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A formação dos conceitos substantivo e adjetivo: um ... - Unirevista

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UNIrevista - Vol. 1, n° 2 : (abril 2006) ISSN 1809-4651<br />

A <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong>:<br />

<strong>um</strong> paralelo entre o ensino fundamental e o<br />

ensino médio<br />

Kelly Cristina Feliciano Da Silva<br />

kellycristinaduarte@brturbo.com.br<br />

Universidade Católica Dom Bosco, MS<br />

Leny Rodrigues M. Teixeira<br />

lteixeira@stetnet.com.br<br />

Universidade Católica Dom Bosco, MS<br />

_______________________________________________________________________________________<br />

Res<strong>um</strong>o<br />

Esta pesquisa teve como objetivo analisar e estabelecer <strong>um</strong> paralelo entre a concepção de alunos do Ensino<br />

Fundamental e Médio referente aos <strong>conceitos</strong> gramaticais - <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong> - desenvolvi<strong>dos</strong> na disciplina<br />

Língua Portuguesa, com a finalidade de verificar se, no decorrer do tempo, os <strong>conceitos</strong> vão se tornando mais<br />

complexos. Participaram da pesquisa doze alunos, sendo seis do Ensino Fundamental (4ª série) e seis da 3ª<br />

série do Ensino Médio, de <strong>um</strong>a Escola Estadual de Campo Grande-MS. Os da<strong>dos</strong> foram coleta<strong>dos</strong> a partir de <strong>um</strong>a<br />

entrevista clínica, realizada individualmente no final do ano letivo. Esse trabalho mostrou que tanto os alunos do<br />

Ensino Fundamental quanto os do Ensino Médio, estudaram os <strong>conceitos</strong> investiga<strong>dos</strong>, memorizando <strong>um</strong>a<br />

seqüência de palavras e, apesar da explicitação dessa seqüência ser <strong>um</strong> pouco mais completa nos alunos do<br />

Ensino Médio, ambos não aprenderam significativamente, pois alg<strong>um</strong>as palavras já haviam sido esquecidas, pois<br />

a grande maioria <strong>dos</strong> sujeitos não conseguiu utilizar o conceito memorizado para classificar os <strong>substantivo</strong>s e<br />

<strong>adjetivo</strong>s no texto. Em síntese, quase a totalidade <strong>dos</strong> alunos não compreendeu que a categoria gramatical –<br />

<strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong> – se definem pela função da palavra no texto.<br />

Palavras-chave: Substantivo/Adjetivo // Aprendizagem Significativa // Língua Portuguesa<br />

A <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong>s: <strong>um</strong> paralelo entre o<br />

ensino fundamental e o ensino médio<br />

Em 1980 já se falava <strong>dos</strong> problemas educacionais no Brasil. Cada vez mais os índices de repetência têm<br />

a<strong>um</strong>entado, evidenciando o fracasso das instituições escolares. As crianças têm freqüentado a escola<br />

durante muitos anos, no entanto, elas não estão aprendendo, pois a instituição escolar não tem<br />

conseguido sequer que os alunos adquiram habilidades elementares como ler e interpretar textos.<br />

Segundo da<strong>dos</strong> do SAEB1 (2003): cinqüenta e nove por cento <strong>dos</strong> estudantes da quarta série de todo o<br />

Brasil, não desenvolveram habilidade de leitura e não foram alfabetiza<strong>dos</strong> adequadamente e outros lêem<br />

1 SAEB – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica<br />

1


A <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong><br />

Kelly Cristina Feliciano Da Silva e Leny Rodrigues M. Teixeira<br />

de forma truncada, apenas frases simples. Quanto aos alunos do terceiro ano do ensino médio, os<br />

resulta<strong>dos</strong> indicam que 42% têm dificuldade em ler e interpretar textos de gêneros diversifica<strong>dos</strong>, sendo<br />

assim, não podem ser considera<strong>dos</strong> leitores competentes e estão a quilômetros de distância do nível<br />

desejado para alunos que estão concluindo o ensino médio.<br />

Conscientes destes e <strong>dos</strong> inúmeros problemas educacionais, diversos questionamentos nos afligem, como<br />

por exemplo: por que, apesar de tanto se falar em educação, de existirem tantas propostas pedagógicas,<br />

estu<strong>dos</strong>, pesquisas, projetos, a situação da educação parece que não muda nunca? Que problemas são<br />

esses que ninguém consegue resolver? Será que a deficiência é <strong>dos</strong> professores, <strong>dos</strong> formadores, das<br />

instituições governamentais ou são os alunos que não estão interessa<strong>dos</strong> em aprender a entender e<br />

conhecer o mundo no qual vivem? Qual seria o motivo desse desinteresse?<br />

Acreditamos que estes e outros fatores têm contribuído para a difícil situação do ensino e da<br />

aprendizagem.<br />

Nesse sentido, Arnay (1998) afirma que o conhecimento que as escolas têm transmitido é <strong>um</strong><br />

conhecimento descontextualizado, quer dizer, os alunos não conseguem entender a utilidade daquilo que<br />

aprendem na escola.<br />

A par de tudo isso surgiu o interesse em investigar a <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> ensina<strong>dos</strong> na escola, com a<br />

intenção de verificar se os alunos aprendem e estabelecem relações ou simplesmente memorizam<br />

arbitrariamente os <strong>conceitos</strong> em sua estrutura cognitiva.<br />

Para a realização desse trabalho foram seleciona<strong>dos</strong> os <strong>conceitos</strong> de <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong>, pertencentes<br />

ao tema classes gramaticais desenvolvi<strong>dos</strong> na disciplina Língua Portuguesa. Pois, apesar dessa disciplina<br />

ser ensinada do ensino fundamental ao médio, ministrá-la implica lidar com alguns dilemas e muitas<br />

dificuldades como: ensinar ou não as regras gramaticais? Qual seria o método mais adequado? Como<br />

fazer os alunos aprender e ainda gostar da disciplina? E outros.<br />

Corroborando Matthes2 (2004, p.37) afirma que:<br />

UNIrevista - Vol. 1, n° 2 : (abril 2006)<br />

No trabalho em sala de aula com a língua portuguesa em sua modalidade<br />

padrão, é com<strong>um</strong> o professor contar com o descaso do aluno, ou até<br />

mesmo com posições baseadas em rótulos estigmatiza<strong>dos</strong> em nossa<br />

sociedade: “Para que eu preciso saber isso se ninguém usa?” – “Eu não<br />

gosto de português”; é a língua mais difícil do mundo!”– “Eu não sei<br />

português!” Por outro lado, o esforço do professor em ensinar as regras<br />

(...) reduz-se muitas vezes ao logro da decoração imediata, à<br />

memorização fragmentada de tópicos gramaticais, devolvi<strong>dos</strong> nos<br />

exercícios da prova e não mais usa<strong>dos</strong>, porque não têm outro sentido a<br />

não ser esse.<br />

2 Professora do Centro Universitário Nove de Julho e da FABRASP, em São Paulo, SP.<br />

2


A <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong><br />

Kelly Cristina Feliciano Da Silva e Leny Rodrigues M. Teixeira<br />

Como se depreende da citação acima, devemos fugir do gramaticalismo, que devido a sua rigidez, acaba<br />

anulando os talentos e inibindo a expressão, porém isso não significa abolir a gramática da sala de aula.<br />

