actividades - Agrupamento de Escolas de Caldas de Vizela

Auto-retrato: Eu e a Comunidade Educativa
“...estas são as palavras que (por mando e pura obe-
diência à professora) a alma soletra amavelmente.”
O despertador tocou. O tempo parece durar e a ansiedade
aconchega-se a mim cada vez com mais intensidade. Lá fora o tem-
po está quente e os meus poros libertam pensamentos temidos de
insucesso. A roupa já está preparada; os sapatos condizem com o
cinto, os jeans estão a estrear e a t-shirt foi-me emprestada pela minha
amiga vizinha, porque era a única que melhor ficava na “toilette”. Era
hoje o meu primeiro dia de aulas no liceu.
Os minutos vão-se evaporando suavemente, enquanto a escova desenha os
cabelos compridos no seu perfeito declínio. Por muito pouco importante que fosse
o travessão ficar mais em baixo, para mim seria um desconforto perante um mundo
novo. Tudo teria que estar perfeito para a minha estreia com objectivos muito
positivos. É então que coloco um pé tremido e inseguro fora do carro e observo a
multidão que sorri e abraça a escola com saudades.
Não conheço ninguém, do ponto
de vista geral, ninguém mesmo! Nem
alunos, nem funcionários, nem professores.
Eu não fazia a mínima ideia
de quem fossem. No entanto, tentei
mostrar o meu melhor perante esta
Comunidade Educativa. Dei passos
incontroláveis e velozes e subi instintivamente as escadas principais. Olharam-me
friamente e com isso transmitiram-me insegurança. Sorri para conhecidos de vista e
desconhecidos totais, mas sorri. Gozaram-me por isso, mas a minha atitude nunca
mudou desde esse dia. Sorri perante desgraças e sorri perante alegrias. Por vezes
confesso que achava ridículo sorrir assim, mas porquê mudar? Não troçava de ninguém
e se fazia isso era eu mesma.
Não me senti bem, não fui bem aceite, embora aceitasse isso normalmente. Deus,
que é Deus, não agradou a todos. O facto é que nunca me senti mal por alguma coisa
que tivesse feito injustamente e era isso que me dava forças para acordar todos os
dias para ir para a escola. O curso não era o desejado, a turma era a pior que podia
imaginar. Perante tantas tristezas e desilusões decidi mudar de curso.
Este ano acordei normalmente, já conhecia
os alunos do ano passado e já tinha
feito amigos. Escolhi a roupa rapidamente
e coloquei um relógio no pulso para que
não chegasse atrasada como há dois anos
atrás. Senti-me firme e feliz. Já conhecia
os professores e funcionários e colegas de
outras turmas. Hoje, posso dizer que adoro
a Comunidade Escolar sem particularidades.
Aprendi que devo sorrir sempre, quando achar que devo sorrir e, se for caso para
isso, chorar até. Penso bastante nos problemas que me rodeiam e é com eles que
tento crescer todos os dias.
E agora, enquanto a caneta derrama tinta desenhada pelos sentimentos, sorrio,
porque estou a escrever o primeiro texto deste ano lectivo, sem uma pinta de inspiração
ou qualquer motivo para o fazer. E estas são as palavras que (por mando e
pura obediência à professora) a alma soletra amavelmente.
Sandra, 11ºE
ler e escrever
Olá querido Diário!
REFLEXOS - Março 2008 5
Ao olhar para ti, guardado na minha gaveta, fechado a sete chaves para que não reveles
os meus segredos a ninguém, decidi contar-te uma aventura diferente, mas não menos especial,
a Escola.
Quando entrei pela primeira vez numa sala de aula, senti o odor da educação e da amizade
que, no meu entender, devem andar sempre de mãos dadas na Escola. Lembro-me de sentir
um “friozinho” na barriga, de me mentalizar que jamais poderia esquecer aquele momento
único, aquele toque da campainha, o primeiro contacto com a amizade, no fundo… tinha de
viver ao máximo!
Na Escola conheci a minha família, os amigos, aprendi a valorizar as pessoas e implantei
no meu coração a Amizade que temos todos de tratar por tu, para que ela não se sinta
envergonhada.
Os meus colegas via-os como uma família, pois convivia muito com eles e tínhamos o
mesmo objectivo: crescer e transmitir os nossos conhecimentos, para que a Escola não seja só
aquele edifício muito restrito mas, também, uma herança dentro de uma comunidade.
Quanto aos professores, eu achei sempre que vinham para as aulas com aquele sorriso de
quem faz aquilo que gosta e assim senti-me sempre à vontade para aprender a matéria escolar,
mas também uma matéria que nunca vem nos livros, a Vida.
Aos funcionários, nunca os vi como “criados”, mas
sim como pessoas que estão lá para nos ajudarem e para
cuidarem da manutenção da Escola.
Digo-te, meu amigo, a Escola é a mãe do Futuro, ela
é pioneira na nossa vida, pois é lá que temos as nossas
primeiras experiências e é ela que nos abre portas para
a vida.
Agora tens de descansar para ficares “fresquinho” para as próximas aventuras que
virão.
Um beijinho!
Anabela Santos
...“ o saber era o elevador para uma vida melhor”
e, por isso, quero entrar no elevador do saber que é a
escola.
Eu e a escola somos grandes amigas, pois nela passo a maioria do tempo
com pessoas que adoro e, também é ela que vai tornar-me numa melhor cidadã e
numa pessoa com mais saber para enfrentar o mundo, onde o saber é a sua base.
Por isso, quando eu estou na escola, tento aproveitar ao máximo para adquirir
conhecimentos, pois sei que eles me vão ser úteis no futuro que cada vez está
mais próximo.
Também existe tempo para fazer amigos e conviver com eles, pois a escola
não é, como muitos pensam, um lugar só de aprendizagem, de fazer testes, é
também um lugar de divertimento e alegria, o que é preciso é saber conjugar as
duas coisas.
Sempre adorei a escola e sei que quando eu sair vou sentir falta dela, pois
foram muitos anos que estive debaixo do seu telhado de saber, de amizade, de
educação e de protecção.
Da despedida não vou falar mais, vou falar do presente, pois é nele que
preparo o futuro.
Estou no 11ºano, na Escola Secundária
de Vizela, uma escola que me
acolheu há um ano, de braços abertos.
Estou a frequentar a turma E que eu
adoro, pois apenas a conheço há um ano,
mas já me ligo a ela com elos de grande
amizade. Sou o nº2 e uma aluna aplicada,
mas com pouca confiança, o que faz com
que muitas vezes os meus resultados não
sejam os melhores, mas este ano lectivo, que está mesmo a começar, espero melhor,
pois estou com muita força e vontade de aprender muito e de saber aplicar
os conhecimentos na hora exacta.
Espero é que isto que escrevi seja cumprido, pois não quero que fique apenas
por palavras.
Agora termino com uma frase usada pelo nosso Presidente da República que
disse que “ o saber era o elevador para uma vida melhor” e, por isso, quero entrar
no elevador do saber que é a escola.
É por isso que eu a adoro.
Ana Catarina, nº2, 11ºE