito contínuo.<br />
2. Débito contínuo ou assobio<br />
do 1º andar.<br />
3. Dificulda<strong>de</strong> em respirar.<br />
4. Presença <strong>de</strong> água nas vias<br />
aéreas.<br />
5. Pouco débito quando<br />
carrega no botão <strong>de</strong><br />
purga.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
CAUSA<br />
A. Não existe anomalia.<br />
B. Pistão HP danificado.<br />
C. Se<strong>de</strong> mal regulada.<br />
A. MP muito alta.<br />
B. Alavanca muito elevada.<br />
C. Alavanca dobrada.<br />
D. Disco sujo ou danificado.<br />
E. Pistão sujo ou danificado.<br />
F. Peça <strong>de</strong> ligação suja ou<br />
danificada.<br />
G. Mola pasmada.<br />
H. Se<strong>de</strong> regulável mal ajustada.<br />
A. MP muito baixa.<br />
SOLUÇÃO<br />
A. Fora da água o débito contínuo po<strong>de</strong><br />
ser consequência do botão <strong>de</strong> purga ao<br />
ser pressionado, após retirar o bocal.<br />
após uma rápida inspiração. Este<br />
débito po<strong>de</strong> ser facilmente parado ao<br />
rodar a alavanca da regulação Ventury<br />
para a posição MIN, ou ainda rodando<br />
o botão <strong>de</strong> regulação <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong><br />
(débito) para o MIN (posição mais<br />
fechada). Também para o débito<br />
contínuo ao tapar o bocal.<br />
B. Substitua o pistão.<br />
C. Regule a se<strong>de</strong>.<br />
A. Veja a tabela <strong>de</strong> problemas do primeiro<br />
andar.<br />
B. Desaparafuse a porca <strong>de</strong> regulação<br />
para baixar a alavanca.<br />
C. Examine e substitua a alavanca.<br />
D. Substitua a pastilha.<br />
E. Substitua o pistão.<br />
F. Substitua a peça <strong>de</strong> ligação.<br />
B. Alavanca dobrada.<br />
G. Substitua a mola.<br />
H. Ajuste a se<strong>de</strong> regulável.<br />
A. Veja a tabela <strong>de</strong> problemas do primeiro<br />
andar.<br />
B. Substitua a alavanca.<br />
C. Alavanca muito rebaixada. C. Aparafuse a porca <strong>de</strong> regulação para<br />
baixar a alavanca.<br />
D. Filtro obstruído.<br />
D. Substitua o filtro.<br />
E. MP obstruída.<br />
E. Substitua o tubo.<br />
F. Se<strong>de</strong> regulável mal ajustada. F. Ajuste a se<strong>de</strong> regulável.<br />
A. Membrana<br />
colocada.<br />
furada ou mal A. Substitua-a.<br />
B. Válvula <strong>de</strong> escape suja ou B. Limpe ou substitua-a<br />
danificada.<br />
C. Zona <strong>de</strong> selagem da válvula da C. Limpe ou substitua a caixa do 2º andar.<br />
membrana <strong>de</strong> escape suja ou<br />
danificada.<br />
D. Membrana mal colocada entre a D. Desmonte e volte a montar. Certifique-<br />
tampa e a caixa do 2º andar.<br />
se que a anilha e está no lugar.<br />
E. Juntas sujas ou danificadas. E. Substitua a junta.<br />
F. Caixa do 2º andar partida. F. Substitua a caixa do 2º andar.<br />
A. Alavanca muito rebaixada. A. Aparafuse a porca <strong>de</strong> regulação para<br />
baixar a alavanca.<br />
B. Alavanca dobrada.<br />
B. Substitua a alavanca.<br />
1 - Injector<br />
2 - Patilha <strong>de</strong> Ventury<br />
3 - Bocal<br />
4 - Botão <strong>de</strong> fluxo<br />
5 - Botão <strong>de</strong> débito<br />
6 - Diafragma<br />
7 - Tampa<br />
8 - Botão <strong>de</strong> purga<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
TABELA DE PROBLEMAS DO 1º ANDAR<br />
PROBLEMA<br />
1. Débito contínuo forte.<br />
2. Débito contínuo fraco.<br />
ATRASADO<br />
3. Débito contínuo fraco.<br />
IMEDIATO<br />
4. Dificulda<strong>de</strong> em respirar.<br />
5. Presença <strong>de</strong> água nas vias<br />
aéreas.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
CAUSA<br />
A. Não existe anomalia.<br />
G. Partes móveis com sal ou<br />
<strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> calcário ou ainda<br />
com falta <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> silicone.<br />
H. Válvula <strong>de</strong> escape encravada no<br />
corpo.<br />
SOLUÇÃO<br />
A. Fora da água o débito contínuo po<strong>de</strong><br />
ser consequência <strong>de</strong> pressionar o<br />
botão <strong>de</strong> purga (24), ou por retirar da<br />
boca do bocal (29) após uma rápida<br />
inspiração.<br />
Este débito <strong>de</strong>ve facilmente parar ao<br />
colocar um <strong>de</strong>do a tapar o bocal.<br />
B. Substitua-as.<br />
B. Juntas tóricas danificadas.<br />
C. Pistão <strong>de</strong> HP danificado. C. Substitua o pistão.<br />
A. MP muito elevada.<br />
A. Ajuste a MP.<br />
B. Juntas tóricas danificadas. B. Substitua-as.<br />
C. Pistão HP (9) sujo ou danificado. C. Substitua o pistão.<br />
D. Bloco da mola (5) sujo ou D. Substitua o bloco.<br />
danificado.<br />
A. MP muito elevada.<br />
A. MP muito elevada.<br />
B. Juntas tóricas danificadas. B. Substitua-as.<br />
C. Pistão HP sujo ou danificado. C. Pistão HP sujo ou danificado.<br />
D. Bloco da mola sujo ou danificado. D. Bloco da mola sujo ou danificado.<br />
A. MP muito baixa.<br />
A. Ajuste a MP.<br />
B. Alavanca mal ajustada.<br />
B. Ajuste a alavanca.<br />
C. Filtro do 1º andar sujo.<br />
C. Substitua o filtro.<br />
D. Filtro do 1º andar corroído. D. Substitua o filtro.<br />
E. Partes móveis <strong>de</strong>sgastadas. E. Substitua-as.<br />
F. Partes móveis corroídas. F. Se possível limpe-as, se não substituaas.<br />
G. Proceda à limpeza e lubrificação das<br />
partes móveis em questão.<br />
A. Membrana furada ou mal<br />
colocada.<br />
B. Anel <strong>de</strong> retenção mal apertado.<br />
C. Anel <strong>de</strong> retenção partido.<br />
D. Orifícios <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> pressão mal<br />
fecha<strong>dos</strong>.<br />
E. Tampa da caixa do 2º andar<br />
partida.<br />
F. Tampa da caixa do 2º andar mal<br />
apertada.<br />
H. Limpe-a ou substitua-a.<br />
A. Substitua a membrana.<br />
B. Reposicione o anel e volte aperta-lo.<br />
C. Substitua-o.<br />
D. Desmonte e volte a montar.<br />
E. Substitua a caixa do 2º andar.<br />
F. Coloque-a na posição correcta e volte<br />
apertá-la.<br />
1 - Orifício <strong>de</strong> traqueia HP<br />
2 - Volante do estribo<br />
3 - Canal do filtro<br />
4 - Botão <strong>de</strong> fluxo<br />
5 - Orifício <strong>de</strong> traqueia MP<br />
6 - Canal <strong>de</strong> redução para MP<br />
7 - Sistema <strong>de</strong> equilíbrio <strong>de</strong> pressão<br />
67
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
TABELA DE PROBLEMAS DA TORNEIRA E DA GARRAFA<br />
PROBLEMA<br />
1. Fuga <strong>de</strong> ar entre a torneira<br />
e o cilindro.<br />
2. Fuga <strong>de</strong> ar entre a torneira<br />
e o regulador.<br />
3. Fuga <strong>de</strong> ar pelo volante<br />
(torneira fechada).<br />
4. Fuga <strong>de</strong> ar pela saída da<br />
torneira (torneira fechada).<br />
5. Pouco débito <strong>de</strong> ar pela<br />
saída da torneira.<br />
6. Dificulda<strong>de</strong> em abrir o<br />
volante da torneira.<br />
7. Chave do volante da<br />
torneira a rodar bem, mas<br />
sem abrir.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
CAUSA<br />
A. Torneira mal apertada no cilindro.<br />
B. Junta (11) danificada.<br />
C. Botão <strong>de</strong> purga encravado.<br />
A. Junta do regulador (DIN)<br />
danificada.<br />
B. Junta tórica interior (14) da<br />
torneira danificada ou em falta.<br />
C. Entrada do regulador (Din/Estribo)<br />
diferente da torneira.<br />
D. Adaptador danificado.<br />
E. Falta da junta externa (16) do<br />
miolo da torneira<br />
A. Peça (5) incorrectamente<br />
apertada.<br />
B. Junta tórica da torneira (6)<br />
danificada.<br />
C. Junta tórica da torneira (4)<br />
danificada.<br />
D. Disco <strong>de</strong> Teflon® danificado.<br />
E. Veio dobrado.<br />
A. Falta <strong>de</strong> estanquecida<strong>de</strong> entre a<br />
peça (9) e a se<strong>de</strong>.<br />
A. Interior da garrafa corroído.<br />
B. Sujida<strong>de</strong>, sal ou <strong>de</strong>pósito calcário<br />
no interior do circuito do ar.<br />
C. Interior da garrafa corroído.<br />
D. Disco <strong>de</strong> Teflon® colado.<br />
A. Circuito entupido.<br />
B. Disco (9) do batente <strong>de</strong> Teflon®<br />
colado ou danificado.<br />
C. Eixo torto (9).<br />
A. Chave do volante (2) partido.<br />
B. Eixo partido (9).<br />
SOLUÇÃO<br />
A. Verifique a força <strong>de</strong> aperto.<br />
B. Substitua a junta.<br />
C. Verifique a caixa da junta.<br />
A. Substitua a junta.<br />
B. Substitua-a ou coloque-a se estiver em<br />
falta.<br />
C. Verifique ambos. Eles <strong>de</strong>vem ser<br />
idênticos.<br />
D. Substitua-o.<br />
E. Coloque-a.<br />
A. Substitua-a.<br />
B. Substitua-a.<br />
C. Substitua-a.<br />
D. Substitua a peça (9).<br />
E. Substitua o veio.<br />
A. Verifique a peça (9) e o veio. Limpe o<br />
corpo da torneira e substitua o veio.<br />
A. Mandar limpar e efectuar a prova<br />
hidráulica.<br />
B. Man<strong>de</strong> limpar o circuito.<br />
C. efectuar um teste <strong>de</strong> prova (prova<br />
hidráulica).<br />
D. Substitua a peça (9).<br />
A. Desmonte e limpe o circuito, substitua<br />
o tubo (12).<br />
B. Substitua a peça (9).<br />
C. Substitua a peça (8).<br />
A. Substitua a peça (2).<br />
B. Substitua a peça (9).<br />
1 - Alojamento do parafuso <strong>de</strong> aperto da chave da torneira (castelo)<br />
2 - Volante da torneira<br />
3 - Parte superior da torneira<br />
4 - Saída do ar (torneira INT – sem opérculo)<br />
5 - Circuito aéreo<br />
6 - Tampão da entrada da reserva<br />
7 - Local <strong>de</strong> adaptação do sistema mecânico da reserva<br />
8 - Tubo <strong>de</strong> protecção <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> resíduos no circuito<br />
9 - Junta tórica<br />
10 - Chave <strong>de</strong> fecho e abertura<br />
11- Disco <strong>de</strong> sobrepressão (contra excesso <strong>de</strong> pressão)<br />
68
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
O COLETE DE MERGULHO<br />
O Colete salva-vidas do mergulhador<br />
• È um acessório da máxima utilida<strong>de</strong> e além disso obrigatório por lei. Trata-se dum colete que é utilizado na posição<br />
<strong>de</strong> vazio e que <strong>de</strong>verá ser cheio em situações <strong>de</strong> emergência. Para tal está equipado com uma pequena garrafa <strong>de</strong><br />
ar comprimido ou está ligado á garrafa principal.<br />
• Po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser usado para compensar a flutuabilida<strong>de</strong> do mergulhador que fica<br />
tanto mais pesado quando mais <strong>de</strong>sce.<br />
• Deve possuir uma válvula <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga, para permitir o seu esvaziamento e uma<br />
traqueia munida <strong>de</strong> um bocal que muitas vezes funciona também como válvula <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scarga.<br />
• Uma vez que a pressão se exerce nas suas pare<strong>de</strong>s, transmitindo-se ao ar<br />
acumulado no seu interior, po<strong>de</strong>-se respirar este ar numa situação <strong>de</strong> emergência,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que seja puro. Se estiver munido duma garrafa própria po<strong>de</strong> assim servir para<br />
uma emergência mesmo no caso <strong>de</strong> faltar ar na garrafa <strong>de</strong> mergulho.<br />
• Alguns <strong>dos</strong> coletes mais baratos e antigos só po<strong>de</strong>m ser cheio com o ar expirado<br />
para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>le pelo mergulhador. São essencialmente coletes para equilibrar a<br />
flutuabilida<strong>de</strong>. No entanto po<strong>de</strong>m servir para trazer o mergulhador para a superfície,<br />
pois <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que tenham algum ar este aumentará <strong>de</strong> volume ao subir alguns metros<br />
e começará <strong>de</strong> imediato a dar uma flutuabilida<strong>de</strong> largamente positiva.<br />
• A utilização do colete requer prática e conhecimento do mesmo. A sua má utilização<br />
po<strong>de</strong>rá custar a vida ao mergulhador. Conheça bem o seu colete. Saiba sempre<br />
on<strong>de</strong> estão as válvula <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> ar.<br />
• Nas subidas quando usar o colete tenha atenção à velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida.<br />
• Como já foi referido, o colete <strong>de</strong> mergulho como impropriamente é chamado é uma<br />
das peças <strong>de</strong> equipamento obrigatórias para a prática do mergulho amador. Po<strong>de</strong><br />
consi<strong>de</strong>rar-se uma peca imprescindível, pela posição que ocupam na segurança do<br />
mergulhador.<br />
• O seu nome próprio é “compensador da flutuabilida<strong>de</strong>”, tendo sido imaginado e<br />
construído a pensar nessa função fundamental para quem mergulha. Na maioria <strong>dos</strong><br />
países é conhecido simplesmente como BC (Buoyancy Control ou ainda BCD<br />
(Buoyancy Control Device).<br />
• A sua principal finalida<strong>de</strong> é assistir o mergulhador na subida (ou em situação <strong>de</strong> emergência), possibilitar a<br />
paragem ou progressão a <strong>de</strong>terminada cota (permite controlar a flutuabilida<strong>de</strong> do mergulhador a qualquer<br />
profundida<strong>de</strong>) e mantê-lo confortável à superfície.<br />
• Po<strong>de</strong> ainda servir (com algumas limitações) <strong>de</strong> colete salva-vidas e provavelmente daí a confusão do seu nome,<br />
serve <strong>de</strong> suporte para a própria garrafa, serve <strong>de</strong> bóia, serve para pendurar, pren<strong>de</strong>r e guardar instrumentos e<br />
acessórios <strong>de</strong> mergulho.<br />
• É feito <strong>de</strong> um material nylon tipo (Denier - Cordura) 420, 470, 840, 940, 1000, 1100, 1200, 1300 e 1400.<br />
• Quanto aos bolsos po<strong>de</strong> ser tipo extensível ou simples (com ou sem velcro). Deverão ter pelo menos dois bolsos <strong>de</strong><br />
velcro ou outro sistema, e permitirem pren<strong>de</strong>r as traqueias e possuírem ainda argolas para fixação <strong>de</strong> instrumentos<br />
<strong>de</strong> mergulho.<br />
• O volume interno varia (<strong>de</strong> 10Lt a 32Lt).<br />
• O backpack po<strong>de</strong> ser regulável ou não.<br />
• As precintas po<strong>de</strong>m ser ajustáveis ou não ajustáveis. Po<strong>de</strong> ser regulável ou <strong>de</strong> volume integral.<br />
• Po<strong>de</strong> ser tipo Fenzy (babete), Jacket ou Profissional (pro system) ou ainda em “ASA”. Existem<br />
dois tipos <strong>de</strong> coletes:<br />
— O anelar ou “Babete” que se enfiam pela cabeça e se pren<strong>de</strong>m ao mergulhador por<br />
precintas;<br />
— O "Jacket" que têm a garrafa presa e se vestem como uma jaqueta.<br />
• Os babetes caíram em <strong>de</strong>suso por serem menos práticos no equipar, menos cómo<strong>dos</strong> no<br />
mergulho e geralmente com menor capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> flutuabilida<strong>de</strong>.<br />
• O colete <strong>de</strong> mergulho é constituído por um saco expansível simples (Silicone/Borracha) ou <strong>de</strong><br />
pare<strong>de</strong> dupla (Nylon/Goretex), e um sistema que permite enchê-lo ou vazá-lo (SED/DS),<br />
consoante a situação ou necessida<strong>de</strong> do mergulhador.<br />
• O sistema <strong>de</strong> enchimento é constituído por uma válvula insufladora do ar da própria garrafa e<br />
em certos coletes também por uma pequena garrafa <strong>de</strong> ar comprimido que faz parte do próprio<br />
colete o sistema para vazar é constituído por dois tipos <strong>de</strong> válvulas: a válvula <strong>de</strong> escape lento<br />
que como o seu nome indica vaza o ar lentamente e por válvulas <strong>de</strong> escape rápido. A válvula<br />
<strong>de</strong> escape lento também permite o enchimento do colete à boca. Este procedimento está <strong>de</strong>saconselhado para<br />
mergulhadores pouco treina<strong>dos</strong> ou em condições normais. O colete tem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser cheio à boca ou<br />
através do SED. Po<strong>de</strong> ter várias purgas (sistema directo, integrada alta, alta sobre o ombro direito, baixa sobre a<br />
retaguarda) todas têm um sistema <strong>de</strong> “Aqua-stop”.<br />
• Como características importantes o colete <strong>de</strong>ve ter: o tamanho a<strong>de</strong>quado ao utilizador (S,M,L,XL), volume interno<br />
suficiente para permitir uma boa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> flutuação (18L/23L), válvulas <strong>de</strong> insuflação e escape bem<br />
localizáveis e fáceis <strong>de</strong> operar, válvula <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> sobrepressão, material <strong>de</strong> confecção resistente e uma boa<br />
precinta com fecho para pren<strong>de</strong>r a garrafa.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
69
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
• Em termos <strong>de</strong> manutenção, após cada utilização, aconselha-se a lavagem com água doce em abundância, a uma<br />
temperatura aproximada da ambiente (+ - 20 ºC) incluindo o seu interior, evitar o contacto com areias, e efectuar<br />
uma revisão anual, para verificação das válvulas e <strong>dos</strong> o-rings.<br />
• Para o correcto uso do colete é necessária aprendizagem e treino especial, <strong>de</strong>vendo<br />
apenas ser usado por pessoas para isso habilitadas. O uso <strong>de</strong>sta peça <strong>de</strong> equipamento<br />
por pessoas não certificadas po<strong>de</strong> ocasionar-lhes aci<strong>de</strong>ntes graves que terminam em<br />
morte. O treino <strong>de</strong> manuseamento é muito importante tanto à superfície como em<br />
imersão. Pois a nossa vida po<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong>le.<br />
• Actualmente muitos mergulhadores usam um regulador/insuflador a substituir o bocal<br />
insuflador que se <strong>de</strong>signa por “Air Source” ou "AIR" (Air Inflater Recover).<br />
• Também na actualida<strong>de</strong> começa-se a usar uma tecnologia nova <strong>de</strong>signada por “asa”.<br />
Blackplate<br />
• O objectivo <strong>de</strong>ste sistema é, por um lado, aproximar as garrafas das costas do mergulhador, e por outro, ter um<br />
volume o mais reduzido possível, para manter o mergulhador o mais liberto possível.<br />
• Os coletes tradicionais, incluindo naturalmente os chama<strong>dos</strong> coletes <strong>de</strong> mergulho técnico, têm muitas vezes um<br />
volume <strong>de</strong>masiado gran<strong>de</strong>, que se distribui, não só pelas costas, mas também pelos la<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> mergulhadores.<br />
Adicionalmente têm bolsos, d-rings em <strong>de</strong>masia, fechos, e precintas, que não só po<strong>de</strong>m prejudicar a respiração,<br />
como causam um maior esforço <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> água, <strong>de</strong>vido ao volume extra que causam.<br />
• O colete tipo asa está nas costas do mergulhador, entre a garrafa e a placa dorsal, e o arnês tem apenas 4<br />
precintas, <strong>de</strong>ixando livre toda a parte da frente do mergulhador.<br />
• Na realida<strong>de</strong>, as precintas <strong>dos</strong> ombros, e a da cintura, são feitas pela mesma tira <strong>de</strong> cinta <strong>de</strong> nylon, que passa, <strong>de</strong><br />
uma forma específica, entre as ranhuras existentes no placa dorsal. A precinta <strong>de</strong> entre-pernas, é feita <strong>de</strong> uma tira<br />
distinta, e leva 2 d-rings adicionais.<br />
Colete tipo Asa<br />
• A asa <strong>de</strong>ve ter uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> flutuação a<strong>de</strong>quada ao equipamento transportado pelo mergulhador. ·<br />
• A traqueia <strong>de</strong>ve ser curta, mas <strong>de</strong> comprimento suficiente para chegar, com a mão esquerda, à boca, à válvula do<br />
fato seco, e ao nariz; ·<br />
• O injector po<strong>de</strong> funcionar como um 3º regulador, que po<strong>de</strong>rá ser usado numa situação <strong>de</strong> emergência, carregando<br />
em ambos os botões ao mesmo tempo (implica algum treino, pois é uma manobra difícil); ·<br />
• Não <strong>de</strong>ve possuir a válvula <strong>de</strong> segurança no topo da traqueia (não queremos estar a puxar por um <strong>dos</strong><br />
componentes mais importantes do colete, durante o mergulho); ·<br />
• O Injector <strong>de</strong>ve ser não compensado e <strong>de</strong> baixo volume (queremos controlar sempre a nossa flutuabilida<strong>de</strong>, não<br />
queremos um injector que “dispare” quantida<strong>de</strong>s enormes <strong>de</strong> ar para <strong>de</strong>ntro da asa); ·<br />
• O injector <strong>de</strong>ve ser preso com um elástico ao arnês (ao d-ring do peito, do lado esquerdo); ·<br />
• A mangueira do injector vai junto à traqueia (do lado <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro, voltada para o mergulhador, <strong>de</strong> modo a que o<br />
injector possa ser usado como um 3º regulador em caso <strong>de</strong> emergência), e é mantida no lugar através <strong>de</strong> 2 anéis<br />
<strong>de</strong> câmara <strong>de</strong> ar <strong>de</strong> bicicleta; ·<br />
• Os botões <strong>de</strong>vem ser em inox; ·<br />
• Deve ser fácil <strong>de</strong> <strong>de</strong>smontar e limpar.<br />
Colocação do colete (em Terra)<br />
• Deve ser completamente verificado antes <strong>de</strong> ser acoplado à garrafa.<br />
• As verificações passam por:<br />
1. Observar minuciosamente o seu aspecto exterior (limpo e bem tratado)<br />
2. Verificar se existe alguma fuga <strong>de</strong> ar.<br />
3. Prefigurar a utilização <strong>dos</strong> ajustes das precintas, não esquecendo que estes <strong>de</strong>vem estar em boas condições<br />
<strong>de</strong> utilização (fazer o teste do seu manuseamento).<br />
4. Testar as válvulas verificando se estas se encontram em boas condições <strong>de</strong> fecho e abertura.<br />
5. Experimentar o bocal que se encontra no bloco do SED (Sistema <strong>de</strong> Enchimento Directo), fazendo várias<br />
insuflações, verificando se o volume <strong>de</strong> ar no interior do colete aumenta.<br />
• Seguidamente para se proce<strong>de</strong>r à colocação, não se po<strong>de</strong> esquecer que:<br />
1. A garrafa <strong>de</strong>ve estar com ar suficiente para o mergulho que planeou.<br />
2. A abertura da saída <strong>de</strong> ar da torneira, é sempre voltada para as nossas costas<br />
3. No caso do colete tipo babete, certifique-se que a garrafa <strong>de</strong>ste está em condições <strong>de</strong> utilização.<br />
4. A traqueia do colete <strong>de</strong>ve ser acoplada ao SED.<br />
5. Coloque o equipamento correctamente e certifique-se <strong>de</strong> que este está adaptado a si.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
70
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
MANÓMETROS E COMPUTADORES<br />
Manómetros<br />
• De metal e resistente (para que seja resistente ao impacto, e à pressão). Muitos manómetros <strong>de</strong> plástico <strong>de</strong>formamse<br />
com a pressão, e a agulha fica encostada ao visor, limitando o seu movimento.<br />
• Com visor <strong>de</strong> vidro (o plástico parte-se e risca-se mais facilmente, tornando difícil a leitura do manómetro); ·<br />
• Fiável, e <strong>de</strong> fácil leitura.<br />
• Sem consola (a consola aumenta o volume do manómetro e permite a acumulação <strong>de</strong> água e sal junto ao mesmo).<br />
• Preso com um mosquetão, ao d-ring da cintura.<br />
• Mangueira suficientemente curta para não oferecer muita resistência à passagem da água, mas comprida o<br />
suficiente para po<strong>de</strong>r ser lido soltando o mosquetão, e aproximando o manómetro da cara.<br />
• O manómetro não <strong>de</strong>ve ser frequentemente rodado sobre a mangueira, sobretudo quando pressurizado. Quando é<br />
montado, e antes <strong>de</strong> ser pressurizado, <strong>de</strong>ve ser orientado com o mostrador voltado para o lado <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro (para que<br />
seja mais facilmente visto, quando se solta o mosquetão). A razão para isto é que normalmente os manómetros<br />
falham nas juntas tóricas que se encontram na base do mosquetão. Quanto menos forem forçadas, menores as<br />
probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> falharem.<br />
• A mangueira é colocada sobre a asa.<br />
Profundímetro<br />
• Devem ser coloca<strong>dos</strong> nos pulsos, e não numa consola (ajuda a reduzir a<br />
resistência à água, e protege os instrumentos, evitando que vão a roçar pelo<br />
fundo).<br />
• Normalmente po<strong>de</strong>remos substituir as precintas por elásticos (mais resistente, e<br />
mais fácil <strong>de</strong> substituir em caso <strong>de</strong> se estragarem). No entanto, há algumas<br />
recomendações no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar pelo menos um <strong>dos</strong> instrumentos com a<br />
precinta original, sobretudo quando se usa um fato seco. A razão para tal<br />
pren<strong>de</strong>-se com o facto <strong>de</strong> a precinta original po<strong>de</strong>r servir para limitar a entrada<br />
<strong>de</strong> água no fato, em caso <strong>de</strong> ruptura <strong>de</strong> um vedante <strong>dos</strong> pulsos;<br />
• Os instrumentos são necessários para to<strong>dos</strong> os mergulhos, mas <strong>de</strong>ve resistir-se<br />
à tentação do “quanto mais, melhor”.<br />
Bússola<br />
• Vão coloca<strong>dos</strong> nos pulsos, e não numa consola (ajuda a reduzir a resistência à água, e protege os instrumentos,<br />
evitando que vão a roçar pelo fundo).<br />
• Normalmente po<strong>de</strong>remos substituir as precintas por elásticos (mais resistente, e mais fácil <strong>de</strong> substituir em caso <strong>de</strong><br />
se estragarem). No entanto, há algumas recomendações no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar pelo menos um <strong>dos</strong> instrumentos<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
71
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
com a precinta original, sobretudo quando se usa um fato seco. A razão para tal pren<strong>de</strong>-se com o facto <strong>de</strong> a<br />
precinta original po<strong>de</strong>r servir para limitar a entrada <strong>de</strong> água no fato, em caso <strong>de</strong> ruptura <strong>de</strong> um vedante <strong>dos</strong> pulsos.<br />
• Os instrumentos são necessários para to<strong>dos</strong> os mergulhos, mas <strong>de</strong>ve resistir-se à tentação do “quanto mais,<br />
melhor”.<br />
REVISÕES AO MATERIAL<br />
DATA<br />
12/ 05/97<br />
12/ 01/98<br />
16/03/98<br />
07/12/98<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
MOTIVO DA<br />
REVISÃO<br />
Membrana<br />
do diafragma<br />
estragada<br />
Fim <strong>de</strong> época<br />
Válvula do colete<br />
avariada<br />
TIPO DE<br />
REPARAÇÃO<br />
Não programada<br />
(AVARIA)<br />
Programada<br />
(REVISÃO)<br />
Não programada<br />
(AVARIA)<br />
SOLUÇÃO<br />
(Peças substituídas)<br />
Membrana<br />
do diafragma substituída<br />
Juntas tóricas, membrana e pistão<br />
do 1ºandar, diafragma do 2.ºandar,<br />
Substituição do vedante da válvula<br />
superior do colete<br />
CARIMBO<br />
DA FIRMA<br />
PRÓXIMA<br />
REVISÃO<br />
12/ 05/98<br />
12/ 01/99<br />
16/03/99<br />
NOTA - As revisões <strong>de</strong>vem ser feitas:<br />
• Anualmente após ter terminado a época.<br />
• Após <strong>de</strong>tectar qualquer ocorrência extraordinária no seu equipamento.<br />
• Antes <strong>de</strong> armazenamentos prolonga<strong>dos</strong> e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> armazenamentos prolonga<strong>dos</strong><br />
• Não se esqueça que, o escafandro não é só o regulador. Também a garrafa e o colete têm que ser revistos<br />
anualmente.<br />
QUANTO AR NECESSITO PARA MERGULHAR?<br />
• Ao programar o seu mergulho, para além <strong>dos</strong> cálculos que terá obrigatoriamente que efectuar, terá sempre em<br />
conta:<br />
— a capacida<strong>de</strong> da sua garrafa;<br />
— o grau <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> a que vai ser exposto;<br />
— a profundida<strong>de</strong> pretendida;<br />
— o estado <strong>de</strong> espirito;<br />
— o treino físico e a experiência.<br />
O Consumo<br />
• O mergulhador à superfície consome cerca <strong>de</strong> 6 Lt/min.<br />
• Na prática da natação, um nadador tem um consumo <strong>de</strong> 25Lt/min. Assim para um cálculo rápido <strong>de</strong> consumo<br />
po<strong>de</strong>remos ter como referência a no seguinte amostragem que quadro.<br />
CONSUMO (Lt/min)<br />
PROFUNDIDADE (m)<br />
-10 m -20 m -30 m -40 m -50 m<br />
20 40 60 80 100 120<br />
25 50 75 100 125 150<br />
30 60 90 120 150 180<br />
35 70 105 140 175 210<br />
Consumo x Pressão absoluta = Consumo <strong>de</strong> ar / minuto<br />
Exemplo:<br />
Se <strong>de</strong>cidir efectuar um mergulho, sei que o meu consumo é <strong>de</strong> 25 Lt/min, pretendo estar na cota <strong>dos</strong> -20 metros. A essa<br />
profundida<strong>de</strong>, qual será o meu consumo <strong>de</strong> ar por minuto?<br />
25 Lt/min x 3 bar = 75 Lt/min<br />
PRO<br />
AQUALUNG<br />
/ /<br />
72
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
Exemplo:<br />
Decidiu efectuar um mergulho, sabe que o seu consumo é <strong>de</strong> 75 Lt/min, preten<strong>de</strong> estar na cota <strong>dos</strong> -20 metros, durante<br />
20 min. Que quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar gastará.<br />
Capacida<strong>de</strong> total da garrafa<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
75 Lt/min x 20 min = 1500 Lt<br />
• Para o cálculo da capacida<strong>de</strong> total da garrafa (Lt) à pressão normal <strong>de</strong> carregamento <strong>de</strong> 220 bar, <strong>de</strong>ve ter em conta<br />
o arrefecimento da garrafa (10% <strong>dos</strong> 220 = 200).po<strong>de</strong> utilizar a seguinte fórmula:<br />
Capacida<strong>de</strong> da garrafa x Pressão <strong>de</strong> carregamento = Capacida<strong>de</strong> total<br />
Exemplo:<br />
Acabou <strong>de</strong> carregar a sua garrafa <strong>de</strong> 12 Lt a uma pressão <strong>de</strong> 220 bar. Qual será a capacida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> ar na sua<br />
garrafa.<br />
Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar disponível (c/reserva)<br />
12 Lt x 200 bar = 2400 Lt<br />
• É a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar que o seu cilindro tem disponível, incluindo a reserva.<br />
Capacida<strong>de</strong> da garrafa x Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar disponível = Ar disponível<br />
Exemplo:<br />
Quando observa o seu manómetro verifica que possui uma pressão <strong>de</strong> 110 bar. Qual será a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar ainda<br />
disponível.<br />
Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar utilizável<br />
12 Lt x 110 bar = 1320 Lt<br />
Capacida<strong>de</strong> da garrafa x Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar utilizável = Ar utilizável<br />
Exemplo:<br />
Quando observa o seu manómetro verifica que possui uma pressão <strong>de</strong> 110 bar. Qual será a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar ainda<br />
utilizável.<br />
AR NECESSÁRIO PARA EFECTUAR A SUA SUBIDA.<br />
CONSUMO<br />
12 Lt x 60 bar (110-50) = 720 Lt<br />
PROFUNDIDADE (m)<br />
(Lt/min) -10 m -20 m -30 m -40 m -50 m<br />
20 33 82 102 184 285<br />
25 40 105 127 227 354<br />
30 48 128 153 273 426<br />
40 62 165 205 365 565<br />
Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida igual a 19 metros / minuto<br />
73
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
CAPACIDADE DO CILINDRO<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
CAPACIDADE<br />
(Lt)<br />
PRESSÃO MÁXIMA<br />
DE TRABALHO (Bar)<br />
CAPACIDADE TOTAL<br />
10 207 2070<br />
10 232 2320<br />
10 300 3000<br />
12 207 2484<br />
12 232 2784<br />
12 300 3600<br />
15 207 3105<br />
15 232 3480<br />
15 300 4500<br />
Pressão Ambiente x Duração x Consumo = Total necessário<br />
Exemplo:<br />
Preten<strong>de</strong> efectuar um mergulho a -20 m, com uma duração <strong>de</strong> 40 min e sabe que terá um consumo <strong>de</strong> 25 Lt/min. Diga<br />
qual a capacida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> ar necessária e qual o tipo <strong>de</strong> garrafa terá que escolher. Para que o mergulho seja seguro<br />
acha que uma garrafa <strong>de</strong> 12 Lt carregada a 232 bar é suficiente.<br />
COLOCAÇÃO DO ESCAFANDRO<br />
3 bar x 40 min x 25 Lt/min = 3000 Lt (no mínimo)<br />
3000 Lt : 200 Bar = 15 Lt (c/reserva)<br />
Teria como opção: 15 Lt e 207 Bar = 3105 Lt<br />
1. Verificar o estado exterior da garrafa, bem como o corpo da torneira<br />
(especialmente a junta tórica e a abertura e fecho da torneira - chave do<br />
volante).<br />
2. Verificar no colete:<br />
- o estado geral exterior;<br />
- as válvulas <strong>de</strong> purga;<br />
- o conjunto do SED;<br />
- o bocal e o botão <strong>de</strong> enchimento à boca;<br />
- a traqueia (estado geral e compatibilida<strong>de</strong>);<br />
- os ajustes (precintas <strong>de</strong> aperto e velcros);<br />
- o backpack e o aperto à garrafa;<br />
3. Acoplar o colete à garrafa certificando-se:<br />
- que o orifício <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> ar da torneira, fica perpendicular ao backpack<br />
(<strong>de</strong> frente para as costas do colete - saída do ar voltada para as costas do mergulhador);<br />
- do seu completo ajustamento;<br />
- que as pegas das válvulas <strong>de</strong> purga não ficam enroladas;<br />
4. Acoplar o regulador à garrafa.<br />
- verifique o exterior do regulador (limpeza e estado geral);<br />
- faça coincidir o anel do orifício e junta tórica (saída <strong>de</strong> ar da garrafa) com o batente protector do conjunto do<br />
filtro do primeiro andar;<br />
- monte correctamente o SED no seu respectivo tubo (traqueia do SED);<br />
- experimente o regulador e octopus com a garrafa fechada para verificar se existe uma completa selagem e<br />
correcta junção do regulador à torneira da garrafa;<br />
5. Abra a garrafa totalmente, seguidamente dê-lhe ¼ volta, a fim <strong>de</strong> não pasmar a mola e verifique:<br />
- se o manómetro tem fugas;<br />
- se o manómetro <strong>de</strong> pressão lhe indica uma leitura correcta (pressão <strong>de</strong> enchimento menos o arrefecimento da<br />
garrafa);<br />
- se o ponteiro do manómetro sobe sem dificulda<strong>de</strong>s, ou em caso <strong>de</strong> utilizar um sistema digital se este lhe<br />
garante que o manómetro está em boas condições <strong>de</strong> funcionamento;<br />
(Lt)<br />
74
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MATERIAL E ESCAFANDRO<br />
6. Experimente <strong>de</strong> seguida:<br />
- se o regulador e o octopus está a <strong>de</strong>bitar ar em condições (inspiração e expiração);<br />
- se o botão <strong>de</strong> purga está a funcionar sem falhas (<strong>de</strong>ve <strong>de</strong>bitar quando pressionado, tanto o regulador como o<br />
octopus);<br />