Na verdade, acreditamos que primeiramente, é preciso fazer os professores sentirem a necessidade de<br />

mudar e aí sim buscar junto com eles novos caminhos.<br />

Sendo assim, com o intuito de suscitar <strong>um</strong>a reflexão a respeito do que se ensina e do que os alunos<br />

compreendem do que se ensina nas escolas, o objetivo dessa pequena investigação empírica é verificar<br />

qual é o conceito que crianças da 4ª série têm de <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong>, e se esses <strong>conceitos</strong><br />

permanecem idênticos ou se tornam mais elabora<strong>dos</strong> em alunos que estão concluindo o terceiro ano do<br />

Ensino Médio.<br />

Concepções teóricas: a <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> científicos e a escola<br />

A raça h<strong>um</strong>ana é a única capaz de produzir conhecimento e transmiti-lo aos seus descentes, sendo esta a<br />

característica determinante que nos diferencia <strong>dos</strong> animais. Essa inteligência é <strong>um</strong>a capacidade da<br />

espécie h<strong>um</strong>ana e que, apesar disso, não está “pronta e acabada”, precisa ser estimulada para se<br />

desenvolver cada vez mais, ou se tornará <strong>um</strong> potencial obsoleto, estagnado.<br />

Nesse sentido, diversos estudiosos se propõem cada vez mais a investigar como o ser h<strong>um</strong>ano aprende e<br />

o que fazer para explorar ao máximo o potencial da espécie h<strong>um</strong>ana?<br />

Dentre as diversas investigações, alg<strong>um</strong>as tiveram maior repercussão e, portanto, aplicabilidade no<br />

contexto escolar.<br />

Entre os teóricos que se sobressaíram destacamos os trabalhos de Piaget, Vygotsky e Ausubel.<br />

Segundo Piaget desde o primeiro dia de vida, todo ser h<strong>um</strong>ano recebe diferentes tipos de influências do<br />

meio no qual está inserido. No entanto, o que cada indivíduo capta/absorve dessa interação depende da<br />

capacidade de auto-regulação individual, quer dizer, é preciso que o sujeito esteja desenvolvido, ou<br />

melhor, possua esquemas necessários para aprender determinado conhecimento. Desse modo, o<br />

aprendizado depende do desenvolvimento.<br />

Conforme Piaget, a aprendizagem pode até ser estimulada por <strong>um</strong> professor ou alguém mais experiente,<br />

no entanto, ela depende das possibilidades de cada indivíduo. Corroborando, Teixeira (2003) salienta que:<br />

n<strong>um</strong>a sala de aula, os alunos têm acesso ao mesmo material didático, o professor e as metodologias<br />

pedagógicas são as mesmas e ainda assim, as crianças aprendem diferentemente. Desse modo, o<br />

indivíduo se desenvolve com ou sem a intervenção do ensino escolar.<br />

Contrapondo Piaget, Vygotsky afirma que desde o nascimento de <strong>um</strong>a criança tem início <strong>um</strong>a inter-<br />

relação entre o seu aprendizado e, por conseguinte, o seu desenvolvimento.<br />

Para Vygotsky desenvolvimento e aprendizado não coincidem, pois o processo de desenvolvimento é mais<br />

lento que o processo de aprendizado. Dessa forma, aprendizado e desenvolvimento nunca se realizam em<br />

igual medida.<br />

Nessa perspectiva teórica, o aprendizado está sempre <strong>um</strong> passo à frente do desenvolvimento e, portanto,<br />

a escola exerce <strong>um</strong> papel fundamental, que é o de estimular o aprendizado e assim, o sujeito se<br />

desenvolverá com maior rapidez.<br />

UNIrevista - Vol. 1, n° 2 : (abril 2006)<br />

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A <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong><br />

Kelly Cristina Feliciano Da Silva e Leny Rodrigues M. Teixeira<br />

Segundo a concepção vigotskiana, o homem é <strong>um</strong> ser no mundo e do mundo, quer dizer, é <strong>um</strong> ser que<br />

precisa interagir com outros homens, com a natureza, enfim, com o meio sócio-cultural no qual está<br />

inserido. Para que assim consiga desenvolver as funções psicológicas superiores que nos diferenciam <strong>dos</strong><br />

animais.<br />

Quando <strong>um</strong>a criança começa a freqüentar a escola já possui <strong>um</strong> conjunto de conhecimento, que é<br />

resultado de seu aprendizado pré-escolar e que foi formado a partir de suas experiências pessoais, que é<br />

o denominado conhecimento espontâneo ou cotidiano. Ao iniciar sua trajetória escolar há <strong>um</strong>a ruptura,<br />

pois os seus <strong>conceitos</strong> espontâneos na maioria das vezes não correspondem aos <strong>conceitos</strong> científicos<br />

ensina<strong>dos</strong> na escola. E assim, segundo a teoria vigotskiana, a criança passa por alguns estágios do<br />

conhecimento espontâneo para chegar ao conhecimento científico. Segundo ele, todo esse processo<br />

culmina na adolescência.<br />

Analisando a afirmação acima, seria possível concluir que se apenas na adolescência é possível aprender<br />

os conhecimentos científicos, não seria mais coerente que as crianças iniciassem os estu<strong>dos</strong> nesse<br />

período?<br />

No entanto, Vygotsky, reitera que, sem o gradual contato com o ensino sistematizado da escola, o<br />

processo de <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> conhecimentos científicos não acontece.<br />

Sendo assim, é a partir <strong>dos</strong> conhecimentos científicos que <strong>um</strong> indivíduo adquire a capacidade de controlar<br />

e organizar seus pensamentos.<br />

Diante das duas interpretações teóricas brevemente apresentadas, David P. Ausubel que é <strong>um</strong><br />

cognitivista, elabora a sua teoria referente à maneira como o ser h<strong>um</strong>ano organiza o conhecimento em<br />

sua estrutura cognitiva, dando origem à idéia de Aprendizagem Significativa que é o conceito que<br />

fundamenta sua teoria.<br />

Aprendizagem Significativa foi à denominação atribuída ao processo por meio do qual <strong>um</strong>a in<strong>formação</strong><br />

desconhecida relaciona-se, substantivamente com alg<strong>um</strong> aspecto ou elemento relevante presente na<br />

estrutura cognitiva de <strong>um</strong> aprendiz.<br />

Dessa forma, a estrutura cognitiva do aluno é que possibilita a ocorrência da Aprendizagem Significativa,<br />

que apresenta como característica fundamental, o armazenamento organizado de informações na mente<br />

de todo aprendiz. Evidenciando o papel determinante de cada indivíduo em sua aprendizagem.<br />

