aposentadoria - Secretaria da Saúde - Governo do Estado de São ...
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CARTILHA 1<br />
“O CAMINHO DA PREVIDÊNCIA<br />
DOS SERVIDORES PÚBLICOS”<br />
APOSENTADORIA<br />
No intuito <strong>de</strong> auxiliar a rotina <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> pessoal, e minimizar os problemas<br />
e dúvi<strong>da</strong>s diárias estamos editan<strong>do</strong> a primeira <strong>de</strong>ntre uma série <strong>de</strong> Cartilhas temáticas.<br />
Iniciamos com o tema Aposenta<strong>do</strong>ria por enten<strong>de</strong>r que a efetiva implantação <strong>da</strong> São Paulo Previdência – SPPREV<br />
trouxe aos nossos gerentes uma gama <strong>de</strong> dúvi<strong>da</strong>s e com ela uma forte angústia aos servi<strong>do</strong>res pré-<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>.
SETEMBRO/2010<br />
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO<br />
Alberto Goldman<br />
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE<br />
Nilson Ferraz Paschoa<br />
COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS<br />
Paulo Henrique D’Ângelo Seixas<br />
GRUPO DE GESTÃO DE PESSOAS<br />
Maria Sonia <strong>da</strong> Silva
Cartilha Temática<br />
Tema 1 – Aposenta<strong>do</strong>ria<br />
Publicação<br />
Trimestral<br />
Equipe Técnica:<br />
Assistência Técnica<br />
Centro <strong>de</strong> Orientações e Normas<br />
Centro <strong>de</strong> Legislação <strong>de</strong> Pessoal<br />
Centro <strong>de</strong> Pessoal <strong>da</strong> Administração Superior e <strong>da</strong> Se<strong>de</strong><br />
Núcleo <strong>de</strong> Consoli<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> Tempo <strong>de</strong> Serviço<br />
Colabora<strong>do</strong>res:<br />
Alberto Sinésio Freire<br />
Diva Mitie Shino<strong>da</strong> Aoki<br />
Marli <strong>do</strong>s Santos<br />
Nei<strong>de</strong> Benuto<br />
Nival<strong>do</strong> Damaceno Teixeira<br />
Regina Célia <strong>da</strong> Silva Dechiucio<br />
Regina Sancia <strong>de</strong> Melo <strong>da</strong> Silva<br />
Rosa Fernan<strong>de</strong>s Rodrigues<br />
Sonia Regina Zeferino Santos<br />
Agra<strong>de</strong>cimentos:<br />
Denis Zanini Lima<br />
Sandra Siqueira Lima
APRESENTAÇÃO<br />
Com a edição <strong>da</strong> Lei Complementar n.º 1010, <strong>de</strong> 01 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2007, foi instituí<strong>do</strong> o regime próprio <strong>da</strong> previdência<br />
<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo – SPPREV.<br />
Tal instituição veio aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>terminação constitucional constante <strong>da</strong> Emen<strong>da</strong> Constitucional n.º 20/98, que estabeleceu<br />
que ca<strong>da</strong> ente estatal <strong>de</strong>veria constituir seu regime previ<strong>de</strong>nciário próprio, ou integrar o Regime Geral<br />
<strong>da</strong> Previdência Social, <strong>de</strong> forma que, to<strong>do</strong>s os trabalha<strong>do</strong>res públicos sejam vincula<strong>do</strong>s a regimes previ<strong>de</strong>nciários,<br />
vin<strong>do</strong> a ter sua <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> concedi<strong>da</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o tempo <strong>de</strong> contribuição.<br />
Uma vez instituí<strong>da</strong> a São Paulo Previdência – SPPREV, algumas medi<strong>da</strong>s vem sen<strong>do</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s no âmbito <strong>da</strong> administração,<br />
visan<strong>do</strong> a<strong>de</strong>quar os procedimentos relativos a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>s e pensões à nova sistemática, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que<br />
a SPPREV possa, efetivamente, assumir suas funções e competências.<br />
Tais medi<strong>da</strong>s afetam sensivelmente a prática até então exerci<strong>da</strong> pela administração em relação ao assunto, o que<br />
motivou a elaboração <strong>de</strong>ste instrumento, cujo objetivo é informar, orientar e compatibilizar os procedimentos com<br />
as transformações <strong>de</strong>las, no âmbito <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Recursos Humanos <strong>da</strong> Pasta.<br />
Enfatize-se, ain<strong>da</strong>, que se altera o fluxo <strong>de</strong> encaminhamento <strong>do</strong>s processos, a competência para a concessão e o pagamento,<br />
as <strong>de</strong>mais regras e fun<strong>da</strong>mentos para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, já que <strong>da</strong><strong>do</strong>s pela Constituição mantêm-se inaltera<strong>do</strong>s.<br />
7
8<br />
CONCEITOS GERAIS<br />
Aposenta<strong>do</strong>ria - direito Constitucional atribuí<strong>do</strong> aos trabalha<strong>do</strong>res, em geral, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> área <strong>de</strong> atuação,<br />
mediante contribuição. No âmbito <strong>da</strong> Administração Pública <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo, a gestão <strong>da</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong><br />
está subordina<strong>da</strong> a SPPREV, contemplan<strong>do</strong> servi<strong>do</strong>res titulares <strong>de</strong> cargos efetivos, extranumerários e os servi<strong>do</strong>res<br />
admiti<strong>do</strong>s sob o regime <strong>da</strong> Lei 500/74, antes <strong>da</strong> edição <strong>da</strong> Lei Complementar 1010/2007.<br />
Pari<strong>da</strong><strong>de</strong> - garantia <strong>do</strong> inativo <strong>de</strong> ter tratamento igual ao <strong>da</strong><strong>do</strong> aos servi<strong>do</strong>res ativos, no tocante a reajustes salariais,<br />
reenquadramentos ou reclassificação <strong>de</strong> classes, cargos ou carreiras. É uma regra <strong>de</strong> transição que só alcança<br />
os servi<strong>do</strong>res que passam à inativi<strong>da</strong><strong>de</strong> em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s condições específicas. Quan<strong>do</strong> há per<strong>da</strong> <strong>da</strong> pari<strong>da</strong><strong>de</strong>, o<br />
inativo passa a integrar grupo distinto, para o qual o reajuste será feito por orientação <strong>de</strong> lei específica, que preserve<br />
o valor real.<br />
Pedágio - regra <strong>de</strong> transição que leva em conta o tempo <strong>de</strong> serviço <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r até 16/12/1998, <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> vigência<br />
<strong>da</strong> Emen<strong>da</strong> Constitucional nº 20, e consiste na exigência <strong>do</strong> cumprimento <strong>de</strong> um tempo adicional correspon<strong>de</strong>nte<br />
a 20% (vinte por cento) ou 40% (quarenta por cento) aplicável sobre o tempo faltante para completar o tempo<br />
mínimo <strong>de</strong> contribuição para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> integral ou proporcional, respectivamente.<br />
Tempo <strong>de</strong> contribuição - perío<strong>do</strong> em que o servi<strong>do</strong>r efetivamente contribuiu para a previdência como garantia <strong>da</strong><br />
sua <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>; por disposição <strong>da</strong> EC nº 20/98, to<strong>do</strong> o tempo <strong>de</strong> serviço anterior a 16/12/1998 foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong><br />
automaticamente como tempo <strong>de</strong> contribuição para aplicação <strong>da</strong>s novas regras <strong>do</strong> regime previ<strong>de</strong>nciário.<br />
Abono <strong>de</strong> Permanência – valor correspon<strong>de</strong>nte ao <strong>da</strong> contribuição restituí<strong>do</strong> em holerit ao servi<strong>do</strong>r que tenha<br />
completa<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os requisitos para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, qualquer que seja a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>. Uma vez ratifica<strong>do</strong> o tempo<br />
<strong>de</strong> contribuição, o servi<strong>do</strong>r continua contribuin<strong>do</strong>, porém, recebe o mesmo valor <strong>de</strong> volta. O abono <strong>de</strong> permanência<br />
tem vigência pecuniária a partir <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta <strong>do</strong> requerimento.<br />
MODALIDADES DE APOSENTADORIAS<br />
Aposenta<strong>do</strong>ria Voluntária com proventos integrais<br />
O servi<strong>do</strong>r requer a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> após ter cumpri<strong>do</strong> os requisitos relativos a tempo mínimo <strong>de</strong> contribuição e<br />
i<strong>da</strong><strong>de</strong> mínima. A integrali<strong>da</strong><strong>de</strong>, não necessariamente <strong>de</strong>verá representar o valor <strong>da</strong> última remuneração <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r<br />
quan<strong>do</strong> em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Isto porque, em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s casos, o cálculo <strong>do</strong>s proventos é feito consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a média <strong>do</strong>s vencimentos (base <strong>de</strong><br />
contribuição) percebi<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1994.<br />
Outra condição é a prevista no artigo 2.º <strong>da</strong> EC 41/2003, a qual mantém a i<strong>da</strong><strong>de</strong> mínima prevista na EC n.º 20/98, e<br />
o tempo mínimo <strong>de</strong> contribuição acresci<strong>do</strong> <strong>do</strong> pedágio sobre o tempo que, em 16/12/1998 faltava para completar<br />
o tempo mínimo para <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> integral. Nestes casos, embora a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> seja consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> integral, os<br />
proventos são calcula<strong>do</strong>s com base na média <strong>do</strong>s vencimentos (base <strong>de</strong> contribuição), e, <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> serão reduzi<strong>do</strong>s<br />
5% (cinco por cento) para ca<strong>da</strong> ano que falte para completar a i<strong>da</strong><strong>de</strong> mínima prevista na Constituição (55 para<br />
mulher e 60 para o homem).
Nos termos <strong>do</strong> artigo<br />
40, § 1º, III, “a” <strong>da</strong><br />
C.F./88, alt. pelas<br />
E.C.´s nº 20/98 e nº<br />
41/03<br />
Nos termos <strong>do</strong><br />
artigo 126, III, “a”<br />
<strong>da</strong> Constituição<br />
Estadual/89 c/c<br />
artigo 3º <strong>da</strong> E.C. nº<br />
41/03<br />
Nos termos <strong>do</strong> artigo<br />
2º, I, II, III, “a” e “b”, §<br />
1º, I, <strong>da</strong> E.C. nº 41/03<br />
Terá assegura<strong>do</strong> o direito <strong>de</strong> opção pela <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> voluntária com proventos<br />
integrais calcula<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o artigo 40, §§ 3º e 17, <strong>da</strong> Constituição<br />
Fe<strong>de</strong>ral, quan<strong>do</strong>, cumulativamente, preencher os seguintes requisitos:<br />
• tempo mínimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> efetivo exercício no serviço público e cinco anos<br />
no cargo efetivo em que se <strong>da</strong>rá a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>;<br />
• sessenta anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> e trinta e cinco <strong>de</strong> contribuição, se homem, e cinqüenta<br />
e cinco anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> e trinta <strong>de</strong> contribuição, se mulher.<br />
Os proventos serão calcula<strong>do</strong>s, observa<strong>do</strong> o disposto na Lei n.º 10.887, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong><br />
junho <strong>de</strong> 2004, e reajusta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o estabeleci<strong>do</strong> em lei (CF - Artigo<br />
40 § 8º) - não há mais vinculação com o reajuste <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r ativo.<br />
Terá assegura<strong>do</strong> o direito à <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> voluntária com proventos integrais,<br />
calcula<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o § 2º <strong>do</strong> artigo 3º <strong>da</strong> Emen<strong>da</strong> Constitucional nº<br />
41/2003, quan<strong>do</strong> preencher, até 16/12/98, o seguinte requisito:<br />
• trinta e cinco anos <strong>de</strong> serviço, se homem, e aos trinta, se mulher.<br />
Os proventos serão revistos na mesma proporção e na mesma <strong>da</strong>ta, sempre que<br />
se modificar a remuneração <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res ativos, sen<strong>do</strong> também estendi<strong>do</strong>s aos<br />
aposenta<strong>do</strong>s quaisquer benefícios ou vantagens, posteriormente concedi<strong>do</strong>s<br />
aos ativos, inclusive quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong> transformação ou reclassificação<br />
<strong>de</strong> cargo ou função em que se <strong>de</strong>u a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> (EC n.º 41/03 - artigo 7º).<br />
Terá assegura<strong>do</strong> o direito <strong>de</strong> opção pela <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> voluntária com proventos<br />
calcula<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o art. 40, §§ 3º e 17, <strong>da</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral , quan<strong>do</strong>,<br />
cumulativamente, preencher os seguintes requisitos:<br />
• cinqüenta e três anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, se homem, e quarenta e oito anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
se mulher;<br />
• cinco anos <strong>de</strong> efetivo exercício no cargo em que se <strong>de</strong>r a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>;<br />
• tempo <strong>de</strong> contribuição igual, no mínimo, à soma <strong>de</strong>:<br />
a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; e<br />
b) um perío<strong>do</strong> adicional <strong>de</strong> contribuição equivalente a 20% <strong>do</strong> tempo que, na<br />
<strong>da</strong>ta <strong>de</strong> publicação <strong>da</strong> EC n.º 20/98, faltaria para atingir o limite <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong><br />
contribuição previsto no item “a”.<br />
O servi<strong>do</strong>r terá os seus proventos <strong>de</strong> inativi<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>do</strong>s para ca<strong>da</strong> ano<br />
antecipa<strong>do</strong> em relação aos limites <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> estabeleci<strong>do</strong>s no artigo 40, § 1º, III,<br />
a <strong>da</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral, na seguinte proporção:<br />
• 3,5 %, para aquele que completar as exigências para <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> na forma<br />
<strong>do</strong> caput até 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2005;<br />
Os proventos serão calcula<strong>do</strong>s, observa<strong>do</strong> o disposto na Lei n.º 10.887, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong><br />
junho <strong>de</strong> 2004, e reajusta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o estabeleci<strong>do</strong> em lei (CF - Artigo 40,<br />
§§ 6º e 8º) - não há mais vinculação com o reajuste <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r ativo.<br />
9
10<br />
Nos termos <strong>do</strong> artigo<br />
2º, I, II, III, “a” e “b”,<br />
§ 1º, II, <strong>da</strong> E.C. nº<br />
41/03<br />
Nos termos <strong>do</strong> artigo<br />
8º I, II, III, “a” e “b”<br />
<strong>da</strong> E.C. nº 20/98 c/c<br />
artigo 3º <strong>da</strong> E.C. nº<br />
41/03.<br />
Terá assegura<strong>do</strong> o direito <strong>de</strong> opção pela <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> voluntária com proventos<br />
calcula<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o art. 40, §§ 3º e 17, <strong>da</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral , quan<strong>do</strong>,<br />
cumulativamente, preencher os seguintes requisitos:<br />
• cinqüenta e três anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, se homem, e quarenta e oito anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
se mulher;<br />
• cinco anos <strong>de</strong> efetivo exercício no cargo em que se <strong>de</strong>r a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>;<br />
• tempo <strong>de</strong> contribuição igual, no mínimo, à soma <strong>de</strong>:<br />
a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; e<br />
b) um perío<strong>do</strong> adicional <strong>de</strong> contribuição equivalente a 20% <strong>do</strong> tempo que, na<br />
<strong>da</strong>ta <strong>de</strong> publicação <strong>da</strong> EC n.º 20/98, faltaria para atingir o limite <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong><br />
contribuição previsto no item “a”.<br />
O servi<strong>do</strong>r <strong>de</strong> que trata este artigo terá os seus proventos <strong>de</strong> inativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
reduzi<strong>do</strong>s para ca<strong>da</strong> ano antecipa<strong>do</strong> em relação aos limites <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
estabeleci<strong>do</strong>s no artigo 40, § 1º, III, a <strong>da</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral, na seguinte<br />
proporção:<br />
5%, para aquele que completar as exigências para <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> na forma <strong>do</strong><br />
caput a partir <strong>de</strong> 1º <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2006.<br />
Os proventos serão calcula<strong>do</strong>s, observa<strong>do</strong> o disposto na Lei n.º 10.887, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong><br />
junho <strong>de</strong> 2004, e reajusta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o estabeleci<strong>do</strong> em lei (CF - Artigo<br />
40, §§ 6º e 8º) - não há mais vinculação com o reajuste <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r ativo.<br />
Terá assegura<strong>do</strong> o direito à <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> voluntária com proventos integrais,<br />
calcula<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o § 2º <strong>do</strong> artigo 3º <strong>da</strong> Emen<strong>da</strong> Constitucional nº<br />
41/2003, quan<strong>do</strong> preencher, cumulativamente, até 31/12/2003, os seguintes<br />
requisitos:<br />
• cinqüenta e três anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, se homem, e quarenta e oito anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
se mulher;<br />
• cinco anos <strong>de</strong> efetivo exercício no cargo em que se <strong>da</strong>rá a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>;<br />
• tempo <strong>de</strong> contribuição igual, no mínimo, à soma <strong>de</strong>:<br />
a) trinta e cinco anos, se homem e trinta anos, se mulher e<br />
b) um perío<strong>do</strong> adicional <strong>de</strong> contribuição equivalente a 20% <strong>do</strong> tempo que, em<br />
16/12/1998(EC. 20/98), faltaria para atingir o limite <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> contribuição<br />
previsto no item “a”.<br />
Os proventos serão revistos na mesma proporção e na mesma <strong>da</strong>ta, sempre que<br />
se modificar a remuneração <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res ativos, sen<strong>do</strong> também estendi<strong>do</strong>s aos<br />
aposenta<strong>do</strong>s quaisquer benefícios ou vantagens, posteriormente concedi<strong>do</strong>s<br />
aos ativos, inclusive quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong> transformação ou reclassificação<br />
<strong>de</strong> cargo ou função em que se <strong>de</strong>u a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> (EC n.º 41/03 - artigo 7º).
