dores Bombeiros - ANBP
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...em Setúbal
Foto <strong>ANBP</strong><br />
2<br />
Alto Risco<br />
Maio de 2011<br />
editorial<br />
Por Fernando Curto, Presidente da <strong>ANBP</strong><br />
Até Sempre<br />
Manel!!!<br />
A vida às vezes é uma merda!<br />
Estivemos juntos na última reunião do Conselho Geral da<br />
NOSSA ANPB/SNBP traçando novos projectos, programando<br />
novas acções e tu, como sempre, estiveste presente, apresentaste<br />
as tuas propostas e estavas a levar a efeito o teu trabalho<br />
associativo e sindical.<br />
Como poderia saber que estaria hoje a escrever este texto<br />
e a contestar a vida?<br />
Não posso deixar aqui de dizer, e publicamente, que foste<br />
sempre um bombeiro preocupado mais com os outros do que<br />
contigo.<br />
Sempre estiveste na primeira linha na defesa de todos<br />
aqueles que representavas e sempre lutaste com muita determinação<br />
na defesa da tua classe.<br />
Os camaradas que te viram partir desta forma tão anormal,<br />
quando tinhas apenas 46 anos, têm a certeza e a prova de que<br />
te ficam a dever muito do que é o nosso estatuto profissional,<br />
as horas extraordinárias da CBS de Coimbra… enfim, tudo o<br />
que de bom a nossa classe usufrui e sustentabiliza - uma intervenção<br />
eficaz na defesa da vida das populações.<br />
Sempre estiveste comigo e mesmo discordando de algumas<br />
das minhas propostas, isso não fez com que da minha parte ou<br />
da tua, nos separássemos, antes pelo contrário.<br />
Sempre tiveste para comigo uma voz crítica que eu ouvia,<br />
Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais<br />
Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais<br />
ficha técnica Instituição de Utilidade Pública Alto Risco<br />
cupão de assinatura<br />
Director<br />
Filomena Barros<br />
Director-Adjunto<br />
Sérgio Carvalho<br />
Redacção<br />
Cátia Godinho<br />
Joana Campos<br />
Fotografia<br />
Gab. Audiovisual <strong>ANBP</strong><br />
Grafismo<br />
João B. Gonçalves<br />
Paginação<br />
João B. Gonçalves<br />
Impressão<br />
Lisgráfica<br />
uma proposta para quando me encontrava chateado com os<br />
bombeiros pelo pouco tempo que dedicam às suas causas,<br />
enfim SEMPRE ajudaste e foste um dos que contribuiu para<br />
a evolução que a NOSSA <strong>ANBP</strong>/SNBP registou ao longo dos<br />
anos.<br />
Houvesse muitos como tu e, porventura, os bombeiros profissionais<br />
estariam ainda melhor e com uma união de classe<br />
que se deseja e exige.<br />
Sabias que todos te admirávamos pela tua calma, sentido<br />
crítico e de ajuda, com as tuas posturas nas reuniões mais acesas.<br />
Vais fazer-nos muita falta!<br />
Mas também tenho a certeza absoluta que, se nos deixássemos<br />
ir abaixo, nos deixássemos vencer, ficarias tu zangado<br />
connosco, estejas onde estiveres, e eu acredito que estarás a<br />
ver-nos.<br />
Por isso, eu os teus camaradas dirigentes e todos os bombeiros<br />
profissionais portugueses honrarão a tua memória, o teu<br />
trabalho ao longo de muitos anos e as tuas convicções.<br />
Acredita! É uma promessa que te faço e que sei gostarias<br />
que fosse assim!<br />
Propriedade<br />
Associação Nacional<br />
de <strong>Bombeiros</strong> Profissionais<br />
Av. D. Carlos I, 89, r/c 1200<br />
Lisboa<br />
Tel.: 21 394 20 80<br />
Tiragem<br />
25 000 exemplares<br />
Até sempre Manel!<br />
registo n.º 117 011<br />
Dep. Legal n.º 68 848/93<br />
Nome:<br />
Morada:<br />
Código Postal:<br />
Profissão:<br />
Telefone: Tlm.:<br />
Email:<br />
Posto de Vigía<br />
Mais<br />
O Exército vai manter-se no terreno no combate<br />
aos incêndios. De acordo com o porta-voz do exército,<br />
“ com menos recursos humanos e financeiros, o que<br />
se fez foi cortar na parte logística e administrativa, e<br />
a operacional foi redimensionada”. (CM 13.05.2011)<br />
Os <strong>Bombeiros</strong> Voluntários de Pombal comemoraram,<br />
no passado dia 15 de Maio, 99 anos. O<br />
parque de viaturas da corporação foi, em dia de<br />
aniversário, enriquecidos com quatro novos veículos:<br />
dois para o transporte de doentes, um para o<br />
combate aos incêndios urbanos e um tanque de<br />
grande capacidade<br />
Menos<br />
Um tsunami que atingisse Lisboa teria mais impacto<br />
durante o dia do que à noite. Atingiria 400<br />
mil pessoas, ou seja, o dobro das que afectaria de<br />
noite, devido ao elevado número de pessoas que<br />
trabalham e estudam em zonas de risco. O estudo<br />
foi apresentado numa conferência internacional<br />
no LNEC.<br />
Duas pessoas morreram, no passado dia 23 de<br />
Maio, em praias não vigiadas do Algarve, nos concelhos<br />
de Lagos e Aljezur. As vítimas eram turistas de<br />
nacionalidade alemã e holandesa.<br />
O ALTO RISCO errou<br />
Na edição do jornal Alto Risco nº149, na<br />
entrevista a Fernando Negrão, com o título “o que<br />
conta é termos nos bombeiros profissionalizados<br />
uma referência para todo o sistema”, na página 9, na<br />
resposta à pergunta “como encara a profissionalização<br />
do sector dos bombeiros”, no período “olhando<br />
para o mapa nacional, tendo a dizer que (não?) será<br />
necessária uma maior profissionalização nos concelhos<br />
que comportam maiores riscos”, deverá ler-se<br />
“olhando para o mapa nacional, tendo a dizer que<br />
será necessária uma maior profissionalização nos<br />
concelhos que comportam maiores riscos”.<br />
Pelo lapso, pedimos desculpa.<br />
Consulte o nosso site em www.anbp.pt<br />
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Enviar Cheque ou Vale de Correio para:<br />
Associação Nacional de <strong>Bombeiros</strong> Profissionais - Av. Dom Carlos I, 89, r/c - 1200 Lisboa<br />
Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais<br />
sindicato<br />
Por Sérgio Carvalho, Presidente do SNBP<br />
É urgente<br />
regulamentar as<br />
carreiras e investir<br />
nos bombeiros<br />
A Associação Nacional de <strong>Bombeiros</strong><br />
Profissionais e o Sindicato Nacional de<br />
<strong>Bombeiros</strong> Profissionais realizaram, durante<br />
o mês de Maio, várias reuniões com os<br />
dirigentes e delegados, de Norte a Sul do<br />
país.<br />
O objectivo é definir estratégias para os<br />
desafios futuros que se impõem no momento<br />
ao sector da protecção civil, num cenário de<br />
crise, e a pouco tempo de se iniciar a época<br />
crítica dos incêndios.<br />
A <strong>ANBP</strong>/SNBP reuniram com os dirigentes<br />
e delegados de Lisboa e Vale do Tejo e<br />
do Distrito de Santarém, do Distrito de Faro<br />
e com dirigentes e delegados do Centro, em<br />
Coimbra e Leiria.<br />
Nestas reuniões estiveram em análise<br />
os Acordos Colectivos de Trabalho que têm<br />
vindo a ser celebrados com Associações<br />
Humanitárias de todo o país, o estatuto do<br />
bombeiro profissional, as carreiras, a legislação<br />
para o sector e as conclusões do 10º<br />
Congresso Nacional de <strong>Bombeiros</strong> Profissionais,<br />
que remetem para uma maior organização<br />
do sector a todos os níveis, e que<br />
deverão constar num caderno reivindicativo<br />
a apresentar ao novo governo.<br />
A <strong>ANBP</strong>/SNBP querem saber em que<br />
moldes os bombeiros profissionais vão ser<br />
enquadrados no Ministério de Defesa, caso<br />
esta situação se verifique, uma vez que neste<br />
momento têm uma Secretaria de Estado<br />
própria através da qual têm sido uniformizadas<br />
e organizadas não só a legislação, como<br />
as medidas técnicas e operacionais.<br />
As duas instituições representativas dos<br />
bombeiros profissionais querem ainda ver<br />
esclarecida a situação dos ENCINES- Equipas<br />
de Combate a Incêndios - uma vez que<br />
os bombeiros, enquanto funcionários públicos,<br />
são pagos como voluntários e por uma<br />
