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CPRM<br />
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL<br />
Servico<br />
Geologico<br />
DO BRASIL<br />
em Revista<br />
EDIÇÃO ESPECIAL DO<br />
48º Congresso<br />
Brasileiro de Geologia
Servico<br />
Geologico<br />
DO BRASIL<br />
expediente<br />
Chefe da Assessoria de Comunicação: Warley Pereira<br />
Equipe: Ricardo Jonusan, Iriena Silva, Fatima Araújo, Nayara Oliveira, Leonardo Assunção.<br />
Projeto Gráfico e Diagramação: Raimundo Aragão<br />
Colaboração: Marco Tulio Naves de Carvalho e Noevaldo Araújo Teixeira, assessores da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM); Laura Estela, chefe do Departamento de<br />
Informações Institucionais; Roberta Pereira, chefe da Divisão de Documentação Técnica - (Biblioteca); Luiz Carlos da Silva, coordenador da Câmara Técnico-Científica (CTC); Melina<br />
Lessa, webdesigner; Michelle Araújo, coordenadora executiva da Diretoria de Relações Institucionais e Desenvolvimento (DRI); Valdineia dos Santos Oliveira, chefe do Serviço de<br />
Administração e Finanças da sede em Brasília.<br />
em Revista<br />
EDIÇÃO ESPECIAL DO<br />
48º Congresso<br />
Brasileiro de Geologia<br />
Contato: (61) 2108-8400 – asscomdf@cprm.gov.br<br />
Acesse nosso site: www.cprm.gov.br<br />
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CARTA AO LEITOR<br />
Uma das atribuições do Serviço Geológico do Brasil<br />
é disponibilizar para sociedade toda a sua produção<br />
técnica cientifica visando a dinamização do setor mineral,<br />
avanço científico e geração de novas oportunidades<br />
de investimento no país. Desta forma estamos<br />
lançando a nossa revista eletrônica durante este 48º<br />
Congresso Brasileiro de Geologia.<br />
Nossa proposta é disponibilizar integralmente a<br />
ampla produção técnica de nossos pesquisadores,<br />
abordando temas ligados à geologia básica, geodinâmica,<br />
metalogenia, hidrologia, gestão territorial e<br />
sistemas de informações geocientíficas. Uma comissão<br />
editorial elegeu os dez artigos que abrem esta<br />
edição especial a partir de 110 trabalhos que serão<br />
apresentados durante o congresso.<br />
Diretor-Presidente:<br />
Eduardo Jorge Ledsham<br />
Na oportunidade quero parabenizar a Sociedade<br />
Brasileira de Geologia (SBG) pelos 70 anos e dizer<br />
que sempre estaremos juntos na promoção do conhecimento<br />
e no desenvolvimento das geociências<br />
e mineração do Brasil.<br />
Bem-vindos à primeira edição<br />
do Serviço Geológico em Revista!
SUMÁRIO<br />
TOP 10<br />
»»<br />
Manual: CPRM e One Geology – Categoria 5 estrelas..................................................................................................................................................................................................................12<br />
»»<br />
CONSIDERAÇÕES SOBRE A RELAÇÃO ENTRE O SOERGUIMENTO DO ARCO DO RIO GRANDE, O SISTEMA DE FALHAS JAGUARI-MATA E O SISTEMA AQUÍFERO GUARANI.........................................................13<br />
»»<br />
NÍVEIS DE BACKGROUND E NOVAS EVIDÊNCIAS DA OCORRÊNCIA DE ELEMENTOS TERRAS RARAS NO ESTADO DE ALAGOAS........................................................................................................................14<br />
»»<br />
EXTENSÃO PARA ARCGIS 10.2 © APLICADA AO MAPEAMENTO DE ÁREAS SUSCETÍVEIS A ESCORREGAMENTOS DE MASSA, CORRIDAS DE DETRITOS, ENXURRADAS E INUNDAÇÕES.....................................15<br />
»»<br />
“FAMÍLIA POSSIDÔNIO” – DOLINAS DE MORRO DO CHAPÉU-BA..............................................................................................................................................................................................................................................48<br />
»»<br />
UMA ABORDAGEM TECTÔNICA DO LINEAMENTO TOCANTINZINHO COM BASE NA GRAVIMETRIA POR SATÉLITE.......................................................................................................................................................49<br />
»»<br />
CONFECÇÃO E ADEQUAÇÃO DE BASES CARTOGRÁFICAS PARA CARTAS DE SUSCETIBILIDADE NO ESTADO DE SANTA CATARINA...............................................................................................................................50<br />
»»<br />
INTEGRADOR DE MAPAS E DOCUMENTOS DE PROJETOS DA CPRM – SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL.....................................................................................................................................................................52<br />
»»<br />
PERFIL FÍSICO-QUÍMICO DAS ÁGUAS MINERAIS ANALISADAS PELO LAMIN NO RIO GRANDE DO SUL.53O ajuste e atualização de bases cartográficas 1:100.000 na composição de Sistemas de<br />
Informação Geográfica para mapeamento geológico e de recursos minerais....................................................................................................................................................................54<br />
»»<br />
DETERMINAÇÃO DE ALTITUDES ORTOMÉTRICAS DE ESTAÇÕES FLUVIOMÉTRICAS PARA GERAÇÃO DE MANCHAS DE INUNDAÇÃO DO SISTEMA DE ALERTA DA BACIA DO RIO CAÍ...................................................55<br />
»»<br />
GEOBANK GIS: FERRAMENTA DE VISUALIZAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ESPACIAIS DO SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL - CPRM...............................................................................................................................56<br />
»»<br />
DEGRADAÇÃO DE PESTICIDAS EM SOLOS CULTIVADOS COM CAFÉ: O USO DA RADIAÇÃO GAMA, CG/EM/EM E A METODOLOGIA QuEChERS MODIFICADA.......................................................................................57<br />
»»<br />
OCEAN CORE COMPLEX DERIVADO DE UMA NOVA INTERPRETAÇÃO BATIMÉTRICA NA DORSAL MESO-ATLÂNTICA..................................................................................................................................................16<br />
»»<br />
PROSPECÇÃO DE AGROMINERAIS NA REGIÃO DE IRECÊ E JAGUARARI – BAHIA: UMA PROPOSTA DE METODOLOGIA PARA MAPEAMENTO AGROGEOLÓGICO.......................................................................17<br />
»»<br />
MINERALIZAÇÕES AURÍFERAS DA SERRA DE JACOBINA-BA: RESULTADOS PRELIMINARES.......................................................................................................................................................................................18<br />
»»<br />
GEOLOGY, GEOCHRONOLOGY AND GOLD METALLOGENESIS OF THE SERRA DAS PIPOCAS GRANITE-GREENSTONE TERRANE, TROIA MASSIF, NORTH BORBOREMA PROVINCE, BRAZIL...........................................19<br />
»»<br />
INTERPRETAÇÃO MORFOESTRUTURAL A PARTIR DE DADOS DE BATIMETRIA MULTIFEIXE LEVANTADOS NA CORDILHEIRA MESOATLANTICA EQUATORIAL......................................................................................20<br />
»»<br />
MODELAGEM 3D E ESTIMATIVA DE RECURSOS DOS DEPÓSITOS DE CARVÃO DE MORUNGAVA-CHICO LOMÃ E SANTA TEREZINHA, RS......................................................................................................................21<br />
GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS<br />
»»<br />
CORRELAÇÃO ENTRE LINEAMENTOS MAGNÉTICOS E LINEAMENTOS SUPERFICIAIS EXTRAÍDOS POR SENSORIAMENTO REMOTO NA BACIA SEDIMENTAR DO ARARIPE, PROVÍNCIA BORBOREMA, NE, BRASIL............................60<br />
»»<br />
MAPEAMENTOS DE PEGMATITOS NA REGIÃO DE BUÍQUE -TUPANATINGA (PE), TERRENO PERNAMBUCO-ALAGOAS, PROVÍNCIA BORBOREMA, NE- BRASIL...................................................................................61<br />
»»<br />
CARTA DE RECURSOS MINERAIS DA FOLHA SANTA CRUZ – SB.24-Z-B-III......................................................................................................................................................................................................................................................................62<br />
»»<br />
SÍNTESE PETROGRÁFICA DAS ROCHAS AFLORANTES NA REGIÃO DO PICO DA NEBLINA (AM)...................................................................................................................................................................................63<br />
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
»»<br />
CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DOS GEOSSÍTIOS DO PROJETO: GEOPARQUE GUARITAS - MINAS DO CAMAQUÃ/RS.................................................................................................................................................24<br />
»»<br />
PALEOPROTEROZOIC TERRANES IN THE BRAZILIAN SHIELD: CRUSTAL EVOLUTION AND METALLOGENY...................................................................................................................................................................25<br />
»»<br />
DO PALEOARQUEANO PRECOCE AO NEOARQUEANO TARDIO: A MAIS LONGA HISTÓRIA ACRESCIONÁRIA JÁ REPORTADA NO BRASIL..................................................................................................................................26<br />
»»<br />
ESTRUTURAS IGNEAS EM DERRAMES VULCÂNICOS: APLICAÇÃO NA PESQUISA DOS JAZIMENTOS DE GEMAS DA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE DO SUL.................................................................................27<br />
»»<br />
CARACTERIZAÇÃO DE UM BASALTO DA FÁCIES CAMPOS NOVOS DA FORMAÇÃO SERRA GERAL QUANTO AO POTENCIAL PARA EMPREGO COMO ROCHA PARA REVESTIMENTO.................................................................28<br />
»»<br />
ROCHAS COM POTENCIAL PARA REMINERALIZAÇÃO E CORREÇÃO DE ACIDEZ DE SOLOS NA PARTE OESTE DA REGIÃO VITIVINÍCOLA CAMPANHA, RS, BRASIL.................................................................................29<br />
»»<br />
FLOGOPITITOS ASSOCIADOS ÀS MINERALIZAÇÕES DE ESMERALDA DE CAMPO FORMOSO E PINDOBAÇU (BA): FONTES DE POTÁSSIO PARA REMINERALIZAÇÃO DE SOLOS............................................................30<br />
»»<br />
RELAÇÕES EMBASAMENTO-COBERTURA E GEOCRONOLOGIA U-Pb EM ZIRCÃO NAS REGIÕES DA VIGIA E JAÍBA-TORRINHAS, PORÇÃO SUL DO TERRENO TIJUCAS, CINTURÃO DOM FELICIANO, RS........................31<br />
»»<br />
ANTIFORME CANDIOTA: A TERMINAÇÃO SUL DO TERRENO TIJUCAS, RS....................................................................................................................................................................................................................33<br />
»»<br />
BATÓLITO TORQUATO SEVERO E A COLAGEM DOS TERRENOS TAQUAREMBÓ E SÃO GABRIEL, RS...............................................................................................................................................................................34<br />
»»<br />
MAPEAMENTO GEOLÓGICO E PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA 1:100.000 NAS MICRORREGIÕES DE JAGUARÃO E DA CAMPANHA MERIDIONAL, FRONTEIRA BRASIL – URUGUAI.........................................................35<br />
»»<br />
GRANITOIDES CAMAQUÃ PELADO E LAJEADO: IDADE E CONTEXTO TECTÔNICO, ARCO SÃO GABRIEL, RS...................................................................................................................................................................36<br />
»»<br />
RIODACITOS VÍTREOS E SEMIVÍTREOS DA FORMAÇÃO SERRA GERAL MINERALIZADOS COM AMETISTA NO RS: POTENCIAL PARA REMINERALIZAÇÃO DE SOLOS............................................................................38<br />
»»<br />
CARACTERIZAÇÃO DE UM BASALTO DA FÁCIES CAMPOS NOVOS DA FORMAÇÃO SERRA GERAL QUANTO AO POTENCIAL PARA EMPREGO COMO ROCHA PARA REVESTIMENTO......................................................39<br />
»»<br />
CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESTRATIGRAFIA E A PALEONTOLOGIA DA FOLHA SANTA MARIA/RS (1:100.000).............................................................................................................................................................40<br />
»»<br />
OS LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS E GEOFÍSICOS DO BRASIL: AVANÇOS E PERSPECTIVAS........................................................................................................................................................................................41<br />
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS<br />
»»<br />
APLICATIVO GEOSSIT – NOVA VERSÃO.......................................................................................................................................................................................................................................................................................44<br />
»»<br />
Cooperação Internacional em Geotecnologia na CPRM – Serviço Geológico do Brasil..................................................................................................................................................................45<br />
»»<br />
Litoteca Regional de Caçapava do Sul – possibilidades de acesso ao patrimônio geológico da CPRM.....................................................................................................................................................46<br />
»»<br />
RECUPERAÇÃO AMBIENTAL EM ÁREA IMPACTADA PELA MINERAÇÃO DE CARVÃO A CÉU ABERTO NO MINICÍPIO DE TREVISO SC.........................................................................................................................................................47<br />
»»<br />
MAPA DE ANOMALIA GEOQUÍMICA DO ESTADO DO CEARÁ, BRASIL.........................................................................................................................................................................................................................................64<br />
»»<br />
A PRÁTICA DE ESCALADA EM ROCHA COMO ATRATIVO TURÍSTICO E GEOLÓGICO NO GEOPARQUE CACHOEIRAS DO AMAZONAS..............................................................................................................................65<br />
»»<br />
REVISÃO DA GEOLOGIA DAS FOLHAS SURUBIM E LIMOEIRO DA ZONA TRANSVERSAL, PROVÍNCIA BORBOREMA...................................................................................................................................................................66<br />
»»<br />
NOVA OCORRÊNCIA DE ROCHA ALCALINA NO ESTADO DE SANTA CATARINA.............................................................................................................................................................................................................68<br />
»»<br />
RECUPERAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DO ACERVO DE DADOS GEOQUÍMICOS DA CPRM: PANORAMA ATUAL................................................................................................................................................................................69<br />
»»<br />
SUÍTE JAGUARÃO CHICO: GRANITOS ALCALINOS A PERALCALINOS NO SUDOESTE DO BATÓLITO PELOTAS, RS..........................................................................................................................................................70<br />
»»<br />
ANÁLISE ESTATÍSTICA MULTIVARIADA APLICADA A PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA NA PORÇÃO CENTRAL DA PROVÍNCIA AURÍFERA DO TAPAJÓS.......................................................................................................71<br />
»»<br />
CONFLITOS ENTRE A MINERAÇÃO E OS EIXOS DE EXPANSÃO URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE FLORIANÓPOLIS E ÁREA DE EXPANSÃO, SC................................................................................................72<br />
»»<br />
CONTRIBUIÇÕES ANTRÓPICAS E NATURAIS NA DISTRIBUIÇÃO GEOQUÍMICA DOS ELEMENTOS NA ÁGUA DE AFLUENTES DA BACIA DO RIO PARANAÍBA EM GOIÁS.........................................................................73<br />
»»<br />
Mapeamento espectral para identificação de assinaturas espectrais de minerais de lítio em imagens ASTER (NE/MG)...................................................................................................................74<br />
»»<br />
CROSTAS LATERÍTICAS E NOMENCLATURAS CARTOGRÁFICAS ADOTADAS EM MAPAS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS NO BRASIL.........................................................................................................75<br />
»»<br />
MODELAGEM GEOLÓGICA 3D E REAVALIAÇÃO DO DEPÓSITO DE CAULIM DE RIO CAPIM, PA........................................................................................................................................................................76<br />
»»<br />
ARCABOUÇO TECTONO-ESTRUTURAL DA REGIÃO DA SERRA DE JACOBINA-BA............................................................................................................................................................................................77<br />
»»<br />
GEOQUÍMICA MULTIELEMENTAR DE SEDIMENTOS DE CORRENTE NO ESTADO DE SÃO PAULO: ABORDAGEM ATRAVÉS DA ANÁLISE ESTATÍSTICA MULTIVARIADA..................................................................78<br />
»»<br />
SIGNIFICADO TECTÔNICO DAS ROCHAS DE ALTO GRAU DO NORTE DE MATO GROSSO..................................................................................................................................................................................79<br />
»»<br />
GEOLOGIA E CARACTERIZAÇÃO DAS MINERALIZAÇÕES DE OURO PRIMÁRIO DO DEPÓSITO ELDORADO DO JUMA, SUDESTE DO ESTADO DO AMAZONAS..............................................................................81<br />
»»<br />
PROSPECÇÃO DE AGROMINERAIS NO RIO GRANDE DO SUL........................................................................................................................................................................................................................82<br />
»»<br />
GEOLOGIA E CARACTERIZAÇÃO DAS MINERALIZAÇÕES DE OURO PRIMÁRIO DO DEPÓSITO ELDORADO DO JUMA, SUDESTE DO ESTADO DO AMAZONAS..............................................................................83<br />
»»<br />
TIPOLOGIA DOS PEGMATITOS LITINÍFEROS DA REGIÃO DO MÉDIO RIO JEQUITINHONHA – MG, PROVÍNCIA PEGMATÍTICA ORIENTAL DO BRASIL.........................................................................................85<br />
»»<br />
CARACTERIZAÇÃO ESPECTRO-MINERALÓGICA DA ASSEMBLEIA HIDROTERMAL ASSOCIADA À MINERALIZAÇÃO DE OURO NA SERRA DAS PIPOCAS, SEQUÊNCIA METAVULCANOSSIDEMENTAR DE TROIA, CEARÁ...................86<br />
»»<br />
USO DE DADOS AEROGEOFÍSICOS NO PROJETO BATÓLITO DE PELOTAS – INTEGRAÇÃO GEOLÓGICA GEOFÍSICA............................................................................................................................................87<br />
»»<br />
NIVELAMENTO DE DADOS GEOQUÍMICOS ENTRE LEVANTAMENTOS DISTINTOS...........................................................................................................................................................................................88<br />
»»<br />
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO DA REGIÃO METROPLITANA DE GOIÂNIA - GO...............................................................................................................................................................................................89<br />
»»<br />
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE TERRAS RARAS NO BRASIL.........................................................................................................................................................................................................................90<br />
»»<br />
ENSAIO DE CLASSIFICAÇÃO ESPECTROMINERALÓGICA POR ESPECTROSCOPIA DE REFLECTÂNCIA E DE IMAGEAMENTO DA REGIÃO DA MINA DE SCHEELITA DE BREJUÍ, FAIXA SERIDÓ (RN), PROVÍNCIA BORBOREMA..............91<br />
»»<br />
METAPIROCLÁSTICAS FÉLSICAS DO GREENSTONE BELT RIO DAS VELHAS, REGIÃO DE PITANGUI, NW DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO/MG..........................................................................................................................................92
»»<br />
ESTRATIGRAFIA DAS FORMAÇÕES MORRO DO CALCÁRIO E LAPA NA REGIÃO DE MORRO AGUDO, PARACATU – MG....................................................................................................................................93<br />
»»<br />
O NEOPROTEROZOICO E A SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DAS ROCHAS ORNAMENTAIS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE......................................................................................................................94<br />
»»<br />
LITOFÁCIES E TIPOS COMPOSICIONAIS DAS ROCHAS VULCÂNICAS DO GRUPO COLÍDER (1,80 – 1,79 GA) NA REGIÃO DE APUÍ-NOVO ARIPUANÃ, SUDESTE DO AMAZONAS.................................................95<br />
»»<br />
NIVELAMENTO ESTATÍSTICO DE DADOS GEOQUÍMICOS ANALISADOS POR TRÊS LABORATÓRIOS DISTINTOS NA REGIÃO DO PROJETO JURUENA-TELES PIRES-ARIPUANÃ – AM/MT......................................96<br />
»»<br />
ARCABOUÇO FACIOLÓGICO E CONTEXTUALIZAÇÃO TECTONOESTRATIGRÁFICA DAS SUCESSÕES VULCANOSSEDIMENTARES DO GRUPO VILA DO CARMO(1,76-1,74 Ga) NA REGIÃO DE APUÍ-NOVO<br />
ARIPUANÃ, SUDESTE DO AMAZONAS.......................................................................................................................................................................................................................................... 97<br />
»»<br />
CARTOGRAFIA GEOLÓGICO-GEOFÍSICA DA REGIÃO DA SERRA GRANDE: UMA ASSOCIAÇÃO AMCG NA REGIÃO CENTRAL DE RORAIMA...............................................................................................................................................98<br />
»»<br />
GEOQUIMICA ISOTOPICA NA RECONSTRUÇÃO PALEOAMBIENTAL DA FORMAÇAO IPUBI (PORÇAO SUPERIOR DO GRUPO SANTANA - POS- RIFTE I) BACIA DO ARARIPE/NOROESTE DO ESTADO DE<br />
PERNAMBUCO........................................................................................................................................................................................................................................................................................100<br />
»»<br />
POTENCIAL REATIVO ÁLCALI-AGREGADOS DE GRANITOIDES DA REGIÃO METROPOLITANA DE FLORIANÓPOLIS, SC...................................................................................................................................101<br />
»»<br />
NOVOS RESULTADOS DE GEOCRONOLOGIA U-PB (LA-ICP-MS) E Sm-Nd PARA ROCHAS DO DOMÍNIO VULCANO-PLUTÔNICO NO SETOR OESTE DA PROVÍNCIA AURÍFERA DE ALTA FLORESTA – MT BRASIL..........102<br />
»»<br />
CONTRIBUIÇÕES À GEOLOGIA DO GRUPO SÃO FÉLIX, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU, DOMÍNIO CARAJÁS.........................................................................................................................................103<br />
»»<br />
EVOLUÇÃO DA CARTOGRAFIA GEOLÓGICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (RESULTADOS PRELIMINARES)..............................................................................................................................................104<br />
»»<br />
MODELAGEM ESPACIAL APLICADA À IDENTIFICAÇÃO DE ROCHAS ALCALINAS E CORPOS MÁFICOS NA REGIÃO CENTRO-SUDESTE DE RORAIMA........................................................................................105<br />
»»<br />
O NEOPROTEROZOICO E A SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DAS ROCHAS ORNAMENTAIS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE....................................................................................................................106<br />
»»<br />
CARACTERIZAÇÃO GEOQUIMICA DA FOLHA IRAUÇUBA (SA.24-Y-D-V) ATRAVÉS DAS ANÁLISES FATORIAIS DE COMPONENTES PRINCIPAIS E DE CORRESPONDÊNCIA...................................................................107<br />
»»<br />
MODELO TECTONO-VULCÂNICO DA BACIA DO ESPÍRITO SANTO: REGISTROS DIACRÔNICOS DE ROCHAS VULCÂNICAS EFUSIVAS E EXPLOSIVAS NO NORTE CAPIXABA....................................................................108<br />
»»<br />
ROCHAS MÁFICAS E ULTRAMÁFICAS DAS PILHAS DE REJEITOS DA MINERAÇÃO FERBASA (BA): POTENCIAL PARA UTILIZAÇÃO COMO CORRETIVOS E REMINERALIZADORES DE SOLO.........................................109<br />
»»<br />
Mapeamento Geoquímico Regional por Sedimentos de Corrente entre o limite da Faixa Brasília e o Cráton do São Francisco: Integração do Projeto Vazante-Paracatu 1 e 2..............................110<br />
»»<br />
Variações sazonais da qualidade da água na Bacia do Rio São João, Região dos Lagos, Rio de Janeiro: abordagem por modelagem hidrogeoquímica............................................111<br />
»»<br />
GEOQUIMICA EXPLORATÓRIA DA FOLHA PORTO ESCONDIDO-MT...........................................................................................................................................................................................................................................112<br />
»»<br />
UTILIZANDO O PROGRAMA EXIBE_GEOBANK.........................................................................................................................................................................................................................................................................113<br />
»»<br />
A REDE INTEGRADA DE MONITORAMENTO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO SISTEMA AQUÍFERO QUATERNÁRIO COSTEIRO DO RIO GRANDE DO SUL.................................................................................132<br />
»»<br />
AVALIAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DA FORMAÇÃO ALTER DO CHÃO NA PORÇÃO LESTE DA BACIA DO AMAZONAS, MUNICÍPIO DE SANTARÉM-PA.....................................................................................134<br />
»»<br />
REDE INTEGRADA DE MONITORAMENTO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS: SISTEMA AQUÍFERO GUARANI NO RIO GRANDE DO SUL.........................................................................................................................................135<br />
»»<br />
MAPA GEOMORFOLÓGICO DOS MUNICÍPIOS DE RESENDE E ITATIAIA - RJ................................................................................................................................................................................................................................................136<br />
»»<br />
O ATLAS GEOQUÍMICO DO ESTADO DE RORAIMA, REGIÃO NORTE DO BRASIL........................................................................................................................................................................................................................137<br />
»»<br />
PROPOSTA GEOPARQUE CÂNION DO RIO POTI: UM CENÁRIO DA HISTORIA GEOLÓGICA PLANETÁRIA DA BACIA DO PARNAÍBA..............................................................................................................................138<br />
»»<br />
CARTAS DE APTIDÃO À URBANIZAÇÃO FRENTE AOS DESASTRES NATURAIS - RESULTADOS OBTIDOS EM DOIS MUNICÍPIOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.....................................................................139<br />
»»<br />
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE ASPECTOS GOMORFOLÓGICOS E ANTRÓPICOS NA EVOLUÇÃO DAS FEIÇÕES EROSIVAS EM RONDON DO PARÁ-PA..........................................................................................140<br />
»»<br />
ESTUDO DO PROCESSO EROSIVO E RECUO DA LINHA DE COSTA, COM ÊNFASE NOS DANOS CAUSADOS AO LONGO DA PRAIA DO CRISPIM – PA.........................................................................................141<br />
»»<br />
O CLIMA SEMIÁRIDO DO ESTADO DE ALAGOAS: ANÁLISE DA VARIABILIDADE ESPACIAL DA PRECIPITAÇÃO E DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS........................................................................142<br />
»»<br />
INFLUÊNCIA DAS CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS NOS PADRÕES DE RELEVO DO MUNICÍPIO DE CONCEIÇÃO DO CASTELO\ES..............................................................................................................................144<br />
»»<br />
VULNERABILIDADE Á POLUIÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS RASAS DO AQUÍFERO LIVRE BARREIRAS PELO MÉTODO GOD – NORDESTE DO ESTADO DO PARÁ................................................................145<br />
»»<br />
POSSÍVEL RELAÇÃO ENTRE ISÓTOPOS ESTÁVEIS E INTERAÇÃO ÁGUA-ROCHA EM AQUÍFEROS FRATURADOS NO SEMIÁRIDO DO NORDESTE BRASILEIRO – MUNICÍPIO DE PETROLINA – PERNAMBUCO - BRASIL.........146<br />
»»<br />
VIABILIDADE HIDRÁULICA DE SISTEMA PILOTO DE RECARGA ARTIFICAL EM AQUÍFERO FRATURADO DO SEMIÁRIDO NORDESTINO – REGIÃO DE PETROLINA-PE...............................................................147<br />
»»<br />
PETROGRAFIA, QUÍMICA MINERAL E IDADE DE ESCARNITOS ASSOCIADOS A MÁMORES DO COMPLEXO PARAÍBA DO SUL (ES)..................................................................................................................148<br />
»»<br />
INVENTÁRIO DE SÍTIOS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS PARA EMBASAR PROPOSTA DE CRIAÇÃO DO GEOPARQUE CÂNION DO RIO SÃO FRANCISCO, BRASIL...............................................................149<br />
»»<br />
A CONDICIONANTE GEOLÓGICA COMO FATOR DETERMINANTE À PREDISPOSIÇÃO A DESLIZAMENTOS: ESTUDO COMPARATIVO DO MAPEAMENTO DE SETORIZAÇÃO DE RISCO NAS CIDADES DA BAHIA........................150<br />
»»<br />
COMPARAÇÃO E ANÁLISE DOS PROCESSOS DEFLAGRADORES DE MOVIMENTOS DE MASSA NA REGIÃO DE BAIXO GUANDU – ESPÍRITO SANTO, BRASIL............................................................................151<br />
»»<br />
COMPARAÇÃO E VALIDAÇÃO DAS METODOLOGIAS DE SETORIZAÇÃO DE RISCOS GEOLÓGICOS E SUSCETIBILIDADE A MOVIMENTOS DE MASSA E INUNDAÇÕES FRENTE A EVENTO DE INUNDAÇÃO EM MOMBUCA (SP)..........152<br />
»»<br />
POTENCIOMETRIA E SENTIDO DE FLUXO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO AQUÍFERO BARREIRAS NA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DO PARÁ..........................................................................................154<br />
»»<br />
ESTRATÉGIAS PARA O PROJETO GEOPARQUE ALTO RIO DE CONTAS - CHAPADA DIAMANTINA - BAHIA..................................................................................................................................................................................155<br />
»»<br />
A GEODIVERSIDADE DA ÁREA DE FRONTEIRA BRASIL-GUIANA: ADEQUABILIDADES E LIMITAÇÕES FRENTE AO USO E OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO......................................................................................156<br />
»»<br />
CARTA DE SUSCETIBILIDADE A MOVIMENTOS GRAVITACIONAIS DE MASSA E INUNDAÇÕES DO MUNICÍPIO DE SÃO GABRIEL DA PALHA – ES: RESULTADOS E IMPLICAÇÕES METODOLÓGICAS COM BASE EM LEVANTAMENTOS<br />
HIDROLOGIA E GESTÃO TERRITORIAL<br />
»»<br />
DELIMITAÇÃO AUTOMÁTICA DE ÁREAS DE DRENAGEM A PARTIR DE MDE TOPODATA: UM ESTUDO NO AQUÍFERO URUCUIA......................................................................................................................116<br />
DE CAMPO Lima.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................157<br />
»»<br />
A APLICAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES EXPLOTÁVEIS DE UMA PORÇÃO DO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO...............................................117<br />
»»<br />
GEOGLIFOS DE RONDÔNIA: VESTÍGIOS DO PASSADO................................................................................................................................................................................................................................118<br />
»»<br />
SETORIZAÇÃO DE RISCOS NO MATO GROSSO DO SUL: UMA AVALIAÇÃO PARCIAL DOS DADOS OBTIDOS ENTRE 2013 e 2016..................................................................................................................................119<br />
»»<br />
COMPARAÇÃO DA CARTA DE SUSCETIBILIDADE A MOVIMENTOS DE MASSA E INUNDAÇÃO E A SETORIZAÇÃO DE RISCO GEOLÓGICO EM BRAÇO DO NORTE - SC.................................................................120<br />
»»<br />
INVESTIGANDO A INFLUÊNCIA DO ESCOAMENTO DE BASE NAS VAZÕES DA BACIA DO RIO MURIAÉ (MG/RJ)..........................................................................................................................................................121<br />
»»<br />
IMPORTÂNCIA DO CADASTRAMENTO DE FONTES NATURAIS NO SIAGAS/SGB/CPRM PARA A PESQUISA HIDROGEOLÓGICA E PROMOÇÃO DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E ECONÔMICA DAS ZONAS DE<br />
NASCENTES DOS RIOS DO ESTADO DA BAHIA...........................................................................................................................................................................................................................................122<br />
»»<br />
RELAÇÃO ENTRE AS VARIAÇÕES DOS NÍVEIS ESTÁTICOS DOS POÇOS DE MONITORAMENTO DO SISTEMA AQUÍFERO URUCUIA, (PROJETO RIMAS), NAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOS: GRANDE, DE<br />
ONDAS, E FÊMEAS E SUAS VAZÕES DE BASE, NA REGIÃO OESTE DO ESTADO DA BAHIA.............................................................................................................................................................................124<br />
»»<br />
Análise espaço-temporal da setorização de áreas de risco no município de Três Coroas/RS no período de 2012 - 2016..................................................................................................................125<br />
»»<br />
GEOQUÍMICA MULTIUSO NOS ESTADOS DE MINAS GERAIS E ESPÍRITO SANTO - O Atlas Geoquímico da Bacia do Rio Doce...................................................................................................................126<br />
»»<br />
BACIA HIDROGRÁFICA INTERNACIONAL DO RIO URUGUAI E CONSISTÊNCIA DOS SEUS DIVISORES DE ÁGUA NA ESCALA 1:3.000........................................................................................................................................127<br />
»»<br />
AQUÍFERO SERRA GRANDE: HIDROGEOLOGIA, LEVANTAMENTOS GEOFÍCOS E MODELO TECTÔNICO - BORDA SUDESTE DA BACIA SEDIMENTAR DO PARNAÍBA – PI......................................................................128<br />
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EVIDÊNCIAS DE PROCESSOS DE DINÂMICA FLUVIAL RELATIVAS À CAPACIDADE DE ESCOAMENTO DO RIO ACRE...................................................................................................................................................................129<br />
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USO DO APLICATIVO MÓVEL GEOFIELDBOOK NO MAPEAMENTO DE CAMPO GEOLÓGICO-ESTRUTURAl..................................................................................................................................................................130<br />
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PANORAMA DO RISCO GEOLÓGICO NA CIDADE DE GUARULHOS (SP)......................................................................................................................................................................................................................................131
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
10<br />
TOP<br />
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TOP 10 TOP 10<br />
Manual: CPRM e One Geology – Categoria 5 estrelas<br />
Autores: Jacques, P.D. 1 ; Coutinho, M.G.N. 1 ; Dias, H.S. 1 ; Maia, S.M. 1 ; Salvador, E.D. 1 ; Leão, R. 1 ; Nascimento, F.G.C. 1 ;Fraga,<br />
L.M. 1 ; Fernandes, L.F.R. 1 ; Cerdeira, E.S. 1 ; Duffy, T. 2 .; Steve,R. 3 ; Doce, D.D. 2 , Passmore, J. 2 e Sen, M. 2<br />
1<br />
CPRM – Serviço geológico do Brasil; 2 BGS – British Geological Survey, 3 USGS/Arizona Geological Service.<br />
CONSIDERAÇÕES SOBRE A RELAÇÃO ENTRE O<br />
SOERGUIMENTO DO ARCO DO RIO GRANDE, O SISTEMA DE<br />
FALHAS JAGUARI-MATA E O SISTEMA AQUÍFERO GUARANI<br />
Autor: José Luiz Flores Machado - CPRM – Serviço geológico do Brasil<br />
“OneGeology” é uma iniciativa internacional que congrega os principais serviços geológicos do mundo, surgida em 2006,<br />
que tem como missão tornar acessível, via web, mapas geológicos do mundo e outros dados geocientíficos, de forma harmonizada,<br />
no contexto global. Os objetivos principais do programa são: (i) Prover dados geocientíficos globais; (ii) Assegurar o intercâmbio<br />
da informação e do conhecimento e a sua aplicação; (iii) Oferecer acessibilidade a todos ao portal OneGeology; e (iv) Difundir<br />
e fortalecer a conscientização da relevância das Geociências<br />
para a sociedade. Desta forma, o portal do<br />
“OneGeology” facilita a pesquisa, a visualização e o<br />
compartilhamento de dados geológicos espaciais.<br />
Para isto, faz-se necessário a organização dos dados<br />
em uma estrutura de banco de dados única, com a<br />
harmonização e padronização das informações.<br />
Desde 2008, a CPRM disponibiliza os dados integrados<br />
do Sistema GEOBANK, de sua propriedade,<br />
no portal “OneGeology”. Os dados e informações disponibilizados<br />
pelos serviços geológicos dos países<br />
participantes do “OneGeology” são classificados em<br />
categorias, que variam desde uma estrela (protocolo<br />
WMS), até cinco estrelas (protocolo WFS, classificado<br />
na linguagem de harmonização GeoSciML v.4.0 e<br />
com conexão de metadados). Recentemente, o One-<br />
Geology conferiu acreditação cinco estrelas à CPRM,<br />
cujos principais benefícios são: (i) Prover acessibilidade<br />
aos mapas em linguagem harmonizada (GeoSciML<br />
v.4.0) permitindo consultas “on line”, de acordo com o padrão internacional da “Comissão de Geociências para a Informação”<br />
– CGI (“Commission for the Manegment and Application of Geosciences Information”); (ii) Adotar padrões e serviços de acesso a<br />
mapas de diferentes naturezas geológicas, em ambiente web, segundo o padrão “OneGeology”, de acordo com a mais alta categoria<br />
em uso pelos serviços geológicos; (iii) Tornar o Brasil líder entre os países das Américas e Caribe, sendo o primeiro país, na região,<br />
com acreditação máxima; (iv) Tornar o Brasil referência nas Américas e Caribe na acessibilidade de dados em ambiente web, com<br />
base num padrão reconhecido pela comunidade internacional; (v) Credenciar a CPRM para colaborar com os demais países sul-americanos<br />
e caribenhos incentivando-os e capacitando-os a tornarem-se provedores de dados no portal “OneGeology”; (vi) Prover<br />
à população acessibilidade aos dados gerados, disponibilizando conhecimento geológico, no contexto global, segundo padrão<br />
internacional, incentivando o uso de modernas e mais avançadas técnicas de TI em software livre.<br />
Atualmente, a CPRM disponibiliza seus serviços no portal do “OneGeology” (http://portal.onegeology.org/Onegeology-<br />
Global/), com as funcionalidades de harmonização e pesquisa na linguagem GeoSciML v.4.0, e com conexão com as informações<br />
de metadados da INDE (Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais). Objetivando divulgar a importância da aplicabilidade dos<br />
dados do portal do OneGeology, a CPRM está lançando o Manual “CPRM e OneGeology: categoria cinco estrelas”, um guia orientativo,<br />
com instruções de como utilizar o portal, ter acesso às informações e estabelecer correlação geológica entre os diversos<br />
produtos disponibilizados pelos serviços geológicos do mundo.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
SERVIÇOS DE WEB, SIG, ONEGEOLOGY, CPRM<br />
Os estudos sobre a caracterização do Sistema Aquífero Guarani (SAG) no Estado do Rio Grande do Sul demonstraram<br />
prováveis influências do Arco do Rio Grande e do Sistema de Falhas Jaguari-Mata sobre suas litologias aquíferas. Os trabalhos já<br />
realizados confirmam uma condição de potencialidade muito alta para o sistema aquífero no conhecido Compartimento Oeste,<br />
especialmente nas áreas de confinamento pela Unidade Hidroestratigráfica Serra Geral. Do mesmo modo, no contíguo Compartimento<br />
Central-Missões, que é limitado pelo Sistema de Falhas Jaguari-Mata, observam-se condições hidrogeológicas menos<br />
promissoras quando correlacionadas com aquelas do Compartimento Oeste.<br />
A área de influência do soerguimento do Arco do Rio Grande, ao contrário de muitas concepções, não está relacionada<br />
com a estrutura denominada Domo de Itu. Dados recolhidos de poços tubulares e pesquisas com métodos geofísicos magnéticos<br />
telúricos e áudio magnético telúrico indicam que o eixo da estrutura noroeste do Arco do Rio Grande afetou diretamente o<br />
levantamento da feição geomorfológica conhecida como Serra do Caverá. Nesta região devido à configuração topo-estrutural<br />
de cuesta foi possível um maior valor de armazenamento e transmissividade do SAG proporcionando poços com altas vazões.<br />
A configuração do SAG é constituída das formações Botucatu, Guará, Sanga do Cabral e Piramboia, sendo as duas primeiras de<br />
maior potencialidade hidrogeológica. Considera-se assim, que os limites de influência do Arco de Rio Grande sobre o SAG restringem-se<br />
ao sul pelo Lineamento do Rio Quaraí e a norte pela Serra do Caverá, entre os municípios de Rosário do Sul e Alegrete.<br />
A borda leste deste compartimento foi influenciada pelos esforços tectônicos que culminaram com a instalação do<br />
Sistema de Falhas Jaguari-Mata. Este sistema além de sua grande expressão em área apresenta uma evolução temporal que<br />
permite distinguir ao menos três fases evolutivas, que afetam<br />
distintamente as várias litologias que compõem o sistema aquífero.<br />
A primeira fase afetou os arenitos eólicos da Formação Piramboia<br />
considerados como o último estágio de continentalização<br />
da Formação Rio do Rasto, caracterizando-se pela presença<br />
extensa de microfalhas. Os poços nestes arenitos apresentam<br />
normalmente capacidades específicas inferiores a 1 m3/h/m.<br />
Uma segunda fase afetou as formações Santa Maria (Membros<br />
Alemoa e Passo das Tropas) e Sanga do Cabral, proporcionando<br />
que localmente o SAG apresentasse surgência associada aos<br />
arenitos do Membro Passo das Tropas e capacidades específicas<br />
superiores a 1 m3/h/m. A última fase está associada à Tectônica<br />
Andina e é também limitadora dos Compartimentos Oeste e<br />
Central-Missões do SAG. Esta última fase caracteriza-se por afetar<br />
todo o SAG até o topo dos derrames vulcânicos confinantes.<br />
As áreas de maior rejeito do sistema de falhas encontram-se justamente<br />
sobre o limite dos compartimentos, onde arenitos fluviais<br />
alcançam altitudes maiores do que 400 metros, superiores<br />
às altitudes dos derrames vulcânicos.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Visualização da relação entre as formações Serra Geral,<br />
Botucatu e Guará e a erosão proporcionada pelo levantamento<br />
correspondente à Serra do Caverá<br />
ARCO DO RIO GRANDE; SISTEMA DE FALHAS JAGUARI-MATA;<br />
sistema AQUÍFERO GUARANI<br />
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TOP 10 TOP 10<br />
NÍVEIS DE BACKGROUND E NOVAS EVIDÊNCIAS DA OCORRÊNCIA<br />
DE ELEMENTOS TERRAS RARAS NO ESTADO DE ALAGOAS<br />
Autores: Franzen, M. 1 ; Lima, E.A.M. 1 ; Mendes, V.A. 1 ; Torres, F.S.M. 1 ; Lima, T.V. 2<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil ; 2 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)<br />
EXTENSÃO PARA ARCGIS 10.2 © APLICADA AO MAPEAMENTO<br />
DE ÁREAS SUSCETÍVEIS A ESCORREGAMENTOS DE MASSA,<br />
CORRIDAS DE DETRITOS, ENXURRADAS E INUNDAÇÕES.<br />
Autor: José Luiz Kepel Filho - CPRM – Serviço geológico do Brasil<br />
Este trabalho visa apresentar resultados de alguns Elementos Terras Raras (ETR) identificados no Estado de Alagoas durante<br />
o Levantamento Geoquímico de Baixa Densidade realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM). A importância dos<br />
ETR está nas suas excelentes características eletrônicas, magnéticas, ópticas e catalíticas. Apesar do nome terras raras estes se<br />
encontram amplamente distribuídos na crosta terrestre, porém em pequenas concentrações. No Brasil, minerais contendo ETR<br />
são explorados há mais de um século, chegando a garantir ao país a maior produção mundial até 1915. Desde 1992, entretanto,<br />
o país passou a importar integralmente produtos de terras raras para atender sua demanda, em consequência da desestabilização<br />
da produção interna. O Brasil possui reservas<br />
de ETR em quantidade e teor suficientes, com destaque<br />
para os complexos carbonatíticos de Araxá<br />
(MG),Catalão e Minaçu (GO), mas a exploração ainda<br />
encontra entraves na insuficiência de tecnologia,<br />
redução dos preços e falta de competitividade com<br />
outros países produtores.<br />
A tendência de crescimento do setor justifica<br />
trabalhos de pesquisa adicionais para descoberta<br />
de novas jazidas e viabilizar o seu aproveitamento<br />
econômico. No Estado de Alagoas, amostras de sedimentos<br />
de corrente foram coletadas em bacias de<br />
aproximadamente 150 km2, peneiradas na fração<br />
granulométrica inferior a # 80 mesh, submetidas<br />
à abertura com água régia e analisadas por ICP-A-<br />
ES/MS para 53 elementos químicos. Os resultados<br />
Teores de Lantânio em sedimentos de corrente no Estado de Alagoas<br />
foram processados através de análise de dispersão<br />
onde se obtiveram os percentuais (25%, 50% e 75%)<br />
e limiares acima dos quais os teores podem ser considerados anômalos em relação ao conjunto, com os objetivos de estabelecer<br />
os níveis de background e indicar onde houver potencial prospectivo ou alerta ambiental.<br />
Dentre os ETR foram identificados teores elevados de lantânio (La) e cério (Ce), do grupo dos ETR leves (ETRL), em pontos<br />
coincidentes com elevados os teores de ítrio (Y), tório (Th) e urânio (U), relativamente aos teores de background da área, bem<br />
como aos teores médios crustais. Esses elementos fazem parte da composição da monazita, que também já foi identificada em<br />
amostras de concentrados de bateia em trabalhos de prospecção anteriores. Os teores de background de Ce e La em Alagoas<br />
podem ser representados pelas medianas (Ce 53,8 ppm; La 24,4 ppm), que se encontram muito próximas às médias crustais (Ce<br />
60 ppm; La 30 ppm). Uma expressiva quantidade de outliers e teores extremos, entretanto, apontam valores que chegam a 1.000<br />
ppm em sedimentos de corrente na região central de Alagoas, onde existem depósitos de pegmatitos explorados nas décadas<br />
de 40 a 60, que podem ser potenciais fontes desses ETRL. Os maiores teores foram identificados nos municípios de Marimbondo<br />
(Ce 1.000 ppm; La 1.116 ppm) e Tanque D’Arca (Ce 1.000 ppm; La 1.097 ppm). A anomalia geoquímica de Ce e La coincide com<br />
as ocorrências de água- marinha, berilo, cristais de quartzo e turmalinas, hospedados em pegmatitos, que eram garimpados nos<br />
municípios de Limoeiro de Anadia e Arapiraca, mas estende-se para leste em áreas até então inexploradas, abrindo perspectivas<br />
para serem encontradas gemas e minerais de ETR.<br />
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Prospecção Geoquímica Regional, Elementos Terras Raras Leves.<br />
Em 2012, motivado por diversos eventos<br />
de instabilidade de encostas e processos<br />
de escorregamentos de massa em todo o<br />
território nacional, o governo federal implantou<br />
a Política Nacional de Proteção e Defesa<br />
Civil, pela Lei Federal 12.608/2012. Esta lei<br />
permitiu que, por meio de uma parceria entre<br />
CPRM e IPT, fosse definida uma metodologia<br />
de trabalho para o desenvolvimento de<br />
um projeto de modelagem e mapeamento<br />
de suscetibilidade, em diversos municípios<br />
previamente cadastrados, em todo o território<br />
nacional.<br />
A metodologia proposta levou em<br />
consideração a escassez de dados no Brasil,<br />
bem como a demanda de uma replicação<br />
do processo em todo o território nacional.<br />
O método estatístico, escolhido para a modelagem<br />
de movimentos de massa, foi proposto<br />
utilizando-se 3 dados primários de<br />
fácil aquisição: curvatura do terreno, declividade<br />
e densidade de lineamentos. Estes<br />
três parâmetros foram então classificados,<br />
de acordo com suas respectivas estatísticas<br />
de ocorrência, por classe de terreno predefinida. Para os processos hidrológicos de corrida e enxurrada, foram definidas classes<br />
de suscetibilidade de acordo com características morfológicas, e cálculos morfométricos de bacias, derivados do SRTM.<br />
A inundação por sua vez, teve como modelo escolhido o HAND, associado a cálculos morfométricos de grandes bacias. A<br />
definição da metodologia trouxe um desafio logístico ao projeto, que seria o de executar diversos modelos em tempo recorde,<br />
para este grande numero de municípios cadastrados. Devido a esta demanda, foi elaborada uma extensão em formato ArcToolbox<br />
para ArcGis 10.2 ©, contendo ferramentas que automatizam o processo de modelagem estatística (processos de movimentos<br />
de massa), de cálculos morfométricos de bacias (processos de corridas de detritos, enxurradas e inundação) e o modelo<br />
HAND (processos de inundação).<br />
Essas ferramentas foram desenvolvidas em model builder, dentro da interface ArcGis 10.2 ©, utilizando-se os fluxos de processamento<br />
predefinidos no método. Posteriormente essas ferramentas foram transportadas para linguagem Python e foram<br />
distribuídas, em ambos os formatos. Como resultado do desenvolvimento destas ferramentas, obteve-se uma redução de tempo<br />
de processamento significativa. Essa aceleração do processo possibilitou a execução de todos os municípios previstos pelo projeto,<br />
até esta data, em tempo hábil e com a mesma qualidade e acurácia, que o processamento não automático dos dados.<br />
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Ferramentas<br />
presentes na<br />
extensão<br />
ARCTOOLBOX, ARCGIS 10.2 © , SUSCETIBILIDADE.<br />
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TOP 10 TOP 10<br />
OCEAN CORE COMPLEX DERIVADO DE UMA NOVA INTERPRETAÇÃO<br />
BATIMÉTRICA NA DORSAL MESO-ATLÂNTICA<br />
Autores: Nóbrega II,M 1 ,Simões, H.A. 1 ,Lacasse, C.M. 1 ,Santos,R.V 1 , Pessanha, I.B.M. 1 , Cavalcanti,J.A.D. 1 ,Gomes,F.E.M. 1 ,<br />
Souza, M.L. 1 , Frazao,E.P. 1 , Bezerra, R.G. 1 , Souza, G.M. 1 , Lisniowski; M.A. 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil - Divisão de Geologia Marinha, Departamento de Recursos Minerais<br />
PROSPECÇÃO DE AGROMINERAIS NA REGIÃO DE IRECÊ E<br />
JAGUARARI – BAHIA: UMA PROPOSTA DE METODOLOGIA<br />
PARA MAPEAMENTO AGROGEOLÓGICO<br />
Autores: Blaskowski, A. E. ; Magda Bergmann; Abram, M.; Sardou, R.F. ; Cavalcante, O. A<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
O interesse em estudar subsistemas vulcânicos<br />
subaquáticos tem conduzido à descobertas de novos<br />
campos hidrotermais com depósitos vulcanogênicos<br />
de sulfetos maciços (VHMS) do tipo Chipre proximais<br />
e exalativos com os do tipo SEDEX distais, em todos os<br />
oceanos. As duas principais províncias com fontes hidrotermais<br />
que contém depósitos minerais estão localizadas<br />
na dorsal do Pacífico “East Pacific Ridge” (EPR) e<br />
dorsal Meso-Atlântica (“Mid Atlantic Ridge” (MAR)), com<br />
vantagem a EPR em número de campos hidrotermais.<br />
Todos os sulfetos da EPR estão hospedados em basaltos,<br />
enquanto alguns depósitos do Atlântico em rochas<br />
ultramáficas. Um “Ocean Core Complex” (OCC) é uma<br />
exsudação do manto (MacLeod et al.,2011; Cherkashov<br />
et al.,2010) que ocorre através de uma falha com ângulo<br />
de rejeito elevado, a princípio (~ 60-70°) e que continua<br />
a se estender por milhões de anos, tendendo a formar<br />
superfícies suaves (~30°) e aplainadas no topo (MacLeod<br />
et al., 2011) e que se compacta nesse período. As superfícies<br />
capeadas pelo OCC, frequentemente mostram<br />
Closeup bathymetric map of Sector 03 showing the identification of a possible OCC.<br />
estrias que são perpendiculares à direção de acreção da<br />
MAR. Este trabalho teve como objetivo realizar um mapeamento estrutural utilizando dados batimétricos recentes para delimitar possíveis<br />
alvos de OCC. Na obtenção dos dados de batimetria foi utilizado o ecobatímetro multifeixe de casco SEABAT 7150 de 12 kHz da TELE-<br />
DYNE RESON instalados na embarcação Ocean Stalwart durante o ano de 2012.<br />
A área estudada está compreendida entre latitudes tropicais. Possui uma área aproximada de 100.000 km2, e um deslocamento<br />
de sul para norte, de aproximadamente 2000 km. Foram realizados 4 cruzeiros oceanográficos, entre os anos de 2012 e<br />
2013. Os dados permitiram, até o momento, uma interpretação de cunho estrutural. Em relação à batimetria, os dados foram reprocessados<br />
no início de 2015, o que possibilitou melhorar a resolução e atenuar ruídos. Associado à batimetria foi feito o mapa<br />
de declividade da MAR e, posteriormente, uma análise estrutural. A partir das análises foram destacados 9 setores com eixos de<br />
segmentos apresentando deslocamentos de primeira e segunda ordem, onde foram delimitados os OCCs. Na delimitação dos<br />
OCCs confrontamos os valores encontrados no mapa regional de anomalia gravimétrica Bouguer Simples associada à morfologia<br />
do assoalho oceânico e aos padrões de falhas e estrias perpendiculares a estas.<br />
Foram delimitados OCCs situados próximos a descontinuidades de segmentos e sobre as falhas de deslocamento. Em relação<br />
ao que se conhece sobre depósitos minerais nas áreas da MAR, adjacentes a área estudada pelo Serviço Geológico do Brasil, há o<br />
exemplo mencionado por Cherkashov et al.,(2010), que demonstra evidências com os distritos minerais de “Semyenov e Ashadze”<br />
para elementos como Fe, Cu, Zn, Au, Ag, Co, Ni e N. O estudo mostrou que há uma maior concentração de elementos químicos<br />
com viabilidades econômica oriundos de rochas ultramáficas (COOs) em detrimento aos das rochas basálticas. Há fortes indícios da<br />
presença de OCCs em toda a área estudada. Foram delimitados inicialmente para este estudo 10 sítios de ultramáficas.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
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OCEAN CORE COMPLEX, DORSAL MESO-ATLÂNTICA, VHMS.<br />
O Brasil, país de economia agrícola que possui um território de rara geodiversidade, conta com uma vasta gama de agrominerais<br />
e necessita desonerar custos com importação de insumos para fertilizantes químicos. O Projeto Agrominerais da Região<br />
de Irecê e Jaguarari-Bahia, foi realizado pela CPRM-Serviço Geológico do Brasil para atender à demanda da CODEVASF-Companhia<br />
de Desenvolvimentos dos Vales do São Francisco e Parnaíba por agrominerais para emprego no assentamento Baixio de<br />
Irecê. A metodologia do trabalho é apresentada enquanto proposta para a prospecção e mapeamento de fontes de remineralizadores<br />
e corretivos de solo. A área do levantamento foi determinada em função da proximidade e logística de aporte dos insumos,<br />
e corresponde a perímetros de 100 km a partir das cidade de Irecê e Jaguarari.<br />
Foram inicialmente definidas Unidades de Interesse Agrogeológico dentro dos principais Macro-Domínios identificados no Mapa Geológico<br />
da Bahia 1:1000.000-CBPM/CPRM. A área total, de 142.321 Km2, compreende grande diversidade de ambientes geológicos e litotipos<br />
com potencial para rochagem. Através de levantamento bibliográfico e do<br />
uso do programa Sigmine (DNPM) localizou-se minerações e garimpos, e os<br />
trabalhos de campo priorizaram a amostragem de rochas e polpas em pilhas<br />
de descartes e bacias de rejeitos. Embora se tenha pesquisado também<br />
outras rochas, a disponibilidade dos materiais já extraídos dispensa novos<br />
processos de licenciamento minerário e ambiental, possibilitando seu emprego<br />
a curto-médio prazo e custos reduzidos, além de em muitos casos<br />
somar o benefício da mitigação de um passivo ambiental.<br />
As rochas foram caracterizadas por litoquímica (ICP/ICP-MS) para<br />
determinação de óxidos maiores e elementos traços, petrografia modal<br />
e DRX, buscando selecionar as fontes mais adequadas de nutrientes e<br />
micronutrientes em sistemas minerais capazes de disponibilizá-los para<br />
as plantas, dentro dos critérios de limites de Elementos Potencialmente<br />
Tóxicos (EPT) e minerais inertes em solos. Para determinados litotipos as<br />
análises de mercúrio implicaram na escolha de métodos de abertura condizentes<br />
com os limites de detecção.<br />
A referência utilizada para EPT foi a legislação para fertilizantes<br />
(MAPA IN 27/2006), disponível à época e anterior à recente normatização<br />
específica para rochas silicáticas (MAPA IN 05/2016 e 06/2016). O levantamento das pilhas de rejeito de mineração incluiu<br />
a estimativa de percentual e reservas de cada litotipo, e nas bacias de rejeito foram pesquisadas granulometria e propriedades<br />
físicas e químicas dos materiais, aportando-se informações sobre o tratamento de minério.<br />
O trabalho resultou na proposição de fontes de potássio, como os flogopititos dos descartes dos garimpos de esmeralda (Cooperativa<br />
Mineral da Bahia, Campo Formoso e Pindobaçú); fósforo (bacia de rejeitos da Mineradora Galvani, Irecê); cálcio, magnésio, e corretivos<br />
de solos (rochas da Bacia de Irecê); magnésio, sílica e corretivos de solos associados a rochas máficas e ultramáficas das lavras de cromita da<br />
Mineração Ferbasa-Cia de Ferro Ligas da Bahia (Campo Formoso e Andorinhas); kimberlitos da Lipari Mineração Ltda (Campo Kimberlítico<br />
de Nordestina) e fontes de multinutrientes e micronutrientes variados (bacia de rejeitos da mineradora Caraíba S/A, Jaguarari), sendo que<br />
para cada uma delas foram efetuadas considerações quanto à viabilidade de uso, logística e fatores restritivos.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
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O levantamento dos materiais selecionados foi determinado<br />
em função da proximidade e logística de aporte dos insumos<br />
e o enfoque da pesquisa foi em materiais disponíveis em<br />
rejeitos de minerações e garimpos.<br />
Remineralizadores de solo, Corretivos de Acidez em Solos,<br />
Rejeitos de Mineração<br />
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TOP 10 TOP 10<br />
MINERALIZAÇÕES AURÍFERAS DA SERRA DE JACOBINA-BA:<br />
RESULTADOS PRELIMINARES<br />
Autores: Miranda, D.A. 1 ; Santos, F.P. 1 ; Reis, C. 1 ; Menezes, R.C.L. 1 ; Loureiro, H.S.C. 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
A Serra de Jacobina compreende uma estrutura geotectônica com 220 quilômetros de extensão, direção norte/sul, resultado<br />
da amalgamação de bacias metassedimentares, Grupo Jacobina (GJ) e Complexo Saúde, e metavulcanossedimentar do Greenstone<br />
Belt de Mundo Novo (GSBMN). Os resultados aqui apresentados pertencem ao projeto Integração Geológica e Avaliação do Potencial<br />
Metalogenético da Serra de Jacobina e do Greenstone Belt de Mundo Novo. Iniciado em 2015 e ainda em execução, pertence ao programa<br />
Áreas de Relevante Interesse Mineral da Diretoria de Geologia e Mineração da CPRM. O foco são as mineralizações hidrotermais<br />
e seu controle estrutural nos contextos do GJ e GSBMN. De leste para oeste são observados os seguintes sistemas de falhas de direções<br />
aproximadas norte/sul: Zona de Cisalhamento Mairi (ZCMA), Falha de Itaitu (SFIT), Falha de Pindobaçu (SFPI), Falha de Maravilha (SFMA)<br />
e Falha de Jacobina (SFJA), com mineralizações auríferas associadas aos três últimos. No SFJA o hidrotermalismo é evidenciado pela<br />
assembleia fuchsita+pirita+cromita+turmalina cromífera presente<br />
no depósito aurífero hospedado pelos conglomerados<br />
da Formação Serra do Córrego do Grupo Jacobina, com características<br />
de paleoplacer.<br />
Os garimpos da Jaqueira e Maravilha estão associados<br />
ao SFMA. No primeiro, a mineralização encontra-se em<br />
três tipos de rochas hospedeiras: diques de gabros de direção<br />
NE encaixados em falhas/fraturas, diques máficos com<br />
veios de quartzo com sulfetação maciça e veios de quartzo<br />
com hematitização encaixados em quartzitos cataclasados,<br />
controlados por falhas reversas com mergulhos para oeste/<br />
sudoeste. No garimpo Maravilha a mineralização é controlada<br />
por falhas reversas com mergulho para oeste. Está associada<br />
ao contato entre rocha máfica e quartzitos, nos veios<br />
de quartzo fumê com sulfetação, nos veios de quartzo branco<br />
leitoso e também ocorre em veios de quartzo hematitizados<br />
encaixados em quartzitos. No SFPI estão os garimpos<br />
