Agronegócio
Introdução ao Agronegócio - CEAD - Unimontes
Introdução ao Agronegócio - CEAD - Unimontes
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e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes<br />
Escola Técnica Aberta do Brasil<br />
<strong>Agronegócio</strong><br />
Introdução ao<br />
<strong>Agronegócio</strong><br />
Caius Marcellus Reis Silveira<br />
Ministério da<br />
Educação
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes<br />
Escola Técnica Aberta do Brasil<br />
<strong>Agronegócio</strong><br />
Introdução ao<br />
<strong>Agronegócio</strong><br />
Caius Marcellus Reis Silveira<br />
Montes Claros - MG<br />
2010
AULA 1<br />
Alfabetização Digital<br />
Apresentação e-Tec Brasil/Unimontes<br />
Prezado estudante,<br />
Bem-vindo ao e-Tec Brasil/Unimontes!<br />
Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola<br />
Técnica Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro<br />
2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público,<br />
na modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre<br />
o Ministério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distancia<br />
(SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e<br />
escola técnicas estaduais e federais.<br />
A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e<br />
grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas<br />
ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento<br />
da formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente<br />
ou economicamente, dos grandes centros.<br />
O e-Tec Brasil/Unimontes leva os cursos técnicos a locais distantes<br />
das instituições de ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando<br />
os jovens a concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas<br />
instituições públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em<br />
escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais.<br />
O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico,<br />
seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educação<br />
profissional qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é<br />
capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também<br />
com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social,<br />
familiar, esportiva, política e ética.<br />
Nós acreditamos em você!<br />
Desejamos sucesso na sua formação profissional!<br />
Ministério da Educação<br />
Janeiro de 2010<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
3<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
AULA 1<br />
Alfabetização Digital<br />
Indicação de Ícones<br />
Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas<br />
de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.<br />
Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.<br />
Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou<br />
“curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado.<br />
Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada<br />
no texto.<br />
Mídias integradas: possibilita que os estudantes desenvolvam atividades<br />
empregando diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, ambiente AVEA e<br />
outras.<br />
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis<br />
de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu<br />
domínio do tema estudado.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
5<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
AULA 1<br />
Alfabetização Digital<br />
Sumário<br />
Palavra do professor conteudista................................................ 11<br />
Projeto instrucional................................................................ 13<br />
Aula 1 – Introdução à ideia de agricultura e agronegócio.................... 15<br />
1.1 Conceituando agronegócio............................................. 16<br />
1.2 Sistema agroindustrial.................................................. 17<br />
Resumo........................................................................ 20<br />
Referências................................................................... 20<br />
Atividades de aprendizagem............................................... 21<br />
Aula 2 – Visão sistêmica do agronegócio........................................ 23<br />
2.1 Vantagens decorrentes da visão sistêmica do agronegócio........ 23<br />
2.2 Conceito de cadeias produtivas....................................... 24<br />
2.3 Importância do <strong>Agronegócio</strong>........................................... 25<br />
Resumo........................................................................ 26<br />
Referências................................................................... 26<br />
Aula 3 – Características do setor agroindustrial “antes da porteira”....... 29<br />
3.1 Segmento do setor agroindustrial “antes da porteira”............. 29<br />
3.2 Insumos agropecuários.................................................. 29<br />
3.3 Máquinas, equipamentos e implementos agropecuários........... 29<br />
3.4 Água....................................................................... 31<br />
Resumo........................................................................ 32<br />
Referências................................................................... 32<br />
Atividades de aprendizagem............................................... 33<br />
Aula 4 – Características do setor agroindustrial “antes da porteira” 2 .... 35<br />
4.1 Energia.................................................................... 35<br />
4.2 Corretivos de solos...................................................... 38<br />
4.3 Fertilizantes.............................................................. 40<br />
4.4 Agrotóxicos............................................................... 40<br />
4.5 Compostos orgânicos.................................................... 41<br />
Resumo........................................................................ 41<br />
Referências................................................................... 41<br />
Atividades de aprendizagem............................................... 42<br />
Aula 5 – Características do setor agroindustrial “antes da porteira” 3..... 43<br />
5.1 Mudas, sementes e materiais genéticos.............................. 43<br />
5.2 Hormônios................................................................ 46<br />
5.3 Ração animal............................................................. 46<br />
5.4. Sais minerais e sal comum............................................ 47<br />
5.5 Produtos veterinários em geral........................................ 47<br />
Resumo........................................................................ 49<br />
Referências................................................................... 49<br />
Atividades de aprendizagem............................................... 49<br />
Aula 6 – Características do setor agroindustrial “antes da porteira” 4..... 51<br />
6.1 Relação entre os agropecuaristas e os produtores de insumos... 51<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
7<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 8<br />
6.2 Serviços agropecuários................................................. 51<br />
6.3 Pesquisas agropecuárias................................................ 52<br />
6.4 Fomento, extensão rural e assistência técnica...................... 53<br />
6.5 Elaboração de projetos................................................. 54<br />
6.6 Análises laboratoriais................................................... 54<br />
Resumo........................................................................ 56<br />
Referências .................................................................. 56<br />
Atividades de aprendizagem............................................... 56<br />
Aula 7 – Características do setor agroindustrial “antes da porteira” 5..... 57<br />
7.1 Crédito e financiamento................................................ 57<br />
7.2 Defesa agropecuária.................................................... 58<br />
7.3 Proteção ambiental...................................................... 58<br />
7.4 Incentivos governamentais............................................. 59<br />
7.5 Comunicação............................................................. 59<br />
7.6 Infraestrutura............................................................ 60<br />
7.7 Mão-de-obra.............................................................. 62<br />
Resumo........................................................................ 64<br />
Referências .................................................................. 64<br />
Atividades de Aprendizagem............................................... 64<br />
Aula 8 – Características do setor agroindustrial “dentro da porteira”...... 65<br />
8.1 Segmento do setor agroindustrial “dentro da porteira”........... 65<br />
8.2 Produção agrícola....................................................... 65<br />
Resumo........................................................................ 69<br />
Referências .................................................................. 69<br />
Atividades de aprendizagem............................................... 69<br />
Aula 9 – Características do setor agroindustrial “dentro da porteira” 2... 71<br />
9.1 Viveiros e mudas......................................................... 71<br />
9.2 Plantio..................................................................... 72<br />
9.3 Cuidados com a plantação............................................. 72<br />
9.4 Colheita................................................................... 74<br />
9.5 Pós-colheita.............................................................. 76<br />
Resumo ....................................................................... 76<br />
Referências .................................................................. 76<br />
Atividades de aprendizagem............................................... 76<br />
Aula 10 – Características do setor agroindustrial “dentro da porteira” 3.. 79<br />
10.1 Produção pecuária..................................................... 79<br />
Resumo........................................................................ 83<br />
Referências................................................................... 83<br />
Atividades de aprendizagem............................................... 84<br />
Aula 11 – Características do setor agroindustrial “dentro da porteira” 4.. 85<br />
11.1 Coeficientes técnicos aplicados à agropecuária.................... 85<br />
11.2 Coeficientes utilizados na agricultura............................... 87<br />
Resumo........................................................................ 88<br />
Referências .................................................................. 88<br />
Atividades de aprendizagem............................................... 88<br />
Aula 12 – Características do setor agroindustrial “dentro da porteira” 5.. 89<br />
12.1 Coeficientes técnicos pecuários...................................... 89<br />
12.2 Bovinocultura de corte................................................ 89<br />
12.3 Bovinocultura leiteira.................................................. 91
12.4 Suinocultura............................................................. 92<br />
Resumo........................................................................ 94<br />
Referências................................................................... 94<br />
Atividades de aprendizagem............................................... 94<br />
Aula 13 – Características do setor agroindustrial “dentro da porteira” 6 . 95<br />
13.1 Avicultura................................................................ 95<br />
Resumo........................................................................ 99<br />
Referências .................................................................. 99<br />
Atividades de aprendizagem..............................................100<br />
Aula 14 – Características do setor agroindustrial “dentro da porteira” 7.101<br />
14.1 Organização do segmento agropecuário........................... 101<br />
14.2 Adoção de tecnologia ao agronegócio............................. 102<br />
14.3 Economia em escala.................................................. 103<br />
14.4 Adequação às características locais e culturais................... 103<br />
14.5 Análise da viabilidade econômica e financeira do investimento.104<br />
14.6 Acompanhamento permanente dos custos e resultados das<br />
atividades agropecuárias..................................................104<br />
14.7 Treinamento de mão-de-obra.......................................104<br />
Resumo ......................................................................104<br />
Referências.................................................................. 105<br />
Atividades de aprendizagem.............................................. 105<br />
Aula 15 – Características do setor agroindustrial “dentro da porteira” 8 .107<br />
15.1 Parceria para aquisição de insumos................................ 107<br />
15.2 Treinamento dos administradores .................................. 107<br />
15.3 Mercado consumidor.................................................. 107<br />
15.4 Gestão de custos na agropecuária.................................. 108<br />
Resumo....................................................................... 110<br />
Referências ................................................................. 110<br />
Atividades de aprendizagem.............................................. 110<br />
Aula 16 – Características do setor agroindustrial “depois da porteira” ... 113<br />
16.1 Segmento do setor agroindustrial “depois da porteira”......... 113<br />
16.2 Canais de comercialização........................................... 114<br />
Resumo ...................................................................... 118<br />
Referências.................................................................. 119<br />
Atividades de aprendizagem.............................................. 119<br />
Aula 17 – Características do setor agroindustrial “depois da porteira” 2 .121<br />
17.1 Os agentes comerciais e a formação dos preços.................. 121<br />
17.2 Produtores agropecuários............................................ 122<br />
17.3 Intermediários......................................................... 122<br />
17.4 Concentradores........................................................ 123<br />
17.5 Mercados de produtores.............................................. 123<br />
17.6 Agroindústrias.......................................................... 123<br />
17.7 Representantes e vendedores....................................... 124<br />
17.8 Distribuidores.......................................................... 124<br />
17.9 Atacadistas............................................................. 125<br />
17.10 Governo................................................................ 125<br />
Resumo....................................................................... 125<br />
Referências.................................................................. 126<br />
Atividades de aprendizagem.............................................. 126<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 9<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 10<br />
Aula 18 – Características do setor agroindustrial “depois da porteira” 3 .127<br />
18.1 Supermercados........................................................ 127<br />
18.2 Pontos de venda....................................................... 128<br />
18.3 Feirantes............................................................... 129<br />
18.4 Exportadores.......................................................... 129<br />
18.5 Importadores.......................................................... 131<br />
18.6 Consumidor............................................................ 131<br />
Resumo....................................................................... 132<br />
Referências.................................................................. 132<br />
Atividades de aprendizagem.............................................. 132<br />
Aula 19 – Características do setor agroindustrial “depois da porteira” 4. 135<br />
19.1 As agroindústrias...................................................... 135<br />
19.2 Fatores relacionados à montagem de uma agroindústria........ 137<br />
Resumo....................................................................... 139<br />
Referências.................................................................. 139<br />
Atividades de aprendizagem.............................................. 140<br />
Aula 20 – Características do setor agroindustrial “depois da porteira” 5. 141<br />
20.1 Garantia da quantidade e qualidade da matéria prima.......... 141<br />
20.2 Abastecimento de insumos secundários........................... 141<br />
20.3 Comercialização....................................................... 141<br />
20.4 Registro da agroindústria............................................ 142<br />
20.5 Logística no agronegócio............................................. 142<br />
20.6 A atuação do governo nas práticas comerciais do agronegócio.144<br />
Resumo ...................................................................... 145<br />
Referências.................................................................. 145<br />
Atividades de aprendizagem.............................................. 145<br />
Referências......................................................................... 148<br />
Currículo do professor conteudista............................................. 149
AULA 1<br />
Alfabetização Digital<br />
Palavra do professor conteudista<br />
Prezados alunos, começamos hoje o estudo da disciplina Introdução<br />
ao <strong>Agronegócio</strong>. É preciso que vocês saibam que a nossa disciplina é muito<br />
teórica. Nós aprenderemos e discutiremos alguns conceitos básicos que se<br />
fazem necessários ao estudo do <strong>Agronegócio</strong>. É comum que alguns desses<br />
conceitos sejam mais fáceis de enxergar para alguns do que para outros, mas<br />
isso é natural, pois o <strong>Agronegócio</strong> tem inúmeras facetas de aplicação. Justamente<br />
por esse motivo é que vocês precisam compreender conceitos como:<br />
insumos, coeficientes técnicos na agropecuária, logística em agronegócio entre<br />
outros, pois esses conceitos serão a base para as disciplinas seguintes,<br />
nas quais vocês terão como visualizar a aplicação dos conceitos estudados<br />
agora na prática.<br />
Dito isso, podemos começar o estudo da nossa disciplina. Estudem<br />
com dedicação e logo colherão os frutos do seu esforço.<br />
Atenciosamente,<br />
Professor Caius Marcellus Reis Silveira<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
11<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
AULA 1<br />
Alfabetização Digital<br />
Projeto instrucional<br />
Disciplina: Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> (carga horária: 108h).<br />
Ementa: Definições. Conceito de agronegócios. Cenário do agronegócio<br />
no Brasil. Análise de cadeia de produção. As principais mudanças e<br />
tendências do agribusiness: antes da porteira, dentro da porteira e depois<br />
da porteira.<br />
OBJETIVOS DE<br />
AULA<br />
MATERIAIS CARGA HORÁRIA<br />
APRENDIZAGEM<br />
Aula 1 – Introdução<br />
à ideia de Agricultura<br />
e <strong>Agronegócio</strong><br />
Aula 2 – Visão sistêmica<br />
do <strong>Agronegócio</strong><br />
Aula 3 – Características<br />
do setor agroindustrial<br />
“antes da<br />
porteira”<br />
Aula 4 – Características<br />
do setor agroindustrial<br />
“antes da<br />
porteira” 2<br />
Aula 5 – Características<br />
do setor agroindustrial<br />
“antes da<br />
porteira” 3<br />
Aula 6 – Características<br />
do setor agroindustrial<br />
“antes da<br />
porteira” 4<br />
Aula 7 – Características<br />
do setor agroindustrial<br />
“antes da<br />
porteira” 5<br />
Aula 8 – Características<br />
do setor agroindustrial<br />
“dentro da<br />
porteira”<br />
Aula 9 – Características<br />
do setor agroindustrial<br />
“dentro da<br />
porteira” 2<br />
Introduzir o conhecimento<br />
em agronegócio.<br />
Oferecer uma visão<br />
sistêmica do agronegócio.<br />
Introdução ao<br />
segmento do setor<br />
agroindustrial “antes<br />
da porteira”.<br />
Conhecer os insumos<br />
agropecuários.<br />
Conhecer os insumos<br />
agropecuários.<br />
Determinar como<br />
é a relação entre<br />
os agropecuaristas<br />
e os produtores de<br />
insumos.<br />
Conhecer características<br />
próprias do<br />
setor agroindustrial<br />
“antes da porteira”.<br />
Conhecer o segmento<br />
do setor agroindustrial<br />
“dentro da<br />
porteira” e algumas<br />
de suas características.<br />
Conhecer características<br />
do setor<br />
agroindustrial “dentro<br />
da porteira”.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
13<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Aula 10 – Características<br />
do setor<br />
agroindustrial “dentro<br />
da porteira” 3<br />
Aula 11 – Características<br />
do setor<br />
agroindustrial “dentro<br />
da porteira” 4<br />
Aula 12 – Características<br />
do setor<br />
agroindustrial “dentro<br />
da porteira” 5<br />
Aula 13 – Características<br />
do setor<br />
agroindustrial “dentro<br />
da porteira” 6<br />
Aula 14 – Características<br />
do setor<br />
agroindustrial “dentro<br />
da porteira” 7<br />
Aula 15 – Características<br />
do setor<br />
agroindustrial “dentro<br />
da porteira” 8<br />
Aula 16 – Características<br />
do setor<br />
agroindustrial “depois<br />
da porteira”<br />
Aula 17 – Características<br />
do setor<br />
agroindustrial “depois<br />
da porteira” 2<br />
Aula 18 – Características<br />
do setor<br />
agroindustrial “depois<br />
da porteira” 3<br />
Aula 19 – Características<br />
do setor<br />
agroindustrial “depois<br />
da porteira” 4<br />
Aula 20 – Características<br />
do setor<br />
agroindustrial “depois<br />
da porteira” 5<br />
Aprender sobre a<br />
criação pecuária<br />
e algumas de suas<br />
características.<br />
Conhecer os coeficientes<br />
técnicos<br />
aplicados à agropecuária<br />
e especificamente<br />
à agricultura.<br />
Conhecer os coeficientes<br />
técnicos<br />
aplicados à pecuária.<br />
Conhecer os coeficientes<br />
aplicados à<br />
avicultura.<br />
Conhecer como é<br />
a organização do<br />
setor agropecuário,<br />
o que é economia<br />
de escala e projetos<br />
agropecuários.<br />
Conhecer algumas<br />
características da<br />
produção agropecuária<br />
e entender<br />
como ocorre a<br />
gestão de custos na<br />
agropecuária.<br />
Conhecer as características<br />
do setor<br />
agroindustrial “depois<br />
da porteira”.<br />
Conhecer os agentes<br />
comerciais e como<br />
se dá a formação<br />
dos preços na agropecuária.<br />
Conhecer os agentes<br />
comerciais e como<br />
se dá a formação<br />
dos preços na agropecuária.<br />
Conhecer como funcionam<br />
as agroindústrias.<br />
Conhecer algumas<br />
características<br />
da agroindústria,<br />
entender o conceito<br />
de logística e a atuação<br />
do governo no<br />
setor agroindustrial.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
Caderno didático.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 14
AULA 1<br />
Alfabetização Digital<br />
Aula 1 – Introdução à ideia de agricultura<br />
e agronegócio<br />
Quando o homem se organizou em sociedade, no princípio ele vivia<br />
em grupos, não seria errado dizermos bandos, esses grupos eram nômades.<br />
Dessa forma, eles não viviam em um local fixo e se mudavam constantemente.<br />
Importante para nós é saber a causa da mudança, e tudo se resume a alimentação.<br />
A fonte de alimento daqueles grupos era basicamente a coleta de<br />
alimentos silvestres, a caça e a pesca. Esse modo de vida apresentava certa<br />
facilidade no início, dependendo sempre do local no qual se instalavam os<br />
bandos, porém com o tempo surgiam dificuldades e a maior delas era o esgotamento<br />
dos recursos. Como não havia cultivo ou criação de animais e muito<br />
menos armazenamento é obvio pensar que com o tempo as dificuldades para<br />
obter alimento se tornavam muito grandes. Sem o básico para se manterem<br />
vivos, os grupos se mudavam e o seu comportamento se repetia no novo local,<br />
isso gerava um ciclo que impedia a fixação num local por muito tempo.<br />
Com o passar do tempo e a própria evolução do ser humano, os<br />
bandos compreendem, mas não seria errado dizer descobrem, que os frutos<br />
recolhidos de certa árvore voltavam a nascer e, que as sementes dentro dos<br />
frutos, podiam se transformar em novas árvores e produzir ainda mais frutos.<br />
Descobriram também, que os animais não podiam ser apenas caçados, eles<br />
podiam ser domesticados e criados nos locais onde os grupos estavam fixados.<br />
Parece-nos meio absurdo pensar que nossos antepassados demoraram<br />
muito tempo para ver coisas tão simples, mas precisamos entender que o<br />
homem estava no começo de sua evolução. O importante para nosso estudo<br />
é saber que nesse momento surge a agropecuária e por consequência, nesse<br />
momento, o homem começa a se fixar em lugares determinados.<br />
Por muito tempo a atividade agropecuária, a qual entendemos<br />
como o cultivo de vegetais e a criação e animais, se desenvolveu de forma<br />
muito rudimentar. Apesar de o homem ter descoberto que era possível<br />
manter-se no mesmo local, devido a continua produção dos vegetais, ele não<br />
desenvolveu tecnologias para aumentar a produção ou facilitar a produção.<br />
A atividade dos grupos era, na sua quase totalidade, extrativa. Eles apenas<br />
colhiam os frutos produzidos.<br />
À medida que os grupos vão se mantendo no mesmo local, vão<br />
surgindo as comunidades como as conhecemos hoje. E são introduzidas<br />
algumas tecnologias à produção agropecuária. Não é nada revolucionário<br />
para nós hoje, mas iniciativas como adubar a terra com esterco ou arar<br />
o solo, foram técnicas utilizadas depois de muito tempo. Também podemos<br />
afirmar que paulatinamente. Os homens passaram a aprender com a<br />
prática e foram executando tarefas das mais diversas de acordo a necessidade<br />
e a época.<br />
Nômades: pessoas que<br />
não têm habitação fixa<br />
vivem sempre mudando<br />
de lugar.<br />
Tente perceber<br />
a importância da<br />
agropecuária para a<br />
fixação do homem.<br />
Imagine como seria<br />
a vida hoje se ainda<br />
tivéssemos que viver<br />
nos mudando para<br />
conseguir alimento.<br />
Rudimentar: arcaico,<br />
primitivo.<br />
Atividade extrativa:<br />
coleta de produtos<br />
naturais.<br />
Paulatinamente: aos<br />
poucos, de forma<br />
gradual a produção<br />
agropecuária foi se<br />
diversificando, não<br />
podemos esquecer que<br />
já havia algum tempo<br />
que os grupos tinham<br />
aprendido o cultivo de<br />
vegetais e a criação de<br />
animais.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
15<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Autossuficiente:<br />
que precisa apenas dele<br />
mesmo para sobreviver.<br />
Êxodo rural:<br />
abandono do campo<br />
por seus habitantes,<br />
que, em busca de<br />
melhores condições<br />
de vida mudam<br />
para as cidades, as<br />
pessoas se deslocaram<br />
para a cidade,<br />
mas continuaram<br />
dependentes dos<br />
produtos produzidos no<br />
campo.<br />
Perceba como<br />
a estrutura de<br />
funcionamento das<br />
propriedades rurais<br />
muda completamente<br />
com o tempo. Antes, a<br />
atividade agropecuária<br />
estava ligada à<br />
sobrevivência de seus<br />
donos. Hoje, a atividade<br />
agropecuária, em<br />
sua grande maioria,<br />
é direcionada para o<br />
comercio.<br />
Alguns fatores como a distribuição espacial da população, a péssima<br />
infraestrutura e a baixa tecnologia, principalmente no quesito conservação<br />
dos produtos, e, também, as falhas e dificuldades de comunicação levaram<br />
a formação de propriedades rurais e pequenas comunidades autossuficientes<br />
Para atingir o objetivo e a necessidade da autossuficiência, as propriedades<br />
rurais e as comunidades possuíam diversas culturas e a criação de vários<br />
tipos de animais. Não era raro que as comunidades, além de produzir, também<br />
beneficiavam seus produtos, era o início das agroindústrias, de modo<br />
primitivo é claro.<br />
Podemos citar como exemplo as propriedades rurais do Estado de<br />
Minas Gerais, onde podia-se produzir feijão, arroz, algodão, café, milho,<br />
mandioca, hortaliças e frutas além de criar bois, cavalos e galinhas. Nesses<br />
mesmos locais de produção, o leite das vacas era transformado em queijo<br />
e manteiga, o café era torrado e moído, o milho transformado em fubá, o<br />
algodão era beneficiado em tecido. Como dito acima, era o início da agroindústria.<br />
Nessas propriedades, apesar do caráter de autossuficiência, começa<br />
a se ter uma atividade comercial, objetivando a geração de recurso para<br />
a aquisição de bens e produtos não produzidos pela propriedade. Com a<br />
ampliação desse comércio, que com o tempo continuou crescendo, surge o<br />
agronegócio.<br />
1.1 Conceituando agronegócio<br />
Com a evolução tecnológica, a ideia que se tinha de agricultura e<br />
pecuária muda, assim como também muda o modo de produção dos bens daí<br />
provenientes. O surgimento de novas tecnologias é o principal fato que altera<br />
o cenário da agropecuária. Com o êxodo rural. Tudo isso gerou mudanças na<br />
estrutura das propriedades rurais tais como: perda de sua autossuficiência,<br />
dependência de serviços e insumos que não são produzidos pela própria fazenda,<br />
especialização em determinada cultura, geração de excedentes que<br />
abastecem os mercados urbanos, troca de informações com o centro urbano<br />
e outras propriedades, necessidade continua de infrainstrutura de qualidade<br />
como estradas e armazéns, por exemplo, necessidade de conquistar mercados<br />
e consequentemente aumentar os lucros. Ou seja, a propriedade rural<br />
passou por diversas transformações que fizeram com que ela deixasse de ser<br />
autossuficiente para se tornar um centro de produção para o mercado urbano<br />
em sua grande maioria.<br />
A cada dia a agropecuária se especializa em determinado ramo<br />
do processo produtivo ou num certo ramo de comercialização dos seus<br />
produtos. Isso gera a necessidade de uma nova ideia de agricultura. Não<br />
se trata mais de várias propriedades autossuficientes, trata-se de um<br />
complexo de produtores de bens e prestadores de serviços. Todos dependentes<br />
de uma infraestrutura com diferentes agentes, os quais são todos<br />
interdependentes.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 16
Analisando essa necessidade de um novo conceito para as atividades<br />
agropecuárias é que dois professores da Universidade de Harvard, nos<br />
Estados Unidos, criaram o termo agribussines, o qual foi traduzido para o<br />
português como agronegócio e que possui o seguinte conceito:<br />
1.2 Sistema agroindustrial<br />
<strong>Agronegócio</strong> é o conjunto de todas as operações e transações<br />
envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários,<br />
das operações de produção nas unidades agropecuárias,<br />
até o processamento e distribuição e consumo dos<br />
produtos agropecuários in natura ou industrializados (ARAÚ-<br />
JO, 2009, p.16).<br />
1.2.1 As características da produção agropecuária<br />
É preciso ter em mente que a produção agropecuária possui características<br />
próprias. Logo, para compreender o agronegócio de forma ampla<br />
é preciso ter conhecimento das especificidades da produção, tanto agrícola<br />
quanto pecuária. Seguem as principais características:<br />
1.2.1.1 Sazonalidade da produção<br />
A produção agropecuária é diretamente ligada ao clima da região<br />
onde se encontra. São as condições climáticas o principal responsável pelos<br />
períodos de safra e entressafra, períodos de fartura de produtos e períodos<br />
de escassez de produtos, respectivamente, salvo raras exceções.<br />
Mas em se tratando de consumo, não ocorrem muitas alterações<br />
nas quantidades adquiridas pelos centros de consumo, elas são em sua maioria<br />
constantes no mercado brasileiro.<br />
Mas por não haver alterações significativas do consumo durante o<br />
ano, isso não quer dizer que a sazonalidade não implique consequências para<br />
a produção. Seguem algumas implicações da sazonalidade na produção agropecuária:<br />
variação de preço ao longo do ano, tendência a preços mais baixos<br />
