Relatório da Oficina para definição do novo modelo - Ministério do ...
Relatório da Oficina para definição do novo modelo - Ministério do ...
Relatório da Oficina para definição do novo modelo - Ministério do ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
RELATÓRIO DA OFICINA PARA DEFINIÇÃO DO NOVO<br />
MODELO DE GESTÃO DA CARREIRA DE EPPGG<br />
Brasília, 13 e 14 de Abril de 2009<br />
1
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
SUMÁRIO<br />
A. RESUMO EXECUTIVO 3<br />
B. LISTA DE PARTICIPANTES DA OFICINA 4<br />
C. CONTEXTO DA OFICINA 5<br />
D. HISTÓRICO DA CARREIRA 6<br />
E. A CARREIRA HOJE 7<br />
F. PAPEL E PERFIL DA CARREIRA 7<br />
G. CONTRIBUIÇÕES DO GRUPO SOBRE A PROPOSTA DA SEGES 11<br />
1. RECRUTAMENTO E SELEÇÃO 11<br />
2. FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA 13<br />
3. GESTÃO POR DESEMPENHO 15<br />
4 ACOMPANHAMENTO DO ESTÁGIO PROBATÓRIO 17<br />
5. COMPETÊNCIAS POR CLASSES 18<br />
6. ALOCAÇÃO INICIAL E MOBILIDADE 20<br />
7. ATUAÇÃO EM REDE E GESTÃO DE CARREIRA 21<br />
H. AVALIAÇÃO DO ENCONTRO 22<br />
2
A. RESUMO EXECUTIVO<br />
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
O presente relatório é resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> de trabalho promovi<strong>da</strong> pela Secretaria de Gestão<br />
(SEGES) <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> Planejamento (MP), realiza<strong>da</strong> na Escola Nacional de Administração<br />
Pública (ENAP), em 13 e 14 de abril de 2009.<br />
A <strong>Oficina</strong> é parte integrante <strong>da</strong> proposta de aprimoramento <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> carreira de<br />
Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental – EPPGG, inseri<strong>da</strong> no projeto de<br />
Modernização <strong>da</strong> Gestão Pública , que tem como objetivo principal fortalecer o papel de<br />
coordenação <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> Planejamento, Orçamento e Gestão (MP) como promotor <strong>da</strong><br />
modernização <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
Neste senti<strong>do</strong> a SEGES procurou estruturar uma proposta a partir de consultas a diversos<br />
atores estratégicos e com o apoio de consultorias britânica, espanhola e brasileira.<br />
Cerca de 40 pessoas — entre gestores, membros <strong>da</strong> ANESP, dirigentes e coordena<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />
ENAP, professores, servi<strong>do</strong>res <strong>da</strong> SEGES, consultores e especialistas — partici<strong>para</strong>m <strong>do</strong><br />
encontro, que teve o objetivo aprimorar a proposta apresenta<strong>da</strong> pela SEGES <strong>para</strong> a carreira de<br />
EPPGG.<br />
De caráter consultivo, a <strong>Oficina</strong> mostrou-se uma importante etapa <strong>para</strong> que a SEGES<br />
identificasse os pontos mais críticos <strong>da</strong> proposta, e mapeasse os consensos e os dissensos <strong>do</strong><br />
grupo, além de colher <strong>novo</strong>s subsídios <strong>para</strong> o desenvolvimento <strong>da</strong> carreira.<br />
Na abertura <strong>do</strong>s trabalhos, nas manhãs <strong>do</strong> primeiro e <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> dia, o Secretário de Gestão,<br />
Marcelo Viana, a presidente <strong>da</strong> ENAP, Helena Kerr <strong>do</strong> Amaral e o diretor <strong>do</strong> departamento de<br />
articulação institucional <strong>da</strong> SEGES, Aldino Graef fizeram suas considerações <strong>do</strong> cenário atual,<br />
<strong>da</strong> carreira <strong>do</strong>s EPPGG e <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong>.<br />
O professor Doutor Gileno Marcelino, um <strong>do</strong>s idealiza<strong>do</strong>res <strong>da</strong> carreira, fez, inicialmente uma<br />
análise <strong>do</strong> sistema político e <strong>do</strong>s <strong>modelo</strong>s de administração vigentes desde então e, depois<br />
uma retrospectiva histórica <strong>do</strong>s motivos que justificaram o início <strong>da</strong> carreira e a criação <strong>da</strong><br />
Escola Nacional de Administração Pública – ENAP em 1986; o que se esperava <strong>do</strong>s gestores<br />
naquele momento, e as dificul<strong>da</strong>des vivencia<strong>da</strong>s no processo. Em segui<strong>da</strong>, a SEGES apresentou<br />
o retrato atual de como os EPPGGs estão distribuí<strong>do</strong>s nos diferentes órgãos públicos, quantos<br />
são, que cargos ocupam, e o tempo médio de permanência nos órgãos, entre outros.<br />
Por fim, a SEGES apresentou a proposta <strong>para</strong> a reorientação <strong>da</strong> carreira de EPPGG, construí<strong>da</strong><br />
a partir de grupos de trabalho e oficinas com integrantes <strong>da</strong> carreira, entrevistas com<br />
Secretários executivos de diversos ministérios, integrantes <strong>da</strong> carreira, membros <strong>da</strong> academia,<br />
consultores internacionais, entre outros colabora<strong>do</strong>res. Com isso, pretendeu-se <strong>da</strong>r elementos<br />
<strong>para</strong> que os presentes na oficina pudessem discutir e <strong>da</strong>r sugestões <strong>para</strong> o aperfeiçoamento <strong>do</strong><br />
<strong>novo</strong> <strong>modelo</strong> de gestão <strong>da</strong> carreira.<br />
3
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
Os itens apresenta<strong>do</strong>s pela SEGES e que foram posteriormente debati<strong>do</strong>s pelos participantes<br />
foram: 1. Competências por classes; 2. Formação inicial e continua<strong>da</strong>; 3. Gestão por<br />
desempenho; 4. Acompanhamento <strong>do</strong> estágio probatório; 5. Recrutamento e seleção; 6.<br />
Alocação inicial e mobili<strong>da</strong>de; 7. Atuação em rede e 8. Gestão <strong>da</strong> carreira. A síntese <strong>do</strong>s<br />
comentários <strong>do</strong>s participantes acerca <strong>da</strong> proposta apresenta<strong>da</strong> pela SEGES encontra-se<br />
presente neste relatório.<br />
Embora os participantes tenham encontra<strong>do</strong> dificul<strong>da</strong>de <strong>para</strong> criar consensos em torno de<br />
questões críticas, tais como alocação inicial e formação <strong>do</strong>s gestores, na avaliação final <strong>do</strong><br />
encontro to<strong>do</strong>s os presentes reconheceram a importância de momentos como o desta <strong>Oficina</strong>,<br />
<strong>para</strong> que se possa avançar no aperfeiçoamento <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> carreira.<br />
B. LISTA DE PARTICIPANTES DA OFICINA<br />
1. Adriano Moraes Ferreira<br />
2. Aldino Graef<br />
3. Aleksandra Santos<br />
4. Alexandre Kalil<br />
5. Ângela Maria Santana Carvalho<br />
6. Antonio Feman<strong>do</strong> Decnop Martins,<br />