do Morro da Palmeirinha, Biquinha e Mina Velha. O primeiro<br />
trata-se de falha de empurrão com mergulho para leste. Observa-se<br />
zoneamento na mineralização em superfície, de sul<br />
para norte: ouro livre em veios de quartzo; sulfetação maciça<br />
em veios de quartzo e disseminada no quartzito encaixante;<br />
ouro livre associado à silicificação; sulfetação em bolsões preenchidos por pirita+calcopirita.<br />
Em Biquinha ocorre zona de cisalhamento com direção norte/sul, subvertical, movimento sinistral. A mineralização está<br />
encaixada em tension gashes preenchidas por veios de quartzo branco leitoso, localmente fumê com pirita. Na Mina Velha a<br />
mineralização é controlada por uma falha transtrativa norte/sul com mergulho para leste, hospedada por rocha máfica intensamente<br />
intemperizada. A sul do garimpo, a falha intercepta quartzito com veio de sulfeto maciço com mineralização aurífera,<br />
fato que amplia o potencial metalogenético da ocorrência. Os sistemas de falhas mapeados aparentam ter servido como canais<br />
condutores de fluidos hidrotermais. Os diversos tipos de depósitos observados são reflexos da interação destes fluidos com as<br />
diferentes rochas hospedeiras interceptadas pelas falhas. A natureza da estrutura que controla a mineralização varia entre primeira,<br />
segunda ou terceira ordem, dependendo do contexto tectônico do garimpo.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
HIDROTERMALISMO, TECTÔNICA, OURO<br />
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GEOLOGY, GEOCHRONOLOGY AND GOLD METALLOGENESIS OF THE<br />
SERRA DAS PIPOCAS GRANITE-GREENSTONE TERRANE, TROIA<br />
MASSIF, NORTH BORBOREMA PROVINCE, BRAZIL<br />
Autores: Costa, F.G.1 ,2 ; Klein, E.L. 1,2 ; Corrêa-Lima, R.G. 2 ; Naleto, J.L.C. 1<br />
1<br />
Serviço Geológico do Brasil (CPRM); 2 Programa de Pós-graduação em Geologia e Geoquímica PPGG-(UFPA)<br />
The Troia Massif is one of the biggest Archean/Paleoproterozoic nucleus of the Borborema Province, representing a well<br />
exposed basement inlier within this large Neoproterozoic mobile belt. At the Troia Massif, two major Paleoproterozoic metavolcano-sedimentary<br />
sequences are recognized: (1) The Algodões sequence to the north and (2) The Serra das Pipocas sequence at the<br />
west. These sequences share similar lithostratigraphic<br />
characteristics, which are also similar to<br />
those from other Paleoproterozoic greenstone<br />
belts of the surrounding cratonic domains (e.g.,<br />
Guiana shield, São Francisco and West Africa<br />
cratons) or basement inliers (e.g., Goiás Massif<br />
and Gurupi belt). These include extensive mafic<br />
and intermediate metavolcanic rocks at lower<br />
units and metasedimentary rocks at upper<br />
units. All intruded by distinct pulses of plutonic<br />
rocks (e.g., gabbros, tonalites, quartz monzonites<br />
and S-type granites). We report here U-Pb<br />
(SHRIMP and LA-ICPMS) zircon ages and whole<br />
-rock (XRF) geochemistry for two major plutonic<br />
events recognized at the Serra das Pipocas granite-greenstone<br />
sequence; (1) the early (2192 +/- 11 Ma) TTG-like Mirador tonalites and the (2) K-rich granites of the Bananeira Suite<br />
(e.g., 2092 +/- 7 Ma porphyritic quartz monzonite, and 2068 +/- 5 Ma for equigranular “pink” monzogranite).<br />
Geochemistry for mafic/intermediate metavolcanics of the lower unit shows transitional tholeiitic to calc-alkaline affinity,<br />
suggesting an arc/back-arc tectonic setting to this volcanism. The presence of garnet-amphibolites on the lower unit and kyanitegraphite-schist<br />
in the upper unit shows that the Serra das Pipocas greenstone sequence was subjected to medium- to high-grade<br />
regional metamorphism. Gold mineralization in the Serra das Pipocas sequence has been recently discovered by private exploration<br />
project. The mineralized area (Pedra Branca deposit) extends hundreds of meters along strike, and by 1 to 5 meters width<br />
across, grading roughly 1 to 3 g/t of gold. The main host rocks of gold mineralization are metatonalites (Mirador area), amphibolites<br />
(Coelho area), metandesites and metasedimentary rocks (Queimadas area). In these areas, gold is generally associated to quartz<br />
veins and “skarn-type” hydrothermal alteration, including diopside, amphiboles (e.g., uralite), K-feldspar, titanite, pyrite, pyrrhotite,<br />
biotite, ilmenite +/- magnetite and minor carbonate. EDS analyses indicate that gold locally occurs as gold-silver-telluride inclusions<br />
in titanites and pyrites. Albitite zones (80% albite) with disseminated pyrite, ilmenite/magnetite and free-milling gold at albite grain<br />
-boundary are observed from drill cores, and interpreted as hydrothermal alteration (sodium-metasomatism) of mafic/intermediate<br />
metavolcanics rocks. U-Pb age (LA-ICPMS) for titanites associated to the “skarn-type” alteration and gold mineralization, yielded two<br />
distinct ages in the same concordia diagram; 2029 +/- 27 Ma (two grains at the upper intercept) and 573 +/- 7 Ma (51 grains at the<br />
lower intercept). These U-Pb titanite ages suggest that gold mineralization firstly occurred during Paleoproterozoic times, but was<br />
later, strongly affected (and remobilized?) by Neoproterozoic regional metamorphism. The genetic model for gold mineralization is<br />
thought to be “orogenic gold deposits”. However, because of the high-temperature hydrothermal minerals (e.g., diopside, amphiboles,<br />
titanite) associated with gold, it could probably represent a “hypozonal orogenic gold deposit”, or a “mesozonal orogenic gold<br />
deposit” submitted to medium- to high-grade regional metamorphism.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Fotos em microscópio petrográfico de partículas de ouro (Au) associado à ilmenita<br />
(Ilm) e carbonato (Cb), precipitado no contato e/ou fraturas de cristais de albita<br />
(Ab) (hidrotermal). (A)= luz refletida e (B)= luz transmitida.<br />
GOLD, BORBOREMA PROVINCE<br />
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18 19
TOP 10 TOP 10<br />
INTERPRETAÇÃO MORFOESTRUTURAL A PARTIR DE DADOS DE<br />
BATIMETRIA MULTIFEIXE LEVANTADOS NA CORDILHEIRA<br />
MESOATLANTICA EQUATORIAL<br />
Autores: Simões, H.A. 1 , Nóbrega II,M. 1 , Souza, M.L. 1 , Pessanha, I.B.M. 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil - Divisão de Geologia Marinha, Departamento de Recursos Minerais<br />
MODELAGEM 3D E ESTIMATIVA DE RECURSOS DOS DEPÓSITOS DE<br />
CARVÃO DE MORUNGAVA-CHICO LOMÃ E SANTA TEREZINHA, RS<br />
Autores: Luiza Lopes de Araújo 1 , Ricardo Wosniak 1 , Eduardo Moussalle Grissolia 1 , Rogério Celestino de Almeida 1 ,<br />
David grilo 1 , Maísa Bastos Abram 1 , Hamilcar Tavares Veira Júnior 2 , José Leonardo Silva Andriotti 3 , Marco Túlio Naves de Carvalho 4<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil DIARMI, Salvador-BA; 2 SUREG- São Paulo-SP; 3 SUREG- Porto Alegre-RS; 4 DGM, Brasília-DF.<br />
Nas dorsais mesoceanicas com baixa taxa de espalhamento, a nova crosta tem cerca de 8 km de espessura (White et al.,1992).<br />
Existem grandes evidências de que a maior parte ou toda esta crosta seja arrefecida rapidamente por meio de processos advectivos<br />
próximos da dorsal (Dunn and Toomey, 1997; Dunn et al., 2000; Stein and Stein, 1994). Os sistemas hidrotermais ativos encontrados<br />
no Atlântico são: a) os hospedados em rochas neovulcânicas na superfície do Rift Valley, (e.g. Snake Pit (Gente et al., 1991); (Mevel et<br />
al., 1989)), b) ao lado de grandes falhas de borda (e.g. monte TAG (Rona et al., 1986)), c) no alto das encostas do Rift Valley, hospedados<br />
em rochas ultramáficas (e.g., Logatchev (Batuev et al., 1994)), d) em deslocamentos não-transformantes (e.g. Rainbow, (Charlou et al.,<br />
2002)) e e) fora do eixo, em inside-corner- highs (e.g. Lost City, (Kelley et al., 2005)). No presente trabalho buscamos detalhar a metodologia<br />
usada para identificar as principais estruturas presentes na área do Projeto de Prospecção e Exploração de Sulfetos Polimetálicos<br />
da Cordilheira Mesoatlântica – PROCORDILHEIRA. Para o levantamento da batimetria multifeixe foi utilizado o ecobatímetro SEABAT<br />
7150 de 12 kHz da TELEDYNE RESON, instalado a bordo da embarcação R/V Ocean Stalwart, durante o ano de 2012.<br />
A área de pesquisa estende-se por aproximadamente 2000 km de comprimento por 50 km de largura, em média, perfazendo uma<br />
área total de aproximada de 100.000 km 2 de eixo de cordilheira que está sendo pesquisada. Após o processamento dos dados de batimetria<br />
multifeixe, pelo software CARIS HIPS and SIPS, foram gerados os mapas batimétricos, os de backscattering e os de declividade.<br />
A partir destes produtos foram interpretadas as principais estruturas presentes no ambiente das dorsais mesoceanicas, que podem<br />
estar associados à ocorrência de sítios<br />
hidrotermais ativos, o mapeamento das<br />
estruturas foi feito a partir da geração<br />
de perfis perpendiculares ao centro de<br />
espalhamento da cordilheira mesoceanica,<br />
para tanto marcamos as principais<br />
escarpas de falhas e picos de máximas<br />
declividades durante a definição das<br />
estruturas rúpteis e delimitamos as superfícies<br />
suavizadas com estrias perpendiculares,<br />
delimitando os ocean´s core<br />
complex (OCC). O mapa de declividade<br />
adensou as escarpas de falhas paralelas<br />
à dorsal mesoceanica e os perfis leste-oeste<br />
da batimetria e do backscattering,<br />
puderam detalhar o eixo da dorsal, inclusive<br />
os deslocamentos de 2ª ordem. A<br />
área de pesquisa está dividida em nove<br />
seguimentos, por apresentarem em suas extremidades, falhas transformantes e falhas não transformantes de 2ª ordem. Em nossa interpretação<br />
preliminar, foram delimitadas as zonas neovucânicas no Rift Valley, as estruturas associadas ao vulcanismo recente (cones<br />
vulcânicos), as grandes falhas de bordas dos Rift Valley, as falhas não transformantes de 2ª ordem, os OCC`s e as falhas transformantes<br />
de 1ª ordem. Todas essas estruturas que foram interpretadas nessa fase do projeto, darão suporte para as associações que serão feitas<br />
com os dados de oceanografia física e química, que foram levantados em cruzeiros de pesquisa posteriores, para assim tentarmos localizar<br />
as possíveis fontes hidrotermais ativas.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
HIDROTERMALISMO, TECTÔNICA, OURO<br />
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Atualmente, a CPRM - Serviço Geológico<br />
do Brasil detém 332 processos de direitos minerários<br />
ativos no DNPM, os quais constituem 30<br />
projetos referentes a 14 bens minerais distribuídos<br />
pelo país. Dentre eles, o carvão mineral tem<br />
seu portfólio constituído por 210 alvarás de pesquisa.<br />
A grande maioria possui relatórios finais<br />
aprovados pelo DNPM e estão localizados nos<br />
estados de Santa Catarina (quatro alvarás) e Rio<br />
Grande do Sul (206 alvarás). No final da década<br />
de 1970 e início da década de 1980, por demanda<br />
do PME - Plano de Mobilização Energética,<br />
a CPRM executou trabalhos de mapeamento<br />
Resultado modelagem do depósitos de carvão de Morungava-Chico Lomã<br />
geológico, sondagem e sísmica de reflexão e de<br />
refração em diversas escalas nos depósitos de carvão conhecidos desses estados. No âmbito dos projetos de reavaliação do patrimônio<br />
mineral da CPRM, os dados dessa pesquisa foram resgatados, validados e uma nova modelagem geológica 3D realizada.<br />
Neste trabalho são apresentados os resultados da reavaliação dos depósitos de Morungava-Chico Lomã e Santa Terezinha<br />
(78 alvarás de pesquisa, que somam 138.172,68 hectares), adjacentes entre si e localizados no centro-leste do Rio Grande do Sul.<br />
Para a modelagem geológica dos depósitos e respectiva estimativa de recursos foram utilizados 237 furos de sondagem (total de<br />
75.358,02 metros) e 280 ensaios de “afunda-flutua”. Todas as informações litológicas e analíticas dos furos de sondagem e mapas<br />
foram resgatadas e organizadas em banco de dados. Estas informações foram posteriormente integradas com os dados geofísicos<br />
disponíveis, resultando em seções estratigráficas que mostram a distribuição lateral e vertical das camadas.<br />
A partir desses dados elaborou-se o modelo geológico tridimensional e estimou-se a qualidade e a quantidade de carvão<br />
in situ, através do software Strat3D. A soma destes recursos em todos os depósitos, considerando-se uma espessura de<br />
carvão contido na camada maior do que 0,5 metros, alcançou 2,5 bilhões de metros cúbicos de carvão contido e 3,9 bilhões<br />
de metros cúbicos considerando-se a camada total. Cerca de 70% do carvão concentra-se nas duas principais camadas, denominadas<br />
CL4 e CL6. Os principais parâmetros de qualidade da amostra total e da fração com densidade maior do que 1,85 g/<br />
cm3 para todas as camadas modeladas, indicam que o carvão desses depósitos apresenta potencial para carvão energético<br />
e, mediante beneficiamento, para coque.<br />
Um fator limitante à explotação do depósito a céu aberto é que menos de 1% desses recursos encontra-se em profundidades<br />
menores do que 50 metros. No depósito de Morungava Chico-Lomã o carvão encontra-se a profundidades que variam entre 50 e<br />
470 metros, enquanto no depósito de Santa Terezinha apresentam-se em profundidades entre 450 e 960 metros. Com base no trabalho<br />
desenvolvido pela CPRM é reconhecido o potencial para a exploração de novos depósitos de carvão mineral no Sul do país,<br />
tanto a céu aberto, quanto, principalmente, por meio de lavras subterrâneas. Não deve ser descartada também a possibilidade de<br />
estudo do potencial para acumulação de gás metano associado às camadas de carvão (CBM).<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
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Carvão Mineral, Modelagem 3D, CPRM.<br />
20 21
TRABALHOS<br />
CONVIDADOS
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DOS GEOSSÍTIOS DO PROJETO:<br />
GEOPARQUE GUARITAS - MINAS DO CAMAQUÃ/RS<br />
Autores: Peixoto, C.A.B. 1 ; Schobbenhaus, C. 1 Saldanha D. L. 2<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil; 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul/ CEPSRM<br />
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
PALEOPROTEROZOIC TERRANES IN THE BRAZILIAN SHIELD:<br />
CRUSTAL EVOLUTION AND METALLOGENY<br />
Autor: Evandro L. Klein<br />
CPRM-Serviço Geológico do Brasil – Divisão de Geologia Econômica<br />
A proposta do projeto Geoparque Guaritas - Minas do Camaquã esta localizado na região central do Estado do Rio Grande<br />
do Sul, com área de 2.951 km2 e abrange em quase sua totalidade a cidade de Caçapava do Sul e parcialmente os municípios de<br />
Bagé, Lavras do Sul e Santana da Boa Vista. A área do geoparque esta inserida na porção noroeste do Escudo Sul-rio-grandense,<br />
província geológica com exposições<br />
de rochas metamórficas, plutônicas<br />
vulcânicas e sedimentares do Neoproterozóico<br />
ao Cambriano. A diversidade<br />
litológica, associada com os processos<br />
tectônicos e erosivos, conforma<br />
e condiciona a topografia da região,<br />
formando uma paisagem geológicogeomorfológica<br />
particular e distinta,<br />
o que caracteriza um geoecossistema<br />
diferenciado dentro do bioma Pampa.<br />
Mapa geológico e de localização dos geossítios da Proposta Geoparque Guaritas<br />
- Minas do Camaquã/RS<br />
A região do Pampa é um dos seis<br />
biomas existentes no Brasil e ocorre<br />
apenas no estado do Rio Grande do<br />
Sul, ocupando uma área de 178.243<br />
km2 correspondente a 63% do território<br />
estadual. O Pampa apresenta diversificada<br />
e rica biodiversidade e geodiversidade<br />
que esta associada a um<br />
diferenciado patrimônio cultural. Para<br />
a caracterização ambiental da área<br />
proposta para geoparque foi realizado<br />
mapeamento e cadastramento de<br />
trinta geossítios com o uso de equipamento<br />
receptor do sistema de posicionamento global (GPS), registros fotográficos e filmagens com V.A.N.T. (veículos aéreos<br />
não tripulados). Utilizou-se, ainda, imagens de satélite<br />
Landsat 8 e os programas ENVI 5.1 e GoogleTM Earth Pro para avaliar, analisar e interpretar o<br />
estado de conservação ambiental dos geossítios e sua área de entorno. Os resultados obtidos, a partir do levantamento de<br />
campo e da etapa de geoprocessamento, demonstraram que a área do geoparque apresenta boas condições de preservação<br />
e conservação ambiental. Nesta área não foram observadas intervenções por projetos de silvicultura ou por obras de infraestrutura<br />
de grande porte como: Barragens, Linhas de Alta Tensão, Projetos Eólicos, Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s).<br />
O cenário paisagístico com uma diversificação de elementos geológicos como: afloramentos rochosos, campo de matacões,<br />
cerros e coxilhas, morros testemunhos, cascatas, grutas e tocas e cavas de mineração como a mina Uruguai nas Guaritas, associados<br />
ao bioma Pampa e à cultura da região, que registra lendas e relato de guerras e batalhas, são atributos diferenciados<br />
para viabilizar o projeto Geoparque. Desta forma, os resultados da caracterização ambiental poderão subsidiar programas<br />
de geoconservação dos sítios geológicos e das paisagens que compõem o valioso patrimônio geológico existente no Pampa<br />
Gaúcho, bem como contribuir para o desenvolvimento sustentável das comunidades locais através do geoturismo.<br />
Most of the Pre-Cambrian terranes of the Brazilian Shield (Fig. 1) formed during the Paleoproterozoic Era (2.5 to 1.6 Ga) in<br />
response to a variety of rock-forming processes operating in accretionary and collisional orogenies and in taphrogenic events.<br />
Siderian rocks (2.5-2.3 Ga) are present as limited granite-greenstone assemblages in the Amazonian Craton (AC); in extension-related<br />
(taphrogenic) sequences from several areas, such as dike swarms, mafic-ultramafic complexes, intraplate granite-syenite<br />
suites and possibly in cratonic covers; and in accretionary/collisional orogens of the São Francisco Craton (SFC); in<br />
high-grade complexes within the Rio de la Plata Craton; and in the basement of the Neoproterozoic Borborema, Brasília and<br />
Mantiqueira belts. Little is known about the metallogeny of this period.<br />
The Rhyacian (2.3-2.05 Ga) witnessed the most voluminous crustal growth in Brazil, which is loosely termed as, and/or confused<br />
with, the Transamazonian cycle. The rocks occur in major accretionary (±collisional) belts within the AC and SFC, in more<br />
or less preserved cratonic fragments (São Luís,<br />
Luiz Alves), and as discontinuous and reworked<br />
blocks in the basement of Mesoproterozoic and<br />
Neoproterozoic mobile belts. TTG and arc-related<br />
magmatic suites, metasedimentary and metavolcano-sedimentary<br />
(~greenstone belts) sequences<br />
are the main rock associations. At the end of<br />
the period, widespread mantle input, probably<br />
following collision events (and often high-grade<br />
metamorphism), is recorded by several mafic-ultramafic<br />
complexes, alkaline rocks and mantlederived<br />
granitoids. In response to large crustal<br />
growth, metallogenic events were also expressive.<br />
About one third of the orogenic gold, and worldclass<br />
sedimentary iron deposits were deposited in<br />
Left: Precambrian terranes in Brazil; Right: Paleoproterozoic terranes in Brazil.<br />
Rhyacian metavolcano-sedimentary sequences, rivaling the Archean greenstone belts, whereas Sn-Ta deposits formed in association<br />
with S-type granites and chromite deposits occur in mafic-ultramafic complexes towards the end of the period. Gold-bearing<br />
placer deposits apparently formed in rift and/or foreland basins in the beginning and at the end of the Rhyacian.<br />
The Orosirian (2.05-1.80 Ga) evolution differs from the preceding and following periods. In the AC, Tapajós-Parima is a long,<br />
predominantly plutono-volcano (accretionary?) belt, whose evolution is highly debatable. A striking feature of this belt is the recurrent<br />
felsic (±intermediate) volcanism that took place in three or four episodes (more or less coeval with collision plutonism in<br />
the northern portion of the belt) and that culminated with the formation of the large Uatumã LIP, with coeval as A-type granites<br />
occurring in the eastern AC. In the SFC, the collisional Contendas-Mirante belt was followed by granitic magmatism. Mantle manifestations<br />
include chromitite- and Fe-Ti-V-bearing mafic-ultramafic complexes, uraniferous syenite and the intrusion of the first<br />
carbonatite complex in South America. The siliciclastic, Au-U-diamond-bearing Roraima basin establishes as the first large cratonic<br />
cover in the AC. The polymetallic (intrusion-related? IOCG?), and Au-PGE mineralizations in Carajás; gold in Tapajós and Alta Floresta;<br />
and Sn-F-REE-I associated with anorogenic granites are important metallogenic characteristics of the Orosirian period.<br />
The Statherian (1.80-1.60 Ga) is characterized by the accretionary Rondonia-Juruena belt in the AC, including volcano-sedimentary<br />
successions hosting polymetallic mineralization, and by widespread anorogenic/taphrogenic events, which are represented<br />
by felsic magmatism, continental and marine sedimentary basins (Espinhaço), and the intrusion of felsic to mafic dikes.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
GEOSSÍTIO; GEOPARQUE; PAMPA.<br />
KEYWORDS: CRUSTAL EVOLUTION, PALEOPROTEROZOIC, METALLOGENESIS<br />
24 25
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
DO PALEOARQUEANO PRECOCE AO NEOARQUEANO TARDIO: A MAIS<br />
LONGA HISTÓRIA ACRESCIONÁRIA JÁ REPORTADA NO BRASIL<br />
Autores: Silva, L.C 1 , 2 , Pedrosa-Soares, A.C. 3<br />
1<br />
CPRM, Superintendência Regional de Belo Horizonte; 2 Professor Convidado do Programa de Pós-Graduação da UERJ, Rio de Janeiro;<br />
3<br />
Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais.<br />
A obtenção dos primeiros dados geocronológicos U-Pb no domínio mais setentrional do segmento SW do CSF em Minas Gerais<br />
(Porteirinha DPT), além da compilação de 240 análises de outros domínios arqueanos no mesmo estado (Guanhães DGU, Belo Horizonte<br />
DBH e Campos Gerais DCG) bem como em domínios contíguos na Bahia (Gavião DGV e Sobradinho DSB), revelou a mais longa<br />
e complexa história acrescionária e metamórfica já reportada no Brasil, estendendo-se entre ca. 3400 Ma e ca. 2500 Ma (Silva et.<br />
al. 2016, Journal of South American Earth Sciences. 68, p.50-67). A comparação do timing dos eventos acrescionários paleoarqueanos<br />
nesses terrenos mostra no “Período Paleoarqueano Precoce” (3600-3350 Ma) uma distribuição bimodal assimétrica para a geração<br />
do magmatismo TTG, com 12 ocorrências reportadas no DGV e apenas uma no DPT (devido à datação de apenas uma mostra. Relativamente<br />
ao “Paleoarqueano Tardio” (3350-3200 Ma), foram assinalados 12 registros, sendo 8 no DGV e 4 no DBH. Por outro lado, no<br />
“Mesoarqueano Precoce” (3200-3000 Ma) foram registradas 15 análises no DBH contra apenas 4 do DGV. Já no “Mesoarqueano Tardio”<br />
(3000-2800 Ma) foram compiladas<br />
15 amostras no DBH, além<br />
de outras 4 no DGU e 4 no DCG.<br />
Entretanto, os registros acrescionários<br />
mais divergentes nos segmento<br />
NW (BA) e SW (MG) do CSF<br />
referem-se ao “Neoqueano Precoce”<br />
(2800-2750 Ma), o qual conta<br />
com 17 ocorrências de ortognaisses<br />
TTG já obtidas no DBH contra<br />
apenas uma (1) no DGV. Relativamente<br />
ao “Neorqueano Tardio”<br />
(2750-2500 Ma), constituído por<br />
granitóides-K pouco deformados<br />
e ortognaissificados, foi constatada<br />
uma distribuição extensiva<br />
de idades de cristalização no DBH<br />
(28), além de uma (1) ocorrência<br />
no DGU e outra (1) no DPT. A pesquisa<br />
também revelou evidências<br />
robustas de 4 fases distintas de<br />
overprinting metamórfico arqueano.<br />
O Gnaisse Porteirinha, com idade de cristalização de 3371±6 Ma, obtida em núcleos preservados de zircões magmáticos, forneceu<br />
também o mais antigo registro metamórfico obtido (em rochas metaígneas) no Brasil (M1), 3145±24 Ma calculado no intercepto<br />
superior de sobrecrescimentos metamórficos da população de zircões magmáticos, enquanto o intercepto inferior forneceu uma<br />
idade robusta (11 spots) embora menos precisa de 678±86 Ma, indicativa de perda de Pb* durante um segundo episódio de abertura<br />
do sistema isotópico, atribuído a um estágio de recristalização em fácies anfibolito, relacionado ao pico da recristalização<br />
metamórfica durante a colisão para NW do Cinturão Araçuaí sobre sua antiga margem cratônica (Complexo Porteirinha). Outros<br />
resultados metamórficos arqueanos, incluem uma idade “Mesoarqueana Precoce” de 2856±24 Ma (MA2), obtida em um gnaisse<br />
TTG polimetamórfico do DBH, com idade de cristalização de 2895±17 Ma. Entretanto, as idades metamórficas mais abundantes (5)<br />
são Neoarqueanas, distribuídas calculadas entre ca. 2790 a ca. 2600 Ma (MA3), obtidas em ortognaisses Mesoarqueanos com idades<br />
de cristalização entre ca. 2895 e ca. 2925 Ma, no DBH.<br />
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
ESTRUTURAS IGNEAS EM DERRAMES VULCÂNICOS: APLICAÇÃO<br />
NA PESQUISA DOS JAZIMENTOS DE GEMAS DA FRONTEIRA OESTE<br />
DO RIO GRANDE DO SUL<br />
Autores: Bergmann, M. 1 ; Lopes, W. R. 1 ; Ilha, L. M. 2 ; Parisi, G. N. 1 ; Rocha, P. G. 1 .<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil ; 2 UNIPAMPA –Universidade Federal do Pampa<br />
O Projeto Modelo Prospectivo para Ametista e Ágata na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul faz parte do programa ARIM - Áreas<br />
de Relevante Interesse Mineral da CPRM - Serviço Geológico do Brasil. O distrito gemológico Los Catalanes do Uruguai é limítrofe ao<br />
Brasil, e porta jazidas de classe mundial de gemas (ágata e ametista) em geodos. Os jazimentos, da ordem de km2, são atribuídos a três<br />
derrames de rochas basálticas, contínuos no território brasileiro como parte do Fácies Alegrete da Formação Serra Geral da Bacia do Paraná.<br />
No lado brasileiro depósitos e ocorrências<br />
de ágata são explorados em regime de garimpo.<br />
A similaridade litoestratigráfica e das paragêneses<br />
de geodos e rochas encaixantes, além da ampla<br />
extensão lateral dos depósitos, apontam para um<br />
distrito mineiro comum aos dois países.<br />
Embora comporte mapeamento geológico<br />
em busca de novas ocorrências, o projeto da<br />
CPRM optou por focar inicialmente a arquitetura<br />
dos depósitos, como observados nas amplas<br />
exposições das lavras uruguaias, em busca de<br />
padrões que pudessem direcionar os trabalhos<br />
de pesquisa nos garimpos brasileiros. Nas minas<br />
uruguaias a laje que é a zona produtora de grandes<br />
geodos (ZP) corresponde ao topo da zona<br />
central dos derrames, e apresenta 2,5-3m de espessura.<br />
É sobreposta por uma típica brecha de<br />
topo de derrame (BT), por sua vez subjacente a<br />
Padrão de domos e bacias obtido com caminhamento elétrico no garimpo do Coronel Prado<br />
Lima. O método foi selecionado com base nas relações observadas nas lavras do Uruguai<br />
entre estruturas ígneas características da compartimentação do derrame produtor, como<br />
laje produtora (alto resistivo), brecha de topo de derrame e e zona de disjunção placóide<br />
superposta, esta última invariavelmente alterada quando sub-aflorante, e com resposta de<br />
baixo resistivo. Os resultados permitiram indicar a embocadura de trabalhos exploratórios<br />
para geodos de ametista em garimpos do lado brasileiro.<br />
um nível de intensa disjunção horizontal na rocha basáltica, que promove a rápida alteração das rochas, denominado no trabalho Zona<br />
de Disjunção Placóide Horizontal (ZDPH). Na região de embocadura das galerias foi observado um arranjo peculiar entre estes elementos,<br />
que consiste em domos do conjunto ZP+BT, onde tanto a BT como a ZDPH superposta mostram-se delgadas, enquanto entre os<br />
domos da laje produtora a ZDPH conforma bacias de até 11 m de espessura, com geodos de ametista menores e menos abundantes.<br />
O arranjo dômico pode ser observado nas lavras Santinho (produtora dos maiores geodos do Uruguai); Las Delícias e Lorenzelli,<br />
com diâmetros de 30-80 m. A depender do derrame a ZDPH se configura como capa dos depósitos de ametista, e usualmente<br />
é a zona produtora de geodos de ágata. Dada à permeabilidade dos alteritos da ZDPH foi selecionado o método geofísico de caminhamento<br />
elétrico com grid e espaçamento entre eletrodos adequado ao levantamento de áreas selecionadas nos garimpos Vivi<br />
e Coronel, produtores de ágata no Brasil. Os perfis de caminhamento elétrico evidenciaram uma envoltória com padrão “caixa de<br />
ovos” para a laje abaixo da zona de disjunção placóide que porta geodos de ágata lavrados com retro-escavadeira nos garimpos.<br />
Os intervalos de alta condutividade discriminam o nível de solo e a ZDPH, e têm espessura coerentes com a profundidade<br />
esperada para a zona não-condutiva produtora de ametista, laje já atingida em alguns pontos no Garimpo do Vivi. Também o<br />
tamanho dos domos e bacias modelados em três dimensões é compatível com as lavras uruguaias. A validação deste modelo<br />
deverá ocorrer por escavações mais profundas nos garimpos, e também pelo desmonte da laje em pontos já demarcados no<br />
terreno, em busca de grandes geodos de ametista.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Paleoarqueano precoce, Metamorfismo Mesoarqueano,<br />
Complexo Porteirinha<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
JAZIMENTOS DE GEMAS EM GEODOS, ESTRUTURAS DE DERRAMES<br />
vULCÂNICOS, FÁCIES ALEGRETE DA FORMAÇÃO SERRA GERAL<br />
26 27
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
CARACTERIZAÇÃO DE UM BASALTO DA FÁCIES CAMPOS NOVOS DA<br />
FORMAÇÃO SERRA GERAL QUANTO AO POTENCIAL PARA EMPREGO<br />
COMO ROCHA PARA REVESTIMENTO<br />
Autores: Bergmann, M. 1 ; Gonzatti, C. 2 ; Provenzano, C. A. 1<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil ; 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul<br />
No mercado internacional de rochas destinadas a revestimento é conhecida a grande demanda por variedades escuras a negras,<br />
sendo o “granito filoneano negro” do Uruguai um bom exemplo desta demanda. Embora lavrada em corpos do tipo diques altamente<br />
fraturados, em função do aspecto estético esta rocha alcança colocação especial no mercado, viabilizando lavras com aproveitamento<br />
tão baixo quanto 15%, e permitindo o talhe de blocos de dimensão a partir de 1 m³, enquanto dimensões de blocos para teares pequenos<br />
convencionais ficam entre 8 e 10 m³. A homogeneidade das feições estéticas e a facilidade de afeiçoamento (corte e polimento)<br />
conferem potencial elevado a rochas vulcânicas como basaltos e dacitos, em particular para emprego em superfícies externas e contínuas,<br />
uma vez que a cor fechada das primeiras é<br />
pouco indicada para revestimentos internos.<br />
Por outro lado, estruturas ígneas e tectônicas<br />
como juntas colunares, planares e falhas dificultam<br />
a obtenção de blocos coerentes em corpos<br />
geológicos do tipo derrame. O projeto da CPRM<br />
“Geologia e Recursos Minerais da Folha Três Passos-RS/SC<br />
1:100.000” mapeou quatro fácies de<br />
composição basáltica na Formação Serra Geral. A<br />
Fácies Campos Novos, caracterizada pela intensa<br />
cor negra das rochas, ocorre na região de Barra<br />
do Guarita-RS em derrames com disjunção colunar<br />
métrica a sub-métrica, localmente pouco fraturados.<br />
Como avaliação preliminar do potencial<br />
desta rocha foi encaminhada amostra para ensaio<br />
tecnológico na CIENTEC-RS. Obteve-se a determinação<br />
dos principais índices físicos, coeficiente<br />
Trabalho de campo<br />
de dilatação térmica, alterabilidade e resistência<br />
ao desgaste, ao impacto e à compressão uniaxial,<br />
sendo a petrografia conduzida pela CPRM. Os resultados demonstram que os índices físicos, massa aparente seca (média de 2934 kg/<br />
m³), porosidade (1,1%) e a absorção aparente (0,4%), são compatíveis com os resultados dos granitos para revestimento, enquanto<br />
o desgaste Amsler atingiu 2,3 mm (percurso de 1000 m). A resistência à flexão – método 3 pontos atingiu valores de 13,1-17,4 MPa,<br />
superiores à performance dos granitos. Também os valores obtidos para compressão uniaxial (134,3 a 213,4 MPa), o coeficiente de<br />
dilatação térmica linear (7,6 10-3 mm/m ºC) e o ensaio de resistência ao impacto de corpo duro (0,35m) situaram a rocha dentro das<br />
especificações para rochas silicatadas (ABNT NBR 15844/2010).<br />
A petrografia permitiu a avaliação da sanidade da rocha, que apresenta pequeno percentual de domínios com textura de devitrificação,<br />
estando relativamente preservada de hidrotermalismo (argilização). Os resultados da caracterização tecnológica da rocha<br />
basáltica, apresentados no trabalho da CPRM na Folha Três Passos, ressaltam o potencial das rochas da Fácies Campos Novos para uso<br />
como rocha ornamental. As informações aportadas pelo Mapa Geológico e pelo relatório final do projeto apontam para várias formas<br />
de ocorrência que favorecem a extração de blocos de pequenas dimensões, a partir de derrames relativamente espessos, que apresentam<br />
disjunção colunar de porte métrico a sub-métrico; derrames delgados (espessura inferior a 30 m), que são isentos de juntas colunares<br />
e por fim corpos do tipo dique, desde que situados em domínios de terreno não afetados pelas estruturas tectônicas. A situação<br />
geográfica destes prospectos pode ser determinada com a consulta ao Mapa Geológico.<br />
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
ROCHAS COM POTENCIAL PARA REMINERALIZAÇÃO E CORREÇÃO<br />
DE ACIDEZ DE SOLOS NA PARTE OESTE DA REGIÃO VITIVINÍCOLA<br />
CAMPANHA, RS, BRASIL<br />
Autores: Bergmann, M. 1 ; Hoff, R. 2 ; Silveira, C.A.P. 3 ; Cruz, M.T.P. 4 .<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil ; 2 Embrapa Uma e Vinho, Bento Gonçalves, RS; 3 Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS ;<br />
4<br />
Universidade do Vale do Rio dos Sinos, RS.<br />
O uso de rochas para remineralização e correção<br />
de acidez de solos no escopo das práticas agrícolas da<br />
vitivinicultura ainda é pouco difundido no Rio Grande<br />
do Sul. Na Região Vitivinícola Campanha (RVC) o setor<br />
do vinho tem buscado desenvolver e implantar uma indicação<br />
geográfica para vinhos de alta qualidade, por<br />
meio de projeto coordenado pela Embrapa Uva e Vinho<br />
em cooperação com a Rede RECIVITIS/SIBRATEC/MCTI.<br />
A RVC está em parte contida na área levantada pela<br />
CPRM no projeto “Agrominerais da Bacia do Paraná do<br />
Rio Grande do Sul”, que aporta dados de litoquímica, mineralogia,<br />
petrografia, DRX e MEV na caracterização de<br />
rochas com potencial de uso em rochagem.<br />
O projeto da CPRM é focado nas rochas vulcânicas da<br />
Formação Serra Geral da Bacia do Paraná, representadas<br />
na região da fronteira oeste do RS pela Fácies Alegrete,<br />
conjunto de derrames de composição andesítica a<br />
basáltica, dentre os quais os derrames Catalán e Cordillera<br />
comportam espessas brechas de topo cimentadas<br />
por calcita, com quantidades subordinadas de zeolitas.<br />
O trabalho da CPRM e Embrapa Uva E Vinho indicou basaltos disponíveis<br />
como finos de britagem em lavras da região de Santana do Livramento<br />
e Quarai e Rosário do Sul. As rochas são apropriadas para fertilização e<br />
correção de solos de vinhedos da Região Vitícola da Campanha, que se<br />
encontram implantados sobre argissolos ácidos de baixa fertilidade. Foto<br />
Embrapa Uva e Vinho: vinhedos próximos do Cerro Palomas, Santana do<br />
Livramento, RS.<br />
Dentre as rochas disponíveis como finos de britagem em lavras de agregados destacam-se o basalto andesítico da Pedreira Capilheira<br />
em Santana do Livramento e o basalto da Mineração Aprato, próximo a Rosário do Sul, em corpos do tipo sill, além do basalto<br />
da Pedreira Santa Rita, junto à cidade de Quaraí. Como a grande maioria das rochas da Formação Serra Geral, estas não apresentam<br />
qualquer restrição quanto a Elementos Potencialmente Tóxicos (EPT), cumprem o critério da Soma de Bases para comercialização<br />
de remineralizadores de solos (IN MAPA 05/2016 e 06/2016), apresentando (K2O+CaO+MgO) entre 14 e 17% e caracterizando-se<br />
como fontes potenciais de Ca e Mg, além de portarem os micronutrientes Cu, Ni, Zn, V e Cr.<br />
As brechas de topo dos derrames Catalán e Cordillera podem atingir espessuras de 7 m e seu conteúdo de calcita é usualmente elevado,<br />
traduzindo-se em teores de CaO da ordem de 12-19%, MgO 3-6,4% e sendo igualmente portadoras de Cu, Co, V e Zn, este último em<br />
quantidades superiores à média dos basaltos. Os clastos de basalto amigdaloide que constituem a fábrica das brechas são ricos em materiais<br />
devitrificados, o que favorece sua reatividade em solos e assegura a presença de argilominerais da família das esmectitas, minerais<br />
com elevada capacidade de trocas catiônicas (CTC). Embora as brechas não estejam disponíveis enquanto sub-produtos ou descartes de<br />
mineração, elas apresentam uma notável continuidade lateral (da ordem de dezenas de km), sendo eventualmente sub-aflorantes em<br />
patamares de relevo, a serem investigados enquanto terrenos com potencial para a vitivinicultura.<br />
A viticultura em Santana do Livramento e Rosário do Sul ocorre sobre solos arenosos pobres em nutrientes, sendo predominantemente<br />
Neossolos Quartzarênicos desenvolvidos sobre arenitos, que poderiam ser beneficiados pela correção de acidez. Também o clima<br />
sazonalmente comporta períodos de severo déficit hídrico, o que aponta para a propriedade de uso de materiais que possam reter umidade<br />
para as plantas, favorecendo a neoformação de argilas 2:1 no solo.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Rocha Ornamental, Basalto, Folha Três Passos 1:100.000 CPRM<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Remineralização de Solos, Vitivinicultura, Basaltos<br />
28 29
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
FLOGOPITITOS ASSOCIADOS ÀS MINERALIZAÇÕES DE ESMERALDA<br />
DE CAMPO FORMOSO E PINDOBAÇU (BA): FONTES DE POTÁSSIO<br />
PARA REMINERALIZAÇÃO DE SOLOS<br />
Autores: Bergmann,M. 1 ; Blaskowski, A. E. 1 ; Camargo,M. A. 1 ; Silveira, C.A.P. 2 ; Simas, M. W. 1 ; Cavalcante, A.O. 1 .<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil ; 2 Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, Brasil.<br />
O Projeto Agrominerais da Região de Irecê-Jaguarari-BA, desenvolvido pela CPRM para a CODEVASF, indicou os flogopititos<br />
das lavras de esmeralda da região de Campo Formoso e Pindobaçu como fontes de K e Mg para remineralização de solos. Os<br />
flogopititos foram caracterizados por litoquímica, petrografia e DRX semi-quantitativo como rochas com 94% a 98% de flogopita,<br />
filossilicato que pode portar 10% de K2O e quantidades de MgO superiores a 20%. Por fatores ligados à estrutura cristalina, a<br />
flogopita é um mineral capaz de disponibilizar o íon potássio no solo com maior facilidade do que minerais como os feldspatos<br />
potássicos, tectossilicatos resistentes ao intemperismo.<br />
Os flogopititos podem ser considerados ainda fontes de multinutrientes, disponibilizando Mg, Fe e Si, além dos micronutrientes<br />
Mn, Mo e V. As rochas pesquisadas atendem ao critério de Soma de Bases da legislação brasileira para remineralizadores<br />
de solo (IN MAPA 05 e 06/2016), têm K2O+MgO+CaO entre 27,64 e 31,45% e enquadram-se nos limites das normas quanto a Elementos<br />
Potencialmente Tóxicos. A mineração de esmeralda baiana é operada no regime de cooperativa garimpeira (Cooperativa<br />
Mineral da Bahia-CMB), pelo método de lavra subterrânea, com acesso à camada mineralizada a partir de pits e galerias. A atividade<br />
vem se adequando às exigências minerárias do DNPM e ao controle do impacto ambiental.<br />
O rejeito gerado por mais de 100 frentes de lavra, disposto em encostas a partir da boca dos pits, forma extensas pilhas nos vales<br />
e dentro da zona urbana das pequenas localidades garimpeiras, onde a disposição organizada dos descartes se impõe para a obtenção<br />
do status de Associações Produtivas Locais (APL Mineração). Uma peculiaridade das relações de trabalho nos garimpos favorece a<br />
obtenção de um agromineral fonte de K, e envolve a faiscação, atividade desenvolvida por contingente de mulheres de baixa renda,<br />
denominadas de “quijilas”, no ambiente dos garimpos de esmeralda.<br />
Como litologia encaixante das esmeraldas, os blocos<br />
de flogopititos são recolhidos dentre outras rochas dos rejeitos<br />
e fragmentados pelas “quijilas” à procura de gemas<br />
pequenas. A destinação a contêineres e o posterior recolhimento<br />
dos materiais envolvidos na faiscagem pode ser<br />
organizada, permitindo a recuperação dos flogopititos,<br />
que constituem em média 15% do volume das pilhas, com<br />
teores de K2O entre 9,44 e 10,86 %, e agregando um sub<br />
-produto à produção dos garimpos.<br />
O trabalho da CPRM abrangeu oito das lavras mais<br />
expressivas da região, e caracterizou as rochas disponíveis<br />
nas pilhas, entre elas várias com potencial para rochagem<br />
ou correção de acidez em solos, pelos teores relevantes de<br />
K, Mg, Ca e micronutrientes (flogopita-talco-tremolita xistos,<br />
serpentinitos, esteatitos e tremolita-actinolita xistos).<br />
São apresentados percentuais e cálculo aproximado dos Camada de flogopititos aflorando abaixo de quartzito<br />
volumes disponíveis de cada uma das litologias, a partir de<br />
estimativas de campo e de informações aportadas pelos<br />
garimpeiros e técnicos da CMB. Amostras de vários litotipos foram selecionadas para ensaios de validação agronômica, e junto a outras<br />
rochas fontes de nutrientes pesquisadas pelo projeto na região de Irecê-Jaguarari serão destinadas ao uso na remineralização de solos<br />
do assentamento da CODEVASF Baixio de Irecê.<br />
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
RELAÇÕES EMBASAMENTO-COBERTURA E GEOCRONOLOGIA U-Pb<br />
EM ZIRCÃO NAS REGIÕES DA VIGIA E JAÍBA-TORRINHAS, PORÇÃO<br />
SUL DO TERRENO TIJUCAS, CINTURÃO DOM FELICIANO, RS.<br />
Autores: Camozzato, E. 1,2 ; Philipp, R.P. 3 ; Chemale Jr., F. 2<br />
1<br />
CPRM – Superintendência Regional de Porto Alegre; 2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/São Leopoldo – Escola<br />
Politécnica; 3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Instituto de Geociências<br />
O Terreno Tijucas, porção central do Cinturão Dom Feliciano, constitui uma unidade com forma alongada segundo N30ºE,<br />
cerca de 170 km de extensão e 10 a 30 km de largura, composta por rochas metavulcanossedimentares neoproterozoicas do<br />
Complexo Porongos, intercaladas com ortognaisses paleoproterozoicos dos Complexos Vigia e Encantadas. No extremo sul desse<br />
terreno, nas regiões da Vigia e Jaíba-Torrinhas, muitas unidades tinham posicionamento estratigráfico duvidoso ou não eram<br />
reconhecidas.<br />
Levantamentos geológicos e geocronológicos (pelo método U-Pb em zircão) permitiram: 1) a identificação de uma área<br />
dômica contendo a intercalação tectônica de rochas paleo- a neoproterozoicas, denominada Domo da Vigia; 2) o reconhecimento<br />
de eventos inéditos do Estateriano e Calimiano; e 3) o posicionamento estratigráfico dos ortognaisses de Jaíba-Torrinhas,<br />
intercalados em xistos do Complexo Porongos, como cronocorrelatos ao Complexo Encantadas. As relações estruturais e os resultados<br />
geocronológicos permitem conceber no final do Ciclo Brasiliano (~650 Ma) uma geologia desenvolvida em ambiente<br />
colisional continental de caráter transpressivo, gerando estruturas oblíquas, bem como referir a movimentação das zonas de<br />
cisalhamento dúctil até meados do Ediacarano (~600Ma). Aflorando a aproximadamente 50 km ao sudoeste do correlato Domo<br />
de Santana da Boa Vista, o Domo da Vigia constitui uma estrutura N30ºE com aproximadamente 55 km de eixo maior e 10 km<br />
de largura, expondo o embasamento cristalino entre litologias sedimentares da Bacia do Camaquã.<br />
Na área do domo foram identificados os ortognaisses do Complexo Vigia, o Metagranito Seival, o Anfibolito Tupi Silveira e as<br />
metassedimentares do Complexo Porongos. Esta última unidade ocorre como: a) uma estreita faixa de direção NNE, com aproximadamente<br />
18 km de extensão e
ANTIFORME CANDIOTA:<br />
A TERMINAÇÃO SUL DO TERRENO TIJUCAS, RS.<br />
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
Autores: Camozzato, E. 1,2 ; Philipp, R.P. 3 ; Chemale Jr., F. 2 ; Iglesias, C.M. da F. 1<br />
1<br />
CPRM – Superintendência Regional de Porto Alegre; 2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/São Leopoldo – Escola Politécnica;<br />
3<br />
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Instituto de Geociências.<br />
O levantamento geológico na escala 1:100.000 das folhas Passo São Diogo (SH.22-Y-C-IV) e Hulha Negra (SH.22-Y-C-1)<br />
pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM (Programa Geologia do Brasil), associado com projeto de pesquisa dos três primeiros<br />
autores sobre a evolução das coberturas metavulcanossedimentares do Escudo Sul-Rio-Grandense, permitiram detalhar o conhecimento<br />
disponível sobre as litologias do Complexo Porongos aflorantes no extremo sul do Terreno Tijucas (TTj), na região<br />
de Candiota. Este terreno apresenta forma alongada segundo a direção NE-SW, cerca de 170 km de extensão e entre 10 e 30 km<br />
de largura. Está limitado pelo leste, com os granitoides do Batólito Pelotas, pela Zona de Cisalhamento Transcorrente Dorsal de<br />
Canguçu; sendo recoberto pelo norte, sul e oeste por litologias sedimentares e vulcânicas das bacias do Camaquã e Paraná. O<br />
TTj é caracterizado pelas metavulcanossedimentares neoproterozoicas do Complexo Porongos e ortognaisses e metagranitos<br />
paleoproterozoicos dos complexos Encantadas e Vigia. Diversas estruturas antiformais regionais foram descritas no TTj, as quais<br />
são conhecidas, do norte em direção ao centro, como antiformes Capané, Serra dos Pedrosas e Godinho, esta última já ao sul do<br />
rio Camaquã.<br />
A Antiforme Candiota ocorre no extremo sul do TTj e constitui uma janela com aproximadamente 15 km de eixo NE-SW<br />
e 11 km NW-SE, em meio às litologias paleozoicas da Bacia do Paraná, onde estão expostos metassedimentos do Complexo Porongos<br />
intercalados com corpos lenticulares de metagranitos alcalinos a peralcalinos, miloníticos a ultramiloníticos, inclusos no<br />
Metagranito Candiotinha. Os furos de sondagem para carvão efetuados na região de Candiota pela CPRM estendem para sul-sudoeste<br />
a ocorrência dos metamorfitos de baixo a médio grau, sob a Bacia do Paraná. O núcleo da Antiforme Candiota é composto<br />
por filitos e xistos micáceos, com lentes de mármore calcítico a dolomítico; enquanto a porção externa é constituída por um<br />
espesso pacote de quartzitos com xistos subordinados, com injeções de metagranitoides alcalinos a peralcalinos (Metagranito<br />
Candiotinha).<br />
Uma exposição restrita de serpentinito (
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
BATÓLITO TORQUATO SEVERO E A COLAGEM DOS TERRENOS<br />
TAQUAREMBÓ E SÃO GABRIEL, RS.<br />
Autores: Camozzato, E. 1,2 ; Philipp, R.P. 3 ; Laux, J.H. 1 ; Chemale Jr., F. 2 ; Iglesias, C.M. da F. 1<br />
1<br />
CPRM – Superintendência Regional de Porto Alegre; 2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/São Leopoldo – Escola Politécnica;<br />
3<br />
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Instituto de Geociências<br />
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
MAPEAMENTO GEOLÓGICO E PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA<br />
1:100.000 NAS MICRORREGIÕES DE JAGUARÃO E DA CAMPANHA<br />
MERIDIONAL, FRONTEIRA BRASIL – URUGUAI.<br />
Autores: Camozzato, E. 1,2 ; Iglesias, C.M. da F. 1 ; Klein, C.1; Laux, J.H. 1<br />
1<br />
CPRM – Superintendência Regional dePorto Alegre; 2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/São Leopoldo – Escola Politécnica<br />
O Terreno Tijucas, porção central do Cinturão Dom Feliciano, constitui uma unidade com forma alongada segundo N30ºE,<br />
cerca de 170 km de extensão e 10 a 30 km de largura, composta por rochas metavulcanossedimentares neoproterozoicas do<br />
Complexo Porongos, intercaladas com ortognaisses paleoproterozoicos dos Complexos Vigia e Encantadas. No extremo sul desse<br />
terreno, nas regiões da Vigia e Jaíba-Torrinhas, muitas unidades tinham posicionamento estratigráfico duvidoso ou não eram<br />
reconhecidas.<br />
Levantamentos geológicos e geocronológicos (pelo método U-Pb em zircão) permitiram: 1) a identificação de uma área<br />
dômica contendo a intercalação tectônica de rochas paleo- a neoproterozoicas, denominada Domo da Vigia; 2) o reconhecimento<br />
de eventos inéditos do Estateriano e Calimiano; e 3) o posicionamento estratigráfico dos ortognaisses de Jaíba-Torrinhas,<br />
intercalados em xistos do Complexo Porongos, como cronocorrelatos ao Complexo Encantadas. As relações estruturais e os resultados<br />
geocronológicos permitem conceber no final do Ciclo Brasiliano (~650 Ma) uma geologia desenvolvida em ambiente<br />
colisional continental de caráter transpressivo, gerando estruturas oblíquas, bem como referir a movimentação das zonas de<br />
cisalhamento dúctil até meados do Ediacarano (~600Ma). Aflorando a aproximadamente 50 km ao sudoeste do correlato Domo<br />
de Santana da Boa Vista, o Domo da Vigia constitui uma estrutura N30ºE com aproximadamente 55 km de eixo maior e 10 km<br />
de largura, expondo o embasamento cristalino entre litologias sedimentares da Bacia do Camaquã.<br />
Na área do domo foram identificados os ortognaisses do Complexo Vigia, o Metagranito Seival, o Anfibolito Tupi Silveira e as<br />
metassedimentares do Complexo Porongos. Esta última unidade ocorre como: a) uma estreita faixa de direção NNE, com aproximadamente<br />
18 km de extensão e
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
GRANITOIDES CAMAQUÃ PELADO E LAJEADO: IDADE E CONTEXTO<br />
TECTÔNICO, ARCO SÃO GABRIEL, RS<br />
Autores: Laux, J.H. 1 ; Camozzato, E. 1,2 ; Chemale Júnior, F. 2 ; Philipp, R.P. 3 ; Sander, A. 1,2<br />
1<br />
CPRM – Superintendência Regional de Porto Alegre; 2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/São Leopoldo – Escola Politécnica;<br />
3<br />
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS/Porto Alegre – Instituto de Geociências.<br />
Neste trabalho serão apresentadas as idades dos granitoides Camaquã Pelado e Lajeado e o seu contexto no âmbito do<br />
Arco São Gabriel (ASG). Os dados aqui apresentados foram obtidos em amostras coletadas no mapeamento geológico da folha<br />
Lagoa da Meia Lua (1:100.000) pela CPRM. Os granitoides estão localizados na parte nordeste desta folha e os cristais de zircão<br />
foram analisados por LA-ICP-MS, na UnB.<br />
O Escudo Sul-Rio-Grandense está compartimentado em quatro unidades geotectônicas: os terrenos Taquarembó, São Gabriel<br />
(TSG), Tijucas e o Batólito Pelotas. O TSG, onde está inserido o ASG, pode ser subdividido em cinco grandes unidades: rochas<br />
metamórficas e granito-gnáissicas do Complexo Cambaí (TTG) (890-690 Ma); sequências vulcanossedimentares do Cinturão Metamórfico<br />
Vacacaí (760-720 Ma); Complexo Ofiolítico Cerro Mantiqueiras (930-800 Ma); magmatismo sin a tardicolisional (720-<br />
680 Ma) e; magmatismo pós-colisional (600-540 Ma). O evento pós-colisional gerou dois tipos de granitos, um com afinidade<br />
cálcico-alcalina a shoshonítica e outro alcalina, associados ou não a vulcânicas cronocorrelatas.<br />
De maneira geral, a medida que um arco/segmento está sendo construído, provoca nos arcos/segmentos mais antigos<br />
um magmatismo tardi a pós-colisional, assim como parte dos arcos/segmentos mais antigos participam como fonte, junto com<br />
sedimentos e crosta oceânica, para os novos arcos/segmentos, gerando arcos mais evoluídos. Desde o trabalho que caracterizou<br />
a presença de um arco juvenil no Rio Grande do Sul, o ASG, muitos dados isotópicos e geocronológicos foram acrescentados<br />
e modelos propostos. Conjugando todos estes dados, o ASG pode ser dividido em três diferentes arcos e/ou segmentos, com<br />
características geoquímicas e idades distintas, que podem ser denominados, de sul para norte, como: Passinho, Lagoa da Meia<br />
Lua e Vila Nova.<br />
As idades das suítes TTGs de cada arco/segmento são, respectivamente, ao redor de 890, 720 e 720-690 Ma. As características<br />
geoquímicas das suítes TTGs variam desde adaquíticas, mais comuns no segmento/arco Passinho, até de arcos mais evoluídos<br />
nos segmentos/arcos mais a norte. Dentro deste contexto são aqui apresentadas as idades do sienogranito Camaquã Pelado<br />
(CP), que forma corpos alongados de direção NW, constituído por k-feldspato, quartzo, muscovita e biotita; e do monzogranito<br />
Lajeado (ML) que é composto por quartzo, k-feldspato, plagioclásio e muscovita.<br />
O CP apresenta uma idade de 690±3 Ma, que é equivalente, em idade, ao Granito Sanga do Jobim, que foi caracterizado<br />
como um granito sintectônico, mostrando que este segmento/arco já estava estabelecido, enquanto que nesta idade está<br />
sendo formada uma suíte TTG no arco/segmento Vila Nova. O ML apresenta uma idade de 641±4,5 Ma e não possui um correspondente<br />
em idade e características em nenhum outro segmento do ASG, apresentando idades próximas as encontradas<br />
no limite entre o Terreno Tijucas e Batólito Pelotas. A idade do ML abre a possibilidade para algumas conjecturas a respeito<br />
da evolução do ASG, o que poderiam explicar a colocação de um granitoide com características colisionais no limite atual<br />
dos segmentos Lagoa da Meia Lua e Vila Nova, enquanto que em outras partes do TSG novas rochas eram geradas, como o<br />
Batólito Torquato Severo (neste evento).<br />
PALAVRAS-CHAVE: ARCO SÃO GABRIEL, SIENOGRANITO CAMAQUÃ PELADO, MONZOGRANITO LAJEADO.<br />
36
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
RIODACITOS VÍTREOS E SEMIVÍTREOS DA FORMAÇÃO SERRA<br />
GERAL MINERALIZADOS COM AMETISTA NO RS: POTENCIAL<br />
PARA REMINERALIZAÇÃO DE SOLOS<br />
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
CARACTERIZAÇÃO DE UM BASALTO DA FÁCIES CAMPOS NOVOS<br />
DA FORMAÇÃO SERRA GERAL QUANTO AO POTENCIAL PARA<br />
EMPREGO COMO ROCHA PARA REVESTIMENTO<br />
Autores: Bergmann, M. 1 ; Juchem, P. L. 2 ; Cruz, M.T.P. 3 .<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil ; 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 3 Universidade do Vale do Rio dos Sinos.<br />
Autores: Bergmann, M. 1 ; Gonzatti, C. 2 ; Provenzano, C. A. 1<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil ; 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul<br />
Os remineralizadores de solo são rochas ou minerais cominuídos capazes de fornecer macro e micronutrientes para as<br />
plantas, bem como melhorar as condições físicas ou físico-químicas dos solos. No Brasil os remineralizadores foram reconhecidos<br />
como insumos para a agricultura através da Lei nº 12.890/2013 e as Instruções Normativas números 5 e 6 de 14 de março<br />
de 2016 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, completaram o processo de regulamentação destes produtos,<br />
especificando as garantias mínimas de soma de bases (K2O+CaO+MgO) e os limites de elementos potencialmente tóxicos (EPT).<br />
Isto abre a possibilidade de comercialização de produtos desenvolvidos a partir de rochas que contém nutrientes alocados em<br />
minerais capazes de disponibilizá-los para o solo.<br />
Dentro deste quadro, determinadas rochas disponíveis em pilhas de descarte de mineração são passíveis de serem classificadas<br />
como remineralizadores, agregando valor à atividade minerária e minimizando os problemas causados pela disposição<br />
de rejeitos. As jazidas de ametista do Rio Grande do Sul ocorrem predominantemente em basaltos, mas nas regiões de Caxias do<br />
Sul, Progresso, Nova Bréscia e Fontoura Xavier são conhecidos depósitos dessa gema encaixados em riodacitos vítreos que são<br />
associados a rochas hipocristalinas afaníticas a afíricas. As jazidas são explotadas por atividade garimpeira intermitente, como<br />
complemento da agricultura familiar. As sucessivas etapas de retomada dos garimpos geram pilhas desorganizadas, que, no<br />
entanto, têm volume expressivo, já que a atividade conta com algumas décadas.<br />
Este trabalho tem por objetivo caracterizar química e petrograficamente as rochas envolvidas nas lavras de gemas em<br />
rochas ácidas, quanto ao seu potencial como remineralizadores de solos. Dentre 30 rochas analisadas, quatro cumprem o critério<br />
da Soma de Bases (SB) K2O+CaO+MgO>9%, apresentando valores entre 9 e 10% e teores de K2O bastante expressivos (3,6 a 9%).<br />
Essas rochas têm percentuais variados de CaO (0,63-4,34%) e MgO (0,32-2,14%) e podem ser consideradas mais propriamente<br />
como fontes de K, portando também os micronutrientes Si, Cu e Zn. Todas as amostras apresentam EPT dentro dos limites propostos<br />
na referida normatização e o caráter vítreo a hipocristalino destes litotipos agrega um grande potencial de reatividade<br />
em solos. Análises de bancos de dados litoquímicos revelam que são bastante raras as rochas de afiliação ácida da Formação<br />
Serra Geral que apresentam SB>9%,.<br />
Neste sentido, várias rochas vitrofíricas presentes ou intercaladas nos derrames mineralizados contam com teores de K2O<br />
entre 3,5 e 5%, e SB em torno de 8%, o que abre a possibilidade de composição de misturas com outros tipos de rochas para<br />
atender este critério. Como a menor quantidade de minerais ferromagnesianos implica em teores baixos de MgO nos riodacitos,<br />
indica-se a blendagem de pós de rocha de composição basáltica como forma de se obter um agromineral equilibrado enquanto<br />
fonte de K, Ca e Mg. As restrições ao uso destes materiais podem estar ligadas ao conteúdo de quartzo, mineral inerte limitado<br />
pela norma em 25%, sendo que a baixa cristalinidade das rochas torna difícil a sua estimativa. O emprego destas e de outras<br />
rochas em práticas agrícolas deve ser validado por testes agronômicos que comprovem sua eficiência.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
REMINERALIZAÇÃO DE SOLOS; RIODACITOS; LAVRAS DE AMETISTA<br />
No mercado internacional de rochas destinadas a revestimento é conhecida a grande demanda por variedades escuras a<br />
negras, sendo o “granito filoneano negro” do Uruguai um bom exemplo desta demanda. Embora lavrada em corpos do tipo diques<br />
altamente fraturados, em função do aspecto estético esta rocha alcança colocação especial no mercado, viabilizando lavras com<br />
aproveitamento tão baixo quanto 15%, e permitindo o talhe de blocos de dimensão a partir de 1 m³, enquanto dimensões de blocos<br />
para teares pequenos convencionais ficam entre 8 e 10 m³. A homogeneidade das feições estéticas e a facilidade de afeiçoamento<br />
(corte e polimento) conferem potencial elevado a rochas vulcânicas como basaltos e dacitos, em particular para emprego<br />
em superfícies externas e contínuas, uma vez que a cor fechada das primeiras é pouco indicada para revestimentos internos.<br />
Por outro lado, estruturas ígneas e tectônicas como juntas colunares, planares e falhas dificultam a obtenção de blocos<br />
coerentes em corpos geológicos do tipo derrame. O projeto da CPRM “Geologia e Recursos Minerais da Folha Três Passos-RS/SC<br />
1:100.000” mapeou quatro fácies de composição basáltica na Formação Serra Geral. A Fácies Campos Novos, caracterizada pela<br />
intensa cor negra das rochas, ocorre na região de Barra do Guarita-RS em derrames com disjunção colunar métrica a sub-métrica,<br />
localmente pouco fraturados. Como avaliação preliminar do potencial desta rocha foi encaminhada amostra para ensaio tecnológico<br />
na CIENTEC-RS. Obteve-se a determinação dos principais índices físicos, coeficiente de dilatação térmica, alterabilidade e<br />
resistência ao desgaste, ao impacto e à compressão uniaxial, sendo a petrografia conduzida pela CPRM.<br />
Os resultados demonstram que os índices físicos, massa aparente seca (média de 2934 kg/m³), porosidade (1,1%) e a absorção<br />
aparente (0,4%), são compatíveis com os resultados dos granitos para revestimento, enquanto o desgaste Amsler atingiu 2,3<br />
