13.04.2013 Views

Equidad Fiscal en Brasil, Chile, Paraguay y Uruguay

Equidad Fiscal en Brasil, Chile, Paraguay y Uruguay

Equidad Fiscal en Brasil, Chile, Paraguay y Uruguay

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Serie de <strong>Equidad</strong> <strong>Fiscal</strong> <strong>en</strong> América Latina del BID<br />

<strong>Equidad</strong> <strong>Fiscal</strong> <strong>en</strong> <strong>Brasil</strong>, <strong>Chile</strong>,<br />

<strong>Paraguay</strong> y <strong>Uruguay</strong><br />

Versión Preliminar<br />

2010


OTROS ESTUDIOS DE LA SERIE<br />

La <strong>Equidad</strong> <strong>Fiscal</strong> <strong>en</strong> los Países Andinos (2006)<br />

A. Barreix, L. Villela y J. Roca (editores)<br />

Patrocinado por el Ministerio Británico para el Desarrollo Internacional (DFID), el Banco Interamericano de<br />

Desarrollo (BID) y la Comunidad Andina de Naciones<br />

Descarga de docum<strong>en</strong>to<br />

La <strong>Equidad</strong> <strong>Fiscal</strong> <strong>en</strong> C<strong>en</strong>troamérica, Panamá y República Dominicana (2009)<br />

A. Barreix, M. Bès y J. Roca<br />

Patrocinado por EUROsociAL <strong>Fiscal</strong> y el Banco Interamericano de Desarrollo (BID)<br />

Descarga de docum<strong>en</strong>to<br />

CONTENIDO<br />

PARTE I<br />

<strong>Equidad</strong>e <strong>Fiscal</strong> no <strong>Brasil</strong> (1) A estrutura tributária, as transferências públicas e a distribuição de r<strong>en</strong>da<br />

(Claudio Salvadori Dedecca)………………………………………………………………………………………….…..<br />

<strong>Equidad</strong>e <strong>Fiscal</strong> no <strong>Brasil</strong> (2) (Fernando Rez<strong>en</strong>de e José Roberto Afonso & equipe técnica)………………….<br />

PARTE II<br />

<strong>Equidad</strong> <strong>Fiscal</strong> <strong>en</strong> <strong>Chile</strong>: Un Análisis de la Incid<strong>en</strong>cia Distributiva de los Impuestos y el Gasto Social<br />

(Michael Jorratt)…………………………………………………………………………………………………………….<br />

PARTE III<br />

<strong>Equidad</strong> <strong>Fiscal</strong> <strong>en</strong> <strong>Paraguay</strong> – (Manuel Alarcón)……………………………………………………………………..<br />

PARTE IV<br />

<strong>Equidad</strong> <strong>Fiscal</strong> <strong>en</strong> <strong>Uruguay</strong>: Cuánto y cómo modifica el Estado el bi<strong>en</strong>estar de los uruguayos (Jerónimo<br />

Roca)…………………………………………………………………………………………………………………………<br />

2<br />

3<br />

34<br />

106<br />

178<br />

240


BRASIL Setembro de 2009<br />

<strong>Equidad</strong>e <strong>Fiscal</strong> no <strong>Brasil</strong> (1)<br />

1 2<br />

A estrutura tributária, as transferências públicas e a distribuição de r<strong>en</strong>da<br />

3<br />

Claudio Salvadori Dedecca 3<br />

1<br />

Trabalho realizado para o Banco Interamericano de Des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to d<strong>en</strong>tro do Acordo de Colaboração EUROsociAL <strong>Fiscal</strong>idad.<br />

2<br />

O des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to deste trabalho contou com o apoio da Profa. Rosangela Ballini na elaboração dos indicadores estatístico e de<br />

Cassiano Bezerra Trovão na preparação da base de dados.<br />

3<br />

Professor Titular do Instituto de Economia da Unicamp, <strong>Brasil</strong>.


INDICE<br />

Apres<strong>en</strong>tação........................................................................................................................................... ..<br />

1. Aspectos gerais do sistema tributário brasileiro ..................................................................... ..<br />

2. Trajetória metodológica …………………………………………………………………………………<br />

2.1. A construção das variáveis de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos monetários e não monetários.........................<br />

2.2. As bases de dados disponíveis ................................................................................... .....<br />

2.3. Os tipos de r<strong>en</strong>da adotados ............................................................................................ ......<br />

2.4. A estrutura de impostos ........................................................................................................<br />

3. Algumas informações básicas sobre as famílias brasileiras ..................................................<br />

4. Alguns dados básicos sobre r<strong>en</strong>da e consumo ......................................................................... .<br />

5. As distribuições r<strong>en</strong>da no <strong>Brasil</strong> e o sistema tributário ..........................................................<br />

Anexo 1 – Indicadores de progressividade e regressão .................................................................<br />

▫ Indice de Kakwani ......................................................................................................<br />

▫ Indice de Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky ...................................................................................<br />

Referências bibliográficas ..................................................................................................................<br />

4<br />

5<br />

5<br />

7<br />

8<br />

11<br />

16<br />

17<br />

17<br />

19<br />

23<br />

30<br />

30<br />

30<br />

33


APRESENTAÇÃO<br />

O objetivo deste estudo foi explorar as mudanças na distribuição de r<strong>en</strong>da no <strong>Brasil</strong> considerando tanto as<br />

imposições tributárias como as transferência de r<strong>en</strong>da da política pública. Ele está organizado em quarto<br />

partes.<br />

Inicialm<strong>en</strong>te, é apres<strong>en</strong>tada a trajetória metodológica percorrida para a construção da base de dados<br />

utilizada e para a elaboração dos resultados demandados pelos objetivos do estudo. A fonte de dados que<br />

lastreia este esforço é a Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares – POF/IBGE, t<strong>en</strong>do sido lançada mão, de<br />

maneira pontual, à informação sobre pres<strong>en</strong>ça de filhos das famílias brasileiras em escola pública propiciada<br />

pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD/IBGE. A partir dos dados da POF, foram<br />

construídas algumas variáveis adicionais, em particular para tratam<strong>en</strong>to mais detalhado da variável r<strong>en</strong>da<br />

das famílias. Como resultado foi estabelecido dez tipos de r<strong>en</strong>da para a análise.<br />

A segunda parte apres<strong>en</strong>ta algumas informações básicas sobre as famílias brasileiras, com o propósito de<br />

averiguar possíveis difer<strong>en</strong>ças repres<strong>en</strong>tativas no perfil demográfico das famílias segundo estrato de r<strong>en</strong>da.<br />

Os resultados indicam razoável homog<strong>en</strong>eidade em termos de perfil das famílias em termos de tamanho e<br />

número de filhos. Este resultado permite desconsiderar possíveis impactos de natureza demográfica sobre a<br />

distribuição de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos.<br />

Em seguida são explorados alguns dados básicos sobre r<strong>en</strong>da e consumo das famílias brasileiras, com o<br />

propósito de dar pistas quanto à composição da r<strong>en</strong>da familiar e da incidência tributária média no país.<br />

Finalm<strong>en</strong>te, des<strong>en</strong>volve-se a análise da distribuição de r<strong>en</strong>da considerando tanto os efeitos dos tributos<br />

diretos e indiretos, quanto das transferências públicas monetárias e não monetárias. Os resultados mostram<br />

a existência de um sistema tributário regressivo, mas com influência tênue sobre a desigualdade.<br />

Quanto ao sistema de sistema de transferência pública monetária e não monetária, nota-se uma contribuição<br />

positiva importante. Contudo, os resultados mostram que, mesmo após a interv<strong>en</strong>ção pública, observa-se<br />

ainda a recorrência de uma elevada conc<strong>en</strong>tração da estrutura de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to.<br />

1. Aspectos gerais do sistema tributário brasileiro<br />

A estrutura atual do sistema tributário brasileiro foi estabelecida em 1967, quando o país passou a contar<br />

pela primeira vez com uma Código Nacional Tributário estabelecido e coord<strong>en</strong>ado pelo Governo Federal. O<br />

sistema estabelecido conc<strong>en</strong>trou grande poder nas mãos do Governo Federal, que o manteve razoavelm<strong>en</strong>te<br />

intocado até 1988, quando uma nova Constituição Nacional, construída como parte do processo de<br />

democratização do país, definiu mudanças que deram mais autonomia aos <strong>en</strong>tes federativos de modificarem<br />

aliquotas e criarem certas categorias de impostos ou contribuições.<br />

5


Desde a sua origem em 1967, o sistema tributário foi objeto de controvérsia ao m<strong>en</strong>os em relação a dois<br />

aspectos: cumulatividade e regressividade. O debate se pautou, especialm<strong>en</strong>te, sobre os tributos indiretos,<br />

os quais por terem aliquotas únicas t<strong>en</strong>deriam a incidir mais int<strong>en</strong>sam<strong>en</strong>te sobre a população de baixa, em<br />

razão das caracteristicas de seu padrão de consumo e a imposição tributária que recai sobre.<br />

Como afirmado em docum<strong>en</strong>to da Secretaria da Receita Federal, temos convivido (relativam<strong>en</strong>te bem) com<br />

um modelo misto de valor agregado e cumulatividade há algumas décadas. No <strong>en</strong>tanto, após a Constituição<br />

de 1988, dois fatores alteraram esse "equilíbrio misto" do sistema tributário brasileiro: por um lado, a<br />

desc<strong>en</strong>tralização de receitas obrigou a União a restabelecer sua receita disponível mediante aum<strong>en</strong>to dos<br />

tributos não-partilháveis e, por outro, a autonomia estadual deu às Unidades Federadas um poder de alterar<br />

e guerrear com o principal "IVA" brasileiro, o ICMS. Após tantos anos, chega-se a uma situação realm<strong>en</strong>te<br />

inusitada: se, por um lado, questiona-se fortem<strong>en</strong>te o alto grau de participação das contribuições sociais na<br />

arrecadação, por outro, o "IVA" brasileiro não é realm<strong>en</strong>te um IVA e, em verdade, acabou negando sua<br />

própria natureza de valor agregado ao conc<strong>en</strong>trar cerca de 50% da arrecadação em poucas bases cobradas<br />

com substituição tributária (<strong>en</strong>ergia elétrica, combustíveis, telecomunicação e veículos). Aliás, bases que são<br />

insumos importantes do processo produtivo e acabam por distorcer a própria cadeia de valor agregado e<br />

conferir regressividade ao imposto (MF-SRF, 2002).<br />

Desde o final da década de 1980, tem se observado uma t<strong>en</strong>dência de aum<strong>en</strong>to da participação dos tributos<br />

não-partilháveis nas mãos do Governo Federal. Por exemplo, o Programa de Integração Social/Contribuição<br />

para Financiam<strong>en</strong>to da Previdência Socia – PIS/COFINS teve sua participação aum<strong>en</strong>tada de 9% para 14%<br />

do total da arrecadação dos trës níveis de governos, <strong>en</strong>tre 1990 e 2007. Neste período, a participação total<br />

do Governo Federal cresceu de 66% para 70%. Estes resultados revelam tanto a c<strong>en</strong>tralização da<br />

arrecadação nas mãos da União, como o movim<strong>en</strong>to que ela fez, desde 1988, para preservar sua<br />

participação, inclusive increm<strong>en</strong>tando-a.<br />

Ao mesmo em que a autonomia dada pela Constituição Nacional aos estados para manejarem as aliquotas<br />

dos impostos e contribuições de sua responsabilidade, tornou-se intrum<strong>en</strong>to de defesa da receita em um<br />

contexto de ausência de crescim<strong>en</strong>to, bem como de mecanismo para atrair novos investim<strong>en</strong>tos. Uma guerra<br />

fiscal <strong>en</strong>tre os estados foi estabelecida, t<strong>en</strong>do as grandes empresas nacionais e internacionais aproveitado a<br />

oportunidade para realizar novos investim<strong>en</strong>to e realocações de plantas baseadas nas vantag<strong>en</strong>s fiscais<br />

ofertadas por certos estados.<br />

A estratégia adotada pelos estados produziu uma maior fragm<strong>en</strong>tação do sistema tributário brasileiro, em<br />

especial do ICMS, ao resultar em uma difer<strong>en</strong>ciação ponderável de aliquotas segundo categorias de produtos<br />

e serviços. Este movim<strong>en</strong>to tornou extremam<strong>en</strong>te difícil o conhecim<strong>en</strong>to da estrutura de aliquotas de ICMS<br />

exist<strong>en</strong>te no país, especialm<strong>en</strong>te pela adoção de critérios distintos por parte de cada um dos estados.<br />

Como única exceção à esta t<strong>en</strong>dência, tem se observado a desoneração da cesta básica de alim<strong>en</strong>tos por<br />

parte de vários estados, pod<strong>en</strong>do tal conduta ser vista como razoavelem<strong>en</strong>te g<strong>en</strong>eralizada. Informações<br />

compiladas por Silva Filho (2004) mostram uma convergência para uma aliquota de 7% para o ICMS da<br />

cesta básica, s<strong>en</strong>do que certos estados, como São Paulo, adotaram têm is<strong>en</strong>tado certos produtos<br />

6


alim<strong>en</strong>tares básicos. Contudo, dada a diversidade socioeconômica prevalec<strong>en</strong>te no país, que se reflete em<br />

ponderável difer<strong>en</strong>ciação dos padrões de consumo regionais, cada estado tem adotada aliquotas reduzidas<br />

para os produtos de maior consumo e produção locais. De certa forma, os estado procuram com esta<br />

conduta favorecer o consumo, mas também a produção exist<strong>en</strong>te em seu território.<br />

Fr<strong>en</strong>te a esta dificuldade, em grande medida sem solução, este estudo tomou as alíquotas de ICMS para o<br />

Estado de São Paulo, em razão da maior facilidade de acesso a esta informação, realizando alguns ajustes a<br />

partir de algumas outras disponíveis para outros estados.<br />

Ademais, o estudo considerou os tributos que recaem sobre a familias, que possuem maior incidência sobre<br />

seus níveis de r<strong>en</strong>da e que são geralm<strong>en</strong>te adotados em estudos internacionais. São eles: a Contribuição<br />

Para a Previdência Social - CPS, o Imposto de R<strong>en</strong>da sobre Pessoa Física - IRPF, o Imposto sobre Produtos<br />

Industriais - IPI, o Programa de Integração Social/Contribuição para Financiam<strong>en</strong>to da Previdência Social -<br />

PIS/COFINS e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS.<br />

A dedução dos valores da CPS e o IRPF, <strong>en</strong>contrados na base de dados de referência, da r<strong>en</strong>da bruta<br />

informada permitiu obter a r<strong>en</strong>da líquida das famíliasm antes da incidência dos impostos indiretos. O<br />

lançam<strong>en</strong>to do conjunto destes impostos (IPI, PIS/COFINS e ICMS) resultou na r<strong>en</strong>da bruta ou liquida após a<br />

imposição tributária.<br />

O procedim<strong>en</strong>to adotado não considerou a totalidade dos impostos incid<strong>en</strong>tes sobre a r<strong>en</strong>da das famílias,<br />

mas som<strong>en</strong>te aqueles mais repres<strong>en</strong>tativos e que são em geral adotados em estudos para outros países. Em<br />

seu conjunto, os impostos considerados repres<strong>en</strong>tavam 60% da arrecadação total das três esferas de<br />

governo em 2007 (ver Anexo).<br />

2. Trajetória metodológica<br />

A realização deste estudo <strong>en</strong>contra-se condicionada por três restrições de natureza metodológica. A primeira<br />

refere-se às ori<strong>en</strong>tações que as instituições de des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to multilaterais estabelecem para o tratam<strong>en</strong>to<br />

das informações sobre r<strong>en</strong>da. Em grande medida, estas ori<strong>en</strong>tações <strong>en</strong>contram-se compiladas no docum<strong>en</strong>to<br />

realizado por diversas dessas instituições e por alguns institutos nacionais de estatística que tem ord<strong>en</strong>ado<br />

os esforços de análise sobre distribuição de r<strong>en</strong>da e desigualdade tanto internacional como nacionalm<strong>en</strong>te<br />

(Canberra Group, 2001).<br />

A outra restrição se deve à disponibilidade de informação sobre r<strong>en</strong>da no <strong>Brasil</strong>. O uso de bases de dados de<br />

origem domiciliar tem se constituído no procedim<strong>en</strong>to mais utilizado para análise da distribuição de r<strong>en</strong>da e<br />

desigualdade. No <strong>Brasil</strong>, são duas as fontes de informação passíveis de serem exploradas: a Pesquisa<br />

Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD e a Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares – POF, ambas<br />

produzidas pelo Instituto <strong>Brasil</strong>eiro de Geografia e Estatística – IBGE. Como todas as fontes de informação,<br />

ambas possuem limitações quanto à m<strong>en</strong>suração da r<strong>en</strong>da, seja do valor monetário como valor não<br />

7


monetário auferidos pelas famílias. Som<strong>en</strong>te algumas formas de r<strong>en</strong>da são levantadas por estas pesquisas,<br />

estabelec<strong>en</strong>do-se, portanto, restrição à análise sobre distribuição de r<strong>en</strong>da.<br />

A última restrição a ser inicialm<strong>en</strong>te m<strong>en</strong>cionada diz respeito às informações sobre incidência tributária e<br />

transferências monetárias e não monetárias propiciadas pelas políticas públicas. A existência de um sistema<br />

tributário complexo no país expressa-se em razoável autonomia para os <strong>en</strong>tes da federação (estados e<br />

municípios) estabelecer alíquotas de impostos na órbita da circulação de b<strong>en</strong>s e serviços, bem como de<br />

outros de natureza estadual e municipal. Em termos objetivos, a complexidade do sistema tributário se<br />

transformou em um verdadeiro caleidoscópio de impostos, taxas e contribuições, que torna praticam<strong>en</strong>te<br />

impossível conhecer a estrutura de alíquotas exist<strong>en</strong>te hoje no país. Nem os próprios estados e municípios<br />

possuem suas estruturas consolidadas e disponíveis para conhecim<strong>en</strong>to da população ou para estudos<br />

tributários. Deste modo, este docum<strong>en</strong>to foi adotou conduta <strong>en</strong>contrada em outros estudos, realizados<br />

inclusive no âmbito das instituições do próprio Governo <strong>Brasil</strong>eiro (MF-SRF, 2002; e Vianna ET alli, 2000).<br />

Quanto às transferências monetárias e não monetárias das políticas públicas, existe uma grande carência de<br />

informação no <strong>Brasil</strong>. Os dados da previdência social podem ser parcialm<strong>en</strong>te conhecidos através das<br />

pesquisas domiciliares, não s<strong>en</strong>do disponibilizados pelo Ministério da Previdência Social os dados<br />

administrativos. Quanto às informações das transferências não monetárias das duas principais políticas<br />

sociais, saúde e educação, podem ser conhecidos som<strong>en</strong>te os seus valores per capita de natureza<br />

orçam<strong>en</strong>tária.<br />

Estas três principais restrições condicionaram o escopo metodológico do estudo e, por conseqüência, dos<br />

resultados e da própria análise.<br />

2.1 A construção das variáveis de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos monetários e não monetários<br />

O procedim<strong>en</strong>to para tratam<strong>en</strong>to da variável r<strong>en</strong>da tem sido objeto de cresc<strong>en</strong>te esforço metodológico<br />

realizado tanto no plano internacional como nacional. A t<strong>en</strong>dência de maior complexidade institucional que<br />

acompanha o des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to da sociedade capitalista estabelece igual complexidade nas formas de<br />

r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to auferido, bem como do sistema tributário que sobre ele incide. A diversidade das formas de<br />

r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to se expressa seja quando sua natureza é monetária como quando não monetária.<br />

Sobre a forma tradicional de r<strong>en</strong>da auferida via mercado, como o salário, a r<strong>en</strong>da do trabalho autônomo, o<br />

pró-labore, se soma aquela propiciada pela posse de ativos associada a uma ampla gama de produtos<br />

des<strong>en</strong>volvida pelas instituições financeiras. Pode-se m<strong>en</strong>cionar tantos os ativos clássicos, como as ações e<br />

títulos públicos, como aqueles vinculados a fundos privados de previdência. Como aponta estudo detalhado<br />

sobre o patrimônio das famílias, some of the most striking effects are the broad<strong>en</strong>ing of the stockholder base,<br />

the growth in mutual fund participation, the increasing importance of private p<strong>en</strong>sion funds, and the<br />

<strong>en</strong>thusiastic employee response to retirem<strong>en</strong>t accounts (such as 401(k) accounts in the United States). On<br />

8


the liability side, there has be<strong>en</strong> fast growth in credit card use and in consumer indebtedness, debt oft<strong>en</strong><br />

coexisting with asset holdings offering lower rates of return than loan rates (Guiso et alli, 2002:1).<br />

Também, é importante ressaltar a pres<strong>en</strong>ça cresc<strong>en</strong>te de transferências públicas monetárias destinadas a<br />

estabelecer níveis mínimos de r<strong>en</strong>da para as famílias mais pobres. Em vários países europeus, tem o<br />

exemplo do subsídio habitação. Segundo a Eurostat, instituto de estatística da Comunidade Européia, 6 de<br />

cada 10 domicílios recebem algumas forma de subsídio monetário ou não monetário.<br />

Quanto às formas não monetárias, as transferências públicas em espécie, isto é em serviços diretos (social<br />

transfer in-kind, STIK), tem apres<strong>en</strong>tado cresc<strong>en</strong>te importância na constituição da r<strong>en</strong>da das famílias. Os<br />

serviços públicos de saúde e educação e o subsídio ao transporte público são os principais exemplos deste<br />

tipo de transferência.<br />

Também, outras formas de r<strong>en</strong>da não monetária devem ser consideradas, como aquela oriunda da<br />

propriedade do domicílio e a da produção de b<strong>en</strong>s e serviços para próprio consumo.<br />

A partir do reconhecim<strong>en</strong>to da complexidade das formas de r<strong>en</strong>da pres<strong>en</strong>tes no capitalismo atual, instituições<br />

internacionais, como a OCDE, Banco Mundial, ONU, OIT, e os institutos nacionais de estatística dos países<br />

des<strong>en</strong>volvidos propõem um tratam<strong>en</strong>to da variável em dois estágios – ver Quadro 1. Um primeiro que se<br />

traduziria na definição de r<strong>en</strong>da disponível (disposable income), <strong>en</strong>t<strong>en</strong>dida como a somatória da r<strong>en</strong>da de<br />

mercado, a resultante das transferências monetárias (contribuição para a previdência social, plano de saúde<br />

pago pelo empregador e taxas e impostos pagos) e as transferências em espécie. Em seguida o docum<strong>en</strong>to<br />

sugere uma expansão do conceito de r<strong>en</strong>da, que incorpora algumas formas de natureza mais pontual<br />

(patrimônio) ou a r<strong>en</strong>da implícita da produção para consumo próprio (Canberra Group, 2001).<br />

9


Estas ori<strong>en</strong>tações têm sido adotadas em estudos realizados pelas instituições multilaterais de<br />

des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to. Em estudo detalhado sobre a evolução rec<strong>en</strong>te da desigualdade em seus países membros,<br />

a OCDE (2008) adotou pl<strong>en</strong>am<strong>en</strong>te as ori<strong>en</strong>tação do docum<strong>en</strong>to do Canberra Group (2001). Igual conduta é<br />

<strong>en</strong>contrada nos docum<strong>en</strong>tos da ONU (2005) e da OIT (2003). Estudos nacionais também trilham igual<br />

trajetória metodológica (Weinberg, 2004; e Jones, 2008).<br />

Tomando como referência inicial a r<strong>en</strong>da de mercado (market income), a metodologia busca construir a<br />

r<strong>en</strong>da disponível, agregando as r<strong>en</strong>da monetárias e não monetárias oriundas de patrimônio e das<br />

transferências públicas, m<strong>en</strong>os os impostos e taxas pagas pelas famílias. A resultante é a r<strong>en</strong>da disponível<br />

(disposable income).<br />

Deve-se ressaltar, <strong>en</strong>tretanto, que este procedim<strong>en</strong>to respeita o conceito de Hicks sobre r<strong>en</strong>da, isto é, que a<br />

r<strong>en</strong>da disponível corresponde à capacidade de gasto das famílias resultante de um estoque estável de ativos.<br />

Como explicita docum<strong>en</strong>to da OIT, three principles usually discussed in connection with the definition of<br />

income for a specified refer<strong>en</strong>ce period are: (1) receipts should be expected to recur regularly to be<br />

considered as “income”; (2) to be considered as “income”, receipts should contribute to curr<strong>en</strong>t economic<br />

well-being; (3) receipts arising from a reduction in net worth should be excluded from the concept of income<br />

ILO, 2003:8).<br />

Quadro 1<br />

Compon<strong>en</strong>ts of disposable income<br />

1 Employee income<br />

1.1 Cash wages and salaries<br />

2 Income from self-employm<strong>en</strong>t<br />

2.1 Profit/loss from unincorporated <strong>en</strong>terprise<br />

Imputed income from self-employm<strong>en</strong>t<br />

2.4 Goods and services produced for barter, less cost of inputs *<br />

2.5 Goods produced for home consumption, less cost of inputs *<br />

3 Income less exp<strong>en</strong>ses from r<strong>en</strong>tals, except r<strong>en</strong>t of land **<br />

4 Property income<br />

4.1 Interest received less interest paid<br />

4.2 Divid<strong>en</strong>ds<br />

5 Curr<strong>en</strong>t transfers received<br />

5.1 Social insurance b<strong>en</strong>efits from employers’ schemes<br />

5.2 Social insurance b<strong>en</strong>efits in cash from governm<strong>en</strong>t schemes<br />

5.3 Universal social assistance b<strong>en</strong>efits in cash from governm<strong>en</strong>t<br />

5.4 Means-tested social assistance b<strong>en</strong>efits in cash from governm<strong>en</strong>t<br />

5.5 Regular inter-household cash transfers received<br />

6 Total income (sum of 1 to 5)<br />

7 Curr<strong>en</strong>t transfers paid<br />

7.2 Employees’ social insurance contributions<br />

7.3 Taxes on income<br />

8 Disposable income (6 less 7)<br />

Souce: Canberra Group (2001) Expert Group on Household Income Statistics, Ottawa: Canberra<br />

Group.<br />

* Not included in LIS DPI<br />

** Included in property income in LIS DPI<br />

10


As ori<strong>en</strong>tações do Canberra Group, converg<strong>en</strong>tes com as diretrizes da OIT, procuram construir um conceito<br />

adequado à atual institucionalidade da sociedade capitalista, preservando, <strong>en</strong>tretanto, a noção de r<strong>en</strong>da<br />

corr<strong>en</strong>te. Isto é, aquela que pode ser considerada como auferida de maneira estável pelas famílias e que tem<br />

o pot<strong>en</strong>cial de sust<strong>en</strong>tar um determinado padrão de consumo de b<strong>en</strong>s e serviços ao longo do tempo, onde as<br />

mudanças a serem consideradas seriam som<strong>en</strong>te aquelas oriundas de uma alteração que perdure no médio<br />

ou longo prazo.<br />

Este é o conceito de r<strong>en</strong>da adotado amplam<strong>en</strong>te nas pesquisas domiciliares em todo o mundo. A praticidade<br />

na captação da informação é inquestionável, pois considera a r<strong>en</strong>da que recorr<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te é apropriada pela<br />

família e que sust<strong>en</strong>ta um determinado padrão de consumo de b<strong>en</strong>s e serviços.<br />

Cabe, <strong>en</strong>tretanto, ressaltar que este procedim<strong>en</strong>to apres<strong>en</strong>ta dificuldade em m<strong>en</strong>surar as formas de r<strong>en</strong>da<br />

oriundas de ativos (patromônio) que não sejam utilizadas pelas famílias em seu padrão de consumo corr<strong>en</strong>te.<br />

Em outras palavras, ganhos com ativos financeiros que são reaplicados e que se sust<strong>en</strong>tam aum<strong>en</strong>tos de<br />

patrimônio t<strong>en</strong>dem não ser considerados, pois não são incorporados à r<strong>en</strong>da utilizada corr<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te pelas<br />

famílias. Esta dificuldade comum a todos os levantam<strong>en</strong>tos domiciliares (Weinberg, 2004; e Pikkety, 2001), é<br />

também observada na experiência brasileira. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, capta<br />

fundam<strong>en</strong>talm<strong>en</strong>te a r<strong>en</strong>da de mercado mais as transferências monetárias da política pública. Um escopo um<br />

mais abrang<strong>en</strong>te é <strong>en</strong>contrado para a Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares, que busca apre<strong>en</strong>der a r<strong>en</strong>da de<br />

ativos, bem como permite conhecer a estrutura de gasto e, por conseqüência, uma estimativa de incidência<br />

tributária. Ocorre que o primeiro levantam<strong>en</strong>to é realizado anualm<strong>en</strong>te, <strong>en</strong>quanto o segundo é produzido, no<br />

mínimo, a cada cinco anos. Ademais, ambos t<strong>en</strong>dem apres<strong>en</strong>tar, em razão dos critérios adotados, limitações<br />

quanto à capitação das formas de r<strong>en</strong>da que não estejam associadas aos r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos corr<strong>en</strong>tes do trabalho<br />

e das transferências públicas monetárias.<br />

2.2 As bases de dados disponíveis<br />

O des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to deste estudo tem suporte nas duas bases de dados m<strong>en</strong>cionadas. No <strong>Brasil</strong>, os dados<br />

sobre r<strong>en</strong>da de origem administrativa não são disponibilizados. Assim, as bases de dados da previdência<br />

social e do imposto de r<strong>en</strong>da de pessoa física e jurídica não estão disponíveis para estudos de natureza<br />

acadêmica ou no campo da gestão da política pública.<br />

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD é realizada anualm<strong>en</strong>te no mês de setembro pelo<br />

Instituto <strong>Brasil</strong>eiro de Geografia e Estatística – IBGE. Este levantam<strong>en</strong>to tem a função de atualizar os dados<br />

socioeconômicos no período compre<strong>en</strong>dido <strong>en</strong>tre os anos de realização do C<strong>en</strong>so Demográfico, em geral<br />

executado no ano final de cada década (final zero). A PNAD se constitui em um levantam<strong>en</strong>to ext<strong>en</strong>so, que<br />

procura captar informações demográficas, sobre condições de moradia, sobre condições sociais e sobre o<br />

mercado de trabalho. A cada ano, a pesquisa adota um questionário adicional, que explora algum tema<br />

especial que seja de interesse da política pública.<br />

11


Até 2003, a pesquisa tinha uma cobertura que excluía os domicílios da zona rural da Região Norte do país.<br />

Atualm<strong>en</strong>te todo o território é coberto pela pesquisa. Quanto ao nível de desagregação espacial, a PNAD<br />

permite conhecer as informações para os estados e para as principais regiões metropolitanas. Informações<br />

municipais continuam s<strong>en</strong>do exclusivam<strong>en</strong>te levantadas no C<strong>en</strong>so Demográfico.<br />

A Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares – POF é produzida pelo IBGE em um intervalo mínimo de cinco anos.<br />

O principal objetivo do levantam<strong>en</strong>to é conhecer a estrutura de receita e, especialm<strong>en</strong>te, de despesas das<br />

famílias. Por ser um levantam<strong>en</strong>to de natureza bastante complexa, ele é realizado em uma periodicidade<br />

m<strong>en</strong>or e apres<strong>en</strong>ta a possibilidade de desagregação restrita aos estados da federação.<br />

Apesar de complem<strong>en</strong>tares, as duas fontes de informação não são totalm<strong>en</strong>te compatíveis em razão,<br />

especialm<strong>en</strong>te, de adotarem amostras com escopos difer<strong>en</strong>tes, bem como pelo fato de serem realizadas<br />

indep<strong>en</strong>d<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te. Assim, em 2003, os domicílios da amostra da PNAD são distintos daqueles <strong>en</strong>contrados<br />

na amostra da POF. Este procedim<strong>en</strong>to, apesar de correto por garantir que as <strong>en</strong>trevistas não causem<br />

exaustão na declaração de informação, fazem que os levantam<strong>en</strong>tos não possam ser integrados. Deste<br />

modo, a única possibilidade é a articulação das bases de dados, com o objetivo de as tornarem, d<strong>en</strong>tro do<br />

possível, complem<strong>en</strong>tares.<br />

Esta foi a estratégia adotada neste estudo. Com o objetivo de se apropriar de maneira articulada da<br />

informação de ambos os levantam<strong>en</strong>tos, foi construída uma variável chave que permitiu incorporar alguns<br />

dos indicadores da PNAD na base da POF.<br />

A variável chave foi construída segundo o procedim<strong>en</strong>to seguinte a partir da base da PNAD: (i) foi calculada<br />

a r<strong>en</strong>da familiar relativa à soma dos r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos do trabalho mais aqueles da previdência social; (ii) foram<br />

construídos os estratos para cada 5 perc<strong>en</strong>tis de famílias; (iii) foram calculados o número total de membros, o<br />

número de membros de 6 a 17 anos, o número de membros de 6 a 17 anos que estudam, e o número de<br />

membros de 6 a 17 anos que estudam em escola pública de cada família; iii. Criou se uma variável chave<br />

das famílias segundo estrato de r<strong>en</strong>da e numero total de membros.<br />

O passo seguinte foi a construção da variável chave na POF segundo o mesmo procedim<strong>en</strong>to adotado para<br />

a PNAD. Construída a variável chave em cada uma das bases, foram incorporados os dados sobre os filhos<br />

de 6 a 17 anos informados pela PNAD na base POF. Esta articulação teve o objetivo de introduzir na base<br />

POF a informação sobre acesso a educação pelas famílias segundo nível de r<strong>en</strong>da e tamanho das mesmas.<br />

12


Quadro 2<br />

Bancos de Dados - Variáveis Disponíveis (1)<br />

Unidade da federação<br />

Número unidade de consumo<br />

Quantidade de moradores<br />

Tipo de domicílio<br />

Quantidade de cômodos<br />

Cômodos servindo dormitório<br />

Condição na ocupação<br />

R<strong>en</strong>da total m<strong>en</strong>sal da UC<br />

Sexo da pessoa de referência<br />

Idade da pessoa de referência<br />

Idade do Cônjuge<br />

Idade Média dos filhos<br />

Anos de Estudo da pessoa de referência<br />

Anos médios de estudo dos filhos<br />

Anos de Estudo do cônjuge<br />

Pessoa de referência tem cartão de crédito<br />

Pessoa de referência tem cheque especial<br />

Pessoa de referência tem plano de saúde<br />

Número de b<strong>en</strong>eficiários do plano de saude<br />

Pres<strong>en</strong>ça de Conjuge<br />

Número de Filhos<br />

Número de Agregados<br />

Valor r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to deflac e anual RC<br />

Valor previdência deflacionado e anualizado RC<br />

Valor Imposto de R<strong>en</strong>da deflac e anual RC<br />

Valor outras deduções deflac e anual RC<br />

Valor de outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos, ativos imóveis ou financeiros<br />

Valor de outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos do trabalho<br />

Valor de outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos, previdência<br />

Valor de outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos, aluguéis<br />

Valor de outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos, b<strong>en</strong>efícios do trabalho<br />

Valor de outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos, proteção social<br />

Valor de outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos<br />

Valor de dedução de outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos<br />

Número de ocupados no serviço domestico<br />

Número de Veículos<br />

Valor da despesa de Serv Domestdeflacionado e anualizado<br />

Valor do INSS deflacionado e anualizado<br />

Valor das Despesas Especiais com Produtos Famacêutico<br />

Valor das Despesas Especiais com Assistência à Saúde<br />

Valor das despesas com Habitação<br />

Valor das despesas com Construção e Reformas<br />

Valor das despesas com Outros Serviços e Taxas de Habitação<br />

Valor das despesas com Aluguel de Aparelhos de Uso Doméstico<br />

Valor das despesas individuais com Comunicações<br />

Valor das despesas individuais com Transportes<br />

Valor das despesas individuais com Alim<strong>en</strong>tação Fora<br />

Valor das despesas individuais com Fumo<br />

Valor das despesas individuais com Jogos e Apostas<br />

Valor das despesas individuais com Leitura<br />

Valor das despesas individuais com Diversões, Esportes e Apostas<br />

Valor das despesas individuais com Produtos Famacêuticos<br />

13<br />

Continua


Estruturada a base de dados com as informações básicas consolidadas, foram realizados os procedim<strong>en</strong>tos<br />

adicionais:<br />

Quadro 2<br />

Bancos de Dados - Variáveis Disponíveis (1)<br />

Valor das despesas individuais com Artigos de Higi<strong>en</strong>e e Beleza<br />

Valor das despesas individuais com Serviços Pessoais<br />

Valor das despesas individuais com Artigos de Papelaria<br />

Valor das despesas individuais com Brinquedos e recreação<br />

Valor das despesas individuais com Roupas de Homem<br />

Valor das despesas individuais com Roupas de Mulher<br />

Valor das despesas individuais com Roupas de Criança<br />

Valor das despesas individuais com Artigos de Armarinho<br />

Valor das despesas individuais com Bolsas, Calçados e Cintos<br />

Valor das despesas individuais com Artigos de Banheiro, Copa e Cozinha<br />

Valor das despesas individuais com Outras despesas individuais<br />

Valor das despesas individuais com Viag<strong>en</strong>s<br />

Valor das despesas individuais com Assistência à Saúde<br />

Valor das despesas individuais com Acessórios e Manut<strong>en</strong>ção de Veículos<br />

Valor das despesas individuais com Serviços Bancários e Profissionais<br />

Valor das despesas individuais com Cerimônias Familiares e Religiosas<br />

Valor das despesas individuais com Jóias, Relógios e Aparelhos Celulares<br />

Valor das despesas individuais com Outros Imóveis<br />

Valor das despesas individuais com Contribuições e Transferência Financeiras<br />

Valor das despesas individuais com Educação<br />

Valor das despesas individuais com Docum<strong>en</strong>tação, Seguro com Veículos<br />

Valor das outras despesas com Aquisição de Aparelhos e Máquinas<br />

Valor das outras despesas com Aquisição de Instrum<strong>en</strong>tos e Utilidades<br />

Valor das outras despesas com Aquisição de Móveis<br />

Valor das outras despesas com Artigos de Decoração e Forração<br />

Valor das despesas com alim<strong>en</strong>tos<br />

Valor das despesas com bebidas não-alcoólicas e infusões<br />

Valor das despesas com produtos de limpeza doméstica<br />

Valor das despesas com produtos de higiêne corporal e bebidas alcoólicas<br />

Pessoas de 6 a 17 anos<br />

Pessoas de 6 a 17 anos que frequ<strong>en</strong>tam escola<br />

Pessoas de 6 a 17 anos que frequ<strong>en</strong>tam escola pública<br />

Valor da Transferência de R<strong>en</strong>da Educação<br />

Valor da Transferência de R<strong>en</strong>da Saúde<br />

Valor Total Pago em Impostos<br />

Valor da Despesa Total<br />

Valor da Aliquota média<br />

R<strong>en</strong>da Bruta Total Monetária Anualisada e Deflacionada<br />

R<strong>en</strong>da Líquida Total Monetária Anualisada e Deflacionada<br />

Valor do R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto Monetário Depois dos Impostos<br />

Valor do R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Líquido Depois dos Impostos<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto do Trabalho<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto do Trabalho mais Transferências Monetárias<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto do Trabalho mais Transferências Totais<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Líquido do Trabalho<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Líquido do Trabalho mais Transferências Monetárias<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Líquido do Trabalho mais Transferências Totais<br />

(1) Váriáveis e informações oriundas da Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares - POF/IBGE e/ou<br />

da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD/IBGE.<br />

1. Considerando o gasto médio consolidado com os níveis de <strong>en</strong>sino fundam<strong>en</strong>tal e médio,<br />

foi estimada a transferência monetária para as famílias com filhos de 6 a 17 anos na<br />

escola pública.<br />

2. Foram estimados os valores pagos em impostos indiretos segundo as rubricas de<br />

consumo (despesa) consideradas pela POF para cada uma das famílias. Este cálculo foi<br />

feito com base na tabela de alíquotas para o Estado de São Paulo.<br />

14


3. A partir da relação <strong>en</strong>tre o total de impostos indiretos pagos e a despesa total, foi<br />

calculada a alíquota média de impostos indiretos pagos de cada família.<br />

4. Com base nas informações da POF, foi calculado o total de imposto de r<strong>en</strong>da e<br />

contribuições sociais pagas por cada família.<br />

5. Em seguida foram elaboradas algumas variáveis auxiliares com objetivo de especificar<br />

alguns tipos de r<strong>en</strong>da familiar.<br />

6. Finalm<strong>en</strong>te, foram construídas as formas de r<strong>en</strong>da consideradas mais relevantes para a<br />

análise deste estudo.<br />

Descritos os passos metodológicos realizados para a construção da base de dados para o des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to<br />

deste estudo, cabe apres<strong>en</strong>tar mais cuidadosam<strong>en</strong>te a construção das variáveis de r<strong>en</strong>da que darão suporte<br />

à análise. São quatro as variáveis de r<strong>en</strong>da adotadas, cuja elaboração se realizou segundo a ori<strong>en</strong>tação<br />

seguinte.<br />

A Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares levanta informações sobre os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos monetários auferidos<br />

através do exercício do trabalho. Isto é, os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos do trabalho assalariado, do trabalho autônomo e o<br />

pró-labore. Segundo ori<strong>en</strong>tação feita pelo Canberra Group (2001), o conjunto destas formas de r<strong>en</strong>da são<br />

d<strong>en</strong>ominadas como r<strong>en</strong>da de mercado. Ela é tomada como referência para construção das demais variáveis<br />

de r<strong>en</strong>da.<br />

Ainda de acordo com as mesmas ori<strong>en</strong>tações metodológicas, agrega-se à r<strong>en</strong>da de mercado aquelas<br />

oriundas das transferências públicas feitas pelos programas de previdência social ou de proteção social. No<br />

caso da POF de 2003, são conhecidas som<strong>en</strong>te as transferências feitas pela previdência social brasileira,<br />

t<strong>en</strong>do baixa contribuição aquela propiciada pela proteção social, como a associada ao programa bolsa-<br />

familia. Em suma, foi construída uma variável resultante da soma da r<strong>en</strong>da de mercado mais das<br />

transferências públicas monetárias.<br />

Esta variável é aquela que mais se aproxima do conceito de r<strong>en</strong>da corr<strong>en</strong>te adotado tanto pelas instituições<br />

multilaterais como pelos institutos nacionais de estatística, em razão de sua maior aderência ao conceito de<br />

r<strong>en</strong>da proposto por Hicks. A justificativa para tal conduta é bastante simples. Estas formas de r<strong>en</strong>da são as<br />

que t<strong>en</strong>dem apres<strong>en</strong>tar maior estabilidade ao longo do tempo e, portanto, maior repres<strong>en</strong>tatividade da<br />

informação coletada pelos levantam<strong>en</strong>tos sócioeconômicos de natureza domiciliar.<br />

Considerando a estrutura de aliquotas de impostos do Estado de São Paulo e a os valores de despesa de<br />

b<strong>en</strong>s e serviços realizados coletivam<strong>en</strong>te pelos domicilios, foi estimado o valor total de impostos pagos.<br />

O total dos impostos pagos, das contribuições sociais e do imposto de r<strong>en</strong>da foram deduzidos da r<strong>en</strong>da de<br />

mercado mais transferências, operação que permitiu a elaboração da r<strong>en</strong>da disponível dos domicílios. Isto é,<br />

da r<strong>en</strong>da corr<strong>en</strong>te exclusive impostos.<br />

15


O último passo adotado foi a inclusão da transferência não monetária relacionada ao política pública de<br />

<strong>en</strong>sino fudam<strong>en</strong>tal e fundam<strong>en</strong>tal. Foi considerado o gasto médio declarado pelo Ministério da Educação<br />

para o ano de 2003, o qual foi incluído na r<strong>en</strong>da disponível mais transferências dos domicílios com filhos de 6<br />

a 17 anos estudando em escola pública.<br />

2.3 Os tipos de r<strong>en</strong>da adotados<br />

Ao final da adoção dos procedim<strong>en</strong>tos descritos, foi consolidar possível dez tipos de r<strong>en</strong>da (ver Quadro 2), os<br />

quais <strong>en</strong>contram em total concordância com as ori<strong>en</strong>tações do Canberra Group (2001).<br />

A r<strong>en</strong>da de referência inicial é aquela resultante do exercício do trabalho, constituída pelos salários,<br />

r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos do trabalho autônomo e pró labore. Como se verá mais a fr<strong>en</strong>te, o r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to bruto do trabalho<br />

respondia, em 2003, por mais de 60% do r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to total monetário das famílias. Sobre este r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to,<br />

foram lançados o imposto de r<strong>en</strong>da e as contribuições sociais, chegando-se ao r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to líquido do<br />

trabalho.<br />

Sobre os dois tipos de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to do trabalho, foram lançados os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos da previdência social,<br />

aluguéis, de posse de ativos, da proteção social e de outras formas r<strong>en</strong>da monetária captadas pela POF.<br />

Este procedim<strong>en</strong>to permitiu chegar ao r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to total monetário, tanto bruto quanto líquido.<br />

Sobre os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos totais monetários de cada família foram lançadas as alíquotas médias de imposto<br />

indireto, chegando aos r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos totais monetários depois dos impostos. Este tipo de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to é o que<br />

apres<strong>en</strong>ta maior pot<strong>en</strong>cial para comparações internacionais, pois é aquele que mais se aproxima das<br />

recom<strong>en</strong>dações feitas pelas instituições internacionais (Canberra Group, 2001; e ILO, 2003).<br />

Dois outros tipos de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos foram elaborados, tanto em termo bruto como líquido. Ambos t<strong>en</strong>do como<br />

referência o r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to do trabalho. Eles incluíram as transferências públicas monetárias, previdência e<br />

proteção sociais, e a não monetária, no caso aquela derivada da política de educação. A referência na r<strong>en</strong>da<br />

do trabalho tem como razão sua c<strong>en</strong>tralidade na condição de vida das famílias e o pot<strong>en</strong>cial impacto que as<br />

transferências públicas podem sobre tal condição gerar.<br />

Quadro 2<br />

Tipos de R<strong>en</strong>da<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto do Trabalho<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Líquido do Trabalho<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto Total Monetário<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Líquido Total Monetário<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto Monetário Depois dos Impostos<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Líquido Monetário Depois dos Impostos<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto do Trabalho mais Transferências Monetárias<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto do Trabalho mais Transferências Totais<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Líquido do Trabalho mais Transferências Monetárias<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Líquido do Trabalho mais Transferências Totais<br />

16


2.4 A estrutura de impostos<br />

De acordo com os objetivos propostos para o estudo, se des<strong>en</strong>volveu procedim<strong>en</strong>to com o objetivo de obter<br />

a r<strong>en</strong>da domiciliar exclusive impostos. Esta iniciativa apres<strong>en</strong>tava razoável dificuldade de ser <strong>en</strong>fr<strong>en</strong>tada, em<br />

razão da complexidade do sistema tributário de um país organizado segundo uma federação e de tamanho<br />

contin<strong>en</strong>tal.<br />

No <strong>Brasil</strong>, os três principais <strong>en</strong>tes publicos, os governos federal, estaduais e municipais, têm relativa<br />

autonomia para estabelecer aliquotas difer<strong>en</strong>ciadas de taxas e impostos, apesar da existência de um Código<br />

Nacional Tributário. Este se restringe à determinação de classes, responsabilidade destas pelos <strong>en</strong>tes da<br />

federação e alíquotas máximas de impostos, taxas e contribuições de melhoria. Esta autonomia tem sido<br />

utilizada pelos estados e municípios para atrair as empresas, gerando razoável discrepância das aliquotas<br />

por eles adotadas. Ao governo federal cabem os impostos sobre a produção industrial, a propriedade da terra<br />

rural, as diversas formas de <strong>en</strong>ergia, de movim<strong>en</strong>tação financeira e de r<strong>en</strong>da. Aos estados destinam-se os<br />

impostos sobre circulação de mercadorias e serviços e sobre propriedade de veículos. E aos municípios os<br />

impostos sobre propriedade urbana e de serviços.<br />

Na ultima reforma tributária realizada no país, em 1966, as alíquotas dos diversos impostos foram<br />

padronizadas. Entretanto, um movim<strong>en</strong>to progressivo de perda de padronização tem ocorrido deste 1988,<br />

tornando extremam<strong>en</strong>te complexa a estrutura de aliquotas prevalec<strong>en</strong>tes no país.<br />

Tal complexidade associada a um limitado grau de organização dos <strong>en</strong>tes públicos torna impossível o<br />

conhecim<strong>en</strong>to das aliquotas adotas na estrutura tributária pelos diversos níveis de governo. A contrução<br />

desta base de informações se constitui um tema de pesquisa per si, que escapa totalm<strong>en</strong>te do objetivo e da<br />

capacidade deste estudo em realizar. Ademais, seguindo procedim<strong>en</strong>to adotado internacionalm<strong>en</strong>te, foram<br />

considerados som<strong>en</strong>te os impostos indiretos. O total de impostos pagos pelas famílias foi estimado a partir<br />

da despesa total por elas declarada.<br />

A definição das alíquotas de impostos foi realizada como base nas informações propiciadas pelos estudos de<br />

Vianna et alli (2000), MF-SRF (2002) e Silveira (2008). Como nos últimos anos, observou uma conduta<br />

g<strong>en</strong>eralizada dos estados em desonerar a cesta básica alim<strong>en</strong>tar, a estrutura de alíquotas foi ajustada<br />

segundo as informações sobre incidência de impostos sobre alim<strong>en</strong>tos <strong>en</strong>contrada para Estado de São<br />

Paulo, devido a disponibilidade desta informação para este <strong>en</strong>te da federação. .<br />

Conhecidos os principais passsos metodológicos realizados para a construção dos indicadores de r<strong>en</strong>da,<br />

<strong>en</strong>contra-se aberta a possibilidade de análise do impacto das transferências públicas e do sistema de<br />

impostos sobre distribuição de r<strong>en</strong>da.<br />

3. Algumas informações básicas sobre as famílias brasileiras<br />

A análise dos dados de r<strong>en</strong>da requer inicialm<strong>en</strong>te que seja dada at<strong>en</strong>ção à algumas informações gerais<br />

sobre o perfil das famílias brasileiras, <strong>en</strong>t<strong>en</strong>didas estas <strong>en</strong>quanto unidade básicas de consumo segundo o<br />

sistema nacional de informação estatística. A razão desta preocupação é bastante simples. É fundam<strong>en</strong>tal<br />

17


que se analise possíveis impactos das características das famílias sobre a distribuição de r<strong>en</strong>da,<br />

especialm<strong>en</strong>te aquela relativa ao seu tamanho médio. Na Tabela 1, são apres<strong>en</strong>tados alguns indicadores<br />

básicos, que serão rapidam<strong>en</strong>te aqui analisados.<br />

Segundo a Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares, o padrão demográfico atual do <strong>Brasil</strong> caracteriza-se por um<br />

tamanho relativam<strong>en</strong>te homogêneo de famílias em termos de tamanho médio segundo estratos de r<strong>en</strong>da<br />

familiar. Em 2003, as famílias brasileiras tinham um tamanho médio que variava de 3.4 a 4,0 pessoas<br />

segundo os estratos de r<strong>en</strong>da, hav<strong>en</strong>do uma grande conc<strong>en</strong>tração ao redor de 3,8 pessoas. O desvio padrão<br />

observado em relação à média era som<strong>en</strong>te de 4%.<br />

Esta razoável homog<strong>en</strong>eidade é também <strong>en</strong>contrada quando se analisa o número médio de filhos por família<br />

segundo estratos de r<strong>en</strong>da. A variação <strong>en</strong>contra-se no intervalo de 1,9 e 1,5 filhos por família, com um desvio<br />

padrão em relação a media é 5%. Resultado semelhante é observado para a idade média da pessoa de<br />

referência da família.<br />

A importância de se analisar estas duas informações básicas sobre as famílias deve-se à preocupação que<br />

difer<strong>en</strong>ças significativas de tamanho poderiam ter impacto importante sobre as condições de vida das<br />

mesmas. Isto é, um tamanho relativam<strong>en</strong>te maior das famílias de baixa r<strong>en</strong>da, t<strong>en</strong>deria ac<strong>en</strong>tuar a fragilidade<br />

de r<strong>en</strong>da com conseqüências sobre as condições de vida. Caso isto fosse observado, seria necessário que<br />

houvesse uma padronização das famílias para que a distribuição de r<strong>en</strong>da fosse analisada. Os dados<br />

<strong>en</strong>contrados não sugerem a necessidade deste tipo de procedim<strong>en</strong>to, facilitando o uso das informações de<br />

r<strong>en</strong>da das famílias.<br />

Quanto aos anos de estudo, os dados revelam serem mais elevados para os estratos superiores, seja para a<br />

pessoa de referência como para os filhos. É sabido que o <strong>Brasil</strong> se caracteriza por uma baixa escolaridade<br />

de sua população. Em média, a escolaridade observada para os chefes de famílias correspondia a 6,8 anos<br />

e para os filhos 9,3 anos. Isto é, a escolaridade média <strong>en</strong>contrada era próxima ao <strong>en</strong>sino fundam<strong>en</strong>tal.<br />

Diversos estudos apontam que a situação de escolaridade brasileira t<strong>en</strong>de se refletir nos níveis e na<br />

distribuição de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos. Mesmo considerando que ela não seja a principal determinante da condição de<br />

baixa r<strong>en</strong>da, é inegável que ela é parte de sua explicação.<br />

Os dois últimos indicadores básicos <strong>en</strong>contrados na Tabela 1 referem-se à participação de dois tipos<br />

relevantes de despesa para a população de baixa r<strong>en</strong>da.<br />

O indicador relativo de gasto com habitação mostra que ele descreve à medida que cresce a r<strong>en</strong>da.<br />

Entretanto, este movim<strong>en</strong>to é relativam<strong>en</strong>te estreito se considerado que não existe no <strong>Brasil</strong> qualquer<br />

subsídio ou política mais abrang<strong>en</strong>te de habitação para a população de baixa r<strong>en</strong>da. O motivo que justifica tal<br />

situação deve-se ao elevado acesso à habitação por mecanismos informais de aquisição ou ocupação de<br />

áreas, que alim<strong>en</strong>tam o crescim<strong>en</strong>to recorr<strong>en</strong>te de favelas e, portanto, de habitações precárias no país. Os<br />

últimos governos federais, e também alguns estaduais, tem retomado políticas habitacionais para as<br />

populações de baixa r<strong>en</strong>da, mas que ainda apres<strong>en</strong>tam alcance limitado e são incapazes de substituir os<br />

mecanismos informais de acesso à habitação ou reduzir a situação de precariedade habitacional<br />

prevalec<strong>en</strong>te no país.<br />

18


Do ponto de vista deste estudo, interessa ressaltar que o gasto com habitação não deve influ<strong>en</strong>ciar<br />

difer<strong>en</strong>ciar a r<strong>en</strong>da disponível das famílias para os demais gastos. O nível de restrição que ele impõe é<br />

razoavelm<strong>en</strong>te homogêneo para todos os estrato de r<strong>en</strong>da.<br />

Tabela 1 - Indicadores básicos sobre famílias (unidades de consumo) segundo estrato de r<strong>en</strong>da<br />

familiar e região geográfica<br />

<strong>Brasil</strong>, 2003<br />

Despesa Despesa<br />

Quantidade<br />

de<br />

moradores<br />

Idade da<br />

pessoa de<br />

referência<br />

Idade Média<br />

dos filhos<br />

Anos de<br />

Estudo da<br />

pessoa de<br />

referência<br />

Anos<br />

médios de<br />

estudo dos<br />

filhos<br />

Número de<br />

Filhos<br />

com<br />

alim<strong>en</strong>tos<br />

na<br />

despesa<br />

com<br />

habitação<br />

na<br />

despesa<br />

total (%) total (%)<br />

1o. Decil 3,7 39,9 17,8 3,5 6,3 1,9 38,1 21,0<br />

2o. Decil 3,4 47,3 17,6 3,7 5,8 1,5 38,8 21,8<br />

3o. Decil 3,8 44,9 20,7 4,3 7,2 1,7 33,9 20,5<br />

4o. Decil 3,8 46,6 21,4 4,7 7,3 1,6 31,7 20,8<br />

5o. Decil 3,8 47,8 22,5 5,1 7,9 1,6 29,8 21,3<br />

6o. Decil 4,0 46,3 24,8 5,9 8,8 1,7 26,2 20,9<br />

7o. Decil 4,0 46,0 25,8 6,8 10,1 1,7 22,9 20,8<br />

8o. Decil 3,9 45,8 25,9 8,4 11,0 1,7 18,7 19,9<br />

9o. Decil 4,0 46,1 26,9 10,9 13,0 1,7 15,1 18,8<br />

10o. Decil 3,8 48,3 26,9 15,1 15,6 1,6 8,4 16,5<br />

Total 3,8 45,9 23,0 6,8 9,3 1,7 18,5 18,9<br />

Fonte: Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares 2003, POF/IBGE. Microdados.<br />

O último indicador <strong>en</strong>contrado refere-se à participação da alim<strong>en</strong>tação na despesa total das famílias. O<br />

resultado revela uma grande discrepância quando considerados os estratos de r<strong>en</strong>da. Entre as famílias mais<br />

pobres, quase 40% da r<strong>en</strong>da destina-se à despesa com alim<strong>en</strong>tos, <strong>en</strong>quanto que naquelas de r<strong>en</strong>da elevada<br />

<strong>en</strong>contra-se abaixo de 15%. Apesar do país ser um grande produtor de alim<strong>en</strong>tos e propiciar que eles<br />

cheguem à população à preços internacionalm<strong>en</strong>te baixos, constata-se que mesmo assim eles pesam<br />

significativam<strong>en</strong>te na estrutura de despesa da população de baixa r<strong>en</strong>da.<br />

Por este motivo, tem se observado nos últimos anos uma política de desoneração dos produtos alim<strong>en</strong>tares<br />

básicos que predominam na cesta consumida pela população de baixa r<strong>en</strong>da. Os governos estaduais têm<br />

adotado alíquotas zero para os alim<strong>en</strong>tos mais consumidos por este segm<strong>en</strong>to da população. Juntam<strong>en</strong>te<br />

com a política de salário mínimo, de transferência de r<strong>en</strong>da e aum<strong>en</strong>to do nível de emprego, esta política<br />

deve ter influ<strong>en</strong>ciado positivam<strong>en</strong>te a recuperação do consumo no país nos últimos anos, que tem sido<br />

marcada por uma expansão expressiva dos segm<strong>en</strong>tos de produtos para a população de baixa r<strong>en</strong>da.<br />

Do ponto de vista deste estudo, merece destaque a importância dos gastos com alim<strong>en</strong>tação realizados pela<br />

população de baixa r<strong>en</strong>da, pois, nestas condições, imposições tributárias elevadas para este tipo de<br />

consumo t<strong>en</strong>dem deprimir fundam<strong>en</strong>talm<strong>en</strong>te a r<strong>en</strong>da disponível dos estratos inferiores.<br />

4. Alguns dados básicos sobre r<strong>en</strong>da e consumo<br />

A principal base de dados utilizada neste estudo, a Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares, constitui-se em um<br />

levantam<strong>en</strong>to realizado junto a 45 mil famílias, tanto urbano como rurais e com repres<strong>en</strong>tatividade para todas<br />

as regiões geográficas do país.<br />

19


A distribuição regional da amostra obedece critérios de repres<strong>en</strong>tatividade estatística, com o objetivo de<br />

permitir conhecer adequadam<strong>en</strong>te os orçam<strong>en</strong>tos familiares do conjunto do país bem como de suas diversas<br />

regiões. Apesar deste estudo não explorar as difer<strong>en</strong>ças regionais e nem aquelas exist<strong>en</strong>tes <strong>en</strong>tre estados, é<br />

importante ter pres<strong>en</strong>te a composição das famílias de cada estrato para as regiões geográficas brasileiras.<br />

Adotando-se o r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to total monetário, percebe-se que as famílias da Região Nordeste preponderam nos<br />

estratos inferiores, <strong>en</strong>quanto que os da Região Sudeste apres<strong>en</strong>tam as participações mais elevadas nos<br />

estratos superiores. Estes dados já indicam existir difer<strong>en</strong>ças relevantes na distribuição de r<strong>en</strong>da <strong>en</strong>tre<br />

regiões geográficas, s<strong>en</strong>do a Região Nordeste com a maior incidência nos estratos inferiores.<br />

Considerando que a amostra da Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares deve refletir as estruturas da população<br />

e de famílias exist<strong>en</strong>tes, pode-se dizer que um sistema tributário regressivo t<strong>en</strong>deria p<strong>en</strong>alizar mais a região<br />

Nordeste, bem como um progressivo deveria lhe ser mais favorável.<br />

Tabela 2 - Distribuição das famílias (unidades de consumo) segundo estrato<br />

de r<strong>en</strong>da familiar e região geográfica<br />

<strong>Brasil</strong>, 2003<br />

Norte Nordeste Sudeste Sul C<strong>en</strong>tro-Oeste<br />

1o. Decil 18,5 58,4 9,0 4,7 9,5<br />

2o. Decil 16,6 52,4 11,8 6,3 12,9<br />

3o. Decil 16,7 48,6 12,6 7,1 15,0<br />

4o. Decil 14,7 44,6 12,9 10,2 17,5<br />

5o. Decil 14,1 41,3 15,4 11,3 17,9<br />

6o. Decil 13,9 36,3 19,0 13,4 17,4<br />

7o. Decil 12,4 32,4 20,2 16,2 18,8<br />

8o. Decil 12,9 27,7 22,6 19,3 17,5<br />

9o. Decil 13,3 25,4 24,5 19,2 17,6<br />

10o. Decil 11,4 23,1 29,5 17,8 18,1<br />

Total 14,5 39,0 17,7 12,6 16,2<br />

Fonte: Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares 2003, POF/IBGE. Microdados.<br />

A consolidação dos dados de r<strong>en</strong>da, segundo os critérios de tipos de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos anteriorm<strong>en</strong>te<br />

apres<strong>en</strong>tados, resulta nos indicadores médios apres<strong>en</strong>tados na Tabela 3. De acordo com o resultado, o<br />

r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to bruto do trabalho correspondia a 67% da r<strong>en</strong>da bruta total monetária. Isto é, aproximadam<strong>en</strong>te,<br />

R$ 3,00 de cada R$ 4,00 da r<strong>en</strong>da monetárias das famílias, em 2003, tinham origem no trabalho.<br />

Por outro lado, o r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to líquido monetário repres<strong>en</strong>tava 93% do r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to bruto, s<strong>en</strong>do que o total de<br />

impostos indiretos sobre consumo e serviços repres<strong>en</strong>tava 15% deste último r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to. Segundo a POF, os<br />

impostos indiretos são o compon<strong>en</strong>te principal da imposição tributária que recai sobre a r<strong>en</strong>da das famílias.<br />

Ainda de acordo com esta fonte, o conjunto de impostos e contribuições sociais repres<strong>en</strong>tava 21% do<br />

r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to bruto das famílias.<br />

Deve-se ressaltar que este cálculo não incorpora outras classes de impostos, contribuições ou taxas<br />

exist<strong>en</strong>tes nos diversos níveis de governo, como a contribuição econômica exist<strong>en</strong>te nos preços dos<br />

combustíveis (federal), o imposto pago anualm<strong>en</strong>te pela posse de veículo automotor (estadual) ou o imposto<br />

refer<strong>en</strong>te à propriedade imobiliária (municipal).<br />

Considerando outros indicadores <strong>en</strong>contrados na Tabela 2, é possível observar as contribuições das<br />

transferências monetárias e não monetárias sobre a r<strong>en</strong>da do trabalho. As monetárias repres<strong>en</strong>tam 14<br />

20


pontos porc<strong>en</strong>tuais adicionais e as não monetária quase mais 6 pontos porc<strong>en</strong>tuais. Os dados revelam,<br />

portanto, que as transferências públicas têm uma participação média equival<strong>en</strong>te a quase 1/3 da r<strong>en</strong>da do<br />

trabalho, bruta ou liquida.<br />

Tabela 2 - Indicadores médios anualizados de r<strong>en</strong>da das famílias (unidades de<br />

consumo)<br />

<strong>Brasil</strong>, 2003<br />

R$<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto do Trabalho 10.400 62,4<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Líquido do Trabalho 8.530 51,2<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto Total Monetário 16.663 100,0<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Líquido Total Monetário 15.560 93,4<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto Monetário Depois dos Impostos 13.669 82,0<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Líquido Monetário Depois dos Impostos 12.769 76,6<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto do Trabalho mais Transferências Monetárias 12.672 76,0<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Líquido do Trabalho mais Transferências Monetárias 10.409 62,5<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto do Trabalho mais Transferências Totais 13.604 81,6<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Líquido do Trabalho mais Transferências Totais 11.189 67,1<br />

Total da contribuição para a previdência social 443<br />

Total Imposto de r<strong>en</strong>da pago 292<br />

Total de Outras deduções 208<br />

Total do imposto sobre consumo e serviços 2518<br />

Total da contribuição para a previdência social (%) (1) 5,2<br />

Total Imposto de r<strong>en</strong>da pago (%) (1) 3,4<br />

Total de Outras deduções (1) 2,4<br />

Aliquota média de imposto sobre consumo e serviços (%) (2) 15,1<br />

Fonte: Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares 2003, POF/IBGE. Microdados.<br />

(1) Em relação ao r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to bruto do trabalho<br />

(2) Em relação ao r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to bruto total monetário<br />

As informações propiciadas pela Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares revelam que um pouco mais de 2/3 da<br />

massa de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos tinham origem no trabalho. Os dois outros tipos de r<strong>en</strong>da mais repres<strong>en</strong>tativos eram<br />

os associados a ativos imóveis e financeiros e a previdência social.<br />

Aceita a proposição que as pesquisas domiciliares captam prefer<strong>en</strong>cialm<strong>en</strong>te a r<strong>en</strong>da corr<strong>en</strong>te, constata-se<br />

que os resultados são consist<strong>en</strong>tes, ao evid<strong>en</strong>ciarem a importância da r<strong>en</strong>da do trabalho no orçam<strong>en</strong>to das<br />

famílias. Contudo, tal constatação deve ser analisada com devida at<strong>en</strong>ção, pois os dados revelam também<br />

uma baixa incidência de r<strong>en</strong>da relacionada a ativos imóveis e financeiros, que, segundo o padrão<br />

internacional, t<strong>en</strong>dem ser subestimados em pesquisas domiciliares.<br />

21


Entretanto, a provável subestimação desta forma de r<strong>en</strong>da na POF é m<strong>en</strong>or que aquela <strong>en</strong>contrada na<br />

Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios, PNAD/IBGE, realizada anualm<strong>en</strong>te, que informa ser 4/5 a<br />

participação da r<strong>en</strong>da do trabalho na massa total de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos. E uma participação inferior a 2% para a<br />

r<strong>en</strong>da derivada de ativos financeiros 4 . Considerando o reconhecido grau de financeirização dos orçam<strong>en</strong>tos<br />

familiares nos estratos superiores (Guiso, 2002), especialm<strong>en</strong>te em uma economia de altas taxas de juros<br />

reais como a brasileira, é legitimo argum<strong>en</strong>tar que a Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares – POF t<strong>en</strong>de ser<br />

mais adequada para a análise da r<strong>en</strong>da, em comparação ao levantam<strong>en</strong>to socioeconômico anual exist<strong>en</strong>te<br />

no <strong>Brasil</strong>.<br />

Explicita-se, portanto, ser a Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares uma fonte de informação mais adequada<br />

para análise da r<strong>en</strong>da corr<strong>en</strong>te, s<strong>en</strong>do que, ademais, ela é a única que permite analisar possíveis impactos<br />

do sistema tributário sobre a distribuição de r<strong>en</strong>da no país. A subestimativa de r<strong>en</strong>da provavelm<strong>en</strong>te exist<strong>en</strong>te<br />

na POF não poder ser avaliada, sem o acesso a informações administrativas do imposto de r<strong>en</strong>da, de<br />

movim<strong>en</strong>tação financeira ou da previdência social.<br />

Deste modo, os resultados apres<strong>en</strong>tados neste estudo dizem respeito fundam<strong>en</strong>talm<strong>en</strong>te à r<strong>en</strong>da corr<strong>en</strong>te<br />

auferida e que explica o padrão de consumo recorr<strong>en</strong>te das famílias. S<strong>en</strong>do que, de maneira determinante, a<br />

r<strong>en</strong>da que o sust<strong>en</strong>ta o consumo perman<strong>en</strong>te das famílias tem na atividade do trabalho sua referência<br />

principal.<br />

Gráfico 1 - Composição da massa total bruta de r<strong>en</strong>da monetária das famílias segundo tipos de<br />

r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

Outras r<strong>en</strong>das<br />

R<strong>en</strong>da de ativos imóveis<br />

ou financeiros<br />

R<strong>en</strong>da de aluguéis<br />

R<strong>en</strong>da da proteção social<br />

R<strong>en</strong>da da previdência<br />

social<br />

Outras r<strong>en</strong>das associadas<br />

a b<strong>en</strong>efícios do trabalho<br />

Outras r<strong>en</strong>das do trabalho<br />

R<strong>en</strong>da do Trabalho<br />

1,7<br />

0,3<br />

2,1<br />

1,2<br />

4,6<br />

14,4<br />

13,3<br />

4 Nos últimos anos, tem se observado uma elevação da participação da r<strong>en</strong>da de ativos financeiros na massa total de<br />

r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos informada pela PNAD. O increm<strong>en</strong>to se deve aos b<strong>en</strong>efícios do Programa Bolsa- Família, que são captados<br />

junto com juros e outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos financeiros. Este procedim<strong>en</strong>to adotado pela PNAD, tem dificultado a análise do<br />

impacto do programa sobre a distribuição da r<strong>en</strong>da corr<strong>en</strong>te das famílias, exigindo a adoção de procedim<strong>en</strong>to, com<br />

alguma arbitrariedade metodológica, visando a id<strong>en</strong>tificação da r<strong>en</strong>da do bolsa família na declaração de r<strong>en</strong>da associada a<br />

ativos financeiros.<br />

22<br />

62,4<br />

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0<br />

Fonte: Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares 2003, POF/IBGE. Microdados.


5. As distribuições r<strong>en</strong>da no <strong>Brasil</strong> e o sistema tributário<br />

Estas últimas observações são relevantes para <strong>en</strong>t<strong>en</strong>der a opção em relação aos tipos de r<strong>en</strong>da adotados<br />

neste estudo. Foram construídos dez formas de r<strong>en</strong>da, seguindo ori<strong>en</strong>tação <strong>en</strong>contrada em docum<strong>en</strong>tos das<br />

instituições multilaterais de des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to, em especial daquelas pres<strong>en</strong>tes no docum<strong>en</strong>to produzido pelo<br />

Canberra Group (2001).<br />

Ademais, considerando também as limitações da base de dados de referência, foram privilegiadas três<br />

formas de imposição tributária:<br />

Impostos e contribuições diretas – imposto de r<strong>en</strong>da de pessoa física e as contribuições sociais<br />

vinculadas ao contrato de trabalho;<br />

Impostos indiretos – imposto sobre produtos industrializados, programa de integração<br />

social/contribuição para financiam<strong>en</strong>to da previdência social e imposto sobre circulação de<br />

mercadorias e serviços.<br />

Para cálculo do impacto da imposição tributária indireta sobre a r<strong>en</strong>da, foi adotado o procedim<strong>en</strong>to<br />

seguinte:<br />

Gi x (ICMSi/100) / (1+ ((IPIi/100)+(PIS/COFINSi/100)))<br />

Onde: Gi é o gasto total familiar na classe de consumo de b<strong>en</strong>s ou serviços i;<br />

ICMSi é a alíquota média do imposto de circulação de mercadorias e serviços na classe de<br />

consumo de b<strong>en</strong>s ou serviços i;<br />

IPIi é a alíquota média do Imposto sobre Produtos Industrializados na classe de consumo<br />

de b<strong>en</strong>s i;<br />

PIS/COFINS é a alíquota média do Programa de Integração Social/Contribuição para<br />

Financiam<strong>en</strong>to da Previdêncial Social na classe de Consumo de b<strong>en</strong>s e serviços i.<br />

O procedim<strong>en</strong>to segue, de maneira modificada, ori<strong>en</strong>tação <strong>en</strong>contrada no docum<strong>en</strong>to Vianna et alli (2000).<br />

Quanto ao ICMS, foram adotadas como referência as alíquotas para o Estado de São Paulo, modificada a<br />

partir das informações compiladas para os estados brasileiros por Silva Filho (2004). Este procedim<strong>en</strong>to foi<br />

importante devido à difusão, ao longo desta década, da conduta dos estados brasileiros em desonerar a<br />

cesta básica. Isto é, os principais produtos que compõem o gasto com produtos alim<strong>en</strong>tares da maioria das<br />

famílias brasileiras.<br />

Em relação ao IPI e ao PIS/PASEP foram adotas as alíquotas nacionais, em razão desses tributos<br />

pert<strong>en</strong>cerem ao Governo Federal.<br />

Finalm<strong>en</strong>te, as informações para cálculo da incidência do imposto de r<strong>en</strong>da e das contribuições sociais<br />

correspondem exatam<strong>en</strong>te aos valores <strong>en</strong>contrados na base de dados da Pesquisa sobre Informações<br />

Sociais.<br />

23


A Tabela 2 apres<strong>en</strong>ta uma síntese dos indicadores de r<strong>en</strong>da familiar per capita segundo tipos de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos<br />

por estratos de r<strong>en</strong>da. Uma observação necessita ser apres<strong>en</strong>tada antes de considerações sobre os<br />

resultados. Ela se refere às difer<strong>en</strong>ças <strong>en</strong>tre os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos do trabalho e o bruto total monetário.<br />

Ela é expressiva nos primeiro decil, s<strong>en</strong>do a razão bastante simples. Ela se deve aos r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos da<br />

previdência social. Nos decis inferiores, muitas famílias não possuem r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to do trabalho ou auferem um<br />

valor muito baixo, s<strong>en</strong>do que o r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to da previdência social constitui-se em sua fonte principal de r<strong>en</strong>da.<br />

24


Tabela 2<br />

Indicadores de R<strong>en</strong>da Familiar Per Capita segundo Tipos de R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos<br />

<strong>Brasil</strong> 2003<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto<br />

do Trabalho<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

Líquido do<br />

Trabalho<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto<br />

Total Monetário<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Líquido<br />

Total Monetário<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos Médios<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto<br />

Monetário Depois<br />

dos Impostos<br />

25<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

Líquido Monetário<br />

Depois dos<br />

Impostos<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto<br />

do Trabalho mais<br />

Transferências<br />

Monetárias<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

Líquido do<br />

Trabalho mais<br />

Transferências<br />

Monetárias<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto<br />

do Trabalho mais<br />

Transferências<br />

Totais<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

Líquido do<br />

Trabalho mais<br />

Transferências<br />

Totais<br />

Decil 1 271 229 1.159 925 981 791 840 709 1.884 1.580<br />

Decil 2 1.710 1.445 2.722 2.687 2.296 2.265 2.436 2.061 3.658 3.068<br />

Decil 3 2.713 2.281 3.919 3.836 3.285 3.214 3.395 2.866 4.983 4.179<br />

Decil 4 3.790 3.168 5.306 5.185 4.444 4.338 4.644 3.892 6.149 5.153<br />

Decil 5 5.064 4.215 6.834 6.644 5.700 5.541 5.860 4.907 7.517 6.274<br />

Decil 6 6.686 5.549 8.946 8.637 7.430 7.173 7.573 6.293 9.115 7.591<br />

Decil 7 8.973 7.417 11.947 11.466 9.886 9.481 9.958 8.242 11.324 9.387<br />

Decil 8 12.492 10.278 16.941 16.124 13.969 13.278 13.732 11.308 14.889 12.287<br />

Decil 9 19.411 15.930 26.845 25.362 22.044 20.820 21.388 17.567 22.211 18.249<br />

Decil 10 56.352 45.976 83.934 76.874 68.398 62.626 61.558 50.278 61.929 50.560<br />

Total 10.400 8.530 16.663 15.560 13.669 12.769 12.672 10.409 13.604 11.189<br />

Decil 1 2,6 2,7 7,0 5,9 7,2 6,2 6,6 6,8 13,9 14,1<br />

Decil 2 16,4 16,9 16,3 17,3 16,8 17,7 19,2 19,8 26,9 27,4<br />

Decil 3 26,1 26,7 23,5 24,7 24,0 25,2 26,8 27,5 36,6 37,4<br />

Decil 4 36,4 37,1 31,8 33,3 32,5 34,0 36,6 37,4 45,2 46,1<br />

Decil 5 48,7 49,4 41,0 42,7 41,7 43,4 46,2 47,1 55,3 56,1<br />

Decil 6 64,3 65,1 53,7 55,5 54,4 56,2 59,8 60,5 67,0 67,8<br />

Decil 7 86,3 87,0 71,7 73,7 72,3 74,3 78,6 79,2 83,2 83,9<br />

Decil 8 120,1 120,5 101,7 103,6 102,2 104,0 108,4 108,6 109,4 109,8<br />

Decil 9 186,6 186,7 161,1 163,0 161,3 163,1 168,8 168,8 163,3 163,1<br />

Decil 10 541,9 539,0 503,7 494,1 500,4 490,5 485,8 483,0 455,2 451,9<br />

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0<br />

10 + / 20 -<br />

81,4 78,0 42,5 41,7 41,1 40,3 38,4 36,8 23,5 22,9<br />

Fonte: Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares 2003, POF/IBGE. Microdados.


Por outro lado, nota-se o declínio da participação da r<strong>en</strong>da do trabalho nos decis superiores. O motivo se<br />

deve à maior expressão dos tipos de r<strong>en</strong>das não oriundas do trabalho, como, por exemplo, a r<strong>en</strong>da de ativos<br />

em geral.<br />

Contudo, o r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to do trabalho continua explicando mais de 60% da r<strong>en</strong>da do último decil, reiterando<br />

argum<strong>en</strong>to anterior sobre a importância deste tipo de r<strong>en</strong>da para a determinação do padrão de consumo.<br />

Em relação aos resultados obtidos, nota-se prontam<strong>en</strong>te uma exacerbada dispersão em termos de<br />

r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos médios <strong>en</strong>tre os decis inferiores e o superior, s<strong>en</strong>do que ela se expressa particularm<strong>en</strong>te<br />

ac<strong>en</strong>tuada na r<strong>en</strong>da do trabalho, isto é, na principal fonte de r<strong>en</strong>da corr<strong>en</strong>te da população brasileira. Os<br />

tributos diretos, imposto de r<strong>en</strong>da mais contribuições sociais, provocam um redução da dispersão observada,<br />

mas que deve ser considerada tênue. De uma relação <strong>en</strong>tre os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos brutos do trabalho dos 10% mais<br />

ricos e dos 20% mais pobre de 81 vezes, ela se reduz para o r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to líquido do trabalho para 78 vezes.<br />

A redução desta dispersão é mais int<strong>en</strong>sa quando se analisa o r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to total monetário, tanto bruto quanto<br />

líquido. As transferências públicasrelativas à proteção e previdência social favorecem especialm<strong>en</strong>te os<br />

estratos inferiores, levando que a dispersão caia quase a metade. Este movim<strong>en</strong>to se explica, em especial,<br />

pelo impacto das transferências no primeiro estrato, cuja r<strong>en</strong>da monetária bruta era, aproximadam<strong>en</strong>te, 3,5 a<br />

r<strong>en</strong>da do trabalho, <strong>en</strong>quanto no último estrato ela era ap<strong>en</strong>as 50% superior.<br />

A contribuição das transferências públicas para redução da dispersão se amplia quando são incorporadas as<br />

transferências não monetárias de saúde e educação. Quando analisada a r<strong>en</strong>da do trabalho mais o total de<br />

transferência, a dispersão corresponde, aproximadam<strong>en</strong>te, a ¼ daquele observada som<strong>en</strong>te para a r<strong>en</strong>da do<br />

trabalho.<br />

Mesmo assim, é inegável a prevalência de uma ainda elevada dispersão <strong>en</strong>tre o topo e a base da estrutura<br />

de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos. Se por um lado, a política social, o imposto de r<strong>en</strong>da e as contribuições sociais contribuem<br />

para reduzir esta dispersão, nota-se que os tributos diretos e indiretos dão uma contribuição quase nula. O<br />

sistema tributário parece que ser um instrum<strong>en</strong>to de política pública contra a exacerbada desigualdade de<br />

r<strong>en</strong>da estabelecida no país a partir das r<strong>en</strong>das do trabalho.<br />

26


Gráfico 2 - Participação do r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to bruto do trabalho no r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to bruto total das Famílias<br />

segundo estratos de r<strong>en</strong>da<br />

80,00<br />

70,00<br />

60,00<br />

50,00<br />

40,00<br />

30,00<br />

20,00<br />

10,00<br />

0,00<br />

Decil 1 Decil 2 Decil 3 Decil 4 Decil 5 Decil 6 Decil 7 Decil 8 Decil 9 Decil 10 Total<br />

Fonte: Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares 2003, POF/IBGE. Microdados<br />

O retrato desfavorável da relação <strong>en</strong>tre estrutura de r<strong>en</strong>da e sistema tributário no <strong>Brasil</strong> é evid<strong>en</strong>ciado<br />

quando se analisa a distribuição da massa de r<strong>en</strong>da segundo os diversos tipos de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos.<br />

Tomando-se as participações do estrato 10% superior, observa-se que a participação mais elevada é<br />

<strong>en</strong>contrada para o r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to total monetário, s<strong>en</strong>do superior àquele <strong>en</strong>contrada para a r<strong>en</strong>da do trabalho. A<br />

queda da participação som<strong>en</strong>te é observada quando consideradas as transferência públicas.<br />

27


Tabela 3<br />

Distribuição Acumulada da Massa de R<strong>en</strong>da Familiar Per Capita segundo Tipos de R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos<br />

<strong>Brasil</strong> 2003<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto<br />

do Trabalho<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

Líquido do<br />

Trabalho<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto<br />

Total Monetário<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

Líquido Total<br />

Monetário<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto<br />

Monetário Depois<br />

dos Impostos<br />

28<br />

Massa de R<strong>en</strong>da<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

Líquido Monetário<br />

Depois dos<br />

Impostos<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto<br />

do Trabalho mais<br />

Transferências<br />

Monetárias<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

Líquido do<br />

Trabalho mais<br />

Transferências<br />

Monetárias<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto<br />

do Trabalho mais<br />

Transferências<br />

Totais<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

Líquido do<br />

Trabalho mais<br />

Transferências<br />

Totais<br />

Decil 1 0,54 0,56 0,71 0,61 0,74 0,64 0,78 0,81 2,08 2,12<br />

Decil 2 1,97 2,06 2,54 2,55 2,62 2,62 2,85 3,02 5,05 5,17<br />

Decil 3 4,32 4,45 4,86 4,98 4,99 5,12 5,60 5,75 8,86 9,08<br />

Decil 4 7,53 7,71 8,12 8,39 8,32 8,58 9,18 9,48 13,18 13,48<br />

Decil 5 11,83 12,06 12,22 12,65 12,47 12,92 13,83 14,10 18,06 18,44<br />

Decil 6 17,46 17,77 17,35 17,95 17,68 18,28 19,51 19,85 23,78 24,20<br />

Decil 7 24,94 25,27 24,22 24,98 24,60 25,33 26,85 27,22 31,09 31,56<br />

Decil 8 35,39 35,74 34,03 35,05 34,45 35,46 37,05 37,43 40,87 41,33<br />

Decil 9 51,63 51,97 49,62 50,76 49,98 51,11 52,94 53,33 55,86 56,25<br />

Decil 10 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00<br />

Fonte: Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares 2003, POF/IBGE. Microdados.<br />

Tabela 4<br />

Índices de Desigualdade da Massa de R<strong>en</strong>da Familiar Per Capita segundo Tipos de R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos<br />

<strong>Brasil</strong> 2003<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto<br />

do Trabalho<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

Líquido do<br />

Trabalho<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto<br />

Total Monetário<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

Líquido Total<br />

Monetário<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto<br />

Monetário Depois<br />

dos Impostos<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

Líquido Monetário<br />

Depois dos<br />

Impostos<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto<br />

do Trabalho mais<br />

Transferências<br />

Monetárias<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

Líquido do<br />

Trabalho mais<br />

Transferências<br />

Monetárias<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Bruto<br />

do Trabalho mais<br />

Transferências<br />

Totais<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

Líquido do<br />

Trabalho mais<br />

Transferências<br />

Totais<br />

Gini 0,6067 0,6030 0,6135 0,6030 0,6093 0,5988 0,5859 0,5817 0,5285 0,5237<br />

Theil 0,7437 0,7342 0,7817 0,7525 0,7700 0,7409 0,6923 0,6822 0,5723 0,5620<br />

Khawani -0,054325<br />

Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,010450<br />

Fonte: Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares 2003, POF/IBGE. Microdados.


Em relação ao r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to do trabalho líquido do trabalho, as transferências públicas provocam uma<br />

redução da participação do estrato superior, aproximadam<strong>en</strong>te, de 3 pontos porc<strong>en</strong>tuais e as não<br />

monetárias de mais 2,5 pontos porc<strong>en</strong>tuais.<br />

Este diagnóstico tem respaldo quando analisado os indicadores de desigualdade (Tabela 4), expressos nos<br />

indices de Gini e Theil. Os indicadores observados para as r<strong>en</strong>das do trabalho e para os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos total<br />

monetário são muito próximos. Quando consideradas as imposições da tributação indireta, a queda é<br />

extremam<strong>en</strong>te tênue. Som<strong>en</strong>te com a inclusão das transferências públicas é que se observa uma queda mais<br />

expressiva dos índices de desigualdade.<br />

Quanto aos índices sínteses de Khawani e de Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky, que expressam a contribuição do ICMS<br />

sobre a distribução de r<strong>en</strong>da, constata-se que o resultado do primeiro índice aponta ser a imposição tributária<br />

ac<strong>en</strong>tua a desigualdade s<strong>en</strong>do que o segundo expressa sua int<strong>en</strong>sidade. Os resultados indicam que o sitema<br />

tributário é regressivo, mas sua inflência negativa sobre a distribuição de r<strong>en</strong>da deve ser como muito limitada.


Anexo 1 – Indicadores de progressividade e regressão<br />

Indice de Kakwani<br />

La progresividad o regresividad de un determinado impuesto también puede determinarse comparando la<br />

curva de Lor<strong>en</strong>z del ingreso de los hogares pre-acción fiscal con la curva de conc<strong>en</strong>tración de dicho<br />

impuesto. La curva de Lor<strong>en</strong>z de una distribución de ingresos es una función que indica el porc<strong>en</strong>taje de<br />

ingresos, respecto del total, que posee cada porc<strong>en</strong>taje de la población acumulada, una vez que la misma ha<br />

sido ord<strong>en</strong>ada <strong>en</strong> forma creci<strong>en</strong>te por su nivel de ingresos, esto es, de más pobres a más ricos. En otras<br />

palabras, L(p) indica el porc<strong>en</strong>taje de ingresos que posee el p por ci<strong>en</strong>to más pobre de la población <strong>en</strong><br />

relación al total de ingresos. (Gradín y del Río, 2001). A su vez, la curva de conc<strong>en</strong>tración mide para cada<br />

porc<strong>en</strong>taje acumulado de la población -ord<strong>en</strong>ada <strong>en</strong> forma creci<strong>en</strong>te por su nivel de ingresos- cuál es el<br />

porc<strong>en</strong>taje acumulado que paga del impuesto <strong>en</strong> cuestión. De acuerdo a este análisis gráfico, un<br />

determinado impuesto será progresivo <strong>en</strong> toda la distribución si y solo si la curva de conc<strong>en</strong>tración del mismo<br />

está siempre por debajo de la curva de Lor<strong>en</strong>z del ingreso de los hogares pre-acción fiscal (dominancia de<br />

Lor<strong>en</strong>z).<br />

Si la dominancia de Lor<strong>en</strong>z no se verifica –porque las curvas se cruzan una o más veces-, igualm<strong>en</strong>te<br />

cualquier cálculo que resuma la desigualdad <strong>en</strong> un solo número –como el índice de Gini- permite una<br />

ord<strong>en</strong>ación completa de las distribuciones de ingreso, es decir, cualquier par de distribuciones puede ser<br />

ord<strong>en</strong>ado sin ambigüedad.<br />

El índice de Gini, que se deriva de la curva de Lor<strong>en</strong>z, mide el área <strong>en</strong>tre esta curva y la línea de 45% -<br />

equidistribución- (<strong>en</strong> términos de proporción respecto al área por debajo de dicha línea de equidistribución).<br />

Toma, por tanto, valores <strong>en</strong>tre 0 (máxima igualdad) y 1 (máxima desigualdad). Su fácil interpretación lo ha<br />

vuelto el indicador más utilizado. A su vez, el cuasi-Gini del impuesto se calcula de manera similar al Gini del<br />

ingreso, pero sobre la curva de conc<strong>en</strong>tración del impuesto. De ahí la distinción semántica.<br />

Por lo dicho, el índice de progresividad de Kakwani, que se basa <strong>en</strong> el índice de Gini, permite <strong>en</strong> cualquier<br />

caso indicar la progresividad o regresividad de determinado impuesto. Por ejemplo, para el caso del IVA, el<br />

indicador de Kakwani se define como:<br />

K = cuasi Gini (IVA) - Gini (Ingreso antes de la Política <strong>Fiscal</strong>).<br />

Si K > 0, esto es, si el IVA se distribuye más inequitativam<strong>en</strong>te que el ingreso antes de la política fiscal, el<br />

impuesto contribuye a disminuir la desigualdad <strong>en</strong> la distribución del ingreso si<strong>en</strong>do, por tanto, progresivo. Si,<br />

por el contrario, K < 0, el impuesto será regresivo.<br />

Indice de Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky<br />

Ahora bi<strong>en</strong>, el índice de Kakwani permite estimar cuán progresivo o regresivo es determinado impuesto, pero<br />

al no estar influ<strong>en</strong>ciado por su recaudación dice poco sobre su capacidad redistributiva. Un impuesto puede<br />

30


ser fuertem<strong>en</strong>te progresivo, pero si su recaudación es irrelevante también lo será su capacidad redistributiva.<br />

Por tanto, el análisis se complem<strong>en</strong>ta considerando el índice de Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky, indicador global de la<br />

capacidad redistributiva del impuesto <strong>en</strong> cuestión. Por continuar con el ejemplo, <strong>en</strong> el caso del IVA dicho<br />

índice se define como<br />

RS = Gini (Ingreso antes de la Política <strong>Fiscal</strong>)- Gini (Ingreso después del IVA).<br />

Si RS < 0, su magnitud (<strong>en</strong> términos absolutos) indica cuántos puntos del Gini ha aum<strong>en</strong>tado la desigualdad<br />

<strong>en</strong> la distribución del ingreso como consecu<strong>en</strong>cia de la regresividad del IVA introducido. Lo contrario si RS ><br />

0.<br />

Nótese que al Gini antes de impuestos se resta el Gini después de impuestos -y no el cuasi-Gini-. Esto<br />

implica reord<strong>en</strong>ar las observaciones de m<strong>en</strong>or a mayor ingreso después de impuestos (<strong>en</strong> este caso,<br />

después del IVA). Ahora bi<strong>en</strong>, una definición alternativa del Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky es:<br />

Es decir, al Gini antes de impuestos se resta el cuasi-Gini después de impuestos. Las observaciones, por<br />

tanto, no se reord<strong>en</strong>an sino que continúan ord<strong>en</strong>adas de m<strong>en</strong>or a mayor ingreso antes de impuestos.<br />

Como se ve, esta definición captura el efecto total de un impuesto, que puede descomponerse <strong>en</strong> un (i)<br />

efecto igualador y (ii) un efecto “reord<strong>en</strong>ación” . No obstante, existe cierto cons<strong>en</strong>so respecto a que el efecto<br />

“reord<strong>en</strong>ación” no es estrictam<strong>en</strong>te un efecto redistributivo. La versión del Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky que figura <strong>en</strong><br />

el trabajo es la citada <strong>en</strong> primer término.<br />

Finalm<strong>en</strong>te, los indicadores globales de progresividad (Kakwani) y de capacidad redistributiva (Reynolds-<br />

Smol<strong>en</strong>sky) utilizados <strong>en</strong> el trabajo se basan <strong>en</strong> el índice de Gini. Es sabido que el valor del índice de Gini<br />

disminuye como respuesta a una transfer<strong>en</strong>cia desde una r<strong>en</strong>ta más alta a otra más baja, con la<br />

particularidad de que (a) no es s<strong>en</strong>sible a los niveles de r<strong>en</strong>ta de los individuos <strong>en</strong>tre los que ti<strong>en</strong>e lugar la<br />

transfer<strong>en</strong>cia y (b) sí lo es <strong>en</strong> relación a la difer<strong>en</strong>cia de r<strong>en</strong>ta <strong>en</strong>tre dichos individuos. Por tanto, resulta claro<br />

que, aunque no explícitam<strong>en</strong>te, el índice de Gini ti<strong>en</strong>e incorporado un juicio de valor respecto al efecto de la<br />

transfer<strong>en</strong>cia <strong>en</strong> la desigualdad. Si, dada una difer<strong>en</strong>cia de r<strong>en</strong>ta, se quisiera conceder mayor valor a una<br />

transfer<strong>en</strong>cia <strong>en</strong>tre dos individuos con dicha difer<strong>en</strong>cia ubicados <strong>en</strong> los tramos bajos de la distribución que a<br />

una transfer<strong>en</strong>cia <strong>en</strong>tre dos individuos con dicha difer<strong>en</strong>cia pero ubicados <strong>en</strong> los tramos altos , el índice de<br />

Gini no resultaría adecuado.<br />

31


Anexo 2<br />

Receita Tributária po Tributo e Competência<br />

<strong>Brasil</strong>, 2006 e 2007<br />

TRIBUTO/COMPETÊNCIA<br />

2006<br />

2007<br />

R$ Milhões % PIB % R$ Milhões % PIB %<br />

Total da Receita Tributária 794.121,53 33,51% 100,00% 903.638,93 34,79% 100,00%<br />

Tributos do Governo Federal 550.788,49 23,24% 69,36% 632.648,56 24,36% 70,01%<br />

Orçam<strong>en</strong>to <strong>Fiscal</strong> 182.478,17 7,70% 22,98% 213.919,93 8,24% 23,67%<br />

Imposto de R<strong>en</strong>da 136.965,20 5,78% 17,25% 160.358,31 6,17% 17,75%<br />

Pessoas Físicas 7.994,38 0,34% 1,01% 12.811,84 0,49% 1,42%<br />

Pessoas Jurídicas 53.824,88 2,27% 6,78% 67.510,93 2,60% 7,47%<br />

Retido na Fonte 75.145,94 3,17% 9,46% 80.035,54 3,08% 8,86%<br />

Imposto sobre Produtos Industrializados 28.223,97 1,19% 3,55% 32.866,96 1,27% 3,64%<br />

Imposto sobre Operações Financeiras 6.734,25 0,28% 0,85% 7.794,95 0,30% 0,86%<br />

Impostos sobre o Comércio Exterior 9.934,65 0,42% 1,25% 12.186,33 0,47% 1,35%<br />

Imposto Territorial Rural 303,34 0,01% 0,04% 330,66 0,01% 0,04%<br />

Impostos Prov. sobre Mov. Financeira 0,03 0,00% 0,00% 0,03 0,00% 0,00%<br />

Taxas Federais 316,74 0,01% 0,04% 382,68 0,01% 0,04%<br />

Orçam<strong>en</strong>to Seguridade Social 309.425,18 13,06% 38,96% 353.073,31 13,59% 39,07%<br />

Contribuição para a Previdência Social 123.520,20 5,21% 15,55% 140.411,68 5,41% 15,54%<br />

Cofins 89.548,35 3,78% 11,28% 99.163,73 3,82% 10,97%<br />

Contribuição Prov. sobre Mov. Financeira 32.057,93 1,35% 4,04% 36.319,86 1,40% 4,02%<br />

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 27.040,11 1,14% 3,41% 32.880,15 1,27% 3,64%<br />

Contribuição para o PIS 19.796,24 0,84% 2,49% 21.802,07 0,84% 2,41%<br />

Contribuição para o Pasep 3.578,52 0,15% 0,45% 4.037,45 0,16% 0,45%<br />

Contribuição do Servidor Público 11.993,43 0,51% 1,51% 15.216,43 0,59% 1,68%<br />

Outras Contribuições Sociais 1.890,41 0,08% 0,24% 3.241,94 0,12% 0,36%<br />

Demais 58.885,15 2,48% 7,42% 65.655,33 2,53% 7,27%<br />

Contribuição para o FGTS 36.505,40 1,54% 4,60% 41.630,51 1,60% 4,61%<br />

Cide Combustíveis 7.904,67 0,33% 1,00% 7.950,00 0,31% 0,88%<br />

Cide Remessas 660,07 0,03% 0,08% 793,53 0,03% 0,09%<br />

Fundaf 297,44 0,01% 0,04% 307,36 0,01% 0,03%<br />

Outras Contribuições Econômicas 945,87 0,04% 0,12% 1.143,08 0,04% 0,13%<br />

Salário Educação 6.965,41 0,29% 0,88% 7.156,35 0,28% 0,79%<br />

Contribuições para o Sistema S 5.606,29 0,24% 0,71% 6.674,49 0,26% 0,74%<br />

Tributos do Governo Estadual 208.946,49 8,82% 26,31% 231.120,65 8,90% 25,58%<br />

ICMS 171.668,62 7,24% 21,62% 187.624,65 7,22% 20,76%<br />

IPVA 12.418,74 0,52% 1,56% 14.689,97 0,57% 1,63%<br />

ITCD 940,74 0,04% 0,12% 1.207,19 0,05% 0,13%<br />

Taxas Estaduais 3.855,90 0,16% 0,49% 4.436,38 0,17% 0,49%<br />

Previdência Estadual 16.246,35 0,69% 2,05% 19.051,91 0,73% 2,11%<br />

Outros 3.816,15 0,16% 0,48% 4.110,56 0,16% 0,45%<br />

Tributos do Governo Municipal 34.386,54 1,45% 4,33% 39.869,71 1,53% 4,41%<br />

ISS 15.545,85 0,66% 1,96% 18.746,10 0,72% 2,07%<br />

IPTU 10.262,75 0,43% 1,29% 11.388,51 0,44% 1,26%<br />

ITBI 2.275,36 0,10% 0,29% 2.794,69 0,11% 0,31%<br />

Taxas Municipais 2.878,33 0,12% 0,36% 2.925,46 0,11% 0,32%<br />

Previdência Municipal 3.309,87 0,14% 0,42% 3.881,44 0,15% 0,43%<br />

Outros Tributos 114,4 0,00% 0,01% 133,51 0,01% 0,01%<br />

Fonte: Ministério da Faz<strong>en</strong>da, Secretaria da Receita Federal do <strong>Brasil</strong>.<br />

32


Referências bibliográficas<br />

Canberra Group (2001) Expert Group on Household Income Statistic, Final Report and Recomm<strong>en</strong>dations,<br />

Otawa: The Canberra Group.<br />

Guiso, L; Haliassos, M. e Japelli, T (2002) Introduction, in L.Guiso, M.Haliassos e T.Japelli., Household<br />

portfólios, Cambrige: The MIT Press.<br />

Jones, F (2008) The effects of taxes and b<strong>en</strong>efits on household income, 2006/07, Economic &<br />

Labour Market Review, 2(7), July, London: Offce for National Statistics.<br />

Hoffmann, R. (2007) Medindo a progressividade das transferências, in R.P. Barros; M.N. Foguel ; G. Ulyssea<br />

(2008) Desigualdade de r<strong>en</strong>da no <strong>Brasil</strong>: uma análise da queda rec<strong>en</strong>te, Volume 2, Brasília:<br />

IPEA.<br />

ILO - International Labour Organization, (2003) Household income and exp<strong>en</strong>diture Statistics, Sev<strong>en</strong>te<strong>en</strong>th<br />

International Confer<strong>en</strong>ce of Labour Statisticians, G<strong>en</strong>eva: International Labour Organization.<br />

MF-SRF, Ministério da Faz<strong>en</strong>da-Secretaria da Receita Federal (2002)<br />

Pikketi, T. (2001) Les hauts rev<strong>en</strong>us <strong>en</strong> France au XXe Siècle, Paris : Grasset.<br />

Silveira, F.G. (2008) Tributação, Previdência e Assistência Sociais, impactos distributivos, Dissertação de<br />

Mestrado (mimeo), Campinas: Insituto de Economia, Unicamp.<br />

Silva Filho, B.M. (2004) Alíquotas do ICMS Aplicadas em Todo o Território Nacional, São Paulo:<br />

Thomson/IOB.<br />

Vianna, S.W.; Magalhães, L.C.G.; Silveira, F.G.; Tomich, F.A. (2000) Carga tributária direta e indireta sobre<br />

as unidades familiares no <strong>Brasil</strong>”avaliação de sua incidência nas grandes regiões urbanas em<br />

1966, Texto para Discussão 757, <strong>Brasil</strong>ia: IPEA.<br />

Weinberg, D.H. (2004) Income Data Quality Issues in the Annual Social and Economic Supplem<strong>en</strong>t to the<br />

Curr<strong>en</strong>t Population Survey, Washington DC: US C<strong>en</strong>sus Bureau.<br />

Weinberg, D.H. (2006) Income data quality issues in the CPS, Monthly Labor Review, June, Washington DC:<br />

Bureau of Labor Statistics.<br />

33


BRASIL Março de 2010<br />

<strong>Equidad</strong>e <strong>Fiscal</strong> no <strong>Brasil</strong> (2)<br />

Conteúdo: Dados Gerais, Bases de Dados, Procedim<strong>en</strong>tos Metodológicos e Primeiros Resultados<br />

Fernando Rez<strong>en</strong>de e José Roberto Afonso & equipe técnica<br />

34


SUMÁRIO<br />

Apres<strong>en</strong>tação………………………………………………………………………………………………………<br />

I. Tributação…………………………………………………………………………………………………..<br />

I.1 O sistema tributário nacional: aspectos relevantes e comportam<strong>en</strong>to rec<strong>en</strong>té……………..<br />

I.2 Base de datos e procedimi<strong>en</strong>tos metodológicos……………………………………………....<br />

I.2.1 Tributação Direta: quais Deduções, Impostos, Taxas e Contribuições?................<br />

a) Tributos diretos na POF………………………………………………………………….<br />

b) Tributos diretos na PNAD: o que se pode estimar e de maneira……………………<br />

I.2.2 Tributos Indiretos na POF…………………………………………………………………<br />

a) Alternativa para estimar a incid<strong>en</strong>cia da tributação indireta………………………….<br />

II. Gastos sociais………………………………………………………………………...............................<br />

II.1 Estrututura dos gastos sociais e seu desemp<strong>en</strong>ho rec<strong>en</strong>té……………………………………<br />

II.2 Base de datos e procedimi<strong>en</strong>tos de estimação………………………………………………….<br />

II.2.1 B<strong>en</strong>efícios previd<strong>en</strong>ciários e assist<strong>en</strong>ciais: informações se têm das<br />

transfer<strong>en</strong>cias monetarias………………………………………………………………..<br />

b) Pesquisa de orçam<strong>en</strong>tos familiares…………………………………………………….<br />

c) PNAD………………………………………………………………………………………<br />

d) Discriminando os regimes previd<strong>en</strong>ciários na POF de 2002 – 03 e nas PNAD….<br />

II.2.2 A provisão publica em Saúde e Educação: posibilidades de valoração dos<br />

b<strong>en</strong>eficios não monetários………………………………………………………………<br />

III. Incidência e os impactos distributivos: dificuldades e questões metodológicas……………<br />

III.1 R<strong>en</strong>da versus gastos………………………………………………………………………………..<br />

III.2 “Decompondo” a r<strong>en</strong>da: b<strong>en</strong>eficios e tributos……………………………………………………<br />

III.3 Decomposição do Índice de Gini e progressividade de transfer<strong>en</strong>cias e tributos…………..<br />

III.3.1 O índice de progressividade de Kakwani………………………………………………..<br />

35<br />

37<br />

37<br />

37<br />

44<br />

45<br />

45<br />

49<br />

52<br />

54<br />

54<br />

54<br />

56<br />

57<br />

57<br />

60<br />

61<br />

64<br />

67<br />

67<br />

69<br />

70<br />

72


III.3.2 Progressividade e reord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to: avaliação com base na ord<strong>en</strong>ação ex post…<br />

III.3.3 Efeitos marginais das transfer<strong>en</strong>cias e tributos na desigualdade de r<strong>en</strong>da…………<br />

IV. Resultados preliminares 1: dados administrativos, incidência tributaria e acceso aos<br />

serviços públicos…………………………………………………………………………………………...<br />

IV.1 Pesquisas domiciliares (POF) versus dados administrativos………………………………….<br />

IV.2 Incidência da tributação direta na POF…………………………………………………………..<br />

IV.3 Tributação indireta:tributos, incid<strong>en</strong>cia e carga sobre a r<strong>en</strong>da e consumo………………….<br />

IV.4 Previdência e assistência: participação na r<strong>en</strong>da e estrutura de distribuição……………….<br />

V. Resultados preliminares 2: impactos distributivos de tributação e das transfer<strong>en</strong>cias<br />

monetarias…………………………………………………………………………………………………<br />

V.1 Efeitos distribuitivos da concessão de b<strong>en</strong>eficios e da incid<strong>en</strong>cia tributária………………………….<br />

V.2 Descomposição da desigualdade das r<strong>en</strong>das inicial, final e disponível: efeitos marginais<br />

transfer<strong>en</strong>cias e dos tributos………………………………………………………………………<br />

V.3 Impactos distributivos dos b<strong>en</strong>eficios e dos tributos:medidas de progressividade de<br />

reord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to……………………………………………………………………………………...<br />

VI. Referências bibliográficas………………………………………………………………………………...<br />

36<br />

74<br />

76<br />

79<br />

79<br />

82<br />

86<br />

89<br />

92<br />

92<br />

94<br />

98<br />

102


APRESENTAÇÃO<br />

Este primeiro relatório da pesquisa “<strong>Equidad</strong>e <strong>Fiscal</strong> no <strong>Brasil</strong>” aborda à composição e características<br />

básicas do sistema tributário brasileiro e dos seus gastos públicos sociais, assim como com<strong>en</strong>ta mudanças<br />

realizadas nos últimos anos que de alguma forma tiveram efeitos sobre a tributação e o gasto que por sua<br />

vez condicionam a distribuição da r<strong>en</strong>da no País. Tal análise é acompanhada de uma detalhada apreciação<br />

das fontes estatísticas que podem ser utilizadas na quantificação do impacto distributivo dos tributos e dos<br />

gastos sociais, bem como dos procedim<strong>en</strong>tos utilizados para contornar algumas das deficiências que essas<br />

informações apres<strong>en</strong>tam.<br />

Com base nos procedim<strong>en</strong>tos metodológicos descritos e em estudos anteriores sobre o tema, este relatório<br />

apres<strong>en</strong>ta também resultados preliminares de estimativas de impactos distributivos dos tributos diretos e<br />

indiretos no <strong>Brasil</strong>, bem como das transferências monetárias de r<strong>en</strong>da promovidas pelo governo. Tais<br />

resultados serão revistos e complem<strong>en</strong>tados com novas estimativas que ampliarão o alcance do impacto<br />

distributivo dos tributos, incluindo os impostos estaduais e municipais, e adicionarão o efeito decorr<strong>en</strong>te da<br />

provisão de b<strong>en</strong>s e serviços de educação e saúde, que têm um peso considerável no caso das populações<br />

de m<strong>en</strong>or poder aquisitivo. Tais complem<strong>en</strong>tos tornarão este o estudo mais completo a avaliar a equidade<br />

fiscal no <strong>Brasil</strong>.<br />

A seqüência em que os temas são apres<strong>en</strong>tados neste relatório corresponde ao plano de trabalho que será<br />

adotado na continuidade de sua execução.<br />

I. TRIBUTAÇÃO<br />

I.1. O sistema tributário nacional: aspectos relevantes e comportam<strong>en</strong>to rec<strong>en</strong>te<br />