Nos termos <strong>do</strong> Artigo<br />
6º, I, II, III, IV <strong>da</strong> E.C.<br />
nº 41/03, alt. pela<br />
E.C. nº 47/05<br />
Nos termos <strong>do</strong><br />
artigo 3º <strong>da</strong> E.C. nº<br />
47/2005<br />
Fica aplica<strong>da</strong> essa regra a partir <strong>de</strong> 01/01/2004 que assegura o direito à<br />
<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> voluntária com proventos integrais, que correspon<strong>de</strong>rão à<br />
totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> remuneração <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r no cargo efetivo em que se <strong>de</strong>r a<br />
<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, na forma <strong>da</strong> lei que tenha ingressa<strong>do</strong> no serviço público até a<br />
<strong>da</strong>ta <strong>de</strong> publicação <strong>da</strong> EC nº 41/03, quan<strong>do</strong> preencher, cumulativamente, os<br />
seguintes requisitos:<br />
• sessenta anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, se homem, e cinqüenta e cinco anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, se mulher;<br />
• trinta e cinco anos <strong>de</strong> contribuição, se homem, e trinta anos <strong>de</strong> contribuição, se mulher;<br />
• vinte anos <strong>de</strong> efetivo exercício no serviço público; e<br />
• <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> carreira e cinco anos <strong>de</strong> efetivo exercício no cargo em que se <strong>de</strong>r<br />
a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>.<br />
Aplica-se aos proventos <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>s <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res públicos que se Os<br />
proventos serão revistos na mesma proporção e na mesma <strong>da</strong>ta, sempre que se<br />
modificar a remuneração <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res ativos, sen<strong>do</strong> também estendi<strong>do</strong>s aos<br />
aposenta<strong>do</strong>s quaisquer benefícios ou vantagens, posteriormente concedi<strong>do</strong>s<br />
aos ativos, inclusive quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong> transformação ou reclassificação<br />
<strong>de</strong> cargo ou função em que se <strong>de</strong>u a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> (EC n.º 41/03 - artigo 7º).<br />
Essa regra será aplica<strong>da</strong> apenas a partir <strong>de</strong> 01/01/2004.<br />
Ressalva<strong>do</strong> o direito <strong>de</strong> opção à <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> pelas normas estabeleci<strong>da</strong>s pelo<br />
art. 40 <strong>da</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral ou pelas regras estabeleci<strong>da</strong>s pelos arts. 2º e<br />
6º <strong>da</strong> Emen<strong>da</strong> Constitucional nº 41, <strong>de</strong> 2003, o servi<strong>do</strong>r <strong>da</strong> União, <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s,<br />
<strong>do</strong> Distrito Fe<strong>de</strong>ral e <strong>do</strong>s Municípios, incluí<strong>da</strong>s suas autarquias e fun<strong>da</strong>ções,<br />
que tenha ingressa<strong>do</strong> no serviço público até 16 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1998 po<strong>de</strong>rá<br />
aposentar-se com proventos integrais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que preencha, cumulativamente,<br />
as seguintes condições:<br />
I - trinta e cinco anos <strong>de</strong> contribuição, se homem, e trinta anos <strong>de</strong> contribuição, se mulher;<br />
II - vinte e cinco anos <strong>de</strong> efetivo exercício no serviço público, quinze anos <strong>de</strong><br />
carreira e cinco anos no cargo em que se <strong>de</strong>r a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>;<br />
III - i<strong>da</strong><strong>de</strong> mínima resultante <strong>da</strong> redução, relativamente aos limites <strong>do</strong> art. 40, §<br />
1º, inciso III, alínea “a”, <strong>da</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> para ca<strong>da</strong> ano<br />
<strong>de</strong> contribuição que exce<strong>de</strong>r a condição prevista no inciso I <strong>do</strong> caput <strong>de</strong>ste artigo.<br />
Exemplo: Quan<strong>do</strong> utilizar:<br />
Quan<strong>do</strong> a soma <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> + o tempo <strong>de</strong> contribuição for <strong>de</strong> >= 85 para mulheres<br />
e >= para homens.<br />
Os proventos serão revistos na mesma proporção e na mesma <strong>da</strong>ta, sempre que<br />
se modificar a remuneração <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res ativos, sen<strong>do</strong> também estendi<strong>do</strong>s aos<br />
aposenta<strong>do</strong>s quaisquer benefícios ou vantagens, posteriormente concedi<strong>do</strong>s<br />
aos ativos, inclusive quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong> transformação ou reclassificação <strong>de</strong><br />
cargo ou função em que se <strong>de</strong>u a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> (EC n.º 41/03 - artigo 7º).<br />
11
12<br />
Aposenta<strong>do</strong>ria Voluntária com proventos proporcionais<br />
O servi<strong>do</strong>r po<strong>de</strong> requerê-la após ter completa<strong>do</strong> 60 (sessenta) anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> se mulher ou 65 (sessenta e cinco)<br />
anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> se homem, e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que conte com, pelo menos, 10 (<strong>de</strong>z) anos <strong>de</strong> serviço público. Os proventos serão<br />
calcula<strong>do</strong>s proporcionalmente ao tempo <strong>de</strong> contribuição, aplican<strong>do</strong>-se no caso, o cálculo com base na média.<br />
Nos casos em que o advento i<strong>da</strong><strong>de</strong> ocorreu até 31/12/2003, os proventos serão proporcionais ao tempo <strong>de</strong> contribuição,<br />
porém mantêm-se a pari<strong>da</strong><strong>de</strong> (não se aplica a média contributiva)<br />
Nos termos <strong>do</strong> artigo 40, §<br />
1º, III, “b”, <strong>da</strong> C.F./88, alt.<br />
pelas E.C.´s nº 20/98 e nº<br />
41/03 (proporcional)<br />
Nos termos <strong>do</strong> artigo 126,<br />
III, “c” <strong>da</strong> Constituição<br />
Estadual/89 c/c artigo 3º <strong>da</strong><br />
E.C. nº 41/03(Proporcional)<br />
Terá assegura<strong>do</strong> o direito <strong>de</strong> opção pela <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> voluntária<br />
proporcional, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o artigo 40, §§ 3º e 17, <strong>da</strong> Constituição<br />
Fe<strong>de</strong>ral, quan<strong>do</strong>, cumulativamente, preencher os seguintes requisitos:<br />
• tempo mínimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> efetivo exercício no serviço público e<br />
cinco anos no cargo efetivo em que se <strong>da</strong>rá a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, observa<strong>da</strong>s<br />
as seguintes condições:<br />
• sessenta e cinco anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, se homem, e sessenta anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
se mulher.<br />
Os proventos serão calcula<strong>do</strong>s proporcionalmente ao tempo <strong>de</strong><br />
contribuição - x/35 avos, se homem e x/30 avos, se mulher, observa<strong>do</strong> o<br />
disposto na Lei n.º 10.887, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004.<br />
Os proventos serão reajusta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o estabeleci<strong>do</strong> em lei (CF -<br />
Artigo 40 § 8º) - não há mais vinculação com o reajuste <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r ativo.<br />
Terá assegura<strong>do</strong> o direito à <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> voluntária com proventos<br />
proporcionais, calcula<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o § 2º <strong>do</strong> artigo 3º <strong>da</strong> Emen<strong>da</strong><br />
Constitucional nº 41/2003, quan<strong>do</strong> preencher, até 16/12/98, o seguinte<br />
requisito:<br />
• trinta anos <strong>de</strong> serviço, se homem, e aos vinte e cinco se mulher.<br />
Os proventos serão proporcionais ao tempo <strong>de</strong> contribuição - x/35 avos,<br />
se homem e x/30 avos, se mulher.<br />
Os proventos serão revistos na mesma proporção e na mesma <strong>da</strong>ta,<br />
sempre que se modificar a remuneração <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res ativos,<br />
sen<strong>do</strong> também estendi<strong>do</strong>s aos aposenta<strong>do</strong>s quaisquer benefícios ou<br />
vantagens, posteriormente concedi<strong>do</strong>s aos ativos, inclusive quan<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>correntes <strong>da</strong> transformação ou reclassificação <strong>de</strong> cargo ou função em<br />
que se <strong>de</strong>u a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> (EC n.º 41/03 - artigo 7º).
Nos termos <strong>do</strong> artigo 8º, I e<br />
II, § 1º, I, “a” e “b” e II <strong>da</strong> E.C.<br />
nº 20/98 c/c artigo 3º <strong>da</strong> E.C.<br />
nº 41/03(Proporcional)<br />
Terá assegura<strong>do</strong> o direito à <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> voluntária com proventos<br />
proporcionais, calcula<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o § 2º <strong>do</strong> artigo 3º <strong>da</strong> Emen<strong>da</strong><br />
Constitucional n.º 41/2003, quan<strong>do</strong> preencher, cumulativamente, até<br />
31/12/2003, os seguintes requisitos:<br />
• tiver cinqüenta e três anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, se homem, e quarenta e oito anos<br />
<strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, se mulher;<br />
• tiver cinco anos <strong>de</strong> efetivo exercício no cargo em que se <strong>da</strong>rá a<br />
<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>;<br />
• contar com tempo <strong>de</strong> contribuição igual, no mínimo, à soma <strong>de</strong>:<br />
a) trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos, se mulher; e<br />
b) um perío<strong>do</strong> adicional <strong>de</strong> contribuição equivalente a 40% <strong>do</strong> tempo<br />
que, em 16/12/1998 (EC n.º 20/98), faltaria para atingir o limite <strong>de</strong><br />
tempo <strong>de</strong> contribuição previsto no item “a”.<br />
Os proventos serão revistos na mesma proporção e na mesma <strong>da</strong>ta,<br />
sempre que se modificar a remuneração <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res ativos,<br />
sen<strong>do</strong> também estendi<strong>do</strong>s aos aposenta<strong>do</strong>s quaisquer benefícios ou<br />
vantagens, posteriormente concedi<strong>do</strong>s aos ativos, inclusive quan<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>correntes <strong>da</strong> transformação ou reclassificação <strong>de</strong> cargo ou função em<br />
que se <strong>de</strong>u a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> (EC n.º 41/03 - artigo 7º).<br />
13
14<br />
Aposenta<strong>do</strong>ria Compulsória<br />
A Constituição fe<strong>de</strong>ral estabelece que, ao completar 70 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, o servi<strong>do</strong>r público é obrigatoriamente aposenta<strong>do</strong>.<br />
Tal <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> requerimento, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ocorrer à per<strong>da</strong> <strong>da</strong> pari<strong>da</strong><strong>de</strong>. O cálculo <strong>do</strong>s proventos<br />
é proporcional ao tempo e contribuição, aplican<strong>do</strong>-se a média contributiva. A <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> compulsória<br />
po<strong>de</strong> ser:<br />
- integral, garanti<strong>da</strong> a pari<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o servi<strong>do</strong>r tenha cumpri<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os requisitos (tempo mínimo <strong>de</strong> contribuição<br />
e i<strong>da</strong><strong>de</strong> mínima)<br />
- proporcional ao tempo <strong>de</strong> contribuição, porém garanti<strong>da</strong> a pari<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o servi<strong>do</strong>r tenha cumpri<strong>do</strong> os<br />
requisitos estabeleci<strong>do</strong>s no artigo 8º <strong>da</strong> EC 20/98 (i<strong>da</strong><strong>de</strong> mínima e tempo mínimo acresci<strong>do</strong> <strong>do</strong> pedágio), ou i<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
(65 anos para o homem e 60 para a mulher, e 5 anos <strong>de</strong> serviço público) até 31/12/2003;<br />
- proporcional ao tempo <strong>de</strong> contribuição, com per<strong>da</strong> <strong>da</strong> pari<strong>da</strong><strong>de</strong> quan<strong>do</strong>, ao completar 70 anos, não tenha reuni<strong>do</strong><br />
qualquer <strong>da</strong>s condições acima menciona<strong>da</strong>.<br />
Nos termos <strong>do</strong> artigo 40,<br />
§ 1º, II, C.F./88 alt. p/<br />
E.C.´s nº 20/98 e nº 41/03<br />
Nos termos <strong>do</strong> art. 40, §<br />
1º, II, alt. p/ EC nº 20/98,<br />
c.c. § 2º, <strong>do</strong> art. 3º <strong>da</strong> EC<br />
nº 41/03<br />
Nos termos <strong>do</strong> art. 40, §<br />
1º, II, alt. p/ EC nº 20/98,<br />
c.c. art. 6º <strong>da</strong> EC nº 41/03<br />
Nos termos <strong>do</strong> art. 40,<br />
§1º, II, alt. p/ EC nº 20/98,<br />
c.c. art. 3º <strong>da</strong> EC 47/05<br />
Quan<strong>do</strong> vier a completar 70 (setenta) anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> a partir <strong>de</strong><br />
01/01/2004.<br />
Os proventos serão calcula<strong>do</strong>s na seguinte conformi<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />
• proporcionais ao tempo <strong>de</strong> contribuição: x/35 avos (se homem) -<br />
x/30 avos (se mulher)<br />
• aplica-se a Lei nº 10.887/2004.<br />
Os proventos serão reajusta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o estabeleci<strong>do</strong> em<br />
lei (CF - Artigo 40 § 8º) - não há mais vinculação com o reajuste <strong>do</strong><br />
servi<strong>do</strong>r ativo.<br />
O servi<strong>do</strong>r será aposenta<strong>do</strong> compulsoriamente, com proventos<br />
integrais ou proporcionais, conforme Parecer PA nº 130/2007,<br />
quan<strong>do</strong>: ao completar 70 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, já tiver completa<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s<br />
os requisitos para <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> voluntária integral ou proporcional<br />
até a <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> 31/12/2003.<br />
O servi<strong>do</strong>r será aposenta<strong>do</strong> compulsoriamente, com proventos<br />
integrais quan<strong>do</strong>: ao completar 70 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, já tiver<br />
completa<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os requisitos para <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> voluntária<br />
integral, a partir <strong>de</strong> 01/01/2004, nos termos <strong>do</strong> artigo 6º, I, II, III e<br />
IV <strong>da</strong> EC nº 41/03, a qualquer tempo.<br />
O servi<strong>do</strong>r será aposenta<strong>do</strong> compulsoriamente, com proventos<br />
integrais quan<strong>do</strong>: ao completar 70 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, já tiver<br />
completa<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os requisitos para <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> voluntária<br />
integral, a partir <strong>de</strong> 01/01/2004, nos termos <strong>do</strong> art. 3º, I, II e III <strong>da</strong><br />
EC nº 47/05, a qualquer tempo.