7. Catarina Cecília Odelius-<br />
8. Daniela Ferreira e Cruz Pic<br />
9. Darci Berthol<strong>do</strong><br />
10. E<strong>da</strong> Castro Lucas de Souza<br />
11. Elizabete Ferrarezi<br />
12. Gardênia <strong>da</strong> Silva Abbad<br />
13. Gileno Marcelino<br />
14. Humberto Martins<br />
15. Jana Petaccia de Mace<strong>do</strong><br />
16. Jean Paraíso Alves<br />
17. Jefferson Boechat<br />
18. Josep Ramon Morera Y<br />
Bala<strong>da</strong>(consultor<br />
19. espanhol)<br />
20. Leonar<strong>do</strong> Lanna Guillén<br />
21. Luciano Rodrigues<br />
22. Marcelode MatosRamos<br />
23. Marcelo Varella<br />
24. Marcia Cassis<br />
25. Maria Aglae de Medeiros Macha<strong>do</strong><br />
26. Maria Eliete Nunes<br />
27. Maria <strong>da</strong> Penha Barbosa <strong>da</strong> Cruz<br />
Carmo<br />
28. Maria <strong>da</strong> Penha Oliveira<br />
29. Maria Stela Reis<br />
30. Patrícia Vieira<br />
31. Paulo Mafra<br />
32. Paulo Sergiode Carvalho<br />
33. Priscila Araújo<br />
34. Ricar<strong>do</strong> Vi<strong>da</strong>l<br />
35. Rita de Cassia Munck<br />
36. Roberto Seara Macha<strong>do</strong> Pojo Rego<br />
37. Rosario Boned Abad<br />
38. Samuel Antunes<br />
39. Tatiana Vasconcelos<br />
40. Thomas de Aquino Guimarães<br />
41. Wan<strong>da</strong>MariaCunha<br />
4
C. CONTEXTO DA OFICINA<br />
SECRETÁRIO DE GESTÃO<br />
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
O Secretário de Gestão, Marcelo Viana, buscou nortear os participantes em relação aos<br />
propósitos <strong>da</strong> SEGES. Desse mo<strong>do</strong>, iniciou sua fala evidencian<strong>do</strong> o desejo de partilhar<br />
informações com os gestores sobre o an<strong>da</strong>mento <strong>do</strong>s trabalhos <strong>da</strong> Secretaria.<br />
De acor<strong>do</strong> com o Secretário, o Brasil caminha <strong>para</strong> um <strong>modelo</strong> desenvolvimentista, em que o<br />
foco <strong>da</strong> gestão pública não é mais a redução <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e <strong>do</strong>s gastos, o fazer mais com menos,<br />
e sim o aumento <strong>da</strong> eficiência e <strong>da</strong> eficácia. Nesse senti<strong>do</strong>, deve-se perguntar qual é o papel<br />
<strong>do</strong>s especialistas em políticas públicas e gestão governamental nessa nova conjuntura. Serão<br />
protagonistas ou serão leva<strong>do</strong>s pelo processo? Seria preciso pensar no futuro e nas<br />
inquietações referentes à carreira no contexto atual.<br />
Esclareceu que até então não havia claramente a lógica de uma carreira estrutura<strong>da</strong> em torno<br />
de um projeto e de ativi<strong>da</strong>des bem defini<strong>da</strong>s. Hoje, por sua vez, haveria espaço <strong>para</strong> que se<br />
reflita sobre o papel <strong>do</strong> EPPGG, pois há uma convergência de diversas correntes políticas <strong>para</strong><br />
a melhoria <strong>da</strong> gestão pública.<br />
Um segun<strong>do</strong> tópico abor<strong>da</strong><strong>do</strong> refere-se à posição de que não haveria uma carreira e sim cerca<br />
de 700 gestores seguin<strong>do</strong> seus caminhos individualmente. Tal situação teria deriva<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />
ausência de uma rede estrutura<strong>da</strong> <strong>para</strong> a carreira. O Secretário reconheceu como uma grande<br />
ineficiência o fato de se trabalhar com sub-redes informais. Daí ser um desafio importante<br />
<strong>para</strong> a carreira a criação de uma rede formal e integra<strong>da</strong>.<br />
Atualmente, cerca de ¾ <strong>do</strong>s gestores ocupa cargos de Direção e Assessoria Superior (DAS). Tal<br />
situação foi vista como positiva pelo Secretário, pois indica que a maioria <strong>do</strong>s gestores<br />
desempenha função estratégica <strong>para</strong> o Esta<strong>do</strong> brasileiro.<br />
O Secretário sublinhou a importância <strong>da</strong> Escola Nacional de Administração Pública e seus<br />
avanços no que tange à formação continua<strong>da</strong>, no entanto, acredita que seja possível<br />
incorporar novas ferramentas pe<strong>da</strong>gógicas e <strong>novo</strong>s <strong>para</strong>digmas, sem com isso desmerecer a<br />
trajetória segui<strong>da</strong> até aqui.<br />
Por fim, comentou acerca <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> pesquisa realiza<strong>da</strong> pelo <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong><br />
Planejamento sobre o desempenho <strong>do</strong>s gestores na administração pública federal. Os<br />
integrantes <strong>da</strong> carreira, de acor<strong>do</strong> com os Secretários, gestores e especialistas entrevista<strong>do</strong>s,<br />
são reconheci<strong>do</strong>s mais como especialistas em Políticas Públicas e menos como especialistas<br />
em Gestão Governamental. Esse cenário estabelece <strong>novo</strong>s desafios em relação à formação<br />
inicial e continua<strong>da</strong> <strong>do</strong>s gestores, sem, mais uma vez, desmerecer o que foi realiza<strong>do</strong> até<br />
momento.<br />
5
PRESIDENTE DA ENAP<br />
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
Helena Kerr, presidente <strong>da</strong> ENAP, declarou que a oficina de <strong>definição</strong> <strong>do</strong> <strong>novo</strong> <strong>modelo</strong> de<br />
gestão <strong>da</strong> carreira de EPPGG ocorria em momento bastante adequa<strong>do</strong>, pois a discussão sobre<br />
a carreira é fun<strong>da</strong>mental <strong>para</strong> repensar a própria Escola.<br />
Lembrou que a escola foi cria<strong>da</strong> em 1986 e, em 1988, houve o primeiro curso de formação<br />
inicial <strong>do</strong>s gestores. A presidente garantiu ser um privilégio fazer a formação continua<strong>da</strong> e<br />
inicial <strong>do</strong>s EPPGGs.<br />
Para ela, coube à ENAP, durante to<strong>do</strong>s esses anos, interpretar as priori<strong>da</strong>des <strong>do</strong> governo e<br />
transformá-las em conteú<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> à carreira, aperfeiçoan<strong>do</strong> e aprimoran<strong>do</strong> a oferta de<br />
cursos. Certamente tais interpretações não podem ficar isola<strong>da</strong>s, pois não são únicas e podem,<br />
inclusive, diferenciar de outros órgãos estratégicos vincula<strong>do</strong>s à gestão pública.<br />
A presidente <strong>da</strong> ENAP lembrou também que o país vive um momento ímpar, diferente <strong>do</strong><br />
momento de criação <strong>da</strong> carreira. O Brasil apresenta uma diversi<strong>da</strong>de imensa, ampliou a sua<br />
inserção internacional, seja na América Latina, África ou com países <strong>do</strong> hemisfério norte,<br />
