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Costas - Vol. 1 - Programa EcoPlata

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PLANEJAMENTO URBANO EM ÁREAS INUNDÁVEIS DE UM MUNICÍPIO COSTEIRO:<br />

ESTUDO DE CASO EM RIO GRANDE, RS, BRASIL<br />

D. Schuster-Oliveira 1 ; M.L. Asmus 2 . e M.V.R. Domingues 3 .<br />

Resumo:<br />

O processo de crescimento do município de Rio Grande (RS -Brasil) se deu por meio de aterros sobre áreas inundadas<br />

nas margens da Lagoa dos Patos e em áreas inundáveis no interior do município adjacentes as lagoas e arroios. No intuito<br />

de não expor a população a constrangimentos por inundação é necessário um planejamento estratégico destas áreas<br />

para futura expansão. Assim este trabalho visa fornecer subsídios tanto para o planejamento municipal como para outros<br />

municípios costeiros que apresentem passivos similares.<br />

Palavras-chave: planejamento urbano, áreas inundáveis, Rio Grande<br />

Abstract<br />

The growth process of the municipality of Rio Grande has taken place by filling wetlands along the coastline of the Patos<br />

Lagoon and in potentially inundated areas located inland, adjacent to creeks and lagoons. In order not to expose the local<br />

population to constraints related to flooding, a strategic land planning is needed for future expansion of those areas. Thus,<br />

this paper aims at producing subsides for the Rio Grande territorial planning and possibly applicable to other costal municipalities<br />

facing similar problems.<br />

Keywords: urban planning, flooding areas, Rio Grande.<br />

1. Introdução<br />

O presente trabalho contextualizou o crescimento<br />

urbano do município de Rio Grande (Rio Grande do<br />

Sul, Brasil) com um enfoque no planejamento e gestão<br />

de suas áreas inundáveis, como uma forma de<br />

minimizar problemas de ordem sanitária e ambiental<br />

advindos dos graves efeitos negativos causados por<br />

cheias urbanas. Algumas das áreas com tendência<br />

a inundação, em Rio Grande estão previstas como<br />

áreas de expansão urbana no seu Zoneamento Ecológico-Econômico,<br />

o que requer um cuidado especial<br />

de planejamento.<br />

O município do Rio Grande abriga o último porto<br />

marítimo brasileiro do Atlântico sul, e para ele fluem<br />

mercadorias predominantemente do sul da América<br />

Latina. É enquadrado pelo Plano Nacional de Gerenciamento<br />

Costeiro (Lei 7.661, de 16/05/88) como<br />

município costeiro por possuir 67 km de costa, além<br />

de sofrer influência direta da área estuarina da Lagoa<br />

dos Patos. O município tem sua parte central<br />

totalmente margeada por água, além de sua periferia<br />

apresentar lagoas costeiras e arroios que servem de<br />

escoadouros das águas represadas em banhados<br />

adjacentes. (Figura 1).<br />

A avaliação feita pelo Ministério do Meio Ambiente,<br />

e publicado no Macro Diagnóstico da Zona Costeira<br />

e Marinha do Brasil, mostra que o município de Rio<br />

Grande tem um dos mais elevados graus de risco<br />

à inundação de todo o litoral brasileiro (muito alto).<br />

Contribui para este cenário o fato de que o núcleo<br />

urbano do município está no interior do estuário, com<br />

população estimada de 197.253 habitantes e altas<br />

taxas de risco social, onde uma elevada percentagem<br />

da população está exposta ao déficit de serviços<br />

sociais e baixa renda por domicílio (Nicolodi &<br />

Petermann, 2010).<br />

Como produto de determinantes político-institucionais,<br />

com sua aptidão portuária e posterior crescimento<br />

comercial/industrial, o município teve na sua<br />

variação de crescimento demográfico os reflexos do<br />

interesse econômico na região. Rio Grande é privilegiado<br />

por suas condições geográficas, possuindo<br />

o único porto marítimo do estado do Rio Grande do<br />

Sul, sendo o primeiro porto estatal brasileiro enquadrado<br />

na nova lei de modernização portuária (Lei de<br />

Modernização dos Portos, 8.630/93).<br />

O Porto do Rio Grande em seu processo evolutivo<br />

passou por fases mais ou menos definidas, intercalando<br />

momentos de crescimento rápido com momentos<br />

de estagnação. Na década de 70 a primeira fase<br />

de crescimento rápido do porto (seu primeiro ciclo<br />

de crescimento exógeno) foi induzida pelo Governo<br />

Federal e setor privado, acarretando vários passivos<br />

sócio-ambientais tais como: favelização, ocupação<br />

irregular, marginalização e aterros irregulares.<br />

1 Graduanda em Geografia Bacharel e mestranda em Gerenciamento Costeiro da Universidade Federal do Rio Grande.<br />

nelaschuster@yahoo.com.br<br />

2 Coordenador do <strong>Programa</strong> de Pós-graduação em Gerenciamento Costeiro da Universidade Federal do Rio Grande.<br />

docasmus@furg.br<br />

3 Professor do <strong>Programa</strong> de Pós-graduação em Gerenciamento Costeiro da Universidade Federal do Rio Grande.<br />

mavidlrd@terra.com.br.<br />

Artículo enviado el 28 de setiembre de 2011 - Artículo aceptado el 16 de marzo de 2012<br />

196 <strong>Costas</strong> - <strong>Vol</strong>. 1 - Nº.1 - Julio 2012

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