15-28 - Universidade de Coimbra
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COLLEGIO MONDEGO<br />
Conversação franceza, ingleza e allema<br />
Miss Annie Browne Hamilton<br />
Piano, violino e orpheon<br />
D. Quintina Novaes, do Conservatorio<br />
Augusto Miranda<br />
Me<strong>de</strong>iros Franco<br />
Noticias <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> <strong>de</strong> II <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1911<br />
Desenho e pintura<br />
Dr. Serra da Motta, da Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />
Bellas Artes<br />
SEGÇAO FEMININA<br />
PATEO. DA INQUISIÇÃO, 14<br />
Lavores e Instrucção primaria<br />
D. Olivia Duque<br />
D. Grajiella Paes<br />
Instrucção secundaria e commercial<br />
Sousa Bergstrom<br />
Dr. Pereira da Silva<br />
Dr. Cesar <strong>de</strong> Sá<br />
Dr. Serra da Motta<br />
A. Novaes<br />
Diamantino Dinif Ferreira<br />
• v<br />
-V- - v<br />
DIRECTORES - Maria Isabel Ferreira Donato e Diamantino Diniz Ferreira<br />
Minha Irmã Maria<br />
<strong>de</strong> 12 annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, soffria<br />
<strong>de</strong> rachitismo, e em tal<br />
estado que já ninguém<br />
contava que a vida se lhe<br />
prolongasse por muito<br />
tempo. Debal<strong>de</strong> empregava<br />
o meu tempo e dinheiro<br />
em busca <strong>de</strong> remedio para<br />
o seu mal. Ainda que tar<strong>de</strong>,<br />
comecei a ministrar-lhe a<br />
Emulsão <strong>de</strong> Scott, e o seu<br />
resultado foi-se accentuando<br />
á medida que ia tomando<br />
a Emulsão; e hôje<br />
encontra-se bôa, completamente<br />
curada, com bôas<br />
cores, e em nada transparece<br />
a doença que a<br />
torturava.<br />
Testemunho <strong>de</strong> D. ALEXANDRINA PAES DE<br />
CASTRO, da rua do Miradouro, 61, Porto, em 5 <strong>de</strong><br />
Aíosto<strong>de</strong> 1909.<br />
Taes curas são fáceis para o preparado<br />
<strong>de</strong> Scott. A tremenda energia dos ingredientes<br />
torna impossível um resultado<br />
nullo. Basta para prova a leitura das cartas<br />
recebidas dos paes ou dos doentes, e<br />
que são publicadas continuamente.<br />
Quem experimenta o<br />
PREPARADO DE<br />
SCOTT<br />
<strong>de</strong>pressa se convence <strong>de</strong> que é inteiramente<br />
differente <strong>de</strong> todas aquellas outras<br />
emulsões com que a procuram substituir.<br />
Resolvei-vos, quando for<strong>de</strong>s procurar o<br />
preparado <strong>de</strong> Scott, a não trazer para<br />
casa coisa que não seja o <strong>de</strong> Scott.<br />
NOTA: Apezar do Imposto <strong>de</strong> Sello <strong>de</strong> 50 reis por<br />
cada frasco, todas as Pharmacias e Drogarias<br />
ven<strong>de</strong>m a Emulsão <strong>de</strong> SCOTT aos preços antigos,<br />
a saber; SOO reis meio frasco e 900 reis frasco<br />
gran<strong>de</strong>.<br />
AMOSTRA gratuita, contra 200 rei» para franquia,<br />
obtem-se dos Snrs. James Casseis & Cia., Succs., Rua<br />
do Mousinho da Silveira, 85,1°, Porto.<br />
Exigir aempre a Emulsio com a marca — o homem<br />
do peixo — que significa o processo SCOTT.<br />
CAMARA MUNICIPAL<br />
Extracto dá sessão <strong>de</strong> ante hontem.<br />
Estavam presentes todos os vereadores,<br />
assumindo a presi<strong>de</strong>ncia o<br />
sr. Antonio Augusto Gonçalves.<br />
O sr. Albino Caetano <strong>de</strong>clarou<br />
ser a primeira vez que ia á Camara<br />
<strong>de</strong>pois da eleição <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte e<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte e que se achava plenamente<br />
satisfeito por essa eleição<br />
ter recaído respectivamente nos srs.<br />
Antonio Augusto Gonçalves e Rodrigues<br />
da Silva.<br />
— Em virtu<strong>de</strong> dum officio da<br />
administração do concelho, resolveu<br />
internar no Hospício duas creanças<br />
filhas <strong>de</strong> Maria da Silva, já falecida,<br />
e que ficavam ao abandono.<br />
— Lido um officio da sub-<strong>de</strong>lega-<br />
ção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, pedindo o auxilio<br />
dum fiscal <strong>de</strong> cantoneiros e dum zelador<br />
para as inspecções sanitarias a<br />
que se vae proce<strong>de</strong>r ao norte e sul<br />
do Mon<strong>de</strong>go. Como a lei <strong>de</strong>termina<br />
foi <strong>de</strong>ferido.<br />
— O sr. presi<strong>de</strong>nte informou que<br />
havia algumas petições para au<br />
gmento <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nado e para passes<br />
nos electricos, que ficavam para resolver<br />
opportunamente.<br />
— Deferido o pedido do sr. Alfredo<br />
d'Oliveira para a construcção<br />
dum kiosque, na Avenida Navarro,<br />
para venda <strong>de</strong> jornaes, tabacos, etc.,<br />
<strong>de</strong>vendo, poiém, indicar o logar<br />
on<strong>de</strong> preten<strong>de</strong> fazer a construcção.<br />
— In<strong>de</strong>ferido um requerimento<br />
para a construcção doutro kiosque<br />
na Praça 8 <strong>de</strong> Maio. O projecto<br />
foi approvado, po<strong>de</strong>ndo ser edificado<br />
noutro ponto.<br />
— Foram <strong>de</strong>feridos vários requerimentos<br />
para construcções, alinhamentos<br />
e apascentamento <strong>de</strong> rebanhos.<br />
— Por ter pedido <strong>de</strong>missão do<br />
logar <strong>de</strong> mestre da matança do Matadouro<br />
o sr. Antonio Marques Violante,<br />
foi nomeado para o substituir<br />
o sr. Bazilio dos Santos Raposo.<br />
— Resolvido que os concorrentes<br />
para o fornecimento <strong>de</strong> impressos<br />
apresentem o preço <strong>de</strong> cada mo<strong>de</strong>lo.<br />
— A Camara foi auctorisada a<br />
pagar um chéque na importancia <strong>de</strong><br />
6:429^700 réis á casa Thomson-<br />
Houston Ibérica.<br />
— Lido um officio da commissão<br />
dos habitantes da freguezia <strong>de</strong> S.<br />
Paulo <strong>de</strong> Fra<strong>de</strong>s, agra<strong>de</strong>cendo a<br />
fórma como foi recebida na ultima<br />
sessão camararia, e ainda pelos prometimentos<br />
que lhe foram feitos<br />
para tornar em melhores condições<br />
o caminho para aquella localida<strong>de</strong>,<br />
visto não po<strong>de</strong>r ser feita agora a<br />
construcção da estrada.<br />
— O sr. Ma<strong>de</strong>ira Júnior propoz<br />
que fossem convidados, por meio <strong>de</strong><br />
editaes, os indivíduos que estão em<br />
<strong>de</strong>bito á Camara, pelo <strong>de</strong>posito das<br />
urnas funerarias no jazigo municipal.<br />
Opiniões medicas sobre o<br />
Xarope Farnel<br />
Recebi na epocha a que v, s. se<br />
refere os frascos <strong>de</strong> «Xarope Farnel»<br />
que empreguei não só n'a minha clinica<br />
como também na minha própria<br />
família.<br />
Devo dizer a v. s. que o resultado<br />
em tosses <strong>de</strong> bronchite e <strong>de</strong> grippe<br />
foi maravilhoso.<br />
De V. S. Att.° e Obg.°<br />
Doutor Julio d Oliveira<br />
Pe<strong>de</strong>m-nos que chamemos a attenção<br />
da auctorida<strong>de</strong> competente<br />
para uns doze curraes mandados<br />
construir recentemente para suinos<br />
na la<strong>de</strong>ira das Alpenduradas.<br />
Não só esse local se torna encom<br />
modo pelo mau cheiro, mas também<br />
pelo grunhido dos animaes.<br />
* Os Agentes em Portugal<br />
REEMBOLSAM 0 DINHEIRO<br />
a quem não tiver tirado resultado<br />
DWOSITO Gr-RAL<br />
^R. dos Sapateiros, <strong>15</strong>,1/-LISBOA y<br />
Contra a greve<br />
Conta gran<strong>de</strong> numero d'assignaturas<br />
o seguinte protesto dirigido ao<br />
sr. governador civil <strong>de</strong>ste districto:<br />
Ex. mo Sr. Governador Civil.— Os abaixo<br />
assignados, como cidadãos portuguezes,<br />
vêem perante v. ex. a con<strong>de</strong>mnar com a<br />
mais formal indignação, esta inoportuna<br />
gréve ferro viaria, <strong>de</strong>certo maquinada e impellida<br />
pelos inimigos da Republica, no criminoso<br />
intuito <strong>de</strong> perturbar a tranquilida<strong>de</strong><br />
e normal gestão dos negocios públicos<br />
e ferir por todas as formas os mais sagrados<br />
e vitaes interesses do paiz.<br />
Os abaixo assignados protestam, pois,<br />
contra este attentado, que, na actual conjunctura,<br />
consi<strong>de</strong>ram como um verda<strong>de</strong>iro<br />
acto <strong>de</strong> perfídia e <strong>de</strong> traição á Patria.<br />
Digne-se v. ex.» traasmittir ao governo<br />
provisorio da Republica a expressão dos<br />
nossos sentimentos e a affirmação do nosso<br />
apoio <strong>de</strong>cidido e incondicional.<br />
Viva a Republica !<br />
Hontem á noite um numeroso<br />
grupo <strong>de</strong> populares percorreu as<br />
ruas da cida<strong>de</strong> em <strong>de</strong>monstração<br />
também <strong>de</strong> protesto contra a greve.<br />
Durante o trajecto foram levantados<br />
muitos vivas á Patria, á Republica<br />
e ao Governo provisorio.<br />
A Chave da Saú<strong>de</strong><br />
IA '0<br />
Muitas das pessoas, cuja saú<strong>de</strong><br />
causa inveja a quem isto lê, <strong>de</strong>vem<br />
o bom funccionamento do seu organismo<br />
e essa bella saú<strong>de</strong> florescente<br />
ao uso das Pilulas Pink. Logo<br />
que se sentem fatigadas, <strong>de</strong>primidas,<br />
abatidas, tomam as Pilulas<br />
Pink, durante alguns dias, e todos<br />
esses symptomas <strong>de</strong>sapparecem.<br />
Estas pilulas são eminentemente<br />
tónicas e <strong>de</strong>purativas. Fortificam e<br />
purificam.<br />
As Pilulas Pink dão forças, <strong>de</strong>senvolvem<br />
o appetite, facilitam as<br />
digestões, expulsam os humores e<br />
tonificam os nervos. Uma caixa <strong>de</strong><br />
Pilulas Pink representa muitos<br />
mezes <strong>de</strong> boa saú<strong>de</strong>.<br />
Pílulas Pink<br />
As Pilulas Pink foram oficialmente approvadas<br />
pela Junta Consultiva <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Estão<br />
á venda em todas as pharmacias pelo preço<br />
<strong>de</strong> 800 réis a caixa, 4 $ 400 réis as 6 caixas.<br />
Deposito geral: J. P. Bastos Sc C», Pharmacia<br />
e Drogaria Peninsular, rua Augusta, 39 a 45,<br />
Lisboa. — Sub-Agentes no Porto : Antonio<br />
Rodrigues da Costa & C\ 102, Largo <strong>de</strong><br />
S. Domingos, 103.<br />
Tracção electrica<br />
O rendimento da viação electrica<br />
nesta cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> 1 a 11 do corrente,<br />
foi o seguinte :<br />
Fm r 181 n6oo<br />
» 2 104^170<br />
» 3 893*3 5o<br />
» 4 8o®43o<br />
1 5 70^990<br />
1 6 90® 170<br />
» 7 69^970<br />
» 8 161 $01 o<br />
» 9 77»>f>8o<br />
1 10 72®53o<br />
» 63$75o-<br />
Representa uma media <strong>de</strong> g6®5i5<br />
réis por dia.<br />
#<br />
A'cerca da viação elecirica recebemos<br />
o seguinte bilhete postal para<br />
que <strong>de</strong>lle se possa aproveitar o que<br />
fôr possível. E' sempre bom lembrar<br />
alvitres.<br />
.. .Sr. Redactor<br />
Mais uma vez recorro ao seu prestimoso<br />
jornal para tratar dum as-<br />
sumpto que interessa á cida<strong>de</strong> e por<br />
isso v. .. <strong>de</strong>certo acolherá com bom<br />
grado.<br />
Trata se da tracção electrica que<br />
pa<strong>de</strong>ce <strong>de</strong> dois <strong>de</strong>feitos importantes:<br />
um o dos horários, outro o dos preços<br />
das zonas.<br />
Succe<strong>de</strong> que quem vier dos Olivaes,<br />
ou sitios proximos, para a<br />
Alta, tem <strong>de</strong> ficar na Praça da Republica<br />
esperando o carro.<br />
Sae <strong>de</strong> casa no electrico e fica<br />
sem elle no meio do caminho.<br />
Tudo isto se evitaria combinnndo<br />
um cruzamento do carro <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>n<br />
te dos Olivaes com outro ascen<strong>de</strong>nte<br />
para a <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, na Praça da<br />
Republica.<br />
Com os carros da Estação Velha<br />
succe<strong>de</strong> outro tanto: não tem tras<br />
bordo na Praça 8 <strong>de</strong> Maio com os<br />
que seguem para a Alta.<br />
Afigura-se nos ser fácil dar remedio<br />
a estes inconvenientes que só<br />
fazem afastar os passageiros com<br />
prejuiso para o município.<br />
Actualmente os carros dos Oli<br />
vaes cruzam com os que vem da<br />
Alta !<br />
O <strong>de</strong>feito dos preços está no excesso<br />
a que foram elevados.<br />
Da Praça 8 <strong>de</strong> Maio, por exemplo,<br />
á <strong>Universida<strong>de</strong></strong> paga se 40 réis;<br />
do mesmo local á Praça da Republica,<br />
que é menos <strong>de</strong> meio caminho,<br />
paga se 3o réis.<br />
Ora o que estava naturalmente<br />
indicado era pagar-se .20 réis e outros<br />
da Praça da Republica á Alta.<br />
Continuando os preços como es<br />
tão afugentam os passageiros <strong>de</strong><br />
Santa Cruz.<br />
Pela publicação <strong>de</strong>stas linnas sou<br />
com toda a estima obrigado leitor<br />
assíduo<br />
Fortunato Novaes.<br />
Foi nomeada uma commissão para<br />
apreciar as reclamações sobre a<br />
posse tomada pelo governo dos bens<br />
das extinctas congregações religiosas.<br />
Banda d'inlantaria 23<br />
A banda d'infantaria 23, executa<br />
ámanhã, no coreto da Avenida Navarro,<br />
da i ás 3 horas da tar<strong>de</strong><br />
o seguinte programma :<br />
1.* PARTE<br />
Marcha.<br />
«Jubelo, ouverture, <strong>de</strong> Bach.<br />
«El Fúria», valsas, <strong>de</strong> Grenado.<br />
«Ronsalhis», rapsódia russa, <strong>de</strong><br />
Bernicat.<br />
2. a PARTE<br />
« Rosamun<strong>de</strong> », ouverture, <strong>de</strong><br />
Schubert.<br />
«Les Joyenses Comméres <strong>de</strong> Windsor»,<br />
<strong>de</strong> Nicolai.<br />
Hymno Nacional<br />
VERDADEIROS GRÃOS<br />
DE SAÚDE DO D FRANCK<br />
ICONTRA PRISÃO PT VENTRE J<br />
IhM US ANHO» DEXI3TSHC2A<br />
DECLARAÇÃO<br />
Antonio Rodrigues, i.° sargento<br />
d'infantaiia n.° a3, <strong>de</strong>clara, para fins<br />
convenientes, que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser editor<br />
do jornal O Sargento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
n.° 7, por este numero não ter sido<br />
submettido á sua apreciação antes<br />
da sua publicação, nem tão pouco<br />
ter sido consultado sobre alguns artigos<br />
que nelle se publicaram.<br />
<strong>Coimbra</strong>, 12 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1911.<br />
Antonio Rodrigues<br />
A' ULTIMA HORA<br />
A commissão dos grevistas ferroviários<br />
resolveu retomar hoje o serviço<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> garantido o augmento <strong>de</strong><br />
100 réis diários a todo o pessoal, regularisacâo<br />
<strong>de</strong> 9 a 12 horas <strong>de</strong> serviço<br />
e mantidas as disposições nas or<strong>de</strong>ns<br />
da direcção n. os 77 e 78.<br />
Esta resolução eslã pen<strong>de</strong>nte do<br />
conselho administrativo da Compa-<br />
Da Figueira da Foz foi nos hoje<br />
enviado pelo nosso correspon<strong>de</strong>nte,<br />
o seguinte telegramma :<br />
Redacção do Noticias <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />
<strong>Coimbra</strong>.<br />
Figueira da Fo14, ás 9 h. m.<br />
— Os grevistas da Companhia da<br />
Beira Alta só pe<strong>de</strong>m augmento <strong>de</strong><br />
10 contos e a <strong>de</strong>missão <strong>de</strong> 3 empre-<br />
: gados dos mais graduados.<br />
ANEMIA<br />
Rodrigues.<br />
Ai Gotas Concentradas <strong>de</strong><br />
FERRO ,<br />
BRAVAISI<br />
tit • rindli mb tfflaicutn<br />
I A M C M I A CHLOROSE<br />
A l i C I t I IA DEBILIDADE |<br />
CORES PALUBAS<br />
Tota PtvBiiiai 1 111, mi Uttpttl,<br />
PARIS. Prospecto grátis.<br />
[FAU^HgAJ^FORgA^I<br />
Movimento associativo<br />
Associação <strong>de</strong> Soccorros Mútuos Monte<br />
pio Conimbricense Martins <strong>de</strong><br />
Carvalho.<br />
AVISO<br />
Por or<strong>de</strong>m do ex. mo presi<strong>de</strong>nte da<br />
assembleia geral, são convidados os<br />
senhores associados a reunir no proximo<br />
domingo, i5 do corrente, pelas<br />
to horas da manhã, na sé<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste<br />
Monte-pio.<br />
Or<strong>de</strong>m do dia: — Resolver sobre<br />
í umas escusas enviadas por dois socios<br />
que foram eleitos para membros<br />
: da direcção.<br />
<strong>Coimbra</strong>, 7 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1911.<br />
O secretario da assembleia geral,<br />
Gonçalo Maria <strong>de</strong> Sá.<br />
A V I S O<br />
FiVam avisados os socios da Associação<br />
<strong>de</strong> Classe das Artes Graphicas,<br />
para se reunirem em assembleia<br />
geral no dia i5 do corrente, pelas<br />
10 horas da manhã, para proce<strong>de</strong>rem<br />
á eleição dos corpos gerentes.<br />
Se a reunião se não realisar por<br />
falta <strong>de</strong> numero, fica transferida para<br />
o dia 22, á mesma hora.<br />
<strong>Coimbra</strong>, 12 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1911.<br />
O secretario, Pedro Antunes Paulo<br />
CAIXEIRO<br />
Precisa se para ferro e ferragens.<br />
Rua do Viscon<strong>de</strong> da Luz, 11.<br />
O J l & J L<br />
Precisa se casa pequena ou andar,<br />
saúdavel, até taojpooo réis, não<br />
muito longe da baixa.<br />
Carta a esta redacção, ás iniciaes<br />
A. R.
EMPREGADO<br />
Offerece-se com alguma pratica<br />
coçnmercial, para escriptorio ou cobrança.<br />
Dá boas referencias e fiador.<br />
Para tratar: Tabacaria União —<br />
Sophia — <strong>Coimbra</strong>.<br />
PADARIA POPULAR<br />
(Antiga padaria do sr. Ignacio Miranda><br />
12 —Largo da Freiria—13<br />
Manuel Rodrigues da Bella<br />
t& Irmão, proprietários <strong>de</strong>sta<br />
acreditada e antiga padaria,<br />
previnem o publico e os<br />
seus estimados freguezes<br />
que no intuito <strong>de</strong> Item
ANNO IV QUARTA FEIRA, 18 DE JANEIRO DE 1911 NUMERO 341<br />
noticias <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
Publica-se ás quartas feiras e sabbados FOLHA INDEPENDENTE Telephone n.° 331<br />
PREÇO DA ASSIGNATURA<br />
Anno, 2#>8OO ; Semestre, I #>400 ; Trimestre, 700.<br />
COM ESTAMPILHA : — Anno, 3Í>o6o; Semestre, ií&53o ;<br />
Trimestre, 765. COLONIAS PORTUGUEZAS :— Anno, 3#>o6o<br />
réis. BRAZII., 3#53o réis.<br />
AS GREVES<br />
3C<br />
No domingo <strong>de</strong> manhã o silvo<br />
da locomotiva annunciava á ci- j<br />
da<strong>de</strong> o termo da gréve ferro-via- j<br />
ria e o restabelecimento da cir- |<br />
culação dos comboios.<br />
A noticia, aguardada com justificada<br />
ancicda<strong>de</strong>, foi recebida i<br />
' ...<br />
Com o maior jubilo, dirigindo-se<br />
logo muitas pessoas á estação ;<br />
do caminho <strong>de</strong> ferro, umas para :<br />
se informarem do que havia sido<br />
resolvido e outras para seguirem<br />
viagem.<br />
O primeiro comboio que chegou<br />
a <strong>Coimbra</strong> foi o da Figueira,<br />
vindo mais tar<strong>de</strong> com algum<br />
atraso o su<strong>de</strong>xpress ascen<strong>de</strong>nte.<br />
A's 4 horas chegava o da Louzã.<br />
A's 7 da tar<strong>de</strong> era organisaJo j<br />
na estação da Pampilhosa um :<br />
comboio para Lisboa com material<br />
do sud-express, que ali se<br />
achava <strong>de</strong>morado, e isto em virtu<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> constar que o sud-express<br />
vindo do Porto <strong>de</strong>via trazer<br />
o atrazo dalgumas horas.<br />
E assim se foi restabelecendo j<br />
este serviço, que durante quatro<br />
dias — que foram como quatro j<br />
annos — fez paralysar a econo- j<br />
mia geral do paiz, causando prejuisos<br />
incalculáveis que attingi- j<br />
ram muita gente, sendo as pri- j<br />
meiras viçtimas as Companhias j<br />
e o Estado.<br />
Algumas das gréves téem merecido<br />
a sympathia do publico,<br />
mas esta pelo caracter grave que<br />
assumiu e inoportunida<strong>de</strong> que<br />
teve, ia alarmando o paiz em<br />
violentos protestos. E como esta,<br />
outras ha que não téem conseguido<br />
colher as boas graças do<br />
publico, que a final é também<br />
uma gran<strong>de</strong> victima <strong>de</strong>stes movimentos.<br />
Não preten<strong>de</strong>mos affirmar que<br />
os grévistas ferro-viarios não tenham<br />
razão nas suas reclamações;<br />
unicamente achamos ter<br />
sido mal escolhida a occasião<br />
para um movimento tão importante<br />
que affectou profundamente<br />
os mais legítimos interesses<br />
Não se comprehen<strong>de</strong> que tão<br />
alto se apregoe que se não <strong>de</strong>seja<br />
crear difíiculda<strong>de</strong>s ao governo,<br />
que carece <strong>de</strong> muita paz<br />
e da cooperação <strong>de</strong> todos para<br />
se consolidar, e que se succedam<br />
com tão gran<strong>de</strong> frequencia as<br />
Ministro das finanças<br />
Esteve no domingo nesta cida<strong>de</strong><br />
vindo <strong>de</strong> Con<strong>de</strong>ixa, on<strong>de</strong> foi visitar<br />
seu cunhado o sr. dr. Alberto Navarro,<br />
o sr. José Relvas, illustre<br />
ministro das finanças.<br />
S. ex. a regressou a Lisboa no sud<br />
express do mesmo dia.<br />
O sr. dr. Alberto Navarro encontra-se<br />
em estado muito grave.<br />
Penedo da Sauda<strong>de</strong><br />
No orçamento ordinário da Camara<br />
Municipal, que <strong>de</strong>ve achar-se<br />
em elaboração, não <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />
atten<strong>de</strong>r-se ao bairro do Penedo da<br />
Sauda<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> se torna preciso ir<br />
concluindo a rua principal, para a<br />
Director e Administrador — JOÃO RIBEIRO ARROBAS O O O O O<br />
O O O O O O Proprietários — João Ribeiro Arrobas e João Henriques<br />
_<br />
REDACÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E TYPOGRAPHIA — Pateo da Inquisição, n.° 27.<br />
gréves <strong>de</strong> tantas classes, nas<br />
quaes tem sido preciso intervir<br />
o governo para auxiliar a sua<br />
solução.<br />
Em qualquer outra occasião<br />
po<strong>de</strong>ria ser justificada a opportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sses movimentos, mas<br />
a pouco tempo da mudança das<br />
instituições, para a qual é preciso<br />
um esforço gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> boa<br />
vonta<strong>de</strong>, <strong>de</strong> paz e <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>,<br />
é um erro indisculpavel<br />
E' por isto mesmo que a muita<br />
gente se afigura existir um<br />
proposito <strong>de</strong> crear dificulda<strong>de</strong>s<br />
ao governo para embaraça-lo na<br />
sua obra.<br />
A lei conce<strong>de</strong>u o direito á<br />
gréve, mas é preciso que ella não<br />
venha a ser um acto injustificado<br />
e abusivo, fóra dos preceitos mais<br />
regulamentares e justos.<br />
O governo fazendo essa concessão<br />
julgou que os interessados<br />
lhe agra<strong>de</strong>ceriam o beneficio,<br />
para afinal ser victima do favor<br />
que lhes dispensou.<br />
Oxalá que todos comprehendam<br />
a sua situação e que sejam<br />
rasoaveis nas suas pretensões,<br />
não exigindo <strong>de</strong>mais <strong>de</strong> parte a<br />
parte.<br />
E' indispensável que não falte<br />
o respeito pelo bem geral, respeito<br />
que assente nas bases dos<br />
<strong>de</strong>veres cívicos que a cada um<br />
compete.<br />
Fazemos os mais ar<strong>de</strong>ntes votos<br />
por que esteja terminado este<br />
movimento dos grévistas, que já<br />
ia creando uma profunda má<br />
vonta<strong>de</strong> por todo o paiz. Procurem-se<br />
outros meios para a solução<br />
<strong>de</strong>stes problemas sociaes<br />
— a arbitragem por exemplo —<br />
para que o publico, o governo,<br />
o proprio paiz, não venham a<br />
soffrer na sua economia e no seu<br />
bem estar.<br />
Não falte o concurso <strong>de</strong> todas<br />
as boas vonta<strong>de</strong>s para se resolverem<br />
d'ora ávante estes assumptos<br />
pelos meios mais conciliadores<br />
e suasorios.<br />
Estamos atravessando um período<br />
em que é precisa a cooperação<br />
<strong>de</strong> todos para levar a patria<br />
a bom caminho.<br />
Nada <strong>de</strong> crear difíiculda<strong>de</strong>s á<br />
vida do governo.<br />
pôr em estado <strong>de</strong> ser transitada por<br />
carros.<br />
Convém mandar arrancar umas<br />
quatro ou cinco oliveiras do talu<strong>de</strong><br />
da rotunda para ficar <strong>de</strong>safrontada<br />
a soberba paisagem que ali se disfructa;<br />
não permittir que se occupe<br />
ali terreno <strong>de</strong>masiado com o <strong>de</strong>posito<br />
<strong>de</strong> pedra, nem que se permittam<br />
ali barracas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> mau<br />
aspecto.<br />
Já que se quer ali fazer um bairro<br />
<strong>de</strong> luxo, é preciso que tudo satisfaça<br />
para esse fim.<br />
Está para breve a publicação do<br />
<strong>de</strong>creto referente á creação e distribuição<br />
da guarda nacional republi<br />
cana, por diversos pontos do paiz.<br />
Composto e impresso na typ. do NOTICIAS DE COIMBRA<br />
DR. JOSE FALCAO<br />
A MANIFESTAÇÃO DE DOMINGO<br />
O povo <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> lá foi no passado<br />
domingo em piedosa romagem<br />
ao cemiterio <strong>de</strong> Santo Antonio dos<br />
Oiivaes juncar <strong>de</strong> flores o mausoléu<br />
do dr. José Falcão, o gran<strong>de</strong> apostolo<br />
da <strong>de</strong>mocracia, prestando assim<br />
um justo preito <strong>de</strong> homenagem<br />
á sua inolvidável memoria.<br />
Organisado na Avenida Emygdio<br />
Navarro um extenso cortejo composto<br />
por todas as associações <strong>de</strong><br />
soccorros mutuos <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>, alumnos<br />
da Escola Agrícola, escolas<br />
primarias, auctorida<strong>de</strong>s civis e militares,<br />
corporações dos bombeiros<br />
voluntários e municipaes, banda <strong>de</strong><br />
infantaria 23, philarmonica «Conimbricense»,<br />
etc., <strong>de</strong>sfilou em direcção<br />
a Santo Antonio dos Oiivaes entre<br />
calorosos vivas á Republica e aos<br />
sons bellicos da «Portugueza».<br />
Quando o cortejo chegou a Cellas,<br />
foi inaugurada a lapi<strong>de</strong> commemorativa<br />
da rua do dr. José Manso<br />
Preto, fallando neste acto o intelligente<br />
académico, sr. Pedro Ferrão,<br />
correspon<strong>de</strong>nte d 'O Mundo, que<br />
num enihusiastico discurso enalteceu<br />
as qualida<strong>de</strong>s do saudoso morto,<br />
que tanto trabalhou pela Republica.<br />
Posto novamente o corte|o em<br />
marcha chegou a Santo Antonio<br />
dos Oiivaes, on<strong>de</strong> já era esperado<br />
por algumas centenas <strong>de</strong> pessoas.<br />