mantém relações saudáveis entre os esta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> federação e desfruta de mais de duas déca<strong>da</strong>s<br />
de democracia.<br />
No entanto, o desperdício de talentos na administração pública brasileira permanece sen<strong>do</strong><br />
um problema crítico. Por isso, a carreira de gestores tem um papel fun<strong>da</strong>mental <strong>para</strong> a<br />
retenção e o desenvolvimento de servi<strong>do</strong>res públicos qualifica<strong>do</strong>s <strong>para</strong> superar os desafios que<br />
se apresentam ao Esta<strong>do</strong> brasileiro. Desse mo<strong>do</strong>, esta oficina possibilita que se aperfeiçoe a<br />
carreira de gestores, pensan<strong>do</strong>-se na relação com as demais carreiras presentes nos<br />
ministérios, no perfil e no papel <strong>do</strong> EPPGG diante <strong>do</strong> contexto atual.<br />
D. HISTÓRICO DA CARREIRA<br />
O prof. Dr. Gileno Fernandes Marcelino abor<strong>do</strong>u o contexto <strong>do</strong> surgimento <strong>da</strong> ENAP e <strong>da</strong><br />
carreira, lembran<strong>do</strong> que desde a déca<strong>da</strong> de 1960 havia o desejo de se implantar uma escola de<br />
administração pública, porém, especialmente a partir de 1985, busca-se um <strong>modelo</strong> <strong>para</strong> um<br />
Esta<strong>do</strong> enxuto, ágil e competente. Vivia-se a era <strong>da</strong> redemocratização <strong>do</strong> país e <strong>da</strong><br />
transformação política e, em se tratan<strong>do</strong> de serviço público, havia o que ele chama de<br />
“esquizofrenia <strong>da</strong> administração pública”, pois se tinha a impressão, por exemplo, de que<br />
havia um número excessivo de servi<strong>do</strong>res. A máxima em voga naquele momento era a de<br />
contenção e racionalização <strong>do</strong>s gastos públicos, a qual passou a balizar as propostas <strong>do</strong><br />
governo, dentre as quais a criação <strong>da</strong> carreira de EPPGG, em outubro de 1989.<br />
Após o término <strong>da</strong> exposição, abriu-se o espaço <strong>para</strong> perguntas <strong>do</strong>s participantes, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> a<br />
discussão um pouco alonga<strong>da</strong> e centra<strong>da</strong> na ENAP, em detrimento <strong>da</strong> carreira de EPPGG.<br />
Surgem questões e desafios, quais sejam:<br />
6
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
• “enquanto a Academia não se tornar profissionalizante, precisar-se-á, ca<strong>da</strong> vez mais de<br />
escolas de Governo;<br />
• A ENAP ain<strong>da</strong> não se consoli<strong>do</strong>u como uma escola pensante;<br />
• A importância de a ENAP desenvolver uma rede de formação;<br />
• A carreira <strong>do</strong> gestor pode estar ameaça<strong>da</strong> em função de alguns “feu<strong>do</strong>s”.<br />
• A visão de curto prazo ain<strong>da</strong> pre<strong>do</strong>mina.<br />
• Ain<strong>da</strong> se está buscan<strong>do</strong> um <strong>modelo</strong> de administração <strong>para</strong> um Esta<strong>do</strong> enxuto, ágil e<br />
competente.<br />
Encerran<strong>do</strong> o debate, Professor Doutor Gileno destaca a importância <strong>do</strong> momento atual e que<br />
a reflexão deve ser um processo constante. Enfatiza que a carreira de gestor no Brasil foi mais<br />
bem sucedi<strong>da</strong> <strong>do</strong> que na Argentina e no Uruguai.<br />
E. A CARREIRA HOJE<br />
Para que se tivesse maior conhecimento sobre a situação atual <strong>do</strong>s integrantes <strong>da</strong> carreira,<br />
Wan<strong>da</strong> Maria Cunha, representante <strong>da</strong> SEGES, descreveu o quadro de EPPGG quanto ao<br />
número de gestores; as classes a que pertencem, sen<strong>do</strong> a menor representativi<strong>da</strong>de a classe C;<br />
a formação <strong>do</strong>s integrantes <strong>da</strong> carreira; as posições gerencias que ocupam; a distribuição pelos<br />
órgãos <strong>da</strong> administração; o tempo médio de permanência <strong>do</strong>s EPPGGs nos órgãos etc.<br />
F. PAPEL E PERFIL DA CARREIRA<br />
Apresentações Iniciais sobre o tema<br />
O assessor <strong>da</strong> SEGES, Luciano Maia, explanou acerca <strong>do</strong> trabalho desenvolvi<strong>do</strong> pela Secretaria<br />
com o intuito de aperfeiçoar a gestão <strong>da</strong> carreira. Enfatizou a informação de que as propostas<br />
são oriun<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s principais sinalizações de to<strong>do</strong> o material coleta<strong>do</strong> nas consultas com os<br />
colabora<strong>do</strong>res e nos grupos de trabalho organiza<strong>do</strong>s pela Secretaria.<br />
A seguir encontram-se os principais pontos apresenta<strong>do</strong>s por Luciano Maia no que se refere ao<br />
papel e perfil <strong>da</strong> carreira de EPPGG:<br />
a) Com relação ao papel, a SEGES acredita que os EPPGGs devam ser “agentes<br />
estratégicos <strong>da</strong> construção de um Esta<strong>do</strong> eficiente e inteligente que promova o<br />
desenvolvimento socioeconômico sustentável, em ambiente democrático e conecta<strong>do</strong><br />
com o contexto global”<br />
7
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
b) Para a SEGES, as características marcantes <strong>do</strong>s EPPGGs seriam: i) exercício<br />
descentraliza<strong>do</strong> e mobili<strong>da</strong>de; ii) Ligação entre os níveis técnico e político; iii) Visão<br />
estratégica, global e integra<strong>da</strong> <strong>do</strong> governo; iv) Conexão entre recursos e resulta<strong>do</strong>s.<br />
c) Os EPPGGs deverão atuar no senti<strong>do</strong> de: i) zelar pelo bom funcionamento <strong>do</strong> ciclo de<br />
políticas públicas e <strong>da</strong> máquina pública; ii) Facilitar, apoiar, assessorar, orientar,<br />
articular e executar.<br />
d) Seria papel <strong>do</strong>s EPPGGs atuar na: i) formulação de Políticas Públicas; ii) Implementação<br />
e Avaliação de Políticas de Políticas Públicas; iii) Eficiência <strong>da</strong> Máquina Pública (ou<br />
desenvolvimento institucional <strong>do</strong>s órgãos <strong>da</strong> administração pública). Segun<strong>do</strong> Luciano,<br />
embora os gestores não sejam os únicos a pensarem a máquina pública, são os que<br />
devem zelar por sua eficiência, nesse senti<strong>do</strong>, cabe a eles contribuírem <strong>para</strong> a melhor<br />
organização <strong>da</strong> máquina estatal.<br />
e) Para tanto, os EPPGGs deveriam ter perfil generalista e com preparo <strong>para</strong> assumir<br />
cargos de direção.<br />
f) Nesta linha, as principais lacunas <strong>do</strong>s EPPGGs seriam: i) pouco foco e dedicação no eixo<br />
