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Funções de nutrição no corpo humano Parte III

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Autores:<br />

<strong>Funções</strong> <strong>de</strong> <strong>nutrição</strong> <strong>no</strong> <strong>corpo</strong><br />

huma<strong>no</strong> <strong>Parte</strong> <strong>III</strong><br />

Matheus Venturini Almeida<br />

Penha Souza Silva<br />

Habilida<strong>de</strong>s recomendadas <strong>no</strong> CBC:<br />

• Reconhecer a importância da passagem <strong>de</strong> nutrientes e água do tubo<br />

digestório para os capilares sangüíneos.<br />

• Reconhecer a importância do transporte e da absorção dos nutrientes na<br />

<strong>nutrição</strong> humana.<br />

• Reconhecer que o sangue é composto; principalmente por água, on<strong>de</strong> se<br />

encontram dissolvidos materiais nutritivos e resíduos metabólicos.<br />

• Associar a manutenção das condições internas do <strong>corpo</strong> com a eliminação <strong>de</strong><br />

resíduos através da urina e do suor.<br />

• Compreensão da integração dos processos envolvidos com as funções <strong>de</strong><br />

<strong>nutrição</strong> tais como digestão, distribuição e absorção e excreção.<br />

• Avaliação da própria dieta e as conseqüências das carências nutricionais.<br />

• Fatores que concorrem para a manutenção do equilíbrio do <strong>corpo</strong>.<br />

• I<strong>de</strong>ntificar o alimento como fonte <strong>de</strong> energia.<br />

• Relacionar respiração e fermentação com processos <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> energia a<br />

partir <strong>de</strong> alimentos.<br />

Organização do texto:<br />

Informação<br />

História<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

Projetos


1. As viagens dos alimentos<br />

Compare os produtos da prateleira <strong>de</strong> um supermercado com um livro <strong>de</strong><br />

História!<br />

Caminhando entre as<br />

prateleiras <strong>de</strong> um<br />

supermercado po<strong>de</strong>mos<br />

observar muitos alimentos e<br />

até classificá-los entre<br />

frescos, enlatados,<br />

congelados e sob as mais<br />

diversificadas embalagens.<br />

Você estranharia se<br />

comparássemos o conjunto<br />

dos alimentos expostos <strong>no</strong><br />

supermercado a um livro <strong>de</strong><br />

história? Que pergunta... É<br />

claro que estranharia! Mas,<br />

pense bem: se cada alimento<br />

tem a sua origem, a sua história, a sua transformação, por meio <strong>de</strong> técnicas que<br />

foram evoluindo ao longo do tempo, po<strong>de</strong>mos ou não falar em história dos<br />

alimentos?<br />

Para contar um pouco da história dos alimentos, nada mais justo do que começar<br />

pelo pão. Os estudiosos do assunto o consi<strong>de</strong>ram o rei dos alimentos, pelo seu<br />

alto valor nutritivo e por ser consumido pela maioria dos povos. Des<strong>de</strong> a<br />

Antigüida<strong>de</strong>, o pão é feito <strong>de</strong> diversas maneiras, a partir <strong>de</strong> produtos bem<br />

diferentes -- como a mandioca, o trigo, a cevada, o centeio, o milho, a batata etc.<br />

E cada um <strong>de</strong>sses produtos <strong>de</strong>morou muito tempo para ser cultivado e<br />

in<strong>corpo</strong>rado à culinária.<br />

Os antigos egípcios faziam pão com uma pasta <strong>de</strong> trigo, que era colocada em<br />

recipientes quentes com forma <strong>de</strong> pirâmi<strong>de</strong> (palavra grega <strong>de</strong> origem egípcia, que,<br />

originalmente, significava 'massa cozida'). Já os indígenas da América<br />

apren<strong>de</strong>ram a fazer pão <strong>de</strong> um produto que tem sua origem na região sulamericana<br />

dos An<strong>de</strong>s: a batata. Esses exemplos mostram que os pães vendidos<br />

hoje <strong>no</strong>s supermercados são o resultado do aprimoramento das técnicas <strong>de</strong><br />

trabalho <strong>de</strong> povos<br />

muito antigos.<br />

Po<strong>de</strong>-se dizer que<br />

foram os séculos 15 e<br />

16 os mais<br />

importantes na história<br />

dos alimentos. Era a<br />

época das gran<strong>de</strong>s<br />

navegações, quando os europeus, em busca <strong>de</strong> <strong>no</strong>vos territórios para explorar e<br />

<strong>de</strong> <strong>no</strong>vos produtos para comercializar, entraram em contato com povos <strong>de</strong> todos<br />

os continentes. Des<strong>de</strong> que chegaram à América, em 1492, na célebre viagem <strong>de</strong>


Cristóvão Colombo, os europeus trouxeram para cá quase todo o tipo <strong>de</strong> alimento<br />

que já existia na Europa, na Ásia e na África.<br />

Entre os produtos que vieram <strong>de</strong> outros continentes para o <strong>no</strong>sso, estão o trigo, o<br />

arroz, a cana-<strong>de</strong>-açúcar, várias frutas -- uva, laranja, manga, banana, jaca,<br />

melancia, pêssego e coco, entre outras --, além <strong>de</strong> animais domésticos, como o<br />

porco, a galinha (com seus preciosos ovos!), a vaca, a cabra e a ovelha -- os três<br />

últimos produtores <strong>de</strong> leite, do qual <strong>de</strong>rivam, entre outros, a manteiga e o queijo.<br />

Daqui também seguiram alguns produtos para a Europa, a Ásia e a África, como a<br />

batata-doce, o tomate, o milho, a mandioca -- hoje, alimento básico em vários<br />

países da África --, o amendoim, vários tipos <strong>de</strong> feijão e <strong>de</strong> abóbora, o pimentão e<br />

frutas, como cacau -- matéria-prima do chocolate --, abacate, caju, mamão,<br />

maracujá e goiaba, além <strong>de</strong> animais, como o peru e o búfalo. Isso sem falar do<br />

algodão, do qual se faz, além <strong>de</strong> tecido, um óleo comestível.<br />

Como resultado <strong>de</strong>ssas trocas, muitos pratos que pensamos ser originários <strong>de</strong> um<br />

único país são, na realida<strong>de</strong>, produto da mistura <strong>de</strong> ingredientes <strong>de</strong> várias partes<br />

do mundo. É o caso da macarronada, prato típico da Itália que é preparado com o<br />

macarrão, inventado na China, e regado ao molho do tomate, nativo da América.<br />

Ciência Hoje das Crianças 116, agosto 2001<br />

Ativida<strong>de</strong> 1<br />

A partir da leitura do texto responda as questões propostas.<br />

1. Você concorda com o título do texto? Justifique.<br />

2. Que outro título você consi<strong>de</strong>ra a<strong>de</strong>quado para o texto?<br />

3. Antes <strong>de</strong> ler o texto, você sabia que o macarrão não é originário da Itália?<br />

Pesquise a origem <strong>de</strong> outros pratos que você conhece.<br />

2. Os alimentos e o <strong>no</strong>sso organismo<br />

O <strong>no</strong>sso <strong>corpo</strong> é constituído por células e essas para se manterem vivas e<br />

executarem suas funções precisam <strong>de</strong> materiais nutritivos.<br />

O <strong>corpo</strong> precisa <strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> nutrientes - proteínas, carboidratos,<br />

gorduras, vitaminas e minerais - que estão presentes <strong>no</strong>s alimentos que<br />

consumimos.<br />

Além dos nutrientes existentes <strong>no</strong>s alimentos, são adicionadas algumas<br />

substâncias químicas <strong>de</strong><strong>no</strong>minadas aditivos. Os aditivos alimentares são<br />

substâncias que po<strong>de</strong>m ser legalmente adicionadas aos alimentos com o<br />

objetivo <strong>de</strong> conservá-los ou <strong>de</strong> conferir-lhes aparência, aroma e sabor <strong>de</strong><br />

acordo com o gosto do consumidor.


