25.08.2015 Views

O Contributo da Comunidade de Portugueses no Brasil para a ...

O Contributo da Comunidade de Portugueses no Brasil para a ...

O Contributo da Comunidade de Portugueses no Brasil para a ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

a situação <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, apercebemo-<strong>no</strong>s <strong>da</strong> existência <strong>de</strong> um ambiente hostilreservado aos republica<strong>no</strong>s portugueses.Sampaio Bru<strong>no</strong> e Carvalho Neves oferecem-<strong>no</strong>s a mesma opinião sobreestas divergências e sobre a falta <strong>de</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos portugueses do <strong>Brasil</strong>.Acusados os republica<strong>no</strong>s portugueses <strong>de</strong> jacobinistas, Sampaio Bru<strong>no</strong> contrapunhan´O <strong>Brasil</strong> Mental: “o jacobinismo brasileiro, porém, é outra coisa. É a reflexão e aexpressão do ódio ao português” e, <strong>de</strong> segui<strong>da</strong>, acusava alguns jornalistasportugueses, <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, <strong>de</strong> prosseguirem a mesma campanha difamatória: “Em suapropagan<strong>da</strong> feroz, encontra-se mesmo, <strong>de</strong>ploravelmente servido por portuguesesexpatriados, fazendo interesseira causa comum com os nativistas, à laia dojornalista lisbonense Eduardo <strong>de</strong> Salamon<strong>de</strong>, secretário <strong>de</strong> periódico em obediênciafiel às inspirações do ex-romancista Quinti<strong>no</strong> Bocayuva” [23] .Afinal, após a implantação <strong>da</strong> República <strong>Brasil</strong>eira, apesar <strong>da</strong>s relaçõesamistosas e fraternais entre alguns importantes intelectuais portugueses ebrasileiros como José Veríssimo ou Magalhães <strong>de</strong> Azevedo, <strong>de</strong>senvolveu-se umacorrente nativista <strong>da</strong> qual Sílvio Romero era representante (que, posteriormente– 1900- viria a alterar as suas posições) logo segui<strong>da</strong> por Quinti<strong>no</strong> Bocayuva, umrepublica<strong>no</strong> histórico brasileiro.“A situação portuguesa era absolutamente <strong>de</strong>turpa<strong>da</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. Os republica<strong>no</strong>sportugueses, que lutavam em Portugal por uma Pátria <strong>no</strong>va, eram geralmenteconsi<strong>de</strong>rados uns bandidos [...]. E ninguém aparecia a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a República nem os<strong>no</strong>ssos correligionários” [24] , reflectia Carvalho Neves.No entanto, admitia-se a existência <strong>de</strong> uma <strong>no</strong>va emigração, <strong>de</strong> gentemais culta, que se supunha vir a mu<strong>da</strong>r a i<strong>de</strong>ia que os brasileiros têm doportuguês, <strong>no</strong>mea<strong>da</strong>mente do português republica<strong>no</strong>. Os republica<strong>no</strong>s, interessadosna alteração do regime português, acreditavam que a propagan<strong>da</strong> os levaria acontribuir <strong>para</strong> o crescimento <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>mocrática em Portugal.João Chagas reconhecia que a época era já outra e que a classe queemigrava po<strong>de</strong>ria tomar “aspecto differente”: “O movimento <strong>de</strong> classes que se temoperado <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso país, produziu uma emigração <strong>no</strong>va, mais inteligente e me<strong>no</strong>sabastardável...” [25] .E Bru<strong>no</strong> exemplificava com o “<strong>de</strong>spegar <strong>de</strong> Portugal” <strong>de</strong> alguns <strong>no</strong>táveiscomo: “Bettencourt Rodrigues, Chrispinia<strong>no</strong> Fonseca, José Barbosa, RodrigoSoares, Ricardo Severo, Julião Machado, Celso Hermínio, Pinto Coelho, HenriqueBravo, Joaquim Leitão, Cunha e Costa, Eugénio <strong>da</strong> Silveira” [26] .Repare-se bem nestes <strong>no</strong>mes, um a um:

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!