Aposenta<strong>do</strong>ria por invali<strong>de</strong>z<br />
Concedi<strong>da</strong>, mediante perícia médica, ao servi<strong>do</strong>r quan<strong>do</strong> acometi<strong>do</strong> <strong>de</strong> patologia que cause a redução ou per<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />
capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> laborativa. A <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> por invali<strong>de</strong>z po<strong>de</strong> ser concedi<strong>da</strong> com vencimentos integrais ou proporcionais,<br />
conforme a <strong>do</strong>ença. A per<strong>da</strong> ou garantia <strong>da</strong> pari<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá ocorrer nas mesmas condições previstas no caso<br />
<strong>da</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> compulsória.<br />
A <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> por invali<strong>de</strong>z concedi<strong>da</strong> com proventos proporcionais ocorre com a patologia causa<strong>do</strong>ra <strong>da</strong> mesma<br />
é passível <strong>de</strong> recuperação, situação na qual o aposenta<strong>do</strong> po<strong>de</strong>rá ter reverti<strong>da</strong> a sua <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, voltan<strong>do</strong> ao trabalho.<br />
A reversão ocorrerá sempre no mesmo cargo ocupa<strong>do</strong> pelo servi<strong>do</strong>r, <strong>da</strong>í por que, nestes casos não po<strong>de</strong>mos<br />
ter o cargo como vago.<br />
Nos termos <strong>do</strong> artigo 40, §<br />
1º, I, <strong>da</strong> C.F./88, altera<strong>da</strong> pela<br />
E.C. n.º 41/03<br />
Quan<strong>do</strong> o servi<strong>do</strong>r for <strong>de</strong>clara<strong>do</strong> como inváli<strong>do</strong> permanente, por<br />
intermédio <strong>de</strong> Lau<strong>do</strong> Médico, expedi<strong>do</strong> pelo DPME e publica<strong>do</strong> a partir<br />
<strong>de</strong> 01/01/2004.<br />
Os proventos serão calcula<strong>do</strong>s na seguinte conformi<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />
• proporcionais ao tempo <strong>de</strong> contribuição, exceto se <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong><br />
aci<strong>de</strong>nte em serviço, moléstia profissional ou <strong>do</strong>ença grave, contagiosa<br />
ou incurável, na forma <strong>da</strong> lei 8.112/90 (Parecer PA nº 206/2006,<br />
conforme Comunica<strong>do</strong> UCRH nº 13/2007 e Parecer PA nº 330/07);<br />
• aplica-se a Lei nº 10.887, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2004;<br />
• os proventos serão reajusta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o estabeleci<strong>do</strong> em lei<br />
- não há mais vinculação com o reajuste <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r ativo (CF - Artigo<br />
40 § 8º e artigo 15 <strong>da</strong> Lei Fe<strong>de</strong>ral 10.887/04);<br />
• limite <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> não há;<br />
• os proventos serão integrais, quan<strong>do</strong> ficar constata<strong>do</strong> que o servi<strong>do</strong>r<br />
completou to<strong>do</strong>s os requisitos para <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> voluntária integral<br />
anteriormente a emissão <strong>do</strong> lau<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> (Parecer PA<br />
130/07 e o Comunica<strong>do</strong> UCRH nº 3/2008).<br />
Quan<strong>do</strong> combinar alguns <strong>do</strong>s dispositivos abaixo cita<strong>do</strong>s:<br />
- Artigo 3º, §2º, <strong>da</strong> EC. 41/2003;<br />
- Artigo 6º, <strong>da</strong> EC. 41/2003;<br />
-Artigo 3º <strong>da</strong> EC. 47/2005<br />
15
16<br />
SÃO PAULO PREVIDÊNCIA – SPPREV<br />
Consi<strong>de</strong>rações<br />
A primeira gran<strong>de</strong> reforma previ<strong>de</strong>nciária ocorreu com a edição <strong>da</strong> Emen<strong>da</strong> Constitucional n.º 20, <strong>de</strong> 1998. Tal reforma,<br />
além <strong>de</strong> re<strong>de</strong>finir as regras <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> estabeleci<strong>da</strong>s no artigo 40 <strong>da</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988,<br />
estabeleceu também que ca<strong>da</strong> ente estatal <strong>de</strong>veria constituir seu Regime Próprio <strong>de</strong> Previdência, situação na qual,<br />
a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> passa a ser concedi<strong>da</strong> por tempo <strong>de</strong> contribuição.<br />
Sobreveio a Emen<strong>da</strong> Constitucional n.º 41, <strong>de</strong> 2003, trazen<strong>do</strong> novas modificações <strong>da</strong> regras <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> e pensão.<br />
Somente em 01 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2007 o <strong>Governo</strong> Estadual editou a Lei complementar n.º 1010, instituin<strong>do</strong> a São Paulo<br />
Previdência – SPPREV, cumprin<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ssa forma a <strong>de</strong>terminação expressa na EC n.º 20/1998.<br />
O regime previ<strong>de</strong>nciário ora instituí<strong>do</strong>, nos mol<strong>de</strong>s preconiza<strong>do</strong>s na EC, <strong>de</strong>veria albergar exclusivamente servi<strong>do</strong>res<br />
públicos titulares <strong>de</strong> cargos efetivos, entretanto, disposições <strong>da</strong> LC 1010 geraram excepcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> que incluem no<br />
regime os servi<strong>do</strong>res extranumerários e os temporários admiti<strong>do</strong>s nos termos <strong>da</strong> Lei 500/74 até 1º <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2007.<br />
A partir <strong>de</strong>ssa <strong>da</strong>ta, os servi<strong>do</strong>res exercentes exclusivamente <strong>de</strong> cargo em comissão, os temporários, e emprega<strong>do</strong>s<br />
públicos subordinam-se ao RGPS.<br />
Compete ao SPPREV (art. 3º):<br />
• a administração, o gerenciamento e a operacionalização <strong>do</strong>s regimes;<br />
• a concessão, pagamento e manutenção <strong>do</strong>s benefícios assegura<strong>do</strong>s pelos regimes;<br />
• a arreca<strong>da</strong>ção e cobrança <strong>do</strong>s recursos e contribuições necessários ao custeio <strong>do</strong>s regimes;<br />
• gestão <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s e recursos arreca<strong>da</strong><strong>do</strong>s; e<br />
• a manutenção permanente <strong>do</strong> ca<strong>da</strong>stro individualiza<strong>do</strong> <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res públicos ativos e inativos, <strong>do</strong>s militares <strong>do</strong><br />
serviço ativo, <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s ou licencia<strong>do</strong>s, <strong>da</strong> reserva remunera<strong>da</strong> ou reforma<strong>do</strong>, e respectivos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, e <strong>do</strong>s<br />
pensionistas.<br />
Benefícios:<br />
Compete a SPPREV a formalização, pagamento e manutenção <strong>do</strong> benefício previ<strong>de</strong>nciário.<br />
LEI COMPLEMENTAR Nº 1.012/07<br />
O regulamento <strong>do</strong>s benefícios previ<strong>de</strong>nciários foi estabeleci<strong>do</strong> pela nova lei ain<strong>da</strong> mais recentemente promulga<strong>da</strong> - Lei<br />
Complementar nº 1.012, <strong>de</strong> 05 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2007 (PLC 31), que altera dispositivos <strong>da</strong> LC 180/78 e Lei nº 10.261/68.<br />
A partir <strong>de</strong> agora os benefícios cobertos pela SPPREV são: <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, pensão, salário família, auxílio reclusão,<br />
auxílio funeral.<br />
Beneficiários: cônjuge ou companheiros (união estável, ain<strong>da</strong> que <strong>do</strong> mesmo sexo), na constância <strong>do</strong> casamento, e<br />
filhos (as) até os 18 anos não emancipa<strong>do</strong>s, bem como os inváli<strong>do</strong>s para o trabalho e os incapazes civilmente, estes
<strong>do</strong>is últimos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que comprovem <strong>de</strong>pendência econômica. Entea<strong>do</strong>s e menor tutela<strong>do</strong> equiparam-se aos filhos,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que vivam sob <strong>de</strong>pendência econômica. Ain<strong>da</strong>, os pais, na inexistência <strong>do</strong>s <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes anteriores, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que comprovem <strong>de</strong>pendência econômica <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r.<br />
Em síntese, entre as principais alterações estão:<br />
• fixação <strong>do</strong> benefício <strong>da</strong> pensão por morte em valor equivalente à remuneração <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r no cargo efetivo em<br />
que se <strong>de</strong>u o óbito, ou aos proventos <strong>do</strong> inativo, até o limite máximo estabeleci<strong>do</strong> para os benefícios <strong>do</strong> R.G.P.S.,<br />
acresci<strong>do</strong> <strong>de</strong> 70% (setenta por cento) <strong>da</strong> parcela que exce<strong>de</strong>r esse limite (art. 144, caput);<br />
• para o beneficiário <strong>do</strong> professor <strong>de</strong> ensino médio e fun<strong>da</strong>mental, no caso <strong>de</strong> óbito antes <strong>da</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, o valor<br />
será igual ao valor <strong>da</strong> média <strong>da</strong>s aulas ministra<strong>da</strong>s nos últimos 12 meses anteriores ao óbito;<br />
• equiparação <strong>do</strong> companheiro ou companheira ao cônjuge (inc. I <strong>do</strong> art. 147, § 5º <strong>do</strong> art. 148 e art. 150);<br />
• estabelecimento <strong>de</strong> tratamento idêntico aos filhos <strong>de</strong> qualquer condição ou sexo e regra <strong>de</strong> cessação <strong>de</strong> pensão ao<br />
filho emancipa<strong>do</strong>, e ao que atinja limite <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, esteja ou não freqüentan<strong>do</strong> curso <strong>de</strong> nível superior, extinguin<strong>do</strong>,<br />
portanto, a pensão para filhos universitários (inc. II e § 1º, <strong>do</strong> art. 147);<br />
• No tocante aos filhos inváli<strong>do</strong>s ou incapazes, a exigência <strong>de</strong> comprovação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência econômica em relação<br />
ao servi<strong>do</strong>r faleci<strong>do</strong> e <strong>da</strong> verificação <strong>da</strong> condição <strong>de</strong> invali<strong>de</strong>z ou incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong>, mediante inspeção por junta médica<br />
pericial, situação em que não há limite <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> para o recebimento <strong>da</strong> pensão, o mesmo sen<strong>do</strong> necessário para o<br />
caso <strong>de</strong> pensão aos pais <strong>do</strong> faleci<strong>do</strong>, entea<strong>do</strong>s ou menores tutela<strong>do</strong>s, (§ 5º <strong>do</strong> art. 147);<br />
• §5º <strong>do</strong> art. 147<br />
• manutenção <strong>da</strong> pensão atribuí<strong>da</strong> aos filhos inváli<strong>do</strong>s ou incapazes somente enquanto durar a invali<strong>de</strong>z ou incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
sen<strong>do</strong> que a invali<strong>de</strong>z ou a incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> supervenientes à morte <strong>do</strong> contribuinte não conferem direito à pensão,<br />
exceto se tiverem início durante o perío<strong>do</strong> em que o <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte estava receben<strong>do</strong> pensão (§ 2º e §4º <strong>do</strong> art. 147);<br />
• alteração <strong>da</strong> regra <strong>de</strong> partilha <strong>do</strong> valor <strong>da</strong> pensão entre o cônjuge ou companheiro(a) e os filhos, por outra mais<br />
simples, a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> pelo R.G.P.S.: o rateio <strong>da</strong> pensão em parcelas iguais entre to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes habilita<strong>do</strong>s (art. 148);<br />
• O pagamento <strong>do</strong> benefício <strong>de</strong> pensão retroagirá à <strong>da</strong>ta <strong>do</strong> óbito, se requeri<strong>da</strong> no prazo <strong>de</strong> 60 (sessenta) dias <strong>de</strong>ste. O<br />
pagamento <strong>do</strong> benefício será feito <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta <strong>do</strong> requerimento, quan<strong>do</strong> ultrapassa<strong>do</strong> esse prazo. (§ 2º e §3º <strong>do</strong> art. 148);<br />
• Reverte-se a respectiva quota <strong>de</strong> pensão apenas <strong>de</strong> filhos para cônjuges e <strong>de</strong>stes para aqueles. Em outro caso,<br />
extingue-se a respectiva quota <strong>da</strong> pensão.<br />
• A per<strong>da</strong> <strong>da</strong> condição <strong>de</strong> segura<strong>do</strong> ocorre em razão <strong>de</strong> óbito, o não cumprimento <strong>do</strong>s requisitos legais <strong>de</strong> habilitação<br />
e o matrimônio ou a constituição <strong>de</strong> união estável. Não se restabelece a condição perdi<strong>da</strong>. (art. 149);<br />
• Nenhum beneficiário po<strong>de</strong>rá receber mais <strong>de</strong> uma pensão <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> lei, exceto no caso <strong>de</strong> filhos <strong>de</strong> casal<br />
contribuinte, assegura<strong>do</strong> aos <strong>de</strong>mais a opção pelo benefício que lhe for mais vantajoso (art. 155);<br />
• Assegura<strong>do</strong> o direito adquiri<strong>do</strong> aos ATUAIS pensionistas enquanto mantiverem as condições tais como a legislação<br />
anterior previa.<br />
17
18<br />
• O salário-família é <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao servi<strong>do</strong>r ou aposenta<strong>do</strong> <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>, por filho ou equipara<strong>do</strong> menor <strong>de</strong> 14 anos, e<br />
filho inváli<strong>do</strong> <strong>de</strong> qualquer i<strong>da</strong><strong>de</strong>, cujo critério para aferição será o mesmo utiliza<strong>do</strong> para os trabalha<strong>do</strong>res vincula<strong>do</strong>s<br />
ao R.G.P.S. (art. 163-A);<br />
• O auxílio reclusão será pago aos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> servi<strong>do</strong>r <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> recolhi<strong>do</strong> à prisão. Cessa o direito ao<br />
benefício pela extinção <strong>da</strong> pena; se ao final <strong>do</strong> processo criminal houver per<strong>da</strong> <strong>do</strong> cargo; e por morte <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r ou<br />
<strong>do</strong> beneficiário (art. 163-B);<br />
• O auxílio funeral será <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao cônjuge (companheiro), ou na sua falta, aos filhos ou aos pais, que vivam sob<br />
<strong>de</strong>pendência econômica (§2º art. 163B);<br />
• A contribuição previ<strong>de</strong>nciária foi fixa<strong>da</strong> em 11% sobre a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> base <strong>de</strong> contribuição para o ativo (art. 8º)<br />
• Para o inativo e pensionista será <strong>de</strong> 11% sobre o valor <strong>da</strong> parcela <strong>do</strong>s proventos que exce<strong>de</strong>r o teto <strong>do</strong> RGPS (art. 9º);<br />
• É base <strong>de</strong> contribuição – total <strong>de</strong> vencimentos (inclui vantagens pecuniárias permanentes, adicionais <strong>de</strong> caráter<br />
individual e qualquer outra vantagem, excluí<strong>da</strong>s diárias <strong>de</strong> viagem, auxílio transporte, salário família, salário esposa,<br />
auxílio alimentação adicionais <strong>de</strong> local <strong>de</strong> exercício, parcela <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> cargo em comissão ou <strong>de</strong> função <strong>de</strong><br />
confiança, <strong>de</strong>mais vantagens não incorporáveis, abono <strong>de</strong> permanência;<br />
• Inci<strong>de</strong> contribuição sobre 13º salário (art. 10);<br />
• O servi<strong>do</strong>r po<strong>de</strong> optar pela inclusão na base <strong>de</strong> contribuição <strong>de</strong> adicionais por local <strong>de</strong> exercício e <strong>de</strong> exercício <strong>de</strong><br />
cargo em comissão ou função <strong>de</strong> confiança, para efeito <strong>de</strong> cálculo <strong>do</strong> seu benefício previ<strong>de</strong>nciário;<br />
• O servi<strong>do</strong>r afasta<strong>do</strong> ou o licencia<strong>do</strong> sem vencimentos fica <strong>de</strong>svincula<strong>do</strong> <strong>da</strong> previdência, enquanto permanecer<br />
nessa condição (terá seu vínculo suspenso), portanto, não precisa contribuir, salvo se requerer para contribuir. Nesse<br />
caso, precisará recolher a sua contribuição mais a <strong>do</strong> governo. Em não contribuin<strong>do</strong>, nesse perío<strong>do</strong>, os benefícios não<br />
lhe assistem, e não conta como tempo <strong>de</strong> contribuição para fins <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>.<br />
To<strong>da</strong>via, na<strong>da</strong> impe<strong>de</strong> que incorpore eventual tempo <strong>de</strong> contribuição que, durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> afastamento, tenha<br />
efetua<strong>do</strong> junto a outro órgão previ<strong>de</strong>nciário.<br />
• A entra<strong>da</strong> em vigor <strong>de</strong>sta lei revoga as contribuições previstas na LC 943/03, LC 954/03 e Lei 180/78, bem como<br />
na Lei 452/74.
