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Untitled - Universidade do Minho

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Nossa Senhora, possibilitan<strong>do</strong> a formação de cabedais administra<strong>do</strong>s independentemente da<br />

Ordem secular. Para retomar e garantir o controle da festa e <strong>do</strong>s seus rendimentos, os irmãos<br />

da Mesa decidiram que por “não parecer bem de fora hajão admistra<strong>do</strong>res das imagens que<br />

estão na nossa capella se determinou se tomasse conta de toda a fabrica que a dita senhora<br />

tivesse e se puzecem guarda com o mais desta caza”. 102 Também, resolveram colocar o dinheiro<br />

<strong>do</strong>s devotos a juro para que os rendimentos fossem gastos com a sua festa.<br />

Esta decisão reflete claramente a necessidade de controlar as cerimônias e as devoções<br />

no interior da igreja, não permitin<strong>do</strong> a formação de outras instituições ou poderes paralelos em<br />

seu seio. Durante os séculos XVII, XVIII e XIX, não constam o estabelecimento de confrarias em<br />

altares da igreja da Ordem Terceira bracarense.<br />

A ausência de irmandades no interior da Ordem Terceira, contu<strong>do</strong>, não impediu a união<br />

de devotos para a celebração de seus santos.<br />

A festa de Santa Apolônia foi consequencia da anexão da irmandade de Santa Apolônia à<br />

Ordem Terceira franciscana (cf. Livro 2, Cap. 1).<br />

As festividades <strong>do</strong> Espírito Santo (1788) e <strong>do</strong> Coração de Jesus (1791) 103 enquadram-se<br />

nas devoções divulgadas pelas instituições franciscanas. Enquanto a devoção ao Espírito Santo<br />

foi difundida desde o Perío<strong>do</strong> Medieval pelos mendicantes, o Coração de Jesus teve nos<br />

franciscanos e nos jesuítas seus maiores impulsiona<strong>do</strong>res, durante o século XVIII. 104<br />

A proliferação de festividades no interior da Ordem Terceira demonstrava a adesão da<br />

comunidade ao sodalício, seja participan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s exercícios espirituais da associação, ou seja,<br />

como visitantes alheios ao sodalício. A magnitude alcançada pela Ordem Terceira, no decorrer<br />

<strong>do</strong> século XVIII, evidencia-se através dessas numerosas celebrações festivas.<br />

102 AOTB, Livro 6º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fls. 273-273v.<br />

103 AOTB, Livro 5º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fls. 36, 77v., 103v., 141v., 211v., 242; Livro 6º de Termos da<br />

Veneravel Ordem 3ª, fls. 71, 131, 273; Livro 7º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fls. 1v., 17v., 21v., 34v., 40, 47v.,<br />

93v., 139v., 171v., 224, 225.<br />

104 Sobre a difusão da devoção ao Coração de Jesus ler MARQUES, João Francisco – Oração e devoções. In AZEVEDO,<br />

Carlos Moreira. (Dir.) – História Religiosa de Portugal. vol 2..., pp. 618-619.<br />

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