13.04.2013 Views

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Além <strong>do</strong>s irmãos professos, a igreja da Ordem paulistana recebia também os corpos <strong>do</strong>s<br />

filhos pequenos de seus associa<strong>do</strong>s. De acor<strong>do</strong> com o termo elabora<strong>do</strong>, em 1761, os membros<br />

da Mesa decidiram que<br />

“[…] queren<strong>do</strong> juntamente que aos maiores se lhes de sepultura na nossa capela como ja se<br />

permitio cujas permissoes e faculdades declaramos irritas e nullas, como abuzos inauditos de que<br />

nos parece haver exemplar em outra algua congregacao, e so sim concederce sepultura na capela<br />

aos anginhos filhos de nossos irmaos, o que tambem se assentou nesta nossa congregacao como<br />

consta <strong>do</strong> livro antigo de entradas e profissoes e provimentos com capa de pergaminho a folha<br />

197 da qual palavra anjinhos bem se colhe serem aquelles que ainda nao tem uzo de razão.” 1475<br />

Os filhos <strong>do</strong>s irmãos recebiam sepultura somente enquanto eram crianças pequenas,<br />

com idade até 10 anos. 1476 Foram enterra<strong>do</strong>s 122 “anjinhos” entre os anos de 1730 e 1782. 1477<br />

Os pequeninos possuíam lugares especiais dentro da igreja, pois, em 1776, sepultaram o filho<br />

<strong>do</strong> irmão José Pereira na campa número 43 “por estarem as sepulturas <strong>do</strong>s anjos ocupadas”. 1478<br />

O atendimento dispensa<strong>do</strong> aos filhos <strong>do</strong>s associa<strong>do</strong>s também fazia parte <strong>do</strong> cotidiano de<br />

outras irmandades na América, durante o século XVIII. No arraial <strong>do</strong> Tejuco, distrito Diamantino,<br />

o compromisso da irmandade das Mercês, também prescrevia a inumação <strong>do</strong>s filhos e da<br />

esposa <strong>do</strong>s seus confrades. 1479<br />

Neste senti<strong>do</strong>, as irmandades e Ordens Terceiras configuravam-se em importantes<br />

espaços de apoio as famílias, pois asseguravam sepultamento em solo sagra<strong>do</strong> aos parentes <strong>do</strong>s<br />

seus associa<strong>do</strong>s.<br />

Além <strong>do</strong>s “anjinhos”, filhos <strong>do</strong>s irmãos, a Ordem Terceira franciscana realizava a<br />

inumação de membros de outras instituições seculares de São Francisco. Quan<strong>do</strong> algum irmão<br />

terceiro, mesmo filia<strong>do</strong> a uma Ordem de outra localidade, morria na cidade de São Paulo,<br />

1475 AOTSP, Livro II de termos, fls. 42-42v.<br />

1476 A idade de 10 anos foi estipulada pelos irmãos da Mesa administrativa para indicar os “anjinhos”. AOTSP, Livro II<br />

de termos, fl. 44.<br />

1477 AOTSP, Livro de Óbitos 1729-1805, fls. 6, 12, 14, 22, 24, 30, 39, 41, 43, 51, 69, 79, 80v., 81, 82, 83-86, 87v.-88,<br />

89v.-92, 93.<br />

1478 AOTSP, Livro de Óbitos 1760-1790, fl. 85.<br />

1479 SALLES, Fritz Teixeira de – Associações religiosas no clico <strong>do</strong> ouro. Belo Horizonte: Imprensa da <strong>Universidade</strong> de<br />

Minas Gerais, 1963. p. 41.<br />

532

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!