Os aditivos, juntamente com o congelamento, a pasteurização e outros<br />

processos, são exemplos do gran<strong>de</strong> esforço que tem sido empreendido pela<br />

humanida<strong>de</strong> para conservar os alimentos.<br />

Composição dos alimentos. Fonte: GEPEC<br />

Todos os alimentos contêm nutrientes. As quantida<strong>de</strong>s e tipos <strong>de</strong> nutrientes<br />

variam <strong>de</strong> um alimento para outro. Na tabela 1 po<strong>de</strong>mos visualizar os<br />

nutrientes necessários para a sobrevivência do homem e alguns exemplos<br />

<strong>de</strong>sses nutrientes.<br />

Tabela 1: Macro-nutrientes necessários ao ser huma<strong>no</strong><br />

Para uma boa dieta alimentar, nós precisamos ingerir, diariamente, água, sais,<br />

açúcares, gorduras e proteínas.<br />

Questão<br />

Nutrientes Aditivos Energia<br />

Proteínas<br />

Carboidratos<br />

Lipídios<br />

Vitaminas<br />

Sais Minerais<br />

M acro-nutrientes<br />

M icro-nutrientes<br />

Alimentos<br />

Enriquecidos<br />

Nutrientes Alimentos<br />

Alim entos<br />

Corantes<br />

Conservantes<br />

Aromatizantes<br />

Antioxidantes<br />

Outros<br />

Sais minerais<br />

vitaminas<br />

Unida<strong>de</strong>s<br />

Com posição<br />

Necessida<strong>de</strong>s<br />

diárias<br />

Diet e Light<br />

Proteínas Carnes, aves <strong>de</strong> granja e peixes, feijões, grão <strong>de</strong> bico, soja,<br />

amendoim, leite, queijo, iogurte e ovos.<br />

Carboidratos Arroz, milho, trigo e outros cereais, alguns tipos <strong>de</strong> batatas,<br />

inhame e raízes ricas em amido, e também o açúcar.<br />

Lipídios Óleos, alguns tipos <strong>de</strong> carne e <strong>de</strong>rivados, gordura <strong>de</strong> porco,<br />

manteiga, margarina, manteiga <strong>de</strong> garrafa e outros <strong>de</strong>rivados<br />

do leite, alguns peixes, castanhas e soja.<br />

Além das substâncias citadas, quais outras são necessárias para uma boa<br />

alimentação? Qual o papel <strong>de</strong>ssas substâncias <strong>no</strong> organismo?


2.1 - Transformação <strong>de</strong> substâncias<br />

O material ingerido pelo animal <strong>de</strong>ve ser transportado a todas as partes do<br />

<strong>corpo</strong>. Muitas vezes, o alimento ingerido precisa ser transformado em outras<br />

substâncias mais simples e só assim po<strong>de</strong> ser transportado e aproveitado. A<br />

esse processo <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> alimentos dá-se o <strong>no</strong>me <strong>de</strong> digestão.<br />

Ativida<strong>de</strong> 2<br />

Teste para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> amido <strong>no</strong>s alimentos<br />

O que você precisa<br />

Água; tintura <strong>de</strong> iodo (comprada em farmácia): esta tintura é uma solução <strong>de</strong><br />

álcool comum e iodo; copos <strong>de</strong>scartáveis <strong>de</strong> café, pratinhos ou fundos <strong>de</strong><br />

garrafas plásticas; conta-gotas; alimentos diversos: batata crua, arroz cru, arroz<br />

cozido, pedaço <strong>de</strong> pão, pedaços <strong>de</strong> frutas e <strong>de</strong> legumes, farinha <strong>de</strong> trigo, leite,<br />

sal, açúcar e amido <strong>de</strong> milho.<br />

Como fazer<br />

1. Corte pedaços dos alimentos e coloque um pedaço <strong>de</strong> cada alimento em um<br />

pratinho (ou fundo <strong>de</strong> garrafa <strong>de</strong> refrigerante ou copinho <strong>de</strong> café).<br />

2. Dilua um pouco da tintura <strong>de</strong> iodo: em um copinho <strong>de</strong> café com água,<br />

coloque 5 gotas <strong>de</strong> tintura <strong>de</strong> iodo. Se você não tiver <strong>de</strong>sse copinho, use um<br />

copo peque<strong>no</strong> comum, complete até a meta<strong>de</strong> com água e coloque cerca <strong>de</strong> 10<br />

gotas <strong>de</strong> tintura <strong>de</strong> iodo.<br />

3. Pingue algumas gotas da tintura <strong>de</strong> iodo diluída em cada alimento. Se não<br />

tiver conta-gotas, <strong>de</strong>rrame com cuidado um pouco da sua solução sobre os<br />

alimentos. Observe a coloração <strong>de</strong>ssa solução <strong>no</strong>s diferentes alimentos.<br />

4. A<strong>no</strong>te os resultados obtidos.<br />

O que aconteceu?<br />

O amido é uma molécula formada pela ligação <strong>de</strong> várias moléculas <strong>de</strong> glicose.<br />

A glicose é um açúcar (ou carboidrato) simples e facilmente consumido pelas<br />

células animais e vegetais.<br />

Ele serve como uma "substância <strong>de</strong> reserva" em muitas plantas. Ou seja, o<br />

amido serve como fonte <strong>de</strong> glicose para as plantas e para os animais que


consumirem essas plantas. Não <strong>de</strong>vemos encontrar o amido em alimentos <strong>de</strong><br />

fontes animais como o leite e ovo, por exemplo.<br />

A reação que observamos aqui é da formação <strong>de</strong> um complexo <strong>de</strong> iodo e<br />

amido. O iodo se liga ao amido, por meio <strong>de</strong> uma reação química, dando<br />

origem a um composto <strong>de</strong> coloração azul. Se a solução <strong>de</strong> iodo não for diluída,<br />

o azul é tão intenso que parece arroxeado. O iodo é uma substância que serve<br />

para indicar a presença <strong>de</strong> amido e altera sua cor <strong>de</strong> marrom para violeta<br />

(azulado ou roxo) quando o amido está presente.<br />

CUIDADO!!!<br />

A solução <strong>de</strong> iodo é usada como anti-séptico, ou seja, ela tem a proprieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> matar algumas bactérias, alguns vírus e alguns fungos. Serve para<br />

<strong>de</strong>sinfetar feridas, mas não <strong>de</strong>ve ser ingerida, pois po<strong>de</strong> causar da<strong>no</strong>s ao seu<br />

organismo (ela é tóxica!).<br />

O envenenamento pelo iodo causa vômitos, diarréia, se<strong>de</strong>, sabor metálico na<br />

boca e <strong>de</strong>smaio.<br />

NÃO COLOQUE A SOLUÇÃO DE IODO NA SUA BOCA!<br />

CUIDADO TAMBÉM COM SEUS OLHOS!<br />

O amido é um polissacarí<strong>de</strong>o (polímero da glicose) que po<strong>de</strong> ser digerido pelo<br />

organismo huma<strong>no</strong>. Este carboidrato é encontrado em grãos, sementes,<br />

caules, raízes etc, <strong>de</strong> várias plantas como trigo, mandioca, arroz, milho, feijão,<br />

batata e outras. É utilizado na alimentação, <strong>no</strong> preparo <strong>de</strong> gomas para<br />

fabricação <strong>de</strong> papéis, tecidos etc.<br />

Ativida<strong>de</strong> 3 - Química da digestão<br />

O que você precisa<br />

Copinhos <strong>de</strong> plástico para café (50 mL), água, saliva, solução <strong>de</strong> iodo e água<br />