de Gestão/Eficiência <strong>da</strong> máquina pública (também entendi<strong>do</strong> como o desenvolvimento<br />
institucional <strong>do</strong>s órgãos públicos); ii) fragili<strong>da</strong>de no exercício <strong>da</strong> função de gerente; iii)<br />
pouca atenção ao gerenciamento de recursos – Coordenação e articulação de recursos<br />
estratégicos e de suporte. Os EPPGGs deveriam estar pre<strong>para</strong><strong>do</strong>s <strong>para</strong> gerenciar<br />
pessoas e problemas, demonstran<strong>do</strong> capaci<strong>da</strong>de executiva. No entanto, conforme<br />
frisa<strong>do</strong> por alguns secretários executivos entrevista<strong>do</strong>s pela SEGES, a impressão geral<br />
era a de que muitos especialistas em políticas públicas teriam um perfil mais de<br />
analista, <strong>do</strong> que de gestor. Com efeito, a SEGES acredita que os EPPGGs devam<br />
fortalecer suas capaci<strong>da</strong>des gerenciais e executivas, sem perder a quali<strong>da</strong>de observa<strong>da</strong><br />
de análise e reflexão.<br />
Ao finalizar sua explanação, o representante <strong>da</strong> SEGES salientou o objetivo de estabelecer um<br />
mapa de competências, mas destacou que isso só seria desenvolvi<strong>do</strong> a partir <strong>da</strong> semana<br />
seguinte e assim abriu a possibili<strong>da</strong>de <strong>para</strong> que os interessa<strong>do</strong>s se inscrevessem <strong>para</strong> as<br />
ro<strong>da</strong><strong>da</strong>s subseqüentes de discussão, já que se trata de um trabalho inconcluso.<br />
Ain<strong>da</strong> <strong>para</strong> subsidiar a discussão, o consultor espanhol, Josep Ramon Morera i Bala<strong>da</strong>, expôs<br />
trabalho relativo à reorientação <strong>da</strong> gestão pública; dentre as colocações pode-se destacar a<br />
informação de que, assim como os especialistas brasileiros, a carreira na Espanha também é<br />
aberta a qualquer indivíduo que tenha formação superior, além <strong>da</strong>s funções serem também de<br />
caráter geral. Salientou ain<strong>da</strong> a importância de que o EPPGG tenha a capaci<strong>da</strong>de de traduzir<br />
intenções em ações e, desse mo<strong>do</strong>, dê suporte aos governos e que a carreira exija mais um<br />
especialista que um generalista.<br />
Ao final <strong>da</strong> apresentação, os participantes <strong>do</strong> encontro acharam por bem debater sobre<br />
“Papel, Perfil e Competência” antes de seguirem <strong>para</strong> outros temas.<br />
8
Discussão em plenária sobre o Papel e o Perfil <strong>da</strong> Carreira<br />
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
De maneira geral, os participantes <strong>do</strong> encontro mostraram-se apreensivos com as entrevistas<br />
realiza<strong>da</strong>s pela SEGES, junto aos secretários executivos e demais atores, sobre a carreira <strong>do</strong>s<br />
EPPGGs. Argumentaram que as colocações feitas deveriam ser contextualiza<strong>da</strong>s, sob risco de<br />
se atribuir ao gestor a responsabili<strong>da</strong>de de um problema que não lhe caberia. Para ilustrar a<br />
crítica, alguns argumentaram que seria preciso compreender que atribuições os órgãos <strong>da</strong>riam<br />
aos gestores <strong>para</strong> lhes cobrar maior papel executivo.<br />
Em muitos casos, disseram os participantes, os gestores são deixa<strong>do</strong>s à margem <strong>do</strong> processo<br />
decisório, dificultan<strong>do</strong>, assim o seu poder gerencial. Haveria também de se considerar o<br />
desconhecimento <strong>do</strong>s dirigentes de ministérios quanto ao papel <strong>do</strong>s gestores e uma alta<br />
expectativa de que os mesmos sanassem to<strong>da</strong> a sorte de problemas <strong>da</strong> administração pública,<br />
incluin<strong>do</strong> os de falta generaliza<strong>da</strong> de pessoal.<br />
Com efeito, os participantes criticaram a atuação <strong>do</strong> órgão supervisor <strong>da</strong> carreira, alegan<strong>do</strong><br />
que não há clareza <strong>da</strong>s atribuições a serem desempenha<strong>da</strong>s pelos gestores nos órgãos <strong>para</strong> os<br />
quais são destina<strong>do</strong>s. Seria importante que a SEGES estivesse mais presente no<br />
acompanhamento <strong>do</strong> trabalho junto ao órgão de trabalho <strong>do</strong>s EPPGGs.<br />
Ain<strong>da</strong> com relação ao perfil executivo <strong>do</strong>s gestores, os participantes lembraram o fisiologismo<br />
e clientelismo presentes na lógica <strong>do</strong> poder executivo brasileiro e na forma pela qual os cargos<br />
de direção e assessoramento superior (DAS) são preenchi<strong>do</strong>s; algo que precisaria ser leva<strong>do</strong><br />
em conta ao se pensar nas atribuições <strong>do</strong>s EPPGGs. Na prática, seria muito difícil pensar na<br />
carreira <strong>do</strong>s gestores de maneira desvincula<strong>da</strong> <strong>da</strong>s demais carreiras <strong>da</strong> administração pública.<br />
Alguns participantes refutaram as duali<strong>da</strong>des apresenta<strong>da</strong>s pela SEGES entre o perfil<br />
generalista e especialista e entre o perfil mais acadêmico ou mais executivo. Segun<strong>do</strong> estes<br />
participantes, haveria espaço <strong>para</strong> diferentes perfis na carreira, e uma compreensão de que<br />
eles seriam antes complementares <strong>do</strong> que excludentes. Parece haver consenso, entretanto,<br />
quanto à necessi<strong>da</strong>de de reformatação <strong>do</strong>s cursos de formação — inicial e continua<strong>da</strong> — <strong>para</strong><br />
que os EPPGGs possam adquirir mais competências gerenciais e executivas.<br />
Com relação à atuação <strong>do</strong>s EPPGG <strong>para</strong> a melhoria <strong>da</strong> eficiência <strong>da</strong> máquina pública, eixo<br />
apresenta<strong>do</strong> pela SEGES, os participantes questionaram o termo “eficiência” pela possível<br />
conotação estreita que o termo carregaria. Luciano Pinto argumentou que talvez o termo não<br />
fosse mesmo o ideal, mas que o grupo compreendesse, por trás desse conceito, a idéia de<br />
desenvolvimento institucional <strong>do</strong>s órgãos <strong>da</strong> administração pública.<br />
O grupo mostrou-se resistente também a eventuais alterações no papel e perfil <strong>da</strong> carreira<br />
sem que houvesse uma reflexão criteriosa acerca <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des atuais <strong>da</strong> administração<br />
pública federal. Seria perigoso, segun<strong>do</strong> os participantes, pensar em alterações <strong>do</strong>s atuais<br />
9
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
dispositivos legais sem que houvesse clareza <strong>do</strong>s problemas <strong>para</strong> os quais a carreira de EPPGG<br />
