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Função linear e

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Módulo Didático de apoio à atividade docente para o CRV<br />

Disciplina Matemática – Ensino Médio<br />

Título: <strong>Função</strong> <strong>linear</strong> e função do primeiro grau<br />

Tópico<br />

8. <strong>Função</strong> do primeiro grau<br />

Introdução<br />

Habilidades<br />

8.1. Identificar uma função <strong>linear</strong> a partir de sua representação<br />

algébrica ou gráfica.<br />

8.2. Utilizar a função <strong>linear</strong> para representar relações entre<br />

grandezas diretamente proporcionais.<br />

8.3. Reconhecer funções do primeiro grau como as que têm<br />

variação constante.<br />

8.4. Identificar uma função do primeiro grau a partir de sua<br />

representação algébrica ou gráfica.<br />

8.5. Representar graficamente funções do primeiro grau.<br />

8.9. Reconhecer uma progressão aritmética como uma função<br />

do primeiro grau definida no conjunto dos números inteiros<br />

positivos<br />

Este módulo diz respeito a situações freqüentes envolvendo grandezas que sofrem<br />

aumentos iguais em tempos iguais. Neste caso, dizemos que essas grandezas estão<br />

relacionadas por uma função do primeiro grau.<br />

Várias situações podem ser modeladas através de funções do primeiro grau. Por<br />

exemplo: o valor da conta de luz em função da quantidade de energia consumida; o<br />

valor do imposto de renda do assalariado, em cada faixa de tributação, em função<br />

do salário; a distância percorrida por um automóvel com velocidade constante em<br />

função do tempo; o perímetro de um quadrado em função do lado.<br />

Neste módulo iremos estudar as funções do primeiro grau. Veremos como identificar<br />

funções do primeiro grau através de suas representações algébricas e gráficas e<br />

veremos a resolução de alguns problemas que envolvem funções do primeiro grau.<br />

1


1. Funções <strong>linear</strong>es<br />

Vamos relembrar alguns exemplos de situações que envolvem grandezas<br />

diretamente proporcionais para ver que, neste caso, essas grandezas estão<br />

relacionadas por uma função <strong>linear</strong>. Observamos que o módulo didático referente ao<br />

tópico número 4 do Ensino Fundamental apresenta várias situações de grandezas<br />

diretamente proporcionais.<br />

Exemplo 1: Se um carro está trafegando a velocidade constante de 80 km/h, então a<br />

distância d percorrida por ele é diretamente ao tempo t em que ele está andando.<br />

Como ele anda 80 km em uma hora, vemos que d = 80t<br />

. Isso significa que a razão<br />

d<br />

é constante igual a 80.<br />

t<br />

Exemplo 2: Se uma torneira despeja 3 litros de água por minuto em um recipiente,<br />

então a quantidade V de água que ela despeja no recipiente é diretamente<br />

proporcional ao tempo que a torneira fica aberta. Como ela despeja 3 litros por<br />

V<br />

minuto, vemos que V = 3t<br />

. Isso significa que a razão é constante igual a 3.<br />

t<br />

Exemplo 3: Em uma lanchonete, cada pão de queijo custa R$ 0,60. Portanto, se<br />

uma pessoa comprar n pães de queijo, ela deverá pagar um valor C igual a<br />

C = 0,<br />

60 n . Observe que as grandezas “quantidade comprada de pão de queijo” e<br />

C<br />

“valor a ser pago” são diretamente proporcionais. Neste caso, a razão é<br />

n<br />

constante igual a 0,60.<br />

De modo geral, como observado no módulo didático referente ao tópico número 4 do<br />

Ensino Fundamental, quando duas grandezas x e y são diretamente proporcionais,<br />

y<br />

então a razão entre o valor de y e o valor correspondente de x é constante. Se<br />

x<br />

y<br />

o valor dessa constante é a , então = a , ou seja, y = a x . Assim, dado o valor de<br />

x<br />

2


x , para obtermos o valor correspondente de y basta multiplicarmos x pela<br />

constante a . Neste caso, dizemos que a expressão y = a x define y como uma<br />

função <strong>linear</strong> de x .<br />

Reciprocamente, se duas grandezas x e y estão relacionadas por uma função<br />

y<br />

<strong>linear</strong> do tipo y = a x , então a razão entre o valor de y e o valor correspondente<br />

x<br />

de x é constante, e isso significa que as grandezas x e y são diretamente<br />

proporcionais. Assim concluímos que:<br />

Duas grandezas relacionadas x e y são diretamente proporcionais<br />

se, e somente se, elas estiverem relacionadas por uma função<br />

<strong>linear</strong>. Ou seja, se existir uma constante a tal que y = ax .<br />

