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Arte e Educação - Fundação Bienal do Mercosul

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to, para a invenção de to<strong>do</strong> tipo de processos de vida, para a modificação<br />

<strong>do</strong>s códigos e das linguagens impostos pelo costume e a rotina.<br />

Tu<strong>do</strong> aquilo que produz vida, no senti<strong>do</strong> bio-político: desde a modificação<br />

<strong>do</strong>s papéis masculino/feminino, passan<strong>do</strong> pelas novas práticas<br />

<strong>do</strong> corpo nas políticas queer ou transexuais. Tu<strong>do</strong> aquilo que supera<br />

a história que nos contaram e que temos assumi<strong>do</strong> como original<br />

e verdadeira, ou seja, o que modifica os relatos hegemônicos,<br />

como as práticas antirracistas o anticoloniais. Tu<strong>do</strong> aquilo que nos<br />

proponha narrativas inusitadas para que as próximas gerações possam<br />

incluí-las na sua trajetória sentimental. Invenções eco-políticas<br />

que contemplem a relação consciente entre os objetos e a vida que<br />

queremos viver. Enfim, propostas eficientes para o porvir, pensadas a<br />

partir da ética <strong>do</strong> futuro e não a partir da pulsão urgente <strong>do</strong> presente.<br />

Novas cartografias para a imaginação, novos mapas para as viagens<br />

interiores que nos permitam compaginar a poética com a política, a<br />

ética com a estética”.<br />

Diante dessa concepção da cultura para os sujeitos e não para os<br />

objetos, lamentavelmente, a dinâmica de concorrência entre as cidades<br />

atuais está conduzin<strong>do</strong> a uma corrida sem fim por conseguir<br />

os “objetos/equipamentos” maiores os mais espetaculares, ou os<br />

festivais e eventos mais custosos, reduzin<strong>do</strong> os habitantes a meros<br />

consumi<strong>do</strong>res sem capacidade de participação e muito menos de<br />

intervenção. Ou seja, está levan<strong>do</strong> a uma prática de política cultural<br />

totalmente despolitizada, em que a crítica brilha por sua ausência,<br />

apagada em um processo acelera<strong>do</strong> de “festivalização”, cujo espaço<br />

de representação habitual costuma ser os inúmeros e inomináveis<br />

festivais, eventos, bienais, celebrações, comemorações e museus de<br />

moda. Definitivamente, trata-se de uma inusitada explosão<br />

institucional de atividades em que prima, sobretu<strong>do</strong>, uma concepção<br />

<strong>do</strong> público como turista, visitante, consumi<strong>do</strong>r, sen<strong>do</strong> o número<br />

de assistentes a única barema populista que se leva em conta,<br />

esquecen<strong>do</strong> a cultura como fonte de negociação e confrontação com<br />

a realidade imposta.<br />

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