<strong>de</strong> batata (cozinhe a batata e escorra a água em um copo para utilizar na<br />

ativida<strong>de</strong>).<br />

Como fazer<br />

Recolha um pouco <strong>de</strong> sua saliva num copinho <strong>de</strong> plástico cuspindo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>le<br />

até juntar mais ou me<strong>no</strong>s o correspon<strong>de</strong>nte a uma colher <strong>de</strong> sopa. Junte água<br />

até o meio do copo. Em outro copo coloque água até o meio. Junte agora uma<br />

colherzinha da água em que você cozinhou a batata a cada um dos copinhos.<br />

Deixe passar meia hora e pingue algumas gotas da solução <strong>de</strong> iodo em cada<br />

copo.<br />

A<strong>no</strong>te as suas observações e proponha uma explicação para este fato.


Se você comparar esta ativida<strong>de</strong> com a anterior perceberá que o amido<br />

presente na batata <strong>de</strong>sapareceu em contato com a saliva. Mas para on<strong>de</strong> ele<br />

foi? Lembre-se que as substâncias não <strong>de</strong>saparecem, elas se<br />

transformam.<br />

Vamos à explicação: A saliva possui uma substância – Ptialina – que<br />

<strong>de</strong>compõe o amido, transformando-o em outra substância.<br />

A Ptialina (ou Amilase salivar) é uma enzima, que em pH neutro (igual a 7),<br />

ou ligeiramente alcali<strong>no</strong> (maior que 7), digere parcialmente o amido e converteo<br />

em maltose (um tipo <strong>de</strong> carboidrato - dissacarí<strong>de</strong>o.). É na boca, com a<br />

ptialina da saliva, que começa a digestão química dos polissacarí<strong>de</strong>os<br />

ingeridos.<br />

Nosso estômago produz esta substância em gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>. O amido das<br />

batatas que comemos é <strong>de</strong>composto transformando-se em substâncias<br />

orgânicas mais simples. Outra enzima produzida pelo estômago ataca, por<br />

exemplo, a carne, que também se <strong>de</strong>compõe em substâncias orgânicas mais<br />

simples.<br />

Depois do estômago temos o intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado. Nele também existem várias<br />

enzimas digestivas. Algumas produzidas pelas pare<strong>de</strong>s do intesti<strong>no</strong> e outras<br />

produzidas pelo pâncreas. Quase todos os alimentos que comemos são<br />

digeridos (transformados em substâncias orgânicas mais simples) <strong>no</strong> estômago<br />

e <strong>no</strong> intesti<strong>no</strong>. Depois disso, tais substâncias estão preparadas para entrar em<br />

<strong>no</strong>sso sangue e ir, com ele, para todas as partes do <strong>corpo</strong>.<br />

2.2 - Tecido <strong>de</strong> transporte, o sangue:<br />

Nos vegetais há vasos que transportam as substâncias necessárias para a vida<br />

da planta. Nos animais a condução das substâncias se faz por vias especiais,<br />

os vasos sanguíneos, que são as veias e as artérias. O sangue que corre<br />

(movimenta) nesses vasos distribui ao <strong>corpo</strong> do animal tudo o que é necessário<br />

para o seu <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Nas plantas o movimento é causado pela transpiração e <strong>no</strong>s animais pelos<br />

movimentos do coração.<br />

O sangue não transporta apenas os nutrientes vitais para as células. Por meio<br />

do sangue há transporte das excreções pelas células. Por exemplo, a célula


ecebe oxigênio (O2) como nutriente para respiração celular e como excreção<br />

libera o gás carbônico (CO2).<br />

Os resíduos celulares também po<strong>de</strong>m ser excretados sob a forma <strong>de</strong><br />

respiração, urina e suor. No organismo huma<strong>no</strong> há uma relação entre o<br />

sistema circulatório e os <strong>de</strong>mais sistemas formando uma conexão.<br />

Outra função do sangue é transportar hormônios e importantes agentes contra<br />

ataques exter<strong>no</strong>s, os anti<strong>corpo</strong>s. O controle <strong>de</strong> temperatura e o equilíbrio da<br />

distribuição <strong>de</strong> água também é uma tarefa do sangue, que é executada durante<br />

a sua circulação pelo <strong>corpo</strong>.<br />

Resumidamente, o sangue é um eficiente sistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> centenas<br />

<strong>de</strong> substâncias essenciais para o funcionamento do organismo e também para<br />

a excreção <strong>de</strong> centenas <strong>de</strong> substâncias para o <strong>corpo</strong>.<br />

O sangue circula<br />

em <strong>no</strong>sso<br />

organismo por<br />

meio dos vasos<br />

sanguíneos. Esses<br />

vasos sanguíneos<br />

po<strong>de</strong>m ser<br />

artérias, veias ou<br />

capilares.<br />

Você sabe qual a<br />

função <strong>de</strong> cada<br />

um?<br />

2.3 - Composição sanguínea<br />

webciencia.com/11_21vasos.jpg (Acesso em 22/12/08)<br />

O sangue é consi<strong>de</strong>rado um tecido, <strong>de</strong>vido à gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> substâncias<br />

intracelulares e celulares que contém. Pelo processo <strong>de</strong> centrifugação, o<br />

sangue po<strong>de</strong> ser separado em duas partes.<br />

Uma parte constituída pelo material intracelular – plasma. O plasma é formado<br />

por água, sais minerais, vitaminas, glicídios, lipí<strong>de</strong>os e diversas proteínas. A<br />

outra parte compõe as células sanguíneas que são as hemácias (glóbulos<br />

vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas (componentes<br />

formados pela membrana do citoplasma celular).


adbss.<strong>no</strong>.sapo.pt/images/comp2.jpg (17/12/08)<br />

A tabela 2 apresenta as composições das duas partes que compõem o sangue,<br />

o plasma ou parte líquida e as células sanguíneas<br />

Plasma<br />

(parte<br />

líquida)<br />

Componentes do sangue<br />

Água – líquido vital e presente em maior quantida<strong>de</strong> (cerca <strong>de</strong><br />

90%)<br />

Íons – sódio, potássio, cloro, cálcio, magnésio e bicarbonato<br />

Proteínas – albumina, fibro<strong>no</strong>gênio e imu<strong>no</strong>globulina<br />

Substâncias transportadoras:<br />

Nutrientes – glicose, ami<strong>no</strong>ácidos, lipí<strong>de</strong>os e vitaminas<br />

Resíduos – amônia e uréia<br />

Gases respiratórios – oxigênio e gás carbônico<br />

Hormônios diversos<br />

Hemácias – células que possuem a hemoglobina responsável<br />

pelo transporte <strong>de</strong> oxigênio para os tecidos.