- se o SED está em condições (pressionar o botão do SED e verificar o seu bom funcionamento);<br />
7. Coloque o escafandro e ajuste-o confortavelmente sempre com a ajuda do seu binómio.<br />
8. Por fim entre na água pela a técnica mais segura, que menos <strong>de</strong>soriente e goze o seu mergulho, mas sempre em<br />
segurança …<br />
Não se esqueça que um escafandro mal ajustado ou mal montado:<br />
• É um problema para si, logo, será também um problema para o seu companheiro. "É a vida <strong>dos</strong> dois que<br />
está em risco".<br />
• Cria instabilida<strong>de</strong> e falta <strong>de</strong> confiança no grupo que o acompanha.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
75
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) AQUATICIDADE - COMUNICAÇÃO<br />
AQUATICIDADE - COMUNICAÇÃO<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
39
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) AQUATICIDADE - COMUNICAÇÃO<br />
TÉCNICAS DE IMERSÃO<br />
Em foca<br />
Em pato (golpe <strong>de</strong> pato)<br />
ENTRADAS NA ÁGUA<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Clássico Com braçada<br />
De Frente À Retaguarda<br />
A partir <strong>de</strong> uma praia<br />
De frente<br />
40
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) AQUATICIDADE - COMUNICAÇÃO<br />
SALVAMENTO NO MAR<br />
• As técnicas <strong>de</strong> salvamento no mar são várias e <strong>de</strong>vem ser treinadas <strong>de</strong> forma que em caso <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong><br />
possam ser usadas eficazmente.<br />
• Vamos abordar somente as técnicas passíveis <strong>de</strong> serem utilizadas por mergulhadores utilizando escafandro<br />
autónomo.<br />
• Nunca <strong>de</strong>vemos esquecer que tanto o sinistrado como o socorrista são portadores <strong>de</strong> coletes, que <strong>de</strong>vem ser<br />
utiliza<strong>dos</strong> para ajudar a permanência à superfície; cintos <strong>de</strong> chumbos que <strong>de</strong>vem ser larga<strong>dos</strong> e faca. que po<strong>de</strong> ser<br />
utilizada para soltar qualquer obstáculo (re<strong>de</strong>s, algas, etc.), que limite os movimentos:<br />
Condições do aci<strong>de</strong>ntado<br />
• A estatura do aci<strong>de</strong>ntado po<strong>de</strong> criar algumas dificulda<strong>de</strong>s, no entanto não é o único factor pois a flutuabilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong><br />
corpos é variável e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do seu tamanho pois um corpo com muito tecido gordo tem gran<strong>de</strong> flutuabilida<strong>de</strong><br />
e é fácil <strong>de</strong> manobrar na água. Se o aci<strong>de</strong>ntado se encontra à superfície, em risco <strong>de</strong> afogamento, o pânico<br />
provocará um agitar <strong>de</strong> braços e pernas que dificultará a aproximação e salvamento.<br />
Condições do socorrista<br />
• Treino e a experiência são fundamentais, pelo que se <strong>de</strong>verá utilizar estas técnicas inicialmente em piscina e em<br />
indivíduos com várias características.<br />
Condições do meio<br />
• Um salvamento eficaz <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das condições do mar - ondas, correntes, má visibilida<strong>de</strong>, baixa temperatura ou<br />
algas, reduzem as hipóteses <strong>de</strong> salvamento.<br />
Ajuda ao mergulhador cansado<br />
• Quando um mergulhador está cansado, um companheiro po<strong>de</strong> auxiliá-lo na subida e à superfície na posição <strong>de</strong><br />
bruços ou <strong>de</strong> costas, segurando por <strong>de</strong>baixo da axila, mantendo o polegar para cima, dando suporte e propulsão<br />
adicional.<br />
Aproximação<br />
• Deve manter os olhos fixos no aci<strong>de</strong>ntado ou no local on<strong>de</strong> foi visto pela ultima vez, e aproximar-se o mais rápido<br />
possível com a cabeça suficientemente elevada para manter contacto visual, <strong>dos</strong>eando no entanto o esforço <strong>de</strong><br />
forma a concretizar o salvamento. Ao estabelecer contacto com o aci<strong>de</strong>ntado o socorrista <strong>de</strong>ve fazê-lo por <strong>de</strong>trás e<br />
tendo cuidado para não ser ele próprio apanhado e estar preparado para o virar se necessário. No entanto, se os<br />
olhos do aci<strong>de</strong>ntado estão imersos, a aproximação pela frente po<strong>de</strong> ser feita sem problemas. Logo que possível<br />
<strong>de</strong>ve colocar e manter a face do aci<strong>de</strong>ntada à superfície <strong>de</strong> forma a facilitar a respiração.<br />
Aproximação por trás e elevação pela axila<br />
• O socorrista aproxima-se do aci<strong>de</strong>ntado por trás e ao estabelecer contacto coloca-se na vertical, agarra-o pela<br />
axila, com o polegar na vertical, e eleva-o <strong>de</strong> forma a colocar-lhe a cabeça para trás e a face fora <strong>de</strong> água.<br />
Depen<strong>de</strong>ndo da distância a percorrer; da cooperação, estatura e flutuabilida<strong>de</strong> do aci<strong>de</strong>ntado, opta-se por um<br />
reboque pela axila ou <strong>de</strong> outro tipo.<br />
Aproximação por trás e elevação pelo queixo<br />
• O socorrista aproxima-se por trás e coloca o braço por cima do ombro do aci<strong>de</strong>ntado, junto ao pescoço, segurando<br />
o queixo com a palma da mão, tendo o cuidado <strong>de</strong> não apertar a garganta ara o elevar, utiliza-se o cotovelo como<br />
alavanca e o seu ombro como ponto <strong>de</strong> apoio. Para melhor controle, o socorrista po<strong>de</strong> encostar a cabeça do<br />
aci<strong>de</strong>ntado ao seu ombro.<br />
Aproximação por trás e elevação com duas mãos<br />
• Perante uma situação <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> elevação <strong>de</strong>vido ao peso ou não flutuabilida<strong>de</strong> do aci<strong>de</strong>ntado, o socorrista<br />
po<strong>de</strong> optar por submergir e agarrá-lo pelas duas axilas e elevá-lo utilizando os dois braços. Para que tenha êxito é<br />
necessário nadar vigorosamente com as barbatanas. Após colocar a cabeça da vitima à superfície opta por uma<br />
das técnicas <strong>de</strong> reboque.<br />
Aproximação pela frente<br />
• Se a cabeça da vitima está imersa, <strong>de</strong>ve-se colocá-la rapidamente à superfície. O socorrista, na vertical, agarra o<br />
punho do aci<strong>de</strong>ntado, o direito com a mão direita ou o esquerdo com a mão esquerda, e inclina-se para trás,<br />
puxando-lhe o braço sobre o seu tronco e rodando o punho até junto da sua orelha. Para conseguir virar o<br />
aci<strong>de</strong>ntado e elevá-lo <strong>de</strong>ve nadar vigorosamente com as barbatanas. Logo que o aci<strong>de</strong>ntado está virado, po<strong>de</strong> ser<br />
agarrado pela axila ou pelo queixo e optar-se pela técnica <strong>de</strong> reboque.<br />
Aproximação subaquática<br />
• Quando a cabeça do aci<strong>de</strong>ntado está á superfície, o socorrista po<strong>de</strong> aproximar-se em imersão, e quando os seus<br />
olhos estiverem ao nível <strong>dos</strong> seus joelhos, colocar-se na vertical e agarrar um joelho pela frente e outro por trás, e<br />
virá-lo rapidamente, colocando as suas costas viradas para si. Enquanto emerge, as suas mãos mantêm-se em<br />
contacto com o dorso do aci<strong>de</strong>ntado dando-Ihe apoio, em seguida agarra a axila ou queixo e opta por uma técnica<br />
<strong>de</strong> reboque.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
41
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) AQUATICIDADE - COMUNICAÇÃO<br />
REBOQUES<br />
• O transporte <strong>de</strong> um aci<strong>de</strong>ntado em águas profundas é sempre uma experiência difícil e cansativa, pois a posição <strong>de</strong><br />
natação é relativamente ineficaz, sobretudo <strong>de</strong>vido a ter <strong>de</strong> manter contacto, colocando-lhe a cabeça à superfície.<br />
• Deve optar-se pelo tipo <strong>de</strong> reboque em função da sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> natação, condições do mar, distância a<br />
percorrer e estatura e condições do aci<strong>de</strong>ntado.<br />
Cruzamento sobre o peito<br />
• É a técnica mais satisfatória pois há um bom suporte e razoável controle e dá ao aci<strong>de</strong>ntado uma sensação <strong>de</strong><br />
segurança, no entanto não é aconselhável para longas distâncias.<br />
• Após colocar-lhe a cabeça à superfície, o socorrista coloca o seu braço sobre o ombro correspon<strong>de</strong>nte do<br />
aci<strong>de</strong>ntado, atravessando o seu peito até atingir com a mão a axila contrária.<br />
• O ombro do aci<strong>de</strong>ntado encaixa na axila do socorrista, que o segura firmemente contra o seu peito, verificando<br />
constantemente se a cabeça se encontra à superfície.<br />
Reboque pelo punho<br />
• Esta técnica po<strong>de</strong> ser usada com um aci<strong>de</strong>ntado passivo em longas distâncias.<br />
• Após colocar o aci<strong>de</strong>ntado <strong>de</strong> costas, o socorrista levanta-Ihe o braço e segura o pulso atrás da cabeça e inicia o<br />
reboque.<br />
Reboque pelo colete<br />
• socorrista agarra o colete do aci<strong>de</strong>ntado com a palma da mão para baixo, po<strong>de</strong>ndo 0 seu braço servir <strong>de</strong> suporte<br />
para a cabeça do aci<strong>de</strong>ntado.<br />
Consi<strong>de</strong>rações a ter em atenção<br />
• Estas técnicas po<strong>de</strong>m ser executadas quer em imersão (na vertical), quer à superfície (na horizontal).<br />
• À superfície e caso se verifique que o aci<strong>de</strong>ntado está inconsciente e em paragem respiratória <strong>de</strong>ve fornecer-Ihe ar,<br />
utilizando a técnica <strong>de</strong> boca-a-tubo.<br />
1) Segurando o aci<strong>de</strong>ntado pelo queixo (ver aproximação), e utilizando a mão livre ro<strong>de</strong> a cabeça e puxe o canto<br />
do lábio permitindo a saída <strong>de</strong> alguma água.<br />
2) Elimine a água do tubo (seu ou do aci<strong>de</strong>ntado), <strong>de</strong>ixando-a escorrer ou soprando, e segure-o com a mão livre,<br />
colocando o 2° e 3° <strong>de</strong><strong>dos</strong> por cima e o polegar e os outros por baixo.<br />
3) Mantenha a mão no queixo do aci<strong>de</strong>ntado mas afaste os <strong>de</strong><strong>dos</strong> <strong>de</strong> forma a fixar o bocal do tubo entre o 4° e 5°<br />
<strong>de</strong><strong>dos</strong>, mas mantenha o controle da cabeça, segurando-a entre o seu punho e o peito.<br />
4) Pressione a aba do bocal sobre a boca do aci<strong>de</strong>ntado.<br />
5) Aperte o nariz do aci<strong>de</strong>ntado com o polegar e indicador <strong>de</strong>ssa mão.<br />
6) Coloque a outra extremida<strong>de</strong> do tubo na sua boca e sopre. A expiração <strong>de</strong>ve ser vigorosa para vencer o<br />
espaço morto do tubo.<br />
7) Após a expiração retire o tubo da sua boca e <strong>de</strong>ixe o aci<strong>de</strong>ntado expirar espontaneamente. Não conseguirá ver<br />
o peito do aci<strong>de</strong>ntado mover-se, mas po<strong>de</strong>rá ouvir o ar sair através do tubo e senti-lo na sua face.<br />
8) Continue a ventilar o aci<strong>de</strong>ntado enquanto o reboca:<br />
• Se sentir ar a escapar-se entre os seus <strong>de</strong><strong>dos</strong>, <strong>de</strong>ve reajustá-los <strong>de</strong> forma a evitar esta situação. Se sentir<br />
dificulda<strong>de</strong> na penetração <strong>de</strong> ar <strong>de</strong>ve empurrar a cabeça do aci<strong>de</strong>ntado um pouco mais para trás, ou soprar<br />
mais vigorosamente para vencer o efeito da água nos pulmões.<br />
• Se o tubo tem uma válvula, para evitar a saída do ar, <strong>de</strong>ve tapá-Ia com o seu <strong>de</strong>do ou mão, o que implica o<br />
uso das duas mãos e puxar a extremida<strong>de</strong> do tubo com os <strong>de</strong>ntes.<br />
• Se o tubo está preso à máscara não perca tempo a soltá-lo, <strong>de</strong>ixe-a pendurada, e se o aci<strong>de</strong>ntado ainda<br />
tem a máscara colocada e não tem água, não precisa <strong>de</strong> a tirar, protegerá da água, e po<strong>de</strong>rá apertar o nariz<br />
por cima <strong>de</strong>la.<br />
• Se o aci<strong>de</strong>ntado vomitar terá <strong>de</strong> retirar o tubo, limpar-lhe a boca, lavar o tubo e eliminar a água do seu<br />
interior, e voltar a colocá-lo.<br />
Algumas manobras úteis<br />
utilizadas no mergulho<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
42
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) AQUATICIDADE - COMUNICAÇÃO<br />
SINAIS DE MERGULHO (CMAS)<br />
• Durante o mergulho, os praticantes têm necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicar entre si. Mo<strong>de</strong>rnamente existem aparelhos que<br />
permitem a comunicação entre os mergulhadores e até entre estes e os barcos <strong>de</strong> apoio mas trata-se <strong>de</strong> material<br />
caro e complexo que não é acessível ao mergulhador vulgar.<br />
• O velho código <strong>de</strong> sinais por gestos continua pois a ser necessário. Este código <strong>de</strong>ve ser simples e eficiente.<br />
• Vários países criaram o seu código <strong>de</strong> sinais, em maior ou menor número e muitos <strong>de</strong>les comuns, mas a CMAS<br />
(Confe<strong>de</strong>ração Mundial <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s Subaquáticas) seleccionou e propôs um <strong>de</strong>stes códigos que para além <strong>de</strong><br />
obe<strong>de</strong>cer às condições apontadas tem a vantagem <strong>de</strong> ser Internacional e portanto permitir uma uniformização útil<br />
para to<strong>dos</strong> os mergulhadores mesmo que à superfície falem línguas diferentes.<br />
• Os sinais dum código <strong>de</strong>ste tipo baseiam-se em três premissas fundamentais:<br />
1. Devem ser facilmente perceptíveis;<br />
2. Devem ser facilmente visíveis;<br />
3. Devem po<strong>de</strong>r ser feitos com uma só mão.<br />
• Os sinais propostos pela CMAS divi<strong>de</strong>m-se em dois gran<strong>de</strong>s grupos:<br />
1. Sinais <strong>de</strong> Comunicação;<br />
2. Sinais <strong>de</strong> Presença.<br />
Sinais <strong>de</strong> comunicação:<br />
• Estes sinais, como o seu nome indica, <strong>de</strong>stinam-se a transmitir curtas mensagens entre mergulhadores.<br />
Subdivi<strong>de</strong>m-se em dois subgrupos:<br />
1. Sinais obrigatórios<br />
2. Sinais Facultativos<br />
• Os primeiros subdivi<strong>de</strong>m-se por sua vez em:<br />
1. Sinais diurnos<br />
2. Sinais nocturnos<br />
Sinais obrigatórios diurnos:<br />
• Os sinais obrigatórios diurnos são oito e alguns <strong>de</strong>les po<strong>de</strong>m ter dois significa<strong>dos</strong>, pois tanto servem para informar<br />
como para questionar.<br />
• Assim, ao fazer o sinal n.º 1 - Tudo Bem - tanto se po<strong>de</strong> estar a informar os colegas <strong>de</strong> mergulho que está tudo<br />
bom, como a perguntar se um <strong>de</strong>les não tem problemas.<br />
• Sendo estes sinais extremamente simples, não é difícil distinguir estes dois casos.<br />
• Além disso, nada impe<strong>de</strong> que se juntem mais do que um sinal para facilitar a compreensão, embora se evite que a<br />
aplicação <strong>de</strong> sinais segui<strong>dos</strong> possa estabelecer confusão.<br />
• Assim, por exemplo, po<strong>de</strong>-se utilizar o 1.º sinal facultativo - EU - juntamente com o 2.º sinal obrigatório - SUBO -<br />
para indicar que eu vou subir.<br />
• São sinais executa<strong>dos</strong> com uma só mão ou braço, <strong>de</strong>ixando a outra livre.<br />
Sinais obrigatórios nocturnos:<br />
• Os sinais obrigatórios nocturnos po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> dois tipos:<br />
• Sinais para curta distância e sinais para longe.<br />
• Os que se <strong>de</strong>stinam a ser vistos a curta distância são os sinais diurnos agora ilumina<strong>dos</strong> pela lanterna que o<br />
mergulhador empunha na mão livre.<br />
• Os sinais para longe são dois e resumem-se a indicar que está tudo bem ou a pedir socorro.<br />
• O sinal TUDO BEM é feito com a lanterna apontada para o colega e rodando o foco, em círculos, no sentido<br />
contrário ao <strong>dos</strong> ponteiros do relógio.<br />
• O sinal <strong>de</strong> SOCORRO é feito da mesma forma, <strong>de</strong>slocando o foco na vertical, para cima e para baixo<br />
repetidamente.<br />
SINAIS FACULTATIVOS<br />
Sinais <strong>de</strong> Presença:<br />
• São sinais que se utilizam para indicar a presença <strong>de</strong> mergulhadores na água, quer <strong>de</strong> dia quer <strong>de</strong> noite.<br />
• Durante o dia a sinalização é feita por meio duma ban<strong>de</strong>ira içada no barco <strong>de</strong> apoio. Caso o grupo <strong>de</strong> mergulho não<br />
possua embarcação <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong>verá assinalar a sua presença por meio duma bóia a qual <strong>de</strong>verá possuir uma<br />
haste que permita colocar a ban<strong>de</strong>ira.<br />
• Como já referimos é sempre da maior conveniência que o grupo utilize uma bóia, mesmo que utilize barco <strong>de</strong> apoio.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
43
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) AQUATICIDADE - COMUNICAÇÃO<br />
BANDEIRAS<br />
• A ban<strong>de</strong>ira utilizada internacionalmente e ainda hoje utilizada pelos americanos foi a ban<strong>de</strong>ira da Convenção<br />
Internacional do <strong>Mergulho</strong> - um rectângulo vermelho com uma diagonal branca, <strong>de</strong>scendo da esquerda para a<br />
direita.<br />
• Em Portugal esta ban<strong>de</strong>ira sempre foi utilizada pelo ISN (Instituto <strong>de</strong> Socorros a Náufragos) tendo sido adoptada<br />
como ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> mergulho a numérica 4, do Código Internacional <strong>de</strong> Sinais da Marinha, ou seja, um rectângulo<br />
vermelho com duas diagonais brancas, conhecida como cruz <strong>de</strong> Santo André.<br />
• Actualmente utiliza-se a ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> letra A do mesmo Código Internacional <strong>de</strong> Sinais, constituída por dois<br />
rectângulos, um branco junto à adriça e outro azul recortado. Este sinal significa: Mergulhadores na água,<br />
mantenha-se à distância e ao rellanti.<br />
• Por uma questão <strong>de</strong> tradição a CMAS pe<strong>de</strong> que se continue a içar, juntamente com a ban<strong>de</strong>ira oficial, branca e<br />
azul, a antiga ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> mergulho que ainda hoje continua a ser para muitos mergulhadores o seu símbolo.<br />
• À noite o sinal é substituído por três luzes, dispostas na vertical e que <strong>de</strong>verão estar afastadas entre si 6 pés, ou<br />
seja 1,80 metros.<br />
• As duas luzes das extremida<strong>de</strong>s são vermelhas e a do meio branca.<br />
• Um grupo sem embarcação <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong>ve ter na bóia uma luz branca.<br />
SINAIS DE TRABALHO<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
SINAIS DE NUMERAÇÃO<br />
44
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) AQUATICIDADE - COMUNICAÇÃO<br />
SINAIS DIVERSOS<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) AQUATICIDADE - COMUNICAÇÃO<br />
SINAIS OBRIGATÓRIOS<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
46
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) AQUATICIDADE - COMUNICAÇÃO<br />
SINAIS FACULTATIVOS<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
47
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) BAROTRAUMATISMOS<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
BAROTRAUMATISMOS<br />
34
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) BAROTRAUMATISMOS<br />
BAROTRAUMATISMOS<br />
• Embora to<strong>dos</strong> os aci<strong>de</strong>ntes mecânicos provoca<strong>dos</strong> pela variação da pressão possam<br />
<strong>de</strong>signar-se por “barotraumatismos”, ou seja, trauma provocado pela pressão (baros) é<br />
habitual reservar-se esta <strong>de</strong>signação para os aci<strong>de</strong>ntes verifica<strong>dos</strong> a nível das chamadas<br />
cavida<strong>de</strong>s pneumáticas.<br />
• Existem no corpo humano cavida<strong>de</strong>s cheias <strong>de</strong> ar e que se encontram em comunicação<br />
com as vias respiratórias. Sofrendo por isso os efeitos da variação da pressão. Estas<br />
cavida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m dar origem a uma serie <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, alguns graves, eis alguns <strong>dos</strong><br />
mais frequentes e como os prevenir.<br />
OS SEIOS PERINASAIS<br />
• Nos ossos que constituem a nossa face existem, pequenas<br />
cavida<strong>de</strong>s que comunicam com as fossas nasais. Chamam-se<br />
SEIOS tomam os nomes <strong>de</strong> acordo com a sua localização.<br />
Assim temos os seios maxilares, seios frontais e os seios<br />
etmoidais. Sendo bolsas <strong>de</strong> ar que comunicam com as fossas<br />
nasais por estreitas passagens po<strong>de</strong>m reagir as variações <strong>de</strong><br />
pressão.<br />
• Normalmente não exigem compensação e no caso <strong>de</strong><br />
exigirem a manobra que o mergulhador executa para os<br />
ouvi<strong>dos</strong> e suficiente para equilibrar também a pressão nos<br />
seios.<br />
• Se o mergulhador sofrer <strong>de</strong> sinusite po<strong>de</strong> não conseguir compensar a nível <strong>de</strong><br />
seios e terá que <strong>de</strong>sistir do mergulho.<br />
• A compensação <strong>dos</strong> seios num estado <strong>de</strong> infecção das fossas nasais, atirando com<br />
as secreções purulentas para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>stes provoca a sinusite.<br />
• Uma má compensação <strong>dos</strong> seios da origem ao aparecimento <strong>de</strong> dores maxilares<br />
ou frontais, conforme a localização <strong>dos</strong> seios afecta<strong>dos</strong>. Dado que a superfície<br />
interna <strong>dos</strong> seios e forrada por uma mucosa po<strong>de</strong>rá aparecer na mascara uma<br />
certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> secreções ou mesmo algum sangue. Aci<strong>de</strong>nte sem gran<strong>de</strong><br />
gravida<strong>de</strong> significa que o ar, expandindo-se nos seios, provoca uma espécie <strong>de</strong><br />
limpeza das mucosas, o aparecimento do sangue <strong>de</strong>ve-se ao rebentamento <strong>dos</strong><br />
capilares, mais sensíveis as variações da pressão, no entanto se tornar frequente convêm consultar um medico<br />
especialista em otorrino.<br />
OS DENTES<br />
• O ar po<strong>de</strong> penetra nas cavida<strong>de</strong>s existentes nos <strong>de</strong>ntes tais como as<br />
provocadas por cáries ainda no inicio, uma obturação mal feita ou por<br />
qualquer outra razão.<br />
• Na subida, o ar ao expandir-se vai provocar uma pressão no nervo dando<br />
origem a dores agudas que po<strong>de</strong>m ser extremamente violentas. No caso<br />
duma ma obturação Po<strong>de</strong> ate dar origem a que salte fora o material usado<br />
na obturação. A única forma <strong>de</strong> diminuir a dor e <strong>de</strong>scer um pouco e <strong>de</strong>pois subir lentamente, <strong>de</strong> modo a que o ar se<br />
vê escapando lentamente e nunca forcar a situação <strong>de</strong> mol<strong>de</strong> a que a intensida<strong>de</strong> da dor provocada <strong>de</strong> origem e<br />
uma sincope cujas consequências po<strong>de</strong>rão vir a ser trágicas.<br />
OS OLHOS<br />
• Embora os olhos não possuam cavida<strong>de</strong>s pneumáticas po<strong>de</strong>m sofrer<br />
aci<strong>de</strong>ntes mecânicos provoca<strong>dos</strong> pela pressão, esta exercendo-se sobre a<br />
máscara e o ar nela contido, vai provocar o efeito da placagem.<br />
• O mergulhador <strong>de</strong>ve, à medida que vai <strong>de</strong>scendo, injectar ar para <strong>de</strong>ntro da<br />
máscara, expirando pelo nariz, a fim <strong>de</strong> equilibrar o aumento da pressão<br />
exterior. Caso contrario um simples aci<strong>de</strong>nte ou percalço que arranque a<br />
mascara da face do mergulhador, provoca o efeito <strong>de</strong> ventosa. Este<br />
inci<strong>de</strong>nte vai produzir hematomas no globo ocular dando origem a raias ou<br />
manchas vermelhas <strong>de</strong> sangue, na conjuntiva, ou seja, a parte branca do globo ocular. Neste caso o mergulhador<br />
<strong>de</strong>ve fazer uma pausa nos seus mergulhos ate <strong>de</strong>saparecerem os efeitos do aci<strong>de</strong>nte. De qualquer modo <strong>de</strong>ve<br />
consultar um oftalmologista, especialmente se a área afectada for extensa.<br />
• O mergulho amador é um <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sportos mais seguros. Para isso requer-se o conhecimento e o cumprimento das<br />
regras <strong>de</strong> segurança neste <strong>de</strong>sporto.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
35
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) BAROTRAUMATISMOS<br />
O OUVIDO<br />
• A membrana do tímpano separa o ouvido externo do ouvido médio, estando<br />
equilibrada por pressões iguais em cada uma das suas faces.<br />
• A pressão exterior comunica-se a membrana do tímpano seja através do ar<br />
que normalmente fica retido no canal auditivo, seja através da agua que po<strong>de</strong><br />
eventualmente inunda-lo.<br />
• Sob o efeito da pressão, maior no exterior do que no interior, o tímpano<br />
encurvasse-a para <strong>de</strong>ntro. Para evitar este efeito teremos que compensar a<br />
pressão exterior. Durante a subida passa-se o contrario, a pressão exterior,<br />
vai diminuindo e a pressão interior, aumentada pela manobra <strong>de</strong><br />
compensação vai fazer o tímpano encurvar para fora. Teremos aqui também que proce<strong>de</strong>r a nova compensação,<br />
agora no sentido inverso, ou seja, retirando ar do ouvido médio.<br />
• Na realida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>remos, através da trompa <strong>de</strong> eustáquio (canal que liga o ouvido médio as fossas nasais), fazer<br />
passar ar das fossas nasais para o ouvido médio e vice-versa e assim compensar as variações da pressão exterior.<br />
Chama-se a este artifício a manobra <strong>de</strong> compensação. Se esta manobra não for executada o tímpano disten<strong>de</strong>r-seá,<br />
provocando uma sensação dolorosa que e um aviso para o mergulhador, insistindo po<strong>de</strong>remos leva-lo a ruptura<br />
o que ira provocar um aci<strong>de</strong>nte grave. A dor causada pelo rebentamento do tímpano po<strong>de</strong> dar origem a uma<br />
sincope.<br />
• A entrada <strong>de</strong> água para o ouvido médio e <strong>de</strong>ste para o ouvido interno provoca a vertigem <strong>de</strong> Meniere e a perda do<br />
sentido <strong>de</strong> orientação<br />
Equilíbrio <strong>dos</strong> tímpanos e barotraumatismo do ouvido<br />
• Um <strong>dos</strong> mais discuti<strong>dos</strong> problemas com<br />
mergulho são as lesőes no ouvido. Este tem<br />
sido o tópico <strong>de</strong> muitos artigos da “Skin Diver”<br />
mas <strong>de</strong>ve ser periodicamente revisto <strong>de</strong>vido ao<br />
número <strong>de</strong> ocorrências <strong>de</strong>ste problema e ao<br />
facto que isto irá interferir <strong>de</strong> forma directa no<br />
seu mergulho. Os ouvi<strong>dos</strong> são a parte do corpo<br />
mais suceptíveis a problemas no mergulho<br />
porque eles são orgãos que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da<br />
pressão para seu funcionamento.<br />
• O ouvido é sensível a ondas <strong>de</strong> pressão<br />
(variação <strong>de</strong> pressão/minuto) e no mergulho<br />
po<strong>de</strong>mos fácilmente criar variaçőes <strong>de</strong> pressão<br />
que superam as consi<strong>de</strong>radas normais e<br />
suportáveis pelo ouvido, disto resultando em<br />
lesőes.<br />
Compressão do ouvido<br />
• ouvido é protegido <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s mudanças <strong>de</strong><br />
pressão por ter uma passagem da garganta para<br />
o ouvido médio (chamada Trompa da Eustáquio)<br />
permitindo que a pressão <strong>dos</strong> dois la<strong>dos</strong> do<br />
tímpano se equilibre. Quando a pressão interna<br />
e externa são iguais, não ocorre nenhum<br />
distúrbio no tímpano. Se a pressão externa se<br />
eleva a aproximadamente 2 lbs/Pol 2 (PSI) a 1,5<br />
metros (5 pés) <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, o tímpano será<br />
<strong>de</strong>slocado mais que o normal resultando em<br />
uma sensação <strong>de</strong> enchimento ou dor.<br />
• Quando a diferença <strong>de</strong> pressão através do<br />
tímpano atinge 5 PSI's, a aproximadamente 3<br />
metros (11 pés), o tímpano está perigosamente<br />
distendido, próximo <strong>de</strong> ser lesionado ou<br />
rompido. Este facto é <strong>de</strong>signado <strong>de</strong> “Compressão no Ouvido ”. Esta lesão é conhecida como Barotrauma ou lesão<br />
causado pela pressão. A compressão no ouvido normalmente ocorre na <strong>de</strong>scida, durante os primeiros 3 metros (10<br />
ou 15 pés) da superfície, on<strong>de</strong> o volume <strong>de</strong> gás está mudando em taxas mais altas com a profundida<strong>de</strong>. Segundo a<br />
Lei <strong>de</strong> Boyle verificamos que o volume <strong>de</strong> ar muda a maior velocida<strong>de</strong> próximo a superfície, entăo as lesőes<br />
resultantes <strong>de</strong> variaçőes <strong>de</strong> pressão serăo mais frequentes nesta região.<br />
• A compressão no ouvido é mais comum na <strong>de</strong>scida quando o ar no ouvido médio năo po<strong>de</strong> ser compensado com o<br />
ar ambiente <strong>de</strong>vido a uma obstrução na Trompa <strong>de</strong> Eustáquio. Se a pressão continuar a aumentar o tímpano irá<br />
romper-se.<br />
• A compressăo no ouvido é bem conhecida <strong>dos</strong> médicos que a categorizaram em vários níveis <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong>. Uma<br />
forma <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong>finida por Teed prevê cinco graus <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong>: - do vermelhão leve para a hemorragia e<br />
ruptura. Examinar o tímpano com um otoscópio permite aos médicos <strong>de</strong>terminar o grau <strong>de</strong> dano e <strong>de</strong>terminar o<br />
tratamento a<strong>de</strong>quado.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
36
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) BAROTRAUMATISMOS<br />
• Os graus <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> além <strong>de</strong> Teed 2 normalmente são severos o suficiente para serem acompanha<strong>dos</strong> <strong>de</strong> casos<br />
inflamatórios e enrrugamento ou fecho da Trompa <strong>de</strong> Eustáquio. A compensação torna-se impossível e o mergulho<br />
năo po<strong>de</strong> ser feito até que o dano seja reparado. Muitas férias <strong>de</strong> mergulho tem se tornado férias terrestres porque<br />
a lesăo no ouvido ocorre nos primeiros dias <strong>de</strong> mergulho.<br />
• Junto com a lesão que ocorre na <strong>de</strong>scida também é possível a ocorrência da compressão do ouvido durante a<br />
subida, chamada <strong>de</strong> compressão reversa, sendo esta muito menos comum. Esta compressão é causada pela năo<br />
abertura da Trompa <strong>de</strong> Eustáquio durante a subida.<br />
• Normalmente a Trompa <strong>de</strong> Eustáquio é facilmente aberta com uma pequena elevação na pressão do ouvido médio.<br />
A compressão reversa também po<strong>de</strong> ocorrer se o canal externo do ouvido se encontra bloqueado durante a<br />
<strong>de</strong>scida (ex: capuz muito apertado ou o uso <strong>de</strong> tampőes <strong>de</strong> ouvido).<br />
Ruptura da Janela Redonda<br />
• A forma mais séria <strong>de</strong> barotrauma do ouvido ocorre quando existe o rompimento, na forma <strong>de</strong> uma janela circular,<br />
do ouvido interno <strong>de</strong>vido a mudanças <strong>de</strong> pressăo e volume durante a <strong>de</strong>scida. Esta lesăo é causada por uma<br />
manobra <strong>de</strong> valsalva extremamente forte, com a Trompa <strong>de</strong> Eustáquio <strong>de</strong> alguma forma bloqueada. Esta manobra<br />
causa uma elevação abrupta, acima da pressão ambiente, da pressăo do fluido do ouvido interno. A diferença <strong>de</strong><br />
pressão entre este fluido e o ouvido interno é frequentemente suficiente para causar a ruptura da janela circular.<br />
Po<strong>de</strong> causar tonturas, vertigens, perda <strong>de</strong> audiçăo e zumbi<strong>dos</strong> no ouvido. Neste caso a ruptura do tímpano po<strong>de</strong> ou<br />
năo ocorrer. A rápida instalação <strong>dos</strong> sintomas po<strong>de</strong> causar a <strong>de</strong>sorientação no mergulhador. Alguns mergulhadores<br />
năo notam estes sintomas até a subida ao final <strong>de</strong> seu mergulho.<br />
Barotraumatismo do ouvido na <strong>de</strong>scida Barotraumatismo do ouvido na subida<br />
• A compressăo do ouvido é melhor prevenido evitando-se mergulhar quando o nariz ou a garganta estiverem<br />
inflama<strong>dos</strong>. Neste quadro normalmente encontramos infecçőes respiratórias superiores ou alergias.<br />
Descongestionantes leves ajudam. Executando uma manobra <strong>de</strong> valsalva suave na superfície é um bom teste para<br />
suas habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> equalização (manobra <strong>de</strong> equilibrio). Vencendo o primeiro pé <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>scendo<br />
vagarosamente e equalizando continuamente irá prevenir a compressăo no ouvido. Năo continue a <strong>de</strong>scer se os<br />
seus ouvi<strong>dos</strong> estiverem a doer. A maiores profundida<strong>de</strong>s você somente conseguirá abrir a Trompa <strong>de</strong> Eustáquio<br />
com uma manobra <strong>de</strong> valsalva forçada, po<strong>de</strong>ndo causar uma ruptura <strong>de</strong> uma janela circular no ouvido interno.<br />
• Se o ouvido começar a doer, suba aproximadamente dois pés (1/2 metro) ou até a dor <strong>de</strong>saparecer e tente<br />
novamente equilibrar (equalizar), entăo <strong>de</strong>sça vagarosamente com tentativas frequentes <strong>de</strong> equalizar antes que a<br />
dor ocorra.<br />
• Um mergulhador experiente não <strong>de</strong>ve sofrer <strong>de</strong> compressões no ouvido. Se a compensação não consegue ser feita<br />
na superfície, certamente não po<strong>de</strong>rá ser feita também a profundida<strong>de</strong> e o mergulho não <strong>de</strong>ve ser feito naquele dia.<br />
Compensar frequentemente, da superfície até o fundo, <strong>de</strong>ve se tornar um hábito para prevenir lesões no ouvido.<br />
As manobras <strong>de</strong> compensação<br />
• Qualquer manobra que faça abrir as trompas <strong>de</strong> Eustáquio, <strong>de</strong>signa-se por manobra <strong>de</strong> compensação. Há<br />
indivíduos que, gozando duma perfeita permeabilida<strong>de</strong> tubária, conseguem compensar com o mínimo esforço, a<br />
