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BSB PLUS SIZE MAGAZINE

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2<br />

TRATAMENTO ESTÉTICO DENTAL<br />

(Implantes Dentários, Ortodontia e Clínica Geral)<br />

Ed. TTC, Sala 917 - Tag. Centro. Fácil Acesso.<br />

www.implantecodontologia.com.br<br />

AGENDE SUA AVALIAÇÃO:<br />

3563-6063<br />

R.T. Wilson José de Araújo - CRO-DF 7632 - EPAO 1704


COORDENADORA GERAL<br />

Janaína Graciele<br />

EDITORA CHEFE<br />

Márcia Mossmann<br />

COLABORADORES<br />

Brasília: Dione Gumes, Rafaella Amaral,<br />

Juliana Souza, Marco Monteiro, Andréia<br />

Brandão, Caroline Valente e<br />

Karim Roberto Baroud<br />

São Paulo: Hadarah Rocha<br />

Limeira: Danny Silva e<br />

Pedrina Bertanha<br />

Rio de Janeiro: Paula Khalil<br />

FOTOGRAFIA<br />

Márcia Mossmann, Vanessa Fortes e<br />

Andreas Ciero<br />

PROJETO GRÁFICO<br />

Márcia Mossmann<br />

EDIÇÃO DE ARTE<br />

Cézar A. de Melo<br />

REPORTAGEM<br />

Marcos Ribeiro<br />

REDAÇÃO<br />

Eloah Prata e Marietta Costa<br />

REVISÃO<br />

Geraldo Brito<br />

JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />

Mário de Almeida<br />

Reg. MTE 667/MG<br />

IMPRESSÃO<br />

Gráfica Arte Cor<br />

CONTATOS<br />

bsbplussize@gmail.com<br />

mmossmann@hotmail.com<br />

lisbelaeditora@hotmail.com<br />

(61) 8170 9555<br />

(61) 9227 5155


A<br />

obesidade é atualmente um<br />

dos mais graves problemas de<br />

saúde pública. Sua prevalência<br />

elevou-se acentuadamente nas<br />

últimas décadas, inclusive nos países<br />

em desenvolvimento, o que levou a<br />

doença à condição de epidemia global.<br />

A sociedade brasileira está sendo<br />

afetada drasticamente por este mal ao<br />

longo dos últimos anos, sendo tímidas<br />

as políticas públicas necessárias para<br />

prevenir e combater a problemática,<br />

que vem sendo discutidas nos órgãos<br />

governamentais.<br />

Pesquisas realizadas pelo IBGE e<br />

Ministério da Saúde apresentam<br />

diagnósticos profundos, o que<br />

pode ser verificado na Pesquisa de<br />

Orçamento Familiar (POF), feita<br />

entre os anos de 2008 e 2009. Nesse<br />

estudo, verificou-se que metade da<br />

população brasileira está acima do<br />

peso, com um aumento significativo<br />

nos últimos 35 anos. Na última década,<br />

a incidência da obesidade sobre os<br />

brasileiros aumentou muito, atingindo<br />

cerca de 11% da população. Entre as<br />

mulheres esse problema é ainda maior.<br />

Uma das formas que as mulheres<br />

com sobrepeso vêm recorrendo para<br />

6<br />

combater a obesidade, tem sido a<br />

cirurgia bariátrica.<br />

Mulheres que são casadas, já tiveram<br />

filhos e têm entre 25 e 45 anos são as<br />

que mais procuram a cirurgia. Mas não<br />

basta estar um pouco acima do peso<br />

para passar pelo processo cirúrgico. E<br />

em muitos casos, atividades físicas e<br />

uma boa dieta com acompanhamento<br />

de nutricionistas podem ser grandes<br />

aliados no alcance do bem-estar de<br />

quem está acima do peso e com a<br />

silhueta avantajada.<br />

A prevenção é o melhor meio de<br />

combater a obesidade. Além de uma<br />

alimentação onde a ingestão alimentar<br />

seja inferior à necessidade calórica do<br />

paciente, promovendo um balanço<br />

energético negativo, deve haver uma<br />

mudança em hábitos alimentares<br />

inadequados, havendo um maior<br />

consumo de frutas e hortaliças e<br />

menor consumo de alimentos ricos<br />

em gordura saturada e açúcar. A<br />

atividade física deve ser incentivada<br />

por aumentar o gasto energético e<br />

favorecer a redução de peso, além de<br />

proporcionar outros benefícios.<br />

A alimentação adequada ao exercício<br />

auxilia o desempenho do esporte, já<br />

que fornece o substrato energético -<br />

a energia para as atividades do corpo.<br />

A prática de exercícios regulares por<br />

sua vez, melhora a habilidade do<br />

organismo em utilizar os nutrientes.<br />

Com isso, conclui-se que uma boa<br />

alimentação beneficia o esporte e o<br />

esporte beneficia a boa alimentação.<br />

Portanto, uma alimentação compatível<br />

com o tipo de atividade física e que<br />

colabore e otimize os efeitos do<br />

exercício, deve ser considerada como<br />

alternativa para quem está acima do<br />

peso e deseja viver de forma mais<br />

saudável, equilibrando o corpo e a<br />

mente, sem neuras.<br />

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Vinícius Francis<br />

Terapeuta Holístico<br />

A<br />

autoestima está ligada a<br />

autoaceitação. Porque se<br />

você se estima, é porque<br />

se aceita; se nota e acima de<br />

tudo, se aprova.<br />

Obviamente, a mídia, a sociedade<br />

e as opiniões da maioria tendem a<br />

nos bombardear com informações<br />

a respeito de beleza, ou melhor, do<br />

que seria o padrão ideal da beleza.<br />

No entanto, beleza é uma<br />

coisa profundamente relativa,<br />

individual e única. Ninguém é<br />

igual a ninguém. Cada pessoa<br />

carrega em si suas próprias<br />

características e isso é o que faz<br />

de cada ser humano bonito do<br />

jeito que é. O que é taxado de<br />

“feio”, na maioria dos casos é<br />

porque foi, antes, comparado ao<br />

estereotipo idealizado do belo.<br />

E toda dificuldade de aceitação<br />

própria, concernente à aparência,<br />

tem raiz na comparação.<br />

Aliás, vivemos numa sociedade<br />

que compara tudo. Inventam<br />

“modelos” para todas as coisas<br />

e, volta e meia, nos pegamos na<br />