Associação.<br />
É lamentável que as Câmaras Municipais,<br />
em vez de abrirem concurso para os<br />
bombeiros profissionais, façam-no para assistentes<br />
administrativos quando sabem que<br />
as condições e as exigências enquanto bombeiro<br />
profissional são diferentes das de assistente<br />
operacional. Além disso, perverte esta<br />
profissão e coloca em risco as populações,<br />
já que aqueles administrativos não possuem<br />
os requisitos e não efectuam um estágio<br />
(recruta), ao contrário do que acontece na<br />
admissão de bombeiros profissionais na Administração<br />
Local.<br />
Contrariando a lei, os bombeiros municipais<br />
continuam a ter o posto de bombeiro<br />
municipal e também o posto como bombeiro<br />
voluntário.<br />
Todos sabemos que faltam efectivos.<br />
Mas as autarquias não podem solicitar aos<br />
bombeiros que sejam “voluntários à força”<br />
e também devem clarificar se é legal ou não<br />
o pagamento através de uma Associação<br />
sem que sejam passados recibos por parte<br />
dos bombeiros, para justificar o recebimento<br />
dessas verbas.<br />
Nas Associações de <strong>Bombeiros</strong> Voluntários<br />
há bombeiros que iniciam o trabalho<br />
enquanto profissionais à 6ª feira e terminam<br />
Domingo à noite. É para evitar este<br />
tipo de situações que a <strong>ANBP</strong>/SNBP têm<br />
apresentado o Acordo Colectivo de Trabalho<br />
celebrado entre estas duas instituições representativas<br />
dos bombeiros profissionais,<br />
entre a Liga dos <strong>Bombeiros</strong> Portugueses e o<br />
Ministério do Trabalho.<br />
A <strong>ANBP</strong>/SNBP vão continuar a solicitar<br />
audiências junto dos presidentes das autarquias,<br />
presidentes de Associações Humanitárias<br />
de <strong>Bombeiros</strong> Voluntários e Comandantes<br />
para que os benefícios que o Acordo<br />
Colectivo de Trabalho pode trazer para os<br />
bombeiros.<br />
Fotos <strong>ANBP</strong><br />
Alto Risco<br />
Maio de 2011 3<br />
Santarém<br />
Leiria<br />
Coimbra<br />
Faro<br />
Alterações aos diplomas 241 e<br />
247/2007 aprovadas em<br />
Conselho Nacional de <strong>Bombeiros</strong><br />
O Conselho Nacional de <strong>Bombeiros</strong>, órgão consultivo em matéria de bombeiros,<br />
reunido no passado dia 7 de Abril na ANPC, deliberou positivamente<br />
sobre dois projectos de alteração referentes a dois diplomas estruturantes do<br />
regime jurídico dos <strong>Bombeiros</strong> e Corpos de <strong>Bombeiros</strong> portugueses. Estes dois<br />
diplomas - Projecto de Alteração do Decreto-lei, nº 241/2007, de 21 de Junho<br />
alterado pela Lei nº48/2009 de 4 de Agosto publicado no Diário da República,<br />
1.a série — Nº 118 de 21 de Junho de 2007- “Regime Jurídico dos <strong>Bombeiros</strong><br />
Portugueses” e Projecto de Alteração do Decreto-lei, nº 247/2007, de 27 de<br />
Junho publicado no Diário da República, 1.a série — Nº 122 de 27 de Junho de<br />
2007 - “Regime Jurídico dos Corpos de <strong>Bombeiros</strong>”, respectivamente, aguardam<br />
aprovação final em sede de Conselho de Ministros.
4<br />
Alto Risco<br />
Maio de 2011<br />
Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais<br />
Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais<br />
notícias notícias<br />
FEB transferida<br />
de Estremoz<br />
para Évora<br />
A Força Especial de <strong>Bombeiros</strong> de Estremoz<br />
- a segunda a ser criada - vai ser<br />
transferida para o Aeródromo de Évora,<br />
passados três anos da sua criação, ainda<br />
antes do início da fase Charlie. Em causa<br />
está a redução de verbas.<br />
A FEB foi instalada naquela cidade<br />
Alentejana em 2008, na altura com a justificação<br />
de ficar próxima de um dos locais<br />
mais problemáticos do Alentejo, a Serra<br />
d’Ossa. A equipa, composta por 30 elementos,<br />
era apoiada por duas viaturas ligeiras e<br />
um helicóptero que ficava estacionado no<br />
heliporto de Estremoz, na fase mais crítica.<br />
Em declarações ao jornal Público de<br />
27/05/2011, a Governadora Civil de Évora<br />
justificou a decisão da transferência dos<br />
O dispositivo de combate a incêndios<br />
para a época crítica de incêndios florestais<br />
(entre Julho e Setembro) em Coimbra,<br />
sofreu uma redução no número de bombeiros<br />
e meios aéreos em relação ao ano<br />
passado.<br />
Em declarações à Agência Lusa, no<br />
passado dia 13 de Maio, o Comandante<br />
Operacional Distrital, António Martins,<br />
considerou, no entanto, que os meios<br />
para a fase Charlie “não diferem muito”<br />
de 2010, garantindo que a redução de 20<br />
“Canarinhos”se deve a uma redução das<br />
verbas disponíveis para o combate aos<br />
incêndios. “As contenções orçamentais<br />
precipitaram a retirada de meios aéreos<br />
, nomeadamente os que se encontravam<br />
na barragem do Alqueva, e, com menos<br />
meios e com alguma área florestal a descoberto,<br />
houve necessidade de recentrar a<br />
colocação do helicóptero e de aumentar<br />
a sua área de intervenção de 30 para 40<br />
quilómetros”.<br />
A confirmar-se esta mudança, o helicóptero<br />
vai permanecer estacionado no<br />
aeródromo da capital de distrito e os bombeiros<br />
vão ter uma sala no mesmo local durante<br />
o dia, devendo pernoitar nas instalações<br />
do quartel da GNR.<br />
Dispositivo em Coimbra<br />
com menos bombeiros<br />
e meios aéreos<br />
bombeiros correspondentes a quatro Equipas<br />
de Combate a Incêndios (ECIN) “não é<br />
muito significativa”.<br />
De acordo com os dados revelados, o<br />
dispositivo distrital de combate a incêndios<br />
florestais em Coimbra integra, naquele<br />
período, um total de 246 bombeiros, entre<br />
37 ECIN, nove equipas de intervenção permanente<br />
e oito equipas logísticas de apoio<br />
ao combate. Números que representam<br />
uma redução de oito por cento em meios<br />
humanos face a 2010.<br />
Menos Meios Aéreos<br />
em Castelo Branco<br />
A Comissão Municipal Contra Incêndios<br />
da Covilhã contestou, no passado dia 19 de<br />
Maio, a diminuição do número de meios<br />
aéreos a operar no Distrito de Castelo Branco.<br />
Em comunicado, a Comissão fala de “riscos<br />
e perigos acrescidos para o território e<br />
para as populações”. De acordo com o documento,<br />
“trata-se de um corte orçamental do<br />
governo no combate aos fogos florestais”.<br />
Esta tomada de posição da Comissão<br />
surgiu depois do Comandante Operacional<br />
Distrital de Castelo Branco, Rui Esteves,<br />
anunciar uma redução no que toca a meios<br />
de combate a incêndios. O responsável justificou<br />
esta diminuição com a estratégia seguida<br />
a nível nacional.<br />
O distrito de Castelo Branco terá, este<br />
ano, três helicópteros, perdendo, em relação<br />
ao dispositivo do ano de 2010, dois aviões<br />
Dromader e dois aviões Air Trator.<br />
Dois dos helicópteros vão ficar disponíveis<br />
a partir do dia 15 de Junho - um<br />
bombardeiro médio em Castelo Branco e um<br />
ligeiro na Covilhã. Na fase Charlie , entre 1<br />
de Julho e 30 de Setembro, o Centro de Meios<br />
Aéreos de Proença-a-Nova contará ainda<br />
com um helicóptero ligeiro.<br />
<strong>ANBP</strong>/SNBP<br />
apresentam Acordo<br />
de Empresa a FEB<br />
A Associação Nacional de <strong>Bombeiros</strong><br />
Profissionais e o Sindicato Nacional de <strong>Bombeiros</strong><br />
Profissionais (<strong>ANBP</strong>/SNBP) apresentaram,<br />
no dia 23 de Maio, a proposta de<br />
Acordo Colectivo de Trabalho aos bombeiros<br />
da Força Especial de <strong>Bombeiros</strong> (Canarin-<br />
hos) da Guarda e de Castelo Branco.<br />
Em cima da mesa esteve ainda a legislação<br />
para o sector dos bombeiros e o dispositivo<br />
para os incêndios florestais.<br />
As reuniões tiveram lugar nas instalações<br />