na safra e a preços mais altos na entressafra, necessidade de armazéns para<br />
estocar os produtos, período de maior utilização de insumos, principalmente<br />
na entressafra, análise das características do produto produzido para melhor<br />
escolher a época de estocá-lo ou vendê-lo para aproveitar uma possível alta<br />
de preços gerada na entressafra, por exemplo.<br />
1.2.1.2 Grande influência de fatores biológicos<br />
Tanto na agricultura, quanto na pecuária os produtos estão expostos<br />
a doenças e a pragas (esses são os fatores biológicos tratados aqui). Essas<br />
pragas e doenças, dependendo de sua intensidade e quantidade, podem<br />
diminuir o total de bens produzidos, assim como podem diminuir também a<br />
Safra: período de<br />
grande produção.<br />
Entressafra: período de<br />
pequena produção.<br />
Sugiro que você aluno<br />
faça uma pesquisa e<br />
descubra quais são<br />
os fatores climáticos<br />
presentes em sua região<br />
destacando quais são<br />
os períodos favoráveis à<br />
produção agropecuária<br />
e quais os períodos<br />
desfavoráveis<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 17<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
qualidade dos produtos. Em casos extremos, pode ocorrer a perda total da<br />
produção.<br />
Também é preciso prevenir que uma lavoura infectada, por exemplo,<br />
leve outras lavouras sadias a ficarem doentes. Também precisamos lembrar,<br />
que várias doenças originariamente de animais, podem contaminar<br />
seres humanos, como a gripe aviária, a doença da vaca louca e, mais recentemente,<br />
a gripe suína, hoje renomeada para gripe H1N1.<br />
Além do perigo de contágio em seres humanos, também ocorrem as<br />
consequências comerciais da infestação de pragas e doenças, sendo a mais<br />
comum os embargos comerciais, em que determinado país impede a aquisição<br />
dos produtos de outro alegando que tais produtos não têm segurança<br />
sanitária, ou seja, não são saudáveis.<br />
Além da possibilidade do embargo comercial, é lógico pensarmos<br />
que o produtor que tem sua lavoura ou criação atacada por pragas terá seu<br />
produto a um preço mais alto no mercado, pois a partir do momento que doenças<br />
e pragas atacam sua lavoura ou criação será preciso gastar com meios<br />
e técnicas para acabar com a infestação. Será preciso usar fungicidas, inseticidas<br />
ou demais meios para curar a produção. A aplicação desses meios acarreta<br />
consequentemente a elevação do valor final do produto. Pois os gastos<br />
para exterminar as pragas precisam ser incluídos no custo de produção, risco<br />
para os funcionários e para o meio ambiente e existe também a possibilidade<br />
de contaminação da produção pelos resíduos tóxicos ou químicos utilizados<br />
para combater as doenças e pragas.<br />
Uma outra consequência da ocorrência de pragas é o esforço necessário<br />
para o seu controle, nenhum produtor ou Estado querem suas lavouras<br />
e criações sujeitas a doenças e, por conseqüência, prejuízos financeiros.<br />
Figura 1: Pulverização de inseticida em plantação de cana-de-açúcar.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.bombeiros.mt.gov.br/imagens/img/1858.jpg acessado em 14 de<br />
junho de 2010<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 18
Figura 2: Pulverização de inseticida sobre plantação.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.albertopcastro.med.br/materias2/imagens/aviao1.jpg acessado<br />
em 14 de junho de 2010<br />
Figura 3: Cidade do México durante surto da gripe suína.<br />
Fonte: Disponível em: http://2.bp.blogspot.com/_Dd8DqM0kBUo/SgBP3q4VPoI/AAAAAAAAAM8/<br />
nMAv1y8tIcw/s400/3473407.us_gripe_suina_mundo_284_399.jpg acessado em 14 de junho de 2010<br />
Figura 4: Idosa recebendo vacina contra a gripe H1N1.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.conexaociencia.jex.com.br/includes/imagem.php?id_<br />
jornal=10923&id_noticia=1016 acessado em 14 de junho de 2010<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 19<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
1.2.1.3 Perecibilidade rápida<br />
A vida útil dos produtos agropecuários tende a ser curta. São precisos<br />
cuidados específicos para que esses produtos tenham sua “validade”<br />
estendida. Não seria exagero dizer que sem o devido cuidado os produtos<br />
agropecuários podem durar de alguns dias até apenas algumas horas.<br />
Por esse motivo, o agronegócio está totalmente ligado a outros setores<br />
da economia. Sobre os relacionados com a perecibilidade podemos<br />
citar principalmente o setor de “conservação” e o de transporte. No setor<br />
de “conservação”, podemos citar toda e qualquer tecnologia que visa a aumentar<br />
o prazo de validade dos produtos, não precisamos citar exemplos<br />
muito fora de nossa realidade cotidiana, o próprio ato de colocar o leite<br />
na geladeira é uma tecnologia de conservação, assim como o processo de<br />
pasteurização do “leite longa vida” e sua embalagem. O setor de transporte<br />
também está ligado ao prazo de validade dos produtos agropecuários. Se um<br />
determinado produto possui um prazo de validade de 5 dias, ele não pode<br />
ficar 4 dias sendo transportado e ter apenas um dia para ser consumido. É<br />
preciso um transporte rápido e eficiente para levar determinado produto em<br />
prazo hábil e sem danificá-lo.<br />
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- Como ocorreu o desenvolvimento da agropecuária.<br />
2- A importância da agropecuária para a fixação do homem.<br />
3- Como ocorreu uma mudança no modo de organização das propriedades<br />
rurais.<br />
4- O que é agronegócio.<br />
5- Que o agronegócio tem características próprias como: a sazonalidade<br />
da produção, a influência de fatores biológicos e a<br />
perecibilidade rápida dos produtos.<br />
Referências<br />
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. 2 ed. São Paulo: Atlas,<br />
2009.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 20
Atividades de aprendizagem<br />
1) A respeito do agronegócio é correto afirmar:<br />
a) É o conjunto de todas as operações e transações envolvendo os produtos<br />
agropecuários.<br />
b) É a atividade que diz respeito apenas as questões comerciais dos produtos<br />
agrícolas.<br />
c) É a atividade que diz respeito apenas as questões comercias dos produtos<br />
pecuários.<br />
d) É o conjunto de atividades ligadas apenas a produção agropecuária.<br />
2) É uma conseqüência da sazonalidade da produção:<br />
a) Preços mais baixos na entressafra.<br />
b) Estabilidade dos preços durante todo o ano.<br />
c) Não há necessidade de armazéns para estocar os produtos.<br />
d) Preços mais baixos na safra.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 21<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
AULA 1<br />
Alfabetização Digital<br />
Aula 2 – Visão sistêmica do agronegócio<br />
É preciso entender e ver o agronegócio como um sistema integrado,<br />
onde todos os seus componentes são importantes. Essa visão sistêmica é<br />
uma necessidade para todos aqueles que desejam trabalhar com o agronegócio,<br />
seja para o agente público que interfere na atividade agropecuária,<br />
seja para o grande agroindustrial ou para o administrador da sua fazenda.<br />
Somente vendo o agronegócio como um sistema integrado e interdependente<br />
é possível alcançar a máxima eficiência.<br />
Para conseguir enxergar o agronegócio como um todo, também é<br />
preciso dividi-lo de forma que sua compreensão torne-se mais fácil para<br />
você aluno, mas desde já afirmamos que se trata de uma divisão puramente<br />
didática. Podemos dividir o agronegócio em três setores chamados: “antes<br />
da porteira”, “dentro da porteira” e “após a porteira”.<br />
O setor “antes da porteira” é aquele que envolve todas as atividades<br />
que dão suporte a produção agropecuária antes que a produção ocorra<br />
de fato. Por exemplo: os fornecedores de insumos, sementes, tecnologia de<br />
modo geral, financiamentos entre outros.<br />
O setor “dentro da porteira” é atividade produtiva agropecuária<br />
propriamente dita. Ela envolve, por exemplo, o preparo e o manejo do solo,<br />
a irrigação, colheita e no caso da pecuária todo o processo de criação do<br />
rebanho.<br />
O setor “após a porteira” trata das atividades desenvolvidas após<br />
a produção. Como o beneficiamento ou industrialização dos produtos, sua<br />
embalagem, armazenamento, distribuição, entre outros.<br />
2.1 Vantagens decorrentes da visão sistêmica<br />
do agronegócio<br />
A visão sistêmica do negócio agrícola – e seu conseqüente<br />
tratamento como conjunto – potencializa grandes benefícios<br />
para um desenvolvimento mais intenso e harmônico da sociedade<br />
brasileira. Para tanto, existem problemas e desafios<br />
a vencer. Dentre estes, destaca-se o conhecimento das inter-<br />
-relações das cadeias produtivas para que sejam indicados os<br />
requisitos para melhorar sua competitividade, sustentabilidade<br />
e equidade (ARAÚJO, 2009, p. 22).<br />
Como dito acima, as vantagens da visão sistêmica do agronegócio<br />
são, basicamente, a competitividade e a sustentabilidade. A competitividade<br />
diz respeito à própria qualidade do produto e ao seu preço no mercado<br />
consumidor, o mercado é cada vez mais exigente quanto à qualidade dos<br />
Competitividade:<br />
capacidade de um<br />
produto competir com<br />
os outros no mercado<br />
consumidor e a<br />
sustentabilidade<br />
Sustentabilidade:<br />
capacidade que o<br />
produtor tem de se<br />
manter no mercado e<br />
obter lucros.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
23<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
produtos e os consumidores ainda baseiam suas compras principalmente no<br />
quesito preço. A sustentabilidade está relacionada com a competência da<br />
propriedade para continuar no mercado. Competitividade e sustentabilidade<br />
estão ligadas de forma inseparável, uma empresa sem competitividade não<br />
consegue se manter no mercado, assim como uma empresa mal administrada,<br />
sem sustentabilidade, não será capaz de produzir produtos competitivos<br />
e consequentemente não terá lucro.<br />
2.2 Conceito de cadeias produtivas<br />
Falaremos agora sobre o conceito de cadeia produtiva. Esse é um<br />
conceito bastante técnico, por isso tomaremos como base a palavras de Massilon<br />
Araújo.<br />
O conceito de cadeia produtiva aplicado ao agronegócio foi criado na<br />
França, na década de 1960. Segundo Montigaud: cadeias produtivas “são sucessões<br />
de atividades ligadas verticalmente, necessárias à produção de um ou mais<br />
produtos correlacionados” (MONTIGAUD, 1991, apud ARAÚJO, 2009, p 22).<br />
Analisando a cadeia produtiva dos produtos agropecuários é possível<br />
enxergar as interrelações entre que compõe e participam daquela cadeia<br />
produtiva. Esse fato permite: descrever toda a cadeia de produção,<br />
determinar a função da tecnologia na estruturação de determinada cadeia<br />
produtiva, realizar estudos de melhoramento e integração, analisar a política<br />
voltada para o agronegócio; compreender a relação entre os insumos e os<br />
produtos produzidos com eles e analisar as estratégias das associações.<br />
Segue abaixo as principais características das cadeias produtivas:<br />
Refere-se a conjunto de etapas consecutivas pelas quais passam<br />
e vão sendo transformados e transferidos os diversos<br />
insumos, em ciclos de produção, distribuição e comercialização<br />
de bens e serviços; implica em divisão de trabalho,<br />
na qual cada agente ou conjunto de agentes realiza etapas<br />
distintas do processo produtivo; não se restringe, necessariamente,<br />
a uma mesma região ou localidade; não contempla<br />
necessariamente outros atores, além das empresas,<br />
tais como instituições de ensino, pesquisa e desenvolvimento,<br />
apoio técnico, financiamento, promoção, entre outros<br />
(ARAÚJO, 2009, p. 23).<br />
A análise de um produto específico na maneira como foi concebida<br />
a ideia de cadeia produtiva, faz com que não sejam considerados todos os<br />
agentes econômicos que estão posicionados após a produção, afinal trata-se<br />
da análise da produção, cadeia produtiva, como deixa claro a nomenclatura.<br />
Com a evolução do agronegócio é preciso que os agentes posicionados<br />
após a produção propriamente dita sejam considerados no processo<br />
de produção como um todo. “Daí surgir, muito recentemente, a ideia de<br />
cadeia de valor, como sendo um conceito mais abrangente, que inclua esses<br />
segmentos” (ARAÚJO, 2009, p. 23).<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 24
2.3 Importância do <strong>Agronegócio</strong><br />
O agronegócio é um segmento econômico de grande importância e<br />
valor em termos mundiais, sua representatividade econômica varia de país<br />
para país. No Brasil, o agronegócio é um setor muito importante, principalmente<br />
quanto à carta de exportação dos produtos brasileiros. Queremos dizer<br />
com isso que o Brasil vende para outros países muitos produtos oriundos<br />
da agropecuária como carne e frutas, por exemplo.<br />
Carta de Exportações:<br />
Produtos que o Brasil<br />
vende para outros<br />
países<br />
Figura 5: Carregamento para exportação<br />
Fonte: Disponível em: http://jornale.com.br/mirian/wp-content/uploads/2010/01/exportacao-desoja.jpg<br />
acessado em 16 de junho de 2010.<br />
Precisamos ressaltar que a cada ano cresce a produção de produtos<br />
agropecuários no Brasil e que essa produção vem sendo absorvida pelo<br />
mercado interno e também pelo mercado externo. Os produtos brasileiros<br />
são visto no exterior como de boa qualidade, nossas exportações crescem a<br />
cada ano e a produção agropecuária voltada para o mercado externo é uma<br />
realidade que precisa ser aproveitada pelos produtores.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 25<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Figura 6: Navio sendo carregado de grãos para exportação.<br />
Fonte: Disponível em: http://mundosebrae.files.wordpress.com/2009/10/exportacao2.jpeg<br />
acessado em 16 de junho de 2010.<br />
Resumo<br />
Referências<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- Que o agronegócio precisa ser visto como um sistema<br />
2- As vantagens da visão sistêmica do agronegócio.<br />
3- Para fins de estudo, a produção agropecuária é dividida em “antes<br />
da porteira”, “dentro da porteira” e “depois da porteira”.<br />
4- O que são cadeias produtivas.<br />
5- A importância do agronegócio para o Brasil.<br />
NEVES, Marcos Fava; ZYLBERSZTAJN, Decio e NEVES, Evaristo Marzabal.<br />
<strong>Agronegócio</strong> do Brasil. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.<br />
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. 2 ed. São Paulo: Atlas,<br />
2009.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 26
Atividades de aprendizagem<br />
1) A respeito da importância do agronegócio para o Brasil podemos afirmar.<br />
Exceto<br />
a) O setor agropecuário é responsável por uma boa parte dos empregos gerados<br />
no país.<br />
b) A produção agropecuária cai a cada ano em quantidade e valor dos produtos.<br />
c) Os produtos agropecuários são responsáveis por boa parte das exportações<br />
brasileiras.<br />
d) O setor agropecuário é fundamental para a economia brasileira.<br />
2) O agronegócio dentro de uma visão sistêmica é dividido em 3 partes. São<br />
elas, exceto:<br />
a) Setor “antes da porteira”.<br />
b) Setor “dentro da porteira”.<br />
c) Setor “depois da porteira”.<br />
d) Setor “de vendas”.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 27<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
AULA 1<br />
Alfabetização Digital<br />
Aula 3 – Características do setor agroindustrial<br />
“antes da porteira”<br />
3.1 Segmento do setor agroindustrial “antes da<br />
porteira”<br />
Nesse momento, passamos para o estudo dos segmentos do sistema<br />
agroindustrial de forma separada. Mas, lembramos que o estudo está dividido apenas<br />
por questões didáticas. Na prática, o sistema agroindustrial é inseparável.<br />
Começamos de forma lógica pelo segmento “antes da porteira”.<br />
Trataremos principalmente dos insumos agropecuários e da relação dos produtores<br />
de insumos com os agropecuaristas.<br />
3.2 Insumos agropecuários<br />
Os insumos podem ser conceituados como os fatores de produção<br />
que propiciam a elaboração de certos serviços ou bens. Aplicando esse conceito<br />
básico à atividade agropecuária, podemos tratar insumos como sendo<br />
todos os bens e serviços que propiciam a melhor atividade do setor agropecuário,<br />
insumo é tudo aquilo que facilita, melhora ou aumenta a produção.<br />
Podemos citar aqui alguns insumos de grande importância para o<br />
setor agropecuário e que serão estudados adiante, apenas a título de exemplo<br />
temos: energia, água, rações, equipamentos, máquinas, implementos,<br />
fertilizantes, sais minerais, produtos veterinários e diversos outros. Estudaremos<br />
cada um desses insumos em sua individualidade.<br />
Fique atento para o<br />
conceito de insumo.<br />
Lembre-se de que<br />
insumo é tudo que<br />
facilita, melhora ou<br />
aumenta a produção.<br />
3.3 Máquinas, equipamentos e implementos<br />
agropecuários<br />
Na atividade agropecuária, existem diversas máquinas que auxiliam<br />
no exercício da atividade tornando-as infinitamente mais fáceis para o<br />
produtor ou criador, pois existem máquinas utilizadas tanto na agricultura,<br />
quanto na pecuária.<br />
Cada máquina tem seus próprios implementos necessários para seu<br />
funcionamento e, também, é preciso destacar, que, para cada tipo de serviço,<br />
existe uma máquina correspondente. Algumas pessoas têm uma falsa<br />
impressão sobre as máquinas e equipamentos, afirmam que eles são usados<br />
apenas em grandes propriedades e que não são necessárias nas propriedades<br />
de pequeno porte. Isso é um erro grosseiro. Não se pode negar que, normal-<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
29<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
mente, os donos dos latifúndios têm mais recursos para adquirir mais máquinas<br />
e equipamentos, porém afirmar que estas são inúteis nas pequenas e<br />
médias propriedades é um erro. O que é diferente é o tipo de insumo usado.<br />
Figura 7: Bomba d’água utilizada em pequenas propriedades.<br />
Fonte: Disponível em: http://images.jacotei.com.br/grd/242830.jpg acessado em 16 de junho de 2010.<br />
As máquinas mais usadas na agropecuária são os tratores, as colheitadeiras<br />
e os motores fixos, cada qual com sua função e utilidade variável<br />
de acordo com a necessidade do produtor. Podemos citar alguns exemplos<br />
para ilustrar melhor: para preparar solos arenosos podemos utilizar tratores<br />
menores de pneus, com arados, esse mesmo trator poderá ser utilizado para<br />
tracionar grades niveladoras, roçadeiras, carretas e realizar demais serviços<br />
na propriedade. Se o objetivo é realizar uma aração mais pesada será necessário<br />
um trator maior com tração 4x4. No caso de o proprietário precisar<br />
fazer um desmatamento numa área de vegetação arbórea de pequeno ou<br />
médio porte, é preciso utilizar dois tratores de esteira com correntão, em<br />
que cada ponta estará presa a um trator esteira.<br />
Existem muitas outras máquinas e equipamentos que podem ser<br />
usados na produção agropecuária, como as diversas colheitadeiras sejam de<br />
grãos, frutas como a laranja ou cana-de-açúcar. Também existem máquinas<br />
menores como os pivôs e as bombas de água, enfim há uma infinidade de<br />
máquinas e equipamentos de todos os preços e qualidades. Porém, como dito<br />
anteriormente, é preciso conciliar sempre necessidade e valor.<br />
Figura 8: Colheitadeira sendo utilizada em lavoura de grãos.<br />
Fonte: Disponível em: http://br.viarural.com/agricultura/tratores/case-ih/colhedorascolheitadeiras-colheitadeira-de-graos-axial-flow-8010-01.jpg<br />
acessado em 16 de junho de 2010.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 30
Figura 9: Trator com arado.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.corumba.ms.gov.br/modules/xcgal/albums/userpics/10004/<br />
normal_Foto%20patrulha.JPG acessado em 16 de junho de 2010<br />
3.4 Água<br />
Pode-se afirmar, sem nenhuma dúvida, que a água é o principal<br />
insumo para a atividade agroindustrial. Em pequena ou em grande quantidade,<br />
ela é fundamental para a vida e todos nos sabemos que trabalhar com o<br />
agronegócio é trabalhar com a vida. Mesmo que os vegetais e os animais sejam<br />
tratados como coisas que nos forneceram lucros, eles também são seres<br />
vivos e todos necessitam de água.<br />
Figura 10: Plantação sendo irrigada.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.dancor.com.br/jornal/imagem.jpg acessado em 16 de junho de 2010.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 31<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Figura 11: Rebanho bebendo água.<br />
Fonte: Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/_zEveExHPYpk/Rn82nW654pI/AAAAAAAAACE/-<br />
4otneKhAWk/s400/Rodeio+-+gado+bebendo+%C3%A1gua.jpg acessado em 16 de junho de 2010.<br />
Índice de pluviosidade:<br />
quantidade de chuva<br />
No Brasil, existe certa dificuldade em tratar a água como insumo<br />
agropecuário. Isso se deve ao fato de sua relativa fácil aquisição. O Brasil<br />
é abençoado com a maior rede hidrográfica do mundo e também temos na<br />
maioria de território nacional um bom índice de pluviosidade. Não podemos<br />
nos esquecer de que existem regiões onde a água é de difícil acesso, como<br />
na maior parte da região nordeste e na porção norte do estado de Minas<br />
Gerais.<br />
Mas, mesmo no Brasil, vem crescendo a ideia de que a água precisa<br />
ser usada com responsabilidade e racionalidade. Vem sendo disseminada nos<br />
Estados brasileiros a necessidade de legislação que trate sobre projetos de<br />
irrigação. Nos locais onde existe essa legislação, há um custo para se aprovar<br />
um projeto de irrigação e este custo é acrescentado ao valor final do produto.<br />
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- O que são insumos agropecuários.<br />
2- Para que servem os insumos agropecuários.<br />
3- Que existem máquinas próprias para cada atividade e para<br />
cada propriedade.<br />
4- Aprendeu que a água é insumo agropecuário.<br />
Referências<br />
CALLADO, Antônio André Cunha. <strong>Agronegócio</strong>. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008.<br />
NEVES, Marcos Fava; ZYLBERSZTAJN, Decio e NEVES, Evaristo Marzabal.<br />
<strong>Agronegócio</strong> do Brasil. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 32
Atividades de aprendizagem<br />
1- Sobre a água na atividade agropecuária podemos afirmar:<br />
s) No Brasil existe grande dificuldade para obter água.<br />
b) Existe certa dificuldade para tratar a água como insumo no Brasil devido<br />
ao fato de sua fácil aquisição.<br />
c) A água não é um insumo.<br />
d) A água é dispensável para a produção agropecuária.<br />
2) A respeito das máquinas e equipamentos agrícolas podemos afirmar, exceto:<br />
a) Sua utilização é possível apenas em grandes propriedades.<br />
b) Existe uma máquina ou equipamento certo para cada tarefa ou propriedade.<br />
c) O tamanho da propriedade não é o único fator necessário para determinar<br />
se uma máquina ou equipamento pode ser usado ou não.<br />
d) As máquinas e equipamentos utilizados nas pequenas propriedades são<br />
diferentes dos usados nas grandes propriedades.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 33<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
AULA 1<br />
Aula Alfabetização 4 – Características Digital do setor agroindustrial<br />
“antes da porteira” 2<br />
4.1 Energia<br />
Continuamos com o estudo dos insumos agropecuários.<br />
A energia, principalmente a elétrica, é também um insumo fundamental<br />
para o sucesso de um empreendimento agropecuário. Toda e qualquer<br />
evolução tecnológica que chega até o campo necessita primeiramente<br />
de energia. Energia entendida em todas as suas formas: de elétrica, como<br />
citado acima, até o combustível utilizado pelas máquinas.<br />
No tocante a energia elétrica, ela é a energia básica da sociedade.<br />
Quase todos os meios de comunicação são dependentes dela, o telefone,<br />
computador, celular, internet, televisão. Tudo isso necessita de eletricidade<br />
para funcionar e como já dissemos o produtor agrícola e pecuarista precisa<br />
desses meios de comunicação. O campo não é mais isolado e autossuficiente,<br />
ele produz de acordo com a demanda do centro urbano.<br />
Mas também é preciso inovar. No Brasil, as fontes de energia mais<br />
comuns é a hidráulica. Nossa principal fonte e a termelétrica. Essas duas<br />
fontes, apesar de sua facilidade, nem sempre são as mais indicadas para os<br />
empreendimentos agropecuários. Existem fontes alternativas que precisam de<br />
um maior investimento de implantação, mas que para determinados empreendimentos<br />
é a mais adequada. A implantação de fontes alternativas de energia<br />
também vem se tornando uma exigência do mercado. É inegável que hoje<br />
tenhamos uma grande preocupação com o meio ambiente e que a própria<br />
sociedade cobra dos produtores a sua parcela de ajuda na conservação do<br />
planeta.<br />
Dessa forma, a utilização de fontes limpas de energia vem se tornando<br />
uma necessidade, mesclada de exigência. Isso não significa que essas<br />
fontes alternativas sejam inviáveis financeiramente. Seguem alguns exemplos<br />
de fontes alternativas de energia: energia solar, proveniente da colocação<br />
de placas que captam a luz do sol e a transforma em energia elétrica,<br />
é possível utilizar a energia solar para realizar tarefas como a secagem e a<br />
desidratação dos produtos agrícolas, aquecimento de água e iluminação da<br />
sede da fazenda e também é possível sua utilização para utilizar equipamentos<br />
menores, como bombas d’água.<br />
Empreendimento:<br />
negócio, atividade<br />
negocial.<br />
Demanda: procura,<br />
necessidade.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
35<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Figura 12: Painéis solares em área rural.<br />
Fonte: Disponível em: http://turma1422.files.wordpress.com/2008/09/061120_gea_seguidores-2.<br />
jpg acessado em 17 de junho de 2010.<br />
A energia eólica é aquela proveniente do vento. Na atualidade,<br />
utiliza-se a energia eólica para mover aero geradores, os quais são grandes<br />
turbinas colocadas em lugares de muito vento. Essas turbinas têm a forma<br />
de um cata-vento ou de um moinho. Esse movimento, através de um gerador,<br />
produz energia elétrica. Essa energia pode ser usada para iluminação e para<br />
diversas outras tarefas da propriedade.<br />
Figura 13: Aero gerador em funcionamento.<br />
Fonte: Disponível em: http://canilho.files.wordpress.com/2009/10/181-energia-eolica.jpg acessado<br />
em 17 de junho de 2010.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 36
A energia hidráulica é uma das fontes mais comuns de energia alternativa<br />
e, devido a sua antiga e comum utilização, as pessoas constantemente<br />
se esquecem de que se trata de uma fonte alternativa de energia.<br />
Ela é muito utilizada em pequenas propriedades principalmente na forma de<br />
rodas d’água e carneiros hidráulicos, é muito utilizada para irrigar pequenas<br />
plantações ou levar água para determinados lugares.<br />
Figura 14: Exemplo de roda d’água.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.ahmar.com.br/imagens/produtos/bomba_rochfer.gif acessado<br />
em 17 de junho de 2010.<br />
Por fim, temos a energia de biomassa, a qual é obtida através de resíduos<br />
orgânicos. Como exemplo de biomassa, podemos citar o biogás que é<br />
a geração de energia através da fermentação de matéria orgânica como o esterco<br />
do gado. Esse esterco é colocado em câmaras especiais, chamadas de<br />
biodigestores, dentro desses biodigestores ocorre a produção de gás natural,<br />
o qual é transformado em energia elétrica. Também é possível a obtenção<br />
de energia elétrica através da queima de resíduos provenientes da própria<br />
produção agropecuária, como, por exemplo, o bagaço da cana-de-açúcar.<br />
Esse, quando colocado para queimar em fornalhas ou caldeiras, torna-se uma<br />
fonte alternativa de energia.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 37<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Figura 15: Esquema de funcionamento de um biodigestor.<br />
Fonte: Disponível em: http://verdedentro.files.wordpress.com/2009/03/biodigestor.jpg acessado<br />
em 17 de junho de 2010.<br />
4.2 Corretivos de solos<br />
Degrade: estrague,<br />
destrua mais<br />
rapidamente<br />
Normalmente os solos não são perfeitos para a atividade agrícola, é<br />
preciso que eles sejam corrigidos para que se desenvolva a atividade agrícola.<br />
Os corretivos são produtos, normalmente químicos, que são adicionados<br />
ao solo para corrigir as suas deficiências e falhas, visando sempre tornar os<br />
solos mais férteis e, na medida do possível, ideais para a produção agrícola.<br />
Existe um processo correto para se incrementar os solos, é preciso uma análise<br />
laboratorial para que a “correção” seja eficaz.<br />
Muitas vezes em propriedades menores o pequeno agricultor, na<br />
maioria das vezes, utiliza os chamados corretivos baseado na experiência e<br />
na cultura popular. Muitas vezes essa utilização faz com que o solo se degrade.<br />
Porém, quando a correção é precedida por um estudo realizado por<br />
profissionais competentes, o solo ganha muito em termos de produtividade<br />
e durabilidade. Entre os corretivos podemos citar alguns como principais ou<br />
mais utilizados. Como por exemplo: os adubos, o gesso, o calcário agrícola e<br />
a matéria orgânica.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 38
O calcário agrícola é usado para diminuir a acidez do solo, ele<br />
elimina o efeito tóxico do alumínio nos vegetais e corrige as deficiências de<br />
cálcio e magnésio no solo. O óxido de magnésio e o óxido de cálcio são alguns<br />
dos principais componentes do calcário agrícola. O gesso agrícola é um pouco<br />
parecido com o calcário agrícola e é utilizado para corrigir deficiências<br />
em cálcio que o solo pode conter.<br />
Figura 16: Pacote de calcário agrícola.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.grupodb.com.br/imagens/Calcario/prd_calcario_dolomitico_g.<br />
jpg acessado em 17 de junho de 2010<br />
Figura 17: Produtor aplicando o gesso agrícola em seu solo.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.calmina.com.br/agri1.jpg acessado em 17 de junho de 2010.<br />
Quanto aos adubos em geral, Massilon Araújo (2009) em sua obra<br />
faz a seguinte classificação: são classificados em macro e micronutrientes.<br />
Os macronutrientes são: fósforo (P), nitrogênio (N), potássio (K), enxofre (S),<br />
cálcio (Ca) e magnésio (Mg), enquanto os micronutrientes são: ferro (Fe),<br />
molibdênio (Mo), cobalto (Co), manganês (Mn) e zinco (Zn). Quanto às necessidades<br />
de cada solo, isso é trabalho para profissionais devidamente treinados,<br />
como dito acima, e quanto às fontes de cada macro ou micronutriente,<br />
isso é um estudo muito técnico e específico e o qual não é o objeto da nossa<br />
disciplina, precisamos apenas saber que existem esses corretivos agrícolas e<br />
que eles devem ser utilizados na medida em que são necessários.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 39<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
4.3 Fertilizantes<br />
O fertilizante ou adubo é utilizado na atividade agropecuária como<br />
um corretivo, do mesmo modo como os descritos no tópico anterior e também<br />
é usado como adubo para a manutenção da cultura cultivada. Como um<br />
tipo de corretivo, o fertilizante é aplicado durante o preparo do solo. Já na<br />
adubação de manutenção de cultura, o adubo é utilizado no preparo das covas<br />
para as lavouras perenes ou no momento do plantio das lavouras anuais<br />
ou quando as pastagens estão sendo formadas. A fertilização do solo pode<br />
ser feita de diversas formas como, por exemplo, no processo de irrigação,<br />
quando o adubo é misturado com a água que será lançada sobre a lavoura.<br />
Figura 18: Aplicação de fertilizante no momento de preparo do solo.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.webartigos.com/content_images/fert000.jpg acessado em 20<br />
de junho de 2010.<br />
4.4 Agrotóxicos<br />
Os agrotóxicos, agroquímicos e defensivos agrícolas são denominações<br />
diversas de um mesmo produto, o qual é utilizado para evitar o<br />