Junto ao tumulo do gran<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
mocrata e sábio professor, fallaram<br />
os académicos srs. Francisco Victor<br />
Duarte, pelo Centro Republicano<br />
<strong>de</strong> Santa Clara, que promoveu<br />
esta manifestação, agra<strong>de</strong>cendo<br />
ás auctorida<strong>de</strong>s, ás diversas corporações<br />
e ao povo que nella tomaram<br />
parte; Pedro Palma, pelo Centro<br />
Republicano Académico, e os srs.<br />
dr. Eduardo Vieira, em nome do<br />
Governo provisorio; Adriano do Nascimento,<br />
pela escola republicana <strong>de</strong><br />
Santo Antonio dos Oiivaes, <strong>de</strong> que<br />
é professor, e Antonio Carneiro, que<br />
pozeram em relevo as gran<strong>de</strong>s faculda<strong>de</strong>s<br />
do illustre extincto, o seu<br />
amor pela causa republicana, que<br />
tão <strong>de</strong>nodadamente <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u, referindo<br />
se também á sua obra que foi<br />
a Cartilha do Povo, que tantos benefícios<br />
prestou ao i<strong>de</strong>al que hoje<br />
nos governa.<br />
O sr. dr. Eduardo Vieira, no fim<br />
do seu discurso propoz ao povo, o<br />
que foi recebido com muitas acclamações,<br />
que se enviasse um telegramma<br />
ao sr. dr. Paulo Falcão, elogiando-o<br />
pela fórma como tem <strong>de</strong>sempenhado<br />
o elevado cargo <strong>de</strong> go<br />
vernador civil do Porto, e pedindo<br />
lhe ao mesmo tempo que continuasse<br />
a exercer esse cargo, para bem da<br />
Republica Portugueza.<br />
Todas as associações com os seus<br />
estandartes cobertos <strong>de</strong> crepes <strong>de</strong>sfilaram<br />
em frente do tumulo do dr.<br />
José Falcão, espargindo sobre elle<br />
flores <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>ira sauda<strong>de</strong>,sendo<br />
<strong>de</strong>posta também uma gran<strong>de</strong> corôa<br />
<strong>de</strong> flores naturaes, do Centro Republicano<br />
<strong>de</strong> Santa Clara.<br />
Por um grupo <strong>de</strong> socios do Cen<br />
tro Ramada Curto, foram distribuídos<br />
muitos exemplares da Cartilha<br />
do Povo.<br />
O cortejo dispersou, em seguida<br />
a este preito <strong>de</strong> homenagem pres<br />
tada ao glorioso propagandista da<br />
Republica Portugueza.<br />
Lei eleitoral<br />
Pelo projecto da nova lei eleitoral,<br />
todos os indivíduos maiores <strong>de</strong><br />
21 annos, que souberem ler e escrever,<br />
téem direito ao voto, bem como<br />
os que forem chefes <strong>de</strong> familia,<br />
vivendo <strong>de</strong> recursos proprios.<br />
Serão eligiveis todos os maiores<br />
que tiverem, pelo menos, exame <strong>de</strong><br />
instrucção primaria.<br />
Fóra dc Lisboa e Porto e no U1<br />
tramar, cada circulo elegerá 4 <strong>de</strong>putados,<br />
ficando 1 para a maioria.<br />
Lisboa e Porto, cada uma, dá 7.<br />
<strong>de</strong>putados, com representação proporcional.<br />
Pediu a <strong>de</strong>missão a Camara Municipal<br />
do Porto, tendo já sido feita<br />
a escolha dos indivíduos que a <strong>de</strong>vem<br />
constituir, e que terá por presi<strong>de</strong>nte<br />
o sr. Francisco Xavier Esteves,<br />
engenheiro.<br />
A escolha foi feita pelo governador<br />
civil sr. dr. Paulo Falcão, por<br />
<strong>de</strong>terminação do sr. ministro do interior.<br />
Foi já dada a posse.<br />
Transferencia<br />
Foi transferido para a Relação<br />
<strong>de</strong> Loanda, o juiz da Relação <strong>de</strong><br />
Lisboa sr. dr. Carlos Vellez Cal<strong>de</strong>ira<br />
por ter assignado vencido o accordam<br />
<strong>de</strong>sta Relação,, <strong>de</strong> 4 do corrente,<br />
fundamentando o seu voto na<br />
incompetência dos tribunaes communs<br />
para julgar os <strong>de</strong>lictos attribuidos<br />
ao sr. dr. Teixeira d'Abreu,<br />
como ministro <strong>de</strong> Estado.<br />
Créclie<br />
Foram ultimamente offericidos á<br />
Creche, pelos srs. dr. Augusto Barbosa<br />
e Antonio <strong>de</strong> Moura e Sá, 24<br />
metros <strong>de</strong> flanella e um cobertor <strong>de</strong><br />
papa.<br />
O sr. Daniel Baptista também<br />
affereceu a esta prestimosa institui<br />
ção a quantia <strong>de</strong> 5®ooo réis.<br />
Elei(ào<br />
Proce<strong>de</strong>u-se no domingo, no Centro<br />
dr. José Falcão, á eleição da<br />
commissão republicana municipal,<br />
em vista <strong>de</strong> ter recusado o seu mandato<br />
a que havia já sido eleita.<br />
A nova commissão ficou composta<br />
pelos seguintes srs.:<br />
Effectivos<br />
Dr. Eduardo da Silva Vieira<br />
Dr. Antonio Candido d'Almeida<br />
Leitão<br />
Dr. Augusto Lopes da Costa Pereira<br />
Candido Augusto Nazareth<br />
Gonçalo Nazareth<br />
João Augusto Machado<br />
Manuel José Telles.<br />
Substitutos<br />
José Augusto Pereira <strong>de</strong> Vasconcellos<br />
Francisco Maria da Fonseca<br />
Ricardo Pereira da Silva<br />
Cypriano <strong>de</strong> Castro Leão<br />
Manuel Nunes Ferreira<br />
Antonio Ribeiro das Neves Machado<br />
José Bastos dos Santos.<br />
O inverno<br />
O inverno este anno tem sido terrível<br />
pelo frio presistente que nos<br />
atormenta. Ha muitos annos, dizem<br />
os velhos, que não se lembram <strong>de</strong><br />
tão baixa temperatura como tem havido<br />
este anno.<br />
Em quasi toda a Hespanha tem<br />
havido gran<strong>de</strong>s nevadas, chegando<br />
a estar interrompida a ligação entre<br />
o norte e o centro <strong>de</strong> Hespanha.<br />
Paralysou ali o serviço dalguns<br />
comboios por causa da neve.<br />
O tempo conserva se sêco, com<br />
dias magníficos, mas não falta quem<br />
<strong>de</strong>seje a chuva para se modificar a<br />
temperatura que nos regela os ossos.<br />
Quando os novos se queixam,..<br />
PREÇO DAS PUBLICAÇÕES<br />
Annuncios por linha 3o réis. Repetições 20 réis.<br />
Communicados 5o réis a linha.<br />
Os srs. assignantes téem 5o por cento <strong>de</strong> abatimento.<br />
Editor: Alfredo Pessoa<br />
«Patria Nova»<br />
Deixou <strong>de</strong> ser impresso na typographia<br />
do Noticias <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> o<br />
semanario <strong>de</strong> estudantes monarchicos<br />
Patria Nova.<br />
A direcção da Associação Commercial<br />
<strong>de</strong> Braga reuniu-se para se<br />
occupar do <strong>de</strong>creto do <strong>de</strong>scanso semanal,<br />
concordando que elle satisfaz<br />
as justas aspirações do commercio<br />
das províncias, porque estabelece<br />
o principio do <strong>de</strong>scanso semanal,<br />
em regra ao domingo, <strong>de</strong> 24 horas<br />
seguidas, sem comtudo obrigar ao<br />
encerramento.<br />
Agra<strong>de</strong>cem ao ministro o <strong>de</strong>creto,<br />
o que tem sido feito também por<br />
outras corporações interessadas.<br />
UNIVERSIDADE<br />
Conferencias<br />
Com gran<strong>de</strong> assistência, que enchia<br />
quasi completamente a sala dos<br />
capellos, iniciou no domingo á noite<br />
a serie <strong>de</strong> conferencias sobre assumptos<br />
scientificos e pedagogicos, o<br />
illustre reitor sr. dr. Manuel <strong>de</strong><br />
Arriaga.<br />
Antes da conferencia fez s. ex. a<br />
a distribuição dos diplomas <strong>de</strong> prémios<br />
e accessits aos alumnos laureados<br />
no anno lectivo findo, principiando<br />
s. ex. a por fazer o elogio<br />
<strong>de</strong>sses alumnos.<br />
Terminada esta distribuição entrou<br />
o sr. dr. Arriaga na conferencia,<br />
que versou, principalmente, sobre<br />
a sciencia atravez dos tempos,<br />
dizendo que ella, a Razão, a Natureza<br />
e a Humanida<strong>de</strong> são os gran<strong>de</strong>s<br />
factores do edifício social.<br />
No principio do seu bello discurso<br />
accentuou s. ex. a o facto <strong>de</strong> não ter<br />
sido a nossa <strong>Universida<strong>de</strong></strong> nunca<br />
lembrada em testamentos para melhorar<br />
as suas condições <strong>de</strong> existência,<br />
o que é tão frequente ver no<br />
estrangeiro, e o esquecimento a que<br />
ella tem sido votada sempre pelos políticos,<br />
muitos dos quaes vieram receber<br />
nella os seus diplomas litterarios<br />
com que se honram na vida<br />
pratica.<br />
Terminou s. ex. a por dizer aos<br />
mestres que não recusem cousa alguma<br />
do que sabem aos seus alumnos,<br />
porque elles são a esperança<br />
do futuro e é com elles que a Patria<br />
tem <strong>de</strong> contar para os mais altos<br />
cargos.<br />
O sr. dr. Arriaga foi diversas vezes<br />
muito saudado com prolongadas<br />
salvas <strong>de</strong> palmas.<br />
A sala dos capellos tinha augmentada<br />
a sua illuminação e encontrava-se<br />
com as suas pare<strong>de</strong>s ornadas<br />
com colchas <strong>de</strong> <strong>de</strong>masco. Algumas<br />
tribunas estavam occupadas por senhoras.<br />
Sarau<br />
Promovido pelo Centro republicano<br />
Ramada Curto, realisa-se no<br />
dia 29 do corrente, no salão do Centro<br />
Fernan<strong>de</strong>s Costa, um sarau.<br />
Constará <strong>de</strong> números variados:<br />
musica, exercícios athleticos, versos<br />
e poesias, projecções luminosas e<br />
solo <strong>de</strong> violino, uma comedia — A<br />
Re<strong>de</strong>mpção,—do sr. Ernesto Donato,<br />
e discursos pelo6 srs. Botto Machado<br />
e dr. Ramada Curto.<br />
Como se vê, é um programma<br />
variado e attrahente.<br />
Contribuições<br />
Acha-se aberto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o dia 2 até<br />
ao dia 3i do corrente mez o cofre,<br />
afim <strong>de</strong> receber todas as contribuições<br />
geraes do Estado, que po<strong>de</strong>m<br />
ser pagas em 2 prestações, menos a<br />
<strong>de</strong> juros que é paga por uma só<br />
vez.
Eléctricos<br />
E' preciso que a policia acabe<br />
com o abuso da rapasiada que se<br />
<strong>de</strong>pendura nas trazeiras dos carros<br />
eléctricos, quando andam em movimento.<br />
O diabo não quiz nada com rapazes,<br />
mas não se importe a policia<br />
com isso e evite esse espectáculo<br />
que nada tem <strong>de</strong> edificante.<br />
E' tomar conta da gaiatada que<br />
assim proce<strong>de</strong> e entrega-la na esquadra<br />
para ali dormir uma noite.<br />
Faça isto meia dúzia <strong>de</strong> vezes e<br />
verá que acaba o mau costume, que<br />
pô<strong>de</strong> originar algum <strong>de</strong>sastre.<br />
E <strong>de</strong>mais a mais os rapazes partem<br />
os vidros dos pharoes, riscam<br />
os carros, etc.<br />
Esquadra com a atrevida gaiatada.<br />
O rendimento dos electricos no<br />
domingo foi <strong>de</strong> 141,75000 réis, sendo<br />
a linha para Santo Antonio dos Olivaes<br />
a que teve maior concorren<br />
cia.<br />
O serviço dos eléctricos está assim<br />
organisado:<br />
Carreiras para a alta — <strong>de</strong> 16 em<br />
16 minutos;<br />
Carreiras para a estação velha —<br />
á hora dos comboios<br />
Carreira para os Olivaes <strong>de</strong> hora<br />
a hora.<br />
Os primeiros carros saiem ás 8<br />
horas da manhã e o ultimo para o<br />
bairro alto ás <strong>de</strong>z e meia da noite.<br />
Aos domingos ha carreiras extraordinarias.<br />
Péssima pratica<br />
Todas as segundas feiras as lava<strong>de</strong>iras<br />
acumulam montes <strong>de</strong> roupa<br />
suja ao principio da estrada da Beira<br />
e no largo <strong>de</strong> Miguel Bombarda.<br />
São mais <strong>de</strong> 5o ou 60 trouxas que<br />
ali permanecem durante algumas<br />
horas á espera que as conduzam<br />
aos seus <strong>de</strong>stinos.<br />
Muita <strong>de</strong>ssa roupa apresenta um<br />
aspecto nojento e vergonhoso.<br />
E' um quadro <strong>de</strong>primente que a<br />
<strong>de</strong>cencia exige que acabe, principalmente<br />
naquelle local, o mais concorrido<br />
e aprazível <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
Estu<strong>de</strong>-se a maneira <strong>de</strong> pôr termo<br />
a essa pratica, que se não ve em<br />
outras terras.<br />
Como se pratica nesta cida<strong>de</strong>, é<br />
uma vergonha e um quadro repugnante,<br />
que <strong>de</strong>sacredita <strong>Coimbra</strong>.<br />
No sabbàdo á noite morreu instantaneamente<br />
no bairro <strong>de</strong> Santa<br />
'Clara, um< pobre homem que vivia<br />
<strong>de</strong> esmolas è era natural dos Ca<br />
saes do Gdmpo.<br />
Chamava-se José Villcla e foi colhido<br />
pelo áutomovel do sr. dr. Na<br />
varro, <strong>de</strong> Con<strong>de</strong>ixa.<br />
O cadaver foi conduzido para a<br />
morgue.<br />
Penitenciaria<br />
Consta nos que a alguns funccionarios<br />
da Penitenciaria <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
foi facultado serem transferidos para<br />
a <strong>de</strong> Lisboa, caso queiram, e que<br />
serão transferidos dois ou trez.<br />
Pedimos ao sr. director da Penitenciaria<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> se digne pon<strong>de</strong>rar<br />
ao governo as difíiculda<strong>de</strong>s<br />
com que luctam alguns empregados<br />
do mesmo estabelecimento por falta<br />
Folhetim do NOTICIAS DE COIMBRA<br />
Duas revoltas <strong>de</strong> mulheres<br />
Com a auctorida<strong>de</strong> do fra<strong>de</strong> e<br />
com as explicações <strong>de</strong>lle serenaram<br />
um pouco os ânimos das revoltosas,<br />
que protestavam comtudo matarem<br />
o Lucena, se voltasse á cida<strong>de</strong>.<br />
O senado e o bispo do Porto D.<br />
João <strong>de</strong> Valladares, receiosos pelo<br />
futuro daquelle negocio, foram ter<br />
com o fugitivo e pedir lhe que tornasse<br />
ao Porto, affirmando-lhe que<br />
não correria perigo, porque as or<strong>de</strong>nanças<br />
e justiças estavam em armas<br />
e promptas a rechaçar as amotinadas,<br />
caso houvesse, o que não era<br />
provável, novo ataque. Debal<strong>de</strong> in<br />
sistiram. O homem assustadíssimo<br />
o que ambicionava era ver se fóra<br />
daquella camisa <strong>de</strong> onze varas, que<br />
a má sorte lhe andara tecendo com<br />
as malditas das maçarocas.<br />
Partiu pois logo para Madrid.<br />
Ali, ou fosse que a ancia da vingança<br />
lhe movia o animo, ou fosse<br />
dos seus-or<strong>de</strong>nados do mez findo,<br />
cuja folha não foi ainda processada.<br />
Quasi todos os empregados dali<br />
não téem outros recursos e vivem<br />
com os duros encargos <strong>de</strong> familia.<br />
E', portanto, uma boa obra apressar<br />
o pagamento dos vencimentos<br />
do mez findo.<br />
Ao sr. governador civil fazemos<br />
egual pedido certos <strong>de</strong> que seremos<br />
attendidos nesta justíssima pretenção.<br />
Interesses <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
O sr. Antonio Juzarte Paschoal<br />
publicou e fez distribuir, sob o titulo<br />
Interesses <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, o officio<br />
que em 12 do corrente dirigiu ao<br />
sr. presi<strong>de</strong>nte da Camara Municipal.<br />
De tres assumptos principaes se<br />
occupa esse officio: Caminhos <strong>de</strong><br />
ferro—Eléctricos. — Dr. Fernan<strong>de</strong>s<br />
Costa — Carnes ver<strong>de</strong>s.<br />
Sobre o primeiro ponto opina que<br />
a cida<strong>de</strong> insista pela coostrucção da<br />
re<strong>de</strong>-ferro-viaria ao sul do Mon<strong>de</strong><br />
go, no sentido <strong>de</strong> centralisar em<br />
<strong>Coimbra</strong> o seu movimento.<br />
Com referencia aos electricos,<br />
presta homenagem ao sr. dr. Fernan<strong>de</strong>s<br />
Costa, que auxiliou muito a<br />
Camara e a animou para levar por<br />
<strong>de</strong>ante a municipalisaçáo <strong>de</strong>ste serviço.<br />
Refere se por ultimo ao <strong>de</strong>creto<br />
sobre carnes ver<strong>de</strong>s, terminando por<br />
apresentar o seguinte alvitre :<br />
a) A Camara <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
já <strong>de</strong>ve encetar negociações com a<br />
municipalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa, no sentido<br />
do abastecimento, distribuído a<br />
todos os marchantes, na quarta parte<br />
do consumo, <strong>de</strong> carnes congeladas<br />
da especie lanígera.<br />
b) Organisar, <strong>de</strong> accorJo com a<br />
Camara <strong>de</strong> Lisboa, uma especie <strong>de</strong><br />
fe<strong>de</strong>ração, para o efteito, com as<br />
Camaras da Figueira, Aveiro, Porto<br />
e Vizeu, a fim <strong>de</strong> ser creado em<br />
cada uma <strong>de</strong>stas cidi<strong>de</strong>s, um boisim<br />
dos gados bovinos, lanígeros e<br />
caprinos, como existe em Lisboa,<br />
fixando semanalmente os preços, o<br />
mais uniforme possível, das varias<br />
espécies que concorrem ao mercado,<br />
fazendo-se a liquidação, ao agricultor,<br />
em harmonia com a tabella<br />
official. Este accordo <strong>de</strong>ve produzir<br />
eíYeitos seguros, pois abrange as<br />
regiões <strong>de</strong> noroeste-norte e nor<strong>de</strong>ste<br />
leste, d'on<strong>de</strong> se abastece, em geral,<br />
a marchanteria das cida<strong>de</strong>s acima<br />
referidas.<br />
c) Estabelecida a tabella <strong>de</strong> compra<br />
<strong>de</strong> gados, as mesmas entida<strong>de</strong>s<br />
organisariam a tabella <strong>de</strong> venda <strong>de</strong><br />
carnes, para evitar a exploração,<br />
tendo em conta, evi<strong>de</strong>ntemente, os<br />
legítimos interesses <strong>de</strong> todos os intervenientes<br />
cm tão importante ramo<br />
<strong>de</strong> commercio.<br />
Agra<strong>de</strong>cemos o exemplar que nos<br />
foi enviado.<br />
Thealro dos Bombeiros Voluntários<br />
Nesta casa <strong>de</strong> espectáculos que<br />
ultimamente tem passado por gran<strong>de</strong>s<br />
transformações, realisa-se no<br />
proximo domingo um espectáculo <strong>de</strong><br />
inauguração do Grupo dos Bombeiros<br />
Voluntários.<br />
Subirão á scena as peças O Canalha,<br />
em i acto, e O Filho da Republica,<br />
drama em 3 actos.<br />
que a phantasia lhe estava carregando<br />
o quadro com as côres que o<br />
medo empresta, narrou o succedido<br />
<strong>de</strong> modo que exacerbou o mais possível<br />
os ânimos da côrte hespanhola<br />
contra os habitantes do Porto.<br />
O tenue fio das maçarocas mudar-se-ia<br />
certamente em cordas <strong>de</strong><br />
forca se não fôra o presi<strong>de</strong>nte do<br />
conselho <strong>de</strong> estado, D. Carlos <strong>de</strong><br />
Aragão, e Mendo da Motta Valladares,<br />
irmão do bispo, que, interessados<br />
por este, pediram e afinal po<strong>de</strong>ram<br />
persuadir ao rei que perdoasse.<br />
Mal vae á casa on<strong>de</strong> a roca man<br />
da a espada, diz um provérbio nosso,<br />
quasi sempre verda<strong>de</strong>iro. Não<br />
sei se <strong>de</strong>sta vez mentiu o provérbio.<br />
Doze annos <strong>de</strong>pois sei que o faziam<br />
mentir aquellas duas gran<strong>de</strong>s mulheres,<br />
excepções admiraveis do seu<br />
sexo. que se chamaram D. Filippa<br />
<strong>de</strong> Vilhena e D. Luiz? <strong>de</strong> Gusmão.<br />
A outra revolta que me propuz<br />
<strong>de</strong>screvei, mais notável que a primeira<br />
e sem exemplo até então, foi<br />
a das freiras <strong>de</strong> Odivellas, no principio<br />
do reinado <strong>de</strong> D. João V,<br />
Noticias <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> <strong>de</strong> II <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1911<br />
Ponto para os actos<br />
.. .Sr. redactor<br />
Rogamos a v. .. o obsequio da<br />
publicação do que segue :<br />
No numero do seu jornal <strong>de</strong> sabbado,<br />
14 do corrente, lê-se no final<br />
da noticia epigraphada Reunião <strong>de</strong><br />
académicos, o seguinte: «Foi egualmente<br />
resolvido solicitar do governo<br />
que aos alumnos da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
seja facultado o ponto para o acto<br />
como já foi permittido aos alumnos<br />
da Escola Polytechnica <strong>de</strong> Lisboa.»<br />
Ora isto não é expressão fiel do<br />
que se passou.<br />
Tal não foi resolvido, e somente<br />
quando se tratou da sujeição ao artigo<br />
2. 0 do <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> Outubro<br />
<strong>de</strong> 1910, foi pon<strong>de</strong>rada a <strong>de</strong>segualda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> situação entre os alu<br />
mnos militares da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, que<br />
concorrem á Escola do Exercito e<br />
os seus collegas da Escola Polyte<br />
clinica <strong>de</strong> Lisboa, havendo ponto<br />
para estes e não para aquelles.<br />
Mas como, segundo consta, o<br />
ponto nos exames foi promettido aos<br />
alumnos da Escola Polytechnica,<br />
mas ainda não <strong>de</strong>cretado, julgou se<br />
prematura qualquer reivindicação<br />
sobre tal assumpto.<br />
Agra<strong>de</strong>cendo somos <strong>de</strong> v. . . etc.<br />
<strong>Coimbra</strong>, i5 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1911.<br />
Pela commissão,<br />
Antonio <strong>de</strong> Lemos Vianna<br />
João Francisco Cavaco.<br />
Ima lei velha<br />
E' curiosa uma lei promulgada em<br />
França, em 1670, e que hoje, no<br />
século do luxo, em que se procura<br />
por' todas as formas aperfeiçoar os<br />
requintes da toilette, não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong><br />
ter opportunida<strong>de</strong> reproduzir, pelo<br />
menos este pequeno trecho, que exclusivamente<br />
se refere ás mulheres:<br />
«Qualquer que attrahir aos laços<br />
do casamento um súbdito masculino<br />
<strong>de</strong> sua magesta<strong>de</strong>, servindo se <strong>de</strong><br />
vermelhão ou al vaiado, <strong>de</strong> perfumes,<br />
<strong>de</strong> essencias, <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes e cabellos<br />
postiços, <strong>de</strong> algodão em rama, <strong>de</strong><br />
espartilhos <strong>de</strong> ferro, <strong>de</strong> marinaques,<br />
<strong>de</strong> sapatos <strong>de</strong> saltos muito altos, e<br />
<strong>de</strong> anquinhas, sofírerá a pena cor<br />
respon<strong>de</strong>nte á feiticeira, sendo tal<br />
casamento consi<strong>de</strong>rado nullo, e <strong>de</strong><br />
nenhum effeito.»<br />
Que seria das damas <strong>de</strong> hoje, se<br />
semelhante lei fosse adoptada?...<br />
Informa A Luctx que parece existir<br />
em Lisboa um syndicato, ou quer<br />
que seja, que se <strong>de</strong>dica a açambarcar<br />
os ovos para lhes fazer o preço.<br />
Se fossem só os ovos. ..<br />
Cá pela província também ha muita<br />
razão <strong>de</strong> queixa neste sentido.<br />
O governo brazileiro suspen<strong>de</strong>u<br />
por seis mezes os lentes da Faculda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Medicina drs. Miguel Pereira<br />
e Augusto Brandão, o que foi<br />
mal recebido pelos membros da<br />
congregação.<br />
A situação na Faculda<strong>de</strong> tornouse<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> balbúrdia. Nenhuma<br />
banca <strong>de</strong> exames funccionou. De<br />
ram se vários pequenos inci<strong>de</strong>ntes,<br />
tendo também havido fortes assuadas.<br />
O governo resolveu mandar para<br />
A historia toma este facto como<br />
um dos meios <strong>de</strong> avaliar o <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado<br />
estado <strong>de</strong> coisas daquelle tem<br />
po, e o agente francez Viganeno<br />
<strong>de</strong>lle dava expressamente conta ao<br />
governo, queixando se dos <strong>de</strong>scon<br />
certos que observava em Lisboa.<br />
Foi o caso no anno <strong>de</strong> 1713. No<br />
antece<strong>de</strong>nte uma freira <strong>de</strong> Odivellas,<br />
accusada <strong>de</strong> judaísmo, tinha si<br />
do presa por or<strong>de</strong>m do santo officio.<br />
Ao cabo <strong>de</strong> muitos mezes <strong>de</strong> martyrio,<br />
con<strong>de</strong>mnada a varias peniten<br />
cias e a comparecer no auto da fé<br />
que teve logar em to <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong><br />
1713, saiu a pobre senhora dos cárceres<br />
da inquisição e foi mandada<br />
para o seu convento. Recusaram se,<br />
porém, as outras freiras a recebe-lapretextando<br />
que a sua profissão es,<br />
tava nulla e que por isso a não po<br />
diam admittir na communjda<strong>de</strong>, da<br />
qual já não fazia parte. O car<strong>de</strong>al<br />
inquisidor propoz o caso a el rei, e<br />
<strong>de</strong>cidiu-se or<strong>de</strong>nar-lhes que a recebessem.<br />
Assim se fez, mas a or<strong>de</strong>m não<br />
foi cumprida e as freiras, que eram<br />
<strong>de</strong> antes quebrar que torcer, resol<br />
a Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina, uma companhia<br />
<strong>de</strong> guerra da força policial,<br />
cavallaria e infantaria, com or<strong>de</strong>ns<br />
severas, não só para manutenção<br />
da or<strong>de</strong>m como também para garantir<br />
os estudantes que quizerem<br />
fazer exames.<br />
Moção<br />
Na sessão ordinaria da segunda<br />
feira, da Junta <strong>de</strong> Parochia da freguezia<br />
da Sé Cathedral, o sr. Adriano<br />
do Nascimento apresentou a seguinte<br />
moção, que foi plenamente<br />
approvada:<br />
«Consi<strong>de</strong>rando que o partido re<br />
publicano foi sempre um partido <strong>de</strong><br />
or<strong>de</strong>m e respeitador <strong>de</strong> todas as<br />
crenças religiosas e politicas;<br />
Consi<strong>de</strong>rando que a Revolução <strong>de</strong><br />
5 <strong>de</strong> Outubro proclamando a Republica<br />
Portugueza, proclamou por<br />
consequência para todos os portuguezes<br />
honestos e que queiram o<br />
bem da sua Patria;<br />
Consi<strong>de</strong>rando que o titulo <strong>de</strong><br />
adliesivos tão inconvenientemente<br />
lançado á publicida<strong>de</strong> contra aquelles<br />
que tendo sido monarchicos, resolveram<br />
adherir ás novas instituições,<br />
foi o principio <strong>de</strong> má politica,<br />
pois que todos os adherentea, sendo<br />
homens honrados, téem cabimento<br />
<strong>de</strong>ntro do partido republicano;<br />
Consi<strong>de</strong>rando que o partido republicano<br />
tem a hombrida<strong>de</strong> precisa<br />
ppra expulsar todos os <strong>de</strong>shonestos<br />
e mal intencionados, sem fraquezas<br />
nem hesitações;<br />
A Junta <strong>de</strong> Parochia da Sé Cathedral,<br />
resolve:<br />
Repudiar o titulo <strong>de</strong> adliesivos tão<br />
levianamente espalhado por todo o<br />
paiz e proclamar a necessida<strong>de</strong> urgente<br />
da união <strong>de</strong> todos os cidadãos<br />
portuguezes para tratar dos altos<br />
