ROOTS 5 - Gestão do ciclo de projetos
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ADVOCACY <strong>ROOTS</strong> 5 TOOLKIT<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>projetos</strong><br />
<strong>ROOTS</strong>: Recursos para Organizações com Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Transformação e Socialização<br />
recursos<br />
<strong>ROOTS</strong>
ecursos<br />
<strong>ROOTS</strong><br />
<strong>Gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong><br />
Escrito por Rachel Blackman<br />
Traduzi<strong>do</strong> por: João Martinez da Cruz e Jean Perry<br />
Design: Wingfinger<br />
Ilustrações: Bill Crooks<br />
A autora gostaria <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer pela contribuição das seguintes pessoas: Isabel Carter, Mike Carter,<br />
Toyditz Cosico, Dewi Hughes, Sheila Melot, Hilda Mukui e David Mundy. Agra<strong>de</strong>cemos aos nossos<br />
parceiros que testaram este recurso. Agra<strong>de</strong>cemos ao Centro para Desenvolvimento Internacional e<br />
Treinamento, da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Wolverhampton, por treinarem os funcionários <strong>do</strong> Grupo<br />
Internacional da Tearfund na área <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> em julho <strong>de</strong> 2002. Os materiais <strong>de</strong><br />
treinamento forneci<strong>do</strong>s por eles foram usa<strong>do</strong>s como base em algumas das seções <strong>de</strong>ste recurso.<br />
Saber como os recursos da Tearfund são utiliza<strong>do</strong>s pelos parceiros e por outras organizações<br />
ajuda-nos a melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s futuros recursos. Se <strong>de</strong>sejar fazer comentários sobre este<br />
recurso, por favor, escreva para a Tearfund ou envie um e-mail para roots@tearfund.org<br />
Outros títulos da série <strong>ROOTS</strong>:<br />
■ <strong>ROOTS</strong> 1 e 2 – Kit <strong>de</strong> ferramentas para a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> direitos<br />
Um conjunto <strong>de</strong> <strong>do</strong>is manuais separa<strong>do</strong>s: Compreensão da <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> direitos (<strong>ROOTS</strong> 1)<br />
e Ação prática na <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> direitos (<strong>ROOTS</strong> 2). Só po<strong>de</strong>m ser obti<strong>do</strong>s em conjunto.<br />
■ <strong>ROOTS</strong> 3 – Avalian<strong>do</strong> a capacida<strong>de</strong> da sua organização. Uma ferramenta <strong>de</strong> avaliação<br />
organizacional para permitir às organizações i<strong>de</strong>ntificar as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> suas capacida<strong>de</strong>s.<br />
■ <strong>ROOTS</strong> 4 – Construin<strong>do</strong> a paz <strong>de</strong>ntro das nossas comunida<strong>de</strong>s. Pontos <strong>de</strong> aprendizagem<br />
retira<strong>do</strong>s <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> parceiros da Tearfund que estiveram envolvi<strong>do</strong>s no trabalho<br />
<strong>de</strong> incentivo à paz e à reconciliação em comunida<strong>de</strong>s.<br />
To<strong>do</strong>s eles estão disponíveis em inglês e a maioria também está disponível em francês, espanhol<br />
e português.<br />
Para obter maiores informações, escreva para Resources Development, PO Box 200, Bridgnorth,<br />
Shropshire, WV16 4QP, ou envie um e-mail para roots@tearfund.org<br />
© Tearfund 2003<br />
ISBN 1 904364 27 6<br />
5<br />
Publica<strong>do</strong> pela Tearfund. Uma companhia limitada. Registrada na Inglaterra sob o no. 994339.<br />
Organização sem fins lucrativos registrada sob o no. 265464.<br />
A Tearfund é uma agência cristã evangélica <strong>de</strong> assistência e <strong>de</strong>senvolvimento, que trabalha<br />
através <strong>de</strong> parceiros locais, procuran<strong>do</strong> trazer auxílio e esperança às comunida<strong>de</strong>s carentes por<br />
to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>.<br />
Tearfund, 100 Church Road, Teddington, TW11 8QE, Reino Uni<strong>do</strong><br />
Tel: +44 20 8977 9144<br />
E-mail: roots@tearfund.org<br />
Web: www.tilz.info
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>do</strong><br />
<strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong><br />
Escrito por Rachel Blackman<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Conteú<strong>do</strong><br />
Glossário 5<br />
Introdução 7<br />
Planejamento 8<br />
O <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> 10<br />
Seção 1 I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> projeto 13<br />
Seção 2 Montagem <strong>do</strong> projeto 19<br />
2.1 Análise <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s (“stakehol<strong>de</strong>rs”) 20<br />
2.2 Pesquisa 29<br />
2.3 Análise <strong>de</strong> problemas 34<br />
2.4 Marco lógico 38<br />
Completan<strong>do</strong> um marco lógico 41<br />
• FASE 1 Resumo <strong>de</strong> objetivos 41<br />
• FASE 2 Suposições 45<br />
• FASE 3 Indica<strong>do</strong>res e evidências 51<br />
2.5 Proposta 59<br />
2.6 Planejamento <strong>de</strong> ações 59<br />
Seção 3 Implementação e avaliação 65<br />
Seção 4 Celebran<strong>do</strong> sucesso 73<br />
Seção 5 Anexos 75<br />
Interação com os financia<strong>do</strong>res 75<br />
Programa sugeri<strong>do</strong> para um encontro <strong>de</strong> treinamento 77<br />
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3
Glossário<br />
Este glossário explica o significa<strong>do</strong> <strong>de</strong> palavras difíceis, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a maneira que elas são<br />
usadas neste manual.<br />
aliança um relacionamento próximo, basea<strong>do</strong> em metas ou características semelhantes<br />
anteprojeto um breve resumo <strong>de</strong> uma idéia para um projeto<br />
ativida<strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> trabalho realiza<strong>do</strong> para alcançar objetivos<br />
“ator interessa<strong>do</strong>” uma pessoa interessada ou preocupada com um projeto realiza<strong>do</strong> por uma organização<br />
(“stakehol<strong>de</strong>r”)<br />
avaliação um levantamento feito no final, ou logo após, o término <strong>de</strong> um projeto para mostrar o seu<br />
impacto<br />
beneficiário uma pessoa que beneficia-se com o projeto<br />
contingência um evento que po<strong>de</strong>rá acontecer, mas que não é provável ou planeja<strong>do</strong><br />
custos operacionais dinheiro para necessida<strong>de</strong>s contínuas, assim como combustível<br />
<strong>de</strong>preciar per<strong>de</strong>r valor ao longo <strong>do</strong> tempo<br />
<strong>do</strong>a<strong>do</strong>r alguém, geralmente uma organização, que <strong>do</strong>a dinheiro para um projeto<br />
eficiência quan<strong>do</strong> se faz o melhor uso <strong>do</strong>s recursos e, assim, nenhum <strong>de</strong>les é <strong>de</strong>sperdiça<strong>do</strong><br />
empo<strong>de</strong>ramento o processo pelo qual as pessoas adquirem confiança própria e tornam-se agentes <strong>de</strong> mudanças<br />
eqüida<strong>de</strong> imparcialida<strong>de</strong><br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
evidências a fonte <strong>de</strong> informações necessárias para medir o <strong>de</strong>sempenho<br />
exílio quan<strong>do</strong> uma pessoa é forçada a viver fora <strong>do</strong> seu próprio país<br />
explosão <strong>de</strong> idéias relatar o que vem imediatamente à mente sobre uma questão<br />
gastos patrimoniais dinheiro para um equipamento ou bem, assim como um veículo<br />
hierarquia uma série na qual cada item é organiza<strong>do</strong> em or<strong>de</strong>m<br />
i<strong>de</strong>ntificação quan<strong>do</strong> uma necessida<strong>de</strong> comunitária prioritária é concordada, a qual um projeto po<strong>de</strong><br />
aten<strong>de</strong>r<br />
implementação quan<strong>do</strong> um projeto for efetivamente realiza<strong>do</strong><br />
indica<strong>do</strong>r um sinal que indica progresso quanto ao alcance <strong>de</strong> objetivos<br />
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5
6<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
indica<strong>do</strong>r on<strong>de</strong> palavras são usadas para <strong>de</strong>screver mudanças<br />
qualitativo<br />
indica<strong>do</strong>r on<strong>de</strong> números são usa<strong>do</strong>s para medir mudanças<br />
quantitativo<br />
informante chave uma pessoa capaz <strong>de</strong> fornecer informações sobre um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> assunto<br />
levantamento <strong>de</strong> o processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e compreensão das necessida<strong>de</strong>s das pessoas<br />
necessida<strong>de</strong>s<br />
levantamento prévio um levantamento realiza<strong>do</strong> antes <strong>do</strong> projeto começar<br />
linha <strong>de</strong> base da<strong>do</strong>s usa<strong>do</strong>s como referência e com os quais futuros resulta<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m ser compara<strong>do</strong>s<br />
manipula<strong>do</strong> controla<strong>do</strong> ou influencia<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma maneira negativa<br />
marco lógico um quadro que apresenta um resumo <strong>do</strong>s planos <strong>de</strong> um projeto<br />
meta o objetivo mais amplo <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
monitorização um processo contínuo <strong>de</strong> medição <strong>do</strong> progresso quanto ao alcance <strong>de</strong> objetivos<br />
objetivo uma palavra geral usada para uma mudança <strong>de</strong>sejada<br />
ONG organização não governamental<br />
participação o envolvimento <strong>de</strong> pessoas nas <strong>de</strong>cisões e processos que afetam as suas vidas<br />
prestação <strong>de</strong> contas explican<strong>do</strong> <strong>de</strong>cisões, ações ou o uso <strong>de</strong> dinheiro aos atores interessa<strong>do</strong>s<br />
propósito a mudança específica que o projeto fará para contribuir à meta<br />
resulta<strong>do</strong>s o que um projeto realmente produz ao realizar as suas ativida<strong>de</strong>s<br />
a curto prazo<br />
revisão um levantamento ocasional <strong>do</strong> progresso <strong>de</strong> um projeto<br />
risco a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algo ruim acontecer<br />
suposição uma condição que precisa ser atendida para que um projeto obtenha êxito<br />
sustentabilida<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> os benefícios <strong>de</strong> projeto continuam<br />
termos <strong>de</strong> um <strong>do</strong>cumento que resume o que é espera<strong>do</strong> através <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> uma pessoa ou<br />
referência organização<br />
transparência comunicação e tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> forma aberta<br />
variação a diferença entre o que foi orça<strong>do</strong> e o que foi realmente gasto<br />
verificável algo que po<strong>de</strong> ser prova<strong>do</strong> como sen<strong>do</strong> verda<strong>de</strong>iro<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Introdução<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> (GCP) é o termo da<strong>do</strong> ao processo <strong>de</strong> planejamento e gestão <strong>de</strong><br />
<strong>projetos</strong>, programas e organizações. Ele é amplamente usa<strong>do</strong> no setor <strong>de</strong> negócios e está cada<br />
vez mais sen<strong>do</strong> usa<strong>do</strong> pelas organizações <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Às vezes os <strong>projetos</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento fracassam porque são mal planeja<strong>do</strong>s e não levam em conta alguns fatores<br />
importantes, especialmente as necessida<strong>de</strong>s e as opiniões <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s. GCP é<br />
baseada em torno <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> um projeto, o que garante que to<strong>do</strong>s os aspectos <strong>do</strong>s <strong>projetos</strong><br />
sejam consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s. Uma qualida<strong>de</strong> importante <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> GCP é que os aspectos <strong>do</strong> projeto<br />
são reconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s durante to<strong>do</strong> o seu <strong>ciclo</strong> e, assim, ele garante que quaisquer mudanças<br />
ocorridas sejam incluídas na sua montagem. Como resulta<strong>do</strong> disto, os <strong>projetos</strong> passam a ter<br />
uma maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> êxito e sustentabilida<strong>de</strong>.<br />
GCP envolve um conjunto <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> planejamento que sustentam o marco lógico.<br />
O marco lógico é um quadro que apresenta um resumo <strong>do</strong>s planos <strong>do</strong> projeto. Atualmente<br />
alguns <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res esperam que o marco lógico seja submeti<strong>do</strong> junto com as propostas <strong>de</strong> um<br />
projeto. O marco lógico po<strong>de</strong> parecer bastante complexo para muitas pessoas. Isto faz com<br />
que algumas organizações se sintam incapazes <strong>de</strong> obter acesso ao financiamento <strong>de</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res.<br />
Este manual explica o processo para completar o marco lógico <strong>de</strong> uma forma simples e, assim,<br />
procura aumentar a habilida<strong>de</strong> das organizações no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> obter acesso a tal<br />
financiamento. De qualquer mo<strong>do</strong>, talvez as organizações queiram começar a usar o marco<br />
lógico para to<strong>do</strong>s os seus <strong>projetos</strong>, se estiverem solicitan<strong>do</strong> financiamento <strong>de</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res ou não.<br />
Isto é porque o processo para completar o marco lógico é, <strong>de</strong> muitas maneiras, mais útil <strong>do</strong><br />
que o produto final. O processo é importante para o sucesso <strong>do</strong> projeto, para a<br />
sustentabilida<strong>de</strong> e aprendizagem organizacional.<br />
Em to<strong>do</strong> este manual, nós falamos sobre o uso <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> para <strong>projetos</strong><br />
porque esta é provavelmente a principal maneira em que GCP será usada. No entanto, todas<br />
as ferramentas po<strong>de</strong>m ser usadas <strong>de</strong> uma forma igualmente eficaz no planejamento <strong>de</strong><br />
programas, na gestão e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> organizações.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
7
8<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Planejamento<br />
ESTUDO BÍBLICO Capturan<strong>do</strong> a visão<br />
Por quê é<br />
importante<br />
fazer um bom<br />
planejamento?<br />
O livro <strong>de</strong> Neemias nos conta como Neemias li<strong>de</strong>rou a reconstrução <strong>do</strong>s muros <strong>de</strong> Jerusalém, os<br />
quais haviam si<strong>do</strong> <strong>de</strong>struí<strong>do</strong>s por um incêndio causa<strong>do</strong> pelos babilônios.<br />
■ O capítulo 1 nos conta sobre o chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> Deus para que Neemias realizasse aquela tarefa.<br />
O que este capítulo nos diz sobre:<br />
• A sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Neemias para com a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus?<br />
• A motivação <strong>de</strong> Neemias em fazer a tarefa?<br />
• A atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Neemias como lí<strong>de</strong>r?<br />
• A compaixão <strong>de</strong> Neemias?<br />
• A atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Neemias para com a oração?<br />
■ To<strong>do</strong>s os fatores acima <strong>de</strong>ram visão para Neemias quanto à tarefa adiante.<br />
• Como isto <strong>de</strong>safia a nossa atitu<strong>de</strong> para com o trabalho que fazemos?<br />
■ Provérbios 16:3 nos diz: “Consagre ao Senhor tu<strong>do</strong> o que você faz, e os seus planos serão<br />
bem sucedi<strong>do</strong>s.”<br />
• O que este versículo nos diz sobre o vínculo entre oração e planejamento? Somente a<br />
oração é suficiente? Somente o planejamento é suficiente?<br />
• Nós oramos ao planejarmos o nosso trabalho?<br />
“Os planos bem elabora<strong>do</strong>s levam à fartura; mas o apressa<strong>do</strong> sempre acaba na miséria.”<br />
Provérbios 21:5<br />
Existe uma frase que diz: “Se você fracassar em planejar, você planeja para fracassar.” Pense em<br />
algumas ocasiões quan<strong>do</strong> as coisas não <strong>de</strong>ram certo porque o planejamento não foi realiza<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> foram a<strong>de</strong>quada. Por quê as coisas não <strong>de</strong>ram certo? Que coisas não foram levadas em<br />
consi<strong>de</strong>ração?<br />
Existem muitas razões porque o planejamento é uma boa idéia. Planejamento ajuda a:<br />
■ pensar com antecedência e preparar-se<br />
para o futuro<br />
■ garantir que a direção certa seja tomada<br />
■ i<strong>de</strong>ntificar questões que precisarão<br />
ser atendidas<br />
■ consi<strong>de</strong>rar se um projeto é possível<br />
■ fazer o melhor uso <strong>do</strong>s recursos<br />
■ motivar os funcionários<br />
■ garantir que os <strong>projetos</strong> sejam<br />
realiza<strong>do</strong>s sem dificulda<strong>de</strong>s<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />
■ esclarecer metas e <strong>de</strong>senvolver a visão<br />
■ <strong>de</strong>finir a razão para se fazer algo<br />
■ escolher entre opções existentes<br />
■ obter financiamento e outros recursos<br />
■ alocar recursos e responsabilida<strong>de</strong>s<br />
■ guiar a implementação <strong>de</strong> <strong>projetos</strong><br />
■ alcançar os melhores resulta<strong>do</strong>s.
Quem <strong>de</strong>ve<br />
planejar?<br />
Vantagens e<br />
<strong>de</strong>svantagens<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
O planejamento enfrenta muitas barreiras. Por exemplo:<br />
■ falta <strong>de</strong> tempo, ou não reservar tempo para planejar<br />
■ não saber como planejar<br />
■ dificulda<strong>de</strong> em reunir as pessoas certas<br />
■ ter dificulda<strong>de</strong> em planejar porque o futuro é tão incerto<br />
■ querer fazer as coisas imediatamente porque a necessida<strong>de</strong> é urgente, ao invés <strong>de</strong> pensar<br />
sobre elas.<br />
Os seguintes exemplos <strong>de</strong>monstram falta <strong>de</strong> planejamento:<br />
■ Uma pessoa <strong>de</strong> outro país <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> importar garfos ao ver que as pessoas comem com as<br />
mãos. No entanto, naquele país as pessoas estão acostumadas a comer com as mãos. Este<br />
projeto não aten<strong>de</strong> uma necessida<strong>de</strong> real.<br />
■ Um projeto <strong>de</strong> saneamento é inicia<strong>do</strong> porque as pessoas estão morren<strong>do</strong> <strong>de</strong> diarréia. As<br />
pessoas acreditam que a diarréia é causada por espíritos malignos e têm dificulda<strong>de</strong> em<br />
compreen<strong>de</strong>r a relevância <strong>do</strong> projeto.<br />
■ Um projeto agrícola quer ajudar pessoas muito pobres. Um técnico agrícola inicia um<br />
programa <strong>de</strong> cultivo <strong>de</strong> verduras e legumes. Apesar <strong>do</strong> projeto ser tecnicamente muito bem<br />
sucedi<strong>do</strong>, as pessoas muito pobres não são beneficiadas pois não possuem terras.<br />
■ Um projeto <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> peixes cava alguns lagos mas eles não conseguem reter uma<br />
quantida<strong>de</strong> suficiente <strong>de</strong> água <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à composição <strong>do</strong> solo. Não foram obtidas<br />
informações técnicas suficientes.<br />
■ Um projeto <strong>de</strong> artesanato ajuda as pessoas a produzirem sacolas. Um ano <strong>de</strong>pois, ainda há<br />
um gran<strong>de</strong> estoque <strong>de</strong> sacolas não vendidas porque não foi feita uma pesquisa suficiente<br />
sobre os aspectos <strong>de</strong> comercialização <strong>do</strong> produto.<br />
■ Um projeto constrói latrinas, mas as mulheres não as usam porque o local é mal ilumina<strong>do</strong><br />
e elas têm me<strong>do</strong> <strong>de</strong> serem atacadas por homens. Fatores sociais e culturais não foram<br />
leva<strong>do</strong>s em consi<strong>de</strong>ração.<br />
Uma questão chave no processo <strong>de</strong> planejamento é “quem <strong>de</strong>ve estar envolvi<strong>do</strong>?” Existem<br />
vantagens e <strong>de</strong>svantagens em planejar sozinho e com diferentes tipos <strong>de</strong> pessoas.<br />
Pense nas seguintes situações em termos <strong>de</strong> tempo, tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, conflito, responsabilida<strong>de</strong>,<br />
conhecimentos, apropriação, recursos e motivação:<br />
■ Imagine um gerente em uma organização <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e assistência em situações <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sastres. Quais são as vantagens <strong>do</strong> gerente planejar um projeto sozinho? Quais são as<br />
<strong>de</strong>svantagens?<br />
■ Imagine alguns funcionários <strong>de</strong> uma organização <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e assistência em situações <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sastres planejan<strong>do</strong> um projeto juntos. Quais são as vantagens e <strong>de</strong>svantagens?<br />
■ Imagine os funcionários <strong>de</strong> uma organização <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e assistência em situações <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sastres planejan<strong>do</strong> um projeto com os membros da comunida<strong>de</strong>. Quais são as vantagens e<br />
<strong>de</strong>svantagens?<br />
Qual <strong>de</strong>stas situações é a melhor? Por quê? Como algumas das <strong>de</strong>svantagens daquela situação<br />
po<strong>de</strong>riam ser superadas?<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
9
10<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
O <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong><br />
O processo <strong>de</strong> planejamento e gestão <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senha<strong>do</strong> como um <strong>ciclo</strong>. Uma<br />
fase <strong>do</strong> projeto leva à outra.<br />
IDENTIFICAÇÃO Para i<strong>de</strong>ntificarmos em que um projeto <strong>de</strong>ve enfocar-se, precisamos <strong>de</strong>scobrir<br />
quem <strong>de</strong>verá beneficiar-se e quais são as suas necessida<strong>de</strong>s. Um “levantamento <strong>de</strong><br />
necessida<strong>de</strong>s” dará uma visão geral <strong>do</strong>s problemas comunitários. Um “levantamento <strong>de</strong><br />
capacida<strong>de</strong>s” ajudará a i<strong>de</strong>ntificar que problema o projeto <strong>de</strong>verá aten<strong>de</strong>r.<br />
MONTAGEM Uma vez que tenha si<strong>do</strong> <strong>de</strong>cidi<strong>do</strong> levar o projeto adiante, po<strong>de</strong>mos começar a<br />
pensar sobre os <strong>de</strong>talhes. Esta fase inclui a realização <strong>de</strong> pesquisas adicionais sobre as pessoas<br />
afetadas por um problema e como elas são afetadas por ele. Também precisamos consi<strong>de</strong>rar os<br />
riscos ao projeto e como mediremos o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> mesmo.<br />
IMPLEMENTAÇÃO Durante a implementação <strong>do</strong> projeto, é importante monitorar e avaliar o<br />
progresso <strong>do</strong> mesmo, bem como quaisquer mudanças externas que o afetam. Os planos <strong>do</strong><br />
projeto <strong>de</strong>verão ser ajusta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as necessida<strong>de</strong>s.<br />
AVALIAÇÃO A avaliação <strong>de</strong>ve ser feita no término, ou após o término, <strong>do</strong> projeto. A avaliação<br />
po<strong>de</strong> ser feita alguns meses ou anos <strong>de</strong>pois que o projeto tenha si<strong>do</strong> concluí<strong>do</strong> para que se<br />
possa fazer um levantamento <strong>do</strong> seu impacto e sustentabilida<strong>de</strong> a longo prazo.<br />
APRENDIZAGEM DE LIÇÕES Apesar <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> ser uma ferramenta útil para representar<br />
os estágios <strong>de</strong> um projeto, ele tem uma <strong>de</strong>svantagem: ele dá a impressão que uma ferramenta<br />
segue a outra. Na realida<strong>de</strong>, muitas das ferramentas <strong>de</strong> planejamento po<strong>de</strong>m ser usadas em<br />
qualquer estágio <strong>do</strong> projeto. Elas <strong>de</strong>vem ser repetidas ao longo <strong>de</strong> toda a vida <strong>do</strong> projeto para<br />
garantir que quaisquer mudanças que possam afetar o sucesso <strong>do</strong> projeto sejam registradas.<br />
As constatações também <strong>de</strong>vem ser usadas para que a organização aprenda e para melhorar<br />
outros <strong>projetos</strong>.<br />
Avaliação<br />
Revisão<br />
I<strong>de</strong>ntificação<br />
APRENDIZAGEM<br />
DE LIÇÕES<br />
Implementação<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />
Montagem<br />
Monitoramento
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
O planejamento <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong>ve ser visto como um processo contínuo, o qual envolve<br />
aprendizagem através da reflexão e da ação.<br />
REFLEXÃO<br />
AÇÃO<br />
É importante reservar um tempo para parar, pensar, repensar, apren<strong>de</strong>r com os outros<br />
e com Deus.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
REFLEXÃO<br />
TEMPO<br />
AÇÃO<br />
REFLEXÃO<br />
AÇÃO<br />
11
Seção<br />
1<br />
Levantamento <strong>de</strong><br />
necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> projeto<br />
ESTUDO BÍBLICO Respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a uma necessida<strong>de</strong><br />
■ Leia Neemias 1<br />
Neemias era um ju<strong>de</strong>u exila<strong>do</strong> em uma terra alheia. Alguns <strong>do</strong>s ju<strong>de</strong>us haviam regressa<strong>do</strong> para<br />
Judá <strong>de</strong>pois que os seus agressores, os babilônios, foram <strong>de</strong>rrota<strong>do</strong>s pelos assírios. Mas muitos<br />
entre os ju<strong>de</strong>us se sentiram estabeleci<strong>do</strong>s on<strong>de</strong> estavam e, assim, permaneceram no exílio.<br />
• O que preocupou Neemias no versículo 2?<br />
• Que notícias os visitantes <strong>de</strong> Neemias trouxeram? (versículo 3)<br />
• Qual foi a reação <strong>de</strong> Neemias diante das notícias? O que isto nos revela sobre o caráter <strong>de</strong>le?<br />
• Como esta passagem nos <strong>de</strong>safia no nosso relacionamento com Deus e com as<br />
comunida<strong>de</strong>s locais, e na maneira com que respon<strong>de</strong>mos aos outros?<br />
O primeiro passo no <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto é<br />
i<strong>de</strong>ntificar uma questão à qual o projeto<br />
possa <strong>de</strong>dicar-se. Isto geralmente envolve um<br />
“levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s”, o qual <strong>de</strong>scobre<br />
quais são as necessida<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong> e quem<br />
é afeta<strong>do</strong> por elas. Apenas quan<strong>do</strong> sabemos o que<br />
as pessoas realmente querem nós po<strong>de</strong>mos<br />
<strong>de</strong>senvolver um projeto efetivo.<br />
O levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s é segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> um “levantamento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s” para<br />
<strong>de</strong>terminar que qualida<strong>de</strong>s positivas a comunida<strong>de</strong> possui e po<strong>de</strong> usar para solucionar os seus<br />
