Competência e segurança na transmissão - Furnas
Competência e segurança na transmissão - Furnas
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CAPA<br />
<strong>Competência</strong> e <strong>segurança</strong> <strong>na</strong><br />
TRANSMISSÃO<br />
Para realizar a manutenção de uma<br />
extensa malha de <strong>transmissão</strong>,<br />
composta de mais de 19 mil km de<br />
circuitos de linhas e 44 subestações<br />
instaladas <strong>na</strong>s regiões Sul, Sudeste e<br />
Centro-Oeste, FURNAS estruturou<br />
uma logística operacio<strong>na</strong>l distribuída<br />
em dez unidades implantadas estrategicamente<br />
dentro desta vasta malha,<br />
denomi<strong>na</strong>das departamentos de<br />
produção. Estes departamentos são<br />
responsáveis, ainda, pela manutenção<br />
do parque gerador da Empresa<br />
composto por dez usi<strong>na</strong>s hidrelétricas<br />
e duas termelétricas.<br />
A rede de <strong>transmissão</strong> da Empresa,<br />
uma das maiores do país, conta<br />
com 142 circuitos de linhas <strong>na</strong>s tensões<br />
de ± 600 kV, 750 kV, 500 kV, 345<br />
kV e 230/138 kV, 200 mil km de cabos<br />
condutores, 43 mil torres, 38 mil km<br />
de cabos pára-raios, quatro milhões<br />
de isoladores e um milhão de<br />
espaçadores. A manutenção das linhas<br />
ocorre ao longo de todo o ano<br />
envolvendo 214 eletricistas devidamente<br />
trei<strong>na</strong>dos e certificados a trabalhar<br />
tanto com as instalações desligadas<br />
como, também, com as ligadas,<br />
no método conhecido como manutenção<br />
em linha viva.<br />
O Departamento de Produção de<br />
Nova Iguaçu (DRN.O), localizado no<br />
Rio de Janeiro, responde por parte da<br />
6 REVISTA FURNAS ANO XXXII Nº 333 JUNHO 2006<br />
malha de <strong>transmissão</strong> com<br />
mais de 1.600 km, cujas linhas<br />
interligam as subestações<br />
de Poços de Caldas (MG), Itajubá<br />
(MG), Itutinga (MG), Campi<strong>na</strong>s (SP),<br />
Tijuco Preto (SP), Taubaté (SP), Volta<br />
Redonda (RJ), Jacarepaguá (RJ), da<br />
Usi<strong>na</strong> de Funil (RJ), Grajaú (RJ),<br />
Alcântra (RJ), Angra dos Reis (RJ),<br />
Macaé (RJ), Magé (RJ), Imbariê (RJ),<br />
da Usi<strong>na</strong> Termelétrica Leonel Brizola<br />
(RJ), São José (RJ) e Adrianópolis (RJ).<br />
De acordo com Fabio Antonio Gomes,<br />
gerente da Divisão de Manutenção<br />
Eletromecânica, subordi<strong>na</strong>da ao<br />
DRN.O, 24 especialistas de linhas de<br />
sua divisão trabalham para garantir a<br />
qualidade do suprimento de energia<br />
para o estado do Rio.<br />
“Nossa equipe de linhas trabalha<br />
durante os 12 meses do ano <strong>na</strong><br />
manutenção desta importante rede<br />
de <strong>transmissão</strong> de FURNAS que conta<br />
com 1.686 km de cabos condutores<br />
e 3.560 torres. Fazemos a troca<br />
de isoladores e de espaçadores, tratamento<br />
de corrosão dos pés das<br />
torres, corte de vegetação, recuperação<br />
de erosões e abertura e manutenção<br />
de estradas. O DRN.O é<br />
responsável por uma capacidade de<br />
transformação de 5.480 MVA que<br />
atende os estados do Rio de Janeiro<br />
e Espírito Santo”, destacou.<br />
Vestido<br />
com macacão<br />
condutivo de<br />
aramida e aço inox,<br />
o eletricista se<br />
aproxima da<br />
linha energizada
Fotos: Marcos Rita<br />
ESPECIALISTAS RESPONSÁVEIS PELA MANUTENÇÃO<br />
DAS LINHAS E MAIS 44 SUBESTAÇÕES DA<br />
EMPRESA RECEBEM TREINAMENTO RIGOROSO<br />
Acidente zero<br />
De acordo com o cronograma normal<br />
de trabalho, equipes de inspeção<br />
percorrem trechos de linhas em motocicletas<br />
e utilitários tracio<strong>na</strong>dos verificando,<br />
entre outros itens, as condições<br />
dos isoladores e espaçadores,<br />
peças fundamentais para a garantia<br />
da <strong>segurança</strong> da <strong>transmissão</strong>. Como<br />
os vãos entre as torres da área do<br />
DRN.O têm, em média, 500 metros e<br />
a extensão dos circuitos superam 150<br />
km, geralmente em terrenos acidentados,<br />
