a conversa 14 “Não tenho problema nenhum em que o SIRESP esteja no radar da opinião pública. Pelo contrário, gostaria que, de forma justa, estivesse mais nesse radar, pelo valor que adiciona à sociedade”
Paulo Viegas Nunes, o brigadeiro-general do Exército que hoje está à frente do SIRESP – Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal, é um doer, mas também um estratega. Antes de avançar no terreno, já tem na cabeça um mapa onde está tudo definido: objetivos, processos, prazos a cumprir. Acreditou sempre que a única forma de pôr a rede de segurança nacional a funcionar em pleno seria entregando-a ao Estado, como acabou por acontecer. Por isso, sentiu-se muito confortável quando assumiu a presidência da SIRESP SA. Agora, é ele que a tem nos braços. “Uma rede de soberania”, como gosta de frisar, “a infraestrutura de comunicações que assegura, em caso de catástrofe, a resposta articulada entre as várias áreas de governação”. Diz que hoje, numa tragédia como a que ocorreu em 2017, durante os fogos florestais, a inoperância do SIRESP já não faria manchetes. Afirma-o sem pestanejar, convicto de que a reestruturação do serviço que está a levar a efeito vai transformar o SIRESP em algo de que se poderá orgulhar. Quando der a missão por cumprida, provavelmente já estará a namorar outro projeto que o seduza. Sendo que, neste contexto, sedução significa algo que desafie as suas capacidades de organização e entrega. Apaixonado pelos temas da cibersegurança e guerra da informação – tema que escolheu para escrever a sua tese de doutoramento – Paulo Viegas Nunes está a acompanhar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia com grande emoção. Diz que este conflito é um cenário de teste, onde se pode ver em ação armamento de última geração, mas também a guerra de informação em toda a sua pujança. Aos 56 anos, segue o pulsar do mundo com o mesmo fascínio de quando era criança e acompanhava o pai, também militar, pelas várias geografias onde esteve, em serviço. Licenciado em Engenharia Eletrotécnica pelo Instituto Superior Técnico, defendeu mais tarde a sua tese de doutoramento na Universidade Complutense de Madrid, onde alcançou a classificação máxima e grau de Doctor Europeo (reconhecido em toda a Europa). Cumpriu várias missões ao serviço da ONU, da nato e União Europeia e em 2017 foi nomeado comandante na Nato Communications and Information Systems School, em Latina (Itália). Tinha acabado de ser escolhido para liderar a Direção de Comunicações e Sistemas de Informação do Exército quando o convidaram para o SIRESP. Na altura, correu que era a pessoa certa para o lugar certo. Confrontado com essa informação, escusou-se a comentar, mas sente-se que veste um fato à medida. 15
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Fernando Resina da Silva, Sócio da
Portugal as a Tech Hub Na linha da
cidadania Transformar o sonho em re
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A net da sua empresa não atravessa
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