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Untitled - Universidade do Minho

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Além de regulamentar a respeito <strong>do</strong>s participantes <strong>do</strong> cortejo, igualmente decidiram fixar<br />

o trajeto da procissão, pois o caminho percorri<strong>do</strong> era parte essencial para o bom<br />

desenvolvimento da cerimônia. As procissões muitas vezes possuíam roteiros estabeleci<strong>do</strong>s pelo<br />

uso e abarcavam os espaços importantes para a comunidade local. 70 Nesta perspectiva, os<br />

defini<strong>do</strong>res estabeleceram o itinerário da procissão que englobava as ruas de São Marcos, <strong>do</strong><br />

Souto e Nova e retornavam pelas ruas de Dom Gualdim e <strong>do</strong> Anjo. 71<br />

Em 1675, os defini<strong>do</strong>res resolveram retirar a obrigação <strong>do</strong>s irmãos em trazer velas, por<br />

eles adquiridas, na quarta-feira de Cinzas. Essa imposição mostrava-se pesada para os<br />

associa<strong>do</strong>s, segun<strong>do</strong> os irmãos da Mesa, o que provocava um esmorecimento entre os<br />

participantes da procissão. As velas, custeadas pela Ordem Terceira, passaram a ser distribuídas<br />

entre os irmãos terceiros no dia <strong>do</strong> cortejo. 72<br />

A participação de to<strong>do</strong>s os irmãos durante a procissão se mostrava importante para os<br />

administra<strong>do</strong>res da Ordem. A quantidade de associa<strong>do</strong>s diante <strong>do</strong> público especta<strong>do</strong>r revelava a<br />

dimensão <strong>do</strong> sodalício tornan<strong>do</strong>-o mais atrativo à população. Portanto, distribuir a cera para os<br />

irmãos, desvencilhan<strong>do</strong>-lhes dessa obrigação, revela a importância dedicada ao cortejo e o seu<br />

papel primordial no conjunto de festas realizadas pela associação bracarense.<br />

A disposição a respeito da cera parece não ter estimula<strong>do</strong> a participação de to<strong>do</strong>s os<br />

irmãos terceiros na procissão de Cinzas. Em 1679, os defini<strong>do</strong>res decidiram aplicar multas aos<br />

faltosos. Aqueles que não participassem <strong>do</strong> cortejo seriam admoesta<strong>do</strong>s por duas vezes e<br />

persistin<strong>do</strong> na falta pagariam 50 réis de multa. 73<br />

A imposição de taxas ou mesmo expulsão daqueles que se ausentassem nas festas fazia<br />

parte <strong>do</strong> cotidiano de outras associações. A Santa Casa da Misericórdia bracarense, por<br />

exemplo, durante setecentos, expulsou <strong>do</strong>is confrades por faltarem à procissão de En<strong>do</strong>enças. 74<br />

Situações que reforçam a valorização das procissões no seio das irmandades e Ordens<br />

Terceiras.<br />

70 Veja-se a propósito FLEXOR, Maria Helena Ochi - Procissões na Bahia: teatro barroco a céu aberto. In ACTAS DO II<br />

CONGRESSO INTERNACIONAL DO BARROCO..., p. 527.<br />

71 AOTB, Livro 1º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 4.<br />

72 AOTB, Livro 1º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 8.<br />

73 AOTB, Livro 1º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 23v.<br />

74 A respeito das sanções aplicadas aos confrades ausentes da procissão de En<strong>do</strong>enças da Santa Casa da Misericórdia<br />

ler CASTRO, Maria de Fátima – A Irmandade e Santa Casa da Misericórdia de Braga..., pp. 200-201.<br />

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