Provas Comentadas 4
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Questões comentadas pela Comissão de Novas Lideranças<br />
76 Assinale a alternativa incorreta em relação ao achado de incidentaloma<br />
de tireóide, de 8 mm, em paciente feminina de 56 anos:<br />
a) A cintilografia de tireóide não auxilia no seu manejo.<br />
b) Não está indicado o uso de doses supressivas de tiroxina.<br />
c) Não há indicação de uma punção aspirativa guiada por ultrasom.<br />
d) A possibilidade de um nódulo autônomo deve ser considerada.<br />
e) O paciente deve ser acompanhado clinicamente a cada 6 a 12 meses.<br />
Resposta Comentada<br />
Incidentalomas < 1 cm quase sempre têm um curso benigno. Alguns autores<br />
recomendam a PAAF guiada por US se o nódulo exibir características ultrasonográficas<br />
sugestivas de malignidade, enquanto outros defendem nenhuma investigação<br />
adicional, apenas seguimento. Nenhuma terapia clínica está indicada, havendo no caso<br />
específico uma adicional contraindicação à terapia supressiva (mulher após a<br />
menopausa). Incidentalomas não são causas de hipertireoidismo e usualmente lesões<br />
< 1 cm não são visualizadas na cintilografia. Apesar da controvérsia em relação a<br />
alternativa c), nódulo autônomo em um incidentaloma < 1 cm é extremamente<br />
improvável.<br />
Resposta: D<br />
77 Assinale a alternativa incorreta em relação ao câncer de tireóide:<br />
a) O carcinoma folicular de tireóide usualmente não apresenta metástase em<br />
linfonodos como apresentação inicial.<br />
b) A incidência do carcinoma anaplásico é menor em regiões com suficiência de iodo.<br />
c) Tamanho da lesão e idade podem ser fatores prognósticos.<br />
d) A dosagem de tireoglobulina é útil no seu diagnóstico.<br />
e) A tireoidectomia no câncer bem diferenciado de tireóide deve ser completa.<br />
Resposta Comentada<br />
Metástases linfonodais como apresentação inicial ocorrem mais frequentemente no<br />
carcinoma papilífero, sobretudo em jovens; enquanto metástases distantes no câncer<br />
folicular. Carcinomas foliculares e anaplásicos são menos comuns em zonas iodo<br />
suficientes, onde o tipo papilífero ocorre quase que exclusivamente, sendo os dois<br />
primeiros mais freqüentes em áreas iododeficientes.<br />
Idade e tamanho do tumor são fatores prognósticos na maioria dos sistemas, inclusive<br />
no TNM. E tireoidectomia total é realmente o procedimento mais recomendado no<br />
carcinoma diferenciado, embora alguns defendam a lobectomia para pequenos<br />
tumores esporádicos e únicos em pacientes de baixo risco. A dosagem da Tg não tem<br />
valor no diagnóstico de câncer diferenciado em pacientes com doença nodular, sendo<br />
um marcador útil no seguimento após a tireoidectomia total.<br />
Resposta: D
78 Assinale a alternativa correta:<br />
Questões comentadas pela Comissão de Novas Lideranças<br />
a) A cintilografia de tireóide não é uma boa maneira de distinguir tumores foliculares<br />
funcionantes dos não funcionantes.<br />
b) Praticamente todos os nódulos hipofuncionantes são malignos.<br />
c) A ecografia tem boa sensibilidade para bócios mergulhantes.<br />
d) Microcalcificações, margens borradas e aspecto hipoecóico são dados que levantam<br />
a suspeita de malignidade de um nódulo.<br />
e) A ecografia é um excelente método para diagnóstico de tireóide ectópica.<br />
Resposta Comentada<br />
A cintilografia é o exame que mostra se um nódulo tireoideana folicular é funcionante<br />
ou não, avaliando a sua capacidade de captar e organificar o iodo. Apesar da maior<br />
chance de malignidade ser encontrada em nódulos hipofuncionantes, comparado aos<br />
hipercaptantes que raramente são malignos, esta não ultrapassa 20%. Bócios<br />
mergulhantes são melhor avaliados com TC, sendo estes uma limitação do US.<br />
Achados ultrasonográficos sugestivos de malignidade: nódulo sólido hipoecóico,<br />
microcalcificações, halo ausente e margens irregulares, fluxo central, diâmetro<br />
AP/transverso > 1, linfonodomegalia cervical.<br />