do CDOS da Guarda e de Castelo Branco.<br />
Menos meios<br />
para a fase Bravo<br />
Arrancou, no passado dia 15 de Maio, a Fase<br />
Bravo de combate a incêndios. O dispositivo estará<br />
operacional até ao dia 30 de Junho e vai envolver<br />
6238 homens, 1476 veículos e 24 meios aéreos.<br />
Ao todo, vão estar disponíveis 2411 bombeiros,<br />
242 elementos da Força Especial de <strong>Bombeiros</strong> (Canarinhos),<br />
654 elementos do Grupo de Intervenção,<br />
Protecção e Socorro da GNR (GIPS), 939 elementos do<br />
Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEP-<br />
NA) da GNR, 219 elementos da Polícia de Segurança<br />
Pública, 1560 elementos da Autoridade Florestal Nacional,<br />
158 elementos do Instituto de Conservação da<br />
Natureza e Biodiversidade (ICNB) e 45 operacionais<br />
da associação de produtos florestais AFOCELCA.<br />
<strong>Bombeiros</strong><br />
de Grândola<br />
têm novo<br />
Comandante<br />
A corporação de <strong>Bombeiros</strong> Voluntários de<br />
Grândola tem um novo Comandante Operacional.<br />
Ricardo Ribeiro tomou posse no passado dia 28<br />
de Maio. Na sua apresentação, estabeleceu como<br />
objectivos apostar na formação, um maior envolvimento<br />
com a comunidade local e a procura<br />
de mais bombeiros voluntários.<br />
Ricardo Ribeiro é docente e coordenador do<br />
curso de Protecção Civil do Instituto Superior de<br />
Línguas e Administração (ISLA) de Lisboa. É também<br />
presidente da ASPROCIVIL- Associação Portuguesa<br />
de Técnicos de Segurança e Protecção Civil.<br />
Estes números representam uma redução do dispositivo<br />
em relação ao anterior.<br />
No ano passado, o Dispositivo Especial de Combate<br />
a Incêndios Florestais na Fase Bravo empenhou<br />
6651 homens, 1528 veículos e 34 meios aéreos, de<br />
acordo com um comunicado da Autoridade Nacional<br />
da Protecção Civil. Esta dimunuição mereceu críticas<br />
por parte do presidente da Associação Nacional de<br />
<strong>Bombeiros</strong> Profissionais. Fernando Curto considera<br />
a redução de meios prevista para este ano “preocupante”.<br />
O responsável pela instituição que representa<br />
os bombeiros profissionais alerta que “esta redução<br />
de meios que se verificou não poderá acontecer em<br />
termos futuros.<br />
Breves<br />
PRODER investe 3,8<br />
milhões de euros na<br />
defesa da Floresta<br />
Alto Risco<br />
Maio de 2011 5<br />
Mais de 600<br />
incêndios em<br />
quinze dias<br />
Nos primeiros 15 dias da Fase Bravo foram registadas<br />
604 ocorrências, que mobilizaram 4700 operacionais, de<br />
acordo com dados da Autoridade Nacional de Protecção<br />
Civil revelados no final do mês de Maio. Neste período<br />
foram realizadas sete missões de meios aéreos. Este ano,<br />
nesta fase, estão envolvidos 6438 homens, 1476 veículos<br />
e 24 meios aéreos, o que representa uma diminuição em<br />
relação a 2010.<br />
Foram aprovados, no Algarve, 36 projectos<br />
na defesa da Floresta contra incêndios, financiados<br />
pelo Programa de Desenvolvimento Rural,<br />
PRODER. Este investimento rondou a casa dos<br />
3,8 milhões de euros. Numa reunião com dirigentes<br />
da Associação para o Desenvolvimento do Sudoeste,<br />
no dia 18 de Abril, o Secretário de Estado<br />
das Florestas e Desenvolvimento Rural, Rui Barreiros<br />
defendeu que este trabalho desenvolvido<br />
no Algarve na defesa da floresta vai ser também<br />
aplicado noutros pontos do país pelo facto de<br />
a “floresta ter uma importância decisiva para a<br />
economia e para a criação de emprego”. Para Rui<br />
Barreiros a elaboração do Plano Distrital de Defesa<br />
da Floresta Contra Incêndios (PDDFCI) e a<br />
participação do Exército nas acções de vigilância<br />
vão também contribuir para que a região algarvia<br />
alcance resultados exemplares.<br />
2010 infernal para as<br />
áreas protegidas<br />
Um relatório do Instituto de Conservação da<br />
Natureza e Biodiversidade, referente aos incêndios<br />
florestais na Rede Nacional de Áreas Protegidas,<br />
revela que em 2010 arderam 18 mil hectares de área<br />
protegida. Um valor que corresponde a quase o dobro<br />
do registado em 2009.<br />
Em Portugal existem 698 631 ha de áreas protegidas.<br />
Foram consumidos 18 426 ha nos incêndios<br />
ocorridos em 2010. O ICNB apontou como causa<br />
desta devastação “o abandono das propriedades e<br />
de práticas tradicionais de uso de terra que evitavam<br />
acumulação de combustíveis em grandes áreas<br />
contínuas”.
6<br />
Alto Risco<br />
Maio de 2011<br />
notícias<br />
Sapa<strong>dores</strong> de Braga já<br />
podem entrar no novo<br />
hospital….sem pagar<br />
Já foi resolvido o diferendo entre a Companhia<br />
Sapa<strong>dores</strong> <strong>Bombeiros</strong> de Braga e a<br />
Administração do novo hospital bracarense.<br />
Em causa, o facto de uma ambulância<br />
daquela corporação ter sido deixada dentro<br />
do parque de estacionamento da unidade<br />
hospitalar depois dos bombeiros se terem<br />
recusado a pagar uma taxa.<br />
O Ministério Público tinha solicitado à<br />
corporação o transporte de um cadáver da<br />
u A cidade<br />
de Viana do<br />
Castelo vai<br />
receber a IV<br />
Maratona<br />
de BTT, nos<br />
dias 3 e 4<br />
de Junho.<br />
morgue do novo hospital para o Instituto de<br />
Medicina Legal, ainda a funcionar no hospital<br />
de São Marcos. Os bombeiros acederam<br />
à morgue pelo parque de estacionamento<br />
e quando chegaram para levantar o corpo<br />
Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais<br />
não encontraram nenhum funcionário.<br />
Ao dirigirem-se ao segurança, foram informados<br />
do pagamento de uma taxa. Uma<br />
situação logo reportada ao Comandante<br />
dos Sapa<strong>dores</strong> de Braga, que após tentativa<br />
falhada de falar com a administração do<br />
hospital, terá autorizado deixar a ambulância,<br />
vazia, no interior do parque.<br />
A propósito desta situação, a <strong>ANBP</strong> /<br />
SNBP emitiram um comunicado esclarecendo<br />
que, ao contrário do que tinha sido<br />
noticiado pelos órgãos de comunicação social<br />
locais, o cadáver nunca chegou a ser levantado,<br />
pelo que nunca ficou abandonado<br />
dentro da ambulância. Nesse mesmo texto,<br />
a <strong>ANBP</strong>/SNBP alertaram para a necessidade<br />
de “o novo equipamento de saúde<br />
ser uma solução para todos e não um problema,<br />
quer para quem socorre, quer para<br />
quem é socorrido”.<br />
De acordo com fonte dos Sapa<strong>dores</strong> de<br />
Braga, a situação foi prontamente resolvida<br />
pela administração do novo hospital: cada<br />
vez que for necessário deslocarem-se à ala<br />
de psiquiatria ou à morgue daquela Unidade<br />
Hospitalar (cujo acesso é pelo parque de estacionamento),<br />
os bombeiros devem tocar à<br />
campainha para chamar o segurança. Após<br />
a identificação da viatura e a justificação do<br />
serviço, a barra de acesso é levantada, sem<br />
que seja necessário retirar o ticket.<br />
A <strong>ANBP</strong>/SNBP congratulam-se com este<br />
entendimento. Consideram que este tipo de<br />
situações não pode por em causa o profissionalismo<br />
nem o bom nome de uma corporação<br />
de bombeiros profissionais.<br />
Sapa<strong>dores</strong> de Braga<br />
venceram encontro de<br />
orientação pedestre<br />
Realizou-se, no passado dia 7 de Maio, mais um encontro Inter - bombeiros de orientação pedestre<br />
em Fafe. Esta foi já a 6ª edição, na qual participaram 16 corporações. A prova foi ganha pelos<br />
<strong>Bombeiros</strong> Sapa<strong>dores</strong> de Braga, com 75,5 pontos.<br />
Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais<br />
açores<br />
A Associação Nacional de <strong>Bombeiros</strong><br />
Profissionais reuniu-se, no passado dia<br />