PROCEDIMENTOS<br />
ABONO PERMANÊNCIA<br />
1. RequeRimento <strong>do</strong> seRvi<strong>do</strong>R solicitan<strong>do</strong> contagem <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> seRviço e contRibuição paRa fins <strong>de</strong> abono <strong>de</strong> peRmanência;<br />
1.1 Elaboração <strong>da</strong> certidão <strong>de</strong> contagem <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> serviço e contribuição;<br />
1.2 Encaminhamento para CRH para ratificação <strong>da</strong> certidão;<br />
1.3 Depois <strong>de</strong> ratifica<strong>da</strong> a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> provi<strong>de</strong>ncia o preenchimento <strong>do</strong> formulário <strong>de</strong> Abono <strong>de</strong> Permanência;<br />
1.4 A uni<strong>da</strong><strong>de</strong> encaminha formulário juntamente com cópia <strong>da</strong> certidão ratifica<strong>da</strong> ao Órgão Paga<strong>do</strong>r, para<br />
implantação <strong>do</strong> abono <strong>de</strong> permanência.<br />
APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA INTEGRAL E PROPORCIONAL<br />
1. RequeRimento <strong>do</strong> seRvi<strong>do</strong>R solicitan<strong>do</strong> contagem <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> seRviço <strong>de</strong> contRibuição paRa fins <strong>de</strong> aposenta<strong>do</strong>Ria;<br />
1.1 Elaborar certidão <strong>de</strong> contagem <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> serviço e contribuição;<br />
1.2 Encaminhar à CRH para ratificação <strong>da</strong> certidão;<br />
1.3 Publicar a ratificação – CRH;<br />
1.4 Comunicar a ratificação ao servi<strong>do</strong>r;<br />
1.5 Anexar ao processo requerimento dirigi<strong>do</strong> à Gerência <strong>de</strong> Benefícios <strong>da</strong> São Paulo Previdência<br />
– SPPREV;<br />
1.6 Juntar ao processo único, cópia <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> (RG.), CPF, Comprovante <strong>de</strong><br />
En<strong>de</strong>reço Resi<strong>de</strong>ncial, Certidão <strong>de</strong> Nascimento ou Casamento atualiza<strong>da</strong> com vali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> no<br />
mínimo 6(seis) meses, Comprovante <strong>de</strong> PIS/PASEP, Comprovante <strong>de</strong> conta bancária; Termo <strong>de</strong><br />
Notificação e Ciência <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e Anexo III(cálculo <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>);<br />
1.7 Encaminhar o Processo Único a São Paulo Previdência – SPPREV;<br />
1.8 Acompanhar publicação no Diário Oficial e comunicar ao servi<strong>do</strong>r.<br />
Obs.: Caso a publicação <strong>da</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> ocorra durante o gozo <strong>de</strong> férias ou licença prêmio, o servi<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ixa<br />
<strong>de</strong> ter direito ao perío<strong>do</strong> restante.<br />
19
20<br />
APOSENTADORIA COMPULSÓRIA<br />
1. Elaborar certidão <strong>de</strong> contagem <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> serviço e contribuição;<br />
1.1 Encaminhar à CRH para ratificação <strong>da</strong> certidão;<br />
1.2 Publicar a ratificação – CRH;<br />
1.3 Juntar ao processo único <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r, cópia <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> (RG.), CPF, Comprovante <strong>de</strong><br />
En<strong>de</strong>reço Resi<strong>de</strong>ncial, Certidão <strong>de</strong> Nascimento ou Casamento atualiza<strong>da</strong> com vali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> no mínimo<br />
6(seis) meses, Comprovante <strong>de</strong> PIS/PASEP, Comprovante <strong>de</strong> conta bancária e Anexo III(cálculo <strong>de</strong><br />
<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>);<br />
Encaminhar o Processo Único a São Paulo Previdência – SPPREV.<br />
Obs.: O cálculo <strong>do</strong>s proventos <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r, até o envio <strong>do</strong> processo físico será efetua<strong>do</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a<br />
base <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> sistema <strong>da</strong> SPPREV. Após recebimento <strong>do</strong> processo instruí<strong>do</strong> com a situação funcional <strong>do</strong><br />
servi<strong>do</strong>r estes cálculos serão revistos e corrigi<strong>do</strong>s, quan<strong>do</strong> necessário.<br />
APOSENTADORIA INVALIDEZ PERMANENTE (DOENÇAS PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO FEDERAL)<br />
1. Juntar ao processo único lau<strong>do</strong> médico expedi<strong>do</strong> pelo Departamento <strong>de</strong> Perícias Médicas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> - DPME;<br />
1. 1.1 Juntar ao processo único <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r, cópia <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> (RG.), CPF, Comprovante<br />
<strong>de</strong> En<strong>de</strong>reço Resi<strong>de</strong>ncial, Certidão <strong>de</strong> Nascimento ou Casamento atualiza<strong>da</strong> com vali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> no mínimo<br />
6(seis) meses, Comprovante <strong>de</strong> PIS/PASEP, Comprovante <strong>de</strong> conta bancária e Anexo III(cálculo <strong>de</strong><br />
<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>);<br />
1.2 Encaminhar o Processo Único a São Paulo Previdência – SPPREV;<br />
APOSENTADORIA INVALIDEZ PERMANENTE (DOENÇAS NÃO PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO FEDERAL)<br />
1. Juntar ao processo único lau<strong>do</strong> médico expedi<strong>do</strong> pelo Departamento <strong>de</strong> Perícias Médicas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> - DPME;<br />
1.2 Elaborar certidão <strong>de</strong> contagem <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> serviço e contribuição;<br />
1.3 Encaminhar à CRH para ratificação <strong>da</strong> certidão;<br />
1.4 Publicar ratificação – CRH;<br />
1.5 Juntar ao processo único <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r, cópia <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> (RG.), CPF, Comprovante <strong>de</strong><br />
En<strong>de</strong>reço Resi<strong>de</strong>ncial, Certidão <strong>de</strong> Nascimento ou Casamento atualiza<strong>da</strong> com vali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> no mínimo<br />
6(seis) meses, Comprovante <strong>de</strong> PIS/PASEP, Comprovante <strong>de</strong> conta bancária e Anexo III(cálculo <strong>de</strong><br />
<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>);<br />
1.6 Encaminhar o Processo Único a São Paulo Previdência – SPPREV.<br />
Obs.: quan<strong>do</strong> enquadra<strong>da</strong> com proventos proporcionais ao tempo <strong>de</strong> contribuição, pressupõe-se a<br />
possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação, por parte <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r, <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> laborativa e conseqüente REVERSÃO <strong>da</strong><br />
<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> o mesmo retornar ao trabalho e completar o tempo <strong>de</strong> contribuição para obter a<br />
<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> com proventos integrais.
FLUXO ATUAL DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA<br />
∗ A certidão <strong>de</strong>verá ser atualiza<strong>da</strong> com a frequência <strong>do</strong> mês imediatamente anterior, não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> no momento<br />
<strong>de</strong> requerer <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> constar um déficit <strong>de</strong> frequência superior a 6 meses.<br />
21
22<br />
DOCUMENTOS PERTINENTES AO PROCESSO ÚNICO DE CONTAGEM DE TEMPO<br />
- Requerimento <strong>do</strong> interessa<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> se tratar <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> voluntária<br />
- Termo <strong>de</strong> Ciência <strong>de</strong> Notificação <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Contas, assina<strong>do</strong> pelo interessa<strong>do</strong> e en<strong>de</strong>reça<strong>do</strong> a São Paulo Previdência<br />
( vi<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo 1)<br />
- Xerox <strong>do</strong> RG- Cópia <strong>do</strong> CPF<br />
- Cópia <strong>do</strong> comprovante <strong>de</strong> PIS/PASEP<br />
- Cópia Certidão <strong>de</strong> Nascimento/Casamento atualiza<strong>da</strong> a 6 meses<br />
- Cópia <strong>do</strong> <strong>de</strong>monstrativo <strong>do</strong> último hollerith<br />
- Comprovante <strong>de</strong> En<strong>de</strong>reço<br />
- Título <strong>de</strong> Nomeação<br />
- Título <strong>de</strong> Aproveitamento<br />
- Decreto <strong>de</strong> Reintegração<br />
- Decreto <strong>de</strong> Reversão <strong>de</strong> Aposenta<strong>do</strong>ria<br />
- Certidão <strong>de</strong> Contagem <strong>de</strong> Tempo para fins <strong>de</strong> Disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> servi<strong>do</strong>r<br />
- Decreto <strong>de</strong> Disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
- Título <strong>de</strong> Disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> servi<strong>do</strong>r<br />
- Decreto <strong>de</strong> Cassação <strong>de</strong> Disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
- Portaria <strong>de</strong> Concessão <strong>de</strong> Adicional por Tempo <strong>de</strong> Serviço<br />
- Portaria <strong>de</strong> Concessão <strong>de</strong> Sexta-Parte<br />
- Apostila <strong>de</strong> Progressão<br />
- Portaria <strong>de</strong> Concessão <strong>de</strong> Adicional Insalubri<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
- Apostila <strong>de</strong> Promoção por Antigüi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
- Apostila <strong>de</strong> Promoção por Merecimento<br />
CONSTAR: CONFERE COM<br />
O ORIGINAL
- Apostila <strong>de</strong> Enquadramento que altere a situação funcional <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r<br />
- Apostila <strong>de</strong> Incorporação <strong>de</strong> Gratificação <strong>de</strong> Representação<br />
- Apostila <strong>de</strong> Gratificação Especial <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
- Apostila <strong>de</strong> Nome e RG (quan<strong>do</strong> houver alteração <strong>de</strong>sses <strong>do</strong>cumentos)<br />
- Apostila <strong>de</strong> Incorporação <strong>do</strong> artigo 133 <strong>da</strong> CE/89<br />
- Decreto <strong>de</strong> Cassação <strong>de</strong> Aposenta<strong>do</strong>ria<br />
- Ato <strong>de</strong> Exoneração / Dispensa / Demissão<br />
- Publicação <strong>da</strong> Relação <strong>de</strong> Servi<strong>do</strong>res Faleci<strong>do</strong>s<br />
- Publicação <strong>de</strong> Parecer favorável à <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> por invali<strong>de</strong>z<br />
- Lau<strong>do</strong> Médico emiti<strong>do</strong> pelo Departamento <strong>de</strong> Perícias Médicas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> - DPME quan<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />
<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> por invali<strong>de</strong>z, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ser especifica<strong>do</strong> se a moléstia se enquadra nas causas<br />
<strong>de</strong>terminantes <strong>de</strong> proventos integrais ou proporcionais<br />
- Certidão <strong>de</strong> Liqui<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> Tempo <strong>de</strong> Serviço e Contribuição para <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, atualiza<strong>da</strong> até 6 meses<br />
anterior ao pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, ratifica<strong>da</strong><br />
- Formulário <strong>de</strong> Abono <strong>de</strong> Permanência.<br />
- Declaração <strong>de</strong> Salário <strong>de</strong> Contribuição<br />
- Demonstrativo <strong>de</strong> Cálculo para fins <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> - Anexo III (vi<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo 2)<br />
23
24<br />
PRINCIPAIS PERGUNTAS E RESPOSTAS<br />
1) Durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> licença sem vencimentos, contribuí para o IPESP, este perío<strong>do</strong> po<strong>de</strong>rá ser conta<strong>do</strong><br />
como tempo <strong>de</strong> contribuição?<br />
Resposta: A contribuição feita ao IPESP durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> licença para tratar <strong>de</strong> interesses particulares (artigo<br />
202 EFP) não será conta<strong>da</strong> como tempo <strong>de</strong> contribuição pra fins <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. Isto porque o IPESP era um instituto<br />
cujo objetivo era garantir a pensão após a morte <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r. Tanto é que durante a sua vigência, a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong><br />
era concedi<strong>da</strong> por tempo <strong>de</strong> serviço, e o pagamento corria a expensas <strong>do</strong> tesouro. Após a instituição <strong>da</strong> SPPREV,<br />
a contribuição, em situações <strong>de</strong>sta natureza, é facultativa. Se o servi<strong>do</strong>r optar por contribuir espontaneamente para<br />
a SPPREV durante o afastamento, o tempo será conta<strong>do</strong> naturalmente para fins <strong>da</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>.<br />
Caso opte por não contribuir a SPPREV, o tempo somente será conta<strong>do</strong> se comprovar contribuição a qualquer ente<br />
previ<strong>de</strong>nciário, mediante a regra <strong>da</strong> compensação.<br />
2) Posso <strong>de</strong>smembrar um perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> meu tempo <strong>de</strong> contribuição, já ratifica<strong>do</strong> para averbá-lo em outro<br />
regime previ<strong>de</strong>nciário?<br />
Resposta: Sim. Condição para o <strong>de</strong>smembramento:<br />
a) Quan<strong>do</strong> se tratar <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> contribuição para <strong>do</strong> INSS (empresa priva<strong>da</strong>) e este viabilizou a obtenção <strong>do</strong><br />
ABONO DE PERMANENCIA, exclusão <strong>do</strong> tempo torna nula a concessão <strong>do</strong> menciona<strong>do</strong> abono, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> o servi<strong>do</strong>r<br />
restituir ao erário to<strong>do</strong> o valor percebi<strong>do</strong> a esse título.<br />
b) Quan<strong>do</strong> se tratar <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> contribuição para o INSS(administração direta e autarquia) e este foi computa<strong>do</strong><br />
para fins <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> abono <strong>de</strong> permanência, adicional, sexta parte, licença prêmio, promoção,<br />
progressão, o tempo <strong>de</strong>verá ser revisto e suprimi<strong>do</strong> os benefícios <strong>de</strong>correntes, e conseqüente <strong>de</strong>volução <strong>do</strong>s<br />
valores percebi<strong>do</strong>s a esse título. Deven<strong>do</strong> esse tempo ser <strong>de</strong>sconta<strong>do</strong> e valores recebi<strong>do</strong>s <strong>de</strong>volvi<strong>do</strong>s.<br />
c) Quan<strong>do</strong> se tratar <strong>de</strong> tempo <strong>da</strong> União, outros Esta<strong>do</strong>s, Municípios e Distrito Fe<strong>de</strong>ral. Se este foi computa<strong>do</strong><br />
para qualquer vantagem ou benefício, <strong>de</strong>verá ser revista a contatem <strong>de</strong> tempo, os benefícios <strong>de</strong>correntes, e<br />
conseqüente <strong>de</strong>volução <strong>do</strong>s valores percebi<strong>do</strong>s a esse título.<br />
Obs:- Alerta-se que as certidões já ratifica<strong>da</strong>s pela SPPREV<br />
não permite exclusão <strong>de</strong> qualquer tempo<br />
3) Como fica a situação <strong>de</strong> um servi<strong>do</strong>r que solicita <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> e queira usufruir férias ou licença<br />
prêmio, enquanto aguar<strong>da</strong> a publicação <strong>do</strong> ato <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>?<br />
Resposta: O servi<strong>do</strong>r que requerer sua <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> e vier a usufruir férias, Licença Prêmio ou mesmo que lhe seja<br />
concedi<strong>da</strong> Licença Saú<strong>de</strong>, ten<strong>do</strong>, nesse ínterim, publica<strong>da</strong> a sua <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> pela SPPREV, este ato interromperá<br />
os efeitos <strong>do</strong>s cita<strong>do</strong>s eventos.