problemas. O projeto <strong>de</strong>verá procurar fortalecer quaisquer aspectos fracos. Algumas pessoas<br />
preferem usar um “levantamento apreciativo”, ao invés <strong>de</strong> um levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s<br />
e <strong>de</strong> um levantamento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s. Isto, <strong>de</strong> fato, começa com um levantamento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s,<br />
pedin<strong>do</strong> para que os membros da comunida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntifiquem os recursos que possuem<br />
e perguntan<strong>do</strong> como eles gostariam <strong>de</strong> usá-los no futuro. As ferramentas apresentadas nas<br />
próximas páginas po<strong>de</strong>rão ser usadas ou adaptadas para ajudar os membros da comunida<strong>de</strong> a<br />
i<strong>de</strong>ntificarem a sua visão. O projeto, por conseguinte, po<strong>de</strong> ser volta<strong>do</strong> a ajudar a comunida<strong>de</strong><br />
a conquistar parte da sua visão.<br />
Talvez já tenhamos uma boa idéia das necessida<strong>de</strong>s locais. Elas po<strong>de</strong>rão ser bastante óbvias ou<br />
talvez tenhamos toma<strong>do</strong> conhecimento das mesmas durante um projeto anterior. Por outro<br />
la<strong>do</strong>, talvez não tenhamos nenhuma idéia <strong>de</strong> quais sejam as necessida<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong>.<br />
É importante realizar um levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s antes <strong>de</strong> planejar o trabalho <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> conhecermos as necessida<strong>de</strong>s ou não.<br />
■ O projeto <strong>de</strong>ve surgir a partir <strong>do</strong> que as pessoas dizem que querem e não a partir das<br />
suposições que fazemos.<br />
■ Às vezes as necessida<strong>de</strong>s não são imediatamente claras ou não po<strong>de</strong>m ser facilmente<br />
compreendidas.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
Por quê<br />
estamos nos<br />
dan<strong>do</strong> tão mal?<br />
Partidas <strong>de</strong><br />
futebol<br />
Vitórias 0<br />
Empates 0<br />
Derrotas 10<br />
13
14<br />
1<br />
I<strong>de</strong>ntificação<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
■ Ao conversarmos com várias pessoas, po<strong>de</strong>mos compreen<strong>de</strong>r como os problemas afetam as<br />
pessoas <strong>de</strong> diferentes maneiras. Por exemplo, um acesso ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> à água potável po<strong>de</strong>rá<br />
afetar mais as mulheres <strong>do</strong> que os homens porque as mulheres precisam caminhar longas<br />
distâncias para coletar a água.<br />
■ As circunstâncias mudam:<br />
• Po<strong>de</strong>rão haver novas pessoas na comunida<strong>de</strong>.<br />
• Po<strong>de</strong>rão haver novas necessida<strong>de</strong>s.<br />
• Necessida<strong>de</strong>s antigas po<strong>de</strong>rão ter si<strong>do</strong> atendidas.<br />
• Os problemas po<strong>de</strong>rão estar afetan<strong>do</strong> as pessoas <strong>de</strong> diferentes maneiras.<br />
■ O levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s dá uma oportunida<strong>de</strong> para que as pessoas priorizem as<br />
suas necessida<strong>de</strong>s, o que leva a um projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento mais sustentável.<br />
O tempo gasto com a realização <strong>do</strong> levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>rá variar, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />
com o contato que tenhamos realiza<strong>do</strong> com a comunida<strong>de</strong> no passa<strong>do</strong>. Geralmente, o<br />
levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s é feito com certa rapi<strong>de</strong>z. Nesta fase, estamos tentan<strong>do</strong> obter<br />
uma impressão das necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>scobrir quem po<strong>de</strong>rão ser os beneficiários. Nós não<br />
estamos procuran<strong>do</strong> muitos <strong>de</strong>talhes. Pesquisas adicionais sobre os atores interessa<strong>do</strong>s, as<br />
causas e os efeitos <strong>do</strong> problema são realizadas durante a fase <strong>de</strong> montagem no <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto.<br />
Procure conversar com uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas, assim como importantes membros da<br />
comunida<strong>de</strong> ou representantes <strong>de</strong> grupos comunitários. Você também po<strong>de</strong>rá usar méto<strong>do</strong>s<br />
que coletam as opiniões <strong>de</strong> muitas pessoas em um curto espaço <strong>de</strong> tempo, assim como<br />
mapeamento comunitário. Nós não queremos levantar expectativas ou <strong>de</strong>sperdiçar o tempo<br />
das pessoas. Certifique-se <strong>de</strong> que as pessoas com as quais conversamos incluam mulheres,<br />
homens, meninas, meninos, i<strong>do</strong>sos, pessoas com <strong>de</strong>ficiências, etc.<br />
Existem muitas ferramentas <strong>de</strong>stinadas a ajudar as comunida<strong>de</strong>s na i<strong>de</strong>ntificação das suas<br />
necessida<strong>de</strong>s. Algumas ferramentas serão <strong>de</strong>scritas a seguir, como exemplos <strong>de</strong> algumas opções<br />
disponíveis. Estas ferramentas po<strong>de</strong>m ser adaptadas para o levantamento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s.<br />
Fazen<strong>do</strong> perguntas O tipo <strong>de</strong> perguntas que fazemos influencia o tipo <strong>de</strong> informações que po<strong>de</strong>mos coletar. Se fizermos as<br />
perguntas erradas, isto limitará as informações <strong>de</strong>scobertas. É importante evitar perguntas fechadas<br />
on<strong>de</strong> as pessoas só po<strong>de</strong>m respon<strong>de</strong>r “sim” ou “não”. Por exemplo: “O novo posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não é<br />
maravilhoso?” Procure usar perguntas abertas que permitam as pessoas que estão respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a<br />
darem mais informações. Por exemplo: “O que você acha <strong>do</strong> novo posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>?”<br />
Ouça cuida<strong>do</strong>samente e examine as respostas dadas. Será útil ter algumas perguntas importantes na<br />
nossa frente, mas tome cuida<strong>do</strong> para não per<strong>de</strong>r as respostas por estar preparan<strong>do</strong> a próxima<br />
pergunta. Seja flexível e esteja pronto para fazer perguntas não preparadas se alguém disser algo<br />
interessante. Para examinar as respostas dadas, as perguntas normalmente <strong>de</strong>vem começar com uma<br />
das seis “palavras <strong>de</strong> ajuda”: O quê? Quan<strong>do</strong>? On<strong>de</strong>? Quem? Por quê? Como?<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
1<br />
I<strong>de</strong>ntificação<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
FERRAMENTA 1 Ouvin<strong>do</strong><br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Ao ouvirmos as questões sobre as quais as pessoas têm sentimentos mais fortes, é possível<br />
i<strong>de</strong>ntificarmos as questões que elas mais querem que sejam solucionadas e os <strong>projetos</strong> nos<br />
quais elas mais provavelmente participarão. Uma equipe <strong>de</strong> pessoas (agentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
ou mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s vilarejos) fazem perguntas para uma comunida<strong>de</strong> ou grupo para<br />
<strong>de</strong>scobrir o que os estão preocupan<strong>do</strong>, entristecen<strong>do</strong>, alegran<strong>do</strong>, causan<strong>do</strong> me<strong>do</strong>, crian<strong>do</strong><br />
esperanças ou raiva. Estas perguntas <strong>de</strong>vem ser abertas. É importante ter uma idéia clara <strong>do</strong><br />
que estamos procuran<strong>do</strong> e, assim, possamos fazer senti<strong>do</strong> das respostas.<br />
FERRAMENTA 2 Entrevistan<strong>do</strong><br />
Isto nos ajuda a adquirir uma melhor<br />
compreensão das questões e envolve<br />
conversar com pessoas chave na comunida<strong>de</strong><br />
para discutir os conhecimentos, experiências<br />
e compreensão das mesmas sobre as questões.<br />
Estas pessoas já po<strong>de</strong>rão estar envolvidas em<br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento comunitário; elas po<strong>de</strong>rão ser pessoas que a comunida<strong>de</strong><br />
procura em épocas <strong>de</strong> crises ou serem vistas como o “coração” da comunida<strong>de</strong>. As pessoas<br />
chave incluem os agentes sanitaristas, comerciantes, lí<strong>de</strong>res religiosos e comunitários, pastores e<br />
professores. Ao escolher pessoas para entrevistar, certifique-se <strong>de</strong> que as idéias e opiniões das<br />
mesmas provavelmente representem as <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais mora<strong>do</strong>res da comunida<strong>de</strong>. Tome cuida<strong>do</strong><br />
para não apenas entrevistar os po<strong>de</strong>rosos, mas também entreviste aqueles cujas opiniões não<br />
costumam ser ouvidas.<br />
Use perguntas abertas, assim como:<br />
■ Quais são os maiores problemas que você enfrenta na sua área <strong>de</strong> trabalho?<br />
■ Quais são as maiores pressões que as pessoas da comunida<strong>de</strong> enfrentam?<br />
■ Que coisas simples po<strong>de</strong>riam ser feitas para melhorar a situação?<br />
FERRAMENTA 3 Grupos <strong>de</strong> interesse<br />
Esta ferramenta é usada com um grupo <strong>de</strong> 10 a 20 pessoas. Ela as ajudam a compreen<strong>de</strong>r e<br />
expressar alguns <strong>do</strong>s problemas que enfrentam e necessida<strong>de</strong>s que possuem. Um grupo <strong>de</strong><br />
interesse permite com que pessoas com diferentes opiniões discutam as suas diferenças,<br />
<strong>de</strong>safiem suposições e cheguem a uma compreensão coletiva das necessida<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong>.<br />
Ao explorarem as questões juntas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, as comunida<strong>de</strong>s começam a apropriar-se da<br />
intervenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Exemplos <strong>de</strong> perguntas para estimular discussões:<br />
■ Quais são as maiores pressões que as pessoas da comunida<strong>de</strong> estão enfrentan<strong>do</strong>?<br />
■ Que coisas simples po<strong>de</strong>riam ser feitas para melhorar a situação?<br />
■ Se você pu<strong>de</strong>sse mudar apenas uma coisa nesta comunida<strong>de</strong>, o que seria? Por quê?<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
Foto: Isabel Carter<br />
15
FERRAMENTA 4 Mapeamento da comunida<strong>de</strong><br />
16<br />
1<br />
I<strong>de</strong>ntificação<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Concordan<strong>do</strong><br />
necessida<strong>de</strong>s<br />
prioritárias<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Esta ferramenta envolve os membros da comunida<strong>de</strong><br />
no <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> um mapa da comunida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> vivem<br />
para que contem a sua história juntos. Eles fazem o<br />
<strong>de</strong>senho em um papel ou no chão, ao ar livre, usan<strong>do</strong><br />
os recursos que estiverem disponíveis. Eles recebem<br />
poucas orientações sobre o que <strong>de</strong>ve ser incluí<strong>do</strong>. O<br />
ponto importante <strong>de</strong>ste exercício é discutir o que as<br />
pessoas <strong>de</strong>senharam. O mapa po<strong>de</strong>rá mostrar os<br />
recursos naturais e físicos da região – florestas, rios,<br />
ruas, casas, poços. Ele po<strong>de</strong>rá mostrar pessoas e<br />
organizações importantes.<br />
Uma vez que o mapa tenha si<strong>do</strong> <strong>de</strong>senha<strong>do</strong>, incentive<br />
uma discussão, fazen<strong>do</strong> perguntas como:<br />
■ Como vocês <strong>de</strong>cidiram o que incluir? O quê foi excluí<strong>do</strong>?<br />
■ O que foi enfatiza<strong>do</strong>? Quais são as partes mais importantes?<br />
■ O que foi difícil representar?<br />
■ Quais foram as áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sacor<strong>do</strong>?<br />
■ O que po<strong>de</strong>mos apren<strong>de</strong>r com o mapa sobre as necessida<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong>?<br />
Para adquirir uma maior compreensão das questões que os diferentes grupos enfrentam <strong>de</strong>ntro<br />
da comunida<strong>de</strong>, eles <strong>de</strong>vem trabalhar separadamente. O mapa feito pelos jovens po<strong>de</strong>rá<br />
mostrar informações bem diferentes daquelas mostradas pelas mulheres i<strong>do</strong>sas.<br />
Exemplos <strong>de</strong> perguntas para discussão:<br />
■ Que diferenças existem entre os mapas?<br />
■ Por quê existem diferenças?<br />
■ Como as informações <strong>de</strong> cada mapa nos ajudam a formar uma imagem mais completa da<br />
comunida<strong>de</strong>?<br />
Uma vez que as necessida<strong>de</strong>s tenham si<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificadas, os membros da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão<br />
ter a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dizer quais <strong>de</strong>las eles consi<strong>de</strong>ram prioritárias. Peça para que elas<br />
agrupem as suas necessida<strong>de</strong>s em questões gerais, assim como água, saú<strong>de</strong>, terra e alimentos.<br />
Nem sempre importa como as necessida<strong>de</strong>s são agrupadas, mas é importante que as pessoas<br />
possam ver como as suas preocupações foram incluídas.<br />
Uma vez que as necessida<strong>de</strong>s tenham si<strong>do</strong> agrupadas, os membros da comunida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rão<br />
<strong>de</strong>cidir quais questões <strong>de</strong>verão ser priorizadas. Escreva todas as questões em pedaços separa<strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong> papel. Em seguida, os membros da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão or<strong>de</strong>ná-las, das mais importantes<br />
às menos importantes. Incentive-os a discutir e negociar uns com os outros e a mover os<br />
papéis até que to<strong>do</strong>s estejam <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>.<br />
Alternativamente, escreva ou <strong>de</strong>senhe as necessida<strong>de</strong>s em sacos separa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> papel. Dê seis<br />
sementes, pedras ou miçangas para cada pessoa para serem usa<strong>do</strong>s como conta<strong>do</strong>res. Uma<br />
pessoa <strong>de</strong> cada vez <strong>de</strong>verá ser convidada a colocar os seus conta<strong>do</strong>res nos sacos <strong>de</strong> papel<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
1<br />
I<strong>de</strong>ntificação<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
correspon<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as suas priorida<strong>de</strong>s. Elas <strong>de</strong>verão colocar três conta<strong>do</strong>res para<br />
a primeira priorida<strong>de</strong>, <strong>do</strong>is para a segunda e um para a terceira. Em seguida, os conta<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />
cada saco <strong>de</strong>verão ser conta<strong>do</strong>s e os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>verão ser anuncia<strong>do</strong>s. As necessida<strong>de</strong>s são<br />
classificadas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s.<br />
Esta ferramenta <strong>de</strong>verá ajudar a i<strong>de</strong>ntificar a questão principal a ser atendida. Talvez haja mais<br />
<strong>do</strong> que uma priorida<strong>de</strong> para começar e o grupo <strong>de</strong>verá escolher se todas as questões prioritárias<br />
serão atendidas ou se enfocará em apenas uma <strong>de</strong>las <strong>de</strong> cada vez.<br />
Levantamento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s<br />
As comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser incentivadas a usar as suas próprias capacida<strong>de</strong>s e recursos para<br />
solucionar os problemas que enfrentam. Dessa forma, é importante realizar um levantamento<br />
<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s para i<strong>de</strong>ntificar aspectos positivos que a<br />
comunida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria usar para solucionar os problemas que ela tenha i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> anteriormente.<br />
O projeto, caso seja necessário, <strong>de</strong>verá ser enfoca<strong>do</strong> no fortalecimento das capacida<strong>de</strong>s<br />
da comunida<strong>de</strong> para solucionar os seus problemas. Ao fazer isto, estamos facilitan<strong>do</strong> a comunida<strong>de</strong><br />
a solucionar os seus problemas, ao invés <strong>de</strong> solucionarmos os problemas para a mesma.<br />
O levantamento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s inclui seis tipos <strong>de</strong> recursos:<br />
HUMANOS Estes criam condições para que as pessoas usem os seus <strong>de</strong>mais recursos. Eles<br />
incluem habilida<strong>de</strong>s, conhecimentos, capacida<strong>de</strong> para trabalhar e boa saú<strong>de</strong>.<br />
SOCIAIS Estes são basea<strong>do</strong>s em relacionamentos e incluem organizações e grupos <strong>de</strong>ntro<br />
da comunida<strong>de</strong>, estruturas políticas e re<strong>de</strong>s informais.<br />
NATURAIS Estes formam o meio ambiente local e incluem a terra, as árvores, a água, o ar,<br />
o clima e os minerais.<br />
FÍSICOS Estes são feitos pelo homem, assim como as construções, o transporte, o abastecimento<br />
<strong>de</strong> água e os serviços <strong>de</strong> saneamento, as fontes <strong>de</strong> energia e as telecomunicações.<br />
ECONÔMICOS Estas são coisas que as pessoas po<strong>de</strong>m usar para sustentar os seus meios <strong>de</strong><br />
sobrevivência, assim como o dinheiro e as economias, os estoques <strong>de</strong> grãos, os animais, as<br />
ferramentas e os equipamentos.<br />
ESPIRITUAIS Estes incluem a fé, as Escrituras, as orientações e a oração.<br />
Usan<strong>do</strong> técnicas participativas, assim como aquelas que são usadas no levantamento <strong>de</strong><br />
necessida<strong>de</strong>s, peça para que os membros da comunida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntifiquem as suas capacida<strong>de</strong>s.<br />
Lembre-se <strong>de</strong> pedir isto a vários membros da comunida<strong>de</strong> pois as pessoas têm perspectivas<br />
diferentes.<br />
Escreva as capacida<strong>de</strong>s em uma folha gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> papel e peça para que os membros da<br />
comunida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntifiquem como eles po<strong>de</strong>riam ser usadas para solucionar os problemas<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s durante o levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s. Em seguida, peça para que os membros<br />
da comunida<strong>de</strong> pensem sobre quais capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>veriam ser fortalecidas para que, assim, eles<br />
possam começar a solucionar os seus problemas prioritários por si próprios. Isto é o que o<br />
projeto <strong>de</strong>verá enfocar.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
17
18<br />
1<br />
I<strong>de</strong>ntificação<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
EXEMPLO<br />
<strong>de</strong> uma tabela <strong>de</strong><br />
Levantamento <strong>de</strong><br />
Capacida<strong>de</strong>s<br />
Ante<strong>projetos</strong><br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Decida se será realístico que a nossa organização fortaleça a capacida<strong>de</strong> da comunida<strong>de</strong> para<br />
aten<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> prioritária:<br />
■ Aten<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> se encaixa com a nossa missão?<br />
■ Aten<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> está <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os nossos valores?<br />
■ Aten<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> se encaixa com a nossa estratégia?<br />
■ Aten<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> seria algo <strong>de</strong>masiadamente arrisca<strong>do</strong>?<br />
■ Nós temos experiência suficiente?<br />
■ Temos recursos suficientes?<br />
TIPO DE RECURSO CAPACIDADES<br />
Humanos Habilida<strong>de</strong>s na área <strong>de</strong> construção<br />
Forte tradição <strong>de</strong> auto-ajuda<br />
As mulheres produzem artesanato local<br />
Sociais Centro comunitário<br />
Prédio da igreja<br />
Escola primária local<br />
Naturais Rio<br />
Físicas Bom acesso ao centro da cida<strong>de</strong><br />
Acesso à Internet no bairro<br />
Tubos <strong>de</strong> água<br />
Econômicos Fun<strong>do</strong> rotativo<br />
Renda gerada através <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s comerciais no centro da cida<strong>de</strong><br />
Espirituais Li<strong>de</strong>rança voltada a servir<br />
União entre os membros da igreja<br />
Uma vez que uma necessida<strong>de</strong> tenha si<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificada e possa ser atendida por um projeto,<br />
escreva um anteprojeto. Um anteprojeto faz um resumo da idéia <strong>do</strong> projeto. Ele não precisa<br />
conter muitos <strong>de</strong>talhes e po<strong>de</strong>rá ter apenas umas duas páginas. O motivo para se escrever um<br />
anteprojeto antes <strong>de</strong> uma proposta completa é ajudar a li<strong>de</strong>rança da nossa organização ou um<br />
<strong>do</strong>a<strong>do</strong>r a compreen<strong>de</strong>r o que se espera fazer. Eles po<strong>de</strong>m fazer com que o projeto se encaixe<br />
com a estratégia, verificam a sua relevância e qualida<strong>de</strong> e fornecem da<strong>do</strong>s importantes antes<br />
que muito tempo, esforços e recursos sejam gastos planejan<strong>do</strong> o projeto. Se uma organização<br />
não tiver um processo para verificar os <strong>projetos</strong> nesta fase, ela <strong>de</strong>veria consi<strong>de</strong>rar a implementação<br />
<strong>de</strong> um. Os funcionários responsáveis pela avaliação <strong>do</strong>s ante<strong>projetos</strong> <strong>de</strong>vem fazer as<br />
perguntas apresentadas na parte superior <strong>de</strong>sta página.<br />
Os ante<strong>projetos</strong> <strong>de</strong>vem resumir os seguintes aspectos:<br />
■ da<strong>do</strong>s gerais<br />
■ porque o projeto é necessário<br />
■ quem será beneficia<strong>do</strong> através <strong>do</strong> projeto<br />
■ como eles serão beneficia<strong>do</strong>s<br />
■ uma estimativa <strong>do</strong> orçamento total e <strong>do</strong>s recursos necessários para montar o projeto.<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
Seção<br />
2<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Montagem <strong>do</strong> projeto<br />
ESTUDO BÍBLICO Planejan<strong>do</strong> a reconstrução <strong>do</strong> muro<br />
Neemias tinha um bom trabalho. Ele era o copeiro <strong>do</strong> rei (Neemias 1:11). Isto significa que ele<br />
provava a comida e o vinho <strong>do</strong> rei para checar se haviam si<strong>do</strong> envenena<strong>do</strong>s. O rei colocava<br />
muita confiança nele e Neemias provavelmente era um conselheiro pessoal <strong>de</strong>le.<br />
■ Leia Neemias 2:1-9.<br />
• No versículo 2, por quê pensamos que Neemias estava com me<strong>do</strong>?<br />
(Esdras 4 talvez aju<strong>de</strong>.)<br />
■ No entanto, os versículos 5-9 nos mostram que Neemias havia planeja<strong>do</strong> em <strong>de</strong>talhe o que<br />
ele queria fazer e como o faria.<br />
• O que Neemias fez antes <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a pergunta <strong>do</strong> rei? (versículo 4)<br />
• Que tipo <strong>de</strong> coisas Neemias havia planeja<strong>do</strong>?<br />
• O que po<strong>de</strong>mos apren<strong>de</strong>r com esta passagem no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> como administramos os<br />
nossos <strong>projetos</strong>?<br />
■ Leia Neemias 3.<br />
• O que este capítulo nos diz sobre a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participação no projeto?<br />
■ Leia Neemias 2:17.<br />
• Como Neemias incentivava as pessoas a participarem no projeto?<br />
• O que isto nos diz sobre a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança que ele tinha?<br />
■ Algumas pessoas reconstruíram mais <strong>do</strong> que uma parte <strong>do</strong> muro.<br />
• Por quê você acha que elas participaram <strong>de</strong> uma forma tão veemente?<br />
■ Neemias 3:5 nos diz que algumas pessoas se recusaram a participar no projeto.<br />
• Como <strong>de</strong>vemos respon<strong>de</strong>r às pessoas que não <strong>de</strong>sejam participar?<br />
Uma vez que uma necessida<strong>de</strong> comunitária prioritária<br />
tenha si<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificada, po<strong>de</strong>mos começar a<br />
pensar sobre como ela po<strong>de</strong>ria ser atendida.<br />
A montagem <strong>do</strong> projeto consiste em:<br />
■ análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s<br />
■ pesquisas, incluin<strong>do</strong> a análise <strong>de</strong> problemas<br />
■ marco lógico<br />
■ análise <strong>de</strong> riscos<br />
■ preparação <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> ação<br />
■ preparação <strong>de</strong> orçamentos.<br />
Observe que as análises – <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> problemas<br />
e <strong>de</strong> riscos – po<strong>de</strong>rão ser feitas antes da fase <strong>de</strong> montagem. As<br />
análises <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> riscos <strong>de</strong>vem ser feitas<br />
regularmente durante to<strong>do</strong> o <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
Então, quem está<br />
interessa<strong>do</strong> no<br />
nosso clube?<br />
Os nossos<br />
joga<strong>do</strong>res? Os fãs...?<br />
Patrocina<strong>do</strong>r...?<br />
Barraca <strong>de</strong> comida?<br />
O treina<strong>do</strong>r..?<br />
Anunciantes?<br />
19
20<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
2.1 Análise <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s<br />
Os atores interessa<strong>do</strong>s incluem:<br />
■ pessoas afetadas pelo impacto <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong><br />
■ pessoas que po<strong>de</strong>m influenciar o impacto <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong>.<br />
Os atores interessa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m ser indivíduos, grupos, uma comunida<strong>de</strong> ou instituição.<br />
Os grupos <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s são forma<strong>do</strong>s por pessoas que compartilham um interesse<br />
comum, assim como uma ONG, os lí<strong>de</strong>res da igreja e a comunida<strong>de</strong>. No entanto, estes<br />
grupos freqüentemente contêm muitos sub-grupos. Enxergar a comunida<strong>de</strong> como sen<strong>do</strong> um<br />
grupo único <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>rá não fazer nenhum senti<strong>do</strong> porque algumas pessoas<br />
po<strong>de</strong>rão ter interesses muito diferentes das <strong>de</strong>mais na mesma comunida<strong>de</strong>. Talvez seja<br />
necessário dividir a comunida<strong>de</strong> em alguns sub-grupos, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com aspectos como a<br />
posição social, a ida<strong>de</strong>, o gênero, o nível <strong>de</strong> recursos e a etnia. Estes sub-grupos po<strong>de</strong>rão ser<br />
afeta<strong>do</strong>s pelo projeto em mo<strong>do</strong>s diferentes, e alguns sub-grupos po<strong>de</strong>rão ter muito mais<br />
influência sobre o impacto <strong>do</strong> projeto <strong>do</strong> que outros.<br />
Talvez não seja sábio enxergar o governo como um grupo único <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s. Po<strong>de</strong>rá<br />
