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Desporto&Esport - ed.8

Revista digital Desporto&Esport (www.desportoeesport.com)Faça o Download desta revista em: https://www.magzter.com/PT/Desporto&Esport;/Desporto-&-Esport/Sports/201599 ou se preferir o Paypall https://www.presspadapp.com/digital-magazine/desporto-esport

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Desporto&<strong>Esport</strong><br />

Edição 8 • 2015<br />

Futebol<br />

Um problema de “linha de espera”<br />

Nuno Dias<br />

Geração Valente:<br />

O futuro da seleção<br />

de Portugal<br />

Campeões do Mundo<br />

A análise tática das duas últimas<br />

campeãs do mundo de futebol:<br />

Para os querem saber sempre mais...<br />

www.desportoeesport.com<br />

Cristiano Ronaldo &<br />

Técnicas de publicidade<br />

É através de imagens e uso de pessoas personagem<br />

que muita da publicidade chega ao consumidor, os<br />

publicitários usam técnicas de Linguagem Corporal<br />

para “enganar o seu cérebro”, entenda como!?<br />

Espanha e Alemanha Top 6<br />

Lebron<br />

James<br />

Entenda a Biomecânica dos Super-Atletas de hoje<br />

e depare-se com o futuro do desporto<br />

e ainda:<br />

Floyd Mayweather<br />

Usain Bolt<br />

Michael Phelps<br />

e... Cristiano<br />

Ronaldo<br />

Nem sempre o caminho do sucesso<br />

é fácil, e muitos dos melhores<br />

futebolistas do nosso tempo foram<br />

recusados, uma, duas e até três<br />

vezes… descubra quais.<br />

Fernando<br />

Santos<br />

A análise da liderança do<br />

selecionador de Portugal e da<br />

sua linguagem corporal<br />

António Fidalgo<br />

Descubra o caminho do sucesso<br />

com Coaching e PNL<br />

e muito mais...<br />

Super Especial Fitness e Corrida – Dicas, Alimentação e Ciência


Desporto&<strong>Esport</strong><br />

REVISTA DIGITAL<br />

DISPONÍVEL GRATUITAMENTE<br />

EM TODAS AS PLATAFORMAS<br />

www.desportoeesport.com<br />

www.desportoeesport.com<br />

Revista Digital de Estratégia e Gestão Desportiva<br />

Desporto&<strong>Esport</strong><br />

Edição 7 • 2015<br />

LIONEL<br />

MESSI<br />

O MELHOR JOGADOR<br />

DE TODOS OS TEMPOS?<br />

PNL<br />

Como criar no atleta um estado emocional positivo<br />

para a vitória?<br />

Ciclismo:<br />

Tecnica de<br />

exaustão<br />

E ainda, super especial Tour de France com os<br />

destaques mais positivos e as desilusões ;<br />

e Froome – o melhor ciclista do Mundo.<br />

Formula 1 - O que querem os adeptos?<br />

Os resultados do maior inquérito de sempre aos fãs de Formula 1<br />

Colômbia & Avançados<br />

O que foi feito para este país ter tantos e tão bons<br />

avançados?<br />

CAPOEIRA<br />

Qual a origem desta arte<br />

marcial que se mistura<br />

tão bem com a música e<br />

a dança?<br />

2 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com<br />

futebol brasileiro - O futuro passa pelo Bom senso FC<br />

COMO FUNCIONA O CÉREBRO DE NEYMAR JR.?


EDITORIAL<br />

O desporto profissional e de alto desempenho<br />

depende cada vez da biomecânica dos atletas.<br />

Estes, por sua vez, apostam cada vez mais na ciência<br />

para elevar os seus corpos ao potencial máximo.<br />

As equipas técnicas são atualmente compostas por<br />

nutricionistas, psicólogos, médicos, fisioterapeutas,<br />

fisiologistas, preparadores físicos e engenheiros<br />

biomecânicos, todos com um único objetivo:<br />

criar o corpo perfeito e bater recordes! Por exemplo,<br />

durante anos, um homem correr uma maratona<br />

(42,195 km) em menos de duas horas era um<br />

tabu e objeto de descrença generalizada. Hoje, o<br />

objetivo é bater essa marca antes de 2020. A tecnologia<br />

está a revolucionar o desporto e, desse modo,<br />

estudar a biomecânica dos melhores atletas atuais<br />

não é só compreender porque eles são os melhores,<br />

mas também qual será o futuro das modalidades<br />

que tanto gostamos e fazemos questão de acompanhar<br />

religiosamente, seja pela televisão ou ao<br />

vivo nos estádios e arenas desportivas.<br />

É por isso que, nesta oitava edição da<br />

Desporto&<strong>Esport</strong>, trazemos para tema de capa a<br />

análise biomecânica dos atletas que mais se destacaram<br />

e mais recordes pulverizaram na década<br />

em que nos encontramos. Todos eles têm algo em<br />

comum: características morfológicas que os separam<br />

de seus pares. Ronaldo salta mais alto que a<br />

média dos basquetebolistas da NBA; Usain Bolt<br />

tem níveis de potência nos membros inferiores que<br />

fazem com que desafie todas as leis da aerodinâmica<br />

na pista; Michael Phelps sofre da síndrome<br />

de Marfan, o que faz dele um nadador perfeito;<br />

Lebron James é o basquetebolista que mais…<br />

EDITOR<br />

Diogo Sampaio<br />

d_sampaio@desportoeesport.com<br />

C OLONISTAS<br />

RESIDENTES<br />

Pedro M. Silva, Vitor E. Santos,<br />

Diogo Sampaio, Ricardo<br />

Reis, Tiago Dinis e Rodolfo<br />

Resende Pires,<br />

C OLUNISTAS<br />

CONVIDADOS<br />

António Fidalgo, Júlio Coelho,<br />

Nuno Dias, Alexandre<br />

Monteiro, Laura Azevedo,<br />

Carlos da Silva, Pedro Matias,<br />

Rodrigo Santos, Israel Teoldo,<br />

Ricardo Duarte e António<br />

Branco<br />

Contatos<br />

contato@desportoeesport.com<br />

Website<br />

www.desportoeesport.com<br />

Diogo Sampaio, Director<br />

Www.desportoeesport.com<br />

Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 3


Desporto&<strong>Esport</strong><br />

ESPECIAIS<br />

Free Adobe InDe-<br />

10 Entendendo o método<br />

Pilates<br />

16 Exercícios aeróbicos - porque são<br />

a pior opção se quer emagrecer<br />

46<br />

sign Template<br />

28 Geração Valente o futuro de<br />

Portugal com Nuno Dias<br />

46 Fernando Santos: um líder entre<br />

líderes<br />

Issue 12 • June 2012<br />

78 O modelo de Jogo Ofensivo da<br />

seleção Espanhola de Futebol<br />

82 Padrões posicionais dos<br />

gols marcados pela seleção<br />

alemã copa do mundo fifa 2014<br />

32 Futebol: um problema de “Linha<br />

de Espera”<br />

Liderança e Ling. corporal<br />

64<br />

Fernando Santos<br />

74<br />

38 Biomecânica dos Campeões<br />

56 No caminho do Sucesso -<br />

Coaching e PNL com António<br />

Fidalgo<br />

60 Comunicação e liderança nos<br />

treinadores modernos<br />

64 Visualização Mental: e o<br />

sucesso do desporto profissional<br />

108 Técnicas de publicidade com<br />

CR7<br />

Nanotecnologia!?<br />

Visualização e êxito<br />

94 Especial Fitness (10 pág.)<br />

90 Ciclismo e Síndromas urológicos<br />

108<br />

86 Ciclismo e Passaporte<br />

Biológico: Positivo ou negativo.<br />

74 Nanotecnologia: o futuro que já é<br />

o presente do desporto profissional<br />

106 Lesões no menisco – novos tratamentos<br />

92 Ciclismo – como ganhar<br />

velocidade e optimizar a performance<br />

Técnicas de publicidade<br />

Cristiano Ronaldo<br />

4 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com


NUTRIÇÃO<br />

38<br />

20 Os benefícios nutricionais do<br />

consumo de frutas e vegetais!<br />

20 Nutrição AYURVÉDICA – O que<br />

é? Saiba mais...<br />

21 dietas ricas em hidratos de carbon:<br />

Vantagens e desvantagens!<br />

22 Vantagens (milagreiras) do<br />

Pepino<br />

96 Suplementos alimentares – Saiba<br />

o que escolher!<br />

RANKING E CURTAS<br />

A Biomecânica dos campeões<br />

Super-Atletas<br />

06 Top 500: Saiba quem acompanha<br />

Ronaldo com 500 ou mais golos<br />

10<br />

14 Suplementos à base de nitratos<br />

aumentam performance desportiva &<br />

Os benefícios do kettlebells: que ninguém<br />

suspeitava!<br />

17 Diminua calorias com atividades<br />

cotidianas<br />

24 Top 6 futebolistas recusados<br />

84 Peter Sagan Campeão Mundial<br />

62 Reinicie o seu cérebro<br />

104 Teqball – descobrir novas modalidades<br />

Entendendo o método Pilates<br />

Fitness<br />

69 Curiosidade – Apuramento de<br />

Portugal<br />

28<br />

86<br />

O futuro de Portugal<br />

Geração Valente<br />

Passaporte Biológico!?<br />

Ciclismo<br />

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6 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com<br />

To<br />

Saiba quem


C<br />

r i s t i a n o<br />

Ronaldo chegou<br />

aos 500!<br />

Para além disso<br />

ultrapassou Raúl González no<br />

estatuto de melhor marcador da<br />

história do Real Madrid, e tudo<br />

isto no mesmo jogo – na Suécia<br />

contra o Malmö, num jogo a contar<br />

para a Champions League.<br />

Aliás, Ronaldo já ultrapassou essa<br />

mítica marca dos 500 golos, e<br />

nesse mesmo jogou, já que rematou<br />

para o fundo da baliza por<br />

duas vezes, a primeira vez aos<br />

29 minutos e à segunda aos 90<br />

minutos.<br />

E, para além disso superou ainda<br />

os trezentos e vinte e três golos de<br />

Raúl González ao serviço do Real<br />

Madrid, marca que atingiu ao fim<br />

de 308 jogos, enquanto o espanhol<br />

necessitou de 741 partidas.<br />

O avançado de 30 anos tornouse,<br />

ainda, o melhor marcador da<br />

história “merengue” nas competições<br />

europeias, com 67 golos,<br />

mais um do que Raúl González.<br />

Mas, apesar destes números<br />

absolutamente extraordinários,<br />

Ronaldo é apenas o vigésimo<br />

quinto futebolista a ultrapassar a<br />

exorbitante marca dos 500 golos.<br />

Somando, Ronaldo superou a barreira<br />

dos 500 com: cinco golos ores de muita qualidade e da lista<br />

O futebol já deu ao mundo golead-<br />

no Sporting, cento e dezoito no de melhores marcadores de sempre,<br />

encontram-se nomes como<br />

Manchester United e trezentos<br />

e vinte e três no Real Madrid; e Pelé, Eusébio, Roberto Dinamite,<br />

ainda com cinquenta e cinco golos Alfredo di Stefano e muitos outros...<br />

pela seleção nacional Portuguesa.<br />

p 500<br />

acompanha Ronaldo com 500 ou mais golos!<br />

Pedro M. Silva Colunista Desporto&<strong>Esport</strong><br />

Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 7


25. Cristiano Ronaldo<br />

- 503 e contando (equipas<br />

notáveis ​​incluem<br />

Man Utd, Real Madrid e<br />

Portugal)<br />

24. Ferenc Bene - 508+<br />

(equipas notáveis ​incluem<br />

Ujpest e Hungria)<br />

23. Jimmy Greaves - 511<br />

(equipas notáveis ​incluem<br />

Chelsea, Tottenham e Inglaterra)<br />

22. Roberto Dinamite - 512 (equipas<br />

notáveis ​incluem Vasco da Gama e<br />

Brasil)<br />

21. Gunnar Nordahl - 513+ (equipas<br />

notáveis ​incluem Norrkoping, AC<br />

Milan e Suécia)<br />

20. Johann Krankl - 514 (equipas<br />

notáveis ​incluem Rapid Vienna,<br />

Barcelona e Áustria)<br />

19. Alfredo di Stefano - 514+ (equipas<br />

notáveis ​incluem Real Madrid,<br />

Argentina e Espanha)<br />

18. Tulio Maravilha - 515+ (equipas<br />

notáveis ​incluem Botafogo, Vila Nova<br />

e Brasil)<br />

17. Zico - 522 (equipas notáveis ​incluem<br />

Flamengo, Kashima Antlers e Brasil)<br />

16. Gyula Zsengellér - 522+ (equipas<br />

notáveis ​incluem Ujpest, Roma e<br />

Hungria)<br />

15. Jozsef Takacs - 523+ (equipas<br />

notáveis ​incluem Vasas, Ferencvaros e<br />

Hungria)<br />

14. Fritz Walter - 539+ (equipas notáveis ​<br />

incluem Kaiserslautern e Alemanha)<br />

13. Hugo Sanchez - 541+ (equipas<br />

notáveis ​incluem o R. Madrid e México)<br />

12. Fernando Peyroteo - 544 (equipas<br />

notáveis ​incluem Sporting CP e<br />

Portugal)<br />

11. Franz Binder - 546+ (equipas<br />

notáveis ​incluem Rapid Vienna e<br />

Alemanha)<br />

8 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com<br />

Jimmy McGrory, que podemos ver na figura<br />

do lado esquedo, consagra-se como o<br />

10 melhor marcador da história do futebol<br />

com 550 golos oficiais na sua carreira.<br />

Jimmy jogou profissionalmente a<br />

última vez em 1937, mas nos 78 anos<br />

somados<br />

desde<br />

que ele pendurou<br />

as chuteiras, nenhum britânico<br />

chegou perto seu registo. O escocês que vestiu o verde<br />

e branco do Celtic, foi apelidado de “Sereia” e “Homem<br />

Torpedo”, porque apesar da sua estatura baixa, tinha<br />

apenas 1,67 metros, era esguio e com uma impulsão<br />

fora do normal. Continuou no futebol como treinador e<br />

haveria de voltar ao Celtic em 1945, ficando até 1965,<br />

angariando para si e para o clube mais 6 títulos, entre<br />

campeonato e taças escocesas.<br />

O “Pantera negra” como era conhecido Eusébio da Silva<br />

Ferreira, na foto ao centro com a bota de ouro nas mãos,<br />

é o nono maior goleador da história. O português nascido<br />

em Moçambique (à altura colonia de Portugal) faturou em<br />

toda a sua carreira 552 golos, nas décadas de 60 e 70.<br />

O “rei Eusébio” foi onze vezes campeão pelo SL Benfica -<br />

clube que o imortalizou com uma estátua à entrada do seu<br />

estádio, e venceu ainda por uma vez a Liga dos Campeões.<br />

Em 1965, tornou-se ainda o primeiro português a vencer<br />

a Ballon d’Or 1965 e ainda somou à sua carreira o “título”<br />

de melhor marcador do Mundial de 66, em Inglaterra, onde<br />

levou a seleção das quinas ao seu melhor resultado internacional de sempre, um terceiro<br />

lugar, tendo eliminado nesse percurso, o Brasil de Pelé e Garrincha. Eusébio<br />

é ainda hoje uma das maiores lendas do futebol.<br />

5 - Gerd Muller - 735 4 - Puskas - 746<br />

Carinhosamente conhecido como<br />

“Der Bomber”, Gerd Muller foi um<br />

dos avançados europeus mais mortais<br />

de sempre. Venceu a Champions<br />

League pelo Bayern de Munique, e<br />

venceu ainda o Europeu de futebol<br />

pela Alemanha ocidental por 2 vezes.<br />

Teve “duas vidas”, uma ainda na<br />

Hungria e a outro no R. Madrid, após<br />

a revolta húngara de 1956, que levou a<br />

que muitos jogadores desse país saíssem<br />

do seu país natal. Em ambas, ele<br />

foi genial. Hoje o premio do golo mais<br />

bonito do ano leva o seu nome.


Ernst Willimowski superiorizou-se a Eusébio por 2 golos – ele marcou 554 golos na<br />

sua carreira. Ernest nasceu na Polônia sob o domínio alemão em 1916, acabou por<br />

ser “obrigado” a adquirir a cidadania alemão pelo regime nazista, isso fez com que<br />

na Polonia os seus compatriotas o olhassem como um traidor, o que por sua vez,<br />

fez com que nunca mais jogasse na terra que o viu nascer. Fez carreira em clubes<br />

alemães. E, uma carreira de muito sucesso, diga-se.<br />

Uwe Seeler passou a grande parte da sua carreira em Hamburgo<br />

onde marcou a grande<br />

maioria dos seus<br />

575 golos, que<br />

fazem com que<br />

esteja no 7 lugar<br />

dos maiores<br />

goleadores de<br />

sempre. Foi também<br />

figura central<br />

e capitão da<br />

Alemanha ocidental<br />

com a qual disputou<br />

4 “copas do<br />

mundo”.<br />

Ferenc Deak é<br />

outro nome que<br />

foge facilmente à<br />

memoria dos adeptos<br />

de futebol, mas<br />

a realidade é que<br />

este húngaro, que<br />

fez nome nos anos<br />

40 e 50, marcou ao todo 576 golos, o que é<br />

ainda mais extraordinário, sabendo-se que a<br />

sua carreira durou apenas 10 anos.<br />

Então e os mais de 1000<br />

golos de Pelé?<br />

Muitos dos registos marcam mais de<br />

1000 golos para Pelé, mais especificamente<br />

1284 golos. Mas, não<br />

é bem assim! Os 1284 golos de<br />

Pelé inclui jogos particulares e<br />

não oficiais, por isso no que toca<br />

a competições oficiais o registo<br />

cai para 767 golos, como<br />

podemos ver abaixo, o que<br />

não o torna sequer no melhor<br />

goleador brasileiro de sempre!<br />

E, caso fizéssemos a mesma<br />

soma (jogos não oficiais) para<br />

outros futebolistas, Pelé também<br />

não seria o melhor marcador<br />

da história, por exemplo,<br />

Gerd Müller fez 1461 golos<br />

entre as décadas de 60 e 80,<br />

Arthur Friedenreich marcou<br />

1329 golos e o “campeão”<br />

seria novamente Josef Bican<br />

com 1468 golos, sendo que<br />

Bican fez quase menos 500<br />

jogos que Pelé.<br />

3- Pelé - 767 2 - Romario - 772 1 - Bican - 805<br />

Três vezes vencedor do Mundial de<br />

seleções, não existe ninguém no mundo<br />

que não conheça o nome de Pelé, e o<br />

seu instinto matador tanto pela seleção<br />

brasileira quer pelo Santos, o seu clube<br />

de sempre. Por isso, o nome Pelé combina<br />

tão bem com “rei do futebol”.<br />

A carreira de Romário durou 20 anos<br />

(ele pendurou as botas já com 40 anos),<br />

e jogou por nove clubes diferentes,<br />

numa carreira cheias de êxitos, golos<br />

e polemicas – quem não se lembra da<br />

“não-convocatória” para o Mundial de<br />

2002? Venceu o Mundial em 1994.<br />

Oficialmente o maior goleador da<br />

história do futebol, está afastado do<br />

imaginário da maioria dos adeptos, já<br />

que os seus feitos mais significantes<br />

remontam a antes do trémito da 2<br />

grande guerra. Ele disputou menos 457<br />

jogos do que Pelé.<br />

Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 9


ENTENDENDO O MÉTODO<br />

Pilates<br />

Rodolfo Resende Pires Colunista Desporto&<strong>Esport</strong><br />

O método Pilates baseia-se em fundamentos anatômicos,<br />

fisiológicos e cinesiológico e define-se “como controle do<br />

movimento o discernimento da atividade motora de agonistas<br />

primários numa ação específica. A<br />

coordenação é a integração da atividade<br />

motora de todo o corpo visando<br />

um padrão suave e harmônico de<br />

movimento.”<br />

Fitness<br />

&<br />

Treino<br />

10 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com


Joseph Pilates (1880-1967 nascido e criado<br />

numa Alemanha pré primeira guerra mundial)<br />

sofreu durante a durante a infância, de raquitismo,<br />

asma e febre reumática. Mas o seu<br />

gosto pelo desporto levaram que se interessasse<br />

pelo estudo da anatomia e fisiologia<br />

humana e dos fundamentos de medicina oriental<br />

desenvolveu um trabalho que o levaria à<br />

“invenção” do método do Pilates.<br />

As vantagens do método de Pilates são conhecidas e<br />

demonstradas em diversos estudos, e vão desde a melhorias<br />

na circulação, a melhorar o condicionamento<br />

físico, a flexibilidade, o alongamento e o alinhamento da<br />

postura. Pode melhorar os níveis de consciência corporal<br />

e a coordenação motora. E, ainda se registam benefícios<br />

na prevenção de lesões e proporcionam um alívio de dores crônicas.<br />

A grande vantagem do pilates em relação a outras metodologias<br />

de treino, é que apresenta muitas variações de exercícios e<br />

pode ser realizada por todo o tipo de pessoas que simplesmente<br />

procuram alguma atividade física, a atletas profissionais, e até<br />

indivíduos que sofram de alguma patologia em que a reabilitação<br />

é necessária, como desordens neurológicas, dores crônicas, problemas<br />

ortopédicos e distúrbios da coluna vertebral, entre outros.<br />

O pilates procura inclusive ser um modo de vida, e criar hábitos<br />

que podem ser usados para a melhoria do dia-a-dia do praticante.<br />

Genericamente podemos falar em dois tipos de exercícios: no solo<br />

e com aparelhos. O pilates de solo, também conhecido como Mat<br />

Pilates utiliza a força do próprio corpo e alguns objetos, como<br />

bolas e elásticos (pode ver a bola nas imagens), para a realização<br />

dos movimentos. O pilates com aparelhos é amplamente utilizado<br />

para recuperar lesões musculares, fortalecer o corpo e até mesmo<br />

emagrecer. Os aparelhos são compostos por molas e elásticos de<br />

diferentes durezas, que determinam a intensidade do exercício.<br />

A coluna e o seu posicionamento é uma das ideias chave do<br />

Pilates; hoje, sabe-se que a coluna possui curvas fisiológicas que<br />

devem ser respeitadas para uma maior absorção do impacto e<br />

resistência a esforços. Deste modo, o Pilates é altamente recomendado<br />

para pessoas com dores, principalmente nas costas.<br />

Isto acontece, porque os movimentos e exercícios do pilates<br />

promovem o realinhamento da coluna e o fortalecimento da musculatura<br />

abdominal.<br />

O fortalecimento muscular é realizado de forma global e não segmentada,<br />

o que ativa simultaneamente os diversos agrupamentos<br />

de músculos e promove uma interação conjunta dos músculos<br />

principais, secundários e posturais e das articulações. O que para<br />

além dos naturais e esperados aumentos de força muscular, também<br />

melhora a flexibilidade do corpo. Para os desportistas profissionais,<br />

a grande vantagem do pilates encontra-se na prevenção de<br />

lesões. O futebol é curiosamente um dos melhores exemplos:com<br />

a musculatura de barriga e abdômen mais alongada, é possível<br />

melhorar o controlo do corpo reduzindo o risco de contusões.<br />

Apesar da sua versatilidade e benefícios, o pilates tem algumas<br />

limitações. Como é uma atividade lenta e relaxante, não oferece<br />

as vantagens para o sistema cardiovascular que oferece por exemplo<br />

um programa de aeróbica. Deve-se por isso combinar esta<br />

atividade com um programa de exercícios aeróbicos para o seu<br />

sistema cardiovascular.<br />

Caso se tenha entusiasmado com o texto e deseje começar a<br />

praticar pilates, não se esqueça que deve sempre consultar o seu<br />

médico.<br />

Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 11


DESCRIÇÃO DO MÉTODO PILATES:<br />

O método Pilates é assente em seis princípios: centralização, concentração,<br />

controle, ritmo, fluidez, respiração.<br />

Centralização é o conceito base para o Método Pilates e refere-se à<br />

noção de “força motriz” que deve ser otimizada para manter ou aumentar<br />

a capacidade funcional durante as atividades de vida diária. Este<br />

primeiro conceito foca toda a sua atenção nos músculos que formam<br />

a estrutura de ligação entre as áreas da cintura escapular e pélvica (o<br />

centro do corpo), que é fundamental para todos os movimentos, procurando<br />

apresentar a maior estabilidade possível do corpo, dado que,<br />

quanto maior a estabilidade maior a independência de movimento dos<br />

membros superiores e inferiores.<br />

A Concentração surge como segundo concento basilar para o método<br />

de Pilates, acreditando que a “posição e o movimento de cada parte<br />

do corpo estão relacionados com a potencialização do uso correto da<br />

musculatura e são importantes na execução de cada exercício das séries<br />

do Método”. Quando se aposta na concentração obtêm-se ganhos no<br />

posicionamento biomecânico e ativo de extremidades do corpo.<br />

O princípio de Controlo refere-se à capacidade de realizar movimentos<br />

com intenção consciente, a partir dos grupos musculares apropriados.<br />

“Quando a execução é realizada a partir do centro e com absoluta<br />

concentração, controla-se os movimentos executados sem permitir que<br />

velhos hábitos posturais ou a gravidade interfiram.” . E isto, não apenas<br />

nos grandes membros, mas também em pequenos detalhes como nas<br />

posições dos seus dedos, na cabeça, grau do arco da coluna, nivelamento<br />

da pelve, na rotação dos punhos, nas rotações de pernas, etc.<br />

“O controlo é essencial para a qualidade e refinamento do movimento.”<br />

A Precisão por sua vez aluí ao foco na realização do exercício, e na<br />

boa execução e na transição entre os movimentos. A realização do exercício<br />

através da força do centro do corpo, com concentração e controle,<br />

vai ter maior precisão no seu gesto e no uso adequado da musculatura<br />

exigida para este exercício.<br />

Fluidez é a “conexão de um movimento para o próximo e é desenvolvida<br />

ao longo do tempo que o praticante se torne familiarizado com<br />

o exercício. A movimentação deve partir do centro fortalecido e fluir<br />

para as extremidades com refinamento, sem movimentos rígidos, não<br />

muito rápidos e nem muito lentos”.<br />

Por fim, a Respiração (a boa respiração) e aprender a respirar é uma<br />

parte essencial do exercício, e como o próprio fundador do Pilates afirmava,<br />