Sendo assim, para que a Aprendizagem Significativa ocorra, é indispensável que haja na estrutura<br />

cognitiva do aprendiz, alg<strong>um</strong> conhecimento, ainda que pouco elaborado, que possa guardar/assimilar<br />

novas informações.<br />

Esse conhecimento que <strong>um</strong> indivíduo possui em sua estrutura cognitiva na Teoria da Aprendizagem<br />

Significativa de David Ausubel é denominado Subsunçor. Os subsunçores – <strong>conceitos</strong> – na maioria das<br />

vezes são elabora<strong>dos</strong> subjetivamente e, portanto, dependem das experiências vivenciadas e do contexto<br />

no qual cada sujeito está inserido. E por esse motivo, é que esses <strong>conceitos</strong> foram denomina<strong>dos</strong><br />

espontâneos.<br />

UNIrevista - Vol. 1, n° 2 : (abril 2006)<br />

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A <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong><br />

Kelly Cristina Feliciano Da Silva e Leny Rodrigues M. Teixeira<br />

Ao ingressar na escola, as crianças já possuem em sua estrutura cognitiva, <strong>conceitos</strong> “adequa<strong>dos</strong>”<br />

(relevantes) que permitem/possibilitam a Aprendizagem Significativa por recepção3. “A partir de então, a<br />

<strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> não é mais contínua e a maioria <strong>dos</strong> novos <strong>conceitos</strong> são adquiri<strong>dos</strong> por<br />

intermédio <strong>dos</strong> processos de assimilação, diferenciação progressiva e reconciliação integrativa” (Moreira e<br />

Masini, 1980, p.10).<br />

Referente ao processo de <strong>formação</strong> de <strong>conceitos</strong> Ausubel compartilha suas idéias com Vygotsky ao<br />

afirmar que os <strong>conceitos</strong> não-espontâneos passam a predominar somente próximo à adolescência e em<br />

indivíduos que passam por processo de escolarização.<br />

Como pudemos perceber, Ausubel recupera alguns <strong>conceitos</strong> da teoria piagetiana como também da teoria<br />

vigotskiana. Os <strong>conceitos</strong> de assimilação de Piaget e a concepção da <strong>formação</strong> de <strong>conceitos</strong> de Vygotsky<br />

ilustram nossa afirmação.<br />

Metodologia<br />

Participaram da investigação doze alunos de <strong>um</strong>a escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio da<br />

cidade de Campo Grande – MS, sendo que: seis alunos estavam concluindo a 4ª série e seis o terceiro<br />

ano do Ensino Médio. Os alunos foram seleciona<strong>dos</strong> por sorteio e identifica<strong>dos</strong> por números, sendo do <strong>um</strong><br />

ao seis (1-6) alunos do Ensino Fundamental e do sete ao doze (7-12) alunos do Ensino Médio.<br />

Foi realizada <strong>um</strong>a entrevista clínica no final do ano letivo de 2004, alg<strong>um</strong>as entrevistas foram gravadas e<br />

outras transcritas, respeitando a vontade <strong>dos</strong> participantes.<br />

De modo geral, o grupo estudado apresenta o seguinte perfil: estão na faixa etária média entre nove e<br />

dez anos de idade são alunos do Ensino Fundamental, e os alunos do Ensino Médio são na grande maioria<br />

adolescentes que têm entre 17, 18 e <strong>um</strong> indivíduo com 44 anos.<br />

Inicialmente foi solicitado que cada aluno lesse o texto Estrela-Do-Mar (abaixo), destacasse e depois<br />

separasse em colunas to<strong>dos</strong> os <strong>substantivo</strong>s e os <strong>adjetivo</strong>s. Para que assim, o aluno pudesse visualizar o<br />

conjunto das palavras que havia classificado.<br />

Estrela-Do-Mar<br />

Um pequenino grão-de-areia,<br />

Que era <strong>um</strong> eterno sonhador,<br />

Olhando o céu viu <strong>um</strong>a estrela,<br />

Imaginou coisas de amor.<br />

Passaram anos, muitos anos,<br />

Ela no céu e ele no mar.<br />

Dizem que nunca o pobrezinho<br />

3 Na aprendizagem receptiva, que caracteriza a aprendizagem escolar, todo conteúdo que deve ser aprendido é apresentado ao aprendiz de forma mais<br />

ou menos final; é como, por exemplo, o que ocorre quando <strong>um</strong> professor explica oralmente <strong>um</strong> conceito científico, dá alguns exemplos e pronto.<br />

UNIrevista - Vol. 1, n° 2 : (abril 2006)<br />

Pôde com ela se encontrar<br />

Se houve ou se não houve<br />

Alg<strong>um</strong>a coisa entre eles dois,<br />

Ninguém soube até hoje explicar<br />

O que há de verdade<br />

È que depois muito depois,<br />

Apareceu a estrela-do-mar.<br />

(Mariano Pinto e Paulo Soledade)<br />

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A <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong><br />

Kelly Cristina Feliciano Da Silva e Leny Rodrigues M. Teixeira<br />

Logo em seguida, a pesquisadora iniciava <strong>um</strong> diálogo com os alunos em que era solicitado que o mesmo<br />

contasse como fez para saber que aquelas palavras eram <strong>substantivo</strong>s. O mesmo processo ocorreu com as<br />

palavras classificadas como <strong>adjetivo</strong>s. Após a explanação do aluno a pesquisadora pedia para o mesmo<br />

definir/conceituar <strong>substantivo</strong> e na seqüência <strong>adjetivo</strong>. Para verificar se a justificativa explicitada coincidia<br />

com a definição que o aluno possuía em sua estrutura cognitiva.<br />

Em seguida no exercício 4, o participante lia alg<strong>um</strong>as frases e deveria separar os <strong>substantivo</strong>s e os <strong>adjetivo</strong>s.<br />

Dentre as frases havia as palavras: “branca e boneca” e de acordo com o significado que adquiriam na frase<br />

deveriam ser classificadas ora como <strong>substantivo</strong> ora como <strong>adjetivo</strong>. Após o término do exercício a<br />

pesquisadora questionava a classificação das palavras que podiam ser <strong>substantivo</strong>/<strong>adjetivo</strong>. Para verificar se<br />

os alunos aprenderam significativamente os <strong>conceitos</strong> ou apenas memorizaram a definição gramatical.<br />

No último exercício havia dezesseis palavras para o sujeito classificar como <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong>. O<br />

propósito era verificar se os alunos iriam classificar as palavras “boneca, branca, quadrado” como<br />