mm (percurso de 1000 m). A resistência à flexão – método 3 pontos atingiu valores de 13,1-17,4 MPa, superiores à performance<br />
dos granitos. Também os valores obtidos para compressão uniaxial (134,3 a 213,4 MPa), o coeficiente de dilatação térmica linear<br />
(7,6 10-3 mm/m ºC) e o ensaio de resistência ao impacto de corpo duro (0,35m) situaram a rocha dentro das especificações para<br />
rochas silicatadas (ABNT NBR 15844/2010).<br />
A petrografia permitiu a avaliação da sanidade da rocha, que apresenta pequeno percentual de domínios com textura de<br />
devitrificação, estando relativamente preservada de hidrotermalismo (argilização). Os resultados da caracterização tecnológica<br />
da rocha basáltica, apresentados no trabalho da CPRM na Folha Três Passos, ressaltam o potencial das rochas da Fácies Campos<br />
Novos para uso como rocha ornamental. As informações aportadas pelo Mapa Geológico e pelo relatório final do projeto apontam<br />
para várias formas de ocorrência que favorecem a extração de blocos de pequenas dimensões, a partir de derrames relativamente<br />
espessos, que apresentam disjunção colunar de porte métrico a sub-métrico; derrames delgados (espessura inferior a 30<br />
m), que são isentos de juntas colunares e por fim corpos do tipo dique, desde que situados em domínios de terreno não afetados<br />
pelas estruturas tectônicas. A situação geográfica destes prospectos pode ser determinada com a consulta ao Mapa Geológico.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Rocha Ornamental, Basalto, Folha Três Passos 1:100.000 CPRM<br />
38 39
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESTRATIGRAFIA E A PALEONTOLOGIA<br />
DA FOLHA SANTA MARIA/RS (1:100.000)<br />
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
OS LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS E GEOFÍSICOS DO BRASIL:<br />
AVANÇOS E PERSPECTIVAS<br />
Autores: Godoy, M.M.; Kischlat, E.-E<br />
1<br />
CPRM – Superintendência Regional de Porto Alegre<br />
Autor: Reginaldo Alves dos Santos<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil<br />
O mapeamento da Folha Santa Maria na escala 1:100.000 abrange parte da porção central do estado do Rio Grande do Sul,<br />
limitada entre os meridianos 54º00’ W e 53º30’ W e os paralelos 30º00’ S e 29º30’ S. Desde a década de 1970, a região tem sido alvo<br />
de estudos e mapeamentos geológicos em diferentes escalas, sendo que maioria dos levantamentos teve foco na organização<br />
litoestratigráfica regional, com importante apoio de dados paleontológicos do período Triássico.<br />
O Serviço Geológico do Brasil – CPRM, a partir do ano de 2007, iniciou a cartografia geológica da região com o mapeamento<br />
da Folha Agudo, e posteriormente, Geoparque Quarta Colônia/RS e Folha Sobradinho. O início desses trabalhos foi baseado<br />
no conceito de estratigrafia de sequências, mas durante a conclusão da Folha Santa Maria, optou-se pela litoestratigrafia do<br />
Grupo Rosário do Sul para a definição do período Triássico da coluna geológica.<br />
A principal razão para a mudança foi à dificuldade de correlação entre as duas “fácies” litológicas triássicas antes reconhecidas<br />
para o Membro Alemoa com as duas cenozonas (i.e., Hyperodapedon e Dinodontosaurus) também reconhecidas para este<br />
mesmo Membro. Diferentes interpretações estratigráficas e paleontológicas indicam que a Cenozona Dinodontosaurus tanto<br />
poderia estar sobreposta ao Membro Passo das Tropas, quanto, alternativamente, sotoposta. Nesta última hipótese, o Membro<br />
Passo das Tropas estaria entre dois pacotes litológicos reconhecidos como sendo o Membro Alemoa, mas somente diferenciáveis<br />
pelos respectivos fósseis-guia (Dinodontosaurus no pacote sedimentar sotoposto, Hyperodapedon no pacote sedimentar<br />
sobreposto). Uma terceira hipótese seria o questionamento da própria correlação desses arenitos como compondo um evento<br />
estratigráfico único para o Membro Passo das Tropas, o que explicaria as diferentes interpretações da posição do arenito como<br />
sotoposto, sobreposto, ou intercalado ao Membro Alemoa.<br />
Na Folha Santa Maria a presença da Cenozona Dinodontosaurus foi inconclusiva. Caso seja sotoposta ao Membro Passo<br />
das Tropas, não estaria preservada, caso seja sobreposta, não foi, até o momento, detectada (i.e., sem o registro de Dinodontosaurus,<br />
seu fóssil-guia, e na exclusão de Hyperodapedon). Futuramente, trabalhos de campo com foco na prospecção de fósseis,<br />
serão conduzidos na região visando o melhor entendimento da correlação entre os modelos lito e bioestratigráficos correntes.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Santa Maria, Cenozonas, Dinodontosaurus.<br />
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) vem executando, desde 2003, um amplo programa de levantamentos geológicos<br />
básicos em todo o Brasil, que permitiram um grande avanço no conhecimento geológico e ampliando as oportunidades<br />
de novos investimentos minerais no país. O processo da retomada dos levantamentos geológicos foi acompanhado de um<br />
programa ambicioso de levantamentos aerogeofísicos, com prioridade na Região Amazônica, onde até recentemente permaneciam<br />
os chamados “vazios cartográficos”. Esses levantamentos, realizados pelos métodos magnetométrico e gamaespectrométrico<br />
de alta resolução, com linhas de voo com espaçamento de 500 metros, já recobriram mais de 90% da área dos<br />
terrenos cristalinos do Brasil.<br />
Desde então foram produzidos 341 mapas geológicos, disponibilizados no site da CPRM, sendo 285 na escala de 1:100.000,<br />
desenvolvidos pela própria CPRM ou através de parcerias com diversas Universidades, e 50 mapas na escala 1:250.000 (prioritariamente<br />
na Amazônia), além de 6 mapas na escala 1:50.000.<br />
Na busca de oferecer ao país cada vez mais oportunidades para o desenvolvimento do setor mineral, em 2015 a CPRM<br />
elaborou duas novas estratégias para a geração e disponibilização de produtos cartográficos de qualidade com maior rapidez,<br />
estabelecendo-se como meta principal a priorização de áreas já reconhecidamente mineralizadas, ou áreas com conhecimento<br />
geológico muito baixo mas com ambientes geológicos potenciais para depósitos minerais. Foram estabelecidas, então, duas<br />
ações para alcançar estes objetivos: uma delas voltada para a integração e reavaliação de dados nas principais províncias minerais<br />
brasileiras (Ação “Áreas de Relevante Interesse Mineral-ARIMs”). Como exemplos temos os projetos Carajás, Tapajós, Quadrilátero<br />
Ferrífero, Seridó, etc.; a outra ação está voltada para a integração de dados e mapeamento geológico sistemático em<br />
áreas geologicamente pouco conhecidas, mas com associações lito-estruturais importantes (Ação “Levantamentos Geológicos<br />
e Potencial Mineral de Novas Fronteiras”). Nesta ação estão os projetos Rio Maria, Sudeste de Rondônia, Alto Moxotó, Chorrochó<br />
-Macururé, Oeste de Goiás, etc. Em todos os projetos os dados de campo são levantados com detalhe da escala 1:100.000, e os<br />
produtos preliminares apresentados no final de 2015 são Mapas de Integração Geológica, onde a interpretação dos dados dos<br />
levantamentos aerogeofísicos tiveram um papel fundamental no avanço do conhecimento geológico, na formulação de novos<br />
modelos evolutivos e no melhor entendimento do controle das mineralizações. Foram selecionadas áreas prioritárias para estudos<br />
de maior detalhe em 2016.<br />
Outros produtos cartográficos recentemente desenvolvidos pela CPRM são os Mapas de Integração-Geofísica-Geológica,<br />
escala 1:250.000, que visam agregar valor aos levantamentos aerogeofísicos de alta resolução, com seleção de áreas anômalas<br />
para cheque de campo. Estes mapas são escolhidos prioritariamente na Região Amazônica, em áreas de difícil acesso ou sem<br />
programação prevista para mapeamentos geológicos a curto e médio prazos. São disponibilizados para os usuários no prazo<br />
máximo de 01 ano, e já foram concluídos e disponibilizados 12 desses mapas.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
MAPEAMENTO GEOLÒGICO, LEVANTAMENTO AEROGEOFÍSICO.<br />
40 41
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
RELAÇÕES<br />
INSTITUCIONAIS<br />
42 43
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS<br />
APLICATIVO GEOSSIT – NOVA VERSÃO<br />
Autores: Rocha, A.J.D. 1 ; Lima,E. 1 ; Schobbenhaus, C. 1<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil<br />
A CPRM desenvolveu o aplicativo Geossit, destinado ao<br />
inventário, qualificação e avaliação quantitativa de Geossítios<br />
e de Sítios da Geodiversidade, em nível nacional. O referido<br />
aplicativo é de livre consulta e foi estruturado originalmente<br />
segundo as metodologias de BRILHA (2005) e GARCIA-<br />
CORTÉS & URQUÍ (2009). Recentemente, o aplicativo passou<br />
a adotar a metodologia e conceitos de BRILHA (2015), com<br />
adaptações, o que tornou necessário modificar os critérios de<br />
avaliação quantitativa, incluindo o valor científico, potencial<br />
uso educativo e turístico e o risco de degradação.<br />
A identificação de um geossítio deve passar pelo reconhecimento<br />
da presença dos seguintes critérios: representatividade,<br />
integridade, raridade e conhecimento científico.<br />
Os geossítios representam as ocorrências in situ de partes<br />
da geodiversidade de alto valor científico que, em conjunto<br />
com as correspondentes ocorrências ex situ (coleções de<br />
museu) constituem o Patrimônio Geológico. Um local de interesse<br />
geológico é considerado geossítio de relevância nacional<br />
quando, durante a avaliação por esse aplicativo, seu<br />
valor científico é igual ou maior que 200 e de relevância internacional<br />
quando esse valor for igual ou maior que 300.<br />
Aplicativo visa realizar o inventário, qualificação e avaliação<br />
quantitativa de Geossítios no Brasil<br />
Existem outros representantes da geodiversidade que não apresentam valor científico significativo, mas são importantes<br />
recursos para a educação ou para o turismo. Estes, quando encontrados in situ, são denominados Sítios da Geodiversidade<br />
ou, quando encontrados ex situ, são referidos como Elementos da Geodiversidade. Essas ocorrências são consideradas<br />
como de interesse nacional quando o potencial uso educativo ou turístico tem valor igual ou maior que 200. Valores<br />
menores que 200 caracterizam Sítios da Geodiversidade de importância regional ou local, com interesse na área de um geoparque<br />
ou em contextos similares.<br />
O acesso ao aplicativo é possível mediante solicitação à CPRM. Inicialmente, o preenchimento é visível somente para o<br />
autor que, entretanto, pode solicitar uma verificação que, quando satisfatória, possibilita que a descrição se torne pública e a<br />
senha perca a validade.<br />
Esse aplicativo, elaborado inicialmente com o propósito de ser utilizado nos trabalhos do Projeto Geoparque, também<br />
passará a ser utilizado nos trabalhos da SIGEP.<br />
O Brasil tem uma das maiores geodiversidades do mundo, por ter elementos que representam praticamente toda a história<br />
geológica do planeta, desde os primórdios até os tempos atuais. Somente uma pequena parte da geodiversidade – parcelas especiais<br />
que constituem locais-chave para o entendimento da história, da dinâmica e da vida na Terra desde a sua formação – deve ser<br />
preservada para futuras gerações e tem valor relevante para justificar a implementação de estratégias de geoconservação.<br />
É esperado que o aplicativo Geossit desempenhe, com a colaboração da comunidade geológica, um papel importante na<br />
seleção dos geossítios que constituírão o banco de dados do patrimônio geológico do Brasil e que, consequentemente, deverão<br />
ser objetos de preservação.<br />
Cooperação Internacional em Geotecnologia<br />
na CPRM – Serviço Geológico do Brasil<br />
Autores: Coutinho, M.G. da N., Jacques, P.D., Lima. J. B.de, Gonçalves, J.H., Pimentel, J.<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil<br />
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS<br />
A cooperação internacional, instrumento fundamental da política externa brasileira, tem sido praticada pela CPRM como<br />
forma de absorver e disseminar conhecimento, em beneficio do bem-estar da população, de forma sustentável. Em Geotecnologia,<br />
destacam-se as ações: (i) OneGeology - iniciativa dos serviços geológicos do mundo - conduzida pelo British Geological<br />
Survey – BGS, de tornar acessível no Portal OneGeology sediado no Bureau de Recherches Geológiques et Minières – BRGM,<br />
França, mapas geológicos do mundo e outros dados geocientíficos, de diferentes natureza de forma harmonizada globalmente.<br />
A acessibilidade via web aos dados permite intercâmbio e uso das informações geocientíficas, facilita a pesquisa, visualização e<br />
compartilhamento de dados geológicos espaciais, organizados em estrutura de banco de dados única, harmonizado e padronizado<br />
em linguagem GeoSciML v.4.0, e conexão de metadados.<br />
Na pesquisa on line os dados são disponibilizados no padrão Commission for the Management and Application of Geosciences<br />
Information, segundo modernas e avançadas técnicas de TI, em software livre. A CPRM disponibiliza o acervo do<br />
GEOBANK (129 Gb), sistema de sua propriedade, permitindo acessibilidade aos Mapas Geológico e Hidrogeológico do Brasil<br />
no Portal OneGeology (http://portal.onegeology.org/OnegeologyGlobal/ ), em conexão com as informações de metadados da<br />
Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais – INDE. (ii) O Sistema de Informações Águas Subterrâneas – SIAGAS, sendo a CPRM<br />
titular dos direitos de propriedade intelectual, é um software utilizado para tratamento dos dados geocientíficos em hidrogeologia,<br />
visando fornecer informações com acurácia aos perfuradores de poços, gestores e tomadores de decisões de diferentes<br />
níveis gerenciais sobre recursos hídricos subterrâneos.<br />
A base SIAGAS contém 274.500 poços distribuídos<br />
no território nacional. O SIAGAS foi viabilizado<br />
com base na Cooperação Brasil-Canadá,<br />
financiado pela Canadian Internacional Cooperation<br />
Agency (CIDA), inserido no Projeto Água<br />
Subterrânea no Nordeste do Brasil (PROASNE<br />
-BRASIL), e desenvolvido pelo Geological Survey<br />
of Canada e CPRM, segundo o contrato firmado<br />
com a Waterloo Hydrogeologic Inc., hoje Schlumberger,<br />
objetivando a formatação do SIAGAS web<br />
e do aplicativo de gerenciamento de dados de<br />
água subterrânea. (iii) O Sistema “Data Management<br />
and Prediction Mapping of Geological Hazards<br />
and Mineral Potential” de cadastramento de<br />
dados, aplicado em: (a) reconhecimento de áreas Mapa Geológico do Brasil, harmonizado em GeoSciMl, padrão OneGeology<br />
de riscos geológicos gerados por eventos extremos<br />
de deslizamentos (land-slide) ou de inundações<br />
(flood); e (b) delimitação de áreas potencialmente mineralizadas, foi viabilizado com base na Cooperação Brasil-Coréia do<br />
Sul, transferido para a CPRM pelo Korea Institute of Geoscience and Mineral Resources– KIGAM. A aplicação do sistema permitiu<br />
a elaboração de mapas de previsão, em escala regional, de áreas de suscetibilidade (vulnerabilidade) à movimento de massa em<br />
Angra dos Reis, RJ, e em áreas potencialmente mineralizadas para ouro, na Província Mineral do Tapajós, Amazônia, com acurácia<br />
de 89%. (iv) Com apoio da Agência Brasileira de Cooperação e suporte do PNUD a CPRM vem transferindo Geotecnologia para<br />
países sul-americanos e caribenhos, capacitando profissionais dos diversos serviços geológicos (ONRM/Cuba, GGCM/Guiana,<br />
GMD/Suriname), viabilizando e implantando sistemas em GIS: SIAGAS-Cuba e Mapa Geológico de Cuba; Mapa Geológico e da<br />
Geodiversidade na Área de Fronteira Brasil-Guiana; Mapas Geológico e da Geodiversidade na Área de Fronteira Brasil-Suriname.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
GEOSSIT, INVENTÁRIO, GEOSSÍTIO<br />
44 45
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS<br />
Litoteca Regional de Caçapava do Sul – possibilidades<br />
de acesso ao patrimônio geológico da CPRM<br />
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS<br />
RECUPERAÇÃO AMBIENTAL EM ÁREA IMPACTADA PELA MINERAÇÃO<br />
DE CARVÃO A CÉU ABERTO NO MINICÍPIO DE TREVISO SC<br />
Autores: Ana Claudia Viero 1 ; Raquel Barros Binotto 1 .; João Henrique Wustrow Castro 1 ; José Leonardo Silva Andriotti 1 ;<br />
Rommel da Silva Souza 2<br />
1<br />
CPRM – Superintendência Regional de Porto Alegre; 2 Residência de Porto Velho<br />
Autores: Invernizzi, A. L. 1 ; Capeletti, I. 1 ; Bellettini, V. P. 2 ; Galatto, S. L. 2 ; Pereira, J. L. 2<br />
1 CPRM – Serviço Geológico de Brasil; 2 IPAT/IPARQUE/UNESC - Instituto de Pesquisas Ambientais e Tecnológicas/Parque Científico e<br />
Tecnológico/Universidade do Extremo Sul Catarinense – Criciúma – SC;<br />
A Litoteca Regional (LIR) de Caçapava do Sul integra a Rede de Litotecas da CPRM – Serviço Geológico do Brasil que reúne<br />
10 unidades distribuídas em todas as regiões do país. A Rede tem por objetivo a preservação de todo acervo de materiais geológicos<br />
coletados ao longo da história da CPRM e sua implantação foi possível a partir da sua inclusão em ações do Programa<br />
de Aceleração do Crescimento – PAC, do Governo Federal, em 2009. Tem como foco a criação de centros descentralizados de<br />
ensino e pesquisa voltados para o treinamento e a reciclagem<br />
dos pesquisadores da instituição, o fortalecimento de parcerias<br />
com universidades e centros de pesquisa na formação de<br />
profissionais da área de geociências, o apoio ao desenvolvimento<br />
de trabalhos de pós-graduação e o fomento à pesquisa<br />
mineral. A proposta da Rede prevê o acondicionamento<br />
adequado e padronizado do acervo, a sua catalogação e alimentação<br />
em banco de dados, e disponibilização em instalações<br />
que permitam o fácil acesso a essas informações por<br />
usuários internos e externos.<br />
A consulta dos materiais geológicos do seu acervo<br />
permite a redução de custos na obtenção de novas informações,<br />
já que é possível reanalisar o material existente utilizando<br />
novas tecnologias analíticas. A LIR Caçapava do Sul está<br />
situada no município de mesmo nome, distante 260 km de<br />
Porto Alegre. O seu acervo é constituído por testemunhos<br />
Localização dos furos de sondagem do acervo da LIR Caçapava do Sul de sondagem, alíquotas geoquímicas e amostras de rocha.<br />
Os testemunhos de sondagem totalizam 248.348 metros de<br />
materiais. Compreendem o maior acervo do tipo na Rede de Litotecas, coletado em 1.664 furos de sondagem executados no<br />
âmbito de 41 projetos de pesquisa para carvão mineral, nos anos 70 e 80, nos estados do RS e SC. Este acervo se encontra hoje<br />
acondicionado em 53.017 caixas, das quais 37.195 são em PVC, de acordo com o padrão da Rede de Litotecas, enquanto as demais<br />
são de madeira, originais. As informações de posicionamento geográfico e internamente, na LIR, referentes a estes furos<br />
acondicionados em caixas novas se encontram alimentadas em banco de dados do aplicativo Litoteca, integrante do GEOBANK.<br />
O acervo de alíquotas geoquímicas engloba concentrados de bateia e frações de amostras de sedimentos de corrente,<br />
solo e pó de rocha. Totaliza 11.279 frascos acondicionados em 219 caixas reunindo material coletado por 23 projetos de mapeamento<br />
geológico e de pesquisa mineral. A organização deste acervo envolveu a consistência das informações das amostras, confecção<br />
de etiquetas novas e substituição dos frascos, pesagem dos frascos e organização dos mesmos em novas caixas de PVC.<br />
Por fim, as amostras de rocha (20.000) ainda não foram catalogadas que, juntamente com 30% das caixas de testemunhos de<br />
sondagem, compreende o passivo de organização do acervo. Apesar de estar instalada em um imóvel alugado provisoriamente<br />
e, portanto, sem toda a infraestrutura prevista para a sede definitiva, o acervo de testemunhos de sondagem é muito consultado<br />
por usuários internos e externos provenientes de instituições de pesquisa e ensino de graduação e pós-graduação, atendendo a<br />
um dos propósitos da Rede e contribuindo para a geração contínua de conhecimento geológico.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
LITOTECA, ACERVO GEOLÓGICO, TESTEMUNHOS DE SONDAGEM<br />
Por determinação do Ministério de Minas e Energia, em conjunto com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,<br />
a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/Serviço Geológico do Brasil (CPRM/SGB), foi designada para coordenar e executar<br />
os trabalhos de recuperação ambiental de áreas degradadas pela explotação de carvão mineral pertencente às empresas<br />
Treviso S/A e CBCA (Companhia Brasileira Carbonífera Araranguá) localizadas no Sul de Santa Catarina. O trabalho realizado<br />
pela (CPRM/SGB) visa atender a ação civil pública 93.8000533-4 de autoria do Ministério Público Federal. Serão apresentados os<br />
trabalhos que estão sendo realizados na obra da Área III – Rio Pio, pertencente à Carbonífera Treviso S.A, impactada pela mineração<br />
de carvão a céu aberto, com uma área de 117, 79 ha, localizada na sub-bacia dos rios Pio e Mãe Luzia, pertencentes à bacia<br />
hidrográfica do rio Araranguá.<br />
A obra de recuperação está sendo executada de acordo com o projeto executivo elaborado pelo IPAT - Instituto de Pesquisas<br />
Ambientais e Tecnológicas da UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense. Para realização da obra a CPRM/SGB<br />
contratou a empresa Colombo Retroterra LTDA, através de licitação pública. O prazo de vigência do contrato é de 48 meses.<br />
As obras iniciaram-se em março de 2016. Os trabalhos consistem em remodelamento da topografia por meio da movimentação<br />
do material estéril, instalação de drenagem<br />
e obras de arte, aterramento de cavas da mina a<br />
céu aberto, construção de solo, implantação da<br />
vegetação, tratamento das lagoas ácidas e isolamento<br />
da área.<br />
O Diagnóstico Ambiental contou com<br />
a análise de projetos existentes e principais interferências,<br />
levantamento topográfico, cadastro<br />
de propriedades e matrículas, caracterização dos<br />
meios físico, biótico e socioeconômico, além do<br />
levantamento arqueológico. No projeto executivo<br />
são abordados os aspectos ambientais que envolvem<br />
o desmonte, transporte e estocagem de<br />
material argiloso, projeto de construção do solo e<br />
de introdução da cobertura vegetal e, medidas de<br />
atração da fauna. Consta ainda o detalhamento<br />
do estudo hidrológico; projeto de remodelagem<br />
Área impactada Rio Pio<br />
topográfica; projetos de estradas e obras de arte;<br />
sistemas de drenagem; canais de desvio; planos<br />
de monitoramento da qualidade ambiental; recomendação para acompanhamento da obra; cronograma de execução; quantidade<br />
de materiais e previsão orçamentária; e mapas e plantas dos projetos.<br />
A compartimentação da área de estudo foi realizada de acordo com o tratamento a ser adotado para fins de reabilitação<br />
ambiental. A subdivisão da área considerou as características observadas em campo, com base nos laudos físico-químicos das<br />
amostras de estéril, o tipo de tratamento recomendado em função destas características e as recomendações de uso futuro.<br />
Devido a sua localização, as margens da SC 447 (Siderópolis/Treviso) e do interesse manifestado pelo poder público municipal e<br />
comunidade local, parte da área será reabilitada de forma a possibilitar o uso futuro para fins de instalação de atividades industriais<br />
e de equipamentos públicos, respeitando as Áreas de Preservação Permanente e Áreas destinadas à Reserva Legal.<br />
PALAVRAS-CHAVE: DIAGNÓSTICO AMBIENTAL, ÁGUA ÁCIDA DE MINA, REMODELAMENTO TOPOGRÁFICO<br />
46 47
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS<br />
“FAMÍLIA POSSIDÔNIO” – DOLINAS DE MORRO DO CHAPÉU-BA<br />
Autores: Santos, J.S.A 1 ; Santos, I.P.L. 1,2 ; Berbert-Born, M.L.C. 1 ,; Rocha, A. J. D. 1<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil; 2 Laboratório de Geologia Aplicada a Pesquisa Mineral. Universidade Federal da Bahia, UFBA.<br />
O “Buraco do Possidônio”, feição geomorfológica situada cerca de 15 km a sudoeste da cidade de Morro do Chapéu, centro<br />
norte do estado da Bahia, é uma grande dolina de colapso (150 metros de diâmetro x 30 metros de profundidade, com morfologia<br />
cilíndrica), formada em siltitos que estão sobrepostos a rochas carbonáticas integrantes da Formação Caboclo (Grupo Chapada<br />
Diamantina, Mesoproterozóico). Além dessa<br />
feição, atrativo natural bastante visitado na região,<br />
existem outras dezenas de dolinas de colapso e de<br />
subsidência, com diferentes dimensões e diversos<br />
estágios de desenvolvimento, dispostas segundo<br />
pequenos grupamentos num raio de 20 km ao sul<br />
da principal ocorrência (11º38’48”S 41º16’14”W).<br />
Ao fundo de algumas delas existem cavernas com<br />
salões amplos (dezenas de metros de altura e/ou<br />
largura) e galerias retilíneas em articulação labiríntica,<br />
desenvolvidas nos calcarenitos impuros subjacentes<br />
aos siltitos, cujas terminações encontram-se<br />
invariavelmente interrompidas seja por desmoronamento<br />
de blocos ou colmatadas por espessos<br />
depósitos sedimentares.<br />
Entre outras, citam-se as dolinas que demarcam<br />
as entradas da Gruta do Cristal (mais de<br />
4,5 km de galerias exploradas), o Buraco da Velha<br />
Duda (semelhante ao Possidônio, porém com<br />
ampla caverna somando 1 km de galerias conhecidas<br />
e 75 metros de desnível total), o Abismo da<br />
Ventania (fenda com 150 metros de desnível ao<br />
Buraco do Possidônio é uma feição geomorfológica provocada pela dissolução<br />
dos calcários da base e afundamentos dos siltitos superiores<br />
fundo de uma ampla uvala, alcançando o lençol freático), e o Buraco do Alecrim (um processo incipiente de dolinamento<br />
estabelecido numa pequena estrada não pavimentada, que determinou o seu bloqueio). Não ocorrem outros tipos de<br />
feições superficiais tipicamente cársticas, mas a presença dessas dolinas, em que pesem suas dimensões, morfologia, dinâmica,<br />
distribuição geográfica e condicionamento geológico, demonstra a existência de um carste subjacente bem desenvolvido<br />
e ativo, com controle litoestratigráfico, estrutural e hidrogeológico, sem equivalente no território nacional.<br />
Estudos mais detalhados envolvendo novas prospecções de feições de colapso, pesquisas paleontológicas dos depósitos<br />
cavernícolas, levantamentos hidrogeológicos sistemáticos e o emprego de métodos geofísicos (elétrico, eletromagnético,<br />
GPR, gravimétrico, sísmico) devem ser conduzidos com o objetivo de melhor caracterizar os fenômenos de carstificação – sua<br />
natureza, extensão e conectividade – compreender a evolução geomorfológica e ambiental da região e, sobretudo, nortear a<br />
implementação de obras de infraestrutura tais como represas, estradas, abertura de poços e a recente iniciativa de implantação<br />
de torres de energia eólica.<br />
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS<br />
UMA ABORDAGEM TECTÔNICA DO LINEAMENTO TOCANTINZINHO<br />
COM BASE NA GRAVIMETRIA POR SATÉLITE<br />
Autores: Vasquez; M.L.; Chaves, C.L; Ferreira M.V.; Amaral, J.A.F.<br />
CPRM – Superintendência Regional de Belém<br />
O Domínio Tapajós (DTJ) se localiza na parte central<br />
da Província Tapajós-Parima do Cráton Amazônico. O alinhamento<br />
dos principais depósitos de ouro deste domínio, segundo<br />
a direção NW-SE das zonas de cisalhamento transcorrentes,<br />
tem sido referido como Lineamento Tocantinzinho<br />
(LTCZ). Na maioria destes depósitos a mineralização aurífera<br />
e de sulfetos de metais base associados ocorre nos halos hidrotermais<br />
e em veios de quartzo hospedados em intrusões<br />
graníticas epizonais (
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS<br />
CONFECÇÃO E ADEQUAÇÃO DE BASES CARTOGRÁFICAS PARA<br />
CARTAS DE SUSCETIBILIDADE NO ESTADO DE SANTA CATARINA<br />
Autores: Ricardo Duarte de Oliveira 1 , Giana Grupioni Rezende 1 , Rui Arão Rodrigues 1 , Ademir Evandro Flores 1<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de Porto Alegre<br />
O projeto “Cartas Municipais de Suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de Massa e Inundação” objetiva cartografar<br />
áreas suscetíveis a movimentos gravitacionais de massa e inundaçãoem municípios brasileiros priorizados pelo Governo Federal.<br />
No âmbito deste projeto, são estruturados Sistemas de Informações Geográficas para cada município trabalhado. As bases cartográficas<br />
em escala 1:25.000 fazem parte deste SIG, sendo utilizadas para navegação em campo, adequação do tema cartografado<br />
à realidade e representação espacial dos dados observados em campo.<br />
Neste contexto, foram ajustadas e atualizadas bases cartográficas de diversos municípios catarinenses, conforme demanda<br />
da coordenação nacional do projeto na empresa. As fontes utilizadas contemplaram: o levantamento aerofotogramétrico do<br />
estado de Santa Catarina executado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (SDS-SC) no período de 2010-<br />
2012 na escala 1:10.000; a restituição aerofotogramétrica da hidrografia deste mesmo levantamento e escala; as bases cartográficas<br />
1:50.000 elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)/Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão<br />
Rural de Santa Catarina (Epagri); imagens RapidEye, de resolução espacial de cinco metros, do ano de 2012. A partir destas fontes<br />
foram extraídas e atualizadas as seguintes feições: hidrografia, sistema de transporte, energia e comunicação, localidades e limites<br />
municipais.<br />
A densidade de dados e as primitivas geométricas<br />
utilizadas seguiram as regras estabelecidas<br />
pela Infraestrutura Nacional de Dados<br />
Espaciais (INDE). Considerando a diversidade<br />
das fontes das bases de dados, com escalas e<br />
níveis de detalhamento variados, foram aplicados<br />
métodos alternantes de generalização para<br />
a escala 1:25.000 e ajuste das bases existentes.<br />
Em alguns casos, foi priorizada a vetorização e<br />
a reambulação a partir do ortofotomosaico e<br />
demais dados cartográficos vetoriais oficiais e/<br />
ou públicos para garantir uma boa representação<br />
gráfica e lógica de determinadas feições.<br />
Em outros, os dados públicos, tais como Google<br />
Earth e OpenStreetMap, foram úteis para a<br />
Modelo esquemático das bases cartográficas<br />
reambulação por serem consideravelmente dinâmicos,<br />
apesar do menor grau de confiabilidade das informações (reambulações de empresas não oficiais com fonte de dados<br />
desconhecida ou contribuição de usuários).<br />
Foram observadas as padronizações necessárias à boa utilização das bases geradas, levando em consideração a escala de<br />
trabalho e de publicação, fontes de dados, legibilidade dos dados, atributos e metadados e suas topologias. A estrutura de dados<br />
adotada seguiu o padrão de Estruturação de Dados Geoespaciais Vetoriais (EDGV) da INDE, conforme orientações da Divisão de<br />
Cartografia (DICART) da CPRM. Foram aplicadas regras de correção topológica às bases, estabelecidas pela DICART, contemplando<br />
sobreposições, falsos nós e conectividades de elementos. Concluído o processo de ajuste, atualização, correção topológica e<br />
validação junto à DICART, as bases foram disponibilizadas à equipe do projeto para utilização e composição do SIG, o qual será<br />
disponibilizado no site da CPRM para a comunidade técnico-científica.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
SIG, BASE CARTOGRÁFICA, CARTAS DE SUSCETIBILIDADE<br />
50
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS<br />
INTEGRADOR DE MAPAS E DOCUMENTOS DE PROJETOS<br />
DA CPRM – SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL<br />
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS<br />
PERFIL FÍSICO-QUÍMICO DAS ÁGUAS MINERAIS ANALISADAS<br />
PELO LAMIN NO RIO GRANDE DO SUL<br />
Autores: Ferreira, A.L 1 ; Jacques, P.D. 1 ; Dias, H.S. 1 ; Maia, S.M. 1 ; Gouvêa, S.B.S. 1 ; Cerdeira, E.S. 1 ; Simão, G.F. 1 ;<br />
Fernandes, L.F.R. 1 ; Carvalho, L.E.M. 1 e Paula, R. P. S. 1<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil<br />
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) desenvolveu um integrador de mapas e documentos com o objetivo de facilitar a<br />
procura por produtos gerados pelos projetos da instituição. O integrador foi desenvolvido usando um construtor de aplicativo<br />
web na tecnologia ESRI®, e está disponível via link Mapas e Projetos no site da CPRM (www.cprm.gov.br). Ao acessar o aplicativo<br />
é possível, através de uma única pesquisa, fornecer ao usuário três links de produtos distintos de um mesmo projeto,<br />
quer disponíveis no acervo da biblioteca ou do geoprocessamento.<br />
A biblioteca da CPRM (Divisão de Documentação Técnica) é responsável pela manutenção e disponibilização dos documentos<br />
relacionados aos projetos e seus respectivos autores por meio do Repositório Institucional de Geociências (RIGEO),<br />
reunindo em geral relatórios e mapas em formato pdf, armazenados em um banco de dados PostGres. A equipe de geoprocessamento<br />
(Divisão de Geoprocessamento) é responsável por manter, processar, armazenar e disponibilizar os dados vetoriais<br />
e raster, relacionados com o mapeamento das áreas de geologia, recursos minerais, geodiversidade e hidrogeologia, através<br />
do Sistema Geobank. O Geobank é um sistema de informação geológico baseado em banco de dados (Oracle) acessível por<br />
usuários de geociências.<br />
Ele permite consultar as bases de dados e efetuar pesquisa em mapas usando WebGIS (ArcGIS Server). É um sistema de<br />
banco de dados (afloramentos, recursos minerais, petrografia, geoquímica, geodiversidade, geocronologia, geofísica aérea,<br />
litologia, paleontologia, projetos, hidrogeologia), que envolve desde as aplicações de entrada de dados até as visualizações<br />
e disponibilizações de dados em WebGIS. Os usuários do aplicativo integrador de mapas e documentos de projetos podem<br />
fazer suas pesquisas por duas maneiras: por área geográfica ou por atributos do tema. Por área geográfica é uma pesquisa<br />
simples através da delimitação de um polígono (à mão livre) ou um retângulo sobre a área de interesse.<br />
Se o usuário escolher uma pesquisa por atributos do tema pode selecionar uma das opções: escala, assunto, nome<br />
do projeto, parte do nome do projeto, estado ou estados e escalar juntos. O resultado mostra o limite da área do projeto<br />
pesquisado com os links para download de arquivos vetoriais, documentos em PDF e conexão com o WebGIS. A solução foi<br />
desenvolvida para facilitar ao usuário a busca por produtos da CPRM, que estão armazenados em dois ambientes de bancos<br />
de dados distintos, com informações geocientíficas importantes, muitas das quais históricas, encaminhando diretamente aos<br />
dados. Os desafios existentes estão relacionados ao processo de alimentação dos dados que ainda não é automatizado.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
SERVIÇOS DE WEB, RIGEO, GEOBANK.<br />
Autores: Peixoto, A.C.B. 1 ; Senhorinho, E.M. 1 ; Gofferman, M. 1 ; Viero, A.C. 1<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil<br />
No âmbito da realização de pesquisas e da operação de envazadoras de água mineral, são necessárias análises laboratoriais<br />
periódicas para classificação e atestação da qualidade da água (Artigo 27 do Decreto Lei nº 7.841/1945 – Código de<br />
Águas Minerais). O LAMIN - Laboratório de Análises Minerais da CPRM – Serviço Geológico do Brasil, é o laboratório oficial<br />
designado para a realização destas análises conforme a Portaria 117_DNPM, de 17/07/1972. A partir de 2014 houve uma descentralização<br />
do serviço e o LAMIN passou a operar também a partir da Superintendência Regional de Porto Alegre, realizando<br />
os estudos in loco de águas minerais no estado do Rio Grande do Sul e em parte de Santa Catarina.<br />
Durante estes quase dois anos de operação, uma série de dados de análises físico-químicas de águas minerais foi registrada,<br />
fornecendo um perfil analítico das águas minerais e termais. O objetivo deste trabalho é a identificação de padrões<br />
de temperatura, pH, condutividade elétrica, radioatividade e carbonatos de acordo com as regiões onde os poços foram perfurados.<br />
Os dados de radioatividade são especialmente destacados, uma vez que não são medidas comumente realizadas e<br />
divulgadas. Um total de 67 poços e fontes de água mineral e 8 de águas termais foram estudados. Os resultados mostram uma<br />
relação estreita entre o pH e a forma como os compostos de carbono são encontrados. Como esperado, águas com pH mais<br />
ácidos apresentam CO2, pH neutros tendem a favorecer os bicarbonatos e, nos pH alcalinos, são encontrados carbonatos que,<br />
frequentemente, conferem sabor mais acentuado às águas.<br />
As águas com valores mais expressivos de radioatividade apresentam, normalmente, pH levemente ácidos (entre 5,9 e<br />
6,9) e estão situadas na região metropolitana de Porto Alegre. Nesta região, são encontradas litologias predominantemente<br />
graníticas pertencentes ao escudo cristalino. Alguns pontos com radioatividade significativa também foram encontrados<br />
na região de Caxias do Sul e proximidades, demonstrando provável anomalia para este parâmetro em rochas vulcânicas do<br />
Sistema Aquífero Serra Geral. As águas analisadas, excluindo as águas para fins termais, possuem temperatura na faixa de 17<br />
ºC a 32 ºC, no entanto, a grande maioria apresenta temperatura em torno de 20 ºC. As águas termais do estado, por sua vez,<br />
estão situadas nas faixas de temperatura entre 33 ºC e 45 ºC e são extraídas de poços profundos, captando água do Sistema<br />
Aquífero Guarani, onde se encontram confinados pelo Sistema Aquífero Serra Geral. O pH e a condutividade elétrica nestas<br />
águas são elevados, com média 8,97 e 778,1 µs/cm, respectivamente.<br />
As condutividades elétricas das águas não termais analisadas situam-se na faixa entre 40 µS/cm e 760 µS/cm. Trata-se<br />
de uma faixa muito ampla, que depende da profundidade dos poços e dos aquíferos captados. Este trabalho visa ainda enquadrar<br />
as características das fontes nos quatro principais domínios hidrogeológicos mapeados no estado e explicar pontos<br />
que fogem do padrão esperado, utilizando para isso os mapas hidrogeológico e geológico produzidos pela CPRM. Também<br />
será realizada uma análise da classificação destas fontes segundo o Código de Águas Minerais.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
ÁGUA MINERAL, PERFIL FÍSICO-QUÍMICO, ANÁLISES LAMIN-CPRM<br />
52 53
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS<br />
O ajuste e atualização de bases cartográficas 1:100.000<br />
na composição de Sistemas de Informação Geográfica<br />
para mapeamento geológico e de recursos minerais<br />
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS<br />
DETERMINAÇÃO DE ALTITUDES ORTOMÉTRICAS DE ESTAÇÕES<br />
FLUVIOMÉTRICAS PARA GERAÇÃO DE MANCHAS DE INUNDAÇÃO<br />
DO SISTEMA DE ALERTA DA BACIA DO RIO CAÍ<br />
Autores: Giana Grupioni Rezende 1 ; Ricardo Duarte de Oliveira 1 , Rui Arão Rodrigues 1 , Ademir Evandro Flores 1 ,<br />
Raquel Barros Binotto 1 , Ana Claudia Viero 1<br />
1<br />
CPRM – Superintendência Regional de Porto Alegre<br />
Autores: Giana Grupioni Rezende 1 ; Emanuel Duarte Silva 1 , Ricardo Duarte de Oliveira 1 , Raquel Barros Binotto 1 ,<br />
Ana Claudia Viero 1 , Márcia Conceição R. Pedrollo 1<br />
1<br />
CPRM – Superintendência Regional de Porto Alegre<br />
Nos projetos de mapeamento geológico e de recursos minerais desenvolvidos no âmbito do Serviço Geológico do<br />
Brasil (CPRM), uma das primeiras etapas da sua execução consiste na elaboração de um Sistema de Informações Geográficas<br />
(SIG) preliminar do projeto contendo diversas informações temáticas da área de trabalho. Compõe este SIG, estruturado no<br />
ArcGis, o mosaico GeoCover 2000®, imagens de satélite (ASTER, Landsat, ALOS, CBERS), o relevo sombreado (SRTM), informações<br />
geológicas já cadastradas no Geobank/CPRM (unidades litoestratigráficas, estruturas, lineamentos, recursos minerais,<br />
afloramentos), poços cadastrados no Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS/CPRM), poligonais de áreas de<br />
mineração requeridas no Departamento Nacional de Produção Mineral (SIGNMINE/DNPM), dados aerogeofísicos e informações<br />
geológicas de trabalhos anteriores. Dentre as informações agregadas ao SIG, a seleção, ajuste e atualização das bases<br />
cartográficas a serem utilizadas no desenvolvimento do projeto são atividades fundamentais na sua consecução, tanto no<br />
que se refere à adequação dos elementos geológicos cartografados à realidade quanto na orientação em campo.<br />
A escala de trabalho é determinante na seleção das fontes a serem utilizadas, bem como no nível de detalhamento exigido.<br />
Neste contexto, no âmbito do projeto “Integração geológica e avaliação mineral do Batólito de Pelotas - estado do Rio<br />
Grande do Sul”, foram ajustadas e atualizadas, na escala 1:100.000, as bases cartográficas SH 22-Y-B-I, SH 22-Y-B-II, SH 22-Y-B<br />
-IV, SH 22-Y-B-V e SH 22-Y-C-III. Em uma primeira etapa, foram selecionadas as feições correspondentes às bases no Banco de<br />
Dados Geográficos do Exército Brasileiro (BGDEX) na escala 1:50.000. Na sequencia, todas as feições foram generalizadas para<br />
a escala de trabalho tomando-se como referência a Especificação Técnica para a Aquisição de Dados Geoespaciais Vetoriais<br />
(ET-ADGV), versão 2.0, elaborada em 2011 pela Diretoria do Serviço Geográfico do Exército (DSG).<br />
Para o ajuste das toponímias foram utilizadas as cartas da DSG. Todas as feições foram agrupadas em um geodatabase<br />
(sistema gerenciador de banco de dados) seguindo as normas de padronização da Divisão de Cartografia (DICART) da CPRM.<br />
Foram aplicadas regras de correção topológica às bases, conforme orientações da DICART, contemplando sobreposições, falsos<br />
nós e conectividades de elementos. Concluído o processo de ajuste, atualização, correção topológica e validação junto à<br />
DICART, as bases foram disponibilizadas à equipe do projeto para utilização e composição do SIG, o qual será disponibilizado<br />
no Geobank/CPRM para a comunidade técnico-científica.<br />
Com o início da operação de Sistemas de Alerta de Eventos Críticos pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM, passaram a<br />
ser desenvolvidos estudos hidrodinâmicos visando a elaboração de mapas de inundação das áreas monitoradas, importante<br />
ferramenta para gestão de risco e zoneamento ambiental. Estes estudos contemplam em seu escopo a elevação do terreno<br />
e a compatibilização de séries históricas de níveis dos rios com levantamentos topográficos e Modelos Digitais de Elevação<br />
(MDE’s). Com isso, viu-se a necessidade de determinar as altitudes ortométricas de todos os referenciais de níveis das estações<br />
fluviométricas integrantes da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), anteriormente arbitrados, e que são operadas pela<br />
Superintendência Regional de Porto Alegre - SUREG-PA para os Sistemas de Alerta. A leitura precisa do nível d’água, em tempo<br />
real, e correspondente modelagem, possibilita a previsão com dez horas de antecedência das áreas que serão inundadas<br />
em municípios da bacia do rio Caí, por exemplo.<br />
No contexto do Sistema de Alerta desta bacia, foram elaborados mapas de inundação para os municípios de São Sebastião<br />
do Caí e Montenegro a partir da compatibilização dos níveis aferidos por sua seção de réguas e o MDE disponibilizado<br />
pela Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (METROPLAN). Em campo, foram materializados seis marcos<br />
geodésicos, padrão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), próximos às estações fluviométricas<br />
Linha Gonzaga (87150000), São Vendelino (87168000), Barca do Caí (87170000), Costa do Rio Cadeia (87230000), Nova Palmira<br />
(87160000) e Passo Montenegro (87270000), tendo os dados adquiridos em campo constituído um banco digital. As coordenadas<br />
planialtimétricas destes marcos geodésicos foram determinadas com GPS Geodésico, sistema de referência WGS-84,<br />
com observação mínima de seis satélites e PDOP (geometria dos satélites) inferior a quatro.<br />
O tempo de rastreio por posicionamento GNSS seguiu o “Manual Técnico de Posicionamento” do INCRA elaborado em<br />
2013 enquanto o método do levantamento obedeceu o manual “Orientações para Elaboração do Relatório de Instalação de<br />
Estações Hidrométricas” elaborado pela Agência Nacional das Águas (ANA) em 2014. A correção do posicionamento foi realizada<br />
pelo Posicionamento por Ponto Preciso (PPP), um serviço online do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),<br />
para o pós–processamento de dados GPS. Utilizando-se este serviço, obtiveram-se as coordenadas planialtimétricas ajustadas<br />
segundo modelos matemáticos para correções de interferências ambientais e melhoria dos parâmetros de posicionamento<br />
dos satélites nos momentos de aquisição.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
SIG, BASE CARTOGRÁFICA, BATÓLITO DE PELOTAS.<br />
Além do posicionamento por GNSS, executou-se também nivelamento geométrico, que é o mais exato dos nivelamentos<br />
realizado através de visadas horizontais com um nível eletrônico. A longo prazo, todas as estações da RHN, operadas pela<br />
CPRM, deverão estar em um mesmo referencial altimétrico, o geóide (aproximadamente o nível médio dos mares), possibilitando<br />
o cruzamento de dados de diversos modelos de elevação e de quaisquer outras fontes que também estejam referenciadas<br />
ao geóide.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
INUNDAÇÃO, POSICIONAMENTO POR PONTO PRECISO,<br />
REDE HIDROMETEOROLÓGICA NACIONAL.<br />
54 55
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS<br />
GEOBANK GIS: FERRAMENTA DE VISUALIZAÇÃO E ANÁLISE<br />
DE DADOS ESPACIAIS DO SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL - CPRM<br />
Autores: Araújo, L.B. 1 ; Gonçalves, J.H. 1 ; Leão Neto, R. 1 ; Espírito Santo, E.B.S. 1 ; Jacques, P.D. 1<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil<br />
O GEOBANK é o Sistema de Informações Geológicas da CPRM – Serviço Geológico do Brasil, disponibilizado ao público<br />
na web desde 2004, e responsável pelo armazenamento e disponibilização do acervo digital de dados, mapas, imagens e relatórios,<br />
especialmente aqueles produzidos a partir de 2003, de acordo com as normas e manuais técnicos de padronização<br />
da produção dos trabalhos técnicos desenvolvidos diretamente ou contratados pela CPRM.<br />
O presente trabalho pretende mostrar ao público a atual interface do visualizador de mapas online do sistema, que<br />
congrega uma série de novas funcionalidades, visando facilitar a busca, a interação de temas e downloads, em ambiente amigável,<br />
seguro e intuitivo. Trata-se do módulo visualizador Webmap Viewer, acessível a partir de link GEOBANK GIS, na página<br />
inicial do sistema (www.geobank.cprm.gov.br), uma poderosa ferramenta de auxílio para a visualização e análise dos dados<br />
espaciais contidos em suas bases de dados temáticas geocientíficas<br />
Além de possibilitar o acesso e o cruzamento entre os diversos temas abrigados no GEOBANK, como afloramentos de<br />
rocha, ocorrências minerais, amostras geoquímicas e seus resultados analíticos, unidades litoestratigráficas, unidades geoambientais,<br />
dados de geologia marinha e de hidrogeologia, dentre outros. Esta ferramenta também permite realizar pesquisas<br />
com utilização de filtros, identificar feições, exportar os dados e imprimir mapas para visualização, realizar medidas de distâncias<br />
e algumas operações de geoprocessamento. Os arquivos dos projetos (shapefile, relatórios em PDF, layouts, arquivos<br />
KML, imagens de geofísica, imagens Geocover, imagens do Projeto SRTM e resultados analíticos de análises geoquímicas),<br />
podem ser baixados pelas ferramentas de download ou extração de dados, ou ainda pela ferramenta de pesquisa de dados.<br />
Os dados são públicos e podem ser acessados através de navegadores da internet, porém para baixar os dados de geoquímica<br />
e as imagens processadas dos levantamentos aerogeofísicos, é necessário o cadastramento de login e senha. Em síntese,<br />
o novo visualizador concede acesso centralizado à informação (livre ou restrita), disponibilizada pelo Serviço Geológico<br />
do Brasil, permitindo aos seus usuários selecionar, filtrar e extrair os dados para uso imediato. A implementação desta ferramenta<br />
inovadora, concebida em 2014, utilizou tecnologias modernas e avançadas, como Oracle Database, ArcGIS for Server,<br />
ESRI API, e marcou um avanço significativo do Sistema GEOBANK, no que se refere à robustez, possibilidades de exploração da<br />
informação espacial, facilidade de uso e a centralização de diversas funcionalidades, que antes se encontravam em diversas<br />
partes do Sistema GEOBANK, ou não eram oferecidas.<br />
O GEOBANK GIS é o resultado de um processo evolutivo do Sistema GEOBANK, que acompanha as tendências modernas<br />
da área de geoprocessamento de SIG distribuído, permitindo que as informações sejam acessadas por um público mais<br />
amplo, com arquitetura de servidor centralizado, o que garante ao usuário a pesquisa, visualização e conexão com os dados<br />
sem que este, necessariamente, precise ter um software de GIS desktop instalado para manipular os dados.<br />
DEGRADAÇÃO DE PESTICIDAS EM SOLOS CULTIVADOS<br />
COM CAFÉ: O USO DA RADIAÇÃO GAMA, CG/EM/EM<br />
E A METODOLOGIA QuEChERS MODIFICADA<br />
Autores: Brabo, P. C. 1 ; Lima, A. L.S. 2 ; Silva, O.F. 3<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil; 2 IME – Instituto Militar de Engenharia; 3 EMBRAPA<br />
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS<br />
A extração, identificação e quantificação de pesticidas inseridos na dinâmica das propriedades físico – químicas características<br />
da matriz solo foram realizadas neste trabalho utilizando-se duas técnicas analíticas. Para a extração utilizou-se a técnica<br />
QuEChERS e para identificação e quantificação a técnica de Cromatografia a Gás/Espectrometria de Massas in Tandem (CG/EM/<br />
EM). O solo, utilizado neste estudo, foi coletado em lavouras de café do sul do estado de Minas Gerias na cidade de Machado.<br />
As amostras de solo de uma lavoura tradicional, de um viveiro e de um produtor orgânico foram analisadas quimicamente<br />
quanto ao teor de carbono orgânico, pH em água e KCl, concentrações de N-total, P-assimilável, K+, Ca2+, Mg2+Na+, Al3+, H+ e<br />
resíduos de pesticidas. Dos solos coletados, aproximadamente 70%, apresentaram um pH ácido. E a textura ficou distribuída da<br />
seguinte forma: textura argilosa (38,5%), textura média (46,1%), textura muito argilosa e siltosa (com 7,7% cada).<br />
O solo ainda apresentou-se distrófico em 77% das amostras coletadas. Para estudar a degradação dos pesticidas utilizouse<br />
radiação gama com uma fonte de Cs137. Devido à sua grande capacidade de penetração, a irradiação gama pode ser utilizada<br />
na degradação de pesticidas nas mais diversas matrizes como, por exemplo, solos. A irradiação gama, neste estudo, é utilizada<br />
para encontrar a dose mínima para a inativação de alguns destes compostos na matriz estudada.<br />
Neste caso, a matriz solo. Considerando a inatividade destes pesticidas após a dose específica de irradiação gama, utilizam-se<br />
técnicas analíticas de elevada sensibilidade para detectar ou não estes compostos no solo irradiado. Verificando assim a<br />
eficiência da dose específica de irradiação. Uma parte do solo irradiado com a dose de 20 kGy foi utilizada como amostra fortificada<br />
para o ensaio de recuperação com resultados na faixa de 84 a 122%. Os limites de detecção médios apresentaram-se na<br />
faixa de 7,0 a 20,0 μg/kg para Endosulfan α e Clorpirifós respectivamente.<br />
Os limites de quantificação na faixa de 24,0 a 66,5 μg/kg também para Endosulfan α e Clorpirifós, respectivamente. Dos<br />
compostos relacionados para este estudo alguns fazem parte da legislação nacional sendo inclusive proibida sua utilização em<br />
território brasileiro. E outros, apesar de não estarem presentes em nenhuma lei brasileira, fizeram parte do escopo de aplicação<br />
na lavoura de café pelos produtores. São os compostos Atrazina, Clorpirifós, Aldrin, Dieldrin, Endrin 4,4’ DDT, Oxiflúorfem, Endosulfan<br />
α e β e Endosulfan Sulfato. Os ensaios demonstraram ainda a presença do pesticida 4,4’ DDT nos solos estudados.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
SOLO, PESTICIDAS, IRRADIAÇÃO GAMA.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
WebGIS; CPRM; GEOBANK.<br />
56 57
Geologia e<br />
Recursos<br />
Minerais
Geologia E Recursos Minerais<br />
CORRELAÇÃO ENTRE LINEAMENTOS MAGNÉTICOS E LINEAMENTOS<br />
SUPERFICIAIS EXTRAÍDOS POR SENSORIAMENTO REMOTO NA BACIA<br />
SEDIMENTAR DO ARARIPE, PROVÍNCIA BORBOREMA, NE, BRASIL<br />
Autores: Camacho, C. R. 1,2 ; Sousa, F.R.F.R.O. 1 ; Martins, M.D. 1 ; Naleto, J.L.C. 1 .<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil ; 2 Universidade Federal do Ceará, Bolsista CNPq – Brasil; 3 Universidade Estadual de Campinas.<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
MAPEAMENTOS DE PEGMATITOS NA REGIÃO DE<br />
BUÍQUE -TUPANATINGA (PE), TERRENO PERNAMBUCO-ALAGOAS,<br />
PROVÍNCIA BORBOREMA, NE- BRASIL<br />
Autores: Accioly, A.C.A. 1 ; Morais, D.M.F. 1 ; Silva, M.R.R.; Santos, C.A. 1 ; Barreto, S.B 2<br />
1<br />
CPRM- Superintendência Regional do Recife; 2 Universidade Federal de Pernambuco<br />
Na busca de uma interpretação atualizada da estruturação interna associada a lineamentos profundos e superficiais da bacia<br />
sedimentar do Araripe, foi realizado um estudo das estruturas presentes na referida bacia. A partir do processamento e análise<br />
de dados aerogeofísicos de magnetometria pertencentes à Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) - Serviço Geológico<br />
do Brasil, dados de radar SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) e imagens do satélite Landsat 8, foram gerados diversos<br />
produtos para tal interpretação. A bacia sedimentar do Araripe, localizada ao sul da porção setentrional da Província Borborema,<br />
é reconhecida como um conjunto de meio-grábens assimétricos, fragmentados por altos de embasamento e complexos<br />
sistemas de falhas e lineamentos E-W a NE-SW, associados ao trend estrutural do orógeno Borborema, e NW-SE, relacionados a<br />
processos extensionais cuja evolução estaria associada ao rift-valley na extremidade norte do aulacógeno do Recôncavo-Tucano-<br />
Jatobá. A partir da imagem geofísica do Campo Magnético Anômalo reduzido ao polo (CMA-RTP) foram extraídas as derivadas<br />
de 1ª ordem nas direções x, y, e z, o Gradiente<br />
Horizontal Total (GHT), a Amplitude<br />
do Sinal Analítico (ASA) e a Inclinação<br />
do Sinal Analítico (ISA). Foi aplicada<br />
a deconvolução de Euler ao grid ASA,<br />
que permitiu a estimativa da profundidade<br />
do topo das principais fontes magnéticas,<br />
atingindo profundidades de até<br />
1.147m.<br />
A análise conjunta dos diversos<br />
produtos geofísicos gerados permitiu<br />
uma interpretação regional dos domínios<br />
e lineamentos magnéticos, os quais<br />
foram associados às principais estruturas<br />
em subsuperfície que compõem o<br />
arcabouço da bacia. A partir dos dados<br />
do SRTM, com resolução espacial de<br />
Localização da Bacia Sedimentar do Araripe<br />
30m, foram criadas imagens de relevo<br />
sombreado com diferentes direções de<br />
iluminação. As imagens de satélite foram submetidas a correções geométricas e radiométricas, quando necessário, tratadas com<br />
filtro de convolução direcional e métodos de realce, visando facilitar a extração dos lineamentos superficiais nas imagens, buscando<br />
identificar as variadas direções estruturais presentes. O trend dos lineamentos interpretados apresentou uma boa correspondência<br />
com as estruturas geológicas previamente descritas na literatura técnico-científica. A correlação entre as estruturas<br />
extraídas das diversas imagens e mapas produzidos indicaram uma continuidade em profundidade da estruturação superficial<br />
principal, contribuindo assim para o entendimento da compartimentação dos blocos que compõem o arcabouço estrutural da<br />
bacia sedimentar do Araripe.<br />
Os episódios de espessamento crustal nas fases finais<br />
do ciclo Brasiliano no Gondwana Oeste da América do Sul, tem<br />
por consequência, uma volumosa produção de granitos póscolisionais<br />
na Província Borborema, com formação de pegmatitos<br />
na fase final de resfriamento destes magmas, através da<br />
percolação de fluidos ricos em sílica, água e, ocasionalmente,<br />
de alguns íons incompatíveis. Em alguns casos, estes fluidos<br />
(fusões ongoníticas ou soluções hidrotermais) podem estar<br />
enriquecidos em elementos químicos de importância econômica<br />
gerando pegmatitos mineralizados em tungstênio, uraninita,<br />
estanho, turmalina, topázio, etc.<br />
A Província Tectônica da Borborema abriga uma das principais<br />
Províncias Pegmatíticas mundiais, a Província Pegmatítica<br />
da Borborema ou sub província Seridó, que se tornou conhecida<br />
depois da II guerra mundial, pelos seus pegmatitos mineralizados<br />
principalmente em Ta-Nb, Be, Sn, Li e minerais-gemas. Os<br />
O Serrote do Jacaré<br />
pegmatitos desta província são essencialmente compostos por<br />
moscovita, quartzo e microclima com vários graus de albitização. Esses corpos pegmatíticos são enquadrados, na literatura, numa<br />
faixa de idade entre 510-450 Ma e estão espacialmente e geneticamente correlacionados aos granitos sin- a pós-brasilianos. Além<br />
da região do Seridó, onde a ocorrência de diques de pegmatitos mineralizados em Be-Li-Ta é mais frequente, pegmatitos são observados<br />
também em vários outros compartimentos da Província Tectônica da Borborema, a exemplo da região de Buíque (PE) e<br />
Tupanatinga (PE), na sua porção meridional.<br />
Nesta, trabalhos de cunho prospectivo (estudos de sedimentos de corrente), reportam a presença de columbita-tantalita próximo<br />
a corpos aflorantes de pegmatitos. Uma série de corpos de extensão centimétrica a métrica aparecem distribuídos nas várias unidades<br />
litoestratigráficas individualizadas no mapeamento da Folha Buique, na escala de 1:100.000, produto dos trabalhos da CPRM. Por vezes,<br />
os corpos pegmatíticos possuem destaque topográfico expressivo exibindo um núcleo significativo de quartzo. Exemplo é o corpo associado<br />
ao Serrote Jacaré, que é a melhor exposição destes corpos na área estudada. Este Serrote é constituído essencialmente por quartzo<br />
com cotas topográficas da ordem de 550 metros, porém nas suas bordas afloram porções mais enriquecidas em K-feldspato.<br />
O corpo se encaixa nos ortognaisses do Complexo Cachoeira Grande, que ocorre nessa área com um relevo mais plano<br />
e em cotas da ordem de 450 metros. Outros corpos com destaque topográfico são: Serrote Sapato, Serrote Cavalo, e outros na<br />
região do Sítio Carié. Os diques são compostos mineralogicamente por: quartzo, K-feldspato, albita, espodumênio(?), moscovita,<br />
apatita, turmalina e granada. Raras zonações são observadas. Cristais de quartzo centimétricos, euedrais, hialinos, são encontrados<br />
nas drenagens que cortam os corpos maiores na região do Sítio Carié.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
BACIA SEDIMENTAR DO ARARIPE, AEROMAGNETOMETRIA,<br />
sensORIAMENTO REMOTO.<br />
Esses corpos estão associados a granitos tipo I e S, sin- a pós-brasilianos, que por vezes cortam granitos criogenianos-ediacaranos.<br />
Em prospecto mineral realizado nessa região na década de 70, há descrição de columbita-tantalita relacionada a esses<br />
corpos, não determinado em análises mineralométricas de material colúvio do principal corpo da região de Carié. Essa região<br />
apresenta assim uma área potencial para a pesquisa de pegmatitos graníticos no Terreno Pernambuco-Alagoas, no qual não<br />
havia indicativos efetivos da inúmera presença desses corpos.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
60 61<br />
pegmatitos; terreno pernambuco-alagoas; província borborema
Geologia E Recursos Minerais<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