crescimento de ervas daninhas, pragas e doenças na lavoura.<br />
Podemos citar como os principais deles os herbicidas, os quais<br />
são utilizados para combater o crescimento de ervas daninhas ou plantas<br />
concorrentes no meio da lavoura da cultura produzida. A aplicação dos herbicidas<br />
faz com que o produtor não precise usar meios mecânicos para retirar<br />
as culturas indesejadas do meio de sua plantação. Também temos os inseticidas,<br />
os quais, como deixa claro a nomenclatura, servem para exterminar<br />
insetos, em sua maioria moscas, lagartas e formigas.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 40
Figura 19: Produtor aplicando agrotóxicos em sua lavoura.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.fiocruz.br/ccs/media/incqs_agrotoxico2.jpg acessado em: 20<br />
de junho de 2010.<br />
4.5 Compostos orgânicos<br />
Os compostos orgânicos são o resultado da decomposição ou apodrecimento<br />
de resíduos orgânicos como restos de animais mortos, lixo, esterco,<br />
restos de vegetais, o próprio húmus. Esses compostos também são usados<br />
na adubação e correção dos solos.<br />
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- Que a energia também é um insumo agropecuário.<br />
2- Que existem diversas formas de energia como a solar, eólica e<br />
biomassa.<br />
3- Que a utilização de fontes alternativas de energia é uma necessidade<br />
e uma cobrança do mercado consumidor na atualidade.<br />
4- Os solos podem ter sua fertilidade melhorada pelos corretivos<br />
e fertilizantes.<br />
5- Os chamados agrotóxicos em sua maioria servem para livrar os<br />
produtos agropecuários de pragas e doenças.<br />
Referências<br />
CALLADO, Antônio André Cunha. <strong>Agronegócio</strong>. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008.<br />
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2009.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 41<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Atividades de aprendizagem<br />
1) Quanto aos tipos de energia podemos citar como fontes de energia alternativa,<br />
exceto:<br />
a) Eólica.<br />
b) Termelétrica.<br />
c) Solar.<br />
d) Biomassa.<br />
2) Sobre os corretivos de solos podemos afirmar que:<br />
a) Não são utilizados no Brasil, pois todos os solos brasileiros são prontos<br />
para a agricultura.<br />
b) A sua aplicação dispensa a análise laboratorial devido a facilidade em<br />
sua aplicação.<br />
c) São necessários para ter uma maior produção agrícola.<br />
d) São uniformes, não possuem qualquer variação.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 42
AULA 1<br />
Aula Alfabetização 5 – Características Digital do setor agroindustrial<br />
“antes da porteira” 3<br />
Continuamos com o estudo dos insumos agropecuários.<br />
5.1 Mudas, sementes e materiais genéticos<br />
Quanto às mudas, seguimos os conceitos fornecidos por Massilon Araújo<br />
(2009) em sua obra. Para o autor, as mudas podem ser obtidas diretamente<br />
das sementes, também denominadas de “pé fraco” e resultam da germinação<br />
das sementes. De modo geral, têm a probabilidade elevada de não reproduzir<br />
as boas características da planta mãe. Por enquanto, são mais recomendadas<br />
para algumas culturas com difícil utilização de outra técnica, como as palmeiras<br />
(coco-da-baía, pupunha, açaí macaúba, gairoba, babaçu, tâmara etc.).<br />
As mudas obtidas por enxertia resultam da fixação de parte de uma<br />
planta em outra. A parte fixada é também denominada de enxerto ou “cavaleiro”<br />
e pode ser uma gema ou a ponta mais nova de um galho. A planta fixadora,<br />
também, denominada de porta-enxerto ou “cavalo”, tem bom sistema radicular<br />
para suportar uma copa produtiva semelhante à planta-mãe. Das culturas que<br />
mais são cultivadas pelo sistema de enxertia citam-se: citros, uva e abacate.<br />
As mudas obtidas por reprodução assexuada são mais comumente<br />
as de difícil reprodução por sementes, como: banana, figo, alho, abacaxi,<br />
ornamentais (hibisco, bromélias, bugainville, quaresmeira, cróton, rosa).<br />
Figura 20: Exemplos de mudas<br />
Fonte: Disponível em: http://www.jardimdasideias.com.br/public/userfiles/image/mudas_600.jpg<br />
acessado em 21 de junho de 2010.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
43<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Figura 21: Exemplo de muda que sofreu enxerto.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.ceplac.gov.br/images/enxertia.jpg acessado em 21 de junho de<br />
2010.<br />
Aproveitando o conhecimento de Massilon Araújo, expomos também<br />
o conceito dele no tocante às sementes. As sementes tradicionais no<br />
mercado são as varietais e as híbridas; mas recentemente, têm surgido as<br />
sementes transgênicas.<br />
As sementes varietais puras são de uma única variedade e produzem<br />
“filhas” iguais às “mães” por gerações sucessivas, desde que não<br />
ocorram fecundações cruzadas com outras variedades. Das culturas mais comumente<br />
cultivadas com sementes varietais citam-se: soja, arroz, feijão,<br />
ervilha e café.<br />
As sementes híbridas resultam do cruzamento de duas variedades,<br />
cujas sementes-filhas portam 50% da carga genética de cada uma das variedades<br />
que lhes deram origem. No Brasil, as sementes híbridas mais comumente<br />
usadas são as de milho e as de coco (híbrido entre “anão” e “gigante”).<br />
As sementes-filhas das plantas originárias de sementes híbridas não<br />
devem ser cultivadas, porque a maior parte delas já não traz as boas qualidades<br />
do híbrido.<br />
As sementes transgênicas são obtidas originalmente em laboratórios,<br />
mediante a técnica de deslocamento de um ou mais genes menos<br />
desejáveis e introdução de genes em substituição, visando introduzir características<br />
mais desejáveis, como: maior resistência pós-colheita (tomate),<br />
maior resistência de determinados herbicidas (soja), resistência a doenças,<br />
elevação do valor nutricional, produção de medicamentos etc.<br />
O uso de produtos transgênicos é muito discutido, porque ainda não<br />
se tem segurança sobre possíveis efeitos nos consumidores e sobre o meio<br />
ambiente, e, também, porque poucas empresas no mundo são produtoras<br />
dessas sementes. Esse fato coloca milhões de produtores totalmente dependentes<br />
de pouquíssimos fornecedores.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 44
Figura 22: Alguns tipos de sementes.<br />
Fonte: Disponível em: https://www.naturaljoias.com.br/images/kits_para_biojias/kit%20pequeno.<br />
jpg acessado em 21 de junho de 2010.<br />
Na pecuária, também ocorre o melhoramento dos rebanhos através<br />
da procriação. Claro que de forma diferente da agricultura. Na pecuária,<br />
é mais comum que ocorra a escolha de determinado animal para que suas<br />
características sejam passadas para as próximas gerações, esses animais normalmente<br />
são chamados de matrizes, pois suas características são as desejadas<br />
e pretende-se copiá-las. É comum que se recolha o sêmen dos machos<br />
e os óvulos das fêmeas para que eles sejam fecundados por inseminação<br />
artificial, posteriormente os embriões são transferidos para o útero da fêmea.<br />
Também ocorre a reprodução natural dos animais, nesse caso o macho<br />
e a fêmea matriz são colocados juntos para que haja a reprodução natural<br />
da espécie.<br />
Inseminação artificial: é<br />
a deposição mecânica<br />
do sêmen no aparelho<br />
genital da fêmea<br />
Figura 23: Exemplo de um modo de inseminação artificial em bovinos.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.cptcursospresenciais.com.br/imagens/up/agenda108.jpg<br />
acessado em 22 de junho de 2010.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 45<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
5.2 Hormônios<br />
Hormônios são, de modo mais amplo, produtos químicos que são<br />
usados para acelerar a atividade biológica dos vegetais e dos animais.<br />
Os hormônios vegetais, também chamados de fito-hormônios, mais<br />
utilizados são os indutores de florescimento, indutores de brotação e aceleradores<br />
de ciclo vegetativo. Quando se utiliza os fito-hormônios, que aceleram<br />
o ciclo vegetativo numa lavoura de abacaxi, é possível reduzir o prazo<br />
da colheita, por exemplo.<br />
Os hormônios animais, também chamados de zoo-hormônios, mais<br />
utilizados são os aceleradores de crescimento e os indutores de aumento de<br />
massa corporal. A utilização desses hormônios faz com que o rebanho ganhe<br />
peso mais rápido.<br />
5.3 Ração animal<br />
Os animais na pecuária, normalmente, são alimentados com ração<br />
além dos pastos naturais. Basicamente existem dois tipos de rações os concentrados<br />
e os volumosos. A composição dos concentrados é basicamente de<br />
sais minerais e vitaminas e em alguns casos possuem até antibióticos. Quanto<br />
aos volumosos, eles contêm em sua maioria proteínas, fibras e energia.<br />
O fornecimento de ração para os animais deve buscar atingir determinado<br />
objetivo como, por exemplo, engorda dos bois ou lactação das vacas no caso<br />
dos bovinos.<br />
As rações do tipo concentrado são na maioria das vezes produzidas<br />
e distribuídas por empresas especializadas. E as rações do tipo volumoso<br />
normalmente são produzidas nas próprias propriedades ou também podem<br />
ser compradas, pois também existem agroindústrias que as produzem.<br />
Figura 24: Rebanho bovino se alimentando de ração.<br />
Fonte: Disponível em: http://veiculonet.com.br/avicultura/wpcontent/uploads/2010/01/gado_<br />
comendo.jpeg acessado em 22 de junho de 2010.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 46
5.4. Sais minerais e sal comum<br />
Assim como o corpo dos homens, os animais também precisam do<br />
sal para manter seu organismo saudável. É comum que nas rações do tipo<br />
concentrado o sal já venha incluído em doses balanceadas e suficientes para<br />
os animais. Porém nos bovinos é preciso deixar a disposição dos animais o<br />
sal comum e o sal mineral e esses devem ser oferecidos separados da ração.<br />
Normalmente, coloca-se o sal em cochos para que os animais se alimentem<br />
de acordo com a necessidade de seu organismo.<br />
Figura 25: Exemplo de sal mineral para bovinos.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.alisul.com.br/upload/referenceAttribute/192x192_1204653340_<br />
suprasal_bovinos_thumb.jpg acessado em 22 de junho de 2010.<br />
5.5 Produtos veterinários em geral<br />
Os produtos veterinários são dos mais variados tipos, citaremos<br />
aqui alguns deles a título de exemplo, mas podemos afirmar que qualquer<br />
produto direcionado para animais é um produto veterinário. Como exemplo<br />
podemos citar: vacinas, antibióticos, probióticos, parasiticidas, estimulantes<br />
de apetite entre outros.<br />
Quanto às vacinas, elas são formas atenuadas de causadores de<br />
doenças que são aplicadas aos animais para que eles produzam anticorpos e<br />
criem resistência contra aquela doença. A aplicação de vacinas aos animais<br />
tem a mesma finalidade de aplicação nos seres humanos. Como exemplo de<br />
vacina animal podemos citar: a vacina contra aftosa para os bovinos, contra<br />
a peste africana para os suínos, parvovirose para os cães e diversas outras.<br />
Atenuada: fraca<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 47<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Figura 26: Bovino sendo vacinado contra a febre aftosa.<br />
Fonte: Disponível em: http://boiapasto.tempsite.ws/wp-content/uploads/vacinação.jpg acessado<br />
em 22 de junho de 2010.<br />
Os probióticos são produtos que possui por finalidade tornar o rebanho<br />
mais resistente a possíveis doenças, são uma forma de aumentar a imunidade<br />
dos animais e evitar gastos com outros medicamentos. Os probióticos<br />
mais comuns são aqueles à base de lactobacilos. Os antibióticos e demais<br />
medicamentos tem por objetivo combater doenças já instaladas nos animais.<br />
Figura 27: Exemplo de antibiótico para bovinos.<br />
Fonte: Disponível em: http://loja.mfrural.com.br/config/imagens_conteudo/produtos/<br />
imagensGRD/GRD_2066_GRD_2066_pangram.jpg acessado em 22 de junho de 2010.<br />
Parasiticidas, como o próprio nome já nos deixa claro, são medicamentos<br />
usados para combater parasitas como os carrapatos, piolhos, pulgas,<br />
moscas e também os chamados endoparasitas que são os vermes em geral.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 48
sementes-filhas portam 50% da carga genética de cada uma das variedades<br />
que lhes deram origem.<br />
c) As sementes-filhas das plantas originárias de sementes híbridas devem ser<br />
cultivadas, porque a maior parte delas traz as boas qualidades do híbrido.<br />
d) As sementes transgênicas não obtidas originalmente em laboratórios.<br />
2- São produtos veterinários em geral. Exceto:<br />
a) Vacinas.<br />
b) Antibióticos.<br />
c) Estimulantes de apetite.<br />
d) Fitohormônios.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 50
AULA 1<br />
Alfabetização Digital<br />
Aula 6 – Características do setor agroindustrial<br />
“antes da porteira” 4<br />
6.1 Relação entre os agropecuaristas e os produtores<br />
de insumos<br />
Os agentes econômicos que atuam no segmento “antes da porteira”<br />
do agronegócio são, de um lado, os produtores de insumos de forma<br />
ampla, todos os insumos que estudamos anteriormente, juntamente<br />
com seus revendedores e representantes e, de outro lado, os produtores<br />
rurais.<br />
Em geral, os produtores de insumos são grandes empresas ou<br />
grandes agroindústrias que dominam determinados setores da produção<br />
de insumos. Podemos citar como exemplo a Monsanto que é uma grande<br />
produtora de sementes sem muitos concorrentes na sua área de atuação.<br />
Não é exagero dizer que isso se repete na maior parte dos segmentos de<br />
insumos agropecuários. O que existe é uma relação típica de oligopólio e,<br />
às vezes, de monopólio. Apenas esclarecendo, um oligopólio é uma situação<br />
da economia que se configura quando existem poucos vendedores de<br />
um produto e muitos compradores, já o monopólio acontecesse quando<br />
existe apenas um vendedor e muitos compradores.<br />
Partindo do princípio de que os agropecuaristas estão na posição<br />
de sujeitos passivos na relação comercial com os produtores de insumos,<br />
devido principalmente ao fato de os produtores de insumos serem um<br />
grupo organizado e os agropecuaristas um grupo desorganizado. É possível<br />
afirmar que os produtores agropecuários pagam um alto preço<br />
pelos insumos e, podemos afirmar também, que esse alto preço é repassado<br />
ao consumidor final, pois o produtor precisa obter lucro em<br />
seu negócio.<br />
Oligopólio: é a situação<br />
de um mercado com<br />
um número reduzido de<br />
empresas que oferecem<br />
determinado produto<br />
Monopólio: é quando há<br />
somente um vendedor<br />
no mercado para um<br />
determinado produto<br />
6.2 Serviços agropecuários<br />
Os serviços agropecuários que estão a serviço do produtor no Brasil,<br />
no segmento antes da porteira, são basicamente:<br />
as pesquisas agropecuárias; fomento, extensão rural e assistência<br />
técnica; elaboração de projetos; análises laboratoriais;<br />
crédito e financiamentos; vigilância e defesa agropecuária;<br />
proteção e defesa ambiental; incentivos fiscais;<br />
comunicações; infra-estrutura; treinamento e mão-de-obra<br />
(ARAÚJO, 2009, p.42).<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
51<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
6.3 Pesquisas agropecuárias<br />
Caro estudante use<br />
a internet e acesse o<br />
site da Embrapa (www.<br />
embrapa.br) para ter<br />
mais informações sobre<br />
a empresa e sobre as<br />
pesquisas que está<br />
desenvolve. Fique<br />
atento para as pesquisas<br />
que podem ser usadas<br />
em sua região.<br />
O Brasil possui pesquisa na área agropecuária principalmente<br />
a realizada pelo Estado tanto na esfera federal quando na estadual. No<br />
âmbito federal, tem-se como carro chefe da pesquisa agropecuária a Empresa<br />
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), já nos Estados da<br />
Federação são as Secretarias de Agricultura e a Universidades que desenvolvem<br />
a pesquisa. A iniciativa privada brasileira ainda tem uma atuação<br />
tímida no quesito pesquisa, não estamos afirmando que as agroindústrias<br />
não realizam pesquisa. O fato é que tais empresas direcionam suas pesquisas<br />
apenas para sua área de atuação.<br />
Falando um pouco mais sobre a Embrapa, ela é uma empresa<br />
pública federal, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento<br />
(MAPA). A Embrapa tem suas atividades distribuídas em 39<br />
unidades de pesquisa espalhadas pelo país, mas sua sede está em Brasília,<br />
DF. Cada uma de suas unidades é especializada em determinada área da<br />
produção agroindustrial. Como, por exemplo, a unidade de Juiz de Fora,<br />
aqui em Minas Gerais, é voltada para a criação de gado leiteiro. Para ter<br />
mais informações sobre a Embrapa e suas pesquisas você pode acessar<br />
o site: www.embrapa.br e ter acesso a um grande conteúdo que está à<br />
disposição de qualquer pessoa.<br />
A Secretaria de Agricultura de cada Estado normalmente conta<br />
com uma instituição de pesquisa que está ligada à Embrapa ou tem participação<br />
nela. É comum a celebração de convênios entre as secretarias<br />
estaduais de agricultura e a Embrapa a fim de desenvolver pesquisas voltadas<br />
para determinada região do Estado.<br />
As universidades também são grandes centros de pesquisa agropecuária.<br />
Tanto as universidades públicas federais e estaduais, quanto<br />
as universidades particulares possuem centros de pesquisa agropecuária,<br />
principalmente as que possuem cursos de graduação em áreas afins como:<br />
zootecnia, agronomia, engenharia agrícola, engenharia florestal entre outros.<br />
O Estado de Minas Gerais é beneficiado no quesito universidades.<br />
Como por exemplo, a Universidade Federal de Minas Gerais, a Universidade<br />
Federal de Lavras, a Universidade Federal de Viçosa, a Universidade<br />
Estadual de Montes Claros entre outras, todas elas produzindo pesquisa<br />
na área do agronegócio.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 52
Figura 29: Centro de pesquisa.<br />
Fonte: Disponível em: http://static.blogstorage.hipi.com/photos/jornalportaldomaranhao.<br />
spaceblog.com.br/images/gd/1261958091/Aprovada-instalacao-de-Centro-de-PesquisanoMaranhao.jpg<br />
acessado em 22 de junho de 2010.<br />
6.4 Fomento, extensão rural e assistência técnica<br />
No Brasil, o setor público, notadamente o governo federal e os governos<br />
estaduais, estimulam a produção da atividade agropecuária em todos os níveis.<br />
Desde a orientação do que produzir, como produzir e para quem produzir.<br />
Esses planos são voltados basicamente para a agricultura familiar e o governo<br />
promove esse fomento através de estímulos inclusive econômicos. Muitos desses<br />
programas de incentivo podem ser vistos no site do Ministério da Agricultura,<br />
você pode acessá-lo através do endereço: www.agricultura.gov.br.<br />
Figura 30: Exemplo de propriedade onde ocorre a agricultura familiar.<br />
Fonte: Disponível em: http://paulorubem.com.br/wp-content/uploads/2009/04/agriculturafamiliar.bmp<br />
acessado em 23 de junho de 2010.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 53<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
6.5 Elaboração de projetos<br />
A elaboração do projeto agropecuário serve para definir os objetivos<br />
daquela determinada atividade, os meios que serão utilizados para se<br />
chegar a tal objetivo, como será feita a comercialização dos produtos, quem<br />
será o público alvo daquele empreendimento. A elaboração de um projeto<br />
agropecuário é um grande avanço quando se busca ter uma propriedade<br />
competitiva no agronegócio.<br />
Entretanto, por mais vantajosa que seja a elaboração de tais projetos,<br />
ainda é muito restrita. O brasileiro não tem o costume de realizar<br />
um estudo anterior à implantação do empreendimento e quando o faz, na<br />
maioria das vezes, é para conseguir financiamentos bancários. Porém, precisamos<br />
destacar, que essa cultura “aventureira” no quesito agronegócio, está<br />
mudando. Principalmente pelo alto nível da concorrência no setor. Segue<br />
um exemplo de projeto agropecuário e suas inúmeras facetas. É importante<br />
lembrar que cada uma delas é de grande importância. Um pequeno detalhe<br />
no agronegócio pode fazer toda a diferença entre um negócio altamente<br />
rentável e apenas mais um produtor agropecuário.<br />
Figura 31: Exemplo de projeto agropecuário.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/projeto_agro.jpg acessado<br />
em 23 de junho de 2010.<br />
6.6 Análises laboratoriais<br />
A análise laboratorial é uma tecnologia avançada que o produtor<br />
agropecuário tem de fazer uso para conseguir um maior rendimento de sua<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 54
produção. Hoje, é preciso que o agropecuarista utilize as novas tecnologias<br />
que estão ao seu alcance. Não seria viável fazer todo um projeto de exploração<br />
agropecuária em determinada região se o solo da propriedade não é o<br />
correto para plantar determina cultura. Podemos afirmar com certeza, que<br />
a aplicação de análises laboratoriais está intimamente ligada à execução de<br />
projetos agropecuários.<br />
É possível realizar a análise da água e do solo, dos adubos e fertilizantes<br />
e também análises clínicas dos animais, quando se trata da produção<br />
pecuária. A análise dos solos, como dito acima, é necessária para determinar<br />
se tal solo é propício para determinada cultura, e também para determinar<br />
quais os tipos de corretivos usar naquele solo par torná-lo mais fértil.<br />
Também é possível a análise das folhas dos vegetais, os resultados obtidos<br />
mostram quais os tipos de nutrientes aquela planta está precisando, assim o<br />
agricultor poderá fazer a adubação de sua plantação de forma correta.<br />
A análise dos fertilizantes e dos adubos tem por finalidade determinar<br />
a qualidade desses insumos e precisar a quantidade que o produtor<br />
precisará utilizar para realizar a adubação de forma eficaz. Quanto à análise<br />
clínica dos animais, ela pode ser feita de maneira preventiva, a fim de evitar<br />
doenças ou indicar quais animais estão doentes. Diante dos resultados dos<br />
exames clínicos, o pecuarista saberá quais produtos veterinários aplicar em<br />
seu rebanho.<br />
Figura 32: Pessoa realizando a análise do solo.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.itise.pt/images/analise%20metais/932-2.jpg acessado em 23 de<br />
junho de 2010.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 55<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- Como é a relação entre os produtores de insumos e os agropecuaristas.<br />
2- Sobre o desenvolvimento e necessidade das pesquisas agropecuárias.<br />
3- Fomento da atividade agropecuária.<br />
4- Sobre a elaboração de projetos agropecuários e sua necessidade.<br />
5- A necessidade das análises laboratoriais.<br />
Referências<br />
NEVES, Marcos Fava; ZYLBERSZTAJN, Decio e NEVES, Evaristo Marzabal.<br />
<strong>Agronegócio</strong> do Brasil. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.<br />
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2009.<br />
Atividades de aprendizagem<br />
1- A partir da análise laboratorial dos solos é possível definir:<br />
A) A máquina ideal para realizar a terraplanagem da área.<br />
B) A quantidade de água presente no lençol freático.<br />
C) Os tipos corretivos agrícolas que aquele solo precisa pra se tornar mais<br />
fértil e durável.<br />
D) A quantidade de trabalhadores necessários para realizar o plantio.<br />
2- Em relação os projetos agropecuários podemos dizer, exceto:<br />
A) A elaboração do projeto agropecuário serve para definir os objetivos daquela<br />
determinada atividade.<br />
B) O projeto ajudar a definir os meios que serão utilizados para alcançar os<br />
objetivos.<br />
C) O projeto define qual será o público alvo do empreendimento.<br />
D) A realização de projetos agropecuários está em queda devido a sua comprovada<br />
ineficiência.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 56
AULA 1<br />
Aula Alfabetização 7 – Características Digital do setor agroindustrial<br />
“antes da porteira” 5<br />
7.1 Crédito e financiamento<br />
O Financiamento é uma forma de empréstimo financeiro que os<br />
produtores agropecuários costumam utilizar para realizar investimos de<br />
infraestrutura na sua propriedade, cobrir os custos do início da atividade<br />
agropecuária, pagar dividas antigas, ou seja, para sanar suas necessidades<br />
financeiras.<br />
É comum que os financiamentos ou empréstimos para os produtores<br />
agropecuários sejam realizados por bancos estatais e entre essas<br />
instituições financeiras podemos citar o Banco do Nordeste, o Banco<br />
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do<br />
Brasil (BB), existem outros bancos estatais no país, mas os principais são<br />
estes. Dependendo da necessidade do produtor haverá uma linha de crédito<br />
na qual ela se encaixa. Entretanto, antes de realizar um empréstimo<br />
o produtor precisa traçar um plano de ação para conseguir pagar a dívida<br />
com o banco, é comum as instituições financeiras exigirem um projeto<br />
em agropecuária que preveja como será aplicado o dinheiro emprestado<br />
e a provável lucratividade que tal investimento terá. Isso é uma forma do<br />
banco assegurar que receberá de volta a quantia financeira emprestada.<br />
A iniciativa privada também faz financiamentos aos produtores,<br />
porém seus financiamentos não são iguais aos dos bancos estatais.<br />
As grandes agroindústrias precisam comprar a produção dos produtores<br />
agropecuários. Não seria interessante para a agroindústria que o seu fornecedor<br />
falisse. Assim a agroindústria fornece o empréstimo ao produtor<br />
e em troca ele se obriga a vender sua produção para ela. Esse tipo de empréstimo<br />
é muitas vezes uma boa alternativa para o produtor, na medida<br />
em que ele terá a certeza da venda de sua produção.<br />
Quanto às operações de crédito na agropecuária, as mais comuns<br />
são as realizadas pelos produtores de insumos, de um lado, e os produtores<br />
agropecuários, do outro. À medida que as agroindústrias produtoras<br />
de insumos vendem para os agropecuaristas o que estes necessitam,<br />
e receberão pelos insumos vendidos posteriormente. Apenas quando os<br />
agropecuaristas venderem sua produção, eles poderão pagar os produtores<br />
de insumos.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
57<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Figura 33: Emblema do Banco do Nordeste.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.projesa.com.br/imgc/bnb.gif acessado em 23 de junho de 2010.<br />
Figura 34: Emblema do BNDES.<br />
Fonte: Disponível em: http://zuretaconcursos.files.wordpress.com/ acessado em 23 de junho de 2010<br />
7.2 Defesa agropecuária<br />
A defesa agropecuária está ligada à defesa sanitária das plantações<br />
e das criações, com o objetivo de evitar a disseminação de epidemias, tanto<br />
nas lavouras quanto nos rebanhos. Esse controle é feito normalmente por<br />
instituições publicas federais, estaduais e municipais.<br />
7.3 Proteção ambiental<br />
O crescimento da produção agropecuária implica, logicamente, no<br />
aumento das áreas de cultivo, seja na agricultura, seja na pecuária. Entretanto,<br />
esse crescimento não pode gerar a destruição do meio ambiente. É<br />
preciso explorar a atividade agropecuária e estar sempre atento às questões<br />
ambientais. Uma forma de realizar o crescimento da produção agropecuária<br />
e agroindustrial e preservar o meio ambiente é por meio do desenvolvimento<br />
sustentável, que ocorre a maximização dos resultados das propriedades<br />
rurais e a conservação do meio ambiente. Alcança-se o desenvolvimento<br />
sustentável principalmente através da utilização de tecnologia na produção<br />
agropecuária.<br />
Também precisamos deixar claro, que existe a legislação ambiental<br />
e que o produtor precisa segui-la. Para fazer um desmatamento, por exem-<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 58
plo, o produtor precisa da autorização do órgão competente. Esse controle é<br />
feito basicamente por órgãos federais como o Instituto Brasileiro de Recursos<br />
Naturais Renováveis (IBAMA) e, em Minas Gerais, nós temos o Instituto<br />
Estadual de Florestas (IEF) o qual é responsável pela fiscalização no âmbito<br />
estadual.<br />
O portal do IEF na<br />
Internet possui muitas<br />
informações a respeito<br />
da legislação ambiental<br />
e sobre proteção ao<br />
meio ambiente, seria<br />
bom que você aluno<br />
acessasse o site para<br />
obter mais informações:<br />
www.ief.mg.gov.br.<br />
Figura 35: Emblema do IBAMA.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.lotusambiental.org.br/logo%20IBAMA.jpg acessado em 23 de<br />
junho de 2010.<br />
Figura 36: Emblema do IEF.<br />
Fonte: Disponível em: http://seeklogo.com/images/I/ief_-_instituto_estadual_de_floresta-logo-<br />
4E508D302D-seeklogo.com.gif acessado em 23 de junho de 2010.<br />
7.4 Incentivos governamentais<br />
No Brasil, não existe uma política forte de incentivo à produção agropecuária.<br />
Os famosos subsídios que o governo dos Estados Unidos e a União Européia<br />
fornecem aos seus produtores não existem aqui. Vamos deixar claro que<br />
os subsídios são incentivos financeiros que o Estado oferece para os produtores,<br />
ajudando-os a cobrir os gastos da produção. No Brasil, esses incentivos não são<br />
o normal e pode-se dizer que são praticamente inexistentes.<br />
7.5 Comunicação<br />
A comunicação é fundamental para o sucesso de um empreendimento.<br />
Sem comunicação adequada e moderna o produtor está fadado ao<br />
fracasso. Todos os modos de comunicação presentes na cidade são necessá-<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 59<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
ios nas propriedades rurais. Telefone, fax, celular, internet entre outros são<br />
uma realidade na produção agropecuária.<br />
Figura 37: Interação da comunicação.<br />
Fonte: Disponível em: http://galodapan.files.wordpress.com/2009/03/comunicacao.jpg acessado<br />
em 23 de junho de 2010.<br />
Através de uma comunicação eficiente o produtor consegue identificar<br />
corretamente a demanda por seus produtos, pode fazer uma divulgação<br />
mais eficiente daquilo que ele oferece. Ou seja, através da comunicação eficiente<br />
e adequada o produtor estará totalmente ligado aos acontecimentos<br />
que interferem em sua atividade sem precisar estar presente na cidade.<br />
Agregado: somado<br />
7.6 Infraestrutura<br />
A infraestrutura interna e externa é de fundamental importância<br />
no agronegócio. A infraestrutura interna diz respeito às instalações da propriedade<br />
rural: os currais, a sede da fazenda, os armazéns e todas as demais<br />
construções que dão suporte a produção.<br />
A infraestrutura externa também tem importância fundamental no<br />
agronegócio. Principalmente nas vias de acesso da produção, as estradas que<br />
chegam e saem das propriedades rurais é um fator que será usado na estipulação<br />
de preço do produto. Se as vias de acesso à propriedade rural são<br />
de péssima qualidade o produtor terá um alto custo para trazer os insumos<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 60
necessários até o local de produção. Da mesma forma que, se para tirar os<br />
produtos da propriedade é preciso boas estradas, caso elas não existem o<br />
produtor terá um elevado custo.<br />
É lógico chegarmos à conclusão de que os valores que foram necessários<br />
para trazer os insumos para a propriedade e os necessários para<br />
levá-los até o mercado consumidor serão agregados ao valor final do produto.<br />
Esse fato prejudica não somente os consumidores finais, que terão que pagar<br />
mais caro pelos produtos, como prejudica também os próprios produtores<br />
agropecuários, principalmente aqueles que têm suas atividades voltadas<br />
para a exportação. Se a infraestrutura é falha e onerosa, o produto tem seu<br />
preço elevado e demora mais tempo para chegar aos portos e de lá serem<br />
enviados para o exterior. Quando o produto brasileiro chega ao mercado internacional,<br />
ele terá um custo elevado e vai perder competitividade, porque<br />
além da carga tributária que incidirá sobre ele, também terá anexado ao seu<br />
valor os gastos que foram precisos com o seu transporte.<br />