Dada a exigência de sust<strong>en</strong>tação da disciplina fiscal em um contexto de crescim<strong>en</strong>to dos gastos, a carga<br />

tributária global do <strong>Brasil</strong> apres<strong>en</strong>tou, ao longo da década de 2000, um crescim<strong>en</strong>to bastante int<strong>en</strong>so, que só<br />

foi interrompido no último ano da década (2009) pela crise internacional. Enquanto, em 2000, a carga<br />

tributária se situava na marca de 31,15% do PIB, em 2009 ela alcançou 34,98% do PIB, um pouco abaixo do<br />

ponto máximo da década que ocorreu no ano de 2008: 35,82% do PIB. Em decorrência, a carga tributária<br />

brasileira se aproximou dos níveis médios registrados em países des<strong>en</strong>volvidos, bem acima das economias<br />

emerg<strong>en</strong>tes 5 . O gráfico 1 ilustra a evolução histórica da carga tributária global no <strong>Brasil</strong>.<br />

Gráfico 1 – Carga Tributária Bruta Global no Pós-Guerra: 1947/2009<br />

5 A partir de dados do FMI, em 2005 a carga tributária média dos países industriais (des<strong>en</strong>volvidos) foi de 38,80% do PIB,<br />

<strong>en</strong>quanto a do <strong>Brasil</strong> foi de 34,95% do PIB no mesmo ano. Os países em des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to apres<strong>en</strong>taram uma carga média de<br />

27,44% do PIB.<br />

37


O gráfico reflete uma t<strong>en</strong>dência histórica de aum<strong>en</strong>to da carga tributária brasileira, que na década de<br />

quar<strong>en</strong>ta estava na casa dos 14% do PIB e na década de 2000 esteve sempre acima de 30% do PIB. Os<br />

anos em que a carga global se situa acima da linha de t<strong>en</strong>dência correspondem, regra geral, a períodos em<br />

que os impostos crescem para financiar atuação do Estado na promoção do crescim<strong>en</strong>to econômico durante<br />

o regime militar (de meados da década de 1960 até o final da década de 1970), para garantir a estabilidade<br />

econômica e para ampliar os gastos sociais (na última década). Apesar do último ano da série (2009)<br />

apres<strong>en</strong>tar uma queda da carga com relação ao ano anterior (devido à crise internacional), esta ainda<br />

permaneceu d<strong>en</strong>tro dos padrões históricos e acima da linha de t<strong>en</strong>dência.<br />

A t<strong>en</strong>dência histórica cresc<strong>en</strong>te da carga tributária foi acompanhada de mudanças importantes na sua<br />

composição. Do ponto de vista da federação, embora a participação dos estados seja expressiva, destaca-se<br />

a alta conc<strong>en</strong>tração da arrecadação no governo c<strong>en</strong>tral (puxada pelas contribuições), a despeito das<br />

inclinações federalistas da Constituição de 1988. De outra parte, embora a contribuição dos municípios para<br />

a carga tributária global seja relativam<strong>en</strong>te pequ<strong>en</strong>a, seu poder de gasto é ampliado por meio de<br />

transferências, como mostra a repartição das receitas tributárias disponíveis. Os gráficos 2 e 3 mostram a<br />

composição da arrecadação tributária e da receita disponível na federação brasileira.<br />

Gráfico 2 – Arrecadação direta por esfera de Governo em % da Carga Global - 2009<br />

Fonte: STN, CEF e BACEN. Elaboração própria.<br />

Gráfico 3 – Receita disponível por esfera de governo em % da Carga Global - 2009<br />

Fonte: STN, CEF e BACEN. Elaboração própria.<br />

Nota-se que 68% de toda a arrecadação tributária realizada no <strong>Brasil</strong> em 2009 foi gerada diretam<strong>en</strong>te pela<br />

União, o que d<strong>en</strong>ota um razoável grau de conc<strong>en</strong>tração do poder tributário. Embora a participação do<br />

38


governo federal na receita tributária disponível (depois de computadas a repartição constitucional de<br />

impostos) diminua para de 56,3% da receita tributária nacional, a conc<strong>en</strong>tração do seu poder de gasto<br />

também é significativa. Sob a ótica da repartição final dos recursos, percebe-se que os municípios são os<br />

maiores b<strong>en</strong>eficiários do regime de transferências, pois arrecadam diretam<strong>en</strong>te pouco mais de 6% da receita<br />

tributária nacional em 2009, mas dispõem de 18,5% daquela receita para gastar. Como os estados<br />

transferem aos municípios mais do que recebem da União, seu poder de gasto é m<strong>en</strong>or (25,2%) do que o<br />

montante dos impostos que arrecadam (26%, ambos em relação à carga tributária bruta do País).<br />

A ampliação das contribuições – sociais e de interv<strong>en</strong>ção no domínio econômico – no sistema tributário<br />

brasileiro é a principal responsável pela expressiva conc<strong>en</strong>tração dos recursos nas mãos do governo federal.<br />

O gráfico 4 mostra a importância que essas contribuições assumem na atual composição da carga tributária<br />

da União.<br />

Gráfico 4 – Composição da Carga Tributária da União – 2009<br />

Fonte: STN, CEF e BACEN. Elaboração própria.<br />

As referidas contribuições responderam por mais de 65% dos tributos arrecadados pelo governo federal em<br />

2009, após terem apres<strong>en</strong>tado um crescim<strong>en</strong>to constante desde o início da década de 1990. A preferência<br />

por esses tributos decorre do fato de eles não serem partilhados com estados e municípios, o que aum<strong>en</strong>ta a<br />

receita disponível da União, e de gerarem expressivos volumes de receita por terem uma base ampla e<br />

incidência cumulativa, além de serem de fácil cobrança (as principais podem ser exigidas em três meses<br />

depois de criadas ou majoradas, <strong>en</strong>quanto os principais impostos são limitados pelo chamado princípio da<br />

anualidade). Ao contrário do padrão mundial, as contribuições no <strong>Brasil</strong> não alcançam ap<strong>en</strong>as os salários,<br />

mas também incidem sobre o faturam<strong>en</strong>to e as receitas e sobre os lucros (até 2007, ainda alcançava a<br />

movim<strong>en</strong>tação financeira).<br />

Mais do que a elevada carga tributária brasileira, a sua estrutura explica muito dos danos que causa à<br />

competitividade da produção nacional, quanto à regressividade tributária. A composição dessa carga por<br />

base de incidência dos tributos em 2000 e em 2009 é apres<strong>en</strong>tada na tabela 1, que permite comparar as<br />

mudanças registradas na última década.<br />

39


Tabela 1 – Carga Tributária Global do <strong>Brasil</strong> por Base de Incidência – 2000 a 2009<br />

Verifica-se que o bloco relativo à soma dos tributos sobre r<strong>en</strong>da e lucros, salários e patrimônio arrecadaram<br />

17,8% do PIB em 2009, pouco mais da metade da carga tributária do <strong>Brasil</strong> em 2009. Chama a at<strong>en</strong>ção que<br />

supera o bloco formado pelos tributos sobre b<strong>en</strong>s e serviços, comércio exterior, transações financeiras e<br />

taxas, que arrecadou 16,03% do PIB ou 46% do total da carga. Tais resultados, do ponto de vista<br />

redistributivo, repres<strong>en</strong>tam uma nítida melhoria com relação ao início da década, haja vista que em 2000 o<br />

bloco de tributos indiretos respondia por 53,2% da carga tributária total.<br />

A atual composição da carga, <strong>en</strong>tretanto, ainda não pode ser confortável por dois motivos. Primeiro, a<br />

participação dos tributos sobre a produção (indiretos) no <strong>Brasil</strong> ainda é muito elevada quando comparada a<br />

outros sistemas tributários que apres<strong>en</strong>tam maior eficiência redistributiva no mundo. Segundo, a crise<br />

internacional afetou os resultados de 2009, especialm<strong>en</strong>te da tributação de b<strong>en</strong>s e serviços, o que permite<br />

afirmar que a comparação com o ano de 2008 seria mais justa do ponto de vista evolutivo e, naquele ano, os<br />

tributos diretos e indiretos detinham praticam<strong>en</strong>te a mesma participação na carga global.<br />

Dos tributos indiretos, o imposto estadual sobre circulação de mercadorias e serviços de comunicações e<br />

transportes – ICMS – é, individualm<strong>en</strong>te, o mais importante à luz do montante arrecadado. Em 2009, este<br />

imposto arrecadou o equival<strong>en</strong>te a 7% do PIB ou 20% da carga tributária global. O ICMS ganha destaque<br />

m<strong>en</strong>os por sua magnitude ou importância relativa e mais por ser de competência tributária dos governos<br />

estaduais (ao contrário do resto do mundo em que impostos sobre o valor agregado são exigidos pelo<br />

governo c<strong>en</strong>tral), obedecer a legislações difer<strong>en</strong>ciadas em cada um dos 26 estados mais o Distrito Federal<br />

(inclusive, é possível que o mesmo bem ou serviço seja submetido à alíquota distinta de uma para outra<br />

40


jurisdição) e ter suas transações interestaduais submetida a um princípio misto (ainda que a maior alíquota<br />

caiba ao estado de origem, na maior parte do País). 6 Estas peculiaridades do ICMS brasileiro dificultam a<br />

redução de sua regressividade, particularm<strong>en</strong>te em face de maior participação de produtos básicos na<br />

estrutura produtiva de estados m<strong>en</strong>os des<strong>en</strong>volvidos.<br />

Outros tributos indiretos que têm alta relevância na tributação nacional são as contribuições sociais sobre a<br />

receita bruta (COFINS e PIS) e o imposto sobre produtos industrializados (IPI). A tabela 2 mostra o ranking<br />

dos principais tributos <strong>en</strong>tre 2000 e 2009.<br />

Tabela 2 – Carga Tributária Global do <strong>Brasil</strong> por Principais Tributos – 2000 a 2009<br />

A queda no ritmo de atividade econômica em 2009 em face da crise internacional, bem como a concessão de<br />

b<strong>en</strong>efícios fiscais para estimular a economia, contribuiu para a redução da participação relativa do ICMS e do<br />

IPI. Esse fato, somado à extinção da CPMF, que deixou de ser cobrada a partir de 2008, é que explica a<br />

redução da participação dos impostos indiretos na carga tributária global e não uma ação deliberada do<br />

governo para tornar o sistema tributário m<strong>en</strong>os regressivo.<br />

Quanto aos impostos diretos, algumas peculiaridades no sistema tributário brasileiro reduzem as<br />

possibilidades de ampliar a equidade fiscal. Uma delas se refere ao maior peso da tributação dos lucros das<br />

pessoas jurídicas, que resulta da incidência do imposto (IRPJ) e da contribuição social (CSSL), que geram,<br />

respectivam<strong>en</strong>te, 2,46% e 1,36% do PIB. Como a alíquota básica do IR para PJ‟s é de 15%, <strong>en</strong>quanto que as<br />

PF‟s estão sujeitas a alíquotas progressivas que podem alcançar 27,5%, muitos indivíduos, em especial<br />

profissionais liberais, optam por receber seus r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos como micro ou pequ<strong>en</strong>as empresas, pagando um<br />

imposto inferior ao que deveriam pagar efetivam<strong>en</strong>te.<br />

O IRPF apres<strong>en</strong>ta duas alíquotas relativam<strong>en</strong>te baixas e próximas, desde sua simplificação em 1989, s<strong>en</strong>do<br />

que, no ano cal<strong>en</strong>dário 2009, houve um aum<strong>en</strong>to para quatro alíquotas, bastante próximas. As alíquotas<br />

eram, até 2008, de 15% e de 27,5%, s<strong>en</strong>do que para esse ano cal<strong>en</strong>dário, r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos abaixo de R$ 1.373<br />

não sofriam tributação, r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos <strong>en</strong>tre R$ 1.373 e R$ 2.743 eram taxados em 15% e r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos acima<br />

de R$ 2.743 eram taxados a 27,5%. Como as alíquotas são marginais, ninguém paga 27,5% de sua r<strong>en</strong>da<br />

em IRPF e ap<strong>en</strong>as indivíduos com r<strong>en</strong>das extremam<strong>en</strong>te elevadas pagam algo próximo a 27,5%.<br />

6 As exceções são para produtos derivados de petróleo e <strong>en</strong>ergia elétrica, que são cobrados a partir do princípio do destino<br />

(cobrado no estado consumidor).<br />

41


Tabela 3 - Limites nominais e reais das alíquotas do Imposto de R<strong>en</strong>da-Pessoa Física (1)<br />

Ano<br />

Nominal Deflacionadas (2)<br />

15% 27,50% 15% 27,50%<br />

2001 900 1.800 1.455 2.911<br />

2002 1.058 2.115 1.578 3.154<br />

2003 1.058 2.115 1.375 2.749<br />

2004 1.058 2.115 1.290 2.579<br />

2005 1.164 2.326 1.328 2.654<br />

2006 1.249 2.497 1.368 2.734<br />

2007 1.314 2.625 1.388 2.774<br />

2008 1.373 2.743 1.373 2.743<br />

Fonte: SRF.<br />

Notas: (1): Não se apres<strong>en</strong>taram os dados de 2009, pois ainda não se conta com Investigações Domiciliares<br />

para esse ano. Alíquotas em http://www.receita.faz<strong>en</strong>da.gov.br/Aliquotas/ContribFont.htm<br />

(2): O deflator utilizado foi o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.<br />

Obs.: Valores m<strong>en</strong>sais do r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to.<br />

A tabela 3 mostra os limites, deflacionados pelo IPCA médio de cada ano, das alíquotas de 15% e 27,5%. A<br />

receita tem reajustado os limites de modo a mantê-los próximos da inflação esperada e as variações não têm<br />

sido muito grandes.<br />

As deduções são tão importantes quanto às alíquotas, pois com deduções g<strong>en</strong>erosas parte expressiva da<br />

r<strong>en</strong>da passa a ser não tributável, reduzindo, assim, a alíquota efetiva. No <strong>Brasil</strong> pode-se empregar uma<br />

dedução única, no caso de declaração simplificada, que corresponde a 20% dos r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos tributáveis até<br />

o limite de dedução anual de R$ 12.194,86, ou, quando se trata de declaração completa, um conjunto de<br />

deduções, d<strong>en</strong>tre as quais se destacam 7 :<br />

contribuição previd<strong>en</strong>ciária oficial (sem limite) 8 ;<br />

gastos com saúde (sem limite);<br />

deduções de R$ 1655,88 anuais (R$ 137,99 m<strong>en</strong>sais) por dep<strong>en</strong>d<strong>en</strong>te;<br />

p<strong>en</strong>são alim<strong>en</strong>tícia (sem limite);<br />

gastos com educação até o limite de R$ 2.592,29 anuais para cada pessoa listada na declaração<br />

(contribuinte mais os dep<strong>en</strong>d<strong>en</strong>tes);<br />

dedução de R$ 1.372,81 m<strong>en</strong>sais, aplicável aos r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos de apos<strong>en</strong>tadorias, para indivíduos com<br />

idade igual a 65 ou mais;<br />

do<strong>en</strong>tes com do<strong>en</strong>ças graves e crônicas (por exemplo, pessoas com câncer ou problemas cardíacos)<br />

têm dedução de toda sua r<strong>en</strong>da – são is<strong>en</strong>tas de IRPF; e<br />

7 Valores para o IRPF do ano cal<strong>en</strong>dário 2008, último ano em que se dispõe da PNAD..<br />

8 . Para quem contribui para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), há um limite de contribuição.<br />

42


há algumas deduções m<strong>en</strong>ores, como com os gastos resultantes de doações a <strong>en</strong>tidades filantrópicas.<br />

Todos os valores acima se referem ao ano-cal<strong>en</strong>dário 2008 e foram estabelecidos na Lei n o 11.482, de 31 de<br />

maio de 2007. Segundo dados da SRF (2008), a importância relativa das deduções, de acordo com<br />

informações relativas a 2005 9 , é a seguinte: desconto simplificado (29%), despesas médicas (20%),<br />

abatim<strong>en</strong>to com dep<strong>en</strong>d<strong>en</strong>tes (15%), contribuição previd<strong>en</strong>ciária oficial (14%) e gastos com instrução (8%).<br />

As outras deduções têm valores m<strong>en</strong>ores. Esta estrutura não varia muito de ano para ano, embora se<br />

verifique crescim<strong>en</strong>to das deduções relativas a gastos com saúde.<br />

A tabela 4 apres<strong>en</strong>ta o desemp<strong>en</strong>ho rec<strong>en</strong>te da arrecadação do IR dos indivíduos (IRPF) acrescido do retido<br />

na fonte sobre r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos do trabalho, em que fica clara a t<strong>en</strong>dência ao gradual aum<strong>en</strong>to, tanto em<br />

porc<strong>en</strong>tagem do PIB, quanto em relação a carga tributária bruta. Ainda assim, tais índices são relativam<strong>en</strong>te<br />

baixos pois não passam de 2,3% do PIB e nem de 6,4% da receita tributária nacional.<br />

Tabela 4 - Arrecadação do Imposto de R<strong>en</strong>da-Pessoa Física como porc<strong>en</strong>tagem do PIB e da carga<br />

tributária bruta<br />

Anos Em R$ bilhões corr<strong>en</strong>tes<br />

43<br />

IRPF<br />

em % do PIB em % da CTB<br />

2002 26.942 1,82 5,64<br />

2003 31.531 1,85 5,81<br />

2004 37.556 1,93 5,89<br />

2005 43.011 2,00 5,92<br />

2006 47.695 2,01 5,90<br />

2007 56.003 2,16 6,14<br />

2008 66.600 2,30 6,36<br />

Fontes: IPEA/Coord<strong>en</strong>ação de Finanças Públicas (CFP), SRF do <strong>Brasil</strong> e IBGE.<br />

Nota: IRPF = IRPF (não retido na fonte) + IRRF sobre os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos do trabalho.<br />

Outro ponto que merece destaque nos impostos diretos é a baixa participação dos tributos incid<strong>en</strong>tes sobre o<br />

patrimônio. Além deste tipo de tributo ter relevância muito baixa na carga tributária nacional, 10 é curioso que<br />

o imposto (estadual) sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) arrecade 38% a mais que o<br />

imposto (municipal) sobre propriedade predial e territorial urbana em 2009 – como ilustrado no Gráfico 5 -, o<br />

que também tem efeitos sobre a baixa progressividade tributária do País.<br />

9 Ultimo levantam<strong>en</strong>to disponibilizado pela Receita Federal do <strong>Brasil</strong> se refere ao exercício de 2005, a ver em:<br />

www.receita.faz<strong>en</strong>da.gov.br/Publico/estudotributarios/estatisticas/GrandesNumerosDIRPF2005.pdf<br />

10 Em 2005 os países industriais (des<strong>en</strong>volvidos) arrecadavam em média 2,08% do PIB em tributos patrimoniais, <strong>en</strong>quanto no<br />

<strong>Brasil</strong> esta cifra fora de 1,22% do PIB.


Gráfico 5 – Tributos Patrimoniais: IPTU x IPVA - 2009<br />

Fonte: STN, CEF e BACEN. Elaboração própria.<br />

Estes breves com<strong>en</strong>tários sobre a evolução da estrutura tributária brasileira já apontam os primeiros indícios<br />

da baixa aderência do sistema tributário brasileiro aos princípios de equidade fiscal. A comprovação desses<br />

indícios, bem como a medição do grau de iniqüidade na repartição do ônus tributário já foi objeto de estudos<br />

que trataram dessa questão, 11 mas uma das principais deficiências deles foi se restringirem aos impostos<br />

federais (quando o fizeram, incluíram informações de um estado como repres<strong>en</strong>tativa da totalidade dos<br />

estados brasileiros), ignorando a diversidade de situações e o peso dos tributos estaduais e municipais na<br />

composição da carga tributária global, o que se procurará at<strong>en</strong>der e corrigir nesta pesquisa.<br />

I.2. Base de dados e procedim<strong>en</strong>tos metodológicos<br />

O aperfeiçoam<strong>en</strong>to das estimativas sobre o impacto da tributação na distribuição da r<strong>en</strong>da dep<strong>en</strong>de das<br />

escolhas a serem feitas com respeito à base de dados a serem utilizadas, a partir do <strong>en</strong>t<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to das<br />

possibilidades e deficiências que apres<strong>en</strong>tam, bem como das opções a serem adotadas para contornar suas<br />

deficiências.<br />

O <strong>Brasil</strong> conta com duas investigações domiciliares que podem ser utilizadas na estimativa da incidência<br />

tributária sobre as famílias: a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD) e a Pesquisa de<br />

Orçam<strong>en</strong>tos Familiares (POF). Enquanto a primeira é realizada anualm<strong>en</strong>te e se destaca pela maior<br />

abrangência temporal e por uma amostra de maior <strong>en</strong>vergadura, a segunda, por ter foco nas despesas,<br />

fornece informações mais “precisas” da r<strong>en</strong>da e dos tributos diretos, permitindo a realização de estimativas<br />

da incidência da tributação do consumo, ou seja, da tributação indireta.<br />

A PNAD, que cobre todo o país, c<strong>en</strong>tra sua investigação na captação dos dados de trabalho e r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to,<br />

além de coletar informações sobre os domicílios e as pessoas resid<strong>en</strong>tes. Assim s<strong>en</strong>do, oferece também<br />

uma rica gama de informações socioeconômicas e demográficas, d<strong>en</strong>tre as quais cabe destacar: as r<strong>en</strong>das<br />

oriundas da previdência e da assistência sociais; a freqüência à escola e suas características – se pública, ou<br />

não, o nível de <strong>en</strong>sino e o nível de governo responsável pela administração; e, em alguns anos, o acesso e<br />

a utilização de serviços de saúde. No <strong>en</strong>tanto, ao não abranger a investigação dos gastos familiares e não ter<br />

por foco a coleta detalhada dos r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos, exibe fr<strong>en</strong>te à POF uma deficiência no que concerne ao quesito<br />

r<strong>en</strong>da.<br />

A PNAD possibilita estimar a incidência de tributos diretos, especificam<strong>en</strong>te os incid<strong>en</strong>tes sobre a R<strong>en</strong>da e<br />

sobre o Patrimônio Imobiliário ou, mas especificam<strong>en</strong>te, o IRPF, as contribuições previd<strong>en</strong>ciárias e o IPTU.<br />

Essas estimativas são feitas mediante a aplicação das normais legais relativas a esses tributos às<br />

informações contidas na PNAD sobre os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos recebidos, as relações de trabalho (ou, segundo a<br />

11 Ver VIANNA (2000), IMMERVOLL et.alli (2007) e SILVEIRA (2008), d<strong>en</strong>tre outros.<br />

44


definição da PNAD, a natureza da ocupação) e os valores declarados para os imóveis próprios, de modo a<br />

obter os pot<strong>en</strong>ciais valores do IRPF, das contribuições previd<strong>en</strong>ciárias e do IPTU. Dessa forma, as<br />

estimativas baseadas na PNAD superestimam os montantes desses tributos, ao não levar em conta tanto a<br />

elisão com a evasão fiscal. O detalham<strong>en</strong>to dos procedim<strong>en</strong>tos para tais estimativas será apres<strong>en</strong>tado<br />

adiante.<br />

De outra parte, ainda que a POF ofereça, melhores dados sobre a r<strong>en</strong>da, ela ocorre a cada cinco anos,<br />

s<strong>en</strong>do que som<strong>en</strong>te na mais rec<strong>en</strong>te, a de 2003, a cobertura foi nacional. Ademais, sua amostra é m<strong>en</strong>or,<br />

além de não captar o acesso e a utilização de serviços públicos de saúde. Apesar disso, a POF fornece uma<br />

base melhor para a avaliação da carga tributaria incid<strong>en</strong>te sobre as famílias, pois as informações que<br />

propicia sobre os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos permitem, também, id<strong>en</strong>tificar os tributos incid<strong>en</strong>tes sobre a r<strong>en</strong>da,<br />

notadam<strong>en</strong>te o Imposto de R<strong>en</strong>da e as Contribuições Previd<strong>en</strong>ciárias. Contêm, ainda, informações sobre os<br />

tributos e taxas pagos em razão da posse e do uso de b<strong>en</strong>s imóveis e móveis. Com base nas despesas<br />

efetuadas pelas famílias em b<strong>en</strong>s e serviços, a POF permite estimar a incidência dos tributos indiretos,<br />

assumindo que eles na realidade recaem sobre o consumo, mesmo quando aplicados ao faturam<strong>en</strong>to ou à<br />

receita das empresas.<br />

As informações sobre transferências monetárias contidas na POF discriminam as apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões,<br />

os auxílios previd<strong>en</strong>ciários e assist<strong>en</strong>ciais – sejam públicos, sejam privados – e os diversos programas de<br />

transferência de r<strong>en</strong>da e de apoio ao trabalhador. No <strong>en</strong>tanto, os dados das pesquisas domiciliares<br />

brasileiras não discriminam qual o regime público previd<strong>en</strong>ciário das apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões por elas<br />

<strong>en</strong>umeradas, isto é, se a informação se refere ao regime geral de previdência ou ao regime próprio dos<br />

servidores públicos.<br />

Com base na POF, estima-se que é possível avaliar o impacto distributivo de cerca de 60% da carga<br />

tributária nacional. Esse nível de cobertura é bastante expressivo, haja vista que cerca de 30% dos tributos<br />

não cobertos se referem ao IRPJ, à parcela dos empregadores nas contribuições previd<strong>en</strong>ciárias, e aos<br />

demais tributos que recaem sobre pessoas jurídicas ou sobre empregadores, como o FGTS, o salárioeducação,<br />

as contribuições ao Sistema S e o imposto sobre comércio exterior. A parcela restante inclui<br />

alguns tributos que embora t<strong>en</strong>ham alguma importância não incidem sobre a r<strong>en</strong>da e/ou patrimônio das<br />

famílias, ou são de difícil tratam<strong>en</strong>to, como a CPMF, o IOF e os impostos sobre transmissão de b<strong>en</strong>s, que,<br />

juntos, repres<strong>en</strong>tavam 5,4% da carga tributária nacional. Com a extinção da CPMF, a importância desse<br />

grupo diminuiu significativam<strong>en</strong>te.<br />

I.2.1. Tributação Direta: quais Deduções, Impostos, Taxas e Contribuições?<br />

a) Tributos diretos na POF<br />

Na POF são investigadas as deduções incid<strong>en</strong>tes sobre variados recebim<strong>en</strong>tos, estando discriminadas as<br />

contribuições previd<strong>en</strong>ciárias (ou previdência pública), IR e outras deduções 12 que recaem sobre o<br />

r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to do trabalho – principal e secundário. No caso dos outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos, que incluem<br />

apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões, programas de transferência de r<strong>en</strong>da, auxílios, bolsa de estudo, p<strong>en</strong>são<br />

alim<strong>en</strong>tícia, doações, aluguéis, investiga-se o total de deduções, sem as discriminar, estando agrupadas sob<br />

a mesma categoria o recolhim<strong>en</strong>to da previdência, o IR e as outras deduções. O mesmo ocorre no caso de<br />

12. Infelizm<strong>en</strong>te não se tem muita clareza de tudo o que está <strong>en</strong>globado em “outras deduções”, pois segundo os manuais da<br />

pesquisa – especialm<strong>en</strong>te o dos <strong>en</strong>trevistadores – aqui se inscreveria, principalm<strong>en</strong>te, o ISS, não s<strong>en</strong>do incluído o<br />

recolhim<strong>en</strong>to do FGTS. Cabe destacar que da análise dos trabalhadores que apres<strong>en</strong>tam “outras deduções” <strong>en</strong>contram-se<br />

aqueles (é o caso de empregados públicos, militares e empregados do setor privado) sob os quais não incide tal tributo.<br />

45


outros recebim<strong>en</strong>tos, que abrangem o 13° salário e o abono de férias, saque de PIS/PASEP e FGTS,<br />

ind<strong>en</strong>ização trabalhista, v<strong>en</strong>das, lucros, empréstimos, heranças e divid<strong>en</strong>dos, para os quais a informação<br />

refere-se ap<strong>en</strong>as ao total de deduções.<br />

A maneira como a informação é apres<strong>en</strong>tada, permite concluir que na rubrica “outras deduções” dos<br />

r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos do trabalho <strong>en</strong>contram-se o ISS e outros descontos que tanto podem ser tributos diretos como<br />

podem não ser. Já nas “deduções” de outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos que não do trabalho e nas “deduções” de outros<br />

recebim<strong>en</strong>tos estão <strong>en</strong>globados valores relativos a contribuições previd<strong>en</strong>ciárias, IR e ISS, além de outras<br />

deduções que não se referem a <strong>en</strong>cargos tributários.<br />

Além dos tributos incid<strong>en</strong>tes sobre a r<strong>en</strong>da, são coletados pela POF os incid<strong>en</strong>tes sobre o patrimônio – IPTU<br />

– e sobre os veículos automotivos – o IPVA. Consideramos que outros <strong>en</strong>cargos incid<strong>en</strong>tes sobre os<br />

veículos, além do IPVA, tais como as despesas com lic<strong>en</strong>ça, emplacam<strong>en</strong>to, multas, transferência de veículo,<br />

perícia e carteira de habilitação, devem ser agrupados na rubrica “impostos sobre veículos”.<br />

Encargos relativos a outras contribuições, como as contribuições de classe (sindicatos e conselhos<br />

profissionais), ou a outras “formas” de incidência de tributos já descritos – como o IR relativo a exercício<br />

anterior, o ISS de caráter ev<strong>en</strong>tual e os recolhim<strong>en</strong>tos à previdência pública, podem ser extraídos do quadro<br />

que trata de despesas com contribuições, transferências e <strong>en</strong>cargos financeiros. Nas despesas com serviços<br />

domésticos reportam-se as despesas efetuadas com o recolhim<strong>en</strong>to da parcela do empregado à previdência<br />

social. E, por fim, ainda que bastante subestimados, são coletados os gastos realizados com o pagam<strong>en</strong>to da<br />

CPMF.<br />

Em resumo, as informações constantes da POF permitem reunir os valores relativos ao pagam<strong>en</strong>to de<br />

tributos diretos em quatro grupos: IR, IPTU, IPVA e demais tributos sobre r<strong>en</strong>da. Neste último grupo estão<br />

incluídas as duas rubricas de deduções sobre a r<strong>en</strong>da – do trabalho e de outras fontes, o ISS ev<strong>en</strong>tual, as<br />

contribuições de classe e a CPMF.<br />

No quadro 1, abaixo, <strong>en</strong>contram-se discriminados todos os códigos considerados no agrupam<strong>en</strong>to dos<br />

tributos diretos em contribuições trabalhistas, imposto de r<strong>en</strong>da, IPTU, IPVA e outras deduções sobre a<br />

r<strong>en</strong>da.<br />

Quadro 1- Grupos de tributos com suas descrições na POF 2002-2003<br />

Grupo de<br />

tributos<br />

INSS<br />

Tipo de Tributo Descrição na POF<br />

Contribuição<br />

previd<strong>en</strong>ciária sobre<br />

r<strong>en</strong>da do trabalho<br />

Gastos individuais com<br />

INSS<br />

Dedução do r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to do trabalho (empregado privado, empregado<br />

público, empregado doméstico, empregado temporário na área rural,<br />

empregador e conta própria) para a previdência pública<br />

Previdência pública (federal-iapas, estadual, municipal, militar)<br />

Funrural<br />

Seguro coletivo de trabalho (previdência pública)<br />

Fundo especial da polícia militar (previdência militar)<br />

Previdência estadual<br />

Previdência municipal<br />

46


IR<br />

IPVA<br />

INSS do empregado<br />

doméstico<br />

Imposto de R<strong>en</strong>da sobre<br />

r<strong>en</strong>da do trabalho<br />

Gastos individuais com<br />

Imposto de R<strong>en</strong>da<br />

IPVA e taxas com<br />

automóveis<br />

Previdência militar<br />

Previdência federal<br />

Fundo de p<strong>en</strong>são militar<br />

Previdência pública<br />

Contribuição previdência pública para trabalhadores empregados<br />

domésticos<br />

Dedução do r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to do trabalho (empregado privado, empregado<br />

público, empregado doméstico, empregado temporário na área rural,<br />

empregador e conta própria) relativa ao imposto de r<strong>en</strong>da<br />

Complem<strong>en</strong>tação do imposto de r<strong>en</strong>da<br />

Imposto de r<strong>en</strong>da do exercício anterior<br />

Emplacam<strong>en</strong>to de automóvel<br />

Lic<strong>en</strong>ça de automóvel<br />

Multas<br />

Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)<br />

IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores)<br />

Imposto sobre propriedade (IPVA)<br />

Taxa de expedi<strong>en</strong>te (DETRAN)<br />

Taxa de carteira de habilitação<br />

Perícia de veiculo (taxa)<br />

Taxa de transferência de veiculo<br />

Transferência de veiculo (taxa)<br />

Taxa de transferência de placa de veículo<br />

Transferência de placa de veiculo (taxa)<br />

Fotografia de acid<strong>en</strong>te (perícia)<br />

Docum<strong>en</strong>to único de trânsito<br />

DUT (docum<strong>en</strong>to único de trânsito)<br />

Taxa de nada consta<br />

Nada consta (taxa)<br />

Baixa de reserva de registro de veículo<br />

47


Grupo de<br />

tributos<br />

IPTU<br />

Taxa de baixa de reserva de registro de veículo<br />

Exame para r<strong>en</strong>ovação de carteira de motorista<br />

Exame psicotécnico de carteira de motorista<br />

Taxa de desali<strong>en</strong>ação de veículo<br />

Taxa de legislação (DETRAN)<br />

Taxa de expedi<strong>en</strong>te<br />

Emplacam<strong>en</strong>to de caminhão<br />

Lic<strong>en</strong>ça de caminhão<br />

Emplacam<strong>en</strong>to de moto<br />

Lic<strong>en</strong>ça de moto<br />

Emplacam<strong>en</strong>to de embarcação<br />

Lic<strong>en</strong>ça de embarcação<br />

Emplacam<strong>en</strong>to de automóvel<br />

Tipo de Tributo Descrição na POF<br />

IPTU Imóvel principal<br />

IPTU Outros imóveis<br />

Imposto predial (domicilio principal)<br />

IPTU<br />

Imposto predial<br />

48<br />

(continuação)<br />

Adicionais de imposto predial (juros, multa, etc.)(domicílio principal)<br />

Juros de imposto predial (domicílio principal)<br />

Multa de imposto predial (domicílio principal)<br />

Imposto Territorial Rural<br />

SPU (serviço de patrimônio da união)<br />

Serviço de patrimônio da união (SPU)<br />

INCRA<br />

Imposto predial (outros imóveis)<br />

Imposto predial


OUTROS<br />

Outras deduções<br />

sobre r<strong>en</strong>da do<br />

trabalho<br />

Deduções sobre<br />

outras r<strong>en</strong>das que não<br />

trabalho<br />

ISS ev<strong>en</strong>tual<br />

Contribuições de<br />

classe<br />

CPMF<br />

Imposto territorial (outros imóveis)<br />

Imposto territorial<br />

INCRA (imposto)<br />

SPU (serviço de patrimônio da união)<br />

Serviço de patrimônio da união (SPU)<br />

Certificado de cadastro de imóvel<br />

Outras deduções do r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to do trabalho (empregado privado,<br />

empregado público, empregado doméstico, empregado temporário na<br />

área rural, empregador e conta própria)<br />

Deduções sobre outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos: apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões, bolsa<br />

de estudo, p<strong>en</strong>são alim<strong>en</strong>tícia, auxílios, aluguéis, programas de<br />

transferência de r<strong>en</strong>da e complem<strong>en</strong>tações salariais.<br />

Imposto sobre serviços (ISS) (ev<strong>en</strong>tual)<br />

ISS (imposto sobre serviços) (ev<strong>en</strong>tual)<br />

Conselho e associação de classe<br />

Associação de classe<br />

Associação de trabalhadores<br />

Contribuição sindicato e associação de trabalhadores (m<strong>en</strong>sal)<br />

Contribuição para outras associações<br />

Associações outras (contribuição)<br />

Cooperativa (m<strong>en</strong>salidade)<br />

Imposto sindical (anual)<br />

Contribuição sindical (anual)<br />

Imposto sobre cheque (CPMF)<br />

CPMF (imposto sobre cheque)<br />

b) Tributos Diretos na PNAD: o que se pode estimar e de que maneira<br />

A PNAD possibilita a estimação das contribuições previd<strong>en</strong>ciárias e do IRPF, dado que ela, como dito, conta<br />

com informações sobre a inserção das pessoas no mercado de trabalho, <strong>en</strong>tre as quais se contribuintes ou<br />

não da previdência social, e apura os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos percebidos pelas pessoas. Assim s<strong>en</strong>do, pode-se simular<br />

o que ocorreria se todos seguissem as regras, ou seja, o pot<strong>en</strong>cial desses dois tributos, desconsiderando<br />

tanto a elisão como a evasão.<br />

49


A principal limitação da PNAD é que mede mal as r<strong>en</strong>das muito elevadas, especialm<strong>en</strong>te no que se refere a<br />

r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos do capital. Na r<strong>en</strong>da do trabalho, o problema é m<strong>en</strong>or, mas ainda assim há dúvidas com respeito<br />

ao fato de todos os declarantes da PNAD informarem corretam<strong>en</strong>te sua r<strong>en</strong>da bruta, a despeito de ser assim<br />

determinado aos <strong>en</strong>trevistadores em seus manuais e treinam<strong>en</strong>tos. Este defeito parece-nos mitigado uma<br />

vez que sua ocorrência deve ser maior <strong>en</strong>tre os indivíduos de m<strong>en</strong>or r<strong>en</strong>da e nível de escolaridade mais<br />

baixo, grupo demográfico não pagante do IRPF.<br />

Uma segunda limitação é que os abatim<strong>en</strong>tos ou a is<strong>en</strong>ção do IRPF decorr<strong>en</strong>te de gastos com saúde ou<br />

relacionados a estados de saúde, que tem muita importância no caso desse imposto, não aparece na PNAD.<br />

Isto ocorre porque esta pesquisa não mede nem gastos com saúde, nem estados de saúde, nem atividades<br />

relacionadas à saúde. A PNAD também não mede gastos com educação, mas pergunta quem freqü<strong>en</strong>ta a<br />

escola e se a escola freqü<strong>en</strong>tada é pública ou privada.<br />

Sob uma perspectiva difer<strong>en</strong>te, no <strong>en</strong>tanto, as informações da PNAD podem ser úteis para analisar a receita<br />

pot<strong>en</strong>cial do IRPF a partir dos parâmetros relevantes para o cálculo desse imposto, como as alíquotas e<br />

seus limites, as deduções item a item, a dedução simplificada e os parâmetros para a declaração conjunta.<br />

As alíquotas não apres<strong>en</strong>tam maiores problemas, mas o calculo das deduções é bem mais complicado,<br />

especialm<strong>en</strong>te no caso daquelas que são mais importantes como as deduções relativas a gastos e is<strong>en</strong>ções<br />

relacionados à saúde e às deduções para a previdência social. Estimativas da receita pot<strong>en</strong>cial com base na<br />

PNAD podem ser geradas para estimar o grau de elisão e evasão fiscal.<br />

Já para as contribuições previd<strong>en</strong>ciárias as limitações da PNAD são m<strong>en</strong>os graves, uma vez que a sua<br />

principal limitação, a subdeclaração da r<strong>en</strong>da, é m<strong>en</strong>os expressiva para os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos do trabalho, sobre os<br />

quais incidem as contribuições “pessoais"ao sistema de previdência. Outra limitação é que a PNAD não<br />

oferece informações sobre a contribuição previd<strong>en</strong>ciária efetivam<strong>en</strong>te paga. O que não é problema para os<br />

funcionários públicos e empregados com carteira, pois ela é descontada do pagam<strong>en</strong>to de suas<br />

remunerações. Mas é problema para as demais ocupações. O fato é que não se sabe qual o salário-decontribuição<br />

declarado (para fins de contribuição previd<strong>en</strong>ciária) e muito m<strong>en</strong>os se o indivíduo (mais<br />

especificam<strong>en</strong>te o trabalhador por conta-própria) aderiu ao Plano Simplificado de Previdência Social, que<br />

possui alíquota de contribuição difer<strong>en</strong>ciada.<br />

No <strong>en</strong>tanto, como se conta com informações sobre o tipo de ocupação, o ramo de atividade do trabalhador e<br />

se ele contribui para a previdência social pode-se estimar o valor pot<strong>en</strong>cial das contribuições sociais,<br />

aplicando-se o regulam<strong>en</strong>to ora em vigor. No quadro 2 <strong>en</strong>contram-se discriminadas as categorias de<br />

contribuintes, e as regras aplicadas ao cálculo da contribuição previd<strong>en</strong>ciária vig<strong>en</strong>tes em 2008.<br />

Quadro 2 – Regras e alíquotas das contribuições previd<strong>en</strong>ciárias – <strong>Brasil</strong>, 2008<br />

Categoria<br />

50<br />

Faixa de r<strong>en</strong>da<br />

(R$)<br />

De Até<br />

Alíquota<br />

Empregados com carteira 415,00 911,70 8,00<br />

Empregados com carteira 911,71 1519,50 9,00<br />

(%)


Empregados com carteira 1.519,51 3.038,99 11,0<br />

Empregados com carteira acima de 3.038,99 11,0 de R$ 3.089,99<br />

Militares Todas 10,5<br />

Servidores Públicos Todas 11,0<br />

Contribuintes individuais para conta-próprias com<br />

r<strong>en</strong>da igual a 1 salário mínimo<br />

51<br />

415,00 11,00<br />

Contribuintes individuais e facultativos 415,01 3.089,99 20,0<br />

Contribuintes individuais e facultativos acima de 3.038,99 20,0 de R$ 3.038,99<br />

Inativos do setor público (ver método de<br />

discriminação no tópico c) da seção II.2.2<br />

Fonte: Elaboração própria para aplicação na PNAD 2008.<br />

acima de 4.862,38<br />

11,0% da r<strong>en</strong>da superior à R$<br />

4.862,38 para<br />

Na avaliação dos impactos distributivos da previdência social deve-se ter pres<strong>en</strong>te a pres<strong>en</strong>ça de duas<br />

modalidades bastante distintas em nosso sistema público previd<strong>en</strong>ciário: o RGPS e os RPPSs ou previdência<br />

do funcionalismo público. Os registros administrativos relativos a esses regimes explicitam as difer<strong>en</strong>ças de<br />

perfis distributivos, o que reflete, grosso modo, o arcabouço legal e as normas de cada um deles. Em ambos<br />

os casos, são sistemas de repartição, ou seja, baseados na solidariedade <strong>en</strong>tre gerações, s<strong>en</strong>do financiados,<br />

de um lado, pelas contribuições dos trabalhadores e dos empregadores e, de outro, por recursos fiscais do<br />

tesouro, ou melhor, por contribuições – tributos indiretos – pagas por toda a sociedade. As regras de<br />

concessão dos b<strong>en</strong>efícios no que concerne aos prazos de contribuição e de idade não se apres<strong>en</strong>tam muito<br />

díspares, conc<strong>en</strong>trando-se as difer<strong>en</strong>ças nas regras de cálculo das remunerações, pois os servidores<br />

públicos têm, grosso modo, direitos a b<strong>en</strong>efícios iguais aos recebidos quando na ativa (integralidade) e aos<br />

mesmos reajustes concedidos aos servidores (proporcionalidade). Para os apos<strong>en</strong>tados e p<strong>en</strong>sionistas do<br />

RGPS, ou seja, os trabalhadores contribuintes do setor privado, existem limites tanto para as remunerações<br />

como para os reajustes. Verdade que ambos os sistemas tem caráter contributivo, ou seja, são espécies de<br />

seguro social, no s<strong>en</strong>tido de que seu b<strong>en</strong>eficio guarda relação com as contribuições realizadas. Isso explica,<br />

em grande medida, parte das difer<strong>en</strong>ças nos perfis distributivos, dado que as contribuições são proporcionais<br />

aos ganhos e os limites de remuneração para os b<strong>en</strong>efícios valem, também, para os salários de contribuição.<br />

É fato, todavia, que a relação <strong>en</strong>tre contribuições e b<strong>en</strong>efícios previd<strong>en</strong>ciários não é direta, devido às<br />

mudanças nas regras dos sistemas, às alterações no mercado de trabalho e às mudanças demográficas,<br />

requer<strong>en</strong>do-se, portanto, avaliações intertemporais. Soma-se a isso a pres<strong>en</strong>ça de subsídios – descompasso<br />

<strong>en</strong>tre o pot<strong>en</strong>cial (“capitalização”) das contribuições e os valores mínimos dos b<strong>en</strong>efícios – nos dois sistemas,<br />

s<strong>en</strong>do os subsídios importantes na previdência rural e nos b<strong>en</strong>efícios assist<strong>en</strong>ciais no âmbito do RGPS, e<br />

estando disseminados nos Regimes Próprios, particularm<strong>en</strong>te nas p<strong>en</strong>sões e nos b<strong>en</strong>efícios dos militares.<br />

Cabe avaliar, também, outros indicadores que refletem a importância – ou, em outros termos, o<br />

“funcionam<strong>en</strong>to” – da previdência: sua incidência na população e o grau de reposição dos b<strong>en</strong>efícios fr<strong>en</strong>te à<br />

r<strong>en</strong>da de atividade. Quanto à primeira questão, contabilizam-se cerca de 48 milhões de pessoas que contam<br />

com algum b<strong>en</strong>eficiário de apos<strong>en</strong>tadoria ou p<strong>en</strong>são, o que repres<strong>en</strong>ta 29,2% do total de famílias. No caso<br />

da taxa de reposição, isto é, a relação <strong>en</strong>tre o valor médio do b<strong>en</strong>efício previd<strong>en</strong>ciário e a remuneração<br />

média do trabalho, essa atinge 63,0%, t<strong>en</strong>do por parâmetros os valores médios dessas remunerações<br />

naquelas famílias em que elas não são nulas.


Fica pat<strong>en</strong>te, portanto, a amplitude do sistema previd<strong>en</strong>ciário brasileiro e o quão substancial é a r<strong>en</strong>da<br />

recebida por apos<strong>en</strong>tados e p<strong>en</strong>sionistas. Em relação ao primeiro indicador, cabe resgatar outro que ilustra o<br />

mesmo fato: cerca de 80% dos idosos – pessoas de idade igual e superior a 60 anos – recebem b<strong>en</strong>efícios<br />

previd<strong>en</strong>ciários. Já o dado de reposição da r<strong>en</strong>da quando da inatividade mostra-se em patamar semelhante à<br />

de países que contam com robustos sistemas de proteção social.<br />

I.2.2. Tributos Indiretos na POF<br />

Com base na POF é possível estimar a incidência dos seguintes tributos indiretos: o ICMS, o IPI, o PIS, a<br />

COFINS e a CIDE, com base nas alíquotas aplicadas a cada modalidade de tributo. No caso do ICMS, que é<br />

de competência dos estados, é necessário conhecer as legislações estaduais, ou adotar como refer<strong>en</strong>cia<br />

aquela adotada em um, ou mais de um, estado <strong>en</strong>tre os mais importantes.<br />

No caso do IPI e do ICMS, as alíquotas, relativas a cada item de despesa, bem como os b<strong>en</strong>efícios<br />

tributários concedidos para alguns produtos, sejam is<strong>en</strong>ções, sejam reduções de base de cálculo podem ser<br />

obtidos a partir do regulam<strong>en</strong>to aplicado pelo governo federal e pelos estados Esses b<strong>en</strong>efícios são em maior<br />

número e mais complexos no caso do ICMS, e se destinam, de modo especial, a produtos de primeira<br />

necessidade e àqueles que sofrem maior competição de outros estados e/ou países.<br />

Algumas despesas são descartadas, pois se referem ao pagam<strong>en</strong>to de serviços, impostos e taxas.<br />

Inscrevem-se, nesse grupo, as despesas com serviços pessoais, as d<strong>en</strong>ominadas “outras despesas<br />

corr<strong>en</strong>tes” e as despesas que tratam da diminuição do passivo, bem como parcelas das despesas diversas e<br />

dos gastos com educação, saúde e habitação. Sobressaem nesse grupo os gastos com jogos e apostas,<br />

cerimônias e festas, serviços profissionais, cursos regulares, serviços de assistência à saúde, aluguéis<br />

consertos de artigos do lar. Além disso, consideram-se som<strong>en</strong>te as despesas monetárias, pois as despesas<br />

não-monetárias 13 são predominantem<strong>en</strong>te serviços não passíveis de tributação pelos impostos em tela ou<br />

originam-se de atividades realizadas à margem dos mercados.<br />

No caso do PIS e da COFINS, a opção é adotar, para todos os gastos com os produtos considerados<br />

passíveis de tributação pelo ICMS e pelo IPI, a alíquota de 9,25% que se aplica às empresas que optam<br />

pelo regime de incidência não-cumulativa. 14 Ou seja, considera-se que essas contribuições incidem sobre o<br />

consumo das famílias na medida das suas alíquotas. Cabe examinar as implicações dessa opção, dado que<br />

uma gama expressiva de empresas, ou melhor, de setores produtivos <strong>en</strong>contra-se no regime de incidência<br />

cumulativa, implicando alíquotas efetivas distintas da do regime não-cumulativo.<br />

Os procedim<strong>en</strong>tos adotados na estimativa da incidência desses tributos parte da aplicação, em uma primeira<br />

etapa, aos gastos – preços – da respectiva alíquota nominal do ICMS, obt<strong>en</strong>do-se o valor correspond<strong>en</strong>te a<br />

esse tributo. Vale notar que ao aplicar a alíquota nominal do ICMS ao gasto ou preço, como rege a legislação<br />

desse tributo, na realidade se está praticando uma alíquota superior, se considerarmos que a base de<br />

incidência é o preço sem o tributo ( O ICMS é cobrado “por d<strong>en</strong>tro”). Em uma segunda etapa, desconta-se<br />

dos gastos a parcela correspond<strong>en</strong>te ao ICMS, gerando-se assim novos valores, que incorporam a parcela<br />

correspond<strong>en</strong>te ao IPI. Desses montantes foram extraídos os valores anteriores ao recolhim<strong>en</strong>to do IPI e do<br />

ICMS através da seguinte fórmula:<br />

dispêndios líquidos na ausência de ICMS e IPI = (gastos – ICMS)/(1+alíquota nominal do IPI)<br />

13 A POF 2002-2003 apres<strong>en</strong>tou como grande novidade a investigação das despesas não monetária com b<strong>en</strong>s e, no caso dos<br />

serviços, com o usufruto do imóvel próprio ou cedido e com os de assistência à saúde.<br />

14. “As alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, com a incidência não-cumulativa, são, respectivam<strong>en</strong>te,<br />

de um inteiro e sess<strong>en</strong>ta e cinco c<strong>en</strong>tésimos por c<strong>en</strong>to (1,65%) e de sete inteiros e seis décimos por c<strong>en</strong>to (7,6%).”<br />

52


Pod<strong>en</strong>do-se obter, em seguida, o valor dos gastos correspond<strong>en</strong>te ao pagam<strong>en</strong>to do IPI. 15 Essa seqüência<br />

de procedim<strong>en</strong>tos tem por fundam<strong>en</strong>to o fato de o IPI fazer parte da base de cálculo do ICMS. Quanto ao PIS<br />

e à COFINS, aplica-se a alíquota do regime de não-cumulatividade aos valores globais dos correspond<strong>en</strong>tes<br />

dispêndios, resultando daí a parcela relativa a essas contribuições.<br />

Quando se decide aplicar aos gastos as alíquotas legais do ICMS e do IPI, levando-se em conta is<strong>en</strong>ções,<br />

b<strong>en</strong>efícios e modalidades de operacionalização, tem-se por pressuposto que é perfeita – estatutária – a<br />

operação desses impostos, não ocorr<strong>en</strong>do, portanto, elisões fiscais, cobranças em cascata (cumulatividade),<br />

sonegações, <strong>en</strong>tre outros. Tal situação é, evid<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te, hipotética, s<strong>en</strong>do aqui considerada com base em<br />

dois pressupostos. O primeiro diz respeito ao fato de que os produtos de maior peso no orçam<strong>en</strong>to das<br />

famílias, sejam pobres ou não, têm em suas cadeias de produção e comercialização o predomínio de<br />

grandes indústrias e empresas, que são, grosso modo, formadoras de preços. Essas se caracterizam pela<br />

legalidade de suas operações tributárias e fiscais, ou seja, em seus preços estão pres<strong>en</strong>tes os custos<br />

tributários, onde se sobressaem os impostos indiretos aqui tratados: ICMS, IPI e PIS/COFINS. Isso porque a<br />

parcela de tributos pres<strong>en</strong>te nos preços praticados pela grande indústria, atacado e varejo, é a margem que<br />

possibilita àquelas que elidem serem ainda competitivas. Decorre disso o segundo pressuposto, não se está<br />

aqui estimando os impactos da tributação indireta efetiva, mas o custo desses tributos, ao se considerar que<br />

eles fazem parte dos preços da economia como um todo. Assim, é verdade que a incidência estatutária – ou<br />

legal – não se efetiva, na totalidade, em termos de recursos fiscais, mas, de outro lado, ela se constitui em<br />

um custo para as famílias na efetivação de seus gastos.<br />

No caso da CIDE incid<strong>en</strong>te sobre operações realizadas com combustíveis (CIDE-Combustíveis), consideramse,<br />

de um lado, as alíquotas, definidas em 2004, de R$ 0,28 por litro de gasolina e de R$ 0,07 por litro de<br />

óleo diesel; e, de outro, a média dos preços desses combustíveis praticados naquele ano. Como resultado,<br />

chega-se a alíquotas efetivas de 14,7% e de 5,6% para gasolina e óleo diesel, respectivam<strong>en</strong>te.<br />

No caso do ICMS é preciso ter em m<strong>en</strong>te a dificuldade de levar em conta o efeito da concessão de b<strong>en</strong>efícios<br />

tributários, uma vez que eles diferem <strong>en</strong>tre os estados brasileiros, s<strong>en</strong>do razoável supor que aqueles que<br />

dispõem de maior riqueza e, portanto, de maior base tributária, contam com maiores possibilidade de<br />

conceder b<strong>en</strong>efícios tributários, notadam<strong>en</strong>te sobre o consumo, ainda mais por ser o tributo é cobrado<br />

prefer<strong>en</strong>cialm<strong>en</strong>te pelo estado produtor e não pelo estado consumidor.<br />

Os trabalhos anteriores a este que buscaram apurar a carga tributária indireta elegeram um estado<br />

repres<strong>en</strong>tativo e uma cidade repres<strong>en</strong>tativa. A limitação desse tipo de levantam<strong>en</strong>to é que não são captadas<br />

as difer<strong>en</strong>ças regionais na política tributária. Cabem sublinhar que nos resultados preliminares apres<strong>en</strong>tados<br />

nesse relatório empregou-se, ainda como parâmetro, as alíquotas do ICMS aplicadas no estado de São<br />

Paulo. No relatório final os resultados abrangerão todo o cipoal de situações estaduais.<br />

Este trabalho dará um passo adiante, pois, além das especificidades dos impostos federais selecionados,<br />

pret<strong>en</strong>de levar em consideração as alíquotas do ICMS de cada estado, bem como os tratam<strong>en</strong>tos<br />

difer<strong>en</strong>ciados, tais como a redução da base de cálculo e is<strong>en</strong>ção, previstos nos Regulam<strong>en</strong>tos do ICMS de<br />

cada Unidade da Federação, para 8.856 produtos investigados pela POF de 2002-2003. Como cada um dos<br />

5.564 municípios tem a sua própria regra para o ISS, foram consideradas as alíquotas das capitais de cada<br />

Unidade da Federação. D<strong>en</strong>tro dos produtos e serviços levantados pela POF de 2002-2003, o ISS incide<br />

sobre 856 deles. S<strong>en</strong>do assim, há incidência dos tributos indiretos selecionados sobre 9.712 dos 10.436<br />

produtos da POF de 2002-2003. Desta forma, chega-se mais próximo da realidade para cada estado,<br />

tornando mais evid<strong>en</strong>tes as particularidades do sistema tributário brasileiro.<br />

15 . Para isso, basta subtrair do total anterior (gastos líquidos do ICMS – o numerador do lado direito da fórmula) o novo total<br />

obtido (gastos líquidos de ICMS e IPI).<br />

53


a) Alternativa para Estimar a Incidência da Tributação Indireta<br />

Outra forma de se estimar a incidência da tributação indireta sobre o consumo familiar utiliza a Matriz de<br />

Insumo Produto e as Contas Nacionais. Efetivam<strong>en</strong>te, SIQUEIRA et al. (2001) e PEREIRA & IKEDA (2001),<br />

com base nos dados da Matriz de Insumo-Produto e das tabelas de Usos e Recursos das Contas Nacionais,<br />

elaboraram metodologias de estimação das alíquotas efetivas levando em conta as características do<br />

processo de produção de cada produto, o que permite incorporar os estágios de produção até o consumo<br />

final 16 . No caso das contribuições, a metodologia empregada por PEREIRA & YKEDA busca depurar a matriz<br />

de coefici<strong>en</strong>tes técnicos dos efeitos das contribuições cumulativas por meio de um expedi<strong>en</strong>te recursivo,<br />

para, <strong>en</strong>tão, estimar as alíquotas efetivas, t<strong>en</strong>do em vista a cumulatividade das contribuições e os<br />

<strong>en</strong>cadeam<strong>en</strong>tos produtivos. 17<br />

Uma dificuldade pres<strong>en</strong>te nessa abordagem, além das criticas que se tem com respeito à consistência da<br />

matriz de insumo-produto, diz respeito ao elevado grau de agregação dos setores da matriz e das contas<br />

nacionais em relação à discriminação detalhada dos b<strong>en</strong>s e serviços da POF. Assim, perde-se parte da<br />

riqueza de informações da POF e se força uma compatibilização <strong>en</strong>tre os setores e as rubricas de despesas,<br />

cuja relação não é direta.<br />

Pret<strong>en</strong>de-se des<strong>en</strong>volver, no pres<strong>en</strong>te estudo, estimativas de incidência baseadas nas Contas Nacionais,<br />

t<strong>en</strong>do pres<strong>en</strong>te a necessidade de construir um “tradutor” <strong>en</strong>tre as rubricas das Contas Nacionais e as<br />

relativas às despesas da POF. A construção desse tradutor será uma das atividades desse estudo, pois com<br />

ele tornar-se-á possível estimar a carga tributaria efetiva sobre as famílias, o que será cotejado com as<br />

estimativas com base no “perfeito” funcionam<strong>en</strong>to da legislação dos tributos indiretos. Vale notar que o IBGE<br />

des<strong>en</strong>volveu “tradutor”, com o objetivo de empregar os dados da POF nas Contas Nacionais,<br />

especificam<strong>en</strong>te para o consumo das famílias, o qual se buscará junto ao Departam<strong>en</strong>to das Contas<br />

Nacionais.<br />

II. GASTOS SOCIAIS<br />

II.1. Estrutura dos Gastos Sociais e seu Desemp<strong>en</strong>ho Rec<strong>en</strong>te<br />

Uma primeira visão geral do gasto público pode ser extraída da consolidação dos balanços das três esferas<br />

de governo, com a Tabela 5 reportando a situação em 2000 e 2008. 18 Na forma consolidada que são<br />

divulgadas pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), o total da despesa chega a 62,5% do PIB no último<br />

ano. Porém, tal magnitude, alerta-se, está supervalorizada pelas transferências intergovernam<strong>en</strong>tais<br />

(montam a 8,83% do PIB, computadas as concedidas pelo governo federal e também pelos estaduais), que<br />

implicam em dupla ou múltipla contagem, bem assim pelo giro da dívida pública e sua escrituração pelo<br />

regime de caixa, que distorcem o real gasto com o seu serviço (18,71% do PIB). Assim, se fossem deduzidas<br />

as transferências <strong>en</strong>tre governos e o serviço da dívida, o total do gasto primário cairia para 39,72% do PIB<br />

em 2009.<br />

16 “... impostos indiretos são arrecadados em vários estágios do processo de produção e v<strong>en</strong>da, de forma que seus efeitos<br />

sobre os preços pagos pelo consumidor final na cadeia de transações não são claros. O efeito final sobre os preços dep<strong>en</strong>de<br />

não ap<strong>en</strong>as da medida em que os impostos são transferidos para fr<strong>en</strong>te em cada estágio de produção, mas também da<br />

estrutura precisa das transações interindustriais”.(SIQUEIRA et al. 2001: 514)<br />

17 “..., num quadro de tributação cumulativa os valores dos insumos estão inflados, o que se transmite para os valores da<br />

produção e, por conseqüência, dos coefici<strong>en</strong>tes técnicos. ... Foi preciso, partir da estimativa (viesada) dos efeitos da tributação<br />

em cascata obtida com base na matriz suja de impostos e aplicá-la para desinflar os valores transacionados <strong>en</strong>tre os setores ...<br />

Desta forma chega-se, após varias rodadas desse processo, a uma estimativa da matriz limpa de impostos”. (PEREIRA &<br />

IKEDA, 2001: 1)<br />

18 A STN ainda não divulgou dados consolidados de despesa do setor público para o ano de 2009.<br />

54


Tabela 5 – Despesas do Setor Público Consolidado pro Grupo de Natureza – 2000 a 2008<br />

Despesa do Setor Público Consolidado por Grupo de Natureza - 2000 e 2008<br />

Natureza de Despesa<br />

R$ Bilhões<br />

2000<br />

% do PIB % do Total R$ Bilhões<br />

2008<br />

% do PIB % do Total<br />

2008-2000<br />

% do PIB % do Total<br />

Despesas Corr<strong>en</strong>tes 435,40 36,91 52,22 1263,45 42,05 67,26 5,13 15,04<br />

Pessoal e Encargos Sociais 213,22 18,08 25,57 384,41 12,79 20,46 -5,28 -5,11<br />

Juros e Encargos da Dívida 47,43 4,02 5,69 130,47 4,34 6,95 0,32 1,26<br />

Outras Despesas Corr<strong>en</strong>tes 174,75 14,82 20,96 748,57 24,91 39,85 10,10 18,89<br />

Despesas de Capital 398,41 33,78 47,78 614,98 20,47 32,74 -13,31 -15,04<br />

Investim<strong>en</strong>tos 27,41 2,32 3,29 93,70 3,12 4,99 0,79 1,70<br />

Inversões Financeiras 16,79 1,42 2,01 51,02 1,70 2,72 0,27 0,70<br />

Amortização/Refinanciam<strong>en</strong>to da Dívida 354,22 30,03 42,48 470,26 15,65 25,03 -14,38 -17,45<br />

Despesa Total 833,81 70,69 100,00 1878,42 62,51 100,00 -8,18 0,00<br />

Fonte: Consolidação das Contas Públicas/STN.<br />

Em que pese as distorções nas magnitudes, a evolução mostra uma t<strong>en</strong>dência expansionista, em particular<br />

das outras despesas corr<strong>en</strong>tes (+10,1 pontos do PIB), em ritmo bem superior ao dos investim<strong>en</strong>tos (+0,8<br />

pontos).<br />

Outra forma de observação do gasto público, e que permite a observações dos setores onde estão s<strong>en</strong>do<br />

aplicados os recursos do setor público, é a despesa pela ótica da função. A tabela 6 mostra a relação das<br />

funções de governo em que União, estados e municípios gastaram em 2000 e 2008 – mais uma vez, levando<br />

em conta o valor originalm<strong>en</strong>te divulgado pela STN.<br />

Chama-se a at<strong>en</strong>ção que essa mera agregação embute uma dupla ou múltipla contagem dos gastos, uma<br />

vez que não são consideradas e eliminadas as despesas com transferências intergovernam<strong>en</strong>tais. No caso<br />

dos gastos sociais, tal distorção afetar sobremaneira a função Saúde por conta dos repasses do Sistema<br />

Único de Saúde (SUS), com os mesmos recursos contando no governo federal e, por vezes, também no<br />

estadual; as transferências concedidas em 2008 são estimadas em 1, 31% do PIB, com isso o gasto líquido<br />

deve ter sido de 3,45% do produto. A função previdência, por compre<strong>en</strong>der ap<strong>en</strong>as b<strong>en</strong>efícios, não é afetada<br />

mas, vale lembrar que o gasto próximo a 17% do PIB leva em conta não ap<strong>en</strong>as os b<strong>en</strong>efícios pagos pelo<br />

regime geral, como também pelos regimes próprios dos servidores públicos.<br />

Tabela 6 – Despesa do Setor Público Consolidado por Função – 2000 e 2008<br />

55


Despesa do Setor Público Consolidado por Função - 2000 e 2008<br />

Função<br />

R$ Bilhões<br />

2000<br />

% do PIB % do Total R$ Bilhões<br />

2008<br />

% do PIB % do Total<br />

2008-2000<br />

% do PIB % do Total<br />

Legislativa 7,46 0,63 0,90 19,21 0,64 1,02 0,01 0,13<br />

Judiciária 16,22 1,38 1,95 36,74 1,22 1,96 -0,15 0,01<br />

Ess<strong>en</strong>cial à Justiça 0,68 0,06 0,08 13,42 0,45 0,72 0,39 0,63<br />

Administração 6,59 0,56 0,79 65,05 2,16 3,47 1,61 2,68<br />

Defesa Nacional 10,63 0,90 1,28 22,19 0,74 1,18 -0,16 -0,09<br />

Segurança Pública 2,19 0,19 0,26 41,16 1,37 2,20 1,18 1,93<br />

Relações Exteriores 0,75 0,06 0,09 1,85 0,06 0,10 0,00 0,01<br />

Função Social 138,22 11,72 16,58 729,91 24,29 38,93 12,57 22,35<br />

Assistência Social 4,44 0,38 0,53 38,20 1,27 2,04 0,89 1,50<br />

Previdência Social 93,41 7,92 11,20 315,80 10,51 16,84 2,59 5,64<br />

Saúde 20,27 1,72 2,43 142,78 4,75 7,62 3,03 5,18<br />

Trabalho 6,88 0,58 0,83 24,06 0,80 1,28 0,22 0,46<br />

Educação 10,62 0,90 1,27 146,09 4,86 7,79 3,96 6,52<br />

Cultura 0,24 0,02 0,03 5,15 0,17 0,27 0,15 0,25<br />

Direitos da Cidadania 0,41 0,03 0,05 5,69 0,19 0,30 0,15 0,25<br />

Urbanismo 0,19 0,02 0,02 34,36 1,14 1,83 1,13 1,81<br />

Habitação 1,61 0,14 0,19 5,31 0,18 0,28 0,04 0,09<br />

Saneam<strong>en</strong>to 0,16 0,01 0,02 12,46 0,41 0,66 0,40 0,65<br />

Gestão Ambi<strong>en</strong>tal 1,14 0,10 0,14 7,61 0,25 0,41 0,16 0,27<br />

Ciência e Tecnologia 1,24 0,11 0,15 6,79 0,23 0,36 0,12 0,21<br />

Agricultura 7,65 0,65 0,92 15,60 0,52 0,83 -0,13 -0,08<br />

Organização Agrária 1,09 0,09 0,13 4,62 0,15 0,25 0,06 0,12<br />

Indústria 0,32 0,03 0,04 3,75 0,12 0,20 0,10 0,16<br />

Comércio e Serviços 1,86 0,16 0,22 6,47 0,22 0,34 0,06 0,12<br />

Comunicações 0,58 0,05 0,07 1,40 0,05 0,07 0,00 0,00<br />

Energia 0,52 0,04 0,06 1,66 0,06 0,09 0,01 0,03<br />

Transporte 13,85 1,17 1,66 39,59 1,32 2,11 0,14 0,45<br />

Desporto e Lazer 0,17 0,01 0,02 3,97 0,13 0,21 0,12 0,19<br />

Encargos Especiais 434,59 36,85 52,12 853,86 28,42 45,54 -8,43 -6,58<br />

Outros 188,04 15,94 22,55 0,00 0,00 0,00 -15,94 -22,55<br />

Despesa Total 833,81 70,69 100,00 1874,84 62,39 100,00 -8,30 0,00<br />

Fonte: Consolidação das Contas Públicas/STN.<br />

A citação da consolidação dos balanços visa ap<strong>en</strong>as dar uma idéia inicial da importância do gasto social no<br />

orçam<strong>en</strong>to brasileiro e, como tal, a necessidade de incorporar nos estudos de equidade fiscal o impacto<br />

redistributivo dessa modalidade de gastos, o que está <strong>en</strong>tre um dos propósitos c<strong>en</strong>trais deste estudo. Se o<br />

objetivo deste estudo fosse ap<strong>en</strong>as traçar a magnitude da despesa pública no País, aí caberia aprofundar o<br />

levantam<strong>en</strong>to estatístico para corrigir a distorção resultante das transferências <strong>en</strong>tre governos e, mesmo, do<br />

serviço da dívida pública, ou, alternativam<strong>en</strong>te, mudar a fonte primária da pesquisa para a contabilidade<br />

nacional. Porém, como o objeto deste estudo é a equidade, o que importa é medir quanto de b<strong>en</strong>efício e de<br />

serviço público é pago a cada família brasileira, disp<strong>en</strong>sando maiores at<strong>en</strong>ções para o correto gasto nacional.<br />

II.2. Bases de dados e procedim<strong>en</strong>tos de estimação<br />

O emprego da Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares (POF) como fonte de informações para a avaliação do<br />

impacto distributivo do gasto social permite analisar ap<strong>en</strong>as o efeito da parcela do gasto público relativa às<br />

transferências monetárias ou, mais especificam<strong>en</strong>te, aos b<strong>en</strong>efícios previd<strong>en</strong>ciários e assist<strong>en</strong>ciais, às bolsas<br />

de estudo e ao seguro desemprego. No governo federal, as transferências monetárias para as famílias, que<br />

incluem as relativas à previdência social dos trabalhadores em geral (RGPS) e à dos serviços públicos, bem<br />

como parcelas substanciais das ações de assistência social, de proteção ao trabalhador e de alim<strong>en</strong>tação e<br />

nutrição, repres<strong>en</strong>tam 77,4% do Gasto Social Federal (GSF), s<strong>en</strong>do que os b<strong>en</strong>efícios do RGPS e o dos<br />

servidores públicos respondem por mais de 2/3 do GSF.<br />

Esse quadro se altera quando se adicionam os gastos sociais efetuados por estados e municípios, uma vez<br />

que os gastos em educação básica contam com a participação significativa de estados e municípios,<br />

difer<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te do que ocorre nos dispêndios com saúde, em que as transferências governam<strong>en</strong>tais têm<br />

56


papel de destaque. No caso da previdência, as apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões dos servidores estaduais e<br />

municipais também alcançam montantes expressivos.<br />

No pres<strong>en</strong>te estudo pret<strong>en</strong>de-se estimar, também, os efeitos distributivos das transferências públicas nãomonetárias<br />

destinadas às famílias, isto é, daquelas ações e políticas que se consubstanciam em b<strong>en</strong>efícios<br />

em espécie. D<strong>en</strong>tre essas se destacam as políticas de saúde e educação, que se caracterizam pela oferta de<br />

b<strong>en</strong>s e serviços à população e não pela transferência de valores (monetários) às pessoas e famílias para a<br />

aquisição no mercado dos b<strong>en</strong>s e serviços de saúde e educação. A valoração – monetização – desses<br />

serviços e sua alocação nas difer<strong>en</strong>tes famílias, segundo suas características socioeconômicas e<br />

demográficas, dep<strong>en</strong>dem da existência de informações dos gastos públicos em saúde e educação e de<br />

estatísticas de acesso e uso dessas políticas. Conta-se, atualm<strong>en</strong>te, com dados detalhados dos orçam<strong>en</strong>tos<br />

das difer<strong>en</strong>tes esferas de governo nessas áreas, bem como informações acerca da utilização desses<br />

serviços, segundo algumas de suas características, nas investigações domiciliares.<br />

Em verdade, existe para os gastos em saúde, estudo 19 que apres<strong>en</strong>ta metodologia de alocação das<br />

despesas do SUS com a produção ambulatorial e as internações hospitalares empregando o suplem<strong>en</strong>to de<br />

Saúde da PNAD, realizado nos anos de 1998, 2003 e 2008. Há, assim, uma lacuna na alocação de parcela<br />

importante dos gastos em saúde, que não os do Sistema SUS, sejam outras rubricas da execução<br />

orçam<strong>en</strong>tária do Ministério da Saúde sejam os gastos próprios de estados e municípios. Adiante são<br />

detalhados os procedim<strong>en</strong>tos para alocação do gasto publico em saúde, empregando, de um lado, os dados<br />

financeiros do SUS, do Orçam<strong>en</strong>to do Ministério da Saúde e do Sistema de Informações sobre Orçam<strong>en</strong>tos<br />

Públicos em Saúde (SIOPS) e, de outro, das informações do Suplem<strong>en</strong>to Saúde da PNAD 2003. Não existe<br />

na POF dados, que permitam a alocação dos gastos públicos em saúde nas famílias, procedim<strong>en</strong>to que só é<br />

possível na PNAD.<br />

Já para a provisão publica de educação conta-se com informações relativas à freqüência à escola, se essa é<br />

pública ou particular e qual o nível e série escolar que freqü<strong>en</strong>ta tanto na PNAD como na POF. E, em relação<br />

aos dados do gasto público, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira<br />

estimou o valor m<strong>en</strong>sal per capita gasto pelo poder público – as três esferas – com cada aluno por nível e<br />

série escolar. Assim s<strong>en</strong>do, a valoração da provisão pública em educação é tarefa m<strong>en</strong>os complexa.<br />

II.2.1. B<strong>en</strong>efícios Previd<strong>en</strong>ciários e Assist<strong>en</strong>ciais: que informações se têm das transferências<br />

monetárias<br />

a) Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares<br />

O sistema previd<strong>en</strong>ciário está estruturado em dois regimes públicos – o dos trabalhadores do setor privado e<br />

o dos funcionários públicos civis e militares – e a previdência complem<strong>en</strong>tar, administrada por <strong>en</strong>tidades<br />

privadas e fiscalizada pelo setor público. Os dois regimes públicos são de afiliação obrigatória para seus<br />

trabalhadores e constituem sistemas de repartição, ou seja, os recursos recolhidos junto aos contribuintes<br />

atuais destinam-se ao pagam<strong>en</strong>to dos b<strong>en</strong>efícios de hoje – apos<strong>en</strong>tadorias, p<strong>en</strong>sões e auxílios. Assim, é um<br />

pacto social intergeracional, com os ativos financiando os inativos, contando, atualm<strong>en</strong>te, com recursos<br />

extras às contribuições. A principal difer<strong>en</strong>ça situa-se nos valores dos b<strong>en</strong>efícios, já que no regime geral há<br />

um teto, <strong>en</strong>quanto no regime de funcionários públicos e militares vale como b<strong>en</strong>eficio a última remuneração<br />

percebida – ou a média das remunerações recebidas em período relativam<strong>en</strong>te rec<strong>en</strong>te.<br />

Os dados gerados pelas pesquisas domiciliares brasileiras, no caso do regime previd<strong>en</strong>ciário público, não<br />

id<strong>en</strong>tificam se as apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões por elas <strong>en</strong>umeradas se referem ao regime geral de previdência<br />

ou ao regime de previdência dos servidores públicos. Id<strong>en</strong>tificando, todavia, aqueles recebim<strong>en</strong>tos originários<br />

19 Ver RAMOS (2001).<br />

57


da previdência privada e, no caso da POF, também, os diversos auxílios, sejam os concedidos pelos<br />

empregadores, sejam os de caráter previd<strong>en</strong>ciário.<br />

Para uma melhor compre<strong>en</strong>são dos procedim<strong>en</strong>tos a serem utilizados no estudo é importante conhecer em<br />

detalhes os tipos e as propriedades dos b<strong>en</strong>efícios governam<strong>en</strong>tais de caráter previd<strong>en</strong>ciário e assist<strong>en</strong>cial.<br />

No caso da previdência social, considerando tão-som<strong>en</strong>te os b<strong>en</strong>efícios concedidos no âmbito do Regime<br />

Geral, se conta com dois grandes conjuntos: os previd<strong>en</strong>ciários e os acid<strong>en</strong>tários, ambos geridos pelo<br />

Ministério da Previdência e Assistência Social (MPS). Os b<strong>en</strong>efícios previd<strong>en</strong>ciários são subdivididos em<br />

cinco subconjuntos: apos<strong>en</strong>tadorias, p<strong>en</strong>sões, auxílios, salário-maternidade e o agregado “outros”. As<br />

apos<strong>en</strong>tadorias se subdividem nas seguintes categorias: por tempo de contribuição; por idade; ou por<br />

invalidez. Os auxílios podem ser: por do<strong>en</strong>ça, por reclusão e por acid<strong>en</strong>te. No agregado “outros” se<br />

<strong>en</strong>contram o salário-família, o abono de permanência e as vantag<strong>en</strong>s dos servidores. As p<strong>en</strong>sões e o saláriomaternidade<br />

não comportam subdivisões.<br />

Os b<strong>en</strong>efícios acid<strong>en</strong>tários estão subdivididos em três espécies: os auxílios – do<strong>en</strong>ça, acid<strong>en</strong>te e<br />

suplem<strong>en</strong>tar –, as apos<strong>en</strong>tadorias por invalidez e as p<strong>en</strong>sões por morte. Os dados do Anuário Estatístico da<br />

Previdência mostram que as apos<strong>en</strong>tadorias e as p<strong>en</strong>sões por morte – inscritas nos b<strong>en</strong>efícios<br />

previd<strong>en</strong>ciários – repres<strong>en</strong>tam a quase totalidade dos b<strong>en</strong>efícios do RGPS 20 .<br />

Vale notar que os regimes próprios de previdência, ou seja, a previdência dos servidores públicos civis e<br />

militares das mais variadas esferas conta com b<strong>en</strong>efícios semelhantes e, como já dito, com valores maiores e<br />

maior prodigalidade na concessão. Isso pode ser notado pela pres<strong>en</strong>ça nesses regimes de auxílios<br />

natalidade, creche, saúde, tratam<strong>en</strong>to, educação, alguns deles extintos para os trabalhadores do setor<br />

privado.<br />

Somam-se a esses b<strong>en</strong>efícios da previdência social as transferências monetárias governam<strong>en</strong>tais<br />

relacionadas à assistência social e à proteção ao trabalhador. No primeiro caso, têm-se os chamados<br />

b<strong>en</strong>efícios assist<strong>en</strong>ciais amparados na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), os programas de<br />

transferência de r<strong>en</strong>da para as famílias e populações pobres e os programas de proteção social a jov<strong>en</strong>s e<br />

crianças. Enquanto os primeiros inserem-se, grosso modo, no complexo da previdência social, já que sua<br />

concessão esta ligada à incapacidade laboral de idosos e defici<strong>en</strong>tes que se <strong>en</strong>contram em situação de<br />

pobreza (ou seja, ligados àquilo que se consideram riscos sociais clássicos), os outros são programas<br />

destinados a complem<strong>en</strong>tar a r<strong>en</strong>da de famílias pobres ou de assegurar a crianças e jov<strong>en</strong>s condições<br />

econômicas para se afastarem do trabalho ou do abuso e exploração sexual. Entre as ações de proteção ao<br />

trabalhador, o seguro-desemprego é aquela que se constitui em transferência monetária.<br />

Há que se fazer uma distinção <strong>en</strong>tre os diversos b<strong>en</strong>efícios monetários, tal como são aqui considerados<br />

(distinção relacionada à realização, ou não, de uma contribuição). Em outras palavras, há b<strong>en</strong>efícios<br />

contributivos e não-contributivos. No primeiro grupo inserem-se as apos<strong>en</strong>tadorias, p<strong>en</strong>sões, auxílios e o<br />

seguro-desemprego. No outro grupo se <strong>en</strong>contram as transferências de caráter assist<strong>en</strong>cial, como o<br />

B<strong>en</strong>efício de Prestação Continuada (BPC-LOAS), a R<strong>en</strong>da M<strong>en</strong>sal Vitalícia (RMV), o Bolsa Família (e os<br />

programas de transferência de r<strong>en</strong>da que vêm s<strong>en</strong>do reunidos nesse programa – Bolsa Escola, Bolsa<br />

Alim<strong>en</strong>tação e Auxilio-Gás), o Ag<strong>en</strong>te Jovem e o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), <strong>en</strong>tre<br />

outros. Ainda que alguns estudiosos considerem as apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões rurais como b<strong>en</strong>efícios nãocontributivos,<br />

o que se tem, na realidade, é a existência de subv<strong>en</strong>ções para alguns dos b<strong>en</strong>efícios<br />

contributivos, caso da previdência social rural, ou melhor, da previdência para segurados especiais que<br />

des<strong>en</strong>volvem atividades agrícolas em regime de economia familiar. Logo, <strong>en</strong>tre os b<strong>en</strong>efícios monetários<br />

<strong>en</strong>contram-se, de um lado, aqueles que se caracterizam, grosso modo, como um seguro, ou seja, são<br />

lastreados pelas contribuições dos trabalhadores e seus empregadores às situações clássicas de risco. De<br />

outro, situam-se os voltados a resguardar a população dos mesmos tipos de riscos, mas que contam com<br />

20 Em 2007, as apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões respondiam por cerca de 90% dos b<strong>en</strong>efícios, em número e valor total.<br />

58


subsídios, dadas as r<strong>en</strong>úncias concedidas às contribuições, especialm<strong>en</strong>te as patronais. A previdência rural<br />

e as desonerações para as pequ<strong>en</strong>as empresas optantes do Simples, os empregadores domésticos, as<br />

<strong>en</strong>tidades filantrópicas e os clubes de futebol inserem-se nesse conjunto de subsídios. Por fim, os b<strong>en</strong>efícios<br />

claram<strong>en</strong>te não-contributivos, como os programas de transferência de r<strong>en</strong>da, e os normatizados pela LOAS.<br />

Ora, os dados, como se verá, mostram que o perfil distributivo dos b<strong>en</strong>efícios previd<strong>en</strong>ciários é muito<br />

semelhante ao das contribuições, pod<strong>en</strong>do-se concluir que a distribuição das apos<strong>en</strong>tadorias reflete em<br />

grande medida a compra do seguro provido pelo setor público, conclusão que deve ser contextualizada, pois<br />

não se conta com informações sobre a distribuição das r<strong>en</strong>úncias concedidas às contribuições patronais.<br />

Os tipos de recebim<strong>en</strong>to categorizados pela POF que guardam similaridade com as transferências<br />

monetárias realizadas pelo poder público – b<strong>en</strong>efícios previd<strong>en</strong>ciários, assist<strong>en</strong>ciais, de proteção ao<br />

trabalhador e educacionais – podem ser reunidos em cinco grandes agregados: apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões ;<br />

auxílios; bolsa de estudo; programas de transferência de r<strong>en</strong>da; e seguro-desemprego. . Isso permite incluir<br />

na análise alguns tipos de b<strong>en</strong>efícios concedidos pelos empregadores em caráter facultativo, ou em razão de<br />

acordo trabalhista, bem como os concedidos a servidores públicos. O Quadro 3 relaciona as informações<br />

contidas na POF às distintas espécies de transferências.<br />

Quadro 3 - Tipos de Transferências Monetárias – B<strong>en</strong>efícios – Investigados na POF 2002-2003 e<br />

Relação com as Políticas Públicas.<br />

Grupo de<br />

b<strong>en</strong>efício<br />

1<br />

Tipo de<br />

transferência<br />

Apos<strong>en</strong>tadorias e<br />

p<strong>en</strong>sões<br />

Descrição na POF<br />

Apos<strong>en</strong>tadoria e p<strong>en</strong>são do<br />

instituto de previdência<br />

pública<br />

P<strong>en</strong>são do instituto de<br />

previdência pública<br />

Apos<strong>en</strong>tadoria, p<strong>en</strong>são do<br />

inst. de prev. pública<br />

Restituição da previdência<br />

pública<br />

Devolução da previdência<br />

pública<br />

P<strong>en</strong>são do instituto de<br />

previdência pública<br />

59<br />

Código<br />

POF<br />

5301101<br />

5301102<br />

5301103<br />

5402901<br />

5402902<br />

5401102<br />

P<strong>en</strong>sionista (r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to) 5403001<br />

Política Pública<br />

Regime Geral da Previdência<br />

Social e Regimes Próprios de<br />

Previdência (serviço público):<br />

apos<strong>en</strong>tadoria por idade;<br />

apos<strong>en</strong>tadoria por tempo<br />

de contribuição;<br />

apos<strong>en</strong>tadoria por<br />

invalidez;<br />

apos<strong>en</strong>tadoria especial;<br />

p<strong>en</strong>são por morte<br />

2 Auxílio deficiência<br />

Auxílio a portadores de<br />

deficiência física<br />

5304001 BPC – Deficiência<br />

Auxílio do<strong>en</strong>ça 5304401 RGPS – b<strong>en</strong>efício<br />

3 Auxílio do<strong>en</strong>ça<br />

Auxílio médico 5304402<br />

previd<strong>en</strong>ciário ou<br />

acid<strong>en</strong>tário<br />

4 Bolsa de Estudo Bolsa de Estudo 5301301<br />

CNPq e CAPES: bolsa de<br />

estudo<br />

5 Programas de R<strong>en</strong>da Mínima 5303501 Programas Federais,


6<br />

Transferência de<br />

R<strong>en</strong>da<br />

Seguro<br />

desemprego<br />

PETI – Programa de<br />

Erradicação do Trabalho<br />

Infantil<br />

5303502<br />

Cesta Básica 5303503<br />

Cartão Cidadão 5303504<br />

Auxílio-Leite 5303505<br />

Bolsa R<strong>en</strong>da 5303506<br />

Bolsa-Escola 5303601<br />

Bolsa Escola 5303602<br />

Adjunto de solidariedade<br />

Ag<strong>en</strong>te Jovem – programa<br />

5303701<br />

governam<strong>en</strong>tal para jovem<br />

desempregado<br />

5303801<br />

Auxílio-Gás 5303901<br />

Auxílio Energia Elétrica 5304101<br />

Seguro-desemprego 5402301<br />

Salário-desemprego 5402302<br />

Auxílio-desemprego 5402303<br />

60<br />

Estaduais e Municipais de<br />

Transferência de R<strong>en</strong>da:<br />

Bolsa Família<br />

MDS – Proteção Social<br />

Básica e Especial<br />

Auxílio a famílias em<br />

municípios em calamidade<br />

(seca)<br />

Seguro-desemprego<br />

7<br />

Auxílios<br />

Maternidade e<br />

Natalidade<br />

Auxílio-natalidade<br />

Auxílio-maternidade<br />

5401201<br />

5402401<br />

B<strong>en</strong>efício para servidores<br />

públicos<br />

RGPS – salário<br />

maternidade<br />

8<br />

Auxílios para<br />

Tratam<strong>en</strong>to de<br />

Saúde<br />

Auxílio-do<strong>en</strong>ça (previdência<br />

pública)<br />

Auxílio-saúde<br />

Auxílio-tratam<strong>en</strong>to<br />

5401301<br />

5402601<br />

5404301<br />

RGPS – b<strong>en</strong>efício<br />

previd<strong>en</strong>ciário ou<br />

acid<strong>en</strong>tário<br />

B<strong>en</strong>efício a servidores -<br />

ressarcim<strong>en</strong>to a gastos em<br />

saúde<br />

9<br />

Auxílio de<br />

Acid<strong>en</strong>te de<br />

Trabalho<br />

Acid<strong>en</strong>te de trabalho<br />

(previdência pública)<br />

5402801<br />

RGPS: b<strong>en</strong>efício<br />

previd<strong>en</strong>ciário ou<br />

acid<strong>en</strong>tário<br />

10 Auxílio Educação<br />

Auxílio-educação<br />

Auxílio-creche<br />

Salário-educação<br />

Auxílio-escola<br />

Auxílio-mãe guardiã<br />

5403201<br />

5403202<br />

5403203<br />

5403204<br />

5403205<br />

B<strong>en</strong>efício concedido pelo<br />

empregador – público ou<br />

privado – sem relação com os<br />

regimes previd<strong>en</strong>ciários<br />

11 Auxílio Velhice Auxílio-velhice 5403801<br />

B<strong>en</strong>efício para servidores<br />

públicos<br />

12 Auxílio Funeral Auxílio-funeral 5403601<br />

B<strong>en</strong>efício para servidores<br />

públicos<br />

Fonte: POF, Cardoso Jr. & Castro (2005), Boletim de Políticas Sociais do IPEA (vários números)<br />

b) PNAD<br />

Na PNAD são coletadas os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos do trabalho – principal, secundário e de outros –, das<br />

apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões – sejam públicas sejam privadas –, do abono de permanência, de aluguéis, de<br />

doações e de outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos – grande grupo que contém juros de caderneta de poupança e de outras<br />

aplicações financeiras, divid<strong>en</strong>dos, programas sociais, etc. Assim como na POF, os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos oriundos de<br />

apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões públicas não estão discriminados pelo regime, ou seja, <strong>en</strong>contram-se juntos os


oriundos do RGPS – INSS - e dos RPPS – servidores públicos civis e militares. Buscar-se-á, com base nos<br />

registros administrativos, discriminar as apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões públicas, segundo o Regime de<br />

Previdência Social. Na seção seguinte, explicita-se tal procedim<strong>en</strong>to para a POF 2002-2003, processo que<br />

pode ser reproduzido nas PNADs.<br />

Já os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos prov<strong>en</strong>i<strong>en</strong>tes da Assistência Social Pública, tanto o BPC-LOAS como o Programa Bolsa<br />

Família, <strong>en</strong>contram-se, em grande medida, na categoria “outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos”. Verdade que, no caso do<br />

BPC-LOAS, é possível que parcela expressiva dos b<strong>en</strong>eficiários o considerem como um tipo de<br />

apos<strong>en</strong>tadoria e p<strong>en</strong>são, estando, assim, computados nessa categoria de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos. Por outro lado, nas<br />

PNADs de 2004 e 2006 foram realizados suplem<strong>en</strong>tos específicos sobre os programas assist<strong>en</strong>ciais<br />

governam<strong>en</strong>tais, onde foram coletadas informações sobre os programas que b<strong>en</strong>eficiavam os domicílios,<br />

t<strong>en</strong>do sido, ademais, determinado aos <strong>en</strong>trevistadores que os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos desses programas fossem<br />

coletados na variável outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos. Para esses dois anos, portanto, existem melhores informações<br />

sobre os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos oriundos da assistência social pública.<br />

De toda sorte, para os todos os anos da PNAD, pode-se discriminar os programas de transferência<br />

condicionada de r<strong>en</strong>da, no caso o Bolsa Família, empregando os valores que tal programa transfere em<br />

função da r<strong>en</strong>da e da composição demográfica. Explicitando melhor, o Programa Bolsa Família transfere<br />

recursos às famílias segundo sua r<strong>en</strong>da e o número de crianças e adolesc<strong>en</strong>tes que a compõe, existindo o<br />

que se d<strong>en</strong>omina valores típicos de repasse desse programa. Discriminando na variável outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos<br />

aqueles iguais a tais valores típicos ter-se-á uma proxi dos r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos prov<strong>en</strong>i<strong>en</strong>tes do Bolsa Família.<br />

Concretam<strong>en</strong>te, os valores típicos correspond<strong>en</strong>tes ao Programa Bolsa Família, bem como de seus<br />

remanesc<strong>en</strong>tes (Bolsa Escola, Cartão Alim<strong>en</strong>tação, Bolsa Alim<strong>en</strong>tação e Auxílio Gás), validos para setembro<br />

de 2008, quando da coleta de dados da última PNAD disponível eram: R$ 50,00; R$ 65,00; R$ 80,00; R$<br />

95,00; R$ 15,00; R$ 30,00; R$ 45,00; R$ 58,00; R$ 76,00; R$ 94,00; R$ 18,00; R$ 36,00; R$ 54,00; R$<br />

88,00; R$ 118,00; R$ 106,00; R$ 136,00; R$ 124,00; R$ 154,00; R$ 142,00; R$ 172,00; R$ 48,00; R$ 78,00;<br />

R$ 66,00; R$ 96,00; R$ 84,00; R$ 114,00; R$ 62,00; R$ 82,00; R$ 102,00; R$ 122,00; R$ 92,00; R$ 112,00;<br />

R$ 142,00; R$ 132,00; R$ 162,00; R$ 152,00; R$ 182,00; R$ 20,00; R$ 40,00; R$ 60,00; R$ 30,00; R$ 70,00;<br />

R$ 100,00; R$ 90,00; R$ 120,00.<br />

Já no caso do BPC, considerar-se-á como r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to prov<strong>en</strong>i<strong>en</strong>te dessa política todos os valores iguais ao<br />

salário mínimo no mês de refer<strong>en</strong>cia da PNAD na variável outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos. Vale notar, todavia, que tal<br />

procedim<strong>en</strong>to implicará em subestimar o impacto dessa política, visto que parcela expressiva dos<br />

r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos dela prov<strong>en</strong>i<strong>en</strong>tes deve ter sido coletada, como já dito, nos r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos originários de<br />

apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões públicas. Assim s<strong>en</strong>do, na avaliação dos efeitos distributivos das apos<strong>en</strong>tadorias e<br />

p<strong>en</strong>sões realizar-se-á a análise daquelas cujo valor é igual ao salário mínimo da época associando a essas<br />

os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos de mesmo valor apurados na variável outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos.<br />

c) Discriminando os Regimes Previd<strong>en</strong>ciários na POF de 2002-03 e nas PNADs<br />

Conforme m<strong>en</strong>cionado, as pesquisas domiciliares não discriminam a qual dos dois regimes os b<strong>en</strong>efícios<br />

recebidos à conta da previdência pública se refere. È necessário, portanto, adotar procedim<strong>en</strong>tos<br />

complem<strong>en</strong>tares para separar os b<strong>en</strong>eficiários do regime geral de previdência (PDPS), dos regimes<br />

previd<strong>en</strong>ciários próprios de servidores públicos (RPPSs)<br />

O primeiro passo consiste em estimar a quantidade de servidores públicos estaduais e municipais<br />

apos<strong>en</strong>tados, uma vez que os registros administrativos – MPS e STN do Ministério da Faz<strong>en</strong>da – fornecem<br />

tão-som<strong>en</strong>te os valores anuais gastos com apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões. Com base em pesquisa junto aos<br />

61


demonstrativos previd<strong>en</strong>ciários dos Regimes Próprios de Estados e Municípios 21 , obtêm-se valores de R$<br />

1.800 e R$ 1.000 como as remunerações médias m<strong>en</strong>sais de apos<strong>en</strong>tados e p<strong>en</strong>sionistas estaduais e<br />

municipais, respectivam<strong>en</strong>te. O número de servidores estaduais e municipais é <strong>en</strong>tão obtido dividindo-se o<br />

gasto anual por treze (são treze pagam<strong>en</strong>tos por ano) e o resultado dessa operação pelo valor médio dos<br />

b<strong>en</strong>efícios. Somando-se aos valores estimados de gastos m<strong>en</strong>sais de estados e municípios os gastos<br />

efetuados à conta do RGPS, disponíveis na Base de Dados da Previdência Social, e os realizados pelo<br />

governo federal, divulgados no Boletim Estatístico de Pessoal do MPS, chega-se à quantidade m<strong>en</strong>sal de<br />

pagam<strong>en</strong>tos de apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões, que, em 2002, foi de 22,3 milhões. Como esse valor é 1,29 vezes<br />

superior ao captado pela POF de 2002-2003, aplicou-se, <strong>en</strong>tão, um fator de ajuste – 0,776 – às quantidades<br />

de apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões pres<strong>en</strong>tes nos registros administrativos dos dois regimes – RGPS e RPPSs – a<br />

fim de adequá-las à POF (tabela 7).<br />

Tabela 7 – Quantidade e valor das Apos<strong>en</strong>tadorias e P<strong>en</strong>sões, segundo os regimes de previdência, e<br />

comparação com os dados coletados pela POF 2002-03<br />

RGPS<br />

Regimes<br />

62<br />

B<strong>en</strong>efícios Valores<br />

M<strong>en</strong>sais<br />

(1.000)<br />

(2)<br />

total em 2002<br />

milhões de R$<br />

(3)<br />

médios m<strong>en</strong>sais<br />

Apos<strong>en</strong>tadorias, P<strong>en</strong>sões e B<strong>en</strong>efícios Assist<strong>en</strong>ciais 19.649 82.755 323,97<br />

RPPS<br />

Federal<br />

Min. Planejam<strong>en</strong>to 943 31.629 2.580,83<br />

Min. Previdência Social 31.680 2.585,07<br />

Estados<br />

Séc. Tesouro Nacional 1.314 30.759 1.800<br />

Min. Previdência Social 1.300 30.418 1.800<br />

Municípios (Sec. Tesouro – MF) 395 5.130 1.000<br />

Estimativa total (A) (1) 22.286 149.982 517,68<br />

Pesquisa de Orçam<strong>en</strong>tos Familiares (B) 17.289 115.493 513,84<br />

21 Disponíveis em: .<br />

R$


Cobertura POF (B/A) 77,6% 77,0% 99,3%<br />

Fontes: microdados da POF, Base de Dados da Previdência Social, Boletim do Servidor - Min. Planejam<strong>en</strong>to,<br />

Secr. Tesouro Nacional<br />

Notas: (1) - Nos b<strong>en</strong>efícios dos RPPSs, foram considerados os dados do Min. Planejam<strong>en</strong>to, Min.<br />

Previdência Social e Secr. Tesouro para os níveis federal, estadual e municipal, respectivam<strong>en</strong>te. Já<br />

para os valores, a difer<strong>en</strong>ça foi o emprego dos dados do Min. Previdência no âmbito federal.<br />

(2) - O número de b<strong>en</strong>eficiários de Estados e Municípios foi calculado com base nos valores médios<br />

m<strong>en</strong>sais arbitrados (em itálico). Posição em dezembro de 2002.<br />

(3) - Para o cálculo dos valores médios m<strong>en</strong>sais considerou-se o pagam<strong>en</strong>to de 13 parcelas.<br />

O passo seguinte consiste em compatibilizar os estratos de remuneração da estrutura de distribuição de<br />

apos<strong>en</strong>tadorias do RGPS com a aplicada aos servidores civis apos<strong>en</strong>tados do Poder Executivo Federal, essa<br />

última empregada como uma proxy da totalidade dos RPPSs. A adoção de faixas de SMs se deve ao seu<br />

emprego no RGPS. Foi possível fazer o mesmo para os estratos dos servidores apos<strong>en</strong>tados porque esses<br />

estratos são compostos de intervalos de múltiplos de R$ 100 e, em 2002, o SM era de R$ 200. Isso permite<br />

estimar a participação dos b<strong>en</strong>efícios de cada regime por faixas compatíveis de remuneração (ver tabela 8)<br />

Um resultado bem consist<strong>en</strong>te é <strong>en</strong>contrado pelo sorteio aleatório dos b<strong>en</strong>eficiários por faixas de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to,<br />

respeitando-se a distribuição dos b<strong>en</strong>efícios por regime e pela faixa anteriorm<strong>en</strong>te estimada. Cabe, todavia,<br />

alertar para alguns vieses na distribuição segundo os montantes globais. É constatado um<br />

superdim<strong>en</strong>sionam<strong>en</strong>to da participação do RGPS, que passa a repres<strong>en</strong>tar 60% fr<strong>en</strong>te aos 55% apontados<br />

pelos registros administrativos. E, no caso da estrutura de participação no valor total do RGPS, segundo<br />

faixas de SMs, é observada uma queda na parcela apropriada pelas faixas intermediárias e increm<strong>en</strong>tos nas<br />

faixas extremas.<br />

Tabela 8 - Estrutura de Distribuição dos B<strong>en</strong>efícios, segundo Faixas de Salários Mínimos, por Regimes de<br />

Previdência Social.<br />

(Em %)<br />

Estratos de Valor Compatíveis RGPS RPPSs Participação no total<br />

até 3 SM. 99,4 0,6 80,4<br />

3 a 4 SM. 88,8 11,2 4,7<br />

4 a 5 SM. 84,3 15,7 3,9<br />

5 a 6 SM. 69,9 30,1 3,1<br />

6 a 7 SM 59,8 40,2 1,7<br />

7 a 10 SM 35,8 64,2 2,5<br />

Acima de 10 SM 2,9 97,1 3,7<br />

Fontes: IBGE/POF (microdados), Base de Dados da Previdência Social, Boletim do Servidor –<br />

Ministério do Planejam<strong>en</strong>to.<br />

63


II.2.2. A provisão publica em Saúde e Educação: possibilidades de valoração dos b<strong>en</strong>efícios não<br />

monetários<br />

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira do Ministério da Educação estimou<br />

o valor gasto por aluno, segundo níveis de <strong>en</strong>sino, nas escolas públicas. Aplicando-se esse valor estimado às<br />

pessoas que freqü<strong>en</strong>tam escola pública em que nível, informação essa apurada pela PNAD, é possível<br />

atribuir valores à provisão pública em educação para cada um dos domicílios.<br />

Na tabela 9 <strong>en</strong>contram-se os valores estimados para o período 2000 a 2008, deflacionados para valores<br />

desse último ano, t<strong>en</strong>do sido consideradas as despesas com pessoal ativo, <strong>en</strong>cargos sociais, outras<br />

despesas corr<strong>en</strong>tes, despesas de capital e em P&D, relativos às três esferas de governo. Não foram,<br />

portanto, incluídas as despesas com apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões, bolsas de estudo, financiam<strong>en</strong>to estudantil e<br />

juros, amortizações e <strong>en</strong>cargos da dívida da área.<br />

Tabela 9 - Estimativa do Investim<strong>en</strong>to Público Direto em educação por estudante com os valores<br />

corrigidos para 2008 pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), por nível de<br />

<strong>en</strong>sino – <strong>Brasil</strong> 2000 – 2008<br />

Ano<br />

Total em<br />

todos os<br />

Níveis<br />

Investim<strong>en</strong>to Público Direto por Estudante (R$1,00 de 2008)<br />

Educação<br />

Básica<br />

Educação<br />

Infantil<br />

64<br />

Níveis de Ensino<br />

Ensino Fundam<strong>en</strong>tal<br />

De 1ª a 4ª<br />

Séries ou<br />

Anos Iniciais<br />

De 5ª a 8ª<br />

Séries ou Anos<br />

Finais<br />

Ensino<br />

Médio<br />

Educação<br />

Superior<br />

2000 1.667 1.388 1.587 1.365 1.393 1.324 15.341<br />

2001 1.726 1.439 1.433 1.349 1.518 1.506 15.161<br />

2002 1.722 1.426 1.350 1.576 1.463 1.060 14.374<br />

2003 1.724 1.448 1.553 1.526 1.450 1.217 12.594<br />

2004 1.824 1.548 1.655 1.638 1.656 1.133 12.749<br />

2005 1.940 1.643 1.566 1.833 1.746 1.146 12.965<br />

2006 2.259 1.961 1.695 2.019 2.217 1.568 13.076<br />

2007 2.612 2.291 2.069 2.408 2.509 1.837 13.861<br />

2008 2.995 2.632 2.206 2.761 2.946 2.122 14.763<br />

Fonte: INEP/MEC<br />

No caso da Saúde, utilizar-se-á como ponto de partida da metodologia des<strong>en</strong>volvida por Ramos (2001), que,<br />

utilizando o suplem<strong>en</strong>to de saúde da PNAD, no caso 1998, e dos dados do SUS de produção ambulatorial e<br />

de internações hospitalares estimou os impactos distributivos dessa parcela do gasto público em saúde. No<br />

caso do pres<strong>en</strong>te estudo, empregar-se-á também o Suplem<strong>en</strong>to de Saúde das PNADs de 2003 e 2008 e os<br />

dados da produção ambulatorial e de internações hospitalares do DATASUS (SIA/SIH), s<strong>en</strong>do que para os


gastos serão, também, consideradas outras despesas pres<strong>en</strong>tes na execução orçam<strong>en</strong>tária do Ministério da<br />

Saúde, bem como os gastos de Estados e municípios disponíveis no SIOPS.<br />

Com base nos dados da execução orçam<strong>en</strong>tária do Ministério da Saúde (MS) de 2003 e de 2008, é possível<br />

classificar os gastos em saúde em seis grandes grupos e 26 subgrupos, conforme a tabela 10. Foram<br />

excluídos os gastos do MS com pessoal inativo, amortizações, juros e investim<strong>en</strong>tos, pois essas despesas<br />

não se relacionam ao provim<strong>en</strong>to de serviços públicos de saúde, ao m<strong>en</strong>os no mom<strong>en</strong>to em que se avalia o<br />

impacto distributivo (é possível dizer que se tratam de serviços prestados anteriorm<strong>en</strong>te, como no caso dos<br />

inativos, ou que podem se realizar no futuro, caso dos investim<strong>en</strong>tos).<br />

Tabela 10 - Gasto público federal com saúde – <strong>Brasil</strong>, 2003<br />

Grande Grupo Subgrupo<br />

Internações<br />

At<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos ambulatoriais<br />

65<br />

Valor gasto<br />

(em 2003 )<br />

Obstetrícia 865 349 095 3.3<br />

Pediatria 765 699 275 2.9<br />

Psiquiatria 545 615 197 2.1<br />

Outras internações 4 677 463 498 17.7<br />

INCA e Pioneiras Sociais 328 395 713 1.2<br />

Consultas médicas 630 149 443 2.4<br />

Consultas odontológicas 39 886 797 0.2<br />

Consultas com outros profissionais 644 765 640 2.4<br />

Quimioterapia, hemodiálise e afins 1 691 798 413 6.4<br />

Injeções e curativos 30 351 252 0.1<br />

Cirurgia em ambulatório 347 185 700 1.3<br />

Gesso ou imobilização 238 561 843 0.9<br />

Exames complem<strong>en</strong>tares 2 534 238 158 9.6<br />

Outros at<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos 242 577 992 0.9<br />

PAB e PSF 3 519 620 073 13.4<br />

Vacinas e vacinações 409 603 455 1.6<br />

Proesf 13 629 000 0.1<br />

Outros Hospitais próprios do FNS 213 421 462 0.8<br />

%


Medicam<strong>en</strong>tos<br />

ANSS 59 761 795 0.2<br />

Manut<strong>en</strong>ção do SUS (diversos) 492 722 473 1.9<br />

Farmácia Básica 176 643 969 0.7<br />

Medicam<strong>en</strong>tos 633 974 908 2.4<br />

DST/Aids 550 999 998 2.1<br />

Medicam<strong>en</strong>tos excepcionais 516 000 000 2.0<br />

Pessoal Ativo Pessoal ativo 3 330 832 338 12.6<br />

Serviços públicos<br />

Manut<strong>en</strong>ção de unidades indíg<strong>en</strong>as 136 889 214 0.5<br />

Programas universais, pesquisa ci<strong>en</strong>tífica 2 643 740 473 10.0<br />

KFW Ceará e Piauí 6 700 000 0.0<br />

Prev<strong>en</strong>ção do câncer cérvico-uterino 71 265 170 0.3<br />

Total 26 357 842 344 100<br />

Fonte: Execução orçam<strong>en</strong>tária do Ministério da Saúde, 2003.<br />

O agrupam<strong>en</strong>to em quatro categorias de internações busca a compatibilização dos dados de internações<br />

hospitalares do SUS com o quesito das PNADs relativo a internações nos últimos 12 meses. Discriminou-se<br />

da população que foi internada, segundo a PNAD, as realizadas por crianças até 11 anos de idade e por<br />

mulheres que tiveram filhos e aquelas pessoas cuja internação foi por motivo psiquiátrico. Assim s<strong>en</strong>do,<br />

tornou-se possível alocar os gastos com as internações pediátricas, obstétricas e psiquiátricas a esses<br />

subconjuntos de pessoas. Em uma segunda etapa, dividiu-se o valor gasto pelo MS nesses quatro primeiros<br />

subgrupos – obstetrícia, pediatria, psiquiatria e outras internações –pelo número de internações declaradas<br />

na PNAD, empregando, ademais, o número de dias internados como ponderados. Para o agregado “INCA e<br />