deveria intervir.<br />
Por fim, Luciano Pinto esclareceu ao grupo que não era intenção <strong>da</strong> SEGES alterar os<br />
dispositivos legais acerca <strong>do</strong> papel e <strong>do</strong> perfil <strong>da</strong> carreira. A discussão sobre estas questões<br />
mais macro seria necessária <strong>para</strong> balizar as possíveis melhorias na gestão <strong>da</strong> carreira, em<br />
especial no que dissesse respeito a: a) recrutamento e seleção ; b) formação inicial e<br />
continua<strong>da</strong>; c) gestão por desempenho ; d) acompanhamento <strong>do</strong> estágio probatório;<br />
e) competências por classes; f) alocação inicial e mobili<strong>da</strong>de; g) atuação em rede; e h) gestão<br />
<strong>da</strong> carreira. Com isto em vista, convi<strong>do</strong>u o grupo a opinar sobre as propostas que a SEGES teria<br />
<strong>para</strong> ca<strong>da</strong> um destes itens.<br />
10
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
G. CONTRIBUIÇÕES DO GRUPO SOBRE A PROPOSTA DA SEGES<br />
Com o fim <strong>da</strong> plenária, o modera<strong>do</strong>r explicou a meto<strong>do</strong>logia e então os participantes foram<br />
convi<strong>da</strong><strong>do</strong>s a escolherem os temas que gostariam de discutir. Decidiram trabalhar<br />
conjuntamente “formação inicial” e “formação continua<strong>da</strong>”, e “acompanhamento <strong>do</strong> estágio<br />
probatório” e “gestão por desempenho”.<br />
Os grupos foram convi<strong>da</strong><strong>do</strong>s a tecer comentários sobre as propostas apresenta<strong>da</strong>s pela SEGES 1<br />
e a sugerir novas propostas <strong>para</strong> o aprimoramento <strong>da</strong> carreira de EPPGG.<br />
1. RECRUTAMENTO E SELEÇÃO<br />
Uma <strong>da</strong>s questões coloca<strong>da</strong>s pelo grupo refere-se ao perfil <strong>do</strong> candi<strong>da</strong>to, isto é, se o intuito<br />
seria recrutar alguém já pronto <strong>para</strong> o trabalho, ou seja, com conhecimento em gestão<br />
pública, ou se seria mais adequa<strong>do</strong> recrutar um candi<strong>da</strong>to com saber mais acadêmico e que<br />
teria suas competências desenvolvi<strong>da</strong>s ao longo <strong>do</strong> curso.<br />
Ao longo <strong>da</strong> plenária, houve aspectos aceitos pelos participantes, tais como:<br />
i. o retorno <strong>da</strong> prova oral como um importante instrumento de avaliação <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de<br />
técnica <strong>do</strong> candi<strong>da</strong>to. A prova oral não deverá ser instrumento de avaliação <strong>do</strong> perfil<br />
psicológico <strong>do</strong>s candi<strong>da</strong>tos. o reforço e revisão <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> <strong>da</strong> prova escrita, pois isso<br />
fortalece a carreira, sugerin<strong>do</strong>-se realizá-la em duas etapas: conhecimento específico e<br />
estu<strong>do</strong> de caso;<br />
ii. a formação de um comitê de aperfeiçoamento <strong>da</strong> carreira com a presença de gestores,<br />
<strong>da</strong> SEGES e <strong>da</strong> ENAP <strong>para</strong> aperfeiçoar o diálogo entre esses órgãos; Sugeriu-se ain<strong>da</strong><br />
que a Academia estivesse presente no referi<strong>do</strong> comitê.<br />
iii. a revisão <strong>do</strong> curso de formação, reduzin<strong>do</strong>-se a repetição de conteú<strong>do</strong>s já exigi<strong>do</strong>s na<br />
prova. As horas de curso deveriam ser aproveita<strong>da</strong>s <strong>para</strong> o desenvolvimento de outras<br />
competências e <strong>para</strong> a constituição <strong>do</strong> Ethos <strong>da</strong> carreira.<br />
Em relação ao último tópico, foi pondera<strong>do</strong>, entretanto, que o curso pretende proporcionar ao<br />
indivíduo um <strong>novo</strong> olhar sobre o tema, sen<strong>do</strong> essa a grande contribuição <strong>da</strong> escola: aju<strong>da</strong>r o<br />
1 Conferir as propostas <strong>da</strong> SEGES no arquivo anexo.<br />
11
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
candi<strong>da</strong>to a ter capaci<strong>da</strong>de analítica e, apesar de repetir alguns conteú<strong>do</strong>s, isso é feito com<br />
outros parâmetros.<br />
Não se chegou a um consenso na questão <strong>da</strong> vinculação <strong>da</strong> titulação acadêmica às áreas<br />
correlatas, pois, <strong>para</strong> uns, o ingresso apenas de <strong>do</strong>utores em ciências políticas ou em<br />
economia, por exemplo, restringiria à carreira, sen<strong>do</strong> fun<strong>da</strong>mental a capaci<strong>da</strong>de gerencial <strong>do</strong><br />
especialista; <strong>para</strong> outros, a preponderância de economistas e cientistas políticos sempre<br />
existirá.<br />
Houve na plenária o alerta de que embora se afirme que o perfil <strong>do</strong> gestor é generalista, o fato<br />
de haver mais economistas na carreira é sinal de que a prova está enviesa<strong>da</strong>. Sugeriu-se então<br />
que a prova seja de competência e de habili<strong>da</strong>de, ou seja, que permita medir a capaci<strong>da</strong>de de<br />
resolução de problemas e não o conteú<strong>do</strong> adquiri<strong>do</strong>, pois isso está cain<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> inteiro.<br />
Além disso, a banca não pode ser escolhi<strong>da</strong> com base em uma ou duas profissões, ela deve ser<br />
multiprofissional e multidisciplinar. Quanto à prova, defendeu-se que seja de nível acadêmico<br />
e, por fim, se o perfil que se busca é um gestor que trabalhe em vários setores e que agregue<br />
valor em qualquer órgão, ao longo <strong>da</strong> prova poderia se mensurar sua versatili<strong>da</strong>de.<br />
O mapa a seguir é resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s trabalhos em grupos realiza<strong>do</strong>s <strong>para</strong> gerar contribuições e<br />
problematizações às propostas apresenta<strong>da</strong>s pela SEGES em relação a esta temática:<br />
12
2. FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA<br />
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
O curso de formação enfrenta uma contradição interna por ser pre<strong>para</strong>tório e também a<br />
segun<strong>da</strong> fase <strong>do</strong> concurso, o que restringe a ação e a proposta pe<strong>da</strong>gógica. Se tivesse fora <strong>do</strong><br />
concurso, o curso seria mais livre; entretanto não houve concordância quanto à se<strong>para</strong>ção,<br />
sen<strong>do</strong> uma <strong>da</strong>s alegações o fato de que a participação seria baixa, mas, ao mesmo tempo, é<br />
necessário que se trabalhe com os recém-chega<strong>do</strong>s os valores, o ethos público, a cooperação,<br />