interesses da Patria, fazendo tudo<br />
quanto couber nos seus mo<strong>de</strong>stos<br />
esforços para a realisação <strong>de</strong> tão indispensável<br />
obra».<br />
O vogal sr. Manuel Bernardo Ferreira<br />
propoz o seguinte aditamento:<br />
«Que esta moção seja profusamente<br />
espalhada pelo meio da publicação<br />
avulsa, assim como dar-lhe a<br />
maxima publicida<strong>de</strong> pela imprensa,<br />
e que a <strong>de</strong>speza seja paga por todos<br />
os membros da Junta»<br />
Estamos d'accordo.<br />
Conferencias<br />
O sr. dr. Caeiro da Matta não<br />
pou<strong>de</strong> hontem á noite fazer a sua<br />
conferencia na sala dos Capêllos.<br />
Hoje realisará uma o sr. dr. Alvaro<br />
Machado Villela sobre «Paz e<br />
Justiça».<br />
Doenças<br />
Está gravemente doente com uma<br />
meningite o filhinho querido do nosso<br />
antigo e prestimoso amigo sr.<br />
Manuel da Cruz Canellas, enfermeiro<br />
do posto medico dos concei<br />
fuados clínicos srs. drs. Cruz Amante,<br />
Luiz Rosette e Armando Gonçalves.<br />
Desejamos as melhoras da innocente<br />
creancinha.<br />
— Também tem estado doente a<br />
sr. a D,. Sophia Julia Dias, obtendo<br />
nestes últimos dias sensíveis melhoras,<br />
com o que muito nos regosijamos,<br />
<strong>de</strong>sejando-lhe o seu breve restabelecimento.<br />
veram ir em corporação representar<br />
a D. João V contra o car<strong>de</strong>al.<br />
Saíram pois do convento, caminho<br />
<strong>de</strong> Lisboa, cento e trinta e quatro<br />
madres <strong>de</strong> cruz alçada. Quando<br />
chegaram ao palacio da con<strong>de</strong>ssa do<br />
Rio, pediu lhes ella que <strong>de</strong>scanças<br />
sem ali, esperando provavelmente<br />
po<strong>de</strong>r dissoadi-las do estranho intento.<br />
Correu logo a nova em Lisboa e<br />
conhecida que foi do rei mandou<br />
alguma tropa <strong>de</strong> cavallaria para im<br />
pedir-lhes a marcha e faze las retirar.<br />
— Como não obe<strong>de</strong>cessem e os<br />
Conservassem dois dias no palacio<br />
da con<strong>de</strong>ssa, mandou-se <strong>de</strong> novo<br />
tropa com instrucções para as obrigar<br />
com força a recolher-se ao convento.<br />
Então mudaram as coisas <strong>de</strong> face<br />
O palacio cercado transformou se<br />
em fortaleza ; e as religiosas tractaram<br />
<strong>de</strong> se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a todo transe.<br />
Sobre os sitiantes, que buscavam<br />
forçar as portas trancadas, caía uma<br />
contun<strong>de</strong>nte e grossa chuva <strong>de</strong> pa<br />
nellas, <strong>de</strong> espelhos, <strong>de</strong> tachos, <strong>de</strong><br />
quadros, <strong>de</strong> todos os moveis emfim.<br />
LIVROS E REVISTAS<br />
O Palimiro, revista quinzenal,dirigida<br />
por J.K. Vieira<br />
<strong>de</strong> Mello, Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />
Dezembro <strong>de</strong> 1910.<br />
Já nos referimos a esta prestimosa e superior<br />
publicação que tão nobremenie honra<br />
o meio litterario brasileiro dirigida, pelo<br />
talentoso escriptor e jornalista J. R. Vieira<br />
<strong>de</strong> Mello, uma das mais assignaladas intelligencias<br />
do paiz irmão. O presente numero<br />
é dos melhores que nos tem visitado,<br />
não só sob o ponto <strong>de</strong> vista espiritual, mas<br />
também material. Vem profusamente illustrado<br />
com magnificas e nítidas gravuras.<br />
Oxalá que o nosso querido amigo Vieira<br />
<strong>de</strong> Mello consiga alcançar a primasia luterana<br />
para a sua bella e'popular revista.<br />
Histoire <strong>de</strong> la Litterature<br />
Latine, por Alfred Jeanroy<br />
et Aimê Pnech, Librarie<br />
Classique Paul Delaplane,<br />
Rue Mousieur - Le - Prince<br />
Paris. '<br />
Dois professores dos mais distinctos da<br />
faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> lettras da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Paris,<br />
Alfred Jeanroy e Aimê Pnech, acabam<br />
<strong>de</strong> dar ao mercado litterario europeu a nova<br />
edição, revista, augmentada, inteiramente<br />
recomposta do seu importante trabalho<br />
Histoire <strong>de</strong> la Litterature Latine. Motivo<br />
<strong>de</strong> orgulho para todos os seus compatriotas<br />
que veem tão bello livro justamente<br />
acclamado e contentamento para os estudiosos<br />
que encontram mais um tratado <strong>de</strong><br />
conhecimentos on<strong>de</strong>, com tranquilida<strong>de</strong> e<br />
firmesa, po<strong>de</strong>m tirar duvidas sobre os assumptos<br />
<strong>de</strong>batidos.<br />
Livro <strong>de</strong> folego, entremostrando nitidamente<br />
uma erudição ilimitada e intelligencia<br />
po<strong>de</strong>rosa, merece a apreciação dos mestres<br />
no genero e o manuseio' dos que se<br />
inclinam a apren<strong>de</strong>r. Porque todos os estudantes<br />
das escolas, os que não querem<br />
ter uma educação artificial, antes preten<strong>de</strong>m<br />
retemperar o espirito nas luctas por<br />
<strong>de</strong>sbravar assumptos meditos, todos elles,<br />
repita-se <strong>de</strong>vem compulsar este extraordinário<br />
trabalho que dignifica a seus auctores<br />
entre os que o possam comprehen<strong>de</strong>r<br />
e saudar.<br />
E' na verda<strong>de</strong> completo este importante<br />
e inesquecido tratado. Dividido em períodos<br />
largos esclarecidamente nos mostra o<br />
que foi a litteratura latina através dos tempos.<br />
No primeiro periodo, o archaico, estudam<br />
os primeiros documentos, em prosa<br />
e verso, que mais nos po<strong>de</strong>m assombrar<br />
pela bellesa e superiorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que eram<br />
revestidas taes primícias em eda<strong>de</strong> tão longínqua;<br />
no segundo, largamente analysa<br />
em especial a epopeia, a tragedia, a comedia,<br />
sendo no entanto notável o capitulo<br />
que nos refere a lucta heróica para a formação<br />
da poesia nacional; no terceiro período,<br />
<strong>de</strong>liciamo-nos com a <strong>de</strong>scripçáo e a<br />
critica do poesia, eloquencia, erudição, historia;<br />
no quarto, assombram-nos com os<br />
retratos precisos e as analyses perfeitas <strong>de</strong><br />
Virgilio, Horácio, Tito-Livio, os poetas ele<br />
giacos, etc.<br />
Como se vê por esta simples e humil<strong>de</strong><br />
resenha a Histoire <strong>de</strong> la Litterature Latine<br />
é um imprescindível trabalho e sobretudo<br />
um manifesto documento da alta capacida<strong>de</strong><br />
dos seus auctores, que são dos ornamentos<br />
mais avantajados da mo<strong>de</strong>rna critica<br />
e nos quaes a França po<strong>de</strong> pôr todo<br />
o seu orgulho e veneração.<br />
A edição do importantíssimo volume<br />
pertence á livraria Clássica Editora <strong>de</strong> Paul<br />
Delaplane, que tem a plena sympathia <strong>de</strong><br />
todo um publico agra<strong>de</strong>cido pelas esplendidas<br />
obras, que annualmente lhes dá para<br />
seu <strong>de</strong>leite e satisfação.<br />
Os proprietários das barbearias<br />
<strong>de</strong>vem reunir se ámanhã, pelas 8 horas<br />
da noite, na Associação dos Artistas,<br />
para tratar <strong>de</strong> assumptos relativos<br />
ao <strong>de</strong>scanso semanal.<br />
Camara Municipal<br />
Está publicada pela Camara Municipal<br />
um edital avisando os interessados,<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 3o dias, a pagar<br />
a importancia em <strong>de</strong>bito pelo<br />
<strong>de</strong>posito <strong>de</strong> cadaveres no jazigo<br />
municipal, sob pena <strong>de</strong> elles serem<br />
sepultados.<br />
Vencida pelo inimigo a primeira<br />
difficulda<strong>de</strong> do assalto e <strong>de</strong>ntro já<br />
do palacio a profiada luta continuava<br />
incarniçada. As madres, levantando<br />
pelas avenidas do seu improvisado<br />
Castello tranqueiras <strong>de</strong> mezas<br />
e contadores e <strong>de</strong> quanto achavam<br />
á mão, iam resistindo e continuando<br />
a <strong>de</strong>stroçar os moveis da con<strong>de</strong>ssa,<br />
que lhes serviam <strong>de</strong> reducto e também<br />
<strong>de</strong> projectis.<br />
Reduzidas já ao extremo, entrincheiravam<br />
se ainda nos quartos, vindo<br />
por fim tudo ás mãos com os<br />
sargentos (só com os sargentos) que<br />
esbofeteados, arranhados e mordidos<br />
as levavam, como podiam, até<br />
os coches em que regressaram ao<br />
convento prisioneiras.<br />
Assim acabou esta peleja, que<br />
<strong>de</strong>veu parecer se com o rapto das<br />
sabinas, á parte já se vê algumas,<br />
circumstancias. As sabinas eram esposas<br />
e filhas do século e as portuguezas<br />
eram do Senhor!<br />
A. PEREIRA FERRAZ JÚNIOR,
mmmmÊ<br />
Meu filho<br />
José Urbano, que em<br />
dois annos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> era<br />
fraco e rachitico, está<br />
hôje sáclio e robusto, e<br />
o remedio encontrou-o<br />
na Emulsão <strong>de</strong> Scott. E'<br />
pois com a alma cheia <strong>de</strong><br />
alegria ao ver a creança<br />
gorda, com bôas côres e<br />
<strong>de</strong>senvolvida, que lhes<br />
escrevo esta carta <strong>de</strong><br />
agra<strong>de</strong>cimento para lhes<br />
fazer saber mais uma,<br />
para juntar a tantas outras,<br />
das curas maravilhosas<br />
<strong>de</strong> tão prodigioso<br />
medicamento.<br />
Testemunho <strong>de</strong> D. MARIA DAMASO PEREIRA,<br />
Travessa <strong>de</strong> Anselmo Braamcamp, 6, Porto, 19 <strong>de</strong><br />
Afiosto <strong>de</strong> 1909.<br />
Esta alegre narração acha-se repetida<br />
constantemente em todo o mundo, on<strong>de</strong><br />
quer que se faça uso da Emulsão <strong>de</strong><br />
Scott. A energia invencível, inherente<br />
aos finíssimos ingredientes e robustecida<br />
pelo processo <strong>de</strong> fabrico único <strong>de</strong> Scott,<br />
garante um bom resultado, embora a<br />
doença esteja muito avançada.<br />
Desejando experimentar a<br />
EMULSÃO DE<br />
SCOTT<br />
em vosso filho, rejeitae as emulsões que<br />
não sejam <strong>de</strong> Scott, aliás per<strong>de</strong>eis a cura<br />
que sò a <strong>de</strong> Scott tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
effectuar.<br />
NOTA : Apezar do Imposto <strong>de</strong> Sello <strong>de</strong> S0 reis por<br />
cada (rasco, todas as Pharmacias e Drogarias<br />
ven<strong>de</strong>m a Emulsão <strong>de</strong> SCOTT aos preços antigos,<br />
a saber : 500 reis meio frasco e 900 reis frasco<br />
gran<strong>de</strong>.<br />
AMOSTRA gratuita, contra 200 reis para franquia,<br />
obtem-se dos Snrs. James Casseis tc Cia., Succs., Rua<br />
do Mousinho da Silveira, 85, I o , Porto.<br />
Exigir sempre a Emulsão com a marca — o homem<br />
do peixe — que significa o processo SCOTT.<br />
OBITUÁRIO<br />
Victimado por uma peneumonia,<br />
apenas em tres dias, finou-se hontem<br />
o distribuidor postal sr. Manuel<br />
Viegas, que ha muitos annos havia<br />
sido transferido <strong>de</strong> Montemor-o-Velho<br />
para <strong>Coimbra</strong>.<br />
Fazia a distribuição no districto<br />
<strong>de</strong> Mont'Arroio, a que pertence<br />
esta redacção.<br />
Dora avante não será sem pezir<br />
que notaremos a falta do pobre e<br />
infeliz Viegas, que era das primeiras<br />
visita*! que recebíamos todos os<br />
dias na nossa ofticina, no exercício<br />
do seu cargo.<br />
Pobre Viegas!<br />
«Annaes do Notariado Portuguez»<br />
Esta importante revista jurídica<br />
que tão largas tradições tem usufruído<br />
na sua travessia por entre o<br />
publicô acaba <strong>de</strong> fazer mais um anniversario.<br />
O numero presente <strong>de</strong>monstra<br />
bem, pela sua collaboração superior<br />
e pelo seu aspecto material, que esta<br />
revista é uma das que mais variada<br />
matéria jurídica apresenta, dando<br />
logar aos maiores encomios e sympathias.<br />
Para os que se entregam á boa<br />
interpretação das leis e aos traba<br />
lhos notariaes ella é imprescindível.<br />
Ao seu director-proprietario, sr.<br />
Domingos Curado, digno notário por-<br />
tuense, e ao seu director honorário,<br />
dr. Vladimiro Pappafava, os nossos<br />
parabéns por este anniversario fazendo<br />
votos para que elles se repitam<br />
illimitadamente.<br />
31 <strong>de</strong> Janeiro<br />
Continuam os preparativos para<br />
a excursão ao Porto no dia 3i do<br />
corrente, em comboio especial.<br />
Parece que a aca<strong>de</strong>mia se associará<br />
a esta granJe manifestação em<br />
homenagem aos mortos na revolução<br />
<strong>de</strong> 3i <strong>de</strong> Janeiro.<br />
O comboio constará <strong>de</strong> carruagens<br />
<strong>de</strong> 2." e 3. a classes.<br />
Estão marcadas para este trimestre<br />
duas audiências geraes: No dia<br />
24 para julgamento <strong>de</strong> Gabriel da<br />
Costa Braga, por ter disparado um<br />
tiro em Maria da Conceição e sua<br />
filha. No dia respon<strong>de</strong> José Po<br />
reira, da Maia, por maus tratos em<br />
sua filha, <strong>de</strong> 12 annos.<br />
Theatro Avenida<br />
Fez hontem a sua estreia em<br />
<strong>Coimbra</strong>, com a opera cómica O<br />
Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Luxemburgo, a companhia<br />
do Theatro Sá da Ban<strong>de</strong>ira,<br />
do Porto.<br />
Casa quasi cheia.<br />
A peça agradou, embora a musica,<br />
que é bella para os entendidos,<br />
não seja para agradar a todos.<br />
Hoje a Rainha da Laconia e amanhã<br />
a Princesa dos Dollars.<br />
Estrada para S. Paulo <strong>de</strong> Fra<strong>de</strong>s<br />
A' Commissão administractiva<br />
municipal foi dirigido o seguinte<br />
agra<strong>de</strong>cimento:<br />
Ex. ma Commissão Administrativa<br />
do concelho <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
A commissão que no dia 5 do<br />
corrente mez <strong>de</strong> Janeiro teve a hen<br />
ra <strong>de</strong> <strong>de</strong>pôr nas mãos do Ex. ra " Pre<br />
si<strong>de</strong>nte da Commissão Administrativa<br />
do Município <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> a representação<br />
dos habitantes da fregrezia<br />
<strong>de</strong> S. Paulo <strong>de</strong> Fra<strong>de</strong>s, pedindo<br />
a construcção duma estrada<br />
<strong>de</strong> Coselhas até á sé<strong>de</strong> daquella freguezia,<br />
vem hoje penhorada, e no<br />
cumprimento dum <strong>de</strong>ver, apresentar<br />
a tão aistincta corporacão o testemunho<br />
in<strong>de</strong>level e cor<strong>de</strong>al ao seu<br />
reconhecimento pela maneira primorosa<br />
como a recebeu e as afirmações<br />
<strong>de</strong> tão alentadora esperança<br />
<strong>de</strong> que — atten<strong>de</strong>ndo as actuaes circumstancias<br />
financeiras do município,<br />
a reclamada estrada não seria<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> já feita, mas num futuro mais<br />
ou menos proximo, e que o actual<br />
caminho será provisória e convenientemente<br />
reparado.<br />
Saú<strong>de</strong> e Fraternida<strong>de</strong>.<br />
S. Paulo <strong>de</strong> Fra<strong>de</strong>s, 12 <strong>de</strong> Janeiro<br />
<strong>de</strong> 1911.<br />
Noticias <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> <strong>de</strong> II <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1911<br />
A commissão,<br />
José Fernan<strong>de</strong>s da Cru\<br />
Manuel Soares<br />
Antonio Ribeiro S. Miguel<br />
João Murta<br />
David Fernan<strong>de</strong>s da Cru{<br />
Antonio Ferreira,<br />
VERDADEIROS GRÃOS<br />
DE SAÚDE 00 D FRANCK<br />
| CONTRA PRISÃO PT VENTRE 1<br />
IMP liS ANHOS D'EXIST£NG2A HHMI<br />
Cemitério da Concitada<br />
Foram sepultados neste cemiterio<br />
os seguintes cadaveres :<br />
Maria da Conceição, filha <strong>de</strong> João José<br />
da Silva e Sousa e Candida da Silva e Sousa,<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> i5 dias, sepultada no<br />
dia i.<br />
Maria Fortunata, filha <strong>de</strong> Antonio <strong>de</strong> Jesus<br />
Correia e Maria <strong>de</strong> Jesus Correia, <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> 43 annos, sepultada no dia 1.<br />
Sophia, filha <strong>de</strong> João Antunes dos Reis<br />
e Anna Rita, <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> 2 annos, sepultada<br />
no dia 2.<br />
Maria da Luz, filha <strong>de</strong> Antonio Martins<br />
e Terêza Joaquina, <strong>de</strong> Semi<strong>de</strong>, <strong>de</strong> 83 annos,<br />
sepultnda no dia 3.<br />
Abilio Ribeiro, filho <strong>de</strong> José Daniel è Ma*<br />
ria do Nascimento, <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> 49 andos.<br />
sepultado no dia 4.<br />
Anselmo Mesquita, filho <strong>de</strong> Antonio<br />
Fernan<strong>de</strong>s Mesquita e Rita Pereira <strong>de</strong> Miranda,<br />
da Figueira da Foz, <strong>de</strong> 65 annos,<br />
sepultado no dia 5.<br />
Maria Braz, filha <strong>de</strong> Manuel Braz e An»<br />
na do Rozario, <strong>de</strong> Penacova, <strong>de</strong> 10 annos,<br />
sepultada no dia 7.<br />
Bernardo Antonio d'01iveira, filho dc<br />
Antonio d'01iveira e Maria do Carmo, d?<br />
<strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> 80 annos, sepultado no dia q.<br />
José Dias Carida<strong>de</strong>, filho <strong>de</strong> Antonio<br />
Dias Carida<strong>de</strong> e Maria do Rozario, <strong>de</strong> Con<strong>de</strong>ixa,<br />
<strong>de</strong> 88 annos, sepultado no dia 10.<br />
Maria d'Assumpção, filha <strong>de</strong> Joaquim<br />
Antunes Barreira è Maria Ritta <strong>de</strong> Jesus,<br />
<strong>de</strong> Semi<strong>de</strong>, <strong>de</strong> i3 annos, sepultada no dia<br />
i3.<br />
Daniel Duarte Areosa, filho <strong>de</strong> Manuel<br />
Duarte Areosa e Maria da Conceição Oliveira<br />
Areosa, <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> 69 annos, sepultado<br />
no dia 14.<br />
Antonio Pedro, filho <strong>de</strong> Maria Candida<br />
dos Santos, <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, dc 2 mezes, sepultado<br />
no dia 14.<br />
Ciran<strong>de</strong> parada cvclista em <strong>Coimbra</strong><br />
Pelo Sport Grupo Conimbricense<br />
vae ser promovida brevemente uma<br />
parada cyclista nesta cida<strong>de</strong>.<br />
A direcção <strong>de</strong>sta collectivida<strong>de</strong> já<br />
nomeou uma commissão para fazer<br />
a <strong>de</strong>vida propaganda.<br />
As listas da inscripção dos con<br />
correntes á parada, vão ser distri<br />
buidas em diílerentes estabelecimen<br />
tos <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> e <strong>de</strong>mais terras do<br />
paiz.<br />
CARTA DA FIGUEIRA<br />
Figueira da Fo\, 77.<br />
Vimos informar os leitores do<br />
Noticias <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, dum caso <strong>de</strong><br />
que temos <strong>de</strong> reclamar até on<strong>de</strong><br />
seja preciso.<br />
Ha mesmo á entrada da'cida<strong>de</strong><br />
uns armazéns <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira para a<br />
exploração do negocio <strong>de</strong> pescado,<br />
que muito virão prejudicar o estado<br />
sanitario da cida<strong>de</strong>, não só por algum<br />
peixe em mau estado que muitas<br />
vezes ali será <strong>de</strong>positado, mas<br />
pelo mau cheiro dos animaes que<br />
ali pren<strong>de</strong>m, quando o sol ali coin<br />
ci<strong>de</strong>. Quem o paga serão os visinhos<br />
e os transeuntes.<br />
Pedimos provi<strong>de</strong>ncias a quem<br />
competir.<br />
Temos a cida<strong>de</strong> quasi toda minada<br />
<strong>de</strong> canos e alguns proprietários<br />
não se aproveitam da canalisação.<br />
E' um perfeito abuso.<br />
—No largo Tenente Valadim ain<br />
da estacionam carroças e cliarrets.<br />
Não temos zeladores, c se os ha<br />
passam e não fazem o <strong>de</strong>vido serviço.<br />
No principio da rua das Lamas,<br />
pela manhã, está quasi impedido o<br />
transito dos peões, <strong>de</strong>vido á gran<strong>de</strong><br />
quantida<strong>de</strong> d'asininos que a-li se<br />
agglomeram, não havendo o respeito<br />
pelo codigo das posturas municipaes.<br />
A' illustre commissão municipal<br />
fazemos este pedido, porque temos<br />
inteira certeza <strong>de</strong> que o não sabe.<br />
— A junta <strong>de</strong> parochia, em sua<br />
sessão ordinaria, que effectuou no<br />
dia <strong>15</strong>, <strong>de</strong>liberou telegraphar no governo<br />
contra as gréves por inoportunas,<br />
embaraçando a marcha do<br />
governo.<br />
Louvamos esta <strong>de</strong>liberação porque<br />
a achamos muita acertada.<br />
— A's 10 horas da manhã <strong>de</strong>vem<br />
seguir para o Carvalhal, freguezia<br />
<strong>de</strong>ste concelho, os materiaes para<br />
<strong>de</strong>sinfecção, <strong>de</strong>vido á gran<strong>de</strong> epi<strong>de</strong>mia<br />
<strong>de</strong> variola que ali graça.<br />
A commissão municipal mandou<br />
também alugar naquelle logar uma<br />
casa para servir <strong>de</strong> hospital emquanto<br />
ali durar tão terrível doença,<br />
que se pô<strong>de</strong> alastrar até á cida<strong>de</strong>.<br />
E' digna <strong>de</strong> elogio a commissão.<br />
— A gréve da Companhia da Beira<br />
ficou lograda <strong>de</strong>vido aos grevistas<br />
não a terem annunciado ao governo.<br />
Ouvimos dizer que se repete,<br />
fazendo o pessoal da Beira já o seu<br />
aviso.<br />
O pessoal dos escriptorios em<br />
boa amisa<strong>de</strong> com o chefe da exploração,<br />
foi bem gratificado e augmeritado<br />
no fim do anno, vindo agora o<br />
<strong>de</strong>legado da Companhia dizer no<br />
relatorio que áquelles que andam<br />
ao sol e á chuva, a Companhia não<br />
lhes podia augmentar o or<strong>de</strong>nado<br />
<strong>de</strong>vido ás circumstancias dos seus<br />
fundos.<br />
Lembra-nos o Solar dos Barrigas,<br />
que tem dois regedores, um<br />
para fatiar e outro para as pancadas.<br />
..<br />
O molho é para os tocadores.<br />
—No proximo domingo <strong>de</strong>ve rea<br />
lisar se no sumptuoso Casino Peninsular<br />
um espectáculo em favor<br />
da familia do <strong>de</strong>sventurado Ribeiro<br />
Couto.<br />
O programma é attrahente e <strong>de</strong>lle<br />
faz parte uma banda <strong>de</strong> musica composta<br />
por perto <strong>de</strong> too executantes.<br />
Aconselhamos a que não <strong>de</strong>ixem<br />
<strong>de</strong> ir ali ouvir a magestosa banda,<br />
TRADUCÇAO<br />
DO<br />
ENGLISH READING BOOK<br />
POR<br />
(giamantino Diniz (gerreiía<br />
3®C<br />
:PIR,:EÇ!0 SOO R É I S<br />
m i I S I S IBlgg 1 1 1 3 8 ! n<br />
porque <strong>de</strong>certo tar<strong>de</strong> se farão ouvir<br />
Os Devaneios das Musas, com a<br />
correcção como já ouvimos nos ensaios.<br />
— O tempo continua bom e segue<br />
a sua marcha até ao dia 22. O frio<br />
pela manhã e á noite é bastante,<br />
comquanto o termometro está a 10.<br />
No coração do dia apparece nos um<br />
sol quente que é muito bom para<br />
os velhos e trigaes.<br />
O barometro fica a 775.<br />
— Hoje affluiu ao mercado bas<br />
tante sardinha, regulando o seu<br />
preço por 180 réis o cento.<br />
Correspon<strong>de</strong>nte.<br />
A' ULTIMA HORA<br />
DESCANSO SEMASIL<br />
A Associação Commercial <strong>de</strong>sta<br />
cida<strong>de</strong> acaba <strong>de</strong> enviar ao sr. Minis<br />
tro do Interior o seguinte telegram<br />
ma:<br />
Ex. m0 Ministro do Interior, Lisboa<br />
— A Associação Commercial <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong> felicita e agra<strong>de</strong>ce a v. ex. a<br />
a lei do <strong>de</strong>scanso <strong>de</strong> 24 horas seguidas,<br />
sem obrigação do encerramento<br />
que ao commercio da província<br />
muito prejudicava.<br />
Esta Associação espera ainda <strong>de</strong><br />
V. Ex. 4 a maxima consi<strong>de</strong>ração na<br />
regulamentação das horas do traba<br />
lho em atten<strong>de</strong>r a differença radical<br />
entre a vida e costumes das província<br />
e dos gran<strong>de</strong>s centros.<br />
O Presi<strong>de</strong>nte,<br />
Moura Marques.<br />
REPTO<br />
Tendo o sr. Rogério <strong>de</strong> Carvalho<br />
affirmado publicamente que entre<br />
mim e o sr. dr. Luiz Pereira da<br />
Costa houvera entendimentos políticos,<br />
venho por este meio convidado<br />
a que prove a veracida<strong>de</strong> das suas<br />
affirmações, sob pena <strong>de</strong> ficar tido<br />
como um <strong>de</strong>squalificado e calumniador.<br />
<strong>Coimbra</strong>, 17 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1911. j<br />
Adriano do Nascimento<br />
•<br />
QUINTA DA MALAPCSTA<br />
VEM)E-SE<br />
4 vinte minutos da estação<br />
do caminho <strong>de</strong> ferro da<br />
Pampilhosa, com 32 hectares<br />
<strong>de</strong> area, tem pinhaes, olivaes,<br />
horta e pomar, asa <strong>de</strong><br />
habitação e cocheira.<br />
Fôro, 4$800 réis.<br />
Quem preten<strong>de</strong>r, dirija-se<br />
a E. Pcny Vidal. Itua do Crucifixo,<br />
n.° 19, 2.°, Direito-<br />
Lisboa.<br />
Maria Delphina Ribeiro, Joaquim<br />
Ribeiro, Bernardo Ribeiro, Maria<br />
José Ribeiro, Anna Ribeiro e Abilio<br />
Ribeiro, agra<strong>de</strong>cem por esta forma,<br />
por lhe ser impossível faze-lo pessoalmente,<br />
a todas as pessoas que<br />
se interessaram pela doença <strong>de</strong> seu<br />
sempre chorado marido e pae, Abilio<br />
Ribeiro, bem como áquelles que<br />
o acompanharam á sua ultima morada.<br />
A todos o seu eterno reconhecimento.<br />
<strong>Coimbra</strong>, 17 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> igii.<br />
XAROPE FAMEL<br />
M TODAS AS PHARMACIAS 00 no DEPOSITO GERAL :<br />
<strong>15</strong>, RUA doa SAPATEIROS — LISBOA.<br />
FRANCO 01 PORTE COMPRANDO DOIS FRASCOS.<br />
Movimento associativo<br />
Associacào ile Soccorros Muliios Monte<br />
pio Conimbricense Martins <strong>de</strong><br />
Carvalho.<br />
2.° AVISO v<br />
Por or<strong>de</strong>m do ex. ra0 presi<strong>de</strong>nte da<br />
assembleia geral, são convidados os<br />
senhores associados a reunir no proximo<br />
domingo, 22 do corrente, pelas<br />
10 horas da manhã, na sé<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste<br />
Monte-pio.<br />
Or<strong>de</strong>m do dia: — Resolver sobre<br />
umas escusas enviadas por dois socios<br />
que foram eleitos para membros<br />
da direcção.<br />
<strong>Coimbra</strong>, 16 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1911.<br />
O secretario da assembleia geral,<br />
Gonçalo Maria <strong>de</strong> Sá.<br />
EXPEDIENTE<br />
Os preços das publicações feitas nesta<br />
folha são:<br />
