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Introdução ao Pentateuco, da aula em PowerPoint to PDF.

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São atribuídos à tradição Eloísta as seguintes passagens: aliança de Abraão; nascimen<strong>to</strong> de Isaac,<br />

o repúdio de Agar; o sacrifício de Isaac; a corte de Rebeca; Esaú e Jacó; Jacó <strong>em</strong> Betel; o<br />

casamen<strong>to</strong> de Jacó; o nascimen<strong>to</strong> dos filhos de Jacó; Jacó e Labão; José e seus irmãos; José no<br />

Egi<strong>to</strong>; a morte de Jacó; a opressão no Egi<strong>to</strong>; nascimen<strong>to</strong> e vocação de Moisés; provavelmente<br />

cinco <strong>da</strong>s dez pragas; a passag<strong>em</strong> pelo mar; a viag<strong>em</strong> <strong>ao</strong> Sinai; a esta<strong>da</strong> no Sinai; o bezerro de<br />

ouro; a parti<strong>da</strong> do Sinai; as codornizes e o maná; os exploradores; a rebelião de Datã e Abiram; a<br />

viag<strong>em</strong> de Cades a Moab; a adoração de Baal; luta entre as tribos orientais e ocidentais;<br />

nomeação de Josué à sucessão de Moisés; o cântico de Moisés; a bênção e a morte de Moisés.<br />

É assaz difícil definir os limites <strong>da</strong> tradição Eloísta. Entretan<strong>to</strong>, pode-se afirmar que ela não traz<br />

na<strong>da</strong> sobre a história <strong>da</strong>s origens, vis<strong>to</strong> que nela não se encontra nenhum vestígio de rela<strong>to</strong>s<br />

cosmogônicos. De fa<strong>to</strong>, a tradição eloísta, sendo menos universalista, não se interessa, como a<br />

javista, pelos outros povos, se b<strong>em</strong> que não se deva exagerar essa diferença. Ela preocupa-se, <strong>em</strong><br />

primeiro lugar, com Israel, e, secun<strong>da</strong>riamente, pelas relações entre Israel e os povos vizinhos.<br />

Para os estudiosos, a tradição Eloísta começa com o “ciclo de Abraão”. Embora se reconheçam<br />

fragmen<strong>to</strong>s dela <strong>em</strong> Gn 15, há um consenso entre a maioria dos exegetas de que o primeiro trecho<br />

seguido <strong>da</strong> eloísta é Gn 20.<br />

O fim <strong>da</strong> eloísta também não é fácil de ser determinado. Fragmen<strong>to</strong>s seus, pod<strong>em</strong> ser encontrados<br />

<strong>em</strong> Nm 25 e 32, mas, provavelmente, não constitu<strong>em</strong> o fim primitivo dessa tradição. Há qu<strong>em</strong><br />

afirme a presença de tex<strong>to</strong>s eloístas no Deuteronômio: “É uma possibili<strong>da</strong>de que t<strong>em</strong> a seu favor<br />

bons argumen<strong>to</strong>s, mas que não permite precisar a extensão do documen<strong>to</strong> <strong>em</strong> sua orig<strong>em</strong>” (J.<br />

Briend).<br />

A situação histórica <strong>da</strong> purpleação eloísta, pelo menos aproximativamente, é mais fácil de se<br />

conhecer. Ela se formou no reino do Norte, b<strong>em</strong> depois, portan<strong>to</strong>, <strong>da</strong> divisão dos reinos de Judá e<br />

Israel. Nela, a monarquia e o sacerdócio não são reconhecidos como instituições de salvação.<br />

Somente nos “homens de Deus” ou profetas pode-se constatar a presença de Deus no meio de<br />

seu povo. O maior deles é Moisés. Sinal de que essa concepção era b<strong>em</strong> conheci<strong>da</strong> no reino do<br />

