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Untitled - Universidade do Minho

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presente na capela da instituição, um escrito de santo. A figura celeste adquirida por cada<br />

secular seria o seu patrono durante aquele ano. 81<br />

Entre os terceiros paulistanos, a distribuição das estampas ocorria na igreja da Ordem,<br />

numa cerimônia solene, com celebração litúrgica acompanhada de música. Para esse evento, na<br />

segunda metade <strong>do</strong> século XVIII, os irmãos despendiam, em média, 4$000 réis com os<br />

responsáveis pelo aparato sonoro <strong>do</strong> evento. 82<br />

Deste mo<strong>do</strong>, as cerimônias religiosas e os gastos para a sua realização na Ordem<br />

Terceira de São Paulo mostram a valorização destas ocasiões os entre os irmãos. A festa<br />

tornava-se momento de difusão <strong>do</strong>s valores franciscanos, de incremento da vivência religiosa<br />

tanto entre os seculares como entre o restante da população paulistana.<br />

6.3 - A Quaresma entre os seculares paulistanos: exercícios espirituais e procissão<br />

de Cinzas<br />

A Quaresma representava no calendário litúrgico o momento de reflexão, penitência e<br />

expiação <strong>do</strong>s peca<strong>do</strong>s. Estas características denotavam-lhe fulcral importância para as<br />

comunidades católicas, seja em Portugal ou na América portuguesa.<br />

Em São Paulo, diferentes instituições celebravam este perío<strong>do</strong> movimentan<strong>do</strong> as ruas<br />

com procissões e visitas a via-sacra. Os mora<strong>do</strong>res das regiões próximas vinham até o núcleo<br />

urbano assistir às celebrações da Semana Santa, tornan<strong>do</strong> o espetáculo mais anima<strong>do</strong>. 83<br />

As Constituições <strong>do</strong> Arcebispa<strong>do</strong> da Bahia dispunham a respeito das celebrações da<br />

Semana Santa, indican<strong>do</strong> as instituições responsáveis pelas distintas procissões. Deste mo<strong>do</strong>,<br />

enquanto a Misericórdia realizava a procissão <strong>do</strong> quinta-feira de En<strong>do</strong>enças, os religiosos <strong>do</strong><br />

81 Sobre a cerimônia da distribuição <strong>do</strong>s santos na Ordem Terceira <strong>do</strong> Carmo da cidade <strong>do</strong> Porto consultar COSTA,<br />

Paula Cristina de Oliveira – Os terceiros carmelitas da cidade <strong>do</strong> Porto (1736-1786). Braga: Instituto de Ciências<br />

Sociais, <strong>Universidade</strong> <strong>do</strong> <strong>Minho</strong>, 1999. Dissertação de Mestra<strong>do</strong>. Policopiada. p. 177.<br />

82 AOTSP, Livro da formação <strong>do</strong> patrimonio da capela, fls. 22v., 24v., 28v., 33v.,39v., 53, 96v.<br />

83 Desde o século XVII, a celebração da Semana Santa atraía os habitantes das regiões próximas a São Paulo, a<br />

respeito consultar KANTOR, Iris – Festividades públicas em São Paulo colonial: memória e colonização na segunda<br />

metade <strong>do</strong> século XVIII. In VILHENA, Maria Ângela; PASSOS, João Décio (Orgs.) – A igreja em São Paulo: presença<br />

católica na história da cidade. São Paulo: Paulinas, 2005. p. 327.<br />

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