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Untitled - Universidade do Minho

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promovidas pela família real portuguesa 25, mas também aquelas de cunho sagra<strong>do</strong> reforçavam o<br />

sentimento de pertença a um império encabeça<strong>do</strong> pela mesma monarquia e pela mesma Igreja.<br />

O perío<strong>do</strong> <strong>do</strong>s arcebispos bracarenses liga<strong>do</strong>s a família real foram fulcrais para as alterações<br />

feitas no perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> Absolutismo despótico e das reformas político-religiosas da época. 26<br />

Além das missas cantadas, matinas eram executadas durante as duas tardes de<br />

exposição <strong>do</strong> Santíssimo Sacramento. 27 Os gastos com a celebração ampliaram-se no decorrer<br />

<strong>do</strong> século XVIII. Em 1791, matinas e cantochão, para a função <strong>do</strong> Lausperene, custavam à<br />

Ordem Terceira mais de 10 mil réis. Para os músicos responsáveis pelas matinas dispendiam os<br />

irmãos terceiros 1$200 réis e com os clérigos <strong>do</strong> cantochão 11$520 réis. 28<br />

Outra importante celebração realizada pela Ordem Terceira era a via-sacra. A via crucis<br />

constitui-se por percorrer quatorze estações que representam os últimos momentos da vida de<br />

Cristo. Como um exercício cria<strong>do</strong> e difundi<strong>do</strong> pelos franciscanos, a visita às estações nas quais<br />

se rememoram a paixão de Jesus 29 , incitan<strong>do</strong> a reflexão e ao arrependimento, necessariamente<br />

constava entre as obrigações religiosas <strong>do</strong>s seculares de São Francisco. Esta rememoração <strong>do</strong>s<br />

últimos momentos da vida de Cristo fazia parte das instituições terciárias tanto em Portugal<br />

quanto em Espanha. 30 A centralidade da via-sacra na vivência religiosa <strong>do</strong>s terceiros<br />

25 A respeito das festas relacionadas ao governo português em diferentes locais, tanto no reino quan<strong>do</strong> na América<br />

portuguesa, como promotoras <strong>do</strong> reforço da autoridade real e identificação ao mesmo império, leia-se FILHA, Matilde<br />

B. de Barros Lima e Moura – Festas no Brasil colonial: elos de ligação com a vida da Metrópole. In ACTAS DO II<br />

CONGRESSO INTERNACIONAL DO BARROCO. Porto: Serbilito, 2003. pp. 465-473; PEREIRA, Sónia Gomes – A<br />

representação <strong>do</strong> poder real e as festas públicas no Rio de Janeiro colonial. In ACTAS DO II CONGRESSO<br />

INTERNACIONAL DO BARROCO..., pp. 663-678; KANTOR, Iris – Notas sobre aparência e visibilidade social nas<br />

cerimônias públicas em Minas setecentista. Pós-História. vol. 6. (1998). 163-174; FURTADO, Júnia Ferreira – Desfilar:<br />

a procissão barroca. Revista Brasileira de História. Nº 33 (1997). 251-279.<br />

26 FERREIRA, Ana Cunha; CAPELA, José Viriato – Braga Triunfante ao tempo das memórias paroquiais de 1758. Braga:<br />

Compolito, 2002. p. 95.<br />

27 AOTB, Livro 7º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 105.<br />

28 AOTB, Livro 7º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 223.<br />

29 Sobre a origem da via-sacra ler MARQUES, João Francisco – O exercício da via-sacra. In AZEVEDO, Carlos Moreira.<br />

(Dir.) – História Religiosa de Portugal. vol. 2..., p. 577.<br />

30 Para Portugal ver Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da Penitencia <strong>do</strong> nosso serafico padre São Francisco da<br />

cidade. Lisboa: Oficina de Simão Thaddeo Ferreira, 1787. p. 49; ARAÚJO, Maria Marta Lobo de – Vesti<strong>do</strong>s de cinzento:<br />

os irmãos terceiros franciscanos de Vila Viçosa, através <strong>do</strong>s Estatutos de 1686. Revista de Cultura Callipole. Vila<br />

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