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Untitled - Universidade do Minho

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Essa participação <strong>do</strong>s irmãos seculares <strong>do</strong> Carmo implicava a Ordem Terceira<br />

franciscana também apresentar-se na procissão <strong>do</strong> Triunfo, realizada na sexta-feira da Semana<br />

Santa. Inicialmente, vantajosa para as duas agremiações, o mútuo comparecimento das<br />

instituições durante a Quaresma, ampliava a visibilidade das agremiações no cenário religioso da<br />

cidade.<br />

A procissão <strong>do</strong> Triunfo constituía-se na principal procissão elaborada pelos seculares <strong>do</strong><br />

Carmo. Este evento era organiza<strong>do</strong> com grande pompa, em Sabará (Minas Gerais) tinha a frente<br />

à cruz da agremiação seguida de diversos an<strong>do</strong>res e acompanha<strong>do</strong>s por crianças vestidas de<br />

anjos, carregan<strong>do</strong> flores. 107 Bastante semelhante à procissão de Cinzas, o cortejo <strong>do</strong> Triunfo<br />

representava a instituição secular carmelita diante da comunidade e merecia cuida<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s seus<br />

gestores durante a sua elaboração.<br />

O acompanhamento na procissão de Cinzas pelos irmãos terceiros carmelitas ocorria<br />

também em Salva<strong>do</strong>r e Ouro Preto. 108 Também no Rio de Janeiro os seculares franciscanos<br />

participavam da procissão <strong>do</strong> Enterro de responsabilidade <strong>do</strong>s irmãos terceiros <strong>do</strong> Carmo, na<br />

sexta-feira da Semana Santa. 109<br />

Em diferentes locais da América portuguesa, os irmãos das Ordens Terceiras <strong>do</strong> Carmo<br />

e de São Francisco juntavam-se em momentos festivos, demonstran<strong>do</strong> à população as relações<br />

de cordialidade e colaboração entre as instituições. Contu<strong>do</strong>, a participação de diferentes<br />

associações durante as festividades poderia desencadear conflitos, principalmente durante as<br />

procissões, eventos fundamentalmente propícios para exteriorização e visualização <strong>do</strong>s poderes<br />

locais na comunidade (cf. Livro 2, Cap. 4). 110 Em Ouro Preto, por exemplo, a disputa pela<br />

107 Sobre a procissão <strong>do</strong> Triunfo promovida pela Ordem Terceira <strong>do</strong> Carmo ler ALVES, Rosana de Figueire<strong>do</strong> Angelo – A<br />

Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora <strong>do</strong> Carmo de Sabará: pompa barroca, manifestações artísticas e as<br />

cerimônias da Semana Santa (século XVIII a mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XIX). Belo Horizonte: Departamento de História UFMG,<br />

1999. Dissertação de Mestra<strong>do</strong>. Policopiada. p. 108.<br />

108 ALVES, Marieta – História da Venerável Ordem de São Francisco da Bahia..., 205; TRINDADE, Raimun<strong>do</strong> – São<br />

Francisco de Assis de Ouro Preto. Rio de Janeiro: Publicações <strong>do</strong> Patrimônio Histórico e Artístico Nacional , 1951. pp.<br />

113-114.<br />

109 De acor<strong>do</strong> com MARTINS, William de Souza – Membros <strong>do</strong> corpo místico: Ordens Terceiras no Rio de Janeiro (1700-<br />

1822)..., p. 268.<br />

110 Sobre a importância das procissões e outras celebrações como momentos de afirmação e visualização <strong>do</strong>s poderes<br />

locais consultar MONTEIRO, Nuno Gonçalo – A sociedade local e os seus protagonistas. In OLIVEIRA, César (Dir.) –<br />

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