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Untitled - Universidade do Minho

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Como instituições vinculadas à ordem mendicante, os institutos terciários possuíam um<br />

forte cunho religioso. As exigências relacionadas às práticas devocionais e ao aprimoramento<br />

espiritual marcavam o cotidiano <strong>do</strong>s irmãos terceiros.<br />

A entrada na Ordem secular alterava profundamente a condição <strong>do</strong> indivíduo, pois<br />

configurava-se num momento de adesão a uma nova forma de vida baseada numa vivência<br />

religiosa bastante rigorosa.<br />

Esse viver da religiosidade integrava exercícios espirituais individuais e coletivos. 1<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, além <strong>do</strong>s exercícios espirituais priva<strong>do</strong>s, os irmãos terceiros também<br />

deveriam participar de variadas cerimônias coletivas. Essas funções incrementavam as<br />

obrigações religiosas individuais e possuíam fulcral importância, pois denotavam particularidades<br />

às Ordens Terceiras em relação às outras associações religiosas da época.<br />

Tanto os <strong>do</strong>cumentos normativos quanto os livros rotineiramente elabora<strong>do</strong>s pelos<br />

defini<strong>do</strong>res da Ordem Terceira de Braga fornecem informações a respeito de suas práticas<br />

religiosas. Compreender os exercícios religiosos estabeleci<strong>do</strong>s nos textos estatutários<br />

confrontan<strong>do</strong>-os com a <strong>do</strong>cumentação relativa as práticas rotineiras proporciona uma avaliação e<br />

análise pormenorizada das atividades religiosas desenvolvidas. Relacionar o instituí<strong>do</strong> e o<br />

pratica<strong>do</strong> permite conhecer e melhor analisar as funções realizadas pelos terceiros franciscanos.<br />

Fundamental para vislumbrar a instituição na sua mais importante faceta, as atividades<br />

religiosas configuravam-se num momento fundamental <strong>do</strong> cotidiano das associações terciárias.<br />

6.1 – O novicia<strong>do</strong> e a profissão<br />

As Ordens Terceiras franciscanas, como uma ramificação da ordem mendicante,<br />

submetiam aos seus novos membros ao novicia<strong>do</strong> e a profissão. Esses <strong>do</strong>is momentos<br />

marcavam a condição <strong>do</strong> indivíduo no seio da instituição. Igualmente, o novicia<strong>do</strong> e a profissão<br />

atribuíam às Ordens seculares a sua condição de “religião” com Regra aprovada.<br />

1 A importância das duas esferas – privada e pública – no viver religioso durante o Perío<strong>do</strong> Moderno foi analisada por<br />

LEBRUN, François – As reformas: devoções comunitárias e piedade individual. In ARIÈS, Philippe; DUBY, Georges (Dir.)<br />

– História da vida privada. Da Renascença ao século das Luzes. vol. 3. Porto: Afrontamento, 2000. p. 92.<br />

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