CARTA DE RECURSOS MINERAIS DA FOLHA SANTA CRUZ – SB.24-Z-B-III<br />
Autores: Cunha. A.L.C., Oliveira. S.F.<br />
CPRM – Superintendência Regional do Recife<br />
A Folha Santa Cruz está inserida sobre os Domínios Rio Piranhas - Seridó e São José do Campestre, na Província Borborema,<br />
nordeste do Brasil. Essa região foi alvo de diversos projetos de prospecção e pesquisa mineral ao longo do tempo, devido<br />
principalmente às ocorrências de tungstênio, tântalo, nióbio, muscovita, feldspatos, água marinha (berilo) e ouro. Na porção central<br />
da folha existe um prospecto de ouro de grande relevância na área da folha, trata-se da antiga Mina São Francisco conhecida<br />
hoje como Projeto Borborema.<br />
O levantamento de recursos minerais faz parte do Projeto de Mapeamento Geológico da Folha Santa Cruz, na escala<br />
1:100.000, executado pela CPRM. A metodologia de trabalho consistiu no levantamento de toda base de dados de ocorrências<br />
minerais existentes extraídas do banco de dados eletrônico da CPRM (GEOBANK®) e de outros projetos executados pela CPRM<br />
em décadas passadas, através de criteriosa revisão bibliográfica.<br />
Durante as etapas de campo, as informações<br />
foram checadas, os pontos revisitados, normalmente<br />
realocados e novas ocorrências foram cadastradas.<br />
Os dados foram revalidados e o banco<br />
de dados existente atualizado. O levantamento de<br />
campo (descrição das características geológicas dos<br />
depósitos minerais), além de dados de aerogeofísica<br />
e geoquímica de sedimento de corrente, batéia e menos<br />
frequente, de química de rocha, agregaram informações<br />
para subsidiar a delimitação de áreas potenciais<br />
e a construção da carta de recursos minerais.<br />
O resultado final apresentado nesse trabalho<br />
inclui uma base de dados com o registro de 792<br />
pontos de recursos minerais (ocorrências, depósitos<br />
minerais, garimpos e minas, ativos e paralisados),<br />
incluindo 462 ocorrências inéditas. Todo esse conjunto<br />
representa 32 substâncias minerais agrupadas<br />
em sete classes utilitárias, incluindo gemas, metais<br />
nobres, metais não ferrosos e semimetais, metais<br />
ferrosos, materiais de uso na construção civil, rochas<br />
e minerais industriais e recursos energéticos.<br />
Destacam-se as ocorrências de scheelita (W)<br />
e minerais extraídos de rochas pegmatíticas, tais<br />
como tantalita/columbita (Ta / Nb), berilo (Be),<br />
muscovita (mus) e minerais gemológicos como<br />
água marinha e granada. Ouro (Au), e rochas ornamentais<br />
(gnaisse, granito, pegmatitos e/ou granitos pegmatóides, micaxisto, quartzitos e mármore) são ocorrências menos<br />
frequentes, porém não menos importantes.<br />
SÍNTESE PETROGRÁFICA DAS ROCHAS AFLORANTES<br />
NA REGIÃO DO PICO DA NEBLINA (AM)<br />
Autores: Souza, A.G.H. 1 ; Bastos Neto, A.C. 2 ; Luzardo, R. 1 ; Souza, C.M.B. 3 .<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de Manaus; 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 3 Geóloga autônoma<br />
Na parte leste da região conhecida como “Cabeça do Cachorro” (Estado do Amazonas), situam-se alguns dos pontos<br />
mais altos do Brasil, incluindo o Pico da Neblina, o ponto culminante do país, com 2.995,30 m de altitude, situado no município<br />
de Santa Isabel do Rio Negro, na Serra do Imeri. O embasamento desta área é constituído pelo Complexo Cauaburi (litofácies<br />
Tarsira), em contato com metassedimentos da Formação Serra da Neblina que sustentam a Serra do Imeri.<br />
Antigos trabalhos descrevem quartzo-arenito ou arenito milonítico para as rochas desta unidade. Ao longo do perfil, percorrido<br />
durante 7 dias, da foz do Igarapé Tucano até o Pico da Neblina, foram descritos fillitos, meta-grauvacas, meta-arenito e<br />
meta-conglomerados, cortadas por frequentes veios de quartzo. Próximos ao local conhecido como Mirante ocorrem dois<br />
tipos de granitoides.<br />
O cume do pico da Neblina é formado por uma camada de meta-arenito, com seixos imersos numa matriz de granulação<br />
média, de direção NE e mergulho de 40ºSE, afetada por dobramentos e foliações com a mesma atitude, sugerindo tratarse<br />
de um plano de cavalgamento. Ao microscópico petrográfico, o filito contém veios de quartzo boudinados, além de opacos<br />
e uma incipiente clivagem de crenulação.<br />
O meta-arenito apresenta evidências de deformação, como forte extinção ondulante no quartzo e nos feldspatos, subgrãos<br />
recristalizados de quartzo (GBR), além da presença de fragmentos de rocha, o que sugere ser de composição imatura<br />
texturalmente, indicando fonte mais proximal dos sedimentos. A foliação metamórfica é muito bem definida pela orientação<br />
da muscovita. A meta-grauvaca, com muscovita fina orientada segundo a foliação, contém granada e porfiroclastos de quartzo<br />
suportados pela matriz de finas lamelas de muscovita, apresentando forte extinção ondulante e formação de sub-grãos<br />
recristalizados.<br />
Ocorrem três tipos de granitoides descritos num mesmo afloramento. O que predomina é um biotita-clorita meta-monzogranito,<br />
de granulação média a grossa, composto por plagioclásio (36%), quartzo (30%), K-feldspato (22%), clorita (7%),<br />
biotita (4%), anfibólio (1%), epidoto e opacos como traços. Este granitoide é cortado por um meta-leucomonzogranito, de<br />
granulação média, com textura granoblástica poligonal, composto por quartzo (35%), K-feldspato (33%), plagioclásio (30%)<br />
e raros cristais de biotita (1%), anfibólio (1%) e epidoto (TR). Uma terceira fácies é hololeucocrático, constituído por quartzo<br />
(43%), K-feldpspato (30%), plagioclásio (17%), biotita (2%), muscovita (3%), granada (1%), zoisita e epidoto como traços, e<br />
afetado por seritização e saussuritização, classificado como sienogranito milonítico.<br />
As rochas que constituem a Serra do Imeri foram correlacionadas ao Supergrupo Roraima, que é tipicamente representado<br />
pelas rochas sedimentares pouco ou nada deformadas que ocorrem no Bloco Pacaraima (Roraima), onde formam serras<br />
tabulares (tepuis). Nossas observações mostram que a Serra do Imeri, constituída pela Formação Serra da Neblina, teve uma<br />
evolução geológica bem mais complexa do que aquela do Bloco Pacaraima, afetada por metamorfismo e por uma deformação<br />
relativamente intensa, características estas que resultaram no seu relevo muito acidentado.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Serra do Imeri, Formação Serra da Neblina, metassedimentos<br />
Em todo este conjunto, destaca-se ainda uma ocorrência de granada e o aumento substancial de cadastro de materiais<br />
para uso na construção civil, como pedreiras de granito e mármore com uso fundado para agregados além de significativa quantidade<br />
de garimpos de scheelita.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Folha Santa Cruz; Recursos Minerais<br />
62 63
Geologia E Recursos Minerais<br />
MAPA DE ANOMALIA GEOQUÍMICA DO ESTADO DO CEARÁ, BRASIL<br />
Autor: Calado, Bruno de Oliveira<br />
CPRM – Residência de Fortaleza<br />
O Levantamento Geoquímico de baixa densidade do Estado do Ceará permitiu o estudo da composição química da superfície<br />
terrestre, principalmente dos materiais geológicos: sedimentos de corrente, solos e águas de superfície. A distinção entre<br />
ambientes enriquecidos e empobrecidos em determinados elementos químicos forneceram indícios de mineralização, como<br />
também, contaminação antrópica. O mapa de anomalia geoquímica mapeia algumas ocorrências minerais historicamente conhecidas<br />
no Ceará. Por exemplo, amostras de sedimentos de corrente provenientes das cabeceiras do rio Banabuiú e riacho<br />
Capitão Mor apresentaram anomalias pontuais para Cr, Ni, P, Te e Pt, como reflexo das ocorrências de cromita da unidade Tróia.<br />
Amostra de sedimento de corrente coletada no rio Carrapateiras apresentou anomalia dos elementos As e Hg, principais<br />
farejadores de metais preciosos, e indicaram áreas com requerimentos e autorização para pesquisa de minério de ouro junto<br />
ao DNPM. Amostras de sedimentos analisadas ao longo do Rio Jaibaras apresentaram anomalias de As, Cu e Te, que indicaram<br />
áreas com conhecidas ocorrências de brechas hidrotermais de ferro e cobre associadas às rochas vulcano-sedimentares da Bacia<br />
de Jaibaras e aos corpos graníticos Meruoca e Mucambo. Uma extensa zona anômala de As e Sb foi reconhecida no noroeste do<br />
estado, onde delimita a área do Grupo Ubajara e sua relação com o Granito Mucambo.<br />
Nessa região ocorre metamorfismo de contato e foram descritos filões de ferro associados aos metacalcários. Outra<br />
importante zona anômala de As foi reconhecida no extremo sudeste do estado, no Rio Salgado, onde esteve associado com<br />
elementos farejadores de metais preciosos, como Cd, Cu, Mo, Pb, Te, Sb, W e Zn. Nesta região ocorrem rochas do Grupo Cachoeirinha<br />
que são correlacionados a Faixa Seridó, que hospeda uma importante mina de W-Au (Mina de Bonfim), como também<br />
de ocorrências de cobre conhecidas (Prospecto de Aurora), hospedados em rochas metavulcano-sedimentares e semelhante<br />
aos depósitos IOCG de idade brasiliana. Exemplos de contaminação antrópica também são observados, como por exemplo,<br />
na amostra de água de fonte, coletada numa fissura de contato entre arenitos e argilitos no Grupo Serra Grande, à jusante da<br />
cidade de Viçosa do Ceará.<br />
A concentração elevada de nitrato (114mg/L) pode indicar contaminação por efluentes domésticos. Esta cidade apresentou<br />
50% de saneamento básico inadequado, conforme Censo do IBGE 2010. Os elementos Be, Co e Pb também apresentaram-se<br />
enriquecidos nestas águas, juntamente com Al e Cu, com teores acima dos valores de referência da legislação brasileira. Neste<br />
caso, é necessário monitorar a qualidade das águas superficiais do Ceará. Embora a maioria das águas (70%) tenha sido classificada<br />
como doce pela condutividade elétrica, a grande maioria apresentou um ou mais elementos químicos acima das classes 1, 2 e<br />
3 da Resolução Conama n°357/2005. Por fim, o Mapeamento Geoquímico de superfície em escala de baixa densidade do estado<br />
demonstrou importantes correlações de caráter litológico e metalogenético, e indicaram áreas de relevante interesse mineral.<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
A PRÁTICA DE ESCALADA EM ROCHA COMO ATRATIVO TURÍSTICO<br />
E GEOLÓGICO NO GEOPARQUE CACHOEIRAS DO AMAZONAS<br />
Autores: Lila Costa Queiroz 1 ; Renê Luzardo 1 ; Lucas Balsini Garcindo 1 ; Bernardo Luiz Ferreira de Oliveira 1 ; Michele Pitarello 1<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de Manaus<br />
O Geoparque Cachoeiras do Amazonas (GCA), desde sua criação em outubro de 2011, vem cumprindo a função de preservar,<br />
educar e ensinar ao grande público sobre temas relativos a paisagens geológicas, provendo meios de pesquisas para<br />
as geociências e assegurando o desenvolvimento sustentável das comunidades locais. Com uma área de 6774 km2, o GCA<br />
situa-se na porção centro-sul do Município de Presidente Figueiredo, distante cerca de 100 km a norte da cidade de Manaus.<br />
A região apresenta fascinantes paisagens e cenários naturais onde se associam belas e exuberantes cachoeiras, corredeiras,<br />
cavernas e interessantes sítios geológicos, paleontológicos e arqueológicos, que representam parte da história do planeta<br />
compreendida entre as eras Paleoproterozoica a Cenozoica.<br />
Em um geoparque as feições geológicas devem ser bastante evidentes e acessíveis ao público. Os esportes de aventura,<br />
particularmente a escalada em rocha (desenvolvida na região a partir do ano de 2010), têm permitido que novos sítios sejam<br />
descobertos e explorados, agregando<br />
valor ao turismo local, além de contribuir<br />
com a preservação, acesso e melhor<br />
entendimento do patrimônio geológico.<br />
Através da prática constante da<br />
escalada em rocha, novas observações<br />
foram feitas e locais antes inacessíveis<br />
agora podem ser estudados por geocientistas,<br />
podendo auxiliar na resolução<br />
de alguns dos questionamentos<br />
existentes, especialmente sobre rochas<br />
sedimentares paleozoicas (arenitos e<br />
argilitos) da Formação Nhamundá, pertencentes<br />
ao Grupo Trombetas.<br />
Atualmente há cinco setores destinados<br />
ao desenvolvimento deste esporte<br />
no GCA, que compreendem desde<br />
boulders, blocos menores que podem<br />
ser escalados sem o auxílio de cordas<br />
ou ancoragens, a escaladas esportivas,<br />
em que se faz necessário o uso de ancoragens<br />
fixas e cordas. Novos setores<br />
estão em vias de serem descobertos<br />
através de técnicas de processamento e<br />
No Geoparque Cachoeiras do Amazonas a prática de escalada em rocha tem sido uma<br />
excelente ferramenta para descoberta e caracterização de novos afloramentos geológicos,<br />
além de estímulo ao turismo<br />
análise de imagens de satélite e radar, que vem apresentando resultados positivos ao ressaltarem regiões condizentes com os<br />
paredões rochosos que abrigam as vias de escalada na região.<br />
Apesar da prática de escalada em rocha ser recente no estado do Amazonas, já se pode notar efeitos positivos no turismo,<br />
como aumento do contingente de turistas semanais, fomentando a economia local, além da expansão de áreas visitadas, deixando<br />
de se restringir apenas a cachoeiras e passando a também serem visitados locais com paredões de rocha antes inexplorados.<br />
O conhecimento geológico de áreas sedimentares do Geoparque também se torna continuamente atualizado, graças a<br />
novas observações feitas pelos autores, que atualmente produzem trabalhos relativos à geologia e estratigrafia da região.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
GEOPARQUE, ESCALADA EM ROCHA, GEOTURISMO<br />
64 65
Geologia E Recursos Minerais<br />
REVISÃO DA GEOLOGIA DAS FOLHAS SURUBIM E LIMOEIRO<br />
DA ZONA TRANSVERSAL, PROVÍNCIA BORBOREMA<br />
Autores: Carlos Alberto dos Santo; Maria de Fátima Lyra de Brito; Priscila Resende Fernandes; Caio dos Santos Pereira<br />
CPRM – Superintendência Regional do Recife<br />
As folhas Surubim e Limoeiro estão inseridas na Zona Transversal, e mais quase que exclusivamente no Terreno Rio Capibaribe<br />
(TRC), com uma pequena fração no Terreno Alto Moxotó (TAM). Trabalhos de mapeamento e integração regional executado<br />
pela CPRM, cartografaram unidades geológicas nos principais períodos do Proterozoico, compreendendo uma sequência basal<br />
paleoproterozoica formada dominantemente por ortognaisses bandados e hornblenda biotita gnaisses, migmatitos, e ortognaisses<br />
graníticos e metanortositos tardi- paleoproterozoicas a cedo-mesoproterozoicas.<br />
Sequências supracrustais atribuídas a três complexos (Sertânia, no extremo noroeste da folha Surubim de idade paleoproterozoica,<br />
pertinente ao TAM; Vertentes – unidade metavulcanossedimentar de idade toniana (?), pertinente ao TRC e o Surubim-Caroalina<br />
de idade Ediacarana); Um ortognaisse granítico toniano e plútons brasilianos culminam a estratigrafia dessas<br />
folhas. Posteriormente, em trabalhos de mapeamento da CPRM, e também em convênio com a UFPE, o quadro estratigráfico foi<br />
confirmado, exceção para o caso do Complexo Vertentes, que foi reconsiderado como uma unidade basal, deixando de ser uma<br />
sequência metavulcanossedimentar, como definida originalmente para ser caracterizada como ortognaisse bandado dioríticogranodiorítico.<br />
Nossa proposta após as atividades de campo nas folhas Limoeiro e Surubim é a de que se retome a definição original<br />
quanto ao Complexo Vertentes e o Complexo Surubim-Caroalina. Porque a sequência metavulcanossedimentar é individualizável,<br />
e se caracteriza por paragnaisses granadíferos intercalados por metavulcânicas máficas e félsicas, enquanto o Complexo<br />
Surubim-Caroalina, que pode ser confundido com os metassedimentos do Vertentes, é tipicamente uma associação<br />
petrogenética do tipo QPC (quartzito, pelito, carbonato), onde o quartzito é a sequência basal. Ademais, para corroborar tal<br />
afirmação, um novo componente desse empilhamento estratigráfico, foi definido e formalizado neste trabalho, a “Suíte Intrusiva<br />
Ultramáfica de Limoeiro” uma unidade praticamente subaflorante evidenciada pela aeromagnetometria e largamente<br />
espalhada na folha Limoeiro.<br />
Em furos de sondagem executados na pesquisa de Ni pelo consórcio Votorantim – MMG demonstram claramente a intrusão<br />
desta ultramáfica isotrópica no Complexo Surubim-Caroalina. Portanto, nossa proposta é a de se reincluir no TRC o Complexo<br />
Vertentes de idade possivelmente toniana, por ser correlata ao Complexo Riacho do Tigre, de idade comprovadamente<br />
toniana através de datação U-Pb em zircão (folha Pesqueira), e reconsiderar o Complexo Surubim-Caroalina de idade Ediacarana<br />
(tipicamente uma associação do tipo QPC).<br />
E, por fim, a nova unidade “Suíte Intrusiva Ultramáfica de Limoeiro” aqui caracterizada como tardi a pós-tectônica, que vem<br />
a ser uma nova janela de exploração para mineralizações de Ni-Cu-Co do tipo PGE em áreas de faixas móveis.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Tipo QPC; NI-Cu-Co DO Tipo PGE; Terreno<br />
66
Geologia E Recursos Minerais<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
NOVA OCORRÊNCIA DE ROCHA ALCALINA<br />
NO ESTADO DE SANTA CATARINA<br />
RECUPERAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DO ACERVO DE<br />
DADOS GEOQUÍMICOS DA CPRM: PANORAMA ATUAL<br />
Autores: Provenzano, C.A.S. 1 ; Stropper, J.L. 1 ; Sander, A. 1,2<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional do Recife de Porto Alegre; 2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/São Leopoldo – Escola Politécnica<br />
Autores: Mota, C. E. 1 ; Larizzatti, J. H. 1 ; Moreira, A. P. C. 1 ; Porto, C. G. 1 ; Silveira, F. V. 2 ; Cunha, F. 1<br />
CPRM – 1 Escritório do Rio de Janeiro; 2 Sede, Brasília<br />
A geologia do Estado de Santa Catarina já é reconhecida pelo seu potencial para fosfato magmatogênico, haja vista os<br />
conhecidos depósitos próximos às cidades de Lages e Anitápolis. Esse potencial foi maximizado após o levantamento aerogeofísico<br />
realizado pela CPRM em 2011, que obteve dados de aerogamaespectometria e de aeromagnetometria. A partir da<br />
análise desses dados foram identificadas anomalias com significativo potencial para rochas com minerais radioativos e magnéticos,<br />
algumas dessas estão inseridas em áreas com arcabouço tectono-estrutural condizente para corpos alcalinos.<br />
Com essas informações iniciaram-se as investigações de campo que permitiram a identificação de uma nova ocorrência de<br />
rocha alcalina nas proximidades da cidade de Alfredo Wagner e há aproximados 8 km de Anitápolis. As amostras de rocha<br />
CA-121C e CA-129, identificadas inicialmente como lamprófiros, se caracterizam pela textura panidiomórfica média a fina, definida<br />
pela euedria dos fenocristais de piroxênio e flogopita envolvidos por uma matriz fina, rica em micrólitos de plagioclásio<br />
e material microcristalino a vítreo.<br />
Os fenocristais têm grão fino a médio, com tamanho dos grãos entre 1,2 a 0,5 mm, orientados pelo fluxo magmático que<br />
também alinha os micrólitos da matriz. A matriz mostra baixa resolução ótica, mas podem ser distintos micrólitos de plagioclásio<br />
prismáticos e cristálitos extremamente finos de minerais máficos, muito possivelmente do mesmo piroxênio que ocorre<br />
como fenocristal. Ainda integra a paragênese a apatita, presente na forma de finas e longas agulhas incolores.<br />
Apesar do elevado nível de intemperismo, foi feita análise de rocha total nessas duas amostras que ocorrem com valores<br />
de elementos maiores de MgO (4,27 a 6,43%), TiO2 (1,70 - 3,00%), o CaO (8,09 - 23,41%) com grande variação, enquanto<br />
que a SiO2 está abaixo de 44,23%. O NaO varia entre 2,39 e 5,08, enquanto o K2O varia de 1,25 a 4,07. Com base no total de<br />
álcali versus sílica, as amostras são classificadas como traquiandesitos e ocorrem na zona limítrofe entre o campo das rochas<br />
alcalinas e subalcalinas.<br />
Considerados esses dados e as descrições petrográficas preliminares optou-se por classificá-las como lamprófiros. A<br />
partir dos dados aeromagnetométricos, foi aplicada a técnica da deconvolução Euler 3D na anomalia do lamprófiro, onde se<br />
obteve uma estimativa de profundidade média situada entre 100 a 140 m para a fonte/rocha magnética.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Rocha alcalina; Lamprófiro; Geofísica; Santa Catarina<br />
A CPRM possui um amplo e valioso banco de dados de geoquímica, resultado de mais de 40 anos de levantamentos. O<br />
acervo compreende um volume aproximado de 450.000 amostras de diversos materiais geológicos, analisadas por diversos<br />
métodos analíticos. Atualmente, este acervo encontra-se em processo de reorganização e validação, para ser disponibilizado à<br />
sociedade em breve, via GEOBANK.<br />
O objetivo é apresentar um panorama do estado atual do acervo geoquímico e quais são as perspectivas futuras. O motivo<br />
é que na base de dados ocorrem inconsistências, inclusive casos de localização inadequada. Além disso, novas informações<br />
geoquímicas são continuadamente produzidas, inclusive reanálise de alíquotas existentes no acervo, e que precisam estar integradas<br />
com os dados de legado. Para a análise dos dados foram utilizados softwares livres e de código aberto, como o Quantum<br />
GIS (Ferramenta SIG) e o RapidMiner (ETL e Business Intelligence), além de scripts Python e bibliotecas como Django, Pandas e<br />
Matplotlib. A unificação destes dados foi implementada no banco de dados PostgreSQL 9.3/PostGIS 2.0.7.<br />
Em linhas gerais, o acervo geoquímico pode ser subdividido em dois conjuntos de dados: O acervo histórico, do início<br />
da década de 1970 até o final da década de 2000, extraídas do GEOBANK; e Levantamentos geoquímicos do final da década de<br />
2010, de posse da DIGEOQ. A partir de observações e pesquisa de documentos internos, um modelo conceitual foi elaborado<br />
que permitisse a integração entre as fontes distintas. Uma das diretrizes do modelo é a preservação das coordenadas originais e<br />
as transformações para objetos Geometry, projetados em SIRGAS2000.<br />
O resgate das coordenadas e parâmetros cartográficos foi feito preditivamente, através de consultas às bases cartográficas<br />
da época. Os dados geográficos recentes, na sua maioria, são coletados via GPS, com exceção de informações enviadas em planilhas<br />
ou fichas. Os erros locacionais devem-se as seguintes razões: (1) Erros humanos por digitação incorreta, principalmente em<br />
época pré-GIS; (2) Erros computacionais, pela definição incorreta dos algoritmos de conversão de coordenadas.<br />
Atualmente, duas atividades estão em execução: A consolidação e a consistência dos dados. O trabalho de consolidação<br />
representa exatamente a unificação de todos os dados produzidos, inclusive os sabidamente incorretos, para a análise de padrões<br />
e requisitos e validar os procedimentos descritos nos manuais da CPRM. O processo de consistência corresponde a verificação<br />
dos metadados, pontos (inclusive sistemas de coordenadas) e de dados analíticos. Esta etapa implica em consulta aos<br />
mapas e relatórios originais para reajustar as amostras que porventura estejam deslocadas, incluir ou excluir amostras faltantes,<br />
ajustar metadados e boletins analíticos.<br />
Paulatinamente, os dados (novos e históricos) corrigidos e validados pela DIGEOQ serão disponibilizados ao público via<br />
GEOBANK, nas modalidades de consulta a metadados e download de resultados analíticos, em formato CSV, compactados em<br />
arquivos ZIP. Por fim, a CPRM, através de ações como a descrita neste trabalho, reforça o compromisso em dar credibilidade técnica<br />
aos dados disponibilizados para benefício da sociedade.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Geoquímica, Acervo, Banco de Dados<br />
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SUÍTE JAGUARÃO CHICO: GRANITOS ALCALINOS<br />
A PERALCALINOS NO SUDOESTE DO BATÓLITO PELOTAS, RS<br />
Autores: Iglesias, C.M. da F. 1 ; Camozzato, E. 1,2 ; Finamor, A.B. 1 ; Sander, A. 1,2<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de Porto Alegre; 2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/São Leopoldo – Escola Politécnica<br />
O levantamento geológico na escala 1:100.000 das folhas Passo São Diogo (SH.22-Y-C-IV) e Curral de Pedras (SI.22-V-A-I),<br />
na área de fronteira Brasil – Uruguai, pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM, no âmbito do Programa Geologia do Brasil (PGB),<br />
permitiu o reconhecimento de uma suíte de rochas graníticas de natureza alcalina a peralcalina. A nova unidade estratigráfica,<br />
denominada Suíte Jaguarão Chico por aflorar especialmente nas cabeceiras do arroio homônimo, se acrescenta às suítes e complexos<br />
granitoides previamente reconhecidos no âmbito do Batólito Pelotas, domínio tectono-geológico situado na porção leste do<br />
Escudo Sul-Rio-Grandense onde abrange cerca de 40.000 km2 e se dispõe de maneira alongada segundo NE-SW, com ~450 km de<br />
extensão e até 120 km de largura.<br />
Com desenvolvimento entre 650 e 550 Ma, o Batólito Pelotas constitui um arco magmático multi-intrusivo e polifásico<br />
cujos granitoides, na maioria pós-colisionais, foram gerados essencialmente pelo retrabalhamento de uma crosta paleoproterozoica<br />
(2,3 – 2,0 Ga), conforme indicado pelos dados isotópicos. As rochas da Suíte Jaguarão Chico afloram como corpos alongados,<br />
segundo a direção NE-SW, mantendo relações geométricas concordantes com a zona de cisalhamento Cerro Chato, com a<br />
qual se limita pelo sul-sudeste com os granitoides da Suíte Herval. Pelo norte-noroeste a suíte é recoberta tanto pelo litologias<br />
vulcânicas ácidas, alcalinas, de idade neoproterozoica, da Formação Cerro Chato, com o qual parece compartilhar a origem;<br />
como por rochas sedimentares paleozoicas que constituem geomorfologicamente mesas remanescentes da Bacia do Paraná.<br />
A suíte é composta dominantemente por monzogranitos a granodioritos, com raros sienogranitos, com textura porfirítica<br />
e orientação primária de forma definida pelo alinhamento dos megacristais euédricos (
Geologia E Recursos Minerais<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
CONFLITOS ENTRE A MINERAÇÃO E OS EIXOS DE EXPANSÃO<br />
URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE FLORIANÓPOLIS<br />
E ÁREA DE EXPANSÃO, SC<br />
CONTRIBUIÇÕES ANTRÓPICAS E NATURAIS NA DISTRIBUIÇÃO<br />
GEOQUÍMICA DOS ELEMENTOS NA ÁGUA DE AFLUENTES<br />
DA BACIA DO RIO PARANAÍBA EM GOIÁS<br />
Autores: Hammes, D.F. 1 ,Zwirtes, S. 1 & Camozzato, E. 1,2<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de Porto Alegre; 2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/São Leopoldo – Escola Politécnica<br />
Autores: Faleiro, F.F. ; Eberhardt, D. B. ; Cunha, F.G.<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil<br />
Os grandes centros urbanos, de uma maneira geral, têm enfrentado problemas com o avanço progressivo do processo de urbanização,<br />
especialmente nas últimas duas décadas. Não raro, o processo de expansão de manchas urbanas conflita com a extração<br />
de insumos minerais, por avançar sobre potenciais depósitos e criar impedimentos para o uso futuro desses recursos fundamentais<br />
para a sociedade.<br />
O cenário acima referido não é diferente nos municípios englobados pela Região Metropolitana de Florianópolis e Área de<br />
Expansão (criada pela LC 636/14 de 09/set/2014). Neste contexto é que se insere o Projeto Materiais para Construção na Região<br />
Metropolitana de Florianópolis e Área de Expansão, uma ação do Programa Geologia do Brasil da CPRM vinculada ao Programa de<br />
Aceleração do Crescimento (PAC).<br />
Objetivando o diagnóstico técnico-econômico dos principais insumos minerais demandados para a construção (argilas,<br />
areias e pedras britadas), resultou do projeto, a delimitação de áreas de relevante interesse mineral para esses recursos minerais demandados<br />
naquela região. Uma significativa contribuição do projeto decorre da discussão sobre os conflitos da mineração versus<br />
a ocupação humana, com a consequente necessidade dos agentes públicos antecederem no ordenamento territorial a análise e<br />
resolução dos conflitos socioambientais resultantes da mineração.<br />
Os conflitos foram observados em dados obtidos nos principais rios da região, em especial nas várzeas da bacia do rio Tijucas.<br />
As reservas potenciais e volumes de produção de areias e argilas de planícies aluviais; argilas de solos residuais; e areias de leitos<br />
de rios; quando comparadas com as previsões de consumo, permitem garantir o suprimento desses recursos por, ao menos, 30<br />
anos, desde que garantidas às áreas de extração. Os planos diretores municipais restringem (ou deveriam restringir), por exemplo, a<br />
ocupação das planícies aluviais, potencialmente alagadiças; as com alta a muito alta suscetibilidade aos processos erosivos; as com<br />
declividade superior a 30%; de recarga de aquíferos; ou com depósitos de tálus pela instabilidade natural aos transportes de massa<br />
e movimentos gravitacionais.<br />
Dentre as áreas de restrição à expansão urbana devem ser acrescentadas àquelas potencialmente produtoras de bens minerais<br />
para a construção. Os agentes públicos devem encontrar, nos planos diretores municipais, alternativas locacionais para os<br />
vetores de crescimento urbano para que não ocorra a emergência de conflitos pela superposição de uso com as reservas minerais.<br />
Os poderes municipais devem, além de garantir as futuras demandas da sociedade por insumos minerais, vislumbrar a importância<br />
socioeconômica do setor na geração de empregos e no retorno em impostos, oriundo da produção extrativa mineral e/ou das indústrias<br />
de transformação, como as de produção cerâmica.<br />
Tendo como pressuposto a estreita relação dos componentes naturais e antrópicos na configuração da paisagem e<br />
considerando a importância e a diversidade de usos em uma bacia hidrográfica, trabalha-se com a hipótese que a análise da<br />
geoquímica local é um estudo essencial na caracterização da influência do fator antrópico e geológico natural na qualidade<br />
ambiental ao longo da mesma. O presente trabalho teve como objetivo geral analisar o comportamento geoquímico de elementos<br />
químicos na água amostrada em afluentes da bacia do rio Paranaíba, localizada na região sul do Estado de Goiás.<br />
Buscou-se identificar as possíveis relações entre a distribuição dos elementos químicos e a paisagem.<br />
Para tanto teve como objetivos específicos: (a) analisar a dispersão e concentração de elementos químicos nos na água,<br />
tendo como parâmetro referencial os valores máximos permitidos pelas legislações brasileiras; (b) analisar a influência natural<br />
e antrópica na distribuição de elementos ao longo da bacia. A metodologia de coleta e amostragem seguiu orientações do<br />
Manual Técnico PGAGEM e orientações indicadas pela CPRM na execução do Projeto Levantamento Geoquímico Multiuso.<br />
O trabalho de coleta de amostras foi realizado no período de março a julho de 2012, sendo coletadas amostras em<br />
520 pontos de amostragem de água superficial e em 123 pontos de captação de água para o abastecimento urbano. Foram<br />
coletadas duas alíquotas de água em cada ponto de amostragem, uma para análise dos cátions por ICP-OES e outra para<br />
análise dos ânions por cromatografia iônica, utilizando-se tubos para centrífuga de 50ml, seringas sem agulha e unidades<br />
filtrantes de 0,45µm.<br />
Os dados adquiridos através das análises químicas realizadas foram organizados em planilhas do Excel, com a indicação<br />
dos valores de referência estipulados pela legislação brasileira e destaque dos resultados acima dos estipulados pela legislação.<br />
Foram encontrados valores acima do recomendado pela legislação nos elementos: Alumínio (Al), Boro (B), Bário (Ba),<br />
Cádmio (Cd), Ferro (Fe), Manganês (Mn), Sódio (Na), Níquel (Ni) e Chumbo (Pb).<br />
No geral os resultados mostraram que a dispersão de elementos teve como principal contribuição o substrato rochoso,<br />
porém a proximidade de pontos de amostragem que apresentaram resultados preocupantes com áreas que são intensamente<br />
utilizadas por atividades agrossilvopastoris sugere que a origem dos elementos analisados pode ser de tais atividades.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Geoquímica, Bacia Hidrográfica, Paranaíba<br />
Muitas das atividades extrativas minerais no âmbito do projeto resultaram em passivos ambientais (como cavas abandonadas),<br />
com riscos evidentes às populações que habitam as proximidades das áreas degradadas. São ressaltados, ainda, pelo projeto,<br />
os estudos dirigidos ao ordenamento territorial na elaboração de Planos Diretores, objetivando o estabelecimento de convivência<br />
mais harmoniosa, menos conflituosa, entre o crescimento das cidades e a mineração de agregados para a construção civil. O desenvolvimento<br />
sustentável na indústria mineral não é apenas uma possibilidade, mas uma alternativa viável e necessária.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
FLORIANÓPOLIS, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, PLANOS DIRETORES<br />
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Geologia E Recursos Minerais<br />
Mapeamento espectral para identificação de assinaturas<br />
espectrais de minerais de lítio em imagens ASTER (NE/MG)<br />
Autores: Mendes, D; Perrotta, M.M.; Costa, M.A.C.; Paes, V.J.C.<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil<br />
Como parte do Projeto Avaliação do Potencial do Lítio no Brasil, cuja primeira fase compreendeu estudo detalhado de<br />
área com 17.750 km2 no médio vale do rio Jequitinhonha (NE/MG), foram feitas análises espectrais no Laboratório de Sensoriamento<br />
Remoto Geológico (LABSERGEO), da divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica (DISEGE), utilizando dados<br />
multiespectrais do sensor ASTER. Utilizou-se nesta modelagem três cenas com data de passagem em 24 de agosto de 2004,<br />
sendo três bandas no visível e infravermelho próximo (VNIR), com resolução espacial de 15 m, e seis bandas no infravermelho<br />
de ondas curtas (SWIR), com resolução espacial de 30 m.<br />
Para a modelagem foi utilizada uma máscara que selecionou apenas as áreas de metassedimentos, uma vez que os depósitos<br />
de lítio estão sempre associados aos metassedimentos. A imagem recortada foi submetida à compensação atmosférica por meio do<br />
aplicativo FLAASH do software ENVI® 5.2, que aplica o modelo de transferência radioativa MODTRAN-4 para transformação dos dados<br />
em unidades de reflectância aparente. O mapeamento espectral foi processado com ajuda do assistente de classificação espectral do<br />
ENVI® 5.2.<br />
Conhecendo-se doze ocorrências estudadas em campo, foram selecionados 111 pixels na imagem envolvendo áreas claramente<br />
reconhecidas como em estágio de lavra. Para seleção dos pixels de referência entre as amostras selecionadas, primeiramente<br />
foi feita uma transformação MNF (minimum noise fraction) para segregação do ruído nos dados. O próximo passo é a<br />
procura e determinação de espectros de referência na imagem MNF, através do cálculo do PPI (pixel purity index). Neste procedimento,<br />
alguns espectros de referência são determinados automaticamente, assim, foram selecionados 16 espectros para o<br />
mapeamento e foi feita uma biblioteca espectral para cada<br />
um. Depois é feita a estatística desses espectros e são escolhidos<br />
os pixels que possuem percentis acima de 80. Desses<br />
espectros foram selecionados os três que continham o mais<br />
alto índice de pureza.<br />
Alta concentração de espodumênio (branco) em pegmatito da região<br />
de Salinas (MG)<br />
A aplicação do método SAM (spectral angle mapper)<br />
resultou no mapeamento parcial ou total das três áreas selecionadas<br />
na amostragem, mas apresentou grande parte<br />
dos pixels nos arredores das drenagens principais. O resultado<br />
final da classificação pelo método MTMF (mixture-tuned<br />
matched filtering) apresentou um bom resultado, já que nas<br />
bandas inviabilidade, pixels próximos às drenagens e de parte<br />
das estradas apresentaram valores altos. O método identificou<br />
depósitos conhecidos e não amostrados e possíveis<br />
ocorrências não cadastradas. Foi feita intersecção das imagens<br />
resultantes do SAM e MTMF, que resultou nas regiões<br />
de interesse para investigações mais detalhadas.<br />
Os espectros obtidos foram comparados com os espectros<br />
obtidos nas amostras em laboratório e da biblioteca espectral do USGS, posteriormente foi feita a análise espectral no software<br />
ENVI® 5.2. Os resultados obtidos comprovam que o sensor ASTER possui características espectrais e espaciais capazes de identificar<br />
feições espectrais significativas para o mapeamento de minerais específicos e de interesse na exploração mineral. No caso do mapeamento<br />
das intrusões pegmatíticas em estudo, a intersecção das imagens resultantes da aplicação das técnicas MTMF e SAM gerou<br />
resultados consistentes com as assinaturas espectrais dos alvos extraídos da imagem e das amostras analisadas em laboratório.<br />
CROSTAS LATERÍTICAS E NOMENCLATURAS<br />
CARTOGRÁFICAS ADOTADAS EM MAPAS<br />
GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS NO BRASIL<br />
Autores: Iza, E.R.H.F. 1,2 ; Horbe, A.M.C 2 ; Herrera, I.L.I.E. 3<br />
1<br />
CPRM – Residência de Porto Velho; 2 Universidade de Brasília; 3 Universidade Federal de Rondônia<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
As crostas lateríticas são produtos gerados a partir do intenso intemperismo químico em ambientes tropicais e são consideradas<br />
excelentes testemunhos paleoclimáticos, são, portanto, úteis em estudos geomorfológicos e podem concentrar elementos<br />
como Fe, Al, ETR, Mn, etc., constituindo assim excelentes alvos metalogenéticos. Apesar de sua importância geológica, metalogenética<br />
e paleoambiental as crostas lateríticas são muitas vezes consideradas irrelevantes nos mapas geológicos e geomorfológicos,<br />
e em boa parte dos mapas as referências a elas ou aos seus produtos de desmantelamento são imprecisas ou incorretas.<br />
Nos mapas geológicos as crostas lateríticas são frequentemente referenciadas como coberturas detrito-lateríticas, e nos<br />
casos mais críticos podem ainda ser inseridas nas coberturas sedimentares indiferenciadas. O termo “detrito” está relacionado a material<br />
solto, resultante da desintegração e abrasão, ou mesmo<br />
a qualquer produto relacionado ao desgaste.<br />
Neste sentido o nome da unidade é inadequado,<br />
além de ser desnecessário, pois, especifica uma condição<br />
da crosta laterítica que em muitos casos, não é a predominante<br />
na unidade. Ainda assim a utilização do termo “detrito”<br />
pode induzir a compreensão de uma associação com<br />
aspectos ou processos sedimentares.<br />
Em muitos casos, devido a problemas de escala, os mapas<br />
geomorfológicos não correlacionam as crostas lateríticas<br />
a processos residuais e não destacam quaisquer outros atributos<br />
genéticos (textura, estrutura, etc.). Há, portanto, nítida<br />
falta de padronização das nomenclaturas, entendimentos<br />
equivocados a respeito de sua gênese e descrições pouco<br />
claras que contribuem negativamente na individualização<br />
correta das unidades lateríticas. Por outro lado, a escassez de<br />
(A) Crosta laterítica com latossolo sotoposto. (B) Detalhe da crosta<br />
ferruginosa pisolítica. (C e D) Bloco de crosta laterítica ferruginosa<br />
dados geocronológicos, em crostas lateríticas, contribui pouco para as discussões relacionadas aos aspectos evolutivos e sua individualização<br />
mais criteriosa como unidade nos mapas geológicos.<br />
As crostas lateríticas alóctones, também conhecidas como linhas de pedra são normalmente constituídas por fragmentos<br />
de crostas e formam corpos com alguns centímetros de espessura e são derivadas dos processos erosivos atuantes em crostas<br />
lateríticas. A formação das linhas de pedra está relacionada à deposição dos produtos de desmantelamento próximo a área fonte<br />
e intimamente relacionada a escorregamentos locais e transporte com contribuição de água. Sugere-se, portanto a descrição<br />
das crostas lateríticas sempre vinculada ao processo de intemperismo (residual) e formação do solo (pedogênese) especialmente<br />
quando a descrição estiver relacionada a produtos “in situ”. As descrições relacionadas aos produtos de desmantelamento<br />
que passaram por algum tipo de transporte local, como aqueles associados à colúvios, devem ser descritas dentro dos próprios<br />
colúvios e cartografadas de acordo com a escala e área de exposição.<br />
Os mapeamentos de detalhe devem se referir a tais colúvios como “constituídos por produtos do desmantelamento de<br />
crostas lateríticas” ou simplesmente “constituídos por fragmentos de crostas lateríticas”. Portanto as crostas lateríticas (autóctones)<br />
devem ser referenciadas como depósitos residuais associados a processos pedogenéticos que frequentemente estão vinculados<br />
a formas de relevo de topo tabular por vezes associadas à colúvios e nunca tratada como produtos sedimentares.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
ASTER, Mapeamento espectral, Projeto Lítio<br />
PALAVRAS-CHAVE: Laterito, intemperismo, Rondônia<br />
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Geologia E Recursos Minerais<br />
MODELAGEM GEOLÓGICA 3D E REAVALIAÇÃO<br />
DO DEPÓSITO DE CAULIM DE RIO CAPIM, PA<br />
ARCABOUÇO TECTONO-ESTRUTURAL<br />
DA REGIÃO DA SERRA DE JACOBINA-BA<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
Autores: Grissolia, E.M.; Wosniak, R.; Correia, Jr.F.C. Almeida, R.C.; Espírito Santo, E.B.S.; Grilo, D.C.; Carvalho, M.T.N.<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil<br />
Autores: Santos, F.P. 1 , Miranda, D.A. 1 , Reis, C. 1 , Cunha, R.C.L. 1 , Loureiro, H.S.C. 1<br />
1<br />
CPRM – Superintendência Regional Salvador<br />
Desde 2013 a CPRM – Serviço Geológico do Brasil vem desenvolvendo o projeto Reavaliação do Patrimônio Mineral,<br />
onde tem como principal objetivo a preparação dos ativos, os quais a empresa é detentora, para futuras negociações e/ou<br />
leilões públicos, de acordo com as estratégias do Ministério de Minas e Energia e Governo Federal. Tal preparação envolve o<br />
resgate de dados coletados nos projetos de pesquisa da CPRM nas décadas de 70 e 80, estruturação de banco de dados, modelagem<br />
geológica 3D, avaliação e estimativa dos recursos presentes em cada depósito.<br />
O depósito de Caulim de Rio Capim, localizado<br />
na região leste do Pará, foi identificado<br />
em 1971 por pesquisadores da CPRM,<br />
motivando assim o requerimento de pesquisa<br />
junto ao DNPM de 10 áreas, num total<br />
de 10.000 hectares. O Projeto Rio Capim<br />
teve o Relatório Final de Pesquisa protocolado<br />
em 1973 e contou com trabalhos de<br />
topografia, poços de pesquisa, trincheiras<br />
e furos de sonda. O conjunto de dados<br />
gerados durante o projeto compreendem<br />
análises químicas e mineralógicas, microscopia<br />
eletrônica e raios x, análises de rendimento<br />
em peneiras USS 200 e 325 mesh<br />
Modelo geológico tridimensional<br />
e distribuição ponderal de partículas de<br />
diâmetro inferior a 2 micra, medições de reflectância (índice de alvura) e determinações de ph. Tais resultados atenderam de<br />
maneira satisfatória as rigorosas especificações tecnológicas da indústria de papel, permitindo configurar uma reserva substancial<br />
de caulim de boa qualidade.<br />
A reavaliação do depósito caulinítico considerou não apenas os dados de ensaios tecnológicos passíveis de serem resgatados,<br />
como também informações acerca das características estratigráficas, litológicas e texturais presentes nos relatórios<br />
de pesquisa do referido projeto. Neste estudo foram considerados os dados de 84 poços de pesquisa, 8 furos de sonda e 1<br />
trincheira, totalizando 1817,05 metros. A modelagem geológica foi desenvolvida no software Strat3D, o qual possibilitou a<br />
correlação e individualização das unidades mineralizadas e estéreis, assim como a geração de sólidos tridimensionais das<br />
mesmas.<br />
Os principais parâmetros utilizados foram índice de alvura, rendimento e características litoestratigráficas. Foram considerados<br />
dois tipos de minério, diferenciados basicamente pelo conteúdo de areia. Desta forma, o minério caulinítico foi individualizado<br />
em Caulim Macio (CCM), caracterizado por baixo conteúdo de areia, e Caulim Arenoso (CCA), onde a quantidade<br />
de areia é muito mais significativa. A qualidade dos recursos de caulim em relação ao índice de alvura foi estimada através do<br />
método de IQD no software Strat3D, utilizando 3 elipsóides de busca distintos.<br />
Os recursos obtidos foram parametrizados em função do teor de alvura, espessura de camada de caulim e espessura de<br />
capeamento. A soma de todos os recursos de caulim obtidos neste estudo de reavaliação atingiu o valor de 345,244 Mt com índice<br />
de alvura média de 81,99%. Este estudo evidencia a importância de trabalhos de reavaliação, onde as tecnologias disponíveis<br />
atualmente podem ser aplicadas para alcançar uma maior precisão, confiabilidade e qualidade nos resultados reportados.<br />
Importante centro de extração mineral, a região de Jacobina-BA abriga diversas ocorrências ao longo do sistema montanhoso<br />
presente na área. Inserida no contexto do Cráton São Francisco, a Bacia de Jacobina (BJ), arqueano-paleoproterozoica, localiza-se<br />
na porção central do estado da Bahia. Estruturalmente encaixada na porção leste do Bloco Gavião (BG), associa-se a grande zona de<br />
sutura compressional NS, conhecida como Lineamento Contendas-Jacobina-Mirante, onde também há a ocorrência do Greenstone<br />
Belt de Mundo Novo (GSBMN), Complexo Saúde (CS) e intrusões graníticas. Com grande diversidade mineral, distribuem-se desde<br />
ocorrências de Au, Ba, Cr, Mn e Zn a gemas.<br />
Este trabalho, inserido no Projeto de Integração Geológica e Avaliação do Potencial Metalogenético da Serra de Jacobina e<br />
do Greenstone Belt Mundo Novo da CPRM, objetiva a caracterização e construção do arcabouço tectono-estrutural, visando a correlação<br />
com a formação de depósitos minerais. As ferramentas utilizadas foram análise e interpretação da geofísica, sensoriamento<br />
remoto, cinemática em campo e lâminas petrográficas. Definiu-se<br />
a direção principal de compressão, aproximadamente<br />
EW, estando as grandes estruturas estendidas NS. Na área do<br />
projeto, de leste para oeste, o Cinturão-Itabuna-Salvador-Curaçá<br />
representando uma zona de sutura orogênica com foliação<br />
verticalizada e alta obliteração de texturas primárias, é<br />
posto em contato com o BG pela Zona de Cisalhamento Mairi.<br />
Esta se destaca pelo comportamento diferenciado ao longo de<br />
sua extensão. Na porção sul tem comportamento basicamente<br />
transpressional-sinistral passando a compressional frontal e<br />
transpressional-dextral a norte.<br />
O domínio do BG, sob regime dúctil-rúptil, possui alta deformação,<br />
onde observa-se a intrusão de granitos alongados,<br />
acompanhando a deformação e delimitando as zonas de cisalhamento.<br />
Na porção da Serra de Jacobina, nos domínios da BJ<br />
e GSBMN, predominam o desenvolvimento de estruturas transpressionais<br />
longitudinais e transcorrentes transversais ao lineamento.<br />
De leste para oeste é basicamente marcado pelos grandes<br />
sistemas de falhas Itaitu (i), Pindobaçu (ii), Maravilha (iii) e<br />
Jacobina (iv). O sistema i, intermediário no CS, é subvertical com<br />
mergulho para leste e comportamento compressional frontal a<br />
Mapa Domínios Estruturais (à esquerda), Mapa Associações Tectono<br />
Estratigráficas (à direita). Ilustra as principais estruturas observadas<br />
na área e sua correlação com os unidades geológicas observadas<br />
transpressional-sinistral; ii - de maior extensão, subverticalizado com mergulho para oeste e leste, marca na porção centro-sul o contato<br />
entre as unidades do GSBMN com o CS onde tem comportamento dominantemente transpressional-sinistral.<br />
A norte, na Serra da Paciência, adquire caráter compressional frontal com vergência para oeste; iii - no contato entre a Formação<br />
Cruz das Almas e Rio do Ouro, também subvertical e compressional, provoca intensa catáclase e milonitização, ora nos quartzitos ora nas<br />
metabásicas e ultrabásicas encaixadas nos vales; o sistema iv marca a borda oeste da Serra, é compressional com mergulho para leste,<br />
coloca os conglomerados da Formação Serra do Córrego sobre o embasamento do BG. O projeto engloba ainda, a oeste, porções do Supergrupo<br />
Espinhaço e Grupo Uma, que são unidades de cobertura menos deformada, onde predominam feições do tipo rúptil. A partir do<br />
entendimento do esforço e das cinemáticas primária e secundária, além da caracterização em domínios geotectônicos, torna-se possível<br />
a correlação do arcabouço tectono-estrutural com a evolução geológica e sistemas metalogenéticos na área.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Caulim, Modelagem Geológica 3D, CPRM<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
LINEAMENTO JACOBINA-MIRANTE; ARCABOUÇO ESTRUTURAL;<br />
DOMÍNIOS TECTONO-ESTRATIGRÁFICOS<br />
76 77
Geologia E Recursos Minerais<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
GEOQUÍMICA MULTIELEMENTAR DE SEDIMENTOS DE<br />
CORRENTE NO ESTADO DE SÃO PAULO: ABORDAGEM<br />
ATRAVÉS DA ANÁLISE ESTATÍSTICA MULTIVARIADA<br />
Autor: Mapa, F. B.<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil<br />
Este trabalho apresenta resultados geoquímicos multielementares de sedimentos de corrente no estado de São Paulo, obtidos<br />
através do projeto institucional do Serviço Geológico do Brasil denominado “Levantamento Geoquímico de Baixa Densidade<br />
no Brasil”. Dados analíticos de 1422 amostras de sedimento de corrente obtidos por ICP-MS (Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry)<br />
em fração menor que 80 mesh, para 32 elementos químicos (Al, Ba, Be, Ca, Ce, Co, Cr, Cs, Cu, Fe, Ga, Hf, K, La, Mg, Mn, Mo,<br />
Nb, Ni, P, Pb, Rb, Sc, Sn, Sr, Th, Ti, U, V, Y, Zn e Zr), foram processadas e abordadas através da análise estatística uni e multivariada.<br />
Os resultados da aplicação de técnicas estatísticas univariadas, além de mostrarem eficácia no controle de qualidade dos<br />
dados, fornecem valores consistentes de background geoquímico (teor de fundo) para todo estado de São Paulo para os 32 elementos<br />
químicos analisados. A análise georreferenciada das distribuições geoquímicas unielementares (mapas geoquímicos)<br />
evidenciam a compartimentação geológica da área: as duas principais províncias geológicas do estado de São Paulo, Bacia do<br />
Paraná e Complexo Cristalino, se destacam claramente na maioria das distribuições geoquímicas. Unidades geológicas de maior<br />
expressão, como a Formação Serra Geral e o Grupo Bauru também são<br />
claramente destacadas. Outras feições geoquímicas indicam possíveis<br />
áreas contaminadas e unidades geológicas não cartografadas. As distribuições<br />
do cromo e outros elementos menores revelam uma importante<br />
divisão geoquímica do Grupo Bauru.<br />
Os resultados da aplicação de métodos estatísticos multivariados aos<br />
dados geoquímicos com 24 variáveis (Al, Ba, Ce, Co, Cr, Cs, Cu, Fe, Ga, La, Mn,<br />
Nb, Ni, Pb, Rb, Sc, Sr, Th, Ti, U, V, Y, Zn e Zr) permitem definir as principais assinaturas<br />
e associações geoquímicas existentes em todo estado de São Paulo<br />
e correlacioná-las aos principais domínios litológicos. A análise de agrupamentos<br />
em modo Q fornece oito grupos de amostras geoquimicamente<br />
correlacionáveis, que georreferenciadas reproduzem os principais compartimentos<br />
geológicos do estado: Complexo Cristalino, Grupos Itararé, Quatá<br />
e Passa Dois, Formação Serra Geral e Grupos Bauru e Caiuá. A análise discriminante<br />
multigrupos comprova, estatisticamente, a classificação dos grupos<br />
formados pela análise de agrupamentos e fornece as principais variáveis discriminantes: Fe, Co, Sc, V e Cu. A análise de componentes<br />
principais abordada em conjunto com a análise fatorial pelo método de rotação varimax fornecem os principais fatores multivariados e<br />
suas respectivas associações elementares. O georreferenciamento dos valores de escores fatoriais multivariados delimitam áreas onde<br />
as associações elementares ocorrem (províncias geoquímicas) e fornecem mapas geoquímicos multivariados para todo o estado.<br />
Com base em uma visão integrada dos resultados obtidos neste trabalho, conclui-se a necessidade de execução dos<br />
levantamentos geoquímicos de baixa densidade em todo país em caráter de prioridade, pois são altamente eficazes na definição<br />
de backgrounds regionais e delimitação de províncias geoquímicas com interesse metalogenético e ambiental. Concluise<br />
também a necessidade de execução do mapeamento geológico contínuo em escala adequada (maiores que 1:100.000)<br />
para toda área do estado de São Paulo, principalmente nas porções que apontam para possíveis existências de unidades não<br />
cartografadas nos mapas geológicos disponíveis.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
LEVANTAMENTO GEOQUÍMICO DE BAIXA DENSIDADE;<br />
GEOQUÍMICA DE SUPERFÍCIE; BACKGROUND GEOQUÍMICO<br />
SIGNIFICADO TECTÔNICO DAS ROCHAS<br />
DE ALTO GRAU DO NORTE DE MATO GROSSO<br />
Autores: 1 Rizzotto, G.J; 1 Ladeira, C.A.; 1 Rios, F.S; 1 Duarte, T.B.; 1 Lopes, L.B.; 1 Gonçalves, G.F.; 1 Netto, G.B.; 1 Fuentes, D.B.V.;<br />
2<br />
Oliveira, A.C.; 2 Lisboa, T.<br />
1<br />
CPRM – Superintendência Regional de Goiânia; 2 CPRM Superintendência Regional de Manaus<br />
Bordejando a Bacia dos Caiabis, no interflúvio dos rios Juruena e Teles Pires afloram em uma faixa (230x30km) contínua de<br />
direção EW, migmatitos orto e paraderivados, além de granulitos máficos e félsicos, os quais compõem o Complexo Nova Monte<br />
Verde (CNMV). As rochas deste complexo configuram uma intensa anomalia gravimétrica positiva e formam uma estrutura geológica<br />
arqueada. Sugere-se uma redefinição estratigráfica e genética para o CNMV onde as rochas supracrustais de alto grau, constituídas<br />
por paragnaisses, granulitos félsicos, migmatitos paraderivados e subordinadamente gnaisses calcissilicáticos e formação<br />
ferrífera bandada, as quais doravante passam a constituir a Unidade Paraderivada-Bacaeri-Mogno do CNMV, enquanto que os ortognaisses<br />
tonalíticos/granodioríticos/quartzo-dioríticos, migmatitos (diatexitos e metatexitos ortoderivados), granulitos máficos e<br />
enderbitos, constituem a Unidade Ortoderivada-Vila Progresso do referido complexo. Destaca-se o estágio avançado de fusão dos<br />
migmatitos não sendo possível reconhecer distintamente o paleossoma e o neossoma. Assim sendo, predominam os diatexitos<br />
com estrutura do tipo schlieren, turbulenta e nebulítica,<br />
enquanto que os metatexitos são estromáticos. No<br />
geral, possuem bandamento gnáissico e mesodobras<br />
com plano axial de direção EW.<br />
Expressivo plutonismo granítico associado a<br />
vulcanismo félsico bordeja tanto a norte como a sul as<br />
rochas de alto grau do Complexo Nova Monte Verde.<br />
Ou seja, o CNMV representa a crosta inferior exumada,<br />
a qual foi colocada lado a lado com granitóides e<br />
vulcânicas pouco ou nada deformados. Situação geológica<br />
equiparada com os Complexos de Núcleo Metamórfico<br />
identificados nos registros geológicos do Pré-<br />
Cambriano ao Recente.<br />
Dados estruturais, petrográficos e de campo,<br />
aliados a dados isotópicos indicam que a cristalização<br />
dos migmatitos e granulitos foi contemporânea com a deformação, ou seja, entre 1790-1770Ma. Granitos da Suíte Juruena (fácies<br />
São Pedro, São Romão, Juruena, Nova Canaã, Apiacás e Paranaíta) e vulcanismo félsico associado (Grupo Colíder), possuem idades<br />
de cristalização entre 1800-1780Ma e exibem características de cristalização sin-tectônica. A assinatura isotópica de Sm-Nd tanto<br />
dos migmatitos como dos granitos é idêntica (TDM = 2,0-2,2 Ba; Nd =-3,9 a +2,5), sugerindo derivação crustal Paleoproterozóica<br />
com interação de fonte mantélica. Desta forma, os dados indicam um único evento magmato-tectônico que ocorreu no intervalo<br />
de tempo de 1800 a 1770Ma.<br />
Nos modelos geotectônicos propostos até então para esta região, as rochas do CNMV seriam representantes de complexo<br />
de subducção/arco magmático continental. No entanto, o que se observa é a ausência de feições e registros característicos de uma<br />
tectônica de margem convergente, tais como nappes e estruturas cavalgantes de baixo ângulo, vergência tectônica, prisma acrescionário,<br />
zona de sutura e paragênese metamórfica de alta pressão.<br />
A nova proposta tectônica aqui sugerida é que os migmatitos do CNMV, juntamente com os granitóides da Suite Juruena e<br />
vulcânicas associadas foram derivados por fusão parcial da crosta Paleoproterozóica Tapajós, por mecanismo de descompressão<br />
promovido por regime tectônico extensional ao longo de margem continental. A fonte de calor necessária a este processo pode ter<br />
sido fornecida por underplating de magma basáltico. Uma implicação deste modelo é que fusão parcial e extensão foram coevas.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
MIGMATITOS, GRANULITOS, TECTÔNICA EXTENSIONAL<br />
78 79
Geologia E Recursos Minerais<br />
GEOLOGIA E CARACTERIZAÇÃO DAS MINERALIZAÇÕES<br />
DE OURO PRIMÁRIO DO DEPÓSITO ELDORADO DO JUMA,<br />
SUDESTE DO ESTADO DO AMAZONAS<br />
Autor: Grazziotin, H.F 1<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil<br />
O depósito localiza-se na margem esquerda do rio Juma, município de Novo Aripuanã, com acesso a partir da cidade<br />
de Apuí, BR-230 (Transamazônica), ou Novo Aripuanã (AM-174). Dos cinco cortes verticais que consistem as frentes garimpadas<br />
a céu-aberto em sequência saprolítica, quatro orientam-se regionalmente segundo azimutes 35-500, Naldinho (16,05 m),<br />
Bandeira (25,9 m), Manelão (23,05 m) e Moage (32,5 m). As duas primeiras tem o mesmo sentido de avanço de lavra, enquanto<br />
Manelão e Moage avançam respectivamente para 2300 e 2150; exceção de Domingas, direção N-S com desenvolvimento para<br />
norte, Domingas I (12,6 m), Domingas II (18,5 m), orientada e desenvolvida a 250. As camadas que definem o pacote lavrado<br />
variam desde 295-3000 a 310-3150, mergulhos sub-horizontais a 150NE. O substrato da sequência consiste de vulcânicas riolíticas/riodacíticas<br />
do Grupo Colíder (1.779-1.780 Ma, U-Pb SHRIMP).<br />
As hospedeiras da mineralização são saprólitos de rochas vulcânicas/vulcanoclásticas da Formação Camaiú (1.744-1.765<br />
Ma, U-Pb SHRIMP), vulcanossedimentar, do Grupo Vila do Carmo; a base consiste de ritmitos centimétricos a métricos de tufos,<br />
lapilli-tufos a aglomerados e níveis pelíticos, sugerindo ambiente marinho raso; esta sequência é sobreposta por arenitos finos<br />
a médios, às vezes com níveis pelíticos subordinados, de frente deltáica, e arenitos com estratificação plano-paralela e cruzada<br />
acanalada típicos de canais fluviais da Formação Salomão, Grupo Vila do Carmo. Exceto à Frente Domingas, onde a base da sucessão<br />
saprolítica se define por olivina gabro sulfetado correlacionável ao Gabro Mata-Matá (1576 ± 4 Ma, U-Pb SHRIMP).<br />
A cobertura laterítica de topo é geralmente truncada sendo a camada duricrust (crosta laterítica) praticamente ausente,<br />
da qual permanecem somente vestígios, engloba elúvios argiloarenosos e arenoargilosos às vezes com zona mosqueada,<br />
sobrepostos por colúvios arenosos pouco argilosos, tendo na base stone-lines (espessura máxima 1 metro), compostos por lateritas<br />
e arenitos ferruginosos. O hidrotermalismo pervasivo que gerou a mineralização é mais intenso na sequência Camaiú,<br />
como vênulas de caulinita de atitudes coincidentes com a orientação geral das frentes, stockworks, níveis hematíticos, crostas<br />
ferruginosas (ironstones) manganesíferas, gossans (goethita+hematita) e boxworks de sulfetos.<br />
As amostras dos depósitos de resíduo de lavra por desmonte hidráulico das frentes, analisadas por fire-assay/leitura<br />
ASS - Au e fire-assay/ICP-AES - Au, Pt e Pd (frente Domingas) no SGS Geosol Laboratórios, revelaram os seguintes teores médios<br />