loucura de nos compararmos.<br />

Engano. Aprenda a ver-se de<br />

forma única e ao invés de tentar<br />

“medir” sua beleza com a medida<br />

até então, imposta e estabelecida,<br />

pratique você mesmo o hábito<br />

de observar seu charme, seu<br />

jeito particular e aquilo em você<br />

que é interessante e que merece<br />

destaque de sua parte.<br />

Porque quando nos admiramos,<br />

nos aceitamos e temos para<br />

conosco uma visão puramente<br />

positiva, somos notados, elogiados.<br />

Ganhamos brilho e destaque<br />

porque a luz que os outros<br />

enxergam em nós, reflete nosso<br />

interior. A visão que o mundo tem<br />

não deve importar mais do que a<br />

sua sobre si mesmo. Faça as pazes<br />

com o espelho e<br />

além dele, com sua<br />

própria mente.<br />

Seja mais você.<br />

Apoie-se e procure<br />

estar em harmonia<br />

consigo. A harmonia<br />

criada no âmbito<br />

interior reflete<br />

no exterior gerando<br />

uma porção de<br />

coisas boas, entre<br />

elas, sucesso, bem<br />

estar e saúde. Nada<br />

surte mais efeito<br />

na vida de um ser<br />

humano do que a<br />

autoaceitação e autoestima.<br />

Considere-se, cuide de você, se<br />

trate da forma como gostaria de<br />

ser tratado pelos outros e colherá<br />

ótimos frutos.<br />

Se puder melhorar algo, faça<br />

isso. Mas faça isso por você,<br />

por sua autoestima e não para<br />

corresponder o externo. Veja-se<br />

perfeito na medida da perfeição<br />

divina em você. Compreenda que<br />

você é obra única do Criador e<br />

que ele cuidou de te presentear<br />

atributos que são somente seus.<br />

Destaque-os. Use-os para se<br />

colocar em evidência, primeiro em<br />

si mesmo e depois, no mundo. Pois<br />

aquele que brilha em si mesmo<br />

resplandece por onde quer que<br />

passe.<br />

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<strong>BSB</strong> <strong>PLUS</strong> <strong>SIZE</strong>: Em algum<br />

momento, estar fora dos padrões<br />

de beleza impostos pela sociedade e<br />

pela mídia, comprometeu sua carreira<br />

artística? Conte algum fato que possa<br />

ilustrar tal comprometimento.<br />

SIMONE: No começo sim, mas<br />

hoje não mais. Inclusive me ajuda<br />

(risos)! O que me incomodava falando<br />

pontualmente era saber que estava<br />

apta e talvez a melhor pra realizar um<br />

trabalho e não conseguia por que o<br />

padrão de beleza eram as mulheres<br />

altas e esquálidas.<br />

<strong>BSB</strong> <strong>PLUS</strong> <strong>SIZE</strong>: Em algum<br />

momento pensou em desistir de ser<br />

atriz?<br />

SIMONE: Nunca. Se não confiasse<br />

no meu talento não chegaria a lugar<br />

algum. Se te julgam pela aparência<br />

responda com competência!<br />

<strong>BSB</strong> <strong>PLUS</strong> <strong>SIZE</strong>: Como você vê a<br />

valorização do movimento Plus Size,<br />

22<br />

em que mulheres acima do peso<br />

assumem sua beleza?<br />

SIMONE: Acho importantíssimo,<br />

principalmente num país onde<br />

a maioria não segue padrões.<br />

Valorizar e incentivar o ser humano<br />

é fundamental e imprescindível.<br />

Preconceito num tá com nada.<br />

<strong>BSB</strong> <strong>PLUS</strong> <strong>SIZE</strong>: Você se encaixa<br />

no perfil Plus Size? Sabe tirar<br />

vantagem desse diferencial?<br />

SIMONE: Com certeza. Inclusive<br />

mais uma vez vou defender as<br />

gordinhas com minha próxima<br />

personagem na novela “Jóia Rara”,<br />

de Duca Rachid e Telma Guedes. A<br />

Serena Fox ( minha personagem )<br />

vai ser uma vedete gordinha cheia de<br />

atitude e autoestima elevada. Tive que<br />

engordar mais uma vez e não me arrependo.<br />

Eu acho que saber tirar vantagem desse<br />

diferencial, é em primeiro lugar se amar do jeito<br />

que você é, acima de tudo.<br />

<strong>BSB</strong> <strong>PLUS</strong> <strong>SIZE</strong>: Seu biótipo<br />

sempre foi assim? Já desejou ser<br />

magrinha?<br />

SIMONE: Sempre fui gordinha,<br />

mas como toda mulher, por conta de<br />

cobranças principalmente no trabalho,<br />

já desejei ser magra sim. O importante<br />

é a saúde, acho que paranóia e<br />

desequilíbrio só atrapalham.<br />

<strong>BSB</strong> <strong>PLUS</strong> <strong>SIZE</strong>: Quais cuidados<br />

você toma em relação ao corpo?<br />

Controla a alimentação, ou se dá<br />

aos prazeres do bom garfo? Pratica<br />

alguma atividade física?<br />

SIMONE: Eu sou bailarina formada.<br />

Nunca deixei de dançar, e essa é<br />

a forma que eu encontro de me<br />

movimentar e de cuidar da minha<br />

saúde. Não vou enganar, às vezes<br />

“chuto o balde” no garfo. Mas<br />

compenso depois (risos)! Dançando,<br />

claro!<br />

<strong>BSB</strong> <strong>PLUS</strong> <strong>SIZE</strong>: Muitas mulheres<br />

engordam por questões emocionais<br />

ou psicológicas e outras por<br />

problemas de saúde ou mesmo por<br />

genética. Qualquer que seja o motivo<br />

de estarem com quilinhos a mais e<br />

formas avantajadas, você crê que se<br />

elas tiverem sua auto-estima elevada<br />

e a consciência de que cuidando da<br />

saúde; usando roupas ousadamente<br />

adequadas à sua silhueta, assim como<br />

maquiagem e cabelo impecáveis e<br />

permitindo-se amar e serem amadas, o<br />

céu é o limite?<br />

SIMONE: Com certeza.<br />

<strong>BSB</strong> <strong>PLUS</strong> <strong>SIZE</strong>: Qual seu recado<br />

para as leitoras da <strong>BSB</strong> <strong>PLUS</strong> <strong>SIZE</strong><br />