4) O servi<strong>do</strong>r que vier a ser aposenta<strong>do</strong> com proventos proporcionais ao tempo <strong>de</strong> contribuição, e,<br />
posteriormente solicitar inclusão <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> contribuição <strong>de</strong> outro regime previ<strong>de</strong>nciário, po<strong>de</strong>rá<br />
obter a revisão <strong>de</strong> sua <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>?<br />
Resposta: Sim, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não se trate <strong>de</strong> tempo concomitante. O tempo será incluí<strong>do</strong>, a certidão ratifica<strong>da</strong> e o ato<br />
<strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> retifica<strong>do</strong> pelo órgão competente.<br />
5) Perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> licença para tratamento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> são <strong>de</strong>sconta<strong>do</strong>s na apuração <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> contribuição?<br />
Resposta: Não. Nos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> licença para tratamento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> o servi<strong>do</strong>r contribui para a previdência, não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />
ser <strong>de</strong>sconta<strong>do</strong>.<br />
FORMULÁRIOS<br />
Ilustríssimo(a) Senhor(a)<br />
MD Dirigente <strong>do</strong><br />
ANEXO I<br />
A que se refere a Instrução UCRH n.º 001, <strong>de</strong> 05 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004<br />
_________________________________________________ , RG ________________ ,<br />
(nome)<br />
_____________________________________________________________________<br />
(<strong>de</strong>nominação <strong>do</strong> cargo-efetivo/função-ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>- Lei 500/74/Extranumerário)<br />
<strong>do</strong>_________ , classifica<strong>do</strong>(a) nesta SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE (Subquadro)<br />
(<strong>Secretaria</strong>/PGE/Autarquia)<br />
ten<strong>do</strong> em vista já ter cumpri<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os requisitos para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> com proventos ____________ , solicito<br />
contagem <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> contribuição com fun<strong>da</strong>mento no __________________________________<br />
_____________________________________________________________________,<br />
e opto por permanecer em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, requeren<strong>do</strong> à Vossa Senhoria, que seja provi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong> a concessão <strong>do</strong> abono <strong>de</strong><br />
permanência, instituí<strong>do</strong> pela Emen<strong>da</strong> Constitucional n.º 41, <strong>de</strong> 19, publica<strong>da</strong> no D.O.U., <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003.<br />
São Paulo, ________/__________/__________<br />
_________________________________<br />
Assinatura<br />
ANEXO I<br />
25
26<br />
Ilustríssimo(a) Senhor(a)<br />
MD Dirigente <strong>do</strong><br />
A que se refere a Instrução UCRH n.º 001, <strong>de</strong> 05 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004<br />
_________________________________________________ , RG ________________ ,<br />
(nome)<br />
_____________________________________________________________________<br />
(<strong>de</strong>nominação <strong>do</strong> cargo-efetivo/função-ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>- Lei 500/74/Extranumerário)<br />
<strong>do</strong> _____________ , classifica<strong>do</strong>(a) nesta SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE (Subquadro)<br />
(<strong>Secretaria</strong>/PGE/Autarquia)<br />
ten<strong>do</strong> em vista já ter cumpri<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os requisitos para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> com proventos ________________ ,<br />
solicito contagem <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> contribuição com fun<strong>da</strong>mento no ______________________________<br />
_____________________________________________________________________.<br />
São Paulo, ___ <strong>de</strong> _________________ <strong>de</strong> _________.<br />
__________________________________________________<br />
Assinatura<br />
Á<br />
SÃO PAULO PREVIDÊNCIA-SPPREV<br />
GERÊNCIA DE APOSENTADORIA<br />
Eu, _________________________________________ , RG. ______________________,<br />
cargo/função ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> ________________________, regime jurídico _________________,<br />
Referência __________ , Grau ___________ , <strong>da</strong> EV ____________________, lota<strong>do</strong>(a) na(o)<br />
_________________________, venho requerer <strong>de</strong> Vossa Senhoria, APOSENTADORIA, nos termos<br />
_____________________________________________________________________<br />
Indico para recebimento <strong>do</strong>s meus proventos o banco ________________ , agencia _______________<br />
conta nº _____________.<br />
Esclareço que po<strong>de</strong>rei ser encontra<strong>do</strong> em meu en<strong>de</strong>reço resi<strong>de</strong>ncial, sito a _________________________<br />
____________ telefone: ____________ .<br />
São Paulo, _______,_____________<strong>de</strong>________<br />
__________________________________________________<br />
Assinatura<br />
APOSENTADORIA<br />
TERMO DE CIÊNCIA E DE NOTIFICAÇÃO
ÓRGÃO OU ENTIDADE: SÃO PAULO PREVIDÊNCIA - SPPREV<br />
PROCESSO Nº (DE ORIGEM):<br />
RESPONSÁVEL PELO ATO DE CONCESSÃO: GERÊNCIA DE APOSENTADORIA<br />
APOSENTADO(A):<br />
ADVOGADO(S): (*)<br />
Pelo presente TERMO <strong>da</strong>mo-nos por NOTIFICADOS para o acompanhamento <strong>do</strong>s atos <strong>da</strong> tramitação <strong>do</strong> correspon<strong>de</strong>nte<br />
processo no Tribunal <strong>de</strong> Contas até seu julgamento final e conseqüente publicação, e se for o caso e <strong>de</strong> nosso<br />
interesse, para, nos prazos e nas formas legais e regimentais, exercer o direito <strong>da</strong> <strong>de</strong>fesa, interpor recursos e o mais<br />
que couber.<br />
Outrossim, estamos CIENTES, <strong>do</strong>ravante, <strong>de</strong> que to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>spachos e <strong>de</strong>cisões que vierem a ser toma<strong>do</strong>s, relativamente<br />
ao aludi<strong>do</strong> processo, serão publica<strong>do</strong>s no Diário Oficial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, Ca<strong>de</strong>rno <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Legislativo, parte <strong>do</strong><br />
Tribunal <strong>de</strong> Contas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo, <strong>de</strong> conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o artigo 90 <strong>da</strong> Lei Complementar Estadual nº 709,<br />
<strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1993, inician<strong>do</strong>-se, a partir <strong>de</strong> então, a contagem <strong>do</strong>s prazos processuais.<br />
________________________________________<br />
Local e Data (Município <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r e <strong>da</strong>ta <strong>do</strong> requerimento <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>)<br />
(*) Facultativo. Indicar quan<strong>do</strong> já constituí<strong>do</strong>.<br />
________________________________________<br />
Responsável pelo ato <strong>de</strong> concessão<br />
_________________________________________<br />
Aposenta<strong>do</strong>(a)<br />
(nome, cargo e assinatura)<br />
Fonte:<br />
Constituição Fe<strong>de</strong>ral:- Emen<strong>da</strong>s Constitucionais 20/98, 41/2003 e 47/2005<br />
Estatuto <strong>do</strong>s Servi<strong>do</strong>res Públicos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />
Lei Complementar 180/78<br />
Lei Complementar 1010/2007<br />
Lei Complementar 1012/2007<br />
Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Central <strong>de</strong> Recursos Humanos, <strong>da</strong> <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> Gestão Pública – www.recursoshumanos.sp.gov.br;<br />
São Paulo Previdência – SPPREV – www.spprev.sp.gov.br<br />
27
28<br />
REFLEXÃO<br />
Visan<strong>do</strong> contribuir com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res que se aproximam <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, bem<br />
como preparar as áreas <strong>de</strong> Recursos Humanos para o enfrentamento <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> pré-<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, anexamos<br />
à presente cartilha, texto para reflexão, que talvez possa <strong>de</strong>spertar, individual, profissional e institucionalmente<br />
ações volta<strong>da</strong>s a essa população.<br />
RESUMO<br />
Texto disponibiliza<strong>do</strong> no site: HTTP://pepsic.bvs-psi.org.br<br />
O estu<strong>do</strong> investigou a experiência <strong>de</strong> transição para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> na perspectiva subjetiva <strong>do</strong>s sujeitos que<br />
a vivenciaram. Foram entrevista<strong>do</strong>s 20 trabalha<strong>do</strong>res aposenta<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> até 18 meses após o <strong>de</strong>sligamento<br />
<strong>de</strong> suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s laborais. As entrevistas seguiram roteiro semi-estrutura<strong>do</strong> e abor<strong>da</strong>ram o significa<strong>do</strong> pessoal<br />
<strong>do</strong> trabalho, a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> aposentar-se, expectativas, projetos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, mu<strong>da</strong>nças percebi<strong>da</strong>s nos âmbitos pessoal,<br />
familiar, social, financeiro, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, lazer e ocupação. Os <strong>de</strong>poimentos foram transcritos na linguagem original <strong>do</strong>s<br />
entrevista<strong>do</strong>s e analisa<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> meto<strong>do</strong>logia qualitativa. Os resulta<strong>do</strong>s mostraram padrões <strong>de</strong> ajustamento no<br />
perío<strong>do</strong> inicial <strong>da</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. As variações no ajustamento à <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> po<strong>de</strong>m ser atribuí<strong>da</strong>s à diferenças<br />
individuais na habili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> negociar e fazer re<strong>de</strong>finições <strong>de</strong> papéis e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />
Palavras-chave: Aposenta<strong>do</strong>ria, Transições <strong>de</strong> carreira, Padrões <strong>de</strong> ajustamento.<br />
O trabalho é um <strong>do</strong>s aspectos mais relevantes <strong>da</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> individual, tal como o próprio nome, o sexo e<br />
a nacionali<strong>da</strong><strong>de</strong>. O sucesso e a satisfação no trabalho e na família reafirmam o senso <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> individual e<br />
trazem o reconhecimento social <strong>da</strong> mesma. Em nossa cultura, o papel profissional é um <strong>do</strong>s pilares fun<strong>da</strong>mentais<br />
<strong>da</strong> auto-estima, i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> e senso <strong>de</strong> utili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Embora esta estreita ligação entre i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> e ocupação possa<br />
ser mais ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira para indivíduos situa<strong>do</strong>s em profissões <strong>de</strong> nível universitário (“Eu sou um advoga<strong>do</strong>...médico....<br />
psicólogo”), as características ocupacionais normalmente se refletem em atitu<strong>de</strong>s, valores e posições políticas,<br />
associa<strong>da</strong>s à fatores como classe social e nível <strong>de</strong> instrução. A i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> individual <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> e é altera<strong>da</strong> pelos<br />
relacionamentos sociais. Por outro la<strong>do</strong>, a participação em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s sociais fora <strong>do</strong> âmbito profissional geralmente<br />
não é tão importante para o estabelecimento <strong>da</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>do</strong> status social, quanto as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho.<br />
Neste senti<strong>do</strong>, a interrupção <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s ao longo <strong>de</strong> uma vi<strong>da</strong> no cenário <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho,<br />
e a conseqüente per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s vínculos sociais ali estabeleci<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong> trazer <strong>da</strong>nos severos à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />
pessoas. Este estu<strong>do</strong> objetiva contribuir com subsídios para o <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> intervenção que preparem<br />
os indivíduos para o enfrentamento <strong>de</strong>sta transição importante <strong>de</strong> suas vi<strong>da</strong>s, e assim minimizar os impactos<br />
negativos em saú<strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> freqüentemente associa<strong>do</strong>s com a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. Portanto, esta pesquisa<br />
investigou a experiência <strong>de</strong> transição para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> na perspectiva <strong>do</strong>s sujeitos que a vivenciam, buscan<strong>do</strong><br />
i<strong>de</strong>ntificar processos <strong>de</strong> ajustamento a esta nova etapa <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Sen<strong>do</strong> assim, a relevância <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> evi<strong>de</strong>ncia-se<br />
pela <strong>de</strong>man<strong>da</strong> crescente <strong>de</strong> serviços direciona<strong>do</strong>s para indivíduos em final <strong>de</strong> carreira.<br />
Papel <strong>de</strong> trabalho, autoconceito e i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
A coor<strong>de</strong>nação e o controle <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>s membros <strong>de</strong> uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> se realizam através <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong><br />
posições e papéis. O que se espera que um ocupante típico <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> posição faça em situações padroniza<strong>da</strong>s<br />
constitui o papel associa<strong>do</strong> à essa posição. Ca<strong>da</strong> indivíduo <strong>de</strong>sempenha múltiplos papéis, e estes <strong>de</strong>terminam, em<br />
parte, a maneira pela qual é trata<strong>do</strong> pelos seus semelhantes. Ou seja, o indivíduo <strong>de</strong>fine a si mesmo com base nos<br />
papéis que assume, <strong>da</strong> mesma maneira como através <strong>de</strong>stes é <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> o seu lugar no grupo social (Berger, 1989).
