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Untitled - Universidade do Minho

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angariar cabedais para a construção da igreja. Como precisavam de dinheiro, decidiram oferecer<br />

a comunidade o acompanhamento fúnebres, no esquife da Ordem.<br />

O acompanhamento realiza<strong>do</strong> pelos terceiros franciscanos parece não ter afeta<strong>do</strong> as<br />

prerrogativas da Santa Casa da Misericórdia, visto não existirem referência sobre conflitos<br />

relaciona<strong>do</strong>s aos ritos fúnebres entre as duas agremiações (cf. Livro 2, Cap. 8). Contu<strong>do</strong>, a<br />

atividade realizada pela Ordem evidenciava a sua capacidade de atrair fiéis no momento da<br />

morte, revelan<strong>do</strong> a sua importância no cenário religioso bracarense. Apesar <strong>do</strong>s lucros obti<strong>do</strong>s<br />

com os acompanhamentos não fossem significativos no âmbito global das receitas da instituição,<br />

a visibilidade que essa atividade denotava ao sodalício proporcionava diversas vantagens. A<br />

exibição constante <strong>do</strong>s paramentos da Ordem, contan<strong>do</strong> com o esquife e a presença <strong>do</strong> conjunto<br />

de irmãos (cf. Livro 2, Cap. 8), auxiliava na divulgação <strong>do</strong> sodalício e da sua capacidade auxiliar<br />

na salvação das almas. 85<br />

Além <strong>do</strong>s anuais e <strong>do</strong>s acompanhamentos, a Ordem Terceira também recebia esmolas.<br />

Após 1742, não constava entre as obrigações <strong>do</strong>s tesoureiros as <strong>do</strong>ações feitas à instituição. A<br />

falta de definição entre as atividades <strong>do</strong>s mesários relacionada ao gerenciamento das finanças,<br />

na primeira metade <strong>do</strong> século XVIII, proporcionou o recebimento de algumas esmolas pelos<br />

tesoureiro. Essa <strong>do</strong>ações representaram 202$200 réis, entre 1708-1736 e 1777-1819. As<br />

motivações para a entrega dessas esmolas foram, poucas vezes, esclarecidas, destancan<strong>do</strong>-se a<br />

colocaboração financeira para o feitio <strong>do</strong> novo sino, entre 1725 e 1727. 86 Contu<strong>do</strong>, essas<br />

informações são parcas e não permitem traçar o perfil <strong>do</strong>s <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res ou os motivos para a<br />

realização da maioria dessas ofertas.<br />

5.6 - As despesas<br />

Os rendimentos da Ordem Terceira eram aplica<strong>do</strong>s numa variedade de atividades,<br />

destacan<strong>do</strong>-se o dinheiro empresta<strong>do</strong> a juro, o pagamento de celebrações litúrgicas, a contrução<br />

e manutenção de igreja própria, etc.<br />

85 A presença das irmandades e Ordens Terceiras nos ritos fúnebres e sua importância foi analisada por ARAÚJO, Ana<br />

Cristina – A morte em Lisboa. Atitudes e representações 1700-1830..., pp. 320-321.<br />

86 AOTB, Livro de receita e despesa <strong>do</strong> tezoureiro, fls. 74; 81.<br />

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