Pioneiras Sociais”, a opção é distribuir o valor gasto para todos os paci<strong>en</strong>tes classificados em “Outras<br />

internações”.<br />

Em relação aos procedim<strong>en</strong>tos ambulatoriais, realizou-se um esforço de compatibilização <strong>en</strong>tre a pergunta<br />

da PNAD refer<strong>en</strong>te aos at<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos realizados nas duas últimas semanas e a ampla gama de<br />

procedim<strong>en</strong>tos do Sistema de Informações Ambulatoriais. Esta compatibilização é, grosso modo, a realizada<br />

por Ramos (2001) para 1998, t<strong>en</strong>do sido, no <strong>en</strong>tanto, des<strong>en</strong>volvidos ajustes, dado que houveram mudanças<br />

na classificação dos procedim<strong>en</strong>tos no SIA/SIH, bem como a incorporação de novos procedim<strong>en</strong>tos.<br />

No caso de consultas médicas, odontológicas e com outros profissionais de saúde, injeções e curativos,<br />

cirurgias em ambulatório, imobilizações, exames complem<strong>en</strong>tares e outros at<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos pode-se utilizar uma<br />

média simples do valor gasto pelo número de at<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos em cada categoria. Na alocação dos gastos com<br />

at<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos de alta complexidade, empregou-se a categoria de at<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to “Quimioterapia, Hemodiálise e<br />

Afins” do Suplem<strong>en</strong>to Saúde da PNAD para a distribuição dessas despesas. Já vacinas e vacinações foram<br />

distribuídas igualm<strong>en</strong>te <strong>en</strong>tre as pessoas que declararam ter realizado junto ao SUS este procedim<strong>en</strong>to.<br />

66


Os valores de gastos com o PAB e o PSF foram somados e alocados igualm<strong>en</strong>te <strong>en</strong>tre os indivíduos que<br />

declararam terem realizado consultas médicas, at<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to por ag<strong>en</strong>te comunitário pelo SUS ou outro<br />

at<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to em posto de saúde no âmbito do SUS. Os gastos com o Programa de Estruturação do<br />

Programa Saúde da Família (PROESF) foram alocados <strong>en</strong>tre os b<strong>en</strong>eficiários do PAB e do PSF.<br />

O grupo “Outros” abarca três subgrupos: hospitais próprios, cuja apropriação pode se basear na utilização de<br />

informações refer<strong>en</strong>tes à utilização de serviços ambulatoriais ou internações em hospitais públicos do SUS;<br />

gastos diversos, especialm<strong>en</strong>te com manut<strong>en</strong>ção administrativa, o DATASUS e a auxílios aos servidores,<br />

cujos valores podem ser repartidos por igual <strong>en</strong>tre todos que utilizaram serviços ambulatoriais ou internações<br />

pelo SUS; e gastos da Agência Nacional de Saúde Suplem<strong>en</strong>te (ANSS), que se podem ser repartidos por<br />

igual <strong>en</strong>tre os usuários do setor privado.<br />

Quantos aos medicam<strong>en</strong>tos, considerou-se as rubricas “Farmácia Básica” e “Aquisição e Distribuição de<br />

Medicam<strong>en</strong>tos” como uma só despesa, distribuindo igualm<strong>en</strong>te <strong>en</strong>tre as pessoas que declararam ter recebido<br />

medicam<strong>en</strong>tos gratuitos (exclusive amostra grátis) na última consulta médica. Como não se discrimina na<br />

PNAD os pot<strong>en</strong>ciais b<strong>en</strong>eficiários dos medicam<strong>en</strong>tos para DST/AIDS, decidiu-se distribuir os recursos com<br />

eles gastos para toda a população brasileira. Por fim, para os medicam<strong>en</strong>tos excepcionais a alocação dos<br />

gastos foi realizada com base na distribuição dos procedim<strong>en</strong>tos de alta complexidade (“Quimioterapia,<br />

hemodiálise e afins”).<br />

O destino dos gastos com pessoal ativo vincula-se aos órgãos de trabalho. Assim, as despesas com pessoal<br />

ativo da Fiocruz, FUNASA e ANVISA têm caráter universal, s<strong>en</strong>do, portanto, distribuídos <strong>en</strong>tre toda a<br />

população. Por seu turno, os usuários do SUS compartilham de forma igualitária as despesas do FNS e dos<br />

hospitais específicos. Já para despesa com pessoal ativo da ANSS, decidiu-se alocar essa despesa <strong>en</strong>tre os<br />

usuários de planos de saúde, quesito que se <strong>en</strong>contra no questionário do Suplem<strong>en</strong>to Saúde;<br />

Finalm<strong>en</strong>te, o último grupo constitui é formado por serviços que podem ser considerados b<strong>en</strong>s públicos, cujos<br />

valores dividem-se por igual <strong>en</strong>tre o seu público-alvo. No caso dos “gastos universais”, que incluem o<br />

controle de <strong>en</strong>demias, comunicação social e fom<strong>en</strong>to à pesquisa, trata-se de toda a população brasileira. As<br />

despesas com manut<strong>en</strong>ção de unidades indíg<strong>en</strong>as devem ser atribuídas à respectiva população e os gastos<br />

com a prev<strong>en</strong>ção do câncer cérvico-uterino a mulheres usuárias do SUS. Por último, as despesas com a<br />

parceria com o banco alemão KFW no Ceará e no Piauí devem ser repartidas por igual <strong>en</strong>tre a população de<br />

cada estado.<br />

Uma vez distribuídos todos os gastos federais, basta somar e observar a proporção apropriada por cada tipo<br />

de família. No tocante aos gastos estaduais, é possível reproduzir a distribuição dos gastos federais em cada<br />

estado. Assim, por exemplo, o total gasto por uma unidade da federação pode ser dividido <strong>en</strong>tre os tipos de<br />

família daquela unidade segundo as mesmas proporções do gasto federal realizado nesse mesmo estado.<br />

No caso dos municípios, pode-se dividi-los em dois grupos: aqueles pert<strong>en</strong>c<strong>en</strong>tes às regiões metropolitanas<br />

(RM‟s) e os demais. Para o primeiro grupo pode-se usar a repartição dos gastos federais nas respectivas<br />

regiões metropolitanas para distribuir os gastos dos municípios da mesma região. Para os demais<br />

municípios, a opção é somar os gastos municipais em cada estado (exclusive os municípios metropolitanos)<br />

e distribuir estes gastos de acordo com os gastos federais com serviços ambulatoriais (exclusive<br />

at<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos de alta complexidade, isto é, quimioterapia, hemodiálise e afins) naquele estado.<br />

III. INCIDÊNCIA E OS IMPACTOS DISTRIBUTIVOS: DIFICULDADES E QUESTÕES<br />

METODOLÓGICAS<br />

III.1 R<strong>en</strong>da versus Gastos<br />

67


Quando se está debat<strong>en</strong>do a progressividade ou regressividade da tributação, o que está, de fato, em jogo é<br />

o tratam<strong>en</strong>to dado a questões como a eqüidade e o bem-estar, critérios c<strong>en</strong>trais na construção dos sistemas<br />

tributários. Agora o problema é definir o que é ser equânime em termos de tributação ou, em outras palavras,<br />

como definir aquela “justa parte” que deve caber a cada um para que a eqüidade seja alcançada. Duas são<br />

as corr<strong>en</strong>tes de p<strong>en</strong>sam<strong>en</strong>tos no tratam<strong>en</strong>to dessa problemática.<br />

De um lado, estão os que advogam que a eqüidade da tributação deve se refletir nos serviços públicos<br />

oferecidos aos contribuintes, o que se d<strong>en</strong>omina princípio do b<strong>en</strong>efício. A métrica da eqüidade é dada pela<br />

consonância <strong>en</strong>tre o montante dos impostos pagos e os serviços recebidos, o que implica dizer que ela não<br />

dep<strong>en</strong>de som<strong>en</strong>te da estrutura tributária, mas de sua associação à estrutura dos gastos governam<strong>en</strong>tais. 22<br />

A outra corr<strong>en</strong>te tem por preceito a capacidade de pagam<strong>en</strong>to, restringindo a discussão da eqüidade da<br />

tributação a essa capacidade stricto s<strong>en</strong>su, isto é, desvinculada da política de gastos. 23<br />

Na primeira abordagem não se outorga aos tributos característica redistributiva, dado que para serem<br />

equânimes, eles devem financiar a provisão de serviços de igual valor ao pago pelo contribuinte. Ou, nessa<br />

concepção, como bem diz Vianna (2000, p. 30): “(...) na prática não há como separar tributos destinados a<br />

financiar serviços públicos em geral daqueles serviços destinados às necessidades específicas dos<br />

contribuintes b<strong>en</strong>eficiários.”<br />

Pode-se dar outro tratam<strong>en</strong>to à questão da eqüidade na tributação e de sua conexão com os gastos<br />

governam<strong>en</strong>tais, especialm<strong>en</strong>te os sociais. A melhoria na distribuição da r<strong>en</strong>da, ou seja, a busca por mais<br />

eqüidade seria uma finalidade da tributação e das políticas públicas. 24 De toda sorte, no caso da tributação, a<br />

segunda concepção é a mais adequada aos objetivos do estudo, uma vez que os aspectos redistributivos<br />

são por ela considerados. Há, nesse caso, uma discussão a ser des<strong>en</strong>volvida que diz respeito aos<br />

parâmetros de m<strong>en</strong>suração da capacidade de pagam<strong>en</strong>to: se a r<strong>en</strong>da ou o consumo? Parece evid<strong>en</strong>te que<br />

tal discussão se relaciona, em parte, à modalidade de tributação, se a direta ou a indireta.<br />

Para que os tributos diretos t<strong>en</strong>ham efeitos distributivos eles devem ser necessariam<strong>en</strong>te progressivos, ou<br />

seja, as alíquotas devem crescer com a r<strong>en</strong>da – que é base de incidência tributária. Ora, isso significa dizer<br />

que a tributação progressiva está em conformidade com a noção de capacidade de pagam<strong>en</strong>to. Já na<br />

tributação indireta essa relação não é factível, uma vez que não se consegue associar o tributo às<br />

características socioeconômicas do contribuinte. Existe som<strong>en</strong>te a possibilidade de associação <strong>en</strong>tre a r<strong>en</strong>da<br />

das famílias e os respectivos perfis de consumo, ou seja, alguns grupos de produtos têm um peso maior no<br />

orçam<strong>en</strong>to, a dep<strong>en</strong>der do nível de r<strong>en</strong>da.<br />

Além disso, é fato que, <strong>en</strong>quanto nas famílias pobres, ou situadas nos estratos inferiores de r<strong>en</strong>da, as<br />

despesas em consumo perfazem a quase totalidade do orçam<strong>en</strong>to, no caso das mais ricas, parcela dos<br />

r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos se destina à poupança, o que implica regressividade na tributação sobre o consumo. Isso se<br />

considerarmos a r<strong>en</strong>da como o parâmetro da capacidade de pagam<strong>en</strong>to e não as despesas de consumo. E é<br />

quanto a essa escolha que se assiste ao debate em que uns def<strong>en</strong>dem os gastos de consumo como o<br />

parâmetro da capacidade do pagam<strong>en</strong>to para os tributos incid<strong>en</strong>tes sobre o consumo, e outros acreditam que<br />

se deve preservar a r<strong>en</strong>da como tal parâmetro.<br />

O argum<strong>en</strong>to da escolha dos gastos de consumo como base de análise da incidência da tributação indireta é<br />

de que eles refletem mais apropriadam<strong>en</strong>te o padrão de vida das famílias do que a r<strong>en</strong>da, em razão de<br />

serem mais estáveis ao longo do ciclo de vida. Essa estabilidade está fundada na hipótese de que os<br />

22. Hobbes, Locke e Adam Smith são os precursores dessa abordagem, que repousa no chamado princípio do b<strong>en</strong>efício.<br />

23. Essa abordagem tem suas orig<strong>en</strong>s em Rousseau e Stuart Mill.<br />

24 . Um dos pressupostos para tanto seria a busca em equalizar as oportunidades consubstanciadas no poder de compra das<br />

famílias, ou seja, dar tratam<strong>en</strong>to desigual aos desiguais para se alcançar uma sociedade mais justa em termos de distribuição da<br />

riqueza. No limite, seria at<strong>en</strong>der a célebre frase de Marx no Programa de Gotha: “ (...) de cada qual, segundo sua capacidade; a<br />

cada qual, segundo suas necessidades”.<br />

68


consumidores nivelam tais dispêndios no decorrer do tempo empregando para isso a poupança ou o<br />

<strong>en</strong>dividam<strong>en</strong>to, evitando as variações na r<strong>en</strong>da. Disso resulta que os gastos são mais adequados como<br />

parâmetro da capacidade de pagam<strong>en</strong>to, pois reflete melhor aquilo que se d<strong>en</strong>omina r<strong>en</strong>da perman<strong>en</strong>te, ou<br />

seja, as oportunidades de consumo no longo prazo.<br />

Existem dois tipos de crítica ao uso dos gastos como parâmetro na m<strong>en</strong>suração da regressividade ou<br />

progressividade da tributação. A primeira, de caráter mais teórico, e apontado acima, é que seu emprego<br />

implica inibir objetivos redistributivos na montagem dos sistemas tributários. Ora, para que a tributação t<strong>en</strong>ha<br />

efeitos distributivos há que empregar a r<strong>en</strong>da, que é a variável que melhor repres<strong>en</strong>ta a riqueza E, como bem<br />

diz Vianna (2000, p. 62): “(...) a idéia de se preservar a poupança, implícita na abordagem do consumo como<br />

parâmetro de incidência da tributação indireta, perde s<strong>en</strong>tido ou torna-se estranha, uma vez que a decisão de<br />

poupar implica necessariam<strong>en</strong>te a acumulação de riqueza.”<br />

Existem, ademais, objeções empíricas ao uso dos gastos. A primeira se relaciona às dificuldades em definir<br />

os expurgos no desembolso global para se chegar aos gastos em consumo que efetivam<strong>en</strong>te se<br />

caracterizam pela estabilidade ao longo do tempo. Efetivam<strong>en</strong>te, além dos gastos com impostos e dos<br />

destinados ao aum<strong>en</strong>to dos ativos e à diminuição dos passivos, devem ser desconsiderados ou não os<br />

gastos com aquisição de b<strong>en</strong>s duráveis, com a manut<strong>en</strong>ção do lar e aqueles de m<strong>en</strong>or freqüência? A outra<br />

objeção é que na grande maioria dos estudos sobre desigualdade as medidas empregadas se referem à<br />

r<strong>en</strong>da, empregada, também, para se estimar pobreza e indigência.<br />

Essa objeção é ainda maior quando se tem no escopo da avaliação proposta a tributação direta, que incide<br />

efetivam<strong>en</strong>te sobre a r<strong>en</strong>da, e os b<strong>en</strong>efícios monetários governam<strong>en</strong>tais, cuja concessão tem relação com a<br />

r<strong>en</strong>da – ou melhor, com o trabalho e/ou com a insuficiência desta.<br />

Nessa discussão sobre que parâmetro empregar para a avaliação da incidência tributária é importante<br />

verificar que nas POFs é comum a pres<strong>en</strong>ça de déficits orçam<strong>en</strong>tários nas famílias situadas nos estratos<br />

inferiores e médios de r<strong>en</strong>da. Em outros termos, a r<strong>en</strong>da reportada por essas famílias é inferior ao<br />

desembolso global, s<strong>en</strong>do que para aquelas famílias situadas na base da distribuição o descompasso se<br />

observa, inclusive, com as despesas de consumo. Esse quadro, que não se observa para as famílias dos<br />

estratos superiores de r<strong>en</strong>da, se reflete de duas maneiras no que concerne à discussão sobre que parâmetro<br />

empregar na avaliação da incidência dos tributos e da desigualdade: a) a regressividade fica manifesta –<br />

chegando a ser bastante pronunciada – quando se utiliza a r<strong>en</strong>da como medida de avaliação; e b) a<br />

desigualdade na distribuição dos gastos é inferior à que se observa no caso da r<strong>en</strong>da.<br />

III.2. “Decompondo” a R<strong>en</strong>da: B<strong>en</strong>efícios e Tributos<br />

A avaliação dos impactos distributivos dos difer<strong>en</strong>tes tipos de transferências e de impostos sobre a r<strong>en</strong>da das<br />

famílias é realizada por meio dos indicadores usuais de conc<strong>en</strong>tração da r<strong>en</strong>da, considerando-se tais<br />

indicadores para as r<strong>en</strong>das anteriores e posteriores à concessão dos b<strong>en</strong>efícios e à incidência „dos tributos.<br />

Os impactos distributivos, ou seja, a mudança nos índices de conc<strong>en</strong>tração resulta de dois compon<strong>en</strong>tes: o<br />

primeiro, relativo ao grau de progressividade ou regressividade do b<strong>en</strong>efício ou tributo, e o segundo,<br />

concern<strong>en</strong>te aos rearranjos que tais interv<strong>en</strong>ções provocam no ord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to das famílias pela r<strong>en</strong>da.<br />

Emprega-se, <strong>en</strong>tão, um esquema de estágios de r<strong>en</strong>da, com a primeira, d<strong>en</strong>ominada r<strong>en</strong>da original,<br />

constituindo-se dos r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos de caráter privado. Ou seja, todos aqueles r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos auferidos pelos<br />

membros das famílias antes da adição dos b<strong>en</strong>efícios ou da dedução dos impostos. Em um segundo<br />

mom<strong>en</strong>to adicionam-se à r<strong>en</strong>da original os b<strong>en</strong>efícios monetários concedidos pelo Estado, sejam de caráter<br />

previd<strong>en</strong>ciário, sejam assist<strong>en</strong>ciais, obt<strong>en</strong>do-se a chamada r<strong>en</strong>da inicial. Deduzindo-se desta os impostos<br />

sobre a r<strong>en</strong>da, as contribuições previd<strong>en</strong>ciárias e os impostos sobre patrimônio – imóveis e veículos – chega-<br />

69


se à r<strong>en</strong>da final. Subtraindo-se os impostos indiretos resulta a r<strong>en</strong>da disponível ou a r<strong>en</strong>da após a tributação.<br />

Tal esquema está descrito na figura 1.<br />

Adicionalm<strong>en</strong>te, é importante acresc<strong>en</strong>tar ao efeito distributivo dos gastos os b<strong>en</strong>efícios públicos em espécie<br />

– notadam<strong>en</strong>te os serviços públicos educacionais e de saúde, de forma a obter um resultado que reflete o<br />

impacto de todos os b<strong>en</strong>efícios e tributos.<br />

FIGURA 1 - Estágios de Redistribuição da R<strong>en</strong>da<br />

RENDA ORIGINAL<br />

anterior a interv<strong>en</strong>ção governam<strong>en</strong>tal<br />

(trabalho, v<strong>en</strong>das, juros, aluguéis, doações, etc.)<br />

+<br />

BENEFÍCIOS – TRANSFÊNCIAS - MONETÁRIOS<br />

(apos<strong>en</strong>tadorias, p<strong>en</strong>sões, auxílios, bolsas, seguro desemprego e outros)<br />

=<br />

RENDA INICIAL<br />

-<br />

I MPOSTOS DIRETOS<br />

(imposto de r<strong>en</strong>da, contribuições previd<strong>en</strong>ciárias, iptu, ipva e outros)<br />

=<br />

RENDA FINAL<br />

-<br />

IMPOSTOS INDIRETOS<br />

(icms, ipi, pis - cofins e cide)<br />

=<br />

RENDA DISPONÍVEL<br />

III.3. Decomposição do Índice de Gini e Progressividade de Transferências e Tributos 25<br />

Nesta subseção buscamos apres<strong>en</strong>tar as principais abordag<strong>en</strong>s de avaliação dos impactos distributivos da<br />

concessão de b<strong>en</strong>efícios e da incidência tributária. A primeira tem por base a decomposição das medidas de<br />

25 Este tópico se baseia nos trabalhos de Lambert (2001), Hoffmann (2007) e Lerman e Yitzhaki (1994, 1995).<br />

70


desigualdade, que, na maior parte dos casos, é empregada para se avaliar a contribuição das principais<br />

fontes de r<strong>en</strong>da na desigualdade. Assim, as transferências monetárias governam<strong>en</strong>tais são uma das fontes<br />

de r<strong>en</strong>da avaliadas, d<strong>en</strong>tre as quais sobressai a previdência social. O principal compon<strong>en</strong>te da r<strong>en</strong>da é o<br />

composto das r<strong>en</strong>das originárias do mercado de trabalho, que se busca analisar discriminando-as pelos<br />

ramos de atividade, posição na ocupação e formalização das relações de trabalho. Por fim, têm-se as r<strong>en</strong>das<br />

prov<strong>en</strong>i<strong>en</strong>tes das transferências privadas, das v<strong>en</strong>das e aluguéis e das aplicações de capital.<br />

A avaliação das contribuições para a desigualdade da r<strong>en</strong>da dos tributos diretos e indiretos e das<br />

transferências governam<strong>en</strong>tais, por meio da decomposição do índice de Gini, é uma das “metodologias”<br />

usualm<strong>en</strong>te empregadas em estudos dessa natureza.<br />

Outra abordagem consiste na id<strong>en</strong>tificação do grau de progressividade ou regressividade dos b<strong>en</strong>efícios e<br />

tributos e seus efeitos no ord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to das famílias pela r<strong>en</strong>da. A distinção é de caráter instrutivo, dado que<br />

em ambas as abordag<strong>en</strong>s se empregam as mesmas medidas de conc<strong>en</strong>tração, ou seja, os coefici<strong>en</strong>tes de<br />

conc<strong>en</strong>tração, e da importância de cada item na r<strong>en</strong>da.<br />

Na decomposição a avaliação tem por base a r<strong>en</strong>da resultante, ou seja, só se pode avaliar a contribuição das<br />

difer<strong>en</strong>tes parcelas (no caso, as transferências e tributos), quando a concessão ou incidência já se efetivou.<br />

No caso da decomposição dos impactos distributivos em efeitos de progressividade e efeitos de rearranjo<br />

podem ser consideradas como base de avaliação tanto a r<strong>en</strong>da ex ante como a ex post.<br />

A avaliação dos efeitos com base na r<strong>en</strong>da ex post privilegia a avaliação de possíveis mudanças nas<br />

políticas previd<strong>en</strong>ciárias, assist<strong>en</strong>ciais, de concessão de b<strong>en</strong>efícios e tributaria, a partir da situação reinante.<br />

Ou seja, considera mais interessante responder à pergunta sobre o efeito de um novo real transferido ou<br />

retirado do que sobre o impacto do primeiro real concedido ou recolhido em determinado tipo de<br />

transferência ou tributo.<br />

Vamos considerar que a r<strong>en</strong>da x i – posterior ao b<strong>en</strong>eficio ou ao tributo, ou mais amplam<strong>en</strong>te a r<strong>en</strong>da ex post<br />

– está ord<strong>en</strong>ada de maneira que: 26<br />

x x <br />

O índice de Gini dessa distribuição pode ser calculado por meio da expressão<br />

ou<br />

1<br />

com i<br />

n i 1<br />

n<br />

x<br />

2<br />

n<br />

1<br />

1<br />

n<br />

2<br />

n<br />

Gx ixi<br />

1<br />

(1)<br />

2<br />

i 1<br />

2<br />

G x cov( i,<br />

xi<br />

) , (2)<br />

n<br />

Admite-se que a r<strong>en</strong>da x i é formada por k parcelas:<br />

x<br />

i<br />

k<br />

h 1<br />

26 . A apres<strong>en</strong>tação a seguir está baseada em Hoffmann (2007).<br />

x<br />

hi<br />

71<br />

xn<br />

(3)


A média da h-ésima parcela é<br />

h<br />

1<br />

n<br />

n i 1<br />

e a respectiva participação na r<strong>en</strong>da total é<br />

ou<br />

h<br />

h<br />

x<br />

hi<br />

n<br />

i 1<br />

n<br />

i 1<br />

Substituindo (3) em (2), se obtém<br />

G<br />

x<br />

2<br />

n<br />

k<br />

h 1<br />

x<br />

x<br />

hi<br />

i<br />

cov( i,<br />

x<br />

hi<br />

)<br />

2 k 1<br />

G x<br />

h cov( i,<br />

xhi<br />

)<br />

(6)<br />

n h 1<br />

h<br />

De modo semelhante a (2), pode-se definir a razão de conc<strong>en</strong>tração da h-ésima parcela como<br />

C<br />

h<br />

2<br />

n<br />

h<br />

cov( i,<br />

x<br />

hi<br />

)<br />

2 x<br />

cov i ,<br />

n<br />

Deve-se ter pres<strong>en</strong>te que as razões de conc<strong>en</strong>tração são definidas com base na ord<strong>en</strong>ação pela r<strong>en</strong>da final.<br />

Como resultado de (6) e (7), tem-se que<br />

G<br />

x<br />

k<br />

h 1<br />

h<br />

C<br />

h<br />

Como se pode depre<strong>en</strong>der, a razão de conc<strong>en</strong>tração é proporcional à covariância <strong>en</strong>tre as posições de<br />

ordem i e as r<strong>en</strong>das relativas x hi h . Assim, a razão de conc<strong>en</strong>tração não é afetada pela troca de sinal da<br />

parcela, uma vez que as r<strong>en</strong>das relativas permanecerão as mesmas. Pode-se verificar que<br />

1 1<br />

1 Ch<br />

1<br />

(9)<br />

n n<br />

III.3.1. O índice de progressividade de Kakwani 27<br />

27 . Para maiores detalhes, ver Lambert (2001).<br />

72<br />

hi<br />

h<br />

(4)<br />

(5)<br />

(7)<br />

(8)


S<strong>en</strong>do zi a r<strong>en</strong>da inicial e ti o tributo, a taxa média de tributação é<br />

onde z é a média da r<strong>en</strong>da inicial e t<br />

g<br />

n<br />

t<br />

i 1<br />

i<br />

t , (10)<br />

n<br />

zi<br />

i 1<br />

z<br />

é a média do tributo.<br />

Neste item vamos admitir que as pessoas estão ord<strong>en</strong>adas conforme os valores da r<strong>en</strong>da inicial, isto é,<br />

z z <br />

1<br />

2<br />

zn<br />

Então o índice de Gini da r<strong>en</strong>da ex ante é<br />

G<br />

z<br />

2<br />

n<br />

e a razão de conc<strong>en</strong>tração do tributo é<br />

Seja z t<br />

C<br />

t<br />

2<br />

n<br />

t<br />

z<br />

cov( i,<br />

z )<br />

cov( i,<br />

t )<br />

i<br />

i<br />

C a razão de conc<strong>en</strong>tração da r<strong>en</strong>da após a cobrança do tributo e seja G z t o respectivo índice de<br />

Gini. O índice de progressividade de Kakwani é definido como<br />

e pode-se demonstrar que<br />

K<br />

C G<br />

(11)<br />

t<br />

z<br />

g<br />

G z Gz<br />

t<br />

K ( Gz<br />

t Cz<br />

t ) , (12)<br />

1 g<br />

Se o tributo não causar reord<strong>en</strong>ação das r<strong>en</strong>da, temos Gz t Cz<br />

t e a mudança no índice de Gini<br />

( z Gz<br />

t )<br />

G é proporcional ao índice de progressividade K . Logicam<strong>en</strong>te, o efeito sobre a desigualdade<br />

será tanto maior quanto maior for a taxa média g. No caso mais geral, como mostra a expressão (12), poderá<br />

haver um efeito da reord<strong>en</strong>ação, que nunca será positivo, pois G z t Cz<br />

t (o índice de Gini de uma<br />

distribuição não pode ser m<strong>en</strong>or do que a razão de conc<strong>en</strong>tração para uma ord<strong>en</strong>ação distinta daquela da<br />

própria variável).<br />

73


Consideremos, a seguir, que a r<strong>en</strong>da ex post é obtida adicionando um b<strong>en</strong>efício ( b i ) à r<strong>en</strong>da inicial ( z i ).<br />

Temos<br />

com b<br />

n<br />

i<br />

i 1<br />

n<br />

i 1<br />

b<br />

z<br />

i<br />

b<br />

z<br />

,<br />

s<strong>en</strong>do o valor médio do b<strong>en</strong>efício. Ainda adotando a ord<strong>en</strong>ação conforme valores cresc<strong>en</strong>tes da<br />

r<strong>en</strong>da inicial, a razão de conc<strong>en</strong>tração do b<strong>en</strong>efício é<br />

2<br />

C b cov( i,<br />

bi<br />

) .<br />

n<br />

b<br />

Seja C z b a razão de conc<strong>en</strong>tração da r<strong>en</strong>da após o b<strong>en</strong>eficio e seja G z b o respectivo índice de Gini. O<br />

índice de progressividade de Kakwani é definido como 28<br />

K<br />

z<br />

b<br />

74<br />

(13)<br />

G C<br />

(14)<br />

e pode-se demonstrar que a alteração no índice de Gini devida ao b<strong>en</strong>efício é<br />

G z Gz<br />

b<br />

K ( Gz<br />

b Cz<br />

b)<br />

, (15)<br />

1<br />

As expressões (14) e (15) mostram que a mudança na desigualdade decorre da progressividade do tributo ou<br />

b<strong>en</strong>eficio, ponderado pela participação deles na r<strong>en</strong>da posterior, 29 e de alterações no ord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to das<br />

famílias. O segundo termo no 2 o membro das expressões (12) e (15) é sempre negativo, indicando que, na<br />

avaliação dos impactos distributivos, com base na r<strong>en</strong>da anterior, os efeitos de reord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to podem causar<br />

ap<strong>en</strong>as arrefecim<strong>en</strong>to dos ganhos distributivos decorr<strong>en</strong>tes da progressividade.<br />

III.3.2. Progressividade e reord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to: avaliação com base na ord<strong>en</strong>ação ex post<br />

28 . HOFFMANN (2007) sust<strong>en</strong>ta o uso do termo “progressividade” para aqueles b<strong>en</strong>efícios que contribuam para a queda da<br />

desigualdade, diversam<strong>en</strong>te de LAMBERT (2001). Argum<strong>en</strong>ta que “os termos „progressivo‟ e „regressivo‟ estão diretam<strong>en</strong>te<br />

associados à idéia de m<strong>en</strong>or e maior desigualdade”. Lembra, ademais, que “um b<strong>en</strong>eficio corresponde a um imposto<br />

negativo”, s<strong>en</strong>do, portanto, razoável por analogia com a definição de imposto progressivo 0 , “considerar que um<br />

d<br />

dz<br />

b<br />

z<br />

b<strong>en</strong>eficio é progressivo se 0<br />

d b<br />

ou 0<br />

dz z<br />

para todo z”.<br />

29 . O índice de Kakwani ponderado pela participação da parcela (tributo ou b<strong>en</strong>efício) na r<strong>en</strong>da posterior foi d<strong>en</strong>ominado por<br />

Lambert (2001, p. 207) índice de Reynolds e Smol<strong>en</strong>sky.<br />

d<br />

dz<br />

t<br />

z


Depre<strong>en</strong>de-se, do anterior, que a avaliação dos efeitos na desigualdade da concessão de b<strong>en</strong>efícios ou da<br />

incidência de tributos dep<strong>en</strong>de de qual é a r<strong>en</strong>da que se usa para o ord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to das famílias. E, a principal<br />

razão é que o reord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to se altera conforme a r<strong>en</strong>da que se utiliza como base na avaliação. 30<br />

Para at<strong>en</strong>der ao objetivo de se compre<strong>en</strong>der o que determina a desigualdade da r<strong>en</strong>da posterior à concessão<br />

dos b<strong>en</strong>efícios ou à incidência de tributos –– inicial ( z b)<br />

, final ( z b d)<br />

e disponível ( z b<br />

31<br />

t)<br />

––<br />

deve-se iniciar com expressões para z b<br />

G , G z b d , z b t<br />

os valores da r<strong>en</strong>da ex post à interv<strong>en</strong>ção governam<strong>en</strong>tal.<br />

Deduz-se que,<br />

G , o que significa priorizar a ord<strong>en</strong>ação conforme<br />

G z b Gz<br />

b t g(<br />

Ct<br />

Gz<br />

b t ) ( Gz<br />

b Cz<br />

b ) , (16) 32<br />

, s<strong>en</strong>do que as razões de conc<strong>en</strong>tração são calculadas com base na ord<strong>en</strong>ação pela r<strong>en</strong>da disponível.<br />

Decidiu-se nomear C G ) como o índice de progressividade de Lerman e Yitzhaki para tributos LY ,<br />

( t z b t<br />

dado que esses autores apontaram os problemas da analise baseada no ord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to pela r<strong>en</strong>da ex ante,<br />

sust<strong>en</strong>tando o uso do ord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to pela r<strong>en</strong>da ex post. 33<br />

Segue, <strong>en</strong>tão que,<br />

G z b Gz<br />

b t g LY ( Gz<br />

b Cz<br />

b )<br />

(17)<br />

Essa expressão mostra que, analogam<strong>en</strong>te ao apontado no tópico anterior, a mudança no índice de Gini se<br />

compõe de um termo associado a uma medida de progressividade do imposto e um efeito puro de<br />

reord<strong>en</strong>ação.<br />

De modo semelhante aos tributos, a interpretação da desigualdade de r<strong>en</strong>da posterior à concessão do<br />

b<strong>en</strong>eficio ( z b)<br />

deve se basear na ord<strong>en</strong>ação conforme os valores de z b . As razões de conc<strong>en</strong>tração<br />

se referem à ord<strong>en</strong>ação de z b .<br />

30 “In particular, estimates of global effects of a tax or transfer will dep<strong>en</strong>d on the order in which the source is <strong>en</strong>tered. For<br />

example, the inequality impact of the social security tax will differ dep<strong>en</strong>ding on whether one deducts social security taxes<br />

from gross income or from income net of personal income taxes. A major reason is that the rankings differ with each income<br />

concept” (Lerman; Yitzhaki, 1995, p. 45-46).<br />

31 . Definiu-se d como os tributos diretos e t como o total dos tributos – diretos e indiretos.<br />

32 . O Ct é a razão de conc<strong>en</strong>tração dos tributos, com as famílias ord<strong>en</strong>adas pela r<strong>en</strong>da posterior.<br />

33 . “We favor the use of equation 4 [similar a 16], partly because we think that the after-tax ranking is the appropriate ranking<br />

for calculating progressivity” (Lerman; Yitzhaki, 1995, p. 51).<br />

75


Deduz-se que,<br />

C z Gz<br />

b ( Gz<br />

b Cb<br />

) ( Gz<br />

Cz<br />

)<br />

(18)<br />

O índice de progressividade dos b<strong>en</strong>efícios de Lerman e Yitzhaki é definido como<br />

LY<br />

G<br />

Substituindo em (18), segue-se que<br />

z<br />

b<br />

C<br />

b<br />

G z Gz<br />

b LY ( Gz<br />

Cz<br />

)<br />

(19)<br />

Essa expressão mostra, mais uma vez, como a mudança no índice de Gini dep<strong>en</strong>de de uma medida de<br />

progressividade e de um efeito de reord<strong>en</strong>ação. Como afirmam Lerman e Yitzhaki (1995, p. 51),<br />

In the case of tax-induced changes in Ginis, the first term in equation [16 e 19] is greater, equal, or<br />

smaller than zero dep<strong>en</strong>ding on whether the tax, on average, is progressive, a constant share of<br />

income, or regressive. (…) The major differ<strong>en</strong>ce betwe<strong>en</strong> this index and Kakwani's measure of<br />

progressivity is that Kakwani weights the income changes by before-tax rankings while the<br />

progressivity index implied in equation 4 weights by after-tax rankings.<br />

III.3.3. Efeitos marginais das transferências e tributos na desigualdade de r<strong>en</strong>da<br />

A avaliação de alterações no índice de Gini devido a alterações muito pequ<strong>en</strong>as no valor dos b<strong>en</strong>efícios ou<br />

dos tributos indica os verdadeiros efeitos dessas interv<strong>en</strong>ções, dado que, nesse caso, não ocorrem<br />

reord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>tos das famílias. Ou seja, busca-se id<strong>en</strong>tificar as contribuições marginais dos b<strong>en</strong>efícios e<br />

tributos na desigualdade. Nas palavras de Lerman e Yitzhaki (1995, p. 47),<br />

(...) estimates of marginal inequality effects of income sources reveal the pure impact of narrowing<br />

income gaps, since ranks do not change as a result of marginal changes in a particular income<br />

source. As noted above, the global or before-after estimates are subject to uncertainty because of<br />

rankings.<br />

A seguir, será mostrado que a progressividade dos tributos e b<strong>en</strong>efícios, medida pelos índices de Lerman e<br />

Yitzhaki LY e LY , é proporcional ao nível de variação no índice de Gini em decorrência de um aum<strong>en</strong>to<br />

marginal no valor do b<strong>en</strong>eficio ou do tributo.<br />

Seja b o b<strong>en</strong>efício e seja x a r<strong>en</strong>da ex post. Então, a relação <strong>en</strong>tre o valor dos b<strong>en</strong>efícios e o valor da r<strong>en</strong>da<br />

inicial é<br />

76


( x b)<br />

e o índice de Gini da r<strong>en</strong>da ex post é<br />

G<br />

x<br />

1<br />

1<br />

C<br />

x b<br />

1<br />

C<br />

Supondo-se uma alteração proporcional no valor dos b<strong>en</strong>efícios o novo valor pode ser descrito como<br />

b d<br />

b<br />

b<br />

com 1 , em que δ é positivo e arbitrariam<strong>en</strong>te pequ<strong>en</strong>o, a ponto de não causar a reord<strong>en</strong>ação das<br />

r<strong>en</strong>das ex post, o que implica as razões de conc<strong>en</strong>tração C x b e C b continuarem as mesmas.<br />

O novo valor de β é<br />

Assim, o novo índice de Gini da r<strong>en</strong>da ex post é<br />

1<br />

1<br />

77<br />

(20)<br />

(21)<br />

(22)<br />

D (23)<br />

C<br />

x b<br />

e, lembrando (21), a variação de G x é<br />

G<br />

x<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

C<br />

b<br />

C<br />

x b<br />

Após alguma manipulação algébrica, usando (21), obtemos<br />

Gx<br />

Gx<br />

( Cb<br />

G<br />

1 1<br />

Pode-se definir o nível de variação do índice de Gini advindo do increm<strong>en</strong>to marginal do b<strong>en</strong>efício como<br />

lim 0<br />

Gx<br />

( Cb<br />

G<br />

1<br />

ou, lembrando a expressão do índice de progressividade de Lerman e Yitzhaki,<br />

x<br />

)<br />

x<br />

)<br />

1<br />

1<br />

C<br />

b<br />

(24)<br />

(25)<br />

(26)


lim 0<br />

Gx<br />

1<br />

LY<br />

Fica, portanto, explicitado que o índice LY serve para avaliar o efeito, sobre o índice de Gini, de um<br />

pequ<strong>en</strong>o aum<strong>en</strong>to proporcional no valor do b<strong>en</strong>efício ou transferência do governo. O efeito é proporcional a<br />

esse índice de progressividade, com sinal contrário.<br />

Retomando a apres<strong>en</strong>tação inicial da seção, relativa à decomposição do índice de Gini, onde foi visto que,<br />

quando a r<strong>en</strong>da final x i é formada por k parcelas –– expressão (3), o índice de Gini pode ser decomposto<br />

em k parcelas –– expressão (8) ––, que pode ser expressa do seguinte modo:<br />

k<br />

h 1<br />

h<br />

78<br />

(27)<br />

( C G ) 0<br />

(28)<br />

h<br />

x<br />

Assim como em (26), a int<strong>en</strong>sidade da variação de G x decorr<strong>en</strong>te de um pequ<strong>en</strong>o aum<strong>en</strong>to proporcional na<br />

parcela hi<br />

x é dada por C G ) , sintetizando o pot<strong>en</strong>cial de cada parcela – no caso dos b<strong>en</strong>efícios –<br />

h<br />

( h x<br />

em colaborar na alteração da desigualdade.<br />

Uma definição geral do índice de progressividade de Lerman e Yitzaki, válida tanto para b<strong>en</strong>efícios como<br />

para tributos, considerando que tributos são parcelas negativas da r<strong>en</strong>da final x, é<br />

h<br />

(sinal de<br />

h<br />

)( G C )<br />

(29)<br />

x<br />

Note-se que as definições de LK e LK , dadas anteriorm<strong>en</strong>te, são casos particulares de (29).<br />

De (28) e (29) segue-se que<br />

k<br />

|<br />

h 1<br />

h<br />

|<br />

h<br />

0<br />

h<br />

Essa expressão mostra que, hav<strong>en</strong>do parcelas progressivas ( h 0)<br />

, obrigatoriam<strong>en</strong>te as outras parcelas<br />

serão regressivas, de tal maneira que a soma ponderada das medidas de progressividade seja nula.


IV. RESULTADOS PRELIMINARES 1:<br />

DADOS ADMINISTRATIVOS, INCIDENCIA TRIBUTARIA E ACESSO AOS SERVIÇOS<br />

PÚBLICOS 34<br />

IV.1. Pesquisas Domiciliares (POF) versus Dados Administrativos<br />

Nessa subseção são cotejados os registros administrativos dos tributos, b<strong>en</strong>efícios, contribuições, auxílios e<br />

programas de transferência com as informações coletadas ou estimadas pela POF durante o biênio 2002-<br />

2003 – tabela 11.<br />

No caso das apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões, aí inseridos os b<strong>en</strong>efícios da LOAS (BPC), os valores anuais da<br />

POF de 2002-2003 repres<strong>en</strong>tam <strong>en</strong>tre 71% e 77% dos mesmos valores reportados pelos registros<br />

administrativos de 2002 e da média do biênio 2002/2003, respectivam<strong>en</strong>te. Se esse nível de cobertura pode<br />

ser considerado bem significativo, o mesmo não se observa para os auxílios previd<strong>en</strong>ciários – do<strong>en</strong>ça,<br />

acid<strong>en</strong>te, salário-família, abono de permanência – e para o seguro-desemprego, pois os montantes anuais<br />

captados na POF respondem, no melhor c<strong>en</strong>ário, por cerca de 1/5 do total efetivam<strong>en</strong>te concedido. Em<br />

nosso <strong>en</strong>t<strong>en</strong>der, parte dessa subavaliação pode se dever à captação desses auxílios na rubrica de<br />

r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos do trabalho, uma vez que parcela dos auxílios – notadam<strong>en</strong>te do<strong>en</strong>ça e reclusão – substituem o<br />

r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to normalm<strong>en</strong>te auferido.<br />

Tabela 11 - Comparação <strong>en</strong>tre os Valores das Transferências e dos Tributos na POF de 2002-2003 e os<br />

Registros Administrativos<br />

(em R$ milhões corr<strong>en</strong>tes)<br />

B<strong>en</strong>efícios e tributos<br />

Transferências<br />

POF de<br />

2002-2003<br />

(A)<br />

79<br />

2002<br />

(B)<br />

Dados administrativos<br />

2003<br />

Média<br />

(C)<br />

“Cobertura”<br />

(%)<br />

(A/B) (A/C)<br />

115.493 149.983 173.892 161.938 77 71<br />

Apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões<br />

RGPS 82.755 100.162 91.459<br />

União e estados 62.098 67.850 64.974<br />

34 Como apontado, nos resultados preliminares apres<strong>en</strong>tados nessa seção e na seguinte as estimativas refer<strong>en</strong>tes ao ICMS<br />

foram realizadas com base na aplicação das alíquotas praticadas no estado de São Paulo. Assim há que se ter pres<strong>en</strong>te que, o<br />

emprego da legislação paulista para se estimar o custo da tributação indireta arcado pelas famílias, implica na subestimação<br />

desse custo, pois a concessão de b<strong>en</strong>efícios tributários por esse estado não reflete a realidade brasileira. Em realidade, são os<br />

estados de maior riqueza e, portanto, de maior base tributária, que contam com maiores possibilidade de conceder b<strong>en</strong>efícios<br />

tributários, notadam<strong>en</strong>te sobre o consumo. De todo modo, decidiu-se, com isso, comp<strong>en</strong>sar em parte a superestimativa da<br />

tributação ao considerar o perfeito funcionam<strong>en</strong>to do ICMS. Esse é um problema do atual sistema tributário nacional, qual<br />

seja: estados onde a pres<strong>en</strong>ça de famílias mais pobres é maior não contam com base de arrecadação do ICMS que os<br />

permitam conceder esse tipo de b<strong>en</strong>efício, ainda mais que o tributo é cobrado prefer<strong>en</strong>cialm<strong>en</strong>te pelo estado produtor e não<br />

consumidor.<br />

No relatório final tal situação será sanada ao se empregar as alíquotas do ICMS praticadas em cada um dos estados nos dados<br />

de consumo apurados pela POF em cada um deles. Em realidade, tal procedim<strong>en</strong>to implica, também, em simplificações ou<br />

problemas, uma vez que considera que a base de incidência do imposto é o estado onde foi consumido o bem ou serviço,<br />

quando se sabe que o sistema de cobrança do ICMS é fundam<strong>en</strong>talm<strong>en</strong>te sobre a origem do produto.


Municípios 5.130 5.880 5.505<br />

Auxílios previd<strong>en</strong>ciários 1.114 6.078 8.590 7.334 18 15<br />

Seguro-desemprego 977 5.678 6.617 6.147 17 16<br />

Bolsas de estudo 3.609 Sem estimativa<br />

Programas de transferência de r<strong>en</strong>da 2.234 2.257 3.207 2.732 99 82<br />

Total das transferências 123.428 163.996 192.306 178.151 75 69<br />

Tributos diretos<br />

27.228 28.934 27.522 28.228 94 96<br />

Previdência pública<br />

RGPS 20.917 19.390 20.154<br />

União 3.150 3.054 3.102<br />

Estados 4.187 4.195 4.191<br />

Municípios 680 883 781<br />

IR pessoas 18.497 30.177 34.532 32.355 61 57<br />

ISS 8.428 10.580 9.504<br />

Outras deduções 9.426<br />

Deduções outros recebim<strong>en</strong>tos 9.257<br />

Total dos tributos diretos sobre a<br />

r<strong>en</strong>da 64.408 67.539 72.633 70.086 95 92<br />

12.887 6.710 7.976 7.343 192 175<br />

IPTU<br />

IPVA 5.377 7.017 7.740 7.378 77 73<br />

CPMF 1.692 20.336 23.011 21.673 8 8<br />

Tributos indiretos<br />

83.591 105.386 120.233 112.810 79 74<br />

ICMS<br />

IPI 24.683 20.045 17.924 18.984 123 130<br />

PIS/COFINS 42.072 63.716 73.465 68.590 66 61<br />

CIDE-Combustíveis 4.885 7.583 8.406 7.994 64 61<br />

Total dos tributos indiretos 155.231 196.730 220.027 208.379 79 74<br />

80


Fontes: IBGE/POF de 2002-2003 (microdados); AEPS Infologo – http://creme.dataprev.gov.br/infologo/<br />

(apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões do RGPS e da União e estados, auxílios previd<strong>en</strong>ciários e contribuições à<br />

previdência do RGPS e da União e estados); MDS (programas de transferência de r<strong>en</strong>da); MTE (segurodesemprego);<br />

STN (apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões e contribuições previd<strong>en</strong>ciárias dos municípios); SRF (IR, ISS,<br />

IPTU, IPVA, CPMF, ICMS, IPI, PIS-COFINS e CIDE-Combustíveis).<br />

A expressiva cobertura dos programas de transferência deve ser vista com cuidado, pois só foram<br />

considerados os dados dos programas federais – Bolsa Escola, Bolsa Alim<strong>en</strong>tação, auxílio-gás, cartão<br />

alim<strong>en</strong>tação e o Bolsa Família 35 –, s<strong>en</strong>do que as iniciativas de estados e municípios são de grande<br />

importância, especialm<strong>en</strong>te naquele mom<strong>en</strong>to – 2002-2003 – quando o governo federal ainda não havia<br />

unificado e ampliado seus programas de transferência. 36 Para o conjunto das transferências monetárias<br />

abarcadas nesse estudo a cobertura da POF de 2002-2003 situa-se ao redor de 70%, devido, principalm<strong>en</strong>te,<br />

à boa <strong>en</strong>umeração dos b<strong>en</strong>efícios previd<strong>en</strong>ciários e assist<strong>en</strong>ciais, que repres<strong>en</strong>tam 93% das transferências.<br />

Observam-se, no caso dos tributos diretos, vários graus de compatibilidade <strong>en</strong>tre a POF e os registros<br />

administrativos, sobressaindo-se as contribuições previd<strong>en</strong>ciárias, pois as duas fontes quase que se<br />

equivalem. Vale notar, no <strong>en</strong>tanto, que as contribuições dos servidores públicos – federais, estaduais e<br />

municipais – que correspondem a 1/3 do respectivo total não estão discriminadas nos registros<br />

administrativos. Em situação bastante diversa, <strong>en</strong>contra-se o IR, cuja cobertura pela POF é da ordem de 2/3,<br />

embora parte do IR na POF seja reportado na rubrica “deduções de outros recebim<strong>en</strong>tos". Dessa forma, é<br />

melhor comparar o total das deduções sobre os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos reportados na POF com a soma das<br />

contribuições previd<strong>en</strong>ciárias, o IR sobre famílias – pessoas físicas e os retidos para as fontes “r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

do trabalho” e “outros r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos” – e o ISS. Assim feito, os dados se mostram muito próximos, com a POF<br />

abrang<strong>en</strong>do 95% desses tributos diretos no ano de 2002.<br />

Para os tributos sobre patrimônio – IPTU e IPVA – há dois quadros bem distintos, uma vez que na POF o<br />

total pago com IPTU é quase duas vezes superior ao do registro administrativo, <strong>en</strong>quanto para o IPVA a<br />

cobertura é da ordem de 3/4, participação que se observa, também, para apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões e no<br />

principal tributo indireto, o ICMS. Quanto à CPMF, como previsto, a subavaliação é bem expressiva, com o<br />

reportado pelas famílias na POF repres<strong>en</strong>tando tão-som<strong>en</strong>te 8% do registrado pela Receita Federal. É fato<br />

que parte substancial da CPMF é paga pelas empresas, não abarcando, contudo, toda a difer<strong>en</strong>ça POF-<br />

Registro Administrativo.<br />

A estimativa da carga tributária do ICMS com base na POF repres<strong>en</strong>ta cerca de 3/4 do apurado pela Receita<br />

Federal. Parte da subestimativa está relacionada ao emprego de São Paulo como parâmetro de aplicação<br />

das normas de incidência do tributo, pois nesse estado os b<strong>en</strong>efícios tributários são em maior volume. Podese<br />

creditar essa subavaliação à hipótese de funcionam<strong>en</strong>to “perfeito” do tributo, uma vez que são<br />

desconsiderados os efeitos cumulativos do imposto em razão de “quebras” na cadeia de recolhim<strong>en</strong>to seja<br />

pela elisão fiscal seja por b<strong>en</strong>efícios concedidos a elos da cadeia produtiva. Mas, como analisado, a hipótese<br />

de perfeito funcionam<strong>en</strong>to – em que se inscreve a inexistência de elisão fiscal – implica superestimar a carga<br />

fiscal, requer<strong>en</strong>do outras hipóteses para o descompasso <strong>en</strong>tre POF e registros administrativos.<br />

Em relação aos outros tributos indiretos, observam-se duas situações: para o PIS-COFINS e a CIDE-<br />

Combustíveis as estimativas realizadas com a POF repres<strong>en</strong>tam cerca de 2/3 do total recolhido pela Receita<br />

35 . Conta-se com dados do Bolsa Família a partir de 2003, ainda que sua criação date de 9 de janeiro de 2004 por meio da Lei<br />

10.836.<br />

36 . Levantam<strong>en</strong>to superficial aponta para a existência de programas de transferência de r<strong>en</strong>da, com verbas estaduais e<br />

municipais, em Goiás, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Acre,<br />

Amazonas, Roraima, Amapá e Pará, e ainda nos municípios paulistas de Santo André, Campinas, Ribeirão Preto e na capital –<br />

com 300 mil famílias at<strong>en</strong>didas – e em grande parte das capitais do país. O que vem ocorr<strong>en</strong>do são parcerias dos governos<br />

estaduais e municipais com o governo federal – Bolsa Família – com o objetivo de aum<strong>en</strong>tar o b<strong>en</strong>eficio.<br />

81


Federal, o que, para a primeira contribuição, pode ser creditado, em parte, à parcela paga pelo segm<strong>en</strong>to<br />

financeiro e pelo setor público – cerca de 10% do total do PIS/PASEP/COFINS. Já para a CIDE-<br />

Combustíveis, deve-se considerar a frota de automóveis, cuja propriedade e/ou utilização não é das famílias,<br />

apontando para uma cobertura expressiva da pesquisa para essa contribuição. A outra situação é a do IPI,<br />

em que o valor estimado com a POF é 1,23 vezes maior do que o montante reportado pela Receita. Aqui a<br />

hipótese de inexistência de elisão fiscal deve ser a responsável pela superestimativa.<br />

IV.2. Incidência da Tributação Direta na POF<br />

O objetivo deste tópico é apres<strong>en</strong>tar os principais dados quanto à incidência dos tributos diretos sobre as<br />

famílias brasileiras, avaliando o quão progressivos ou regressivos são os impostos diretos.<br />

Na POF, como apontado, essa avaliação é direta, uma vez que nela são coletadas as deduções sobre os<br />

r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos – contribuições previd<strong>en</strong>ciárias, imposto de r<strong>en</strong>da e outras deduções - e os impostos incid<strong>en</strong>tes<br />

sobre o patrimônio. Já nas outras investigações domiciliares podem ser realizadas estimativas da incidência<br />

dos tributos diretos, aplicando-se, para tanto, as normas de incidência dos impostos e contribuições sobre a<br />

r<strong>en</strong>da e, de modo m<strong>en</strong>os apurado, sobre imóveis e automóveis. A difer<strong>en</strong>ça é que no caso da POF conta-se<br />

com o valor declarado dos tributos e não com o montante ideal – esperado - de recolhim<strong>en</strong>to.<br />

O que a POF 2002/03 nos mostra? Primeiram<strong>en</strong>te, fica evid<strong>en</strong>te a baixa progressividade da tributação direta<br />

no país, uma vez que as famílias localizadas no décimo mais pobre da população destinam 3,7% de sua<br />

r<strong>en</strong>da ao pagam<strong>en</strong>to e/ou recolhim<strong>en</strong>to de impostos, <strong>en</strong>quanto no décimo mais rico a carga tributária é de<br />

12,0%. E, o pior é que <strong>en</strong>quanto nas famílias do primeiro décimo o r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to monetário m<strong>en</strong>sal familiar per<br />

capita é de tão som<strong>en</strong>te R$ 23,80, nas 10% mais ricas esse é de R$ 2.126,53. Considerou-se que a<br />

progressividade da tributação direta é baixa em função de que o índice de progressividade de Kakwani é de<br />

0,1229, valor inferior ao observado em seis países des<strong>en</strong>volvidos 37 , onde, ademais, o peso da tributação<br />

direta na r<strong>en</strong>da disponível <strong>en</strong>contra-se ao redor de 1/3, <strong>en</strong>quanto no <strong>Brasil</strong> é de tão som<strong>en</strong>te 10%. E, para os<br />

outros quatro países com progressividades m<strong>en</strong>ores, os tributos diretos têm uma participação muito mais<br />

expressiva na r<strong>en</strong>da, em torno de 45%, além de serem os países com m<strong>en</strong>or desigualdade na distribuição da<br />

r<strong>en</strong>da pessoal. Assim, em nosso país, além da tributação direta ter um peso m<strong>en</strong>os expressivo, ela ainda se<br />

mostra m<strong>en</strong>os progressiva do que nos países onde os sistemas tributários e de concessão de b<strong>en</strong>efícios<br />

sociais apres<strong>en</strong>tam efeitos redistributivos.<br />

Depre<strong>en</strong>de-se da análise da tabela 12 que a progressividade na tributação direta se deve, notadam<strong>en</strong>te, à<br />

incidência do imposto de r<strong>en</strong>da, s<strong>en</strong>do que os tributos sobre patrimônio apres<strong>en</strong>tam, grosso modo, um perfil<br />

neutro. E, no que concerne às contribuições previd<strong>en</strong>ciárias, a reduzida progressividade que se observa é<br />

decorr<strong>en</strong>te, como anteriorm<strong>en</strong>te ilustrado, do alto grau de desfiliação previd<strong>en</strong>ciária dos trabalhadores mais<br />

pobres. Os outros tributos, que abrangem descontos sobre r<strong>en</strong>da do trabalho principal exclusive o IR e as<br />

contribuições previd<strong>en</strong>ciárias, <strong>en</strong>tre os quais se destaca o ISS, se <strong>en</strong>contram, em termos de incidência, em<br />

posição intermediária à do imposto de r<strong>en</strong>da e ao das contribuições previd<strong>en</strong>ciárias.<br />

Tabela 12 - R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Monetário M<strong>en</strong>sal Familiar per capita, participação da tributação direta na<br />

r<strong>en</strong>da e composição dos tributos diretos, segundo décimos de r<strong>en</strong>da familiar per capita – <strong>Brasil</strong>, 2003.<br />

Estratos de r<strong>en</strong>da<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

monetário m<strong>en</strong>sal<br />

%<br />

tributação<br />

82<br />

Composição<br />

37 DE BEER et al. (2001). A análise dos índices de progressividade será realizada de modo mais porm<strong>en</strong>orizado em seção<br />

próxima.


Décimos de r<strong>en</strong>da<br />

Outros estratos<br />

familiar per capita direta<br />

médio<br />

limite<br />

superior<br />

(2)<br />

sobre a<br />

r<strong>en</strong>da<br />

83<br />

Contribuições<br />

trabalhistas<br />

IR IPTU IPVA Outros<br />

tributos<br />

1º 23,80 40,89 3,7 26,5% 0,1% 48,7% 12,6% 12,1%<br />

2º 57,16 73,00 2,8 48,5% 0,2% 22,5% 10,3% 18,6%<br />

3º 90,34 109,12 4,1 46,0% 0,3% 26,6% 5,0% 22,2%<br />

4º 128,81 149,71 4,5 51,3% 0,5% 22,0% 6,0% 20,1%<br />

5º 172,83 199,13 4,9 52,1% 0,6% 21,8% 6,3% 19,2%<br />

6º 229,79 264,49 5,7 47,0% 0,7% 25,3% 8,4% 18,7%<br />

7º 309,75 364,18 6,9 48,4% 1,0% 20,9% 7,0% 22,7%<br />

8º 440,22 534,86 7,7 43,4% 2,6% 23,0% 9,0% 22,0%<br />

9º 706,03 957,96 8,8 41,8% 9,1% 16,8% 7,6% 24,7%<br />

10º 2.126,53 54.953,67 12,0 25,5% 31,6% 11,8% 5,4% 25,7%<br />

5% mais ricos 2.544,65 1.556,21 12,7 23,2% 34,6% 10,8% 4,7% 26,7%<br />

1% mais ricos 6.325,38 3.655,50 12,5 19,2% 39,7% 10,1% 3,6% 27,4%<br />

Média 428,59 9,5 32,6% 21,6% 15,0% 6,3% 24,5%<br />

Fonte: Microdados da POF 2002/03<br />

Nota: (1): No caso dos 5% mais ricos e dos 1% mais ricos os valores referem-se aos limites inferiores, uma<br />

vez que o limite superior é de R$ 54.953,67.<br />

A tributação direta suportada pelas famílias pode apres<strong>en</strong>tar outras variações, além das relacionadas ao<br />

nível de r<strong>en</strong>da, d<strong>en</strong>tre elas as associadas à origem do recebim<strong>en</strong>to. A dep<strong>en</strong>der da fonte de recebim<strong>en</strong>to a<br />

incidência da tributação direta, especificam<strong>en</strong>te, do imposto de r<strong>en</strong>da e das contribuições previd<strong>en</strong>ciárias, se<br />

difer<strong>en</strong>ciará. Efetivam<strong>en</strong>te, uma família cuja r<strong>en</strong>da é predominantem<strong>en</strong>te oriunda do trabalho assalariado<br />

com carteira assinada recolhe mais tributos diretos que uma família de r<strong>en</strong>da semelhante, mas cujas<br />

principais fontes são os aluguéis, o negócio próprio e as aplicações financeiras. Buscou-se, assim,<br />

discriminar as principais fontes de r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to. Os dados corroboram o fato de que as famílias cujas r<strong>en</strong>das<br />

são prov<strong>en</strong>i<strong>en</strong>tes do assalariam<strong>en</strong>to são aquelas que arcam com as maiores cargas tributárias relativas ao IR<br />

e ao recolhim<strong>en</strong>to previd<strong>en</strong>ciário, como se pode verificar na tabela 13.<br />

Chama a at<strong>en</strong>ção, também, o fato de que as famílias de maior r<strong>en</strong>da – 20% mais ricos –, cujos r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos<br />

são predominantem<strong>en</strong>te oriundos da v<strong>en</strong>da de ativos e das aplicações de capital suportam uma carga de<br />

tributos diretos semelhante e até inferior à das famílias dos estratos intermediários de r<strong>en</strong>da (2º e 3º quintos<br />

de r<strong>en</strong>da), cujas r<strong>en</strong>das são oriundas do trabalho assalariado. Efetivam<strong>en</strong>te, as primeiras, cujo r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to


monetário m<strong>en</strong>sal familiar per capita é de cerca de R$ 2,7 mil, contribuem com 4,97% dessa r<strong>en</strong>da em<br />

tributos diretos, <strong>en</strong>quanto as famílias de assalariados, com r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos m<strong>en</strong>sais per capita médias de R$<br />

110,29 e R$ 201,05, suportam cargas de tributação direta de 5,73 e 6,55, respectivam<strong>en</strong>te.<br />

Tabela 13 - R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to Monetário M<strong>en</strong>sal Familiar per capita, participação da tributação direta total,<br />

do imposto de r<strong>en</strong>da e das contribuições previd<strong>en</strong>ciárias na r<strong>en</strong>da, segundo décimos selecionados de<br />

r<strong>en</strong>da familiar per capita e fonte predominante do r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to – <strong>Brasil</strong>, 2003.<br />

Variáveis<br />

R<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>to<br />

monetário<br />

m<strong>en</strong>sal familiar<br />

per capita (1)<br />

% tributação<br />

direta<br />

% IR<br />

%<br />

contribuições<br />

previd<strong>en</strong>ciárias<br />

Quintos<br />

Recebim<strong>en</strong>to predominante<br />

de<br />

r<strong>en</strong>da Empregado Empregador (4) Conta própria Transferências (2) Aluguéis (4) Outros (3)<br />

84<br />

Média ou<br />

total<br />

1º 42,53 45,47 36,87 42,19 46,69 36,85 40,49<br />

2º 110,29 110,18 107,63 109,48 102,95 109,67 109,57<br />

3º 201,05 207,64 198,34 203,88 211,32 207,71 201,30<br />

4º 373,62 381,46 374,47 377,32 389,94 386,42 374,96<br />

5º 1.272,54 1.731,17 1.223,62 1.558,99 1.507,28 2.672,54 1.415,91<br />

média 407,51 1.138,59 297,32 401,20 836,73 1.283,31 428,59<br />

1º 3,67 0,84 2,44 1,79 12,33 6,27 3,07<br />

2º 5,73 1,99 2,76 1,68 43,97 2,76 4,35<br />

3º 6,55 3,63 3,20 4,06 6,66 2,77 5,39<br />

4º 8,61 6,03 4,87 5,78 6,63 2,79 7,37<br />

5º 14,19 7,99 7,21 10,63 6,76 4,97 11,21<br />

média 11,60 7,72 5,71 8,45 7,19 4,77 9,49<br />

1º 0,01 - 0,00 - - - 0,00<br />

2º 0,03 - 0,01 0,00 - - 0,02<br />

3º 0,05 0,10 0,02 0,00 0,01 - 0,03<br />

4º 0,20 0,21 0,07 0,01 - - 0,15<br />

5º 4,74 2,27 1,52 0,45 0,00 1,35 3,02<br />

média 2,98 2,05 0,86 0,30 0,00 1,22 2,03<br />

1º 1,92 0,08 0,34 0,05 - 0,13 1,04<br />

2º 3,21 0,23 0,33 0,17 0,43 0,37 1,96<br />

3º 3,84 1,11 0,59 0,20 0,17 0,90 2,47<br />

4º 4,47 0,83 0,75 0,49 0,31 0,67 3,06


População<br />

5º 4,70 1,55 1,17 0,52 0,42 1,15 2,87<br />

média 4,43 1,47 0,91 0,45 0,40 1,11 2,79<br />

1º 16.351.776 136.966 10.768.690 7.273.987 95.116 374.524 35.168.812<br />

2º 20.120.372 293.350 6.892.333 7.348.356 104.957 400.716 35.160.084<br />

3º 21.093.398 548.057 6.462.518 6.527.457 152.525 391.613 35.175.567<br />

4º 22.229.604 1.504.865 5.780.193 4.687.882 250.892 696.038 35.149.474<br />

5º 19.718.408 3.545.552 4.648.435 5.316.151 536.348 1.427.134 35.192.028<br />

total 99.513.558 6.028.789 34.552.169 31.153.832 1.139.839 3.290.024 175.845.964<br />

Fonte: dados individualizados (microdados) da POF 2002/03<br />

Nota: (1) Considerou-se som<strong>en</strong>te a r<strong>en</strong>da monetária, ainda que a pesquisa t<strong>en</strong>ha investigado a r<strong>en</strong>da não<br />

monetária. Valor refer<strong>en</strong>te a 15 de janeiro de 2003, data de referência da pesquisa.<br />

(2) Abrange as apos<strong>en</strong>tadorias da previdência pública – INSS e regime do funcionalismo público, da<br />

previdência privada, as bolsas de estudo, as transferências transitórias – programas de r<strong>en</strong>da<br />

mínima, heranças, p<strong>en</strong>sões alim<strong>en</strong>tícias, mesadas, doações, prêmios de jogos de azar.<br />

(3) Abarca as v<strong>en</strong>das esporádicas de ativos, os empréstimos, as aplicações de capital e outros,<br />

d<strong>en</strong>tre os quais se <strong>en</strong>contram os recebim<strong>en</strong>tos de lucros.<br />

(4) Há casos para esses recebim<strong>en</strong>tos para os quais se conta com m<strong>en</strong>os de 100 observações na amostra, o<br />

que requer cuidado na análise dos dados. São eles: os dois primeiros quintos de r<strong>en</strong>da de r<strong>en</strong>da de<br />

empregador e os quatro m<strong>en</strong>ores quintos de r<strong>en</strong>da predominante de aluguéis.<br />

Fica evid<strong>en</strong>te que o imposto de r<strong>en</strong>da recai de fato naquelas famílias em que predominam os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos<br />

oriundos do assalariam<strong>en</strong>to e, em m<strong>en</strong>or grau, nas de empregadores e de trabalhadores por conta-própria.<br />

Enquanto isso, nas famílias de r<strong>en</strong>da mais elevada, em que predominam as r<strong>en</strong>das não advindas do<br />

trabalho, o pagam<strong>en</strong>to de imposto de r<strong>en</strong>da é pouco expressivo. No caso das contribuições previd<strong>en</strong>ciárias, a<br />

situação é ainda mais distorcida, pois a incidência sobre os mais pobres – quinto mais pobre – situa-se ao<br />

redor de 1%, passando a cerca de 3% nos 20% mais ricos, mostrando-se um pouco mais progressiva para o<br />

caso das famílias em que predominam as r<strong>en</strong>das originárias do trabalho.<br />

Esse c<strong>en</strong>ário de baixa incidência tributária sobre os r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos nos estratos mais ricos, quando os<br />

r<strong>en</strong>dim<strong>en</strong>tos são originários predominantem<strong>en</strong>te das aplicações de capital, das v<strong>en</strong>das de ativos, dos lucros<br />

e dos empréstimos é ainda mais agudo, ao se observar os 5% e 1% mais ricos. Nessas famílias os tributos<br />

diretos repres<strong>en</strong>tam 4,5% e 5,7% das r<strong>en</strong>das, cujos valores m<strong>en</strong>sais familiares per capita são de R$ 4,2 mil e<br />

R$ 7,1 mil, respectivam<strong>en</strong>te. Incidência semelhante à que recai sobre as famílias situadas no 3º e 4º<br />

décimos, com r<strong>en</strong>da predominantem<strong>en</strong>te originária do trabalho assalariado.<br />

Considerando-se que a tributação indireta continua p<strong>en</strong>alizando mais as famílias dos estratos inferiores de<br />

r<strong>en</strong>da, como será apontado a seguir e o foi em trabalho rec<strong>en</strong>te, em que se empregou a POF 1995/96 38 , o<br />

grau de progressividade da tributação direta se mostra insufici<strong>en</strong>te para contrabalançar a regressividade da<br />

tributação indireta. Efetivam<strong>en</strong>te, em 1995/96, a carga dos tributos indiretos sobre a r<strong>en</strong>da das famílias<br />

metropolitanas foi de 25,7% no primeiro décimo, 14,3% no quarto, passando a 10,5% no sétimo, e atingindo<br />

som<strong>en</strong>te 6,5% no último. Adicionando-se a incidência dos tributos diretos, a carga tributária total na r<strong>en</strong>da<br />

38 SILVEIRA (2003).<br />

85


das famílias atingia a 28%, no primeiro décimo, a 23%, no seguinte, caindo para cerca de 20% no terceiro,<br />

quarto e quinto décimos, passando, na metade mais rica, a repres<strong>en</strong>tar <strong>en</strong>tre 14% e 16%. Tais números são<br />

sufici<strong>en</strong>tes para demonstrar o caráter reforçador da desigualdade da r<strong>en</strong>da de nosso sistema tributário. 39<br />

IV.3. Tributação Indireta: tributos, incidência e carga sobre a r<strong>en</strong>da e consumo 40<br />

Foram considerados o ICMS, o IPI, o PIS, a COFINS e a CIDE dos combustíveis. As alíquotas efetivas foram<br />

calculadas segundo as regras em vigor, como observado anteriorm<strong>en</strong>te, s<strong>en</strong>do que para o ICMS, que é de<br />

competência dos estados, decidiu-se empregar a legislação paulista. Essas escolhas têm por hipóteses que<br />

os tributos indiretos “funcionam” perfeitam<strong>en</strong>te, ou seja, não incorrem em cobrança em cascata – seja pela<br />

descontinuidade dos recolhim<strong>en</strong>tos e créditos, seja por interpretação das normas de desoneração 41 - e, de<br />

outro, que os tributos indiretos são parte dos preços de toda a aquisição monetária de b<strong>en</strong>s em que a<br />

incidência é definida. Não são consideradas, portanto, a elisão fiscal e a eficiência do sistema de<br />

arrecadação tributária, fatos que quando não considerados implicam em superestimar a carga tributária. O<br />

emprego da legislação paulista, por outro lado, pode implicar em queda na estimativa, caso o estado, pela<br />

amplitude de sua base tributária, conceda uma gama maior de b<strong>en</strong>efícios, pois a característica do ICMS de<br />

cobrança mista destino-origem resulta m<strong>en</strong>or base nos outros estados e na c<strong>en</strong>tralidade de São Paulo na<br />

arrecadação de ICMS. 42<br />

A tabela 14 apres<strong>en</strong>ta as estimativas da carga fiscal direta e indireta sobre as famílias, evid<strong>en</strong>ciando o<br />

elevado grau de regressividade da tributação indireta que, ao não ser contrabalançada pela progressividade<br />

dos tributos diretos, acarreta a regressividade do sistema tributário. Isso se dá quando se empregam os<br />

recebim<strong>en</strong>tos como base de avaliação da carga, e mostra-se, ainda mais regressivo, ao se considerar<br />

som<strong>en</strong>te a parcela monetária da r<strong>en</strong>da. A situação é bastante diversa quando se utiliza o gasto como<br />

parâmetro de incidência. Ainda assim, os tributos indiretos se apres<strong>en</strong>tam regressivos, pois repres<strong>en</strong>tam 1/5<br />

do gasto monetário nos décimos inferiores e medianos de r<strong>en</strong>da, decaindo um pouco nos décimos superiores<br />

de r<strong>en</strong>da para atingir a 15% nos 10% mais ricos. Comportam<strong>en</strong>to semelhante se observa para o gasto total.<br />

Décimos de<br />

Tabela 14 - Participação dos tributos diretos e indiretos na r<strong>en</strong>da e no gasto, <strong>Brasil</strong> – 2003<br />

% Indireta % Direta (1) % Total Tributos<br />

39 Sonia Rocha (2002) analisou o impacto distributivo do imposto de r<strong>en</strong>da, t<strong>en</strong>do avaliado, também, o comportam<strong>en</strong>to das<br />

deduções e realizado simulações com outras estruturas de alíquotas. Com base nos dados das PNADs 1981-1998 e aplicando<br />

as regras do imposto de r<strong>en</strong>da em cada um dos anos, qualificando como pouco expressiva a queda do índice de Gini <strong>en</strong>tre a<br />

r<strong>en</strong>da familiar per capita antes e depois do imposto. Queda que variou <strong>en</strong>tre -3,2% e -5,2%, que não se pode considerar<br />

desprezível. Efeito que é eliminado quando se consideram as deduções, segundo o exercício feito pela autora para o ano de<br />

1999.<br />

Já SIQUEIRA (2002) realiza simulação, em que seria ampliado o número de alíquotas, com a desoneração dos m<strong>en</strong>ores<br />

salários e o aum<strong>en</strong>to da incidência dos maiores. Como resultado ter-se-ia um efeito conc<strong>en</strong>trador. Cabe sublinhar que com as<br />

alíquotas selecionadas, dado o perfil distributivo da r<strong>en</strong>da pessoal, esse seria o resultado previsto de antemão.<br />

40 Nessa seção, foram excluídas as famílias que contam com r<strong>en</strong>da disponível – r<strong>en</strong>da descontados os tributos diretos e<br />

indiretos – negativas, bem como os membros dos domicílios que são p<strong>en</strong>sionistas, empregados domésticos e par<strong>en</strong>tes de<br />

empregados domésticos. Com isso, a amostra se reduz para 46.698 unidades de consumo, com a população atingindo a<br />

169.600.252 pessoas.<br />

41 Em VIANNA et al. (2000) e em MAGALHÃES et al. (2001), a metodologia de cálculo das alíquotas efetivas para produtos<br />

alim<strong>en</strong>tares b<strong>en</strong>eficiários de desoneração, notadam<strong>en</strong>te a de redução da base de cálculo redundavam em cobrança em cascata.<br />

A legislação, no mom<strong>en</strong>to, não define o perc<strong>en</strong>tual de redução da base de cálculo, mas a alíquota final. Assim, assistiu-se a<br />

aperfeiçoam<strong>en</strong>tos na legislação paulista para os b<strong>en</strong>efícios fiscais, bem como se ampliou o leque de produtos contemplados.<br />

42 São Paulo foi responsável, em 2002 e 2003, por 35,3% e 33,8% do ICMS, respectivam<strong>en</strong>te. No PIB nacional sua<br />

participação atingiu a 32,6% e 31,8% nesses dois anos, e de 30,3% no consumo das famílias, segundo a POF.<br />

86


<strong>en</strong>da<br />

disponível R<strong>en</strong>da<br />

total<br />

R<strong>en</strong>da<br />

monetária<br />

Gasto<br />

total<br />

Gasto<br />

monetário<br />

R<strong>en</strong>da<br />

total<br />

87<br />

R<strong>en</strong>da<br />

monetária<br />

R<strong>en</strong>da<br />

total<br />

R<strong>en</strong>da<br />

monetária<br />

Mix gasto (indireta) e<br />

r<strong>en</strong>da (direta) (2)<br />

Total Monetário<br />

1º 29 54 16 21 3 5 32 59 18 26<br />

2º 24 36 16 20 3 5 28 41 19 25<br />

3º 21 30 16 20 3 5 24 35 19 25<br />

4º 19 26 16 20 4 5 23 31 20 25<br />

5º 18 23 16 20 5 6 23 29 20 26<br />

6º 18 22 16 20 5 6 23 28 21 26<br />

7º 16 20 16 19 6 7 22 27 22 26<br />

8º 16 19 16 19 7 8 23 27 23 27<br />

9º 15 17 15 18 8 9 22 26 23 27<br />

10º 11 12 13 15 10 11 21 23 24 26<br />

Total 14 17 15 18 8 9 22 26 23 27<br />

Fonte: microdados da POF 2002-03<br />

Notas: (1) Não foram descontados<br />

Tomando a r<strong>en</strong>da como parâmetro para avaliar a carga tributária, como sugerido anteriorm<strong>en</strong>te, o Gráfico 6<br />

resume a carga fiscal sobre as famílias com base na r<strong>en</strong>da total. No caso dos tributos indiretos, a avaliação<br />

se baseia na r<strong>en</strong>da final, ou seja, descontados os tributos diretos. Assim, na figura, constam as participações<br />

dos tributos diretos e indiretos na r<strong>en</strong>da total inicial e dos tributos indiretos na r<strong>en</strong>da total final – descontados<br />

todos os tributos diretos.<br />

Gráfico 6 - Carga tributária sobre r<strong>en</strong>da total


30%<br />

27%<br />

24%<br />

21%<br />

18%<br />

15%<br />

12%<br />

9%<br />

6%<br />

3%<br />

0%<br />

A regressividade da tributação indireta e a progressividade da tributação direta <strong>en</strong>contram-se evid<strong>en</strong>ciadas<br />

no gráfico, cab<strong>en</strong>do notar que o resultado final é a regressividade da carga tributária total, dado que nos 10%<br />

mais pobres ela atinge ao redor de 32%, caindo continuam<strong>en</strong>te até repres<strong>en</strong>tar, nos 10% mais ricos, 22%.<br />

Como se compõe a tributação indireta é o objetivo da tabela 15, onde se observa, de um lado, não haver<br />

difer<strong>en</strong>ças substanciais em sua composição nos difer<strong>en</strong>tes décimos de r<strong>en</strong>da. De outro lado, se nota o<br />

predomínio do ICMS, que responde por 55% da carga indireta avaliada, cab<strong>en</strong>do ao PIS-COFINS o segundo<br />

posto, com uma participação da ordem de 30%. Grosso modo, o IPI responde pelo restante, dado que a<br />

CIDE-Combustíveis tem um papel marginal na composição da tributação indireta.<br />

Tabela 15 - Valores m<strong>en</strong>sais familiar per capita dos tributos indiretos – ICMS, IPI, PIS-COFINS e CIDE – da<br />

r<strong>en</strong>da total e da r<strong>en</strong>da monetária, segundo décimos de r<strong>en</strong>da monetária disponível familiar per capita<br />

Décimos de<br />

r<strong>en</strong>da<br />

disponível<br />

1° 2° 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º total<br />

décimos de r<strong>en</strong>da familiar per capitadisponível<br />

(r<strong>en</strong>da m<strong>en</strong>os tributos)<br />

ICMS IPI PIS-COFINS CIDE R<strong>en</strong>da total R<strong>en</strong>da<br />

monetária<br />

1 11,45 3,35 5,69 0,36 71,70 38,67<br />

2 13,97 3,80 6,93 0,48 104,05 69,34<br />

3 16,67 4,87 8,50 0,52 147,36 101,39<br />

4 19,39 5,42 9,85 0,60 181,35 136,96<br />

5 22,98 6,49 11,80 0,75 229,11 180,52<br />

6 28,92 7,98 14,73 1,31 300,45 240,09<br />

7 34,02 9,54 17,37 1,78 382,43 316,67<br />

88<br />

indireta - final<br />

indireta - inicial<br />

direta - inicial<br />

(R$ janeiro 2003)


8 47,02 14,16 23,99 2,54 534,94 453,49<br />

9 64,67 18,07 32,42 4,69 818,73 717,83<br />

10 134,05 41,61 66,77 9,89 2.362,16 2.151,85<br />

total 39,32 11,53 19,81 2,29 513,35 440,79<br />

Fonte: microdados da POF 2002-03<br />

A regressividade da tributação indireta fica mais uma vez ilustrada quando se avalia a razão <strong>en</strong>tre as r<strong>en</strong>das<br />

dos mais ricos fr<strong>en</strong>te à dos mais pobres em comparação com o valor dessa razão para os tributos indiretos.<br />

Efetivam<strong>en</strong>te, <strong>en</strong>quanto a razão 20+/40- para a r<strong>en</strong>da total se situa ao redor de 13 vezes, no caso dos<br />

tributos indiretos essa relação é de 6,7 vezes. Situação que se mostra ainda mais aguda quando se cotejam<br />

as razões <strong>en</strong>tre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres, s<strong>en</strong>do de 33 vezes, para a r<strong>en</strong>da total, e de tão<br />

som<strong>en</strong>te 12 vezes, no caso dos tributos indiretos.<br />

IV.4. Previdência e Assistência: participação na r<strong>en</strong>da e estrutura de distribuição<br />

Primeiram<strong>en</strong>te, vale verificar, com base em dados da PNAD, quão progressivas (regressivas) são as<br />

contribuições e as apos<strong>en</strong>tadorias, informação que consta da Tabela 16. No que concerne às contribuições<br />

previd<strong>en</strong>ciárias dos trabalhadores – importante fonte de financiam<strong>en</strong>to da previdência – é bastante claro seu<br />

caráter progressivo, pois sua participação na r<strong>en</strong>da monetária cresce do 1° ao 5º décimo e do 7° ao 9°<br />

décimo de r<strong>en</strong>da domiciliar per capita, diminuindo no último décimo. Efetivam<strong>en</strong>te, nos 30% mais pobres, a<br />

participação das contribuições previd<strong>en</strong>ciárias sobre a r<strong>en</strong>da situa-se <strong>en</strong>tre 1 e 3,4%, passando nos 30%<br />

seguintes a repres<strong>en</strong>tar <strong>en</strong>tre 4,1% e 4,4% da r<strong>en</strong>da. Nos 30% abaixo dos 10% mais ricos, o peso das<br />

contribuições varia <strong>en</strong>tre 5,5% e 6,6%, com os 10% mais ricos contribuindo com 6,4% de sua r<strong>en</strong>da para a<br />

previdência. Pode-se inferir que a progressividade das contribuições se deva à m<strong>en</strong>or pres<strong>en</strong>ça de<br />

trabalhadores formais nos primeiros décimos de r<strong>en</strong>da, o que implica em ausência de proteção<br />

previd<strong>en</strong>ciária.<br />

Já no caso dos b<strong>en</strong>efícios previd<strong>en</strong>ciários, pode-se apontar para certa regressividade. Embora o 6° décimo<br />

seja aquele em que os b<strong>en</strong>efícios repres<strong>en</strong>tam a maior proporção da r<strong>en</strong>da per capita (25,5%), nos 20% mais<br />

pobres os b<strong>en</strong>efícios repres<strong>en</strong>tam 8,0% da r<strong>en</strong>da, <strong>en</strong>quanto <strong>en</strong>tre os 20% mais ricos eles somam 18,8%.<br />

Ressalte-se novam<strong>en</strong>te, <strong>en</strong>tretanto, que nessa análise estão incluídos tanto os b<strong>en</strong>efícios do Regime Geral<br />

quanto os dos Regimes Próprios de Previdência Social dos servidores públicos – esses últimos<br />

provavelm<strong>en</strong>te responsáveis pelo grosso da regressividade observada.<br />

Tabela 16 - Valor da r<strong>en</strong>da domiciliar per capita e participação de apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões e de<br />

contribuições previd<strong>en</strong>ciárias na r<strong>en</strong>da, segundo décimos de r<strong>en</strong>da. <strong>Brasil</strong> – 2008<br />

Décimos de<br />

r<strong>en</strong>da<br />

domiciliar per<br />

capita<br />

Participação perc<strong>en</strong>tual na r<strong>en</strong>da R<strong>en</strong>da<br />

B<strong>en</strong>efícios<br />

previd<strong>en</strong>ciários<br />

89<br />

Contribuições<br />

previd<strong>en</strong>ciárias<br />

domiciliar<br />

per capita<br />

1 4,5% 0,9% R$ 57,48<br />

2 11,5% 2,8% R$ 125,84


3 14,6% 3,4% R$ 181,85<br />

4 15,2% 4,1% R$ 238,82<br />

5 17,4% 4,5% R$ 306,60<br />

6 25,5% 4,4% R$ 390,85<br />

7 17,0% 5,5% R$ 484,40<br />

8 17,5% 6,1% R$ 642,58<br />

9 19,5% 6,6% R$ 942,48<br />

10 18,0% 6,4% R$ 2.546,45<br />

Média 18,1% 5,5% R$ 591,74<br />

Fonte: microdados da PNAD 2008. Elaboração: Autores<br />

Outra forma de analisar o perfil distributivo da previdência é: medir o impacto distributivo da contribuição<br />

previd<strong>en</strong>ciária, apres<strong>en</strong>tando a queda perc<strong>en</strong>tual do índice de Gini com as contribuições, decorr<strong>en</strong>tes de sua<br />

participação na r<strong>en</strong>da e de seu coefici<strong>en</strong>te de conc<strong>en</strong>tração. Como se pode verificar na Tabela 16, as<br />

contribuições previd<strong>en</strong>ciárias, segundo as estimativas na PNAD 2008, repres<strong>en</strong>tem 5,5% da r<strong>en</strong>da –<br />

negativa, visto ser um imposto, ou seja, que implica em queda na r<strong>en</strong>da – e apres<strong>en</strong>ta um coefici<strong>en</strong>te de<br />

conc<strong>en</strong>tração superior a r<strong>en</strong>da. Em função disso, observa-se uma queda no índice de Gini de 0,59%, com as<br />

contribuições respond<strong>en</strong>do por -0,69% do índice de Gini após sua incidência – tabela 16. Portanto, as<br />

contribuições previd<strong>en</strong>ciárias são levem<strong>en</strong>te progressivas, s<strong>en</strong>do seu impacto distributivo ainda m<strong>en</strong>or em<br />

razão da baixa importância sobre a r<strong>en</strong>da total. Duas possibilidades podem ser av<strong>en</strong>tadas para o increm<strong>en</strong>to<br />

de seu pot<strong>en</strong>cial distributivo, quais sejam: desonerar ou is<strong>en</strong>tar a contribuição previd<strong>en</strong>ciária dos<br />

trabalhadores para o primeiro salário mínimo percebido e ampliar o limite superior do salário de contribuição.<br />

Tabela 17 – Participação da contribuição previd<strong>en</strong>ciária na r<strong>en</strong>da, coefici<strong>en</strong>te de conc<strong>en</strong>tração e<br />

redução do Gini – 2008<br />

Gini<br />

Original<br />

Gini após<br />

contribuições<br />

Queda %<br />

do Gini<br />

Participação<br />

na R<strong>en</strong>da<br />

(%)<br />

90<br />

Coefici<strong>en</strong>te de<br />

Conc<strong>en</strong>tração<br />

(CC)<br />

Parcela de Gini<br />

Participação * CC %<br />

0,545 0,542 -0,59 - 5,50 0,610 - 0,0037 - 0,69<br />

Fonte: Elaboração própria com base na PNAD 2008.<br />

Pode-se, também, avaliar o perfil distributivo da previdência, com base nos dados da POF, comparando,<br />

como feito com a PNAD, as composições dos montantes das contribuições previd<strong>en</strong>ciárias dos trabalhadores<br />

e das apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões, segundo estratos de r<strong>en</strong>da. Considerando-se que a previdência social no<br />

<strong>Brasil</strong> – seja o RGPS sejam os RPPS – é de repartição, ou seja, os ativos de hoje financiam os b<strong>en</strong>efícios<br />

dos atuais inativos, é válido m<strong>en</strong>surar as parcelas nos montantes contributivos e dos b<strong>en</strong>efícios que cabem<br />

aos difer<strong>en</strong>tes grupos populacionais segundo níveis de r<strong>en</strong>da. Surge, contudo, um questionam<strong>en</strong>to em face<br />

das participações das contribuições e das apos<strong>en</strong>tadorias em relação à r<strong>en</strong>da, de 3,1% e 12,8%,


espectivam<strong>en</strong>te: Que sistema de repartição é esse, com tal grau de desbalanceam<strong>en</strong>to atuarial? Em<br />

primeiro lugar, há que observar que a parcela dos empregadores não foi considerada, s<strong>en</strong>do ela, grosso<br />

modo, de 2 vezes a dos empregados. Assim, as contribuições passariam a repres<strong>en</strong>tar 9,3% da r<strong>en</strong>da.<br />

Adicionando-se a isso as subv<strong>en</strong>ções a agricultores familiares, empregados domésticos e trabalhadores<br />

rurais, bem como as desonerações para pequ<strong>en</strong>as empresas e <strong>en</strong>tidades filantrópicas, <strong>en</strong>tre outros, chegase<br />

a um maior equilíbrio <strong>en</strong>tre a parcela das contribuições no total da r<strong>en</strong>da pessoal e a participação das<br />

apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões nessa mesma r<strong>en</strong>da.<br />

Caso estejam s<strong>en</strong>do repartidos de maneira semelhante, a previdência social não estará, grosso modo, nem<br />

reforçando nem at<strong>en</strong>uando a conc<strong>en</strong>tração da r<strong>en</strong>da pessoal. Esse é o espírito do gráfico 7, onde se pode<br />

notar que as difer<strong>en</strong>ças <strong>en</strong>tre as participações nas contribuições previd<strong>en</strong>ciárias e nas apos<strong>en</strong>tadorias pelos<br />

décimos de r<strong>en</strong>da não são expressivas, situando-se <strong>en</strong>tre –5,4 e 3,0 p.p. Na realidade, os seis primeiros<br />

décimos apropriam-se de parcela maior das apos<strong>en</strong>tadorias em relação às suas participações no total das<br />

contribuições. Destaca-se o ganho no 6o décimo e a quase paridade no 1o décimo. Isso é contrabalançado<br />

pela maior participação no total das contribuições que na das apos<strong>en</strong>tadorias nos 40% mais ricos, com<br />

destaque para o difer<strong>en</strong>cial no 9o décimo, que responde por quase 20% das contribuições contra uma<br />

participação no total das apos<strong>en</strong>tadorias de m<strong>en</strong>os de 15%.<br />

Gráfico 7 - <strong>Brasil</strong>: Parcela das Apos<strong>en</strong>tadorias (e P<strong>en</strong>sões) e das Contribuições Previd<strong>en</strong>ciárias por<br />

Décimos de R<strong>en</strong>da Monetária Domiciliar per capita – 2002-2003<br />

50%<br />

45%<br />

40%<br />

35%<br />

30%<br />

25%<br />

20%<br />

15%<br />

10%<br />

5%<br />

0%<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

IBGE/POF de 2002-2003 (microdados).<br />

decimos de r<strong>en</strong>da monetária domiciliar per capita<br />

91<br />

apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões<br />

contribuições<br />

difer<strong>en</strong>ça<br />

Fonte:<br />

É fato, todavia, que há uma grande conc<strong>en</strong>tração do montante das apos<strong>en</strong>tadorias nos décimos mais ricos,<br />

com os 10% e os 20% mais ricos apropriando-se de 49% e 69%, respectivam<strong>en</strong>te. Ainda que a distribuição<br />

das contribuições seja ainda mais conc<strong>en</strong>trada, os ganhos distributivos poderiam ser de maior <strong>en</strong>vergadura.<br />

Com respeito a transferências de r<strong>en</strong>da, elas apres<strong>en</strong>tam uma importância marginal na r<strong>en</strong>da total. Segundo<br />

os dados da POF de 2002-2003, os auxílios, sejam os de caráter previd<strong>en</strong>ciário sejam os concedidos pelos<br />

empregadores – em grande medida, resultado de acordos trabalhistas –, os programas de transferência de<br />

3,00<br />

2,40<br />

1,80<br />

1,20<br />

0,60<br />

0,00<br />

-0,60<br />

-1,20<br />

-1,80<br />

-2,40<br />

-3,00<br />

-3,60<br />

-4,20<br />

-4,80<br />

-5,40<br />

pontos perc<strong>en</strong>tuais


<strong>en</strong>da – as chamadas “bolsas” – e o seguro-desemprego repres<strong>en</strong>tavam 0,5% da r<strong>en</strong>da monetária. Ainda que<br />

se realizem ajustes, dado, como visto, serem bastante subavaliados os dados da POF para os auxílios<br />

previd<strong>en</strong>ciários e para o seguro-desemprego, esses b<strong>en</strong>efícios e transferências atingiriam no máximo a 2,5%<br />

da r<strong>en</strong>da monetária. Quanto à focalização, ou seja, a conc<strong>en</strong>tração desses b<strong>en</strong>efícios nos estratos<br />

populacionais de m<strong>en</strong>or r<strong>en</strong>da, fica evid<strong>en</strong>te a difer<strong>en</strong>ça <strong>en</strong>tre os programas de transferência, de um lado, e<br />

os auxílios e o seguro-desemprego, de outro. T<strong>en</strong>do em conta que esses dois últimos b<strong>en</strong>efícios se efetivam<br />

em razão da inserção formal ao mercado de trabalho, sua m<strong>en</strong>or importância e pres<strong>en</strong>ça nos estratos<br />

inferiores de r<strong>en</strong>da refletem as precárias relações trabalhistas das pessoas mais pobres e, por conseguinte, a<br />

ausência de proteção social que afeta esses estratos populacionais.<br />

Em relação aos programas de transferência de r<strong>en</strong>da, os dados mostram o peso que eles assumem na r<strong>en</strong>da<br />

dos 10% mais pobres, atingindo 7,8% da r<strong>en</strong>da monetária e decaindo continuam<strong>en</strong>te em seguida. Dado o<br />

desemp<strong>en</strong>ho dos programas de transferência, que, <strong>en</strong>tre 2002 e 2006, tiveram um increm<strong>en</strong>to de 3,5 vezes<br />

no total dos recursos, e que, hoje, at<strong>en</strong>dem a cerca de 12 milhões de famílias, é de se esperar que sua<br />

importância na r<strong>en</strong>da das famílias mais pobres t<strong>en</strong>ha ganhado maior expressão e se est<strong>en</strong>dido para além<br />

dos 10% mais pobres. Rec<strong>en</strong>te estudo que avalia os efeitos dos programas de transferência de r<strong>en</strong>da, com<br />

base nos dados da PNAD de 2004, mostra que 80% da r<strong>en</strong>da do Bolsa Família se dirigia às famílias com<br />

r<strong>en</strong>da inferior a 1/2 SM per capita, o que repres<strong>en</strong>ta 32% da população (Soares et al., 2007).<br />

V. RESULTADOS PRELIMINARES 2: Impactos distributivos da tributação e das transferências<br />

monetárias<br />

V.1. Efeitos Distributivos da Concessão de B<strong>en</strong>efícios e da Incidência Tributária<br />

A abordagem mais usual de avaliação dos impactos distributivos do sistema de proteção social, da política<br />

tributária e da oferta de serviços públicos de caráter universal – saúde e educação – é aquela que compara<br />

as medidas de conc<strong>en</strong>tração da r<strong>en</strong>da – especialm<strong>en</strong>te o índice de Gini – antes e depois da interv<strong>en</strong>ção<br />

governam<strong>en</strong>tal. Se tal abordagem se mostra muito intuitiva, ela apres<strong>en</strong>ta sérias limitações, dado que não<br />

indica de modo claro a que se deve a mudança no índice, se à progressividade da política ou se a alterações<br />

no ord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to das famílias. Em verdade, não mostra qual dos dois efeitos predominou. Ademais, como já<br />

se apontou, com base em Lerman e Yitzhaki, a avaliação dos efeitos dep<strong>en</strong>de da r<strong>en</strong>da que será empregada<br />

como base, se a anterior ou a posterior, ou seja, que ord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to das famílias servirá de base na<br />

m<strong>en</strong>suração da progressividade e do efeito do reord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to.<br />

De toda sorte, vale iniciar a análise dos impactos por essas estimativas globais, cab<strong>en</strong>do adiantar que se<br />

adota aqui a avaliação com base na r<strong>en</strong>da ex post, uma vez que propostas de alteração das políticas só<br />

fazem s<strong>en</strong>tido sob a realidade exist<strong>en</strong>te. E, ademais, a análise de alterações marginais nas políticas de<br />

proteção social, tributária e de provisão pública de serviços se des<strong>en</strong>volve com base na r<strong>en</strong>da resultante,<br />

final. Do mesmo modo, a questão pertin<strong>en</strong>te é saber o efeito de se conceder ou se tributar R$ 1 adicional e<br />

não o efeito do primeiro real transferido ou recolhido.<br />

Na tabela 18 são apres<strong>en</strong>tadas as alterações na estrutura de repartição da r<strong>en</strong>da domiciliar na passagem<br />

para cada um dos estágios de r<strong>en</strong>da, segundo os quintos e o primeiro e último décimos pelas respectivas<br />

r<strong>en</strong>das domiciliares per capita, bem como seus valores médios m<strong>en</strong>sais e coefici<strong>en</strong>tes de Gini, em valores<br />

perc<strong>en</strong>tuais.<br />

Observa-se que o coefici<strong>en</strong>te de Gini da r<strong>en</strong>da domiciliar per capita não se altera quando se passa da r<strong>en</strong>da<br />

original para a r<strong>en</strong>da disponível, ou seja, a incorporação das transferências e a incidência dos impostos –<br />

diretos e indiretos – não se reflete em alteração da principal medida de conc<strong>en</strong>tração. Em realidade o 1 o , o 2o<br />

92


e o último quintos exibem um tênue crescim<strong>en</strong>to de suas participações na r<strong>en</strong>da, que contrabalançada pela<br />

perda no 3 o e 4 o décimos, resulta em estabilidade no índice de Gini.<br />

Tabela 18 - <strong>Brasil</strong>: Distribuição da R<strong>en</strong>da Domiciliar Total para os Difer<strong>en</strong>tes Estágios da R<strong>en</strong>da,<br />

segundo Quintos e Décimos Selecionados da R<strong>en</strong>da – 2002-2003<br />

Quintos<br />

Parcela da r<strong>en</strong>da apropriada por cada quinto e décimo (%)<br />

R<strong>en</strong>da original R<strong>en</strong>da inicial R<strong>en</strong>da final R<strong>en</strong>da disponível<br />

1º 2,3 2,7 2,9 2,6<br />

2º 5,6 5,9 6,2 5,9<br />

3º 9,9 10,1 10,5 10,1<br />

4º 18,0 18,0 18,3 17,9<br />

5º 64,2 63,2 62,0 63,6<br />

Décimos<br />

1º 0,7 0,9 1,0 0,9<br />

10º 48,0 47,0 45,7 47,5<br />

Coefici<strong>en</strong>te de Gini (%) 60,3 58,8 57,5 59,3<br />

Média (R$) 453,10 513,35 472,76 399,81<br />

Fonte: IBGE/POF de 2002-2003 (microdados).<br />

Verificam-se ganhos distributivos com a concessão de b<strong>en</strong>efícios previd<strong>en</strong>ciários e assist<strong>en</strong>ciais, dos<br />

auxílios, das bolsas de estudos e do seguro-desemprego, com o índice de Gini diminuindo 4,2%, ou queda<br />

de, 0,027, que continua, em m<strong>en</strong>or grau, com a tributação direta, totalizando, em comparação com o índice<br />

da r<strong>en</strong>da original, uma queda absoluta de – 0,040 (– 6,2%). Essa expressiva diminuição da desigualdade é<br />

quase que integralm<strong>en</strong>te perdida com a incidência dos tributos indiretos, dado que o índice de Gini da r<strong>en</strong>da<br />

disponível é som<strong>en</strong>te 1,7% inferior ao da r<strong>en</strong>da original.<br />

93


V.2. Decomposição da Desigualdade das R<strong>en</strong>das Inicial, Final e Disponível: Efeitos Marginais das<br />

Transferências e dos Tributos<br />

A avaliação com base na decomposição das medidas de desigualdade tem por base a r<strong>en</strong>da ex post e foi<br />

des<strong>en</strong>volvida em cada um dos três estágios da r<strong>en</strong>da, ou seja, a cada etapa incorporando uma “nova”<br />

interv<strong>en</strong>ção governam<strong>en</strong>tal: a concessão de b<strong>en</strong>efícios, o desconto dos tributos diretos e a incidência da<br />

tributação indireta.<br />

A r<strong>en</strong>da monetária inicial foi decomposta em duas parcelas: a d<strong>en</strong>ominada original, ou seja, da soma dos<br />

recebim<strong>en</strong>tos de caráter privado – trabalho, v<strong>en</strong>das, aluguéis, doações e transferências de outras famílias,<br />

juros e divid<strong>en</strong>dos – e a oriunda das transferências monetárias governam<strong>en</strong>tais, especialm<strong>en</strong>te, os b<strong>en</strong>efícios<br />

previd<strong>en</strong>ciários e assist<strong>en</strong>ciais. Os b<strong>en</strong>efícios respondem por 13,7% da r<strong>en</strong>da monetária inicial, cab<strong>en</strong>do às<br />

apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões a quase totalidade dessa participação. Efetivam<strong>en</strong>te, segundo as estimativas,<br />

55,9% e 37,7% do valor total das transferências aqui analisadas são de responsabilidade dos b<strong>en</strong>efícios<br />

concedidos pelo RGPS e pelos RPPSs, respectivam<strong>en</strong>te. As bolsas de estudo, os programas de<br />

transferência de r<strong>en</strong>da, os auxílios e o seguro-desemprego respondem pelos restantes 6,5% das<br />

transferências. Assim, esses b<strong>en</strong>efícios, por terem pequ<strong>en</strong>a importância na r<strong>en</strong>da, têm uma contribuição<br />

marginal na desigualdade da r<strong>en</strong>da monetária, cab<strong>en</strong>do à previdência social um papel de maior destaque.<br />

Todavia, visto que a previdência como um todo apres<strong>en</strong>ta uma razão de conc<strong>en</strong>tração relativam<strong>en</strong>te próxima<br />

ao do índice de Gini da r<strong>en</strong>da monetária inicial, sua contribuição ao índice de Gini (12,8%) é similar à<br />

participação na r<strong>en</strong>da (13,7%). Isso indica que, pelos dados da POF, a previdência social tem um efeito<br />

distributivo pouco expressivo. Tal conclusão guarda semelhança com os resultados alcançados por outros<br />

estudos que, com base nos dados da PNAD, concluem que previdência social apres<strong>en</strong>ta, grosso modo, um<br />

caráter neutro na distribuição da r<strong>en</strong>da no <strong>Brasil</strong> (HOFFMANN, 2003a, 2003b, 2007).<br />

Contudo, quando se discriminam os dois regimes previd<strong>en</strong>ciários, fica pat<strong>en</strong>te o papel distributivo do RGPS,<br />

pois sua razão de conc<strong>en</strong>tração é bem inferior ao índice de Gini da r<strong>en</strong>da final. Já as apos<strong>en</strong>tadorias e<br />

p<strong>en</strong>sões do funcionalismo público apres<strong>en</strong>tam uma razão de conc<strong>en</strong>tração bastante elevada, indicando seu<br />

caráter regressivo e mostrando que aum<strong>en</strong>tos nessa fonte de r<strong>en</strong>da geram increm<strong>en</strong>tos na desigualdade. As<br />

contribuições marginais do RGPS e dos RPPSs à desigualdade da r<strong>en</strong>da inicial são de, respectivam<strong>en</strong>te,<br />

0,018 e 0,015 (tabela 19), isto é, <strong>en</strong>quanto um pequ<strong>en</strong>o aum<strong>en</strong>to proporcional nas apos<strong>en</strong>tadorias do RGPS<br />

implicaria diminuição do índice de Gini, o oposto ocorre para a previdência do setor público.<br />

Os auxílios e o seguro-desemprego apres<strong>en</strong>tam razões de conc<strong>en</strong>tração semelhantes, em torno de 0,300,<br />

bem inferior ao índice de Gini e pouco m<strong>en</strong>or que a razão de conc<strong>en</strong>tração das apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões do<br />

RGPS. Dado o pequ<strong>en</strong>o peso desses b<strong>en</strong>efícios na r<strong>en</strong>da, suas participações no índice de Gini são quase<br />

nulas, assim como suas contribuições marginais. Ou seja, pequ<strong>en</strong>os increm<strong>en</strong>tos proporcionais nessas<br />

transferências implicam leves decréscimos no índice de Gini.<br />

As outras duas transferências – bolsas de estudos e programas de transferência de r<strong>en</strong>da – cujas<br />

participações na r<strong>en</strong>da inicial são de 0,4% e 0,2%, respectivam<strong>en</strong>te, têm comportam<strong>en</strong>tos diametralm<strong>en</strong>te<br />

opostos. Enquanto a razão de conc<strong>en</strong>tração das bolsas de estudo é próxima a 1, ou seja, são transferências<br />

muito regressivas, os programas de transferência de r<strong>en</strong>da exibem razão de conc<strong>en</strong>tração negativa (–0,224),<br />

significando que se conc<strong>en</strong>tram nos estratos inferiores de r<strong>en</strong>da e contribuem negativam<strong>en</strong>te ao índice de<br />

Gini. Sua efetividade na diminuição da desigualdade é reduzida em razão de sua inexpressiva participação<br />

na r<strong>en</strong>da final, respond<strong>en</strong>do por tão-som<strong>en</strong>te –0,1% do índice de Gini da r<strong>en</strong>da inicial. Assim, apesar de mais<br />

progressivo que as apos<strong>en</strong>tadorias do RGPS, a contribuição marginal das bolsas ao decréscimo do Gini é de<br />

cerca de 1/10 do efeito marginal dos b<strong>en</strong>efícios do RGPS (tabela 19).<br />

Observam-se alterações pouco expressivas nas razões de conc<strong>en</strong>tração das transferências quando se<br />

empregam as r<strong>en</strong>das final – sem tributos diretos – e disponível – descontada toda a tributação – devido ao<br />

fato do índice de Gini, para ambas as r<strong>en</strong>da, situar-se em patamar relativam<strong>en</strong>te elevado e de não<br />

94


ocorrerem mudanças expressivas no ord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to das famílias (tabela 19). Efetivam<strong>en</strong>te, na passagem da<br />

r<strong>en</strong>da final para a disponível, assiste-se a um aum<strong>en</strong>to – considerando-se os valores em módulo – das<br />

contribuições marginais das apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões, pois, nesse caso, é relativam<strong>en</strong>te expressivo o<br />

aum<strong>en</strong>to do índice de Gini (6,6%).<br />

Os tributos diretos repres<strong>en</strong>tam 10,5% da r<strong>en</strong>da final ou 9,5% sobre a r<strong>en</strong>da na qual incidem – a r<strong>en</strong>da inicial<br />

–, com as contribuições previd<strong>en</strong>ciárias repres<strong>en</strong>tando cerca de 1/3 dos tributos, vindo a seguir as outras<br />

deduções (1/4), o IR (1/5), o IPTU (1/6) e, por fim, o IPVA (1/16).<br />

O IR e, em m<strong>en</strong>or grau, as outras deduções e o IPVA se mostram progressivos, pois suas razões de<br />

conc<strong>en</strong>tração são superiores ao índice de Gini da r<strong>en</strong>da final, <strong>en</strong>quanto as contribuições previd<strong>en</strong>ciárias são,<br />

grosso modo, neutras, ao apres<strong>en</strong>tarem razão de conc<strong>en</strong>tração próxima ao índice. Já o IPTU exibe uma<br />

razão de conc<strong>en</strong>tração inferior ao índice de Gini e, portanto, contribuição marginal positiva, ou seja,<br />

pequ<strong>en</strong>os aum<strong>en</strong>tos proporcionais em seu valor implica aum<strong>en</strong>to na desigualdade. Esse resultado aponta<br />

para um desvirtuam<strong>en</strong>to do objetivo desse imposto, pois não é admissível a regressividade em um tributo<br />

sobre o patrimônio.<br />

O baixo efeito distributivo de cada um dos tributos diretos é ainda m<strong>en</strong>or devido à pequ<strong>en</strong>a participação deles<br />

na r<strong>en</strong>da. Isto diminui em muito o pot<strong>en</strong>cial distributivo do imposto de r<strong>en</strong>da. Assim, acréscimos proporcionais<br />

no IR, ainda que acarrete uma diminuição na desigualdade, esta é pouco expressiva (contribuição marginal<br />

de –0,006).<br />

Efetivam<strong>en</strong>te, desconsideradas as famílias cujo resultado final são r<strong>en</strong>das negativas, o índice de Gini da<br />

r<strong>en</strong>da original – situação hipotética – é de 0,6451, s<strong>en</strong>do de 0,6176 para a r<strong>en</strong>da inicial. Com os tributos<br />

diretos, o índice de Gini cai para 0,6051 – r<strong>en</strong>da final, aum<strong>en</strong>tando para 0,6335 com a incidência dos tributos<br />

indiretos. As contribuições marginais ao índice de Gini da r<strong>en</strong>da disponível – som<strong>en</strong>te para resultados não<br />

negativos dessa r<strong>en</strong>da – são para o total dos b<strong>en</strong>efícios totais, dos tributos diretos e dos indiretos de –0,009,<br />