1.1. O gráfico da função <strong>linear</strong><br />

Exemplo 4: Em um plano cartesiano, vamos representar o gráfico da função <strong>linear</strong><br />

y = 2x<br />

, isto é, vamos representar todos os pares ordenados ( x , y)<br />

tais que y = 2x<br />

.<br />

Solução: Primeiramente podemos montar uma tabela de valores, dando valores de<br />

x e calculando o valor correspondente de y , para obtermos alguns pontos do<br />

gráfico da função y = 2x<br />

. Utilizando um papel quadriculado por exemplo, esses<br />

pontos podem ser representados em um plano cartesiano, obtendo-se uma figura<br />

como a que se vê logo em seguida.<br />

x y = 2x<br />

-2 -4<br />

-1 -2<br />

0 0<br />

1 2<br />

3


2 4<br />

3 6<br />

Coloque agora uma régua sobre os pontos marcados na figura acima. Você<br />

observou que todos esses pontos estão alinhados? Agora, desenhe essa reta no<br />

plano cartesiano e continue marcando mais pontos no gráfico da função y = 2x<br />

,<br />

dando outros valores de x . Se você marcar esses novos pontos no plano, verá que<br />

todos eles pertencem à reta que você acabou de desenhar. Isso ilustra que o gráfico<br />

da função y = 2x<br />

é uma reta que passa pela origem do sistema de coordenadas.<br />

Vamos verificar que, de fato, para qualquer valor de a , o gráfico da função y = ax é<br />

uma reta que passa pela origem do sistema de coordenadas.<br />

Os pontos O = ( 0,<br />

0)<br />

e P = ( 1,<br />

a)<br />

pertencem ao gráfico desta função, pois suas<br />

coordenas satisfazem a equação y = ax . Seja t a reta que liga esses dois pontos, e<br />

seja Q = ( x , y)<br />

um outro ponto qualquer desta reta.<br />

4


Se M = ( 1,<br />

0)<br />

e N = (x , 0)<br />

são projeções dos pontos P e Q sobre o eixo x , vemos<br />

que os triângulos retângulos OMP e ONQ são semelhantes pois possuem lados<br />

paralelos. Isto implica que esses triângulos possuem lados proporcionais. Logo<br />

PM QN<br />

= ⇒<br />

MO NO<br />

a =<br />

1<br />

y<br />

x<br />

⇒ y = ax<br />

Portanto, como as coordenadas do ponto Q = ( x , y)<br />

satisfazem a equação y = ax ,<br />

vemos que o ponto Q pertence ao gráfico dessa função. Isso demonstra que:<br />

O gráfico da função y = ax é uma reta que<br />

passa pela origem do sistema de<br />

coordenadas.<br />

Como uma reta fica determinada por dois de seus pontos, para representar em um<br />

plano cartesiano o gráfico de uma função <strong>linear</strong> y = ax é suficiente marcar nesse<br />

plano dois pontos quaisquer do gráfico e depois ligar esses pontos com uma reta.<br />

Exemplo 5: Em um plano cartesiano, vamos representar o gráfico da função <strong>linear</strong><br />

1<br />

1<br />

y = x , isto é, vamos representar todos os pares ordenados ( x , y)<br />

tais que y = x .<br />

2<br />

2<br />

1<br />

Solução: Como a função y = x é <strong>linear</strong>, o seu gráfico é uma reta que passa pela<br />

2<br />

origem O = ( 0,<br />

0)<br />

do sistema de coordenadas. Agora, para x = 2 vemos que<br />

5


1 1<br />

1<br />

y = x = 2 = 1.<br />

Portanto o gráfico da função y = x também passa pelo ponto<br />

2 2<br />

2<br />

1<br />

P = ( 2,<br />

1)<br />

. Assim, para traçar o gráfico da função y = x é suficiente marcar o ponto<br />

2<br />

P = ( 2,<br />

1)<br />

e desenhar a reta que liga P a origem do sistema de coordenadas.<br />

Exemplo 6: Em um plano cartesiano, vamos representar o gráfico da função <strong>linear</strong><br />

y = −2x<br />

.<br />

Solução: Como a função y = −2x<br />

é <strong>linear</strong>, o seu gráfico é uma reta que passa pela<br />

origem O = ( 0,<br />

0)<br />

do sistema de coordenadas. Assim, já temos um ponto do gráfico<br />

desejado: a origem. Para desenhar então o gráfico dessa função basta<br />

representarmos no plano cartesiano um outro ponto qualquer do gráfico e o ligar<br />

com a origem por uma reta. Considerando x = −1,<br />

obtemos o valor correspondente:<br />

y = 2 . Assim, o gráfico da função y = −2x<br />

é a reta que liga os pontos O = ( 0,<br />

0)<br />

e<br />

P = (−1,<br />

2)<br />

.<br />

6


1.2. <strong>Função</strong> <strong>linear</strong> crescente e função <strong>linear</strong> decrescente<br />

Considere por exemplo a função <strong>linear</strong> y = 2x<br />

cujo gráfico foi estudado no exemplo<br />

4. Observe que, para essa função, quanto maior o valor de x maior será o valor<br />

correspondente de y . Isso significa que a função y = 2x<br />

é crescente. Agora, para<br />

a função y = −2x<br />

, cujo gráfico foi construído no exemplo 6, quanto maior o valor de<br />

x menor será o valor correspondente de y . Isso significa que a função y = −2x<br />

