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Untitled - Universidade do Minho

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preferência num enterro, causou a recusa <strong>do</strong>s irmãos seculares <strong>do</strong> Carmo em participar da<br />

procissão de Cinzas, em 1797. 111<br />

Em São Paulo, para acompanhar a procissão <strong>do</strong>s terceiros franciscanos, os irmãos <strong>do</strong><br />

Carmo recebiam velas, as quais carregavam durante o cortejo. A mesma situação ocorria<br />

quan<strong>do</strong> os seculares de São Francisco apresentavam-se para a procissão <strong>do</strong> Triunfo. Porém, em<br />

1783, os irmãos da Mesa <strong>do</strong> sodalício franciscano acordaram que os carmelitas deveriam trazer<br />

suas velas, fican<strong>do</strong>, por sua vez, os irmãos franciscanos também responsáveis por levarem a<br />

cera que usariam no evento da sexta-feira Santa. A proposta foi prontamente aceita pelos<br />

gestores da agremiação carmelita, pois diminuía os gastos para ambas as associações. 112 As<br />

relações entre as duas Ordens Terceiras paulistanas decorreram sem sobressaltos até 1788,<br />

não transparecen<strong>do</strong> na <strong>do</strong>cumentação discórdias ou conflitos devi<strong>do</strong> à participação mútua em<br />

festas ou outras celebrações religiosas.<br />

Essas relações amistosas, entre as duas agremiações, foram abaladas, em 1788,<br />

quan<strong>do</strong> os mesários da Ordem Terceira <strong>do</strong> Carmo enviaram aos irmãos terceiros franciscanos<br />

uma carta na qual solicitavam a aprovação de algumas propostas (cf. Livro 3, Cap. 5).<br />

Um <strong>do</strong>s motivos <strong>do</strong>s atritos era o fato <strong>do</strong>s irmãos provi<strong>do</strong>s de patentes militares,<br />

seguirem nos cortejos da Quaresma vesti<strong>do</strong>s com seus paramenta<strong>do</strong>s uniformes, causan<strong>do</strong><br />

incômo<strong>do</strong> aos terceiros carmelitas.<br />

To<strong>do</strong>s os irmãos presentes na procissão de Cinzas, durante o século XVIII, vestiam-se<br />

com o hábito. A falta de obrigatoriedade <strong>do</strong> uso das vestes próprias da instituição (o hábito) na<br />

procissão elaborada pela Ordem Terceira, entre os irmãos paulistanos, contrasta com as<br />

disposições estatutárias de suas congêneres. Geralmente, estava estipulada nos estatutos, a<br />

obrigação de to<strong>do</strong>s os irmãos comparecerem nas principais festividades da associação vesti<strong>do</strong>s<br />

com o hábito. 113<br />

História <strong>do</strong>s municípios e <strong>do</strong> poder local [<strong>do</strong>s finais da Idade Média a União Européia]. Lisboa: Círculo de Leitores,<br />

1996. p. 29.<br />

111 TRINDADE, Raimun<strong>do</strong> – São Francisco de Assis de Ouro Preto..., pp. 113-114.<br />

112 AOTSP, Livro II de Termos. fls. 92-92v.<br />

113 AOTB, Livro 1º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 3v.; Estatutos e Regra da Ordem Terceira de São Francisco da<br />

cidade <strong>do</strong> Porto..., p. 35.<br />

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