–0,009 e 0,04343, respectivam<strong>en</strong>te. Verifica-se que a retirada das r<strong>en</strong>das negativas diminui a eficácia<br />

distributiva das transferências e dos tributos diretos, amplificando a regressividade dos tributos indiretos.<br />

43 . Os coefici<strong>en</strong>tes de conc<strong>en</strong>tração das transferências, dos tributos diretos e dos indiretos, nessa situação, são de 0,5851,<br />

0,7072 e 0,4386, que se <strong>en</strong>contram ilustrados na figura 12.<br />

95


Tabela 19 - <strong>Brasil</strong>: Decomposição dos Índices de Gini da R<strong>en</strong>da Inicial, Final e Disponível – 2002-2003.<br />

B<strong>en</strong>efícios ou Tributos<br />

Valor médio<br />

(R$ jan./03)<br />

Participação na r<strong>en</strong>da (%) Razão de conc<strong>en</strong>tração Contribuição marginal (1)<br />

Inicial Final Disponível R<strong>en</strong>da inicial R<strong>en</strong>da final R<strong>en</strong>da disponível Inicial Final Disponível<br />

R<strong>en</strong>da monetária sem b<strong>en</strong>efícios 370,57 86,3 95,4 117,7 0,6304 0,6269 0,6136 0,0054 0,0117 -0,0487<br />

B<strong>en</strong>efícios totais 58,67 13,7 15,1 18,6 0,5843 0,5840 0,5886 -0,0055 -0,0046 -0,0124<br />

Apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões 54,88 12,8 14,1 17,4 0,5940 0,5933 0,5978 -0,0039 -0,0030 -0,0099<br />

RGPS 32,79 7,6 8,4 10,4 0,3838 0,3855 0,3939 -0,0184 -0,0193 -0,0272<br />

RPPS 22,10 5,1 5,7 7,0 0,9062 0,9019 0,9007 0,0145 0,0163 0,0172<br />

Auxílios 0,54 0,1 0,1 0,2 0,3090 0,3132 0,3117 -0,0003 -0,0003 -0,0007<br />

Bolsa de estudo 1,72 0,4 0,4 0,5 0,9345 0,9377 0,9353 0,0012 0,0013 0,0014<br />

Bolsas 1,06 0,2 0,3 0,3 -0,2244 -0,2152 -0,1878 -0,0017 -0,0025 -0,0025<br />

Seguro desemprego 0,46 0,1 0,1 0,1 0,3043 0,3132 0,3188 -0,0003 -0,0003 -0,0003<br />

R<strong>en</strong>da monetária inicial 429,24 100,0 110,5 136,4 0,6241 0,6210 0,6102 0,0071 -0,0611<br />

Tributos diretos 40,74 -10,5 -12,9 0,6820 0,6547 -0,0071 0,0000<br />

Contribuições previd<strong>en</strong>ciárias 13,26 -3,4 -4,2 0,6080 0,5902 0,0002 0,0027<br />

Imposto de R<strong>en</strong>da 8,79 -2,3 -2,8 0,8805 0,8651 -0,0061 -0,0059<br />

IPTU 6,12 -1,6 -1,9 0,5089 0,4586 0,0017 0,0037<br />

96


IPVA 2,55 -0,7 -0,8 0,6810 0,6088 -0,0005 0,0004<br />

Outros diretos 10,01 -2,6 -3,2 0,7120 0,6871 -0,0025 -0,0010<br />

R<strong>en</strong>da final (desc. tributos diretos) 388,51 100,0 123,4 0,6146 0,6055 -0,0611<br />

Tributos indiretos 73,78 -23,4 0,3943 0,0610<br />

ICMS 39,73 -12,6 0,3896 0,0334<br />

IPI 11,73 -3,7 0,3950 0,0096<br />

PIS-COFINS 20,00 -6,4 0,3885 0,0171<br />

CIDE-Combustíveis 2,32 -0,7 0,5220 0,0009<br />

R<strong>en</strong>da disponível 314,73 100,0 0,6550<br />

Fonte: IBGE/POF de 2002-2003 (microdados) Notas: (1) :<br />

D h®<br />

0<br />

D G<br />

lim =<br />

Dh<br />

h( C -<br />

G)<br />

h<br />

97


Retomando as informações da tabela 19 – onde são consideradas as r<strong>en</strong>das negativas – para a análise dos<br />

tributos indiretos, verifica-se que estes repres<strong>en</strong>tam quase 1/4 da r<strong>en</strong>da disponível, s<strong>en</strong>do todos eles<br />

regressivos. Em verdade as razões de conc<strong>en</strong>tração dos três principais – ICMS, IPI e PIS-COFINS – situamse<br />

abaixo de 0,400, ou seja, bastante inferior ao índice de Gini da r<strong>en</strong>da disponível, de 0,655. Resulta disso<br />

que pequ<strong>en</strong>as elevações proporcionais desses tributos implicam acréscimos na desigualdade, cuja<br />

<strong>en</strong>vergadura sobressai fr<strong>en</strong>te aos efeitos distributivos dos b<strong>en</strong>efícios e dos tributos diretos. Esses três<br />

tributos apres<strong>en</strong>tam efeitos marginais bem expressivos, com o ICMS t<strong>en</strong>do a maior contribuição marginal e a<br />

PIS-COFINS e o IPI rivalizando com os valores das apos<strong>en</strong>tadorias do RGPS – de caráter distributivo – e dos<br />

RPPSs – de perfil conc<strong>en</strong>trador.<br />

V.3. Impactos Distributivos dos B<strong>en</strong>efícios e dos Tributos: Medidas de Progressividade e Efeitos<br />

de Reord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to 44<br />

Nesta subseção, a avaliação dos impactos distributivos dos b<strong>en</strong>efícios e tributos será feita com base no<br />

comportam<strong>en</strong>to dos dois compon<strong>en</strong>tes que sintetizam as alterações nos índices de desigualdade, como<br />

descrito na seção metodológica. Comportam<strong>en</strong>to esse que varia, a dep<strong>en</strong>der da r<strong>en</strong>da empregada como<br />

parâmetro: se ela é a anterior ao b<strong>en</strong>eficio ou tributo ou se é a posterior. Veremos que os indicadores de<br />

progressividade e os efeitos de rearranjo são bem difer<strong>en</strong>tes, também a dep<strong>en</strong>der da r<strong>en</strong>da empregada como<br />

parâmetro de avaliação. Foi visto que os efeitos de reord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to, na abordagem tradicional de uma política<br />

de caráter progressivo, at<strong>en</strong>uam seus impactos distributivos. Diversam<strong>en</strong>te, quando se emprega a r<strong>en</strong>da ex<br />

post como parâmetro de análise, os dois efeitos têm sinais iguais – sem inflar, portanto, o caráter progressivo<br />

da política.<br />

Na tabela 20 estão os resultados para as duas abordag<strong>en</strong>s, d<strong>en</strong>ominando-se indicadores de Lerman e<br />

Yitzhaki – progressividade e reord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to – quando se emprega a r<strong>en</strong>da resultante – após os b<strong>en</strong>efícios<br />

ou tributos – como o parâmetro. Os indicadores ditos originais – progressividade de Kakwani e de<br />

Reord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to –, dado o emprego mais usual na literatura, se baseiam na r<strong>en</strong>da prévia, vale dizer, aquela<br />

anterior à concessão dos b<strong>en</strong>efícios e da incidência dos impostos.<br />

Os índices de Gini constantes na coluna 2 da tabela referem-se, de um lado, aos quatro estágios distributivos<br />

considerados: r<strong>en</strong>das originais, inicial, final e disponível. Trata-se sempre da parcela monetária da r<strong>en</strong>da, ou<br />

seja, não se referem à r<strong>en</strong>da total. De outro lado, no caso dos b<strong>en</strong>efícios, os índices se referem à situação<br />

anterior à sua concessão, ou seja, a uma r<strong>en</strong>da inicial descontada o b<strong>en</strong>efício. E por fim, no caso dos tributos<br />

diretos e indiretos, os índices de Gini são os resultantes, respectivam<strong>en</strong>te, do recolhim<strong>en</strong>to do tributo direto<br />

sobre a r<strong>en</strong>da inicial (em que já estão incorporados os b<strong>en</strong>efícios) e da incidência do tributo indireto sobre a<br />

r<strong>en</strong>da final.<br />

Na coluna 3 <strong>en</strong>contram-se as difer<strong>en</strong>ças <strong>en</strong>tre os índices resultantes das políticas previd<strong>en</strong>ciária, assist<strong>en</strong>cial<br />

e de tributação, em realidade <strong>en</strong>tre o índice de Gini antes e o índice depois da política. As variações no<br />

índice de Gini se decompõem em duas parcelas: uma relacionada ao grau de progressividade do(s)<br />

b<strong>en</strong>eficio(s) ou do(s) imposto(s) examinado(s) e a outra ao reord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to da população, segundo a r<strong>en</strong>da,<br />

44 . Consideraram-se todas as famílias, mesmo aquelas com r<strong>en</strong>das final e disponível negativas, ainda que tal situação careça de<br />

significado. Excluíram-se, todavia, os p<strong>en</strong>sionistas, empregados domésticos e par<strong>en</strong>tes de empregados domésticos<br />

98


que ocorre devido ou à concessão do b<strong>en</strong>eficio ou à incidência do imposto. Cabe ao peso do b<strong>en</strong>eficio ou do<br />

imposto sobre a r<strong>en</strong>da o papel de ponderador do caráter progressivo/regressivo do b<strong>en</strong>eficio ou do imposto.<br />

De um índice de Gini de 0.651 para a r<strong>en</strong>da original, ou seja, da r<strong>en</strong>da composta de recebim<strong>en</strong>tos “privados”<br />

– trabalho, investim<strong>en</strong>tos e transferências não-públicas – assiste-se a uma diminuição para 0.624 quando se<br />

incorporam os b<strong>en</strong>efícios públicos e dos empregadores – apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões, auxílios, programas de<br />

transferência de r<strong>en</strong>da, bolsa de estudo e seguro-desemprego. Nas etapas seguintes, quando são<br />

consideradas as r<strong>en</strong>das após o recolhim<strong>en</strong>to dos impostos diretos – IR, contribuições previd<strong>en</strong>ciárias, IPTU,<br />

IPVA e as outras deduções – e a incidência dos indiretos – ICMS, IPI, PIS-COFINS e CIDE – o Gini,<br />

primeiram<strong>en</strong>te, cai para 0,615, em decorrência dos impostos diretos, para, em seguida, recrudescer ao nível<br />

da r<strong>en</strong>da original – 0,655. Assim, os ganhos distributivos decorr<strong>en</strong>tes das transferências monetárias<br />

governam<strong>en</strong>tais e da tributação direta são corroídos pelos tributos indiretos. Dito de outro modo, a<br />

conc<strong>en</strong>tração da r<strong>en</strong>da, medida pelo índice de Gini, após ter diminuído 5,5%, graças à concessão de<br />

b<strong>en</strong>efícios e à tributação direta, aum<strong>en</strong>tou 6,6%, t<strong>en</strong>do como resultado final – ou seja, fr<strong>en</strong>te ao índice da<br />

r<strong>en</strong>da original –, um aum<strong>en</strong>to absoluto de 0,004 ou, em termos perc<strong>en</strong>tuais, de 0,6%.<br />

Vale notar que o índice atingiu um mínimo em 0,615, o que aponta para a rigidez na conc<strong>en</strong>tração de r<strong>en</strong>da<br />

no país, dado que o montante dos b<strong>en</strong>efícios concedidos e dos tributos diretos é relativam<strong>en</strong>te expressivo,<br />

repres<strong>en</strong>tando juntos 23,2% da r<strong>en</strong>da inicial – aquela declarada pelas famílias. Todavia, se compararmos<br />

com informações de outros países, especificam<strong>en</strong>te, países c<strong>en</strong>trais, membros da OCDE, evid<strong>en</strong>cia-se que,<br />

de modo geral, tanto a participação dos b<strong>en</strong>efícios e tributos diretos é mais expressiva como são mais<br />

progressivas as políticas de seguridade social e de tributação sobre a r<strong>en</strong>da e patrimônio.<br />

99


Tabela 20 - Indicadores de progressividade, participação na r<strong>en</strong>da e efeitos de reord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to dos b<strong>en</strong>efícios e tributos diretos e indiretos -<br />

<strong>Brasil</strong>, 2002/03<br />

B<strong>en</strong>efícios e Tributos Gini<br />

R<strong>en</strong>da original (Xo)<br />

0,6510<br />

Difer<strong>en</strong>ça<br />

dos<br />

índices de<br />

Gini<br />

(8)<br />

Índice de<br />

Kakwani<br />

(4)<br />

R<strong>en</strong>da anterior R<strong>en</strong>da posterior<br />

% b<strong>en</strong>efício ou<br />

tributo na r<strong>en</strong>da<br />

posterior<br />

100<br />

Reord<strong>en</strong>ame<br />

nto<br />

(5)<br />

Índice de<br />

Lerman &<br />

Yitzhaki<br />

(6)<br />

% b<strong>en</strong>efício ou<br />

tributo na r<strong>en</strong>da<br />

anterior<br />

Reord<strong>en</strong>ame<br />

nto<br />

R<strong>en</strong>da Inicial (B<strong>en</strong>efícios- b) (Xi) 0,6241 0,0269 0,4796 0,1367 0,0387 0,0398 0,1583 0,0206<br />

R<strong>en</strong>da Final (Trib. Diretos - t) (Xf) 0,6146 0,0095 0,1229 0,1049 0,0034 0,0674 0,0949 0,0031<br />

R<strong>en</strong>da Disponível (Trib. Indiretos -<br />

ti) (Xd)<br />

0,6550 -0,0404 -0,1338 0,2344 0,0091 -0,2607 0,1899 0,0091<br />

Apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões (1) 0,6485 0,0244 0,4849 0,1279 0,0376 0,0301 0,1466 0,0200<br />

RGPS (1) 0,6574 0,0333 0,6987 0,0764 0,0200 0,2403 0,0827 0,0134<br />

RPPS (1) 0,6142 -0,0099 0,1433 0,0515 0,0172 -0,2821 0,0543 0,0054<br />

Auxílios (1) 0,6246 0,0005 0,5527 0,0013 0,0002 0,3151 0,0013 0,0001<br />

Bolsa de Estudo (1) 0,6231 -0,0010 -0,0168 0,0040 0,0009 -0,3104 0,0040 0,0002<br />

Programas de Transferência de<br />

R<strong>en</strong>da (1)<br />

0,6263 0,0022 0,9587 0,0025 0,0001 0,8485 0,0025 0,0001<br />

Seguro Desemprego (1) 0,6245 0,0004 0,3816 0,0011 0,0000 0,3197 0,0011 0,0000<br />

Contribuições previd<strong>en</strong>ciárias (2) 0,6239 0,0002 0,0362 0,0319 0,0010 -0,0081 0,0309 0,0004<br />

(7)


Imposto de R<strong>en</strong>da (2) 0,6180 0,0061 0,3063 0,0209 0,0003 0,2754 0,0205 0,0005<br />

IPTU (2) 0,6247 -0,0006 0,0211 0,0145 0,0009 -0,1051 0,0143 0,0009<br />

IPVA (2) 0,6237 0,0004 0,0742 0,0060 0,0000 0,0665 0,0060 0,0000<br />

Outros Descontos (2) 0,6211 0,0030 0,1513 0,0239 0,0006 0,1031 0,0233 0,0006<br />

ICMS (3) 0,6328 -0,0182 -0,1426 0,1139 0,0020 -0,1987 0,1023 0,0021<br />

IPI (3) 0,6184 -0,0038 -0,1107 0,0311 0,0003 -0,1368 0,0302 0,0004<br />

PIS-COFINS (3) 0,6230 -0,0084 -0,1470 0,0543 0,0004 -0,1709 0,0515 0,0004<br />

CIDE combustíveis (3) 0,6146 0,0001 0,0138 0,0060 0,0000 0,0027 0,0060 0,0000<br />

Fonte: microdados da POF 2002/03<br />

Notas: (1): Os índices de Gini referem-se à r<strong>en</strong>da inicial descontado o b<strong>en</strong>efício. A difer<strong>en</strong>ça dos índices de Gini é <strong>en</strong>tre o da r<strong>en</strong>da inicial sem o b<strong>en</strong>efício e o da r<strong>en</strong>da inicial.<br />

(2): Os índices de Gini referem-se à r<strong>en</strong>da inicial descontado o tributo direto. A difer<strong>en</strong>ça dos índices de Gini é <strong>en</strong>tre o da r<strong>en</strong>da inicial e o da r<strong>en</strong>da inicial m<strong>en</strong>os o tributo direto.<br />

(3): Os índices de Gini referem-se à r<strong>en</strong>da final descontado o tributo indireto. A difer<strong>en</strong>ça dos índices de Gini é <strong>en</strong>tre o da r<strong>en</strong>da final e o da r<strong>en</strong>da final descontado o tributo indireto.<br />

(4): GXo – Cb, para b<strong>en</strong>efícios, Ct – GXi, para tributos diretos, Cti – GXf, para tributos indiretos, considerando o ord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to das famílias pela r<strong>en</strong>da anterior – original, inicial e final,<br />

respectivam<strong>en</strong>te.<br />

(5): GXi – CXi, para b<strong>en</strong>efícios, GXf – CXf, para tributos diretos, e GXd – CXd, para tributos indiretos, considerando o ord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to das famílias pela r<strong>en</strong>da anterior – original, inicial e final,<br />

respectivam<strong>en</strong>te.<br />

(6): GXi-Cb, para b<strong>en</strong>efícios, Ct – Gf, para tributos diretos, e Cti – Gd, para tributos indiretos, com as razões conc<strong>en</strong>tração com base no ord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to pela r<strong>en</strong>da posterior – inicial, final e<br />

disponível, respectivam<strong>en</strong>te.<br />

(7): GXo – CXo, para b<strong>en</strong>efícios, GXi – CXi, para tributos diretos, e GXf – CXf, para tributos indiretos, com as razões de conc<strong>en</strong>tração com base no ord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to pela r<strong>en</strong>da posterior – inicial,<br />

final e disponível, respectivam<strong>en</strong>te.<br />

(8): No caso da r<strong>en</strong>da anterior como parâmetro, o difer<strong>en</strong>cial <strong>en</strong>tre os coefici<strong>en</strong>tes de Gini, ou seja, GXo – GXi, GXi – GXf e GXf – GXd resulta da difer<strong>en</strong>ça <strong>en</strong>tre o índice de Kakwani<br />

ponderado pela participação do b<strong>en</strong>efício ou tributo na r<strong>en</strong>da posterior e o efeito de reord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to [(col. 4 * col. 5) – col. 6]. No caso da r<strong>en</strong>da posterior como parâmetro, as<br />

difer<strong>en</strong>ças <strong>en</strong>tre os índices de Gini resultam da soma <strong>en</strong>tre o indice de Lerman-Yitzhaki ponderado pela participação do b<strong>en</strong>efício ou tributo na r<strong>en</strong>da anterior<br />

e o efeito de reord<strong>en</strong>am<strong>en</strong>to [(col. 7 * col. 8) + col. 9]<br />

101


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

AFONSO, José Roberto; ARAÚJO, Erika Amorim e VIANNA, Salvador Werneck. Carga Tributária Indireta no<br />

<strong>Brasil</strong>: Análise da Incidência Efetiva sobre as Famílias. Banco Interamericano de Des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to. Série<br />

de Estudos Econômicos e Sociais. RE1-04-02. Fevereiro de 2004.<br />

GLENNERSTER, H. Tibor Barna: the redistributive impact of taxes and social policies in the UK: 1937-2005.<br />

C<strong>en</strong>tre for Analysis of Social Exclusion/London School of Economics, Dec. 2006 (CASE Papers, n. 115).<br />

GONI, Edwin; LOPEZ, Humberto; SERVEN, Luis. <strong>Fiscal</strong> Redistribution and Income Inequality in Latin America.<br />

World Bank Policy Research Working Paper No. 4487, 2008.<br />

HOFFMANN, R. Apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões e a desigualdade da distribuição de r<strong>en</strong>da no <strong>Brasil</strong>. Econômica,<br />

Revista da Universidade Federal Flumin<strong>en</strong>se, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 135-144, jun. 2003a.<br />

__________. Inequality in Brazil: the contribution of p<strong>en</strong>sions. Revista <strong>Brasil</strong>eira de Economia, v. 57, n. 4, Rio de<br />

Janeiro, out./dez. 2003b.<br />

__________. Medindo a regressividade das transferências. In: BARROS, R. P. de; FOGUEL, M. N.; ULYSSEA,<br />

G. Desigualdade de r<strong>en</strong>da no <strong>Brasil</strong>: uma análise da queda rec<strong>en</strong>te. Vol. 2. Brasília: IPEA, 2007.<br />

HOFFMANN, Rodolfo; SILVEIRA, Fernando G.; e PAYERAS, José A. P. Progressividade e Sacrifício Eqüitativo<br />

na Tributação: o caso do <strong>Brasil</strong>. IPEA Texto para Discussão 1188. Brasília, Maio de 2006. Disponível em:<br />

http://www.ipea.gov.br/default.jsp.<br />

IMMERVOLL, H.; LEVY, H.; NOGUEIRA, J. R. et al. Simulating Brazils tax-b<strong>en</strong>efit system using Brahms, the<br />

Brazilian household microsimulation model. Economia Aplicada, v.10, n.2, , abr./jun. 2006.JONES, F. The<br />

effects of taxes and b<strong>en</strong>efits on household income, 2005-06. Office for National Statistics, UK, May 2007.<br />

Disponível em: .<br />

LAKIN, C. The effects of taxes and b<strong>en</strong>efits on household income, 2000-01. Office for National Statistics, United<br />

Kingdom, Economic Tr<strong>en</strong>ds, n. 582, May 2002. Disponível em:<br />

.<br />

LAMBERT, P. J. The distribution and redistribution of income. 3ª ed. Manchester: Manchester University Press,<br />

2001.<br />

LERMAN, R. I.; YITZHAKI, S. Effect of marginal changes in income sources on U.S. income inequality. Public<br />

Finance Quartely, v. 22, n. , Oct. 1994.<br />

__________. Changing ranks and the inequality impacts of taxes and transfers. National Tax Journal, v. 48, n. 1,<br />

Mar. 1995.<br />

MAGALHÃES, L. C. G.; SILVEIRA, F. G.; TOMICH, F. A.; VIANNA, S. W. Tributação sobre alim<strong>en</strong>tação e seus<br />

impactos na distribuição de r<strong>en</strong>da e pobreza nas grandes regiões urbanas brasileiras. Economia, Niterói,<br />

Anpec, v. 2, n. 1, jan./jun. 2001.<br />

102


PEREIRA, T. R.; IKEDA, M.. Custo <strong>Brasil</strong> – M<strong>en</strong>surando a cumulatividade das contribuições: uma proposta<br />

metodológica. Informe-se n.º 27, Rio de Janeiro: BNDES, 2001.<br />

ROCHA, S. O impacto distributivo do imposto de r<strong>en</strong>da sobre a desigualdade de r<strong>en</strong>da das famílias. Pesquisa e<br />

Planejam<strong>en</strong>to Econômico, Rio de Janeiro, v. 32, n. 1, abr. 2002.<br />

SANTOS, W. G. dos. Cidadania e justiça: a política social na ordem brasileira. Rio de Janeiro: Campus, 1987, 2ª<br />

ed.<br />

SILVEIRA, Fernando Gaiger. Impacto das transferências governam<strong>en</strong>tais e da tributação na distribuição de<br />

r<strong>en</strong>da no <strong>Brasil</strong>. Econômica, Revista da Universidade Federal Flumin<strong>en</strong>se, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p.171-<br />

184, jun. 2003.<br />

____________ . Tributação, Previdência e Assistência Sociais: Impactos Distributivos. Tese de Doutorado.<br />

Unicamp, Campinas, 2008.<br />

SIQUEIRA, R. B.; NOGUEIRA, J. R.; SOUZA, E. S. A Incidência Final dos Impostos Indiretos no <strong>Brasil</strong>: Efeitos<br />

da Tributação de Insumos. Revista <strong>Brasil</strong>eira de Economia, Rio de Janeiro, v. 55, nº. 4, out./dez. 2001.<br />

SOARES, F. V. et all. Programas de Transferência de R<strong>en</strong>da no <strong>Brasil</strong>: impactos sobre a desigualdade In: In:<br />

BARROS, R. P. de; FOGUEL, M. N.; ULYSSEA, G. Desigualdade de r<strong>en</strong>da no <strong>Brasil</strong>: uma análise da<br />

queda rec<strong>en</strong>te. Vol. 2. Brasília: IPEA, 2007.<br />

VAZ, D. V.; HOFFMANN, R. Remuneração nos serviços no <strong>Brasil</strong>: o contraste <strong>en</strong>tre funcionários públicos e<br />

privados. Economia e Sociedade, Campinas, v. 16, n. 2, ago. 2007.<br />

VIANNA, S. T. W. Tributação sobre r<strong>en</strong>da e consumo das famílias no <strong>Brasil</strong>: avaliação de sua incidência nas<br />

grandes regiões urbanas em 1996. Dissertação (Mestrado em Economia). Instituto de Economia,<br />

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2000.<br />

VIANNA, Salvador T. Werneck; MAGALHÃES, Luís Carlos G.; SILVEIRA, Fernando Gaiger; e TOMICH,<br />

Frederico Andrade. Carga Tributária Direta e Indireta sobre as Unidades Familiares no <strong>Brasil</strong>: Avaliação de<br />

sua Incidência nas Grandes Regiões Urbanas em 1996. IPEA Texto para Discussão 757. Brasília,<br />

Setembro de 2000. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/default.jsp.<br />

TRIBUTAÇÃO<br />

Indireta<br />

POF<br />

QUADRO RESUMO:<br />

BASES DE DADOS, REFERÊNCIAS E PROCEDIMENTOS<br />

Com base na legislação: hipótese de funcionam<strong>en</strong>to perfeito da legislação; calcula-se a carga e<br />

não o quanto se arrecada<br />

Silveira (2008): ICMS (base São Paulo), IPI, PIS-COFINS e CIDE-Combustíveis.<br />

103


Direta<br />

Payeras (2008): ICMS (todos Estados), IPI, PIS-COFINS e ISS<br />

POF, Contas Nacionais e Matriz Insumo-Produto<br />

POF<br />

PNAD<br />

No caso trabalha-se com as alíquotas efetivas, hav<strong>en</strong>do, por outro lado, a necessidade de um<br />

tradutor POF x Contas que incorre em arbitrariedade<br />

Conceição<br />

Anpec 2009<br />

Fazem parte das despesas discriminadas pelas famílias, s<strong>en</strong>do que alguns são sub<strong>en</strong>umerados,<br />

como a CPMF<br />

Silveira (2008): IRPF, Contribuições Previd<strong>en</strong>ciárias, Outros Tributos Diretos, IPTU e<br />

IPVA<br />

Estima-se com base nos dados da r<strong>en</strong>da, da relação trabalhistas e com o acesso aos serviços<br />

públicos de educação e saúde (gasto “via” POF). Tem-se, <strong>en</strong>tão, a carga tributária pot<strong>en</strong>cial.<br />

Soares et all (2009): IRPF e Contribuições Previd<strong>en</strong>ciárias.<br />

Ficam fora ou sub-<strong>en</strong>umerados, d<strong>en</strong>tre os tributos diretos, a CPMF, o IOF, o ITBI e o ITCB e, d<strong>en</strong>tre os indiretos,<br />

a CSLL e o Imposto de Importação<br />

GASTOS SOCIAIS<br />

Transferências Monetárias<br />

POF<br />

PNAD<br />

Com base na declaração das famílias, conta-se com informações de b<strong>en</strong>efícios monetários<br />

repassados as famílias, <strong>en</strong>tre os quais, os previd<strong>en</strong>ciários, os assist<strong>en</strong>ciais, os trabalhistas e os<br />

educacionais.<br />

Silveira (2008): B<strong>en</strong>efícios previd<strong>en</strong>ciários – inclusive os auxílios, d<strong>en</strong>tre os quais os<br />

acid<strong>en</strong>tários –, b<strong>en</strong>efícios assist<strong>en</strong>ciais – BPC-LOAS e Programas de Transferência<br />

Condicionada de R<strong>en</strong>da –, seguro desemprego e bolsas de estudo.<br />

Com base na declaração das famílias, conta-se com informações de b<strong>en</strong>efícios monetários<br />

repassados as famílias, <strong>en</strong>tre os quais, os previd<strong>en</strong>ciários, os assist<strong>en</strong>ciais, os trabalhistas e os<br />

educacionais.<br />

104


Soares et all (2007): Apos<strong>en</strong>tadorias e p<strong>en</strong>sões, BPC e Bolsa Família.<br />

Serviços públicos de educação e saúde – transferências não monetárias.<br />

POF<br />

PNAD<br />

Pode-se distribuir o gasto público em educação, t<strong>en</strong>do por parâmetros os valores médios por<br />

aluno, segundo níveis de <strong>en</strong>sino, apurados pelo INEP e/ou FUNDEB, e a declaração das famílias<br />

relativa à freqüência escolar: nível e rede – pública ou privada.<br />

Idem POF para gasto em educação.<br />

No caso da saúde, empregar os dados do SUS e do Sistema de Gastos em Saúde (SIOPS) e os<br />

dados do suplem<strong>en</strong>to saúde da PNAD, realizados em 2003 e 2008.<br />

POF PNAD<br />

Gasto público em saúde Pot<strong>en</strong>ciais tributos diretos<br />

Melhor apuração gastos em educação Inexistência tributos indiretos<br />

Defasagem gastos previd<strong>en</strong>ciários e assist<strong>en</strong>ciais Sem estimativa IPTU e IPVA<br />

Tributos diretos melhor apurados<br />

Única fonte pra os tributos indiretos<br />

Dois caminhos para solucionar as lacunas de uma e outra pesquisa:<br />

1. Imputar na POF 2002-03 as estimativas de gastos públicos em saúde e educação des<strong>en</strong>volvidos na<br />

PNAD, por meio de modelo econométrico em dois estágios. No primeiro apura-se a probabilidade de ser<br />

b<strong>en</strong>eficiário da provisão publica e, no segundo, o montante “gasto”.<br />

2. Imputar na PNAD as estimativas de incidência direta e indireta apurados na POF, empregando os<br />

mesmos modelos.<br />

Alternativa 1 parece-nos a melhor.<br />

Perguntas: a) que variáveis empregar no modelo e b) que problemas de <strong>en</strong>dog<strong>en</strong>eidade existem.<br />

Se escolhermos a alternativa 1, há que se analisar a evolução, <strong>en</strong>tre 2003 e 2008, com base nas PNADs, das<br />

transferências monetárias e dos gastos em educação e saúde – nesse caso a dep<strong>en</strong>der da divulgação dos<br />

dados do suplem<strong>en</strong>to Saúde de 2008. É que nos últimos anos ocorreram alterações expressivas na previdência,<br />

assistência e no gasto em educação.<br />

105


CHILE Junio 2008<br />

<strong>Equidad</strong> <strong>Fiscal</strong> <strong>en</strong> <strong>Chile</strong><br />

Un Análisis de la Incid<strong>en</strong>cia Distributiva de los Impuestos y el Gasto Social<br />

106<br />

Michael Jorratt


Resum<strong>en</strong><br />

El propósito de este estudio es determinar la incid<strong>en</strong>cia de los impuestos y el gasto social <strong>en</strong> la distribución del<br />

ingreso. Para ello, se ha utilizado como fu<strong>en</strong>te principal de información la Encuesta de Caracterización<br />

Socioeconómica (CASEN) del año 2003. Se ha optado por utilizar el ingreso familiar como medida de bi<strong>en</strong>estar y<br />

a los hogares como unidad de análisis. Los supuestos de incid<strong>en</strong>cia utilizados son los tradicionales, es decir, se<br />

atribuye el pago de los impuestos directos a los factores gravados y el pago de los impuestos indirectos a los<br />

consumidores.<br />

Los resultados muestran que la política fiscal <strong>en</strong> <strong>Chile</strong> es progresiva, lo que se debe exclusivam<strong>en</strong>te a la<br />

focalización del gasto social. La política tributaria, <strong>en</strong> cambio, es prácticam<strong>en</strong>te proporcional. En efecto, la<br />

distribución del ingreso antes de la política fiscal se resume <strong>en</strong> un índice de Gini de 0,5791. Luego de aplicar los<br />

impuestos, la distribución prácticam<strong>en</strong>te no cambia, midiéndose un Gini de 0,5764. Por último, después de<br />

aplicar el gasto social, este indicador se reduce a 0,5315.<br />

En cuanto a la política tributaria, el análisis incluyó el Impuesto a la R<strong>en</strong>ta, el IVA, el Impuesto Específico a los<br />

Combustibles, el Impuesto Específico al Tabaco y los impuestos a las bebidas, productos suntuarios y juegos de<br />

azar. De ellos, el Impuesto a la R<strong>en</strong>ta es el único que resulta ser progresivo. Por otra parte, sólo el IVA y el<br />

Impuesto a la R<strong>en</strong>ta muestran impactos significativos <strong>en</strong> la distribución del ingreso, aunque <strong>en</strong> s<strong>en</strong>tido contrario.<br />

En efecto, el índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky alcanza un valor de -0,0178 para el primero y 0,0206 para el segundo.<br />

Respecto del gasto social, se estudiaron los subsidios monetarios y el gasto social <strong>en</strong> educación y salud. Todos<br />

resultaron ser progresivos, aunque con distintos impactos distributivos. Los subsidios monetarios ti<strong>en</strong><strong>en</strong> un<br />

impacto redistributivo moderado, con un índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky de 0,0007. El gasto <strong>en</strong> educación muestra<br />

el impacto redistributivo de mayor significación, con un índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky de 0,0294, que se explica<br />

fundam<strong>en</strong>talm<strong>en</strong>te por las subv<strong>en</strong>ciones educacionales de <strong>en</strong>señanza básica y media. Por su parte, el gasto <strong>en</strong><br />

salud es el que muestra una mayor conc<strong>en</strong>tración <strong>en</strong> la población de m<strong>en</strong>ores ingresos y un impacto<br />

redistributivo también importante, reflejado <strong>en</strong> un índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky de 0,0119.<br />

107


ÍNDICE<br />

1. Introducción...………………………………………………………………………………………………… 110<br />

2. Breve reseña sobre la estructura tributaria chil<strong>en</strong>a ………………………………………………… 111<br />

2.1. La recaudación de la estructura tributaria ………………………………………………………… 111<br />

2.2. Impuestos a nivel de Gobierno C<strong>en</strong>tral …………………………………………………………… 116<br />

2.2.1. Impuestos a la r<strong>en</strong>ta ………………………………………………………………………… 116<br />

2.2.2. Impuesto al valor agregado (IVA) …………………………………………………………. 118<br />

2.2.3. Impuestos adicionales al IVA ………………………………………………………………. 119<br />

2.2.4. Impuesto a los tabacos ……………………………………………………………………. 120<br />

2.2.5. Impuestos a los combustibles ………………………………………………………………120<br />

2.2.6. Impuesto a los actos jurídicos (de Timbres y Estampillas)……………………………… 120<br />

2.2.7. Impuestos a los juegos de azar …………………………….……………………………… 120<br />

2.2.8. Impuesto al comercio exterior ……………………………….……………………………. 120<br />

2.3. Impuestos a nivel de Gobiernos Locales …………………………….…………………………… 121<br />

2.3.1. Impuesto territorial (a los bi<strong>en</strong>es raíces)…………………….…………………………… 121<br />

2.3.2. Impuestos a la circulación de vehículos……………………………………………………121<br />

2.3.3. Pat<strong>en</strong>tes municipales……………………………………………………………………… 121<br />

2.3.4. Impuesto a la transfer<strong>en</strong>cia de vehículos usados……………………………………… 121<br />

3. Anteced<strong>en</strong>tes sobre el Gasto Público …………………………………………………………………… 122<br />

4. Metodología…………………………………………………………………………………………………… 129<br />

4.1. Fu<strong>en</strong>tes de información...…………………………………………………………………………… 129<br />

4.2. Definiciones y conv<strong>en</strong>ciones básicas …………………………………………………………….. 130<br />

4.3. Estimación del ingreso antes de la política fiscal.…………….………………………………… 133<br />

4.4. Estimación de los impuestos pagados …………………………………………………………… 133<br />

4.5. Estimación de los subsidios recibidos …………………………………………………………… 137<br />

5. Resultados ................................................................................................................................. 139<br />

108


5.1. Ingresos antes de la política fiscal…………………………………………………………………. 139<br />

5.2. Impuestos …………………………………………………………………………………………….. 140<br />

5.2.1. Impuesto a la r<strong>en</strong>ta ………………………………………………………………………… 140<br />

5.2.2. Impuesto al valor agregado ………………………………………………………………. 141<br />

5.2.3. Impuesto a los combustibles …………………………………………………………….. 142<br />

5.2.4. Impuesto al tabaco ………………………………………………………………………… 144<br />

5.2.5. Impuesto a las bebidas ……………………………………………………………………. 145<br />

5.2.6. Otros impuestos ……………………………………………………………………………. 147<br />

5.3. Subsidios……………………………………………………………………………………………… 149<br />

5.3.1. Subsidios monetarios………………………………………………………………………. 149<br />

5.3.2. Gasto <strong>en</strong> educación………………………………………………………………………… 150<br />

5.3.3. Gasto <strong>en</strong> salud……………………………………………………………………………… 154<br />

5.4. Ingresos después de la política fiscal……………………………………………………………… 156<br />

6. Conclusiones…………………………………………………………………………………………………. 158<br />

Refer<strong>en</strong>cias bibliográficas……....…………………………………………………………………………………… 159<br />

Anexo……………………………………………………………………………………………………………………. 160<br />

109


1 Introducción<br />

América Latina es la región con mayor desigualdad <strong>en</strong> la distribución del ingreso <strong>en</strong> el mundo, y ciertam<strong>en</strong>te<br />

<strong>Chile</strong> no es la excepción. Efectivam<strong>en</strong>te, <strong>en</strong> el estudio de Desarrollo Humano del PNUD (2006), <strong>Chile</strong> aparece<br />

como el país con peor distribución del ingreso d<strong>en</strong>tro del segm<strong>en</strong>to de 63 países calificados con “alto desarrollo<br />

humano”. Es por ello que el tema de la carga tributaria y de cómo ésta se distribuye <strong>en</strong>tre los distintos sectores y<br />

ag<strong>en</strong>tes de la economía constituye un tema de perman<strong>en</strong>te discusión.<br />

Ahora bi<strong>en</strong>, un análisis integral del impacto distributivo de los impuestos debe considerar también el destino del<br />

gasto público que éstos financian. A fin de cu<strong>en</strong>tas, la aplicación de un impuesto regresivo ti<strong>en</strong>e poca<br />

importancia desde el punto de vista de la equidad si es que la recaudación que se logra con él se redistribuye a<br />

través de un gasto público bi<strong>en</strong> focalizado.<br />

En este s<strong>en</strong>tido, el pres<strong>en</strong>te estudio ti<strong>en</strong>e como propósito determinar la incid<strong>en</strong>cia distributiva de la política fiscal<br />

<strong>en</strong> <strong>Chile</strong>, considerando los impactos tanto de la política tributaria como del gasto público.<br />

El trabajo se organiza de la sigui<strong>en</strong>te manera: <strong>en</strong> el capítulo 2 se pres<strong>en</strong>ta una breve reseña sobre la estructura<br />

tributaria chil<strong>en</strong>a; <strong>en</strong> el capítulo 3 se muestran anteced<strong>en</strong>tes sobre el gasto público; <strong>en</strong> el capítulo 4 se describ<strong>en</strong><br />

las fu<strong>en</strong>tes de información y la metodología a utilizar; <strong>en</strong> el capítulo 5 se pres<strong>en</strong>tan los resultados; y, finalm<strong>en</strong>te,<br />

<strong>en</strong> el capítulo 6 se pres<strong>en</strong>tan las conclusiones.<br />

110


2 Breve reseña sobre la estructura tributaria chil<strong>en</strong>a<br />

2.1 La Recaudación de la Estructura Tributaria<br />

En la tabla 1 se pres<strong>en</strong>tan las cifras de recaudación impositiva para el período 1990 a 2006, las cuales indican<br />

una carga tributaria total que oscila <strong>en</strong> torno a 17,5% del PIB.<br />

Los impuestos de mayor relevancia son el IVA, que repres<strong>en</strong>tó aproximadam<strong>en</strong>te un 45% de la recaudación<br />

total, y el Impuesto a la R<strong>en</strong>ta, cuya participación es cercana al 25% a lo largo del período. Esta situación cambia<br />

radicalm<strong>en</strong>te <strong>en</strong> 2006, año <strong>en</strong> que la participación de ambos impuestos prácticam<strong>en</strong>te se iguala, si<strong>en</strong>do ésta de<br />

un 38% para el impuesto a la r<strong>en</strong>ta y 40% para el IVA. Este cambio obedece fundam<strong>en</strong>talm<strong>en</strong>te al alto precio del<br />

cobre del último tiempo, que ha producido un aum<strong>en</strong>to significativo de la tributación a la r<strong>en</strong>ta de las empresas<br />

mineras privadas, muchas de las cuales se <strong>en</strong>contraban <strong>en</strong> situación de pérdidas tributarias <strong>en</strong> la primera mitad<br />

de la década.<br />

En un segundo nivel de importancia d<strong>en</strong>tro de los impuestos del Gobierno C<strong>en</strong>tral, se <strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tran los impuestos<br />

a los combustibles, que repres<strong>en</strong>tan <strong>en</strong>tre un 5% y un 8,1% de la recaudación a lo largo del período, el impuesto<br />

de Timbres y Estampillas, cuya participación oscila <strong>en</strong>tre un 2,5% y un 4,1%, el impuesto al tabaco, que explica<br />

<strong>en</strong>tre un 3% y un 4,2% de la recaudación total, y los aranceles a las importaciones, con una participación cada<br />

vez m<strong>en</strong>or, pasando de un 15,4% <strong>en</strong> 1990 a un 2,3% <strong>en</strong> 2006.<br />

D<strong>en</strong>tro de los impuestos municipales, el de mayor importancia recaudatoria es el Impuesto Territorial, cuya<br />

participación oscila <strong>en</strong>tre un 3,0% y un 4,3% de los ingresos tributarios totales a lo largo del período de análisis.<br />

Desde otro punto de vista, se observa que la estructura tributaria chil<strong>en</strong>a ti<strong>en</strong>e una marcada conc<strong>en</strong>tración <strong>en</strong> los<br />

impuestos indirectos. Es así que <strong>en</strong> 2003 estos gravám<strong>en</strong>es aportaron el 71,9% de los ingresos totales (12,5%<br />

del PIB), <strong>en</strong> tanto que los impuestos directos (Impuesto a la R<strong>en</strong>ta y Pat<strong>en</strong>tes Municipales) aportaron sólo el<br />

28,1% del total (4,9% del PIB).<br />

111


Tabla 1<br />

Recaudación Tributaria 2001-2006 1<br />

En miles de millones de pesos de cada año<br />

I. Impuestos Gobierno C<strong>en</strong>tral<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006<br />

1.34<br />

4<br />

2.01<br />

2<br />

2.62<br />

4<br />

3.30<br />

5<br />

3.74<br />

2<br />

A la r<strong>en</strong>ta 238 494 632 813 944<br />

IVA 650 933<br />

1.26<br />

8<br />

1.55<br />

8<br />

1.85<br />

1<br />

4.40<br />

7<br />

1.07<br />

9<br />

2.14<br />

9<br />

5.16<br />

7<br />

1.32<br />

8<br />

2.51<br />

0<br />

112<br />

5.67<br />

4<br />

1.44<br />

2<br />

2.83<br />

5<br />

5.95<br />

6<br />

1.49<br />

5<br />

2.97<br />

4<br />

5.80<br />

7<br />

1.37<br />

4<br />

2.93<br />

2<br />

6.61<br />

9<br />

1.73<br />

8<br />

3.26<br />

0<br />

7.23<br />

8<br />

2.00<br />

9<br />

3.49<br />

9<br />

7.71<br />

0<br />

2.15<br />

2<br />

3.81<br />

7<br />

8.11<br />

7<br />

2.29<br />

2<br />

4.19<br />

7<br />

9.11<br />

4<br />

11.19<br />

3<br />

13.22<br />

8<br />

2.65<br />

2 3.952 5.436<br />

4.79<br />

8 5.348 5.706<br />

Tabaco 61 78 92 109 127 149 168 184 208 247 283 303 323 333 354 383 427<br />

Combustibles 117 162 201 234 229 276 340 406 453 468 533 605 634 650 643 737 717<br />

Timbres y estampillas 46 54 77 111 135 154 198 234 229 246 241 293 338 363 396 458 481<br />

Comercio exterior 222 276 335 413 452 580 622 590 625 592 605 525 500 375 324 328 329<br />

Otros 10 14 19 66 4 18 1 -17 -30 -52 -41 4 -54 -93 -53 -14 133<br />

II. Impuestos Municipales 105 148 195 246 273 350 422 485 544 581 621 676 723 788 795 927 1.076<br />

Impuesto Territorial 267 288 308 315 351 344 412 479<br />

Permisos de circulación 93 93 102 110 121 120 139 162<br />

Pat<strong>en</strong>tes municipales 128 138 157 181 199 210 234 272


Tabla 1<br />

Recaudación Tributaria 2001-2006 1<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006<br />

Derechos municipales 92 102 109 118 117 121 141 164<br />

Impuestos Gob. G<strong>en</strong>eral (I+II)<br />

Como porc<strong>en</strong>taje del total<br />

1.44<br />

8<br />

2.16<br />

0<br />

2.81<br />

9<br />

3.55<br />

1<br />

4.01<br />

5<br />

4.75<br />

6<br />

I. Impuestos Gobierno C<strong>en</strong>tral 92,8 93,2 93,1 93,1 93,2 92,7 92,4 92,1 91,6 90,9 91,4 91,5 91,4 91,1 92,0 92,4 92,5<br />

5.59<br />

0<br />

A la r<strong>en</strong>ta 16,4 22,9 22,4 22,9 23,5 22,7 23,8 23,4 23,0 21,5 24,0 25,4 25,5 25,7 26,8 32,6 38,0<br />

IVA 44,9 43,2 45,0 43,9 46,1 45,2 44,9 46,0 45,8 45,9 45,0 44,2 45,3 47,1 48,4 44,1 39,9<br />

Tabaco 4,2 3,6 3,3 3,1 3,2 3,1 3,0 3,0 3,2 3,9 3,9 3,8 3,8 3,7 3,6 3,2 3,0<br />

Combustibles 8,1 7,5 7,1 6,6 5,7 5,8 6,1 6,6 7,0 7,3 7,4 7,6 7,5 7,3 6,5 6,1 5,0<br />

Timbres y estampillas 3,2 2,5 2,7 3,1 3,4 3,2 3,5 3,8 3,5 3,8 3,3 3,7 4,0 4,1 4,0 3,8 3,4<br />

Comercio exterior 15,4 12,8 11,9 11,6 11,3 12,2 11,1 9,6 9,6 9,3 8,4 6,6 5,9 4,2 3,3 2,7 2,3<br />

Otros 0,7 0,6 0,7 1,9 0,1 0,4 0,0 -0,3 -0,5 -0,8 -0,6 0,1 -0,6 -1,0 -0,5 -0,1 0,9<br />

II. Impuestos Municipales 7,2 6,8 6,9 6,9 6,8 7,3 7,6 7,9 8,4 9,1 8,6 8,5 8,6 8,9 8,0 7,6 7,5<br />

Impuesto Territorial 4,3 4,1 3,9 3,7 3,9 3,5 3,4 3,3<br />

Permisos de circulación 1,5 1,3 1,3 1,3 1,4 1,2 1,1 1,1<br />

Pat<strong>en</strong>tes municipales 2,1 2,0 2,0 2,1 2,2 2,1 1,9 1,9<br />

113<br />

6.15<br />

9<br />

6.50<br />

0<br />

6.38<br />

7<br />

7.24<br />

0<br />

7.91<br />

4<br />

8.43<br />

3<br />

8.90<br />

6<br />

9.90<br />

9<br />

12.12<br />

0<br />

14.30<br />

4


Tabla 1<br />

Recaudación Tributaria 2001-2006 1<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006<br />

Derechos municipales 1,5 1,5 1,4 1,4 1,3 1,2 1,2 1,1<br />

Impuestos Gob. G<strong>en</strong>eral (I+II)<br />

Como porc<strong>en</strong>taje del PIB<br />

100,<br />

0<br />

100,<br />

0<br />

100,<br />

0<br />

100,<br />

0<br />

100,<br />

0<br />

100,<br />

0<br />

100,<br />

0<br />

114<br />

100,<br />

0<br />

100,<br />

0<br />

100,<br />

0<br />

100,<br />

0<br />

100,<br />

0<br />

100,<br />

0<br />

100,<br />

0<br />

100,<br />

0 100,0 100,0<br />

I. Impuestos Gobierno C<strong>en</strong>tral 14,0 15,8 16,3 17,1 16,1 15,6 16,5 16,3 16,3 15,6 16,3 16,6 16,6 15,9 15,6 16,8 17,1<br />

A la r<strong>en</strong>ta 2,5 3,9 3,9 4,2 4,1 3,8 4,3 4,2 4,1 3,7 4,3 4,6 4,6 4,5 4,5 5,9 7,0<br />

IVA 6,8 7,3 7,9 8,1 8,0 7,6 8,0 8,2 8,1 7,9 8,0 8,0 8,2 8,2 8,2 8,0 7,4<br />

Tabaco 0,6 0,6 0,6 0,6 0,5 0,5 0,5 0,5 0,6 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,6 0,6 0,6<br />

Combustibles 1,2 1,3 1,2 1,2 1,0 1,0 1,1 1,2 1,2 1,3 1,3 1,4 1,4 1,3 1,1 1,1 0,9<br />

Timbres y estampillas 0,5 0,4 0,5 0,6 0,6 0,5 0,6 0,7 0,6 0,7 0,6 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,6<br />

Comercio exterior 2,3 2,2 2,1 2,1 2,0 2,1 2,0 1,7 1,7 1,6 1,5 1,2 1,1 0,7 0,6 0,5 0,4<br />

Otros 0,1 0,1 0,1 0,3 0,0 0,1 0,0 0,0 -0,1 -0,1 -0,1 0,0 -0,1 -0,2 -0,1 0,0 0,2<br />

II. Impuestos Municipales 1,1 1,2 1,2 1,3 1,2 1,2 1,4 1,4 1,5 1,6 1,5 1,6 1,6 1,5 1,4 1,4 1,4<br />

Impuesto Territorial 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,6 0,6 0,6<br />

Permisos de circulación 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2<br />

Pat<strong>en</strong>tes municipales 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4


Tabla 1<br />

Recaudación Tributaria 2001-2006 1<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006<br />

Derechos municipales 0,3 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2<br />

Impuestos Gob. G<strong>en</strong>eral (I+II) 15,1 17,0 17,5 18,4 17,3 16,8 17,9 17,7 17,8 17,2 17,8 18,2 18,2 17,4 17,0 18,2 18,5<br />

Fu<strong>en</strong>te: Elaborado <strong>en</strong> base a los Informes de Ingresos <strong>Fiscal</strong>es de la Tesorería G<strong>en</strong>eral de la República y a las Estadísticas de Finanzas Públicas de la<br />

Dirección de Presupuestos.<br />

1/ No incluye los ingresos tributarios de la minera estatal CODELCO, los cuales son registrados como Ingresos del Cobre <strong>en</strong> las estadísticas de<br />

recaudació<br />

115


2.2 Impuestos a nivel de Gobierno C<strong>en</strong>tral<br />

2.2.1 Impuesto a la R<strong>en</strong>ta<br />

Gravám<strong>en</strong>es y tasas:<br />

La Ley de Impuesto a la R<strong>en</strong>ta distingue <strong>en</strong>tre las r<strong>en</strong>tas del capital, d<strong>en</strong>ominadas de Primera Categoría, y las<br />

r<strong>en</strong>tas del trabajo, id<strong>en</strong>tificadas con la Segunda Categoría. Las primeras se gravan con el “Impuesto de Primera<br />

Categoría”, cuya tasa es de un 17% y opera como un anticipo de los impuestos personales que deb<strong>en</strong> pagar los<br />

accionistas, socios o dueños de las empresas, por los divid<strong>en</strong>dos o retiros de utilidades. En efecto, este impuesto<br />

está integrado con el impuesto personal (Global Complem<strong>en</strong>tario) que afecta a los accionistas, socios o dueños<br />

de las empresas. Esto se materializa reconoci<strong>en</strong>do al Impuesto de Primera Categoría como un crédito contra el<br />

impuesto personal, el que incluso es susceptible de devolución, si la obligación personal es inferior al impuesto<br />

que adelantó la empresa.<br />

Las empresas del Estado deb<strong>en</strong> pagar, <strong>en</strong> forma adicional, un impuesto de 40% sobre las utilidades g<strong>en</strong>eradas.<br />

A su vez, las empresas mineras deb<strong>en</strong> pagar un impuesto adicional a la r<strong>en</strong>ta, de tasa variable, que llega hasta<br />

5% sobre utilidades operacionales (“Royalty minero”).<br />

Por otra parte, las r<strong>en</strong>tas prov<strong>en</strong>i<strong>en</strong>tes de una actividad laboral ejercida <strong>en</strong> forma dep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>te, tales como<br />

sueldos, salarios, p<strong>en</strong>siones y r<strong>en</strong>tas accesorias o complem<strong>en</strong>tarias a las anteriores, quedan gravadas con el<br />

Impuesto de Segunda Categoría (ISC). Este gravam<strong>en</strong> se aplica con una escala de tasas progresivas y es<br />

ret<strong>en</strong>ido y declarado m<strong>en</strong>sualm<strong>en</strong>te por el empleador.<br />

Tabla 2<br />

Escala de tasas – Diciembre de 2005<br />

Impuesto Único de Segunda Categoría<br />

R<strong>en</strong>ta Tributable Aprox.<br />

Desde<br />

(UTM)<br />

Hasta<br />

(UTM)<br />

0 13,5 Ex<strong>en</strong>to<br />

13,5 30 5%<br />

30 50 10%<br />

50 70 15%<br />

70 90 25%<br />

90 120 32%<br />

120 150 37%<br />

150 Y más 40%<br />

116<br />

Tasa Marginal


Nota: La UTM (unidad tributaria m<strong>en</strong>sual) es una unidad reajustable por<br />

inflación, cuyo valor a diciembre de 2007 equivalía aproximadam<strong>en</strong>te a<br />

70 dólares<br />

Todas las r<strong>en</strong>tas obt<strong>en</strong>idas por las personas naturales resid<strong>en</strong>tes, ya sean del capital o del trabajo, deb<strong>en</strong> pagar<br />

anualm<strong>en</strong>te el Impuesto Global Complem<strong>en</strong>tario (IGC), pudi<strong>en</strong>do rebajar como crédito los impuestos de Primera<br />

o Segunda Categoría que hayan afectado a unas y otras 45 . En la práctica, el IGC afecta a las personas que<br />

obti<strong>en</strong><strong>en</strong> r<strong>en</strong>tas por el ejercicio de actividades laborales indep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>tes; por actividades empresariales <strong>en</strong> calidad<br />

de socio, accionista o dueño de empresas; por retornos <strong>en</strong> inversiones financieras; etc. Con excepción de la<br />

r<strong>en</strong>tas por instrum<strong>en</strong>tos financieros, <strong>en</strong> la mayoría de los casos se aplica algún mecanismo de ret<strong>en</strong>ción o<br />

anticipo a cu<strong>en</strong>ta del gravam<strong>en</strong>. El IGC recae únicam<strong>en</strong>te sobre las personas naturales con domicilio o<br />

resid<strong>en</strong>cia <strong>en</strong> <strong>Chile</strong>. Es un tributo individual que se aplica con una escala equival<strong>en</strong>te de tramos y tasas<br />

progresivas que el ISC, pero que se declara y paga <strong>en</strong> forma anual (<strong>en</strong> Abril) sobre las r<strong>en</strong>tas percibidas <strong>en</strong> el<br />

año anterior 46 .<br />

Esquema Sinóptico del Impuesto a la R<strong>en</strong>ta Chil<strong>en</strong>o<br />

R<strong>en</strong>tas del capital Impuesto de Primera Categoría<br />

R<strong>en</strong>tas del trabajo Impuesto de Segunda Categoría<br />

Personas naturales resid<strong>en</strong>tes Impuesto<br />

Global Complem<strong>en</strong>tario con crédito por los<br />

impuestos de categoría.<br />

o Resid<strong>en</strong>tes: Pagan sobre r<strong>en</strong>ta mundial<br />

o No resid<strong>en</strong>tes: Pagan sólo por r<strong>en</strong>tas de fu<strong>en</strong>te chil<strong>en</strong>a<br />

Personas naturales o jurídicas no<br />

resid<strong>en</strong>tes Impuesto Adicional con<br />

crédito por los impuestos de categoría.<br />

El Impuesto Adicional afecta a las personas naturales o jurídicas que no ti<strong>en</strong><strong>en</strong> resid<strong>en</strong>cia ni domicilio <strong>en</strong> <strong>Chile</strong>.<br />

Se aplica con una tasa g<strong>en</strong>eral de 35% y opera sobre las utilidades distribuidas o retiradas por la vía de remesas<br />

hacia el exterior, de fu<strong>en</strong>te chil<strong>en</strong>a. Otros tipos de remesas al exterior también están afectas a este gravam<strong>en</strong><br />

con difer<strong>en</strong>tes tasas impositivas. En forma análoga al IGC, el Impuesto Adicional que se aplica a la remesa de<br />

utilidades empresariales también funciona bajo el mecanismo de integración con el Impuesto de Primera<br />

Categoría. Es decir, para los contribuy<strong>en</strong>tes del Impuesto Adicional, el Impuesto de Primera Categoría pagado<br />

por las empresas sobre las r<strong>en</strong>tas que se remesan, sirve de crédito a su obligación.<br />

45 Salvo las personas que sólo hayan percibido r<strong>en</strong>tas del trabajo dep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>tes, <strong>en</strong> cuyo caso el Impuesto de Primera<br />

Categoría toma el carácter de impuesto único a la r<strong>en</strong>ta.<br />

46 Es decir, los límites de cada tramo se obti<strong>en</strong><strong>en</strong> multiplicando los valores de la tabla del ISC por 12.<br />

117


Franquicias que reduc<strong>en</strong> el pago de impuestos personales:<br />

La ley contempla algunas franquicias principalm<strong>en</strong>te ori<strong>en</strong>tadas a inc<strong>en</strong>tivar el ahorro de las personas, las cuales<br />

deb<strong>en</strong> ser consideradas <strong>en</strong> un estudio de incid<strong>en</strong>cia tributaria, por cuanto pued<strong>en</strong> reducir significativam<strong>en</strong>te el<br />

pago de impuestos. En primer lugar, se permite deducir de la base imponible de los trabajadores dep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>tes<br />

las cotizaciones obligatorias para fondos de p<strong>en</strong>siones y seguros de salud. Las primeras equival<strong>en</strong> a un 12,3%<br />

de la r<strong>en</strong>ta m<strong>en</strong>sual (10% de ahorro provisional y 2,3% de comisión y seguro de invalidez) y las segundas a un<br />

7% de la r<strong>en</strong>ta m<strong>en</strong>sual. En ambos casos se aplica un límite máximo de cotizaciones, equival<strong>en</strong>te a los<br />

porc<strong>en</strong>tajes anteriores aplicados sobre un sueldo máximo imponible de 60 Unidades de Fom<strong>en</strong>to (UF)<br />

(aproximadam<strong>en</strong>te 2.400 dólares).<br />

En segundo lugar, tanto los trabajadores dep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>tes como los indep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>tes ti<strong>en</strong><strong>en</strong> derecho a rebajar de la<br />

base imponible de sus impuestos personales las cantidades destinadas a “Ahorro Provisional Voluntario”,<br />

instrum<strong>en</strong>tos regulados por ley y que ti<strong>en</strong><strong>en</strong> como objetivo increm<strong>en</strong>tar las futuras p<strong>en</strong>siones de los trabajadores.<br />

Mediante esta franquicia se pued<strong>en</strong> deducir hasta 50 UF m<strong>en</strong>suales (aproximadam<strong>en</strong>te 2.000 dólares).<br />

En tercer lugar, la ley permite la deducción anual de los intereses pagados, dev<strong>en</strong>gados <strong>en</strong> créditos con garantía<br />

hipotecaria destinados a la compra o construcción de vivi<strong>en</strong>das. El monto deducible es m<strong>en</strong>or mi<strong>en</strong>tras mayor<br />

sea la r<strong>en</strong>ta de la persona, y <strong>en</strong> ningún caso puede exceder de 8 Unidades Tributarias Anuales (UTA)<br />

(aproximadam<strong>en</strong>te 6.600 dólares).<br />

Por otro lado, los trabajadores indep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>tes pued<strong>en</strong> optar <strong>en</strong>tre llevar la contabilidad efectiva de sus gastos o<br />

rebajar gastos presuntos iguales al 30% de sus ingresos. Aproximadam<strong>en</strong>te un 80% de ellos opta por la segunda<br />

alternativa, puesto que <strong>en</strong> la práctica los gastos efectivos asociados al ejercicio de una profesión u oficio son<br />

bastante inferiores a ese porc<strong>en</strong>taje.<br />

Adicionalm<strong>en</strong>te, la ley contempla un inc<strong>en</strong>tivo al ahorro conocido como 57 bis, <strong>en</strong> refer<strong>en</strong>cia al artículo que lo<br />

establece. Esta franquicia permite postergar el pago de IGC por aquella parte de las r<strong>en</strong>tas que hayan sido<br />

ahorradas <strong>en</strong> instrum<strong>en</strong>tos financieros que determina la ley, hasta el mom<strong>en</strong>to <strong>en</strong> que se produzca el desahorro<br />

de estas cantidades. El b<strong>en</strong>eficio funciona <strong>en</strong> la forma de un crédito contra el citado impuesto al mom<strong>en</strong>to del<br />

ahorro, equival<strong>en</strong>te al ahorro neto del ejercicio multiplicado por un 15%; y un débito a reintegrar por concepto de<br />

dicho impuesto al mom<strong>en</strong>to del desahorro, igual al 15% aplicado sobre el ahorro neto negativo determinado al<br />

término del ejercicio.<br />

En sexto lugar, la ley contempla algunas ex<strong>en</strong>ciones para las r<strong>en</strong>tas de capitales mobiliarios de bajo monto,<br />

obt<strong>en</strong>idas por trabajadores dep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>tes. En el caso de interese financieros y divid<strong>en</strong>dos, se exim<strong>en</strong> del<br />

impuesto las r<strong>en</strong>tas anuales que no super<strong>en</strong> las 20 UTM (aproximadam<strong>en</strong>te 1.400 dólares).<br />

Finalm<strong>en</strong>te, hasta el año 2003 también se permitía deducir un 20% del valor de las acciones de primera emisión<br />

que hubies<strong>en</strong> sido adquiridas antes del 29 de julio de 1998.<br />

2.2.2 Impuesto al Valor Agregado (IVA)<br />

El IVA <strong>en</strong> <strong>Chile</strong> opera como un impuesto tipo consumo, gravando con una tasa de 19% la totalidad de los bi<strong>en</strong>es<br />

y la mayor parte de los servicios. El gravam<strong>en</strong> no contempla tasas difer<strong>en</strong>ciadas, salvo para la construcción de<br />

vivi<strong>en</strong>das, <strong>en</strong> donde existe un crédito especial igual al 65% de los débitos, mecanismo equival<strong>en</strong>te a la aplicación<br />

de una tasa reducida del 6,7%. Se aplican ex<strong>en</strong>ciones simples a algunos servicios, tales como los de educación,<br />

118


salud (con ciertas limitaciones), transporte de pasajeros, intereses financieros, algunas primas de seguros y los<br />

honorarios profesionales. La tasa cero está reservada sólo para las exportaciones, la que se materializa<br />

mediante la devolución m<strong>en</strong>sual de los reman<strong>en</strong>tes.<br />

Para qui<strong>en</strong>es no son exportadores, los reman<strong>en</strong>tes de IVA, producto de compras afectas superiores a las v<strong>en</strong>tas<br />

afectas, pued<strong>en</strong> ser rebajados de los débitos de IVA de los meses sigui<strong>en</strong>tes. Sin embargo, es posible acceder a<br />

la devolución de un reman<strong>en</strong>te cuando provi<strong>en</strong>e de compras de activos fijos y ha sido arrastrado por seis meses<br />

o más.<br />

2.2.3 Impuestos Adicionales al IVA<br />

Productos Suntuarios:<br />

Se aplica un impuesto de 15%, adicional al IVA, sobre la primera v<strong>en</strong>ta o importación de los sigui<strong>en</strong>tes bi<strong>en</strong>es:<br />

artículos de oro, platino y marfil; joyas y piedras preciosas; pieles finas; alfombras, tapices y cualquier otro<br />

artículo de similar naturaleza, calificados como finos por la administración tributaria; vehículos casa-rodantes<br />

autopropulsados; conservas de caviar y sucedáneos; y armas de aire o gas comprimido, sus accesorios y<br />

proyectiles, excepto los de caza submarina.<br />

En el caso de los artículos de oro, platino y marfil; joyas y piedras preciosas; y pieles finas, el impuesto se aplica<br />

también sobre el valor agregado <strong>en</strong> las sigui<strong>en</strong>tes etapas de comercialización, de manera similar al IVA.<br />

Además, los artículos de pirotecnia, tales como fuegos artificiales, petardos y similares, están afectos también a<br />

este impuesto, pero con una tasa de 50%.<br />

Impuesto a las Bebidas Alcohólicas, Analcohólicas y Productos Similares:<br />

La v<strong>en</strong>ta o importación de bebidas alcohólicas, analcohólicas y productos similares paga un impuesto adicional al<br />

IVA. El impuesto recae sobre la misma base imponible del IVA, con la salvedad de que no se aplica a las v<strong>en</strong>tas<br />

que efectúa el comerciante minorista al consumidor final. Las tasas vig<strong>en</strong>tes para este impuesto son: (i) Licores,<br />

piscos, whisky, aguardi<strong>en</strong>tes y destilados, incluy<strong>en</strong>do los vinos licorosos o aromatizados similares al vermouth:<br />

tasa del 27%; (ii) Vinos destinados al consumo 47 , ya sean gasificados, espumosos o champaña, g<strong>en</strong>erosos o<br />

asoleados, chichas y sidras destinadas al consumo, cualquiera que sea su <strong>en</strong>vase, cerveza y otras bebidas<br />

alcohólicas, cualquiera que sea su tipo, calidad o d<strong>en</strong>ominación, tasa del 15%; y (iii) bebidas analcohólicas<br />

naturales o artificiales, jarabes, y <strong>en</strong> g<strong>en</strong>eral cualquier otro producto que las sustituya o que sirva para preparar<br />

bebidas similares y las aguas minerales o termales que hayan sido adicionadas con colorante, sabor o<br />

edulcorante: tasa de 13%. Las exportaciones gozan de una ex<strong>en</strong>ción total o tasa cero, a través de un<br />

procedimi<strong>en</strong>to de recuperación vía crédito, o bi<strong>en</strong>, por devolución directa.<br />

Impuesto a la Importación de Vehículos de Lujo (derogado a contar de 2007):<br />

En el caso de los vehículos cuyo valor aduanero exceda de aproximadam<strong>en</strong>te US$27.700, se aplica una tasa de<br />

un 21,25% sobre el valor aduanero que se halle por <strong>en</strong>cima de este monto. Están ex<strong>en</strong>tos de este impuesto los<br />

47 Un caso de excepción recae <strong>en</strong> las v<strong>en</strong>tas de vino a granel realizadas por productores a otros v<strong>en</strong>dedores sujetos de<br />

este impuesto, las cuales no están gravadas.<br />

119


vehículos dedicados al transporte de pasajeros con más de quince asi<strong>en</strong>tos; camiones y camionetas con<br />

capacidad de carga superior a los 2.000 kilos, tractores, carretillas automóviles, vehículos casa-rodantes<br />

autopropulsados o para transporte fuera de carretera, coches celulares, ambulancias, coches mortuorios y<br />

blindados para el transporte.<br />

2.2.4 Impuesto a los Tabacos<br />

Los cigarros puros pagan un impuesto de 51% sobre su precio bruto de v<strong>en</strong>ta al consumidor, es decir, incluido el<br />

propio impuesto a los tabacos. Los cigarrillos pagan un impuesto de 60,4% sobre su precio de v<strong>en</strong>ta al<br />

consumidor, por cada paquete, caja o <strong>en</strong>voltorio; y el tabaco elaborado, sea <strong>en</strong> hebras, tabletas, pastas o<br />

cuerdas, granulados, picadura o pulverizado, paga un impuesto de 57,9%.<br />

2.2.5 Impuestos a los Combustibles<br />

Este gravam<strong>en</strong> recae sobre la primera v<strong>en</strong>ta o importación de gasolina automotriz y de petróleo diesel. Su base<br />

imponible está formada por la cantidad de combustible, expresada <strong>en</strong> metros cúbicos. La tasa del impuesto es de<br />

1,5 UTM (90 US$) por metro cúbico para el petróleo diesel y de 6 UTM (US$362) por metro cúbico para la<br />

gasolina automotriz. En este gravam<strong>en</strong>, se establece un sistema de recuperación <strong>en</strong> la declaración m<strong>en</strong>sual del<br />

impuesto al petróleo diesel soportado <strong>en</strong> su adquisición, cuando no ha sido destinado a vehículos motorizados<br />

que transit<strong>en</strong> por calles, caminos y vías públicas <strong>en</strong> g<strong>en</strong>eral. Por otra parte, se permite a las empresas de<br />

transporte de carga pesada, recuperar un porc<strong>en</strong>taje de las sumas pagadas por dichos vehículos, por concepto<br />

del impuesto específico al petróleo diesel.<br />

2.2.6 Impuesto a los Actos Jurídicos (de Timbres y Estampillas)<br />

El Impuesto de Timbres y Estampillas ti<strong>en</strong>e básicam<strong>en</strong>te dos compon<strong>en</strong>tes. Uno de ellos es el d<strong>en</strong>ominado<br />

“impuesto al crédito”, el cual grava las operaciones de crédito y su base imponible es el monto del capital<br />

docum<strong>en</strong>tado <strong>en</strong> la obligación crediticia. La tasa impositiva es de 0,1% por cada mes o fracción que media <strong>en</strong>tre<br />

su fecha de emisión y v<strong>en</strong>cimi<strong>en</strong>to, con un máximo de 1,2%. Los instrum<strong>en</strong>tos a la vista o sin plazo de<br />

v<strong>en</strong>cimi<strong>en</strong>to ti<strong>en</strong><strong>en</strong> una tasa de 0,5% sobre su monto 48 . La segunda compon<strong>en</strong>te corresponde al “impuesto al<br />

cheque”, que grava los giros de cu<strong>en</strong>tas corri<strong>en</strong>tes a través de cheques o cualquier otro medio. Este gravam<strong>en</strong><br />

opera con una tasa fija de aproximadam<strong>en</strong>te 30 c<strong>en</strong>tavos de dólar por cheque o giro. Los protestos de cheques<br />

por falta de fondos, las actas de protesto de letras de cambio y pagarés a la ord<strong>en</strong> se gravan con una tasa de 1%<br />

sobre su monto, con un mínimo aproximado de US$5 y un máximo aproximado de US$60.<br />

2.2.7 Impuestos a los Juegos de Azar<br />

Exist<strong>en</strong> tres textos legales que establec<strong>en</strong> impuestos que afectan cada uno a distintos juegos de azar. El<br />

primero, grava los juegos de lotería y otros juegos de azar legales, con una tasa de 15% sobre el monto total de<br />

las apuestas. El segundo, grava las apuestas hípicas, con una tasa de 3% sobre el monto total de las apuestas.<br />

Y el tercero, grava a los casinos de juegos con dos compon<strong>en</strong>tes: la primera, consiste <strong>en</strong> un impuesto de<br />

aproximadam<strong>en</strong>te US$4 por cada persona que ingresa; la segunda, aplica una tasa del 20% sobre los ingresos<br />

brutos de las sociedades operadoras de casinos de juegos. La recaudación de esta tasa se distribuye <strong>en</strong> partes<br />

iguales <strong>en</strong>tre el Gobierno C<strong>en</strong>tral y el municipio <strong>en</strong> donde opera el casino.<br />

2.2.8 Impuesto al Comercio Exterior<br />

48 En este concepto <strong>en</strong>tran instrum<strong>en</strong>tos como letras de cambio, pagarés, créditos simples o docum<strong>en</strong>tarios, <strong>en</strong>trega de<br />

facturas o cu<strong>en</strong>tas <strong>en</strong> cobranza, descu<strong>en</strong>to bancario de letras, préstamos y otras operaciones de crédito de dinero.<br />

120


Los bi<strong>en</strong>es importados están afectos a un impuesto ad valorem cuya tasa es actualm<strong>en</strong>te de 6%, con<br />

indep<strong>en</strong>d<strong>en</strong>cia del tipo de mercadería. Cabe señalar que <strong>Chile</strong> ha suscrito 19 acuerdos comerciales, que<br />

involucran a 53 países, por lo que una parte considerable de los productos importados se <strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tra desgravada.<br />

Es así que, de acuerdo a cifras del Ministerio de Haci<strong>en</strong>da, <strong>en</strong> 2006 el arancel promedio fue de 1,6%.<br />

2.3 Impuestos a nivel de Gobiernos Locales<br />

2.3.1 Impuesto Territorial (a los bi<strong>en</strong>es raíces)<br />

El Impuesto a los Bi<strong>en</strong>es Raíces se aplica sobre el avalúo fiscal de las propiedades, el que a su vez es<br />

determinado por la administración tributaria. Los bi<strong>en</strong>es raíces agrícolas están sujetos a una tasa anual del 1%, y<br />

contempla un tramo de avalúo ex<strong>en</strong>to de aproximadam<strong>en</strong>te $6 millones (US$13 mil).<br />

En el caso de los bi<strong>en</strong>es raíces no agrícolas, se debe distinguir si su destino es habitacional o de otro tipo. Los<br />

habitacionales gozan de un tramo de avalúo ex<strong>en</strong>to de aproximadam<strong>en</strong>te $13 millones (US$27 mil); sobre la<br />

parte del avalúo que exceda a ese monto, pero sea inferior a aproximadam<strong>en</strong>te $46 millones (US$97 mil), se<br />

aplica una tasa anual de 1,2%; y por la parte del avalúo que sobrepase los $46 millones (US$97 mil), se aplica<br />

una tasa anual 1,4%. Respecto de los bi<strong>en</strong>es raíces con destino no-habitacional, se aplica una tasa anual de<br />

1,4%. Sobre los bi<strong>en</strong>es raíces no agrícolas, se aplica además una sobretasa de 0,025%, de b<strong>en</strong>eficio del<br />

gobierno c<strong>en</strong>tral. 49<br />

2.3.2 Impuestos a la circulación de vehículos<br />

Este gravam<strong>en</strong> se determina sobre el avalúo fiscal de los vehículos. El impuesto opera con una escala<br />

progresiva de tasas, que van desde 1% hasta 4,5%. Esta última tasa se aplica a vehículos con avalúo por<br />

<strong>en</strong>cima de unos $13 millones (US$24 mil). El gravam<strong>en</strong> contempla un mínimo aproximado de $16 mil (US$30).<br />

2.3.3 Pat<strong>en</strong>tes municipales<br />

Grava la actividad que ejerce un contribuy<strong>en</strong>te <strong>en</strong> su local, oficina, establecimi<strong>en</strong>to, kiosko o lugar determinado.<br />

Si los contribuy<strong>en</strong>tes operan <strong>en</strong> el régim<strong>en</strong> de r<strong>en</strong>tas efectivas <strong>en</strong> el que deb<strong>en</strong> llevar un balance g<strong>en</strong>eral, la tasa<br />

impositiva de la pat<strong>en</strong>te puede ir <strong>en</strong>tre 0,25% y 0,5% del capital propio. Dicho gravam<strong>en</strong> no puede ser inferior a<br />

$32 mil (US$60) ni superior a $130 millones (US$241 mil).<br />

2.3.4 Impuesto a la transfer<strong>en</strong>cia de vehículos usados<br />

La base imponible corresponde al valor máximo <strong>en</strong>tre el precio de v<strong>en</strong>ta y el valor de la tasación fiscal del<br />

vehículo que es transferido. La tasa impositiva es del 1,5%.<br />

49 El Impuesto a los Bi<strong>en</strong>es Raíces considera además ex<strong>en</strong>ciones g<strong>en</strong>erales para ciertas vivi<strong>en</strong>das y predios agrícolas,<br />

por ejemplo, para predios destinados al culto, a la educación y al deporte.<br />

121


3. Anteced<strong>en</strong>tes sobre el Gasto Público<br />

En la tabla 3 se muestra la clasificación funcional del gasto público del Gobierno C<strong>en</strong>tral, para los años 1990 a<br />

2006. Durante el período, el gasto público, neto de cotizaciones y copago de salud, osciló <strong>en</strong>tre un 17,1% y un<br />

21,4% de PIB.<br />

C<strong>en</strong>trando el análisis <strong>en</strong> el año 2003, se aprecia que la principal compon<strong>en</strong>te del gasto público correspondió a la<br />

Protección Social, que repres<strong>en</strong>tó un 36,6% del gasto total y 7,3% del PIB. La mayor parte de este gasto, un<br />

76%, provi<strong>en</strong>e del pago de p<strong>en</strong>siones de vejez del antiguo sistema de repartos. Al mirar su evolución se observa<br />

un desc<strong>en</strong>so respecto de principios de los nov<strong>en</strong>ta, cuando repres<strong>en</strong>taba sobre un 8% del PIB. Este desc<strong>en</strong>so es<br />

consecu<strong>en</strong>cia del traspaso paulatino de las jubilaciones desde el sistema antiguo al sistema privado de<br />

p<strong>en</strong>siones.<br />

En segundo lugar de importancia, con un 18,9% del total, aparece el gasto <strong>en</strong> Educación, que alcanzó a 3,8<br />

puntos del PIB <strong>en</strong> 2003. Este gasto se conc<strong>en</strong>tra fuertem<strong>en</strong>te <strong>en</strong> la educación preescolar, básica y media. En<br />

efecto, alrededor del 60% del gasto público <strong>en</strong> educación corresponde a la subv<strong>en</strong>ción por alumno que el Estado<br />

<strong>en</strong>trega tanto a los establecimi<strong>en</strong>tos municipales como particulares, que impart<strong>en</strong> educación parvularia, básica y<br />

media. Otro 5% del gasto total <strong>en</strong> educación llega a estos mismos establecimi<strong>en</strong>tos a través de programas de<br />

alim<strong>en</strong>tación, salud escolar y <strong>en</strong>trega de textos de estudios y útiles escolares.<br />

Por su parte, la educación superior o terciaria absorbe cerca del 11% del gasto total <strong>en</strong> educación,<br />

principalm<strong>en</strong>te a través del aporte fiscal directo a las universidades tradicionales 50 y la <strong>en</strong>trega de becas de<br />

estudio y prestamos a estudiantes de bajos ingresos. En términos relativos, <strong>en</strong> la educación superior el<br />

financiami<strong>en</strong>to del sector público es considerablem<strong>en</strong>te m<strong>en</strong>or que <strong>en</strong> la educación primaria y secundaria.<br />

En cuanto a la evolución del gasto público <strong>en</strong> educación, se observa un increm<strong>en</strong>to importante <strong>en</strong> los últimos<br />

años. En la primera mitad de la década de los nov<strong>en</strong>ta el gasto público <strong>en</strong> educación promedio un 2,4% PIB, <strong>en</strong><br />

tanto que <strong>en</strong> los últimos cinco años el promedio es de 3,5% del PIB.<br />

En tercer lugar, con una participación del 14,9% del total, se <strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tra el gasto social <strong>en</strong> Salud, que para el año<br />

2003 repres<strong>en</strong>tó un 3% del PIB. Cabe t<strong>en</strong>er pres<strong>en</strong>te que las personas afiliadas al Sistema Público de Salud<br />

deb<strong>en</strong> cotizar m<strong>en</strong>sualm<strong>en</strong>te un 7% de sus ingresos al Fondo Nacional de Salud (FONASA) y efectuar un<br />

copago cada vez que recib<strong>en</strong> una prestación, el que dep<strong>en</strong>de de el tipo de prestación y el nivel de r<strong>en</strong>tas del<br />

b<strong>en</strong>eficiario.<br />

De acuerdo con la información publicada por FONASA, <strong>en</strong> 2003 las cotizaciones de salud alcanzaron a 1% del<br />

PIB, mi<strong>en</strong>tras que el copago repres<strong>en</strong>tó 0,2% del PIB. De esta forma, si se restan ambos conceptos del gasto <strong>en</strong><br />

salud, se llega a un subsidio neto equival<strong>en</strong>te al 1,7% del PIB. Al observar la evolución de esta variable, se<br />

concluye que el gasto neto <strong>en</strong> salud a experim<strong>en</strong>tado también un importante aum<strong>en</strong>to <strong>en</strong> los últimos años,<br />

50 Conjunto de 25 universidades que existían con anterioridad a la Reforma del Sistema Universitario del año 1981, a partir<br />

de la cual se crearon diversas universidades privadas.<br />

122


pasando de un promedio de 1,2% del PIB, <strong>en</strong> los primeros cinco años del período analizado, a 1,7% del PIB <strong>en</strong><br />

los últimos cinco años.<br />

En cuarto lugar, aparece el gasto público <strong>en</strong> Asuntos Económicos, con una participación del 13,2%, que equivale<br />

a un 2,4% del PIB. En esta partida incid<strong>en</strong>, <strong>en</strong> ord<strong>en</strong> de importancia, los gastos destinados al sistema de<br />

transporte, a subsidios para sectores primarios y gastos <strong>en</strong> actividades de investigación y desarrollo.<br />

En seguida, y con una participación relativa m<strong>en</strong>or, se <strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tra el gasto público <strong>en</strong> Ord<strong>en</strong> Público y Seguridad<br />

(1,2% del PIB); Def<strong>en</strong>sa (1,4% del PIB); Servicios Públicos G<strong>en</strong>erales (1,4% del PIB); Vivi<strong>en</strong>da y Servicios<br />

Comunitarios (0,2% del PIB); Actividades Recreativas, Cultura y Religión (0,1% del PIB); y Protección del Medio<br />

Ambi<strong>en</strong>te (0,1% del PIB).<br />

123


Tabla 3<br />

CLASIFICACION FUNCIONAL DE EROGACIONES DEL GOBIERNO CENTRAL TOTAL<br />

En miles de millones de pesos de cada año<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006<br />

GASTO TOTAL 1.890 2.516 3.125 3.764 4.394 5.033 5.839 6.476 7.194 7.954 8.575 9.163 9.774 10.200 10.937 11.999 13.241<br />

Protección Social 780 1.040 1.263 1.519 1.736 1.971 2.273 2.448 2.692 2.943 3.217 3.447 3.595 3.732 3.876 4.255 4.530<br />

Educación 221 297 384 484 585 713 884 1.024 1.215 1.399 1.514 1.691 1.849 1.928 2.099 2.162 2.373<br />

Preescolar, básica y media 149<br />

19<br />

2 248 314 359 498 618 730 854 981<br />

Superior 37 56 70 83 91 105 123 137 158 173 186 199 214 215 231 243 269<br />

Resto 35 48 66 88 135 110 143 157 203 245 206 223 229 240 218 230 261<br />

Salud neta 80 133 194 250 344 391 460 511 576 620 674 746 796 887 973 1.092 1.305<br />

Gasto público<br />

180<br />

Cotizaciones -85<br />

25<br />

8 350 440 565 642 751 845 953<br />

-<br />

10<br />

5<br />

-<br />

130<br />

Copago -16 -19 -25 -32 -37 -43 -50 -58 -73 -82 -96<br />

-<br />

158<br />

-<br />

184<br />

-<br />

208<br />

-<br />

241<br />

124<br />

-<br />

275<br />

-<br />

304<br />

1.0<br />

34<br />

-<br />

333<br />

1.1<br />

22<br />

1.1<br />

53<br />

-<br />

384<br />

1.2<br />

69<br />

1.2<br />

93<br />

1.40<br />

6<br />

1.39<br />

0<br />

1.47<br />

3<br />

1.51<br />

5<br />

1.65<br />

0<br />

1.64<br />

5<br />

1.68<br />

9<br />

1.84<br />

5<br />

1.84<br />

3<br />

2.16<br />

0<br />

-<br />

438 -477 -519 -562 -644 -740<br />

-<br />

109 -117 -109 -110 -109 -114<br />

Asuntos Económicos 194 307 413 498 631 741 868 1.009 1.072 1.137 1.227 1.156 1.277 1.350 1.405 1.667 1.915


Tabla 3<br />

CLASIFICACION FUNCIONAL DE EROGACIONES DEL GOBIERNO CENTRAL TOTAL<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006<br />

Ord<strong>en</strong> Público y Seguridad 83 115 154 193 221 260 316 369 417 466 499 558 611 670 727 864 962<br />

Def<strong>en</strong>sa 222 260 306 340 359 406 478 533 593 646 686 738 740 690 819 864 936<br />

Servicios Públicos G<strong>en</strong>erales 273 332 359 411 440 458 441 447 484 540 559 642 709 742 797 840 897<br />

Vivi<strong>en</strong>da y Serv. Comunitarios 22 17 31 41 43 53 64 75 78 126 118 90 91 94 130 136 193<br />

Recreación, Cultura y Religión 11 10 14 18 21 25 34 36 38 46 51 50 67 70 73 79 83<br />

Protección del Medio Ambi<strong>en</strong>te 4 5 8 10 13 17 21 24 29 32 31 45 39 36 38 40 46<br />

Como porc<strong>en</strong>taje del total<br />

GASTO TOTAL 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0<br />

Protección Social 41,3 41,3 40,4 40,4 39,5 39,2 38,9 37,8 37,4 37,0 37,5 37,6 36,8 36,6 35,4 35,5 34,2<br />

Educación 11,7 11,8 12,3 12,9 13,3 14,2 15,1 15,8 16,9 17,6 17,7 18,5 18,9 18,9 19,2 18,0 17,9<br />

Preescolar, básica y media 7,9 7,6 7,9 8,3 8,2 9,9<br />

10,<br />

6<br />

125<br />

11,<br />

3<br />

11,<br />

9<br />

12,<br />

3<br />

13,<br />

1<br />

13,<br />

8 14,4 14,4 15,1 14,1 13,9<br />

Superior 2,0 2,2 2,2 2,2 2,1 2,1 2,1 2,1 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,1 2,1 2,0 2,0<br />

Resto 1,9 1,9 2,1 2,3 3,1 2,2 2,4 2,4 2,8 3,1 2,4 2,4 2,3 2,4 2,0 1,9 2,0<br />

Salud neta 4,2 5,3 6,2 6,6 7,8 7,8 7,9 7,9 8,0 7,8 7,9 8,1 8,1 8,7 8,9 9,1 9,9


Tabla 3<br />

CLASIFICACION FUNCIONAL DE EROGACIONES DEL GOBIERNO CENTRAL TOTAL<br />

Gasto público<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006<br />

9,5<br />

Cotizaciones -4,5<br />

Copago -0,8<br />

10,<br />

3<br />

11,<br />

2<br />

11,<br />

7<br />

12,<br />

9<br />

12,<br />

8<br />

12,<br />

9<br />

126<br />

13,<br />

0<br />

13,<br />

3<br />

13,<br />

0<br />

13,<br />

5<br />

14,<br />

1 14,2 14,9 15,0 15,4 16,3<br />

-<br />

4,2 -4,2 -4,2 -4,2 -4,1 -4,1 -4,2 -4,2 -4,2 -4,5 -4,8 -4,9 -5,1 -5,1 -5,4 -5,6<br />

-<br />

0,8 -0,8 -0,8 -0,8 -0,9 -0,9 -0,9 -1,0 -1,0 -1,1 -1,2 -1,2 -1,1 -1,0 -0,9 -0,9<br />

Asuntos Económicos 10,3 12,2 13,2 13,2 14,4 14,7 14,9 15,6 14,9 14,3 14,3 12,6 13,1 13,2 12,8 13,9 14,5<br />

Ord<strong>en</strong> Público y Seguridad 4,4 4,6 4,9 5,1 5,0 5,2 5,4 5,7 5,8 5,9 5,8 6,1 6,3 6,6 6,6 7,2 7,3<br />

Def<strong>en</strong>sa 11,7 10,3 9,8 9,0 8,2 8,1 8,2 8,2 8,2 8,1 8,0 8,0 7,6 6,8 7,5 7,2 7,1<br />

Servicios Públicos G<strong>en</strong>erales 14,4 13,2 11,5 10,9 10,0 9,1 7,6 6,9 6,7 6,8 6,5 7,0 7,2 7,3 7,3 7,0 6,8<br />

Vivi<strong>en</strong>da y Serv. Comunitarios 1,2 0,7 1,0 1,1 1,0 1,1 1,1 1,2 1,1 1,6 1,4 1,0 0,9 0,9 1,2 1,1 1,5<br />

Recreación, Cultura y Religión 0,6 0,4 0,4 0,5 0,5 0,5 0,6 0,6 0,5 0,6 0,6 0,6 0,7 0,7 0,7 0,7 0,6<br />

Protección del Medio Ambi<strong>en</strong>te 0,2 0,2 0,3 0,3 0,3 0,3 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3 0,3<br />

Como porc<strong>en</strong>taje del PIB<br />

GASTO TOTAL 19,6 19,8 19,4 19,5 19,0 17,8 18,7 18,7 19,7 21,4 21,1 21,0 21,1 19,9 18,7 18,0 17,1<br />

Protección Social 8,1 8,2 7,8 7,9 7,5 7,0 7,3 7,1 7,4 7,9 7,9 7,9 7,8 7,3 6,6 6,4 5,9


Tabla 3<br />

CLASIFICACION FUNCIONAL DE EROGACIONES DEL GOBIERNO CENTRAL TOTAL<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006<br />

Educación 2,3 2,3 2,4 2,5 2,5 2,5 2,8 2,9 3,3 3,8 3,7 3,9 4,0 3,8 3,6 3,2 3,1<br />

Preescolar, básica y media 1,5 1,5 1,5 1,6 1,5 1,8 2,0 2,1 2,3 2,6 2,8 2,9 3,0 2,9 2,8 2,5 2,4<br />

Superior 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,5 0,5 0,5 0,5 0,4 0,4 0,4 0,3<br />

Resto 0,4 0,4 0,4 0,5 0,6 0,4 0,5 0,5 0,6 0,7 0,5 0,5 0,5 0,5 0,4 0,3 0,3<br />

Salud neta 0,8 1,0 1,2 1,3 1,5 1,4 1,5 1,5 1,6 1,7 1,7 1,7 1,7 1,7 1,7 1,6 1,7<br />

Gasto <strong>en</strong> salud<br />

Cotizaciones -0,9<br />

Copago -0,2<br />

1,9 2,0 2,2 2,3 2,4 2,3 2,4 2,4 2,6 2,8 2,8 3,0 3,0 3,0 2,8 2,8 2,8<br />

-<br />

0,8 -0,8 -0,8 -0,8 -0,7 -0,8 -0,8 -0,8 -0,9 -0,9 -1,0 -1,0 -1,0 -1,0 -1,0 -1,0<br />

-<br />

0,2 -0,2 -0,2 -0,2 -0,2 -0,2 -0,2 -0,2 -0,2 -0,2 -0,3 -0,3 -0,2 -0,2 -0,2 -0,1<br />

Asuntos Económicos 2,0 2,4 2,6 2,6 2,7 2,6 2,8 2,9 2,9 3,1 3,0 2,7 2,8 2,6 2,4 2,5 2,5<br />

Ord<strong>en</strong> Público y Seguridad 0,9 0,9 1,0 1,0 1,0 0,9 1,0 1,1 1,1 1,3 1,2 1,3 1,3 1,3 1,2 1,3 1,2<br />

Def<strong>en</strong>sa 2,3 2,0 1,9 1,8 1,5 1,4 1,5 1,5 1,6 1,7 1,7 1,7 1,6 1,3 1,4 1,3 1,2<br />

Servicios Públicos G<strong>en</strong>erales 2,8 2,6 2,2 2,1 1,9 1,6 1,4 1,3 1,3 1,5 1,4 1,5 1,5 1,5 1,4 1,3 1,2<br />

Vivi<strong>en</strong>da y Serv. Comunitarios 0,2 0,1 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2<br />

127


Tabla 3<br />

CLASIFICACION FUNCIONAL DE EROGACIONES DEL GOBIERNO CENTRAL TOTAL<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006<br />

Recreación, Cultura y Religión 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1<br />

Protección del Medio Ambi<strong>en</strong>te 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1<br />

Fu<strong>en</strong>te: Estadísticas de las Finanzas Públicas, Dirección de Presupuestos del Ministerio de Haci<strong>en</strong>da; y estadísticas del Fondo Nacional de Salud<br />

(FONASA<br />

128


4. Metodología<br />

En lo sustantivo, <strong>en</strong> este trabajo se sigu<strong>en</strong> los requerimi<strong>en</strong>tos metodológicos indicados por la coordinación<br />

técnica del proyecto, con lo que se pret<strong>en</strong>de garantizar la comparación <strong>en</strong>tre los resultados obt<strong>en</strong>idos para<br />

distintos países.<br />

Tal como se señaló anteriorm<strong>en</strong>te, el propósito de este estudio es determinar la incid<strong>en</strong>cia de los impuestos y<br />

el gasto social <strong>en</strong> la distribución del ingreso. En ese s<strong>en</strong>tido, el foco está puesto <strong>en</strong> lo que se conoce como la<br />

equidad vertical de la política fiscal. Según este concepto, las personas con mayor capacidad contributiva<br />

debieran pagar proporcionalm<strong>en</strong>te más impuestos que aquellos con una m<strong>en</strong>or capacidad contributiva. De<br />

igual forma, el gasto social debiera favorecer proporcionalm<strong>en</strong>te más a la población de m<strong>en</strong>ores ingresos.<br />

También es un atributo deseable, sobretodo de la política tributaria, la equidad <strong>en</strong> un s<strong>en</strong>tido horizontal. Esto<br />

es, que personas iguales <strong>en</strong> términos de capacidad contributiva soport<strong>en</strong> cargas tributarias similares. Si bi<strong>en</strong><br />

el ac<strong>en</strong>to del trabajo no está puesto <strong>en</strong> este concepto, la metodología aplicada permite obt<strong>en</strong>er algunas<br />

conclusiones a este respecto.<br />

4.1 Fu<strong>en</strong>tes de Información<br />

Para medir la incid<strong>en</strong>cia de los impuestos y el gasto social <strong>en</strong> la distribución del ingreso, es necesario,<br />

primero, medir cómo se distribuy<strong>en</strong> los ingresos de los hogares antes de pagar de impuestos y de recibir el<br />

gasto social; segundo, medir los impuestos que soportan los hogares según niveles de ingreso; tercero,<br />

medir el gasto social que recib<strong>en</strong> los hogares, según niveles de ingreso; y, cuarto, medir cómo se distribuy<strong>en</strong><br />

los ingresos de los hogares después de impuestos, después del gasto social y después de la política fiscal, y<br />

comparar esa distribución con la de los ingresos antes de impuestos y gasto.<br />

Para realizar lo anterior, se requiere información de los ingresos, a nivel de hogares e individuos, pues esa es<br />

la variable principal a medir y la base del impuesto a la r<strong>en</strong>ta; de consumo por producto, necesaria para<br />

estimar los impuestos indirectos; y de subsidios monetarios y no monetarios. En <strong>Chile</strong> no existe una única<br />

fu<strong>en</strong>te de información que cont<strong>en</strong>ga todos estos datos, por lo que fue necesario relacionar difer<strong>en</strong>tes fu<strong>en</strong>tes<br />

para alcanzar el objetivo. A continuación, se describ<strong>en</strong> las tres principales.<br />

(i) Encuesta de Caracterización Socioeconómica de <strong>Chile</strong> del año 2003 (CASEN)<br />

El eje del estudio fue la información de ingresos registrada <strong>en</strong> la Encuesta CASEN del año 2003. Una<br />

alternativa a la <strong>en</strong>cuesta CASEN para la obt<strong>en</strong>ción de datos de ingresos, que fue desechada, es la<br />

información individual de r<strong>en</strong>tas cont<strong>en</strong>ida <strong>en</strong> las bases de datos tributarias. Aun cuando tales bases<br />

conti<strong>en</strong><strong>en</strong> a un alto porc<strong>en</strong>taje del universo de personas que obti<strong>en</strong><strong>en</strong> ingresos, pres<strong>en</strong>tan algunos<br />

inconv<strong>en</strong>i<strong>en</strong>tes difíciles de superar. En primer lugar, la dificultad de acceder a datos tributarios individuales,<br />

aún cuando sean innominados. Segundo, la información de ingresos de las fu<strong>en</strong>tes tributarias está<br />

subestimada debido a que algunos ingresos no se declaran ante la autoridad fiscal, ya sea por<br />

subdeclaración o bi<strong>en</strong> porque la normativa permite excluir o liberar legalm<strong>en</strong>te ciertas r<strong>en</strong>tas <strong>en</strong> cuanto a su<br />

declaración.<br />

Las <strong>en</strong>cuestas también ti<strong>en</strong><strong>en</strong> un problema de subdeclaración. Sin embargo, exist<strong>en</strong> metodologías que<br />

permit<strong>en</strong> ajustar los valores con aquellos estimados <strong>en</strong> las cu<strong>en</strong>tas nacionales. Otra v<strong>en</strong>taja de usar esta


<strong>en</strong>cuesta como la CASEN, y que no existe <strong>en</strong> las bases tributarias, es el vínculo de los individuos con los<br />

hogares, que permite la agrupación <strong>en</strong> deciles de ingreso familiar per cápita.<br />

La <strong>en</strong>cuesta CASEN 2003 considera una muestra de 272 mil personas, pert<strong>en</strong>eci<strong>en</strong>tes a 68.150 hogares.<br />

Fue levantada <strong>en</strong>tre el 8 de noviembre y el 20 de diciembre de 2003 y ti<strong>en</strong>e repres<strong>en</strong>tatividad nacional,<br />

regional y por zonas (urbana y rural).<br />

(ii) Encuesta de Presupuestos Familiares de <strong>Chile</strong> del año 1997 (EPF)<br />

La EPF proporciona información del consumo de los hogares a nivel de productos, la que fue utilizada para<br />

estimar el IVA y los demás impuestos indirectos que pagan los hogares, según su nivel de r<strong>en</strong>ta per cápita.<br />

Esta <strong>en</strong>cuesta fue levantada <strong>en</strong>tre agosto de 1996 y julio de 1997 y es repres<strong>en</strong>tativa sólo de la Región<br />

Metropolitana (un tercio de la población nacional reside <strong>en</strong> esta región). El detalle de los consumos <strong>en</strong> los<br />

difer<strong>en</strong>tes productos afectos a impuestos indirectos permite estimar qué fracción del ingreso se destina a<br />

dichos impuestos. Se debe t<strong>en</strong>er pres<strong>en</strong>te, eso sí, que las pautas de consumo del año 2003 con toda<br />

seguridad no son las mismas que las del año 1997, cuando se hizo la <strong>en</strong>cuesta. Sin embargo, ésta constituye<br />

la única información disponible al mom<strong>en</strong>to de realizar este trabajo 51 .<br />

(iii) Matriz de Insumo-Producto del año 2003 (MIP)<br />

La tasa efectiva de IVA, para los distintos productos, es distinta a la legal, debido a la traslación de impuesto<br />

que g<strong>en</strong>eran las ex<strong>en</strong>ciones. Hay dos efectos distintos asociados al concepto de traslación. Por un lado, está<br />

el IVA implícito <strong>en</strong> los bi<strong>en</strong>es acogidos a ex<strong>en</strong>ción parcial, pues el IVA soportado <strong>en</strong> la compra de insumos<br />

<strong>en</strong>carece el precio final de esos bi<strong>en</strong>es. Y, por otro lado, está el IVA que se recauda por “efecto cascada”,<br />

cuando el bi<strong>en</strong> ex<strong>en</strong>to es intermedio y utilizado por un sector que produce un bi<strong>en</strong> afecto. Para estimar<br />

ambos conceptos de recaudación, se empleó la información de transacciones intersectoriales cont<strong>en</strong>ida <strong>en</strong> la<br />

Matriz de Insumo-Producto 2003, elaborada por el Banco C<strong>en</strong>tral y que compr<strong>en</strong>de los datos de v<strong>en</strong>tas y<br />

compras a nivel de 77 sectores productivos.<br />

Asimismo, se usó la MIP para estimar la traslación al consumidor final del impuesto a los combustibles<br />

usados como insumos <strong>en</strong> las distintas actividades productivas.<br />

4.2 Definiciones y conv<strong>en</strong>ciones básicas<br />

Indicador de bi<strong>en</strong>estar:<br />

Una primera consideración metodológica se refiere a la elección de un indicador de bi<strong>en</strong>estar que sirva como<br />

refer<strong>en</strong>cia para la medición del efecto distributivo de la política fiscal. Las opciones tradicionales son dos:<br />

ingreso y consumo. Los estudios de equidad fiscal mayoritariam<strong>en</strong>te han optado por el ingreso. Sin embargo,<br />

se debe t<strong>en</strong>er <strong>en</strong> consideración que <strong>en</strong> un estudio de corte anual como el pres<strong>en</strong>te, la utilización del ingreso<br />

pres<strong>en</strong>ta algunos problemas que ti<strong>en</strong><strong>en</strong> que ver con la compon<strong>en</strong>te transitoria del mismo. En efecto, es<br />

posible que, por ejemplo, una persona mom<strong>en</strong>táneam<strong>en</strong>te desocupada, pero con un patrimonio y nivel de<br />

consumo considerable, sea clasificada <strong>en</strong> el decil más pobre. Para evitar esos errores de clasificación, sería<br />

necesario medir el ingreso perman<strong>en</strong>te, variable que no es fácil estimar a partir de las <strong>en</strong>cuestas de hogares.<br />

En ese s<strong>en</strong>tido, el consumo ti<strong>en</strong>e la v<strong>en</strong>taja de ser un bu<strong>en</strong> estimador del ingreso perman<strong>en</strong>te.<br />

51 Lam<strong>en</strong>tablem<strong>en</strong>te, la nueva EPF, levantada durante 2007, aún no está disponible.<br />

130


En definitiva, se ha optado por utilizar el ingreso familiar como medida de bi<strong>en</strong>estar, pero se utilizará además<br />

el consumo sólo para el análisis de la progresividad del Impuesto al Valor Agregado.<br />

Unidad de análisis<br />

La unidad de análisis son los hogares. No obstante, y con el fin de <strong>en</strong>tregar información complem<strong>en</strong>taria, <strong>en</strong><br />

anexos se pres<strong>en</strong>tan los resultados considerando como unidad de análisis a los individuos.<br />

Las variables de ingresos, impuestos y gastos se estiman primero a nivel de individuos, para luego consolidar<br />

la información a nivel de hogares, valiéndose de los <strong>en</strong>laces individuos-hogares disponibles <strong>en</strong> la <strong>en</strong>cuesta<br />

CASEN.<br />

Impuestos considerados <strong>en</strong> la estimación:<br />

En la Tabla 4 se señalan los impuestos que han sido incluidos <strong>en</strong> la estimación de la incid<strong>en</strong>cia tributaria y<br />

aquellos que se han omitido. A modo de síntesis, se han incluido los impuestos personales a la r<strong>en</strong>ta, el IVA,<br />

los impuestos adicionales al IVA, los impuestos a productos específicos y los impuestos a los juegos de azar.<br />

En conjunto, estos gravám<strong>en</strong>es repres<strong>en</strong>tan un 72,3% de la recaudación tributaria total con incid<strong>en</strong>cia<br />

pot<strong>en</strong>cial <strong>en</strong> las personas naturales. Esto es, excluy<strong>en</strong>do los impuestos de ret<strong>en</strong>ción a no resid<strong>en</strong>tes y el<br />

impuesto adicional a empresas estatales.<br />

Supuestos de incid<strong>en</strong>cia:<br />

Se aplican los mismos supuestos que reconoc<strong>en</strong> la mayoría de trabajos de este tipo, <strong>en</strong> el s<strong>en</strong>tido de atribuir<br />

el pago de los impuestos directos a los factores gravados (Impuestos a la R<strong>en</strong>ta) y el pago de los impuestos<br />

indirectos a los consumidores (IVA y demás impuestos al consumo). En la Tabla 4 se indican los sujetos <strong>en</strong><br />

que se ha supuesto la incid<strong>en</strong>cia de los gravám<strong>en</strong>es.<br />

Tabla 4<br />

Compon<strong>en</strong>tes consideradas <strong>en</strong> la carga tributaria y supuestos de incid<strong>en</strong>cia sobre personas naturales<br />

Compon<strong>en</strong>tes Incluido Persona natural<br />

soportante<br />

Gobierno C<strong>en</strong>tral:<br />

Impuesto a la R<strong>en</strong>ta de las Empresas X 9,1<br />

Imp. R<strong>en</strong>ta de las Personas Físicas:<br />

Único de Segunda Categoría (IUSC)<br />

Imp. R<strong>en</strong>ta Personas de las Personas<br />

Físicas: Global Complem<strong>en</strong>tario (IGC)<br />

Trabajador dep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>te 6,9<br />

(a) Trabajador indep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>te,<br />

empresario, socio o<br />

accionista, y demás<br />

r<strong>en</strong>tistas resid<strong>en</strong>tes<br />

IVA (b) Consumidor 48,1<br />

Impuesto a Productos Suntuarios Consumidor 0,0<br />

Impuesto a las Bebidas Alcohólicas, Consumidor 1,4<br />

131<br />

% de la<br />

recaudación<br />

total<br />

3,6


Notas:<br />

Analcohólicas y Similares<br />

Impuesto a la Importación de<br />

Vehículos de Lujo<br />

X 0,1<br />

Impuesto a los Tabacos Consumidor 4,0<br />

Impuestos a Combustibles: Gasolinas Consumidor 6,2<br />

Impuestos a Combustibles: Petróleo<br />

Diesel<br />

Consumidor 1,5<br />

Impuesto a los Actos Jurídicos X 4,4<br />

Impuesto a los Juegos de Azar Consumidor 0,3<br />

Impuesto al Comercio Exterior X 4,5<br />

Otros X 0,3<br />

Gobiernos Locales:<br />

Impuesto Territorial (a los bi<strong>en</strong>es<br />

raíces)<br />

X 4,4<br />

Impuestos a la circulación de vehículos X 1,5<br />

Pat<strong>en</strong>tes municipales X 2,5<br />

Impuesto a la transfer<strong>en</strong>cia de<br />

vehículos usados<br />

X 0,9<br />

(a) Por la parte del Impuesto a la R<strong>en</strong>ta de las empresas, se considera sólo el impuesto a las<br />

utilidades ret<strong>en</strong>idas, y por la parte del Impuesto Global Complem<strong>en</strong>tario sobre las personas<br />

físicas propietarias de las empresas, se considera el impuesto personal antes de rebajar el<br />

crédito de primera categoría sobre las utilidades retiradas o distribuidas.<br />

(b) Sólo se considera la parte de recaudación efectiva del IVA atribuible al consumo de las familias<br />

(se excluye la parte de recaudación que estaría repres<strong>en</strong>tada por el gasto de la Administración<br />