é<br />

decrescente. De modo geral, tem-se que:<br />

• se a > 0 então a função y = ax é crescente: quanto maior x , maior y .<br />

• se a < 0 então a função y = ax é decrescente: quanto maior x , menor y .<br />

7


1.3. Identificação de funções <strong>linear</strong>es<br />

Os próximos exemplos ilustram situações variadas em que se deve identificar uma<br />

função <strong>linear</strong>.<br />

Exemplo 7: qual dos gráficos a seguir pode ser de uma função <strong>linear</strong>?<br />

Solução: o gráfico de uma função <strong>linear</strong> é uma reta que passa pela origem do<br />

sistema de coordenadas. Das alternativas apresentadas, a única que corresponde a<br />

uma tal reta é a da letra (B).<br />

Exemplo 8: qual das funções a seguir é <strong>linear</strong>?<br />

2<br />

A) y = x . B) y = 3x −1<br />

. C) y = x(<br />

x −1)<br />

. D) y = 5x<br />

.<br />

Solução: uma função <strong>linear</strong> tem equação do tipo y = ax para algum número fixado<br />

a . Das alternativas apresentadas, a única que tem esse aspecto é a alternativa (D).<br />

8


Exemplo 9: as grandezas x e y são diretamente proporcionais. Se, para x = 5 , o<br />

valor correspondente de y é y = 7 , então essas grandezas estão relacionadas por:<br />

5<br />

7<br />

A) y = x . B) y = x . C) y = 5 x + 7 . D) y = 7 x + 5 .<br />

7<br />

5<br />

Solução: Se as grandezas x e y são diretamente proporcionais, então o quociente<br />

y y<br />

, entre valores correspondentes de x e y , é constante. Se a = é o valor desta<br />

x<br />

x<br />

7<br />

constante temos que a = , pois para x = 5 o valor correspondente de y é y = 7 .<br />

5<br />

y 7<br />

7<br />

Assim = , ou seja, y = x , alternativa (B).<br />

x 5<br />

5<br />

Exemplo 10: Na figura a seguir está representada uma reta num plano cartesiano.<br />

Essa reta é o gráfico da função<br />

A) y = 3 x + 2.<br />

B) y = 2 x + 3.<br />

2<br />

C) y = x .<br />

3<br />

3<br />

D) y = x .<br />

2<br />

Solução: como a reta apresentada passa pela origem do sistema de coordenadas,<br />

ela é o gráfico de uma função <strong>linear</strong>, que tem a forma y = ax . Como o ponto ( 3,<br />

2)<br />

pertence ao gráfico, tem-se que essa equação é verdadeira para x = 3 e y = 2 .<br />

2<br />

Nesse caso, obtém-se 2 = 3a<br />

, ou seja, a = . Portanto, a reta apresentada é o<br />

3<br />

2<br />

gráfico da função <strong>linear</strong> y = x , alternativa (C).<br />

3<br />

9


2. Funções do primeiro grau<br />

Antes de começar o estudo das funções do primeiro grau, vamos ver alguns<br />

exemplos de situações que envolvem esse tipo de relação entre duas grandezas.<br />

Exemplo 11: Num determinado instante, um recipiente possui 20 litros de água. A<br />

partir desse instante, uma torneira é aberta e ela começa a despejar 3 litros de água<br />

por minuto no recipiente. A tabela a seguir ilustra a quantidade de água no recipiente<br />

após alguns instantes da torneira ter sido aberta:<br />

Tempo que a<br />

torneira ficou<br />

aberta (minuto)<br />

Volume de água no<br />

recipiente (litros)<br />

0 1 2 3 4 5<br />

20 23 26 29 32 35<br />

Observe que a cada minuto que passa o volume de água no recipiente é aumentado<br />

em 3 litros, e que podemos reescrever a tabela anterior do seguinte modo:<br />

Tempo que a<br />

torneira ficou<br />

aberta (minuto)<br />

0 20<br />

1 23 = 20 + 3<br />

Volume de água no<br />

recipiente (litros)<br />

2 26 = 23 + 3 = 20 + 2 × 3<br />

3 29 = 26 + 3 = 20 + 3×<br />

3<br />

4 32 = 29 + 3 = 20 + 4 × 3<br />

5 35 = 32 + 3 = 20 + 5×<br />

3<br />

Continuando dessa maneira, e observando a regularidade das linhas da tabela<br />

anterior, pode-se concluir que após t minutos de a torneira ter sido aberta, o volume<br />

de água no recipiente será igual a V = 20 + t × 3.<br />

Uma expressão como essa que<br />

acabamos de deduzir é muito interessante, pois ela nos permite responde facilmente<br />

várias perguntas, tais como:<br />

(a) Após 60 minutos de a torneira ter sido aberta, qual o volume de água no<br />

recipiente?<br />

10


De acordo com a expressão V = 20 + t × 3,<br />

após 60 minutos o volume de água no<br />

recipiente será igual a V = 20 + 60 × 3 = 200 litros.<br />

(b) Após quanto tempo de a torneira ter sido aberta, o volume de água no recipiente<br />

será de 86 litros?<br />

De acordo com a expressão V = 20 + t × 3,<br />

o volume de água no recipiente será<br />

de 86 litros se 20 + t × 3 = 86.<br />

Daí, 3 t = 66 ⇒ t = 22 . Logo, após 22 minutos de a<br />

torneira ter sido aberta, o volume de água no recipiente será de 86 litros?<br />

