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Untitled - Universidade do Minho

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de missas a organizações religiosas fora <strong>do</strong>s limites da Capitania mineira justificavam-se, pois os<br />

preços cobra<strong>do</strong>s pelos serviços pertinentes a distintas celebrações eram ali bastante eleva<strong>do</strong>s.<br />

Enquanto em Portugal, uma missa comum custava em média 100 réis 1497, na região das Minas<br />

Gerais a mesma celebração exigia o dispêndio de 750 réis. 1498 Porém, este preço não<br />

correspondia a todas as regiões da América portuguesa, sen<strong>do</strong> 320 réis o valor mais recorrente.<br />

1499<br />

As encomendas de missas fora da Capitania mineira evidenciam a necessidade de<br />

assegurar os sufrágios disponibiliza<strong>do</strong>s aos confrades pelas irmandades. Evitar a redução no<br />

número de missas oferecidas fazia-se crucial para manter o prestígio da agremiação diante das<br />

demais instituições, pois as celebrações litúrgicas, em intenção <strong>do</strong>s faleci<strong>do</strong>s, constituíam-se<br />

num forte atrativo para as populações fiéis.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, a ampliação <strong>do</strong> número de sufrágios pelas agremiações de leigos poderia<br />

refletir seu crescimento econômico, porém nem sempre demonstrava uma situação financeira<br />

equilibrada ou consolidada.<br />

Como se comprova, apesar de revelar uma melhora das condições financeiras das<br />

agremiações, o engrandecimento <strong>do</strong>s ofícios fúnebres e, principalmente, a obstinada recusa na<br />

sua redução, nem sempre correspondiam a uma situação econômica favorável.<br />

1497 Os preços das missas comuns pagas pela Ordem Terceira franciscana de Braga, durante o século XVIII, sofreram<br />

algumas alterações, porém o nunca excederam 120 réis. Em Vila Viçosa, a Santa Casa da Misericórdia, em finais <strong>do</strong><br />

século XVII, despendia 150 réis por uma missa cantada. Apesar das variações, em Ponte da Barca, a Misericórdia<br />

pagou, em média, 110 réis por cada celebração litúrgica ao longo <strong>do</strong> setecentos. A respeito <strong>do</strong>s preços das missas no<br />

reino veja-se ARAÚJO, Maria Marta Lobo de – Dar aos pobres e emprestar a Deus: as Misericórdias de Vila Viçosa e<br />

Ponte de Lima (séculos XVI-XVIII). Barcelos: Santa Casa da Misericórdia de Vila Viçosa; Santa Casa da Misericórdia de<br />

Ponte de Lima, 2000. pp. 303-304; PEREIRA, Maria das Dores de Sousa – Entre ricos e pobres: a actuação da Santa<br />

Casa da Misericórdia de Ponte da Barca (1630-1800). Braga: Santa Casa da Misericórdia da Ponte da Barca, 2008.<br />

pp. 245-246.<br />

1498 A propósito <strong>do</strong> valor cobra<strong>do</strong> pelas celebrações litúrgicas em Minas Gerais consultar CAMPOS, Adalgisa Arantes – A<br />

terceira devoção <strong>do</strong> setecentos mineiro: o culto a São Miguel e Almas. São Paulo: <strong>Universidade</strong> de São Paulo, 1994.<br />

Tese de Doutoramento. Policopiada. pp. 304-306.<br />

1499 Sobre o preço das missas em outras localidades da América ler MORAES, Juliana de Mello – O hospício da Ordem<br />

Terceira franciscana nos sertões da América portuguesa, século XVIII. In Noroeste. Revista de História. ACTAS DO<br />

CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA. TERRITÓRIOS, CULTURAS E PODERES. vol. II. Braga: Núcleo de Estu<strong>do</strong>s<br />

Históricos - <strong>Universidade</strong> <strong>do</strong> <strong>Minho</strong>, 2008. p. 412.<br />

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