Editorial
Falar sobre saúde é sempre um privilégio. O
dia a dia nos reserva incontáveis informações acerca
desse assunto. Em cada pesquisa realizada ou em cada
linha escrita, existe a certeza de um mundo fascinante.
O corpo humano é uma máquina surpreendente,
repleta de beleza e de sofisticação. A possibilidade de
levar às pessoas informações importantes sobre a vida
é extremamente prazeroso.
Mas, pensar saúde também significa conhecer
os males que afligem o ser humano. É preciso
reconhecer que temos desaprendido a viver de forma
saudável. Com a vida cada vez mais tumultuada, nos
esquecemos de tirar o pé do acelerador e deixamos de
olhar para nós mesmos. Esse pode ser um erro fatal.
Não de imediato, mas em longo prazo. Cuidar do corpo
e da mente – de dentro para fora – é fundamental. No
entanto, temos sempre “pouco tempo” para cumprir
essa tarefa tão importante. Criamos desculpas e
distorcemos a expressão “aproveitar a vida”. Essa
edição pretende mostrar que há sim, maneiras de
vivenciar a nossa existência de forma plena e natural,
retirando da terra, o alimento que certamente
influencia no corpo e na alma.
Não podemos perder a oportunidade de
dizer que o grupo Boa Vida tem diversificado sua
abordagem em mídias, dando lugar a uma vertente que
cresce a cada dia: os veículos digitais. Além da revista,
do site próprio e da coluna no Diário da Manhã, em
jornal impresso, nós também estamos pensando
estrategicamente no marketing digital empresarial.
Garantir visibilidade por meio de uma assessoria de
imagem eficaz é nossa nova especialidade. Boa Vida
Comunicação para desenvolver o conteúdo de sites
e redes sociais, garantindo o máximo de visibilidade
profissional e empresarial. Junte-se a nós!
Expediente
Editora e Jornalista responsável
Aurélia Guilherme – 877/04/145 GO
Reportagem
Iure Queiroz
Aurélia Guilherme
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Design, Diagramação e Projeto Gráfico
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A proposta desta edição é esclarecer aos leitores sobre a necessidade
de se informar sobre saúde, aproximando pacientes e especialistas
na busca de uma vida saudável, preventiva e curativa.
Editora Aquarius
aureliaguilherme@gmail.com
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Tiragem: 10.000 exemplares
Índice
Sparaizzo
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Câncer e seus fatores de risco - Marcus Magnus Sampaio
Transformação no HGG: modernidade, qualidade e humanização
A Síndrome do Tunel Carpal (STC) - Ricardo Pereira
Lentes de contato dentais - Rildo Lasmar
Endometriose Profunda - Corival Castro
Degeneração Macular - Ericka Campos Freitas
Síndrome do Pânico - Adelman Soares Asevêdo Filho
Preenchimento Facial - Aline Reis
Cateterismo Cardíaco - Silvio S. Pontes Câmara
Arritmias Cardíacas - Patrícia da Fonseca Zarate
Autismo - Fábio Borges Pessoa
Cirurgia Plástica Responsável - Thiago Machado Pinto
Cirurgia da Base do Crânio - Gustavo Jorge Magalhães
Cuidados com o Couro Cabeludo - Lorena Dourado
Sparaizzo
o primeiro passo para interagir com
um mundo natural e orgânico, livre
de produtos químicos e artificiais,
em meio à natureza. Um lugar para
reaprender a comer,relaxar e se
afastar dos problemas. Assim é o
Sparaizzo, um SPA Vegano fora da
cidade, mas perto de você.
Por Aurélia Guilherme
Há muito tempo procurava por um lugar que me
desse motivos para ampliar meu entendimento da
vida e do mundo. Sequer imaginei que bem pertinho
de nós, nos arredores do Campus II,da UFG, existe
um local mágico e de grande força energética, onde pude sair
da rotina agitada, nervosa e inevitável que toda grande cidade
nos impõe, para conhecer o conceito Vegano cru, praticado
no Sparaizzo. O spa foi idealizado pela médica Homeopata
Unicista, Pediatra, Infectologista e graduada em Nutrologia,
aguardando para prestar a prova de título, Amélia Fortunato,
profunda estudiosa da cura, baseada no entendimento da
essência de cada um.
Mas o que é a alimentação Vegana e como isso pode
mudar a qualidade energética de um indivíduo?
O Vegano é aquele indivíduo que não consome
carnes e produtos derivados de animais, como ovos, leite,
queijo, manteiga ou qualquer outro dessa fonte de origem.O
Vegano cru vai um pouco mais além e não come nada que não
seja comestível cru, nem mesmo se for cozido ou refogado.
Segundo a doutora Amélia, com a filosofia implantada pelo
Sparaizzo, os hóspedes adquirem o perfeito entendimento
dos processos causadores da doença, inclusive as doenças
de ordem emocional. Isso tem uma direta ligação com o tipo
de alimento que costumamos ingerir. A maioria das pessoas
tem uma alimentação desvitalizada, carregada de venenos e
artificialidades, associada a um estilo de vida pouco saudável.
A experiência que o Sparaizzo proporciona,nos abre a
consciência do poder que o alimento in natura e livre de toda
essa intoxicação tem, e tudo muda. A energia do alimento
impulsiona nossa energia vital e é a base para a cura integral.
O cardápio das refeições é uma deliciosa surpresa.
Jamais imaginei sentir tanto sabor em um espaguete de
abobrinha com tofu; em uma salada verde com um mix de
grãos e um molho exótico e muito saboroso; na sobremesa,
incríveis trufas com frutas secas. A diversidade do cardápio
nos deixa seguros de que esse caminho natural, livre do açúcar,
do adoçante, da farinha branca e de qualquer derivado animal
é criativo, extremamente saboroso e, o que é melhor, altera
positivamente todo o funcionamento do organismo.
Alimentos da dieta crudívora Vegana são variados,
orgânicos e nutritivos e incluem todas as frutas e vegetais crus;
castanhas, sementes e grãos germinados; brotos, ervas frescas
e especiarias cruas; algas. O fato é que é possível combinar
centenas de receitas Veganas com todos esses produtos e
desmistificar o clichê de que Vegano só come salada. Algumas
preparações culinárias admitem alimentos amornados a um
aquecimento menor do que 42 graus (temperatura que a mão
suporta), óleo prensado a frio; leites e cremes crus feitos de
castanhas; alimentos fermentados (missô, kimchee e chucrute,
7
Amplo salão de convivência integrativa
para socialização e para atividades lúdicas e
dinâmicas, como jogos e vídeos educativos,
práticas de yoga, tai chi chuan, liang gong.
8
rejuvelac); frutas e legumes secos; cacau cru, e tantos
outros.
Encantada com o aprendizado de um fim de
semana, senti que o caminho da alimentação natural e
crua não tem volta, mesmo vivendo em um agitado selva
de concreto. Mas, esse “portal” para o mundo natural está
ao nosso alcance. É possível manter contato permanente
com a equipe e o local. Além disso, a doutora Amélia nos
orienta a ler, pesquisar, frequentar cursos e palestras para
uma transição gradual, tranquila, com acompanhamento
de um profissional da área.
O pavão, que é a
ave do Paraíso, o
“animal de cem olhos”,
símbolo da visão de
Deus pela alma, ave
associada à beleza e à
perfeição. Representa
a primavera, o
nascimento, a
longevidade e o amor.
Por isso, o pavão é o
símbolo do Sparaizzo,
um local para se dar
o primeiro passo para
alcançar a saúde
integral.
Somado a todos os benefícios físicos e mentais,
saber que esse tipo de alimentação livra os animais da
crueldade e do sacrifício, nos abre as janelas e as portas da
evolução espiritual e nos motiva ainda mais a contribuir
ativamente com o veganismo, que é totalmente ecológico.
Infraestrutura
O Sparaizzo é mais do que um simples spa. Em
meio ao gostoso abraço verde previsto pelo projeto de
paisagismo atencioso e intimista, é possível vivenciar
cada traço de uma filosofia inigualável que propõe um
novo estilo de vida. O funcionamento integrado das
várias nuances do spa, o cuidado multidisciplinar e uma
infraestrutura de tirar o fôlego, fazem com que o local
proporcione uma verdadeira imersão de vida saudável em
quem está acostumado a viver freneticamente.
As acomodações do spa são semelhantes as de
um hotel cinco estrelas, com a vantagem de oferecer um
clima naturalmente aconchegante, que respira saúde e
bem-estar. Cada detalhe foi pensado para fazer com que
o hóspede se desligue do corre-corre da cidade grande
e aproveite sua estadia de fim de semana, de temporada
ou permanente colocando mente e corpo em
perfeita sintonia. Os ambientes climatizados
abusam do conforto e nos levam a um alto grau de
tranquilidade.
O caminho de pedras energéticas e água
corrente não é apenas relaxante, ele também atrai
energias positivas e inúmeros benefícios para o
organismo. Na diversificada programação do spa,
massagens terapêuticas no rosto, nos pés, nos
ombros e em todo o corpo com óleos orgânicos
(massagem ayurvédica) dão a pitada de sossego
que a vida agitada necessita. A grande quantidade
de pontos positivos não para por aí: os diferentes
cursos de alimentação saudável, os banhos
repousantes de ofurô, as insubstituíveis dicas e as
infinitas informações sobre a alimentação Vegana
fazem parte do melhor que a equipe Sparaizzo tem
a oferecer.
O conforto e a preocupação nos serviços
de qualidade estão aliados a uma enorme
responsabilidade socioambiental e a uma
inegável característica sustentável do local. A
própria cultura Vegana está intimamente ligada à
sustentabilidade. A natureza é uma companheira
a ser respeitada e sempre valorizada. E assim a
vida se renova. Visite o site: www.sparaizzo.com.
br e conheça melhor o projeto que pode dar novo
sentido à vida natural e plena de saúde!
A Homeopata Unicista Amélia Fortunato, em sua
recente visita à Índia ao lado de uma das maiores
autoridades mundiais em homeopatia, o Professor
Doutor Prafull Vijyakar, criador do Predictive
Homeopathie, o tratamento que se utiliza do
conhecimento das modernas ciências médicas
(especialmente a genética, a fisiologia, a psicologia e a
bioquímica), combinando-as com a homeopatia clássica,
para uma nova perspectiva da doença. A doutora Amélia
é sua discípula e uma de suas fiéis seguidoras.
O SPA oferece apartamentos confortáveis e acolhedores para
hospedagem diária, semanal ou mensal, dependendo do interesse
e da necessidade da pessoa. Já está em desenvolvimento a criação
de programas para o atendimento de grupos, empresas, executivos,
adolescentes, (acompanhados dos pais ou de responsáveis) e, os
de melhor idade em caráter transitório ou permanente, para as
famílias que não dispõem de tempo para cuidar dos idosos que não
dependam de enfermeiras e com condições de se locomoverem
sozinhos e que busquem por uma mudança no seu estilo de vida.
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Câncer e seus fatores de risco
Marcus Magnus Sampaio
Oncologia clínica – CRM-GO 7378
O atual envelhecimento da população é um fator que deve ser considerado quando o
assunto é o surgimento do câncer. Se a vida reprodutiva humana chega ao fim, o organismo
perde gradualmente seus mecanismos de defesa e se torna mais vulnerável aos fatores
externos que podem causar a doença. O Oncologista Clínico Marcus Sampaio explica, em
seu artigo, como ocorre esse processo.
10
“A escritora americana, Susan Sontag, em um de
seus textos divide as pessoas em dois tipos distintos, como
se fossem duas cidadanias em reinos diferentes: o reino
dos sãos e o reino dos doentes. Apesar de desejarmos nos
manter apenas em um lado, de vez em quando temos que
visitar o outro reino. Ela mesma veio a falecer por um quadro
de leucemia, que aconteceu a partir de uma mielodisplasia,
uma doença da medula óssea. O ciclo de vida é realmente
curioso. Um indivíduo mais jovem talvez não tenha tido
contato com alguma pessoa enferma na família e pode ter
dificuldade para entender as consequências futuras de seus
atos no presente. Entretanto, à medida em que se somam os
anos, passamos a perceber melhor esses aspectos de nossa
realidade.