Não seria exagero dizer, que as estradas e portos brasileiros são,<br />
em sua maioria absoluta, de péssima qualidade. Não há diversificação de<br />
meios de transporte, como, por exemplo, ferrovias. A enorme malha fluvial<br />
brasileira é muito pouco utilizada e a cada dia as estradas estão mais congestionadas<br />
e esburacadas. Como nós transportamos tudo em cima dos caminhões,<br />
é natural que a qualidade das estradas seja baixa. E um dos motivos<br />
é o uso acima da capacidade, e o outro, é o claro descaso do poder público<br />
com a situação rodoviária brasileira.<br />
Figura 38: Estrada esburacada, uma realidade no Brasil.<br />
Fonte: Disponível em: http://joseagripino.files.wordpress.com/2009/10/estrada-esburacada.jpg<br />
acessado em 23 de junho de 2010<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 61<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Figura 39: O porto de Santos é o maior do Brasil.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.transportes.gov.br/bit/portos/santos/posant08.jpg acessado<br />
em 23 de junho de 2010.<br />
7.7 Mão-de-obra<br />
A aquisição de mão-de-obra especializada é uma dificuldade que<br />
os produtores rurais encontram no Brasil. Normalmente o nível de instrução<br />
das pessoas que trabalham no campo é muito baixo. Criou-se no Brasil uma<br />
mentalidade de que as pessoas que trabalham no campo não precisam de<br />
instrução, pois se trata de um trabalho braçal. Essa é uma visão retrograda<br />
que não está de acordo com a realidade.<br />
Hoje, o trabalho na produção agropecuária é altamente especializado.<br />
E essa carência de mão-de-obra acarreta muitas consequências para<br />
o produtor, podemos destacar os gastos que muitas vezes o próprio agropecuarista<br />
tem para treinar a mão-de-obra da qual ele necessita. Outra consequência<br />
é o elevado valor que a mão-de-obra devidamente especializada e<br />
experiente cobra do produtor, como existem poucos profissionais habilitados<br />
a fornecer o serviço e muitos produtores que necessitam dele é natural que<br />
o preço seja elevado.<br />
O mercado agropecuário está sempre demandando mais e mais<br />
mão-de-obra especializada. Muitas universidades no país oferecem cursos<br />
de graduação voltados para atender esse mercado, como também existem<br />
diversos cursos técnicos e profissionalizantes como o E-TEC, por exemplo.<br />
Outras instituições do governo como o Serviço Nacional de Aprendizagem<br />
Rural (SENAR) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas<br />
(Sebrae) capacitam mão-de-obra para trabalhar no agronegócio.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 62
Precisamos deixar claro que a demanda de mão-de-obra no agronegócio<br />
e na agroindústria é em todas as áreas, desde as atividades ligadas<br />
a produção, como por exemplo, os motoristas de colheitadeiras, até responsáveis<br />
pela própria gestão do agronegócio, no caso os administradores das<br />
propriedades.<br />
Figura 40: Sala de aula de curso de administração.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.fumec.br/fumec/tourvirtual/fcs/fcs12.jpg acessado em 23 de<br />
junho de 2010.<br />
Figura 41: Treinamento de mão-de-obra em agroindústria<br />
Fonte: Disponível em: http://www.opresenterural.com.br/files/1222359286frigorifico_aves_<br />
copagril1-02.jpg acessado em 23 de junho de 2010.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 63<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- Sobre crédito e financiamento ligado ao agronegócio.<br />
2- Que é preciso produzir e preservar o meio ambiente ao mesmo tempo.<br />
3- Que a comunicação é de grande importância na agropecuária.<br />
4- Sobre a necessidade de uma infraestrutura apropriada para que os<br />
produtos agropecuários possam ganhar em competitividade.<br />
5- A importância da mão-de-obra especializada para trabalhar no agronegócio.<br />
Referências<br />
NEVES, Marcos Fava; ZYLBERSZTAJN, Decio e NEVES, Evaristo Marzabal.<br />
<strong>Agronegócio</strong> do Brasil. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.<br />
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2009.<br />
Atividades de Aprendizagem<br />
1) A respeito da mão de obra no agronegócio podemos afirmar:<br />
a) A especialização da mão-de-obra ainda não chegou às propriedades rurais.<br />
b) As propriedades rurais, hoje, precisam de mão-de-obra altamente especializada.<br />
c) Existe um grande número de profissionais altamente treinados e prontos<br />
para trabalhar nas propriedades rurais.<br />
d) A figura do gestor nas propriedades rurais é completamente dispensável.<br />
2) Sobre a infraestrutura e a sua interferência no agronegócio podemos afirmar:<br />
a) É irrelevante a infraestrutura na produção agropecuária.<br />
b) Apenas a infraestrutura interna é importante para o setor agropecuário.<br />
Entendemos interna como sendo a infraestrutura dentro da propriedade produtiva.<br />
c) Apenas a infraestrutura externa é importante para o agronegócio. Pois<br />
apenas ela será levada em conta na formação dos preços dos produtos.<br />
d) A infraestrutura é de fundamental importância para o agronegócio. Tanto<br />
a infraestrutura interna quanto a externa são levadas em conta na formação<br />
dos preços dos produtos agropecuários.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 64
AULA 1<br />
Aula Alfabetização 8 – Características Digital do setor agroindustrial<br />
“dentro da porteira”<br />
8.1 Segmento do setor agroindustrial “dentro<br />
da porteira”<br />
O segmento agroindustrial “dentro da porteira” é justamente a produção<br />
das propriedades rurais, a produção agropecuária propriamente dita.<br />
O que envolve desde o preparo para iniciar a produção até a obtenção do<br />
produto agropecuário para ser comercializado. Nesse momento, é preciso<br />
fazer uma distinção na matéria, pois precisamos discutir as relações que<br />
ocorrem dentro da agricultura e da pecuária.<br />
Agricultura e pecuária são ramos do agronegócio, fazemos uma divisão<br />
apenas para fins didáticos, visando facilitar o aprendizado. Precisamos<br />
destacar que existem pontos em comum na produção agrícola e na criação<br />
de animais, porém trataremos aqui de forma separada as duas atividades.<br />
Começaremos pela agricultura e logo em seguida trataremos da pecuária.<br />
8.2 Produção agrícola<br />
Figura 42: Trator utilizado em plantação<br />
Fonte: Disponível em: http://joaoarruda.com.br/ja/wpcontent/uploads/2009/10/agricultura.jpg<br />
acessado em 23 de junho de 2010.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
65<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Produção agrícola é todo o conjunto de atividades que se desenvolvem<br />
na zona rural, as quais são necessárias ao preparo dos solos, o acompanhamento<br />
do desenvolvimento da lavoura, a colheita, a armazenagem interna<br />
dos produtos colhidos e a gestão das propriedades produtivas. Tudo isso<br />
objetivando o máximo de produtos com o menor custo possível.<br />
A gestão da propriedade produtiva vem a cada dia ganhando mais e<br />
mais importância. Se há algum tempo atrás os produtores agrícolas davam valor<br />
apenas ao ato da produção e deixavam de lado a administração e gestão da propriedade,<br />
hoje o quadro é totalmente diferente. A boa gestão é de fundamental<br />
importância para o sucesso de qualquer empreendimento agropecuário. Uma<br />
prova disso é o crescente número de cursos de graduação, técnicos e profissionalizantes<br />
em agronegócio, como o que você aluno faz nesse momento.<br />
É importante para nós termos alguns conceitos utilizados na produção<br />
agrícola de forma clara. Devido a esse fato começamos agora a estudar esses<br />
conceitos.<br />
8.2.1 Ciclos vegetativos<br />
Cada tipo de vegetal precisa de um tempo para realizar sua atividade<br />
biológica, para que as plantas possam produzir seus frutos de maneira<br />
completa, no sentido serem consumidos e de serem capazes de gerar outros<br />
vegetais. Isso é ciclo vegetativo de uma planta, o período que vai de sua<br />
germinação até a colheita.<br />
8.2.2 Vegetais anuais, perenes e semiperenes<br />
A classificação das plantas em anuais, perenes e semiperenes está<br />
ligada diretamente ao ciclo vegetativo de cada espécie. Denominamos de<br />
anuais as espécies que possuem um ciclo vegetativo de até 12 meses ou 1<br />
ano. Nesse período, o vegetal cresce, frutifica e morre. A consequência disso<br />
é que após esse período o produtor terá que iniciar todo o trabalho da lavoura,<br />
desde o preparo do solo, passando pelo plantio e pelos cuidados com a<br />
plantação até culminar na colheita de novo e assim sucessivamente.<br />
Figura 43: Lavoura de soja, uma das plantas anuais mais cultivadas no Brasil.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.atribunamt.com.br/wp-content/uploads/2009/05/lavoura-desoja-inox-22-05-09.jpg<br />
acessado em 23 de junho de 2010.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 66
Os vegetais perenes são aqueles que têm ciclos vegetativos prolongados<br />
no tempo. Depois de nascerem, eles frutificam e se reproduzem<br />
diversas vezes, por muitos anos, até que seu ciclo vegetativo chegue ao fim.<br />
Figura 44: Plantação de coco, uma planta perene muito comum no Brasil<br />
Fonte: Disponível em: http://www.rallyberohoka.com.br/arquivos/imagens/editor/Image/<br />
fazenda_tres_barras_turismo_rural_torixoreu.JPG acessado em 23 de junho de 2010.<br />
Os vegetais semiperenes são aqueles cujo ciclo vegetativo não se completa<br />
em cerca de um ano, mas também não são tão longos quanto os das<br />
culturas perenes. A planta floresce e se reproduz algumas vezes antes que seu<br />
ciclo vegetativo esteja completo. O comum é que esse ciclo dure de 2 a 3 anos.<br />
Figura 45: Plantação de feijão, um vegetal perene muito comum<br />
Fonte: Disponível em: http://www.iac.sp.gov.br/AI/noticias/fotos/Feij%C3%A3o%20IAC-carioca%A3.<br />
jpg acessado em 23 de junho de 2010.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 67<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
8.2.3 Preparo do solo<br />
Propício: adequado<br />
O preparo do solo nada mais é do que o processo que deixa o solo<br />
propício ao plantio, esse processo se dá de modo geral com o uso de corretivos<br />
e de adubos no solo. Existe um termo técnico que é utilizado quando<br />
determinada área antes improdutiva passa a ser utilizada na produção agrícola,<br />
quando isso ocorre fala-se que houve a incorporação de uma nova área<br />
ao processo produtivo.<br />
Figura 46: Solo sendo preparado para o plantio<br />
Fonte: Disponível em: http://www.tobiasbarreto.se.gov.br/webcontrol/componentes/upload/<br />
trator_02.JPG acessado em 23 de junho de 2010.<br />
Caro aluno lembre-se<br />
que já falamos sobre as<br />
análises laboratoriais e<br />
suas consequências<br />
Quando vai se preparar um solo que já estava sendo usado para a<br />
agricultura, o processo é mais fácil e comum. É preciso um pouco mais de<br />
cuidado quando o solo for usado pela primeira vez para agricultura. Normalmente<br />
ocorre o processo de desmatamento e posterior limpeza dos resíduos<br />
deixados após o desmatamento, como raízes e tocos de árvores. Na agricultura<br />
moderna, após essa limpeza do solo ocorreria a análise laboratorial do<br />
solo, após o resultado dessa análise o produtor saberá quais são as deficiências<br />
do solo e poderá usar os corretivos e os adubos adequados para deixar<br />
o solo pronto para receber as sementes ou mudas. Outro processo adotado,<br />
quando necessário, é o levantamento topográfico do local, a fim de realizar<br />
alguma correção no terreno, para deixá-lo mais plano, por exemplo, isso tem<br />
por objetivo diminuir a erosão.<br />
Depois de realizado o desmatamento e a limpeza, assim como todos<br />
os estudos e as análises do solo ocorre a parte prática que podemos citar:<br />
a aração e utilização dos corretivos e adubos, a gradagem e a aplicação de<br />
inseticidas e herbicidas, quando necessário, e, por fim, o plantio.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 68
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- Quais são as atividades que se desenvolvem no setor agroindustrial<br />
“dentro da porteira”.<br />
2- O que é produção agrícola.<br />
3- Sobre ciclos vegetativos dos vegetais.<br />
4- O que são vegetais anuais, perenes e semiperenes.<br />
5- Sobre preparo dos solos.<br />
Referências<br />
NEVES, Marcos Fava; ZYLBERSZTAJN, Decio e NEVES, Evaristo Marzabal.<br />
<strong>Agronegócio</strong> do Brasil. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.<br />
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. 2 ed. São Paulo: Atlas,<br />
2009.<br />
Atividades de aprendizagem<br />
1) Sobre o segmento do setor agroindustrial “dentro da porteira” podemos<br />
afirmar:<br />
a) Nele se encontram as atividades ligadas a distribuição dos produtos agropecuários<br />
para o consumidor final.<br />
b) A negociações entre em os produtores rurais e os produtores de insumos<br />
acontecem nesse setor.<br />
c) O setor “dentro da porteira” é o primeiro passo na produção agroindustrial.<br />
d) O segmento agroindustrial “dentro da porteira” é justamente a produção<br />
das propriedades rurais, a produção dos produtos agropecuários propriamente<br />
dita.<br />
2) São características do setor “dentro da porteira”, exceto:<br />
a) Acompanhamento do desenvolvimento da lavoura.<br />
b) A compra dos insumos necessários para desenvolver a lavoura.<br />
c) A colheita.<br />
d) A armazenagem interna dos produtos colhidos.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 69<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
AULA 1<br />
Aula Alfabetização 9 – Características Digital do setor agroindustrial<br />
“dentro da porteira” 2<br />
Continuamos com o estudo das características da produção agrícola.<br />
9.1 Viveiros e mudas<br />
Nem todas as espécies de vegetais são colocadas para germinar direitamente<br />
na plantação. O início do ciclo vegetativo dessas espécies ocorre<br />
em locais específicos chamados viveiros. As sementes são colocadas para<br />
germinar nos viveiros por dois motivos mais gerais, o primeiro é técnico, pois<br />
as sementes não iriam germinar se fossem lançadas diretamente no solo que<br />
está separado para a lavoura. O segundo é econômico, porém derivado do<br />
primeiro, se as plantas não germinarem, não haverá colheita e não havendo<br />
colheita o produtor não teria lucro com a atividade agrícola.<br />
Figura 47: Exemplo de viveiro agrícola.<br />
Fonte: Disponível em: http://iguape.files.wordpress.com/2009/08/viveiro-de-mudas-de-pupunha.<br />
jpg acessado em 23 de junho de 2010.<br />
Depois que germinam e ficam um pouco mais fortes, as sementes<br />
germinadas e crescidas, agora denominadas mudas são transferidas para o<br />
local onde ficarão definitivamente, no caso o solo que foi preparado para<br />
receber a lavoura.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
71<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
9.2 Plantio<br />
O plantio é o ato pelo qual o produtor incorpora ao solo as sementes<br />
da cultura que deseja para que elas germinem e cresçam ou ele faz<br />
a plantação com mudas, as quais estavam se desenvolvendo nos viveiros.<br />
Como exemplos de vegetais que têm suas sementes lançadas ao solo temos<br />
o milho, o feijão, a soja e o arroz. Já o tomate, o coco, o café a manga são<br />
exemplos de vegetais plantados por meio de mudas.<br />
9.3 Cuidados com a plantação<br />
Cuidados com a plantação são as ações tomadas pelo produtor para<br />
que a sua lavoura cresça saudável e forte. São ações como manter a lavoura<br />
limpa, realizar a irrigação na quantidade certa, combater as pragas e doenças<br />
que por acaso ataquem a plantação e realizar a adubação corretamente.<br />
Manter a lavoura limpa significa retirar dela possíveis ervas daninhas<br />
que crescem entre a cultura desejada. Essas ervas daninhas irão concorrer<br />
com a cultura desejada pelo espaço e pelos nutrientes do solo. A<br />
retirada das ervas daninhas ocorre por meio da aplicação de herbicidas ou<br />
por meios físicos como a retirada com enxadas e tratores. Também consiste<br />
em deixar a lavoura limpa com a retirada de possíveis materiais deixados lá<br />
pelos humanos, como garrafas de plástico, por exemplo.<br />
Figura 48: Trabalhador limpando a lavoura através da enxada.<br />
Fonte: Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/_55anICIekBQ/SuHGykJ3dhI/ /s320/o+agricultor.<br />
jpg acessado em 23 de junho de 2010.<br />
A irrigação é de fundamental importância para a plantação, não<br />
seria errado dizer que o principal cuidado com a lavoura é a irrigação. Precisamos<br />
deixar claro que a irrigação não é o simples ato de molhar a lavoura.<br />
Irrigar é fornecer ao vegetal a quantidade de água necessária pra que ele se<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 72
desenvolva, mas não se trata apenas de quantidade, tanto a falta de água<br />
como o seu excesso fazem mal para a plantação. Também existem métodos<br />
de irrigação, como o de gotejamento, por exemplo. Mas nós não iremos<br />
entrar nos modelos de irrigação, esse não é nosso objetivo, basta saber que a<br />
irrigação é um cuidado que se deve ter com a lavoura.<br />
Caro aluno, você deverá<br />
realizar uma pesquisa<br />
na internet ou em<br />
livros sobre os tipos de<br />
irrigação existente. E<br />
destacar um que pode<br />
ser utilizado em sua<br />
região.<br />
Figura 49: Plantação sendo irrigada.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.amparo.sp.gov.br/noticias/agencia/2008/04_abril/<br />
imagens/180408_irrigacao.jpg acessado em 24 de junho de 2010.<br />
O combate às pragas e às doenças ocorre, normalmente, através da<br />
utilização de agrotóxicos. Sempre que a ocorrência de determinada praga ou<br />
doença colocar a lavoura em risco o produtor deve fazer uso de inseticidas,<br />
fungicidas ou do produto necessário para que a lavoura volte a ficar saudável.<br />
Figura 50: Trabalhador realizando a aplicação de inseticidas na plantação.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.brasilescola.com/upload/e/poluicao%20quimica8.jpg acessado<br />
em 24 de junho de 2010.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 73<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
A adubação como já foi tratado anteriormente consiste na adição<br />
de nutrientes e minerais ao solo para que as plantas possam produzir mais<br />
e melhor. Existem muitos tipos de adubos assim como existem muitas técnicas<br />
de adubação. Cabe ao produtor contratar um profissional devidamente<br />
habilitado para que ele faça a análise do solo e indique qual tipo de adubo<br />
deve ser usado.<br />
Otimizar: melhorar<br />
Figura 51: Produtor aplicando adubo na lavoura.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.b2babimaq.com.br/imgsist/anuncios/11111121861.jpg acessado<br />
em 24 de junho de 2010.<br />
9.4 Colheita<br />
A colheita é o último estágio da produção agrícola. Todos os passos<br />
anteriores são dados para se chegar a uma colheita em grande quantidade e<br />
em grande qualidade. Precisamos compreender que cada tipo de cultura exige<br />
um tipo de colheita diferente. Dependendo do produto a ser colhido, será<br />
necessária a utilização de máquinas, como também, dependendo da cultura,<br />
a colheita exigirá que os produtos sejam colhidos manualmente.<br />
Vamos citar alguns exemplos para que a compreensão seja mais<br />
clara. Quando se trata de lavouras de grãos como a soja e o milho é preciso<br />
que a colheita ocorra quando os grãos estão secos. A soja, particularmente,<br />
é uma cultura voltada para a exportação em sua grande maioria. Ela, normalmente,<br />
é plantada em grandes áreas por produtores com mais disponibilidade<br />
de recursos. O ideal é que sua colheita seja realizada por máquinas,<br />
no caso grandes colheitadeiras, para que a produção seja colhida de forma<br />
rápida e eficiente.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 74
Figura 52: Exemplo de lavoura de soja sendo colhida.<br />
Fonte: Disponível em: http://rmtonline.globo.com/banco_imagens_novo/noticias/%7BA63120EC-<br />
4496-4DD0-9D2C-56E03FA97DDD%7D_soja_colheitadeira.jpg acessado em 24 de junho de 2010.<br />
Em relação às frutas e também a algumas hortaliças elas, geralmente<br />
são culturas mais frágeis e exigem mais cuidado durante o processo de<br />
colheita. Qualquer choque mecânico é capaz de estragar permanentemente<br />
uma fruta e cada unidade perdida é um rendimento a menos para o produtor.<br />
Como exemplos de frutas que exigem grande cuidado, podemos citar as<br />
lavouras de pêssego, maçã e uva, no tocante às hortaliças temos o tomate<br />
e o pimentão.<br />
Figura 53: Produtor colhendo uvas.<br />
Fonte: Disponível em: http://vinhosempauta.files.wordpress.com/2010/01/uva.jpg acessado em 24<br />
de junho de 2010.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 75<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
9.5 Pós-colheita<br />
Os atos pós-colheita envolvem o transporte dentro da propriedade<br />
dos produtos, o processo de armazenagem, a classificação e embalagem dos<br />
produtos colhidos. Nesse momento é que alguns produtores aumentam o valor<br />
de seus produtos ou simplesmente evitam que eles se deteriorem. Como<br />
já destacamos antes, os produtos agrícolas têm prazos de validade curtos,<br />
assim o agricultor precisa agir rapidamente para armazenar e transportar<br />
seus produtos de forma eficiente.<br />
O transporte deve ser cuidadoso para que choques mecânicos não<br />
estraguem os produtos diminuindo assim seu valor de mercado. A armazenagem<br />
e a embalagem corretas devem ser observadas para que o produto dure<br />
mais e até mesmo agregue valor, como no caso de pequenos produtores de<br />
hortaliças, basicamente, alface, que após a colheita dos pés os limpam e os<br />
colocam em sacos plásticos usados especificamente para este fim. Com um<br />
ato simples eles estendem o prazo de validade de seus produtos e aumentam<br />
o valor deles no mercado.<br />
É importante ressaltar que cada tipo de produto agrícola tem o<br />
seu modo correto de ser transportado, armazenado e embalado. Cabe ao<br />
produtor, identificar qual é o melhor tipo de transporte para o seu produto.<br />
Assim como, qual seria o tipo de armazém e de embalagem adequados para<br />
melhor conservar o produto.<br />
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- O que são viveiros e mudas, assim como sua utilidade e necessidade.<br />
2- Sobre o plantio das culturas.<br />
3- Sobre os cuidados com a plantação e alguns exemplos de cuidados.<br />
4- Sobre a colheita e suas formas.<br />
5- O que é pós-colheita e suas divisões.<br />
Referências<br />
CALLADO, Antônio André Cunha. <strong>Agronegócio</strong>. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008.<br />
Atividades de aprendizagem<br />
1) A respeito dos viveiros, mudas e do plantio podemos afirmar que é correta<br />
a opção:<br />
a) Todas as espécies de vegetais são colocadas para germinar diretamente<br />
na plantação. Não se usa mais viveiros.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 76
) As plantas que são colocadas nos viveiros, são aquelas que não sobreviveriam<br />
se fossem lançadas diretamente no solo.<br />
c) O plantio é realizado apenas com mudas.<br />
d) O plantio é a primeira ação do produtor agrícola. Não existe nenhuma<br />
etapa anterior no processo agrícola.<br />
2) Sobre a colheita e a pós-colheita podemos afirmar, exceto.<br />
a) A colheita é o último estágio da produção agrícola.<br />
b) Em relação às frutas e também a algumas hortaliças elas, geralmente<br />
são culturas mais frágeis e exigem mais cuidado durante o processo de colheita.<br />
c) A pós-colheita não exige nenhum cuidado especial do produtor com os<br />
bens produzidos.<br />
d) Os atos pós-colheita envolvem o transporte dentro da propriedade dos<br />
produtos, o processo de armazenagem, a classificação e embalagem dos produtos<br />
colhidos.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 77<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
AULA 1<br />
Aula Alfabetização 10 – Características Digital do setor<br />
agroindustrial “dentro da porteira” 3<br />
10.1 Produção pecuária<br />
Figura 54: Rebanho de bovinos.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.correiodonoroeste.com.br/wp-content/uploads/2009/03/boi.<br />
jpg acessado em 24 de junho de 2010.<br />
A pecuária é a criação de animais domesticados pelo homem. O<br />
mais comum é a criação de bovinos, mas lembramos que pecuária refere-se<br />
à criação de qualquer animal domesticado pelo ser humano como porcos,<br />
ovelhas, peixes e aves, por exemplo.<br />
Também estão incluídas na pecuária todas as etapas do processo<br />
produtivo, no tocante a criação de animais como a construção das instalações,<br />
como os currais, a produção ou a compra da alimentação, seja<br />
através da compra de ração, seja da produção de pasto, os cuidados em<br />
geral com o rebanho e, por fim, a venda dos animais ou de produtos deles<br />
derivados.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
79<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
10.1.1 Sistemas de criação<br />
O sistema de criação é o modo como se desenvolve a criação do<br />
rebanho. Existem, basicamente, 3 modelos de sistemas de criação. São eles:<br />
o intensivo, o extensivo e o semiextensivo ou semi-intensivo.<br />
Quanto aos sistemas intensivos, ele é caracterizado pela utilização<br />
de tecnologias de ponta em todas as etapas do processo de criação, existe<br />
uma maior dedicação dos trabalhadores, assim como uma maior assistência<br />
aos animais e um espaço de criação reduzido.<br />
A implantação de um sistema intensivo de criação exige certos requisitos<br />
como: elevada disponibilidade financeira do pecuarista, boa capacidade<br />
administrativa, a espécie de animal que se deseja criar também é<br />
relevante, assim como as características do local de criação e a exigência do<br />
mercado consumidor.<br />
O sistema intensivo é destaque porque normalmente gera uma produtividade<br />
por animal e por área muito maior que nos outros sistemas, o<br />
retorno financeiro é maior, os animais ganham peso mais rápido e o controle<br />
do rebanho também é mais fácil.<br />
Pelo fato de os animais viverem num espaço menor, a probabilidade de<br />
ocorrência de doenças também aumenta. Mas como os criadores também estão<br />
mais perto do rebanho e o controle deles sobre os animais é maior, torna-se mais<br />
fácil encontrar o animal doente e tratá-lo de modo rápido e eficiente.<br />
São destinados ao sistema de criação intensiva, principalmente, a<br />
bovinocultura de corte ou leite, a suinocultura, a avicultura entre outras<br />
criações. Também se tem formado a ideia de que toda e qualquer criação<br />
que tenha um elevado padrão genético, isso significa animais de grande qualidade,<br />
devem ser criados em sistemas intensivos.<br />
FIGURA 55: Exemplo de criação intensiva de aves.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.eafa-to.gov.br/fotos%20eafa/site/avicultura.JPG acessado em<br />
24 de junho de 2010.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 80
No sistema extensivo os animais são criados soltos, em grandes<br />
espaços abertos. No sistema extensivo o investimento feito pelo criador é<br />
menor tanto na questão da própria infraestrutura, quanto na questão dos<br />
cuidados com os animais. Um exemplo de menor cuidado com os animais é a<br />
alimentação. Na pecuária extensiva, por exemplo, a alimentação dos animais<br />
é baseada principalmente nos pastos, logo é de se esperar que os resultados<br />
demorem mais para aparecer, tanto no tocante a engorda dos animais, como<br />
no lucro do pecuarista. No sistema extensivo, é comum a criação de bovinos,<br />
aves e porcos.<br />
FIGURA 56: Criação de bovinos pelo sistema extensivo.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.usinaitamarati.com.br/pdfs/pdf6/index.1.jpg acessado em 24<br />
de junho de 2010.<br />
Os sistemas semi-intensivo ou semiextensivo nada mais é do que<br />
uma junção de características do sistema intensivo com características<br />
do sistema extensivo. Ele é utilizado na maioria dos casos por pecuaristas<br />
que não possuem recursos financeiros suficientes para implantar o sistema<br />
intensivo, mas que já utilizam tecnologias que descaracterizam o sistema<br />
extensivo.<br />
Por exemplo, num sistema semi-intensivo ou semiextensivo os<br />
animais ficam parte do tempo confinados, uma característica do sistema<br />
intensivo ficam parte do tempo soltos, como no sistema extensivo. Eles<br />
são alimentados basicamente com pasto, mas também recebem complemento<br />
de ração. Muitos pecuaristas buscam na utilização dos sistemas semi-<br />
-intensivos ou semiextensivos somar as vantagens dos dois sistemas. Unir a<br />
velocidade do retorno do sistema intensivo com o custo mais baixo do sistema<br />
extensivo.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 81<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Figura 57: Exemplo de sistema semi-intensivo, animais soltos nos pastos, mas<br />
recebem complemento de ração.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.riobranco.org.br/arquivos/sites2008/6_agosto/grupo8/Orc/<br />
Imagens/pampa%202.jpg acessado em 24 de junho de 2010.<br />
10.1.2 Manejo<br />
O manejo é o conjunto de práticas adotadas para otimizar a criação,<br />
ou seja, produzir mais animais a um custo menor. O manejo é importante,<br />
pois na pecuária, de modo geral, os lucros por animal não são tão<br />
grandes, assim é preciso pensar em todo o rebanho para que o pecuarista<br />
obtenha o lucro desejado.<br />
Massilon Araújo (2009) em sua obra fala sabiamente sobre o manejo<br />
na pecuária:<br />
O bom manejo exige alguns requerimentos básicos, como:<br />
investimento de capital, inteligência e trabalho, procedimentos<br />
criteriosos de raciocínio e de conhecimento e de conhecimento<br />
integrado às necessidades dos animais.<br />
O bom manejo também exige bons conhecimentos técnicos<br />
tanto do empreendedor como dos trabalhadores, de forma<br />
que também são possíveis boa organização, previsão de gastos,<br />
de práticas e de custos, boa organização, coordenação e<br />
controle total de todo o processo de produção, de modo que<br />
é possível ter uma direção da atividade.<br />
Dessa forma, o bom manejo assegura a regularidade da produção,<br />
benefícios para os animais, para o criador e para os<br />
trabalhadores, produção economicamente viável e a continuação<br />
da atividade. O mau manejo, de modo geral, resulta<br />
em perda de produção, baixa produção e produtividade e<br />
prejuízos econômicos. (ARAÚJO, 2009, p.55).<br />
Como diz Massilon Araújo nos trechos acima, o manejo é divido em<br />
bom e mau. A sua aplicação pode ocorrer em qualquer um dos sistemas de<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 82
criação, não é porque se trata de um sistema extensivo que serão adotadas<br />
técnicas de mau manejo, ou porque se trata de um sistema intensivo que se<br />
terá o bom manejo. Cabe ao pecuarista ou ao seu administrador identificar<br />
e aproveitar os recursos que tem a sua disposição e adotar as melhores técnicas<br />
de manejo aplicáveis ao seu empreendimento.<br />
As técnicas de manejo não são excepcionais, muito ao contrario,<br />
são em sua maioria preocupações básicas que todo agropecuarista deve ter<br />
com seu rebanho, como, por exemplo, a alimentação adequada do rebanho,<br />
o conforto dos animais e o controle de pragas e doenças. Porém, o bom manejo<br />
é aquele adotado de acordo com a necessidade de cada tipo de animal<br />
e de acordo com as necessidades do criador.<br />
Vamos para um exemplo prático do que seria um bom manejo, a<br />
alimentação com certeza é o fator mais importante na criação de animais.<br />
Na criação de aves e suínos, ela representa a maioria absoluta dos custos de<br />
produção. Logo, o pecuarista e seu administrador precisam encontrar alternativas<br />
para oferecer aos seus rebanhos uma alimentação de qualidade e de<br />
baixo custo, caso contrário, o produto final produzido na propriedade terá<br />
um valor muito alto e não terá competitividade no mercado.<br />
Quando o controle de pragas e de doenças é feito de forma preventiva,<br />
com a utilização de vacinas e vermífugos, a seleção da alimentação<br />
e a própria higienização do local onde ficam os animais, a porcentagem do<br />
rebanho com saúde deficitária diminuirá muito.<br />
Resumindo, as práticas de manejo procuram aliar maior eficiência e<br />
produtividade com diminuição de custos. Tudo para que o produto do pecuarista<br />