<strong>substantivo</strong>s e também como <strong>adjetivo</strong>s.<br />

Em seguida era pedido ao aluno que contasse o que pensou no momento em que classificou as palavras.<br />

Para encerrar era novamente pedido ao sujeito que conceituasse <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong>, para verificarmos<br />

se, no decorrer da entrevista, houve alg<strong>um</strong>a modificação em sua concepção inicial de <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong>.<br />

Resulta<strong>dos</strong><br />

A partir das palavras que os alunos destacaram do texto e classificaram como <strong>substantivo</strong>s e <strong>adjetivo</strong>s,<br />

apresentamos a tabela 1 que explicita categorias semânticas em que as palavras destacadas podem ser<br />

classificadas.<br />

Achamos mais adequado analisar primeiramente, as respostas referentes aos <strong>substantivo</strong>s e posteriormente<br />

os <strong>adjetivo</strong>s.<br />

Tabela 1. Categorias semânticas elaboradas a partir das palavras que os sujeitos classificaram como<br />

<strong>substantivo</strong>s. (alunos registra<strong>dos</strong> de 1 a 6 estão cursando o Ensino Fundamental e de 7 a 12 alunos<br />

cursando o 3º ano ensino médio)<br />

Categorias<br />

Explicitadas<br />

UNIrevista - Vol. 1, n° 2 : (abril 2006)<br />

Sujeitos Ensino<br />

Fundamental<br />

Ensino Médio Total<br />

Substantivo 1,3,6,7,8,9,10,11 3 5 8<br />

Verbo 4,5,6,12 3 1 4<br />

Pronome 6,8,9,10 1 3 4<br />

Adjetivo 1,3,4 3 0 3<br />

Advérbio 5,8 1 1 2<br />

Analisando a tabela 1 é possível perceber que a maioria <strong>dos</strong> alunos não utilizou <strong>um</strong> único critério para<br />

selecionar as palavras do texto. Vejamos as respostas de alguns sujeitos:<br />

4. “Sonhador, imaginou, explicar”<br />

8. “Grão, céu, coisas de amor, ela, entre eles dois, estrela-do-mar”<br />

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A <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong><br />

Kelly Cristina Feliciano Da Silva e Leny Rodrigues M. Teixeira<br />

UNIrevista - Vol. 1, n° 2 : (abril 2006)<br />

10. “Grão de areia, estrela, ele, ela, eles, ninguém, estrela-do-mar"<br />

Apenas os sujeitos 7 e 11 do Ensino Médio utilizaram o conceito de <strong>substantivo</strong> para classificar as palavras<br />

do texto. Vejamos as palavras classificadas:<br />

“Grão de areia, estrela, amor, céu, mar, estrela-do-mar”<br />

11. “Grão-de-areia, céu, estrela, mar, estrela-do-mar, coisa”<br />

Os alunos do Ensino Fundamental demonstraram <strong>um</strong> pouco mais de resistência e dificuldade ao realizar as<br />

atividades, sendo que, já nos primeiros exercícios diziam:<br />

3. “Tia eu esqueci o que é <strong>substantivo</strong>”<br />

4. “Substantivo... eu esqueci o que qui é”<br />

Somente depois de deixar bem claro que não valia nota e que ninguém da escola teria acesso às atividades,<br />

é que os alunos concordavam em continuar.<br />

O sujeito 2 não respondeu quase nada das perguntas direcionadas a ele, e apesar da insistência da<br />

pesquisadora, ele ficou o tempo todo olhando para a porta e mordendo os lábios. Ao final da entrevista<br />

afirmou que fez de qualquer jeito para se livrar. Como podemos observar na fala a seguir: “... a única coisa<br />

que eu tava pensando era de ir embora”.<br />

Tabela 2 - Categorias explicitadas pelos alunos ao justificarem as palavras que classificaram como<br />

<strong>substantivo</strong>s.<br />

Categorias Explicitadas Sujeitos Ensino<br />

Fundamental<br />

Note-se que quatro alunos do Ensino Médio justificaram que selecionaram como <strong>substantivo</strong>s, as palavras<br />

que nomeiam seres e objetos e, apenas o sujeito 6 do Ensino Fundamental deu <strong>um</strong>a resposta semelhante.<br />

Vejamos as falas:<br />

Ensino Médio Total<br />

Nome de Seres / Objetos 6,7,9,10,11 1 4 5<br />

Verbo / Ação 4,5,12 2 1 3<br />

Critérios Aleatórios 1,2,3 3 0 3<br />

Sujeito 8 0 1 1<br />

6. “Porque as palavras <strong>substantivo</strong> próprio ou com<strong>um</strong> são diferentes... é que<br />

próprio são nomes de pessoas e cidades e com<strong>um</strong> são palavras e objetos”<br />

(...).<br />

7. “Bom!... que eu tive instrução na escola, <strong>substantivo</strong>s são coisas que<br />

existem, é... reais ou não reais sendo abstratas”<br />

9. “Eu pensei assim: <strong>substantivo</strong>s são...éh... nomes né?, que se dá aos<br />

seres”<br />

10. “Eu pensei assim: que isso seria <strong>um</strong>a denominação de pessoas, de coisas<br />

ou objetos”<br />

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A <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong><br />

Kelly Cristina Feliciano Da Silva e Leny Rodrigues M. Teixeira<br />

UNIrevista - Vol. 1, n° 2 : (abril 2006)<br />

11.“Bom! <strong>substantivo</strong>, primeiro né?, pelo que eu me lembre é a classe<br />

gramatical que dá nome às coisas”<br />

O sujeito 8 confunde <strong>substantivo</strong> com sujeito, e utilizou esse atributo para justificar as palavras que<br />

classificou no texto. Como podemos observar na fala a seguir:<br />

8 – Eu... fiz os encontros, a pergunta “como” e “quem”, justamente pra mim<br />

saber quais são os <strong>substantivo</strong>s... eu junto...“<strong>um</strong> pequenino grão de areia” ...<br />

O que qui é pequenino? É a pergunta...Grão de areia... então, logicamente é<br />

o <strong>substantivo</strong>.<br />

Em contrapartida, grande parte <strong>dos</strong> alunos do Ensino Fundamental justificou suas escolhas com respostas<br />

sem lógica e até incoerentes, que agrupamos na categoria critérios aleatórios. Como podemos observar nas<br />

falas abaixo:<br />

1. “Substantivo, eu não consigo explicar,... só pra mim mesmo(...) Não...<br />

ah... de vez em quando eu chuto, porque eu não acho muito legal português.<br />

Português é <strong>um</strong>a matéria que eu não gosto.”<br />

“Como é que eu descobri?,... eu fui circulando... aí eu pensei... aí eu fui<br />

circulando... aí eu (...), eu tentei lembrar no meu caderno o qui a professora<br />

tinha falado.”<br />

Tabela 3- Categorias explicitadas pelos alunos ao conceituarem verbalmente <strong>substantivo</strong>.<br />

