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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 1 • 35<br />

realmente comprove ambas [as alegações]. Pois amiú<strong>de</strong> suce<strong>de</strong> que<br />

aqueles que mais se vangloriam <strong>de</strong> seus títulos são precisamente pessoas<br />

que na verda<strong>de</strong> nada possuem; como, por exemplo, os falsos<br />

profetas da antigüida<strong>de</strong> que reivindicavam com gran<strong>de</strong> arrogância que<br />

haviam sido enviados pelo Senhor. E hoje, que outra coisa fazem os<br />

romanistas senão gran<strong>de</strong> bulha sobre a “or<strong>de</strong>nação divina, a sucessão<br />

inviolavelmente sacra provinda dos próprios apóstolos”, 3 enquanto<br />

que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tudo, parece serem eles completamente <strong>de</strong>stituídos <strong>de</strong><br />

todas as coisas sobre as quais tanto se exaltam? Aqui, pois, o que se<br />

requer não é tanto <strong>de</strong> vanglória, mas <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>. Ora, visto ser comum,<br />

para o bom e para o mau, assumir o título, <strong>de</strong>vemos fazer um<br />

teste para que se <strong>de</strong>scubra quem <strong>de</strong> fato po<strong>de</strong> e quem não po<strong>de</strong> ter o<br />

direito ao título apóstolo. Quanto a Paulo, Deus atestou sua vocação<br />

por meio <strong>de</strong> muitas revelações e então a confirmou por meio <strong>de</strong> milagres.<br />

A fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> tinha <strong>de</strong> ser avaliada da seguinte forma: se ele estava<br />

ou não proclamando a pura doutrina <strong>de</strong> Cristo. Quanto à dupla vocação,<br />

a <strong>de</strong> Deus e a da Igreja, vejam-se minhas Institutas (4.3.II).<br />

Apóstolo. Ainda que este título, <strong>de</strong> acordo com sua etimologia,<br />

tenha um sentido geral, e às vezes seja empregado para <strong>de</strong>notar todos<br />

os ministros 4 indistintamente, não obstante pertence, como uma<br />

<strong>de</strong>signação particular, aos que eram separados pela <strong>de</strong>signação do<br />

senhor com o fim <strong>de</strong> publicar o evangelho ao mundo inteiro. Mas era<br />

3 “Et aujour d’huy, qu’est ce qu’entonnent à plene bouche les Romanisques,<br />

sinon ces grous mots, Ordination <strong>de</strong> Dieu, La saint et sacrée sucession <strong>de</strong>puis<br />

le temps mesme <strong>de</strong>s Apostres.” – “E, em nossos dias, o que os romanistas<br />

gritam com bocas escancaradas senão aqueles gran<strong>de</strong>s temas: Or<strong>de</strong>nação <strong>de</strong><br />

Deus – A santa e sacra sucessão dos apóstolos até nossos dias?”<br />

4 Αποστολος (um apóstolo), <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> αποστελλειν (enviar), significa literalmente<br />

mensageiro. O termo é empregado pelos escritores clássicos para<br />

<strong>de</strong>notar o comandante <strong>de</strong> uma expedição, ou um <strong>de</strong>legado ou embaixador.<br />

(Veja-se Heródoto, v.38.) No Novo Testamento, ele é em vários casos empregado<br />

em um sentido geral para <strong>de</strong>notar um mensageiro. [Veja Lc 11.49;<br />

Jo 13.16; Fp 5.38.] Em um caso é aplicado a Cristo mesmo (Hb 3.1). Mais<br />

freqüentemente, contudo, é aplicado aos mensageiros extraordinários que<br />

eram (para usar as palavras <strong>de</strong> Leigh em seu Critica Sacra) “os legados (a<br />

latere)” <strong>de</strong> Cristo, <strong>de</strong> sua parte.”

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