Commnuicados 50 réis a linha.<br />
Reclames na V pagina 50 réis.<br />
Annuncios na 3. a e 4. a pagina 30 réis<br />
a primeira vez, e 20 réis as repetições.<br />
Os srs. assignantes téem 50 °/0 <strong>de</strong><br />
abatimento em todas as publicações.<br />
Annuncios permanentes contracto especial.<br />
Aos srs. annnnciantes pedimos a alta<br />
fineza <strong>de</strong> indicarem nos originaes o numero<br />
<strong>de</strong> publicações que <strong>de</strong>sejam.<br />
A ADMINISTRAÇÃO.<br />
As Gottai Concentradas da<br />
FERRO BR AVAIS<br />
são O remédio mais efficaz contra<br />
E,DEBILIDADE<br />
Cores Pallidas, etc.<br />
Em todas Pb" e Drog". Desconfiar dai Imitações j
, ARREMATAÇÃO<br />
annuncio)<br />
No dia 22 do corrente mez <strong>de</strong><br />
Janeiro pelas 11 horas da manhã,<br />
á porta do tribunal judicial<br />
<strong>de</strong>sta comarca e pelo processo<br />
<strong>de</strong> execução que Manuel Antonio,<br />
solteiro, proprietário, <strong>de</strong><br />
Bordallo, move contra Adriano<br />
Pama, casado, trabalhador, do<br />
logar da Povoa, freguezia <strong>de</strong><br />
São Martinho do Bispo, que<br />
corre seus termos pelo cartorio<br />
do escrivão do quinto officio,<br />
vae pela segunda vez á praça,<br />
por meta<strong>de</strong> do seu valor, e será<br />
entregue a quem maior lanço<br />
oíferecer a proprieda<strong>de</strong> seguinte:<br />
Uma morada <strong>de</strong> casas terreas,<br />
com cerrado e seu telheiro, curraes<br />
e nmis <strong>de</strong>pendências, sita na<br />
Senhora do Carmo, no logar da<br />
Povoa, freguezia <strong>de</strong> São Martinho<br />
do Bispo, avaliada em duzentos<br />
e cincoenta mil réis e vae<br />
á praça em cento e vinte c cinco<br />
mil réis.<br />
Pelo presente são citados<br />
quaesquer credores incertos.<br />
Verifiquei a exactidão.<br />
O juiz <strong>de</strong> direito,<br />
Oliveira Pires<br />
CARNAVAL<br />
Aviso aos srs. reven<strong>de</strong>dores<br />
para que não façam as suas<br />
compras sem verem o importante<br />
mostruário que recebeu o Pitta.<br />
Gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>posito <strong>de</strong> confetti e<br />
serpentinas.<br />
!!! Ninguém ven<strong>de</strong> mais barato!!!<br />
Remettem se catalogos a quem os<br />
pedir a<br />
Alberto Pitta - COIMBRA<br />
(Po<strong>de</strong> ser chamado provisoriamente<br />
pelo telephne n.° 266).<br />
"norwich m\m„<br />
Companhia Ingleza<br />
<strong>de</strong> Seguros contra fogo.<br />
Estabelecida em Portugal em 1824<br />
ESTA Companhia é a mais<br />
antiga <strong>de</strong> Portugal, e <strong>de</strong>vido<br />
á sua pontualida<strong>de</strong> e honra<strong>de</strong>z<br />
é uma das que mais seguros possue<br />
em Inglaterra e em Lisboa.<br />
AGENTES EM PORTUGAL:<br />
Jamea Rawes & C. a<br />
Rua dos Capellistas, 35<br />
Correspon<strong>de</strong>nte em <strong>Coimbra</strong> —<br />
Antonio Fernan<strong>de</strong>s & Filho — Rua<br />
do Corvo.<br />
ESCOLA NACIONAL<br />
DE<br />
AGRICULTURA<br />
VENDA DE MADEIRA DE SALGDEIRO<br />
Faz se publico que no dia 3 <strong>de</strong><br />
Fevereiro proximo, pelas 12 horas<br />
do dia, será arrematada em hasta<br />
publica na secretaria da Escola Nacional<br />
d'Agricultura, a ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong><br />
salgueiro pertencente á mesma Escola,<br />
e existente nos talhões abaixo<br />
mencionados:<br />
Talhão n.° 7, base <strong>de</strong> licitação,<br />
1 ia>5oo réis.<br />
Talhão n.° i3, base <strong>de</strong> licitação,<br />
19^000 réis.<br />
Talhão n.° 14, base <strong>de</strong> licitação,<br />
43®5oo réis.<br />
Talhão n.° 1 5, base <strong>de</strong> licitação,<br />
6®ooo réis.<br />
' O corte da ma<strong>de</strong>ira é feito por<br />
conta do arrematante sob a fiscalisação<br />
da Escola, e o praso para o<br />
corte até iS do referido mez <strong>de</strong> Fevereiro.<br />
A ma<strong>de</strong>ira po<strong>de</strong> ser examinada<br />
todos os dias úteis.<br />
Escola Nacional d'Agricultura, 16<br />
<strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1911.<br />
O Director,<br />
Antonio Pliilippe da Silva<br />
• A , i<br />
—-JLJ<br />
COMPANHIA UE SEGUROS<br />
BONANÇA<br />
SÉDE EM LISBOA<br />
Esta Companhia é uma das mais<br />
antigas e acreditadas do paiz, recommendando-se<br />
pela escrupulosa<br />
serieda<strong>de</strong> que presi<strong>de</strong> a todos os<br />
contractos. Toma seguros contra<br />
i o risco <strong>de</strong> fogo sobre prédios, mo-<br />
! bilias, estabelecimentos e também<br />
sobre riscos marítimos,<br />
j Correspon<strong>de</strong>nte em <strong>Coimbra</strong>, dr.<br />
José Araujo <strong>de</strong> Sousa Nazareth, ou,<br />
na sua ausência, João Men<strong>de</strong>s, que<br />
presta todos os esclarecimentos na<br />
rua Ferreira Borges, n.°* 20 a 26.<br />
C< >IMBRA<br />
EMPREGADO<br />
Individuo, casado, com o 5.° anno<br />
dos lyceus, offerece-se para escriptorio<br />
ou outra collocação <strong>de</strong>cente,<br />
dando fiador. Não faz questão <strong>de</strong><br />
or<strong>de</strong>nado.<br />
Para tratar nesta redaccão.<br />
COMPANHIA DE SEGUROS<br />
FIDELIDADE<br />
Fundada em 1835—Sé<strong>de</strong> em Lisboa<br />
Capital: 1.8M:000$000 — Fundo <strong>de</strong> reserva: 505:211$041<br />
Fundo <strong>de</strong> reserva <strong>de</strong> garantia, <strong>de</strong>positado na caixa geral <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos<br />
80:000^000<br />
Noticias <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> <strong>de</strong> II <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1911<br />
Total réis... S85;2H#041<br />
- In<strong>de</strong>mnisaçôes por prejuízos pagos até 31 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1009<br />
3 . 9 4 7 : 1 6 2 1 0 1 1<br />
Esta companhia a mais antiga e a mais po<strong>de</strong>rosa <strong>de</strong> Portugal,<br />
toma seguros contra o risco <strong>de</strong> fogo, sobre prédios, mobílias, estabelecimentos<br />
e riscos marítimos.<br />
® e ® ® 9<br />
Correspon<strong>de</strong>nte em <strong>Coimbra</strong>: Basilio Xavier d'Andra<strong>de</strong>, Snccessor<br />
Rua do Corpo <strong>de</strong> Deus, n.° 38.<br />
t7Tm?m?T?T??T?Tmm?m????T???????T??Tmm??<br />
9®<br />
cr»<br />
e»<br />
T3<br />
TAGUS<br />
©<br />
2> 1877—LISBOA 0<br />
• II • Ml I • ! IIIMIB—I•<br />
Sé<strong>de</strong> em Lisboa — Rua da Alfan<br />
<strong>de</strong>ga, 160-1. 0<br />
Effectua seguros terrestres sobre<br />
prédios, mobílias, estabelecimentos<br />
e fabricas.<br />
Correspon<strong>de</strong>nte em <strong>Coimbra</strong><br />
José Joaquim da Silva Pereira<br />
Praça do Commrcio,14, 1.°<br />
AGUA Di) BARREIRO<br />
( B E I R A A L T A )<br />
Estimula fortemente o appetíte;<br />
cura radicalmente a anemia e chlorose,<br />
as doenças do estomago facilitando<br />
ao mesmo tempo a digestão;<br />
purifica o sangue e, no período catamenial,<br />
é infallivel reguladora das<br />
funeções <strong>de</strong>licadas das senhoras.<br />
Deposito em <strong>Coimbra</strong>.<br />
Manuel Fernan<strong>de</strong>s dAzevedo k Comp. a<br />
Praça 8 <strong>de</strong> Maio e Praça da Republica<br />
MARÇANO<br />
Precisa se sem pratica, que tenha<br />
i3 a 14 annos.<br />
Nesta redacção se diz.<br />
EMPREGADO<br />
OfFerece se com alguma pratica<br />
commercial, para escriptorio ou co<br />
branca. Dá boas referencias e fiador.<br />
Para tratar: Tabacaria União —<br />
Sophia — <strong>Coimbra</strong>.<br />
PADARIA POPULAR<br />
(Antiga padaria do sr. Ignacio Miranda,<br />
12 — Largo da Freiria —13<br />
Manuel Rodrigues da Bella<br />
«& Irmão, proprietários <strong>de</strong>sta<br />
acreditada e antiga padaria,<br />
previnem o publico e os<br />
seus estimados freguezes<br />
que no intuito <strong>de</strong> liem os<br />
servir tem na referida padaria<br />
pão <strong>de</strong> boui fabrico e <strong>de</strong><br />
todas as especies, taes corno:<br />
Pão abiscoitado, bolacha.<br />
Pão d'agua, hespanhol, para<br />
todos os preços.<br />
Pão <strong>de</strong> SO e »« réis o kilo.<br />
Todo este pão é fabricado<br />
com agua filtrada.<br />
O estabelecimento po<strong>de</strong><br />
ser visitado por todas as pessoas<br />
que assim o <strong>de</strong>sejarem<br />
vendo mesmo o fabrico do<br />
pão.<br />
Pão quente, <strong>de</strong> manhã, das<br />
6 horas ao meio dia; e <strong>de</strong><br />
tar<strong>de</strong> das 8 em <strong>de</strong>anfe.<br />
COMPRA DE CASA<br />
Compra-se uma casa, que tenha<br />
quintal. Não se <strong>de</strong>seja muito gran<strong>de</strong>,<br />
mas em bom local.<br />
Carta fechada para esta redacção,<br />
com as iniciaes J. G.<br />
Empregado para escriptorio<br />
Admitte-se um com alguma pratica.<br />
Nesta redaccão se diz.<br />
TRIPA<br />
Deposito da casa Anjos e C. a<br />
Jofio Vieira da Silva Lima<br />
VENDE-SE<br />
Um piano horisontal, em muito<br />
bom estado <strong>de</strong> conservação, proprio<br />
para estudo.<br />
Para ver e tratar na rua da Mathematica,<br />
3i.<br />
to<br />
DE<br />
MAIA, SIMOES & C. A<br />
SUCCESSORES DE<br />
Manuel Marques dos Santos<br />
27, Rua da Mathematica, 29 A<br />
COIMBRA<br />
Os actuacs proprietários<br />
<strong>de</strong>sta accrcditada e antiga<br />
padaria, participam aos seus<br />
amigos e freguezes, e ao publico<br />
em geral, que uo intuito<br />
<strong>de</strong> bem servir uo fabrico<br />
do pão, com todos os preceitos<br />
da higiene, fizeram<br />
acquisição <strong>de</strong> um (Filtro<br />
Ilalier Prucelauod',%miaute,<br />
systema Pasteur) único systema<br />
qme ganhou o maior<br />
premio na Hxposição Franceza<br />
<strong>de</strong> l»OG, que filtra SãO<br />
litros <strong>de</strong> agua por dia.<br />
Frabicam pão <strong>de</strong> toda a<br />
qualida<strong>de</strong> e para todos os<br />
preços, segundo o regulamento<br />
dos Productos Agrícolas,<br />
sendo o fabrico feito<br />
com farinhas <strong>de</strong> a. a qualida<strong>de</strong>.<br />
Pão quente a toda a hora.<br />
Este estabelecimento cstã<br />
bem montado, e com todas<br />
as condições hygienicas exigidas<br />
pelo regulamento dos<br />
Productos Agrícolas.<br />
Po<strong>de</strong> ser visitado por<br />
qualquer pessoa e a qualquer<br />
hora.<br />
Quinta das sete fontes<br />
Ven<strong>de</strong>-se esta magnifica quinta<br />
que se compõe <strong>de</strong> casas nobres<br />
com bastantes acommodações e commodida<strong>de</strong>s,<br />
cocheira, selleiros, cavallariça,<br />
curraes, jardins, terras <strong>de</strong><br />
semeadura, pomares <strong>de</strong> espinho e<br />
caroço, tanques e muita abundancia<br />
<strong>de</strong> agua, situada proximo a Cellas,<br />
e a 5 minutos <strong>de</strong> caminho no electrico.<br />
Trata se com J. A. Gabriel e<br />
Mello, rua da Sophia, g3—<strong>Coimbra</strong>.<br />
TRESPASSE<br />
Em virtu<strong>de</strong> da dissolução da socieda<strong>de</strong><br />
d'alquilaria que nesta cida<strong>de</strong><br />
grava sob a firma Soares & Garcia,<br />
trespassa-se a antiga e acreditada<br />
alquilaria Soares, sita á Avenida Navarro,<br />
pelo seu proprietário Manuel<br />
José da Costa Soares Júnior, não<br />
po<strong>de</strong>r estar á testa do mesmo estabelecimento.<br />
Trata-se nesta cida<strong>de</strong>, com o proprietário<br />
ou com o solicitador Francisco<br />
Men<strong>de</strong>s Pimentel.<br />
QUINTA DAS FONTES<br />
NA<br />
MEALHADA<br />
Ven<strong>de</strong>-se esta quinta que comprehen<strong>de</strong><br />
cerca <strong>de</strong> 320:000 metros quadrados<br />
<strong>de</strong> terreno com gran<strong>de</strong> oli<br />
vai, pomar, terra <strong>de</strong> horta, pinhaes<br />
e casa gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> habitação e cocheira.<br />
Para informações, na Mealhada,<br />
Alvaro Rodrigues Breda.<br />
Em <strong>Coimbra</strong>, José Augusto Pereira<br />
<strong>de</strong> Vasconcellos, no cartoiio<br />
do dr. Vieira, rua da Sophia, 53.<br />
Aos agricultores<br />
£oâo fieira da (Silva féima<br />
Rua Paço do Con<strong>de</strong> — COIMBRA<br />
Enxofres e sulfato <strong>de</strong> cobre<br />
Chegaram os adubos chimicos<br />
compostos para todas as culturas,<br />
assim como os elementares, Nitrato<br />
<strong>de</strong> sodlo, Sulfato d ammonio,<br />
Chloreto <strong>de</strong> potássio,<br />
Sulfato <strong>de</strong> potássio,<br />
Phosphato Thomaz e outros.<br />
Armazém <strong>de</strong> azeite, farinhas, mer<br />
cearia e muitos outros generos, o<br />
aue tudo ven<strong>de</strong> a preços muito re<br />
duzidos.<br />
REFINAÇÃO DASSUCAR<br />
"Collegio Portugaez,,<br />
Praça da Republica<br />
(Aniigo Largo D. Lui{, n." 32)<br />
COIMBRA<br />
Recebem-se, a partir <strong>de</strong> i <strong>de</strong> Janeiro<br />
<strong>de</strong> 1911, educandas internas,<br />
semi internas e externas.<br />
TERRENOS<br />
Ven<strong>de</strong>m-se em muito bom local e<br />
com lindas vistas, alguns lotes <strong>de</strong><br />
terreno com 10 metros <strong>de</strong> frente no<br />
bairro <strong>de</strong> Cellas, proximo á entrada<br />
<strong>de</strong> Santo Antonio dos Oiivaes. Não<br />
tem escavações a fazer e são servidos<br />
pela linha electrica.<br />
Para tratar com Antonio Nunes<br />
Correia, Praça 8 <strong>de</strong> Maio, 33 a 37.<br />
VENOEM-SE<br />
Ven<strong>de</strong>m se as portas interiores <strong>de</strong><br />
5 janellas <strong>de</strong> sacadas, novas, <strong>de</strong> pinho-<br />
Preço muito resumido. Tratase<br />
na rua <strong>de</strong> S. Pedro, n.° 4.<br />
ARMAZÉM<br />
Arrenda-se um gran<strong>de</strong> armazém<br />
nos baixos do Collegio Mon<strong>de</strong>go, no<br />
Pateo da Inquisição.<br />
Me<strong>de</strong> 3bo metros quadrados.<br />
Para tratar: Diamantino Diniz Ferreira.<br />
CASA<br />
Arrenda-se uma casa, nova, com<br />
um andar, aguas furtadas e quintal,<br />
em Montes Claros.<br />
Tem 10 divisões e uma varanda<br />
para o quintal.<br />
Trata-se com José Ribeiro, na<br />
mesma casa.<br />
José Antnnes (filho)<br />
Professor da orquestra do extincto<br />
Real Theatro <strong>de</strong> S. João d'Opera<br />
Lyrica, do Porto, sócio e musico<br />
da Associação <strong>de</strong> Lisboa dos Músicos<br />
Portugueses e professor <strong>de</strong> musica<br />
no Collegio Ursulino, lecciona<br />
sulfejo, rudimentos, bandolim, banjolim,<br />
violão, violino, (rabeca), banjo,<br />
piano, violoncello, contra-basso, etc.<br />
Toma parte em tudo que diga<br />
respeito á musica. Gran<strong>de</strong> archivo<br />
<strong>de</strong> sexteto e orquestra. Compram-se<br />
pianos.<br />
Dourador e prateador.<br />
Galvanisação pelos mais<br />
mo<strong>de</strong>rnos processos.<br />
Rua da Manutenção militar, n. oí<br />
9 e 11 — <strong>Coimbra</strong>.<br />
LEI DO INQUILINATO<br />
Joaquim Aibino Gabriel e Mello,<br />
antigo solicitador encartado, encarrega-se<br />
da administração <strong>de</strong> prédios,<br />
fazendo arrendamentos, recebendo<br />
rendas e dar mensalmente para as<br />
repartições <strong>de</strong> fazenda as respectivas<br />
relações para evitar multas aos<br />
senhorios, segundo a nova lei do<br />
inquilinato.<br />
A sua longa pratica <strong>de</strong> solicitador<br />
e <strong>de</strong> serviços fazendarios, são prova<br />
da sua competência. Agencia muito<br />
resumida.<br />
Escriptorio, rua da Sophia, 93,<br />
i.°, <strong>Coimbra</strong>.<br />
CASA<br />
Ven<strong>de</strong>-se uma em Santo Antonio<br />
dos Oiivaes, com agua canalisada.<br />
Passagem d'electricos á porta.<br />
Nesta redacção se diz.<br />
V E N D E - S E<br />
Trez potes <strong>de</strong> lata para azeite, <strong>de</strong><br />
diversos tamanhos, comportando o<br />
maior 1:200 litros.<br />
Um fogão <strong>de</strong> ferro, para sala;<br />
uma balança <strong>de</strong> braços, em bom estado,<br />
po<strong>de</strong>ndo pezar 200 kilos.<br />
Uma mobilia <strong>de</strong> sala, <strong>de</strong> mogno,<br />
em bom uso.<br />
Uma escrivaninha <strong>de</strong> nogueira.<br />
Um piano horisontal, em muito<br />
bom estado, proprio para estudo.<br />
Para ver e tratar na rua da Mathematica,<br />
n.° 3i.
ANNO<br />
noticias<br />
IV SABBADO,<br />
<strong>de</strong><br />
21 DE JANEIRO DE<br />
<strong>Coimbra</strong><br />
1911 NUMERO 348<br />
Pnblica-se ás quartas feiras e sabbados P O L U A IlsriDEFElsrnDElSrTE Teleplione n.° 351<br />
PREÇO DA ASSIGNATURA<br />
Anno, 2#>8OO ; Semestre, i #400; Trimestre, 700.<br />
COM ESTAMPII.HA : — Anno, 3iS>o6o; Semestre, i#>53o;<br />
Trimestre, 765. COLONIAS PORTUGUEZAS :—Anno, 3#o6o<br />
réis. BRAZII., 3#530 réis.<br />
HAJA MUITA PRUDÊNCIA<br />
Estamos atravessando um regimen<br />
transitorio para que é preciso<br />
trabalhar muito e bem.<br />
Carece o paiz do concurso <strong>de</strong><br />
todas as boas vonta<strong>de</strong>s para levar<br />
por <strong>de</strong>ante a sua obra <strong>de</strong><br />
regeneração. Nada <strong>de</strong> crear attri-<br />
Ctos nem difficulda<strong>de</strong>s. Nada <strong>de</strong><br />
preparar mal a opinião duns contra<br />
os outros <strong>de</strong>ntro da gran<strong>de</strong> e<br />
generosa família portugueza.<br />
Ainda ha pouco reproduzimos<br />
um brilhante artigo da Lucta,<br />
em, que se aíflrmava que a Republica<br />
precisa do apoio <strong>de</strong> todos<br />
os portuguezes que, com as<br />
melhores intenções, se alistam no<br />
partido <strong>de</strong>mocrático.<br />
E assim é.<br />
Ha muita gente que foi sempre<br />
monarchica e outra indifferente<br />
aos manejos da politica.<br />
Reconheciam que a governação<br />
publica corria <strong>de</strong> mal a peor e<br />
que o credito do paiz andava<br />
profundamente abalado no estrangeiro.<br />
Anceavam, como bons patriotas,<br />
que uma gran<strong>de</strong> transformação<br />
se operasse nos nossos costumes<br />
políticos para levar a Patria<br />
a melhores dias. Queriam<br />
ver Portugal voltar aos seus áureos<br />
tempos <strong>de</strong> paz e felicida<strong>de</strong>,<br />
embora lhes perturbasse um pouco<br />
o espirito o receio da transição<br />
do regimen.<br />
Essa transformação operou-se<br />
no dia 5 <strong>de</strong> Outubro e, felizmente,<br />
sem essas gran<strong>de</strong>s ondas<br />
<strong>de</strong> sangue que muitos receavam.<br />
Implantado o novo regimen, o<br />
paiz recebeu-o sem <strong>de</strong>sgosto, antes<br />
pelo contrario com o applauso<br />
que téem sempre as i<strong>de</strong>ias<br />
novas e esperançosas.<br />
Muitos dos a<strong>de</strong>ptos da monarchia<br />
e dos taes indifferentes foram<br />
os primeiros a acceitar sem<br />
reluctancia e até com agrado a<br />
gran<strong>de</strong> mudança politica com a<br />
esperança <strong>de</strong> ver a sua patria<br />
entrar em melhores dias <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong><br />
pela paz, pela or<strong>de</strong>m, pela<br />
liberda<strong>de</strong>, pela justiça e pela boa<br />
administração publica<br />
Erradamente, porém, pensam<br />
alguns que esses monarchicos <strong>de</strong><br />
hontem, embora bons patriotas<br />
e sinceramente <strong>de</strong>dicados á nova<br />
causa, <strong>de</strong>vem ser hostilisados<br />
num accentuado movimento <strong>de</strong><br />
repulsão<br />
Não é assim que se captivam<br />
a<strong>de</strong>ptos nem se ganham sympathias.<br />
Ao proprio governo não<br />
agrada esta orientação <strong>de</strong>sacer-<br />
Quintanistas <strong>de</strong> direito<br />
Os quintanistas <strong>de</strong> direito <strong>de</strong>sistiram<br />
<strong>de</strong> levar a effeito a recita <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>spedida, por faltarem em Coim<br />
bra alguns académicos que <strong>de</strong>viam<br />
entrar no espectáculo.<br />
Talvez realisem uma excursão á<br />
Batalha.<br />
O sr. Antonio da Fonseca e Costa<br />
Júnior, atirador classificado da carreira<br />
<strong>de</strong> tiro <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, actual-<br />
3C-<br />
Director e Administrador — JOÃO RIBEIRO ARROBAS O O O O O<br />
O O O O O O Proprietários — João Ribeiro Arrobas e João Henriques<br />
•<br />
tada que alguns acceitam e seguem<br />
como boa.<br />
Num regimen <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> e<br />
<strong>de</strong> justiça não faz bom sentido<br />
envolver o paiz em discórdias<br />
para não termos <strong>de</strong> supportar<br />
uma lucta civil, que seria o peor<br />
<strong>de</strong> todos os males.<br />
Comprehen<strong>de</strong>-se que haja excepção<br />
para os que, pelos seus<br />
actos e pela propaganda das suas<br />
afirmações publicas se mostram<br />
contrários ao novo regimen. Sejam<br />
estes afastados dos que sentem<br />
verda<strong>de</strong>iro amor pela causa<br />
republicana; mas envolver tudo<br />
e todos no mesmo numero para<br />
consi<strong>de</strong>ra-los inimigos irreconciliáveis<br />
das novas instituições, é<br />
um erro in<strong>de</strong>sculpável que pô<strong>de</strong><br />
originar consequências terríveis.<br />
Ha tempo um pequeno grupo<br />
<strong>de</strong> indivíduos entrou na egreja<br />
do Loreto, em Lisboa, e praticou<br />
ali um <strong>de</strong>sacato <strong>de</strong> tal or<strong>de</strong>m que<br />
mereceu a justa reprovação <strong>de</strong><br />
toda a gente sensata. Como essa<br />
egreja pertence aos italianos, foi<br />
pedida a intervenção do respectivo<br />
ministro, que ali compareceu<br />
com o sr. ministro da justiça.<br />
Apreciados os factos e trocadas<br />
as explicações <strong>de</strong>vidas, julgou-se<br />
o caso resolvido, sem outras<br />
consequências; mas não<br />
aconteceu assim. A noticia <strong>de</strong>ssa<br />
lamentavel occorrencia saiu as<br />
fronteiras <strong>de</strong> Portugal e correu<br />
mundo, augmentada, como sempre,<br />
por excessos <strong>de</strong> reportagem.<br />
O governo italiano or<strong>de</strong>nou<br />
agora a vinda do couraçado Roma<br />
para proteger os seus súbditos<br />
em Portugal.<br />
Deu-se importancia <strong>de</strong> mais<br />
ao facto e a tal ponto que aquelle<br />
governo tomou aquella resolução,<br />
que se evitaria se tudo e<br />
todos se mantivessem em boa<br />
paz e boa or<strong>de</strong>m sem crear attrictos<br />
<strong>de</strong> especie alguma ao governo<br />
da Republica.<br />
Por parte da imprensa republicana<br />
tem-se abordado ultimamente<br />
este assumpto. Vae-se<br />
assim modificando a opinião<br />
publica, no que se presta um<br />
gran<strong>de</strong> serviço ao novo regimen<br />
e ao bem estar do paiz.<br />
Filhos todos da patria portugueza,<br />
vivamos todos em boa<br />
paz e tranquilamente, sem resentimentos<br />
nem agravos duns para<br />
os outros.<br />
E' isto que o bom senso aconselha. <br />
mente soldado em infantaria 23, vae<br />
ter baixa do serviço activo do exercito<br />
logo que complete 100 dias <strong>de</strong><br />
alistamento, por se encontrar ao<br />
abrigo das faculda<strong>de</strong>s que a lei confere<br />
aos atiradores civis classificados.<br />
Notas falsas<br />
Dizem que andam por ahi notas<br />
falsas <strong>de</strong> 203&000 réis.<br />
Cuidado com ellas.<br />
REDACÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E TYPOGRAPHIA — Pateo da Inquisição, n.° 27.<br />
Composto e impresso na typ. do NOTICIAS DE COIMBRA<br />
DR. FERNANDES COSTA<br />
A SUA DESPEDIDA<br />
Chegou na quarta feira á noite a<br />
esta cida<strong>de</strong> o sr. dr. Fernan<strong>de</strong>s<br />
Costa, que foi esperado na estação<br />
do caminho <strong>de</strong> ferro por gran<strong>de</strong> numero<br />
<strong>de</strong> amigos e admiradores que<br />
lhe fizeram uma recepção muito af<br />
fectuosa.<br />
No tribunal<br />
O sr. dr. Fernan<strong>de</strong>s Costa foi<br />
hontem ao tribunal para a <strong>de</strong>feza<br />
duma causa commercial e aprovei<br />
tou este ensejo para fazer as suas<br />
<strong>de</strong>spedidas <strong>de</strong>ste tribunal, on<strong>de</strong> s.<br />
ex. a fez a sua estieia e do qual leva<br />
as mais gratas recordações.<br />
Tendo <strong>de</strong> se ausentar do reino<br />
não se esquecerá nunca nem dos<br />
funccionarios do tribunal <strong>de</strong>sta comarca,<br />
a quem presta a sua homenagem<br />
<strong>de</strong> reconhecimento, nem <strong>de</strong>sta<br />
terra muito sua, pois aqui viveu largos<br />
annos e aqui conta muitas relações<br />
pessoaes.<br />
O meritissimo juiz do tribunal e<br />
os advogados srs. drs. José Alberto<br />
dos Reis e Antonio Garrido referiram<br />
se ao sr. dr. Ferna<strong>de</strong>s Costa,<br />
elogiando-o pelo seu talento e caracter.<br />
A sessão solemne<br />
Foi brilhantíssima a sessão solemne<br />
promovida pela direcção do<br />
Centro dr. Fernan<strong>de</strong>s Costa em<br />
honra do seu illustre patrono, que<br />
por algum tempo se vae afastar do<br />
seu paiz tão querido para exercer a<br />
alta e espinhosa missão <strong>de</strong> cônsul<br />
geral <strong>de</strong> Portugal no Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
A vasta sala <strong>de</strong>ste Centro estava<br />
completamente cheia, vendo-se representadas<br />
todas as classes sociaes<br />
por quem o vulto eminente do sr.<br />
dr. Fernan<strong>de</strong>s Costa é tão querido.<br />
Presidiu a esta festa o sr. dr.<br />
Cerqueira <strong>Coimbra</strong>, illustre chefe<br />
<strong>de</strong>ste districto, secretariado pelos<br />
srs. Francisco Villaça da Fonseca e<br />
Francisco Antonio dos Santos, membro<br />
do centro.<br />
O sr. dr. Cerqueira <strong>Coimbra</strong> <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> ter agra<strong>de</strong>cido o ser escolhido<br />
para presidir a esta festa em<br />
honra dum dos seus maiores amigos,<br />
abriu a sessão, discursando os<br />
srs. dr. Antonio Leitão, dr. Eduardo<br />
Vieira, Gualberto Mello,'dr. Angelo<br />
da Fonseca, dr. Luiz Rosette e<br />
Marques Gue<strong>de</strong>s, que tiveram para<br />
o sr. dr. Fernan<strong>de</strong>s Costa palavras<br />
as mais elogiosas, pondo em relevo<br />
as suas brilhantes qualida<strong>de</strong>s, o seu<br />
amor pela Republica, por que tanto<br />
se tem sacrificado, e quanto estre<br />
mece <strong>Coimbra</strong>, que consi<strong>de</strong>ra como<br />
sua terra natal.<br />
Alguns oradores foram entusiasticamente<br />
acclamados e os seus<br />
discursos foram por vezes interrompidos<br />
com palmas e successivos vivas.<br />
Depois <strong>de</strong> tantas palavras amigas<br />
e justas referencias dirigidas ,ao sr.<br />
dr. Fernan<strong>de</strong>s Costa, disse s. ex. a<br />
que, no intuito <strong>de</strong> bem servir o seu<br />