Resposta: D<br />
79 Assinale a alternativa errada:<br />
a) O exercício físico promove translocação do GLUT4 para a membrana plasmática,<br />
independente da insulina, melhorando a captação da glicose.<br />
b) Um possível mediador que favorece a captação da glicose estimulada pelo exercício<br />
(independente da via insulina/PI3K) é a Proteína Quinase Adenosina Monofosfato<br />
ativada (AMPK).<br />
a) c) O aumento da sintase do óxido nítrico e das concentrações de cálcio intracelular<br />
no exercício também favorecem a captação de glicose muscular.<br />
c) O treinamento físico incrementa a atividade das enzimas envolvidas na oxidação,<br />
resultando em maior utilização de AGL durante exercícios de moderada<br />
intensidade.<br />
d) O treinamento físico também aumenta os níveis de TNF alfa, mantendo o aporte de<br />
glicose cerebral.<br />
Resposta Comentada<br />
O exercício físico aumenta o transporte de glicose pela translocação do GLUT4 para<br />
superfície da célula, independente da insulina e em parte mediado pela proteína AMPK.<br />
O influxo de cálcio intracelular que ocorre com a contração muscular favorece a<br />
captação de glicose. O treinamento físico crônico aumenta a oxidação dos ácidos<br />
gordurosos intramusculares, melhorando com isso a sensibilidade à insulina.O TNF<br />
alfa, aumenta resistência insulínica e o exercício físico diminui sua expressão, bem<br />
como seu receptor.<br />
Resposta: E
Questões comentadas pela Comissão de Novas Lideranças<br />
80 Com relação ao Diabetes mellitus tipo 1, qual a alternativa incorreta:<br />
a) Polimorfismos nos genes do CTLA4 e PTPN22 estão relacionados à predisposição a<br />
DM1 e outras doenças autoimunes.<br />
b) No braço curto do cromossoma 6 estão localizados os genes do maior complexo de<br />
histocompatibilidade HLA . Entre os maiores determinantes da susceptibilidade<br />
para desenvolver diabetes tipo 1 estão os alelos DR3 e DR4.<br />
c) Há relação entre predisposição para DM1 e o lócus VNTR do gene da insulina no<br />
cromossomo 11.<br />
d) O diabetes tipo 1 é mais freqüente na infância e adolescência. Por ocasião do<br />
diagnóstico são encontrados os anticorpos antiilhota, antiinsulina, antiGAD e<br />
antiIA2.<br />
e) No diabetes autoimune do adulto (LADA) os anticorpos mais freqüentes são o anti<br />
IA2 e antiinsulina.<br />
Resposta Comentada<br />
Polimorfismo no gene CTLA4 contribuem para a doença de Graves e aparentemente<br />
para o DM em algumas populações e o polimorfismo no PTPN22 confere maior<br />
suscetibilidade ao DM 1. Metade da concentração familiar do DM1 é atribuída aos<br />
genes de histocompatibilidade principal (HLA), situados no braço curto do cromossomo<br />
6. O mais importante são os que codificam as moléculas HLA da classe II DQ e DR;<br />
cerca de 95% dos DM1 têm um DR3 ou DR4 (ou ambos) em comparação com 45 a<br />
50% dos controles não diabéticos. Outro link genético é encontrado nos pacientes com<br />
DM 1: um lócus polimórfico de DNA (que consiste em um número variável de<br />
repetições aleatórias VNTR*) na região 5’ do gene da insulina situado no cromossomo<br />
11. No LADA, o principal autoanticorpo encontrado é o antiGAD, seguido do ICA,<br />
enquanto autos anticorpos IAA e IA2 são menos comuns e típicos do DM tipo1.<br />
Resposta: E<br />
* Os VNTRs (Variable Number of Tandem Repeats)<br />
81 P aciente em cetoacidose diabética com os seguintes valores<br />
laboratoriais: Na = 135 mEq/ l; Glicemia = 540 mg% ; P otássio = 5 mEq/ l,<br />
Uréia = 56 mg% . Calcular a osmolaridade plasmática efetiva aproximada.<br />
a) 270 mOsmol/Kg de água<br />
b) 300 mOsmol/Kg de água<br />
c) 240 mOsmol/Kg de água<br />
d) 330 mOsmol/Kg de água<br />
e) 360 mOsmol/Kg de água<br />
Resposta Comentada<br />
Cálculo da osmolaridade: 2 (Na + K) + Glicemia em mg% / 18 + Uréia mg% / 2.8 =<br />
330 mOsmol/Kg de água. Na osmolaridade efetiva, não se considera a uréia no cálculo,<br />
portanto esta seria de 310 mOsmol/Kg de água.