nas cavas: Naldinho - 71,4 ppb (área – 225 m2); Bandeira - 32,6 ppb (380 m2); Moage - 17,7 ppb (289 m2), denominadas<br />
Grupo 1 de teores médios mais baixos. Manelão - 967 ppb (301m2); e Domingas - 2.194,5 ppb (904 m2), Grupo 2 com teores<br />
médios elevados. Os testes de beneficiamento dos resíduos por lixiviação em pilha em duas amostras compostas separadas e<br />
representativas dos dois grupos supracitados, demonstraram após 63 dias de lixiviação, uma extração final do ouro de 65.7%,<br />
Grupo 1, e 86.8%, Grupo 2.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Ouro, hidrotermalismo, lixiviação em pilha<br />
81
Geologia E Recursos Minerais<br />
PROSPECÇÃO DE AGROMINERAIS NO RIO GRANDE DO SUL<br />
Autores: Toniolo, J.A. 1 ; Parisi, G.N. 1 ; Pinto, L.G.R. 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
GEOLOGIA E CARACTERIZAÇÃO DAS MINERALIZAÇÕES<br />
DE OURO PRIMÁRIO DO DEPÓSITO ELDORADO DO JUMA,<br />
SUDESTE DO ESTADO DO AMAZONAS<br />
A busca de rochas portadoras de fósforo e potássio, para a utilização na indústria agrícola, como fonte de componentes para<br />
fertilizantes agronômicos e remineralizadores de solos na forma de pó de rocha, foi efetuada pelo Serviço Geológico do Brasil –<br />
CPRM, no Escudo Sul-Rio-Grandense onde afloram rochas ígneas e metamórficas pré-Cambrianas pertencentes ao embasamento<br />
cristalino do estado, com intrusões de rochas alcalinas e kimberlitos e nas litologias sedimentares da borda sudeste da Bacia do<br />
Paraná, de idades paleozoicas e também com intrusões kimberlíticas.<br />
A metodologia aplicada constou na sobreposição das informações disponíveis nos mapas geológicos, geoquímicos e mineralógicos<br />
de sedimentos de corrente com alvos obtidos pela interpretação geofísica com base na composição das rochas alcalinas e<br />
associadas, que possuem propriedades físicas que as caracterizam. Estas características são representadas pelo elevado sinal magnético,<br />
alto sinal radiométrico do tório e do urânio e baixo sinal no canal radiométrico do potássio. Os alvos geofísicos direcionaram<br />
os trabalhos de verificações de campo (430 afloramentos descritos) com amostragem de rochas (979 amostras, 970 descrições<br />
petrográficas e 566 análises químicas) e adensamento na amostragem de sedimentos de correntes, (fração fina, com 695 análises<br />
químicas) e concentrados de bateia (fração grossa, com 560 análises mineralógicas).<br />
Entre os resultados alcançados, destacam-se a descoberta de dois corpos de carbonatitos com teores significativos de fósforo,<br />
terras raras e pequenos corpos de rochas alcalinas, bem como um diatrema kimberlítico, que corroboraram na consolidação<br />
dos Complexos Alcalino-Carbonatíticos no Rio Grande do Sul. A partir da identificação dos dois corpos de carbonatitos, mais três<br />
ocorrências foram encontradas por terceiros. Ainda para fósforo, foram indicadas áreas geoquimicamente anômalas em sedimentos<br />
de corrente, sobrepostas a alvos geofísicos e/ou ambientes geológicos favoráveis. Os ambientes geológicos favoráveis para fosfato<br />
magmatogênico como o Sienito Piquiri e para fosfato sedimentar como os mármores dos complexos metamórficos do Escudo<br />
Sul-Rio-Grandense e calcários da Bacia do Paraná foram prospectados, através da amostragem de rocha em frentes de lavra, em<br />
testemunhos de sondagem, em afloramentos e também por novas coletas de amostras de sedimentos de corrente.<br />
O potencial de potássio para a utilização na indústria agrícola, como remineralizador de solos na forma de pó de rocha foi<br />
avaliado através de critérios petrográficos e químicos, nas rochas alcalinas da Suite Alcalina Passo da Capela, nas rochas básicas hidrotermalizadas<br />
da Bacia do Camaquã e em biotita xistos dos complexos metamórficos do escudo do RS.<br />
Nas verificações de campo dos alvos geofísicos e geoquímicos foram descritas formações ferríferas, rochas máficas e ultramáficas,<br />
turmalinitos, anfibolito com esfalerita e galena, não identificados nos mapeamentos geológicos disponíveis.<br />
Também foi experimentada a prospecção hidrogeoquímica para fosfato, sulfato, flúor e terras raras para determinar a faixa de<br />
valores desses analitos relacionados ao carbonatito Três Estradas. Os valores analíticos (90 amostras) obtidos por cromatografia de<br />
íons demonstraram que esse método não é eficiente para ser utilizado na prospecção regional, principalmente quando comparado<br />
com os resultados analíticos de sedimentos de corrente. Contudo a hidrogeoquímica das terras raras e de sulfato mostraram-se<br />
promissoras neste orientativo para prospecção regional.<br />
Autor: Grazziotin, H.F 1<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil<br />
O depósito localiza-se na margem esquerda do rio Juma, município de Novo Aripuanã, com acesso a partir da cidade<br />
de Apuí, BR-230 (Transamazônica), ou Novo Aripuanã (AM-174). Dos cinco cortes verticais que consistem as frentes garimpadas<br />
a céu-aberto em sequência saprolítica, quatro orientam-se regionalmente segundo azimutes 35-500, Naldinho (16,05 m),<br />
Bandeira (25,9 m), Manelão (23,05 m) e Moage (32,5 m). As duas primeiras tem o mesmo sentido de avanço de lavra, enquanto<br />
Manelão e Moage avançam respectivamente para 2300 e 2150; exceção de Domingas, direção N-S com desenvolvimento para<br />
norte, Domingas I (12,6 m), Domingas II (18,5 m), orientada e desenvolvida a 250. As camadas que definem o pacote lavrado<br />
variam desde 295-3000 a 310-3150, mergulhos sub-horizontais a 150NE. O substrato da sequência consiste de vulcânicas riolíticas/riodacíticas<br />
do Grupo Colíder (1.779-1.780 Ma, U-Pb SHRIMP).<br />
As hospedeiras da mineralização são saprólitos de rochas vulcânicas/vulcanoclásticas da Formação Camaiú (1.744-1.765<br />
Ma, U-Pb SHRIMP), vulcanossedimentar, do Grupo Vila do Carmo; a base consiste de ritmitos centimétricos a métricos de tufos,<br />
lapilli-tufos a aglomerados e níveis pelíticos, sugerindo ambiente marinho raso; esta sequência é sobreposta por arenitos finos<br />
a médios, às vezes com níveis pelíticos subordinados, de frente deltáica, e arenitos com estratificação plano-paralela e cruzada<br />
acanalada típicos de canais fluviais da Formação Salomão, Grupo Vila do Carmo. Exceto à Frente Domingas, onde a base da sucessão<br />
saprolítica se define por olivina gabro sulfetado correlacionável ao Gabro Mata-Matá (1576 ± 4 Ma, U-Pb SHRIMP).<br />
A cobertura laterítica de topo é geralmente truncada sendo a camada duricrust (crosta laterítica) praticamente ausente,<br />
da qual permanecem somente vestígios, engloba elúvios argiloarenosos e arenoargilosos às vezes com zona mosqueada,<br />
sobrepostos por colúvios arenosos pouco argilosos, tendo na base stone-lines (espessura máxima 1 metro), compostos por lateritas<br />
e arenitos ferruginosos. O hidrotermalismo pervasivo que gerou a mineralização é mais intenso na sequência Camaiú,<br />
como vênulas de caulinita de atitudes coincidentes com a orientação geral das frentes, stockworks, níveis hematíticos, crostas<br />
ferruginosas (ironstones) manganesíferas, gossans (goethita+hematita) e boxworks de sulfetos.<br />
As amostras dos depósitos de resíduo de lavra por desmonte hidráulico das frentes, analisadas por fire-assay/leitura<br />
ASS - Au e fire-assay/ICP-AES - Au, Pt e Pd (frente Domingas) no SGS Geosol Laboratórios, revelaram os seguintes teores médios<br />
nas cavas: Naldinho - 71,4 ppb (área – 225 m2); Bandeira - 32,6 ppb (380 m2); Moage - 17,7 ppb (289 m2), denominadas<br />
Grupo 1 de teores médios mais baixos. Manelão - 967 ppb (301m2); e Domingas - 2.194,5 ppb (904 m2), Grupo 2 com teores<br />
médios elevados. Os testes de beneficiamento dos resíduos por lixiviação em pilha em duas amostras compostas separadas e<br />
representativas dos dois grupos supracitados, demonstraram após 63 dias de lixiviação, uma extração final do ouro de 65.7%,<br />
Grupo 1, e 86.8%, Grupo 2.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
GEOFÍSICA, GEOQUÍMICA, FOSFATO<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Ouro, hidrotermalismo, lixiviação em pilha<br />
82 83
TIPOLOGIA DOS PEGMATITOS LITINÍFEROS<br />
DA REGIÃO DO MÉDIO RIO JEQUITINHONHA – MG,<br />
PROVÍNCIA PEGMATÍTICA ORIENTAL DO BRASIL<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
Autores: Betiollo, L.M. 1 ; Paes, V.J.C. 1 ; Santos, L.D. 1 ; Tedeschi, M.F. 1 ; Moura, C.D. 2<br />
1<br />
CPRM -Serviço Geológico do Brasil/SUREG-BH; 2 IGC/UFMG<br />
O presente trabalho desenvolveu-se no âmbito do Projeto Avaliação do Potencial do Lítio no Brasil, executado pela Superintendência<br />
de Belo Horizonte do Serviço Geológico do Brasil – CPRM, órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia.<br />
Com o objetivo de avaliar e classificar as principais concentrações de lítio na área (que são também as principais ocorrências<br />
conhecidas do Brasil), 45 pontos foram estudados no campo, incluindo ocorrências, depósitos, garimpos e minas de lítio. Com<br />
base na mineralogia geral, nos principais minerais de lítio presentes, nas estruturas e texturas internas, os pegmatitos estudados<br />
foram divididos em oito tipologias: 1) Pegmatitos com espodumênio disseminado, homogêneos: tipologia definida<br />
por Sá (1977), na região de Araçuaí-Itinga. Sua principal feição é a persistência das características mineralógicas e texturais e<br />
a disseminação do espodumênio por todo o corpo pegmatítico. 2) Pegmatitos com espodumênio disseminado e com zoneamento<br />
mineralógico nas bordas: tipologia definida neste projeto.<br />
Em termos mineralógicos ela é semelhante à tipologia anterior, entretanto difere daquela por apresentar um nítido e<br />
persistente zoneamento mineralógico nas bordas do corpo pegmatítico com proporção moderada de albita. 3) Pegmatitos<br />
com espodumênio disseminado, homogêneos ou zonados e com alta proporção de albita: tipologia definida neste projeto.<br />
Em termos da mineralogia principal, ela se distingue das duas tipologias já descritas pela sua alta proporção de albita, tanto<br />
em termos absolutos quanto relativamente ao feldspato potássico. 4) Pegmatitos com petalita na zona intermediária: tipologia<br />
definida por Sá (1977). A principal característica desta tipologia é que são corpos com zoneamento interno distinto com a<br />
petalita concentrada nas suas partes centrais. 5) Pegmatitos com petalita na zona intermediária e com alta proporção de albita:<br />
tipologia definida neste projeto e representa um desmembramento da tipologia anterior. A exemplo da tipologia original,<br />
tem a petalita como principal mineral de lítio, entretanto apresenta proporção relativamente alta de albita. 6) Pegmatitos com<br />
petalita e espodumênio na zona intermediária: tipologia definida por Sá (1977).<br />
Difere da tipologia número 4 por ter o espodumênio sempre associado à zona de ocorrência da petalita e com indicações<br />
de posterioridade em relação à mesma. 7) Pegmatitos com lepidolita e ambligonita, zonados: tipologia definida por Sá (1977).<br />
Compreende os corpos mais evoluídos dentro do processo pegmatítico, com elevado grau de albitização, que começa no núcleo<br />
e pode chegar aos contatos, com uma associação de grande diversidade mineralógica, com berilos e turmalinas (gemas)<br />
de cores variadas. A lepidolita é o mineral de lítio mais importante, seguida pela ambligonita. 8) Pegmatitos com espodumênio<br />
no núcleo de quartzo e no seu entorno, zonados: tipologia definida por Pedrosa-Soares et al. (1990) na região de Coronel Murta.<br />
Caracterizam-se por pegmatitos com volumosos e frequentes corpos de substituição, ricos em turmalinas litiníferas coradas e<br />
com espodumênio no núcleo e zona intermediária. Além do espodumênio, podem conter ambligonita e lepidolita na zona intermediária<br />
e nos corpos de substituição, estes últimos podendo conter também kunzita (espodumênio gemológico).<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Lítio, Pegmatito, Província Pegmatítica Oriental do Brasil<br />
85
Geologia E Recursos Minerais<br />
CARACTERIZAÇÃO ESPECTRO-MINERALÓGICA DA ASSEMBLEIA<br />
HIDROTERMAL ASSOCIADA À MINERALIZAÇÃO DE OURO NA SERRA DAS<br />
PIPOCAS, SEQUÊNCIA METAVULCANOSSIDEMENTAR DE TROIA, CEARÁ<br />
Autores: Naleto, J.L.C.1,2; Perrotta, M.M.1; Souza Filho, C.R.2, Costa, F.G.1,3<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil; 2 Universidade Estadual de Campinas; 3 Universidade Federal do Pará<br />
O núcleo arqueano/paleoproterozoico da região central do Estado do Ceará (“Maciço de Troia”) é formado principalmente<br />
por suítes TTGs neoarqueanas que hospedam greenstone belts paleoproterozoicos, conhecidos na literatura técnicocientífica<br />
como unidades Troia e Algodões. Projetos privados recentes identificaram mineralizações de ouro na Unidade Troia,<br />
no entorno da Serra das Pipocas, entre os municípios de Pedra Branca, Independência e Tauá. As mineralizações localizam-se<br />
em zona de cisalhamento regional de direção NE-SW e estão associadas a veios de quartzo hospedados em metatonalitos,<br />
metavulcânicas básicas e intermediárias e rochas metassedimentares.<br />
A caracterização espectro-mineralógica de amostras de rocha (superfície e testemunhos) coletadas na região da Serra<br />
das Pipocas foi realizada com intuito de gerar informações acerca da composição, propriedades físico- químicas e distribuição<br />
espacial da alteração hidrotermal associada às mineralizações de ouro. Os espectros compreendem as faixas de comprimentos<br />
de onda do visível ao infravermelho de ondas curtas (350 a 2.500 nm) e foram medidos em laboratório com o espectrorradiômetro<br />
ASD-FieldSpec-3 Hi-Resolution. Os resultados indicam a ocorrência de assembleia hidrotermal consistente com<br />
depósitos de ouro do tipo orogênico (mesotermal) alojados em greenstone belts. As paragêneses identificadas sugerem uma<br />
gradação de fácies que variam desde rochas não alteradas hidrotermalmente (talco, actinolita, hornblenda, epidoto, paragonita),<br />
progredindo sucessivamente para zonas de alteração mais intensa, sendo elas a zona da clorita, a zona do carbonato<br />
(ankerita) e a zona da muscovita-pirita (fengita + biotita).<br />
Os minerais de intemperismo incluem caulinita, montmorilonita, nontronita e goethita. O aumento na proporção de<br />
mica branca nas amostras e a variação de sua composição tendendo a termos fengíticos (baixos Al e Na; altos Fe, Mg, K e Si)<br />
foram identificados nos espectros em função do aumento da profundidade da absorção principal associada à ligação Al-OH<br />
e da posição desta feição em comprimentos de onda em torno de 2.210 nm. A proporção Fe:Mg nas cloritas foi investigada a<br />
partir do posicionamento da absorção em torno de 2.250 nm, que indicou uma variação de composição entre termos intermediários<br />
e magnesianos, estes associados à alteração menos intensa.<br />
O grau de cristalinidade e a substituição por Fe nas caulinitas foram investigados pela forma das feições duplas em torno<br />
de 1.400 e 2.200 nm e pela profundidade da absorção em 2.240 nm. Nas amostras ricas em muscovita/fengita ocorrem as<br />
caulinitas mais cristalinas e com fraca substituição por Fe. Para o modelo de depósito estudado, estes parâmetros espectromineralógicos<br />
podem ser utilizados como indicadores diretos e indiretos do zoneamento hidrotermal e foram empregados<br />
na integração com dados geológicos para a vetorização de direções de potencial crescente à ocorrência das mineralizações<br />
auríferas na Serra das Pipocas.<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
USO DE DADOS AEROGEOFÍSICOS NO PROJETO BATÓLITO<br />
DE PELOTAS – INTEGRAÇÃO GEOLÓGICA GEOFÍSICA<br />
Autores: Stropper, J.L. 1 ; Lopes, W.R. 1 , Takehara, L. 1 ; Laux, J.H. 1 ; Scherer, O.B. 1 ; Provenzano, C.A. 1 ; Karczeski, J. L. 2<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil – SUREG-PA; 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul<br />
Os aerolevantamentos geofísicos de magnetometria e gamaespectrometria são ferramentas importantes e vem sendo<br />
utilizado em diversos estudos geológicos desde a década de 60. O Serviço Geológico do Brasil – CPRM, entre 2003 e 2015,<br />
executou diversos levantamentos aerogeofísicos de alta resolução cobrindo quase que totalmente os terrenos cratônicos do<br />
país. A CPRM está utilizando estas ferramentas na interpretação e integração dos dados geológicos, com desenvolvimento<br />
de projetos de integração geológico-geofísico, e também, nos projetos voltados para recursos minerais, em projetos denominados<br />
de Área de Relevante Interesse Mineral (ARIM). Os levantamentos geofísicos têm sido utilizados na interpretação<br />
do contexto geológico do Escudo Sul-Riograndense desde a década 1970, que permitiu a compartimentação do Escudo em<br />
diferentes terrenos/blocos, dentre os quais o Batólito Pelotas.<br />
O projeto Batólito Pelotas (BP) classificado pela CPRM como ARIM e tem como objetivo a integração metalogenéticageológico-geofísica.<br />
O projeto tem como ênfase o entendimento das mineralizações de estanho, tungstênio, chumbo e ouro,<br />
associadas às rochas graníticas que ocorrem no BP. O BP corresponde a um complexo granito-gnáissico, com posicionamento<br />
em diferentes níveis crustais e estágios de evolução e de deformação distintos, englobando xenólitos de rochas gnáissicas<br />
intensamente deformadas, de formas e dimensões variadas. E é interpretado como batólito composto, multiintrusivo e polifásico,<br />
relacionado ao Ciclo Brasiliano.<br />
Os dados aerogeofísicos radiométricos indicam diferentes assinaturas para as mesmas suítes graníticas que poderão ser<br />
indicativos de novas (ainda não cartografadas) unidades geológicas. Destaca-se ainda a utilização dos dados radiométricos<br />
na identificação e correlação de padrões de alteração hidrotermal, importantes para estudos metalogenéticos. Além disto, é<br />
possível obter informações mais detalhada de assinaturas radiométricas anômalas, recortando a área escolhida para reprocessamento<br />
dos canais. Isto possibilita uma melhor definição das áreas mais anômalas que podem estar associadas às variações<br />
faciológicas ou de alterações dentro de uma mesma unidade litológica. As grandes estruturas que cortam o BP podem<br />
ser facilmente visualizadas nos mapas aeromagnéticos, cujos dados permitem visualizar variação no padrão estrutural do BP,<br />
que podem ser associados com as suítes graníticas que compõem o BP.<br />
O uso dos dados geofísicos permite direcionar e otimizar as atividades de campo, onde foi possível aperfeiçoar os contatos<br />
litológicos cartografados no BP. Também foram delimitadas unidades com padrões aerogeofísicos distintos e que necessitam<br />
de checagem. Em relação a recursos minerais, permitiu o estabelecimento de padrões relacionados a hidrotermalismo<br />
para estudo das mineralizações, além de possibilitar a interpretação dos padrões estruturais relacionadas às mineralizações<br />
conhecidas.<br />
A utilização do levantamento aerogeofísico no Projeto Integração Geológica-geofísica do Batólito Pelotas permitiu a<br />
otimização dos trabalhos de campo e reascende diversas discussões de caráter tectônico.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
ESPECTROSCOPIA DE REFLECTÂNCIA; OURO OROGÊNICO; COMPLEXO TROIA<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
BATÓLITO PELOTAS; AEROGEOFÍSICA; INTEGRAÇÃO GEOLÓGICO-GEOFÍSICA<br />
86 87
Geologia E Recursos Minerais<br />
NIVELAMENTO DE DADOS GEOQUÍMICOS<br />
ENTRE LEVANTAMENTOS DISTINTOS<br />
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO DA REGIÃO<br />
METROPLITANA DE GOIÂNIA - GO<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
Autores: Hattingh, K.; Eberhardt, D.B.; Pitarello, M.Z.; Frasca, A.A.S.; Duque, T.R.F.<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
Autores: Gollmann, K 1 ; Araújo, E.T 1 ; Pereira, L.F 1 ; Cabral, C.T 2 ; Rodrigues, A.P 2 ; Rivetti, M 2<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil; 2 Secretaria de Desenvolvimento/FUNMINERAL – Fundo de Fomento à Mineração<br />
O levantamento das informações geoquímicas existentes na área de estudo em geral é o subsídio inicial para a seleção<br />
de alvos e tomada de decisão nos trabalhos de pesquisa mineral. O elevado custo das reamostragens e/ou reanálises químicas<br />
fundamenta a necessidade de utilizar os dados históricos e, por vezes, torna-se fonte única de estudo e obtenção de<br />
resultados. Os dados geoquímicos aos quais se recorrem são, em sua maioria, compilações regionais de campanhas realizadas<br />
em diferentes épocas, por diferentes organizações e utilizando procedimentos laboratoriais distintos. A fim de assegurar a<br />
qualidade dos dados e a apresentação fidedigna dos resultados que utilize fontes diferentes, é de fundamental importância<br />
realizar o agrupamento por similaridade de metodologia de análise, tipo de amostra (sedimento de corrente, solo, rocha) e<br />
similaridade litológica. Só então os dados devem ser tratados estatisticamente e nivelados.<br />
Os dados utilizados neste trabalho foram normalizados pelo método percentis (Daneshfar e Cameron, 1998). Utilizou-se para<br />
o estudo 60 análises de ICP-MS em amostras de sedimento de corrente em área pertencente à Folha Alvorada, próximos à cidade<br />
homônima. Das análises, 30 foram realizadas pelo laboratório Acme e 30 pela Geosol, com diferença de 5 anos entre os<br />
levantamentos. As amostras selecionadas foram aquelas coletadas no mesmo ponto em ambos os levantamentos (30 pares),<br />
e foram correlacionadas para obtenção do coeficiente de correlação R2 (medida de associação linear entre variáveis). A linha<br />
de regressão adequada aos pares de percentis, é a equação de linha de nivelamento.<br />
Ao calcular essa linha de nivelamento, atribuiu-se mais peso aos percentis centrais, próximos à mediana, segundo padrão<br />
apresentado por Daneshfar e Cameron (1998). Dentre os elementos analisados (Co, Ni, V, Cu, Pb, Zn, Au, Mo, W, Sn, Cs, Ga, Rb,<br />
Ba, Sr, Y, Zr, Hf, Nb, Ta, Th, U, La, Ce, Yb e Lu), os que apresentaram correlação forte (0,7-1), qualificado de acordo com a proposta<br />
de Dancey e Reidy (2005), foram Co, V, Cu, Pb, Zn, Mo, Cs, Rb, Ba, Hf, Ta, Th, La, Ce e Lu e correlação moderada (0,4-0,6) foram<br />
Ni, Ga, Sr, Y, Zr e U. Conclui-se, portanto, que este método mostrou-se eficiente para estes elementos e podem ser trabalhados<br />
em conjunto para os distintos levantamentos, facilitando o trabalho em escala regional por meio da identificação de regiões<br />
anômalas e paralelismo dos fatores de correlação com a geologia.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
NIVELAMENTO, PERCENTIS, FOLHA ALVORADA<br />
A Região Metropolitana de Goiânia (RMG) composta por 20 municípios, totaliza uma área de 7.315,152 km², possui<br />
população de 2.068.767 habitantes, com densidade demográfica de 233,28 hab/km2. Realizou-se avaliação das diversas ocorrências<br />
e depósitos de matérias primas minerais da RMG, tendo como alvo os insumos da construção civil, parte dos objetivos<br />
propostos pelo Programa de Aceleração do Crescimento–PAC, para o setor mineral.<br />
A região estudada contempla 27.000 Km2, pois as áreas produtoras encontram-se fora dos limites da RMG. A metodologia<br />
constou de pesquisa bibliográfica, realização de ensaios tecnológicos e análises minerais, tabulação de dados e inserção em<br />
base geológica atualizada. Tendo em vista a área de abrangência da RMG e suas características geológicas, realizou-se o trabalho<br />
através da amostragem nos empreendimentos representativos para cada unidade geológica. Cadastrou-se 341 empreendimentos<br />
minerários: 150 unidades de extração de areia; 109 pontos com olarias/lavras de argila; 30 extrações para brita;<br />
10 minas de calcário e 42 de cascalho. Cada empreendimento visitado teve registrado aspectos como: localização e acesso;<br />
tipologia de depósitos; caracterização física; reservas e fontes alternativas de suprimento. As ocorrências observadas relacionam-se<br />
principalmente aos granulitos ortoderivados do Complexo Granulítico Anápolis-Itauçu, metacalcários da Sequência<br />
Metavulcanossedimentar Anicuns-Itaberaí, granitos tipo Aragoiânia e Rio Piracanjuba, quartzitos do Grupo Araxá, Coberturas<br />
Detrito-Lateríticas Ferruginosas e Depósitos Aluvionares.<br />
A dificuldade em obter informações sobre reservas advém do trabalho informal e do regime de licenciamento, que não exige<br />
cubagem desses recursos. Idealmente, esses insumos são produzidos próximo dos centros consumidores, para viabilização<br />
econômica das jazidas. O custo do transporte por via terrestre é o principal responsável pelo encarecimento do preço final do<br />
produto. Em oposição, a proximidade dos centros urbanos gera conflitos entre a mineração e o espaço urbano, impedindo o<br />
usufruto do bem mineral devido à estruturação urbana instalada. O crescimento desordenado dos grandes centros, aliado às<br />
restrições ambientais, inviabiliza o desenvolvimento da atividade mineral, seja pela ação política dos habitantes, ou pelo encarecimento<br />
das propriedades. No setor de insumos, poucas empresas dedicam-se a abrandar impactos ambientais oriundos<br />
das atividades de extração. Muitas vezes, os danos à natureza são explícitos e sem qualquer mitigação. O abandono precoce<br />
das minas é frequente; assim como é notável a poluição do solo pelo acúmulo de lixo e a exaustão de jazidas pela falta de<br />
planejamento. Experimenta-se, portanto o contraditório: o crescimento urbano provoca o aumento no consumo de rochas e<br />
minerais industriais, que desempenham importante papel na balança comercial dos municípios produtores, no entanto, esse<br />
mesmo crescimento urbano distancia e encarece a extração mineral.<br />
Políticas estaduais e municipais são necessárias para estabelecer leis de zoneamento e um sistema de fiscalização. A produção<br />
de conhecimento geológico e o desenvolvimento de tecnologias limpas para caracterização, extração e beneficiamento mineral<br />
são fundamentais para identificar jazidas e minimizar impactos causados pela atividade. De posse dessas informações a<br />
sociedade e o poder público podem organizar e refinar o conhecimento sobre os recursos naturais e planejar o processo de<br />
urbanização. A exploração com base sustentável, qualificação profissional e investimento em tecnologias é o melhor caminho<br />
para o desenvolvimento.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
INSUMOS MINERAIS, REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA, CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
88 89
Geologia E Recursos Minerais<br />
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE TERRAS RARAS NO BRASIL<br />
Autores: Takehara, L. 1 ; Almeida, M.E. 1 ; Silveira, F.V. 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
Os depósitos e ocorrências de elementos terras raras (TR) no país são conhecidos e estão associados aos complexos<br />
alcalinos carbonatíticos, rochas graníticas diferenciadas e depósitos de placers. A Província Ígnea do Alto do Paranaíba<br />
tem os principais depósitos de TR associados aos complexos alcalinos carbonatíticos de nióbio e fosfato, onde<br />
os TR poderão ser extraídos como subproduto durante o processamento do minério. Em outras regiões, os complexos<br />
alcalinos mineralizados apresentam problemas logísticos como Morro dos Seis Lagos (AM), ou pequeno volume, como<br />
Barra do Itapirapuã (SP/PR). O principal mineral de minério deste tipo de depósito é a monazita, e pode estar associado<br />
aos minerais secundários como fosfato aluminoso de TR. Em Araxá (MG), o projeto em fase mais avançada está sendo<br />
executado pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que está produzindo 100 toneladas/mês de<br />
bicarbonatos e hidróxidos de TR desde 2013.<br />
As rochas graníticas tardias são enriquecidas em TR e podem gerar mineralizações de TR. Dentro desta tipologia de<br />
depósitos há duas minerações realizando estudos de viabilidade econômica: Mineração Taboca SA no depósito de Pitinga<br />
em Presidente Figueiredo (AM) e a Mineração Serra Verde<br />
SA no Granito Serra Dourada em Minaçu (GO). O mineral<br />
de minério de Pitinga é a xenotima que ocorre como cristais<br />
prismáticos milimétricos e podem ocorrer na forma de<br />
veios associados ao processo de fraturamento que corta<br />
o corpo álcali-granito Madeira. A mineralização econômica<br />
do granito Serra Dourada está relacionado ao saprolito<br />
que ocorre sobre o biotita granito, denominada como depósito<br />
tipo íons adsorvidos em argilas.<br />
O potencial brasileiro para TR é grande, sendo a segunda<br />
maior reserva mundial, com 22 Mt de reserva lavrável<br />
de óxidos de terras raras (OTR). Esta reserva poderá<br />
ser maior quando os projetos em desenvolvimento finalizarem<br />
os seus estudos de viabilidade econômica. Apesar<br />
deste cenário, não há vantagem do país em relação aos<br />
demais países, isto porque é necessário forte investimento<br />
no desenvolvimento das rotas tecnológicas para cada<br />
depósito. Cada tipo de minério exige rota adequada para<br />
ser economicamente viável. Além disto, são processos caros,<br />
de baixo rendimento e altamente poluente. O ponto<br />
favorável do Brasil está no fato das mineralizações de TR<br />
estarem associadas a bens minerais que já estão sendo minerados,<br />
pois minimiza os custos de mineração.<br />
O interesse TR deve-se às oscilações que ocorreram no seu mercado nos últimos anos. Isto fez com que, em diversos<br />
países, empresas de mineração buscassem por novos depósitos ou reabertura /reavaliação de minas paralisadas e depósitos<br />
potenciais. No Brasil, diversos setores públicos e privados iniciaram debates para viabilização da exploração ao consumo de<br />
TR. Dentro do Plano Nacional de Mineração 2030, coube ao Serviço Geológico do Brasil – CPRM, entre outras questões, a<br />
identificação de alvos de minerais estratégicos para a indústria de alta tecnologia. O Projeto Avaliação do Potencial de Terras<br />
Raras no Brasil foi um dos instrumentos governamentais com objetivo de identificar o potencial brasileiro deste bem mineral.<br />
O desenvolvimento da cadeia produtiva de TR depende de esforço governamental, fator mercadológico e desenvolvimento<br />
tecnológico.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Mapa com a distribuição dos principais tipos de depósitos no Brasil.<br />
TERRAS RARAS, CARBONATITOS, ROCHAS GRANÍTICAS, PLACERS<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
ENSAIO DE CLASSIFICAÇÃO ESPECTROMINERALÓGICA<br />
POR ESPECTROSCOPIA DE REFLECTÂNCIA E DE<br />
IMAGEAMENTO DA REGIÃO DA MINA DE SCHEELITA<br />
DE BREJUÍ, FAIXA SERIDÓ (RN), PROVÍNCIA BORBOREMA<br />
Autores: Costa, M.A.C. 1,2 ; Perrotta, M. M. 1 ; Souza Filho, C. R. 2<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil; 2 Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)<br />
Situada na porção norte-nordeste da Província Borborema, a<br />
Faixa Seridó é historicamente conhecida pelas suas ocorrências de<br />
tungstênio e ouro, além de molibdênio, nióbio, tântalo, lítio, berílio<br />
e estanho. Os depósitos de tungstênio na área estão relacionados<br />
principalmente à scheelita, formada em escarnitos de contato entre<br />
intrusões ígneas neoproterozoicas e mármores. Recentemente,<br />
o Serviço Geológico do Brasil – SGB/CPRM adquiriu novos dados a<br />
partir de sensor hiperespectral (ProSpecTIR-VS, 357 bandas VNIR-<br />
SWIR, com resolução de 2 m) na área da mina scheelitífera de Brejuí,<br />
situada no município de Currais Novos (RN). O método de classificação<br />
espectral empregado foi o Spectral Angle Mapper (SAM). A partir<br />
das assinaturas espectrais dos endmembers selecionados para cada<br />
faixa de voo, foram classificados os demais pixels da imagem.<br />
Cada faixa de sobrevoo gerou em média 25 diferentes classes<br />
espectrais. As classes de espectros similares foram agrupadas, inicialmente<br />
dentro de cada faixa e, posteriormente, entre as diversas Mapa de localização da área de estudo (Mina de Brejuí)<br />
faixas, para homogeneização da classificação. Os endmembers relativos<br />
à vegetação, às estradas e às construções civis foram descartados. Entre os pixels/classes com assinatura espectral correspondente<br />
a fases minerais, os estudos preliminares permitiram diferenciar 3 grandes grupos de minerais: argilominerais (caulinita, dickita, nacrita);<br />
mistura argilominerais + esmectitas + carbonatos (caulinita/nacrita + nontronita + calcita ou epidoto); ilita/muscovita. No âmbito da Espectroscopia<br />
de Reflectância, foram analisadas 10 amostras (via espectrorradiômetro ASD-FieldSpec-3 Hi-Resolution), coletadas no interior<br />
da mina de scheelita de Brejuí, e que correspondem a distintas associações minerais de alteração hidrotermal gerada pelo depósito.<br />
Foram identificados os seguintes minerais: calcita, actinolita, epidoto, ilita (tendência fengítica), clinocloro (Mg-clorita),<br />
gipso e nontronita. A calcita, de cor laranja, corresponde ao mineral recristalizado por efeito metassomático na rocha encaixante<br />
(mármore) que hospeda a mineralização. A actinolita está associada à paragênese de alta temperatura (escarnitos<br />
primários ou progradacionais). Os demais minerais identificados estão associados à paragênese de baixa temperatura (escarnitos<br />
retrogradacionais), onde se concentram os maiores teores de tungstênio.<br />
Nota-se uma predominância de minerais ferromagnesianos e cálcicos, onde as assinaturas espectrais das paragêneses<br />
hidrotermais nos permitem delimitar um intervalo preferencial de bandas de absorção, comum às diversas fases minerais, entre<br />
2.320 e 2.345 nm (SWIR). Nesse sentido, o mapeamento preliminar com base nos dados hiperespectrais individualizou uma classe<br />
de grande interesse mineral nas proximidades da Mina de Brejuí, que possui uma importante banda de absorção em 2.341<br />
nm, coincidente com o intervalo de bandas de absorção presentes em muitos minerais que compõem a assembleia de alteração<br />
hidrotermal do depósito. Em campo, as ocorrências desta classe espectral coincidem com rochas de cor verde claro com tons<br />
alaranjados, descritas como calcissilicáticas (ou mármores hidrotermalizados).<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
SENSORIAMENTO HIPERESPECTRAL,<br />
esPECTROSCOPIA DE REFLECTÂNCIA, FAIXA SERIDÓ<br />
90 91
Geologia E Recursos Minerais<br />
METAPIROCLÁSTICAS FÉLSICAS DO GREENSTONE BELT RIO DAS<br />
VELHAS, REGIÃO DE PITANGUI, NW DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO/MG<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
ESTRATIGRAFIA DAS FORMAÇÕES MORRO DO CALCÁRIO<br />
E LAPA NA REGIÃO DE MORRO AGUDO, PARACATU – MG<br />
Autores: Marinho, M.S. 1 ; Dreher, A.M. 2 ; Silva, R.N.1; Di Salvio, L.P.P. 1 ; Brito, D.C. 1 ; Feboli, W.L. 1 ; Silva, M.A.<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de Belo Horizonte; 2 CPRM, Escritório do Rio de Janeiro<br />
Autores: Sotero, M.P. 1 ; Dias, P.H.A 1 ; Marinho, M.S 1 ; MAtos, C.A 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
O Greenstone Belt Rio das Velhas (GBRV) compreende um conjunto de rochas metavulcanossedimentares de idade arqueana<br />
que aflora na porção meridional do cráton São Francisco, região conhecida como Quadrilátero Ferrífero (QF). Em sua extremidade<br />
noroeste, entre os municípios de Pitangui/MG e Pará de Minas/MG, o GBRV desenvolve uma calha sinformal de direção<br />
NW-SE. Essa calha é limitada a sudoeste e nordeste pelo embasamento granito-gnáissico e granitoides arqueanos e é recoberta<br />
a norte e noroeste por sedimentos neoproterozoicos do Grupo Bambuí.<br />
Este segmento do GBRV pode ser dividido em três grandes sequências. A sequência basal é composta por metavulcânicas<br />
máficas, com intercalações de metaultramáficas e de metassedimentos clásticos e químicos. A sequência intermediária é metavulcanoclástica<br />
na base, gradando para uma unidade metassedimentar clástica com intercalações de metassedimentos químicos e<br />
níveis metavulcânicos. A sequência de topo possui caráter molássico e contem quartzitos e metaconglomerados. A região destacase<br />
também pela presença de rochas peraluminosas, oriundas de intensa alteração hidrotermal de parte dessas unidades.<br />
Os trabalhos de mapeamento geológico realizados na região pelo Serviço Geológico do Brasil-CPRM, no âmbito do projeto<br />
Evolução Crustal e Metalogenia do QF, possibilitaram a identificação de rochas metapiroclásticas félsicas, intercaladas nas sequências<br />
basal e intermediária do GBRV. As rochas estão metamorfisadas em fácies xistos verdes e compreendem metatufos de<br />
fluxo (metaignimbritos) e a metatufos de queda (metatufos de ash-fall). Parte dos tufos de queda corresponde a tipos contendo<br />
lapilli acrescionários, sendo esta, a primeira referência a rochas deste tipo no GBRV.<br />
Os metaignimbritos da sequência basal ocorrem como lentes em meio a actinolita-plagioclásio xistos e plagioclásio-clorita<br />
xistos derivados de basaltos, e estão associados a cloritóide-mica-xistos, filitos carbonosos, formações ferríferas bandadas<br />
e metacherts. São rochas foliadas, cinza avermelhadas, de<br />
granulação fina a média. Ao microscópio exibem cristais<br />
maiores de quartzo com bordas corroídas (embayments) e<br />
remanescentes de partículas de púmice com textura vesicular<br />
ainda discernível, em meio a uma matriz fina à base<br />
de quartzo, feldspato e muscovita orientada, com rutilo, turmalina<br />
e cloritóide finíssimos dispersos.<br />
Na sequência intermediária ocorrem meta-aglomerados<br />
e metatufos na sua porção mais basal, associados a metassedimentos<br />
clásticos e calcissilicáticos. Metatufos félsicos ocorrem<br />
também na parte superior da unidade metassedimentar,<br />
onde se associam a filitos, meta-arenitos imaturos, metacherts<br />
e formações ferríferas bandadas. Os metaignimbritos são de<br />
(Esquerda) Fotomicrografia exibe cristal de quartzo com golfos<br />
de corrosão emmetaignimbrito félsico da sequência basal (LPX).<br />
(Direita) Aspecto microscópico de metatufo contendo lapillis<br />
acrescionários fortemente zonados (LPP)<br />
cor cinza, foliados, formados por pequenos cristais de quartzo, litoclastos derivados de outros tufos, e partículas de tamanho variado<br />
de púmice estiradas e onduladas. Os metatufos de queda são geralmente de cor creme e de grão muito fino. Parte deles são tufos de<br />
cristais, formados por diminutos grãos angulosos de quartzo, feldspato e partículas líticas envoltos numa matriz microcristalina félsica<br />
rica em filossilicatos (sericita, pirofilita), com pontuações dispersas de rutilo e cloritóide. Os tufos com lapilli acrescionários possuem<br />
uma matriz de sericita finíssima e quartzo, provavelmente derivada de cinza vítrea, dentro da qual se destacam corpos de tamanho<br />
lapilli elípticos, de 0,5 a 3 mm, impregnados por limonita e com estrutura interna concentricamente zonada. Estes tufos com lapilli<br />
acrescionários ocorrem junto a metacherts e foram provavelmente depositados em ambiente subaquoso.<br />
A região de Morro Agudo, situada a sul da cidade de Paracatu, está inserida no contexto do domínio externo da Faixa<br />
Brasília, e é caracterizada por uma sequência pelítica-carbonática pertencente ao Grupo Vazante. A estratigrafia desse grupo<br />
foi formalmente definida na região da cidade de Vazante (MG), onde existem diversos trabalhos que balizam o entendimento<br />
da estratigrafia. Entretanto, na região de Paracatu, existe uma grande lacuna no conhecimento estratigráfico em relação a<br />
essa unidade. Com intuito de agregar mais informações estratigráficas, em 2015, a CPRM realizou um projeto onde foram estudados<br />
seis testemunhos de sondagem estratigráfica, referentes ao Projeto Sondagem Bambuí da CPRM na década de 1980.<br />
Os trabalhos atuais consistem em uma redescrição geológica de cerca de seis mil metros de testemunho, que interceptam<br />
principalmente as formações Morro do Calcário e Lapa, gerando novos logs dessas sondagens e interpretações do empilhamento<br />
estratigráfico para a região.<br />
Na região, a Formação Morro do Calcário é composta por uma espessa sequência dolomítica com níveis pelíticos que<br />
sobrepõe a sequência siliciclástica da Formação Serra do Garrote. Esse contato basal é tectonizado e marcado por falhas verticalizadas<br />
normais/inversas. A base da Formação Morro do Calcário é composta predominantemente por dolomito laminado<br />
(dolossilttito/dololutito), mostrando laminações irregulares, intercalado com estromatólitos colunares e estratos de dolomito<br />
maciço, além de dolarenitos. Em direção ao topo, grada para um pacote de dolarenito a dolarenito conglomerático. Os dolarenitos<br />
possuem intraclastos de dolomito laminado e de dolarenito, pelóide e são marcados por intensa cimentação espática.<br />
Em meio ao pacote de dolarenito é comum a ocorrência de camadas de dolossiltito/dololutito e ardósia carbonática. A ardósia<br />
é cinza escura, geralmente laminada, com contribuição de matéria carbonosa e, por vezes, podem ocorrer clastos dispersos<br />
de dolomito, formando brechas com matriz argilosa. No topo da Formação Morro do Calcário predomina um pacote de<br />
brecha dolomítica com matriz dolarenitica intercalada com camadas de dolarenitos. Essa fácies de topo hospedam a principal<br />
mineralização de zinco sulfetado da região.<br />
A Formação Lapa sobrepõe a Formação Morro do Calcário em discordância erosiva e apresenta geralmente o contato<br />
tectonizado. Esse pacote encontra-se intensamente deformado, mostrando duplicamento da sequência e intercalação tectônica<br />
com a Formação Serra do Landim (unidade de topo), dificultando um pouco o empilhamento estratigráfico da sequência.<br />
Essa unidade é composta essencialmente por ardósia e ritmito (silto-arenoso), com considerável contribuição de matéria<br />
carbonosa, além de dolomito argiloso, ardósia carbonática e dolarenito. O dolarenito é uma importante e contínua fácies da<br />
Formação Lapa, a qual comumente apresenta bolsões ou filões ricos em dolomita branca e sulfetos (pirita/galena/esfalerita).<br />
Em alguns furos, onde o contato basal não está tectonizado, a base dessa formação é marcada por diamictito, mostrando fragmentos<br />
(grânulos a matacões) de dolomitos/dolarenitos imersos em matriz argilo-carbonática cinza escura (rica em matéria<br />
orgânica). O contato de topo da Formação Lapa é marcado por empurrões da Formação Serra do Landim.<br />
Essa sequência pelítica-carbonática, descrita nos furos da região de Paracatu, mostra uma notável variação lateral de<br />
fácies no empilhamento estratigráfico, com aumento da contribuição siliciclástica em direção ao norte.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
GRUPO VAZANTE; ESTRATIGRAFIA; MORRO AGUDO<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
metatufos félsicos, lapilli acrescionários,<br />
GReenstone belt Rio das Velhas<br />
92 93
Geologia E Recursos Minerais<br />
O NEOPROTEROZOICO E A SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DAS<br />
ROCHAS ORNAMENTAIS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE<br />
Autores: Maria A. B. Lima 1 ;Vanildo A. Mendes 1 ; André Spisila 1<br />
1<br />
Pesquisadores em Geociências CPRM Companhia de Pesquisa<br />
O território do Rio Grande do Norte, devido à variedade litológica e ampla exposição das rochas que compõem seu<br />
embasamento cristalino, mostra vasta possibilidade de excelentes jazimentos de rochas para fins ornamentais. Insere-se na<br />
chamada Subprovíncia Potiguar, a qual se mostra limitada em sua porção noroeste pela zona de cisalhamento de Portalegre<br />
e no seu limite sul pelo Lineamento Patos. Apresenta-se representada pelos domínios São José do Campestre, Rio Piranhas,<br />
Granjeiro e Faixa de dobramentos Seridó. Os três primeiros são constituídos de rochas de idades arqueanas a paleoproterozoicas,<br />
contendo uma associação de gnaisses e migmatitos de alto grau com faixas de supracrustais subordinadas, além de<br />
plutonismo gabroanortosítico associado.<br />
Nas áreas concernentes as litologias arqueanas afloram tonalitos, trondhjemitos e granitoides, incluindo faixas de terrenos<br />
tipo Greenstone Belt (Terreno São José do Campestre e Granjeiro). O Neoproterozoico, nesta entidade, acha-se representado<br />
pela faixa de Dobramentos Seridó e pelo intenso plutonismo intrusivo nos domínios acima referenciados. Incluso no São<br />
José do Campestre têm-se o Granito Preto São Marcos, associado à gabros e noritos. Dentro dos terrenos acima referenciados<br />
a Faixa de Dobramentos Seridó é a que encerra a maior quantidade de jazimentos de rochas para fins ornamentais detectados<br />
no embasamento cristalino do estado. A entidade em apreço mostra-se formada pelo Quartzito Equador, Metaconglomerado<br />
Parelhas, Gnaisses Jucurutu e Biotita-xistos da Formação Seridó. Intrudidos nesta sequência metamórfica têm-se plutonismo<br />
cedo, sin, tardi e pós-brasiliano, representados pelas suítes Itaporanga, Dona Inês, Umarizal, Catingueira e São João do Sabugi.<br />
Esta assembleia litológica propiciou a formação de uma série de jazimentos de rochas ornamentais, constituída por materiais<br />
exóticos de excelente aceitação no mercado internacional de produtos pétreos. Associados aos metaconglomerados<br />
polimíticos e monomíticos do denominado Membro Parelhas, ocorre os denominados granitos Verde Fashion, Verde Gauguin<br />
e Verde Rei Imperial. Relacionados à fase pós-tectônica tem-se a sequência pegmatítica, a qual se insere os granitos pegmatóides<br />
comercialmente conhecidos como: Branco Fuji, Branco Borborema e Vermelho Bordeaux, estes litotipos caracterizam-se<br />
por apresentar granulação grosseira, textura pegmatítica e aspecto multicolorido.<br />
Associados aos biotita-xistos granadíferos da Formação Seridó têm-se os tipos Black Stones que se constituem de biotita<br />
xistos intensamente dobrados, de cor escura e admirável aspecto estético. Inclusos nos charnockitos Neoproterozoicos,<br />
detectados em Patu e Janduís, ocorre o granito Verde Borborema. Ainda associado aos granitoides sin a tardi tectônicos de<br />
composição alcalina, peralcalina e leucogranítica, ocorrem os jazimentos do granito Rosa Iracema. Os leucogranitos da Suíte<br />
Dona Inês podem conter jazimentos de rochas claras do tipo cinza-esbranquiçado exemplificados pelos denominados Branco<br />
Acari e Branco Elite. No que concerne aos plutonitos da Suíte Umarizal, constituída por gabros, grabonoritos e dioritos podese<br />
encontrar ocorrências de granitos preto do tipo “Nero Vero” de reconhecida aceitação no contexto das rochas ornamentais.<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
LITOFÁCIES E TIPOS COMPOSICIONAIS DAS ROCHAS<br />
VULCÂNICAS DO GRUPO COLÍDER (1,80 – 1,79 GA) NA<br />
REGIÃO DE APUÍ-NOVO ARIPUANÃ, SUDESTE DO AMAZONAS<br />
Autores: M.S. Simões 1 ; P.R.R. Benevides Filho 1 ; R.E. Meloni 1 ; A.R.C.Silva 1 ; N.J. Reis 1<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de Manaus<br />
O Cráton Amazonas registra um expressivo vulcanismo paleoproterozoico a mesoproterozoico com idades entre 2,0 Ga<br />
e 1,5 Ga. Na região sudeste do Amazonas (Província Rondônia-Juruena), nos municípios de Apuí e Novo Aripuanã, as rochas<br />
vulcânicas de 1,80 Ga a 1,79 Ga são incluídas no Grupo Colíder, uma associação de rochas cálcio-alcalinas de alto-K. Estas<br />
rochas são recobertas parcialmente pelos arenitos, pelitos e vulcanoclásticas do Grupo Vila do Carmo (1,76-1,74 Ga), por arenitos<br />
e siltitos paleozoicos do Grupo Alto Tapajós e por terraços sedimentares quaternários.<br />
No presente trabalho nós apresentamos a descrição de litofácies dessa unidade com base em dados de mapeamento<br />
geológico e petrografia. Os tipos composicionais foram identificados por meio do conteúdo de óxidos maiores, que foi<br />
detectado pela técnica de fluorescência de raios-X. O vulcanismo do Grupo Colíder na área de estudo é dividido em dois<br />
grupos composicionais-texturais: (1) ao sudeste da sede municipal de Apuí, sul da Rodovia Transamazônica (BR-230) afloram<br />
litofácies de tufos líticos maciços ricos em cristais (LTmrc) e<br />
de tufos líticos ricos em púmice com textura eutaxítica (LTpe).<br />
Os ignimbritos ricos em cristais mostram baixo grau de seleção<br />
dos abundantes cristaloclastos de quartzo, K-feldspato, biotita,<br />
plagioclásio, opacos e allanita. Em alguns locais mostram texturas<br />
vitroclásticas fluidais, indicando soldagem em alta temperatura,<br />
além de feições de deformação no estado sólido, como estiramento<br />
e desenvolvimento de caudas de recristalização em<br />
cristais de quartzo e feldspato; (2) nos interflúvios entre os rios<br />
Aripuanã e Acari, ao norte da BR-230, inclusive no garimpo Eldorado<br />
do Juma, ocorrem feno-traquitos e feno-latitos porfiríticos<br />
(FTp, FLp) com aproximadamente 15-45% de fenocristais<br />
e localmente tufos vítreos e à cristal fortemente soldados com<br />
foliações e dobras de fluxo reomórfico (TFreo).<br />
Quimicamente, os ignimbritos ricos em cristais ao sul da<br />
BR-230 são riolitos com 70-74% em peso de SiO2 e cerca de 5%<br />
em peso de K2O. Já os feno-traquitos são riolitos (TAS) ou álcali<br />
-riolitos (R1-R2) com ~70% de SiO2 em peso e elevado conteúdo<br />
de K2O (~7% em peso) e razões K2O/Na2O entre 3,5 e 4. Estes valores<br />
sugerem uma afinidade com séries magmáticas potássicas<br />
a ultrapotássicas saturadas em sílica. A identificação de dois tipos composicionais de riolitos com associações de fácies distintas<br />
sugere que o vulcanismo do Grupo Colíder, no sudeste do Amazonas, foi composto por um evento (1) dominantemente piroclástico,<br />
associado a correntes de densidade piroclásticas, de composição modal e química riolítica, cujo armazenamento pode estar<br />
associado a granitoides da Suíte Juruena (~1,81-1,78 Ga). O outro evento (2) é caracterizado por extensas intrusões porfiríticas. O<br />
alto conteúdo de fenocristais com baixo conteúdo de cristaloclastos aponta para uma colocação na forma de intrusões hipabissais.<br />
Afloramentos pontuais de lapilitos, tufos e ignimbritos reomórficos indicam que a manifestação subaérea desse vulcanismo<br />
foi piroclástica. Considerando as diversas ocorrências auríferas hospedadas em rochas vulcânicas e sedimentares na região, a<br />
discriminação de eventos pode auxiliar na pesquisa para prospecção de Au, tendo em vista os diferentes processos de perda de<br />
gases e percolação de fluidos hidrotermais para cada estilo eruptivo e modelo deposicional.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
CRÁTON AMAZONAS, GRUPO COLÍDER, RIOLITOS<br />
94 95
Geologia E Recursos Minerais<br />
NIVELAMENTO ESTATÍSTICO DE DADOS GEOQUÍMICOS<br />
ANALISADOS POR TRÊS LABORATÓRIOS DISTINTOS NA REGIÃO<br />
DO PROJETO JURUENA-TELES PIRES-ARIPUANÃ – AM/MT<br />
Autores: Pitarello, M.Z. 1 ; Eberhardt, D.B 2<br />
CPRM - 1 Serviço Geológico do Brasil (SUREG-MA); 2 Serviço Geológico do Brasil (SUREG-GO)<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
ARCABOUÇO FACIOLÓGICO E CONTEXTUALIZAÇÃO<br />
TECTONOESTRATIGRÁFICA DAS SUCESSÕES<br />
VULCANOSSEDIMENTARES DO GRUPO VILA DO CARMO<br />
(1,76-1,74 Ga) NA REGIÃO DE APUÍ-NOVO ARIPUANÃ,<br />
SUDESTE DO AMAZONAS<br />
O projeto ARIM Juruena-Teles Pires-Aripuanã, composto por 15 folhas (1:250.000) localizadas na divisa entre os estados<br />
do MT e AM, teve entre seus objetivos a geração de informações para norteamento de novas pesquisas exploratórias e descobertas<br />
de jazidas minerais. Nesse sentido, a geoquímica de exploração tem um importante papel, auxiliando na identificação de<br />
compartimentos geoquímicos, unidades não mapeadas e ocorrências anômalas, que podem refletir depósitos minerais. O tratamento<br />
estatístico foi realizado a partir de dados geoquímicos de projetos históricos da CPRM. Foram recuperados 3772 pontos<br />
de sedimento de corrente, distribuídos em três grupos de acordo com os laboratórios que realizaram as análises (ACME, Geosol<br />
e Intertek), levando à necessidade de realização de nivelamento estatístico, para que os dados não reflitam diferenças laboratoriais,<br />
somente os processos geoquímicos que atuaram na região.<br />
Os dados da Geosol foram escolhidos como base e dois nivelamentos independentes foram realizados. Os procedimentos<br />
utilizados seguem a metodologia de Daneshfar & Cameron (1998). Quanto ao conjunto de dados Intertek-Geosol, 25 elementos<br />
permaneceram no tratamento após a exclusão dos que apresentaram mais de 30% de dados censurados. Durante o nivelamento,<br />
17 elementos mostraram boa adequabilidade dos dados às retas obtidas, com elevada correlação entre os percentis dos dois<br />
projetos: Ag-Ba-Ca-Cd-K-Li-Mg-Mn-Pb-Ti-V (R²>0,9), Al-La-Zn-Zr (R²=0,8-0,9), Y (R²=0,78) e Au (R²=0,68). Entretanto, 8 elementos<br />
mostraram-se inadequados, impossibilitando sua utilização: Cu-Cr-Co-Fe-Ga-Ni (R²0,9), Sb-Ti-Y-W (R²=0,8-0,9), Ga e Sn (R²=0,7-0,8) e Zr (R²=0,68). Oito mostraram-se inadequados para<br />
o nivelamento, impossibilitando sua utilização: Ni-Pb-U (R²
Geologia E Recursos Minerais<br />
CARTOGRAFIA GEOLÓGICO-GEOFÍSICA DA REGIÃO DA SERRA GRANDE:<br />
UMA ASSOCIAÇÃO AMCG NA REGIÃO CENTRAL DE RORAIMA<br />
Autores: Lira, R.R.C. 1 ; Oliveira, V.S. 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
A Suíte Serra Grande, situada no centro-sul do Escudo das Guianas e relacionada ao Domínio Guiana Central possui um<br />
arcabouço com estruturação NE-SW. A região de Serra Grande reúne charnockitos e granitos rapakivi intrusivos em ortognaisses<br />
Paleoproterozoicos do Complexo Rio Urubu (1,97-1,95 Ga). Estes charnockitos e granitos rapakivi foram correlacionados previamente<br />
ao magmatismo AMG Mucajaí (1,56-1,53 Ga), entretanto, mais recentemente, idades obtidas na região indicam se tratar<br />
de um evento aproximadamente 100 Ma mais jovem. Os resultados aqui apresentados são decorrente dos trabalhos do Projeto<br />
Integração Interpretação Geofísica Geológica do Bloco Norte da Amazônia (Folha Na.20-X-D Boa Vista), utilizando-se de dados<br />
aeromagnetométricos (MAG) e aerogamaespectrométricos (GAMA) recortados do Projeto de Aerolevantamento Centro- Leste<br />
de Roraima, ambos os projetos realizados pela CPRM.<br />
Estes dados foram corrigidos e processados de modo a gerar imagens que auxiliassem na interpretação qualitativa das<br />
unidades litoestratigráficas e suas diferenças faciológicas internas. Utilizando os dados dos canais de K (%), eTh (ppm) e eU (ppm),<br />
foi gerado o mapa ternário com falsa cor RGB, nos quais foram interpretados domínios gamaespectrométricos que definiram as<br />
assinaturas geofísicas da Serra Grande. Índices para cada canal K(%), eTh (ppm) e eU (ppm) foram estabelecidos entre baixo (1),<br />
médio (2) e alto (3) e sua combinação forneceu a assinatura geofísica GAMA. No âmbito estrutural, foi levado em consideração<br />
os produtos magnéticos de Amplitude do Sinal Analítico (ASA), Primeira Derivada Vertical (DZ), Gradiente Horizontal Total (GHT),<br />
Inclinação do Sinal Analítico (ISA), que serviram de base para a extração de informações acerca dos contatos entre unidades e<br />
dos lineamentos magnéticos.<br />
Na região da Serra Grande, inicialmente as assinaturas GAMA 233 e 333 foram interpretadas como relacionadas a rochas<br />
da Suíte Mucajaí (biotita-hornblenda-granito a quartzo-monzonitos com textura rapakivi), enquanto as assinaturas GAMA 311,<br />
331 e 332 sugerem correlação com rochas pertencentes ao Anortosito Repartimento (anortositos, olivina gabros e gabro noritos).<br />
Entretanto, dados preliminares de campo indicam que estes litotipos estão restritos apenas a granitos rapakivi, mangeritos<br />
e charnockitos, mostrando a necessidade de uma reavaliação cartográfica e geológica local destas anomalias. A falta de informações<br />
acerca da existência do anortosito no contexto do magmatismo Serra Grande pode inviabilizar a classificação deste<br />
como uma associação AMCG. Uma correlação entre os dados geofísicos, servindo de base para uma classificação de litofácies,<br />
associadas à etapa de campo, com amostragem, classificação petrográfica e química-isotópica, tornará possível futuramente estabelecer<br />
com precisão a presença (ou não) de uma associação AMCG na região da Serra Grande e permitindo sua comparação<br />
com o AMG Mucajaí.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
AMCG, GAMAESPECTROMETRIA, RORAIMA<br />
98
Geologia E Recursos Minerais<br />
GEOQUIMICA ISOTOPICA NA RECONSTRUÇÃO<br />
PALEOAMBIENTAL DA FORMAÇAO IPUBI (PORÇAO<br />
SUPERIOR DO GRUPO SANTANA - POS- RIFTE I) BACIA<br />
DO ARARIPE/NOROESTE DO ESTADO DE PERNAMBUCO<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
POTENCIAL REATIVO ÁLCALI-AGREGADOS DE GRANITOIDES<br />
DA REGIÃO METROPOLITANA DE FLORIANÓPOLIS, SC.<br />
Autores: Zwirtes, S. 1 ; Hammes, D.F. 1 ; Sander, A. 1,2 ; Camozzato, E. 1 , 2<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de Porto Alegre; 2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/São Leopoldo – Escola Politécnica<br />
Autores: Barros, S.D.S. 1; Horn, B.L.D. 1 ; Santos, R.B. dos 1 ; Rocha, D.E.G.A. 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
A Bacia do Araripe é a mais extensa das bacias cretáceas interiores do nordeste do Brasil, e está situada na parte centro-sul<br />
do Planalto da Borborema, no limite dos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Notadamente apresenta uma evolução<br />
tectono-sedimentar complexa suportando de forma descontinua sedimentos de idade paleozóica (pré-rifte) a cretácea<br />
(pós-rifte I e II). As sequências pós-rifte I e II dispostas na direção E-W constituem a chapada, onde os estratos exibem um<br />
topo horizontal mergulhando suavemente para norte e oeste. A proposição de um modelo que retrate as características paleoambientais<br />
da porção intermediaria da sequencia pós-rifte I (Fm. Ipubi) na porção noroeste de Pernambuco, ainda exige<br />
muita discussão. Essas rochas afloram na base da chapada ou estão dispostas sobre o embasamento cristalino e são exploradas<br />
como minas a céu aberto. A partir do detalhamento nas minas, foram identificadas seis fácies na Fm Ipubi: quatro facies<br />
evaporíticas (sendo apenas duas deposicionais), duas fácies carbonáticas e duas siliciclásticas.<br />
Nessa região está instalado o Polo Gesseiro do Araripe responsável pela extração de aproximadamente de 90% do gesso<br />
consumido no mercado nacional. Do ponto de vista econômico o grau de pureza de 98% da gipsita permite o aproveitamento<br />
e produção do produto final. Entretanto, a indefinição das condições ambientais em que os depósitos foram gerados não permite<br />
a mecanização da explotação, e em alguns casos inviabiliza a extração do bem mineral. Até o momento não existe um<br />
consenso sobre a gênese dos depósitos evaporíticos da Fm. Ipubi. Nesse contexto a utilização de isótopos estáveis (C, O e S),<br />
amplamente utilizados em sedimentologia, fornecerá indicadores sobre as condições deposicionais e faciológicas da referida<br />
formação em amostras coletadas nas minas. Os resultados do isótopo de enxofre (ð34S) obtidos nas diversas fácies de gipsita<br />
variam de 14.5 a 17.7‰(V-CDT).<br />
Quanto aos resultados dos isótopos de ð13C e ð18O coletados nas fácies carbonáticas associadas à gipsita foi observado<br />
uma significativa amplitude: ð13C varia de -9.0 a -10.5‰PDB e o ð18O varia de 0.1 a -6.0‰PDB. Algumas proposições são<br />
observadas com base na literatura. As rochas da Formação Ipubi são datadas do Aptiano-Albiano, nesse período a assinatura<br />
de ð34S para ambiente marinho varia de 13 a 15‰(V-CDT) valores próximos aos encontrados na Formação Ipubi. Enquanto<br />
para os isótopos de ð13C e ð18O na literatura os valores para os carbonatos marinhos estão próximos de 0‰PDB, mas apesar<br />
variação os valores podem ser interpretados como mais de um corpo de agua ou diferentes momentos na precipitação da<br />
gipsita em ambiente com associação de agua do mar em alguns momentos.<br />
A Região Metropolitana de Florianópolis (RMF; LC636/14 de 09/set/2014) engloba 22 municípios, incluindo os da denominada<br />
Área de Expansão Metropolitana. A maioria deles estabelecidos sobre litologias do Escudo Catarinense, especialmente<br />
granitoides do Batólito Florianópolis e, em menor área, sobre metamorfitos do Complexo Brusque, aflorante apenas na área<br />
de expansão da porção norte da RMF. Rochas sedimentares da Bacia do Paraná afloram particularmente no oeste da área de<br />