maior parte das pessoas tem no entanto maior ou menor dificulda<strong>de</strong> em faze-lo e terão que recorrer a artifícios<br />
para o conseguir.<br />
• Depen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> indivíduo para indivíduo mas sem diferenças significativas, torna-se necessário compensar para<br />
variações <strong>de</strong> pressão da or<strong>de</strong>m <strong>dos</strong> 300 g/cm 2 , o que suce<strong>de</strong> <strong>de</strong> 3 em 3 metros. Apertando o nariz, fechando a<br />
boca e expirando com forca, como se estivesse a assoar, faz-se com que o ar passe pelas trompas e chama-se a<br />
este procedimento a manobra <strong>de</strong> Valsalva, <strong>de</strong>scrita pelo seu autor pela primeira vez em 1704.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
37
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) BAROTRAUMATISMOS<br />
• Uma outra manobra que se po<strong>de</strong>rá aplicar e <strong>de</strong>nominada por manobra <strong>de</strong> Frenzel, <strong>de</strong>scrita em 1938. Com a glote<br />
bloqueada, as narinas tapadas e com a língua levantada aplicada contra o seu da boca <strong>de</strong>ve-se tentar imitar o som<br />
“QUA”. Isto correspon<strong>de</strong> ao mesmo movimento <strong>de</strong> tentar engolir em seco, sem que haja necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tapar as<br />
narinas. Um outro artificio para tentar compensar e o <strong>de</strong> engolir em seco. Há mergulhadores que conseguem<br />
compensar <strong>de</strong>sta forma. Embora a manobra <strong>de</strong> Valsalva seja a mais utilizada, por ser a mais simples e eficaz, as<br />
duas ultimas são no entanto as menos "violentas" pois, especialmente a ultima, provoca a abertura das trompas<br />
naturalmente, sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> injectar ar.<br />
• Qualquer manobra <strong>de</strong>ve ser realizada antes <strong>de</strong> se atingir o momento em que a dor nos faz lembrar que temos que<br />
executa-la, <strong>de</strong>sta forma não forcaremos os tímpanos sem necessida<strong>de</strong>.<br />
A compensação na subida<br />
• Durante a subida, como já dissemos passa-se o inverso do que foi <strong>de</strong>scrito para a <strong>de</strong>scida. A pressão exterior<br />
diminui e o ar que se encontra no ouvido médio expan<strong>de</strong>-se, empurrando o tímpano para fora. Normalmente este<br />
excesso <strong>de</strong> ar tem tendência para se escoar pelas trompas que se abrem naturalmente dada a maior pressão<br />
interior. Caso isso não aconteça o mergulhador po<strong>de</strong> efectuar o que se <strong>de</strong>signa por manobra <strong>de</strong> Toynbee, <strong>de</strong>scrita<br />
em 1863, que e a manobra contraria a <strong>de</strong> Valsalva.<br />
Em vez <strong>de</strong> se soprar procura-se sugar o ar em<br />
excesso, não e porem uma manobra tão eficaz<br />
como a <strong>de</strong> Valsalva. Se pegarmos num tubo <strong>de</strong><br />
borracha fina e soprar-mos por uma das<br />
extremida<strong>de</strong>s as pare<strong>de</strong>s afastam-se para <strong>de</strong>ixar<br />
passar o ar, o que correspon<strong>de</strong> a manobra <strong>de</strong><br />
Valsalva.<br />
• Mas se aspirarmos o ar em vez <strong>de</strong> soprarmos, a<br />
tendência e para que as pare<strong>de</strong>s do tubo se colem<br />
e não <strong>de</strong>ixem passar, senão muito dificilmente.<br />
• Cremos que este exemplo da uma i<strong>de</strong>ia da<br />
ineficácia que por vezes encontramos na manobra<br />
<strong>de</strong> Toynbee. Depois do que foi dito e fácil<br />
compreen<strong>de</strong>r que quando um mergulhador tem as<br />
fossas nasais congestionadas a compensação se<br />
torna difícil ou ate impossível. Não e pois <strong>de</strong><br />
estranhar que seja tentado a usar produtos que<br />
provoquem o <strong>de</strong>scongestionamento e lhe permitam<br />
compensar.<br />
• Esses medicamentos, aplica<strong>dos</strong> momentos antes<br />
da <strong>de</strong>scida, po<strong>de</strong>m na realida<strong>de</strong> permitir lhe essa<br />
compensação mas se o seu efeito for <strong>de</strong> curta<br />
duração o mesmo já não acontece na subida. O<br />
mergulhador não po<strong>de</strong> aplica-los <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> agua<br />
e encontra-se a braços com um problema grave:<br />
não compensar durante a subida, assim há duas<br />
normas fundamentais que não <strong>de</strong>vem ser<br />
esquecidas:<br />
1. Nunca mergulhar quando se verificar qualquer<br />
inflamação ou congestão <strong>dos</strong> teci<strong>dos</strong> que<br />
impeçam uma compensação normal.<br />
2. Nunca usar medicamentos que provoquem o<br />
<strong>de</strong>scongestionamento momentâneo para<br />
conseguir uma compensação. Se esta se realizar na <strong>de</strong>scida e não na subida po<strong>de</strong>rá ter consequências<br />
trágicas.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
38
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
MARINHARIA<br />
176
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE EMBARCAÇÕES MIÚDAS<br />
Generalida<strong>de</strong>s<br />
Navio ou embarcação é uma construção flutuante e habitável, <strong>de</strong>stinada a navegar. Tem usualmente forma alongada,<br />
estreita nas extremida<strong>de</strong>s e simétrica em relação ao seu eixo longitudinal. A <strong>de</strong>signação navio aplica-se a construções<br />
<strong>de</strong> tamanho consi<strong>de</strong>rável, ao passo que termo embarcação é usado para <strong>de</strong>signar pequenas construções. Barco é o<br />
nome vulgar <strong>de</strong> embarcação ou navio.<br />
EMBARCAÇÃO DE RECREIO<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Embarcação Navio<br />
Consi<strong>de</strong>ra-se uma embarcação <strong>de</strong> recreio todo o engenho ou aparelho, <strong>de</strong> qualquer natureza, com comprimento entre<br />
2.5 m e 24 mm utilizado ou susceptível <strong>de</strong> ser utilizado como meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocação na água, aplicado nos <strong>de</strong>sportos<br />
náuticos ou em simples lazer, sem fins lucrativos. As motos <strong>de</strong> água in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do seu comprimento integramse<br />
no conceito <strong>de</strong> embarcações <strong>de</strong> recreio. São excluí<strong>dos</strong> <strong>de</strong>ste conceito os seguintes tipos <strong>de</strong> embarcação:<br />
• Embarcações exclusivamente <strong>de</strong>stinadas à competição, incluindo barcos a remos <strong>de</strong> competição, reconheci<strong>dos</strong><br />
nessa qualida<strong>de</strong> pela fe<strong>de</strong>ração correspon<strong>de</strong>nte.<br />
• Canoas, caiaques, gaivotas e cocos.<br />
• Pranchas à vela.<br />
• Embarcações individuais e outras similares.<br />
• Originais e réplicas <strong>de</strong> embarcações histórias, classificadas nessas qualida<strong>de</strong>s pelos construtores.<br />
• Embarcações experimentais.<br />
• Submersíveis, veículos que se <strong>de</strong>sloquem sobre almofadas <strong>de</strong> ar e embarcações que se <strong>de</strong>sloquem sobre patins<br />
Hidrodinâmicos.<br />
CLASSIFICAÇÃO DAS EMBARCAÇÕES<br />
Classificação quanto à zona <strong>de</strong> navegação:<br />
• Tipo 1 – embarcações para navegação oceânica (a<strong>de</strong>quadas para navegar sem limite <strong>de</strong> área);<br />
• Tipo 2 – embarcações para navegação ao largo (a<strong>de</strong>quadas para navegar ao largo até 200 milhas <strong>de</strong> um porto <strong>de</strong><br />
abrigo);<br />
• Tipo 3 – embarcações para navegação costeira (a<strong>de</strong>quadas para navegação costeira até 60 milhas <strong>de</strong> um porto <strong>de</strong><br />
abrigo e 25 milhas da costa);<br />
• Tipo 4 – embarcações para navegação costeira restrita (a<strong>de</strong>quadas para navegação costeira até 20 milhas <strong>de</strong> um<br />
porto <strong>de</strong> abrigo e 6 milhas da costa):<br />
• Tipo 5 – embarcações para navegação em águas abrigadas (a<strong>de</strong>quadas para navegar em zonas <strong>de</strong> fraca agitação<br />
marítima, junto à costa, e em águas interiores, e num raio <strong>de</strong> 3 milhas <strong>de</strong> um porto <strong>de</strong> abrigo se forem movidas à<br />
vela ou a motor, até 1 milha da costa se forem movidas exclusivamente a remos, e, no caso das motos <strong>de</strong> água, até<br />
1 milha da linha <strong>de</strong> baixa mar, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nascer até uma hora antes do pôr do Sol).<br />
Classificação quanto ao tipo <strong>de</strong> casco:<br />
• Embarcações abertas – as <strong>de</strong> boca aberta;<br />
• Embarcações parcialmente abertas – as embarcações <strong>de</strong> boca aberta com cobertura parcial, fixa ou amovível, da<br />
zona <strong>de</strong> vante;<br />
• Embarcações fechadas – as embarcações com cobertura estrutural completa que evite o embarque <strong>de</strong> água;<br />
• Embarcações com convés – as que dispõem <strong>de</strong> um pavimento estrutural completo com cobertura protegida por<br />
superestruturas, rufos ou gaiútas.<br />
Classificação quanto ao sistema <strong>de</strong> propulsão:<br />
• Embarcações a remos – embarcações cujo meio principal <strong>de</strong> propulsão são os remos;<br />
• Embarcações à vela – embarcações cujo meio principal <strong>de</strong> propulsão são as velas;<br />
• Embarcações a motor – embarcações cujo meio principal <strong>de</strong> propulsão são os motores;<br />
• Embarcações à vela e a motor – embarcações cujo meio <strong>de</strong> propulsão principal po<strong>de</strong> ser indistintamente a vela e<br />
ou o motor.<br />
177
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
DESCRIÇÃO GERAL DA EMBARCAÇÃO<br />
• Proa – A extremida<strong>de</strong> anterior (frente) da embarcação no<br />
sentido normal da sua marcha.<br />
• Popa – A extremida<strong>de</strong> posterior (traseira) da embarcação<br />
no sentido normal da sua marcha.<br />
• Bor<strong>dos</strong> – Os la<strong>dos</strong> da embarcação em relação ao plano<br />
longitudinal, <strong>de</strong>signam-se por bor<strong>dos</strong>. Da popa para a proa,<br />
Bombordo (BB) é o lado esquerdo e Estibordo (EB) é o lado<br />
direito.<br />
• Amuras – São as regiões curvas do costado nas<br />
imediações da proa. Amura <strong>de</strong> BB e amura <strong>de</strong> EB.<br />
• Alhetas – São regiões curvas do costado nas imediações<br />
da popa. Alheta <strong>de</strong> BB e alheta <strong>de</strong> EB.<br />
• Través – Região do costado que se situa na zona do meionavio.<br />
Través <strong>de</strong> BB e través <strong>de</strong> EB.<br />
• Casco – Invólucro exterior da embarcação. Distingue-se<br />
nele, o fundo (parte inferior), o costado (parte lateral) e o<br />
encolamento (região muito curva entre o fundo e o<br />
costado). O fundo termina inferiormente na quilha. As faces<br />
internas do costado <strong>de</strong>signam-se por amuradas.<br />
• Linha <strong>de</strong> Meia Nau – Linha longitudinal que divi<strong>de</strong> o navio<br />
em duas partes iguais.<br />
• Linha <strong>de</strong> Meio Navio – É a expressão utilizada para<br />
<strong>de</strong>signar a região a meio comprimento da embarcação.<br />
• Obras Vivas – Parte mergulhada do casco.<br />
• Obras Mortas – Parte do casco que fica fora <strong>de</strong> água.<br />
• Linha <strong>de</strong> Água – Linha <strong>de</strong> separação entre as obras vivas<br />
e as obras mortas.<br />
• Calado – Distância vertical, ou altura <strong>de</strong> água, entre a face<br />
inferior da quilha e a linha <strong>de</strong> água.<br />
DIMENSÕES PRINCIPAIS DE UMA EMBARCAÇÃO<br />
• Comprimento fora a fora – Comprimento <strong>de</strong> extremo a extremo<br />
da embarcação.<br />
• Boca – Largura máxima da embarcação (entre as faces<br />
exteriores da embarcação).<br />
• Pontal – Distância vertical entre a face inferior da quilha (ou<br />
patilhão se existir) e a linha da face superior do convés na borda,<br />
medida a meio navio.<br />
NOMENCLATURA<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
POPA<br />
RÉ<br />
MEIA NAU<br />
MEIO NAVIO<br />
Obras mortas<br />
Obras vivas<br />
VANTE<br />
Comprimento Fora a Fora<br />
Boca<br />
Pontal<br />
• Ossada – Conjunto <strong>de</strong> peças que constituem o esqueleto da embarcação.<br />
• Quilha – Viga longitudinal fechando a ossada inferiormente.<br />
• Roda <strong>de</strong> proa – Peça que se eleva à proa no prolongamento da quilha fechando a ossada.<br />
• Cadaste – Peça ligeiramente inclinada para ré e entalhada por encaixe na extremida<strong>de</strong> posterior da quilha,<br />
fechando a ossada.<br />
• Balizas – Peças curvas <strong>de</strong> dois ramos iguais ligadas à quilha, e vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> esta até à borda. Ao conjunto das<br />
balizas dá-se o nome <strong>de</strong> CAVERNAME. Estão dispostos a um e outro lado da sobrequilha.<br />
LEME<br />
CLARA DO LEME<br />
CANDASTE EXTERIOR<br />
CADASTE INTERIOR<br />
VEIO DO HÉLICE<br />
QUILHA<br />
RODA DE PROA<br />
QUILHA<br />
PROA<br />
178
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Sobrequilha – Viga longitudinal <strong>de</strong> reforço, assente sobre as balizas e cavilhada para a quilha.<br />
• Longarinas – São reforços longitudinais que servem para travar o cavername. Estão dispostos a um e outro lado<br />
da sobrequilha.<br />
• Costado – Parte lateral do casco.<br />
• Borda – Limite superior do costado.<br />
• Verdugo – Régua boleada em volta da embarcação, junto à borda, para evitar ocasionais estragos no costado<br />
durante as atracações e <strong>de</strong>satracações.<br />
• Pé <strong>de</strong> carneiro – Paus verticais assentes na sobrequilha, servindo <strong>de</strong> apoio às bancadas.<br />
• Convés – Pavimento superior completo da popa à proa, fechando o casco na altura da borda.<br />
• Boeiras – São aberturas geralmente circulares, situadas na parte inferior do casco e que se <strong>de</strong>stinam a escoar a<br />
água eventualmente existente, quando a embarcação se encontra fora <strong>de</strong> água.<br />
• Buzinas – orifícios por on<strong>de</strong> saem cabos para pren<strong>de</strong>r a embarcação a terra.<br />
• Superestruturas – são as construções situadas acima do convés.<br />
• Escovem – orifício por on<strong>de</strong> sai o cabo da âncora.<br />
• Cabeços – Peças <strong>de</strong> ferro verticais com bases solidamente cavilhadas para o convés e<br />
que servem para dar volta (segurar os cabos <strong>de</strong> amarração ou espias).<br />
• Castanhas – Peças metálicas cavilhadas na borda e que servem para orientação <strong>dos</strong> cabos que<br />
saem da embarcação.<br />
PALAMENTA<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
BORDA FALSA<br />
BORDA<br />
VERDUGO<br />
LONGARINAS<br />
ROBALETE<br />
Dá-se o nome <strong>de</strong> palamenta ao conjunto <strong>de</strong> peças soltas ou <strong>de</strong>smontáveis, que não fazem parte da estrutura da<br />
embarcação.<br />
• Leme – Aparelho <strong>de</strong>stinado ao governo da embarcação, ligado ao cadaste por machos e fêmeas. Nas<br />
embarcações com motor fora <strong>de</strong> borda esta função é <strong>de</strong>sempenhada pelo movimento do próprio<br />
motor.Composição do leme: Porta ou Pá e Madre. A extremida<strong>de</strong> superior da Madre chama-se cachola, existindo<br />
nela uma clara (abertura) ou mecha (espiga) para receber a cana do leme.<br />
CACHOLA<br />
MADRE<br />
QUILHA<br />
BALIZA<br />
PORTA ou Pá<br />
CONVÉS<br />
PÉ DE CARNEIRO<br />
CADASTE<br />
QUILHA<br />
SOBREQUILHA<br />
• Remos – Varas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira resistentes, terminando num lado pela pá e no outro pelo punho. A parte do remo que<br />
assenta na forqueta ou toleteira é revestida por um forro <strong>de</strong> sola ou <strong>de</strong> tiras <strong>de</strong> lona entrançadas.<br />
• Pagaia – remo que apenas “trabalha” nas mãos (não assenta nas forquetas ou toleteira). De um moldo geral uma<br />
pagaia po<strong>de</strong>rá ser usada como remo.<br />
• Forquetas – São peças metálicas curvas, abertas na parte superior, nas quais se afirmam os remos.<br />
179
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Toletes – São hastes ou curtos varões metálicos ou <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira que enfiam verticalmente nos bronzes, fixando-se<br />
aí os remos por meio <strong>de</strong> estropos.<br />
• Vertedouro ou Bartedouro – Pá estreita e funda <strong>de</strong>stinada a apanhar a água que se acumula no fundo da<br />
embarcação. Recipiente para escoar a água do interior do barco.<br />
• Ancorete – Pequena âncora <strong>de</strong>stinada a fun<strong>de</strong>ar a embarcação.<br />
• Paneiros – Estra<strong>dos</strong> <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira assentes no fundo da embarcação, sobre as cavernas.<br />
• Defensas – Almofadas para protecção do costado durante as atracações e <strong>de</strong>satracações.<br />
• Croque – Vara resistente e flexível com o comprimento aproximado <strong>de</strong> 3 metros, tendo numa extremida<strong>de</strong><br />
uma ferragem provida <strong>de</strong> um gancho, servindo para auxiliar nas manobras <strong>de</strong> atracar ou <strong>de</strong>satracar.<br />
• Fiel – Cabo <strong>de</strong>lgado para segurar os objectos. (To<strong>dos</strong> os objectos susceptíveis <strong>de</strong> se per<strong>de</strong>rem, <strong>de</strong>vem ser<br />
liga<strong>dos</strong> à embarcação através <strong>de</strong>ste cabo).<br />
• Boça – Cabo fixo à proa, servindo para amarrar a embarcação quando na água. Este cabo pren<strong>de</strong> numa<br />
argola<br />
MASSAME e POLEAME<br />
• Massame - As cordas usadas a bordo para diversos serviços <strong>de</strong>signam-se por cabos. Designa-se por massame<br />
ou cordame o conjunto <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os cabos da embarcação.<br />
• Os cabos po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> fibra vegetal (linho, sisal, manila, cairo, etc.), <strong>de</strong> fibra sintética (nylon, polietileno, poliester,<br />
etc.) ou <strong>de</strong> arame.<br />
As “pontas” <strong>dos</strong> cabos <strong>de</strong>signam-se por chicotes e a parte entre eles compreendida <strong>de</strong>nomina-se por seio. O perímetro<br />
ou a circunferência do cabo chama-se bitola, e po<strong>de</strong> ser expressa em milímetros (mm) ou polegadas (“). Os cabos<br />
recebem a bordo diversos nomes conforme o serviço a que se <strong>de</strong>stinam, <strong>de</strong> uma maneira geral <strong>de</strong>signam-se por cabos<br />
solteiros, fixos e <strong>de</strong> laborar.<br />
• Cabo Solteiro – É todo aquele que está completamente livre e por isso, sempre pronto a servir on<strong>de</strong> se torne<br />
necessário (ex. espia e retenida).<br />
• Cabo Fixo – É qualquer cabo que faz parte do aparelho fixo do navio (ex. brandais, estais, etc.).<br />
• Cabo <strong>de</strong> Laborar – É todo aquele que trabalha sobre roldanas (ex. adriças, escotas, etc.)<br />
POLEAME<br />
Designa-se por poleame o conjunto das peças <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, metálicas ou plástico <strong>de</strong>stinadas à passagem ou retorno <strong>dos</strong><br />
cabos a bordo. O poleame divi<strong>de</strong>-se em surdo e <strong>de</strong> laborar.<br />
• Poleame surdo – Diz-se surdo quando tem furos, claras ou olhos on<strong>de</strong> gornem os cabos do aparelho da<br />
embarcação (ex. sapatilhos, caçoilos e bigotas).<br />
• Poleame <strong>de</strong> laborar – Diz-se <strong>de</strong> laborar quando tem roldanas que auxiliam a passagem e retorno <strong>dos</strong> cabos <strong>de</strong><br />
laborar do aparelho da embarcação (ex. moitões, patescas e ca<strong>de</strong>rnais).<br />
SAPATA DENTADA<br />
• Moitão – Peça com uma roldana ou gorne, por on<strong>de</strong> passa o cabo <strong>de</strong> laborar. Serve para fazer retorno do cabo<br />
aplicando-se a força na direcção mais conveniente.<br />
• Patesca – É um moitão aberto numa das faces, <strong>de</strong> modo a que o cabo possa ser gornido pelo seio.<br />
• Ca<strong>de</strong>rnal – Peça com mais <strong>de</strong> uma roldana ou gorne semelhante ao moitão.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
CHICOTE<br />
MOITÃO<br />
SEIO<br />
CAÇOILO BIGOTA<br />
PATESCA<br />
CHICOTE<br />
CADERNAI<br />
180
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
MASTREAÇÃO , APARELHO FIXO E VELAME<br />
• Mastreação - Chama-se mastreação ao conjunto <strong>dos</strong> mastros, mastaréus, vergas e paus.<br />
• Mastros – São peças <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ou metal, compridas e grossas que se erguem ao longo da embarcação <strong>de</strong> modo<br />
a servi-las consoante as suas necessida<strong>de</strong>s, caso sejam <strong>de</strong> propulsão mecânica ou à vela. Um mastro é constituído<br />
por duas partes: Mastro Real e Mastaréu<br />
• Mastro Real – Peça inferior e mais robusta.<br />
• Mastaréu – Peça ligeira que se liga no prolongamento da parte superior do mastro real. O mastaréu está a cair em<br />
<strong>de</strong>suso, quanto muito usa-se um ligeiro mastaréu. Presentemente usa-se um mastro inteiriço que é conhecido por<br />
mastro mocho. À parte superior do mastro chama-se galope e à parte inferior o pé.<br />
• Enora – Abertura pela qual o mastro atravessa o convés ou a bancada.<br />
• Carlinga – Local on<strong>de</strong> o pé do mastro assenta na sobrequilha.<br />
Nas embarcações <strong>de</strong> propulsão mecânica os mastros servem para suportar faróis, paus <strong>de</strong> carga, projectores, sinais.<br />
As embarcações <strong>de</strong> propulsão mecânica possuem um ou dois mastros consoante as dimensões da embarcação,<br />
aquelas que possuem dois mastros, estes são <strong>de</strong>signa<strong>dos</strong> por mastro <strong>de</strong> vante (o que fica avante) e mastro <strong>de</strong> ré (o que<br />
fica a ré). Este último <strong>de</strong>nomina-se <strong>de</strong> mastro gran<strong>de</strong> uma vez que é maior do que o outro.<br />
APARELHO FIXO<br />
Os mastros se encontram sujeitos a diversos tipos <strong>de</strong> forças, tais como balanços fortes <strong>de</strong> proa – popa, bombordo –<br />
estibordo, manobras <strong>de</strong> arriar pesos por meio <strong>de</strong> paus <strong>de</strong> carga, etc. Assim os mastros têm <strong>de</strong> estar solidamente fixos à<br />
embarcação, e para isso usam-se os cabos fixos e ao conjunto <strong>de</strong>stes dá-se o nome <strong>de</strong> aparelho fixo <strong>de</strong> mastreação. O<br />
aparelho fixo é constituído por Ovéns, Estais e Brandais.<br />
• Ovéns – São to<strong>dos</strong> os cabos que aguentam o mastro lateralmente para a borda.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Estai<br />
GALOPE<br />
ENORA BANCADA OU CONVÉS<br />
PÉ DO MASTRO CARLINGA<br />
Brandais<br />
• Brandais – São os cabos que aguentam o mastro para os bor<strong>dos</strong> e ligeiramente para ré.<br />
• Estais – São os cabos que aguentam o mastro para vante.<br />
181
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
VELAME<br />
Nas embarcações à vela os mastros servem para suportar as velas, sendo a restante mastreação utilizada consoante o<br />
tipo <strong>de</strong> velas usadas na embarcação. Existem dois tipos <strong>de</strong> velas, as redondas e as latinas, no âmbito <strong>de</strong>ste capítulo<br />
vamos apenas <strong>de</strong>bruçar-nos à mastreação correspon<strong>de</strong>nte às velas latinas.<br />
• Vergas – São peças <strong>de</strong>lgadas que estão ligadas ao mastro no sentido longitudinal da embarcação, e servem para<br />
receber uma vela.<br />
• Espicha – Vara que suporta o canto superior das velas <strong>de</strong> espicha.<br />
• Carangueja – verga on<strong>de</strong> se liga o gurutil superior das velas latinas quadrangulares.<br />
• Retranca – Verga que serve para esticar a esteira da vela latina, situada a ré do mastro, articulada para po<strong>de</strong>r ser<br />
movimentada para ambos os bor<strong>dos</strong> e para cima e para baixo.<br />
VERGA<br />
• Os vértices <strong>de</strong> uma vela têm nomes que as distinguem. Os vértices conhecem-se pelo nome <strong>de</strong> punhos.<br />
- punho da amura - fica inferiormente junto ao mastro ou ao estai.<br />
- punho da boca - numa vela quadrangular, é o punho superior situado junto ao mastro.<br />
- punho da escota - punho on<strong>de</strong> trabalham as escotas.<br />
- punho do gurutil - nas velas redondas fica nos extremos do gurutil.<br />
- punho da pena ou adriça - nas velas triangulares é o punho pelo qual é içada a vela. Nas quadrangulares é o<br />
punho superior e exterior.<br />
• A exemplo <strong>dos</strong> vértices também os la<strong>dos</strong> das velas têm nomes diferentes.<br />
- esteira - a parte inferior da vela.<br />
- gurutil - nas velas triangulares é o lado que enverga no estai. Nas restantes é o lado que liga à verga.<br />
- testa - nas velas latinas é a parte que encosta ao mastro e nas redondas os la<strong>dos</strong> que ficam <strong>de</strong> cima para<br />
baixo.<br />
- valuma - lado <strong>de</strong> uma vela latina que fica para o lado da popa.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
ESPICHA<br />
CARANGUEJA<br />
RETRANCA<br />
182
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
ÂNCORAS E AMARRAS<br />
As âncoras ou ferros <strong>de</strong> fun<strong>de</strong>ar são peças <strong>de</strong> ferro ou aço <strong>de</strong>stinadas a imobilizar a embarcação, pren<strong>de</strong>ndo-a ao<br />
fundo, evitando que esta seja arrastada por forças exteriores, tais como ventos, correntes ou ondulação.<br />
TIPOS DE FERROS<br />
Temos a distinguir dois tipos básicos: ferros com cepo e ferros sem cepo.<br />
• Ferros com cepo (Âncora vulgar ou <strong>de</strong> tipo almirantado) Neste tipo <strong>de</strong><br />
ferros salienta-se um cepo que atravessa a haste. Este é perpendicular<br />
ao plano <strong>dos</strong> braços e actua <strong>de</strong> modo a fazer com que o ferro ao tocar<br />
o fundo, ro<strong>de</strong> sobre si mesmo e crave uma das suas unhas no fundo,<br />
afim <strong>de</strong> se fixar bem.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
1 – Haste<br />
2 – Anete<br />
3 – Cepo<br />
4 – Nós<br />
5 – Cruz<br />
6 – Braços<br />
7 – Sapata<br />
8 – Unha<br />
9 – Orelha<br />
• Ferros sem cepo (Âncora <strong>de</strong> Smith ou ferro <strong>de</strong> engolir). Os ferros sem cepo<br />
dispõem <strong>de</strong> dois braços, que po<strong>de</strong>m girar para um e para outro lado da haste<br />
aproximadamente 45º. Uma vez larga<strong>dos</strong> e ao atingirem o fundo, assumem a<br />
posição <strong>de</strong>itada. Contudo, os braços e a própria cruz apresentam ressaltos, que<br />
por atrito com o fundo fazem com que as suas unhas apontem para o fundo,<br />
ficando em posição <strong>de</strong> unhar, cumprindo assim a função <strong>de</strong>sejada.<br />
1 – Anete<br />
2 – Haste<br />
3 – Cruz<br />
4 – Braços<br />
5 – Patas<br />
6 – Unhas<br />
7 – Ressalto<br />
3<br />
7<br />
7<br />
6<br />
4<br />
1<br />
1<br />
2<br />
5<br />
3<br />
2<br />
4<br />
4<br />
5<br />
6<br />
6<br />
5<br />
3<br />
8<br />
9<br />
183<br />
6
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
Vantagens das âncoras sem cepo – Este tipo <strong>de</strong> ferros sem cepo, <strong>de</strong> braços giratórios, também conheci<strong>dos</strong> por ferros<br />
<strong>de</strong> engolir, cuja haste po<strong>de</strong> entrar no escovém, simplificam a manobra <strong>de</strong> os recolher. Estas âncoras são <strong>de</strong> absoluta<br />
confiança, embora o seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fixação seja inferior ao das âncoras com cepo (tipo almirantado). É certo que a<br />
componente vertical do esforço que a embarcação exerce no anete, por intermédio da amarra ten<strong>de</strong> a <strong>de</strong>senterrar os<br />
braços, enquanto que nas âncoras com cepo este efeito ten<strong>de</strong> a enterrar cada vez mais um <strong>dos</strong> braços. Estas<br />
<strong>de</strong>svantagens <strong>dos</strong> ferros mo<strong>de</strong>rnos em relação aos antigos é ultrapassada largando mais amarra. Consegue-se <strong>de</strong>ste<br />
modo, que o esforço <strong>de</strong> tracção sobre o anete se exerça mais paralelamente ao fundo. Como regra, adopta-se um<br />
comprimento <strong>de</strong> amarra igual a cinco ou seis vezes a profundida<strong>de</strong>, e não três vezes como exigem as âncoras com<br />
cepo. Âncoras especiais – A somar às âncoras atrás referidas, utilizam-se outras <strong>de</strong>stinadas a certos fins especiais, tais<br />
como Gata, Fateixa e Busca-vidas.<br />
• Gata – Âncora <strong>de</strong> um só braço. Tem na cruz uma manilha <strong>de</strong>stinada ao seio <strong>de</strong> um cabo. Aplica-se nas amarrações<br />
fixas.<br />
• Fateixa – Pequena âncora <strong>de</strong> quatro braços. Seja qual for a posição em que caia no fundo, unhará sempre com<br />
dois braços.<br />
• Busca-Vidas – Fateixa sem patas. Serve para apanhar cabos ou outros objectos que estejam flutuando ou<br />
perdi<strong>dos</strong> no fundo.<br />
AMARRAS<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Gata Fateixa Busca-vidas<br />
O cabo ou corrente que estabelece a ligação entra a âncora e a embarcação chama-se AMARRA. A amarra é formada<br />
por uma série <strong>de</strong> elos em ferro ou aço liga<strong>dos</strong> uns aos outros, constituindo uma corrente. A amarra é fixa numa das<br />
extremida<strong>de</strong>s ao anete do ferro, através <strong>de</strong> uma manilha, sendo a outra extremida<strong>de</strong> ligada a um forte olhal chamado<br />
paixão. Nas pequenas embarcações a amarra é substituída por cabos <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> nylon, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> resistência<br />
relativamente à dimensão da embarcação, uma vez que são sujeitos a gran<strong>de</strong>s esforços. Neste caso aconselha-se a<br />
colocação <strong>de</strong> três ou quatro metros <strong>de</strong> corrente ligadas numa extremida<strong>de</strong> ao anete do ferro e na outra ao referido cabo.<br />
• Arinque – É um cabo que se pren<strong>de</strong> à cruz do ferro e que permite ajudar a soltá-la se estiver presa no fundo<br />
quando a queremos suspen<strong>de</strong>r. Po<strong>de</strong> ligar-se o cabo a uma bóia <strong>de</strong> arinque (<strong>de</strong> pequeno tamanho, cónica ou<br />
redonda), para indicarmos assim o local on<strong>de</strong> se encontra o ferro.<br />
Bóia <strong>de</strong> arinque<br />
Manilha<br />
184
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
DIRECÇÃO, DISTÂNCIA E VELOCIDADE<br />
Para indicar uma direcção no mar, a referência é o Norte, ou seja a direcção da Estrela Polar. Assim um observador<br />
virado para Norte (N), à sua direita encontra o Leste (E), nas suas costas o Sul (S) e à sua esquerda o Oeste (W). Estes<br />
pontos são <strong>de</strong>nomina<strong>dos</strong> por Pontos Car<strong>de</strong>ais.<br />
Os pontos intermédios entre os pontos Car<strong>de</strong>ais são <strong>de</strong>nomina<strong>dos</strong> por Pontos Colaterais, e são:<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Nor<strong>de</strong>ste (NE) – Sueste (SE) – Sudoeste (SW) – Noroeste (NW)<br />
A direcção no mar, é dada pela Agulha Magnética. Verificamos que esta tem a forma <strong>de</strong> um disco. Este disco tem o<br />
nome <strong>de</strong> Rosa-<strong>dos</strong>-ventos.<br />
• A Rosa-<strong>dos</strong>-ventos tem a forma <strong>de</strong> um círculo, por isso está dividida em 360 partes iguais <strong>de</strong> um grau, permitindo<br />
<strong>de</strong>ste modo, que as direcções em vez <strong>de</strong> nomes possam ser fornecidas por números. Como o Norte é a direcção<br />
<strong>de</strong> referência, a este correspon<strong>de</strong> 000º e contando, no sentido do movimento <strong>dos</strong> ponteiros do relógio, assim<br />
temos:<br />
Norte (N) – 000º Sul (S) – 180º<br />
Nor<strong>de</strong>ste (NE) – 045º Sudoeste (SW) – 225º<br />
Este (E) – 090º Oeste (W) – 270º<br />
Sueste (SE) – 135º Noroeste – 315º<br />
• A distância percorrida no mar me<strong>de</strong>-se em milhas náuticas. 1 milha = 1852 metros.<br />
• A velocida<strong>de</strong>, por sua vez, me<strong>de</strong>-se em nós. 1 nó = 1 milha/ hora.<br />
AS MARÉS<br />
315º<br />
000º<br />
045º<br />
270º<br />
090º<br />
225º 180º<br />
135º<br />
• Maré é o movimento periódico das águas do mar, pelo qual elas se elevam ou abaixam em relação a uma<br />
referência fixa no solo (Dicionário Aurélio). É o fenómeno causado pelas atracções simultâneas do Sol e Lua sobre<br />
as águas do Globo, e pelo fato do nosso astro mais próximo ser a Lua, é claro que causa uma maior influência. A<br />
atracção gravitica da Lua, faz com que a água <strong>dos</strong> oceanos avance sobre a parte da Terra que se encontra mais<br />
próxima à Lua e também sobre a parte diametralmente oposta. O movimento <strong>de</strong> translação da Lua, também<br />
conhecido como dia lunar, tem a duração <strong>de</strong> 24h e 50min., dividindo-se este tempo em 4 perío<strong>dos</strong>, teremos quatro<br />
turnos <strong>de</strong> aproximadamente 6h e 12min., que é a duração <strong>de</strong> cada maré e suas variações, <strong>de</strong> preia-mar a baixamar.<br />
• Nos perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Luas gran<strong>de</strong>s (Cheias e Novas), on<strong>de</strong> a Terra, o Sol e a Lua estão em oposição ou conjunção,<br />
ocorre uma somatória <strong>de</strong> forças <strong>de</strong>sses astros, e o movimento das marés atinge seu ponto extremo (tanto nas<br />
preamares quanto nas baixa-mares), fazendo assim que ocorram as marés <strong>de</strong> sizígia ou <strong>de</strong> águas-vivas (marés <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>), on<strong>de</strong> as águas correm em gran<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, muitas vezes chegando a sujá-las.<br />
• Nos perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Quartos Crescentes e Minguantes, ocorre o inverso das sizígias, que são as marés mortas ou <strong>de</strong><br />
quadratura, on<strong>de</strong> as águas são calmas e <strong>de</strong> pouca velocida<strong>de</strong>.<br />
• Existe também a maré meteorológica, que é a diferença entre a maré observada e aquela prevista pela Tábua das<br />
Marés. As causas <strong>de</strong>sse fenómeno pouco conhecido são, principalmente, as variações da pressão atmosférica e a<br />
acção do vento sobre a água, causando assim níveis mais baixos ou mais altos que os previstos na Tábua.<br />
185
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• As previsões <strong>de</strong> hora e altura das marés, são divulgadas nas Tábuas das marés. É importante escolher a maré<br />
para sua pescaria, pois cada tipo <strong>de</strong> peixe po<strong>de</strong>rá ser mais ou menos activo em cada maré e até mesmo no estofo<br />