Pública).<br />

Período de estimación:<br />

La carga tributaria se evaluó con información anual, aunque para efectos operativos se expresó <strong>en</strong> base a<br />

promedios m<strong>en</strong>suales. Un marco de análisis más g<strong>en</strong>eral supondría una evaluación bajo una perspectiva<br />

plurianual o de ciclo de vida de los individuos. Sin embargo, por las dificultades de modelación y<br />

requerimi<strong>en</strong>tos de información asociados a ese tipo de estimaciones, se optó por aplicar una estimación<br />

anual. El año de medición de los ingresos es el año cal<strong>en</strong>dario 2003. Esta elección está determinada<br />

básicam<strong>en</strong>te por ser éste el año de medición de los ingresos de la <strong>en</strong>cuesta nacional de ingresos. Los<br />

impuestos distribuidos, a su vez, correspondieron a los dev<strong>en</strong>gados durante el año 2003, que <strong>en</strong> el caso de<br />

los impuestos a la r<strong>en</strong>ta, se declaran al año sigui<strong>en</strong>te. Los datos de la EPF, si bi<strong>en</strong> están medidos para 1997,<br />

fueron usados sólo para considerar las pautas de distribución del consumo por bi<strong>en</strong>es y servicios. Es decir,<br />

se supuso que esas pautas son las mismas que se habrían registrado <strong>en</strong> el año 2003. Como se señaló antes,<br />

este anteced<strong>en</strong>te con seguridad ha cambiado desde la fecha de la <strong>en</strong>cuesta hasta el año de medición. Pero<br />

se utilizó por ser la mejor información disponible para tal efecto.<br />

Ajustes por subdeclaración:<br />

Está demostrado que <strong>en</strong> las <strong>en</strong>cuestas de hogares existe una significativa subdeclaración de los ingresos<br />

familiares. Como el porc<strong>en</strong>taje de subdeclaración es pot<strong>en</strong>cialm<strong>en</strong>te distinto para las distintas fu<strong>en</strong>tes de<br />

132


ingresos y estratos de r<strong>en</strong>ta, los resultados de un estudio de incid<strong>en</strong>cia pued<strong>en</strong> ser erróneos si es que<br />

previam<strong>en</strong>te no se realiza un ajuste a los ingresos.<br />

Felizm<strong>en</strong>te, las variables de ingreso de la <strong>en</strong>cuesta CASEN han sido previam<strong>en</strong>te sometidas a un<br />

procedimi<strong>en</strong>to de ajuste, mediante el cual los valores originales son amplificados por un factor de corrección<br />

para hacerlos coincidir con los ingresos reportados <strong>en</strong> las Cu<strong>en</strong>tas Nacionales. 52<br />

Valor locativo:<br />

El valor locativo corresponde al b<strong>en</strong>eficio que produce el uso de la vivi<strong>en</strong>da propia, el cual debe ser<br />

contabilizado como un ingreso del grupo familiar. Este ingreso es capturado por la <strong>en</strong>cuesta CASEN cuando<br />

se les pregunta a los <strong>en</strong>cuestados respecto del monto que pagarían por arri<strong>en</strong>do si tuvies<strong>en</strong> que arr<strong>en</strong>dar la<br />

vivi<strong>en</strong>da propia <strong>en</strong> la cual habitan. A difer<strong>en</strong>cia de lo que ocurre con las demás variables de ingreso, el valor<br />

locativo pres<strong>en</strong>ta un ost<strong>en</strong>sible grado de sobreestimación (Feres (1996)), por lo que es ajustado a la baja<br />

para hacerlo coincidir con las cifras de Cu<strong>en</strong>tas Nacionales.<br />

Autoconsumo y autosuministro:<br />

Ambos conceptos forman parte de los ingresos familiares y, por lo tanto, deb<strong>en</strong> ser considerados para los<br />

fines de este estudio. La <strong>en</strong>cuesta CASEN incorpora <strong>en</strong> su cuestionario preguntas respecto de ambos ítems,<br />

por lo que quedan correctam<strong>en</strong>te reflejados <strong>en</strong> las variables de ingresos.<br />

4.3 Estimación del ingreso antes de la política fiscal<br />

La variable de la <strong>en</strong>cuesta CASEN que más se aproxima al ingreso antes de la política fiscal es el ingreso<br />

autónomo, que incorpora los ingresos líquidos (después de impuestos y cotizaciones sociales) del trabajo<br />

dep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>te; los ingresos del trabajo indep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>te; las r<strong>en</strong>tas de capitales mobiliarios; las ganancias de<br />

capital realizadas; los ingresos por arri<strong>en</strong>dos de bi<strong>en</strong>es raíces; los retiros de utilidades; los divid<strong>en</strong>dos de<br />

acciones; las p<strong>en</strong>siones y jubilaciones; el cobro de seguros de desempleo; las p<strong>en</strong>siones asist<strong>en</strong>ciales; el<br />

autoconsumo; el autosuministro; el valor locativo; y las donaciones.<br />

Sin embargo, esta variable fue sometida a algunos ajustes. En primer lugar, se sumó las cotizaciones para<br />

fondos de p<strong>en</strong>siones y salud, puesto que la <strong>en</strong>cuesta pregunta respecto de los ingresos líquidos. En segundo<br />

lugar, y por la misma razón, se sumó el impuesto a la r<strong>en</strong>ta. En particular, los retiros de utilidades y<br />

divid<strong>en</strong>dos se convirtieron a ingresos brutos, es decir, antes de la aplicación del impuesto de Primera<br />

Categoría. Por último, se restaron las p<strong>en</strong>siones asist<strong>en</strong>ciales, puesto que estas no ti<strong>en</strong><strong>en</strong> un compon<strong>en</strong>te de<br />

contraprestación, por lo que correspond<strong>en</strong> más bi<strong>en</strong> a un subsidio monetario.<br />

4.4 Estimación de los impuestos pagados<br />

La principal dificultad para estimar la carga tributaria a partir de los datos cont<strong>en</strong>idos <strong>en</strong> la <strong>en</strong>cuesta de<br />

ingresos es que el dato de los impuestos pagados no es consignado <strong>en</strong> ellas. Tampoco es posible conocer la<br />

id<strong>en</strong>tidad de cada <strong>en</strong>cuestado para así poder ligarlo directam<strong>en</strong>te con el impuesto a la r<strong>en</strong>ta que declaró ante<br />

52 La explicación más detallada de la metodología se <strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tra <strong>en</strong> Feres (1996)<br />

133


la autoridad tributaria. Más aún, <strong>en</strong> el caso de los impuestos indirectos ni siquiera existe una declaración<br />

individual asociable al consumidor. Para resolver este problema exist<strong>en</strong> dos caminos alternativos. El primero,<br />

es asignar la recaudación efectiva a los individuos, <strong>en</strong> función de alguna variable que guarde relación con la<br />

base tributaria. Por ejemplo, el Impuesto a la R<strong>en</strong>ta se puede distribuir <strong>en</strong> proporción a las variables de<br />

ingreso tributable cont<strong>en</strong>idas <strong>en</strong> la <strong>en</strong>cuesta, <strong>en</strong> tanto que el IVA se puede distribuir <strong>en</strong> proporción al<br />

consumo afecto de los hogares. La principal limitación de este método es que dificulta la realización posterior<br />

de simulaciones de cambios legales, toda vez que no es posible reproducir <strong>en</strong> las bases de datos el cálculo<br />

del impuesto como una multiplicación de tasa y base tributaria.<br />

El segundo camino, consiste <strong>en</strong> estimar los impuestos teóricos, aplicando las tasas impositivas sobre las<br />

bases tributarias estimadas a partir de las variables recogidas <strong>en</strong> las <strong>en</strong>cuestas. El problema de esta<br />

alternativa es que el impuesto resultante es efectivam<strong>en</strong>te uno de carácter teórico, que no necesariam<strong>en</strong>te<br />

guarda relación con el impuesto que cada individuo pagó <strong>en</strong> la realidad, ya sea porque hay evasión, elusión o<br />

exoneraciones legales no recogidas <strong>en</strong> la <strong>en</strong>cuesta.<br />

En este trabajo se optó por el segundo <strong>en</strong>foque, con algunas excepciones que serán com<strong>en</strong>tadas más<br />

adelante.<br />

Cálculo del Impuesto a la R<strong>en</strong>ta:<br />

El primer paso para el cálculo del Impuesto a la R<strong>en</strong>ta consistió <strong>en</strong> calcular la base tributaria a partir de las<br />

variables de ingreso de la <strong>en</strong>cuesta CASEN. Para ello, al ingreso antes de la política fiscal, descrito <strong>en</strong> la<br />

sección 4.3, se le restaron las cotizaciones para fondos de p<strong>en</strong>sión y salud, que son deducibles; el<br />

autoconsumo, el autosuministro y el valor locativo, que no son tributables; y las r<strong>en</strong>tas de arr<strong>en</strong>dami<strong>en</strong>to de<br />

bi<strong>en</strong>es raíces, que mayoritariam<strong>en</strong>te se <strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tran ex<strong>en</strong>tas del impuesto. A su vez, se restó de los ingresos<br />

por honorarios el gasto presunto admitido para fines tributarios, equival<strong>en</strong>te al valor mínimo <strong>en</strong>tre el 30% de<br />

los ingresos y 15 UTA 53 ; y para los trabajadores dep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>tes, las r<strong>en</strong>tas de intereses y divid<strong>en</strong>dos que no<br />

excedieran de 20 UTM 54 . Por otro lado, se sumaron algunos subsidios monetarios que son tributables, tales<br />

como las p<strong>en</strong>siones asist<strong>en</strong>ciales.<br />

Exist<strong>en</strong> algunas franquicias, m<strong>en</strong>cionadas <strong>en</strong> la sección 2.2.1, cuyo monto no guarda relación con ninguna de<br />

las variables disponibles <strong>en</strong> la <strong>en</strong>cuesta, pero que deb<strong>en</strong> ser consideradas, por cuanto pued<strong>en</strong> afectar<br />

significativam<strong>en</strong>te el monto de los impuestos pagados. En estos casos, se hizo una imputación de los montos<br />

efectivos, obt<strong>en</strong>idos del Informe Anual de Gastos Tributarios, elaborado por el Servicio de Impuestos Internos<br />

(SII). En el informe del año 2004, que muestra los gastos tributarios asociados a las r<strong>en</strong>tas percibidas <strong>en</strong> el<br />

año 2003, existe una desagregación a nivel de c<strong>en</strong>tiles, la que fue utilizada para imputar el valor de las<br />

franquicias según los estratos de ingresos. Las franquicias consideradas <strong>en</strong> este procedimi<strong>en</strong>to fueron las<br />

deducciones por Ahorro Provisional Voluntario (APV); las deducciones de intereses de créditos hipotecarios;<br />

la deducción de los divid<strong>en</strong>dos de créditos hipotecarios para vivi<strong>en</strong>das DFL 2 adquiridas <strong>en</strong> los años 1998 y<br />

1999; el crédito por ahorro neto positivo, del artículo 57 bis; y la deducción del 20% de las inversiones <strong>en</strong><br />

acciones de pago (ex artículo 57 bis).<br />

Para asegurar concordancia <strong>en</strong>tre los estratos de ingreso de la <strong>en</strong>cuesta CASEN y aquellos del informe de<br />

gasto tributario, se creó una variable de ingreso auxiliar similar a la utilizada <strong>en</strong> dicho informe, y se procedió a<br />

ord<strong>en</strong>ar a los individuos de la <strong>en</strong>cuesta de m<strong>en</strong>or a mayor ingreso auxiliar. Posteriorm<strong>en</strong>te, se asignó cada<br />

gasto tributario de manera aleatoria a los individuos de cada c<strong>en</strong>til de r<strong>en</strong>ta.<br />

53 15 Unidades Tributarias Anuales, equival<strong>en</strong>tes a US$12.000, aproximadam<strong>en</strong>te. En rigor, puede haber un gasto<br />

efectivo asociado a estas r<strong>en</strong>tas, que haya sido deducido por el <strong>en</strong>cuestado al mom<strong>en</strong>to de <strong>en</strong>tregar la información de sus<br />

ingresos. Sin embargo, mayoritariam<strong>en</strong>te las personas que optan por rebajar gastos presuntos son aquellas que no ti<strong>en</strong><strong>en</strong><br />

gastos efectivos o cuyo monto es irrelevante.<br />

54 20 Unidades Tributarias M<strong>en</strong>suales, equival<strong>en</strong>tes a US$1.400, aproximadam<strong>en</strong>te.<br />

134


Sobre la base tributaria neta de las deducciones por gastos tributarios, se aplicó la escala de tasas. Luego,<br />

del impuesto así determinado, se restó el crédito por ahorro neto positivo, obt<strong>en</strong>i<strong>en</strong>do de esta manera el<br />

Impuesto a la R<strong>en</strong>ta de cada individuo.<br />

Cálculo del IVA:<br />

En el caso del IVA y los demás impuestos indirectos hay una complicación adicional, por cuanto la EPF es de<br />

1997, por lo que no es posible calcularlos directam<strong>en</strong>te para el año 2003. El supuesto que se adoptó fue que<br />

la distribución del consumo por deciles es la misma <strong>en</strong> 2003 que <strong>en</strong> 1997.<br />

En base a los consumos por productos de la EPF y el cuadrante de transacciones intermedias de la MIP<br />

1996, se estimaron las tasas efectivas de IVA por producto. La tasa efectiva considera el IVA trasladado de<br />

los insumos al precio final, <strong>en</strong> el caso de los productos de consumo final ex<strong>en</strong>tos, y también el efecto<br />

cascada que eleva la tasa efectiva de los productos afectos, por causa de las ex<strong>en</strong>ciones que afectan a<br />

transacciones intermedias.<br />

Primero, se calculó la tasa de IVA que paga cada producto <strong>en</strong> función de si está ex<strong>en</strong>to o si está gravado. La<br />

tasa legal de 18,25% 55 expresada sobre precios netos para un producto afecto, resulta ser de un 15,43%<br />

cuando se la expresa sobre precios brutos (igual a 18,25%/(1+18,25%)). A este concepto se le llamó tasa<br />

implícita del IVA. Segundo, se calculó la tasa implícita por traslación de los bi<strong>en</strong>es ex<strong>en</strong>tos, considerando el<br />

impuesto que pagaron los bi<strong>en</strong>es afectos que sirvieron de insumos a la producción de esos bi<strong>en</strong>es ex<strong>en</strong>tos.<br />

Tercero, se calculó la tasa implícita por traslación a los bi<strong>en</strong>es gravados que usaron bi<strong>en</strong>es ex<strong>en</strong>tos<br />

intermedios <strong>en</strong> su producción, toda vez que al usarse como insumos, agregan una carga extra de IVA<br />

d<strong>en</strong>ominada de “cascada” o “piramidación”. Estos dos últimos cálculos se realizaron a partir de la<br />

información de compras y v<strong>en</strong>tas <strong>en</strong>tre sectores de la MIP de 1996.<br />

Al adicionar las tres compon<strong>en</strong>tes descritas se determinó una tasa implícita de IVA total por producto (el<br />

efecto estándar del gravam<strong>en</strong> <strong>en</strong> el producto, si es gravado; la carga cont<strong>en</strong>ida <strong>en</strong> los insumos, si el bi<strong>en</strong> es<br />

ex<strong>en</strong>to; y la carga “cascada” cont<strong>en</strong>ida <strong>en</strong> el producto, si es gravado y usa insumos ex<strong>en</strong>tos) (ver tabla 5).<br />

Esta tasa implícita de IVA total por producto se aplicó al gasto total de cada decil <strong>en</strong> dicho producto. Luego,<br />

se agregó la información del IVA para todos los productos <strong>en</strong> los cuales gasta el decil, con lo que se obtuvo<br />

el IVA total asociado a cada estrato como porc<strong>en</strong>taje de su consumo total.<br />

Posteriorm<strong>en</strong>te, se estimó el consumo de los hogares por decil para el año 2003, aplicando la misma<br />

distribución por estrato de la EPF al consumo hogares 2003 de Cu<strong>en</strong>tas Nacionales 56 . Luego, se aplicó la<br />

tasa media de IVA por decil al consumo antes estimado y se calculó el IVA como porc<strong>en</strong>taje del ingreso.<br />

Finalm<strong>en</strong>te, se asignó a cada hogar, por concepto de IVA, la carga de IVA del decil correspondi<strong>en</strong>te<br />

multiplicado por su ingreso.<br />

Tabla 5:<br />

Tasas Efectivas de IVA por Familias de Productos – Año 2003<br />

55 Corresponde al promedio ponderado del año 2003, es decir, 9 meses con tasa 18% y 3 meses con tasa 19%.<br />

56 Se excluyó del consumo de Cu<strong>en</strong>tas Nacionales el valor locativo, el cual no se considera <strong>en</strong> la EPF.<br />

135


Familia de Productos<br />

Tasas Implícitas Efectivas de IVA (%)<br />

Consumo<br />

final<br />

afecto<br />

136<br />

Efecto<br />

cascada<br />

Traslación<br />

productos<br />

ex<strong>en</strong>tos<br />

Tasa total<br />

Bi<strong>en</strong>es y servicios afectos 15,43 1,71 - 17,14<br />

Transporte ferroviario de pasajeros - - 12,16 12,16<br />

Transporte terrestre de pasajeros - - 11,85 11,85<br />

Seguros g<strong>en</strong>erales - - 11,49 11,49<br />

Transporte aéreo de pasajeros - - 9,26 9,26<br />

Entradas a espectáculos culturales y<br />

deportivos - - 7,23 7,23<br />

Servicios varios - - 6,27 6,27<br />

Educación - - 4,38 4,38<br />

Servicios profesionales - - 4,35 4,35<br />

Seguros de vida y de salud - - 4,23 4,23<br />

Servicios financieros - - 4,21 4,21<br />

Servicios de salud - - 4,07 4,07<br />

Arri<strong>en</strong>do de bi<strong>en</strong>es raíces - - 3,67 3,67<br />

Cálculo de los demás impuestos Indirectos:<br />

Para los impuestos a las bebidas alcohólicas y analcohólicas y el impuesto al tabaco se aplicó la misma<br />

metodología descrita para el IVA. La tasa implícita obt<strong>en</strong>ida <strong>en</strong> los productos afectados con un impuesto<br />

adicional al IVA se estimó descontando el IVA asociado a ese producto, con la sola excepción del impuesto al<br />

tabaco, cuya legislación establece que el IVA sea incluido <strong>en</strong> su base de aplicación. En el caso del impuesto<br />

a las bebidas alcohólicas, la tasa implícita se estimó suponi<strong>en</strong>do un marg<strong>en</strong> del minorista de 30%, <strong>en</strong><br />

at<strong>en</strong>ción a que <strong>en</strong> estos bi<strong>en</strong>es la tasa adicional al producto se aplica <strong>en</strong> la modalidad de valor agregado,<br />

pero sólo hasta la p<strong>en</strong>última etapa de comercialización. En los licores, por ejemplo, la tasa legal de 27% se<br />

tradujo <strong>en</strong> una tasa implícita del producto de 19,08% (se obtuvo como<br />

27%/(1+27%*(1+30%)*(1+18,25%))=19,08%)). Esta tasa implícita del impuesto especial total por el producto<br />

“licores” se aplicó al gasto total de cada decil <strong>en</strong> dicho producto.<br />

En el caso de los impuestos a los combustibles, a los productos suntuarios y a los juegos de azar, se optó<br />

por distribuir la recaudación efectiva, al no haber manera de estima la base tributaria a partir de la<br />

información cont<strong>en</strong>ida <strong>en</strong> las <strong>en</strong>cuestas. El impuesto a la gasolina se distribuyó por decil sigui<strong>en</strong>do la misma<br />

distribución del consumo de gasolina registrado <strong>en</strong> la EPF. Luego, se calculó el impuesto como porc<strong>en</strong>taje<br />

del ingreso de cada decil y se asignó a cada persona esa fracción de su ingreso por concepto de este<br />

impuesto. Con los impuestos a los productos suntuarios y a los juegos de azar se siguió el mismo<br />

procedimi<strong>en</strong>to, pero distribuy<strong>en</strong>do el impuesto según la participación de cada decil de la EPF <strong>en</strong> el consumo<br />

de joyas y juegos de azar, respectivam<strong>en</strong>te.


En cuanto al petróleo diesel, el consumo directo por parte de los hogares es bajo, afectándolos<br />

indirectam<strong>en</strong>te a través del uso de servicios de transporte de pasajeros y del consumo de cualquier otro<br />

producto para cuya elaboración se utilic<strong>en</strong> servicios de transporte 57 . Usando las tablas de utilización<br />

intermedia y final de la MIP 2003, se obtuvo primero el gasto de los hogares <strong>en</strong> transporte terrestre de carga<br />

y pasajeros, y luego, a través de iteraciones sucesivas, se estimó el gasto <strong>en</strong> transporte implícito <strong>en</strong> el<br />

consumo de los distintos productos. Posteriorm<strong>en</strong>te, se distribuyó el gasto <strong>en</strong> transporte, directo e indirecto,<br />

por deciles, usando la distribución de consumos de la EPF. Finalm<strong>en</strong>te, se distribuyó la recaudación del<br />

impuesto sigui<strong>en</strong>do la misma distribución del gasto <strong>en</strong> transporte previam<strong>en</strong>te estimado.<br />

4.5 Estimación de los subsidios recibidos<br />

Subsidios monetarios:<br />

Los subsidios monetarios vi<strong>en</strong><strong>en</strong> valorados <strong>en</strong> la <strong>en</strong>cuesta CASEN, no requiri<strong>en</strong>do estimaciones adicionales<br />

ni ajustes.<br />

Los subsidios monetarios que contempla la <strong>en</strong>cuesta son los sigui<strong>en</strong>tes: P<strong>en</strong>siones Asist<strong>en</strong>ciales (PASIS),<br />

Subsidio Único Familiar (SUF), Subsidio al Consumo de Agua Potable (SAP), Asignación Familiar y Subsidio<br />

de Cesantía.<br />

Subsidios de Educación:<br />

La metodología usada <strong>en</strong> el caso de los programas de educación, consiste fundam<strong>en</strong>talm<strong>en</strong>te <strong>en</strong> la<br />

imputación del costo m<strong>en</strong>sual, <strong>en</strong> la forma de un ingreso adicional, a los miembros del hogar que declaran<br />

recibirlos <strong>en</strong> la <strong>en</strong>cuesta CASEN. Los valores imputados fueron obt<strong>en</strong>idos de la ejecución presupuestaria del<br />

año 2003 de los distintos programas de gasto. Los programas considerados fueron los sigui<strong>en</strong>tes:<br />

Tabla 6:<br />

Programas de Educación Año 2003 Considerados <strong>en</strong> el Estudio<br />

B<strong>en</strong>eficiarios Ejecución 2003<br />

Nombre del Programa<br />

(millones de pesos)<br />

Subv<strong>en</strong>ciones de educación Preescolar, básica y media 1.246.352<br />

Aporte fiscal directo e indirecto Educación superior 129.285<br />

Programa de Alim<strong>en</strong>tación Escolar Preescolar, básica y media 87.445<br />

Junta Nacional de Jardines Infantiles (JUNJI) Preescolar 44.210<br />

Aporte a corporaciones de educación Básica y media 24.918<br />

Becas de educación superior Educación superior 21.764<br />

Programa de textos escolares Básica y media 10.987<br />

Asist<strong>en</strong>cia médica Preescolar, básica y media 3.310<br />

57 Hay que recordar que el impuesto al petróleo diesel sólo se paga cuando el combustible se usa <strong>en</strong> actividades de<br />

transporte terrestre.<br />

137


Integra Básica y media 2.153<br />

Programa especial de útiles escolares Básica y media 1.109<br />

Salud oral Básica y media 1.082<br />

Total gasto <strong>en</strong> educación imputado 1.572.615<br />

Con los valores de la ejecución presupuestaria se construyó una matriz con el gasto m<strong>en</strong>sual de cada<br />

programa, distribuido por nivel educacional al que está destinado. De la <strong>en</strong>cuesta CASEN se obtuvo el<br />

número de personas que declaró recibir cada programa, con lo cual se determinó un gasto m<strong>en</strong>sual por<br />

persona, que posteriorm<strong>en</strong>te fue asignado a esas mismas personas.<br />

Subsidios <strong>en</strong> Salud:<br />

El Ministerio de Planificación y Cooperación (MIDEPLAN) realiza una serie de análisis a partir de la <strong>en</strong>cuesta<br />

CASEN, d<strong>en</strong>tro de los cuales se <strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tra la valoración del impacto distributivo del gasto social de los<br />

principales programas de salud.<br />

Para la valorización de las at<strong>en</strong>ciones de salud, MIDEPLAN calcula los b<strong>en</strong>eficios y costos de las<br />

prestaciones recibidas por las personas afiliadas al Sistema Público de Salud. El b<strong>en</strong>eficio se estima<br />

distribuy<strong>en</strong>do el gasto efectivo proporcionado por el Fondo Nacional de Salud (FONASA) y el Ministerio de<br />

Salud, de acuerdo a la distribución de las at<strong>en</strong>ciones de salud estimadas a partir de la <strong>en</strong>cuesta CASEN.<br />

Luego, se resta el copago efectuado por los b<strong>en</strong>eficiarios, de acuerdo al grupo de salud al que pert<strong>en</strong>ec<strong>en</strong> y<br />

al tipo de at<strong>en</strong>ción recibida. Por otro lado, a partir de información de la <strong>en</strong>cuesta CASEN y del balance de<br />

FONASA, se estiman las cotizaciones de salud efectuadas por las personas afiliadas al Sistema Público de<br />

Salud. La difer<strong>en</strong>cia <strong>en</strong>tre el valor neto de las prestaciones y las cotizaciones de salud constituye la<br />

valoración final del subsidio no monetario de salud recibido (MIDEPLAN (2004)).<br />

Los resultados de estas estimaciones sólo están disponibles de manera agregada, por decil de ingreso<br />

autónomo per capita del hogar, para cada uno de los tres compon<strong>en</strong>tes: b<strong>en</strong>eficios, cotizaciones y copago.<br />

Para los propósitos de este trabajo es conv<strong>en</strong>i<strong>en</strong>te poder distribuir estos valores a cada persona, para<br />

efectos de realizar también un análisis de incid<strong>en</strong>cia a nivel de individuos. Para realizar esta tarea, se<br />

distribuyó la cotización y el copago <strong>en</strong> proporción a la r<strong>en</strong>ta del trabajo declarada por cada persona <strong>en</strong> la<br />

<strong>en</strong>cuesta CASEN. En tanto que los b<strong>en</strong>eficios de salud se distribuyeron <strong>en</strong> partes iguales <strong>en</strong>tre todos qui<strong>en</strong>es<br />

declararon usar el sistema público de salud.<br />

138


5. Resultados<br />

5.1 Ingresos antes de la política fiscal<br />

En la tabla 7 se muestra la distribución del ingreso antes de la política fiscal, según deciles de ingreso per<br />

cápita del hogar. En la segunda columna se muestra el ingreso m<strong>en</strong>sual promedio de cada decil, medido <strong>en</strong><br />

pesos. Mi<strong>en</strong>tras el decil más pobre recibe un ingreso m<strong>en</strong>sual promedio de $16.950 por cada integrante del<br />

grupo familiar, <strong>en</strong> el decil más rico alcanza a $958.953.<br />

En términos de participación porc<strong>en</strong>tual (columna 3), se observa que las personas pert<strong>en</strong>eci<strong>en</strong>tes al 20%<br />

más rico de la población recib<strong>en</strong> el 62,45% de los ingresos, mi<strong>en</strong>tras que el 20% más pobre sólo participa del<br />

2,88% de ellos. Es decir, el quintil de mayores ingresos gana 21,7 veces más que el quintil con m<strong>en</strong>ores<br />

r<strong>en</strong>tas.<br />

Por último, se ha determinado un coefici<strong>en</strong>te Gini de distribución del ingreso igual a 0,5791<br />

Tabla 7<br />

Distribución del Ingreso antes de Impuestos<br />

Decil de Ingreso Per<br />

Cápita del Hogar<br />

Ingreso Per<br />

Cápita del Hogar<br />

(pesos)<br />

1 16.950 0,83<br />

2 41.608 2,05<br />

3 57.853 2,85<br />

4 75.788 3,73<br />

5 95.188 4,69<br />

6 119.157 5,87<br />

7 152.245 7,50<br />

8 203.685 10,03<br />

9 309.292 15,23<br />

10 958.952 47,22<br />

Total 203.072 100,00<br />

Gini antes de impuestos 0,5791<br />

Q5/Q1 21,7<br />

139<br />

% del Ingreso


5.2 Impuestos<br />

5.2.1 Impuesto a la R<strong>en</strong>ta<br />

Según se aprecia <strong>en</strong> la tabla 8, el pago del Impuesto a la R<strong>en</strong>ta se conc<strong>en</strong>tra fuertem<strong>en</strong>te <strong>en</strong> el último decil,<br />

el cual aporta sobre el 95% de la recaudación total (columna 2). La progresión de la tasa media (columna 3)<br />

muestra que el impuesto, como proporción del ingreso, crece a medida que aum<strong>en</strong>ta la r<strong>en</strong>ta. Se observa<br />

que los primeros tres deciles prácticam<strong>en</strong>te no pagan el impuesto; de los deciles 4 al 8 el pago es inferior al<br />

0,5% por ci<strong>en</strong>to del ingreso; el decil nueve aporta ap<strong>en</strong>as el 0,77% de su ingreso; mi<strong>en</strong>tras el decil más rico<br />

soporta una tasa media de 10,38%.<br />

El coefici<strong>en</strong>te Gini después del impuesto baja a 0,5584, lo que significa que el impuesto es progresivo. Esto<br />

se corrobora con el índice Kakwani, que resulta mayor que cero. El valor del índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky, que<br />

corresponde a la difer<strong>en</strong>cia <strong>en</strong>tre el Gini antes de impuestos y el Gini después del Impuesto a la R<strong>en</strong>ta, es<br />

también positivo y de un valor significativo, <strong>en</strong> comparación al resto de los impuestos, como se verá más<br />

adelante. Eso significa que el impuesto no sólo es progresivo, sino que además ti<strong>en</strong>e una capacidad<br />

redistributiva relevante. Esta capacidad redistributiva está asociada a la importancia del impuesto <strong>en</strong> la<br />

recaudación. En efecto, como se señaló <strong>en</strong> la sección 2, el Impuesto a la R<strong>en</strong>ta aporta sobre el 25% de los<br />

ingresos tributarios totales.<br />

Tabla 8<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Impuesto a la R<strong>en</strong>ta<br />

Decil de Ingreso<br />

Per Cápita del<br />

Hogar<br />

% de<br />

Recaudación<br />

140<br />

Recaudación /<br />

Ingreso<br />

(%)<br />

1 0,00 0,00<br />

2 0,00 0,00<br />

3 0,00 0,00<br />

4 0,00 0,01<br />

5 0,02 0,02<br />

6 0,06 0,05<br />

7 0,19 0,13<br />

8 0,51 0,26<br />

9 2,33 0,77<br />

10 96,89 10,38<br />

Total 100,00 5,06


5.2.2 Impuesto al Valor Agregado<br />

Efectos Distributivos del Impuesto<br />

Gini antes de impuestos 0,5791<br />

Gini después del impuesto 0,5584<br />

Cuasi-Gini del impuesto 0,9677<br />

Índice Kakwani 0,3887<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0206<br />

La tabla 9 resume los resultados obt<strong>en</strong>idos respecto de la incid<strong>en</strong>cia del IVA. En términos de la distribución<br />

de la recaudación por estratos de r<strong>en</strong>ta, se concluye que la población pert<strong>en</strong>eci<strong>en</strong>te al 20% más pobre aporta<br />

el 5,8% de la recaudación, mi<strong>en</strong>tras que el 20% más rico contribuye con un 51,4%.<br />

La progresión de la tasa media muestra que el pago de IVA, como proporción del ingreso, se reduce a<br />

medida que estos aum<strong>en</strong>tan. El decil más pobre destina un 35,3% de sus ingresos al pago de IVA, mi<strong>en</strong>tras<br />

que el decil más rico destina sólo un 8,8%, si<strong>en</strong>do el promedio de la población un 11,9%. Al medir el pago de<br />

IVA como proporción del consumo, el impuesto sigue si<strong>en</strong>do regresivo, aunque <strong>en</strong> m<strong>en</strong>or medida.<br />

En cuanto a los indicadores distributivos, el índice de Gini después de IVA sube a 0,5968. El índice Kakwani<br />

es negativo, por lo que se concluye que el impuesto es regresivo y, <strong>en</strong> vista del valor que alcanza el índice<br />

Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky, de un pot<strong>en</strong>cial redistributivo importante.<br />

La regresividad del IVA se ve ac<strong>en</strong>tuada por la exist<strong>en</strong>cia de un conjunto de ex<strong>en</strong>ciones que b<strong>en</strong>efician<br />

principalm<strong>en</strong>te a la población de mayores ingresos, tales como las ex<strong>en</strong>ciones a los servicios educacionales,<br />

servicios de salud, servicios profesionales, seguros e intereses financieros, <strong>en</strong>tre otras. Por otro lado, la única<br />

ex<strong>en</strong>ción progresiva es aquella a favor del transporte terrestre de pasajeros.<br />

141


Tabla 9<br />

Incid<strong>en</strong>cia del IVA<br />

Decil de Ingreso<br />

Per Cápita del<br />

Hogar<br />

% de<br />

Recaudación<br />

Recaudación /<br />

Ingreso<br />

1 2,48 35,31 15,58<br />

2 3,39 19,66 15,29<br />

3 4,15 17,34 15,07<br />

4 4,96 15,78 15,15<br />

5 6,07 15,40 15,18<br />

6 7,11 14,41 14,78<br />

7 8,89 14,09 14,63<br />

8 11,51 13,64 14,18<br />

9 16,51 12,88 13,30<br />

10 34,94 8,79 12,19<br />

Total 100,00 11,89 13,70<br />

Efectos Distributivos del Impuesto<br />

Gini antes de impuestos 0,5791<br />

Gini después del impuesto 0,5968<br />

Cuasi-Gini del impuesto 0,4493<br />

Índice Kakwani -0,1298<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky -0,0178<br />

5.2.3 Impuesto a los Combustibles<br />

142<br />

Recaudación /<br />

Consumo<br />

Los impuestos a los combustibles compr<strong>en</strong>d<strong>en</strong> el impuesto a las gasolinas automotrices y el impuesto al<br />

petróleo diesel usado <strong>en</strong> el transporte. Los efectos distributivos de ambos son opuestos. En efecto, para el<br />

primero se obtuvo un índice Kakwani positivo, de lo que se concluye que es progresivo (tabla 10). En tanto, el<br />

segundo pres<strong>en</strong>ta un índice Kakwani negativo, por lo tanto es regresivo (tabla 11). Ahora bi<strong>en</strong>, el pot<strong>en</strong>cial<br />

distributivo de ambos es relativam<strong>en</strong>te bajo, como queda reflejado <strong>en</strong> el Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky.


También resulta interesante notar que la población pert<strong>en</strong>eci<strong>en</strong>te al 20% de mayores ingresos aporta el<br />

68,4% de la recaudación del impuesto a la gasolina y sólo el 33,2% de la recaudación de impuesto al<br />

petróleo diesel.<br />

Los resultados no son sorpr<strong>en</strong>d<strong>en</strong>tes. Las gasolinas automotrices se utilizan mayoritariam<strong>en</strong>te <strong>en</strong> los<br />

vehículos particulares y taxis. Por su parte, el petróleo diesel se utiliza principalm<strong>en</strong>te <strong>en</strong> el trasporte<br />

colectivo, que ati<strong>en</strong>de sobretodo a los estratos de m<strong>en</strong>ores ingresos, y <strong>en</strong> el trasporte de carga, que se<br />

transfiere a los precios de la mayor parte de los bi<strong>en</strong>es de consumo.<br />

Tabla 10<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Impuesto a las Gasolinas Automotrices<br />

Decil de Ingreso<br />

Per Cápita del<br />

Hogar<br />

% de<br />

Recaudación<br />

1 0,63 1,23<br />

2 0,76 0,61<br />

3 1,52 0,87<br />

4 2,14 0,94<br />

5 2,98 1,04<br />

6 4,40 1,23<br />

7 7,11 1,55<br />

8 12,05 1,97<br />

9 21,04 2,26<br />

10 47,39 1,64<br />

Total 100,00 1,64<br />

Efectos Distributivos del Impuesto<br />

Gini antes de impuestos 0,5791<br />

Gini después del impuesto 0,5779<br />

Cuasi-Gini del impuesto 0,6528<br />

Índice Kakwani 0,0737<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0012<br />

143<br />

Recaudación /<br />

Ingreso


5.2.4 Impuesto al Tabaco<br />

Tabla 11<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Impuesto al Petróleo Diesel<br />

Decil de Ingreso<br />

Per Cápita del<br />

Hogar<br />

% de<br />

Recaudación<br />

1 3,53 1,09<br />

2 5,17 0,65<br />

3 6,42 0,58<br />

4 7,60 0,52<br />

5 9,40 0,52<br />

6 10,45 0,46<br />

7 11,37 0,39<br />

8 12,79 0,33<br />

9 13,98 0,24<br />

10 19,29 0,10<br />

Total 100,00 0,26<br />

Efectos Distributivos del Impuesto<br />

Gini antes de impuestos 0,5791<br />

Gini después del impuesto 0,5799<br />

Cuasi-Gini del impuesto 0,2571<br />

Índice Kakwani -0,3220<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky -0,0008<br />

144<br />

Recaudación /<br />

Ingreso<br />

El impuesto al tabaco es regresivo, según se concluye del análisis pres<strong>en</strong>tado <strong>en</strong> la tabla 12. En efecto, el<br />

índice Kakwani es negativo, aunque el poder regresivo del impuesto es limitado, como se concluye con el<br />

índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky.<br />

Llama la at<strong>en</strong>ción, <strong>en</strong> todo caso, que este impuesto t<strong>en</strong>ga un mayor efecto regresivo que el impuesto al<br />

diesel recién analizado. En esto influye evid<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te la alta alícuota que se aplica sobre el tabaco, que<br />

expresada <strong>en</strong> términos del precio antes de impuesto, alcanza a un 153%. Es así que la recaudación de este


impuesto es 2,4 veces superior a la del impuesto al diesel, lo que determina también un mayor impacto<br />

distributivo.<br />

Tabla 12<br />

5.2.5 Impuesto a las Bebidas<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Impuesto al Tabaco<br />

Decil de Ingreso<br />

Per Cápita del<br />

Hogar<br />

% de<br />

Recaudación<br />

1 3,44 1,92<br />

2 4,84 1,10<br />

3 6,27 1,02<br />

4 7,67 0,95<br />

5 9,50 0,94<br />

6 9,92 0,78<br />

7 11,17 0,69<br />

8 13,20 0,61<br />

9 14,64 0,45<br />

10 19,36 0,19<br />

Total 100,00 0,46<br />

Efectos Distributivos del Impuesto<br />

Gini antes de impuestos 0,5791<br />

Gini después del impuesto 0,5805<br />

Cuasi-Gini del impuesto 0,2669<br />

Índice Kakwani -0,3122<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky -0,0015<br />

145<br />

Recaudación /<br />

Ingreso<br />

El impuesto sobre las bebidas también resulta ser regresivo, lo que se expresa <strong>en</strong> un Kakwani negativo, pero<br />

de bajo impacto, como deja ver el Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky (ver tabla 13).<br />

Cabe recordar que este impuesto se aplica tanto sobre las bebidas alcohólicas como sobre aquellas bebidas<br />

sin cont<strong>en</strong>ido de alcohol. Gravar las primeras con un impuesto especial se justifica por los daños a la salud


que provoca el consumo excesivo de alcohol y las externalidades negativas que las acciones derivadas de su<br />

consumo excesivo causan a la sociedad. Sin embargo, no es fácil <strong>en</strong>contrar argum<strong>en</strong>tos que justifiqu<strong>en</strong> la<br />

aplicación de un impuesto especial sobre las bebidas sin cont<strong>en</strong>ido de alcohol, más allá que los ingresos que<br />

tal impuesto g<strong>en</strong>era. Peor aún si este gravam<strong>en</strong> es regresivo, como sugier<strong>en</strong> los resultados.<br />

Tabla 13<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Impuesto a las Bebidas<br />

Decil de Ingreso<br />

Per Cápita del<br />

Hogar<br />

% de<br />

Recaudación<br />

1 2,71 0,73<br />

2 3,91 0,43<br />

3 5,06 0,40<br />

4 6,04 0,36<br />

5 7,52 0,36<br />

6 9,00 0,34<br />

7 10,51 0,32<br />

8 12,95 0,29<br />

9 16,60 0,25<br />

10 25,70 0,12<br />

Total 100,00 0,22<br />

Efectos Distributivos del Impuesto<br />

Gini antes de impuestos 0,5791<br />

Gini después del impuesto 0,5796<br />

Cuasi-Gini del impuesto 0,3622<br />

Índice Kakwani -0,2174<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky -0,0005<br />

146<br />

Recaudación /<br />

Ingreso


5.2.6 Otros Impuestos<br />

Resta analizar la incid<strong>en</strong>cia distributiva del impuesto adicional a la v<strong>en</strong>ta de productos suntuarios y los<br />

impuestos a los juegos de azar. Según se aprecia <strong>en</strong> las tablas 14 y 15, ambos gravám<strong>en</strong>es son regresivos,<br />

pero con escaso impacto distributivo, según los valores <strong>en</strong>contrados para el índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky.<br />

Vale la p<strong>en</strong>a un com<strong>en</strong>tario más sobre el impuesto a los productos suntuarios. Este impuesto fue diseñado<br />

para t<strong>en</strong>er un efecto progresivo, pues grava principalm<strong>en</strong>te artículos cuyo consumo se considera de lujo. El<br />

impacto regresivo que arrojan los resultados del estudio puede explicarse por la dificultad para id<strong>en</strong>tificar los<br />

bi<strong>en</strong>es gravados d<strong>en</strong>tro de la clasificación de bi<strong>en</strong>es de la EPF. En virtud de esta dificultad, se optó por<br />

distribuir la recaudación del impuesto <strong>en</strong> las proporciones que repres<strong>en</strong>tan el consumo de joyas, artículo<br />

id<strong>en</strong>tificable y que se presume es uno de los principales bi<strong>en</strong>es gravado con este tributo.<br />

Al marg<strong>en</strong> de este problema metodológico, la recaudación del impuesto a los productos suntuarios es tan<br />

pequeña, que su impacto distributivo resulta ser marginal. Se estima recom<strong>en</strong>dable evaluar la derogación de<br />

este tributo, por cuanto no cumple el objetivo para el cual fue diseñado e incluso es probable que los costos<br />

de administración y cumplimi<strong>en</strong>to comp<strong>en</strong>s<strong>en</strong> la escasa recaudación que logra.<br />

Tabla 14<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Impuesto a Productos Suntuarios<br />

Decil de Ingreso<br />

Per Cápita del<br />

Hogar<br />

% de<br />

Recaudación<br />

1 1,11 0,0009<br />

2 1,86 0,0006<br />

3 2,94 0,0007<br />

4 3,81 0,0007<br />

5 6,35 0,0010<br />

6 6,81 0,0008<br />

7 7,06 0,0007<br />

8 9,65 0,0007<br />

9 21,59 0,0010<br />

10 38,83 0,0006<br />

Total 100,00 0,0007<br />

Efectos Distributivos del Impuesto<br />

147<br />

Recaudación /<br />

Ingreso


Gini antes de impuestos 0,5791<br />

Gini después del impuesto 0,5791<br />

Cuasi-Gini del impuesto 0,5389<br />

Índice Kakwani -0,0402<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0000<br />

Tabla 15<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Impuesto a los Juegos de Azar<br />

Decil de Ingreso<br />

Per Cápita del<br />

Hogar<br />

% de<br />

Recaudación<br />

1 2,86 0,21<br />

2 4,02 0,12<br />

3 5,13 0,11<br />

4 5,19 0,08<br />

5 6,25 0,08<br />

6 7,53 0,08<br />

7 9,31 0,08<br />

8 13,69 0,08<br />

9 18,74 0,08<br />

10 27,29 0,04<br />

Total 100,00 0,06<br />

Efectos Distributivos del Impuesto<br />

Gini antes de impuestos 0,5791<br />

Gini después del impuesto 0,5792<br />

Cuasi-Gini del impuesto 0,3922<br />

Índice Kakwani -0,1870<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky -0,0001<br />

148<br />

Recaudación /<br />

Ingreso


5.3 Subsidios<br />

5.3.1 Subsidios Monetarios<br />

Los subsidios monetarios son progresivos. En efecto, el 20% más pobre recibe más del 50% de los<br />

subsidios, mi<strong>en</strong>tras que el 20% más rico recibe ap<strong>en</strong>as sobre un 7%. Esto se corrobora con un índice<br />

Kakwani negativo 58 . Sin embargo, su impacto redistributivo es moderado, pues el Gini se reduce <strong>en</strong> sólo<br />

0,0007 después de la acción de estos gastos.<br />

Tabla 16<br />

Incid<strong>en</strong>cia de los Subsidios Monetarios<br />

Decil de Ingreso<br />

Per Cápita del<br />

Hogar<br />

% de Gasto Gasto / Ingreso<br />

1 35,85 3,00<br />

2 14,51 0,49<br />

3 10,95 0,27<br />

4 7,69 0,14<br />

5 7,03 0,10<br />

6 5,59 0,07<br />

7 5,59 0,05<br />

8 5,61 0,04<br />

9 2,70 0,01<br />

10 4,48 0,01<br />

Total 100,00 0,07<br />

Efectos Distributivos del Gasto<br />

Gini antes de impuestos 0,5791<br />

Gini después del gasto 0,5784<br />

Cuasi-Gini del gasto -0,4129<br />

Índice Kakwani -0,9913<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0007<br />

58 Los cálculos se efectúan con valores absolutos de gasto e impuesto, por lo que ahora un índice Kakwani negativo es<br />

sinónimo de progresividad.<br />

149


5.3.2 Gasto <strong>en</strong> Educación<br />

El gasto total <strong>en</strong> educación es progresivo. En la tabla 17 se aprecia que el 20% más pobre recibe sobre el<br />

28% del gasto, <strong>en</strong> tanto que el 20% más rico recibe aproximadam<strong>en</strong>te un 10%. En término de los<br />

indicadores, se puede ver que el Gini se reduce <strong>en</strong> 0,0294, lo que da cu<strong>en</strong>ta de un impacto significativo <strong>en</strong> la<br />

redistribución del ingreso.<br />

Tabla 17<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Gasto <strong>en</strong> Educación<br />

Decil de Ingreso<br />

Per Cápita del<br />

Hogar<br />

% de Gasto Gasto / Ingreso<br />

1 14,45 62,28<br />

2 13,87 24,35<br />

3 13,46 17,00<br />

4 11,97 11,54<br />

5 10,26 7,87<br />

6 9,47 5,80<br />

7 8,31 3,99<br />

8 7,54 2,70<br />

9 6,55 1,55<br />

10 4,11 0,31<br />

Total 100,00 3,60<br />

Efectos Distributivos del Gasto<br />

Gini antes de impuestos 0,5791<br />

Gini después del gasto 0,5523<br />

Cuasi-Gini del gasto -0,1874<br />

Índice Kakwani -0,7371<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0268<br />

En las tablas 17a, 17b y 17c se muestra el efecto distributivo del gasto público <strong>en</strong> los distintos niveles de<br />

<strong>en</strong>señanza. Todos ellos son progresivos, pero con distintos grados de significación. En efecto, el gasto <strong>en</strong><br />

educación preescolar está más fuertem<strong>en</strong>te conc<strong>en</strong>trado <strong>en</strong> la población de m<strong>en</strong>os recursos que los dos<br />

restantes, como queda de manifiesto al observar el índice Kakwani, que alcanza el valor más negativo para<br />

150


este nivel de <strong>en</strong>señanza. Sin embargo, los volúm<strong>en</strong>es de recursos destinados a estos programas no permit<strong>en</strong><br />

un efecto redistributivo importante. Es así que el Gini después del gasto <strong>en</strong> educación preescolar se reduce<br />

sólo <strong>en</strong> 0,0008 respecto de aquel antes de gastos.<br />

Por su parte, el gasto <strong>en</strong> educación básica y media está algo m<strong>en</strong>os conc<strong>en</strong>trado <strong>en</strong> la población de bajos<br />

ingresos que el gasto <strong>en</strong> educación preescolar. Sin embargo, producto de la alta cantidad de recursos<br />

involucrados <strong>en</strong> estos programas, conc<strong>en</strong>trados mayoritariam<strong>en</strong>te <strong>en</strong> la subv<strong>en</strong>ción escolar, su impacto<br />

redistributivo es considerable: el Gini después del gasto <strong>en</strong> educación básica y media se reduce <strong>en</strong> 0,0248<br />

respecto del Gini antes de gastos.<br />

Finalm<strong>en</strong>te, el gasto <strong>en</strong> educación superior es también progresivo, pero a difer<strong>en</strong>cia de los anteriores no está<br />

conc<strong>en</strong>trado <strong>en</strong> los deciles de m<strong>en</strong>ores ingresos. Es así que el 20% más pobre recibe un 7,1% del gasto,<br />

mi<strong>en</strong>tras que el 20% más rico recibe un 25,1%. Por lo mismo, su efecto redistributivo es moderado,<br />

induci<strong>en</strong>do una reducción del Gini de 0,0013 respecto del aquel antes de gastos.<br />

Tabla 17a<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Gasto <strong>en</strong> Educación Pre-escolar<br />

Decil de Ingreso Per<br />

Cápita del Hogar % de Gasto Gasto / Ingreso<br />

1 15,44 1,83<br />

2 13,59 0,66<br />

3 15,00 0,52<br />

4 13,27 0,35<br />

5 13,36 0,28<br />

6 11,24 0,19<br />

7 8,30 0,11<br />

8 5,07 0,05<br />

9 3,73 0,02<br />

10 1,00 0,00<br />

Total 100,00 0,10<br />

Efectos Distributivos del Gasto<br />

Gini antes de impuestos 0,5791<br />

Gini después del gasto 0,5783<br />

Cuasi-Gini del gasto -0,2682<br />

Índice Kakwani -0,8473<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0008<br />

151


Tabla 17b<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Gasto <strong>en</strong> Educación Básica y Media<br />

Decil de Ingreso Per<br />

Cápita del Hogar % de Gasto Gasto / Ingreso<br />

1 14,56 59,83<br />

2 14,15 23,68<br />

3 13,14 15,82<br />

4 11,93 10,97<br />

5 10,35 7,57<br />

6 9,35 5,46<br />

7 8,33 3,81<br />

8 7,62 2,61<br />

9 6,52 1,47<br />

10 4,04 0,29<br />

Total 100,00 3,43<br />

Efectos Distributivos del Gasto<br />

Gini antes de impuestos 0,5791<br />

Gini después del gasto 0,5543<br />

Cuasi-Gini del gasto -0,2461<br />

Índice Kakwani -0,8252<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0248<br />

152


Tabla 17c<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Gasto <strong>en</strong> Educación Superior<br />

Decil de Ingreso Per<br />

Cápita del Hogar % de Gasto Gasto / Ingreso<br />

1 3,94 2,02<br />

2 3,16 0,66<br />

3 10,25 1,54<br />

4 8,31 0,95<br />

5 6,43 0,59<br />

6 9,83 0,72<br />

7 9,40 0,54<br />

8 13,57 0,58<br />

9 15,96 0,45<br />

10 19,16 0,17<br />

Total 100,00 0,43<br />

Efectos Distributivos del Gasto<br />

Gini antes de impuestos 0,5791<br />

Gini después del gasto 0,5777<br />

Cuasi-Gini del gasto 0,2470<br />

Índice Kakwani -0,3320<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0013<br />

153


5.3.3 Gasto <strong>en</strong> Salud<br />

Según se aprecia <strong>en</strong> la tabla 18, el gasto neto <strong>en</strong> salud es progresivo y muestra una conc<strong>en</strong>tración mayor<br />

que el gasto <strong>en</strong> educación y los subsidios monetario, lo que se refleja <strong>en</strong> el índice Kakwani, cuyo valor es el<br />

más negativo. El 20% más pobre recibe el 61,1% del gasto neto <strong>en</strong> salud, <strong>en</strong> tanto que el 20% más rico<br />

realiza un pago neto equival<strong>en</strong>te a -23,1%, es decir, las cotizaciones pagadas son superiores a los b<strong>en</strong>eficios<br />

percibidos. Asimismo, el gasto neto <strong>en</strong> salud muestra un impacto redistributivo apreciable, puesto que el Gini<br />

se reduce <strong>en</strong> 0,0119 respecto del Gini antes de gastos.<br />

Tabla 18<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Gasto <strong>en</strong> Salud<br />

Decil de Ingreso<br />

Per Cápita del<br />

Hogar<br />

% de Gasto Gasto / Ingreso<br />

1 32,79 32,72<br />

2 28,30 11,50<br />

3 20,58 6,02<br />

4 14,74 3,29<br />

5 12,28 2,18<br />

6 9,28 1,32<br />

7 7,53 0,84<br />

8 -2,43 -0,20<br />

9 -7,32 -0,40<br />

10 -15,76 -0,28<br />

Total 100,00 0,83<br />

Efectos Distributivos del Gasto<br />

Gini antes de impuestos 0,5791<br />

Gini después del gasto 0,5672<br />

Cuasi-Gini del gasto -0,8316<br />

Índice Kakwani -1,4107<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0119<br />

154


En la tabla 18a se muestra el impacto redistributivo de las cotizaciones de salud. Esta compon<strong>en</strong>te del gasto<br />

neto <strong>en</strong> salud resulta ser regresiva, induci<strong>en</strong>do un aum<strong>en</strong>to del Gini de 0,005. Esta regresividad se explica<br />

por dos causas. La primera, es que la cotización es igual a un 7% de las remuneraciones, pero se aplica un<br />

tope cuando la r<strong>en</strong>ta supera el máximo legal. Por lo tanto, las cotizaciones que pagan las personas de<br />

mayores ingresos son m<strong>en</strong>ores como proporción de sus ingresos. La segunda causa, es que la mayor parte<br />

de las personas con los ingresos más altos, <strong>en</strong> los deciles 9 y 10, cotizan <strong>en</strong> el sistema privado de salud.<br />

Por su parte, <strong>en</strong> la tabla 18b se muestra el impacto redistributivo de los b<strong>en</strong>eficios de salud, que corresponde<br />

al valor de las prestaciones recibidas, netas de los copagos. Esta es la compon<strong>en</strong>te que explica la<br />

progresividad del gasto neto <strong>en</strong> salud, la que induce una reducción del Gini de 0,0157 respecto del Gini antes<br />

de gastos.<br />

Tabla 18a<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Pago de Cotizaciones de Salud<br />

Decil de Ingreso Per<br />

Cápita del Hogar % de Gasto Gasto / Ingreso<br />

1 2,34 -4,10<br />

2 4,68 -3,34<br />

3 6,63 -3,40<br />

4 8,25 -3,23<br />

5 9,85 -3,07<br />

6 11,33 -2,83<br />

7 12,62 -2,46<br />

8 14,24 -2,08<br />

9 14,55 -1,40<br />

10 15,53 -0,48<br />

Total 100,00 -1,46<br />

Efectos Distributivos del Gasto<br />

Gini antes de impuestos 0,5791<br />

Gini después del gasto 0,5841<br />

Cuasi-Gini del gasto 0,2420<br />

Índice Kakwani -0,3371<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky -0,0050<br />

155


Tabla 18b<br />

Incid<strong>en</strong>cia de los B<strong>en</strong>eficios de Salud<br />

Decil de Ingreso Per<br />

Cápita del Hogar % de Gasto Gasto / Ingreso<br />

1 13,38 36,81<br />

2 13,25 14,85<br />

3 11,69 9,42<br />

4 10,60 6,52<br />

5 10,73 5,25<br />

6 10,59 4,14<br />

7 10,78 3,30<br />

8 8,19 1,88<br />

9 6,61 1,00<br />

10 4,18 0,20<br />

Total 100,00 2,30<br />

Efectos Distributivos del Gasto<br />

5.4 Ingresos después de la política fiscal<br />

Gini antes de impuestos 0,5791<br />

Gini después del gasto 0,5634<br />

Cuasi-Gini del gasto -0,1433<br />

Índice Kakwani -0,7224<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0157<br />

Finalm<strong>en</strong>te, <strong>en</strong> la tabla 19 se resume la incid<strong>en</strong>cia redistributiva de la política fiscal. A modo de síntesis se<br />

puede señalar que la política fiscal es progresiva, lo que obedece fundam<strong>en</strong>talm<strong>en</strong>te a la focalización del<br />

gasto público. La estructura tributaria, <strong>en</strong> cambio, no juega un rol significativo <strong>en</strong> la redistribución del ingreso,<br />

pues de acuerdo a los resultados obt<strong>en</strong>idos ésta es prácticam<strong>en</strong>te proporcional.<br />

El índice de Gini se reduce marginalm<strong>en</strong>te después de la política tributaria, pasando de 0,5791 a 0,5764. Sin<br />

embargo, después del gasto social se aprecia una reducción significativa, llegando a 0,5315.<br />

156


Asimismo, antes de la política fiscal el quintil de mayores ingresos recibe una r<strong>en</strong>ta 21,66 veces más alta que<br />

el quintil más pobre, relación que aum<strong>en</strong>ta a 23,92 veces después de la política tributaria y se reduce a 13,72<br />

veces después de aplicar el gasto social.<br />

Tabla 19<br />

Incid<strong>en</strong>cia de la Política <strong>Fiscal</strong><br />

Decil de Ingreso<br />

Per Cápita del<br />

Hogar<br />

Ingreso antes de<br />

Política <strong>Fiscal</strong><br />

157<br />

Ingreso después<br />

de Impuestos<br />

1 0,83 0,62 1,55<br />

2 2,05 1,97 2,75<br />

3 2,85 2,82 3,45<br />

4 3,73 3,78 4,23<br />

5 4,69 4,76 5,07<br />

6 5,87 6,03 6,21<br />

7 7,50 7,72 7,74<br />

8 10,03 10,33 10,08<br />

9 15,23 15,74 15,11<br />

10 47,22 46,24 43,81<br />

Total 100,00 100,00 100,00<br />

Gini 0,5791 0,5764 0,5315<br />

Q5/Q1 21,66 23,92 13,72<br />

Ingreso después<br />

de Impuestos y<br />

Gasto


6. Conclusiones<br />

Los resultados del pres<strong>en</strong>te estudio muestran que la política fiscal <strong>en</strong> <strong>Chile</strong> es progresiva, lo que se debe<br />

exclusivam<strong>en</strong>te a la focalización del gasto social. La política tributaria, <strong>en</strong> cambio, es prácticam<strong>en</strong>te<br />

proporcional. En efecto, la distribución del ingreso antes de la política fiscal se resume <strong>en</strong> un índice de Gini<br />

de 0,5791. Luego de aplicar los impuestos, la distribución prácticam<strong>en</strong>te no cambia, midiéndose un Gini de<br />

0,5764. Por último, después de aplicar el gasto social, este indicador se reduce a 0,5315.<br />

En cuanto a la política tributaria, el análisis incluyó el Impuesto a la R<strong>en</strong>ta, el IVA, el Impuesto Específico a<br />

los Combustibles, el Impuesto Específico al Tabaco y los impuestos a las bebidas, productos suntuarios y<br />

juegos de azar. De ellos, el Impuesto a la R<strong>en</strong>ta es el único que resulta ser progresivo. Por otra parte, sólo el<br />

IVA y el Impuesto a la R<strong>en</strong>ta muestran impactos significativos <strong>en</strong> la distribución del ingreso, aunque <strong>en</strong><br />

s<strong>en</strong>tido contrario. En efecto, el índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky alcanza un valor de -0,0178 para el primero y<br />

0,0206 para el segundo.<br />

Puede llamar la at<strong>en</strong>ción el que la política tributaria resulte levem<strong>en</strong>te progresiva, contradici<strong>en</strong>do los<br />

resultados de estudios anteriores que la muestran ligeram<strong>en</strong>te regresiva 59 . Esta difer<strong>en</strong>cia obedece a que <strong>en</strong><br />

el pres<strong>en</strong>te estudio se ha optado por medir el impuesto a la r<strong>en</strong>ta teórico, <strong>en</strong> vez de imputar la recaudación<br />

efectiva. Como la recaudación teórica es mayor a la efectiva, pues no se han hecho supuestos de evasión, se<br />

pot<strong>en</strong>cia el impacto redistributivo de este impuesto, superando a la regresividad conjunta del resto de los<br />

tributos.<br />

Respecto del gasto social, se estudiaron los subsidios monetarios y el gasto social <strong>en</strong> educación y salud.<br />

Todos resultaron ser progresivos, aunque con distintos impactos distributivos. Los subsidios monetarios<br />

ti<strong>en</strong><strong>en</strong> un impacto redistributivo moderado, con un índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky de 0,0007. El gasto <strong>en</strong><br />

educación muestra el impacto redistributivo de mayor significación, con un índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky de<br />

0,0294, que se explica fundam<strong>en</strong>talm<strong>en</strong>te por las subv<strong>en</strong>ciones educacionales de <strong>en</strong>señanza básica y media.<br />

Por su parte, el gasto <strong>en</strong> salud es el que muestra una mayor conc<strong>en</strong>tración <strong>en</strong> la población de m<strong>en</strong>ores<br />

ingresos y un impacto redistributivo también importante, reflejado <strong>en</strong> un índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky de<br />

0,0119.<br />

59 Engel et al (1998) y Cantallopts et al (2007)<br />

158


Refer<strong>en</strong>cias bibliográficas<br />

BANCO CENTRAL DE CHILE (2002) “Matriz de Insumo-Producto de la Economía Chil<strong>en</strong>a 2003”,<br />

Santiago.<br />

CANTALLOPTS, J.; M. JORRATT; y D. SCHERMAN (2007) “<strong>Equidad</strong> Tributaria <strong>en</strong> <strong>Chile</strong>. Un Nuevo<br />

Modelo para Evaluar Alternativas de Reforma”, Santiago.<br />

ENGEL, E.; A. GALETOVIC; y C. RADDATZ (1998) “Reforma Tributaria y Distribución del Ingreso <strong>en</strong><br />

<strong>Chile</strong>”.<br />

http://www.sii.cl/apr<strong>en</strong>da_sobre_impuestos/estudios/e0808per.pdf<br />

Instituto Nacional de Estadísticas (1999) “V Encuesta de Presupuestos Familiares, 1996-1997”, Santiago.<br />

MIDEPLAN (2003) “Encuesta de caracterización socioeconómica, CASEN”.<br />

PNUD (2006) “Informe sobre desarrollo humano - 2006”.<br />

Servicio de Impuestos Internos (2006) “Informe Anual de Gasto Tributario”<br />

http://www.sii.cl/apr<strong>en</strong>da_sobre_impuestos/estudios/gasto_tributario.htm<br />

159


Resultados por Deciles de Individuos<br />

1. Ingresos antes de la política fiscal<br />

Tabla 1<br />

ANEXO<br />

Distribución del Ingreso antes de Impuestos<br />

Decil de<br />

Individuos<br />

Ingreso promedio<br />

(pesos)<br />

1 16.546 0,96<br />

2 38.297 2,21<br />

3 52.808 3,05<br />

4 67.813 3,92<br />

5 84.919 4,90<br />

6 105.576 6,10<br />

7 133.790 7,73<br />

8 176.869 10,22<br />

9 264.061 15,25<br />

10 790.759 45,67<br />

Total 173.144 100,00<br />

Gini antes de impuestos 0,5621<br />

Q5/Q1 19,2<br />

160<br />

% del Ingreso


3. Efectos distributivos de los impuestos<br />

Tabla 2<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Impuesto a la R<strong>en</strong>ta<br />

Decil de<br />

Individuos<br />

Recaudación /<br />

Ingreso<br />

% de<br />

Recaudación (%)<br />

1 0,00 0,00<br />

2 0,00 0,00<br />

3 0,00 0,00<br />

4 0,00 0,00<br />

5 0,02 0,02<br />

6 0,06 0,05<br />

7 0,18 0,12<br />

8 0,51 0,25<br />

9 2,30 0,75<br />

10 96,92 10,59<br />

Total 100,00 4,99<br />

Efectos Distributivos del Impuesto<br />

Gini antes de impuestos 0,5621<br />

Gini después del impuesto 0,5409<br />

Cuasi-Gini del impuesto 0,9669<br />

Índice Kakwani 0,4048<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0212<br />

161


Tabla 3<br />

Incid<strong>en</strong>cia del IVA<br />

Decil de<br />

Individuos<br />

% de Recaudación /<br />

Recaudación Ingreso<br />

1 2,54 32,67<br />

2 3,61 20,06<br />

3 4,39 17,72<br />

4 5,16 16,22<br />

5 6,20 15,55<br />

6 7,37 14,87<br />

7 8,94 14,24<br />

8 11,48 13,82<br />

9 16,35 13,19<br />

10 33,95 9,14<br />

Total 100,00 12,30<br />

Efectos Distributivos del Impuesto<br />

Gini antes de impuestos 0,5621<br />

Gini después del impuesto 0,5804<br />

Cuasi-Gini del impuesto 0,4334<br />

Índice Kakwani -0,1287<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky -0,0183<br />

162


Tabla 4<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Impuesto a las Gasolinas<br />

Automotrices<br />

Decil de<br />

Individuos<br />

% de Recaudación /<br />

Recaudación Ingreso<br />

1 0,65 1,09<br />

2 0,78 0,56<br />

3 1,45 0,76<br />

4 2,25 0,92<br />

5 2,99 0,97<br />

6 4,22 1,10<br />

7 6,71 1,39<br />

8 11,43 1,79<br />

9 20,98 2,20<br />

10 48,53 1,70<br />

Total 100,00 1,60<br />

Efectos Distributivos del Impuesto<br />

Gini antes de impuestos 0,5621<br />

Gini después del impuesto 0,5605<br />

Cuasi-Gini del impuesto 0,6571<br />

Índice Kakwani 0,0951<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0015<br />

163


Tabla 5<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Impuesto al Petróleo Diesel<br />

Decil de<br />

Individuos<br />

% de Recaudación /<br />

Recaudación Ingreso<br />

1 3,41 1,00<br />

2 5,17 0,66<br />

3 6,44 0,59<br />

4 7,51 0,54<br />

5 9,04 0,52<br />

6 10,66 0,49<br />

7 11,63 0,42<br />

8 12,85 0,35<br />

9 14,37 0,26<br />

10 18,93 0,12<br />

Total 100,00 0,28<br />

Efectos Distributivos del Impuesto<br />

Gini antes de impuestos 0,5621<br />

Gini después del impuesto 0,5629<br />

Cuasi-Gini del impuesto 0,2563<br />

Índice Kakwani -0,3058<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky -0,0009<br />

164


Tabla 6<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Impuesto al Tabaco<br />

Decil de<br />

Individuos<br />

% de Recaudación /<br />

Recaudación Ingreso<br />

1 3,34 1,77<br />

2 4,85 1,11<br />

3 6,20 1,03<br />

4 7,50 0,97<br />

5 9,21 0,95<br />

6 10,51 0,87<br />

7 11,12 0,73<br />

8 13,03 0,65<br />

9 15,04 0,50<br />

10 19,21 0,21<br />

Total 100,00 0,51<br />

Efectos Distributivos del Impuesto<br />

Gini antes de impuestos 0,5621<br />

Gini después del impuesto 0,5636<br />

Cuasi-Gini del impuesto 0,2667<br />

Índice Kakwani -0,2954<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky -0,0015<br />

165


Tabla 7<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Impuesto a las Bebidas<br />

Decil de<br />

Individuos<br />

% de Recaudación /<br />

Recaudación Ingreso<br />

1 2,69 0,67<br />

2 4,00 0,43<br />

3 5,14 0,40<br />

4 6,13 0,37<br />

5 7,38 0,36<br />

6 9,02 0,35<br />

7 10,70 0,33<br />

8 12,83 0,30<br />

9 16,64 0,26<br />

10 25,47 0,13<br />

Total 100,00 0,24<br />

Efectos Distributivos del Impuesto<br />

Gini antes de impuestos 0,5621<br />

Gini después del impuesto 0,5626<br />

Cuasi-Gini del impuesto 0,3564<br />

Índice Kakwani -0,2057<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky -0,0005<br />

166


Tabla 8<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Impuesto a Productos Suntuarios<br />

Decil de<br />

Individuos<br />

% de Recaudación /<br />

Recaudación Ingreso<br />

1 1,12 0,0008<br />

2 1,90 0,0006<br />

3 2,97 0,0007<br />

4 3,85 0,0007<br />

5 5,75 0,0008<br />

6 7,91 0,0009<br />

7 7,88 0,0007<br />

8 9,33 0,0007<br />

9 19,53 0,0009<br />

10 39,77 0,0006<br />

Total 100,00 0,0007<br />

Efectos Distributivos del Impuesto<br />

Gini antes de impuestos 0,5621<br />

Gini después del impuesto 0,5621<br />

Cuasi-Gini del impuesto 0,5331<br />

Índice Kakwani -0,0289<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0000<br />

167


Tabla 9<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Impuesto a los Juegos de Azar<br />

Decil de<br />

Individuos<br />

% de Recaudación /<br />

Recaudación Ingreso<br />

1 2,87 0,19<br />

2 4,17 0,12<br />

3 5,33 0,11<br />

4 5,73 0,09<br />

5 6,19 0,08<br />

6 7,56 0,08<br />

7 9,19 0,08<br />

8 12,69 0,08<br />

9 18,66 0,08<br />

10 27,60 0,04<br />

Total 100,00 0,06<br />

Efectos Distributivos del Impuesto<br />

Gini antes de impuestos 0,5621<br />

Gini después del impuesto 0,5622<br />

Cuasi-Gini del impuesto 0,3825<br />

Índice Kakwani -0,1796<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky -0,0001<br />

168


3. Efectos distributivos del gasto social<br />

Tabla 10<br />

Incid<strong>en</strong>cia de los Subsidios Monetarios<br />

Decil de<br />

Individuos % de Gasto Gasto / Ingreso<br />

1 30,90 2,12<br />

2 15,11 0,45<br />

3 11,48 0,25<br />

4 9,08 0,15<br />

5 7,76 0,10<br />

6 5,98 0,06<br />

7 6,04 0,05<br />

8 6,22 0,04<br />

9 3,53 0,02<br />

10 3,91 0,01<br />

Total 100,00 0,07<br />

Efectos Distributivos del Gasto<br />

Gini antes de impuestos 0,5621<br />

Gini después del gasto 0,5614<br />

Cuasi-Gini del gasto -0,3689<br />

Índice Kakwani -0,9310<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0006<br />

169


Tabla 11<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Gasto <strong>en</strong> Educación<br />

Decil de<br />

Individuos % de Gasto Gasto / Ingreso<br />

1 14,10 73,05<br />

2 13,24 29,64<br />

3 12,36 20,07<br />

4 11,67 14,76<br />

5 10,24 10,34<br />

6 9,67 7,85<br />

7 8,94 5,73<br />

8 8,02 3,89<br />

9 6,88 2,23<br />

10 4,87 0,53<br />

Total 100,00 4,95<br />

Efectos Distributivos del Gasto<br />

Gini antes de impuestos 0,5621<br />

Gini después del gasto 0,5278<br />

Cuasi-Gini del gasto -0,1598<br />

Índice Kakwani -0,7219<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0342<br />

170


Tabla 11ª<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Gasto <strong>en</strong> Educación Pre-escolar<br />

Decil de<br />

Individuos % de Gasto Gasto / Ingreso<br />

1 14,55 2,09<br />

2 13,46 0,83<br />

3 13,16 0,59<br />

4 13,83 0,48<br />

5 10,92 0,31<br />

6 13,59 0,31<br />

7 9,43 0,17<br />

8 5,39 0,07<br />

9 3,59 0,03<br />

10 2,08 0,01<br />

Total 100,00 0,14<br />

Efectos Distributivos del Gasto<br />

Gini antes de impuestos 0,5621<br />

Gini después del gasto 0,5610<br />

Cuasi-Gini del gasto -0,2331<br />

Índice Kakwani -0,7952<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0011<br />

171


Tabla 11b<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Gasto <strong>en</strong> Educación Básica y Media<br />

Decil de<br />

Individuos % de Gasto Gasto / Ingreso<br />

1 14,19 70,47<br />

2 13,40 28,77<br />

3 12,19 18,97<br />

4 11,63 14,09<br />

5 10,34 10,01<br />

6 9,61 7,48<br />

7 8,87 5,45<br />

8 8,04 3,74<br />

9 6,87 2,14<br />

10 4,85 0,50<br />

Total 100,00 4,75<br />

Efectos Distributivos del Gasto<br />

Gini antes de impuestos 0,5621<br />

Gini después del gasto 0,5297<br />

Cuasi-Gini del gasto -0,2082<br />

Índice Kakwani -0,7703<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0323<br />

172


Tabla 11c<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Gasto <strong>en</strong> Educación Superior<br />

Decil de<br />

Individuos % de Gasto Gasto / Ingreso<br />

1 3,63 1,76<br />

2 2,70 0,57<br />

3 7,53 1,15<br />

4 6,84 0,81<br />

5 6,53 0,62<br />

6 8,84 0,67<br />

7 11,97 0,72<br />

8 12,87 0,59<br />

9 16,54 0,50<br />

10 22,57 0,23<br />

Total 100,00 0,46<br />

Efectos Distributivos del Gasto<br />

Gini antes de impuestos 0,5621<br />

Gini después del gasto 0,5610<br />

Cuasi-Gini del gasto 0,3130<br />

Índice Kakwani -0,2490<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0011<br />

173


Tabla 12<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Gasto <strong>en</strong> Salud<br />

Decil de<br />

Individuos % de Gasto Gasto / Ingreso<br />

1 28,13 33,89<br />

2 25,10 13,07<br />

3 19,63 7,41<br />

4 14,23 4,18<br />

5 11,31 2,66<br />

6 9,23 1,74<br />

7 7,28 1,09<br />

8 1,94 0,22<br />

9 -5,00 -0,38<br />

10 -11,85 -0,30<br />

Total 100,00 1,15<br />

Efectos Distributivos del Gasto<br />

Gini antes de impuestos 0,5621<br />

Gini después del gasto 0,5476<br />

Cuasi-Gini del gasto -0,6895<br />

Índice Kakwani -1,2516<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0144<br />

174


Tabla 12a<br />

Incid<strong>en</strong>cia del Pago de Cotizaciones de Salud<br />

Decil de<br />

Individuos % de Gasto Gasto / Ingreso<br />

1 2,31 -3,92<br />

2 4,43 -3,25<br />

3 6,35 -3,39<br />

4 8,01 -3,33<br />

5 9,50 -3,15<br />

6 11,15 -2,97<br />

7 12,66 -2,66<br />

8 14,28 -2,27<br />

9 15,27 -1,63<br />

10 16,04 -0,57<br />

Total 100,00 -1,63<br />

Efectos Distributivos del Gasto<br />

Gini antes de impuestos 0,5621<br />

Gini después del gasto 0,5666<br />

Cuasi-Gini del gasto 0,2571<br />

Índice Kakwani -0,3049<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky -0,0045<br />

175


Tabla 12b<br />

Incid<strong>en</strong>cia de los B<strong>en</strong>eficios de Salud<br />

Decil de<br />

Individuos % de Gasto Gasto / Ingreso<br />

1 13,01 37,82<br />

2 13,00 16,32<br />

3 11,86 10,80<br />

4 10,59 7,51<br />

5 10,25 5,81<br />

6 10,35 4,72<br />

7 10,43 3,75<br />

8 9,17 2,49<br />

9 6,87 1,25<br />

10 4,48 0,27<br />

Total 100,00 2,78<br />

Efectos Distributivos del Gasto<br />

Gini antes de impuestos 0,5621<br />

Gini después del gasto 0,5434<br />

Cuasi-Gini del gasto -0,1313<br />

Índice Kakwani -0,6933<br />

Índice Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky 0,0187<br />

176


4. Efectos distributivos de la política fiscal<br />

Tabla 13<br />

Incid<strong>en</strong>cia de la Política <strong>Fiscal</strong><br />

Decil de<br />

Individuos<br />

Ingreso después<br />

Ingreso antes de Ingreso después de Impuestos y<br />

Política <strong>Fiscal</strong> de Impuestos Gasto<br />

1 0,96 0,75 1,90<br />

2 2,21 2,13 3,09<br />

3 3,05 3,03 3,79<br />

4 3,92 3,96 4,54<br />

5 4,90 5,00 5,39<br />

6 6,10 6,26 6,50<br />

7 7,73 7,99 8,03<br />

8 10,22 10,56 10,30<br />

9 15,25 15,77 14,97<br />

10 45,67 44,56 41,49<br />

Total 100,00 100,00 100,00<br />

Gini 0,5621 0,5590 0,5026<br />

Q5/Q1 19,23 20,97 11,32<br />

177


PARAGUAY Mayo de 2010<br />

<strong>Equidad</strong> <strong>Fiscal</strong> <strong>en</strong> <strong>Paraguay</strong><br />

178<br />

ASA Consultores<br />

Economía, Tributación y Finanzas*<br />

* Se agradec<strong>en</strong> los valiosos com<strong>en</strong>tarios y aportes realizados por los Sres. Alberto Barreix y Jerónimo Roca, que sin la contribución de<br />

ellos no hubiera sido posible llegar a la calidad del pres<strong>en</strong>te trabajo


INDICE<br />

Introducción……………………………………………………………………………………………………………181<br />

Breve descripción del <strong>Paraguay</strong> y de su situación macroeconómica................................……………...182<br />

I. Anteced<strong>en</strong>tes………………………………………………………………………………………………………......182<br />

II. Breve descripción de la situación macroeconómica del <strong>Paraguay</strong>……………………………………...182<br />

III. Principales reformas acometidas <strong>en</strong> los últimos años.......................................................................189<br />

IV. Futuros pasos a seguir…………………………………………………………………………………........191<br />

Análisis del sector público <strong>en</strong> el <strong>Paraguay</strong>………………………………………………………………….......193<br />

I. El Sector Público <strong>en</strong> el <strong>Paraguay</strong>……………………………………………………………………….......193<br />

II. Ingresos Públicos…………………………………………………………………………………………......194<br />

a. Nivel de importancia del Sector Público por niveles de Gobierno medido por el lado de los<br />

Ingresos……………………………………………………………………………………………....194<br />

b. Breve descripción del Régim<strong>en</strong> Tributario <strong>en</strong> el <strong>Paraguay</strong>……………………………………...195<br />

c. Impuestos <strong>en</strong> el <strong>Paraguay</strong>…………………………………………………………………………..197<br />

III. Gastos Públicos…………………………………………………………………………………………….....206<br />

a. Nivel de importancia del Sector Público por niveles de Gobierno medido por el lado de los<br />

Gastos………………………………………………………………………………………………..206<br />

b. Gasto Social…………………………………………………………………………………………..207<br />

Análisis de la <strong>Equidad</strong> <strong>Fiscal</strong> <strong>en</strong> el <strong>Paraguay</strong>……………………………………………………………….......212<br />

I. Metodología……………………………………………………………………………………………….......212<br />

II. Supuestos asumidos……………………………………………………………………………………........214<br />

III. Indicadores de progresividad y capacidad redistributiva……………………………………………........216<br />

179


IV. Análisis por instrum<strong>en</strong>to de Política <strong>Fiscal</strong>…………………………………………………………….......219<br />

a. Impuesto al Valor Agregado (IVA)………………………………………………………………....219<br />

b. Impuesto Selectivo al Consumo (ISC )…………………………………………………………....221<br />

- Combustibles. .……………………………………………………………………………...222<br />

- Otros bi<strong>en</strong>es (Cigarrillos, Bebidas alcohólicas y no alcohólicas)……………………..223<br />

c. Gasto Social <strong>en</strong> Educación………………………………………………………………………....224<br />

d. Gasto Social <strong>en</strong> Salud……………………………………………………………………………....226<br />

e. Gasto Social <strong>en</strong> P<strong>en</strong>siones………………………………………………………………………....227<br />

Análisis de los efectos de la Política <strong>Fiscal</strong>…………………………………………………………………......228<br />

I. Ingresos de las familias antes de la política fiscal…………………………………………………….......228<br />

II. Bi<strong>en</strong>estar de las familias después de la política fiscal………………………………………………........228<br />

Conclusiones……………………………………………………………………………………………………….....232<br />

Anexos……………………………………………………………………………………………………………….....234<br />

180


INTRODUCCION<br />

América Latina es la región con mayor disparidad <strong>en</strong> la distribución del ingreso <strong>en</strong> el mundo. Adicionalm<strong>en</strong>te,<br />

los países están haci<strong>en</strong>do un importante esfuerzo por mant<strong>en</strong>er la disciplina fiscal y focalizar el gasto público<br />

con el fin de mejorar no sólo la efici<strong>en</strong>cia del mismo sino su impacto redistributivo.<br />

Este trabajo ti<strong>en</strong>e como propósito estudiar los efectos de la política fiscal <strong>en</strong> la distribución del ingreso <strong>en</strong> un<br />

s<strong>en</strong>tido integral, es decir evaluando los impactos tanto de la política tributaria como también del gasto público<br />

que ésta financia. En consecu<strong>en</strong>cia, se estudiará tanto la equidad tributaria como la del gasto público social.<br />

Considerar la equidad exclusivam<strong>en</strong>te por la tributación es un análisis incompleto ya que puede morigerarse<br />

con las sigui<strong>en</strong>tes acciones: a través del mayor recaudo que proporciona y que se convierte <strong>en</strong> la fu<strong>en</strong>te de<br />

un mayor gasto público que, a su vez, puede asignarse progresivam<strong>en</strong>te; a través de las exoneraciones o la<br />

aplicación de tasas difer<strong>en</strong>ciales a las v<strong>en</strong>tas de bi<strong>en</strong>es y servicios que participan más fuertem<strong>en</strong>te <strong>en</strong> las<br />

canastas de los estratos de m<strong>en</strong>ores ingresos.<br />

A su vez, es reconocido que el instrum<strong>en</strong>to de política fiscal que mejor ha funcionado at<strong>en</strong>di<strong>en</strong>do a<br />

consideraciones redistributivas es el gasto público social (GPS) aunque justo es reconocer que exist<strong>en</strong><br />

impuestos con capacidad distributiva como el personal a la r<strong>en</strong>ta. En este s<strong>en</strong>tido, aunque América Latina no<br />

está <strong>en</strong>tre las regiones que ti<strong>en</strong>e el m<strong>en</strong>or GPS per cápita del orbe, el gasto <strong>en</strong> salud y educación debería ser<br />

redistributivo al igual que el gasto de tipo “focalizado” <strong>en</strong> los sectores más pobres. Estas erogaciones<br />

públicas deberían ser efici<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te desarrolladas y eficazm<strong>en</strong>te dirigidas para aliviar los niveles de pobreza<br />

y, especialm<strong>en</strong>te, la distribución del ingreso <strong>en</strong> el país. La segunda parte del estudio t<strong>en</strong>drá <strong>en</strong> cu<strong>en</strong>ta la<br />

equidad del gasto social, y con ello avanzará <strong>en</strong> una evaluación global de la política fiscal <strong>en</strong> la equidad del<br />

sistema para tributos y gastos públicos. Por esta razón se complem<strong>en</strong>tará este estudio con uno similar de<br />

gasto público social.<br />

El Estado, a través de su política de impuestos y gastos, modifica la distribución del bi<strong>en</strong>estar. Si se adopta<br />

como indicador del bi<strong>en</strong>estar el ingreso de las familias, el primer paso para medir el impacto de la política<br />

fiscal <strong>en</strong> la distribución del ingreso de los hogares consiste <strong>en</strong> determinar cuál es la distribución del ingreso<br />

antes de la acción de dicha política fiscal. A posteriori, una vez definida la incid<strong>en</strong>cia de la política tributaria y<br />

la de gasto público social, por comparación <strong>en</strong>tre la situación ex ante y ex post, se determinará si la política<br />

fiscal <strong>en</strong> su integridad resulta regresiva o progresiva.<br />

181


BREVE DESCRIPCIÓN DEL PARAGUAY Y DE SU SITUACIÓN MACROECONÓMICA<br />

I. Anteced<strong>en</strong>tes<br />

La República del <strong>Paraguay</strong> es un país pequeño, considerando comparativam<strong>en</strong>te a los demás países de la<br />

región, cu<strong>en</strong>ta con una superficie de 405.000 Km 2 . Se <strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tra ubicado <strong>en</strong> el c<strong>en</strong>tro de América del Sur,<br />

t<strong>en</strong>i<strong>en</strong>do fronteras con <strong>Brasil</strong>, Arg<strong>en</strong>tina y Bolivia; posee una población de un poco más de 6 millones de<br />

habitantes, dividida geográficam<strong>en</strong>te <strong>en</strong> 17 regiones y un poco más de 330 municipios.<br />

Políticam<strong>en</strong>te, se describe como un país unitario, que ha pasado de un régim<strong>en</strong> dictatorial a uno democrático<br />

<strong>en</strong> 1989, perdurando hasta la fecha la etapa de la transición. En este periodo se han llevado adelante<br />

muchas reformas estructurales importantes <strong>en</strong> el campo económico principalm<strong>en</strong>te, pero los resultados no<br />

fueron los esperados, dado que la situación económica se ha deteriorado muy rápidam<strong>en</strong>te <strong>en</strong> la década de<br />

los ´90, <strong>en</strong> donde la r<strong>en</strong>ta per-cápita ha pasado a ser similar a la de 17 años atrás, es decir, por debajo de los<br />

US$ 1.000 60 (aprox. € 800), para volver a recuperarse y ubicarse a finales del 2009 <strong>en</strong> torno a los US$ 2.350<br />

(aprox. € 1.650).<br />

Las car<strong>en</strong>cias son importantes, a tal punto que aproximadam<strong>en</strong>te el 40% de la población vive por debajo de<br />

la línea de la pobreza 61 , los servicios públicos son inefici<strong>en</strong>tes, ineficaces y con bajo nivel de cobertura, las<br />

infraestructuras son insufici<strong>en</strong>tes y la alta informalidad de la economía es una de las características más<br />

resaltantes. A todo esto se suma que la mayoría de los Presid<strong>en</strong>tes elegidos desde la vig<strong>en</strong>cia del Gobierno<br />

democrático soportan cargos judiciales, y <strong>en</strong> algunos casos han sido declarados culpables, por actos de<br />

corrupción durante su administración.<br />

Por otra parte, se señala además que no hay equidad <strong>en</strong> la distribución de funciones <strong>en</strong>tre los poderes del<br />

estado, no se cu<strong>en</strong>ta con un Poder Judicial que <strong>en</strong> la práctica sea indep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>te, y <strong>en</strong> muchas ocasiones los<br />

órganos de control no cumpl<strong>en</strong> acabadam<strong>en</strong>te con su misión.<br />

II. Breve descripción de la situación macroeconómica del <strong>Paraguay</strong><br />

Los principales indicadores del comportami<strong>en</strong>to macroeconómico del <strong>Paraguay</strong> por sectores se describ<strong>en</strong> a<br />

continuación:<br />

60 Los datos del año 2005 muestran que la IPC se <strong>en</strong>contraba <strong>en</strong> US$ 1.017, aunque <strong>en</strong> los dos años anteriores esté<br />

había estado <strong>en</strong> torno a los US$ 920 - 970.<br />

61 M<strong>en</strong>os de US$ 2 por día<br />

182


Sector Real<br />

El país <strong>en</strong> el 2009 tuvo que soportar diversos choques externos e internos, los que básicam<strong>en</strong>te se pued<strong>en</strong><br />

resumir <strong>en</strong>:<br />

Externos<br />

Internos<br />

o Crisis financiera internacional<br />

o Caída <strong>en</strong> el precio de nuestros productos de exportación<br />

o Sequia<br />

o Falta de una política gubernam<strong>en</strong>tal eficaz para hacer fr<strong>en</strong>te o por lo m<strong>en</strong>os para suavizar los<br />

choque externos<br />

La evolución del PIB ha sido uno de los peores de los últimos años y ha permitido que sea una década con<br />

altibajos, <strong>en</strong> donde las mayores retracciones se observaron al inicio y final del período, puesto que al analizar<br />

el período 2000-2009, la riqueza <strong>en</strong> el país ha caído <strong>en</strong> el último año, pero lo relevante es la t<strong>en</strong>d<strong>en</strong>cia de la<br />

misma, dado que a inicios del nuevo mil<strong>en</strong>io las perspectivas eran más negativas que al<strong>en</strong>tadoras, <strong>en</strong> tanto<br />

que a finales de la 1ª década del nuevo mil<strong>en</strong>io la t<strong>en</strong>d<strong>en</strong>cia es muy favorable, ubicándose <strong>en</strong> torno a la tasa<br />

de crecimi<strong>en</strong>to pot<strong>en</strong>cial del país, es decir, <strong>en</strong> torno al 4%. Lo citado se puede apreciar <strong>en</strong> el sigui<strong>en</strong>te<br />

gráfico:<br />

Gráfico 1<br />

8,0<br />

6,0<br />

4,0<br />

2,0<br />

0,0<br />

-2,0<br />

-4,0<br />

-6,0<br />

-3,3<br />

2,1<br />

0,0<br />

PIB Real<br />

3,8 4,1 2,9 4,3 6,8 5,8<br />

Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores. Elaboración propia con datos del BCP<br />

183<br />

-3,8<br />

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009


A más de considerar la evolución del PIB real, que nos muestra la dinámica que ha t<strong>en</strong>ido la economía una<br />

vez excluidos el nivel g<strong>en</strong>eral de precios, también debemos analizar el comportami<strong>en</strong>to de la inflación, la que<br />

por definición implica un alza sost<strong>en</strong>ida <strong>en</strong> el nivel g<strong>en</strong>eral de precios. La importancia del análisis del<br />

comportami<strong>en</strong>to de la inflación vi<strong>en</strong>e dado por el hecho de que la misma es uno de los compon<strong>en</strong>tes de la<br />

tasa de interés, es decir, <strong>en</strong> la medida <strong>en</strong> que t<strong>en</strong>gamos más inflación t<strong>en</strong>dremos un crédito más caro o<br />

m<strong>en</strong>os accesible.<br />

Como se puede apreciar más abajo, la inflación no ha sido un problema especialm<strong>en</strong>te durante el año 2009,<br />

donde el nivel de actividad económica se contrajo y como consecu<strong>en</strong>cia de ello no hubo grandes reajustes <strong>en</strong><br />

los precios. En el gráfico (Cuadro 2) se aprecia lo señalado preced<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te:<br />

Gráfico 2<br />

25,0<br />

20,0<br />

15,0<br />

10,0<br />

5,0<br />

0,0<br />

<strong>en</strong>e-00<br />

jun-00<br />

Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores. Elaboración propia con datos del BCP<br />

Si analizamos <strong>en</strong> un horizonte mayor podemos apreciar que la variación <strong>en</strong> el nivel g<strong>en</strong>eral de precios <strong>en</strong> la<br />

1ª década del nuevo mil<strong>en</strong>io, se <strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tra <strong>en</strong> torno al 8,3%, aún cuando <strong>en</strong> el 2009 la inflación promedio fue<br />

del 2,6%. Está situación es relevante, dado que <strong>en</strong> la medida <strong>en</strong> que no se cu<strong>en</strong>t<strong>en</strong> con medidas creíbles de<br />

reducción de la inflación o se defina una s<strong>en</strong>da de la desinflación, ésta volverá a su s<strong>en</strong>da histórica, aunque<br />

si podríamos decir que hay una t<strong>en</strong>d<strong>en</strong>cia a ubicarse <strong>en</strong> torno al 5% con un rango de variación [hacia arriba y<br />

hacia abajo] de 2,5 puntos porc<strong>en</strong>tuales, a pesar de que <strong>en</strong> los últimos años estuvo más cerca del umbral<br />

superior que del inferior.<br />

nov-00<br />

Sector Monetario y Financiero<br />

abr-01<br />

sep-01<br />

feb-02<br />

jul-02<br />

dic-02<br />

may-03<br />

oct-03<br />

mar-04<br />

ago-04<br />

<strong>en</strong>e-05<br />

jun-05<br />

Otro de los Sectores de mayor relevancia d<strong>en</strong>tro de la economía es el mercado del dinero, <strong>en</strong> donde tanto<br />

ofer<strong>en</strong>tes (ahorristas) como demandantes (prestatarios) concurr<strong>en</strong> a los efectos de t<strong>en</strong>er una remuneración<br />

por ser propietarios del factor de producción (Capital) por una parte, y por otra, los inversionistas que<br />

184<br />

nov-05<br />

abr-06<br />

sep-06<br />

feb-07<br />

jul-07<br />

dic-07<br />

may-08<br />

oct-08<br />

mar-09<br />

ago-09


concurr<strong>en</strong> al efecto de contar con recursos financieros para llevar adelante los proyectos de inversión<br />

definidos.<br />

En ese s<strong>en</strong>tido se pued<strong>en</strong> difer<strong>en</strong>ciar 2 mom<strong>en</strong>tos importantes <strong>en</strong> materia del crédito principalm<strong>en</strong>te, <strong>en</strong><br />

donde <strong>en</strong> la 1ª mitad de la década se observa una caída consist<strong>en</strong>te y sin visos de recuperación, <strong>en</strong> tanto<br />

que <strong>en</strong> la segunda mitad se observa un asc<strong>en</strong>so constante <strong>en</strong> la evolución de los créditos, hasta antes de<br />

que la economía mundial <strong>en</strong>tre <strong>en</strong> crisis (2º Semestre del 2008). No obstante, a pesar de que el crédito haya<br />

caído, éste nunca estuvo por debajo de los niveles de los primeros cinco años del nuevo mil<strong>en</strong>io. Lo<br />

m<strong>en</strong>cionado se puede apreciar <strong>en</strong> el sigui<strong>en</strong>te cuadro 3:<br />

Gráfico 3<br />

70,0<br />

60,0<br />

50,0<br />

40,0<br />

30,0<br />

20,0<br />

10,0<br />

0,0<br />

-10,0<br />

-20,0<br />

-30,0<br />

-40,0<br />

<strong>en</strong>e-00<br />

Consultores. Elaboración propia con datos del BCP<br />

185<br />

Fu<strong>en</strong>te: ASA<br />

Un aspecto relevante, que se cita <strong>en</strong> el pres<strong>en</strong>te trabajo es que durante el 2009, los créditos han estado muy<br />

por debajo de la dinámica del 2008, es decir, las variaciones <strong>en</strong> promedio fueron del 32,5% vs. el 51,8%, Sin<br />

embargo, dichas variaciones se han ubicado por <strong>en</strong>cima del observado <strong>en</strong> los años anteriores (2000-2007).<br />

Con relación a los depósitos, los mismos también han t<strong>en</strong>ido la misma t<strong>en</strong>d<strong>en</strong>cia que los créditos, aunque a<br />

un m<strong>en</strong>or ritmo. Así <strong>en</strong> el 2009, la tasa de crecimi<strong>en</strong>to promedio fue del 28,1%. En el 2008 habían crecido <strong>en</strong><br />

promedio al 33,2%.<br />

jul-00<br />

<strong>en</strong>e-01<br />

jul-01<br />

Depósitos Créditos<br />

<strong>en</strong>e-02<br />

jul-02<br />

<strong>en</strong>e-03<br />

jul-03<br />

<strong>en</strong>e-04<br />

jul-04<br />

<strong>en</strong>e-05<br />

Con respecto a la tasa de interés pasiva (pagada a los ahorristas) y las activas (pagada por los prestatarios)<br />

podemos ver que la misma ha v<strong>en</strong>ido cay<strong>en</strong>do <strong>en</strong> los últimos años y <strong>en</strong> especial durante finales del 2007 e<br />

inicios del 2008, mi<strong>en</strong>tras que el spread (marg<strong>en</strong> de intermediación) ha v<strong>en</strong>ido reduciéndose de vuelta a<br />

jul-05<br />

<strong>en</strong>e-06<br />

jul-06<br />

<strong>en</strong>e-07<br />

jul-07<br />

<strong>en</strong>e-08<br />

jul-08<br />

<strong>en</strong>e-09<br />

jul-09


finales del 2009, ubicándose a niveles promedio del 2007 y 2008, e inferiores a los años anteriores. Lo<br />

expresado se puede apreciar <strong>en</strong> el sigui<strong>en</strong>te gráfico:<br />

Gráfico 4<br />

Tasas Actias<br />

En %<br />

75,0<br />

65,0<br />

55,0<br />

45,0<br />

35,0<br />

25,0<br />

15,0<br />

Consultores. Elaboración propia con datos del BCP<br />

Sector Externo<br />

186<br />

Fu<strong>en</strong>te: ASA<br />

Al cierre del año 2009, finalizó el peor año de la década al analizar los valores relativos, dado que las<br />

exportaciones cayeron <strong>en</strong> 28% y las importaciones <strong>en</strong> 24%, situación no observada <strong>en</strong> los últimos 10 años,<br />

aunque es importante resaltar que los valores son largam<strong>en</strong>te superiores a los observados a inicios del<br />

nuevo mil<strong>en</strong>io. Lo m<strong>en</strong>cionado se puede apreciar <strong>en</strong> el sigui<strong>en</strong>te cuadro:<br />

En millones de dólares.<br />

<strong>en</strong>e-00<br />

jul-00<br />

<strong>en</strong>e-01<br />

jul-01<br />

Cuadro 1<br />

<strong>en</strong>e-02<br />

Año EXPORTACIONES IMPORTACIONES<br />

2000 869 2.050<br />

2001 990 1.989<br />

2002 951 1.510<br />

2003 1.242 1.766<br />

2004 1.627 2.480<br />

2005 1.688 3.073<br />

2006 1.906 4.502<br />

2007 2.785 5.539<br />

2008 4.463 8.506<br />

2009 3.191 6.497<br />

jul-02<br />

<strong>en</strong>e-03<br />

jul-03<br />

<strong>en</strong>e-04<br />

jul-04<br />

<strong>en</strong>e-05<br />

jul-05<br />

Activas Pasivas<br />

<strong>en</strong>e-06<br />

jul-06<br />

<strong>en</strong>e-07<br />

jul-07<br />

<strong>en</strong>e-08<br />

jul-08<br />

<strong>en</strong>e-09<br />

jul-09<br />

20,0<br />

18,0<br />

16,0<br />

14,0<br />

12,0<br />

10,0<br />

8,0<br />

6,0<br />

4,0<br />

2,0<br />

0,0<br />

Tasas Pasivas<br />

En %


Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores. Elaboración propia con datos del BCP<br />

En materia cambiaria, al final del año los valores no favorecieron a las exportaciones aunque si a las<br />

importaciones, dado que su valor se aprecio <strong>en</strong> 5%, es decir, tuvo un comportami<strong>en</strong>to a la baja con relación<br />

al cierre del 2008. EL comportami<strong>en</strong>to desde inicios del 2000 hasta el cierre del 2009, se puede visualizar <strong>en</strong><br />

el sigui<strong>en</strong>te gráfico:<br />

Gráfico 6<br />

8.000<br />

7.000<br />

6.000<br />

5.000<br />

4.000<br />

3.000<br />

2.000<br />

1.000<br />

Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores. Elaboración propia con datos del BCP<br />

El bu<strong>en</strong> desempeño del sector primario se tradujo <strong>en</strong> mayores exportaciones del país, y mayor <strong>en</strong>trada de<br />

divisas para el país, como ya se observó <strong>en</strong> la dinámica de las intercambios con el resto del mundo, así como<br />

una mayor acumulación de reservas internacionales netas a tal punto de que el país paso a t<strong>en</strong>er una<br />

posición acreedora con relación al resto del mundo, es decir, nuestros activos fueron superiores a nuestras<br />

deudas con el resto del mundo, es decir, a partir del 2007 los activos internacionales netos superaron a la<br />

deuda externa. Lo m<strong>en</strong>cionado se puede apreciar <strong>en</strong> el sigui<strong>en</strong>te gráfico:<br />

Gráfico 7<br />

0<br />

<strong>en</strong>e-00<br />

jul-00<br />

Tipo de Cambio Nominal G/US$<br />

<strong>en</strong>e-01<br />

jul-01<br />

<strong>en</strong>e-02<br />

jul-02<br />

<strong>en</strong>e-03<br />

jul-03<br />

<strong>en</strong>e-04<br />

jul-04<br />

<strong>en</strong>e-05<br />

187<br />

jul-05<br />

<strong>en</strong>e-06<br />

jul-06<br />

<strong>en</strong>e-07<br />

jul-07<br />

<strong>en</strong>e-08<br />

jul-08<br />

<strong>en</strong>e-09<br />

jul-09


4.500<br />

4.000<br />

3.500<br />

3.000<br />

2.500<br />

2.000<br />

1.500<br />

1.000<br />

500<br />

Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores. Elaboración propia con datos del BCP. Cifras <strong>en</strong> Millones de US$<br />

Sector <strong>Fiscal</strong><br />

Las cu<strong>en</strong>tas públicas luego de estar al borde de una cesación de pagos <strong>en</strong> el 2003, y gracias a la adopción<br />

de medidas fiscales concretas (modificación tributaria, cambio <strong>en</strong> las reglas del sistema de p<strong>en</strong>siones<br />

públicas, por citar las más relevantes), sumados al bu<strong>en</strong> desempeño de la economía de los últimos años,<br />

implicaron un mejorami<strong>en</strong>to de la salud del Tesoro Nacional, dado que luego de, lograr consolidar su<br />

situación, pasó a contar con resultados superavitarios desde el 2004 al 2009. La evolución de los ingresos y<br />

egresos de la última década se puede apreciar <strong>en</strong> el sigui<strong>en</strong>te gráfico:<br />

Gráfico 8<br />

Ingresos & Egresos<br />

En Millones de G. Corri<strong>en</strong>tes<br />

0<br />

2.234<br />

2.162<br />

772 723<br />

Deuda Externa<br />

Reservas Internacionales<br />

2.283<br />

641<br />

2.478<br />

2.391<br />

2.271<br />

Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores. Elaboración propia con datos del MH<br />

983<br />

1.168<br />

1.297<br />

188<br />

2.230 2.197 2.232 2.234<br />

1.703<br />

2.462<br />

2.864<br />

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009<br />

14.000.000<br />

12.000.000<br />

10.000.000<br />

8.000.000<br />

6.000.000<br />

4.000.000<br />

2.000.000<br />

0<br />

Ingresos Egresos<br />

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009<br />

3.861


El resultado del último año no estuvo quizás acorde a lo que requerían las expectativas de los ag<strong>en</strong>tes<br />

privados, dada la crisis financiera y económica del mundo desarrollado que se tradujo <strong>en</strong> una contracción de<br />

la demanda internacional, así como <strong>en</strong> los precios de nuestros principales productos de exportación, por una<br />

parte; y por otra, los embates climáticos del 2009, que provocaron grandes pérdidas especialm<strong>en</strong>te para el<br />

sector primario. Los resultados de las cu<strong>en</strong>tas públicas se pued<strong>en</strong> apreciar <strong>en</strong> el sigui<strong>en</strong>te gráfico:<br />

Gráfico 9<br />

Deficit Superávit<br />

3,0<br />

2,0<br />

1,0<br />

0,0<br />

-1,0<br />

-2,0<br />

-3,0<br />

-4,0<br />

-5,0<br />

-4,6<br />

Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores. Elaboración propia con datos del MH<br />

Los detalles de cada uno de los sectores con el comportami<strong>en</strong>to numérico se pued<strong>en</strong> apreciar <strong>en</strong> el<br />

Cuadro 1 del Anexo.<br />

Resultado <strong>Fiscal</strong>. En % del PIB<br />

-1,2<br />

-3,2<br />

-0,4<br />

1,6<br />

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009<br />

III. Principales reformas acometidas <strong>en</strong> los últimos años<br />

Con el cambio del régim<strong>en</strong> de gobierno (del autoritario al democrático) <strong>en</strong> el año 1989, se inicia un periodo de<br />

apertura y liberalización de la economía, con el fin de s<strong>en</strong>tar las bases para el nuevo modelo del desarrollo<br />

económico del país, dado que el modelo de desarrollo se consideraba obsoleto, hallándose inmerso <strong>en</strong> un<br />

periodo de retracción económica que se había iniciado <strong>en</strong> los últimos años de la década de los ´80, lo cual<br />

g<strong>en</strong>eró un alto <strong>en</strong>deudami<strong>en</strong>to público. Aunque este período de inicio de reformas legales se da <strong>en</strong> un<br />

esc<strong>en</strong>ario de baja institucionalidad de los organismos y <strong>en</strong>tidades del estado, y la implem<strong>en</strong>tación a<br />

destiempo de algunas reformas g<strong>en</strong>eraron una gran desconfianza hacia el nuevo régim<strong>en</strong> democrático, que<br />

se vio ac<strong>en</strong>tuada <strong>en</strong> su legitimidad con las crisis financieras de los años 1995 y 1997, así como por la doble<br />

acefalia que se dio <strong>en</strong> el año 1999 <strong>en</strong> el Poder Ejecutivo, originado por el magnicidio del Vicepresid<strong>en</strong>te de la<br />

República y posterior r<strong>en</strong>uncia forzosa del Titular. Aún <strong>en</strong> medio de este periodo de mucha inestabilidad<br />

política se acomet<strong>en</strong> distintas reformas <strong>en</strong> los distintos campos, de modo a contar con regím<strong>en</strong>es más<br />

0,8<br />

189<br />

0,5<br />

1,0<br />

2,5<br />

0,1


flexibles y acordes a las t<strong>en</strong>d<strong>en</strong>cias <strong>en</strong> los distintos países de la región y del mundo, y <strong>en</strong> ese s<strong>en</strong>tido se<br />

realizaron reformas [se citan solo las más emblemáticas] <strong>en</strong> los sigui<strong>en</strong>tes campos:<br />

Sector <strong>Fiscal</strong><br />

- Ley de Reforma Tributaria (125/91).<br />

- Ley de re-estructuración del Ministerio de Haci<strong>en</strong>da y del financiami<strong>en</strong>to (109/90).<br />

- Ley de Administración Financiera del Estado (1.535/99).<br />

- Un programa de re-estructuración de la deuda interna con las principales <strong>en</strong>tidades financieras<br />

del país.<br />

- Una Ley de Reforma de P<strong>en</strong>siones de la Caja <strong>Fiscal</strong> (para funcionarios).<br />

- Ley que modifica y amplia la Reforma Tributaria [Ley 125/91] por la cual se ampliaba la base de<br />

imposición de la mayoría de los impuestos vig<strong>en</strong>tes (IVA, R<strong>en</strong>ta empresarial, Impuestos<br />

Selectivos, etc.), así como se establecía un Impuesto a la R<strong>en</strong>ta de las Personas Físicas, <strong>en</strong>tre<br />

otras medidas (2.421/04).<br />

- Ley de Reforma del Código Aduanero (2.422/04).<br />

Sector Financiero<br />

- Ley Carta orgánica del BCP (489/95).<br />

- Ley que regula los Fondos Patrimoniales de Inversión (811/95).<br />

- Ley de Seguros (827/96).<br />

- Ley de Bancos, Financieras y otras <strong>en</strong>tidades de créditos (861/96).<br />

- Ley de Negocios Fiduciarios (921/96).<br />

- Ley que regula las calificadoras de riesgo (1.056/97).<br />

- Ley de Bolsa de Productos (1.163/97).<br />

- Ley de Mercado de Valores (1.284/98).<br />

- Ley de Garantía de Depósitos y Resolución de Entidades de Intermediación Financiera sujetos<br />

de la Ley G<strong>en</strong>eral de Bancos, Financieras y Otras Entidades de Crédito (2.334/03).<br />

- Ley por el cual se crea la Banca de 2º Piso con la d<strong>en</strong>ominación de Ag<strong>en</strong>cia Financiera de<br />