Os papéis também são construí<strong>do</strong>s pelo próprio sujeito, que ao longo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> sustenta o seu autoconceito<br />
através <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>s papéis que lhes são relevantes nos cenários sociais <strong>de</strong> sua preferência. Sen<strong>do</strong> assim,<br />
<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s papéis <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>s socialmente e pessoalmente relevantes são críticos para a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> e autoestima,<br />
enquanto outros po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s secundários pelo sujeito.<br />
Inúmeros autores consi<strong>de</strong>ram que o autoconceito é a chave <strong>do</strong> comportamento humano, sen<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong><br />
organiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> auto<strong>de</strong>scrição e <strong>de</strong> auto-avaliação (Super, 1990). Por outro la<strong>do</strong>, é também um processo<br />
dinâmico, pois o indivíduo reconfigura a percepção <strong>de</strong> si mesmo e <strong>do</strong> seu ambiente na medi<strong>da</strong> em que cresce e se<br />
<strong>de</strong>senvolve. O autoconceito modifica-se na proporção em que o indivíduo enfrenta as tarefas <strong>do</strong> seu <strong>de</strong>senvolvimento<br />
e, entre estas, estão as transições <strong>de</strong> carreira típicas <strong>de</strong> sua cultura.<br />
Po<strong>de</strong>-se dizer que a auto-estima <strong>do</strong> indivíduo também consiste numa forma <strong>de</strong> assimilação <strong>do</strong> prestígio externamente<br />
atribuí<strong>do</strong> aos papéis que <strong>de</strong>sempenha. O papel <strong>de</strong> trabalho constitui a principal fonte <strong>de</strong> significa<strong>do</strong>s<br />
que nutrem as experiências <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> e auto-estima <strong>da</strong> maioria <strong>do</strong>s sujeitos em nossa cultura. Além <strong>de</strong> regular<br />
a organização social e satisfazer necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> sobrevivência, o trabalho, na perspectiva psicológica, é uma categoria<br />
central para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> autoconceito (Zanelli, 1996). Isto sugere que a per<strong>da</strong> <strong>do</strong> papel profissional<br />
na <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> po<strong>de</strong> resultar em sentimentos <strong>de</strong> per<strong>da</strong> ou <strong>da</strong>nificação <strong>de</strong> partes <strong>do</strong> self.<br />
A transição para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong><br />
De acor<strong>do</strong> com Spierer (cita<strong>do</strong> por Schlossberg, Waters & Goodman, 1995) uma transição po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como:<br />
qualquer mu<strong>da</strong>nça que tenha conseqüências importantes para o comportamento humano... Estas transições<br />
po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s a fatores biológicos, sociológicos, ambientais, históricos ou outros fenômenos . Elas po<strong>de</strong>m ter<br />
conseqüências que são evi<strong>de</strong>ntes imediatamente ou que se manifestam em uma <strong>da</strong>ta futura (e assim possuem<br />
“efeitos retar<strong>da</strong><strong>do</strong>s”). Elas po<strong>de</strong>m ser evi<strong>de</strong>ntes para amigos e para a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> (ficar rico ou per<strong>de</strong>r o emprego) ou<br />
passar <strong>de</strong>sapercebi<strong>da</strong>s, embora dramáticas, tal como a per<strong>da</strong> <strong>da</strong>s próprias aspirações <strong>de</strong> carreira. Elas po<strong>de</strong>m ser<br />
repentinas ou mais cumulativas, tal como acontece com <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças. (p.28)<br />
Carter e Cook (1995) sugeriram que a teoria <strong>do</strong>s papéis po<strong>de</strong> ser uma abor<strong>da</strong>gem frutífera no exame <strong>da</strong> transição<br />
para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. Os papéis estruturam ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e comportamentos que caracterizam e situam o sujeito<br />
num <strong>da</strong><strong>do</strong> contexto social e po<strong>de</strong>m ser fun<strong>da</strong>mentais na compreensão <strong>do</strong> ajustamento às transições. Nesta perspectiva,<br />
diferenças individuais no ajustamento à mu<strong>da</strong>nça po<strong>de</strong>m ser compreendi<strong>da</strong>s através <strong>do</strong> exame <strong>da</strong>s alterações<br />
no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> papéis críticos para o autoconceito que acompanham as transições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Carter e Cook (1995)<br />
utilizaram a teoria <strong>do</strong>s papéis para verificar como as pessoas i<strong>do</strong>sas elaboram as mu<strong>da</strong>nças relaciona<strong>da</strong>s a i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Os autores relataram que o sucesso na administração <strong>da</strong>s alterações em papéis importantes para o sujeito <strong>de</strong>termina<br />
o ajustamento à transições. As variações no ajustamento à <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> po<strong>de</strong>m ser atribuí<strong>da</strong>s à diferenças<br />
individuais na habili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> negociar e fazer as re<strong>de</strong>finições <strong>de</strong> papéis implica<strong>da</strong>s na saí<strong>da</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho.<br />
A <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> po<strong>de</strong> ser vista como uma transição que envolve a expansão, re<strong>de</strong>finição e mu<strong>da</strong>nça nos papéis.<br />
As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>do</strong> contato com colegas <strong>de</strong> trabalho e as envolvi<strong>da</strong>s na execução <strong>de</strong> funções <strong>de</strong><br />
trabalho ten<strong>de</strong>m a diminuir. Sen<strong>do</strong> assim, os papéis sociais cuja manutenção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>da</strong> interação com colegas<br />
<strong>de</strong> trabalho, e os papéis profissionais, que realizam partes importantes <strong>do</strong> self, serão fortemente atingi<strong>do</strong>s.<br />
O impacto <strong>de</strong>ste processo na vi<strong>da</strong> pós-<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> irá <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>da</strong> importância atribuí<strong>da</strong> pelo sujeito a estes<br />
papéis “<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes-<strong>do</strong>-trabalho” e na disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> substitutos satisfatórios para os mesmos. Segun<strong>do</strong> Atchley<br />
(1999), o processo <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> significa a transição vivencia<strong>da</strong> quan<strong>do</strong> aban<strong>do</strong>na-se o papel profissional<br />
exerci<strong>do</strong> até então para exercer o papel <strong>de</strong> pessoa aposenta<strong>da</strong>.<br />
29
30<br />
A transição para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> possui fases específicas. A pré-<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> inclui <strong>do</strong>is momentos: a fase<br />
remota, na qual a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> é vista pelo indivíduo como um fenômeno positivo que ocorrerá “algum dia”; e a<br />
fase aproxima<strong>da</strong>, na qual o indivíduo orienta-se em relação a uma <strong>da</strong>ta específica para sua <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. Durante<br />
a fase aproxima<strong>da</strong> os indivíduos atentam para a iminência <strong>do</strong> <strong>de</strong>sligamento <strong>do</strong> emprego e <strong>da</strong>s situações sociais<br />
nas quais o papel profissional é exerci<strong>do</strong>. Muitos relatam perceber mu<strong>da</strong>nças na maneira pela qual são vistos pelos<br />
outros. Nesse perío<strong>do</strong>, freqüentemente <strong>de</strong>talham fantasias sobre como acreditam que a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> será. Essas<br />
fantasias po<strong>de</strong>m tanto ser antecipações realistas <strong>do</strong> futuro, quanto totalmente irreais, aju<strong>da</strong>n<strong>do</strong> ou prejudican<strong>do</strong><br />
respectivamente a a<strong>da</strong>ptação à <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> (Atchley, 1999).<br />
A segun<strong>da</strong> fase, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> lua-<strong>de</strong>-mel, inicia-se com o evento <strong>da</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> propriamente dita. Caracteriza-se<br />
por ser um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> euforia, no qual o indivíduo tenta realizar to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s para as quais não<br />
tinha tempo disponível antes, na busca <strong>de</strong> viver as fantasias construí<strong>da</strong>s na fase anterior. Por outro la<strong>do</strong>, algumas<br />
pessoas não vivenciam esta fase, pois não possuem os recursos financeiros para tal, ou não apresentam atitu<strong>de</strong>s tão<br />
positivas diante <strong>da</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. Portanto, este perío<strong>do</strong> apresenta duração variável, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser muito curto ou<br />
consi<strong>de</strong>ravelmente longo. De qualquer forma, a maioria <strong>da</strong>s pessoas não consegue manter a excitação <strong>da</strong> “lua-<strong>de</strong>mel”<br />
in<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>mente, e buscam estabelecer uma rotina na <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>.<br />
Após o término <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> lua-<strong>de</strong>-mel, e assim que a rotina começa a reinstalar-se na vi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s sujeitos,<br />
algumas pessoas experimentam um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sencantamento, ou mesmo <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão. Essa é a chama<strong>da</strong> fase<br />
<strong>do</strong> <strong>de</strong>sencantamento. Como já foi dito anteriormente, durante a fase <strong>de</strong> lua-<strong>de</strong>-mel os indivíduos tentam viver as<br />
fantasias <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> pré-<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. Quanto mais irreais tiverem si<strong>do</strong> essas fantasias, mais intensamente o<br />
indivíduo sentirá o vazio <strong>do</strong> <strong>de</strong>sencanto. A falência <strong>da</strong>s fantasias representa o colapso <strong>de</strong> uma estrutura <strong>de</strong> escolhas,<br />
o que po<strong>de</strong> acarretar sentimentos <strong>de</strong>pressivos na medi<strong>da</strong> em que o indivíduo <strong>de</strong>ve recomeçar a estruturar sua vi<strong>da</strong><br />
com base na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>.<br />
Segue-se a fase <strong>de</strong> re-orientação. Po<strong>de</strong>-se perceber claramente um processo <strong>de</strong> re-orientação em indivíduos<br />
que vivenciaram fortemente o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sencantamento. A experiência prévia como aposenta<strong>do</strong> possibilita<br />
<strong>de</strong>senvolver uma visão mais realista <strong>da</strong>s alternativas a partir <strong>do</strong>s recursos disponíveis. Portanto, a re-orientação<br />
envolve a exploração <strong>de</strong> novas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> envolvimento com o mun<strong>do</strong> em novos projetos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. O objetivo<br />
<strong>de</strong>sta fase é encontrar opções realistas que estabeleçam uma estrutura e uma rotina para a vi<strong>da</strong> na <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>,<br />
proporcionan<strong>do</strong> aos indivíduos um mínimo <strong>de</strong> satisfação.<br />
A fase <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ocorre quan<strong>do</strong> as pessoas lograram estabelecer critérios para li<strong>da</strong>r <strong>de</strong> maneira rotineira<br />
com as mu<strong>da</strong>nças e escolhas associa<strong>da</strong>s à <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, o que lhes permite uma rotina confortável e satisfatória.<br />
Algumas pessoas vivem esta fase imediatamente após o término <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> lua-<strong>de</strong>-mel; outros ain<strong>da</strong> só a alcançam<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma <strong>do</strong>lorosa reavaliação <strong>de</strong> suas metas pessoais; outros ain<strong>da</strong> nunca chegam a essa fase. É neste<br />
perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> que os indivíduos realmente assumem o papel <strong>de</strong> pessoa aposenta<strong>da</strong>, reconhecen<strong>do</strong> o que<br />
é espera<strong>do</strong> <strong>de</strong> um indivíduo nesta posição e saben<strong>do</strong> quais são suas capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e limitações.<br />
Por fim, chega-se à fase <strong>de</strong> término. Nesse ponto, ao qual somente algumas pessoas chegam, o papel <strong>de</strong> aposenta<strong>do</strong><br />
per<strong>de</strong> a relevância <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> interna <strong>do</strong> sujeito. Alguns indivíduos retomam o trabalho, mas para a maioria,<br />
o papel <strong>de</strong> aposenta<strong>do</strong> é aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à <strong>do</strong>enças incapacitantes. Quan<strong>do</strong> o indivíduo não mais é capaz <strong>de</strong><br />
exercer ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s como serviços <strong>do</strong>mésticos, autocui<strong>da</strong><strong>do</strong> e afins, a posição <strong>de</strong> aposenta<strong>do</strong> é substituí<strong>da</strong> pela posição<br />
<strong>de</strong> <strong>do</strong>ente e <strong>de</strong>sabilita<strong>do</strong>; sen<strong>do</strong> que esta última, a partir <strong>de</strong>sse momento, torna-se o fator organiza<strong>do</strong>r primário <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />
<strong>do</strong> indivíduo. Essa mu<strong>da</strong>nça é conseqüente à per<strong>da</strong> <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>da</strong> in<strong>de</strong>pendência, condições necessárias para o a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong><br />
exercício <strong>do</strong> papel <strong>do</strong> indivíduo como sujeito aposenta<strong>do</strong>. A <strong>de</strong>pendência característica <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> avança<strong>da</strong> costuma<br />
avançar em etapas, o que possibilita uma mu<strong>da</strong>nça gradual <strong>do</strong> papel <strong>de</strong> aposenta<strong>do</strong> para o papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>sabilita<strong>do</strong>.
Atchley (1999) salienta que não é possível associar as fases <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> a uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong><br />
i<strong>da</strong><strong>de</strong> cronológica ou a algum perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo. Estas fases <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>do</strong> progresso <strong>do</strong>s processos envolvi<strong>do</strong>s na<br />
aproximação, no exercício e no aban<strong>do</strong>no <strong>do</strong> papel <strong>de</strong> aposenta<strong>do</strong>.<br />
Padrões <strong>de</strong> Ajustamento à Aposenta<strong>do</strong>ria<br />
Atchley (1999) propôs o reconhecimento <strong>da</strong> heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s respostas a<strong>da</strong>ptativas que os sujeitos apresentam<br />
diante <strong>da</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. O autor consi<strong>de</strong>rou que ca<strong>da</strong> pessoa <strong>de</strong>senvolve metas pessoais para sua vi<strong>da</strong>, que<br />
estão inseri<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma hierarquia. Assim, o ajustamento necessário no momento <strong>da</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> seria<br />
uma função tanto <strong>da</strong> importância <strong>do</strong> trabalho na hierarquia pessoal <strong>do</strong> indivíduo quanto <strong>da</strong> medi<strong>da</strong> em que os<br />
objetivos relativos ao trabalho foram atingi<strong>do</strong>s. Portanto, a maioria <strong>do</strong>s indivíduos <strong>de</strong>ve reorganizar essa hierarquia<br />
interna em algum momento <strong>da</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. A reorganização será maior quanto mais altas as metas relaciona<strong>da</strong>s<br />
ao trabalho estiverem <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> hierarquia pessoal ou quan<strong>do</strong> os objetivos não foram suficientemente atingi<strong>do</strong>s e<br />
não há substituto para essa satisfação.<br />
Três estu<strong>do</strong>s suportam a hipótese <strong>da</strong> heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> respostas à <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. Neugarten, Havighurst<br />
e Tobin (1968) i<strong>de</strong>ntificaram oito padrões <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptação à <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>: reorganiza<strong>do</strong>res, focaliza<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>sengaja<strong>do</strong>s,<br />
apega<strong>do</strong>s (holding on), constritos, busca<strong>do</strong>res <strong>de</strong> segurança, apáticos, e <strong>de</strong>sorganiza<strong>do</strong>s. Estes padrões foram<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> três critérios: (1) tipo <strong>de</strong> personali<strong>da</strong><strong>de</strong>, (2) extensão <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> social, e (3) grau <strong>de</strong><br />
satisfação vital.<br />
Os reorganiza<strong>do</strong>res substituíram as velhas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s por novas, e mantinham-se altamente engaja<strong>do</strong>s e satisfeitos<br />
em uma varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> papéis. Os sujeitos focaliza<strong>do</strong>s eram mais seletivos em suas ocupações, e mostravam-se<br />
muito satisfeitos <strong>de</strong>dican<strong>do</strong>-se aos papéis mais valoriza<strong>do</strong>s. O estilo <strong>de</strong>sengaja<strong>do</strong> caracterizou-se pelo afastamento<br />
<strong>do</strong>s compromissos sociais associa<strong>do</strong> à alta satisfação vital. O envelhecimento constituiu uma ameaça para os apega<strong>do</strong>s,<br />
que tentavam manter os padrões vitais <strong>da</strong> meia i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os constritos <strong>de</strong>fendiam-se com afinco <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s e<br />
dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s relaciona<strong>da</strong>s ao envelhecer e aposentar-se. O faziam através <strong>da</strong> redução <strong>de</strong> suas interações sociais, pela<br />
constrição <strong>de</strong> suas energias numa rígi<strong>da</strong> estruturação <strong>de</strong> seus espaços vitais. Desta maneira conseguiam manter um<br />
grau médio <strong>de</strong> satisfação vital. Os busca<strong>do</strong>res <strong>de</strong> segurança mantinham níveis médios <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e satisfação vital<br />
na medi<strong>da</strong> em que sentiam-se ampara<strong>do</strong>s por pessoas nas quais podiam confiar. Os apáticos mostravam características<br />
acentua<strong>da</strong>s <strong>de</strong> passivi<strong>da</strong><strong>de</strong> em suas personali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
