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Untitled - Universidade do Minho

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despesas destinavam-se somente aos homens e poderiam atingir valores superiores a <strong>do</strong>is mil<br />

réis, enquanto às noviças cobrava-se 800 réis. 5<br />

Este conjunto de obrigações, tanto materiais quanto espirituais poderiam desencorajar<br />

novos membros, pois receosos com a quantidade de imposições financeiras, muitos homens<br />

podiam se desinteressar pela entrada na Ordem. Diante dessa constatação, os irmãos da Mesa<br />

acordaram reduzir as cobranças feitas aos homens, deixan<strong>do</strong> a obrigação <strong>do</strong> pagamento <strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong>ces, distribuí<strong>do</strong>s na procissão, para mulheres, visto que as irmãs não participavam<br />

efetivamente nas reuniões da Mesa. 6 Esta ausência das mulheres nas deliberações deste órgão,<br />

justificava também entre os terceiros bracarenses a cobrança de valores distintos para homens e<br />

mulheres no momento de entrada na instituição (cf. Livro 2, Cap. 5). A disparidade de preços<br />

está ainda associada à representação da mulher na sociedade, pois quan<strong>do</strong> empregada auferia<br />

salários também mais baixos que os homens.<br />

Portanto, diminuir os encargos financeiros <strong>do</strong>s noviços para incentivar a entrada de<br />

novos irmãos foi uma das estratégias utilizadas pelos administra<strong>do</strong>res das Ordens Terceiras para<br />

ampliar o recrutamento.<br />

Ao fim de um ano de novicia<strong>do</strong>, o pretendente deveria solicitar à Mesa permissão para<br />

professar. Os irmãos da Mesa avaliavam o pedi<strong>do</strong>, depois de solicitar informações ao mestre de<br />

noviços 7 , e averiguavam se o candidato cumpriu com suas obrigações para autorizar a profissão<br />

<strong>do</strong> solicitante.<br />

Para a instituição paulistana não há relatos pormenoriza<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s rituais de novicia<strong>do</strong> e<br />

profissão. Contu<strong>do</strong>, estas cerimônias possuíam algumas características comuns entre as<br />

instituições terciárias. Inicialmente, o noviço ou o professo deveria preparar-se para a<br />

celebração, realizan<strong>do</strong> pelo menos uma confissão. A purificação da alma aliada a uma resolução<br />

de evitar o peca<strong>do</strong> marcavam o momento da entrada <strong>do</strong>s irmãos terceiros. 8 Nesse senti<strong>do</strong>, a<br />

preparação individual, através da confissão e <strong>do</strong> arrependimento, fazia-se necessária para o<br />

5 AOTSP, Livro II de termos, fl. 39.<br />

6 AOTSP, Livro II de termos, fl. 39.<br />

7 AOTSP, Livro II de termos, fl. 3.<br />

8 SÃO FRANCISCO, Luís de – Que contem tu<strong>do</strong> o que toca a origem, regra, estatutos, cerimonias, privilégios, progressos<br />

da sagrada Ordem Terceira de nosso seraphico padre São Francisco. Lisboa: Oficina Miguel Deslandes, 1684. p. 520.<br />

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