13.04.2013 Views

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Para este estu<strong>do</strong>, além da análise da composição social <strong>do</strong>s irmãos terceiros, é<br />

fundamental observar quem eram os ocupantes <strong>do</strong>s cargos <strong>do</strong> Definitório. Atentar para os<br />

grupos ativos nas deliberações da Mesa da instituição permite conhecer e analisar os mais<br />

destaca<strong>do</strong>s e detentores <strong>do</strong> poder no interior <strong>do</strong> sodalício. Igualmente, possibilita verificar quais<br />

eram os seleciona<strong>do</strong>s dentre o conjunto de irmãos terceiros para ocupar o órgão gestor e a<br />

relação desses com o restante das instituições bracarenses.<br />

As instituições, durante o Perío<strong>do</strong> Moderno, configuravam-se em espaços fundamentais<br />

para a sociabilidade e exercício <strong>do</strong> poder. O caráter político e social estava imbrica<strong>do</strong> nas<br />

diversas instituições <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> 53, as quais tendiam a agregar localmente a elite em seus<br />

quadros dirigentes. Premissa que não excluía as irmandades e associações religiosas, pois essas<br />

se constituíam em espaços alternativos de “exercício <strong>do</strong> poder ao nível local.” 54<br />

Neste senti<strong>do</strong>, avaliar os representantes da Ordem Terceira bracarense verifican<strong>do</strong> suas<br />

inserções em outras instituições como a câmara municipal, o cabi<strong>do</strong> e outras confrarias permite<br />

determinar a especificidade humana da associação franciscana em relação às outras da cidade,<br />

bem como os espaços escolhi<strong>do</strong>s por estes fiéis para alcançarem mais benefícios espirituais e<br />

exercerem o poder.<br />

Buscar os irmãos terceiros, que ocuparam cargos no Definitório da Ordem secular, em<br />

outras instituições auxilia a análise desse grupo específico, pois quan<strong>do</strong> participavam da<br />

edilidade tornava-se incontestável seu reconhecimento social na comunidade. 55<br />

Para analisar a composição social <strong>do</strong> Definitório da Ordem secular, no decorrer <strong>do</strong><br />

tempo, é importante vislumbrar a forma pela qual realizavam suas eleições. O mo<strong>do</strong> como<br />

selecionavam seus gestores implicava em alterações na composição das Mesas, pois o número<br />

de eleitores e a origem desses influenciavam suas futuras escolhas.<br />

53 Sobre a indistinção entre “político” e “social” nos corpos forma<strong>do</strong>s a partir de hierarquias e diferenças sociais,<br />

durante o Perío<strong>do</strong> Moderno, ler MONTEIRO, Nuno Gonçalo – A sociedade local e os seus protagonistas. In OLIVEIRA,<br />

César (Dir.) – História <strong>do</strong>s municípios e <strong>do</strong> poder local [<strong>do</strong>s finais da Idade Média a União Européia]. Lisboa: Círculo de<br />

Leitores, 1996. pp. 29-30.<br />

54 PENTEADO, Pedro – Confrarias portuguesas da época moderna: problemas, resulta<strong>do</strong>s e tendências da investigação.<br />

Lusitânia Sacra. Revista <strong>do</strong> Centro de Estu<strong>do</strong>s de História Religiosa. 2ª série (1995). 16.<br />

55 De acor<strong>do</strong> com Monteiro, Nuno Gonçalo – Elites e poder. Entre o antigo Regime e o Liberalismo. Lisboa: Instituto de<br />

Ciências Sociais, 2007. p. 71.<br />

131

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!