ser necessário fazer uma lista <strong>do</strong>s ministérios governamentais como diferentes grupos <strong>de</strong> atores<br />
interessa<strong>do</strong>s se eles tiverem opiniões diferentes, e até mesmo conflitantes, sobre uma proposta<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. O governo, a nível nacional, estadual e local, também po<strong>de</strong>rá ter<br />
interesses muito diferentes.<br />
Os atores interessa<strong>do</strong>s incluem:<br />
■ GRUPOS DE USUÁRIOS – pessoas que usam os recursos ou serviços em uma região<br />
■ GRUPOS DE INTERESSE – pessoas interessadas ou que têm uma opinião a respeito, ou que<br />
po<strong>de</strong>m afetar o uso <strong>de</strong> um recurso ou serviço<br />
■ BENEFICIÁRIOS <strong>do</strong> projeto<br />
■ PESSOAS QUE TOMAM DECISÕES<br />
■ PESSOAS FREQÜENTEMENTE EXCLUÍDAS <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões.<br />
Os atores interessa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>rão pertencer a um ou mais <strong>de</strong>stes grupos. Por exemplo, alguém<br />
po<strong>de</strong>rá ser um usuário <strong>de</strong> uma bomba manual (grupo usuário) e também estar envolvi<strong>do</strong> na<br />
associação <strong>do</strong>s usuários <strong>de</strong> água que a administram (grupo <strong>de</strong> interesse, tomar <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões).<br />
Os atores interessa<strong>do</strong>s não são apenas aqueles que gritam mais alto. Aqueles que costumam ser<br />
excluí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sua ida<strong>de</strong>, gênero ou etnia são aqueles<br />
que mais provavelmente sofrem perdas se não estiverem incluí<strong>do</strong>s no planejamento <strong>do</strong> projeto.<br />
Que méto<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>riam ser usa<strong>do</strong>s para garantir que estes atores interessa<strong>do</strong>s sejam envolvi<strong>do</strong>s?<br />
Os atores interessa<strong>do</strong>s incluem os vence<strong>do</strong>res e os per<strong>de</strong><strong>do</strong>res como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> projeto.<br />
Embora a maioria <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s venham a se beneficiar através <strong>do</strong> projeto, po<strong>de</strong>rão<br />
haver outros que serão negativamente afeta<strong>do</strong>s pelas ações tomadas.<br />
Os atores interessa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m ser dividi<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is tipos principais:<br />
■ OS ATORES INTERESSADOS PRIMÁRIOS que beneficiam-se, ou são adversamente afeta<strong>do</strong>s por,<br />
uma ativida<strong>de</strong>. Este termo <strong>de</strong>screve pessoas cujo bem estar po<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> um recurso,<br />
serviço ou área (ex. uma floresta) que o projeto aten<strong>de</strong>. Geralmente elas moram na região<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Exercício<br />
A respeito da<br />
análise <strong>de</strong> atores<br />
interessa<strong>do</strong>s 1<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
ou muito próximas <strong>do</strong>s recursos em questão. Elas geralmente têm poucas opções quan<strong>do</strong><br />
enfrentam mudanças e, assim, elas encaram dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> adaptação. Os atores<br />
interessa<strong>do</strong>s primários geralmente são vulneráveis. Eles são a razão pela qual o projeto é<br />
realiza<strong>do</strong> – os usuários finais.<br />
■ OS ATORES INTERESSADOS SECUNDÁRIOS incluem todas as outras pessoas e instituições com um<br />
interesse nos recursos ou na região que está sen<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>rada. Eles são o mo<strong>do</strong> pelo qual<br />
os objetivos <strong>do</strong> projeto po<strong>de</strong>m ser alcança<strong>do</strong>s, ao invés <strong>de</strong> um fim em si mesmo.<br />
Se os atores interessa<strong>do</strong>s não forem i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s na fase <strong>de</strong> planejamento <strong>do</strong> projeto, o mesmo<br />
corre o risco <strong>de</strong> fracassar. Isto é porque o projeto não po<strong>de</strong> levar em conta as necessida<strong>de</strong>s e as<br />
metas daqueles que entrarão em contato com ele.<br />
Estu<strong>de</strong> a ilustração abaixo. Os mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> vilarejo estão preocupa<strong>do</strong>s com a nova represa que foi<br />
proposta no vale on<strong>de</strong> moram. A represa ajudará a fornecer água potável para a cida<strong>de</strong>. Decidiu-se<br />
que o projeto <strong>de</strong>verá concentrar-se em garantir que as opiniões <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> vilarejo sejam<br />
ouvi<strong>do</strong>s e, assim, os seus meios <strong>de</strong> sobrevivência não sejam adversamente afeta<strong>do</strong>s. I<strong>de</strong>ntifique os<br />
diferentes atores interessa<strong>do</strong>s da proposta represa, dizen<strong>do</strong> se eles são primários ou secundários.<br />
Ministério<br />
Gov. <strong>de</strong><br />
Agricultura<br />
Banco<br />
Doa<strong>do</strong>r<br />
Banco<br />
Banco<br />
A análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s é uma ferramenta útil para i<strong>de</strong>ntificar os atores interessa<strong>do</strong>s e<br />
<strong>de</strong>screver a natureza <strong>do</strong>s seus interesses, papéis e interesses. A análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s<br />
ajuda a:<br />
■ melhorar a compreensão <strong>do</strong> projeto quanto às necessida<strong>de</strong>s daqueles que são afeta<strong>do</strong>s por<br />
um problema<br />
■ revelar o quão pouco sabemos como pessoas <strong>de</strong> fora, o que incentiva aqueles que realmente<br />
sabem a participarem<br />
■ i<strong>de</strong>ntificar potenciais vence<strong>do</strong>res e per<strong>de</strong><strong>do</strong>res como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> projeto<br />
1 Basea<strong>do</strong> no seguinte <strong>do</strong>cumento <strong>de</strong> orientação: ODA (1995) How to <strong>do</strong> a Stakehol<strong>de</strong>r Analysis of Aid Projects and<br />
Programmes (Como fazer uma análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> e programas <strong>de</strong> assistência)<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
ONG<br />
Fazendas<br />
comerciais<br />
Cida<strong>de</strong><br />
Vilarejos<br />
Área<br />
inundada<br />
Represa<br />
proposta<br />
Estação <strong>de</strong><br />
bombeamento<br />
proposta<br />
21
22<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
■ reduzir, ou até mesmo remover, potenciais impactos negativos <strong>do</strong> projeto<br />
■ i<strong>de</strong>ntificar aqueles que têm direitos, interesses, recursos, habilida<strong>de</strong>s e capacida<strong>de</strong>s para<br />
participarem ou influenciarem o curso <strong>do</strong> projeto<br />
■ i<strong>de</strong>ntificar quem <strong>de</strong>veria ser incentiva<strong>do</strong> a participar no planejamento e na implementação<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
■ i<strong>de</strong>ntificar alianças úteis que possam ser aproveitadas<br />
■ i<strong>de</strong>ntificar e reduzir os riscos, o que po<strong>de</strong>rá incluir a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> possíveis conflitos <strong>de</strong><br />
interesses e <strong>de</strong> expectativas entre os atores interessa<strong>do</strong>s e, assim, os conflitos sejam evita<strong>do</strong>s.<br />
A análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ve ser feita quan<strong>do</strong> os possíveis <strong>projetos</strong> forem i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s.<br />
Ela <strong>de</strong>ve ser revista nas fases posteriores <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto para verificar se as necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s estão sen<strong>do</strong> atendidas <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada.<br />
É importante estar ciente <strong>de</strong> que existem riscos quan<strong>do</strong> realizamos uma análise <strong>de</strong> atores<br />
interessa<strong>do</strong>s:<br />
■ A qualida<strong>de</strong> da análise <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da informação usada. Às vezes é difícil obter as<br />
informações necessárias e muitas suposições precisam ser feitas.<br />
■ As tabelas po<strong>de</strong>m simplificar <strong>de</strong>masiadamente as situações complexas.<br />
Existem muitas formas <strong>de</strong> se fazer uma análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s. O méto<strong>do</strong> abaixo é<br />
apenas uma abordagem. A abordagem a ser a<strong>do</strong>tada variará <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> projeto<br />
que esteja sen<strong>do</strong> proposto. Por exemplo, para um projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> direitos, nós<br />
precisaríamos consi<strong>de</strong>rar diferentes aspectos sobre os atores interessa<strong>do</strong>s daqueles que<br />
consi<strong>de</strong>raríamos em um projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. O méto<strong>do</strong> abaixo é bastante genérico e<br />
po<strong>de</strong> ser adapta<strong>do</strong> para qualquer tipo <strong>de</strong> projeto que esteja sen<strong>do</strong> proposto.<br />
O i<strong>de</strong>al é que a análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s seja realizada com os representantes <strong>do</strong> maior<br />
número possível <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s. Nem sempre será possível fazer isto se os<br />
atores interessa<strong>do</strong>s estiverem bem dispersos. No entanto, se houver o risco <strong>de</strong> que importantes<br />
atores interessa<strong>do</strong>s sejam excluí<strong>do</strong>s, mais tempo e recursos <strong>de</strong>vem ser investi<strong>do</strong>s em fazer a<br />
análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s para garantir que eles sejam incluí<strong>do</strong>s.<br />
MÉTODO PARA REALIZAR UMA ANÁLISE DE ATORES INTERESSADOS<br />
ETAPA 1 Quadro <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s<br />
Copie o quadro abaixo em uma folha gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> papel.<br />
ATORES INTERESSADOS INTERESSES PROVÁVEL IMPACTO PRIORIDADE<br />
DO PROJETO<br />
Primários<br />
Secundários<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
■ Faça uma lista <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os possíveis atores interessa<strong>do</strong>s no projeto. Divida-os em atores interessa<strong>do</strong>s<br />
primários e secundários. Lembre-se <strong>de</strong> incluir os mantene<strong>do</strong>res e os que se opõem ao<br />
projeto, grupos <strong>de</strong> usuários, grupos vulneráveis e sub-grupos que sejam relevantes ao projeto.<br />
■ Na segunda coluna, escreva os interesses <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s em relação ao<br />
projeto e aos seus objetivos. Estes interesses po<strong>de</strong>rão ser óbvios, mas alguns po<strong>de</strong>rão estar<br />
escondi<strong>do</strong>s e, assim, algumas suposições talvez tenham <strong>de</strong> ser feitas sobre a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
quais eles sejam. Lembre-se que cada um <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>rá ter vários interesses.<br />
■ Na terceira coluna, escreva o impacto provável <strong>do</strong> projeto sobre os interesses <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s<br />
atores interessa<strong>do</strong>s. Isto nos permitirá saber como <strong>de</strong>vemos abordar os diferentes atores<br />
interessa<strong>do</strong>s durante toda a duração <strong>do</strong> projeto. Use símbolos, assim como:<br />
+ Impacto potencial positivo sobre interesses<br />
– Impacto potencial negativo sobre interesses<br />
+/– Possível impacto positivo ou negativo sobre interesses<br />
? Incerto<br />
■ Na quarta coluna, indique a priorida<strong>de</strong> que o projeto <strong>de</strong>verá dar para cada um <strong>do</strong>s atores<br />
interessa<strong>do</strong>s no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r aos seus interesses. Use a pontuação <strong>de</strong> 1 a 5, on<strong>de</strong><br />
1 representa a priorida<strong>de</strong> mais alta.<br />
EXEMPLO Uma comunida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificou a sua necessida<strong>de</strong> prioritária como sen<strong>do</strong> um melhor acesso à<br />
água potável e elaborou o seguinte quadro:<br />
Exercício<br />
ATORES INTERESSADOS INTERESSES PROVÁVEL IMPACTO PRIORIDADE<br />
DO PROJETO<br />
Primários<br />
Comunida<strong>de</strong> local Melhor saú<strong>de</strong> + 1<br />
Mulheres Melhor saú<strong>de</strong><br />
Caminhar menos para coletar a água<br />
Oportunida<strong>de</strong> para socializar<br />
Segurança ao coletar a água<br />
+<br />
+<br />
_<br />
+<br />
1<br />
Crianças Melhor saú<strong>de</strong> + 1<br />
Caminhar menos para coletar a água +<br />
Tempo para brincar +<br />
Secundários<br />
Ven<strong>de</strong><strong>do</strong>res <strong>de</strong> água Rendimento _ 2<br />
Agentes comunitários Menos trabalho + 2<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Rendimento –<br />
Igreja local Envolvimento <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da<br />
igreja no projeto<br />
+ 3<br />
ONGs da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Melhor saú<strong>de</strong> + 3<br />
Ministério da Saú<strong>de</strong> Alcance <strong>de</strong> metas + 4<br />
Doa<strong>do</strong>res Gasto eficaz <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s + 4<br />
Alcance <strong>de</strong> objetivos em saú<strong>de</strong> +<br />
Elabore um quadro <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os atores interessa<strong>do</strong>s i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s para a<br />
proposta represa.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
23
24<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Quadro indicativo<br />
da influência e<br />
importância <strong>do</strong>s<br />
atores interessa<strong>do</strong>s<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
ETAPA 2 Quadro indicativo da influência e importância <strong>do</strong>s<br />
atores interessa<strong>do</strong>s<br />
Alguns atores interessa<strong>do</strong>s terão maior influência sobre o projeto <strong>do</strong> que outros. Embora<br />
alguns <strong>de</strong>les tenham condições <strong>de</strong> influenciar o projeto para que ele obtenha êxito, po<strong>de</strong>rão<br />
haver outros que se sentirão ameaça<strong>do</strong>s pelo projeto. Consi<strong>de</strong>re como abordar aqueles cujos<br />
interesses serão afeta<strong>do</strong>s negativamente para evitar conflitos e um possível fracasso <strong>do</strong> projeto.<br />
Embora os atores interessa<strong>do</strong>s primários geralmente recebam a priorida<strong>de</strong> mais alta, este<br />
quadro ajudará a i<strong>de</strong>ntificar em que o tempo <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s precisará ser gasto –<br />
naqueles que são alia<strong>do</strong>s ao projeto ou naqueles que po<strong>de</strong>rão causar problemas para o mesmo.<br />
É importante não negligenciarmos os atores interessa<strong>do</strong>s primários, mesmo quan<strong>do</strong> pensamos<br />
que eles exercem uma baixa influência.<br />
O quadro associa a influência e a importância <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s e, assim, po<strong>de</strong>mos ver a<br />
posição que ocupam em relação um ao outro.<br />
INFLUÊNCIA é o po<strong>de</strong>r que os atores interessa<strong>do</strong>s exercem sobre o projeto.<br />
IMPORTÂNCIA é a priorida<strong>de</strong> dada pelo projeto no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> satisfazer as necessida<strong>de</strong>s e<br />
interesses <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s.<br />
Copie o quadro abaixo em uma folha gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> papel.<br />
ALTA<br />
IMPORTÂNCIA<br />
BAIXA<br />
A B<br />
D C<br />
BAIXA<br />
INFLUÊNCIA<br />
Revise a lista <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s no quadro <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s que foi elabora<strong>do</strong> na<br />
ETAPA 1. Pense sobre o nível <strong>de</strong> influência que eles exercem e até que ponto eles são<br />
importantes para o projeto. Dê um número a cada ator interessa<strong>do</strong> e coloque-o no quadra<strong>do</strong><br />
correspon<strong>de</strong>nte à categoria em que se encaixam no quadro acima. Se eles exercerem uma alta<br />
influência, coloque-os no la<strong>do</strong> direito <strong>do</strong> quadro. Se eles tiverem uma alta importância para o<br />
projeto, transfire-os para a parte superior <strong>do</strong> quadro.<br />
O quadro po<strong>de</strong>rá, portanto, ser analisa<strong>do</strong> da seguinte forma:<br />
Os quadra<strong>do</strong>s A, B e C conterão os principais atores interessa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> projeto. Eles po<strong>de</strong>rão<br />
influenciar significativamente o projeto ou são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para que os objetivos <strong>do</strong><br />
projeto sejam alcança<strong>do</strong>s.<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />
ALTA
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
QUADRADO A Atores interessa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> alta importância para o projeto, mas com pouca influência.<br />
Eles precisam <strong>de</strong> iniciativas especiais para garantir que os interesses <strong>de</strong>les sejam protegi<strong>do</strong>s.<br />
QUADRADO B Atores interessa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> alta importância para o projeto e que também po<strong>de</strong>m<br />
influenciar o sucesso <strong>do</strong> mesmo. É importante <strong>de</strong>senvolver um bom relacionamento <strong>de</strong><br />
trabalho com estes atores interessa<strong>do</strong>s para garantir que o projeto receba um apoio a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>.<br />
QUADRADO C Atores interessa<strong>do</strong>s com um alto nível <strong>de</strong> influência e que po<strong>de</strong>m afetar o impacto<br />
<strong>do</strong> projeto, mas cujos interesses não estão relaciona<strong>do</strong>s com a meta <strong>do</strong> projeto. Estes atores<br />
interessa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>rão provocar alguns riscos. O relacionamento com estes atores interessa<strong>do</strong>s é<br />
importante e precisará ser cuida<strong>do</strong>samente monitora<strong>do</strong>. Estes atores interessa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>rão causar<br />
problemas para o projeto e talvez seja arrisca<strong>do</strong> <strong>de</strong>mais seguir adiante com o projeto.<br />
QUADRADO D Atores interessa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> baixa priorida<strong>de</strong> mas que talvez precisemos monitorar e<br />
avaliar um pouco para verificar se passaram a ter uma alta priorida<strong>de</strong>.<br />
EXEMPLO A comunida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificou a sua necessida<strong>de</strong> prioritária como sen<strong>do</strong> um melhor acesso à água<br />
potável e elaborou o seguinte quadro:<br />
Exercício<br />
ALTA<br />
IMPORTÂNCIA<br />
BAIXA<br />
A B<br />
3<br />
2<br />
1<br />
7<br />
9 4 6<br />
D C<br />
BAIXA<br />
5<br />
INFLUÊNCIA<br />
ETAPA 3 I<strong>de</strong>ntifique uma participação a<strong>de</strong>quada <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s<br />
A participação é essencial no trabalho <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento mas, na prática, este é um conceito<br />
que tem si<strong>do</strong> usa<strong>do</strong> incorretamente. Participação significa coisas diferentes para diferentes<br />
pessoas, em diferentes situações. No seu senti<strong>do</strong> mais amplo, participação significa o<br />
envolvimento <strong>de</strong> pessoas nos <strong>projetos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Por exemplo, po<strong>de</strong> ser dito que<br />
alguém participa ao:<br />
■ estar presente em reuniões, mesmo quan<strong>do</strong> não diz nada<br />
■ envolver-se no processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
8<br />
ALTA<br />
ATORES INTERESSADOS PRIMÁRIOS<br />
1 Comunida<strong>de</strong> local<br />
2 Mulheres<br />
3 Crianças<br />
ATORES INTERESSADOS<br />
SECUNDÁRIOS<br />
4 Ven<strong>de</strong><strong>do</strong>res <strong>de</strong> água<br />
5 Agentes comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
6 Igreja local<br />
7 ONGs da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
8 Ministério da Saú<strong>de</strong><br />
9 Doa<strong>do</strong>res<br />
Preencha um quadro indican<strong>do</strong> a influência e importância <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s no projeto <strong>de</strong><br />
construção da represa.<br />
25
26<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
■ contribuir com materiais, dinheiro ou mão-<strong>de</strong>-obra<br />
■ prestar informações<br />
■ respon<strong>de</strong>r perguntas <strong>de</strong> uma pesquisa.<br />
Geralmente, os tão chama<strong>do</strong>s <strong>projetos</strong> participativos não envolvem ativamente os atores<br />
interessa<strong>do</strong>s (especialmente os atores interessa<strong>do</strong>s primários) na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e na<br />
implementação <strong>do</strong>s <strong>projetos</strong>. Isto po<strong>de</strong> levar ao fracasso <strong>do</strong>s <strong>projetos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. A<br />
participação <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões durante to<strong>do</strong> o <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto<br />
(planejamento, implementação, monitorização e avaliação) po<strong>de</strong>rá resultar em:<br />
■ MELHOR EFICÁCIA A participação aumenta o sentimento <strong>de</strong> apropriação <strong>do</strong> projeto por parte<br />
<strong>do</strong>s beneficiários, o que aumenta a probabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s objetivos <strong>do</strong> projeto serem<br />
alcança<strong>do</strong>s.<br />
■ RECEPTIVIDADE AUMENTADA Se as pessoas participarem na etapa <strong>de</strong> planejamento, é mais<br />
provável que o projeto direcione os seus esforços e recursos para as necessida<strong>de</strong>s observadas.<br />
■ MELHOR EFICIÊNCIA Se os conhecimentos e as habilida<strong>de</strong>s locais forem aproveitadas, é mais<br />
provável que o projeto seja <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>, permaneça <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> orçamento e termine a<br />
tempo. Os erros po<strong>de</strong>m ser evita<strong>do</strong>s e os <strong>de</strong>sacor<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m ser minimiza<strong>do</strong>s.<br />
■ SUSTENTABILIDADE AUMENTADA E IMPACTO SUSTENTÁVEL Mais pessoas ficam comprometidas em<br />
continuar a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pois que o apoio externo tenha termina<strong>do</strong>.<br />
■ EMPODERAMENTO E AUTO-CONFIANÇA AUMENTADA A participação ativa ajuda a <strong>de</strong>senvolver<br />
habilida<strong>de</strong>s e a aumentar o nível <strong>de</strong> confiança entre os beneficiários.<br />
■ MAIOR TRANSPARÊNCIA E PRESTAÇÃO DE CONTAS, porque os atores interessa<strong>do</strong>s recebem<br />
informações e po<strong>de</strong>r para tomar <strong>de</strong>cisões.<br />
■ EQÜIDADE AUMENTADA se as necessida<strong>de</strong>s, interesses e habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os atores<br />
interessa<strong>do</strong>s forem levadas em consi<strong>de</strong>ração.<br />
A participação ativa po<strong>de</strong>rá trazer muitos benefícios, embora não seja uma garantia <strong>do</strong> sucesso<br />
<strong>do</strong> projeto. Alcançar uma participação completa não é fácil. Isto também po<strong>de</strong> levar muito<br />
tempo e é provável que interesses incompatíveis venham à tona.<br />
O diagrama da próxima página resume os diferentes tipos <strong>de</strong> participação. O nível mais baixo<br />
po<strong>de</strong> ser melhor <strong>de</strong>scrito como sen<strong>do</strong> envolvimento, ao invés <strong>de</strong> participação. Quanto mais<br />
alto no diagrama, maior será o nível <strong>de</strong> participação. As organizações precisam <strong>de</strong>cidir que<br />
nível <strong>de</strong> participação é a melhor. Diferentes níveis <strong>de</strong> participação serão apropria<strong>do</strong>s para os<br />
diferentes atores interessa<strong>do</strong>s, em diferentes estágios <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto.<br />
Reflexão ■ Em que circunstâncias o nível mais alto <strong>de</strong> participação po<strong>de</strong>rá ser impróprio?<br />
■ Algumas pessoas diriam que próximo aos níveis mais baixos há envolvimento comunitário, mas não<br />
participação. Qual é a diferença entre envolvimento e participação? Quan<strong>do</strong> envolvimento passa a se<br />
tornar participação?<br />
■ Em que circunstâncias os níveis mais baixos <strong>de</strong> participação po<strong>de</strong>riam ser apropria<strong>do</strong>s?<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Níveis <strong>de</strong><br />
participação<br />
Adapta<strong>do</strong> da publicação<br />
Introduction to the<br />
Programme and Project<br />
Cycle: training handbook,<br />
CIDT (2002), Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Wolverhampton<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
AÇÃO PARA<br />
Sen<strong>do</strong> informa<strong>do</strong> ou tarefas<br />
<strong>de</strong>finidas; os <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>finem<br />
as priorida<strong>de</strong>s e dirigem o<br />
processo<br />
AÇÃO EM<br />
Sen<strong>do</strong> manipula<strong>do</strong>;<br />
nenhuma contribuição<br />
real ou po<strong>de</strong>r<br />
AÇÃO PARA/COM<br />
Sen<strong>do</strong> consulta<strong>do</strong>; outros<br />
analisam e <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m o<br />
curso das ações<br />
Coerção<br />
<strong>de</strong>cidi<strong>do</strong> pelos outros<br />
Parceria é o tipo <strong>de</strong> participação na qual <strong>do</strong>is ou mais atores interessa<strong>do</strong>s compartilham na<br />
tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e na gestão da ativida<strong>de</strong>. O i<strong>de</strong>al é que esta parceria seja entre os<br />
funcionários e os beneficiários <strong>do</strong> projeto. No entanto, alcançar uma parceria com os atores<br />
interessa<strong>do</strong>s primários po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>safiante. Uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> problemas po<strong>de</strong> surgir:<br />
■ A participação po<strong>de</strong> ser vista pelos atores interessa<strong>do</strong>s primários como algo<br />
<strong>de</strong>masiadamente caro em termos <strong>de</strong> tempo e <strong>de</strong> dinheiro, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s com os<br />
benefícios espera<strong>do</strong>s.<br />
■ Os atores interessa<strong>do</strong>s primários talvez não tenham informações apropriadas para que<br />
exista uma tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões eficaz.<br />
■ Alguns grupos <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s primários po<strong>de</strong>rão <strong>de</strong>safiar o direito <strong>de</strong> outros grupos<br />
participarem. Por exemplo, as mulheres po<strong>de</strong>rão ser excluídas <strong>de</strong> participar em um comitê<br />
local <strong>de</strong> saneamento.<br />
■ As organizações ou as igrejas po<strong>de</strong>rão ter uma estrutura <strong>de</strong> gerenciamento ou uma forma<br />
<strong>de</strong> trabalho que não incentivam a participação <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s primários.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