as capacidades totais dos pulmões estão altamente desaproveitadas<br />

pelo homem, e o método Pilates tenta remediar este facto.<br />

Referências<br />

Francine Picolli “Efeitos do treinamento proporcionado pelo Método<br />

Pilates Clássiconas Aptidões Físicas em mulheres saudáveis: um<br />

Ensaio ClínicoControlado”, 2010<br />

Joseli Franceschet Comunello, “BENEFÍCIOS DO MÉTODO<br />

PILATES E SUA APLICAÇÃO NA REABILITAÇÃO”, 2011<br />

Ana Isabel Carvalho da Cruz Ferreira Matos, “EFEITOS DO MÉTODO<br />

DE PILATES EM POPULAÇÕES SAUDÁVEIS”, 2011<br />

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As vantagens do método de Pilates são conhecidas<br />

e demonstradas em diversos estudos, e vão desde<br />

a circulação, melhorar o condicionamento físico, a<br />

flexibilidade, o alongamento e o alinhamento postural.<br />

Pode melhorar os níveis de consciência corporal<br />

e a coordenação motora.<br />

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Os benefícios do kettlebells:<br />

que ninguém suspeitava!<br />

Poucos são os ciclistas ou corredores, amadores<br />

ou profissionais, que pensam em usar<br />

pesos para melhorar a sua forma aeróbica, mas<br />

este pensamento pode mudar depois do último<br />

estudo de Asher Falatic, do departamento de<br />

Kinesiologia da Universidade de São José,<br />

Califórnia.<br />

Ele conduziu um estudo com mulheres futebolistas<br />

durante um mês comparando os efeitos<br />

do treino usando kettlebells com o treino mais<br />

tradicional em circuito com máquinas de musculação.<br />

Asher descobriu ainda aumentos significativos<br />

da capacidade aeróbia no grupo que usou<br />

os pesos russos, maiores que os conseguidos<br />

com as máquinas em 6% e semelhantes aos<br />

que se conseguiram com um treino cardiovascular<br />

tradicional, mas com a vantagem de um<br />

ganho maior de força. A rotina era tão simples<br />

como 15” com exercício de kettlebell e 15” de<br />

pausa, alternando trabalho e descanso durante<br />

20 minutos, três vezes por semana.<br />

Alongamentos ao ar livre - elimine a dor!<br />

Fazer alongamentos, sobretudo ao ar livre e<br />

com sol, estimula a secreção de serotonina, uma<br />

hormona que melhora<br />

o estado de espírito, a memória, a auto-estima<br />

e a tolerância à dor, entre outros aspetos.<br />

Precisas de vitamina B6 e triptofano para a sua<br />

produção, pelo que as proteínas não devem faltar<br />

na alimentação.<br />

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Suplementos à base de<br />

nitratos aumentam<br />

performance desportiva<br />

Uma alimentação à base de suplementos de nitrato na dieta de um atleta profissional<br />

tem efeitos benéficos cientificamente comprovados; o suplemento nitrato pode ser<br />

encontrado em alimentos como cenoura, espinafre e outros vegetais, tem efeitos<br />

benéficos. O nitrato proporciona ao desportista uma melhor capacidade de distribuição<br />

de oxigénio em exercícios de intensidade moderada e reforça a tolerância ao<br />

exercício de alta intensidade. Em atletas de alta competição de atletismo, a suplementação<br />

à base de nitrato aumentou o rendimento em 1,5 por cento, com um tempo<br />

limite de corrida 14 segundos inferior ao testado sem este aditivo. Nos ciclistas, este<br />

aumento foi de 0,8 por cento.<br />

Estudos da última década afirmam que uma ingestão diária de 5-7 mmol de um<br />

suplemento rico em nitrato (~0.1 mmol/kg de massa corporal) resulta num aumento<br />

significativo da concentração plasmática de NO2- que está associada a efeitos fisiológicos<br />

como uma menor pressão sanguínea basal, um custo menor de O2 pulmonar<br />

durante exercícios submáximos e, talvez, numa maior performance e tolerância ao<br />

exercício.<br />

O aumento da concentração plasmática de NO2:pode resultar num menor custo<br />

de O2 durante o exercício físico. Isto poderá ser devido a:Menor custo de ATP na<br />

contração muscular para a mesma força produzida (melhor eficiência na contração<br />

muscular);Menor consumo de O2 para a mesma taxa de síntese oxidativa de ATP<br />

(melhor eficiência mitocondrial).<br />

Leite materno:<br />

Uma moda com<br />

ganhos mas muitos riscos!<br />

Todos nós sabemos que o leite materno é<br />

positivamente tido como o melhor alimento<br />

para a criança crescer forte e saudável. Mas,<br />

foi com surpresa que se descobriu que muitos<br />

adeptos das musculação estão a beber<br />

leite materno, e isto, porque leite materno<br />

porque tem mais proteínas e ajuda mais<br />

rapidamente a ganhar massa muscular do<br />

que o leite de vaca...<br />

Saiba mais em: https://www.yumpu.com/pt/document/<br />

view/52866501/desportoampesport-ed7-versao-plus/77<br />

SUPLEMENTOS:<br />

Definição e regulamentação<br />

Os suplementos alimentares são regulados<br />

como géneros alimentícios (substâncias destinadas<br />

à alimentação humana). Os indivíduos<br />

cuja alimentação não supre as necessidades<br />

nutricionais podem beneficiar do<br />

consumo de suplementos alimentares específicos...<br />

Saiba mais em: https://www.yumpu.com/pt/document/<br />

view/39102634/desportoampesport-ed-6/30<br />

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Exercícios<br />

Aeróbicos<br />

Saiba porque é a pior opção se quer emagrecer!<br />

E ainda mais algumas contrariedades!<br />

Diogo Sampaio, Director Desporto&<strong>Esport</strong> d_sampaio@desportoeesport.com<br />

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Aciência tem vindo a demonstrar que exercícios contínuos<br />

de longa duração com utilização de 60-70% da frequência<br />

cardíaca máxima é, ao contrario do que é apregoado, a pior<br />

forma de perder massa gorda, ou seja emagrecer. É vulgar<br />

escutar e ler: que correr é a melhor forma de queimar gorduras,<br />

mas os estudos mostram exatamente o oposto, ora<br />

vejamos: é necessário um período de vinte e cinco a trinta<br />

minutos de corrida a bom ritmo, para que o corpo comece<br />

a queimar de facto calorias, assim idealmente, para que o<br />

exercício tenha alguma perda (mínima) de gorduras, deve<br />

durar no mínimos dos mínimos quarenta a quarenta e cinco<br />

minutos (alguns estudos indicam números superiores). No<br />

entanto, os praticantes de Cardio, deixam-se muitas vezes<br />

ludibriar, pelos resultados apresentados pelos vários aparelhos de controlo de<br />

exercício “40 minutos de corrida, 500 calorias perdidas”, o que faz com que ou<br />

mantenham essa rotina de exercício (sem verdadeiros ganhos) ou pior, a aumentem<br />

a carga dos mesmos o que leva frequentemente a lesões mais ou menos graves.<br />

Mas, a verdadeira questão nem é essa: o treino aeróbico aumenta o cortisol, o que<br />

consequentemente faz aumentar as gorduras e ainda acelera o envelhecimento.<br />

Níveis altos de cortisol, fazem com que o corpo acumule gordura, principalmente<br />

gordura visceral na zona da barriga, e ainda aumenta a inflamação sistemica do<br />

corpo. O cortisol também faz aumentar de substâncias oxidantes do corpo, o que<br />

por sua vez, produzem inflamação no cérebro, coração, trato intestinal e órgãos<br />

reprodutivos e ainda leva ao envelhecimento prematuro do corpo.<br />

“O treino aeróbico aumenta o cortisol... e, níveis altos de cortisol, fazem<br />

com que o corpo acumule gordura, principalmente gordura visceral na<br />

zona da barriga, e ainda aumenta a inflamação sistemica do corpo.”<br />

E, não é tudo: o treino aeróbico causa stress no corpo sem que as hormonas anabólicas<br />

também aumentem (ao contrário do que acontece no treino de força) o que eleva<br />

ainda mais o estado inflamatório do corpo devido ao efeito catabólico do exercício.<br />

Temos ainda, que as hormonas que estimulam a formação de tecido muscular não<br />

são estimuladas, mas o corpo continuará a precisar de produzir energia, então terá<br />

que utilizar a massa muscular como carburante energético.<br />

Ainda podemos somar, que o treino aeróbico continuado pode causar inflamação<br />

cronica e aumenta o stress oxidativo; a inflamação cronica é chamada de “assassino<br />

silencioso”, e ocorre quando as células são repetidamente atacadas pelas substâncias<br />

oxidantes (novamente pelos níveis altos de cortisol). Esta situação está associada<br />

à acumulação de gordura, doença cardíaca, diabetes, asma, artrite, cancro,<br />

dificuldades reprodutivas, problemas de estômago, entre outras doenças de menor<br />

gravidade.<br />

Diminuía calorias com<br />

atividades cotidianas<br />

Não é só no ginásio e com intensos programas de treino físico<br />

se perdem calorias. É certo que as máquinas de musculação<br />

podem ajudar, mas segundo o professor e doutorado em<br />

medicina Dr. Mayo Clinic, basta uma postura de vida menos<br />

sedentária para se conseguir queimar com tarefas cotidianas<br />

muitas mais calorias que as 245 calorias consumidas por um<br />

treino rigoroso de 30 minutos num ginásio.<br />

303<br />

40 minutos de pedalada em cima de uma<br />

bicicleta em vez do normal trajeto de<br />

carro.<br />

82<br />

Caminhada ou movimentos constantes<br />

durante trinta minutos num mesmo espaço,<br />

podendo trabalhar ao mesmo tempo,<br />

ou mexendo no tablet ou falando ao telefone,<br />

etc<br />

70<br />

Substituir a Internet por 30 minutos por<br />

uma passeata pelo jardim ou levar o cão<br />

à rua.<br />

123<br />

Arrume a casa por 45 minutos, e<br />

emagreça ao mesmo tempo que deixa a<br />

sua habitação em a brilhar.<br />

50<br />

Não desperdice a oportunidade de ter<br />

momentos mais quentes com a sua cara<br />

metade; afinal o sexo, é um excelente<br />

desporto.<br />

Nota: Cálculos para um homem de estatura média e um peso de 80 kg.<br />

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O treino aeróbico, também pode causar a diminuição do<br />

tamanho e da funcionalidade dos órgão genitais masculinos.<br />

Um recente estudo, publicado no Canadian Journal of Applied<br />

Physiology testou o “efeito da natação aeróbica em ratos e os<br />

investigadores descobriram que os exercícios de resistência<br />

intensa levam ao stress oxidativo, que causa a disfunção do<br />

sistema reprodutivo masculino”.<br />

Existe também uma ampla evidência de que o treino aeróbico<br />

leva à supressão imunológica, o que pode comprometer o sistema<br />

imunitário e levar os atletas a um maior risco de infeção,<br />

particularmente doenças respiratórias. Principalmente em<br />

sessões de treino longas, ou seja, acima dos 90 minutos. “O<br />

exagero na intensidade do treino aeróbico leva a um maior<br />

risco de doença, podendo despoletar várias modificações a<br />

nível hormonal.”<br />

“Contabilizando os benefícios, o treino aeróbico é o<br />

menos proveitoso quando comparado com treino de<br />

força, treino de resistência metabólico ou treino<br />

intervalado de alta intensidade, ganhando apenas ao<br />

sedentarismo; e de reter igualmente, que os treino não<br />

devem ultrapassar os 30 minutos.”<br />

Os treinos de força não são apenas bons para “perder massa<br />

gorda, mas também para aumentar a força, a velocidade,<br />

a massa muscular e a melhoria da saúde cardiovascular<br />

(coração também é um músculo – e, não é por acaso que os<br />

maratonistas têm corações mais pequenos que os velocistas).<br />

A razão disto acontecer? Porque o treino de força estimula a<br />

formação de tecido muscular e o “músculo é o principal ingrediente<br />

do nosso corpo para queimar gordura (para que tenha a<br />

noção da importância deste facto saiba que o músculo queima<br />

70 vezes mais calorias que a gordura!).”<br />

Assim, concluindo o exercício aeróbico é a pior opção para<br />

queimar gordura e melhorar a composição corporal, já que o<br />

metabolismo vai ficar mais lento e mais propício a acumular<br />

gordura, para além de poder provocar inúmeras doenças com<br />

alguma gravidade em casos limite.<br />

Referencias:<br />

Pedro Correia “Evidências Científicas sobre o Exercício Físico que não<br />

aprendemos na Escola – Treino Aeróbico”, blog Functional Performance<br />

Training, 2012<br />

Alwyn Cosgrove “Training Techniques to Maximize Fat Loss”, 2010<br />

Charles Poliquin “The (Many) Negatives of Aerobic Training, 2011<br />

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Os benefícios nutricionais do<br />

consumo de frutas e vegetais!<br />

Comer fruta e vegetais auxilia substancialmente<br />

a regulação do colesterol sanguíneo com o consequente<br />

benefício para questões cardiovasculares.<br />

Pela sua elevada densidade nutricional e baixa<br />

densidade energética a fruta é um instrumento<br />

essencial na ajuda do controle de peso e combate<br />

da obesidade. Comer fruta é, por isso, essencial<br />

à saúde e bem-estar, tanto de atletas como de<br />

não-atletas.<br />

A fruta é a principal fonte antioxidante da nossa<br />

alimentação, graças a ela podemos evitar o envelhecimento<br />

prematuro, a arteriosclerose, o cancro<br />

e outras doenças.<br />

Estes antioxidantes que combatem os radicais<br />

livres (moléculas oxigenadas, tóxicas, produzidas<br />

pelo nosso organismo como resultado de diversos<br />

fatores como fumar, exposição a raios solares,<br />

stress e poluição) são, assim, responsáveis pelas<br />

propriedades protetora que fazem da fruta, um<br />

bem tão essencial ao nosso bem-estar.<br />

Abaixo pode consultar mais alguns dos benefícios<br />

do consumo de frutas e vegetais diariamente:<br />

• Produz uma maior sensação de saciedade;<br />

• Praticamente não contém gordura;<br />

• Exerce um efeito diurético natural que<br />

contribui para redução de peso;<br />

• Devido à sua riqueza em vitaminas do<br />

grupo B, os seus açúcares metabolizam-se<br />

(queimam-se)<br />

facilmente e não se<br />

Fitness<br />

&<br />

Nutrição<br />

transformam em<br />

gordura, como<br />

acontece com os<br />

produtos de pastelaria<br />

refinada;<br />

Nutrição AYURVÉDICA:<br />

saiba o que é!<br />

Os benefícios nutricionais do consumo de<br />

A nutrição Ayurvédica é um tipo de alimentação que deriva diretamente<br />

da Medicina Ayurvédica, e ter como objetivo manter o corpo equilibrado<br />

e saudável a partir do seu interior e através da ingestão de alimentos, que<br />

devem ser escolhidos, tendo por base inúmeros fatores, com a estação do<br />

ano, a integridade e moralidade do individuo, assim como o seu estado<br />

emocional no momento da refeição.<br />

Origina-se no berço da milenar Medicina Ayurvédica. Ayur (Vida, movimento,<br />

seres vivos, modo diário de vida) e Veda (revelação; conhecimento<br />

empírico que deriva da observação e da experimentação) é a Ciência da<br />

Vida, da Longevidade.<br />

A nutrição Ayurveda é uma alimentação preventiva e pedagógica, fundamentando-se<br />

nos elementos clássicos com que se geram as constituições,<br />

denominados de Vata (Ar e Éter), Pitta (Fogo e Água) e Kapha (Terra e<br />

Água). E assume a crença que todo o ser humano nasce com as ferramentas<br />

para a auto-cura, e é da responsabilidade de cada um, manter o corpo<br />

saudável e uma mente sadia.<br />

Nutrição Ayurvédica para atletas profissionais<br />

A alimentação ayurvédica aposta forte na descoberta da constituição individual,<br />

do funcionamento singular do aparelho digestivo, e ao ajustamento<br />

dos ritmos orgânicos, desenvolvimento uma dieta nutricional de acordo<br />

com as necessidades biológicas de cada atleta.<br />

Laura Azevedo, nutricionista<br />

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Vantagens das dietas ricas<br />

em hidratos de carbono<br />

• Proporcionam rapidamente energia física e mental.<br />

• Dietas ricas em fibras, vitamina C, ácido fólico,<br />

vitaminas B (com exceção da B12) e minerais como o magnésio,<br />

potássio e antioxidantes dos vegetais e fruta.<br />

• Melhorar as defesas dos desportistas, segundo<br />

diversos estudos. Os hidratos de carbono são necessários<br />

para a manutenção do sistema imunitário, desde o equilíbrio<br />

da flora intestinal, com a fibra prebiótica, até à manutenção<br />

das defesas depois dos treinos de alta intensidade.<br />

• Podem ter um efeito calmante e reconfortante. O<br />

sabor adocicado é um sabor associado às emoções positivas<br />

e reconfortantes e à boa disposição. Muitas pessoas<br />

requerem e procuram altas doses de “açúcar” por dia para<br />

funcionar, num estado relaxado e sem ansiedades.<br />

• Segundo estudos, dietas ricas em hidratos aumentam<br />

o rendimento físico em atletas. Esta ideia que teve o<br />

seu auge nas décadas de 80 e 90, hoje começa a estar um<br />

pouco em desuso, com o surgimento de novos estudos que<br />

contradizem esta ideia.<br />

Desvantagens das dietas ricas<br />

em hidratos de carbono<br />

• São dietas “excessivamente” e quase exclusivamente<br />

vegetarianas, o que provoca muita rejeição para as<br />

pessoas amantes de carne, peixe, laticínios, ovos, etc., ou<br />

para atletas que tenham as necessidades proteicas aumentadas.<br />

• Estas dietas, podem ter défice em proteínas de origem<br />

animal (ricas em todos os aminoácidos essenciais), em<br />

algumas vitaminas lipossolúveis como a D e E e vitamina<br />

B12 (de origem animal) e minerais como o ferro, zinco e o<br />

cálcio. Também podes não atingir as doses recomendadas<br />

de ácidos gordos ómega-3 (como o EPA e DHA, presente<br />

nos peixes gordos).<br />

• Torna-se necessário conhecer o índice glicémico<br />

(IG) dos alimentos, ou seja, a velocidade com que o açúcar<br />

do alimento chega à corrente sanguínea. Nem todos<br />

os hidratos de carbono são iguais, os alimentos com IG<br />

elevado, contêm hidratos de carbono simples, que têm uma<br />

digestão rápida, elevando rapidamente os níveis de açúcar<br />

na corrente sanguínea (glicémia). O que pode provocar um<br />

estado de fome constante ou com maior constância.<br />

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?<br />

CURIOSIDADE E DICAS !<br />

As recomendações de ingestão de água diária<br />

estabelecidas pela Autoridade Europeia da<br />

SegurançaAlimentar (AESA) são, de forma<br />

geral, de 2 a 2,5 litros por dia para as<br />

mulheres e homens adultos respetivamente!<br />

Conheça melhor as propriedades do<br />

pepino e porque ele é “mágico”<br />

O pepino é o quarto vegetal mais cultivado no mundo e é positivamente<br />

conhecido por ser um dos alimentos mais preciosos para a saúde! Fonte de<br />

vitaminas do complexo B que são as maiores responsáveis pela manutenção<br />

da saúde emocional e mental do ser humano; os pepinos contêm cerca<br />

de 95% de água, por isso são um excelente alimento para hidratar e eliminar<br />

as toxinas presentes no corpo; o pepino também contêm lignana, uma<br />

substância fenólica tem um histórico de pesquisas que a relaciona com a<br />

redução do risco de vários tipos de cancro, incluindo cancro de mama,<br />

ovário, útero e próstata.<br />

Descoberta a forma como o cérebro<br />

diz ao corpo<br />

para “queimar” gordura<br />

O<br />

tecido adiposo representa 20 a 25% do peso corporal<br />

humano e as suas células contêm triglicéridos,<br />

ricos em energia. Quando não comemos o suficiente,<br />

essas gorduras são degradadas pelo organismo<br />

para suprir as nossas necessidades. Consequência<br />

óbvia: se não comermos o suficiente, emagrecemos. Mas por<br />

outro lado, em condições normais, também não estamos sempre a<br />

comer desalmadamente e o nosso peso mantém-se mais ou menos<br />

estável, controlado.<br />

Há duas décadas que se sabe que uma hormona, a leptina, também<br />

chamada “hormona da saciedade”, é crucial para esse controlo,<br />

mantendo esse delicado equilíbrio energético e garantindo que<br />

o nosso peso corporal permanece dentro de valores aceitáveis.<br />

Segregada pelas células adiposas do organismo, a leptina actua<br />

sobre o cérebro, ligando-se aos neurónios de uma estrutura cerebral,<br />

o hipotálamo.<br />

Resultado: quando os níveis de leptina vinda dos adipócitos<br />

(células de gordura) pelo sangue - e detectados pelo hipotálamo<br />

- aumentam, isso faz diminuir o nosso apetite e estimula a utilização<br />

das nossas próprias reservas de gordura. Inversamente,<br />

quando os níveis de leptina em circulação diminuem, o nosso<br />

cérebro sabe-o. Sentimos fome e sentamo-nos à mesa.<br />

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TOP 06<br />

NEM SEMPRE O<br />

TALENTO É VISÍVEL<br />

E POR VEZES OS CRAQUES<br />

PASSAM DESPERCEBIDOS<br />

Michel Platini foi recusado<br />

por nada menos que 3 clubes<br />

Vitor E. Santos ,<br />

especialista em desporto e futebol e<br />

Colunista Desporto&<strong>Esport</strong><br />

Contato@desportoeesport.com<br />

1 Michel Platini (FC Saarbrucken, Metz)A<br />

lenda francesa e atual presidente da UEFA foi<br />

duplamente rejeitado (como se uma vez não<br />

fosse suficiente), na primeira vez por lesão e<br />

na segunda porque desmaiou durante um teste<br />

de respiração. Ele também foi preterido no<br />

início de sua carreira pelo clube alemão do FC<br />

Saarbrücken. Não há duas sem três.<br />

2 Ronaldinho (St Mirren) O craque brasileiro<br />

estava condenado a começar a sua carreira<br />

europeia em frança; em 2001 o ainda jogador<br />

do Gremio tinha tudo acertado com o St Marin,<br />

e ter-se-ia concretizado<br />

caso não fosse um<br />

problema legal que<br />

fez com que a janela<br />

de transferência se<br />

fechasse antes que essa<br />

pequena questão fosse<br />

resolvida. Um pena...<br />

para o St Mirrern<br />

24 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com<br />

3 Lionel Messi (Newell’s and River<br />

Plate) O talento do argentino era indiscutível<br />

já em criança, mas os seus problemas<br />

de crescimento de Messi, obrigavam<br />

a que ele fizesse um tratamento<br />

mensal com o custo de US<br />

$ 1.000 – demasiado para<br />

os clubes argentinos. O<br />

Barcelona acabou por o ir<br />

buscar e assumir o custo<br />

do tratamento. O resto<br />

é história… e 4 bolas<br />

de ouro, a caminho da<br />

quinta<br />

Lionel Messi foi<br />

Clubes argentin


Nem todos os campeões tiveram um inicio de<br />

carreira fácil e muitos deles foram...<br />

RECUSADOS<br />

4 Yaya Toure (Arsenal) O costa marfinense<br />

esteve perto de assinar pelo Arsenal<br />

de Arsene Wenger em 2003, depois de a<br />

sua equipa ter jogado um particular contra<br />

a equipa londrina; Toure não impressionou,<br />

mas mesmo assim os gunners<br />

quiseram contrata-lo, mas um problema<br />

como o passaporte/visto<br />

de trabalho<br />

impediu que<br />

a transferência<br />

não se<br />

concretiza-se,<br />

e Toure acabou<br />

no rival Man.<br />

City! E num<br />

dos melhores<br />

médios do<br />

futebol atual.<br />

5 Diego Costa<br />

(Corinthians, Palmeiras<br />

and Santos) O brasileiro<br />

nunca esperou jogar futebol<br />

profissionalmente e tinha<br />

razão para isso: foi recusado<br />

por nada mais, que<br />

três dos principais “times”<br />

brasileiro. Acabou por<br />

encontrar a felicidade na<br />

Europa, primeiro em Portugal no Braga e<br />

depois no Atlético de Madrid.<br />

6 Zinedine Zidane (Blackburn Rovers)<br />

Ver Zizou espalhar magia pelos campos<br />

relvados da Premier League foi um sonho<br />

de muitos até ao francês se retirar. O que<br />

poucos sabem é<br />

que essa transferência<br />

esteve quase<br />

para acontecer o<br />

para o modesto<br />

Blackburn<br />

Rovers. Porque<br />

não o contrataram?<br />

Porque<br />

segundo o presidente:<br />

“Por que<br />

quereria assinar<br />

com Zidane<br />

quando poderiam<br />

ter Tim<br />

Sherwood?”<br />

recusado por dois<br />

os; sorte do Barçelona!<br />

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Especial<br />

Seleções de<br />

Futebol<br />

Como se obtém sucesso numa seleção de futebol?<br />

Terá na sua origem a esperança que as seleções jovens<br />

possam crescer e com valentia ultrapassar os<br />

obstáculos mentais que os mais velhos não conseguiram,<br />

como acontece com Portugal? Ou é fruto<br />

da liderança do seu técnico principal (e, como é a<br />

liderança de Fernando Santos?)? Ou, por fim, não<br />

é mais que resultado de uma tática bem trabalhada<br />

como aconteceu com a Espanha e a Alemanha?<br />

Saiba tudo aqui...<br />

A esperança é uma das características mais marcantes do povo português, e isto é de tal forma<br />

verdadeiro, que a própria bandeira portuguesa exibe com orgulho o verde que prognostica um<br />

futuro mais risonho que o passado. Mas, é sensato esperar que as novas seleções jovens vençam<br />

