11.04.2013 Views

PINTANDO O SETE NA SALA DE AULA Míriam Borges da ... - NUPEA

PINTANDO O SETE NA SALA DE AULA Míriam Borges da ... - NUPEA

PINTANDO O SETE NA SALA DE AULA Míriam Borges da ... - NUPEA

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>PINTANDO</strong> O <strong>SETE</strong> <strong>NA</strong> <strong>SALA</strong> <strong>DE</strong> <strong>AULA</strong><br />

<strong>Míriam</strong> <strong>Borges</strong> <strong>da</strong> Fonseca Rodrigues (veraformosa@yahoo.com.br)<br />

Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM<br />

A escola Nossa Senhora <strong>da</strong> Pie<strong>da</strong>de tem uma área de 3.200 metros, possui 20 salas de<br />

aula, com turmas de ciclos musicais, intermediários e avançados, sala de professores,<br />

biblioteca, cantina, dois banheiros, sala de informática, secretaria, sala para a diretora, uma<br />

quadra descoberta e uma coberta e um pátio. Além disso, há mais uma sala de aula em<br />

construção para que possa funcionar o Ensino Médio.<br />

Colaboraram para a elaboração do projeto as supervisoras Vera e Marlene, o professor<br />

e pai do aluno do sexto ano do ensino fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> escola, formado em pintura. Já<br />

os alunos têm faixa etária entre 10 e 16 anos, são de sexo masculino e feminino, de famílias<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> zona rural, famílias estas com nível social médio.<br />

O projeto consistiu no enfoque <strong>da</strong> pintura em sala de aula, levando os alunos a<br />

produzir suas próprias obras. Teve como objetivo incentivar a interpretação e o conhecimento<br />

<strong>da</strong>s obras e pintores famosos e verificar a habili<strong>da</strong>de dos alunos em pintura livre, que<br />

reportasse a reali<strong>da</strong>de de ca<strong>da</strong> um deles. Para tanto, usamos telas, pincéis, tintas, água, pano e<br />

jornais.<br />

A metodologia adota<strong>da</strong> está de acordo com o estabelecido pelo CBC (currículo Básico<br />

Comum) no que tange à necessi<strong>da</strong>de de desenvolver nos alunos as suas habili<strong>da</strong>des e<br />

propiciar-lhes o domínio <strong>da</strong>s competências básicas para a leitura e compreensão de uma obra<br />

de arte.<br />

O primeiro passo foi focalizar a teoria geral <strong>da</strong> arte, especialmente <strong>da</strong> pintura, tratando<br />

de conceitos básicos como contrastes, luz, sombra, matizes, planos de pintura, dimensões,<br />

formas e cores. Partimos <strong>da</strong>s obras do pintor holandês Vicente Van Gogh (1853-1890). Seu<br />

nome completo é Vincent Van Gogh, nasceu dia 30 de março de 1853 em Groot Zundert,<br />

Países Baixos. Faleceu no dia 29 de julho de 1890 em Auvers-suroise, na França. A sua<br />

nacionali<strong>da</strong>de é holandesa. Teve como mestre Anton Mauve. Sua obra tem caráter<br />

impressionista e prima pelas cores vivas e vibrantes, com predileção quase obsessiva pelo<br />

amarelo. Suas obras primas foram Os comedores de Batata, Os girassóis, A noite estrela<strong>da</strong>,


Retrato de Dr. Gachet. Foi vastamente influenciado por Jean-Francçois Millet. Ele falou em<br />

todos os aspectos importantes para seu mundo. Foi capaz de constituir família, custear a<br />

própria subsistência e mesmo manter contatos sociais. Aos 37 anos, sucumbiu a uma doença<br />

mental e suicidou-se com um tiro no peito. Vincent teve vários episódios de violência,<br />

sobretudo contra si próprio, culminando na noite de 23 de dezembro de 1888, quando chegou<br />

a cortar um pe<strong>da</strong>ço de sua orelha esquer<strong>da</strong> que ofereceu depois a uma prostituta sua amiga. A<br />

influência de Van Gogh no expressionismo, fauvismo e abstracionismo foram notórios e pode<br />

ser reconheci<strong>da</strong> em variados entes <strong>da</strong> arte do século XX. Van Gogh é considerado o pioneiro<br />

na ligação <strong>da</strong>s tendências impressionistas com as aspirações modernistas. O museu Van<br />