2 de Maio, com Secretário Regional da<br />
Ciência, Tecnologia e Equipamento dos<br />
Açores, José Contente e com o Presidente<br />
do Serviço Regional de Protecção<br />
Civil e <strong>Bombeiros</strong> dos Açores, Pedro<br />
Carvalho. Este foi o primeiro encontro<br />
entre a <strong>ANBP</strong> e os responsáveis pela<br />
Protecção Civil Regional.<br />
A reunião, ocorrida em Ponta Delgada,<br />
teve como objectivo, por parte da<br />
<strong>ANBP</strong>, apresentar a estes responsáveis<br />
regionais as vantagens dos Acordos<br />
Colectivos de Trabalho que têm vindo<br />
a ser celebrados junto das Associações<br />
Humanitárias de <strong>Bombeiros</strong> Voluntários<br />
no Continente, nomeadamente<br />
a regularização de situações profissionais.<br />
Do lado dos responsáveis Regionais,<br />
o encontro serviu para dar a<br />
conhecer a realidade dos bombeiros e<br />
do Serviço Regional de Protecção Civil<br />
açorianos.<br />
Em declarações aos jornalistas,<br />
o Secretário Regional José Contente<br />
sublinhou que os Açores têm um sistema<br />
próprio ao nível da emergência<br />
médica, devidamente regulamentado,<br />
para o qual anualmente o Governo Regional<br />
dispensa uma verba na ordem<br />
dos 3,7 milhões de euros. “Há uma portaria<br />
regional do trabalho que regula a<br />
emergência médica, os tripulantes de<br />
ambulância e prevê toda a formação de<br />
que necessitam”, acrescentou.<br />
“Nos Açores, ao contrário do que se<br />
passa no resto do país, é o Governo Regional<br />
que financia as actividades dos<br />
bombeiros da Região, ao nível dos quartéis,<br />
equipamentos, viaturas, ambulâncias<br />
e da própria formação, e isso significa<br />
que temos um sistema próprio no<br />
qual investimos fortemente”, adiantou o<br />
governante.<br />
O Secretário da tutela referiu ainda<br />
o desejo da <strong>ANBP</strong> de estabelecer<br />
parcerias em formação com o Governo<br />
dos Açores e o respectivo Serviço Regional<br />
de Protecção Civil e <strong>Bombeiros</strong><br />
dos Açores.<br />
José Contente relembrou que a escola<br />
de formação de bombeiros na ilha<br />
Terceira “tem muitas valências, com<br />
grande capacidade e que tem muito<br />
trabalho feito com o país e com o estrangeiro”.<br />
As qualificações das escolas de formação<br />
açorianas são devidamente certificadas<br />
por entidades competentes e<br />
preparam os bombeiros para o socorro<br />
às populações, “estão preparados para<br />
determinadas valências, sobretudo as<br />
que correspondem ao nosso enquadramento<br />
geodinâmico, mais importantes<br />
para dar segurança aos açorianos”,<br />
Alto Risco<br />
Maio de 2011 7<br />
u O presidente da <strong>ANBP</strong>, Fernando Curto, reuniu<br />
com o Secretário Regional da Ciência, Tecnologia<br />
e Equipamento dos Açores, José Contente e com o<br />
Presidente do Serviço Regional de Protecção Civil<br />
e <strong>Bombeiros</strong> dos Açores, Pedro Carvalho.<br />
<strong>ANBP</strong> conhece apostas da<br />
Protecção Civil nos Açores<br />
relembra José Contente, dizendo que,<br />
inclusive, uma delegação de bombeiros<br />
foi convidada a representar o país num<br />
importante exercício internacional que<br />
decorreu em Itália.<br />
O Secretário Regional exortou, no<br />
entanto, as associações de bombeiros,<br />
enquanto entidades privadas de serviço<br />
público que têm contribuído para<br />
o bom desempenho dos bombeiros nos<br />
Açores, a “continuar a fazer o mesmo<br />
mas com menos recursos”, indo de encontro<br />
ao já expresso pelo Presidente<br />
do Governo dos Açores.<br />
Por sua vez o Presidente da <strong>ANBP</strong>,<br />
Fernando Curto, realçou que “a realidade<br />
laboral e de formação das Associações<br />
Humanitárias dos Açores é boa<br />
e melhor que a da Madeira e até do<br />
continente. É de realçar esta prerrogativa<br />
que empresta uma mais-valia aos<br />
bombeiros”, declarou.
Alto Risco 8 Maio de 2011<br />
Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais<br />
Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais<br />
setúbal<br />
Sapa<strong>dores</strong> de<br />
Setúbal em protesto<br />
Cerca de Metade do efectivo da Companhia<br />
<strong>Bombeiros</strong> Sapa<strong>dores</strong> de Setúbal (CBSS)<br />
mani-festaram-se no passado dia 27 de Maio<br />
junto à Câmara Municipal de Setúbal. Numa<br />
acção organizada pela Associação Nacional<br />
de <strong>Bombeiros</strong> Profissionais e pelo Sindicato<br />
Nacional de <strong>Bombeiros</strong> Profissionais, os Sapa<strong>dores</strong><br />
de Setúbal mostraram o seu descontentamento<br />
face às alterações que a actual<br />
vereação implementou, recentemente, na<br />
CBS Setúbal.<br />
A tensão entre bombeiros e autarquia<br />
começou com a alteração do horário de trabalho,<br />
com a implementação de cinco turnos,<br />
em vez dos anteriores quatro. Os sapa<strong>dores</strong><br />
dizem que, com esta medida, “a cidade<br />
está mais desprotegida”, ao que a <strong>ANBP</strong>/<br />
SNBP acrescentam que, com estas alterações<br />
a “autarquia está a pagar mais horas<br />
extraordinárias”.<br />
A <strong>ANBP</strong>/SNBP criticam a autarquia pela<br />
“falta de protecção e socorro às populações”,<br />
provocada pela “redução de efectivos por<br />
cada turno” e enuncia uma situação ocorrida<br />
em Azeitão no dia 14 de Maio, em que<br />
“havia apenas quatro bombeiros por turno,<br />
tendo o caso sido corrigido após alerta por<br />
parte da <strong>ANBP</strong>”. Fernando Curto lembra ainda<br />
a necessidade da CBSS em ter “150 bombeiros,<br />
de modo a poder socorrer com todas<br />
as condições às necessidades da população”.<br />
Esta falta de efectivos foi, de resto, mote para<br />
um dos cartazes empunhados pelos Sapa<strong>dores</strong><br />
de Setúbal, onde se podia ler “ faltam<br />
39 bombeiros na CBS de Setúbal”.<br />
Do lado da autarquia, o vereador com o<br />
pelouro da Protecção Civil, Carlos Rabaçal diz<br />
que o novo horário “garante maior eficiência,<br />
técnica, humana e financeira” .Quanto à falta<br />
de efectivos, Carlos Rabaçal considera que<br />
“se atingiu em 2009 o número máximo de<br />
operacionais que alguma vez a CBSS teve”.<br />
Durante a manifestação, os <strong>Bombeiros</strong><br />
Sapa<strong>dores</strong> de Setúbal distribuíram um jornal<br />
informativo à população, elaborado<br />
pela <strong>ANBP</strong>/SNBP no qual deram conta das<br />
“graves situações de segurança que se verificam<br />
em Setúbal”. Entre elas, apontam a falta<br />
de bombeiros e o horário de trabalho através<br />
do qual “não estão salvaguardadas as faltas<br />
inesperadas, ficando o turno desguarnecido o<br />
que chega a provocar a paragem de viaturas”.<br />
Ainda nesse jornal, é referido um alegado<br />
“ataque feito pelo Sr. Vereador Carlos Rabaçal<br />
à <strong>ANBP</strong>/SNBP”, durante uma reunião ordinária<br />
da Câmara Municipal de Setúbal.<br />
Nesse mesmo jornal, é ainda questionada<br />
a compatibilidade dos cargos ocupados<br />
pelo coordenador da protecção civil municipal,<br />
José Luís Bucho.<br />
Presidente da Câmara<br />
Municipal de Setúbal<br />
ameaça passar os<br />
Sapa<strong>dores</strong> a Municipais<br />
Enquanto decorria a manifestação de bombeiros, a presidente da Câmara Municipal de<br />
Setúbal, Maria das Dores Meira, protagonizou uma conferência de Imprensa, nos Paços do<br />
Concelho. Acompanhada pelo vereador Carlos Rabaçal, a edil ameaçou “extinguir a corporação<br />
de bombeiros municipais, no caso de esta se tornar insuportável a nível financeiro”.<br />
A direcção<br />
<strong>ANBP</strong>/SNBP<br />
comunica:<br />
A Associação Nacional de <strong>Bombeiros</strong><br />
Profissionais e o Sindicato Nacional<br />