Exemplo 12: Uma caixa d’água está completamente cheia com 1000 litros de água.<br />

Em um determinado instante, uma torneira é aberta, e desse modo são retirados 2<br />

litros de água por hora da caixa d’água. A tabela a seguir nos mostra o volume de<br />

água na caixa em alguns instantes após a torneira ter sido aberta:<br />

Tempo que a<br />

torneira ficou<br />

aberta (hora)<br />

Volume de água na<br />

caixa (litros)<br />

0 1 2 3 4 5<br />

1000 998 996 994 992 990<br />

Observe que a cada minuto que passa o volume de água na caixa diminui em 2<br />

litros, e que podemos reescrever a tabela anterior do seguinte modo:<br />

Tempo que a<br />

torneira ficou<br />

aberta (hora)<br />

0 1000<br />

1 998 = 1000 − 2<br />

Volume de água na caixa<br />

(litros)<br />

2 996 = 998 − 2 = 1000 − 2×<br />

2<br />

3 994 = 996 − 2 = 1000 − 3×<br />

2<br />

4 992 = 994 − 2 = 1000 − 4 × 2<br />

5 990 = 992 − 2 = 1000 − 5×<br />

2<br />

Como no exemplo anterior, continuando dessa maneira, e observando a<br />

regularidade das linhas da tabela anterior, pode-se concluir que após t minutos de a<br />

11


torneira ter sido aberta, o volume de água na caixa d’água será igual a<br />

V = 1000 − t × 2 . Uma expressão como essa que acabamos de deduzir é muito<br />

interessante, pois ela nos permite responde facilmente várias perguntas, tais como:<br />

(a) Qual será o volume de água na caixa após 24 horas de a torneira ter sido<br />

aberta?<br />

De acordo com a expressão V = 1000 − t × 2 , após 24 horas de a torneira ter sido<br />

aberta o volume de água na caixa será igual a V = 1000 − 24 × 2 = 952 litros.<br />

(b) Após quanto tempo de a torneira ter sido aberta, o volume de água na caixa será<br />

de 500 litros?<br />

De acordo com a expressão V = 1000 − t × 2 , o volume de água na caixa será de<br />

500 litros se 500 = 1000 − t × 2 , ou seja, se 2 t = 500 ⇒ t = 250 . Portanto após<br />

250 minutos a caixa d’água terá 500 litros.<br />

(c) Após quanto tempo de a torneira ter sido aberta, a caixa d’água estará vazia?<br />

A caixa d’água estará vazia se o volume de água contida nela for igual a zero.<br />

De acordo com a expressão V = 1000 − t × 2 , isso significa que 0 = 1000 − t × 2 , ou<br />

seja, se t = 500 . Portanto após 500 minutos a caixa d’água estará vazia.<br />

No exemplo 11 as grandezas volume (V ) e tempo ( t ) estão relacionadas pela<br />

expressão V = 20 + t × 3,<br />

e no exemplo 12 temos uma dependência do tipo<br />

V = 1000 − t × 2 . Essas duas expressões são casos particulares de funções do<br />

primeiro grau.<br />

Duas grandezas x e y estão relacionadas por uma função do<br />

primeiro grau se existirem números a e b tais que os valores<br />

correspondentes de x e y estão relacionados por y = ax + b .<br />

Por exemplo, as seguintes expressões são funções do primeiro grau:<br />

1<br />

y = 2 x + 1,<br />

y = −4<br />

x + 10,<br />

y = x − 5 ,<br />

2<br />

2<br />

y = 2 x − ,<br />

3<br />

3 1<br />

y = − x − .<br />

7 4<br />

Além disso, existem funções do primeiro grau que relacionam grandezas de nomes<br />

diferentes de x e y , como as que estão ilustradas a seguir.<br />

V = 20 + 3t<br />

, S = 10 + 60t<br />

, C = 60 + 5n<br />

, h = 150 − 3v<br />

, r = −13<br />

+ 15y<br />

.<br />

Observação: uma função <strong>linear</strong> y = ax é uma função do primeiro grau y = ax + b .<br />

Para ver isso, basta substituir b = 0 na expressão y = ax + b . Por outro lado, se b ≠ 0<br />

uma função do primeiro grau y = ax + b não e uma função <strong>linear</strong>.<br />

