ARQUITECTURA - Universidade Técnica de Lisboa
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3.2 IMPLANTAÇÃO<br />
Figura 8: Planta esquemática do Palácio Teles <strong>de</strong> Meneses.<br />
Exemplo <strong>de</strong> uma planta claramente rectangular com uma<br />
cobertura contínua, inserido num gaveto simples. Também é<br />
visível parte do largo fronteiro à Igreja <strong>de</strong> São Vicente, para o<br />
qual se <strong>de</strong>senvolve a fachada Sul do Palácio.<br />
Fonte: <strong>de</strong>senho do autor.<br />
Em relação à implantação é difícil<br />
<strong>de</strong>tectar a existência <strong>de</strong> alguma norma<br />
corrente. Na melhor das hipóteses po<strong>de</strong><br />
afirmar-se que as fachadas principais,<br />
excepção feita ao Palácio Azurara, não se<br />
orientam para o quadrante norte. Fora este<br />
facto, as soluções são tão variadas quanto<br />
o contexto urbano e topográfico permite<br />
serem. Seria também <strong>de</strong> esperar que a<br />
inserção na malha urbana procurasse<br />
enfatizar sempre a importância aristocrática<br />
dos edifícios, <strong>de</strong>stacando-os da<br />
envolvente, mas nem sempre tal acontece.<br />
Se por vezes a existência <strong>de</strong> um largo,<br />
mesmo que “inventado” (Palácio dos<br />
Carvalhos), ou <strong>de</strong> uma praça mais ampla<br />
(Almada) facultam o <strong>de</strong>staque esperado,<br />
há também casos em que a inclusão na envolvente disfarça por completo a presença <strong>de</strong> uma<br />
habitação aristocrática (Minas).<br />
A solução mais corrente parece ser a <strong>de</strong> uma inserção em gaveto simples, constituindo<br />
uma das esquinas <strong>de</strong> um cruzamento (Flor da Murta; Con<strong>de</strong> Barão; Carvalhos). Estes<br />
cruzamentos formam por vezes pequenos largos (Teles <strong>de</strong> Melo) que, em alguns casos,<br />
ganham maior dimensão por se encontrarem associados a igrejas (Murça; Teles <strong>de</strong> Meneses).<br />
No caso do Palácio do Marquês <strong>de</strong> Tancos a inserção em gaveto assemelha-se mais a uma<br />
cunha, ficando a fachada <strong>de</strong> tardoz escondida por um muro e relegando-se o papel cenográfico<br />
apenas para a fachada frontal.<br />
Numa espécie <strong>de</strong> variação do gaveto simples, surge um conjunto <strong>de</strong> palácios que formam<br />
dois gavetos do quarteirão on<strong>de</strong> se inserem. Nesta solução os palácios apresentam em regra<br />
uma planta mais compacta (Santo Estêvão), por vezes com pátios residuais integrados<br />
(Azurara, Figueira), rematando quarteirões irregulares <strong>de</strong>finidos por vias que convergem para o<br />
local do palácio. O Palácio Almada, também com dois gavetos, tem a particularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o pátio<br />
<strong>de</strong> dimensões consi<strong>de</strong>ráveis organizar toda a articulação interior/exterior. O Palácio Ficalho,<br />
também <strong>de</strong>lineando duas esquinas, resulta da junção <strong>de</strong> dois edifícios em L integrados num<br />
típico quarteirão do Bairro Alto.<br />
O terceiro tipo mais comum <strong>de</strong> implantação refere-se aos edifícios que simplesmente se<br />
integram em frentes <strong>de</strong> rua. Alguns surgem fronteiros a largos (Arcos) ou cruzamentos<br />
(Redondo), permitindo uma leitura mais abrangente do conjunto, mas no caso do Palácio<br />
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