AÇÃO COM<br />
Parceria; trabalho com os<br />
<strong>de</strong>mais para <strong>de</strong>finir priorida<strong>de</strong>s<br />
e o curso das ações<br />
Informação<br />
Consulta<br />
Cooperação / parceria<br />
Reflexão ■ Parceria é fácil? Como os <strong>de</strong>safios das parcerias po<strong>de</strong>riam ser supera<strong>do</strong>s?<br />
AÇÃO POR<br />
Estan<strong>do</strong> no controle; pouca<br />
ou nenhuma contribuição<br />
<strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais<br />
Controle, ação coletiva<br />
ou aprendizagem<br />
mútua<br />
<strong>de</strong>cidi<strong>do</strong> por nós mesmos<br />
27
28<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Matriz resumida<br />
<strong>de</strong> participação<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Para i<strong>de</strong>ntificar que nível <strong>de</strong> participação é apropria<strong>do</strong> para diferentes atores interessa<strong>do</strong>s,<br />
<strong>de</strong>senhe uma matriz resumida <strong>de</strong> participação semelhante à matriz abaixo. As colunas<br />
representam os níveis <strong>de</strong> participação no diagrama da página anterior. As linhas correspon<strong>de</strong>m<br />
aos estágios <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto. Examine a lista <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s na matriz <strong>de</strong> atores<br />
interessa<strong>do</strong>s. Pense sobre até que ponto eles <strong>de</strong>veriam participar em cada um <strong>do</strong>s estágios <strong>do</strong><br />
<strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto. Consi<strong>de</strong>re o nível <strong>de</strong> interesse ou <strong>de</strong> influência que eles exercem. Talvez<br />
existam maneiras <strong>de</strong> envolvê-los no projeto que aju<strong>de</strong>m a aumentar o interesse e a influência<br />
<strong>do</strong>s mesmos. Assegure-se <strong>de</strong> que os atores interessa<strong>do</strong>s primários participem o máximo possível<br />
para incentivar a apropriação <strong>do</strong> projeto.<br />
ESTÁGIO DO PROJETO<br />
I<strong>de</strong>ntificação<br />
Montagem<br />
Implementação<br />
e Monitoramento<br />
Revisão<br />
Avaliação<br />
É importante continuar revisan<strong>do</strong> este quadro. Durante o <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto, po<strong>de</strong>remos<br />
perceber que os atores interessa<strong>do</strong>s, na verda<strong>de</strong>, não estão interessa<strong>do</strong>s em participar, apesar <strong>de</strong><br />
termos acha<strong>do</strong> que eles <strong>de</strong>veriam participar em uma gran<strong>de</strong> proporção. Também po<strong>de</strong>remos<br />
perceber que para correspon<strong>de</strong>rmos a como o projeto está caminhan<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sejaremos incentivar<br />
alguns atores interessa<strong>do</strong>s a participarem mais.<br />
EXEMPLO A comunida<strong>de</strong> rural i<strong>de</strong>ntificou a sua necessida<strong>de</strong> prioritária como sen<strong>do</strong> um melhor acesso à<br />
água potável e preencheu uma matriz com as seguintes informações.<br />
ESTÁGIO DO PROJETO<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />
TIPO DE PARTICIPAÇÃO<br />
Informar Consultar Parceria Controle<br />
TIPO DE PARTICIPAÇÃO<br />
Informar Consultar Parceria Controle<br />
I<strong>de</strong>ntificação ONGs da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Grupo representativo<br />
Doa<strong>do</strong>r da comunida<strong>de</strong><br />
Montagem Doa<strong>do</strong>r Comunida<strong>de</strong> ONGs da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Funcionários<br />
Mulheres Ministério da Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> projeto<br />
Crianças<br />
Ven<strong>de</strong><strong>do</strong>res <strong>de</strong> água<br />
Agentes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
Igreja local<br />
Implementação Doa<strong>do</strong>r Mulheres, crianças Funcionários<br />
e Monitoramento Ven<strong>de</strong><strong>do</strong>res <strong>de</strong> água<br />
Igreja local<br />
Agentes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Revisão Doa<strong>do</strong>r Mulheres, crianças<br />
Ven<strong>de</strong><strong>do</strong>res <strong>de</strong> água<br />
Igreja local<br />
Agentes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
Avaliação Doa<strong>do</strong>r Ministério da Saú<strong>de</strong><br />
ONGs da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
Comunida<strong>de</strong>
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Exercício<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Preencha uma matriz resumida <strong>de</strong> participação para o projeto <strong>de</strong> construção da represa.<br />
Quan<strong>do</strong> a matriz estiver preenchida, pense sobre como a participação <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s<br />
po<strong>de</strong>ria acontecer na realida<strong>de</strong>. Por exemplo, se julgarmos que um grupo <strong>de</strong> senhoras <strong>de</strong>veria<br />
ser consulta<strong>do</strong> na fase <strong>de</strong> planejamento, consi<strong>de</strong>re como isto po<strong>de</strong>ria ser realiza<strong>do</strong>. Nós<br />
po<strong>de</strong>ríamos <strong>de</strong>cidir realizar uma reunião especial ou participar em uma das reuniões <strong>de</strong>las.<br />
É importante consi<strong>de</strong>rar as nossas opções para garantirmos que aqueles que, na nossa opinião,<br />
<strong>de</strong>vem participar no projeto, respondam ao nosso convite.<br />
A comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá selecionar os membros que a representará no comitê <strong>do</strong> projeto.<br />
Incentive-os a alcançar um bom equilíbrio <strong>de</strong> gênero. Estes membros po<strong>de</strong>rão precisar <strong>de</strong><br />
treinamento e <strong>de</strong> conversar sobre os papéis e responsabilida<strong>de</strong>s espera<strong>do</strong>s <strong>de</strong>les no projeto.<br />
2.2 Pesquisa<br />
To<strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ve ser basea<strong>do</strong> em informações corretas, confiáveis e<br />
suficientes. Boas informações são importantes para:<br />
■ compreen<strong>de</strong>r o contexto no qual o projeto está sen<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong><br />
■ compreen<strong>de</strong>r as causas e os efeitos da questão que está sen<strong>do</strong> atendida<br />
■ compreen<strong>de</strong>r o que outras pessoas estão fazen<strong>do</strong> para evitar a duplicação e procurar<br />
trabalhar juntos, quan<strong>do</strong> for possível<br />
■ garantir que a resposta leve em consi<strong>de</strong>ração to<strong>do</strong>s os fatores e seja a mais apropriada e<br />
eficaz para a situação<br />
■ compreen<strong>de</strong>r como o contexto está mudan<strong>do</strong> para que a resposta possa aten<strong>de</strong>r<br />
necessida<strong>de</strong>s potenciais futuras ou evite que surjam problemas<br />
■ justificar o curso das ações para a nossa organização, beneficiários, <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res e outras<br />
pessoas com as quais estejamos trabalhan<strong>do</strong><br />
■ apren<strong>de</strong>r através <strong>do</strong>s êxitos e erros passa<strong>do</strong>s<br />
■ fornecer boas evidências para a resposta.<br />
A pesquisa nos permite <strong>de</strong>scobrir os fatos sobre a necessida<strong>de</strong>. Isto nos ajudará a saber como<br />
melhor atendê-la. O trabalho <strong>de</strong> pesquisa envolve conversar com as pessoas ou acessar<br />
informações escritas.<br />
Uma pesquisa bem feita <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar fatores sociais, técnicos, econômicos, ambientais e<br />
políticos. Isto po<strong>de</strong>rá ajudar a i<strong>de</strong>ntificar novos atores interessa<strong>do</strong>s e riscos para o projeto.<br />
Consi<strong>de</strong>re:<br />
■ a história da região<br />
■ geografia, clima, meio ambiente – ex. características principais, mapa, comunicações, área,<br />
problemas sazonais<br />
■ população – número, perfil <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e sexo<br />
■ sistemas e estruturas sociais – divisões religiosas, posição da mulher na socieda<strong>de</strong>,<br />
instituições sociais<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
29
30<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Algumas perguntas<br />
a serem feitas<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
■ política – hierarquias políticas locais; efeitos <strong>do</strong> governo central – ex. estabilida<strong>de</strong>, políticas<br />
sobre o preço <strong>do</strong>s alimentos<br />
■ religião e visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> – crenças religiosas, grupos e igrejas<br />
■ cultura – normas e práticas, outros grupos culturais na região, idiomas<br />
■ condições <strong>de</strong> vida – tipos <strong>de</strong> moradias, água e saneamento<br />
■ economia – fontes <strong>de</strong> renda, cultivos, proprieda<strong>de</strong> da terra, ganho diário em média<br />
■ educação – escolas, níveis <strong>de</strong> alfabetização<br />
■ saú<strong>de</strong> – taxas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>, causas <strong>de</strong> mortes e <strong>do</strong>enças, serviços locais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
■ serviços e programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento – governamentais ou <strong>de</strong> ONGs, experiência<br />
prévia da comunida<strong>de</strong>.<br />
■ Qual é a situação atual? Por exemplo, se a comunida<strong>de</strong> tiver i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> a água como a<br />
necessida<strong>de</strong> prioritária, talvez <strong>de</strong>sejemos fazer algumas perguntas como: “Quantas pessoas vivem<br />
na região?”, “Quanta água cada pessoa possui agora?”, “De on<strong>de</strong> vem a água?”, “Como a água é<br />
coletada agora?”, “Quem coleta a água agora?”, “Quanto tempo leva para coletar a água?”, “Quão<br />
potável é a água agora?”<br />
■ Como a necessida<strong>de</strong> crescerá? Quais são as futuras implicações se a necessida<strong>de</strong> não for<br />
atendida? Por exemplo: “Quantas pessoas estarão na região em cinco anos?”<br />
■ Como as coisas <strong>de</strong>veriam estar? Os <strong>de</strong>partamentos governamentais ou os livros po<strong>de</strong>m fornecer<br />
algumas informações. Por exemplo: “Quanta água cada pessoa precise para ter uma vida saudável?”<br />
■ Que possíveis melhorias po<strong>de</strong>riam ser feitas? Isto po<strong>de</strong>rá incluir consultas aos <strong>de</strong>partamentos<br />
governamentais e especialistas técnicos. A comunida<strong>de</strong> também <strong>de</strong>verá ter uma oportunida<strong>de</strong> para<br />
expressar as suas opiniões. Por exemplo: “Que outras fontes <strong>de</strong> água potável estão disponíveis na<br />
região?”, “Quem possui ou controla as outras fontes?”, “Que opções técnicas existem?”<br />
■ Que outras organizações locais estão trabalhan<strong>do</strong> na questão? Quem são eles? Po<strong>de</strong>mos<br />
trabalhar juntos?<br />
As informações coletadas po<strong>de</strong>m ser usadas como da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base, contra os quais o<br />
progresso alcança<strong>do</strong> durante a realização <strong>do</strong> projeto po<strong>de</strong> ser compara<strong>do</strong>.<br />
Use uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações primárias e secundárias para garantir que o que nos<br />
dizem seja váli<strong>do</strong>. Por exemplo, se os membros da comunida<strong>de</strong> disserem que as suas crianças<br />
não freqüentam a escola porque não têm condições <strong>de</strong> comprar os uniformes escolares, talvez<br />
seja uma boa idéia verificar com as autorida<strong>de</strong>s locais se as crianças realmente precisam usar<br />
uniformes.<br />
Existem muitas formas diferentes <strong>de</strong> coletar informações. Algumas possibilida<strong>de</strong>s estão<br />
listadas a seguir. É tenta<strong>do</strong>r gastar bastante tempo coletan<strong>do</strong> informações e, aí, não ter<br />
tempo para tomar medidas. É importante alcançar um equilíbrio entre ter informações<br />
suficientes para que possamos tomar medidas baseadas nelas e coletar informações <strong>de</strong>masiadas<br />
e nunca atuarmos!<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Examine as<br />
informações<br />
secundárias<br />
Colete<br />
informações<br />
primárias<br />
Cultivos<br />
Uso da terra<br />
Problemas<br />
Oportunida<strong>de</strong>s<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Isto inclui livros, <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> pesquisas acadêmicas, publicações governamentais, internet e<br />
mídia. Algumas informações po<strong>de</strong>rão dar uma impressão errada.<br />
■ Os fatos estão corretos? Eles são apoia<strong>do</strong>s por evidências? As informações estão atualizadas?<br />
■ Por quê a organização está fornecen<strong>do</strong> as informações? Po<strong>de</strong>-se confiar na fonte?<br />
Isto po<strong>de</strong>rá incluir:<br />
ENTREVISTAS Consulte a Ferramenta 2, na página 15<br />
MAPEAMENTO COMUNITÁRIO Consulte a Ferramenta 4, na página 16<br />
CAMINHADAS TRANSVERSAIS Ao invés das “melhores fazendas” e das “melhores clínicas” serem<br />
mostradas, planeje uma caminhada transversal que forneça uma boa imagem da região.<br />
Caminhe pela comunida<strong>de</strong> com informantes chave, observan<strong>do</strong>, ouvin<strong>do</strong> e perguntan<strong>do</strong>.<br />
Procure caminhar em uma linha mais ou menos reta <strong>de</strong> um extremo ao outro da região,<br />
fazen<strong>do</strong> anotações cuida<strong>do</strong>sas <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> o que for relevante – ex. tipos <strong>de</strong> solo, agricultura,<br />
fontes <strong>de</strong> água e ativida<strong>de</strong>s. Desenhe as constatações em um diagrama como o <strong>de</strong> abaixo.<br />
Declive mais baixo<br />
• sorgo<br />
• milho<br />
• guandu<br />
• lavoura<br />
• pasto<br />
• falta <strong>de</strong> terras<br />
• trabalho assalaria<strong>do</strong> em<br />
proprieda<strong>de</strong>s rurais<br />
• viveiro <strong>de</strong> árvores<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
Declive médio<br />
• sorgo<br />
• milho<br />
• lavoura<br />
• pasto<br />
• erosão<br />
• baixa fertilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo<br />
• ausência <strong>de</strong> água nas<br />
proximida<strong>de</strong>s<br />
• controle da erosão<br />
• uso <strong>de</strong> estrume<br />
• plantio <strong>de</strong> árvores<br />
Montanha<br />
•árvores<br />
• pasto<br />
• corte <strong>de</strong> árvores<br />
• <strong>de</strong>smatamento<br />
31
32<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
CALENDÁRIOS SAZONAIS são usa<strong>do</strong>s para mostrar,<br />
mensalmente, as mudanças <strong>de</strong> fatores como a<br />
queda <strong>de</strong> chuvas, mãos-<strong>de</strong>-obra, dieta, <strong>do</strong>enças e<br />
preços. Pergunte aos membros da comunida<strong>de</strong><br />
quan<strong>do</strong> o ano começa para eles, os nomes <strong>do</strong>s<br />
meses e das estações e escolha qual usar. Registre<br />
as unida<strong>de</strong>s no chão ou em um papel. Usan<strong>do</strong><br />
pedras ou grãos, peça para que eles indiquem a<br />
quantia <strong>do</strong> fator que esteja sen<strong>do</strong> discuti<strong>do</strong>. Por<br />
exemplo, permita que eles coloquem até <strong>de</strong>z grãos<br />
para cada fator, em cada um <strong>do</strong>s meses. Incentive<br />
as pessoas a conversarem até que cheguem a uma<br />
acor<strong>do</strong>. Pergunte por que os números variam.<br />
O exemplo mostra que o nível <strong>de</strong> rendimento<br />
é muito baixo entre fevereiro e abril. Ao fazer<br />
perguntas como “Por quê os rendimentos<br />
aumentam em maio?” po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>scobrir muitas<br />
informações úteis.<br />
LINHA DO TEMPO Uma linha <strong>do</strong> tempo é usada para mostrar eventos locais <strong>de</strong> relevância,<br />
mudanças ecológicas, <strong>do</strong>enças e tendências ligadas à população. Entre em um acor<strong>do</strong><br />
quanto ao número <strong>de</strong> anos que a linha <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong>verá cobrir. Desenhe uma linha<br />
horizontal em uma folha gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> papel e escreva os anos ao longo <strong>de</strong>la. Peça para que os<br />
membros da comunida<strong>de</strong> discutam os eventos chave e os incluam por escrito. A linha <strong>do</strong><br />
tempo exemplificada abaixo mostra o nível <strong>de</strong> bem-estar, a qual é usada para refletir sobre<br />
o bem-estar da comunida<strong>de</strong> nos últimos anos. Os eventos que influenciaram o bem-estar<br />
estão incluí<strong>do</strong>s.<br />
BOM<br />
RUIM OK<br />
Boa colheita<br />
Construção <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> alimento<br />
Chuvas mo<strong>de</strong>radas<br />
Recuperação<br />
<strong>de</strong> duas salas<br />
<strong>de</strong> aulas<br />
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002<br />
Seca Fome<br />
Roubo <strong>de</strong> ga<strong>do</strong><br />
Migração<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />
Boas colheitas<br />
Construção <strong>de</strong> barreira para<br />
animais, salas <strong>de</strong> aulas e<br />
casas para professores<br />
As chuvas<br />
estragaram<br />
as plantações<br />
Construção <strong>de</strong><br />
latrinas e tanques<br />
Saú<strong>de</strong> Trabalho<br />
ruim Rendiment <strong>de</strong> fazenda<br />
Jan 6 5 4<br />
Fev 2 1 6<br />
Mar 3 1 9<br />
Abr 3 1 8<br />
Maio 7 3 1<br />
Jun 8 4 1<br />
Jul 3 5 3<br />
Ago 2 8 7<br />
Set 2 3 4<br />
Out 2 2 3<br />
Nov 3 5 1<br />
Dez 7 9 1<br />
Ausência <strong>de</strong> chuvas<br />
Caminhávamos 5km<br />
para coletar água<br />
<strong>do</strong> lago<br />
Chuvas mo<strong>de</strong>radas<br />
Perfuração <strong>de</strong><br />
poço raso
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
DIAGRAMAS DE VENN Estes diagramas usam círculos para representar pessoas, grupos e<br />
instituições.Quanto maior o círculo, mais importante ele é. A forma com que os círculos se<br />
sobrepõem mostra quais são os relacionamentos entre eles.<br />
Outros<br />
parceiros<br />
PONTUAÇÃO EM MATRIZ Desenhe uma matriz e use sementes ou pedras para confirmar os<br />
valores, categorias, opções e priorida<strong>de</strong>s das pessoas da região. Por exemplo: árvores, méto<strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong> conservação <strong>do</strong> solo, varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cultivo ou <strong>de</strong> animais. Neste exemplo, as pessoas estão<br />
comparan<strong>do</strong> o trabalho que po<strong>de</strong>m fazer no merca<strong>do</strong>.<br />
Tempo leva<strong>do</strong><br />
Lucro<br />
Mão-<strong>de</strong>-obra<br />
necessária<br />
Empréstimo<br />
necessário<br />
Trabalho árduo<br />
= melhor<br />
= pior<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
Igreja<br />
local<br />
Conserto <strong>de</strong><br />
sapatos<br />
Nossa<br />
organização<br />
Agências<br />
governamentais<br />
Fabricação<br />
<strong>de</strong> pasta <strong>de</strong><br />
tamarin<strong>do</strong><br />
Fabricação <strong>de</strong><br />
pratos <strong>de</strong> folhas<br />
Venda <strong>de</strong> frutas<br />
<strong>do</strong> con<strong>de</strong><br />
Negócios<br />
Beneficiários<br />
Fabricação<br />
<strong>de</strong> tijolos Venda <strong>de</strong> lenha<br />
33
34<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
“Árvores <strong>de</strong><br />
problemas”<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
2.3 Análise <strong>de</strong> problemas<br />
Antes <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rmos começar a montar o<br />
projeto, precisamos analisar o problema<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> durante a fase <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />
<strong>do</strong> projeto.<br />
A análise <strong>de</strong> problemas ajuda os atores<br />
interessa<strong>do</strong>s primários a i<strong>de</strong>ntificarem as<br />
causas e os efeitos <strong>do</strong> problema que<br />
enfrentam. É preciso representar o<br />
problema em um formato <strong>de</strong> árvore, a<br />
partir <strong>do</strong> qual os objetivos <strong>do</strong> projeto po<strong>de</strong>m ser<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s. Use a análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s para<br />
i<strong>de</strong>ntificar aqueles que <strong>de</strong>vem ajudar a construir a “árvore <strong>do</strong> problema”, asseguran<strong>do</strong>-se <strong>de</strong><br />
que haja uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas provenientes da comunida<strong>de</strong> com conhecimentos locais,<br />
conhecimentos técnicos, etc.<br />
A análise <strong>de</strong> problemas po<strong>de</strong> ser realizada com os diferentes grupos <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s para<br />
que se veja como as suas perspectivas variam.<br />
Para ajudar os atores interessa<strong>do</strong>s a refletirem sobre todas as causas e efeitos, verifique se eles<br />
consi<strong>de</strong>raram fatores sociais, ambientais, políticos, econômicos e técnicos. A “árvore <strong>do</strong><br />
problema” <strong>de</strong>verá ajudar a reforçar as nossas constatações durante a fase <strong>de</strong> pesquisa <strong>do</strong><br />
planejamento. Isto também po<strong>de</strong>rá ajudar a levantar novas questões que não haviam si<strong>do</strong><br />
consi<strong>de</strong>radas previamente.<br />
As “árvores <strong>de</strong> problemas” permitem que os atores interessa<strong>do</strong>s cheguem aos aspectos<br />
fundamentais da necessida<strong>de</strong> prioritária i<strong>de</strong>ntificada por eles e investiguem os efeitos <strong>do</strong><br />
problema.<br />
MÉTODO DE CONSTRUÇÃO DA “ÁRVORE DE PROBLEMAS”<br />
ETAPA 1 Entrem em acor<strong>do</strong> sobre qual é o problema principal, o qual é geralmente aquele que foi<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> durante a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> projeto. Escreva-o em um bilhete a<strong>de</strong>sivo ou em um<br />
pedaço <strong>de</strong> cartolina e coloque-o no meio da pare<strong>de</strong> ou <strong>do</strong> chão. Po<strong>de</strong>rão haver outros<br />
problemas i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pela comunida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong>rão ser examina<strong>do</strong>s. Desenhe “árvores <strong>de</strong><br />
problemas” separadas para cada um <strong>de</strong>stes e compare-as mais tar<strong>de</strong> ao começar a pensar sobre<br />
exatamente o que o projeto aten<strong>de</strong>rá.<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />
POR QUÊ NÃO<br />
GANHAMOS?<br />
TÁTICAS<br />
FRACAS<br />
POR QUÊ?<br />
DEFESA FRACA<br />
POR QUÊ?<br />
HABILIDADES<br />
FRACAS
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
ETAPA 2 I<strong>de</strong>ntifique as causas <strong>do</strong> problema principal perguntan<strong>do</strong> “Mas, por quê?” até que não seja<br />
possível ir mais adiante. Escreva cada uma das causas em um bilhete a<strong>de</strong>sivo separa<strong>do</strong> ou em<br />
um pedaço <strong>de</strong> cartolina. Alguns problemas po<strong>de</strong>rão ter mais <strong>do</strong> que uma causa. Por exemplo:<br />
Desenvolven<strong>do</strong><br />
uma “árvore <strong>de</strong><br />
problemas”<br />
(CAUSAS)<br />
ETAPA 3 I<strong>de</strong>ntifique os efeitos <strong>do</strong> problema principal perguntan<strong>do</strong> “Então, o quê?” até que não seja<br />
possível ir mais adiante. Escreva cada um <strong>do</strong>s efeitos em um bilhete a<strong>de</strong>sivo separa<strong>do</strong> ou em<br />
um pedaço <strong>de</strong> cartolina. Alguns problemas po<strong>de</strong>rão ter mais <strong>do</strong> que um efeito. Por exemplo:<br />
Elaboran<strong>do</strong><br />
uma “árvore<br />
<strong>de</strong> problemas”<br />
(EFEITOS)<br />
Problema principal<br />
As crianças não<br />
vão à escola<br />
Problema principal<br />
Incentive uma discussão para garantir que os participantes se sintam capazes <strong>de</strong> movimentar os<br />
bilhetes a<strong>de</strong>sivos ou os pedaços <strong>de</strong> cartolina.<br />
Confira a “árvore <strong>do</strong> problema” para garantir que cada problema conduza ao próximo, <strong>de</strong><br />
forma lógica.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
FALTA DE<br />
RENDI-<br />
MENTOS<br />
Nada para ven<strong>de</strong>r Poucos empregos<br />
Mas, por quê?<br />
Baixa produção<br />
Então, o quê?<br />
Mas, por quê? Mas, por quê?<br />
Falta <strong>de</strong> dinheiro para<br />
pagar matrículas escolares<br />
Então, o quê?<br />
FALTA DE<br />
RENDI-<br />
MENTOS<br />
Mas, por quê? Mas, por quê?<br />
Fábrica local<br />
fechada<br />
Colheitas<br />
menores<br />
Falta <strong>de</strong> dinheiro para<br />
comprar novas sementes<br />
Então, o quê?<br />
Então, o quê?<br />
Imigração<br />
35
36<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
EXEMPLO<br />
<strong>de</strong> uma “árvore <strong>de</strong><br />
problemas” simples<br />
ETAPA 4 Copia a “árvore <strong>do</strong> problema” em uma folha gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> papel. Desenhe linhas verticais para<br />
mostrar o relacionamento entre as causas e os efeitos. Desenhe linhas horizontais para mostrar<br />
on<strong>de</strong> existem causas conjuntas e efeitos combina<strong>do</strong>s.<br />
“Árvore <strong>de</strong><br />
objetivos”<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Efeitos<br />
Causas<br />
Méto<strong>do</strong>s<br />
agropecuários<br />
que requerem<br />
muita água<br />
Menores<br />
rendimentos<br />
Maior <strong>de</strong>manda<br />
no uso da fazenda<br />
Menos tempo para o<br />
trabalho agropecuário<br />
Aumento da<br />
população<br />
Nutrição<br />
mais fraca<br />
Uma “árvore <strong>de</strong> objetivos” é semelhante à “árvore <strong>de</strong> problemas”, com a exceção <strong>de</strong> que ela<br />
lida com objetivos, ao invés <strong>de</strong> problemas. Uma “árvore <strong>de</strong> objetivos” po<strong>de</strong> ser elaborada sem<br />
primeiro i<strong>de</strong>ntificar os problemas, mas a maneira mais fácil <strong>de</strong> elaborá-la é converten<strong>do</strong> uma<br />
“árvore <strong>de</strong> problemas”.<br />
Para fazer isto, transforme cada uma das causas na “árvore <strong>de</strong> problemas” em afirmações<br />
positivas. Por exemplo: “baixa produção” passaria a ser “produção aumentada”. Isto resultará<br />
em uma “árvore <strong>de</strong> objetivos”. Confira a lógica. Um nível <strong>de</strong> objetivos alcançará o próximo?<br />
Acrescente, anule ou mu<strong>de</strong> os objetivos, caso seja necessário.<br />
Po<strong>de</strong>rão haver algumas causas muitos gerais próximas da base da “árvore”. Elas não po<strong>de</strong>rão<br />
ser transformadas em objetivos que po<strong>de</strong>riam ser facilmente atendi<strong>do</strong>s em um projeto. Elas<br />
acabam sen<strong>do</strong> restrições ao projeto que precisam ser consi<strong>de</strong>radas durante o levantamento <strong>de</strong><br />
riscos. Posteriormente, po<strong>de</strong>remos <strong>de</strong>cidir enfocar um projeto ou programa naquela questão,<br />
escolhen<strong>do</strong>-a como o problema principal ao elaborar uma “árvore <strong>do</strong> problema”.<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />
Crianças param <strong>de</strong><br />
ir à escola<br />
Menos dinheiro para<br />
matrículas escolares<br />
Comprar água<br />
Mortalida<strong>de</strong> aumentada<br />
Mais <strong>do</strong>enças<br />
Custo aumenta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
coleta da água Uso <strong>de</strong> fontes não potáveis<br />