12


Curiosidade sobre a nomenclatura: a expressão y = ax + b recebe o nome “função<br />

do primeiro grau” porque o expoente da variável x é igual a 1. A título de ilustração,<br />

se o expoente de x fosse 2, como por exemplo em 5 3 1<br />

2<br />

y = x − x + , teríamos uma<br />

função do segundo grau.<br />

2.1 O gráfico da função do primeiro grau<br />

Exemplo 13: Em um plano cartesiano, vamos representar o gráfico da função do<br />

primeiro grau y = 2x −1<br />

, isto é, vamos representar todos os pares ordenados ( x , y)<br />

tais que y = 2x −1<br />

.<br />

Solução: Como fizemos no caso de funções <strong>linear</strong>es, primeiramente podemos<br />

montar uma tabela de valores, dando valores de x e calculando o valor<br />

correspondente de y , para obtermos alguns pontos do gráfico da função y = 2x −1<br />

.<br />

Utilizando um papel quadriculado por exemplo, esses pontos podem ser<br />

representados em um plano cartesiano, obtendo-se uma figura como a que se vê<br />

logo em seguida.<br />

x y = 2x −1<br />

-2 -5<br />

-1 -3<br />

0 -1<br />

1 1<br />

2 3<br />

3 5<br />

Coloque agora uma régua sobre os pontos marcados na figura acima. Você<br />

observou que todos esses pontos estão alinhados? Agora, desenhe essa reta no<br />

plano cartesiano e continue marcando mais pontos no gráfico da função y = 2x −1<br />

,<br />

dando outros valores de x . Se você marcar esses novos pontos no plano, verá que<br />

13


todos eles pertencem à reta que você acabou de desenhar. Isso ilustra que o gráfico<br />

da função y = 2x −1<br />

é uma reta.<br />

Observação 1: o gráfico da função <strong>linear</strong> y = 2x −1<br />

é uma reta que não passa pela<br />

origem do sistema de coordenadas. Isso porque os números x = 0 e y = 0 não<br />

satisfazem, simultaneamente, a equação y = 2x −1<br />

.<br />

Observação 2: no exemplo número 4 construímos<br />

o gráfico da função y = 2x<br />

, que é igual a uma reta<br />

que passa pela origem do sistema de coordenadas.<br />

Agora vamos tentar encontrar os pontos de<br />

interseção das retas que são os gráficos das<br />

funções y = 2x<br />

e y = 2x −1<br />

. Ora, se um ponto<br />

, ) x P = está na interseção dessas duas retas,<br />

( 0 0 y<br />

temos que y 0 = 2x0<br />

e y 0 = 2x0 −1.<br />

Daí, igualando<br />

essas duas expressões concluímos que<br />

2 0 0<br />

x = 2x<br />

−1<br />

, ou seja, 0 = −1.<br />

Como isso é<br />

evidentemente falso, vemos que não existe ponto<br />

na interseção dos gráficos de y = 2x<br />

e de<br />

14


y = 2x −1<br />

. Portanto, esses gráficos são retas<br />

paralelas.<br />

De modo geral, argumentando de maneira similar à demonstração dada no caso de<br />

funções <strong>linear</strong>es, pode-se demonstrar que o gráfico de uma função do primeiro grau<br />

y = ax + b é uma reta.<br />

O gráfico de uma função do primeiro grau y = ax + b é<br />

uma reta.<br />

Mais ainda, como a equação ax + b = ax não tem<br />

solução para b ≠ 0 , os gráficos das funções y = ax + b e<br />

y = ax são retas paralelas.<br />

Como uma reta fica determinada por dois de seus pontos, para representar em um<br />

plano cartesiano o gráfico de uma função do primeiro grau <strong>linear</strong> y = ax + b é<br />

suficiente marcar nesse plano dois pontos quaisquer do gráfico e depois ligar esses<br />

pontos com uma reta.<br />

Exemplo 14: Em um plano cartesiano, vamos representar o gráfico da função <strong>linear</strong><br />

1<br />

y = x + 2 , isto é, vamos representar todos os pares ordenados ( x , y)<br />

tais que<br />

2<br />

1<br />

y = x + 2 .<br />

2<br />

1<br />

Solução: Como a função y = x + 2 é do primeiro grau, o seu gráfico é uma reta.<br />

2<br />

Para determiná-la vamos encontrar dois dos seus pontos. Para isso, substituímos<br />

1<br />

dois valores numéricos de x na equação y = x + 2 e calculamos os valores<br />

2<br />

correspondentes de y . Por exemplo, para x = 0 tem-se que y = 2 e para x = 2 tem-<br />

15


1<br />

se que y = 3 . Portanto, para desenhar o gráfico da função y = x + 2 basta<br />

2<br />

representar num plano cartesiano os pontos P = ( 0,<br />

2)<br />

e Q = ( 2,<br />

3)<br />

e depois ligá-los<br />

por uma reta.<br />

Exemplo 15: Em um plano cartesiano, vamos representar o gráfico da função do<br />

primeiro grau y = −2<br />

x + 4 .<br />

Solução: Como a função y = −2<br />

x + 4 é do primeiro grau, o seu gráfico é uma reta.<br />

Para determiná-la vamos encontrar dois dos seus pontos. Para isso, neste exemplo,<br />