Resposta: B<br />
Questões comentadas pela Comissão de Novas Lideranças<br />
82As seguintes alterações laboratoriais são freqüentes na insuficiência<br />
adrenal primária, exceto:<br />
a) Hiponatremia<br />
b) Hipoglicemia<br />
c) Hiperpotassemia<br />
d) Hipocalcemia<br />
e) Eosinofilia<br />
RESPOSTA:<br />
Resposta Comentada<br />
Hiponatreima e hiperpotassemia constituem manifestações clássicas da insuficiência<br />
adrenal primária, devendo sugerir seu diagnóstico sempre que presentes.<br />
HIPERCALCEMIA ( e não hipocalcemia) pode ser encontrada em 6% dos pacientes.<br />
Resposta: D<br />
83P acientes com insuficiência hipofisária habitualmente apresentam<br />
anormalidades detectadas pela ressonância magnética, sendo a ectopia do<br />
hipersinal uma das mais freqüentes. Em relação a este achado podemos<br />
afirmar:<br />
a) Resulta da hiperprodução compensatória do GHRH frente à produção hipofisária<br />
deficiente em GH.<br />
b) Reflete o acúmulo de ADH no hipotálamo associado à falha de sua liberação e<br />
conseqüente concomitância de diabetes insípidos.<br />
c) É patognomônico de trauma de crânio, representando a secção da haste<br />
hipofisária.<br />
d) Provavelmente reflete uma falha evolutiva da diferenciação hipotálamo<br />
hipofisário.<br />
e) Os pacientes apresentam predominantemente deficiência de ACTH<br />
Resposta Comentada<br />
Tecido ectópico (hipersinal ectópico) é um achado radiológico de alteração no<br />
desenvolvimento hipotálamohipofisário.<br />
RESP OSTA: D<br />
84Quanto ao uso terapêutico de hormônio de crescimento (GH), em crianças<br />
e adolescentes é correto afirmar:<br />
a) Os conhecimentos atuais justificam o uso de GH apenas nos casos com<br />
diagnóstico confirmado de deficiência de GH.
Questões comentadas pela Comissão de Novas Lideranças<br />
b) A menor excreção urinária tanto de IGFBP1 quanto de IGF1, nos casos de<br />
insuficiência renal crônica, faz com que a dose de GH deva ser reduzida a<br />
0,05U/kg/dia (15mcg/kg/dia).<br />
c) Pacientes com baixa estatura, nascidos pequenos para a idade gestacional, são<br />
parcialmente resistentes ao GH, devendo receber doses de GH entre 0,15 e<br />
0,2U/kg/dia (5066mcg/kg/dia).<br />
d) O uso de doses elevadas de GH nos pacientes com síndrome de PraderWilly<br />
permite melhorar a relação peso/estatura, reduzindo a morbimortalidade<br />
presente nesta doença.<br />
e) Pacientes em uso de glicocorticóides (ex: artrite reumatóide juvenil) não devem<br />
receber GH pelo elevado risco de resistência à insulina e diabetes mellitus.<br />
Resposta Comentada<br />
a) O uso GH recombinante está aprovado em algumas patologias em que o<br />
déficit de GH não é encontrado mas que podem evoluir com déficit de altura e<br />
respondem ao tratamento com reposição de hGH, como por exemplo, a síndrome<br />
de Turner, a insuficiência renal crônica e o Crescimento intrauterino retardado.<br />
b) A dose de GH usada no tratamento de crianças com IRC não é ajustada de<br />
acordo com a excreção urinária de IGFBP 1 ou IGF 1. Deve ser continuada<br />
inclusive nas crianças que iniciam tratamento dialítico.<br />
c) Verdadeira.<br />
d) O uso do GH em doses fisiológicas (0,1 U/ Kg/ dia) melhorou a<br />
composição corpórea, diminuiu a massa adiposa e aumentou a massa magra<br />
e óssea dos pacientes com Prader Willi. Estabilizouse o índice de massa<br />
corporal, houve aumento da velocidade de crescimento, principalmente no<br />
primeiro ano de tratamento, com correspondente avanço da maturação<br />
óssea e elevação dos níveis de IGFI. Não há dados sobre o impacto desse<br />
tratamento na mortalidade desses pacientes.<br />
e) Há estudos que mostram que o GH pode ser benéfico em pacientes em uso<br />
de corticoesteróides para tratamento de doenças como doença reumática,<br />
retardo do crescimento relacionado ao uso crônico de corticosteróides, com<br />
objetivo de ganho na estatura final e aumento de massa magra. Avaliação<br />