paiz, o vae abandonar, assim como<br />
sua familia e os seus amigos, que<br />
tanto o estremecem, mas que fiquem<br />
certos que lá fóra saberá levantar a<br />
patria portugueza, e fazer <strong>de</strong>sapparecer<br />
a má impressão que a maior<br />
parte dos nossos compatriotas possue<br />
ainda, <strong>de</strong> que as actuaes instituições<br />
são <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m e immoralida<strong>de</strong>.<br />
Elie ali está para agra<strong>de</strong>cer<br />
a gran<strong>de</strong> prova <strong>de</strong> sympathia e amiza<strong>de</strong><br />
que o povo <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> lhe<br />
está prestando.<br />
A apresentação do sr. dr. Fernan<strong>de</strong>s<br />
Costa provocou em toda a numerosa<br />
assistência a mais ruidosa e<br />
vibrante manifestação.<br />
Agra<strong>de</strong>ceu muito Commovido a<br />
sincera homenagem que o povo <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong> lhe estava prestando, a<br />
quem é tão grato e está ligado pelos<br />
mais affectuosos laços.<br />
Cada conimbricense, disse s. ex. 4 ,<br />
tem em mim um verda<strong>de</strong>iro amigo,<br />
e <strong>de</strong>ntro ou fora do meu paiz po<strong>de</strong>rá<br />
contar com o seu auxilio, em<br />
bora insignificante.<br />
Estima muito <strong>Coimbra</strong>, pois foi<br />
aqui que apren<strong>de</strong>u a ser homem,<br />
on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolveu a sua intelligencia,<br />
e foi com os republicanos <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong> que apren<strong>de</strong>u a ser soldado<br />
da Republica e a ter por ella o<br />
amor que hoje está entranhado no<br />
seu espirito.<br />
De todos se <strong>de</strong>spedia muito reconhecido,<br />
com um saudoso e frater<br />
nal abraço, porque sempre nesta<br />
terra recebeu provas <strong>de</strong> estima, con<br />
si<strong>de</strong>ração e pura amisa<strong>de</strong> que sem<br />
pre o acompanharão.<br />
As palavras do sr. dr. Fernan<strong>de</strong>s<br />
Costa foram coroadas com vibrantes<br />
salvas <strong>de</strong> palmas e freneticos<br />
vivas á Patria, ao Governo Provisorio,<br />
á Republica, etc., terminando<br />
assim a <strong>de</strong>spedida aftectuosa do sr.<br />
dr. Fernan<strong>de</strong>s Costa, á qual nos associamos<br />
também<br />
O orpheon feminino do Collegio<br />
Mon<strong>de</strong>go, que abriu esta simpathica<br />
festa, foi muito applaudido <strong>de</strong>vido á<br />
correcção como as creanças executaram<br />
alguns números, entre elles a<br />
Sementeira, que foi ouvida com<br />
gran<strong>de</strong> empenho por não ser ainda<br />
ouvida nesta cida<strong>de</strong>.<br />
As nossas felicitações ao regente<br />
e ensaiador, o académico sr. Me<strong>de</strong>iros<br />
Franco, assim como ao nosso<br />
amigo sr. Diamantino Diniz Ferreira,<br />
que com todos os seus alumnos se<br />
associou também á sessão <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<br />
pedida dum dos gran<strong>de</strong>s amigos <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong>.<br />
A' sessão, entre outros, assistiram<br />
os srs. coronel Rego Chagas, major<br />
Ban<strong>de</strong>ira, capitão Brito d°AImeida e<br />
tenente Costa Cabral.<br />
Os srs. João Correia Ayres <strong>de</strong><br />
'-Campos e dr. Sidonio Paes, que não<br />
pu<strong>de</strong>ram assistir á sessão solemne,<br />
aquelle por motivo <strong>de</strong> doença, enviaram<br />
cartas ao sr. presi<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>clarando<br />
associarem-se sinceramente<br />
á homenagem em honra do sr.<br />
dr. Fernan<strong>de</strong>s Costa.<br />
*<br />
O sr. dr. Ferna<strong>de</strong>s Co$
Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Defeza e<br />
Propaganda <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
Sessão ordinaria, em 16 <strong>de</strong> Janeiro.<br />
Presentes : dr. Carlos d'Oliveira,<br />
dr. Rodrigo Araujo, Pedro Fian<strong>de</strong>ira,<br />
José Antonio dos Santos e Albino<br />
Caetano da Silva.<br />
Lida e approvada a acta antece<br />
<strong>de</strong>nte.<br />
— Leitura do expediente: Convite<br />
da Socieda<strong>de</strong> Thomson Houston<br />
Ibérica para assistir á inauguração<br />
da tração electrica em <strong>Coimbra</strong>.<br />
Resolveu-se agra<strong>de</strong>cer e dizer que,<br />
pela ausência <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> nessa<br />
occasião do presi<strong>de</strong>nte e vice presi<br />
<strong>de</strong>nte, não pou<strong>de</strong> a socieda<strong>de</strong> fazerse<br />
representar como era seu <strong>de</strong>sejo.<br />
— Officios da Associação <strong>de</strong> Soccorros<br />
Mutuos Monte Pio Conimbricense<br />
M irtins <strong>de</strong> Carvalho, da Associação<br />
<strong>de</strong> Soccorros Mutuos dos<br />
Artistas <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, da Camara<br />
Municipal <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, do <strong>Coimbra</strong><br />
Centro, da Cooperativa <strong>de</strong> Pão «A<br />
Conimbricense», da Junta <strong>de</strong> Paro<br />
chia da Sé Cathedral, do Grémio<br />
Littcrario e Recreativo, da Junta <strong>de</strong><br />
Parochia da Sé Velha, d i Associação<br />
Commercial, do Atheiuu Commercial,<br />
da Associação <strong>de</strong> Classe<br />
dos Officiaes <strong>de</strong> Barbeiro e Cabel<br />
leireiro, da Fe<strong>de</strong>ração das Associações<br />
Operarias, da Associação <strong>de</strong><br />
Classe dos Carpinteiros Civis e da<br />
Junta <strong>de</strong> Parochia <strong>de</strong> S. Bartholo<br />
meu dando parte da nomeação dos<br />
<strong>de</strong>legados que representarão essas<br />
colectivida<strong>de</strong>s na reunião que a Socida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Defeza e Propaganda <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong> tenciona realisar para as<br />
ouvir sobre os interesses <strong>de</strong> Coim<br />
bra.<br />
Faltando ainda receber resposta a<br />
24 dos officios enviados a outras<br />
associações, no mesmo sentido, <strong>de</strong><br />
liberou-se solicitar <strong>de</strong> novo resposta<br />
<strong>de</strong>ssas entida<strong>de</strong>s.<br />
— Pelo sr. Albino Caetano da<br />
Silva foi dito que estava já em preparação<br />
o n.° 6 da <strong>Coimbra</strong> Pittoresca,<br />
o qual po<strong>de</strong>ria ser publicado<br />
muito brevemente.<br />
— Pelo thesoureiro foi apresentado<br />
o balancete relativo ao semestre<br />
findo em 3i <strong>de</strong> Dezembro, o qual<br />
accusa um saldo em caixa <strong>de</strong> réis<br />
53&68o.<br />
— Pelo vice-presi<strong>de</strong>nte foi communicado<br />
que elle e o sr. Antonio<br />
Augusto Gonçalves como presi<strong>de</strong>nte<br />
da socieda<strong>de</strong>, dr. Fernan<strong>de</strong>s Costa,<br />
se tinham avistado com os ex. m< "<br />
ministros da Justiça, Interior, Fomento<br />
e Estrangeiros, aos quaes entregaram<br />
a representação assignada<br />
pela direcção da Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Defeza<br />
e Propaganda <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, Secção<br />
<strong>de</strong> Archeologia do Instituto e<br />
Escola Livre das Artes <strong>de</strong> Desenho,<br />
em que se pedia ao governo que fossem<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> )á confiados á guarda da<br />
Secção <strong>de</strong> Archeologia do Instituto<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> os objectos <strong>de</strong> arte que<br />
se encontram dispensos pelos extin<br />
ctos conventos <strong>de</strong>sta região, emquanto<br />
não houvesse installação<br />
apropriada para a creação <strong>de</strong> um<br />
museu em <strong>Coimbra</strong>.<br />
Que os ex. m "' ministros a quem<br />
se dirigiram tinham manifestado opinião<br />
inteiramente favoravel á repre<br />
sentação, promettendo tratar immediatamente<br />
do assumpto em conselho<br />
<strong>de</strong> ministros, on<strong>de</strong> apoiariam o<br />
pedido feito na representação.<br />
Que com o ex. in0 ministro da Justiça<br />
tinha já ficado assente quaes os<br />
membros que constituiriam uma commissão<br />
encarregada <strong>de</strong> escolher os<br />
objectos que merecem figurar no<br />
futuro museu.<br />
Nada mais havendo a tratar foi<br />
encerrada a sessão.<br />
A representação enviada ao Governo,<br />
é a seguinte:<br />
Ao governo da Republica.<br />
1<br />
Ex. mo Sr.<br />
Na tarefa immensa da reorganisação<br />
da socieda<strong>de</strong> portugueza, que<br />
o governo da Republica se impõe,<br />
figura a restauração da Arte, que<br />
na civilisação actual, na evolução<br />
mental e na vida economica dos<br />
povos cultos <strong>de</strong>sempenha uma funcção<br />
prepon<strong>de</strong>rante.<br />
Em Portugal o abandono <strong>de</strong>ste<br />
complexo e difficil problema, sempre<br />
<strong>de</strong>scurado e incomprehendido,<br />
produziu as nefastas consequências<br />
que, sob multiformes aspectos, tem<br />
Causado e aggravado a nossa <strong>de</strong>pressão<br />
e a nossa ruina.<br />
isto é um logar commum, repeti-<br />
do milhares <strong>de</strong> vezes, mas que, nem<br />
assim, conseguiu impressionar as<br />
capacida<strong>de</strong>s dirigentes do velho regimen<br />
duma maneira efficaz.<br />
O esforço governativo para a educação<br />
do critério publico em matéria<br />
<strong>de</strong> arte foi <strong>de</strong> facto nullo, porque<br />
até o pouco, que apparece nos<br />
programmas officiaes das escolas, é<br />
simples e anodyna mystificação.<br />
A verda<strong>de</strong> é que falta tudo. E<br />
faltam principalmente escolas bem<br />
organisadas, museus e incentivos á<br />
estimação dos monumentos <strong>de</strong> arte,<br />
on<strong>de</strong> todas as classes sociaes encon<br />
trem, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a eda<strong>de</strong> infantil, noções<br />
intuitivas, que a lição das bellas cousas<br />
<strong>de</strong>sperta, para a purificação do<br />
sentimento e elementos e suggestões<br />
úteis para a vitalida<strong>de</strong> da producção<br />
manufactora.<br />
A creação, pois, <strong>de</strong> museus regionaes<br />
ou provinciaes não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar<br />
<strong>de</strong> ter cabimento, como um dos<br />
mais instantes e fecundos factores<br />
<strong>de</strong> progresso e aperfeiçoamento moral,<br />
no plano da educação geral e<br />
da regeneração e valorisação do trabalho<br />
na vida portugueza.<br />
Em <strong>Coimbra</strong> existe, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muitos<br />
annos, -— O Museu cie antiguida<strong>de</strong>s<br />
do Instituto, que -— não obstante<br />
parecer ignorado — é um núcleo<br />
importante Dara futuros <strong>de</strong>senvolvimentos;<br />
é um testemunho energico<br />
e eloquente <strong>de</strong> quanto po<strong>de</strong> a tena<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sinteressada e a convicção<br />
duma boa obra, embora <strong>de</strong>sajudada<br />
dos favores officiaes, talvez mesmo<br />
muitas vezes hostilisada pelos <strong>de</strong>speitos<br />
da burocracia formalista.<br />
Seria uma injustiça e um erro,<br />
que o governo da Republica engeitasse<br />
esse fructo do trabalho e <strong>de</strong>dicação<br />
<strong>de</strong> alguns poucos a<strong>de</strong>ptos,<br />
que pacientemente e sem alar<strong>de</strong>s,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> longe, accumularam esse mo<strong>de</strong>sto<br />
pecúlio <strong>de</strong> cousas valiosas e<br />
instructivas.<br />
O que é preciso, porém, é que<br />
esses museus a crear sejam installados<br />
em alojamentos apropriados e<br />
condignos.<br />
Ora esta difficulda<strong>de</strong>, em Coim<br />
bra, afigura-se que po<strong>de</strong>rá ser satisfactoriamente<br />
resolvida pelo apro<br />
veitamento <strong>de</strong> algum estabelecimento,<br />
que porventura o governo tenha<br />
em mente supprimir, ou pela modificação<br />
judiciosa do projecto <strong>de</strong> algum<br />
edifício em construcção.<br />
Nesta or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, seja-nos<br />
licito formular o nosso pedido, cujo<br />
alcance submettemos á illustrada pon<strong>de</strong>ração<br />
<strong>de</strong> v. ex. a , e que <strong>de</strong>certo<br />
não po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> merecer rápido<br />
<strong>de</strong>ferimento, como <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong><br />
interesse social e <strong>de</strong> melhoramento<br />
inadiavel para a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
Nas casas occupadas pelas associações<br />
religiosas, ultimamente expulsas,<br />
ha objectos d'arte, que aqui<br />
<strong>de</strong>vem permanecer e que seria uma<br />
<strong>de</strong>fraudação e uma iniquida<strong>de</strong>, offensiva<br />
dos direitos e brios da cida<strong>de</strong>,<br />
se fossem augmentar as collecções<br />
doutras localida<strong>de</strong>s.<br />
Pedimos, portanto, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já,<br />
a titulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>posito provisorio, sob<br />
as vistas e amparo do Govecno, sejam<br />
confiados á guarda e vigilância<br />
da Secção <strong>de</strong> Archeologia do Instituto<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, a cuja provada so<br />
licitu<strong>de</strong> está entregue o Museu <strong>de</strong><br />
Antiguida<strong>de</strong>s, — publico, como <strong>de</strong>poimentos<br />
das phases históricas da<br />
nossa arte nacional.<br />
E justificamos a urgência <strong>de</strong>sta<br />
<strong>de</strong>liberação, sendo certo que. taes<br />
como se acham, esses objectos, mal<br />
guardados, sem fiscalisação permanente,<br />
e em péssimas condições <strong>de</strong><br />
conservação; sujeitos a infinitas e<br />
inevitáveis contingências e <strong>de</strong>sastres,<br />
facilmente serão <strong>de</strong>teriorados nas<br />
condições <strong>de</strong> accumulação e <strong>de</strong>samparo<br />
em que se encontram.<br />
Tal é, sr. Ministro, rapidamente<br />
exposto, o pedido, que em nome e<br />
no interesse <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> confiadamente<br />
dirigimos a V. Ex. a ; e que,<br />
estamos certos, será acolhido com<br />
complacência benevolente pelo Governo<br />
da Republica.<br />
Porque confiamos na justiça que<br />
nos assiste e na sympathia qu
LIVROS E REVISTAS<br />
Peregrinações, por Sousa Ban<strong>de</strong>ira,<br />
da Aca<strong>de</strong>mia Brazileira, edição<br />
da Livraria Chardron.<strong>de</strong> Lello<br />
& Irmão, rua dos Carmelitas,<br />
Porto.<br />
Lello & Irmão, afamados editores portuenses<br />
que, diga-se <strong>de</strong> passagem por constituir<br />
justiça e verda<strong>de</strong>, são os que mais<br />
honram o meio litterario portuguez apresentando<br />
obras do mais fino quilate, entregaram-se<br />
á louvável tarefa <strong>de</strong> nos favorecerem<br />
com a leitura das mais acclamadas<br />
producções br-azileiras.<br />
Hoje vamos referenciar um livro admiravel,<br />
pela forma litteraria e pela i<strong>de</strong>ia<br />
scintillante, — reunião das mais privilegiadas<br />
composições do emerito escriptor sr.<br />
Sousa Ban<strong>de</strong>ira, membro eminente da Aca<strong>de</strong>mia<br />
do seu paiz.<br />
Peregrinações se intitula a distinguida<br />
producção inteilectual e nella encontramos,<br />
<strong>de</strong>scriptas por um pincel <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iro<br />
e completo artista, passagens dum<br />
colorido exquesito, novas para a nossa<br />
apreciação.<br />
São paginas escriptas com toda a singeleza<br />
e tranquillida<strong>de</strong> ao passar por os logares<br />
que visitou e que a sua rotina abrangeu<br />
e impressionou; mas por serem assim<br />
elaboradas nem por isso <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ter um<br />
fino sabor litterario e por vezes até um<br />
modo <strong>de</strong> ver originalíssimo que nos faz<br />
enthusiasmar. E assim entre os que mais<br />
nos pren<strong>de</strong>ram a attenção pela maravilha<br />
da prosa e pelo cnlor das suas hossanas<br />
levantadas á natureza, não po<strong>de</strong>mos encobrir<br />
a nossa calida admiração p. lns <strong>de</strong>scripções<br />
do lago <strong>de</strong> Genebra ou do monte<br />
Gervino, que nos <strong>de</strong>liciaram em extremo e<br />
o nosso mais puro e acrisolado affecto pelo<br />
artista que tão eloquentemente soube levantar<br />
o seu pulso e a sua alma para a<br />
perfeitíssima creação d'essas verda<strong>de</strong>iramente<br />
inimitáveis paginas Em Bayrenth,<br />
A cida<strong>de</strong> do Sonho, A casa <strong>de</strong> Dante, O<br />
Carvalho <strong>de</strong> Tasso, A poesia da Bruma,<br />
Em ('intra, sufficientes, por si só, <strong>de</strong> consagrar<br />
duma vez e para sempre um litterato.<br />
Peregrinações é um livro soberbo que<br />
bem dignifica a arte brazileira, po<strong>de</strong>ndo-o<br />
esta apresentar como amostra das melhormente<br />
lavradas filigranas esthetiças da sua<br />
litteratura. Sousa Ban<strong>de</strong>ira, o primoroso<br />
cultor das lettras, pô<strong>de</strong> á vonta<strong>de</strong> orgulhar-se<br />
com a sua obra, que apesar <strong>de</strong> pequena<br />
em paginas, é das maiores em relevo<br />
inteilectual.<br />
Opiniões medicas sobre o<br />
Xarope Farnel<br />
Augusto José Ramos,<br />
Medico e director do Banco Eborense<br />
Agra<strong>de</strong>ce a sua remessa do seu<br />
magnifico cXarope Farnel o que lhe<br />
<strong>de</strong>u optimos resultados na experiencia<br />
que fez numa pessoa <strong>de</strong> sua família.<br />
Descanso semanal<br />
Évora.<br />
Reuniram-se na quinta feira os<br />
proprietários <strong>de</strong> barbearias para tratar<br />
do <strong>de</strong>scanso semanal.<br />
Foi resolvido convocar uma reunião<br />
para a qual serão convidados<br />
os officiaes <strong>de</strong> batbeiro, a fim <strong>de</strong><br />
ser combinado entre todos qual <strong>de</strong>ve<br />
ser o dia do <strong>de</strong>scanso para essa<br />
classe.<br />
Dum ppteo em Santa Clara foram<br />
ante-hontem furtados um cavallo e<br />
um burro pertencentes á companhia<br />
gymnastica e <strong>de</strong> feras que trabalha<br />
num salão da Estrada da Beira.<br />
Passaportes<br />
Durante o anno findo foram re<br />
quisitados no governo civil <strong>de</strong>ste districto,<br />
3:009 passaportes para o Brazil<br />
e 53 para outros paizes e 27 bilhetes<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />
Caiu na noite passada em <strong>Coimbra</strong><br />
a maior camada <strong>de</strong> geada <strong>de</strong>ste<br />
inverno.<br />
Os telhado?, campos e algumas<br />
ruas, ao meio dia, ainda se viam<br />
cobertos <strong>de</strong> geada.<br />
Recitas<br />
A companhia <strong>de</strong> opera cómica <strong>de</strong><br />
Alfredo Mendonça, do Porto, <strong>de</strong>u<br />
na quinta feira a ultima recita com<br />
a peça Princesa dos Dollars, que é<br />
a que teve aqui melhor <strong>de</strong>sempenho.<br />
O scenario, guarda roupa e musica<br />
bons.<br />
A'manhã realisa-se no Theatro<br />
dos Bombeiros Voluntários o espectáculo<br />
<strong>de</strong> inauguração pelo grupo<br />
dramatico da mesma corporação.<br />
Toma parte a distincta amadora<br />
Laura Rodrigues e representam se<br />
as peças O Çdnalha e O Filho da<br />
Republica,<br />
Meu filho Alvaro<br />
<strong>de</strong> 8 annos <strong>de</strong> eda<strong>de</strong>, era<br />
muito escrofuloso. SofFria<br />
horrivelmente, andava<br />
fraco e abatido, parecendo<br />
mesmo rachitico.<br />
E' pois com gran<strong>de</strong> satisfação<br />
que lhes participo<br />
que meu filhinho se<br />
encontra perfeitamente<br />
restabelecido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />
tomou com optimos resultados<br />
a Emulsão <strong>de</strong> Scott.<br />
Testemunho <strong>de</strong> D. ANNA LOPES, da rua<br />
Barão <strong>de</strong> S. Cosme, <strong>28</strong>6, Porto, em 4 <strong>de</strong><br />
Agosto <strong>de</strong> 1909.<br />
O leitor não consentiria, não é verda<strong>de</strong> ?<br />
que seu filhinho continuasse a soffrer,<br />
po<strong>de</strong>ndo evital-o. De certo que não. Pois<br />
bem, a Emulsão <strong>de</strong> Scott, segundo provas<br />
colhidas por milhares <strong>de</strong> médicos, parteiras<br />
e paes, é um remedio infallivel para a<br />
escrófula e para o rachitismo.<br />
Noticias <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> <strong>de</strong> II <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1911<br />
U L S Ã O D E<br />
COTT<br />
Eis o remedio para os pa<strong>de</strong>cimentos <strong>de</strong><br />
seu filho ; cabelhe a obrigação <strong>de</strong> lh'o<br />
applicar.<br />
Quando procurar o preparado <strong>de</strong> Scott,<br />
que não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> curar, recuse terminantemente<br />
acceitar outras emulsões<br />
que não po<strong>de</strong>m curar.<br />
NOTA : Apezar do Imposto <strong>de</strong> Sello dc 50 reis por<br />
cada frasco, todas as Pharmacias e J)roí;. rias<br />
ven<strong>de</strong>m a Emulsão <strong>de</strong> SCOTT aos preços antigos,<br />
a saber: 500 reis meio frasco e 900 reis frasco<br />
gran<strong>de</strong>, 0<br />
AMOSTRA 6ra'ui'a, contra 200 reis para franquia,<br />
obtem-se dos Snrs. James Casseis Sc Cia., Succs., Rua<br />
do Mousinho da Silveira. 85, 1", Porto.<br />
Exigir sempre a Emulsão com a marca — o homem<br />
do peixe — que significa o processo SCOTT.<br />
c<<br />
EXPLICAÇAO<br />
Sobre a promulgação da lei do<br />
<strong>de</strong>scanso semanal, expedi a s. ex. 4<br />
o sr. ministro do interior um telegramma,<br />
que foi publicado neste<br />
mesmo jornal, agra<strong>de</strong>cendo e felicitando<br />
o pela publicação da referida<br />
lei <strong>de</strong>terminando 24 horas seguidas<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso sem obrigação <strong>de</strong> encerramento<br />
dos estabelecimentos.<br />
A'cerca <strong>de</strong>ste telegramma téemse<br />
feito e estão se fazendo vários<br />
commentarios, havendo até um grupo<br />
<strong>de</strong> socios da Associação Commercial,<br />
que nos termos dos seus<br />
estatutos, requereu a convocação<br />
duma assembleia geral para apreciação<br />
daquelle telegramma.<br />
Nestes termos, venho a publico<br />
dizer da minha justiça, antecipandome<br />
a dar as explicações <strong>de</strong>vidas,<br />
como é proprio do meu caracter.<br />
Publicada a lei do <strong>de</strong>scanso, e<br />
tendo feito <strong>de</strong>lia uma leitura rapida,<br />
fiquei convencido <strong>de</strong> que o <strong>de</strong>scanso<br />
ao pessoal era obrigatorio, <strong>de</strong>ixando,<br />
no entanto, a faculda<strong>de</strong> aos patrões<br />
<strong>de</strong> abrirem ou fecharem os<br />
seus estabelecimentos, visto que por<br />
esta forma era garantido o <strong>de</strong>scanso<br />
ao pessoal e ao mesmo tempo garantida<br />
0 liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> commercio<br />
aos patrões.<br />
Conciliavam-se assim os interesses<br />
<strong>de</strong> todos, por uma forma justa<br />
e liberal. Porém, <strong>de</strong>pois da publicação<br />
do meu telegramma neste jornal,<br />
alguém chamou a minha atten-<br />
ção para o facto <strong>de</strong> eu não ter interpretado<br />
bem a lei, mostrando me<br />
que ella <strong>de</strong>termina que o encerramento<br />
aos domingos seja obrigatorio,<br />
com as excepções na mesma lei<br />
indicadas.<br />
f|Fiquei surprehendido, por isso que<br />
era convicção minha que tinha dado<br />
a verda<strong>de</strong>ira interpretação á lei. Dc<br />
boa fé fiz um JUÍZO que agora vejo<br />
era errado. Equivoquei-me, mas com<br />
a mesma boa fé com que assim procedi,<br />
egualmente venho, com toda a<br />
lealda<strong>de</strong>, como é proprio <strong>de</strong> quem<br />
tem o máximo respeito pela verda<br />
<strong>de</strong>, <strong>de</strong>clarar, sem falsa modéstia, o<br />
meu erro e a minha má interpretação.<br />
De resto, quem ha que não se<br />
engane ? E muito mais quem, como<br />
eu, não está habituado a lidar com<br />
leis. Errar é fácil e proprio dos homens,<br />
mas o que todos não fazem<br />
é confessar e emendar o erro quando<br />
<strong>de</strong>ste são conhecidos.<br />
Acresce, que nesta questão, não<br />
fui só eu que errei; muita gente <strong>de</strong>u<br />
á lei a mesma interpretação que eu<br />
lhe <strong>de</strong>i e a própria Associação Commercial<br />
<strong>de</strong> Braga assim o enten<strong>de</strong>u<br />
também, pelo que enviou ao sr. ministro<br />
do interior um telegramma<br />
<strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento e felicitações concebido<br />
pouco mais ou menos nos<br />
mesmos termos daquelle que eu expedi.<br />
O erro, pois, não foi só meu, e<br />
isto mostra que em assumptos <strong>de</strong>sta<br />
or<strong>de</strong>m é fácil o equivoco. Tenho a<br />
consciência tranquilla <strong>de</strong> ter procedido<br />
<strong>de</strong> boa fé e da mesma forma<br />
aqui <strong>de</strong>ixo estas explicações leaes e<br />
sinceras, para elucidação dc todos.<br />
<strong>Coimbra</strong>, 21 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1911.<br />
João Rodrigues <strong>de</strong> Moura Marques.<br />
Acção commercial<br />
Foi hontem julgada uma acção<br />
commercial do sr. Fructuoso da<br />
Costa Alemão, contra o sr. dr. Francisco<br />
Afra <strong>de</strong> Sousa Vasconcellos e<br />
sua mulher D. Maria da Luz Pimentel<br />
Osorio, por dividas por letras no<br />
valor <strong>de</strong> 9:80036000 réis.<br />
Foi advogado do auctor o sr. dr.<br />
Fernan<strong>de</strong>s Costa e dos réus os srs.<br />
drs. Antonio Garrido e José Alberto<br />
dos Reis.<br />
A acção foi dada a favor do auctor.<br />
Mercados<br />
Os generos no mercado <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />
correm pelos seguintes preços,<br />
(compra):<br />
Trigo branco (i3,i6 litros) . . . 56o<br />
ooo e 3#ioo.<br />
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meudo, 5 %•<br />
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folha são:<br />
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Reclames na V pagina 50 réis.<br />
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a primeira vez, e 20 réis as repetições.<br />
Os srs. assignantes téem 50 °/0 <strong>de</strong><br />