Maior <strong>de</strong>manda<br />
no uso <strong>do</strong>méstico<br />
FALTA DE<br />
ÁGUA<br />
POTÁVEL<br />
Poços<br />
insuficientes<br />
Poços <strong>de</strong>stampa<strong>do</strong>s<br />
secaram<br />
Lençol freático<br />
diminuí<strong>do</strong><br />
Bombas manuais para<br />
poços artesianos<br />
quebradas
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
I<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> um<br />
enfoque para o<br />
projeto<br />
EXEMPLO<br />
<strong>de</strong> uma “árvore<br />
<strong>de</strong> objetivos”<br />
com enfoque em<br />
uma área<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Se tentarmos lidar com to<strong>do</strong>s os objetivos que i<strong>de</strong>ntificamos, acabaremos com um projeto<br />
muito caro e <strong>de</strong>mora<strong>do</strong>. Portanto, é necessário enfocar em uma ou algumas áreas da “árvore<br />
<strong>de</strong> objetivos”. Se mais <strong>do</strong> que uma “árvore <strong>de</strong> objetivos” tiver si<strong>do</strong> elaborada, precisaremos<br />
<strong>de</strong>cidir em qual <strong>de</strong>las o projeto <strong>de</strong>verá enfocar.<br />
Uso mais<br />
eficiente da água<br />
na lavoura<br />
Faça as seguintes perguntas:<br />
■ Com quais objetivos <strong>de</strong>vemos lidar?<br />
■ Que combinação <strong>de</strong> objetivos terão maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trazer as mudanças mais<br />
positivas?<br />
Questões para serem consi<strong>de</strong>radas:<br />
■ custo<br />
Demanda reduzida<br />
pelo uso da<br />
fazenda<br />
■ benefícios para os atores interessa<strong>do</strong>s principais<br />
■ probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alcançar os objetivos<br />
■ riscos (consulte a página 45)<br />
■ se outras organizações já estão lidan<strong>do</strong> com o problema<br />
■ sustentabilida<strong>de</strong><br />
■ impacto ambiental<br />
Pressão<br />
populacional<br />
RESTRIÇÃO<br />
Observe a “árvore <strong>de</strong> objetivos” e i<strong>de</strong>ntifique com quais áreas (ou “ramos”) o projeto po<strong>de</strong>ria<br />
lidar. Por exemplo, no caso da “árvore <strong>de</strong> objetivos” acima, talvez seja <strong>de</strong>cidi<strong>do</strong> lidar com o<br />
“ramo” direito (o <strong>do</strong> círculo).<br />
É uma boa idéia regressar à “árvore <strong>de</strong> objetivos” posteriormente, quan<strong>do</strong> começarmos a<br />
pensar sobre as suposições feitas pelo projeto. To<strong>do</strong>s os objetivos que permanecerem na<br />
“árvore <strong>de</strong> objetivos” po<strong>de</strong>rão ser vistos como restrições que po<strong>de</strong>rão afetar o sucesso <strong>do</strong><br />
projeto.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
Desperdício<br />
<strong>do</strong>méstico<br />
reduzi<strong>do</strong><br />
ACESSO<br />
MELHORADO<br />
À ÁGUA<br />
POTÁVEL<br />
Mais poços<br />
perfura<strong>do</strong>s<br />
Poços protegi<strong>do</strong>s<br />
e em produção<br />
Lençol freático<br />
alcança<strong>do</strong><br />
Bombas manuais<br />
consertadas<br />
37
38<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Marco lógico<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
2.4 Marco lógico<br />
Agora que o projeto foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> e informações <strong>de</strong>talhadas foram coletadas, po<strong>de</strong>mos<br />
começar a planejar exatamente como o projeto funcionará. Uma maneira útil <strong>de</strong> fazer isto<br />
po<strong>de</strong>rá ser o uso <strong>do</strong> marco lógico. O processo <strong>de</strong> preenchimento <strong>do</strong> marco lógico ajuda a<br />
examinar to<strong>do</strong>s os fatores que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s para se planejar um projeto bem<br />
sucedi<strong>do</strong>. Mesmo se as pessoas não estiverem planejan<strong>do</strong> elaborar um marco lógico, po<strong>de</strong>rá ser<br />
útil usar as ferramentas incluídas na abordagem <strong>do</strong> marco lógico durante o planejamento <strong>de</strong><br />
<strong>projetos</strong>.<br />
O que é um marco lógico?<br />
O marco lógico é uma ferramenta usada para ajudar a fortalecer as fases <strong>de</strong> montagem,<br />
implementação e avaliação <strong>de</strong> um projeto. Apesar <strong>de</strong> ser elabora<strong>do</strong> durante a fase <strong>de</strong><br />
planejamento <strong>de</strong> um projeto, o marco lógico é um <strong>do</strong>cumento <strong>de</strong> trabalho que <strong>de</strong>ve ser<br />
consulta<strong>do</strong> e altera<strong>do</strong> durante to<strong>do</strong> o <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto.<br />
O marco lógico é um quadro com quatro linhas e quatro colunas, on<strong>de</strong> todas as partes<br />
principais <strong>de</strong> um projeto po<strong>de</strong>m ser inseridas como um conjunto claro <strong>de</strong> afirmações: a meta,<br />
o propósito, os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo e as ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> projeto, com os seus indica<strong>do</strong>res,<br />
evidências e suposições. Ele mostra a estrutura <strong>do</strong> projeto e <strong>de</strong>screve-o <strong>de</strong> forma lógica. O<br />
marco lógico não mostra to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>talhes <strong>do</strong> projeto. Ele dá uma visão geral <strong>do</strong>s principais<br />
fatores. Os <strong>de</strong>talhes po<strong>de</strong>m ser forneci<strong>do</strong>s em outros <strong>do</strong>cumentos, assim como a proposta, o<br />
orçamento e o cronograma <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, que <strong>de</strong>vem acompanhar o marco lógico.<br />
Meta<br />
Propósito<br />
Resulta<strong>do</strong>s a<br />
curto prazo<br />
Ativida<strong>de</strong>s<br />
RESUMO INDICADORES EVIDÊNCIAS SUPOSIÇÕES<br />
A maioria <strong>do</strong>s <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res usam o marco lógico acima. No entanto, alguns <strong>de</strong>les viram o marco<br />
lógico <strong>de</strong> la<strong>do</strong> para que os objetivos fiquem na linha superior e o resumo, os indica<strong>do</strong>res, as<br />
evidências e as suposições fiquem na coluna <strong>do</strong> la<strong>do</strong>. Ten<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> uma análise <strong>do</strong>s atores<br />
interessa<strong>do</strong>s e as pesquisas, po<strong>de</strong>mos respon<strong>de</strong>r a pergunta: “On<strong>de</strong> estamos agora?”<br />
O marco lógico faz uma série <strong>de</strong> perguntas adicionais:<br />
■ On<strong>de</strong> queremos estar? (META, PROPÓSITO)<br />
■ Como chegaremos lá? (RESULTADOS A CURTO PRAZO, ATIVIDADES)<br />
■ Como saberemos quan<strong>do</strong> tivermos chega<strong>do</strong> lá? (INDICADORES)<br />
■ O que nos mostrará que chegamos lá? (EVIDÊNCIAS)<br />
■ Quais são os problemas potenciais ao longo <strong>do</strong> caminho? (SUPOSIÇÕES)<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Por quê usar um marco lógico?<br />
O marco lógico é útil pois ele:<br />
■ ajuda as pessoas a organizarem os seus pensamentos<br />
■ ajuda as pessoas a pensarem <strong>de</strong> forma lógica<br />
■ ajuda a i<strong>de</strong>ntificar fraquezas na fase <strong>de</strong> montagem <strong>do</strong> projeto<br />
■ garante que indica<strong>do</strong>res chave sejam i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo <strong>do</strong> projeto e, assim,<br />
o monitoramento e a avaliação ficam mais fáceis<br />
■ garante que as pessoas envolvidas no projeto usem a mesma terminologia<br />
■ ajuda as pessoas a resumirem o plano <strong>de</strong> um projeto em poucas folhas <strong>de</strong> papel. Isto as<br />
ajudam a comunicar o plano que possuem, <strong>de</strong> maneira simples, a outras pessoas, apesar <strong>do</strong><br />
marco lógico não ser um substituto a se escrever um plano completo.<br />
Porém, a abordagem <strong>do</strong> marco lógico tem limitações:<br />
■ A gestão <strong>do</strong> projeto po<strong>de</strong> tornar-se rígida, a não ser que o marco lógico seja continuamente<br />
verifica<strong>do</strong> e ajusta<strong>do</strong>.<br />
■ Devi<strong>do</strong> a abordagem envolver a participação <strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s, boas<br />
habilida<strong>de</strong>s na área <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança e facilitação são necessárias para garantir que eles<br />
compreendam a abordagem e participem ativamente nela.<br />
■ Devi<strong>do</strong> a abordagem fazer uso da análise <strong>de</strong> um problema, talvez ela não seja consi<strong>de</strong>rada<br />
apropriada em culturas on<strong>de</strong> as pessoas não discutem abertamente sobre problemas.<br />
■ A terminologia usada po<strong>de</strong> gerar um sentimento <strong>de</strong> ameaça em alguns atores interessa<strong>do</strong>s.<br />
A abordagem, em si mesma, po<strong>de</strong> ser muito difícil <strong>de</strong> ser compreendida em algumas<br />
culturas.<br />
Quem <strong>de</strong>ve preencher o marco lógico?<br />
Sempre que possível, os atores interessa<strong>do</strong>s principais <strong>de</strong>vem ser envolvi<strong>do</strong>s na elaboração <strong>do</strong><br />
marco lógico. Ele <strong>de</strong>ve ser elabora<strong>do</strong> pelas pessoas mais proximamente envolvidas com a<br />
implementação <strong>do</strong> projeto. É possível que que o conceito <strong>do</strong> marco lógico não seja facilmente<br />
compreendi<strong>do</strong> pelos atores interessa<strong>do</strong>s primários. Porém, como o processo é tão importante<br />
como o produto final, processos participativos po<strong>de</strong>m ser usa<strong>do</strong>s para ajudar os atores<br />
interessa<strong>do</strong>s a respon<strong>de</strong>rem as perguntas e i<strong>de</strong>ntificarem alguns <strong>do</strong>s componentes <strong>do</strong> projeto.<br />
Aí então, o marco lógico po<strong>de</strong>rá ser completa<strong>do</strong> pelos funcionários <strong>do</strong> projeto.<br />
Terminologia<br />
Diferentes organizações usam diferentes termos para os componentes <strong>do</strong> marco lógico. Nós<br />
explicamos os termos, <strong>de</strong> forma simples, mais abaixo. Sempre que tivermos conhecimento <strong>de</strong><br />
nomes alternativos que são usa<strong>do</strong>s por outras organizações, nós forneceremos estes nomes em<br />
parênteses. Os termos serão explica<strong>do</strong>s em maiores <strong>de</strong>talhes na seção sobre como completar o<br />
marco lógico.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
39
40<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Resumo<br />
(lógica <strong>de</strong><br />
intervenção)<br />
O Resumo apresenta os objetivos <strong>do</strong> projeto em linhas gerais: o que ele preten<strong>de</strong> alcançar e<br />
como. Existem muitas palavras diferentes que <strong>de</strong>screvem diferentes tipos <strong>de</strong> objetivos. Nós<br />
usamos o termo “objetivo” como um termo geral para uma mudança <strong>de</strong>sejada. No marco<br />
lógico, o resumo separa os diferentes níveis <strong>de</strong> objetivos para formar uma “hierarquia <strong>de</strong><br />
objetivos” e usa termos especiais para referir-se a cada nível.<br />
Meta A Meta se refere ao problema geral com o qual estamos tentan<strong>do</strong> lidar. Às vezes, ela é chamada<br />
<strong>de</strong> objetivo geral <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Alguns exemplos <strong>de</strong> metas: melhores rendimentos,<br />
melhor acesso à água ou redução <strong>do</strong> crime.<br />
Exemplo: Maior produtivida<strong>de</strong> agropecuários por parte <strong>de</strong> pequenos agricultores.<br />
Propósito O Propósito é a mudança específica que queremos que o projeto faça para contribuir no<br />
alcance da meta. Às vezes, ele é chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> Objetivo Imediato <strong>do</strong> Projeto.<br />
Exemplo: Méto<strong>do</strong>s agropecuários melhora<strong>do</strong>s e varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> arroz a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s por pequenos<br />
agricultores.<br />
Resulta<strong>do</strong>s a Os Resulta<strong>do</strong>s a curto prazo são aqueles que <strong>de</strong>sejamos ver como resulta<strong>do</strong> das nossas<br />
curto prazo ativida<strong>de</strong>s, para que possamos cumprir com o propósito.<br />
Exemplo: Varieda<strong>de</strong>s melhoradas <strong>de</strong> cultivo aceitas pelos usuários, disponíveis e distribuídas.<br />
Ativida<strong>de</strong>s As Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>screvem as tarefas que realizaremos.<br />
Exemplo: Pesquisas participativas <strong>do</strong>s agricultores sobre as varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cultivo.<br />
Indica<strong>do</strong>res<br />
(Indica<strong>do</strong>res<br />
Objetivamente<br />
Verificáveis ou<br />
Mensuráveis – IOVs)<br />
Evidências<br />
(Meios e / ou fontes<br />
<strong>de</strong> Verificação –<br />
MdVs)<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Os indica<strong>do</strong>res respon<strong>de</strong>m a seguinte pergunta: “Como sabemos quan<strong>do</strong> tivermos chega<strong>do</strong><br />
lá?” Eles são indicações que me<strong>de</strong>m o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> projeto em relação aos objetivos e<br />
cumprem um papel importante no monitoramento e na avaliação.<br />
Exemplo: 75% <strong>do</strong>s pequenos agricultores na diocese terão a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> as novas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> arroz<br />
até o final <strong>do</strong> terceiro ano.<br />
As evidências referem-se à fonte <strong>de</strong> informações necessárias para medir o <strong>de</strong>sempenho, quem<br />
ficará responsável por coletá-las e com que freqüência.<br />
Exemplo: Pesquisa <strong>de</strong> amostragem realizada pelos funcionários <strong>do</strong> projeto no final <strong>do</strong> terceiro<br />
ano.<br />
Suposições As suposições referem-se às condições que po<strong>de</strong>riam afetar o progresso, sucesso ou<br />
sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> longo prazo <strong>do</strong> projeto. Po<strong>de</strong>rão existir fatores externos que não po<strong>de</strong>m ser<br />
controla<strong>do</strong>s ou que escolhemos não controlar. Po<strong>de</strong>rá ser possível reduzir a vulnerabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
projeto a fatores que não po<strong>de</strong>mos controlar, assim como as mudanças climáticas e <strong>de</strong> preços e<br />
políticas governamentais.<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Hierarquia <strong>de</strong><br />
objetivos<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Completan<strong>do</strong> um marco lógico<br />
■ Ao completar um marco lógico, a chave é preencher a hierarquia <strong>de</strong> objetivos, <strong>de</strong> cima para<br />
baixo, na coluna <strong>de</strong> Resumo<br />
■ Em seguida, preencha a coluna <strong>de</strong> Suposições, <strong>de</strong> baixo para cima<br />
■ Em seguida, preencha as linhas horizontais para i<strong>de</strong>ntificar os Indica<strong>do</strong>res e as Evidências<br />
para cada um <strong>do</strong>s objetivos.<br />
Ao completarmos o marco lógico <strong>de</strong>sta maneira, evitamos nos envolver <strong>de</strong>masiadamente com<br />
os <strong>de</strong>talhes antes que a estrutura <strong>do</strong> projeto tenha si<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvida.<br />
A melhor forma <strong>de</strong> montar um marco lógico é usar várias folhas <strong>de</strong> papel e um lápis ou<br />
bilhetes a<strong>de</strong>sivos. Isto significa que mudanças po<strong>de</strong>m ser feitas ao marco lógico durante o<br />
andamento das discussões, sem que ele fique <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>.<br />
FASE 1 RESUMO DE OBJETIVOS<br />
Preencha a coluna <strong>de</strong> resumo <strong>do</strong> marco lógico, <strong>de</strong> cima para baixo, fazen<strong>do</strong> uma breve<br />
afirmação <strong>do</strong>s objetivos em cada um <strong>do</strong>s níveis. Ao fazer isto, consulte a “árvore <strong>de</strong> objetivos”<br />
elaborada anteriormente (consulte a página 36).<br />
Os níveis <strong>de</strong> objetivos vistos no “ramo” localiza<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> círculo feito na “árvore <strong>de</strong><br />
objetivos” relacionam-se com os níveis da hierarquia <strong>de</strong> objetivos.<br />
O PROBLEMA PRINCIPAL nos<br />
dá o Propósito <strong>do</strong> projeto<br />
As CAUSAS i<strong>de</strong>ntificam…<br />
…os Resulta<strong>do</strong>s a<br />
curto prazo<br />
…e as Ativida<strong>de</strong>s<br />
Nós vamos precisar i<strong>de</strong>ntificar uma Meta e, neste momento em que estamos organizan<strong>do</strong> os<br />
objetivos para o projeto, po<strong>de</strong>remos <strong>de</strong>cidir que queremos mudar alguns <strong>de</strong>les ou acrescentar<br />
mais alguns.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
PROBLEMA<br />
PRINCIPAL<br />
41
42<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Explicação <strong>do</strong>s<br />
objetivos<br />
Exercício<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
META Esta é a meta <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento mais ampla e <strong>de</strong> longo prazo. Trata-se <strong>de</strong> um esta<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>seja<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> uma necessida<strong>de</strong> ou problema não mais existe ou tenha si<strong>do</strong> significativamente<br />
melhorada. O projeto contribuirá para este impacto <strong>de</strong> longo prazo, mas não o alcançará<br />
sozinho. A meta po<strong>de</strong> ser a mesma para uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> e <strong>de</strong> organizações. A meta<br />
po<strong>de</strong> ser um objetivo governamental ou uma Meta <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Milênio das<br />
Nações Unidas.<br />
Exemplo: ■ Melhor nível <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> entre as crianças.<br />
■ Menor incidência e impacto das <strong>do</strong>enças diarréicas.<br />
PROPÓSITO Que mudança ou benefício queremos que o projeto alcance? Procure incluir<br />
benefícios materiais e mudanças sociais positivas na afirmação <strong>de</strong> propósito.<br />
Deverá haver apenas um propósito. Se tivermos mais <strong>do</strong> que um propósito, será difícil<br />
manejar o projeto e, portanto, <strong>de</strong>veremos consi<strong>de</strong>rar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> termos <strong>projetos</strong><br />
separa<strong>do</strong>s. Cada um <strong>de</strong>les <strong>de</strong>verá ter um marco lógico separa<strong>do</strong>, mas ambos compartilharão a<br />
mesma meta.<br />
Exemplo: ■ Maior imunização na região <strong>do</strong> projeto.<br />
■ Melhor acesso e uso <strong>de</strong> água potável na diocese.<br />
RESULTADOS A CURTO PRAZO Que mudanças a curto prazo são necessárias para alcançar o<br />
propósito? Em outras palavras, que resulta<strong>do</strong>s serão alça<strong>do</strong>s pelo projeto? Os resulta<strong>do</strong>s a curto<br />
prazo são aqueles sobre os quais a equipe <strong>do</strong> projeto tem controle. Normalmente, po<strong>de</strong>rão<br />
existir entre três e seis resulta<strong>do</strong>s a curto prazo.<br />
Exemplo: ■ Equipe <strong>de</strong> sanitaristas fortalecida e trabalhan<strong>do</strong>.<br />
■ Fontes melhoradas <strong>de</strong> água potável.<br />
ATIVIDADES Como alcançaremos os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo? É provável que exista uma lista<br />
comprida <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s a serem realizadas. No entanto, o marco lógico não <strong>de</strong>verá incluir uma<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>masiada <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes. Informações <strong>de</strong>talhadas sobre as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>verão ser<br />
incluídas em um cronograma separa<strong>do</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s (consulte a página 60).<br />
As frases que <strong>de</strong>screvem as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem começar com um verbo ativo.<br />
Exemplo: ■ Recrutar sanitaristas.<br />
■ Melhorar as condições <strong>do</strong>s poços existentes e perfurar novos poços.<br />
Não é necessário estabelecer metas (quantitativas e qualitativas) a esta altura. Isto po<strong>de</strong> ser<br />
feito quan<strong>do</strong> a coluna 2 (indica<strong>do</strong>res) estiver preenchida. Use um sistema <strong>de</strong> numeração para<br />
assegurar-se que as ativida<strong>de</strong>s sejam relacionadas aos resulta<strong>do</strong>s a curto prazo (consulte o<br />
exemplo <strong>de</strong> marco lógico da página 57).<br />
Imagine que você esteja organizan<strong>do</strong> uma festa <strong>de</strong> casamento. O que você <strong>de</strong>finiria como sen<strong>do</strong> a<br />
meta, o propósito, os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo e as ativida<strong>de</strong>s? Escreva-os em pedaços <strong>de</strong> cartolina e<br />
organize-os em uma “árvore <strong>de</strong> objetivos”.<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Teste “Se-Então” Quan<strong>do</strong> tivermos preenchi<strong>do</strong> os objetivos para cada um <strong>do</strong>s níveis, <strong>de</strong>veremos nos certificar<br />
que as afirmações estejam mutuamente vinculadas, <strong>de</strong> forma lógica. Para fazer isto, use o teste<br />
“Se-Então”:<br />
Exercício<br />
Exercício<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
■ Observe as ativida<strong>de</strong>s. Se realizarmos todas as ativida<strong>de</strong>s, elas então chegarão aos resulta<strong>do</strong>s<br />
a curto prazo?<br />
■ Observe os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo. Se os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo forem produzi<strong>do</strong>s, eles<br />
então alcançarão o propósito?<br />
■ Se o propósito for alcança<strong>do</strong>, ele então contribuirá para o alcance da meta?<br />
Por exemplo:<br />
■ Se treinarmos membros da comunida<strong>de</strong> a manterem e consertarem bombas manuais<br />
(ativida<strong>de</strong>s), então as fontes <strong>de</strong> água potável serão melhoradas (resulta<strong>do</strong> a curto prazo).<br />
■ Se as fontes <strong>de</strong> água potável forem melhoradas (resulta<strong>do</strong>s a curto prazo), então o acesso à<br />
água potável será melhora<strong>do</strong> (propósito).<br />
■ Se o acesso à água potável for melhora<strong>do</strong> (propósito), então a incidência e o impacto das<br />
<strong>do</strong>enças diarréicas serão diminuí<strong>do</strong>s (meta).<br />
Po<strong>de</strong>remos concluir que precisaremos ajustar a maneira <strong>de</strong> expressar os objetivos ou incluir<br />
objetivos novos. Po<strong>de</strong>remos <strong>de</strong>cidir que alguns <strong>do</strong>s objetivos não sejam relevantes e que, por<br />
isto, eles <strong>de</strong>verão ser anula<strong>do</strong>s.<br />
Verifique a lógica <strong>do</strong>s objetivos relaciona<strong>do</strong>s com a organização da festa <strong>de</strong> casamento.<br />
Imagine que você faz parte <strong>de</strong> um time <strong>de</strong> futebol. Os seguintes objetivos foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s:<br />
■ META Ser o melhor time <strong>de</strong> futebol <strong>do</strong> país.<br />
■ PROPÓSITO Vencer o próximo jogo.<br />
■ RESULTADOS A CURTO PRAZO Ataque bem sucedi<strong>do</strong>, <strong>de</strong>fesa bem sucedida.<br />
■ ATIVIDADES Dar o pontapé na bola, chutar a bola, driblar.<br />
Se <strong>de</strong>rmos o pontapé, chutarmos a bola e driblarmos, isto então resultará em um ataque e <strong>de</strong>fesa<br />
bem sucedi<strong>do</strong>s?<br />
Se o nosso ataque e <strong>de</strong>fesa forem bem sucedi<strong>do</strong>s, isto então alcançará o propósito <strong>de</strong> ganhar o jogo?<br />
Que mudanças talvez sejam necessárias para que alcancemos os nossos objetivos?<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
43
44<br />
2<br />
Meta<br />
Propósito<br />
Resulta<strong>do</strong>s a curto prazo<br />
Ativida<strong>de</strong>s<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Primeira coluna <strong>do</strong> marco lógico – um exemplo preenchi<strong>do</strong><br />
RESUMO INDICADORES EVIDÊNCIAS SUPOSIÇÕES<br />
Menor incidência e impacto das <strong>do</strong>ença<br />
diarréicas<br />
Melhor acesso e uso <strong>de</strong> água potável na<br />
diocese<br />
1 Sistemas participativos <strong>de</strong> gestão em<br />
funcionamento para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />
necessida<strong>de</strong>s, planejamento e<br />
monitoramento<br />
2 Fontes melhoradas <strong>de</strong> água potável<br />
3 Maior conscientização comunitária sobre<br />
boas práticas <strong>de</strong> higiene<br />
1.1 Formar comitês <strong>de</strong> usuários da água<br />
(CUAs)<br />
1.2 Dar treinamento aos membros <strong>do</strong>s CUAs<br />
sobre levantamentos, planejamento,<br />
monitoramento e preparação <strong>de</strong><br />
propostas<br />
1.3 As comunida<strong>de</strong>s realizam levantamentos<br />
<strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e <strong>de</strong> monitoramento<br />
sobre o nível <strong>de</strong> utilização da água e<br />
necessida<strong>de</strong>s e submetem as propostas<br />
1.4 Realizar reuniões regionais conjuntas <strong>de</strong><br />
planejamento entre a Diocese, o Departamento<br />
Distrital <strong>de</strong> Água e os CUAs<br />
2.1 Os CUAs selecionam os Agentes<br />
Comunitários <strong>de</strong> Água (ACAs) e<br />
concordam sobre os incentivos<br />
2.2 Treinar os ACAs em como perfurar e<br />
cobrir os poços; manter e consertar as<br />
bombas manuais<br />
2.3 Melhorar as condições <strong>do</strong>s poços<br />
existentes e perfurar novos poços<br />
2.4 Tomar providências para que o<br />
Departamento Distrital <strong>de</strong> Água teste a<br />
qualida<strong>de</strong> da água<br />
2.5 Os ACAs reparam e fazem a manutenção<br />
das bombas manuais<br />
3.1 Treinar Promotores Comunitários <strong>de</strong><br />
Saú<strong>de</strong> (PCSs) existentes para que<br />
aumentem os seus conhecimentos sobre<br />
as <strong>do</strong>enças diarréicas e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
se ter boas práticas <strong>de</strong> higiene<br />
3.2 Os Promotores Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />
treinam homens, mulheres e crianças em<br />
boas práticas <strong>de</strong> higiene<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Levantamento<br />
<strong>de</strong> riscos<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
FASE 2 SUPOSIÇÕES<br />
Nós checamos se cada objetivo conduz ao objetivo acima, usan<strong>do</strong> o teste “Se-Então”. No<br />
entanto, nunca po<strong>de</strong>mos estar 100% certos <strong>de</strong> que cada um <strong>do</strong>s objetivos conduzirá ao<br />
próximo porque sempre haverá um risco <strong>de</strong> que fatores externos afetem a associação entre eles.<br />
A maioria <strong>do</strong>s <strong>projetos</strong> fracassam, não porque são mal estrutura<strong>do</strong>s, mas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à falta <strong>de</strong><br />
atenção à estes fatores que estão fora <strong>do</strong> controle <strong>do</strong> projeto, que são <strong>de</strong>masiadamente difíceis<br />
ou que são dispendiosos para serem controla<strong>do</strong>s. No marco lógico, precisamos <strong>de</strong>monstrar que<br />
pensamos sobre quais po<strong>de</strong>m ser estes fatores.<br />
Para preencher a coluna <strong>de</strong> suposições <strong>do</strong> marco lógico, consi<strong>de</strong>re primeiro os riscos associa<strong>do</strong>s<br />
com o projeto.<br />
Os riscos estão relaciona<strong>do</strong>s com os<br />