expansão da RMF; enquanto os sedimentos cenozoicos da Planície Costeira afloram na totalidade da porção litorânea da RMF.<br />
Os granitoides do Batólito Florianópolis, expostos inclusive na região insular da sede estadual, englobam rochas metamórficas<br />
(Formação Queçaba e Complexo Águas Mornas) e se limitam com o Complexo Brusque através de zona de cisalhamento transcorrente<br />
(Major Gercino) caracterizada por litologias significativamente deformadas.<br />
A reação álcali-agregado que ocorre nos concretos é uma patologia desenvolvida, de maneira simplificada, pela reatividade<br />
química entre álcalis do cimento e os dois outros componentes da mistura, o agregado e a água. Resulta num gel expansivo<br />
que causa tensões internas no concreto e induz a fissuras e perda de resistência estrutural. As reações são de três tipos: 1)<br />
álcali-sílica, pela presença de sílica amorfa (opala, calcedônia, cristobalita, vidro vulcânico) e/ou quartzo micro-/criptocristalino<br />
deformado; 2) álcali-silicato, caso particular e mais lento da reação álcali-sílica, com minerais reativos disseminados na matriz das<br />
rochas; e 3) álcali-carbonato (sem a formação de gel alcalino), resultando na desdolomitização das partículas, enfraquecendo a<br />
transição entre fragmentos do agregado e consequente perda de aderência. A investigação da reatividade potencial de agregados<br />
(ou presença de reações no concreto) pode ser efetuada por diversos métodos, entre os quais: petrografia; análise química;<br />
barras de argamassa; e prismas de concreto (todos descritos em diversas normas da ABNT). Análises petrográficas efetuadas no<br />
Projeto Materiais para Construção Civil da Região Metropolitana Florianópolis e área de expansão enfatizaram o reconhecimento<br />
e descrição de parâmetros mineralógicos, texturais e estruturais que caracterizam a reatividade potencial de agregados, entre os<br />
quais granulometria; deformação dos minerais, com ênfase no quartzo; e presença de sílica amorfa (ou micro/criptocristalina).<br />
A produção de brita na RMF está essencialmente relacionada com litologias quartzo-feldspáticas do Batólito Florianópolis<br />
e, neste contexto, é relevante a extração dos granitos Ilha e Serra do Tabuleiro, da Suíte Pedras Grandes, que engloba stocks/batólitos<br />
de granitoides alcalinos e inclui, ainda, rochas subvulcânicas, vulcânicas e diques ácidos. A petrografia demonstrou quantidade<br />
importante de amostras com deformação significativa do quartzo, inadequadas, portanto para utilização em concreto.<br />
As avaliações em campo associadas com petrografia das litologias quartzo-feldspáticas coletadas em áreas de produção de<br />
agregados na RMF resultaram: i) protomilonitos e milonitos derivados de granitos, pseudotaquilitos e gnaisses graníticos, todos<br />
com quartzo deformado, cuja descrição macroscópica seria suficiente, na maioria dos casos, para caracterizar alto potencial de<br />
reatividade e, por consequência, sua utilização no concreto é inapropriado; e ii) sieno- e monzogranitos, riolitos, granodioritos e<br />
tonalitos adequados para a produção de agregados para a construção.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Isótopos Estáveis, Formação Ipubi, Bacia do Araripe<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Reação Álcali-Agregado, Petrografia, Florianópolis<br />
100 101
Geologia E Recursos Minerais<br />
NOVOS RESULTADOS DE GEOCRONOLOGIA U-PB (LA-ICP-MS)<br />
E Sm-Nd PARA ROCHAS DO DOMÍNIO VULCANO-PLUTÔNICO<br />
NO SETOR OESTE DA PROVÍNCIA AURÍFERA DE ALTA<br />
FLORESTA – MT BRASIL<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
CONTRIBUIÇÕES À GEOLOGIA DO GRUPO SÃO FÉLIX,<br />
MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU, DOMÍNIO CARAJÁS<br />
Autores: Costa, U. A. P. 1 ; Paula R. R. 1 ; Silva D. P. B. 1 ; Barbosa J. P. O. 1 ; Silva C. M. G. 1 ; Costa, L. T.R. 1<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de Belém<br />
Autores: Duarte, T.B. 1 ; Lopes, L.B.L. 1 ; Rizzotto, G.J. 1<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de Goiânia<br />
No sudoeste do Cráton Amazonas, extremo norte - noroeste do Estado de Mato Grosso ocorre um cinturão vulcâno-plutônico Paleoproterozoico<br />
de orientação NW-SE, representado por rochas vulcânicas ácidas a básicas e vulcanoclásticas do grupo Colíder associado<br />
a rochas graníticas subvulcânicas e plutônicas da Suíte Teles Pires, que bordeja o limite entre as Províncias Ventuarí-Tapajós (1,9 – 1,8 Ga) e<br />
Rio Negro-Juruena (1,8 – 1,55 Ga).<br />
Este Domínio Vulcano-plutônico exibe similaridades com relação à assinatura química, idade de cristalização U-Pb<br />
(1810 – 1770 Ma) e idade-modelo (TDM 2,4 – 1,94 Ga com ƐNd médio entre –1,43 à +1,14.<br />
Estudos de geologia isotópica nesta região são importantes para a caracterização geodinâmica e futuro impacto econômico,<br />
pois ao longo de toda extensão aflorante existem inúmeras ocorrências de Au que configura a Província Aurífera de<br />
Alta Floresta. A definição do ambiente tectônico é condição fundamental para a caracterização dos sistemas minerais presentes<br />
e posterior prospecção na escala de distrito.<br />
Com objetivo de ampliar o acervo de dados geocronológicos disponíveis para o setor oeste da Província e definir com<br />
mais precisão os intervalos de idades de cristalização e das fontes do evento magmático responsável pela formação do Domínio<br />
vulcano-plutônico este trabalho apresenta um conjunto de idades U-Pb em zircão e idades- modelo em rocha total.<br />
O conjunto de idades de cristalização U-Pb calculadas a partir da regressão dos resultados analíticos obtidos pelas<br />
análises em um LA-ICP-MS é pouco disperso e dentro do intervalo de idades já esperado para o Domínio vulcano-plutônico .<br />
Amostras da Suíte Teles Pires resultaram em 1815 ±11 Ma (GR-001 - granófiro), 1793 ±7 Ma (GR-001A - granófiro), 1807 ±8 Ma<br />
(TD-T-050S - granito pórfiro) e 1801 ±12 Ma (TD-T-050AM - granito pórfiro); Grupo Colíder de 1812 ±12 Ma (TD-T-063K - vulcanoclástica),<br />
1813 ±12 Ma (TD-095 - riodacito) e 1781 ±18 Ma (TD-107 - andesito).<br />
A sequência metavulcanossedimentar reunida no Grupo São Félix, ocorre no extremo sudoeste do Domínio Carajás, próximo<br />
ao limite com o Domínio Iriri-Xingu, aflorando em dois compartimentos morfoestruturais distintos: a Serra do Eldorado, mais<br />
a sul, e a Serra de São Félix, a norte. Esses dois compartimentos, apesar de geograficamente separados, possuem similaridades<br />
significativas em seus conteúdos litológicos e heterogeneidades em termos de metamorfismo e deformação. Na Serra do Eldorado<br />
predomina uma unidade basal constituída por rochas máficas e ultramáficas (predominantemente anfibolitos e peridotitos/<br />
piroxenitos), com subordinadas formações ferríferas bandadas (FFB) de fácies óxido; uma intermediária (meta)vulcanoclástica,<br />
onde se destacam ignimbritos, riodacitos e arenitos com contribuição vulcânica (em sua maioria com o acamadamento primário<br />
preservado), e em menor volume comparecem filitos a xistos paraderivados, com foliação Sn aparentemente paralela a S0; e a<br />
unidade de topo compreende filitos a muscovita xistos e biotita gnaisses.<br />
A foliação principal NE-SW é por vezes transposta por uma foliação aproximadamente N-S, mais desenvolvida na terminação<br />
leste dessa unidade, acompanhando a inflexão para norte, na descontinuidade tectônica que separa as duas serras. Na Serra<br />
de São Félix também foram identificados três unidades: a primeira é composta por rochas máficas/ultramáficas de caráter mais<br />
intrusivo (piroxenitos, dunitos e peridotitos por vezes serpentinizados) a metavulcânicas, além de clorita e talco xistos menos<br />
representativos. A unidade intermediária é composta por camadas descontínuas de FFB do tipo jaspilito, onde é frequente o<br />
bandamento encontrar-se intensamente dobrado, evidenciando mais de um evento deformacional, além de zonas rompidas e<br />
brechadas por tectônica rúptil mais jovem.<br />
A unidade que parece ser estratigraficamente superior, e tem maior representatividade em área, é composta por xistos<br />
paraderivados ricos em muscovita, mostrando foliações na maioria NE-SW com forte mergulho para SE, e ortoquartzitos. A região<br />
das Serras do Eldorado e São Félix é conhecida historicamente por abrigar garimpos de ouro intermitentes, evidenciando a<br />
potencialidade da área para esse metal, além da inequívoca vocação para hospedar mineralizações de ferro, já pesquisadas por<br />
empresas de mineração. Ocorrências de sulfetos em veios cortando as rochas (meta)vulcânicas máficas são bons indicadores de<br />
possíveis acumulações econômicas de outros bens minerais metálicos. Os estudos ainda estão em andamento e a individualização<br />
de novas unidades litoestratigráficas dentro do Grupo São Félix depende de análises mais detalhadas. Além disso, não há<br />
consenso se essa sequência pode ser considerada um greenstone belt mesoarqueano, ou correlacionada ao Supergrupo Itacaiúnas,<br />
mais a leste de idade neoarqueana, uma vez que inexistem dados geocronológicos.<br />
A presença de zircões herdados foi constatada nas amostras TD-095 e TD-107, onde idades relativas 207Pb/206Pb em<br />
torno de 1950 a 1870 Ma foram obtidas. Estas idades são correlacionáveis com as rochas da Suítes Intrusivas Creporizão e<br />
Maloquinha da Província Ventuarí-Tapajós.<br />
Com relação às idades modelo TDM, o espectro de idades se encontra entre 2,40 a 1,94 Ga e indicam uma fonte magmática<br />
heterogênea com valores de ƐNd(t=1800 Ma) variando entre -0,20 à -3,90 e +0,10 à +2,50.<br />
As idades TDM mais antigas, em torno de 2,4 Ga são compatíveis com as idades de cristalização das rochas juvenis da<br />
Província Amazônia Central, provavelmente retrabalhadas pelos eventos orogênicos (crosta reciclada) da Província Ventuarí-<br />
Tapajós. Por sua vez, as idades TDM em torno de 1,90 Ga são compatíveis com as idades de cristalização das rochas do período<br />
orogênico da Província Ventuarí-Tapajós (Cuiú-Cuiú - arco de ilha; Creporizão - arco continental.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Grupo São Félix, metavulcanossedimentar, greenstone belt<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
GEOCRONOLOGIA, CRÁTON AMAZÔNICO<br />
102 103
Geologia E Recursos Minerais<br />
EVOLUÇÃO DA CARTOGRAFIA GEOLÓGICA DO ESTADO<br />
DO ESPÍRITO SANTO (RESULTADOS PRELIMINARES)<br />
Autores: Vieira, V.S. 1 ; Fortes, P.T.F.O. 2 ; Gomes, D.G.C 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil; 2 Departamento de Geologia/Universidade Federal do Espírito Santo<br />
A cartografia geológica do Estado do Espírito Santo (ES) vem evoluindo desde o início do século XX. Os primeiros registros<br />
que podem ser destacados correspondem aos mapas geológicos do Brasil em escala de 1:5.000.000 para os quais<br />
são relacionados a seguir as unidades litoestratigráficas que ocorrem no ES segundo: Branner (1919) com areias, argilas e<br />
sedimentos marinhos do Fanerozoico e granitos, gnaisses e xistos (com quartzitos e mármores) do Cambriano incluídos no<br />
Complexo Brasileiro; Bastos (1942) com arenitos, argilitos, folhelhos<br />
e calcários do Quaternário/Terciário e o embasamento Arqueano<br />
constituído de gnaisses, granitos, micaxistos e calcários do Complexo<br />
Cristalino Brasileiro; Lamego (1960) no Mapa Geológico do Brasil<br />
atribui às coberturas do Terciário a Formação Barreiras, tendo sido<br />
tal formação empregada pela primeira vez por Moraes Rêgo (1930,<br />
in Morais et al. 2006), e denomina de Série Mantiqueira o embasamento<br />
gnáissico Pré-Cambriano indiviso. Destacam-se ainda vários<br />
trabalhos em escala 1:1.000.000: Silva, A.S & Pimentel, E.C e Fonseca,<br />
M.J.G & Campos, D.A.(1978) na carta geológica do Brasil dividem o<br />
Pré-Cambriano em três unidades litoestratigráficas a Faixa Costeira,<br />
a Associação Charnockítica e um conjunto de rochas do Período Superior<br />
Novo sem denominação.<br />
Mapa Geológico Simplificado do Estado do Espírito Santo<br />
(Extraído de Vieira et al., 2014, In: Vieira S.V & Menezes<br />
R.G de, 2016).<br />
Machado Filho et al. (1983) e Silva et al. (1987) estruturaram a<br />
granitogênese pós-orogênica em suítes intrusivas; Bizzi et al. (2001),<br />
Silva et al. (2004) e Leite et al. (2004) denominam os granitos do estagio<br />
pós-colisional segundo Pedrosa-Soares et al. 2001 de granitos<br />
pós-orogênicos. Na escala 1:400.000 a geologia do estado tem importantes<br />
contribuições, tais como: Lamego (1949) em seu mapa da<br />
Geologia da Faixa Costeira de Vitória individualiza os maciços graníticos<br />
no entorno da cidade homônima, posicionando-os no Azoico,<br />
no entanto, não atribuindo denominações; Boris Brajnikov (1954) na<br />
Carta Geológica do Estado do Espírito Santo pela primeira vez mostra<br />
o panorama da distribuição dos principais litotipos que compõem a<br />
geologia do estado a partir do momento que individualiza as Zonas<br />
de Granitizações Progressivas e as séries de Minas, de Barra do São<br />
Francisco, do Rio Itapemirim, do Rio Jucu e os gnaisses básicos; Vieira<br />
et al. (2013), no Mapa Geológico do Estado do Espírito Santo introduz<br />
várias mudanças na cartografia desse estado, destacando-se o<br />
grupamento da granitogênese Pós-Orogênica - γ5, nas suítes Espírito Santo, Santa Angélica e Aimorés, mostrando corpos<br />
diferenciados (granitos, charnockitos, diorito, tonalito, norito, gabro, anortosito, monzonito e granodiorito), a visualização<br />
areal da granitogênese Sin-a Tardi-Orogênica – γ2, principal responsável pela produção e exportação de rochas ornamentais<br />
no estado, a substituição da denominação Complexo Paraíba do Sul pelos complexos Nova Venécia e São Fidélis e o primeiro<br />
registro cartográfico do vulcanismo ácido explosivo na porção NE do estado ou NW da Bacia do Espírito Santo, correlacionado<br />
com a Fm. Abrolhos – Grupo Espírito Santo, cujas rochas ignimbríticas e vulcanoclásticas foram atravessados por poços de<br />
petróleo, nas porções marítimas (offshore) e terrestres (onshore) da bacia.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
GEOCRONOLOGIA, CRÁTON AMAZÔNICO<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
MODELAGEM ESPACIAL APLICADA À IDENTIFICAÇÃO<br />
DE ROCHAS ALCALINAS E CORPOS MÁFICOS NA REGIÃO<br />
CENTRO-SUDESTE DE RORAIMA<br />
Autores: Oliveira, V.S. 1 ; Pitarello, M.Z. 1 ; Reis, N.J. 1 ; Lopes, P.R. 1 ; Aguiar, L. 1 ; Silva, S.R.A. 1<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de Manaus<br />
A área modelada, composta por seis folhas na escala de 1:100.000, integra o Projeto Centro-Sudeste de Roraima e está inserida<br />
no Domínio Guiana Central na porção brasileira do Escudo das Guianas, no Estado de Roraima. Com o propósito de auxiliar o<br />
mapeamento geológico e de destacar o potencial de corpos alcalinos para U, Th, ETR e Ba, e de Cr, Ti, V e Fe para corpos máficos, máfico-ultramáficos<br />
e gabro-anortosíticos, foram gerados mapas de favorabilidade por meio de integração de informações geofísicas e<br />
geoquímicas em ambiente SIG (Sistema de Informações Georreferenciadas), utilizando algoritmo de lógica Fuzzy. Os parâmetros da<br />
modelagem para rochas alcalinas foram: i) anomalias em imagem magnetométrica ASA (Amplitude do Sinal Analítico), em imagens<br />
gamaespectrométricas eTh, eU, CT (Contagem Total) e scores anômalos para as associações geoquímicas U-Th-Ce-La-Y e Nb-Zr-Pb; ii)<br />
baixas razões eU/eTh, K/eU, K/eTh e; iii) direção de lineamentos magnéticos preferenciais NE-SW; E-W.<br />
Para corpos máficos, os parâmetros<br />
utilizados foram: i) anomalias magnetométricas<br />
nas imagens ASA e GHT (Gradiente<br />
Horizontal Total); ii) anomalias de Fe, Ti, V,<br />
Co, Cr e Ni; iii) anomalias gamaespectrométricas<br />
negativas na imagem da CT. Como<br />
resultado, foram gerados mapas de favorabilidade<br />
com alvos classificados em potencial<br />
alto, médio e baixo. Em relação às<br />
rochas alcalinas, cuja maior distribuição<br />
está na Folha Serra do Ajarani, as áreas mais<br />
favoráveis são condizentes com a localização<br />
de alguns corpos da Suíte Apiaú, além<br />
de ressaltar áreas para prospecção de novas<br />
ocorrências. Nas folhas Serra da Prata<br />
e Maloca do Sucuba, as áreas com grau de<br />
favorabilidade médio são consistentes com<br />
a ocorrência de granitos da Suíte Mucajaí<br />
(complexo AMG), enquanto que na Folha<br />
Urariquera parecem manter correspondência<br />
com corpos granitoides do tipo-S.<br />
Nessa região, também é comum a<br />
ocorrência de veios pegmatíticos constituídos<br />
por quartzo, muscovita, feldspatos e<br />
schorlita, passíveis de elevada concentração<br />
em minerais de ETR, Th, U e Zr. Com<br />
relação às rochas máficas e litotipos associados,<br />
as áreas de maior favorabilidade obtidas são coincidentes com a região de ocorrência de corpos mapeados, como o<br />
Anortosito Repartimento, por exemplo, destacado por seu potencial para depósitos de Fe-Ti-V. Além disso, os domínios de favorabilidade<br />
para rochas desta natureza, fornecidos pela modelagem Fuzzy, sugerem a presença de corpos ainda não mapeados<br />
que podem constituir futuros alvos à pesquisa.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
(A) Área de trabalho localiza - se no estado de Roraima, composto de seis folhas<br />
1:100.000 (articulação em vermelho). Na modelagem foram utilizados dados de<br />
aerolevantamentos geofísico do Projeto Parima Uraricoera (verde) e o Projeto Centro<br />
Leste de Roraima (azul) juntamente com os dados geoquímicos de sedimento de<br />
corrente (círculos pretos). (B)(C)Mapas da Modelagem para Máfias(B) e Alcalinas(C),<br />
indicando o grau de favorabilidade( potencial alto vermelho e potencial baixo azul)<br />
com algumas interpretações<br />
Grupo São Félix, metavulcanossedimentar, greenstone belt<br />
104 105
Geologia E Recursos Minerais<br />
O NEOPROTEROZOICO E A SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DAS<br />
ROCHAS ORNAMENTAIS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE<br />
Autores: Vanildo A. Mendes 1 , Maria A. B. Lima 2 , André Spisila 2<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil; 2 CPRM - Superintendência Regional de Recife<br />
O território do Estado do Rio Grande do Norte, devido à variedade litológica e ampla exposição das rochas que compõem<br />
seu embasamento cristalino, mostra vasta possibilidade de excelentes jazimentos de rochas para fins ornamentais. Insere-se na<br />
chamada Subprovíncia Potiguar, a qual se mostra limitada em sua porção noroeste pela zona de cisalhamento de Portalegre e<br />
no seu limite sul pelo denominado lineamento Patos. Apresenta-se representada pelos domínios São José do Campestre, Rio<br />
Piranhas, Granjeiro e Faixa de dobramentos Seridó. Os três primeiros são constituídos de rochas de idades arqueanas a paleoproterozoicas,<br />
contendo uma associação de gnaisses e migmatitos de alto grau com faixas de supracrustais subordinadas, além de<br />
plutonismo gabroanortosítico associado. Nas áreas concernentes as litologias ditas arqueanas afloram tonalitos, trondhjemitos<br />
e granitoides, incluindo faixas de terrenos tipo Greenstone Belt (Terreno São José do Campestre e Granjeiro).<br />
O Neoproterozoico, nesta entidade, acha-se representado pela faixa de Dobramentos Seridó e pelo intenso plutonismo<br />
intrusivo nos domínios acima referenciados. Incluso no São José do Campestre têm-se o Granito Preto São Marcos, associado a<br />
gabros e noritos. Dentro dos terrenos acima referenciados a Faixa de Dobramentos Seridó é a que encerra a maior quantidade de<br />
jazimentos de rochas para fins ornamentais detectados no embasamento cristalino do estado. A entidade em apreço mostra-se<br />
formada pelo Quartzito Equador, Metaconglomerado Parelhas, Gnaisses Jucurutu e Biotita-xistos da Formação Seridó. Intrudidos<br />
nesta sequência metamórfica têm-se plutonismo cedo, sin, tardi e pós- brasiliano, representados pelas suítes Itaporanga, Dona<br />
Inês, Umarizal, Catingueira e São João do Sabugi. Esta assembleia litológica propiciou a formação de uma série de jazimentos de<br />
rochas ornamentais, constituída por materiais exóticos de excelente aceitação no mercado internacional de produtos pétreos.<br />
Associados aos metaconglomerados polimíticos e monomíticos do denominado Membro Parelhas, ocorre os denominados<br />
granitos Verde Fashion, Verde Gauguin e Verde Rei Imperial. Relacionados à fase pós-tectônica tem-se a sequência pegmatítica,<br />
a qual se insere os granitos pegmatóides comercialmente conhecidos como: Branco Fuji, Branco Borborema e Vermelho<br />
Bordeaux, estes litotipos caracterizam-se por apresentar granulação grosseira, textura pegmatítica e aspecto multicolorido. Associados<br />
aos biotita-xistos granadíferos da Formação Seridó têm-se os tipos Black Stones que se constituem de biotita xistos<br />
intensamente dobrados, de cor escura e admirável aspecto estético. Inclusos nos charnockitos Neoproterozoicos, detectados em<br />
Patu e Janduís, ocorre o granito Verde Borborema.<br />
Ainda associado aos granitoides sin a tardi tectônicos de composição alcalina, peralcalina e leucogranítica, ocorrem os<br />
jazimentos do granito Rosa Iracema. Os leucogranitos da Suíte Dona Inês podem conter jazimentos de rochas claras do tipo<br />
cinza-esbranquiçado exemplificados pelos denominados Branco Acari e Branco Elite. No que concerne aos plutonitos da Suíte<br />
Umarizal, constituída por gabros, grabonoritos e dioritos pode-se encontrar ocorrências de granitos preto do tipo “Nero Vero” de<br />
reconhecida aceitação no contexto das rochas ornamentais.<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
CARACTERIZAÇÃO GEOQUIMICA DA FOLHA IRAUÇUBA<br />
(SA.24-Y-D-V) ATRAVÉS DAS ANÁLISES FATORIAIS DE<br />
COMPONENTES PRINCIPAIS E DE CORRESPONDÊNCIA<br />
Autores: Marques W.S. 1 , Naleto J.L.C. 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
Foram realizadas análises fatoriais de componentes principais e de correspondência binária nos dados de análise química<br />
de sedimentos de corrente da folha Irauçuba (SA.24-Y-D-V), com o objetivo de caracterizar as variâncias de teores dos elementos<br />
na nuvem de pontos, e relacionar essa variância com a litologia fonte, já que tal folha foi selecionada no âmbito do programa<br />
Geologia do Brasil, desenvolvido pela CPRM, tendo como justificativa a necessidade de melhor caracterização de suas unidades<br />
litoestratigráficas, uma vez que estas encontravam-se ainda mal definidas, tanto do ponto de vista estratigráfico e metalogenético,<br />
como pela caracterização litogeoquímica.<br />
Na análise de componentes principais, os três primeiros planos fatoriais somaram 48,89% da variância total da nuvem<br />
de pontos. Essa análise mostrou que os elementos Co, Ni, Cu, Mg, K, Zn, juntamente com Li, Be e Al foram responsáveis por boa<br />
parte da variância no Eixo F1, este com 29,43% de explicação da variância de dados na nuvem de pontos. Esta associação pode<br />
estar ligada a características metalogenéticas interessantes. Já os elementos La, Ge, Ce, Th, U, Zr e Hf foram responsáveis por boa<br />
parte da variância do Eixo F2, este com 12,03% da explicação da variância de dados na nuvem de pontos. Associações como esta,<br />
muito provavelmente, estão ligadas a minerais terras raras e corpos uraníferos.<br />
Para a análise de correspondência, a litologia foi codificada como uma variável quantitativa, passando a existir na nuvem<br />
de dados como a variável Lito. Com relação à análise de correspondência, os três primeiros eixos principais explicaram 76,75%<br />
da variância total da nuvem de pontos. Então, na interpretação dos resultados, foi dada ênfase aos eixos principais 1, 2 e 3. No<br />
primeiro plano fatorial da análise de correspondência, o grupo Mo, Cr, W e Lito é responsável por boa parte da variância do Eixo<br />
1. Este grupo está associado às litologias Tamboril Sta. Quitéria Diatexito, Tamboril Sta. Quitéria Metatexito e Canindé do Ceará<br />
-Paragnaisse Migmatítico. O grupo Th, U, Ge, Ce e La, característico de corpos uraníferos e minerais terras raras, é responsável por<br />
boa parte da variância do Eixo 2 neste mesmo plano fatorial. A ocorrência desses elementos está, provavelmente, associada à<br />
ocorrência de monazita e allanita, entre outros minerais, nas litologias estudadas. A única litologia onde este grupo não ocorre<br />
é a Unidade Independência.<br />
Destaca-se também o grupo Zr, Hf e Y, explicado no segundo e terceiro planos fatoriais, característico de rochas graníticas,<br />
próximo à variável Lito, com maiores teores no Granitóide Santa Quitéria. Segundo as análises fatoriais realizadas, houve uma<br />
caracterização relativa à dispersão química e/ou mecânica daqueles elementos com variância mais proeminente de seus teores<br />
em relação à nuvem de pontos, que representou as características geológicas e geoquímicas comuns da área em estudo.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS, ANÁLISE DE CORRESPONDÊNCIA,<br />
GEOQUÍMICA DE SEDIMENTOS DE CORRENTE<br />
106 107
Geologia E Recursos Minerais<br />
MODELO TECTONO-VULCÂNICO DA BACIA DO ESPÍRITO SANTO:<br />
REGISTROS DIACRÔNICOS DE ROCHAS VULCÂNICAS EFUSIVAS<br />
E EXPLOSIVAS NO NORTE CAPIXABA<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
ROCHAS MÁFICAS E ULTRAMÁFICAS DAS PILHAS DE REJEITOS<br />
DA MINERAÇÃO FERBASA (BA): POTENCIAL PARA UTILIZAÇÃO<br />
COMO CORRETIVOS E REMINERALIZADORES DE SOLO<br />
Autores: Vieira, V. S. 1 ; Novais, L.C.C. 2 ; Gomes, D.G.C 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil; 2 UO-ES/ATP-NC/RES/Petrobras<br />
Autores: Blaskowski, A. E. 1 ; Bergmann, M. 1 ; Silveira, C.A.P. 2 ; Garnier, J. 3 ; Camargo, M. A. 1 ; Cavalcante, A.O. 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil ; 2 Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, Brasil; 3 Univeridade de Brasília<br />
O presente trabalho é resultado de um estudo desenvolvido objetivando elaborar uma atualização do modelo tectonovulcânico<br />
para o norte da Bacia do Espírito Santo, através da integração de dados geofísicos, geoquímicos, geocronológicos, de<br />
perfis e testemunhos de poços de petróleo, dados de afloramentos, imagens de satélite e radar etc. A Bacia do Espírito Santo foi<br />
afetada desde a fase rifte por pulsos distensivos tectono-vulcânicos,<br />
com direções N-S a NNE-SSW, eixo da bacia, que marcaram notadamente<br />
a sua abertura e preenchimento sedimentar. Nesta fase, registros<br />
de vulcanismos efusivos e intrusivos, com idades entre 120/115<br />
Ma, de afinidade básica e toleítica, denominados de Formação Cabiúnas<br />
foram associados com sedimentos continentais da Fm. Cricaré.<br />
Posteriormente falhas de transferência e transversais, com direções<br />
NNW-SSE a NW-SE, ao eixo de abertura da bacia foram reativadas,<br />
em função da continuada separação das Placas Sul-Americana e Africana,<br />
entre o Cretáceo Superior e Terciário. Estas rochas apresentam<br />
características sublitosféricas, atingiram a superfície, condicionando<br />
eventos vulcânicos ácidos, alcalinos, efusivos, intrusivos e explosivos<br />
que perduraram até 40 Ma, cuja unidade litoestratigráfica representante<br />
é a Fm. Abrolhos. O Complexo de Abrolhos foi definido originalmente<br />
como uma província vulcânica alcalina, formada no Paleógeno,<br />
na margem continental leste brasileira, junto às Bacias do Espírito Santo,<br />
Mucuri e Cumuruxatiba. No norte capixaba, parte da província foi<br />
identificada através de rochas aflorantes, ignimbríticas, ao longo do<br />
Rio São Mateus, além das habitualmente ocorrentes entre a linha de<br />
costa até próximo da quebra da Plataforma.<br />
Registros do vulcanismo ácido explosivo como tufos e brechas<br />
piroclásticas são correlacionados com a Fm. Abrolhos, foram atravessados<br />
por poços de petróleo, nas porções marítimas e terrestres da<br />
bacia e observadas na sua porção norte, em exposições topográficas<br />
tais como os Platôs Ignimbríticos, alcançando dezenas de quilômetros<br />
de extensão e dezenas de metros de altura, limitados no topo por uma<br />
superfície discordante. Variados sistemas de falhas e fraturas que integram<br />
uma entidade tectônica denominada Arco de São Mateus (ASM)<br />
encontram-se preenchidas por rochas vulcânicas explosivas em suas<br />
imediações. O ASM é uma estrutura longitudinal de arqueamento,<br />
Recorte do Mapa Geológico do Estado do Espírito Santo,<br />
escala 1:400.000 mostrando os pontos de afloramento<br />
de rochas vulcânicas efusivas e explosivas estudados na<br />
Formação Abrolhos - Grupo Espírito Santo no Norte Capixaba.<br />
Vieira et al., 2014 , In: Vieira S.V & Menezes R.G de, 2016.<br />
cuja evolução é atribuída aos processos de break-out rift do Atlântico Sul, propiciando características rúpteis-frágeis no embasamento<br />
cristalino e na cobertura sedimentar, com alçamento de isotermas e hidrotermalismo associado tendo como exemplo<br />
a silicificação. As características do vulcanismo ácido Cretáceo-Terciário sugerem como uma das causas, as reativações de zonas<br />
de fraqueza da crosta associadas à tectônica de placas, na porção setentrional da Província Mantiqueira.<br />
Rochas silicáticas com potencial para remineralização<br />
e condicionamento de solos foram recentemente<br />
incluídas na lei brasileira dos fertilizantes através de<br />
normatização específica (MAPA IN 05/2016 e 06/2016). O<br />
aproveitamento de rochas disponíveis em pilhas de descartes<br />
agrega valor e sustentabilidade à indústria extrativa<br />
mineral, podendo minimizar o impacto ambiental que<br />
esta acarreta. O Projeto Agrominerais da Região de Irecê<br />
e Jaguarari-Bahia foi desenvolvido pela CPRM-Serviço<br />
Geológico do Brasil para prospecção de rochas e materiais<br />
próprios às técnicas de remineralização e condicionamento<br />
de solos, destinados ao uso no assentamento<br />
Baixio de Irecê da CODEVASF-Companhia de Desenvolvimentos<br />
dos Vales do São Francisco e Parnaíba. Dentre<br />
os litotipos pesquisados, as rochas máficas e ultramáficas Mina céu aberto Coitezeiro<br />
provenientes das lavras de cromita da FERBASA-CIA de<br />
FERRO LIGAS da BAHIA destacam-se pela disponibilidade em pilhas de rejeitos com centenas de milhares a milhões de toneladas.<br />
Rochas máficas e ultramáficas apresentam potencial quanto à capacidade de neutralização da acidez dos solos, por reação do ânion<br />
hidroxila (OH-),originado pela decomposição de seus minerais, com os cátions H+ e Al3+ presentes em solos.<br />
São também fontes de Mg e Si para as plantas. Estes litotipos contam com experimentos que comprovam sua eficiência<br />
agronômica, e a principal restrição ao seu uso são os teores elevados em Ni e Cr, embora o último esteja contido em maior parte na<br />
cromita, mineral relativamente inerte em solos. As rochas foram caracterizadas por litoquímica, petrografia e DRX semi-quantitativo.<br />
Nas pilhas da lavra Coitezeiro (Campo Formoso) predominam serpentinitos e em Ipueira (Andorinhas) os rejeitos comportam<br />
serpentinitos, piroxenitos, hazburgitos e dunitos, com 30% de mármores a wolastonita, serpentina e flogopita Em Coitezeiro foram<br />
obtidos teores de 1.404 ppm de Ni e 7.516 ppm de Cr no serpentinito.<br />
Em Ipueira os teores de um peridotito/lherzolito representativo da pilha atingiram 1614 ppm de Ni e 604 ppm de Cr. Neste local a<br />
presença de mármore a flogopita nas pilhas (4-5 %), com teor de K2O de 5,38%, (contido na flogopita); CaO 12,46% e MgO 18,15%, pode<br />
ser considerada promissora, se condicionada à seleção dos blocos, ou à disposição seletiva de descartes futuros. Também o acondicionamento<br />
em pilhas distintas entre mármores e ultramáficas permitiria misturas como forma de diluir os teores indesejáveis de Cr e Ni, obtendo<br />
um material próprio tanto à correção de acidez como à remineralização de solos. Embora considerado de liberação lenta nas rochas<br />
ultramáficas, o Ni, micronutriente benéfico em pequenas concentrações, torna-se fitotóxico em níveis superiores a 500 ppm no solo. O Cr,<br />
presente nos minerais na forma Cr3+, é passível de oxidação a Cr6+, mais solúvel e altamente tóxico. Nos solos desenvolvido sobre rochas<br />
maficas e ultramaficas, a presença de Cr6+ é condicionada a oxidação do Cr3+ de minerais primários por oxi-redução com óxidos de Mn.<br />
Recomenda-se que o uso de serpentinitos como corretivos ou remineralizadores de solos seja condicionado a testes, para<br />
avaliar o potencial de liberação de Cr3+, geração de Cr6+ nos solo e sua lixiviação, e a capacidade de absorção e translocação<br />
(concentração e mudanças de formas do Cr) pelas plantas.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
VULCÂNICAS, EFUSIVAS, EXPLOSIVAS<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Serpentinitos, Correção de Acidez em Solos,<br />
Rejeitos de Mineração de Cromita<br />
108 109
Geologia E Recursos Minerais<br />
Mapeamento Geoquímico Regional por Sedimentos de Corrente<br />
entre o limite da Faixa Brasília e o Cráton do São Francisco:<br />
Integração do Projeto Vazante-Paracatu 1 e 2.<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
Variações sazonais da qualidade da água na Bacia<br />
do Rio São João, Região dos Lagos, Rio de Janeiro:<br />
abordagem por modelagem hidrogeoquímica<br />
Autores: Marques, E.D. 1 ; Pinho, J.M.M. 1 ; Santos, E.A.M. 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
Autores: Marques, E.D. 1 ; Silva-Filho, E.V. 2 ; Souza, G.V. 2 ; Gomes, O.V.O. 1,2<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de Belo Horizonte. 2 Universidade Federal Fluminense<br />
Este levantamento geoquímico se deu em função do mapeamento geológico do Projeto Vazante-Paracatu, o qual contemplou<br />
a área entre o limite da Faixa Brasília e o Cráton do São Francisco. O principal objetivo deste mapeamento é fornecer<br />
informações sobre indícios de recursos minerais, além de gerar informações para o mapeamento geológico, através do tratamento<br />
estatístico robusto dos dados gerados por análises químicas de amostras de sedimentos de corrente. A distribuição das<br />
estações de amostragem obedeceu aos critérios determinados pela metodologia de mapeamento geoquímico dos levantamentos<br />
geológicos regionais, obtendo-se uma densidade de amostragem de 1 amostra/10 km2 para sedimentos de corrente (?<br />
amostras). Tais distribuições visaram, dentro de um padrão regular, abranger a maior quantidade de território possível, ou seja,<br />
área estimada de 36.000 km2 , na escala 1:100000. Em laboratório, as amostras de sedimentos de corrente foram secadas a 60°C<br />
em estufas (para evitar a perda por evaporação de certos elementos,<br />
tais quais Hg e As), seguidas de quarteamento e, posteriormente, peneiradas<br />
em malhas com abertura < 80 mesh (< 0,175 mm). Após o<br />
tratamento físico, as polpas peneiradas < 80 mesh de cada amostra é<br />
submetida a pulverização e digestão com água régia e analisadas por<br />
ICP-OES (elementos maiores) e ICP-MS (elementos traços).<br />
Os elementos analisados são, então, tratados por estatística univariada,<br />
através de histogramas, gráficos box-plot e curvas de probabilidade<br />
normal, além do sumário estatístico com os dados log-transformados;<br />
a estatística bivariada através da correlação de Spearman para<br />
informar o grau de afinidade entre os elementos; e a estatística multivariada<br />
(análise fatorial) para definir as principais associações geoquímicas<br />
da área de estudo. Para tanto, os dados foram transformados<br />
para CLR (Centred Log Ratio). A análise fatorial gerou 7 fatores, que<br />
contabilizam por 74,17% da variância dos sistema. O Fator 1 (30,80%<br />
da variância do sistema), apresenta correlações positivas para Mn-<br />
Co-Mg-Ca-Sr, que representa a atividade hidrotermal em áreas com<br />
carbonatos e rochas máficas/ultramáficas (rochas reativas ao processo<br />
hidrotermal), enquanto que correlações negativas deste fator para Ga<br />
-Al-Sc-In-V-Cs representam superfícies sob processos de laterização. O<br />
Fator 2 (12,50%) apresenta correlações positivas para tanto ocorrência<br />
de minerais primários, como k-feldspato e micas, quanto processos<br />
hidrotermais. O Fator 3 (9,37%) mostra correlações positivas com<br />
As-Fe, representando o principal mineral das mineralizações auríferas,<br />
a arsenopirita. O Fator 4 (6,20%) apresenta correlações significativas<br />
para ETR Leves-Th-U, o que pode representar a presença de minerais pesados resistatos pesados. O Fator 5 (5,54%) apresenta<br />
correlações positivas para Cd-Zn-Pb associação geoquímica das mineralizações de Zn de Vazante, e correlaçoes negativas para<br />
Cr-V, indicando presença de magnetita ou processos de laterização. O Fator 6 (5,44%) mostra boas correlações para Cu-Ni-Zn,<br />
representando a presença abundante destes metais na composição dos filitos carbonosos da Formação Serra do Garrote. O Fator<br />
7 (4,32%) mostra boas correlações com P-Sr, representando as principais ocorrências de fosfato na área estudada.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
SEDIMENTOS DE CORRENTE; MAPEAMENTO GEOQUÍMICO; GEOESTATÍSTIC<br />
A bacia de drenagem do Rio São João possui grande importância<br />
estratégica para a região dos Lagos, no Estado do Rio de Janeiro,<br />
uma das mais populares regiões turísticas do Brasil. Entretanto,<br />
o rápido crescimento econômico, com subsequente crescimento de<br />
população, fez com que aumentasse a produção rejeitos das diversas<br />
atividades antropogênicas, o que inclui a entrada de metais pesados<br />
nos corpos d’água de superfície. Este estudo tem por objetivo relatar<br />
o comportamento de íons maiores e metais traços nos três principais<br />
compartimentos fluviais da Bacia do Rio São João, a saber, 1) compartimento<br />
dos rios, formado pelas estações de amostragem nos rios São<br />
João, Capivari e Bacaxá; 2) compartimento do reservatório de Juturnaíba<br />
(a qual possui papel crucial para o fornecimento de água para<br />
a região dos Lagos), com pontos de amostragem próximos a desembocadura<br />
dos rios; 3) compartimento de saída do Reservatório de Juturnaíba,<br />
com uma estação de amostragem. Os dados revelaram que<br />
o regime pluviométrico é o principal pelas variações dos parâmetros<br />
físico-químicos e os íons dissolvidos na água.<br />
As contribuições geológicas e antropogênicas, as quais são as<br />
principais fontes dos constituintes dissolvidos das águas fluviais, foram<br />
analisados pelo Índice de Química Inorgânica (IQI). Os dados corroboram<br />
a grande influência do regime de chuvas e revela grande contribuição<br />
antropogênica nas estações de amostragem do reservatório de<br />
Juturnaíba. Além disso, os valores de IQI para as estações amostradas<br />
revelaram que o principal litotipo de influência das aguas fluviais são<br />
rochas silicáticas (gnaisses e granitos do Complexo- Paraíba do Sul). A<br />
modelagem hidrogeoquímica foi utilizada para informar as principais<br />
formas dissolvidas dos metais traços presentes nas aguas pluviais. Os<br />
produtos de reações de hidrólise foram as formas mais abundantes para<br />
Al, Cr e Sb (Al(OH)2 + ; Cr(OH)2 + e SbO3 - , respectivamente), enquanto que para Zn, Cu, Pb, Cd e Ni, as formas não complexas são<br />
as predominantes (Zn2+, Cu2+, Pb2+, Cd2+ e Ni2+), tanto no período seco quanto no período chuvoso. As espécies dissolvidas de<br />
cada metal traço tem sua predominância segundo pH das águas, fato este corroborado por gráficos do índice de saturação (IS) de<br />
possíveis minerais a serem formados contra os valores de pH nos períodos seco e chuvoso. Para Al, a espécie Gibbsita se mostra<br />
predominante em ambos os períodos, com altos valores de IS, que pode estar ligado aos relativos altos teores de Al nestas águas,<br />
devido ao despejo de rejeitos de empresas de tratamento de água para a população.Assim como o Al, Cu, Cr e Ni apresentam as<br />
formas de óxidos/hidróxidos com maiores valores de IS em ambos os períodos. Já Cd e Pb possuem seus maiores valores de IS para<br />
espécies carbonáticas também em ambos os períodos, enquanto Zn apresenta óxidos/hidróxidos como predominantes no período<br />
de seca e espécies carbonáticas no período chuvoso.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Variações sazonais da qualidade da água na Bacia do Rio<br />
São João, Região dos Lagos, Rio de Janeiro: abordagem por<br />
modelagem hidrogeoquímica<br />
HIDROGEOQUÍMICA; QUALIDADE DA ÁGUA; METAIS TRAÇO<br />
110 111
Geologia E Recursos Minerais<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
GEOQUIMICA EXPLORATÓRIA DA FOLHA PORTO ESCONDIDO-MT<br />
UTILIZANDO O PROGRAMA EXIBE_GEOBANK<br />
Autores: Daliane B. Eberhardt 1 , Tiago B. Duarte 1 , Leonardo B.L. Lopes 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
Autor: Gonçalves, J. H<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
A área da Província Aurífera Juruena-Aripuanã possui elevado potencial para hospedar depósitos de ouro e cobre. Inúmeras<br />
lavras garimpeiras vêm operando na região desde o final da década de 80. O objetivo do projeto em que este trabalho está<br />
vinculado foi de ampliar o conhecimento sobre os distritos mineiros na região através da avaliação do potencial mineral, com<br />
enfoque no ouro, envolvendo estudos de mapeamento geológico<br />
na escala 1:100.000, amostragem geoquímica (solo,<br />
sedimento de corrente e concentrado de bateia) e metalogênese.<br />
Como resultado, foram delimitadas um conjunto de áreas<br />
com potencial de hospedar mineralizações. Os trabalhos de<br />
geoquímica exploratória nesta região com densa cobertura<br />
de floresta e de difícil acesso consistiram na coleta de amostras<br />
de solo ao longo de 175 Km de linhas dispostas em uma<br />
malha de 5X5 quilômetros com espaçamento de 500 metros<br />
entre amostras e de sedimento de corrente e concentrado de<br />
bateia em malha pertinente à escala. As amostras foram analisadas<br />
por ICP-OES para elementos maiores e ICP-MS para<br />
elementos traço, para 50 elementos químicos, os pacotes utilizados<br />
para analises foram ICM14B e FAI515 da SGS Geosol.<br />
O programa Exibe_GEOBANK faz parte de uma série de aplicativos desenvolvidos pelo geólogo João Henrique Gonçalves<br />
da CPRM Salvador com o objetivo de permitir aos mais diversos tipos de usuários de dados geológicos o acesso, com as possibilidades<br />
de trabalhar esses dados, provenientes do acervo do banco de dados institucional da CPRM.<br />
Através do aplicativo é possível pesquisar dados, exibir mapas sobre diversas bases, utilizar ferramentas de corte e obter<br />
o resultado através de download simples e intuitivo, em operação de extração de dados, plotar pontos de localização sobre os<br />
mapas, plotar polígonos sobre mapas, pesquisar dados do DNPM e verificar a localização das áreas de outorga em verdadeiras<br />
composições GIS.<br />
A facilidade de utilização do aplicativo desktop faz dele uma excelente ferramenta de trabalho para os usuários que desejam<br />
acessar remotamente o acervo do GEOBANK, Banco de dados do Serviço Geológico do Brasil e do DNPM de forma rápida,<br />
precisa e fácil.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
GEOBANK, GIS, CPRM<br />
O objetivo deste trabalho é destacar a importância desta<br />
região para hospedar depósitos de ouro e cobre com base<br />
nos resultados obtidos pela geoquímica exploratória. Podemos<br />
destacar as associações geoquímicas de sedimento de<br />
corrente e de solo definidas que são atribuídas a variações litológicas do Domínio Vulcânico. A associação Co-Cu-Ni-Zn é atribuída<br />
a litotipos máficos, em locais próximos a lineamentos magnéticos de direção NE-SW e E-W e também pode estar relacionado<br />
a diques denominados de Diques Piranhas.<br />
Em outros setores, estes caracterizados pela presença de anomalias magnéticas tabulares, esta mesma associação aparenta<br />
estar associada a soleiras de rocha máfica, que afloram ocasionalmente, intercaladas a rochas vulcanoclástica do Grupo Colíder.<br />
As associações Bi-Mo e Ce-La estão claramente relacionadas a granitos da Suíte Paranaíta. No entanto, a associação Ce-La<br />
também está presente onde afloram rochas vulcanoclásticas do Grupo Colíder.<br />
A partir das informações de campo e de sensoriamento remoto foram traçados lineamentos estruturais e estruturas circulares,<br />
que podem indicar os possíveis condutos de percolação dos fluidos do sistema mineralizante. Com a integração deste conjunto<br />
de informações com as características geológicas e geoquímicas observadas nas ocorrências primárias em garimpos foram<br />
delimitados quatro alvos (1 a 4 em ordem de relevância) potencialmente mineralizados. Este trabalho tem o intuito de propagar<br />
as informações geradas no informe que será publicado pela CPRM em breve, neste estão contidas as informações completas das<br />
diferentes ferramentas utilizadas no estudo sobre esta região de grande importância metalogenética.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
ILHA PORTO ESCONDIDO, METALOGENIA DAS PROVÍNCIAS<br />
mineRAIS DO BRASIL, SEDIMENTO DE CORRENTE, SOLO,<br />
CONCENTRADO DE MINERAIS PESADOS<br />
Figura do trabalho 5970, utilizando o programa EXIBE_GEOBANK<br />
112 113
Hidrologia<br />
e GestÃo<br />
Territorial
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
DELIMITAÇÃO AUTOMÁTICA DE ÁREAS DE DRENAGEM A PARTIR<br />
DE MDE TOPODATA: UM ESTUDO NO AQUÍFERO URUCUIA<br />
Autores: Moura, M.F. 1 ; Castilho, A.S. de 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
Área de drenagem de uma bacia hidrográfica pode ser compreendida<br />
como área na superfície terrestre formada por um rio principal<br />
e seus tributários, limitada pelos divisores de água. A delimitação adequada<br />
da mesma, bem como de sua rede de drenagem, é essencial<br />
para identificação e análise das relações existentes entre os variados<br />
elementos da paisagem, sendo uma unidade ambiental estratégica<br />
para fins de planejamento, monitoramento e gerenciamento. As áreas<br />
de drenagem salienta-se, também podem ser delimitadas a partir de<br />
uma estação fluviométrica, ou seja, os limites consistem em uma superfície,<br />
cuja saída pode ser monitorada no exutório desta área, que<br />
seria a própria estação.<br />
Desse modo, este trabalho buscou a automatização da delimitação<br />
das áreas de drenagem das estações fluviométricas existentes no<br />
interior e próximo ao aquífero Urucuia (disponibilizadas no Sistema<br />
de Informações Hidrológicas – HIDROWEB, pertencente à ANA) e das<br />
novas estações que estão sendo instaladas através do Projeto Urucuia<br />
da CPRM. O Aquífero Sedimentar Urucuia está localizado na margem<br />
esquerda do Rio São Francisco, em sua grande parte na Bahia, contribuindo<br />
na manutenção das vazões deste significativo rio. O projeto<br />
visa desenvolver estudos de disponibilidade hídrica superficial e subterrânea,<br />
monitorando e simulando cenários.<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
A APLICAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE ÁGUAS<br />
SUBTERRÂNEAS NO DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES<br />
EXPLOTÁVEIS DE UMA PORÇÃO DO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO<br />
Autores: Alexandre Luiz Souza BORBA 1 ; Margarida Regueira da COSTA 1 ; Enjolras de Albuquerque Medeiros LIMA 1 ;<br />
Fernanda Soares de Miranda TORRES 1 ; Carlos Alberto Cavalcanti LINS 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) desenvolveu o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS), composto<br />
por uma base de dados de poços permanentemente atualizada e com módulos capazes de realizar consultas, pesquisas, extrações<br />
e gerações de relatórios, auxiliando a gestão adequada da informação hidrogeológica e a sua integração com outros sistemas<br />
de águas. Através deste sistema foi possível elaborar o Diagnóstico sobre as Condições Explotáveis de uma Porção do Semiárido<br />
do Estado de Pernambuco, constituído pelos municípios de Cedro, Mirandiba, Salgueiro, São José do Belmonte, Serrita,<br />
Verdejante e Terra Nova, região inserida no Polígono das Secas, com clima semiárido do tipo quente e seco, período de estiagem<br />
em média de 6 a 7 meses/ano, índice pluviométrico entre 400 a 600 mm/ano, temperatura média é de 24o C, Com regime de<br />
chuvas irregulares e torrenciais por poucos meses do ano.<br />
Relacionada a esta área de estudo, o Banco de Informações do SIAGAS possui 2.818 fontes de captações cadastradas,<br />
incluindo poços tubulares, poços amazonas e surgências, dos quais 1.986 foram selecionados com base em informações de<br />
profundidade, vazão, salinidade e situação de funcionamento, parâmetros básicos capazes de subsidiar os respectivos órgãos<br />
municipais no planejamento de melhorias no sistema de fornecimento de água.<br />
A partir do Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea concluído em 2005 pela CPRM em parceria com a<br />
Secretaria de Energia do Ministério de Minas e Energia (MME), foi identificado uma grande quantidade de poços não instalados<br />
e paralisados, que representam um grande potencial de água subterrânea não aproveitada, localizada próxima a comunidades<br />
com sérios problemas de abastecimento para o consumo primário, secundário e também para dessedentação animal.<br />
Mosaico das imagens TOPODATA (MDE) que recobrem a área<br />
do Aquífero Urucuia.<br />
A metodologia envolveu a delimitação automática das áreas<br />
de drenagem, através da utilização de modelos digitais de elevação<br />
(MDE), nos quais as diferenças altimétricas identificam a drenagem<br />
e delimitam as linhas dos divisores, da fonte TOPODATA (INPE), por<br />
meio da extensão ArcHydro no ArcGis 10.2. Para a segmentação automática<br />
de tais áreas foi necessário realizar etapas de integração e processamento em ambiente SIG, através de mosaicagem<br />
dos modelos digitais de elevação, definição da projeção, preenchimento de depressões, direção do fluxo, cálculo do fluxo<br />
acumulado, geração da rede de drenagem, hierarquização da rede de drenagem e delimitação das bacias das estações. Posteriormente,<br />
foi executado um processo detalhado de averiguação de compatibilidade entre a hidrografia de base topográfica<br />
oficial (IBGE – 1:250.000) e a rede extraída de modo automático. Ressalta-se que também ocorreu a comparação entre os<br />
valores das áreas de drenagem dos afluentes das estações da rede hidrometeorológica, delimitadas de forma automática e<br />
daquelas disponibilizadas pela ANA.<br />
Na problemática de inferir qual área de drenagem seria adotada, foram calculados desvios que, quando ultrapassavam o<br />
valor de 10%, indicavam que a área gerada seria a utilizada. O processo automático de delimitação de bacias (e, por conseguinte,<br />
de sua rede de drenagem) apresentou-se vantajosa em relação ao benefício proporcionado. A utilização do MDE, representando<br />
de forma adequada as feições topográficas e a hidrografia, de certa forma compatível com oficial, revela-se significativo para exploração<br />
em ambiente SIG. Tais dados atuarão como subsídios para realização de cálculos de precipitação média, vazão, dentre<br />
outros, que auxiliarão no estudo hidrológico do aquífero em questão.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
BANCO DE INFORMAÇÕES DO SIAGAS, POLÍGONO DAS SECAS,<br />
CONDIÇÕES EXPLOTÁVEIS, FORNECIMENTO DE ÁGUA<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
ÁREA DE DRENAGEM, AQUÍFERO URUCUIA, MODELO DIGITAL DE ELEVAÇÃO<br />
116 117
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
GEOGLIFOS DE RONDÔNIA: VESTÍGIOS DO PASSADO<br />
Autor: Adamy, A.<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
Há mais de 30 anos, no vizinho estado do Acre são relatadas ocorrências de estruturas geométricas escavadas em solos,<br />
as quais ultrapassam mais de três centenas nos dias atuais, distribuídos principalmente na bacia do rio Acre, na região leste do<br />
estado. A identificação destas estruturas, posteriormente denominadas de “geoglifos”, tornou-se possível com o avanço da ocupação<br />
humana, promovendo a erradicação da floresta tropical nativa e transformando a paisagem natural.<br />
Em Rondônia, apesar da proximidade com o estado do Acre, não havia relatos de sua existência, até a descoberta de uma<br />
estrutura no município de São Francisco do Guaporé, durante a pavimentação da rodovia BR-429, com 300m de diâmetro. Estudos<br />
mais recentes (2004) revelaram a identificação de 45 sítios arqueológicos do tipo geoglifo no estado, distribuídos em vários<br />
municípios, destacando-se os municípios de Porto Velho, São Francisco do Guaporé e Guajará Mirim. Esses dados caracterizam<br />
a continuidade espacial destas estruturas para leste, particularmente na região conhecida como Ponta do Abunã, onde se concentra<br />
um grande número de geoglifos.<br />
Geoglifos representam vestígios arqueológicos, evidenciados por estruturas geométricas escavadas no solo, que se espacializam<br />
superficialmente por extensões consideráveis, sendo identificados em sua totalidade apenas quando observados de<br />
grandes alturas.<br />
A identificação prévia dessas estruturas na Ponta do Abunã, entre as vilas de Vista Alegre do Abunã e Extrema, através de<br />
imagens de satélite, proporcionou a oportunidade de desenvolver estudos em campo. Foram caracterizados, então, seis geoglifos<br />
na Ponta do Abunã, denominados Fazenda Biriba, Fazenda Riachuelo, Fazenda Modelo (2), Fazenda Karam (2) e Sítio Boa<br />
Esperança. Representam sítios escavados em solo predominantemente argiloso, em forma de valetas ou trincheiras, com profundidades<br />
entre 1-3m e larguras de até 5-6m; formato circular ou quadrático com diâmetro/lado médio de 100m. Localizam-se<br />
em interflúvios, ocupando terrenos aplainados ou de baixa declividade, sempre em terras altas, com cotas próximas a 200 m, e a<br />
certa distancia de cursos d´água. O substrato geológico está constituído pelos sedimentos argilossílticos da Formação Solimões<br />
e pela Cobertura Sedimentar Indiferenciada.<br />
O objetivo funcional dos geoglifos permanece questionável entre os pesquisadores, atribuindo-se finalidades diversas,<br />
desde um uso religioso, defensivo e agrícola. A datação dessas estruturas permanece em aberto, sendo que no Estado do Acre<br />
estima-se que tenham sido construídos por populações que aí viveram aproximadamente entre 700 e 2.000 anos BP, tendo sido<br />
obtidas datações de 1.260 BP.<br />
A importância dos geoglifos associa-se a compreensão da ocupação pretérita da Amazônia, por estarem localizados em<br />
áreas de interflúvio e terra firme, consideradas inadequadas para implantação de comunidades indígenas sedentárias.<br />
As condições ambientais caracterizadas em campo para os geoglifos estudados sugerem requisitos necessários para a identificação<br />
de estruturas geométricas semelhantes na região, tais como um contexto geológico específico, um relevo aplainado e cotas<br />
médias (200 m) e ainda predomínio de solos de textura argilosa.<br />
Constituem vestígios do passado, evidenciando antigas civilizações, esquecidas por longo tempo, envoltas na floresta<br />
amazônica, resgatadas pelo esforço de alguns pesquisadores sobre áreas submetidas a intenso desmatamento.<br />
SETORIZAÇÃO DE RISCOS NO MATO GROSSO DO SUL: UMA<br />
AVALIAÇÃO PARCIAL DOS DADOS OBTIDOS ENTRE 2013 e 2016<br />
Autores: Lazaretti, A. F. 1 ; Antonelli, T. 1 ; Lima, G. 1 ; Pinho, D. 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
O Serviço Geológico do Brasil – CPRM atua em vários estados do Brasil, desde 2001 com o projeto de setorizações de áreas<br />
de risco alto a muito alto a movimentos de massa e enchentes. De acordo com os levantamentos de campo realizados pelo SGB/<br />
CPRM até maio de 2016, foram setorizados 1148 municípios em todo o território nacional. O Estado do Mato Grosso do Sul contava<br />
até final de 2015 com 21 municípios avaliados, correspondente a 1,8% deste total. Nestes municípios, foram encontrados<br />
47 setores de risco, sendo 44 para risco alto (93,6%) e 03 para risco muito alto (6,4%), totalizando 24.846 pessoas em situação de<br />
risco, ou 0,01% da população nacional. Ressalta-se que para completar a setorização em todo o estado ainda faltam 58 municípios<br />
(73,4%).<br />
Os processos mais comuns até o presente momento descrito nas setorizações realizadas apontam para: inundação (63,4%),<br />
deslizamento, planar ou em taludes de corte (12,8%), voçorocas (8,5%), alagamentos em sua maioria decorrentes de deficiência<br />
de drenagem superficial (6,4%), queda e rolamento de blocos e demais processos associados (4,3%), recalque em construções<br />
(2,3%) e solapamento de margem associado a inundações (2,3%). Todos os setores associados a risco muito alto são de deslizamentos,<br />
planar ou em taludes de corte, e para os setores de risco alto dominam os processos hídricos como inundação e<br />
correlatos, incluindo solapamento de margens e alagamentos, seguidos por processos erosivos como voçorocas. Todos estes<br />
riscos identificados permitem a projeção de situações a serem encontradas nas atividades de campo, segundo a localização do<br />
município, uma vez que estão intimamente ligados ao arcabouço geológico do estado, formado basicamente, por três unidades<br />
geotectônicas distintas: o cinturão metamórfico Paraguai-Araguaia, a plataforma amazônica e a bacia sedimentar do Paraná.<br />
O planalto da Bacia do Paraná ocupa toda a porção leste do estado e constitui uma projeção do planalto Meridional que<br />
forma uma grande unidade de relevo que domina a região sul do país. Estendendo-se por uma grande área a noroeste do estado,<br />
a baixada do rio Paraguai é formada por uma planície aluvial sujeita a inundações periódicas. Suas altitudes oscilam entre 100<br />
e 200m. Em meio à planície do Pantanal ocorrem alguns maciços isolados como o de Urucum, com 1160m de altitude, próximo<br />
à cidade de Corumbá. Dado o panorama geológico/geomorfológico geral do estado tem-se, naturalmente, que os principais<br />
riscos de caráter geológico encontrados são de cunho hidrológico/hidrogeológico, visto que o nível do lençol freático é bastante<br />
elevado na maior parte do estado, corroborando com os números apresentados até o presente momento, e pontualmente<br />
ocorrem problemas com movimentações de massa (deslizamentos, possibilidade de taludes de corte, queda e rolamento de<br />
blocos e outros), nas regiões das serras, morros altos e morrotes que possuem declividades mais elevadas. Acredita-se que com o<br />
avanço das setorizações no Estado do Mato Grosso do Sul, estas correlações serão verificadas e validadas, além de auxiliarem nas<br />
questões de planejamento urbano dos municípios, que é de extrema importância na atualidade, considerando o crescimento<br />
econômico e demográfico do estado e da região centro-oeste nos últimos anos.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
ÁREAS DE RISCO, MATO GROSSO DO SUL, RISCO GEOLÓGICO<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
GEOGLIFOS. PONTA DO ABUNÃ. RONDÔNIA<br />
118 119
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
COMPARAÇÃO DA CARTA DE SUSCETIBILIDADE<br />
A MOVIMENTOS DE MASSA E INUNDAÇÃO E A SETORIZAÇÃO<br />
DE RISCO GEOLÓGICO EM BRAÇO DO NORTE - SC<br />
Autores: Bellettini, A.S. 1 ; Noronha, F.L. 1 ; Lamberty, D. 1<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de Porto Alegre<br />
Em âmbito federal, a Lei n. 12.608, de 10 de abril de 2012, que institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNP-<br />
DEC), estabelece atividades de gestão e gerenciamento com papel fundamental no equacionamento de desastres naturais. Neste<br />
contexto, o Serviço Geológico do Brasil - CPRM recebeu do Governo Federal a incumbência de atuar em municípios sujeitos a<br />
deslizamentos e inundações, dando suporte à prevenção e fornecendo subsídios à execução do planejamento urbano. Para tal,<br />
a CPRM desenvolve o Projeto Setorização de Riscos a Movimentos de Massa e Inundações, que consiste na identificação e delimitação<br />
de áreas urbanas classificadas como de risco muito alto e alto, em escala variável de 1:1.000 a 1:3.000, para processos de<br />
rupturas em encostas, enchentes e inundações; e o Projeto Cartas de Suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de Massa e<br />
Inundações, executado na escala 1:25.000, o qual delimita classes de alta, média e baixa suscetibilidade a movimentos de massa<br />
e inundações.<br />