abatimento em todas as publicações.<br />
Annuncios permanentes contracto especial.<br />
Âos srs. annunciantes pedimos a alta<br />
fineza <strong>de</strong> indicarem nos originaes o numero<br />
<strong>de</strong> publicações que <strong>de</strong>sejam.<br />
A ADMINISTRAÇÃO.<br />
ALVIÇARAS<br />
Dão-se alviçaras a quem entregar<br />
nesta redacção uma pequena chave<br />
<strong>de</strong> ouro que adornava um broche e<br />
que foi perdida no domingo <strong>de</strong> Santo<br />
Antonio dos Olivaes a Cellas.<br />
TRADUCÇAO<br />
DO<br />
ENGLISH READING BOOK<br />
POR<br />
diamantino Diniz (gerreua<br />
-0»C-<br />
P R E Ç O 5 0 0 R É I S<br />
Não comprem a olhos fechados<br />
— • —<br />
Não comprem a olhos fechados o medicamento<br />
com que <strong>de</strong>sejam curar-se. Se ha<br />
um caminho em que nunca se <strong>de</strong>va andar<br />
ás apalpa<strong>de</strong>llas, é O caminho da saú<strong>de</strong>.<br />
Abram bem os olhos, abram. Informemse,<br />
perguntem se o medicamento que téem<br />
tenção <strong>de</strong> tomar, cura, e principalmente<br />
se tem dado provas <strong>de</strong> curas. Se não obtiverem<br />
os bons esclarecimentos <strong>de</strong>sejados,<br />
se não lhes forem dadas provas evi<strong>de</strong>ntes,<br />
tomem as Pilulas Pink. Essas sim, que todos<br />
os dias estão dando provas das suas<br />
curas. Consultem os jornaes da semana ou<br />
do mez e encontrarão na maior parte dos<br />
números do seu jornal attestados das curas<br />
realisadas pelas Pilulas Pink, em bons<br />
e valiosos documentos, não assignados com<br />
as iniciaes X, Y, Z, mas com os nomes,<br />
appellidos e moradas completas das pessoas<br />
curadas, como este que vamos dar<br />
em seguida.<br />
O sr. Antonio Luiz, <strong>de</strong> S Martinho do<br />
Porto, acaba <strong>de</strong> nos escrever esta carta:<br />
«Uma terrível dyspepsia me fazia soffrer<br />
immenso do estomago, e isto ha muitíssimo<br />
tempo já. Nenhum dos remedios a que<br />
tinha recorrido, com o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> me curar,<br />
ou <strong>de</strong> encontrar, pelo menos, um allivio,<br />
me <strong>de</strong>ra resultado, Soffria sem <strong>de</strong>scanco.<br />
As minhas digestões eram sempre<br />
do mesmo modo penosas, e <strong>de</strong> dia para<br />
dia ia enfraquecendo cada vez mais. Foi<br />
então que comecei a tomar as Pilulas<br />
Pink, as quaes me <strong>de</strong>ram logo um gran<strong>de</strong><br />
allivio e por fim me curaram completamente.<br />
Nunca me cançarei <strong>de</strong> recommendar<br />
este excellente remedio a todos áquelles<br />
que soffrem do estomago.»<br />
As Pilulas Pink activam as digestões, ao<br />
mesmo tempo que tonificam, fortalecem e<br />
purificam o estomago, até que este orgão<br />
tenha recuperado o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar<br />
as suas funcçóes, sem outro auxilio qualquer.<br />
Os effeitos das Pilulas Pink são rápidos,<br />
certos e duradouros. A cura, uma vez<br />
obtida, é permanente. Estas Pilulas dão<br />
resultados notáveis, mesmo quando a doença<br />
tenha resistido a todos os outros tratamentos.<br />
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Alvaro Rodrigues Breda.<br />
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<strong>de</strong> Vasconcellos, no cartoiio<br />
do dr. Vieira, rua da Sophia, 53.<br />
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Para^tratar: Tabacaria União —•<br />
Sophia — <strong>Coimbra</strong>.<br />
TRESPASSE<br />
Em virtu<strong>de</strong> da dissolução da socieda<strong>de</strong><br />
d'alquilaria que nesta cida<strong>de</strong><br />
grava sob a firma Soares & Garcia,<br />
trespassa-se a antiga e acreditada<br />
alquilaria Soares, sita á Avenida Navarro,<br />
pelo seu proprietário Manuel<br />
José da Costa Soares Júnior, não<br />
po<strong>de</strong>r estar á testa do mesmo estabelecimento.<br />
Trata-se nesta cida<strong>de</strong>, com o proprietário<br />
ou com o solicitador Francisco<br />
Men<strong>de</strong>s Pimentel*<br />
rilto DE<br />
DE BACALHAU<br />
TERRA MOVA<br />
Importador directo, João P. A. Ferreira<br />
Rua dos Bacalhoeiros<br />
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recebido directamente da «Terra<br />
Nova i e <strong>de</strong> inarca registada, é<br />
vendido em garrafas <strong>de</strong> meio litrooitavo,<br />
capsulas e avulso, aos pie,<br />
cos <strong>de</strong> Lisboa.<br />
Descontos convidativos para pharmacias<br />
e drogarias.<br />
Deposito em <strong>Coimbra</strong> :<br />
Antonio Fernan<strong>de</strong>s & Filho<br />
RUA DO OORVO<br />
ARREMATAÇÃO<br />
(2." annuncio)<br />
No dia 22 do corrente mez <strong>de</strong><br />
Janeiro pelas i i horas da manhã,<br />
á porta do tribunal judicial<br />
<strong>de</strong>sta comarca e pelo processo<br />
<strong>de</strong> execução que Manuel Antonio,<br />
solteiro, proprietário, <strong>de</strong><br />
Bordado, move contra Adriano<br />
Pama, casado, trabalhador, do<br />
logar da Povoa, freguezia <strong>de</strong><br />
São Martinho do Bispo, que<br />
corre seus termos pelo cartorio<br />
do escrivão do quinto officio,<br />
vae pela segunda vez á praça,<br />
por meta<strong>de</strong> do seu valor, e será<br />
entregue a quem maior lanço<br />
offerecer a proprieda<strong>de</strong> seguinte:<br />
Uma morada <strong>de</strong> casas terreas,<br />
com cerrado e seu telheiro, curraes<br />
e mais <strong>de</strong>pcn<strong>de</strong>ncias, sita na<br />
Senhora do Carmo, no logar da<br />
Povoa, freguezia <strong>de</strong> São Martinho<br />
do Bispo, avaliada em duzentos<br />
e cincoenta mil réis e vae<br />
á praça em cento e vinte e cinco<br />
mil réis.<br />
Verifiquei a exactidão.<br />
®<br />
O juiz <strong>de</strong> direito,<br />
Oliveira Pires<br />
TAGUS<br />
1877—LISBOA Q<br />
Sé<strong>de</strong> em Lisboa<br />
, 160-1. 1<br />
E3<br />
(3b<br />
Rua da Allan<br />
Efectua seguros terrestres sobre<br />
prédios, mobílias, estabelecimentos<br />
e fabricas.<br />
Correspon<strong>de</strong>nte em <strong>Coimbra</strong><br />
José Joaquim da Silva Pereira<br />
Praça do Oommroio,14, 1.°<br />
AGUA DO BARREIRO<br />
( B E I R A A I T A )<br />
Estimula fortemente o appetíte;<br />
cura radicalmente a anemia e chlorose,<br />
as doenças do estomago facilitando<br />
ao mesmo tempo a digestão;<br />
purifica o sangue e., no período catamenial,<br />
é infallivel reguladora das<br />
funcções <strong>de</strong>licadas das senhoras.<br />
Deposito em <strong>Coimbra</strong>.<br />
Manuel Fernan<strong>de</strong>s d Azevedo &. Comp. a<br />
Praça 8 <strong>de</strong> Maio e Praça da Republica<br />
ARMAZÉM<br />
Arrenda-se um gran<strong>de</strong> armazém<br />
nos baixos do Collegio Mon<strong>de</strong>go, no<br />
Pateo da Inquisição.<br />
Me<strong>de</strong> 3bo metros quadrados.<br />
Para tratar: Diamantino Diniz Ferreira.<br />
José Antunes (filho)<br />
Professor da orquestra do extincto<br />
Real Theatro <strong>de</strong> S. João d'Opera<br />
Lyrica, do Porto, socio e musico<br />
da Associação <strong>de</strong> Lisboa dos Músicos<br />
Portugueses e professor <strong>de</strong> musica<br />
no Collegio Ursulino, lecciona<br />
sulfejo, rudimentos, bandolim, banjolim,<br />
violão, violino, (rabeca), banjo,<br />
piano, violoncello, contra basso, etc.<br />
Toma parte em tudo que diga<br />
respeito d musica. Gran<strong>de</strong> archivo<br />
<strong>de</strong> sexteto e orquestra. Compram-se<br />
pianos.<br />
Ikoiirador c prateador.<br />
t.alvnniwação pelos mais<br />
mo<strong>de</strong>rnos processos.<br />
Rua da Manutenção militar, n. u "<br />
9 e 11 — <strong>Coimbra</strong>.<br />
EMPREGADO<br />
Individuo, casado, com o 5.° anno<br />
dos lyceus, olíerece-se para escriptorio<br />
ou outra collocação <strong>de</strong>cente,<br />
dando fiador. Não faz questão <strong>de</strong><br />
or<strong>de</strong>nado.<br />
Para tratar nesta redacção.<br />
TRIPA<br />
Deposito da casa Anjos e C. 4<br />
João Vieira da Silva Lima<br />
LEI 00 INQUILINATO<br />
Joaquim Albino Gabriel e Mello,<br />
antigo solicitador encartado, encarrega<br />
se da administração <strong>de</strong> prédios,<br />
fazendo arrendamentos, recebendo<br />
rendas e dar mensalmente para as<br />
repartições <strong>de</strong> fazenda as respectivas<br />
relações para evitar multas aos<br />
senhorios, segundo a nova lei do<br />
inquilinato.<br />
A sua longa pratica <strong>de</strong> solicitador<br />
e <strong>de</strong> serviços fazendarios, são prova<br />
da sua competencia. Agencia muito<br />
resumida.<br />
Escriptorio, rua da Sophia, g3,<br />
i.°, <strong>Coimbra</strong>.<br />
CARNAVAL<br />
Aviso aos srs. reven<strong>de</strong>dores<br />
para que não façam as suas<br />
compras sem verem o importante<br />
mostruário que recebeu o Pitta.<br />
Gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>posito <strong>de</strong> confetti e<br />
serpentinas. -<br />
I!! Ninguém ven<strong>de</strong> mais barato!!!<br />
Remettem se catalogos a quem os<br />
pedir a<br />
Alberto Pitta - COIMBRA<br />
(Po<strong>de</strong> ser chamado provisoriamente<br />
pelo telephne n.° 266).<br />
VENDE-SE<br />
Um -piano horisontal, em muito<br />
bom estado <strong>de</strong> conservação, proprio<br />
para estudo.<br />
Para ver e tratar na rua da Mathematica,<br />
3i.<br />
COMPRA DE CASA<br />
Compra-se uma casa, que tenha<br />
quintal. Não se <strong>de</strong>seja muito gran<strong>de</strong>,<br />
mas em bom local.<br />
Carta fechada para esta redacção,<br />
com as iniciaes J. G.<br />
P<br />
OSTAES ILLUSTRADOS-O que ha<br />
<strong>de</strong> melhor e mais bonito, só tem a Tabacaria<br />
União, Rua da Sophia, <strong>Coimbra</strong><br />
"NORWICH INI0N,,<br />
Companhia Ingleza<br />
<strong>de</strong> Seguros oontra fogo.<br />
Estabelecida em Portugal em 1824<br />
ESTA Companhia é a mais<br />
antiga <strong>de</strong> Portugal, e <strong>de</strong>vido<br />
á sua pontualida<strong>de</strong> e honra<strong>de</strong>z<br />
é uma das que mais seguros possue<br />
em Inglaterra e em Lisboa.<br />
AGENTES EM PORTUGAL :<br />
J a m e s Rawes A C.*<br />
Rua dos Capellistas, 35<br />
Correspon<strong>de</strong>nte em <strong>Coimbra</strong> —<br />
Antonio Fernan<strong>de</strong>s & Filho — Rua<br />
o Corvo.
ANNO IV QUARTA. FEIRA 25 DE JANEIRO DE 1911 NUMÉRO 549<br />
iíoticias <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
Publica-se ás quartas feiras e sabbados F O L H L A - I I X T Z D I B Z P E I I X R I D E I S R T E Telephone n.° 351<br />
PREÇO DA ASSIGNATURA<br />
Anno, 2$>8oo ; Semestre, i #400 ; Trimestre, 700.<br />
COM ESTAMPILHA : — Anno, 3#o6o ; Semestre, i#53o ;<br />
Trimestre, 765. COLONIAS PORTUGUEZAS :—Anno, 3#o6o<br />
réis. BRAZII., 3#53o réis.<br />
PROTECÇÃO ÁS GREANCAS<br />
E' pouco tudo quanto se faça<br />
em beneficio das creanças, quer<br />
ellas se encontrem abandonadas<br />
por falta <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong> familia<br />
que as sustentem e vigiem, quer<br />
ellas sejam lançadas no caminho<br />
que muitas vezes as leva ao vicio<br />
e á perdição pelos proprios paes.<br />
Em qualquer dos casos é sempre<br />
triste, <strong>de</strong>plorável, a situação<br />
dos menores <strong>de</strong>sprotegidos da<br />
sorte.<br />
Não pô<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar<br />
em todos os corações bem formados<br />
um sentimento <strong>de</strong> dôr, a<br />
sorte <strong>de</strong>sses pequenos seres que<br />
vagueiam por essas ruas esten<strong>de</strong>ndo<br />
as mãos á carida<strong>de</strong><br />
publica.<br />
Quem ha que se não condôa,<br />
nestas noites frias <strong>de</strong> inverno<br />
rigoroso que vamos atravessando,<br />
ao ver as creanças mal agasalhadas,<br />
esqualidas, <strong>de</strong>scalsas,<br />
com o rosto a <strong>de</strong>nunciar a fome e<br />
a miséria que existem em suas<br />
casas!<br />
O quadro é dos mais tristes e<br />
<strong>de</strong>soladores e daquelles que mais<br />
<strong>de</strong>vem merecer a consi<strong>de</strong>ração<br />
das almas boas e generosas.<br />
E' certo que não falta ao nosso<br />
povo o sentimento da carida<strong>de</strong><br />
e que alguma cousa se tem feito<br />
cm Portugal ácerca da assistência<br />
publica.<br />
Em <strong>Coimbra</strong>, por exemplo, temos<br />
a Misericórdia e asylos para<br />
velhos, enfermos e creanças pobres,<br />
mas não chegam para tão<br />
gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> infelizes que<br />
<strong>de</strong>viam ser ali recebidos.<br />
Sc houvesse casas <strong>de</strong> beneficência<br />
bastantes, <strong>de</strong>sappareceriam<br />
das ruas da cida<strong>de</strong> esses<br />
bandos <strong>de</strong> creanças que, principalmente<br />
<strong>de</strong> noite, vagueiam por<br />
ahi no peditorio compungido e<br />
impertinente, Umas vezes porque<br />
lhes falta em casa com que mitigar<br />
a fome, e outras porque alguém<br />
preten<strong>de</strong> explora-las,<br />
aguardando todos os dias que<br />
ellas lhe entrem em casa com o<br />
<strong>de</strong>sejado obulo.<br />
Alguns jornaes noticiaram ha<br />
dias terem ficado orphãs umas<br />
pobres creanças a quem a cólera<br />
do Funchal arrebatou os paes,<br />
que eram pobres.<br />
Foi o bastante para apparecerem<br />
logo bemfcitores, expontaneamente,<br />
a offerecer o seu obulo<br />
em favor <strong>de</strong>ssas infelizes. Quer<br />
isto dizer que o bom povo portuguez<br />
não é indifferente á sõrte<br />
cruel que flagella os que mais<br />
precisam.<br />
Mas é sempre mau esperar<br />
pelo dia d'ámanhã para dar remedio<br />
a tanta <strong>de</strong>sgraça. Deseja-<br />
Iocendio e morte<br />
Na loja n.° 36 da Couraça dos<br />
Apostolos, manifestou-se no domingo<br />
<strong>de</strong> tar<strong>de</strong> incêndio. Achavam-se<br />
ali então uma pobre velha, cega,<br />
Gestru<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Jesus, e seu neto Manuel,<br />
<strong>de</strong> 3 annos, filho <strong>de</strong> Antonio<br />
M«ria><br />
X<br />
Director e Administrador — JOÃO RIBEIRO ARROBAS O O O o o<br />
O O O O O O Proprietários — João Ribeiro Arrobas e João Henriques<br />
•<br />
ríamos ver creados asylos bastantes<br />
para receber os menores<br />
que luctam com a miséria, e que<br />
nem sequer comprehen<strong>de</strong>m a penosa<br />
situação em que se encontram.<br />
Quereríamos que a assistência<br />
publica não esquecesse as creanças<br />
para não lhes faltar com o<br />
pão e roupas nem com os cuidados<br />
<strong>de</strong> educação, para <strong>de</strong>lias<br />
se po<strong>de</strong>rem fazer cidadãos prestáveis<br />
e úteis.<br />
Uma creança acostumada a<br />
esmolar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> tenra eda<strong>de</strong>, adquire<br />
facilmente o horror ao trabalho,<br />
tornando-se viciosa e incorrigível.<br />
A auctorida<strong>de</strong> prestaria um<br />
gran<strong>de</strong> serviço procurando indagar<br />
se todas essas creanças que<br />
andam por ahi esten<strong>de</strong>ndo as<br />
mãos á carida<strong>de</strong> publica precisam<br />
effectivamente <strong>de</strong> usar <strong>de</strong>ste<br />
meio para mitigar a fome e para<br />
não lhes faltar o agasalho, ou se<br />
algumas, como é voz corrente,<br />
exercem esse mister obrigadas<br />
pelos paes ou pelas mães, a quem<br />
não faltam as condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
para ganhar os meios <strong>de</strong> subsistência.<br />
Será isto uma gran<strong>de</strong> obra <strong>de</strong><br />
saneamento moral.<br />
Infelizmente ha muita pobreza<br />
em <strong>Coimbra</strong> e dalguns casos temos<br />
nós conhecimento que nos<br />
inspiram a mais pungente comiseração.<br />
Ainda hontem soubemos<br />
que bem perto <strong>de</strong> nós se<br />
<strong>de</strong>bate no leito com uma doença<br />
terrível e incurável um chefe <strong>de</strong><br />
familia que tem em volta <strong>de</strong> si a<br />
viuva e tres filhos para os quaes<br />
não pô<strong>de</strong> obter já os meios para<br />
a sua parca alimentação. Mas<br />
nenhuma <strong>de</strong>ssas creanças se apresenta<br />
nas ruas a implorar uma<br />
esmola. Vale a essa <strong>de</strong>sgraçada<br />
familia o favor dos visinhos, que,<br />
ainda que pouco e mesmo os que<br />
mais precisam, a soccorrem todos<br />
os dias.<br />
E' uma situação <strong>de</strong>plorável e<br />
insustentável. E' um quadro aterrador.<br />
Mas emquanto estes vão tendo<br />
quem lhes vá minorando a<br />
sorte, quantos ha por ahi que<br />
estão a <strong>de</strong>bater-se com a miséria<br />
que lhes arruina a existência e<br />
lhes rouba a alegria do lar!<br />
Não se esqueçam das creanças<br />
aquelles a quem compete a<br />
solução <strong>de</strong>ste problema social e<br />
os que pó<strong>de</strong>m dar-lhes protecção.<br />
Abram-lhes as portas dos asylos<br />
e dê-se-lhes pão, conforto e<br />
luz para o espirito.<br />
E' uma gran<strong>de</strong> obra <strong>de</strong> cârida<strong>de</strong><br />
e beneficência.<br />
A pobre creança ficou muito queimada,<br />
tendo sido levada para o hospital,<br />
on<strong>de</strong> falleceu no dia seguinte.<br />
A infeliz cega também ficou com<br />
as mãos muito queimadas, sendo<br />
curada por alguns bombeiros.<br />
A infeliz creança entretinha-se a<br />
acen<strong>de</strong>r phosphoros quando se lançou<br />
fogo á roupa da cama.<br />
REDACÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E TVPOGRAPHIA — Pateo da Inquisição, n.° 27.<br />
Composto e impresso na typ. do NOTICIAS DE COIMBRA<br />
D. Rosa Martins <strong>de</strong> Carvalho<br />
Fez no ultimo domingo 5 annos<br />
que falleceu nesta cida<strong>de</strong> a sr. 4 D.<br />
Rosa Miranda Pinto Martins <strong>de</strong> Carvalho,<br />
esposa amantíssima do illustre<br />
general sr. Francisco Augusto<br />
Martins <strong>de</strong> Caivalho.<br />
Commemorando esta triste data,<br />
<strong>de</strong>sfolhamos sobre o seu ataú<strong>de</strong> uma<br />
sauda<strong>de</strong> orvalhada <strong>de</strong> sentidas lagrimas,<br />
no cumprimento dum <strong>de</strong>ver<br />
<strong>de</strong> gratidão para com a memoria<br />
<strong>de</strong>ssa virtuosa senhora.<br />
Dr. Angelo da Fonseca<br />
Foi nomeado director geral <strong>de</strong><br />
instrucção superior o sr. dr. Angelo<br />
da Fonseca, administrador dos hospitaes<br />
da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>.<br />
Congratulamo-nos com a nomeação<br />
<strong>de</strong> s. ex. 1 para tão elevado<br />
cargo.<br />
Os inimigos da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, os<br />
que dizem que nella até faltam professores<br />
competentes, não hão <strong>de</strong><br />
gostar que venham escolher no corpo<br />
docente <strong>de</strong>sse instituto funccionarios<br />
para exercerem cargos dos<br />
mais importantes, como é o <strong>de</strong> director<br />
geral <strong>de</strong> instrucção superior.<br />
E' mais uma prova da injustiça<br />
com que os inimigos da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
apreciam os professores <strong>de</strong>ste<br />
estabelecimento scientifico.<br />
Decretos<br />
O Diário do Governo publicou<br />
os dois seguintes <strong>de</strong>cretos relativos<br />
á <strong>Universida<strong>de</strong></strong>:<br />
0 Governo Provisorio da Republica<br />
Portugueza faz saber que<br />
em nome da Republica, se <strong>de</strong>cretou<br />
para valer como lei o seguinte :<br />
Artigo i.° E' supprimido o exame<br />
<strong>de</strong> licenceatura na <strong>Universida<strong>de</strong></strong>,<br />
bem como o exame <strong>de</strong> conclusões<br />
magnas, mais conhecido pela <strong>de</strong>feza<br />
<strong>de</strong> these na sala dos capellos.<br />
Art. 2. 0 O exame para se obter o<br />
grau <strong>de</strong> doutor estará sujeito, no<br />
emtanto, ás seguintes provas :<br />
1 De uma dissertação impressa<br />
sobre um ponto importante para a<br />
sciencia da escolha do candidato;<br />
2.* De um argumento <strong>de</strong> meia<br />
hora sobre tres assumptos funda<br />
mentaes para a respectiva sciencia,<br />
sendo um <strong>de</strong>lles da escolha do candidato,<br />
<strong>de</strong> entre tres propostos pela<br />
Faculda<strong>de</strong>.<br />
Art. 3.° Os candidatos que já tenham<br />
grau <strong>de</strong> licenciado apenas ficarão<br />
sujeitos á <strong>de</strong>feza da dissertação<br />
e á <strong>de</strong> uma matéria por elles<br />
escolhida entre tres que lhes serão<br />
apresentadas na própria occasião do<br />
acto.<br />
§ único. As trez matérias a que se<br />
refere este artigo, e das quaes o candidato<br />
terá <strong>de</strong> escolher uma no acto<br />
do exame, serão tiradas <strong>de</strong> quinze<br />
que estarão expostas na Secretaria<br />
e Geraes da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, com<br />
quinze dias <strong>de</strong> antece<strong>de</strong>ncia.<br />
Art. 4. 0 Fica revogada a legislação<br />
em contrario.<br />
Determina-se, portanto, que a to<br />
das as auctorida<strong>de</strong>s a quem o conhecimento<br />
e execução do presente<br />
<strong>de</strong>creto com força <strong>de</strong> lei pertencer,<br />
o cumpram e façam cumprir e guardar,<br />
tão inteiramente como nelle se<br />
contém.<br />
•<br />
O Governo Provisorio da Republica<br />
Portugueza faz saber que<br />
em nome da Republica, se <strong>de</strong>cretou<br />
para valer comó lei o seguinte:<br />
Art. i. B E' extincto o culto religioso<br />
na capella da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong>.<br />
Art. 3.® Ao pessoal effectivo da<br />
mesma capella são mantidos os seus<br />
actuaes vencimentos e regalias, conforme<br />
as condições expressas no<br />
presente <strong>de</strong>creto.<br />
Art. 3." O edifício da Capella c<br />
consi<strong>de</strong>rado monumento nacional e<br />
nelle se installará um «museu <strong>de</strong><br />
arte», ao qual ficarão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já pertencendo<br />
os objectos do thesouro<br />
da mesma capella.<br />
Art. 4. 0 A direcção <strong>de</strong>sse museu<br />
ficará a cargo do director do archivo<br />
da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, sem direito a qualquer<br />
remuneração por esse serviço.<br />
Art. 5.° O serviço da secretaria<br />
do museu será confiado ao actual<br />
capellão thesoureiro, com o venci<br />
mento que ora percebe <strong>de</strong> 200$000<br />
réis.<br />
Art. 6.° O actual moço do orgão<br />
ficará encarregado da guarda e limpeza<br />
do museu, aula <strong>de</strong> musica e archivo,<br />
com o vencimento annual <strong>de</strong><br />
i38.»ooo réis<br />
Art. 7. 0 Aos actuaes copellães<br />
alumnos são mantidas todas as dispensas<br />
<strong>de</strong> propinas e sellos, que lhes<br />
estavam garantidas pelo <strong>de</strong>creto <strong>de</strong><br />
i5 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1845.<br />
Art. 8." E' mantida a aula <strong>de</strong> musica,<br />
que continuará a ser regida<br />
pelo actual professor, com o vencimento<br />
annual <strong>de</strong> 3ooaf>ooo réis.<br />
Art. 9. 0 No orçamento privativo<br />
da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> será incluída a verba<br />
indispensável para as <strong>de</strong>spezas<br />
<strong>de</strong> installação do museu o expediente<br />
do mesmo.<br />
Art. 1 o.° Fica revogada a legislação<br />
em contrario.<br />
Determina-se, portanto, que todas<br />
as auctorida<strong>de</strong>s, a quem o conhecimento<br />
e execução do presente <strong>de</strong>creto<br />
com força <strong>de</strong> lei pertencer, o<br />
cumpram e façam cumprir e guardar<br />
tão inteiramente como nelle se<br />
contém.<br />
UNIVERSIDADE<br />
Conferencias<br />
O sr. dr. Costa Lobo, distincto<br />
lente da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mathematica,<br />
realisou no domingo á noite uma<br />
conferencia na sala dos capellos,<br />
que tinha numerosa assistência.<br />
Presidiu o sr. reitor dr. Manuel<br />
d'Arriaga.<br />
O illustre professor principiou por<br />
agra<strong>de</strong>cer a s. ex. a ter-se lembrado<br />
<strong>de</strong>lle para conferente, manifestando<br />
também o seu reconhecimento a todos<br />
que ali se achavam para o ouvir.<br />
A i<strong>de</strong>ia das conferencias por pro<br />
fessores e alumnos da <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
tivera-a elle também, congratulando-se<br />
em ser este também o <strong>de</strong>sejo<br />
do illustre reitor. Quando estiver<br />
concluído o palacio para o Club<br />
Académico, po<strong>de</strong> o salão nobre, <strong>de</strong>ssa<br />
casa ser <strong>de</strong>stinado a essas conferencias.<br />
Referindo-se ás accusações que<br />
se fazem á <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, diz serem<br />
falsas. Elle tem tido occasião <strong>de</strong><br />
conversar com muitos professores<br />
<strong>de</strong> escolas superiores <strong>de</strong> Lisboa e<br />
Porto, e sempre lhes ouviu dizer<br />
que os alumnos da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> vão<br />
daqui bem preparados. Agra<strong>de</strong>ceu<br />
ao sr. dr. Julio Henriques, um dos<br />
professores mais consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong>ste<br />
instituto, o seu brilhante artigo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>feza da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, muito especialmente<br />
da sua faculda<strong>de</strong>.<br />
Entrando <strong>de</strong>pois na conferencia,<br />
disse que o objecto <strong>de</strong>lia era o Sol.<br />
Sobre este interessante assumpto<br />
se <strong>de</strong>morou s. ex. à quasi uma hora,<br />
fallando dos pontos essenciaes que<br />
mais téem merecido o estudo e<br />
observações dos astronomos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
os tempos primitivos dos cal<strong>de</strong>us,<br />
gregos, egypcios, índios e chinezes<br />
que fizeram estudos muito apreciáveis<br />
e <strong>de</strong> largo alcance para essas<br />
épocas.<br />
Referiu-se muito ao que se conseguiu<br />
dos sábios no século 17. 0 sobre<br />
distancia, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e reconhecimento<br />
das manchas solares, eclipses, etc.;<br />
as importantes observações feitas na<br />
índia em 1868, riscas observadas no<br />
PREÇO DAS PUBLICAÇÕES<br />
Annuncios por linha 3o réis. Repetições 20 réis.<br />
Communicados 5o réis a linha.<br />
Os srs. assignantes téem 5o por cento <strong>de</strong> abatimento.<br />
Editor: Alfredo Pessoa<br />
espectro solar; a influencia do sol<br />
sobre a terra e sua acção biologica,<br />