Células<br />

Sanguíneas<br />

(elementos<br />

figurados)<br />

Leucócitos<br />

Plaquetas<br />

2.4 - Sistema digestório<br />

São células que em geral apresentam função <strong>de</strong><br />

proteção. A <strong>de</strong>fesa contra microrganismos<br />

invasores é por conta <strong>de</strong>sta parte do sangue, bem<br />

como a produção <strong>de</strong> antialérgicos e produção <strong>de</strong><br />

anti<strong>corpo</strong>s (hormônios). A proteção é feita por<br />

fagocitose.<br />

Fragmentos celulares originados <strong>de</strong> células da<br />

medula óssea. São ativos <strong>no</strong> processo <strong>de</strong><br />

coagulação e por isso são conhecidas como<br />

trombócitos.<br />

O sistema digestório é constituído por vários órgãos interligados formando um<br />

“transito” da boca até o ânus. O <strong>no</strong>me sistema refere-se a um conjunto <strong>de</strong><br />

órgãos.<br />

Esse sistema é constituído pelos seguintes órgãos: esôfago, estômago, fígado,<br />

pâncreas, intesti<strong>no</strong> grosso e <strong>de</strong>lgado e ânus. Também participam o duo<strong>de</strong><strong>no</strong> e<br />

o apêndice.<br />

http://n.i.uol.com.br/licao<strong>de</strong>casa/ensfundamental/ciencias/digesto.jpg (22/12/08)<br />

A digestão consiste na <strong>de</strong>gradação progressiva <strong>de</strong> macromoléculas em<br />

micromoléculas que possam ser absorvidas pelo organismo para garantir a<br />

<strong>nutrição</strong> e a reprodução das células. Durante o processo da digestão ocorrem<br />

processos físicos e químicos.<br />

A boca, o estômago e o intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado possuem mucosas com pequenas<br />

glândulas que produzem líquidos específicos para a digestão do alimento.<br />

Durante a digestão ocorrem várias reações químicas. A digestão começa pela


oca! A mistura dos alimentos, o movimento <strong>no</strong> esôfago e a mastigação são<br />

consi<strong>de</strong>rados a primeira etapa da digestão.<br />

Depois <strong>de</strong> circular em boa parte do sistema e sofrer inúmeras modificações o<br />

alimento é chamado <strong>de</strong> bolo alimentar – quimo e <strong>no</strong> final da digestão é<br />

chamado <strong>de</strong> quilo, terminando <strong>no</strong> intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado.<br />

A <strong>de</strong>glutição é a ação involuntária, controlada pelo sistema nervoso, provocado<br />

pelos movimentos peristálticos. Todo o alimento é empurrado pelo esôfago e<br />

este tem a função <strong>de</strong> unir a boca ao estômago.<br />

2.5 - O caminho do alimento<br />

A digestão começa na boca. Antes do bolo alimentar entrar <strong>no</strong> estômago<br />

vamos compreen<strong>de</strong>r a ação das glândulas salivares. A água é a substância<br />

presente em maior quantida<strong>de</strong> na saliva.<br />

Dissolvido na água da saliva encontramos íons e amilase salivar. A amilase<br />

salivar, também conhecida como ptialina, ainda na boca, quebra o açúcar <strong>de</strong><br />

fórmula gran<strong>de</strong> (polissacarí<strong>de</strong>o) presente <strong>no</strong>s alimentos em açucares me<strong>no</strong>res<br />

(mo<strong>no</strong>ssacarí<strong>de</strong>os). O amido ingerido é quebrado em maltose e posteriormente<br />

em glicose, ambos altamente energéticos.<br />

Íons são átomos eletricamente carregados. Os íons negativos (Cl - , O -2 , N -3 )<br />

são <strong>de</strong><strong>no</strong>minados ânions e os positivos (Ca +2 , Al +3 , Na + ) cátions.<br />

Após ter passando pelo esôfago, o bolo alimentar entra <strong>no</strong> estômago e faz o<br />

primeiro contato com o suco gástrico. O estômago possui um epitélio rico em<br />

glândulas que secretam o ácido que constitui o suco gástrico. Este ácido é<br />

<strong>de</strong><strong>no</strong>minado <strong>de</strong> ácido clorídrico - HCl. A partir do contato com o suco gástrico o<br />

bolo alimentar é chamado <strong>de</strong> quimo.<br />

O ácido clorídrico é conhecido <strong>no</strong> comércio como ácido muriático. É muito<br />

utilizado para limpeza <strong>de</strong> peças industriais <strong>de</strong> ferro, quando estas estão<br />

incrustadas <strong>de</strong> ferrugem. Esta técnica é <strong>de</strong><strong>no</strong>minada <strong>de</strong>capagem. É comum<br />

utilizarmos em casa na limpeza <strong>de</strong> pisos <strong>de</strong> concreto para dar um aspecto<br />

mais limpo ao mesmo.<br />

No <strong>corpo</strong> huma<strong>no</strong> tudo esta interligado; o quimo estimula a produção <strong>de</strong><br />

gastrina, um hormônio que <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia a produção do suco gástrico. O suco<br />

gástrico, por sua vez, é constituído <strong>de</strong> ácido clorídrico, água, enzima pepsina,<br />

sais e o muco protetor da pare<strong>de</strong> estomacal.<br />

O estômago é um órgão que possui três funções: reservar o alimento, misturálo<br />

com ácido clorídrico para <strong>de</strong>composição e liberá-lo parcialmente digerido<br />

para o intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado, finalizando a digestão.


geocities.com/paulomaciell/estomago_color.jpg (22/12/08)<br />

Como vimos, as células parietais do estômago produzem o suco gástrico por<br />

meio do hormônio gastrina quando há bolo alimentar presente. Esse suco é<br />

produzido em duas ocasiões: 1. em resposta aos estímulos sensoriais que<br />

ativam o apetite, momento anterior à chegada do bolo alimentar <strong>no</strong> estômago;<br />

2. pelo percurso intestinal, quando o quimo passa para o intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado.<br />

Questão<br />

Sabendo que o suco gástrico não é produzido somente pela presença <strong>de</strong><br />

alimentos <strong>no</strong> estômago, mas também pela mastigação, é aconselhável mascar<br />

chicletes?<br />

Outra função importante do suco gástrico é atuar na digestão <strong>de</strong> proteínas e<br />

proporcionar um pH i<strong>de</strong>al (1,5 – 2,5) para a ação <strong>de</strong> enzimas e proteção contra<br />

microrganismos. Não pense que ele é acumulado. Quando o estômago exerce<br />

uma <strong>de</strong> suas funções, liberar o quimo para o intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado, uma parte do<br />

suco é liberada e a ação <strong>de</strong> outros hormônios estimulam <strong>no</strong>vamente a gastrina<br />

a re<strong>no</strong>var o estoque gástrico.<br />

O quimo encaminhado ao intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado continuará a sofrer digestão, pois<br />

ao passar antes pelo duo<strong>de</strong><strong>no</strong> ativa a liberação, pelo pâncreas e pela vesícula<br />

biliar, do suco pancreático e da bile respectivamente.<br />

O suco pancreático é composto <strong>de</strong> enzimas que digerem carboidratos,<br />

gorduras, proteínas e bicarbonato, que torna o meio básico, cujo pH fisiológico<br />

(<strong>de</strong> bom funcionamento) é 8. A principal função do suco biliar, liberado pelo<br />

fígado diretamente <strong>no</strong> intesti<strong>no</strong>, é a <strong>de</strong> solubilizar as gorduras para que possam<br />

ser digeridas pelas enzimas produzidas pelo pâncreas e intesti<strong>no</strong>.<br />

O intesti<strong>no</strong> também libera suco digestivo. As glândulas da pare<strong>de</strong> do intesti<strong>no</strong><br />

<strong>de</strong>lgado produzem o suco entérico que é composto <strong>de</strong> água e enzimas. O<br />

quimo quando misturado a este suco, à bile e ao suco entérico é agora<br />

chamado <strong>de</strong> quilo. O quilo segue pelo o intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado e a digestão e a<br />

absorção <strong>de</strong> nutrientes continuam ocorrendo.