Aparentemente, cada geração elege a doença que
acaba adquirindo maior relevância dentro do contexto
emocional da sociedade. Foi assim com a peste e com a
tuberculose, desafios do passado que já não causam o
mesmo temor, embora a tuberculose não esteja erradicada
e siga causando problemas pelo mundo.
Nesse contexto, o câncer é seguramente uma
das doenças que hoje geram maior preocupação e, por
conseguinte, inúmeras especulações sobre as causas e até
seus tratamentos, muitos desses, sem uma base científica
adequada.
De fato, o câncer vem tendo sua frequência
aumentada na população mundial. As causas para esse
aumento passam pelos hábitos de vida, que levam o
indivíduo à exposição de agentes capazes de gerar
mutações em nossas células, sejam por agentes vivos,
como bactérias e vírus, sejam por produtos químicos
presentes na fumaça dos cigarros e na poluição ou
ainda por outras fontes, como a radiação a que somos
expostos de muitas formas diferentes.
Mas, um dos fatores primordiais a ser lembrado é o
envelhecimento da população. E, como o envelhecimento
entra nessa equação? Hoje o ser humano tem maior
expectativa de vida e, dessa forma, novos problemas vão
surgindo. Muitos fatores contribuem para esse incremento
na expectativa de vida, desde melhores hábitos no
cotidiano, passando pelo acesso a alimentos com maior
facilidade, disponibilidade de saneamento básico até
melhores cuidados com a saúde. Porém, viver mais traz em
si um desafio novo para a espécie humana. Como manter a
máquina humana funcionando por mais tempo ou, dito de
outra forma, como controlar as células normais, mantendoas
ativas e funcionantes, se reproduzindo sem erros?
Todo ser humano vem da união do espermatozóide
e do óvulo na fecundação, que resultam em um número
imenso de divisões celulares controladas, as quais fazem
com que aumentemos em tamanho e, mais do que isso,
tenhamos células e tecidos especialistas em cada uma das
funções necessárias para sobrevivermos.
O sistema de controle da reprodução celular é
muito complexo e extremamente eficiente. Mas o que
não estava especificado no projeto da natureza era a
necessidade de mantermos esse mecanismo funcionando
por muitos anos, já que a vida reprodutiva humana se
inicia a partir da adolescência e se estende por um período
variável, que atualmente vai até por volta dos 40 anos nas
mulheres e até cerca dos 60 anos nos homens, com as
devidas exceções.
A natureza e os processos evolutivos estão
relacionados a uma maior probabilidade de sobreviver e de
gerar filhos, sem a preocupação com o que acontece a partir
do momento em que não há mais importância do ponto de
vista reprodutivo. Daí que, com o tempo, os mecanismos de
controle vão se deteriorando.
Ao vivermos mais, ficamos mais expostos. Isso
pode ser facilmente verificado pelas curvas de incidência
com os casos novos de uma doença em uma determinada
população. No caso do câncer, essa incidência é baixa na
infância e na adolescência, mantendo-se baixa no período
de adultos jovens e subindo acentuadamente a partir dos
60 anos. Nessa idade, a capacidade reprodutiva cai e não há
pressão evolutiva alguma para selecionar mecanismos de
controle de divisão das nossas células, por mais eficientes
que elas sejam. Conjugado a isso, há maior tempo de
exposição a inúmeros fatores que agridem o código
genético, explicando a situação.
Esse comentário vem, a propósito, de um
artigo interessante publicado recentemente na revista
Science, que avaliou os fatores de risco associados ao
câncer, concluindo que, em boa parte dos casos, o fator
preponderante é o número de divisões celulares em um
determinado tecido e não os fatores externos. Dessa forma,
o câncer aconteceria muitas vezes de forma acidental,
ou seja, ao acaso (Tomasetti e Bert Vogelstein, Variation in
cancer risk among tissues can be explained by the number of
stem cell divisions, Science, 02/01/2015: Vol. 347 n. 6217).
Houve certa celeuma por conta das conclusões, mas os
autores apontaram que, uma boa parte dos casos, está
relacionada ao tempo de exposição a um risco, no caso,
divisões em sequência e o surgimento eventual de mutação
gênica. Evidentemente isso não invalida os cuidados com
prevenção e busca por diagnósticos precoces, que, aliás, já
demonstraram que realmente aumentam a chance de cura
e o tempo de vida dos pacientes.
A conclusão interessante é que os caminhos a
seguir na prevenção podem passar pelo aprimoramento
dos sistemas de controle que nós já temos disponíveis em
nossas células. Descobrir como isso acontece faz parte de
um campo amplo de pesquisa científica atual e futura.
Tomando o câncer de mama como exemplo, já
sabemos que os fatores de risco considerados clássicos,
como não ter filhos ou tê-los em pequeno número, baixa
amamentação, início precoce da menstruação ou menopausa
tardia, entre outros, explicam menos de 50% dos casos. Já a
hereditariedade responde por apenas 10%. A maioria dos
casos entra no grupo em que um fator causal não pode ser
isolado. Estimamos que sejam necessários vários eventos
de mutação em uma mesma célula (aproximadamente
seis eventos) para o desfecho do câncer ser possível. Daí,
a importância do tempo, ou melhor dizendo, da idade. Vale
ressaltar que, todo câncer é uma doença genética, ou seja,
está relacionada ao controle genético das células, embora
uma minoria (10% dos casos) seja hereditária, como no caso
do câncer de mama. A questão da hereditariedade, por si só,
é um assunto extenso, muito interessante e será abordado
futuramente.
Por fim, sabemos que o câncer tem papel
preponderante no imaginário e na realidade das pessoas e
está, em muito, relacionado com o aumento da expectativa
de vida. A busca de um controle definitivo vem se tornando
mais e mais factível à medida em que o conhecimento
avança. Não é um caminho fácil mas é, sem dúvida, muito
interessante.”
Marcus Magnus Sampaio
Oncologista clínico
CRM-GO 7378
E-mail: mmagsampaio@gmail.com
• Graduação em Medicina pela Universidade Federal do
Paraná, UFPR, PR;
• Residência em Clínica Médica, Hematologia,
Hemoterapia e Oncologia pela Universidade Federal
do Paraná, UFPR, PR;
• Mestrado em Biologia, área de concentração Genética
Humana pela Universidade Federal de Goiás, UFG, GO.
11
Transformação no HGG:
modernidade, qualidade e
humanização
Gerido pelo Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech) há quase três
anos, o Hospital Alberto Rassi – HGG oferece tratamento humanizado e de qualidade aos
usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Organização social revolucionou estrutura
física e implantou novos projetos na unidade
A fachada do Hospital passou por revitalização arquitetônica e recebeu iluminação especial
O Hospital Alberto Rassi – HGG passou por
uma verdadeira transformação desde que o Instituto
de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech)
assumiu a gestão em 2012. Nesta época, o Hospital
enfrentava graves problemas de abastecimento
e estrutura, sendo estes os principais desafios
encontrados pela instituição. Além disso, a organização
social humanizou o atendimento e proporcionou
qualidade nos serviços ofertados aos usuários do
Sistema Único de Saúde (SUS).
A maior obra realizada na unidade foi a
construção de um novo Centro de Terapia Intensiva
12
(CTI), que ampliou de 10 para 40 leitos e oferece uma
estrutura de ponta, com elementos de humanização,
que permitem mais conforto ao paciente.
Outras duas obras, também com o conceito de
humanização, foram importantes nestes primeiros dois
anos de gestão do Idtech: a Central Humanizada de
Internação (CHI) onde os pacientes são acolhidos antes
da internação com respeito e atenção que merecem
e o Ambulatório de Medicina Avançada (AMA), que
recebe em média 30 mil pessoas por mês, em busca de
consultas especializadas com médicos ou equipe de
multiprofissionais.
Climatizado, com
consultórios informatizados,
guichês humanizados e elevadores,
o Ambulatório está bem distante
da realidade que era encontrada
anteriormente, de tumulto, calor e
mau atendimento.
Qualidade
Além da transformação
estrutural, a qualidade do
atendimento também superou as
metas. Prova disso é a conquista da
acreditação hospitalar, certificação
conferida às instituições de saúde
que cumprem rigorosos protocolos
para a segurança do paciente. O título
expedido pela Organização Nacional de Acreditação
hospitalar (ONA) foi o primeiro entregue a um hospital
público no Centro-Oeste.
Recentemente, outro reconhecimento foi
conferido ao HGG. O Programa de Tratamento de
Deformidades Faciais (Proface) do Hospital Alberto
Rassi – HGG conquistou uma das mais importantes
premiações da área da saúde no Brasil: o Prêmio
Saúde, da Editora Abril. Ao todo, 427 iniciativas foram
inscritas no concurso, em que 90 jurados escolheram
os projetos vencedores por todo o país. O programa
chamado de “Reconstrutores de sorrisos”, que realiza o
tratamento facial, como a correção de lábios leporinos
e de deformidades nos maxilares, conseguiu zerar a fila
de cirurgias, ou seja, o paciente não precisa aguardar a
sua vez pelo procedimento.
Novo CTI com 40 leitos com tecnologia de ponta
Humanização
Um hospital de sons, cores e sorrisos. Assim é o
HGG mais humano. O Sarau do HGG leva semanalmente
a música para o ambiente hospitalar, com o apoio de
músicos voluntários. Já as artes plásticas estão em todos
os locais. A cada trimestre, uma exposição diferente dá
cores e formas para as paredes da unidade e além disso,
os pacientes são convidados a participar de oficinas de
arte no jardim do Hospital. Há ainda o Projeto Riso no
HGG, quando mensalmente humoristas são convidados
a “contaminar” a todos com alegria.
De acordo com o coordenador executivo do
Idtech, José Cláudio Romero, a busca pela excelência
é uma constante. “O Hospital Alberto Rassi passou por
profundas transformações em pouco tempo de gestão.
Com o trabalho em equipe e apoio da Secretaria de
Estado da Saúde, conseguimos oferecer
mais humanização e qualidade aos usuários.
E o trabalho não para. Nosso lema é construir
sempre um HGG melhor para o SUS”, explica.
Em visita à unidade, o secretário de
Saúde do Estado, Leonardo Vilela, ficou
entusiasmado com o que viu em sua primeira
semana frente à pasta. “O hospital conseguiu
aliar um corpo clínico de alta competência
com instalações apropriadas, com
equipamentos modernos, sobretudo atingir a
motivação de toda equipe e ter compromisso
com o paciente. Isso é um diferencial que faz,
com certeza, o HGG uma referência na saúde
pública de Goiás”, disse.
O Secretário Estadual de Saúde Leonardo Vilela é recebido pela diretoria do HGG e
coordenação do Idtech 13
A Síndrome do Tunel Carpal (STC)
Ricardo Pereira da Silva
Cirurgia de Mãos - CRM-GO 7679
Nossas mãos são requisitadas e
repetem os mesmos movimentos
na maior parte do tempo,
principalmente agora que
estamos em plena era digital.
Só quando aparecem os sinais
de dor, inchaço e travamento
é que nos damos conta do
quanto elas nos fazem falta.
Duas doenças muito frequentes
são o assunto do Cirurgião de Mãos
Ricardo Pereira: A Síndrome do
Túnel Carpal e o Dedo em Gatilho.
14
O Túnel do Carpo se trata de um canal localizado
no punho e é por onde passam o nervo mediano e os
nove tendões responsáveis pela flexão dos dedos. Na
anatomia desse túnel rígido ainda existem pequenos
ossos e um ligamento transverso. Portanto, nervos,
tendões, ligamentos e ossos passam por esse canal.
Qualquer situação que faça gerar aumento da pressão
local vai comprimir o nervo mediano e provocar a
sensação de dormência, principalmente durante a
noite, pela maior retenção de líquido que ocorre no
corpo. Com o passar do tempo, a tendência é que
ocorram também dores, perda da sensibilidade e uma
crescente dificuldade de segurar objetos e de executar
tarefas simples do cotidiano. É que o diâmetro desse
canal só tem espaço para suas estruturas anatômicas.