<strong>MAGAZINE</strong>?<br />

Simone: A vida é curta. Então,<br />

aproveitem! Se amem e sejam felizes.<br />

Quando se está feliz tudo parece ser<br />

mais fácil!<br />

23


tempo é uma ilusão, referência<br />

O que utilizamos pra pontuar horas,<br />

dias, meses, anos e perpetuar a história<br />

de nossas vidas. E para falar de Janaína<br />

Graciele, preciso fazer uma viagem no<br />

tal “tempo”.<br />

Intensa, empreendedora, mãe,<br />

criativa e guerreira, como ela própria se<br />

define, poderiam ser alguns adjetivos<br />

que resumidamente representariam<br />

esta mulher. Conheci a hoje<br />

empresária, estabelecida em Planaltina,<br />

Distrito Federal, quando ainda menina.<br />

Ela era apaixonada por um cantor<br />

de uma banda muito conhecida em<br />

Brasília, que conquistava a plateia<br />

24<br />

feminina com sua voz sedutora. Nos<br />

bailes da vida, eu como fotógrafa da<br />

“tal banda” e ela como fã, acabamos<br />

nos conhecendo. Debutamos juntas,<br />

eu trabalhando pela primeira vez em<br />

estúdio e a moça tendo seu primeiro<br />

book como modelo, encomendado<br />

pelo cantor que se rendeu aos seus<br />

encantos. Daí foi um passo para nos<br />

tornarmos amigas. Naquele estúdio, de<br />

frente à jovem com jeito de cabocla e<br />

sorriso verdadeiro, aprendi a captar a<br />

alma das pessoas por meio das lentes<br />

de minha câmera e agradeço esse<br />

dom adquirido que carrego até hoje.<br />

Janaína sempre esbanjou beleza<br />

e na época, transpirava uma alegria<br />

comum à sua idade. Já vivia os<br />

conflitos familiares que ainda a<br />

acompanham nos dias atuais, mas<br />

nem por isso se abatia. Foram muitas<br />

aventuras que vivenciamos nos bailes<br />

em que nos divertíamos e eu vivia<br />

minhas aventuras amorosas, ao mesmo<br />

tempo acompanhando sua história de<br />

amor com o cantor. Viajamos juntas,<br />

descobrimos afinidades, frequentamos<br />

mutuamente nossas famílias. Trocamos<br />

receitas, tristezas, alegrias, conquistas<br />

e decepções. Houve períodos de<br />

afastamento entre nós, naturais pelas<br />

histórias individuais que a vida traça<br />

para todo ser. Mas nunca perdemos<br />

contato.<br />

E numa dessas brechas no tempo,<br />

Janaína engravidou e viveu na pele<br />

as consequências que a obesidade<br />

pode trazer quando não se tem<br />

conhecimento e nem entendimento<br />

de que tendências genéticas, postura<br />

emocional entre outros fatores podem<br />

gerar mudanças drásticas ao corpo.<br />

Até a sua primeira gravidez, ela<br />

mantinha uma silhueta digna de<br />

modelo fotográfico e que literalmente<br />

parava o trânsito. Fui testemunha<br />

das tantas investidas masculinas que<br />

provocava quando a fotografava nos<br />

mais diversos pontos da cidade ou<br />

registrando cenários de nossas viagens.<br />

O que não cogitei, entretanto, foi a<br />

possibilidade de seu corpo escultural<br />

transformar-se drasticamente a partir<br />

do nascimento da primeira filha.<br />

Foram meses e anos rejeitando as<br />

novas formas que iam contra tudo o<br />

que alimentou como crença da beleza<br />

perfeita imposta pela sociedade e<br />

reforçada pela mídia. A autoestima<br />

despencou e com isso, amigos se<br />

afastaram e o marido passou a rejeitála<br />

e a buscar outras mulheres fora do<br />

casamento.<br />

Vieram mais dois filhos e o excesso<br />

de peso instalou-se definitivamente<br />

em sua vida. Janaína foi ao fundo do<br />

poço consumida pela autorrejeição entre<br />

outros sentimentos negativos que<br />

afloraram. Passou por momentos difíceis<br />

com a separação e dificuldades<br />

financeiras. Todo um conjunto de fatores<br />

que poderiam fazê-la desistir de<br />

viver. Em 2012, resolveu dar a volta<br />

por cima e tirar proveito da situação<br />

que até então era desfavorável. Inscreveu-se<br />

no Concurso Miss Brasil Plus<br />

Size etapa DF e sua premiação como<br />

2ª Princesa, concorrendo com mulheres<br />

muito mais jovens, despertou-lhe o<br />

desejo de mostrar a todas as pessoas<br />

acima do peso, especialmente a população<br />

feminina, que é possível conviver<br />

com essa realidade, sem drama.<br />

No final de 2012 reuniu outras mulheres<br />

gordinhas e propôs a criação de<br />

um calendário Plus Size para o ano seguinte,<br />

com imagens que retratariam a<br />

beleza ímpar de cada uma, tendo como<br />

cenário os monumentos de Brasília. Lá<br />

estava eu, que mesmo descendo e subindo<br />

em estações diferentes,<br />

sempre a reencontrava<br />

no “trem<br />

da vida” e topei o<br />

desafio de fotografar<br />

as mulheres plus size,<br />

incluindo minha mais<br />

antiga modelo. O<br />

projeto agregou o numero<br />

de participantes<br />

necessário e fez grande<br />

sucesso na mídia.<br />

A partir daí, vieram<br />

encontros mensais<br />

entre o grupo<br />

liderado por Janaína,<br />

que vem ganhando<br />

novas adeptas e se<br />

reúne para discutir<br />

assuntos variados<br />

como: alimentação,<br />

nutrição, bem-estar,<br />

saúde, comportamento, histórias<br />

de vida etc. contando<br />

com a orientação e presença<br />

de sociólogos, psicólogos,<br />

médicos entre outros profissionais.<br />

E agora, com a<br />

publicação da <strong>BSB</strong> <strong>PLUS</strong><br />

<strong>SIZE</strong> <strong>MAGAZINE</strong>, mais<br />

um projeto de sua autoria<br />

que conta com minha<br />

parceria e apoio irrestritos,<br />

Janaína Graciele consagra<br />

sua virada como mulher e<br />

empreendedora, difundindo<br />

a mensagem de que basta<br />

acreditar em si para reverter<br />

o jogo da vida e ser feliz. Um exemplo<br />

a ser seguido por muitos que passam<br />

por problemas e acham que devem<br />

desistir, sem despertar a força interior<br />

que cada um de nós carrega em si.<br />

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Stúdio Fotográfico<br />

26<br />

book<br />

sensual<br />

Plus size<br />

crianças<br />

gestantes<br />

Formaturas<br />

Casamentos<br />

Aniversários<br />

Desfiles de moda<br />

Cobertura de shows<br />

www.vanyfortes.com.br - 61.9221-4168<br />

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O<br />

ponto de partida para<br />

Hadarah Rocha ingressar<br />

na prática da Dança do<br />

Ventre foi uma grave depressão<br />

tendo como causa principal, a baixa<br />

autoestima devido ao sobrepeso.<br />

Uma psicóloga a orientou a fazer<br />

aulas desse segmento por sua<br />

eficiência em relação à consciência<br />

corporal e possibilidade de elevar a<br />

autoestima.<br />

A prática, iniciada há seis anos,<br />

inicialmente era uma terapia que aos<br />

poucos foi sendo incorporada ao dia<br />

a dia e transformou-se em paixão.<br />

Hadarah continuou a aperfeiçoar-se e<br />

há dois anos dança profissionalmente,<br />

dando aulas e ajudando outras<br />

mulheres a conhecerem melhor o<br />

corpo por meio da Dança do Ventre.<br />

Essa modalidade de dança é benéfica<br />

para todos os tipos de mulheres e<br />

não há limite de idade ou peso por se<br />

tratar de uma atividade física de baixo<br />

impacto e alto gasto calórico (300-<br />

450 Kcal, dependendo da intensidade<br />

da aula), além de outros benefícios<br />

físicos e psicológicos como: aumento<br />

do tônus de alguns grupos musculares<br />

modelando braços, pernas, cintura,<br />

abdome e glúteos; maior flexibilidade;<br />

melhoria da postura; aumento<br />

da capacidade cardiorrespiratória;<br />

melhor funcionamento do aparelho<br />

digestivo, rins e órgãos sexuais como<br />

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ovários e útero regulando ciclos<br />