ou reponto.<br />
Então como isto se processa?<br />
• As águas do mar têm movimentos<br />
oscilatórios verticais, isto é, subida e<br />
<strong>de</strong>scida periódica do nível das águas.<br />
Estes são <strong>de</strong>nomina<strong>dos</strong> <strong>de</strong> marés. Em<br />
Portugal, as marés produzem-se duas<br />
vezes num período <strong>de</strong> tempo<br />
ligeiramente superior a 24 horas.<br />
• As marés <strong>de</strong>vem-se principalmente à<br />
atracção da Lua e do Sol, variando<br />
consoante a posição e a distância<br />
<strong>de</strong>stes astros. Embora, teoricamente<br />
todo o sistema solar tenha interferência<br />
no fenómeno. Assim, a força <strong>de</strong><br />
atracção da Lua combinada com a força<br />
centrífuga produzida pela rotação da Terra irá actuar na massa <strong>de</strong> água existente à superfície da Terra, levando à<br />
criação <strong>de</strong> enchentes numa região, vazantes noutra e correntes <strong>de</strong> maré entre elas.<br />
• A força exercida pela Lua e pelo Sol atraem a água <strong>dos</strong> oceanos (e também <strong>dos</strong> continentes!) provocando o<br />
fenómeno das marés. Mas, apesar da imensa massa do Sol, 27 milhões <strong>de</strong> vezes maior que a da Lua, o facto <strong>de</strong>sta<br />
se encontrar mais próxima da Terra faz com que a influência da Lua seja mais do dobro da do Sol. São as<br />
variações das posições do Sol e da Lua que comandam o ciclo das marés. De cada vez que a Lua passa pelo<br />
meridiano do lugar o efeito da maré, a preia-mar, só se faz sentir um pouco mais tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido ao atrito das massas<br />
(água e fundo) e à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vencer a inércia. Por exemplo, numa lua nova ou lua cheia a maré <strong>de</strong> maior<br />
amplitu<strong>de</strong> só ocorre no dia seguinte, período que po<strong>de</strong> ir até 36 horas e tem o nome <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> da maré. Sempre<br />
que a Lua nasce ou se põe, relativamente a esse mesmo lugar, dá-se uma baixa-mar.<br />
• Num dado momento há sempre duas marés altas na Terra. A maré directa, no lado que está voltado para a Lua e a<br />
maré indirecta no lado oposto.<br />
• As gran<strong>de</strong>s marés, ou marés vivas, são aquelas cuja amplitu<strong>de</strong> é a maior do ciclo lunar e correspon<strong>de</strong>m ao<br />
momento <strong>de</strong> concordância das atracções solares e lunares, na lua cheia e lua nova.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
186
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• O Sol e a Lua encontram-se em quadratura quando as forças atractivas se encontram <strong>de</strong>sfasadas em 90º. É<br />
durante este período, quarto minguante e quarto crescente, que as marés atingem a amplitu<strong>de</strong> mínima chaman<strong>dos</strong>e<br />
assim <strong>de</strong> marés mortas.<br />
• Os oceanos Atlântico e Índico têm marés semi-diurnas<br />
(duas vezes por dia), mas reagem muito fracamente à<br />
componente da maré diurna (uma vez por dia). Na<br />
Europa as marés são essencialmente semi-diurnas. No<br />
oceano Pacífico há também duas marés por dia mas<br />
com uma nítida prepon<strong>de</strong>rância <strong>de</strong> uma sobre a outra<br />
PREIA-MAR<br />
(maré mista).<br />
NÍVEL MÉDIO<br />
• Ã lua <strong>de</strong>mora cerca <strong>de</strong> 28 dias a <strong>de</strong>screver o seu<br />
movimento <strong>de</strong> translação à volta da Terra. Durante esse<br />
período, a lua passa por quatro fases distintas,<br />
alternando assim a maré entre marés vivas e marés<br />
mortas, do seguinte modo:<br />
BAIXA-MAR<br />
Lua Nova – Maré Viva<br />
Quarto Crescente – Maré Morta<br />
Lua Cheia – Maré Viva<br />
Quarto Minguante – Maré Morta<br />
• Quando o nível da água <strong>de</strong>sce, diz-se que a maré está a vazar; quando sobe, diz-se que a maré está a encher. À<br />
maior altura da maré <strong>de</strong>nomina-se maré-cheia ou preia-mar; à menor altura da maré <strong>de</strong>nomina-se maré vazia ou<br />
baixa-mar.<br />
• A diferença entre os níveis <strong>de</strong> uma baixa-mar e da preia-mar consecutiva, ou vice-versa, chama-se amplitu<strong>de</strong> da<br />
maré.<br />
• A massa <strong>de</strong> água ao movimentar-se dá lugar a um afluxo ou enchente, com uma estabilização quando se atinge a<br />
preia-mar, à qual se chama estofo, e a um refluxo ou vazante. Assim continuamente assistimos à enchente, ao<br />
estofo da preia-mar, à vazante e ao estofo da baixa-mar.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
ELEVAÇÃO<br />
AMPLITUDE<br />
VAZANTE<br />
ENCHENTE<br />
187
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
Tabela <strong>de</strong> Marés (Lisboa – Tejo)<br />
JUNHO 2004<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Dia Lua Hora Sit. Altura Hora Sit. Altura Hora Sit. Altura Hora Sit. Altura<br />
1 1:09 P 3.6 7:01 B .7 13:38 P 3.7 19:22 B .7<br />
2 1:59 P 3.7 7:46 B .6 14:25 P 3.9 20:10 B .5<br />
3 2:52 P 3.8 8:31 B .6 15:13 P 3.9 20:57 B .5<br />
4 3:41 P 3.8 9:16 B .6 16:02 P 4 21:46 B .5<br />
5 4:33 P 3.7 10:03 B .7 16:52 P 3.9 22:37 B .6<br />
6 5:24 P 3.6 10:53 B .9 17:43 P 3.8 23:30 B .8<br />
7 6:15 P 3.5 11:45 B 1.1 18:33 P 3.7<br />
8 0:33 B 1 7:13 P 3.3 12:46 B 1.2 19:31 P 3.5<br />
9 1:41 B 1.1 8:14 P 3.1 14:00 B 1.4 20:35 P 3.4<br />
10 2:54 B 1.2 9:19 P 3.1 15:15 B 1.5 21:42 P 3.3<br />
11 4:03 B 1.3 10:27 P 3.1 16:24 B 1.4 22:48 P 3.3<br />
12 4:59 B 1.3 11:25 P 3.2 17:20 B 1.3 23:46 P 3.3<br />
13 5:46 B 1.2 12:18 P 3.3 18:05 B 1.3<br />
14 0:37 P 3.3 6:24 B 1.2 13:03 P 3.4 18:47 B 1.2<br />
15 1:24 P 3.4 7:01 B 1.1 13:46 P 3.5 19:24 B 1.1<br />
16 2:04 P 3.4 7:35 B 1.1 14:25 P 3.5 20:01 B 1<br />
17 2:45 P 3.4 8:09 B 1 15:02 P 3.5 20:36 B 1<br />
18 3:24 P 3.4 8:44 B 1 15:39 P 3.5 21:13 B 1<br />
19 4:02 P 3.3 9:19 B 1 16:15 P 3.5 21:49 B .9<br />
20 4:37 P 3.3 9:54 B 1 16:50 P 3.5 22:26 B 1<br />
21 5:14 P 3.2 10:31 B 1.1 17:26 P 3.4 23:06 B 1<br />
22 5:51 P 3.1 11:11 B 1.1 17:59 P 3.4 23:48 B 1.1<br />
23 6:28 P 3.1 11:54 B 1.2 18:38 P 3.3<br />
24 0:33 B 1.2 7:12 P 3 12:46 B 1.3 19:26 P 3.2<br />
25 1:29 B 1.2 8:03 P 3 13:45 B 1.4 20:19 P 3.2<br />
26 2:32 B 1.3 9:03 P 3 14:54 B 1.4 21:21 P 3.2<br />
27 3:40 B 1.2 10:09 P 3.1 16:06 B 1.3 22:32 P 3.2<br />
28 4:43 B 1.1 11:13 P 3.2 17:10 B 1.2 23:41 P 3.3<br />
29 5:41 B 1 12:18 P 3.4 18:10 B 1<br />
30 0:45 P 3.5 6:36 B .9 13:14 P 3.6 19:04 B .8<br />
-Lua nova -Quarto crescente -Lua cheia -Quarto minguante<br />
188
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
Tabela <strong>de</strong> Marés (Barra <strong>de</strong> Faro – Olhão)<br />
Dia do mês<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Dia da<br />
semana<br />
PREIA-MAR<br />
SETEMBRO<br />
BAIXA-MAR<br />
(Fuso 0º)<br />
MANHÃ TARDE MANHÃ TARDE<br />
Hora Alt. Hora Alt. Hora Alt. Hora Alt.<br />
1 S 02.09 3.1 14.25 3.3 07.59 0.3 20.26 0.8 77<br />
2 T 02.41 3.2 14.57 3.3 08.31 0.5 20.56 0.8 85<br />
3 Q 03.12 3.2 15.27 3.3 09.01 0.8 21.24 0.8 85<br />
4 Q 03.42 3.7 15.27 3.3 09.30 0.8 21.52 0.8 85<br />
5 S 04.12 3.2 16.27 3.2 10.00 0.8 22.20 0.9 81<br />
6 S 04.43 3.1 16.59 3.1 10.31 0.8 22.51 1.0 77<br />
7 D 05.19 4.0 17.37 3.0 11.06 1.1 23.28 1.1 67<br />
8 S 06.02 2.9 18.25 2.8 11.51 1.2 - - 60<br />
9 T 06.58 2.8 19.24 2.7 00.18 1.3 12.52 1.3 53<br />
10 Q 07.58 2.7 20.30 2.8 01.26 1.4 14.07 1.4 46<br />
11 Q 09.04 2.7 21.40 2.7 02.40 1.4 15.21 1.4 46<br />
12 S 10.12 2.8 22.50 2.8 03.51 1.4 16.31 1.2 53<br />
13 S 11.18 3.1 23.58 3.5 04.58 1.2 17.36 1.0 67<br />
14 D - - 12.20 3.3 05.58 1.0 18.33 0.7 81<br />
15 S 00.53 3.3 13.14 3.9 06.51 0.7 19.23 0.3 92<br />
16 T 01.44 3.5 14.05 3.8 07.40 0.8 20.10 0.3 106<br />
17 Q 02.32 3.6 14.53 3.8 08.26 0.4 20.54 0.3 113<br />
18 Q 03.18 3.7 15.40 3.8 09.11 0.3 21.36 0.3 119<br />
19 S 04.03 3.7 16.28 3.3 09.55 0.4 22.21 0.5 116<br />
20 S 04.48 3.8 17.13 3.3 10.41 0.8 23.05 0.7 103<br />
21 D 05.35 3.4 18.02 3.3 11.29 0.9 23.53 1.0 92<br />
22 S 06.25 3.1 18.54 2.0 - - 12.24 1.0 67<br />
23 T 07.20 2.4 19.52 2.8 00.48 1.2 13.27 1.2 60<br />
24 Q 08.20 2.8 20.58 2.8 01.52 1.4 14.37 1.4 49<br />
25 Q 09.31 2.3 22.21 2.8 03.02 1.5 15.57 1.4 42<br />
26 S 10.58 2.8 23.43 2.7 04.21 1.8 17.21 1.8 46<br />
27 S - - 12.02 2.8 05.31 1.8 18.13 1.1 58<br />
28 D 00.31 2.8 12.46 2.8 06.19 1.8 18.50 1.0 60<br />
29 S 01.08 3.0 13.21 3.2 06.58 1.0 19.22 0.8 70<br />
30 T 01.39 3.1 13.53 3.3 07.29 2.0 19.52 0.8 77<br />
INSTITUTO HIDROGRÁFICO – MARINHA<br />
Coeficiente<br />
As horas constantes nas tabelas publicadas anualmente pelo Instituto Hidrográfico, para to<strong>dos</strong> os portos principais do<br />
Continente e Regiões Autónomas, são expressas no Tempo Universal (UT), que correspon<strong>de</strong> ao fuso 0, pelo que é<br />
preciso contar com a diferença para a hora local. Por exemplo, em Portugal, na hora <strong>de</strong> Verão é necessário somar 1<br />
hora às horas da tabela.<br />
Corrente <strong>de</strong> maré<br />
• Nos portos, canais e junto à costa a maré para além <strong>de</strong> subir e <strong>de</strong>scer tem outro efeito muito importante, a que se<br />
<strong>de</strong>signa por corrente <strong>de</strong> maré.<br />
• Esta não é mais do que o movimento horizontal das águas trazidas ou levadas pela enchente ou vazante, <strong>de</strong>vido<br />
não só à acção <strong>dos</strong> astros perturbadores referi<strong>dos</strong> anteriormente, mas também à influência <strong>de</strong> outros factores, tais<br />
como: o vento, a ondulação e tipografia do fundo, sendo o movimento da embarcação afectado por to<strong>dos</strong> estes<br />
elementos.<br />
• A velocida<strong>de</strong> da corrente exprime-se em nós (milhas/ horas) sendo: 1 nó = 0.514 m/s. A direcção da corrente é a<br />
direcção para a qual a corrente se <strong>de</strong>sloca.<br />
Diz-se:<br />
− Barla-corrente – direcção <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem a corrente.<br />
− Sota-corrente – direcção para on<strong>de</strong> vai a corrente.<br />
MANHÃ<br />
TARDE<br />
88<br />
88<br />
88<br />
88<br />
81<br />
74<br />
67<br />
53<br />
49<br />
42<br />
45<br />
55<br />
74<br />
92<br />
109<br />
119<br />
126<br />
126<br />
116<br />
99<br />
81<br />
70<br />
53<br />
42<br />
42<br />
49<br />
63<br />
74<br />
81<br />
88<br />
189
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
REGRAS PARA EVITAR ABALROAMENTOS - DEFINIÇÕES GERAIS (Regra 3)<br />
• Navio <strong>de</strong> propulsão mecânica – É todo o navio movido por máquina.<br />
• Navio à vela – É todo o navio a navegar somente à vela.<br />
• Navio em faina <strong>de</strong> pesca – É todo o navio que esteja a pescar com re<strong>de</strong>s, linha, arrasto ou outras artes, que<br />
reduzam a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manobra. Esta expressão não inclui os navios pescando com linhas a reboque<br />
(corripo).<br />
• Navio <strong>de</strong>sgovernado – É todo o navio que não po<strong>de</strong> manobrar para se afastar do caminho <strong>de</strong> um outro navio, ou<br />
seja, não está em condições <strong>de</strong> cumprir com as presentes regras.<br />
• Navio com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manobra reduzida – É todo o navio que dada a natureza <strong>dos</strong> trabalhos em que está<br />
empenhado, tem dificulda<strong>de</strong> em cumprir com as presentes regras.<br />
• Navio condicionado pelo seu calado – É todo o navio que dada a pouca profundida<strong>de</strong> em relação ao seu calado<br />
nas águas em que navega, tem dificulda<strong>de</strong> em se <strong>de</strong>sviar do seu caminho.<br />
PRINCIPAIS REGRAS DE MANOBRA<br />
• Todas as manobras <strong>de</strong> acordo com a aplicação das presentes regras, <strong>de</strong>vem ser executadas com suficiente<br />
antecedência, <strong>de</strong> forma clara e <strong>de</strong> modo a que não hajam dúvidas quanto às suas intenções.<br />
• O navio <strong>de</strong>ve manter uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> segurança, que lhe permita com a <strong>de</strong>vida antecedência tomar as medidas<br />
necessárias para evitar abalroamentos.<br />
• Quando um navio não consegue <strong>de</strong>terminar com segurança qual a sua posição em relação a uma manobra, <strong>de</strong>ve<br />
agir como navio obrigado a manobrar.<br />
• O navio com direito a rumo <strong>de</strong>ve manter o rumo e a velocida<strong>de</strong>, alterando-os só em caso <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> abalroamento.<br />
ECONTRO DE NAVIOS DE PROPULSÃO MECÂNICA<br />
• Dois navios que se aproximem roda a roda (um à<br />
proa do outro, navegando em rumos contrários), ou<br />
quase roda a roda, com risco <strong>de</strong> abalroamento.<br />
(Regra 14)<br />
• Ambos os navios A e B <strong>de</strong>vem guinar para estibordo,<br />
<strong>de</strong> modo a oferecer o seu bombordo.<br />
• Dois navios com rumos cruza<strong>dos</strong>, com risco <strong>de</strong><br />
abalroamento. (regra 15)<br />
• Nesta situação o navio que se apresenta por<br />
estibordo goza <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>, obrigando a que o<br />
navio que se apresenta por bombordo se <strong>de</strong>svie<br />
da sua rota.<br />
• O navio A que vê o navio B por estibordo <strong>de</strong>ve<br />
afastar-se do caminho <strong>de</strong>ste e evitar cortar-lhe a<br />
proa.<br />
• O navio B <strong>de</strong>ve manter o rumo e a velocida<strong>de</strong>.<br />
Se B verificar que a manobra <strong>de</strong> A é insuficiente<br />
<strong>de</strong>ve manobrar, sempre para estibordo.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
A<br />
A B<br />
• Navio que alcança outro. (regra 13) O navio<br />
alcançante <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>sviar-se da rota do navio<br />
alcançado.<br />
• O navio A vindo <strong>de</strong> uma direcção que fique mais <strong>de</strong><br />
22.5º para ré do través do navio B, <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>sviar-se<br />
B<br />
•<br />
francamente do caminho <strong>de</strong>ste último.<br />
O navio A não <strong>de</strong>ve tomar um caminho que obrigue<br />
o navio B a manobrar para se afastar <strong>de</strong>le.<br />
A<br />
• Em alternativa, o navio A <strong>de</strong>ve tomar um rumo paralelo ao navio B e retomar o rumo primitivo, quando todo o risco<br />
<strong>de</strong> colisão estiver afastado.<br />
B<br />
190
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
ENCONTRO DE NAVIOS À VELA (regra 12)<br />
Quando dois navios à vela se encontram em risco <strong>de</strong> abalroamento, a manobra a efectuar é <strong>de</strong> acordo com um <strong>dos</strong> dois<br />
casos possíveis:<br />
• 1ª Situação – Os navios recebem o vento por bor<strong>dos</strong><br />
diferentes. O navio que recebe o vento por Bombordo (BB),<br />
<strong>de</strong>ve <strong>de</strong>sviar-se. O navio A que recebe o vento por Bombordo<br />
<strong>de</strong>svia-se da rota do navio B.<br />
• 2ª Situação – Navios que recebem o vento pelo mesmo bordo. Tem<br />
direito ao rumo o navio que tem a proa mais próxima da direcção do<br />
vento. O navio A que se encontra a barlavento <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>sviar-se do<br />
navio B que está a sotavento, ou seja, o navio que estiver a<br />
barlavento <strong>de</strong>svia-se do navio que se encontra a sotavento.<br />
RESPONSABILIDADE RECÍPROCA DOS NAVIOS (regra 18)<br />
Um navio <strong>de</strong> propulsão mecânica <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>sviar-se <strong>de</strong>:<br />
• Um navio <strong>de</strong>sgovernado.<br />
• Um navio com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manobra reduzida.<br />
• Um navio em faina <strong>de</strong> pesca.<br />
• Um navio à vela.<br />
• Navio <strong>de</strong> propulsão mecânica e navio à vela com rumos<br />
cruza<strong>dos</strong>, existindo risco <strong>de</strong> abalroamento: O navio A<br />
<strong>de</strong>ve afastar-se do rumo do navio B. Quando o navio à<br />
vela for a navegar também a motor passa a ser<br />
consi<strong>de</strong>rado como navio a motor, logo passa a estar<br />
sujeito às regras <strong>dos</strong> navios <strong>de</strong> propulsão mecânica.<br />
• Navio <strong>de</strong> propulsão mecânica e navio em faina <strong>de</strong> pesca<br />
com rumos cruza<strong>dos</strong>, existindo risco <strong>de</strong> abalroamento: O<br />
navio A <strong>de</strong>ve afastar-se do rumo do navio B.<br />
Um navio à vela <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>sviar-se <strong>de</strong>:<br />
• Um navio <strong>de</strong>sgovernado.<br />
• Um navio <strong>de</strong> propulsão mecânica com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manobra reduzida.<br />
• Um navio em faina <strong>de</strong> pesca.<br />
• Navio à vela e navio em faina <strong>de</strong> pesca com rumos<br />
cruza<strong>dos</strong>, existindo risco <strong>de</strong> abalroamento: O navio A<br />
<strong>de</strong>ve afastar-se do rumo do navio B.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
A<br />
B<br />
191
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
Um navio em faina <strong>de</strong> pesca <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>sviar-se <strong>de</strong>:<br />
• Um navio <strong>de</strong>sgovernado.<br />
• Um navio com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manobra reduzida.<br />
NAVEGAÇÃO EM CANAIS ESTREITOS (regra 9)<br />
Navios com comprimento inferior a 20 metros, à vela ou em faina <strong>de</strong> pesca não <strong>de</strong>vem dificultar a passagem a navios<br />
maiores, isto é, que estejam condiciona<strong>dos</strong> pelo<br />
seu calado.<br />
O navio A <strong>de</strong>ve afastar-se do rumo do navio B.<br />
O navio A <strong>de</strong>ve afastar-se do rumo do navio B.<br />
SINAIS SONOROS<br />
Estes sinais <strong>de</strong>vem ser usa<strong>dos</strong> por navios que estão à vista um do outro, quando executam manobras autorizadas.<br />
Estas manobras <strong>de</strong>vem ser sinalizadas pelos seguintes sinais <strong>de</strong> apito:<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
SINAL SIGNIFICADO<br />
• ESTOU A GUINAR PARA ESTIBORDO<br />
• • ESTOU A GUINAR PARA BOMBORDO<br />
• • • AS MINHAS MÁQUINAS ESTÃO A TRABALHAR À RÉ<br />
• • • • • NÃO COMPREENDO AS SUAS INTENÇÕES<br />
– – • TENCIONO PASSÁ-LO POR ESTIBORDO<br />
– – • • TENCIONO PASSÁ-LO POR BOMBORDO<br />
– • – • PODE PASSAR<br />
Um som curto (•) <strong>de</strong>signa um som <strong>de</strong> apito com uma duração <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> um segundo.<br />
Um som prolongado (–) <strong>de</strong>signa um som <strong>de</strong> apito com uma duração <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 4 a 6 segun<strong>dos</strong>.<br />
BALÕES<br />
Os balões são um conjunto <strong>de</strong> sinais convenciona<strong>dos</strong> internacionalmente, <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> a ser usa<strong>dos</strong> durante o dia,<br />
compostos por marcas em forma <strong>de</strong> cone, esfera ou cilindro, e que, uma vez iça<strong>dos</strong> no navio, indicam a situação em<br />
que está a navegar ou a manobrar.<br />
• Os balões po<strong>de</strong>m ser quanto à forma:<br />
- balão esférico<br />
- balão cónico<br />
- balão cilíndrico<br />
- balão bicónico.<br />
192
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Os balões <strong>de</strong>vem ser pretos e ter as seguintes dimensões:<br />
- O balão esférico <strong>de</strong>ve ter um diâmetro não inferior a 0.6 m.<br />
- O balão cónico <strong>de</strong>ve ter um diâmetro <strong>de</strong> base não inferior a 0.6 m. e uma altura igual ao seu diâmetro<br />
- O balão cilíndrico <strong>de</strong>ve ter um diâmetro <strong>de</strong> base não inferior a 0.6 m. e uma altura dupla do seu diâmetro<br />
- O balão bicónico é formado por dois balões cónicos, uni<strong>dos</strong> pela base.<br />
• A distância entre os balões não <strong>de</strong>ve ser inferior a 1.5 m. A bordo <strong>de</strong> um navio <strong>de</strong> comprimento inferior a 20 m., os<br />
balões po<strong>de</strong>m ter dimensões menores, mas em proporção com o tamanho do navio, po<strong>de</strong>ndo a distância que os<br />
separa ser correspon<strong>de</strong>ntemente reduzida.<br />
Regra 24 – Rebocando e empurrando<br />
Um navio <strong>de</strong> propulsão mecânica rebocando <strong>de</strong>ve mostrar um balão bicónico<br />
on<strong>de</strong> melhor possa ser visto. Se o comprimento do reboque ultrapassar os<br />
200m o navio rebocado também <strong>de</strong>verá mostrar um balão idêntico, colocado<br />
on<strong>de</strong> melhor possa ser visto. Consi<strong>de</strong>ra-se que o comprimento do reboque é a<br />
distância entre a popa do rebocador e a popa do último navio rebocado (caso<br />
estejam a ser reboca<strong>dos</strong> mais do que um navio em simultâneo).<br />
Regra 25 – Navios à vela e a motor<br />
Barco a navegar à vela e a motor. Um navio a navegar à vela, quando seja<br />
propulsionado mecanicamente, <strong>de</strong>ve mostrar a vante, on<strong>de</strong> melhor possa ser<br />
visto, um balão cónico, com vértice para baixo. NOTA – para veleiros com<br />
menos <strong>de</strong> 12 metros não é obrigatório o uso <strong>de</strong>ste balão.<br />
Regra 26 – Navios <strong>de</strong> pesca<br />
Navio em faina <strong>de</strong> pesca e navio com arte estendida<br />
horizontalmente por mais <strong>de</strong> 150m.<br />
Um navio em faina <strong>de</strong> pesca, quer esteja a navegar ou<br />
fun<strong>de</strong>ado <strong>de</strong>ve mostrar dois balões cónicos uni<strong>dos</strong><br />
pelos vértices dispostos na mesma linha vertical.<br />
Regra 27 – Navios <strong>de</strong>sgoverna<strong>dos</strong> ou com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manobra reduzida<br />
Navio <strong>de</strong>sgovernado e navio com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manobra reduzida. Um<br />
navio <strong>de</strong>sgovernado <strong>de</strong>ve mostrar dois balões esféricos ou marcas<br />
análogas, dispostos na mesma linha vertical, visíveis em todo o horizonte<br />
on<strong>de</strong> melhor possam ser vistos; Um navio com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manobra<br />
reduzida, <strong>de</strong>ve mostrar três balões segundo uma linha vertical, on<strong>de</strong><br />
melhor possam ser vistos. O superior e o inferior <strong>de</strong>vem ser esféricos e o do meio bicónico; Navios com menos <strong>de</strong> 12 m<br />
não são obriga<strong>dos</strong> a mostrar os balões referi<strong>dos</strong> nesta regra.<br />
Regra 28 – Navios condiciona<strong>dos</strong> pelo seu calado<br />
Um navio condicionado pelo seu calado, po<strong>de</strong> mostrar, on<strong>de</strong> melhor possa<br />
ser visto, um balão cilíndrico.<br />
Regra 30 – Navios fun<strong>de</strong>a<strong>dos</strong> e navios encalha<strong>dos</strong><br />
Um navio fun<strong>de</strong>ado <strong>de</strong>ve mostrar, on<strong>de</strong><br />
melhor possa ser visto um balão esférico a<br />
vante;Um navio encalhado <strong>de</strong>ve mostrar, no<br />
local on<strong>de</strong> melhor possam ser vistos, três<br />
balões esféricos, dispostos segundo uma<br />
linha vertical. Um navio <strong>de</strong> comprimento inferior a 12 m., quando está encalhado não é obrigado a mostrar estes balões.<br />
Um navio <strong>de</strong> comprimento inferior a 7 m., quando fun<strong>de</strong>ado não é obrigado a mostrar os balões prescritos nesta Regra,<br />
excepto se fun<strong>de</strong>ado ou encalhado num canal estreito, via <strong>de</strong> acesso ou zona <strong>de</strong> fun<strong>de</strong>adouro, na proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes<br />
locais, ou numa zona habitualmente frequentada por outros navios.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
193
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
194
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
BALIZAGEM<br />
O sistema <strong>de</strong> balizagem utilizado em<br />
Portugal e nos países vizinhos, tem por<br />
base duas cores, o vermelho e o ver<strong>de</strong>. O<br />
vermelho indica o Bombordo, e o ver<strong>de</strong><br />
indica o Estibordo.<br />
Tipos <strong>de</strong> Marcas<br />
• No mar encontramos marcas que<br />
po<strong>de</strong>m ser apresentadas sob a forma<br />
<strong>de</strong> Bóias ou Balizas. As bóias flutuam<br />
e estão presas ao fundo. As balizas são<br />
pilares ou estacas normalmente em<br />
cimento e enterra<strong>dos</strong> firmemente no<br />
fundo do mar. Ambas têm a mesma<br />
finalida<strong>de</strong>, e a sua utilização <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
das características da zona. À noite<br />
po<strong>de</strong>m ser iluminadas. As que não o<br />
são chamam-se cegas.<br />
• Chama-se ALVO à peça que encima as<br />
bóias e as balizas.<br />
• A i<strong>de</strong>ntificação das bóias e das balizas<br />
faz-se através da sua forma, ou da<br />
forma do alvo, da sua cor, pela sua<br />
numeração, e pela característica da luz<br />
que emitem <strong>de</strong> noite. Existem cinco<br />
tipos <strong>de</strong> marcas:<br />
- Marcas laterais;<br />
- Marcas car<strong>de</strong>ais;<br />
- Marcas <strong>de</strong> perigo isolado;<br />
- Marcas <strong>de</strong> águas limpas;<br />
- Marcas especiais.<br />
Marcas Laterais<br />
• As marcas mais frequentemente encontradas no mar são as marcas laterais. Estas marcas limitam a zona<br />
navegável <strong>de</strong> um canal. Quanto à sua forma po<strong>de</strong>m ser cilíndricas ou cónicas. Quanto à sua cor são pintadas <strong>de</strong><br />
vermelho e ver<strong>de</strong> respectivamente.<br />
• As marcas <strong>de</strong> bombordo são <strong>de</strong> cor vermelha, formato cilíndrico, têm numeração par e <strong>de</strong> noite têm luz<br />
vermelha. As marcas <strong>de</strong> estibordo são <strong>de</strong> cor ver<strong>de</strong>, formato cónico, têm numeração ímpar e <strong>de</strong> noite têm luz<br />
ver<strong>de</strong>.<br />
• O sentido da balizagem, é sempre o da entrada do mar para um porto, rio, estuário ou outros canais, isto é, à<br />
entrada <strong>de</strong> um porto as marcas vermelhas ficam por Bombordo, e as marcas ver<strong>de</strong>s ficam por Estibordo. Se<br />
por sua vez, a embarcação estiver <strong>de</strong> saída, passa-se o contrário, isto é, as marcas vermelhas ficam por Estibordo<br />
e as ver<strong>de</strong>s ficam por Bombordo.<br />
Marcas Car<strong>de</strong>ais<br />
• As marcas car<strong>de</strong>ais sinalizam a existência <strong>de</strong> perigos, indicando ao navegante a zona <strong>de</strong> passagem segura <strong>de</strong><br />
acordo com os quatro pontos car<strong>de</strong>ais (NORTE, SUL, ESTE e OESTE). Por exemplo, <strong>de</strong>ve passar-se a NORTE <strong>de</strong><br />
uma marca car<strong>de</strong>al “NORTE”, pois está colocada a NORTE do perigo, e assim sucessivamente com cada uma das<br />
outras.<br />
• São bóias <strong>de</strong> cor amarela e preta, com dois alvos cónicos sobrepostos. A orientação <strong>dos</strong> alvos e a posição relativa<br />
das cores indicam o ponto car<strong>de</strong>al, em relação à bóia por on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>ve passar. À noite i<strong>de</strong>ntificam-se através <strong>de</strong><br />
luz branca e cintilante. O número <strong>de</strong> relâmpagos <strong>de</strong>fine o ponto car<strong>de</strong>al.<br />
Marcas <strong>de</strong> Perigo Isolado<br />
• As marcas <strong>de</strong> perigo isolado indicam a existência <strong>de</strong> um perigo isolado por baixo <strong>de</strong>las (rocha, perigos submarinos,<br />
navio afundado, etc.). As águas à sua volta po<strong>de</strong>m ser navegadas em segurança, <strong>de</strong>vendo apesar <strong>de</strong> tudo dar-se<br />
uma certa distância à marca, pois no caso <strong>de</strong> se tratar <strong>de</strong> uma bóia esta terá um certo raio <strong>de</strong> giração.<br />
• Estas marcas são <strong>de</strong> cor preta, com uma ou mais faixas horizontais <strong>de</strong> cor vermelha. O alvo é constituído por duas<br />
esferas pretas sobrepostas. De noite apresentam luz branca com dois relâmpagos agrupa<strong>dos</strong>.<br />
Marcas <strong>de</strong> Águas Limpas<br />
• As marcas <strong>de</strong> águas limpas indicam que a zona on<strong>de</strong> se situam é limpa <strong>de</strong> perigos, e que a navegação se po<strong>de</strong><br />
processar em segurança junto <strong>de</strong>las. Por norma são colocadas a meio <strong>de</strong> um canal para servir <strong>de</strong> referência.<br />
• Têm riscas verticais vermelhas e brancas e o alvo é uma esfera vermelha. De noite i<strong>de</strong>ntificam-se pela luz branca.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
195
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
Marcas Especiais<br />
• As marcas especiais são utilizadas para <strong>de</strong>limitar e assinalar zonas para utilizações especiais tais como: zonas <strong>de</strong><br />
pesca, zonas <strong>de</strong> exercícios militares, zona <strong>de</strong> passagem <strong>de</strong> cabos telefónicos, zonas reservadas à navegação <strong>de</strong><br />
recreio, estações <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> oceânicos, etc.<br />
• São amarelas e têm habitualmente um alvo amarelo em forma <strong>de</strong> X. De noite apresentam uma luz amarela.<br />
GOVERNO E MANOBRA<br />
Governo<br />
São todas as acções controladas e seguras levadas a cabo pelo navegante, <strong>de</strong> modo a conduzir uma embarcação <strong>de</strong><br />
um local inicial para outro <strong>de</strong>sejado.<br />
Manobra<br />
É o conjunto <strong>de</strong> todas as acções necessárias para levar a embarcação a uma <strong>de</strong>terminada posição (fun<strong>de</strong>adouro, cais,<br />
bóia, etc.)<br />
Os factores <strong>de</strong> maior influência no governo e manobra <strong>de</strong> uma embarcação são os seguintes:<br />
• Efeito do leme<br />
• Efeito propulsor e lateral <strong>dos</strong> hélices<br />
• Efeitos externos (corrente e vento)<br />
Hélices<br />
Existem dois tipos <strong>de</strong> hélices:<br />
• Hélice <strong>de</strong> passo direito – quando a embarcação se <strong>de</strong>sloca à vante estes hélices rodam no sentido <strong>dos</strong> ponteiros<br />
do relógio, o que vai provocar uma força lateral para estibordo. Quer isto dizer que quando a embarcação se<br />
<strong>de</strong>sloca à vante há uma tendência da popa para se <strong>de</strong>sviar para estibordo, e consequentemente da proa para se<br />
<strong>de</strong>sviar para bombordo.<br />
• Hélice <strong>de</strong> passo esquerdo – é o oposto <strong>dos</strong> hélices <strong>de</strong> passo direito. Quando a embarcação se <strong>de</strong>sloca à vante<br />
estes hélices rodam no sentido contrário os ponteiros do relógio, o que vai provocar uma força lateral para<br />
bombordo. Haverá então uma tendência da popa para se <strong>de</strong>sviar para bombordo, e consequentemente da proa se<br />
<strong>de</strong>sviar para estibordo.<br />
MANOBRAS<br />
Atracar<br />
• Atracar uma embarcação é encostá-la a um cais ou a outra<br />
embarcação.<br />
• Ao atracar a embarcação, esta <strong>de</strong>verá fazer-se<br />
paralelamente ao cais a uma velocida<strong>de</strong> reduzida e num<br />
ângulo <strong>de</strong> inclinação <strong>de</strong> 10º a 20º em relação a este.<br />
• Quando o vento está “<strong>de</strong> proa” (a soprar do lado do cais)<br />
este ângulo <strong>de</strong>verá ser tanto maior quanto maior for a<br />
intensida<strong>de</strong> do vento.<br />
• Quando o vento está “<strong>de</strong> popa” o ângulo <strong>de</strong>verá ser menor<br />
a manobra feita antecipadamente (o vento irá empurrar a<br />
embarcação até ao cais).<br />
• Esta manobra <strong>de</strong>verá ser sempre efectuada contra a corrente.<br />
• Os cabos utiliza<strong>dos</strong> nesta manobra <strong>de</strong>signam-se por espias, que tomam diferentes nomes <strong>de</strong> acordo com a função<br />
<strong>de</strong>sempenhada.<br />
1 – Lançante <strong>de</strong> proa<br />
2 – Lançante <strong>de</strong> popa<br />
3 – Través <strong>de</strong> proa<br />
4 – Través <strong>de</strong> popa<br />
5 – regeira <strong>de</strong> proa<br />
6 – regeira <strong>de</strong> popa<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
2 4 6<br />
5 3<br />
Função <strong>dos</strong> cabos: 1 e 2 servem para atracar. Evitam que se afaste do pontão.<br />
3 e 4 servem para encostar e reforçar a amarração.<br />
5 e 6 servem para segurar. Evitam que an<strong>de</strong> para a frente e para trás.<br />
1<br />
196
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
Desatracar<br />
• Designa-se por <strong>de</strong>satracar ou largar o acto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sencostar a embarcação do cais ou <strong>de</strong> outra embarcação.<br />
• Antes <strong>de</strong> iniciar esta manobra <strong>de</strong>ve ter os seguintes cuida<strong>dos</strong>:<br />
- Meios <strong>de</strong> propulsão em cima (prontos).<br />
- Direcção da corrente<br />
• A corrente po<strong>de</strong> apresentar-se pela proa ou pela popa, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da situação, temos a distinguir:<br />
Primeira situação – Embarcação aproada à corrente. Neste caso <strong>de</strong>ve abrir <strong>de</strong> proa, sobre a regeira da popa e sair à<br />
vante.<br />
Corrente<br />
Segunda situação – Embarcação com corrente pela popa. Neste caso abre-se a embarcação <strong>de</strong> popa sobre a regeira<br />
<strong>de</strong> proa, e larga-se saindo à ré. Esta manobra tem a particularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evitar eventuais danos no aparelho propulsor,<br />
uma vez que este se encontra instalado à popa.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Corrente<br />
Fun<strong>de</strong>ar<br />
• A manobra <strong>de</strong> fixar a embarcação ao fundo através <strong>de</strong> um ferro <strong>de</strong>signa-se por fun<strong>de</strong>ar.<br />
• Devem-se consi<strong>de</strong>rar os seguintes aspectos:<br />
- Zona abrigada <strong>de</strong> ventos, correntes e agitação marítima.<br />
- Fundo <strong>de</strong> boa tença (on<strong>de</strong> o ferro possa unhar bem)<br />
- São consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> bons fun<strong>dos</strong> ou <strong>de</strong> boa tença; os <strong>de</strong> barro, lodo duro ou areia. Os fun<strong>dos</strong> <strong>de</strong> rocha ou<br />
calhau são <strong>de</strong> má tença.<br />
- Espaço <strong>de</strong> modo a que a embarcação possa girar livremente.<br />
- Local com baixo <strong>de</strong>clive.<br />
- Profundida<strong>de</strong> suficiente.<br />
• Quando da aproximação ao local escolhido para<br />
fun<strong>de</strong>ar, <strong>de</strong>ve-se reduzir a velocida<strong>de</strong> e preparar a<br />
manobra. Esta consiste em preparar o ferro (arriálo<br />