Inflamações causadas por algumas doenças, como
artrite reumatóide, diabetes, hipotireoidismo. As
oscilações hormonais (por isso o problema é frequente
nas mulheres na fase do climatério) também são
responsáveis por boa parte dos casos. E os traumas
ou fraturas ou mesmo os movimentos repetitivos
da era digital podem gerar um espessamento do
tecido sinovial (responsável por revestir e nutrir os
tendões). Isso vai aumentar a pressão dentro do túnel
e gerar uma compressão sobre o nervo mediano. Os
sintomas aparecem em seguida, inicialmente em uma
das mãos , 50% dos casos podem comprometer as
duas mãos. Ouvindo as queixas dos pacientes e com
alguns testes de compressão do nervo é possível dar o
diagnóstico clínico, que é comprovado com um exame
complementar, a eletroneuromiografia, que é capaz de
medir a condução sensitiva e motora do nervo dentro
do túnel.
O tratamento se diferencia de acordo com o
grau da pressão. Para os casos leves, a colocação de uma
órtese, isto é, de um aparelho que mantém o punho em
posição de extensão por cerca de duas semanas e o uso
de anti-inflamatórios via oral podem ser suficientes.
Em casos moderados, o tratamento é mais
agressivo e criterioso. Aplica-se corticóide dentro
do canal, para diminuir a inflamação das estruturas
anatômicas, aliviando a pressão sobre nervo mediano.
Em casos graves, quando o tratamento clínico
não resolve, podemos optar pela cirurgia, que promove
a abertura do ligamento transverso do carpo. É muito
importante que essa abertura seja feita de forma
cuidadosa e por profissional habilitado. Os resultados
da cirurgia são bastante animadores, pois melhoram
muito a qualidade de vida desses pacientes. Depois
da cirurgia, nas primeiras semanas, já se observa uma
melhora da dormência e da dor desses pacientes que
passam a dormir sem interrupções, além disso, há um
aumento da forca.
As recidivas podem acontecer quando os
pacientes não recebem tratamento adequado. Por
isso, é preciso evitar as doenças de base e ter um estilo
saudável de vida”.
Dedo em Gatilho
“Outro problema muito freqüente da mão
é o Dedo em Gatilho , cientificamente chamado de
Tenossinovite Estenosante. O paciente sofre um
processo inflamatório crônico do tendão que mantém o
dedo dobrado, mesmo quando se tenta abri-lo. O nome
‘Gatilho’, é em razão do surgimento de um nódulo na base
do dedo afetado, que produz um estalido semelhante
ao ruído de um gatilho. Isso dá a sensação de solavanco
durante o deslizamento do tendão, quando o dedo
se movimenta e quando o paciente força a abertura
ou o fechamento da mão. Em consultório, os relatos
são de que o “engatilhamento” acontece com maior
freqüência ao acordar; devido ao aumento do inchaço
e da inatividade durante a noite. A base do dedo e da
palma da mão podem se tornar doloridas e o dedo pode
ficar inchado e endurecido. O polegar, o dedo médio e
o anelar são os mais vulneráveis, principalmente nas
mulheres de meia idade. Mas, qualquer pessoa, até
mesmo as crianças podem desenvolver o Dedo em
Gatilho. Suas causas nem sempre são identificadas,
mas sabe-se que atividades repetitivas, Diabetes e a
herança genética deixam as pessoas mais propensas
à doença. O diagnóstico é clínico e o tratamento para
os casos leves e moderados consiste em manter o dedo
afetado estendido e em repouso articular, durante
a noite, por cerca de uma semana, com o uso de uma
órtese (tala). Nos casos severos, a infiltração com
cortisona diretamente sobre a polia A1 melhoram os
sintomas, principalmente se houver dor. Embora este
procedimento seja simples e rápido, deve-se evitar a
repetição da infiltração para evitar alguma infecção e
o enfraquecimento do tendão com riscos de ruptura
. A cirurgia é reservada quando todos os métodos
anteriores falham ou quando o travamento do dedo se
torna permanente. Em centro cirúrgico, um pequeno
corte é feito na palma da mão para que a polia que
envolve o tendão seja liberada. A anestesia é local com
ou sem sedação e o paciente volta para a casa no mesmo
dia. Os resultados são muito positivos e a cirurgia
tem baixíssimo índice de complicação. Aos poucos, o
paciente vai voltando a utilizar a mão.Inicialmente de
forma mais contida, mas em poucas semanas vai estar
completamente recuperado.
Ricardo Pereira da Silva
Cirurgião de Mãos
CRM-GO 7679
E-mail: rps1108@ig.com.br
• Graduação em medicina pela Universidade Federal de
Goiás, UFG, GO;
• Residência médica em Ortopedia e Traumatologia
realizada no Hospital das Clínicas, UFG, GO;
• Especialização em Cirurgia da Mão e Microcirurgia
Reconstrutiva no IOT da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo , FMUSP, SP;
• Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia
e Traumatologia;
• Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia da
Mão;
• Membro Titular da Sociedade Brasileira de
Microcirurgia reconstrutiva;
• Médico assistente do grupo de Cirurgia da Mão e
Microcirurgia Reconstrutiva do Hospital das Clínicas,
UFG.
15
INFORME PUBLICITÁRIO
Endometriose Profunda
Corival Castro
Ginecologia e Obstetrícia
CRM-GO 4786
Milhões de brasileiras em idade fértil sofrem com dores intensas todos os meses ao final de
cada ciclo menstrual. Não bastasse isso, o sexo também é doloroso e engravidar se torna
um desafio. Nove perguntas esclarecedoras sobre a Endometriose Profunda, a forma mais
grave da doença para o Ginecologista e Obstetra, especialista em Reprodução Assistida
Corival Castro.
1 - O que caracteriza a Endometriose Profunda? Por que
ela é considerada a forma mais grave da doença?
A endometriose ocorre quando o tecido que
reveste internamente o útero (o endométrio) cresce e/
ou se desloca para outras partes do corpo da mulher, Esse
tecido deslocado é chamado de implante.
Na sua forma superficial, os implantes se
espalham pelos órgãos pélvicos, mas não há formação
de tumorações e não há penetração profunda nos outros
órgãos do abdome. Em geral, há uma boa resposta ao
tratamento clínico.
Porém, na sua forma profunda, ocorre uma
penetração grave dos implantes, com formação de
tumorações pélvicas, cistos ovarianos e acometimento
de órgãos como intestino, bexiga, vias urinárias e de
nervos pélvicos. Nestes casos o tratamento clínico tem
pouca eficácia e o sofrimento crônico passa a fazer parte
do cotidiano dessas mulheres. A cirurgia, então, se faz
necessária.
2 - Quais são os sintomas da Endometriose Profunda?
Cólica menstrual progressiva e intensa, dor
pélvica crônica persistente de variados graus, não
raramente incapacitante. Além disso, há muita dor
durante as relações, impedindo uma vida sexual normal. O
acometimento profundo do intestino e da bexiga provoca
dor e sangramento à evacuação e à micção, além de outras
anormalidades no funcionamento intestinal e urinário.
18
3 - Como é feito o diagnóstico da endometriose profunda?
Há algum tempo, a endometriose profunda
era de difícil diagnóstico. Exames comuns, como a
ultrassonografia e mesmo a laparoscopia, “padrão-ouro”
para a endometriose superficial, não eram suficientes
para evidenciar o acometimento profundo. Por isso, o
tratamento dessas pacientes era marcado por vários
procedimentos cirúrgicos incompletos e sem sucesso no
efetivo controle da doença, justamente por não haver como
estabelecer sua correta localização durante a cirurgia. No
entanto, nos últimos anos, a ressonância magnética e a
ultrassonografia endovaginal, com preparo (esvaziamento)
intestinal prévio, tem conseguido evidenciar a doença
com precisão, de forma a direcionar o tratamento.
Além disso, a abordagem cirúrgica especializada para
endometriose, através da videolaparoscopia, vem sendo
paulatinamente difundida no meio médico como a forma
mais eficaz de tratamento. A cirurgia convencional por
laparotomia,“barriga aberta”, não é a forma ideal de
tratamento. O conceito atual de cirurgia minimamente
invasiva, com equipe multidisciplinar de ginecologistas,
proctologistas, urologistas e cirurgiões gerais, com estudo
específico desta patologia vem trazendo finalmente, alívio
e controle da doença, com procedimentos eficazes e que
preservam, e até recuperam, a parte reprodutiva. Assim,
estas mulheres, antes presas à dor e ao sofrimento de não
poder engravidar, agora já podem ter, em muitos casos, a
fertilidade restaurada e a dor resolvida.
4 - Essa forma da doença pode interferir no sucesso de
uma gravidez mesmo quando são utilizadas as técnicas
de Reprodução Assistida?
Sim, de várias formas. Por exemplo, o acometimento
dos ovários por tumorações ou seu encarceramento por
aderências pode impedir a obtenção e a coleta de óvulos
para o processo de fertilização in vitro. Assim, pode ser
necessário realizar uma videolaparoscopia para se corrigir
as anormalidades para que se possa, depois, realizar a
inseminação ou a fertilização in vitro. É verdade também
que as taxas de gravidez diminuem em alguns casos de
endometriose.
5 - Essa é uma doença que, até pouco tempo, estava
cercada de mistérios e, nem sempre os medicamentos
se mostravam eficazes. O que mudou no tratamento da
Endometriose Profunda?
O comportamento da endometriose e a forma com
que ela invade e afeta os órgãos pélvicos é imprevisível
e não obedecem a qualquer tipo de padrão. É realmente
O ginecologista e obstetra Corival Castro foi escolhido entre poucos
especialistas do país para um curso de imersão em cirurgia para
Endometriose Profunda. À direita, os professores responsáveis pelo curso
de vídeo cirurgia, os médicos Paulo Ayrosa e Helizabet Salomão.
misterioso o fato de pacientes apresentarem sintomas
em uma doença pouco evidente e também apresentarem
a pelve totalmente tomada por tumorações, aderências e
implantes com muito poucas queixas de dor. A resposta
ao tratamento também é muito variável, muitas vezes
a paciente tenta vários tipos de tratamentos até que se
possa controlar os sintomas. A própria evolução da doença
também pode variar muito, com casos de cura espontânea
e de piora sem um motivo aparente.
O que mudou no tratamento da endometriose
profunda é o conceito, que antes havia, de que a
paciente tinha que se submeter a várias cirurgias, seja
por videolaparoscopia ou por laparotomia. Na primeira,
se diagnosticava a doença. Na segunda, se realizava
uma tentativa quase sempre incompleta de tratamento
das lesões, por não haver uma correta localização dos
implantes. As tentativas, quase sempre paliativas de
redução das dores, se limitavam a resultados superficiais
e de pouca eficácia. O conceito atual é que o primeiro
procedimento cirúrgico deve ser o mais completo ao
retirar todos os focos superficiais e profundos da doença.
Para isso, é feito um completo e eficiente mapeamento
pré-operatório da mesma. O outro conceito atual é que
esta cirurgia seja minimamente invasiva, realizada por
videolaparoscopia de alta resolução, com instrumentos
que permitam retirar as lesões, com mínimo dano às
estruturas sadias, preservando ao máximo a função desses
órgãos para recuperar seu funcionamento, com a precisão
e a minuciosidade de um relojoeiro.
19
7 - Como é o procedimento?
O procedimento é realizado por videolaparoscopia
que permite total visualização do abdome por uma câmera
de alta resolução. Utilizam-se instrumentos que geram
energia elétrica bipolar, ultrassônica, laser ou plasma,
todos com objetivo de proporcionar corte e coagulação
de tecidos da forma mais precisa possível. Primeiramente
são desfeitas as aderências e se individualizam os órgãos
pélvicos, depois se retiram os tumores ou nódulos
endometrióticos, bem como os órgãos ou partes de órgãos
destruídos pela doença. O ato cirúrgico requer anestesia
geral, o tempo de internação pode variar de um a cinco
dias dependendo se a cirurgia se estender até o intestino.