tenha maior competitividade no mercado, com melhores preços e por<br />
consequência lógica uma margem de lucro maior.<br />
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- O que é produção pecuária.<br />
2- Quais são os sistemas de criação e suas características.<br />
3- Sobre o manejo e sua divisão em bom e mau manejo.<br />
Referências<br />
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. 2 ed. São Paulo: Atlas,<br />
2009.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 83<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Atividades de aprendizagem<br />
1) Podemos afirmar sobre os sistemas de criação pecuária:<br />
a) O sistema intensivo caracteriza-se pelo fato dos animais serem criados<br />
soltos em locais abertos.<br />
b) No sistema extensivo os animais são alimentados exclusivamente com ração.<br />
c) No sistema semi-intensivo mesclam-se características dos sistemas intensivos<br />
e extensivos.<br />
d) O sistema semi-intensivo nunca foi aplicado no Brasil.<br />
2) Sobre o manejo é correto afirmar.<br />
a) A utilização do manejo visa produzir mais animais a um custo maior.<br />
b) A implantação do bom manejo não exige investimento de capital.<br />
c) O manejo é um conjunto de técnicas complexas que visa melhorar a<br />
produção. Tarefas simples como alimentar o gado não estão incluídas nesse<br />
rol.<br />
d) O manejo é o conjunto de práticas adotadas para otimizar a criação, ou<br />
seja, produzir mais animais a um custo menor<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 84
AULA 1<br />
Aula Alfabetização 11 – Características Digital do setor<br />
agroindustrial “dentro da porteira” 4<br />
11.1 Coeficientes técnicos aplicados à agropecuária<br />
Coeficientes técnicos são valores numéricos que expressam e medem<br />
o grau de eficiência de determinada atividade econômica de forma<br />
total ou parcial, possibilitando comparar a evolução do empreendimento em<br />
seus vários momentos, safra ou entressafra, por exemplo, ou no tempo, comparar<br />
a rentabilidade do rebanho de um ano com outro.<br />
Cada coeficiente é importante em sua individualidade, porém é<br />
preciso visualizá-los de forma ampla e completa. Pois é o seu conjunto que<br />
irá determinar o grau técnico e rentável de determinado empreendimento<br />
agrícola ou pecuário. É importante destacar que o agronegócio é uma atividade<br />
econômica e como tal, tem por finalidade o lucro. Os coeficientes são<br />
usados para medir e auxiliar no alcance dessa finalidade maior, porém para<br />
alcançá-la é preciso: aumentar os lucros, diminuir os custos de produção, ser<br />
competitivo no mercado e satisfazer os empresários e consumidores.<br />
Aumentar os lucros ou maximizar a lucratividade, nada mais é do<br />
que conseguir o maior lucro possível, utilizando os recursos disponíveis e com<br />
os menores custos. Esse objetivo é alcançado basicamente de duas maneiras:<br />
a primeira seria aumentando a receita bruta através da majoração do preço<br />
dos produtos produzidos e mantendo os custos de produção no mesmo valor.<br />
A segunda forma seria diminuir o custo da produção dos produtos.<br />
Diminuir os custos da produção é uma tarefa mais árdua, pois é<br />
preciso abaixar o valor do quanto é gasto para produzir determinado bem,<br />
mas ao mesmo tempo, é preciso manter sua qualidade ou mesmo aumentá-<br />
-la. É comum quando se fala em diminuição dos gastos da produção pensar<br />
em cortar os gastos supérfluos, mas essa técnica tem um limite. Quando se<br />
identifica e corta um gasto que era desnecessário acabam as possibilidades<br />
de diminuição de custos.<br />
A forma mais consistente de reduzir o valor da produção é buscando<br />
melhorar a eficiência do processo de produção. Isso se dá quando o<br />
pecuarista treina sua mão-de-obra para utilizar os insumos de modo correto<br />
e sem desperdícios, ocorre quando os insumos e demais fatores de produção<br />
são adquiridos por um preço mais baixo e quando se minimiza as perdas de<br />
produção, com estocagem e transporte correto, por exemplo.<br />
A competitividade dos produtos no mercado está relacionada com a<br />
qualidade e preço do bem ofertado. Muitas vezes é preciso que o produtor se<br />
mantenha no mercado mesmo que com pequenas margens de lucro. Pois, o<br />
mercado pode estar em baixa devido a uma crise econômica ou a uma safra<br />
Receita bruta: é o<br />
total arrecadado pelo<br />
produtor sem deduzir os<br />
custos com a produção<br />
Supérfluo:<br />
desnecessário<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
85<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 86<br />
muito grande que gerou uma enorme quantidade de produtos no mercado e<br />
fez o preço cair. Porém, quando o preço voltar a subir o produtor vai recuperar<br />
seus lucros.<br />
A satisfação do consumidor e dos empresários está relacionada com<br />
a manutenção do produtor no mercado. Os grandes empresários agroindustriais<br />
têm interesse em manter no mercado produtos de qualidade para poderem<br />
ter mais lucros, com isso o produtor que vende seus produtos para<br />
aquele empresário tem de produzir segundo as especificações do seu comprador.<br />
Assim como, o produtor que vende seus produtos diretamente para o<br />
consumidor final, precisa produzir com a qualidade exigida por essas pessoas<br />
e com um preço que elas estão dispostas a pagar.<br />
A finalidade dos coeficientes técnicos é precisar alguns fatos do<br />
agronegócio, como a produtividade, a qualidade dos produtos e serviço oferecidos<br />
e o planejamento das atividades. Sobre a produtividade, ela é medida<br />
a partir do número de bens ou serviços produzidos em determinado tempo,<br />
ou numa linguagem mais técnica: produtos produzidos por unidade de<br />
fator de produção utilizado. Por exemplo, litros de leite produzidos em um<br />
dia por determinada vaca. A velocidade com que um determinado produto é<br />
adquirido também é um fator importante quando falamos de produtividade.<br />
Ele serve para determinar quando é mais propício para o agropecuarista realizar<br />
determinado negócio, na prática seria o cálculo de quanto tempo um<br />
novilho leva para estar no ponto de abate, com esse tempo determinado o<br />
produtor saberá quando é a hora de adquirir mais bezerros.<br />
A qualidade do serviço ofertado também pode ser medida. O modo<br />
mais comum é através da comparação entre produtos, pois o consumo em grande<br />
parte está relacionado com a qualidade do serviço ou bem ofertado.<br />
E, por fim, o mais importante é o planejamento das atividades agropecuárias.<br />
Todos os coeficientes técnicos servem, em última análise, para o<br />
produtor fazer um planejamento de suas atividades, objetivando lucros futuros.<br />
A análise e a comparação dos resultados dos coeficientes serão usadas<br />
para traçar metas a serem alcançadas, metas essas que contribuirão para<br />
aumentar a rentabilidade econômica do empreendimento.<br />
Existem fatores que influenciam nos resultados dos coeficientes<br />
técnicos “dentro da porteira”, como, por exemplo, o tipo de exploração<br />
agropecuária, o local onde a produção é realizada e a exigência do mercado<br />
consumidor. Quanto ao método de exploração adotado, diz respeito aos<br />
sistemas intensivos, extensivo e semi-intensivo. É uma realidade que com<br />
a aplicação de determinadas tecnologias na atividade produtora os coeficientes<br />
de produção variam de propriedade para propriedade. Por exemplo,<br />
podemos afirmar, sem nenhum medo de errar, que o tempo de engorda de<br />
um novilho num sistema intensivo é mais rápido do que no sistema extensivo.<br />
O local onde a produção é realizada também é um fator determinante<br />
para os coeficientes técnicos. Detalhes como o tipo de solo, a quantidade<br />
de chuvas, a temperatura, a topografia, entre outras, são determinantes.<br />
Não podemos nos esquecer de que o agronegócio trabalha com seres
vivos, os quais têm ambientes mais favoráveis ou desfavoráveis ao seu desenvolvimento.<br />
Como exemplo, podemos citar um agropecuarista que inicia<br />
uma grande plantação de trigo em pleno sertão nordestino. Apesar de todo<br />
o avanço tecnológico, o trigo é uma cultura que se desenvolve em climas<br />
mais frios, logo uma plantação de trigo em pleno sertão nordestino estaria<br />
fadada ao fracasso. Isso levaria os coeficientes que medem a produção despencarem.<br />
É o mercado que define o que será produzido e como será produzido.<br />
Quanto a isso não resta nenhuma dúvida, afinal o setor agropecuário produz<br />
de acordo com a demanda dos consumidores, notadamente, os centros<br />
urbanos. Se o mercado decide que tal produto deve ser desenvolvido de tal<br />
forma e rejeita todos os outros que não obedecem tal exigência, com certeza<br />
o fabricante irá alterar seu modo de produção. É a exigência do mercado<br />
que determina o que é produzido.<br />
11.2 Coeficientes utilizados na agricultura<br />
Os principais coeficientes usados para medir a atividade agrícola<br />
são: produtividade da cultura, produtividade dos fatores de produção, ciclo<br />
vegetativo das culturas, qualidade da produção, quantidade de insumos utilizados<br />
entre outros coeficientes típicos da atividade agrícola.<br />
Assim como nos coeficientes gerais a produtividade é medida através<br />
da quantidade de produção dividida pelo tempo necessário para consegui-la.<br />
Por exemplo, quantos quilos de soja são colhidos por hectare de<br />
plantação.<br />
A rentabilidade dos fatores de produção é a relação produtiva de<br />
determinado insumo utilizado na produção com quanto ele rende de fato.<br />
Como exemplos, podemos citar a quantidade de gesso necessário para cobrir<br />
a deficiência de um hectare de solo.<br />
O ciclo vegetativo das plantações é tempo que determinada cultura<br />
leva da germinação das sementes até o momento da colheita. Esse prazo<br />
é muito importante para que o produtor calcule quando precisará das máquinas<br />
que realizarão as colheitas prontas e quando começar a avisar aos<br />
compradores de sua produção, da quantidade produzida e do preço da sua<br />
produção. O ciclo vegetativo varia de cultura para cultura e é esse ciclo o<br />
responsável pelos períodos de safra e entressafra.<br />
A qualidade do produto está totalmente vinculada à tecnologia que<br />
foi utilizada na sua produção e também tem relação direta com a exigência<br />
do mercado consumidor. Hoje, existem medidores de qualidade como os fornecidos<br />
pelo Ministério da Agricultura, mas o principal catálogo de qualidade<br />
ainda e o mercado.<br />
Quanto aos insumos aplicados à plantação, é uma relação simples<br />
que precisamos entender. É preciso saber quanto de insumo é necessário<br />
para produzir determina quantidade de produto, ou quanto de insumo será<br />
preciso para corrigir e adubar um hectare de solo. O que todos os produtores<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 87<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
uscam é a aplicação do mínimo de insumos possível para a produção de certa<br />
quantidade de produto. Essa busca na aplicação mínima de insumos tem<br />
uma explicação lógica, se o agricultor gasta menos com insumos, ele diminui<br />
o custo de produção de sua lavoura e maximiza seus lucros.<br />
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- O que são coeficientes técnicos e qual a sua aplicação no agronegócio.<br />
2- Sobre os coeficientes técnicos aplicados à produção agrícola e a importância<br />
que eles têm para melhor o empreendimento agrícola.<br />
Referências<br />
CALLADO, Antônio André Cunha. <strong>Agronegócio</strong>. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008.<br />
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. 2 ed. São Paulo: Atlas,<br />
2009.<br />
Atividades de aprendizagem<br />
1) Sobre os coeficientes técnicos podemos afirmar:<br />
a) Coeficientes técnicos são valores numéricos que expressam e medem o<br />
grau de eficiência de determinada atividade econômica de forma total ou<br />
parcial.<br />
b) Não é possível aplicar os coeficientes técnicos ao agronegócio.<br />
c) É possível aplicar os coeficientes técnicos a atividade agropecuária, porém<br />
não é possível medir rentabilidade.<br />
d) Os coeficientes são analisados apenas de forma individual e jamais em<br />
conjunto.<br />
2) São coeficientes utilizados na agricultura, exceto.<br />
a) Ciclo vegetativo das culturas.<br />
b) Produtividade da cultura.<br />
c) Aproveitamento da carcaça.<br />
d) Qualidade da produção.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 88
AULA 1<br />
Aula Alfabetização 12 – Características Digital do setor<br />
agroindustrial “dentro da porteira” 5<br />
12.1 Coeficientes técnicos pecuários<br />
Assim como os coeficientes utilizados na atividade agrícola, a pecuária<br />
tem seus medidores de eficiência e qualidade dos produtos produzidos.<br />
Na agropecuária, existe o fato de que cada coeficiente varia primeiramente<br />
com o tipo de atividade que é produzida, bovina ou suína, por exemplo, e<br />
varia também com o tipo de sistema a que está ligada a criação e a tecnologia<br />
e o manejo utilizado. Por esse motivo estudaremos separadamente os<br />
coeficientes relacionados a cada atividade pecuária.<br />
12.2 Bovinocultura de corte<br />
Temos como coeficiente técnico da bovinocultura de corte o tempo<br />
necessário para o abate. É tempo mínimo que o produtor precisa esperar<br />
e cuidar do boi para que ele possa ser abatido e vendido. No Brasil, o peso<br />
médio com que um boi é abatido é de quinze arrobas, aproximadamente. O<br />
tempo que o animal levará para chegar a esse peso depende do sistema de<br />
criação em que ele se encontra e da tecnologia utilizada pelo criador.<br />
O rendimento da carcaça diz respeito à porcentagem de carne que<br />
será aproveitada da carcaça do animal. Quando falamos na porcentagem de carne<br />
aproveitada, é preciso esclarecer que nem todo o corpo do animal será aproveitado<br />
comercialmente. E o que nos interessa é o valor econômico do animal.<br />
Figura 58: Carcaça bovina em açougue.<br />
Fonte: Disponível em: http://pt.engormix.com/images/p_articles/138_01.jpg acessado em 24 de<br />
junho de 2010.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
89<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
A velocidade de ganho de peso é outro coeficiente, porém ela está<br />
diretamente ligada ao tempo necessário para o abate. Aqui se mede quanto<br />
tempo o animal leva para engordar. A média feita, mais comum, é a que<br />
relaciona quantidade de quilos ganhos por dias.<br />
A relação reprodutor/matrizes diz respeito à quantidade de machos<br />
reprodutores necessários para certa quantidade de fêmeas. Essa relação sofre<br />
muitas alterações, principalmente do tipo de reprodução que é feita na<br />
propriedade. Se a reprodução ocorre de maneira natural será preciso um<br />
número maior de machos para a quantidade de fêmeas. Caso o proprietário<br />
trabalhe com o sistema de reprodução por inseminação artificial, o número<br />
de machos necessários será menor.<br />
O índice de fecundação está ligado ao tipo de reprodução que ocorre<br />
na fazenda e nada mais é do que o percentual de vacas cruzadas, seja<br />
pelo método de reprodução natural, seja por inseminação artificial. A taxa<br />
de natalidade é a quantidade de bezerros que nascem em relação ao número<br />
total de fêmeas em determinado período de tempo. Em sentido contrário, a<br />
taxa de mortalidade é o número de animais mortos por qualquer problema.<br />
A qualidade das crias diz respeito à saúde e às características que<br />
tem o bezerro quando ele nasce. Analisa-se a qualidade de uma cria, principalmente,<br />
pelas características da raça a que pertence, pela ausência de<br />
defeitos físicos e pelo peso com que nasce o bezerro.<br />
A capacidade de suporte é um índice mais utilizado nos sistemas<br />
de criação extensivos. Esse índice mede quantos animais uma determinada<br />
área de pastagem é capaz de sustentar e por quanto tempo. A raça, o peso<br />
e a idade do animal são fatores que alteram a capacidade de suporte de uma<br />
pastagem.<br />
Figura 59: Animais se alimentando no pasto.<br />
Fonte: Disponível em http://rehagronoticia.w3erp.com.br/w3dados/imgs/pub/00997.jpg acessado<br />
em 25 de junho de 2010.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 90
12.3 Bovinocultura leiteira<br />
Trataremos agora dos coeficientes técnicos mais utilizados na bovinocultura<br />
de leite.<br />
O período de lactação é tempo em que a vaca permanece produzindo<br />
leite. Esse período varia de raça para raça e também das características<br />
únicas de cada animal. A produção diária de leite é a quantidade de leite<br />
produzido por cada animal no período de 24 horas, também é variável de<br />
animal para animal e de raça para raça.<br />
Figura 60: Produtor recolhendo leite.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.brasilescola.com/upload/e/producao%20agropecuaria%20na%20<br />
regiao%20sul.jpg acessado em 25 de junho de 2010.<br />
O coeficiente de conversão alimentar é um coeficiente de difícil cálculo<br />
e pouca utilização. Ele mede a relação entre a quantidade de alimento<br />
ingerido e a quantidade de leite produzido pelo rebanho. Ele é mais utilizado no<br />
sistema de criação intensiva, pois nesse sistema os animais se alimentam basicamente<br />
de ração e esse fato é um dos principais custos da produção.<br />
O teor de gordura é um coeficiente mais ligado a qualidade do leite produzido.<br />
Todo leite tem gordura o que varia é a sua porcentagem. Esse percentual de<br />
gordura presente em cada litro de leite varia, principalmente, de acordo com a raça<br />
do animal. E a retirada ou não da gordura do leite, durante o processo de beneficiamento,<br />
ocorre segundo a exigência do mercado consumidor.<br />
Vida útil dos animais produtores é um coeficiente muito importante<br />
na pecuária leiteira. Ele está relacionado ao tempo que um animal serve<br />
para ficar no rebanho como produtor de leite. Apesar de o agronegócio lidar<br />
com seres vivos, é preciso tratá-los como sendo mercadoria, assim uma vaca<br />
leiteira nada mais é do que uma máquina de produzir leite. Isso significa que<br />
se por qualquer motivo esse animal passar a produzir menos que o necessário<br />
ele precisa ser descartado do rebanho.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 91<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
12.4 Suinocultura<br />
Quanto aos coeficientes técnicos usados na suinocultura eles são<br />
praticamente os mesmos usados na bovinocultura. A base dos conceitos é a<br />
mesma, porém os valores são bastante diferentes.<br />
Quanto ao tempo necessário para o abate, pode-se afirmar que, em<br />
cerca de 165 dias, o animal já está pronto para ser abatido. O rendimento da<br />
carcaça na suinocultura é muito mais elevado do que na bovinocultura. Aqui<br />
alguns autores afirmam que o aproveitamento da carcaça dos suínos chega<br />
perto de 80% de seu peso.<br />
Figuras 61 e 62: Carcaça suína destinada ao açougue.<br />
Fonte: Disponíveis em: http://www.carnicasdelorbigo.es/data/productos/4056-2.jpg e http://<br />
www.carnicasdelorbigo.es/data/productos/4056-1.jpg acessados em 25 de junho de 2010.<br />
A relação entre os reprodutores e as matrizes depende do tipo de<br />
reprodução do rebanho, assim como na bovinocultura. Quando a reprodução<br />
é por inseminação artificial a necessidade de machos por fêmea é menor.<br />
Entretanto, na suinocultura ocorre em sua maioria a reprodução natural, isso<br />
faz com que o número de machos reprodutores seja maior.<br />
A taxa de fecundação na suinocultura é bastante alta e o período<br />
em que as porcas ficam no cio é constante, isso acarreta uma elevada taxa<br />
de fecundidade. Diretamente ligada á taxa fecundidade, está a taxa de natalidade.<br />
Na suinocultura, uma boa taxa de natalidade está em torno de 12<br />
leitões por parto.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 92
Figura 63: Porca amamentando leitões recém nascidos.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.opresenterural.com.br/files/1233777327granja_de_<br />
suinos_%2810%29.jpg acessado em 25 de junho de 2010.<br />
Quanto à taxa de mortalidade, na suinocultura ela está diretamente<br />
ligada ao sistema de criação. Nos sistemas intensivos de criação a taxa de<br />
mortalidade é maior, principalmente, nos animais mais jovens após o desmame.<br />
Podemos constatar, ainda, outros fatores como o estresse e a ocorrência<br />
de doenças.<br />
Outro coeficiente é o número de animais prontos para o abate por<br />
ano. Ou seja, quantos animais atingiram o peso de abate, em média de 100<br />
quilos na suinocultura, no período de 12 meses. Quanto ao descarte de matrizes,<br />
na suinocultura, as porcas devem ser vistas como máquinas de produzir<br />
leitões de boa qualidade. Quando a matriz não estiver correspondendo<br />
aos níveis de fecundidade e de natalidade apropriados deve-se descartá-la.<br />
A conversão alimentar mede a quantidade de ração necessária para<br />
que o animal ganhe determinado peso. O normal é que a proporção seja de<br />
quanto de ração consumida para um quilo ganho. Esse coeficiente é importante,<br />
pois nas granjas de suínos a ração é um dos maiores custos de produção,<br />
logo quanto mais peso um animal ganha consumindo menos ração, maior<br />
será a margem de lucro do pecuarista.<br />
Por fim, temos a qualidade dos produtos oferecidos pelo criador. O<br />
objetivo da suinocultura é a produção de carne de qualidade para o consumidor<br />
final. A demanda dos consumidores é que exigirá maior ou menor qualidade<br />
do produto. Mas é de conhecimento geral que a cada dia o consumidor<br />
torne-se mais exigente e por consequência os criadores necessitam produzir<br />
sempre em maior quantidade e qualidade.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 93<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- Sobre os coeficientes técnicos aplicados à pecuária.<br />
2- Para cada tipo de atividades existem coeficientes específicos ou<br />
iguais, porém medidos de forma diferente.<br />
3- A bovinocultura de corte e a de leite tem coeficientes diferentes.<br />
4- Sobre os coeficientes aplicados a suinocultura.<br />
Referências<br />
CALLADO, Antônio André Cunha. <strong>Agronegócio</strong>. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008.<br />
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. 2 ed. São Paulo: Atlas,<br />
2009.<br />
Atividades de aprendizagem<br />
1) São coeficientes da pecuária de corte, exceto:<br />
a) Velocidade de ganho de peso.<br />
b) Relação reprodutor/matrizes.<br />
c) Período de lactação.<br />
d) Rendimento da carcaça.<br />
2) Na pecuária leiteira o período de lactação corresponde:<br />
a) A quantidade de leite que a vaca produz em 1 (um) dia.<br />
b) A quantidade de alimento que a vaca precisa ingerir para produzir um litro<br />
de leite.<br />
c) O período de lactação é tempo em que a vaca permanece produzindo<br />
leite.<br />
d) A vida útil do animal como produtor de leite.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 94
AULA 1<br />
Aula Alfabetização 13 – Características Digital do setor<br />
agroindustrial “dentro da porteira” 6<br />
Continuamos com o estudo dos coeficientes técnicos aplicados à<br />
produção pecuária.<br />
13.1 Avicultura<br />
Trataremos aqui da avicultura mais especializada. Aquela feita em<br />
granjas maiores e com mais recursos e tecnologia. A avicultura de “fundo<br />
de quintal” não nos interessa muito, pois ela tem um fundo muito mais de<br />
subsistência do que de agronegócio.<br />
Quanto à avicultura especializada, existem poucos fornecedores de<br />
alta tecnologia tanto em infra-estrutura e serviços, como em animais de<br />
elevado padrão genético. É comum os grandes produtores comprarem de<br />
outros países os pacotes tecnológicos para aplicarem a sua criação. No Brasil,<br />
basicamente a Embrapa desenvolve pesquisas sobre a avicultura.<br />
A avicultura tem praticamente dois ramos: a avicultura de postura<br />
de ovos e a avicultura de corte.<br />
Quanto à avicultura de postura, ela tem por objetivo a produção de<br />
ovos que se destinam basicamente para o consumo humano, ovos comerciais<br />
e a produção de ovos para incubadoras, para a produção de pintos. Cada tipo<br />
de produção exige uma tecnologia e infraestrutura própria.<br />
Sobre a produção de ovos para incubadoras, as granjas que trabalham<br />
com esse objetivo, normalmente, têm pacotes tecnológicos e infraestruturais<br />
voltados para esse fim. As granjas têm um alto de índice de controle<br />
sobre os animais, como a monitoração da produção de cada animal, já que<br />
se trata de matrizes. Também ocorrem cuidados especiais, como por exemplo,<br />
o controle de entrada e saída de pessoas nas construções onde estão<br />
as matrizes, assim como a quantidade de ruídos e a claridade do local onde<br />
ficam as aves. É preciso muito cuidado e rigor quando se trata de avicultura.<br />
Podemos citar como coeficiente técnico da avicultura o índice de<br />
postura. Como o nome deixa claro, esse coeficiente indica a quantidade de<br />
ovos produzidos por uma matriz durante certo tempo. O comum é que a<br />
proporção seja de quantidade de ovos colocados pelo período de um ano.<br />
A porcentagem de eclosão demonstra quantos ovos eclodem ou<br />
quantos pintos nascem após o período de incubação. Quando os pintos nascem,<br />
é preciso determinar quantos deles são viáveis comercialmente, não<br />
podemos nos esquecer de que se trata de um negócio e os animais devem<br />
ser considerados como coisas que serão vendidas. Logo, não existe a possibilidade<br />
de ter custo com a criação de um animal que não será vendido e por<br />
consequência não trará lucros.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
95<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Também temos a produção de ovos comerciais. Aqui, o destino dos<br />
ovos é para o consumo humano e não para a reprodução das aves. Logo, não<br />
são necessários machos. A adição de machos a criação traria apenas mais<br />
custos para o criador, como ração e produtos veterinários, por exemplo.<br />
A preocupação do criador é em adquirir novas matrizes, sempre de<br />
boa qualidade. As granjas de incubação é que, normalmente, fornecem as<br />
matrizes para as granjas de produção de ovos para o consumo.<br />
Citamos agora alguns coeficientes técnicos importantes na produção<br />
de ovos para o consumo. A precocidade, aqui entendido com o tempo que uma<br />
ave precisa para começar a colocar ovos. Esse prazo é importante, pois antes da<br />
ave começar a postura, ela traz apenas custos para o produtor e nenhum lucro.<br />
Logo, quanto menor o tempo de precocidade, melhor para o criador.<br />
A taxa de ocupação diz respeito à quantidade de animais por área<br />
ocupada. Isso mede quantos animais é possível colocar em determinado espaço.<br />
Quanto maior a taxa de ocupação, melhor será para o criador. Porém,<br />
a taxa de ocupação sofre certas limitações. É preciso que a taxa de ocupação<br />
não prejudique os animais, principalmente quanto à concorrência por<br />
alimento, o aspecto sanitário da granja e o conforto dos animais.<br />
O índice de postura mede a quantidade de ovos colocados durante<br />
certo período de tempo. Normalmente, o período é de um ano e se contabilizam<br />
apenas os ovos viáveis para o comércio. Além da quantidade, o tamanho<br />
dos ovos postos também é importante para o criador, pois quando forem para o<br />
comércio os ovos serão classificados de acordo com o seu peso e tamanho e isso<br />
interfere nos valores que o criador vai cobrar sobre seu produto.<br />
O consumo de ração também é um coeficiente importante, pois a<br />
alimentação dos animais é feita basicamente com ração. Logo o custo com a<br />
alimentação é um valor significativo no total do custo de produção. Assim, é<br />
preciso saber quantos quilos de ração o animal precisa ingerir para produzir<br />
determinada quantidade de ovos. Quanto menor o consumo de ração e maior<br />
o índice de postura, maior será a eficiência da granja. Também é preciso<br />
destacar o tempo de vida útil das matrizes. Mais uma vez os animais são<br />
vistos como máquinas de colocar ovos e, caso seu desempenho diminua, ela<br />
precisa ser descartada e substituída por uma melhor.<br />
Figura 66: Ovos para consumo.<br />
Fonte: Disponível em: http://lidebrasil.com.br/site/wp-content/uploads/2009/06/ovo.jpg<br />
acessado em 25 de junho de 2010.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 97<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Falaremos agora da avicultura de corte. No Brasil, essa atividade<br />
atingiu altos níveis de especialização. A concorrência é extremamente alta<br />
e por isso é necessário um sistema de criação altamente intensivo, isso implica<br />
grandes investimentos, tecnologia de ponta, boa gestão, alto índice de<br />
produção a baixo custo e mercados pré-determinados. O ganho por unidade<br />
de animal é pequeno, por esse motivo o criador precisa de uma elevada produção,<br />
já que seu lucro está na quantidade da venda.<br />
Por esses motivos os coeficientes técnicos na avicultura de corte<br />
são muito importantes e analisados nos mínimos detalhes. Um desses coeficientes<br />
é a conversão alimentar, ele mede a quantidade de ração consumida<br />
em proporção ao peso ganho pelo animal. É talvez o coeficiente mais importante<br />
na avicultura de corte, pois o custo com ração é o principal gerador do<br />
custo final de produção.<br />
A lotação é a quantidade de animais em determinada área de criação.<br />
É lógico pensar que, quanto maior o número de animais por metro quadrado,<br />
melhor para o criador. Porém, o criador precisa estar atento a esse<br />
número. Pois, se a quantidade de animais for muito alta para o local onde<br />
eles se encontram, o índice de conversão alimentar será baixo e isso não é<br />
vantajoso para o pecuarista. É preciso haver uma média entre o número de<br />
animais criados e o espaço que eles ocupam, para que não ocorram problemas<br />
em relação à disputa por alimentos, o que diminuiria o índice de conversão<br />
alimentar, e, também, em relação ao aspecto sanitário do criatório.<br />
Figura 67: Criação de avicultura de corte.<br />
Fonte: Disponível em: http://francobeck.files.wordpress.com/2009/08/granja.jpg acessado em 25<br />
de junho de 2010.<br />
Outro índice importante é o de mortalidade na criação. Ele está<br />
relacionado ao índice de ocupação, a qualidade sanitária e aos cuidados com<br />
os animais. É lógico que quanto menor o índice de mortalidade, maior será a<br />
eficiência da granja e o lucro do pecuarista.<br />
E, por último, a precocidade das aves, esse coeficiente está relacionado<br />
ao tempo mínimo necessário para que um frango atinja o peso mínimo<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 98
para o abate. Quanto maior a taxa de precocidade, melhor para o criador,<br />
pois enquanto o animal estiver no criatório o pecuarista estará tendo gastos<br />
com ração, por exemplo.<br />
Logo, uma grande preocupação dos pecuaristas que trabalham com<br />
avicultura de corte é diminuir o tempo que o frango precisa para atingir o<br />
peso mínimo para o abate. Claro que esse fato depende muito da taxa de<br />
conversão alimentar, da qualidade da carne do frango e do peso mínimo necessário.<br />
O tempo de precocidade tem um valor médio no Brasil de 43 dias<br />
para que o frango possa ser abatido.<br />
Figura 68: Frangos abatidos.<br />
Fonte: Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/abre27092009.jpg acessado em<br />
25 de junho de 2010.<br />
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- Sobre os coeficientes técnicos aplicados a avicultura.<br />
2- Que a avicultura se divide em avicultura de postura de ovos para<br />
consumo e para incubadoras e avicultura de corte.<br />
3- Aprendeu que cada tipo de avicultura tem coeficientes específicos<br />
e coeficientes iguais, porém medidos de forma diferente.<br />
Referências<br />
CALLADO, Antônio André Cunha. <strong>Agronegócio</strong>. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008.<br />
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. 2 ed. São Paulo: Atlas,<br />
2009.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 99<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Atividades de aprendizagem<br />
1) De modo geral a avicultura é responsável:<br />
a) Pela produção de ovos para o consumo humano.<br />
b) Pela produção de carne para o consumo humano<br />
c) Pela produção de ovos para produzir outros animais.<br />
d) Pela produção de ração para alimentar os outros animais.<br />