ao nível da água) e safar a amarra.<br />
• A aproximação ao local <strong>de</strong>ve ser feita aproando à<br />
corrente/ vento, aten<strong>de</strong>ndo ao <strong>de</strong> maior<br />
predominância.<br />
• Uma vez a embarcação parada, larga-se o ferro,<br />
dá-se seguimento à ré, tendo o cuidado <strong>de</strong> largar a<br />
amarra a pedido, <strong>de</strong> modo a evitar que esta se<br />
prenda na âncora ou fique em monte no fundo.<br />
• A extensão <strong>de</strong> amarra <strong>de</strong>ve estar <strong>de</strong> acordo com a<br />
profundida<strong>de</strong> e com o tempo. Normalmente largase<br />
um comprimento <strong>de</strong> amarra 3 a 5 vezes<br />
superior à profundida<strong>de</strong> do local on<strong>de</strong> vamos<br />
fun<strong>de</strong>ar. Se houver previsão <strong>de</strong> mau tempo esse<br />
comprimento <strong>de</strong>ve aumentar para cerca <strong>de</strong> 5 a 7 vezes a profundida<strong>de</strong>.<br />
197
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Uma vez fun<strong>de</strong>ado, <strong>de</strong>ve dar-se um pequeno esticão à ré, e verificar se o ferro UNHOU.<br />
• No caso <strong>de</strong> fun<strong>de</strong>ar num rio é natural que seja a corrente o elemento predominante, e neste caso, se esta estiver<br />
sujeito a mudanças <strong>de</strong> sentido, <strong>de</strong>ver-se-á fun<strong>de</strong>ar com duas âncoras. Lançando uma à proa e outra à popa <strong>de</strong><br />
modo a que seja feita tracção apenas numa <strong>de</strong>las, consoante a corrente, para evitar a rotação da âncora.<br />
Suspen<strong>de</strong>r<br />
• Esta operação consiste em arrancar o ferro e recolhê-lo, recomenda-se que os meios <strong>de</strong> propulsão da embarcação<br />
estejam prontos, assim como to<strong>dos</strong> os preparativos para a partida.<br />
NAVEGAÇÃO COM MAU TEMPO<br />
• Quando a embarcação navega com a proa no sentido da ondulação diz-se que “navega com o tempo”.<br />
• Quando a embarcação navega com a popa no sentido da ondulação diz-se que “navega contra o tempo” ou “<strong>de</strong><br />
capa”. Esta é a situação mais indicada em condições <strong>de</strong> mau tempo.<br />
• Quando a embarcação navega com o través contra o sentido da onda diz-se que “navega a rumo atravessado”.<br />
Esta é sem qualquer dúvida a pior situação, e aquela que <strong>de</strong>ve ser evitada a todo o custo.<br />
NOÇÕES ELEMENTARES SOBRE METEOROLOGIA<br />
Tanto em terra como no mar, ocorrem as mais variadas situações que ilustram to<strong>dos</strong> os fenómenos meteorológicos<br />
possíveis. Entre os quais, ocorrem alguns que geram situações <strong>de</strong> perigo para a navegação.<br />
Os mais temi<strong>dos</strong> são: tempesta<strong>de</strong> e o nevoeiro. O termo tempesta<strong>de</strong> é associado a ventos fortes, origina<strong>dos</strong> por<br />
gran<strong>de</strong>s variações <strong>de</strong> pressão atmosférica, provocando gran<strong>de</strong> agitação marítima. O termo nevoeiro é associado a<br />
situações <strong>de</strong> calmaria e normalmente resulta do arrefecimento do ar carregado <strong>de</strong> humida<strong>de</strong> próximo da superfície,<br />
afectando consequentemente a visibilida<strong>de</strong>.<br />
Atmosfera<br />
• A camada <strong>de</strong> ar que envolve a superfície do nosso planeta é <strong>de</strong>signada por Atmosfera. Cerca <strong>de</strong> 50% da sua<br />
massa encontra-se concentrada até cerca <strong>de</strong> 6 km conta<strong>dos</strong> a partir da superfície terrestre. O ar mais pesado<br />
encontra-se junto à superfície terrestre.<br />
• O ar mais pesado encontra-se junto à superfície, ficando mais leve (rarefeito) à medida que caminhamos para os<br />
limites superiores da atmosfera. Este limite é difícil <strong>de</strong> precisar (cerca <strong>de</strong> 60 km).<br />
• Os fenómenos meteorológicos ocorrem praticamente nos primeiros 11 km da Atmosfera, <strong>de</strong>signando-se esta<br />
camada por Troposfera.<br />
Elementos Meteorológicos<br />
• A noção <strong>de</strong> elemento meteorológico compreen<strong>de</strong> não só gran<strong>de</strong>zas físicas mas também conceitos que permitem<br />
avaliar o estado do tempo.<br />
• A <strong>de</strong>terminação <strong>dos</strong> elementos meteorológicos po<strong>de</strong> ser instrumental ou visual. A pressão, a temperatura e o vento<br />
são exemplos <strong>de</strong> observação instrumental. A nebulosida<strong>de</strong> e a visibilida<strong>de</strong> são exemplos <strong>de</strong> observação visual.<br />
Temperatura<br />
• Temperatura <strong>de</strong> um corpo é a medida do seu conteúdo <strong>de</strong> energia na forma <strong>de</strong> calor. Assim, na presença <strong>de</strong> dois<br />
corpos, o corpo com uma temperatura mais elevada tem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transferir calor para o que está a uma<br />
temperatura mais baixa.<br />
• Os instrumentos utiliza<strong>dos</strong> para medir a temperatura <strong>de</strong>nominam-se <strong>de</strong> termómetros.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
198
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Os países da Europa Oci<strong>de</strong>ntal utilizam normalmente escalas graduadas em graus Celsius (ºC). Nos países <strong>de</strong><br />
língua inglesa são muito utilizadas escalas em graus Fahrenheit (ºF). Temperaturas em graus Celsius e Fahrenheit<br />
po<strong>de</strong>m ser convertidas da seguinte forma:<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
t (ºC) = (t (ºF) – 32º) x 100/180<br />
t (ºF) = (t (ºC) x 180/100) + 32<br />
Pressão<br />
• O peso <strong>de</strong> um corpo (a força com que é atraído para a terra) <strong>de</strong>ve-se à força exercida pela gravida<strong>de</strong> terrestre. O<br />
peso é portanto o total da força que um corpo exerce sobre uma superfície (no caso a superfície terrestre). Agora<br />
se tivermos em conta a força que o corpo exerce por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa superfície, obtemos o conceito <strong>de</strong> pressão.<br />
• A pressão é a força que o ar exerce, por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superfície. É o peso <strong>de</strong> uma coluna <strong>de</strong> ar com altura igual à da<br />
atmosfera, e com a base igual à unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superfície (1 cmP 2P ).<br />
• De acordo com o conceito atrás referido, a pressão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da altitu<strong>de</strong> do local (à medida que se sobe na<br />
atmosfera, a pressão diminui, uma vez que a coluna <strong>de</strong> ar que fica por cima é cada vez menor), da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do ar<br />
(diminuindo com a altitu<strong>de</strong>, o que contribui também para que o ar se torne mais leve) e da temperatura (quando a<br />
temperatura aumenta a pressão diminui e vice-versa). Ao aumento da temperatura correspon<strong>de</strong> uma dilatação do<br />
ar, o que provoca uma diminuição da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e consequentemente uma diminuição da pressão. Este processo<br />
contribui em gran<strong>de</strong> parte para a formação <strong>dos</strong> núcleos <strong>de</strong> baixas pressões.<br />
• Os instrumentos utiliza<strong>dos</strong> para medir a pressão são o barómetro e o barógrafo, este último faz o registo gráfico da<br />
pressão conforme o tempo <strong>de</strong>corre. Portanto dá-nos a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> verificar a sua tendência, isto é, se está com<br />
tendência para <strong>de</strong>scer ou subir e qual a rapi<strong>de</strong>z com que o faz. A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida da pressão atmosférica é o<br />
milibar (mb), ou mo<strong>de</strong>rnamente chamado o hectopascal (hPa). 1 mb = 1 hPa<br />
• A distribuição da pressão atmosférica ao longo da superfície da terra não é uniforme. Se a atmosfera terrestre fosse<br />
completamente estável, a pressão ao nível do mar seria <strong>de</strong> 1013 hPa, este valor é <strong>de</strong>signado por pressão normal.<br />
• Assim existem locais on<strong>de</strong> a pressão atinge valores inferiores ou superiores à pressão normal, que <strong>de</strong>signamos<br />
respectivamente por núcleos <strong>de</strong> baixas pressões (Baixas) e núcleos <strong>de</strong> altas pressões (Altas) estes últimos<br />
<strong>de</strong>signa<strong>dos</strong> por Anticiclones.<br />
• A representação da distribuição da pressão atmosférica numa carta meteorológica faz-se através <strong>de</strong> linhas que<br />
unem os pontos da superfície terrestre, que têm a mesma pressão atmosférica, a esta linha dá-se o nome <strong>de</strong><br />
Isóbara.<br />
Barómetros e Termómetros<br />
• Da observação conjunta do comportamento <strong>de</strong>stes instrumentos, obtemos algumas indicações, que embora não<br />
sejam infalíveis <strong>de</strong>vem ser tomadas como natural prenúncio <strong>de</strong> tempo.<br />
BARÓMETRO TERMÓMETRO PRENÚNCIO DE TEMPO<br />
A Subir A Subir Tempo seco e quente<br />
A Descer A Descer Chuva abundante<br />
A Descer A Subir Não chove<br />
Estacionário A Descer Chuva provável<br />
Estacionário A Subir Mudança para bom tempo<br />
A Subir Estacionário Indicação <strong>de</strong> bom tempo<br />
A Descer Estacionário Chuva provável<br />
Estacionário A Subir enquanto chove Chuva <strong>de</strong> pouca duração<br />
Estacionário A Descer enquanto chove Continuará chovendo<br />
Humida<strong>de</strong><br />
O ar seco é composto pelos seguintes gases:<br />
• Azoto – 78.00%<br />
• Oxigénio – 21.00%<br />
• Árgon – 0.90%<br />
• Dióxido <strong>de</strong> Carbono – 0.03%<br />
• Gases raros (pequenas quantida<strong>de</strong>s)<br />
• Exclui-se o vapor <strong>de</strong> água na sua composição.<br />
• Quando o vapor <strong>de</strong> água faz parte do conjunto <strong>dos</strong> gases da atmosfera dizemos que estamos em presença <strong>de</strong> ar<br />
húmido. À quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> água existente numa <strong>de</strong>terminada porção da atmosfera chamamos humida<strong>de</strong>.<br />
• A faculda<strong>de</strong> que o ar seco tem para admitir no seu interior vapor <strong>de</strong> água, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da pressão e da temperatura a<br />
que se encontra. Aumentando com a subida <strong>de</strong> temperatura e diminuindo com a subida <strong>de</strong> pressão.<br />
• Diz-se que o ar está saturado a uma dada temperatura, quando já não é possível receber mais vapor <strong>de</strong> água no<br />
seu seio. Provocando a partir do ponto <strong>de</strong> saturação a con<strong>de</strong>nsação do vapor <strong>de</strong> água exce<strong>de</strong>nte.<br />
• São exemplos <strong>de</strong>ste fenómeno meteorológico o nevoeiro e as nuvens que resultam da con<strong>de</strong>nsação do vapor <strong>de</strong><br />
água do ar saturado.<br />
199
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
Ar em Movimento – Vento<br />
O vento é o movimento natural do ar, e surge <strong>de</strong>vido à existência <strong>de</strong> diferenças <strong>de</strong> pressão, que como sabemos estão<br />
relacionadas a diferenças <strong>de</strong> temperatura. A procura <strong>de</strong> equilíbrio da pressão por parte <strong>de</strong> duas massas <strong>de</strong> ar com<br />
pressões diferentes dá origem ao vento. Portanto o ar ten<strong>de</strong> a circular das zonas on<strong>de</strong> a pressão é superior para zonas<br />
on<strong>de</strong> a pressão é inferior.<br />
• O vento me<strong>de</strong>-se segundo dois parâmetros: a direcção e a intensida<strong>de</strong>.<br />
• Para medir a direcção utiliza-se o Cata-Vento. Este encontra-se graduado com a rosa-<strong>dos</strong>-ventos. Não esquecer<br />
que a direcção do vento é sempre aquela <strong>de</strong> on<strong>de</strong> ele sopra.<br />
- A direcção <strong>de</strong> on<strong>de</strong> sopra o vento <strong>de</strong>signa-se por BARLAVENTO.<br />
- A direcção para on<strong>de</strong> sopra o vento <strong>de</strong>signa-se por SOTAVENTO.<br />
• Para medir a sua intensida<strong>de</strong> usa-se o Anemómetro que está graduado em nós, metros por segundo, etc.<br />
• Existe uma escala que relaciona a intensida<strong>de</strong> do vento com os efeitos que este provoca no mar, esta <strong>de</strong>nomina-se<br />
por Escala <strong>de</strong> Beauford. Esta escala divi<strong>de</strong> a intensida<strong>de</strong> do vento em 13 valores, correspon<strong>de</strong>ndo a cada valor<br />
um termo próprio.<br />
Escala <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>s do vento (Escala <strong>de</strong> Beauford)<br />
• Paralelamente à escala <strong>de</strong> Beauford, existe uma outra escala <strong>de</strong>nominada por Escala <strong>de</strong> Douglas que permite<br />
relacionar o estado do mar tomando como referência a altura das ondas.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Nº DESIGNAÇÃO<br />
VELOCIDADE<br />
(Km/ hora)<br />
0 Calmo 0 a 1<br />
1 Aragens 2 a 6<br />
2 Fraco 7 a 12<br />
3 Bonancoso 13 a 18<br />
4 Mo<strong>de</strong>rado 19 a 26<br />
5 Fresco 27 a 35<br />
6 Frescalhão 36 a 44<br />
7 Forte 45 a 54<br />
8 Rijo 55 a 65<br />
9 Tempestuoso 66 a 77<br />
10 Temporal 78 a 90<br />
11 Temporal Desfeito 91 a 104<br />
12 Tufão Mais <strong>de</strong> 104<br />
Escala do estado do mar (Escala <strong>de</strong> Douglas)<br />
Nº DESIGNAÇÃO<br />
ALTURA DAS ONDAS<br />
(m)<br />
0 Estanhado --------<br />
1 Chão Inferior a 0.25<br />
2 Encrespado 0.25 a 0.50<br />
3 Pequena Vaga 0.50 a 0.75<br />
4 Cavado 0.75 a 1.15<br />
5 Grosso 1.15 a 2.00<br />
6 Alteroso 2.00 a 3.00<br />
7 Tempestuoso 3.00 a 5.00<br />
8 Encapelado 5.00 a 10.0<br />
9 Desencontrado Superior a 10.0<br />
200
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
Segundo o D.L. nº 283/87, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> Julho, a tabela seguinte <strong>de</strong>screve os SINAIS DE AVISO DE TEMPORAL para uso<br />
nos portos portugueses. As capitanias <strong>dos</strong> portos e as suas <strong>de</strong>pendências são responsáveis pela actuação <strong>de</strong>stes<br />
sinais. A força do vento é referida à escala <strong>de</strong> Beauford. Os balões e ban<strong>de</strong>iras <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong> cor preta.<br />
Aviso<br />
n.º<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Força e direcção do vento<br />
1 Vento <strong>de</strong> força 8 ou superior começando no quadrante <strong>de</strong> NW<br />
2 Vento <strong>de</strong> força 8 ou superior começando no quadrante <strong>de</strong> SW<br />
3 Vento <strong>de</strong> força 8 ou superior começando no quadrante <strong>de</strong> NE<br />
4 Vento <strong>de</strong> força 8 ou superior começando no quadrante <strong>de</strong> SE<br />
5 Vento <strong>de</strong> força 12 <strong>de</strong> qualquer direcção<br />
6 Vento <strong>de</strong> força 7 <strong>de</strong> qualquer direcção<br />
7<br />
8<br />
Vento rondando no sentido do movimentos <strong>dos</strong> ponteiros do<br />
relógio<br />
Vento rondando no sentido contrário ao do movimento <strong>dos</strong><br />
ponteiros do relógio<br />
9 Observada ou prevista ondulação <strong>de</strong> SE com 2m ou superior<br />
NOÇÕES BÁSICAS DE NAVEGAÇÃO À VELA<br />
Sinal<br />
Diurno<br />
Sinal<br />
Nocturno<br />
Obs.<br />
Sinal complementar <strong>dos</strong><br />
anteriores<br />
Sinal complementar <strong>dos</strong><br />
anteriores<br />
Usado só na costa algarvia<br />
Para navegar à vela primeiro que tudo temos que conhecer o vento que está a incidir sobre a embarcação, e<br />
consequentemente, o melhor ângulo <strong>de</strong> vela a adoptar para que haja seguimento, e para que possamos tirar o maior<br />
partido do vento que está a soprar. A embarcação quando aproada ao vento não navega, pois o vento com a<br />
embarcação nesta posição não inci<strong>de</strong> sobre a área das velas. Daí a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> navegar.<br />
• Arribar - Manobra que consiste em colocar a porta do leme para sotavento<br />
• Orçar - Manobra que consiste em colocar a porta do leme para barlavento<br />
• Assim, para navegar à vela temos <strong>de</strong> afastar a proa da linha do vento, a esta<br />
manobra dá-se o nome <strong>de</strong> arribar.<br />
• A manobra contrária a esta, que consiste em levar a proa para a linha do vento<br />
<strong>de</strong>nomina-se <strong>de</strong> orçar.<br />
201
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
MAREAÇÕES<br />
Chama-se mareação ao ângulo formado entre a direcção do vento e a proa da embarcação. Assim, consoante o rumo<br />
que preten<strong>de</strong>mos dar à embarcação usamos um tipo <strong>de</strong> mareação.<br />
Tipos <strong>de</strong> mareações:<br />
• Bolina cerrada – quando a proa vai muito cingida ao vento, até ao limite <strong>de</strong> grivar (entre 67,5º e um limite que<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da embarcação e do velame).<br />
• Bolina – Quando o vento entra pela amura (entre 67,5º e 90º).<br />
• Largo – Quando o vento entra pelo través (entre 90º e 157,5º)<br />
• Popa – Quando o vento entra pela alheta (entre 157,5º e 180º).<br />
• Popa arrasada – Quando o vento entra pela popa (180º).<br />
SEGURANÇA<br />
Navegar comporta riscos, e a água é por natureza um meio hostil ao homem, apesar <strong>de</strong> não ser propriamente perigoso.<br />
Há por isso que dar a máxima importância ao tema da segurança e aos meios <strong>de</strong> salvamento. Deve haver respeito pela<br />
água e não nos <strong>de</strong>vemos aventurar mais do que a nossa experiência no governo das embarcações nos aconselhe.<br />
PREVENÇÂO é portanto a palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m:<br />
MEIOS DE SALVAÇÃO<br />
A bordo das embarcações <strong>de</strong> recreio e <strong>de</strong> acordo com a sua classificação, quanto à zona <strong>de</strong> navegação, o seu tamanho<br />
e o meio propulsão principal, é obrigatório a existência a bordo <strong>dos</strong> seguintes meios <strong>de</strong> salvação:<br />
EMBARCAÇÕES DE SOBREVIVÊNCIA<br />
As ER do tipo 1, 2, 3, e 4 <strong>de</strong>vem dispor <strong>de</strong> uma ou mais jangadas pneumáticas, com capacida<strong>de</strong> conjunta suficiente<br />
para a totalida<strong>de</strong> das pessoas embarcadas. As embarcações do tipo 4, no caso <strong>de</strong> disporem <strong>de</strong> embarcação auxiliar<br />
com capacida<strong>de</strong> para a totalida<strong>de</strong> das pessoas embarcadas, ficam dispensadas <strong>de</strong> possuir jangada pneumática.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
202
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• BÓIAS DE SALVAÇÃO – De acordo com o seu comprimento, as ER <strong>de</strong>vem dispor <strong>de</strong>:<br />
− 1 Bóia, se tiver um comprimento entre 5 e 9 m.<br />
− 2 Bóias, se tiver um comprimento acima <strong>de</strong> 9 m e até 15 m.<br />
− 4 Bóias, se tiver um comprimento acima <strong>de</strong> 15 m e até 24 m.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Bóia redonda Bóia <strong>de</strong> ferradura<br />
Nota: Uma das bóias <strong>de</strong>ve dispor <strong>de</strong> uma retenida flutuante <strong>de</strong> 30 metros e, se as ER tiverem duas ou mais bóias, uma<br />
<strong>de</strong>las <strong>de</strong>ve possuir sinal luminoso.<br />
• COLETES DE SALVAÇÃO – A ER <strong>de</strong>ve dispor <strong>de</strong> coletes <strong>de</strong> salvação, para adulto e criança, em quantida<strong>de</strong><br />
suficiente para todas as pessoas embarcadas.<br />
Classificação das<br />
embarcações<br />
Colete insuflável Colete <strong>de</strong> salvação<br />
SINAIS VISUAIS DE SOCORRO<br />
Sinais <strong>de</strong><br />
pára-quedas<br />
Fachos <strong>de</strong> mão<br />
(a) Dispensável nas embarcações que naveguem <strong>de</strong>ntro das barras <strong>dos</strong> portos<br />
Sinais<br />
fumígenos<br />
Tipo 1 6 4 2<br />
Tipo 2 4 4 1<br />
Tipo 3 3 3 1<br />
Tipo 4 2 2 1<br />
Tipo 5 - 2 (a) -<br />
203
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
MEIOS DE ESGOTO<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Sinal <strong>de</strong> pára-quedas Facho <strong>de</strong> mão<br />
As ER <strong>de</strong> tipo 1, 2, 3, e 4 <strong>de</strong>vem dispor <strong>de</strong> duas bombas <strong>de</strong> esgoto, sendo uma <strong>de</strong>las manual. As ER <strong>de</strong> tipo 5 <strong>de</strong>vem<br />
dispor <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> esgoto, mecânico ou eléctrico, o qual po<strong>de</strong>rá ser um vertedouro no caso da ER ter um<br />
comprimento até 5 metros.<br />
ESCADAS DE ACESSO<br />
As ER <strong>de</strong>vem dispor <strong>de</strong> uma escada <strong>de</strong> acesso, sempre que a distância entre o plano da água e o bordo das alhetas ou<br />
o painel <strong>de</strong> popa seja superior a 0,5 metros.<br />
MEIOS DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS<br />
As ER <strong>de</strong>vem possuir a bordo:<br />
• 1 Extintor <strong>de</strong> 1 kg <strong>de</strong> pó químico, no caso nas ER <strong>de</strong> boca aberta ou parcialmente aberta<br />
com motor fora <strong>de</strong> borda.<br />
• 1 Extintor <strong>de</strong> 2 kg <strong>de</strong> pó químico junto ao motor, no caso da embarcação cujo meio<br />
principal <strong>de</strong> propulsão seja motor interior e não exista meio <strong>de</strong> auto extinção fixo.<br />
• 1 Extintor <strong>de</strong> 1 kg <strong>de</strong> pó químico no salão.<br />
• 1 Extintor <strong>de</strong> 1 kg <strong>de</strong> pó químico, junto ao fogão, na cozinha, nos casos em que a cozinha<br />
seja separada do salão.<br />
OUTROS EQUIPAMENTOS<br />
Extintor <strong>de</strong> Pó Químico<br />
Todas as ER <strong>de</strong>vem possuir:<br />
• 2 Ferros <strong>de</strong> fun<strong>de</strong>ar (principal e sobressalente). No caso das ER <strong>de</strong> tipo 5 apenas se exige um ferro <strong>de</strong> fun<strong>de</strong>ar. As<br />
motos <strong>de</strong> água ficam isentas <strong>de</strong>ste requisito.<br />
• Cabos a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> para amarração e reboque.<br />
• 1 Agulha magnética, que possa ser usada como agulha <strong>de</strong> governo.<br />
• 1 Equipamento sonoro <strong>de</strong> sinalização (buzina, sino, etc.).<br />
Adicionalmente <strong>de</strong>vem dispor do seguinte equipamento:<br />
• 1 Navalha <strong>de</strong> ponta redonda.<br />
• 1 Lanterna estanque, com jogo <strong>de</strong> pilhas e lâmpada sobressalentes.<br />
• Lâmpada sobresselente, num recipiente estanque, dispensável para embarcações Tipo 5;<br />
• 1 Espelho <strong>de</strong> sinalização diurno (heliógrafo), dispensável para as ER <strong>de</strong> tipo 5.<br />
204
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
TABELA COM OS MEIOS DE SEGURANÇA POR TIPO DE EMBARCAÇÃO<br />
(PORTARIA Nº 1464/2002)<br />
Tipo <strong>de</strong> embarcação<br />
Material Obs. Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5<br />
Balsa<br />
c/ disparo<br />
automático se tiver<br />
mais <strong>de</strong> 15 m.<br />
Sim<br />
c/ disparo<br />
automático<br />
Sim<br />
c/ disparo<br />
automático<br />
Embarcação Auxiliar . Não Não Não<br />
Sim<br />
Sim<br />
se não<br />
tiver<br />
embarcaç<br />
ão auxiliar<br />
Sim<br />
se não<br />
tiver balsa<br />
Bóias <strong>de</strong> salvação (a) De 5m a 9m 1 1 1 1 1<br />
Coletes .<br />
De 9m a 15m 2 (b) 2 (b) 2 (b) 2 (b) 2 (b)<br />
De 15m a 24m 4 (b) 4 (b) 4 (b) 4 (b) 4 (b)<br />
Igual ao<br />
n.º <strong>de</strong><br />
pessoas a<br />
bordo<br />
Igual ao<br />
n.º <strong>de</strong><br />
pessoas a<br />
bordo<br />
Igual ao<br />
n.º <strong>de</strong><br />
pessoas a<br />
bordo<br />
Igual ao<br />
n.º <strong>de</strong><br />
pessoas a<br />
bordo<br />
Não<br />
Não<br />
Igual ao<br />
n.º <strong>de</strong><br />
pessoas a<br />
bordo<br />
Ajudas térmicas . 3 3 Não Não Não<br />
Sinais visuais <strong>de</strong><br />
socorro<br />
Arneses<br />
Respon<strong>de</strong>dor <strong>de</strong><br />
radar <strong>de</strong> 9 GHz<br />
Pára-quedas 6 4 3 2 Não<br />
Fachos <strong>de</strong> mão 4 4 3 2<br />
2<br />
se estiver<br />
fora da<br />
barra<br />
Sinais <strong>de</strong> fumo 2 1 1 1 Não<br />
Com os respectivos<br />
cabos e ganchos<br />
3 3 3 Não Não<br />
Sim Sim Não Não Não<br />
Bomba <strong>de</strong> esgoto Uma <strong>de</strong>las manual 2 2 2 2<br />
Escada <strong>de</strong> acesso<br />
Extintor <strong>de</strong> pó<br />
químico<br />
Se a diferença<br />
entre a linha <strong>de</strong><br />
água e o bordo for<br />
> que 0,5 m<br />
1 kg<br />
2 kg<br />
1, ou<br />
vertedouro<br />
Sim Sim Sim Sim Sim<br />
1 no salão<br />
1 na<br />
cozinha<br />
1 junto ao<br />
motor<br />
interior<br />
1 no salão<br />
1 na<br />
cozinha<br />
1 junto ao<br />
motor<br />
interior<br />
1 no salão<br />
1 na<br />
cozinha<br />
1 junto ao<br />
motor<br />
interior<br />
VHF . Sim Sim Sim<br />
Radiotelefone portátil<br />
(VHF)<br />
Rádio balizas<br />
Recepção <strong>de</strong><br />
informação <strong>de</strong><br />
segurança<br />
Quando o Dec.<br />
174/94 for aplicado<br />
406 MHz ou<br />
INMARSAT<br />
NAVTEX ou<br />
(EGC) INMARSAT<br />
Agulha magnética .<br />
1 no salão<br />
1 na<br />
cozinha<br />
1 junto ao<br />
motor<br />
interior<br />
Sim (po<strong>de</strong><br />
ser<br />
portátil)<br />
1<br />
1 junto ao<br />
motor<br />
interior<br />
Não<br />
Sim Sim Não Não Não<br />
Sim Sim<br />
Sim ou<br />
121,5 MHz<br />
Não Não<br />
Sim Sim Não Não Não<br />
Receptor HF Sim Sim Não Não Não<br />
1<br />
c/ <strong>de</strong>svio <<br />
5º<br />
1<br />
c/ <strong>de</strong>svio <<br />
5º<br />
1<br />
c/ <strong>de</strong>svio <<br />
5º<br />
1 1<br />
205
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Tipo <strong>de</strong> embarcação<br />
Material Obs. Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5<br />
Aparelho azimutal .- 1 1 1 1 Não<br />
Publicações e cartas<br />
náuticas<br />
da área on<strong>de</strong> navega e<br />
<strong>de</strong>vidamente actualizadas<br />
Sim Sim Sim Sim Não<br />
Reflector <strong>de</strong> Radar .- Sim Sim Sim Sim Não<br />
Equipamento sonoro<br />
(Buzina/Sino)<br />
.- Sim Sim Sim Sim Sim<br />
Ferro <strong>de</strong> fun<strong>de</strong>ar .- 2 2 2 2 1<br />
(a) – Uma das bóias <strong>de</strong>ve dispor <strong>de</strong> retenida flutuante <strong>de</strong> 30 m.<br />
(b) – Uma das bóias <strong>de</strong>ve possuir sinal luminoso.<br />
Para todas as embarcações é necessário ainda:<br />
− Navalha <strong>de</strong> ponta redonda;<br />
− Lanterna estanque com pilhas <strong>de</strong> reserva e lâmpada sobressalente;<br />
− Lâmpada sobresselente, num recipiente estanque, dispensável para embarcações Tipo 5;<br />
− Espelho <strong>de</strong> sinalização diurno, dispensável para as embarcações Tipo D.<br />
Equipamentos <strong>de</strong> primeiros socorros<br />
• Segundo as tabelas A, B e C da portaria 1464/2002 <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> Novembro as embarcações <strong>de</strong>vem ser portadoras do<br />
equipamento <strong>de</strong> primeiros socorros <strong>de</strong>scritos a seguir consoante a classificação da embarcação.<br />
Tipo <strong>de</strong> embarcação<br />
Material Obs. Tipo 1 e 2 Tipo 3 e 4 Tipo 5<br />
Pensos prepara<strong>dos</strong> sorti<strong>dos</strong> (pensos<br />
rápi<strong>dos</strong>)<br />
- 1 Caixa <strong>de</strong> 20 1 Caixa <strong>de</strong> 20 1Caixa <strong>de</strong> 20<br />
Pensos prepara<strong>dos</strong> 10 cm X 10 cm 1 Caixa <strong>de</strong> 10 - -<br />
Ligadura <strong>de</strong> crepe ou gaze c/alfinete-<strong>de</strong>ama<br />
- 7cm X 4m 7cm X 4m 7cm X 4m<br />
Ligadura <strong>de</strong> crepe ou gaze c/alfinete-<strong>de</strong>ama<br />
- 15cm X 4m 15cm X 4m -<br />
Ligadura <strong>de</strong> tronco - 1 - -<br />
Compressas esterilizadas 10 cm X 10 cm 1 Caixa 12 Unida<strong>de</strong>s -<br />
De<strong>de</strong>ira - 1 1 -<br />
Algodão hidrófilo Pacote <strong>de</strong> 25 g 1 1 -<br />
Álcool puro 500 cmP 3P 1 1 -<br />
Água oxigenada 250 cmP 3P 3 1 -<br />
Pomada anti-séptica Tipo cetrimi<strong>de</strong> 1 Tubo 1 Tubo -<br />
Pomada analgésica e<br />
antipruriginosa<br />
Tipo nupercainal 1 Tubo -<br />
Aspirinas - 20 compr. 20 compr. -<br />
Comprimi<strong>dos</strong> para enjoo - 20 compr. 20 compr. -<br />
Comprimi<strong>dos</strong> antidiarreicos - 1 Embalagem - -<br />
Antibiótico <strong>de</strong> largo espectro - 1 Embalagem - -<br />
Antiespasmódico<br />
Drageias, cápsulas<br />
ou supositórios<br />
1 Embalagem - -<br />
A<strong>de</strong>sivo Bobina estreita 1 Rolo - -<br />
• Claro que um livro <strong>de</strong> primeiros socorros (Guia Médico Internacional para Barcos da Organização Mundial <strong>de</strong><br />
Saú<strong>de</strong>) e a sua leitura <strong>de</strong>ve estar sempre presente. Depen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> saída ou viagem, e sua duração, a<br />
farmácia <strong>de</strong>ve contemplar ainda mais algum equipamento e ou medicamentos específicos.<br />
Organização e segurança a bordo<br />
• Evitar sair sozinho para o mar.<br />
• Todas as pessoas <strong>de</strong>vem ir sentadas nas bancadas ou no fundo da embarcação.<br />
• Ao embarcar, <strong>de</strong>sembarcar ou durante os perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> navegação as pessoas não <strong>de</strong>vem apoiar-se na borda das<br />
embarcações pequenas.<br />
• Deve ter-se em atenção uma distribuição correcta <strong>dos</strong> pesos a bordo <strong>de</strong> modo a manter a embarcação equilibrada.<br />
• Nunca sair para o mar com um número <strong>de</strong> pessoas que seja superior ao fixado na sua lotação.<br />
206
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
Bóias <strong>de</strong> salvação<br />
• Devem possuir fitas reflectoras da luz.<br />
• Devem ser colocadas sempre à mão e protegidas, <strong>de</strong>ntro do possível <strong>dos</strong> efeitos do mar.<br />
• Devem permanecer sempre a bordo<br />
Coletes <strong>de</strong> salvaçâo<br />
• Os coletes <strong>de</strong> salvação <strong>de</strong>vem encontrar-se em lugares <strong>de</strong> fácil acesso, e em caso <strong>de</strong> mau tempo ou navegando<br />
em zonas pouco conhecidas <strong>de</strong>vem ser enverga<strong>dos</strong>.<br />
• Devem ser coloca<strong>dos</strong> ao sol durante umas horas todas as semanas.<br />
• Nunca tirar o apito do colete.<br />
Bombas <strong>de</strong> esgoto<br />
• Estas <strong>de</strong>vem ser verificadas regularmente, para que em caso <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> estejam operacionais. Antes <strong>de</strong><br />
comprar qualquer material <strong>de</strong> segurança verifique se este está aprovado pela DGPNTM ou possua o carimbo (CE).<br />
Verifique regularmente os prazos <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> equipamentos <strong>de</strong> segurança.<br />
PEDIDO DE SOCORRO<br />
• No mar, não é como em terra, não nos basta gritar para que apareça alguém para nos socorrer.<br />
• De acordo com o âmbito do nosso estudo existem dois tipos <strong>de</strong> sinais pelos quais po<strong>de</strong>mos pedir socorro:<br />
- Sinais Sonoros,<br />
- Sinais Visuais.<br />
Sinais sonoros<br />
• Se nos encontramos numa situação em que necessitamos <strong>de</strong> ajuda e existem embarcações ou terra à vista,<br />
<strong>de</strong>vemos fazer uso do equipamento sonoro que dispomos do seguinte modo: dar um apito contínuo, até ter a<br />
certeza que nos ouviram.<br />
Sinais visuais<br />
• Ter em atenção o período <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> (três anos a partir da data <strong>de</strong> fabrico).<br />
• Deve ter atenção ao vento, quando lançar o foguete pára-quedas, pois <strong>de</strong>ve fazê-lo para sotavento.<br />
• Estes sinais po<strong>de</strong>m ser:<br />
- Movimento <strong>de</strong> braços: com os braços estendi<strong>dos</strong>, movendo-os para cima e para baixo.<br />
- Sinais pirotécnicos: chamam-se pirotécnicos aos foguetões pára-quedas, aos fachos <strong>de</strong> mão e aos sinais <strong>de</strong><br />
fumo.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
207
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE COMBATE A INCÊNDIOS<br />
Os incêndios a bordo não acontecem por acaso, mas sim por:<br />
• Falta <strong>de</strong> cuidado<br />
• Acções impru<strong>de</strong>ntes<br />
• Falha <strong>de</strong> manutenção geral<br />
Um pequeno exemplo, quantas vezes já <strong>de</strong>itou, ou viu <strong>de</strong>itar, um cigarro borda fora por barlavento?<br />
Nunca atire um cigarro para barlavento!<br />
Outros pontos a que se <strong>de</strong>ve dar muita atenção:<br />
• Nunca fumar próximo <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> combustível.<br />
• Qualquer <strong>de</strong>rrame <strong>de</strong> combustível <strong>de</strong>ve ser limpo imediatamente.<br />
Para que surja um incêndio é necessário que os três elementos que constituem o<br />
triângulo <strong>de</strong> fogo se combinem ao mesmo tempo, ou seja é preciso que haja:<br />
• Oxigénio<br />
• Combustível<br />
• Calor<br />
Um incêndio nunca se extingue enquanto não se eliminar pelo menos um <strong>dos</strong> la<strong>dos</strong> do triângulo <strong>de</strong> fogo.<br />
CONSELHOS PARA EVITAR INCÊNDIOS<br />
• Combustível - O <strong>de</strong>pósito principal não <strong>de</strong>ve apresentar fugas. Verifique a tubagem até ao motor, especialmente<br />
as <strong>de</strong> borracha. No caso das metálicas <strong>de</strong>sconfie das dobras. Tome em atenção as zonas oleosas pois<br />
normalmente significam roturas, por on<strong>de</strong> sai combustível. As uniões têm tendência a po<strong>de</strong>rem ficar mais soltas<br />
<strong>de</strong>vido à vibração, especialmente junto ao motor. Verifique se há manchas oleosas <strong>de</strong>baixo do motor, pois é<br />
habitual espalhar-se <strong>de</strong>baixo <strong>dos</strong> paneiros com a água. O cheiro não engana. Po<strong>de</strong>rá colocar um pequeno tabuleiro<br />
sob o motor para recolher as pequenas fugas e limpar <strong>de</strong>pois periodicamente. Deverá haver sempre uma torneira<br />
<strong>de</strong> corte, facilmente acessível, o mais próximo possível do <strong>de</strong>pósito. Um extintor <strong>de</strong> pelo menos dois quilos (e<br />
<strong>de</strong>ntro do prazo!) <strong>de</strong>ve estar próximo do motor. O compartimento do motor, sobretudo se o motor for alimentado a<br />
gasolina, <strong>de</strong>ve ter um extractor <strong>de</strong> gases. Este tipo <strong>de</strong> combustível é muito volátil e cria facilmente gases prontos a<br />
serem inflama<strong>dos</strong>. Neste caso ligue o extractor durante uns minutos antes <strong>de</strong> ligar o motor. Os <strong>de</strong>pósitos<br />
suplementares <strong>de</strong>vem ser apropria<strong>dos</strong> e bem acondiciona<strong>dos</strong>.<br />