a ética. Por outro la<strong>do</strong>, houve quem defendesse a se<strong>para</strong>ção, partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> pressuposto de que<br />
se deve arcar com as responsabili<strong>da</strong>des de ser um funcionário público, assim o curso deveria<br />
ser realiza<strong>do</strong> após a posse.<br />
13
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
No entanto, concor<strong>da</strong>ram que é preciso agregar valor à carreira e aperfeiçoar o curso de<br />
formação. Indicaram que o curso está basea<strong>do</strong> em conteú<strong>do</strong>s e que deveria ser basea<strong>do</strong> em<br />
competências, pois assim a ênfase seria na aplicação. Porém, alertaram que trabalhar com<br />
competência exige uma mu<strong>da</strong>nça cultural, uma vez que são os professores os detentores <strong>do</strong><br />
saber. Mesmo que se disponha de um quadro de colabora<strong>do</strong>res - como a ENAP dispõe -, ca<strong>da</strong><br />
um trabalha com suas próprias ferramentas. Nesse momento, a discussão centrou-se na<br />
questão <strong>do</strong> ensino (sugeriu-se que os próprios gestores fossem estimula<strong>do</strong>s <strong>para</strong> ministrarem<br />
aulas, que se utilizassem estu<strong>do</strong>s de casos, jogos, simulação e que se investisse nesse<br />
conhecimento) e na formação <strong>do</strong>s forma<strong>do</strong>res.<br />
Quanto ao fortalecimento <strong>da</strong> aplicabili<strong>da</strong>de, com a discussão de programas e de problemas<br />
concretos com atores governamentais, foi indica<strong>do</strong> que já ocorrem oficinas e que atores<br />
envolvi<strong>do</strong>s com a carreira são chama<strong>do</strong>s a participar.<br />
No que diz respeito à vinculação <strong>da</strong> educação continua<strong>da</strong> à trajetória <strong>do</strong> especialista, os<br />
participantes concor<strong>da</strong>ram que é uma tarefa controversa por ser a trajetória muito<br />
diversifica<strong>da</strong>, isso dificulta a ação, sen<strong>do</strong> a riqueza <strong>da</strong> carreira justamente a transversali<strong>da</strong>de.<br />
Houve ain<strong>da</strong> divergência quanto ao ethos, se <strong>da</strong> função pública ou <strong>da</strong> carreira, conforme<br />
proposta <strong>da</strong> SEGES e a sugestão de se criar bancos de estu<strong>do</strong>s de casos, observan<strong>do</strong> que ain<strong>da</strong><br />
não se tem a prática <strong>da</strong> utilizá-los como ferramentas de trabalho, mas pode ser um material de<br />
apoio <strong>para</strong> cursos presencias ou e-learning, com instruções passo a passo de como usá-lo de<br />
mo<strong>do</strong> auto-instrucional.<br />
O mapa a seguir é resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s trabalhos em grupos realiza<strong>do</strong>s <strong>para</strong> gerar contribuições e<br />
problematizações às propostas apresenta<strong>da</strong>s pela SEGES em relação a esta temática:<br />
14
3. GESTÃO POR DESEMPENHO<br />
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
Esse item também gerou um debate extenso e rico, além de uma série de questões muitas<br />
vezes sem consenso. Assim, pretende-se, neste relatório, pontuar aquilo que foi mais<br />
intensamente coloca<strong>do</strong> pelos participantes.<br />
De antemão, foi questiona<strong>do</strong> se a gestão por desempenho seria pensa<strong>da</strong> sob a ótica <strong>do</strong> órgão<br />
supervisor (SEGES) ou <strong>do</strong> setor (<strong>Ministério</strong>s). A proposta de encaminhamento coloca<strong>da</strong> pela<br />
SEGES foi no senti<strong>do</strong> de ser conduzi<strong>da</strong> pelo setorial, o que não foi acor<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo grupo, ao<br />
sentenciar que concor<strong>da</strong>r com isso seria partir <strong>do</strong> pressuposto de que o gestor pode aprender<br />
a qualquer custo. Observou-se que o EPPGG tem seu ethos e seu órgão supervisor, que teria o<br />
papel de participar <strong>da</strong> contratualização e servir de órgão regula<strong>do</strong>r <strong>para</strong> evitar que se seja<br />
inseri<strong>do</strong> inadequa<strong>da</strong>mente no setor. Assim, aventou-se a hipótese de o órgão supervisor ser<br />
co-participante <strong>do</strong> processo de avaliação, isto é, que a gestão seja feita em conjunto, já que há<br />
deman<strong>da</strong>s a serem respondi<strong>da</strong>s por ambos.<br />
O fato é que muitos órgãos não têm metas nem resulta<strong>do</strong>s claros a serem alcança<strong>do</strong>s. Mas se<br />
o órgão supervisor exigir, é uma maneira de se fazer com que o setor passe a estabelecer<br />
metas e resulta<strong>do</strong>s. Seria o início <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> cultura local com a exigência de indica<strong>do</strong>res.<br />
15
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
Em segui<strong>da</strong>, os participantes consideraram importante definir o vocábulo “competência”<br />
usa<strong>do</strong> na proposta <strong>da</strong> SEGES. Afirmaram que competência é a capaci<strong>da</strong>de de realizar<br />
determina<strong>da</strong>s funções e deve sempre ser articula<strong>da</strong> à prática, à competência profissional, .<br />
Além disso, deve-se considerar se é observável ou não e se são ofereci<strong>da</strong>s condições <strong>para</strong> que<br />
as metas sejam realiza<strong>da</strong>s, já que, ao se falar em competência, tem-se o trabalho como<br />
parâmetro. Assim, torna-se complica<strong>do</strong> o órgão supervisor fazer a avaliação de desempenho<br />
sem essa referência. É preciso avaliar com atenção o desempenho <strong>do</strong>s gestores, pois às vezes<br />
os problemas <strong>da</strong> gestão não se dão por uma lacuna de capacitação.<br />
Outro aspecto debati<strong>do</strong> refere-se ao diagnóstico, pois é a partir dele que se projeta uma ação<br />
mais ampla. Assim, é sempre importante fazê-lo, pois há inúmeros aspectos que podem<br />
impedir o resulta<strong>do</strong> espera<strong>do</strong>. Seria interessante também fazer um banco de estu<strong>do</strong> de casos<br />
<strong>para</strong> que se saiba no próprio ministério o que deu certo e o que não deu. Assim, pode-se saber<br />
se o que estava defini<strong>do</strong> como resulta<strong>do</strong> é factível ou não e verificar o que interferiu na má<br />
avaliação.<br />
Em relação aos planos de trabalho, os participantes observaram que não se deve torná-los<br />
mais uma burocracia a ser cumpri<strong>da</strong>, pois em vários casos são inúteis, não são efetivos, já que<br />
são escritos aleatoriamente e depois não se acompanha o processo de realização. É preciso <strong>da</strong>r<br />