Categorias Explicitadas Sujeitos Ensino<br />

Fundamental<br />

Tudo que nomeia Seres /<br />

Objetos<br />

Ensino Médio Total<br />

1,3,7,9,10,11 2 4 6<br />

Verbo / Ação 4,5 2 0 2<br />

Critérios Aleatórios 2,6,12 2 0 2<br />

Sujeito 8 0 1 1<br />

Complemento (OD/OI) 12 0 1 1<br />

A tabela 3 descreve os <strong>conceitos</strong> explicita<strong>dos</strong> pelos alunos ao definirem verbalmente “<strong>substantivo</strong>”.<br />

Percebe-se que <strong>um</strong> maior número de alunos atribuem como característica essencial <strong>dos</strong> <strong>substantivo</strong>s<br />

palavras que nomeiam seres, objetos, coisas concretas ou abstratas. São exemplos:<br />

1. “Substantivo... <strong>substantivo</strong> é nome próprio”.<br />

9. “Substantivo... é toda palavra que dá nome aos seres, objetos, coisas.”<br />

10. “Substantivo é nome próprio, nome de alg<strong>um</strong> objeto...”<br />

11. “É aquilo que eu falei na primeira lá: que é a classe gramatical que<br />

geralmente dá nome as coisas, éh... tudo.”<br />

Outros atribuem como <strong>substantivo</strong>s, palavras que expressam ação/verbos. Como nos exemplos a seguir:<br />

4. “Eu acho que <strong>substantivo</strong> é as coisa que eu faço e todo mundo faz (...)”<br />

5. “Substantivo é tudo que é ação ex: muito, rápido etc.”<br />

Ao explicitar a definição de <strong>substantivo</strong>, o sujeito 8 confirmou que confunde <strong>substantivo</strong> com sujeito. A fala<br />

a seguir ilustra nossa afirmação:<br />

8- O <strong>substantivo</strong> é o que define a frase, seria como se fosse o sujeito.<br />

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A <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong><br />

Kelly Cristina Feliciano Da Silva e Leny Rodrigues M. Teixeira<br />

UNIrevista - Vol. 1, n° 2 : (abril 2006)<br />

(...)Substantivo é o qui dá sentido a <strong>um</strong>a frase, no caso, seria como se fosse<br />

<strong>um</strong> sujeito; como se vc por exemplo..., o ar que nós respiramos; é a<br />

definição. Entende?<br />

Os demais explicitaram grande dificuldade ao conceituar <strong>substantivo</strong>. Essas respostas foram agrupadas na<br />

categoria critérios aleatórios, pois os sujeitos não seguiram <strong>um</strong> critério lógico. As falas a seguir são<br />

ilustrativas ao que dissemos:<br />

2. “Eu escrevi porque... (silêncio) eu fui vendo ali e eu escrevi. Eu nem<br />

sabia se era <strong>substantivo</strong>, eu só escrevi.”<br />

6. “Substantivo são palavras que não tem r e s no final.”<br />

8. “Substantivo é o qui dá sentido a <strong>um</strong>a frase, no caso, seria como se fosse<br />

<strong>um</strong> sujeito; como se vc por exemplo..., o ar que nós respiramos; é a<br />

definição. Entende?”<br />

Gostaríamos de ressaltar que ao conceituar, o sujeito 12 definiu <strong>substantivo</strong> utilizando o atributo de<br />

complemento, mas concluiu a sua resposta exemplificando com <strong>um</strong> verbo evidenciando que ainda não sabe<br />

o que é <strong>substantivo</strong>.<br />

12- O <strong>substantivo</strong>..., no meu caso, eu faço a pergunta tipo eu tô fazendo a<br />

pergunta pro sujeito: O que qui aconteceu?... Vamos supor, éh... o que qui<br />

aconteceu lá? O que era <strong>um</strong> eterno sonhador? Eu perguntei; não... o que era<br />

<strong>um</strong> eterno sonhador?<br />

Daí tipo... o sujeito: “era”<br />

Tabela 4 - Categorias semânticas elaboradas a partir das palavras que os alunos classificaram como<br />

<strong>adjetivo</strong>s. (alunos registra<strong>dos</strong> de 1 a 6 estão cursando o Ensino Fundamental e de 7 a 12 alunos cursando o<br />

3º ano ensino médio)<br />

Categorias<br />

Explicitadas<br />

Sujeitos Ensino Fundamental Ensino Médio Total<br />

Adjetivo 3,4,5,7,8,9,10,11 3 5 8<br />

Verbo / Ação 3,4,6,8,9,12 3 3 6<br />

Advérbio 1,6,8,12 2 2 4<br />

Pronome 4,6,8,12 2 2 4<br />

Substantivo 5,6,8,9 2 2 4<br />

A tabela 4 descreve as categorias explicitadas pelos alunos ao classificarem determinadas palavras como<br />

<strong>adjetivo</strong>s. Novamente, os atributos adota<strong>dos</strong> foram diversifica<strong>dos</strong>. Abaixo, podemos observar alg<strong>um</strong>as<br />

palavras classificadas como <strong>adjetivo</strong>s:<br />

6. “Coisa, dois, ninguém, verdade, explicar, muito, apareceu, encontrar,<br />

pôde, amor”<br />

8. “Pequenino, eterno sonhador, estrela, muitos anos, ela no céu, ele no mar,<br />

pobrezinho, encontrar, alg<strong>um</strong>a coisa, ninguém, muito depois”<br />

Somente os sujeitos 7, 10, 11 do Ensino Médio selecionaram do texto apenas palavras classificadas como<br />

<strong>adjetivo</strong>s. Vejamos as palavras classificadas:<br />

7. “Sonhador, pobrezinho, pequenino”<br />

10. “Sonhador, pobrezinho”<br />

11. “Sonhador, pobrezinho, pequenino”<br />

Tabela 5 - Explicitação <strong>dos</strong> critérios utiliza<strong>dos</strong> pelos alunos para justificar as palavras que classificaram como<br />

<strong>adjetivo</strong>.<br />

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A <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong><br />

Kelly Cristina Feliciano Da Silva e Leny Rodrigues M. Teixeira<br />

Categorias Explicitadas Sujeitos Ensino Fundamental Ensino Médio Total<br />

Característica/Qualidade 5,7,9,10,11, 1 4 5<br />

Critérios Aleatórios 1,2,3,4,6 5 0 5<br />

Complemento 8,12 0 2 2<br />

A tabela 5 descreve as categorias explicitadas pelos alunos ao justificarem a seleção das palavras que<br />

classificaram como <strong>adjetivo</strong>s.<br />

Nota-se que a maioria <strong>dos</strong> alunos do Ensino Médio, explicitaram <strong>um</strong>a definição coerente de “<strong>adjetivo</strong>”. E<br />

apenas o sujeito 5 do Ensino Fundamental utilizou o mesmo critério. Como podemos observar nas falas<br />

abaixo:<br />

UNIrevista - Vol. 1, n° 2 : (abril 2006)<br />

7. “(...) <strong>adjetivo</strong>s são é... qualidades ou defeitos que vc atribui aos<br />