A primeira cirurgia de endometriose profunda realizada no Hospital
Materno Infantil, pelo ginecologista e obstetra Corival Castro e equipe.
Foram mais de dez horas de trabalho árduo, com o apoio da diretoria,
dos funcionários e da enfermagem. Ao final, todos comemoraram o
sucesso do procedimento e o início desse serviço adequado e definitivo
em pacientes do SUS.
8 - Como é o pós operatório?
O pós-operatório é tranquilo pelo fato de a cirurgia
ser minimamente invasiva e não envolver a abertura e
fechamento do abdome. Há muito menos dor e o retorno às
atividades normais varia de 15 a 30 dias enquanto que, na
cirurgia convencional, o retorno acontece de 45 a 60 dias.
20
6 - A cirurgia pode ser considerada de alta complexidade?
Sim, é uma cirurgia de alta complexidade. O
cirurgião e toda a sua equipe precisam ter um intenso
treinamento e estudo dessa doença em todas as suas
peculiaridades, uma vez que se trata de um problema de
comportamento especial e exclusivo, bem diferente das
outras patologias. É complexa por acometer vários órgãos
ao mesmo tempo e requerer cirurgiões de mais de uma
especialidade; por ser de longa duração; por requerer
assistência de terapia intensiva pós-operatória e, algumas
vezes, transfusões sanguíneas. Finalmente, por requerer
equipamentos e instrumentos especiais e de alto custo,
não disponíveis em hospitais de nível primário ou mesmo
intermediário.
9 - O que as mulheres podem esperar dessa cirurgia?
Elas podem contar com uma grande probabilidade
de retirada de todas as lesões com apenas uma cirurgia.
A endometriose é uma doença que atinge a alma
da mulher. Ela é a manifestação física degrande sofrimento
interno, de origem profunda e que envolve o que a mulher
tem de mais exclusivo e precioso na sua existência: a
mãe, a mulher, a companheira e a esposa. Nunca haverá
uma cirurgia ou um remédio suficiente que dispensem
o cuidado especial e um olhar profundo para dentro
de cada mulher com esse problema. Todas as mulheres
com Endometriose Profunda precisam também de um
tratamento psicológico feito por profissional qualificado,
em todas as etapas da abordagem dessa doença.
Corival Castro
Ginecologista e Obstetra - CRM-GO 4786
E-mail: secretariadrcorival@hotmail.com
• Graduação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ,
RJ;
• Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia;
• Pós-graduado em Reprodução Humana
• Membro da American Society for Reproductive Medicine, ASRM;
• Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, SBRH;
• Coordenador da Residência Médica em Endoscopia Ginecológica
do Hospital Materno Infantil;
• Membro da Sociedade Brasileira de Endometriose, SBE;
• Membro da American Association of Gynecologic Laparoscopists,
AAGL.
Degeneração Macular
Ericka Campos Freitas
Oftalmologia
CRM-GO 7565
A mácula, área responsável por cuidar de pequenos detalhes da visão quando olhamos para
frente, sofre desgaste natural e gradual a partir dos 50 anos de idade. Pelo menos 27 por
cento da população com mais de 75 anos vai desenvolver a doença. A oftalmologista Ericka
Campos Freitas responde algumas questões sobre Degeneração Macular Relacionada à
Idade (DMRI), a principal causa de cegueira depois da Catarata.
1 – O que é a Degeneração Macular e quais as formas da
doença?
A Degeneração Macular Relacionada à Idade
(DMRI), é uma doença degenerativa da retina central,
conhecida por mácula, caracterizada pelo aparecimento
de lesões amareladas, chamadas drusas, causadas por um
acúmulo de lixo celular que acontece com o envelhecimento.
As drusas vão aumentando em número e tamanho, o que
promove a perda da visão central.
A doença pode se apresentar de duas formas:
exsudativa (úmida) e não exsudativa (seca). A forma seca
representa 90% dos casos, sua evolução é lenta, sendo
responsável por apenas 10% dos casos de cegueira legal
(visão bastante comprometida) pela DMRI. A forma
úmida representa 10% dos casos, tem evolução rápida,
com crescimento de membrana neovascular subretiniana,
edema e hemorragia, sendo responsável por 90% dos casos
de cegueira legal causada pela doença.
Retina central com drusas
Drusa ampliada (material de depósito ou lixo celular)
DMRI ÚMIDA – Tecido Neovascular Subretiniano
2 – Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico é feito através do exame
oftalmológico de rotina. Para o diagnóstico precoce, é
recomendado o exame oftalmológico anual a partir dos 50
anos de idade.
Exames como o mapeamento de retina, que
evidencia o aparecimento das lesões maculares,
complementando com a Angiofluoresceinografia (exame
de contraste) para localização e extensão das lesões ativas,
21
“Todos querem
viver muito, mas
ninguém quer
ficar velho”
assim como a Tomografia
de Coerência Óptica da
retina (OCT), que estuda
a espessura da mácula
e as características da
membrana, são essenciais
para o diagnóstico e o acompanhamento das lesões
maculares.
3 – O que o estilo de vida tem a ver com o desgaste da
mácula?
O estilo de vida tem tudo a ver com o desgaste da
mácula. São fatores de risco: alimentação industrializada,
estresse, alcoolismo e tabagismo, todos esses relacionados
com a oxidação dos tecidos e envelhecimento mais precoce.
Hábitos saudáveis de alimentação e atividades físicas
são importantes na prevenção. Vivemos em um país com
intensa exposição solar ao longo da vida (aproximadamente
3600 horas por ano). A luz ultravioleta e a radiação azul
também promovem o envelhecimento da mácula. Portanto,
óculos solares e lentes filtrantes de boa qualidade devem
ser utilizados para a nossa proteção desde a infância.
Porém, o fator mais importante para o aumento dos casos
da doença está relacionado ao crescimento significativo
da expectativa de vida em nosso país nas últimas décadas.
Hoje, vivemos muitos anos, com estimativa de 74 anos
(IBGE, 2010). Em Goiás, a expectativa é de 78 anos. O
número de centenários triplicou na última década.
4 – Como enxerga um paciente, na medida em que a
mácula se deteriora?
O paciente nota a diminuição da acuidade visual
central (metamorfopsia - imagem tortuosa); ocorre uma
desorganização da imagem, que hora está menor, hora está
Escotoma Central: Mancha escura no campo visual central
22
maior. Esse quadro evolui para a perda da visão central,
com aparecimento de mancha (escotoma) no campo visual
central, impedindo a visão de detalhes na fisionomia das
pessoas, por exemplo.
Visão normal
Escotoma Central: Mancha escura no campo visual central
5 – Há como recuperar a acuidade visual?
O problema promove baixa da visão, que se torna
irreversível nos estágios finais da doença. Portanto, a
prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado
são muito importantes para a manutenção da visão.
6 – Qual o tratamento para a forma seca da doença? E para
a forma úmida?
O único tratamento para a forma seca da doença
consiste no uso de vitaminas e antioxidantes.
O tratamento mais eficaz para a forma úmida
é através das injeções intra-vítreas (intra-oculares) de
medicamentos anti-angiogênicos, que são drogas antiproliferação
neovascular. Essas substâncias vão atuar
diminuindo o edema, os neovasos e as hemorragias. São
realizadas aplicações seriadas para estabilização da doença.
A terapia com base em células-tronco
embrionárias estará presente em um futuro próximo, na
tentativa de repor células novas e repopularizar a retina,
que foi danificada.
7 – Como a visão é reabilitada?
Apesar de todas essas
terapias, a doença pode
evoluir para a perda irreversível
da visão central. Nesses
casos, há de se recorrer
à uma especialidade dentro
da Oftalmologia, chamada
de Visão Subnormal, responsável
pela reabilitação dos
pacientes com deficiência visual.
Através de recursos ópticos
e não-ópticos, a Visão
Subnormal vai magnificar a
visão residual dos pacientes
para que eles se adaptem
às atividades da vida diária,
promovendo um estilo de
vida independente. Recursos
como lentes magnificadoras,
aparelhos eletrônicos e treinamento
podem desenvolver
a independência do indivíduo
em suas atividades,
possibilitando um novo despertar
da alegria de viver.
Recursos de visão subnormal
“Os maiores objetivos futuros da medicina para o idoso são
a redução na morbidade e na incapacidade, principalmente
na manutenção da visão, o mais importante dos sentidos na
comunicação com o mundo.”
Ericka Campos Freitas
Oftalmologista - CRM-GO 7565
E-mail: draericka@brturbo.com.br
• Graduação pela Faculdade de Medicina Souza Marquez, RJ;
• Internato no Hospital da Força Aérea do Galeão, HFAG, RJ;
• Especialização em Retina e Vítreo, Visão Subnormal e Catarata;
• Residência Médica no Hospital de Olhos de Santa Beatriz, em Niterói, RJ;
• Título de Especialização, pelo Conselho Brasileiro de Cirurgia de Olhos
(CBCO) e Universidade Federal de Goiás, GO;
• Fellowship em Visão Subnormal, no Schepens Eye Research Institute,
Boston, Estados Unidos, EUA;
• Mestrado em Ciências da Saúde, na área de baixa visão por Degeneração
Macular Relacionada à Idade, pela Universidade Federal de Goiás, GO;
• Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, CBO;
• Membro da Sociedade Brasileira de Catarata e Implantes Intraoculares,
SBCII;
• Membro da Sociedade Brasileira de Glaucoma, SBG;
• Membro da Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e
Refratometria, SOBLEC;
• Membro da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, SBRV;
• Membro da Sociedade Brasileira de Visão Subnormal, SBVSN.
23
Síndrome do Pânico
Adelman Soares Asevêdo Filho
Psiquiatria – CRM-GO 11959
A Síndrome do Pânico é um tipo de transtorno da ansiedade em que o indivíduo passa
por crises de intenso medo e desespero, mesmo sem motivos aparentes. O Psiquiatra
Adelman Soares Asevêdo Filho é autor do livro “Libertar”, uma coletânea de textos que
nos leva a fazer uma leitura esclarecedora de problemas psiquiátricos muito frequentes
na atualidade. Boa Vida reproduz parte do capítulo sobre a Síndrome do Pânico, um dos
males da vida moderna.
“Vivemos em um mundo tumultuado. Acordamos
cedo, levamos os filhos à escola ou nos aprontamos
rapidamente para a rotina diária. Trabalhamos
incessantemente. Almoçamos correndo, voltamos ao
trabalho e retornamos para casa, à noite, já cansados.
Colocamo-nos em frente à televisão, comemos alguma
coisa, mal conversamos com o parceiro ou filhos e
vamos dormir. Ao final do mês, temos todas as contas
para pagar, escola das crianças, financiamento do carro,
cartão de crédito, água, luz, etc. O dinheiro quase sempre
é insuficiente para pagar todas as despesas, o tempo não
nos permite cumprir todas as obrigações no trabalho e,
muito menos, em casa.
Imaginemos anos e anos de incessante estresse
bombardeando as nossas vidas. Passamos a nos sentir
sufocados, ansiosos, nervosos e irritados demais.
Ingredientes suficientes para o desenvolvimento de
transtornos, como a ansiedade, a depressão e o pânico
que, em sua grande maioria, têm início de forma lenta e
gradual.
Durante os primeiros meses, ou até anos, é
possível perceber que a concentração e a memória não
são as mesmas. Nos esquecemos onde colocamos as
chaves do carro, de pagar uma conta ou outra, mas ainda
nos sentimos razoavelmente bem.
Com o passar do tempo, o incômodo se intensifica
ao ponto de nos deixar com palpitações no peito. O
coração parece explodir. A primeira suspeita é de alguma
doença cardíaca, mas o médico faz o diagnóstico de um
estresse. Uma conclusão que não nos espanta. Até nos
deixa tranquilos; afinal, estresse não mata!
Saímos do consultório com uma orientação de
mudança de estilo de vida. Alimentação mais saudável,
atividade física e uma vida menos frenética.
