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Untitled - Universidade do Minho

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Como um <strong>do</strong>s principais meios utiliza<strong>do</strong>s para a expiação <strong>do</strong>s peca<strong>do</strong>s, as missas<br />

celebradas em tenção <strong>do</strong>s defuntos auxiliavam sobremaneira na sua saída <strong>do</strong> purgatório.<br />

Portanto, a quantidade de missas poderia abreviar a ascensão das almas sofre<strong>do</strong>ras. Essa<br />

premissa incentivava as instituições religiosas a ampliar, sempre que possível, o número de<br />

celebrações oferecidas aos seus membros, bem como o volume de sacer<strong>do</strong>tes.<br />

Em 1676, os defini<strong>do</strong>res da Ordem Terceira convenci<strong>do</strong>s de que “herão poucas que de<br />

hoje em diante se mandarão dizer por cada hu sinco e que serão ditas no mesmo dia que<br />

faleser o Irmão sen<strong>do</strong> possível quan<strong>do</strong> não no dia seguinte.” 16 A ampliação na quantidade de<br />

celebrações de três para cinco missas demonstra o desejo de oferecer aos seus associa<strong>do</strong>s<br />

maiores “bens de salvação”. Primordial para atrair novos irmãos e ampliar a visibilidade <strong>do</strong><br />

sodalício, acrescentar missas aos sufrágios mostrava-se crucial nos primeiros anos de sua<br />

existência. Esta atitude demonstra também capacidade financeira por parte da instituição.<br />

O aumento <strong>do</strong> número de missas pelos irmãos ocorreu em todas as instituições que<br />

tinham esses encargos e integra-se no âmbito de Reforma da Igreja Católica que promoveu a<br />

quantidade e a exuberância das cerimônias religiosas. 17<br />

Neste senti<strong>do</strong>, o fato de se pretenderem missas após a morte demonstra o<br />

entendimento que se fazia <strong>do</strong> momento da passagem. O me<strong>do</strong>, a insegurança e o<br />

desconhecimento tornavam o trepasse muito difícil e necessita<strong>do</strong> <strong>do</strong> apoio das preces <strong>do</strong>s vivos.<br />

Por isso, os fiéis requisitavam missas para o dia da morte ou para o dia imediato.<br />

Os irmãos terceiros bracarenses mantiveram o mesmo número de missas celebradas<br />

em intenção aos faleci<strong>do</strong>s inaltera<strong>do</strong> até 1679, quan<strong>do</strong> as condições financeiras mostraram-se<br />

mais propícias. Quan<strong>do</strong> decidiram agregar mais uma missa no altar privilegia<strong>do</strong> de São Pedro de<br />

Rates, na igreja da Sé, totalizan<strong>do</strong> seis missas a cada irmão. 18<br />

Em 1742, os defini<strong>do</strong>res alteraram novamente o número de missas aos irmãos<br />

faleci<strong>do</strong>s, o qual perdurou durante o restante <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> aborda<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> 12 missas celebradas<br />

16 AOTB, Livro 1º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 10v.<br />

17 Leia-se ABREU, Laurinda – Memórias da alma e <strong>do</strong> corpo. A Misericórdia de Setúbal na Modernidade. Viseu:<br />

Palimage Editores, 1999. pp. 95-96.<br />

18 AOTB, Livro 1º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 25.<br />

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