da glicemia de jejum e pós dextrosol é recomendado para pesquisar<br />
diagnóstico prévio ou indução de DM.<br />
RESP OSTA: C<br />
85Quanto ao diagnóstico laboratorial da deficiência de GH em crianças,<br />
podemos afirmar que:<br />
a) Um valor de corte de GH
Questões comentadas pela Comissão de Novas Lideranças<br />
b) Pacientes com sintomas neurológicos devem ser submetidos ao Teste de<br />
Tolerância a Insulina (ITT), pois apresentam maior probabilidade de<br />
insuficiência hipotálamohipofisária múltipla.<br />
c) O teste da Clonidina não é recomendado a pacientes baixos e obesos, pela<br />
freqüente associação com resistência adrenérgica.<br />
d) Os testes de estímulo não são necessários em pacientes com valores de IGF1<br />
abaixo de 2 desvios padrões para idade e sexo.<br />
e) O teste de geração de IGF1 após estimulo com GH é sensível e reprodutível,<br />
devendo substituir no futuro os teste clássicos de secreção de GH.<br />
Resposta Comentada<br />
a ) O valor de corte para o GH recomendado depende sim do teste ou do ensaio<br />
laboratorial utilizado. Níveis maiores que 5ng/ml nos ensaios imunofluorimétrico e<br />
maiores que 7 ng/ml nos métodos de radioimunoensaio ou quimioluminescência são<br />
considerados normais (crianças sem déficit de GH).<br />
b) O teste de tolerância a insulina (ITT) está contraindicado em pacientes com<br />
sintomas neurológicos.<br />
c) Alguns estudos mostram que crianças obesas podem apresentar resposta subnormal<br />
ao teste da clonidina. (Indian Pediatr. 1991 Jul;28(7):73740.)<br />
d) Casos com IGF1 < 35 mcg/L ou menores que – 2 DP da média para a idade<br />
cronológica e sexo do paciente, os testes de estímulos, são necessários para<br />
esclarecer se a deficiência de IGF1 é secundário à deficiência ou resistência de GH.<br />
e) O teste de geração de IGF1 é pouco reprodutível e pouco específico e, portanto,<br />
não devem substituir no futuro os testes clássicos de secreção de GH.<br />
RESP OSTA: C<br />
86Recémnascido a termo, adequado para idade gestacional, masculino,<br />
assintomático e sem intercorrências perinatais, com história de mãe com<br />
tiroidite de Hashimoto, foi submetido à coleta de exames séricos com 72<br />
horas de vida: T4= 2,5mcg/ dl, TSH= 1,0U/ l, Anticorpos antiTg e antiTP O=<br />
negativos. A melhor conduta seria:<br />
a) Tratamento com tiroxina devido ao hipotireoidismo congênito.<br />
b) Tratamento com tiroxina frente à hipotiroxinemia associada à tireoidite<br />
materna.<br />
c) Tratamento com tiroxina por seis meses, enquanto houver o efeito dos<br />
anticorpos transplacentários oriundos da mãe.<br />
d) Tratase de hipotireoidismo primário compensado, não necessitando de<br />
tratamento.<br />
e) O tratamento deve ser precedido do diagnóstico diferencial entre hipoTBGnemia<br />
e hipotireoidismo central.<br />
Resposta Comentada
Questões comentadas pela Comissão de Novas Lideranças<br />
No quadro clínico apresentado, encontramos um recém nascido assintomático com<br />
quadro laboratorial de TSH normal e T4 total baixo. Anticorpos antitireoidianos<br />
normais. Estas alterações podem ser sugestivas de duas patologias: Hipotireoidismo<br />
central (HC) e deficiência congênita de tireoglobulina (TBG).<br />
O fato do recém nascido ser assintomático, sexo masculino e apresentar parto e<br />
período neonatal sem intercorrências, sugere o quadro de deficiência de TBG.<br />
A deficiência de TBG é uma patologia com padrão recessivo ligado ao X, presente em<br />
1: 2500 nascidos vivos. Apesar de apresentar níveis baixos dos hormônios tireoidianos,<br />
a fração livre se encontra normal. Não necessitando reposição desses hormônios. O<br />
diagnóstico dessa patologia é feito dosando as frações livres dos hormônios<br />
tireoidianos e a TBG.<br />
A deficiência congênita de TBG está geralmente associada a deficiência da globulina<br />
transportadora de cortisol (CBG).<br />