Walker, Kimmer and Price (1981) no seu estu<strong>do</strong> com 1.511 aposenta<strong>do</strong>s i<strong>de</strong>ntificaram 4 padrões <strong>de</strong> ajustamento:<br />
os reorganiza<strong>do</strong>res eram altamente ativos em um estilo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> organiza<strong>do</strong>, haviam planeja<strong>do</strong> a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong><br />
e estavam muito satisfeitos. Aqueles que utilizavam o estilo apega<strong>do</strong> (holding-on) também eram altamente<br />
ativos, mas preferiam ter continua<strong>do</strong> trabalhan<strong>do</strong>, manten<strong>do</strong> seu estilo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Eles não haviam planeja<strong>do</strong> a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong><br />
e essa era freqüentemente involuntária. Apesar <strong>da</strong> visão negativa que tinham a respeito <strong>da</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>,<br />
sua satisfação era alta pelo fato <strong>de</strong> continuarem trabalhan<strong>do</strong>. Ao contrário, os aposenta<strong>do</strong>s ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> balanço<br />
mantiveram seu nível <strong>de</strong> satisfação vital com a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> porque ansiavam pela diminuição na quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, ten<strong>do</strong> planeja<strong>do</strong> a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. Porém, a satisfação com o novo estilo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> reduzia-se quan<strong>do</strong><br />
apresentavam problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. E os sujeitos classifica<strong>do</strong>s como insatisfeitos apresentavam alto nível <strong>de</strong> frustração<br />
e <strong>de</strong>pressão. Muitos foram obriga<strong>do</strong>s a se aposentar, e mostravam dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para encontrar ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
satisfatórias. Apresentavam saú<strong>de</strong> mais frágil, menor nível educacional e menor ren<strong>da</strong>.<br />
Hornstein e Wapner (1985) entrevistaram 24 sujeitos um mês antes e entre seis e oito meses após a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. A<br />
análise fenomenológica <strong>do</strong>s <strong>de</strong>poimentos revelou quatro estruturas experienciais distintas <strong>da</strong> transição para <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>:<br />
transição para a velhice, um novo começo, a continuação <strong>da</strong> estrutura <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> anterior, e uma ruptura imposta.<br />
31
32<br />
Para os sujeitos incluí<strong>do</strong>s no grupo transição para a velhice, a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> marca a transição para a última<br />
fase <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. Este perío<strong>do</strong> não é experiencia<strong>do</strong> como uma fase <strong>de</strong> novas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e projetos, ou <strong>de</strong> buscar novas<br />
oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s; mas sim o momento <strong>de</strong> reduzir o ritmo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, aquietar-se e estabilizar-se numa vi<strong>da</strong> mais<br />
restrita. Estes indivíduos não aspiram a emoções novas no trabalho ou nos relacionamentos; ao contrário, experimentam<br />
o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scansar, refletir e colocar a vi<strong>da</strong> em or<strong>de</strong>m. Associavam o trabalho com estresse e <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong><br />
com <strong>de</strong>scanso e lazer. Ao contrário <strong>de</strong> outros, não conseguiam diferenciar as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho que gostavam<br />
e sentiam como significativas <strong>de</strong> outras excessivamente estressantes. Sen<strong>do</strong> assim, a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> significa<br />
o fim <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s associa<strong>da</strong>s ao trabalho, pois não lhes parece possível traduzi-las para um contexto<br />
<strong>de</strong> não-trabalho. Por outro la<strong>do</strong>, surpreen<strong>de</strong>ntemente, estes sujeitos em maioria não sentiam isto como frustrante,<br />
e mostravam uma aceitação tranqüila <strong>de</strong> que a vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> trabalho havia termina<strong>do</strong> (Hornstein & Wapner, 1985).<br />
Os sujeitos incluí<strong>do</strong>s na categoria novo começo percebiam a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> como um evento muito importante,<br />
representan<strong>do</strong> o começo <strong>de</strong> uma nova fase <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. Uma fase em que se po<strong>de</strong> viver <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as próprias<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, livre <strong>da</strong>s <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s externas. A <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> tem uma quali<strong>da</strong><strong>de</strong> especial, diferente <strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais<br />
etapas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. A característica central é o sentimento <strong>de</strong> revitalização, entusiasmo e energia crescente. Este sentimento<br />
é acompanha<strong>do</strong> por um senso <strong>de</strong> ser capaz <strong>de</strong> apreciar as pequenas coisas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e <strong>de</strong>sfrutar <strong>do</strong> prazer que<br />
po<strong>de</strong>m oferecer. Em contraste com o grupo anterior, vêem o futuro como um universo em expansão, cheio <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />
É o momento <strong>de</strong> realizar metas por longo tempo adia<strong>da</strong>s durante os anos <strong>de</strong> trabalho. Enquanto que<br />
os sujeitos situa<strong>do</strong>s na estrutura “transição para a velhice” percebiam-se como essencialmente as mesmas pessoas<br />
na <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, este grupo vê na <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tornarem-se pessoas novas ou o que sempre<br />
gostariam <strong>de</strong> ser (Hornstein & Wapner, 1985).<br />
Aqueles situa<strong>do</strong>s num padrão <strong>de</strong> continui<strong>da</strong><strong>de</strong> não informaram sentimentos <strong>de</strong> estarem em transição. As<br />
ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> pré-<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> se mantém na vi<strong>da</strong> após a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, pois continuam trabalhan<strong>do</strong>, haven<strong>do</strong><br />
mu<strong>da</strong>nça apenas no tipo <strong>de</strong> trabalho e/ou emprego. O que é significativo é que o papel <strong>do</strong> trabalho na estrutura <strong>de</strong><br />
vi<strong>da</strong> <strong>de</strong>stas pessoas não mu<strong>do</strong>u, ocorreu mu<strong>da</strong>nça no estilo <strong>de</strong> sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> laboral. Não associam <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong><br />
com velhice e não referem reorganizações <strong>de</strong> autoconceito (Hornstein & Wapner, 1985).<br />
E por fim, os sujeitos i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s como viven<strong>do</strong> uma ruptura imposta referiram a per<strong>da</strong> <strong>de</strong> sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
mais valiosa. Sentiam-se frustra<strong>do</strong>s e sem direção na vi<strong>da</strong>. Informaram sentimentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão e raiva, associa<strong>do</strong>s<br />
a uma sensação <strong>de</strong> choque. O trabalho era consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> a principal fonte <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>. Estas pessoas valorizavam<br />
o passa<strong>do</strong>, percebiam o presente como um vazio, e tentavam fazer reviver o passa<strong>do</strong> no presente (Hornstein<br />
& Wapner, 1985).<br />
Apesar <strong>de</strong>stes três estu<strong>do</strong>s cobrirem um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> quase 20 anos (Hornstein & Wapner, 1985; Neugarten et al,<br />
1968; Walker et al, 1981), e apesar <strong>de</strong> diferenciarem-se em seus méto<strong>do</strong>s e amostras, to<strong>do</strong>s apoiaram a existência <strong>de</strong><br />
diferentes padrões <strong>de</strong> ajustamento à <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. Encontraram diferenças nos níveis <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>,<br />
satisfação pessoal, i<strong>de</strong>ntificação com o trabalho, e principalmente no significa<strong>do</strong> atribuí<strong>do</strong> à mu<strong>da</strong>nça.<br />
Além disto, os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s três estu<strong>do</strong>s convergem para padrões similares. As <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> reorganiza<strong>do</strong>s<br />
(Neugarten et al, 1968), reorganiza<strong>do</strong>s (Walker et al, 1981) e recomeço (Hornstein & Wapner, 1985) são similares,<br />
assim como o são também as <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> apega<strong>do</strong>s (Neugarten et al, 1968), apega<strong>do</strong>s (Walker et al, 1981) e<br />
continuação (Hornstein & Wapner, 1985). O mesmo ocorre com as <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sengaja<strong>do</strong> (Neugarten et al,<br />
1968), ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> balanço (Walker et al, 1981) e transição para a terceira i<strong>da</strong><strong>de</strong> (Hornstein & Wapner, 1985). Finalmente,<br />
po<strong>de</strong> dizer que são análogas também as classificações <strong>de</strong> insatisfeitos (Walker et al, 1981) e ruptura imposta<br />
(Hornstein e Wapner, 1985).
Hornstein e Wapner (1985) constataram que pessoas que experienciam o trabalho como categoria central <strong>da</strong><br />
i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou que experienciam uma <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> força<strong>da</strong>, são as mais insatisfeitas e que também apresentam<br />
saú<strong>de</strong> mais vulnerável.<br />
Os padrões <strong>de</strong> ajustamento à <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> <strong>de</strong>scritos acima sugerem que pessoas com alto comprometimento<br />
com o trabalho, ou que não atingiram suas metas profissionais, ou simplesmente inflexíveis com relação à<br />
mu<strong>da</strong>nças, encontrem mais dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s no ajustamento à <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>.<br />
Neste senti<strong>do</strong>, a teoria <strong>de</strong> Atchley (1999) prevê menos dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> transição para aqueles que, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
sua escala pessoal, não posicionavam o trabalho num posto muito alto <strong>de</strong> hierarquia, ou para aqueles cujo trabalho<br />
ocupava um lugar superior na hierarquia pessoal, mas cujas metas profissionais haviam si<strong>do</strong> alcança<strong>da</strong>s.<br />
Kimmel (1990) consi<strong>de</strong>rou que a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> é a maior transição <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> adulta, pois assinala, socialmente,<br />
a transição <strong>da</strong> meia-i<strong>da</strong><strong>de</strong> para a velhice. Porém, esta importância é raramente reconheci<strong>da</strong> ou alvo <strong>de</strong><br />
atenção <strong>da</strong>s instituições sociais; e a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> ten<strong>de</strong> a ser um evento sem um significa<strong>do</strong> social preciso. Neste<br />
senti<strong>do</strong>, tal como assinalou Zanelli (1994), alguns i<strong>de</strong>alizam o perío<strong>do</strong> que virá com a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, visto como a<br />
recompensa <strong>do</strong>s esforços <strong>de</strong> uma vi<strong>da</strong> inteira <strong>de</strong> trabalho, pois traz a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> sujeito <strong>de</strong>dicar-se à ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
protela<strong>da</strong>s durante muito tempo, e o gozo <strong>do</strong> lazer. Por outro la<strong>do</strong>, a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> po<strong>de</strong> representar, para muitos,<br />
a presença inegável <strong>de</strong> questões críticas <strong>da</strong> existência, como é a proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> morte. Portanto, o significa<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />
<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> precisa ser compreendi<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> espaço <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> sujeito. De acor<strong>do</strong> com este autor, a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong><br />
<strong>de</strong>ve ser principalmente consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como um processo: o processo <strong>de</strong> antecipar o novo status na medi<strong>da</strong><br />
em que este se aproxima, e a elaboração consciente e inconsciente <strong>do</strong>s conflitos e resocializações envolvi<strong>da</strong>s nesta<br />
mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> status.<br />
Declaração <strong>do</strong> problema<br />
Este estu<strong>do</strong> verificou a existência <strong>de</strong> variações na experiência <strong>de</strong> transição para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong><br />
a verificação <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong>scritos na literatura e a exploração <strong>de</strong> novas perspectivas. A investigação <strong>de</strong>stes padrões<br />
é <strong>de</strong> especial relevância para a construção <strong>de</strong> subsídios para programas <strong>de</strong> preparação para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> que<br />
contemplem a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e estilos individuais.<br />
Méto<strong>do</strong><br />
Sujeitos<br />
Foram entrevista<strong>do</strong>s 20 trabalha<strong>do</strong>res oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> serviço público estadual, 8 homens e 12 mulheres, com i<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
entre 44 e 62 anos, aposenta<strong>do</strong>s, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> até 18 meses após o <strong>de</strong>sligamento <strong>de</strong> suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s laborais.<br />
Instrumento<br />
O instrumento foi um roteiro para entrevista individual, que abor<strong>do</strong>u o significa<strong>do</strong> pessoal <strong>do</strong> trabalho, a<br />
<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> aposentar-se, expectativas e projetos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, e as mu<strong>da</strong>nças percebi<strong>da</strong>s nos âmbitos pessoal, familiar,<br />
social, financeiro, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, lazer e ocupação.<br />
33
34<br />
Procedimentos<br />
As entrevistas foram realiza<strong>da</strong>s individualmente na residência <strong>do</strong> sujeitos, que assinaram termo <strong>de</strong> consentimento<br />
livre e esclareci<strong>do</strong> para participação na pesquisa. Os <strong>de</strong>poimentos foram grava<strong>do</strong>s em audiotape e transcritos<br />
na linguagem original <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s.<br />
O conteú<strong>do</strong> <strong>da</strong>s entrevistas foi analisa<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong> (Bardin, 1979). O tema<br />
foi a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> registro escolhi<strong>da</strong>. De acor<strong>do</strong> com a autora, fazer uma análise temática consiste em <strong>de</strong>scobrir os<br />
“núcleos <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>” que compõem a comunicação e cuja presença ou freqüência <strong>de</strong> aparição po<strong>de</strong>m significar alguma<br />
coisa para o objetivo analítico escolhi<strong>do</strong>. O recorte <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s temáticas permitiu a construção <strong>de</strong> categorias<br />
<strong>de</strong> análise, ou seja, uma sistematização conceitual <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s registra<strong>do</strong>s nas transcrições. Estas categorias<br />
foram as dimensões <strong>da</strong> experiência <strong>de</strong> transição que possibilitaram observar variações sistemáticas no <strong>de</strong>poimento<br />
<strong>do</strong>s sujeitos. A articulação sistêmica <strong>da</strong>s categorias levou a constituição <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>scrição interpretativa <strong>do</strong> conjunto<br />
<strong>da</strong>s informações.<br />
Resulta<strong>do</strong>s<br />
Os resulta<strong>do</strong>s mostraram variações na experiência <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> inicial <strong>da</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. As categorias analíticas<br />
encontra<strong>da</strong>s po<strong>de</strong>m ser vistas como um conjunto <strong>de</strong> dimensões <strong>de</strong>scritivas <strong>de</strong>stas variações. As categorias<br />
analíticas estão <strong>de</strong>scritas a seguir.<br />
A importância atribuí<strong>da</strong> ao papel profissional<br />
O grau <strong>de</strong> ruptura ou impacto emocional gera<strong>do</strong> pela <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> mostrou-se diretamente relaciona<strong>do</strong> à<br />
i<strong>de</strong>ntificação e à satisfação experimenta<strong>da</strong> pelo sujeito em relação ao conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu trabalho. As verbalizações<br />
<strong>de</strong> alguns sujeitos possibilitaram constatar que o conteú<strong>do</strong> <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> não era vivi<strong>do</strong> como fun<strong>da</strong>mental para a<br />
construção <strong>de</strong> suas i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Isto ficou evi<strong>de</strong>nte em <strong>de</strong>clarações como “não me importa em que setor estava<br />
trabalhan<strong>do</strong>, pelo menos estava trabalhan<strong>do</strong>”. Em contraste, outros sujeitos referiram que realizaram-se através <strong>do</strong><br />
trabalho em <strong>de</strong>clarações como “sempre gostei muito <strong>do</strong> que fiz, se tivesse que voltar faria a mesma coisa, me sentia<br />
realiza<strong>da</strong>”. O comprometimento afetivo com a empresa não estava necessariamente relaciona<strong>do</strong> à importância<br />
conferi<strong>da</strong> à carreira. Isto foi espontaneamente referi<strong>do</strong> por três participantes. Por exemplo: “eu gostava <strong>da</strong> empresa,<br />
mas não fiz questão <strong>de</strong> crescer profissionalmente”.<br />
A percepção <strong>de</strong> que os objetivos <strong>de</strong> carreira haviam si<strong>do</strong> atingi<strong>do</strong>s<br />
Houve duas categorias <strong>de</strong> objetivos cita<strong>do</strong>s com relação ao trabalho: econômicos e pessoais. Os sujeitos variaram<br />
em termos <strong>da</strong> percepção <strong>de</strong> que realizaram estas metas. Alguns referiram ter atingi<strong>do</strong> objetivos econômicos<br />
e não citavam realizações pessoais. Isto foi referi<strong>do</strong> como motivo <strong>de</strong> frustração por <strong>do</strong>is entrevista<strong>do</strong>s, pois valorizavam<br />