potenciais acontecimentos in<strong>de</strong>sejáveis.<br />
Todas as ativida<strong>de</strong>s envolvem riscos. Se<br />
eles acontecem, alguns riscos afetam a<br />
ativida<strong>de</strong> mais <strong>do</strong> que os <strong>de</strong>mais. Um<br />
levantamento <strong>de</strong> riscos ajuda a i<strong>de</strong>ntificálos,<br />
a consi<strong>de</strong>rar a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>les<br />
acontecerem e o provável impacto. Dessa<br />
forma, os riscos po<strong>de</strong>m ser administra<strong>do</strong>s<br />
alteran<strong>do</strong>-se os planos <strong>do</strong> projeto para<br />
garantir que os riscos sejam minimiza<strong>do</strong>s.<br />
Alguns exemplos <strong>de</strong> riscos:<br />
■ climáticos – queda <strong>de</strong> chuvas<br />
■ humanos – greves <strong>de</strong> funcionários,<br />
beneficiários relutantes em tentar<br />
novas técnicas, funcionários <strong>do</strong><br />
projeto sain<strong>do</strong> da organização<br />
■ econômicos – instabilida<strong>de</strong> nos preços<br />
<strong>do</strong>s produtos da safra<br />
■ políticos – políticas governamentais<br />
■ <strong>projetos</strong> <strong>de</strong> outras agências que não<br />
cumprem os seus cronogramas.<br />
MÉTODO PARA UM LEVANTAMENTO DE RISCOS<br />
Inicie com algumas folhas gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong> papel.<br />
ETAPA 1 I<strong>de</strong>ntifique os riscos:<br />
■ observan<strong>do</strong> as várias análises que foram realizadas, assim como a <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s, a<br />
econômica, ambiental, social, <strong>de</strong> problemas<br />
■ regressan<strong>do</strong> à “árvore <strong>de</strong> objetivos” (na página 37) e consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as limitações<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
Empresa <strong>de</strong><br />
Sabão Zapo<br />
Sinto muito, mas<br />
não po<strong>de</strong>mos mais<br />
apoiar este time<br />
<strong>de</strong> futebol<br />
O meu maior risco<br />
e pesa<strong>de</strong>lo!<br />
Ahh!<br />
45
46<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Matriz <strong>de</strong> impacto /<br />
probabilida<strong>de</strong><br />
■ observan<strong>do</strong> cada um <strong>do</strong>s objetivos no marco lógico e fazen<strong>do</strong> uma “explosão <strong>de</strong> idéias” das<br />
suposições que precisam ser feitas para que o objetivo superior seja alcança<strong>do</strong>. Série <strong>de</strong><br />
perguntas úteis a serem feitas:<br />
• Se fizermos estas ativida<strong>de</strong>s, o que po<strong>de</strong>ria nos impedir <strong>de</strong> alcançar estes resulta<strong>do</strong>s a<br />
curto prazo?<br />
• Se formos bem sucedi<strong>do</strong>s em alcançarmos estes resulta<strong>do</strong>s a curto prazo, o que po<strong>de</strong>ria<br />
nos impedir <strong>de</strong> alcançar o propósito?<br />
• Se o propósito for alcança<strong>do</strong>, o que po<strong>de</strong>ria nos impedir <strong>de</strong> contribuir para a meta?<br />
ETAPA 2 Use uma Matriz <strong>de</strong> impacto / probabilida<strong>de</strong> para avaliar os riscos.<br />
Faça uma lista <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os riscos e numere-os. Em seguida, consi<strong>de</strong>re quão provável é que cada<br />
um <strong>de</strong>les aconteça (probabilida<strong>de</strong>) e qual po<strong>de</strong>ria ser o impacto <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les. Pense no<br />
impacto sobre os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> projeto e também sobre os beneficiários. Coloque os números<br />
na matriz.<br />
Por exemplo, em um projeto volta<strong>do</strong> a melhorar as colheitas, o primeiro risco i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> é<br />
que os agricultores talvez não aceitem as novas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sementes. A probabilida<strong>de</strong> disto<br />
acontecer é consi<strong>de</strong>rada média e o impacto sobre o projeto, se este risco for concretiza<strong>do</strong>, é<br />
alto. Portanto, o número “1” <strong>de</strong>ve ser coloca<strong>do</strong> no quadra<strong>do</strong> apropria<strong>do</strong>.<br />
PROBABILIDADE<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
BAIXO<br />
MEDIO<br />
ALTO<br />
ETAPA 3 Pense sobre medidas que possam reduzir ou eliminar os riscos. Talvez <strong>de</strong>sejemos prestar menos<br />
atenção aos riscos <strong>de</strong> pouca probabilida<strong>de</strong> e baixo impacto, embora alguns passos simples<br />
possam reduzi-los. É importante prestar atenção para os riscos localiza<strong>do</strong>s na parte inferior<br />
direita da Matriz <strong>de</strong> impacto / probabilida<strong>de</strong> (alta probabilida<strong>de</strong> e alto impacto) pois eles,<br />
particularmente, ameaçam o sucesso <strong>do</strong> projeto. Se este riscos não po<strong>de</strong>m ser reduzi<strong>do</strong>s, talvez<br />
seja necessário cancelar o projeto.<br />
Por exemplo, o risco <strong>do</strong>s agricultores não aceitarem as novas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sementes é bastante<br />
importante. Uma medida para reduzir o risco po<strong>de</strong>ria ser a <strong>de</strong> garantir a participação <strong>do</strong>s<br />
agricultores na escolha das novas varieda<strong>de</strong>s. Se houver uma falta <strong>de</strong> chuvas, o projeto po<strong>de</strong>rá<br />
fracassar. Talvez seja necessário consi<strong>de</strong>rar irrigação como um objetivo <strong>do</strong> projeto.<br />
Lembre-se <strong>de</strong> acrescentar estas medidas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> riscos nos objetivos <strong>do</strong> projeto. Em<br />
termos <strong>do</strong> marco lógico, isto vai requerer a inclusão <strong>de</strong> mais ativida<strong>de</strong>s e, possivelmente, <strong>de</strong><br />
resulta<strong>do</strong>s a curto prazo.<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />
IMPACTO<br />
BAIXO MEDIO ALTO<br />
1 Os agricultores talvez não aceitem as novas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sementes<br />
2 Possível falta <strong>de</strong> chuvas<br />
1<br />
2
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Incluin<strong>do</strong> riscos<br />
no marco lógico<br />
“Árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />
<strong>de</strong> riscos”<br />
Adaptação da publicação<br />
AusGUIDElines (2002),<br />
AusAID, página 25<br />
Riscos e<br />
suposições<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Agora, regresse ao marco lógico e escreva os principais riscos como suposições na coluna 4.<br />
Estes são os riscos que po<strong>de</strong>rão, na verda<strong>de</strong>, fazer com que o projeto fracasse se eles se<br />
concretizarem. Alguns riscos po<strong>de</strong>rão ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s tão críticos que <strong>de</strong>cidamos não<br />
prosseguir com o projeto. O diagrama abaixo <strong>de</strong>verá ajudar a <strong>de</strong>cidir quais riscos precisam ser<br />
incluí<strong>do</strong>s no marco lógico como suposições.<br />
Inclua no marco lógico<br />
como uma suposição<br />
Monitore o risco e pense<br />
em maneiras <strong>de</strong> reduzi-lo<br />
Monte novamente o projeto –<br />
por exemplo, acrescente<br />
ativida<strong>de</strong>s ou resulta<strong>do</strong>s a curto<br />
prazo ou revise o propósito<br />
Uma vez que tenhamos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> os riscos, po<strong>de</strong>remos transformá-los em suposições.<br />
Riscos são afirmações negativas sobre coisas que po<strong>de</strong>rão dar erra<strong>do</strong>. As suposições<br />
transformam os riscos em afirmações positivas. Elas são as condições que precisam ser<br />
atendidas para que o projeto possa continuar.<br />
Por exemplo, pense em um risco em um projeto agrícola <strong>de</strong> extensão. Ao reformularmos a<br />
frase para que ela <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> ser negativa e passe a ser positiva, o risco po<strong>de</strong> ser transforma<strong>do</strong> em<br />
uma suposição:<br />
RISCO Talvez os agricultores não aceitem as novas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> arroz.<br />
SUPOSIÇÃO Os agricultores estão dispostos a experimentar as novas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> arroz.<br />
É comum escrevermos suposições, ao invés <strong>de</strong> riscos, na coluna 4. Evite misturar riscos e<br />
suposições. Geralmente existem menos suposições importantes no nível <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s. O nível<br />
<strong>de</strong> incerteza aumenta para os objetivos mais altos. Isto é porque exercemos menos controle<br />
sobre os níveis mais altos. É mais fácil mudar ou acrescentar ativida<strong>de</strong>s para reduzir o risco. É<br />
mais difícil tomar medidas contra alguns <strong>do</strong>s riscos que ameaçam o uso <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s a curto<br />
prazo para alcançar o propósito, ou a maneira na qual o propósito contribui para a meta.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
PROVÁVEL<br />
SIM<br />
O RISCO É DE<br />
ALTO IMPACTO?<br />
SIM<br />
ELE VAI<br />
ACONTECER?<br />
QUASE QUE CERTAMENTE<br />
É<br />
POSSÍVEL<br />
MONTAR NOVAMENTE<br />
O PROJETO E INFLUEN-<br />
CIAR O FATOR<br />
EXTERNO?<br />
IMPROVÁVEL<br />
NÃO<br />
NÃO<br />
Não inclua no<br />
marco lógico<br />
Projeto <strong>de</strong> alto risco que<br />
provavelmente <strong>de</strong>ve ser<br />
rejeita<strong>do</strong><br />
47
48<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Pense em um<br />
projeto agrícola<br />
<strong>de</strong> extensão<br />
Teste<br />
“Se-E-Então”<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
■ “Fornecer sementes <strong>de</strong> arroz e orientações” po<strong>de</strong>ria ser uma ativida<strong>de</strong>. “Programa <strong>de</strong> treinamento<br />
monta<strong>do</strong> e realiza<strong>do</strong>” po<strong>de</strong>ria ser um resulta<strong>do</strong> a curto prazo. Estes são <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
gerente <strong>do</strong> projeto. Se estes serviços não forem presta<strong>do</strong>s, o gerente po<strong>de</strong>rá, portanto, ser<br />
responsabiliza<strong>do</strong> pelo fracasso <strong>do</strong> projeto. Se eles forem presta<strong>do</strong>s, ele (a) po<strong>de</strong>rá ser elogia<strong>do</strong> (a)<br />
pelo sucesso <strong>do</strong> projeto.<br />
■ O propósito <strong>do</strong> projeto po<strong>de</strong>rá ser “maior produção média <strong>de</strong> arroz por parte <strong>do</strong>s agricultores da<br />
região <strong>do</strong> projeto”. O gerente <strong>do</strong> projeto talvez não seja totalmente responsável se o projeto<br />
fracassar. Por exemplo, os clientes talvez não utilizem o treinamento que receberam.<br />
■ Existem passos que po<strong>de</strong>m ser toma<strong>do</strong>s para reduzir o risco, assim como garantir que os<br />
agricultores sejam envolvi<strong>do</strong>s no projeto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo, aumentan<strong>do</strong> a apropriação e permitin<strong>do</strong> a<br />
i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s. Mas ainda exerceremos menos controle sobre o alcance <strong>do</strong> propósito<br />
<strong>do</strong> que sobre os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo e as ativida<strong>de</strong>s.<br />
Para cada um <strong>do</strong>s objetivos <strong>do</strong> marco lógico, consi<strong>de</strong>re que suposições precisam ser feitas para<br />
que aquele objetivo conduza ao objetivo no próximo nível. Confira a lógica usan<strong>do</strong> o teste<br />
“Se-E-Então”:<br />
Meta<br />
Propósito<br />
Resulta<strong>do</strong>s a<br />
curto prazo<br />
Ativida<strong>de</strong>s<br />
Por exemplo:<br />
RESUMO INDICADORES EVIDÊNCIAS SUPOSIÇÕES<br />
ENTÃO<br />
SE E<br />
■ Se treinarmos membros da comunida<strong>de</strong> para que mantenham e consertem as bombas<br />
manuais (ativida<strong>de</strong>s), e um sistema eficiente <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> peças existir (suposição),<br />
então as fontes <strong>de</strong> água potável serão melhoradas (resulta<strong>do</strong> a curto prazo).<br />
■ Se as fontes <strong>de</strong> água potável forem melhoradas (resulta<strong>do</strong> a curto prazo), e uma quantida<strong>de</strong><br />
a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> água estiver disponível (suposição), então o acesso à água potável será<br />
melhora<strong>do</strong> (propósito).<br />
■ Se o acesso à água potável for melhora<strong>do</strong> (propósito) e a incidência das <strong>do</strong>enças diarréicas<br />
for <strong>de</strong>vida à água impura (suposição), então a incidência e o impacto das <strong>do</strong>enças diarréicas<br />
serão diminuí<strong>do</strong>s (meta).<br />
Devi<strong>do</strong> à possibilida<strong>de</strong> das condições externas mudarem, é essencial que realizemos outros<br />
levantamentos <strong>de</strong> riscos durante to<strong>do</strong> o projeto para garantir que assumamos controle sobre<br />
todas as ameaças ao sucesso <strong>do</strong> mesmo.<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Condições<br />
críticas<br />
Marco lógico<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Às vezes o marco lógico po<strong>de</strong>rá requerer o preenchimento <strong>de</strong> mais um quadra<strong>do</strong> intitula<strong>do</strong><br />
“Condições críticas ou Condições Prévias”.<br />
Meta<br />
Propósito<br />
Resulta<strong>do</strong>s a<br />
curto prazo<br />
Ativida<strong>de</strong>s<br />
RESUMO INDICADORES EVIDÊNCIAS SUPOSIÇÕES<br />
Estas condições referem-se a coisas que <strong>de</strong>vem acontecer antes que o projeto possa começar.<br />
Faça perguntas como:<br />
■ Teremos condições <strong>de</strong> encontrar pessoal qualifica<strong>do</strong> com os salários que estão sen<strong>do</strong><br />
ofereci<strong>do</strong>s?<br />
■ Se os recursos <strong>de</strong>verão ser forneci<strong>do</strong>s por outras agências ou pelo governo, quan<strong>do</strong> eles<br />
serão disponibiliza<strong>do</strong>s?<br />
■ Os materiais essenciais ou o financiamento serão disponibiliza<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> quisermos iniciar<br />
o projeto?<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
Condições Críticas<br />
49
50<br />
2<br />
Meta<br />
Propósito<br />
Resulta<strong>do</strong>s a curto prazo<br />
Ativida<strong>de</strong>s<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Primeira e quarta colunas <strong>do</strong> marco lógico – um exemplo preenchi<strong>do</strong><br />
RESUMO INDICADORES EVIDÊNCIAS SUPOSIÇÕES<br />
Menor incidência e impacto das <strong>do</strong>ença<br />
diarréicas<br />
Melhor acesso e uso <strong>de</strong> água potável na<br />
diocese<br />
1 Sistemas participativos <strong>de</strong> gestão em<br />
funcionamento para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />
necessida<strong>de</strong>s, planejamento e<br />
monitoramento<br />
2 Fontes melhoradas <strong>de</strong> água potável<br />
3 Maior conscientização comunitária sobre<br />
boas práticas <strong>de</strong> higiene<br />
1.1 Formar comitês <strong>de</strong> usuários da água<br />
(CUAs)<br />
1.2 Dar treinamento aos membros <strong>do</strong>s CUAs<br />
sobre levantamentos, planejamento,<br />
monitoramento e preparação <strong>de</strong><br />
propostas<br />
1.3 As comunida<strong>de</strong>s realizam levantamentos<br />
<strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e <strong>de</strong> monitoramento<br />
sobre o nível <strong>de</strong> utilização da água e<br />
necessida<strong>de</strong>s e submetem as propostas<br />
1.4 Realizar reuniões regionais conjuntas <strong>de</strong><br />
planejamento entre a Diocese, o Departamento<br />
Distrital <strong>de</strong> Água e os CUAs<br />
2.1 Os CUAs selecionam os Agentes<br />
Comunitários <strong>de</strong> Água (ACAs) e<br />
concordam sobre os incentivos<br />
2.2 Treinar os ACAs em como perfurar e<br />
cobrir os poços; manter e consertar as<br />
bombas manuais<br />
2.3 Melhorar as condições <strong>do</strong>s poços<br />
existentes e perfurar novos poços<br />
2.4 Tomar providências para que o<br />
Departamento Distrital <strong>de</strong> Água teste a<br />
qualida<strong>de</strong> da água<br />
2.5 Os ACAs reparam e fazem a manutenção<br />
das bombas manuais<br />
3.1 Treinar Promotores Comunitários <strong>de</strong><br />
Saú<strong>de</strong> (PCSs) existentes para que<br />
aumentem os seus conhecimentos sobre<br />
as <strong>do</strong>enças diarréicas e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
se ter boas práticas <strong>de</strong> higiene<br />
3.2 Os Promotores Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />
treinam homens, mulheres e crianças em<br />
boas práticas <strong>de</strong> higiene<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />
Atendimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não se<br />
<strong>de</strong>teriora<br />
As <strong>do</strong>enças diarréicas são <strong>de</strong>vidas à<br />
água impura e às práticas <strong>de</strong> higiene<br />
Quantida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> água<br />
disponível<br />
As pessoas não são excluídas <strong>de</strong><br />
terem acesso às fontes melhoradas<br />
Acesso não será para usos<br />
potencialmente poluentes<br />
As práticas <strong>de</strong> higiene são<br />
culturalmente aceitáveis<br />
O lençol <strong>de</strong> água não contem<br />
arsênico<br />
As comunida<strong>de</strong>s estão confiantes <strong>de</strong><br />
que as fontes <strong>de</strong> água po<strong>de</strong>m ser<br />
melhoradas<br />
Os membros <strong>do</strong>s comitês assumirão<br />
a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar para<br />
a comunida<strong>de</strong><br />
Os comitês <strong>de</strong> usuários da água<br />
continuarão a funcionar em prol <strong>do</strong>s<br />
interesses <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s<br />
A comunida<strong>de</strong> estará preparada para<br />
trabalhar com os CUAs<br />
O sistema <strong>de</strong> incentivos para os<br />
ACAs é suficiente e sustenta<strong>do</strong><br />
Sistema eficaz <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong><br />
peças<br />
O Departamento Distrital <strong>de</strong> Água<br />
continua a receber recursos<br />
suficientes para realizar os testes na<br />
água; teste alternativo será possível,<br />
caso contrário<br />
Os membros da comunida<strong>de</strong><br />
aplicam o treinamento que<br />
receberam
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
FASE 3 INDICADORES E EVIDÊNCIAS<br />
Indica<strong>do</strong>res<br />
(coluna 2 <strong>do</strong><br />
marco lógico)<br />
Tipos <strong>de</strong><br />
indica<strong>do</strong>res<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Os indica<strong>do</strong>res são metas que<br />
mostram progresso rumo ao<br />
alcance <strong>do</strong>s objetivos. Eles<br />
respon<strong>de</strong>m a pergunta: “Como<br />
sabemos se o que planejamos<br />
está acontecen<strong>do</strong> ou aconteceu?”<br />
Os indica<strong>do</strong>res nos ajudam a<br />
monitorar, rever e avaliar o projeto.<br />
Eles nos permitem saber se os<br />
planos <strong>do</strong> projeto precisam ser<br />
ajusta<strong>do</strong>s. Eles nos ajudam a<br />
apren<strong>de</strong>r lições <strong>de</strong> um projeto e,<br />
assim, evitamos cometer os mesmos<br />
erros em outros <strong>projetos</strong>.<br />
No marco lógico, às vezes os<br />
indica<strong>do</strong>res são chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
“Indica<strong>do</strong>res Objetivamente Verificáveis”. O termo “objetivamente” é usa<strong>do</strong> porque os<br />
indica<strong>do</strong>res não <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista da pessoa que o estiver medin<strong>do</strong>. Não<br />
<strong>de</strong>ve importar quem os me<strong>de</strong>m – o mesmo resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser alcança<strong>do</strong>. Assim, é melhor<br />
pedir para que duas pessoas meçam o nível <strong>de</strong> comparecimento em uma reunião contan<strong>do</strong> o<br />
número <strong>de</strong> pessoas presentes, ao invés <strong>de</strong> pedir que elas o categorizem como muito ruim,<br />
ruim, a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, bom e muito bom. Uma pessoa po<strong>de</strong>rá achar que o nível <strong>de</strong> comparecimento<br />
é muito bom, enquanto a outra po<strong>de</strong>rá achar que é apenas a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. Isto <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ria das<br />
experiências anteriores com reuniões que elas tenham ti<strong>do</strong> e das suas próprias expectativas <strong>de</strong><br />
quantas pessoas po<strong>de</strong>riam comparecer na reunião em questão.<br />
É importante pensarmos sobre quem <strong>de</strong>veria i<strong>de</strong>ntificar e medir os indica<strong>do</strong>res. Os atores<br />
interessa<strong>do</strong>s primários <strong>de</strong>vem ter uma oportunida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>terminar indica<strong>do</strong>res porque:<br />
■ isto aumenta a apropriação e a transparência <strong>do</strong> projeto<br />
■ os atores interessa<strong>do</strong>s primários talvez possam pensar em indica<strong>do</strong>res apropria<strong>do</strong>s que os<br />
funcionários <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong> fora da comunida<strong>de</strong> não teriam consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong><br />
■ algumas coisas são mais facilmente medidas pelos próprios atores interessa<strong>do</strong>s primários<br />
■ os atores interessa<strong>do</strong>s primários po<strong>de</strong>m ser incentiva<strong>do</strong>s e capacita<strong>do</strong>s através <strong>do</strong> progresso<br />
<strong>do</strong> projeto.<br />
Existem muitos tipos <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res a serem consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s. Procure ser criativo e use uma<br />
varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res para certificar-se que os objetivos possam ser medi<strong>do</strong>s efetivamente e<br />
que as necessida<strong>de</strong>s das áreas <strong>de</strong> monitoramento e avaliação possam ser atendidas.<br />
■ Os indica<strong>do</strong>res FORMATIVOS (também chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Marcos) são usa<strong>do</strong>s durante uma<br />
ativida<strong>de</strong>, fase ou projeto para mostrar se o progresso está acompanhan<strong>do</strong> o que foi<br />
planeja<strong>do</strong>.<br />
Os indica<strong>do</strong>res SUMATIVOS são usa<strong>do</strong>s no final <strong>do</strong> projeto para avaliação.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
Então, como<br />
vamos medir o<br />
nosso sucesso?<br />
Bem … gols marca<strong>do</strong>s,<br />
partidas ganhas,<br />
tamanho da multidão,<br />
cobertura da mídia!<br />
51
52<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
■ Os indica<strong>do</strong>res DIRETOS me<strong>de</strong>m o objetivo diretamente, assim como o número <strong>de</strong> crianças<br />
que freqüentam a escola.<br />
Os indica<strong>do</strong>res INDIRETOS (também chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res substitutos) são usa<strong>do</strong>s se os<br />
indica<strong>do</strong>res diretos não forem apropria<strong>do</strong>s ou possíveis, por exemplo:<br />
• os resulta<strong>do</strong>s não po<strong>de</strong>m ser medi<strong>do</strong>s diretamente, assim como a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida<br />
• os indica<strong>do</strong>res diretos são <strong>de</strong>masiadamente caros para serem medi<strong>do</strong>s<br />
• os indica<strong>do</strong>res diretos só po<strong>de</strong>m ser medi<strong>do</strong>s <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> projeto termina<strong>do</strong>.<br />
Por exemplo, ao medir um aumento no nível <strong>de</strong> alfabetização, talvez seja difícil ou caro<br />
entrevistar as crianças, mas o número <strong>de</strong> livros empresta<strong>do</strong>s da biblioteca da escola po<strong>de</strong>rá<br />
dar-lhe uma indicação se o nível <strong>de</strong> alfabetização aumentou.<br />
Po<strong>de</strong> ser muito difícil medir a renda das pessoas sem ofendê-las. Ao invés disso, po<strong>de</strong>mos<br />
observar mudanças nos gastos <strong>do</strong>mésticos. Isto po<strong>de</strong>rá incluir a escolha <strong>de</strong> uma lista <strong>de</strong> itens<br />
que uma casa po<strong>de</strong>rá ter, incluin<strong>do</strong> alguns itens <strong>de</strong> luxo, e observar como os gastos variam<br />
com o tempo. Nós também po<strong>de</strong>ríamos observar o volume <strong>de</strong> vendas das lojas e <strong>do</strong>s<br />
prove<strong>do</strong>res <strong>de</strong> serviços da região pois eles estão sujeitos a serem afeta<strong>do</strong>s pelas mudanças nos<br />
níveis <strong>de</strong> renda da população local.<br />
É mais fácil medir o comportamento <strong>do</strong> que os sentimentos pois o comportamento po<strong>de</strong> ser<br />
observa<strong>do</strong>. Assim, se <strong>de</strong>sejarmos medir se as pessoas se sentem mais confiantes, po<strong>de</strong>ríamos<br />
observar com que freqüência elas falam nas reuniões comunitárias.<br />
Os indica<strong>do</strong>res QUANTITATIVOS po<strong>de</strong>m ser analisa<strong>do</strong>s em forma numérica – quem, o quê,<br />
quan<strong>do</strong>, on<strong>de</strong>, quanto, quantos, com que freqüência? Eles po<strong>de</strong>rão incluir:<br />
■ com que freqüência as coisas acontecem<br />
■ o número <strong>de</strong> pessoas envolvidas ou afetadas<br />
■ níveis <strong>de</strong> crescimento<br />
■ níveis <strong>de</strong> utilização – por exemplo: matrículas escolares, visitas à clínica, aceitação <strong>de</strong> novas<br />
varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sementes.<br />
Os indica<strong>do</strong>res QUALITATIVOS me<strong>de</strong>m coisas que não po<strong>de</strong>m ser contadas, assim como:<br />
■ satisfação, opiniões<br />
■ habilida<strong>de</strong> na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões<br />
■ mudanças em atitu<strong>de</strong>s.<br />
Procure usar uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res quantitativos e qualitativos para não <strong>de</strong>ixarmos <strong>de</strong><br />
capturar o verda<strong>de</strong>iro progresso e impacto <strong>do</strong> projeto.<br />
A imaginação é muito importante quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>finimos os indica<strong>do</strong>res. Po<strong>de</strong>rá ser útil pedir que<br />
um grupo <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s que estejam <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> indica<strong>do</strong>res fechem os olhos e<br />
imaginem como a situação será melhorada no final <strong>do</strong> projeto. O quê eles ouvem, vêem,<br />
tocam, sentem e cheiram que será diferente quan<strong>do</strong> o problema principal tiver si<strong>do</strong><br />
soluciona<strong>do</strong>? Se estivermos procuran<strong>do</strong> fazer um trabalho integral <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, o<br />
nosso impacto sobre o bem-estar espiritual <strong>de</strong>ve ser tão gran<strong>de</strong> quanto sobre o bem-estar<br />
físico. Os indica<strong>do</strong>res espirituais são especialmente difíceis <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s. Talvez os<br />
indica<strong>do</strong>res indiretos precisem ser usa<strong>do</strong>s.<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
EXEMPLOS<br />
<strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res<br />
básicos<br />
Definin<strong>do</strong> bons<br />
indica<strong>do</strong>res<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