(mentalmente) onde as gerações mais velhas têm sistematicamente falhado? Nuno Dias,<br />

jornalista e comentador desportivo, acredita que sim, afirmando inclusive que estamos presente<br />

uma geração marcadamente valente.<br />

E que papel poderá desempenhar Fernando Santos, atual selecionador português, nesta<br />

mudança que é sobretudo mental? Terá o nosso selecionador português um estilo de liderança<br />

adequada às necessidades da equipa que dirige? Alexandre Monteiro, numero um em Portugal<br />

de Linguagem Corporal, analisou Fernando Santos, e mostra-nos em detalhe a linguagem de<br />

liderança do selecionador luso. Mas a resposta poderá bem-estar na tática, como tão bem a<br />

Espanha e a Alemanha demonstraram nos dois últimos campeonatos do Mundo. O Rodrigo<br />

Santos, e colegas, levam-nos ao detalhe tático das duas últimas campeãs do mundo. A não<br />

perder!<br />

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Geração<br />

valente:<br />

O futuro da seleção de Portugal<br />

“O futuro tem muitos nomes.<br />

Para os fracos é o inalcançável.<br />

Para os temerosos, o desconhecido.<br />

Para os valentes é a oportunidade.”<br />

Victor Hugo<br />

Nuno Dias<br />

Jornalista com mais de 25 anos de experiência, exerce atualmente as funções de comentador desportivo na RTP. Paralelamente, é formador da empresa QUEST (soluções<br />

para o desporto) e foi professor de uma pós-graduação em “Jornalismo e Comunicação” no ISLA. Exerceu igualmente as funções de Director de Comunicação do Sporting<br />

Clube de Portugal. Trabalhou, entre outros, nos jornais A Bola e o O Jogo e na Sport TV.<br />

Portugal<br />

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Renovação. O tema encheu páginas de jornais, alimentou<br />

a discussão, dividiu opiniões. Muito se tem falado<br />

sobre o futuro do futebol português e da Selecção<br />

Nacional, da hiperdependência de Cristiano Ronaldo<br />

e das alternativas que existem (ou não) para ocupar<br />

as vagas que vão ficar em aberto depois de grande<br />

parte dos jogadores que actualmente fazem parte das<br />

escolhas de Fernando Santos abandonarem a equipa<br />

das quinas. Este é, pois, um tempo de oportunidade.<br />

Para os mais valentes.<br />

Com o apuramento para o Euro 2016 garantido, não é<br />

de admitir que o seleccionador nacional altere muito a<br />

filosofia que tem adoptado desde que chegou ao comando de Portugal. Ou seja, é<br />

mais do que certo que a maioria dos jogadores que Fernando Santos tem escolhido<br />

vai estar em França, mas depois disso há, de facto, que pensar em... renovar, não<br />

pela falta de qualidade do grupo mas porque muitos destes futebolistas estão já na<br />

casa dos 30, logo, a caminhar rapidamente para o final da carreira.<br />

Essa inevitabilidade potencia a questão há muito colocada: há ou não alternativas<br />

à altura? Muito sinceramente, creio que sim. Não nascem todos os dias Cristianos<br />

Ronaldos nem Figos, é certo, mas a realidade actual das selecções mais jovens<br />

permite-nos acreditar no futuro. Os sub-21 são vice-campeões da Europa (só<br />

foram derrotados na final na decisão por grandes penalidades) e há mais de 4 anos<br />

que não perdem um jogo: a última derrota foi em 11-10-2011, diante da Rússia,<br />

por 2-1, e desde então têm 16 vitórias e apenas 2 empates! Os sub-20 têm tido<br />

presenças de relevo nos últimos mundias, tendo sido vice-campeões em 2011, na<br />

Colômbia. Abaixo desses escalões há trabalho planeado que tem permitido assegurar<br />

os resultados conseguidos e o regresso regular às fases finais das diferentes<br />

competições.<br />

É verdade que falta o mais importante de tudo: conquistar um título de relevo,<br />

seja um Campeonato do Mundo ou um Europeu. Mas não creio que seja por falta<br />

de qualidade ou de atitude. Talvez seja apenas uma questão de... mentalidade. Ou<br />

mentalização.<br />

A criação (ou recuperação, melhor dizendo) das equipas B deu, no meu entender,<br />

um impulso decisivo para a afirmação de boa parte dos jovens valores que hoje já<br />

não são meras promessas nem nomes desconhecidos do grande público. Alguns<br />

deles já emigraram, inclusive.<br />

Outros vão ganhando espaço nas principais equipas nacionais (grandes incluídos).<br />

E muitos deles anteciparam etapas nas selecções mais jovens, jogando acima do<br />

seu escalão etário. Sinais claros de uma evolução que teve, também, outro rosto<br />

importante para esta realidade: Rui Jorge. Seria injusto atribuir, apenas e só, ao<br />

actual seleccionador de sub-21 os méritos pelo crescimento de muitos destes<br />

jovens, mas o trabalho feito nos últimos anos, em perfeita sintonia com os técnicos<br />

dos escalões inferiores, tem ajudado a potenciar todo o talento que nasceu com<br />

jogadores como Bernardo Silva, William Carvalho, João Mário, Ruben Neves,<br />

André Silva, Rony Lopes, Gelson Martins, Gonçalo Guedes e tantos outros.<br />

“E esta nova<br />

geração tem<br />

provado que os<br />

fracos e os<br />

temerosos<br />

dificilmente têm<br />

lugar... na<br />

equipa. Por isso<br />

lhe<br />

chamei “Geração<br />

valente”<br />

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“Rui Jorge… em perfeita sintonia com os técnicos dos<br />

escalões inferiores, tem ajudado a potenciar” o talento<br />

jovem do futebol português.<br />

É verdade que falta o mais importante de tudo: conquistar um título de relevo, seja um Campeonato do Mundo ou um Europeu. Mas não<br />

creio que seja por falta de qualidade ou de atitude. Talvez seja apenas uma questão de... mentalidade. Ou mentalização.<br />

Os clubes por essa Europa fora pensam da mesma forma, tantos<br />

são os portugueses espalhados pelos principais clubes. Os<br />

treinadores também. O sucesso que José Mourinho, Manuel<br />

José ou Fernando Santos têm tido, os passos seguros de técnicos<br />

como André Vilas-Boas, Leonardo Jardim, Paulo Sousa<br />

ou Marco Silva (para citar apenas alguns dos mais recentes...)<br />

são a prova de que não falta matéria-prima. Nem no banco<br />

nem no campo.<br />

Acredito, pois, sem optimismos excessivos, que a Selecção<br />

Nacional (as selecções nacionais, se quisermos ser mais precisos)<br />

vai continuar a ser competitiva, respeitada e capaz de<br />

permanecer nos grandes palcos euorpeus e mundiais. Assim<br />

se mantenham as condições necessárias ao crescimento dos<br />

jogadores portugueses. É verdade que não há bela sem senão<br />

e alguns podem questionar o porquê de haver tanto talento e<br />

nem sempre haver as oportunidades que se desejavam para<br />

os portugueses em Portugal. Aceito a ideia. Mas prefiro olhar<br />

para o lado positivo da questão e continuar a acreditar que,<br />

com trabalho, a qualidade acaba por aparecer. Cá ou lá fora.<br />

Porque como diz a citação que escolhi para abrir este texto, “o<br />

futuro tem muitos nomes”... E todos estaremos de acordo que,<br />

no futebol como na vida, a oportunidade é para os valentes.<br />

E esta nova geração tem provado que os fracos e os temerosos<br />

dificilmente têm lugar... na equipa. Por isso lhe chamei<br />

“Geração valente”.<br />

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Futebol<br />

UM PROBLEMA<br />

DE “LINHA DE<br />

ESPERA”<br />

Júlio Coelho<br />

O futebol tem vindo a<br />

conquistar o seu<br />

espaço. Nos mais<br />

idosos assistentes,<br />

são as emoções que os<br />

motiva, mas nos mais<br />

jovens, são também as<br />

esperanças, em se<br />

poderem tornar em “futuras<br />

estrelas” e em<br />

obter a sua<br />

independência<br />

financeira, inspirados<br />

nas “atuais estrelas”<br />

(Cristiano Ronaldo e<br />

Leonel Messi).<br />

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Júlio Coelho , Professor do Ensino Superior na área da<br />

Gestão, ex-atleta, ex-treinador e ex-presidente de clube de<br />

futebol<br />

jcoelho@ipleiria.pt<br />

Futebol tem assumido um papel importante nas dinâmicas<br />

desportivas nas diferentes comunidades no nosso planeta.<br />

Mesmo nos países onde esta modalidade desportiva não<br />

tem tanta adesão de praticantes e assistentes, nem envolve<br />

muito entusiasmo, o futebol tem vindo a conquistar o seu<br />

espaço. Nos mais idosos, assistentes, são as emoções que os<br />

motiva, mas nos mais jovens, são também as esperanças, em<br />

se poderem tornar em “futuras estrelas” e em obter a sua<br />

independência financeira, inspirados nas “atuais estrelas”<br />

(Cristiano Ronaldo e Leonel Messi).<br />

Por outro lado, as organizações profissionais ou amadoras que promovem<br />

essa prática e são agentes das respetivas competições (equipas<br />

ou emblemas), estão sempre à procura de “novos craques” e “novas<br />

formas de treino” para poderem melhorar as performances dos seus<br />

atletas e equipas. Isto acontece porque se acredita, e está comprovado,<br />

que isso pode contribuir fortemente para os seus resultados desportivos<br />

e, consequentemente, para os seus resultados económico-financeiros.<br />

Por conseguinte, é vulgar os dirigentes de hoje, apregoarem pela formação<br />

e venda dos seus “ativos”.<br />

Os métodos de treino têm evoluído ao longo dos tempos. Facilmente<br />

nos recordamos dos tempos em que qualquer treino (de equipa profissional<br />

ou amador e de qualquer escalão etário) começava com um<br />

aquecimento de 20 a 30 minutos de corrida contínua, seguida de uma<br />

“peladinha” (“pelada” ou “racha”), basta recuar cerca de 30 anos.<br />

Depois, entendeu-se ser importante o contacto permanente com a bola<br />

(“treino integrado”), logo desde o início do aquecimento (onde cada<br />

jogador controlava uma bola ou então desenvolvia uma sequência de<br />

passe e receção, conjuntamente com outro colega). Também se foi<br />

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foi discutindo, se é que ainda hoje isso não<br />

acontece, sobre a pertinência e interesse dos<br />

treinos em circuito geral, em circuito por<br />

setores ou compartimentados por baterias de<br />

exercícios de condução e finalização (esquemas<br />

técnico-táticos). Claro, que isto depois<br />

se traduz em diferentes definições, pois, para<br />

uns são esquemas táticos ou táticas, para<br />

outros, são as estratégias e para outros ainda,<br />

são os modelos de jogo. Independentemente<br />

destas e de outras interpretações, na verdade<br />

as soluções de treino (já agora diga-se, que<br />

aplicáveis a todos os escalões, com diferentes<br />

intensidades, densidades, volumes e durações),<br />

devem ser precedidas da identificação<br />

das características centrais de um jogo de<br />

“Futebol”. Afinal quais são as principais<br />

características de um jogo de Futebol? Pois,<br />

porque, para treinar com rigor e eficácia já<br />

não chega ter sido jogador no passado, saber<br />

ler as disposições dos adversários ou simplesmente,<br />

“perceber muito” de futebol.<br />

Em termos de competências individuais<br />

necessárias para o jogo (a técnica individual),<br />

é essencial que um jogador domine 4 aspetos<br />

centrais: passe; receção; drible e finalização.<br />

Claro que os aspetos relacionados com<br />

desarme, marcação e desmarcação, sendo<br />

também essenciais, estão mais relacionados<br />

com a dimensão técnico-tática, ou seja, com<br />

a disposição da equipa no terreno de jogo [1].<br />

Todos estes aspetos visam um Objetivo bem<br />

definido: “Marcar Golo”, ou seja, finalizar<br />

com êxito. Por aqui, parece evidente que<br />

o Futebol apresenta um problema de linha<br />

de espera, pois caracteriza-se por ser um<br />

”Processo de Produção em Linha”, onde,<br />

há um início e um final, bem determinado<br />

(começa com uma recuperação de bola ou<br />

com uma posse de bola e deve terminar com<br />

um golo).<br />

Voltando aos aspetos puramente técnicos,<br />

os que devem ser desenvolvidos muito cedo,<br />

ainda que para uns “até parece que já nasce<br />

com eles!”, pois, entendemos que são estes<br />

que reúnem os requisitos adequados para<br />

serem trabalhados e melhorados com o<br />

apoio das “estatísticas” (individuais e não<br />

coletivas), mais propriamente, das métricas<br />

adequadas, nomeadamente: golos marcados,<br />

assistências[2], golos de bola parada, tempos<br />

médios de posse de bola por jogador,<br />

% de eficácia de passe por jogador, % de<br />

eficácia de receção por jogador, etc. Estes<br />

são os números mais importantes para melhorar<br />

nos treinos e concretizar nos jogos. A<br />

título de exemplo, verificamos que em termos<br />

globais os campeonatos das principais<br />

ligas profissionais de Portugal, Brasil (série<br />

A), Espanha e Inglaterra, apresentam, nas<br />

presentes edições de 2015/16, os seguintes<br />

valores de eficácia de concretização, medido<br />

pela quantidade de assistências necessárias<br />

para obter um golo: 6, 2, 9 e 7 respetivamente<br />

[3]. Estes números dão-nos a ideia, sem uma<br />

análise mais detalhada, que no Brasil se<br />

procura mais o golo através do passe curto,<br />

com baixo erro, e onde a assistência ocorre<br />

numa zona próxima da baliza, enquanto nos<br />

outros campeonatos indicados, os números<br />

parecem sugerir que a procura do golo se faz<br />

mais pelos passes longos, de cruzamentos das<br />

linhas laterais ou dos lances longitudinais,<br />

onde o erro, da assistência, é maior. Ora, isto<br />

pode, e deve, ser medido em cada equipa, de<br />

modo a que os treinadores percebam quais os<br />

aspetos, da sua “linha de produção” que está<br />

a falhar, ou que apresentam maiores deficiências<br />

(É no primeiro passe? É no passe curto<br />

ou no passe longo? É na receção de A ou<br />

de B? É no passe intermédio? Ou é simplesmente<br />

na finalização?<br />

É a disposição dos elementos no terreno que<br />

dificulta a fluidez do jogo ou são simplesmente<br />

as características técnicas individuais<br />

dos jogadores apresentam deficiências?)<br />

– pois, na verdade, os treinadores devem<br />

centrar-se no essencial do jogo e deixar o<br />

acessório para outros colegas da “equipa<br />

técnica”.<br />

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Considerando que o futebol possui um objetivo bem identificado, “o<br />

golo”, é fácil de ver que tudo o que uma equipa possa fazer, dentro do<br />

terreno de jogo, recorrendo às suas individualidades, ou ao trabalho<br />

conjunto deve ser realizado visando esse mesmo objetivo. Por outras<br />

palavras, sempre que uma equipa recupera uma bola, deve procurar<br />

soluções que resultem numa finalização com<br />

êxito (claro que sabemos que a margem de<br />

erro ou de insucesso é enorme!). Neste prisma,<br />

verificamos que podemos considerar cada<br />

jogada como uma linha de produção: onde a<br />

“bola” é a entidade que percorre o fluxo, mais<br />

ou menos complexo (jogo mais lateralizado<br />

ou mais direto); os “jogadores”, são os pontos<br />

de contacto ou de transformação, aqueles que<br />

possuem características técnicas (medidas em<br />

percentagem e/ou tempos para cada aspeto da<br />

técnica individual, já referida) e o “golo” é o<br />

fim do percurso, que permite medir a eficácia<br />

desse processo. Estes percursos repetir-se-ão, tantas vezes quantas as<br />

necessárias até que o resultado final (golo) seja alcançado. Convém<br />

aqui, considerar que existem restrições a uma fluidez destes percursos,<br />

que são os aspetos, de técnica individual ou técnico-táticos, da equipa<br />

adversária. Perante isto, talvez seja pertinente tentar encontrar formas<br />

de melhorar o treino visando aumentar o sucesso dessas iniciativas de<br />

finalização.<br />

Como?<br />

Porventura, colocando os números referidos anteriormente numa equação,<br />

transpor esta para um processo de “linha de produção”, de modo a<br />

identificar os pontos de estrangulamento dessas linhas (pontos onde se<br />

perde o controlo da bola), considerando as restrições apresentadas pelo<br />

adversário. Estas últimas podem ser simplificadas por pressupostos de<br />

eficácia coletiva (esta solução poderá contemplar, por aproximação, os<br />

dispositivos técnico-táticos dos adversários). Ora, isto permite testar/<br />

simular a fluidez de cada percurso e identificar os pontos de “estrangulamento”<br />

ou falhas desse processo, de modo a melhorá-los.<br />

Imaginemos uma simulação de uma jogada de “contra ataque”, onde se<br />

desenvolve uma sequência de passes com 4 jogadores, ou momentos<br />

de contacto com a bola do mesmo jogador (de forma alternada), com<br />

os seguintes registos de eficácia técnica de cada um, nos diferentes<br />

momentos:<br />

Probabilidade de sucesso no passe normal, na assistência<br />

e no remate final (finalização)<br />

80%<br />

Jogador A Jogador B Jogador C Jogador D<br />

20%<br />

60%<br />

40%<br />

70%<br />

30%<br />

50%<br />

50%<br />

Golo<br />

Probabilidade de erro no passe e de finalização com a consequente perda<br />

de bola<br />

Claro que os “fluxos produtivos” podem ser mais complexos, assim se<br />

queira envolver muitos elementos nesse processo, ou se queira introduzir<br />

indicadores de tempo para cada ação individual e/ou movimento<br />

coletivo, até que se atingir o objetivo final.<br />

Se cada jogada de futebol apresenta características de “produção em<br />

linha”, então porque não analisá-lo nesses termos, de modo a contribuir<br />

para a procura de mais uma ferramenta de apoio à decisão. Mais ainda,<br />

quando hoje existem soluções informáticas para tratar destes assuntos,<br />

em termos de recolha e tratamento de dados, e o futebol se apresenta<br />

altamente complexo e competitivo.<br />

Nunca devemos esquecer que cada fluxo é independente do outro, ou<br />

seja, “quando ocorre um erro de execução técnica, o que a seguir surge,<br />

não teria surgido se esse erro não tivesse ocorrido”. Por outras palavras,<br />

quando ocorre um erro técnico que impossibilite a sequência da jogada<br />

conforme estava pensada, deve-se dar início a um novo processo.<br />

Fonte: Coelho, J. 1 - (2012). “Formar Jovens Futebolistas: um projeto de formação dos 6 aos 18 anos”,<br />

Chiado Editora, ISBN 978-989-697-772-6.3; 2 - Último passe que antecede a concretização de um golo em<br />

jogo corrido; 3 - www.maisfutebol.iol.pt, consultado em 08/10/15.<br />

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BIOMECÂNICA<br />

DOS CAMPEÕES<br />

Autor: Diogo Sampaio, Director Desporto&<strong>Esport</strong> d_sampaio@desportoeesport.com<br />

Lebron<br />

James<br />

Qual é o segredo dos super-atletas? A pergunta é antiga e a resposta é<br />

complexa. Talento ou treino? ADN ou esforço? A doutrina divide-se e<br />

as conclusões são sempre “inconclusivas”. O certo, é que no<br />

desporto atual de alto profissionalismo, a biomecânica dos atletas<br />

desempenha um papel cada vez mais determinante para o êxito.<br />

Tornando obrigatória uma análise mais pormenorizada da morfologia<br />

dos campeões da nossa era. Não só para compreender os<br />

atletas em si, ou o desporto de hoje, mas para prever como será<br />

o desporto amanhã.<br />

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P<br />

ara muitos analistas, LeBron James é jogador mais atlético de sempre<br />

a jogar na NBA, combinando na perfeição a velocidade, potência e<br />

agilidade. O seu antigo treinador nos Miami Heat, Erik Spoelstra,<br />

apelidava-o inclusive de “canivete suíço” dada a sua capacidade de<br />

se desdobrar em múltiplas posições, tanto no ataque como na defesa. Após alguns<br />

jogos menos conseguidos<br />

da sua equipa<br />

principalmente<br />

nas finais, Lebron<br />

foi para as “salas de<br />

LeBron James é o canivete suíço da NBA<br />

vídeo” identificar<br />

que pontos (ainda)<br />

podia melhorar para chegar à vitória. Foi nesta sua vontade de aperfeiçoamento<br />

que concluiu que poderia melhorar o seu jogo interior e com uma maior presença<br />

debaixo do cesto, que por sua vez levaria a lançamentos (tanto por parte dele como<br />

da equipa) com maiores índices de eficácia. Logo ali, o norte-americano começou<br />

a trabalhar para alterações dramáticas do seu jogo, trabalhando-se com Hakeem<br />

Olajuwon (um dos melhores pivôs de sempre) para melhorar o seu jogo. É nesta<br />

dedicação absoluta que Lebron James se tem feito um dos melhores de sempre!<br />

No ano de estreia pelos Miami, James<br />

acertou 42% dos lançamentos de dois<br />

pontos e 29% dos lançamentos de 3<br />

pontos. No segundo ano, a percentagem<br />

subiu para 53% e 36%, respetivamente<br />

para<br />

os arremessos<br />

de 2 e 3 pontos.<br />

No terceiro ano,<br />

subiu ainda<br />

mais, para 56%<br />

e 41%. Estas<br />

melhorias são impressionantes, não só<br />

para um jogador da NBA, mas para<br />

qualquer atleta em qualquer desposto.<br />

Lebron James é o exemplo perfeito do<br />

atleta que quer sempre mais, ser mais<br />

forte, mais rápido, mais certeiro e mais<br />

vencedor.<br />

Erik Spoelstra, antigo treinador<br />

de Jaems nos Miami Heat<br />

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Biomecânica<br />

Lebron James<br />

Em média o jogador de NBA precisa de 13<br />

passos para se movimentar de uma ponta à<br />

outra de um campo de basquetebol. Lebron<br />

James, precisa apenas de nove passos, para<br />

chegar a debaixo do cesto e já preparado<br />

para afundar, tornando impossível a qualquer<br />

defesa adversário desarma-lo, já… que nem o<br />

conseguem alcançar. Lebron James consegue<br />

inclusive atingir a velocidade de 32 km por<br />

hora, fenomenal tendo em conta as dimensões<br />

do campo de basquete e o tamanho e massa corporal<br />

do americano. O americano é também o<br />

que mais rápido executa o passe, precisa apenas<br />

de 0,18 segundos e a bola sai das suas mãos e<br />

uma impressionante velocidade de 64,37 km/h<br />

(semelhante às velocidades conseguidas pelos<br />

quarterbacks da NFL).<br />

“No ano de estreia pelos Miami,<br />

James acertou 42% dos lançamentos<br />

de dois pontos e 29% dos lançamentos<br />

de 3 pontos. No segundo<br />

ano, a percentagem subiu para 53%<br />

e 36%, respetivamente para os<br />

arremessos de 2 e 3 pontos..”<br />

Lebron vs Jordan<br />

(2004 a 2015)<br />

Pontos por Jogo:<br />

Lebron 27,3<br />

Jornan 31,1<br />

Ressaltos por Jogo:<br />

Lebron 7,1<br />

Jornan 6,2<br />

Assistências por Jogo:<br />

Lebron 6,9<br />

Jornan 5,3<br />

(1985 a 2003)<br />

Comparar atletas é cada vez mais uma tarefa dos<br />

matemáticos e do domínio da estatística. Não querendo<br />

entrar a fundo no debate, Lebron vs. Jordan,<br />

dá-mos aqui uma pequena achega ao tema, para<br />

demonstrar como o mais novo dos basquetebolistas<br />

norte-americanos se aproxima da lenda Air-Jordan.<br />

Razões de Biomecânica?<br />

Recuperação de bola por jogo<br />

Lebron 1,7<br />

Jornan 2,3<br />

Bloqueios por jogo<br />

Lebron 0,8<br />

Jornan 0,8<br />

Lebron, por norma, faz os seus lançamentos,<br />

após impulsão a uma altura de 2,70 metros;<br />

deixando uma distância de mais de 10 a 15<br />

centímetros para onde os defesas consegues<br />

chegar com a mão, para intercetar o lançamento<br />

(isto em média). É de notar, que os aros dos<br />

cestos são colocados a uma altura de 3 metros<br />

e 5 centímetros.<br />

Por fim, quando James salta, ele pode criar um<br />

pico de potência de 9.300 watts. Isso significa<br />

que o norte-americano cria energia suficiente<br />

para acender algumas dezenas de lâmpadas<br />

durante vários dias.<br />

Lebron 0,496 Jornan 0,497<br />

% Lançamento 2 Pontos<br />

Lebron 0,342 Jornan 0,327<br />

% Lançamento 3 Pontos<br />

Lebron 0,745 Jornan 0,835<br />

% Lançamento livres<br />

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O que separa Bolt de todos os outro<br />