Gogh, em Amsterdã, é dedicado aos seus trabalhos e aos de seus contemporâneos.<br />

Ca<strong>da</strong> aluno escolheu uma <strong>da</strong>s obras de Van Gogh como inspiração para seu trabalho.<br />

Esse procedimento permite observar o desenvolvimento dos alunos, a capaci<strong>da</strong>de que<br />

apresentam de criar seus próprios objetos artísticos, partindo de uma teoria e de um modelo<br />

conhecido. É fato que, ao trabalhar com o Ensino de Artes, não podemos deixar de<br />

exemplificar com obras conheci<strong>da</strong>s, como é o caso de Van Gogh. Mas implícito neste ato está<br />

o objetivo maior de difundir entre os alunos uma nova cultura artística, pois conforme afirma<br />

FERRAZ e FUSARI:<br />

Quando praticamos o ensino e aprendizagem de artes na escola surgem também questões<br />

que se referem ao processo educacional. Uma delas diz respeito ao posicionamento que<br />

assumimos sobre os modos de encaminhar esse trabalho em consonância como os<br />

objetivos de um processo escolarizado que aten<strong>da</strong> às necessi<strong>da</strong>des de cultura artística do<br />

mundo contemporâneo. (1993).<br />

Pensando no melhor aproveitamento <strong>da</strong> cultura artística presente em ca<strong>da</strong> indivíduo,<br />

em maior ou menor grau, optamos por propiciar aos alunos a oportuni<strong>da</strong>de de escolher o tema<br />

com o qual pretendiam trabalhar: paisagem, natureza morta, cores, flores ou silhuetas. Eles<br />

responderam gratificantemente: se empenharam na tarefa de produzir suas próprias obras,<br />

segundo sua consciência e cultura artística. Procuramos <strong>da</strong>r-lhes maior autonomia para que<br />

produzissem seus desenhos, interferindo apenas quando requisitado ou quando transparecia<br />

arrefecer nos alunos o ânimo de prosseguir.<br />

As ativi<strong>da</strong>des propostas foram diversas, envolvendo a teoria e a prática <strong>da</strong> pintura.<br />

Mostramos aos alunos os instrumentos de pintura.<br />

A respostas dos alunos foi bastante gratificante. Ca<strong>da</strong> um deles emprenhou-se na<br />

tarefa de produzir suas próprias obras segundo sua consciência e cultura artística. As


ativi<strong>da</strong>des proposta foram diversas, envolvendo teoria e prática na pintura. Mostramos aos<br />

alunos instrumentos como tintas, pincéis, telas, cavaletes e solventes. O depoimento de pais<br />

que atuam com pintura foi decisivo para a motivação deles. A utilização <strong>da</strong>s obras de Van<br />

Gogh foi proveitosa, pois os alunos viram-se motivados a produzir obras naquele estilo<br />

(pincela<strong>da</strong>s em pontos).<br />

Como professora, procurei <strong>da</strong>r-lhes maior autonomia para que produzissem seus<br />

desenhos. Tal projeto para minha prática pe<strong>da</strong>gógica foi bastante enriquecedor, posto que por<br />

ele percebi novas maneiras de despertar nos alunos a criativi<strong>da</strong>de e o gosto pela pintura.<br />

Aprendi que a autonomia do aluno no momento de produção <strong>da</strong> arte é essencial para o<br />

sucesso do trabalho em sala de aula como processo ensino/aprendizagem.<br />

O projeto Político Pe<strong>da</strong>gógico <strong>da</strong> escola teve respaldo em seu trabalho com pintura,<br />

porque prioriza a aprendizagem por meio de ativi<strong>da</strong>des prazerosas e significativas, que não<br />

implique unicamente num repasse de conhecimentos, mas numa prática de<br />

ensino/aprendizagem interativa, congregando esforços de professor, aluno e comuni<strong>da</strong>de<br />

escolar. O envolvimento dos alunos foi intenso e gratificante. Por fim, tudo aconteceu dentro<br />

do que foi planejado e esperado.<br />

Alunos produzindo suas próprias obras


Alunos produzindo suas próprias obras<br />

Alunos produzindo suas próprias obras


Referencias<br />

FERRAZ, M. H. T. e FUSART, M.F.R. Metodologia do ensino de arte, São Paulo: Cortez,<br />

1993.<br />

Site: http://www3.vangoghmuseum.nl/vgm/index.jsp?lang=nl, visitado em 10/09/2008

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!