2.6 - Transporte e absorção <strong>de</strong> nutrientes:<br />

O alimento ingerido é digerido inicialmente na boca, passa pelo esôfago e entra<br />

<strong>no</strong> estômago formando o quimo.<br />

O quimo passa pelo intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado e duo<strong>de</strong><strong>no</strong> e ao sofrer ação do suco<br />

intestinal é chamado <strong>de</strong> quilo. No quilo ainda restam água e sais minerais a<br />

serem absorvidos e essa absorção ocorre <strong>no</strong> intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado.<br />

Todo o material já digerido atravessa à mucosa (pare<strong>de</strong>) do intesti<strong>no</strong> atingindo<br />

o sistema sanguíneo. Em seguida é transportado para outras partes do <strong>corpo</strong><br />

para serem armazenados. É comum que esses nutrientes e a água não sejam<br />

armazenados. Eles são encaminhados a <strong>no</strong>vos processos químicos que<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do metabolismo <strong>de</strong> cada pessoa e das suas necessida<strong>de</strong>s<br />

fisiológicas.<br />

A figura abaixo representa o intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado e um corte feito em sua mucosa,<br />

on<strong>de</strong> ocorre a absorção <strong>de</strong> nutrientes.<br />

colegiosaofrancisco.com.br/alfa/<strong>corpo</strong>-huma<strong>no</strong>-sistema-digestivo/imagens/intesti<strong>no</strong>-<strong>de</strong>lgado-<br />

5.jpg (22/12/08)<br />

Todas as vezes que comemos arroz estamos ingerindo carboidratos. Não<br />

somente o arroz, mas também batata, massas em geral, doces, frutas e<br />

vegetais apresentam carboidratos.<br />

Os Carboidratos são moléculas gran<strong>de</strong>s que não são facilmente digeridas. A<br />

digestão <strong>de</strong> carboidratos é facilitada pela sucessiva ação <strong>de</strong> sucos digestivos.<br />

Assim como a dos <strong>de</strong>mais nutrientes, a digestão dos carboidratos começa na<br />

boca pela ação salivar, passando pelo suco pancreático e intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado.<br />

O amido ingerido é digerido em duas etapas, inicialmente pela ação da saliva e<br />

posteriormente pela ação do suco pancreático. Dessa forma o amido é


convertido em maltose e <strong>no</strong> pâncreas, pela ação da enzima maltase, é<br />

convertido em glicose.<br />

Assim como outros nutrientes, a glicose po<strong>de</strong> ser levada para a corrente<br />

sanguínea através da mucosa do intesti<strong>no</strong>. Na corrente sanguínea, a glicose é<br />

encaminhada ao fígado on<strong>de</strong> é armazenada sob a forma <strong>de</strong> glicogênio ou<br />

utilizada para promover energia para o funcionamento do <strong>corpo</strong>.<br />

O carboidrato é a principal fonte <strong>de</strong> energia para o bom funcionamento do<br />

<strong>corpo</strong> huma<strong>no</strong>.<br />

Todos os processos químicos <strong>de</strong>scritos acima são válidos para qualquer outro<br />

carboidrato e sua enzima específica para transformá-lo em glicose e frutose <strong>no</strong><br />

mesmo órgão, o intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado. Por exemplo, o leite é um alimento que<br />

possui um açúcar chamado lactose que sofre ação da enzima lactase <strong>no</strong><br />

intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado transformando-a em açúcares me<strong>no</strong>res.<br />

Caso você também coloque uma carne <strong>de</strong> qualquer animal ou ovo <strong>no</strong> seu prato<br />

<strong>de</strong> arroz e batatas você também esta ingerindo proteínas. As proteínas são <strong>de</strong><br />

extrema importância para mantermos o bom aspecto e resistência dos <strong>no</strong>ssos<br />

músculos, ossos e pele.<br />

As proteínas também são importantes para cicatrização <strong>de</strong> ferimentos e<br />

produção <strong>de</strong> células sanguíneas e seus veiculantes, como hormônios,<br />

anti<strong>corpo</strong>s e enzimas diversas. Também po<strong>de</strong>m ser obtidas pela ingestão <strong>de</strong><br />

vegetais como grãos em geral, como feijão, lentilha, ervilha e soja.<br />

Ativida<strong>de</strong> 4<br />

Ativida<strong>de</strong> para ser realizada em dupla. Faça uma lista <strong>de</strong> alimentos que você<br />

ingeriu <strong>no</strong>s dois últimos dias. Indique separadamente os alimentos consumidos<br />

em cada dia.<br />

Como você classifica sua alimentação? Está balanceada? Se não está informe<br />

o que está faltando e o que está em excesso.<br />

A digestão das proteínas inicia-se <strong>no</strong> estômago e termina <strong>no</strong> intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado.<br />

No estômago ocorre pela ação <strong>de</strong> uma enzima componente do suco gástrico,<br />

produzida pelo próprio órgão e finalmente pelo suco pancreático.<br />

A enzima produzida pelo estômago é a pepsina que, após a sua ação, quebra<br />

as proteínas em seus componentes principais, os ami<strong>no</strong>ácidos. Os<br />

ami<strong>no</strong>ácidos são moléculas me<strong>no</strong>res e são absorvidos, também, pelas<br />

mucosas do intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado e encaminhadas para o <strong>corpo</strong> pela corrente<br />

sanguínea.<br />

A digestão das proteínas não ocorre apenas <strong>no</strong> estômago. Ocorre também por<br />

meio do suco pancreático por ação das enzimas tripsina e quimiotripsina.<br />

Quando comemos carnes muito gordurosas, estamos ingerindo lipí<strong>de</strong>os. Os<br />

lipí<strong>de</strong>os estão presentes em animais e, também, em vegetais como cacau,<br />

coco e amêndoa, as famosas frutas ou sementes gordurosas.


Como sabemos as gorduras não são solúveis em água. Se <strong>no</strong> estômago existe<br />

água como é feita a digestão <strong>de</strong> gordura? Você já sabe a resposta <strong>de</strong>ssa<br />

pergunta! O fígado é o responsável por essa ação, produz o suco biliar que<br />

dissolve as gorduras presentes <strong>no</strong>s alimentos.<br />

O suco biliar é <strong>de</strong> caráter ácido e dissolvem os lipí<strong>de</strong>os que também são<br />

ácidos, tornando-os acessíveis às ações <strong>de</strong> enzimas digestivas.<br />

O produto dos processos químicos sobre os lipí<strong>de</strong>os é a produção <strong>de</strong> mais<br />

ácido graxo e colesterol que são me<strong>no</strong>res e conseguem permear as pare<strong>de</strong>s<br />

do intesti<strong>no</strong> e posteriormente são <strong>de</strong>spejados na corrente sanguínea.<br />