de <strong>Bombeiros</strong> Profissionais lamentam<br />
que, da parte da Câmara Municipal de<br />
Setúbal, continue a verificar-se uma<br />
postura intransigente e pouco aberta<br />
ao diálogo, no que toca aos problemas<br />
de segurança que afectam a cidade de<br />
Setúbal.<br />
Os bombeiros da Companhia <strong>Bombeiros</strong><br />
Sapa<strong>dores</strong> de Setúbal manifestaram-se<br />
em frente ao edifício da autarquia,<br />
de forma a mostrarem as suas preocupações<br />
e a reivindicarem mais atenção<br />
por parte da presidente de Câmara face<br />
às alterações que a actual vereação da<br />
Protecção Civil está a implementar nesta<br />
corporação. A resposta que ouviram<br />
foi…silêncio! Não ouve, naquele dia, da<br />
parte da senhora presidente Maria das<br />
Dores Meira, qualquer intenção de ouvir<br />
os bombeiros, enquanto estes se manifestavam<br />
à porta da autarquia. Optou,<br />
antes por convocar uma conferência<br />
de imprensa para contar aos jornalistas<br />
uma “história” que denota alguma falta<br />
de capacidade de argumentação por parte<br />
da senhora presidente, que continua a<br />
repetir as mesma s razões e continua a<br />
preferir o “ataque” às organizações que<br />
representam os bombeiros profissionais.<br />
As suas palavras aos órgãos de comunicação<br />
não tiveram outra intenção<br />
que não desvirtuar as reivindicações de<br />
um corpo de bombeiros, apelidando esta<br />
contestação de “ luta partidária”, palavras<br />
às quais se juntam as do vereador<br />
Carlos Rabaçal que continua a insistir<br />
que os bombeiros estão a ser “usados<br />
num jogo político-partidário do PS”.<br />
Não entendemos estas acusações, a não<br />
ser que se dirijam à própria autarquia<br />
de Setúbal: são os senhores que gerem<br />
Alto Risco<br />
Maio de 2011 9<br />
O vereador da CDU<br />
na CM Porto concorda<br />
com a <strong>ANBP</strong>/SNBP!<br />
o município que, à mercê do poder que<br />
lhes é actualmente conferido, utilizam os<br />
bombeiros como peças para implementar<br />
medidas economicistas que põem em<br />
causa a segurança da população!<br />
Mais, é à “boleia” desse poder, legitimado,<br />
claro está, pela eleição democrática<br />
para esses lugares que ocupam, que a<br />
senhora presidente de Câmara, militante<br />
da CDU, faz as ”ameaças” também transcritas<br />
na comunicação social, ou seja,<br />
“se continuar este divórcio, passaremos<br />
esta estrutura de Sapa<strong>dores</strong> a Municipais”.<br />
Estaremos nós a viver, mais uma<br />
vez, em plena ditadura?<br />
A <strong>ANBP</strong>/SNBP não pode também<br />
deixar de considerar interessante a comparação<br />
que o senhor vereador Carlos<br />
Rabaçal faz em relação à situação do<br />
Batalhão Sapa<strong>dores</strong> do Porto. Refere o<br />
responsável pela Protecção Civil em<br />
Setúbal que “ Rui Rio não cedeu às exigências<br />
da associação e venceu pelo<br />
cansaço”. Mas o presidente da autarquia<br />
da Invicta não é PSD?<br />
Se insistir neste exemplo, teremos<br />
que recordá-lo que o vereador da CDU<br />
do Porto, Rui Sá, há muito que contesta<br />
a forma como a alteração de turnos e a<br />
redução do número de dos efectivos foi<br />
feito (à revelia das instituições sócio –<br />
profissionais), tendo sido sempre contra<br />
o corte dos efectivos e à alteração do<br />
horário de trabalho.<br />
É importante lembrar que, desde esta<br />
alteração, para além de problemas operacionais<br />
no BSB do Porto, já faleceu<br />
um chefe de serviço (que deveria estar<br />
a zelar pela segurança dos seus homens<br />
e não a segurar umas escadas) e já se<br />
registaram acidentes com bombeiros.<br />
Direcção Nacional <strong>ANBP</strong>/SNBP
10<br />
Alto Risco<br />
Maio de 2011<br />
entrevista<br />
Carlos Monteiro tem 44 anos,<br />
e é o 2º Comandante do Regimento de<br />
Sapa<strong>dores</strong> <strong>Bombeiros</strong> de Lisboa (RSB).<br />
É licenciado em Engenharia Civil pela<br />
Academia Militar de Lisboa e possui<br />
cursos de Defesa Nuclear, Biológica e<br />
Química, de Explosivos, Destruições,<br />
Minas e Armadilhas e de Vigilância e<br />
Contra-Vigilância.<br />
LIVEX testa resgate a<br />
catástrofe natural<br />
“Estivemos todos à altura do LIVEX”. Foi esta a avaliação feita pelo 2º Comandante Major<br />
Carlos Monteiro, o team líder do MODEX.EU 11 PTMUSAR01 (LIVEX) sobre a participação<br />
do Regimento Sapa<strong>dores</strong> <strong>Bombeiros</strong> de Lisboa (RSB) neste exercício. O Alto Risco procurou<br />
saber junto do Major Carlos Monteiro todos os pormenores deste desafio que levou todos os<br />
elementos destacados “ao limite”.<br />
Em que contexto é que surge este o<br />
Livex?<br />
Desde 2001 que a União Europeia (UE)<br />
tem tido uma crescente preocupação com<br />
os fenómenos naturais e com a maneira<br />
de actuar em caso de catástrofe. Daí ter<br />
desenvolvido uma serie de legislações no<br />
sentido de regulamentar o desenvolvimento<br />
das acções de apoio internacional no<br />
âmbito da Protecção Civil, caso aconteça<br />
alguma eventualidade. Com base nesta<br />
legislação Comunitária, os Estados Membros<br />
têm desenvolvido equipas modulares<br />
(Módulos), com a capacidade de serem<br />
activadas e deslocadas prontamente<br />
para as zonas afectadas, dentro ou fora<br />
do espaço Comunitário, com o objectivo<br />
de prestar auxílio especia-lizado na sua<br />
área de actuação. Desde 2010 que existem<br />
cerca de 17 módulos tipificados a nível<br />
da UE, prontos a intervir nas mais diversas<br />
situações de catástrofe, sejam elas de<br />
origem natural como humana, como por<br />
exemplo, terramotos, cheias, acidentes industriais,<br />
fogos florestais, etc.<br />
Foi, portanto, estabelecido um protocolo<br />
entre a ANPC e o RSB para a criação<br />
de dois Módulos de busca e resgate em<br />
estruturas colapsadas, um em ambiente<br />
normal re-ferenciado como MUSAR (Medium<br />
Urban Search and Rescue) e outro<br />
em condições de ambiente contaminado,<br />
ou seja, o USAR CBRN (Chemical, Biological,<br />
Radiological and Nuclear).<br />
Assim, foram registados, em Fevereiro<br />
de 2009, pela ANPC no Mecanismo Europeu<br />
de Protecção Civil da União Europeia<br />
os dois referidos módulos portugueses: o<br />
MUSAR e o USAR CBRN. O registo dos<br />
Módulos dos estados membros, no CECIS<br />
(Common Emergency Communication<br />
and Information System) permite à União<br />
Europeia (EU), em caso de catástrofe, saber<br />
quais os países que têm capacidade e<br />
possibilidade para actuar, cabendo a decisão<br />
de activação dos módulos país detentor<br />
dos meios.<br />
O Módulo MUSAR encontra-se registado<br />
como PTMUSAR01 e é constituído<br />
por 49 operacionais (38 do RSB, oito binómios<br />
da PSP e ainda um médico e dois enfermeiros/as<br />
dos <strong>Bombeiros</strong> Voluntários<br />
ou do Departamento de Segurança, Higiene<br />
e Saúde da Direcção Municipal de<br />
Recursos Humanos da Câmara Municipal<br />
de Lisboa).<br />
Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais<br />
Em que consistiu este exercício?<br />
A ideia deste exercício foi treinar o<br />
Módulo MUSAR, com uma constituição<br />
mais reduzida de 30 operacionais (23 do<br />
RSB, 4 Binómios da PSP e 3 da Medicina<br />
e Higiene no Trabalho). Tem sido um ano<br />
de trabalho intenso, pois temos vindo a<br />
apetrechar o módulo com novos equipamentos<br />
como uma estação de tratamento<br />
de água - se formos para um determinado<br />
local onde a água esteja contaminada,<br />
até determinado nível biológico, conseguimos<br />
desinfectá-la. Ainda arranjámos<br />
tendas cozinha, dormitórios e sanitários.<br />
Patrocinado pelo Mecanismo Europeu<br />
de protecção civil, este exercício consistiu<br />