Us<br />

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ainBolt<br />

s velocistas?<br />

OJamaicano,<br />

Usain Bolt,<br />

com 1,96<br />

metros de<br />

altura, não é<br />

exatamente<br />

o modelo de<br />

corpo perfeito<br />

de aerodinamismo<br />

para corridas<br />

curtas<br />

de velocidade, que prefere atletas<br />

que não ultrapassem o metro e<br />

noventa. No entanto, Bolt domina<br />

a cem por cento, há já vários<br />

anos, a corrida dos 100 e 200 metros<br />

tanto em mundiais como nos<br />

Jogos Olímpicos, tendo inclusive<br />

o recorde mundial nestas duas<br />

disciplinas (e isto sem contar as<br />

estafetas).<br />

Como é então isso possível?<br />

A resposta pode ser encontrada,<br />

entre outros, no artigo de Jorge<br />

Hernández e colegas e publicado<br />

na revista European Journal<br />

of Physics, que concluem que o<br />

poder que o atleta jamaicano põe<br />

em ação é extraordinário.<br />

Hernández e a sua equipa, calcularam<br />

que o tempo de 9,58 segundos<br />

obtido por Bolt nos Mundiais<br />

de atletismo de Berlim necessitou<br />

de uma força média de 815,8 newtons,<br />

tendo atingido uma velocidade<br />

máxima de 12,2 metros por<br />

segundo.<br />

O mais desconcertante no desempenho<br />

físico do Jamaicano, segundo<br />

este mesmo artigo, é a energia<br />

mecânica (“trabalho”) que o atleta<br />

teve de desenvolver para vencer<br />

os efeitos da resistência do ar, que<br />

é amplificada pela altura de Bolt,<br />

que como já referimos, passa por<br />

6 centímetros o metro e noventa.<br />

Considerando a altitude da pista<br />

da arena de Belim, assim como<br />

a temperatura a que se deu a<br />

prova e a temperatura do solo,<br />

foi calculado que Lightning Bolt<br />

tinha um coeficiente de resistência<br />

aerodinâmica (ou coeficiente<br />

de arrasto ou apenas coeficiente<br />

aerodinâmico) de 1,2. Sendo que<br />

a média aerodinâmica das pessoas<br />

(todos nós) é de 1.<br />

Ou seja, Bolt é menos aerodinâmico<br />

do que eu, você ou os seus amigos.<br />

O que faz com que ele tenha<br />

que desenvolver 81,58 quilojoules<br />

(kj) de energia durante os poucos<br />

mais de 9 segundos que durou a<br />

sua prova.<br />

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Mas apenas usou 7,79% dessa energia para se mover. Toda a<br />

energia restante (92,21%, ou seja 75,22 kj) foi absorvida pela<br />

resistência aerodinâmica – uma força que contraria o movimento.<br />

Os cálculos indicam que ainda não tinha decorrido sequer um<br />

segundo da corrida ( mais exatamente 0,90 segundos) e a energia<br />

que Bolt desenvolvia já atingia uma potência máxima de<br />

2619,5 watts, numa altura em que a sua velocidade era apenas<br />

metade da velocidade máxima por ele atingiu nessa prova.<br />

Foram também analisados os efeitos do vento nas costas do<br />

velocista jamaicano. Neste ponto, a equipa de Hernández compararam<br />

o desempenho de Bolt em Berlim, onde teve ventos<br />

favoráveis de 0,9 metros por segundo, com o seu anterior recorde<br />

mundial (9,69 segundos), nos Jogos Olímpicos de Pequim, em<br />

2008, onde a corrida decorreu sem estes ventos. A equipa de físicos<br />

concluiu então que apesar dos ventos favoráveis em Berlim,<br />

ainda assim bateria o recorde de Pequim, com uma marca ligeiramente<br />

menos rápida, “apenas” 9,68 segundos.<br />

Num outro estudo, desta vez conduzido por um físico teórico<br />

britânico da Universidade de Cambridge de nome John D.<br />

Barrow concluiu que Bolt poderia ainda ter reduzido 0,13<br />

segundos ao temo conseguido em Berlim, isto se no início da<br />

corrida melhorasse os tempos de reacção e corresse com as melhores<br />

condições possíveis de vento.<br />

Usain Bolt é de facto um atleta único.<br />

Mentalidade<br />

O ritual de concentração de Bolt não<br />

foi construído para dar espetáculo<br />

ao público, mas em resultado dos<br />

excessivos nervos do jamaicano no<br />

início da carreira, que o levaram em<br />

2002 no mundial de juniores a calçar as<br />

sapatilhas nos pés errados. Entendendo<br />

o seu problema, Bolt teve a capacidade<br />

de o ultrapassar e aprender a lidar com<br />

a pressão que sempre tem momentos<br />

antes da prova.<br />

Músculos de aço<br />

A musculatura é a base para qualquer<br />

velocista consiga ter sucesso, e Bolt não é<br />

a exceção. Por isso, o Jamaicano três vezes<br />

por semana faz intensas sessões de treino<br />

de 90 minutos no ginásio, treinando braços,<br />

tronco e pernas..<br />

natomia<br />

Bolt<br />

Não há campeões sem treino e sem esforço,<br />

e o jamaicano Bolt não é exceção, conheça<br />

alguns dos seus segredos!<br />

Força das pern<br />

Apesar de ser naturalmente do<br />

com capacidade para desenvolv<br />

com facilidade, a sua morfologi<br />

para emagrecer), obrigam a qu<br />

máxima atenção o índice muscu<br />

inferiores, e que faz com que o<br />

constantemente planeados para<br />

explosiva das suas pernas.<br />

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Ombros<br />

Glen Mills, treinador de Bolt, sempre considerou que treinos<br />

de força são essenciais para manter a potência muscular<br />

adquirida e para reduzir o risco de lesões. Os distintivos<br />

ombros do velocista jamaicano são disso mesmo resultado.<br />

Milles treina os ombros do seu pupilo usando barbell (uma<br />

longa barra de metal com discos de diferentes pesos, utilizada<br />

para levantamento de pesos) para dar ao jamaicano a força<br />

nos membros superiores necessárias para vencer.<br />

as<br />

tado de pernas fortes e<br />

er musculatura e força<br />

a magra (e com tendência<br />

em Bolt tenha sempre em<br />

lar dos seus membros<br />

s seus treinos sejam<br />

a manutenção da força<br />

Pés<br />

Joelhos<br />

Nos primeiros anos de carreira Bolt sofreu imenso com<br />

a sua falta de técnica de corrida. Felizmente Glen Mills<br />

soube trabalhar com o jamaicano, e os seus joelhos (e<br />

a forma como dobram durante a corrida) são agora<br />

fundamentais para que ele seja hoje o recordista mundial<br />

dos 100 e 200 metros. Por isso, todos os dias, Bolt<br />

desenvolve treinos de flexibilidade específicos para os<br />

seus joelhos.<br />

Na velocidade, o “jogo de pés” é rei, afinal é nos pés que<br />

está grande parte da propulsão do movimento. Por isso,<br />

Bolt treina constantemente a alta cadência de movimento<br />

dos seus pés para que a sua eficiência de corrida não<br />

seja prejudicada durante as provas.<br />

Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 45


Emite<br />

sinais<br />

m e s m o<br />

quando<br />

pensa não<br />

estar a ser<br />

observado,<br />

ou então<br />

nem repara<br />

adotar certos<br />

gestos e posturas<br />

que o<br />

denunciam de uma forma óbvia<br />

se é mais ou menos dominantes e<br />

como nos irá comportar-se mediante<br />

as diversas situações.<br />

Na realidade, através da linguagem<br />

corporal, pode ler pistas que<br />

as pessoas deixam escapar conscientemente<br />

ou inconscientemente,<br />

um gesto, um tique, uma postura,<br />

ou expressão que o ajudam a<br />

definir e depois delinear o modo de<br />

interação com a pessoa adaptando<br />

o seu comportamento de acordo<br />

aos objetivos pretendidos.<br />

Acredito não existir uma liderança<br />

mais difícil do que aquela exercida<br />

a outros líderes ou que pelo menos<br />

tem a perceção de o ser. Fernando<br />

Santos tem de liderar os maiores<br />

jogadores do mundo uns com<br />

egos elevados e outros em fases<br />

mais complicadas, o que requer<br />

uma habilidade de comunicação<br />

excelente para não criar resistências<br />

às suas indicações por aqueles<br />

que tem egos mais elevados ou ser<br />

ignorado pelos que se encontram<br />

em fases mais complicadas.<br />

A relação domínio e submissão<br />

define como irá decorrer a interação<br />

entre os jogadores e o selecionador.<br />

Existem situações em que<br />

o selecionador tem de ser dominante,<br />

como nos treinos, no balneário<br />

ou quando quer um maior<br />

rendimento e esforço por parte<br />

dos jogadores, e também existem<br />

outras situações em que terá de<br />

emitir alguns sinais de submissão,<br />

como em situações de convívio,<br />

fases mais complicadas ou quando<br />

recebe novos jogadores.<br />

Em qualquer interação entre selecionador<br />

e o jogador, os sinais<br />

começam a ser emitidos pelos dois<br />

de forma a verificarem que é o<br />

dominante ou quem reconhece<br />

submissão, é aqui que Fernando<br />

Santos está muito atento aos sinais<br />

que cada um emite, interpretaos<br />

e usa-os adaptando a forma<br />

de comunicar para influenciar o<br />

jogador para obter melhores resultados.<br />

F<br />

E<br />

R<br />

N<br />

A<br />

N<br />

D<br />

O<br />

Linguagem Corporal<br />

46 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com


S<br />

A<br />

NTOS<br />

Alexandre Monteiro, Especialista em Decifrar Pessoas | sou@pessoab.pt linguagemcorporal.blogs.sapo.pt<br />

Um Líder entre<br />

Líderes<br />

Desporto&<strong>Esport</strong><br />

• www.desportoeesport.com • 47


M<br />

uitos selecionadores falham, porque querem<br />

dominar de uma forma direta, forçada e os jogadores<br />

inconscientemente criam uma resistência às<br />

indicações dadas e até podem pensar “Quem é ele<br />

para mandar em mim ou falar assim comigo!”.<br />

Dominar é a manifestação do sistema límbico que gera uma resposta<br />

de “luta”, mesmo que raramente esteja em situações que<br />

exigem uma luta real. Usar o domínio é como usar o corpo ou<br />

o estatuto para demonstrar liderança, confiança, profissionalismo,<br />

credibilidade ou para intimidar alguém quando sentimos<br />

que a nossa liderança ou competência é posta em causa.<br />

Dominar serve para evitar que nos percebam como “alvos“<br />

fáceis, adversários fracos ou pessoas fáceis de controlar, protegendo-nos<br />

de “predadores” como maus treinadores; maus<br />

selecionadores, maus amigos, …<br />

A submissão, é exatamente o oposto de domínio, mostra a ausência<br />

da resposta “luta”. Um jogador ou selecionador submisso<br />

pode decidir que a melhor hipótese de sobrevivência ou comunicação,<br />

é a de não gerar luta, concordando temporariamente que<br />

o domínio exercido e assim não cria resistência ou sabotagem<br />

por parte dos jogadores mais dominantes. Quando lidamos<br />

com lideres devemos saber exercer uma liderança dominante<br />

subliminar, sem que a mesma seja percebida conscientemente.<br />

Aplicar a Linguagem corporal é uma ótima ferramenta para o<br />

fazer e Fernando Santos fá-lo bem, exercendo uma liderança<br />

forte, não ameaçando os jogadores para não criar resistência,<br />

criar ligação e gerar respeito.<br />

Fernando Santos de uma maneira inteligente recorre muitas<br />

vezes aos sinais não-verbais, para demonstrar liderança e assim<br />

não ferir egos, conseguindo retirar o máximo potencial de toda<br />

a equipa.<br />

Vou revelar algumas das técnicas usadas por Fernando Santos,<br />

que poderá também usar para demonstrar liderança eficaz.<br />

Já pensou porque é que os chefes são aqueles que têm os<br />

escritórios maiores ou carros maiores? Uma das manifestações<br />

dos dominantes é exigir mais espaço. Esta é uma forma de<br />

requerer mais espaço, para eles é uma questão territorial. Os<br />

submissos acreditam de que não confrontar o dominante é a<br />

melhor maneira de agradar, o que é errado porque gostamos<br />

de pessoas iguais as nós e essa submissão tem efeito contrário.<br />

Um líder para ligar, agradar ou demonstra autoridade aos<br />

dominantes, deve exibir também comportamentos de domínio,<br />

só que subliminarmente, para não gerar resistência, desafio ou<br />

conflito.<br />

Só deverá emitir algum comportamento submisso de forma<br />

consciente, e digo só alguns e em situações como quando pede<br />

uma opinião, solicita colaboração ou para criar ligação inicial.<br />

48 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com


“Dominar é a manifestação<br />

do sistema límbico que gera<br />

uma resposta de “luta”,<br />

mesmo que raramente esteja<br />

em situações que exigem<br />

uma luta real.”<br />

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Comportamentos de domínio<br />

(pés afastados, mãos na cintura,<br />

queixo levantado, expressões<br />

faciais de desacordo, mãos<br />

atrás das costas, mão no queixo...)<br />

Para demonstrar domínio, afaste os pés. Quanto mais afastados<br />

estiverem os pés, maior é a demonstração de domínio, o ideal<br />

é colocar os pés à largura dos ombros, porque os submissos,<br />

ocupam menos espaço e juntam os pés.<br />

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Mãos na cintura e inclinação para a frente<br />

Na fotografia acima, Cristiano Ronaldo opta por uma postura<br />

dominante, o que Fernando Santos contraria colocando as mãos<br />

atrás das costas<br />

Mais expressões faciais de desacordo (Enrugar a testa<br />

ou a expressão de raiva) e posturas abertas.<br />

Queixo levantado<br />

Fazer gesto de poder (Fechar o punho ou apontar com<br />

o indicador)<br />

Mão no queixo, sorrir pouco e falar profundo<br />

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Mãos atrás das costas e um bom contacto ocular, que<br />

não intimide.<br />

Falar com as palmas das mãos para baixo e tom de<br />

voz alto<br />

Invade o espaço pessoal (Agarrar ou colocar a mão<br />

no ombro ou braço ou interrompe com mais frequên-<br />

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Gestos de precisão e certeza (Unir as<br />

pontas dos dedos)


Comportamentos de submissão<br />

(cabeça baixa, contato ocular<br />

reduzido, palmas das mãos para<br />

cima, não falar frente a frente, falar<br />

baixo...)<br />

Baixar a cabeça, contato ocular reduzido<br />

ou baixo<br />

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Não falar frente a frente<br />

Falar com as palmas das<br />

mãos para cima<br />

Cruzar braços e/ou pernas ou colocar<br />

objetos à frente<br />

Inclinar a cabeça ao ouvir e falar baixo<br />

M<br />

esmo que as pessoas afirmem ser líderes e confiantes<br />

verbalmente e sempre necessário que a<br />

linguagem corporal o comprove, porque a linguagem<br />

é mais poderosa e afeta as pessoas a nível<br />

subconsciente.<br />

Os movimentos dominantes deverão ser os mais<br />

usados, mas atenção, estes gestos de domínio tem de<br />

ser acompanhados com alguns gestos de submissão,<br />

senão poderá ser visto como arrogante ou ameaça<br />

e irá encontrar mais “obstáculos” ou tentativas de<br />

sabotagem.<br />

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A Liderança de José<br />

Mourinho – Aceda<br />

grátis aqui<br />

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António Fidalgo<br />

No caminho do Sucesso!<br />

COACHING E<br />

PROGRAMAÇÃO<br />

NEURO LINGUÍSTICA<br />

(PNL) NO DESPORTO<br />

Ex-Futebolista profissional em<br />

históricos portuguese (S.L. Benfica;<br />

S.C. Braga; Sporting C .P); Ex-<br />

Técnico principal do Estoril Praia foi<br />

anda Director desportivo no SC Campomaiorense<br />

CS Marítimo; exerce<br />

há vários anos funções de jornalista<br />

e comentador/analista de futebol na<br />

RTP e RR e é formador em Couching<br />

e PNL<br />

antoniofidalgo.winow@gmail.com<br />

www.facebook.com/antoniofidalgo.coaching<br />

N<br />

o desporto tal como na<br />

Vida, muitas vezes não<br />

basta ter as capacidades<br />

necessárias para fazer<br />

o quer fazer, ter o que<br />

quer ter e ser o que quer<br />

ser. Para ter Sucesso é necessário, mais do<br />

que ter as capacidades, saber utiliza-las.<br />

O caminho para o sucesso, tem curvas que<br />

obrigam a viragens rápidas e retas que<br />

permitem acelerar um pouco mais. Tem<br />

também obstáculos e/ou desafios que frequentemente<br />

impedem as pessoas de serem<br />

aquilo que realmente querem ser, fazer o<br />

que realmente querem fazer e ter aquilo que<br />

realmente querem ter.<br />

Qual a grande diferença entre uma pessoa<br />

que tem sucesso e a que não o consegue?<br />

Na minha opinião, essa diferença não está<br />

no tipo de desafios e/ou obstáculos que se<br />

encontram no caminho, pois esses - mais<br />

tarde ou mais cedo, maiores ou menores<br />

- surgem, numa dada altura ou num certo<br />

contexto, à grande maioria das pessoas que<br />

trilham esse caminho. A grande diferença<br />

está na forma como lidam com eles.<br />

Tem duas formas de lidar com as contrariedades<br />

que possam surgir no caminho por<br />

si delineado. Permitir que elas (contrariedades)<br />

o dominem, estabelecendo assim<br />

limites que o impedem de prosseguir, ou<br />

assume o controlo da situação, estabelecendo<br />

você mesmo os seus próprios limites.<br />

Se aprender a controlar e até dominar certas<br />

particularidades (obstáculos, desafios…)<br />

que surgirão, inevitavelmente, em algumas<br />

etapas desse percurso, alcançar o sucesso<br />

ficará bem mais fácil e simples.<br />

Lidar com a frustração é algo que tem de<br />

aprender a fazer. A frustração pode aniquilar<br />

de forma prematura todo e qualquer sonho<br />

de sucesso. A frustração, normalmente,<br />

tende a transformar as atitudes positivas<br />

em negativas e assim condicionar a (auto)<br />

disciplina necessária. Sem disciplina não há<br />

resultados!<br />

“Mantenha os seus objetivos em evolução!”<br />

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“O Sucesso raramente é um resultado estático a ser alcançado O Sucesso é mais do que isso,<br />

é um Processo. O verdadeiro Sucesso é muitas vezes uma forma de vida...”<br />

Existem invariavelmente, períodos ou situações<br />

de frustração, no caminho de qualquer pessoa<br />

que queira alcançar o sucesso, seja no Desporto<br />

ou na Vida. O segredo de quem o alcança está<br />

na forma como disciplina essas frustrações, na<br />

forma como lida com as mesmas.<br />

Transforme a pressão (ansiedade, impaciência,<br />

tensão, bloqueio…) de uma eventual frustração,<br />

numa oportunidade. O Sucesso está<br />

escondido do outro lado da frustração. Abra<br />

caminho através da frustração aceitando cada<br />

contrariedade apenas como um resultado (feedback).<br />

Utilize cada frustração como uma nova<br />

aprendizagem - aprender a fazer diferente – e<br />

siga em frente.<br />

“Haverá, provavelmente, outras pessoas<br />

que têm mais do que você e pessoas<br />

que têm menos. Preste sempre mais<br />

atenção ao que quer realmente fazer,<br />

ao que é capaz de criar. Mantenha os<br />

seus objetivos em evolução, com dinamismo.<br />

Concentre a sua atenção no que<br />

quer fazer da sua vida e não no que os<br />

outros fazem da vida deles. Desafie-se...<br />

Aceitar o “não” é outra das características das<br />

pessoas de Sucesso. Seja a nível pessoal ou<br />

profissional, para alcançar aquilo que realmente<br />

deseja, provavelmente, terá que lidar com situações<br />

de rejeição. O medo da rejeição pode<br />

condicionar ou mesmo impedir o empreender<br />

da ação. Não permita que um qualquer “não”,<br />

que qualquer atitude de rejeição o paralise.<br />

O que faria se soubesse que não podia falhar?<br />

O que o impede?<br />

Quantas rejeições, quantos “não” consegue<br />

aguentar? Que limites estabelece em si?<br />

Quantas vezes o receio de rejeição ou de um qualquer<br />

“não” fizeram com que não empreendesse<br />

certas ações? Com que não assumisse certos<br />

comportamentos? Um absurdo, não acha?<br />

O poder da palavra “não” está na forma como<br />

a representa para si próprio. Desprovido dessa<br />

representação o “não”…não representa nada,<br />

não tem qualquer poder!<br />

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Semear para Colher é um dos maiores<br />

“segredos” para o sucesso. Um dos<br />

princípios orientadores para quem percorre<br />

o caminho do sucesso é saber<br />

dar para receber. Dar sempre mais do<br />

que espera receber e de forma continua!<br />

Para que o processo se movimente<br />

é necessário em primeiro ludar…dar.<br />

Ninguém colhe nada se não semear<br />

primeiro, e depois de colocar a semente<br />

é necessário cuidar dela, protege-la e<br />

fertiliza-la.<br />

Assuma o compromisso, discipline-se,<br />

mantenha o foco no processo, entre em<br />

ação e a recompensa surgirá de forma<br />

quase natural. Receber é fácil, saber dar<br />

é apanágio só de alguns.<br />

O Conforto pode ser desastroso. Quantas<br />

pessoas, quantos desportistas conhece<br />

que chegam a um patamar elevado e…<br />

param! Começam a sentir-se confortáveis<br />

e perdem o foco que os levou até<br />

aí e que muito provavelmente os levaria<br />

ainda mais longe.<br />

“Aquilo que é mais alcançado, ainda<br />

tem o todo, se o seu futuro ainda estiver<br />

para ser alcançado”<br />

Lao-Tse, Tao-Te Ching<br />

Se se sentir demasiado confortável com<br />

o que alcançou, pode deixar de criar<br />

valor acrescentado, pode deixar de continuar<br />

a assumir o compromisso de<br />

chegar ao topo. Alguém disse um dia<br />

que quando somos verdes, crescemos,<br />

quando somos maduros tendemos a apodrecer.<br />

Existe um certo tipo de Complacência<br />

quando tendemos a comparar os nossos<br />

feitos com os de outras pessoas que conhecemos.<br />

Não cometa esse erro!<br />

Aprenda a julgar-se pelos seus objetivos<br />

e não pelos das outras pessoas!<br />

Haverá, provavelmente, outras pessoas<br />

que têm mais do que você e pessoas<br />

que têm menos. Preste sempre mais<br />

atenção ao que quer realmente fazer, ao<br />

que é capaz de criar. Mantenha os seus<br />

objetivos em evolução, com dinamismo.<br />

Concentre a sua atenção no que quer<br />

fazer da sua vida e não no que os outros<br />

fazem da vida deles.<br />

Desafie-se constantemente!<br />

“Transforme a pressão (ansiedade, impaciência, tensão, bloqueio…) de<br />

uma eventual frustração, numa oportunidade. O Sucesso está escondido<br />

do outro lado da frustração. Abra caminho através da frustração aceitando<br />

cada contrariedade apenas como um resultado...”<br />

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“Semear para Colher é um dos maiores<br />