2) Quanto aos custos da atividade de criar aves podemos afirmar.<br />
a) A alimentação dos animais é feita basicamente com ração, logo esse é um<br />
dos principais custos da produção.<br />
b) O custo mais importante da produção de aves é o valor gasto com a construção<br />
dos galpões.<br />
c) A avicultura é uma atividade de custos baixos e não exige muito capital.<br />
d) A avicultura é uma atividade que exige altos investimentos e gera pouco<br />
lucro. Por esse motivo não existem grandes empresas no mercado.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 100
AULA 1<br />
Aula Alfabetização 14 – Características Digital do setor<br />
agroindustrial “dentro da porteira” 7<br />
14.1 Organização do segmento agropecuário<br />
De modo geral, predomina nos segmentos agropecuários certa desorganização.<br />
Isso se deve, principalmente, a alguns fatores como o grande número de<br />
produtores rurais, em sua maioria, pequenos produtores, distribuídos em grandes<br />
espaços muito distantes uns dos outros. Assim, falta uma organização representativa<br />
forte para que eles possam impor seus preços no mercado.<br />
Essa é uma realidade, de modo geral, no setor agropecuário. E o principal<br />
quesito para isso é a desorganização do setor, que envolve também a falta de informação<br />
dos produtores e dos criadores, assim como uma gestão frágil. Temos que<br />
destacar que atividade dentro da porteira baseia seus preços nas atividades antes<br />
da porteira e nas atividades fora da porteira. Na pratica, isso significa que os preços<br />
dos produtos agropecuários, da forma como são colhidos, ou in natura, vem caindo,<br />
apesar da crescente produção. E, por conseqüência, os grandes lucros do agronegócio<br />
estão no setor fora da porteira, principalmente nas agroindústrias.<br />
Quanto à representação política do setor agropecuário, ela divide-se na<br />
representação dos trabalhadores rurais e dos empregadores rurais, no caso, os donos<br />
das propriedades produtivas, na maioria dos casos. As duas classes têm por base<br />
seus respectivos sindicatos locais ou regionais com sede nos municípios.<br />
No âmbito estadual, existem as respectivas federações, tanto patronais, quantos<br />
dos trabalhadores, normalmente com sede na capital do estado. E, na esfera federal,<br />
as federações se unem nas confederações nacionais tanto as patronais, na Confederação<br />
Nacional da Agricultura, como as federações de trabalhadores se unem na Confederação<br />
Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, ambas sediadas em Brasília.<br />
Apesar do segmento dentro da porteira ter instituições que o representa,<br />
essas instituições não possuem uma política de atuação unida e forte. Como cada<br />
uma defende seu interesse particular e muitas vezes discordam entre si, elas não<br />
possuem força para impor sua vontade e a vontade dos produtores.<br />
A organização que de fato funciona no segmento dentro da porteira<br />
fica a cargo dos próprios produtores em sua individualidade. Ocorre que vários<br />
produtores se unem para formar cooperativas locais. Essas associações são de<br />
fato vantajosas para o produtor principalmente pelas seguintes características:<br />
as cooperativas estão mais perto do agropecuarista, tanto de maneira física,<br />
como na representação de seus interesses.<br />
Como, normalmente, se tem um número menor de associados, as decisões<br />
são tomadas de forma mais transparente e em relação aos problemas específicos<br />
dos produtores. Também é importante o fato de que o produtor participa<br />
mais de perto das atividades desenvolvidas pela cooperativa, podendo assim<br />
sugerir alterações que servirão para beneficiar sua atividade. E, por último, podemos<br />
dizer que a associação cooperativa é mais independente, ela não sofre<br />
Dispêndio: gasto<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
101<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
interferência das confederações nacionais, por exemplo, ela existe para melhorar<br />
a atividade dos seus participantes e apenas para isso.<br />
Outra forma de associação comum, principalmente dentro das próprias<br />
cooperativas, é o condomínio. Aqui os produtores se unem para adquirir<br />
um determinado insumo que para ser adquirido isoladamente seria preciso um<br />
grande dispêndio financeiro. Mas que pode ser adquirido em sociedade, pois<br />
é um bem de uso comum e economicamente será vantajoso. Como exemplo,<br />
podemos citar uma cooperativa onde seus membros de unem para adquirir uma<br />
colheitadeira ou um trator, que são bens de alto valor de aquisição se considerar<br />
cada produtor individualmente, mas quando considerados em conjunto sua<br />
aquisição torna-se viável.<br />
14.2 Adoção de tecnologia ao agronegócio<br />
A evolução tecnológica é um fato. Não há como uma propriedade rural<br />
conseguir uma boa produção e, por conseguinte, uma boa lucratividade para o<br />
produtor se não houver a aplicação de tecnologia à produção agropecuária. O<br />
avanço tecnológico provocou alterações estruturais irreversíveis no agronegócio<br />
e o empresário rural não tem alternativa a não ser se adaptar.<br />
Podemos citar muitos exemplos de novas tecnologias que são indispensáveis<br />
ao sucesso do empreendimento rural, como por exemplo: a tecnologia química<br />
presente nos herbicidas, inseticidas, produtos veterinários entre outros; a tecnologia<br />
genética nos vegetais cujo grande exemplo são as sementes transgênicas; a<br />
tecnologia genética animal representada em grande parte pela seleção de sêmen<br />
dos animais e pela inseminação artificial; a bioquímica responsável pelas vacinas; a<br />
mecanização da produção com as máquinas que auxiliam no preparo do solo, plantio<br />
e colheita; o bom manejo e a evolução na gestão das propriedades.<br />
É claro que a aplicação dessas tecnologias exige vigor econômico e<br />
muito investimento, não apenas na tecnologia propriamente dita, mas também<br />
em mão-de-obra especializada para dar funcionamento à tecnologia adquirida.<br />
Do que serviria uma colheitadeira moderna numa propriedade onde ninguém<br />
soubesse usá-la, por exemplo.<br />
Mas também precisamos fazer uma análise sobre o seguinte fato: o<br />
dispêndio financeiro gasto com a aquisição de todo esse aparato tecnológico<br />
será pago pelo produtor ou pelo consumidor? No primeiro momento, a resposta<br />
parece clara: o produtor. Porém, nossa análise precisa ser mais profunda. O lucro<br />
do produtor vem da venda de seus produtos para o consumidor final ou para<br />
as agroindústrias. Todos os custos de produção devem ser agregados ao lavor<br />
final do produto. Entretanto, o agropecuarista não poderá reverter os custos da<br />
tecnologia em uma única safra. Se ele fizesse isso, o valor final do produto estaria<br />
num patamar muito elevado, e, ainda, seu produto perderia competitividade e por<br />
consequência seus lucros seriam menores.<br />
Chegamos à conclusão de que os gastos com tecnologia são pagos tanto<br />
pelo produtor, quanto pelo consumidor, na medida em que, num primeiro<br />
momento, o produtor irá pagar de seu bolso a tecnologia, mas com o passar do<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 102
tempo, ele lançará em seus produtos os custos que teve para adquirir aquela<br />
tecnologia. Fazemos agora outra análise: chegará um momento em que os custos de<br />
aquisição serão totalmente pagos pelo consumidor? Entendemos que não. Pelo fato<br />
da aquisição de tecnologia ser uma constante no agronegócio. Assim talvez, antes<br />
que o custo de uma tecnologia seja completamente transferido para o consumidor,<br />
será preciso a aquisição de mais tecnologia. Essa tecnologia terá seu custo lançado<br />
no valor do produto e assim sucessivamente.<br />
Trataremos agora de uma mudança de mentalidade que se faz necessária<br />
no agronegócio. É preciso que implantemos a gestão de tecnologia e não<br />
apenas a implantação de novas tecnologias. A seguir trataremos de cada uma<br />
dessas possibilidades de gestão tecnológica separadamente.<br />
14.3 Economia em escala<br />
A ideia de economia de escala no agronegócio está ligada a adequação<br />
de determinada tecnologia ao empreendimento do produtor. É, na verdade,<br />
um conceito bem simples, que se relaciona com a necessidade do produtor em<br />
utilizar certa tecnologia ou não. Vamos para um exemplo prático para melhor<br />
compreender a economia de escala.<br />
Um produtor tem uma lavoura de feijão e para realizar a colheita ele<br />
pensa em adquirir uma colheitadeira moderna, que segundo o fabricante é capaz<br />
de realizar o trabalho de 80 trabalhadores. Porém, a propriedade em questão<br />
é de porte médio e o produtor na sua última colheita precisou apenas de<br />
45 trabalhadores para realizar todo o trabalho. Assim, a aquisição dessa colheitadeira<br />
aumentaria os custos de produção e, sem dúvida, não traria o retorno<br />
proporcional ao investimento para o produtor.<br />
14.4 Adequação às características locais e culturais<br />
É preciso que a tecnologia que se pretende adotar seja adequada às<br />
características locais e culturais. É normal que cada tecnologia seja voltada para<br />
uma determinada região. Com um exemplo prático também fica mais fácil de<br />
enxergar essa adequação local e cultural.<br />
Um determinado empreendedor planeja realizar uma grande plantação<br />
de trigo, para tal ele adquire as sementes de uma renomada empresa,<br />
provavelmente a tecnologia mais avançada em questão de sementes. Porém, a<br />
propriedade fica em pleno sertão paraibano. É muito provável que a plantação<br />
fracasse, apesar da alta tecnologia das sementes. Como a cultura de trigo é própria<br />
para climas temperados, uma plantação de trigo num clima quase semi-árido<br />
está fada ao fracasso, mesmo que utilize tecnologia de ponta.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 103<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
14.5 Análise da viabilidade econômica e financeira<br />
do investimento<br />
Auferido:<br />
conseguido; obtido<br />
A análise da viabilidade econômica e financeira está relacionada à<br />
comparação entre os custos da atividade e os lucros auferidos. Nenhum produtor<br />
ou empreendedor vai se arriscar a ingressar num determinado ramo de<br />
produção agropecuário, ou seja, vai ingressar no agronegócio para ter prejuízos<br />
ou para não ter os lucros planejados. A análise é, de fato, a comparação<br />
entre a previsão de custos e a previsão de lucros.<br />
14.6 Acompanhamento permanente dos custos<br />
e resultados das atividades agropecuárias<br />
O acompanhamento dos resultados e custos está ligado à área de<br />
gestão e de administração do empreendimento. A gestão do agronegócio<br />
precisa ser diária. A produção agropecuária é continua. A evolução da lavoura<br />
é a cada dia, assim como o ganho de peso do gado na pecuária é diária.<br />
Logo, o acompanhamento da produção precisa ser diário.<br />
14.7 Treinamento de mão-de-obra<br />
A aquisição de tecnologia de ponta não faz nenhum sentido se ela<br />
não é aplicada a produção. Num primeiro momento, parece ilógico a aquisição<br />
de tecnologia e a sua não utilização. Mas vamos pensar nessa possibilidade,<br />
qual a utilidade de uma determinada tecnologia numa propriedade se<br />
nenhuma pessoa é capaz de usá-la. Uma colheitadeira é uma máquina que<br />
utiliza uma tecnologia de ponta, podemos afirmar, com certeza, que é uma<br />
máquina do mais alto grau tecnológico. Comandar uma máquina dessas não<br />
é como dirigir um trator ou um carro, deixando bem claro, não é qualquer<br />
profissional que tem capacidade de comandar uma dessas máquinas. Logo, é<br />
preciso que junto com a tecnologia o empreendedor adquira também a mão-<br />
-de-obra capaz de utilizar a tecnologia.<br />
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- Sobre a organização dos produtores agropecuários.<br />
2- A necessidade de aplicação de tecnologia a produção agropecuária.<br />
3- Conceito de economia em escala.<br />
4- A necessidade de adequação da produção as características locais<br />
e culturais.<br />
5- Sobre a necessidade de prever a viabilidade econômica de um empreendimento.<br />
6- A necessidade do acompanhamento diário da produção.<br />
7- Sobre a necessidade do treinamento da mão-de-obra.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 104
Referências<br />
NEVES, Marcos Fava; ZYLBERSZTAJN, Decio e NEVES, Evaristo Marzabal.<br />
<strong>Agronegócio</strong> do Brasil. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.<br />
Atividades de aprendizagem<br />
1) A respeito da adoção de tecnologia no agronegócio é correto afirmar.<br />
a) Apenas as grandes propriedades precisam adotar tecnologia no processo<br />
produtivo.<br />
b) A adoção de tecnologia é uma exigência do mercado consumidor atual.<br />
c) A adoção de tecnologia é necessária apenas nas pequenas propriedades,<br />
assim elas poderão competir com as grandes agroindústrias.<br />
d) O mercado não exige que os produtos agropecuários sejam de qualidade.<br />
2) Sobre os custos da atividade agropecuária e a necessidade de adequação<br />
as características locais é incorreto afirmar.<br />
a) A utilização de tecnologia pode vencer qualquer característica local que<br />
prejudica a atividade agropecuária.<br />
b) A análise da viabilidade econômica e financeira está relacionada à comparação<br />
entre os custos da atividade e os lucros auferidos.<br />
c) O produtor precisa adequar a cultura desejada com as características<br />
naturais no local da produção.<br />
d) Por mais capitalizado que seja o produtor existem barreiras naturais que<br />
não podem ser superadas.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 105<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
AULA 1<br />
Alfabetização Digital<br />
Aula 15 – Características do setor<br />
agroindustrial “dentro da porteira” 8<br />
15.1 Parceria para aquisição de insumos<br />
Objetivando reduzir os custos de produção, muitas vezes os agropecuaristas<br />
se unem para adquirir produtos que podem ter uso comum. É<br />
mais comum que sejam adquiridas máquinas, as quais ficam pertencendo a<br />
todos os produtores, mas também existe a possibilidade da união de produtores<br />
para adquirir insumos, como fertilizantes, por exemplo. Desse modo, a<br />
compra seria de uma quantidade maior e os produtores poderiam negociar<br />
um preço melhor com o fornecedor.<br />
15.2 Treinamento dos administradores<br />
Além da mão-de-obra que realiza a produção diretamente, também<br />
é preciso que os administradores e os gestores do empreendimento agropecuário<br />
estejam em constante treinamento e especialização. Até porque é o<br />
gestor é quem vai coordenar todo o processo produtivo e, para tal, é preciso<br />
que ele tenha conhecimento de como ocorre todo o ciclo de produção.<br />
E também é preciso destacar, que a boa gestão é um fator estratégico<br />
em qualquer empreendimento. A elaboração de estratégias para elevar<br />
o preço dos produtos, a busca pelos compradores da produção, as transações<br />
econômicas realizadas, tudo isso é feito pelos administradores e essas atividades<br />
também exigem treinamento.<br />
15.3 Mercado consumidor<br />
A utilização de novas tecnologias na produção tem que, em última<br />
análise, ser aprovada pelo consumidor final. É a ele que o produtor que<br />
agradar e, principalmente, porque é o consumidor que pagará pelo produto.<br />
De todos os tipos de tecnologias que existem no mercado, cabe<br />
ao produtor escolher aquela que o consumidor de seus produtos aceita. No<br />
Brasil, essa preocupação não é tão grande porque o consumidor brasileiro,<br />
de modo geral, não é tão exigente.<br />
Entretanto, já existem algumas tecnologias que são questionadas<br />
pelos consumidores a nível mundial e também no Brasil. O maior exemplo<br />
são os produtos transgênicos. Ainda não se têm estudos completos e suficientes<br />
sobre os efeitos colaterais que esses produtos, modificados geneticamente,<br />
podem vir a ter no organismo dos seres humanos após o seu consumo<br />
prolongado.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
107<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Outro problema que temos em relação à aplicação de tecnologia<br />
aceita pelo consumidor, é o fato de que, a maioria das tecnologias que os<br />
produtores nacionais usam, são provenientes de outros países. Não existe<br />
uma produção de tecnologia no Brasil tão grande como em outros países. E,<br />
também, precisamos lembrar que a realidade econômica e a de produção de<br />
cada lugar é diferente, ou seja, uma mesma cultura pode ter vários tipos de<br />
manejo. E, nem sempre a melhor tecnologia para um lugar, será garantia de<br />
sucesso em outro.<br />
Esse é um dos motivos que nos faz concluir o seguinte: nem sempre<br />
a tecnologia mais avançada é a melhor para determinado empreendimento.<br />
A tecnologia mais avançada em criação de gado bovino na China pode se<br />
mostrar completamente inútil na criação de bovinos no Brasil. O clima, a cultura<br />
e os hábitos da população influenciam no seu modo de consumo e não<br />
será a certeza de que a tecnologia empregada na produção daquele produto<br />
fará o consumidor optar por ele.<br />
15.4 Gestão de custos na agropecuária<br />
Caro aluno, repare<br />
como esse ponto é<br />
importante. O objetivo<br />
do agronegócio<br />
é vender os bens<br />
produzidos. O mercado<br />
consumidor é quem<br />
vai definir preços e<br />
condições. Para ter<br />
sucesso no agronegócio<br />
o produtor deve estar<br />
atento principalmente<br />
ao mercado consumidor.<br />
Falaremos agora de como determinar de forma mais técnica os custos<br />
da produção agropecuária. Trataremos de conceitos simples, porém importantes<br />
para o agronegócio.<br />
É preciso que o empreendimento tenha objetivos claros que possam<br />
ser alcançados pelo produtor e, também, é preciso traçar um meio,<br />
um método, de como alcançá-los. Os objetivos podem ser simples como,<br />
por exemplo, a produção de suínos de qualidade, todo objetivo tem em<br />
si uma meta, que, normalmente, é a obtenção de lucro com a atividade<br />
desenvolvida.<br />
O meio ou o método é a forma como a atividade se desenvolverá<br />
para chegar ao objetivo e alcançar a meta do empreendimento. Os projetos<br />
agropecuários, sobre os quais já falamos anteriormente, é um tipo de método<br />
aplicado à agropecuária. No projeto, estão explicitadas quais tarefas serão<br />
realizadas, como serão realizadas, quando elas serão realizadas e quem<br />
serão os responsáveis por realizá-las. Resumindo, o projeto é o método como<br />
a atividade irá se desenvolver.<br />
A previsão de custos diz respeito aos valores que serão necessários<br />
para realizar o negócio. É a previsão de todos os gastos que serão realizados<br />
na atividade produtiva e qual será a possível rentabilidade daquele investimento.<br />
Esse número precisa ser bem definido e se aproximar ao máximo<br />
da realidade. Ele é um dos primeiros indicadores se o empreendimento será<br />
rentável ou não.<br />
O controle contábil é a própria técnica de contabilizar os gastos<br />
diários, semanais e mensais com a produção. Através desse controle é que<br />
o gestor e o próprio produtor farão alterações no projeto inicial de produção.<br />
Pois pode ocorrer que o gasto diário com a produção esteja superando<br />
o que foi previsto para a implementação do negócio e isso demandará uma<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 108
eestruturação do projeto e fará o produtor repensar a viabilidade daquele<br />
empreendimento.<br />
A diminuição dos custos de produção é sempre uma finalidade do<br />
produtor agropecuário. Sempre que o custo de produção cai, o lucro do<br />
produtor aumenta e não podemos ter nenhuma dúvida que a meta de todo<br />
produtor agropecuário é o lucro.<br />
Podemos citar aqui algumas formas mais usuais de diminuição dos<br />
custos de produção: máximo aproveitamento dos fatores de produção, como<br />
a mão-de-obra, o solo e os insumos, aproveitamento dos subprodutos e resíduos<br />
da atividade produtiva e participação em cooperativas e associações<br />
de produtores entre muitas outras formas de diminuição dos custos de produção.<br />
Precisamos tratar também de como se formam os custos da produção<br />
agropecuária. É preciso determinar o total do investimento feito mais<br />
o total de capital de giro para se chegar aos custos fixos. e aos custos variáveis.<br />
Um exemplo de custo fixo seria o pagamento dos funcionários da<br />
propriedade ou da agroindústria e um exemplo de custo variável é a compra<br />
de herbicidas, os quais podem ser necessários em um mês e no outro não.<br />
Falaremos, a seguir, de alguns fatores que fazem parte dos custos de produção<br />
em separado.<br />
O investimento na atividade agropecuária é um fator que compõe<br />
os custos de produção. Podemos dividir os investimentos em móveis e fixos.<br />
Os fixos são os de difícil deslocamento como as construções, currais<br />
e armazéns, por exemplo. Já os investimentos móveis são as máquinas e<br />
equipamentos em sua maioria. É importante ressaltar que a maioria dos investimentos<br />
tem duração prolongada no tempo. Eles não são usados apenas<br />
uma vez, como, por exemplo, um armazém, ele será usado para guardar a<br />
produção de muitas safras.<br />
O custeio da produção agropecuária é o que de fato foi gasto para<br />
produzir aquele produto, o que foi gasto durante todo o ciclo produtivo seja<br />
ele pecuário ou agrícola. Toda a atividade agropecuária é realizada de acordo<br />
com o ciclo produtivo. Seja ele desde a criação dos animais até o seu<br />
abate na pecuária ou desde o preparo do solo até a realização da colheita<br />
na agricultura.<br />
Os custos fixos são aqueles que existem mesmo que não haja produção.<br />
Podemos dividi-los em custos de manutenção de investimentos, que<br />
são os valores necessários para manter determinado investimento em perfeitas<br />
condições de uso durante todo o ciclo produtivo, como por exemplo,<br />
o custo de manutenção de um trator. E também temos os custos fixos com a<br />
administração, que são necessariamente os gastos com a mão-de-obra fixa<br />
da atividade produtiva, funcionários e gestores, por exemplo.<br />
Os custos variáveis estão ligados basicamente às etapas de produção,<br />
logo quando determinada etapa termina, os custos com ela terminam<br />
também. Podemos resumir os custos variáveis em aquisição de insumos de<br />
todas as qualidades, como produtos veterinários e ração, além do preparo do<br />
solo e dos cuidados com a lavoura ou com o rebanho.<br />
Custos variáveis: são os<br />
gastos que o produtor<br />
pode ter ou não e em<br />
períodos variados da<br />
produção.<br />
Custos fixos: são os<br />
gastos que o produtor<br />
terá durante toda a<br />
produção<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 109<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
O custo total é a soma de todo e qualquer custo fixo com todo e<br />
qualquer custo variável.<br />
Precisamos esclarecer agora os conceitos de receita e lucro. A receita<br />
se divide em receita bruta e em receita líquida. Receita bruta é o valor<br />
total que o produtor consegue juntar com a venda de seus produtos. A receita<br />
líquida é a diferença entre a receita bruta e o custo total da produção.<br />
O lucro bruto é a diferença entre a receita líquida e os valores<br />
dos impostos que tributam sobre a produção e comercialização da atividade<br />
agropecuária. E, por final, o lucro liquido é o resultado da diminuição no lucro<br />
bruto dos impostos ainda devidos, como por exemplo, o imposto de renda.<br />
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- A possibilidade de parceria entre produtores para adquirir determinado<br />
insumo.<br />
2- A necessidade do treinamento dos administradores.<br />
3- Aprendeu sobre a importância do mercado consumidor e a importância<br />
para o produtor de conquistar esse mercado.<br />
4- Sobre a gestão dos custos do empreendimento agropecuário.<br />
Referências<br />
CALLADO, Antônio André Cunha. <strong>Agronegócio</strong>. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008<br />
NEVES, Marcos Fava; ZYLBERSZTAJN, Decio e NEVES, Evaristo Marzabal.<br />
<strong>Agronegócio</strong> do Brasil. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.<br />
Atividades de aprendizagem<br />
1) A cerca da gestão de custos na agropecuária podemos afirmar, exceto:<br />
a) Para uma boa gestão é preciso que o empreendimento tenha objetivos<br />
claros que deseja alcançar.<br />
b) É preciso desenvolver um meio ou método para alcançar os objetivos.<br />
c) Previsão de custos é a estimativa de quanto será preciso gastar para realizar<br />
o negócio.<br />
d) O projeto agropecuário não é um tipo de método aplicado à agropecuária.<br />
2) Podemos citar como vantagens da aquisição de insumos em regime de<br />
parceria.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 110
a) Possibilidade de adquirir mais insumos por um custo menor.<br />
b) Não existe vantagem na aquisição de insumos em parceria.<br />
c) Quando se compra insumos em regime de parceria o comum que é que<br />
o custo seja mais alto.<br />
d) É possível comprar apenas máquinas em regime de parceria devido ao<br />
seu alto custo.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 111<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
AULA 1<br />
Aula Alfabetização 16 – Características Digital do setor<br />
agroindustrial “depois da porteira”<br />
16.1 Segmento do setor agroindustrial “depois<br />
da porteira”<br />
O segmento “depois da porteira” se constitui em sua maioria pelos<br />
atos de processamento e distribuição dos bens ou serviços produzidos pela<br />
atividade agropecuária até que os produtos cheguem aos consumidores finais.<br />
Os agentes envolvidos nesse processo são o comércio, as agroindústrias,<br />
os prestadores de serviços e o governo, basicamente.<br />
Após a colheita dos produtos agropecuários eles seguiram por caminhos<br />
distintos até chegar aos seus respectivos consumidores. Da saída do produto<br />
da fazenda até a chegada nas mãos do consumidor final, muitos processos são<br />
desenvolvidos. Como a industrialização e a comercialização, por exemplo. Já<br />
que em poucos casos o produto sai da propriedade do produtor para as mãos do<br />
consumidor final. No segmento após a porteira, nos estudamos exatamente por<br />
onde o produto passa após deixar a fazenda até chegar à mesa do consumidor.<br />
Quanto aos produtos agropecuários no comércio, eles são, basicamente<br />
de dois tipos, os in natura e os que são submetidos a processos de<br />
beneficiamento e transformação.<br />
Os produtos in natura não passam por qualquer tipo de transformação.<br />
Não é preciso que eles sejam beneficiados ou processados nas agroindústrias.<br />
As operações de embalagem dos produtos não fazem com que eles<br />
percam o seu estado de não beneficiado, já que a embalagem não altera os<br />
produtos em sua substância. Normalmente os produtos agropecuários vendidos<br />
in natura são as frutas, hortaliças e os grãos de maneira geral.<br />
Figura 69: Venda de produtos agrícolas in natura.<br />
Fonte: Disponível em: http://newscomex.files.wordpress.com/2008/06/produtos-agricolas.jpg<br />
acessado em 27 de junho de 2010.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
113<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Sobre os produtos que passam por transformação ou beneficiamento,<br />
isso ocorre em geral por dois motivos, o primeiro é a própria necessidade<br />
que o produto tem de ser beneficiado e o segundo é o fato de o produto<br />
beneficiado tem seu valor elevado no mercado.<br />
Quanto à necessidade de beneficiamento podemos citar a maioria<br />
dos produtos obtidos na pecuária. As carnes, os leites, os couros, entre<br />
outros, todos precisam ser transformados pelas próprias características dos<br />
produtos. A carcaça dos animais precisa ser divida em partes para ser vendida.<br />
O leite precisa ser industrializado para poder ter seu prazo de validade<br />
estendido. O couro precisa ser transformado em produtos que o consumidor<br />
utiliza mais, como chapéus e calçados.<br />
Figura 70: Indústria de beneficiamento de carne.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.boiapasto.com.br/wp-content/uploads/EXPO1.jpg acessado em<br />
27 de junho de 2010.<br />
16.2 Canais de comercialização<br />
O canal de comercialização é o caminho que o produto percorre antes<br />
de chegar ao consumidor final. Cada produto agrícola ou pecuário passa por um<br />
caminho diferente. Podemos citar alguns agentes comerciais que normalmente participam<br />
desses canais de produção: como os intermediários e as agroindústrias<br />
Para simplificar a compreensão, dividimos didaticamente os canais de<br />
produção em etapas. Passaremos agora ao estudo de cada uma dessas etapas.<br />
Etapa 1: aqui estão os produtores rurais brasileiros e sua característica<br />
predominante é o grande número de produtores em pequenas propriedades,<br />
pouco organizados e muitas vezes desinformados.<br />
É possível que o produtor ofereça seus produtos em todos os níveis<br />
dos canais de comercialização, muitas vezes até mesmo para o consumidor<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 114
final. Mas o normal é que ele se especialize em fornecer seus produtos para<br />
apenas pessoas de uma das etapas do processo de comercialização. Fatores<br />
naturais como localização e época do ano e fatores comerciais como o tamanho<br />
e o produtor também determinam para quem ele venderá seus produtos.<br />
O mais comum é que os produtores vendam seus produtos para os chamados<br />
intermediários primários.<br />
Etapa 2: nessa etapa estão os intermediários. Os intermediários<br />
são pessoas ou empresas que adquirem os produtos agropecuários dos produtores<br />
com o objetivo de revendê-los para pessoas em outras etapas da<br />
comercialização ou mesmo para outros intermediários maiores, formando<br />
assim uma sucessão de intermediações.<br />
O intermediário, na maioria das vezes, possui mais recursos que o<br />
produtor individualmente considerado e também possui mais informações<br />
sobre o mercado daquele produto. O intermediário tem o conhecimento prático<br />
dos atos de comércio, ele sabe exatamente de quem comprar, onde e quando<br />
comprar. Como também já tem compradores para seus produtos na maioria das<br />
vezes. É comum que o trabalho do intermediário apresente poucos riscos.<br />
A importância da figura do intermediário cresce de acordo com grau<br />
de desenvolvimento da região e de organização dos produtores. Quanto menos<br />
desenvolvida a região e mais desorganizados os produtores agropecuários,<br />
maior será o poder de barganha do intermediário e maior será sua importância<br />
para o andamento do produto no canal de produção, pois é a figura do intermediário<br />
que vai tirar os produtos das propriedades e colocá-los no comércio.<br />
Existem situações em que a figura do intermediário é muito fraca<br />
ou mesmo inexistente. Isso ocorre quando os produtores se unem e possuem<br />
um alto nível de organização e estão localizados em regiões desenvolvidas,<br />
nas quais eles negociam diretamente com as agroindústrias, supermercados<br />
ou mesmo com os consumidores finais.<br />
Etapa 3: Temos aqui as agroindústrias, os mercados de produtores,<br />
que são as centrais de abastecimento local, e os concentradores.<br />
As agroindústrias são as responsáveis pelo processamento, beneficiamento<br />
e transformação dos produtos que foram adquiridos por meio de<br />
intermediários ou diretamente dos produtores agropecuários. Existem inúmeras<br />
agroindústrias que trabalham com os mais diversos tipos se produtos.<br />
Uma característica básica das agroindústrias é que as atividades que elas<br />
fazem com os produtos agropecuários (beneficiamento, transformação ou<br />
processamento) agregam valor ao produto.<br />
O mercado de produtores foi concebido objetivando oferecer infraestrutura<br />
aos produtores para que eles se organizassem para elevar o valor de seus<br />
produtos e tentar fazer um contato direto com os consumidores de seus produtos,<br />
sejam eles as agroindústrias ou os consumidores finais, excluindo assim a<br />
figura do intermediário. Porém, o que se verificou foi o contrário. Os intermediários<br />
se aglomeraram nesses locais e passaram a usufruir da estrutura dos mercados<br />
de produtores em proveito próprio. Aumentaram suas informações sobre o mercado<br />
e como os produtores estavam concentrados em um mesmo local ficou ainda mais<br />