vamos determinar a interseção da reta que desejamos desenhar com os eixos<br />

coordenados. O gráfico de y = −2<br />

x + 4 intersecta o eixo y quando x = 0.<br />

Substituindo x = 0 na expressão y = −2<br />

x + 4 obtemos y = 4 . Portanto, o gráfico de<br />

y = −2<br />

x + 4 intersecta o eixo y no ponto P = ( 0,<br />

4)<br />

. Por outro lado, o gráfico de<br />

y = −2<br />

x + 4 intersecta o eixo x quando y = 0 . Substituindo y = 0 na expressão<br />

y = −2<br />

x + 4 obtemos a equação − 2 x + 4 = 0 cuja solução é x = 2 . Portanto, o gráfico<br />

de y = −2<br />

x + 4 intersecta o eixo x no ponto Q = ( 2,<br />

0)<br />

. Assim, para construir o<br />

gráfico da função y = −2<br />

x + 4 representamos num plano cartesiano os pontos<br />

P = ( 0,<br />

4)<br />

e Q = ( 2,<br />

0)<br />

e os ligamos por uma reta.<br />

16


2.2. <strong>Função</strong> do primeiro grau crescente e função do primeiro grau decrescente<br />

Como observamos anteriormente, os gráficos das funções y = ax e y = ax + b são<br />

duas retas paralelas. Assim a função do primeiro grau y = ax + b tem o mesmo tipo<br />

de crescimento da função <strong>linear</strong> y = ax . Ou seja:<br />

• se a > 0 então a função y = ax + b é crescente: quanto maior x , maior y .<br />

• se a < 0 então a função y = ax + b é decrescente: quanto maior x , menor y .<br />

2.3. Identificação de funções do primeiro grau<br />

Os próximos exemplos ilustram situações variadas em que se deve identificar uma<br />

função do primeiro grau.<br />

Exemplo 16: Qual das funções a seguir é do primeiro grau?<br />

2<br />

1<br />

1<br />

A) y = x − 3x<br />

+ 1.<br />

B) y = x 3 + 5 . C) y = . D) y = + 4 .<br />

2x<br />

+ 3<br />

x<br />

Solução: Uma função do primeiro grau entre as variáveis x e y tem o seguinte<br />

aspecto: y = ax + b , sendo a e b números. Das alternativas apresentadas neste<br />

exemplo, somente a função y = x 3 + 5 é do tipo y = ax + b , com a = 3 e b = 5 .<br />

17


Exemplo 17: qual dos gráficos a seguir pode ser de uma função do primeiro grau?<br />

Solução: o gráfico de uma função do primeiro grau é uma reta não paralela ao eixo<br />

y . Das alternativas apresentadas, a única que corresponde a uma tal reta é a letra<br />

(C).<br />

Exemplo 18: no plano cartesiano da figura a seguir está representada uma reta.<br />

Ela é o gráfico de qual função do primeiro grau?<br />

3 5<br />

A) y = − x + 3.<br />

B) y = − x + 5 . C) y = −3<br />

x + 5.<br />

D) y = −5<br />

x + 3.<br />

5<br />

3<br />

18


Solução: uma função do primeiro grau tem a forma y = ax + b . Como desejamos<br />

encontrar uma função do primeiro grau cujo gráfico contém os pontos A = ( 5,<br />

0)<br />

e<br />

B = ( 0,<br />

3)<br />

esses pontos devem satisfazer a equação y = ax + b . Substituindo nessa<br />

equação x = 5 e y = 0 obtemos então 5 a + b = 0 , e depois substituindo x = 0 e y = 3<br />

3<br />

obtemos 3 = 0a<br />

+ b . Essas duas equações implicam que b = 3 e a = − . Portanto, a<br />

5<br />

3<br />

reta apresentada é o gráfico da função y = − x + 3.<br />

5<br />

Exemplo 19: Determine uma função do primeiro grau cujo gráfico contém os pontos<br />

P = (−1,<br />

4)<br />

e Q = ( 2,<br />

13)<br />

.<br />

Solução: uma função do primeiro grau tem a forma y = ax + b . Como desejamos<br />

encontrar uma função do primeiro grau cujo gráfico contém os pontos P = (−1,<br />

4)<br />

e<br />

Q = ( 5,<br />

0)<br />

esses pontos devem satisfazer a equação y = ax + b . Para o ponto P ,<br />

substituindo x = −1<br />

e y = 4 em y = ax + b obtemos a equação − a + b = 4 . Já para o<br />

ponto Q , substituindo x = 2 e y = 13 em y = ax + b obtemos a equação 2 a + b = 13 .<br />

Desse modo, obtemos o sistema <strong>linear</strong><br />

19<br />

⎧−<br />

a + b = 4<br />

⎨ , cuja solução é a = 3 e b = 7 .<br />

⎩2a<br />

+ b = 13<br />

Portanto o gráfico da função do primeiro grau y = 3 x + 7 contém os pontos<br />

P = (−1,<br />

4)<br />

e Q = ( 2,<br />

13)<br />

.<br />

Exemplo 20: Represente em um mesmo plano cartesiano os gráficos das funções<br />

y = 2x<br />

, y = 2x − 3 , y = 2 x + 3 .<br />

Solução: a função y = 2x<br />

é <strong>linear</strong>, enquanto que as funções y = 2x − 3 e y = 2 x + 3<br />

são do primeiro grau. Assim, os gráficos dessas funções são retas. Além disso,<br />

como essas funções possuem o mesmo coeficiente da variável x , neste caso o<br />

coeficiente 2, vemos que os gráficos dessas três funções são retas paralelas. Para<br />

desenhar essas retas observe que:<br />

• o gráfico de y = 2x<br />

passa pela origem e pelo ponto A = ( 1,<br />

2)<br />

.