RESP OSTA: E<br />
87Menina de dez anos apresenta bócio de pequeno volume e sintomas<br />
sugestivos de hipertireoidismo referidos há uma semana:<br />
a) Introduzir fármaco antitireoideano (metimazol ou PTU) por pelo menos um ano<br />
antes da indicação de radioiodoterapia.<br />
b) O tratamento com radioiodo deve ser preferido à cirurgia em virtude do bócio<br />
de volume reduzido.<br />
c) A ausência de exoftalmo afasta a possibilidade de doença de Graves.<br />
d) Devido à faixa etária, o uso de propranolol deve ser evitado.<br />
e) A presença de Anticorpos antiTPO e ausência de exoftalmo pode sugerir o<br />
diagnóstico da tireoidite de Hashimoto como causa do processo.<br />
Resposta Comentada<br />
A doença de Graves é responsável por 90 % dos casos de hipertireoidismo na infância.<br />
Entre 70 a 100% deles o anticorpo anti receptor de TSH (TRAB) está presente.<br />
O tratamento preferencial do hipertireoidismo inicial é realizado com as drogas<br />
antitireoidianas, propiltiouracil (PTU) e Tapazol (TPZ). As outras terapias (I 131 e<br />
cirurgia) são, em geral avaliadas após o tratamento medicamentoso inicial, pelo menos<br />
para fim de compensação clínica do paciente.Entretanto a taxa de remissão da doença<br />
com o tratamento medicamentoso é muito baixa em crianças (< 25%) o que tem feito<br />
com que a terapia com iodo seja considerada como 1ª opção de terapia definitiva em<br />
vários países nessa faixa etária.<br />
Bócios menores respondem melhor ao I 131 , devendo ser preferidos ao invés da<br />
cirurgia.<br />
Exoftalmia é muito sugestivo de Doença de Graves, porém a sua ausência não afasta<br />
esta patologia.
Questões comentadas pela Comissão de Novas Lideranças<br />
Propranolol não está contra indicado nesta faixa etária (10 anos). Sua principal contra<br />
indicação é história de asma ou DPOC.<br />
A presença do Ac anti TPO e ausência de exoftalmia pode ser encontrada na tireoidite<br />
de Hashimoto devendo considerar essa patologia como diagnóstico diferencial da<br />
doença de Graves.<br />
RESP OSTA: E<br />
88 Sobre os bisfosfonatos potentes podemos afirmar:<br />
a) O acido zoledronico possui maior potencia antireabsortiva e frequentemente<br />
induz a osteomalacia.<br />
b) Levam a necrose osteoblastica.<br />
c) Frequentemente causam febre e calafrios nos primeiros trinta dias após a<br />
administração.<br />
d) A osteonecrose de mandíbula ocorre geralmente em pacientes com câncer.<br />
e) Frequentemente causam hipocalcemia sintomática quando administrados por<br />
via intravenosa.<br />
Resposta Comentada<br />
a) O ácidozoledronico é o bisfosfonato de maior potência antireabsortiva. Possui<br />
uma potência 10.000 vezes maior que o etidronato e 100 vezes maior que o<br />
pamidronato. O seu uso não está relacionado à osteomalácia.<br />
b) Necrose osteoblástica não é um efeito adverso relatado dos bisfosfonatos<br />
potentes.<br />
c) Reações de fase aguda (febre, mal estar, calafrios e mialgias) ocorrem em uma<br />
freqüência pequena após os primeiros dias de uso dos bisfosfonatos. A<br />
incidência destes efeitos não difere entre as classes desses medicamentos.<br />
d) Osteonecrose de mandíbula é relatado no uso dos bisfosfonatos potentes em<br />
doses altas para tratamento de neoplasias malignas.<br />
e) A ocorrência de hipocalcemia, assim como hipofosfatemia e hipocalemia é<br />
infreqüente e semelhante a todos bisfosfonatos (efeito de classe).<br />
RESP OSTA: D<br />
89A melhor conduta frente a um menino de nove anos, com história de bócio<br />
difuso e presença de nódulo único (1 cm) palpável na porção inferior do lobo<br />
direito:<br />
a)Ultrassonografia, punção aspirativa e supressão do TSH com tiroxina.<br />
b)Dosar T4, TSH e tireoglobulina.<br />
c)Dosar TSH, antiTPO e antiTg, calcitonina e punção aspirativa.<br />
d)Punção aspirativa e mapeamento com Iodo 131.<br />
e)Mapeamento com Iodo 131 e remoção cirúrgica do nódulo.