na simulação de uma catástrofe<br />
natural, com um cenário bastante real.<br />
A ANPC propôs este desafio ao RSB e o<br />
RSB aceitou. Foi um exercício onde se<br />
tentou que fosse o mais real possível.<br />
Assim que chegámos à fronteira fomos<br />
revistados, viram se realmente éramos<br />
uma força de USAR. Tivemos que apresentar<br />
boletins de vacinas, passaportes,<br />
revistaram todo o nosso equipamento e<br />
ainda fizémos o registo do módulo RDC<br />
(Reception and Departure Center). De seguida<br />
montámos a nossa base de operações,<br />
que era o nosso pequeno quartel, e<br />
fomos ter ao OSOCC (On Site Comunication<br />
Coordenation and Operation Center),<br />
que é a entidade que nos dá o ponto de<br />
situação do que se passa no país e sobre<br />
o que se passa na área de operações. É<br />
importante dizer que neste exercício também<br />
participaram países como a Áustria e<br />
a Bulgária. Ficámos juntos na base de operações,<br />
não só para nos protegermos uns<br />
aos outros, mas também para nos ajudarmos<br />
mutuamente no que toca aos equipamentos.<br />
Nós emprestámos algum equipamento<br />
e eles providenciaram algum<br />
transporte, ou seja, houve interoperabilidade,<br />
pois há que “explorar” o apoio que<br />
podemos dar e receber, para tudo correr<br />
da melhor maneira possível. O que tentámos<br />
fazer neste exercício foi implementar<br />
os procedimentos que a UE tem divulgado,<br />
no sentido de falarmos todos a mesma<br />
linguagem. Alguns de nós têm tido<br />
alguma formação sobre como actuar em<br />
cenários de catástrofe para que, quando o<br />
módulo for lançado, não actuem à revelia<br />
de todos os que lá estiverem a trabalhar.<br />
Este exercício não foi só “partir pedra”, a<br />
ideia foi tentar implementar uma política<br />
que a UE está a tentar consolidar. A intenção<br />
é criar uma linguagem em comum<br />
para quando acontecer uma catástrofe<br />
nos possamos articular no terreno.<br />
Quais os pontos positivos e negativos<br />
do LIVEX?<br />
Um dos pontos positivos foi o termos<br />
conhecido outras pessoas que trabalham<br />
na mesma área que nós. Se algum dia<br />
houver a necessidade de nos deslocarmos<br />
a um determinado país, ao encontrarmonos<br />
com estes elementos é meio caminho<br />
andado para efectuar da melhor maneira<br />
possível o nosso trabalho. Um outro aspecto<br />
positivo foi trabalhar com uma em-<br />
Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais<br />
presa credenciada neste tipo de trabalhos,<br />
que criou cenários bastante realistas, com<br />
vítimas vivas por baixo dos escombros<br />
para descobrir e resgatar. A organização<br />
foi extraordinária. Uma outra coisa que<br />
gostei foi poder ver a reacção do pessoal<br />
que poderei vir a comandar, em determinadas<br />
situações que não fazem parte do planeamento.<br />
Um planeamento em cenários<br />
deste tipo tem sempre muitas variantes,<br />
que levam a alte-rações constantes. O importante<br />
é sabermos como reagir a tudo o<br />
que nos vai surgindo, que acaba por ser<br />
uma característica portuguesa. Enquanto<br />
determinados povos são demasiado organizados,<br />
agindo de acordo com um guião,<br />
se por algum motivo acontece um imprevisto,<br />
desorientam-se. No caso do português,<br />
se algo foge do controlo é o primeiro<br />
a arranjar uma solução. E eu senti isso<br />
durante este exercício. Através do LIVEX<br />
confirmei a ideia que tinha sobre o pessoal,<br />
que desempenhou as suas funções<br />
de forma exemplar. Dentro da base de<br />
operações não havia distinções, todos se<br />
disponibilizaram a fazer um pouco de<br />
tudo. No terreno, quando estávamos a<br />
trabalhar, cada um desempenhava a sua<br />
função. Mas de uma forma geral, este<br />
exercício correu muito bem. Tenho ideia<br />
de que a própria organização teve algum<br />
apreço pelo nosso trabalho, caso contrário<br />
não nos tinham convidado para o exercício<br />
que se vai realizar no próximo ano.<br />
Está previsto para breve algum exercício<br />
semelhante?<br />
Enviámos já um elemento nosso a uma<br />
reunião em Bruxelas por causa destes exercícios.<br />
Recebemos um convite para participarmos<br />
nos próximos exercícios projectados<br />
por esta (BOTC), a empresa que<br />
organiza estes desafios. Estão previstos<br />
três, dois na cidade de Weeze - Alemanha<br />
e o outro em Inglaterra, no próximo ano.<br />
Estamos a planear um exercício interno<br />
para o final deste ano, onde vamos trabalhar<br />
o nosso módulo de forma a treinarmos<br />
procedimentos para melhorar o nosso<br />
desempenho e representar da melhor<br />
maneira possível não só o PTMUSAR01,<br />
mas também Portugal. Temos que dignificar<br />
o nosso país.<br />
De que modo é que os elementos destacados<br />
para o LIVEX poderão transmitir<br />
o conhecimento adquirido aos colegas?<br />
Nos meses de Fevereiro e Março<br />
fizemos algumas acções de formação ao<br />
pessoal que estava nomeado para ir. Esta<br />
formação vai ajudar o pessoal que a adquiriu<br />
a sensibilizar os colegas. A PSP<br />
também nos deu alguma formação no<br />
sentido de sabermos como actuar com<br />
os quatro cães (K9), que fazem parte do<br />
módulo. O conhecimento adquirido devese<br />
e muito, ao esforço do pessoal que<br />
esteve na organização do LIVEX. Assim<br />
que o exercício terminou, tirámos algumas<br />
ideias, e pedimos aos elementos do<br />
módulo, para fazer um relatório com os<br />
pontos positivos e negativos e, principalmente<br />
soluções construtivas e exequíveis.<br />
Através destes relatórios vamos produzir<br />
um relatório final do exercício para as entidades<br />
integrantes do módulo, e também<br />
para enviar para a ANPC, para ser divulgado.<br />
No próximo exercício vamos tentar<br />
corrigir coisas que correram menos bem.<br />
Toda a gente ficou satisfeita com o LIVEX.<br />
Quais foram os critérios de selecção<br />
destes elementos que foram destacados<br />
para o exercício?<br />
O processo de selecção teve várias<br />
variantes, uma delas foi a questão das<br />
valências. A ideia era ter nas equipas alguém<br />
que percebesse de carpintaria, matérias<br />
perigosas, primeiros socorros, que<br />
tivessem passaporte e o curso de BREC,<br />
entre outros. Contudo, só podíamos levar<br />
23 elementos e com determinadas especificidades.<br />
Outra coisa que tivemos que ter<br />
em atenção, foi não desfalcar as companhias,<br />
na medida em que temos alguma<br />
dificuldade quanto ao número de pessoal<br />
nos turnos. Por isso tentámos levar<br />
duas ou três pessoas de cada companhia.<br />
No próximo exercício vamos tentar levar<br />
outros elementos, desde que possuam<br />
alguns dos critérios que referi. Não quer<br />
dizer que não haja um ou outro elemento<br />
que vamos ter que repetir, pois ainda<br />
não temos muitos elementos com formação<br />
ao nível do mecanismo europeu de<br />
protecção civil. Os profissionais do RSB<br />
têm sido convidados pela ANPC para tirar<br />
cursos no estrangeiro, e isto não tem tido<br />
custos nem para o Regimento nem para a<br />
Câmara. No entanto, são ainda poucos os<br />
que têm essa formação.<br />
Considera que estes elementos<br />
possuem todo o tipo de condições para<br />
enfrentar uma situação de catástrofe?<br />
Para além da preparação física acha que<br />
estes homens também dispõem de equipamento?<br />
A julgar pelo pessoal que foi, condições<br />
físicas têm. Embora não haja a necessidade<br />
de se ser um “Super-homem”, temos<br />
que ter alguma capacidade de resistência,<br />
porque este tipo de exercício é desgastante<br />
não só a nível físico, mas também a<br />
nível emocional. Eu senti que este exercício<br />
nos levou ao limite.<br />
A nível de material, encontramo-nos<br />