• o gráfico de y = 2x − 3 intersecta o eixo y no ponto B = ( 0,<br />

−3)<br />

e intersecta o<br />

⎛ 3 ⎞<br />

eixo x no ponto C = ⎜ , 0⎟<br />

.<br />

⎝ 2 ⎠<br />

• o gráfico de y = 2 x + 3 intersecta o eixo y no ponto D = ( 0,<br />

3)<br />

e intersecta o<br />

⎛ 3 ⎞<br />

eixo x no ponto E = ⎜−<br />

, 0⎟<br />

.<br />

⎝ 2 ⎠<br />

Exemplo 21: Classifique corretamente cada uma das funções do primeiro grau como<br />

sendo crescente ou decrescente.<br />

1 2<br />

(a) y = x − 4 . (b) y = −2<br />

x + 50 . (c) y = 2 x + . (d) y = 3 − 2x<br />

.<br />

3<br />

3<br />

Solução: uma função do primeiro grau y = ax + b é crescente se a > 0 , e uma função<br />

1<br />

do primeiro grau y = ax + b é decrescente se a < 0.<br />

Assim as funções (a) y = x − 4 ,<br />

3<br />

e (c)<br />

2<br />

y = 2 x + são crescentes, enquanto que as funções (b) y = −2<br />

x + 50 e (d)<br />

3<br />

y = 3 − 2x<br />

são decrescentes.<br />

20


2.4. <strong>Função</strong> do primeiro grau e Progressão Aritmética<br />

Nesta seção veremos que existe uma relação bastante estreita entre os conceitos de<br />

função do primeiro grau e termo geral de uma progressão aritmética.<br />

Lembre-se que uma seqüência a 1 , a 2 , 3 a , K, a n , K é uma progressão aritmética<br />

se existir um número h tal que:<br />

a a + h<br />

2 = 1 , a 3 = a2<br />

+ h , a 4 = a3<br />

+ h , K, an an<br />

+ h<br />

= −1 , K<br />

isto é, cada termo é igual ao termo anterior mais uma constante previamente fixada,<br />

chamada de razão da progressão aritmética. Daí, segue que<br />

a a + h<br />

2<br />

= 1<br />

a = a + h = a + h)<br />

+ h = a + 2×<br />

h<br />

3<br />

2<br />

( 1<br />

1<br />

a = a + h = a + 2 × h)<br />

+ h = a + 3×<br />

h<br />

4<br />

3<br />

( 1<br />

1<br />

a = a + h = a + 3×<br />

h)<br />

+ h = a + 4×<br />

h<br />

5<br />

4<br />

( 1<br />

1<br />

a = a + h = a + 4 × h)<br />

+ h = a + 5×<br />

h<br />

6<br />

5<br />

( 1<br />

1<br />

e analisando a regularidade das expressões acima, concluímos que para todo n ≥ 1<br />

vale a igualdade = a + ( n −1)<br />

h . Essa é a expressão para o termo geral da<br />

a n<br />

1<br />

progressão aritmética de primeiro termo a 1 e razão h . Essa expressão é importante<br />

pois ela permite o cálculo de qualquer termo da progressão, sem a necessidade da<br />

determinação de todos os seus termos anteriores.<br />

Exemplo 22: o termo geral da progressão aritmética de primeiro termo a 1 = −3<br />

e<br />

razão h = 2 é an = a1<br />

+ ( n −1)<br />

h = −3<br />

+ ( n −1)<br />

× 2 = −3<br />

+ 2n<br />

− 2 ⇒ an = 2n − 5.<br />

Agora,<br />

observe que se considerarmos a função do primeiro grau f ( x)<br />

= 2x<br />

− 5 , temos que<br />

f ( n)<br />

= an<br />

para todo inteiro n ≥ 1.<br />

Portanto, os pontos de coordenadas ( , n ) a n estão<br />

sobre o gráfico da função f ( x)<br />

= 2x<br />

− 5 . Mas, como o gráfico de uma função do<br />

primeiro grau é uma reta, concluímos que todos esses pontos estão alinhados, como<br />