a inspeção de uma única linha<br />
pode durar até meses.<br />
À medida que colhidas, as informações<br />
iniciais são repassadas via<br />
palm top para a sede do departamento,<br />
onde são estabelecidas as prioridades<br />
das intervenções. Muitas ve-<br />
zes elas acontecem com as linhas<br />
energizadas, quando as equipes adotam<br />
rigorosos procedimentos de <strong>segurança</strong>.<br />
Para Marcos de Sousa Rita,<br />
supervisor da Divisão de Manutenção<br />
Eletromecânica, a atuação em<br />
espaçadores é uma das atividades que<br />
requer extrema atenção.<br />
“Para mim, a manutenção em<br />
espaçadores em linha viva é uma das<br />
operações com maior grau de risco,<br />
devido a dificuldade de se resgatar o<br />
trabalhador caso haja um acidente<br />
com ele no meio do vão. Por isto,<br />
fazemos sempre uma análise prelimi<strong>na</strong>r<br />
de riscos para cada operação a<br />
ser efetuada. Nestes 25 anos de departamento<br />
não tivemos nenhum<br />
acidente com este tipo de intervenção”,<br />
afirmou. ><br />
Departamento/ Extensão Número Número de<br />
Localização das linhas (km) de torres subestações<br />
DRN.O/RJ 1.686 3.560 5<br />
DRR.O/RJ 2.910 4.797 8<br />
DRM.O/MG 2.465 6.119 5<br />
DRT.O/MG 983 2.847 3<br />
DRG.O/GO 2.736 6.758 5<br />
DRB.O/DF 2.119 5.202 7<br />
DRL.O/SP 1.339 3.200 4<br />
DRP.O/PR 2.284 5.007 2<br />
DRQ.O/SP 2.755 5.486 2<br />
DGT.O/RJ – – 3<br />
Fontes: SIAM/DAT.O/DLTR.O/DEE.O/DANS.O<br />
REVISTA FURNAS ANO XXXII Nº 333 JUNHO 2006 7
CAPA<br />
Trei<strong>na</strong>mento<br />
Para formação de seu quadro de<br />
eletricistas de linhas vivas, a Empresa<br />
desenvolve cursos de especialização<br />
desde 1973, ministrados basicamente<br />
em seus campos de trei<strong>na</strong>mento<br />
em Marimbondo, Ivaiporã, Samambaia<br />
e Cachoeira Paulista, que possuem<br />
trechos de linhas em diversas tensões.<br />
O tempo médio estimado de<br />
capacitação para que o trabalhador<br />
possa executar com <strong>segurança</strong> as ati-<br />
Carga<br />
Curso horária<br />
(horas)<br />
Formação básica (CTB) 674<br />
NR 10 150<br />
Montagem de<br />
torres estaiadas 120<br />
Montagem de torres<br />
autoportantes 120<br />
Linha viva 138 kV 80<br />
Linha viva 345 kV 200<br />
Linha viva 500 kV 120<br />
Linha viva 750 kV 120<br />
8 REVISTA FURNAS ANO XXXII Nº 333 JUNHO 2006<br />
vidades em linhas energizadas é de<br />
três anos. O total de horas para formação<br />
ple<strong>na</strong> <strong>na</strong>s diversas modalidades<br />
de trei<strong>na</strong>mento chega a 1.584.<br />
Segundo Antônio Crisólogo Quadros<br />
Ferreira, instrutor de linhas<br />
energizadas do Departamento de<br />
Produção Goiás (DRG.O), as aulas teóricas<br />
e práticas buscam sempre<br />
enfatizar a questão da <strong>segurança</strong> em<br />
sintonia com as normas vigentes, com<br />
o objetivo de tor<strong>na</strong>r as operações<br />
reais mais seguras e planejadas. Atualmente,<br />
15 técnicos admitidos em 2005<br />
estão participando do trei<strong>na</strong>mento<br />
sobre manutenção em linhas energizadas<br />
coorde<strong>na</strong>do pela Assessoria de<br />
Trei<strong>na</strong>mento de Coorde<strong>na</strong>ção (ATC.O).<br />
Os cursos são ministrados por instruto-<br />
res do Departamento de Equipamentos<br />
e Linhas de Transmissão de Alta<br />
Tensão (DAT.O) e das divisões de Manutenção<br />
e Eletromecânica.<br />
“Trabalhamos em sintonia com as<br />
recomendações da Norma NR-10, que<br />
estabelece os procedimentos em instalações<br />
energizadas. Como nossos<br />
atuais alunos são novos e inexperientes<br />
neste tipo de trabalho, eles<br />
sentem certa ansiedade quanto ao<br />
primeiro contato ao potencial utilizando<br />
bota e roupa condutiva. Após<br />
esse contato eles ganham confiança<br />
e intimidade com a linha, estando<br />
realmente prontos para avançar no<br />
trei<strong>na</strong>mento, tor<strong>na</strong>ndo-se especialistas<br />
em linhas energizadas”, acrescentou<br />
Antônio Ferreira.