o papel <strong>de</strong> trabalho como um <strong>do</strong>s pilares <strong>da</strong>s suas i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Nas suas palavras: “Eu a<strong>do</strong>rava o que fazia,<br />
queria fazer bem feito, sou um cara ético, mas isto não era possível naquelas condições”; “eu queria ter um conhecimento<br />
bem maior, mas fiquei sempre no mesmo setor”. Outros informaram terem realiza<strong>do</strong> ambos e mostravam-se<br />
mais satisfeitos. De um mo<strong>do</strong> geral, os indivíduos mais fortemente i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s com o seu trabalho referiram ter<br />
atingi<strong>do</strong> objetivos pessoais e econômicos, enquanto que aqueles fracamente i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s fizeram mais referência<br />
a objetivos econômicos <strong>do</strong> que pessoais.<br />
O impacto emocional <strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>do</strong> ambiente social <strong>do</strong> trabalho
A per<strong>da</strong> <strong>da</strong>s amiza<strong>de</strong>s cultiva<strong>da</strong>s nos anos <strong>de</strong> trabalho foi repeti<strong>da</strong>mente cita<strong>da</strong> como um <strong>de</strong>sgaste emocional<br />
relaciona<strong>do</strong> à <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. Porém, a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste sentimento variou entre os entrevista<strong>do</strong>s. Alguns sujeitos<br />
referiram-se ao ambiente social <strong>do</strong> trabalho como a per<strong>da</strong> mais importante <strong>da</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, por exemplo: “a<br />
empresa é como uma família ... eu me sentia melhor lá <strong>do</strong> que em casa”. Outros referiram pouco envolvimento social<br />
no trabalho: “Minha vi<strong>da</strong> social diminuiu bastante, mas eu já não era muito ativa; mesmo na empresa eu não participava<br />
muito”. E alguns sujeitos informaram um sentimento <strong>de</strong> continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s vínculos cria<strong>do</strong>s: “o último dia eu<br />
não consi<strong>de</strong>raria uma <strong>de</strong>spedi<strong>da</strong>, ain<strong>da</strong> pertenço a família a gente continua com esta ligação e a vi<strong>da</strong> continua ...”.<br />
A percepção <strong>de</strong> novas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> papéis e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar papéis e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s alternativas àquelas exerci<strong>da</strong>s no contexto <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />
trabalho surgiu como aspecto influente na satisfação e ajustamento à <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. Neste senti<strong>do</strong>, a assunção<br />
e/ou renovação <strong>de</strong> papéis familiares foi freqüentemente cita<strong>da</strong>. Outros referiram o investimento em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> lazer e interesses diversos, que já vinham sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s antes <strong>da</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. E alguns participantes<br />
referiram não ter encontra<strong>do</strong> substitutos satisfatórios para os seus papéis profissionais. Estes últimos evi<strong>de</strong>nciaram<br />
insatisfação e dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s no processo <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>.<br />
A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e a motivação <strong>de</strong> retorno ao trabalho<br />
Alguns sujeitos referiram o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> retornar ao trabalho, porém consi<strong>de</strong>ravam inviável este retorno por motivos<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e outras limitações <strong>de</strong> empregabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Outros não mostraram este <strong>de</strong>sejo por estarem foca<strong>do</strong>s em<br />
outros interesses, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> remota esta possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. E outros mostraram-se ain<strong>da</strong> engaja<strong>do</strong>s na sua carreira<br />
profissional, através <strong>do</strong> planejamento <strong>de</strong> uma nova etapa <strong>de</strong> carreira.<br />
Estas categorias <strong>de</strong> análise possibilitaram a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> experiência <strong>de</strong> transição para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>.<br />
Foram encontra<strong>do</strong>s quatro padrões básicos, <strong>de</strong>scritos a seguir.<br />
I - Retorno ao lar<br />
Este grupo foi composto por cinco mulheres que, com a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, optaram pela <strong>de</strong>dicação à vi<strong>da</strong> familiar<br />
em substituição às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s profissionais. Dedicam-se principalmente aos cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com filhos ou netos em fase<br />
<strong>de</strong> crescimento. Referem não terem ti<strong>do</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrutar <strong>do</strong> papel <strong>de</strong> mãe no passa<strong>do</strong>, pois estavam<br />
muito envolvi<strong>da</strong>s no trabalho. Dois sujeitos optaram por a<strong>do</strong>tar uma criança, uma vez que seus filhos biológicos<br />
já eram adultos. A <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> é vista como uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> resgatar o que sentem ter perdi<strong>do</strong> enquanto<br />
<strong>de</strong>dicavam-se a carreira. Pensam em retornar a trabalhar no futuro, mas não tem projetos concretos no momento.<br />
A <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> foi referi<strong>da</strong> como uma transição conveniente para este grupo, pois oportunizou a <strong>de</strong>dicação à vi<strong>da</strong><br />
familiar. Apenas um sujeito <strong>de</strong>ste grupo referiu insatisfação, pois aposentou-se por motivos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e, além disto,<br />
assumiu o papel <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong>r <strong>do</strong>s pais i<strong>do</strong>sos.. E outro, embora tenha consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> oportuna, referiu<br />
frustração com relação as suas metas <strong>de</strong> carreira. Estas pessoas não informaram impacto emocional relaciona<strong>do</strong> à<br />
per<strong>da</strong> <strong>de</strong> relações sociais.<br />
II - Uma nova etapa <strong>de</strong> carreira<br />
Estes seis indivíduos não perceberam a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> como uma ruptura nas suas vi<strong>da</strong>s, pois significou apenas<br />
a transição para uma nova etapa <strong>da</strong> carreira profissional, na qual buscam a<strong>de</strong>quar o trabalho às suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
e estilo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> preferi<strong>do</strong>. Entre estes, quatro ocuparam cargos gerenciais e aspiram novos <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> carreira.<br />
Além disto, sentem-se realiza<strong>do</strong>s no trabalho e satisfeitos com as novas oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s trazi<strong>da</strong>s pela <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>.<br />
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36<br />
Estas pessoas referem o trabalho como o alicerce principal <strong>de</strong> suas vi<strong>da</strong>s, e informam o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> jamais aban<strong>do</strong>nar<br />
o que fazem.<br />
Na sua totali<strong>da</strong><strong>de</strong>, estes sujeitos informaram a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se imaginarem “para<strong>do</strong>s”, em <strong>de</strong>clarações como:<br />
“se eu não tivesse arruma<strong>do</strong> outro serviço <strong>de</strong> antemão eu não teria me aposenta<strong>do</strong>, não tenho condições <strong>de</strong> ficar<br />
para<strong>da</strong>, tenho certeza disto”. Consi<strong>de</strong>ravam que seus objetivos <strong>de</strong> carreira haviam si<strong>do</strong> atingi<strong>do</strong>s, mas isto não implicava<br />
em retirar-se <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> profissional. Referiram envolvimento com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s sociais e participação em grupos<br />
<strong>de</strong> amigos, alguns oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> antigo ambiente <strong>de</strong> trabalho.<br />
III - Ruptura imposta<br />
Os quatro sujeitos <strong>de</strong>ste grupo vivenciaram a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> como a dissolução <strong>de</strong> vínculos sociais e laborais<br />
que possibilitavam estruturar a vi<strong>da</strong> cotidiana e realizar os aspectos mais valoriza<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s suas i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />
As amiza<strong>de</strong>s construí<strong>da</strong>s no trabalho eram mais importantes <strong>do</strong> que o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> mesmo. Referiram retornar<br />
freqüentemente ao local <strong>de</strong> trabalho para rever os amigos. Ain<strong>da</strong> não encontraram alternativas substitutivas para<br />
o que sentem ter perdi<strong>do</strong>; e não informaram terem <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> interesses diversos <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relaciona<strong>da</strong>s ao<br />
trabalho. O trabalho era visto principalmente como um meio <strong>de</strong> subsistência e vi<strong>da</strong> social. Não vêem o ambiente<br />
familiar como a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> aos seus interesses, e gostariam <strong>de</strong> voltar a trabalhar. Porém, percebem o retorno ao trabalho<br />
como dificulta<strong>do</strong> por limitações <strong>de</strong> empregabili<strong>da</strong><strong>de</strong> (falta <strong>de</strong> qualificação), i<strong>da</strong><strong>de</strong> ou saú<strong>de</strong>. O excerto a seguir<br />
ilustra os sentimentos <strong>de</strong>scritos: “No momento que tu parou <strong>de</strong> ser útil parece que ficou <strong>de</strong> la<strong>do</strong>, e além disso tu não<br />
tem mais utili<strong>da</strong><strong>de</strong> nenhuma <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa, foi excluí<strong>da</strong>. Se a pessoa não tem criança pequena em casa, acho que<br />
ela tem que trabalhar até morrer.”<br />
IV - Vi<strong>da</strong> nova<br />
Este grupo foi composto por três sujeitos que referiram-se a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> como o tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrutar a liber<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> escolher o que se quer fazer a ca<strong>da</strong> momento. Referiram estar <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relaciona<strong>da</strong>s a<br />
interesses e habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s que permaneceram em segun<strong>do</strong> plano durante os anos <strong>da</strong> carreira profissional. Sentiam-se<br />
entusiasma<strong>do</strong>s como as novas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer e aprendizagem. Informaram terem se realiza<strong>do</strong> no que diz<br />
respeito ao trabalho, e terem se <strong>de</strong>sliga<strong>do</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> pré-<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> com facili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Discussão<br />
A experiência <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> interliga aspectos econômicos, familiares e individuais (Binstock & George, 1995).<br />
Embora alguns padrões tenham si<strong>do</strong> encontra<strong>do</strong>s, observou-se que a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> tem significa<strong>do</strong>s diversos, e que é<br />
ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> supor que esta transição tenha um significa<strong>do</strong> geral <strong>de</strong> <strong>de</strong>clínio, improdutivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e exclusão.<br />
Os padrões <strong>de</strong> experiência <strong>de</strong> transição encontra<strong>do</strong>s nesta pesquisa são similares à <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s anteriores.<br />
Os padrões continui<strong>da</strong><strong>de</strong> e recomeço encontra<strong>do</strong>s por Hornstein e Wapner (1985) aproximam-se <strong>do</strong>s padrões<br />
uma nova etapa <strong>de</strong> carreira e nova vi<strong>da</strong>, respectivamente. A <strong>de</strong>nominação ruptura imposta utiliza<strong>da</strong> nesta pesquisa<br />
foi toma<strong>da</strong> empresta<strong>da</strong> <strong>de</strong> Hornstein e Wapner (1985), e reflete a similari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> padrão encontra<strong>do</strong> nestes estu<strong>do</strong>s,<br />
que também aproximam-se <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Walker, Kimmel e Price (1981) em sua <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> indivíduos<br />
insatisfeitos. O padrão retorno ao lar não encontrou correlato em estu<strong>do</strong>s anteriores e sugere a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
novas pesquisas que comparem a experiência <strong>de</strong> homens e mulheres na transição para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>.<br />
A concepção <strong>de</strong> que pessoas mais i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s como seu trabalho teriam mais dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para reorganizarse<br />
frente à per<strong>da</strong> <strong>do</strong> papel profissional não foi corrobora<strong>da</strong>. Os resulta<strong>do</strong>s sugerem que esta reorganização também
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>da</strong> medi<strong>da</strong> em que os objetivos relativos ao trabalho foram atingi<strong>do</strong>s, e <strong>da</strong> percepção <strong>de</strong> alternativas<br />
satisfatórias em termos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e papéis. A falta <strong>de</strong>stas alternativas foi a característica marcante <strong>do</strong> grupo que<br />
evi<strong>de</strong>nciou dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s importantes na transição para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> ruptura imposta. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong><br />
a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> preparação para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, sugere-se que este grupo <strong>de</strong>va ser assisti<strong>do</strong><br />
no processo <strong>de</strong> encontrar novas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e interesses, a fim <strong>de</strong> amenizar sentimentos <strong>de</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong><br />
excessivo e exclusivo envolvimento com o trabalho.<br />
Bridges (1999) <strong>de</strong>screveu processos <strong>de</strong> transição como seqüências que iniciam com uma fase <strong>de</strong> término, a<br />
qual segue um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>de</strong> zona neutra, e que se completa com o início <strong>de</strong> uma nova fase. Portanto, o<br />
<strong>de</strong>sprendimento <strong>de</strong> um papel altamente valoriza<strong>do</strong> resulta numa experiência <strong>de</strong> vazio até que a assunção <strong>de</strong> um<br />
novo papel venha reorganizar o espaço vital <strong>do</strong> indivíduo. Neste senti<strong>do</strong>, alguns sujeitos evi<strong>de</strong>nciaram a experiência<br />
<strong>de</strong> uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> urgente <strong>de</strong> assumir novas posições <strong>de</strong> trabalho. Em alguns casos, suspeita-se que esta urgência<br />
signifique a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enfrentar a passagem <strong>do</strong> tempo e o fato <strong>do</strong> envelhecimento. Este tipo <strong>de</strong> situação po<strong>de</strong><br />
ter ocorri<strong>do</strong> no grupo <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> “uma nova etapa <strong>de</strong> carreira”. Em termos <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> preparação para a<br />
<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, sugere-se que estas pessoas possam se beneficiar <strong>de</strong> reflexões sobre o tema <strong>do</strong> envelhecimento, e<br />
também <strong>da</strong> exploração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que possam flexibilizar aspectos <strong>de</strong> fixação no papel profissional.<br />
Ain<strong>da</strong> consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as idéias <strong>de</strong> Bridges (1999), os papéis familiares busca<strong>do</strong>s e valoriza<strong>do</strong>s pelo grupo <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong><br />
retorno ao lar, po<strong>de</strong>m ser vistos como papéis intermediários entre a posição <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r e a posição<br />
<strong>do</strong> aposenta<strong>do</strong>. Este papel intermediário (mãe cui<strong>da</strong><strong>do</strong>ra <strong>do</strong>s filhos, filha cui<strong>da</strong><strong>do</strong>ra <strong>do</strong>s pais i<strong>do</strong>sos e mãe a<strong>do</strong>tiva)<br />
po<strong>de</strong> ser interpreta<strong>do</strong> como uma solução para o sentimento <strong>de</strong> vazio <strong>de</strong>corrente <strong>do</strong> <strong>de</strong>sligamento <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> profissional.<br />
Porém, sen<strong>do</strong> este um estu<strong>do</strong> transversal e não longitudinal, ou seja, os participantes foram entrevista<strong>do</strong>s uma<br />
única vez, sem acompanhamento posterior, não foi possível observar as fases <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> transição. Neste<br />
senti<strong>do</strong>, seria relevante consi<strong>de</strong>rar as fases <strong>da</strong> transição para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> <strong>de</strong>scritas por Atchley (1999), a saber:<br />
fase remota, pré-<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, lua-<strong>de</strong>-mel, <strong>de</strong>sencantamento, reorientação, estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e término. No entanto,<br />
as verbalizações <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s situa<strong>do</strong>s no grupo vi<strong>da</strong> nova sugerem que estejam viven<strong>do</strong> a fase “lua-<strong>de</strong>-mel”,<br />
ou seja, um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> euforia no qual o indivíduo se volta para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s para as quais não tinha tempo na época<br />
em que trabalhava, na busca <strong>de</strong> viver as fantasias construí<strong>da</strong>s na pré-<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, observou-se<br />
que estas fases não transcorrem na <strong>de</strong>pendência <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que os participantes<br />
<strong>do</strong> estu<strong>do</strong> vivem momentos e sentimentos muito distintos em relação à transição. Portanto, sugerem-se novas<br />
pesquisas com <strong>de</strong>lineamentos longitudinais, a fim <strong>de</strong> verificar estes aspectos.<br />
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38<br />
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Em algum momento é preciso escolher, uma <strong>da</strong>s alternativas. Embora receba<br />
uma gran<strong>de</strong> atenção, essa fase é, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, apenas um passo <strong>do</strong> processo<br />
e somente terá êxito se tiver si<strong>do</strong> precedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma preparação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.