podemos observar na seguinte figura.<br />

21


Exemplo 23: Considere a função do primeiro grau f ( x)<br />

= −3x<br />

+ 5 . Vamos mostrar<br />

que se definirmos an = f (n)<br />

para todo inteiro n ≥ 1,<br />

então a seqüência a 1,<br />

a2<br />

, a3<br />

, K é<br />

uma progressão aritmética. De fato, para esse caso temos que<br />

a<br />

a<br />

a<br />

a<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

= −3<br />

+ 5 = 2<br />

= −3×<br />

2 + 5 = −1<br />

= −3×<br />

3 + 5 = −4<br />

= −3×<br />

4 + 5 = −7<br />

e por uma verificação direta observamos que a seqüência assim formada<br />

( 2, − 1,<br />

− 4,<br />

− 7,<br />

K)<br />

é uma progressão aritmética de primeiro termo a 1 = 2 e razão<br />

h = 3 .<br />

As observações dos exemplos 22 e 23 são válidas em geral, para quaisquer<br />

progressões aritméticas e quaisquer funções do primeiro grau, como observamos a<br />

seguir.<br />

Se uma progressão aritmética tem primeiro termo a 1 e razão h , então o seu termo<br />

geral an = a1<br />

+ ( n −1)<br />

× h = hn + ( a1<br />

− h)<br />

define a n como uma função do primeiro grau<br />

de n . Isto é, se definirmos a função do primeiro grau f ( x)<br />

= hx + ( a1<br />

− h)<br />

então<br />

f ( n)<br />

= a para todo inteiro n ≥ 1.<br />

n<br />

22


Reciprocamente,<br />

Dada uma função do primeiro grau f ( x)<br />

= ax + b , se definirmos an = f (n)<br />

para todo<br />

inteiro n ≥ 1,<br />

então a seqüência a a , a , K é uma progressão aritmética de primeiro<br />

termo a = f ( 1)<br />

e razão h = a .<br />

1<br />

1,<br />

2 3<br />

Isso significa que uma progressão aritmética pode ser vista como uma função do<br />

primeiro grau f ( x)<br />

= ax + b cuja variável x assume somente valores inteiros<br />

positivos.<br />

Exemplo 24: Os três primeiros termos de uma progressão aritmética são a 1 = 9 ,<br />

a 5 e a 1.<br />

Vamos determinar uma função do primeiro grau ) (x f y = tal que<br />

2 =<br />

n<br />

3 =<br />

f ( n)<br />

= a para todo inteiro n ≥ 1.<br />

Solução: O termo geral de uma progressão aritmética de primeiro termo a 1 e razão<br />

h é an = a1<br />

+ ( n −1)<br />

h . No caso desse exemplo a 1 = 9 e h = a2<br />

− a1<br />

= 5 − 9 = −4<br />

.<br />

Substituindo esses valores na expressão do termo geral, obtemos<br />

an = a + ( n −1)<br />

h = 9 + ( n −1)<br />

× ( −4)<br />

= 9 − 4n<br />

+ 4 ⇒ = −4<br />

n + 13 . Desse modo, se<br />

1<br />

definirmos f ( x)<br />

= −4x<br />

+ 13 vemos que n a n f = ) ( para todo inteiro 1 ≥ n .<br />

a n<br />

23


2.5. Funções do primeiro grau são caracterizas por terem Variação Constante<br />

Para terminar esse módulo sobre funções do primeiro grau, vamos mostrar que elas<br />

possuem variação constante.<br />

Então vamos começar com uma função do primeiro grau f ( x)<br />

= ax + b , cujo gráfico é<br />

uma reta. Vamos fixar também um número h > 0.<br />

Assim, se a variável x passa de<br />

um valor x 0 para o valor x 0 + h então o valor da função f passa de f ( x0<br />

) para<br />

f x + h)<br />

e a função sofre um acréscimo igual a<br />

( 0<br />

[ a(<br />

x + h)<br />

+ b]<br />

− [ a x + b]<br />

= a x + ah + b − a x − b ah<br />

f ( x h)<br />

− f ( x ) =<br />

= .<br />

0 + 0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

Como o valor de f ( x0<br />

+ h)<br />

− f ( x0<br />

) = ah não depende do valor de x 0 , isso significa<br />

que essa diferença é constante, assume sempre o mesmo valor,<br />

independentemente do valor de x 0 . Por esse fato, dize-se que a função do primeiro<br />

grau tem variação constante.<br />

A figura a seguir ilustra esse fato: para quaisquer valores de 0 x e x 1 as diferenças<br />

f ( x0<br />

+ h)<br />

− f ( x0<br />

) e f ( x1<br />

+ h)<br />

− f ( x1)<br />

são iguais. Aqui vale a pena observar que esse<br />

fato também segue da congruência dos triângulos retângulos hachurados.<br />

Então demonstramos que uma função do primeiro grau tem variação constante.<br />

Entretanto, pode-se mostrar que vale a recíproca desse resultado, ou seja, se uma<br />

24


função tem variação constante, então ela é uma função do primeiro grau. Desse<br />

modo temos:<br />

Bibliografia<br />

As funções do primeiro grau possuem variação constante e,<br />

reciprocamente, as únicas funções que possuem variação<br />

constante são as funções do primeiro grau.<br />

1. Orientação Pedagógica referente ao tópico 8, do ensino médio.<br />

2. CBC.<br />

25

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