■ ECONÔMICOS Produção por hectare, produção por trabalha<strong>do</strong>r, ovos por dia, produção <strong>de</strong> produtos<br />
<strong>de</strong> artesanato por mês, renda média, tamanho <strong>de</strong> terreno por família, ga<strong>do</strong> por família, percentual <strong>de</strong><br />
pessoas com contas bancárias, percentual <strong>de</strong> pessoas acima ou abaixo da linha <strong>de</strong> pobreza,<br />
percentual <strong>de</strong> pessoas sem terras, taxa <strong>de</strong> migração.<br />
■ SOCIAIS Taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> infantil, número <strong>de</strong> mortes, taxa <strong>de</strong> alfabetização, número médio <strong>de</strong><br />
anos na escola, número <strong>de</strong> estudantes que entram na educação secundária, diferença entre os<br />
salários pagos para os homens e as mulheres, percentual <strong>de</strong> mulheres que recebem treinamento,<br />
percentual <strong>de</strong> pessoas que comparecem às reuniões, representação <strong>de</strong> grupos em <strong>de</strong>svantagem nos<br />
comitês<br />
■ AMBIENTAIS Peixes pesca<strong>do</strong>s por ano, tempo que a terra permanece sem cultivo, floresta<br />
<strong>de</strong>smatada a cada ano, disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água no solo, erosão, percentual <strong>de</strong> famílias pratican<strong>do</strong> a<br />
adubação com composto, tempo médio diário coletan<strong>do</strong> lenha.<br />
■ ESPIRITUAIS Nível <strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong>, número <strong>de</strong> divórcios, número <strong>de</strong> membros <strong>de</strong> igrejas,<br />
comparecimento em reuniões da igreja.<br />
Adapta<strong>do</strong> da publicação Introduction to the Programme and Project Cycle: training handbook CIDT (2002)<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Wolverhampton<br />
Os indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong>vem ser:<br />
■ RELEVANTES O indica<strong>do</strong>r é relevante ao objetivo que ele está medin<strong>do</strong>? Por exemplo, se o<br />
objetivo for “aumentar o uso <strong>de</strong> bombas manuais”, medir o número <strong>de</strong> bombas manuais<br />
produzidas não seria um bom indica<strong>do</strong>r porque ele não me<strong>de</strong> quantas <strong>de</strong>las estão sen<strong>do</strong><br />
verda<strong>de</strong>iramente usadas.<br />
■ SUFICIENTES É necessário ter mais <strong>do</strong> que um indica<strong>do</strong>r?<br />
■ ESPECÍFICO Qualitativo, quantitativo, tempo (veja o quadro QQT na página 54).<br />
■ MENSURÁVEL O indica<strong>do</strong>r po<strong>de</strong> ser realisticamente mensurável?<br />
■ SENSÍVEL ÀS MUDANÇAS que estarão acontecen<strong>do</strong> como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> projeto ou programa –<br />
se as mudanças planejadas acontecerem, o indica<strong>do</strong>r continuará sen<strong>do</strong> apropria<strong>do</strong> e<br />
mensurável?<br />
■ ECONOMICAMENTE COMPENSADOR Os indica<strong>do</strong>res po<strong>de</strong>m ser medi<strong>do</strong>s com custos e esforços<br />
razoáveis? O custo para medir os indica<strong>do</strong>res é proporcional ao custo total <strong>do</strong> projeto?<br />
■ DISPONÍVEL O indica<strong>do</strong>r po<strong>de</strong> ser medi<strong>do</strong> no tempo planeja<strong>do</strong>? Consi<strong>de</strong>re, por exemplo, as<br />
mudanças climáticas sazonais.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
53
54<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
QQT<br />
Exercício<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
O termo QQT é freqüentemente usa<strong>do</strong> para garantir que os indica<strong>do</strong>res sejam específicos. QQT<br />
significa:<br />
■ QUANTIDADE – o âmbito da mudança – em quanto, em quantos<br />
■ QUALIDADE – o tipo <strong>de</strong> mudança<br />
■ TEMPO – até quan<strong>do</strong> a mudança <strong>de</strong>verá acontecer.<br />
Exemplo 1<br />
Passo 1 INDICADOR BÁSICO Planos estratégicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s<br />
Passo 2 ACRESCENTE QUANTIDADE 75% <strong>do</strong>s comitês <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> com planos estratégicos<br />
<strong>do</strong>cumenta<strong>do</strong>s<br />
Passo 3 ACRESCENTE QUALIDADE 75% <strong>do</strong>s comitês <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> com planos estratégicos <strong>do</strong>cumenta<strong>do</strong>s<br />
e aprova<strong>do</strong>s pelos atores interessa<strong>do</strong>s, incluin<strong>do</strong> os representantes da comunida<strong>de</strong><br />
Passo 4 ACRESCENTE TEMPO 75% <strong>do</strong>s comitês <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> com planos estratégicos <strong>do</strong>cumenta<strong>do</strong>s e<br />
aprova<strong>do</strong>s pelos atores interessa<strong>do</strong>s, incluin<strong>do</strong> os representantes da comunida<strong>de</strong>, até o final<br />
<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> ano<br />
Exemplo 2<br />
Objetivo: Melhor acesso aos merca<strong>do</strong>s regionais<br />
Passo 1 INDICADOR BÁSICO Tempo médio <strong>de</strong> viagem ao merca<strong>do</strong> mais próximo é reduzi<strong>do</strong><br />
Passo 2 ACRESCENTE QUANTIDADE Tempo médio <strong>de</strong> viagem ao merca<strong>do</strong> mais próximo é reduzi<strong>do</strong><br />
em 30%<br />
Passo 3 ACRESCENTE QUALIDADE Tempo médio <strong>de</strong> viagem ao merca<strong>do</strong> mais próximo é reduzi<strong>do</strong><br />
em 30% durante a estação chuvosa<br />
Passo 4 ACRESCENTE TEMPO Tempo médio <strong>de</strong> viagem ao merca<strong>do</strong> mais próximo é reduzi<strong>do</strong> em 30%<br />
durante a estação chuvosa até o terceiro ano<br />
Selecione alguns exemplos <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res básicos que po<strong>de</strong>riam ser usa<strong>do</strong>s em um projeto <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento rural integra<strong>do</strong> que inclui um clínica médica, um programa <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong><br />
agricultores e um programa <strong>de</strong> evangelismo. Selecione indica<strong>do</strong>res QQT que meçam:<br />
■ o impacto econômico (produção, resulta<strong>do</strong>s a curto prazo, renda, apropriação, acesso a capital<br />
e crédito, pobreza, etc)<br />
■ o impacto social (situação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, educação, gênero, li<strong>de</strong>rança, eqüida<strong>de</strong>, participação, etc)<br />
■ o impacto ambiental (sustentabilida<strong>de</strong>, habitats, condições <strong>do</strong> solo, resíduos, combustível, etc)<br />
■ o impacto espiritual.<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Indica<strong>do</strong>res<br />
associa<strong>do</strong>s com<br />
a meta<br />
Indica<strong>do</strong>res<br />
associa<strong>do</strong>s com<br />
o propósito<br />
Indica<strong>do</strong>res<br />
associa<strong>do</strong>s com<br />
os resulta<strong>do</strong>s a<br />
curto prazo<br />
Indica<strong>do</strong>res<br />
associa<strong>do</strong>s com<br />
as ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
MÉTODO PARA DEFINIR INDICADORES<br />
Trabalhe horizontalmente no marco lógico, fazen<strong>do</strong> uma “explosão <strong>de</strong> idéias” sobre<br />
indica<strong>do</strong>res que meçam cada um <strong>do</strong>s objetivos. Talvez haja a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> voltar a fazer<br />
referência à “árvore <strong>do</strong> problema” (na página 36). Os efeitos na “árvore <strong>do</strong> problema” po<strong>de</strong>m<br />
ser transforma<strong>do</strong>s em indica<strong>do</strong>res.<br />
■ Se houver uma lista comprida <strong>de</strong> possíveis indica<strong>do</strong>res para um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> objetivo,<br />
procure reduzi-la, incluin<strong>do</strong> apenas os indica<strong>do</strong>res essenciais. Precisamos indica<strong>do</strong>res<br />
suficientes para medirmos o alcance <strong>do</strong> objetivo com confiança, mas não uma quantia<br />
<strong>de</strong>masiada que nos leve a <strong>de</strong>sperdiçar tempo e dinheiro.<br />
■ Assegure-se <strong>de</strong> que os indica<strong>do</strong>res sejam bons (QQT) e que haja uma boa seleção –<br />
quantitativos e qualitativos, formativos e sumativos.<br />
Lembre-se que o marco lógico é um <strong>do</strong>cumento <strong>de</strong> trabalho que precisa ser examina<strong>do</strong> e<br />
revisa<strong>do</strong> regularmente. Alguns <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res talvez precisem ser muda<strong>do</strong>s durante o projeto<br />
se forem ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>masiadamente difíceis ou caros para serem medi<strong>do</strong>s.<br />
Devi<strong>do</strong> o projeto contribuir à meta mas não po<strong>de</strong>r ser totalmente responsável por alcançá-la,<br />
os indica<strong>do</strong>res relaciona<strong>do</strong>s a este nível po<strong>de</strong>rão ter um alcance que vai além <strong>do</strong> término <strong>do</strong><br />
projeto. Talvez eles não sejam medi<strong>do</strong>s pela nossa organização, mas sejam incluí<strong>do</strong>s nas<br />
estatísticas governamentais alguns meses <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> projeto ter si<strong>do</strong> concluí<strong>do</strong>. Naturalmente,<br />
um problema associa<strong>do</strong> com o uso <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res como estes é que eles não nos dizem quanto<br />
<strong>do</strong> progresso é <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao nosso projeto ou aos resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s <strong>projetos</strong> <strong>de</strong> outras organizações.<br />
Os indica<strong>do</strong>res associa<strong>do</strong>s com a meta <strong>de</strong>vem, no que seja possível, medir as mudanças<br />
durante a existência <strong>do</strong> projeto.<br />
Po<strong>de</strong> ser difícil i<strong>de</strong>ntificar os indica<strong>do</strong>res associa<strong>do</strong>s com o propósito. Isto é <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao fato <strong>de</strong><br />
que o objetivo liga<strong>do</strong> ao propósito geralmente <strong>de</strong>fine uma mudança <strong>de</strong> comportamento, a<br />
qual po<strong>de</strong> ser difícil <strong>de</strong> ser medida. É necessário pensar criativamente quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>finimos<br />
indica<strong>do</strong>res neste nível.<br />
Estes indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong>verão ser mais fáceis <strong>de</strong> serem medi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que os objetivos <strong>do</strong>s níveis<br />
superiores pois temos maior controle sobre eles. Os indica<strong>do</strong>res associa<strong>do</strong>s com os resulta<strong>do</strong>s a<br />
curto prazo po<strong>de</strong>m ser transferi<strong>do</strong>s para os termos <strong>de</strong> referência usa<strong>do</strong>s pelo funcionário ou<br />
consultor responsável por alcançar os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> curto prazo.<br />
Os indica<strong>do</strong>res associa<strong>do</strong>s com as ativida<strong>de</strong>s geralmente incluem um resumo <strong>do</strong>s recursos ou<br />
<strong>do</strong> orçamento. A indicação mais clara <strong>de</strong> que as ativida<strong>de</strong>s tenham aconteci<strong>do</strong> com êxito é se<br />
os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo tiverem si<strong>do</strong> alcança<strong>do</strong>s. No entanto, no caso <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s a<br />
curto prazo mais complexos, po<strong>de</strong>rá ser útil incluir indica<strong>do</strong>res associa<strong>do</strong>s com as ativida<strong>de</strong>s<br />
que mostrem o progresso rumo ao alcance <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s a curto prazo.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
55
56<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Evidências<br />
(coluna 3 <strong>do</strong><br />
marco lógico)<br />
EXEMPLOS<br />
<strong>de</strong> evidências<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
As evidências são chamadas <strong>de</strong> “Meios <strong>de</strong> Verificação” em algumas versões <strong>do</strong> marco lógico.<br />
Elas <strong>de</strong>screvem as fontes <strong>de</strong> informações que usaremos para medir os indica<strong>do</strong>res. Por<br />
exemplo, a temperatura <strong>do</strong> corpo é um indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Um termômetro nos fornece a<br />
evidência.<br />
Para o marco lógico, consi<strong>de</strong>re o seguinte:<br />
■ o tipo <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s necessários, assim como uma pesquisa<br />
■ a fonte <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s – se <strong>de</strong>vem ser secundárias (coletadas por outras pessoas) ou primárias<br />
(coletadas pela nossa organização)<br />
■ quem coletará e <strong>do</strong>cumentará os da<strong>do</strong>s<br />
■ freqüência e datas para a coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s. Por exemplo: mensal, trimestral, anual.<br />
Uma vez que evidências apropriadas tiverem si<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificadas para cada indica<strong>do</strong>r, consi<strong>de</strong>re<br />
se elas são / estão:<br />
■ DISPONÍVEIS Se quisermos usar da<strong>do</strong>s secundários, teremos condições <strong>de</strong> obter permissão<br />
para acessá-los? Eles serão da<strong>do</strong>s confiáveis?<br />
■ DE BAIXO CUSTO As informações serão caras <strong>de</strong>mais para serem coletadas?<br />
■ OPORTUNAS Teremos condições <strong>de</strong> coletar as informações quan<strong>do</strong> precisarmos <strong>de</strong>las?<br />
Consi<strong>de</strong>re as variações climáticas entre as estações. Se quisermos usar da<strong>do</strong>s secundários,<br />
eles terão si<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> correto? Às vezes, as estatísticas governamentais são<br />
liberadas somente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alguns meses que os da<strong>do</strong>s tenham si<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong>s porque<br />
<strong>de</strong>mora para que os mesmos sejam analisa<strong>do</strong>s.<br />
Se as evidências não estiverem disponíveis a baixo custo e na época certa, o indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong>verá<br />
ser troca<strong>do</strong> por outro que possa ser medi<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma mais eficaz.<br />
■ relatórios ■ pesquisas junto a usuários ■ registros <strong>de</strong> manutenção<br />
■ artigos <strong>de</strong> jornais ■ avaliação participativa ■ livros contábeis<br />
■ atas <strong>de</strong> reuniões ■ certifica<strong>do</strong> ■ estatísticas oficiais<br />
Procure fazer uso <strong>de</strong> sistemas e <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> informações já existentes antes <strong>de</strong> criar outros,<br />
mas assegure-se <strong>de</strong> que as informações usadas sejam confiáveis. Se for necessário coletar da<strong>do</strong>s<br />
primários, certifique-se <strong>de</strong> que isto seja incluí<strong>do</strong> nos objetivos associa<strong>do</strong>s às ativida<strong>de</strong>s e à lista<br />
<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s e orçamento.<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
2<br />
Meta<br />
Ativida<strong>de</strong>s Resulta<strong>do</strong>s a curto prazo Propósito<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Segunda e terceira colunas <strong>do</strong> marco lógico – um EXEMPLO preenchi<strong>do</strong><br />
RESUMO INDICADORES EVIDÊNCIAS SUPOSIÇÕES<br />
Menor incidência e impacto das <strong>do</strong>ença<br />
diarréicas<br />
Melhor acesso e uso <strong>de</strong> água potável na<br />
diocese<br />
1 Sistemas participativos <strong>de</strong> gestão em<br />
funcionamento para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />
necessida<strong>de</strong>s, planejamento e<br />
monitoramento<br />
2 Fontes melhoradas <strong>de</strong> água potável<br />
3 Maior conscientização comunitária sobre<br />
boas práticas <strong>de</strong> higiene<br />
1.1 Formar comitês <strong>de</strong> usuários da água<br />
(CUAs)<br />
1.2 Dar treinamento aos membros <strong>do</strong>s<br />
CUAs sobre levantamentos,<br />
planejamento, monitoramento e<br />
preparação <strong>de</strong> propostas<br />
1.3 As comunida<strong>de</strong>s realizam levantamentos<br />
<strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e <strong>de</strong><br />
monitoramento sobre o nível <strong>de</strong><br />
utilização da água e necessida<strong>de</strong>s e<br />
submetem as propostas<br />
1.4 Realizar reuniões regionais conjuntas<br />
<strong>de</strong> planejamento entre a Diocese, o<br />
Departamento Distrital <strong>de</strong> Água e os<br />
CUAs<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
Taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> ligada às <strong>do</strong>enças<br />
diarréicas reduzida em 5% até o final <strong>do</strong><br />
terceiro ano<br />
Incidência das <strong>do</strong>enças diarréicas na diocese<br />
reduzida em 50% até o final <strong>do</strong> terceiro ano<br />
Todas as famílias ten<strong>do</strong> pelo menos 15 litros<br />
<strong>de</strong> água por pessoa, por dia, até o final <strong>do</strong><br />
terceiro ano<br />
Distância média entre as casas e uma fonte<br />
segura <strong>de</strong> água inferior a 500m até o final <strong>do</strong><br />
terceiro ano<br />
Planos conjuntos entre a diocese e a<br />
comunida<strong>de</strong> e orçamentos disponíveis até o<br />
final <strong>do</strong> nono mês<br />
Pelo menos 90% <strong>do</strong>s CUAs levantam<br />
contribuições locais até o final <strong>do</strong> primeiro<br />
ano<br />
Pelo menos 90 fontes novas ou melhoradas<br />
<strong>de</strong> água potável estabelecidas e em operação<br />
até o final <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> ano<br />
Número <strong>de</strong> pessoas que lavam as mãos<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>de</strong>fecar aumenta<strong>do</strong> para 75% da<br />
população alvo até o final <strong>do</strong> trigésimo mês<br />
30 CUAs estabeleci<strong>do</strong>s em cinco regiões da<br />
diocese até o final <strong>do</strong> terceiro mês<br />
Uma vez estabeleci<strong>do</strong>s, reuniões <strong>do</strong>s CUAs<br />
realizadas uma vez por mês<br />
To<strong>do</strong>s os membros <strong>do</strong> CUAs treina<strong>do</strong>s até o<br />
final <strong>do</strong> quinto mês<br />
To<strong>do</strong>s os CUAs realizam levantamentos <strong>de</strong><br />
linha <strong>de</strong> base e submetem propostas até o<br />
sétimo mês<br />
Acor<strong>do</strong> alcança<strong>do</strong> entre o Departamento <strong>de</strong><br />
Água e to<strong>do</strong>s os CUAs até o final <strong>do</strong> nono<br />
mês<br />
Estatísticas<br />
governamentais<br />
Estatísticas <strong>do</strong><br />
centro <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
local<br />
Relatório <strong>de</strong><br />
pesquisa junto às<br />
famílias<br />
Relatório <strong>de</strong><br />
pesquisa junto às<br />
famílias<br />
Planos e<br />
orçamentos<br />
Livros <strong>de</strong> registros<br />
<strong>do</strong>s CUAs<br />
Livros <strong>de</strong> registros<br />
<strong>do</strong>s CUAs<br />
Relatórios <strong>de</strong> testes<br />
da qualida<strong>de</strong> da<br />
água<br />
Pesquisa sobre<br />
conhecimentos,<br />
atitu<strong>de</strong>s e práticas<br />
Estatutos <strong>do</strong>s<br />
CUAs<br />
Atas <strong>de</strong> reuniões<br />
Lista <strong>de</strong> membros<br />
Registros <strong>de</strong><br />
treinamento<br />
Relatórios <strong>de</strong><br />
pesquisas e<br />
propostas<br />
Atas <strong>de</strong> reuniões<br />
Cartas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>s<br />
Atendimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não<br />
se <strong>de</strong>teriora<br />
As <strong>do</strong>enças diarreicas são<br />
<strong>de</strong>vidas à água impura e às<br />
práticas <strong>de</strong> higiene<br />
Quantida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong><br />
água disponível<br />
As pessoas não são<br />
excluídas <strong>de</strong> terem acesso<br />
às fontes melhoradas<br />
Acesso não será para usos<br />
potencialmente poluentes<br />
As práticas <strong>de</strong> higiene são<br />
culturalmente aceitáveis<br />
O lençol <strong>de</strong> água não<br />
contem arsênico<br />
As comunida<strong>de</strong>s estão<br />
confiantes <strong>de</strong> que as fontes<br />
<strong>de</strong> água po<strong>de</strong>m ser<br />
melhoradas<br />
Os membros <strong>do</strong>s comitês<br />
assumirão a responsabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> trabalhar para a<br />
comunida<strong>de</strong><br />
Os comitês <strong>de</strong> usuários da<br />
água continuarão a<br />
funcionar em prol <strong>do</strong>s<br />
interesses <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s<br />
A comunida<strong>de</strong> estará<br />
preparada para trabalhar<br />
com os CUAs<br />
continua na página 58<br />
57
58<br />
2<br />
Ativida<strong>de</strong>s<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
continuação da página 57 Segunda e terceira colunas <strong>do</strong> marco lógico – um EXEMPLO preenchi<strong>do</strong><br />
RESUMO INDICADORES EVIDÊNCIAS SUPOSIÇÕES<br />
2.1 Os CUAs selecionam os Agentes<br />
Comunitários <strong>de</strong> Água (ACAs) e<br />
concordam sobre os incentivos<br />
2.2 Treinar os ACAs em como perfurar e<br />
cobrir os poços; manter e consertar as<br />
bombas manuais<br />
2.3 Melhorar as condições <strong>do</strong>s poços<br />
existentes e perfurar novos poços<br />
2.4 Tomar providências para que o<br />
Departamento Distrital <strong>de</strong> Água teste a<br />
qualida<strong>de</strong> da água<br />
2.5 Os ACAs reparam e fazem a<br />
manutenção das bombas manuais<br />
3.1 Treinar Promotores Comunitários <strong>de</strong><br />
Saú<strong>de</strong> (PCSs) existentes para que<br />
aumentem os seus conhecimentos<br />
sobre as <strong>do</strong>enças diarréicas e a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se ter boas práticas <strong>de</strong><br />
higiene<br />
3.2 Os PCSs treinam homens, mulheres e<br />
crianças em boas práticas <strong>de</strong> higiene<br />
Verificação final <strong>do</strong> marco lógico<br />
Uma vez que o marco lógico tenha si<strong>do</strong> preenchi<strong>do</strong>, verifique novamente a sua lógica.<br />
Assegure-se <strong>de</strong> que:<br />
■ os objetivos estejam escritos claramente e liga<strong>do</strong>s ao objetivo superior <strong>de</strong> forma lógica<br />
■ o projeto tenha apenas um propósito<br />
■ todas as principais suposições tenham si<strong>do</strong> feitas e que o projeto seja apto a obter sucesso<br />
■ os indica<strong>do</strong>res e as evidências sejam confiáveis e acessíveis<br />
■ os indica<strong>do</strong>res possam medir o progresso e o impacto <strong>do</strong>s objetivos<br />
■ os indica<strong>do</strong>res sejam QQT<br />
Dois ACAs seleciona<strong>do</strong>s por cada<br />
comunida<strong>de</strong> até o final <strong>do</strong> nono mês<br />
To<strong>do</strong>s os ACAs comparecem ao treinamento<br />
até o final <strong>do</strong> primeiro ano<br />
Sessenta poços existentes aprofunda<strong>do</strong>s,<br />
cobertos e em funcionamento no final <strong>do</strong><br />
vigésimo primeiro mês<br />
Trinta poços novos estabeleci<strong>do</strong>s e em operação<br />
até o final <strong>do</strong> vigésimo primeiro mês<br />
Todas as fontes testadas antes <strong>de</strong> serem<br />
usadas<br />
97% das bombas manuais na diocese em<br />
funcionamento no final <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> ano<br />
Três PCSs por comunida<strong>de</strong> comparecem ao<br />
treinamento e acertam pelo menos 90% em<br />
um teste <strong>de</strong> pós-treinamento até o final <strong>do</strong><br />
primeiro ano<br />
80% <strong>do</strong>s membros da comunida<strong>de</strong> treina<strong>do</strong>s<br />
até o final <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> ano<br />
■ as ativida<strong>de</strong>s incluam ações necessárias para juntar evidências<br />
■ os indica<strong>do</strong>res e as evidências possam ser usa<strong>do</strong>s para monitoramento e avaliação.<br />
Depois <strong>de</strong> verificar a lógica <strong>do</strong> marco lógico e completá-lo, escreva-o em algumas folhas <strong>de</strong> papel<br />
no tamanho A4. Use números <strong>de</strong> referência para ajudar aqueles que irão ler o marco lógico,<br />
especialmente quan<strong>do</strong> ele tiver mais <strong>do</strong> que uma página. Os números <strong>de</strong> referência <strong>de</strong>verão ligar<br />
cada uma das ativida<strong>de</strong>s com os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo correspon<strong>de</strong>ntes. Eles também servirão<br />
como ponto <strong>de</strong> referência, ligan<strong>do</strong> a proposta, o cronograma e o orçamento com o marco lógico.<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />
Atas <strong>de</strong> reuniões<br />
Relatórios <strong>de</strong><br />
treinamento<br />
incluin<strong>do</strong> avaliação<br />
<strong>do</strong>s participantes<br />
Pesquisa <strong>de</strong> campo<br />
Livros <strong>de</strong> registros<br />
<strong>do</strong>s CUAs<br />
Pesquisa <strong>de</strong> campo<br />
Livros <strong>de</strong> registros<br />
<strong>do</strong>s CUAs<br />
Pesquisa <strong>de</strong> campo<br />
Livros <strong>de</strong> registros<br />
<strong>do</strong>s CUAs<br />
Listas <strong>de</strong> presença<br />
Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />
teste<br />
Listas <strong>de</strong> presença<br />
O sistema <strong>de</strong> incentivos<br />
para os ACAs é suficiente e<br />
sustenta<strong>do</strong><br />
Sistema eficaz <strong>de</strong><br />
fornecimento <strong>de</strong> peças<br />
O Departamento Distrital <strong>de</strong><br />
Água continua a receber<br />
recursos suficientes para<br />
realizar os testes na água;<br />
teste alternativo será<br />
possível, caso contrário<br />
Os membros da<br />
comunida<strong>de</strong> aplicam o<br />
treinamento que receberam
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
2.5 Proposta<br />
A proposta é uma explicação escrita <strong>do</strong>s planos <strong>do</strong> projeto. Ela nos permite colocar todas as<br />
informações sobre o projeto em um só <strong>do</strong>cumento, incluin<strong>do</strong>:<br />
■ o levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s<br />
■ a análise <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s<br />
■ as pesquisas – social, técnica, ambiental, econômica e política<br />
■ a análise <strong>de</strong> riscos<br />
■ mais <strong>de</strong>talhes sobre o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> marco lógico.<br />
A proposta <strong>de</strong>ve ser escrita <strong>de</strong> uma maneira que os lí<strong>de</strong>res <strong>do</strong>s funcionários da organização<br />
tenham <strong>de</strong>talhes completos sobre o projeto. Ela funciona como um ponto <strong>de</strong> referência<br />
durante o projeto.<br />
2.6 Planejamento <strong>de</strong> ações<br />
Uma vez que o marco lógico tenha si<strong>do</strong> prepara<strong>do</strong>, pense nos <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong> como o projeto será<br />
estrutura<strong>do</strong> em termos <strong>de</strong> tempo, recursos, orçamento e pessoal.<br />
Assim como o marco lógico, o plano <strong>de</strong> ações <strong>de</strong>ve ser visto como um <strong>do</strong>cumento flexível e<br />
que po<strong>de</strong>rá sofrer alterações posteriormente.<br />
Planilha <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />
A planilha <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s é usada para nos ajudar a consi<strong>de</strong>rar:<br />