Sector Inversiones<br />

Desarrollo (2.640/05)<br />

- Ley de Inc<strong>en</strong>tivos a la Inversión (60/90).<br />

- Ley de Sociedades Anónimas (388/94).<br />

- Ley de Promoción de inversiones (527/94).<br />

- Ley de Zonas Francas (523/95).<br />

- Ley de Marcas (1.294/98).<br />

- Ley de Derechos de Autor (1.328/98).<br />

- Ley de Pat<strong>en</strong>tes e Inv<strong>en</strong>ciones (1.630/00).<br />

190


- Ley de Contrataciones Públicas (2.051/03)<br />

- Ley que crea el Instituto Nacional de Desarrollo Rural y de la Tierra (2.419/04).<br />

Por otra parte, <strong>en</strong> otros campos se han t<strong>en</strong>ido avances discretos o casi nulos como ser los casos de:<br />

- La reforma de la seguridad social no pudo lograrse la aprobación de los proyectos de Leyes<br />

remitidos al Congreso, debido a la gran variedad de opiniones que dichos proyectos g<strong>en</strong>eraron<br />

<strong>en</strong> varios sectores de la comunidad; por lo que los parlam<strong>en</strong>tarios tampoco lograron cons<strong>en</strong>sos<br />

ni para aprobarlos ni para rechazarlos, por lo que aún se <strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tran <strong>en</strong> estudio.<br />

- Un programa de re-estructuración de la deuda interna con las principales <strong>en</strong>tidades financieras<br />

del país.<br />

- El presupuesto g<strong>en</strong>eral de la nación <strong>en</strong> función a un programa de racionalización de los gastos<br />

corri<strong>en</strong>tes.<br />

- No acumulación de nuevos atrasos externos.<br />

- El desarrollo de un Plan de Reforma de la Función Pública (Ley Nº 1.626/00).<br />

- El inicio de la implem<strong>en</strong>tación de un Plan de Reestructuración del Banco C<strong>en</strong>tral.<br />

- El Acuerdo <strong>en</strong>tre el BCP y el MH para la regularización de deudas <strong>en</strong>tre las partes.<br />

- En las Empresas Públicas los procedimi<strong>en</strong>tos de ajustes regulares de precios y tarifas públicas,<br />

que reflej<strong>en</strong> las variaciones de los precios internacionales y el tipo de cambio, así como la<br />

pres<strong>en</strong>tación de un Plan de participación de capital privado <strong>en</strong> las principales Empresas Públicas.<br />

- Aplicación de Auditorías Externas Integrales (Financieras y de Gestión) a las cu<strong>en</strong>tas de las<br />

principales empresas públicas y el Instituto de Previsión Social (para empleados del sector<br />

privado).<br />

- Mejorami<strong>en</strong>to de la publicación de datos del Gobierno y las Empresas Públicas.<br />

- Reforma de las Instituciones del Estado a fin de t<strong>en</strong>er una mayor efici<strong>en</strong>cia y eficacia <strong>en</strong> la<br />

<strong>en</strong>trega de los servicios públicos (a nivel c<strong>en</strong>tral y subnacional)<br />

A más de las medidas m<strong>en</strong>cionadas y de aquellas que aún se <strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tran <strong>en</strong> ag<strong>en</strong>da, el Gobierno negoció un<br />

Acuerdo Stand-by con el Fondo Monetario Internacional (2003 - 2008), que daba respaldo internacional a<br />

muchas de las medidas internas planteadas.<br />

IV. Futuros pasos a seguir<br />

La perspectiva económica del <strong>Paraguay</strong> vi<strong>en</strong>e mejorando de una manera notoria, hecho que se puede<br />

observar <strong>en</strong> las calificadoras de riesgo, las que han mejorado, aunque sea de manera modesta la calificación<br />

del país. Por tanto, las medidas de políticas fiscales y monetarias prud<strong>en</strong>tes van t<strong>en</strong>i<strong>en</strong>do como resultado<br />

una economía estabilizada.<br />

191


Los desafíos actuales se c<strong>en</strong>tran <strong>en</strong> el inicio del proceso de reforma estructural actualm<strong>en</strong>te <strong>en</strong> marcha, da<br />

una mejor perspectiva económica al país para el mediano plazo. Uno de los principales problemas a resolver<br />

quizás sea la escasa, o incluso nula productividad (empresarial y laboral), a fin de fortalecer el proceso de<br />

crecimi<strong>en</strong>to <strong>en</strong> el mediano plazo, para ello es condición sine qua non el contar con un <strong>en</strong>torno<br />

macroeconómico estable.<br />

El proseguir con una política fiscal prud<strong>en</strong>te y una política monetaria que priorice la estabilidad de precios,<br />

s<strong>en</strong>tará las bases para ese crecimi<strong>en</strong>to. En materia estructural aunque hay mucho aún por hacer, quizás una<br />

bu<strong>en</strong>a estrategia debe de ser lograr la pl<strong>en</strong>a implem<strong>en</strong>tación de las ya aprobadas.<br />

Las principales líneas de reforma estructural, aun p<strong>en</strong>di<strong>en</strong>tes, van <strong>en</strong>caminadas a mejorar el <strong>en</strong>torno del:<br />

Sector Público, a fin de fortalecer el marco presupuestario, el contar con un marco de gestión<br />

fiscal y aduanera, un mayor y mejor control de los gastos, una reorganización de la administración pública y<br />

una revisión exhaustiva de los regím<strong>en</strong>es de p<strong>en</strong>sión y de salud, tanto público como privado<br />

Sector financiero, que pret<strong>en</strong>de asegurar una asignación efici<strong>en</strong>te de los recursos financieros y<br />

eliminar las vulnerabilidades, por lo cual se propone reforzar la situación financiera del Banco C<strong>en</strong>tral, así<br />

como mejorar sus operaciones, modernizar la supervisión bancaria, fortalecer la reglam<strong>en</strong>tación prud<strong>en</strong>cial,<br />

reforzar los bancos estatales, promover el mercado de capitales y mejorar el sistema de pagos.<br />

Programa de promoción del crecimi<strong>en</strong>to. Exist<strong>en</strong> muchos obstáculos para el crecimi<strong>en</strong>to <strong>en</strong><br />

diversas áreas, que deb<strong>en</strong> ser eliminados. Para ello será necesario mejorar el desempeño de las empresas<br />

públicas, el clima para la inversión, la productividad del sector agrícola, los procedimi<strong>en</strong>tos de los tribunales<br />

civiles y el funcionami<strong>en</strong>to del mercado.<br />

Red de protección social. A fin de proteger a los sectores sociales más vulnerables y mejorar los<br />

programas sociales, para mitigar la pobreza g<strong>en</strong>eralizada. Para ello, será necesario, <strong>en</strong>tre otras cosas,<br />

reforzar los programas de asist<strong>en</strong>cia social con vistas a lograr anticipadam<strong>en</strong>te los Objetivos de Desarrollo<br />

del Mil<strong>en</strong>io, adoptar una estrategia de reducción de la pobreza, focalizar mejor las subv<strong>en</strong>ciones del gasoil<br />

mediante una realineación de los precios internos con los precios internacionales e introducir un sistema de<br />

transfer<strong>en</strong>cias de fondos a los grupos más vulnerables, condicionadas por contratos explícitos con los<br />

b<strong>en</strong>eficiarios. Confiamos <strong>en</strong> que estas iniciativas contribuirán a reducir la desigualdad del ingreso y a<br />

aum<strong>en</strong>tar la equidad social.<br />

192


ANÁLISIS DEL SECTOR PÚBLICO EN EL PARAGUAY<br />

I. El Sector Público <strong>en</strong> el <strong>Paraguay</strong><br />

El <strong>Paraguay</strong> conforme a la Carta Constitucional es un “…<strong>en</strong> Estado social de derecho, unitario, indivisible, y<br />

desc<strong>en</strong>tralizado <strong>en</strong> la forma que establec<strong>en</strong> esta Constitución y las leyes…”, es decir, <strong>en</strong> la propia<br />

constitución se hace m<strong>en</strong>ción al carácter unitario y desc<strong>en</strong>tralizado al mismo tiempo. Por ello, la organización<br />

desde el punto de vista económico es la sigui<strong>en</strong>te:<br />

Administración<br />

C<strong>en</strong>tral<br />

AACC<br />

Entidades<br />

Desc<strong>en</strong>tralizadas<br />

EEDD<br />

Seguridad Social<br />

EESS<br />

Gobierno C<strong>en</strong>tral<br />

GGCC<br />

Gobierno<br />

Departam<strong>en</strong>tal<br />

GGDD<br />

Gobierno Local<br />

(Municipalidades)<br />

GGLL<br />

Gobierno<br />

G<strong>en</strong>eral<br />

GG<br />

Empresas<br />

Públicas<br />

EEPP<br />

193<br />

Sector<br />

Público no<br />

Financiero<br />

SPNF<br />

Sector<br />

Publico<br />

SSPP


Banco<br />

C<strong>en</strong>tral del<br />

<strong>Paraguay</strong><br />

BCP<br />

Otras<br />

Entidades<br />

Financieras<br />

Oficiales<br />

EEFF<br />

194<br />

Sector<br />

Público<br />

Financiero<br />

Conforme se puede apreciar <strong>en</strong> el Diagrama, el <strong>Paraguay</strong> cu<strong>en</strong>ta con una estructura similar a muchos países<br />

<strong>en</strong> donde se pued<strong>en</strong> visualizar todos los niveles de Gobierno y a partir de ello se puede avanzar <strong>en</strong> la<br />

id<strong>en</strong>tificación de roles que cumpl<strong>en</strong> tanto vertical como horizontalm<strong>en</strong>te las distintas Entidades del Estado.<br />

II. Ingresos Públicos<br />

SPF<br />

a. Nivel de importancia del Sector Público por niveles de Gobierno<br />

Se pres<strong>en</strong>ta a continuación un grafico comparativo desagregado <strong>en</strong> base a la relevancia de los distintos<br />

compon<strong>en</strong>tes por el lado de los ingresos <strong>en</strong> los tres niveles de Gobierno.<br />

En los Ingresos Totales del Sector Público, visualizado por niveles de Gobierno, se puede apreciar una gran<br />

difer<strong>en</strong>cia porc<strong>en</strong>tual <strong>en</strong> la administración de ingresos que ti<strong>en</strong>e la Administración C<strong>en</strong>tral con relación a los<br />

Gobiernos Subnacionales medidos como una proporción de la riqueza g<strong>en</strong>erada <strong>en</strong> el país (PIB). Lo dicho se<br />

puede apreciar <strong>en</strong> el sigui<strong>en</strong>te gráfico:<br />

Gráfico 10


Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores con datos del MH<br />

Si realizamos un análisis comparativo diríamos que el 91% de los recursos son administrados por el<br />

Gobierno C<strong>en</strong>tral; el 2% por las Gobernaciones y el 7% por las Municipalidades<br />

Está situación recoge el promedio del período 2005-2008, periodo <strong>en</strong> el cual los Gobiernos Subnacionales<br />

vi<strong>en</strong><strong>en</strong> recibi<strong>en</strong>do de manera creci<strong>en</strong>te recursos de la Administración C<strong>en</strong>tral por la Coparticipación <strong>en</strong> los<br />

Royalties y Comp<strong>en</strong>saciones recibidos por el Tesoro Nacional de las Entidades Binacionales Itaipu y<br />

Yacyreta, <strong>en</strong> donde lo relevante de resaltar es que las participaciones <strong>en</strong> el pasado estaban aún más<br />

c<strong>en</strong>tralizadas.<br />

Gobernaciones<br />

0,5%<br />

De todo lo expuesto, lo relevante de corresponde a la Administración C<strong>en</strong>tral y <strong>en</strong> ese s<strong>en</strong>tido veremos la<br />

evolución de los Ingresos por compon<strong>en</strong>tes, <strong>en</strong> función a la clasificación económica, es decir, considerando<br />

los ingresos corri<strong>en</strong>tes y de capital.<br />

Municipalidades<br />

1,6%<br />

Administración<br />

C<strong>en</strong>tral<br />

18,2%<br />

b. Breve descripción del Régim<strong>en</strong> Tributario <strong>en</strong> el <strong>Paraguay</strong><br />

A los efectos de contextualizar la evolución <strong>en</strong> materia impositiva se realiza una breve descripción de la<br />

estructura de los impuestos <strong>en</strong> el <strong>Paraguay</strong>, <strong>en</strong> su estado anterior al año 1992, el actual o vig<strong>en</strong>te, así como<br />

se m<strong>en</strong>cionan los principales cambios que se irán implem<strong>en</strong>tando durante el periodo 2005-2013, dada la<br />

modificación de la Política Tributaria realizada <strong>en</strong> el 2004. Así mismo, <strong>en</strong> el apartado final de éste Capítulo se<br />

expon<strong>en</strong> aspectos relativos a la corrupción <strong>en</strong> el <strong>Paraguay</strong>, <strong>en</strong> donde se ubican y sus criterios de percepción,<br />

tales como el uso discrecional de la norma que se traduce <strong>en</strong> una presión tributaria baja con relación al<br />

pot<strong>en</strong>cial, así como con respecto a los demás países con características similares.<br />

1. Sistema tributario anterior a la reforma del año 1992<br />

195<br />

Ingresos totales<br />

En % del PIB<br />

Prom. Período 2005-2008


El sistema tributario anterior a la reforma del año 1992 era totalm<strong>en</strong>te anacrónico y obsoleto, su principal<br />

compon<strong>en</strong>te era el impuesto de papel sellado y estampillas, que <strong>en</strong> su última versión se regía por la Ley 1003<br />

del año 1964. Existían además otros impuestos:<br />

- Impuestos a los Alcoholes – Decreto Ley Nº 5.559/41<br />

- Impuestos internos al consumo – Decreto Ley Nº 5/52<br />

- Pat<strong>en</strong>tes fiscales – Decreto Ley Nº 344/71<br />

- Pat<strong>en</strong>tes fiscales sobre autovehículos – Ley Nº 449/67<br />

- Impuestos internos a los combustibles – Ley Nº 8859/41 y Decreto Ley Nº 59/53<br />

- Impuestos a las her<strong>en</strong>cias, legados y donaciones – Ley Nº 68/53<br />

- Régim<strong>en</strong> sustitutivo del impuesto a la r<strong>en</strong>ta de las empresas – Ley Nº 322/62<br />

- Impuestos internos al ganado y fa<strong>en</strong>ami<strong>en</strong>to - Decreto Ley Nº 11/53 & Ley Nº 622/77<br />

- Impuesto a la r<strong>en</strong>ta de las empresas – Decreto Ley Nº 9.240/49<br />

- Impuestos a las v<strong>en</strong>tas y a los servicios – Ley Nº 69/68 & Ley 1.035/83<br />

- Impuesto al capital de determinadas <strong>en</strong>tidades – Ley Nº 70/68<br />

Por todo esto, constituía una necesidad imprescindible realizar una reforma tributaria que simplificara e<br />

hiciera objetivas las reglas y relaciones con el contribuy<strong>en</strong>te, así como g<strong>en</strong>erar los recursos g<strong>en</strong>uinam<strong>en</strong>te<br />

impositivos que <strong>en</strong> su lógica guard<strong>en</strong> la debida elasticidad con la evolución de la economía real y de los<br />

precios.<br />

Respecto al Régim<strong>en</strong> Tributario, éste ha experim<strong>en</strong>tado una reforma <strong>en</strong> el año 1991, con la Ley 125/91,<br />

mediante la cual el número de impuestos se redujo de más de 80 a 9, se simplificó el sistema administrativo,<br />

y se incorporó el Impuesto al Valor Agregado (IVA).<br />

Los ingresos tributarios tuvieron una t<strong>en</strong>d<strong>en</strong>cia asc<strong>en</strong>d<strong>en</strong>te <strong>en</strong> la primera mitad de los años 90, lo cual se vio<br />

explicado principalm<strong>en</strong>te por una aplicación pl<strong>en</strong>a del nuevo régim<strong>en</strong> tributario aprobado a finales del año<br />

1991, así como por una pot<strong>en</strong>ciación del comercio de triangulación (régim<strong>en</strong> de turismo). A partir del año<br />

1994, cuando tuvo que haberse aplicado <strong>en</strong> forma pl<strong>en</strong>a la ley impositiva, se inicia la sanción de leyes que<br />

otorgan b<strong>en</strong>eficios, inc<strong>en</strong>tivos o privilegios sectoriales, con lo cual fue erosionándose la base de los<br />

impuestos más importantes como ser el impuesto a la r<strong>en</strong>ta de las empresas y el IVA. A finales del año 2003<br />

se contaban con más de 40 leyes que otorgan v<strong>en</strong>tajas o alici<strong>en</strong>tes tributarios.<br />

Al final de la década se pudo observar la paulatina y sost<strong>en</strong>ida erosión de la base imponible de los impuestos<br />

vig<strong>en</strong>tes con lo cual obviam<strong>en</strong>te el actual régim<strong>en</strong> tributario fue perdi<strong>en</strong>do efectividad.<br />

196


Gráfico 11<br />

14,0%<br />

13,0%<br />

12,0%<br />

11,0%<br />

10,0%<br />

9,0%<br />

8,0%<br />

7,0%<br />

6,0%<br />

1 No incorpora las contribuciones a la Seguridad Social<br />

Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores con datos del MH<br />

c. Impuestos <strong>en</strong> el <strong>Paraguay</strong><br />

Estructura tributaria vig<strong>en</strong>te<br />

En <strong>Paraguay</strong>, el gobierno c<strong>en</strong>tral recaudó por concepto de impuestos -sin incluir cotizaciones a la seguridad<br />

social- una cifra de G. 9,2 billones <strong>en</strong> el 2009, monto que equivale a unos US$ 2.003 millones y a un 12,4%<br />

del PIB para ese año, tal como se indica <strong>en</strong> el cuadro que detalla los compon<strong>en</strong>tes más abajo.<br />

La estructura tributaria de <strong>Paraguay</strong> está conc<strong>en</strong>trada <strong>en</strong> un número relativam<strong>en</strong>te reducido de impuestos,<br />

si<strong>en</strong>do los principales el Impuesto al Valor Agregado (IVA); el impuesto a la r<strong>en</strong>ta de las empresas, que opera<br />

sobre distintas modalidades; y un impuesto sobre el comercio exterior aplicado a las importaciones. A ellos<br />

se agregan impuestos selectivos sobre ciertos consumos, como por ejemplo el gravam<strong>en</strong> a los combustibles,<br />

tabacos, bebidas y alcoholes y un impuesto sobre los actos y docum<strong>en</strong>tos. D<strong>en</strong>tro de éste diseño, una<br />

característica notoria resulta ser la “aus<strong>en</strong>cia efectiva” de un impuesto a la r<strong>en</strong>ta para las personas físicas<br />

(IRP) o de un impuesto al patrimonio.<br />

El actual régim<strong>en</strong> impositivo vig<strong>en</strong>te data del año 1.992, ocasión <strong>en</strong> la que fue promulgada la Ley 125/91 y<br />

fue modificada y ampliada por Ley 2.421 del año 2004. La principal virtud del actual régim<strong>en</strong> tributario fue el<br />

hecho de haber sistematizado y eliminado un gran número de leyes especiales y de afectación especifica que<br />

t<strong>en</strong>ía el <strong>Paraguay</strong> y que se constituían <strong>en</strong> un conjunto incoher<strong>en</strong>te, amorfo e inconexo de normas del régim<strong>en</strong><br />

tributario nacional y que, consecu<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te, la hacía extremadam<strong>en</strong>te inefici<strong>en</strong>te, tanto <strong>en</strong> su administración<br />

como <strong>en</strong> su interpretación por los ag<strong>en</strong>tes económicos y contribuy<strong>en</strong>tes.<br />

Con la sanción de la Ley 125/91, modificado y ampliado por la Ley 2.421/04, el régim<strong>en</strong> tributario quedó<br />

sistematizado <strong>en</strong>:<br />

10,8%<br />

10,7%<br />

Presion Tributaria 1<br />

10,0%<br />

10,4%<br />

11,9%<br />

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009<br />

11,9%<br />

197<br />

12,0%<br />

11,4%<br />

11,5%<br />

12,4%


LIBRO I - Impuestos a los Ingresos (Empresariales)<br />

Titulo 1: Capítulo I: R<strong>en</strong>tas de actividades comerciales, industriales o de servicios que no sean<br />

de carácter personal<br />

Capítulo II: R<strong>en</strong>tas de las actividades agropecuarias<br />

Capítulo III: R<strong>en</strong>ta del Servicio de Carácter Personal<br />

Titulo 2: R<strong>en</strong>ta del Pequeño Contribuy<strong>en</strong>te<br />

LIBRO II - Impuestos al Capital<br />

Titulo Único: Impuesto Inmobiliario (Actualm<strong>en</strong>te éste impuesto se <strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tra bajo la administración<br />

de los Gobiernos Locales)<br />

LIBRO III - Impuestos al Consumo<br />

Titulo 1: Impuesto al Valor Agregado<br />

Titulo 2: Impuesto Selectivo al Consumo<br />

Titulo 3: Impuesto a la Comercialización Interna de Ganado Vacuno (Derogado)<br />

LIBRO IV - Otros Impuestos<br />

Titulo 1: Impuesto a los Actos y Docum<strong>en</strong>tos (Derogado)<br />

Otros: Pat<strong>en</strong>te <strong>Fiscal</strong> Extraordinaria para auto vehículos (En proceso de extinción)<br />

A los efectos de determinar la estructura total de impuesto del <strong>Paraguay</strong>, es de m<strong>en</strong>cionar a los impuestos al<br />

comercio exterior, los cuales se hallan regidos por la Ley 2.422/04 que establece el “Código Aduanero” y la<br />

Ley Nº 621/95 "Que aprueba el Protocolo relativo al Código Aduanero del MERCOSUR”.<br />

Cuadro 2<br />

INGRESOS TRIBUTARIOS DEL PARAGUAY<br />

Gobierno C<strong>en</strong>tral - Año 2009<br />

Conceptos<br />

En Millones de:<br />

G. US$<br />

Como %<br />

del Total<br />

En %<br />

del PIB<br />

Impuestos Directos 2.193.000 477 24% 2,9%<br />

Impuesto a la R<strong>en</strong>ta Empresarial 2.193.000 477 24% 2,9%<br />

Impuestos Indirectos 7.014.000 1.526 76% 9,4%<br />

Impuesto Selectivo al Consumo 1.492.000 325 16% 2,0%<br />

Impuesto al Valor Agregado 4.450.000 968 48% 6,0%<br />

Impuesto al Comercio Exterior 977.000 213 11% 1,3%<br />

Otros Impuestos 95.000 21 1% 0,1%<br />

Total Ingresos Tributarios 9.207.000 2.004 100% 12,4%<br />

198


Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores con datos del MH<br />

Tal como se pudo apreciar <strong>en</strong> el cuadro expuesto, <strong>en</strong> el total de impuestos recaudados se verifica una fuerte<br />

predominancia de los impuestos indirectos. En efecto, éste tipo de tributos -incluidos el IVA, el ISC, el ICEx y<br />

otros- repres<strong>en</strong>ta un 76% del total de ingresos g<strong>en</strong>erados al año por el sistema impositivo.<br />

D<strong>en</strong>tro de los impuestos indirectos, el IVA es el impuesto que exhibe el mayor r<strong>en</strong>dimi<strong>en</strong>to relativo. Éste<br />

gravam<strong>en</strong> opera con un tipo g<strong>en</strong>eral del 10% [aunque exist<strong>en</strong> distintos tipos que buscan revertir la<br />

regresividad de este impuesto] y g<strong>en</strong>era una recaudación del ord<strong>en</strong> de los US$ 968 millones, monto que<br />

equivale a un 48% del total de los ingresos tributarios. Le sigu<strong>en</strong> <strong>en</strong> importancia los Impuestos Selectivos al<br />

Consumo (Combustibles, tabaco, bebidas, alcoholes y bi<strong>en</strong>es suntuarios) con una participación del 16%<br />

sobre el total y posteriorm<strong>en</strong>te el impuesto aduanero que vi<strong>en</strong>e perdi<strong>en</strong>do importancia relativa.<br />

Por su parte, la tributación directa está sust<strong>en</strong>tada casi exclusivam<strong>en</strong>te por el impuesto a la r<strong>en</strong>ta de las<br />

empresas. El tipo g<strong>en</strong>eral de éste gravam<strong>en</strong> es del 10% más un 5% por distribución de utilidades y 15%<br />

adicional por remesas al exterior, impuesto que coexiste con diversas ex<strong>en</strong>ciones totales o parciales, como<br />

ser la Ley de Maquila (Ley 1.064/97), la apertura de capital <strong>en</strong> el Mercado de Valores [hasta la finalización de<br />

los b<strong>en</strong>eficios otorgados, dado que ya no pued<strong>en</strong> otorgarse nuevos privilegios], el procesami<strong>en</strong>to <strong>en</strong> zonas<br />

francas (Ley 523/95), Forestación (Ley 536/94), Leasing (Ley 1.295/98), <strong>en</strong>tre otros. Al régim<strong>en</strong> anterior, se<br />

agrega un tratami<strong>en</strong>to simplificado (ingresos m<strong>en</strong>os egresos) y presuntivo para las r<strong>en</strong>tas del sector<br />

agropecuario y una modalidad simplificada para los pequeños contribuy<strong>en</strong>tes cuyas v<strong>en</strong>tas anuales no<br />

super<strong>en</strong> aproximadam<strong>en</strong>te US$ 22.000 al año, los que abonan un impuesto simplificado (ingresos m<strong>en</strong>os<br />

egresos) o un sistema presunto del 3% de sus v<strong>en</strong>tas totales, el que resulte m<strong>en</strong>or y que se d<strong>en</strong>omina<br />

Impuesto a la R<strong>en</strong>ta del Pequeño Contribuy<strong>en</strong>te.<br />

Situación actual del sistema tributario<br />

El sistema impositivo del país cu<strong>en</strong>ta con un diseño simple y no-pesado para los contribuy<strong>en</strong>tes e inversores,<br />

aunque la no vig<strong>en</strong>cia desde el 2006 del Impuesto a la R<strong>en</strong>ta Personal (IRP) ha g<strong>en</strong>erado un vacío <strong>en</strong> el<br />

sistema tributario g<strong>en</strong>eral y <strong>en</strong> el impuesto a la r<strong>en</strong>ta de las empresas <strong>en</strong> particular, por lo cual la<br />

Administración Tributaria ha id<strong>en</strong>tificado la necesidad de hacer precisiones relativas a la no deducibilidad del<br />

impuesto, mediante la introducción de ciertas expresiones que salv<strong>en</strong> los vacíos o lagunas legales respecto a<br />

las r<strong>en</strong>tas no gravadas, que serán limitadas a aquellas de fu<strong>en</strong>te extranjera.<br />

El <strong>Paraguay</strong> <strong>en</strong> el año 2.004 realizó unos ajustes <strong>en</strong> el régim<strong>en</strong> tributario que buscaba sost<strong>en</strong>er y pot<strong>en</strong>ciar el<br />

régim<strong>en</strong> vig<strong>en</strong>te hasta ese mom<strong>en</strong>to, dado que con el transcurrir de los últimos años ha sido objeto de<br />

muchas modificaciones, el cual <strong>en</strong> sí mismo pret<strong>en</strong>día:<br />

1. Combatir la informalidad.<br />

199


2. Reducir significativam<strong>en</strong>te la evasión fiscal.<br />

3. S<strong>en</strong>tar las bases para un país más competitivo.<br />

4. Recaudar más por mejor base de contribuy<strong>en</strong>tes.<br />

5. Mayor participación ciudadana <strong>en</strong> la red de auto control.<br />

6. Una mejor administración tributaria.<br />

7. Transpar<strong>en</strong>cia informativa, pública y privada.<br />

Las modificaciones implem<strong>en</strong>tadas son un compon<strong>en</strong>te es<strong>en</strong>cial de toda estrategia compreh<strong>en</strong>siva para<br />

lograr el ajuste estructural y reasumir el desafío del crecimi<strong>en</strong>to económico, buscando la sost<strong>en</strong>ibilidad del<br />

proceso de desarrollo que garantice mayores niveles de bi<strong>en</strong>estar y justicia social.<br />

Sigui<strong>en</strong>do esta premisa, se puede expresar que los objetivos <strong>en</strong> forma resumido fueron i) lograr un<br />

Reord<strong>en</strong>ami<strong>en</strong>to jurídico integral del Sistema Tributario Nacional para hacerlo instrum<strong>en</strong>to apto para el<br />

des<strong>en</strong>volvimi<strong>en</strong>to eficaz de la economía, <strong>en</strong> armonía con las demás acciones y medidas operativas de la<br />

Política Económica Global; y, ii) alcanzar niveles de Ingresos Tributarios que no impact<strong>en</strong> <strong>en</strong> la sociedad con<br />

una presión tributaria que ev<strong>en</strong>tualm<strong>en</strong>te pudiera afectar las decisiones de consumo, trabajo o inversión de<br />

los ag<strong>en</strong>tes económicos, así como para no incidir <strong>en</strong> la racional utilización de los factores de la producción <strong>en</strong><br />

un marco de equilibrio dinámico.<br />

El proyecto de modificación tributaria, <strong>en</strong> su versión aprobado contempló modificaciones al impuesto a la<br />

r<strong>en</strong>ta de las empresas, al tributo único o impuesto de las pequeñas empresas, así como <strong>en</strong> el impuesto sobre<br />

actividades agropecuarias, el IVA y el impuesto selectivo al consumo. Además, se crea un impuesto a la<br />

r<strong>en</strong>ta personal (IRP).<br />

A continuación se describ<strong>en</strong> y analizan los aspectos más relevantes de las modificaciones introducidas <strong>en</strong> el<br />

régim<strong>en</strong> tributario:<br />

Impuesto a la R<strong>en</strong>ta de las Empresas<br />

Los cambios propuestos a éste impuesto se pued<strong>en</strong> agrupar <strong>en</strong> tres ámbitos: i) modificación de las<br />

estructuras de tipos; ii) ampliación de la base imponible; y, iii) modificación al régim<strong>en</strong> agropecuario.<br />

Modificación de la estructura de tipos:<br />

En la ley se prevén las sigui<strong>en</strong>tes medidas:<br />

o Reducir el tipo g<strong>en</strong>eral de 30% al 20% <strong>en</strong> el año 1 y a partir del año 2, la misma quedará fijada <strong>en</strong><br />

forma perman<strong>en</strong>te <strong>en</strong> el 10%. Se introduce un tipo difer<strong>en</strong>cial <strong>en</strong> caso de distribución de utilidades, la<br />

cual se sitúa <strong>en</strong> el 5%, así como del 15% para las remesas de divid<strong>en</strong>dos al exterior.<br />

o Derogar los tipos especiales de 15% y 10% para las Sociedades Anónimas Emisoras de Capital<br />

Abierto -SAECAS-, la reducción del 95% del impuesto determinado conforme a la Ley 60/90, de<br />

Fom<strong>en</strong>to a las Inversiones, por m<strong>en</strong>cionar las de mayor relevancia, dado que se derogan todas las<br />

200


leyes g<strong>en</strong>erales o especiales que establec<strong>en</strong> regím<strong>en</strong>es especiales para el impuesto a la r<strong>en</strong>ta de las<br />

empresas.<br />

Ampliación de la base imponible y derogación de regím<strong>en</strong>es especiales:<br />

En primer lugar, se derogan las sigui<strong>en</strong>tes ex<strong>en</strong>ciones contempladas <strong>en</strong> el artículo 14 de la Ley 125/91:<br />

o Exoneración a los intereses de Títulos-Valores<br />

o Se restringe la ex<strong>en</strong>ción a favor de las <strong>en</strong>tidades sin fines de lucro, quedando gravadas cuando<br />

realic<strong>en</strong>, <strong>en</strong> forma perman<strong>en</strong>te, empresarial y habitual, actividades g<strong>en</strong>eradoras de r<strong>en</strong>tas afectas.<br />

o Ex<strong>en</strong>ción que b<strong>en</strong>eficia a las <strong>en</strong>tidades de educación, salvo que exista distribución de utilidades.<br />

Además, se introduc<strong>en</strong> las sigui<strong>en</strong>tes modificaciones:<br />

o Se modifica el artículo 5, para considerar como r<strong>en</strong>tas de fu<strong>en</strong>te paraguaya los intereses de capitales<br />

colocados <strong>en</strong> el exterior.<br />

o Se modifica el artículo 9, para precisar que las <strong>en</strong>tidades financieras no podrán deducir de la r<strong>en</strong>ta<br />

neta las utilidades del ejercicio que destin<strong>en</strong> a reservas legales. Esto se funda <strong>en</strong> que la Ley 861/96<br />

establecía franquicias exclusivas para el sector financiero, que determina que estas <strong>en</strong>tidades t<strong>en</strong>gan<br />

una tributación media bastante inferior a las empresas de otros sectores económicos.<br />

o En el caso de intereses o comisiones remesados a <strong>en</strong>tidades bancarias <strong>en</strong> el exterior, se presumirá<br />

una r<strong>en</strong>ta del 20% de los importes brutos. Actualm<strong>en</strong>te se presume un 100% si el pagador de la r<strong>en</strong>ta<br />

es una ag<strong>en</strong>cia, sucursal u otro establecimi<strong>en</strong>to situado <strong>en</strong> el país o 50% si el pagador no cu<strong>en</strong>ta con<br />

ag<strong>en</strong>cia, sucursal u otro establecimi<strong>en</strong>to <strong>en</strong> el país.<br />

Impuesto a la R<strong>en</strong>ta Agropecuario<br />

Se reemplaza la actual determinación de una r<strong>en</strong>ta presunta (12% del avalúo fiscal de los inmuebles rurales)<br />

por una r<strong>en</strong>ta efectiva mediante contabilidad simplificada para todos aquellos inmuebles cuya superficie<br />

super<strong>en</strong> las 300 hectáreas (Has.) <strong>en</strong> la Región Ori<strong>en</strong>tal del país y de 1.500 Has. <strong>en</strong> la Región Occid<strong>en</strong>tal. La<br />

r<strong>en</strong>ta neta se determinará por la difer<strong>en</strong>cia <strong>en</strong>tre el ingreso total y todas las erogaciones relacionadas con la<br />

actividad.<br />

Las explotaciones medianas, cuya superficie se <strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tr<strong>en</strong> <strong>en</strong>tre las 20 y 300 Has. o <strong>en</strong>tre 20 y 1.500 Has.,<br />

dep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>do de su ubicación <strong>en</strong> la Región Ori<strong>en</strong>tal u Occid<strong>en</strong>tal, respectivam<strong>en</strong>te, se <strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tran regidas<br />

por un sistema presunto de determinación <strong>en</strong> función a informaciones relativas a la productividad de las<br />

tierras. Quedan exonerados del impuesto qui<strong>en</strong>es explot<strong>en</strong> una superficie total que no supere las 20 Has. <strong>en</strong><br />

la Región Ori<strong>en</strong>tal y 100 Has. <strong>en</strong> la Región Occid<strong>en</strong>tal.<br />

En resum<strong>en</strong> podríamos decir que a los efectos tributarios el <strong>Paraguay</strong> cu<strong>en</strong>ta con 3 tipos de inmuebles, <strong>en</strong><br />

función a los que se determinarán si están o no alcanzados, así como el sistema de liquidación: El detalle<br />

sería el sigui<strong>en</strong>te:<br />

201


1. Inmuebles grandes: a.- Región Ori<strong>en</strong>tal: Superficies > a 300 Has.<br />

b.- Región Occid<strong>en</strong>tal: Superficies > a 1.500 Has.<br />

2. Inmuebles medianos: a.- Región Ori<strong>en</strong>tal: Superficies > 20 y < a 300 Has.<br />

b.- Región Occid<strong>en</strong>tal: Superficies > 100 y < a 1.500 Has<br />

3. Inmuebles pequeños: a.- Región Ori<strong>en</strong>tal: Superficies < a 20 Has.<br />

b.- Región Occid<strong>en</strong>tal: Superficies < a 100 Has.<br />

El tipo del impuesto se reduce del 25% al 10%, para los grandes inmuebles y al 2,5% para los inmuebles<br />

medianos.<br />

Se incorpora la comp<strong>en</strong>sación, para los medianos productores, del 100% del IVA pagado <strong>en</strong> las<br />

adquisiciones de bi<strong>en</strong>es y servicios. En el caso de los Grandes Inmuebles esto pasa a constituirse <strong>en</strong> parte<br />

del costo de producción.<br />

R<strong>en</strong>ta del Pequeño Contribuy<strong>en</strong>te (Ex Tributo Único)<br />

Con los cambios propuestos el Tributo Único pasa a formar parte del impuesto a la r<strong>en</strong>ta de las empresas y<br />

se reemplaza su nombre por el de “R<strong>en</strong>ta del Pequeño Contribuy<strong>en</strong>te”. Los principales cambios al régim<strong>en</strong><br />

de tributación son los sigui<strong>en</strong>tes:<br />

La r<strong>en</strong>ta se determinará sobre un sistema simplificado de ingresos m<strong>en</strong>os egresos o <strong>en</strong> forma<br />

presunta la que se determinará como el 30% de los ingresos brutos y el tipo del impuesto será del<br />

10%. En la actualidad, el Tributo Único pres<strong>en</strong>ta un sistema de liquidación sobre base presunta, <strong>en</strong><br />

donde la r<strong>en</strong>ta presunta sobre la cual se aplicará el tipo del impuesto corresponde al monto mayor<br />

que resulte <strong>en</strong>tre los ingresos reales y los ingresos presuntos, definidos estos últimos como la suma<br />

de los pagos por concepto de sueldos, arr<strong>en</strong>dami<strong>en</strong>to de inmuebles, servicios básicos y mercaderías<br />

e insumos, más una imputación por concepto de utilidad. A su vez, el tipo actual es del 4%.<br />

Se eleva de G 53 millones (≈ US$ 11.000) a G 100 millones (≈ US$ 22.000) el límite de v<strong>en</strong>tas para<br />

acceder al régim<strong>en</strong>.<br />

Se elimina la posibilidad de rebajar como crédito contra el impuesto el 50% del IVA pagado <strong>en</strong> las<br />

compras<br />

Los contribuy<strong>en</strong>tes afectos a éste régim<strong>en</strong> serán contribuy<strong>en</strong>tes de IVA. En la actualidad, el impuesto<br />

es sustitutivo del impuesto a la r<strong>en</strong>ta de las empresas y del IVA.<br />

Impuesto a la R<strong>en</strong>ta Personal<br />

Se crea un impuesto a las r<strong>en</strong>tas personales. La r<strong>en</strong>ta bruta estará compr<strong>en</strong>dida por las r<strong>en</strong>tas del trabajo,<br />

obt<strong>en</strong>idas <strong>en</strong> relación de dep<strong>en</strong>d<strong>en</strong>cia o no; el 50% de los divid<strong>en</strong>dos y utilidades distribuidas; y las<br />

202


ganancias de capital obt<strong>en</strong>idas <strong>en</strong> la v<strong>en</strong>ta de bi<strong>en</strong>es inmuebles y títulos-valores. De la r<strong>en</strong>ta bruta se podrán<br />

deducir las cotizaciones sociales; las donaciones al Estado y otras <strong>en</strong>tidades; los gastos y erogaciones<br />

locales; los gastos e inversiones relacionados con la actividad; y los gastos personales y familiares.<br />

Se establece un tramo ex<strong>en</strong>to que para el año 1 se fija <strong>en</strong> diez salarios mínimos m<strong>en</strong>suales para cada<br />

persona física contribuy<strong>en</strong>te. Éste tramo irá disminuy<strong>en</strong>do <strong>en</strong> un lapso de siete años, para quedar finalm<strong>en</strong>te<br />

<strong>en</strong> tres salarios mínimos m<strong>en</strong>suales. El tipo del impuesto es:<br />

Ingresos > 10 salarios mínimos m<strong>en</strong>suales...............................................10%<br />

3 salarios mínimos m<strong>en</strong>suales ≤ Ingresos ≥ a 10 salarios mínimos<br />

m<strong>en</strong>suales....................................................................................................8%<br />

El diseño actual del Impuesto a la R<strong>en</strong>ta Personal pres<strong>en</strong>ta como característica principal el inc<strong>en</strong>tivo a que<br />

las personas exijan comprobantes de v<strong>en</strong>tas para disminuir la evasión y es por ello que establece la<br />

posibilidad de deducir de la r<strong>en</strong>ta bruta la totalidad de los gastos personales y familiares, siempre y cuando<br />

los mismos se hall<strong>en</strong> debidam<strong>en</strong>te docum<strong>en</strong>tados.<br />

La descripción sinóptica de la propuesta del Impuesto a la R<strong>en</strong>ta Personal para el <strong>Paraguay</strong> es la sigui<strong>en</strong>te:<br />

Cuadro 3<br />

Aspectos g<strong>en</strong>erales de diseño<br />

<strong>Paraguay</strong>: Ley que debió aplicarse desde<br />

el año 2006<br />

R<strong>en</strong>ta Gravada R<strong>en</strong>ta Neta<br />

Nota: En estudio susp<strong>en</strong>sión hasta el 2013<br />

Deducciones Sin límites, siempre que estén docum<strong>en</strong>tados<br />

Proporcional o Progresiva Progresiva<br />

Tipo Ingresos > a 10 SMM: 10%<br />

Ingresos > 10 SMM e < a 10 SMM: 8%<br />

Criterio Jurisdiccional Grava r<strong>en</strong>ta de fu<strong>en</strong>te paraguaya<br />

Tratami<strong>en</strong>to de los Divid<strong>en</strong>dos 50% de las Utilidades acreditadas<br />

Tratami<strong>en</strong>to de Ganancias de Capital 100% de las r<strong>en</strong>tas g<strong>en</strong>eradas<br />

Carry forward Se pued<strong>en</strong> computar las pérdidas de períodos<br />

anteriores hasta el 20% del Ingreso Bruto del<br />

sigui<strong>en</strong>te ejercicio fiscal<br />

Declaración patrimonial Al inicio y <strong>en</strong> forma anual deb<strong>en</strong> de<br />

Nota: SMM = Salarios Mínimos M<strong>en</strong>suales<br />

Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores<br />

pres<strong>en</strong>tarse <strong>en</strong> forma complem<strong>en</strong>taria la<br />

declaración patrimonial de las personas.<br />

203


En un análisis sobre qui<strong>en</strong>es serían los contribuy<strong>en</strong>tes pot<strong>en</strong>ciales se puede verificar que según los datos de<br />

la Encuesta Integrada de Hogares, <strong>en</strong> el <strong>Paraguay</strong> existirían aproximadam<strong>en</strong>te 19.000 personas que estarían<br />

sujetas al impuesto a la r<strong>en</strong>ta personal <strong>en</strong> su etapa inicial. Lo m<strong>en</strong>cionado se puede apreciar <strong>en</strong> el sigui<strong>en</strong>te<br />

cuadro:<br />

Cuadro 4<br />

<strong>Paraguay</strong>: Número de Personas y Promedio de Ingreso de la Ocupación Principal de la Población<br />

Ocupada de 10 años y más años de edad por tramos de Ingresos<br />

En guaraníes nominales - Año 2002<br />

Impuesto al Valor Agregado<br />

Ampliaciones de bases y derogaciones de regím<strong>en</strong>es especiales:<br />

o Se agrega a la definición de <strong>en</strong>aj<strong>en</strong>ación la cesión de acciones y se eliminan las fusiones y<br />

absorciones.<br />

o Se agrega a la definición de servicios, los servicios de obras con <strong>en</strong>trega de materiales y se eliminan<br />

los reaseguros.<br />

o Se incorpora como contribuy<strong>en</strong>tes a las personas físicas que prest<strong>en</strong> servicios profesionales y<br />

personales <strong>en</strong> forma indep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>te al monto de los ingresos anuales (En la actualidad solo son<br />

contribuy<strong>en</strong>tes aquellos cuyos ingresos son superiores a G. 18 millones o ≈ US$ 4.000).<br />

o Se deroga la exoneración a la v<strong>en</strong>ta de bi<strong>en</strong>es inmuebles nuevos.<br />

o Se deroga la exoneración a la importación y v<strong>en</strong>ta de combustibles.<br />

204


o Se deroga la exoneración a la intermediación financiera y se gravan los intereses, comisiones y otros<br />

conceptos por el otorgami<strong>en</strong>to de préstamos<br />

o Se deroga la exoneración al arr<strong>en</strong>dami<strong>en</strong>to de inmuebles.<br />

o Se deroga la exoneración a la v<strong>en</strong>ta de revistas que no sean de carácter ci<strong>en</strong>tífico, educativo y/o<br />

cultural y otros materiales impresos. La exoneración persiste para los libros, periódicos y revistas de<br />

interés ci<strong>en</strong>tífico, educativo y/o cultural.<br />

o A partir del año 3 es facultad del Poder Ejecutivo seguir aplicando regím<strong>en</strong>es especiales de<br />

tributación. El efecto inmediato de esta norma, de derogarse, es la eliminación del régim<strong>en</strong> especial<br />

para el transporte de pasajeros, según el cual estos servicios quedan afectos a un tipo de 0,75%, y la<br />

derogación del régim<strong>en</strong> de turismo, que rebaja a un 1,5% el tipo de determinados productos, citando<br />

los más relevantes.<br />

Así mismo se registran cambio de tipos, cuyo resum<strong>en</strong> es el sigui<strong>en</strong>te:<br />

o Hasta 5% para:<br />

Productos de la canasta básica familiar (arroz, fideos, aceites, harina, sal yodada, leche, huevos,<br />

carnes y yerba mate)<br />

o 5% <strong>en</strong> forma definitiva para:<br />

Los contratos de cesión de uso de bi<strong>en</strong>es (Muebles, inmuebles e intangibles)<br />

V<strong>en</strong>ta de inmuebles<br />

o 5% <strong>en</strong> transición para los medicam<strong>en</strong>tos y las financiaciones.<br />

Después de dos años, se increm<strong>en</strong>tará <strong>en</strong> un punto anual, hasta llegar al tipo g<strong>en</strong>eral del 10%.<br />

o 10% para las restantes<br />

Impuesto Selectivo al Consumo<br />

o Se establece un tipo máximo de 12% para la sección I, sobre cigarrillos y tabacos. El tipo actual es<br />

de 7% y 8%, dep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>do del bi<strong>en</strong>.<br />

o En la sección II, se reduce de 8% a 5% el tipo aplicable a las bebidas sin alcohol o con un máximo de<br />

2% de alcohol; todos los tipos sobre bebidas alcohólicas se manti<strong>en</strong><strong>en</strong> a excepción del champagne<br />

que se eleva del 10% al 12%. Se suprime al agua mineral.<br />

o En la sección III, se eleva de 5% a 10% el tipo máximo aplicable al alcohol desnaturalizado. Se<br />

suprime el alcohol carburante.<br />

o La Sección IV Relativa a los Combustibles no sufr<strong>en</strong> modificación y continúan con el tipo máximo del<br />

50%<br />

o Se crea una nueva Sección, la “V” relativa a los Artículos Suntuarios y de Lujo:<br />

205


III. Gastos Públicos<br />

- Perfumes 5%<br />

- Joyas 5%<br />

- Relojes 5%<br />

- Armas 5%<br />

- Instrum<strong>en</strong>tos musicales 1%<br />

- Artículos Electrónicos 1%<br />

- Juguetes 1%<br />

A. Nivel de importancia del Sector Público por niveles de Gobierno medidos por los gastos<br />

El análisis por el lado del Gasto Público por niveles de Gobierno no nos brinda un esc<strong>en</strong>ario difer<strong>en</strong>te al<br />

descrito con respecto a los ingresos, dado que la Ejecución de las erogaciones por la Administración C<strong>en</strong>tral<br />

repres<strong>en</strong>tan el 15,7% de los bi<strong>en</strong>es y servicios finales producidos <strong>en</strong> el país (PIB) con relación al 1% y al<br />

0,3% que ti<strong>en</strong><strong>en</strong> las Municipalidades y las Gobernaciones, respectivam<strong>en</strong>te. Lo m<strong>en</strong>cionado se puede<br />

apreciar <strong>en</strong> el sigui<strong>en</strong>te gráfico:<br />

Grafico 12<br />

Municipalidades 1,4%<br />

Gastos<br />

Gobernaciones<br />

Administración C<strong>en</strong>tral<br />

0,4%<br />

Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores con datos del MH - Informes Financieros 2005-2008<br />

Dada la alta importancia relativa de los gastos de la Administración C<strong>en</strong>tral se realizará un análisis sobre la<br />

composición de la misma, parti<strong>en</strong>do de su estructura desde el punto de vista económico, es decir, cuanto se<br />

destinan a Gastos Corri<strong>en</strong>tes y cuanto a Gastos de Capital. Esta primera aproximación s<strong>en</strong>tará las bases<br />

para caracterizar y dar algunas líneas de p<strong>en</strong>sami<strong>en</strong>to sobre el gasto social.<br />

206<br />

En % del PIB<br />

Prom. Período 2005-2008<br />

17,0%<br />

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0%


La participación del Gasto Corri<strong>en</strong>te <strong>en</strong> la última década (2000-2009) ha sido del 78% <strong>en</strong> el Gasto Total,<br />

t<strong>en</strong>i<strong>en</strong>do por tanto los Gastos de Capital una ponderación del 22%, es decir, m<strong>en</strong>os de la ¼ de total del<br />

presupuesto de la Administración C<strong>en</strong>tral. A fin de magnificar la participación por compon<strong>en</strong>tes, a<br />

continuación se pres<strong>en</strong>ta un cuadro como porc<strong>en</strong>taje del PIB del período 2000-2009:<br />

Cuadro 5<br />

Gasto Corri<strong>en</strong>te Gasto de Capital Gasto Total<br />

En % del PIB<br />

17% 5% 22%<br />

17% 4% 20%<br />

16% 5% 21%<br />

14% 4% 17%<br />

13% 4% 17%<br />

13% 4% 17%<br />

14% 4% 18%<br />

13% 4% 17%<br />

12% 3% 15%<br />

14% 4% 19%<br />

Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores con datos del MH<br />

B. Gasto Social<br />

En el pres<strong>en</strong>te trabajo nos interesa <strong>en</strong>fatizar el análisis <strong>en</strong> el Gasto Social y por ello vamos a analizar su<br />

evolución, dado que <strong>en</strong> el caso de <strong>Paraguay</strong> conforme ya se visualizo <strong>en</strong> la alta participación de los Gastos<br />

Corri<strong>en</strong>tes y d<strong>en</strong>tro de esta partida, los salarios son la partida más relevante y rígida a su vez, por lo cual,<br />

podemos concluir que los gastos sociales ti<strong>en</strong><strong>en</strong> un alto compon<strong>en</strong>te de salarios con lo cual la efici<strong>en</strong>cia del<br />

gasto social se relativiza.<br />

Según el Presupuesto G<strong>en</strong>eral de la Nación, se consideran Servicios Sociales “…aquellas acciones<br />

inher<strong>en</strong>tes a la prestación de servicios de salud, promoción y asist<strong>en</strong>cia social, seguridad social, educación y<br />

cultura y otros gastos <strong>en</strong> servicios sociales…”.<br />

Por otra parte, la falta de gestión por resultados at<strong>en</strong>ta contra las estrategias de racionalización y<br />

consecu<strong>en</strong>te priorización del Gasto con lo que el gasto social podríamos decir que su principal característica<br />

es la falta de una política social cons<strong>en</strong>suada <strong>en</strong>tre los distintos actores con lo cual la asignación<br />

presupuestaria <strong>en</strong> materia, más allá de las restricciones que ya pres<strong>en</strong>ta, ti<strong>en</strong>e una t<strong>en</strong>d<strong>en</strong>cia residual, es<br />

decir, <strong>en</strong> la medida <strong>en</strong> que haya recursos y/o iniciativas se destinarán más recursos al sector.<br />

La evolución de los gastos sociales con relación a los gastos totales se puede apreciar <strong>en</strong> el sigui<strong>en</strong>te<br />

cuadro:<br />

207


Cuadro 6<br />

Gasto Social Gasto Total<br />

Años En Millones Var. Interanual En % En Millones Var. Interanual En %<br />

de US$ <strong>en</strong> % del PIB de US$ <strong>en</strong> % del PIB<br />

2000 776 11,0% 1.753 24,7%<br />

2001 439 -43,4% 6,9% 1.406 -19,8% 22,0%<br />

2002 502 14,4% 10,0% 1.164 -17,2% 23,1%<br />

2003 456 -9,2% 8,2% 1.140 -2,1% 20,6%<br />

2004 535 17,3% 7,7% 1.344 17,9% 19,3%<br />

2005 610 14,0% 8,2% 1.501 11,7% 20,1%<br />

2006 864 41,6% 9,3% 1.873 24,8% 20,2%<br />

2007 1.123 30,0% 9,2% 2.273 21,4% 18,6%<br />

2008 1.418 26,3% 8,4% 2.747 20,9% 16,3%<br />

2009 1.568 10,6% 10,5% 3.079 12,1% 20,6%<br />

Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores con datos del MH<br />

Del cuadro preced<strong>en</strong>te podemos difer<strong>en</strong>ciar claram<strong>en</strong>te 2 etapas: i) la del 1º quinqu<strong>en</strong>io de la década<br />

caracterizada por la falta de recursos y de acceso al financiami<strong>en</strong>to con lo cual el gasto social claram<strong>en</strong>te ha<br />

t<strong>en</strong>ido una m<strong>en</strong>or dinámica que el gasto total; y, ii) el 2º quinqu<strong>en</strong>io de la década donde fueron superados los<br />

problemas de iliquidez del Tesoro Nacional y términos del grado de protección de las fluctuaciones del gasto<br />

social vis-a-vis las del gasto total agregado, esta ha mant<strong>en</strong>ido una mayor protección relativa con respecto a<br />

los demás gastos por funciones, a excepción de aquellos destinados al servicio de la deuda pública.<br />

Si analizamos <strong>en</strong> contexto regional 62 podemos ver que exist<strong>en</strong> 3 categorías<br />

Gasto Social:<br />

- Alto<br />

- Medio<br />

- Bajo<br />

Indicador<br />

mayor al 13% del PIB<br />

<strong>en</strong>tre 9% y 13% del PIB<br />

m<strong>en</strong>or al 9% del PIB<br />

208<br />

Países<br />

Arg<strong>en</strong>tina, <strong>Chile</strong> y Costa Rica<br />

<strong>Brasil</strong>, Colombia y Jamaica<br />

<strong>Paraguay</strong> (8,9% 63 ), Bolivia,<br />

México y Perú<br />

62 Rossana Mostajo - Gasto Social y Distribución del Ingreso: Caracterización e Impacto redistributivo <strong>en</strong> países<br />

seleccionados de América Latina y el Caribe.<br />

63 Corresponde al periodo 2000-2009


Por otra parte, la mayor protección relativa ha ido acompañando <strong>en</strong> algún s<strong>en</strong>tido el comportami<strong>en</strong>to de la<br />

economía <strong>en</strong> su conjunto y <strong>en</strong> ese s<strong>en</strong>tido podemos apreciar <strong>en</strong> el sigui<strong>en</strong>te gráfico, la asignación del Gasto<br />

Social versus el Gasto Total, como proporción del PIB:<br />

Grafico 13<br />

30%<br />

25%<br />

20%<br />

15%<br />

10%<br />

5%<br />

0%<br />

25%<br />

11%<br />

Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores con datos del MH<br />

Las principales partidas del Gasto Social, tomando como parámetro el año 2009, priorizadas son i) Educación<br />

(42%); ii) Salud (21%); iii) Seguridad Social o P<strong>en</strong>siones (19%); y, iv) Promoción y Acción Social (16%), con<br />

lo cual se cu<strong>en</strong>ta con el 98% del gasto social. Un aspecto relevante de m<strong>en</strong>cionar es el alto dinamismo que<br />

muestra desde el año 2006 la partida de Promoción y Acción Social relacionado con los programas de<br />

Transfer<strong>en</strong>cias Monetarias Condicionadas a personas <strong>en</strong> extrema pobreza. Lo <strong>en</strong>unciado se puede apreciar<br />

<strong>en</strong> el sigui<strong>en</strong>te gráfico:<br />

22% 23%<br />

7%<br />

Gráfico 14<br />

10%<br />

21% 19% 20% 20% 19%<br />

8% 8% 8%<br />

Gasto Total Gasto Social<br />

209<br />

9% 9%<br />

16%<br />

8%<br />

21%<br />

10%<br />

2.000 2.001 2.002 2.003 2.004 2.005 2.006 2.007 2.008 2.009


Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores con datos del MH<br />

La evolución histórica de los compon<strong>en</strong>tes, agrupados por principales partidas, se puede apreciar <strong>en</strong> el<br />

sigui<strong>en</strong>te cuadro:<br />

Cuadro 7<br />

Cifras <strong>en</strong> Millones de US$<br />

Servicios<br />

2000<br />

2001<br />

2002<br />

2003<br />

Sociales 776 439 502 456 535 610 864 1.123 1.418 1.568<br />

- Salud<br />

- Promoción y<br />

Acción Social<br />

- Seguridad<br />

Social<br />

- Educación<br />

- Otros<br />

Otros<br />

34,7<br />

2%<br />

Educacion<br />

660,3<br />

42%<br />

111,1<br />

249,8<br />

377,7<br />

37,4<br />

97,8<br />

67,7<br />

251,2<br />

22,3<br />

Salud<br />

325,1<br />

21%<br />

Seguridad<br />

Social<br />

298,1<br />

19%<br />

70,7<br />

164,9<br />

235,0<br />

31,4<br />

Promoción y<br />

Acción<br />

Social<br />

249,8<br />

16%<br />

62,8<br />

150,1<br />

221,4<br />

21,7<br />

210<br />

2004<br />

76,6<br />

6,0<br />

158,0<br />

257,9<br />

36,5<br />

2005<br />

108,3<br />

10,0<br />

183,8<br />

295,0<br />

12,9<br />

2006<br />

154,2<br />

86,4<br />

216,0<br />

380,5<br />

26,9<br />

2007<br />

207,0<br />

112,3<br />

252,6<br />

483,1<br />

68,0<br />

2008<br />

239,3<br />

140,3<br />

315,0<br />

656,8<br />

66,5<br />

2009<br />

325,1<br />

249,8<br />

298,1<br />

660,3<br />

34,7


Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores con datos del MH<br />

D<strong>en</strong>tro de los Gastos Sociales, <strong>en</strong> el periodo analizado (2000-2009), la salud y la seguridad social fueron<br />

relativam<strong>en</strong>te más protegidos mi<strong>en</strong>tras que el gasto <strong>en</strong> educación y otros han sido m<strong>en</strong>os protegido. Esta<br />

afirmación se relativiza a partir de la asignación de recursos para la Promoción y Protección Social, que ha<br />

sido el principal destinatario de los recursos públicos <strong>en</strong> los últimos años.<br />

Finalm<strong>en</strong>te es de m<strong>en</strong>cionar que los Gastos Sociales han t<strong>en</strong>ido la dinámica m<strong>en</strong>cionada como<br />

consecu<strong>en</strong>cia principal de la mayor priorización del Gasto Social como resultado de una mayor bonanza<br />

fiscal, que se tradujo <strong>en</strong> resultados superavitarios de la Administración C<strong>en</strong>tral <strong>en</strong> el período 2004-2009. Lo<br />

m<strong>en</strong>cionado se puede apreciar <strong>en</strong> el sigui<strong>en</strong>te gráfico:<br />

Gráfico 14<br />

Valores como % del PIB<br />

12,0%<br />

10,0%<br />

8,0%<br />

6,0%<br />

4,0%<br />

2,0%<br />

0,0%<br />

-2,0%<br />

-4,0%<br />

-6,0%<br />

11,0%<br />

-4,6%<br />

6,9%<br />

-1,2%<br />

10,0%<br />

-3,2%<br />

Fu<strong>en</strong>te: ASA Consultores con datos del MH<br />

8,2% 7,7% 8,2%<br />

-0,4%<br />

211<br />

9,3% 9,2% 8,4%<br />

1,6% 0,8% 0,5% 1,0%<br />

2,5%<br />

Gasto Social Resultado <strong>Fiscal</strong><br />

10,5%<br />

0,1%<br />

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009


Análisis de la <strong>Equidad</strong> <strong>en</strong> el <strong>Paraguay</strong><br />

I. Metodología<br />

Para evaluar la equidad de la política tributaria y del gasto público <strong>en</strong> cualquier país es necesaria la<br />

determinación y caracterización de la distribución del ingreso antes de la acción estatal. Se necesita para<br />

ello de una fu<strong>en</strong>te de información, con cobertura nacional, que permita discriminar los distintos compon<strong>en</strong>tes<br />

del ingreso y capte las difer<strong>en</strong>tes variables que permitan aproximar los efectos de las políticas públicas.<br />

La fu<strong>en</strong>te de información<br />

La fu<strong>en</strong>te de información utilizada es la Encuesta Integrada de Hogares (EIH) 2000-01 realizada por la<br />

Dirección G<strong>en</strong>eral de Estadística, Encuestas y C<strong>en</strong>sos (DGEEC) con el apoyo del Banco Interamericano de<br />

Desarrollo (BID) <strong>en</strong> el marco del Proyecto MECOVI, <strong>en</strong> el período septiembre 2000 – agosto 2001. La EIH<br />

2000-01 ti<strong>en</strong>e cobertura nacional y su diseño muestral permite estimaciones para cuatro dominios de estudio:<br />

Asunción, C<strong>en</strong>tral Urbano, Resto Urbano y Área rural. Para captar los efectos de la estacionalidad de los<br />

ingresos y gastos de los hogares <strong>en</strong> el transcurso del año, el diseño muestral consideró la recolección de los<br />

datos a nivel trimestral, seleccionándose muestras para cada trimestre de la <strong>en</strong>cuesta.<br />

El marco muestral se construyó a partir del C<strong>en</strong>so Nacional de Vivi<strong>en</strong>das de 1992, si<strong>en</strong>do bietápico,<br />

probabilístico y estratificado. El marco muestral para la primera etapa de selección es, para cada estrato, el<br />

conjunto de unidades de primera etapa (UPM) que defin<strong>en</strong> el estrato a partir de la información del C<strong>en</strong>so de<br />

1992 más las actualizaciones posteriores. El marco muestral para la segunda etapa de selección es el<br />

conjunto de listados de actualización cartográfica con el número de vivi<strong>en</strong>das y de hogares, <strong>en</strong> cada UPM<br />

seleccionada <strong>en</strong> la primera etapa. El tamaño de la muestra a nivel nacional es de 8.960 vivi<strong>en</strong>das, distribuida<br />

por estratos. En la primera etapa se seleccionaron UPM con un mínimo de 12 vivi<strong>en</strong>das. En la segunda<br />

etapa se seleccionaron 10 vivi<strong>en</strong>das d<strong>en</strong>tro de cada UPM.<br />

La <strong>en</strong>cuesta se levantó <strong>en</strong> un período de 12 meses, de septiembre del 2000 a agosto del 2001. El mes medio<br />

de la EIH es marzo del 2001 por lo que se considera repres<strong>en</strong>tativa de ese año. Esto significa que el análisis<br />

de la equidad de la política fiscal se referirá al año 2001. La EIH indaga a profundidad los distintos<br />

compon<strong>en</strong>tes de ingresos y gastos de los hogares, lo que permite estimar la incid<strong>en</strong>cia de los impuestos al<br />

consumo y al ingreso. Incorpora una serie de variables sobre el acceso de las personas a la educación, salud<br />

y p<strong>en</strong>siones, lo que permite aproximar el impacto de los gastos públicos sociales <strong>en</strong> dichos sectores.<br />

La unidad de análisis<br />

Pese a que distintos tributos y programas sociales se dirig<strong>en</strong> a personas individuales y la teoría del bi<strong>en</strong>estar<br />

recomi<strong>en</strong>da que el análisis se c<strong>en</strong>tre <strong>en</strong> el individuo, la unidad de análisis pertin<strong>en</strong>te para el análisis de la<br />

equidad de la política fiscal <strong>en</strong> el pres<strong>en</strong>te trabajo es el hogar pues es ahí donde se agregan y redistribuy<strong>en</strong><br />

212


los ingresos individuales y donde se decide la estrategia de gastos familiares. Además todos los análisis de<br />

progresividad e impacto distributivo del sistema tributario se han c<strong>en</strong>trado <strong>en</strong> los hogares, porque su<br />

interpretación resulta más intuitiva. 64<br />

Otro motivo importante al mom<strong>en</strong>to de elegir al hogar como unidad de análisis radica <strong>en</strong> que las <strong>en</strong>cuestas<br />

normalm<strong>en</strong>te no recog<strong>en</strong> información sobre la forma <strong>en</strong> que se distribuy<strong>en</strong> los recursos al interior del hogar<br />

de modo que suele suponerse una equidad interna <strong>en</strong> la asignación de estos cuando el análisis se quiere<br />

realizar por persona, lo cual no es necesariam<strong>en</strong>te correcto. Esto no significa que todos los hogares sean<br />

iguales y por el contrario se deb<strong>en</strong> considerar sus difer<strong>en</strong>cias, <strong>en</strong> cuanto al número de miembros y su<br />

composición por edad y sexo, para establecer el indicador de bi<strong>en</strong>estar.<br />

El indicador de bi<strong>en</strong>estar<br />

Si<strong>en</strong>do el hogar la unidad de análisis, el indicador de bi<strong>en</strong>estar sobre el cual se evaluará la equidad de la<br />

política fiscal debe ser especificado. En la literatura económica se ha debatido, y se continúa debati<strong>en</strong>do,<br />

sobre si es mejor opción considerar el ingreso o el consumo como variable de refer<strong>en</strong>cia para medir el<br />

impacto <strong>en</strong> la equidad de la política fiscal. El fondo de la discusión se traduce <strong>en</strong> cuál de estas dos variables<br />

es el mejor indicador del bi<strong>en</strong>estar.<br />

Desde una perspectiva utilitarista, el consumo aparece como el indicador más adecuado además de que se<br />

torna relativam<strong>en</strong>te más fácil de medir. También es m<strong>en</strong>os s<strong>en</strong>sible a la coyuntura y <strong>en</strong> esa medida es un<br />

mejor predictor del ingreso perman<strong>en</strong>te. No obstante, la EIH como cualquier <strong>en</strong>cuesta de ingresos y gastos,<br />

mide las compras y no el consumo. Para aproximar el consumo se requiere información adicional que la EIH<br />

no ofrece.<br />

Por una parte, los bi<strong>en</strong>es de consumo durable ofrec<strong>en</strong> un servicio durante su vida útil por lo que se debe<br />

estimar ese servicio para todos los hogares que pose<strong>en</strong> estos bi<strong>en</strong>es y no solo considerar los hogares que<br />

los adquirieron durante el período de refer<strong>en</strong>cia de la <strong>en</strong>cuesta. Para hacerlo se requiere conocer la fecha<br />

de adquisición de los bi<strong>en</strong>es de consumo durable, información que no ofrece la EIH. Por otra parte, <strong>en</strong> el<br />

caso del consumo de los alim<strong>en</strong>tos, la EIH indaga sobre las compras <strong>en</strong> la semana de la <strong>en</strong>trevista y a partir<br />

de ahí se m<strong>en</strong>sualiza. No se pregunta sobre los inv<strong>en</strong>tarios iníciales y finales de modo que tampoco puede<br />

estimarse el consumo apar<strong>en</strong>te. Esto significa que <strong>en</strong> tanto se torne más frecu<strong>en</strong>te las compras a plazos<br />

mayores (por quinc<strong>en</strong>a o por mes), se pres<strong>en</strong>tarán hogares con un alto consumo puntual y muchos otros<br />

hogares sin compra alguna. Esto si bi<strong>en</strong> <strong>en</strong> el diseño de la EIH se comp<strong>en</strong>sa para el promedio, no es el caso<br />

para los hogares individuales.<br />

Dos aspectos adicionales dificultan el manejo de los gastos de consumo para el estudio del impacto de la<br />

política fiscal según Trejos (2007). El primero es que no puede aproximarse un consumo previo a la política<br />

64 En el Anexo se pres<strong>en</strong>tan los cuadros con los indicadores estimados utilizando como unidad de análisis a los<br />

individuos.<br />

213


fiscal, pues las transfer<strong>en</strong>cias <strong>en</strong> dinero aportadas por la política social y el mismo aporte de los servicios<br />

suministrados por los programas sociales, g<strong>en</strong>eran o liberan ingresos que ya se han canalizado <strong>en</strong> consumo.<br />

También el efecto de los impuestos directos y al consumo se <strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tra ya contemplados <strong>en</strong> la medición del<br />

gasto de consumo. El segundo elem<strong>en</strong>to ti<strong>en</strong>e que ver con su consist<strong>en</strong>cia macro. Para determinarla se<br />

debe comparar con una estimación exóg<strong>en</strong>a cuyo candidato claro es el gasto de consumo final de los<br />

hogares que estiman las cu<strong>en</strong>tas nacionales. Este sin embargo incluye el consumo de las instituciones<br />

privadas sin fines de lucro, ti<strong>en</strong>de a estimarse de manera residual y con una clasificación que no es<br />

comparable con la que surge de la EIH por lo que tampoco es una refer<strong>en</strong>cia óptima.<br />

Debido a estos inconv<strong>en</strong>i<strong>en</strong>tes, el indicador de bi<strong>en</strong>estar a utilizar <strong>en</strong> este trabajo es el ingreso de los<br />

hogares. Es claro que la medición de los ingresos ti<strong>en</strong>e problemas, si se quiere mayor precisión, que los<br />

asociados con la medición del consumo, por lo que debe darse un tratami<strong>en</strong>to particular como se discutirá <strong>en</strong><br />

la sección sigui<strong>en</strong>te. No obstante, es más claro arribar a un ingreso antes de la política fiscal. Para<br />

considerar las difer<strong>en</strong>cias <strong>en</strong> tamaño y composición de los hogares, el indicador de bi<strong>en</strong>estar a utilizar es el<br />

ingreso per cápita del hogar. El ingreso per cápita del hogar será <strong>en</strong>tonces el ingreso equival<strong>en</strong>te del hogar.<br />

Ello supone que lo único que hace difer<strong>en</strong>cia <strong>en</strong>tre los hogares es su tamaño relativo. En otras palabras, se<br />

supone implícitam<strong>en</strong>te que no exist<strong>en</strong> difer<strong>en</strong>tes requerimi<strong>en</strong>tos de consumo <strong>en</strong> razón de la edad, sexo,<br />

actividad o condición de los miembros del hogar al tiempo que tampoco se contempla la posibilidad de que<br />

existan economías de escala <strong>en</strong> el consumo.<br />

II. Supuestos asumidos<br />

a-) Microsimulación estática y sin comportami<strong>en</strong>to<br />

La microsimulación realizada <strong>en</strong> este trabajo es estática, <strong>en</strong> el s<strong>en</strong>tido de que parte de una muestra cross-<br />

section de microdatos que manti<strong>en</strong>e constantes sus características demográficas y socioeconómicas a lo<br />

largo del tiempo. La simulación dinámica, por el contrario, ti<strong>en</strong>e <strong>en</strong> cu<strong>en</strong>ta los efectos del tiempo sobre dichas<br />

características, someti<strong>en</strong>do a las unidades de análisis a un proceso de <strong>en</strong>vejecimi<strong>en</strong>to año a año, desde su<br />

nacimi<strong>en</strong>to hasta su muerte, con el objetivo de simular el ciclo vital completo de todas y cada una de ellas 65 .<br />

Por otra parte, el pres<strong>en</strong>te trabajo no incorpora el análisis del comportami<strong>en</strong>to de los ag<strong>en</strong>tes económicos<br />

ante la introducción de los impuestos, es decir, no estima ni considera sus funciones de reacción. Hacerlo<br />

implicaría, <strong>en</strong> primer lugar, estimar y, luego, considerar <strong>en</strong> la simulación la elasticidad-precio de la demanda<br />

de los bi<strong>en</strong>es y servicios, las elasticidades cruzadas y la elasticidad gasto. Previam<strong>en</strong>te debe estimarse la<br />

elasticidad de la oferta o, como se hace usualm<strong>en</strong>te, suponer que es infinita (el productor traslada<br />

completam<strong>en</strong>te el impuesto indirecto al precio).<br />

En este trabajo, la estimación de los impuestos se realiza at<strong>en</strong>di<strong>en</strong>do exclusivam<strong>en</strong>te al cambio de normativa<br />

y suponi<strong>en</strong>do que dicho cambio no afecta el comportami<strong>en</strong>to de los contribuy<strong>en</strong>tes (decisiones ahorro-<br />

65 Sanz Sanz y otros (2004).<br />

214


consumo, trabajo-ocio). En concreto, se ha supuesto que el gasto monetario de los ag<strong>en</strong>tes económicos <strong>en</strong><br />

los difer<strong>en</strong>tes bi<strong>en</strong>es y/o servicios, una vez introducidos los impuestos que se consideran <strong>en</strong> el análisis, se<br />

manti<strong>en</strong>e constante, de modo que cae el gasto “real” (sin impuestos). La premisa es que la restricción<br />

presupuestaria del consumidor se manti<strong>en</strong>e fija y el gasto se reasigna sin considerar el impacto del cambio<br />

de precios relativos (no se captura el efecto sustitución). El supuesto ti<strong>en</strong>e la única finalidad de simplificar la<br />

microsimulación.<br />

Aún <strong>en</strong> el marco de modelos de microsimulación con comportami<strong>en</strong>to se supone que los precios de<br />

producción no cambian como consecu<strong>en</strong>cia de las reformas impositivas y sí lo hac<strong>en</strong> los precios finales de<br />

consumo.<br />

b-) Ingresos negativos y ceros<br />

Se ha decidido no considerar <strong>en</strong> el análisis aquellos hogares con ingresos negativos. Sin embargo, <strong>en</strong> el<br />

caso de ingresos cero, hemos decidido no eliminarlos, aún cuando exist<strong>en</strong> argum<strong>en</strong>tos de no considerarlos.<br />

Sin embargo, como se ha decidido tomar el ingreso corri<strong>en</strong>te como indicador de bi<strong>en</strong>estar (ante la<br />

imposibilidad de estimar el ingreso perman<strong>en</strong>te), se asumirán todas las contras y serán considerados.<br />

c-) Uprating<br />

Se decidió no realizar un ajuste (por inflación) de las variables monetarias (uprating), suponi<strong>en</strong>do que las<br />

estructuras del ingreso y el consumo de la Encuesta de Hogares no han variado dramáticam<strong>en</strong>te desde el<br />

mom<strong>en</strong>to de su realización hasta hoy.<br />

d-) Impuestos y Gastos Públicos considerados<br />

Debido a que la realidad paraguaya se caracteriza por una alta participación de la tributación indirecta, de<br />

transfer<strong>en</strong>cias no monetarias y de transfer<strong>en</strong>cias monetarias no contributivas -asist<strong>en</strong>cia social-, la misma<br />

obliga considerar conjuntam<strong>en</strong>te todo el sistema tributario y del gasto público al mom<strong>en</strong>to de estimar<br />

mediante las microsimulaciones los efectos de determinar el impacto de la política fiscal <strong>en</strong> la distribución del<br />

ingreso de los hogares.<br />

Sin embargo, se debe aclarar por un lado que el ejercicio de microsimulación realizado es “sin<br />

comportami<strong>en</strong>to”, es decir, no se estiman ni consideran las funciones de reacción de los ag<strong>en</strong>tes económicos<br />

ante la introducción de los impuestos. Por este motivo, no se ti<strong>en</strong><strong>en</strong> <strong>en</strong> cu<strong>en</strong>ta <strong>en</strong> el análisis aquellos<br />

impuestos respecto a cuya incid<strong>en</strong>cia económica existe amplio cons<strong>en</strong>so, a saber: el Impuesto al Valor<br />

Agregado y los impuestos selectivos al consumo -hay amplio acuerdo <strong>en</strong> la literatura respecto a que se<br />

trasladan al consumidor final- y el Impuesto a la R<strong>en</strong>ta Personal -soportado por la persona física gravada-.<br />

Por el contrario, no existe un cons<strong>en</strong>so tan g<strong>en</strong>eralizado respecto a la incid<strong>en</strong>cia económica del Impuesto a<br />

215


la R<strong>en</strong>ta Empresarial y de los aranceles. Por tanto, <strong>en</strong> lugar de realizar supuestos heroicos al respecto se ha<br />

preferido descartar su análisis.<br />

Por otro lado se ha considerado el llamado gasto público social -educación, salud y transfer<strong>en</strong>cias no<br />

contributivas-, pues no exist<strong>en</strong> criterios teóricos ni información disponible para asignar todo el gasto público,<br />

<strong>en</strong> especial el gasto <strong>en</strong> justicia, <strong>en</strong> def<strong>en</strong>sa, etc.<br />

e-) Imputación de los Impuestos<br />

En el trabajo se optó por asignar los impuestos determinando su base imponible a partir de la información de<br />

la EIH y aplicando, luego, el tipo impositivo correspondi<strong>en</strong>te (“recaudación teórica”) <strong>en</strong> vez de imputar la<br />

“recaudación real”. La decisión se ha tomado al considerar el IVA, el principal impuesto del país. La<br />

recaudación de IVA puede verse como el pago que realizan todos los ag<strong>en</strong>tes que no pued<strong>en</strong> descontar el<br />

impuesto, a saber: (i) los consumidores finales, (ii) el Gobierno y (iii) los sectores productores de bi<strong>en</strong>es y<br />

servicios exonerados que compran insumos gravados con IVA.<br />

f-) Imputación del Gasto Público Social<br />

Para la asignación del gasto público social se ha id<strong>en</strong>tificado a sus b<strong>en</strong>eficiarios a partir de la EIH y se les<br />

asignó el monto del gasto público que figura <strong>en</strong> la ejecución presupuestal de los Ministerios respectivos, es<br />

decir, las áreas de salud, educación y p<strong>en</strong>siones (Ministerio de Haci<strong>en</strong>da). Esto implica asociar el costo de la<br />

prestación gubernam<strong>en</strong>tal al b<strong>en</strong>eficio recibido por el b<strong>en</strong>eficiario, lo cual no es necesariam<strong>en</strong>te cierto si se<br />

consideran las inefici<strong>en</strong>cias que suel<strong>en</strong> producirse <strong>en</strong> la aplicación de los recursos.<br />

III. Indicadores de Progresividad y Capacidad redistributiva<br />

Existe una amplísima colección de indicadores que int<strong>en</strong>tan medir la progresividad y capacidad redistributiva<br />

del sistema tributario y el gasto público social. Entre las varias elecciones posibles se ha decidido utilizar los<br />

sigui<strong>en</strong>tes indicadores:<br />

a-) Progresión de la tasa media<br />

El más habitual de los indicadores “locales” de progresividad es la progresión de la tasa media. Se les llama<br />

indicadores locales pues informan de la progresividad (o regresividad) al pasar de un tramo a otro de la<br />

distribución del ingreso, pero no aportan una evaluación global de la progresividad (o regresividad) del<br />

impuesto <strong>en</strong> cuestión. De acuerdo a este indicador, un impuesto es progresivo si el pago de dicho impuesto<br />

como porc<strong>en</strong>taje del ingreso (consumo) de qui<strong>en</strong> lo paga, es decir, la tasa efectiva Impuesto/Ingreso o<br />

Impuesto/Consumo, crece a medida que crece el ingreso (Consumo) de los contribuy<strong>en</strong>tes.<br />

216


-) Índice de Kakwani<br />

La progresividad o regresividad de un determinado impuesto también puede determinarse comparando la<br />

curva de Lor<strong>en</strong>z del ingreso de los hogares pre-acción fiscal con la curva de conc<strong>en</strong>tración de dicho<br />

impuesto. La curva de Lor<strong>en</strong>z de una distribución de ingresos es una función que indica el porc<strong>en</strong>taje de<br />

ingresos, respecto del total, que posee cada porc<strong>en</strong>taje de la población acumulada, una vez que la misma ha<br />

sido ord<strong>en</strong>ada <strong>en</strong> forma creci<strong>en</strong>te por su nivel de ingresos, esto es, de más pobres a más ricos. En otras<br />

palabras, L(p) indica el porc<strong>en</strong>taje de ingresos que posee el p por ci<strong>en</strong>to más pobre de la población <strong>en</strong><br />

relación al total de ingresos. (Gradín y del Río, 2001). A su vez, la curva de conc<strong>en</strong>tración mide para cada<br />

porc<strong>en</strong>taje acumulado de la población -ord<strong>en</strong>ada <strong>en</strong> forma creci<strong>en</strong>te por su nivel de ingresos- cuál es el<br />

porc<strong>en</strong>taje acumulado que paga del impuesto <strong>en</strong> cuestión. De acuerdo a este análisis gráfico, un<br />

determinado impuesto será progresivo <strong>en</strong> toda la distribución si y solo si la curva de conc<strong>en</strong>tración del mismo<br />

está siempre por debajo de la curva de Lor<strong>en</strong>z del ingreso de los hogares pre-acción fiscal (dominancia de<br />

Lor<strong>en</strong>z).<br />

Si la dominancia de Lor<strong>en</strong>z no se verifica -porque las curvas se cruzan una o más veces-, igualm<strong>en</strong>te<br />

cualquier cálculo que resuma la desigualdad <strong>en</strong> un solo número -como el índice de Gini- permite una<br />

ord<strong>en</strong>ación completa de las distribuciones de ingreso, es decir, cualquier par de distribuciones puede ser<br />

ord<strong>en</strong>ado sin ambigüedad (Lambert, 1993).<br />

El índice de Gini, que se deriva de la curva de Lor<strong>en</strong>z, mide el área <strong>en</strong>tre esta curva y la línea de 45% -<br />

equidistribución- (<strong>en</strong> términos de proporción respecto al área por debajo de dicha línea de equidistribución).<br />

Toma, por tanto, valores <strong>en</strong>tre 0 (máxima igualdad) y 1 (máxima desigualdad). Su fácil interpretación lo ha<br />

vuelto el indicador más utilizado. A su vez, el cuasi-Gini del impuesto se calcula de manera similar al Gini del<br />

ingreso, pero sobre la curva de conc<strong>en</strong>tración del impuesto. De ahí la distinción semántica.<br />

Por lo dicho, el índice de progresividad de Kakwani, que se basa <strong>en</strong> el índice de Gini, permite <strong>en</strong> cualquier<br />

caso indicar la progresividad o regresividad de determinado impuesto. Por ejemplo, para el caso del IVA, el<br />

indicador de Kakwani se define como:<br />

K = cuasi Gini (IVA) - Gini (Ingreso antes de la Política <strong>Fiscal</strong>). 66<br />

Si K > 0, esto es, si el IVA se distribuye más inequitativam<strong>en</strong>te que el ingreso<br />

antes de la política fiscal, el impuesto contribuye a disminuir la desigualdad<br />

<strong>en</strong> la distribución del ingreso si<strong>en</strong>do, por tanto, progresivo. Si, por el<br />

contrario, K < 0, el impuesto será regresivo.<br />

66 Si se considera el consumo como indicador de bi<strong>en</strong>estar, el índice se define como K =cuasi Gini (IVA) - Gini (Consumo<br />

antes de la Política <strong>Fiscal</strong>).<br />

217


c-) Índice de Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky<br />

Ahora bi<strong>en</strong>, el índice de Kakwani permite estimar cuán progresivo o regresivo es determinado impuesto, pero<br />

al no estar influ<strong>en</strong>ciado por su recaudación dice poco sobre su capacidad redistributiva. Un impuesto puede<br />

ser fuertem<strong>en</strong>te progresivo, pero si su recaudación es irrelevante también lo será su capacidad redistributiva.<br />

Por tanto, el análisis se complem<strong>en</strong>ta considerando el índice de Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky, indicador global de la<br />

capacidad redistributiva del impuesto <strong>en</strong> cuestión 67 . Por continuar con el ejemplo, <strong>en</strong> el caso del IVA dicho<br />

índice se define como:<br />

RS = Gini (Ingreso antes de la Política <strong>Fiscal</strong>)- Gini (Ingreso después del<br />

IVA) 68 .<br />

Si RS < 0, su magnitud (<strong>en</strong> términos absolutos) indica cuántos puntos del<br />

Gini ha aum<strong>en</strong>tado la desigualdad <strong>en</strong> la distribución del ingreso como<br />

consecu<strong>en</strong>cia de la regresividad del IVA introducido. Lo contrario si RS > 0.<br />

Nótese que al Gini antes de impuestos se resta el Gini después de impuestos -y no el cuasi-Gini-. Esto<br />

implica reord<strong>en</strong>ar las observaciones de m<strong>en</strong>or a mayor ingreso después de impuestos (<strong>en</strong> este caso,<br />

después del IVA). Ahora bi<strong>en</strong>, una definición alternativa del Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky es:<br />

G X CX<br />

T [ GX<br />

GX<br />

T ] [ GX<br />

T CX<br />

T ]<br />

<br />

<br />

<br />

Efecto<br />

total<br />

Efecto<br />

igualador<br />

Efecto<br />

reord<strong>en</strong>ación<br />

Es decir, al Gini antes de impuestos se resta el cuasi-Gini después de impuestos. Las observaciones, por<br />

tanto, no se reord<strong>en</strong>an sino que continúan ord<strong>en</strong>adas de m<strong>en</strong>or a mayor ingreso antes de impuestos.<br />

Como se ve, esta definición captura el efecto total de un impuesto, que puede descomponerse <strong>en</strong> un (i)<br />

efecto igualador y (ii) un efecto “reord<strong>en</strong>ación” -ver Lambert, 1993-. No obstante, existe cierto cons<strong>en</strong>so<br />

respecto a que el efecto “reord<strong>en</strong>ación” no es estrictam<strong>en</strong>te un efecto redistributivo. La versión del Reynolds-<br />

Smol<strong>en</strong>sky que figura <strong>en</strong> el trabajo es la citada <strong>en</strong> primer término.<br />

Finalm<strong>en</strong>te, los indicadores globales de progresividad (Kakwani) y de capacidad redistributiva (Reynolds-<br />

Smol<strong>en</strong>sky) utilizados <strong>en</strong> el trabajo se basan <strong>en</strong> el índice de Gini. Es sabido que el valor del índice de Gini<br />

67 Un indicador local de la capacidad redistributiva de un impuesto es la participación relativa <strong>en</strong> el ingreso, que mide<br />

los cambios <strong>en</strong> el ingreso relativo de un grupo determinado de la población como consecu<strong>en</strong>cia de la aplicación del<br />

impuesto.<br />

68 Si se considera el consumo como indicador de bi<strong>en</strong>estar, el índice se define como RS = Gini (Consumo antes de la<br />

Política <strong>Fiscal</strong>) – Gini (Consumo después del IVA).<br />

218


disminuye como respuesta a una transfer<strong>en</strong>cia desde una r<strong>en</strong>ta más alta a otra más baja, con la<br />

particularidad de que no es s<strong>en</strong>sible a los niveles de r<strong>en</strong>ta de los individuos <strong>en</strong>tre los que ti<strong>en</strong>e lugar la<br />

transfer<strong>en</strong>cia y sí lo es <strong>en</strong> relación a la difer<strong>en</strong>cia de r<strong>en</strong>ta <strong>en</strong>tre dichos individuos. Por tanto, resulta claro<br />

que, aunque no explícitam<strong>en</strong>te, el índice de Gini ti<strong>en</strong>e incorporado un juicio de valor respecto al efecto de la<br />

transfer<strong>en</strong>cia <strong>en</strong> la desigualdad. Si, dada una difer<strong>en</strong>cia de r<strong>en</strong>ta, se quisiera conceder mayor valor a una<br />

transfer<strong>en</strong>cia <strong>en</strong>tre dos individuos con dicha difer<strong>en</strong>cia ubicados <strong>en</strong> los tramos bajos de la distribución que a<br />

una transfer<strong>en</strong>cia <strong>en</strong>tre dos individuos con dicha difer<strong>en</strong>cia pero ubicados <strong>en</strong> los tramos altos, el índice de<br />

Gini no resultaría adecuado. (Lambert, 1989).<br />

IV. Análisis por instrum<strong>en</strong>to de Política <strong>Fiscal</strong><br />

a) Impuesto al Valor Agregado (IVA)<br />

El impuesto sobre las v<strong>en</strong>tas es la principal fu<strong>en</strong>te de ingresos tributarios del gobierno g<strong>en</strong>eral y su<br />

importancia ha aum<strong>en</strong>tado <strong>en</strong> el tiempo a partir del reord<strong>en</strong>ami<strong>en</strong>to tributario llevado adelante <strong>en</strong> el año 1991<br />

con la aplicación de la Ley 125. Ampliaciones realizadas <strong>en</strong> su base impositiva así como <strong>en</strong> la tarifa con la<br />

reforma tributaria llevada adelante con la Ley 2421 del año 2004 también han contribuido a su mayor<br />

protagonismo, protagonismo que alcanza actualm<strong>en</strong>te al 6% del PIB y al 48% de los ingresos tributarios del<br />

gobierno g<strong>en</strong>eral <strong>en</strong> el año 2009. La Ley 125/1991, modificada y ampliada por la Ley 2421 del año 2004, se<br />

caracteriza por una tasa g<strong>en</strong>eral de imposición del 10% sobre el precio neto de v<strong>en</strong>ta de la mayoría de los<br />

bi<strong>en</strong>es lo que la hace s<strong>en</strong>cilla de administrar. En el caso de los bi<strong>en</strong>es básicos de la canasta básica familiar,<br />

así como <strong>en</strong> el caso de los medicam<strong>en</strong>tos, alquileres y v<strong>en</strong>ta de inmuebles e intermediación financiera, se<br />

aplica una tasa difer<strong>en</strong>cial del 5%.<br />

El IVA se aplica <strong>en</strong> el mom<strong>en</strong>to de consumo por lo que no discrimina por el orig<strong>en</strong> de la producción y se<br />

recae sobre todos los bi<strong>en</strong>es, excepto una canasta de bi<strong>en</strong>es ex<strong>en</strong>tos, g<strong>en</strong>eralm<strong>en</strong>te bi<strong>en</strong>es <strong>en</strong> estado<br />

natural o sin procesami<strong>en</strong>to. También se aplica sobre un conjunto limitado de servicios que taxativam<strong>en</strong>te<br />

señala la ley. Estas exoneraciones buscan reducir la carga <strong>en</strong> los sectores más pobres y aum<strong>en</strong>tar la<br />

equidad vertical. No obstante, la lista de bi<strong>en</strong>es y servicios exonerados no se limita a bi<strong>en</strong>es y servicios de<br />

consumo básico lo que diluye su objetivo de equidad (progresividad) y reduce la base del impuesto. Esta<br />

base acotada hace también que el impuesto sobre las v<strong>en</strong>tas no funcione efectivam<strong>en</strong>te como un impuesto<br />

sobre el valor agregado, pues si bi<strong>en</strong> se permite acreditar el impuesto de v<strong>en</strong>tas pagado <strong>en</strong> la compra de los<br />

insumos incorporados <strong>en</strong> el bi<strong>en</strong> producido, no se incluy<strong>en</strong> los demás costos y servicios asociados con la<br />

producción.<br />

Para estimar la incid<strong>en</strong>cia del impuesto sobre las v<strong>en</strong>tas se parte de un archivo de gasto de los hogares por<br />

artículo que surge de la EIH 2000-01 y se procede a determinar cuáles de estos se <strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tran sujetos al<br />

impuesto y cuáles exonerados. La EIH 2000/01 id<strong>en</strong>tifica aproximadam<strong>en</strong>te 230 artículos difer<strong>en</strong>tes y estos<br />

se revisaron a partir de la legislación vig<strong>en</strong>te <strong>en</strong> ese año y la nueva vig<strong>en</strong>te <strong>en</strong> el 2004. Como para cada<br />

bi<strong>en</strong> o servicio consumido por las familias, el gasto incurrido (GT) incorpora ya el monto del impuesto<br />

219


cobrado, se estima el gasto neto de impuestos (GN = (GT/1,10) <strong>en</strong> el caso de los sujetos a una tasa del 10%<br />

y un procedimi<strong>en</strong>to similar para los sujetos a una tasa del 5%) y luego el impuesto se calculó por difer<strong>en</strong>cia<br />

(IVA = GT – GN).<br />

En el Cuadro 8 se pres<strong>en</strong>ta la información de los hogares ord<strong>en</strong>ados tanto según su ingreso per cápita como<br />

el gasto de consumo per cápita, sin ajuste pero con valor locativo, como variable de ord<strong>en</strong>ami<strong>en</strong>to. La<br />

comparación se hace t<strong>en</strong>i<strong>en</strong>do <strong>en</strong> cu<strong>en</strong>ta el régim<strong>en</strong> tributario vig<strong>en</strong>te al mom<strong>en</strong>to de la <strong>en</strong>cuesta (Ley<br />

125/91) y la aplicación sobre la misma base del nuevo régim<strong>en</strong> tributario ocurrido <strong>en</strong> el 2004 (Ley 2421/04), a<br />

fin de poder observar los efectos de la reforma fiscal sobre los indicadores de equidad fiscal. En el caso del<br />

IVA el doble cálculo -d<strong>en</strong>ominador ingreso y d<strong>en</strong>ominador consumo- es relevante porque existe una alta<br />

probabilidad de que <strong>en</strong> el primer caso el impuesto resulte regresivo y <strong>en</strong> el segundo progresivo.<br />

Cuadro 8<br />

Indicador a nivel de Hogares<br />

Ley 125/91 Ley 2421/04 Ley 125/91 Ley 2421/04<br />

Progresividad: Tasa Media 7.0 7.5 4.1 4.5<br />

Decil 1 24.1 24.6 3.0 3.0<br />

Decil 2 6.2 6.4 3.3 3.5<br />

Decil 3 6.9 7.1 3.6 3.8<br />

Decil 4 5.1 5.6 3.5 3.9<br />

Decil 5 5.3 6.7 3.9 4.4<br />

Decil 6 5.0 5.6 4.1 5.4<br />

Decil 7 4.7 5.2 4.6 5.0<br />

Decil 8 4.3 4.7 4.7 5.2<br />

Decil 9 4.4 4.9 5.2 5.8<br />

Decil 10 4.0 4.6 5.0 5.6<br />

Cuasi-Gini 0.4408 0.4504 0.5202 0.5242<br />

Kakwani -0.1170 -0.1075 0.0672 0.0712<br />

Capacidad Redistributiva<br />

Gini del Ingreso antes de la política fiscal 0.5578 0.5578 0.4530 0.4530<br />

Gini del Ingreso después de la política fiscal 0.5630 0.5632 0.4498 0.4491<br />

Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky -0.0052 -0.0054 0.0032 0.0039<br />

Fu<strong>en</strong>te: Elaboración propia <strong>en</strong> base a la EIH 2000-01<br />

<strong>Paraguay</strong>: Indices de Progresividad y Capacidad Redistributiva<br />

del Impuesto sobre las V<strong>en</strong>tas (IVA) según Regim<strong>en</strong> Tributario<br />

Ingresos ord<strong>en</strong>ados<br />

según ingreso per cápita<br />

En efecto, el IVA aparece como regresivo cuando los hogares se ord<strong>en</strong>an según su ingreso per cápita. Ello<br />

es claro al observar como la tasa media del impuesto se reduce casi sistemáticam<strong>en</strong>te conforme se pasa a<br />

estratos de ingresos superiores. Considerando los regím<strong>en</strong>es tributarios, la reforma tributaria del 2004<br />

parece no haber reducido el efecto regresivo del impuesto, antes bi<strong>en</strong> la tasa relativa se increm<strong>en</strong>tó <strong>en</strong> todos<br />

los deciles, si bi<strong>en</strong> el efecto sería levem<strong>en</strong>te superior <strong>en</strong> los deciles de los hogares más ricos.<br />

220<br />

Ingresos ord<strong>en</strong>ados<br />

según consumo per cápita


La regresividad del impuesto, <strong>en</strong> ambos regím<strong>en</strong>es, se comprueba al considerar el cuasi Gini del impuesto<br />

(0,4408 y 0,4504 respectivam<strong>en</strong>te) así como el índice de Kakwani negativo creci<strong>en</strong>te (-0,1170 y -0,1075) lo<br />

cual implica que el impuesto ha contribuido a aum<strong>en</strong>tar la desigualdad <strong>en</strong> la distribución del ingreso.<br />

Aún cuando el IVA sea, desde este punto de vista global y localm<strong>en</strong>te un impuesto regresivo, su capacidad<br />

redistributiva es limitada pues solo aum<strong>en</strong>ta el coefici<strong>en</strong>te de Gini de la distribución del ingreso equival<strong>en</strong>te<br />

descontado el impuesto <strong>en</strong> cerca de cinco décimos del uno por ci<strong>en</strong>to (-0,0052 y -0,0054 respectivam<strong>en</strong>te)<br />

de acuerdo a lo indica el índice de Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky.<br />

Cuando la at<strong>en</strong>ción se pone <strong>en</strong> el consumo per cápita de los hogares, el impuesto sobre las v<strong>en</strong>tas se vuelve<br />

progresivo aunque manti<strong>en</strong>e una limitada capacidad redistributiva. Esta progresividad se logra porque el<br />

consumo se distribuye de modo m<strong>en</strong>os desigual que el ingreso (el coefici<strong>en</strong>te de Gini antes de la política<br />

fiscal se reduce casi doce puntos porc<strong>en</strong>tuales) y el impuesto se distribuye más desigual que cuando se<br />

considera el ingreso (el cuasi Gini del impuesto es mayor <strong>en</strong> siete puntos porc<strong>en</strong>tuales). Ello g<strong>en</strong>era un<br />

índice de Kakwani positivo (0,0672 y 0,0712 respectivam<strong>en</strong>te) lo que corrobora su progresividad. Esto se<br />

traduce <strong>en</strong> una capacidad redistributiva positiva al reducir el coefici<strong>en</strong>te de Gini del consumo, <strong>en</strong> alrededor de<br />

tres décimos del uno por ci<strong>en</strong>to (RS = 0,0032) <strong>en</strong> el caso de la Ley 125/91 y <strong>en</strong> cerca de cuatro décimos del<br />

uno por ci<strong>en</strong>to (RS = 0,0039) <strong>en</strong> el caso de la Ley 2421/04.<br />

b) Impuesto Selectivo al Consumo (ISC)<br />

Los impuestos selectivos al consumo (ISC) se aplican a un conjunto de bi<strong>en</strong>es que ti<strong>en</strong><strong>en</strong> diversas<br />

características. Por una parte, se aplica a bi<strong>en</strong>es que se podrían llamar de lujo pues se caracterizan por una<br />

demanda con alta elasticidad ingreso y una baja elasticidad precio. Un impuesto de este tipo se considera<br />

progresivo y permitiría captar recursos sin mayores distorsiones <strong>en</strong> el consumo para canalizarlo a los grupos<br />

de m<strong>en</strong>ores ingresos. También se aplica a bi<strong>en</strong>es y servicios que ti<strong>en</strong><strong>en</strong> externalidades negativas que al no<br />

reflejarse <strong>en</strong> el precio se consume más de lo socialm<strong>en</strong>te deseado. Aquí <strong>en</strong>tran los bi<strong>en</strong>es y servicios que<br />

induc<strong>en</strong> a la adicción y pued<strong>en</strong> g<strong>en</strong>erar <strong>en</strong>fermedades y problemas sociales, como el tabaco, el licor y las<br />

apuestas. También se incluy<strong>en</strong> los bi<strong>en</strong>es con efectos ambi<strong>en</strong>tales negativos como los hidrocarburos y los<br />

vehículos. Los impuestos <strong>en</strong> estos casos buscan corregir las distorsiones g<strong>en</strong>eradas por las externalidades<br />

tratando que estas se reflej<strong>en</strong> <strong>en</strong> los costos privados. Las críticas a estos impuestos giran <strong>en</strong> torno a su<br />

efecto distorsionador de los precios relativos, al posible fom<strong>en</strong>to del comercio desleal (contrabando) y a un<br />

costo de administración que crece más que proporcional al aum<strong>en</strong>to del número de bi<strong>en</strong>es sujetos al<br />

impuesto y a su recaudación efectiva. Esto último aconseja a conc<strong>en</strong>trarse <strong>en</strong> pocos productos de fácil cobro.<br />

Los impuestos selectivos de consumo se aplican a productos importados (sobre el valor aduanero más los<br />

derechos de importación) o producidos localm<strong>en</strong>te (sobre el precio de v<strong>en</strong>ta al contado del fabricante) y<br />

utiliza tasas ad valorem que oscilan <strong>en</strong>tre 0% y 50%. Para su estimación se asignó la tasa vig<strong>en</strong>te <strong>en</strong> 1991<br />

como <strong>en</strong> el 2004 para cada mercancía incorporada <strong>en</strong> la EIH y el impuesto se calculó sobre la base del gasto<br />

neto de impuesto de v<strong>en</strong>tas (GN) y sigui<strong>en</strong>do el mismo procedimi<strong>en</strong>to de este. Estimado el impuesto por<br />

221


cada bi<strong>en</strong>, se agruparon <strong>en</strong> cuatros grupos: cigarrillos y tabaco, bebidas alcohólicas, bebidas no alcohólicas y<br />

combustibles.<br />

En el caso de los combustibles se calculó su incid<strong>en</strong>cia directa (compra de combustible) como indirecta<br />

(compra de bi<strong>en</strong>es o servicios int<strong>en</strong>sivos <strong>en</strong> combustible como el transporte público).<br />

- Combustibles<br />

El impacto del impuesto selectivo sobre los combustibles, suele ser muy difer<strong>en</strong>te según se considere<br />

solam<strong>en</strong>te el impacto directo (pago del impuesto selectivo por el combustible utilizado <strong>en</strong> el vehículo del<br />

hogar) o también los impactos indirectos (pago del impuesto selectivo por el combustible incorporado <strong>en</strong> el<br />

transporte de pasajeros consumidos por el hogar). La experi<strong>en</strong>cia indica que al considerar solam<strong>en</strong>te el<br />

impacto directo suele concluirse que el impuesto es fuertem<strong>en</strong>te progresivo mi<strong>en</strong>tras que al considerar,<br />

además, los impactos indirectos suele concluirse que el impuesto es regresivo.<br />

La progresividad y capacidad redistributiva del impuesto único a los combustibles se puede apreciar <strong>en</strong> el<br />

Cuadro 9. Si se considera solo la parte del impuesto que llega directam<strong>en</strong>te a los hogares a través de la<br />

compra de combustible, <strong>en</strong> el marco de la Ley 125/91, el impuesto es progresivo (el índice de Kakwani es<br />

positivo) aunque con una capacidad redistributiva marginal (R-S = 0,0004). Si bi<strong>en</strong> bajo las nuevas reglas<br />

tributarias del 2004 el impuesto no pierde su carácter progresivo (el índice de Kakwani sigue si<strong>en</strong>do positivo),<br />

su capacidad redistributiva se reduce aún más (R-S = 0,0003).<br />

Al considerar la posible incid<strong>en</strong>cia de la parte del impuesto que afecta por su traslado a los pasajes de<br />

transporte público, el impuesto que recae sobre esa parte se torna regresivo. Esto es válido para los dos<br />

regím<strong>en</strong>es analizados globalm<strong>en</strong>te, si<strong>en</strong>do el índice de Kakwani negativo e idéntico <strong>en</strong> ambos casos. Aún<br />

cuando, localm<strong>en</strong>te, la reforma tributaria del 2004 parece mejorar marginalm<strong>en</strong>te la situación de equidad de<br />

algunos deciles de ingresos, la capacidad redistributiva del impuesto <strong>en</strong> términos globales es negativa <strong>en</strong><br />

ambos regím<strong>en</strong>es, si bi<strong>en</strong> de manera muy limitada. Esto lo confirma el coefici<strong>en</strong>te de Gini de la distribución<br />

del ingreso, el cual no sufre prácticam<strong>en</strong>te variación antes como después de la aplicación de la política fiscal.<br />

El pequeño aum<strong>en</strong>to <strong>en</strong> dicho indicador confirma el increm<strong>en</strong>to marginal de la desigualdad.<br />

Cuadro 9<br />

222


- Otros bi<strong>en</strong>es (Cigarrillos, Bebidas alcohólicas y no alcohólicas)<br />

El resto de los impuestos selectivos al consumo se han agrupado <strong>en</strong> tres categorías: bebidas alcohólicas,<br />

bebidas no alcohólicas y cigarrillos. El impuesto por hogar se calculó producto por producto según su gasto y<br />

dep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>do de las tasas <strong>en</strong> cada uno de los regím<strong>en</strong>es tributarios analizados.<br />

El impuesto selectivo a los cigarrillos afecta <strong>en</strong> mayor medida a los hogares de ingresos m<strong>en</strong>ores qui<strong>en</strong>es<br />

<strong>en</strong>fr<strong>en</strong>tan tasas medias mayores. Esto puede comprobarse al analizar el cuasi Gini, el cual es el m<strong>en</strong>or de las<br />

tres categorías analizadas, lo que significa que su curva de conc<strong>en</strong>tración se aproxima a la curva de<br />

equidistribución y que el monto absoluto pagado de impuesto por cada estrato de ingreso es muy similar.<br />

También significa que la regresividad global es elevada <strong>en</strong> relación a las otras categorías lo que se refleja <strong>en</strong><br />

un índice de Kakwani de -0,2498. No obstante su limitado peso, pues su tasa media es del 0,07% y 0,10%<br />

respectivam<strong>en</strong>te, según se trate del régim<strong>en</strong> analizado, no provoca mayores cambios distributivos a pesar de<br />

ser altam<strong>en</strong>te regresivo con respecto a las otras categorías, lo que se evid<strong>en</strong>cia <strong>en</strong> un RS = -0,0001.<br />

Constituye <strong>en</strong> un impuesto con limitado impacto fiscal y alta regresividad relativa, pero pl<strong>en</strong>am<strong>en</strong>te justificado<br />

por la externalidad negativa asociada con el consumo del tabaco.<br />

Cuadro 10<br />

223


El impuesto selectivo a las bebidas alcohólicas ti<strong>en</strong>e un peso relativo limitado similar al del impuesto a los<br />

cigarrillos, con la difer<strong>en</strong>cia de que se tornan m<strong>en</strong>os regresivos. Al mirar las tasas medias se observa que<br />

esta regresividad no se reproduce a lo largo de la distribución del ingreso, afectando <strong>en</strong> mayor medida al<br />

primer decil. Este impuesto no provoca mayor cambio <strong>en</strong> el coefici<strong>en</strong>te de Gini de la distribución del<br />

bi<strong>en</strong>estar por lo que su capacidad redistributiva es prácticam<strong>en</strong>te nula. De nuevo, son las externalidades<br />

negativas asociadas a su consumo y su facilidad de recaudación lo que justifican su exist<strong>en</strong>cia.<br />

Por otro lado, el impuesto selectivo al consumo aplicado a las bebidas sin alcohol ti<strong>en</strong><strong>en</strong> un peso similar <strong>en</strong> el<br />

marco de la Ley 125/91 y resulta ap<strong>en</strong>as cerca de la mitad del anterior bajo la normativa de la Ley 2124/04,<br />

si<strong>en</strong>do <strong>en</strong> ambos casos regresivo (K < 0). Su capacidad redistributiva es prácticam<strong>en</strong>te nula con un RS que<br />

ti<strong>en</strong>de a cero.<br />

c) Gasto Social <strong>en</strong> Educación<br />

Por mandato constitucional el Estado es el <strong>en</strong>cargado de ofrecer la educación g<strong>en</strong>eral (preescolar, primaria y<br />

media), la cual es obligatoria hasta el nov<strong>en</strong>o grado (hasta el tercer ciclo), y gratuita. La educación<br />

preescolar compr<strong>en</strong>de al m<strong>en</strong>os un año que se imparte a la edad de cinco años. La educación primaria<br />

compr<strong>en</strong>de nueve años o tres ciclos de tres años cada uno, <strong>en</strong> tanto que la educación secundaria o media<br />

contempla un ciclo de tres años de carácter técnico. Estos servicios son ofrecidos por el Ministerio de<br />