menstruais, aumentando o prazer<br />

nas relações sexuais; aumento<br />

da fertilidade e da feminilidade;<br />

combate o estresse e<br />

a depressão, além de estimular<br />

o convívio social entre outros<br />

aspectos favoráveis à saúde física,<br />

emocional e mental.<br />

O fato das roupas usadas para<br />

apresentações desse tipo de dança<br />

serem mais ousadas e deixarem<br />

algumas partes do corpo, como a<br />

barriga, expostos, inibe algumas<br />

mulheres “gordinhas” de procurarem<br />

essa prática. A boa notícia para as<br />

mais tímidas é que não é obrigatório<br />

dançar com a barriga de fora. Existem<br />

no mercado alguns tecidos de textura<br />

mais fina que cobrem partes do corpo<br />

mantendo a sensualidade e beleza do<br />

figurino. Além disso, em algumas<br />

categorias como Dança Folclórica<br />

não é permitido mostrar a barriga,<br />

em respeito à cultura e tradições do<br />

povo egípcio de onde nasceu a arte<br />

da Dança do Ventre.<br />

A professora de Dança do Ventre,<br />

Hadarah, dedica-se também a grupos<br />

e turmas de alunas Plus Size nos<br />

espaços onde trabalha. Também dá<br />

aulas particulares para esse publico<br />

específico, pois acredita que da mesma<br />

forma que superou obstáculos,<br />

poderá ajudar muitas outras mulheres<br />

a se valorizarem, amando-se e<br />

sentindo-se mais bonitas.<br />

Ela recomenda a todas as<br />

mulheres Plus Size que já praticam<br />

ou pretendem conhecer essa linda<br />

arte milenar: “Não se prendam e nem se<br />

sintam obrigadas a estar dentro de padrões<br />

estéticos preestabelecidos. Valorizem sua<br />

beleza, independente do seu manequim,<br />

pois como em qualquer atividade física<br />

ou esporte, dedicação é muito importante<br />

e no caso de optar por seguir uma carreira<br />

como dançarina do ventre, o sobrepeso não<br />

prejudicará em nada sua performance nas<br />

aulas ou nos palcos e acima de tudo, por<br />

maior que seja seu peso e suas medidas,<br />

o que sempre prevalece é o sorriso, a<br />

autoestima elevada, o brilho único de cada<br />

ser e o amor próprio.”.<br />

37


Sempre estive acima do peso. Na<br />

adolescência, ouvi de inúmeras<br />

pessoas a clássica pergunta:<br />

“você tem o rosto tão lindo, por que não<br />

emagrece um pouquinho?” ou ainda “Ela<br />

é tão linda, mas é gordinha.” E assim,<br />

vamos crescendo, buscando viver<br />

nossas vidas e tentando nos<br />

aceitar dentro de uma sociedade<br />

na qual alguns, infelizmente,<br />

medem beleza e caráter através<br />

da balança. Mas os tempos estão<br />

mudando, a moda plus size já<br />

encontrou o seu lugar ao sol,<br />

existem inúmeras confecções<br />

para tamanhos maiores e<br />

felizmente aos poucos ocorre<br />

uma mudança de paradigmas<br />

em relação às mulheres acima<br />

do peso.<br />

Minha vida realmente começou<br />

a mudar, quando uma amiga<br />

me mostrou vários blogs de<br />

moda plus size e, através deles,<br />

vimos uma seleção buscando<br />

mulheres gordinhas para estrelar<br />

a campanha outono inverno<br />

da “Dorcas Moda Sob Medida”. Os<br />

proprietários Flaviana e Wellington<br />

Muniz tornaram-se meus padrinhos e<br />

grandes amigos até hoje. Confesso que<br />

mandei minhas fotos sem nenhuma<br />

esperança, muito mais pela insistência<br />

das amigas. Porém, para minha<br />

surpresa, fui uma das escolhidas entre<br />

diversas meninas, inclusive modelos<br />

38<br />

já existentes no mercado. A partir daí,<br />

comecei a minha carreira como modelo,<br />

estrelando essa campanha e, após isso,<br />

participando de alguns concursos e de<br />

sessões fotográficas, porém mantendo<br />

meu emprego como secretária em uma<br />

grande estatal brasileira, afinal estava<br />

apenas começando a modelar.<br />

Apesar de amar os filmes da Disney -<br />

em particular com princesas - eu nunca<br />

sonhei com o príncipe encantado no<br />

cavalo branco, nunca tive sequer vontade<br />

de me casar. Mas sempre fui apaixonada<br />

pela cultura medieval, por castelos,<br />

por vikings... E eis que, um belo dia, fui<br />

interceptada por um. Meu marido me<br />

encontrou através de uma foto postada<br />

em uma rede social por uma conhecida<br />

que tínhamos em comum. Ela me<br />

marcou na foto e assim ele achou o<br />

meu perfil e me mandou diversas mensagens.<br />

Após 4 dias de insistência, resolvi<br />

responder com um “oi” e<br />

a primeira coisa que li dele após<br />

isso foi a seguinte frase: “Pode<br />

parecer estranho, afinal não nos<br />

conhecemos... Mas eu tenho certeza<br />

que você vai se casar comigo”.<br />

E ele estava certo! Após meses<br />

de amizade e mais alguns de namoro,<br />

eu resolvi aceitar o pedido<br />

de casamento e abri mão de<br />

tudo para morar na Dinamarca.<br />

Abdiquei de estar perto da família,<br />

dos amigos, isso culminou<br />

com convites na Dinamarca, ou<br />

seja, continuo modelando para<br />

marcas brasileiras, além de fazer<br />

trabalhos internacionais. Recentemente<br />

comecei a trabalhar<br />

para uma agência dinamarquesa,<br />

“Peepers Denmark” e já estamos<br />

fazendo nosso diferencial em terras<br />

europeias! Agora sou oficialmente<br />

modelo internacional.<br />

Então o que posso dizer disso tudo?<br />

Não poderia estar mais feliz! Acredito<br />

muito em destino e creio que, nessa<br />

vida, nada é por acaso.


