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Untitled - Universidade do Minho

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A centralidade <strong>do</strong>s sufrágios ofereci<strong>do</strong>s pelas associações demonstra também a eficácia<br />

da difusão da arte de bem morrer pela Igreja no perío<strong>do</strong>.<br />

7.2 - O “ofício aos defuntos”<br />

Mesmo garantin<strong>do</strong> celebrações litúrgicas a cada irmão faleci<strong>do</strong>, as Ordens Terceiras<br />

ainda complementavam os sufrágios ofereci<strong>do</strong>s com uma celebração anual realizada em<br />

intenção de to<strong>do</strong>s os seus membros defuntos (cf. Livro 2, Cap. 8).<br />

A realização de cerimônias de caráter coletivo em prol da alma <strong>do</strong>s defuntos fazia parte<br />

<strong>do</strong> cotidiano de outras agremiações, não se constituin<strong>do</strong> um evento exclusivo das associações<br />

terciárias. Em Espanha, as irmandades <strong>do</strong> Rosário desenvolviam celebrações em prol de seus<br />

confrades defuntos, denominadas “aniversários”, nas vésperas das festividades marianas mais<br />

destacadas. 1500<br />

Este evento entre os irmãos terceiros em São Paulo era denomina<strong>do</strong> “ofício aos<br />

defuntos”, e acontecia anualmente. Na <strong>do</strong>cumentação da Ordem não se encontram descrições<br />

pormenorizadas dessa comemoração. Porém, a partir de referências esparsas em diferentes<br />

livros foi possível estudar algumas características da cerimônia.<br />

O “ofício aos defuntos” ocorria com a exposição de uma “essa” colocada sobre alcatifa<br />

na capela da Ordem. À volta colocavam-se castiçais de prata nos quais acendiam-se velas,<br />

figuras da morte e ramalhetes de flores. Nota-se a cuida<strong>do</strong>sa composição elaborada no dia <strong>do</strong><br />

ofício, o que demonstra a preocupação no decoro <strong>do</strong> evento, pois a cerimônia representava aos<br />

olhares alheios a situação financeira e social da associação, bem como a dedicação que<br />

demonstrava ao culto da morte.<br />

Durante o século XVIII, as imagens e suas representações tinham crucial importância<br />

nas comemorações realizadas tanto pela Coroa quanto pelas entidades religiosas. Uma das<br />

1500 A respeito <strong>do</strong> aniversário realiza<strong>do</strong> pelas irmandades <strong>do</strong> Rosário, em Espanha, veja-se MANTECÓN MOVELLÁN,<br />

Tomás Antonio – Contrarreforma y religiosidad popular em Cantabria. Las confradías religiosas. Cantabria: Universidad<br />

de Cantabria, 1990. p. 101.<br />

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