numa fase de reequipamento. Comprámos<br />
tendas modelares de cozinha e instalações<br />
sanitárias, estações de tratamento<br />
de água e outro tipo de equipamentos.<br />
Como é óbvio, gostaríamos de mais e<br />
melhor, mas acima de tudo temos a noção<br />
que só podemos levar determinado tipo<br />
de equipamento para o estrangeiro. A<br />
nível da União Europeia existe uma listagem<br />
orientadora do equipamento que devemos<br />
ter, e foi isso o que tentámos fazer<br />
e correu tudo bem.<br />
Na sua opinião, qual foi a equipa que<br />
mais se destacou no LIVEX?<br />
Eu sou suspeito, e por respeito aos<br />
outros módulos não me devo pronunciar<br />
sobre a prestação deles. Houve uma colaboração<br />
entre os três módulos. No caso<br />
de Portugal, destaco o facto de termos estabelecido<br />
de imediato contacto com os<br />
outros. A nível de abertura para efeitos<br />
de coordenação e da protecção da base<br />
de operações, fomos nós que tomámos<br />
a iniciativa para nos organizarmos. No<br />
que toca às valências Portugal tinha mais<br />
equipamento. Mas os austríacos dispunham<br />
de mais apoio médico-sanitário. Já<br />
os búlgaros estavam um bocadinho mais<br />
reduzidos a nível de pessoal e material.<br />
Alto Risco<br />
Maio de 2011 11<br />
u O Major Carlos Monteiro considera<br />
que todos os que participaram<br />
“estiveram à altura” do exercício<br />
Na reunião final reunimo-nos todos e<br />
concluímos que três dias é muito pouco<br />
tempo para um exercício destes.<br />
Que mais valia é que este exercício<br />
vai trazer a Portugal?<br />
Lisboa é uma cidade que se encontra<br />
numa zona iminentemente sísmica, e os<br />
nossos quartéis não estão devidamente<br />
preparados. Se alguma coisa acontecer na<br />
cidade, estamos minimamente preparados<br />
devido à experiência adquirida em exercícios<br />
deste género e também à formação<br />
e experiência do nosso dia-a-dia. Já<br />
conhecemos o modo como se trabalha a<br />
nível do mecanismo europeu. Ao recebermos<br />
ajuda de entidades conhecidas, será<br />
sempre uma mais-valia, porque conhecemos<br />
o modo deles actuarem.<br />
Durante o tempo em que esteve na<br />
Alemanha, houve algum momento que<br />
o tivesse marcado?<br />
Os dois pontos que me marcaram<br />
positivamente foram o realismo do exercício<br />
e a nossa chegada aos locais estabelecidos<br />
pela UE. O melhor de tudo isto<br />
foram as experiências que retirámos deste<br />
exercício. Apesar de nos próximos desafios<br />
querermos aprender mais, já levamos<br />
alguma experiência dos exercícios anteriores,<br />
e esperamos que nestes próximos<br />
possamos levar novos elementos para que<br />
possam aumentar o nosso leque de pessoal<br />
com formação a nível internacional.<br />
Podemos dizer que agora já possuímos<br />
formação a nível internacional de Busca e<br />
Resgate em Estruturas Colapsadas. Quero<br />
ressaltar todo o empenho dos 30 homens<br />
e mulheres e dos quatro cães que participaram<br />
no módulo. Estiveram todos à altura<br />
do LIVEX!
12<br />
Alto Risco<br />
Maio de 2011<br />
dia da unidade<br />
RSB celebrou<br />
616 anos<br />
A Companhia de Intervenção Especial, em Chelas foi o<br />
palco da celebração dos 616 anos do Regimento de Sapa<strong>dores</strong><br />
<strong>Bombeiros</strong> (RSB) no passado dia 19 de Maio. Esta<br />
cerimónia contou com a presença do Secretário de Estado<br />
da protecção civil, Vasco Franco, do Vereador da Protecção<br />
Civil da Câmara Municipal de Lisboa, Manuel Brito entre<br />
outras entidades.<br />
“Para mim é sempre uma alegria muito<br />
grande vir a esta casa e ver como o Regimento<br />
tem evoluído positivamente nos<br />
últimos anos, dando um contributo muito<br />
grande para a protecção civil não só a nível<br />
de Lisboa, mas também a nível nacional”,<br />
foi desta forma que Vasco Franco descreveu<br />
o seu sentimento no dia em que o Regimento<br />
festejou 616 anos ao serviço da cidade<br />
de Lisboa.<br />
A cerimónia começou pouco depois das<br />
10h00 com 234 efectivos em parada. Entre<br />
eles, os novos recrutas do RSB, prontos a<br />
festejar pela primeira vez o aniversário do<br />
Regimento. As três companhias, cada uma<br />
u Os 234 elementos do RSB em parada<br />
com três pelotões, foram passadas em revista<br />
pelo Secretário de Estado da Protecção<br />
Civil, Vasco Franco.<br />
Um dos momentos mais marcantes<br />
da cerimónia foi a homenagem feita aos<br />
16 bombeiros do RSB que morreram no<br />
cumprimento da sua missão, ao longo da<br />
existência do RSB tendo sido depositada<br />
uma coroa de flores junto a uma tocha em<br />
chamas. Ainda no âmbito das comemorações<br />
foram atribuídas pela Liga dos <strong>Bombeiros</strong><br />
Portugueses, Medalhas de Mérito,<br />
grau de Ouro, aos sete chefes mais antigos<br />
do RSB, alguns aposentados e outros ainda<br />
no activo, entres os quais o Chefe Heliodoro<br />
Neves, membro da Associação Nacional de<br />
<strong>Bombeiros</strong> Profissionais (<strong>ANBP</strong>).<br />
No seu discurso, o Comandante Joaquim<br />
Leitão referiu o ingresso de 160 novos<br />
elementos no RSB que “vão garantir, a<br />
partir de 1 de Dezembro do presente ano,<br />
a continuidade da resposta operacional”.<br />
Adiantou ainda que, no âmbito das infraestruturas,<br />
“continuamos a trabalhar na<br />
relocalização do Centro Estratégico de Prevenção<br />
(CEPS), no maciço rochoso da Serra<br />
de Monsanto”.<br />
Depois do desfile da força em parada,<br />
a Banda do Regimento, composta por 30<br />
elementos, apresentou o projecto de hino<br />
Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais<br />
u Entidades presentes<br />
u Vasco Franco passa<br />
revista às forças em parada<br />
do RSB.<br />
A cerimónia também contou com a presença<br />
de um grupo de bombeiros franceses,<br />
belgas, peruanos, italianos e espanhóis que<br />
vieram para um encontro internacional de forma<strong>dores</strong><br />
flashover, uma técnica de incêndio<br />
onde estes elementos são forma<strong>dores</strong>. Todos<br />
os elementos pertencem ao grupo TANTAD e<br />
deram formação aos recrutas do RSB.<br />
O programa incluiu ainda a visita à exposição<br />
estática do equipamento do Módulo<br />
Médio de Busca e Resgate em estruturas<br />
colapsadas e uma pequena demonstração<br />
de actividades da Unidade Cinotécnica de<br />
Resgate.<br />
Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais<br />
u O vice-presidente da <strong>ANBP</strong><br />
entrega medalha ao Chefe do<br />
RSB Heliodoro Neves<br />
missa rsb<br />
Missa lembra<br />
os que perderam<br />
a vida<br />
u O Comandante do RSB acompanha<br />
Manuel Brito na Revista aos três pelotões<br />
u A missa foi celebrada<br />
pelo Padre Vítor Melicias<br />
u Homenagem aos mortos<br />
Alto Risco<br />
Maio de 2011 13<br />
u Integração do<br />
Estandarte Nacional<br />
u Foi dada a benção à<br />
nova viatura do NISAC<br />
O Regimento Sapa<strong>dores</strong> de <strong>Bombeiros</strong> de Lisboa comemora este ano 616 anos de existência.<br />
As celebrações de aniversário incluíram a realização de uma cerimónia religiosa,<br />
alusiva a esta data, na Igreja de São João de Brito, em Alvalade, no passado dia 18 de Maio.<br />
Durante a missa, o Padre Vítor Milícias, perante o Comando e bombeiros do RSB, enunciou<br />
os nomes dos elementos do RSB que faleceram em serviço desde o ano de 1865 até<br />
1988, já que, desde então, esta corporação não tem registado mais baixas em serviço.<br />
A cerimónia religiosa terminou com a bênção de uma viatura nova, pertencente ao NI-<br />
SAC (Núcleo de Intervenção Social e Apoio ao Cidadão) e com um concerto da Banda do<br />
Regimento Sapa<strong>dores</strong> de <strong>Bombeiros</strong>, no quartel da 3ª Companhia.