Resposta Comentada<br />
Questões comentadas pela Comissão de Novas Lideranças<br />
Nódulo tireoidiano em crianças do sexo masculino possui um índice aumentado de<br />
malignidade. Na presença de um quadro clínico como o paciente em questão deve se<br />
realizar os seguintes exames:<br />
TSH Necessário para a avaliação da função tireoidiana. TSH suprimido raramente<br />
é encontrado na presença de doenças malignas da tireóide.<br />
Anticorpo anti TPO e anti Tg A mensuração desses anticorpos é útil para excluir<br />
tireoidite autoimune, nas quais o aumento da glândula e a alteração de consistência<br />
pode simular a presença de nódulos tireoidianos bilaterais ou únicos.<br />
Calcitonina Apesar de controverso pelo alto custo, a mensuração da calcitonina é<br />
preconizada por alguns autores. Ela sempre se encontra elevada nos infreqüentes<br />
Carcinomas medulares de tireóide.<br />
Punção aspirativa por agulha fina (PAAF) A PAAF é hoje considerado o método de<br />
triagem que melhor detecta os Carcinomas em nódulos tireoidianos. Todo paciente<br />
deve ser submetido a este exame na presença de um nódulo tireoidiano e risco de<br />
malignidade.<br />
Supressão do TSH com tiroxina, mapeamento com iodo 131, dosagem da<br />
tireoglobulina e remoção cirúrgica do nódulo, não fazem parte da propedêutica inicial<br />
dos nódulos tireoidianos.<br />
RESP OSTA: C<br />
90Adolescente masculino de dezesseis anos notou aparecimento de<br />
ginecomastia (Tanner 2) acompanhada de galactorréia bilateral. A afirmação<br />
mais adequada seria:<br />
a) Redução da velocidade de crescimento e aumento difuso da hipófise podem<br />
estar associados, sugerindo hipotireoidismo primário.<br />
b) Redução da velocidade de crescimento e adenoma hipofisário produtor de<br />
somatostatina estarão possivelmente associados.<br />
c) Adenoma hipofisário produtor de gonadotrofinas é a causa mais freqüente do<br />
quadro.<br />
d) Ginecomastia puberal é a causa mais freqüente do quadro.<br />
e) Adenoma produtor de prolactina não estaria associado à ginecomastia.<br />
Resposta Comentada<br />
Na presença de galactorréia e ginecomastia no sexo masculino devese sempre pensar<br />
em hiperprolactinemia. A hiperprolactinemia em homens pode ser causada por vários<br />
fatores, entre eles: Uso de medicações, tumores hipofisários não funcionantes e<br />
prolactinomas, além de hipotireoidismo.
Questões comentadas pela Comissão de Novas Lideranças<br />
Entre as questões propostas a letra A apresenta a opção correta. Hipotireoidismo<br />
primário pode simular um tumor da hipófise (pseudo tumor hipofisário) levando um<br />
aumento difuso desta glândula. A hiperprolactinemia seria causada pelo bloqueio do<br />
aporte de dopamina na haste hipofisária pelo tumor. Diminuição da velocidade de<br />
crescimento é comum no hipotireoidismo na infância.<br />
b) A somatostatina é produzida no hipotálamo e sua secreção inibe a secreção de<br />
hormônios hipofisários como o GH.<br />
c) Adenomas produtores de gonadotrofinas são raros.<br />
d) Ginecomastia puberal é a causa mais freqüente de ginecomastia na<br />
adolescência,porém não cursa com galactorréia.<br />
e) Ginecomastia pode estar associado à galactorreia em 10 a 23% dos tumores<br />
produtores de prolactina. Ocorre na presença de hipogonadismo, secundário ao efeito<br />
de massa do tumor ou secundário à hiperprolactinemia.<br />
RESP OSTA: A<br />
91 São componentes da qualidade óssea, exceto:<br />
a) Remodelação óssea<br />
b) Geometria cortical<br />
c) Conectividade trabecular<br />
d) Propriedades do material da matriz<br />
e) Densidade radiográfica<br />
Resposta Comentada<br />
A remodelação óssea, a geometria cortical, a conectividade trabecular e as<br />
propriedades do material da matriz óssea são componentes da qualidade óssea. A<br />
densidade radiográfica pode ser um parâmetro fidedigno da qualidade óssea pois, em<br />