Tudo lindo! Tentamos seguir essas orientações
por certo tempo, mas a correria da rotina diária nos leva
novamente ao velho estilo de vida. Até que, surge uma
nova crise. Dessa vez, o coração não é mais sentido só
no peito. Quer sair pela boca! Uma sudorese intensa nos
consome! Uma sensação de dormência nos braços e dor
no peito! Será um infarto? Pronto socorro, soro na veia,
novos exames. Em poucos minutos, o médico retorna e
diz que os exames cardíacos estão normais! Mas, dá o
diagnóstico de uma crise de pânico. É necessário procurar
um psiquiatra.
No caminho da consulta, imaginamos o psiquiatra,
como uma pessoa de cabelos totalmente bagunçados,
com olhar assustador, trajes nada convencionais. Na
sala de espera, já nos sentimos mais calmos. As pessoas
que estão aguardando atendimento são normais. Estão
tranquilas. Saem do consultório sorridentes. Mesmo as
mais preocupadas deixam a sala com um ar de esperança,
um fôlego a mais, uma confiança que não demonstravam
enquanto aguardavam.
Chega a nossa vez. O médico não tem jeito de
maluco, não é esquisito e se veste como um médico, ou
como qualquer outra pessoa no exercício do seu trabalho.
Perdemos o medo, e a consulta transcorre normalmente.
26
Somos informados de que a nossa doença é comum,
principalmente nos dias atuais tão tumultuados. O
tratamento é devidamente explicado, assim como o
tempo para a melhora e dicas importantes para abortar
possíveis crises futuras. Ficamos tão mais calmos que
falamos mais coisas, esclarecemos dúvidas, aliviamos
angústias.
Esse pequeno relato mostra o que de fato se passa
com a maioria das pessoas que padecem de um transtorno
de ansiedade. O medo de procurar o psiquiatra é comum,
mas, não é o que mais impede o tratamento logo no início
dos sintomas. O que acontece é que os sintomas iniciais
são tão subjetivos – ansiedade, irritação preocupação
– que realmente não acreditamos que possamos estar
doentes.
Fica a seguinte dúvida: até que ponto eu consigo
controlar o que estou sentindo sozinho e a partir de que
ponto eu preciso de ajuda médica?
Como médico, penso que a procura por
tratamento deve vir precocemente. Pois, nesse
momento as orientações dadas são capazes de impedir
o prosseguimento dos sintomas, não deixando que se
transformem em algo mais sério, com sofrimento mais
intenso.
Sintomas leves podem ser controlados com
mudanças de hábitos – alimentação, esporte, diminuição
da carga de trabalho, relaxamentos e yoga. Sintomas
mais graves indicam a necessidade de uso de medicações
apropriadas. Em ambos os casos, a psicoterapia é útil e
promove uma melhora incrível.
É de fundamental importância analisarmos
como estava a nossa vida antes do evento agudo da
crise do pânico. Percebendo se estávamos funcionando
– trabalhando e vivendo – de uma forma mais acelerada
do que o normal. Se estávamos exigindo demais de nós
mesmos.
Acontece que no dia a dia, não notamos o mal
que o trabalho excessivo, a vida maçante, automatizada,
a ausência de lazer pessoal e com a família podem nos
causar. O estresse e outros problemas de saúde como
a hipertensão arterial – decorrente do pouco caso com
a nossa saúde física – vão se instalando aos poucos e só
percebemos quando a bomba estoura.
É necessário refletir sobre isso e dosar todas as
coisas em nossa vida. Tudo que é demais não é benéfico.
Trabalho demais, lazer demais, comida demais, atividade
física demais, fazem mal.
Quando realizamos algo em excesso, deixamos
de cuidar de outras áreas da nossa vida. E precisamos
ser saudáveis em cada uma delas, caso contrário,
adoeceremos. Os nossos “corpos” mentais, físicos,
espirituais, sociais – relacionados ao trabalho e vivências
sociais – necessitam estar em equilíbrio. O excesso ou
falta de atenção dada pode provocar desequilíbrio e,
consequentemente, doença.
O mais importante, então, é encontrar o equilíbrio
antes que se manifeste o problema, mas caso ele já tenha
se instalado, nada de pânico! É só reajustar a vida e tudo se
encaixa direitinho!
Muitas vezes – para falar a verdade, quase
sempre – é preciso que a tribulação chegue até nós
para que tomemos consciência da necessidade de
mudança.
Quem sabe, então, esse aparente problema seja
o início de algo maravilhoso de que ainda não nos demos
conta!”
Adelman Soares Asevêdo
Filho
Psiquiatra
CRM-GO 11959
E-mail: adelmanasevedo@gmail.com
• Graduação em Medicina pela Universidade
de Uberaba, MG;
• Especialista em psiquiatria pela Associação
Brasileira de Psiquiatria e Associação
Médica Brasileira;
• Membro titular da Associação Brasileira de
Psiquiatria.
27
Preenchimento Facial
Aline Reis
CRM-GO 9055
Cuidar da pele é essencial para manter aparência rejuvenescida e quando vamos ficando
mais velhos, perdemos volume em certas áreas da face e ganhamos vincos e rugas. O ácido
hialurônico, em sua versão sintética, atua preenchendo os espaços perdidos. Veja nesse
artigo da médica pós graduada em Dermatologia, Aline Reis. Preenchimento facial com
ácido hialurônico, o ativo da vez:
“A pele lisa e elástica da juventude possui grande
quantidade de ácido hialurônico natural, uma substância
produzida pelo organismo humano, que tem uma
enorme capacidade de reter a água nas células cutâneas,
garantindo hidratação e por consequência, o viço e a
beleza da pele. Mas, o avanço da idade diminui de forma
gradativa a produção natural de ácido hialurônico. Como
consequência, ocorre a desidratação e a perda do viço e da
gordura da pele. Aparecem os sinais de envelhecimento na
forma de vincos, rugas, perda de gordura em determinadas
áreas, exatamente onde há a falta do ácido hialurônico.
Depois de décadas de estudos e de pesquisas,
chegaram a uma substância, de origem não
animal,sintetizada em laboratório, idêntica à produzida
pelo nosso corpo e que vem sendo amplamente utilizada
nos consultórios dermatológicos, no combate aos
sinais de envelhecimento. O ácido hialurônico sintético
tem o mesmo propósito de atrair e de reter água e dar
sustentação para as células. As células da face passam
a receber mais nutrientes, como oxigênio e hormônios
e, com isso, passam a ser estimuladas a se proliferar e a
ocupar os espaços vagos, onde se formaram as rugas. O
resultado é imediato. Os vincos, as rugas e as depressões
desaparecem imediatamente após o procedimento, já que
a substância vai ocupar o volume de colágeno e de gordura
perdidos.Ou seja, ao usar um preenchedor sintético, como
o ácido hialurônico, a pele renova a sua capacidade de
hidratação. Mas, seu efeito é temporário, dura de oito
meses a um ano. Depois disso, o produto é naturalmente
absorvido pelo corpo, sem qualquer prejuízo à saúde. O
tratamento pode ser repetido sem problema algum, já
que essa substância se integra perfeitamente bem com os
tecidos, com riscos de rejeição praticamente nulos.
Sua aplicação deve ser gradual, com pequenos
retoques, até que se chegue ao ponto de equilíbrio.
Existem diferentes tipos de ácido hialurônico, alguns mais
densos, indicados para vincos profundos, outros fininhos,
28
que aumentam os lábios com sutileza. Sua aplicação é bem
tolerada, mesmo porque, uma pomada anestésica atenua
o incômodo das picadas, mas a região pode ficar sensível e
inchada por até dois dias. A aplicação dura em torno de 15
minutos.
Além das marcas do tempo, o ácido hialurônico
sintético também está indicado para tratar as cicatrizes
deprimidas pela acne e as marcas na pele resultantes de
algum outro trauma.
E ainda, quando injetado em microdoses, pode ser
utilizado para promover uma profunda hidratação da pele.
Associado a procedimentos, como microagulhamento,
toxina botulínica, peelings, radiofrequência, lasers e
outros, tem a sua eficácia aumentada, promovendo um
rejuvenescimento seguro e eficaz.
O resultado é natural e a pele ganha um aspecto
saudável e mais rejuvenescido. O ácido hialurônico faz o
papel de restaurar principalmente as ruguinhas que se
formam ao redor da boca, chamadas popularmente de
‘código de barras’; ou o vinco nasogeniano, aquela marca,
muitas vezes profunda que vai da narina ao canto da boca;
nas rugas ao redor dos olhos (pés de galinha), entre as
sobrancelhas, para melhorar o contorno da mandíbula e
até o nariz, para levantar a ponta caída, nas bochechas e
no queixo.
Quanto ao volume perdido, a boca é um bom
exemplo. Com a idade, os lábios ficam mais finos, mas
podem ter a consistência recuperada, basta ter bom
senso. Exagerar na dose de preenchedores deforma o
semblante e projeta os lábios para frente, denunciando o
procedimento.
Um bom profissional entende a limitação das
substâncias preenchedoras e não arrisca a saúde e a beleza
do paciente. Sem mudanças drásticas, apenas camuflando
e atenuando as marcas do tempo.”
Aline Reis
CRM-GO 9055
E-mail: alinecsr@uol.com.br
• Graduação em pelo Centro
Universitário de Volta Redonda,
UNIFOA, RJ;
• Pós-Graduação em Dermatologia
pelo Instituto de Pós-Graduação
Souza Marques, RJ;
• Fellow em Dermatologia pelo
Hospital Universitaire Strasbourg,
França;
• Membro da Sociedade Brasileira
de Dermatologia.
29
Cateterismo Cardíaco
Silvio S. Pontes Câmara
Cardiologia – CRM-GO 12474
programado o tratamento adequado. As doenças das
Valvas Cardíacas podem ser diagnosticadas e avaliadas
através do Cateterismo Cardíaco onde as alterações da
função são classificadas e mensuradas com exatidão.
As miocardiopatias, ou seja, as doenças do músculo
do coração, também podem ser identificadas pelo
cateterismo bem como as doenças congênitas, presentes
ao nascimento que, muitas vezes, são complexas e
necessitam de um diagnóstico mais preciso.
32
Há poucas décadas a medicina chegou ao
Cateterismo Cardíaco, um exame que se
utiliza de uma técnica incrível, que permite
avaliar o funcionamento das válvulas e
do músculo cardíaco, bem como, salvar
vidas, em situação de emergência, ao
desobstruir artérias em um infarto agudo
do miocárdio. Cateterismo Cardíaco é o
assunto da entrevista com o Cardiologista
Hemodinamicista Silvio Pontes Câmara.
1- O que é o cateterismo cardíaco?
O Cateterismo Cardíaco, também conhecido
como Cinecoronariografia, Angiografia Coronária ou
Estudo Hemodinâmico, é um exame cardiológico invasivo
que permite o diagnóstico de obstruções das artérias
coronárias, avaliação do funcionamento das valvas
cardíacas e do músculo do coração.
2- Quais os problemas cardíacos capazes de ser
identificados com o Cateterismo?
O Cateterismo Cardíaco é extremamente útil e
em alguns casos essencial para o diagnóstico de muitas
doenças. No caso das obstruções das coronárias o exame
permite identificar com precisão a artéria envolvida,
a localização e o grau de obstrução, para que seja
3- Onde e como é realizado o exame?
O Cateterismo Cardíaco é realizado no laboratório
de Hemodinâmica que conta com equipamento de alta
tecnologia capaz de gerar imagem em tempo real, através
de raio X e injeção de contraste iodado. Essas imagens
são digitalizadas e podem ser repetidas, gravadas e
armazenadas. O laudo do exame é entregue ao paciente
contendo as imagens na forma de fotos ou vídeos gravados
em CD.
O exame é realizado por médicos Cardiologistas
treinados especificamente em Cardiologia Intervencionista
e Hemodinâmica. O procedimento se faz pela
inserção de cateteres nos vasos sanguíneos das pernas ou
dos braços que são guiados até o coração para obtenção
das imagens. Na quase totalidade das vezes não há necessidade
de cortes cirúrgicos ou pontos sendo o exame
feito sob anestesia local, sedação e punção na pele e vaso
sanguíneo.