14<br />
Alto Risco<br />
Maio de 2011<br />
notícias carnaxide<br />
u A Mascote Zé Baril<br />
Zé Baril<br />
está de volta!<br />
O Zé Baril, a famosa mascote da Protecção Civil que tem como missão<br />
desenvolver diversos tipos de actividades com crianças, regressou à corporação<br />
dos <strong>Bombeiros</strong> Voluntários de Carnaxide no passado dia 24 de Maio.<br />
Organizada pela Associação Nacional de <strong>Bombeiros</strong> Profissionais (<strong>ANBP</strong>),<br />
esta iniciativa inseriu-se nas Jornadas Escola Viva, Segurança Activa- Prevenção<br />
e Segurança nas Escolas.<br />
“Esta é a segunda vez que recebemos o Zé Baril no<br />
nosso quartel, sendo um motivo de grande orgulho.<br />
Esta é uma iniciativa que nos permite mostrar às crianças<br />
o que são os bombeiros e a protecção civil a nível<br />
nacional. É muito importante tê-las aqui, pois poderão<br />
ser futuros bombeiros e adquirir alguns conhecimentos<br />
sobre segurança”. Foi desta forma que o 2º Comandante<br />
Manuel Fonseca manifestou o seu orgulho na iniciativa<br />
que envolveu cerca de 670 crianças que, uma vez<br />
mais, encarnaram a profissão de bombeiro na corporação<br />
de Carnaxide. Entre as actividades desenvolvidas<br />
estiveram uma apresentação de viaturas de socorro e<br />
respectivos equipamentos, a descida de um edifício em<br />
rappel e a subida de 25 metros de altura através de uma<br />
auto- escada. Os “mini -bombeiros” aprenderam ainda<br />
regras de primeiros - socorros em caso de acidentes<br />
u Utilização da agulheta<br />
u Exercício de Rappel<br />
uVisita às viaturas dos<br />
B.V.Carnaxide que estavam<br />
em exposição<br />
como pequenas quedas e ferimentos ligeiros.<br />
Para além da participação das Escolas Antero Basalisa,<br />
Sylvia Philips, Amélia Vieira Luís e do Jardim de<br />
Infância Sophia de Mello Breyner, este evento contou ainda<br />
com a presença da PSP, Polícia Municipal de Oeiras<br />
e o Serviço Municipal de Protecção Civil. A Câmara Municipal<br />
de Sintra também deu o seu contributo sedendo<br />
dois autocarros para transportar crianças da região de<br />
Sintra e Dafundo.<br />
O Zé Baril foi criado há 10 anos pela Associação Nacional<br />
de <strong>Bombeiros</strong> Profissionais e tem como objectivo<br />
fomentar o conceito de “Aprender, Brincando”, junto de<br />
crianças em idade escolar e pré-escolar.<br />
Entre os principais conceitos que se passam às crianças<br />
estão as técnicas de salvamento e as medidas de<br />
auto-protecção.<br />
Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais<br />
uVisita às viaturas dos<br />
B.V.Carnaxide que estavam<br />
em exposição<br />
u Subida na auto-escadas, a<br />
uma altura de 25 metros<br />
Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais<br />
notícias póvoa de santa iria<br />
Zé Baril foi pela primeira<br />
vez ao concelho de<br />
Vila Franca<br />
O Zé Baril foi o protagonista de uma iniciativa da Associação de Pais e Encarregados de<br />
Educação do Agrupamento de Escolas Póvoa de D. Martinho. Ao longo de dois dias, 25 e 26<br />
de Maio, as escolas EB1 nº4 da Póvoa de Santa Iria, a EB1/Jardim de Infância das Bragadas e<br />
a Escola EB1 do Casal da Serra foram o palco do evento, que se inseriu no âmbito do projecto<br />
“Segurança Viva, Escola Activa”.<br />
Centenas de crianças puderam experimentar vários exercícios regularmente praticados pelos<br />
bombeiros durante as operações de socorro, e aprender técnicas de salvamento e medidas<br />
de protecção. Tudo com muita brincadeira e diversão à mistura, sob o olhar atento de pais,<br />
educa<strong>dores</strong> e professores, também eles parte activa neste evento.<br />
As crianças puderam ainda explorar algumas viaturas do Corpo de <strong>Bombeiros</strong> Voluntários<br />
da Póvoa de Santa Iria.<br />
Esta foi a primeira vez que o Zé Baril se deslocou ao concelho de Vila Franca de Xira para o<br />
desenvolvimento destas actividades com as escolas. A ideia partiu da Associação de Pais que,<br />
desta forma, quis sensibilizar toda a comunidade escolar para a problemática da segurança,<br />
quer no que toca a incêndios e a protecção individual, quer no que toca à violência no espaço<br />
escolar e dos perigos que existem no trajecto até casa. Para tal, participaram nesta iniciativa a<br />
Polícia de Segurança Pública (PSP), o Serviço Municipal de Protecção Civil de Vila Franca de<br />
Alto Risco<br />
Maio de 2011 15<br />
Xira, a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e a Junta de Freguesia da Póvoa de Santa Iria. A acção Zé Baril, na Póvoa de Santa Íria, incluiu um workshop sobre segurança nas escolas,<br />
destinado a pessoal docente e não docente, pais e encarregados de educação. Este debate<br />
<strong>ANBP</strong> recebeu este Agradecimento<br />
Em meu nome, alunos, docentes e assistentes operacionais da Escola EB1/JI das Bragadas,<br />
agradecemos as actividades lúdico -pedagógicas e ofertas proporcionadas pelo Projecto<br />
“Segurança Viva, Escola Activa - Zé Baril”. Agradecemos, igualmente, à <strong>ANBP</strong>, aos<br />
BVPSI, à PSP e autarquias, bem como os demais intervenientes. Refira-se, ainda, que o<br />
Workshop foi uma acção dinâmica e profícua.<br />
Os objectivos foram amplamente alcançados, pois na avaliação final, a grande maioria,<br />
atribuiu o qualificador “Muito bom”.<br />
Bem -hajam pelo vosso empenho.<br />
Com os melhores cumprimentos,<br />
Guilhermina Branco<br />
Workshop sobre<br />
Segurança<br />
de ideias, ocorrido no auditório da Igreja Nossa Senhora de Fátima, contou com a participação<br />
da Associação Nacional de <strong>Bombeiros</strong> Profissionais, dos <strong>Bombeiros</strong> Voluntários da Póvoa<br />
de Santa Iria, polícias da Escola Segura e Serviço Municipal de Protecção Civil de Vila Franca<br />
de Xira. Foram abordados temas como os planos de emergência nas escolas e legislação em<br />
vigor, as intervenções e competências do projecto Escola Segura, e o tipo de solicitações de<br />
socorro feitas junto da corporação de bombeiros local.<br />
O espaço aberto ao debate contou com a participação de muitos pais e educa<strong>dores</strong>, bem<br />
como de responsáveis de agrupamentos, que colocaram questões e deram exemplos de situações<br />
ocorridas, na prática, em vários estabelecimentos de ensino.<br />
Esta iniciativa contou com a presença do presidente da Junta de Freguesia de Póvoa de<br />
Santa Íria, Jorge Ribeiro e com a responsável pelo pelouro de educação e juventude da Câmara<br />
Municipal de Vila Franca de Xira, Helena Ferreira, que salientaram a importância da<br />
promoção de “uma cultura de segurança”.
16<br />
Alto Risco<br />
Maio de 2011<br />
notícias anbp de luto<br />
Partiu o amigo<br />
Manuel Silva<br />
da CBS<br />
de Coimbra<br />
A Associação Nacional de <strong>Bombeiros</strong> Profissionais e o Sindicato Nacional de <strong>Bombeiros</strong><br />
Profissionais estão de luto pela morte do seu dirigente Manuel Silva, sub-chefe de 1ª Classe<br />
da Companhia <strong>Bombeiros</strong> Sapa<strong>dores</strong> de Coimbra e dirigente da <strong>ANBP</strong>/SNBP do Secretariado<br />
Regional do Centro.<br />
Manuel Silva faleceu, subitamente, na noite do dia 30 de Maio, em Oliveira do Hospital,<br />
aos 46 anos.<br />
Estava a dar formação pela Escola Nacional de <strong>Bombeiros</strong> na Unidade Local de Formação<br />
quando foi vitíma de uma indisposição e caiu inanimado. Apesar de ter sido assistido no<br />
local pelo INEM e transportado ao Centro de Saúde de Oliveira do Hospital, não conseguiu<br />
recuperar.<br />
Manuel Oliveira da Silva estava, há cerca de 20 anos, ao serviço dos Sapa<strong>dores</strong> de Coimbra.<br />
Era o irmão mais velho de outro bombeiro desta companhia, Acácio Jorge Silva, que<br />
faleceu durante o combate a um incêndio florestal ocorrido a 28 de Fevereiro de 2005 em<br />
Mortágua.<br />
Manuel Silva deixa três filhos: dois rapazes de 14 e 18 anos e de uma menina de cinco<br />
anos.<br />
À família, amigos e colegas de Manuel Silva a <strong>ANBP</strong>/SNBP apresenta as mais sentidas<br />
condolências.<br />
divulgação<br />
Jornal da Associação Nacional dos <strong>Bombeiros</strong> Profissionais