42<br />

Escrevo este artigo em nome<br />

de todas nós mulheres lindas e<br />

gostosas que sofrem preconceito por<br />

ter um corpo diferente aos padrões<br />

preestabelecidos pela sociedade<br />

machista, preconceituosa e patriarcal.<br />

Sim, sou gordinha! Sou feliz com<br />

meu corpo que é diferente do que<br />

a cultura da magreza dita. Como<br />

não vivo numa ditadura, tenho<br />

orgulho de ser diferente. Já dizia o<br />

sociólogo, Boaventura Santos Souza:<br />

“Temos o direito a ser iguais quando a<br />

nossa diferença nos inferioriza; e temos<br />

o direito a ser diferentes quando a nossa<br />

igualdade nos descaracteriza.” Somos<br />

iguais e diferentes e isso não pode ser<br />

um problema.<br />

Isso remete à necessidade de termos<br />

uma igualdade que reconheça as<br />

diferenças e de uma diferença que<br />

não produza, alimente ou reproduza<br />

as desigualdades. Assim, negros,<br />

indígenas, mulheres, crianças e demais<br />

grupos passaram a ser tratados em suas<br />

especificidades e particularidades. Ao<br />

direito à igualdade foi acrescentado o<br />

direito à diferença e à diversidade.<br />

Temos que esclarecer o tipo de preconceito<br />

que nós mulherões sofremos<br />

- vergonha, medo, rejeição,<br />

timidez, fuga, tristeza etc. E<br />

também é muito importante<br />

trabalharmos nossas cabeças<br />

e sentimentos de forma a nos<br />

aceitarmos e encontrarmos<br />

dentro de nós mesmos a<br />

alegria em viver. E como chamamos<br />

isso? AUTOESTIMA ou amor próprio.<br />

Também é importante ressaltarmos<br />

sobre a importância de nos cuidarmos,<br />

de realizarmos exames periódicos,<br />

praticar algum exercício físico. Quando<br />

falo que sou feliz exatamente como<br />

sou, não quero dizer que não controlo<br />

a minha alimentação, pelo contrário<br />

adoro cozinhar. Também não estou<br />

afirmando que não sou vaidosa, só<br />

não faço disso o ponto central da<br />

minha felicidade e procuro não dar o<br />

mínimo valor para os preconceituosos<br />

de plantão.<br />

A psicóloga Patricia Spada, da USP<br />

nos mostra a historia da modelo norteamericana<br />

Crystal Renn, que descreve<br />

sua trajetória no livro Hungry (Faminta),<br />

lançado no ano passado. “Eu sou o<br />

exemplo de que você pode amar o tamanho<br />

que você tem. Tive de perder 35 kg (junto com<br />

tufos de cabelo, massa muscular, capacidade<br />

de concentração e alegria de viver) antes de<br />

encontrar minha sanidade. Eu engordei e<br />

nisso obtive muito mais sucesso como modelo.<br />

Aceitar-se como sou me devolveu a curiosidade<br />

intelectual que tinha quando criança. Isso<br />

me levou a ter sucesso na carreira e no amor.<br />

Sou a prova de que a vida não tem de esperar<br />

até você ficar magra”, escreveu a modelo,<br />

uma das mais famosas tops plussize<br />

atualmente, que usa manequim 44 e<br />

que começou sua luta para perder peso<br />

aos 14 anos, inspirada por uma imagem<br />

da modelo Gisele Bündchen e pelos<br />

maus conselhos de um funcionário de<br />

agência de modelos, que recomendou<br />

que ela mudasse totalmente seu corpo.<br />

Segundo os especialistas, a grande<br />

maioria das mulheres obesas que<br />

reclamam do sentimento de solidão e<br />

de falta de sucesso na vida amorosa,<br />

tendem a cultivar a fantasia de que<br />

os homens só se interessam pelas<br />

magrinhas e que elas não passam de<br />

acompanhantes quando o programa é<br />

em grupo.<br />

Outro constrangimento que passamos<br />

e que deveria por si só ser uma diversão<br />

ou satisfação é na hora de fazer<br />

compras. As lojas de departamento<br />

nunca têm nosso numero, temos que<br />

pagar mais caro pela roupa maior e<br />

pedir ajuda para achar um número,<br />

é ter de ver a cara de má vontade da<br />

vendedora. Você sai se achando a<br />

maior das mulheres.<br />

Ser gordo é saber que o tempo todo<br />

alguém está olhando para você e<br />

comentando ao seu respeito. Por mais<br />

autoestima que se tenha, é estressante.<br />

Mas não mudaria nada em mim para<br />

agradar aos outros. Não estou errada,<br />

sou como qualquer outra pessoa, só<br />

que maior, e, a partir dessas pequenas<br />

reflexões fica a questão: qual o tamanho<br />

do seu preconceito?<br />

43


Acho incrível o movimento plus<br />

size que vem tomando forma e<br />

adquirindo espaço na sociedade e na<br />

mídia. Não se trata de uma apologia<br />

à obesidade, mas de um incentivo<br />

à autoestima, ao entendimento e<br />

à valorização das nossas próprias<br />

características ao invés de vivermos<br />

condenadas a uma frustração eterna<br />

na busca de ter a magreza de fulana, o<br />

cabelo da sicrana. Cada ser humano é<br />

único e deve ser respeitado e valorizado<br />

assim.<br />

O que aconteceu comigo foi muito<br />

louco. O sobrepeso acabou me<br />

ajudando porque me colocou num<br />

nicho de mercado específico: o das<br />

gordinhas bonitas. Rs. Vivíamos (e ainda<br />

vivemos um pouco) um momento em<br />

que todas as atrizes queriam ser magras<br />

e loiras, então quando precisavam de<br />

uma mulher com características mais<br />

“reais” lembravam logo de mim. E<br />

assim pouco a pouco as portas foram se<br />

abrindo. O único problema é que ainda<br />

existe uma prática em vigor que vincula<br />

sempre os gordos à comédia. Quando<br />

algum autor resolver botar uma gordinha<br />

pra fazer uma mocinha romântica, dramática,<br />

ou uma vilã, aí sim teremos uma grande vitória!<br />

44<br />

Eu ESTOU plus size há uns anos,<br />

mas sou uma mini plus size, né?<br />

Sou baixinha! (risos) Procuro estar<br />

“antenada” no que a moda oferece<br />

pra quem tem quilinhos a mais, mas<br />

ainda insisto em achar peças em lojas<br />

não-específicas e acho que me viro<br />

bem nesse mix. Tento valorizar os<br />

pontos fortes do meu corpo atual: um<br />

decote, pernas à mostra...<br />

Nunca fui gordinha. A partir dos 18<br />