O preparo para o procedimento é simples e
envolve entrevista com atenção a presença de outras
doenças, alergias, uso de medicamentos e orientações.
além de jejum de 4 horas.
4- Qual o papel do Cateterismo Cardíaco no tratamento
das doenças do coração?
O Cateterismo Cardíaco tem um papel
decisório no tratamento das doenças cardíacas. Nos
casos eletivos, quando ele faz parte da investigação ou
reavaliação de uma doença conhecida, o procedimento
irá definir a programação, seja o tratamento apenas com
medicamentos, seja através de Angioplastia com implante
de Stents ou por cirurgia.
No caso específico do Infarto Agudo do Miocárdio,
o Cateterismo Cardíaco é realizado
de urgência e permite que se
identifique a artéria “culpada” e se
realize a Angioplastia com implante
de Stent de imediato e altos índices
de sucesso.
5- Qual o papel do Cateterismo
Cardíaco na colocação de Stents
Coronários.
O Cateterismo Cardíaco
teve um grande papel no desenvolvimento
das técnicas de Angioplastia
e de implante de Stents
Coronários passando de um procedimento
meramente diagnóstico
para opção de tratamento na
década de 70 e chegando aos dias
de hoje como o método terapêutico
de eleição para grande maioria
das doenças cardíacas.
As Angioplastias Coronárias com implante de
Stents permitem a desobstrução das artérias de forma
minimamente invasiva e com índices de sucesso acima
de 98%. O desenvolvimento tecnológico e os grandes
investimentos das industrias do setor permitiram
que se criassem Stents cada vez mais seguros, de fácil
manipulação e com melhores resultados tanto imediatos
quanto a médio e longo prazos, diminuindo os índices de
reobstrução (reestenose). Hoje, temos disponíveis Stents
Farmacológicos ou recobertos que liberam medicamentos
no local da obstrução, Stents Bioabsorvíveis, etc.
6- Muitas pessoas ainda tem certo receio de se submeter
a esse exame. Por que isso acontece?
O desenvolvimento das técnicas de Cateterismo
Cardíaco datam do início da década de 70. Naquela
época os profissionais médicos eram verdadeiros heróis,
pois trabalhavam com material rudimentar, muitas vezes
experimentais e, mesmo assim, conseguiam salvar muitas
vidas. Porém, as complicações não eram pouco frequentes
o que acabou por gerar certo receio em relação ao
procedimento. Nesses mais de 40 anos os materiais foram
aperfeiçoados, tornaram-se mais seguros e eficazes. As
complicações são raras, com taxas menores que 1% e
os benefícios são imensos trazendo alívio e sobrevida a
milhares de pacientes.
Dr. Silvio S. Pontes Câmara
Cardiologista
CRM – GO 12474
E-mail: silviopontes@hotmail.com
• Graduação em Medicina pela Universidade Estadual
de Londrina-UEL, PR;
• Residência em Clínica Médica, Cardiologia e
Cardiologia Intervencionista/Hemodinâmica pela
Universidade de São Paulo, USP, Ribeirão Preto, SP;
• Membro Titular da Sociedade Brasileira de
Cardiologia;
• Membro Titular da Sociedade brasileira de
Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista.
33
Arritmias Cardíacas
Patrícia da
Fonseca Zarate
Cardiologia – CRM-GO 13949
Arritmias cardíacas alteram o ritmo das batidas do coração e se não tratadas
corretamente,podem provocar doenças no coração e morte súbita (parada cardíaca).
Assunto para a cardiologista Patrícia da Fonseca Zarate.
“O coração é formado por duas bombas
com sistema elétrico próprio, que permitem que as
contrações aconteçam de forma organizada, garantindo
um bombeamento de sangue adequado, conforme um
ritmo e uma frequência, que variam ao longo do dia. Esse
sistema elétrico possui uma espécie de bateria, capaz de
gerar estímulo espontaneamente para uma frequência de
batimento cardíaco de 60 a 100 vezes por minuto, oscilando
um pouco para cima ou para baixo, dependendo da
situação e do grau de condicionamento físico do paciente.A
frequência cardíaca considerada normal é aquela que
gera um fluxo sanguíneo necessário e sem necessidade de
grande esforço.
Qualquer alteração nesse sistema, pode ser
considerada uma Arritmia Cardíaca. Se trata de uma
Bradicardia, quando a frequência é menor do que 60
batimentos por minuto; e, quando a frequência acelera
para mais de 100 batimentos por minuto, chamamos de
Taquicardia. As Arritmias também podem ser classificadas,
como:
• Benignas, quando não alteram a função e o
desempenho do coração e não trazem riscos
maiores ao paciente. Podem ser controladas com
medicações e melhoram com a atividade física.
• Malignas são perigosas e pioram quando há
algum tipo de estresse (físico, mental etc.).
Essas, precisam ser monitoradas e controladas,
pois oferecem risco de parada cardíaca, choque
cardiogênico ou modificação na estrutura e
na função do coração. Além disso, esse tipo de
34
arritmia pode favorecer a formação de coágulos
sanguíneos dentro do coração que podem se
desprender e chegar ao cérebro, através da
corrente sanguínea, com risco de gerar um
acidente vascular cerebral isquêmico (AVC).
Todas essas possibilidades de risco para o paciente
com arritmia, seja ela benigna ou maligna, são minimizadas
quando o paciente é devidamente tratado.
O descompasso cardíaco provoca uma série de
sintomas no paciente, que se queixa de palpitação e de
pulso acelerado; sensação de nó na garganta,de fraqueza,
de tontura, de desmaio, de cansaço fácil, de dor no peito, de
falta de ar e de mal-estar geral.
Mas, muitas vezes, as arritmias cardíacas não
provocam sintomas e , assim como uma doença silenciosa,
podem levar o paciente a uma morte súbita. A doença só
é descoberta com exames específicos (holter 24h, teste
ergométrico, estudo eletrofisiológico, entre outros) e com
a avaliação de um especialista.
As arritmias são mais frequentes em pessoas
que já possuem problemas cardíacos; história familiar
de cardiopatia, idosos (em quem podemos encontrar a
fibrilação atrial, caracterizada pelo ritmo de batimento
rápido e irregular dos átrios, câmaras superiores do
coração). Mas, pessoas de qualquer faixa etária não estão
livres de ter o problema, até mesmo os bebês têm esse risco.
O correto é mudar os hábitos alimentares, reduzir
o colesterol e abandonar o sedentarismo. A recomendação
médica é que ninguém inicie um programa de exercícios
físicos sem realizar um eletrocardiograma ou passar por
uma avaliação específica com cardiologista.
Quando a atividade física exige um
esforço desproporcional, a avaliação deve
ser ainda mais cuidadosa, com a realização
de check-ups constantes, sobretudo
antes do início das atividades, sejam essas
motivadas por treinamento extensivo
(atletas de todas as modalidades) ou por
lazer. Esta é a premissa que os cardiologistas
e, mais especificamente, os arritmologistas
reforçam tanto para os atletas de fim de
semana, quanto para os chamados atletas de
alto desempenho.
Seja qual for o tipo de arritmia, suas
causas devem ser tratadas, utilizando-se de
medicações específicas, ablação (através de
um cateter), implante de marca-passo ou
cardiodesfibrilador implantável.
A prevenção das arritmias
cardíacas se inicia com hábitos saudáveis.
Por vezes, basta adotar uma alimentação
balanceada, evitar o tabagismo, excesso
de bebidas alcoólicas e os energéticos,
praticar atividades físicas, dar atenção à
saúde emocional, controlar fatores, como
hipertensão arterial, diabetes, colesterol
elevado, obesidade e pelo menos uma
vez por ano, consultar-se com um
cardiologista para a realização de exames
preventivos.”
Doenças Cardíacas adquiridas durante a
gravidez
Mesmo com um coração saudável, é possível que
surjam problemas cardíacos durante a gravidez:
Os sopros cardíacos – No pré-natal, o obstetra pode
ouvir algum sopro, devido ao sangue extra que flui através
do seu coração. Mas, isso não é motivo de preocupação.
Alguns sinais e sintomas podem indicar problemas com
alguma válvula cardíaca;
Arritmias cardíacas – Algumas mulheres de
coração saudável podem desenvolver arritmias, pela
primeira vez durante a gravidez. O especialista pode
perceber isso,durante o exame físico. Na maioria das vezes
não há sintomas e nenhum tratamento é necessário. Mas,
só depois de uma investigação específica, é que se tem
certeza de que a mãe e o bebê estarão bem;
A pressão arterial elevada – A hipertensão é uma
complicação séria na gravidez. Normalmente, por volta da
20ª semana de gestação, cerca de 8% das mulheres grávidas
desenvolvem hipertensão arterial. Por isso, é importante
verificar com frequência a pressão arterial durante a
gravidez. Essa desordem pode evoluir para “pré-eclampsia,
uma complicação séria, que exige interferência médica
imediata para evitar que evolua para a Eclâmpsia, uma
condição de risco de vida para a paciente, caracterizada
por convulsões, seguidas do estado de coma.
Patrícia da Fonseca
Zarate
Cardiologista
CRM – GO 13949
E-mail: pfzmed@hotmail.com
pfzmed@cardiol.br
• Graduação de Medicina pela
Universidade Estário de Sá,
UNESA, RJ;
• Residência Clinica Médica no
Hospital Souza Aguiar, RJ;
• Residência em Cardiologia pelo
da Hospital de Força Aérea do
Galeão, RJ.
35
Autismo
Fábio Borges Pessoa
Pediatria – CRM–GO 9861
Há uma realidade bem particular que
define os portadores de Autismo e que
os distancia do mundo que os rodeia. O
autista geralmente sofre forte tendência
ao isolamento e costuma bastar-se a si
mesmo. São indivíduos que encontram
sérias dificuldades de interatividade social
e de comunicação. O médico pediatra
Fábio Pessoa fala desse transtorno e
nos dá a boa notícia de que tratamentos
precoces e estímulos adequados melhoram
as habilidades sociais do paciente autista e
o insere de vez em nossa sociedade.
A evidência de um atraso de linguagem não
se faz necessária para a elaboração do diagnóstico,
visto que alguns indivíduos autistas possuem com
desenvolvimento apropriado de tal capacidade.
Uma vez que os quadros clínicos são extremamente
variados, a orientação recente da Academia Americana
de Psiquiatria é definir o diagnóstico por gravidade em
relação a interação social e a comunicação e não mais
estabelecer subtipos do transtorno.
Sabe-se que o Transtorno do Espectro do Autismo
tem origem em variações genéticas de diversos
genes, os quais interagem entre si e sofrem influência
epigenética (memória celular) e de fatores ambientais.
1- O autismo é um transtorno que afeta o
desenvolvimento normal da linguagem, a sociabilidade
e as habilidades de comunicação. Quais são as variantes
do autismo e por que algumas pessoas desenvolvem o
problema?
Consensualmente, o termo empregado para o
diagnóstico de indivíduos que apresentam prejuízo
quanto a socialização e a comunicação, além da
presença de interesses restritos e de comportamentos
repetitivos, é o de Transtorno do Espectro do Autismo.
2- Quais são os sinais clássicos de autismo?
Os sinais do autismo devem ser percebidos antes
dos três anos de idade e, em alguns casos, antes dos 18
meses.
O diagnóstico é eminentemente clínico, baseado
na observação do paciente e em uma entrevista bem
elaborada com os pais ou responsáveis.
Assim, para o diagnóstico, é necessária a presença
dos seguintes sinais:
• Déficit social persistente: dificuldade em iniciar
36
ou manter um diálogo; não responder quando é
chamado pelo nome ou em uma conversa direta;
não demonstrar prazer em interações sociais e
mostrar indiferença ou aversão ao contato físico,
por exemplo.
• Déficit na comunicação: pouco contato visual,
dificuldade em expressar emoções; apontar para
algum objeto como forma de mostrar interesse
pelo mesmo; apresentar a fala muitas vezes com
entonação, volume e ritmos anormais.