• Gás - A garrafa ou garrafas <strong>de</strong> gás <strong>de</strong>vem estar colocadas num compartimento, afastadas das fontes <strong>de</strong><br />
ignição (fogão, motor e zonas eléctricas). O compartimento <strong>de</strong>ve ter uma saída no casco para que o gás<br />
(fugas resultantes da mudança da garrafa) possa escapar para o exterior. Verifique regularmente as<br />
tubagens <strong>de</strong> gás sobretudo as flexíveis nos fogões oscilantes. Substitua todas as borrachas<br />
ressequidas. Sempre que haja necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudar a garrafa feche a torneira <strong>de</strong> segurança. Controle<br />
também no fogão que os bicos tenham ficado <strong>de</strong>vidamente fecha<strong>dos</strong> e a torneira <strong>de</strong> segurança cortada.<br />
Sempre que não use diariamente o fogão feche também a torneira no regulador junto da garrafa. O gás,<br />
sendo mais pesado que o ar, não escapa facilmente para a atmosfera, tendo tendência para se<br />
acumular <strong>de</strong>ntro do barco ou nos compartimentos. Po<strong>de</strong> usar as bombas <strong>de</strong> fundo trabalhando «em<br />
seco» para extrair esse gás acumulado. Se não tiver um <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> gás, o que é <strong>de</strong>veras aconselhável,<br />
<strong>de</strong>sconfie imediatamente do «cheiro». As fugas <strong>de</strong> gás po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>tectadas pincelando com água e<br />
sabão os locais suspeitos. Ao cozinhar tome em atenção os fritos que em elevadas temperaturas<br />
literalmente explo<strong>de</strong>m em chamas espirrando chamas em to<strong>dos</strong> os senti<strong>dos</strong>.<br />
• Electricida<strong>de</strong> - Toda a instalação eléctrica <strong>de</strong>ve estar em perfeitas condições. Fios <strong>de</strong>scarna<strong>dos</strong>, más<br />
ligações ou maus contactos são potenciais causadores <strong>de</strong> curto-circuitos, logo <strong>de</strong> ignição. Os circuitos<br />
<strong>de</strong>vem estar liga<strong>dos</strong> a fusíveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> à potência utilizada pelos aparelhos. Os<br />
componentes usa<strong>dos</strong> na instalação eléctrica <strong>de</strong>vem ser resistentes às condições adversas do ar do<br />
mar. Para evitar o contacto com a água po<strong>de</strong>mos usar baterias estanques. O compartimento das<br />
baterias <strong>de</strong>verá também estar bem isolado da água e estas bem amarradas para evitar tombos com os<br />
balanços da embarcação. Em caso <strong>de</strong> curto-circuito <strong>de</strong>verá ser possível cortar facilmente a corrente à<br />
saída das baterias.<br />
PROCEDIMENTOS EM CASO DE INCÊNDIO<br />
A maioria <strong>dos</strong> incêndios po<strong>de</strong> ser extintos com facilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam ataca<strong>dos</strong> logo nos primeiros instantes.<br />
Para isso, é fundamental que se actue imediatamente.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
208
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Dar o alarme gritando: fogo, fogo, fogo.<br />
• Avisar o resto da tripulação.<br />
• Atacar o fogo com o extintor a<strong>de</strong>quado.<br />
CONSELHOS UTÉIS PARA O COMBATE A UM INCÊNDIO<br />
• Atacar o fogo sempre na direcção do vento.<br />
• Quando usar o extintor, faça-o sempre que possível agachado.<br />
• Quando se trata <strong>de</strong> superfícies líquidas, atacar o fogo pela frente e pela base.<br />
• Quando se trata <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrames, <strong>de</strong>ve começar pelo topo e extingui-lo no sentido <strong>de</strong>crescente.<br />
• Estar atento ao reacen<strong>de</strong>r do fogo.<br />
• Logo que possível proce<strong>de</strong>r ao recarregamento do extintor por pessoal especializado.<br />
QUADRO SINÓPTICO DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS<br />
Classes <strong>de</strong> fogo<br />
Classe A<br />
Fogos que<br />
resultem da<br />
combustão <strong>de</strong><br />
materiais sóli<strong>dos</strong><br />
Classe B<br />
Fogos que<br />
resultem da<br />
combustão <strong>de</strong><br />
líqui<strong>dos</strong><br />
Classe C<br />
Fogos que<br />
resultem da<br />
combustão <strong>de</strong><br />
gases<br />
Materiais<br />
eléctricos<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />
extinção Pó químico<br />
seco<br />
Arrefecimento ou<br />
inibição <strong>de</strong><br />
combustão<br />
Inibição <strong>de</strong><br />
chama ou<br />
abafamento e<br />
arrefecimento<br />
Inibição <strong>de</strong><br />
chama<br />
Inibição <strong>de</strong><br />
chama<br />
NAVEGAÇÃO JUNTO ÀS PRAIAS<br />
Rápido<br />
abatimento das<br />
chamas, e<br />
escaldo.<br />
Rápido<br />
abatimento das<br />
chamas. Nuvem<br />
<strong>de</strong> pó protege o<br />
operador.<br />
Agentes Extintores<br />
Neve<br />
carbónica<br />
Controla apenas<br />
pequenas<br />
superfícies.<br />
Não <strong>de</strong>ixa<br />
resíduos. Não<br />
contamina<br />
alimentos.<br />
Espuma Água<br />
Acção <strong>de</strong><br />
abafamento e<br />
arrefecimento.<br />
Cobertura <strong>de</strong><br />
espuma evita reignições.<br />
Arrefece os<br />
líqui<strong>dos</strong><br />
combustíveis.<br />
Rápido<br />
arrefecimento e<br />
rescaldo.<br />
Espalha o fogo.<br />
Sim Sim Não Não<br />
Sim.<br />
Não condutor até<br />
6000 volts.<br />
Excelente. Não<br />
condutor, e não<br />
<strong>de</strong>ixa resíduos.<br />
Não utilizar. É<br />
um condutor.<br />
Não utilizar. É<br />
um condutor.<br />
• Não navegar a toda a velocida<strong>de</strong> a menos <strong>de</strong> 300 m da costa.<br />
• Se necessitar <strong>de</strong> se aproximar da praia <strong>de</strong> banhos, <strong>de</strong>ve fazê-lo pelo corredor <strong>de</strong> acesso a uma velocida<strong>de</strong><br />
reduzida, isto é, que permita governar a ER. Na ausência <strong>de</strong> um corredor <strong>de</strong> acesso <strong>de</strong>ve fazê-lo na posição <strong>de</strong> pé,<br />
e o trajecto nos dois senti<strong>dos</strong> será efectuado na direcção perpendicular à linha da costa.<br />
• Ter cuidado com os locais frequenta<strong>dos</strong> por mergulhadores.<br />
• Reboque <strong>de</strong> esquiadores – a embarcação que pratica esta activida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> navegar a menos <strong>de</strong> 300 m das<br />
praias. Além da pessoa que governa a embarcação, <strong>de</strong>verá embarcar uma segunda pessoa com a obrigação <strong>de</strong><br />
vigiar permanentemente o rebocado, este <strong>de</strong>ve ter sempre o colete <strong>de</strong> salvação vestido.<br />
MANOBRA DE HOMEM AO MAR<br />
Esta manobra, tal como o nome indica, <strong>de</strong>stina-se a recolher qualquer pessoa que caia ao mar. Tem como objectivo<br />
socorrer um náufrago e para isso torna-se necessário voltar ao local do aci<strong>de</strong>nte.<br />
Nestas circunstâncias <strong>de</strong>vem-se tomar as seguintes medidas:<br />
• Gritar “homem ao mar” por Bombordo ou por Estibordo, consoante o bordo que ele caiu.<br />
• A pessoa que conduz a embarcação, após ouvir o grito <strong>de</strong> homem ao mar, <strong>de</strong>ve cerrar o leme para o mesmo bordo<br />
que o homem caiu, e imediatamente parar a máquina.<br />
• Sinalizar o náufrago, atirando uma bóia <strong>de</strong> salvação, <strong>de</strong> preferência provida <strong>de</strong> facho ou um colete, <strong>de</strong> modo a<br />
tentar nunca perdê-lo <strong>de</strong> vista.<br />
209
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
De seguida efectuar a manobra mais a<strong>de</strong>quada, consoante as condições <strong>de</strong> tempo e mar, e <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong><br />
embarcação (a motor ou à vela).<br />
In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do tipo <strong>de</strong> embarcação e da manobra escolhida, a aproximação ao náufrago <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer aos<br />
seguintes cuida<strong>dos</strong>:<br />
• A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproximação <strong>de</strong>ve ser a mais reduzida possível.<br />
• Verificar <strong>de</strong> que lado sopra o vento, e <strong>de</strong>ixando o náufrago sempre por sotavento, <strong>de</strong> forma a facilitar a sua<br />
recolha.<br />
• se houver corrente <strong>de</strong>ve dar-se o <strong>de</strong>sconto para se ficar a barla-corrente da pessoa que caiu ao mar.<br />
• Içar o náufrago para bordo.<br />
MANOBRAS NUMA EMBARCAÇÃO A MOTOR<br />
Manobra <strong>de</strong> rotação – Esta manobra executa-se carregando o<br />
leme todo para o bordo em que o homem caiu, parar a máquina,<br />
e fazer uma rotação <strong>de</strong> 360º <strong>de</strong> modo a voltar ao local do<br />
náufrago.<br />
Esta manobra é consi<strong>de</strong>rada em condições normais a mais<br />
eficaz e é usada quando se vê o homem cair ao mar.<br />
MANOBRA DE BOUTAKOW – Esta manobra consiste em carregar o leme todo a um bordo até a embarcação ter<br />
guinado 060º e, nesse momento cambá-lo todo ao outro bordo para levar a embarcação a tomar o rumo inverso,<br />
pesquisando atentamente para localizar o náufrago.<br />
Esta manobra é aconselhada como alternativa à Manobra <strong>de</strong><br />
Rotação, sempre que se verifique um avanço consi<strong>de</strong>rável da<br />
embarcação em relação ao náufrago, a ponto <strong>de</strong> o per<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
vista.<br />
Manobra a ré – Esta manobra consiste em parar a embarcação e engatar a<br />
máquina a ré, <strong>de</strong> modo a alcançar o náufrago.<br />
Esta manobra é aconselhada em condições <strong>de</strong> bom tempo e quando o<br />
náufrago se encontra à vista, ou em canais estreitos on<strong>de</strong> é difícil efectuar<br />
qualquer uma das manobras anteriormente referidas.<br />
MANOBRA NUMA EMBARCAÇÃO À VELA<br />
Neste tipo <strong>de</strong> embarcação utiliza-se a Manobra <strong>de</strong> Rotação, e <strong>de</strong>ve-se chegar ao náufrago a<br />
navegar à bolina, folgando as velas na aproximação <strong>de</strong>ste.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
210
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
NOÇÕES GENÉRICAS SOBRE MOTORES<br />
Meios <strong>de</strong> propulsão<br />
• Vélica: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há milhares <strong>de</strong> anos que o homem utiliza o vento como meio <strong>de</strong> propulsão das embarcações. Cada<br />
vez mais sofisticada nos nossos dias.<br />
• Motora: Divi<strong>de</strong>-se em dois tipos básicos: motores fora <strong>de</strong> borda e motores interiores.<br />
Motores fora <strong>de</strong> borda:<br />
• Largamente utiliza<strong>dos</strong> e extremamente práticos, são na sua gran<strong>de</strong> maioria motores a dois tempos, sem válvulas,<br />
que utilizam uma mistura <strong>de</strong> gasolina com óleo. Recentemente esta mistura é feita automaticamente, através <strong>de</strong><br />
reservatórios separa<strong>dos</strong>, caracteriza<strong>dos</strong> por consumo relativamente elevado. Para solucionar o problema do<br />
elevado consumo <strong>dos</strong> motores a dois tempos, aparecem recentemente no mercado motores a quatro tempos, mais<br />
silenciosos e caracteriza<strong>dos</strong> por um menor consumo. As gran<strong>de</strong>s marcas, começaram a introduzir nas suas gamas<br />
este tipo <strong>de</strong> motores.<br />
• Nos finais da década <strong>de</strong> 80, apareceram também no mercado alguns motores fora <strong>de</strong> borda Deixes, também numa<br />
tentativa <strong>de</strong> minimizar o consumo elevado <strong>dos</strong> motores a dois tempos. Os primeiros mo<strong>de</strong>los, são extremamente<br />
rui<strong>dos</strong>os e sujeitos a vibrações que transmitem ao casco. Recentemente aparecem alguns mo<strong>de</strong>los mais<br />
sofistica<strong>dos</strong>, que através <strong>de</strong> tecnologias avançadas são extremamente silenciosos, apresentando consumos muito<br />
baixos. Através <strong>de</strong> um melhor rendimento a baixo regime, permitem que usando potências relativamente baixas se<br />
venham a obter resulta<strong>dos</strong> sensivelmente iguais aos <strong>dos</strong> motores a gasolina com o dobro da potência. Se bem que<br />
compensando pela extrema economia <strong>de</strong> combustível, o seu preço é bastante mais elevado.<br />
Motores interiores:<br />
Diesel ou a gasolina, são normalmente <strong>de</strong>signa<strong>dos</strong> pelo tipo <strong>de</strong> transmissão utilizado:<br />
• Veio e hélice – Através <strong>de</strong> uma caixa redutora/ inversora, linha <strong>de</strong> veios e manga que atravessa o casco<br />
assegurando a estanquicida<strong>de</strong>.<br />
• Coluna – Também chamado <strong>de</strong>ntro / fora <strong>de</strong> borda, é largamente utilizado, com a vantagem <strong>de</strong> através <strong>de</strong> um<br />
sistema hidráulico, ser possível alterar o ângulo do hélice em relação ao casco (“rim”), permitindo um melhor<br />
arranque e aumento <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, para as mesmas rotações do motor.<br />
• Jacto <strong>de</strong> água – Vulgarizado através das motas <strong>de</strong> água, é também utilizado em embarcações <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte.<br />
Este tipo <strong>de</strong> transmissão apresenta a vantagem <strong>de</strong> não estar sujeito ao enrolamento <strong>de</strong> cabos no hélice, po<strong>de</strong>ndo<br />
ser utilizado em fun<strong>dos</strong> relativamente baixos.<br />
MOTORES FORA DE BORDA A DOIS TEMPOS<br />
• São motores relativamente simples, sem válvulas com a admissão efectuada através <strong>de</strong> janelas da camisa, não<br />
contém óleo no cárter, sendo a mistura feita através da mistura do óleo na gasolina, quer no momento do<br />
abastecimento, quer feita automaticamente nos motores mais mo<strong>de</strong>rnos. É certo que os motores mo<strong>de</strong>rnos têm na<br />
base da sua concepção tecnologias avançadas, que lhe conferem uma viabilida<strong>de</strong> cada vez maior. Tal acontece<br />
também com os fora <strong>de</strong> borda e as avarias que po<strong>de</strong>m ter solução a bordo, são <strong>de</strong> modo geral bastante simples,<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da actuação que possamos ter, conforme os meios à nossa disposição na altura.<br />
• Convém não esquecer que hoje em dia, os motores fora <strong>de</strong> borda estão equipa<strong>dos</strong> com uma bomba <strong>de</strong><br />
alimentação por meio <strong>de</strong> diafragma. Tal significa que esta bomba mantém a alimentação da gasolina através da<br />
vibração pulsatória <strong>de</strong> uma membrana por sua vez operada pela diferença <strong>de</strong> pressão no cárter, originadas pelo<br />
próprio funcionamento do motor. Este sistema somente funciona com o motor em funcionamento, e é por<br />
conseguinte necessário “ferrar” o combustível através <strong>de</strong> vários apertos na bomba em forma <strong>de</strong> pêra, existente no<br />
tubo <strong>de</strong> combustível, até que se sinta que esta fica dura, por já estar o motor ferrado.<br />
• Falta <strong>de</strong> combustível – Por estranho que pareça, é bastante frequente. O dia está bonito, fica-se mais tempo, e<br />
vai-se mais longe, ou anda-se um pouco mais do que o programado, e a gasolina falta. Também um agravamento<br />
do tempo e estado mar, po<strong>de</strong> causar um maior consumo. Acção a tomar: Antes <strong>de</strong> mais prevenir que tal aconteça,<br />
levando gasolina suficiente, ou melhor ainda, mais que suficiente. Levar sempre um <strong>de</strong>pósito a bordo (a falta <strong>de</strong><br />
gasolina po<strong>de</strong> também acontecer por problema no <strong>de</strong>pósito, rotura <strong>de</strong>ste ou <strong>dos</strong> tubos <strong>de</strong> ligação, por exemplo).<br />
Troque <strong>de</strong> tanque ou transvaze a gasolina do <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> reserva (ter em atenção que <strong>de</strong>vemos evitar o <strong>de</strong>rrame<br />
da gasolina). Esta acção não é só por si a solução. É necessário assegurar que o carburador tenha <strong>de</strong> novo<br />
gasolina, e para tal, basta utilizar a bomba, em forma <strong>de</strong> pêra, para <strong>de</strong> novo ferrar o sistema <strong>de</strong> abastecimento do<br />
combustível. Não esquecer que o motor está ainda quente, e que por conseguinte não <strong>de</strong>vemos utilizar o controle<br />
<strong>de</strong> arranque a frio.<br />
• Bateria esgotada ou cabo <strong>de</strong> arranque partido – é infelizmente uma ocorrência frequente. A solução estará na<br />
existência a bordo <strong>de</strong> um cabo que possa ser enrolado na pulia existente no volante do motor, se for o caso, e dar o<br />
arranque com ele. Acção a tomar: Retirar a protecção do volante. Este tem uma ranhura on<strong>de</strong> o cabo encaixa com<br />
uma reentrância para um nó que se dá na ponta, servindo <strong>de</strong> fixe ao cabo. Enrolar o cabo na pulia com duas ou<br />
três voltas, e accionar o cabo como se tratasse <strong>de</strong> um motor com arranque manual. É necessário ter em atenção<br />
que esta situação (bateria <strong>de</strong>scarregada) po<strong>de</strong> ter como causa o problema <strong>de</strong> afogamento atrás referido. É neste<br />
caso necessário que este seja solucionado para po<strong>de</strong>r proce<strong>de</strong>r ao arranque do motor.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
211
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Freio do hélice partido – Esta situação acontece mais frequentemente do que se julga. A embarcação po<strong>de</strong>, por<br />
qualquer razão ter tocado com o hélice nalgum objecto, rocha ou no fundo, e causar a rotura do freio, que actua<br />
como fusível, partindo-se. O hélice <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser accionado pelo veio. Acção a tomar: Com a hélice solta, a acção <strong>de</strong><br />
propulsão do motor não lhe é transmitida. Parar portanto o motor e levantá-lo. Despertar a porca <strong>de</strong> fixação do<br />
hélice, retirar esta, limpar o veio e o furo do troço <strong>de</strong> restos do antigo. Introduzir um troço novo, recolocar o hélice e<br />
apertar <strong>de</strong> novo a porca.<br />
• Rotunda <strong>dos</strong> cabos <strong>de</strong> comando à vante e ré e acelerador – não é normalmente possível a sua substituição, até<br />
por não ter a bordo cabos novos. Retirando a tampa do motor, <strong>de</strong>sligar o cabo partido e accionar o comando<br />
respectivo manualmente. No caso <strong>de</strong> se ter partido o cabo <strong>de</strong> comando vante e ré, basta engatar o motor à vante e<br />
prosseguir. Mais complicado no caso <strong>de</strong> se ter partido o cabo do acelerador, pois é necessário a sua actuação<br />
permanente, que contudo po<strong>de</strong> ser obtida pela utilização <strong>de</strong> um pequeno cabo flexível, normalmente existente a<br />
bordo.<br />
• Manutenção do motor fora <strong>de</strong> borda – manter lubrificadas todas as peças móveis. Periodicamente, com a<br />
embarcação em terra e <strong>de</strong> acordo com as indicações do fabricante, mudar o óleo da coluna. Para tal retirar o<br />
parafuso 8bujão) existente na base da coluna, e <strong>de</strong>ixar o óleo escorrer para um recipiente. Através do parafuso<br />
superior, (idêntico ao inferior) introduzir com um pequeno funil óleo novo até que a coluna esteja cheia, ou em<br />
alguns casos até à marca <strong>de</strong> uma pequena vareta existente no parafuso superior. O óleo velho <strong>de</strong>ve ser entregue<br />
numa estação <strong>de</strong> serviço, que esteja preparada para o aceitar. Em algumas marinas, existem contentores<br />
apropria<strong>dos</strong> para este efeito. Caso o óleo se apresente contaminado com indícios <strong>de</strong> água, o motor <strong>de</strong>ve ser levado<br />
a um especialista, que proce<strong>de</strong>rá à sua reparação, nomeadamente substituindo os retentores, para que a água do<br />
mar não entre <strong>de</strong>ntro da coluna. Neste caso po<strong>de</strong>rá ser também necessário proce<strong>de</strong>r à substituição <strong>dos</strong><br />
rolamentos.<br />
• Também é essencial proce<strong>de</strong>r periodicamente à substituição <strong>dos</strong> zincos <strong>de</strong> protecção. Estes são sacrifica<strong>dos</strong>, para<br />
que a coluna e motor não sejam corroí<strong>dos</strong> por efeito <strong>de</strong> correntes galvânicas. Lembrar sempre que um zinco que<br />
não apresente corrosão após algum tempo, é <strong>de</strong> má qualida<strong>de</strong>.<br />
MOTORES FORA DE BORDA A QUATRO TEMPOS DE GASOLINA OU DIESEL<br />
A manutenção <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> motores, <strong>de</strong>ve ser efectuada por especialistas, por se tratar <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> manutenção não<br />
propriamente indicada para o utilizador em geral. Convém lembrar que nestes tipos <strong>de</strong> motores, o óleo <strong>de</strong> lubrificação<br />
do motor está contido na coluna, e <strong>de</strong>ve ser mudado periodicamente, <strong>de</strong>vendo o seu nível ser sempre verificado antes<br />
<strong>de</strong> sair para o mar. Quando se pretenda efectuar uma mudança <strong>de</strong> óleo, esta <strong>de</strong>ve ser efectuada com o motor em terra,<br />
para que se possa recolher o óleo velho conveniente. O óleo velho <strong>de</strong>ve ser entregue numa estação <strong>de</strong> serviço, que<br />
esteja preparada para o aceitar. Em algumas marinas, existem contentores apropria<strong>dos</strong> para este efeito.<br />
Motores Interiores<br />
• A gasolina ou a diesel, são motores com uma manutenção <strong>de</strong> certo modo complicada que <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>ixada para os<br />
especialistas <strong>de</strong>sta matéria, principalmente no que respeita à afinação periódica <strong>de</strong> válvulas. Esta operação não é<br />
normalmente necessária em certos motores <strong>de</strong> origem americana, pois é feita automaticamente através <strong>de</strong><br />
“touches” hidráulicas.<br />
• A mudança <strong>de</strong> velas nos motores a gasolina, po<strong>de</strong> ser efectuada com facilida<strong>de</strong>, com excepção <strong>dos</strong> motores V-8<br />
on<strong>de</strong> o acesso é bastante dificultado, pela adaptação <strong>de</strong> colectores marítimos ao bloco do motor (originalmente<br />
concebido como um motor <strong>de</strong> automóvel).<br />
• A mudança periódica do óleo <strong>de</strong>ve ser necessariamente ser efectuada por sucção, através do orifício da vareta do<br />
óleo, quer por bomba manual ou eléctrica. Alguns motores estão equipa<strong>dos</strong> com uma bomba <strong>de</strong> extracção <strong>de</strong> óleo,<br />
o que permite simplificar esta operação.<br />
• O filtro <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>sapertado com a ajuda <strong>de</strong> um <strong>dos</strong> vários tipos <strong>de</strong> ferramentas existentes no mercado.<br />
Não esquecer que o filtro velho contém óleo, pelo que <strong>de</strong>vemos evitar, com a ajuda <strong>de</strong> um pano velho, ou <strong>de</strong> um<br />
saco <strong>de</strong> plástico, evitar o seu <strong>de</strong>rrame. Nem sempre é possível evitar um pequeno <strong>de</strong>rrame, que <strong>de</strong>verá ser limpo<br />
<strong>de</strong> imediato, para evitar que se venha a espalhar pelo poço do motor.<br />
• Antes <strong>de</strong> montar o filtro novo, <strong>de</strong>vemos aplicar ligeiramente um pouco <strong>de</strong> óleo na junta <strong>de</strong> borracha, montando-o<br />
<strong>de</strong>pois e apertando-o simplesmente à mão. Não <strong>de</strong>vemos apertá-lo com a mesma ferramenta utilizada para a<br />
extracção, pois tal po<strong>de</strong> originar danos no mesmo.<br />
• No que respeita às colunas “<strong>de</strong>ntro – fora <strong>de</strong> borda” é essencial proce<strong>de</strong>r periodicamente à substituição <strong>dos</strong> zincos<br />
<strong>de</strong> protecção, que são sacrifica<strong>dos</strong> para que a coluna e motor, se for o caso, não sejam corroí<strong>dos</strong> por efeito <strong>de</strong><br />
correntes galvânicas. Infelizmente, é frequente o dissabor <strong>de</strong> ter vários problemas com as colunas <strong>de</strong>ste tipo, por<br />
ausência <strong>de</strong> manutenção apropriada, com os consequentes custos que po<strong>de</strong>m atingir valores altos.<br />
• Uma manutenção apropriada teria evitado esta situação, por uma fracção do cisto.<br />
AVARIAS MAIS USUAIS E SUA RESOLUÇÃO<br />
1 – Problemas com o circuito <strong>de</strong> alimentação.<br />
• No que respeita a avarias, não sendo possível cobrir todas as eventualida<strong>de</strong>s, vamos começar pela mais vulgar,<br />
que por incrível que pareça, é a falta <strong>de</strong> combustível, que po<strong>de</strong> até acontecer com o tanque cheio.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
212
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Qualquer motor diesel ou a gasolina, não funciona sem combustível, até que sejam tomadas as medidas<br />
necessárias para restabelecer o seu bom funcionamento. Só assim será possível arrancar o motor <strong>de</strong> novo. Vamos<br />
pois distinguir entre as possíveis situações <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> combustível:<br />
CAUSA A – Por ter realmente acabado o combustível no tanque.<br />
Solução: Obviamente, verificar se o tanque tem combustível. Se não tiver, meter algum no tanque. Em seguida, é<br />
necessário abastecer <strong>de</strong> novo o motor, quer para encher o carburador, no caso <strong>dos</strong> motores a gasolina, quer para<br />
encher a bomba <strong>de</strong> injecção no caso <strong>dos</strong> motores diesel. A maioria <strong>dos</strong> motores a gasolina ou a diesel, dispõem <strong>de</strong> uma<br />
patilha na bomba <strong>de</strong> combustível, cujo accionamento permite ferrar o sistema <strong>de</strong> combustível até ao carburador, no<br />
caso <strong>dos</strong> motores a gasolina, ou até à bomba <strong>de</strong> injecção, no caso <strong>dos</strong> motores diesel.<br />
(Ter em atenção que alguns motores a gasolina mais mo<strong>de</strong>rnos são <strong>de</strong> injecção electrónica, não tendo carburador, e<br />
esta operação é efectuada automaticamente por uma bomba eléctrica <strong>de</strong> alta pressão).<br />
No caso <strong>dos</strong> motores a gasóleo, o problema é mais complexo, pois além <strong>de</strong> encher <strong>de</strong> gasóleo o sistema <strong>de</strong><br />
arrefecimento, é necessário sangrar todo o sistema <strong>de</strong> abastecimento e injecção <strong>de</strong> combustível, incluindo e<br />
principalmente <strong>de</strong>ntro da própria bomba <strong>de</strong> injecção aos injectores. É pois necessário sangrar a totalida<strong>de</strong> do sistema.<br />
Po<strong>de</strong> parecer uma operação difícil, mas se for efectuada metodicamente, e com calma, não carece <strong>de</strong> muito tempo. (ver<br />
mais adiante). Se o tanque tiver gasóleo, po<strong>de</strong> haver entupimento no tubo <strong>de</strong> alimentação. Verificar, limpar e proce<strong>de</strong>r<br />
ao sangramento.<br />
CAUSA B – Por lapso, ficou fechada a torneira do gasóleo.<br />
Solução: Abrir a torneira, em seguida “sangrar” e colocar o motor em funcionamento.<br />
CAUSA C – Falta <strong>de</strong> combustível <strong>de</strong>vido a bloqueio <strong>de</strong> filtro <strong>de</strong> gasóleo, <strong>de</strong>vido a sujida<strong>de</strong>.<br />
Solução: Substituir o filtro ou pelo menos limpá-lo, em seguida sangrar e arrancar o motor.<br />
CAUSA D – Falta <strong>de</strong> combustível causada pela rotura <strong>de</strong> um <strong>dos</strong> tubos <strong>de</strong> alimentação, causando uma “entrada <strong>de</strong> ar<br />
adicional”, que impossibilita a chegada <strong>de</strong> gasóleo até ao filtro <strong>de</strong> combustível. Neste caso a bomba recebe ar em vez<br />
ou com o gasóleo, <strong>de</strong>sferrando a bomba.<br />
Solução: Se não for possível substituir o tubo, reparar a rotura. Caso esta for perto <strong>de</strong> uma das pontas, é normalmente<br />
possível eliminar a parte danificada e ligar <strong>de</strong> novo. Se for no meio do tubo, reparar utilizando um tubo intermédio (o<br />
corpo <strong>de</strong> uma esferográfica, por exemplo) para unir <strong>de</strong> novo. Não é <strong>de</strong> aconselhar a cobertura da zona danificada com<br />
fita isoladora, pois o gasóleo vai impedir a a<strong>de</strong>rência e logo, uma boa a<strong>de</strong>são. Em seguida sangrar e pôr o motor em<br />
funcionamento.<br />
CAUSA E – Água no tanque. Não é necessariamente causada por um <strong>de</strong>scuido ou engano durante o abastecimento,<br />
por confusão entre os tampões <strong>de</strong> gasóleo e água (que <strong>de</strong> qualquer modo parece acontecer com mais frequência do<br />
que po<strong>de</strong> parecer) mas sim <strong>de</strong>vido à con<strong>de</strong>nsação nos tanques, quer no barco, quer até da gasolineira on<strong>de</strong> adquirimos<br />
o gasóleo. Esta é, infelizmente a mais frequente.<br />
Solução: Proce<strong>de</strong>r à imediata remoção da água existente no tanque. Este está normalmente equipado com uma purga<br />
na base, o que permite eliminar maior parte da água. Também o pré-filtro (caso exista) e filtro <strong>de</strong> gasóleo <strong>de</strong>vem ser<br />
purga<strong>dos</strong> na base (caso tenham essa possibilida<strong>de</strong>). Caso tal não seja possível, <strong>de</strong>vem ser limpos e esvazia<strong>dos</strong>, ou<br />
substituí<strong>dos</strong> caso possível. Em seguida esvaziar a bomba <strong>de</strong> injecção, que tem normalmente um parafuso na base, para<br />
este efeito. Eliminando <strong>de</strong>ste modo a água – que po<strong>de</strong> danificar a bomba <strong>de</strong> injecção caso não seja retirada <strong>de</strong> imediato<br />
– <strong>de</strong>vem-se sangrar os sistemas <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> gasóleo, não esquecendo a bomba <strong>de</strong> injecção. Colocar em<br />
seguida o motor em funcionamento. “Sangrar” o motor, é a operação que permite tirar <strong>dos</strong> sistemas <strong>de</strong> alimentação e<br />
injecção todo o ar que neles possa existir. Não é uma operação simples, pois obriga-nos a conhecer a localização e<br />
sequência <strong>dos</strong> sangradores, normalmente situa<strong>dos</strong> no topo <strong>dos</strong> filtros e bomba <strong>de</strong> injecção. Actuando manualmente a<br />
bomba <strong>de</strong> alimentação, abrir as purgas ao longo do sistema em sequência e uma a uma, até que <strong>de</strong>las saia<br />
simplesmente gasóleo e não ar. Não fechar quando obtemos uma espuma <strong>de</strong> ar com gasóleo, mas somente e<br />
unicamente gasóleo. Em seguida <strong>de</strong>sapertar ligeiramente as porcas <strong>de</strong> aperto <strong>dos</strong> injectores, rodando o motor com o<br />
motor <strong>de</strong> arranque, até obter também uma saída <strong>de</strong> gasóleo. Reapertar as porcas e arrancar com o motor. Uma vez que<br />
o motor esteja em funcionamento, <strong>de</strong>ixá-lo funcionar por algum tempo, para que só por si elimine algum ar que possa<br />
ainda existir no sistema. Alguns motores mais mo<strong>de</strong>rnos, fazem automaticamente esta operação, mas é necessário<br />
operar prolongadamente o motor <strong>de</strong> arranque, o que po<strong>de</strong> ocasionar <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> bateria, tal <strong>de</strong>ve ser evitado, pelo que<br />
se recomenda “sangrar” pelo menos o sistema <strong>de</strong> alimentação manualmente, conforme <strong>de</strong>scrito. O risco <strong>de</strong> ficar com o<br />
motor parado e a bateria <strong>de</strong>scarregada, não tem fácil solução no meio do mar.<br />
2 – Problemas com o sistema <strong>de</strong> arrefecimento.<br />
• Os problemas <strong>de</strong> arrefecimento são <strong>de</strong> modo geral preocupantes pois um motor que não esteja bem arrefecido<br />
acaba – invariavelmente – por gripar, caso se insista em operá-lo em más condições.<br />
• O arrefecimento <strong>de</strong> um motor, po<strong>de</strong> ser directo ou indirecto:<br />
• Directo, usando somente água do mar, que como fonte fria do sistema, a qual entra e sai directamente no motor.<br />
• Indirecto, quando a água ou líquido <strong>de</strong> arrefecimento do motor vai ser arrefecida pela circulação <strong>de</strong> água do mar<br />
num permutador <strong>de</strong> calor (algo semelhante a um radiador arrefecido com água salgada), e posteriormente sai por<br />
um misturador <strong>de</strong> escape, arrefecendo os gases. Normalmente, os motores marítimos actuais estão equipa<strong>dos</strong> com<br />
alarme <strong>de</strong> sobreaquecimento visual e acústico, estando também em alguns casos um termómetro indicador da<br />
temperatura da água <strong>de</strong> arrefecimento.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
213
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Para que seja possível resolver os problemas <strong>de</strong> arrefecimento, aconselhamos terem a bordo alguns tipos <strong>de</strong><br />
sobresselentes. Braça<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> diversos tamanhos (inox), impulsor e junta da bomba <strong>de</strong> água salgada, termóstato<br />
suplente, líquido <strong>de</strong> arrefecimento (quando utilizado), tubo <strong>de</strong> silicone <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> (para juntas <strong>de</strong><br />
emergência).<br />
ALGUMAS DAS AVARIAS MAIS FREQUENTES<br />
• Macho <strong>de</strong> fundo fechado – Sendo a válvula <strong>de</strong> entrada da água do mar para efeitos <strong>de</strong> arrefecimento, quando<br />
fechada o sistema não funciona. Abrir sempre a válvula antes <strong>de</strong> colocar o motor em marcha. Caso se tenha<br />
esquecido, abri-lo imediatamente, e verificar se há saída <strong>de</strong> água pelo escape.<br />
• Bomba <strong>de</strong> água danificada – Caso não haja saída <strong>de</strong> água, a falta <strong>de</strong> passagem da água salgada pela bomba,<br />
po<strong>de</strong> ter danificado o impulsor <strong>de</strong>sta. Neste caso, verificar e substituir o impulsor, caso necessário. Não esquecer a<br />
substituição da junta da bomba <strong>de</strong> água ou a sua substituição por uma pequena camada <strong>de</strong> silicone.<br />
• Filtro <strong>de</strong> água entupido – Abrir o filtro, limpá-lo e arrancar <strong>de</strong> novo, confirmando a saída da água.<br />
• Tubo <strong>de</strong> abastecimento sem rigi<strong>de</strong>z – Não aguentando a <strong>de</strong>pressão causada pela bomba <strong>de</strong> água, o tubo entope<br />
