13.04.2013 Views

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

não querer fiar, sen<strong>do</strong> o melhor <strong>do</strong>s nomeya<strong>do</strong>s, nem se nomeyar outro fia<strong>do</strong>r em seu lugar”. 35<br />

Esses desajustes aos critérios estabeleci<strong>do</strong>s impediram o empréstimo <strong>do</strong> dinheiro a Bento<br />

Soares.<br />

A taxa de juro mais utilizada pelos irmãos seculares foi a de 5%. Também os gestores da<br />

Ordem Terceira carmelita da cidade <strong>do</strong> Porto cobravam esse valor de juros de seus deve<strong>do</strong>res. 36<br />

Não somente as Ordens Terceiras, mas outras instituições, como a Santa Casa da Misericórdia<br />

de Braga, igualavam-se na taxa cobrada pelo dinheiro empresta<strong>do</strong>. 37<br />

Porém, durante o século XVIII, a Ordem Terceira franciscana praticou outras taxas. Em<br />

1764, muitos pretensos toma<strong>do</strong>res ofereciam o pagamento de 4% de juros anuais a Ordem<br />

secular. Esse valor não agradava aos mesários desse perío<strong>do</strong>. Contu<strong>do</strong>, entre 1764 e 1771,<br />

pelos menos <strong>do</strong>is empréstimos foram realiza<strong>do</strong>s com a taxa de 4%. 38<br />

Independente <strong>do</strong> maior ou menor rigor no fornecimento de crédito e na fixação das taxas<br />

de juros, a Ordem emprestou, desde finais <strong>do</strong> século XVII até início <strong>do</strong> século XIX, pelo menos<br />

75.000$000 réis. 39<br />

35 AOTB, Livro 2º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 20.<br />

36 Sobre a atividade creditícia da Ordem Terceira <strong>do</strong> Carmo na cidade <strong>do</strong> Porto ver COSTA, Paula Cristina de Oliveira –<br />

Os terceiros carmelitas da cidade <strong>do</strong> Porto (1736-1786). Braga: Instituto de Ciências Sociais, <strong>Universidade</strong> <strong>do</strong> <strong>Minho</strong>,<br />

1999. Dissertação de Mestra<strong>do</strong>. Policopiada. p. 222.<br />

37 A taxa mais usual nos empréstimos realiza<strong>do</strong>s pela Santa Casa da Misericórdia bracarense, entre finais <strong>do</strong> século<br />

XVII e durante o século XVIII, foi de 5%. Veja-se CASTRO, Maria de Fátima – A Misericórdia de Braga. Braga: Santa<br />

Casa da Misericórdia de Braga e autora, 2003. pp. 588-589. Em 1698, os confrades da Santa Casa da Misericórdia de<br />

Ponte Lima estabeleceram as taxas de juros <strong>do</strong>s seus empréstimos em 5%. A respeito desse assunto ler ARAÚJO,<br />

Maria Marta Lobo de – Dar aos pobres e emprestar a Deus: as Misericórdias de Vila Viçosa e Ponte de Lima (séculos<br />

XVI-XVIII)..., p. 487. Na Misericórdia de Monção, em 1768, os seus gestores estabeleceram a taxa de 5% de juros aos<br />

seus deve<strong>do</strong>res, conforme ARAÚJO, Maria Marta Lobo de – A Misericórdia de Monção: fronteira, guerras e caridade<br />

(1561-1810)..., p. 179. As taxas praticadas pelas distintas associações correspondiam as disposições legais que<br />

variaram entre 4 e 6,25%, até 1757, quan<strong>do</strong> foi, através de um alvará, fixada em 5%. Conforme ROCHA, Maria<br />

Manuela; SOUSA, Rita Martins – Moeda e crédito. In LAINS, Pedro; SILVA, Álvaro Ferreira (Orgs.) – História Económica<br />

de Portugal 1700-2000. Século XVIII. vol. 1. Lisboa: ICS. Imprensa de Ciências Sociais, 2005. p. 225.<br />

38 AOTB, Livro 6º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fls. 17, 144v., 181.<br />

39 Esse valor foi calcula<strong>do</strong> a partir das fontes consultadas, contu<strong>do</strong>, não representa o volume total, visto nem to<strong>do</strong>s os<br />

empréstimos terem recebi<strong>do</strong> registro ou origina<strong>do</strong> contratos escritos.<br />

187

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!