alguns casos, a densidade está aumentada (por exemplo, em casos de osteofitose), e<br />
haver osteopenia ou até, osteoporose.<br />
Resposta: E<br />
92 São propriedades do ibandronato comuns ao alendronato, exceto:<br />
a) Redução do risco de novas fraturas vertebrais<br />
b) Redução do risco da primeira fratura vertebral<br />
c) Inibição da prenilação das proteínas Ras e Rho, na via de síntese do colesterol<br />
d) Redução da borda ondulada dos osteoclastos<br />
e) Melhora da microarquitetura trabecular<br />
Resposta Comentada<br />
A redução do risco de novas fraturas, a inibição da penicilação das proteínas Ras e<br />
Rho, na via de síntese do colesterol e melhora da microarquitetura trabecular são
Questões comentadas pela Comissão de Novas Lideranças<br />
propriedades tanto do ibandronato quanto do alendronato. Contudo, a redução do risco<br />
da primeira fratura vertebral foi demonstrada pelo alendronato, e não pelo<br />
ibandronato.<br />
Resposta: B<br />
93 Em relação ao ranelato de estrôncio, podemos afirmar que:<br />
a) Aumenta os marcadores de reabsorção óssea intensamente<br />
b) Leva a resultado falsonegativo na densitometria areal (DXA)<br />
c) Reduz o risco de fraturas vertebrais apenas<br />
d) Tem efeito anabólico sobre o tecido ósseo<br />
e) Sua obtenção se faz pela técnica do DNA recombinaste<br />
Resposta Comentada<br />
O Ranelato de Estrôncio é um cátion divalente que quimicamente se assemelha ao<br />
cálcio. Apresenta um efeito anabólico sobre o osso.É capaz de aumentar a densidade<br />
óssea tanto por inibir a reabsorção quanto por aumentar a formação óssea,<br />
aumentando os marcadores de formação óssea. Reduz o risco de fraturas vertebrais e<br />
nãovertebrais. A sua obtenção não é feita pela técnica do DNA recombinante, e sim<br />
por uma combinação química com o ranelato.<br />
Resposta: D<br />
94 Com relação a doença de P aget óssea podemos afirmar:<br />
a) Freqüentemente acomete indivíduos entre 30 e 50 anos<br />
b) Freqüentemente leva a insuficiência cardíaca de alto debito<br />
c) Freqüentemente leva a surdez de condução<br />
d) Freqüentemente sofre transformação neoplásica<br />
e) Freqüentemente acomete os ossos da bacia<br />
Resposta Comentada<br />
A Doença de Paget acomete predominantemente idosos, sendo mais diagnosticada a<br />
partir dos 50 anos. Qualquer osso pode ser acometido, mas os locais mais usuais são<br />
pelve, coluna vertebral, crânio e tíbia. Em pacientes com comprometimento de 30% ou<br />
mais do esqueleto, pode ocorrer raramente insuficiência cardíaca de alto débito. Em 12<br />
a 50% dos pacientes com acometimento craniano, a surdez de condução ou<br />
neurossensorial pode estar presente. A mais temível complicação da Doença de Paget<br />
é o sarcoma ósseo, surgindo em menos de 1% dos pacientes. Nos pacientes com<br />
doença extensa, o sarcoma pode acometer até 10%.<br />
Resposta: E<br />
95 No hiperparatiroidismo primário podemos encontrar, exceto:
Questões comentadas pela Comissão de Novas Lideranças<br />
a) perda óssea preferencialmente cortical<br />
b) alta prevalência de deficiência de vitamina D nas formas severas<br />
c) aumento do risco cardiovascular<br />
d) aumento do risco para o desenvolvimento de diabetes<br />
e) maior proporção de pacientes com níveis normais de PTH no ensaio biointacto<br />
Resposta Comentada<br />
O hiperparatireoidismo primário é um distúrbio que resulta da hipersecreção de PTH,<br />
sendo a causa mais comum de hipercalcemia diagnosticada ambulatorialmente. Pode<br />
ocorrer em qualquer idade, sendo mais freqüente em mulheres entre 40 e 65 anos.<br />
Caracteristicamente, há uma maior perda de osso cortical do que de osso trabecular<br />
pois o PTH tem ação catabólica no esqueleto apendicular (principalmente em 1/3<br />
médio e distal do rádio) e anabólica no esqueleto axial (vértebras). A maioria dos<br />