Estes projetos foram executados para o município de Braço do Norte em Santa Catarina, este situado em litologias graníticas<br />
do Batólito Florianópolis, rochas sedimentares e vulcânicas da Bacia do Paraná, além de depósitos cenozoicos. Devido ao<br />
contexto geológico, geomorfológico e pedológico, este município apresenta diversos cenários naturalmente suscetíveis a movimentos<br />
de massa e inundações. Ao avaliar a ocorrência de risco geológico decorrente da ocupação urbana, a CPRM delimitou<br />
14 setores de risco alto a processos de movimentos de massa e inundações. A comparação em ambiente SIG da localização dos<br />
setores de risco com a distribuição das classes de suscetibilidade demonstrou forte correlação. Os setores com risco alto à inundação<br />
estão concentrados principalmente nas classes de alta a média suscetibilidade a inundações, o que era esperado.<br />
Entretanto, os setores SC_BN_SR_09_CPRM, SC_BN_SR_12_CPRM e SC_BN_SR_13_CPRM encontram-se situados predominantemente<br />
em locais onde não há suscetibilidade natural à inundação, apenas baixa suscetibilidade a movimentos de massa.<br />
Nestes casos, ações antrópicas como redimensionamento de drenagens, assoreamento induzido provocando barramentos e<br />
ocupação desordenada em APPs, foram decisivas para a ocorrência de risco. Já o setor de risco a deslizamento, SC_BN_SR_07_<br />
CPRM, situa-se em parte nas classes de baixa a média suscetibilidade a movimentos de massa e em parte nas classes de alta<br />
a média suscetibilidade à inundação, sendo que o setor apresenta moradias com vulnerabilidade alta, situadas sobre aterros<br />
lançados ao lado de corpo d’água. Exercícios de comparação como o aqui apresentado possibilitam observar a importância do<br />
planejamento urbano para a expansão dos munícipios, uma vez que a urbanização desordenada pode criar áreas de risco onde<br />
não há propensão natural a deslizamentos ou inundações.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
SUSCETIBILIDADE, RISCO, BRAÇO DO NORTE<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
INVESTIGANDO A INFLUÊNCIA DO ESCOAMENTO DE<br />
BASE NAS VAZÕES DA BACIA DO RIO MURIAÉ (MG/RJ)<br />
Autores: Mattiuzi, C.D.P. 1 ; Salviano, M.F. 1 ; Kirchheim, R.E. 1 ; Ramos, V. 1<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de São Paulo<br />
O presente trabalho tem o objetivo de avaliar a influência de água subterrânea na vazão dos rios da Bacia do Rio Muriaé,<br />
cuja cabeceira está localizada no estado de Minas Gerais e a foz no estado Rio de Janeiro. O método utilizado foi a separação do<br />
escoamento de base com o Filtro Digital Recursivo de Eckhardt. A importância deste trabalho reside na obtenção da informação<br />
da vazão de base, que será utilizada como dado de entrada para o modelo hidrológico da Bacia do Rio Muriaé, o qual é utilizado<br />
no Sistema de Previsão e Alerta de Eventos Críticos, monitoramento realizado pela Superintendência de São Paulo da Companhia<br />
de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM).<br />
Foram escolhidas para o trabalho três estações fluviométricas localizadas na Bacia do Rio Muriaé: duas estações na cabeceira<br />
da bacia (Divino, com 330 km² de área de drenagem, e Fazenda Umbaúbas, com 145km² de área de drenagem) e uma<br />
estação na região da foz da Bacia (Cardoso Moreira, com 7280km² de área de drenagem, é a última estação fluviométrica antes<br />
da chegada do Rio Muriaé no Rio Paraíba do Sul). As séries de dados de vazões foram obtidas através de estações telemétricas<br />
no portal Gestor PCD da Agência Nacional de Águas; nas<br />
estações da cabeceira o período de dados compreende 6<br />
meses (outubro de 2015 a março de 2016); na estação da<br />
foz da bacia a série de dados compreende 24 meses (de<br />
janeiro de 2014 a dezembro de 2015).<br />
Localização da Bacia do Rio Muriaé e Hidrogramas com Separação de<br />
Escoamento de Base<br />
O Filtro Digital Recursivo de Eckhardt é um método<br />
que discretiza a vazão do rio em escoamento superficial<br />
e escoamento subterrâneo, possibilitando a avaliação e<br />
compreensão das descargas aquíferas nos rios; foram levadas<br />
em consideração alterações no método de Eckhardt<br />
para a obtenção do BFImax (índice máximo de escoamento<br />
de base). Os resultados apontam que nas estações<br />
da cabeceira a influência subterrânea é elevada, a vazão<br />
de base variou entre 20% e 68% da vazão do rio, o que<br />
pode ser explicado pela favorabilidade hidrogeológica<br />
da região (com aquíferos do tipo granito-gnáissicos com<br />
uma alta densidade de fraturas).<br />
Na estação fluviométrica da foz da bacia, a vazão de<br />
base variou entre 40% e 60% da vazão do rio, esse valor pode ser explicado pelo manto de alteração das rochas granitoides da<br />
região, que pode ser espesso e com elevadas porosidade e permeabilidade, de forma a regularizar a vazão do rio. É importante<br />
ressaltar a dificuldade de quantificar a contribuição subterrânea em aquíferos fraturados, e que o método utilizado possui um<br />
nível de imprecisão para a separação do escoamento nesses ambientes.<br />
Além da quantificação da contribuição aquífera, os resultados deste trabalho também auxiliaram no entendimento na dinâmica<br />
hidrológica da bacia; os resultados serão testados no modelo hidrológico do Rio Muriaé. Este trabalho também está inserido no<br />
contexto de um estudo de quantificação da influência subterrânea nos rios do sudeste do Brasil, tema relevante devido à grave<br />
estiagem que essa região se encontra.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
ESCOAMENTO DE BASE, FILTRO DE ECKHARDT, BACIA DO RIO MURIAÉ<br />
120 121
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
IMPORTÂNCIA DO CADASTRAMENTO DE FONTES NATURAIS NO<br />
SIAGAS/SGB/CPRM PARA A PESQUISA HIDROGEOLÓGICA E<br />
PROMOÇÃO DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E ECONÔMICA<br />
DAS ZONAS DE NASCENTES DOS RIOS DO ESTADO DA BAHIA<br />
Autores: Silva, C. N. 1 ; Abreu, A. S. de 1,2 ; Negrão, F. I. 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil; 2 Universidade Federal da Bahia – UFBA<br />
No Estado da Bahia existe uma variedade de fontes e nascentes ainda não identificadas, estudadas, catalogadas e/ou georreferenciados,<br />
bem como aquíferos, devidamente, bem estudados na sua totalidade. Esses mananciais podem ser classificados<br />
e caracterizados em função de suas propriedades hidrogeológicas e hidroquímicas para a preservação das águas subterrâneas<br />
e superficiais, sustentabilidade ambiental das zonas de nascentes dos rios e sustentabilidade econômica de todo o Estado; podendo<br />
ser valorados, num contexto de geoconservação, também, como Patrimônio Hidrogeológico.<br />
O Sistema de Informações de Águas Subterrâneas – SIAGAS, desenvolvido e mantido pelo Serviço Geológico do<br />
Brasil – SGB/CPRM é composto por uma base de dados de informações hidrogeológicas de todo território nacional; e de<br />
módulos capazes de realizar consulta, pesquisa, extração e geração relatórios. Com uma estrutura de cliente-servidor, (i)<br />
apoia-se no gerenciador de dados SQLServer; (ii) permite o controle de acesso, carregamento e alteração de dados internalizados;<br />
e (iii) incorpora programas e ferramentas gráficas para consistência, sistema de informações geográficas e rotinas<br />
de importação e exportação de dados, estabelecidos em seus módulos de entrada (Módulo Local) e de consulta na web<br />
(SIAGAS WEB); transformando-se numa grande ferramenta de pesquisa hidrogeológica, de planejamento e de gestão para<br />
estados e municípios.<br />
A importância do cadastramento de fontes naturais, no banco de dados do SIAGAS, visa, não somente, aumentar a quantidade,<br />
como, substancialmente, aumentar a qualidade das informações sobre o ponto d’água cadastrado, apresentando relevância<br />
para uma inventariação da geodiversidade das águas, preservação de trechos fluviais, de sistemas aquíferos e, para o<br />
contexto econômico, a produção do recurso hídrico. Neste contexto, na região oeste do Estado, destacam-se as águas de extensos<br />
e volumosos rios e do aquífero Urucuia, monitorados pela CPRM, de alto interesse econômico, devido ao grande potencial<br />
hídrico, não só para abastecimento humano, turismo e lazer, bem como, para a manutenção da forte indústria do agronegócio,<br />
já estabelecida, que demandam grandes quantidades de águas superficial e subterrânea.<br />
A produção de água como recurso hídrico, associado ao conceito de patrimônio hidrogeológico, pode contribuir para a<br />
conscientização voltada à preservação de fontes e nascentes para atender e fomentar programas governamentais de conservação<br />
como: i) Programa Produtor de Água da Agencia Nacional de Águas – ANA (2014); ii) o Projeto de Lei n° 13223/15 que institui<br />
a Política Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais – PSA (2015); e criação do Programa Estadual de Pagamento por<br />
Serviços Ambientais no Estado da Bahia proposto pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SEMA (2015), na tentativa de se<br />
manter, equilibradamente, o ciclo hidrológico.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
SIAGAS, PRESERVAÇÃO, NASCENTES<br />
122
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
RELAÇÃO ENTRE AS VARIAÇÕES DOS NÍVEIS ESTÁTICOS DOS<br />
POÇOS DE MONITORAMENTO DO SISTEMA AQUÍFERO URUCUIA,<br />
(PROJETO RIMAS), NAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOS:<br />
GRANDE, DE ONDAS, E FÊMEAS E SUAS VAZÕES DE BASE, NA<br />
REGIÃO OESTE DO ESTADO DA BAHIA<br />
Autores: Villar, P. C. C. M 1 .; Silva, C. N. 1 ; Araujo, G. R. S.de 1 ; Negrão, F. I. 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
A área em estudo localiza-se na região Oeste do Estado da Bahia, Sistema Aquífero Urucuia, nas sub-bacias dos rios de<br />
Ondas, das Fêmas e Grande; afluentes da margem esquerda do Rio São Francisco da bacia Sanfranciscana. De alto interesse econômico<br />
devido ao seu grande potencial hídrico, não só para abastecimento público, como para culturas irrigadas de soja, milho,<br />
algodão e café, além da indústria do agronegócio, que demandam grandes quantidades de água superficial e subterrâneas. O<br />
Sistema Aquífero Urucuia é um manancial de extensão regional que abrange os estados do Maranhão, Piauí, Tocantins, Goiás,<br />
Minas Gerais e Bahia na sua maior porção.<br />
Esse sistema é responsável pela perenidade dos rios durante todo o período de estiagem que ocorre entre os meses de<br />
abril a outubro. Em geral, a utilização em larga escala das águas subterrâneas interfere diretamente no volume de água que<br />
escoa superficialmente, sendo responsável por modificações geo-ambientais significativas (Aquino et al. 2003). De forma que<br />
este trabalho visa estudar (ou definir) a relação entre as variações dos níveis estáticos dos 38 poços de monitoramento do<br />
projeto RIMAS, distribuídos entre os municípios de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães – LEM e São Desidério, nas bacias dos<br />
rios de Ondas, Fêmeas e Grande, com as variações dos níveis de base dos seus respectivos rios. Para se calcular a vazão de<br />
base desses rios são utilizadas 11 estações fluviométricas seguintes pertencentes à rede ANA/CPRM: No Rio Corrente: Santa<br />
Maria da Vitória e Porto Novo; Rio das Fêmeas: Derocal e no Rio Grande: Sítio Grande, Barreiras, São Sebastião, Taguá, Fazenda<br />
Macambira, Boqueirão e Casa Real.<br />
Diante da necessidade de ampliar o conhecimento hidrogeológico para os principais aquíferos do país o Serviço Geológico<br />
do Brasil – SGB/CPRM, em consonância com suas atribuições estabelecidas na Lei nº 8.970 de 28/12/1994, planejou, implantou<br />
e executa a Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas – RIMAS. Esta rede tem como objetivos propiciar a<br />
médio e longo prazo a estimativa a medição periódica da variação do nível d’água através de dataloggers instalados em poços<br />
construídos especialmente para esse fim; para calcular a reserva reguladora do aquífero; balanço hídrico; gerenciamento da disponibilidade<br />
do recurso hídrico subterrâneo; e, sobretudo a identificação de impactos às águas subterrâneas em decorrência da<br />
explotação desordenada do aquífero.<br />
Dessa forma vai-se implementar a geração e integração do conhecimento técnico-científico para a gestão do aproveitamento<br />
racional de cada manancial: Superficial e subterrâneo buscando estabelecer o equilíbrio da explotação entre os diferentes<br />
sistemas. Por outro lado com o adensamento da malha de monitoramento, ora em execução, espera-se estender esses estudos<br />
para todo o Sistema Aquífero Urucuia (SAU). Os dados deste monitoramento são armazenados continuamente no banco de<br />
dados do Serviço Geológico do Brasil – SGB/CPRM/RIMAS e disponibilizados para o usuário através de ambiente web.<br />
Análise espaço-temporal da setorização de áreas de risco<br />
no município de Três Coroas/RS no período de 2012 - 2016<br />
Autores: Lamberty, D.; Viero, A.C.; Peixoto, C.A.B.; Zwirtes, S. 1<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de Porto Alegre<br />
Para o Ministério das Cidades, risco é a relação entre a possibilidade de ocorrência de um dado processo ou fenômeno,<br />
e a magnitude de danos ou consequências sociais e/ou econômicas sobre um dado elemento, grupo ou comunidade. O grau<br />
de risco pode ser modificado por meio do gerenciamento das áreas, agindo sobre o processo ou sobre as consequências.<br />
Sendo assim, quanto maior for o grau de gerenciamento de uma área de risco, menor será o grau de risco desta área. Partindo<br />
da premissa exposta, este trabalho tem por objetivo apresentar uma análise espaço-temporal da setorização de áreas de<br />
risco do município de Três Coroas/RS, com base nos trabalhos realizados pela equipe da CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
no município em 2012 e 2016.<br />
O município de Três Coroas está situado no Vale do Paranhana, a 99 km de Porto Alegre. Em 2012 foi realizada setorização<br />
de risco a movimentos de massa e inundação, no âmbito do projeto Ação Emergencial para Reconhecimento de Áreas de Alto e<br />
Muito Alto Risco a Movimentos de Massa e Enchentes. Nesta ocasião, identificou-se 24 setores de risco, dos quais 10 relacionados<br />
a processos de deslizamento, 5 a processos de inundação associada ou não a enxurradas, 4 referentes a rolamento de blocos<br />
associados ou não a outros processos, 2 referentes à corrida de detritos, 2 referentes a enxurradas e 1 à erosão de margem<br />
(solapamento). Na ocasião, estimou-se que 11.156 pessoas estariam em áreas de risco alto (8) a muito alto (16). Ao retornar ao<br />
município, no primeiro semestre de 2016, verificou-se que diversos setores tiveram seu grau de risco reduzido em função da<br />
adoção de ações estruturais e não estruturais. Como prevenção para cheias, limpeza do Rio Paranhana e de afluentes e contenção<br />
de margens em processo de erosão foram realizadas, além da orientação para que a população elevasse as casas utilizando<br />
pilotis, diminuindo assim a vulnerabilidade da população. Ações de fiscalização das secretarias de Planejamento e da Habitação<br />
juntamente com a Defesa Civil coibiram a ocupação de áreas naturalmente suscetíveis a inundações e ordenaram o avanço da<br />
ocupação nas encostas.<br />
Apesar do resultado positivo destas ações de redução do risco, diversos setores ainda exigem atenção dos órgãos fiscalizadores.<br />
Como, por exemplo, os setores que ocorrem na Rua Itapuã do Loteamento Pinheirinhos e na Rua Henrique Jurgenssen<br />
no Bairro Vila CTG, uma vez que nestes locais a ocupação com casas de alto grau de vulnerabilidade avança sobre as margens do<br />
Rio Paranhana e do Arroio Lavrado, áreas setorizadas em 2012 e que são suscetíveis à inundação e à erosão marginal. A revisita<br />
dos municípios setorizados pela CPRM teve início em 2016 e tem como objetivo principal acompanhar a gestão das áreas de<br />
risco pelos municípios e a implantação de ações para minimização dos efeitos dos desastres naturais sobre a população. Permite<br />
também a atualização dos primeiros trabalhos realizados pela CPRM, o monitoramento dos setores e a análise da recorrência dos<br />
processos geológicos e hidrológicos.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
RISCO GEOLÓGICO; GESTÃO DE RISCO; TRÊS COROAS/RS<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
RIMAS, MONITORAMENTO, NIVEIS DE BASE<br />
124 125
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
GEOQUÍMICA MULTIUSO NOS ESTADOS DE MINAS GERAIS<br />
E ESPÍRITO SANTO - O Atlas Geoquímico da Bacia do Rio Doce<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
BACIA HIDROGRÁFICA INTERNACIONAL DO RIO URUGUAI E<br />
CONSISTÊNCIA DOS SEUS DIVISORES DE ÁGUA NA ESCALA 1:3.000<br />
Autores: Viglio, E.P. 1 ; Cunha, F. G. da 1 ; Souza, M. V. 2<br />
1<br />
CPRM - Escritório do Rio de Janeiro; 2 CPRM/RJ - UFRRJ<br />
A bacia do rio Doce (BRD) localiza-se no limite E de Minas Gerais e W do Espírito Santo, possui formato elipsoidal alongado<br />
para E com dimensões de 400x300km, afunilando para o Oceano Atlântico. Sua área aproximada é de 84 mil km2, sendo 86%<br />
em Minas Gerais e 14% no Espírito Santo. A bacia engloba 225 municípios sendo os principais Ipatinga e Governador Valadares,<br />
entre os 200 mineiros, e Linhares entre os 25 capixabas. A população residente de 3,6 milhões de pessoas tem como principais<br />
atividades econômicas a agropecuária, mineração e indústria. O Rio Doce ganha sua denominação a partir da confluência dos<br />
rios Piranga e do Carmo, tem extensão total de 888km desde a nascente no rio Xopotó até sua foz, em Linhares.<br />
O arcabouço geológico da bacia é representado por rochas Arqueanas e Paleoproterozóicas que formam o Quadrilátero<br />
Ferrífero e quartzitos e conglomerados do Supergrupo Espinhaço formando o limite W, Complexos Granítico-gnáissicos na parte<br />
central sobrepostos por coberturas lateríticas terciárias e aluviais do Cenozóico. Em levantamento de baixa densidade (bacias<br />
de 150km2) efetuado pelo Projeto Geoquímica MultiUso do Serviço Geológico do Brasil, foram coletadas 537 amostras de sedimento<br />
de corrente, 539 amostras de água de superfície, 123 amostras de solo em malha de 25x25km e 203 amostras de água de<br />
abastecimento público de cada sede municipal situada nos limites da bacia.<br />
As análises para 53 elementos químicos foram feitas através de ICP-MS (solo e sedimento), para 27 cátions por ICP-OES e<br />
7 ânions por Cromatografia Iônica (águas). Estes resultados “retratam” a bacia entre os meses de novembro de 2009 (cabeceiras)<br />
e agosto de 2011. O Atlas Geoquímico encontra-se em fase de editoração, reunindo os resultados de MG e ES, para facilitar a<br />
compreensão do que ocorreu com o rompimento da barragem de Santarém, em Bento Rodrigues, Mariana, MG em novembro<br />
de 2015. Formado por mapas de todos os elementos em todos os meios amostrados, indica regiões que podem conter mineralizações,<br />
ser nocivas à saúde e ao meio ambiente além da indicação de fonte geogênica ou antropogênica dos contaminantes.<br />
Dentre as diversas ocorrências detectadas, destacam-se: os cátions Al, As, Fe, Mn, Pb, Sb e Se e os ânions Fluoreto e Nitrato<br />
apresentam teores acima dos parâmetros legais (Portaria MS2914) para as águas de abastecimento, enquanto os cátions Al, Fe,<br />
Ni e Pb e os ânions Cloreto, Fluoreto, Nitrato, Nitrito e Sulfato apresentam teores acima da CONAMA 357 para as águas de superfície.<br />
Os elementos, As, Cd, Cr, Hg, Ni, Cu, Pb e Zn mostram valores acima do permitido para sedimento de fundo pela CONAMA<br />
454. Para solo, os seguintes elementos mostram valores acima do VRQ-FEAM-MG com sua respectiva área da bacia afetada: Ba<br />
(30%), Cd (10%), Cr (30%), Fe (60%), Hg (86%), Mo (50%), Mn (15%), Pb (40%), Se (10%), Sr (10%), V (50%) e Zn (10%).<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA, GEOQUÍMICA AMBIENTAL, BACIA DO RIO DOCE<br />
Autores: Marcuzzo, F.F.N. 1 ; Souza, C.J.R. 2 ; Almeida, D.B. 2<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de Porto Alegre; 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Instituto de Pesquisas Hidráulicas /<br />
Engenharia Ambiental<br />
A designação “bacia hidrográfica” serve para definir as áreas da superfície terrestre separadas topograficamente entre si<br />
pelos denominados divisores de águas. Os divisores de águas (ou interflúvios) são linhas divisórias localizadas nas áreas mais<br />
elevadas do relevo, no encontro de planos que marcam a mudança de sentido no escoamento das águas da rede hidrográfica.<br />
Essas linhas formam um polígono que delimita a bacia hidrográfica, separando-a de outras bacias hidrográficas vizinhas. No<br />
território brasileiro, a Lei Federal n° 9.433 de 1997 estabelece a bacia hidrográfica como unidade territorial para aplicação da<br />
Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH).<br />
O Modelo Numérico do Terreno (MNT) pode ser obtido por meio da interpolação de curvas de nível extraídas de uma<br />
carta topográfica ou através de imagens de sensores remotos, como no caso deste estudo que se utilizou imagens disponibilizadas<br />
pelo Serviço Geológico Americano (USGS) em 2014, o SRTM com 30 metros. A delimitação da bacia hidrográfica<br />
do rio Uruguai, considerando o seu exutório<br />
(coordenadas geodésicas: 33°53’06’’S<br />
e 58°26’43’’O; coordenadas decimais:<br />
33,885°S e 58,445°O; a altitude na foz do<br />
rio Uruguai extraída pelo SRTM30 é igual<br />
a zero) no encontro da bacia do Plata aqui<br />
executada com os divisores de água consistidos<br />
(verificados pelo relevo/hipsometria,<br />
drenagem e imagens de satélite),<br />
obteve uma área de 349.844,10km² e um<br />
perímetro de 7.264,52km.<br />
A maior altitude da bacia do rio<br />
Uruguai, de 1.824m, está em cima do divisor<br />
de água com a bacia do Atlântico<br />
– Trecho Sudeste (bacia 8), mais precisamente<br />
na fronteira com a sub-bacia 83<br />
(coordenadas geodésicas aproximadas de<br />
28°07’33’’S e 49°28’29’’). A maior altitude,<br />
que com certeza está dentro do território Altimetria das sub-bacias setentrionais do Rio Uruguai em território brasileiro<br />
da bacia do rio Uruguai, é de 1.822m (coordenadas<br />
geodésicas: 27°54’31’’S e 49°19’12’’O; coordenadas decimais: 27,91°S e 49,32°O) está localizada na porção norte<br />
do município de Urubici/SC, próximo da fronteira com o município de Bom Retiro/SC. Este ponto de altitude 1.822m dista<br />
aproximadamente 1,6km do divisor de águas da sub-bacia 84 e aproximadamente 6km do divisor de água (tríplice) entre as<br />
sub-bacias 71 (sub-bacia pertencente ao rio Uruguai), e as sub-bacias 83 e 84 (sub-bacias pertencentes a bacia do Atlântico –<br />
Trecho Sudeste).<br />
A maior altitude na bacia do rio Uruguai no estado do Rio Grande do Sul, segundo o SRTM30, é de 1.388m, e esta localizada<br />
nas coordenadas 28°37’08,3’’S (28,619°) e 49°48’03,2’’O, no território do município de São José dos Ausentes, em cima do<br />
divisor de águas com a sub-bacia 84, e bem próximo à fronteira com o município de Morro Grande no estado de Santa Catarina.<br />
Ao redor da tríplice fronteira, entre Brasil, Uruguai e Argentina, o rio Uruguai possui uma altitude aproximada de 40 metros.<br />
PALAVRAS-CHAVE: Modelo Digital de Elevação, Bacia Hidrográfica do Plata, SRTM 30<br />
126 127
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
AQUÍFERO SERRA GRANDE: HIDROGEOLOGIA, LEVANTAMENTOS<br />
GEOFÍCOS E MODELO TECTÔNICO - BORDA SUDESTE DA BACIA<br />
SEDIMENTAR DO PARNAÍBA – PI<br />
Autores: Francisco Lages Correia Filho 1 ; Adson Brito Monteiro 1 ; Claudio Damasceno de Souza 1 ;João Batista Freitas de Andrade 1 ;<br />
Sérgio Luis Fontes 2 ; Edilton Carneiro Feitosa 3<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil; 2 Observatório Nacional; 3 Universidade Federal de Pernambuco<br />
Apresentamos, aqui, parte dos resultados de estudos realizados na área do Projeto Borda Sudeste da Bacia Sedimentar do<br />
Parnaíba (CPRM, 2010), situada na porção sudeste do Estado do Piauí, abrangendo a região semiárida nos limites dos Estados<br />
do Piauí e Bahia, cobrindo uma superfície aproximada de 24.358 km2, inserida no semiárido brasileiro. Os métodos de trabalho<br />
basearam-se na fotointerpretação geológica, análise e interpretação digital e visual de imagens de satélite SRTM-Sombreada<br />
90 e Mosaico Geocover, georreferenciadas com base no Datum WGS 84 e processamento com a utilização de software ArcGIS<br />
9.2, cadastramento de pontos d’água, altimetria de poços selecionados, mapeamento geológico e hidrogeológico, levantamentos<br />
geofísicos, com a utilização dos métodos Magnetotelúrico e Transiente Eletromagnético (através de perfis transversais à<br />
borda da bacia), Eletrorresistividade (perfil lateral de<br />
resistividade) e Aerogeofísica (aeromagnetometria e<br />
aerogamaespectrometria), com a utilização do Método<br />
de Euler, além da perfuração de dois poços estratigráficos<br />
profundos para confirmação dos estudos<br />
geofísicos.<br />
Os resultados dos estudos realizados, obtidos<br />
a partir da integração dos vários temas abordados,<br />
forneceram subsídios favoráveis à seleção de áreas<br />
para a captação subterrânea, com aumento substancial<br />
da oferta de água, para atender uma população<br />
da ordem de 183.092 habitantes (IBGE, Resultados<br />
do Censo 2010) da área investigada, composta por<br />
24 municípios. São dois os resultados principais, esperados<br />
a partir do avanço do conhecimento, obtidos<br />
com os estudos realizados. Em primeiro lugar, o<br />
aporte de subsídios hidrogeológicos que proporcionem<br />
a seleção de áreas favoráveis às captações sub-<br />
Modelagem da inversão 1-D do perfil MT da localidade Mocambo<br />
terrâneas, destinadas ao abastecimento das regiões<br />
limítrofes da bacia.Em segundo lugar, esse conhecimento deverá ser de grande utilidade para o monitoramento dos aqüíferos<br />
Serra Grande e Cabeças, pelo órgão gestor dos recursos hídricos no Estado do Piauí e auxiliar na elaboração de um plano que<br />
contemple A GESTÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS na área investigada.<br />
Os benefícios sociais gerados, a partir dos resultados alcançados pelos estudos realizados, revestem-se de fundamental importância,<br />
por se tratar de uma região semiárida, secularmente castigada pela falta de água para consumo humano, com gravíssimos<br />
problemas de abastecimento, onde a maioria da população consome águas poluídas, gerando sérios problemas de saúde<br />
pública, manifestados pelas doenças parasitárias de veiculação hídrica, responsáveis pelos altos índices de mortalidade infantil e<br />
doenças parasitárias que incomodam com frequência os adultos, em alguns municípios. Além disso, deve ser ressaltado como um<br />
resultado importante alcançado pelo projeto, o fato de se dotar o Parque Nacional Serra da Capivara com oferta e disponibilidade<br />
de água que permitem a preservação de sua fauna e possibilitam o desenvolvimento de sua inconteste vocação turística.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Serra Grande; Hidrogeologia; Levantamentos Geofísicos;<br />
mODelo Tectônico<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
EVIDÊNCIAS DE PROCESSOS DE DINÂMICA FLUVIAL<br />
RELATIVAS À CAPACIDADE DE ESCOAMENTO DO RIO ACRE<br />
Autores: Buffon, F. T. 1 ; Barbosa, F. A. R. 1 ; Mendonça, R. R. 1 ; Conterato, E. 2<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil; 2 Universidade Federal de Rondônia<br />
Os processos de dinâmica fluvial podem afetar de diversas formas a relação da sociedade com os, seja na otimização<br />
dos usos dos recursos hídricos de uma região, ou na busca de previsão e proteção da ação das águas. O rio Acre, situado na<br />
região da Depressão Amazônica, apresenta um padrão meandrante com baixa declividade do canal em razão de possuir<br />
pouca variação altimétrica, caracterizado por uma extensa planície aluvial com inundações sazonais. Por meio da análise da<br />
série histórica de níveis do rio Acre no município de Rio Branco é possível se observar uma tendência de redução gradual dos<br />
níveis mínimos anuais, observados nas épocas de estiagem, assim como se observa uma tendência recente de elevação dos<br />
níveis máximos anuais, observados na época de enchentes. Analisando-se a série histórica de níveis do rio Acre no município<br />
de Assis Brasil, foi observado efeito inverso ao ocorrido em Rio Branco durante as épocas de estiagem, com uma tendência<br />
recente de elevação gradativa dos níveis mínimos anuais.<br />
Devido a estes fatos, foram investigadas as correlações existentes entre os níveis observados e as vazões medidas nas<br />
estações fluviométricas de Rio Branco (código 13600002) e de Assis Brasil (código 13450000), com a finalidade de se compreender<br />
os processos de dinâmica fluvial que estão ocorrendo em ambos os locais. Verificou-se por meio da análise das curvas-chaves<br />
(relação entre nível e vazão) que as mesmas não são constantes ao longo do tempo, indicando que a capacidade<br />
de escoamento nas estações fluviométricas estudadas sofreu alteração com o passar dos anos, sendo esta mais acentuada<br />
a partir da presente década. Em Rio Branco, para um determinado nível do rio, a capacidade escoamento vem aumentando<br />
com o passar do tempo, suportando uma maior vazão.<br />
Este fato indica a ocorrência de processos erosivos atuantes, devidos às grandes velocidades associadas as enchentes<br />
que cada vez ocorrem com maior frequência, carregando o material do leito do rio e promovendo seu aprofundamento. Em<br />
Assis Brasil, para um determinado nível do rio, a capacidade escoamento vem reduzindo com o passar do tempo, suportando<br />
uma menor vazão. Isso indica a ocorrência de processos sedimentares atuantes, promovendo o assoreamento do canal do rio,<br />
provavelmente em decorrência da erosão fluvial das margens do rio, que se depositam na região à medida que a velocidade<br />
do escoamento vem sendo reduzida.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Rio Acre, Dinâmica Fluvial, Capacidade de Escoamento<br />
Assoreamento do Rio Acre na região da estação fluviométrica Assis Brasil<br />
128 129
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
USO DO APLICATIVO MÓVEL GEOFIELDBOOK NO<br />
MAPEAMENTO DE CAMPO GEOLÓGICO-ESTRUTURAL<br />
Autor: Santos, F.G. 1<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional do Recife<br />
A Geologia é uma ciência onde as<br />
atividades de cam po se fazem necessárias<br />
para o levantamento de informações.<br />
Com o avanço da tecnologia das últimas<br />
décadas, muitos métodos de processamento<br />
digital são aplicados aos dados<br />
geológicos coletados em campo, dessa<br />
forma, uma ferramenta foi pensada para<br />
servir de ponte entre os dados analógicos<br />
trazidos de campo com a conversão<br />
para meio digital que sempre é realizada<br />
na etapa pós-campo. O GeoFieldBook é<br />
um aplicativo para o sistema operacional<br />
móvel iOS (apenas iPad), desenvolvido<br />
pela interação entre professores dos departamentos<br />
de Geologia e Ciências da<br />
Computação da Faculdade Americana<br />
LAFAYETTE COLLEGE.<br />
O App em questão foi projetado para o<br />
uso em projetos de geologia que abrangem<br />
o mapeamento de campo geológico-estrutural,<br />
podendo ser usado como<br />
complemento ou até substituindo a clássica<br />
caderneta de campo e os mapas de papel. A câmera e o GPS do iPad são usados de forma integrada para auxiliar o usuário<br />
a gerenciar os da dos e recursos do mapeamento, assim todas as informações gravadas, sejam elas geológicas e/ou estruturais,<br />
são georreferenciadas automaticamente e há a possibilidade de fotografar as estruturas e afloramentos dentro de cada registro<br />
de entrada de dados. Os dados coletados são registrados e exibidos em tempo real sobre uma imagem base (Apple ou Google<br />
Earth), com as direções e mergulhos exibidos na orientação correta podendo-se escolher um coloração diferente para cada unidade<br />
litológica.<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
PANORAMA DO RISCO GEOLÓGICO NA CIDADE DE GUARULHOS (SP)<br />
Autores: Facuri, G.G. 1 ; Dos Santos, L.F. 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
O Serviço Geológico do Brasil – CPRM, destacado no Programa Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres para<br />
mapear os riscos geológicos em caráter emergencial no território nacional em 2014, identificou e analisou setores de Alto e<br />
Muito Alto risco para processos gravitacionais de massa e inundações da cidade Guarulhos, inserida na Região Metropolitana<br />
de São Paulo. A cidade já havia sido alvo em 2004 de Plano de Redução de Riscos (PMRR), base para o último mapeamento,<br />
além de novas informações fornecidas pela equipe de Defesa Civil municipal. O PMRR, nos moldes do Ministério das Cidades,<br />
é especificamente voltado para a formação de políticas públicas para gestão de riscos no município, com identificação de<br />
áreas, indicação de tipologias de intervenções, estimativa de custos, critérios para priorização e relatório síntese com apresentação<br />
à parcela da sociedade interessada e com tempo de elaboração mais longo devido às etapas consideradas.<br />
Já a setorização, de caráter expedito, do CPRM tem por objetivo a identificação, caracterização e delimitação de áreas<br />
para os entes envolvidos como o CEMADEN, CENAD e Defesas Civis estaduais e municipais para servir de avisos e alertas de<br />
defesa civil e para prevenção e resposta. Apesar das metodologias e objetivos diferentes, os dados e informações, de um hiato<br />
de 10 anos, foram comparados para se obter um panorama dos riscos geológicos municipais fornecendo subsídios para uma<br />
gestão de riscos mais eficiente e efetiva. O PMRR identificou 62 duas áreas de risco a deslizamento, sendo 37 de Alto e Muito<br />
Alto graus de risco. Já a setorização da CPRM contabilizou 45 delas. Com relação a solapamentos de margem, foram 32 da<br />
CPRM e 4 do PMRR de alto e muito alto risco.<br />
Houve coincidência de pelo menos 10 locais. O dinamismo dos cenários de risco e o alto custo das intervenções são<br />
apontados como inviabilizadores das tradicionais medidas propostas, como remoções ou grandes obras de contenção. Foram<br />
feitas comparações em diversos destes setores onde foi possível observar as mudanças causadas pelo crescimento populacional.<br />
O município pode e deve, portanto, com a atualização elaborada pelo CPRM, promover a análise de tipos de intervenção<br />
para mitigação ou eliminação dos riscos, estimativa de custos e da relação custo x benefício, alocar fontes de recursos das três<br />
esferas do Poder Público para implantar as sugestões e recomendações apresentadas, além de realizar audiências públicas<br />
diretamente nas comunidades em risco, assim como instaurar planos de ação de curto e médio prazo em face destas análises<br />
para estabelecer e renovar uma nova cultura na gestão municipal associada muito mais à prevenção do que à resposta.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
RISCO GEOLÓGICO, GUARULHOS<br />
Todos os dados e anotações coletadas em campo podem ser exportados em formato csv para integração com outros softwares<br />
de análise, como também há a possibilidade de importar conjuntos de dados pré-existentes para o app. A cada nova entrada<br />
de informação, os dados podem ser inseridos automaticamente (data, hora e coordenadas), de forma manual (código do afloramento,<br />
dados estruturais das unidades litológicas) ou de forma pré-definida (acamamentos, contatos, falhas, juntas etc...). O<br />
aplicativo ainda conta com informações geológicas de um ano de mapeamento em diversos locais do estado da Pensilvânia nos<br />
Estados Unidos e apesar disso pode ser usado em qualquer parte do mundo.<br />
O uso dessa ferramenta digital em mapeamentos de campo auxilia os geólogos a obter dados estratigráficos, além de gerar mapas<br />
interativos qu e levantam hipóteses sobre o arcabouço tectono-geológico da região mapeada e uma discussão no próprio<br />
local de aquisição das informações pode levar a uma interpretação mais rápida.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
APLICATIVO; GEOFIELDBOOK; MAPEAMENTO GEOLÓGICO<br />
130 131
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
A REDE INTEGRADA DE MONITORAMENTO DAS ÁGUAS<br />
SUBTERRÂNEAS NO SISTEMA AQUÍFERO QUATERNÁRIO<br />
COSTEIRO DO RIO GRANDE DO SUL<br />
Autores: Troian, G.C. 1 ; Kuhn, I.A1; Goffermann, M. 1 ; Freitas, M. A 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geologico do Brasil<br />
Este trabalho visa fornecer um panorama geral da Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas–RIMAS<br />
implantada na área do Sistema Aquífero Quaternário Costeiro (SAC) do Estado do Rio Grande do Sul e operada pelo Serviço<br />
Geológico do Brasil-CPRM, no âmbito da Superintendência Regional de Porto Alegre. O SAC representa uma importante reserva<br />
de água subterrânea no Estado, ocupando praticamente toda a extensão da faixa litorânea entre os municípios de Torres e Chuí,<br />
totalizando aproximadamente 620 km de extensão, área aflorante de 23.500km2 e apresentando capacidades específicas na<br />
ordem de 4 m3/h/m. O monitoramento quali-quantitativo deste sistema aquífero se justifica pelo fato de apresentar alta vulnerabilidade<br />
à contaminação e risco através de seu uso não controlado causado pela grande quantidade de poços tipo ponteira<br />
presentes nos aglomerados urbanos, aliado ao baixo índice de saneamento básico.<br />
O SAC começou a ser monitorado pela RIMAS no ano de 2010 e até o momento conta com um total de 11 poços tubulares<br />
dedicados à rede, sendo 6 no litoral norte, 2 no litoral médio e 3 no litoral sul. Para definição da localização dos poços levou-se em<br />
consideração áreas de recarga do aquífero e que não apresentassem interferência de poços próximos. O método de monitoramento<br />
quantitativo consiste na medição automática do nível de água através da instalação, no poço, de sensores (DataLoggers)<br />
que realizam a medida de nível a cada hora. Os dados são armazenados na memória do equipamento, sendo trimestralmente<br />
coletados em campo. Já o monitoramento qualitativo consiste em coletas semestrais de água para análise de nove parâmetros<br />
físico-químicos e a cada cinco anos, a realização de análises físico-químicas completas (43 parâmetros) de acordo com Resolução<br />
396/2008 do CONAMA. São coletados também dados de precipitação pluviométrica, umidade e temperatura do ar, obtidos<br />
através de Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) instaladas junto aos poços pela CPRM ou pertencentes à Rede Hidrometeorológica<br />
Nacional.<br />
Os dados brutos são analisados, consistidos, sintetizados e disponibilizados para o público no sítio da CPRM através da<br />
plataforma “Web RIMAS”. Esta plataforma também permite o acesso a várias camadas temáticas com gráficos, perfis construtivos<br />
e litológicos dos poços, bem como a distribuição espacial da rede. Através da geração e difusão dos dados do monitoramento<br />
quali-quantitativo no SAC se pretende obter um maior conhecimento do comportamento deste importante aquífero a fim de<br />
subsidiar tomadas de decisão quanto ao seu uso e gerenciamento. As informações disponibilizadas também têm servido de<br />
base para diversos estudos hidrogeológicos, trabalhos acadêmicos, evidenciando-se assim o valor e importância da divulgação<br />
de informações hidrogeológicas consistentes por parte do Serviço Geológico do Brasil.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
APLICATIVO; GEOFIELDBOOK; MAPEAMENTO GEOLÓGICO<br />
132
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
AVALIAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DA FORMAÇÃO<br />
ALTER DO CHÃO NA PORÇÃO LESTE DA BACIA DO<br />
AMAZONAS, MUNICÍPIO DE SANTARÉM-PA<br />
Autores: Melo Junior, H. R. 1 ; Imbiriba Junior, M. 1<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de Belém<br />
As águas subterrâneas do Aquífero Alter do Chão são estudadas ao longo de décadas nas regiões de sua ocorrência com<br />
maior densidade populacional, como Manaus (AM) e Santarém (PA) por diversos autores; a exemplo de Tancredi (1996), Silva &<br />
Bonotto (2000), Silva (2001), Silva & Silva (2007), Gonçalves & Miranda (2014) e Imbiriba Junior e Melo Junior (2014). Conforme<br />
os mesmos, a classificação hidroquímica de suas águas varia entre sódio cloretada em Santarém a bicarbonatada cálcica, cálcio<br />
cloretada, sódio cloretada e cloretada cálcica na região de Manaus. O pH varia entre 4,0 a 5,87 e a condutividade elétrica abrange<br />
valores entre 11, 1 µS/cm a 82,9 µS/cm. No município de Santarém, localizado na região oeste do estado do Pará com uma<br />
população estimada de 292.520 habitantes (IBGE 2016) existem três poços cedidos pela Companhia de Saneamento do Pará –<br />
COSANPA e um poço construído pela CPRM (poço 1500005574) que compõem a Rede Integrada de Monitoramento das Águas<br />
Subterrâneas (RIMAS) da CPRM - Serviço Geológico do Brasil.<br />
Este resumo apresenta uma avaliação quali-quantitativa, correspondentes à análise hidroquímica e ao monitoramento<br />
do nível estático no referido poço, no bairro Caranazal. O Aquífero Alter do Chão no local investigado está situado geomorfologicamente<br />
na superfície de aplainamento e inselbergs, onde a erosão atuou com maior intensidade, removendo parte dos<br />
estratos superiores, a coluna litológica é predominantemente arenosa com topografia irregular, com altitudes decrescentes<br />
até a planície de inundação do rio Amazonas. O aquífero no local estudado apresenta características livres entre a superfície<br />
e 119 metros de profundidade; além de caráter confinado entre 134 metros até a profundidade final do poço a 208 metros.<br />
O poço tem filtros instalados nos dois tipos de aquífero, no intervalo entre 111 metros a 115 metros (aquífero livre) e quatro<br />
seções filtrantes distribuídas ente 135 metros e 195 metros (aquífero confinado). Os resultados apresentados compreendem<br />
duas campanhas de campo para coleta dos dados nos anos de 2012 e 2015 e exibiram valores similares para todos os elementos<br />
analisados pelo LAMIN-CPRM.<br />
De acordo com as análises realizadas a hidroquímica do Aquífero Alter do Chão é pouco mineralizada, com valores de<br />
condutividade elétrica de 33,2 µS/cm e pH identificado de 4,40, classificada como sódica cloretada com ausência de carbonato.<br />
Os dados de nível da água monitorados ao longo de três anos variaram entre 13,2 metros e 28,7 metros de profundidade, nos<br />
períodos subsequentes ao inverno e ao verão amazônico, respectivamente. O nível estático sofreu influência de dois poços em<br />
bombeamento localizados na área da COSANPA do Sistema Caranazal, porém, a variação sazonal do NA é facilmente identificada<br />
e predominante. As vazões identificadas nos demais poços da COSANPA que exploram o aquífero variam entre 191 m3/h a 147<br />
m3/h, assim como a capacidade específica de 9,46 m3/h/m a 7,02 m3/h/m. A soma dos fatores analisados apresenta o Aquífero<br />
Alter do Chão como a melhor alternativa para abastecimento público na cidade de Santarém, sem comprometer a qualidade e<br />
a quantidade de seu reservatório por séculos.<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
REDE INTEGRADA DE MONITORAMENTO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS:<br />
SISTEMA AQUÍFERO GUARANI NO RIO GRANDE DO SUL<br />
Autores: Troian, G.C. 1 ; Kuhn, I.A1; Goffermann, M. 1 ; Freitas, M. A 1<br />
1<br />
CPRM - Serviço Geologico do Brasil<br />
A CPRM - Serviço Geológico do Brasil - está implantando, desde 2010, a Rede Integrada de Monitoramento das Águas<br />
Subterrâneas (RIMAS) nos principais aquíferos do país. No Rio Grande do Sul optou-se por iniciar o monitoramento do Sistema<br />
Aquífero Guarani (SAG) nas suas áreas de afloramento na fronteira oeste do estado, onde o SAG apresenta sua melhor condição<br />
em termos de produtividade e qualidade, devido a importância sócio econômica de tal recurso e por esta região ser considerada<br />
a sua principal área de recarga. Posteriormente, o monitoramento foi estendido para o aquífero costeiro do Rio Grande do Sul e<br />
Santa Catarina.<br />
A construção dos poços tubulares destinados ao monitoramento foi iniciada em 2010, seguida por mais duas etapas de<br />
perfuração (2012 e 2014) que, somados a poços cedidos por instituições públicas, expandiram o monitoramento do SAG para<br />
a região central e leste do estado. Atualmente, o SAG no RS é monitorado através de 28 poços de monitoramento dedicados,<br />
dotados de medidores automáticos de nível d’água e dataloggers que fazem o armazenamento horário dos dados. Destes 28<br />
poços, 05 estão localizados no domínio estrutural Central-Missões, monitorando os sistemas aquíferos Santa Maria e Sanga do<br />
Cabral-Piramboia; 04 poços no domínio estrutural Leste, monitorando o sistema aquífero Botucatu-Piramboia; e 19 poços no<br />
domínio estrutural Oeste, monitorando os sistemas aquíferos Botucatu-Guará e Sanga do Cabral-Piramboia.<br />
Os dados brutos são analisados, consistidos, sintetizados e disponibilizados para o público através da plataforma Web RI-<br />
MAS. Nesta plataforma, o usuário tem acesso também a várias camadas temáticas com gráficos, perfis construtivos e litológicos<br />
dos poços, bem como à distribuição espacial da rede de monitoramento. Atualmente, a RIMAS possui séries históricas entre 2<br />
e 6 anos, além de análises físico-químicas de todos os parâmetros definidos pela resolução 396/2008 do CONAMA e dados de<br />
precipitação pluviométrica, temperatura e umidade relativa do ar, obtidos através de Plataformas de Coleta de Dados de chuva<br />
instaladas junto aos poços pela CPRM ou pertencentes à Rede Hidrometeorológica Nacional.<br />
Através da geração e difusão dos dados do monitoramento quali-quantitativo realizado pela RIMAS no SAG pretende-se<br />
obter um maior conhecimento do comportamento deste importante sistema aquífero a fim de subsidiar tomadas de decisão<br />
quanto ao seu uso e gerenciamento. As informações disponibilizadas também têm servido de base para diversos estudos hidrogeológicos,<br />
trabalhos acadêmicos, evidenciando-se assim o valor e importância da divulgação de informações hidrogeológicas<br />
consistentes por parte do Serviço Geológico do Brasil.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
hidrogeologia; WebRIMAS; monitoramento<br />
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Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
MAPA GEOMORFOLÓGICO DOS MUNICÍPIOS DE RESENDE E ITATIAIA - RJ<br />
Autores: Dantas, M.E.; Pôssa, J.T; Shinzato, E.<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
Os municípios de Resende e Itatiaia estão inseridos na depressão interplanáltica do rio Paraíba do Sul – uma região geomorfológica<br />
exaustivamente descrita pela literatura, tradicionalmente denominada de domínio de mares de morros (Ab’Saber,<br />
2003). Todavia, estes municípios exibem uma notável geodiversidade, onde se destaca um conjunto de morfoestruturas, tais<br />
como: bacias sedimentares, depressões interplanálticas, escarpas serranas e maciços intrusivos de rochas alcalinas.<br />
A elaboração do mapa geomorfológico foi executada em escala 1:25.000, a partir da proposição de uma compartimentação<br />
morfológica dos terrenos, obtida a partir da avaliação empírica dos diversos conjuntos de formas e padrões de relevo posicionados<br />
em diferentes níveis topográficos (Ab’Saber, 1969). Com base em tais pressupostos, foi adotada a metodologia proposta por Dantas<br />
(2013), na qual enfatiza a delimitação de unidades<br />
homólogas (padrões de relevo) por fotoanálise, conforme<br />
biblioteca de padrões de relevo pré-estabelecida.<br />
Foram empregadas técnicas de sensoriamento remoto<br />
(interpretação de fusão de imagens de satélite X MDE<br />
– Shinzato et al., 2012), acompanhadas de abrangente<br />
revisão da literatura (mapas temáticos e artigos que<br />
descrevem os municípios de Resende e Itatiaia). Os padrões<br />
de relevo são determinados, principalmente, a<br />
partir da análise das amplitudes e declividades predominantes,<br />
associadas com a geometria das vertentes.<br />
Para definição e mapeamento de padrões de<br />
relevo, adotaram-se os 3º e 4º táxons da metodologia<br />
de Ross (1992). Em adendo, foram identificados dois<br />
primeiros táxons, individualizando as unidades morfoestruturais<br />
e morfoesculturais em cada município.<br />
Juntamente com este mapeamento, foram avaliadas<br />
litologias e estruturas, os solos e as coberturas inconsolidadas<br />
e os seguintes parâmetros morfométricos:<br />
Mapa geomorfológico esquemático dos municípios de Resende e Itatiaia - RJ<br />
amplitude altimétrica; gradiente; e geometria de topos<br />
e vertentes. A etapa de trabalho de campo serviu para aferir todo o mapeamento gerado, assim como a avaliação de litologias<br />
e perfis de solo representativos.<br />
Foram identificadas nos municípios em apreço três unidades morfoestruturais: o Cinturão Orogênico do Atlântico (Faixa Móvel<br />
Ribeira); as Bacias Sedimentares Cenozoicas; e as Coberturas Sedimentares Quaternárias. O primeiro abrange um diversificado conjunto<br />
de unidades geomorfológicas, destacando-se: a Escarpa da Serra da Mantiqueira e a Depressão Interplanáltica do Médio Vale do rio<br />
Paraíba do Sul. Tais terrenos são sustentados por rochas ígneo-metamórficas de idade Pré-Cambriana. Entretanto, uma tectônica cenozoica<br />
decorrente da abertura do Atlântico promoveu um rejuvenescimento do relevo de todo o vale do Paraíba do Sul, caracterizado<br />
como serras e escarpas intercaladas por um domínio de colinas e morros baixos dissecados, com marcante ocorrência de voçorocamentos.<br />
Ressaltam-se, ainda maciços intrusivos de rochas alcalinas que dominam a paisagem regional, por meio do Maciço do Itatiaia<br />
e Morro Redondo. As Bacias Sedimentares Cenozoicas são representadas por rochas sedimentares pouco litificadas de idade eocênica<br />
da Bacia de Resende (Ramos, 2003), esculpidas num relevo de tabuleiros e morrotes. Configura-se num extenso hemigraben, cuja borda<br />
norte é delimitada por escarpa de falha, que se estende numa direção E-W, cruzando ambos os municípios. Por fim, as Coberturas<br />
Sedimentares Quaternárias se distinguem pelas planícies e terraços fluviais que margeiam os rios principais e por um grande número<br />
de rampas de alúvio-colúvios sobre o domínio colinoso e de rampas de colúvio-tálus sobre o domínio serrano.<br />
O ATLAS GEOQUÍMICO DO ESTADO<br />
DE RORAIMA, REGIÃO NORTE DO BRASIL<br />
Autores: Marmos, J.L.; Freitas, A.F.; Andretta, E.R.; Viana, E.C.A.; Mafra, L.C.M.<br />
CPRM - Serviço Geologico do Brasil<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
A CPRM - Serviço Geológico do Brasil desenvolve, em todo o país, o Projeto “Levantamento Geoquímico de Baixa Densidade”,<br />
que envolve coleta, análises físico-químicas e interpretação dos resultados de milhares de amostras de águas fluviais,<br />
sedimentos de corrente e solos de diferentes ambientes geológicos. Seus principais objetivos são: a) fornecer subsídios técnicos<br />
à saúde pública, por meio da identificação de anomalias de elementos/substâncias essenciais e/ou nocivos à ingestão humana<br />
e animal; b) identificar focos de contaminação natural e antrópica nos compartimentos amostrados; c) detectar ocorrências de<br />
bens minerais. Corresponde a mapeamento geoquímico regional onde as amostras de águas e de sedimentos são coletadas, no<br />
mesmo ponto, em bacias de drenagem com área de captação entre 100 e 300 km2 e as de solos no centro de cada folha 1:50.000.<br />
Sedimentos e solos são analisados por ICP-MS, na fração menor que 80 mesh, para 52 elementos após digestão por água-régia;<br />
nas águas são determinadas as concentrações de 27 cátions, por ICP-AES, e de 7 ânions, por cromatografia. No Estado de Roraima,<br />
região norte do Brasil, os trabalhos de campo se iniciaram em meados de 2009 e foram concluídos em 2012, tendo sido<br />
coletadas 429 amostras de sedimento, 427 de água e 160 de solos. Teve-se sempre o cuidado de coletar todas as amostras de<br />
uma mesma bacia num único período hidrológico evitando-se, assim, a introdução do fator sazonalidade quando da elaboração<br />
dos mapas geoquímicos.<br />
O Estado tem 225.000 km2, porém a amostragem só foi possível em cerca de 60% dessa área já que o restante representa<br />
terras indígenas de acesso restrito. Os resultados finais são disponibilizados na forma do “Atlas Geoquímico de Roraima”, onde<br />
se inserem os mapas de distribuição geoquímica dos elementos em águas, sedimentos e solos, acompanhados dos parâmetros<br />
estatísticos (média, mediana, desvio-padrão, etc), textos explicativos e comparação com valores legais de referência para cada<br />
elemento (resoluções de órgãos ambientais nacionais e internacionais). Nos três meios amostrais mais de uma dezena de elementos<br />
metálicos (Ba, Be, Cd, Co, Cr, Cu, Hg, Li, Ni, Pb, Sb, U, V e Zn) apresentaram, em alguns pontos, teores acima dos valores<br />
de referência utilizados neste estudo. Todos esses teores, entretanto, muito provavelmente refletem apenas a composição do<br />
substrato geológico das regiões em que ocorrem (“contaminações” naturais), obviamente impresso nas drenagens e solos amostrados.<br />
Valores isolados anômalos em locais únicos poderiam levar à suspeita de contaminação antrópica, entretanto a baixa<br />
ocupação humana nesses locais não permite tal afirmação.<br />
Mesmo na região sudeste do Estado, a de maior ocupação antrópica do interior, os resultados não revelaram impactos<br />
ambientais significativos seja em águas, sedimentos ou solos. Nesse aspecto, o fato mais marcante diz respeito a uma pequena<br />
drenagem na periferia de Boa Vista (capital de Roraima), cujas águas revelaram as mais altas concentrações de cloreto, sulfato,<br />
sódio e a maior condutividade elétrica de todo universo amostral. Este córrego drena a estação de tratamento de esgotos de Boa<br />
Vista, o que indica que o tratamento dos resíduos orgânicos ali realizados não tem sido eficiente.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
GEOQUÍMICA, ÁGUAS FLUVIAIS, RORAIMA<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
GEOMORFOLOGIA; FOTOANÁLISE; RESENDE<br />
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Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
PROPOSTA GEOPARQUE CÂNION DO RIO POTI: UM CENÁRIO DA<br />
HISTORIA GEOLÓGICA PLANETÁRIA DA BACIA DO PARNAÍBA<br />
Autor: Barros, J. S.<br />
CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
Como um dos mais eficientes agentes geomorfológicos<br />
da superfície terrestre através da erosão, os rios<br />
demonstram sua importância na transformação da paisagem<br />
e no entendimento dos paleoambientes. O limite<br />
entre os estados do Piauí e Ceará é marcado por um<br />
relevo de serras, cortada por uma falha geológica que<br />
gerou uma paisagem de beleza cênica impressionante<br />
e abriga um relevo, flora e fauna do bioma Caatinga<br />
que precisam ser preservados. O rio Poti capturado pelo<br />
sistema de falhas gera formas geológicas exuberantes,<br />
expondo e esculpindo rochas do Grupo Canindé, Formação<br />
Cabeças, predominantemente, e das formações<br />
Tianguá e Ipu do Grupo Serra Grande.<br />
Canalão ou boqueirão do rio Poty, no município de Buriti dos Montes-PI, com<br />
paredões de arenito que chegam a 70m de altura<br />
O rio Poti, com nascentes no vizinho estado do<br />
Ceará, adentra o Piauí segundo uma falha geológica<br />
responsável por mudar seu curso, até então em direção<br />
ao mar, na altura do município de Buriti dos Montes.<br />
Com uma extensão de 538 km, instala sua bacia hidrográfica<br />
segundo uma área de aproximadamente 52.270 km², utilizada como corredor migratório entre as planícies do Piauí e<br />
Maranhão e o semi-árido do Ceará, Pernambuco e Bahia comprovada pelas gravuras rupestres confeccionadas em baixo relevo,<br />
por picoteamento, constituindo um dos mais importantes complexos de gravuras rupestres das Américas. Ao longo de todo o<br />
seu curso, o Poti vai adquirindo a forma de cânion: das nascentes na Serra dos Cariris no município de Quiterianópolis-CE, ao<br />
cortar o front da Serra da Ibiapaba e, por fim, ao desaguar no rio Parnaíba, em Teresina.<br />
O cânion do Poti é umas das feições naturais do Estado do Piauí, situado nos municípios de Buriti dos Montes, Castelo do<br />
Piauí e Juazeiro do Piauí. O seu traçado sinuoso configura-o como um rio cataclinal ou consequente ao cortar estruturas geológicas<br />
e seguir o declive das camadas, aprofundando seu leito e esculpindo seus paredões. O Rio Poti percorre mais de 190 km em<br />
terras cearenses na direção norte até ser capturado por um sistema de falhas do lineamento Transbrasiliano, aprofundando seu<br />
leito como resultado da ação mecânica das águas e direcionando-se para oeste.<br />
Movimentos tectônicos responsáveis pelas novas formas e configurações do Planeta durante a divisão do Pangeia foram<br />
responsáveis pelo soerguimento dos terrenos do embasamento posicionado-se num plano mais elevado que os do pacote sedimentar<br />
da Bacia do Parnaíba, funcionando como divisores de água e gerando condições para que o rio Poti os dissecasse mais<br />
efetivamente diante de sua maior fragilidade. Uma maior resistência oferecida pelo pacote sedimentar aos agentes erosivos<br />
contribuiu para o aprofundamento do talvegue do rio Poti, gerando um cânion que atinge os 360 m de altura na área de contato<br />
entre o cristalino e rochas sedimentares e 70 m nestas últimas.<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
CARTAS DE APTIDÃO À URBANIZAÇÃO FRENTE<br />
AOS DESASTRES NATURAIS - RESULTADOS OBTIDOS<br />
EM DOIS MUNICÍPIOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />
Autores: Juliana M. Moraes 1 ; Carlos E. O. Ferreira 1 ; Marcelo A. Ferrassoli 1 ; Marcelo Jorge 1 ; Andreá Trevisol 1 ; Anselmo C. Pedrazzi 1 ;<br />
Gilmar P. Dias 1 ; Ivan B. Oliveira Filho 1 ; Guilherme Peret 1 ; José Antônio da Silva 1<br />
1 CPRM - Serviço Geologico do Brasil<br />
A carta geotécnica de aptidão à urbanização frente aos desastres naturais tem como objetivo dar suporte ao planejamento<br />
do uso e ocupação urbana num determinado município. Para tanto, deve correlacionar as características do meio físico aos<br />
processos geodinâmicos que poderão ocorrer provocados por causas naturais ou i nduzidos pelas formas de ocupação. Esta<br />
análise deve permitir a delimitação de unidades de terreno homogêneas quanto ao comportamento geotécnico, identificando<br />
as aptidões e restrições ao uso urbano dessas unidades, frente aos desastres naturais. Segundo a metodologia adotada, foram<br />
elaboradas cartas em escala 1:10.000, tendo sido detalhadas as características geológicas, geotécnicas e geomorfológicas, além<br />
da possibilidade de ocorrência de eventos destrutivos de natureza hidrológica e/ou provocados por movimentos de massa, com<br />
orientações quanto às formas mais seguras de se efetuar tal ocupação.<br />
O objetivo foi o de buscar a indicação das áreas mais ou menos favoráveis à ocupação conforme os critério s técnicos<br />
estabelecidos para este fim. Os municípios abordados no presente trabalho são Valen ça e Itaboraí, ambos no Estado do Rio de<br />
Janeiro, a fim de expor duas realidades distintas em termos de contexto geológico e geotécnico, nas quais se utilizou a mesma<br />
metodologia de mapeamento. O município de Valença localiza-se na porção oeste do Estado, onde afloram gnaisses e milonitos<br />
deformados pela zona de cisalhamento do Paraíba do Sul. Apresenta relevo dissecado, com grandes amplitudes, forte controle<br />
estrutural e muitas ocorrências de erosões. O município de Itaboraí, por sua vez, localiza-se no centro-sul do Estado, tendo<br />
grande parte do território coberto por rochas sedimentares e sedimentos recentes, apresentando relevos aplainados e sofrendo<br />
localmente com problemas de inundação.<br />
Ambos obtiveram resultados satisfatórios mediante a aplicação da metodologia adotada, sendo possível identificar suas<br />
Unidades Geotécnicas (UG) e classes de Aptidão à Urbanização. Valença possui cerca de 1300km2, dois quais 122, que correspondem<br />
às áreas de expansão urbana atuais, fo ram mapeados. Foram observadas e descritas cinco UGs e constatado que cerca<br />
de 50% da área mapeada possui baixa aptidão à urbanização. As classes de média e alta aptidão cor respondem a 45,7% e 4,6%<br />