uma utili<strong>da</strong>de ao plano.<br />
O mapa a seguir é resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s trabalhos em grupos realiza<strong>do</strong>s <strong>para</strong> gerar contribuições e<br />
problematizações às propostas apresenta<strong>da</strong>s pela SEGES em relação a esta temática:<br />
16
4 ACOMPANHAMENTO DO ESTÁGIO PROBATÓRIO<br />
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
Nesse aspecto a discussão foi sucinta uma vez que os participantes <strong>da</strong> oficina logo<br />
concor<strong>da</strong>ram com os pontos elenca<strong>do</strong>s. Vale destacar a constatação de que os ministérios<br />
solicitam gestores <strong>para</strong> o MP sem saber ao certo quem são e o que podem fazer; nesse<br />
senti<strong>do</strong>, houve a sugestão de se fazer uma ambientação como reforço <strong>do</strong> papel <strong>do</strong> EPPGG,<br />
assim se poderiam esclarecer os critérios de avaliação e os resulta<strong>do</strong>s a serem atingi<strong>do</strong>s, além<br />
de se possibilitar um acompanhamento <strong>para</strong> assegurar a execução <strong>do</strong> trabalho e, se<br />
necessário, verificar os motivos <strong>do</strong> insucesso.<br />
Poderia ser realiza<strong>do</strong> um projeto piloto de acompanhamento <strong>do</strong> estágio probatório, um<br />
aprendiza<strong>do</strong> <strong>para</strong> os próprios gestores e um mecanismo <strong>para</strong> se desenvolver a carreira.<br />
Antes de prosseguir na discussão <strong>do</strong>s demais temas e, objetivan<strong>do</strong> ampliar a discussão, o<br />
consultor espanhol, Josep Ramon, enfatizou alguns aspectos relativos ao papel e a carreira <strong>do</strong><br />
gestor público.<br />
17
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
Em segui<strong>da</strong> a consultora Maria <strong>da</strong> Penha de Oliveira, apresentou, de forma sucinta, a proposta<br />
de formação e de capacitação continua<strong>da</strong>: fun<strong>da</strong>mentação meto<strong>do</strong>lógica e conceitual,<br />
mapeamento de competências e arquitetura <strong>do</strong> plano. Destaca os desafios aponta<strong>do</strong>s nas<br />
oficinas e avaliação <strong>para</strong> a formação e aperfeiçoamento, organiza<strong>do</strong>s em 3 grandes blocos,<br />
quais sejam a necessi<strong>da</strong>de de articulação entre teoria e prática; a necessi<strong>da</strong>de de identificação<br />
<strong>do</strong> perfil e <strong>do</strong> mapeamento de competências pessoais e organizacionais deman<strong>da</strong><strong>da</strong>s e o ethos<br />
<strong>da</strong> função pública, onde a promoção <strong>da</strong> inovação, a porosi<strong>da</strong>de democrática e o<br />
experimentalismo público, com responsabili<strong>da</strong>de ética, devem ser ca<strong>da</strong> vez mais incentiva<strong>do</strong>s.<br />
Apresenta uma arquitetura que contempla seis processos básicos integra<strong>do</strong>s,<br />
intercomplementares e em constante interação entre si, quais sejam: o desenvolvimento de<br />
competências, as trilhas de aprendizagem, a prática profissional, o incentivo à pós-graduação,<br />
o exercício de coaching e mentoring em to<strong>do</strong>s os processos e os pontos de passagem<br />
essenciais.<br />
Dentre os pontos de passagem essenciais se inclui a formação inicial onde a ambientação, a<br />
construção de rede, o ethos <strong>do</strong> papel, a visão sistêmica <strong>do</strong> papel <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e <strong>da</strong> administração<br />
pública, o desenvolvimento de competências e a prática por meio de estágio em áreas de<br />
excelência <strong>da</strong> administração pública, intrinsecamente relaciona<strong>do</strong>s entre si, se constituem na<br />
base <strong>da</strong> formação.<br />
O mapa a seguir é resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s trabalhos em grupos realiza<strong>do</strong>s <strong>para</strong> gerar contribuições e<br />
problematizações às propostas apresenta<strong>da</strong>s pela SEGES em relação a esta temática:<br />
5. COMPETÊNCIAS POR CLASSES<br />
Em relação à proposta <strong>da</strong> SEGES, o grupo sugeriu que se usasse o conceito de “competências<br />
essenciais” por classes e não “competências mínimas” e que se substituísse “nível de entrega”<br />
por “nível de complexi<strong>da</strong>de” <strong>da</strong>s classes, entretanto, houve a ressalva de que ambos não<br />
refletem necessariamente as diferenças entre as classes.<br />
18
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
O grupo questionou a pertinência <strong>da</strong> diferenciação <strong>da</strong> carreira por classes, uma vez que não há<br />
consenso sobre a hierarquização <strong>da</strong> própria carreira. Ain<strong>da</strong> assim, há quem enten<strong>da</strong> que a<br />
diferenciação <strong>da</strong>s classes em torno <strong>do</strong> desenvolvimento de competências distintas seria bem<br />
vin<strong>da</strong>. Nesse senti<strong>do</strong>, o grupo sinalizou favoravelmente <strong>para</strong> o desenvolvimento de<br />
competêncais por classes ao longo <strong>da</strong> formação inicial e continua<strong>da</strong> <strong>da</strong> carreira.<br />
Em determina<strong>do</strong> momento, observou-se que há diferentes conceitos de competência, assim,<br />
seria preciso uma <strong>definição</strong> conceitual <strong>para</strong> <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong>de com clareza ao debate, pois<br />
competência não é conhecimento, não é habili<strong>da</strong>de, nem atitude e sim, nos conceitos mais<br />
antigos, é o pré-requisito <strong>para</strong> realizar determina<strong>do</strong> trabalho. Competência deve ser entendi<strong>da</strong><br />
como um conjunto sinérgico de conhecimentos, habili<strong>da</strong>des e atitudes. No material produzi<strong>do</strong><br />
pela SEGES, a palavra foi usa<strong>da</strong> nas mais varia<strong>da</strong>s definições. Deve-se, portanto, atentar a isso.<br />
Segun<strong>do</strong> os participantes, essa parte direciona to<strong>do</strong> o resto <strong>do</strong> trabalho de reorientação <strong>da</strong><br />
gestão <strong>da</strong> carreira. Há no grupo um consenso que aponta <strong>para</strong> que se tenha uma gestão por<br />
competências direciona<strong>da</strong>s por classes, consideram as classes necessárias e, mais, reconhecem<br />
que no man<strong>da</strong><strong>do</strong> de criação <strong>da</strong> carreira já está estabeleci<strong>da</strong>, ou seja, além <strong>da</strong>s funções <strong>do</strong><br />
EPPGG, há menção à atribuição <strong>da</strong>s classes, to<strong>da</strong>via, o grupo sabe <strong>da</strong> dificul<strong>da</strong>de em realizar tal<br />