Manter uma alimentação que apresente lipí<strong>de</strong>os em excesso não é saudável,<br />

mas a sua ingestão é importante, pois esses nutrientes servem <strong>de</strong> fonte <strong>de</strong><br />

energia para o <strong>corpo</strong>. Não po<strong>de</strong>mos <strong>no</strong>s esquecer que os carboidratos também<br />

servem <strong>de</strong> reserva energética e também <strong>de</strong>vem ser ingeridos com cautela.<br />

imagensdahora.com.br/clipart/clip<br />

arts_imagens/10Gastro<strong>no</strong>mia/gord<br />

inho_comendo.jpg (22/12/08)<br />

A estética anda <strong>de</strong> mãos dadas com a<br />

alimentação; ser magro ou gordo <strong>de</strong>mais é<br />

preocupante. Não <strong>no</strong>s alimentar <strong>de</strong> gorduras<br />

<strong>de</strong> forma correta <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia tantos<br />

problemas quanto alimentar-se <strong>de</strong>la <strong>de</strong> forma<br />

errada.<br />

As gorduras estabilizadas <strong>no</strong> <strong>corpo</strong>, a famosa banha, servem <strong>de</strong> isolante<br />

térmico, mantendo a temperatura estável e protege todo local on<strong>de</strong> se<br />

encontram <strong>de</strong> choques mecânicos como lesões e pancadas.<br />

Para finalizar a <strong>no</strong>ssa passagem pela absorção e transporte <strong>de</strong> nutrientes pelo<br />

intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado vamos estudar as vitaminas. A ingestão <strong>de</strong> gorduras<br />

juntamente com vitaminas auxilia na absorção <strong>de</strong>ssas, como exemplo, as<br />

vitaminas A, D, K e E.<br />

Outro fato interessante é a ingestão <strong>de</strong> algumas vitaminas juntamente com os<br />

alimentos para facilitar na digestão e auxiliar na absorção <strong>de</strong> alguns minerais. É<br />

o caso da laranja, apresenta vitamina C, que facilita a digestão e auxilia na<br />

absorção <strong>de</strong> ferro presente <strong>no</strong> feijão.<br />

A laranja sempre foi adicionada ao cardápio juntamente com a feijoada, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a sua <strong>de</strong>scoberta e só recentemente <strong>de</strong>scobriram essa proprieda<strong>de</strong>. Há<br />

relatos culturais que a feijoada foi preparada pela primeira vez pelos escravos<br />

que aproveitavam as sobras das carnes <strong>de</strong> porco que eram servidas aos seus<br />

do<strong>no</strong>s e as misturavam com feijão. As laranjas eram chupadas após o<br />

banquete.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Feijoada_(Brasil) (29/04/09)<br />

As vitaminas são necessárias mesmo que em pequenas quantida<strong>de</strong>s. As<br />

principais funções estão relacionadas à formação <strong>de</strong> ossos e tecidos e na<br />

prevenção <strong>de</strong> cânceres e envelhecimento.<br />

orlandorebelo.com/images/Vitaminas&Vitaminas2.jpg (22/12/08)<br />

Existem duas classes <strong>de</strong> vitaminas, aquelas que são solúveis em água (C e<br />

todas do complexo B) e as que são solúveis em gorduras (A, D, E e K). As<br />

vitaminas são absorvidas <strong>no</strong> intesti<strong>no</strong> <strong>de</strong>lgado e distribuídas pelo <strong>corpo</strong> através<br />

dos vasos sanguíneos.<br />

As vitaminas solúveis em água são <strong>de</strong><strong>no</strong>minadas hidrossolúveis. Elas são<br />

mais facilmente absorvidas pelas pare<strong>de</strong>s do intesti<strong>no</strong>, pois esse apresenta<br />

água. Elas são facilmente eliminadas na urina, tendo que ser repostas<br />

constantemente.<br />

As vitaminas não solúveis em água são <strong>de</strong><strong>no</strong>minadas lipossolúveis. A<br />

absorção é mais <strong>de</strong>morada, mas quando absorvidas, são armazenadas por<br />

longos períodos nas células adiposas.<br />

Depois que ocorreu a absorção da maioria dos nutrientes, o bolo fecal é<br />

formado <strong>no</strong> intesti<strong>no</strong> grosso. O intesti<strong>no</strong> grosso não segrega suco digestivo e<br />

tem a função básica <strong>de</strong> reter água, mas po<strong>de</strong> absorver alguns nutrientes que,<br />

por ventura, não foram aproveitados durante a digestão. Após toda a absorção<br />

ser realizada e toda a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água retida, o bolo fecal po<strong>de</strong> ser<br />

encaminhado ao ânus e ser excretado.<br />

2.7 - Sistema excretor:<br />

No <strong>corpo</strong> huma<strong>no</strong> todos os órgãos estão conectados. Para garantir o bom<br />

funcionamento do organismo é necessário que todos eles funcionem<br />

a<strong>de</strong>quadamente.<br />

O sistema circulatório funciona em conjunto com o sistema digestório<br />

garantindo a absorção dos nutrientes digeridos.<br />

Assim como o sistema digestório é composto por diversos órgãos que são<br />

responsáveis pela digestão e absorção (sistema circulatório) <strong>de</strong> nutrientes, o


sistema excretor também é formado por diversos órgãos que são responsáveis<br />

por filtrar o sangue e produzir como resíduo a urina.<br />

Questão<br />

Explique como o sistema excretor se relaciona ao sistema digestório.<br />

O sistema excretor é formado por um par <strong>de</strong> rins, um par <strong>de</strong> ureteres, bexiga e<br />

uretra. Inicialmente os dois rins filtram todas as substâncias (nutrientes) que<br />

passaram para a corrente sanguínea durante a digestão e a partir do rim aquilo<br />

que não foi aproveitado (resíduos) é encaminhado à bexiga pelos ureteres.<br />

afh.bio.br/excret/excret1.asp<br />

A bexiga serve <strong>de</strong> armazenamento <strong>de</strong> urina e este resíduo após um tempo <strong>de</strong><br />

repreensão é excretado por meio da uretra. A saída da urina é um processo<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ado pelo relaxamento involuntário do órgão que a armazena, a<br />

bexiga. Ou seja, não adianta querer urinar se a bexiga não estiver cheia.<br />

Mas porque é possível segurar a urina quando a bexiga esta cheia? Ocorre,<br />

contudo que após o relaxamento da bexiga, apenas sentimos a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

urinar e não urinamos, pois existe uma válvula do tipo esfíncter <strong>no</strong> fim da<br />

uretra, permitindo que a urina só seja eliminada quando voluntariamente<br />

abrimos esta válvula.<br />

Do que é composta a urina? Depois <strong>de</strong> tantas absorções e filtragens esse<br />

resíduo <strong>de</strong>ve possuir alguma excreção, ou seja, o organismo huma<strong>no</strong> <strong>de</strong>ve<br />

liberar alguma substância. A maior quantida<strong>de</strong> (cerca <strong>de</strong> 96%) é <strong>de</strong> água e o<br />

restante é uréia, o que classifica os mamíferos, anfíbios e répteis como<br />

ureotélicos. Na urina também po<strong>de</strong>m ser encontrados alguns sais e outros<br />

metabólitos como ácido úrico.