por estreitamento. Substituir o tubo por outro <strong>de</strong> preferência aramado, ou tubo especial para alimentação <strong>de</strong><br />
bombas mais rijo.<br />
• Tubo <strong>de</strong> arrefecimento roto – Causa a entrada <strong>de</strong> ar em vez <strong>de</strong> água. Substituir o tubo, ou repará-lo com fita<br />
isoladora, por exemplo, procurando dar-lhe o máximo <strong>de</strong> estanquicida<strong>de</strong>.<br />
• Tubo <strong>de</strong> abastecimento dobrado – Alterar o posicionamento do tubo, <strong>de</strong> modo a eliminar o “cotovelo”.<br />
• Termóstato avariado – Deve-se proce<strong>de</strong>r à sua substituição, caso tal não seja possível, <strong>de</strong>vemos removê-lo como<br />
medida simplesmente temporária, <strong>de</strong>vendo montar um novo logo que possível, para assegurar uma correcta<br />
temperatura <strong>de</strong> funcionamento.<br />
• Obstrução do macho <strong>de</strong> fundo – Acontece com frequência ser no Tejo como no meio do oceano, e ocorre quando<br />
um corpo estranho se introduz na entrada da água, tapando-a. Por vezes basta parar o motor e a <strong>de</strong>slocação do<br />
barco “limpa” a entrada <strong>de</strong> água, se tal não acontecer, é necessário remover a obstrução. O macho <strong>de</strong> fundo, e<br />
passagens <strong>de</strong> costado, <strong>de</strong>vem ser verificadas periodicamente filtro <strong>de</strong> ar entupido – uma obstrução na entrada <strong>de</strong><br />
ar provoca um <strong>de</strong>sequilíbrio na relação ar/ diesel, que além <strong>de</strong> aquecimento, provoca também saída <strong>de</strong> fumo pelo<br />
escape. A solução é a sua substituição, ou simples remoção, somente como medida temporária, não esquecendo a<br />
sua substituição logo que possível.<br />
• Rotura do tubo do sistema <strong>de</strong> arrefecimento do motor, <strong>de</strong>pois da bomba – obviamente, substituir o tubo<br />
<strong>de</strong>feituoso. Algumas vezes é possível cortar a parte danificada e tornar a ligar o tubo; não esquecer a substituição<br />
logo que possível.<br />
• Ruptura no sistema <strong>de</strong> escape molhado – acontece frequentemente, não só nos tubos <strong>de</strong> escape, mas também<br />
nas panelas/ colectores <strong>de</strong> água muitas vezes fabrica<strong>dos</strong> em inox. Devemos eliminar as fugas <strong>de</strong> água/ gases <strong>de</strong><br />
escape por substituição ou reparação. É por vezes possível efectuar uma reparação aceitável <strong>de</strong> uma panela <strong>de</strong><br />
escape com silicone.<br />
• Falta <strong>de</strong> água no sistema <strong>de</strong> água doce – primeiro aviso: “cuidado com as queimaduras” que po<strong>de</strong>m ser graves.<br />
É necessário tomar atenção à pressão existente no sistema que po<strong>de</strong> provocar um ponto <strong>de</strong> ebulição superior a<br />
100º centígra<strong>dos</strong>. Para <strong>de</strong>spressurizar o sistema com extremo cuidado, esperando que arrefeça naturalmente. No<br />
espaço confinado <strong>de</strong> um barco, as queimaduras po<strong>de</strong>m ser graves. Não atestar o sistema enquanto o motor não<br />
estiver arrefecido, para não danificar a junta da cabeça, por empeno <strong>de</strong>sta, uma avaria muito pior.<br />
• Falta <strong>de</strong> óleo no motor – po<strong>de</strong> ocorrer por fuga, falta <strong>de</strong> verificação, ou consumo excessivo. Não é por acaso que<br />
o manual recomenda a verificação diária do nível <strong>de</strong> óleo. Reatestar caso necessário. A circulação do óleo ajuda a<br />
dispersar o calor a que é submetido, e também a lubrificação será menos eficaz pois o óleo per<strong>de</strong> a sua<br />
viscosida<strong>de</strong> quando aquecido <strong>de</strong>masiadamente. Caso não se pare o motor, verificar-se-ão danos irreparáveis, e o<br />
motor acabará por gripar.<br />
• Afogamento do motor: por utilização <strong>de</strong>snecessária do controle <strong>de</strong> ar para arranque a frio. Muitos pensam que<br />
para pôr o motor em marcha é necessário actuar este controle. Tal só é verda<strong>de</strong> para o arranque quando o motor<br />
está frio.<br />
Acção a tomar:<br />
• Colocar na posição normal este controle, tentando então o arranque por várias vezes. No caso do arranque ser<br />
eléctrico, ter em atenção que não <strong>de</strong>vemos accionar o motor <strong>de</strong> arranque durante muito tempo, para não<br />
<strong>de</strong>scarregar <strong>de</strong>masiadamente a bateria. Um accionamento prolongado do motor <strong>de</strong> arranque, po<strong>de</strong> também causar<br />
o sobreaquecimento <strong>de</strong>ste, com consequências graves.<br />
Nota:<br />
• Quando tentamos arrancar, é também conveniente manter o motor acelerado ao mesmo tempo, pois assim<br />
estamos a fornecer ao motor uma maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar para a mesma gasolina, ou seja uma mistura mais pobre<br />
que po<strong>de</strong> muitas vezes, só por si, resolver o problema. Em caso <strong>de</strong> insucesso, <strong>de</strong>vemos então abrir a tampa do<br />
motor e substituir as velas, ou limpá-las e secá-las pelo menos. Na maioria <strong>dos</strong> casos estas acções são só por si<br />
tudo o que é necessário para que o motor arranque <strong>de</strong> novo. Uma vez que tenhamos arrancado novamente com o<br />
motor, é conveniente mantê-lo em funcionamento por algum tempo, num regime médio para ajudar a limpar a<br />
câmara <strong>de</strong> combustão. Mais uma vez lembramos que o controle do ar <strong>de</strong>ve ser somente utilizado durante o<br />
arranque a frio e após este <strong>de</strong>ve ser cancelado.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Para precaver possíveis avarias, é essencial a existência a bordo <strong>de</strong> alguns apetrechos e ferramentas, para uma<br />
assistência <strong>de</strong> emergência.<br />
• Material indispensável: jogo <strong>de</strong> velas novas, cabo com pega para arranque manual, (caso o motor esteja preparado<br />
para tal), chave <strong>de</strong> velas, chaves <strong>de</strong> parafusos, fendas e cruz (Phillips), alicate e chave ajustável, arame <strong>de</strong> aço<br />
macio, troços <strong>dos</strong> hélices, um funil e se possível um hélice suplente.<br />
ARTE DE MARINHEIRO<br />
O estudo das diferentes operações com os cabos, isto é, os trabalhos que se po<strong>de</strong>m executar com os mesmos, com<br />
finalida<strong>de</strong>s diversas, têm o nome <strong>de</strong> Arte <strong>de</strong> Marinheiro.<br />
Esses trabalhos têm o nome genérico <strong>de</strong> nós mas neles estão incluí<strong>dos</strong> os nós propriamente ditos, as Voltas, as<br />
Falcassas, etc.<br />
NÓS - Os trabalhos executa<strong>dos</strong> em cabos, geralmente feitos, <strong>de</strong> um modo geral, nos chicotes <strong>dos</strong> cabos para os ligar<br />
entre si ou ligar um chicote a qualquer objecto têm o nome <strong>de</strong> nós. Vejamos quais são esses trabalhos (os mais<br />
correntemente usa<strong>dos</strong>) e o nome por que são conheci<strong>dos</strong>:<br />
laçada – Nó simples que po<strong>de</strong> servir <strong>de</strong> falcassa (ver adiante falcassas) num chicote <strong>de</strong> um cabo,<br />
evitando portanto que ele se <strong>de</strong>scoche, ou para impedir que este corra para um olhal ou gorne.<br />
NÓ <strong>de</strong> azelha – Trata-se <strong>de</strong> uma laçada, mas feita no seio do cabo.<br />
Nó <strong>de</strong> fra<strong>de</strong> – Obtém-se dando uma laçada e enfiando mais uma vez o chicote e apertase<br />
para tomar a forma <strong>de</strong>finitiva. Dado no chicote <strong>de</strong> um cabo serve <strong>de</strong> falcassa e<br />
impe<strong>de</strong> também que o cabo corra através <strong>de</strong> um olhal ou gorne.<br />
Nó direito – Nó muito vulgar que se emprega para ligar dois cabos pelos chicotes<br />
(cabos da mesma bitola).<br />
Nó torto – Assemelha-se ao nó direito, a ponto <strong>de</strong> por vezes os principiantes os<br />
confundirem. Este nó corre quando socado (apertado), o que não suce<strong>de</strong> com o nó direito.<br />
Chama-se também Nó Cego.<br />
Nó <strong>de</strong> oito ou Nó <strong>de</strong> trempe – Nó utilizado para evitar que um cabo corra por um olhal ou<br />
gorne.<br />
Nó <strong>de</strong> escota – Serve para fixar com segurança um cabo a outro (cabos <strong>de</strong> bitolas<br />
diferentes) ou para pren<strong>de</strong>r um cabo a uma alça, mãozinha, etc. Po<strong>de</strong> ser singelo ou<br />
dobrado, sendo este último mais seguro.<br />
Lais <strong>de</strong> guia – Nó que serve para fazer num cabo<br />
uma alça <strong>de</strong> modo a encapelá-lo num cabeço, sem<br />
correr. Substitui assim a falta <strong>de</strong> uma mão, a qual<br />
levaria muito tempo a fazer. O lais <strong>de</strong> guia po<strong>de</strong> ser<br />
feito pelo chicote ou pelo seio. Este último é usado<br />
quando se preten<strong>de</strong> reforçado ou quando o chicote<br />
não está acessível.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Lais <strong>de</strong> guia pelo seio<br />
Nó <strong>de</strong> catau – Este nó usa-se para emendar temporariamente o seio <strong>de</strong> um cabo sem o cortar ou para permitir<br />
aproveitar um cabo fraco num dado ponto ou região do seu seio. É também conhecido pelo Catau <strong>de</strong> Espia.<br />
Nó <strong>de</strong> pescador – É um nó muito útil para os pescadores que o utilizam para ligar dois cabos nos aparelhos <strong>de</strong> pesca.<br />
Obtém-se colocando os dois chicotes a par, mas em senti<strong>dos</strong> contrários e dando em cada um <strong>de</strong>les uma laçada no<br />
outro, correm-se <strong>de</strong>pois as laçadas uma para a outra, puxando pelos cabos.<br />
Nó De Fateixa – Nó formado por várias voltas redondas abraçadas com o chicote do cabo e arrematadas por um ou<br />
dois cotes abetuma<strong>dos</strong> para o vivo <strong>de</strong>ste. Emprega-se para passar um cabo ao anete do ferro ou a uma bóia. Também<br />
se chama Volta <strong>de</strong> Anete.<br />
VOLTAS<br />
São modalida<strong>de</strong>s da arte <strong>de</strong> marinheiro usadas para ligar um cabo a um mastro ou a uma antena, para ligar um cabo a<br />
uma âncora ou para ligar entre si, com um cabo, duas antenas, duas vergônteas, etc.<br />
Por sua vez dá-se o nome <strong>de</strong> Meia Volta com um cabo quando o levamos a circundar o objecto uma única vez, após o<br />
que lhe damos nova direcção a este consoante o trabalho que se preten<strong>de</strong> dar ao cabo.<br />
Geralmente no trabalho <strong>de</strong> Arte <strong>de</strong> Marinheiro obtém-se as voltas cruzando o chicote para o vivo do cabo.<br />
Volta <strong>de</strong> cunho – Volta em forma <strong>de</strong> oito dada alternadamente em<br />
torno <strong>dos</strong> braços ou orelhas <strong>de</strong> um cunho. O cabo <strong>de</strong>ve trazer-se por<br />
trás do cunho conservando a volta em oito pelo braço mais afastado.<br />
A última volta po<strong>de</strong> ser dada em sentido contrário no braço inferior.<br />
Serve para amarrar um cabo (geralmente adriça) a um cunho.<br />
Volta <strong>de</strong> malagueta – Uma volta idêntica à <strong>de</strong> cunho mas dada numa<br />
malagueta, <strong>de</strong>ve começar-se pela extremida<strong>de</strong> da malagueta mais afastada do<br />
lado don<strong>de</strong> vem o cabo. Geralmente pela extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong> baixo se o cabo vem<br />
<strong>de</strong> cima.<br />
216
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
Voltas falidas – São voltas em forma <strong>de</strong> oito dadas em torno <strong>de</strong> um cabeço<br />
duplo. Usam-se para fazer fixe às espias e outros cabos. O cabo <strong>de</strong>ve trazerse<br />
por trás do cabeço mais afastado e começas aí a primeira volta falida.<br />
Meia volta e cota – Emprega-se para amarrar a um pau ou varão o chicote <strong>de</strong> um cabo que<br />
não <strong>de</strong>man<strong>de</strong> muita força, ou para ligar caixas ou outros volumes leves.<br />
Volta <strong>de</strong> ribeira – Tem a mesma aplicação que a meia volta e cote, com a<br />
vantagem <strong>de</strong> ser mais seguro.<br />
Volta <strong>de</strong> fiel – É usada muito frequentemente para fixar rapidamente um cabo<br />
<strong>de</strong> pequena bitola a qualquer objecto, por exemplo, um varão ou outro cabo <strong>de</strong><br />
maior bitola.<br />
Volta <strong>de</strong> anete – Usam-se para amarrar um chicote <strong>de</strong> um cabo ao anete <strong>de</strong><br />
uma âncora ou bóia. Também chamada volta <strong>de</strong> fateixa.<br />
Volta <strong>de</strong> cabrestante – Voltas redondas passadas à saída do cabrestante sem se sobreporem, com o cabo que se<br />
<strong>de</strong>seja alar.<br />
Volta <strong>de</strong> tomador – Voltas redondas dadas para trancafiar cabos. Executam-se<br />
trabalhando um <strong>dos</strong> chicotes <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> se ter fixado o outro com volta <strong>de</strong> fiel.<br />
• Os cabos <strong>de</strong>terioram-se quando são submeti<strong>dos</strong> a atritos, por exemplo ao roçarem pela borda, por uma castanha<br />
ou buzina.<br />
• Para obstar a este <strong>de</strong>sgaste, os cabos são forra<strong>dos</strong> nessas zonas com serapilheira ou lona e, a forma <strong>de</strong> fixar<br />
esses teci<strong>dos</strong> em volta do cabo é, exactamente por meio <strong>de</strong> voltas <strong>de</strong> tomadouro.<br />
Meias voltas mordidas – Usam-se para trancafiar cabos.<br />
Falcassas<br />
Falcassas são os trabalhos feitos nos chicotes <strong>dos</strong> cabos para evitar que estes se <strong>de</strong>scochem ou distorçam e para que<br />
possam ser gorni<strong>dos</strong> facilmente.<br />
Estes trabalhos consistem, no geral, em dar voltas redondas, quase sempre com fio <strong>de</strong> vela, bem apertadas e<br />
encostadas umas às outras.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
217
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
Falcassa <strong>de</strong> chicote mordido – Obtém-se dando com o fio voltas redondas em torno do cabo e sobre o chicote do<br />
próprio fio dobrado em U, por on<strong>de</strong> se enfia o chicote A2, puxa-se em seguida o chicote A1, até A2 ficar completamente<br />
mordido por <strong>de</strong>baixo das voltas. O fio que sobra é cortado.<br />
Falcassas <strong>de</strong> voltas folgadas – Executa-se dando voltas redondas com o fio e bem apertadas sobre os chicotes do<br />
cabo <strong>de</strong> modo a mor<strong>de</strong>r o chicote do próprio fio. As últimas quatro voltas ficam folgadas e por baixo das quais se<br />
passam o chicote final do fio, socam-se em seguida estas últimas e cortam-se os chicotes que sobrarem.<br />
Falcassa <strong>de</strong> agulha – Obtém-se com o fio enfiado numa agulha fazendo atravessar esta <strong>de</strong> seguida o cabo, entre dois<br />
cordões, dando <strong>de</strong>pois um certo número <strong>de</strong> voltas redondas sobre as quais e arremata no sentido da cocha.<br />
Falcassa <strong>de</strong> nó direito – Obtém-se passando sucessivas voltas redondas sobre o chicote do cabo e do fio (chicotes<br />
para o mesmo lado) para o lado <strong>dos</strong> chicotes e arrematando com o nó direito.<br />
CÓDIGO INTERNACIONAL DE SINAIS<br />
A edição do "Código Internacional <strong>de</strong> Sinais" é da responsabilida<strong>de</strong> do Instituto Hidrográfico e contém toda a<br />
informação sobre a interpretação e utilização <strong>dos</strong> diversos códigos <strong>de</strong> sinalização (Ban<strong>de</strong>iras, Morse e Homógrafo).<br />
Alfa Tenho um mergulhador na água. Mantenha-se afastado e navegue a baixa velocida<strong>de</strong>.<br />
Bravo Estou a carregar ou <strong>de</strong>scarregar, ou a transportar carga perigosa.<br />
Charlie<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Sim (resposta afirmativa ou "O significado do grupo anterior <strong>de</strong>ve ser interpretado na forma<br />
afirmativa").<br />
Delta Mantenha-se afastado <strong>de</strong> mim; estou a manobrar com dificulda<strong>de</strong>.<br />
Echo Estou a guinar para estibordo<br />
Foxtrot Estou com avaria; comunique comigo.<br />
Golf<br />
Preciso <strong>de</strong> um piloto. (Tem locais <strong>de</strong> pesca e por navios <strong>de</strong> faina pesqueira a curta distância uns<br />
<strong>dos</strong> outros, significa T"Estou a meter <strong>de</strong>ntro as minhas re<strong>de</strong>s).<br />
Hotel Tenho piloto a bordo.<br />
India Estou a guinar para bombordo.<br />
Julliet<br />
Mantenha-se bem afastado <strong>de</strong> mim. Tenho fogo a bordo e transporto carga perigosa ou estou a<br />
<strong>de</strong>rramar carga perigosa.<br />
Kilo Desejo comunicar consigo.<br />
Lima Pare o seu navio imediatamente.<br />
Mike O meu navio está parado e sem seguimento.<br />
Não (resposta negativa ou "O significado do grupo anterior <strong>de</strong>ve ser interpretado na forma<br />
November<br />
negativa").<br />
Oscar Homem ao mar.<br />
Papa<br />
Num porto: Todas as pessoas <strong>de</strong>vem regressar a bordo porque o navio vai largar.<br />
No mar: As minhas re<strong>de</strong>s estão presas num obstáculo.<br />
Quebec O estado sanitário do meu navio é bom e peço livre prática.<br />
Romeo<br />
Sierra Estou operando com propulsão à ré.<br />
218
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
Tango Mantenha-se afastado; nós estamos a pescar <strong>de</strong> arrasto em parelha.<br />
Uniform Você está a dirigir-se para um perigo.<br />
Victor Preciso <strong>de</strong> assistência<br />
Whiskey Preciso <strong>de</strong> assistência médica.<br />
X-Ray Suspenda as suas manobras e preste atenção aos meus sinais.<br />
Yankee Estou a arrastar o meu ferro (garrar).<br />
Zulu<br />
1ª<br />
substituta.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Preciso <strong>de</strong> um rebocador. (Tem locais <strong>de</strong> pesca e por navios <strong>de</strong> faina pesqueira a curta distância<br />
uns <strong>dos</strong> outros, significa T"Estou a lançar as minhas re<strong>de</strong>s").<br />
2ª<br />
substituta.<br />
0 Nadazero<br />
3ª<br />
substituta.<br />
galhar<strong>de</strong>te do Código ou<br />
Reconhecimento.<br />
1 Unaone 2 Bissotwo 3 Terrathree<br />
4 Kartefour 5 Pantafive 6 Soxisix<br />
7 Setteseven 8 Oktoeight 9 Novenine<br />
219
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
GLOSSÁRIO E TERMINOLOGIA NÁUTICA<br />
• Abalroamento – choque ou colisão entre navios.<br />
• Abatimento – ângulo formado entre a direcção correspon<strong>de</strong>nte à proa e o rumo ou caminho executado<br />
relativamente ao fundo.<br />
• Abicar – encalhar com a proa na praia ou margem; abordar.<br />
• Abitas – ma<strong>de</strong>iros que se fixam lateralmente na sobrequilha e que, respingando no convés, servem para dar volta<br />
à amarra.<br />
• Acalmia – período <strong>de</strong> diminuição passageira do vento, que se segue a outro <strong>de</strong> agitação.<br />
• Adornar – inclinação transitória da embarcação, pela acção do vento, do mar ou do peso.<br />
• Adriça – cabo que serve para içar velas, vergas ou sinais.<br />
• Afluxo – enchente da maré.<br />
• Agulha <strong>de</strong> marear – instrumento que a bordo indica sensivelmente o Norte magnético, habilitando o navegador a<br />
manobrar a embarcação na direcção <strong>de</strong>sejada.<br />
• Alanta – escota <strong>de</strong> barlavento do Spinnaker.<br />
• Alar – puxar cabos.<br />
• Alça – peça que serve para fixar poleame.<br />
• Alcatrate – tábua que assenta no topo das balizas ou da borda, falsa a toda à volta da embarcação.<br />
• Alheta – canto da borda que resulta do encontro do painel da popa com cada um <strong>dos</strong> la<strong>dos</strong> da embarcação;<br />
direcção entre a popa e o través ou, mais rigorosamente, direcção <strong>de</strong> 45" a partir da popa; mareação aberta.<br />
• Alinhamento – direcção <strong>de</strong>finida por dois pontos conspícuos entre os quais o observador se encontra.<br />
• Altura da maré – altura do nível da agua sobre o zero hidrográfico.<br />
• Amantilho – cabo que segura o lais da retranca ou verga, e que serve para as manter horizontais.<br />
• Amarra – corrente <strong>de</strong> ferro, que serve para segurar a embarcação ao fundo por meio da âncora à qual se liga.<br />
• Amarração – conjunto <strong>de</strong> âncora, amarras, cabos e bóia, <strong>de</strong>stinado à fixação <strong>de</strong> uma embarcação num porto <strong>de</strong><br />
abrigo, marina ou doca.<br />
• Amplitu<strong>de</strong> da maré – é a diferença <strong>de</strong> altura entre a preia-mar e a baixa-mar consecutivas, isto é, variação do nível<br />
das águas, entre uma preia-mar e uma baixa-mar imediatamente anterior ou posterior.<br />
• Amura – direcção entre a proa e o través, isto é, rigorosamente, direcção <strong>de</strong> 45" a partir da proa; parte curva das<br />
obras mortas do costado, <strong>de</strong> um e <strong>de</strong> outro lado da roda <strong>de</strong> proa.<br />
• Âncora – peça metálica <strong>de</strong> peso proporcional à gran<strong>de</strong>za da embarcação, preparada para ficar presa no fundo do<br />
mar, e, por meio <strong>de</strong> amarra, segurar a embarcação na posição <strong>de</strong>sejada.<br />
• Âncora flutuante – saco cónico <strong>de</strong> lona, <strong>de</strong>stinado a fazer com que a embarcação fique <strong>de</strong> proa às vagas para<br />
aguentar o mau tempo.<br />
• Ancorote – pequena âncora.<br />
• Andamento – velocida<strong>de</strong>; o mesmo que seguimento.<br />
• Anemómetro – instrumento que serve para medir a intensida<strong>de</strong> do vento.<br />
• Anete – argola na extremida<strong>de</strong> da haste da âncora on<strong>de</strong> se talinga a amarra.<br />
• Anteparas – divisórias verticais que divi<strong>de</strong>m a embarcação em compartimentos.<br />
• Apostura – parte superior da baliza.<br />
• Aproar – dirigir a proa para.<br />
• Aquartelar – caçar uma vela por barlavento.<br />
• Arganéu – argola da âncora on<strong>de</strong> se pren<strong>de</strong> a amarra; olhal, tendo no anel uma argola passada e na qual se<br />
engatam talhas, amarras ou espias.<br />
• Arinque – cabo que se pren<strong>de</strong> a uma bóia, serve para marcar uma posição no mar (ex. localização da âncora).<br />
• Arnês – cinto que serve para a segurança do tripulante e que se fixa à embarcação por meio <strong>de</strong> um cabo, a linha<br />
<strong>de</strong> vida.<br />
• Arqueação – capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma embarcação ou volume <strong>dos</strong> seus espaços internos fecha<strong>dos</strong>, serve pala<br />
aplicação <strong>de</strong> taxas.<br />
• Arreigada – ponto on<strong>de</strong> se fixa um cabo.<br />
• Arriar – fazer <strong>de</strong>scer, especialmente por meio <strong>de</strong> um cabo ou aparelho <strong>de</strong> força.<br />
• Arribar – manobrar o leme <strong>de</strong> modo a que a proa se afaste da linha <strong>de</strong> vento.<br />
• Ataque – entrada da pá do remo na água.<br />
• Atracar – manobra <strong>de</strong> encostar e fixar a embarcação a um cais ou a outra embarcação.<br />
• Azimute – ângulo formado entre a direcção do norte verda<strong>de</strong>iro e a direcção segundo a qual vemos um objecto.<br />
• Baby-stay – pequeno estai que serve para controlar a curvatura do mastro.<br />
• Back-stay – ver contra-estai.<br />
• Baixa-mar – ponto mais baixo da maré.<br />
• Baixa-mar: Nível mínimo <strong>de</strong> uma maré vazante.<br />
• Balão – spinnaker.<br />
• Balaústre – cada uma das peças verticais que constituem uma balaustrada.<br />
• Baleeira – embarcação sem painel <strong>de</strong> popa e com uma roda <strong>de</strong> proa curva.<br />
• Baliza – marca obrigatória <strong>de</strong> rondagem; sinal que serve <strong>de</strong> ajuda visual à navegação e também para o<br />
estabelecimento <strong>de</strong> percursos em regatas à vela; peças curvas transversais que da quilha vêm até à borda, on<strong>de</strong><br />
assenta o forro do casco.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
220
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Balsa – jangada salva-vidas, pneumática e <strong>de</strong> enchimento automático.<br />
• Bancada – tábua transversal, pouco abaixo da borda, para sentar os tripulantes.<br />
• Barlavento – direcção don<strong>de</strong> sopra o vento; bordo do barco que recebe o vento.<br />
• Barómetro – instrumento utilizado para medir a pressão atmosférica.<br />
• Barra <strong>de</strong> escota – calha on<strong>de</strong> <strong>de</strong>sliza um carrinho com um moitão por on<strong>de</strong> passa a escota da vela gran<strong>de</strong>; serve<br />
para controlar o ângulo da vela com a linha do vento.<br />
• Bartedouro – espécie <strong>de</strong> pá que serve para vazar a água da embarcação.<br />
• Batimétrica – linha que une os pontos <strong>de</strong> igual sonda reduzida<br />
• BB – abreviatura <strong>de</strong> bombordo.<br />
• Beque – parte saliente da proa.<br />
• Boça – cabo fixo à proa que serve para amarrar e/ou rebocar a embarcação.<br />
• Boca – maior largura da embarcação.<br />
• Boeira – furo no fundo das embarcações miúdas, ou no painel <strong>de</strong> popa, que serve para esgotamento das águas<br />
Costuma-se tapar com um boião.<br />
• Bóia – objecto flutuante que serve para balizamento ou <strong>de</strong>stinado a sustentar outro objecto à superfície.<br />
• Bolina Cerrada – quando o vento sopra da amura e as veias vão todas caçadas.<br />
• Bolina Folgada – quando o vento sopra das amuras, mas as velas não estão completamente caçadas.<br />
• Bolinar – navegar o mais cingido possível à linha do vento.<br />
• Bombordo – lado ou bordo do barco, <strong>de</strong> popa à proa, à esquerda <strong>de</strong> um observador embarcado e virado para<br />
vante.<br />
• Boom-jack – aparelho que serve para puxar para baixo a retranca da embarcação.<br />
• Borda falsa – prolongamento do costado acima do convés.<br />
• Bordada – é o caminho feito pela embarcação numa amura.<br />
• Bor<strong>de</strong>jar – ou fazer bor<strong>dos</strong>, é navegar ora numa ora noutra amura.<br />
• Bote – pequeno escaler, curto, com boca relativamente gran<strong>de</strong>.<br />
• Braço da caverna – parte intermédia da meia-baliza.<br />
• Brandal – cabo que aguenta o mastro no sentido transversal.<br />
• Burro – o mesmo que boom-jack.<br />
• Bússola – agulha <strong>de</strong> marear.<br />
• Buzina – aberturas ou orifícios na borda falsa, que servem para dar passagem aos cabos.<br />
• Cabeços – peças metálicas que servem para amarrar cabos.<br />
• Cabine – espaço abaixo do convés <strong>de</strong>stinado ao alojamento.<br />
• Cabo – reunião <strong>de</strong> fibras vegetais, sintéticas ou fios metálicos torci<strong>dos</strong> <strong>de</strong> modo a constituir um todo capaz <strong>de</strong><br />
aguentar esforços relativamente fortes.<br />
• Cabo salva-vidas – cabo que corre pelo convés a um e outro bordo e on<strong>de</strong> a tripulação pren<strong>de</strong> as linhas <strong>de</strong> vida<br />
ou <strong>de</strong> segurança.<br />
• Caça-patrão – cabo superior que vai <strong>de</strong> alheta a alheta e no qual trabalha livremente um moitão, e ajuda a<br />
manobra a retranca da vela gran<strong>de</strong>.<br />
• Caçar – acção <strong>de</strong> puxar ou alar as escotas das velas <strong>de</strong> modo a esticá-Ias mais ou menos.<br />
• Cachimbo – peça metálica, fixa no mastro, com olhal para receber o mangual da retranca, permitindo este conjunto<br />
um movimento em qualquer sentido.<br />
• Cachola do leme – parte superior da madre do leme on<strong>de</strong> encaixa a cana do leme.<br />
• Cadaste – ma<strong>de</strong>ira ou peça metálica, colocada no alto, verticalmente ou quase, na extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ré da quilha,<br />
fechando a ossada na sua parte posterior; roda <strong>de</strong> popa.<br />
• Ca<strong>de</strong>rnal – moitão com mais <strong>de</strong> uma roldana; gorne.<br />
• Caimento – diferença <strong>de</strong> calado a vante e a ré.<br />
• Cair – diminuição da velocida<strong>de</strong> ou força do vento.<br />
• Caixa do patllhão – armação situada no poço da embarcação e que serve <strong>de</strong> protecção ao patilhão <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
içado.<br />
• Calado – distância vertical, da face inferior da quilha à linha <strong>de</strong> água, isto é, a altura <strong>de</strong> água necessária para o<br />
barco flutuar livremente.<br />
• Cambar – mudar as escotas das velas para o bordo oposto; mudar <strong>de</strong> amuras.<br />
• Cana do leme – peça metálica ou <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira que encaixa na cachola do leme da embarcação, para dar<br />
movimento ao leme.<br />
• Capação – conjunto <strong>de</strong> velas pertencentes a uma embarcação.<br />
• Capelo – parte superior da roda <strong>de</strong> proa quando saliente acima da borda.<br />
• Carangueja – verga on<strong>de</strong> se liga o gurutil superior das velas latinas quadrangulares.<br />
• Carllnga – abertura na sobrequilha que serve para receber o pé do mastro.<br />
• Carta – representação plana <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada parte da superfície terrestre concebida especialmente para planear e<br />
conduzir a navegação.<br />
• Casa-mestra – ver meio-navio.<br />
• Casco – invólucro exterior da embarcação.<br />
• Castanha – peça presa ao costado, convés, etc., com uma abertura circular ou quadrangular no centro por on<strong>de</strong><br />
passa um cabo, ferro, etc.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
221
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Catamaran – embarcação à vela <strong>de</strong> dois cascos simétricos e paralelos, liga<strong>dos</strong> entre si por uma estrutura rígida e<br />
uma re<strong>de</strong> esticada.<br />
• Cata-vento – aparelho que indica a direcção do vento.<br />
• Caturrar – afundar a proa na onda, diminuindo assim o andamento; mastigar a onda.<br />
• Cavalo-vapor – unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> potência do motor indicada pela sigla C V ou HP (horse power), ou mesmo substituída<br />
por kW (Kilowatt). Um kW equivale a 1,36 C v ou 1 C V é igual a 0,736 kW.<br />
• Caverna – parte inferior da baliza.<br />
• Cavername – conjunto das balizas da embarcação; o mesmo que ossada.<br />
• Centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> – ponto em que se consi<strong>de</strong>ram concentra<strong>dos</strong> to<strong>dos</strong> os pesos da embarcação.<br />
• Centro vélico – ponto no qual se supõe actuar o resultante da acção do vento sobre todas as velas da<br />
embarcação, ou seja, o ponto da vela em relação ao qual as pressões a vante e a ré se igualam.<br />
• Chaminé, efeito <strong>de</strong> – acção propulsora do vento no conjunto sobreposto das velas <strong>de</strong> proa e da vela gran<strong>de</strong>. Este<br />
efeito faz-se sentir quando a embarcação navega à bolina.<br />
• Chapas da arreigada – chapas fixadas ao costado, roda <strong>de</strong> proa e painel <strong>de</strong> popa, <strong>de</strong>stinadas a receber as<br />
arreigadas,<br />
• Chicote – extremo <strong>de</strong> um cabo.<br />
• Clara do patilhão – abertura na caixa do patilhão.<br />
• Classe – conjunto <strong>de</strong> embarcações, monotipo, que, obe<strong>de</strong>cendo a regras <strong>de</strong> construção e equipamento, competem<br />
entre si. Estão organizadas em associações <strong>de</strong> classe (ex. Associação Portuguesa da Classe 420).<br />
• Cocha – torci<strong>de</strong>la <strong>dos</strong> cordões <strong>de</strong> um cabo.<br />
• Compasso – instrumento <strong>de</strong> navegação utilizado para medir distâncias na carta.<br />
• Contra-cadaste – reforço do cadastre pela parte anterior e interior.<br />
• Contra-estai – cabo <strong>de</strong> aço que sustenta o mastro no sentido longitudinal, do galope para a popa.<br />
• Contra-roda – reforço interior da roda <strong>de</strong> proa.<br />
• Convés – pavimento superior da embarcação, que fecha o casco à altura da borda.<br />
• Coral – peça que reforça a ligação da quilha à roda <strong>de</strong> proa e cadaste.<br />
• Corpo – parte central do mastro e do remo.<br />
• Costado – parte lateral do casco da embarcação a um e outro bordo, do encolamento à borda e da popa à proa;<br />
po<strong>de</strong> ser liso, o que quer dizer que o costado não tem saliência geral no tabuado; po<strong>de</strong> ser trincado, o tabuado é<br />
sobreposto.<br />
• Croque – vara com um gancho na extremida<strong>de</strong> e que serve para facilitar a atracação ou <strong>de</strong>satracação das<br />
embarcações, para puxar cabos e outros objectos para bordo.<br />
• Cunho – peça com dois braços que serve para dar volta a cabos.<br />
• Cunningham, furo <strong>de</strong> – olhal feito um pouco acima do punho da amura da vela: gran<strong>de</strong> e que permite a alteração<br />
da forma primitiva da mesma, esticando a testa.<br />
• Cutter – embarcação <strong>de</strong> um só mastro, que enverga a vela gran<strong>de</strong> e duas ou mais velas <strong>de</strong> estai.<br />
• Defensa – almofada para protecção do costado das embarcações quando e durante as atracações.<br />
• Deriva – ver abatimento<br />
• Derrota – caminho, trajecto.<br />
• Desatracar – retirar a embarcação do cais on<strong>de</strong> estava amarrado; largar.<br />
• Desgovernado – embarcação sem governo <strong>de</strong>vido a avaria da máquina, leme ou falta <strong>de</strong> vento que impeça a sua<br />
movimentação.<br />
• Deslocamento – peso do volume <strong>de</strong> água <strong>de</strong>slocada pela embarcação.<br />
• Desvio da agulha – afastamento angular entre o Norte da Agulha e o Norte Magnético.<br />
• Dinghy – pequena embarcação à vela, monotipo, <strong>de</strong> recreio, <strong>de</strong> um só mastro a cerca <strong>de</strong> 2/5 do seu comprimento,<br />
com patilhão central, que enverga uma vela gran<strong>de</strong> e uma vela triangular <strong>de</strong> proa (ex. 420, Vaurien, Snipe).<br />
• Dormente – viga <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ou metal a todo o comprimento interior da embarcação e ao lado, sobre a qual<br />
assenta o extremo <strong>dos</strong> vaus.<br />
• Double-Scull – é um Shell para dois remadores, sem timoneiro e <strong>de</strong> remos paralelos.<br />
• Drapejar – bater da vela; o mesmo que grivar.<br />
• Drogue – o mesmo que âncora flutuante.<br />
• Duque <strong>de</strong> Alba – pilar enterrado no fundo com cabeço para amarração.<br />
• E - abreviatura <strong>de</strong> Este ou Leste.<br />
• EB - abreviatura <strong>de</strong> estibordo.<br />
• Embornais - aberturas existentes na borda-falsa ou pavimentos <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> a escoar as águas do convés principal.<br />
• Emprancha<strong>de</strong>iras – cintas que servem para os velejadores fixarem os pés quando senta<strong>dos</strong> na borda, a fim <strong>de</strong><br />