anos comecei a ter umas briguinhas<br />

com a balança, mas inicialmente por<br />

pouca coisa: 3 kg, 5 kg... Só que fiz<br />

a besteira de começar a recorrer a<br />

remédios, e essa diferença começou a<br />

aumentar pra 8, 10, 12... Até que em<br />

2006, depois de uma última leva de<br />

remédios somada a uma conjuntura<br />

emocional complicada e uma tireoide<br />

preguiçosa, engordei cerca de 20 Kg.<br />

No começo foi complicado aceitar<br />

a nova realidade. Hoje lido bem com<br />

ela, mas é claro que às vezes me dá<br />

saudade de vestir 40, de achar roupa<br />

bonita com facilidade, de chamar<br />

a atenção masculina no primeiro<br />

impacto... Qual mulher, por mais bem<br />

resolvida que seja não pensa nisso<br />

vez ou outra? Como tenho problema<br />

de tireoide vivo em vigilância: tomo<br />

hormônio todos os dias e faço exame<br />

de sangue regularmente. Pratico dança<br />

e procuro cuidar da alimentação sim.<br />

Como minhas besteiras, claro, mas<br />

sem exagero. Tudo é remédio e tudo<br />

é veneno, depende da dose (risos).<br />

Felizmente minha glicose, meu<br />

colesterol, essas coisas, são ótimos!<br />

Brinco que meus exames são inveja a<br />

qualquer magro!<br />

“Minha Mãe é Uma Peça – O Filme”<br />

foi meu primeiro GRANDE trabalho<br />

e vai ficar marcado na minha vida com<br />

muito carinho pra sempre. Um grande<br />

sucesso, uma grande personagem,<br />

grandes amigos! Na TV já fiz programa<br />

de humor, seriado e participação em<br />

várias novelas. Acho que está na hora<br />

de fazer uma novela inteira, né? Tenho<br />

muita vontade!<br />

Quem diz que nunca se sentiu inferior<br />

por ser gordinha, mente. O movimento<br />

pró Plus Size é lindo, mas ainda é<br />

minoria. Quando você entra numa<br />

loja e a vendedora te olha de cima a<br />

baixo e diz com cara de nojo que não<br />

tem seu tamanho você se sente um<br />

ET. Ainda tem muita gente por aí que<br />

faz questão de ser desagradável, que<br />

é capaz de passar do seu lado na rua<br />

e fazer algum comentário totalmente<br />

desnecessário sobre o seu peso. Eu<br />

fico chocada. Eu não passo na rua<br />

e falo pra um desconhecido “você é<br />

horroroso!”. Infelizmente as pessoas<br />

ainda se defendem atacando os outros<br />

gratuitamente. O governo devia criar a<br />

bolsa-terapia! (risos).<br />

Meninas, agora temos uma publicação<br />

só nossa. Não é chique? Aproveitem!<br />

Cuidem-se, valorizem-se, tomem as<br />

rédeas de suas vidas e mostrem a vocês<br />

mesmas e ao mundo, todos os dias,<br />

o que têm de melhor e sejam felizes!<br />

E comemorem rindo no cinema com<br />

“Minha Mãe é Uma Peça – O Filme”!<br />

45


Nascida num dia em que o<br />

Brasil tornava-se tricampeão,<br />

Dione Gumes é o retrato da superação.<br />

Não havia nenhum médico por perto.<br />

De olhos abertos e sem chorar, como<br />

conta sua mãe, logo despertou para a<br />

vida. Hiperativa, sem diagnóstico na<br />

época, ela foi “expulsa” do jardim de<br />

infância aos 4 anos de idade, por saber<br />

ler e fazer contas. Provavelmente nesse<br />

período começou seu recolhimento<br />

que durou aproximadamente 35 anos,<br />

devido a se considerar “diferente”<br />

diante da sociedade e do que esta<br />

impõe como padrão de normalidade.<br />

Para compensar o isolamento, lia e<br />

estudava alucinadamente e comia<br />

além do necessário, preenchendo<br />

teoricamente o vazio que a corroia.<br />

Na adolescência, algo nela foi<br />

despertado e por causa de um amor<br />

platônico resolveu emagrecer, sem<br />

comer é claro, seguindo dietas da lua<br />

e sopas milagrosas. Realmente perdeu<br />

peso e ganhou uma úlcera e uma<br />

insônia que a acompanham até hoje.<br />

Aderiu aos esportes, virando<br />

atleta por meio da dança, da natação,<br />

do handebol, adquirindo um corpo<br />

perfeito, apesar das dores de estômago<br />

e vivendo uma felicidade forjada, ou<br />

seja, iludindo aos outros e a si própria.<br />

Na sequência, vieram: faculdade,<br />

noivado, casamento e posteriormente,<br />

decepção, tristeza, solidão, trazendo<br />

de volta as neuras da infância e da<br />

adolescência e com elas, um peso<br />

absurdo, cultivado ao longo de 15 anos<br />

de casamento. Com a separação perdeu<br />

trinta e cinco quilos, fazendo dieta,<br />

exercícios e usando certos remédios<br />

“milagrosos”. Deixou a depressão<br />

instalar-se acompanhada de angústia<br />

e constante taquicardia, causadas pelo<br />

uso dos tais remédios para emagrecer.<br />

Mas ela libertou-se novamente e<br />

também novamente, casou. Mais oito<br />

46<br />

anos, melhores do que os quinze da<br />

primeira união, outra pessoa e novas<br />

decepções com ganho de 28 quilos.<br />

Outra separação e finalmente uma<br />

luz: “tenho que viver para mim mesma<br />

e conquistar meu corpo definitivamente,<br />

afinal ele é a morada da minha alma”,<br />

afirmou para si, já cansada de tanto<br />

estica e puxa.<br />

Esse nível só pode ser atingido<br />

com muita terapia e conversa boa,<br />

amigos e espiritualidade. Não foi tão<br />

simples como a história aqui resumida,<br />

foi conquistado dia a dia, houve quedas<br />

e grandes avanços e o que de tudo<br />

ficou foi uma Dione que vive para si<br />

mesma, aceitando o que não pode mais<br />

ser mudado e desfrutando o melhor<br />

da vida. Dos 166 kg, ficaram 87 kg de<br />

muito amor e alegria.<br />

E agora, Dione tem como lema<br />

algo que vale para todas as mulheres<br />

que vivem ou viveram histórias<br />

semelhantes: “Como sei que assim<br />

como nasci sozinha, morrerei sozinha, o<br />

intervalo tem que ter qualidade, vivê-loei<br />

da melhor forma possível, correndo,<br />

dançando, nadando e amando, porque é<br />

disso que a vida é feita, de vida!”<br />

Danny Cunha, mãe do pequeno<br />

Kauan, hoje aos trinta e um anos e<br />

modelo Plus Size, mudou de Minas<br />

Gerais com os pais e irmãos para o<br />