“segredos” para o sucesso. Um dos<br />

princípios orientadores para quem percorre<br />

o caminho do sucesso é saber dar<br />

para receber. Dar sempre mais do que<br />

espera receber e de forma continua!”<br />

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O Sucesso raramente é um resultado estático<br />

a ser alcançado O Sucesso é mais do que isso,<br />

é um Processo. O verdadeiro Sucesso é muitas<br />

vezes uma forma de vida, tornando-se um<br />

hábito da sua mente.<br />

Analise o ponto onde se encontra neste momento,<br />

e o quer mais para si. O que quer fazer, o que<br />

quer ter, o que quer ser. Defina os objetivos que<br />

quer alcançar e use, com responsabilidade e de<br />

forma ecológica todo o seu Poder para ultrapassar<br />

os obstáculos e os desafios que podem surgir<br />

no Caminho para o Sucesso.<br />

Recorde que, normalmente, a Vida acabará por,<br />

mais tarde ou mais cedo, pagar o preço que<br />

peça por ela. Peça um pouco disto e daquilo e<br />

receberá um pouco dessas coisas. Peça um ressonante<br />

Sucesso e também será isso que obterá.<br />

No Desporto e na Vida<br />

Sabe que pode fazer o download<br />

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COMUNICAÇÃO E<br />

LIDERANÇA<br />

NOS TREINADORES<br />

MODERNOS<br />

Cada treinador deve assumir o seu estilo de liderança.<br />

Não existe um tipo certo. Cada um, pode funcionar num<br />

determinado grupo com determinadas características, e<br />

falhar num outro grupo.<br />

Diogo Sampaio, Director Desporto&<strong>Esport</strong> d_sampaio@desportoeesport.com<br />

O treinador exerce hoje uma profissão multidisciplinar,<br />

obrigando-o a obter conhecimentos<br />

nas mais diversas áreas, que vão desde<br />

à indispensável componente tática e técnica<br />

da modalidade desportiva a que se dedica,<br />

ao domínio da pedagogia, à metodologia de<br />

treino, às relações humanas e comunicação,<br />

tendo ainda de assumir uma posição de<br />

liderança e definir objetivos a curto, médio<br />

e longo prazo.<br />

Estes últimos pontos, são aliás, o segredo do<br />

sucesso dos treinadores vencedores. Mais do<br />

que conhecimento, saber estar no meio em<br />

que se insere, e a forma como se relaciona<br />

com os seus atletas, dirigente e equipas técnicas<br />

e como defende as suas ideias, cores,<br />

objetivos e aspirações é o que vai determinar<br />

o resultado no final de cada época. E, dentro<br />

destas relações gerais, a mais importante, é a<br />

forma como prepara os seus atletas para os<br />

desafios diários de uma equipa profissional<br />

com necessidade de êxito a cada novo jogo<br />

em todas as competições.<br />

Liderança<br />

A liderança é a função por excelência do<br />

treinador e aquela que ele mais depende para<br />

atingir o sucesso. Saber bem gerir o conjunto<br />

de pessoas que faz parte do seu grupo é<br />

determinante para aferir da sua eficiência, e<br />

os comportamentos que assume neste campo,<br />

tem um impacto direto na performance da<br />

equipa em campo. Muita da literatura dedicada<br />

a este tema chega inclusive a considerar<br />

que a capacidade de liderança de um treinador<br />

é um dos elementos que mais contribui<br />

para vencer as barreiras psicológicas que<br />

os atletas encontram no caminho para o<br />

sucesso.<br />

E, se nem todos nascem lideres naturais,<br />

a realidade, é que a liderança é como um<br />

musculo que pode crescer e desenvolver-se<br />

como resultado de um trabalho árduo. José<br />

Mourinho, que dispensa apresentações, é um<br />

excelente exemplo de quem percorreu várias<br />

etapas na sua carreira, ganhando novos conhecimentos<br />

em cada uma delas, e foi aliando<br />

o seu carisma natural ao aprendizado, que o<br />

transforma hoje no paradigma a ser copiado<br />

na forma como gere o balneário.<br />

Outros autores como Birkinshaw e Crainer<br />

em “(Leadership the Sven – Goran Eriksson<br />

Way – how to turn your team in winners”<br />

chegam mesmo a referir que “a verdadeira<br />

inspiração da liderança provém do que realmente<br />

o indivíduo é, e da sua combinação<br />

com as capacidades e com o conhecimento<br />

que possui”.<br />

A liderança de um treinador tem de estar<br />

assente em duas características importantes:<br />

primeiro de tudo tem que saber para onde vai<br />

e depois tem que deter as capacidades para<br />

persuadir os outros para o seguirem.<br />

60 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com


Cada treinador deve assumir o seu estilo de liderança. Não existe um<br />

tipo certo. Cada um, pode funcionar num determinado grupo com determinadas<br />

características, e falhar num outro grupo. Muitas vezes, também<br />

são usados elementos externos para acentuar e influenciar ainda<br />

mais a liderança de um treinador em desafios perfeitamente identificados.<br />

O exemplo mais conhecido, são os prémios de jogos no futebol.<br />

O importante, é que o treinador tenha a sua autoridade reconhecida,<br />

independentemente do seu estilo de liderança e das ferramentas que<br />

usa; se o treinador tem necessidade de atuar autoritariamente, então esse<br />

treinador não é líder!<br />

Comunicação<br />

Nada é mais importante para uma liderança forte, como uma comunicação<br />

bem conseguida. Afinal, ninguém consegue persuadir outra pessoa<br />

se não conseguir passar a sua mensagem!<br />

Uma boa comunicação entre o treinador e os jogadores é uma peça vital<br />

para o êxito da equipa!<br />

A comunicação entre o treinador e os seus jogadores deve sempre<br />

conter expetativas de sucesso, dado que este é o passo mais importante<br />

para criar impacto nos atletas e aumentar a motivação nos objetivos<br />

finais! “No dia – a – dia, o nosso discurso soa da forma como pensamos<br />

mas também, pensamos da forma como soamos”, e as emoções devem<br />

fazer sempre parte da mensagem transmitida. Até porque mais de 90<br />

% da mensagem que transmitimos é feita por uma via não verbal –<br />

Linguagem Corporal! Referenciando igualmente que a emoção pode e<br />

deve ser restringida a um ciclo restrito, já que o treinador apresenta um<br />

sistema de relações bastante vasto e complexo, tendo que contactar com<br />

os mais diversos agentes desportivos.<br />

Alguns autores consideram que no desporto a comunicação se pode<br />

dividir em duas vertentes: a genérica, que considera as relações com<br />

outros intervenientes do sistema desportivo; e a específica que envolve<br />

a relação treinador – atleta, quer no treino quer na competição.<br />

“A comunicação em competição seja eficaz para o treinador, tendo em<br />

vista a conquista da sua liderança perante o grupo de trabalho e para o<br />

jogador obter a motivação, auto - confiança e a auto-estima necessárias<br />

a um óptimo rendimento. Independentemente do estilo de liderança,<br />

é importante o treinador dominar técnicas de comunicação para uma<br />

eficaz gestão do grupo/equipa”. O treinador deverá também dar espaço<br />

para as opiniões dos jogadores, mesmo que contrariem as ideias deste.<br />

Janssen, J. & Dale, G. (2002). The Seven Secrets of Successful Coaches – Howto Unlock and Unleash Your Team´s Full Potencial. USA:<br />

Edição Janssen & Dale Cruz.<br />

J. F. A., Gomes, A. R. (1996). Liderança de Equipas Desportivas eComportamento do Treinador. In Cruz, J. F. (Ed.), Manual de Psicologia<br />

doDesporto. Braga: Sistemas Humanos e Organizacionais.<br />

Hunter, J. C. O monge e o executivo – uma história sobre a essência daliderança. Tradução Maria da Conceição Fornos de Magalhães. Rio<br />

de Janeiro: Sextante, 2004.<br />

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Tiago Dinis<br />

Colunista Desporto&<strong>Esport</strong><br />

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Reinicie<br />

o seu cérebro<br />

O seu computador de casa leva cerca de quatro minutos para se desligar, voltar a ligar e estar operacional<br />

– ou seja, para que se reinicie. O mais interessante, é que o cérebro humano pode fazer o mesmo! E, os<br />

próximos conselhos podem salvar a sua “sanidade” num dia louco de trabalho. Aperte o botão “reiniciar”<br />

do seu cérebro e limpe o seu disco rígido mental.<br />

1:05 - Lê-a os Emails<br />

O cérebro tem dois modos principais<br />

de operação: Tarefa Positiva onde<br />

está focado e Tarefa Negativa onde<br />

se está num estado mais sonhador<br />

e criativo. Ambos são importantes,<br />

mas os dois estados em simultâneo<br />

causa desgaste no cérebro. Por exemplo um email não lido pode<br />

esgotar recursos poderosos, então tire um tempo para as redes<br />

sociais. E, elimine a ansiedade. Mas limite esse tempo.<br />

0:30 - Frutos secos<br />

A comida que ingerimos tem uma<br />

enorme influencia como as energias<br />

são restabelecidas no cérebro.<br />

E, o melhor alimento para ele, são<br />

frutas secas que fornece açúcares<br />

saudáveis para um impulso rápido,<br />

enquanto sementes e nozes. Faça o seu próprio menu, e use também<br />

caju, amêndoas e sementes de girassol.<br />

2:21 - Veja um Vídeo<br />

Trabalho exaustivos e continuados<br />

no tempo, podem esgotar o cérebro,<br />

tal qual um musculo que é continuamente<br />

exercitado e entra em esforço.<br />

Uma pausa nos trabalhos é sempre<br />

bem vinda! E, por mais incrível que<br />

possa parecer vários estudos indicam que um curto<br />

vídeo dos milhares que existem no youtube pode bem<br />

ser a melhor solução, para “espairecer” a cabeça.<br />

0:40 - Olhe o verde<br />

Uma pausa nos trabalhos, principalmente<br />

quando a cabeça se começa<br />

a queixar, sabe sempre bem. E,<br />

como publicado pela revista australiana<br />

“journal Environmental<br />

Psychology” bastam 40 segundos a<br />

olhar para uma imagem “verde” natural para melhorar significativamente<br />

a sua mente e aumentar a sua performace. Mesmo por<br />

fotografia.<br />

Fonte e imagens: Men’s Fitness 2015 ed. Agosto<br />

0:15 - Boa postura<br />

É praticamente impossível estar perfeitamente<br />

sentado num longo período<br />

de tempo. E isso reflete-se no<br />

cérebro. Deve então criar intervalos<br />

regulares nos quais deve executar o<br />

método Gokhale: sente-se com seus<br />

glúteos ‘para trás’ e vá rolando os seus ombros, um de cada<br />

vez para a frente, para cima, para trás, e, em seguida, para baixo,<br />

mantendo o tronco ereto mas descontraído. A sua circulação<br />

agradece.<br />

“Olhar para uma<br />

imagem de uma<br />

paisagem natural<br />

melhora radicalmente<br />

o foco em poucos<br />

minutos”<br />

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VISUALIZAÇ<br />

O Passo Decisivo para a Vitória no<br />

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ÃO MENTAL<br />

Desporto Profissional e de alto nível<br />

Diogo Sampaio, Director Desporto&<strong>Esport</strong> d_sampaio@desportoeesport.com<br />

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VISUALIZAÇÃO<br />

NO DESPORTO<br />

Quem nunca se deitou na cama e imaginou em detalhe o novo dia que estava para vir? Ou<br />

a festa do próximo fim-de-semana? Ou aquela viagem desejada por anos? A Visualização<br />

Mental (VM) é usada por todos e nos mais diversos contextos e aplicações do dia-a-dia. E,<br />

as razões porque “sonhamos acordados” têm igualmente origem múltipla, mas a verdade é<br />

que por norma, esta prática nos traz sistematicamente conforto e alivio de ansiedade e um<br />

maior preparo para tarefas futuros. No desporto e para atletas profissionais, a VM é usada<br />

para desenvolvimento de performance, aprendizagem de novas tarefas e treino de relaxação,<br />

e tem como objetivo final, o primeiro lugar no pódio.<br />

A ligação entre corpo e mente é estreita e extremamente poderosa. Todos o sabemos e todos<br />

já o sentimos por diversas ocasiões. Por exemplo, após acordar de um sonho, e darmo-nos<br />

conta do transpirado e do ritmo acelerado do corpo, quando ele devia estar o mais relaxado e<br />

calmo possível. Ou, quando chutamos no ar após vermos pela TV uma bola prestes a passar<br />

paralelamente à baliza, onde um simples toque bastaria para ser golo! As opções são vastas,<br />

e servem para demonstrar categoricamente como a mente desencadeia reações físicas no<br />

corpo.<br />

A VM no desporto é alvo de estudo sistemático há pelo menos cinco décadas, e muitas<br />

definições foram sendo tentadas para definir o termo, sendo uma das minhas preferidas,<br />

anunciada por Richardson em 1967, “ a prática mental refere-se ao ensaio simbólico de uma<br />

atividade física, na ausência de movimento muscular”.<br />

Não é raro as câmeras apanharem atletas a praticar a VM, durante fases de alta concentração,<br />

como antes de um salto em altura, no serviço no ténis ou imediatamente antes da marcação<br />

de um livre no futebol. Vários estudos começam inclusive a indicar os benefícios na performance<br />

da visualização mental enquanto método de treino. O autor Suinn no seu livro de 1997<br />

“Mental pratice in sport psychology: Where have we been, where do we go?”, recomenda<br />

que a prática da utilização da visualização mental inclua:<br />

• Ensino da visualização mental como habilidade entre outras;<br />

• Relaxação;<br />

• Aumento das repetições (ensaios);<br />

• Definição precisa dos conteúdos;<br />

• Utilização de instruções dirigidas ao estímulo e à resposta;<br />

• Alternância entre a prática física e mental.<br />

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Definição visualização mental<br />

Uma maneira simples de responder a esta questão consiste na associação de um<br />

sonho a um estado de vigília. Sonhar acordado, de forma consciente, controlada<br />

e sentida, em que as imagens refletem uma vontade ou um desejo.<br />

Uma definição mais completa e formal: “ todas as experiências quasi-sensoriais<br />

e quasi-percetivas, das quais estamos conscientes e que existem para nós na<br />

ausência dos estímulos que normalmente produzem as verdadeiras sensações e<br />

perceções, e cujas consequências esperadas são diferentes das suas congéneres<br />

sensoriais e percetivas.”<br />

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As vantagens da visualização mental: evidências<br />

científicas<br />

Entre as principais teorias que evidenciam a<br />

VM como um ganho confirmado no desporto<br />

está a teoria psiconeuromuscular.<br />

Esta teoria, indica que existe um registo electromiográfico<br />

(EMG) de atividade muscular<br />

dos mesmos músculos, durante a visualização<br />

mental e a execução real. Além disso, os órgãos<br />

tendinosos de Golgi (recetores sensoriais propriocetivo<br />

que está localizado nas inserções<br />

das fibras musculares com os tendões dos músculos)<br />

podem ser estimulados, e, assim, gerar<br />

feedback neuromuscular.<br />

Em 1992 Jami e a sua equipa, demonstrou que<br />

os órgãos tendinosos de Golgi são sensíveis<br />

à contração de unidades motoras, revelando a<br />

elevada sensibilidade dessas estruturas. Estes<br />

efeitos neuromusculares podem explicar a melhoria<br />

do desempenho motor.<br />

Outra hipótese é a de que a atividade EMG<br />

residual possa resultar de uma inibição incompleta<br />

do comando motor, sendo desta forma a<br />

visualização mental de um gesto técnico, considerada<br />

uma ínfima contração muscular. Estes<br />

dados sugerem que as respostas fisiológicas<br />

refletem a organização espacial do movimento<br />

e as características quantitativas da visualização<br />

mental.<br />

No entanto, a questão da atividade EMG durante a visualização mental tem tido respostas<br />

incoerentes, como indicam muitos dos céticos dos ganhos do VM. Estas dúvidas,<br />

no entanto, e segundo os seus defensores, podem resultar em grande parte devido a<br />

problemas metodológicos.<br />

Existe ainda a dimensão motivacional, que não tendo uma influencia direta no corpo e<br />

biologia do atleta, pode ter influencia na psique deste, na disponibilidade para o treino e<br />

nos níveis de confiança para provas e também para lidar com o insucesso!<br />

Treinando a visualização mental<br />

Como em qualquer treino, a forma mais fácil de se alcançar os objetivos é estabelecendo<br />

metas. O treino da visualização metal não é diferente!<br />

Imaginar condições realistas<br />

O atleta deve Imaginar a sua performance em condições realistas, e sob as condições em<br />

que normalmente treina ou compete. Deve-se procurar visualizar as condições por exemplo,<br />

climatéricas onde acontece a competição. Caso se compita usualmente em situações<br />

duras, como chuva, frio ou neve, o cenário imaginado deve ser esse.<br />

Imaginar um desempenho realista<br />

Deve procurar-se uma visualização dentro dos limites de performance do atleta, se<br />

possível pode ser considerado um desempenho ligeiramente acima do que é hábito. As<br />

imagens mentais a implementar devem estar alinhadas com o objetivo geral do treino<br />

físico e, se possível os seus conteúdos também devem estar estruturados, levando em<br />

consideração a época desportiva e o que será mais adequado treinar nas diferentes fases<br />

da respetiva preparação.<br />

A visualização Mental é um assunto complexo!<br />

Como conclusão, hoje já é possível, afirmar que os seus efeitos são positivos e já estão<br />

comprovados e devidamente comprovados. Para os atletas, está é uma ferramenta indispensável,<br />

mas que deve ser usada com objetivos reais e segundo um modelo de treino<br />

que potencie alcançar esses mesmos objetivos.<br />

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Curiosidades:<br />

APURAMENTO DE PORTUGAL<br />

VALE 485 MILHÕES<br />

A<br />

qualificação de Portugal para o Europeu de França pode gerar 485 milhões<br />

de euros na economia portuguesa. É esta a principal conclusão de um estudo<br />

do Instituto Português de Administração de Marketing. A conquista do<br />

título europeu pode gerar mais de 650 milhões de euros no mercado português.<br />

Em contrapartida, a ausência de Portugal do Euro 2016 reduziria o impacto<br />

económico para 211 milhões de euros. Por fim, O estudo do IPAM revela que, caso<br />

Portugal mantenha o mesmo registo desportivo, o Europeu do próximo ano terá<br />

um impacto no mercado nacional superior às duas últimas grandes competições<br />

em que participou: Euro 2012 e Mundial 2014.<br />

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Ronaldo<br />

Ciência de:<br />

Que Ronaldo<br />

é um atleta<br />

de eleição,<br />

ninguém tem<br />

duvida. E<br />

também ninguém<br />

questiona<br />

que o<br />

seu (fantástico)<br />

futebol é<br />

disso reflexo,<br />

e como consequência,<br />

na última década,<br />

Ronaldo tem sido um dos atletas<br />

mais estudados do nosso planeta, e<br />

as conclusões são claras: a potência<br />

é o factor que positivamente<br />

distingue o craque português da<br />

média dos futebolistas a atuar nos<br />

melhores campeonatos da europa.<br />

Ronaldo é ainda mais rápido,<br />

salta mais alto e remata a maior<br />

velocidade que a maioria dos futebolistas<br />

no ativo. E, é importante<br />

referir que estas conclusões não<br />

se baseiam unicamente da observação<br />

das exibições do capitão da<br />

seleção nacional, mas são também<br />

resultado de testes realizados<br />

em laboratório que vêm ocorrendo<br />

desde 2006.<br />

A capacidade física é cada vez mais<br />

determinante para o sucesso no<br />

futebol. As distancias percorridas<br />

e os números de sprints (acelerações<br />

máximas na corrida) por jogo<br />

quase que duplicaram desde os<br />

anos 90, fazendo com que a velocidade<br />

máxima de um jogador seja<br />

absolutamente determinante para<br />

a eficácia deste enquanto futebolista,<br />

e na capacidade de chegar<br />

mais cedo que os adversários ao<br />

local da bola.<br />

Foi com este pensamento que em<br />

2006 se juntou o campeão espanhol<br />

da corrida dos 100 metros (Angél<br />

David Rodrigues) e Cristiano<br />

Ronaldo para uma corrida de 25<br />

metros. Como o deslocamento característico<br />

no futebol tem mudanças<br />

de direção, o percurso foi construído<br />

em ziguezague.<br />

Os resultados demonstram que<br />

Cristiano Ronaldo correu o percurso<br />

em 6.35 segundos, menos 0.51<br />

segundos que Angél Rodrigues<br />

(6.81 segundos). A análise biomecânica<br />

do movimento revela<br />

que Ronaldo, ao contrário do velocista<br />

profissional, coloca os dois<br />

pés no solo quase em simultâneo,<br />

permitindo reduzir o intervalo de<br />

tempo entre a travagem (1º apoio)<br />

e a aceleração (2º apoio).<br />

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M<br />

Outro dos testes realizados foi o salto na vertical (vulgarmente chamados<br />

de saltos em altura). Neste caso, foi pedido a Ronaldo e a outros<br />

jogadores da seleção nacional que saltassem partindo de uma posição<br />

parada, com os joelhos ligeiramente fletidos; no outro, saltaram igualmente<br />

sem corrida, mas estando com as pernas esticadas e agachandose<br />

de seguida para ganhar algum balanço. Em ambas as situações,<br />

Cristiano Ronaldo superou largamente os companheiros de seleção<br />

(parte desses jogadores faziam parte nomes como Figo, Deco, Nuno<br />

Gomes ou Simão Sabrosa). No primeiro salto, Ronaldo conseguiu 58<br />

cm (contra uma média de 36 cm dos outros jogadores) e no segundo 61<br />

cm (média de 39 cm dos restantes). E, no salto com corrida e balanço<br />

os resultados de CR7 são ainda mais impressionantes e revelam que o<br />

português tem uma altura máxima de impulsão de 78 centímetros, valor<br />

este que se situa acima da média dos jogadores de basquetebol da NBA.<br />

O livro CR7 - Os Segredos da Máquina lançam uma curiosa explicação,<br />

afirmando que os médicos do Real Madrid detetaram no português<br />

o predomínio das fibras de tipo II, muito presentes nos velocistas,<br />

especialmente os negros, algo que poderá estar ligado ao facto de<br />

Ronaldo ter uma bisavó nascida em Cabo Verde. Do ponto de vista da<br />

morfologia, Cristiano Ronaldo é “ecto-mesoformo”. “Isso significa que<br />

é um indivíduo predominantemente longilíneo, mas com uma massa<br />

muscular significativa. Um jogador de râguebi neo-zelandês seria o<br />

mesomorfo puro e um ectomorfo puro seria um saltador magro e alto.<br />

Ronaldo está ao cento destas duas realidades, o que é considerado pelos<br />

especialistas como a “morfologia adequada” para um futebolista rápido<br />

e potente para o futebol moderno.<br />

O laboratório de biomecânica da FMH fez ainda outra análise de<br />

Cristiano Ronaldo, num jogo da Liga dos Campeões de 2007, em que<br />

o Manchester United (já com o português na sua equipa) defrontou o<br />

Sporting. Ao todo, Ronaldo percorreu dez quilómetros em 90 minutos<br />

(algo normal), mas destacou-se por fazer 813 metros em regime<br />

anaeróbico. Ou seja, realizou 54sprints, a velocidades entre os 5,5 e<br />

7 metros por segundo (19,8 km/h e 25,2 km/h). E atingiu um pico de<br />

9,1 metros por segundo (32,76 km/h). Um valor notável… “Ele faz 9,1<br />

m/s durante um jogo de 90 minutos, num campo relvado, com botas de<br />

futebol. Usain Bolt no recorde do mundo dos 100 metros tocou nos 12,2<br />

m/s (43,9 km/h)” [1].<br />

Por fim, a capacidade de perceção de Ronaldo também é acima da<br />

média. Os resultados contrariam aqueles obtidos em jogadores amadores.<br />

Cristino Ronaldo olha pouco para a bola e muito para o espaço<br />

que está entre si e o defesa. Ele parece preceptivamente afinado ao timming<br />