contrabalançado to da embarcação.<br />
• Enchente da maré - movimento bi-diário ou semi-diurno da subida das águas da maré.<br />
• Encolamento - região do casco muito curva, que estabelece a ligação entre o fundo e o costado da embarcação.<br />
• ENE - abreviatura <strong>de</strong> Este -Nor<strong>de</strong>ste.<br />
• Enfiamento - linha <strong>de</strong> posição bastante rigorosa <strong>de</strong> por mais pontos conspícuos em Terra.<br />
• Enora - abertura no convés para passagem do mastro.<br />
• Escala <strong>de</strong> Beaufort - escala progressiva da força ou intensida<strong>de</strong> do vento <strong>de</strong> O a 12, adoptada internacionalmente.<br />
• Escaler - embarcação com painel <strong>de</strong> popa e roda <strong>de</strong> proa direita.<br />
• Escoa - tábuas pregadas no sentido longitudinal da embarcação miuda, pelo lado interno, nas balizas, para reforço<br />
do esqueleto.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Escota - cabo que serve para caçar as velas; é fixo no punho da escota.<br />
• Escotilhas - aberturas nos pavimentos para passagem ou arejamento.<br />
• Escovéns - aberturas por on<strong>de</strong> sai a amarra, junto às amuras, para o costado.<br />
• Espia - cabo forte utilizado na atracação para amarrar a embarcação à proa ou popa.<br />
• Espicha - vara que suporta o canto superior das vela espicha.<br />
• Esquadro <strong>de</strong> navegação - esquadro recto, <strong>de</strong> 90', como um transferidor utilizado em navegação para a marcação<br />
ou leitura <strong>de</strong> direcções na carta.<br />
• Estai – cabo metálico que suporta o mastro no sentido longitudinal para vante. Nome dado à vela que enverga o<br />
mesmo.<br />
• Este - ponto car<strong>de</strong>al situado a 90° na rosa-<strong>dos</strong>-ventos.<br />
• Esteira - lado inferior da vela <strong>de</strong> uma embarcação; rasto <strong>de</strong> turbulência na água, <strong>de</strong>ixado pela passagem <strong>de</strong> uma<br />
embarcação.<br />
• Estibordo - lado ou bordo da embarcação, da popa à proa, que fica à direita <strong>de</strong> um observador embarcado, virado<br />
para vante.<br />
• Esticador - aparelho que serve para esticar ou folgar um cabo on<strong>de</strong> esteja aplicado.<br />
• Estima - <strong>de</strong>terminação da posição da embarcação em função da sua proa e do efeito da corrente.<br />
• Estofo da maré - período em que a maré fica estacionária na preia-mar e na baixa-mar até começar<br />
respectivamente a vazar ou a encher novamente.<br />
• Estofo: Também conhecido como reponto <strong>de</strong> maré, ocorre entre marés, período em que não ocorre qualquer<br />
alteração na altura <strong>de</strong> nível.<br />
• Estratosfera - camada da Atmosfera que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o limite superior da Troposfera até 50 a 55 km <strong>de</strong> altura.<br />
• Falca - tábua ao longo do alcatrate rematando o costado exteriormente.<br />
• Farol - edificação em forma <strong>de</strong> torre com um sistema <strong>de</strong> iluminação; ajuda visual à navegação.<br />
• Fateixa - ferro <strong>de</strong> pequenas dimensões com três ou quatro braços, sem cepo e utilizada essencialmente em<br />
embarcações pequenas.<br />
• Ferragem - peça fixa do aparelho da embarcação feita em metal. Ferro -nome usualmente dado à âncora, à fateixa<br />
e à ancoreta.<br />
• Finn - embarcação monotipo, <strong>de</strong> regatas, classe olímpica <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1952, foi <strong>de</strong>senhada pelo finlandês Rickard Sanby;<br />
me<strong>de</strong> 4,50 m <strong>de</strong> comprimento, 1,51 m <strong>de</strong> boca, pesa 145 kg e enverga uma vela gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> 10 m2; para um só<br />
tripulante, exige um gran<strong>de</strong> esforço físico e ainda hoje é consi<strong>de</strong>rado como o melhor barco <strong>de</strong> alta competição em<br />
solitário.<br />
• Flâmula - galhar<strong>de</strong>te ver<strong>de</strong> e encarnado, muito estreito e comprido, usado nos navios <strong>de</strong> guerra.<br />
• Flutuar - manter-se à tona da água; boiar.<br />
• Folgar - acção <strong>de</strong> aliviar um cabo.<br />
• Forqueta - peça em forma <strong>de</strong> Y, que serve para apoiar o remo na borda da embarcação.<br />
• Forro - revestimento <strong>de</strong> qualquer parte da embarcação ou equipamento para protecção e acabamento; parte <strong>de</strong><br />
couro mais <strong>de</strong>lgada e extensa que o tacão.<br />
• Frente - linha <strong>de</strong> separação, na superfície terrestre, entre uma massa <strong>de</strong> ar quente e outra <strong>de</strong> ar frio.<br />
• Fun<strong>de</strong>ar - ancorar ou largar o ferro.<br />
• Fundo - parte inferior do casco.<br />
• Gaio -cabo que aguenta um pau para vante.<br />
• Galhar<strong>de</strong>te - ban<strong>de</strong>ira triangular, estreita e comprida.<br />
• Galope - extremida<strong>de</strong> superior do mastro.<br />
• Garganta - parte mais <strong>de</strong>lgada do remo, junto à pá.<br />
• Garrar - quando o ferro não unhou bem ao fundo e a embarcação <strong>de</strong>scai arrastando-o.<br />
• Garruncho - colchete <strong>de</strong> metal ou plástico que serve para fixar o gurutil da vela a um cabo (estai).<br />
• Genoa - vela triangular içada no estai <strong>de</strong> proa, cujo gurutil se esten<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o bico da proa até ao galope do<br />
mastro, ficando o punho da escota aproximadamente a meia-nau.<br />
• Girouette - cata-vento.<br />
• Gorne - abertura na caixa do poleame <strong>de</strong> laborar on<strong>de</strong> trabalha a roda.<br />
• Governo - acto <strong>de</strong> governar uma embarcação, controlando o leme e o motor.<br />
• Greenwich - localida<strong>de</strong> perto <strong>de</strong> Londres por on<strong>de</strong> passa o meridiano base (0º) para medição da longitu<strong>de</strong>.<br />
• Grivar - bater da testa <strong>de</strong> uma vela quando está muito cingida ao vento.<br />
• Gualdropes - cabos ou correntes que fazem mover o leme.<br />
• Guarda-patrão - tábua que limita o assento da popa nas embarcações miúdas.<br />
• Guinada - é o <strong>de</strong>svio feito pela proa para fora do caminho ou rumo.<br />
• Guinda - altura do mastro.<br />
• Gurutil - lado da vela triangular que enverga no estai; testa.<br />
• Haste -parte mais comprida da âncora tendo na extremida<strong>de</strong> superior o anete e na inferior os braços, as patas ou<br />
as unhas, conforme o tipo da âncora.<br />
• Hastear -içar, fazer subir à extremida<strong>de</strong> ou ao topo <strong>de</strong> um mastro.<br />
• Hélice - dispositivo montado à popa, no extremo do veio propulsor, que accionado pelo motor da embarcação,<br />
imprime movimento.<br />
• Hemisfério - cada uma das duas partes iguais em que o Equador divi<strong>de</strong> a Terra.<br />
• Homem ao Mar -voz <strong>de</strong> alerta à tripulação <strong>de</strong> uma embarcação para que se prepare imediatamente para o<br />
salvamento <strong>de</strong> alguém que caiu à água.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Horizonte - plano aparente para o observador que se apresenta como uma linha <strong>de</strong> separação entre o céu e a terra<br />
ou o mar.<br />
• I.A.L.A. - abreviatura <strong>de</strong> International Association of Aids to Navigation and Ligthouse Authorities, que é o<br />
organismo internacional que trata das questões das ajudas à navegação.<br />
• I.Y.R.U. - abreviatura <strong>de</strong> International Yacht Racing Union, organismo internacional que regulamenta o <strong>de</strong>sporto <strong>de</strong><br />
vela amadora.<br />
• Isóbara - linha que liga os pontos <strong>de</strong> igual pressão atmosférica, nas cartas meteorológicas.<br />
• Isogónica - linha que liga os pontos <strong>de</strong> igual <strong>de</strong>clinação magnética.<br />
• Jangada - flutuador <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, fibra ou pneumático, que serve <strong>de</strong> salva-vidas nos navios.<br />
• Juzante - lado da foz em relação a qualquer ponto <strong>de</strong> um rio.<br />
• Ketch - é um <strong>dos</strong> tipos <strong>de</strong> yachts com dois mastros <strong>de</strong> velas latinas, sendo que o <strong>de</strong> ré ou mezena, <strong>de</strong> menor<br />
guinda, é situado por vante da roda <strong>de</strong> leme.<br />
• Laborar - trabalhar com cabos em gornes, cabrestante ou guincho.<br />
• Laçada - tipo <strong>de</strong> nó simples.<br />
• Lais <strong>de</strong> Guia - tipo <strong>de</strong> nó <strong>de</strong> utilização geral.<br />
• Lançante - espia dirigida da embarcação para vante ou para ré para um cais ou outra embarcação.<br />
• Lancha - embarcação rápida <strong>de</strong> recreio, <strong>de</strong> vários formatos e portes, com propulsão mecânica.<br />
• Largo - vento que sopra entre o través e a popa; "vai a um largo".<br />
• Laser - embarcação mono tipo <strong>de</strong> regata para um só tripulante, só com uma vela gran<strong>de</strong>, me<strong>de</strong> 4,23 m <strong>de</strong><br />
comprimento, 1,37 m <strong>de</strong> boca, pesa 56 kg e tem uma área vélica <strong>de</strong> 7 ,06 m2.<br />
• Lastro - peso colocado na parte inferior da embarcação ou no patilhão <strong>de</strong> forma a baixar o centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong>.<br />
• late - embarcação <strong>de</strong> cruzeiro e recreio com um só mastro, vela gran<strong>de</strong> e uma só vela <strong>de</strong> proa.<br />
• Latitu<strong>de</strong> - arco do meridiano compreendido entre o Equador e o paralelo do lugar, que varia entre os 0" e os 90"<br />
Norte ou Sul.<br />
• Leme - peça usada à popa, verticalmente, que serve para governo e manobra da embarcação.<br />
• Leste - ver Este.<br />
• Levante - vento <strong>dos</strong> quadrantes <strong>de</strong> sueste fresco, que sopra do estreito <strong>de</strong> Gibraltar e se faz sentir na costa do<br />
Algarve.<br />
• Linha <strong>de</strong> água - linha <strong>de</strong> separação entre as obras mortas e as obras vivas.<br />
• Linha <strong>de</strong> vida - cabo que se fixa ao arnês e num ponto da embarcação, para segurança do tripulante e para evitar<br />
que este seja levado pelo mar.<br />
• Longarinas - reforços longitudinais que travam o cavername.<br />
• Longitu<strong>de</strong> - arco <strong>de</strong> Equador compreendido entre o meridiano <strong>de</strong> Greenwich e o meridiano do lugar, variável entre<br />
os 0" e os 180" Este ou Oeste.<br />
• lonosfera - camada que se situa entre os 50 e os 100 km e na qual os seus elementos constituintes se encontram<br />
por acção da radiação solar, <strong>de</strong>composto em iões.<br />
• Loxodrómia - representa uma linha que faz sempre o mesmo ângulo com os meridianos, i.e., que correspon<strong>de</strong><br />
sempre à mesma direcção, logo, não é, excepto ao longo do meridiano ou do equador, o caminho mais curto entre<br />
dois pontos (ver Ortodrómia).<br />
• Luzes <strong>de</strong> Navegação - conjunto <strong>de</strong> luzes convencionais usadas pelas embarcações à noite, a navegar.<br />
• Madre - parte do leme que encosta ao cadastre e que actua como eixo vertical, transmitindo a força giratória da<br />
cana à porta do leme e que no topo recebe a cana do leme.<br />
• Malagueta - pino <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira que serve para amarração <strong>de</strong> escotas e adriças.<br />
• Manilha - pequena peça <strong>de</strong> metal, em forma <strong>de</strong> U, que serve para fixar cabos, amarras, moitões, adriças, etc.<br />
• Manobra - acção <strong>de</strong>stinada a alterar o movimento <strong>de</strong> uma embarcação. Marcação relativa -ângulo medido entre a<br />
linha proa-popa da embarcação e a direcção <strong>de</strong> objecto.<br />
• Maré - movimento periódico <strong>de</strong> afluxo ou enchente (que termina na preia-mar) e refluxo ou vazante (que termina na<br />
baixa-mar) do nível do mar.<br />
• Maré <strong>de</strong> Quadratura: Maré <strong>de</strong> pequena amplitu<strong>de</strong>, maré que se segue ao dia <strong>de</strong> quarto crescente ou minguante.<br />
• Mareação - orientação dada às velas <strong>de</strong> forma a conseguir-se o seu melhor rendimento.<br />
• Marear - laborar as velas.<br />
• Massame - conjunto <strong>dos</strong> cabos fixos e <strong>de</strong> laborar do aparelho da embarcação.<br />
• Mastigar - bater <strong>de</strong> proa da embarcação na água quando se navega à bolina.<br />
• Mastreação - conjunto <strong>dos</strong> mastros e vergas <strong>de</strong> uma embarcação.<br />
• Mastro - haste em ma<strong>de</strong>ira, aço ou alumínio, em posição vertical; colocado na embarcação e que serve para<br />
sustentar as velas, aparelhos, antenas e luzes <strong>de</strong> navegação.<br />
• Mecha - parte do pé do mastro que encaixa na carlinga.<br />
• Meia-Nau - região média longitudinal da embarcação; mediania.<br />
• Meio-Navio - região a meio comprimento do barco; casa-mestra.<br />
• Meridiano - é um círculo máximo que passa pelos pólos e é perpendicular ao Equador (ver tb. Greenwich).<br />
• Mesosfera - camada que vai do limite superior da Estratosfera até 80 a 85 km <strong>de</strong> altura.<br />
• Mestre - <strong>de</strong>signação usada para os comandantes das embarcações <strong>de</strong> pesca.<br />
• Milha marítima - comprimento médio do arco <strong>de</strong> um minuto no meridiano terrestre equivalente a 1852 m.<br />
• Minuto - sub-unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida da Longitu<strong>de</strong> e da Latitu<strong>de</strong> que equivale a 1/60 <strong>de</strong> grau.<br />
• Mistral- vento periódico do Mediterrâneo que ocorre ao longo da costa francesa vindo <strong>de</strong> Norte.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Moitão – caixa <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, plástico ou metal com um furo no meio on<strong>de</strong> se aloja uma roidana por on<strong>de</strong> passa um<br />
cabo.<br />
• Molhe - muro <strong>de</strong> pedra e cimento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões <strong>de</strong>stinado a quebrar o mar protegendo portos e marinas<br />
• Molinete – aparelho <strong>de</strong> força com eixo vertical para ajuda a caçar os cabos.<br />
• Monotipo – tipo <strong>de</strong> embarcação <strong>de</strong> regata e recreio, cujo <strong>de</strong>senho e construção obe<strong>de</strong>ce a padrões uniformes<br />
Estes padrões agrupam-se em classes, que por sua vez, se reúnem em associações.<br />
• Montante – lado da nascente em relação a qualquer ponto <strong>de</strong> um rio .<br />
• Mor<strong>de</strong>dor – peça constituída por dois braços <strong>de</strong>nta<strong>dos</strong> para entalar cabos e não os <strong>de</strong>xar correr.<br />
• Mosquetão – serve para segurar cabos <strong>de</strong>ixando-os correr.<br />
• N – abreviatura <strong>de</strong> Norte.<br />
• Nau - navio <strong>de</strong> guerra antigo, à vela.<br />
• Navegar ao largo - navegar à vela com o vento a entrar entre a amura e a alheta.<br />
• Navio - embarcação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões que se <strong>de</strong>sloca sobre a água com propulsão própria e com<br />
acomodações que permitem abrigar e alojar pessoas durante travessias longas.<br />
• NE - abreviatura <strong>de</strong> Nor<strong>de</strong>ste.<br />
• Nível médio - média das alturas da água <strong>dos</strong> mares, calculadas com base na observação do nível da água ao<br />
longo <strong>de</strong> um período <strong>de</strong> tempo muito prolongado.<br />
• NNE - abreviatura <strong>de</strong> Nor-Nor<strong>de</strong>ste.<br />
• NNW - abreviatura <strong>de</strong> Nor-Noroeste.<br />
• Nó - unida<strong>de</strong> náutica para medir a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma embarcação, que é equivalente a uma milha marítima por<br />
hora (1852 m/h); laço apertado <strong>de</strong> um cabo.<br />
• Norte - ponto car<strong>de</strong>al situado a 0º ou 360° da rosa-<strong>dos</strong>-ventos.<br />
• NW - abreviatura <strong>de</strong> Noroeste.<br />
• Obras mortas - parte do casco que está fora <strong>de</strong> água; ou parte que está acima da linha <strong>de</strong> água.<br />
• Obras vivas - parte do casco que se encontra mergulhada; ou parte que se encontra abaixo da linha <strong>de</strong> água;<br />
querena.<br />
• Oclusão - é a fase <strong>de</strong> dissipação <strong>de</strong> um sistema frontal.<br />
• Odómetro - aparelho para medir a velocida<strong>de</strong>, em nós, e a distância percorrida, em milhas, relativamente à<br />
superfície da água.<br />
• Oeste - ponto car<strong>de</strong>al situado a 270° na rosa-<strong>dos</strong>-ventos.<br />
• Olhal - anel <strong>de</strong> metal fixo, que serve para engatar poleame, cabos.<br />
• Onda - movimento <strong>de</strong> oscilação da água provocada pelo movimento da maré, pela orografia do fundo do mar pelo<br />
vento longínquo, e que se mantém mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>ste último <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> soprar (ver vaga).<br />
• Optimist - mono tipo <strong>de</strong> regata e iniciação para crianças <strong>dos</strong> 8 aos 12 anos, mais famoso do mundo; casco tipo<br />
bote com painel <strong>de</strong> proa e fundo quase chato, me<strong>de</strong> 2,34 m <strong>de</strong> comprimento, 1, 13 m <strong>de</strong> boca, pesa 35 kg e tem<br />
uma vela <strong>de</strong> espicha com 3,25 m2; foi projectado em 1947 pelo americano Clark Mills.<br />
• Orçar - aproximar a proa da embarcação da linha do vento.<br />
• Ortodrómia - arco <strong>de</strong> circulo máximo que une dois pontos sobre a esfera terrestre; correspon<strong>de</strong> ao caminho mais<br />
curto entre dois pontos quaisquer.<br />
• Ossada - cavername; conjunto <strong>de</strong> peças que constituem o esqueleto da embarcação.<br />
• Pá - extremo achatado do remo que trabalha na água para impulsionar a remada.<br />
• Pagaia - remo curto, para embarcações miúdas<br />
• Painel <strong>de</strong> popa - forro exterior que reveste o esqueleto da popa, quando esta é plana, suportada pelo cadaste e<br />
contracadaste.<br />
• Pairar - parar sem fun<strong>de</strong>ar, aquartelando a vela gran<strong>de</strong>.<br />
• Palha - espessura do mastro.<br />
• Pan<strong>de</strong>iro - forma <strong>de</strong> recolher um cabo, para estar pronto para uso.<br />
• Paneiros - estra<strong>dos</strong> assentes no fundo sobre as cavernas.<br />
• Pano - velas da embarcação.<br />
• Paralelo - círculo imaginário que circunda a Terra paralelamente ao Equador, logo, perpendicularmente aos<br />
meridianos.<br />
• Pata - extremida<strong>de</strong> triangular do braço <strong>de</strong> uma âncora, que serve para se enterrar no leito submarino.<br />
• Patilhão - peça fixa ou móvel, que funciona como acrescento vertical à quilha e se <strong>de</strong>stina a reduzir o abatimento<br />
das embarcações à vela.<br />
• Patrão -homem responsável pelo governo da embarcação.<br />
• Pau <strong>de</strong> Spinnaker - verga baixa utilizada para afastar o punho da escota <strong>de</strong> barlavento <strong>de</strong> um spinnaker.<br />
• Pé - extremo inferior do mastro.<br />
• Pés <strong>de</strong> carneiro - paus verticais assentes na sobrequilha para escorar as bancadas ou os vaus <strong>de</strong> uma<br />
embarcação.<br />
• Pinha - trabalho da arte <strong>de</strong> marinheiro feito com cabo, constituído por um entrançado que serve para impedir o<br />
cabo <strong>de</strong> correr em gornes e olhais, para chicote <strong>de</strong> retenida ou para adorno.<br />
• Planar - é quando uma embarcação <strong>de</strong>sliza na vaga, permitindo-lhe atingir uma gran<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>.<br />
• Poço - parte do convés a <strong>de</strong>scoberto.<br />
• Poita - amarração fixa constituída por um gran<strong>de</strong> peso assente no fundo que tem uma amarra <strong>de</strong> corrente que fica<br />
suspensa por uma bóia <strong>de</strong> arinque.<br />
• Poleame - conjunto <strong>de</strong> peças necessárias à passagem e fixação <strong>dos</strong> cabos.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
225
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Pólo - cada um <strong>de</strong> dois pontos contrários do globo terrestre por on<strong>de</strong> passa o seu eixo <strong>de</strong> rotação on<strong>de</strong> convergem<br />
os meridianos.<br />
• Pontal - distância medida na vertical <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a quilha à borda da embarcação.<br />
• Popa - extremida<strong>de</strong> posterior da embarcação.<br />
• Porta - parte larga do leme que permite manobrar e governar a embarcação.<br />
• Postigo - tampa <strong>de</strong> abertura no costado.<br />
• Prancha<strong>de</strong>ira - o mesmo que emprancha<strong>de</strong>ira.<br />
• Preguiceiros - cabos coloca<strong>dos</strong> do mastro para a retranca e que nesta mantêm a vela gran<strong>de</strong> quando arriada.<br />
• Preia-mar - ponto mais alto da maré.<br />
• Preia-mar: Nível máximo <strong>de</strong> uma maré-cheia.<br />
• Proa -extremida<strong>de</strong> anterior da embarcação.<br />
• Profundida<strong>de</strong>- medida da altura da água <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a superfície ao fundo num local <strong>de</strong>terminado, que varia com a<br />
maré; o mesmo que sonda à hora.<br />
• Punho -nome dado aos cantos das velas; extremida<strong>de</strong> do remo que serve <strong>de</strong> pega para o remador.<br />
• Q<br />
• Quadrante - cada um <strong>dos</strong> quatro sectores em que se divi<strong>de</strong> a rosa-<strong>dos</strong>-ventos.<br />
• Quadratura - Lua na posição <strong>de</strong> Quarto-crescente ou Quarto-minguante relativamente à posição da Terra/Sol.<br />
• Quadratura: O sol e a lua formam ângulo <strong>de</strong> 90º graus em relação a Terra.<br />
• Quarto - intervalo <strong>de</strong> tempo em que um conjunto <strong>de</strong> tripulantes está <strong>de</strong> serviço.<br />
• Quatrocentos e setenta (470) - embarcação monotipo <strong>de</strong> regata, criada em 1963 por Jean Mourin, classe olímpica<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1976, para 2 tripulantes; me<strong>de</strong> 4, 70 m <strong>de</strong> comprimento, 1 ,68 m <strong>de</strong> boca e 13,28 m2 <strong>de</strong> área vélica com vela<br />
gran<strong>de</strong> e vela <strong>de</strong> proa, além <strong>de</strong> um spinnaker <strong>de</strong> 13m2 e pesando 115 kg.<br />
• Quatrocentos e vinte (420) - embarcação monotipo <strong>de</strong> regata, criada em 1960 por Christian Maury, para 2<br />
tripulantes, me<strong>de</strong> 4,20 m <strong>de</strong> comprimento, 1,63 m <strong>de</strong> boca e 10,25 m2 <strong>de</strong> área vélica com vela gran<strong>de</strong> e vela <strong>de</strong><br />
proa, além <strong>de</strong> um spinnaker; pesa 100 kg.<br />
• Quebra-mar - apêndice junto à proa inclinado para vante e que serve para expulsar a água embarcada pela proa<br />
da embarcação.<br />
• Querena - parte da embarcação que se encontra mergulhada na água; obras vivas.<br />
• Quilha - peça estrutural situada na base da embarcação, colocada no sentido longitudinal, on<strong>de</strong> assenta toda a<br />
ossada.<br />
• R.I.E.A.M. - Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar.<br />
• Radar - (inglês, Radio Detecting and Ranging), aparelho electrónico <strong>de</strong>stinado a fazer a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> alvos e a<br />
<strong>de</strong>terminação da distância por transmissão electromagnética.<br />
• Ré - 1ermo que se utiliza para referenciar uma posição ou direcção a bordo <strong>de</strong> um navio ou embarcação e que se<br />
localizará mais para o lado da popa; parte da embarcação para o lado da popa.<br />
• Rebentação - lugar on<strong>de</strong> a onda se quebra junto à praia ou baixio.<br />
• Refluxo - vazante da maré.<br />
• Refrega - aumento súbito da velocida<strong>de</strong> do vento, em zonas <strong>de</strong> vento constante.<br />
• Regeira - cabo <strong>de</strong> amarração disparado da proa para a ré ou da popa para vante; também conhecido como spríng.<br />
• Régua - é usada em bolsas na valuma da vela gran<strong>de</strong> e evita o grivar da vela.<br />
• Remada - todo o movimento do remador entre dois ataques.<br />
• Remar - acção <strong>de</strong> movimentar o barco com os remos.<br />
• Remos - peças que servem para propulsionar a embarcação.<br />
• Retardo - atraso na ocorrência <strong>de</strong> um fenómeno.<br />
• Retenida - cabo solteiro <strong>de</strong> pequena bitola usado para lançar para terra, aguentar ou içar pequenos objectos ou<br />
outros cabos.<br />
• Retranca - verga que serve para esticar a esteira da vela latina, situada a ré do mastro, articulada para po<strong>de</strong>r ser<br />
movimentada para ambos os bor<strong>dos</strong> e para cima e para baixo.<br />
• Rízar - reduzir a área vélica da embarcação para enfrentar ventos fortes.<br />
• Rízes - pequenos cabos, que permitem reduzir a área vélica da embarcação.<br />
• Robaletes - peças longitudinais, no encolamento, que reduzem o balanço.<br />
• Roda a Roda - quando duas embarcações navegam aproadas uma à outra.<br />
• Roda <strong>de</strong> Proa - peça reforçada <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ou aço apoiada na extremida<strong>de</strong> da quilha, a vante, fechando a ossada<br />
e dando forma à proa.<br />
• Roda do Leme - roda ou volante com que se governa a embarcação.<br />
• Rosa-<strong>dos</strong>-ventos - círculo dividido em graus e partes <strong>de</strong> graus, <strong>de</strong> 0º a 360°, com indicação <strong>dos</strong> respectivos<br />
pontos car<strong>de</strong>ais.<br />
• Rota - ver <strong>de</strong>rrota.<br />
• Rumo - direcção do movimento da embarcação relativamente ao fundo.<br />
• S - abreviatura <strong>de</strong> Sul.<br />
• S.O.S. - etras que, internaclonalmente, significam socorro; Save Our Soles.<br />
• Sacada - forma que tomam as obras-mortas, a vante e a ré, e que resulta da curvatura transversal do costado.<br />
• Saco da vela - concavida<strong>de</strong> máxima da superfície curva <strong>de</strong> uma vela quando cheia.<br />
• Salto <strong>de</strong> vento - mudança repentina na direcção do vento.<br />
• Salva-vidas - embarcação tipo baleeira com caixas-<strong>de</strong>-ar.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
226
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Sapatilho - acessório para cabo, vela ou toldo, constituído por um aro oval ou circular, que serve para proteger e<br />
dar rigi<strong>de</strong>z.<br />
• Sarreta - ripas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira colocadas no fundo das embarcações para protecção do seu interior; longarina abaixo<br />
do alcatrate.<br />
• SE - abreviatura <strong>de</strong> Su<strong>de</strong>ste.<br />
• Seguimento - com andamento ou em movimento.<br />
• Seio - parte do cabo entre os chicotes.<br />
• Sextante - instrumento <strong>de</strong> reflexão dupla que me<strong>de</strong> ângulos verticais ou horizontais (<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da posição <strong>de</strong><br />
utilização do aparelho) entre dois objectos visa<strong>dos</strong>.<br />
• Shell - barco a remos <strong>de</strong> tabuado liso, muito frágil, leve e comprido, no qual os remadores se sentam uns atrás <strong>dos</strong><br />
outros, no mesmo enfiamento.<br />
• Singradura - distância efectiva percorrida por uma embarcação num período <strong>de</strong> 24 horas.<br />
• Sino - objecto metálico, em forma <strong>de</strong> vaso Invertido com um badalo com uma corda pen<strong>de</strong>nte, que serve para<br />
emitir sinais à distância, nomeadamente, <strong>de</strong> alarme ou emergência.<br />
• Skiff - é um Shell monolugar e com remos paralelos.<br />
• Skipper - nome dado ao comandante <strong>de</strong> uma embarcação <strong>de</strong> recreio.<br />
• Sloop - embarcação <strong>de</strong> um só mastro com vela gran<strong>de</strong> e um só estai.<br />
• Snipe - embarcação monotipo <strong>de</strong> regata, <strong>de</strong>senhada em 1931 pelo americano Willian C. Crosby; com casco <strong>de</strong><br />
quina viva, armado com vela gran<strong>de</strong> e <strong>de</strong> proa, me<strong>de</strong> 4, 75 m <strong>de</strong> comprimento, 1,53 m <strong>de</strong> boca, 172 kg, para 2<br />
tripulantes e com uma área vélica <strong>de</strong> 10,78 mP 2P .<br />
• Sobrequilha - peça estrutural semelhante à quilha, assente em posição longitudinal sobre as cavernas com vista a<br />
reforçar o casco.<br />
• Sonar - (inglês, Sound Navigation and Ranging), aparelho electroacústico para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> objectos submersos e<br />
para a <strong>de</strong>terminação da profundida<strong>de</strong>.<br />
• Sonda - aparelho electroacústíco que serve para medir a profundida<strong>de</strong> e conhecer a natureza do fundo; a<br />
profundida<strong>de</strong> das águas num <strong>de</strong>terminado local.<br />
• Sotavento - para on<strong>de</strong> sopra o vento.<br />
• Spinnaker - vela <strong>de</strong> balão.<br />
• Spring – regeira.<br />
• SSE - abreviatura <strong>de</strong> Sul-Su<strong>de</strong>ste.<br />
• SSW - abreviatura <strong>de</strong> Sul-Sudoeste.<br />
• Substituta -ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> sinais usada para repetir outras ban<strong>de</strong>iras já utilizadas anteriormente no mesmo sinal.<br />
• Sul -ponto car<strong>de</strong>al localizado nos 180° da rosa-<strong>dos</strong>-ventos.<br />
• Suspen<strong>de</strong>r -operação <strong>de</strong> levantar ferro.<br />
• SW -abreviatura <strong>de</strong> Sudoeste.<br />
• T<br />
• Talabardão - corrimão largo on<strong>de</strong> termina a borda falsa.<br />
• Talhame - conjunto <strong>de</strong> aparelhos <strong>de</strong> força <strong>de</strong> uma embarcação.<br />
• Taxímetro - instrumento para ler marcações.<br />
• Te//-tales - pequenos fios <strong>de</strong> lã ou tiras <strong>de</strong> tecido, colocadas a diversas alturas junto ao gurutil da vela <strong>de</strong> proa ou<br />
na valuma da vela gran<strong>de</strong>, que indicam se uma vela está bem mareada.<br />
• Temperatura - quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor existente num corpo ou no ambiente.<br />
• Tempesta<strong>de</strong> - fenómeno meteorológico muito adverso caracterizado por ventos muito fortes, chuva e trovoada.<br />
• Tença - qualida<strong>de</strong> do fundo do meio aquático no que respeita ao fun<strong>de</strong>ar.<br />
• Tesar - esticar bem um cabo.<br />
• Testa - lado <strong>de</strong> vante da vela <strong>de</strong> uma embarcação.<br />
• Timoneiro - homem do leme.<br />
• Toletes - varões metálicos, servindo para apoiar os remos, como nas forquetas.<br />
• Tona - à superfície.<br />
• Tralha - cabo que guarnece a orla da vela.<br />
• Través - direcção perpendicular à mediania da embarcação; mareação <strong>de</strong> través.<br />
• Travessão - peça transversal colocada a ré, que serve <strong>de</strong> reforço à embarcação e é posta nos alcatrazes ou nos<br />
dormentes.<br />
• Trinca - navegar muito cingido ao vento.<br />
• Tropopausa - camada da atmosfera, que separa a troposfera e a estratosfera.<br />
• Troposfera - camada da atmosfera que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nível do mar até uma altura da or<strong>de</strong>m <strong>dos</strong> 11 km.<br />
• Unha - extremo da âncora que na manobra <strong>de</strong> fun<strong>de</strong>ar se enterra no fundo.<br />
• Unhar - enterrar a unha da âncora no fundo.<br />
• Vaga - onda produzida pelo vento local e que termina logo que este acaba.<br />
• Valuma -lado <strong>de</strong> ré da vela gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma embarcação.<br />
• Vante - parte da frente da embarcação; parte da embarcação para o lado da proa.<br />
• Varandim - balaustrada rígida a ré (da popa) e <strong>de</strong> vante (da proa).<br />
• Vau - peça <strong>de</strong> metal <strong>de</strong> forma arqueada, que suporta o convés da embarcação; peça <strong>de</strong> metal perpendicular ao<br />
mastro, que serve para esticar os brandais e os estais.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
• Vaurien - embarcação mono tipo, <strong>de</strong> fundo chato, muito utilizado para aprendizagem e regatas; foi <strong>de</strong>senhado pelo<br />
francês J. J. Herbulot; comporta 2 tripulantes, me<strong>de</strong> 4,08 m <strong>de</strong> comprimento, 1,47 m <strong>de</strong> boca, pesa 95 kg e a área<br />
vélica é <strong>de</strong> 8,80 m2.<br />
• Vazante da maré - movimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida das águas <strong>de</strong> maré.<br />
• Vela - conjunto <strong>de</strong> panos <strong>de</strong> corte variável, que serve para impulsionar a embarcação.<br />
• Velame - conjunto <strong>de</strong> todas as velas a bordo <strong>de</strong> uma embarcação.<br />
• Vento - ar em movimento.<br />
• Vento aparente - resultante do movimento da embarcação e da direcção do vento real.<br />
• Verdugo - régua <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira pregada ou aparafusada exteriormente, no sentido longitudinal <strong>de</strong> popa à proa, por<br />
baixo da falca, para protecção do costado.<br />
• Verga - peça longa, geralmente cilíndrica, perpendicular ao mastro e que serve para receber uma vela.<br />
• Vertedouro - o mesmo que bartedouro.<br />
• Vigia - abertura no costado, por norma circular, <strong>de</strong>stinada a arejar e a iluminar o interior da embarcação, e que é<br />
fechada por uma tampa <strong>de</strong> vidro.<br />
• Virar - mudar <strong>de</strong> rumo, <strong>de</strong> direcção, <strong>de</strong> bordo ou <strong>de</strong> amura; inclinação <strong>de</strong> uma embarcação, maior ou igual a 90°,<br />
isto é, com o mastro na água.<br />
• Volta - nome dado ao trabalho <strong>de</strong> marinheiro quando se pren<strong>de</strong> um cabo a um cunho, anete, cabeço ou outro<br />
objecto.<br />
• Windsurf - (inglês) <strong>de</strong>sporto náutico praticado em prancha à vela.<br />
• WNW - abreviatura <strong>de</strong> Oeste-Noroeste.<br />
• WSW - abreviatura <strong>de</strong> Oeste-Sudoeste.<br />
• Xadrez - superfície em forma <strong>de</strong> gra<strong>de</strong>, para <strong>de</strong>ixar passar luz e ar e escoar a água, que é <strong>de</strong>stinada a servir <strong>de</strong><br />
piso ou cobertura.<br />
• Yacth - o mesmo que iate (yate), embarcação <strong>de</strong> cruzeiro e recreio.<br />
• Yawl - semelhante ao Ketch, mas o mastro da ré fica colocado a ré da roda <strong>de</strong> leme.<br />
• Yo/1e - barco a remos <strong>de</strong> casco aberto, construído em tabuado trincado. Os remadores sentam-se em zig-zag.<br />
• Zarpar - levantar ferro.<br />
• Zero hidrográfico - plano ao qual se referem as sondas reduzidas representadas nas cartas.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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