tarefa.<br />
Em plenária, decidiu-se passar diretamente ao trabalho <strong>do</strong>s grupos nos <strong>do</strong>is temas restantes<br />
sem que houvesse as apresentações <strong>da</strong> Seges e <strong>da</strong> consultoria espanhola relativas aos temas.<br />
19
6. ALOCAÇÃO INICIAL E MOBILIDADE<br />
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
Em relação às propostas <strong>da</strong> SEGES, o grupo apoiou a maioria delas, fazen<strong>do</strong> apenas algumas<br />
ressalvas, a saber: i. no lugar de Conselho Consultivo, escrever Comitê <strong>da</strong> Carreira; ii. quanto à<br />
<strong>definição</strong> de mecanismos <strong>para</strong> garantir o número mínimo de gestores no ministério, afirmouse<br />
que não há critério <strong>para</strong> isso e, sim, um prazo de <strong>do</strong>is anos, com isso, solicitou-se que o item<br />
fosse excluí<strong>do</strong> iii. outro item que o grupo pediu a exclusão refere-se à <strong>definição</strong> de regras <strong>para</strong><br />
movimentação <strong>para</strong> outras esferas <strong>do</strong> governo; pois, <strong>para</strong> os presentes na oficina, as regras<br />
existentes são suficientes; iv. consideraram a re<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> item referente à gestão <strong>do</strong>s<br />
processos de alocação inicial e mobili<strong>da</strong>de confusa, sugerem que se explicite a participação<br />
ativa <strong>da</strong> SEGES na distribuição <strong>do</strong>s gestores e que se esclareça a idéia de se estabelecer uma<br />
gestão compartilha<strong>da</strong>.<br />
Como sugestão, o grupo citou a criação de um banco de talentos, com a publicação <strong>da</strong>s<br />
deman<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s <strong>Ministério</strong>s. Nesse momento, o consultor espanhol observou que em seu país<br />
as ofertas são sempre públicas e assim os gestores se movem de acor<strong>do</strong> também com suas<br />
aspirações; ponderou ain<strong>da</strong> que a excessiva mobili<strong>da</strong>de impede que se gere o expertise.<br />
Houve referência à questão <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de, especificamente em relação aos órgãos estatais; à<br />
atuação em outras esferas <strong>do</strong> governo e também à atuação nos esta<strong>do</strong>s e municípios – quanto<br />
a isso, ressaltou-se a necessi<strong>da</strong>de de se pensar melhor, pois parte <strong>do</strong>s gestores que se<br />
encontra nessa situação, está por questões pessoais, sen<strong>do</strong> que, segun<strong>do</strong> alguns participantes,<br />
isso deveria acontecer apenas se fosse de interesse público, pois a carreira se desenvolve em<br />
Brasília.<br />
20
7. ATUAÇÃO EM REDE E GESTÃO DE CARREIRA<br />
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
Apesar de terem considera<strong>do</strong> a rede necessária <strong>para</strong> os gestores, assim como fazer o banco de<br />
talentos, não foi bem entendi<strong>do</strong> pelo grupo como isso pode melhorar a carreira. Além disso,<br />
afirmou-se que a SEGES pretende fazer uma parceria com a ENAP e com a UnB <strong>para</strong> assessorar<br />
a alimentação <strong>da</strong> rede.<br />
No entanto, o ponto central <strong>da</strong> discussão foi qual deveria ser o órgão supervisor: MP ou Casa<br />
Civil. Houve uma divisão no grupo quanto a isso. Manten<strong>do</strong>-se como está, sugere-se<br />
aperfeiçoar o papel <strong>do</strong> comitê, pois o gestor não se sente legitima<strong>do</strong> pelo órgão supervisor<br />
atual, <strong>da</strong>í a necessi<strong>da</strong>de de fortalecer o vínculo entre a carreira e o MP. Deu-se como exemplo<br />
o chama<strong>do</strong> “depósito”, pois ao receber de volta o gestor, o órgão não tem o que oferecer a<br />
ele, isso mostra não ter senti<strong>do</strong> ser o MP o órgão supervisor. Sobre isso foi pondera<strong>do</strong> que na<br />
SEGES não se usa mais o termo “depósito” e observou-se que a maioria <strong>do</strong>s que passam por lá,<br />
21
<strong>Relatório</strong> <strong>da</strong> <strong>Oficina</strong> <strong>para</strong> <strong>definição</strong> <strong>da</strong> carreira de EPPGG<br />
na ver<strong>da</strong>de, está de passagem, não está de fato lá. O custo de coordenação <strong>para</strong> tentar<br />
reinserir o gestor é muito alto, pois várias tentativas foram feitas em vão.<br />
Ao longo <strong>do</strong> debate, foi pondera<strong>do</strong> ser a Casa Civil que monitora e estipula as regras, é ela que<br />
pensa as diretrizes políticas, há muito tempo essa tarefa não cabe mais ao MP, portanto, a<br />
Casa Civil é o local mais adequa<strong>do</strong>. Além disso, frisou-se que a função <strong>do</strong> EPPGG é solta,<br />
exatamente por não existir um coordena<strong>do</strong>r.<br />
Diante de tantas ponderações diferencia<strong>da</strong>s sobre qual seria o órgão supervisor <strong>da</strong> carreira<br />
mais adequa<strong>do</strong>, o modera<strong>do</strong>r perguntou se havia unanimi<strong>da</strong>de no assunto e, mais uma vez,<br />
não houve consenso, assim, decidiu-se pelo encerramento <strong>da</strong> questão, pois não haveria mais<br />
tempo <strong>para</strong> discutir tema tão polêmico.<br />
H. AVALIAÇÃO DO ENCONTRO<br />
Para encerrar os trabalhos <strong>da</strong> oficina, os modera<strong>do</strong>res solicitaram que os participantes<br />
avaliassem os <strong>do</strong>is dias de encontro.<br />
De mo<strong>do</strong> geral, os relatos valorizaram: i. o momento oportuno <strong>do</strong> encontro e de se<br />
estabelecer um processo de discussão; ii. a necessi<strong>da</strong>de de se articular o tripé ENAP, ANESP e<br />
SEGES; iii. a necessi<strong>da</strong>de de fortalecer a carreira e a ENAP; iv. a sistematização <strong>do</strong> debate,<br />
ocorri<strong>da</strong> pela primeira vez; v. a paciência <strong>do</strong>s modera<strong>do</strong>res ao li<strong>da</strong>rem com os participantes; vi.<br />
a forma como se superou a relação de desconfiança entre a carreira e a ENAP; vii. o apoio <strong>da</strong><br />
ANESP à SEGES. Como aspectos negativos foram lembra<strong>do</strong>s: i. o número de participantes<br />
frente ao número de convi<strong>da</strong><strong>do</strong>s, destacan<strong>do</strong>-se que houve momentos em que sobraram <strong>do</strong>ze<br />
ou treze pessoas, sen<strong>do</strong> a maioria <strong>da</strong> SEGES e ii. o fato <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de de temas abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s ter<br />
dificulta<strong>do</strong> o aprofun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> discussão.<br />
22