Educación y Cultura (MEC).<br />

224


La educación universitaria está <strong>en</strong> manos públicas como privadas, éstas últimas de reci<strong>en</strong>te creación y<br />

m<strong>en</strong>or calidad que sus contrapartes estatales. D<strong>en</strong>tro de los servicios educativos de carácter superior se<br />

incluye también la formación profesional de las fuerzas públicas.<br />

El gasto del gobierno g<strong>en</strong>eral <strong>en</strong> servicios educativos se distribuye <strong>en</strong>tre los hogares con miembros que<br />

están asisti<strong>en</strong>do a las distintas modalidades o niveles a partir de un costo medio que se manti<strong>en</strong>e constante<br />

por modalidad o nivel educativo, de modo que se asigna la totalidad del gasto incurrido por el gobierno<br />

g<strong>en</strong>eral <strong>en</strong> estos servicios. Este gasto repres<strong>en</strong>tó cerca del 4% del PIB <strong>en</strong> el año 2001 y el Cuadro 11 ofrece<br />

un resum<strong>en</strong> sobre su progresividad y capacidad redistributiva.<br />

Cuadro 11<br />

Los servicios de educación primaria constituy<strong>en</strong> el programa más pro-pobre con el cuasi Gini negativo con<br />

mayor valor absoluto lo que implica automáticam<strong>en</strong>te que es progresivo relativo (K < 0) haci<strong>en</strong>do el análisis<br />

tanto desde el punto de vista de los ingresos como del consumo. Ello es así porque favorece marcadam<strong>en</strong>te<br />

a los hogares de m<strong>en</strong>ores ingresos que de paso cu<strong>en</strong>tan con mayor población <strong>en</strong> esos grupos de edad<br />

escolar. El gasto que llega al 40% más pobre, correspondi<strong>en</strong>te a los dos primeros deciles de ingresos,<br />

resulta 38 veces lo recibido por los dos deciles superiores <strong>en</strong> el caso de considerar el ingreso per cápita,<br />

si<strong>en</strong>do esta relación cercana a la mitad <strong>en</strong> el caso del consumo per cápita (16 veces lo recibido por los dos<br />

deciles superiores). Al ser el GPS <strong>en</strong> educación primaria y secundaria el que mayor cantidad de recursos<br />

moviliza es el que produce una mayor capacidad redistributiva, reduci<strong>en</strong>do el coefici<strong>en</strong>te de Gini de la<br />

distribución del ingreso <strong>en</strong> 1,9 puntos porc<strong>en</strong>tuales <strong>en</strong> el caso del ingreso equival<strong>en</strong>te y <strong>en</strong> 1,6 puntos<br />

porc<strong>en</strong>tuales <strong>en</strong> el caso del consumo.<br />

225


Estos resultados muestran que toda la educación g<strong>en</strong>eral o básica estatal, favorec<strong>en</strong> a los hogares <strong>en</strong> mayor<br />

proporción conforme m<strong>en</strong>or sea su ingreso (o consumo) y que el último decil casi no recibe GPS por estos<br />

programas, con una alta progresividad local. La educación g<strong>en</strong>eral <strong>en</strong> su conjunto se manti<strong>en</strong>e pro-pobre y<br />

es responsable de una reducción del coefici<strong>en</strong>te de Gini de la distribución del ingreso <strong>en</strong> torno a los 1,8<br />

puntos porc<strong>en</strong>tuales <strong>en</strong> el caso del ingreso y 1,5 puntos porc<strong>en</strong>tuales <strong>en</strong> el caso del consumo.<br />

La educación superior y universitaria muestra una curva de conc<strong>en</strong>tración que se ubica por debajo de la<br />

diagonal (CG positivo y alto). El índice de Kakwani se manti<strong>en</strong>e por debajo de cero (progresivo relativo) y<br />

con escasa capacidad redistributiva casi nula pero positiva tanto desde el punto de vista del ingreso como del<br />

consumo.<br />

d) Gasto Social <strong>en</strong> Salud<br />

Globalm<strong>en</strong>te, los servicios de salud <strong>en</strong> su conjunto se manti<strong>en</strong><strong>en</strong> como programas pro-pobre, con una<br />

progresividad local (tasa media decreci<strong>en</strong>te) y relativa (K


e) Gasto Social <strong>en</strong> P<strong>en</strong>siones<br />

Las transfer<strong>en</strong>cias producto de los sistemas de p<strong>en</strong>siones contributivas repres<strong>en</strong>taban cerca del 3,3% del<br />

PIB <strong>en</strong> el año 2001. D<strong>en</strong>tro de estos sistemas, existe uno de carácter público aunque administra cotizaciones<br />

público-privada, d<strong>en</strong>ominado Instituto de Previsión Social (IPS) que convive con un conjunto de regím<strong>en</strong>es<br />

especiales con cargo al presupuesto nacional o del gobierno c<strong>en</strong>tral y agrupadas <strong>en</strong> la d<strong>en</strong>ominada Caja<br />

<strong>Fiscal</strong>, al cual pert<strong>en</strong>ec<strong>en</strong> <strong>en</strong>tre otros, funcionarios públicos, doc<strong>en</strong>tes, policías y militares.<br />

De manera g<strong>en</strong>eral los programas de p<strong>en</strong>siones contributivas, pres<strong>en</strong>tan curvas de conc<strong>en</strong>tración por debajo<br />

de la diagonal (cuasi Gini positivo) de modo que no son pro-pobres, si<strong>en</strong>do mayor la conc<strong>en</strong>tración <strong>en</strong> el caso<br />

de los ingresos que del consumo. En el caso de la Caja <strong>Fiscal</strong>, régim<strong>en</strong> a cargo del presupuesto nacional,<br />

resulta no solo pro-rico sino además ti<strong>en</strong>e carácter regresivo relativo (K>0), esto es, se distribuye más<br />

desigual que el ingreso. Así mismo, no ti<strong>en</strong>e una fuerte capacidad redistributiva (R-S positivo pero cercano a<br />

cero).<br />

Cuadro 13<br />

227


Análisis de los efectos de la Política <strong>Fiscal</strong><br />

I. Ingresos y/o Consumo de las familias antes de la Política <strong>Fiscal</strong><br />

Realizar un análisis de los ingresos de las familias antes de la política fiscal nos da una idea de la<br />

importancia que ti<strong>en</strong>e la acción estatal con la finalidad de dar soluciones efectivas a fin de disminuir la mala<br />

distribución de los recursos, así como la asignación de los mismos.<br />

Del análisis realizado, y por el lado del gasto, podemos resaltar que las políticas sociales por el lado del gasto<br />

público no han sido objeto de una priorización adecuada y por tanto no han ido <strong>en</strong> línea con los objetivos de<br />

la reducción de la pobreza, tanto rural como urbana.<br />

Por otra parte, también es relevante m<strong>en</strong>cionar que las cu<strong>en</strong>tas públicas no han t<strong>en</strong>ido la mejor performance<br />

al mom<strong>en</strong>to de la realización de la EIH, y <strong>en</strong> ese s<strong>en</strong>tido la gestión pública ha implicado a su vez un<br />

empeorami<strong>en</strong>to hasta el año 2004, aproximadam<strong>en</strong>te, periodo a partir del cual se observa un mejorami<strong>en</strong>to<br />

<strong>en</strong> los ingresos y los que se traduc<strong>en</strong> a su vez <strong>en</strong> un mayor gasto social, aunque quizás aún con el déficit de<br />

calidad del mismo. Muchas veces la mayor asignación presupuestaria implico prefer<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te el<br />

mejorami<strong>en</strong>to salarial así como mayores contrataciones <strong>en</strong> los sectores involucrados (salud y educación,<br />

principalm<strong>en</strong>te) así como ha surgido una nueva partida a partir del año 2005, d<strong>en</strong>ominada Transfer<strong>en</strong>cias<br />

Monetarias Condicionadas [a sanitación y educación de los niños] a personas <strong>en</strong> extrema pobreza, con lo<br />

cual los resultados probablem<strong>en</strong>te se podrán observar luego de realizar una nueva muestra y luego de cierto<br />

años de vig<strong>en</strong>cia de la política estatal de priorización del gasto público social.<br />

Con relación a los ingresos, es de m<strong>en</strong>cionar que g<strong>en</strong>eralm<strong>en</strong>te <strong>en</strong> el diseño del régim<strong>en</strong> tributario, no se ha<br />

priorizado como objetivo la redistribución de la r<strong>en</strong>ta y la riqueza a través del sistema impositivo. Con la<br />

aprobación de la Ley 2421 <strong>en</strong> el año 2004, hubieron int<strong>en</strong>tos superficiales de lograr una mayor equidad, los<br />

que podrían considerarse como estériles ante la no vig<strong>en</strong>cia del Impuesto a la R<strong>en</strong>ta Personal [luego de 6<br />

años de su aprobación y con 2 susp<strong>en</strong>siones y una 3ª <strong>en</strong> proceso de aprobación], <strong>en</strong> tanto que la aplicación<br />

del IVA difer<strong>en</strong>ciado (5% vs. 10%) para determinados ítems de la canasta familiar así como la reducción del<br />

Impuesto Selectivo al Consumo sobre la bebidas no alcohólicas (del 8% al 5%), se podría decir que pocos<br />

efectos ha surtido <strong>en</strong> lograr una m<strong>en</strong>or regresividad de este impuesto.<br />

II. Bi<strong>en</strong>estar de las familias después de la política fiscal<br />

Efectos del Impuesto al Valor Agregado<br />

Considerando el ingreso per cápita, el IVA aparece como regresivo pues la tasa media del impuesto se<br />

reduce casi sistemáticam<strong>en</strong>te conforme se pasa a estratos de ingresos superiores. Considerando los<br />

regím<strong>en</strong>es tributarios, la reforma tributaria del 2004 parece no haber reducido el efecto regresivo del<br />

228


impuesto, antes bi<strong>en</strong> la tasa relativa se increm<strong>en</strong>tó <strong>en</strong> todos los deciles, si bi<strong>en</strong> el efecto sería levem<strong>en</strong>te<br />

superior <strong>en</strong> los deciles de los hogares más ricos.<br />

La regresividad del impuesto, <strong>en</strong> ambos regím<strong>en</strong>es, se comprueba al considerar el cuasi Gini del impuesto<br />

(0,4408 y 0,4504 respectivam<strong>en</strong>te) así como el índice de Kakwani negativo creci<strong>en</strong>te (-0,1170 y -0,1075) lo<br />

cual implica que el impuesto ha contribuido a aum<strong>en</strong>tar la desigualdad <strong>en</strong> la distribución del ingreso.<br />

Aún cuando el IVA sea, desde este punto de vista global y localm<strong>en</strong>te un impuesto regresivo, su capacidad<br />

redistributiva es limitada pues solo aum<strong>en</strong>ta el coefici<strong>en</strong>te de Gini de la distribución del ingreso equival<strong>en</strong>te<br />

descontado el impuesto <strong>en</strong> cerca de cinco décimos del uno por ci<strong>en</strong>to (-0,0052 y -0,0054 respectivam<strong>en</strong>te)<br />

de acuerdo a lo indica el índice de Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky.<br />

Al considerar el consumo per cápita de los hogares, el impuesto sobre las v<strong>en</strong>tas se vuelve progresivo<br />

aunque manti<strong>en</strong>e una limitada capacidad redistributiva. Esta progresividad se logra porque el consumo se<br />

distribuye de modo m<strong>en</strong>os desigual que el ingreso (el coefici<strong>en</strong>te de Gini antes de la política fiscal se reduce<br />

casi doce puntos porc<strong>en</strong>tuales) y el impuesto se distribuye más desigual que cuando se considera el ingreso<br />

(el cuasi Gini del impuesto es mayor <strong>en</strong> siete puntos porc<strong>en</strong>tuales). Ello g<strong>en</strong>era un índice de Kakwani<br />

positivo (0,0672 y 0,0712 respectivam<strong>en</strong>te) lo que corrobora su progresividad. Esto se traduce <strong>en</strong> una<br />

capacidad redistributiva positiva al reducir el coefici<strong>en</strong>te de Gini del consumo, <strong>en</strong> alrededor de tres décimos<br />

del uno por ci<strong>en</strong>to (RS = 0,0032) <strong>en</strong> el caso de la Ley 125/91 y <strong>en</strong> cerca de cuatro décimos del uno por ci<strong>en</strong>to<br />

(RS = 0,0039) <strong>en</strong> el caso de la Ley 2421/04.<br />

Efectos del Impuesto Selectivo al Consumo (ISC)<br />

En el caso de los Combustibles, si se considera solo la parte del impuesto que llega directam<strong>en</strong>te a los<br />

hogares a través de la compra de combustible, <strong>en</strong> el marco de la Ley 125/91, el impuesto es progresivo (el<br />

índice de Kakwani es positivo) aunque con una capacidad redistributiva marginal (R-S = 0,0004). Si bi<strong>en</strong> bajo<br />

las nuevas reglas tributarias del 2004 el impuesto no pierde su carácter progresivo (el índice de Kakwani<br />

sigue si<strong>en</strong>do positivo), su capacidad redistributiva se reduce aún más (R-S = 0,0003).<br />

Al considerar la posible incid<strong>en</strong>cia de la parte del impuesto que afecta por su traslado a los pasajes de<br />

transporte público, el impuesto que recae sobre esa parte se torna regresivo. Esto es válido para los dos<br />

regím<strong>en</strong>es analizados globalm<strong>en</strong>te, si<strong>en</strong>do el índice de Kakwani negativo e idéntico <strong>en</strong> ambos casos. Aún<br />

cuando, localm<strong>en</strong>te, la reforma tributaria del 2004 parece mejorar marginalm<strong>en</strong>te la situación de equidad de<br />

algunos deciles de ingresos, la capacidad redistributiva del impuesto <strong>en</strong> términos globales es negativa <strong>en</strong><br />

ambos regím<strong>en</strong>es, si bi<strong>en</strong> de manera muy limitada. Esto lo confirma el coefici<strong>en</strong>te de Gini de la distribución<br />

del ingreso, el cual no sufre prácticam<strong>en</strong>te variación antes como después de la aplicación de la política fiscal.<br />

El pequeño aum<strong>en</strong>to <strong>en</strong> dicho indicador confirma el increm<strong>en</strong>to marginal de la desigualdad.<br />

229


El impuesto selectivo a los cigarrillos afecta <strong>en</strong> mayor medida a los hogares de ingresos m<strong>en</strong>ores qui<strong>en</strong>es<br />

<strong>en</strong>fr<strong>en</strong>tan tasas medias mayores. El cuasi Gini es m<strong>en</strong>or al pres<strong>en</strong>tado por las bebidas alcohólicas y no<br />

alcohólicas y pres<strong>en</strong>ta una regresividad global es elevada con un índice de Kakwani de -0,2498. No obstante<br />

su limitado peso, pues su tasa media es del 0,07% y 0,10% respectivam<strong>en</strong>te, según los regím<strong>en</strong>es tributarios<br />

analizados, no provoca mayores cambios distributivos a pesar de ser altam<strong>en</strong>te regresivo con respecto a las<br />

otras categorías, lo que se evid<strong>en</strong>cia <strong>en</strong> un RS = -0,0001. Constituye <strong>en</strong> un impuesto con limitado impacto<br />

fiscal y alta regresividad relativa, pero pl<strong>en</strong>am<strong>en</strong>te justificado por la externalidad negativa asociada con el<br />

consumo del tabaco.<br />

El impuesto selectivo a las bebidas alcohólicas ti<strong>en</strong>e un peso relativo limitado similar al del impuesto a los<br />

cigarrillos, con la difer<strong>en</strong>cia de que se torna m<strong>en</strong>os regresivo. Esta regresividad no se reproduce a lo largo<br />

de la distribución del ingreso, afectando <strong>en</strong> mayor medida al primer decil. Este impuesto no provoca mayor<br />

cambio <strong>en</strong> el coefici<strong>en</strong>te de Gini de la distribución del bi<strong>en</strong>estar por lo que su capacidad redistributiva es<br />

prácticam<strong>en</strong>te nula. De nuevo, son las externalidades negativas asociadas a su consumo y su facilidad de<br />

recaudación lo que justifican su exist<strong>en</strong>cia.<br />

Por otro lado, el impuesto selectivo al consumo aplicado a las bebidas sin alcohol ti<strong>en</strong><strong>en</strong> un peso similar <strong>en</strong> el<br />

marco de la Ley 125/91 y resulta ap<strong>en</strong>as cerca de la mitad del anterior bajo la normativa de la Ley 2124/04,<br />

si<strong>en</strong>do <strong>en</strong> ambos casos regresivo (K < 0). Su capacidad redistributiva es prácticam<strong>en</strong>te nula con un RS que<br />

ti<strong>en</strong>de a cero.<br />

Efectos del Gasto Social <strong>en</strong> Educación<br />

El gasto social destinado a la educación primaria-secundaria, <strong>en</strong> relación a la destinada a la superior-<br />

universitaria constituye el programa más pro-pobre con el cuasi Gini negativo con mayor valor absoluto lo que<br />

implica automáticam<strong>en</strong>te que es progresivo relativo (K < 0) haci<strong>en</strong>do el análisis tanto desde el punto de vista<br />

de los ingresos como del consumo. Ello es así porque favorece marcadam<strong>en</strong>te a los hogares de m<strong>en</strong>ores<br />

ingresos que de paso cu<strong>en</strong>tan con mayor población <strong>en</strong> esos grupos de edad escolar. El gasto que llega al<br />

40% más pobre, correspondi<strong>en</strong>te a los dos primeros deciles de ingresos, resulta 38 veces lo recibido por los<br />

dos deciles superiores <strong>en</strong> el caso de considerar el ingreso per cápita, si<strong>en</strong>do esta relación cercana a la mitad<br />

<strong>en</strong> el caso del consumo per cápita (16 veces lo recibido por los dos deciles superiores). Al ser el GPS <strong>en</strong><br />

educación primaria y secundaria el que mayor cantidad de recursos moviliza es el que produce una mayor<br />

capacidad redistributiva, reduci<strong>en</strong>do el coefici<strong>en</strong>te de Gini de la distribución del ingreso <strong>en</strong> 1,9 puntos<br />

porc<strong>en</strong>tuales <strong>en</strong> el caso del ingreso equival<strong>en</strong>te y <strong>en</strong> 1,6 puntos porc<strong>en</strong>tuales <strong>en</strong> el caso del consumo.<br />

Estos resultados demuestran que toda la educación g<strong>en</strong>eral o básica estatal, favorec<strong>en</strong> a los hogares <strong>en</strong><br />

mayor proporción conforme m<strong>en</strong>or sea su ingreso (o consumo) y que el último decil casi no recibe GPS por<br />

estos programas, con una alta progresividad local. La educación g<strong>en</strong>eral <strong>en</strong> su conjunto se manti<strong>en</strong>e pro-<br />

pobre y es responsable de una reducción del coefici<strong>en</strong>te de Gini de la distribución del ingreso <strong>en</strong> torno a los<br />

1,8 puntos porc<strong>en</strong>tuales <strong>en</strong> el caso del ingreso y 1,5 puntos porc<strong>en</strong>tuales <strong>en</strong> el caso del consumo.<br />

230


La educación superior y universitaria muestra una curva de conc<strong>en</strong>tración que se ubica por debajo de la<br />

diagonal (CG positivo y alto). El índice de Kakwani se manti<strong>en</strong>e por debajo de cero (progresivo relativo) y<br />

con escasa capacidad redistributiva casi nula pero positiva tanto desde el punto de vista del ingreso como del<br />

consumo.<br />

Efectos del Gasto Social <strong>en</strong> Salud<br />

Globalm<strong>en</strong>te, los servicios de salud <strong>en</strong> su conjunto se manti<strong>en</strong><strong>en</strong> como programas pro-pobre, con una<br />

progresividad local (tasa media decreci<strong>en</strong>te) y relativa (K0), esto es, se distribuye más<br />

desigual que el ingreso. Así mismo, no ti<strong>en</strong>e una fuerte capacidad redistributiva (R-S positivo pero cercano a<br />

cero).<br />

231


CONCLUSIONES<br />

1. El <strong>Paraguay</strong> es uno de los países más pequeños y con mayor desigualdad <strong>en</strong> Sudamérica y que <strong>en</strong> los<br />

últimos años del nuevo mil<strong>en</strong>io ha visto reverdecer la pobreza sin que se haya visualizado una verdadera<br />

y efectiva pres<strong>en</strong>cia del Estado, a través de sus políticas y/o de su accionar.<br />

2. Las políticas públicas que han sido priorizadas han buscado reord<strong>en</strong>ar e institucionalizar el accionar del<br />

Estado <strong>en</strong> los últimos casi 20 años, pero muchos de los int<strong>en</strong>tos aún sigu<strong>en</strong> si<strong>en</strong>do el reflejo de las<br />

decisiones individuales y que no necesariam<strong>en</strong>te son seguidas y fortalecidas <strong>en</strong> los procesos de<br />

transición de un gobierno a otro, situación verificada <strong>en</strong> el l<strong>en</strong>to proceso de transición hacia la<br />

democracia.<br />

3. El régim<strong>en</strong> tributario del año 1992 (Ley 125) s<strong>en</strong>tó las bases para una nueva relación <strong>en</strong>tre los ag<strong>en</strong>tes<br />

público y privado pero sus efectos fueron diluyéndose <strong>en</strong> la medida que se avanzaba y llegaba al nuevo<br />

mil<strong>en</strong>io. Las bases de la discusión de las modificaciones al sistema impositivo (Ley 2421/2004) giraron <strong>en</strong><br />

torno a una mayor justicia y equidad <strong>en</strong> la tributación de modo a ampliar la base imponible [<strong>en</strong> número de<br />

contribuy<strong>en</strong>tes y hechos imponibles], pero poco o nada <strong>en</strong> el objetivo de una mejor asignación de los<br />

recursos y/o <strong>en</strong> mejorar la distribución de la r<strong>en</strong>ta y la riqueza.<br />

4. Una evaluación ex post de la Ley 2421/2004, que modificó y amplió la Ley 125/1991, da muestras claras<br />

que el objetivo fiscal <strong>en</strong> la modificación de la norma tributaria no fue la de avanzar <strong>en</strong> una mayor at<strong>en</strong>ción<br />

hacia los más necesitados a través del instrum<strong>en</strong>to de la política fiscal que es el régim<strong>en</strong> tributario. El<br />

análisis de los gastos <strong>en</strong> consumo de los hogares con la Ley 125/1991 y con la Ley 2421, luego del<br />

análisis del IVA y del ISC aplicado sobre todos los bi<strong>en</strong>es afectados, no han sufrido grandes variaciones,<br />

conforme a los Índices de Kakwani y Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky.<br />

5. La falta de vig<strong>en</strong>cia efectiva del IRP poco ha ayudado para s<strong>en</strong>tar las bases de una mayor equidad <strong>en</strong> el<br />

régim<strong>en</strong> tributario del <strong>Paraguay</strong> y las señales recibidas dan poca certeza de que se pueda t<strong>en</strong>er <strong>en</strong><br />

vig<strong>en</strong>cia este impuesto <strong>en</strong> el PRY, con lo cual seguirá postergándose el cumplimi<strong>en</strong>to pl<strong>en</strong>o de uno de<br />

los principios de la imposición que es la EQUIDAD.<br />

6. Las políticas por el lado del gasto público han sido ineficaces <strong>en</strong> avanzar decididam<strong>en</strong>te <strong>en</strong> la priorización<br />

del gasto social a fin de mitigar la pobreza, lograr una mejor asignación de los recursos productivos y por<br />

sobre todo influir decididam<strong>en</strong>te <strong>en</strong> la redistribución de la r<strong>en</strong>ta y la riqueza.<br />

7. La mayor priorización del gasto social, sin un ajuste y/o mayor efici<strong>en</strong>cia por parte de la gestión de<br />

Estado, así como sin una efectividad del GPS por lo m<strong>en</strong>os mínima, no si<strong>en</strong>ta las bases para compr<strong>en</strong>der<br />

cuales son los verdaderos objetivos buscados y esperados desde el Estado para los más desprotegidos.<br />

232


8. El GPS <strong>en</strong> educación luego de la interv<strong>en</strong>ción del Estado ti<strong>en</strong>e una ori<strong>en</strong>tación pro-pobres lo cual indica<br />

que va <strong>en</strong> la dirección correcta, aunque lo relevante será evaluar la calidad de este gasto a largo plazo.<br />

Los esfuerzos <strong>en</strong> los últimos años han ido <strong>en</strong> la búsqueda de una mayor cobertura <strong>en</strong> la educación inicial<br />

y primaria, aunque el déficit observado aún sigue si<strong>en</strong>do la ret<strong>en</strong>ción escolar, así como la efectiva<br />

culminación de la educación media (formación técnica). Por su parte, la educación universitaria es<br />

regresiva, es decir, b<strong>en</strong>eficia <strong>en</strong> mayor medida a los deciles con mayores ingresos que a aquellos con<br />

m<strong>en</strong>ores.<br />

9. El GPS <strong>en</strong> salud, al igual que la educación, ti<strong>en</strong>e una ori<strong>en</strong>tación hacia los más desprotegidos y se puede<br />

indicar que avanzar efectivam<strong>en</strong>te <strong>en</strong> estos programas se traducirán <strong>en</strong> mayores b<strong>en</strong>eficios para los<br />

colectivos con m<strong>en</strong>ores ingresos.<br />

10. Queda sufici<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te claro que por razones redistributivas se debe de avanzar decididam<strong>en</strong>te <strong>en</strong><br />

destinar mayores recursos hacía este sector, así como <strong>en</strong> la educación, puesto que con sanidad y<br />

educación se ti<strong>en</strong>e r<strong>en</strong>ta y con r<strong>en</strong>ta se ti<strong>en</strong>e sanidad y educación, por tanto bajo el argum<strong>en</strong>to de la<br />

equidad justifica la provisión pública de los servicios médicos y educativos.<br />

11. El GPS <strong>en</strong> p<strong>en</strong>siones, a difer<strong>en</strong>cia de educación y salud, no ti<strong>en</strong>e una ori<strong>en</strong>tación hacia los más pobres,<br />

sino que todo lo contrario. Esta situación es consist<strong>en</strong>te con la baja cobertura de la seguridad social <strong>en</strong> el<br />

PRY [14,6% de la población económicam<strong>en</strong>te activa -PEA- o 7% de la población total es aportante o<br />

cotiza <strong>en</strong> algún tipo de <strong>en</strong>tidad de seguridad social], dado que qui<strong>en</strong>es aportan g<strong>en</strong>eralm<strong>en</strong>te se<br />

<strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tran d<strong>en</strong>tro de los deciles que cu<strong>en</strong>tan con ingresos perman<strong>en</strong>tes, con lo cual los b<strong>en</strong>eficios van<br />

de vuelta hacia este colectivo. Los int<strong>en</strong>tos de favorecer a los desprotegidos hasta el mom<strong>en</strong>to se puede<br />

considerar nulos o ineficaces, dado que no se cu<strong>en</strong>tan con reglas claras para lograr una mayor<br />

profundidad de la seguridad social -para que abarque a una mayoría de la PEA, por ejemplo- o para<br />

dotar a las personas con más de 60 años de edad de una p<strong>en</strong>sión mínima [la ley aprobada por el cual se<br />

otorga p<strong>en</strong>siones no contributivas a las personas mayores de 60 años de edad no se ha implem<strong>en</strong>tado<br />

por falta de recursos financieros] aún sigue <strong>en</strong> la dulce espera.<br />

12. La política fiscal, <strong>en</strong> el período analizado, ha sido ineficaz para dotar de mayores ingresos y/o capacidad<br />

de consumo a las familias de escasos recursos o <strong>en</strong> situación de pobreza con lo cual se requiere de un<br />

diseño de políticas públicas que logr<strong>en</strong> el justo equilibrio <strong>en</strong>tre lo económico y social, es decir, que no se<br />

privilegie lo social <strong>en</strong> detrim<strong>en</strong>to de lo económico, dado que eso puede implicar la inviabilidad de la<br />

política social <strong>en</strong> el largo plazo.<br />

13. No hay que olvidar que el sistema tributario es “uno” de los elem<strong>en</strong>tos empleado por el Sector Público<br />

para el logro del objetivo de la redistribución, y que actúa conjuntam<strong>en</strong>te con el gasto social, las<br />

transfer<strong>en</strong>cias, las políticas de r<strong>en</strong>tas, la regulación <strong>en</strong> materia de derechos de propiedad y de la<br />

compet<strong>en</strong>cia.<br />

233


ANEXOS<br />

ABREVIATURAS<br />

PRY República del <strong>Paraguay</strong><br />

BCP Banco C<strong>en</strong>tral del <strong>Paraguay</strong><br />

MH Ministerio de Haci<strong>en</strong>da<br />

DGEEC Dirección G<strong>en</strong>eral de Estadísticas, Encuestas y C<strong>en</strong>sos<br />

BID Banco Interamericano de Desarrollo<br />

MEC Ministerio de Educación y Culto<br />

MSPBS Ministerio de Salud Pública y Bi<strong>en</strong>estar Social<br />

IPS Instituto de Previsión Social<br />

CF Caja <strong>Fiscal</strong> del Ministerio de Haci<strong>en</strong>da<br />

SMM Salarios Mínimos M<strong>en</strong>suales<br />

EIH Encuesta Integrada de Hogares<br />

UPM Unidad de Primera Etapa<br />

IRP Impuesto a la R<strong>en</strong>ta Personal<br />

IVA Impuesto al Valor Agregado<br />

ISC Impuesto Selectivo al Consumo<br />

ICEx Impuestos al Comercio Exterior (Gravam<strong>en</strong> Aduanero)<br />

SAECAS Sociedades Anónimas Emisoras de Capital Abierto<br />

GT Gasto Total Incurrido<br />

GN Gasto Neto de Impuestos<br />

GPS Gasto Público Social<br />

CG Coefici<strong>en</strong>te de Gini<br />

K Índice de Kakwani<br />

R-S Índice de Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky<br />

PIB Producto Interno Bruto<br />

IPC Índice de Precios al Consumidor<br />

G. Guaraní (Unidad monetaria local)<br />

US$ Dólar de los EUA<br />

Has Hectáreas<br />

234


CUADRO 1<br />

235


CUADRO 2<br />

236


CUADRO 3<br />

CUADRO 4<br />

237


CUADRO 5<br />

CUADRO 6<br />

238


CUADRO 7<br />

239


URUGUAY Junio 2010<br />

<strong>Equidad</strong> <strong>Fiscal</strong> <strong>en</strong> <strong>Uruguay</strong><br />

Cuánto y cómo modifica el Estado el bi<strong>en</strong>estar de los uruguayos<br />

El impacto conjunto de los Impuestos y el Gasto Público Social <strong>en</strong> la Distribución del Ingreso<br />

240<br />

Jerónimo Roca


INDICE<br />

I. Introducción………………………………………………………………………………………………………...243<br />

II. La distribución del ingreso antes de la política fiscal………………………………………………………245<br />

1. Observaciones previas……………………………………………………………………………………245<br />

2. La distribución del ingreso antes de la Política <strong>Fiscal</strong>…………………………………………………247<br />

III. Progresividad e impacto redistributivo del sistema tributario……………………………………..…….248<br />

1. Impuesto al Valor Agregado (IVA)……………………………………………………………………….250<br />

2. Impuesto Específico Interno (IMESI)…………………………………………………………………….253<br />

2.1. IMESI Bebidas……………………………………………………………………………...…..253<br />

2.2. IMESI sobre Tabacos y Cigarrillos……………………………………………………...……258<br />

2.3. IMESI sobre Combustibles……………………………………………………………………259<br />

3. Impuesto sobre la R<strong>en</strong>ta Personal………………………………………………………………………261<br />

III. Progresividad e impacto redistributivo del gasto público social………………………………………..264<br />

1. Observaciones preliminares………………………………………………………………………………264<br />

2. Gasto Público <strong>en</strong> Educación Pre-Escolar y Primaria…………………………………………………..266<br />

3. Gasto Público <strong>en</strong> Educación Secundaria……………………………………………………………….267<br />

4. Gasto Público <strong>en</strong> Educación Terciaria…………………………………………………………………..269<br />

5. Gasto Público <strong>en</strong> Salud…………………………………………………………………………………...270<br />

6. Jubilaciones y P<strong>en</strong>siones…………………………………………………………………………………271<br />

7. Seguro de Desempleo…………………………………………………………………………………….271<br />

8. Subsidio por Enfermedad…………………………………………………………………………………273<br />

241


9. Asignaciones Familiares………………………………………………………………………………..…274<br />

10. Ingreso Ciudadano (PANES)……………………………………………………………………………276<br />

11. Tarjeta Alim<strong>en</strong>taria (PANES)……………………………………………………………………………277<br />

12. Alim<strong>en</strong>tos Gratis………………………………………………………………………………………….278<br />

IV. Impacto conjunto del sistema tributario y el gasto público social………………………………………280<br />

1. El impacto del Sistema Tributario <strong>en</strong> la Distribución del Ingreso…………………………………… 280<br />

2. El impacto del Gasto Público Social <strong>en</strong> la Distribución del Ingreso………………………………….282<br />

3. El impacto conjunto del Sistema Tributario y del Gasto Público Social <strong>en</strong> la Distribución del<br />

Ingreso...............................................................................................................................................283<br />

Refer<strong>en</strong>cias Bibliográficas ....................................................................................................................... ...285<br />

Anexo I – Consideraciones Metodológicas.....................................................................................................287<br />

Anexo II – Sobre el sistea tributario …………………………………………………………………………...….. 295<br />

Anexo III – Sobre el gasto público social ………………………………………………………………………… 297<br />

242


I. INTRODUCCIÓN<br />

Los modelos de microsimulación de impuestos y prestaciones de la OCDE –más frecu<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te llamados<br />

modelos tax-b<strong>en</strong>efit- ti<strong>en</strong><strong>en</strong>, <strong>en</strong>tre otros objetivos, evaluar el efecto de la política fiscal sobre el bi<strong>en</strong>estar de<br />

los individuos. Para la OCDE, dos ejemplos muestran claram<strong>en</strong>te la necesidad de considerar conjuntam<strong>en</strong>te<br />

impuestos y transfer<strong>en</strong>cias (gasto público social) para evaluar el efecto final de la política fiscal: (i) las<br />

transfer<strong>en</strong>cias sociales están sometidas a impuestos <strong>en</strong> algunos países y (ii) muchas de las prestaciones se<br />

otorgan a través de reducciones <strong>en</strong> la base imponible o deducciones <strong>en</strong> la cuota del impuesto a la r<strong>en</strong>ta<br />

personal (gasto tributario). 69<br />

Los modelos tax-b<strong>en</strong>efit simulan los efectos de impuestos y transfer<strong>en</strong>cias sobre el ingreso familiar. Calculan,<br />

aplicando la normativa de cada país, los impuestos directos pagados, las prestaciones sociales recibidas y el<br />

ingreso neto final. Los impuestos g<strong>en</strong>eralm<strong>en</strong>te considerados son el impuesto a la r<strong>en</strong>ta personal y las<br />

contribuciones de los trabajadores a la Seguridad Social. D<strong>en</strong>tro de las prestaciones, las transfer<strong>en</strong>cias<br />

monetarias que ati<strong>en</strong>d<strong>en</strong> situaciones de desempleo son las más importantes (prestaciones contributivas y<br />

asist<strong>en</strong>ciales por desempleo).<br />

La realidad de los países <strong>en</strong> vías de desarrollo, como <strong>Uruguay</strong>, con alta participación de la tributación<br />

indirecta, de transfer<strong>en</strong>cias no monetarias y de transfer<strong>en</strong>cias monetarias no contributivas –asist<strong>en</strong>cia social-,<br />

hace obligatorio un tratami<strong>en</strong>to más compreh<strong>en</strong>sivo. En concreto, a efectos de determinar el impacto de la<br />

política fiscal <strong>en</strong> la distribución del ingreso se impone la consideración conjunta de todo el sistema tributario -<br />

al m<strong>en</strong>os de aquellos impuestos para los cuales existe amplio cons<strong>en</strong>so respecto a su incid<strong>en</strong>cia- y del gasto<br />

público social –pues no exist<strong>en</strong> criterios teóricos ni información disponible para asignar todo el gasto público,<br />

<strong>en</strong> especial el gasto <strong>en</strong> justicia, <strong>en</strong> def<strong>en</strong>sa, etc.<br />

No existe ningún estudio que haya analizado <strong>en</strong> <strong>Uruguay</strong> el impacto conjunto del sistema tributario y el gasto<br />

público social <strong>en</strong> la distribución del ingreso. En efecto, hay algunos trabajos que han considerado el impacto<br />

del sistema tributario y, por otro lado, sigui<strong>en</strong>do metodologías no necesariam<strong>en</strong>te coher<strong>en</strong>tes, otros trabajos<br />

han considerado el impacto del gasto público social. Por tanto, resulta relevante conocer cómo el Estado<br />

uruguayo, a través de sus políticas tributaria y de gasto público social conjuntam<strong>en</strong>te consideradas, modifica<br />

la distribución del bi<strong>en</strong>estar.<br />

69 Ejemplos citados por Urbanos y Utrilla (2001).<br />

243


Si se adopta como indicador de bi<strong>en</strong>estar el ingreso de las familias, el primer paso para medir el impacto<br />

redistributivo de la política fiscal consiste <strong>en</strong> determinar cuál es la distribución de dicho ingreso antes de la<br />

acción de la política fiscal. A posteriori, una vez definida la incid<strong>en</strong>cia conjunta de la política tributaria y la de<br />

gasto público social, por comparación <strong>en</strong>tre la situación ex ante (sin política fiscal) y ex post (con política<br />

fiscal), se determina si dicha política resulta regresiva o progresiva y se estima su impacto redistributivo.<br />

En el pres<strong>en</strong>te trabajo, este análisis se ha realizado a través de un ejercicio de microsimulación, estático y sin<br />

comportami<strong>en</strong>to 70 , realizado sobre los microdatos de la Encuesta de Gasto e Ingreso de los Hogares 2005-<br />

2006 (de aquí <strong>en</strong> adelante, para simplificar, EGIH).<br />

70 Al respecto, véase el Anexo Metodológico.<br />

244


II. LA DISTRIBUCIÓN DEL INGRESO ANTES DE LA POLÍTICA FISCAL<br />

1. Observaciones previas<br />

1.1. Ingreso antes de la Política <strong>Fiscal</strong> - Si se adopta como indicador de bi<strong>en</strong>estar el ingreso de las familias,<br />

el primer paso para medir el impacto distributivo de la política fiscal consiste <strong>en</strong> determinar cuál es la<br />

distribución de dicho ingreso antes de la acción de la política fiscal. A posteriori, una vez definida la incid<strong>en</strong>cia<br />

conjunta de la política tributaria y la de Gasto Público Social, por comparación <strong>en</strong>tre la situación ex ante (sin<br />

política fiscal) y ex post (con política fiscal), se determina si dicha política resulta progresiva o regresiva y se<br />

estima su impacto redistributivo o conc<strong>en</strong>trador.<br />

En el Anexo Metodológico se explican los procedimi<strong>en</strong>tos seguidos para definir el ingreso pre-fiscal. Aún así,<br />

se considera necesario adelantar aquí dos observaciones:<br />

a) La EGIH informa el ingreso líquido, neto de las contribuciones a la Seguridad Social, pero el ingreso pre-<br />

política fiscal es el ingreso bruto. Por tanto, corresponde realizar el proceso de elevación del ingreso neto a<br />

líquido (gross up), lo que efectivam<strong>en</strong>te se hizo <strong>en</strong> este trabajo.<br />

b) La evaluación del impacto distributivo de las p<strong>en</strong>siones, cuyo efecto neto se verifica a lo largo del ciclo de<br />

vida, introduce problemas <strong>en</strong> un <strong>en</strong>foque anual como el que aquí se ha realizado.<br />

Antes que nada, parece claro que solo habrá efecto redistributivo si no hubo una contraprestación<br />

equival<strong>en</strong>te. En un sistema de Seguridad Social de reparto (o mixto), si, <strong>en</strong> términos actuariales, las<br />

p<strong>en</strong>siones recibidas por los pasivos actuales fueran superiores a las contribuciones realizadas durante el<br />

período activo, sería pertin<strong>en</strong>te incluir la difer<strong>en</strong>cia como transfer<strong>en</strong>cia pública. Del mismo modo, si las<br />

p<strong>en</strong>siones recibidas fues<strong>en</strong> actuarialm<strong>en</strong>te inferiores a las contribuciones realizadas durante la vida activa,<br />

sería pertin<strong>en</strong>te considerar la difer<strong>en</strong>cia como un impuesto. La correcta determinación de si se está ante una<br />

u otra situación no es posible <strong>en</strong> el contexto de un <strong>en</strong>foque anual; por el contrario, solo puede realizarse<br />

mediante un <strong>en</strong>foque de ciclo vital (y sin <strong>en</strong>trar <strong>en</strong> todos los problemas metodológicos que supone realizarlo).<br />

En esta primera versión del trabajo se ha adoptado provisoriam<strong>en</strong>te la solución extrema de incluir las<br />

p<strong>en</strong>siones d<strong>en</strong>tro de los ingresos originales de los hogares (ingresos antes de la política fiscal), <strong>en</strong> el<br />

supuesto de que son el b<strong>en</strong>eficio (actuarialm<strong>en</strong>te equival<strong>en</strong>te) recibido por una contribución anterior (al igual<br />

que los ingresos por intereses son la remuneración a un depósito previam<strong>en</strong>te realizado).<br />

245


Otra opción, más compleja, es estimar los compon<strong>en</strong>tes de contraprestación y de subsidio de cada p<strong>en</strong>sión,<br />

adjudicando el compon<strong>en</strong>te contraprestación al ingreso antes de la política fiscal e imputando el subsidio<br />

como transfer<strong>en</strong>cia recibida. Por un lado, se considera el valor pres<strong>en</strong>te de los b<strong>en</strong>eficios obt<strong>en</strong>idos mediante<br />

la tasa de descu<strong>en</strong>to, la esperanza de vida al mom<strong>en</strong>to de retiro y la p<strong>en</strong>sión promedio inicial. Por otro lado,<br />

el valor actualizado de los aportes t<strong>en</strong>i<strong>en</strong>do <strong>en</strong> cu<strong>en</strong>ta la tasa de descu<strong>en</strong>to (crecimi<strong>en</strong>to de los salarios), la<br />

tasa de aporte y los años requeridos ajustados por el costo de administración. El efecto (neto) fiscal<br />

porc<strong>en</strong>tual surge de la difer<strong>en</strong>cia del coci<strong>en</strong>te de valor actual de los b<strong>en</strong>eficios sobre el de los aportes m<strong>en</strong>os<br />

uno. En este resultado final juegan varios supuestos discutibles como es que ningún b<strong>en</strong>eficiario se jubila sin<br />

los años de aportes que la legislación obliga, la tasa de capitalización de los aportes y el cálculo de la<br />

esperanza de vida al mom<strong>en</strong>to del retiro, <strong>en</strong>tre otras. 71<br />

c) El ingreso pre-fiscal del cual se parte <strong>en</strong> este trabajo incluye el valor locativo, es decir, el alquiler que los<br />

propietarios deberían pagar <strong>en</strong> caso de que tuvies<strong>en</strong> que arr<strong>en</strong>dar la vivi<strong>en</strong>da que pose<strong>en</strong> y habitan. Es claro,<br />

por lo dicho, que se trata de una r<strong>en</strong>ta no observable, que debe imputarse. La EGIH incluye una estimación,<br />

realizada por el propietario, de cuál es el alquiler pot<strong>en</strong>cial de su vivi<strong>en</strong>da.<br />

1.2. Ajustes por no respuesta y/o subdeclaración - Estudios realizados para difer<strong>en</strong>tes países han id<strong>en</strong>tificado<br />

significativos niveles de no respuesta y subdeclaración <strong>en</strong> los ingresos captados por las Encuestas de<br />

Hogares. Por otra parte, existe evid<strong>en</strong>cia clara de que dicha subdeclaración está asociada a las fu<strong>en</strong>tes de<br />

ingreso, registrándose niveles de subdeclaración muy altos <strong>en</strong> las r<strong>en</strong>tas del capital, significativos <strong>en</strong> los<br />

ingresos de trabajadores indep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>tes, si<strong>en</strong>do significativam<strong>en</strong>te m<strong>en</strong>ores <strong>en</strong> salarios y jubilaciones. Si<br />

esta subdeclaración difer<strong>en</strong>cial por fu<strong>en</strong>tes de ingreso también implica una subdeclaración difer<strong>en</strong>cial por<br />

estratos de r<strong>en</strong>ta –lo que es muy probable, dado que las r<strong>en</strong>tas de capital son percbidas por los estratos de<br />

mayores ingresos- la evaluación de la desigualdad sin una corrección previa puede arrojar resultados<br />

incorrectos.<br />

Los ajustes por no respuesta y subdeclaración ti<strong>en</strong><strong>en</strong> mucho más de “arte” que de “ci<strong>en</strong>cia” y dep<strong>en</strong>d<strong>en</strong> de<br />

las fu<strong>en</strong>tes de información externas (a la Encuesta de Hogares) disponibles. Lo habitual es, sigui<strong>en</strong>do la<br />

suger<strong>en</strong>cia de CEPAL, comparar, para las difer<strong>en</strong>tes fu<strong>en</strong>tes de ingresos, los valores que surg<strong>en</strong> de la<br />

Encuesta de Hogares con los de Cu<strong>en</strong>tas Nacionales.<br />

Esta comparación se ha realizado para los ingresos del trabajo (sueldos y salarios), los ingresos de los<br />

trabajadores indep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>tes (patrones y cu<strong>en</strong>tapropistas) y las transfer<strong>en</strong>cias recibidas (incluidas las<br />

71 Alternativam<strong>en</strong>te, se puede realizar un análisis de microdatos de cohortes <strong>en</strong> varios períodos, lo que suele exceder el alcance de trabajos como éste.<br />

246


jubilaciones). De la comparación con las Cu<strong>en</strong>tas Nacionales resulta que la EGIH capta satisfactoriam<strong>en</strong>te<br />

estas fu<strong>en</strong>tes de ingreso.<br />

No sucede lo mismo <strong>en</strong> el caso de las r<strong>en</strong>tas del capital –alquileres, intereses, divid<strong>en</strong>dos y otros-, donde la<br />

no respuesta y/o subdeclaración son notorias. No obstante, debe t<strong>en</strong>erse muy pres<strong>en</strong>te que <strong>en</strong> esta primera<br />

versión del trabajo no se ha realizado aún el ajuste correspondi<strong>en</strong>te. En la versión final del mismo, dicho<br />

ajuste se realizará sigui<strong>en</strong>do la propuesta de Engel et al (1999), que ya fue aplicada para Ecuador <strong>en</strong> Roca<br />

(2009).<br />

1.3. Deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita - Para diseñar los deciles de individuos 72 ,<br />

éstos se han ord<strong>en</strong>ado según su ingreso per capita (<strong>en</strong> rigor, según el ingreso per capita del hogar al que<br />

pert<strong>en</strong>ec<strong>en</strong>). Esta decisión se ha optado dado que el concepto de ingreso per capita es muy intuitivo y, por<br />

ello, g<strong>en</strong>eralizado. No obstante, es claro que no recoge correctam<strong>en</strong>te las difer<strong>en</strong>tes necesidades de los<br />

hogares. En efecto, no toma <strong>en</strong> cu<strong>en</strong>ta las economías de escala <strong>en</strong> el consumo del hogar ni considera las<br />

difer<strong>en</strong>tes necesidades de adultos y niños. Como respuesta a estas car<strong>en</strong>cias ha surgido una literatura, tan<br />

vasta como controvertida, de las llamadas escalas de equival<strong>en</strong>cia, esto es, índices que se usan para<br />

convertir cualquier medida de bi<strong>en</strong>estar de un hogar –ingreso o consumo- <strong>en</strong> una medida de bi<strong>en</strong>estar<br />

equival<strong>en</strong>te, que permita la comparación <strong>en</strong>tre hogares con difer<strong>en</strong>tes necesidades. 73<br />

2. La distribución del ingreso antes de la Política <strong>Fiscal</strong><br />

En la Tabla 1 se pres<strong>en</strong>ta la distribución del ingreso pre–fiscal <strong>en</strong> <strong>Uruguay</strong> estimada para el año 2006 a partir<br />

del procesami<strong>en</strong>to de la EGIH. En primer lugar, el índice de Gini de dicha distribución, 0,4995, aunque<br />

revelador de una conc<strong>en</strong>tración significativa del ingreso es de los más bajos -sino el más bajo- de América<br />

Latina. En segundo lugar, el porc<strong>en</strong>taje del ingreso total percibido por el 10% más rico de la población<br />

(36.3%) es más de tres veces el que percibe el 40% más pobre (11%) y casi 12 veces el que percibe el 20%<br />

más pobre (3.1%). Nuevam<strong>en</strong>te, estos ratios revelan una conc<strong>en</strong>tración significativa del ingreso pero, a la<br />

vez, se ubican claram<strong>en</strong>te por debajo de los del resto de los países de la región donde, <strong>en</strong> promedio, la<br />

participación <strong>en</strong> el ingreso del 10% más rico es más de 5 veces la del 40% más pobre, lo que marca un rasgo<br />

muy propio de la desigualdad <strong>en</strong> América Latina: la muy alta conc<strong>en</strong>tración del ingreso <strong>en</strong> los estratos más<br />

ricos de la sociedad. Por tanto, la distribución del ingreso <strong>en</strong> <strong>Uruguay</strong> es m<strong>en</strong>os desigual que la del resto de<br />

los países de la región y, <strong>en</strong> particular, la polarización –rasgo típico de América Latina- es también<br />

claram<strong>en</strong>te inferior <strong>en</strong> <strong>Uruguay</strong>.<br />

72 Como se explica <strong>en</strong> el Anexo Metodológico, se ha optado por los individuos (y no los hogares) como unidad de análisis.<br />

73 Para una explicación tan clara como rigurosa, véase Ruiz-Castillo (2004).<br />

247


No obstante, son necesarias dos advert<strong>en</strong>cias: i) esta comparación <strong>en</strong> términos relativos a los demás países<br />

de la región no debe perder de vista que América Latina es la región más desigual del mundo, y ii) <strong>Uruguay</strong><br />

es uno de los países con m<strong>en</strong>or movilidad social de la región 74 , si<strong>en</strong>do la movilidad uno más de los varios<br />

modos válidos de ver la desigualdad. (Al respecto, véase Barreix, Bes y Roca, 2009).<br />

Tabla 1<br />

Distribución del Ingreso Pre-<strong>Fiscal</strong><br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Decil % del Y Nº Ind Nº Hog % Hog Ind x Hog<br />

1 0.9 312,668 66,891 6.4 4.7<br />

2 2.2 314,092 73,637 7.0 4.3<br />

3 3.3 312,307 82,965 7.9 3.8<br />

4 4.5 314,437 91,409 8.7 3.4<br />

5 5.9 313,464 102,783 9.8 3.0<br />

6 7.5 313,632 109,768 10.5 2.9<br />

7 9.5 313,863 117,998 11.2 2.7<br />

8 12.4 313,342 126,153 12.0 2.5<br />

9 17.5 313,429 132,461 12.6 2.4<br />

10 36.3 313,807 144,862 13.8 2.2<br />

Total 100.0 3,135,041 1,048,927 100.0 3.0<br />

40- 11.0<br />

10+ 36.3<br />

10+ / 40 - 3.3<br />

Gini 0.4995<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a EGIH<br />

Un resultado clásico que muestra la Tabla 1 es el mayor número de integrantes de los hogares de m<strong>en</strong>ores<br />

ingresos. El número de individuos por hogar decrece sin discontinuidades desde el decil 1 (4.7 individuos por<br />

hogar) hasta el 10 (3 individuos por hogar).<br />

III. PROGRESIVIDAD E IMPACTO REDISTRIBUTIVO DEL SISTEMA TRIBUTARIO<br />

En esta sección se pres<strong>en</strong>tan los resultados del ejercicio de microsimulación realizado para estimar la<br />

progresividad y evaluar el impacto redistributivo del sistema tributario de <strong>Uruguay</strong>. Como ya se adelantó,<br />

dicho ejercicio es “sin comportami<strong>en</strong>to”, es decir, no se estiman ni consideran las funciones de reacción de<br />

los ag<strong>en</strong>tes económicos ante la introducción de los impuestos. 75 Por este motivo, se ha decidido t<strong>en</strong>er <strong>en</strong><br />

74 Véase Calónico (2006).<br />

75 Véase el Anexo Metodológico.<br />

248


cu<strong>en</strong>ta <strong>en</strong> el análisis aquellos impuestos respecto a cuya incid<strong>en</strong>cia económica 76 existe amplio cons<strong>en</strong>so, a<br />

saber: el IVA y los impuestos selectivos al consumo –hay amplio acuerdo <strong>en</strong> la literatura respecto a que se<br />

trasladan al consumidor final- y el Impuesto a la R<strong>en</strong>ta Personal -soportado por la persona física gravada-.<br />

Por el contrario, no existe un cons<strong>en</strong>so tan g<strong>en</strong>eralizado respecto a la incid<strong>en</strong>cia económica del Impuesto a la<br />

R<strong>en</strong>ta Empresarial y de los aranceles. Por tanto, <strong>en</strong> lugar de realizar supuestos heroicos al respecto, <strong>en</strong> esta<br />

serie de estudios de <strong>Equidad</strong> <strong>Fiscal</strong> que el BID y EUROsociAL <strong>Fiscal</strong>idad están llevando adelante para los<br />

países de América Latinase ha preferido descartar su análisis.<br />

En consecu<strong>en</strong>cia, éste no es un estudio de incid<strong>en</strong>cia, como habitualm<strong>en</strong>te –y <strong>en</strong> forma incorrecta- se les<br />

d<strong>en</strong>omina, pues no estiman la incid<strong>en</strong>cia sino que, por el contrario, la supon<strong>en</strong>, aunque sólo cuando existe un<br />

cons<strong>en</strong>so amplio y robusto –basado <strong>en</strong> análisis teóricos y evid<strong>en</strong>cia empírica-. Éste es, por tanto, un análisis<br />

de la progresividad (regresividad) e impacto redistributivo (conc<strong>en</strong>trador) del sistema tributario, supuesta<br />

determinada incid<strong>en</strong>cia.<br />

La progresividad de los impuestos considerados se analiza a través de dos indicadores: la progresión de la<br />

tasa media y el índice de Kakwani. De acuerdo a la progresión de la tasa media (indicador local 77 de<br />

progresividad), un determinado impuesto será progresivo si expresado como porc<strong>en</strong>taje del ingreso del<br />

hogar –tasa media- aum<strong>en</strong>ta a medida que se avanza <strong>en</strong> la escala de ingresos de los individuos 78 .<br />

Por su parte, el índice de Kakwani, que se basa <strong>en</strong> el índice de Gini, permite <strong>en</strong> cualquier caso indicar la<br />

progresividad o regresividad de determinado impuesto (indicador global). Por ejemplo, para el caso del IVA,<br />

el indicador de Kakwani se define como:<br />

K = cuasi Gini (IVA) - Gini (Ingreso antes de la Política <strong>Fiscal</strong>) 79 .<br />

El cuasi-Gini del impuesto se calcula de manera similar al Gini del ingreso, pero sobre la curva de<br />

conc<strong>en</strong>tración del impuesto. De ahí la distinción semántica. Si K > 0, esto es, si el IVA se distribuye más<br />

inequitativam<strong>en</strong>te que el ingreso antes de la política fiscal, el impuesto contribuye a disminuir la desigualdad<br />

<strong>en</strong> la distribución del ingreso, si<strong>en</strong>do, por tanto, progresivo. Si, por el contrario, K < 0, el impuesto será<br />

regresivo.<br />

Ahora bi<strong>en</strong>, el índice de Kakwani permite estimar cuán progresivo o regresivo es determinado impuesto, pero<br />

al no estar influ<strong>en</strong>ciado por su recaudación dice poco sobre su capacidad redistributiva. Un impuesto puede<br />

ser fuertem<strong>en</strong>te progresivo, pero si su recaudación es irrelevante también lo será su capacidad redistributiva.<br />

Por tanto, el análisis se complem<strong>en</strong>ta considerando el índice de Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky, indicador (global) de la<br />

76 Sobre quién recae, <strong>en</strong> definitiva, la carga del impuesto, más allá de quién es el sujeto pasivo (incid<strong>en</strong>cia legal).<br />

77 Se les llama indicadores locales pues informan de la progresividad (o regresividad) al pasar de un tramo a otro de la distribución del ingreso, pero no<br />

aportan una evaluación global de la progresividad (o regresividad) del impuesto <strong>en</strong> cuestión.<br />

78 En esta sección, con fines de simplificación, se hará refer<strong>en</strong>cia exclusivam<strong>en</strong>te al ingreso como indicador de bi<strong>en</strong>estar y a los individuos como unidad<br />

de análisis. No obstante, claro está, todos los indicadores val<strong>en</strong> igualm<strong>en</strong>te si se elige el consumo como indicador de bi<strong>en</strong>estar y los hogares como<br />

unidad de análisis.<br />

79 Si se considera el consumo como indicador de bi<strong>en</strong>estar, el índice se define como K =cuasi Gini (IVA) - Gini (Consumo antes de la Política <strong>Fiscal</strong>).<br />

249


capacidad redistributiva del impuesto <strong>en</strong> cuestión. Por continuar con el ejemplo, <strong>en</strong> el caso del IVA dicho<br />

índice se define como<br />

RS = Gini (Ingreso antes de la Política <strong>Fiscal</strong>)- Gini (Ingreso después del IVA) 80 .<br />

Si RS < 0, su magnitud (<strong>en</strong> términos absolutos) indica cuántos puntos del Gini ha aum<strong>en</strong>tado la desigualdad<br />

<strong>en</strong> la distribución del ingreso como consecu<strong>en</strong>cia de la regresividad del IVA introducido. Lo contrario si RS ><br />

0.<br />

1. Impuesto al Valor Agregado (IVA)<br />

<strong>Uruguay</strong> fue uno de los primeros países de América Latina <strong>en</strong> introducir el IVA, <strong>en</strong> 1973. Desde el comi<strong>en</strong>zo<br />

estuvo definido como tipo consumo y basado <strong>en</strong> el principio de destino. La tasa g<strong>en</strong>eral (tasa básica) actual,<br />

vig<strong>en</strong>te luego de la Reforma Tributaria que <strong>en</strong>tró <strong>en</strong> vigor el 1 de julio de 2007, es 22% (antes 23%). Existe,<br />

además, una tasa reducida (tasa mínima) de 10% (14% antes de la Reforma Tributaria). Actualm<strong>en</strong>te, esta<br />

tasa reducida grava, básicam<strong>en</strong>te, a la mayoría de los bi<strong>en</strong>es de la canasta básica; medicam<strong>en</strong>tos; servicios<br />

de salud; transporte de pasajeros; y primera <strong>en</strong>aj<strong>en</strong>ación de bi<strong>en</strong>es inmuebles. Las principales exoneraciones<br />

son los servicios de educación; arr<strong>en</strong>dami<strong>en</strong>tos de inmuebles; combustibles, excepto fuel oil y gas oil;<br />

algunos bi<strong>en</strong>es de la canasta básica (leche, carne ovina, pescado, leña); y libros, revistas y periódicos. Los<br />

cigarrillos, exonerados antes de la Reforma Tributaria, son actualm<strong>en</strong>te gravados a la tasa básica de IVA<br />

(además del selectivo, IMESI, que siempre los gravó).<br />

Respecto a las transacciones financieras, el IVA solo grava los intereses de préstamos que financian el<br />

consumo. Es distintivo del IVA uruguayo el régim<strong>en</strong> <strong>en</strong> susp<strong>en</strong>so para las v<strong>en</strong>tas del sector agropecuario,<br />

similar al de las operaciones intracomunitarias <strong>en</strong> la Unión Europea.<br />

Antes de la Reforma Tributaria, <strong>en</strong> adición al IVA se recaudaba el COFIS, un IVA mayorista al 3% sobre<br />

importaciones y <strong>en</strong>aj<strong>en</strong>aciones a contribuy<strong>en</strong>tes de IVA o IMESI (impuestos selectivos) de bi<strong>en</strong>es industriales<br />

alcanzados por los mismos impuestos, excepto combustibles. Este impuesto fue derogado por la Reforma<br />

Tributaria.<br />

80 Si se considera el consumo como indicador de bi<strong>en</strong>estar, el índice se define como RS = Gini (Consumo antes de la Política <strong>Fiscal</strong>) – Gini (Consumo después del<br />

IVA).<br />

250


Como se adelantó, <strong>en</strong> este trabajo se analizan la progresividad (regresividad) y el impacto redistributivo<br />

(conc<strong>en</strong>trador) de los impuestos vig<strong>en</strong>tes. Dicho de otro modo, sobre los microdatos de la EGIH 2005-2006<br />

se simula la legislación tributaria actualm<strong>en</strong>te vig<strong>en</strong>te. En el caso del IVA, para calcular el impuesto pagado<br />

por cada uno de los hogares de la <strong>en</strong>cuesta se consideraron todos y cada uno de sus gastos <strong>en</strong> bi<strong>en</strong>es y<br />

servicios y se les adjudicó la tasa de IVA correspondi<strong>en</strong>te. Ahora bi<strong>en</strong>, el gasto relevado por la EGIH es IVA<br />

incluido. Por tanto, para determinar el IVA <strong>en</strong> primer lugar hubo que quitar el impuesto incluido <strong>en</strong> el gasto,<br />

tomando <strong>en</strong> cu<strong>en</strong>ta la legislación vig<strong>en</strong>te <strong>en</strong> el mom<strong>en</strong>to de realización de la la <strong>en</strong>cuesta y, <strong>en</strong> segundo lugar,<br />

imputar el IVA de acuerdo a la normativa actual. 81<br />

Por razones que se pres<strong>en</strong>tan más adelante y se desarrollan <strong>en</strong> el Anexo Metodológico, <strong>en</strong> los estudios de<br />

<strong>Equidad</strong> <strong>Fiscal</strong> que EUROsociAL y el BID han realizado para los países del MERCOSUR se ha decidido<br />

imputar los impuestos determinando su base imponible a partir de la información de las Encuestas de<br />

Hogares utilizadas y aplicando, luego, el tipo impositivo correspondi<strong>en</strong>te (recaudación “teórica”) <strong>en</strong> vez de<br />

imputar la recaudación “real”. En el caso del IVA este método plantea un inconv<strong>en</strong>i<strong>en</strong>te serio si la <strong>en</strong>cuesta<br />

utilizada subestima significativam<strong>en</strong>te el consumo, que es precisam<strong>en</strong>te lo que sucede con la EGIH de<br />

<strong>Uruguay</strong>.<br />

En efecto, tal cual se aprecia <strong>en</strong> la Tabla 2, la EGIH sólo capta aproximadam<strong>en</strong>te las dos terceras partes del<br />

consumo (con valor locativo 82 ) que informan las Cu<strong>en</strong>tas Nacionales. Es esperable, <strong>en</strong>tonces, que el IVA<br />

“teórico” imputado sea significativam<strong>en</strong>te m<strong>en</strong>or al IVA “real” y, por tanto, se subestime su impacto <strong>en</strong> la<br />

distribución del ingreso. En una versión más avanzada de este trabajo, se proyecta realizar la imputación de<br />

la recaudación “real” y así poder comparar los resultados obt<strong>en</strong>idos con una y otra metodología. No obstante,<br />

los inconv<strong>en</strong>i<strong>en</strong>tes de esta segunda opción se adelantan <strong>en</strong> el Anexo Metodológico.<br />

Tabla 2<br />

Consumo Cu<strong>en</strong>tas Nacionales versus EGIH<br />

A. Cu<strong>en</strong>tas Nacionales (CN) Mill $ - Año<br />

1. CF Privado 2006 sin Valor Locativo (VL) 313,523<br />

2. VL 33,609<br />

3. CF Privado 2006 con VL 347,131<br />

B. EGIH Mill $ - Año<br />

1. Gasto Consumo sin VL 186,612<br />

2. VL 33,609<br />

3. Gasto No Consumo 68,511<br />

Total Gasto 288,732<br />

C. EGIH / CN %<br />

Gasto Consumo c/VL 63.4<br />

Gasto Consumo s/VL 59.5<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a EGIH y Banco C<strong>en</strong>tral.<br />

81 La normativa relevante no es sólo la del IVA sino también la del IMESI (impuestos selectivos) pues la base imponible del IVA incluye el IMESI.<br />

82 El valor locativo es el alquiler que los propietarios deberían pagar <strong>en</strong> caso de que tuvies<strong>en</strong> que arr<strong>en</strong>dar la vivi<strong>en</strong>da que pose<strong>en</strong> y habitan. El valor locativo<br />

debe formar parte tanto del ingreso como del consumo del hogar. Se trata de una partida no observable y que, por tanto, debe imputarse.<br />

251


Antes de pasar a los resultados obt<strong>en</strong>idos, se considera necesaria una última aclaración. Es s<strong>en</strong>sato suponer<br />

que no solam<strong>en</strong>te se traslada al consumidor final el IVA incluido <strong>en</strong> las v<strong>en</strong>tas de bi<strong>en</strong>es y servicios gravados<br />

sino que también se traslada el IVA incluido <strong>en</strong> las compras de insumos intermedios e inversiones que<br />

realizan los ofer<strong>en</strong>tes de bi<strong>en</strong>es y servicios exonerados. Por tanto, este IVA también debería haber sido<br />

estimado. No obstante, <strong>en</strong> esta primera versión del trabajo no se ha considerado este concepto. Téngase<br />

pres<strong>en</strong>te, sin embargo, que la progresiva g<strong>en</strong>eralización del IVA (que ha gravado al gas oil, los servicios de<br />

salud, la v<strong>en</strong>ta de inmuebles nuevos, cigarrillos) ha disminuido la relevancia de este monto que, según<br />

Miraballes (2005), llegó a repres<strong>en</strong>tar un 25% de la recaudación del IVA de <strong>Uruguay</strong>.<br />

Los resultados obt<strong>en</strong>idos se pres<strong>en</strong>tan <strong>en</strong> la Tabla 3.<br />

Cuando se considera el ingreso como indicador de bi<strong>en</strong>estar, casi sin excepciones el IVA resulta regresivo y<br />

no es sorpr<strong>en</strong>d<strong>en</strong>te que así sea. En efecto, los deciles más ricos consum<strong>en</strong> un porc<strong>en</strong>taje significativam<strong>en</strong>te<br />

m<strong>en</strong>or de su ingreso que los más pobres, que no ti<strong>en</strong><strong>en</strong> capacidad de ahorro y consum<strong>en</strong> la totalidad del<br />

mismo. Por tanto, aunque existan exoneraciones y estén “bi<strong>en</strong> diseñadas” –<strong>en</strong> el s<strong>en</strong>tido de que reca<strong>en</strong><br />

sobre bi<strong>en</strong>es y servicios con mayor participación <strong>en</strong> la canasta de consumo de los deciles más pobres- el<br />

IVA, como porc<strong>en</strong>taje del ingreso, será m<strong>en</strong>or <strong>en</strong> los deciles más ricos que <strong>en</strong> los más pobres, resultando,<br />

por tanto, regresivo. Este es precisam<strong>en</strong>te el resultado que muestra la Tabla 3 para <strong>Uruguay</strong>. El IVA se<br />

distribuye más igualitariam<strong>en</strong>te (cuasi-Gini = 0.3914) que el ingreso pre-fiscal (Gini = 0.4995) y resulta, <strong>en</strong><br />

consecu<strong>en</strong>cia, regresivo (K = -0.1081). El peso del impuesto <strong>en</strong> el ingreso pre-fiscal decrece sin<br />

discontinuidades a medida que se pasa del decil más pobre (para el que repres<strong>en</strong>ta un 21.6% de su ingreso<br />

pre-fiscal) al más rico (para el que repres<strong>en</strong>ta sólo un 6.5%).<br />

Los “perdedores”, aquellos cuya participación <strong>en</strong> el ingreso cae luego del impuesto, son los siete deciles más<br />

pobres. Su participación <strong>en</strong> el ingreso prefiscal, 33.8%, cae moderadam<strong>en</strong>te luego del impuesto, a 33.1%. El<br />

impacto conc<strong>en</strong>trador del impuesto <strong>en</strong> la distribución del ingreso es significativo: el índice de Gini de la<br />

distribución del ingreso pasa de 0.4995 a 0.5096 (R-S = - 0.0101).<br />

Tabla 3<br />

252


Progresividad y efecto distributivo del IVA - Recaudación Teórica<br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Decil<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a EGIH<br />

No obstante, no debe perderse de vista que <strong>en</strong> términos absolutos son los deciles de más altos ingresos los<br />

que pagan la mayor parte del impuesto. En efecto, el 10% más rico de la población paga casi el 30% del<br />

impuesto (29.1%), casi el doble que el 40% más pobre (16.3%). Esto debería al<strong>en</strong>tar a continuar el camino<br />

de la g<strong>en</strong>eralización del IVA y, a la vez, comp<strong>en</strong>sando a los deciles más pobres. Esta es precisam<strong>en</strong>te la<br />

propuesta de “personalización” del IVA que plantean Barreix, Bes y Roca (2009), que es particularm<strong>en</strong>te<br />

viable <strong>en</strong> países con <strong>Uruguay</strong>, con un bajo porc<strong>en</strong>taje de pobreza. En efecto, <strong>en</strong> países con ext<strong>en</strong>didas<br />

ex<strong>en</strong>ciones <strong>en</strong> el IVA y altos índices de pobreza, la g<strong>en</strong>eralización del impuesto empeoraría la situación de<br />

los pobres y sería muy complejo –administrativa y financieram<strong>en</strong>te- comp<strong>en</strong>sar a todos con el aum<strong>en</strong>to de<br />

recaudación obt<strong>en</strong>ida.<br />

2. Impuesto Específico Interno (IMESI)<br />

2.1. IMESI Bebidas<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

Impuesto Tasa media<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

Impuesto<br />

El diseño del impuesto selectivo que actualm<strong>en</strong>te grava las bebidas alcohólicas y no alcohólicas (numerales<br />

1 a 7 y 16 del artículo 1º del Título 11 del Texto Ord<strong>en</strong>ado 1996) fue definido por el Decreto 520/007, del 22<br />

de diciembre de 2007. En primer lugar, este Decreto estableció un nuevo sistema de determinación de la<br />

base imponible del IMESI sobre las bebidas. 83 La nueva base imponible es la suma de una base fija más una<br />

base (que la Administración Tributaria llama) ad valorem. La base fija se establece por Decreto (<strong>en</strong> diciembre<br />

83 El Decreto hace lo propio para las grasas y lubricantes (numerales 12 y 13).<br />

253<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién paga el<br />

Impuesto?<br />

1 0.9 21.6 0.8 - 2.5<br />

2 2.2 12.7 2.1 - 3.4<br />

3 3.3 11.4 3.2 - 4.7<br />

4 4.5 10.2 4.4 - 5.7<br />

5 5.9 9.9 5.8 - 7.2<br />

6 7.5 9.0 7.4 - 8.3<br />

7 9.5 8.7 9.4 - 10.2<br />

8 12.4 8.1 12.4 + 12.4<br />

9 17.5 7.6 17.6 + 16.4<br />

10 36.3 6.5 36.9 + 29.1<br />

Total 100.0 8.1 100.0 100.0<br />

1. Desigualdad 2. Transfer<strong>en</strong>cias<br />

3. ¿Quién paga el Imp?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- 0.14 40- 16.3<br />

cuasi-Gini T 0.3914 Trf del 40- 0.47 10+ 29.1<br />

Gini después T 0.5096 40-/10+ 0.6<br />

Kakwani -0.1081 Trf del 10+ -0.63<br />

R - S -0.0101


de cada año para el año sigui<strong>en</strong>te). Por su parte, la base ad valorem es la difer<strong>en</strong>cia <strong>en</strong>tre el precio de v<strong>en</strong>ta<br />

del fabricante o importador al distribuidor y la base fija. Por tanto, para todos aquellos que v<strong>en</strong>dan a un precio<br />

superior a la base fija, la base será el precio de v<strong>en</strong>ta del fabricante o importador al distribuidor. Con este<br />

método, la Administración Tributaria se evita el costo administrativo de los ajustes bimestrales a los precios<br />

fictos que debía realizar <strong>en</strong> el esquema de liquidación anterior. En el esquema actual, la inflación se cubre<br />

con la base ad valorem.<br />

En segundo lugar, el Decreto 520/2007 determinó las nuevas tasas del impuesto, las que se pres<strong>en</strong>tan <strong>en</strong> la<br />

Tabla 4.<br />

Tabla 4<br />

Numeral Bebida Tasa<br />

1 Vermouth, vinos finos, licorosos, espumantes, especiales y champagne 30%<br />

2 Alcoholes potables, incluso vínicos, excepto los incluidos <strong>en</strong> el numeral sigui<strong>en</strong>te 7.5%<br />

3<br />

Alcoholes potables, incluso vínicos, que se utilic<strong>en</strong> para <strong>en</strong>cabezar vinos comunes<br />

hasta 12º y otros alcoholes (ver Título 11, Texto Ord<strong>en</strong>ado 1996) 7%<br />

4 Bebidas alcohólicas, incluso caña y grapa 48%<br />

5 Cerveza 22%<br />

6 Aguas minerales 8%<br />

6 Bebidas base jugo de frutas 18%<br />

6 Alim<strong>en</strong>tos líquidos 12%<br />

7 Maltas 14%<br />

7 Otras bebidas base jugo de frutas 18%<br />

7 Otros alim<strong>en</strong>tos líquidos 12%<br />

7 Demás 20%<br />

16 Amargos 20%<br />

Fu<strong>en</strong>te: Título 11 Texto Ord<strong>en</strong>ado 1996 y Decreto 520/007.<br />

254


Al igual que <strong>en</strong> el caso del IVA, el impuesto se ha imputado determinando su base imponible a partir del<br />

consumo de bebidas declarado por los hogares <strong>en</strong> la EGIH y aplicando, luego, el tipo impositivo<br />

correspondi<strong>en</strong>te (recaudación “teórica”).<br />

2.1.1. IMESI Bebidas No Alcohólicas<br />

Los resultados obt<strong>en</strong>idos para las bebidas no alcohólicas se pres<strong>en</strong>tan <strong>en</strong> la Tabla 5.<br />

El IMESI Bebidas No Alcohólicas se distribuye más igualitariam<strong>en</strong>te (cuasi-Gini = 0.3924) que el ingreso pre-<br />

fiscal (Gini = 0.4995) y resulta, <strong>en</strong> consecu<strong>en</strong>cia, regresivo (K = -0.1071). Aunque con discontinuidades, el<br />

peso del impuesto <strong>en</strong> el ingreso pre-fiscal decrece a medida que se pasa del decil más pobre (para el que<br />

repres<strong>en</strong>ta 0.31% de su ingreso pre-fiscal) al más rico (para el que repres<strong>en</strong>ta 0.12%).<br />

Los “perdedores”, aquellos cuya participación <strong>en</strong> el ingreso cae luego del impuesto, son los ocho deciles más<br />

pobres. Dada su muy baja recaudación, el impacto conc<strong>en</strong>trador del impuesto <strong>en</strong> la distribución del ingreso<br />

es insignificante: el índice de Gini de la distribución del ingreso pasa de 0.4995 a 0.4997 (R-S = - 0.0002).<br />

Tabla 5<br />

255


Progresividad y efecto distributivo del IMESI BEBIDAS NO ALCOHÓLICAS - Recaudación<br />

Teórica<br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a EGIH<br />

2.1.2. IMESI sobre la Cerveza<br />

Los resultados obt<strong>en</strong>idos <strong>en</strong> relación a la cerveza se pres<strong>en</strong>tan separadam<strong>en</strong>te del resto de las bebidas<br />

alcohólicas <strong>en</strong> la Tabla 6.<br />

El IMESI que grava la cerveza se distribuye más igualitariam<strong>en</strong>te (cuasi-Gini = 0.4033) que el ingreso pre-<br />

fiscal (Gini = 0.4995) y resulta, <strong>en</strong> consecu<strong>en</strong>cia, regresivo (K = -0.0962). No obstante, dada su muy baja<br />

recaudación (la tasa efectiva promedio es insignificante, 0.02% del ingreso pre-fiscal), el impacto<br />

conc<strong>en</strong>trador del impuesto <strong>en</strong> la distribución del ingreso es insignificante: el índice de Gini de la distribución<br />

del ingreso se manti<strong>en</strong>e prácticam<strong>en</strong>te inalterado luego del impuesto.<br />

Tabla 6<br />

Decil<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

Impuesto Tasa media<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

Impuesto<br />

256<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién paga el<br />

Impuesto?<br />

1 0.9 0.31 0.9 - 1.8<br />

2 2.2 0.21 2.2 - 2.7<br />

3 3.3 0.23 3.3 - 4.6<br />

4 4.5 0.19 4.5 - 5.2<br />

5 5.9 0.21 5.9 - 7.6<br />

6 7.5 0.21 7.5 - 9.5<br />

7 9.5 0.20 9.5 - 11.5<br />

8 12.4 0.18 12.4 - 13.8<br />

9 17.5 0.16 17.5 + 17.4<br />

10 36.3 0.12 36.3 + 26.0<br />

Total 100.0 0.16 100.0 100.0<br />

1. Desigualdad 2. Transfer<strong>en</strong>cias 3. ¿Quién paga el Imp?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- 0.00 40- 14.3<br />

cuasi-Gini T 0.3924 Trf del 40- 0.01 10+ 26.0<br />

Gini después T 0.4997 40-/10+ 0.6<br />

Kakwani -0.1071 Trf del 10+ -0.02<br />

R - S -0.0002


Progresividad y efecto distributivo del IMESI CERVEZAS - Recaudación Teórica<br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a EGIH<br />

2.1.3. IMESI Resto Bebidas Alcohólicas<br />

Los resultados obt<strong>en</strong>idos para el resto de las bebidas alcohólicas se pres<strong>en</strong>tan <strong>en</strong> la Tabla 7.<br />

Este “resto” de bebidas alcohólicas agrupa tanto bebidas habitualm<strong>en</strong>te consumidas por los estratos de<br />

m<strong>en</strong>ores ingresos (grapa y caña) como por los estratos de mayores ingresos (whisky). A difer<strong>en</strong>cia del<br />

resultado habitual 84 , el impuesto selectivo sobre estas bebidas resulta progresivo (K = 0.1463). Sin embargo,<br />

dada su baja recaudación (la tasa efectiva promedio es insignificante, 0.04% del ingreso pre-fiscal) su efecto<br />

redistributivo es casi nulo (R-S = 0.0001).<br />

Tabla 7<br />

Decil<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

Impuesto Tasa media<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

Impuesto<br />

84 Véase Barreix, Roca y Villela (2006) para la Comunidad Andina y Barreix, Bes y Roca (2009) para C<strong>en</strong>troamérica, Panamá y República Dominicana.<br />

257<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién paga el<br />

Impuesto?<br />

1 0.9 0.01 0.9 + 0.4<br />

2 2.2 0.02 2.2 + 1.4<br />

3 3.3 0.05 3.3 - 6.4<br />

4 4.5 0.02 4.5 + 4.2<br />

5 5.9 0.03 5.9 - 8.6<br />

6 7.5 0.03 7.5 - 8.4<br />

7 9.5 0.03 9.5 - 13.8<br />

8 12.4 0.03 12.4 - 13.6<br />

9 17.5 0.02 17.5 - 18.1<br />

10 36.3 0.02 36.3 + 25.1<br />

Total 100.0 0.02 100.0 100.0<br />

1. Desigualdad 2. Transfer<strong>en</strong>cias 3. ¿Quién paga el Imp?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- 0.00 40- 12.5<br />

cuasi-Gini T 0.4033 Trf del 40- 0.00 10+ 25.1<br />

Gini después T 0.4995 40-/10+ 0.5<br />

Kakwani -0.0962 Trf del 10+ 0.00<br />

R - S 0.0000


Progresividad y efecto distributivo del IMESI RESTO BEBIDAS ALCOHOLICAS -<br />

Recaudación Teórica<br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Decil<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

Impuesto Tasa media<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a EGIH<br />

2.2. IMESI sobre Tabacos y Cigarrillos<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

Impuesto<br />

El Decreto 232/007, de junio de 2007, estableció la forma de liquidación del IMESI sobre tabacos y cigarrillos<br />

actualm<strong>en</strong>te vig<strong>en</strong>te. 85 Este Decreto fija una base específica para los tabacos y otra para los cigarrillos 86 y<br />

sobre ella aplica una tasa –actualm<strong>en</strong>te de 70% <strong>en</strong> ambos casos- para llegar al monto de impuesto a pagar.<br />

Adicionalm<strong>en</strong>te, como se adelantó, la presión tributaria sobre los cigarrillos ha aum<strong>en</strong>tado pues desde la<br />

Reforma Tributaria de julio de 2007 pasaron a estar gravados por la tasa g<strong>en</strong>eral de IVA (22%).<br />

Los resultados obt<strong>en</strong>idos se pres<strong>en</strong>tan <strong>en</strong> la Tabla 8.<br />

Los impuestos selectivos sobre el tabaco y sus derivados pret<strong>en</strong>d<strong>en</strong> corregir la externalidad negativa<br />

g<strong>en</strong>erada por el daño a la salud que causa su consumo. Si<strong>en</strong>do compartido el objetivo corregir esta<br />

externalidad negativa, es necesario igualm<strong>en</strong>te señalar que, de acuerdo a los resultados obt<strong>en</strong>idos para<br />

<strong>Uruguay</strong>, comunes a los demás países de América Latina, dicho objetivo es incompatible con el de equidad.<br />

En efecto, tal cual se ve <strong>en</strong> la Tabla 8, el IMESI sobre los cigarrillos se distribuye más equitativam<strong>en</strong>te (cuasi-<br />

Gini = 0.2806) que el ingreso pre-fiscal (Gini = 0.4996) y resulta, por tanto, regresivo (K = - 0.2189). No<br />

85 Este Decreto derogó el Decreto 142/003 y sus normas modificativas y complem<strong>en</strong>tarias según las cuales se liquidaba, hasta ese mom<strong>en</strong>to, el IMESI<br />

Cigarrillos.<br />

86 En el caso de los tabacos la refer<strong>en</strong>cia es el paquete de 45 gramos y <strong>en</strong> el caso de los cigarrillos la cajilla de 20 unidades.<br />

258<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién paga el<br />

Impuesto?<br />

1 0.9 0.02 0.9 + 0.6<br />

2 2.2 0.01 2.2 + 0.7<br />

3 3.3 0.02 3.3 + 1.7<br />

4 4.5 0.01 4.5 + 1.1<br />

5 5.9 0.01 5.9 + 1.1<br />

6 7.5 0.02 7.5 + 4.5<br />

7 9.5 0.02 9.5 + 6.4<br />

8 12.4 0.05 12.4 - 16.1<br />

9 17.5 0.06 17.5 - 28.4<br />

10 36.3 0.04 36.3 - 39.4<br />

Total 100.0 0.04 100.0 100.0<br />

1. Desigualdad<br />

2. Transfer<strong>en</strong>cias 3. ¿Quién paga el Imp?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- 0.00 40- 4.1<br />

cuasi-Gini T 0.6458 Trf del 40- 0.00 10+ 39.4<br />

Gini después T 0.4994 40-/10+ 0.1<br />

Kakwani 0.1463 Trf del 10+ 0.00<br />

R - S 0.0001


obstante, el efecto conc<strong>en</strong>trador del impuesto es muy modesto, dada su baja recaudación (la tasa efectiva<br />

más alta, la del decil más pobre, es de ap<strong>en</strong>as 0.78% del ingreso pre-fiscal). En efecto, la distribución del<br />

ingreso prácticam<strong>en</strong>te no se altera luego del impuesto (R-S = - 0.0006).<br />

Tabla 8<br />

Progresividad y efecto distributivo del IMESI TABACOS - Recaudación Teórica<br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Decil<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a EGIH<br />

3.3. IMESI sobre Combustibles<br />

De los combustibles habitualm<strong>en</strong>te utilizados <strong>en</strong> el vehículo del hogar –naftas y gas oil-, solam<strong>en</strong>te las naftas<br />

continúan gravadas por el IMESI, diseñado <strong>en</strong> este caso como un monto fijo por litro v<strong>en</strong>dido. El gas oil sólo<br />

tributa IVA a la tasa básica, desde el 1 de mayo de 2007. También están gravados por IMESI las grasas y<br />

lubricantes utilizados <strong>en</strong> el vehículo del hogar 87 .<br />

Respecto a los combustibles utilizados <strong>en</strong> la vivi<strong>en</strong>da, el único gravado por IMESI es el keros<strong>en</strong>o y está<br />

diseñado como un monto fijo por litro v<strong>en</strong>dido. Los demás combustibles habitualm<strong>en</strong>te utilizados <strong>en</strong> la<br />

vivi<strong>en</strong>da (gas por cañería, supergas, carbón y leña) no están gravados por IMESI y sí por IVA a la tasa básica<br />

(con excepción de la leña).<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

Impuesto Tasa media<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

Impuesto<br />

87 39% sobre la base imponible determinada de igual modo que las bebidas, tal cual se explicó anteriorm<strong>en</strong>te.<br />

259<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién paga el<br />

Impuesto?<br />

1 0.9 0.78 0.9 - 2.5<br />

2 2.2 0.58 2.2 - 4.3<br />

3 3.3 0.51 3.3 - 5.8<br />

4 4.5 0.50 4.5 - 7.8<br />

5 5.9 0.47 5.9 - 9.3<br />

6 7.5 0.34 7.5 - 8.7<br />

7 9.5 0.42 9.5 - 13.5<br />

8 12.4 0.33 12.4 - 13.8<br />

9 17.5 0.29 17.5 + 17.4<br />

10 36.3 0.14 36.4 + 16.9<br />

Total 100.0 0.29 100.0 100.0<br />

1. Desigualdad 2. Transfer<strong>en</strong>cias 3. ¿Quién paga el Imp?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- 0.00 40- 20.4<br />

cuasi-Gini T 0.2806 Trf del 40- 0.03 10+ 16.9<br />

Gini después T 0.5001 40-/10+ 1.2<br />

Kakwani -0.2189 Trf del 10+ -0.06<br />

R - S -0.0006


El impacto de los impuestos selectivos al consumo de combustibles suele ser muy difer<strong>en</strong>te según se<br />

considere (a) solam<strong>en</strong>to el impacto directo –pago del impuesto selectivo por el combustible utilizado para el<br />

vehículo del hogar y, ev<strong>en</strong>tualm<strong>en</strong>te, otros usos (cocción de alim<strong>en</strong>tos, calefacción y/o alumbrado)- o (b)<br />

también los impactos indirectos –básicam<strong>en</strong>te pago del impuesto selectivo por el combustible incorporado <strong>en</strong><br />

el transporte de pasajeros y <strong>en</strong> el transporte de carga de los bi<strong>en</strong>es consumidos por el hogar-. El impacto<br />

directo –<strong>en</strong> particular, el combustible para el vehículo del hogar- suele ser fuertem<strong>en</strong>te progresivo, mi<strong>en</strong>tras<br />

que el indirecto resulta ser regresivo y suele más que neutralizar el impacto directo, con lo que el efecto total<br />

es regresivo.<br />

En el caso de <strong>Uruguay</strong>, no obstante, la sustitución del IMESI por IVA al gas oil, que es el combustible<br />

utilizado int<strong>en</strong>sivam<strong>en</strong>te <strong>en</strong> el transporte de carga y de pasajeros, ha disminuido la relevancia de este<br />

impacto indirecto.<br />

Los resultados obt<strong>en</strong>idos se pres<strong>en</strong>tan <strong>en</strong> la Tabla 9.<br />

Tabla 9<br />

Progresividad y efecto distributivo del IMESI COMBUSTIBLES - Recaudación Teórica<br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Decil<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

Impuesto Tasa media<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a EGIH<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

Impuesto<br />

El IMESI sobre los combustibles se distribuye más desigualm<strong>en</strong>te (cuasi-Gini = 0.5543) que el ingreso pre-<br />

fiscal (Gini = 0.4995) y resulta, por tanto, ligeram<strong>en</strong>te progresivo. El 10% de mayores ingresos paga casi el<br />

43.1% del impuesto, más de 5 veces lo que paga el 40% más pobre (8.5%). No obstante, el impacto<br />

redistributivo es muy moderado (R-S = 0.0003) dada la baja recaudación del impuesto que es, no obstante,<br />

claram<strong>en</strong>te superior a las de los demás impuestos selectivos.<br />

260<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién paga el<br />

Impuesto?<br />

1 0.9 0.51 0.9 + 0.7<br />

2 2.2 0.38 2.2 + 1.3<br />

3 3.3 0.58 3.3 + 3.0<br />

4 4.5 0.49 4.5 + 3.5<br />

5 5.9 0.64 5.9 - 5.9<br />

6 7.5 0.64 7.5 + 7.4<br />

7 9.5 0.57 9.5 + 8.4<br />

8 12.4 0.50 12.5 + 9.8<br />

9 17.5 0.62 17.5 + 16.8<br />

10 36.3 0.76 36.3 - 43.1<br />

Total 100.0 0.64 100.0 100.0<br />

1. Desigualdad 2. Transfer<strong>en</strong>cias 3. ¿Quién paga el Imp?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- 0.00 40- 8.5<br />

cuasi-Gini T 0.5543 Trf del 40- -0.02 10+ 43.1<br />

Gini después T 0.4992 40-/10+ 0.2<br />

Kakwani 0.0548 Trf del 10+ 0.04<br />

R - S 0.0003


3. Impuesto sobre la R<strong>en</strong>ta Personal<br />

Contrariam<strong>en</strong>te a lo que suele afirmarse, antes de la Reforma Tributaria de julio de 2007 <strong>Uruguay</strong> t<strong>en</strong>ía un<br />

impuesto personal a la r<strong>en</strong>ta. Más precisam<strong>en</strong>te, t<strong>en</strong>ía un sistema de imposición a la r<strong>en</strong>ta de tipo cedular<br />

incompleto, es decir, una variedad de impuestos gravaban determinadas r<strong>en</strong>tas a tasas difer<strong>en</strong>ciales pero<br />

otras r<strong>en</strong>tas no estaban alcanzadas. Por ejemplo, el Impuesto a las Retribuciones Personales (IRP) se<br />

imponía sobre los salarios y p<strong>en</strong>siones, el Impuesto a las Comisiones alcanzaba un gran número de servicios<br />

no profesionales (despachantes de aduana, corredores de cambio, v<strong>en</strong>dedores, etc.) y las empresas<br />

unipersonales estaban gravadas por el impuesto de sociedades, pero otras r<strong>en</strong>tas, como intereses,<br />

alquileres, ganancias de capital y los servicios profesionales, no estaban gravadas.<br />

Esta imposición a la r<strong>en</strong>ta se complem<strong>en</strong>taba con una serie de impuestos m<strong>en</strong>ores, poco efici<strong>en</strong>tes<br />

(distorsivos) y/o de alto costo de administración y cumplimi<strong>en</strong>to. Gran parte de ellos fue producto de los<br />

continuos “ajustes fiscales” de la última década, que <strong>en</strong> rigor fueron ajustes tributarios m<strong>en</strong>ores, que llevaron<br />

a un deterioro de la calidad del diseño tributario. Por citar algunos: COFIS –IVA mayorista-, IMABA –impuesto<br />

a los activos bancarios-, ICOSIFI –Impuesto de Control del Sistema Financiero-, Impuesto a las Tarjetas de<br />

Crédito, Impuesto a las Cesiones de Deportistas, Impuesto a las V<strong>en</strong>tas Forzadas, Impuesto a los Sorteos,<br />

Impuesto a la Compra-V<strong>en</strong>ta de Bi<strong>en</strong>es Muebles <strong>en</strong> Remate Público. 88 En los trece años del período 1990-<br />

2002 se crearon trece impuestos, exactam<strong>en</strong>te a razón de uno por año. Como se verá, la introducción del<br />

impuesto sobre la r<strong>en</strong>ta dual permitió la derogación de la mayoría de ellos.<br />

La necesidad de resolver los problemas de diseño de este sistema cedular incompleto de tributación sobre la<br />

r<strong>en</strong>ta fue una de las razones que llevó a redefinirlo. La Reforma Tributaria de julio de 2007 introdujo un<br />

sistema de imposición a la r<strong>en</strong>ta dual a la uruguaya que integra armónicam<strong>en</strong>te sus tres compon<strong>en</strong>tes, la<br />

r<strong>en</strong>ta personal –vinculada al ahorro y al esfuerzo del trabajo-, la empresarial –ligada conceptualm<strong>en</strong>te a la<br />

inversión- y la internacional –la conexión con las retribuciones a la inversión, el ahorro y los servicios de no<br />

resid<strong>en</strong>tes 89 . (Véase Barreix y Roca, 2007).<br />

El impuesto a la r<strong>en</strong>ta dual a la uruguaya toma la idea c<strong>en</strong>tral del dual nórdico de gravar separadam<strong>en</strong>te las<br />

r<strong>en</strong>tas del trabajo –a tasas progresivas- y las r<strong>en</strong>tas del capital –a tasas proporcionales-. Por su parte,<br />

establece una tasa inferior para los r<strong>en</strong>dimi<strong>en</strong>tos del capital (intereses, divid<strong>en</strong>dos y utilidades, alquileres,<br />

ganancias de capital) igual a la tasa marginal inferior que grava las r<strong>en</strong>tas del trabajo. Esta tasa constituye el<br />

“ancla” del sistema, la tasa mínima a la cual se comi<strong>en</strong>zan a gravar las r<strong>en</strong>tas. A su vez, la tasa marginal<br />

máxima que grava las r<strong>en</strong>tas del trabajo es muy cercana a la tasa que grava las r<strong>en</strong>tas (netas)<br />

empresariales. El debate político determinó que la tasa liberatoria sobre las r<strong>en</strong>tas del capital fuese 12% y,<br />

88 El COFIS es un IVA mayorista con efecto acumulación sobre los servicios y el consumidor final por la etapa minorista. Fue creado para financiar la rebaja<br />

de aportes patronales a la Seguridad Social a determinados sectores, rebaja con la que se pret<strong>en</strong>dió comp<strong>en</strong>sar una equivocada política cambiaria. El IMABA<br />

se traslada al tomador del crédito y, por tanto, castiga la inversión. Para el resto de los impuestos, véase Dirección G<strong>en</strong>eral Impositiva del <strong>Uruguay</strong> (DGI),<br />

Texto Ord<strong>en</strong>ado.<br />

89 Estas bases amplias favorec<strong>en</strong> la captación de las ganancias inframarginales <strong>en</strong> los períodos asc<strong>en</strong>d<strong>en</strong>tes del ciclo.<br />

261


por tanto, ligeram<strong>en</strong>te difer<strong>en</strong>te a la tasa marginal m<strong>en</strong>or sobre las r<strong>en</strong>tas del trabajo, que se fijó <strong>en</strong> 10%.<br />

Estas r<strong>en</strong>tas del trabajo tributan hasta 25%, tasa que es a su vez la que grava las r<strong>en</strong>tas empresariales.<br />

Figura 1<br />

25%<br />

20%<br />

10%<br />

Por tanto, la difer<strong>en</strong>cia principal con el dual nórdico, que queda reflejada <strong>en</strong> las figuras adjuntas, es que éste<br />

“ancla” a la tasa que grava a las r<strong>en</strong>tas empresariales y las r<strong>en</strong>tas brutas de capital (<strong>en</strong> torno al 30%), que a<br />

su vez es la tasa m<strong>en</strong>or del impuesto a las r<strong>en</strong>tas del trabajo, las que son gravadas progresivam<strong>en</strong>te hasta<br />

tasas cercanas al 50%. Con esto, el dual nórdico g<strong>en</strong>era una oportunidad de arbitraje para las r<strong>en</strong>tas del<br />

trabajo de los cu<strong>en</strong>tapropistas, las que pued<strong>en</strong> disfrazarse de r<strong>en</strong>tas empresariales. Muchos expertos<br />

consideran que éste es el “talón de Aquiles” del dual nórdico. Algo similar pasa <strong>en</strong> <strong>Chile</strong> –que aplica un IRPF<br />

sintético-, donde la r<strong>en</strong>ta empresarial es gravada al 17% y la tasa marginal mayor que grava las r<strong>en</strong>tas del<br />

trabajo es del 40%. Por este motivo, <strong>Chile</strong> ti<strong>en</strong>e un gasto tributario –costo del “diferimi<strong>en</strong>to” del impuesto o<br />

r<strong>en</strong>tas de personas físicas disfrazadas de r<strong>en</strong>tas empresariales- de más de 100% de lo que recauda. En<br />

efecto, el gasto tributario originado <strong>en</strong> el IRPF es de 2% del PIB cuando recauda algo m<strong>en</strong>os de 2% del PBI<br />

por este tributo.<br />

Por el contrario, el dual a la uruguaya limita esta posibilidad de arbitraje al punto de que deja libre la opción<br />

de tributar el impuesto a la r<strong>en</strong>ta empresarial o el personal a las personas físicas que prest<strong>en</strong> servicios<br />

profesionales u obt<strong>en</strong>gan r<strong>en</strong>tas de tipo empresarial. Finalm<strong>en</strong>te, aunque no soluciona el posible arbitraje<br />

<strong>en</strong>tre r<strong>en</strong>tas empresariales y r<strong>en</strong>tas brutas de capital éste se resuelve con reglas habituales <strong>en</strong> la imposición<br />

a la r<strong>en</strong>ta de empresas, de mucho más fácil implem<strong>en</strong>tación que los controles a los que obliga el dual<br />

nórdico. Por ejemplo, el arbitraje <strong>en</strong> el dual a la uruguaya <strong>en</strong>tre intereses –gravados, como se verá, al 10%-<br />

que son deducidos para la determinación de la r<strong>en</strong>ta empresarial (25%) puede resolverse exigi<strong>en</strong>do que la<br />

deducción se ajuste a la proporción <strong>en</strong>tre la tasa a la que se grava mediante ret<strong>en</strong>ción liberatoria al capital y<br />

la de la r<strong>en</strong>ta empresarial (10/25 <strong>en</strong> esta propuesta). 90<br />

Figura 2<br />

DUAL A LA URUGUAYA<br />

Arbitraje: r<strong>en</strong>tas<br />

empresariales como r<strong>en</strong>tas<br />

de capital<br />

R<strong>en</strong>tas<br />

Empresariales<br />

R<strong>en</strong>tas Puras de<br />

Capital<br />

90 Otra forma más compleja es utilizar el método del crédito pago <strong>en</strong> la r<strong>en</strong>ta ret<strong>en</strong>ida de capital y aplicar conjuntam<strong>en</strong>te reglas de capitalización débil (think<br />

capitalization) <strong>en</strong> intereses o limitaciones <strong>en</strong> otro tipo de r<strong>en</strong>tas de capital para la determinación de la r<strong>en</strong>ta empresarial.<br />

262<br />

R<strong>en</strong>tas del Trabajo -<br />

Tasa máxima<br />

R<strong>en</strong>tas del Trabajo -<br />

Tasa mínima


50%<br />

30%<br />

Finalm<strong>en</strong>te, el dual a la uruguaya recoge del impuesto a la r<strong>en</strong>ta uniforme (flat tax) 91 las características de<br />

t<strong>en</strong>er un mínimo no imponible que deja fuera del impuesto al 60% más pobre de la población y limitar las<br />

deducciones y créditos que erosionan la base del compon<strong>en</strong>te personal del impuesto, especialm<strong>en</strong>te <strong>en</strong><br />

América Latina.<br />

DUAL NORDICO<br />

El impacto del IRPF <strong>en</strong> la distribución del ingreso se simula liquidando el impuesto <strong>en</strong> base a la información<br />

personal y del hogar de cada uno de los <strong>en</strong>cuestados, información que aportan los microdatos de la EGIH.<br />

Se considera la legislación actualm<strong>en</strong>te vig<strong>en</strong>te. Por tanto, se liquida el IASS (el impuesto sobre la r<strong>en</strong>ta<br />

personal de los jubilados) y se asigna a cada contribuy<strong>en</strong>te la mejor opción de tributación <strong>en</strong>tre la individual y<br />

la conjunta. Esta opción estuvo disponible por primera vez para el ejercicio 2009; antes, la tributación<br />

individual era forzosa. Los resultados obt<strong>en</strong>idos se pres<strong>en</strong>tan <strong>en</strong> la Tabla 10.<br />

El impuesto se distribuye mucho más desigualm<strong>en</strong>te (cuasi-Gini = 0.8630) que el ingreso pre-fiscal (Gini =<br />

0.4995) y resulta, por tanto, significativam<strong>en</strong>te progresivo (K = 0.3635). Su alta progresividad es obvia si se<br />

considera que el 10% de más altos ingresos, que percibe el 36.3% del ingreso pre-fiscal, paga casi el 80%<br />

del impuesto (78.3%). Más del 90% del tributo (92.1%) recae sobre el quintil de más altos ingresos de la<br />

población. Para el 70% más pobre de la población, el impuesto sólo repres<strong>en</strong>ta, <strong>en</strong> promedio, un 0.2% de su<br />

ingreso pre-fiscal.<br />

Arbitraje: r<strong>en</strong>tas del trabajo<br />

de cu<strong>en</strong>ta-propistas como<br />

r<strong>en</strong>tas empresariales<br />

R<strong>en</strong>tas<br />

Empresariales<br />

R<strong>en</strong>tas Puras de<br />

Capital<br />

El único decil perdedor con la introducción del IRPF es el más alto, cuya participación <strong>en</strong> el ingreso cae de<br />

36.3% (antes del impuesto) a 34.9% (luego del IRPF). Dicho de otro modo, la transfer<strong>en</strong>cia que el 10% más<br />

rico realiza al resto de la sociedad como consecu<strong>en</strong>cia del impuesto es de 1.41% del ingreso total (casi 4%<br />

de su ingreso propio). El índice de Gini de la distribución del ingreso cae de 0.4995 a 0.4874 (R-S = 0.0121).<br />

Así medido, como se verá más adelante, este impacto redistributivo del impuesto es más de un 10% mayor al<br />

del gasto público <strong>en</strong> educación secundaria y aproximadam<strong>en</strong>te igual a las dos terceras partes del impacto<br />

redistributivo del gasto público <strong>en</strong> educación pre-escolar y primaria.<br />

91 Un modelo modificado de la versión teórica desarrollada por Hall y Rabushka (1995), se puso <strong>en</strong> vig<strong>en</strong>cia reci<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te <strong>en</strong> más de una doc<strong>en</strong>a de países,<br />

<strong>en</strong> especial <strong>en</strong> economías del ex bloque soviético.<br />

263<br />

R<strong>en</strong>tas del Trabajo -<br />

Tasa máxima<br />

R<strong>en</strong>tas del Trabajo -<br />

Tasa mínima


Tabla 10<br />

Progresividad y efecto distributivo del IRPF - Libre Opción (Indiv o Conj)<br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Decil<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a EGIH<br />

III. PROGRESIVIDAD E IMPACTO REDISTRIBUTIVO DEL GASTO PÚBLICO SOCIAL<br />

1. Observaciones preliminares<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

Impuesto Tasa media<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

Impuesto<br />

1.1. Gasto Público Social - En este trabajo, al igual que <strong>en</strong> la mayoría de la literatura sobre el tema, se ha<br />

considerado la progresividad y el impacto redistributivo del habitualm<strong>en</strong>te d<strong>en</strong>ominado Gasto Público Social<br />

(GPS), esto es, educación, salud, p<strong>en</strong>siones y asist<strong>en</strong>cia social (GPS focalizado). La razón es que no exist<strong>en</strong><br />

principios g<strong>en</strong>eralm<strong>en</strong>te aceptados ni para valorar financieram<strong>en</strong>te los bi<strong>en</strong>es públicos puros (def<strong>en</strong>sa,<br />

justicia, administración g<strong>en</strong>eral) ni para id<strong>en</strong>tificar a sus b<strong>en</strong>eficiarios.<br />

1.2. Imputación del GPS - Se ha seguido la forma más habitual de imputar el GPS, id<strong>en</strong>tificando a sus<br />

b<strong>en</strong>eficiarios a partir de la EGIH y asignando a ellos el monto del gasto público que figura <strong>en</strong> la ejecución<br />

presupuestal de los Ministerios respectivos. Este procedimi<strong>en</strong>to, aunque prácticam<strong>en</strong>te ineludible, es<br />

cuestionable por varias razones: no toma <strong>en</strong> cu<strong>en</strong>ta inefici<strong>en</strong>cias, calidad del gasto, posible exist<strong>en</strong>cia de<br />

264<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién paga<br />

el Impuesto?<br />

1 0.9 0.0 1.0 + 0.0<br />

2 2.2 0.0 2.2 + 0.0<br />

3 3.3 0.1 3.4 + 0.1<br />

4 4.5 0.2 4.7 + 0.3<br />

5 5.9 0.2 6.1 + 0.4<br />

6 7.5 0.3 7.7 + 0.6<br />

7 9.5 0.7 9.7 + 2.0<br />

8 12.4 1.2 12.7 + 4.6<br />

9 17.5 2.6 17.6 + 13.8<br />

10 36.3 7.0 34.9 - 78.3<br />

Total 100.0 3.3 100.0 100.0<br />

1. Desigualdad<br />

2. Transfer<strong>en</strong>cias 3. ¿Quién paga el Imp?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- -0.03 40- 0.4<br />

cuasi-Gini T 0.8630 Trf del 40- -0.35 10+ 78.3<br />

Gini después T 0.4874 10+/40- 182.7<br />

Kakwani 0.3635 Trf del 10+ 1.41<br />

R - S 0.0121


corrupción, difer<strong>en</strong>cias <strong>en</strong> los costos de prestación <strong>en</strong>tre grupos, posibles desestímulos a la oferta laboral,<br />

etc. Sobre este punto se abunda <strong>en</strong> el Anexo Metodológico.<br />

1.3. Progresividad e Impacto Redistributivo - La progresividad del GPS se evaluará con los mismos<br />

indicadores considerados para el sistema tributario. Por tanto, según la progresión de la tasa media<br />

(indicador local de progresividad), determinado ítem de gasto público será progresivo si expresado como<br />

porc<strong>en</strong>taje del ingreso del individuo -tasa media- decrece a medida que se avanza <strong>en</strong> la escala de ingresos.<br />

A su vez, definiremos el índice de Kakwani (indicador global de progresividad) como<br />

K = cuasi Gini (GPS) - Gini (Ingreso antes de la Política <strong>Fiscal</strong>).<br />

Si K < 0, esto es, si el gasto público se distribuye más equitativam<strong>en</strong>te que el ingreso antes de la política<br />

fiscal, dicho gasto contribuye a disminuir la desigualdad <strong>en</strong> la distribución del ingreso si<strong>en</strong>do, por tanto,<br />

progresivo. Si, por el contrario, K > 0, el gasto público será regresivo.<br />

Finalm<strong>en</strong>te, y al igual que <strong>en</strong> el caso del sistema tributario, se evalúa el impacto redistributivo de los<br />

difer<strong>en</strong>tes rubros del Gasto Público Social a través del índice de Reynolds-Smol<strong>en</strong>sky, que compara la<br />

distribución del ingreso antes y después del gasto analizado.<br />

Ahora bi<strong>en</strong>, las definiciones de progresividad y redistribución que se han empleado hasta ahora ti<strong>en</strong><strong>en</strong> un<br />

juicio de valor implícito: que la desigualdad es un concepto relativo. Por ejemplo, se ha definido un impuesto<br />

como progresivo si su pago <strong>en</strong> relación al ingreso crece a medida que se pasa de los estratos más ricos a los<br />

más pobres <strong>en</strong> la distribución del ingreso. Este impuesto reduce la desigualdad relativa de la r<strong>en</strong>ta, la<br />

desigualdad antes del impuesto, y no otra desigualdad. En este contexto, un impuesto de suma fija sería<br />

regresivo. Sin embargo, para qui<strong>en</strong> considerase que la desigualdad absoluta (y no la relativa) es el concepto<br />

relevante, un impuesto de suma fija resultaría neutral.<br />

El <strong>en</strong>foque relativo de la desigualdad resulta insatisfactorio cuando se considera la distribución del Gasto<br />

Público Social. En este caso, intuitivam<strong>en</strong>te, se recurre a un concepto absoluto de la desigualdad, más<br />

exig<strong>en</strong>te, por el cual un b<strong>en</strong>eficio solo es igualador cuando es mayor, <strong>en</strong> términos absolutos, lo otorgado a los<br />

estratos de más bajos ingresos. En este contexto, un b<strong>en</strong>eficio de suma fija es neutral.<br />