<strong>substantivo</strong>s”.<br />

9. “Adjetivos são qualidades”.<br />

10. “Adjetivo é como <strong>um</strong>a qualidade, <strong>um</strong> estado da pessoa”.<br />

11. “(...) Adjetivo é <strong>um</strong>a qualidade do agente, da pessoa. Eu acho que é<br />

isso”.<br />

Os sujeitos 8 e 12 confundem <strong>adjetivo</strong> com complemento. Vejamos:<br />

8. Adjetivo na minha cabeça seria assim: é o que complementa o <strong>substantivo</strong>,<br />

é o qui dá complemento à frase (...) O <strong>adjetivo</strong> seria o complemento, se<br />

referindo ao sujeito.<br />

12. Éh... os... os <strong>adjetivo</strong>s, no caso, eu considero como <strong>um</strong>a característica.<br />

Se eu tenho o meu <strong>substantivo</strong>, ele dá... ele dá complemento. O <strong>adjetivo</strong> dá<br />

complemento ao <strong>substantivo</strong>.<br />

Enquanto outros utilizaram diferentes critérios, que foram agrupa<strong>dos</strong> na categoria critérios aleatórios. São<br />

exemplos:<br />

1. “Esses aqui é adejetivo por que tem no livro... assim..., que a professora<br />

deu de tarefa(....) No livro tem hoje, muito e depois que eu lembro”.<br />

4. “(...) <strong>adjetivo</strong>, acho que é tudo de menor. Assim... pobrezinho, pequeno,<br />

porque..., ah! Eu não sei porque... eu acho que são essas palavras”.<br />

6. “Porque as palavras <strong>adjetivo</strong> são diferentes das palavras que são<br />

<strong>substantivo</strong>. (...) Eu já estudei isso aqui... essas palavras: explicar, verdade”.<br />

Tabela 6 - Explicitação <strong>dos</strong> critérios utiliza<strong>dos</strong> pelos alunos para conceituar verbalmente <strong>adjetivo</strong>.<br />

Categorias Explicitadas Sujeitos Ensino Fundamental Ensino Médio Total<br />

Característica/Qualidade 5,7,9,10,11 1 4 5<br />

Critérios Aleatórios 1,2,3,4,6 5 0 5<br />

Complemento 8,12 0 2 2<br />

A tabela 6 confirma o critério predominante utilizado pelos alunos para classificar as palavras como <strong>adjetivo</strong>s.<br />

Pois ao conceituar “<strong>adjetivo</strong>”, a maioria <strong>dos</strong> alunos afirma que: “são características ou qualidades”. Vejamos<br />

alg<strong>um</strong>as falas:<br />

5. “Adjetivo: é tudo que é de bom e de bonito e legal.”<br />

7. “O <strong>adjetivo</strong> se refere a <strong>um</strong> <strong>substantivo</strong>...ele estando na frase ou não, ele<br />

está se referindo a aquela palavra. (...) é <strong>um</strong>a qualidade ou <strong>um</strong> defeito que<br />

vc atribui a <strong>um</strong> <strong>substantivo</strong>”.<br />

9. “Adjetivo?...éh... que expressa qualidade, ação, sei lá! Uma coisa assim...<br />

do <strong>substantivo</strong>”.<br />

10. “Adjetivo são qualidades... qualidades..., características também”.<br />

11. “(...) é <strong>um</strong>a classe também gramatical que... se refere a alg<strong>um</strong>a<br />

qualidade, a alg<strong>um</strong>a sensação, sentimento de <strong>um</strong>a pessoa”.<br />

10


A <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong><br />

Kelly Cristina Feliciano Da Silva e Leny Rodrigues M. Teixeira<br />

Os sujeitos 8 e 12 confirmaram que confundem <strong>adjetivo</strong> com complemento. Vejamos as definições<br />

explicitadas:<br />

UNIrevista - Vol. 1, n° 2 : (abril 2006)<br />

8. “ O <strong>adjetivo</strong> seria o complemento, se referindo ao sujeito.”<br />

12. “Adjetivo é <strong>um</strong>a coisa concreta. Terminando a frase... Pra mim o <strong>adjetivo</strong><br />

é <strong>um</strong>a coisa concreta, é <strong>um</strong>a coisa que ao mesmo tempo vai complementar o<br />

<strong>substantivo</strong> dando <strong>um</strong>a versão para a frase. Pra mim é isso.”<br />

Os sujeitos 1,2,3,4,6 do Ensino Fundamental confirmaram que não possuem o conceito de <strong>adjetivo</strong> em sua<br />

estrutura cognitiva, sendo que, novamente oscilaram em suas respostas ou utilizaram critérios sem lógica<br />

dificultando a categorização das respostas e novamente foram agrupa<strong>dos</strong> na categoria critérios aleatórios.<br />

São exemplos:<br />

1. “Adjetivo ... eu não consigo explicar as coisas, eu só sei pra mim, eu não<br />

sou muito boa em português. Eu sou boa em matemática”.<br />

2.“Não respondeu (ficou em silêncio, apesar da intervenção da<br />

investigadora)”.<br />

3. “Não consegui encontrar <strong>um</strong>a resposta (não disse mais nada apesar da<br />

insistência da pesquisadora)”.<br />

4. “Adjetivo... eu n<strong>um</strong> lembro o qui é <strong>adjetivo</strong>... daí eu coloquei esses daqui”.<br />

6. “Porque as palavras <strong>adjetivo</strong> são diferentes das palavras que são<br />

<strong>substantivo</strong>. (...) Eu já estudei isso aqui... essas palavras: explicar, verdade”.<br />

Tabela 7 (referente ao exercício 4): Palavras que dependendo do contexto podem ser classificadas como<br />

<strong>substantivo</strong> ou <strong>adjetivo</strong>.<br />

Apenas os alunos 7 e 11 do Ensino Médio demonstraram ter consciência de que as palavras só podem ser<br />

classificadas dentro de <strong>um</strong> contexto. O exemplo a seguir é ilustrativo ao que dissemos:<br />