da área mapeada, respectivamente. Itaboraí possui aproximadamente 430km2, que foram mapeados em sua totalidade, com<br />
exceção das restrições consi deradas no atual projeto.<br />
Foram identificadas oito distintas UGs, divididas de forma quase igualitária entre as classes de aptidão à urbanização. A<br />
classe de baixa aptidão correspond e a cerca de 23% do território municipal, a de alta aptidão representa 19,55%, seguida pela<br />
média aptidão, que representa 18%. Conclui-se que a metodologia utilizada responde de forma satisfatória aos diferentes contextos<br />
geológicos, tectônicos, geomorfológicos e geotécnicos, permitindo a identificação com clareza dos diferentes aspectos<br />
das UGs encontradas, bem como as três classes de aptidão utilizadas.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
CARTA GEOTÉCNICA; APTIDÃO À URBANIZAÇÃO; CARTA DE APTIDÃO<br />
A rede de drenagem e a instalação do cânion do rio Poti, sofreram influencias dos lineamentos Transbrasiliano e Picos-Santa<br />
Inês bem como da Falha de Tauá. Em toda a área proposta são possíveis de serem observados sinais e presenças de fraturas e<br />
falhas, tanto em terrenos do cristalino como sedimentares, caracterizando o forte controle estrutural na organização da drenagem<br />
e em especial do cânion.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
CÂNION, TRANSBRASILIANO, RIO POTI<br />
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Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE ASPECTOS GOMORFOLÓGICOS<br />
E ANTRÓPICOS NA EVOLUÇÃO DAS FEIÇÕES EROSIVAS<br />
EM RONDON DO PARÁ-PA<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
ESTUDO DO PROCESSO EROSIVO E RECUO DA LINHA<br />
DE COSTA, COM ÊNFASE NOS DANOS CAUSADOS AO<br />
LONGO DA PRAIA DO CRISPIM – PA<br />
Autores: Mello, L.B.¹, Simões, P.M.L. 1<br />
1 CPRM - Serviço Geologico do Brasil<br />
Autores: Mello, L.B.¹, Simões, P.M.L.¹, Alves, M.A.M.S.²<br />
1 CPRM - Serviço Geológico do Brasil, ² UFRA – Universidade Federal Rural da Amazônia<br />
O município de Rondon do Pará está localizado na região sudeste do estado do Pará, na microrregião de Paragominas.<br />
E sua área urbana está inserida em um contexto geomorfológico denominado como baixo platô dissecado, com amplitude de<br />
aproximadamente 95,0 metros e bordas relativamente íngremes, com aproximadamente 70 – 80º de declividade. Essa quebra<br />
brusca de relevo proporciona naturalmente uma dinâmica marcada pelo processo erosivo hídrico linear, em sulcos erosivos e<br />
ravinas. Este tipo específico de erosão ocorre pela atuação das águas pluviais provocando uma incisão linear na superfície, que<br />
evolui em direção a montante, removendo e transportando o material (GUERRA, 1997). Vale também ressaltar que o município<br />
de Rondon do Pará está em contínuo desenvolvimento e expansão, o qual está ocorrendo em direção às bordas deste platô,<br />
onde se desenvolvem estas feições erosivas. Este ambiente naturalmente erosivo, em conjunto com atividades antrópicas, como<br />
o desmatamento e o despejo de águas servidas e pluviais, intensificam a problemática já instalada e torna-se uma área de risco<br />
para a população local.<br />
Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de analisar de como as atividades antrópicas podem acelerar ou desencadear<br />
processos mais severos de erosão, além de fomentar os estudos de desenvolvimento de ravinas e sulcos erosivos nas bordas<br />
destes platôs. A metodologia aplicada segundo PIMENTEL et al (2012) consiste em identificar, caracterizar, delimitar e vetorizar<br />
as ocupações humanas que se encontram em áreas de risco alto e muito alto (R3 e R4) para deslizamentos, inundações, cheias,<br />
enxurradas e erosão fluvial e erosão continental. Para o mapeamento do referido município foram utilizadas imagens do Google,<br />
imagens aéreas de sobrevoo, levantamento bibliográfico da geologia e geomorfologia da região, informações da defesa civil e<br />
moradores, análise dos dados pluviométricos, levantamento da estrutura de antigas obras de galeria de drenagens, métodos<br />
geofísicos e vistoria em loco.<br />
Com base nesses dados foi possível constatar que a geomorfologia em conjunto com aspectos físicos do solo são os maiores<br />
condicionantes para a formação destas feições erosivas, tipo sulcos e ravinas. A expansão não planejada da cidade está intensificando<br />
este processo, de maneira que, foi possível observar em campo que as áreas com menos intervenções antrópicas são<br />
regiões mais vegetadas, e consequentemente mais estáveis. Enquanto áreas da borda do platô que são utilizadas como local de<br />
despejo de galerias de drenagem da cidade, as feições erosivas estão em contínuo processo de alargamento e aprofundamento.<br />
Foi constatado que as regiões com maior concentração de habitações são os pontos de maior vulnerabilidade à evolução deste<br />
processo, evidenciado pelo desmoronamento de moradias e ruas nas épocas de maior densidade pluviométrica.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
EROSÃO, RONDON DO PARÁ, EXPANSÃO URBANA<br />
A praia do Crispim está localizada na região costeira do município de Marapanim, na região nordeste do estado do Pará, na<br />
microrregião do Salgado. Está inserida em um ambiente de praia, dunas, manguezais e canais de maré, que ao longo dos anos<br />
são deslocados de acordo com a variação do nível do mar e da dinâmica costeira.<br />
Desenho esquemático de baixo platô em processo de ravinamento<br />
A região costeira do nordeste do Pará pode ser caracterizada por uma costa progradante, considerando que o nível do mar<br />
recuou nos últimos milhares de anos, e é possível observar linhas de antigas praias ao longo de manguezais. Essas praias são<br />
controladas por ciclos de erosão e deposição, que ocorrem geralmente sazonalmente nos períodos de verão e inverno, sendo<br />
o inverno de novembro a março é o<br />
período que a erosão atua de forma<br />
mais intensa. A praia do Crispim está<br />
passando por este processo erosivo,<br />
que pode ser caracterizado pelo recuo<br />
da linha de costa, causado pelo<br />
aumento da maré em conjunto com<br />
as ondas de alta energia. Este recuo<br />
da linha de costa causou a erosão de<br />
aproximadamente 15,0m de dunas,<br />
que serviam como uma barreira natural<br />
fazendo com que as ondas não<br />
incidissem diretamente nas moradias,<br />
pousadas e restaurantes ao longo<br />
da orla da praia, contudo, o avanço<br />
da maré alta no período de março<br />
de 2015 a fevereiro de 2016 ocorreu<br />
de forma mais intensa, fazendo com que a frente de dunas recuasse até a porção posterior das moradias e a erosão atingisse<br />
todas as construções da orla, inclusive a rua beira mar.<br />
A metodologia aplicada segundo PIMENTEL et al (2012) consiste em identificar, caracterizar, delimitar e vetorizar as ocupações<br />
humanas que se encontram em áreas de risco alto e muito alto (R3 e R4) para deslizamento, inundações, cheias, enxurradas<br />
e erosão fluvial e erosão costeira. Para o mapeamento do referido município foram utilizadas imagens do Google, fotointerpretação<br />
de imagens históricas de 2009 a 2015, imagens aéreas de sobrevoo, levantamento bibliográfico da geologia, geomorfologia,<br />
dinâmica costeira da região, informações da defesa civil e moradores, análise de perfis de praia ao longo dos anos de 2013 e 2015<br />
e vistoria em loco.<br />
Com base nesses dados foi possível constatar que a linha de costa está recuando em média 10,0 metros por ano, o período<br />
do verão que geralmente ocorre a reposição da praia, o aporte sedimentar não é o suficiente para compensar a erosão causada<br />
no inverno anterior. A tendência é que a erosão costeira continue a atuar na orla de Crispim, e a linha de costa recue cada vez<br />
mais, com isso, os danos causados à população residente na orla da praia podem, e provavelmente, irão ocorrer da mesma maneira<br />
ou mais intensa.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
EROSÃO COSTEIRA, CRISPIM, LINHA DE COSTA<br />
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Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
O CLIMA SEMIÁRIDO DO ESTADO DE ALAGOAS: ANÁLISE<br />
DA VARIABILIDADE ESPACIAL DA PRECIPITAÇÃO<br />
E DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS<br />
Autores: Margarida Regueira da COSTA 1 ; Alexandre Luiz Souza BORBA 1 ; Fernanda Soares de Miranda TORRES 1 ;<br />
Enjolras de A. Medeiros LIMA 1 ; José Paulo de Santana Neto 1<br />
1 CPRM - Serviço Geologico do Brasil<br />
Como a integração entre programas e projetos é fundamental no auxílio à tomada de decisões pelos gestores e usuários<br />
dos recursos hídricos subterrâneos, a CPRM - Serviço Geológico do Brasil desenvolveu o SIAGAS (Sistema de Informações<br />
de Águas Subterrâneas), composto por uma base de dados de poços permanentemente atualizada e com módulos<br />
capazes de realizar consultas, pesquisas, extrações e gerações de relatórios e o ATLAS PLUVIOMÉTRICO do BRASIL que tem<br />
por objetivo reunir, consolidar e organizar as informações sobre chuvas obtidas na operação da rede hidrometeorológica<br />
nacional, permitindo, dentre outras coisas, o conhecimento do comportamento das precipitações trimestrais para um<br />
período de 30 anos. Assim, foi possível se fazer uma análise da qualidade das águas subterrâneas X precipitação para o<br />
semiárido do Estado do Rio Grande do Norte.<br />
As informações sobre as características construtivas dos poços e as respectivas qualidades das águas foram selecionadas<br />
através do Banco de Informações do SIAGAS (Sistema de Informações de Águas Subterrâneas) do Serviço Geológico do Brasil –<br />
CPRM e do Banco de Dados da APAC – Agência Pernambucana de Águas e Clima - Secretaria de Recursos Hídricos e Energéticos<br />
(SRHE) de Pernambuco. Os dados foram separados de acordo com o tipo de captação e projeto construtivo (poço tubular), poço<br />
misto (cujas seções filtrantes são colocadas no aluvião e na rocha cristalina) ou poço amazonas (construídos no Aluvião), agrupando<br />
de acordo com os períodos chuvosos, a fim de relacionar a influência dos índices pluviométricos com as litologias em que<br />
está sendo captadas as águas subterrâneas. Para as análises de água foram utilizadso condutivimetros.<br />
Os resultados foram armazenados e submetidos à análise de consistência. Ao total, foram eliminados 10% dos resultados<br />
por serem considerados inconsistentes. Como conclusão pode-se observar que a atuação dos processos atmosféricos<br />
e climáticos que acontecem na região interferem diretamente no comportamento dos recursos hídricos subterrâneos,<br />
exercendo forte influência na qualidade das águas. A construções de Poços Amazonas devem ser mais bem planejadas nas<br />
áreas de ocorrências do Semiárido do Estado, para que estes tipos de captações possam efetivamente fazer parte do fornecedor<br />
de água de boa qualidade para as populações localizadas nas zonas rurais, bem como para a utilização na irrigação<br />
de subsistência e na criação de animais.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
CAPTAÇÕES SUBTERRÂNEAS, QUALIDADE DA ÁGUA,<br />
atLAS PLUVIOMÉTRICO DO BRASIL<br />
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Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
INFLUÊNCIA DAS CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS NOS PADRÕES<br />
DE RELEVO DO MUNICÍPIO DE CONCEIÇÃO DO CASTELO\ES<br />
Autores: Simões, P.M.L. 1 ; Conceição, R.A. C. 1 ; Dantas, M.E. 1 ;Vasconcelos, K.²<br />
1 CPRM - Serviço Geológico do Brasil; 2 Universidade Federal do Pará - UFPA<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
VULNERABILIDADE Á POLUIÇÃO DAS ÁGUAS<br />
SUBTERRÂNEAS RASAS DO AQUÍFERO LIVRE BARREIRAS<br />
PELO MÉTODO GOD – NORDESTE DO ESTADO DO PARÁ<br />
Autores: Araújo, Paulo Pontes 1 ; Freddo, V.J.F. 1<br />
1 CPRM - Serviço Geologico do Brasil<br />
A carta de padrões de relevo é um dos elementos que são base de informações para a elaboração das Cartas de Suscetibilidade<br />
a Movimento de Massa e Inundação, produzidas pelo Serviço Geológico do Brasil, através do Programa Nacional de Gestão de<br />
Riscos e Respostas a Desastres Naturais do Governo Federal (PNGRRDN). Conceição do Castelo, localizado na porção oeste do estado<br />
do Espírito Santo, foi um dos municípios selecionados pelo Governo Federal a integrar tal Programa. Este apresenta características<br />
morfológicas que favorecem os processos erosivos e de movimentos de massa, pois apresenta relevo fortemente influenciado<br />
pelas características geológicas e estruturais da região serrana. Sendo este marcado por elevadas amplitudes, com vertentes declivosas,<br />
com os domínios serranos, morros altos e baixos, vales encaixados, escarpas de borda de planalto e escarpas degradadas.<br />
Contudo, durante a execução da carta de padrões de relevo em gabinete, e nas atividades de campo observou-se a presença<br />
de áreas com um relevo colinoso de rampas suaves, com baixa declividade e amplitudes que não ultrapassam 50 metros. Este trabalho<br />
irá analisar a influência das características estruturais na formação desses tipos de relevo em Conceição do Castelo/ES. Para<br />
executar tal analise utilizou-se a carta de padrões de relevo (que integra o Projeto Cartas Municipais de Suscetibilidade a Movimentos<br />
Gravitacionais de Massa e Inundação); uma carta contendo a litologia e os principais lineamentos estruturais do município; e<br />
ainda uma roseta com padrão de direção de lineamentos.<br />
Esta carta de padrões de relevo utiliza a metodologia de<br />
Dantas (2013), baseada na fotointerpretação de acordo<br />
com a biblioteca de padrões de relevo da CPRM, utilizando<br />
técnicas de sensoriamento remoto, interpretação de<br />
fusão da imagem de satélite com o MDE (Shinzato et. al.,<br />
2012). Com base nessa análise preliminar, percebe-se que<br />
a orientação da rede hidrográfica é fortemente conduzida<br />
pela estrutura, uma vez que as confluências dos rios formam<br />
ângulos fechados de 90°.<br />
Dessa mesma forma, o relevo se mostra conduzido<br />
pela estrutura do arcabouço geológico, pois até mesmo<br />
os limites das classes dos padrões de relevo possuem um<br />
formato retilíneo, pouco comum nos mapeamentos morfológicos.<br />
Além disso, em meio a uma paisagem configurada<br />
por serras e morros declivosos, destacam-se algumas<br />
colinas, com suas vertentes suavemente onduladas e baixa<br />
declividade, na porção sudoeste do mapeamento, alinhadas<br />
nas direções S-SW – N-NE e NW - SE, as mesmas<br />
dos principais lineamentos. As áreas desses lineamentos,<br />
assim como as áreas de confluência de mais de um lineamento, aparentemente se configuram como zonas de maior dissecação no<br />
município, uma vez que como zonas de “fraqueza” aos processos intempéricos proporcionam a geração de formas de relevos mais<br />
rebaixadas como as colinas. E ainda, possibilitam ao longo dos mesmos eixos de lineamentos principais (S-SW – N-NE e NW - SE)<br />
o alargamento dos vales dos rios, e posteriormente a deposição e formação de planícies de inundação, pouco comuns, com essas<br />
dimensões, no restante do município. Este trabalho demonstra o quanto os processos de dissecação e formação do relevo podem<br />
ser conduzidos e influenciados pelas características estruturais de uma região.<br />
O estudo foi realizado na área localizada entre os meridianos 46º38’25”W a 48º15’20”W e paralelos 0º35’11”S a<br />
01º25’32”S, no nordeste do Estado do Pará. A área possui população estimada em 3,7 milhões de habitantes (IBGE, 2014).<br />
Apresenta um quadro ambiental composto por precipitação pluviométrica elevada e solos com expressivas taxas de infiltração.<br />
Nas áreas urbanas existe grande número de fossas, poços (tubulares e escavados) e postos de combustíveis, dentre<br />
outras fontes de contaminação antrópica. O trabalho teve como objetivo principal avaliar a vulnerabilidade do aquífero<br />
livre Barreiras, através do método GOD, com suporte de SIG. A geologia da área é composta por Sedimentos Recentes, Pós<br />
-Barreiras e pelo Grupo Barreiras, que recobrem irregularmente a Formação Pirabas, associada às Coberturas Cenozóicas,<br />
Os Sedimentos Recentes possuem composição argilosa de coloração cinza esbranquiçada, com leves manchas avermelhadas<br />
e amareladas devido à oxidação de ferro.<br />
A Formação Pós-Barreiras é representada, predominantemente, por sedimentos inconsolidados e arenosos alaranjados,<br />
amarelados a brancos, formados pela desestruturação do Grupo Barreiras. O Grupo Barreiras é constituído por uma<br />
cobertura sedimentar continental, depositada por sistemas fluviais entrelaçados, associados a leques aluviais, planícies<br />
de areia, planícies de lama, sendo provável a influência de marés (Rossetti et al, 1989). A Formação Pirabas é formada por<br />
rochas carbonáticas. Foram utilizados 576 poços cadastrados pelos Projetos SIAGAS e RIMAS, ambos da CPRM. Todos os poços<br />
utilizados neste trabalho estão captando águas do aquífero do tipo livre, associado ao Grupo Barreiras, principal foco<br />
do presente trabalho. Os resultados obtidos mostram vulnerabilidade GOD insignificante (0,13%), baixa (0,91%), média<br />
(69,00%), alta (30,0%) e extrema (0,11%). A vulnerabilidade extrema sinaliza áreas onde as águas subterrâneas rasas podem<br />
ser afetadas por contaminantes degradáveis como bactérias e vírus, enquanto que aquelas classificadas como de vulnerabilidade<br />
alta são susceptíveis de serem contaminadas por diversos contaminantes, com exceção daqueles facilmente absorvidos<br />
e/ou transformáveis. Áreas com vulnerabilidade média são susceptíveis a contaminantes como hidrocarbonetos<br />
halogenados ou não e alguns metais pesados.<br />
A presença de metais pesados nas águas subterrâneas apresenta especial interesse, sobretudo para níquel, chumbo,<br />
cromo, cobre e zinco. Sais solúveis são incluídos neste grupo. Vulnerabilidade baixa indica que o aquífero é vulnerável a<br />
compostos móveis e persistentes como sais, nitratos e alguns solventes organo-sintéticos. Muitos destes produtos foram<br />
proibidos em diversos países em virtude de seu efeito altamente cancerígeno. Esses compostos se espalham no meio<br />
fluido através do fenômeno conhecido como dispersão hidrodinâmica. Vulnerabilidade insuficiente indica que pode não<br />
existir aquífero, quer pela ausência de água em quantidades aproveitáveis, quer pela baixa qualidade. Estas classificações<br />
foram influenciadas pelo tipo de aquífero, material inconsolidado da zona não saturada e profundidade do nível estático.<br />
Considerando-se a presença de áreas com vulnerabilidade alta e extrema, recomenda-se a implantação ou adensamento<br />
da rede de poços de monitoramento e a aferição entre os índices GOD e a conotação positiva de contaminantes como o<br />
nitrato. Esta aferição é realizada por comparação entre o mapa de vulnerabilidade à poluição das águas subterrâneas rasas<br />
e o mapa de isoteores de nitrato.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
VULNERABILIDADE GOD; AQUÍFERO LIVRE BARREIRAS; SIAGAS E RIMAS<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Geomorfologia, Condicionante lito-estruturais,<br />
Conceição do Castelo, Espírito Santo<br />
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Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
POSSÍVEL RELAÇÃO ENTRE ISÓTOPOS ESTÁVEIS<br />
E INTERAÇÃO ÁGUA-ROCHA EM AQUÍFEROS FRATURADOS<br />
NO SEMIÁRIDO DO NORDESTE BRASILEIRO<br />
– MUNICÍPIO DE PETROLINA – PERNAMBUCO - BRASIL<br />
Autores: Silva, P.S. 1 ; Campos, J.E.G. 1 ; Cunha, L.S. 1 ; Mancini, L.H. 1<br />
1 Universidade de Brasília<br />
O município de Petrolina possui uma série de especificidades que o torna particular do ponto de vista hidrogeológico.<br />
A questão da escassez de recursos hídricos se dá, tanto do ponto de vista quantitativo, em função do clima, da geologia<br />
e dos solos; quanto qualitativa, em função da elevada salinidade das águas subterrâneas. O clima da região é classificado<br />
como semiárido, sendo que as chuvas são escassas e irregulares temporal e espacialmente e as temperaturas elevadas.<br />
Granitos, gnaisses e granulitos, além de metassedimentos e de idades desde arqueana a neoproterozóica formam o substrato<br />
geológico. As coberturas de solos e regolitos são pouco espessas e os sedimentos aluvionares podem acumular espessuras<br />
de 5 a 10 metros. Dessa forma, as zonas aquíferas da região ocorrem em fraturas pouco conectadas o que resulta<br />
em uma circulação limitada da água subterrânea. A recarga dos aquíferos é reduzida devido ao clima e aos tipos de solos.<br />
A salinidade das águas subterrâneas é elevada e se dá pela atuação conjunta de fatores como: clima, solo, elevada<br />
taxa de evaporação, relevo plano, pouca conectividade das fraturas, circulação restrita de água no aquífero e elevado tempo<br />
de contato água-rocha. Com o intuito de ampliar os conhecimentos sobre essa área com tantas peculiaridades foram<br />
realizadas análises de isótopos estáveis de O e H em amostras de poços tubulares de diferentes profundidades e condutividades<br />
elétricas variadas, além de amostras de água superficial e de chuva. As amostras foram plotadas em gráfico δD<br />
(‰) X δ18O (‰) juntamente com as curvas da água meteórica global e locais. As amostras de água subterrânea apresentaram<br />
resultado inesperado estando localizadas acima das curvas de água meteórica. A assinatura isotópica observada; ou<br />
representa águas de paleo chuvas, indicando que a recarga dos aquíferos ocorreu em tempos passados onde o clima e as<br />
características das precipitações eram diferentes; ou é resultante da interação água-rocha, como relatado poucas vezes na<br />
bibliografia em outros aquíferos.<br />
A comparação com as referidas curvas e com a assinatura coletada em água da chuva recente na região permite observar<br />
que as amostras possuem valores de δD e δ18O mais negativos indicando um enriquecimento em isótopos leves.<br />
O que indica que esse processo não é influenciado por processos superficiais, onde ocorre o enriquecimento em isótopos<br />
pesados devido ao processo de evaporação. Como as águas são antigas e o aquífero possui pouca circulação de água o<br />
tempo de contato água-rocha é prolongado. No processo de alteração da rocha, através da hidratação dos minerais (principalmente<br />
da transformação de feldspato potássico em caolinita), há assimilação preferencial dos isótopos pesados em<br />
detrimento dos leves que permanecem na água. É sabido na literatura que as rochas são comumente enriquecidas em isótopos<br />
pesados. A preferência das rochas pelos isótopos pesados pode ser observada também no processo de precipitação<br />
de carbonatos marinhos onde os mesmos preferem o 18O em detrimento do 16O resultando em δ18O positivos. Dessa<br />
forma, acredita-se que o sinal isotópico observado pode ser representativo do processo de hidratação dos minerais no<br />
processo de interação água-rocha.<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
VIABILIDADE HIDRÁULICA DE SISTEMA PILOTO<br />
DE RECARGA ARTIFICAL EM AQUÍFERO FRATURADO<br />
DO SEMIÁRIDO NORDESTINO – REGIÃO DE PETROLINA-PE<br />
Autores: Silva, P.S. 1 ; Campos, J.E.G1; Cunha, L.S 1 ; Mancini, L.H. 1<br />
1 Universidade de Brasília<br />
O município de Petrolina possui uma série de especificidades que o torna particular do ponto de vista hidrogeológico.<br />
A questão da escassez de recursos hídricos se dá, tanto do ponto de vista quantitativo, em função do clima, da geologia<br />
e dos solos; quanto qualitativa, em função da elevada salinidade das águas subterrâneas. O clima da região é classificado<br />
como semiárido, sendo que as chuvas são escassas e irregulares temporal e espacialmente e as temperaturas elevadas.<br />
Granitos, gnaisses e granulitos, além de metassedimentos (de diferentes graus metamórficos) e de idades desde arqueana<br />
a neoproterozóica formam o substrato geológico do município. As coberturas de solos e regolitos são pouco espessas e os<br />
sedimentos aluvionares podem acumular espessuras de 5 a 10 metros. Dessa forma, as zonas aquíferas da região ocorrem<br />
em fraturas pouco conectadas o que resulta em uma circulação limitada da água subterrânea. A recarga dos aquíferos é<br />
reduzida devido ao clima e aos tipos de solos.<br />
A salinidade das águas subterrâneas é elevada e se dá pela atuação conjunta de fatores como: clima, solo, elevada<br />
taxa de evaporação, relevo plano, pouca conectividade das fraturas, circulação restrita de água no aquífero e elevado tempo<br />
de contato água-rocha. Com o intuito de melhorar a qualidade das águas subterrâneas do município, diminuindo sua<br />
elevada salinidade, foi criado um sistema piloto de recarga artificial. Com a diminuição da salinidade é possível aumentar<br />
suas possibilidades de uso. O sistema é composto resumidamente por um sistema de coleta de água da chuva em telhados<br />
de edificações (calhas e tubulações), uma trincheira de recarga preenchida por cascalho e um poço tubular para monitoramento<br />
da qualidade da água subterrânea. Foram construídos 3 exemplares do sistema piloto de recarga artificial no<br />
município de Petrolina-PE para verificação da viabilidade hidráulica e da aplicabilidade do mesmo.<br />
Os testes foram realizados pela indução da recarga artificial através do despejo de água nas trincheiras de recarga<br />
por caminhões pipa. O monitoramento foi realizado com análises de isótopos estáveis - ðD (‰) e ð18O (‰) – e de condutividade<br />
elétrica, pH e Eh em situ. Os testes mostraram que o sistema possui viabilidade hidráulica, sendo que seu sucesso<br />
depende da adequada construção do sistema piloto. Já a aplicabilidade e a efetividade do sistema piloto possuem maiores<br />
complicações devido a necessidade de grande quantidade de água na recarga artificial para que a água subterrânea salina<br />
possa ser utilizada de maneira ampla. Como as chuvas na região são restritas, estima-se que seja necessário um longo período<br />
de tempo para que a população usufrua dos benefícios do sistema piloto.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
RECARGA ARTIFICIAL, ISÓTOPOS ESTÁVEIS, SEMIÁRIDO<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
INTERAÇÃO ÁGUA-ROCHA, ISÓTOPOS ESTÁVEIS, AQUÍFERO FRATURADO<br />
146 147
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
PETROGRAFIA, QUÍMICA MINERAL E IDADE DE ESCARNITOS<br />
ASSOCIADOS A MÁMORES DO COMPLEXO PARAÍBA DO SUL (ES)<br />
Autores: Mesquita, R.B. 1,2 , Jordt-Evangelista, H. 1 , Queiroga, G. N. 1 , Medeiros-Júnior, E.B. 3 , Dussin, I.A. 4 , Gomes, R.M.A. 1 , Ramiro,<br />
J.B. 3 , Pontello, M.S. 3 , Chemale Júnior, F. 5<br />
1 Universidade Federal de Ouro Preto; 2 CPRM – Serviço Geológico do Brasil; 3 Universidade Federal do Espírito Santo; 4 Universidade Federal<br />
de Minas Gerais; 5 Universidade do Vale do Rio dos Sinos<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
INVENTÁRIO DE SÍTIOS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS<br />
PARA EMBASAR PROPOSTA DE CRIAÇÃO DO GEOPARQUE<br />
CÂNION DO RIO SÃO FRANCISCO, BRASIL<br />
Autores: Ferreira,R.V. 1 , Mariano, G. 2 , Lima, R.A. 3 , Schobbenhaus, C. 1<br />
1 CPRM - Serviço Geológico do Brasil; 2 Universidade Federal de Pernambuco; ³Universidade Federal de Alagoas<br />
Escarnitos foram gerados no contato com diques graníticos (DG) e anfibolíticos (DA) encaixados em ocorrências<br />
de mármore localizados no sul do estado do Espírito Santo, nos municípios de Cachoeiro de Itapemirim, Vargem Alta e<br />
Castelo. Esse mármore, pertencente ao Complexo Paraíba do Sul, situa-se no núcleo cristalino do orógeno Araçuaí e foi<br />
metamorfizado sob condições de fácies granulito no estágio sin-colisional do orógeno. Os DG não possuem evidências de<br />
deformação e metamorfismo e os DA se apresentam fortemente deformados e metamorfizados.<br />
Este trabalho teve como objetivos principais a caracterização petrográfica e de química mineral das auréolas escarníticas<br />
visando o entendimento dos processos metamórficos/metassomáticos de sua geração, bem como o estudo geocronológico<br />
do dique granítico, através da datação de zircões pelo método U-Pb (LA-ICP-MS), visando estabelecer a idade<br />
relativa dos escarnitos por ele gerados. A largura dos escarnitos varia de poucos centímetros a 1,5 m. Nos escarnitos associados<br />
aos DG foram identificadas as seguintes bandas mineralógicas principais, do mármore ao granito: (1) carbonato ±<br />
tremolita, com rara forsterita; (2) diopsídio e (3) escapolita + diopsídio. Estudos de química mineral mostram que o diopsídio<br />
possui valores de XMg (Mg/(Mg+Fe+Mn)) entre 0,66 e 0,94. A escapolita é mais sódica quanto mais próxima do granito,<br />
com valores do componente meionita (Me) entre 27 e 34 (mol%), e mais cálcica quanto mais próxima do mármore, com Me<br />
entre 36 e 65, o que indica aporte de Na do granito e de Ca do mármore. As bandas mineralógicas geradas nos escarnitos<br />
associados aos DA são, do mármore ao anfibolito: carbonato ± forsterita ± clinoanfibólio incolor e diopsídio ± clinoanfibólio<br />
verde ± carbonato. Espinélio (pleonasto) ocorre tanto no escarnito quanto incluso em pargasita no dique. Diopsídio e<br />
clinoanfibólio tornam-se mais enriquecidos em Fe quanto mais próximos do dique, com XMg de 0,76 a 0,90 (diopsídio) e<br />
razão Mg/(Mg+Fe2+) de 0,71 a 0,90 (tremolita, Mg-hornblenda e edenita), e mais empobrecidos em Fe quanto mais próximos<br />
do mármore, com XMg de 0,92 a 0,95 (diopsídio) e Mg/(Mg+Fe2+) entre 0,93 e 1,00 (tschermakita e Mg-hornblenda),<br />
sugerindo aporte de Fe do DA.<br />
Os estudos geocronológicos U-Pb, obtidos em cristais de zircão de amostras do dique granítico, revelam idade de<br />
cristalização magmática em 534±14 Ma, sendo, portanto, a idade aproximada da geração dos escarnitos associados aos<br />
DG. Dessa forma, duas gerações de escarnitos são reconhecidas na região sul do Espírito Santo: (i) escarnitos mais antigos,<br />
associados aos DA. A presença de espinélio bem como as feições de deformação dos diques e escarnitos são argumentos<br />
de que estes foram gerados concomitantemente ao evento que metamorfizou o mármore sob condições de fácies granulito,<br />
entre 580 e 560 Ma, no estágio sin-colisional do orógeno Araçuaí; (ii) escarnitos mais jovens, associados aos DG livres<br />
da foliação regional e com idade de cristalização ígnea de ca.534 Ma, gerados por processos metassomáticos no estágio<br />
pós-colisional do orógeno Araçuaí.<br />
Agradecimento: À Fapemig pela ajuda financeira ao Projeto CRA-APQ-02206-11.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
ESCARNITOS; PETROGÊNESE; COMPLEXO PARAÍBA DO SUL<br />
Em conformidade com os objetivos do Projeto<br />
Geoparques do Serviço Geológico do Brasil<br />
– CPRM, ou seja, identificar, classificar, descrever,<br />
catalogar, georreferenciar e divulgar propostas de<br />
geoparques no Brasil, é apresentado neste trabalho<br />
o resultado do inventário do patrimônio geológico<br />
e geomorfológico, cujo objetivo é embasar<br />
proposta de criação do Geoparque<br />
Cânion do São Francisco, reconhecendo sua<br />
importância para o geoturismo, fins educativos e<br />
valor científico. A área estudada está situada entre<br />
os paralelos de 9° 20’ e 9° 50’ S e meridianos de 37°<br />
30’ e 38° 20’ O, na região do semiárido nordestino,<br />
nas divisas dos estados de Alagoas, Sergipe e<br />
Bahia, distando cerca de 300 km de Maceió (AL) e<br />
200 km da cidade de Aracaju (SE).<br />
Cânion do Rio São Francisco, esculpido em rochas Neoproterozoicas da Suíte<br />
Intrusiva Xingó. Municípios de Delmiro Gouveia-AL e Paulo Afonso-BA<br />
Compreende os municípios de Piranhas, Olho D’água do Casado e Delmiro Gouveia, estado de Alagoas; Canindé do<br />
São Francisco e Poço Redondo, estado de Sergipe. Em sua geomorfologia, a área é um monumental cânion escavado pelo<br />
Rio São Francisco, que se estende por cerca de 70 Km, entre os municípios de Delmiro Gouveia-AL e Poço Redondo-SE,<br />
formando paredões escarpados de até 100 metros de altura. A geologia é constituída por rochas metamórficas paleoproterozóicas<br />
do Complexo Canindé; por rochas graníticas e metamórficas mesoproterosóicas do Complexo Belém do São<br />
Francisco e Suite Chorrochó; por granitoides e metamórficas neoproterozóicas das suítes intrusivas Itaporanga, Canindé,<br />
Xingó, Serra do Catu e do Granitóide Curralinho; e rochas sedimentares paleozoicas da Formação Tacaratu.<br />
Neste contexto, foi feito durante os trabalhos de campo um levantamento total de quinze geossítios (sítios de valor<br />
científico) e sítios da geodiversidade (sítios de valor turístico e educativo), cujo detalhamento serviu para alimentar o Sistema<br />
de Cadastro e Quantificação de Geossítios e Sítios da Geodiversidade (GEOSSIT) do Serviço Geológico do Brasil–CPRM.<br />
A quantificação dos sítios cadastrados resultou na definição de um geossítio de relevância internacional e 4 geossítios de<br />
relevância nacional.<br />
Adicionalmente, foram identificados 10 sítios da geodiversidade de relevância nacional ou regional/local. A área<br />
inventariada apresenta, além dos importantes aspectos geológicos e geomorfológicos, com destaque para a beleza da<br />
paisagem e outros atributos que associados justificam a criação de um geoparque nos moldes preconizados pela UNESCO:<br />
são elementos culturais representados por pinturas rupestres, deixados por populações da pré-história que lá viveram; história<br />
da Estrada de Ferro Paulo Afonso, construída entre 1881-1883, para escoar mercadorias no trecho não navegável do<br />
Rio São Francisco; história do banditismo social denominado cangaço, notadamente ligado à figura do famoso cangaceiro<br />
Lampião e seu bando; história do desenvolvimento econômico e industrial do Nordeste, que tem como marco a construção<br />
da Usina Hidrelétrica de Angiquinho e a Fábrica de Linhas da Pedra, pela figura lendária de Delmiro Gouveia.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
GEOPARQUE; CÂNION; RIO SÃO FRANCISCO<br />
148 149
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
A CONDICIONANTE GEOLÓGICA COMO FATOR DETERMINANTE À<br />
PREDISPOSIÇÃO A DESLIZAMENTOS: ESTUDO COMPARATIVO DO<br />
MAPEAMENTO DE SETORIZAÇÃO DE RISCO NAS CIDADES DA BAHIA<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
COMPARAÇÃO E ANÁLISE DOS PROCESSOS DEFLAGRADORES<br />
DE MOVIMENTOS DE MASSA NA REGIÃO DE BAIXO<br />
GUANDU – ESPÍRITO SANTO, BRASIL<br />
Autor: Dias, R. P.1 1<br />
1 CPRM – Serviço Geológico do Brasil<br />
Autores: Antonelli, T. 1 ; Pinho, D. 1 ; Dos-Santos, L. F. 1 ; Lazaretti, A. F. 1 ; Salviano, M. F. 1<br />
1 CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
A CPRM tem efetuado o Mapeamento de Setorização de Riscos como parte de uma estratégia do Governo Federal para<br />
a redução de perdas humanas e materiais, relacionadas a desastres naturais. O programa teve inicio em 2011 como Ação Emergencial<br />
para Delimitação de Áreas de Alto e Muito Alto Risco a Enchentes e Movimentos de Massa. Atualmente deixou de ser<br />
emergencial. Trabalhos estão sendo elaborados com o objetivo de unificar as diferentes metodologias de mapeamento entre<br />
os órgãos nacionais, somando também experiências internacionais (Projeto GIDES). O Mapeamento de Setorização de Riscos<br />
efetuado pela CPRM é realizado em escala grande - superior<br />
a 1:25000 e mapas de detalhe. Contudo os trabalhos preliminares<br />
de fotointerpretação e planialtimetria são dificultados<br />
pela falta de bases cartográficas em escalas compatíveis.<br />
A intersecção de imagens orbitais e planialtimétricas com mapas<br />
geológicos fica prejudicada pela dificuldade de encontrar<br />
produtos em escala superior a 1:100000 e muitas vezes obtém-se<br />
apenas mapas geológicos ao milionésimo, sem uma<br />
definição exata da litologia. Ao executar mapeamentos em<br />
áreas urbanizadas a avaliação do substrato geológico é difícil<br />
e por vezes impossível. Não obstante é comum deparar com<br />
afloramentos na sede do município ou adjacências (cortes de<br />
estradas; rochas aflorantes; leitos de rios; etc.). Nos municípios<br />
levantados foi possível a identificação geológica e associá-la<br />
ao grau de risco ou a predisposição a deslizamentos. Distintos<br />
substratos derivam feições geomorfológicas características.<br />
Praia do Espelho - Trancoso BA<br />
Foram constatados problemas similares em distintas cidades<br />
da Bahia quando o substrato é o mesmo, exemplo: Formação<br />
Barreiras. Outros municípios cujo substrato é composto por rochas granitóides as respostas são semelhantes.<br />
No segundo caso trata-se de mantos de intemperismo. Nos métodos de cálculo de estabilidade de talude normalmente<br />
se considera o corpo como uma massa isotrópica e sem limites laterais ou de profundidade, como exemplo o Método de Bishop.<br />
Com isso obtêm-se parâmetros do tipo: Tensão cisalhante, coeficiente de atrito, limites de liquidez, plasticidade, etc. A construção<br />
de uma escala litológica seria útil à interpretação na etapa pré-campo e norteadora dos trabalhos de mapeamento. Na<br />
experiência de mapeamento na Bahia poderíamos listar as rochas (isótropas) da menor para a maior predisposição ao deslizamento:<br />
Alteração de Diabásio; Alteração de Granitóides; Sedimentos Terciários (Grupo Barreiras) e Sedimentos Recentes (Dunas<br />
Eólicas). Um corpo rochoso invariavelmente possui descontinuidades e por elas ocorre a deflagração dos movimentos. Rochas<br />
encontradas nos levantamentos de campo com descontinuidades (anisotrópicas) são: Rochas Básicas Fraturadas; Rochas Ácidas<br />
Fraturadas; Gnaisses Migmatíticos; Milonitos; Sedimentos Empastilhados (Grupo ilhas) e Conglomerados.<br />
O Grau de Risco é avaliado em: Muito Alto (R4); Alto (R3); Médio (R2) e Baixo (R1). Muitas vezes há dificuldade em definir<br />
o grau de risco quando os limites são tênues, como entre R2 e R3 e entre R3 e R4. Quando os parâmetros de avaliação do<br />
risco se mostrarem insuficientes para uma afirmação segura do grau de risco de uma encosta, a intersecção dos parâmetros<br />
litológicos e estruturais, notadamente observáveis, podem dirimir dúvidas na definição do grau de risco.<br />
No mês de dezembro de 2013, devido a formação de uma ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul), chuvas volumosas<br />
atingiram grande parte do sudeste brasileiro, em especial os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo. Durante este<br />
período, apenas no estado do Espírito Santo, foram registradas 24 mortes como resultado de movimentos de massa provocados<br />
pelas chuvas. No município capixaba de Baixo Guandu, localizado na região do vale do rio Doce, no oeste do estado, ocorreram<br />
inúmeras movimentações de massa, muitas delas atingindo moradias e causando severos danos sociais e econômicos à população.<br />
Foram feitas análises com cruzamentos de algumas condicionantes naturais para tentar definir os principais agentes deflagradores<br />
dos deslizamentos de terra na região, bem como a geometria e características dos eventos observados.<br />
A vetorização das cicatrizes de deslizamentos foi realizada, num primeiro momento, por fotointerpretração, para posterior<br />
checagem em campo. Em campo observou-se que os delizamentos eram, em sua maioria, planares, pouco espessos,<br />
condicionados, em alguns casos, pela estrutura foliada das rochas e/ou por falhas, fraturas e juntas de alívio. Foram cruzados<br />
dados espaciais de chuvas, utilizando mapas distribuídos de precipitação, oriundos do produto PrecMerge do CPTEC/INPE,<br />
com mapas de declividade gerados para<br />
a região, dados de relevo, geologia local,<br />
para tentar elencar os principais fatores<br />
condicionantes das movimentações de<br />
massa na região. Notou-se que a maior<br />
parte das cicatrizes se localizava na porção<br />
central do município de Baixo Guandu<br />
onde afloram granulitos, metagranodioritos<br />
e metatonalitos do Granulito<br />
Mascarenhas que suportam morros baixos,<br />
morrotes e morros altos com declividades<br />
das vertentes não maiores que<br />
30º. Apesar do relevo menos acentuado,<br />
se comparado às regiões norte e sul de<br />
Baixo Guandu, essa área (aproximadamente<br />
25% da área total do município)<br />
Deslizamentos em Baixo Guandu<br />
teve um número significativamente<br />
grande de cicatrizes - 60% de todas as<br />
cicatrizes vetorizadas - que pode ser explicado<br />
pelo acumulado de chuva que, nessa porção do município, superou 800 mm no mês de dezembro de 2013 (dados retirados<br />
do PrecMerge). Observou-se também que as regiões de morros altos e serras, localizadas, em geral nas porções norte<br />
e sul de Baixo Guandu, apesar da elevada declividade e amplitude do relevo, tiveram um número menor de deslizamentos.<br />
Nessas regiões a capa de solo é muito delgada e há o predomínio de inselbergs e pontões rochosos. Para essas áreas<br />
os acumulados de chuvas variaram de 500 mm a 700 mm. Apesar de contribuições do relevo, litologia, declividade, concluise<br />
que o principal fator deflagrador dos movimentos de massa na região foi o volume acumulado de chuvas. Os setores<br />
que acumularam 800 mm ou mais de chuva no mês de dezembro de 2013 tiveram um número de cicatrizes sensivelmente<br />
maior se comparado aos outros setores.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
GEOPARQUE; CÂNION; RIO SÃO FRANCISCO<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
DESLIZAMENTO, BAIXO GUANDU, CHUVA<br />
150 151
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
COMPARAÇÃO E VALIDAÇÃO DAS METODOLOGIAS DE<br />
SETORIZAÇÃO DE RISCOS GEOLÓGICOS E SUSCETIBILIDADE<br />
A MOVIMENTOS DE MASSA E INUNDAÇÕES FRENTE A EVENTO<br />
DE INUNDAÇÃO EM MOMBUCA (SP)<br />
Autores: Dos Santos, L.F. 1 ; Antonelli, T. 1<br />
1 CPRM – Serviço Geológico do Brasil<br />
A CPRM tem efetuado o Mapeamento de Setorização de Riscos como parte de uma estratégia do Governo Federal para<br />
a redução de perdas humanas e materiais, relacionadas a desastres naturais. O programa teve inicio em 2011 como Ação Emergencial<br />
para Delimitação de Áreas de Alto e Muito Alto Risco a Enchentes e Movimentos de Massa. Atualmente deixou de ser<br />
emergencial. Trabalhos estão sendo elaborados com o objetivo de unificar as diferentes metodologias de mapeamento entre<br />
os órgãos nacionais, somando também experiências internacionais (Projeto GIDES). O Mapeamento de Setorização de Riscos<br />
efetuado pela CPRM é realizado em escala grande - superior a 1:25000 e mapas de detalhe. Contudo os trabalhos preliminares<br />
de fotointerpretação e planialtimetria são dificultados pela falta de bases cartográficas em escalas compatíveis.<br />
A intersecção de imagens orbitais e planialtimétricas com mapas geológicos fica prejudicada pela dificuldade de encontrar<br />
produtos em escala superior a 1:100000 e muitas vezes obtém-se apenas mapas geológicos ao milionésimo, sem uma definição<br />
exata da litologia. Ao executar mapeamentos em áreas urbanizadas a avaliação do substrato geológico é difícil e por vezes impossível.<br />
Não obstante é comum deparar com afloramentos na sede do município ou adjacências (cortes de estradas; rochas aflorantes;<br />
leitos de rios; etc.). Nos municípios levantados foi possível a identificação geológica e associá-la ao grau de risco ou a predisposição<br />
a deslizamentos. Distintos substratos derivam feições geomorfológicas características. Foram constatados problemas similares em<br />
distintas cidades da Bahia quando o substrato é o mesmo, exemplo: Formação Barreiras. Outros municípios cujo substrato é composto<br />
por rochas granitóides as respostas são semelhantes.<br />
No segundo caso trata-se de mantos de intemperismo. Nos métodos de cálculo de estabilidade de talude normalmente<br />
se considera o corpo como uma massa isotrópica e sem limites laterais ou de profundidade, como exemplo o Método de Bishop.<br />
Com isso obtêm-se parâmetros do tipo: Tensão cisalhante, coeficiente de atrito, limites de liquidez, plasticidade, etc. A construção<br />
de uma escala litológica seria útil à interpretação na etapa pré-campo e norteadora dos trabalhos de mapeamento. Na<br />
experiência de mapeamento na Bahia poderíamos listar as rochas (isótropas) da menor para a maior predisposição ao deslizamento:<br />
Alteração de Diabásio; Alteração de Granitóides; Sedimentos Terciários (Grupo Barreiras) e Sedimentos Recentes (Dunas<br />
Eólicas). Um corpo rochoso invariavelmente possui descontinuidades e por elas ocorre a deflagração dos movimentos. Rochas<br />
encontradas nos levantamentos de campo com descontinuidades (anisotrópicas) são: Rochas Básicas Fraturadas; Rochas Ácidas<br />
Fraturadas; Gnaisses Migmatíticos; Milonitos; Sedimentos Empastilhados (Grupo ilhas) e Conglomerados.<br />
O Grau de Risco é avaliado em: Muito Alto (R4); Alto (R3); Médio (R2) e Baixo (R1). Muitas vezes há dificuldade em definir<br />
o grau de risco quando os limites são tênues, como entre R2 e R3 e entre R3 e R4. Quando os parâmetros de avaliação do<br />
risco se mostrarem insuficientes para uma afirmação segura do grau de risco de uma encosta, a intersecção dos parâmetros<br />
litológicos e estruturais, notadamente observáveis, podem dirimir dúvidas na definição do grau de risco.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
GEOPARQUE; CÂNION; RIO SÃO FRANCISCO<br />
152
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
POTENCIOMETRIA E SENTIDO DE FLUXO DAS ÁGUAS<br />
SUBTERRÂNEAS DO AQUÍFERO BARREIRAS NA REGIÃO<br />
NORDESTE DO ESTADO DO PARÁ<br />
Autores: Freddo, V.J.F. 1 ; Araújo, Paulo Pontes 1 ; Souza, A.N. 1<br />
1 CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
O objetivo desta pesquisa foi elaborar um mapa potenciométrico e identificar o sentido preferencial do fluxo de água<br />
subterrânea do aquífero livre Barreiras, na região nordeste do Estado do Pará, entre as coordenadas 46º38’25”W a 48º15’20”W e<br />
0º35’11”S a 01º25’32”S. Nesta área residem 3,7 milhões de habitantes (IBGE, 2014). A região é composta pelos Sedimentos Recentes,<br />
Pós-Barreiras e pelo Grupo Barreiras, que recobrem irregularmente a Formação Pirabas. Os Sedimentos Recentes ocorrem<br />
ao longo das planícies fluviais, situados nos vales dos rios e igarapés, possuem composição argilosa de coloração cinza esbranquiçada,<br />
com leves manchas avermelhadas e amareladas devido à oxidação de ferro. A Formação Pós-Barreiras é representada,<br />
predominantemente, por sedimentos inconsolidados e arenosos alaranjados, amarelados a brancos, formados pela desestruturação<br />
do Grupo Barreiras.<br />
O Grupo Barreiras é constituído por uma cobertura sedimentar continental, depositada por sistemas fluviais entrelaçados,<br />
associados a leques aluviais, planícies de areia, planícies de lama, sendo provável a influência de marés (Rossetti et al, 1989). A<br />
Formação Pirabas é formada por rochas carbonáticas (calcários, margas, cálcio-arenitos).A potenciometria foi calculada a partir<br />
de dados dos projetos SIAGAS e RIMAS, ambos da CPRM. Foram utilizados dados de 576 poços captando águas do aquífero<br />
livre Barreiras, referentes ao nível estático e cota topográfica. Com estes dados foi definida a carga hidráulica de cada poço. Os<br />
resultados obtidos mostram que: O tipo de recarga do aquífero livre Barreiras, se processa de forma direta nas nascentes dos rios<br />
Tauá, Maracanã, Ouricuri, Aripé e Jenipaú-Mirim, situados ao Sul da área de pesquisa. Os menores valores de nível da água foram<br />
encontrados nos poços situados em cotas topográficas mais baixas. Estes dados sugerem que os referidos rios são alimentados<br />
pelas águas subterrâneas rasas.<br />
O sentido de fluxo destas é concordante com a morfologia da superfície topográfica do terreno. No restante da área as<br />
descargas das águas subterrâneas rasas desempenham um importante papel na qualidade das águas superficiais, utilizadas no<br />
abastecimento público e na manutenção dos rios acima citados; o gradiente hidráulico, no extremo Sul, apresenta uma configuração<br />
convexa na área de recarga e um alongamento desta forma geométrica no sentido da linha Oceânica, situado no nordeste<br />
da região e em direção preferencial à Bacia do Marajó, no extremo noroeste da área de estudo. Esta mudança geométrica<br />
das linhas isopotenciais é atribuída à diminuição de carga hidráulica, em decorrência do processo final de lixiviação das águas<br />
pluviométricas. Na zona de recarga do extremo sudeste, o sentido de fluxo está, predominantemente, direcionado para N-NE,<br />
enquanto que na zona de recarga da região sudoeste o fluxo tende para S-SW. A profundidade média da superfície potenciométrica<br />
foi de 35 metros.<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
ESTRATÉGIAS PARA O PROJETO GEOPARQUE<br />
ALTO RIO DE CONTAS - CHAPADA DIAMANTINA - BAHIA<br />
Autores: Martins, V.S; Ferreira, R. V; Rocha, A.J. D; Schobbenhaus, C; Espinheira, A.R. L; Ribeiro, A.F. 1<br />
1 CPRM - Serviço Geológico do Brasil; 2 Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – CBPM<br />
A região do alto Rio de Contas, sudoeste da Chapada Diamantina, foi inserida no Projeto Geoparques por seu importante<br />
patrimônio geológico mineiro associado ao contexto histórico-cultural do Ciclo do Ouro no Estado da Bahia. Predominam rochas<br />
sedimentares e vulcânicas estaterianas de baixo grau metamórfico (formações Ouricuri do Ouro e Novo Horizonte do Grupo Rio<br />
dos Remédios) cortadas por veios de quartzo auríferos. O Município de Rio de Contas, foi escolhido como área focal do projeto<br />
em decorrência da existência de sítios geológicos, no entorno de sua sede e da Rota da Estrada Real, cujos indícios estão sendo<br />
georeferenciados através do projeto “Estrada Real: Caminhos da Bahia”, desenvolvido pela CBPM/SETUR, Governo do Estado da<br />
Bahia. Essa primeira fase de recomposição do trajeto denominada “Estrada Real Norte”, entre as cidades de Jacobina e Rio de<br />
Contas pretende expandir e consolidar alternativas turísticas e de geração de emprego e renda no interior do estado.<br />
A metodologia utilizada para a proposta do geoparque envolveu a preparação de uma base digital georreferenciada,<br />
usando imagens Geocover e SRTM, aliada à integração geológica das folhas Piatã e Rio de Contas, na escala 1: 100.000. As atividades<br />
de campo envolveram a análise do mapa geológico, dos roteiros e 15 sítios geológicos, entre geossitios e/ou sítios de<br />
geodiversidade. No decorrer do trabalho serão abordados os aspectos arquitetônicos da cidade e a descrição de antigas cavas<br />
de exploração aurífera, além do estudo e descrição de sítios de interesses histórico-culturais relacionados ao Ciclo do Ouro. Os<br />
produtos finais da proposta irão incluir os mapas: geomorfológico e geológico da área da proposta do geoparque, em escala<br />
adequada, com indicação de roteiros e sítios de interesse, estruturados em um SIG, um MDT usando imagens do SRTM, além de<br />
um texto explicativo justificando a importância do geoparque e descrevendo resumidamente a geologia sobre os geossítios,<br />
sítios de geodiversidade e os aspectos de cunho histórico – cultural.<br />
A área abrange as unidades de conservação do Parque Municipal Natural da Serra das Almas, a APA da Serra do Barbado e a<br />
ARIE, Área de Relevante Interesse Ecológico, Nascente de Rio de Contas, além dos geomorfossítios tais como: Pico do Barbado e do<br />
Itobira, Serra das Almas e os atrativos geoturísticos, cachoeiras do Rio Brumado, Fraga e a Véu de Noiva. As atividades já realizadas<br />
objetivam a proposição da área para o Geoparque supracitado envolvendo a descrição e inventário dos geossítios e sítios da geodiversidade<br />
através do aplicativo GEOSSIT da CPRM que inclui conceitos de Brilha (2015). A cooperação das comunidades locais,<br />
quilombolas da Barra e Bananal além do Distrito de Mato Grosso, situadas respectivamente a 15 Km e 20 Km da sede municipal,<br />
podem vir a ser condição essencial para a conservação do patrimônio geológico bem como para ações no âmbito do turismo ecológico,<br />
educação ambiental, e gestão administrativa do geoparque, promovendo desenvolvimento sustentável do território.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
CICLO DO OURO, GEOCONSERVAÇÃO, PATRIMÔNIO GEOLÓGICO<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
POTENCIOMETRIA, SENTIDO DE FLUXO, AQUÍFERO LIVRE BARREIRAS<br />
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Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
A GEODIVERSIDADE DA ÁREA DE FRONTEIRA<br />
BRASIL-GUIANA: ADEQUABILIDADES E LIMITAÇÕES<br />
FRENTE AO USO E OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO<br />
Autores: Jorge João, X.S. 1 ; Teixeira, S.G. 1<br />
1 CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
O conceito de Geodiversidade é relativamente recente e segundo a CPRM (2006) é o estudo da natureza abiótica (meio<br />
físico) constituída por uma variedade de ambientes, composições, fenômenos e processos geológicos que dão origem às paisagens,<br />
rochas, minerais, águas, fósseis, solos, clima e outros depósitos superficiais que propiciam o desenvolvimento da vida na<br />
Terra, tendo como valores intrínsecos à cultura, o estético, o econômico, o científico, o educativo e o geoturístico. Pela proposta<br />
da CPRM, a base de informação para o entendimento da geodiversidade está fundamentada na divisão do território em geossistemas<br />
ou Domínios Geológico-Ambientais.<br />
Esses domínios foram subdivididos em unidades geológico-ambientais que buscam reunir unidades litológicas ou litoestratigráficas<br />
que apresentam características semelhantes frente ao uso e ocupação do terreno. Para a área de fronteira Brasil-Guiana,<br />
foi proposta uma divisão de seu território em 16 Domínios e 23 unidades geológico-ambientais, sendo descritas em função<br />
de suas adequabilidades e limitações frente a obras de engenharia, ao uso para agricultura, fontes poluidoras, e potencialidade<br />
mineral e para água subterrânea e sítios favoráveis ao geoturismo. Os critérios utilizados para classificar os geossistemas da área<br />
de estudo em domínios geológico-ambientais e suas subdivisões se basearam no agrupamento de conjuntos litoestratigráficos<br />
- a partir da última versão do Mapa Geológico e de Recursos Minerais da Área de Fronteira Brasil-Guiana (CPRM-2014) - de comportamento<br />
semelhante nas questões relativas ao uso e ocupação do meio físico. Com seu conteúdo, o MAPA GEODIVERSIDADE<br />
DA ÁREA DE FRONTEIRA BRASIL-GUIANA, disponibiliza informações para políticas macro-regionais visando o planejamento, a<br />
gestão e o ordenamento do território, em que os aspectos ambientais traduzem a influência da diversidade geológica nas adequabilidades<br />
e limitações dos terrenos.<br />
O mapa apresenta os geossistemas formadores do território fronteiriço Brasil-Guiana (Domínios e Unidades Geoambientais)<br />
numa sequência ao longo do tempo geocronológico registrado no substrato crustal da área de estudo, destacando seus<br />
aspectos relevantes sobre as potencialidades e limitações de cada unidade geoambiental, para serem consideradas nas políticas<br />
e planejamentos macro-regionais. No mapa Geodiversidade da Área de Fronteira Brasil-Guiana, cada unidade geológico-ambiental<br />
tem sua representação gráfica materializada por uma determinada composição de cor. Foram utilizadas variações de<br />
tonalidade para representar unidades que pertençam a um mesmo domínio geológico-ambiental. Cada unidade geológico-ambiental<br />
foi dividida em função do seu padrão de relevo e está representada no mapa por numeração sequencial. Cada unidade<br />
compartimentada pelo relevo foi descrita em função das suas limitações e adequabilidades frente ao uso e ocupação em relação<br />
às obras de engenharia, agricultura, recursos hídricos, fontes poluidoras e potenciais minerais e geoturísticos. Adicionalmente,<br />
são elaborados cartogramas temáticos e suas interseções com as Áreas de Relevante Interesse Mineral para visualização espacial<br />
e entendimento legal das restrições e/ou impedimentos ao desenvolvimento mineral da Área de Fronteira Brasil - Guiana.<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
CARTA DE SUSCETIBILIDADE A MOVIMENTOS GRAVITACIONAIS<br />
DE MASSA E INUNDAÇÕES DO MUNICÍPIO DE SÃO GABRIEL DA<br />
PALHA – ES: RESULTADOS E IMPLICAÇÕES METODOLÓGICAS<br />
COM BASE EM LEVANTAMENTOS DE CAMPO Lima,<br />
Autores: Cabral, D.S. 1<br />
1 CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />
As cartas de suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa e inundações são documentos geotécnicos, produzidos<br />
na escala 1:25.000, elaborados pelo Serviço Geológico do Brasil, no âmbito do projeto “CARTAS MUNICIPAIS A MOVIMENTOS<br />
GRAVITACIONAIS DE MASSA E INUNDAÇÕES” em atendimento as diretrizes especificas da Lei 12.608/2012 e dirigida aos municípios<br />
sujeitos a desastres naturais – deslizamentos, inundações, corridas de massa, enxurradas e outros processo correlatos. As<br />
cartas de suscetibilidade constituem instrumentos importantes nas ações de prevenção integradas às políticas de ordenamento<br />
territoriais, desenvolvimento urbano e meio ambiente. Contém dados importantes que auxiliam no planejamento adequado da<br />
expansão urbana como, por exemplo, a hierarquização dos graus de suscetibilidade (alta, média e baixa) definindo assim, de maneira<br />
geral, de acordo com a escala, os terrenos mais favoráveis à ocupação em função da possibilidade baixa de serem atingidos<br />
por tais desastres.<br />
O desenvolvimento da carta seguiu três etapas: pré-campo, campo e pós-campo. No pré-campo foi realizado trabalho de<br />
fotointerpretação: definidos os padrões de relevo, extração de cicatrizes, lineamentos, erosões, campos de blocos e paredões<br />
rochosos. Foram também confeccionadas as modelagens das áreas, gerando os graus de suscetibilidade para os processos analisados.<br />
Durante o trabalho de campo as modelagens foram validadas, cabendo à última etapa a adequação das modelagens e da<br />
fotointerpretação ao verificado em campo. Por fim, foi gerada a carta de suscetibilidade apresentando, em detalhes, o resultado<br />
obtido quanto a distribuição dos graus de suscetibilidade das áreas sujeitas aos processos analisados. Entretanto, cabe observar<br />
a necessidade percebida na etapa de campo de se adotar procedimentos metodológicos adicionais/complementares alinhados<br />
com a metodologia institucional empregada tendo em vista as especificidades encontradas na área (não abrangidas pela fotointerpretação,<br />
base para o tratamento estatístico na confecção do modelo).<br />
Em relação aos processos de movimentos gravitacionais de massa foi constatada a necessidade de considerar a avaliação<br />
de espessura das coberturas, residuais ou transportadas, bem como as propriedades intrínsecas dos materiais que as constituem,<br />
para definição dos graus de suscetibilidade das áreas a eles associado. Os procedimentos adicionais utilizados para avaliação das<br />
coberturas foram: observação visual da paisagem para, sempre que possível, detectar a espessura das coberturas, indicada pelos<br />
planos de descontinuidade (solo-rocha) e por meio da abertura de perfis, a realização de observações/ensaios expeditos dos solos<br />
(horizontes, cor, textura, estrutura, plasticidade, pegajosidade, avaliação do grau de floculação) para verificar as propriedades<br />
destes materiais.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
GEODIVERSIDADE; GEOSSISTEMAS; TERRITÓRIO<br />
Os procedimentos citados são situações onde a metodologia pode evoluir, por meio de análises empíricas e, num segundo<br />
momento, na implementação de investigações geológico‐geotécnicas. Como resultado final constatou-se que o grau<br />
de suscetibilidade das áreas potencialmente sujeitas aos processos de movimentos gravitacionais de massa estão distribuídos<br />
no município em 6,75% para alta, 43,85% média e 49,40% baixa. A distribuição da suscetibilidade em área urbanizada<br />
perfaz 0% para alta, 26,78% média e 73,22% baixa. Quanto ao processo de inundação a suscetibilidade, está distribuída em<br />
11,64% para alta, 1,25% média e 0,56% baixa. A distribuição da suscetibilidade em área urbanizada perfaz 30,35% para alta,<br />
3,22% média e 2,50% baixa.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
SUSCETIBILIDADE; DESLIZAMENTOS;INUNDAÇÃO<br />
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