Sítio Estrela, a 3 km do centro, em<br />

São Lourenço da Serra, São Paulo,<br />

onde a vida não foi nada fácil. Além<br />

da distância em relação à cidade, não<br />

havia água encanada, chuveiro e nem<br />

vaso sanitário onde moravam.<br />

Mesmo diante das dificuldades e<br />

limitações que vivia a mãe de Danny<br />

sempre quis que os filhos estudassem<br />

e se tornassem “alguém na vida”. As<br />

longas caminhadas de uma hora entre<br />

o sítio e a escola, não impediram que<br />

ela e os irmãos estudassem. Quase tudo<br />

em casa era fruto de doações. Sr. José,<br />

o patriarca da família, faleceu na época<br />

em que estava construindo uma casa<br />

na cidade com ajuda dos filhos mais<br />

velhos e da esposa. O primogênito<br />

assumiu o serviço no sítio e todos<br />

precisaram continuar a obra, pois não<br />

tinham como pagar mão de obra.<br />

Durante a infância, foi vítima do<br />

que hoje chamamos de bullying, sofrendo<br />

com os apelidos e provocações dos<br />

colegas, por ser gordinha, usar óculos<br />

e tranças. Incomodada, resolveu fazer<br />

uma dieta maluca, parando de comer<br />

quase tudo e chegando à anorexia.<br />

Com anemia profunda, desmaiava nas<br />

ruas e nos ônibus, chegando a perder<br />

40 kg em menos de 6 meses e ainda<br />

assim se via gorda. Resolveu então,<br />

fazer um tratamento e voltar a comer<br />

aos poucos até chegar ao peso e corpo<br />

tão sonhados e principalmente a um<br />

estado saudável.<br />

Mas aos 21 anos, quando tudo<br />

parecia perfeito em sua vida, foi<br />

vítima de violência sexual e sentiu o<br />

mundo desabar, como se nada mais<br />

tivesse importância. Incrivelmente,<br />

ainda criança, dizia que se um dia<br />

fosse vítima desse tipo<br />

de violência preferiria<br />

morrer ao ter que contar,<br />

porém, no momento de<br />

tortura que viveu durante<br />

o estupro, clamou a Deus<br />

por viver.<br />

Enquanto tentava se<br />

recuperar e voltar à rotina<br />

normal, Danny resolveu<br />

fazer artes marciais e<br />

voltar a engordar, pois<br />

achava que se estivesse<br />

acima do peso, não<br />

passaria por aquilo<br />

novamente. Quando<br />

estava recomeçando a<br />

ganhar peso, conheceu o<br />

pai de seu filho, que lhe<br />

despertou novos sonhos.<br />

Ficou grávida, mas só<br />

soube após seis meses de gestação,<br />

e durante a maior parte da gravidez<br />

cometeu inúmeras extravagâncias,<br />

além de viver dissabores que quase<br />

lhe custaram a vida e o bebê durante e<br />

após o parto.<br />

Após alguns meses, o casamento<br />

deu uma virada. A sogra de Danny<br />

faleceu e o marido entrou em<br />

depressão, entregando-se ao álcool e às<br />

drogas. Sua vida tornou-se um inferno,<br />

sendo agredida quase diariamente pelo<br />

companheiro. Momentos que jamais<br />

esqueceria.<br />

Certo dia, cansada de viver<br />

naquela situação humilhante, acordou<br />

decidida a juntar os cacos que restavam<br />

de sua vida, saiu de casa com a cara, a<br />

coragem e o filho nos braços. Voltou<br />

para a casa da mãe, pois achava que<br />

ficaria mais segura. Pesando 120 kg<br />

e com o coração destroçado pela<br />

sensação de fracasso como mulher,<br />

chorava todos os dias. Trabalhou<br />

duro para sustentar o filho e contou<br />

com a ajuda dos amigos e da família,<br />

conseguindo emagrecer quase 20 kg.<br />

Foi então, que passou a se aceitar<br />

mesmo sendo cheinha e passou a<br />

explorar o que tinha de melhor. Nessa<br />

época, uma amiga resolveu mandar<br />

uma foto de Danny para uma agência,<br />

exaltando sua beleza exótica e seu<br />

carisma contagiante. Essa iniciativa<br />

rendeu participação em vários eventos<br />

no mundo plus size, dentre esses:<br />

MBPS - Miss Brasil Plus Size Oficial,<br />

“Musa Plus Size do Carnaval de São<br />

Paulo” e no Rio de Janeiro, o “Garota<br />

Plus Size”.<br />

Hoje, Danny entende que o<br />

preconceito vem de dentro e a beleza<br />

vai muito além do manequim que<br />

vestimos. Segundo ela, “o belo é<br />

visto da forma que nos vemos e que<br />

transmitimos”. E por toda sua história,<br />

procura aproveitar cada momento da<br />

vida, feliz e fazendo feliz quem está<br />

à sua volta, por que simplesmente<br />

aprendeu a se amar.<br />

47


48<br />

A<br />

equipe da <strong>BSB</strong> <strong>PLUS</strong> <strong>SIZE</strong><br />

<strong>MAGAZINE</strong> percorreu<br />

diversas lojas de artigos de noiva<br />

no Distrito Federal para realizar<br />

um ensaio fotográfico e chegou<br />

a uma triste conclusão - mulheres<br />

com manequim acima de 46 têm muita<br />

dificuldade na compra ou aluguel de<br />

um vestido que as deixem maravilhosas<br />

no dia de seu casamento, pois não há<br />

confecções ou boutiques especializadas<br />

nesse segmento, em Brasília.<br />

Pegando carona na onda de<br />

manifestações que ocorrem<br />

no momento em todo o país,<br />

resolvemos “cobrir” nossa<br />

modelo, só de lingerie, com um<br />

véu gigantesco para desfilar no<br />

centro da Capital Federal. As<br />

pessoas se surpreenderam com<br />

a cena, mas o que queríamos era<br />

mostrar ao público em geral e aos<br />

empreendedores e empresários do<br />

ramo, que as gordinhas também<br />

casam e merecem ter seu dia de<br />

princesa trajando um lindo vestido<br />

nesse momento tão especial.<br />

A mulher acima do peso,<br />

que muitas vezes já se<br />

sente desvalorizada no<br />

dia a dia pelo bombardeio<br />

de propagandas que<br />

traçam um modelo de<br />

beleza impossível de ser<br />

seguido pela maioria, sente<br />

dificuldade em encontrar<br />

um vestido que a valorizasse<br />

e a deixe ainda mais bonita,<br />

no seu grande dia.<br />

Um belo vestido para essas<br />

noivas deve seguir duas regras<br />

básicas: modelagens que alonguem<br />

a silhueta, de preferência com<br />

tecidos leves, e decotes valorizados.<br />

As noivas devem evitar tanto os<br />

