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Untitled - Universidade do Minho

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especificamente de Guimarães, para auxiliá-lo nas atividades mercantis. Tal como seu tio,<br />

Manuel Francisco Vaz professou na Ordem secular, onde ocupou alguns cargos, como sacristão,<br />

em 1746, e defini<strong>do</strong>r, em 1753. 1167<br />

Esta trajetória nos revela as ligações tanto familiares quanto comerciais entre pessoas<br />

desde a sua saída de Portugal até o seu estabelecimento no local de destino. A cumplicidade <strong>do</strong>s<br />

parentes não ficava somente em transações econômicas, mas também na escolha <strong>do</strong>s espaços<br />

de sociabilidade e devoção.<br />

Outro exemplo, das conexões familiares, comerciais e devocionais encontra-se nos<br />

primos José Rodrigues Pereira e Tomé Rebelo Pinto. Os <strong>do</strong>is nasceram no arcebispa<strong>do</strong> de<br />

Braga, e se fixaram em São Paulo na primeira metade <strong>do</strong> século XVIII, onde desenvolviam<br />

atividades mercantis. Também, ocuparam lugares de destaque na Mesa da Ordem secular<br />

franciscana. O primeiro foi ministro, em 1758, enquanto o segun<strong>do</strong> elegeu-se vice-ministro, em<br />

1750. 1168<br />

Os primos Antonio da Silva Brito e José da Silva Brito eram naturais de Barcelos. Os <strong>do</strong>is<br />

eram comerciantes em São Paulo e também realizavam os exercícios espirituais como irmãos<br />

terceiros. Ainda, participaram <strong>do</strong> órgão gestor da ordem em diferentes momentos, sen<strong>do</strong> António<br />

da Silva Brito vice-ministro, em 1746. 1169<br />

Estas trajetórias demonstram o entrelaçamento <strong>do</strong>s emigrantes, os quais<br />

compartilhavam não somente as atividades comerciais, mas igualmente os espaços de devoção,<br />

redes de sociabilidade e poder que os amparava na vida e na morte. Para quem estava só e<br />

desprotegi<strong>do</strong> familiarmente, integrar-se numa associação era fundamental para a obtenção de<br />

auxílio espiritual, mas também material, sobretu<strong>do</strong> em momentos de maior aflição como era, por<br />

exemplo, na <strong>do</strong>ença (cf. Livro 3, Cap. 7). A ocupação de cargos de destaque na Ordem Terceira<br />

franciscana evidencia a proeminência desse grupo numa das associações de leigos da cidade.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, a entrada de novos contingentes populacionais alterou a configuração<br />

econômica e social da cidade. Na Ordem Terceira franciscana é possível analisar a entrada de<br />

irmãos que traziam patente. Este <strong>do</strong>cumento comprovativo de filiação à Ordem secular permitia<br />

aos associa<strong>do</strong>s circular entre instituições congêneres (cf. Livro 1, Cap. 2).<br />

1167 AOTSP, Livro das eleições 1714-1799, fls. 65v.-66v.<br />

1168 AOTSP, Livro das eleições 1714-1799, fls. 61-62.<br />

1169 AOTSP, Livro das eleições 1714-1799, fls. 52v.-54v.<br />

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