phisica e até moral e intellectual na<br />
humanida<strong>de</strong>; fallou do culto <strong>de</strong> certos<br />
povos pelo Sol e dos resultados dos<br />
congressos <strong>de</strong> astronomia solar que<br />
téem sido realisados annualmente.<br />
O sr. dr. Costa Lobo, que foi<br />
saudado com uma gran<strong>de</strong> salva <strong>de</strong><br />
palmas, não pou<strong>de</strong> apresentar algumas<br />
projecções luminosas, por <strong>de</strong>sarranjo<br />
na machina respectiva.<br />
Hontem 5. a conferencia, ás 7 4 /í<br />
horas da noite. Conferente o sr. João<br />
Marques Ferreira da Costa, alumno<br />
<strong>de</strong> direito.<br />
Thema: Direitos políticos da mulher.<br />
O conferente <strong>de</strong> hontem tratou o<br />
assumpto com elevação e muitos<br />
conhecimentos, merecendo as mais<br />
lisongeiras referencias e justos applausos.<br />
Principiando por <strong>de</strong>screver a Verda<strong>de</strong>,<br />
fallou da educação feminina,<br />
dizendo que a mulher caminha para<br />
a liberda<strong>de</strong>, missão nobre e bella;<br />
dá conta dalguns dados estatísticos<br />
da baixa nupcial em alguns paizes<br />
mais a<strong>de</strong>antados, o que attribuí á<br />
differença <strong>de</strong> castas, ao falso conceito<br />
que muitos fazem do casamento,<br />
ao sentimento religioso, etc.<br />
Existe uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sproporção<br />
antre a população masculina e feminina.<br />
Em Portugal, por exemplo,<br />
por cada 1:000 homens ha 1:091<br />
mulheres.<br />
A mulher caminha a par do homem<br />
e em alguns paizes algumas<br />
até se lhe tem avantajado, como<br />
acontece nos Estados Unidos.<br />
Citou dados estatísticos para mostrar<br />
o gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> mulheres<br />
que em França exercem empregos<br />
públicos com magníficos resultados,<br />
fazendo neste ponto a apologia da<br />
mulher para o exercício das funeções<br />
politicas.<br />
A mulher portugueza sabe soffrer<br />
e amar — são estes os dois gran<strong>de</strong>s<br />
sentimentos que a dominam. Pena<br />
é que os nossos políticos se tenham<br />
esquecido tanto do sexo feminino,<br />
para o qual muito pouco ha legislado.<br />
No gran<strong>de</strong> numero d'analphabetos<br />
em Portugal contam se mais <strong>de</strong><br />
2 milhões <strong>de</strong> mulheres. Ha portanto<br />
uma gran<strong>de</strong> falta <strong>de</strong>lias nas escolas<br />
e a razão é também notar-se a falta<br />
<strong>de</strong>stas para ellas.<br />
Nos paizes mais a<strong>de</strong>antados, na<br />
França, Bélgica, Suissa e até no Japão,<br />
existem escolas profissíonaes<br />
só para mulheres.<br />
Fazendo referencia a uma phrase<br />
dum escriptor allemão em 1834, fez<br />
uma bella invocação ás damas, aos<br />
mestres e alumnos, para que trabalhem<br />
todos pelo resurgimento da<br />
Patria.<br />
O académico sr. Marques da Costa<br />
foi muito feliz na sua conferencia.<br />
A 6.® conferencia é no dia 27.<br />
Conferente o sr. dr. José áe Mattos<br />
Sobral Cid.<br />
Thema: A Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Reforma Pombalina até<br />
á proclamação da Republica.<br />
7. 1 conferencia, no dia 29. Conferente<br />
o sr. dr. Anselmo Ferraz <strong>de</strong><br />
Carvalho.<br />
Thema : Constituição interior do<br />
Globo.<br />
No dia a <strong>de</strong> fevereiro, encerramento<br />
das conferencias e <strong>de</strong>spedida<br />
do actual reitor.<br />
A hora marcada para estas conferencias<br />
é ás 7 e meia da noite.<br />
Promovido pelos estudantes da<br />
<strong>Universida<strong>de</strong></strong> naturaes das ilhas portuguezas,<br />
vae realísar-se no Theatro<br />
Avenida um sarau em beneficio<br />
das creanças que no Funchal ficaram<br />
orphãs em virtu<strong>de</strong> dos paes<br />
lhes terem fallecido victimados pela<br />
cholera.<br />
Bem merece toda a protecção<br />
esta sympathica i<strong>de</strong>ia,
Dr. Fernan<strong>de</strong>s Gosta<br />
Realisou-se no sabbado no magnifico<br />
Hotel Avenida um jantar em<br />
honra do sr. dr. Fernan<strong>de</strong>s Costa,<br />
offerecido pelos magistrados, advogados,<br />
funccionarios judiciaes e solicitadores<br />
<strong>de</strong>sta comarca.<br />
O banquete foi <strong>de</strong> 32 talheres,<br />
sendo <strong>de</strong>slumbrante o aspecto da<br />
sala pela profusão <strong>de</strong> luzes e flores,<br />
<strong>de</strong>correndo no meio da maior animação<br />
e cor<strong>de</strong>alida<strong>de</strong>.<br />
O menu foi o seguinte:<br />
Potage creme Laitius<br />
Petits bouchés à la Diene<br />
Medaillon <strong>de</strong> poisson Beray<br />
Fileis <strong>de</strong> baeuj à la Doumont<br />
Noix <strong>de</strong> veait financière<br />
Galanline <strong>de</strong> chapon truffé<br />
Chouxfleurs au gralin<br />
Dindonneaux à la broche<br />
Napolitain à la creme<br />
Pàtisserie variée<br />
Vins varies<br />
Champagne et café<br />
Ao loast foram feitos muitos brin<br />
<strong>de</strong>s ao nosso actual cônsul geral<br />
no Brazil, sendo estes iniciados pelo<br />
sr. dr. Oliveira Pit es, juiz da comarca,<br />
que felicitou aquelle funccionario<br />
pela sua illustração, intelligen<br />
cia e honestida<strong>de</strong>, seguindo se na<br />
mesma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias os srs. dr.<br />
Abilio d'Andra<strong>de</strong>, <strong>de</strong>leg ido do pro<br />
curador da Republica; dr. K luardo<br />
Vieira, como presi<strong>de</strong>nte da commissão<br />
municipal; dr. Sousa Bastos, co<br />
mo advogado presente mais antigo;<br />
dr. Gaspar <strong>de</strong> Mattos, dr. José Alberto<br />
dos Reis, dr. Antonio Leitão,<br />
dr. Macario da Silva e dr. Agapito<br />
Rodrigues, o escrivão Perdigão e o<br />
sollicitador Arnaldo Ferreira.<br />
O sr. dr. Fernan<strong>de</strong>s Costa agra<strong>de</strong>ceceu<br />
<strong>de</strong> forma enthusiastica e<br />
commovente.<br />
Houve também brin<strong>de</strong>s especiaes<br />
dirigidos aos srs. drs. Oliveira Pires,<br />
Eduardo Vieira, Alberto dos<br />
Reis e Sousa Bastos.<br />
Durante o jantar tocou um sextetto<br />
regido pelo sr. Luiz Macedo.<br />
Sob proposta do sr. dr. Eduardo<br />
Vieira, calorosamente apoiada, foi<br />
enviado um telegramma ao presi<strong>de</strong>nte<br />
do governo provisorio, felicitando-o<br />
pela acertadíssima escolha<br />
do sr. dr. Fernan<strong>de</strong>s Costa para o<br />
alto cargo <strong>de</strong> que foi recentemente<br />
investido.<br />
Caso triste<br />
No domingo falleceu repentina*<br />
mente em Cernache o sr. José Lucas<br />
e poucos minutos <strong>de</strong>pois morria<br />
também sua esposa, realisando-se o<br />
funeral dos dois no dia seguinte,«no<br />
mesmo cortejo, a que concorreu<br />
muita gente.<br />
Eram Casados ha muitos annos,<br />
<strong>de</strong>ixando um único filho.<br />
Gran<strong>de</strong> parada cyclista<br />
Já estão distribuídas por differentes<br />
estabelecimentos <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> as<br />
listas para a inscripção dos concorrentes<br />
á parada que se <strong>de</strong>ve realisar<br />
no dia 12 <strong>de</strong> Março proximo,<br />
Folhetim do NOTICIAS DE COIMBRA<br />
As pateadas d'outr'ora<br />
A celebre bernarda <strong>de</strong> calcanhar<br />
que ha dias fez andar em pulverosa<br />
muitas das mais respeitáveis capaci<br />
da<strong>de</strong>s lyricas <strong>de</strong>sta capital, sugeriume<br />
a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> dizer alguma coisa ao<br />
meu respeitável publico a respeito<br />
do que foram as pateadas em Lis<br />
boa, no tempo dos nossos paes.<br />
Julgam taivez os tenros rebentões<br />
da mo<strong>de</strong>rna geração, que os nossos<br />
avós eram sujeitos muito comedidos<br />
e tementes a Deus, incapazes <strong>de</strong><br />
arrancharem a uma troça qualquer,<br />
e fazerem andar em bolandas os<br />
empresários theatraes e os auctores<br />
dramaticos! Pois enganam se. Os<br />
nossos avós eram <strong>de</strong> peite do diabo!<br />
Querem saber o que era uma pateada<br />
em 1812?<br />
Ouçam a <strong>de</strong>scripção que <strong>de</strong>lia faz<br />
o sapientissimo e chistosissimo padre<br />
José Agostinho <strong>de</strong> Macedo, no<br />
seu magnifico folheto As pateadas no<br />
theatro, hoje raro:<br />
«Pateada, diz o padre, é um movimento<br />
espontâneo nos pés, bordões,<br />
ca<strong>de</strong>iras, taboas, assobios, feito<br />
na plateia pelos senhores espectadores;<br />
<strong>de</strong> que resulta uma assoada,<br />
promovida pelo Sport Grupo Conimbricense.<br />
Ha gran<strong>de</strong> enthusiasmo. Já estão<br />
muitos concorrentes inscriptos.<br />
No proximo domingo realisa-se a<br />
eleição dos corpos gerentes <strong>de</strong>sta<br />
collectivida<strong>de</strong>.<br />
FALLECIMENTOS<br />
Depois dè atroz soifrimento falleceu<br />
na noite <strong>de</strong> domingo o innocente<br />
Antonio, filhinho querido do<br />
nosso presado amigo sr. Manuel da<br />
Cruz Canellas, e da sr. a D. Rosa Augusta<br />
Canellas, estimados enfermeiros<br />
do posto medico dos srs. drs.<br />
Amante, Rosette e Armando.<br />
A infeliz creança foi victima <strong>de</strong><br />
uma meningite, que em 8 dias, e<br />
entre o maior soffrimento, poz termo<br />
d sua vida que para todos que o<br />
conheciam era tão querida.<br />
Tomando parte na dor que neste<br />
momento opprime o coração <strong>de</strong> seus<br />
paes amantíssimos pela perda do<br />
seu filhinho para quem fugiam todos<br />
os affectos e carinhos, enviamos lhes<br />
as nossas mais sinceras e sentidas<br />
condolências.<br />
O funeral da infeliz creança realisou-se<br />
na segunda feira, sendo uma<br />
verda<strong>de</strong>ira homenagem prestada ao<br />
sr. Manuel Canellas e a sua <strong>de</strong>dicada<br />
esposa, que contam nesta cida<strong>de</strong> as<br />
maiores sympathias, <strong>de</strong>vido não só<br />
ao modo affavel que possuem no<br />
<strong>de</strong>sempenho das suas funcçÕes, como<br />
pelas bellas qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> que<br />
são dotados.<br />
Sobre o pequeno athaú<strong>de</strong> foram<br />
<strong>de</strong>postas muitos bouquels e coroas,<br />
com as seguintes <strong>de</strong>dicatórias:<br />
«Ao nosso sempre lembrado Antonio<br />
— Ultimo beijo <strong>de</strong> teus paes.»<br />
«Ao menino Antonio Canellas.<br />
Virginia d'Assumpção.»<br />
«Ultima sauda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maria Justa<br />
Vieira e Antonio Dias Vieira Machado<br />
— Ao innocente Antoninho.»<br />
«Ao Antoninho -- Um beijo da<br />
sua creada Josephina.»<br />
«Ao filhinho querido dos meus<br />
padrinhos. Um beijo do Manuel.»<br />
«Ultimo beijo da tua amiguinha<br />
Manuela Maria Barreto.»<br />
«Ao menino Antonio Canellas —<br />
De Maria <strong>de</strong> Almeida Martinho.»<br />
«De Joaquina Cruz e. seu filho<br />
Abrahão Coelho — Ao menino Antoninho.»<br />
«De Maria <strong>de</strong> Jesus Berarda —<br />
Ao Antoninho Canellas.»<br />
«Lagrimas e sauda<strong>de</strong>s — Das tuas<br />
amiguinhas Anna Machado, Conceição<br />
dos Santos, Ermelinda Branco<br />
e Maria José.»<br />
• «A' saudosa memoria do Antoninho<br />
— Os empregados do Theatro<br />
Avenida.»<br />
«Ao Antoninho—Ultimo beijo da<br />
ama Encarnação.»<br />
«Ultimo beijo ao meu Antoninho<br />
— De tua tia Maria da Cruz Canellas.»<br />
«Ao seu querido Antonio — Com<br />
profunda sauda<strong>de</strong> José Augusto e<br />
seus paes.»<br />
«Maria da Luz Barroso da Veiga<br />
açogaria, matinada e ingrezia confu<br />
sa dada nas bochechas aos comicos,<br />
para se lhes dizer, com toda a civi<br />
iida<strong>de</strong>, que o que estão representando,<br />
ou acabam <strong>de</strong> representar, é uma<br />
completa parvoíce, uma manifesta<br />
pouca vergonha, ou um solemne <strong>de</strong>stempero.»<br />
Que tal, ein? Que tal eram os ratões?<br />
E dizem que a humanida<strong>de</strong><br />
progri<strong>de</strong> ! Que gran<strong>de</strong> peta !! Po<strong>de</strong><br />
haver progresso, quando o nervo do<br />
enthusiasmo está cada vez mais<br />
frouxo e a troça bravia resona a<br />
bom resonar! Aquilio é que eram<br />
portuguezes!<br />
Havia por áquelles tempos, va<br />
rias castas <strong>de</strong> pateadas que já hoje<br />
se não conhecem. V. gr. A pateada<br />
comprada, da qual o padre Macedo<br />
nos falia assim:<br />
«E' verda<strong>de</strong> que eu ouvia fallar<br />
em pateada comprada... Stultus<br />
ego: Dizia comigo, a pateada<br />
dá-se, e se se dá como se compra t<br />
Achava contradição; mus o que é a<br />
imperícia e a ignorancia ! A politica<br />
<strong>de</strong> uma pateada Comprada escapou<br />
ás vistas calculantes <strong>de</strong> um Luchesini,<br />
<strong>de</strong> um barão <strong>de</strong> Thugut! Eu<br />
vou fallar <strong>de</strong>lia Com aquella bocarra<br />
redonda, <strong>de</strong> que as muzas fizeram<br />
presente aos gregos poetas e professores.»<br />
Depois conta-nos, o bom padre,<br />
o que eram as emulações artísticas<br />
naquellas saudosíssimas eras em<br />
Noticias <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> <strong>de</strong> II <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1911<br />
Leal Gonçalves— Offerece ao Antoninho.»<br />
«Ao meu Antonito — Ultimo beijo<br />
do teu amigo Custodio José Costa.»<br />
«Ultimo a<strong>de</strong>us do amigo Manuel<br />
Marques — Ao Antonio Canellas.»<br />
«Ao Antoninho em prova <strong>de</strong> muita<br />
sauda<strong>de</strong> —Offerecem Isaura Assumpção<br />
Carvalho Lobo e Marianna da<br />
Nativida<strong>de</strong> Lobo »<br />
«Um beijo ao seu Antonito — De<br />
Joaquim Cardoso Marques.»<br />
«Ao Antonito Canellas — De Alice<br />
Ferraz da Cruz Amante.»<br />
«Ao seu amigo Antoninho—Augusto<br />
Duarte da Cunha.»<br />
«O ultimo beijo dos seus amiguinhos<br />
Joaquina Cardosa Marques Pereira<br />
e José Marques Pereira.»<br />
«Ao seu nunca esquecido sobrinho<br />
e afilhado Antonito — Angelina<br />
Augusta Cabral »<br />
«Ultimo beijo—Ao meu Antonio,<br />
offerece Maria, Laura dos Reis.<br />
Dois ramos <strong>de</strong> flores <strong>de</strong> Maria<br />
Florinda da Costa. «Ao seu querido<br />
Antonito.»<br />
Uma rosa branca <strong>de</strong> Isabel Machado.<br />
Um amor perfeito. «Ao seu querido<br />
Antonito — Leonor Campos.»<br />
Palma <strong>de</strong> martyrios <strong>de</strong> Virginia<br />
<strong>de</strong> Carvalho.<br />
A chave do caixão foi levada pelo<br />
sr. José Marques Pereira.<br />
O cadaver que ficou <strong>de</strong>positado no<br />
jazigo <strong>de</strong> familia do sr. dr. Luiz<br />
Rosette, em Santo Antonio dos Olivaes,<br />
foi conduzido em, um coche<br />
dourado seguido <strong>de</strong> muitos trens<br />
com pessoas que acompanharam á<br />
ultima morada a saudosa creancinha.<br />
O funeral foi feito pelo sr. Jorge<br />
da Silveira Moraes.<br />
Também falleceu o menino Mário,<br />
dilecto filho do estimado typographo<br />
sr. Antonio Borges <strong>de</strong> Mello.<br />
Avaliando a sua gran<strong>de</strong> dor pela<br />
perda do seu filhinho querido, enviamos-lhe<br />
a expressão do nosso pezar.<br />
Espectáculo<br />
Com a inauguração dum novo grupo<br />
realisou-se no domingo no theatro<br />
dos Bombeiros Voluntários um<br />
espectáculo que <strong>de</strong>correu muito animado.<br />
subindo á scena o drama militar<br />
O filho da Republica, sendo os<br />
interpretes muito applaudidos, pois<br />
<strong>de</strong>sempenharam muito regularmente<br />
os seus papeis.<br />
Agra<strong>de</strong>cemos o convite.<br />
Exoneração<br />
A sr. a D. Izilda Affonso do Patrocínio<br />
requereu a exoneração <strong>de</strong><br />
professora ajudante da escola central<br />
<strong>de</strong> Santa Cruz.<br />
Principiaram já os ensaios para a<br />
recita dos quintanistas.<br />
A peça intitula-se Forte Venit e<br />
tem 3 actos.<br />
que duas actrizes rivaes se <strong>de</strong>scompunham<br />
e jogavam até o socco nas<br />
bochechas do contra-regra; resultando<br />
<strong>de</strong>ssas inqualificáveis Iuctas<br />
artístico dramaticos a pateada comprada!<br />
Nas noites <strong>de</strong> pateada com<br />
prada o salão <strong>de</strong> theatro apresentava<br />
o aspecto <strong>de</strong> um campo <strong>de</strong> batalha,<br />
ou da porta <strong>de</strong> uma egreja,<br />
em dia <strong>de</strong> eleições... Os chefes<br />
passavam revista aos seus subordi<br />
nados, que entravam <strong>de</strong>pois aos<br />
poucos e misturados para a plateia,<br />
e <strong>de</strong>pois os caudilhos iam observar<br />
a firmeza <strong>de</strong> suas tropas formadas<br />
em escalões ao longo dos bancos.<br />
O aspecto era medonho. Quando<br />
havia or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> carregar, a bomba<br />
rebentava e agora o verás! «A batalha<br />
<strong>de</strong> Trafalgar, diz o padre,<br />
<strong>de</strong>screvendo uma memorável pateada<br />
comprada, o bramido, das ondas,<br />
o berro dos canhões, a buzina <strong>de</strong><br />
Mozzarredo e o godéme dos bre<br />
tões, a explosão <strong>de</strong>i Médio mundo<br />
e <strong>de</strong> la Trinidad, a palavra ouverbo<br />
auxiliar a toda a hora prompto na<br />
bocca dos hespanhoes (hoje com<br />
efteito homens honrados!) os gritos<br />
da Maria Pinheira, que estava escrevendo<br />
em um beliche da ré a<br />
favor dos sebastianistas, tudo isto e<br />
o mais que a imaginação mais ar<strong>de</strong>nte<br />
se pô<strong>de</strong> fingir, foi menos que<br />
as primeiras <strong>de</strong>scargas dos dois espalhados<br />
batalhões numero tal e<br />
tal,<br />
Écos DA SOCIEDADE<br />
Foi visitado pelo sr. Bispo Con<strong>de</strong>, o reverendo<br />
parocho da freguezia <strong>de</strong> Santa<br />
Cruz, sr. José Men<strong>de</strong>s Saraiva, que conti<br />
nua doente.<br />
Acha-se enfermo, com doença <strong>de</strong> cuidado,<br />
o nosso amigo sr. Antonio Francisco<br />
do Valle, thesoureiro da Misericórdia.<br />
Também se acha gravemente doente o<br />
sr. Plinio Martins, ourives <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>.<br />
Tem obtido consi<strong>de</strong>ráveis melhoras o<br />
sr. dr. Alberto Navarro, <strong>de</strong> Con<strong>de</strong>ixa,<br />
cunhado do sr. ministro das finanças.<br />
Na egreja da Sé Velha foi celebrado o<br />
consorcio do sr. José das Neves Silva Carneiro,<br />
director superior da alfan<strong>de</strong>ga <strong>de</strong><br />
Lourenço Marques, com a sr." D. Maria <strong>de</strong><br />
La Salete Castro Neves e Silva, filha do<br />
antigo escrivão <strong>de</strong> direito <strong>de</strong>sta comarca,<br />
sr. José Norberto das Neves.<br />
Passa um pouco encommodado o meretissimo<br />
juiz <strong>de</strong>sta comarca sr. dr. Oliveira<br />
Pires.<br />
Acha-se em Lisboa, com pouca <strong>de</strong>mora,<br />
o sr. dr. Marnoco e Sousa.<br />
S. ex. a foi ali tratar da organisação dos<br />
pontos para o concurso para a vaga <strong>de</strong><br />
professor da ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Economia Politica,<br />
na Escola Polytechnica.<br />
O sr. dr. Marnoco e Sousa é um dos<br />
membros do jury.<br />
Descanso semanal<br />
Foi distribuído nesta cida<strong>de</strong> o seguinte<br />
aviso:<br />
Previne se o commercio <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> que as modificações feitas<br />
á lei do <strong>de</strong>scanso semanal só come<br />
çam a vigorar em <strong>Coimbra</strong> e nas<br />
<strong>de</strong>mais terras da província i5 dias<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter sido feita a regulamentação<br />
para Lisboa. (§ 6.° do art.<br />
7 do <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong><br />
1911).<br />
A regulamentação, não só para<br />
<strong>Coimbra</strong> como para as <strong>de</strong>mais terras<br />
da província, pertence ás Camaras<br />
municipaes, <strong>de</strong> accordo com as<br />
associações respectivas e ouvidos os<br />
presi<strong>de</strong>ntes das juntas <strong>de</strong> parochia,<br />
e será baseada tanto quanto possível<br />
no regulamento que para o concelho<br />
<strong>de</strong> Lisboa fôr elaborado. (Art.<br />
7 e § i.° do <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> Janeiro<br />
<strong>de</strong> 1911).<br />
Assim, pois, até que seja feita a<br />
nova regulamentação, continua em<br />
vigor a existente.<br />
<strong>Coimbra</strong>, 21 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1911.<br />
A commissão <strong>de</strong> vigilancia.<br />
#<br />
Telegramma<br />
Ao ex. m0 ministro do interior. —<br />
Lisboa.<br />
O pensamento do legislador estabelecendo<br />
a obrigatorieda<strong>de</strong> do encerramento<br />
dos estabelecimentos,<br />
embora não esteja expresso em ne-<br />
A balbúrdia foi tanta que o emprezario,<br />
mais morto que vivo, teve<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>itar a cabeça <strong>de</strong> fóra da gaiola<br />
do ponto e bradar: «Digam os senhores<br />
o que querem para se acabar<br />
o divertimento <strong>de</strong>sta infeliz noite<br />
? Ponham ahi o Tartufo, respon<strong>de</strong>u<br />
uma voz.»<br />
«Então a o:chestra mais <strong>de</strong>sassombrada,<br />
abrindo as caixas das<br />
sanfonas, tocou o minuete da embaixada,<br />
com que tudo se aquietou<br />
alguma coisa !»<br />
Ahi está o que era uma pateada<br />
comprada, no anno <strong>de</strong> 1812. Vejam<br />
e pasmem !<br />
Falla-nos tamberri o padre Lagosta—<br />
era assim a sua alcunha —<br />
da pateada real, a qual caiu com o<br />
absolutismo— pois o systema cons<br />
titucional não admitte pateadas<br />
reaes! e da pateada redonda, que<br />
era quasi a mesma coisa. «A paleada<br />
redonda, diz elle, é pachorrenta,<br />
espera a consumação da peça ;<br />
é terrível sim, nos seus symptomas,<br />
mas não é apressada a sua crise: a<br />
pateada real tem mais fogo e impaciência.<br />
Na proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />
pateada real, até caem sem ningtrem<br />
lhes mecher, os cartazes das<br />
esquinas, como envergonhados <strong>de</strong><br />
terem anmtnciado a peça. Dias antes,<br />
chega a levantar o papel moeda<br />
pela influencia dos que querem<br />
comprar bambús na fórma da lei.<br />
Começâ <strong>de</strong> ser objecto das mais se-<br />
nhum artigo da lei, <strong>de</strong>duz-se claramente<br />
da disposição do n.° 2 do §<br />
i.° do art. 2. 0 do <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> 9 do<br />
corrente, o que é justo, e assim os<br />
abaixo assignados, commerciantes<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, con<strong>de</strong>mnam os pedidos<br />
que em sentido contrario téem<br />
sido dirigidos a v. ex. a e pe<strong>de</strong>m que<br />
a lei seja modificada estabelecendo<br />
a obrigatorieda<strong>de</strong> do encerramento<br />
ao domingo em todo o paiz.<br />
A disposição que auctorisa as Camaras<br />
a permittir o encerramento<br />
em dias diversos, tem inconvenientes<br />
graves que o superior espirito<br />
<strong>de</strong> v. ex. a <strong>de</strong>ve pon<strong>de</strong>rar.<br />
Alberto Duarte Areosa<br />
Hermínio Bernardo Loureiro<br />
Abilio Lagoas<br />
Ricardo Pereira da Silva<br />
João Cerveira Nunes<br />
Francisco Villaça da Fonseca<br />
Antonio da Silva Braga<br />
Manuel Joaquim Villaça<br />
Viuva <strong>de</strong> Jeronymo José Pereira,<br />
Filho<br />
Manuel Paes da Silva<br />
Francisco Rodrigues da Cunha Lucas<br />
Manuel Neves Barata<br />
Antonio Augusto Neves<br />
José Sebastião d'Almeida<br />
Florêncio dos Santos Ribeiro<br />
Antonio Marques Seabra<br />
José Teixeira<br />
Antonio Francisco <strong>de</strong> Brito<br />
Bernardino Carvalho<br />
Pereira d'Almeida<br />
A<strong>de</strong>lino Ferreira Matheus<br />
Guimarães & Lobo<br />
Manuel Villaça da Fonseca<br />
Joaquim Maria Martins, successores<br />
Manuel Ferreira Matheus<br />
Dantas Guimafôes<br />
Joaquim Men<strong>de</strong>s Macedo<br />
Bento Carlos da Fonseca<br />
Francisco Borges<br />
José Barriga Cerveira<br />
José d'Almeidá Teixeira<br />
Luiz d'Almeida Júnior<br />
José Maria Teixeira Fânzeres<br />
Roque d'Almeida Mariano<br />
José das Neves Carneiro<br />
Manuel Simões<br />
Ventura Baptista d'Almeida<br />
Augusto dos Santos Gonçalves, successor<br />
José Henriques Pedro<br />
Luiz Augusto Teixeira<br />
Augusto d'Almeida<br />
Zacharias Neves<br />
João Men<strong>de</strong>s<br />
Joaquim Pessoa<br />
Ernesto Ferreira Lopes<br />
Ernesto Lopes <strong>de</strong> Moraes<br />
Antonio Marques da Silva Eloy<br />
Jayme Lopes Lobo<br />
Augusto da Silva Fonseca.<br />
Snllragios<br />
A sr. a D. Julia <strong>de</strong> Paiva Telles <strong>de</strong><br />
Vasconcellos mandou rezar na Capella<br />
da Tocha, em Monte São, no<br />
dia 23 do corrente, duas missas, uma<br />
suffragando a alma <strong>de</strong> sua saudosa<br />
prima e madrinha, a sr. 1 D. Maria<br />
da Pieda<strong>de</strong> Machado, e a outra por<br />
alma do seu inolvidável e chorado<br />
marido, o sr. Elisio Telles <strong>de</strong> Vasconcellos.<br />
rias conversações geraes pelos botequins.<br />
Pinta se com cores palidas<br />
a consternação e o assombro pelos<br />
focinhos dos comicos ; todos sabem,<br />
todos esperam o golpe da <strong>de</strong>sgraça<br />
imminente. Noites antes, os mesmos<br />
entes brutos e insensíveis do theatro<br />
dão funestos presagios do proximo<br />
terremoto; o cão do ponto<br />
uiva <strong>de</strong>sconformemente; não ha<br />
agua raz que baste a fazer pegar e<br />
acen<strong>de</strong>rem-se as velas <strong>de</strong> cebo, que,<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s esmorramentos,<br />
dão uma luz sepulchral e moribunda.<br />
O poeta do theatro fica em casa<br />
iom repentinas câmaras. O carpinteiro<br />
machinista, atonito com os<br />
symptomas da futura conflagração<br />
geral, engana se e se ha <strong>de</strong> puchar<br />
um bastidor <strong>de</strong> vista, da fachada<br />
do mal cosinhado, pucha o bastidor<br />
dos tumulòs <strong>de</strong> Verona, e a primeira<br />
cantatriz, se ha <strong>de</strong> empurrar<br />
a cavatina <strong>de</strong> Mironton, engrola a<br />
ultima aria <strong>de</strong> Julieta a expirar nos<br />
braços <strong>de</strong> Romeo! Estes são, para<br />
fallar investigadoramente, os avancoureurs<br />
da pateada real, ultima<br />
<strong>de</strong>sgraça da empreza dramática, e<br />
que pelas suas complicadíssimas<br />
circumstancias, não entra na classe<br />
dos acontecimentos vulgares, na<br />
gran<strong>de</strong> historia do mundo!»<br />
(Continua).
