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Untitled - Universidade do Minho

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Afasta<strong>do</strong>s das instituições nobiliárquicas, os comerciantes atuavam em outros espaços<br />

de sociabilidades. Na Ordem Terceira, encontravam-se grandes comerciantes e contrata<strong>do</strong>res de<br />

rendas bracarenses. Entre estes se destacava Manuel Gomes da Silva, que ocupou o cargo de<br />

ministro, em 1815, conheci<strong>do</strong> e prestigia<strong>do</strong> comerciante. 30 Além dele, outros grandes<br />

comerciantes, tais como Pedro Gomes da Silva, Custódio José Veloso e Domingos José Pereira<br />

adentraram ao sodalício franciscano. 31 Mesmo distantes <strong>do</strong> exercício <strong>do</strong> poder camarário, os<br />

grandes comerciantes instalavam-se em outras instituições bracarenses onde poderiam exercer<br />

o poder e participar de exibições públicas.<br />

A aderência <strong>do</strong>s homens liga<strong>do</strong>s aos negócios ocorreu também na Ordem Terceira<br />

franciscana da cidade <strong>do</strong> Porto. Nessa associação, destacavam-se os comerciantes e<br />

negocia<strong>do</strong>res portuenses que, afasta<strong>do</strong>s da Santa Casa da Misericórdia, representavam o<br />

terceiro grupo mais representativo, sobrepuja<strong>do</strong> somente pelos oficiais mecânicos e<br />

eclesiásticos. 32<br />

A semelhança na configuração social portuense aquela encontrada em Braga indica a<br />

atração exercida pelas Ordens Terceiras aos grupos rejeita<strong>do</strong>s por outras instituições controladas<br />

exclusivamente pela nobreza, como as Santas Casas da Misericórdia ou as câmaras municipais<br />

(cf. Livro 3, Cap. 3). 33 A busca de espaços propicia<strong>do</strong>res de inserção e visibilidade social<br />

incentivavam a entrada nas Ordens seculares, com maior amplitude de recrutamento. Durante o<br />

século XVIII, pessoas iminentes no comércio e nas letras encontravam nas instituições terciárias<br />

locais de acolhimento e possibilidade de exercício <strong>do</strong> poder.<br />

30 AOTB, Livro 10º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 23.<br />

31 AOTB, Livro 7º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 63v.; Livro <strong>do</strong>s irmãos defuntos sacer<strong>do</strong>tes e seculares 1817-<br />

1834, fl. 96v.; Livro <strong>do</strong>s irmãos defuntos sacer<strong>do</strong>tes e seculares 1795-1816, fl. 154.<br />

32 A respeito da configuração social da Ordem Terceira franciscana da cidade <strong>do</strong> Porto ler RÊGO, Célia; JESUS,<br />

Elisabete; AMORIM, Inês – Uma confraria urbana à sombra de um espaço conventual – os irmãos da Ordem Terceira<br />

de São Francisco <strong>do</strong> Porto – espiritualidade e sociabilidade (1633-1720; 1699-1730)..., p. 128.<br />

33 Embora, diferenças regionais possam alterar a composição humana das instituições, a exclusão de comerciantes<br />

ocorria frequentemente nas Santas Casas da Misericórdia. Sobre o quadro humano dessas associações consultar<br />

ARAÚJO, Maria Marta Lobo de – Rituais de caridade na Misericórdia de Ponte de Lima (Séculos XVII-XIX). Ponte de<br />

Lima: Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima, 2003. pp. 699-700; SÁ, Isabel <strong>do</strong>s Guimarães – Quan<strong>do</strong> o rico se<br />

faz pobre: Misericórdias, caridade e poder no império português (1500-1800)..., p. 94-101.<br />

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