de mudança de direção e velocidade, dada por uma valor ótimo<br />

da distância do defesa a si próprio. Ao contrario do que acontece com<br />

atletas amadores que olham e procuram muito mais para a bola do que<br />

para o espaço.<br />

1 - HUGO DANIEL SOUSA “O que mais distingue Cristiano Ronaldo<br />

dos outros? A potência”, Jornal Publico<br />

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. Phelps<br />

O corpo do norte-americano é morfologicamente<br />

perfeito para a prática da natação de competição,<br />

e a razão para isso, é…<br />

Síndrome de Marfan é o segredo<br />

de Michael Phelps para<br />

as dezoito medalhas olímpicas<br />

que fazem do norte-americano o<br />

maior atleta olímpico de sempre.<br />

Apesar da noticia nunca ter sido<br />

oficializada, os especialistas não<br />

têm duvida: Phelps tem braços<br />

longuíssimos com uma amplitude<br />

de 2,01 metros, nada proporcional<br />

ao seu 1,93 de altura,<br />

calça ainda o número 48, com os<br />

dedos anormalmente compridos<br />

(quase como barbatanas) - o que<br />

também destoa com as proporções<br />

do seu corpo. Para além disso, o seu rosto é afunilado e<br />

os seus dentes apinhados e o palato altamente arqueado. Tudo<br />

isto são características de pessoas portadores de síndrome de<br />

Marfan, e se para a grande maioria que sofre desta doença,<br />

a sua vida fica diminuída e com grandes dificuldades, para o<br />

campeão norte-americano esta foi a bênção que lhe deu morfologicamente<br />

o corpo perfeito para a natação de competição.<br />

O facto de Phelps sofrer desta doença tem causado algum<br />

furor entre a comunicação social e comentadores da área e<br />

mesmo entre competidores, que falam em “doping natural”<br />

que lhe dá uma enorme vantagem ao americano dentro da<br />

piscina, que um “atleta normal” fica desde logo em desvantagem.<br />

Esta é de facto uma questão melindrosa, mas que felizmente<br />

não tem afastado Phelps das piscinas e o dos próximos<br />

Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.<br />

A técnica de Phelps (e a natação é uma modalidade altamente<br />

técnica) também bem sendo analisada pela ciência,<br />

especialmente a sua técnica de virada entre piscinas, já que<br />

o americano, ao contrário dos restantes atletas, Phelps não<br />

se empurra na vertical e um angulo em direção à superfície<br />

para ganhar balanço, e prefere encolher um angulo mais<br />

acentuado e em direção ao fundo da piscina. Algo que vai<br />

contra o senso comum e de anos de prática, mas que resulta<br />

(em recordes mundiais).<br />

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Nanotecno<br />

O futuro que já é o presente dos m<br />

desportivos!<br />

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logia<br />

ateriais<br />

Pedro Matias<br />

Licenciado em ciências do desporto, e com interesses<br />

e pesquisa na área abordada pelo texto<br />

A nanociência é uma das tecnologias emergentes e mais multidisciplinar<br />

atuais da ciência, baseando-se fortemente nos conhecimentos e<br />

técnicas da Física, da Química, da Biologia e da Informática, para que<br />

possa ser capaz de manipular individualmente átomos e moléculas<br />

desenhando novos materiais com e para funcionalidades especificas.<br />

O termo Nanotecnologia é ainda estranho para uma significativa parte<br />

dos adeptos desportivos, no entanto, é usado desde 1974, ano em que<br />

o professor Norio Taniguchi da Universidade de Tóquio, o utilizou e<br />

batizou pela primeira vez. Simplisticamente, a “nanotecnologia corresponde<br />

à capacidade de criar agrupamentos de átomos ou moléculas,<br />

cujo arranjo espacial e composição são usados para obter estruturas<br />

com novas propriedades mecânicas, óticas, eletrónicas ou magnéticas”,<br />

criando produtos totalmente industriais, mas que podem ser<br />

usados no dia-a-dia. Alguns exemplos: vidros “imunes” à sujidade,<br />

roupas térmicas e com capacidade de depilar o corpo, plástico tão<br />

resistente quanto o aço, tintas anti risco, etc, etc… o potencial desta<br />

tecnologia é, no limite, infinito e inúmeros<br />

O poder da nanotecnologia é eventualmente inesgotável bem como<br />

as suas aplicações; hoje, é usada nas mais diversas áreas desde a<br />

química, a industria aeroespacial, à refinaria, à medicina… e, entre<br />

elas, ainda, o desporto!<br />

Nanotecnologia e Desporto<br />

Na última meia dúzia de anos a nanotecnologia entrou em força no<br />

desporto. O têxtil é de longe a área onde esta tecnologia está mais<br />

desenvolvida e implementada, e um dos melhores exemplos é a roupa<br />

designada Biotex. Esta roupa foi desenhada, além de proporcionar<br />

conforto máximo, para trabalhos de fisioterapia, avaliações físicas<br />

e recolha de dados biológicos dos atletas. Para estes efeitos, são<br />

aplicados no tecido nanosensores desenhados para monitorar fluidos<br />

corporais como sangue e suor e os sinais vitais. Desta forma é possível<br />

através de software especializado, analisar o progresso da recuperação<br />

física e possibilitando ainda detetar doenças nos primeiros<br />

estágios..<br />

Também no têxtil, as grandes marcas como a Nike e a Wilson, têm<br />

apostado no desenvolvimento de roupas que aumentem o conforto<br />

dos atletas, e como consequência a performance dos atletas, tornando<br />

os uniformes desportivos mais leves, adaptáveis individualmente<br />

ao corpo de cada atletas, apresentar menor resistências e elementos<br />

externos como o vento ou a agua, funções térmicas, entre muitas<br />

outras. Um perfeito exemplo desta tecnologia é a Nike Sphere-dry,<br />

que usa tecnologia tridimensional, capaz de criar bolhas de ar que<br />

reduzem o atrito do material com outras superfícies.<br />

Pode ver mais exemplos a seguir:<br />

Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 75


Ténis<br />

A nanotecnologia no ténis está um pouco por todo o lado! E, não é<br />

de estranhar; numa modalidade tão técnica, todos os pormenores são<br />

“pormaiores” e fazem a diferença nos pontos decisivos e que decidem<br />

campeonatos.<br />

Raquete de ténis<br />

As novas raquetes de ténis integram fibras extremamente resistentes e<br />

fortes à escala nano. Misturadas entre o material normal, estas novas<br />

raquetes têm uma maior resistência sem que se alterem as características<br />

do material ou a sua performance, e aumentam a sua resistência.<br />

Por fim, as raquetes são também mais leves quando comparadas com<br />

as raquetes 100% de carbono.<br />

Bolas de ténis<br />

O núcleo de borracha das bolas de ténis é feito de um material semipermeável,<br />

o que com o passar do tempo, faz com que vão perdendo<br />

consistentemente o ar. A Wilson, principal fabricante das bolas de ténis<br />

de competição, resolveu preencher os seus núcleos com um material<br />

feito de nanoargila, tornando as bolas mais eficientes e duráveis, ao<br />

manter o ar preso no seu interior.<br />

Golfe<br />

Revestindo os tacos de nanometal, estrutura cristalina 1000 vezes<br />

menor do que os metais tradicionais e mas quatro vezes mais forte,<br />

torna os tacos mais leves e resistentes.<br />

Bowling<br />

As bolas de bowling passaram a ser revestidas com fulerenos, uma<br />

espécie de redes tridimensionais de carbono que aumentam a sua<br />

resistência.<br />

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Ciclismo<br />

A BMC tem apostado numa tecnologia designada por Composita desenvolvida pela<br />

empresa americana Easton, u, sistema de resina reforçada que integra uma fibra de<br />

carbono reforçado de resina de nanotubos de carbono matriz. Segundo o próprio<br />

fabricante, isso melhora a força e resistência nos espaços entre as fibras de carbono.<br />

Temos ainda a tecnologia Zyvex que aplica um especial de superfícies de nanotubos<br />

de tratamento do equipamento de compressão para dissipar mais facilmente em outros<br />

materiais.


Publique conosco<br />

As páginas das nossas revistas e da nossa plataforma online<br />

estão abertas para publicação de artigos e matérias<br />

por parte dos nossos leitores.<br />

Neste momento aceitamos artigos de opinião, matérias<br />

informativas, cartoons, contos literários, Banda desenhada<br />

(ficção) e artigos científicos.<br />

www.desportoeesport.com/publique-conosco<br />

Termos e Condições<br />

1 – É permitido submeter um artigo para publicação por<br />

parte de qualquer pessoa maior de idade e de qualquer<br />

nacionalidade. Todos os textos deverão ser originais e<br />

nunca antes publicados em qualquer plataforma. A única<br />

exceção são os artigos científicos pela qual o autor deverá<br />

ter os direitos de republicação.<br />

Esqui<br />

Os profissionais de Esqui passaram a apostar na tecnologia<br />

Nanowax, um substituto da cera composto<br />

por polímeros semelhantes aos que formam a base dos<br />

esquis e dos snowboards. O produto cria uma superfície<br />

deslizante extremamente fina e duradoura, que se mantém<br />

inalterada mesmo quando as temperaturas sobem ou<br />

descem, e isto, sem deixar resíduos.<br />

Surf<br />

Os revestimentos nano permitem às pranchas de surf<br />

serem mais leves, mais potentes e duráveis em relação<br />

a impactos.<br />

Natação<br />

A nanotecnologia no desporto chegou às bocas do<br />

mundo nos Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim, onde<br />

na natação foram batidos recorde atrás de recordes graças<br />

ao fatos de banhos que conseguiam repelir a água e<br />

aumentarem a flutuabilidade. Em 2 anos, foram batidos<br />

mais de 200 recordes, facto que levou que as autoridades<br />

banissem o uso destes fatos na alta competição.<br />

2 – Todos os textos têm de estar em Português. Os diferentes<br />

“sotaques” não são problema.<br />

3 – No topo do texto deve ser indicada a preferência no<br />

meio de publicação. Ex: Exclusivamente na revista digital.<br />

Exclusivamente na plataforma Web. Ambas. Preferencialmente<br />

na revista digital. Todos os textos com<br />

mais de 600 palavras e devem vir acompanhados de um<br />

pequeno resumo ou Abstract.<br />

...<br />

Estamos à sua espera...<br />

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O Modelo de Jogo Ofensivo da<br />

Seleção Espanhola de Futebol<br />

Rodrigo Santos - Mestre em Educação Física. Pesquisador em Análise da Performance do Núcleo de Pesquisa e Estudos<br />

em Futebol (NUPEF) - Universidade Federal de Viçosa, Brasil - mirandamonteiro@globo.com<br />

Israel Teoldo - Doutor em Ciências do Desporto. Coordenador do Núcleo de Pesquisa e Estudos em Futebol (NUPEF) -<br />

Universidade Federal de Viçosa, Brasil.<br />

ASeleção Espanhola de Futebol tem sido<br />

reverenciada por seu estilo de jogo, que<br />

lhe rendeu títulos aos níveis continental<br />

(UEFA® Euro 2008 e 2012) e mundial<br />

(Copa do Mundo FIFA® 2010). Tais<br />

façanhas têm feito com que muitos dos<br />

aspectos que integram o modelo de<br />

jogo desta equipe tenham sido investigados<br />

de modo a permitir que a eficiência<br />

e as nuances desta forma de jogar<br />

pudessem ser compreendidas. Algumas<br />

das características do estilo espanhol<br />

que mais têm chamado a atenção de<br />

investigadores, treinadores, jornalistas, entre outros, diz respeito ao<br />

jogo transicional (recuperação da bola) e ao controle da posse através<br />

de passes. Assim, com o intuito de identificar padrões referentes ao<br />

jogo desta equipe, estudos científicos investigaram algumas das dimensões<br />

que compõem a modelação tática ofensiva da seleção da Espanha.<br />

Em relação ao primeiro estágio da fase ofensiva (transição<br />

ofensiva, ou recuperação da posse de bola), investigadores do Núcleo<br />

de Pesquisa e Estudos em Futebol, da Universidade Federal de Viçosa<br />

- Brasil buscaram analisar em qual dos setores do campo a Espanha<br />

recupera a posse de bola com maior frequência. Neste estudo, realizado<br />

através da análise de jogos da Copa do Mundo FIFA® 2010, verificouse<br />

que para as ações intra-setoriais de recuperação da bola a seleção<br />

espanhola tende a evitar confrontos um-contra-um no setor defensivo,<br />

informação confirmada através da menor quantidade de bolas recuperadas<br />

neste setor. Além disso, os autores indicaram que o setor médio<br />

defensivo foi o local onde observou-se o maior número de recuperações<br />

da posse. Portanto, através destes dados foi possível verificar que<br />

o primeiro momento da fase ofensiva do modelo de jogo espanhol é<br />

caracterizado pela recuperação da bola já no setor médio defensivo, o<br />

que indica que o bloco defensivo da equipe adota um posicionamento<br />

avançado, de modo a recuperar a bola em um local mais distante de sua<br />

própria baliza e mais próximo à baliza adversária [1].<br />

No que diz respeito ao desenvolvimento da posse de bola<br />

(segundo estágio da fase ofensiva), um outro estudo realizado por<br />

pesquisadores brasileiros investigou os padrões de circulação da bola<br />

da equipe espanhola no mesmo torneio (Copa do Mundo). Os autores<br />

analisaram o volume de posse de bola desta seleção em cada uma das<br />

zonas do campo.<br />

Os resultados apontaram que a equipe da Espanha manteve a<br />

posse de bola por mais tempo nas zonas de meio campo, especialmente<br />

na zona central. Além disso, foi possível observar que, quando comparada<br />

às equipes adversárias, a Espanha manteve a posse de bola por<br />

mais tempo nas zonas ofensivas, especialmente nas laterais. Tal fato<br />

sugere que a qualidade técnica dos jogadores espanhóis que atuam nas<br />

zonas de meio campo e ofensivas é bastante superior, em comparação<br />

aos jogadores adversários que ocupam o mesmo setor [2].<br />

Através dos achados dos estudos científicos mencionados é<br />

possível notar as características singulares do modelo de jogo ofensivo<br />

da seleção da Espanha. Em resumo, pode-se inferir que os aspectos<br />

mais marcantes do estilo espanhol são a preferência pela recuperação<br />

da posse de bola em locais distantes de sua própria baliza e uma significativa<br />

competência de manutenção da posse em locais de acirrada<br />

disputa de bola (zonas do meio campo) e que geram grande risco à<br />

baliza adversária (zonas ofensivas).<br />

Referências<br />

1. Santos R, Moraes E, Teoldo I. Análise de padrões de transição ofensiva<br />

da Seleção Espanhola de Futebol na Copa do Mundo FIFA® 2010.<br />

Rev Bras Educ Fís <strong>Esport</strong>e. 2015;29(1):119-26.<br />

2. Braz TV, Marcelino VR, Ferreira ECN, Vitorino MA. Posse de bola<br />

em diferentes zonas do campo: estudo descritivo da seleção espanhola<br />

e adversários na FIFA World Cup 2010. EFDeportes.com [Internet].<br />

2011 09/05/2013; (153). Disponível em : http://www.efdeportes.com/<br />

efd153/posse-de-bola-da-selecao-espanhola-na-world-cup-2010.htm<br />

Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 79


O lutador<br />

(Ciência de)<br />

da Década<br />

Mayweather nasceu no berço do Boxe e cresceu<br />

com ele nas veias, com o pai e dois tios expugilistas,<br />

e a sua “educação” reflete-se em<br />

cima do ringue. Floyd tem (possivelmente)<br />

a melhor defesa da história do boxe, com o<br />

famoso estilo de defesa “caranguejo” (como<br />

pode ver na foto acima). E, foi a sua defesa que lhe possibilitou<br />

ter-se retirado invicto. Ela foi a sua ciência!<br />

O primeiro princípio da defesa de Mayweather é a velocidade,<br />

movimento constante e timing acompanhado com<br />

uma fantástica capacidade de “improvisação pensada”<br />

como um músico de Jazz. Depois vêm os “ângulos”, além<br />

de ter sempre em alto o ombro esquerdo, enquanto sua<br />

mão direita é mantido perto do lado direito de seu rosto.<br />

Mayweather ainda vira seu corpo alternadamente ligeiramente<br />

para a direita e ligeiramente para a esquerda para<br />

apresentar um alvo menor. Quando seu corpo está para<br />

a sua direita o ombro esquerdo de Floyd fica alto para<br />

desviar os golpes dos adversários e, por vezes, adicionalmente,<br />

ele também usa o seu braço esquerdo para desviar<br />

os socos.<br />

Quando os adversários tentam atingir o lado o esquerdo<br />

do corpo do Mayweather, a mão esquerda é erguida com<br />

o cotovelo dobrado, bloqueando assim os golpes dos<br />

adversários. Juntando aos movimentos de defesa, Floyd<br />

continua rolando, deslizando, girando a cintura, fintando<br />

o adversário, sempre à procura de uma pequena abertura<br />

para atacar e fazer K.O. Usando a terminologia do futebol,<br />

o pugilista americano põe o autocarro e aproveita todo o<br />

contra-ataque para fazer golo.<br />

80 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com


Floyd<br />

M<br />

AY<br />

W<br />

EATHER<br />

Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 81


82 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com


Padrões Posicionais dos Gols Marcados<br />

pela Seleção Alemã Copa do Mundo FIFA<br />

2014<br />

Rodrigo Santos - Mestre em Educação Física. Pesquisador em Análise da Performance do Núcleo de Pesquisa e Estudos<br />

em Futebol (NUPEF) - Universidade Federal de Viçosa, Brasil - mirandamonteiro@globo.com<br />

Israel Teoldo - Doutor em Ciências do Desporto. Coordenador do Núcleo de Pesquisa e Estudos em Futebol (NUPEF) -<br />

Universidade Federal de Viçosa, Brasil.<br />

Ricardo Duarte -Doutor em Motricidade Humana. Professor da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de<br />

Lisboa, Portugal.<br />

Copa do Mundo FIFA® 2014 foi marcada<br />

Apelo 4º título mundial da Seleção Alemã,<br />

que além de ter se sagrado campeã do<br />

torneio, também obteve o maior número<br />

de gols (18) na competição. A equipe<br />

da Alemanha também demonstrou, dentre<br />

outras características, um jogo posicional<br />

de excelência, o que ficou evidenciado pelo<br />

número de passes realizados (5084) - mais<br />

que qualquer outra equipe - e pela porcentagem<br />

de passes completados (82%) - a<br />

maior durante o torneio. Todavia, um dos<br />

aspectos que foram pouco mencionados e investigados diz respeito aos<br />

padrões posicionais desta seleção em jogadas que resultaram em gols.<br />

Com o intuito de analisar e identificar estes padrões, pesquisadores<br />

brasileiros e portugueses se utilizaram de um método de<br />

rastreamento manual da posição dos jogadores dentro do espaço de jogo<br />

efetivo (EJE) (ver Figura página ao lado). O espaço de jogo efetivo é<br />

definido como a área poligonal obtida quando ao desenhar-se uma linha<br />

que conecte todos os jogadores localizados na periferia do jogo em um<br />

dado instante [1]. Os autores do estudo indicaram que, em sequências<br />

finalizadas em gol, a Seleção Alemã gera maior incerteza numérica aos<br />

adversários no local do espaço de jogo efetivo mais próxima à baliza<br />

adversária. Estes achados implicam que, em jogadas que resultaram<br />

em gols, as relações numéricas estabelecidas entre os jogadores dentro<br />

da sub-área ofensiva central foram mais imprevisíveis. Esta informação<br />

indica um possível padrão comportamental do time alemão, que<br />

busca atrair os jogadores adversários para locais adjacentes à sub-área<br />

ofensiva central, de modo a abrir espaço para que os companheiros de<br />

equipe tenham maior liberdade para adentrarem esta zona e buscarem o<br />

gol.<br />

Assim, pode-se perceber que para além de possuir padrões<br />

posicionais eficientes, a Alemanha busca utilizar esta eficiência para<br />

gerar maior instabilidade numérica a seus adversários em locais mais<br />

avançados do campo de jogo, o que certamente irá levar a criação de<br />

mais oportunidades de gol e maior eficácia ofensiva.<br />

Referências<br />

1. Gréhaigne JF, Mahut B, Fernandez A. Qualitative observation tools<br />

to analyse soccer. Int J Perform Anal Sport. 2001;1(1):52-61.<br />

Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 83


Peter Sagan é um “super-homem” em cima da<br />

bicicleta, uma figura carismática fora dela,<br />

e agora, é também aos vinte e cinco anos,<br />

campeão do mundo, e usará a camisola arco iris pelos<br />

próximos 360 dias com todo o mérito e merecimento.<br />

Sagan é um lutador, um poço de força, um fiel companheiro e<br />

um virtuoso, e como todos os génios, existe nele também um<br />

louco, que só lhe aumenta o carisma e o apoio dos fãs, que<br />

com algumas exceções, o adoram, e fazem dele um dos ciclistas<br />

mais amados do pelotão.<br />

Peter Sagan nasceu na Eslováquia em 26 de Janeiro de 1990<br />

e iniciou a sua carreira no BTT, onde se sagrou campeão do<br />

mundo de juniores em 2008, neste mesmo ano foi ainda vicecampeão<br />

mundial júnior de Ciclocross e segundo no Paris-<br />

Roubaix para juniores.<br />

Peter Sagan nasceu na Eslováquia em 26 de Janeiro de 1990<br />

e iniciou a sua carreira no BTT, ode se sagrou campeão do<br />

mundo de juniores em 2008, neste mesmo ano foi ainda vicecampeão<br />

mundial júnior de Ciclocross e segundo no Paris-<br />

Roubaix para juniores. Com (apenas) 19 anos estreou-se no<br />

Pro-Tour pela Liquigas-Doimo e desde logo deu nas vistas,<br />

principalmente a partir de 2012, onde vem ganhando consecutivamente<br />

a camisola verde no tour de france (2012-2015).<br />

Peter<br />

Saga<br />

World Champio<br />

Ricardo Reis Colunista Desporto&<strong>Esport</strong><br />

“Sagan é um lutador, um poço de força, um fiel<br />

companheiro e um virtuoso ciclista, e como todos<br />

os génios, existe nele também um louco, que só lhe<br />

aumenta o carisma e o apoio dos fãs, que fazem dele<br />

um dos ciclistas mais amados do pelotão.”<br />

O primeiro ano de Sagan na Tinkoff-Saxo não foi fácil, muitos<br />

segundos lugares resultaram num sentimento permanente de<br />

desilusão na primeira metade da época que chegou agora ao<br />

fim. O principio da viragem deu-se na volta à Suíça, e chegou<br />

em forma ao tour, onde não vencendo nenhuma etapa, voltou<br />

a dar espetáculo (quem não se lembra da épica descida para<br />

Gap?) e a trazer para casa a camisola dos pontos.<br />

Peter Sagan é um dos campeões mundiais, que mais merece e<br />

mais fez por merecer o título. Aos vinte e cinco anos, o futuro<br />

é dele; e, em 2016, a camisola arco-iris também!<br />

84 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com


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n 2015<br />

Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 85


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86 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com<br />

Diogo Sampaio, Director Desporto&<strong>Esport</strong>


O passaporte é o bilhete universal de um cidadão; só com<br />

ele é possível ultrapassar fronteiras, cruzar continentes<br />

e provar de forma categórica a identidade da pessoa. O<br />

passaporte biológico surge com a mesma ideia, mas neste<br />

caso particular, pretende nomear o perfil biológico de<br />

uma atleta profissional, com o propósito de facilmente<br />

serem identificadas alterações significativas que apontem<br />

para o uso indevido de substâncias; simplificando, como<br />

medida anti-doping.<br />

O conceito de passaporte Biológico do atleta (ABP)<br />

surgiu em 2008, em virtude dos muitos casos de doping<br />

no ciclismo que afetaram a grande maioria dos ciclistas<br />

de topo à data, alguns anos antes. A adoção regular de<br />

testes sanguíneos para detetar a possibilidade de doping<br />

por agentes estimulantes da eritropoiese (processo<br />

de formação e desenvolvimento das células vermelhas<br />

que transportam oxigênio) foi tida como um avanço<br />

significativo na luta anti doping pela União Internacional<br />

de Ciclismo (UCI) e acreditou-se desde aí que seria virtualmente<br />

impossível aos atletas adulterarem o sistema e<br />

optarem por consumir substancias dopantes. Para muitos,<br />

o passaporte biológico livrou o ciclismo do doping.<br />

Outros contestam essa afirmação. Mas, afinal, passados<br />

7 anos após a sua implementação global, e ter servido de<br />

exemplo para outras modalidades, o ABP foi assim tão<br />

positivo para o ciclismo ou foi mais uma batalha perdida?<br />

Passaporte biológico: a ciência<br />

Segundo o professor Yorck Olaf Schumacher uma das<br />

maiores referências da área diz “ no passaporte biológico,<br />

são identificados os marcadores biológicos que não<br />

possam ser explicados por meios naturais, ou seja, que<br />

não exista outra explicação que não o uso a substâncias<br />

dopantes”.<br />

Para se chegar (estatisticamente) ao perfil biológico do<br />

atleta os reticulócitos e hemoglobina, assumem um papel<br />

chave. As hemoglobinas são quem transporta o oxigénio<br />

(O2) dos pulmões pelos tecidos de todo o corpo. Os<br />

reticulócitos são glóbulos vermelhos imaturos, e carregam<br />

a hemoglobina. Uma pessoa no seu estado normal<br />

apresenta de 0,5 a 1,5% de reticulócitos circulantes<br />

(podendo existir algumas variações de pessoa para pessoa<br />

podendo chegar aos 1,8%). Porém, a interpretação é<br />

feita em valores absolutos, isto é, multiplica-se o valor<br />

obtido em percentagem na contagem de reticulócitos pelo<br />

número de hemácias total do atleta. É importante salientar<br />

que quer o doping por transfusões sanguíneas e a Epo<br />

aumentam a capacidade de oxigenação do sangue, o que<br />

por sua vez, altera a percentagem final dos reticulócitos.<br />

Ou seja, encontram-se os efeitos do doping sem que seja<br />

necessário encontrar a droga ou vestígios diretos desta.<br />

Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 87


Com as medições regulares de sangue é possível encontrar um<br />

perfil biológico estatisticamente correto, e as alterações, rapidamente<br />

podem ser definidas como variações naturais do corpo do<br />

atleta ou variações que foram criadas pelo doping. Sendo que o<br />

software faz todo o trabalho do homem, o que diminui a possibilidade<br />

de erro; que alias, é altíssima de 99,9%. Ou seja, só se dá<br />

um falso positivo por uma vez em cada 1000 casos.<br />

A efetividade do Passaporte Biológico<br />

Os principais apologistas do ABP afirmam que existem claras<br />

evidências do efeito positivo do passaporte biológico, e que o<br />

seu principal ganho foi a dissuasão maciça do uso do doping<br />

por parte dos ciclistas. E parte desta certeza baseia-se no significativo<br />

abaixamento em média do poder despendido pelos<br />

ciclistas na última década. Na década de 90 e início dos anos<br />

2000, tiveram-se médias bem acima dos 6W/Kg de potência nas<br />

principais montanhas do circuito mundial, e chegou-se mesmo<br />

a registar, médias de 7 W/KG em alguns vencedores no tour<br />

de France. De certo modo, estes valores são assumidos como<br />

resultado do aumento da performance pelo doping. Hoje a média<br />

dos vencedores na Alta Montanha variam entre o 5,5 W/KG e<br />

os 6,0 W/KG. Por exemplo, Froome no tour deste ano, na etapa<br />

dos pireneus onde dominou totalmente e praticamente lhe deu<br />

a vitória na volta a frança, resultou num esforço 5,78 W/KG,<br />

ou seja, apenas 80% das melhores performances alcançadas. E<br />

Froome tem de ser tido como um dos mais completos ciclistas<br />

de sempre!<br />

Outro dado favorável ao ABP, mostrou que apenas 4% dos<br />

ciclistas mostram uma anomalia nos testes de reticulócitos, ao<br />

contrário do que se verificou em 2001, onde essa percentagem<br />

era de 14%.<br />

Dados estes números, é impossível não olhar para o ABP como<br />

o melhor que aconteceu ao ciclismo, e no desporto enquanto luta<br />

anti dopagem. Mas a bomba explodiu em Maio último.<br />

A televisão pública francesa desenvolveu uma reportagem com<br />

8 atletas que se doparam durante vinte e oito dias com transfusões<br />

sanguíneas, microdoses de EPO, hormona de crescimento<br />

(HGH) e corticoides. E, as análises efetuadas não fizeram disparar<br />

os alarmes no passaporte biológico. Esta reportagem foi<br />

realizada para o programa Stage 2 no ar à mais de 40 anos (um<br />

60 minutos francês), o que credibiliza ainda mais a reportagem<br />

e faz levantar mais alto as vozes contra o ABP e afirma a sua<br />

ineficácia.<br />

Estes 8 atletas que se voluntariam para esta reportagem submeteram-se<br />

a três testes: VO2 máx (capacidade máxima de transportar<br />

oxigeno), 14 quilómetros em bicicleta estática e corrida<br />

de três quilómetros. Após os 29 dias, onde utilizaram o doping<br />

como melhoramento físico, verificou-se um aumento médio de<br />

6,1% de Vo2 máx, 2,1 de aumento em cima da bicicleta e um<br />

88 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com


melhoramento 2,8 na corrida. Repare-se que no campeonato do mundo de ciclismo do<br />