vestidos apertados como os largos<br />

em excesso, pois eles acabam<br />

atraindo a atenção para<br />

os lugares indevidos do<br />

corpo, justamente os que<br />

a mulher deseja disfarçar.<br />

Os muito apertados<br />

evidenciam os volumes<br />

e podem até incomodar<br />

a noiva. Cortes mais<br />

soltos, por sua vez, dão a<br />

impressão de que o corpo<br />

é maior do que realmente<br />

é. O vestido deve ser<br />

confortável e não pode<br />

nem sobrar e nem faltar<br />

tecido.<br />

Vale apostar:<br />

-É senso comum entre<br />

os estilistas que a noiva<br />

plus size deve apostar em<br />

decotes, que tanto podem<br />

ser em U como em V. Para<br />

quem tem um lindo colo, a dica é<br />

valorizá-lo, destacando-o bem.<br />

-Saias rodadas e evasê alongam o<br />

corpo.<br />

-Manguinhas ou casaquinhos e<br />

bolero de renda dão a sensação de<br />

afinar a cintura, além de esconder as<br />

gordurinhas do braço.<br />

-Vale trabalhar com pedraria os<br />

tecidos mais estruturados na parte<br />

de cima do vestido. Uma ótima<br />

aposta é o espartilho com saia evasê.<br />

-Arranjos altos no cabelo, que dão a<br />

impressão de que o pescoço é mais<br />

longo e fino, mantendo o foco no<br />

rosto.<br />

JANAÍNA GRACIELE fotografada por<br />

MÁRCIA MOSSMANN<br />

Fonte: www.noivasarley.com.br<br />

49


50<br />

51


52<br />

53


56<br />

Renata Issas, em 2009, viu sua<br />

autoestima ser abalada por estar<br />

acima do peso e além dos padrões<br />

ditados pela sociedade, principalmente<br />

por já ter sido modelo e professora de<br />

passarela, além de locutora, apresentar<br />

noticiários de TV e também ser atriz<br />

sendo aluna na escola Wolf Maya.<br />

Para sentir-se melhor, resolveu<br />

participar de um ensaio fotográfico e<br />

foi quando melhorou sua autoestima<br />

e pode aceitar seu próprio corpo,<br />

não se importando com a ditadura da<br />

magreza, pois o importante para ela era<br />

se sentir bem e feliz, independente de<br />

tamanho ou peso.<br />

Elevando sua autoestima e amor<br />

próprio, ela buscou compartilhar essa<br />

alegria com outras mulheres. Surgiu<br />

então, a ideia de criar o primeiro<br />

concurso que viesse eleger uma Miss<br />

Brasil GG, ou seja, fora dos padrões<br />

impostos pela ditadura da magreza.<br />

Por meio dessa ideia, Renata pretendia<br />

estender autoconfiança, felicidade,<br />

aceitação e superação para as<br />

passarelas, com o desafio de mostrar<br />

que uma mulher acima do manequim<br />

44, pode sim, ser elegante, fotogênica,<br />

bonita, simpática e inclusive MISS<br />

BRASIL.<br />

Desta forma, o Primeiro Concurso<br />

MBPS Miss Brasil Plus Size Oficial<br />

foi realizado no dia 21 de janeiro de<br />

2012, sendo divulgado amplamente<br />

em diversas mídias, testificando a<br />

legitimidade e idoneidade deste evento<br />

em todo o país.<br />

O MBPS foi idealizado e organizado<br />

pela RGI EVENTOS, representada<br />

por Renata Issas como proprietária e<br />

moderadora do site “MISS BRASIL<br />

<strong>PLUS</strong> <strong>SIZE</strong> -MBPS” elaborado<br />

justamente com este propósito no<br />

ano de 2009.<br />

O evento contou com a<br />

participação de trinta e três lindas<br />

candidatas de várias partes do país<br />

disputando o título do Primeiro<br />

Miss Brasil representante do<br />

seguimento GG. Foram inscritas<br />

mais de 800 mulheres do Brasil<br />

todo.<br />

Podemos dizer que o MBPS<br />

refletiu muito mais que um<br />

simples concurso de beleza,<br />

pois representou a ruptura de<br />

paradigmas de conceitos de beleza e<br />

moda ditados durante muito tempo<br />

pela sociedade e pela indústria da<br />

moda.<br />

A cerimônia se abrilhantou com a<br />

presença da atriz global Renata Celidonio,<br />

cuja personagem ‘MARIETA” -<br />

da novela “Aquele Beijo”, transformava-se<br />

em modelo plus size na ficção. Na<br />

qualidade de convidada especial, representou<br />

a MADRINHA OFICIAL<br />

do 1º MBPS (MISS BRASIL <strong>PLUS</strong><br />

<strong>SIZE</strong>).<br />

O júri, formado por pessoas do<br />

mundo da moda, beleza, mídia, cultura<br />

e empresarial, elegeu Cléo Fernandes,<br />

uma goiana de 24 anos, manequim<br />

48, como a 1ª MISS BRASIL <strong>PLUS</strong><br />

<strong>SIZE</strong>.<br />

A concretização do Primeiro Concurso<br />

MBPS Miss Brasil Plus Size Oficial<br />

- coroado de êxito - não somente<br />

pelo pioneirismo, mas, também, por<br />

contar com verdadeiro sentimento de<br />

vanguarda e vontade de revolucionar,<br />

alcançou plenamente seu objetivo de<br />

auxiliar na luta para quebrar os padrões<br />

e preconceitos da sociedade e do mercado<br />

do segmento da moda e beleza.<br />

O Concurso que elegeu a goiana<br />

CLEO FERNANDES trouxe ao Brasil<br />

uma tendência que, na verdade, não é<br />

momentânea e sim permanente, pois<br />

é a valorização da mulher brasileira<br />

como ela é.<br />

Não por acaso ou coincidência<br />

o mercado está se abrindo cada vez<br />

mais para as profissionais plus size e<br />

atualmente grandes empresas do<br />

vestuário estão investindo na produção<br />

de roupas de padronagem acima do<br />

manequim 44.<br />

Neste ano, prosseguindo com nosso<br />

projeto, estamos realizando a segunda<br />

edição do MBPS Miss Brasil Plus<br />

Size Oficial, sendo que efetivamos<br />

algumas alterações no formato do<br />

concurso, visando maior transparência<br />

e melhor oportunidade às participantes<br />

– realizando nossas seletivas estaduais<br />

na modalidade presencial, eis que<br />

contamos com mais de 3.000 mulheres<br />

inscritas. No final do ano faremos o<br />

Concurso para eleger a Miss Brasil Plus<br />

Size Oficial 2013/2014.<br />

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58<br />

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60<br />

60<br />

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