13.04.2013 Views

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

de confessores. Dom João I e Dom Afonso V, por exemplo, selecionaram franciscanos como<br />

conselheiros espirituais. 24<br />

Paralelamente ao apoio da<strong>do</strong> pelos reis e nobres aos franciscanos, ocorreu a entrada de<br />

observantes em Portugal. Em finais <strong>do</strong> seculo XIV, frei Diogo Arias e frei Gonçalo Mariño<br />

construíram ermitérios na região Entre-<strong>Minho</strong>-e-Lima, pertencente a diocese de Tui,<br />

seguidamente acompanha<strong>do</strong>s pela edificação de casas em outras partes, culminan<strong>do</strong> com a<br />

construção <strong>do</strong> convento conheci<strong>do</strong> como o <strong>do</strong> Varatojo, em Torres Vedras, por Dom Afonso V. 25<br />

Outros conventos igualmente a<strong>do</strong>taram a reforma observante, como Alenquer em 1400.<br />

A a<strong>do</strong>ção e construção de mosteiros provocaram a criação da vigaria provincial observante em<br />

Portugal, dependente da vigaria-geral ultramontana, de acor<strong>do</strong> com o estabeleci<strong>do</strong>, em 1446, na<br />

bula Ut sacra Ordinis Minorum religio. 26<br />

Todas essas alterações na organização da ordem mendicante não afetaram inicialmente<br />

a qualidade educacional e religiosa <strong>do</strong>s frades, os quais muitas vezes se responsabilizavam pela<br />

pregação e confissão em algumas regiões, tal como em Guimarães. Em 1409, num contrato<br />

entre a Colegiada vimaranense da Oliveira, com os <strong>do</strong>minicanos e os franciscanos estipulava-se<br />

um calendário de pregações no decorrer <strong>do</strong> ano. 27 Num perío<strong>do</strong> de dificuldades relacionadas<br />

com a má formação <strong>do</strong> clero secular, das reformas nas Ordens monásticas decadentes e com<br />

falta de conhecimento da <strong>do</strong>utrina pela população, os mendicantes prosperaram e colmataram<br />

algumas faltas de serviços religiosos entre as populações urbanas.<br />

Como mencionamos, foi durante o século XVI que a Ordem franciscana sofreu uma de<br />

suas maiores rupturas. A separação entre frades claustrais e observantes realizada por Leão X<br />

24 A respeito <strong>do</strong>s confessores régios e o papel <strong>do</strong>s franciscanos nesse cargo ver MENDONÇA, Manuela – O<br />

franciscanismo <strong>do</strong>s monarcas <strong>do</strong> século XV. In I-II Seminário. O franciscanismo em Portugal. Actas…, pp. 139-152;<br />

MARQUES, João Francisco – Franciscanos e Dominicanos confessores <strong>do</strong>s reis portugueses das duas primeiras<br />

dinastias. Espiritualidade e política…, 53-60.<br />

25 MOREIRA, António Montes – Franciscanos. In AZEVEDO, Carlos Moreira (Dir.) – Dicionário de História Religiosa de<br />

Portugal. vol 2..., p. 274.<br />

26 As divisões na Ordem franciscana e as conseqüências dessas alterações em Portugal foram estudadas por:<br />

MOREIRA, António Montes – Franciscanos. In AZEVEDO, Carlos Moreira (Dir.) – Dicionário de História Religiosa de<br />

Portugal. vol 2..., p. 274.<br />

27 MARQUES, João Francisco – A palavra e o livro. Catequese. In AZEVEDO, Carlos Moreira. (Dir.) – História Religiosa de<br />

Portugal. vol 2..., p. 378.<br />

22

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!