ano passado, a diferença entre o primeiro e o vigésimo segundo foi de apenas 5% na<br />

performance.Para justificar o facto de Passaporte Biológico não ter detetado o uso do<br />

doping foram avançadas algumas justificativas, e algumas fazem bastante sentido: a<br />

amostra reduzida de apenas 8 atletas, exercícios de duração curta, e o ABP funciona<br />

com mais precisão em exercícios de endurance – de longa duração-<br />

Ainda assim, podemos ter estes resultados como mais um entre os diversos estudos,<br />

alguns inclusive mais completos, que se vêm somando, e vão dando a ideia que o ABP<br />

não é tão eficaz como originalmente se pensava.<br />

CICLISMO E CIÊNCIA:<br />

A tecnologia e a ciência no ciclismo<br />

do século 21 - Super Especial<br />

O ciclismo é no século 21 um dos desportos<br />

que mais aposta na ciência para aumentar<br />

a performance desportiva dos seus atletas.<br />

O o que diferencia morfologicamente um<br />

sprinter – o homem mais rápido do pelotão<br />

de por exemplo de um trepador?<br />

Neste especial ciclismo e ciência, respondemos<br />

a todas estas perguntas...<br />

Saiba mais em: https://www.yumpu.com/pt/document/<br />

view/38360381/desportoampesport-ed-5-plus/48<br />

Existe infelizmente ainda mais um dado que merece ser analisado. Novas “super<br />

drogas” chegaram ao pelotão como o TB 500, GW1516 e AICAR, e que não são facilmente<br />

detetadas pelo passaporte biológico. E, que segundo especialistas têm ainda um<br />

efeito na performance superior à Epo e hormonas de crescimento. E, se até a alguns<br />

anos a AICAR por exemplo, era demasiado cara para ser usada massivamente, hoje o<br />

preço desta droga, parece estar a baixar consideravelmente.<br />

Conclusão<br />

A introdução do passaporte biológico do atleta foi uma medida importante no ciclismo.<br />

Hoje é possível concluir que reduziu factualmente o uso de consumo de doping<br />

no meio. No entanto, também é claro que não é a solução mágica que muitos creem<br />

e querem fazer crer. Os seus índices de eficácia estão longe de ser totalmente comprovados,<br />

e podemos inclusive afirmar que as mais recentes pesquisas apontam para<br />

a possibilidade de muitas falhas e de “falsos negativos”. Por outro lado, para o bem e<br />

para o mal, a ciência está sempre em evolução, e é fundamental que as agencias anti<br />

dopagem sejam capazes de acompanhar essa evolução.<br />

A ciência da Pedalada:<br />

As consequências de pedalar até<br />

ao limite do corpo humano<br />

A técnica de pedalada no ciclismo tem sido<br />

apontada como umadas grandes responsáveis<br />

pela melhora do desempenho em competições,<br />

sendo associada muitas vezes com<br />

uma maior economia de movimento<br />

Saiba mais em: https://www.yumpu.com/pt/document/<br />

view/52866501/desportoampesport-ed7-versao-plus/70<br />

Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 89


Ciclismo & Síndromas Urológicos<br />

Correlação entre Ciclismo e síndromas;<br />

o que nos diz as mais recentes pesquisas científicas?<br />

A modalidade de montanha cross<br />

country é, de entre todas, a que tem<br />

maiores riscos de sindromas urológicos<br />

António Branco, Professor universitário<br />

com publicações nas áreas<br />

apresentadas no artigo<br />

A bicicleta é um dos meios de transporte mais<br />

usados do mundo; prático, barato e excelente<br />

para manter uma boa forma física e ideal<br />

para elevar a capacidade cardiovascular, e<br />

que se junta ainda ganhos no especto físico a<br />

na autoestima. O ciclismo de estrado e BTT<br />

são também hoje duas das modalidades mais<br />

assistidas pela televisão. No entanto, os mais<br />

recentes estudos, mostram que se não forem<br />

tomadas as devidas precauções, a prática do<br />

ciclismo (amadora ou profissional) pode criar<br />

as condições ideais para lesões traumáticas<br />

secundárias ao contacto traumático, da região<br />

perineal com o selim. Sendo que quanto maior<br />

for a idade, o peso, os anos de prática continuada<br />

e os índices de intensidade de treino, maior<br />

o risco de contrair lesões.<br />

Sendo que modalidade do ciclismo de montanha<br />

cross country é, de entre todas, a de<br />

maior risco, em consequência também, do<br />

maior número de traumatismos causados por<br />

esta modalidade. Nas próximas linhas serão<br />

descritas algumas das mais comuns maleitas da<br />

prática do ciclismo na região perineal:<br />

Disfunção eréctil<br />

Estão relatados casos de disfunção eréctil de<br />

cerca de 24% dos ciclistas que percorrem mais<br />

de 400 km semanais. Os estudos mostram<br />

que a frequência de disfunção eréctil em<br />

não ciclistas, ciclistas moderados e ciclistas<br />

participantes em provas desportivas, era de<br />

respetivamente, 21%, 11% e 17%. Os estudos<br />

realçam também que o trauma perineal<br />

recorrente é o principal fator de jovens que<br />

praticam o ciclismo, sendo no entanto, a sua<br />

quantificação em uma valor absoluto difícil<br />

de definir.<br />

Infertilidade<br />

Os ciclistas profissionais correm um maior<br />

risco de sofrerem de infertilidade! Vários<br />

estudos apontam nesse sentido. Um dos<br />

mais conhecidos é o artigo espanhol apresentado<br />

em reunião da European Society of<br />

A taxa de infertilidade em praticantes<br />

de ciclismo é alarmante<br />

90 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com


Human Reproduction and Embryology,<br />

que inclusive indica aos ciclisntas profissionais<br />

a congelação de esperma no<br />

início da carreira desportiva.<br />

Vamos aos dados, em todos os homens<br />

- que treinaram uma média de nove<br />

vezes por semana nos últimos oito<br />

anos - menos de 10% dos espermatozoides<br />

tinham uma aparência normal.<br />

Geralmente, nos homens férteis, a<br />

média é de 15% e 20% dos espermatozoides<br />

saudáveis.<br />

Na origem destes dados pensa-se que<br />

esteja relacionada ao aumento da temperatura<br />

e a compressão na região<br />

escrotal; lembre-se que os testículos<br />

devem estar a um grau abaixo da temperatura<br />

do corpo (que por norma ronda<br />

os 37 graus).<br />

Efeitos Hormonais<br />

Verifica-se um aumento do IGF-1<br />

(Fator de crescimento semelhante à<br />

insulina tipo 1) e redução da testosterona<br />

(principal hormona masculina),<br />

não se percebendo ainda as razões para<br />

que estas alterações se verifiquem!<br />

Por outro lado também se verifica o<br />

aumento do PSA - Antígeno prostático<br />

específico, uma enzima com algumas<br />

características de marcador tumoral<br />

ideal, sendo utilizado para diagnóstico,<br />

monitorização e controle da evolução<br />

do carcinoma da próstata-<br />

O ciclismo está associado a atividade<br />

física extrema e pressão direta no períneo<br />

e, indiretamente, na próstata, factos<br />

que por norma causam o aumento do<br />

PSA; é importante indicar, que existe<br />

neste caso específico, resultados contraditórios,<br />

e mais estudo é necessário para<br />

conclusões com maior grau de certeza.<br />

Cancro do Testículo<br />

Existe neste ponto também uma relação<br />

significativa entre seminoma em<br />

homens com história de ciclismo, assim<br />

como homens que se dediquem à equitação.<br />

Na sua origem poderá estar o<br />

traumatismo persistente e repetitivo dos<br />

elementos da bolsa escrotal.<br />

Hematúria & Uretrites<br />

A hematúria nefrogénica do desporto<br />

é uma condição benigna, conhecida<br />

e frequente, acontecendo praticamente<br />

na maioria das atividade desportiva<br />

profissionais, sejam elas de contacto ou<br />

não, e traumáticas ou não. A hematúria<br />

traumática acontece no ciclismo, pelo<br />

menos assim se pensa, como uma consequência<br />

de uma incorreta posição do<br />

selim, podendo ser facilmente resolvida<br />

com o seu ajuste.<br />

As uretrites são raras, e podem ser<br />

facilmente reversível com repouso, e<br />

na maioria dos casos, não apresentam<br />

qualquer consequência para os atletas.<br />

Mulheres e ciclismo<br />

Os repetidos ensejos traumáticos não<br />

são tão prejudiciais nas mulheres quanto<br />

nos homens, mas sintomas sexuais e<br />

urinários também associados ao ciclismo<br />

em mulheres. Como por exemplo,<br />

sintomas como disúria, hematúria, parestesia<br />

perineais e dores perineais.<br />

Prevenção<br />

Muitos dos problemas acima descritos<br />

estão associados à pratica do ciclismo<br />

e pouco há a fazer para os evitar,<br />

ainda assim existem algumas praticas<br />

que podem prevenir lesões. A primeira<br />

delas, e a mais fácil de ser feita, é informar<br />

o mais possível todos os praticantes<br />

de ciclismo, dos riscos associados<br />

à pratica, alertando para os sintomas<br />

que podem aparecer, e mal surja sinal<br />

de alerta, que optem por uma postura<br />

previdente que passe pela procura de<br />

ajuda médica. Outro importante ponto,<br />

é o uso de equipamento adequado não<br />

só à pratica e intensidade do treino e<br />

competição, mas também adequado ao<br />

corpo do atleta.<br />

Este texto foi desenvolvido tendo em<br />

grande consideração as conclusões<br />

do artigo do Dr. Gustavo Gome e o<br />

Prof. Arnaldo Figueiredo “Síndromas<br />

urológicos no ciclismo” publicado<br />

em Revista de medicina desportiva in<br />

forma em 2011.<br />

Mulheres ciclistas também<br />

têm maior risco de doença<br />

Os destaques do tour<br />

de france 2015:<br />

O domínio de Froome foi incontestável. Quando<br />

atacou, venceu. E, de todos os seus opositores,<br />

naquela que prometia ser a melhor volta a frança<br />

da década com quatro grandes favoritos, o único<br />

que teve pernas para o conseguir seguir foi Nairo<br />

Quintana. O jovem colombiano que voltou a vencer<br />

a camisola da juventude (camisola branca) fez um<br />

fantástico segundo lugar, a apenas pouco mais<br />

de um minuto do britânico. Com cabeça fria e<br />

consciente das suas forças e fragilidade, soube atacar<br />

nas grandes montanhas, conseguindo fazer a<br />

diferença na penúltima e mítica etapa do L’Alpe<br />

d’Huez.<br />

Saiba mais em: https://www.yumpu.com/pt/document/<br />

view/52866501/desportoampesport-ed7-versao-plus/68<br />

Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 91


Como ganhar velocidade<br />

e optimizar a<br />

performance?<br />

Rodolfo Resende Pires ,<br />

especialista em desporto<br />

e ColunistaDesporto&<strong>Esport</strong><br />

Optimizar a oxigenação do corpo é uma das principais formas<br />

de aumentar imediatamente a performance desportiva em<br />

qualquer desporto. No ciclismo, como em qualquer desporto<br />

de endurance, assume ainda um papel mais importante, principalmente<br />

para o final das provas ou para os percursos mais<br />

exigentes. O que poucas vezes se discute, é o papel determinante<br />

da postura para melhorar a respiração.<br />

Tanto no ciclismo de estrada como no BTT consegue-se<br />

otimizar fortemente a capacidade respiratória em cima da bicicleta<br />

quando a postura está equilibrada e quando se consegue<br />

potenciar a coordenação dos movimentos respiratórios com<br />

os movimentos do guiador e dos pedais. “Os músculos respiratórios<br />

têm origem ou inserção nas costelas ou cartilagens<br />

costais e podem apenas agir de forma eficiente quando existe<br />

estabilidade e linearidade na coluna vertebral. Se as costas se<br />

mantiverem estáveis existe mais espaço para expandir a caixa<br />

torácica durante a inspiração”.<br />

A debilidade das costas e a contração abdominal são<br />

inimigos de uma respiração correta pois existe tendência<br />

para fazer expirações fortes, em vez de potenciar a<br />

inspiração. Não se contrai o abdómen quando se pedala<br />

já que o espaço entre o tórax e anca diminuem, força-se o<br />

diafragma e sujeita-se a lesão na região lombar.<br />

Na posição de sentado, quando se aumenta a intensidade ou<br />

em pé nos pedais, para estabilizar as costas e as ancas, deve<br />

manter-se a contração da região dorsolombar e abdominal.<br />

Durante a inspiração o percurso descendente do diafragma<br />

será travado pela tensão abdominal e incidirá na abertura<br />

da caixa torácica. Nesse momento o diafragma irá afastar as<br />

costelas inferiores, subindo um pouco mais, aumentando a<br />

potência muscular.<br />

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ÁGUA FRIA REDUZ GAN<br />

DE TREINO DE FITNESS<br />

CORRIDA<br />

Água fria é um erro após os treinos de fitness<br />

E saiba porque correr pode evitar lesões!<br />

Carlos da Silva Professor universitário, com trabalho académico na área desenvolvida no texto<br />

Fitness<br />

&<br />

dicas<br />

94 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com


HOS<br />

E DE<br />

T<br />

ornou-se prática comum, após treinos intensos de fitness e musculação,<br />

banhos de água gelada tendo em vista uma recuperação física mais rápida<br />

e com menos dores. Este procedimento bastante comum até entre atletas<br />

profissionais, vem da noção do frio significar vasoconstrição (processo<br />

de contração dos vasos sanguíneos, limitando o fluxo de sangue) enquanto quente<br />

indica vasodilatação (abrir o fluxo de sangue, num processo inverso ao anterior).<br />

Apoiados nesta ideia, os banhos frios são usados, minutos após o treino, tendo<br />

como benefícios finais a redução do inchaço (inflamação) e entorpecimento dos<br />

recetores de dor; por outras palavras, diminui o tempo de recuperação e o nível de<br />

dor.<br />

No entanto, um recente estudo publicado pelo conceituado Jornal of Physiology<br />

bem contrariar esta ideia, e chega inclusive a afirmar que o uso de água fria, pode<br />

não só, não ser benéfico como pode fazer desperdiçar ganhos conseguidos no treino.<br />

No estudo em caso, dividiram cerca de 40 praticantes de fitness masculinos, fizeram<br />

um programa de treino de força durante 12 semanas. Cerca de metade desses<br />

praticantes, após treino, fizeram banho de imersão de água fria por 10 minutos.<br />

Enquanto a outra metade fez recuperação sem o recurso de água fria. Verificou-se,<br />

recorrendo a biopsias musculares, que este segundo grupo teve melhores índices de<br />

recuperação e de percentagem de eficácia do treino que o primeiro.<br />

Por fim, conclui-se também que o uso de água fria pode retardar a retirada de<br />

resíduos e toxinas (pela diminuição do fluxo sanguíneo), aumentando consideravelmente<br />

o tempo de cicatrização e regeneração do tecido.<br />

EVITE AS LESÕES CORRENDO<br />

O nível de testosterona das mulheres é muito mais baixo do que o do homem, e por<br />

isso criar e manter níveis musculares adequados é muito mais difícil. No livro de<br />

Fisiologia do Exercício de 1996 as mudanças mais significativas na massa composição<br />

corporal da mulher, mostrando que dos 30 aos 50 anos existe uma perda<br />

em cerca de 10% da massa muscular e como essa perda é agravada depois dos 50.<br />

Esta perda gradual de massa muscular a partir dos 30 tem um impacto importante<br />

em diversos aspetos: diminui o metabolismo basal e começamos a acumular gordura<br />

mais facilmente do que antes custando à mulher um pouco mais eliminá-la;<br />

os níveis de estrogénios descem e precisamos de mais tempo para recuperarmos<br />

depois dos treinos de força de alta intensidade. Ao termos menos músculos e<br />

tendões e ligamentos mais frágeis devido aos níveis de estrogénio, as articulações<br />

estão mais vulneráveis a lesões.<br />

Por tudo isto, para as mulheres é fundamental trabalhar a força em geral, como o trabalho<br />

de abdominais (de preferência isométricos e hipopressivos para não prejudicar o soalho<br />

pélvico) de modo a manter a anca numa postura não lesiva durante a corrida, tricípetes,<br />

peitorais, quadricípetes e isquiotibiais. Estes exercícios de força geral devem ser complementados<br />

com exercícios específicos como retas, fartelek ou séries para conseguirmos<br />

uma melhor adaptação ao treino.<br />

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96 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com<br />

Sup


lementos<br />

Alimentares<br />

Os suplementos alimentares são hoje uma realidade para a grande maioria dos<br />

atletas, mas com tanta oferta, a escolha é cada vez mais difícil. E, essa mesma<br />

escolha, deve ser feita tendo em conta os objetivos finais pretendidos.<br />

Saiba o que escolher...<br />

Pedro M. Silva, ColunistaDesporto&<strong>Esport</strong> Contato@desportoeesport.com<br />

Creatina - Diminua e/ou elimine as dores musculares<br />

O pior dos treinos de fitness e de musculação é<br />

as dores musculares nas horas e dias seguintes<br />

às sessões. Mas, a solução para este mal pode<br />

bem ser a creatina, já que ela, favorece a síntese<br />

proteica e ajuda a recuperar mais depressa. Deste<br />

modo, utilizar creatina como suplemento alimentar,<br />

possibilita treinos mais<br />

repetitivos e de força, com menores<br />

períodos de recuperação com<br />

o objetivo de ganhar energia<br />

anaeróbia e volume muscular.<br />

Cromo - Elimine gordura sentado<br />

no sofá da sua sala<br />

O cromo é um complemento alimentar<br />

mortífero contra a gordura<br />

e ainda ajuda a melhorar os níveis de<br />

colesterol. Num recentes estudo, publicado nos<br />

Estados Unidos da América, descobriu-se que<br />

o cromo pode ajudar a composição corporal e<br />

a aumentar a massa magra. O Cromo também<br />

é muito popular entre os atletas por sua acao<br />

sobre a producao de açúcar. Estimula a reserva<br />

de glicogênio nos músculos, aumenta a síntese de<br />

proteína e estimula a formação de gordura nos<br />

tecidos gordurosos.<br />

Caseína - Elimine a fome sem engordar<br />

A Caseína uma proteína do leite ideal para<br />

quem procura manter-se saciado e alimentado<br />

por várias horas e procure prolongar os períodos<br />

entre refeições. A grande diferença entre a<br />

Caseína e o soro de leite é a digestão mais lenta<br />

pelo organismo. Por fim, a caseína também pode<br />

ser misturada com whey protein<br />

para aumentar ainda mais os<br />

seus benefícios anabólicos.<br />

L-teanina - Descanse e durma<br />

como quando era criança<br />

A L-teanina é um aminoácido<br />

capaz de produzir uma sensação<br />

de relaxamento. Encontra-se no<br />

chá verde, preto e noutras variedades<br />

orientais.<br />

Óleo Ómega-3 - Melhore a coagulação do seu<br />

sangue<br />

O consumo em grandes quantidades aumenta<br />

consideravelmente o tempo de coagulação<br />

do sangue. Além de ainda melhorar o rendimento<br />

intelectual, os ácidos gordos permitem “saciar” o<br />

estomago por maiores períodos de tempo.<br />

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Ricardo Reis, ColunistaDesporto&<strong>Esport</strong> Contato@desportoeesport.com<br />

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?<br />

CURIOSIDADE E DICAS !<br />

A melhor forma de combater a depressão na meia-idade é<br />

através do exercício físico. Segundo um estudo da Universidade<br />

de California-Irvine, nos Estados Unidos, o exercício físico pode<br />

ajudar os mais idosos a livrarem-se de estados depressivos,<br />

seja através do aumento do fluxo sanguíneo ao cérebro, seja por<br />

afectarem directamente as células do sistema nervoso.<br />

Aparelhos de Monotorização<br />

de Ritmo Cardíaco – Positivo<br />

ou Negativo?<br />

N<br />

o começo, pouco mais é preciso que um<br />

parde ténis e uma roupa confortável, e<br />

excecionalmente dependendo da modalidade,<br />

mais algum equipamento extra, para<br />

que uma pessoa se comece a exercitar de<br />

forma regular e tire partido físico e psicológico da praticar do<br />

desporto. Mas, algum tempo volvido, o ímpeto de melhorar<br />

o treino e o gerir de forma mais eficaz é inevitável, e para<br />

isso nada melhor que recorrer à tecnologia. E neste campo,<br />

nenhum caso desperta tanta curiosidade e uso, como os<br />

Monitores de Ritmo Cardíaco (MRC).<br />

A frequência cardíaca é um dos melhores indicadores do<br />

condicionamento físico; quanto mais o corpo se exercita mais<br />

combustível (oxigénio) os músculos necessitam e assim mais<br />

rapidamente acontecerão os batimentos cardíacos. Assim, um<br />

dos principais modos de maximizar o treino, é a adequar a<br />

intensidade dos exercícios aos sinais imitidos pelo corpo. Um<br />

MRC permite um acompanhamento, na hora, das batidas do<br />

coração e de como ele reage ao exercício.<br />

Para atletas amadores ou com problemas de saúde como –<br />

hipertensão, diabetes ou colesterol, um MRC possibilitam<br />

uma orientação essencial para prevenir lesões ou maleitas.<br />

Benefícios por Modalidades:<br />

Corredores: Um MRC ajuda os corredores a treinar de forma<br />

mais perspicaz a sua zona em dias de treino intenso e permite<br />

manter a base aeróbica durante as sessões de treinos menos<br />

intensos. Pode também os corredores em caso de desidratação<br />

ou perto de um défice nutricional<br />

Ciclistas: O MRC controla o desempenho do treino, seja<br />

durante passeios ou treinos de resistência, tanto para o BTT<br />

ou para a estrada. Alguns modelos podem apresentar mais<br />

dados através de um sensor de cadência ou sensor de pé.<br />

Caminhantes e alpinistas: Permite de forma mais simples<br />

percecionar o esforço durante a caminhada para o pico, permitindo<br />

uma melhor gestão do esforço, principalmente em<br />

esforços de longa duração.<br />

Quem deseja perder peso: exercícios regulares e um regime<br />

alimentar sustentável são a base de qualquer programa de<br />

perda de peso bem sucedido. Neste caso, falamos muitas<br />

vezes de atletas amadores, e o MRC pode ser fundamental<br />

para adequar o exercício à sua forma. Para além de permitir<br />

indicar quantas calorias são perdidas com exatidão.<br />

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Antes dos Treinos:<br />

Prevenção das lesões nos pés<br />

Os pés são aqueles que mais sofrem<br />

(ou podem sofrer) na caminhada e por<br />

isso é preciso ter alguns cuidados! Para<br />

além de uma boa higiene e uma escolha<br />

de meias que permitam a transpiração<br />

do pé, o calçado é o mais importante!<br />

E, o calçado deve ser: forte e resistente<br />

- uma vez que tem que manter-se<br />

em bom estado durante toda a caminhada;<br />

deve ser impermeável, mas<br />

transpirável, de tal modo que isole os<br />

pés das condições adversas do tempo e<br />

do campo, mas permita uma adequada<br />

ventilação; a parte superior do calçado<br />

deve ser de pele, para que isole o<br />

pé mas permita a sua transpiração;<br />

sistema de cordões para que o calçado<br />

se possa adaptar ao pé; estabilizador<br />

do calcanhar para segurar bem o pé e o<br />

tornozelo; e sola de borracha ou outro<br />

material de alta resistência, com pitons<br />

no rasto da sola para conferir um andar<br />

mais confortável e maior aderência.<br />

C<br />

Caminhada vs. Corrida<br />

A<br />

mbas as atividades geram reiais ganhos cardiometabólicos, no entanto, o<br />

índice e probabilidade de incidências de lesão na caminhada é muito menor<br />

quando comparada com a corrida; isto acontece porque a intensidade do<br />

impacto dos pés no chão é 1,5 a 3 vezes menor na caminhada. Temos ainda que a<br />

