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Untitled - Universidade do Minho

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perspectiva, a música era empregada para solenizar diversificadas funções promovidas por<br />

irmandades e ordens religiosas. 10<br />

Juntamente ao aparato sonoro outros elementos eram agrega<strong>do</strong>s ao Lausperene<br />

destacan<strong>do</strong>-se o incenso e a cera. 11 A quantidade de cera para iluminar o recinto implicava em<br />

onerosos gastos para a instituição, atingin<strong>do</strong> valores superiores a 30 mil réis. 12 Para minimizar o<br />

dispêndio com a cera utilizada durante os dias <strong>do</strong> Lausperene, os terceiros franciscanos, pelo<br />

menos a partir de 1744, executavam um peditório pela cidade, o qual contava com a presença<br />

<strong>do</strong> padre comissário. 13<br />

Os peditórios para a cera <strong>do</strong> Lausperene decorriam nos limites da cidade não sen<strong>do</strong> as<br />

quantias arrecadadas regularmente arroladas pelos síndicos. Mesmo com a falta de informação<br />

para o perío<strong>do</strong>, em alguns anos foram discrimina<strong>do</strong>s os valores auferi<strong>do</strong>s nos peditórios, sen<strong>do</strong><br />

respectivamente 5$808 réis, em 1744, 4$315 réis, em 1749, e 4$150, em 1752, 4$375 réis,<br />

em 1762. 14 Os valores cita<strong>do</strong>s não chegavam a somar metade <strong>do</strong>s gastos com a cera para a<br />

função <strong>do</strong> Lausperene, contu<strong>do</strong>, auxiliavam na despesa realizada.<br />

As importâncias arroladas pelos síndicos da Ordem Terceira citam apenas o dinheiro<br />

arrecada<strong>do</strong>, não figuran<strong>do</strong> cereais ou outros produtos. Talvez, pelos irmãos percorrerem<br />

somente o perímetro urbano, decorra essa ausência de produtos agrícolas entre os valores<br />

angaria<strong>do</strong>s.<br />

Os peditórios eram também realiza<strong>do</strong>s por outras associações, tal como as Santas<br />

Casas e poderiam representar um montante valioso para a vida financeira das instituições. Esta<br />

forma de angariar fun<strong>do</strong>s poderia, inclusive, entre as confrarias da Misericórdia, provocar<br />

10 Sobre a música religiosa consulte-se MARQUES, João Francisco – A música religiosa e litúrgica: a longa persistência<br />

da polifonia. In AZEVEDO, Carlos Moreira. (Dir.) – História Religiosa de Portugal. vol. 2..., pp. 486-515.<br />

11 AOTB, Livro da despesa para o síndico da Ordem Terceira 1710-1760, fls. 73, 89v.<br />

12 No ano de 1741, o síndico apontou o gasto com a cera <strong>do</strong> Lausperene, sen<strong>do</strong> o seu valor de 34$320 réis. AOTB,<br />

Livro da despesa para o síndico da Ordem Terceira 1710-1760, fl. 89v.<br />

13 A data exata <strong>do</strong> início <strong>do</strong>s peditórios para a cera <strong>do</strong> Lausperene não é indicada na <strong>do</strong>cumentação, porém o primeiro<br />

registro referente ao peditório aparece em 1744. AOTB, Livro 3º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 147.<br />

14 AOTB, Livro 3º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 147v.; Livro de recibo <strong>do</strong> sindico 1749-1760, fls. 13, 86; Livro<br />

de recibo <strong>do</strong> sindico 1760-1780, fl. 46.<br />

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