pacientes tem um PTH fracamente elevado, podendo, em 10% dos casos, estar no<br />
valor da normalidade ou na faixa normal alta. A deficiência de vitamina D exacerba a<br />
gravidade do acometimento ósseo, mesmo em países tropicais.<br />
Resposta: E<br />
96 São componentes da Síndrome poliglandular autoimune tipo 2, exceto:<br />
a) Insuficiência adrenal<br />
b) Hipotireoidismo<br />
c) Hipoparatiroidismo<br />
d) Diabetes mellitus tipo 1<br />
e) Hipogonadismo<br />
Resposta Comentada<br />
Os componentes da Síndrome Poliglandular Autoimune são Doença de Addison auto<br />
imune, doença tireoideana autoimune e ou diabetes mellitus tipo 1. Pode haver alguns<br />
componentes secundários, como: hipogonadismo hipergonadotrófico, vitiligo, gastrite<br />
atrófica com ou sem anemia perniciosa, alopecia, hepatite crônica e hipofisite. O<br />
hipoparatireoidismo é muito raro, geralmente ocorrendo tardiamente e transitório.<br />
Resposta: C<br />
97 São causas de redução da renina plasmática, exceto:<br />
a) Aldosteronismo primário<br />
b) Síndrome de Cushing<br />
c) Dieta hipersódica<br />
d) Ingesta de substancias mineralocorticóides<br />
e) Hipertensão renovascular<br />
Resposta Comentada
Questões comentadas pela Comissão de Novas Lideranças<br />
A Síndrome de Cushing, o aldosteronismo primário, uma dieta hipersódica e a ingesta<br />
de substâncias mineralocorticóides cursam com diminuição da renina plasmática.<br />
Contudo, a hipertensão renovascular causa elevação da renina plasmática.<br />
Resposta: E<br />
98 Assinale a alternativa correta:<br />
a) Os microsatélites são regiões do DNA onde ocorrem diferentes nucleotídeos<br />
distantes do gene.<br />
b) As mutações em ponto mais encontradas são do tipo missense.<br />
c) A técnica western blot e a mais utilizada para sequenciamento genético.<br />
d) Na tecnologia microarray um nucleotídeo pode ser armazenado (imprinted) em<br />
tubo de plástico para sequenciamento de fragmentos virais.<br />
e) As doenças autosômicas recessivas aparecem tardiamente.<br />
Resposta Comentada<br />
Os microssatélites são regiões do DNA onde há repetição de nucleotídeos (di, tri ou<br />
tetranucleotídeos), sendo as mais comuns as repetições CA, que são amplamente<br />
usadas no mapeamento genético.<br />
As mutações em ponto (23% das mutações) numa região codificadora podem ser de<br />
três tipos. A mutação silenciosa ou sinônima (Celina) é a troca de base que não causa<br />
a alteração do aminoácido, formando num códon diferente mas que produz o mesmo<br />
aminoácido. A mutação de troca (missense), na qual a base trocada leva à formação<br />
de um aminoácido diferente, é a mais comum (73% dos casos). Na mutação sem<br />
sentido (nonsense), a base trocada causa a formação de um códon de parada, sendo a<br />
mais rara das mutações (4% dos casos).<br />
A técnica de western blot é mais utilizada para detecção de uma seqüência de<br />
aminoácido numa proteína.<br />
Na técnica microaray (chips de DNA), milhares de seqüência de aminoácidos nucléicos<br />
sintéticos ficam alinhados numa superfície de silicone ou vidro, permitindo a análise de<br />
mutações e genótipos. As doenças autossômicas recessivas aparecem precocemente.<br />
Resposta: B<br />
99 – Questão anulada.<br />
100 Em indivíduos normais a fosforilação do receptor insulínico e dos seus<br />
substratos ocorrem:<br />
a) Em resíduos de lisina com conseqüente aumento do GLUT4<br />
b) Em resíduos de prolina com conseqüente diminuição do GLUT4<br />
c) Em resíduos de tirosina com conseqüente aumento do GLUT4<br />
d) Em resíduos alanina com conseqüente aumento do GLUT2<br />
e) Em resíduos de prolina com conseqüente aumento do GLUT2
Resposta Comentada<br />
Questões comentadas pela Comissão de Novas Lideranças<br />
A fosforilação normal ocorre em resíduos de tirosina, com conseqüente aumento do<br />
GLUT4.<br />
Resposta: C