Diremos, por tanto, que un gasto público es pro-pobre si el porc<strong>en</strong>taje otorgado disminuye a medida que<br />

aum<strong>en</strong>ta el nivel de ingreso de los hogares; de lo contrario, se dirá que es pro-rico. Dicho de otro modo, el<br />

GPS será pro-pobre si el cuasi-Gini de su distribución es negativo. Esto se da cuando el porc<strong>en</strong>taje del GPS<br />

total asignado al p por ci<strong>en</strong>to más pobre de la población supera al p por ci<strong>en</strong>to del ingreso, que es el<br />

porc<strong>en</strong>taje del ingreso total que le correspondería <strong>en</strong> una distribución igualitaria.<br />

265


Es claro que un determinado programa de gasto público social puede ser progresivo –su importancia, <strong>en</strong><br />

relación al ingreso de los hogares, disminuye a medida que aum<strong>en</strong>ta el ingreso- y, a la vez, pro-rico -los<br />

estratos más ricos se b<strong>en</strong>efician con un mayor porc<strong>en</strong>taje del gasto público <strong>en</strong> cuestión-. Un caso típico,<br />

como se verá <strong>en</strong> los resultados obt<strong>en</strong>idos, es la educación universitaria.<br />

2. Gasto Público <strong>en</strong> Educación Pre-Escolar y Primaria<br />

El gasto <strong>en</strong> educación pública pre-escolar y primaria del año 2006, 1.1% del PIB, se distribuyó<br />

proporcionalm<strong>en</strong>te <strong>en</strong>tre cada uno de los b<strong>en</strong>eficiarios del mismo id<strong>en</strong>tificados <strong>en</strong> la EGIH. 92 Los resultados<br />

obt<strong>en</strong>idos se pres<strong>en</strong>tan <strong>en</strong> la Tabla 11.<br />

El gasto <strong>en</strong> educación pública pre-escolar y primaria no sólo es progresivo sino que, además, es pro-pobre (K<br />

= -0.4038). El 40% más pobre de la población, que recibe 11% del ingreso pre-fiscal, se b<strong>en</strong>eficia con más<br />

del 70% del gasto público <strong>en</strong> educación pre-escolar y primaria. Casi el 80% de este gasto se conc<strong>en</strong>tra <strong>en</strong> la<br />

mitad más pobre de la población. Este resultado está <strong>en</strong> línea con los obt<strong>en</strong>idos <strong>en</strong> la Comunidad Andina y<br />

C<strong>en</strong>troamérica 93 , donde también el uso de la educación pública básica es cada vez m<strong>en</strong>or a medida que se<br />

pasa de los deciles más pobres a los más ricos de la distribución del ingreso.<br />

Los cinco deciles más pobres son los “ganadores”, es decir, su participación <strong>en</strong> el ingreso post-gasto público<br />

aum<strong>en</strong>ta respecto a su participación <strong>en</strong> el ingreso pre-fiscal (de 16.8% a 18.2%). La desigualdad, medida por<br />

el índice de R-S (0.0185), disminuye significativam<strong>en</strong>te.<br />

Tabla 11<br />

92 Se considera b<strong>en</strong>eficiario del GPS <strong>en</strong> educación pre-escolar qui<strong>en</strong> alcanzó como nivel educativo más alto la educación pre-escolar (responde 1 a la<br />

pregunta 27), está actualm<strong>en</strong>te estudiando (responde 1 a la pregunta 28.1), asiste a un instituto público (responde 1 a la pregunta 28.2) y ese instituto es<br />

gratuito (responde 3 a la pregunta 28.3). Por su parte, se considera b<strong>en</strong>eficiario del GPS <strong>en</strong> educación primaria qui<strong>en</strong> alcanzó como nivel educativo más alto<br />

la educación primaria (responde 2 a la pregunta 27), está actualm<strong>en</strong>te estudiando (responde 1 a la pregunta 28.1), asiste a un instituto público (responde 1 a la<br />

pregunta 28.2) y ese instituto es gratuito (responde 3 a la pregunta 28.3).<br />

93 Véase Barreix, Roca y Villela (2006) y Barreix, Bes y Roca (2009).<br />

266


Progresividad y efecto distributivo de Educación Pre-Escolar + Primaria<br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Decil<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a EGIH<br />

3. Gasto Público <strong>en</strong> Educación Secundaria<br />

El gasto <strong>en</strong> educación pública secundaria del año 2006, 0.93% del PIB, se distribuyó proporcionalm<strong>en</strong>te <strong>en</strong>tre<br />

cada uno de los b<strong>en</strong>eficiarios del mismo id<strong>en</strong>tificados <strong>en</strong> la EGIH. 94 Los resultados obt<strong>en</strong>idos se pres<strong>en</strong>tan <strong>en</strong><br />

la Tabla 12.<br />

El gasto <strong>en</strong> educación pública secundaria no sólo es progresivo sino que, además, es pro-pobre (K = -<br />

0.1476), aunque m<strong>en</strong>os significativam<strong>en</strong>te que <strong>en</strong> el caso de la educación pre-escolar y primaria. En efecto,<br />

el 40% más pobre de la población, que recibe 11% del ingreso pre-fiscal y se b<strong>en</strong>eficiaba con más del 70%<br />

del gasto <strong>en</strong> educación pre-escolar y primaria, recibe algo m<strong>en</strong>os de la mitad (48.9%) del gasto público <strong>en</strong><br />

educación secundaria.<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

GPS Tasa media<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

GPS<br />

94 Se considera b<strong>en</strong>eficiario del gasto público <strong>en</strong> educación secundaria qui<strong>en</strong> ha alcanzado como nivel educativo más alto la educación secundaria (responde<br />

3 a la pregunta 27), está actualm<strong>en</strong>te estudiando (responde 1 a la pregunta 28.1), asiste a un instituto público (responde 1 a la pregunta 28.2) y ese instituto es<br />

gratuito (responde 3 a la pregunta 28.3).<br />

267<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién<br />

recibe el<br />

GPS?<br />

1 0.9 55.7 1.4 + 24.2<br />

2 2.2 18.5 2.5 + 18.5<br />

3 3.3 9.8 3.6 + 15.0<br />

4 4.5 6.0 4.7 + 12.6<br />

5 5.9 3.5 6.0 + 9.4<br />

6 7.5 2.0 7.5 - 7.0<br />

7 9.5 1.2 9.4 - 5.5<br />

8 12.4 0.7 12.3 - 4.3<br />

9 17.5 0.3 17.2 - 2.6<br />

10 36.3 0.1 35.5 - 0.9<br />

Total 100.0 2.2 100.0 100.0<br />

1. Desigualdad 2. Transfer<strong>en</strong>cias 3. ¿Quién recibe el GPS?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- -0.49 40- 70.4<br />

cuasi-Gini T -0.4038 Trf del 40- -1.26 10+ 0.9<br />

Gini después T 0.4810 40-/10+ 78.2<br />

Kakwani -0.9033 Trf del 10+ 0.75<br />

R - S 0.0185


Los seis deciles más pobres son los “ganadores”, es decir, su participación <strong>en</strong> el ingreso post-gasto público<br />

aum<strong>en</strong>ta respecto a su participación <strong>en</strong> el ingreso pre-fiscal (de 24.3% a 25.2%). La disminución de la<br />

desigualdad, medida por el índice de R-S (0.0109), no es despreciable.<br />

Tabla 12<br />

Progresividad y efecto distributivo de Educación Secundaria<br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Decil<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

GPS Tasa media<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a EGIH<br />

Se considera oportuno realizar tres puntualizaciones sobre los resultados aquí obt<strong>en</strong>idos para la educación<br />

básica (pre-escolar, primaria y secundaria):<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

GPS<br />

i) No puede afirmarse que la conc<strong>en</strong>tración del gasto <strong>en</strong> educación pública básica <strong>en</strong> los estratos de m<strong>en</strong>ores<br />

ingresos responda a una correcta “focalización” del mismo, pues no hay un proceso de selección para admitir<br />

a los niños de los hogares más pobres (inclusión) y dejar de lado a los de hogares más ricos (exclusión). Por<br />

el contrario, se trata de un proceso de “selección natural”.<br />

ii) Este proceso de “selección natural” puede ser indicador de un problema –qui<strong>en</strong>es ti<strong>en</strong><strong>en</strong> posibilidades<br />

elud<strong>en</strong> la educación pública por ser de inferior calidad- antes que de un correcto destino del gasto público. Es<br />

oportuno, por tanto, remarcar que este trabajo no evalúa la calidad de la educación recibida. Un gasto pro-<br />

pobre, <strong>en</strong> la medida que mejora la distribución del ingreso, es considerado positivo, sin considerar que, si es<br />

de mala calidad, puede resultar, por el contrario, una cond<strong>en</strong>a casi segura a un pronto fracaso estudiantil.<br />

268<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién recibe<br />

el GPS?<br />

1 0.9 21.4 1.1 + 11.1<br />

2 2.2 10.0 2.3 + 11.9<br />

3 3.3 6.9 3.5 + 12.7<br />

4 4.5 5.3 4.7 + 13.2<br />

5 5.9 4.2 6.0 + 13.7<br />

6 7.5 2.7 7.5 + 11.1<br />

7 9.5 1.7 9.5 - 8.9<br />

8 12.4 1.0 12.3 - 6.7<br />

9 17.5 0.7 17.3 - 6.6<br />

10 36.3 0.2 35.7 - 4.1<br />

Total 100.0 1.8 100.0 100.0<br />

1. Desigualdad 2. Transfer<strong>en</strong>cias 3. ¿Quién recibe el GPS?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- -0.18 40- 48.9<br />

cuasi-Gini T -0.1476 Trf del 40- -0.67 10+ 4.1<br />

Gini después T 0.4886 40-/10+ 11.8<br />

Kakwani -0.6471 Trf del 10+ 0.57<br />

R - S 0.0109


iii) Finalm<strong>en</strong>te, <strong>en</strong> el contexto de este trabajo un gasto pro-pobre muestra una mejoría inmediata <strong>en</strong> la<br />

distribución del ingreso. No obstante, <strong>en</strong> la realidad es poco probable que éste sea el efecto de gastos como<br />

la educación que, aún <strong>en</strong> caso de t<strong>en</strong>er niveles aceptables de calidad, exig<strong>en</strong> un proceso de maduración.<br />

Como señalan Machinea y Hop<strong>en</strong>hayn (2005), ésta es una de las razones que explica la apar<strong>en</strong>te paradoja<br />

de un deterioro <strong>en</strong> la distribución del ingreso <strong>en</strong> América Latina <strong>en</strong>tre 1990 y 2002 simultáneam<strong>en</strong>te con un<br />

aum<strong>en</strong>to de los rubros del GPS más progresivos (educación y salud, <strong>en</strong>tre otros).<br />

4. Gasto Público <strong>en</strong> Educación Terciaria<br />

El gasto <strong>en</strong> educación pública terciaria del año 2006, 0.53% del PIB, se distribuyó proporcionalm<strong>en</strong>te <strong>en</strong>tre<br />

cada uno de los b<strong>en</strong>eficiarios del mismo id<strong>en</strong>tificados <strong>en</strong> la EGIH. 95 Además del gasto <strong>en</strong> educación<br />

universitaria, se incluye el gasto <strong>en</strong> educación técnica, <strong>en</strong> magisterio y <strong>en</strong> profesorado. Los resultados<br />

obt<strong>en</strong>idos se pres<strong>en</strong>tan <strong>en</strong> la Tabla 13.<br />

Tabla 13<br />

Progresividad y efecto distributivo de Educación Universitaria (+ Otras Terciarias)<br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Decil<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

GPS Tasa media<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a EGIH<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

GPS<br />

95 Se considera b<strong>en</strong>eficiario del gasto público <strong>en</strong> educación terciaria qui<strong>en</strong> ha alcanzado como nivel educativo más alto el universitario o similar (responde 8 a<br />

la pregunta 27.1), está actualm<strong>en</strong>te estudiando (responde 1 a la pregunta 28.1), asiste a un instituto público (responde 1 a la pregunta 28.2) y ese instituto es<br />

gratuito (responde 3 a la pregunta 28.3). También se incluy<strong>en</strong> como b<strong>en</strong>eficiarios del gasto <strong>en</strong> educación pública terciaria qui<strong>en</strong>es asist<strong>en</strong> a la <strong>en</strong>señanza<br />

técnica, a magisterio y a profesorado.<br />

269<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién recibe el<br />

GPS?<br />

1 0.9 4.5 1.0 + 4.2<br />

2 2.2 1.9 2.2 + 4.0<br />

3 3.3 1.5 3.3 + 5.0<br />

4 4.5 1.3 4.5 + 5.8<br />

5 5.9 1.4 5.9 + 7.8<br />

6 7.5 1.1 7.5 + 8.0<br />

7 9.5 1.1 9.5 + 9.8<br />

8 12.4 1.5 12.5 + 17.8<br />

9 17.5 1.0 17.5 + 17.7<br />

10 36.3 0.6 36.1 - 20.0<br />

Total 100.0 1.0 100.0 100.0<br />

1. Desigualdad 2. Transfer<strong>en</strong>cias 3. ¿Quién recibe el GPS?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- -0.03 40- 18.9<br />

cuasi-Gini T 0.3171 Trf del 40- -0.08 10+ 20.0<br />

Gini después T 0.4980 40-/10+ 0.9<br />

Kakwani -0.1824 Trf del 10+ 0.16<br />

R - S 0.0015


Al igual que <strong>en</strong> los países de la Comunidad Andina y C<strong>en</strong>troamérica, <strong>en</strong> <strong>Uruguay</strong> el comportami<strong>en</strong>to del<br />

gasto público <strong>en</strong> educación terciaria (básicam<strong>en</strong>te educación universitaria) es marcadam<strong>en</strong>te difer<strong>en</strong>te al del<br />

gasto <strong>en</strong> educación básica. En efecto, aunque progresivo, el gasto <strong>en</strong> educación terciaria es pro-rico (K =<br />

0.3171). En efecto, el porc<strong>en</strong>taje del gasto público <strong>en</strong> educación universitaria crece significativam<strong>en</strong>te a<br />

medida que se pasa de los tramos más bajos a los más altos de la distribución del ingreso (Tabla 13). El 20%<br />

más rico recibe el doble (37.7%) de lo que recibe el 40% más pobre (18.9%). Sólo el 10% más rico recibe un<br />

5% más (20%) de lo que recibe el 40% más pobre (18.9%).<br />

Es claro, por tanto, que qui<strong>en</strong>es mayoritariam<strong>en</strong>te acced<strong>en</strong> a la educación superior pública son integrantes<br />

de los hogares de mayores ingresos. Visto de otro modo, son los estratos más pobres, usuarios casi<br />

exclusivos de la educación pública, qui<strong>en</strong>es, luego, no acced<strong>en</strong> a la educación universitaria. Aunque esto no<br />

habilita, <strong>en</strong> modo alguno, a hablar de causalidad (mala educación pública, nivel insufici<strong>en</strong>te para acceder a la<br />

educación terciaria), sí refuerza la idea de que el acceso a la educación pública sólo por los estratos más<br />

pobres es indicador de problemas (<strong>en</strong> este caso, no llegan a los niveles educativos más altos) más que de<br />

una correcta focalización de ese gasto público (universal).<br />

No obstante el marcado sesgo pro-rico del gasto <strong>en</strong> educación universitaria, existe cons<strong>en</strong>so <strong>en</strong> relación a<br />

las externalidades positivas asociadas al mismo. Por tanto, una alternativa al pago de matrícula universitaria<br />

es reforzar el cobro del impuesto a la r<strong>en</strong>ta personal, que es el instrum<strong>en</strong>to adecuado para gravar los<br />

r<strong>en</strong>dimi<strong>en</strong>tos del capital humano. (Véase Barreix, Bes y Roca, 2009).<br />

5. Gasto Público <strong>en</strong> Salud<br />

El gasto público <strong>en</strong> salud del año 2006, 1.95% del PIB, se distribuyó proporcionalm<strong>en</strong>te <strong>en</strong>tre cada uno de los<br />

b<strong>en</strong>eficiarios del mismo id<strong>en</strong>tificados <strong>en</strong> la EGIH. En base a la información que brinda esta <strong>en</strong>cuesta, se<br />

id<strong>en</strong>tifica como b<strong>en</strong>eficiarios del gasto público <strong>en</strong> salud a qui<strong>en</strong>es respond<strong>en</strong> que recib<strong>en</strong> asist<strong>en</strong>cia <strong>en</strong><br />

Ministerio de Salud Pública, Hospital de Clínicas, Hospital Militar o Policial, Policlínica Municipal o vía<br />

Asignaciones Familiares. 96 Los resultados obt<strong>en</strong>idos se pres<strong>en</strong>tan <strong>en</strong> la Tabla 14.<br />

El gasto público <strong>en</strong> salud no sólo es progresivo sino que, además, es pro-pobre (K = -0.3132). El uso de la<br />

salud pública disminuye sin discontinuidades a medida que se pasa de los deciles más pobres a los más<br />

ricos de la distribución. El 40% más pobre de la población, que recibe 11% del ingreso pre-fiscal, se b<strong>en</strong>eficia<br />

con casi el 63% del gasto público <strong>en</strong> salud. Aproximadam<strong>en</strong>te las tres cuartas partes de este gasto se<br />

conc<strong>en</strong>tran <strong>en</strong> la mitad más pobre de la población y m<strong>en</strong>os de un 5% del gasto público <strong>en</strong> salud b<strong>en</strong>eficia al<br />

20% más rico de la población.<br />

El gasto <strong>en</strong> educación repres<strong>en</strong>ta, <strong>en</strong> promedio, casi un 50% del ingreso pre-fiscal del 20% más pobre de la<br />

población. Los seis deciles de m<strong>en</strong>ores ingresos son los “ganadores”, es decir, su participación <strong>en</strong> el ingreso<br />

post-gasto público aum<strong>en</strong>ta respecto a su participación <strong>en</strong> el ingreso pre-fiscal (de 24.3% a 26.5%). El<br />

96 La pregunta de la EGIH sobre dónde recibe at<strong>en</strong>ción a la salud (pregunta 32) admite indicar hasta tres lugares difer<strong>en</strong>tes: 1 MSP, 2 Hospital de Clínicas, 3<br />

Hospital Militar o Policial, 4 Policlínica Municipal, 5 Asignaciones Familiares, 6 Instituciones de Asist<strong>en</strong>cia Médica Colectiva (IAMC), 7 Seguros Integrales<br />

Privados (SIP) y 8 Otra. Como se dijo <strong>en</strong> el texto principal, se consideran b<strong>en</strong>eficiarios del gasto público <strong>en</strong> salud qui<strong>en</strong>es declaran alguna de las opciones 1 a<br />

5. Como la EGIH no permite conocer la int<strong>en</strong>sidad que estos b<strong>en</strong>eficiarios hicieron del servicio público de salud, el gasto debió repartirse proporcionalm<strong>en</strong>te<br />

<strong>en</strong>tre todos ellos.<br />

270


impacto redistributivo, efecto conjunto de la progresividad y el monto del gasto, es el más significativo de<br />

todos los ítems del GPS: el índice de Gini (x 100) luego del gasto <strong>en</strong> salud disminuye casi 3 puntos (R-S =<br />

0.0293).<br />

Tabla 14<br />

Progresividad y efecto distributivo de GPS <strong>en</strong> Salud<br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Decil<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a EGIH<br />

6. Jubilaciones y P<strong>en</strong>siones<br />

Como ya se dijo, <strong>en</strong> esta primera versión del trabajo se ha adoptado provisoriam<strong>en</strong>te la solución extrema de<br />

incluir las p<strong>en</strong>siones d<strong>en</strong>tro de los ingresos originales de los hogares (ingresos antes de la política fiscal), <strong>en</strong><br />

el supuesto de que son el b<strong>en</strong>eficio (actuarialm<strong>en</strong>te equival<strong>en</strong>te) recibido por una contribución anterior (al<br />

igual que los ingresos por intereses son la remuneración a un depósito previam<strong>en</strong>te realizado). Dada esta<br />

decisión, una forma de mostrar el impacto redistributivo de las jubilaciones es quitarlas del ingreso pre-fiscal y<br />

comparar el índice de Gini con y sin jubilaciones. Este impacto ex – post se calculará con fines ilustrativos,<br />

pero <strong>en</strong> la versión final del trabajo se espera pres<strong>en</strong>tar una solución técnica más fina.<br />

7. Seguro de Desempleo<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

GPS Tasa media<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

GPS<br />

Esta prestación es un subsidio m<strong>en</strong>sual <strong>en</strong> dinero que se paga a todo trabajador <strong>en</strong> situación forzosa de<br />

desempleo, no imputable a su voluntad o capacidad laboral, por hasta 6 meses de inactividad continua o<br />

discontinua. En principio, ti<strong>en</strong><strong>en</strong> derecho al b<strong>en</strong>eficio todos los trabajadores de la actividad privada que<br />

prestan servicios remunerados para terceros, con algunas exclusiones. Para una descripción detallada de<br />

este subsidio (cómo se adquiere el derecho, quiénes están excluidos del mismo, monto, posibilidades de<br />

prórroga, etc.) véase Banco de Previsión Social (BPS, 2009).<br />

271<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién recibe<br />

el GPS?<br />

1 0.9 68.5 1.5 + 17.0<br />

2 2.2 28.9 2.7 + 16.6<br />

3 3.3 17.2 3.8 + 15.2<br />

4 4.5 11.7 4.9 + 14.1<br />

5 5.9 7.6 6.1 + 11.8<br />

6 7.5 4.5 7.5 + 9.0<br />

7 9.5 2.8 9.4 - 7.1<br />

8 12.4 1.5 12.2 - 4.9<br />

9 17.5 0.7 17.0 - 3.1<br />

10 36.3 0.1 35.0 - 1.3<br />

Total 100.0 3.8 100.0 100.0<br />

1. Desigualdad 2. Transfer<strong>en</strong>cias 3. ¿Quién recibe el GPS?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- -0.59 40- 62.8<br />

cuasi-Gini T -0.3132 Trf del 40- -1.89 10+ 1.3<br />

Gini después T 0.4702 40-/10+ 46.7<br />

Kakwani -0.8127 Trf del 10+ 1.27<br />

R - S 0.0293


La imputación del seguro por desempleo se realizó totalm<strong>en</strong>te <strong>en</strong> base a información de la EGIH, que<br />

pregunta a los <strong>en</strong>cuestados cuánto ingreso recibieron por seguro de desempleo. 97 El número de b<strong>en</strong>eficiarios<br />

que resulta del procesami<strong>en</strong>to de la EGIH (realizando, claro está, su expansión a nivel poblacional) es 13.933<br />

b<strong>en</strong>eficiarios, que se considera repres<strong>en</strong>tativo del número de b<strong>en</strong>eficiarios que informa el BPS, 17.622<br />

(79,1%). En términos monetarios, la repres<strong>en</strong>tatividad es algo m<strong>en</strong>or (75,4%). En efecto, del procesami<strong>en</strong>to<br />

de la EGIH resulta que los ingresos recibidos por seguro de desempleo totalizaron 0,12% del PIB ($ 592,8<br />

millones) mi<strong>en</strong>tras que el BPS afirma haber pagado 0,16% del PIB ($ 785,7 millones). Aún si se considerase<br />

insatisfactoria la repres<strong>en</strong>tatividad de la EGIH, no habría criterios teóricos ni prácticos sólidos para corregir la<br />

subrepres<strong>en</strong>tación.<br />

Los resultados <strong>en</strong> relación a la progresividad e impacto redistributivo del seguro de desempleo se pres<strong>en</strong>tan<br />

<strong>en</strong> la Tabla 15.<br />

Tabla 15<br />

Progresividad y efecto distributivo del Seguro de Paro<br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Decil<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a EGIH<br />

Este subsidio no sólo es progresivo sino que, además, es pro-pobre (K = -0.3339). El 40% más pobre de la<br />

población recibe casi las dos terceras partes del seguro. Este resultado es esperable pues qui<strong>en</strong>es están<br />

recibi<strong>en</strong>do el seguro de desempleo son, por definición, qui<strong>en</strong>es han dejado de percibir ingresos y, al haberse<br />

empobrecido, se han “movido” a los deciles más bajos de la distribución. No obstante, dado su bajo monto,<br />

97 Pregunta 54.1 del Formulario 1.<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

GPS Tasa media<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

GPS<br />

272<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién recibe<br />

el GPS?<br />

1 0.9 5.8 1.0 + 22.7<br />

2 2.2 1.4 2.2 + 12.9<br />

3 3.3 1.3 3.4 + 18.0<br />

4 4.5 0.6 4.5 + 12.1<br />

5 5.9 0.2 5.9 - 4.3<br />

6 7.5 0.3 7.5 + 8.5<br />

7 9.5 0.3 9.5 + 12.5<br />

8 12.4 0.1 12.4 - 5.7<br />

9 17.5 0.0 17.4 - 1.9<br />

10 36.3 0.0 36.2 - 1.5<br />

Total 100.0 0.2 100.0 100.0<br />

1. Desigualdad 2. Transfer<strong>en</strong>cias 3. ¿Quién recibe el GPS?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- -0.05 40- 65.7<br />

cuasi-Gini T -0.3399 Trf del 40- -0.13 10+ 1.5<br />

Gini después T 0.4979 40-/10+ 43.4<br />

Kakwani -0.8394 Trf del 10+ 0.08<br />

R - S 0.0016


su impacto redistributivo es casi insignificante, es decir, la distribución del ingreso luego de esta transfer<strong>en</strong>cia<br />

prácticam<strong>en</strong>te no se altera (R-S = 0.0016).<br />

8. Subsidio por Enfermedad<br />

El trabajador de la actividad privada amparado por el Seguro por Enfermedad 98 que quede impedido de<br />

trabajar por razones de salud, ti<strong>en</strong>e derecho desde el cuarto día de la <strong>en</strong>fermedad inclusive, y <strong>en</strong> caso de<br />

internación desde el primer día, a percibir una prestación <strong>en</strong> dinero, equival<strong>en</strong>te al 70% de su sueldo o salario<br />

básico más la cuota parte del aguinaldo correspondi<strong>en</strong>te al período de lic<strong>en</strong>cia certificada, con un tope de 3<br />

Bases de Prestación y Contribución (BPC). Los pagos del subsidio se realizan <strong>en</strong> forma m<strong>en</strong>sual de acuerdo<br />

a cal<strong>en</strong>dario, y pued<strong>en</strong> cubrir hasta un año con otro de prórroga. Para una descripción detallada de este<br />

subsidio, véase BPS (2009).<br />

La imputación del subsidio por <strong>en</strong>fermedad se realizó totalm<strong>en</strong>te <strong>en</strong> base a información de la EGIH, que<br />

pregunta a los <strong>en</strong>cuestados cuánto ingreso recibieron por subsidio por <strong>en</strong>fermedad. 99 El número de<br />

b<strong>en</strong>eficiarios que resulta del procesami<strong>en</strong>to de la EGIH (realizando, claro está, su expansión a nivel<br />

poblacional) es 10.300 b<strong>en</strong>eficiarios, que se considera repres<strong>en</strong>tativo del número de b<strong>en</strong>eficiarios que<br />

informa el BPS, 11.089 (92,9%). En términos monetarios, la EGIH capta más pagos por subsidio por<br />

<strong>en</strong>fermedad ($ 480.2 millones, 0.10% del PIB) que los que informa el BPS ($ 424.7 millones, 0.09% del PIB).<br />

Los resultados <strong>en</strong> relación a la progresividad e impacto redistributivo del seguro de desempleo se pres<strong>en</strong>tan<br />

<strong>en</strong> la Tabla 16.<br />

Tabla 16<br />

98 Decreto Ley 14.407<br />

99 Pregunta 54.1 del Formulario 1.<br />

273


Progresividad y efecto distributivo del Seguro de Enfermedad<br />

Por deciles de INDIVIDUOS ord<strong>en</strong>ados según su INGRESO per capita<br />

Decil<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a EG<br />

Este subsidio es progresivo y, además, ligeram<strong>en</strong>te pro-pobre (K = -0.0510). No obstante, el 40% más pobre<br />

de la población recibe algo m<strong>en</strong>os del 40% del subsidio (38.1%). Dado que esta transfer<strong>en</strong>cia alcanza<br />

exclusivam<strong>en</strong>te a los trabajadores del sector formal -como se dijo, cubre a qui<strong>en</strong>es cotizan al Seguro por<br />

Enfermedad- no debe esperarse, a priori, que se conc<strong>en</strong>tre <strong>en</strong> los estratos de más bajos ingresos, <strong>en</strong> los que<br />

cae la mayoría de la población ocupada <strong>en</strong> el sector informal de la economía. Dado su bajo monto, su<br />

impacto redistributivo es casi insignificante, es decir, la distribución del ingreso luego del subsidio<br />

prácticam<strong>en</strong>te no se altera (R-S = 0.0008).<br />

9. Asignaciones Familiares<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

GPS Tasa media<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

GPS<br />

La prestación por Asignaciones Familiares, creada <strong>en</strong> 1943 por la Ley 10.449, aunque inicialm<strong>en</strong>te concebida<br />

para los trabajadores cubiertos por la Seguridad Social, se ha ido redefini<strong>en</strong>do como una prestación a los<br />

hogares compuestos por asalariados de m<strong>en</strong>ores recursos (Ley 16.697 de 1995) y por adultos no amparados<br />

por el sistema de Seguridad Social con niños a su cargo (Ley 17.139 de 1995 y Ley 17.758 de 2004). 100<br />

Grosso modo, <strong>en</strong> el mom<strong>en</strong>to de realización de la EGIH recibían esta prestación todos los hogares con<br />

ingresos de cualquier naturaleza inferiores a 3 BPC. La prestación es solam<strong>en</strong>te económica y su monto se<br />

establece <strong>en</strong> el 16% de la BPC por cada hijo o m<strong>en</strong>or a cargo. 101 Los b<strong>en</strong>eficiarios son los m<strong>en</strong>ores de 15<br />

años; los m<strong>en</strong>ores de 17 años que no hayan completado educación primaria por razones fundadas; los<br />

100 Véase Arim y Vigorito (2006).<br />

101 En el caso de los incapaces el monto de la prestación es el doble (32% de la BPC).<br />

274<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién recibe<br />

el GPS?<br />

1 0.9 3.6 1.0 + 17.6<br />

2 2.2 0.5 2.2 + 5.5<br />

3 3.3 0.2 3.3 + 4.0<br />

4 4.5 0.5 4.5 + 11.0<br />

5 5.9 0.8 5.9 + 24.7<br />

6 7.5 0.1 7.5 - 2.0<br />

7 9.5 0.0 9.5 - 2.1<br />

8 12.4 0.4 12.5 + 22.8<br />

9 17.5 0.1 17.5 - 5.8<br />

10 36.3 0.0 36.2 - 4.4<br />

Total 100.0 0.2 100.0 100.0<br />

1. Desigualdad 2. Transfer<strong>en</strong>cias 3. ¿Quién recibe el GPS?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- -0.03 40- 38.1<br />

cuasi-Gini T -0.0510 Trf del 40- -0.05 10+ 4.4<br />

Gini después T 0.4987 40-/10+ 8.7<br />

Kakwani -0.5505 Trf del 10+ 0.06<br />

R - S 0.0008


mayores de 15 años que estén recibi<strong>en</strong>do <strong>en</strong>señanza de nivel superior a primaria, hasta los 18 años; y los<br />

incapacitados para trabajar.<br />

La imputación del monto recibido por Asignaciones Familiares se realizó totalm<strong>en</strong>te <strong>en</strong> base a información de<br />

la EGIH. 102 El número de b<strong>en</strong>eficiarios que resulta del procesami<strong>en</strong>to de la EGIH (realizando, claro está, su<br />

expansión a nivel poblacional) es 547.400, muy similar al número de b<strong>en</strong>eficiarios que informa el BPS,<br />

540.006. En términos monetarios, de la EGIH resulta un pago de Asignaciones Familiares (0,32% del PIB; $<br />

1.521,6 millones) casi idéntico al que informa el BPS (0,32% del PIB; $ 1.538,5 millones).<br />

Los resultados <strong>en</strong> relación a la progresividad e impacto redistributivo de las Asignaciones Familiares se<br />

pres<strong>en</strong>tan <strong>en</strong> la Tabla 17<br />

Tabla 17<br />

Progresividad y efecto distributivo de Asignaciones Familiares<br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Decil<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

GPS Tasa media<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a EGIH<br />

Las Asignaciones Familiares no sólo son progresivas sino, además, pro-pobres (K = -0.3846). Esta<br />

transfer<strong>en</strong>cia disminuye sin discontinuidades a medida que se pasa de los deciles más pobres a los más<br />

ricos de la distribución del ingreso y llega a repres<strong>en</strong>tar el 14% del ingreso pre-fiscal del decil más pobre de la<br />

población. El 40% más pobre, que recibe 11% del ingreso pre-fiscal, se b<strong>en</strong>eficia con casi el 70% del gasto<br />

público <strong>en</strong> Asignaciones Familiares.<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

GPS<br />

102 La EGIH pregunta al <strong>en</strong>cuestado si cobra o no Asignaciones Familiares (pregunta 54.5.1 del Formulario 1). En caso de respuesta positiva, pregunta<br />

cuántas cobra por mes (pregunta 54.5.2), si las declaró <strong>en</strong> el sueldo (pregunta 54.6), si cobra las Asignaciones Familiares por mes o cada dos meses (pregunta<br />

54.7) y, finalm<strong>en</strong>te, cuánto cobró la última vez (pregunta 54.8). Es importante destacar que, a difer<strong>en</strong>cia de lo que sucede con el Hogar Constituido, ninguno<br />

de los <strong>en</strong>cuestados dice haber incluido las Asignaciones Familiares <strong>en</strong> el sueldo declarado. De este modo, el ingreso pre-política fiscal no está “contaminado”<br />

por esta transfer<strong>en</strong>cia pública y, por tanto, su impacto redistributivo puede determinarse sin problemas metodológicos.<br />

275<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién recibe<br />

el GPS?<br />

1 0.9 13.9 1.1 + 21.4<br />

2 2.2 5.1 2.3 + 18.2<br />

3 3.3 2.9 3.4 + 15.7<br />

4 4.5 1.9 4.6 + 14.0<br />

5 5.9 1.1 5.9 + 10.3<br />

6 7.5 0.6 7.5 - 7.3<br />

7 9.5 0.4 9.5 - 6.1<br />

8 12.4 0.2 12.4 - 3.3<br />

9 17.5 0.1 17.4 - 2.7<br />

10 36.3 0.0 36.1 - 1.1<br />

Total 100.0 0.6 100.4 100.0<br />

1. Desigualdad 2. Transfer<strong>en</strong>cias 3. ¿Quién recibe el GPS?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- -0.12 40- 69.2<br />

cuasi-Gini T -0.3846 Trf del 40- -0.35 10+ 1.1<br />

Gini después T 0.4941 40-/10+ 65.1<br />

Kakwani -0.8841 Trf del 10+ 0.21<br />

R - S 0.0054


La mitad más pobre de la población es la “ganadora”, es decir, su participación <strong>en</strong> el ingreso post-<br />

Asignaciones Familiares aum<strong>en</strong>ta respecto a su participación <strong>en</strong> el ingreso pre-fiscal, pero este aum<strong>en</strong>to es<br />

muy moderado, de 16.8% a 17.2%. Dicho de otro modo, dado el bajo monto de esta transfer<strong>en</strong>cia (0.32% del<br />

PIB), su impacto redistributivo, efecto conjunto de la progresividad y el monto, es muy moderado: la<br />

distribución del ingreso casi no se modifica luego de imputadas las Asignaciones Familiares (R-S = 0.0054).<br />

10. Ingreso Ciudadano (PANES)<br />

La Ley 17.869, del 20 de mayo de 2005, creó el Plan de At<strong>en</strong>ción Nacional a la Emerg<strong>en</strong>cia Social (PANES).<br />

Este Plan estuvo constituido por un conjunto de interv<strong>en</strong>ciones dirigidas a hogares de muy bajos ingresos y<br />

su duración, definida desde un principio, fue de dos años (2005 – 2007).<br />

El Ingreso Ciudadano fue una prestación monetaria que formó parte del PANES. Consistió <strong>en</strong> una prestación<br />

fija por hogar de 1 BPC a los hogares de muy bajos ingresos (aquellos cuyos ingresos por todo concepto,<br />

exceptuándose las asignaciones familiares, prestaciones por invalidez y vejez, no superas<strong>en</strong>, al mes de<br />

marzo de 2005, los $ 1.300 por persona y pres<strong>en</strong>tas<strong>en</strong> car<strong>en</strong>cias críticas <strong>en</strong> sus condiciones de vida).<br />

El Ingreso Ciudadano fue concebido como una transfer<strong>en</strong>cia condicionada. En efecto, se exigieron como<br />

requisitos indisp<strong>en</strong>sables para recibirlo la inscripción y asist<strong>en</strong>cia regular de los m<strong>en</strong>ores al sistema educativo<br />

formal, controles médicos periódicos de los niños, adolesc<strong>en</strong>tes y mujeres embarazadas del hogar y la<br />

participación <strong>en</strong> actividades comunitarias.<br />

La imputación del Ingreso Ciudadano se realizó <strong>en</strong> base a información de la EGIH. 103 El número de<br />

b<strong>en</strong>eficiarios que resulta del procesami<strong>en</strong>to de la EGIH (realizando, claro está, su expansión a nivel<br />

poblacional) es 50.705, significativam<strong>en</strong>te por debajo del que informa el Ministerio de Desarrollo Social<br />

(MIDES), 74.500 (68.1%). Aunque la repres<strong>en</strong>tatividad no es satisfactoria, como no se dispone de criterios<br />

sólidos para imputar la brecha por no respuesta, se decidió respetar la información original. Por su parte, <strong>en</strong><br />

términos monetarios se ha constatado que un número relevante de hogares de la muestra declara haber<br />

cobrado montos muy superiores a los legales, seguram<strong>en</strong>te porque están declarando el cobro de varios<br />

meses a la vez. Por este motivo, se decidió imputar a cada uno de los hogares b<strong>en</strong>eficiarios 1 BPC, tal cual<br />

indica la legislación. Como resultado de este proceso resulta un pago de Ingreso Ciudadano de 0,20% del<br />

PIB ($ 902 millones).<br />

Los resultados <strong>en</strong> relación a la progresividad e impacto redistributivo del Ingreso Ciudadano se pres<strong>en</strong>tan <strong>en</strong><br />

la Tabla 18.<br />

Tabla 18<br />

103 La EGIH pregunta al <strong>en</strong>cuestado cuánto recibió el mes pasado por Ingreso Ciudadano (pregunta 55 del Formulario 1).<br />

276


Progresividad y efecto distributivo del Ingreso Ciudadano (PANES)<br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Decil<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a la EGIH<br />

El Ingreso Ciudadano es claram<strong>en</strong>te pro-pobre (K = -0.7852). Casi el 60% de esta transfer<strong>en</strong>cia se focaliza<br />

<strong>en</strong> el decil más pobre de la población, para el que el Ingreso Ciudadano repres<strong>en</strong>ta casi una cuarta parte<br />

(22.7%) de su ingreso pre-fiscal. Los únicos “ganadores”, aquellos cuya participación <strong>en</strong> el ingreso crece<br />

luego de esta transfer<strong>en</strong>cia, son los tres deciles más pobres, que recib<strong>en</strong> más del 95% de la misma. Esto<br />

muestra una correcta focalización del Ingreso Ciudadano, casi sin fugas a sectores a los que, por definición,<br />

no se pret<strong>en</strong>día favorecer. En efecto, los deciles 4 al 6 recib<strong>en</strong> m<strong>en</strong>os de un 5% de la transfer<strong>en</strong>cia.<br />

Sin embargo, el impacto redistributivo es modesto (R-S = 0.0045) pues el monto de la transfer<strong>en</strong>cia, influido<br />

<strong>en</strong> este ejercicio por la subcaptación de los b<strong>en</strong>eficiarios, es de sólo 0.2% del PIB.<br />

11. Tarjeta Alim<strong>en</strong>taria (PANES)<br />

Todos los hogares aceptados <strong>en</strong> el PANES que cu<strong>en</strong>tan con m<strong>en</strong>ores de 18 años o mujeres embarazadas<br />

ti<strong>en</strong><strong>en</strong> acceso a esta transfer<strong>en</strong>cia <strong>en</strong> especie. El b<strong>en</strong>eficio es proporcional al número de pot<strong>en</strong>ciales<br />

b<strong>en</strong>eficiarios <strong>en</strong> el hogar, ajustándose de acuerdo a la sigui<strong>en</strong>te escala:<br />

1 b<strong>en</strong>eficiario (m<strong>en</strong>or de 18 años o embarazada) - $ 300<br />

2 b<strong>en</strong>eficiarios - $ 450<br />

3 b<strong>en</strong>eficiarios - $ 600<br />

4 b<strong>en</strong>eficiarios - $ 800<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

GPS Tasa media<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

GPS<br />

277<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién recibe<br />

el GPS?<br />

1 0.9 22.7 1.1 + 58.7<br />

2 2.2 4.6 2.3 + 27.7<br />

3 3.3 1.0 3.3 + 8.9<br />

4 4.5 0.2 4.5 - 2.8<br />

5 5.9 0.1 5.9 - 1.2<br />

6 7.5 0.0 7.4 - 0.8<br />

7 9.5 0.0 9.4 - 0.0<br />

8 12.4 0.0 12.4 - 0.0<br />

9 17.5 0.0 17.4 - 0.0<br />

10 36.3 0.0 36.2 - 0.0<br />

Total 100.0 0.4 100.0 100.0<br />

1. Desigualdad 2. Transfer<strong>en</strong>cias 3. ¿Quién recibe el GPS?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- -0.21 40- 98.0<br />

cuasi-Gini T -0.7852 Trf del 40- -0.31 10+ 0.0<br />

Gini después T 0.4950 40-/10+ --<br />

Kakwani -1.2847 Trf del 10+ 0.13<br />

R - S 0.0045


Esta prestación com<strong>en</strong>zó a otorgarse <strong>en</strong> abril de 2006, cuando ya se había realizado el relevami<strong>en</strong>to de 6 de<br />

los 12 meses de la EGIH. 104 Seguram<strong>en</strong>te por este motivo la captación de la EGIH es muy baja: m<strong>en</strong>os de<br />

8.000 b<strong>en</strong>eficiarios, mi<strong>en</strong>tras que el MIDES informa más de 57.000 a finales de 2006.<br />

Como proxy, se podría realizar una imputación exclusivam<strong>en</strong>te <strong>en</strong> base al número de m<strong>en</strong>ores de 18 años<br />

que haya <strong>en</strong> los hogares que declaran percibir el Ingreso Ciudadano, porque la EGIH ofrece información<br />

sobre el número de mujeres embarazadas <strong>en</strong> dichos hogares.<br />

12. Alim<strong>en</strong>tos Gratis<br />

La EGIH pregunta a los <strong>en</strong>cuestados si recib<strong>en</strong> regularm<strong>en</strong>te algún tipo de alim<strong>en</strong>tación gratuita. 105 Para<br />

aquellos que respond<strong>en</strong> afirmativam<strong>en</strong>te pregunta si se trata de (i) alim<strong>en</strong>tación o comidas preparadas o (ii)<br />

canastas de alim<strong>en</strong>tos, abri<strong>en</strong>do d<strong>en</strong>tro de esta segunda opción 12 posibilidades: común (INDA), bajo peso<br />

(riesgo nutricional), plomo, p<strong>en</strong>sionistas, diabéticos, r<strong>en</strong>ales, r<strong>en</strong>al-diabético, celíacos, tuberculosis,<br />

oncológicos, SIDA (VIH+), otra. 106<br />

Tabla 19<br />

Personas que recib<strong>en</strong> Alim<strong>en</strong>tos Gratis según EGIH<br />

Canastas de Alim<strong>en</strong>tos Nº Personas %<br />

1 INDA 56,711 24.7<br />

2 Bajo Peso 4,327 1.9<br />

4 P<strong>en</strong>sionistas 15,071 6.6<br />

5 Diabéticos 416 0.2<br />

6 R<strong>en</strong>ales 1,131 0.5<br />

7 R<strong>en</strong>al-Diabético 70 0.0<br />

8 Celíacos 800 0.3<br />

10 Oncológicos 2,777 1.2<br />

12 Otra 12,395 5.4<br />

Comidas Preparadas 135,706 59.2<br />

Total 229,404 100.0<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a la EGIH<br />

De acuerdo a la EGIH, el total de b<strong>en</strong>eficiarios de estas transfer<strong>en</strong>cias alim<strong>en</strong>tarias llega a casi 230.000<br />

(Tabla 19). Téngase pres<strong>en</strong>te que no se trata estrictam<strong>en</strong>te de 230.000 b<strong>en</strong>eficiarios difer<strong>en</strong>tes, pues<br />

algunos <strong>en</strong>cuestados declaran recibir 2 o 3 tipos de alim<strong>en</strong>tación gratuita. Como se ve <strong>en</strong> la Tabla 19, la<br />

canasta de INDA y, sobre todo, las comidas preparadas (comedores) son los que más b<strong>en</strong>eficiarios ti<strong>en</strong><strong>en</strong>.<br />

Aquí se ha supuesto que el 100% de las comidas preparadas son servidas por comedores públicos, lo que<br />

sobreestima el efecto de la transfer<strong>en</strong>cia pues es sabido que existe un porc<strong>en</strong>taje significativo de comedores<br />

104 El INE, además, sólo ha informado las respuestas a “cuánto recibió el mes pasado” y no las respuestas a “cuánto recibió los últimos 12 meses”, lo que<br />

podría haber permitido salvar este problema.<br />

105 Pregunta 30, Formulario 1.<br />

106 Pregunta 31, Formulario 1.<br />

278


privados, que no se ha determinado <strong>en</strong> esta primera versión del docum<strong>en</strong>to. Siempre de acuerdo a la EGIH,<br />

el monto de estas transfer<strong>en</strong>cias alim<strong>en</strong>tarias totalizó 0.25% del PIB <strong>en</strong> 2006 ($ 1.200 millones).<br />

Los resultados <strong>en</strong> relación a la progresividad e impacto redistributivo de las transfer<strong>en</strong>cias alim<strong>en</strong>tarias se<br />

pres<strong>en</strong>tan <strong>en</strong> la Tabla 20.<br />

Estas ayudas alim<strong>en</strong>tarias son claram<strong>en</strong>te pro-pobres (K = -0.6126). El 30% más pobre de la población, que<br />

recibe el 6.4% del ingreso pre-fiscal, se b<strong>en</strong>eficia con casi el 80% (77.9%) de esta transfer<strong>en</strong>cia. Los<br />

alim<strong>en</strong>tos gratis repres<strong>en</strong>tan más de un 20% del ingreso pre-fiscal del decil más pobre de la población. Las<br />

“fugas” hacia los sectores de más altos ingresos, a los que por definición no se pret<strong>en</strong>de favorecer, son poco<br />

significativas. En efecto, los deciles 7 a 10 recib<strong>en</strong> m<strong>en</strong>os de un 5% (4.7%) de estos alim<strong>en</strong>tos gratis.<br />

El impacto <strong>en</strong> la distribución del ingreso de esta transfer<strong>en</strong>cia, muy progresiva pero de baja significación<br />

(0.25% del PIB) es modesto. En efecto, la participación <strong>en</strong> la distribución del ingreso de los deciles<br />

“ganadores”, los cuatro más pobres, pasa de 11% (<strong>en</strong> el ingreso pre-fiscal) a 11.3% (<strong>en</strong> el ingreso post-<br />

transfer<strong>en</strong>cia) y el índice de Gini de la distribución del ingreso se reduce pero ligeram<strong>en</strong>te luego de la<br />

transfer<strong>en</strong>cia (R-S = 0.0052).<br />

Tabla 20<br />

Progresividad y efecto distributivo del GPS <strong>en</strong> Alim<strong>en</strong>tos Gratis<br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Decil<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

GPS Tasa media<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a la EGIH<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

GPS<br />

279<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién recibe<br />

el GPS?<br />

1 0.9 20.8 1.1 + 40.4<br />

2 2.2 4.7 2.3 + 21.0<br />

3 3.3 2.4 3.4 + 16.4<br />

4 4.5 0.9 4.6 + 8.9<br />

5 5.9 0.4 5.9 - 4.7<br />

6 7.5 0.2 7.5 - 3.8<br />

7 9.5 0.1 9.4 - 2.7<br />

8 12.4 0.0 12.4 - 1.2<br />

9 17.5 0.0 17.4 - 0.5<br />

10 36.3 0.0 36.1 - 0.2<br />

Total 100.0 0.5 100.0 100.0<br />

1. Desigualdad 2. Transfer<strong>en</strong>cias 3. ¿Quién recibe el GPS?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- -0.19 40- 86.8<br />

cuasi-Gini T -0.6126 Trf del 40- -0.36 10+ 0.2<br />

Gini después T 0.4943 40-/10+ --<br />

Kakwani -1.1121 Trf del 10+ 0.17<br />

R - S 0.0052


V. IMPACTO CONJUNTO DEL SISTEMA TRIBUTARIO Y EL GASTO PÚBLICO SOCIAL<br />

1. El impacto del Sistema Tributario <strong>en</strong> la Distribución del Ingreso<br />

Antes que nada, es necesario aclarar que, <strong>en</strong> rigor, aquí no se evalúa el impacto de “todo” el sistema<br />

tributario sino, como se dijo, de los impuestos considerados <strong>en</strong> el análisis –IVA, selectivos e impuesto sobre<br />

la r<strong>en</strong>ta personal-, aquellos impuestos respecto a cuya incid<strong>en</strong>cia existe cons<strong>en</strong>so <strong>en</strong> la literatura. Los<br />

resultados obt<strong>en</strong>idos se pres<strong>en</strong>tan <strong>en</strong> la Tabla 21.<br />

Tabla 21<br />

Progresividad y efecto distributivo del Sistema Tributario<br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Decil<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

Impuesto Tasa media<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a la EGIH<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

Impuesto<br />

Los impuestos considerados se distribuy<strong>en</strong> más desigualm<strong>en</strong>te (cuasi-Gini = 0.5208) que el ingreso pre-fiscal<br />

(Gini = 0.4995) y, por tanto, conjuntam<strong>en</strong>te considerados resultan ligeram<strong>en</strong>te progresivos (K = 0.0213). No<br />

obstante, es necesario advertir que algunos problemas metodológicos que pret<strong>en</strong>d<strong>en</strong> ser salvados <strong>en</strong> la<br />

versión final de este docum<strong>en</strong>to pued<strong>en</strong> estar sesgando los resultados, aunque ligeram<strong>en</strong>te, hacia un lado<br />

(progresividad) u otro (regresividad). Recuérdese, por ejemplo, que el impacto del IVA está subestimado por<br />

la subvaluación del consumo <strong>en</strong> la EGIH y porque no se ha considerado el efecto del IVA incluido <strong>en</strong> las<br />

compras de insumos que realizan los ofer<strong>en</strong>tes de bi<strong>en</strong>es y servicios exonerados. En s<strong>en</strong>tido contrario, aún<br />

280<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién paga<br />

el Impuesto?<br />

1 0.9 23.3 0.8 - 1.7<br />

2 2.2 13.9 2.1 - 2.4<br />

3 3.3 12.9 3.3 - 3.4<br />

4 4.5 11.6 4.6 + 4.2<br />

5 5.9 11.5 5.9 + 5.4<br />

6 7.5 10.5 7.6 + 6.3<br />

7 9.5 10.6 9.7 + 8.0<br />

8 12.4 10.4 12.7 + 10.3<br />

9 17.5 11.3 17.7 + 15.8<br />

10 36.3 14.6 35.4 - 42.3<br />

Total 100.0 12.5 100.0 100.0<br />

1. Desigualdad 2. Transfer<strong>en</strong>cias 3. ¿Quién paga el Imp?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- 0.12 40- 11.8<br />

cuasi-Gini T 0.5208 Trf del 40- 0.12 10+ 42.3<br />

Gini después T 0.4974 10+/40- 3.6<br />

Kakwani 0.0213 Trf del 10+ 0.86<br />

R - S 0.0021


debe considerarse un esc<strong>en</strong>ario que corrija la no respuesta y/o subdeclaración de las r<strong>en</strong>tas del capital, lo<br />

que seguram<strong>en</strong>te pronunciará la progresividad y el impacto redistributivo del IRPF.<br />

En la Figura 3 se muestra el índice de Gini después de cada uno de los impuestos allí repres<strong>en</strong>tados. La<br />

barra horizontal roja repres<strong>en</strong>ta el índice de Gini de la distribución del ingreso pre-fiscal (0.4995) y la azul el<br />

índice de Gini después de impuestos (0.4974). Resulta claro que la distribución del ingreso después los<br />

impuestos selectivos permanece prácticam<strong>en</strong>te inalterada y que son el IVA (conc<strong>en</strong>trador) y el IRPF<br />

(redistributivo) los que modifican, <strong>en</strong> s<strong>en</strong>tidos opuestos, la distribución del ingreso pre-fiscal. La Figura 3<br />

muestra que, <strong>en</strong> este ejercicio de microsimulación, el efecto redistributivo del IRPF prima sobre el efecto<br />

conc<strong>en</strong>trador del IVA y, por tanto, la distribución del ingreso después de impuestos mejora levem<strong>en</strong>te,<br />

disminuy<strong>en</strong>do el índice de Gini de 0.4995 (línea roja) a 0.4974 (línea azul).<br />

Figura 3<br />

0.5150<br />

0.5100<br />

0.5050<br />

0.5000<br />

0.4950<br />

0.4900<br />

0.4850<br />

0.4800<br />

0.4750<br />

Gini después de cada Impuesto<br />

IVA IMESI Bebidas IMESI Tabaco IMESI Combustibles IRPF<br />

Resulta interesante señalar que los “perdedores”, aquellos cuya participación <strong>en</strong> el ingreso cae luego de<br />

impuestos, son los tres deciles más pobres –efecto IVA- y el decil más rico –efecto IRPF-. Ciertam<strong>en</strong>te, el<br />

30% de m<strong>en</strong>os ingresos, que recibe un 6.4% del ingreso pre-fiscal, paga el 7.6% de los impuestos, y el 10%<br />

de mayores ingresos, que recibe un 36.3% del ingreso pre-fiscal, paga un 42.3% de los impuestos. Esto<br />

sugiere dos observaciones. En primer lugar, este resultado contradice la visión conv<strong>en</strong>cional de que es la<br />

clase media la “perdedora” cuando de impuestos se trata. Por el contrario, los deciles 5 a 8, que percib<strong>en</strong> el<br />

35.3% del ingreso pre-fiscal, pagan el 30% de los impuestos. En segundo lugar, el que los tres deciles más<br />

pobres sean “perdedores” nuevam<strong>en</strong>te reafirma la idea de “personalizar” el IVA planteada por Barreix, Bes y<br />

Roca (2009), de modo de no exonerar torpem<strong>en</strong>te el mayor consumo (<strong>en</strong> términos absolutos) de bi<strong>en</strong>es y<br />

servicios exonerados por parte de los sectores de más altos ingresos, y comp<strong>en</strong>sar focalizadam<strong>en</strong>te a los<br />

deciles más pobres por el aum<strong>en</strong>to del impuesto que provocaría su g<strong>en</strong>eralización.<br />

281


2. El impacto del Gasto Público Social <strong>en</strong> la Distribución del Ingreso<br />

Como muestra la Tabla 22, el GPS <strong>en</strong> <strong>Uruguay</strong> no sólo es progresivo sino, además, pro-pobre (cuasi-Gini = -<br />

0.2727). Por ejemplo, el 40% más pobre de la población, que recibe el 11% del ingreso pre-fiscal, se<br />

b<strong>en</strong>eficia con el 60% del GPS, 5 veces y media su participación <strong>en</strong> el ingreso ante de la política fiscal. Por el<br />

contrario, el 20% de más altos ingresos, que recibe más de la mitad del ingreso pre-fiscal (53.8%), se<br />

b<strong>en</strong>eficia con m<strong>en</strong>os del 10% del GPS (8.2%).<br />

El GPS repres<strong>en</strong>ta más del doble del ingreso pre-fiscal del 10% más pobre de la población y más de las tres<br />

cuartas partes del ingreso pre-fiscal del segundo decil más pobre.<br />

Los 6 deciles más pobres, que recib<strong>en</strong> casi el 80% del GPS (78.7%), son los “ganadores”. En efecto, su<br />

participación <strong>en</strong> el ingreso aum<strong>en</strong>ta más de un 20%, pasando de 24.3% (<strong>en</strong> el ingreso pre-fiscal) a 29.5% (<strong>en</strong><br />

el ingreso post-GPS).<br />

Tabla 22<br />

Progresividad y efecto distributivo del GPS<br />

Por deciles de INDIVIDUOS ord<strong>en</strong>ados según su INGRESO per capita<br />

Decil<br />

% <strong>en</strong> el Y antes<br />

del GPS Tasa media<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a la EGIH<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

GPS<br />

En la Figura 4 se muestra el índice de Gini después de cada uno de los ítems del GPS allí repres<strong>en</strong>tados. El<br />

seguro de paro, el de <strong>en</strong>fermedad, las Asignaciones Familiares, el Ingreso Ciudadano (PANES) y los<br />

alim<strong>en</strong>tos gratis se han agrupado <strong>en</strong> un solo ítem al que se ha llamado Asist<strong>en</strong>cia Social. La barra horizontal<br />

roja repres<strong>en</strong>ta el índice de Gini de la distribución del ingreso pre-fiscal (0.4995) y la azul el índice de Gini<br />

282<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

¿Quién recibe<br />

el GPS?<br />

1 0.9 216.9 2.7 + 19.1<br />

2 2.2 75.6 3.4 + 15.4<br />

3 3.3 43.2 4.3 + 13.5<br />

4 4.5 28.5 5.3 + 12.1<br />

5 5.9 19.1 6.3 + 10.6<br />

6 7.5 11.6 7.5 + 8.1<br />

7 9.5 7.7 9.2 - 6.9<br />

8 12.4 5.3 11.8 - 6.2<br />

9 17.5 2.9 16.3 - 4.7<br />

10 36.3 1.0 33.1 - 3.5<br />

Total 100.0 10.7 100.0 100.0<br />

1. Desigualdad 2. Transfer<strong>en</strong>cias 3. ¿Quién recibe el GPS?<br />

Gini antes T 0.4995 Trf del 10- -1.75 40- 60.0<br />

cuasi-Gini T -0.2727 Trf del 40- -4.73 10+ 3.5<br />

Gini después T 0.4204 40-/10+ 17.4<br />

Kakwani -0.7722 Trf del 10+ 3.16<br />

R - S 0.0791


después del GPS (0.4204). Resulta evid<strong>en</strong>te que todos los ítems del GPS ti<strong>en</strong><strong>en</strong> un impacto redistributivo, es<br />

decir, contribuy<strong>en</strong> a disminuir la desigualdad <strong>en</strong> la distribución del ingreso. El impacto conjunto del GPS es<br />

realm<strong>en</strong>te significativo: el índice de Gini (x 100) cae casi 8 puntos luego imputado el GPS. La transfer<strong>en</strong>cia<br />

que recibe el 40% más pobre como consecu<strong>en</strong>cia del GPS es de casi 5% del ingreso total (4.73%), casi la<br />

mitad de su ingreso pre-fiscal.<br />

Figura 4<br />

0.5200<br />

0.5000<br />

0.4800<br />

0.4600<br />

0.4400<br />

0.4200<br />

0.4000<br />

3. El impacto conjunto del Sistema Tributario y del Gasto Público Social <strong>en</strong> la Distribución del Ingreso<br />

Finalm<strong>en</strong>te, <strong>en</strong> la Tabla 23 se pres<strong>en</strong>ta el impacto conjunto del sistema tributario y el GPS <strong>en</strong> la distribución<br />

del ingreso.<br />

Tabla 23<br />

Gini después de cada GPS<br />

Primaria Secundaria Universitaria Salud Asist<strong>en</strong>cia Social<br />

283


Progresividad y efecto distributivo conjunto del Sistema Tributario y el GPS<br />

Por deciles de individuos ord<strong>en</strong>ados según su ingreso per capita<br />

Fu<strong>en</strong>te: elaboración propia <strong>en</strong> base a la EGIH<br />

Como ya se vió, la leve redistribución que introduce el sistema tributario -el índice de Gini pasa de 0.4995 a<br />

0.4974- es ac<strong>en</strong>tuada por el gasto público social -el Gini después de descontar los impuestos y sumar el GPS<br />

es 0.4179.<br />

Decil<br />

El 60% más pobre de la población “gana” con la política fiscal. En efecto, su participación <strong>en</strong> el ingreso pasa<br />

de 24.3% (<strong>en</strong> el ingreso pre-fiscal) a 30.3% (<strong>en</strong> el ingreso post-polífica fiscal). El 20% de más altos ingresos,<br />

que “pierde” con la política fiscal, disminuye su participación de 53.8% (<strong>en</strong> el ingreso pre-fiscal) a 48.3% (<strong>en</strong><br />

el ingreso post-política fiscal).<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

antes del<br />

GPS Tasa media<br />

% <strong>en</strong> el Y<br />

después del<br />

GPS<br />

284<br />

Gan (+) y<br />

Perd (-)<br />

1 0.9 193.6 2.8 +<br />

2 2.2 61.6 3.6 +<br />

3 3.3 30.3 4.4 +<br />

4 4.5 16.9 5.4 +<br />

5 5.9 7.6 6.4 +<br />

6 7.5 1.1 7.7 +<br />

7 9.5 -2.9 9.4 -<br />

8 12.4 -5.0 12.0 -<br />

9 17.5 -8.4 16.3 -<br />

10 36.3 -13.6 32.0 -<br />

Total 100.0 -1.8 100.0<br />

Impacto distributivo de la Política <strong>Fiscal</strong> ( Y - ST + GPS)<br />

Gini Y Pre-<strong>Fiscal</strong> 0.4995<br />

Gini después ST 0.4974<br />

Gini después GPS 0.4204<br />

Gini después ST y GPS 0.4179<br />

R - S 0.0816


Refer<strong>en</strong>cias bibliográficas<br />

Arim, R. y A. Vigorito (2006): “Las políticas de transfer<strong>en</strong>cias de ingresos y su rol <strong>en</strong> <strong>Uruguay</strong>. 2001-2006”.<br />

Banco Mundial.<br />

Barreix, A., M. Bes y J. Roca (2009): “<strong>Equidad</strong> <strong>Fiscal</strong> <strong>en</strong> C<strong>en</strong>troamérica, Panamá y República Dominicana”.<br />

BID – EUROsociAL <strong>Fiscal</strong>idad.<br />

Barreix, A., J. Roca y L. Villela (2006): “La <strong>Equidad</strong> <strong>Fiscal</strong> <strong>en</strong> los países andinos”. BID – DFID – CAN.<br />

Barriex, A. y J. Roca (2007): “Str<strong>en</strong>gth<strong>en</strong>ing a fiscal pillar: the <strong>Uruguay</strong>an dual income tax”. CEPAL Review<br />

Nº 92. August.<br />

Banco de Previsión Social (2009): “Anuario Estadístico 2009”.<br />

CEDLAS (2005): “¿Quiénes se b<strong>en</strong>efician del Gasto Público Social <strong>en</strong> Honduras? Un estudio sobre la base<br />

de la ENCOVI 2004”. Octubre.<br />

Engel, E., A. Galetovic y C. Raddatz (1999) “Taxes and Income distribution in <strong>Chile</strong>: some unpleasant<br />

redistributive arithmetic”, Journal of Developm<strong>en</strong>t Economics Vol.59, pág. 155–192.<br />

Gasparini, L., M. Marchionni y W. Sosa Escudero (2001): “La distribución del ingreso <strong>en</strong> la Arg<strong>en</strong>tina:<br />

evid<strong>en</strong>cia, determinantes y políticas”.<br />

Hall, R. y A. Rabushka (1995): “The Flat Tax”. Stanford, Hoover Institution Press.<br />

Instituto Nacional de Estadística (2008): “Encuesta de Gasto e Ingreso de los Hogares 2005-2006.<br />

Metodología y Resultados”. www.ine.gub.uy.<br />

Lindert, K., E. Skoufias y J. Sapiro (2006): “Redistributing income to the poor and the rich: public transfers<br />

in Latin America and the Caribbean”. SP Discussion Paper, No. 0605. Washington, DC: World Bank.<br />

Machinea, J. y M. Hop<strong>en</strong>hayn (2005): “La esquiva equidad <strong>en</strong> el desarrollo latinoamericano. Una visión<br />

estructural, una aproximación multifacética”. Serie Informes y Estudios Especiales, CEPAL.<br />

Miraballes, G. (2005): “El método de las Cu<strong>en</strong>tas Nacionales para estimar la evasión <strong>en</strong> el IVA”. Mimeo.<br />

Banco C<strong>en</strong>tral del <strong>Uruguay</strong>.<br />

Roca, J. y H. Vallarino (2003): “Incid<strong>en</strong>cia distributiva de la política fiscal <strong>en</strong> Ecuador”. Proyecto SALTO.<br />

DAI-USAID.<br />

Roca, J. (2009): “Tributación directa <strong>en</strong> Ecuador. Evasión, equidad y desafíos de diseño”. Serie<br />

Macroeconomía del Desarrollo Nº 85. CEPAL.<br />

285


Ruiz Castillo, J. (2004): “Una evaluación de: “El ingreso rural y la producción agropecuaria <strong>en</strong> México 1989-<br />

2002”. Servicio de Información y Estadística Agroalim<strong>en</strong>taria (SIAP). SAGARPA. México.<br />

Sanz Sanz, J., J. Castañer Carrasco, D. Romero Jordán y J. Prieto Rodríguez (2004): “Microsimulación y<br />

comportami<strong>en</strong>to laboral <strong>en</strong> las reformas de la imposición sobre la r<strong>en</strong>ta personal. El simulador del impuesto<br />

sobre la r<strong>en</strong>ta personal del Instituto de Estudios <strong>Fiscal</strong>es”. Estudios de Haci<strong>en</strong>da Pública. Madrid: Instituto de<br />

Estudios <strong>Fiscal</strong>es.<br />

S<strong>en</strong>, A. (1992). “Inequality reexamined”. Cambridge University Press.<br />

Urbanos Garrido, R. y A. Utrilla de la Hoz (2001): “La Economía Pública <strong>en</strong> Europa”. Madrid. Editorial<br />

Síntesis.<br />

286


ANEXO I – Consideraciones Metodológicas<br />

1. Microsimulación estática y sin comportami<strong>en</strong>to<br />

1.1. Estática o dinámica<br />

La microsimulación realizada <strong>en</strong> este trabajo es estática, <strong>en</strong> el s<strong>en</strong>tido de que parte de una muestra cross-<br />

section de microdatos que manti<strong>en</strong>e constantes sus características demográficas y socioeconómicas a lo<br />

largo del tiempo. La simulación dinámica, por el contrario, ti<strong>en</strong>e <strong>en</strong> cu<strong>en</strong>ta los efectos del tiempo sobre dichas<br />

características, someti<strong>en</strong>do a las unidades de análisis a un proceso de <strong>en</strong>vejecimi<strong>en</strong>to año a año, desde su<br />

nacimi<strong>en</strong>to hasta su muerte, con el objetivo de simular el ciclo vital completo de todas y cada una de ellas 107 .<br />

1.2. Sin comportami<strong>en</strong>to o con comportami<strong>en</strong>to<br />

Por otra parte, los trabajos no incorporan el análisis del comportami<strong>en</strong>to de los ag<strong>en</strong>tes económicos ante la<br />

introducción de los impuestos ni del Gasto Público Social (GPS), es decir, no estiman ni consideran sus<br />

funciones de reacción. En el caso de los impuestos, hacerlo implicaría, <strong>en</strong> primer lugar, estimar y, luego,<br />

considerar <strong>en</strong> la simulación la elasticidad-precio de la demanda de los bi<strong>en</strong>es y servicios, las elasticidades<br />

cruzadas y la elasticidad gasto. Previam<strong>en</strong>te debe estimarse la elasticidad de la oferta o, como se hace<br />

usualm<strong>en</strong>te, suponer que es infinita (el productor traslada completam<strong>en</strong>te el impuesto al precio).<br />

En este trabajo, la estimación del impacto distributivo de los impuestos se realiza at<strong>en</strong>di<strong>en</strong>do exclusivam<strong>en</strong>te<br />

al cambio de normativa y suponi<strong>en</strong>do que dicho cambio no afecta el comportami<strong>en</strong>to de los contribuy<strong>en</strong>tes<br />

(decisiones ahorro-consumo, trabajo-ocio). En concreto, se ha supuesto que el gasto monetario de los<br />

ag<strong>en</strong>tes económicos <strong>en</strong> los difer<strong>en</strong>tes bi<strong>en</strong>es y/o servicios, una vez introducidos los impuestos que se<br />

consideran <strong>en</strong> el análisis, se manti<strong>en</strong>e constante, de modo que cae el gasto “real” (sin impuestos). La<br />

premisa es que la restricción presupuestaria del consumidor se manti<strong>en</strong>e fija y el gasto se reasigna sin<br />

considerar el impacto del cambio de precios relativos (no se captura el efecto sustitución). El supuesto ti<strong>en</strong>e<br />

la única finalidad de simplificar la microsimulación.<br />

107 Sanz Sanz y otros (2004).<br />

287


Aún <strong>en</strong> el marco de modelos de microsimulación con comportami<strong>en</strong>to se supone que los precios de<br />

producción no cambian como consecu<strong>en</strong>cia de las reformas impositivas y sí lo hac<strong>en</strong> los precios finales de<br />

consumo.<br />

2. Los microdatos<br />

2.1. Encuesta de Gasto e Ingreso de los Hogares 2005-2006<br />

El principal objetivo del Instituto Nacional de Estadística (INE) de <strong>Uruguay</strong> al realizar la EGIH fue estimar la<br />

estructura promedio de gastos de consumo de los hogares, con el propósito de actualizar la base de cálculo<br />

del Indice de Precios de Consumo (IPC) con una cobertura geográfica ampliada.<br />

La EGIH, repres<strong>en</strong>tativa de todo el país, fue realizada a más de 7.000 hogares <strong>en</strong>tre los meses de noviembre<br />

de 2005 y octubre de 2006 (la muestra se distribuyó uniformem<strong>en</strong>te por mes para captar las variaciones<br />

producto de la estacionalidad). A los efectos de la selección de la muestra se definieron cuatro dominios de<br />

estudio que repres<strong>en</strong>tan también cuatro subuniversos: Montevideo, localidades urbanas del Interior de 5.000<br />

o más habitantes, localidades urbanas del Interior de m<strong>en</strong>os de 5.000 habitantes y área rural del Interior. La<br />

estratificación utilizada fue difer<strong>en</strong>te <strong>en</strong> cada subuniverso:<br />

- En Montevideo la estratificación es doble, por área (urbano-rural) y nivel socioeconómico (4 estratos<br />

urbanos, 3 estratos rurales).<br />

- Para las localidades mayores del Interior los estratos son las localidades (51 estratos).<br />

- En las localidades pequeñas del Interior los estratos son el conjunto de localidades pequeñas <strong>en</strong> cada<br />

departam<strong>en</strong>to (18 estratos).<br />

- En el Área Rural los estratos se conforman con la parte rural de cada departam<strong>en</strong>to (18 estratos).<br />

En la Encuesta se utilizaron dos tipos de instrum<strong>en</strong>tos: cuestionarios para el <strong>en</strong>cuestador y cuestionarios de<br />

auto-ll<strong>en</strong>ado.<br />

Cuestionarios para el Encuestador Cuestionarios de auto-ll<strong>en</strong>ado<br />

Cuestionario 1<br />

Características sociodemográficas e ingreso del<br />

hogar<br />

Cuestionario 4<br />

Gastos para períodos superiores a la semana<br />

288<br />

Cuestionario 2<br />

Gastos diarios del hogar<br />

Cuestionario 3<br />

Gastos diarios individuales


Todas las consideraciones metodológicas sobre la EGIH se <strong>en</strong>cu<strong>en</strong>tran <strong>en</strong> INE (2008).<br />

2.2. Ajustes por no respuesta y subdeclaración<br />

Estudios realizados para difer<strong>en</strong>tes países han id<strong>en</strong>tificado significativos niveles de no respuesta y<br />

subdeclaración <strong>en</strong> los ingresos captados por las Encuestas de Hogares. Algunos de estos estudios, por otra<br />

parte, han determinado que dicha subdeclaración está asociada a las fu<strong>en</strong>tes de ingreso, registrándose los<br />

niveles de subdeclaración más altos <strong>en</strong> las r<strong>en</strong>tas del capital y de trabajadores indep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>tes, si<strong>en</strong>do<br />

significativam<strong>en</strong>te m<strong>en</strong>ores <strong>en</strong> salarios y jubilaciones. Si esta subdeclaración difer<strong>en</strong>cial por fu<strong>en</strong>tes de<br />

ingreso también implica una subdeclaración difer<strong>en</strong>cial por estratos de r<strong>en</strong>ta, la evaluación de la desigualdad<br />

sin una corrección previa puede arrojar resultados incorrectos.<br />

Los ajustes por no respuesta y subdeclaración ti<strong>en</strong><strong>en</strong> mucho más de “arte” que de “ci<strong>en</strong>cia” y dep<strong>en</strong>d<strong>en</strong> <strong>en</strong><br />

cada país de las fu<strong>en</strong>tes de información externas (a la Encuesta de Hogares) disponibles. Por tanto, para<br />

conocer las soluciones adoptadas <strong>en</strong> cada uno de los países aquí estudiados, se sugiere consultar los<br />

respectivos trabajos.<br />

Lo habitual ha sido, sigui<strong>en</strong>do la suger<strong>en</strong>cia de CEPAL, comparar, para las difer<strong>en</strong>tes fu<strong>en</strong>tes de ingresos,<br />

los valores que surg<strong>en</strong> de la Encuesta de Hogares con los de Cu<strong>en</strong>tas Nacionales. En el caso de los salarios<br />

y las p<strong>en</strong>siones, las difer<strong>en</strong>cias suel<strong>en</strong> atribuirse a subdeclaración. No obstante, <strong>en</strong> el caso de las r<strong>en</strong>tas del<br />

capital, el muy bajo número de <strong>en</strong>cuestados que declara recibir dichos ingresos deja <strong>en</strong> evid<strong>en</strong>cia la<br />

pres<strong>en</strong>cia de una fuerte no respuesta. Engel et al (1999) propon<strong>en</strong> un método para corregirla.<br />

3. El indicador de bi<strong>en</strong>estar<br />

3.1. Ingreso versus consumo<br />

Lo más frecu<strong>en</strong>te <strong>en</strong> los países desarrollados a la hora de analizar los efectos redistributivos del IVA es<br />

considerar el ratio IVA/Consumo, mi<strong>en</strong>tras que cuando se analizan los efectos redistributivos del IRPF se<br />

considera el ratio IRPF/Ingreso. No obstante, <strong>en</strong> este trabajo, que pret<strong>en</strong>de analizar el impacto conjunto de<br />

todo el sistema tributario, es obligada la elección de una u otra variable.<br />

En la literatura económica se ha debatido, y se continúa debati<strong>en</strong>do, sobre si es mejor opción considerar el<br />

ingreso o el gasto como variable de refer<strong>en</strong>cia para medir el impacto <strong>en</strong> la equidad de la política fiscal. El<br />

fondo de la discusión se traduce <strong>en</strong> cuál de estas dos variables es el mejor indicador del bi<strong>en</strong>estar.<br />

Tradicionalm<strong>en</strong>te se ha preferido considerar el ingreso corri<strong>en</strong>te, e incluso más reci<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te, cuando ha<br />

com<strong>en</strong>zado a primar la idea de que la desigualdad relevante es la desigualdad de oportunidades (S<strong>en</strong>, 1992), el<br />

ingreso ha sobrevivido como indicador de refer<strong>en</strong>cia pues se le considera como un muy bu<strong>en</strong> proxy de las<br />

oportunidades que ti<strong>en</strong>e un individuo. No obstante, últimam<strong>en</strong>te el debate parece inclinarse a favor del<br />

consumo, no sólo porque se afirma que el bi<strong>en</strong>estar provi<strong>en</strong>e directa e inmediatam<strong>en</strong>te de los bi<strong>en</strong>es y servicios<br />

consumidos, sino porque, además, la elección del ingreso es objeto de varias críticas:<br />

289


(i) La subdeclaración de ingresos <strong>en</strong> las <strong>en</strong>cuestas de hogares es un f<strong>en</strong>óm<strong>en</strong>o empíricam<strong>en</strong>te probado.<br />

Algunos estudios, que han analizado dicha subdeclaración por fu<strong>en</strong>tes de ingresos, la asocian al auto-empleo,<br />

los ingresos de los profesionales y las r<strong>en</strong>tas de capital -lo que puede determinar una subdeclaración<br />

difer<strong>en</strong>cial por estratos de ingresos, pues son los hogares más ricos qui<strong>en</strong>es percib<strong>en</strong> r<strong>en</strong>tas de capital. Por<br />

el contrario, este alto nivel de subdeclaración no se verifica <strong>en</strong> el consumo.<br />

(ii) Transitoriedad. La percepción (o no percepción) de determinado nivel de ingresos es <strong>en</strong> ocasiones<br />

transitoria y, por ejemplo, considerar dichos ingresos para medir el impacto del IVA –que grava el<br />

consumo- puede conducir a conclusiones erróneas. Si un jubilado logra acceder a un alto consumo,<br />

financiándolo con el desahorro propio de esta etapa del ciclo vital, la carga del IVA sobre sus ingresos<br />

resultará muy alta y, a la vez, poco informativa. Del mismo modo, si <strong>en</strong> el período de realización de la<br />

<strong>en</strong>cuesta determinado hogar recibe un ingreso extraordinario -zafralidad-, la carga del IVA sobre dichos<br />

ingresos será muy baja y, también, poco informativa, pues se trata de ingresos que serán consumidos <strong>en</strong><br />

los sigui<strong>en</strong>tes períodos 108 .<br />

Para solucionar el problema que introduce la transitoriedad de la percepción de ingresos, algunos autores<br />

han propuesto considerar el ingreso perman<strong>en</strong>te (y no el corri<strong>en</strong>te) como indicador de refer<strong>en</strong>cia. Dada su<br />

dificultad de cálculo, el paso sigui<strong>en</strong>te ha sido proponer el consumo como mejor proxy del ingreso<br />

perman<strong>en</strong>te.<br />

3.2. Qué va <strong>en</strong> Ingreso, qué va <strong>en</strong> Consumo<br />

a) Valor Locativo y r<strong>en</strong>ta de los bi<strong>en</strong>es durables<br />

Si se define como ingreso la retribución a todos los activos de un hogar (o individuo), no solo deberían<br />

considerarse las retribuciones al trabajo y al capital sino también la r<strong>en</strong>ta derivada del uso de los bi<strong>en</strong>es<br />

durables propios 109 . En particular, por su relevancia, correspondería considerar los bi<strong>en</strong>es inmuebles. Suele<br />

definirse como valor locativo el alquiler que los propietarios deberían pagar <strong>en</strong> caso de que tuvies<strong>en</strong> que<br />

arr<strong>en</strong>dar la vivi<strong>en</strong>da que pose<strong>en</strong> y habitan. Es claro, por lo dicho, que se trata de una r<strong>en</strong>ta no observable,<br />

que debe imputarse. Técnicam<strong>en</strong>te, el valor locativo debe formar parte del ingreso y del consumo del hogar,<br />

de los que se parte para realizar el análisis, y así se ha recom<strong>en</strong>dado proceder. Las Encuestas de Hogares<br />

suel<strong>en</strong> incluir una estimación, realizada por el propietario, de cuál es el alquiler pot<strong>en</strong>cial de su vivi<strong>en</strong>da.<br />

b) Autoconsumo y autosuministro<br />

Suele <strong>en</strong>t<strong>en</strong>derse por autoconsumo la producción doméstica de bi<strong>en</strong>es que pudi<strong>en</strong>do estar destinados al<br />

mercado son consumidos por el hogar. La finalidad principal ha de ser la producción para satisfacer las<br />

necesidades de consumo del hogar, indep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te de la posibilidad de comercializar los exced<strong>en</strong>tes.<br />

Por otra parte, suele <strong>en</strong>t<strong>en</strong>derse por autosuministro el retiro de mercancías que el hogar efectúa para su<br />

consumo de una empresa de su propiedad no constituida <strong>en</strong> sociedad.<br />

108 Este problema se agrava cuando la <strong>en</strong>cuesta de hogares se realiza mediante una única <strong>en</strong>trevista y no durante varias <strong>en</strong>trevistas a<br />

lo largo del año.<br />

109 Gasparini y otros (2001)<br />

290


Técnicam<strong>en</strong>te, tanto el autoconsumo como el autosuministro deb<strong>en</strong> formar parte del ingreso y del consumo del<br />

hogar de los que se parte para realizar el análisis y así se ha procedido.<br />

c) Ingresos corri<strong>en</strong>tes (no extraordinarios)<br />

3.3. Ingreso y Consumo antes de la Política <strong>Fiscal</strong><br />

Si se adopta como indicador de bi<strong>en</strong>estar el ingreso de las familias, el primer paso para medir el impacto<br />

redistributivo de la política fiscal consiste <strong>en</strong> determinar cuál es la distribución de dicho ingreso antes de la acción<br />

de la política fiscal. A posteriori, una vez definida la incid<strong>en</strong>cia conjunta de la política tributaria y la de Gasto<br />

Público Social, por comparación <strong>en</strong>tre la situación ex ante (sin política fiscal) y ex post (con política fiscal), se<br />

determina si dicha política resulta regresiva o progresiva y se estima su impacto redistributivo.<br />

3.3.1. Transfer<strong>en</strong>cias Públicas<br />

El ingreso antes de la Política <strong>Fiscal</strong>. Si lo que se pret<strong>en</strong>de es partir de la distribución del ingreso antes de la<br />

política fiscal, debe t<strong>en</strong>erse pres<strong>en</strong>te que el ingreso captado por las Encuestas de Hogares suele t<strong>en</strong>er<br />

incorporadas transfer<strong>en</strong>cias públicas (monetarias) por lo que ya será, <strong>en</strong> cierto modo, un ingreso post -<br />

política fiscal. En el sigui<strong>en</strong>te cuadro se esquematizan los ajustes que correspondería hacer <strong>en</strong> el ingreso<br />

captado por las Encuestas para efectivam<strong>en</strong>te partir del ingreso antes de la política fiscal (También se<br />

informan los ajustes para obt<strong>en</strong>er el ingreso después de la política fiscal, que es aquel del cual part<strong>en</strong><br />

algunos estudios).<br />

Transfer<strong>en</strong>cias<br />

Públicas<br />

Monetarias<br />

Transfer<strong>en</strong>cias<br />

Públicas No<br />

Monetarias<br />

Ingreso antes de la Política <strong>Fiscal</strong> Ingreso después de la Política <strong>Fiscal</strong><br />

Incluidas <strong>en</strong> el ingreso captado por<br />

la Encuesta => deducirlas<br />

No incluidas <strong>en</strong> el ingreso captado<br />

por la Encuesta => OK<br />

291<br />

Incluidas <strong>en</strong> el ingreso captado por la<br />

Encuesta => OK<br />

No incluidas <strong>en</strong> el ingreso captado por<br />

la Encuesta => valorarlas y sumarlas<br />

Consumo antes de la Política <strong>Fiscal</strong>. Del mismo modo, el consumo de los hogares ya ha sido financiado, <strong>en</strong><br />

parte, por el Gasto Público Social. Por ejemplo, cierto porc<strong>en</strong>taje (más o m<strong>en</strong>os relevante) del consumo de<br />

los hogares es financiado por las transfer<strong>en</strong>cias monetarias realizadas por el gobierno. Por tanto, se parte de<br />

un gasto que ya está afectado por la política fiscal. En el sigui<strong>en</strong>te cuadro se esquematizan los ajustes que<br />

correspondería hacer <strong>en</strong> el consumo captado por la Encuesta para efectivam<strong>en</strong>te partir del consumo antes<br />

de la política fiscal.


En este caso es importante señalar que las transfer<strong>en</strong>cias públicas monetarias que hayan recibido los<br />

hogares y, además, hayan afectado al consumo, estarán incluidas <strong>en</strong> el gasto monetario captado por la<br />

Encuesta. Correspondería, por tanto, deducirlas si es que efectivam<strong>en</strong>te se quiere partir de un consumo pre-<br />

política fiscal. No obstante, es claro que no hay modo correcto de hacerlo pues no se ti<strong>en</strong>e la información<br />

respecto al consumo de qué bi<strong>en</strong>es y servicios fueron afectadas dichas transfer<strong>en</strong>cias (y aún <strong>en</strong> caso de<br />

t<strong>en</strong>erla es dudoso que hiciera s<strong>en</strong>tido económico).<br />

Transfer<strong>en</strong>cias<br />

Públicas Monetarias<br />

Transfer<strong>en</strong>cias<br />

Públicas No<br />

Monetarias<br />

Consumo antes de la PF Consumo después de la PF<br />

Incluidas <strong>en</strong> el gasto monetario<br />

relevado por la Encuesta (si fueron<br />

efectivam<strong>en</strong>te afectadas al consumo<br />

del hogar) => correspondería<br />

deducirlas, pero no hay modo correcto<br />

de hacerlo<br />

3.3.2. De ingreso líquido a bruto (gross-up).<br />

No incluidas <strong>en</strong> el gasto monetario<br />

relevado por la Encuesta => OK<br />

292<br />

Incluidas <strong>en</strong> el gasto<br />

monetario relevado por la<br />

Encuesta => OK<br />

No incluidas <strong>en</strong> el gasto<br />

monetario relevado por la<br />

Encuesta => valorarlas y<br />

sumarlas<br />

Algunas de las Encuestas de Hogares informan la r<strong>en</strong>ta líquida, neta de las contribuciones a la Seguridad<br />

Social y de las ret<strong>en</strong>ciones del Impuesto a la R<strong>en</strong>ta de las Personas Físicas (IRPF). La distribución de la<br />

r<strong>en</strong>ta pre-política fiscal es la de la r<strong>en</strong>ta bruta. Por tanto, corresponde realizar el proceso de elevación de la<br />

r<strong>en</strong>ta líquida a bruta (gross up).<br />

3.3.3. Tratami<strong>en</strong>to de las p<strong>en</strong>siones<br />

La evaluación del impacto distributivo de las p<strong>en</strong>siones, cuyo efecto neto se verifica a lo largo del ciclo de<br />

vida, introduce problemas <strong>en</strong> un <strong>en</strong>foque anual 110 como el que se ha realizado <strong>en</strong> estos trabajos.<br />

Antes que nada, parece claro que solo habrá efecto redistributivo si no hubo una contraprestación<br />

equival<strong>en</strong>te. En un sistema de Seguridad Social de reparto (o mixto), si, <strong>en</strong> términos actuariales, las<br />

p<strong>en</strong>siones recibidas por los pasivos actuales fueran superiores a las contribuciones realizadas durante el<br />

período activo, sería pertin<strong>en</strong>te incluir la difer<strong>en</strong>cia como transfer<strong>en</strong>cia pública. Del mismo modo, si las<br />

p<strong>en</strong>siones recibidas fues<strong>en</strong> actuarialm<strong>en</strong>te inferiores a las contribuciones realizadas durante la vida activa,<br />

sería pertin<strong>en</strong>te considerar la difer<strong>en</strong>cia como un impuesto. La correcta determinación de si se está ante una<br />

110 Solo se cu<strong>en</strong>ta con la información de los ingresos recibidos por los individuos de la muestra <strong>en</strong> el año de realización de la <strong>en</strong>cuesta.


u otra situación no es posible <strong>en</strong> el contexto de un <strong>en</strong>foque anual; por el contrario, solo puede realizarse<br />

mediante un <strong>en</strong>foque de ciclo vital (y sin <strong>en</strong>trar <strong>en</strong> todos los problemas metodológicos que supone realizarlo).<br />

Una solución extrema es incluir las p<strong>en</strong>siones d<strong>en</strong>tro de los ingresos originales de los hogares (ingresos<br />

antes de la política fiscal), <strong>en</strong> el supuesto de que son el b<strong>en</strong>eficio (actuarialm<strong>en</strong>te equival<strong>en</strong>te) recibido<br />

por una contribución anterior (al igual que los ingresos por intereses son la remuneración a un depósito<br />

previam<strong>en</strong>te realizado).<br />

Otra opción, más compleja que se ha seguido <strong>en</strong> este trabajo es estimar los compon<strong>en</strong>tes de<br />

contraprestación y de subsidio de cada p<strong>en</strong>sión, adjudicando el compon<strong>en</strong>te contraprestación al ingreso<br />

antes de la política fiscal e imputando el subsidio como transfer<strong>en</strong>cia recibida. Por un lado, se considera el<br />

valor pres<strong>en</strong>te de los b<strong>en</strong>eficios obt<strong>en</strong>idos mediante la tasa de descu<strong>en</strong>to, la esperanza de vida al mom<strong>en</strong>to<br />

de retiro y la p<strong>en</strong>sión promedio inicial. Por otro lado, el valor actualizado de los aportes t<strong>en</strong>i<strong>en</strong>do <strong>en</strong> cu<strong>en</strong>ta la<br />

tasa de descu<strong>en</strong>to (crecimi<strong>en</strong>to de los salarios), la tasa de aporte y los años requeridos ajustados por el costo<br />

de administración. El efecto (neto) fiscal porc<strong>en</strong>tual surge de la difer<strong>en</strong>cia del coci<strong>en</strong>te de valor actual de los<br />

b<strong>en</strong>eficios sobre el de los aportes m<strong>en</strong>os uno.<br />

En este resultado final juegan varios supuestos discutibles como es que ningún b<strong>en</strong>eficiario se jubila sin los<br />

años de aportes que la legislación obliga, la tasa de capitalización de los aportes y el cálculo de la esperanza<br />

de vida al mom<strong>en</strong>to del retiro, <strong>en</strong>tre otras. Alternativam<strong>en</strong>te, se podría haber adoptado un análisis de<br />

microdatos de cohortes <strong>en</strong> varios períodos, lo que excedía el alcance de este trabajo.<br />

3.4. Per capita o escalas de equival<strong>en</strong>cia<br />

Las difer<strong>en</strong>tes necesidades de hogares de distinta composición y el surgimi<strong>en</strong>to de las economías de<br />

equival<strong>en</strong>cia son explicados muy clara y rigurosam<strong>en</strong>te por Ruiz-Castillo (2004). En esa explicación se basan<br />

los com<strong>en</strong>tarios de esta sección.<br />

Para diseñar los deciles de hogares o de individuos, éstos suel<strong>en</strong> ord<strong>en</strong>arse según su r<strong>en</strong>ta per capita. Así se<br />

ha procedido <strong>en</strong> este trabajo. La opción es claram<strong>en</strong>te superior a la de considerar la r<strong>en</strong>ta total del hogar; es<br />

evid<strong>en</strong>te que un hogar de un solo miembro disfrutará de un mayor bi<strong>en</strong>estar que un hogar de cuatro<br />

miembros con el mismo ingreso. Más aún, su uso es tan g<strong>en</strong>eralizado que, pese a sus limitaciones, se suele<br />

igualm<strong>en</strong>te recom<strong>en</strong>dar su cálculo. No obstante, es claro que no recoge correctam<strong>en</strong>te las difer<strong>en</strong>tes<br />

necesidades de los hogares. En efecto:<br />

(i) No toma <strong>en</strong> cu<strong>en</strong>ta las economías de escala <strong>en</strong> el consumo del hogar. La exist<strong>en</strong>cia de bi<strong>en</strong>es públicos o<br />

semi-públicos determina la aparición de economías de escala. Por ejemplo, el consumo de <strong>en</strong>ergía<br />

eléctrica de un hogar de seis personas no será el triple del de un hogar de dos personas. Estas<br />

economías de escala <strong>en</strong> el consumo determinan, <strong>en</strong>tonces, que hogares con difer<strong>en</strong>te tamaño t<strong>en</strong>gan<br />

difer<strong>en</strong>tes necesidades.<br />

(ii) No considera las difer<strong>en</strong>tes necesidades de adultos y niños. Por tanto, hogares de igual tamaño pero<br />

difer<strong>en</strong>te composición demográfica t<strong>en</strong>drán difer<strong>en</strong>tes necesidades.<br />

293


Como respuesta, ha surgido una literatura, tan vasta como controvertida, de las llamadas escalas de<br />

equival<strong>en</strong>cia, esto es, índices que se usan para convertir cualquier medida de bi<strong>en</strong>estar de un hogar –ingreso<br />

o consumo- <strong>en</strong> una medida de bi<strong>en</strong>estar equival<strong>en</strong>te, que permita la comparación <strong>en</strong>tre hogares con<br />

difer<strong>en</strong>tes necesidades.<br />

En los estudios futuros de este Proyecto, parece pertin<strong>en</strong>te, por tanto, evaluar el impacto redistributivo de la<br />

política fiscal considerando no sólo el ingreso per capita sino, además, alguna medida de ingreso<br />

equival<strong>en</strong>te. Por ejemplo, Ruiz-Castillo (2004) considera para México la sigui<strong>en</strong>te especificación para el gasto<br />

neto 111 equival<strong>en</strong>te: /( adultos a m<strong>en</strong>ores)<br />

gastoneto , si<strong>en</strong>do a = 1/3 y =0.8.<br />

4. Unidad de análisis: hogares versus individuos<br />

Una decisión metodológica que debe adoptarse es considerar como unidad de análisis a los hogares o a los<br />

individuos. Por un lado, la teoría del bi<strong>en</strong>estar recomi<strong>en</strong>da que el análisis se c<strong>en</strong>tre <strong>en</strong> el individuo -los<br />

hogares no ti<strong>en</strong><strong>en</strong> “<strong>en</strong>tidad moral”, señala Ruiz Castillo (2004)- y, por otro lado, los análisis de progresividad<br />

e impacto distributivo del sistema tributario se han c<strong>en</strong>trado <strong>en</strong> los hogares, porque su interpretación resulta<br />

más intuitiva y porque se considera que el hogar, como unidad, decide la estrategia de ingresos y gastos<br />

familiares 112 .<br />

La decisión ti<strong>en</strong>e implicancias pues es sabido que los hogares de m<strong>en</strong>ores ingresos ti<strong>en</strong><strong>en</strong> una cantidad<br />

promedio mayor de integrantes. Por ejemplo, la mayoría de los subsidios (GPS) se otorga a nivel individual.<br />

Dado que los hogares pobres ti<strong>en</strong><strong>en</strong> una cantidad de miembros mayor que el promedio, si se consideran<br />

deciles de hogares, el porc<strong>en</strong>taje del subsidio total que recib<strong>en</strong> esos deciles pobres resultará mayor que si se<br />

consideran deciles de individuos.<br />

En este trabajo, sigui<strong>en</strong>do la pauta metodológica común que el BID y EUROsociAL <strong>Fiscal</strong>idad han propuesto<br />

para los estudios de los demás países del MERCOSUR y <strong>Chile</strong>, se ha tomado como unidad de análisis a los<br />

individuos. Por tanto, a cada individuo se le imputa el ingreso per capita del hogar al que pert<strong>en</strong>ece, los<br />

estratos de ingreso –serán deciles- conti<strong>en</strong><strong>en</strong> igual cantidad de individuos ord<strong>en</strong>ados según este ingreso que<br />

se les imputa y se calcula la tasa promedio Impuesto/Ingreso (GPS/Ingreso) para cada decil.<br />

111 Neto se refiere a luego de ajustes, como la imputación del consumo de bi<strong>en</strong>es durables, que no es del caso tratar aquí.<br />

112 Debe reconocerse, no obstante, que la t<strong>en</strong>d<strong>en</strong>cia a def<strong>en</strong>der la tributación individual <strong>en</strong> el impuesto a la r<strong>en</strong>ta personal (versus la<br />

conjunta) se apoya, <strong>en</strong>tre otros factores, <strong>en</strong> la opinión contraria.<br />

294


ANEXO II – Sobre el Sistema Tributario<br />

1. Impuestos considerados<br />

La realidad de los países latinoamericanos <strong>en</strong> g<strong>en</strong>eral y de <strong>Uruguay</strong> <strong>en</strong> particular, con alta participación de la<br />

tributación indirecta, de transfer<strong>en</strong>cias no monetarias y de transfer<strong>en</strong>cias monetarias no contributivas –<br />

asist<strong>en</strong>cia social-, hace obligatorio un tratami<strong>en</strong>to más compreh<strong>en</strong>sivo que el de los modelos tax b<strong>en</strong>efit de la<br />

OCDE. En concreto, a efectos de determinar el impacto de la política fiscal <strong>en</strong> la distribución del ingreso se<br />

impone la consideración conjunta de todo el sistema tributario y del gasto público.<br />

No obstante, es necesario apresurarse a aclarar que, como los ejercicios de microsimulación realizados son<br />

“sin comportami<strong>en</strong>to” -es decir, no se estiman ni consideran las funciones de reacción de los ag<strong>en</strong>tes<br />

económicos ante la introducción de los impuestos- solo se ha decidido t<strong>en</strong>er <strong>en</strong> cu<strong>en</strong>ta <strong>en</strong> el análisis aquellos<br />

impuestos respecto a cuya incid<strong>en</strong>cia económica –sobre quién recae, <strong>en</strong> definitiva, la carga del impuesto-<br />

existe amplio cons<strong>en</strong>so, a saber: el Impuesto al Valor Agregado, los impuestos selectivos al consumo y el<br />

Impuesto a la R<strong>en</strong>ta Personal. Por el contrario, no existe un cons<strong>en</strong>so tan g<strong>en</strong>eralizado respecto a la<br />

incid<strong>en</strong>cia económica del Impuesto a la R<strong>en</strong>ta Empresarial y de los impuestos al comercio exterior. Por tanto,<br />

<strong>en</strong> lugar de realizar supuestos heróicos al respecto se ha preferido descartar su análisis.<br />

a) Se considera que el IVA es trasladado al consumidor final. Aún <strong>en</strong> el marco de modelos de<br />

microsimulación con comportami<strong>en</strong>to se supone que los precios de producción no cambian como<br />

consecu<strong>en</strong>cia de las reformas impositivas y sí lo hac<strong>en</strong> los precios finales de consumo. Esto implica<br />

suponer respecto de la incid<strong>en</strong>cia económica del IVA que la función de oferta ti<strong>en</strong>e una elasticidad infinita<br />

y dicho impuesto es trasladado al consumidor final. En este trabajo también se ha adoptado este<br />

supuesto.<br />

Debe precisarse que correspondería considerar que no solam<strong>en</strong>te se traslada al consumidor final el IVA<br />

incluido <strong>en</strong> las v<strong>en</strong>tas de bi<strong>en</strong>es y servicios gravados sino que también se traslada el IVA incluido <strong>en</strong> las<br />

compras de insumos intermedios y <strong>en</strong> la inversión que realizan los ofer<strong>en</strong>tes de bi<strong>en</strong>es y servicios<br />

exonerados. No obstante, <strong>en</strong> esta primera versión del trabajo no se ha considerado este concepto.<br />

b) Se supone que las curvas de oferta de los bi<strong>en</strong>es y servicios gravados por los impuestos selectivos al<br />

consumo son horizontales (elasticidad infinita), de modo que los productores de los mismos pued<strong>en</strong><br />

trasladar los impuestos a precios.<br />

c) El Impuesto a la R<strong>en</strong>ta de las Personas Físicas es soportado por qui<strong>en</strong> percibe los ingresos.<br />

2. Recaudación teórica o recaudación real<br />

En este trabajo se ha optado por asignar los impuestos determinando su base imponible a partir de la<br />

información de la EGIH y aplicando, luego, el tipo impositivo correspondi<strong>en</strong>te (“recaudación teórica”) <strong>en</strong> vez de<br />

imputar la “recaudación real”. Tal cual se explica a continuación, la decisión se ha tomado al considerar el IVA,<br />

295


el principal recaudador de <strong>Uruguay</strong>. La recaudación de IVA puede verse como el pago que realizan todos los<br />

ag<strong>en</strong>tes que no pued<strong>en</strong> descontar el impuesto, a saber: (i) los consumidores finales, (ii) el Gobierno y (iii) los<br />

sectores productores de bi<strong>en</strong>es y servicios exonerados que compran insumos gravados con IVA.<br />

Respecto a (ii), el IVA del Gobierno, la “recaudación teórica” no lo imputa, lo cual es correcto. La “recaudación real”<br />

suele considerarlo y, por tanto, supone equivocadam<strong>en</strong>te que el IVA que el Gobierno se recauda a sí mismo<br />

recae sobre los consumidores. Debe admitirse, no obstante, que es posible depurar la recaudación total del IVA<br />

pagado por el Gobierno.<br />

Respecto a (iii), el IVA incluido <strong>en</strong> las compras de insumos gravados por IVA que hac<strong>en</strong> los sectores productores<br />

de bi<strong>en</strong>es y servicios exonerados, la “recaudación teórica” suele no imputarlo y, por tanto, se subestima el impacto<br />

del IVA. No obstante, si se cu<strong>en</strong>ta con una Tabla de Oferta-Utilización, puede imputarse 113 . A su vez, la<br />

“recaudación real” sí lo imputa, pero incorrectam<strong>en</strong>te, de acuerdo a la estructura de consumo (promedio) de los<br />

bi<strong>en</strong>es y servicios gravados, que no es necesariam<strong>en</strong>te igual a la de bi<strong>en</strong>es y servicios exonerados.<br />

Dep<strong>en</strong>di<strong>en</strong>do del diseño del impuesto, este monto puede ser no despreciable. Por ejemplo, Miraballes (2005)<br />

estimó que, antes de la Reforma Tributaria, un 25% de la recaudación del IVA de <strong>Uruguay</strong> se originaba <strong>en</strong><br />

estas compras.<br />

Por otra parte, la “recaudación teórica” no considera la evasión y, por tanto, sobrestima el impacto del IVA.<br />

Pero la “recaudación real”, que sí la considera, supone que (a) juega igual para las compras de los hogares<br />

de m<strong>en</strong>ores ingresos que para las de los de mayores ingresos y que (b) la evasión “llega” al consumidor -se<br />

traslada con el mismo supuesto que el impuesto-, lo cual no es necesariam<strong>en</strong>te cierto pues es probable que<br />

bu<strong>en</strong>a parte se lo apropie el v<strong>en</strong>dedor.<br />

Finalm<strong>en</strong>te, <strong>en</strong>tre los principales objetivos de los estudios de incid<strong>en</strong>cia fiscal está el realizar simulaciones.<br />

Parece claro que la forma idónea de hacerlo es vía “recaudación teórica”, desde que es imposible realizarlo<br />

con recaudación real.<br />

113 Ver, por ejemplo, Roca y Vallarino (2003) para Ecuador.<br />

296


ANEXO III – Sobre el Gasto Público Social<br />

1. Gasto Público considerado<br />

En estos trabajos, al igual que <strong>en</strong> la mayoría de la literatura sobre el tema, sólo se ha considerado el<br />

habitualm<strong>en</strong>te d<strong>en</strong>ominado Gasto Público Social (GPS), esto es, educación, salud, p<strong>en</strong>siones y asist<strong>en</strong>cia<br />

social (gasto público social focalizado). La razón es que no exist<strong>en</strong> principios g<strong>en</strong>eralm<strong>en</strong>te aceptados ni para<br />

valorar financieram<strong>en</strong>te los bi<strong>en</strong>es públicos puros (def<strong>en</strong>sa, justicia, administración g<strong>en</strong>eral) ni para id<strong>en</strong>tificar<br />

a sus b<strong>en</strong>eficiarios.<br />

Respecto a lo que aquí llamaremos asist<strong>en</strong>cia social, cabría definirla –sigui<strong>en</strong>do a Lindert, Skoufias y Shapiro<br />

(2005) 114 - como las trasfer<strong>en</strong>cias públicas –monetarias o <strong>en</strong> especie-, habitualm<strong>en</strong>te no contributivas, que<br />

ti<strong>en</strong><strong>en</strong> como objetivo c<strong>en</strong>tral reducir la pobreza y la desigualdad <strong>en</strong> la distribución del ingreso a través de la<br />

asist<strong>en</strong>cia focalizada a individuos u hogares pobres.<br />

2. Imputación del Gasto Público Social<br />

2.1. Id<strong>en</strong>tificación de los b<strong>en</strong>eficiarios<br />

La EGIH permite la id<strong>en</strong>tificación individual (microsimulación) de los receptores del GPS. Nótese que al<br />

limitar el grupo de b<strong>en</strong>eficiarios a los receptores del GPS, se ignoran posible externalidades positivas, tanto<br />

contemporáneas como futuras, que pudier<strong>en</strong> surgir de estos egresos públicos.<br />

2.2. Supuestos (heroicos) de la imputación del GPS<br />

La forma más habitual de asignar el GPS es id<strong>en</strong>tificar a sus b<strong>en</strong>eficiarios a partir de la <strong>en</strong>cuesta de hogares<br />

con la que se trabaja y a ellos asignarles el monto del gasto público que figura <strong>en</strong> la ejecución presupuestal<br />

de los Ministerios respectivos –salud, educación, social, etc.-. Éste es el procedimi<strong>en</strong>o que se ha seguido <strong>en</strong><br />

este trabajo. Debe reconocerse que, aunque prácticam<strong>en</strong>te ineludible, este procedimi<strong>en</strong>to es cuestionable<br />

por varias razones, a saber 115 :<br />

i) Se supone, implícitam<strong>en</strong>te, que el b<strong>en</strong>eficio recibido es igual al costo (medio) de la provisión del bi<strong>en</strong> o<br />

prestación del servicio. Un mayor gasto de GPS será interpretado como un mayor b<strong>en</strong>eficio para su<br />

receptor, si<strong>en</strong>do que este mayor gasto puede responder a mayores costos provocados por inefici<strong>en</strong>cias<br />

<strong>en</strong> su prestación. Tampoco se analiza si la provisión privada del rubro pudiere ser más efici<strong>en</strong>te.<br />

ii) El ejercicio no incluye consideraciones relativas a la calidad del GPS. Si determinado gasto público –por<br />

ejemplo, el gasto <strong>en</strong> educación primaria- resulta progresivo, se computará una mejor distribución del<br />

ingreso una vez recibido dicho gasto e implícitam<strong>en</strong>te se le estará juzgando como positivo. Este no será<br />

necesariam<strong>en</strong>te el caso si, <strong>en</strong> la realidad, la asist<strong>en</strong>cia a la educación pública es una casi segura<br />

114 Los autores defin<strong>en</strong> cuidadosam<strong>en</strong>te la asist<strong>en</strong>cia social comparándola con la Seguridad Social.<br />

115 Véase CEDLAS (2005).<br />

297


cond<strong>en</strong>a a un pronto fracaso estudiantil y, <strong>en</strong> consecu<strong>en</strong>cia, a la imposibilidad de acceder a los empleos<br />

mejor remunerados.<br />

iii) Se considera que la totalidad de las partidas presupuestales es recibida por los b<strong>en</strong>eficiarios, es decir, que<br />

no hay desvíos de las transfer<strong>en</strong>cias públicas debido a, por ejemplo, corrupción. Si no fuese éste el caso,<br />

se estaría sobrestimando el impacto del gasto público.<br />

iv) Este supuesto ignora difer<strong>en</strong>cias <strong>en</strong> los costos de prestación <strong>en</strong>tre grupos; por ejemplo, los costos<br />

educativos <strong>en</strong> escuelas urbanas y rurales.<br />

v) Al considerar exclusivam<strong>en</strong>te la ejecución presupuestal de los difer<strong>en</strong>tes rubros del GPS, no se está<br />

imputando ninguna r<strong>en</strong>ta por el uso de la inversión –edificios y equipami<strong>en</strong>to-, que puede ser relevante<br />

<strong>en</strong> casos como el de la salud. Aunque exist<strong>en</strong> diversos modos de estimar esta r<strong>en</strong>ta, se han dejado de<br />

lado por las complicaciones que dicha estimación introduce.<br />

vi) Por tratarse de microsimulaciones sin comportami<strong>en</strong>to, se escapa al análisis la posibilidad de que la<br />

transfer<strong>en</strong>cia pública desestimule la oferta de trabajo.<br />

298

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!