fácil para eles adquirir os produtos agropecuários.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 115<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 116<br />
Os concentradores de produtos são na verdade grandes intermediários,<br />
os quais normalmente atuam no mercado atacadista e possuem grande<br />
influência na determinação dos preços dos produtos. Isso ocorre devido à<br />
enorme quantidade de produtos que essas pessoas detêm.<br />
Etapa 4: aqui estão presentes os vendedores, distribuidores e representantes,<br />
os quais têm por objetivo vender os produtos, que não são<br />
deles de fato. Aqui, normalmente se trabalha com uma quantidade maior de<br />
produtos e a sua comercialização é feita em vários locais.<br />
Os vendedores são trabalhadores das empresas que de fato tem a<br />
propriedade dos produtos. Eles têm vínculo empregatício com a empresa<br />
são, de fato, empregados, recebem remuneração fixa e, às vezes também,<br />
comissão sobre o total de vendas realizado. É importante ressaltar que eles<br />
não são os donos dos produtos que oferecem e também não são os responsáveis<br />
pela entrega dos produtos para os compradores.<br />
Representantes são pessoas ou empresas que, como o nome deixa<br />
claro, representam determinadas empresas. Sua função é vender os produtos<br />
da empresa que representam e sua remuneração, na maioria das vezes,<br />
é por comissão, recebendo uma porcentagem das vendas realizadas. Normalmente<br />
eles não têm vínculo empregatício estabelecido com a empresa<br />
representada e também não têm responsabilidade sobre a entrega dos produtos<br />
adquiridos por seus compradores.<br />
Em relação aos distribuidores, eles têm mais recursos que os representantes.<br />
São normalmente empresas médias ou grandes que já possuem<br />
compradores certos para os produtos que oferecem. É comum que os<br />
distribuidores sejam os donos dos produtos e que eles mesmos assumam o<br />
compromisso de entregar a mercadoria ao comprador.<br />
Etapa 5: os agentes comerciais presentes na etapa 5 são os atacadistas<br />
e as centrais de abastecimento, além de outros como a cédula de<br />
produto rural, e o governo.<br />
Quanto aos atacadistas, eles são grandes empresas que compram<br />
grandes quantidades de produto dos agentes presentes em todas as etapas<br />
anteriores e os revendem assumindo todos os riscos da atividade, como a<br />
responsabilidade pela entrega dos produtos, por exemplo. Normalmente, o<br />
público alvo dos atacadistas são outras empresas menores que adquirem os<br />
produtos e os revendem diretamente para os consumidores finais.<br />
A central de abastecimento é como um mercado do produtor, seu<br />
objetivo é concentrar produtores e consumidores finais no mesmo local para<br />
que os dois sejam beneficiados. Nessas centrais, o produtor poderia vender<br />
seus produtos diretamente, sem passar por intermediários, e obtendo uma margem<br />
de lucro maior com seus produtos. Para os consumidores também seria vantajoso,<br />
pois nas compras dessa forma, os produtos acabam ficando mais baratos.<br />
Mas assim como ocorreu nos mercados do produtor, o que de fato aconteceu<br />
foi a concentração de intermediários nesses locais, que com mais recursos e<br />
aproveitando da falta de organização dos produtores, acabaram se fortalecendo ainda<br />
mais. E o objetivo das centrais de abastecimento, que era aproximar produtor de
consumidor não foi atingido. A figura do intermediário continuou forte e a distância<br />
entre produtores e consumidores permanece muito grande.<br />
Figura 71: Exemplo de central de abastecimento.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.onorte.net/admin/editor/uploads/Image/imagens/<br />
montesclaros/ceanorte_comercio01.jpg acessado em 27 de junho de 2010.<br />
Quanto à cédula de produto rural, ela é um instrumento legal, que<br />
surgiu por meio da lei número 8.929 de 22 de agosto de 1994, que possibilita<br />
a venda antecipada dos produtos do agropecuarista e a posterior entrega<br />
dos produtos. Esse mecanismo permite que os produtores adquiram recursos<br />
para pagar os custos de suas criações ou lavouras.<br />
A administração desse tipo de venda cabe a Central de custódia<br />
e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip) entidade que funciona com a<br />
autorização do Banco Central. A cédula de produto rural é uma venda que<br />
ocorre da seguinte forma: o produtor emite um título, que nada mais é do<br />
que um documento, esse título representa determinada quantidade de produto.<br />
O comprador paga ao produtor o valor daquele documento e espera<br />
até que o vendedor tenha os bens para entregar.<br />
O Banco do Brasil valida a cédula de produto rural, garantindo ao<br />
comprador a entrega dos produtos pagos ou o recebimento do valor pago<br />
de volta. Devem conter na cédula algumas informações como: a promessa<br />
de entregar os produtos na quantidade e na qualidade prevista, o nome do<br />
comprador, a especificação da data e o local da entrega dos produtos, a data<br />
e lugar onde foi emitida e a assinatura do produtor que a emitiu. A grande<br />
vantagem da cédula é para o produtor que recebe de forma antecipada o<br />
recurso para garantir a sua produção.<br />
O governo federal também interfere na comercialização dos produtos<br />
agropecuários, principalmente instituindo preços mínimos que devem<br />
ser pagos pelos produtos e realizando empréstimos, tanto para os produtores<br />
como para os compradores. Em certos casos, o governo também participa<br />
do setor comercial como consumidor. Ele compra parte da produção dos<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 117<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
agropecuaristas para estabilizar os preços no mercado, por exemplo, se o<br />
preço estiver muito baixo, ou vende seus estoques para abaixar o preço dos<br />
produtos, quando esses estiverem muito caros.<br />
Etapa 6: aqui estão os agente que direcionam suas atividades para<br />
o comércio internacional, ou seja, para a exportação dos produtos adquiridos<br />
aqui no Brasil. E os vendedores que tratam direto com os consumidores<br />
finais, como os supermercados, açougues, “sacolões” e feiras livres.<br />
Figura 72: Exemplo de feira livre.<br />
Fonte: Disponível em: http://jornale.com.br/mirian/wp-content/uploads/2009/07/feira-livre.jpg<br />
acessado em 27 de junho de 2010.<br />
Etapa 7: encontramos aqui o agente mais importante do segmento<br />
comercial: o consumidor. Toda a atividade que se desenvolve nos outros segmento<br />
são para agradar o consumidor final. A cada dia o consumidor está mais<br />
exigente. O consumidor quer sempre produtos de mais qualidade e de menor preço.<br />
Claro que ele deve ser atendido, pois todo o custo da atividade financeira recai<br />
sobre o consumidor final. Quanto mais satisfeito estiver o consumidor, mais ele irá<br />
comprar e maior será o lucro dos participantes do agronegócio.<br />
Etapa 8: na etapa 8, estão os agentes que trabalham com a importação<br />
de produtos. Cada produto importado provavelmente passou pelas<br />
mesmas etapas do produto nacional, mas no seu país de origem é claro.<br />
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- O que ocorre no setor agroindustrial depois da porteira.<br />
2- O que são canais de comercialização.<br />
3- A divisão dos canais de comercialização.<br />
4- Quem são as figuras presentes nos canais de comercialização e as<br />
atividades que cada um deles desenvolve.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 118
Referências<br />
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. 2 ed. São Paulo: Atlas,<br />
2009.<br />
Atividades de aprendizagem<br />
1) O segmento “depois da porteira” se constitui de:<br />
a) Dos atos de processamento e distribuição dos produtos ou serviços produzidos<br />
na agropecuária.<br />
b) O Governo não é um agente envolvido no segmento “depois da porteira”.<br />
c) Os processos de comercialização não se enquadram nas atividades do setor<br />
“depois da porteira”.<br />
d) Os produtos envolvidos na setor “depois da porteira” são apenas os “in<br />
natura”.<br />
2) Podemos afirmar sobre os canais de comercialização, exceto:<br />
a) O canal de comercialização é o caminho que o produto percorre antes de<br />
chegar ao consumidor final.<br />
b) Intermediários são pessoas que adquirem os produtos agropecuários de<br />
seus produtores com o objetivo de revendê-los a outras pessoas.<br />
c) As agroindústrias são responsáveis somente pela transformação e beneficiamento<br />
dos produtos.<br />
d) Representantes são pessoas ou empresas que, como o nome deixa claro,<br />
representam determinadas empresas.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 119<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
AULA 1<br />
Aula Alfabetização 17 – Características Digital do setor<br />
agroindustrial “depois da porteira” 2<br />
17.1 Os agentes comerciais e a formação dos<br />
preços<br />
A cada etapa do processo de comercialização apresentado anteriormente,<br />
atuam tipos diferentes de agentes, pessoas ou empresa, cada<br />
qual com suas características, que compram os produtos agropecuários e os<br />
revendem para os agentes das etapas seguintes.<br />
É um raciocínio lógico que a cada venda o produto tenha seu preço<br />
aumentado, sempre que o produto vai para a etapa seguinte, ele agrega valor.<br />
Precisamos definir dois conceitos técnicos que são utilizados na formação<br />
do preço do produto que são o número de intermediações e o de intermediadores.<br />
Intermediação é toda a mudança de posse, de propriedade do produto,<br />
em outras palavras mais simples, sempre que o bem é vendido ou comprado<br />
ocorre uma intermediação. Vamos para um exemplo prático, sempre<br />
que um intermediário primário compra um produto do agropecuarista, 30<br />
sacos de feijão, por exemplo, e os vende para o intermediário secundário<br />
ocorre uma intermediação e assim sucessivamente. A cada intermediação o<br />
preço do produto muda e o comum é que ele fique mais caro, logo podemos<br />
concluir que o preço final de certo produto depende diretamente de quantas<br />
intermediações ele teve.<br />
A quantidade de intermediários diz respeito ao número de agentes,<br />
sejam pessoas ou empresas, que participam num mesmo nível ou numa<br />
mesma etapa de intermediação para determinado produto. Quanto maior<br />
o número de intermediários presentes em determinado nível ou etapa de<br />
intermediação, mais elevada será a competição entre os próprios intermediários.<br />
Logo podemos concluir, que nessa hipótese de grande número de<br />
intermediários, eles, muito provavelmente, adquirem os produtos por um<br />
preço elevado, pois existe disputa para a aquisição e, se na próxima etapa<br />
não existir tanta concorrência entre intermediários como na etapa anterior,<br />
é provável que o preço caia.<br />
Logo chegamos à conclusão, de que quanto menos intermediações<br />
(relacionado com o maior número de intermediários em cada etapa do processo<br />
de comercialização), mais favorável será para os consumidores e para<br />
os produtores. Mas o que acontece normalmente é a situação inversa, as<br />
etapas de comercialização ocorrem de tal forma que os grandes lucros ficam<br />
nas mãos dos intermediadores durante as etapas de comercialização.<br />
É natural que a cada intermediação o produto tenha seu preço alterado<br />
para mais, mesmo sem sofrer qualquer tipo de transformação ou be-<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
121<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
neficiamento. Essa alteração ocorre devido ao lucro dos intermediários e<br />
aos custos comerciais. O nome técnico para esse tipo de ganho é margem<br />
de comercialização. O valor da margem de comercialização é mais elevado<br />
quando a quantidade de intermediários é pequena e o seu porte é grande.<br />
Trataremos agora de forma separada de cada um dos agentes responsáveis<br />
pela formação de preços na atividade agropecuária.<br />
17.2 Produtores agropecuários<br />
A situação mais delicada da formação de preços nos produtos agropecuários<br />
é a dos produtores. Eles têm de pagar altos valores pelos insumos que<br />
utilizam nas suas lavouras e criações. De maneira geral, vedem seus produtos a<br />
preços muito baixos. Uma forma que os produtores encontraram de aumentar o<br />
valor de seus produtos é se organizando em associações e cooperativas.<br />
Figura 73: O produtor, provavelmente o elo mais fraco do comércio agropecuário<br />
Fonte: Disponível em: http://www.prove.com.pt/files/Produtor%20Jo%E3o%20Mafra.JPG acessado<br />
em 27 de junho de 2010.<br />
17.3 Intermediários<br />
Quanto aos intermediários, eles se dividem em intermediários primários<br />
e secundários. Os primários são em grande maioria pequenos comerciantes<br />
que possuem mais informações e são mais interados com as práticas<br />
de comércio do que os produtores. São eles que lançam os produtos<br />
agropecuários nas etapas da comercialização. Eles adquirem os produtos nas<br />
próprias fazendas, é comum que comprem pequenas quantidades em várias<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 122
propriedades e as reúnam de forma que justifiquem o custo com transporte.<br />
De maneira geral possuem boa relação com os produtores e são mais importantes<br />
nas localidades onde os produtores têm baixo nível de organização.<br />
Os intermediários secundários são, em sua maioria, os concentradores<br />
de produtos. Eles adquirem seus produtos dos intermediadores primários,<br />
pelo fato de terem mais capital disponível, possuírem acesso mais fácil aos<br />
mercados consumidores e maior capacidade de negociação com os compradores.<br />
Do mesmo modo que os intermediários primários mantêm boas relações<br />
com produtores, os intermediários secundários têm boas relações com<br />
os intermediários primários.<br />
17.4 Concentradores<br />
Os concentradores são intermediários de grande porte, que adquirem<br />
seus produtos tanto de intermediários primários ou secundários, como<br />
dos próprios produtores e distribuem esses produtos nas etapas seguintes da<br />
comercialização. São sempre grandes empresas com muito capital e vendem<br />
seus produtos para os grandes consumidores de produtos agropecuários, em sua<br />
maioria as agroindústrias, devido a esse fato, a própria localização dos concentradores<br />
é estratégica. É comum que fiquem próximos aos grandes centros de<br />
compra e venda de produtos agropecuários no atacado ou próximos aos grandes<br />
centros urbanos consumidores de produtos, tanto no varejo, como no atacado.<br />
Não são raros os concentradores que fazem algum beneficiamento<br />
nos produtos adquiridos, como utilização de melhores embalagens, por<br />
exemplo. Devido a todas as características aqui citadas podemos concluir que<br />
os concentradores exercem grande influência na determinação dos preços no<br />
agronegócio. Buscam sempre comprar os produtos pelo menor preço possível e<br />
vendê-los pelo preço mais alto que conseguirem. Os concentradores, na verdade,<br />
estão numa posição estratégica, pois existem várias pessoas querendo vender<br />
para eles. Isso causa a diminuição de preço. Observamos ainda, que várias<br />
pessoas e empresas querem comprar deles. Isso causa o aumento de preço.<br />
17.5 Mercados de produtores<br />
O mercado de produtores foi um espaço criado para aproximar produtores<br />
e consumidores finais, porém o que houve de fato foi a concentração<br />
de intermediários secundários e alguns concentradores nesses locais. Por<br />
consequência lógica, ocorreu o fortalecimento dos intermediadores e os produtores<br />
continuaram vendendo seus produtos a preços baixos.<br />
17.6 Agroindústrias<br />
A agroindústria é sem nenhuma dúvida uma das maiores consumidoras<br />
de produtos agropecuários. Para adquirir suas matérias-primas, muitas<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 123<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
vezes ela faz o papel de intermediário, porém o normal é que adquira seus<br />
produtos em grandes concentradores.<br />
A atividade industrial vai transformar aquele produto, ela não tem<br />
a capacidade de melhorá-lo. Logo, a exigência de padrões de qualidade é<br />
um requisito para se comercializar com o setor agroindustrial. Sem matéria-<br />
-prima de qualidade não se produz derivados de qualidade e isso é um fato.<br />
O nível de exigência do consumidor final é cada dia maior e para não<br />
perder espaço e competitividade a agroindústria exige qualidade na produção<br />
de seus próprios bens e qualidade de seus fornecedores. Tanto que uma<br />
das preocupações do agroindustrial é a idoneidade, ou seja, a honestidade<br />
e a competência de seus fornecedores. Esses precisam ter características<br />
como: normas sanitárias aceitas pela sociedade, preços estáveis, quantidade<br />
suficiente, pontualidade nas entregas, entre outras.<br />
É comum, quando uma agroindústria encontra um fornecedor de<br />
qualidade se formar um contrato de fornecimento. Segundo esses contratos,<br />
aquele fornecedor se compromete a prestar seu serviço de forma exclusiva<br />
ou não para aquela agroindústria. Ou seja, toda a quantidade de produtos<br />
que aquele fornecedor detém, ou a maior parte dela será para suprir as necessidades<br />
de matéria-prima daquela agroindústria.<br />
17.7 Representantes e vendedores<br />
São agentes comerciais que repassam os preços dos produtos que<br />
são estabelecidos nas etapas anteriores às quais estão vinculados. Eles não<br />
são os proprietários dos produtos e não têm a possibilidade de alterar os<br />
preços, a não ser em margens preestabelecidas e aceitas pelo mercado.<br />
É importante lembrar que os produtos não pertencem aos revendedores<br />
ou aos representantes e nem mesmo a clientela está vinculada a eles.<br />
Os vendedores e representantes são apenas funcionários das empresas que<br />
de fato recebem os lucros com as vendas.<br />
17.8 Distribuidores<br />
Os distribuidores não são como os vendedores e representantes. Distribuidores<br />
são sempre empresas, que possuem a propriedade dos bens que ofertam no<br />
mercado, têm os seus clientes vinculados a eles e assumem a responsabilidade pela<br />
entrega dos produtos e demais operações que se façam necessárias após a venda.<br />
É comum que os distribuidores tenham um número pequeno de<br />
produtores que lhe fornecem bens, mas possuem uma grande quantidade<br />
de clientes. Por esse motivo os distribuidores são formadores de preços no<br />
agronegócio, tanto para cima como para baixo e toda essa variação ocorre<br />
devido ao interesse do próprio distribuidor ou com o interesse do mercado.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 124
17.9 Atacadistas<br />
Os atacadistas são empresas de grande porte, que existem em número<br />
reduzido. Que compram produtos de várias empresas e os vendem para um número<br />
maior de outras empresas ou realizando as vendas para os consumidores<br />
finais. Também tem papel importante na formação de preços no agronegócio.<br />
17.10 Governo<br />
O governo federal tem instrumentos que visam justamente interferir<br />
nos preços dos produtos agropecuários. É uma política do governo justamente<br />
voltada para o setor agropecuário. A interferência do governo na<br />
formação dos preços dos produtos agrícolas ou agropecuários ocorre principalmente<br />
através do Programa de Garantia de Preços Mínimos.<br />
Com o Programa de Garantia de Preços Mínimos, o Governo Federal<br />
determina e garante quais serão os valores mínimos pagos aos produtores<br />
agrícolas ou pecuários ou as suas cooperativas e associações para determinado<br />
tipo de produto. Esses preços são determinados antes do plantio de cada<br />
safra, por exemplo, o Programa de Garantia de Preços Mínimos para vigorar<br />
no ano de 2012 deverá ser estabelecido no ano de 2011.<br />
O objetivo do Estado é dar um direcionamento aos produtores sobre<br />
quais são os produtos desejados pelo governo e buscar garantir também um<br />
retorno mínimo ao produtor. Caso se observe que os preços praticados no<br />
mercado estão abaixo daqueles determinados pelo governo, serão tomadas<br />
medidas para elevar o valor dos produtos no mercado. Vale lembrar que os<br />
Governos Estaduais também podem interferir na formação de preços dos<br />
produtos agropecuários com políticas como as tomadas pelo Governo Federal,<br />
caso queiram ou caso seja preciso.<br />
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- Quem são os agentes comerciais e seu papel na formação dos preços.<br />
2- Sobre o papel dos produtores agropecuários na formação dos preços.<br />
3- Quem são os intermediários e os concentradores e seus papéis.<br />
4- Qual era o objetivo dos mercados de produtores e o que aconteceu<br />
de fato.<br />
5- O papel das agroindústrias.<br />
6- Quem são os representantes, os vendedores, os distribuidores e os<br />
atacadistas.<br />
7- Sobre o papel do governo na formação dos preços.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 125<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Referências<br />
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. 2 ed. São Paulo: Atlas,<br />
2009.<br />
Atividades de aprendizagem<br />
1) Sobre os agentes formadores dos preços podemos afirmar. Exceto<br />
a) Os concentradores são intermediários de pequeno porte, que adquirem<br />
seus produtos tanto de intermediários primários ou secundários, como dos<br />
próprios produtores e distribuem esses produtos nas etapas seguintes da<br />
comercialização.<br />
b) Intermediários primários são em grande maioria pequenos comerciantes<br />
que possuem mais informações e são mais interados com as práticas de comércio<br />
do que os produtores.<br />
c) O mercado de produtores foi um espaço criado para aproximar produtores<br />
e consumidores finais, porém o que houve de fato foi a concentração de intermediários<br />
secundários e alguns concentradores nesses locais.<br />
d) Os atacadistas são empresas de grande porte, que existem em número<br />
reduzido. Que compram produtos de várias empresas e os vendem para um<br />
número maior de outras empresas ou realizando as vendas para os consumidores<br />
finais.<br />
2) Sobre a participação do Governo na formação dos preços podemos afirmar.<br />
a) O Governo não interfere na formação dos preços dos produtos agropecuários.<br />
b) O Governo interfere apenas na formação dos preços dos produtos pecuários.<br />
c) O Governo interfere apenas na formação dos preços dos produtos agrícolas.<br />
d) O Governo Federal tem instrumentos que visam interferir nos preços dos<br />
produtos agropecuários, sejam agrícolas ou pecuários.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 126
AULA 1<br />
Aula Alfabetização 18 – Características Digital do setor<br />
agroindustrial “depois da porteira” 3<br />
Continuamos com o estudo dos agentes formadores dos preços.<br />
18.1 Supermercados<br />
Supermercados são grandes lojas, que abrigam uma diversidade<br />
imensa de produtos de todos os tipos e qualidades possíveis. O comum é que<br />
sejam grandes redes, as quais possuem elevada quantidade de capital. É uma<br />
tendência mundial a formação de redes de supermercados, o próprio consumidor<br />
faz a exigência de encontrar tudo que precisa em um único local.<br />
Figura 74: Corredor de um grande supermercado<br />
Fonte: Disponível em: http://fcdlpe.files.wordpress.com/2009/11/supermercado1.jpg acessado em<br />
28 de junho de 2010.<br />
Hoje os supermercados estão exatamente antes do consumidor no<br />
caminho da comercialização, ou seja, é o supermercado que venderá o produto<br />
para o consumidor final. Essas grandes lojas precisam de uma grande<br />
quantidade de produtos de qualidades e tipos específicos, pois é nas prateleiras<br />
dos supermercados que a aceitabilidade de um produto é testada.<br />
Caso ele venda muito, será demandado mais desse tipo de produto, caso ele<br />
não tenha uma boa aceitabilidade no mercado, seus produtores não conseguiram<br />
vendê-los para os supermercados.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
127<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Pelo fato de o supermercado ter um papel privilegiado na compra<br />
de mercadorias, pois é grande o número de vendedores que desejam tê-lo<br />
como parceiro e também é grande o numero de compradores que os procuram,<br />
é um dos maiores formadores de preços de produtos, se não o maior.<br />
As grandes redes de supermercados demandam uma quantidade imensa de<br />
produtos e os revendem para uma enorme quantidade de consumidores,<br />
muitas vezes, vinculando tanto os vendedores quanto os consumidores a eles<br />
e criando uma relação de dependência.<br />
Quando isso ocorre, muitas vezes verificamos a prática do abuso<br />
comercial. Já que o produtor ou intermediário tem apenas uma rede de<br />
supermercados para vender seus produtos e o consumidor tem apenas uma<br />
opção de vendedor. Caso isso ocorra o supermercado poderia, em tese, colocar<br />
o preço que quiser em seus produtos.<br />
18.2 Pontos de venda<br />
Caro aluno, você está<br />
percebendo como os<br />
agentes que interferem<br />
na formação dos preços<br />
são importantes e como<br />
isso é algo prático em<br />
nossa vida cotidiana.<br />
Reflita sobre como são<br />
as relações comerciais<br />
que você participa<br />
e tente identificar<br />
os agentes que nós<br />
apresentamos aqui.<br />
Os pontos de vendas são os pequenos comerciantes, como os<br />
“sacolões”, mercadinhos e armazéns. São pequenos estabelecimentos que<br />
atendem a clientes específicos e mais próximos fisicamente desses estabelecimentos.<br />
Figura 75: Exemplo de sacolão.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.saude.al.gov.br/files/images/Frutas%20e%20<br />
hortali%C3%A7as%20-%20Divulga%C3%A7%C3%A3o.preview.jpg acessado em 28 de junho de 2010.<br />
Sua capacidade de formação de preços é pequena porque normalmente<br />
adquirem seus produtos nos grandes supermercados e seus clientes<br />
são poucos. Eles não podem subir muito seus preços, caso os comerciantes<br />
façam isso, seus clientes procuraram outros estabelecimentos para comprar<br />
os produtos.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 128
18.3 Feirantes<br />
As feiras livres são compostas por pequenos comerciantes ou até<br />
mesmo pequenos produtores rurais.<br />
Figura 76: Feira livre.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.oguiaverde.com/wp-content/uploads/2009/07/feira-livre.jpg<br />
acessado em 28 de junho de 2010.<br />
A maioria dos produtos que são vendidos são frutas, verduras<br />
e hortaliças produzidas na região e muito perecíveis. Normalmente, os<br />
produtos comercializados nessas feiras não têm nenhum tipo de beneficiamento<br />
ou embalagem mais sofisticada. Pode-se dizer que os produtos<br />
são vendidos quase da mesma forma que foram colhidos. Assim podemos<br />
concluir que existe um elevado percentual de perda dos produtos e que<br />
as feiras não têm muita importância na formação geral de preços, apenas<br />
os preços praticados internamente sofrerão alterações devido à concorrência<br />
interna.<br />
18.4 Exportadores<br />
A exportação de produtos agrícolas e pecuários exige grande especialização<br />
e por esse motivo é realizada, principalmente, por grandes empresas<br />
que têm suas atividades voltadas apenas para essa área.<br />
O mercado externo é muito mais exigente que o mercado brasileiro.<br />
Se no Brasil o consumidor está criando a ideia de consumir apenas produtos<br />
de alta qualidade, no mercado externo, principalmente o mercado europeu<br />
e dos Estados Unidos, essa cultura já está consolidada em todos os segmen-<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 129<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Caro aluno, sugerimos<br />
que você faça uma<br />
pesquisa na internet<br />
ou em livros sobre<br />
a rentabilidade dos<br />
produtores que voltam<br />
suas atividades para<br />
a exportação. Fique<br />
atento principalmente<br />
ao fato do pagamento<br />
ser feito em moeda<br />
estrangeira. E também<br />
pesquise sobre o valor<br />
dessas moedas.<br />
tos da sociedade. Para ter sucesso no mercado internacional, o vendedor<br />
precisa garantir alta qualidade ao seu produto, pontualidade na entrega e<br />
competitividade. Um desempenho ruim em qualquer desses itens leva o empreendimento<br />
ao fracasso.<br />
Figura 77: Frigorífico especializado no beneficiamento e venda de carne para o<br />
mercado externo.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.rondonia.ro.gov.br/imagensnoticiascomunicados/%7BB36<br />
005F08AD743BD8647067297012D62%7D_Rond%C3%B4nia_exporta%C3%A7%C3%A3o%20de%20<br />
carne_Setor%20de%20desossa%20%28Custom%29%20%28Custom%29.jpg acessado em 28 de junho<br />
de 2010.<br />
Porém, uma vez que o empresário rural consiga se firmar nesse<br />
ramo do agronegócio ele terá assegurado uma grande quantidade de vendas<br />
e uma excelente rentabilidade. Não podemos nos esquecer de que o mercado<br />
externo paga em dólar ou em euro, moedas muito mais valorizadas que<br />
o real.<br />
Quanto à formação dos preços, os produtos destinados à exportação<br />
têm seu valor definido já no exterior e não no mercado nacional. Mas<br />
entendemos que, de uma forma mais ou menos leve, as exportações podem<br />
interferir na formação dos preços de produtos nacionais.<br />
Pensemos na possibilidade de que determinada cultura brasileira<br />
atinja altos níveis de qualidade e especialização, chegando a ganhar reconhecimento<br />
internacional, como, por exemplo, a produção de carne brasileira.<br />
Como o mercado internacional paga melhor, mais e mais produtores e<br />
empresários se voltarão para o mercado externo. Se a quantidade de produto<br />
destinada ao mercado interno diminuir e a procura por esses produtos<br />
aumentar, por uma consequência lógica os preços subirão.<br />
E se, por qualquer motivo, o mercado internacional rejeita de<br />
forma inesperada uma grande quantidade de produto. Os empresários<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 130
venderão esse excedente no mercado interno. E, Também por conseqüência<br />
lógica, o preço vai cair, pois a quantidade de produto no mercado é maior<br />
do que a procura.<br />
Também precisamos falar aqui, de algumas variedades especiais de<br />
produtos agropecuários voltados para a exportação. São as chamadas commodities.<br />
Commodities são produtos agropecuários com cotação em bolsa de<br />
valores. Isso significa que as operações de compra e venda desses produtos<br />
são operadas no sistema da bolsa de valores. Assim, o valor a ser pago pelo<br />
produto é em média o valor previsto na Bolsa de Mercadorias de Chicago, nos<br />
Estados Unidos. Alguns exemplos de produtos que têm seus preços cotados<br />
na Bolsa de Chicago são: a soja e o milho.<br />
18.5 Importadores<br />
As ações dos importadores e dos exportadores se parecem, porém<br />
ocorrem em sentido contrário. Enquanto o exportador busca vender os produtos<br />
nacionais no exterior para obter maior rentabilidade, o importador<br />
procura comprar produtos no exterior e vendê-los no mercado interno para<br />
ter mais lucros.<br />
Os importadores, na maioria das vezes, têm como fim atingir consumidores<br />
bem definidos, é um publico diferenciado, que baseia seu consumo<br />
não apenas no preço do produto, mas principalmente na qualidade, no sabor<br />
e, muitas vezes, no status.<br />
Isso significa que mesmo que o produto seja mais caro que os produzidos<br />
no Brasil o consumidor pagará por ele sem nenhum problema. É um<br />
mercado de alto nível econômico. Podemos citar como exemplo o mercado<br />
de vinhos. O vinho é um produto agroindustrial. Existem muitas fábricas de<br />
vinhos no Brasil que vendem seus produtos a um preço acessível, porém o<br />
público visado pelos importadores pagará 15 vezes mais numa garrafa de<br />
vinho importado da França, pelo fato de o vinho francês ser de melhor qualidade<br />
que o brasileiro.<br />
18.6 Consumidor<br />
Todo e qualquer empreendimento agropecuário tem por fim atingir<br />
o consumidor. Ele é o ultima elo nos atos de comercialização e o<br />
principal agente econômico do agronegócio, afinal todos os custos são<br />
pagos em última análise pelo consumidor. A cada dia o setor agropecuário<br />
procura produzir mais produtos e com mais qualidade para ganhar o<br />
consumidor final.<br />
Como a preferência do consumidor final está sempre se aprimorando<br />
isso exige que o setor agropecuário acompanhe de perto as tendências de<br />