• Déficit na manutenção e no desenvolvimento de
relacionamentos: não perceber o desinteresse de
outros em seu discurso; não expressar emoções
corretamente, como rir em situações inapropriadas
e fazer questionamentos socialmente inadequados;
preferir ficar só e evitar atividades em grupo.
• Interesses restritos e de comportamentos
repetitivos: abrir e fechar portas ou janelas
várias vezes; realizar movimentos repetitivos
com as mãos ou pescoço; repetir a última palavra
ouvida; referir-se a si mesmo pelo nome ao invés
de usar o pronome “eu”; dependência exagerada
de rotinas, pensamento rígido e obsessão
ou excessiva preocupação com determinados
assuntos; grande tolerância à dor.
Reconhecendo os
sinais do autismo
É importante lembrar que cada paciente apresenta
um determinado número de características, não se
exigindo a presença de todas para se configurar o
diagnóstico. Os autistas são muito diferentes entre si.
3- Em qual período da vida o transtorno se
manifesta?
O Transtorno do Espectro do Autismo deve
ser diagnosticado antes dos três anos de idade. Mas
ainda lactente, um bebê que ao ser amamentado não
estabelece contato com a mãe pela exploração tátil ou
pelo contato visual, deve ser melhor observado.
Como o autismo representa uma alteração
qualitativa do desenvolvimento do indivíduo, há adultos
e idosos com o diagnóstico, independentemente
do grau de gravidade. Portanto, o transtorno
manifesta-se em todas as etapas da vida.
4- O que significa estar dentro do espectro?
Estar dentro do espectro é apresentar
padrões de comportamento específicos, que
acarretam prejuízo, em quantidade suficiente para
a elaboração do diagnóstico do autismo. Estar dentro
do espectro é ser autista.
5- O que é a síndrome de Asperger?
A Síndrome de Asperger representa uma forma
37
leve do Espectro do Autismo.
O diagnóstico normalmente é feito na fase escolar,
uma vez que as crianças portadoras da Síndrome
de Asperger desenvolvem a linguagem na época
certa, porém a mesma mostra-se muito correta, com
vocabulário amplo e sofisticado. Como muitos desses
indivíduos têm inteligência acima da média, muitos pais
tendem a caracterizar essa peculiaridade da linguagem
como algo próprio da personalidade da criança.
Além dessa característica da linguagem, outro
comportamento presente é a fixação ou interesse
muito específico por algum tema, como por exemplo:
dinossauros, carros, aviões ou robôs. Uma criança
Asperger é capaz de falar exaustivamente de um mesmo
assunto, com enorme riqueza de detalhes, de tal forma
que quem a escuta não consegue, muitas vezes, mudar
o foco do diálogo e, mesmo demonstrando desinteresse
evidente através de sua expressão facial, não faz com
que a criança perceba a exaustão em ouvi-la.
Há, por parte dos portadores da Síndrome de
Asperger, prejuízo social com excesso de formalidade
e inflexibilidade frente às convenções sociais. Magoam
sem perceber, já que desconsideram muitas vezes,
o ponto de vista da outra pessoa. São ingênuos e lhes
falta empatia. Não entendem piadas ou metáforas,
agem de forma literal e concreta. São em sua maioria
desajeitados, com nítido prejuízo em sua coordenação
motora. Mas, há pontos positivos: os autistas são
verdadeiros, honestos, confiáveis e determinados.
Enfim, eles são diferentes e merecem compreensão e
auxílio.
6-Quais são os médicos que devem acompanhar um
autista?
Devido à importância do diagnóstico precoce
do autismo, o pediatra tem grande importância no
que tange a percepção dos primeiros sintomas e na
orientação aos pais.
Neuropediatras e psiquiatras da infância estão
preparados para confirmar o diagnóstico e também
acompanhar tais pacientes.
7- Como é o tratamento? Há cura para o autismo?
O tratamento do autismo é multiprofissional.
O médico é quem deve fazer o diagnóstico, mas o
trabalho em equipe enriquece todo o processo de
conceituação e definição de prioridades de trabalho
relacionadas à característica individual de cada
autista.
Profissionais das áreas de psicologia,
psicopedagogia, fonoaudiologia, terapia
ocupacional, fisioterapia, musicoterapia, entre
outros são importantes para trabalhar as limitações
sociais, os aspectos de linguagem, o processo de
aprendizagem formal, as dificuldades referentes
à coordenação motora e à organização e assim
possibilitar um melhor convívio por parte do autista
em nossa sociedade.
O tratamento e a estimulação devem ocorrer a
longo prazo e devem ser adequados de acordo com
a evolução do paciente. Não há remédio específico
para o transtorno e ainda não há cura.
Fábio Borges Pessoa
Pediatra
CRM–GO 9861
E-mail: fabiopessoa@fillium.com.br
www.fillium.com.br
• Graduação em Medicina pela
Universidade Federal de Goiás, UFG,
GO;
• Residência medica em Pediatria e
Neonatologia pela Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de
Goiás, UFG, GO;
• Pós graduação em Neuropsiquiatria
da Infância e da Adolescência pelo
Departamento de Saúde Mental da
Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Goiás, UFG, GO;
• Membro da Associação Brasileira
de Neurologia, Psiquiatria Infantil e
Profissões Afins, ABENEPI .
38
Cirurgia Plástica Responsável
Dr. Thiago Machado Pinto
Cirurgia Plástica – CRM-GO 9386
Um procedimento cirúrgico
espontâneo deve ser encarado
com muita responsabilidade,
principalmente em se tratando de
uma cirurgia plástica. É preciso
refletir sobre riscos, expectativas,
escolha do especialista e todos
os outros aspectos que envolvem
essa decisão. O cirurgião plástico
Thiago Machado destaca os pontos
fundamentais e que devem ser
levados em consideração em quem
decide encarar o bisturi em nome
da beleza.
“O conceito de beleza passa longe da idéia de
perfeição. Características faciais ou corporais que não
se encaixam na ditadura estética imposta pelos padrões
atuais, como um nariz de traços fortes ou seios pouco
volumosos, muitas vezes podem ser harmônicos e
belos. Assim, na primeira consulta, é importante “ler”
o paciente, entender qual seu objetivo e explicar de
forma clara o que a Cirurgia Plástica pode oferecer. Para
tanto, esse primeiro momento não deve ser apressado; a
consulta deve ser calma e detalhada em que o paciente
tem oportunidade de expressar sua ambição estética e
o cirurgião explicar as possibilidades existentes de um
provável resultado. O exame físico, em minha opinião,
deve ser feito em frente ao espelho, para que ambos
estejam olhando juntos para cada característica passível
de ser melhorada. É de fundamental importância que
cirurgião e paciente partam para o próximo passo com a
mesma clareza do que pretendem alcançar.
Existem pessoas que procuram o consultório
com idéias equivocadas quanto a cirurgia plástica. Elas
enxergam na própria aparência, características que não
condizem com a realidade (dismorfofobia), como alguém
que possua um nariz bonito e harmônico, enxergá-lo
enorme e feio. Os limites do bom senso estético, bem
como o potencial de resultado, têm que ser esclarecidos a
esses pacientes. Caso insistam em realizar procedimentos
descabíveis ou buscarem incessantemente se parecer
com algum modelo de beleza intangível, a cirurgia deve
ser desaconselhada.
No pré-operatório se faz o preparo para cirurgia
de forma personalizada, pois cada pessoa tem suas
particularidades. O paciente precisa revelar sobre sua
saúde, se possui algum problema cardíaco, diabetes ou
qualquer outra doença crônica ou hereditária. Essas
doenças não impedem a realização do procedimento,
mas exigem o consentimento de outro especialista. Nessa
conversa franca, em que nada deve ser omitido, o paciente
deve contar inclusive sobre o uso de drogas lícitas ou
ilícitas e suspender seu uso pelo tempo determinado
pelo especialista. Portanto, o álcool, o cigarro, a cocaína
e outras drogas, as medicações que contenham ácido
acetil salicílico, o Gingko Biloba, a vitamina E, as pílulas
40
anticoncepcionais, tratamentos hormonais e outros
podem levar a possíveis complicações durante ou após
a cirurgia. O protocolo pré-operatório é finalizado com
exames laboratoriais, radiológicos e cardiológicos, para
que tudo seja cercado da máxima segurança.
Ainda nesse primeiro momento, devem
ficar detalhadamente esclarecidos os cuidados pós
operatórios. Limitação dos movimentos, inchaço,
alteração na cor da pele, algum desconforto e outras
alterações transitórias devem ser encaradas com
naturalidade, pois já foram explicadas anteriormente.
Os primeiros dias após um procedimento cirúrgico
são geralmente mais desconfortáveis gerando algum
grau de ansiedade e insegurança para o paciente. O
acompanhamento da equipe especializada traz conforto,
segurança e evita complicações. O homecare, do qual
sou adepto, por considerar muito importante, aproxima
o médico do paciente nesse delicado momento. Uma
enfermeira especializada e uma fisioterapeuta, visitam o
paciente em casa por três ou quatro vezes antes mesmo
de seu retorno ao consultório. Hidratação, padrão
respiratório, circulação dos membros, uso correto da
malha cirúrgica, entre outros importantes pontos, são
avaliados e o paciente é bem orientado.
Saber o que esperar de um pós-operatório e ter a
certeza da presença de uma equipe completa e treinada
ao lado do paciente antes mesmo do procedimento é
algo bastante tranqüilizador.
Na primeira consulta, o paciente deve saber
que o acompanhamento no consultório continua por
12 a 24 meses. É muito importante trabalhar para que
o potencial de resultado estético seja explorado ao
máximo. Diferentes pessoas terão resultados diferentes,
mas é fundamental otimizar todos os resultados
individualmente, dentro das características genéticas
de cada um. As cicatrizes, por exemplo, constituem
aspecto importante a ser discutido com o paciente. Essas
marcas serão camufladas para que fiquem minimamente
evidentes. O potencial estético da cicatrização é
individual e depende de fatores genéticos, mas é possível
explicar a posição e o tamanho das cicatrizes. Durante o
acompanhamento pós operatório atingiremos o melhor
resultado que o organismo do paciente pode oferecer
associando tratamentos locais para cada tipo de cicatriz.
Nesse primeiro momento também será explicado
sobre a anestesia que pode ser local, regional ou geral. E
antes da cirurgia uma consulta é realizada com o médico
anestesiologista que já trabalha e conhece os protocolos
seguidos pelo cirurgião.
Por fim, antes de se consultar é importante
certificar que o médico tem referências e qualificação.
O título de especialista é conferido pela Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica e registrado no Conselho
Regional de Medicina. Assim é possível verificar no site
(www.cirurgiaplastica.org.br) se o profissional é de fato
qualificado.”
Dr. Thiago Machado Pinto
Cirurgião Plástico
CRM–GO 9386
E-mail: dr.thiagomachado@hotmail.com
www.drthiagomachado.com.br
• Graduação em medicina pela
Universidade Federal de Goiás, UFG,
GO;
• Residência em Cirurgia Geral pela
Universidade Federal de Uberlândia,
UFU, MG;
• Residência em Cirurgia Plástica, pela
Universidade Federal de Uberlândia,
UFU, MG;
• Fellowship em Cirurgia Craniofacial na
Beneficência Portuguesa de Niterói, RJ;
• Membro Especialista da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica.
41
Cirurgia da Base do Crânio
Gustavo Jorge
Magalhães
Otorrinolaringologia
CRM-GO 10818
Não faz muito tempo, lesões em
algumas áreas cerebrais eram de
difícil tratamento cirúrgico. Mas,
com a evolução da medicina, novas
vias de acesso ao cérebro foram
abrindo caminho para uma nova
forma minimamente invasiva de tratar
a doença. O Otorrinolaringologista
Gustavo Jorge se ausentou por quatro
meses, em Bergamo, na Itália, para
adicionar em seu currículo um fellowship
em Cirurgia da Base do Crânio e suas relações com a
face, ouvido, junção cranio-cervical, órbitas e cavidade
nasal. O que há de novo nessa abordagem?
42
1-O que a Otorrinolaringologia tem a ver com a Base do
Crânio?