Resumindo, a excreção é o processo pelo qual o organismo elimina<br />

substâncias nitrogenadas <strong>de</strong> caráter tóxico. O perfeito funcionamento do<br />

sistema excretor implica em uma osmoregulação perfeita, ou seja, um equilíbrio<br />

da concentração <strong>de</strong> água e sais em or<strong>de</strong>m. Não somente <strong>no</strong>s ureotélicos, mas<br />

também nas outras classes, as excretas são substâncias nitrogenadas obtidas<br />

pela <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> proteínas e ácidos nucléicos.<br />

Agora que completamos o ciclo do sistema excretor, não po<strong>de</strong>mos <strong>no</strong>s<br />

esquecer que existe outra parte resultante <strong>de</strong>ste processo, o sangue filtrado.<br />

Para enten<strong>de</strong>r temos que estudar o funcionamento renal.<br />

O funcionamento renal<br />

Pessoas que fazem sessões <strong>de</strong> hemodiálise constantemente não possuem a<br />

função renal em bom funcionamento. A máquina retira toda a uréia do sangue,<br />

uma vez que o rim não consegue exercer a sua função. Uma solução para<br />

evitar as sucessivas visitas hospitalares é instalar um rim artificial, uma espécie<br />

<strong>de</strong> máquina <strong>de</strong> hemodiálise diminuta, <strong>de</strong> preço elevado.<br />

Em cada rim, existem inúmeras unida<strong>de</strong>s funcionais, chamadas néfrons. O<br />

sangue a ser filtrado chega ao rim pela artéria renal e <strong>no</strong> seu interior os néfrons<br />

são os responsáveis pela filtração. A filtração ocorre sob elevadas pressões e<br />

ainda <strong>no</strong>s rins há absorção <strong>de</strong> água, glicose, vitaminas, e ami<strong>no</strong>ácidos.<br />

http://bp2.blogger.com/_PQ_7ZjzHC4A/Rt<br />

XdE9IWJI/AAAAAAAAA3A/Nqjk7JdCop8/s<br />

320/rim.gif (22/12/08)<br />

Outro método <strong>de</strong> excreção<br />

À medida que a artéria renal vai se<br />

ramificando por todo o nefrón em<br />

arteríolas e capilares estes reabsorvem<br />

mais substâncias úteis dos túbulos renais<br />

e se reúnem para formar um vaso único,<br />

a veia renal, que leva o sangue para fora<br />

do rim, portanto purificado, para o<br />

coração.<br />

Assim como o <strong>no</strong>sso <strong>corpo</strong> possui a excreção por meio do sistema urinário,<br />

também possui o da pele que libera suor. O suor é um líquido produzido por<br />

glândulas que executam a excreção da pele. A pele é consi<strong>de</strong>rada um órgão (e<br />

o maior <strong>de</strong>les) e, portanto, possui sistema <strong>de</strong> excreção.


As glândulas responsáveis são<br />

chamadas <strong>de</strong> sudoríparas e estão<br />

espalhadas por toda a pele, sendo<br />

mais freqüentes nas axilas, palma<br />

das mãos e pés. O suor produzido<br />

por essas glândulas possui água em<br />

maior quantida<strong>de</strong> e po<strong>de</strong> conter<br />

ainda uréia, ácido úrico e alguns<br />

sais (por isso o gosto salgado).<br />

Editado <strong>de</strong>:<br />

royalcanin.com.br/labrador/follicule-pileuxv.2.jpg<br />

(22/12/08)<br />

Assim como <strong>no</strong>s <strong>de</strong>mais sistemas, as substâncias residuais são retiradas do<br />

sangue e neste caso o canal excretor é finalizado na pele e o suor saindo pelos<br />

poros.<br />

O suor é importante para a manutenção da temperatura corpórea. Note que<br />

<strong>no</strong>sso <strong>corpo</strong> transpira quando executamos ativida<strong>de</strong>s físicas ou corremos. Suar<br />

serve para manter a temperatura corpórea fixa (cerca <strong>de</strong> 37ºC). A ativida<strong>de</strong><br />

muscular provocada pelo exercício físico produz muito calor e<br />

consequentemente a temperatura do <strong>corpo</strong> ten<strong>de</strong> a aumentar.<br />

O suor liberado evapora, pois sua composição é basicamente água, e reduz a<br />

temperatura próxima à pele, favorecendo a troca <strong>de</strong> calor do <strong>corpo</strong> para o<br />

ambiente.<br />

As glândulas sudoríparas existentes nas axilas, pés e até mesmo nas regiões<br />

genitais são chamadas <strong>de</strong> apócrinas. Esse tipo <strong>de</strong> glândula exala suor com<br />

substâncias gordurosas, que são quebradas por algumas bactérias que se<br />

encontram em <strong>no</strong>ssa pele; a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas bactérias gera produtos <strong>de</strong> odor<br />

forte e intolerante.<br />

3- Alimentação Balanceada<br />

Qual é a quantida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> cada alimento que <strong>no</strong>sso <strong>corpo</strong> necessita?<br />

Costuma-se representar por meio <strong>de</strong> um esquema <strong>de</strong><strong>no</strong>minado pirâmi<strong>de</strong><br />

alimentar as quantida<strong>de</strong>s relativas <strong>de</strong> alimentos que <strong>de</strong>vem ser ingeridos.<br />

Assim, a base da pirâmi<strong>de</strong> é constituída <strong>de</strong> alimentos que <strong>de</strong>vem ser<br />

consumidos em maior quantida<strong>de</strong> (cereais, pães, arroz e massas), enquanto<br />

que <strong>no</strong> topo estão os que <strong>de</strong>vem ser consumidos com mo<strong>de</strong>ração (gorduras,<br />

óleos e açúcares).


Esquema <strong>de</strong> uma pirâmi<strong>de</strong> alimentar 1<br />

Po<strong>de</strong>mos dividir a pirâmi<strong>de</strong> em quatro níveis:<br />

Primeiro nível: Grupo do arroz, pão, massa, batata, mandioca: constituído por<br />

cereais, tubérculos e raízes, fontes <strong>de</strong> carboidratos; contribui com a maior parte<br />

das calorias da dieta.<br />

Segundo nível: Grupo das verduras e legumes e Grupo das frutas: fontes <strong>de</strong><br />

vitaminas e minerais.<br />

Terceiro nível: Grupo do leite, queijo e iogurte: fontes <strong>de</strong> proteínas, cálcio e<br />

vitaminas; Grupo das carnes e ovos:alimentos fontes <strong>de</strong> proteínas, ferro e<br />

vitaminas; inclui carne bovina e suína, aves, peixes e frutos do mar, vísceras e<br />

ovos; Grupo dos feijões: inclui feijão, soja, ervilha, grão <strong>de</strong> bico, fava e<br />

amendoim; alimentos fontes <strong>de</strong> proteína vegetal.<br />

1 Revista Nutrição. Vol.16(1). Campinas; Jan/Mar,2003. Teores <strong>de</strong> amido em alguns<br />

alimentos.