consumo, para que seus produtos não percam em competitividade.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 131<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Figura 78: O consumidor.<br />
Fonte: Disponível em: http://giorgiofasulo.files.wordpress.com/2009/11/el-consumidorevolucionado-evolucion-del-consumidor-ante-la-crisis-popmofo.jpg<br />
acessado em 28 de junho de 2010.<br />
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- O papel dos supermercados como formadores de preços.<br />
2- Sobre o papel dos feirantes nos atos de comercialização.<br />
3- Quem são e o que fazem os exportadores e as consequências da sua<br />
atividade no mercado interno.<br />
4- Sobre os importadores e seu público alvo no agronegócio.<br />
5- Que o consumidor é o elo mais importante dentro do comercio.<br />
Referências<br />
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de <strong>Agronegócio</strong>s. 2 ed. São Paulo, Atlas,<br />
2009.<br />
Atividades de aprendizagem<br />
1) Quanto a exportação de produtos agropecuários podemos afirmar. Exceto:<br />
a) Os produtos agropecuários tem baixo valor agregado, logo não são importantes<br />
para as exportações brasileiras.<br />
b) O volume de produtos agropecuários exportados é muito baixo no Brasil.<br />
c) O agronegócio é um dos setores que mais exportam no Brasil.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 132
d) A atividade agropecuária está em declínio em todo o mundo.<br />
2) Não seria correto afirmar sobre as feiras livres e os feirantes.<br />
a) As feiras livres são compostas por pequenos comerciantes ou até mesmo<br />
pequenos produtores rurais.<br />
b) A maioria dos produtos que são vendidos são frutas, verduras e hortaliças<br />
produzidas na região e muito perecíveis.<br />
c) Normalmente, os produtos comercializados nessas feiras não têm nenhum<br />
tipo de beneficiamento ou embalagem mais sofisticada.<br />
d) É comum a presença de grandes atacadistas nesses locais.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 133<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
AULA 1<br />
Aula Alfabetização 19 – Características Digital do setor<br />
agroindustrial “depois da porteira” 4<br />
19.1 As agroindústrias<br />
A agroindústria é a unidade empresarial, na qual vai ocorrer todo<br />
o processo de processamento, beneficiamento e transformação dos produtos<br />
agrícolas e pecuários in natura para que se tornem produtos industrializados.<br />
As agroindústrias se dividem em dois grupos: os que tratam<br />
com produtos voltados para a alimentação e os que tratam com produtos<br />
não alimentares.<br />
A respeito das agroindústrias voltadas para a produção de alimentos,<br />
elas são cercadas de cuidados muito específicos. Afinal elas produzirão<br />
alimentos que serão ingeridos pelas pessoas, alimentos que podem causar<br />
danos para a saúde dos consumidores. As questões referentes à higiene e<br />
controle sanitário dos produtos que serão produzidos é a maior preocupação<br />
desses agroindustriais. Um exemplo de agroindústria voltada para a produção<br />
de alimentos é a indústria de laticínios.<br />
Quanto às agroindústrias que não são voltadas para a produção de<br />
alimentos, sua estrutura e organização interna não diferem muito das de<br />
uma indústria comum. A grande especificidade aqui diz respeito a aquisição<br />
de matéria prima. Temos como exemplo de agroindústrias não alimentares<br />
as que trabalham com a produção de derivados de couro.<br />
Trataremos agora sobre os conceitos de beneficiamento, processamento<br />
e transformação. A ideia de beneficiamento está ligada, basicamente,<br />
a aparência do produto. O beneficiamento não traz nenhuma<br />
alteração ou transformação química ao produto, é apenas um tratamento<br />
que o produto recebe sem alterar as suas características de produto in<br />
natura.<br />
O beneficiamento na maioria dos casos tem por objetivo melhorar<br />
a apresentação do produto, aumentar o tempo de validade, exterminar<br />
possíveis pragas remanescentes ou apenas agradar o consumidor.<br />
Entre as operações de beneficiamento podemos citar a lavagem e embalagem<br />
dos produtos, muito comum em frutas e hortaliças. Podemos citar<br />
como exemplo de beneficiamento: a lavagem e seleção das folhas de<br />
alface que serão posteriormente ensacadas ou a lavagem e polimento da<br />
batata inglesa.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
135<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Figuras 79 e 80: Exemplos de alface que passou pelo processo de beneficiamento.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.malunga.com.br/arquivos/imagem1_52.jpg e http://www.<br />
chacarastrapasson.com.br/images/produto/8248143nsby300_alfacecrespahidro.jpg acessadas em<br />
29 de junho de 2010.<br />
Não há duvida que o beneficiamento agrega valor ao produto. O<br />
consumidor está disposto a pagar mais por um produto mais apresentável.<br />
As técnicas de beneficiamento podem parecer muito simples num primeiro<br />
momento, mas elas são e grande importância para a elevação do preço do<br />
produto e por conseqüência para o aumento dos lucros do agroindustrial.<br />
Quanto ao processamento, nós o entendemos como cuidados especiais<br />
que são dados aos produtos agropecuários. Esses cuidados tornam os<br />
produtos mais fáceis para o consumo e garantem melhor qualidade para esses<br />
produtos. É mais fácil ver o processamento através de exemplos práticos,<br />
passemos agora para eles: a batata que foi pré-cozida, descascada e fatiada<br />
passou por um tipo de processamento.<br />
A água de coco já engarrafada é um tipo de processamento, assim<br />
como os cortes especiais de carnes, os pacotes de dentes de alho já descascados<br />
e uma variedade incontável de produtos que passaram por um processo<br />
que facilitará seu consumo são os produtos agropecuários processados.<br />
Figura 81: Pacote de batatas já sem casca e fatiadas, exemplo de produto<br />
processado.<br />
Fonte: Disponível em: http://www.lutosa.com/files/produits/catalogue/consommateurs/large/<br />
ovenpomsteak1kgit-lr.png acessado em 29 de junho de 2010.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 136
A transformação é a operação que cria um produto diferente a partir<br />
de produtos agropecuários in natura. A transformação pode ter por base<br />
a utilização de produtos beneficiados, processados ou até mesmo outros produtos<br />
que foram transformados anteriormente.<br />
Assim como no processamento é mais visualizar a transformação<br />
através de exemplos. Como a produção de geléia através de morangos, a<br />
confecção de chapéus através do couro, a obtenção de cachaça pelo processo<br />
de destilação da cana-de-açúcar entre muitos outros.<br />
Figura 82: Potes de geléia, obtidos através da transformação dos morangos.<br />
Fonte: Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/_HDOjqzOaLkI/SNcTD7x47NI/AAAAAAAAA5I/<br />
nlIXcAS9rK0/s400/%7BC550B9BDB74944E5B676125B6B4C40B0%7D_geleia%2520suli.jpg acessado em<br />
29 de junho de 2010.<br />
19.2 Fatores relacionados à montagem de uma<br />
agroindústria<br />
A montagem de ou criação de uma agroindústria tem características<br />
próprias, mas nos podemos tratar de alguns conceitos mais gerias que em<br />
maior ou menor escala são usados pela maioria dos agroindustriais.<br />
Quanto as agroindústrias de produtos não alimentares, seus procedimentos<br />
são muito parecidos com os das indústrias em geral. São as agroindústrias<br />
de produção de alimentos que apresentam características mais especiais<br />
de planejamento e implantação.<br />
Caro aluno lembre-se<br />
que anteriormente<br />
estudamos sobre o<br />
papel da Embrapa e<br />
das universidades na<br />
produção de tecnologia<br />
para os produtores<br />
e também para as<br />
agroindústrias.<br />
19.2.1 Definição da tecnologia utilizada<br />
Cada empreendimento agroindustrial precisa de uma tecnologia diferente<br />
para funcionar. Mesmo agroindústrias que produzem a mesma coisa,<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 137<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
podem utilizar tecnologias diferentes. Podemos conceituar tecnologia aqui<br />
como todo o conjunto de práticas necessárias para realizar de maneira eficiente<br />
o processo de produção de determinada agroindústria.<br />
A tecnologia pode ser comprada de outras indústrias ou desenvolvida<br />
pela própria empresa que vai utilizá-la. Também podem ser desenvolvidas<br />
por instituições públicas como as universidades ou a Embrapa.<br />
A definição de qual tecnologia utilizar depende do tipo de produto que<br />
se quer produzir e com quais características se quer produzir. Essas informações<br />
são obtidas de maneira geral no próprio mercado. Afinal nenhum empresário<br />
fundará uma agroindústria para produzir algo que o consumidor não deseja mais.<br />
Assim que é determinado o que se quer produzir e com quais características<br />
produzir, passa-se para a análise das tecnologias ofertadas no<br />
mercado, caso pretenda-se obter a tecnologia por meio de compra. A escolha<br />
será feita baseada na necessidade e na capacidade financeira de empreendedor.<br />
O ideal é buscar a melhor tecnologia possível dentro do quanto se<br />
pretende gastar para obtê-la.<br />
19.2.2 Definição de quais máquinas e acessórios adquirir<br />
Para uma produção de qualidade é preciso realizar a aquisição de máquinas<br />
que realizarão serviços que se feitos à mão teriam uma qualidade muito<br />
baixa. É preciso que a máquina adquirida tenha uma boa produtividade, qualidade,<br />
praticidade e funcionalidade. É preciso dizer que muito dificilmente uma<br />
máquina vem completa e pronta para uso, normalmente são precisos acessórios<br />
para que ela funcione de modo perfeito, como lubrificantes, por exemplo.<br />
Quando vai se fazer a aquisição dessas máquinas é preciso tomar<br />
alguns cuidados como: fazer um levantamento de preços em diversos fabricantes,<br />
pesquisar sobre a idoneidade daquele fabricante, verificar a disponibilidade<br />
de assistência técnica na região onde aquela máquina será usada e<br />
evitar a dependência de um só fornecedor.<br />
19.2.3 Construções civis e instalações<br />
Construções civis e instalações são os prédios onde a agroindústria<br />
desenvolverá suas atividades. É preciso que o prédio seja adequado, tenha<br />
espaço suficiente para as máquinas e funcionários, seja um ambiente organizado<br />
e limpo, na maioria dos casos o prédio ideal é o que comporta de forma<br />
confortável todos os insumos e trabalhadores da agroindústria.<br />
Existem algumas normas especiais que são referentes às agroindústrias<br />
de produção de alimentos, essas normas se resumem ao aspecto sanitário que as<br />
instalações precisam ter. A adequação a essas normas de vigilância sanitária não é<br />
uma faculdade do agroindustrial, é uma exigência para que sua indústria funcione.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 138
19.2.4 Localização<br />
Um aspecto importante é a localização da agroindústria. Para escolher<br />
o melhor local o agroindustrial precisa pesar dois fatores importantes, localização<br />
das fontes de matérias primas e localização dos centros consumidores.<br />
A melhor vai depender do custo do transporte das matérias primas<br />
e dos custos com transporte para os produtos da agroindústria. Se os custos<br />
com o transporte das matérias forem muito elevados, a ponto de trazer um<br />
grande ônus ao agroindustrial e o transporte dos produtos por ele feitos for<br />
mais fácil e barato, a melhor localização para essa agroindústria é próxima<br />
aos centros produtores de matéria prima.<br />
Na hipótese inversa onde o custo para transporte da matéria prima<br />
é muito baixo e os custos de transporte dos bens produzidos é muito elevado,<br />
é preciso que a agroindústria esteja próxima aos centros consumidores.<br />
19.2.5 Estabelecimento de normas internas<br />
Normas internas são referentes aos procedimentos diários adotados<br />
na rotina das agroindústrias como: o controle da produção e da qualidade<br />
dos produtos, a utilização de equipamentos de segurança, como luvas, treinamento<br />
constante de pessoal entre outras.<br />
Existem algumas normas específicas vinculadas a produção de alimentos,<br />
devido a natureza da atividade, como por exemplo, higienização de<br />
todos os ambientes, insumos e dos próprios trabalhadores, afixação do prazo<br />
de validade determinado em todos os produtos, controle de qualidade dos<br />
bens produzidos, análise constante das matérias primas utilizadas e dos bens<br />
produzidos para prevenir contaminações, por exemplo.<br />
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- O que são de fato as agroindústrias e o que elas fazem com os produtos<br />
agropecuários.<br />
2- Que existem fatores que precisam ser estudados antes de se montar<br />
uma agroindústria. Como: tecnologia utilizada, definição de<br />
equipamentos e localização.<br />
Referências<br />
NEVES, Marcos Fava; ZYLBERSZTAJN, Decio e NEVES, Evaristo Marzabal.<br />
<strong>Agronegócio</strong> do Brasil. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.<br />
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de <strong>Agronegócio</strong>s. 2 ed. São Paulo, Atlas, 2009.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 139<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Atividades de aprendizagem<br />
1) A respeito das agroindústrias podemos afirmar:<br />
a) A agroindústria é a unidade empresarial, na qual vai ocorrer todo o processo<br />
de processamento, beneficiamento e transformação dos produtos agrícolas e<br />
pecuários.<br />
b) As agroindústrias que não produzem alimentos possuem uma organização<br />
completamente diferente de uma indústria normal.<br />
c) As agroindústrias produtoras de alimentos não necessitam de cuidados especiais<br />
no tocante à produção e distribuição.<br />
d) O processamento tem por objetivo melhorar a apresentação do produto.<br />
2) No que diz respeito a localização das agroindústrias podemos afirmar:<br />
a) A agroindústria deve estar sempre perto do mercado consumidor.<br />
b) A agroindústria deve estar sempre perto do centro produtor de matéria-prima.<br />
c) A agroindústria deve estra localizada perto do mercado consumidor quando o<br />
custo com o transporte da matéria-prima for menor do que o custo do transporte<br />
dos produtos agropecuários.<br />
d) É irrelevante o local no qual a agroindústria vai se localizar. Basta que ela<br />
tenha alta tecnologia para produzir.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 140
AULA 1<br />
Aula Alfabetização 20 – Características Digital do setor<br />
agroindustrial “depois da porteira” 5<br />
Continuamos o estudo sobre as agroindústrias e alguns outros temas<br />
do agronegócio.<br />
20.1 Garantia da quantidade e qualidade da matéria<br />
prima<br />
Para funcionar, a agroindústria precisa basicamente de insumos,<br />
mão-de-obra e matéria prima. Quando se tem os outros dois fatores resta a<br />
matéria prima como item de primeira necessidade do agroindustrial.<br />
É preciso que haja matéria prima em quantidade e qualidade suficientes.<br />
E esses dois fatores precisam estar juntos, não é interessante para o<br />
agroindustrial ter uma enorme quantidade de matéria prima de baixa qualidade,<br />
ele pode até produzir com esse material, mas o próprio mercado irá rejeitá-lo.<br />
Também não é interessante a situação inversa, a agroindústria precisa<br />
cumprir seus prazos de entrega no prazo e na quantidade determinada.<br />
Quando o agroindustrial não conseguir cumprir seus contratos de fornecimento,<br />
sua empresa ficará com a imagem manchada no mercado.<br />
Logo, é preciso que o agroindustrial procure formas de assegurar a<br />
aquisição matérias primas em quantidade, qualidade e no prazo devido para<br />
que toda a produção seja feita e os contratos de fornecimento sejam cumpridos<br />
em sua integralidade.<br />
20.2 Abastecimento de insumos secundários<br />
Os insumos secundários são os materiais que dão suporte a produção<br />
agroindustrial. Como por exemplo, os combustíveis e lubrificantes das<br />
máquinas e os aditivos usados nas agroindústrias de produção de alimentos<br />
como os conservantes e corantes, por exemplo.<br />
Todos esses insumos são precisos para que se desenvolva uma produção<br />
de qualidade. Mesmo que eles não apareçam de forma mais clara,<br />
porém estão na base das atividades de produção da agroindústria.<br />
20.3 Comercialização<br />
A comercialização de produtos alimentícios necessita de cuidados<br />
especiais. O próprio manuseio dos produtos precisa ser com cuidado. Precisamos<br />
lembrar que esses produtos têm prazos de validade muito bem definidos<br />
e o cumprimento desses prazos depende de atividades secundárias.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong><br />
141<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Como por exemplo: a não violação da embalagem, o armazenamento em<br />
temperatura ideal ou nível de umidade relativa do ar.<br />
Todos esses fatores entre muitos outros podem alterar a qualidade<br />
e validade dos produtos agropecuários. É necessário muito cuidado com esses<br />
produtos antes que eles cheguem às mãos dos consumidores finais.<br />
20.4 Registro da agroindústria<br />
O registro é uma exigência legal para que a agroindústria tenha<br />
autorização de direito para funcionar. São tramites muito técnicos, por esse<br />
motivo iremos apenas enumerá-los aqui. É preciso fazer o registro da agroindústria<br />
no Ministério da fazenda, no Ministério do Desenvolvimento, Indústria<br />
e Comércio, na Junta comercial, na Secretaria da Fazenda e Prefeitura.<br />
Quanto a marca que a agroindústria carregará, ela precisa ser registrada<br />
no Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Também são precisas licenças<br />
de funcionamento dos órgãos que cuidam da proteção do meio ambiente.<br />
Caso se trate de uma indústria agropecuária da área alimentícia,<br />
ainda é necessário o registro no Ministério da Agricultura, da Pecuária e do<br />
Abastecimento ou no Ministério da Saúde.<br />
Quanto ao processo de registro do produto, quando este for da área<br />
alimentar é preciso o preenchimento dos formulários necessários e anexar a<br />
este formulário toda a descrição do processo produtivo, desde a tecnologia<br />
utilizada, passando pelos equipamentos utilizados, pela composição do produto<br />
e de suas formas de conservação.<br />
O registro do rótulo é realizado no mesmo local do registro do produto,<br />
é necessário reproduzir fielmente o rótulo que será utilizado na embalagem.<br />
No rótulo é preciso conter algumas informações obrigatórias como:<br />
identificação do produto, por exemplo, Doce de Leite, a marca, a informação<br />
de a indústria é brasileira, valor nutricional, data de fabricação, lote do produto,<br />
prazo de validade entre outros.<br />
Também é preciso realizar o registro no Ministério da Fazenda, pois<br />
todos os produtos sobre os quais incide o Imposto sobre Produtos Industrializados,<br />
precisam obrigatoriamente desse registro.<br />
20.5 Logística no agronegócio<br />
Falaremos agora do conceito de logística aplicada ao agronegócio.<br />
Segundo Massilon Araújo,<br />
Logística é um modo de gestão que cuida especialmente da<br />
movimentação dos produtos, nos diversos segmentos dentro<br />
de toda a cadeia produtiva de qualquer produto, inclusive<br />
nas diferentes cadeias produtivas do agronegócio. Como<br />
todo o conjunto de atividades relacionadas a suprimentos,<br />
às operações de apoio aos processos produtivos e as atividades<br />
voltadas para a distribuição física dos produtos na co-<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 142
mercialização, como armazenagem, transporte e formas de<br />
distribuição dos produtos. (ARAÚJO, 2009, p.101)<br />
Em síntese, logística tem por objetivo a maior eficiência no transporte<br />
e armazenagem dos insumos e dos produtos. Pelo seu objetivo a logística<br />
ganha cada vez mais importância para a formação do preço dos produtos<br />
brasileiros. Isso se deve ao fato dos custos de produção serem relativamente<br />
baixos, porém os custos para transportar a produção são extremante altos.<br />
Para tornar a compreensão do tema mais fácil vamos dividir o estudo<br />
da logística em três etapas: a logística de suprimentos, a de operação de<br />
apoio à produção agropecuária e a de distribuição.<br />
Quanto a logística de suprimentos, ela tem como objetivo promover<br />
que os insumos e os serviços cheguem até as agroindústrias no tempo correto<br />
e também procura reduzir os custos da produção e comercialização.<br />
Os insumos, como já tratamos anteriormente, têm uma elevada<br />
participação na formação dos custos de produção do agronegócio. Não são<br />
raras as vezes em que transportar o insumo da empresa que o fabrica até a<br />
propriedade onde ele será utilizado fica mais caro do que a aquisição do produto.<br />
Nesse sentido a logística de suprimentos serve par determinar quando<br />
e como será adquirido tal insumo e a forma que se usará para ele chegar a<br />
propriedade da maneira mais barata possível.<br />
A logística de operação e apoio à produção cuidará para que a<br />
produção se dê da forma mais eficiente possível. Tratará, por exemplo, de<br />
operacionalizar da forma mais eficiente possível a transferência de materiais<br />
necessários a produção dentro da propriedade, cuidando para que não sejam<br />
formados estoques desnecessários, os quais vão gerar ônus para o empreendedor,<br />
que terá que abrigá-los. E cuidará também para que não falte material,<br />
inviabilizando assim a produção. Logo a logística de operação buscará<br />
um meio termo entre a quantidade de material estritamente necessária a<br />
produção e ter uma margem de reserva caso se faça necessário um gasto<br />
maior e inesperado com o material de consumo.<br />
Depois de realizada a produção, a logística de operação cuidará<br />
do transporte dos produtos dentro da propriedade. Realizará de maneira<br />
correta o manuseio primário, o transporte e a entrega dos produtos aos seus<br />
compradores.<br />
A logística de distribuição está relacionada aos processos de armazenagem<br />
e transporte dos produtos agropecuários. Esses dois setores são<br />
muito importantes no agronegócio, principalmente por algumas características<br />
dos produtos como a sua perecibilidade rápida e sazonalidade da produção.<br />
A armazenagem do produto é importante, pois dependendo do modo<br />
como é feita o produto irá durar mais ou menos. Temos que destacar que<br />
cada produto precisa ser considerado individualmente para se chegar ao método<br />
de armazenamento adequando. Por exemplo: alguns produtos precisam<br />
ser congelados como as carnes em geral, as frutas precisam de ambientes<br />
em baixa temperatura e elevada umidade relativa do ar. Resumindo cada<br />
produto possui uma forma de armazenamento diferente.<br />
Ônus: gastos, prejuízo<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 143<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Sobre o transporte, existem vários tipos a disposição do agropecuarista,<br />
cabe a ele escolher aquele que combinará custo mais baixo com necessidade.<br />
Aqui também é preciso que a análise seja de produto a produto,<br />
observando as especificidades e necessidades de cada um. Um produto com<br />
pequeno prazo de validade não pode ser transportado por um meio mais<br />
lento, porque é mais barato. É preciso um transporte rápido mesmo que seja<br />
mais caro. Por exemplo: grãos em geral não demandam tantos cuidados e<br />
tem durabilidade maior, logo podem ser transportados por meios mais lentos<br />
como navios, já frutas tem um prazo de validade muito pequeno que precisam<br />
de condições especiais de transporte, na maioria das vezes veículos<br />
(terrestres ou aéreos) com câmaras de refrigeração.<br />
20.6 A atuação do governo nas práticas comerciais<br />
do agronegócio<br />
O governo tem políticas econômicas que interferem tanto na produção<br />
quanto na comercialização dos produtos agropecuários. Essas políticas<br />
resumem-se basicamente em tributos, subsídios e barreiras. Trataremos sobre<br />
cada um desses itens de forma separada.<br />
Quanto aos tributos, eles são contribuições devidas pelo produtor ao<br />
Estado para ajudar na manutenção da máquina estatal. A tributação dos produtos<br />
agropecuários está ligada, normalmente, ao modo como são produzidos,<br />
ao seu valor e as operações de transporte e venda dos produtos. É importante<br />
ressaltar que todo imposto interfere diretamente no preço do produto.<br />
Os subsídios são formas de incentivo a produção. Normalmente, o<br />
Estado oferece uma ajuda de custo ao produtor ou diminui a carga tributária<br />
que incide sobre aquele produto. Assim o custo de produção do produto<br />
diminui e o lucro do produtor aumenta. No Brasil a prática de subsídios praticamente<br />
não existe. Ela é mais comum nos países da União Européia e nos<br />
Estados Unidos.<br />
As barreiras são planos comerciais que tem por objetivo incentivar<br />
ou desestimular a pratica de determinados atos, no caso presente trata-se<br />
de desestimular a entrada de produtos importados no país, objetivando proteger<br />
os produtores nacionais. As barreiras podem ser econômicas, técnicas<br />
ou sanitárias.<br />
Barreiras econômicas dividem-se em direitos compensatórios, salvaguardas<br />
e cotas. Direitos compensatórios são tarifas cobradas sobre o valor<br />
de importação de um determinado produto proveniente de determinado<br />
país. As salvaguardas também são tarifas cobradas sobre o valor de importação<br />
de determinados produtos, porém não relação de origem. Já as cotas dizem<br />
respeito a quantidade máxima de importação de determinado produto,<br />
oriundo de determinado país ou independente de sua origem.<br />
As barreiras técnicas dizem respeito a exigências sobre as especificações<br />
do produto e dizem respeito normalmente a sua qualidade e tem por<br />
objetivo regular ou restringir o número de importações.<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 144
As barreiras sanitárias são formas de dificultar ou proibir que determinados<br />
produtos cheguem ao mercado nacional devido aos riscos de doenças<br />
e pragas que eles contêm ou podem vir a conter.<br />
Resumo<br />
Nesta aula você aprendeu:<br />
1- Sobre a necessidade que a agroindústria tem matérias primas em<br />
grande quantidade qualidade.<br />
2- Que existem insumos secundários a produção da agroindústria, mas<br />
eles são de extrema importância.<br />
3- Como se dá a comercialização dos produtos.<br />
4- Que é preciso que a agroindústria se registre nos órgãos competentes.<br />
5- O que é logística aplicada ao agronegócio e suas atribuições.<br />
6- Que o governo também atua no agronegócio.<br />
Referências<br />
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. 2 ed. São Paulo: Atlas,<br />
2009.<br />
Atividades de aprendizagem<br />
1- A respeito do agronegócio é correto afirmar:<br />
a) É o conjunto de todas as operações e transações envolvendo os produtos<br />
agropecuários.<br />
b) É a atividade que diz respeito apenas as questões comerciais dos produtos<br />
agrícolas.<br />
c) É a atividade que diz respeito apenas as questões comercias dos produtos<br />
pecuários.<br />
d) É o conjunto de atividades ligadas apenas a produção agropecuária.<br />
2- No início da atividade agropecuária:<br />
a) As propriedades eram muito dependentes umas das outras.<br />
b) As propriedades rurais se dedicavam a produção de apenas um item.<br />
c) As propriedades rurais eram marcadas pela auto-suficiência.<br />
d) Desde o início a atividade agropecuária tinha por fim, exclusivamente,<br />
abastecer o mercado urbano.<br />
3- Com o êxodo rural ocorreram sérias mudanças na organização das propriedades<br />
rurais dentre elas podemos citar, exceto:<br />
a) Geração de excedentes que abastecem os mercados urbanos.<br />
b) Aumento da auto-suficiência das propriedades rurais.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 145<br />
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c) Especialização na produção de determinada cultura.<br />
d) Dependência de serviços e insumos que não são produzidos pela própria<br />
fazenda.<br />
4- São características da produção agropecuária, exceto:<br />
a) Sazonalidade da produção e perecibilidade rápida.<br />
b) Baixa influência de fatores biológicos e visão sistêmica do agronegócio.<br />
c) Períodos de alta produção e períodos de baixa produção.<br />
d) Grande influência de fatores biológicos e perecibilidade rápida.<br />
5- É uma conseqüência da sazonalidade da produção:<br />
a) Preços mais baixos na entressafra.<br />
b) Estabilidade dos preços durante todo o ano.<br />
c) Não há necessidade de armazéns para estocar os produtos.<br />
d) Preços mais baixos na safra.<br />
6- Podemos resumir a influências dos fatores biológicos como:<br />
a) As pragas e doenças que podem atacar as lavouras e rebanhos.<br />
b) Os períodos e chuva e de seca.<br />
c) O nível do solo.<br />
d) O tipo de cultura produzida.<br />
7- O segmento “depois da porteira” se constitui de:<br />
a) Dos atos de processamento e distribuição dos produtos ou serviços produzidos<br />
na agropecuária.<br />
b) O Governo não é um agente envolvido no segmento “depois da porteira”.<br />
c) Os processos de comercialização não se enquadram nas atividades do setor<br />
“depois da porteira”.<br />
d) Os produtos envolvidos na setor “depois da porteira” são apenas os “in<br />
natura”.<br />
8- Podemos afirmar sobre os canais de comercialização, exceto:<br />
a) O canal de comercialização é o caminho que o produto percorre antes de<br />
chegar ao consumidor final.<br />
b) Intermediários são pessoas que adquirem os produtos agropecuários de<br />
seus produtores com o objetivo de revendê-los a outras pessoas.<br />
c) As agroindústrias são responsáveis somente pela transformação e beneficiamento<br />
dos produtos.<br />
d) Representantes são pessoas ou empresas que, como o nome deixa claro,<br />
representam determinadas empresas.<br />
9- Sobre o modo de formação de preços dos produtos é correto afirmar:<br />
a) Intermediação é toda mudança de posse, de propriedade do produto.<br />
b) A intermediação o preço do produto permanece constante, ocorrerá aumento<br />
apenas quando o produto for vendido para o consumidor final.<br />
c) Os produtores agropecuários são os principais responsáveis pela formação<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes 146
dos preços dos produtos agropecuários.<br />
D) Os concentradores são grandes intermediários que vendem seus produtos<br />
apenas para os consumidores finais.<br />
10- A respeito das agroindústrias podemos afirmar:<br />
a) A agroindústria é a unidade empresarial, na qual vai ocorrer todo o processo<br />
de processamento, beneficiamento e transformação dos produtos agrícolas<br />
e pecuários.<br />
b) As agroindústrias que não produzem alimentos possuem uma organização<br />
completamente diferente de uma indústria normal.<br />
c) As agroindústrias produtoras de alimentos não necessitam de cuidados<br />
especiais no tocante à produção e distribuição.<br />
d) O processamento tem por objetivo melhorar a apresentação do produto.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 147<br />
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Referências<br />
CALLADO, Antônio André Cunha. <strong>Agronegócio</strong>. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008.<br />
NEVES, Marcos Fava; ZYLBERSZTAJN, Decio e NEVES, Evaristo Marzabal.<br />
<strong>Agronegócio</strong> do Brasil. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.<br />
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. 2 ed. São Paulo: Atlas,<br />
2009.<br />
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Currículo do professor conteudista<br />
Caius Marcellus Reis Silveira<br />
Possui graduação em Administração pela Universidade de Negócios de Administração<br />
(1979), graduação em Economia pela Universidade Estadual de<br />
Montes Claros (1986) e mestrado em Administração pela Universidade Federal<br />
de Lavras (1997). Atualmente é professor titular da Universidade Estadual<br />
de Montes Claro e celetista da Faculdade de Computação de Montes Claros.<br />
Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração<br />
Rural, Metodologia Científica, Estágio Curricular Supervisionado e Organização<br />
de Empresa.<br />
Introdução ao <strong>Agronegócio</strong> 149<br />
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Escola Técnica Aberta do Brasil<br />
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