A base crânio é a zona de transição entre o nariz,
o ouvido e o cérebro. Portanto, o otorrinolaringologista
trabalha nas áreas vizinhas à base do crânio todo o tempo
do seu dia a dia cirúrgico. As cavidades nasais estão se
tornando um caminho viável para acessar diferentes
regiões do cérebro e facilitar cirurgias que, antes, exigiam
grandes aberturas no crânio.
2- Por que a região da base do crânio e tão crítica?
A base do crânio é um grande desafio por ser de
difícil acesso, já que esta região está em meio a nervos
cranianos, artérias e veias de grande importância ao corpo.
E devido a essa anatomia ser extremamente complexa, o
aprendizado também se torna um desafio. É fundamental
que haja um profundo conhecimento multidisciplinar da
anatomia e das técnicas microcirúrgicas, além de intenso
treinamento para realizar uma cirurgia desse nível
3- Quais as doenças que acometem a base do crânio?
Diversas são as doenças que acometem a base do
crânio. Entre elas os neurinomas do nervo auditivo, tumores
das meninges, tumores de hipófise, comunicações entre o
nariz e o crânio e muitas outras.
4- Fale sobre os tumores do ouvido?
Os tumores de ouvido mais comuns são os benignos,
como os Colesteatomas,que destroem o ouvido na medida
em que vão crescendo e geram muito desconforto aos
pacientes, com mal cheiro e secreção abundantes. Há outros
tumores, mas são menos comuns, como os Neurinomas,
que acometem geralmente o nervo auditivo e necessitam
de uma abordagem em base de crânio para a sua remoção.
Os Neurinomas cursam com perda auditiva progressiva
rápida, acompanhada de zumbidos e tonturas de acordo
com o seu crescimento. Em casos raros, esses tumores
também podem vir a acometer o nervo facial.
5- Como começou e o que mudou na abordagem cirúrgica
da base do crânio?
O acesso cirurgico à base do crânio não é novidade.
Entretanto, os avanços no conhecimento tridimensional
do funcionamento do cérebro (neurofisiologia), os
acessos com uso dos microscópios na década de 60 e
da endoscopia na década de 90, além das possibilidades
modernas de neuronavegação cerebral por imagem, bem
como o surgimento de novas técnicas neurocirúrgicas
revolucionaram esse procedimento, que se tornou
minimamente invasivo.Se antes algumas áreas cerebrais
eram intocáveis, hoje dificilmente uma doença na base do
crânio não pode ser debelada.Mesmo assim, como todo
o procedimento cirúrgico, os riscos variam de acordo a
localização , a extensão e o tipo da lesão .
Mas, com toda essa evolução na abordagem
cerebral, os acessos à lesão se tornaram mais simplificados,
diminuímos os índices de seqüelas pós-cirurgicas, e com
menor morbidades para os pacientes. Para se ter uma idéia,
atualmente pode-se fazer cirurgias da hipófise por via nasal
e remoção de tumores de ouvidos, sem danos ao nervo
facial.
Portanto, nas últimas décadas tivemos um avanço
significativo na cirurgia da base do crânio, o paciente têm
maior tempo de sobrevida, melhor qualidade de vida
e melhor desempenho intelectual após intervenções
delicadas no cérebro.
6- Qual o papel do neurocirurgião e do
otorrinolaringologista nessa cirurgia?
O ideal é a formação de uma equipe multidisciplinar
entre o Otorrino e o Neurocirurgão. Cada um atuando
dentro de sua área específica. Dentro da cavidade nasal
e dos ouvidos, o otorrino têm grande familiaridade e,
geralmente é ele o responsável pelo acesso ao cérebro, com
a abertura da via para remoção da doença. Assim, ele abre o
caminho pelo nariz e pelo ouvido para resolução da doença.
Quando estamos dentro do crânio, é o neurocirurgião quem
assume o bisturi e a manipulação do cérebro.
7- Qual a preparação que o paciente deve ter antes da
cirurgia?
A preparação vai depender da localização ,do
tamanho e do tipo de tumor. Depois que a junta médica
O Otorrinolaringologista Gustavo Jorge, com o professor doutor
Giovanni Danesi, em Bergamo, na Itália, quando adicionou em
seu currículo, um fellowship em Cirurgia da Base do Crânio
analisa o problema através da ressonância magnética , da
audiometria e da endoscopia nasal abre-se a discussão do
caso entre o Otorrino e o Neurocirurgião para a decisão
sobre o melhor caminho para o tratamento da lesão.
8- Que tipo de anestesia é empregada?
Como são procedimentos complexos e de longa
duração a anestesia geral é obrigatória.
9 – O paciente fica internado?
A internação é obrigatória e dependendo da
gravidade, uma UTI se faz necessária até a completa
recuperação do paciente .
10- Como é o pós operatório e o prognóstico desse
tratamento?
O paciente deve permanecer em repouso até a
completa recuperação para evitar complicações. Quanto
ao prognóstico, mais uma vez as variantes são inúmeras.
Mas, pacientes bem conduzidos dentro das técnicas
modernas, acompanhados de equipe qualificada,
utilizando material médico de ponta e em ambiente
hospitalar adequado, na grande maioria das vezes,
há resolução completa da doença apresentada e sem
seqüelas importantes para o paciente .
Gustavo Jorge Magalhães
Otorrinolaringologista - CRM-GO 10818
E-mail: contato@clinicasinus.com.br
www.clinicasinus.com.br
• Graduação em Medicina pelo Centro Universitário Volta Redonda,
no Rio de Janeiro, RJ;
• Residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital da Lagoa,
no Rio de Janeiro, RJ;
• Pós-graduação no Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia,
PR;
• Fellowship no HouseEarInstitute, em Los Angeles – Califórnia;
• Fellowship em base de Crânio no Hospital Giovanni XXIII de
Bérgamo - Itália.
43
Cuidados com o Couro Cabeludo
Lorena Dourado
Dermatologia - CRM–GO 11663
Ter uma cabeleira saudável faz muita diferença. Por isso, é importante ter cuidados específicos
com os fios para que se mantenham resistentes e sedosos. Mas, e o couro cabeludo? Nesta
edição, a Dermatologista Lorena Dourado, especialista em Tricologia(ciência que estuda
os cabelos) nos alerta para os cuidados que devemos ter com o couro cabeludo.
1 - Como deve ser a limpeza correta do couro cabeludo?
Embora seja bem relaxante lavar os cabelos em água quente,esse é um hábito
ruim para o couro cabeludo. A água quente, da mesma forma que resseca a pele,
resseca o couro cabeludo. Como mecanismo compensatório, as glândulas da
região são ativadas a produzir uma quantidade maior de gordura, podendo
deixar o cabelo com aspecto oleoso. O ideal é que se lave os cabelos com água
mais morna ou fria.
Quanto à frequência, não há problema em lavar os cabelos todos os
dias ou conforme a necessidade, quando a temperatura da água se mantém
amena. A oleosidade ideal é aquela que se distribui pelos fios, mas que
não se acumula no couro cabeludo. Este deve estar sempre limpo. Se com
as lavagens, os fios se tornarem ressecados, recomenda-se usar cremes
condicionantes em seguida. Quanto maior a frequência de lavagens, mais
fraco deve ser o xampu.
2 - Algumas pessoas se queixam de descamação do couro cabeludo. Por
que isso acontece?
Algumas pessoas têm maior tendência a ter a pele e o couro cabeludo
secos e descamativos. Mas, este problema pode ter várias outras causas
provocadas pela exposição intensa ao sol, por processos alérgicos,
por doenças (dermatite seborreica, psoríase, entre outras), ou, como
dissemos anteriormente, pela alta temperatura da água. Deve-se
usar xampus específicos para cabelos secos ou para processos
descamativos do couro cabeludo, associados ao uso de condicionador,
aplicado não só nos fios, mas inclusive no couro cabeludo. Depois,
enxaguar, retirando todo o excesso do condicionador.
Evitar a exposição solar intensa, sem a devida fotoproteção.
As lavagens devem ser mais espaçadas e em água de temperatura
morna ou fria.
3 - Qual a importância dos condicionadores e das máscaras
hidratantes para os cabelos?
Os condicionadores, tanto os com enxague, quanto os do tipo
leave-in, recobrem a cutícula, desembaraçando os fios. Assim
como os xampus, esses produtos penetram superficialmente nos
fios, deixando resíduos entre as escamas da cutícula. Recomendase
uso de xampus anti-resíduo semanalmente ou quinzenalmente
para retirada desses resíduos.
As máscaras capilares penetram na cutícula do
fio dando maior espessura e força ao fio. Cada um tem a
sua função específica e todos têm papel importante nos
cuidados com os cabelos.
4 - Quais os danos do secador e da chapinha no couro
cabeludo?
Devido a alta temperatura, o secador e a chapinha
podem provocar bolhas difusas, deixando os fios com uma
pior qualidade.
Já a chapinha pode causar queimaduras no couro
cabeludo. Ambos devem ser evitados. Mas, se isso não for
possível, mantenha o secador mais distante dos fios e do
couro cabeludo e com ar mais morno ou frio.
Se usar a chapinha, distribua antes um produto com
efeito antitérmico e mais oleoso, como um silicone. Isso vai
facilitar o movimento da chapinha e diminuir o tempo de
contato com os fios. Preserve o couro cabeludo do calor da
chapinha.
5 - E quanto aos produtos químicos?
Alisantes, permanentes, tinturas e progressivas
podem provocar o desenvolvimento de alergias, que se
apresentam nas formas leves, com descamação e coceira,
até aquelas mais intensas e graves com forte edema
(inchaço). Por isso, é fundamental um teste cutâneo do
produto antes da sua utilização. Uma pequena quantidade
deve ser aplicada na área atrás da orelha, por exemplo, e em
pequena mecha na parte escondida do cabelo.
Comprovada a alergia, suspenda o uso e procure
um médico dermatologista, com título de especialista
pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para
orientações e tratamento.
6 - Qual a importância da alimentação na nutrição dos
cabelos e do couro cabeludo?
Quanto a alimentação é importante que se tenha
Dermatite seborreica (caspa)
A caspa é uma das manifestações da Dermatite
Seborréica, um tipo extremamente frequente de
inflamação do couro cabeludo que costuma se
manifestar após os 30 anos de vida. Diversos fatores
fazem com que as glândulas sebáceas do couro
cabeludo produzam um tipo diferente de gordura.
Quando acumulada, gera a proliferação exagerada de
fungos e, consequentemente, a inflamação. Apesar
da presença desses microorganismos, sabe-se que a
doença não é contagiosa.
Tensão emocional pode agravar o problema,
bem como o alcoolismo e algumas doenças
neurológicas.
A doença não tem cura, mas pode ser controlada
através do uso de xampus antisseborréicos.O problema
é que muitos pacientes se queixam que esses xampus
geralmente ressecam o cabelo com a frequência do uso,
o que justifica a aplicação de cremes condicionantes
nos fios (evitando aplica-los diretamente no couro
cabeludo).
Dependendo do caso, medicamentos orais
de efeito anti-inflamatório também são prescritos.
Procure um dermatologista para que este faça seu
diagnóstico e inicie seu tratamento da forma mais
adequada para as suas necessidades clínicas.
uma dieta balanceada. Pessoas desnutridas têm cabelos
opacos. Evite perdas de peso bruscas e dietas sem proteínas.
7 - Quando é necessário procurar um dermatologista?
Quando o couro cabeludo apresentar alterações,
como coceira, descamação, inflamação, queda localizada
ou espaçada de fios, formando falhas, ou qualquer outro
problema, procure um dermatologista com título de
especialista em dermatologia para que esse faça sua
avaliação e inicie, se necessário, seu tratamento.
Lorena Dourado
Dermatologista
CRM – GO 11663
E-mail: dourado.lorena@gmail.com
• Graduação em Medicina pela Universidade Federal de
Goiás, UFG, GO;
• Titular em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de
Dermatologia;
• Especialista em Tricologia pela Faculdade de Medicina
do ABC e pela Universidade de São Paulo, USP, SP.
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