Norte, é o fa<strong>to</strong> de o profeta Oséias, s<strong>em</strong> citar o nome de Moisés, designá-lo “um profeta” (Os<br />

12,14). Além disso, consta<strong>to</strong>u-se que exist<strong>em</strong> s<strong>em</strong>elhanças entre os tex<strong>to</strong>s eloístas e as narrações<br />

que evocam a ação dos profetas Elias e Eliseu. Pode-se comparar a função des<strong>em</strong>penha<strong>da</strong> pelo<br />

bastão do profeta Eliseu (2Rs 4,29-31) com Ex 4,1-4 (cf. Ex 4,6 e 2Rs 5,27). O zelo de Moisés por<br />

Deus <strong>em</strong> Nm 25,5, pode comparar-se <strong>ao</strong> de Elias <strong>em</strong> 1Rs 18,40 ou <strong>ao</strong> de Jeú <strong>em</strong> 2Rs 9-10.<br />

Daí que se dev<strong>em</strong> procurar as raízes <strong>da</strong> tradição eloísta no movimen<strong>to</strong> profético do reino do Norte,<br />

s<strong>em</strong> menosprezar a influência <strong>da</strong> corrente sapiencial. Realmente, pode-se notar nela uma viva<br />

preocupação pelas questões morais, um sentido mui<strong>to</strong> profundo de obediência a Deus, um real<br />

interesse pelo ver<strong>da</strong>deiro cul<strong>to</strong>, mui<strong>to</strong> cui<strong>da</strong>do <strong>em</strong> deixar claro que Deus é <strong>to</strong>talmente diferente do<br />

hom<strong>em</strong>, e, portan<strong>to</strong>, fugirá drasticamente de <strong>to</strong>do antropomorfismo, quando a Ele se referir.<br />

Certamente, a tradição eloísta foi purpleigi<strong>da</strong> quando o movimen<strong>to</strong> profético, inaugurado por Elias,<br />

já tinha adquirido certa força política e moral <strong>em</strong> Israel. Ela revela afini<strong>da</strong>des com esse movimen<strong>to</strong><br />

e com sua atitude perante a socie<strong>da</strong>de. Por isso, os estudiosos situam, com relativa segurança,<br />

sua purpleação na primeira metade do século VIII a.C.<br />

4.3 TRADIÇÃO DEUTERONOMISTA<br />

O livro Deuteronômio não foi elaborado de uma só vez. Ele é fru<strong>to</strong> <strong>da</strong> tradição Deuteronômica ou<br />

Deuteronomista. Para se compreender o seu alcance e significado, é necessário, <strong>em</strong> primeiro<br />

lugar, situá-lo no seu contex<strong>to</strong> histórico. A partir do ano 628, quando o império Assírio começou a<br />

ruir, o rei Josias (640-609) iniciou uma reforma política e religiosa no reino do Sul. De fa<strong>to</strong>, Josias<br />

logrou libertar-se do jugo assírio, reconquis<strong>to</strong>u grande parte do território de Israel, e realizou uma<br />

reforma religiosa sobre a qual a Bíblia longamente se detém (2Rs 22-23). Ele decidiu man<strong>da</strong>r fazer<br />

restaurações no t<strong>em</strong>plo de Jerusalém, onde o sacerdote Helcias descobriu um livro, “o livro <strong>da</strong> Lei”<br />

(2Rs 22,3-10). Ora, <strong>ao</strong> constatar que não se tinha obedecido às palavras desse livro (2Rs 22,13),<br />

Josias decidiu man<strong>da</strong>r lê-lo diante de <strong>to</strong>do o povo (2Rs 23,2).<br />

Que é, afinal, esse “livro <strong>da</strong> Lei” ou “livro <strong>da</strong> Aliança”? Reconhece-se nele uma “primeira edição” do<br />

Deuteronômio que t<strong>em</strong>os hoje. Refletindo as tradições do reino do Norte, foi compos<strong>to</strong><br />

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