7. “(...) boneca no caso, ela seria <strong>um</strong> <strong>substantivo</strong>, sendo <strong>um</strong> objeto e...<br />

boneca como <strong>adjetivo</strong> porque vc poderia dizer: ela é <strong>um</strong>a boneca de menina<br />

se referindo à beleza, a beleza dela... daí ela se encaixaria como <strong>substantivo</strong><br />

e como <strong>adjetivo</strong> dependendo do sentido da frase”.<br />

11- Porque essa “branca” se refere a cor (letra a), isso no caso, é <strong>adjetivo</strong>, a<br />

qualidade, <strong>um</strong>a coisa referente a cor; a cor branca e “ Branca” na letra (b) é<br />

o nome da menina. (...)<br />

Na letra (b) são..., segundo os pais da Branca, ela é <strong>um</strong>a boneca, então<br />

nesse caso, seria <strong>um</strong>a qualidade,... alg<strong>um</strong>a coisa, ou <strong>um</strong> <strong>adjetivo</strong> dela. E aqui<br />

(letra c), Juliana ganhou <strong>um</strong> brinquedo, <strong>um</strong>a boneca..<br />

Os sujeitos 8,9,10, mostraram que ainda não completaram o processo de conscientização de que as<br />

palavras fora de <strong>um</strong> contexto não podem ser classificadas. Pois, oscilaram ao classificar as palavras “branca<br />

e boneca”. Vejamos:<br />

O sujeito 8 por exemplo apesar de classificar adequadamente a palavra “branca”, classificou “boneca”<br />

apenas como <strong>adjetivo</strong>.<br />

Categorias Sujeitos<br />

Alunos que classificaram a palavra “branca” como <strong>substantivo</strong> e<br />

<strong>adjetivo</strong> adequadamente<br />

Alunos que classificaram a palavra “boneca” como <strong>substantivo</strong> e<br />

<strong>adjetivo</strong> adequadamente<br />

7,8,9,11<br />

7,10,11<br />

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A <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong><br />

Kelly Cristina Feliciano Da Silva e Leny Rodrigues M. Teixeira<br />

UNIrevista - Vol. 1, n° 2 : (abril 2006)<br />

8- Branca aqui na cor tá definindo a cor né? E Branca aqui no caso é o nome.<br />

(...) Boneca...porque eu pensei como se fosse <strong>um</strong> brinquedo ... como todas<br />

boneca tem <strong>um</strong> nome,... boneca seria <strong>um</strong> <strong>adjetivo</strong> por ser <strong>um</strong> brinquedo.<br />

O sujeito 10 apesar de explicar o significado das palavras: “branca e boneca”, classificou adequadamente,<br />

apenas a palavra “boneca” nas duas frases, no entanto, a palavra “branca” foi classificada somente como<br />

<strong>substantivo</strong>. Vejamos as respostas:<br />

10- Aqui (letra b) fala que “os pais dela falam que ela é <strong>um</strong>a boneca” , eles<br />

estão caracterizando ela, e na letra (c) fala que ela ganhou <strong>um</strong>a boneca, <strong>um</strong><br />

brinquedo.<br />

Pesquisadora: Então, porque na letra (a) do exercício 4, vc não classificou a<br />

palavra “branca” nem como <strong>substantivo</strong>, nem como <strong>adjetivo</strong>?<br />

10- Porque eu fiquei na dúvida.<br />

Tabela 8 (Exercício 5) – Palavras que os alunos admitiram que têm duplos senti<strong>dos</strong> e portanto diferente<br />

classificação gramatical.<br />

Palavras Substantivos Adjetivos Ensino<br />

Fundamental<br />

Ensino Médio Total<br />

Boneca 7, 10, 11 7, 10, 11 0 3 3<br />

Branca 7, 9, 10, 11 7, 9, 10, 11 0 4 4<br />

Quadrado 7, 9, 11 7, 9, 11 0 3 3<br />

Note-se que nenh<strong>um</strong> aluno do Ensino Fundamental admitiu que <strong>um</strong>a mesma palavra poderia ser <strong>substantivo</strong><br />

e <strong>adjetivo</strong>.<br />

O aluno 7 reafirmou que os <strong>conceitos</strong> <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong> foram assimila<strong>dos</strong> significativamente.<br />

Pesquisadora - Dá para vc explicar para mim por que aqui no exercício 5 vc<br />

colocou boneca na coluna <strong>dos</strong> <strong>substantivo</strong>s e colocou boneca também na<br />

coluna <strong>dos</strong> <strong>adjetivo</strong>s?<br />

7. “Porque boneca no caso, ela seria <strong>um</strong> <strong>substantivo</strong>, sendo <strong>um</strong> objeto e...<br />

também boneca no <strong>adjetivo</strong> porque vc poderia dizer: ele á <strong>um</strong>a boneca de<br />

menina se referindo à beleza, a beleza dela... daí ela se encaixaria como<br />

<strong>substantivo</strong> e como <strong>adjetivo</strong> dependendo do sentido da frase.”<br />

O sujeito 11 apesar de em alguns momentos ter deixado transparecer <strong>um</strong>a certa dificuldade ao expressar<br />

seus pensamentos também assimilou significativamente os <strong>conceitos</strong> de <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong>.<br />

11- Ah! Porque depende de como a frase foi escrita né?... sei lá!..., se<br />

existem várias palavras escritas quase que da mesma forma e tem outros<br />

senti<strong>dos</strong>, a frase também...; dependendo acho que do sujeito dessa frase, ela<br />

pode mudar o sentido dela.<br />

O sujeito 9 apesar de ter explicado os significa<strong>dos</strong> e classificado adequadamente a palavra “branca”, o<br />

mesmo não ocorreu com as palavras “boneca e quadrado”, confirmando que os <strong>conceitos</strong> não foram<br />

forma<strong>dos</strong> significativamente.<br />

9- porque aqui nessa frase (apontou para a letra b) Branca é como <strong>um</strong> nome<br />

né?; Branca é <strong>um</strong>a menina muito alegre... e aqui (letra a) como <strong>um</strong> <strong>adjetivo</strong>,<br />

seria... acho que cor né?... (silêncio)... Dependendo do sentido da frase...<br />

O sujeito 10 oscilou ao classificar <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong> e inicialmente expressou <strong>um</strong> conceito memorizado.<br />

No entanto, percebemos que no decorrer da entrevista, esse sujeito descobriu que <strong>um</strong>a mesma palavra<br />

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A <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong><br />

Kelly Cristina Feliciano Da Silva e Leny Rodrigues M. Teixeira<br />

pode ter significa<strong>dos</strong> distintos e, portanto, não pode ser classificada na mesma categoria gramatical.<br />

Vejamos alguns trechos da entrevista que confirmam nossa afirmação:<br />

Análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

UNIrevista - Vol. 1, n° 2 : (abril 2006)<br />

Pesquisadora: Na letra (b) vc colocou “boneca” como <strong>adjetivo</strong> e na letra (c)<br />

como <strong>substantivo</strong>, vc poderia me explicar qual é a diferença?<br />