Quarto nível: Grupo dos óleos e gorduras (margarina/manteiga, óleo) e Grupo<br />

dos açúcares e doces (doces, mel e açúcares): fontes <strong>de</strong> gorduras e<br />

carboidratos, respectivamente; os alimentos <strong>de</strong>stes grupos <strong>de</strong>vem ser<br />

consumidos com mo<strong>de</strong>ração, pois se encontram <strong>no</strong> topo e em todos os outros<br />

níveis da pirâmi<strong>de</strong>, estando presentes na composição e preparação dos<br />

alimentos<br />

3.1 Alimentos como fonte <strong>de</strong> energia<br />

Em <strong>no</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s diárias gastamos certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia que<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do esforço que realizamos. Na tabela a seguir encontram-se<br />

relacionadas algumas ativida<strong>de</strong>s e o seu respectivo gasto energético.<br />

Tabela : Necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> energia para algumas ativida<strong>de</strong>s<br />

Para que possamos realizar todas essas ativida<strong>de</strong>s <strong>no</strong>sso organismo precisa<br />

continuadamente <strong>de</strong> energia. O ser huma<strong>no</strong> obtém energia a partir <strong>de</strong><br />

transformações químicas que ocorrem <strong>no</strong>s nutrientes contidos <strong>no</strong>s alimentos.<br />

Ativida<strong>de</strong> 5<br />

Ativida<strong>de</strong> Energia (Kcal/hora)<br />

Sentado 15<br />

Escrevendo 20<br />

Caminhando 200 a 350<br />

Correndo 800 a 1000<br />

Dançando 200 a 400<br />

Nutriente Energia (Kcal/g)<br />

Gordura 9<br />

Carboidrato 4<br />

Proteína 4<br />

Tabela 4: Energia média fornecida pelos nutrientes<br />

Reúna com o seu colega e responda as questões<br />

1- Normalmente se escuta dizer: “este alimento é rico em vitaminas e<br />

proteínas”. O que você enten<strong>de</strong> por estes termos?


2- Preencha a tabela abaixo, indicando exemplos <strong>de</strong> alimentos e assinalando<br />

com um X na coluna dos constituintes que você consi<strong>de</strong>ra encontrar nesse<br />

alimento.<br />

3- Com base na tabela anterior, justifique porque você fez as opções entre<br />

açúcar e amido.<br />

4- Em sua opinião, quais as implicações da ingestão <strong>de</strong> açúcar para <strong>no</strong>sso<br />

organismo (tanto do ponto <strong>de</strong> vista dos aspectos positivos quanto negativos)?<br />

5- Apresente algumas fontes <strong>de</strong> açúcar.<br />

6- Uma dona <strong>de</strong> casa resolveu preparar um bolo <strong>de</strong> maçã e utilizou 2 colheres<br />

<strong>de</strong> açúcar mascavo, pois afirmava que era um açúcar isento <strong>de</strong> química.<br />

a) Você consi<strong>de</strong>ra que a dona <strong>de</strong> casa está certa na sua afirmação? Justifique<br />

sua resposta.<br />

b) Qual a diferença que você estabelece entre o açúcar refinado e açúcar<br />

mascavo?<br />

3.2 - Difícil digestão<br />

Constituintes<br />

alimento açúcar amido<br />

Ex: beterraba x


Nem sempre foi<br />

fácil a aceitação<br />

dos produtos<br />

america<strong>no</strong>s pelos<br />

europeus. A<br />

batata, por<br />

exemplo, <strong>de</strong>morou<br />

cerca <strong>de</strong> 200 a<strong>no</strong>s<br />

para ser aceita<br />

como alimento.<br />

Assim como o<br />

tomate, a batata era consi<strong>de</strong>rada vene<strong>no</strong>sa, alimento do diabo ou <strong>de</strong> bruxas.<br />

Começou a ser consumida pelos porcos e, mais tar<strong>de</strong>, pelos camponeses<br />

pobres, tornando-se, <strong>de</strong>pois, alimento básico <strong>de</strong> certos povos, como ingleses e<br />

irlan<strong>de</strong>ses, que, <strong>no</strong> século 19, quando migraram em massa para os Estados<br />

Unidos, a transportaram com eles. Por isso a batata, americana, ficou<br />

conhecida, <strong>no</strong> Brasil, com o <strong>no</strong>me <strong>de</strong> batata-inglesa!<br />

Hoje, ao lado do trigo, a batata é a principal matéria-prima para a fabricação<br />

<strong>de</strong> pão, um dos alimentos mais aceitos e consumidos <strong>no</strong> mundo inteiro. O<br />

cultivo e o comércio da batata geram atualmente mais dinheiro do que o do<br />

ouro, tão procurado e cobiçado pelos europeus que chegaram à América <strong>no</strong><br />

século 16. A batata-doce, levada daqui para a Ásia, é, hoje, um dos pratos<br />

básicos na China.<br />

Após o século 16, o intercâmbio <strong>de</strong> alimentos aumentou muito. Isso aconteceu<br />

graças à multiplicação e à melhoria dos meios <strong>de</strong> transporte, que evoluíram<br />

dos tradicionais camelos e cavalos para navios, trens, caminhões e aviões.<br />

Aconteceu também em função dos progressos agrícolas, que possibilitaram<br />

tornar os solos mais produtivos e combater muitas pragas. Com isso, os<br />

alimentos passaram a ser produzidos em maior quantida<strong>de</strong> por metro<br />

quadrado e com melhor qualida<strong>de</strong>: sendo maiores, mais nutritivos e mais<br />

resistentes.<br />

As invenções tec<strong>no</strong>lógicas também colaboraram muito para intensificar essa<br />

troca entre países. Afinal, possibilitaram conservar comidas e bebidas, tanto<br />

durante as longas viagens, como <strong>no</strong> interior das casas. A gela<strong>de</strong>ira é uma<br />

<strong>de</strong>ssas invenções que permite a conservação <strong>de</strong> alimentos por mais tempo.<br />

Antes <strong>de</strong>la, nada era plantado nem colhido durante o inver<strong>no</strong>; e o que se<br />

plantava e colhia nas outras estações só podiam ser conservado por pouco<br />

tempo. As carnes também se estragavam <strong>de</strong>pressa, apesar das muitas<br />

especiarias com que eram temperadas para retardar o seu apodrecimento.<br />

Com a evolução tec<strong>no</strong>lógica e o transporte <strong>de</strong> alimentos, hoje po<strong>de</strong>mos ter<br />

alimentos mais variados, em maior quantida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> melhor qualida<strong>de</strong>. Mas,<br />

apesar <strong>de</strong>ssa abundância <strong>de</strong> alimentos, muitas pessoas e animais ainda<br />

morrem <strong>de</strong> fome, principalmente em países da África, da Ásia e das Américas<br />

do Sul e Central. Isso acontece porque a distribuição <strong>de</strong> alimentos <strong>no</strong> mundo é<br />

cara. Logo, o preço <strong>de</strong>sses alimentos <strong>no</strong> supermercado é mais alto ainda.


Muitas famílias não ganham o suficiente para produzir ou para comprar os<br />

alimentos <strong>de</strong> que precisam, por isso, passam fome, ficando <strong>de</strong>snutridas e<br />

doentes. Agora, veja o outro lado: nas famílias mais ricas, não só os alimentos<br />

são abundantes e muito variados, como, também, <strong>de</strong>sperdiçados, jogados <strong>no</strong><br />

lixo, que, por isso, é vasculhado pelos que vivem na miséria.<br />

Há, também, outros tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício, que começam na colheita dos<br />

produtos, continuam <strong>no</strong>s gran<strong>de</strong>s armazenamentos malfeitos ou <strong>no</strong>s gran<strong>de</strong>s<br />

centros distribuidores mal cuidados, significando, às vezes, a perda <strong>de</strong> quase<br />

meta<strong>de</strong> da produção original. Unir esforços para terminar com a fome <strong>no</strong><br />

mundo <strong>de</strong>ve ser o objetivo principal <strong>de</strong> cada socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> cada povo, <strong>de</strong> cada<br />

pessoa, até mesmo <strong>de</strong> cada criança. Quando isso acontecer, a fascinante<br />

história dos alimentos terá um final feliz.<br />

Ciência Hoje das Crianças 116, agosto 2001

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