Estudantes <strong>de</strong> medicina<br />
.. .Sr. redactor<br />
O Avante, semanario <strong>de</strong> Estudantes<br />
Portuguezes, com sé<strong>de</strong> em<br />
Lisboa, publicou em o n.° 7 um artigo<br />
meu, em resposta a outro que,<br />
sob o titulo — O protesto dos Estudantes<br />
da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, já tinha publicado em<br />
2 5 <strong>de</strong> Dezembro proximo passado.<br />
Ora como a referida prosa vem<br />
publicada com ligeiras modificações<br />
que lhe alteram o sentido, e truncada<br />
em phrases que eu reputo fundamentaes<br />
para a justa apreciação<br />
do meu pensamento, peço a v...<br />
um logar mo<strong>de</strong>sto no seu apreciado<br />
jornal, para a publicação do referido<br />
artigo, tal qual o escrevi.<br />
De v... etc.<br />
José da Silva Neves<br />
0 protesto dos estudantes da<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong><br />
E' sempre <strong>de</strong>veras penoso <strong>de</strong>fron<br />
tar companheiros <strong>de</strong> lucta pela mes<br />
ma causa, sobretudo quando, como<br />
no actual momento, essa causa<br />
grandiosa e unanimemente sympathica—o<br />
aperfeiçoamento da instrucção.<br />
Constrange-nos por isso vir a<br />
publico anaíysar e retutar a apreciação<br />
feita, no jornal A 'vante, ao<br />
protesto convite que os alumnos da<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina lançaram aos<br />
seus collegas <strong>de</strong> Lisboa e Porto.<br />
Antes <strong>de</strong> tudo, é profusamente<br />
lamentavel que o Avante, fundado<br />
e arvorado em <strong>de</strong>fensor do aperfeiçoamento<br />
do ensino em Portugal,<br />
tomasse para nós, collaboradores no<br />
seu i<strong>de</strong>al, uma attitu<strong>de</strong> hostil tratando<br />
em estylo chocarreiro, e repassado<br />
d'ironia, um assumpto d'im<br />
portancia capital.<br />
Parece-nos que o caminho mais<br />
sensato a trilhar nestas questões é o<br />
da maxima correcção e gran<strong>de</strong> au<br />
ctorida<strong>de</strong>, a par da verda<strong>de</strong> absoluta<br />
produzindo convicções.<br />
A moção aprovada pelos alumnos<br />
da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina, nem <strong>de</strong><br />
fen<strong>de</strong> os seus mestres, nem preconisa<br />
a superiorida<strong>de</strong> da escola <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong>.<br />
Protesta, sim, contra as accusações<br />
abstractas feitas ao seu ensino,<br />
e convida os que se arvoram em<br />
juizes, a conhecerem o corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
íicto para <strong>de</strong>pois imparcialmente ou<br />
absolverem ou con<strong>de</strong>mnarem mas<br />
com conhecimento <strong>de</strong> causa. Foi<br />
isto e nada mais que se teve em<br />
mira, porque insinuar, accusar vagamente<br />
nada ha mais fácil.<br />
Quando, <strong>de</strong> quê e on<strong>de</strong> é que os<br />
estudantes da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina<br />
accusaram os seus collegas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Lisboa e Porto ?<br />
Ainda bem que o A 'vante, classificando<br />
<strong>de</strong> injustas essas imaginarias<br />
accusações, <strong>de</strong>clara não ter procuração<br />
dos estudantes <strong>de</strong> Lisboa para<br />
os <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r; e ainda bem, porque<br />
seria absurdo e até contraproducente,<br />
quererem <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o ensino medico<br />
da Escola <strong>de</strong> Lisboa com a<br />
existencia <strong>de</strong> laboratórios, clinicas e<br />
Consultorios que nada tem que ver<br />
com a educação profissional que o<br />
estado tem o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> ministrar.<br />
Pois o que se <strong>de</strong>bate actualmente?<br />
E' ou não o ensino official, as suas<br />
condições, insufficiencia, orientação<br />
e competencia do professorado?<br />
Doutra maneira, levados pelo raciocínio,<br />
nada ha a exigir em favor<br />
do ensino medico em Portugal, por<br />
quanto os que quizerem apren<strong>de</strong>r,<br />
aproveitam ainda mais que em Lisboa,<br />
frequentando as clinicas <strong>de</strong><br />
Pozzi, Bier, Albarran, Lejars, Faure,<br />
Eiselsberg e tantos outros. E'<br />
uma questão <strong>de</strong> dinheiro e boa vonta<strong>de</strong>.<br />
E' o que se <strong>de</strong>prehen<strong>de</strong> da<br />
Erosa que vimos analysando. E em<br />
isboa assim é<br />
Não faltam ahi especialida<strong>de</strong>s e<br />
clinicas particulares. Já assim o dizia<br />
o governo no Diário «pondo emfim<br />
termo á velha pobreza <strong>de</strong> um<br />
estabelecimento que se via tão mal<br />
dotado <strong>de</strong> apetrechamento necessário<br />
para a technica didactica<br />
«Por um esforço espontâneo da<br />
Classe medica se introduziram ha<br />
muito entre nós essas especialida<strong>de</strong>s,<br />
algumas das quaes se indivi-<br />
dualisaram já nos serviços hospita<br />
lares.<br />
Importa agora que se integrem<br />
abertamente no ensino official, <strong>de</strong><br />
modo a preencher a lacuna tantas<br />
vezes notada na habilitação geral <strong>de</strong><br />
um clinico, e que por outro lado<br />
sirvam <strong>de</strong> aljofre nacional a futuros<br />
especialistas.»<br />
De resto, a <strong>de</strong>ficiencia do ensino<br />
official é gran<strong>de</strong> nas tres escolas.<br />
«Se <strong>Coimbra</strong> tem difíiculda<strong>de</strong>s<br />
hospitalares, Lisboa está hoje pouco<br />
mais ou menos nas mesmas condições<br />
em que ha vinte annos se encontrava<br />
o Porto<br />
A escola daquella cida<strong>de</strong> (Porto)<br />
pa<strong>de</strong>cia <strong>de</strong> mal tão grave e tão fun<br />
do que se dizia incurável<br />
Mas o que importa ser aqui apre<br />
ciado é a situação difficil em que a<br />
escola se encontra hoje para o seu<br />
ensino clinico. Tendo junto a si um<br />
hospital com centenas <strong>de</strong> doentes,<br />
vê-se a todo o momento a braços<br />
com dificulda<strong>de</strong>s.<br />
Já aqui alguma coisa dissemos<br />
<strong>de</strong>sta situação <strong>de</strong>plorável.<br />
O remedio procura-o a escola, em<br />
caminho parecido com o que a fa<br />
culda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> parece <strong>de</strong>sejar,<br />
e consegui lo ha, porque entre satisfação<br />
duma necessida<strong>de</strong> publica<br />
e o voluntarioso querer duma auctorida<strong>de</strong><br />
não ha espirito imparcial que<br />
possa hesitar. Ultimamente as coi<br />
sas ainda se aggravaram. Já não é<br />
só o doente, é também o cadaver....<br />
O caso é que a escola <strong>de</strong> Lisboa<br />
atravessa uma verda<strong>de</strong>ira crise e o<br />
seu futuro está cheio d'ameaças. As<br />
coisas apparecem como se uma vasta<br />
re<strong>de</strong> se estivesse lançando sobre<br />
ella. Nem doentes nem cadaveres,<br />
ou antes, para a verda<strong>de</strong> Iitteral,<br />
doentes poucos, difficeis d'aprovei<br />
tar, cadaveres pouquíssimos, ainda<br />
mais difficeis <strong>de</strong> arrancar.<br />
Para o futuro ainda peor. Está se<br />
fazendo, annexo ao hospital, um<br />
instituto anatomo pathologico, que,<br />
nas circunstancias actuaes, tem uma<br />
tal ou qual apparencia <strong>de</strong> escola<br />
medica rival. O que será da que<br />
hoje existe quando a sua competidora<br />
entrar na activida<strong>de</strong> aspiratoria<br />
dos cadaveres do hospital? Terá <strong>de</strong><br />
fechar as portas ou que ensinar anatomia<br />
e clinica em bonecos <strong>de</strong> pasta.<br />
A Escola Medica <strong>de</strong> Lisboa arrazada!<br />
Talvez um i<strong>de</strong>al!...<br />
Ora esperemos que antes disso<br />
venha algum terramoto que faça arrasamento<br />
menos damnoso».<br />
Assim se exprimiu o saudoso professor<br />
Bombarda no editorial da<br />
Medicina Contemporânea <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong><br />
Abril proximo passado, sobre a Escola<br />
<strong>de</strong> Lisboa.<br />
Felizmente para nós todos, as esperanças<br />
do insigne mestre realisaram-se<br />
na manhã <strong>de</strong> 5 d'Outubro.<br />
Liqui<strong>de</strong>m-se, pois, uma vez para<br />
sempre as questões suscitadas, promova-se<br />
a confraternisação das escolas<br />
do paiz e teremos assim conseguido<br />
uma obra altamente moralisadora.<br />
José da Silva Neves<br />
Alumno do 4.° anno medico em <strong>Coimbra</strong><br />
Conferencia<br />
A convite do director do Collegio<br />
Mon<strong>de</strong>go, efíectua em 5 <strong>de</strong> Fevereiro<br />
neste estabelecimento uma conferencia<br />
o illustre pedagogista sr.<br />
dr. João <strong>de</strong> Deus Ramos, subordinada<br />
ao thema: A tradição jesuítica<br />
em Portugal. Vantagens da inicia<br />
tiva particular.<br />
Partido republicano<br />
Sempre se realisa no dia 3i do<br />
corrente a excursão dos republicanos<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> ao Porto.<br />
O Centro académico republicano<br />
resolveu já tomar parte nessa mani<br />
festação politica e convidar para ella<br />
o reitor e lentes republicanos.<br />
O mesmo Centro vae publicar um<br />
manifesto ao paiz e mandar fazer<br />
uma ban<strong>de</strong>ira.<br />
Mais resolveu protestar contra a<br />
nomeação dos monarchicos srs. Arthur<br />
Fevereiro e Cardoso <strong>de</strong> Menezes<br />
para o Tribunal Administrativo<br />
e contra a con<strong>de</strong>mnação do professor<br />
japonez Kotoku, sua mulher e<br />
mais <strong>de</strong>z anarchistas, que hontem<br />
foram justiçados em Tockio por tentarem<br />
contra a vida do imperador<br />
do Japão.<br />
Noticias <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> <strong>de</strong> II <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1911<br />
Minha filha 1<br />
Albertina, <strong>de</strong> 6 annos <strong>de</strong><br />
eda<strong>de</strong>, soffria <strong>de</strong> lymphatismo.<br />
Não vendo allivio<br />
algum para a sua moléstia<br />
nos outros preparados<br />
que lhe ministrei,<br />
resolvi-me, por conselho<br />
<strong>de</strong> um medico distincto a<br />
dar-lhe a Emulsão <strong>de</strong><br />
Scott, e esta, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
poucos mezes <strong>de</strong>u tão<br />
magníficos resultados que<br />
ella se encontra completamente<br />
restabelecida.<br />
Testemunho <strong>de</strong> MANOEL AUGUSTO PINTO, da rua<br />
Rocha Pereira, 24,Villa Nova <strong>de</strong> Gaia, em 13 <strong>de</strong> Agosto<br />
<strong>de</strong> 1909.<br />
Porque é que os médicos mais eminentes<br />
persistem em receitar a Emulsão <strong>de</strong> Scott<br />
para o tratamento do lymphatismo ? Porque<br />
a expenencia, em casos repetidos,<br />
tem mostrado que a Emulsão <strong>de</strong> Scott<br />
sempre cura o lymphaúsmo, e porque<br />
sabem que esta virtu<strong>de</strong> i;;fa!livel é <strong>de</strong>vida<br />
aos ingredientes po<strong>de</strong>rosíssimos empregados<br />
sempre no fabrico<br />
EMULSÃO DE<br />
COTT<br />
pelo processo especial <strong>de</strong> Scott.<br />
Quando pedir<strong>de</strong>s o preparado <strong>de</strong> Scott,<br />
não acceiteis emulsão alguma que não seja<br />
a d: Scott. As outras são fracas e inteiramente<br />
inúteis para acuradolymphatismo.<br />
NOTA : Apezar do Imposto <strong>de</strong> Sello <strong>de</strong> 50 reis po<br />
cada frasco, todas as Pharmacias e Drogarias<br />
ven<strong>de</strong>m a Kinulsão <strong>de</strong> SCOTT aos preços antigos,<br />
a sajei' : 500 reis meio frasco e 900 reis frasco<br />
granic.<br />
AMOJTKA. (ratuita, contra 200 reis para franquia,<br />
obtem-st! dos Snrs James Casseis & Cia., Succs., Rua<br />
do Mousinho da Silveira, 85, 1°, Porto.<br />
Exibir sempre a Emulsão com a marca — o homem<br />
do peixe — que significa o processo Scott,<br />
"0 Académico„<br />
e os ex-seminaristas<br />
Quem ler um artigo publicado no<br />
n.° 2 d 'O Académico intitulado I<strong>de</strong>ias<br />
dos Seminaristas ficará, talvez convencido<br />
<strong>de</strong> que é verda<strong>de</strong> tudo<br />
quanto nelle se diz.<br />
E' por isso que eu, ex-seminarista,<br />
venho publicamente <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os<br />
meus collegas e a mim proprio, das<br />
falsas accusações que nos são dirigidas<br />
nesse artigo, por gente, que,<br />
sem critério e sem conhecer a orga<br />
nisação do ensino nos seminários,<br />
preten<strong>de</strong> aviltar-nos simplesmente<br />
porque queremos que se nos faça<br />
justiça.<br />
Noção <strong>de</strong> justiça não tem quem<br />
diz que a pretensão <strong>de</strong> revalidação<br />
do nosso curso por que ha tempo<br />
vimos luctando é injusta, allegando<br />
falsamente a insufficiencia dos nossos<br />
conhecimentos litterarios, para<br />
comprovar a sua affirmação. E' a<br />
isto que visa o alludido artigo ; e é<br />
para provar a falsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta affirmação<br />
que eu roubo aos leitores do<br />
Noticias <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> um bocadinho<br />
<strong>de</strong> espaço.<br />
Depois <strong>de</strong> varias affirmaçÕes referentes<br />
aos seminaristas, vem com<br />
esta o auctor do citado artigo: Patria<br />
?! Não a tinham! Nem téem!<br />
Já viram maior insulto ? Isto não<br />
merece uma resposta. Comtudo direi<br />
ao auctor do artigo já que elle<br />
mostra conhecer a biblia: Bem aventurados<br />
os pobres <strong>de</strong> espirito...<br />
Mas, pondo <strong>de</strong> parte esta e ou-<br />
TRADUGÇAO<br />
DO<br />
ENGLISH READING BOOK<br />
POR<br />
(Diamantino §iniz $erreua<br />
-3®C-<br />
^ i ^ E Ç J O B O O ZEÒIÉXS<br />
tras calumnias do mesmo calibre,<br />
vamos ao ponto culminante do artigo.<br />
Diz assim: «Homens que conti<br />
nuadamente estão encerrados nos<br />
seminários, educados segundo uma<br />
crença don<strong>de</strong> não po<strong>de</strong>m fugir, co<br />
mo se pô<strong>de</strong> comprehen<strong>de</strong>r que tenham<br />
uma educação litteraria sufficiente<br />
para se compararem aos alu<br />
mnos do 7. 0 anno dos Lyceus ? Só<br />
estudam por livros que pó<strong>de</strong>m expli<br />
car os factos, segundo uma maneira<br />
religiosa, mas muito longe da verda<strong>de</strong>,<br />
como é costume».<br />
Ora vejam que argumento! Affirmar,<br />
mentir e nada mais. E chama<br />
nos hypocritas e sotainas! Isto é que<br />
é hypocrisia ; isto é que é <strong>de</strong> sotaina.<br />
Diz o auctor do artigo que nos só<br />
estudamos por livros que pó<strong>de</strong>m explicar<br />
os factos duma maneira re<br />
ligiosa muito longe da verda<strong>de</strong>.<br />
Pois olhe, meu caro amigo, no<br />
Seminário <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, que frequentei<br />
durante 7 annos, estudava<br />
se: Na ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> portuguez a<br />
grammatica <strong>de</strong> Vasconcelloz e a selecta<br />
<strong>de</strong> J. Brandão; na <strong>de</strong> francez<br />
a grammatica <strong>de</strong> C. Cabral e a selecta<br />
<strong>de</strong> Teixeira Botelho; na <strong>de</strong><br />
sciencias naturaes a phisica <strong>de</strong> Ri<br />
beiro Nobre, chimica <strong>de</strong> Sousa Gomez,<br />
zoologia <strong>de</strong> Bernardo Ayres,<br />
botanica <strong>de</strong> Pereira Coutinho e geologia<br />
<strong>de</strong> G. Guimarães, e assim em<br />
todas as outras ca<strong>de</strong>iras, á excepção<br />
das <strong>de</strong> philosohphia, historia e<br />
geographia em que não eram adoptados<br />
os mesmos livros que nos<br />
íyceus. Mas, á excepção <strong>de</strong>stas tres<br />
em todas as outras se davam os<br />
mesmos livros que nos lyceus. Ora,<br />
isto o que quer dizer? Quer dizer<br />
que O Académico mente <strong>de</strong>scaradamente.<br />
Então, senhor Académico, os livros<br />
citados e outros que po<strong>de</strong>ria<br />
citar são os livros que só pó<strong>de</strong>m ex<br />
plicar os factos duma maneira religiosa<br />
muito longe da verda<strong>de</strong> ?<br />
Mas, s. ex.\ estuda por elles, e<br />
comtudo s. ex. A não explica os factos<br />
duma maneira religiosa muito<br />
longe da verda<strong>de</strong>!<br />
Oh sempre a mentira ! E nós é<br />
que somos sotainas!<br />
Pelo que respeita á nossa educa<br />
ção litteraria, eu e os meus collegas<br />
com o curso preparatório completo,<br />
não temos receio algum <strong>de</strong> nos su<br />
geitarmos a uma prova publica da<br />
nossa competencia. Mas, dir-se ha,<br />
então porque não querem sugeitarse<br />
a ella, e pe<strong>de</strong>m a revalidação do<br />
seu curso ? A resposta é simples. E'<br />
porque não sendo, como julgo ter<br />
<strong>de</strong>monstrado, a nossa educação litteraria<br />
inferior á do nosso Académico,<br />
não é justo que se nos negue<br />
o que pedimos, e mesmo s. ex. a não<br />
acharia justo que passando <strong>de</strong>ste<br />
para outro Lyceu, ahi lhe exigissem<br />
provas publicas <strong>de</strong> matérias <strong>de</strong> que<br />
apresentava documentos arranjados<br />
como cada um quer pensar.<br />
E, finalmente, porque a maior<br />
parte dos ex seminaristas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
terem gasto centenas <strong>de</strong> mil réis<br />
para tirar o curso preparatório dos<br />
seminários, não pô<strong>de</strong> gastar outro<br />
tanto para tirar o dos lyceus.<br />
Basta. Mas creia o meu amigo que<br />
me encontrará sempre prompto a<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a minha dignida<strong>de</strong> e a dos<br />
meus collegas, quando ella for injusta<br />
e mentirosamente rebaixada<br />
por falsas accusações como estas.<br />
Que os leitores do Noticias <strong>de</strong><br />
<strong>Coimbra</strong> me perdoem esta <strong>de</strong>safronta,<br />
mas a minha dignida<strong>de</strong> e o<br />
meu caracter não me permittiam<br />
que me calasse á vista <strong>de</strong> semelhante<br />
accusação.<br />
Um ex seminarista.<br />
Contribuições<br />
Í O sr. presi<strong>de</strong>nte da Associação<br />
| Commercial entregou hoje ao illustre<br />
governador civil <strong>de</strong>ste districto<br />
uma petição para que seja prorogado<br />
até ao fim <strong>de</strong> Março o prazo para<br />
o pagamento voluntário das contribuições<br />
do Estado.<br />
Achamos <strong>de</strong> toda a justiça a annuencia<br />
a este pedido, que é fundamentado<br />
em consi<strong>de</strong>rações dignas<br />
<strong>de</strong> ser attendivel.<br />
As Gottas Concentrada» <strong>de</strong><br />
FERRO BRAVAIS<br />
• ao o remedio mais «facas contra<br />
Em todas Ph" e Drofi". Desconfiar das imitações<br />
Foi absolvido o tenente Djalme<br />
hontem submettido a novo julgamento<br />
em Pare<strong>de</strong>s.<br />
Está em cobrança a côngrua parochial<br />
da freguezia <strong>de</strong> Santa Cruz.<br />
—•<br />
Declarou se em gréve todo o pessoal<br />
menor das fabricas <strong>de</strong> lanifícios<br />
da Covilhã.<br />
EXPEDIENTE<br />
Os preços das publicações feitas nesta<br />
folha sào:<br />
Commnnicados 50 réis a linha.<br />
Reclames na V pagina 50 réis.<br />
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a primeira yez, e 20 réis as repetições.<br />
Os srs. asslgnantes téem 50 °/0 <strong>de</strong><br />
abatimento em todas as publicações.<br />
Annuncios permanentes contracto es-<br />
Aos srs. annnnciantes pedimos a alta<br />
fineza <strong>de</strong> indicarem nos originaes o numero<br />
<strong>de</strong> publicações que <strong>de</strong>sejam.<br />
A ADMINISTRAÇÃO.<br />
XAROPE FAMEL<br />
eu TODAS Al PHARMACIAS ou no OCKIITO flf/ML í<br />
16, RUA doa SAPATEIROS — LISBOA.<br />
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Ven<strong>de</strong>m-se dois com algumas musicas.<br />
Preço: 6®>ooo réis e io»ooo<br />
réis. Rua da Manutenção Militar,<br />
n.° 9 e u, <strong>Coimbra</strong>.<br />
DINHEIRO<br />
Empresta-se a juro sobre hypotheca<br />
i :6oo.J>ooo réis, preferindo no<br />
concelho <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>. Nests redacção<br />
se dão informações.
José Antunes (filho)<br />
Professor da orquestra do extincto<br />
Real Theatro <strong>de</strong> S. João d'Opera<br />
Lyrica, do Porto, socio e musico<br />
da Associação <strong>de</strong> Lisboa dos Músicos<br />
Portugueses e professor <strong>de</strong> musica<br />
no Collegio Ursulino, lecciona<br />
sulfejo, rudimentos, bandolim, banjolim,<br />
violão, violino, (rabéca), banjo,<br />
piano, violoncello, contra basso, etc.<br />
Toma parte em tudo que diga<br />
respeito á musica. Gran<strong>de</strong> archivo<br />
<strong>de</strong> sexteto e orquestra. Compram-se<br />
pianos.<br />
Donrador e prateador.<br />
Galvanização pelos uials<br />
mo<strong>de</strong>rnos processos.<br />
Rua da Manutenção militar, n. 08<br />
9 e 11 — <strong>Coimbra</strong>.<br />
CARNAVAL<br />
Aviso aos srs. reven<strong>de</strong>dores<br />
para que não façam as suas<br />
compras sem verem o importante<br />
mostruário que recebeu o Pitta.<br />
Gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>posito <strong>de</strong> confetti e<br />
ser pentinas.<br />
!!! Ninguém ven<strong>de</strong> mais hanlo!!!<br />
Remettem se catalogos a quem os<br />
pedir a<br />
Alberto Pitta - COIMBRA<br />
(Po<strong>de</strong> ser chamado provisoriamente<br />
pelo telephne n." 266).<br />
V E N D E - S E<br />
Um piano horisontal, cm muito<br />
bom estado <strong>de</strong> conservação, proprio<br />
para estudo.<br />
Para ver e tratar na rua da Mathematica,<br />
3 1.<br />
COMPRA DE CASA<br />
Compra-se uma casa, que tenha<br />
quintal. Não se <strong>de</strong>seja muito gran<strong>de</strong>,<br />
mas em bom local.<br />
Carta fechada para esta redacção,<br />
com as iniciaes J. G.<br />
OLEO PURO M FÍGADO<br />
M BACALHAU<br />
TERRA MOVA<br />
Importador directo, João P. A. Ferreira<br />
Rua dos Bacalhoeiros<br />
L I S B O A<br />
, Este oleo, o mais puro no seu genero,<br />
recebido directamente da «Terra<br />
Nova » e <strong>de</strong> marca registada, é<br />
vendido em garrafas <strong>de</strong> meio litrooitavo,<br />
capsulas e avulso, aos pre,<br />
ços <strong>de</strong> Lisboa.<br />
Descontos convidativos para pharmacias<br />
e drogarias.<br />
Deposito em <strong>Coimbra</strong>:<br />
Antonio Fernan<strong>de</strong>s & Filho<br />
RUA DO OORVO<br />
QUITA DAS FONTES<br />
NA<br />
M E A L H A D A<br />
Ven<strong>de</strong>-se esta quinta que comprehen<strong>de</strong><br />
cerca <strong>de</strong> 320:000 metros quadrados<br />
<strong>de</strong> terreno com gran<strong>de</strong> olival,<br />
pomar, terra <strong>de</strong> horta, pinhaes<br />
e casa gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> habitação e cocheira.<br />
Para informações, na Mealhada,<br />
Alvaro Rodrigues Breda.<br />
Em <strong>Coimbra</strong>, José Augusto Pereira<br />
<strong>de</strong> Vasconcellos, no cartotio<br />
do dr. Vieira, rua da Sophia, 53.<br />
"TRESPASSE<br />
Em virtu<strong>de</strong> da dissolução da socieda<strong>de</strong><br />
d'alquilaria que nesta cida<strong>de</strong><br />
grava sob a firma Soares & Garcia,<br />
trespassa-se a antiga e acreditada<br />
alquilaria Soares, sita á Avenida Navarro,<br />
pelo seu proprietário Manuel<br />
José da Costa Soares Júnior, não<br />
po<strong>de</strong>r estar á testa do mesmo estabelecimento.<br />
Trata-se nesta cida<strong>de</strong>, com o proprietário<br />
ou com o solicitador Françisco<br />
Men<strong>de</strong>s Pimentel.j<br />
Noticias <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> <strong>de</strong> II <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1911<br />
AGUA DO BARREIRO»* M * k W i t W j & i W é t è í W è<br />
(BEIRA ALTA)<br />
Estimula fortemente o appetíte;<br />
cura radicalmente a anemia e chlorose,<br />
as doenças do estomago facilitando<br />
ao mesmo tempo a digestão;<br />
purifica o sangue e., no periodo catamenial,<br />
é infallivel reguladora das<br />
funcçôes <strong>de</strong>licadas das senhoras.<br />
Deposito em <strong>Coimbra</strong>.<br />
Manuel Fernan<strong>de</strong>s d Azevedo & Comp. a<br />
Praça 8 <strong>de</strong> Maio e Praça da Republica<br />
PADARIA POPULAR<br />
(Antiga padaria do sr. Ignacio Miranda;<br />
12 —Largo da Freiria—13<br />
Manuel Rodrigues da Bella<br />
«fc Irmão, proprietários <strong>de</strong>sta<br />
acreditada e antiga padaria,<br />
previnem o publico e os<br />
seus estimados fregueses<br />
que no iutuito <strong>de</strong> l»cm o*<br />
servir tem ua referida padaria<br />
pão <strong>de</strong> Imiui fabrico c <strong>de</strong><br />
todas as especies, taes como:<br />
l*ão abiscoitado, holaelia.<br />
I»fu> «Paglia. Iiewpauhul, para<br />
todos os preços.<br />
l»ão <strong>de</strong> NO e «O réis o kilo.<br />
Todo este pão é fabricado<br />
com agua Qltrada.<br />
O estabelecimento po<strong>de</strong><br />
ser visitado por todas as pessoas<br />
que assim o <strong>de</strong>sejarem<br />
veodo mesmo o fabrico do<br />
pão.<br />
Pão queute, <strong>de</strong> mauliâ, das<br />
B horas ao melo dia; e <strong>de</strong><br />
tar<strong>de</strong> das » em <strong>de</strong>anle.<br />
"Collegio Portaguez,,<br />
Praça da Republica<br />
(Antigo Largo D. Lui\, n.° 32)<br />
COIMBRA<br />
Recebem-se, a partir <strong>de</strong> i <strong>de</strong> Janeiro<br />
<strong>de</strong> 1911, educandas internas,<br />
semi-internas e externas.<br />
LEI DO INQUILINATO<br />
Joaquim Albino Gabriel e Mello,<br />
antigo solicitador encartado, encar<br />
rega-se da administração <strong>de</strong> prédios,<br />
fazendo arrendamentos, recebendo<br />
rendas e dar mensalmente para as<br />
repartições <strong>de</strong> fazenda as respecti<br />
vas relações para evitar multas aos<br />
senhorios, segundo a nova lei do<br />
inquilinato.<br />
A sua longa pratica <strong>de</strong> solicitador<br />
e <strong>de</strong> serviços fazendarios, são prova<br />
da sua competencia. Agencia muito<br />
resumida.<br />
Escriptorio, rua da Sophia, g3,<br />
i.°, <strong>Coimbra</strong>.<br />
EMPREGADO<br />
Individuo, casado, com o 5.° anno<br />
dos lyceus, offerece-se para escriptorio<br />
ou outra collocação <strong>de</strong>cente,<br />
dando fiador. Não faz questão <strong>de</strong><br />
or<strong>de</strong>nado.<br />
Para tratar nesta redacção.<br />
TRIPA<br />
Deposito da casa Anjos e C. 4<br />
Jofio Vieira da Silva Lima<br />
IS 1)0 NOTICIAS DE COIMBRA<br />
PATEO DA INQUISIÇÃO<br />
C O I M B R A<br />
Nesta typographia executam-se com perfeição e<br />
rapi<strong>de</strong>z todos os trabalhos typographicos, taes como:<br />
Memoriaes, memoranduns, circulares, prospectos,<br />
programmas, recibos, facturas, bilhetes para estabelecimentos,<br />
talões, mappas, papel timbrado, enveloppes,<br />
livros <strong>de</strong> quotas, avisos, relatorios, etc.<br />
Composição e impressão <strong>de</strong> Jornaes.<br />
Bilhetes <strong>de</strong> visita Participações <strong>de</strong> casamento<br />
. PREÇOS COMMODOS<br />
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<strong>de</strong> mais d» 100:000 ç<br />
artigos quasi <strong>de</strong> graça.<br />
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oasa Freire-Gravador.<br />
premiada cara 3 medalhas <strong>de</strong> ouro<br />
no-Brazil,eom fabrica <strong>de</strong> chapa?<br />
d lettras esmaltadas, ofDefbas<br />
- graphicas, etc., etc. Peçam eatalo-<br />
lÉELZaJlS? P^Us eom preoos Ozoa e <strong>de</strong>»<br />
IfflSSSr lhos <strong>de</strong> todo. R. Ouro. tSS * registadas <strong>de</strong> Freire<br />
Gravador, as quão»<br />
l duram toda a rida, aílanldo-se<br />
sempre qne seja<br />
reclso e por isso bara-<br />
Rsslmas, em aço superior,<br />
especial para esta<br />
casa, fazendo a barba em'<br />
t minutos sem perigo nenhum.<br />
Gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>posito <strong>de</strong> todos estes artl-,<br />
gos, o metros quadrados.<br />
Para tratar: Diamantino Diniz Ferreira.