10. “disse bem baixinho: h<strong>um</strong>... eu coloquei errado...da “boneca”? eu<br />

coloquei ela no lugar errado”. (...) “ficou parada <strong>um</strong> pouco e de repente disse:<br />

Ah tá!, aqui nesse caso (letra c) foi <strong>um</strong> presente que ela ganhou e aqui nesse<br />

caso (letra b) os pais dela caracterizavam ela como <strong>um</strong>a boneca. Depois<br />

disse: não escreve isso, é que aqui nesse caso eu não prestei atenção no que<br />

eu disse e disse que “boneca” tava no lugar errado e não tá no lugar errado.<br />

Na análise das tabelas e falas, percebemos o conceito de <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong> associa<strong>dos</strong> a outros<br />

<strong>conceitos</strong>. Sendo que, a grande maioria classificou verbos, pronomes, <strong>adjetivo</strong>s e advérbios, como<br />

<strong>substantivo</strong>s/<strong>adjetivo</strong>s.<br />

No entanto, quando foi solicitado que conceituassem verbalmente “<strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong>”, a maioria <strong>dos</strong><br />

sujeitos afirmou que são palavras que nomeiam seres, objetos e coisas e <strong>adjetivo</strong>s são qualidades, defeitos,<br />

características que se atribui aos <strong>substantivo</strong>s. A definição <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> reafirmou que no geral, os alunos<br />

da 4ª série memorizaram arbitrariamente <strong>um</strong>a seqüência de palavras, que não possuem significado para<br />

eles, justificando o esquecimento de alg<strong>um</strong>as das palavras memorizadas.<br />

Os demais alunos da 4ª série ainda não iniciaram o processo de <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> investiga<strong>dos</strong>, pois<br />

apesar de freqüentarem a mesma escola, a professora ser a mesma, e as idades muito próximas, o nível de<br />

desenvolvimento desses sujeitos é diferente. Segundo Piaget estes alunos não atingiram o nível de<br />

desenvolvimento cognitivo necessário para assimilar estes <strong>conceitos</strong>.<br />

De acordo com a teoria de Ausubel não houve Aprendizagem Significativa e sim <strong>um</strong>a aprendizagem<br />

mecânica, pois nesse tipo de aprendizagem, o conteúdo a ser aprendido chega pronto e estabelece <strong>um</strong>a<br />

relação arbitrária com a estrutura cognitiva do aprendiz, ou seja, é <strong>um</strong>a relação casual e ao pé da letra, que<br />

dificulta e até impossibilita a aprendizagem.<br />

Considerações finais<br />

Conforme os Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa (2000) saber o que é <strong>substantivo</strong>, <strong>adjetivo</strong>,<br />

verbo, artigo, preposição e outros <strong>conceitos</strong> gramaticais não significa ser capaz de construir bons textos,<br />

empregando bem esses conhecimentos. Sendo assim, acreditamos que os aspectos gramaticais devem ser<br />

seleciona<strong>dos</strong> a partir das produções escritas. E não estamos dizendo que não precisa mais ensinar gramática,<br />

mas que ela deve ser trabalhada à medida que se torne necessária para a reflexão a respeito da língua.<br />

Segundo a teoria de Ausubel, “o fator que mais influência positiva ou negativamente a aprendizagem é o<br />

que o aprendiz já sabe e que irá facilitar a aprendizagem de novas informações” (MOREIRA, 1999,p.152).<br />

Concordamos com a teoria de Ausubel, pois acreditamos que o ensino escolar precisa partir <strong>dos</strong><br />

conhecimentos prévios – subsunçores – existentes na estrutura cognitiva de cada indivíduo e<br />

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A <strong>formação</strong> <strong>dos</strong> <strong>conceitos</strong> <strong>substantivo</strong> e <strong>adjetivo</strong><br />

Kelly Cristina Feliciano Da Silva e Leny Rodrigues M. Teixeira<br />

gradativamente serem trabalha<strong>dos</strong> para que se tornem os mais adequa<strong>dos</strong> possíveis, para que assim, o<br />

aluno possa tornar-se <strong>um</strong> cidadão que interage com a sociedade na qual está inserido. Pois qualquer<br />

educador que se dedicar a analisar a situação do ensino e da aprendizagem, perceberá que a instituição<br />

escolar não tem formado nem os <strong>conceitos</strong> científicos, nem preparado os alunos para atuar no contexto<br />

sócio-histórico em que estão inseri<strong>dos</strong>.<br />

Res<strong>um</strong>indo, acreditamos que cada vez mais está sendo evidenciado que os alunos não estão aprendendo os<br />

<strong>conceitos</strong> ensina<strong>dos</strong> na escola, e, portanto, talvez seria melhor deixarmos de lado, ao menos os <strong>conceitos</strong><br />

gramaticais da Língua Portuguesa e nos dedicarmos mais à leitura, interpretação, reflexão, discussão e<br />

produção de textos e idéias. Pois, assim ao menos aprenderia a interagir e comunicar-se com o mundo.<br />

Referências<br />

ARNAY, J. 1998. Reflexões para <strong>um</strong> debate sobre a construção do conhecimento na escola: r<strong>um</strong>o a <strong>um</strong>a<br />

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Curriculares Nacionais –PCN de Língua Portuguesa. Brasília: MEC –SEF.<br />

MATTHES, N. A. 2004. A difícil tarefa de ensinar gramática. Revista Presença Pedagógica, v. 10 N.55 Jan/<br />

Fev.<br />

MOREIRA, M. A e MASINI, E. F. S. 1980. Aprendizagem significativa: teoria de David Ausubel.<br />

MOREIRA, M. A. 1982. Aprendizagem significativa: A teoria de David Ausubel. São Paulo, Moraes.<br />

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REGO, T. C. 1995. Vygotsky: <strong>um</strong>a perspectiva histórico-cultural da educação. Rio de Janeiro, Vozes.<br />

RONCA, A. C. C. 1982. O modelo de ensino de David Ausubel. In: J. MILAN, Psicologia, São Paulo, Papelivros.<br />

SALVADOR, C.C. et al 2000. Psicologia do ensino. Porto Alegre, Artmed, p. 231-390.<br />

TEIXEIRA, L. R. M. 2003. Desenvolvimento cognitivo e educação infantil: espontâneo ou produzido?. In: I.<br />

RUSSEFF, M. BITTAR (orgs.), Educação Infantil: política, <strong>formação</strong> e prática docente. Campo Grande,<br />

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TUNES, E. 2000. Os <strong>conceitos</strong> científicos e o desenvolvimento do pensamento verbal. Caderno Cedes, ano<br />

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Resulta<strong>dos</strong> do sistema nacional da avaliação da educação básica - SAEB: Disponível em<br />

http:// www.inep.gov.br/ . Acessado em: 17/03/2005.<br />

UNIrevista - Vol. 1, n° 2 : (abril 2006)<br />

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