rapidez e o movimento típico do trote da corrida castiga mais as articulações. Por<br />

fim exercícios leves e moderados aperfeiçoam a função das células de defesa diante<br />

de micróbios nocivos. Mas, após exercícios intensos, há diminuição do trabalho dos<br />

neutrófilos, unidades do sistema imunológico.<br />

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Está na moda,<br />

faz bem à saúde e<br />

é para todos!<br />

aminhada<br />

Diogo Sampaio, Director Desporto&<strong>Esport</strong><br />

d_sampaio@Desportoe<strong>Esport</strong>.com<br />

“P<br />

ower walking é a melhor forma para<br />

reforçar o tónus muscular nas pessoas<br />

sedentárias ou com lesões articulares.<br />

Irá favorecer a condição física reforçando<br />

músculos e articulações.” Estas palavras são<br />

de Serge Caetano, especialista em reabilitação<br />

física da US Elite Sports Agency, e vêm<br />

sublinhar uma vez mais a importância que a<br />

caminhada como exercício tem na saúde e no<br />

estado emocional dos praticantes. Para além<br />

dos benefícios nos processos de reabilitação.<br />

Com a particularidade de ser aconselhada para<br />

toda a população, independentemente do sexo,<br />

idade ou condição física.<br />

O Power Walking, ao ser realizado a uma velocidade<br />

submáxima, “promove o aumento da<br />

frequência cardíaca (FC), do débito cardíaco<br />

e, de forma secundária, a hipertrofia do músculo<br />

cardíaco (Coração), )”, continuou Serge<br />

Caetano. E seguiu, dizendo, que quando a<br />

caminhada quando comparada com a corrida,<br />

“a grande diferença reside na carga dinâmica<br />

exercida sobre os apoios (membros inferiores)<br />

que, de forma secundária, se irá manifestar<br />

ao nível das principais articulações corporais<br />

(tíbio-társica, femoro-tibial, coxo-femoral,<br />

coluna). Devido à inexistência de tempo de voo<br />

resultante da técnica de caminhar (diferente da<br />

técnica de corrida na qual o indivíduo tem uma<br />

fase aérea em que se encontra suspenso no ar),<br />

as forças de impacto são bastante inferiores e<br />

consequentemente os efeitos secundários negativos,<br />

daí resultantes, serão mais reduzidos.”<br />

A caminhada propicia ainda um melhor condicionamento<br />

cardiovascular e pode ajudar a<br />

reduzir as taxas de colesterol «mau» (LDL e<br />

o VLDL).<br />

Por fim, relativamente à intensidade da caminhada,<br />

Serge Caetano afirma que “deverá<br />

aumentar-se progressivamente até chegarmos<br />

a uma velocidade na qual nos sentimos mais<br />

confortáveis a correr, de forma lenta, do que<br />

a caminhar, de forma rápida. Nesta altura, o<br />

indivíduo poderá optar por intercalar intervalos<br />

de tempo nos quais se desloca em passo<br />

de corrida (lenta) e de caminhada vigorosa.<br />

De salientar que a velocidade será exatamente<br />

a mesma só variando a forma como a desenvolvemos<br />

(caminhar ou correr).”<br />

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Combate a depressão<br />

Durante a caminhada, o corpo libera uma maior quantidade de endorfina,<br />

hormona produzida pela hipófise, responsável pela sensação de relaxamento,<br />

aumentando o ânimo do praticante. Retendo também, que quando mais se<br />

exercita mais endorfinas o corpo cria, criando uma “rabo de pescadinha na<br />

boca”, que pode ser essencial para um tratamento contra a depressão, como<br />

diversos estudos o têm demonstrado.<br />

Correr - Porquê?:<br />

Está na moda, faz bem à saúde<br />

mas tem perigos - saiba quais!<br />

Correr está na moda! Para além do lado<br />

estético, a corrida é um dos desportos<br />

que mais beneficia o condicionamento<br />

cardiorrespiratório, auxiliandomais que<br />

no emagrecimento, no combate a diversas<br />

doenças; soma-se ainda, o melhoramento<br />

das condições físicas e atletas do praticante.<br />

Mas tem perigos e deve ter precauções,<br />

principalmente para iniciantes.<br />

Saiba mais em: https://www.yumpu.com/pt/document/view/52866501/desportoampesport-ed7-versao-plus/86<br />

Perfil:<br />

Personalidade dos atletas<br />

Profissionais e de topo<br />

Maresh e colegas, pelas suas pesquisas, afirmam:<br />

“atletas eram mais introvertidos, pensativos<br />

e tinham níveis inferiores de raiva<br />

em relação aos não-atletas... “ e concluem<br />

ainda “... que os atletas possuíam melhor<br />

perfil iceberg,..<br />

Saiba mais em: https://www.yumpu.com/pt/document/<br />

view/39102634/desportoampesport-ed-6/49<br />

Rejuvenesce o cérebro<br />

Recentemente um novo estudo da Universidade de Illinois, nos Estados<br />

Unidos, deu que falar, quando demostrou que a caminhada tem um efeito<br />

real anti envelhecimento para além do corpo, também em relação ao cérebro,<br />

ao aumentar seus circuitos e reduzir os riscos de problemas de memória e de<br />

atenção. Segundo o estudo referido, durante o dá-se o aumento da coordenação,<br />

o que por sua vez, espicaça o cérebro a responder a mais estímulos,<br />

sejam eles visuais, táteis, sonoros ou olfativos.<br />

Evidências<br />

científicas dos benefícios<br />

da caminhada<br />

Melhora a circulação sanguínea<br />

Um estudo da faculdade brasileira USP, de Ribeirão Preto, provou que<br />

caminhar durante aproximadamente 40 minutos reduz a pressão arterial<br />

durante 24 horas após o término do exercício. Isso acontece porque durante a<br />

prática do exercício, o fluxo de sangue aumenta, levando os vasos sanguíneos<br />

dilatarem, diminuindo a pressão.<br />

Melhora o sistema respiratório e o pulmão<br />

O sistema respiratório e mais concretamente o pulmão também sai muito<br />

beneficiado com o exercício proporcionado pela caminhada. Segundo<br />

especialistas, como por exemplo Paulo Correia fisiologista da Unifesp em<br />

trabalho publicado na imprensa, as trocas gasosas que ocorrem no pulmão<br />

passem a ser mais poderosas quando a caminhada é feita com frequência. Isso<br />

faz com que uma quantidade maior de impurezas saia do pulmão, deixando-o<br />

mais livre de catarros e poeiras.<br />

Combate à osteoporose<br />

Têm-se verificado que o impacto dos pés com o chão tem efeito benéfico<br />

aos ossos. A compressão dos ossos da perna, e a movimentação de todo o<br />

esqueleto durante uma caminhada faz com que haja uma maior quantidade<br />

estímulos elétricos nos ossos, chamados de piezelétrico. Esse estímulo facilita<br />

a absorção de cálcio, deixando os ossos mais resistentes e menos propensos<br />

a sofrerem com a osteoporose.<br />

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Curiosidades & Sabia que:<br />

CARNE CRUA – BOM OU MAU?<br />

A<br />

principal premissa que comer carne e/ou peixe cru, é que se acredita<br />

que alimentos não cozinhados guardam nutrientes e enzimas que de outro<br />

homem seriam destruídas durante o cozimento. A grande falha nesta lógica<br />

é que as enzimas não vão sobreviver ácidos do estômago liberados durante a<br />

digestão; e, enquanto o calor pode de facto diminuir o teor nutricional de alguns<br />

produtos, também pode aumentar a sua absorção. Assim, não existem evidências<br />

científicas que comer alimentos crus seja mais benéfico que come-los<br />

cozinhados!<br />

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Teqball<br />

O Teqball não é um concorrente do futebol. Aparece inclusive como um excelente<br />

suporte para os futebolistas para melhorar as suas habilidades com a<br />

bola no ar e na tomada de decisões mais céleres...<br />

Teqball é ainda uma modalidade desconhecida do grande público mas tem um potencial incrível e promete<br />

conquistar rapidamente milhões de adeptos um pouco por todo o sítio onde o futebol é o desporto rei.<br />

Tendo como base o futebol, como mostram a imagem, junta também as regras do ténis de mesa (vulgo “pingpong”)<br />

e usa uma mesa curvada para baixo, que foi cientificamente desenvolvida, levando em conta a matemática e<br />

a física e passando por testes empíricos para “re-verificar” se os cálculos batiam certo. Estas medições todas foram<br />

consideradas para que a bola, sempre que bata na mesa, esteja ao alcance dos jogadores – caso contrário este novo<br />

desporto seria impraticável. Foram necessários dois anos para que a mesa estivesse pronta.<br />

Esta nova modalidade, apesar de querer vingar por si própria, é um excelente recurso para os futebolistas aprimorarem<br />

a sua técnica.<br />

Visite o website oficial do Teqball e obtenha mais informações: www.teqball.com<br />

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A lesão do menisco<br />

é uma das<br />

lesões desportivas<br />

mais comuns,<br />

especialmente no<br />

futebol, com uma<br />

taxa de insucesso<br />

de operações que<br />

pode chegar até aos<br />

45%, o que implica<br />

que, mais tarde, os<br />

pacientes tenham<br />

de voltara sofrer<br />

intervenções<br />

cirúrgicas.<br />

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Lesões no Menisco – células<br />

estaminais criopreservadas!<br />

As células mesenquimais<br />

do tecido<br />

do cordão umbilical<br />

apresentam várias<br />

vantagens para a<br />

reparação de lesões<br />

da cartilagem, do<br />

joelho e ancas!<br />

Tiago Dinis , Colunista<br />

Desporto&<strong>Esport</strong><br />

Contato@desportoeesport.com<br />

U<br />

ma única injeção de células<br />

estaminais após uma<br />

cirurgia ao menisco, pode<br />

ajudar a aliviar a dor e a<br />

acelerar a regeneração desta cartilagem;<br />

isto segundo um estudo desenvolvido<br />

pela American Academy of<br />

Orthopaedic Surgeons.<br />

“A investigação envolveu 55 pacientes<br />

com idades compreendidas entre<br />

os 18 e 60 anos submetidos a uma<br />

intervenção cirúrgica de remoção<br />

total ou parcial de um menisco rasgado.<br />

Os pacientes foram divididos<br />

em três grupos: o grupo A recebeu<br />

um dose de 50 milhões de de células<br />

estaminais mesenquimais após uma<br />

semana da operação; o grupo B<br />

recebeu uma dose de 100 milhões; e<br />

o Grupo de Controlorecebeu apenas<br />

hialuronato de sódio. Os resultados<br />

finais demonstraram que o grupo A<br />

e B obteve um aumento significativo<br />

do volume do menisco durante<br />

o primeiro ano mas, em oposição,<br />

nenhum dos pacientes do grupo<br />

decontrolo chegou sequer ao limiar<br />

de 15% no aumento do volume.<br />

Os pacientes do grupo A e B que<br />

sofriam com osteoartrite também<br />

sentiram uma redução na dor, ao<br />

contrário do grupo de controlo.”<br />

Como vantagens deste tratamento<br />

destaca-se o facto de se obterem<br />

através de uma colheita não invasiva<br />

e de apresentarem disponibilidade<br />

imediata, acrescendo ainda<br />

que são células mais primitivas,<br />

com elevada taxa de proliferação<br />

celular in vitro, e com maior tolerancia<br />

em transplantes alogénicos<br />

(em que dador e paciente são pessoas<br />

diferentes). Relembre-se que<br />

as lesões no menisco são extremamente<br />

frequentes no desporto moderno,<br />

nomeadamente no futebol, e<br />

que este no tratamento pode prevenir<br />

abandonos prematuras da competição<br />

e evitar paragens prolongadas.<br />

Human Umbilical Cord Wharton’s Jelly Stem Cells Undergo<br />

Enhanced Chondrogenic Differentiation when Grown on<br />

Nanofibrous Scaffolds and in a Sequential Two-stage Culture<br />

Medium Environment. Fong CY, Subramanian A, Gauthaman<br />

K, Venugopal J, Biswas A, Ramakrishna S, Bongso A. Stem<br />

Cell Rev. 2011 Jun 14.<br />

Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 107


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108 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com


Linguagem Corporal<br />

Técnicas de publicidade<br />

com Cristiano Ronaldo<br />

É através de imagens e uso de pessoas personagem que muita da publicidade chega ao<br />

consumidor, e os publicitários usam técnicas de Linguagem Corporal para “enganar o seu<br />

cérebro” e assim fazê-lo perceber os produtos de forma diferente.<br />

Alexandre Monteiro, Especialista em Decifrar Pessoas | sou@pessoab.pt linguagemcorporal.blogs.sapo.pt<br />

Olhar<br />

Como a personagem faz o contacto ocular<br />

ou não, com o consumidor, define se<br />

ele lhe está a fazer um pedido ou uma<br />

oferta/oportunidade. (1)<br />

Se a personagem olha, olhos nos<br />

olhos do leitor,irá ser precedido<br />

como um pedido.<br />

É como se, a personagem exigisse<br />

ou esperasse algo ou alguma acção<br />

do consumidor, parece pedir com<br />

benevolência para que o consumidor<br />

compre e além disso o texto<br />

escrito fortalece o pedido em tom de<br />

“ameaça”: “O último que comprar...;<br />

Faça como...!;Compre já!; Aproveite<br />

já, ...”. (2)<br />

Se a personagem não olha para o<br />

consumidor, serve para fazer uma<br />

oferta ou dar-lhe a “oportunidade” de<br />

ser como a personagem.<br />

Neste caso, o intuito não é aproximação,<br />

antes pelo contrário,é um<br />

distanciamento, é para colocar a personagem<br />

numa posição que não a<br />

mesma do consumidor e seduzi-lo a<br />

adquirir o produto para alcançar ou<br />

estar na mesma posição da personagem.<br />

“ Quero ser como o Cristiano<br />

Ronaldo! Logo tenho de comprar<br />

...” (3)<br />

Distância<br />

O tipo de corte, da parte do corpo utilizado na fotografia, determina a distância social entre a personagem<br />

e o consumidor.<br />

Desta forma, se o plano for aberto ou geral, exibindo o corpo inteiro da personagem, podese<br />

dizer que a distância que se estabelece entre a personagem e o consumidor é máxima,<br />

conferindo um carácter de impessoalidade, ou seja, a personagem e o consumidor não se<br />

conhecem, a personagem parece estar distante e muitas vezes não olha para o consumidor<br />

para que este assuma somente a postura de um mero observador.<br />

“ Uaauuu! Olha o que ele usa! “ (4)<br />

Se apresenta um plano médio, ou seja, corte pela cintura da personagem, pode dizer-se<br />

que a distância social estabelecida é intermediária, nem máxima, nem mínima. Assim, a<br />

personagem apresenta-se ao consumidor como alguém conhecido, em quem pode confiar.<br />

Não é nenhum desconhecido, mas, ao mesmo tempo, não é nenhum amigo íntimo. (5)<br />

Se o plano é somente dos ombros para cima e onde a cara é a parte com maior destaque, serve para<br />

ser percebido como amigo intimo e em quem confia, e é aquele de quem ouve conselhos sobre os<br />

produtos que deve usar.<br />

Poderá ter também a intenção de demonstrar a eficácia dos efeitos que pode obter com o uso de<br />

determinado produto, quando se trata de produtos de beleza. (6)<br />

Relação “Poder” com o consumidor<br />

A perspetiva em que a personagem é colocada ajuda a dar ou retirar “poder” e/ou autoridade ao<br />

consumidor, porque quando reconhecemos autoridade temos tendência a seguir ordens sem pensar<br />

muito nisso.<br />

Quando a personagem está representada a olhar para cima, é o consumidor que controla e que se<br />

encontra em posição de poder e decidir o que quer. “Preciso de ti”. (7)<br />

Quando a personagem olha olhos nos olhos do consumidor, existe igualdade de poder entre os dois<br />

(8). “ Tu és como eu!” Quando a personagem olha para baixo, acaba por colocar o consumidor em<br />

situação de inferioridade ou elevar o estatuto da personagem. “ Eu sei e respeito o que diz” ou<br />

“Quero ser como tu!”<br />

As pupilas aumentam quando gostamos de algo, por isso muitas vezes são manipuladas, aumentandoas<br />

para demonstrar esse mesmo gostar inconsciente por parte das personagem (9).<br />

“ Se ele gosta, eu também gosto”<br />

Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 109


Mourinho & Gestão:<br />

Implementar as filosofias mais<br />

modernas na relação humana das<br />

empresas no balneário do futebol.<br />

José Mourinho é indiscutivelmente um dos<br />

melhores treinadores do Mundo. Porventura<br />

até um dos melhores de sempre, e é como<br />

nenhum outro técnico, um CEO – Chief<br />

executiveofficer da forma como gera as equipas<br />

e clubes em que treina, e as metodilogias<br />

que usa.<br />

Saiba mais em: https://www.yumpu.com/pt/document/<br />

view/38360381/desportoampesport-ed-5-plus/18<br />

Florentino Perez:<br />

Entenda a gestão do “patrão máximo”<br />

do Real Madrid e dos Galáticos<br />

Perez enquanto presidente da equipa de<br />

Madrid, foi o que fez: contratou os melhores<br />

e maiores jogadores de futebol do mundo.<br />

Criou uma equipa de Galácticos. Pode até<br />

dizer-se que mudou o futebol, mas foi para<br />

melhor? Entenda mais...<br />

Saiba mais em: https://www.yumpu.com/pt/document/<br />

view/39102634/desportoampesport-ed-6/38<br />

Retratação<br />

Erro na legenda na 7 edição da revista Desporto&<strong>Esport</strong><br />

no artigo “Capoeira: Apontamentos sobre as origens de<br />

um património cultural da Humanidade”<br />

No artigo “Capoeira: Apontamentos sobre as origens de um património<br />

cultural da Humanidade” redigido pelo autor Ricardo<br />

Martins Porto Lussac foi adicionado uma legenda (na imagem<br />

acima que fazia acompanhar o texto) que afirmava “A música é<br />

um componente fun¬damental da capoeira. Foi introduzida como forma de<br />

ludibriar os escravizadores fazendo-os acreditar que os escravos estavam<br />

dançando e cantando, quando na verdade estavam desenvolvendo e treinando<br />

uma arte marcial para se defenderem”. Esta legenda foi da responsabilidade<br />

da equipa Desporto&<strong>Esport</strong>, e foi adicionada sem o conhecimento<br />

do autor, que não concorda com a asserção da legenda.<br />

Assumindo deste modo o erro, queremos desculpar-nos não só a Ricardo<br />

Lussac mas a todos os leitores que durante o período em que o erro não<br />

foi corrigido, obtiveram uma informação que vai contra as convicções do<br />

autor; convicções essas, que resultam de vários anos de estudo e pesquisa.<br />

.<br />

Diogo Sampaio, Director Desporto&<strong>Esport</strong><br />

110 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com


Imagens:<br />

Capa - thewallpapers.org; editorial - sig-lab.com; Top 500: Saiba quem acompanha Ronaldo com<br />

500 ou mais golos - independent.ie/sport, cmportugal.com, otempo.com.br, frodo.at, belgraviacentre.<br />

com, notablebiographies.com, goal.com, kicker.de/news; Entendendo o método Pilates – traineracademia.com.br,<br />

extremeacademia.com.br, thegate.org.uk, riopilates.blogspot.pt, www.ideiasedicas.com,<br />

aerofitdance.comunidades.net, liquidomooca.blog.com, fisiocenterpilates.com.br; Suplementos à base<br />

de nitratos aumentam performance desportiva - prestonrayfitness.com; Exercícios aeróbicos - porque<br />

são a pior opção se quer emagrecer - muscleandfitness.com, gympass.com;dietas ricas em hidratos de<br />

carbon: Vantagens e desvantagens - defeitosdesign.blogspot.pt; Vantagens Pepino - eritrosit.com; Top<br />

6 futebolistas recusados - huffingtonpost.de, superdesign2013.comunidades.net, serieaddicted.com, tim.<br />

sapo.mz; Geração Valente o futuro de Portugal – blueoverlap.blogspot.pt, sicnoticias.sapo.pt; Futebol:<br />

um problema de linha de espera - sportup.com, botafogoacademy.com, copa2010ieees.wikispaces.<br />

com; Lebron James: Biomecânica dos campeões - sites.google.com, practicalidealist.net; Usain Bolt:<br />

Biomecânica dos campeões – fansshare.com, abc.net; CR7: Biomecânica dos campeões - sportyghost.<br />

com; Floyd Mayweather: Biomecânica dos campeões - dhszz.exclusiverewards.girn, comicvine.com;<br />

Ciclismo & sintomas urológicos - performancee.pt, desporto.sapo.pt, jornaldaregiaosudeste.com; peter<br />

sagan – campeão do Mundo - deviantart.com; Analise Alemanha Fifa 2014 - lighthouseinsights.in; O<br />

caminho do Sucesso - athletebrandmanagement.com, telegraph.co.uk, wgcoaching.com, seriezfutebol.<br />

com; Ciclismo & velocidade - bikemagazine.com; Ciclismo - passaporte biológico: Bom ou mau? -ultradownloads.com,<br />

aminhacorrida.com, exame.abril.com.br ; Teqball - techfaster.com; Lesões no menisco<br />

- clinicaartro.blogspot.pt; redemae.sapo.pt; treino visual - desporto.sapo.pt; Nanotecnologia - taringa.net,<br />

eltiodelmazo.com, jornaltorrejano.pt, ultradownloads.com; Treinadores liderança e comunicação - antoniocgomes.com;<br />

Caminhada - dicassobresaude.com; Cerebro humano: rendersartes.blogspot.pt; Related<br />

posts - unisinos.br, vidasustentavel.net, espn.uol.com, bikemagazine.com.br, cycling.conocimientos.com,<br />

desportogestao.blogspot.pt, vozpopuli.com, bocaonews.com.br, dicasdetreino.com.br,afachan.asia<br />

Desporto&<strong>Esport</strong><br />

Edição 8 • 2015<br />

Nuno Dias<br />

Geração Valente:<br />

O futuro da seleção<br />

de Portugal<br />

Campeões do Mundo<br />

A análise tática das duas últimas<br />

campeãs do mundo de futebol:<br />

Espanha e Alemanha<br />

Para os querem saber sempre mais...<br />

Lebron<br />

James<br />

Entenda a Biomecânica dos Super-Atletas de hoje<br />

e depare-se com o futuro do desporto<br />

e ainda:<br />

Floyd Mayweather<br />

Usain Bolt<br />

Michael Phelps<br />

e... Cristiano<br />

Ronaldo<br />

Super Especial Fitness e Corrida – Dicas, Alimentação e Ciência<br />

www.desportoeesport.com<br />

Cristiano Ronaldo &<br />

Técnicas de publicidade<br />

É através de imagens e uso de pessoas personagem<br />

que muita da publicidade chega ao consumidor, os<br />

publicitários usam técnicas de Linguagem Corporal<br />

para “enganar o seu cérebro”, entenda como!?<br />

Top 6<br />

Nem sempre o caminho do sucesso<br />

é fácil, e muitos dos melhores<br />

futebolistas do nosso tempo foram<br />

recusados, uma, duas e até três<br />

vezes… descubra quais.<br />

Fernando<br />

Santos<br />

A análise da liderança do<br />

selecionador de Portugal e da<br />

sua linguagem corporal<br />

António Fidalgo<br />

Descubra o caminho do sucesso<br />

com Coaching e PNL<br />

e muito mais...<br />

LIONEL MESSI:<br />

Já é o melhor jogador de<br />

todos os tempos?<br />

Já podemos dizer que Messi é o melhor futebolista<br />

de sempre? Descubra a resposta da<br />

ciência! E, saiba ainda qual é o “gene extra”<br />

no seu ADN que faz com que Ele seja Melhor<br />

que C. Ronaldo. Ou, como a sua doença<br />

de infância lhe pode ter ajudado a criar<br />

as bases para os seus dribles excecionais.<br />

E, por último a comparação entre Messi,<br />

Maradona e Pelé - quem vencerá?<br />

Saiba mais em: https://www.yumpu.com/pt/document/<br />

view/52866501/desportoampesport-ed7-versao-plus/20<br />

Cristiano Ronaldo:<br />

Conheça os SEGREDOS do MELHOR<br />

futebolista PORTUGUÊS de sempre<br />

CR7 é tão completo quanto um futebolista<br />

pode se: atlético, rápido, forte, poderoso e<br />

técnico. E, apesar do seu enorme talento,<br />

foi o trabalho e o seu duro regime de treino<br />

e nutricional que o tornaram por 3 vezes o<br />

melhor jogador de Mundo....<br />

Saiba mais em: https://www.yumpu.com/pt/document/<br />

view/39102634/desportoampesport-ed-6/24<br />

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