■ quem vai fazer o que<br />
■ quan<strong>do</strong> isto vai acontecer<br />
■ quais recursos, além das pessoas, serão necessários.<br />
Uma folha separada <strong>de</strong>ve ser usada para cada um <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s a curto prazo. As ativida<strong>de</strong>s<br />
relacionadas com o resulta<strong>do</strong> a curto prazo são <strong>de</strong>scriminadas, junto com os recursos<br />
necessários, o custo total <strong>do</strong>s mesmos e o nome da(s) pessoa(s) que se responsabilizará(rão)<br />
por aquela ativida<strong>de</strong>.<br />
EXEMPLO Resulta a curto prazo: 100 mulheres envolvidas em uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> geração <strong>de</strong><br />
renda até o final <strong>do</strong> terceiro ano.<br />
ATIVIDADE DATAS DE<br />
INÍCIO E<br />
TÉRMINO<br />
1 Treinar 20<br />
mulheres na<br />
área <strong>de</strong><br />
produção <strong>de</strong><br />
geléia<br />
2 Etc<br />
15 <strong>de</strong> agosto,<br />
por cinco dias<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
PESSOAL<br />
NECESSÁRIO<br />
(Quantas pessoas e<br />
por quanto tempo?)<br />
Um cozinheiro<br />
por sete dias<br />
(incluin<strong>do</strong> o<br />
tempo <strong>de</strong><br />
preparação)<br />
MATERIAIS<br />
NECESSÁRIOS<br />
• 20 panelas<br />
• 500 potes<br />
• açúcar<br />
• frutas<br />
• querosene<br />
para o fogão<br />
PESSOA<br />
RESPONSÁVEL<br />
SUPOSIÇÕES<br />
Maria Que as laranjas<br />
estejam<br />
baratas esse<br />
ano<br />
59
60<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Sistemas <strong>de</strong><br />
monitoramento e<br />
revisão<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Lembre-se <strong>de</strong> incluir monitoramento e revisão na planilha <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s.<br />
Pense sobre quem coletará as evidências para os indica<strong>do</strong>res e quem as analisarão. I<strong>de</strong>ntifique<br />
quem ficará responsável por tomar <strong>de</strong>cisões sobre mudanças na montagem <strong>do</strong> projeto como<br />
resulta<strong>do</strong> das lições aprendidas. Certifique-se que os atores interessa<strong>do</strong>s sejam envolvi<strong>do</strong>s neste<br />
processo.<br />
Se as informações coletadas durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e <strong>de</strong> pesquisas <strong>do</strong> projeto não<br />
forem suficientes no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> fornecer da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base para os indica<strong>do</strong>res que foram<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s, um levantamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base <strong>de</strong>verá ser realiza<strong>do</strong> antes da<br />
implementação <strong>do</strong> projeto ser iniciada. Isto vai fazer com que existam da<strong>do</strong>s com os quais o<br />
progresso possa ser compara<strong>do</strong>. Por exemplo, no caso <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r ser “freqüência <strong>de</strong> meninas<br />
na escola primária aumentada em 50%”. Para o levantamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base, o<br />
número <strong>de</strong> meninas que freqüentam a escola primária <strong>de</strong>verá ser conta<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> o progresso<br />
for monitora<strong>do</strong> posteriormente, o número <strong>de</strong> meninas que freqüentam a escola po<strong>de</strong>rá ser<br />
conta<strong>do</strong> e compara<strong>do</strong> com os números obti<strong>do</strong>s no levantamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base.<br />
Cronograma (conheci<strong>do</strong> como tabela <strong>de</strong> Gantt)<br />
O cronograma nos permite consi<strong>de</strong>rar quan<strong>do</strong> as nossas ativida<strong>de</strong>s acontecerão e por quanto<br />
tempo. Isto nos ajudará a pensar sobre quan<strong>do</strong> seria apropria<strong>do</strong> realizar as diferentes<br />
ativida<strong>de</strong>s. A escolha <strong>do</strong> tempo mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> fatores como:<br />
■ condições climáticas <strong>de</strong> cada estação<br />
■ disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> treina<strong>do</strong>res<br />
■ disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais.<br />
O cronograma nos ajuda a examinar a seqüência das ativida<strong>de</strong>s pois algumas <strong>de</strong>las <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rão<br />
<strong>de</strong> outras serem realizadas primeiro.<br />
Use o cronograma durante o projeto para monitorar o progresso. Faça perguntas como:<br />
■ Por quê estas ativida<strong>de</strong>s não estão acontecen<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s prazos?<br />
■ Qual será o efeito disto sobre as outras ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> projeto?<br />
■ Como po<strong>de</strong>mos superar os atrasos?<br />
O cronograma <strong>de</strong>ver ser visto como um <strong>do</strong>cumento flexível e que po<strong>de</strong> ser altera<strong>do</strong> se<br />
surgirem novas circunstâncias.<br />
As linhas <strong>do</strong> cronograma indicam o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo para cada ativida<strong>de</strong>. Se a ativida<strong>de</strong> for<br />
intensa, faça algumas linhas mais grossas e, assim, evite planejar muitas ativida<strong>de</strong>s intensas ao<br />
mesmo tempo. Coloque as iniciais <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> membro da equipe que ficará responsável pela<br />
ativida<strong>de</strong> indicada acima <strong>de</strong> cada linha. O formato da tabela po<strong>de</strong> ser altera<strong>do</strong> se quisermos<br />
<strong>de</strong>scriminar as ativida<strong>de</strong>s semanalmente.<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
EXEMPLO Cronograma para um projeto <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda.<br />
Orçamento<br />
<strong>de</strong>talha<strong>do</strong><br />
ATIVIDADE<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
I<strong>de</strong>ntificar os<br />
participantes<br />
I<strong>de</strong>ntificar os<br />
treina<strong>do</strong>res<br />
Fazer pesquisa<br />
<strong>de</strong> merca<strong>do</strong><br />
Conduzir<br />
treinamento<br />
Produção começa<br />
Treinamento<br />
adicional<br />
M Monitoramento<br />
R Revisão<br />
Orçamentos<br />
Quer estejamos buscan<strong>do</strong> financiamento <strong>de</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res ou usan<strong>do</strong> fun<strong>do</strong>s que já temos, é<br />
importante prepararmos um orçamento para o projeto. O orçamento é necessário para que<br />
tenhamos uma gestão financeira transparente. O <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r precisa ver um orçamento antes <strong>de</strong><br />
aprovar os recursos. Da mesma forma, a li<strong>de</strong>rança ou o Conselho da nossa organização <strong>de</strong>verá<br />
ver um orçamento antes <strong>de</strong> liberar os recursos. Eles po<strong>de</strong>rão nos responsabilizar por gastar o<br />
dinheiro da maneira com que dissemos que faríamos.<br />
Isto significa que <strong>de</strong>vemos preparar o orçamento cuida<strong>do</strong>samente. Se não consi<strong>de</strong>rarmos todas<br />
as coisas nas quais precisaremos gastar o dinheiro, acabaremos incapazes <strong>de</strong> realizar algumas<br />
das ativida<strong>de</strong>s e o projeto po<strong>de</strong>rá fracassar. Se <strong>de</strong>stinarmos muitos recursos no orçamento para<br />
certas coisas, o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r po<strong>de</strong>rá questionar isso e não dispor-se a financiar o projeto.<br />
Um orçamento <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> geralmente só é necessário para uso interno. Os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res precisam<br />
<strong>de</strong> apenas um resumo. Contu<strong>do</strong>, um orçamento <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> é útil para:<br />
■ UMA BOA GESTÃO FINANCEIRA E PRESTAÇÃO DE CONTAS Ele mostra que não estamos gastan<strong>do</strong><br />
dinheiro <strong>de</strong>snecessariamente.<br />
■ MONITORAR AS NOSSAS ATIVIDADES Saberemos se realizamos as ativida<strong>de</strong>s se o dinheiro tiver<br />
si<strong>do</strong> gasto.<br />
■ APRENDIZAGEM Se guardarmos um registro <strong>do</strong> nosso orçamento (e, posteriormente, <strong>de</strong><br />
quanto realmente gastamos), saberemos o que será realístico para futuros <strong>projetos</strong>.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
JAN FEB MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ<br />
M<br />
M<br />
M<br />
R<br />
M<br />
M<br />
61
62<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
orçamento<br />
<strong>de</strong>talha<strong>do</strong><br />
Orçamento <strong>do</strong><br />
projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Nós fornecemos um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> orçamento <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> abaixo, com os quadra<strong>do</strong>s preenchi<strong>do</strong>s<br />
como exemplo.<br />
RESULTADO A CURTO PRAZO: 100 mulheres envolvidas em uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda até o final <strong>do</strong> terceiro ano<br />
Descrição<br />
Ativida<strong>de</strong>:<br />
Treinamento<br />
Quantida<strong>de</strong> 1<br />
1<br />
20<br />
Unida<strong>de</strong><br />
Treina<strong>do</strong>r<br />
Mulheres<br />
■ Um mo<strong>de</strong>lo separa<strong>do</strong> <strong>de</strong> orçamento <strong>de</strong>ve ser preenchi<strong>do</strong> para cada resulta<strong>do</strong> a curto prazo.<br />
■ Se as mesmas ativida<strong>de</strong>s forem necessárias para mais <strong>do</strong> que um <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s a curto<br />
prazo, crie uma tabela separada para estas ativida<strong>de</strong>s, anotan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s<br />
relevantes no quadra<strong>do</strong> <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s a curto prazo.<br />
■ Se o nosso projeto vai durar mais <strong>do</strong> que um ano, prepare um orçamento separa<strong>do</strong> para<br />
cada ano. As ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>rão variar a cada ano – consulte a planilha <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong>s e o cronograma.<br />
■ Consulte a planilha <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s para obter uma lista <strong>de</strong> materiais e <strong>de</strong><br />
pessoal necessários para cada ativida<strong>de</strong>.<br />
■ Lembre-se <strong>de</strong> incluir as contribuições feitas pelos beneficiários, assim como mão-<strong>de</strong>-obra e<br />
tempo.<br />
■ Faça uma associação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s a curto prazo e das ativida<strong>de</strong>s com os que estão no<br />
marco lógico, usan<strong>do</strong> números <strong>de</strong> referência.<br />
■ Certifique-se <strong>de</strong> que o orçamento inclua apenas os custos das ativida<strong>de</strong>s que especificamos<br />
na proposta. Nós <strong>de</strong>veremos gastar apenas o que estamos dizen<strong>do</strong> que vamos gastar.<br />
■ Especifique os custos relaciona<strong>do</strong>s com os artigos <strong>de</strong> escritório se eles tiverem um custo<br />
significativo. Por exemplo: 30 ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> anotações para os que realizarem as pesquisas.<br />
Os custos gerais <strong>do</strong>s artigos <strong>de</strong> escritório po<strong>de</strong>m ser incluí<strong>do</strong>s como custos administrativos<br />
no orçamento geral <strong>do</strong> projeto.<br />
■ Especialmente no caso <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> que duram mais <strong>de</strong> um ano, lembre-se que os custos<br />
po<strong>de</strong>rão aumentar <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à inflação e a outros aumentos <strong>de</strong> preços (ex. combustível). Para<br />
<strong>de</strong>terminar um custo realístico quan<strong>do</strong> os preços estiverem varian<strong>do</strong>, encontre uma taxa<br />
média <strong>de</strong> aumento nos últimos <strong>do</strong>is ou três anos ou use o preço mais alto.<br />
Os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res precisam <strong>de</strong> um orçamento completo <strong>do</strong> projeto. Ele <strong>de</strong>verá ser um resumo <strong>do</strong><br />
orçamento <strong>de</strong>talha<strong>do</strong>. Geralmente os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res informam que categorias <strong>de</strong>vem ser incluídas<br />
no orçamento <strong>do</strong> projeto. O mo<strong>de</strong>lo a seguir inclui todas as categorias que provavelmente<br />
precisarão ser incluídas.<br />
Para preencher as linhas, consulte as tabelas <strong>de</strong>talhadas <strong>de</strong> orçamentos e retire as informações<br />
necessárias. Por exemplo, consulte todas as tabelas <strong>de</strong> orçamentos que contenham custos <strong>de</strong><br />
transporte, some-os e inclua o valor total na linha correspon<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> orçamento <strong>do</strong> projeto.<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />
Quantida<strong>de</strong> 2 Unida<strong>de</strong> Preço<br />
unitário<br />
7<br />
25<br />
Dias<br />
Potes<br />
$100 por<br />
treina<strong>do</strong>r,<br />
por dia<br />
$0.20 por<br />
pote<br />
Total =<br />
Quantida<strong>de</strong> 1 x Quantida<strong>de</strong> 2<br />
x Preço unitário<br />
$700<br />
$100
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Orçamento <strong>do</strong><br />
projeto<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Lembre-se da <strong>de</strong>preciação <strong>de</strong> veículos, <strong>do</strong>s impostos e <strong>do</strong> seguro ao calcular os custos <strong>de</strong><br />
transporte, além <strong>do</strong>s custos <strong>de</strong> combustível e <strong>de</strong> manutenção.<br />
Os custos maiores <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>scrimina<strong>do</strong>s separadamente. Por exemplo, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> os custos <strong>de</strong><br />
pessoal geralmente serem altos, faça uma lista <strong>de</strong> todas as funções separadamente. Ao preparar<br />
o orçamento, calcule apenas o tempo que os funcionários realmente vão gastar trabalhan<strong>do</strong> no<br />
projeto. Por exemplo, isto po<strong>de</strong>rá representar apenas um quarto <strong>do</strong> tempo. Assegure-se <strong>de</strong> que<br />
as contribuições à previdência social e aposenta<strong>do</strong>ria sejam incluídas, quan<strong>do</strong> necessário.<br />
Lembre-se <strong>de</strong> incluir os custos <strong>de</strong> pessoal relaciona<strong>do</strong>s com aqueles que supervisionarão o<br />
projeto mas que não foram necessariamente incluí<strong>do</strong>s nas tabelas <strong>de</strong>talhadas <strong>de</strong> orçamentos<br />
para cada um <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s a curto prazo.<br />
To<strong>do</strong>s os custos <strong>do</strong> orçamento <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> <strong>de</strong>verão, então, ter si<strong>do</strong> incluí<strong>do</strong>s no orçamento <strong>do</strong><br />
projeto. Se alguns <strong>de</strong>les não tiverem si<strong>do</strong> incluí<strong>do</strong>s, geralmente existe uma linha para outros<br />
custos no orçamento on<strong>de</strong> eles po<strong>de</strong>rão ser incluí<strong>do</strong>s.<br />
Lembre-se <strong>de</strong> incluir os custos gerais <strong>de</strong> administração no orçamento <strong>do</strong> projeto, assim como<br />
os custos com ligações telefônicas, artigos <strong>de</strong> escritório e correio. Algumas organizações<br />
cobram um percentual <strong>do</strong>s custos <strong>do</strong> projeto para cobrir estes custos indiretos. Se for<br />
necessário gastar muito tempo em um item específico, assim como alugar uma fotocopia<strong>do</strong>ra,<br />
<strong>de</strong>scrimine isso separadamente.<br />
Os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res geralmente fornecem <strong>de</strong>talhes <strong>do</strong> que eles po<strong>de</strong>m e não po<strong>de</strong>m financiar. Por<br />
exemplo, talvez eles não possam pagar pelo tempo que as pessoas usam para participar em um<br />
encontro <strong>de</strong> treinamento <strong>do</strong> projeto. Eles talvez não possam prover recursos para financiar<br />
certos equipamentos <strong>de</strong> escritório.<br />
CUSTOS OPERACIONAIS PRIMEIRO ANO SEGUNDO ANO TERCEIRO ANO<br />
Funcionários / salários<br />
Instalações<br />
Administração<br />
Ativida<strong>de</strong><br />
Transporte<br />
Treinamento <strong>de</strong> pessoal<br />
Outros<br />
(favor especificar)<br />
TOTAL<br />
CUSTOS PATRIMONIAIS PRIMEIRO ANO SEGUNDO ANO TERCEIRO ANO<br />
Veículos / equipamentos<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Equipamentos <strong>de</strong> escritório<br />
TOTAL<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
63
64<br />
2<br />
Montagem<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Lidan<strong>do</strong> com as<br />
flutuações<br />
cambiais<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Às vezes os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res incluem uma linha no orçamento <strong>do</strong> projeto para quaisquer<br />
eventualida<strong>de</strong>s. Isto po<strong>de</strong>rá ser um percentual <strong>do</strong>s custos totais <strong>do</strong> projeto. Apesar disso,<br />
procure evitar a inclusão <strong>de</strong>sses imprevistos pois é mais provável que os recursos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s<br />
para este fim precisem ser usa<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à uma preparação ina<strong>de</strong>quada <strong>do</strong> orçamento <strong>do</strong> que<br />
à variação <strong>de</strong> preços. Se algo imprevisto vier a acontecer, recursos adicionais normalmente<br />
po<strong>de</strong>rão ser negocia<strong>do</strong>s com o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r.<br />
Se estivermos buscan<strong>do</strong> financiamento <strong>de</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res <strong>de</strong> um outro país, o orçamento <strong>de</strong>verá ser<br />
prepara<strong>do</strong> em uma moeda estável (ex. dólar americano $, libras esterlinas £, ou euros €).<br />
Mantenha os recursos <strong>do</strong> projeto em uma moeda estável por mais tempo possível pois isso<br />
diminuirá o risco <strong>de</strong>les serem <strong>de</strong>precia<strong>do</strong>s.<br />
Em perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, assim como mensalmente ou trimestralmente, transfira a quantia <strong>de</strong><br />
dinheiro necessária para o próximo mês ou trimestre para a conta em moeda local. Consulte o<br />
orçamento e use o cronograma para mostrar exatamente quanto dinheiro será necessária <strong>de</strong><br />
cada vez. O banco po<strong>de</strong>rá cobrar uma taxa por cada uma <strong>de</strong>stas transferências. Compare este<br />
custo com o risco das flutuações cambiais.<br />
Pagamento<br />
<strong>do</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r<br />
Conta em<br />
moeda<br />
estrangeira<br />
Transferência<br />
a cada mês /<br />
trimestre<br />
Às vezes os regulamentos <strong>de</strong> alguns países não permitem que tenhamos uma conta bancária<br />
em moeda estrangeira. Neste caso, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pedir para que o<br />
<strong>do</strong>a<strong>do</strong>r envie a <strong>do</strong>ação em partes.<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />
Conta em<br />
moeda<br />
local<br />
Pagamentos<br />
em moeda<br />
local
Seção<br />
3<br />
Por quê<br />
<strong>de</strong>vemos fazer<br />
monitoramento,<br />
revisão e<br />
avaliação?<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Implementação e avaliação<br />
ESTUDO BÍBLICO Respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> às mudanças<br />
■ No início <strong>de</strong> Neemias 4, vemos que algumas pessoas se opuseram ao projeto.<br />
• Qual foi a resposta <strong>de</strong> Neemias? (versículo 9)<br />
• Como Neemias mu<strong>do</strong>u os seus planos para po<strong>de</strong>r lidar com o risco para o projeto?<br />
(versículos 9, 13, 16-22)<br />
• O que po<strong>de</strong>mos apren<strong>de</strong>r com a experiência <strong>de</strong> Neemias para os <strong>projetos</strong> que<br />
planejamos?<br />
Durante a fase <strong>de</strong> implementação, há algumas coisas que <strong>de</strong>vemos fazer:<br />
■ Atualizar a análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s para verificar se existem novos atores interessa<strong>do</strong>s<br />
que possam influenciar o sucesso <strong>do</strong> projeto ou que <strong>de</strong>verão ser convida<strong>do</strong>s a participar. As<br />
circunstâncias <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s no início <strong>do</strong> projeto po<strong>de</strong>rá mudar. Por<br />
exemplo, alguns <strong>de</strong>les po<strong>de</strong>rão encontrarem-se em um nível maior <strong>de</strong> pobreza e talvez<br />
queiramos incluí-los como beneficiários primários. Por outro la<strong>do</strong>, alguns atores<br />
interessa<strong>do</strong>s secundários po<strong>de</strong>rão mudar os seus pontos <strong>de</strong> vista e tornarem-se uma ameaça<br />
para o projeto.<br />
■ Examine novamente os riscos para o projeto.<br />
■ Faça um monitoramento e revisão <strong>do</strong> progresso que o projeto está fazen<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
alcançar os seus objetivos.<br />
■ Faça uso da aprendizagem adquirida através <strong>do</strong> monitoramento e da revisão na montagem<br />
<strong>do</strong> projeto.<br />
■ Consulte novamente o marco lógico e faça ajustes ou melhorias, conforme a necessida<strong>de</strong>.<br />
Os indica<strong>do</strong>res i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s no marco lógico mostram como saberemos se as mudanças<br />
ocorreram. Monitoramento, revisão e avaliação são os termos usa<strong>do</strong>s para o processo <strong>de</strong><br />
medição e análise <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res.<br />
Existem duas razões principais para medirmos o nosso <strong>de</strong>sempenho:<br />
■ PRESTAÇÃO DE CONTAS Precisamos mostrar para aqueles que nos fornecem recursos, e para<br />
aqueles que beneficiam-se através <strong>do</strong> nosso trabalho, que estamos usan<strong>do</strong> os recursos<br />
sabiamente.<br />
■ APRENDIZAGEM DE LIÇÕES Ao medirmos, analisarmos e refletirmos sobre o nosso<br />
<strong>de</strong>sempenho, po<strong>de</strong>mos apren<strong>de</strong>r lições que nos permitem mudar os planos <strong>do</strong> nosso<br />
projeto ou a abordagem a<strong>do</strong>tada quanto a outros <strong>projetos</strong>.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
65
66<br />
3<br />
Implementação<br />
e avaliação<br />
Diferença entre<br />
monitoramento,<br />
revisão e<br />
avaliação<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Para medirmos <strong>de</strong>sempenho, precisamos pensar em:<br />
RELEVÂNCIA O projeto aten<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s?<br />
EFICIÊNCIA Estamos usan<strong>do</strong> os recursos disponíveis sabiamente?<br />
EFICÁCIA Os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>s estão sen<strong>do</strong> alcança<strong>do</strong>s?<br />
IMPACTO A meta geral foi alcançada? Que mudanças ocorreram e que ajudam os beneficiários?<br />
SUSTENTABILIDADE O impacto será sustentável?<br />
Muitas pessoas acham que monitoramento, revisão e avaliação significam a mesma coisa, mas<br />
são diferentes. A maior diferença é que eles são realiza<strong>do</strong>s em diferentes estágios <strong>do</strong> projeto:<br />
■ O MONITORAMENTO é feito continuamente para garantir que o projeto esteja <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> que<br />
foi planeja<strong>do</strong>, por exemplo, to<strong>do</strong>s os meses.<br />
■ A REVISÃO é feita ocasionalmente para verificar se cada um <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> objetivos leva ao<br />
próximo e se quaisquer mudanças precisam ser feitas nos planos <strong>do</strong> projeto, por exemplo, a<br />
cada seis meses.<br />
■ A AVALIAÇÃO geralmente é feita no final <strong>do</strong> projeto para fazer um levantamento <strong>do</strong> seu<br />
impacto.<br />
A tabela abaixo examina algumas outras diferenças entre os três termos.<br />
Quem é<br />
envolvi<strong>do</strong>?<br />
Como os resulta<strong>do</strong>s<br />
são usa<strong>do</strong>s?<br />
MONITORAMENTO REVISÃO AVALIAÇÃO<br />
Quan<strong>do</strong> é feito? Continuamente<br />
Ocasionalmente<br />
O quê é medi<strong>do</strong>?<br />
Que fontes <strong>de</strong><br />
informações são<br />
usadas?<br />
Quem usa os<br />
resulta<strong>do</strong>s?<br />
– durante toda a<br />
existência <strong>do</strong> projeto<br />
Eficiência<br />
– uso <strong>do</strong>s recursos,<br />
ativida<strong>de</strong>s, resulta<strong>do</strong>s a<br />
curto prazo, suposições<br />
Funcionários <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro<br />
da organização<br />
Documentos internos<br />
ex. relatórios mensais ou<br />
trimestrais, registros <strong>de</strong><br />
viagens e <strong>de</strong> trabalho,<br />
atas <strong>de</strong> reuniões<br />
Gerentes e funcionários<br />
<strong>do</strong> projeto<br />
Para fazer mudanças<br />
menores<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />
– no meio ou no final <strong>do</strong><br />
projeto<br />
Eficácia, relevância e<br />
impacto imediato<br />
– alcance <strong>do</strong> propósito<br />
Funcionários e pessoas<br />
<strong>de</strong> fora da organização<br />
Documentos internos e<br />
externos<br />
ex. relatórios anuais,<br />
relatórios <strong>de</strong><br />
consultorias<br />
Gerentes, funcionários,<br />
<strong>do</strong>a<strong>do</strong>res, beneficiários<br />
Mudanças em políticas,<br />
estratégia e trabalho<br />
futuro<br />
Ocasionalmente<br />
– no final ou <strong>de</strong>pois da fase<br />
ou <strong>do</strong> término <strong>do</strong> projeto<br />
Impacto e sustentabilida<strong>de</strong><br />
a longo prazo<br />
– alcance <strong>do</strong> propósito e da<br />
meta e mudanças não<br />
planejadas<br />
Pessoas <strong>de</strong> fora da<br />
organização<br />
Documentos internos e<br />
externos<br />
ex. relatórios <strong>de</strong> consultorias,<br />
estatísticas nacionais,<br />
relatórios <strong>de</strong> levantamentos<br />
<strong>de</strong> impacto<br />
Gerentes, funcionários,<br />
<strong>do</strong>a<strong>do</strong>res, beneficiários,<br />
outras organizações<br />
Mudanças significativas em<br />
políticas, estratégia e<br />
trabalhos futuros
3<br />
Implementação<br />
e avaliação<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Monitoramento, revisão e avaliação <strong>de</strong>terminam indica<strong>do</strong>res em diferentes níveis na hierarquia<br />
<strong>de</strong> objetivos, assim como os exemplos <strong>de</strong> marco lógico abaixo.<br />
MONITORAMENTO<br />
Propósito Meta<br />
Resulta<strong>do</strong>s a<br />
curto prazo<br />
Ativida<strong>de</strong>s<br />
Resumo Indica<strong>do</strong>res Evidências Suposições<br />
AVALIAÇÃO<br />
TAMBÉM CHAMADA DE REVISÃO DO PROPÓSITO<br />
PARA A META<br />
Propósito Meta<br />
Resulta<strong>do</strong>s a<br />
curto prazo<br />
Ativida<strong>de</strong>s<br />
Resumo Indica<strong>do</strong>res Evidências Suposições<br />
On<strong>de</strong> possível, os atores interessa<strong>do</strong>s primários <strong>de</strong>verão participar no processo <strong>de</strong><br />
monitoramento, revisão e avaliação. Isso tem o propósito <strong>de</strong> garantir que eles realmente se<br />
apropriem <strong>do</strong> projeto e, assim, os benefícios sejam conquista<strong>do</strong>s e sustenta<strong>do</strong>s.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
REVISÃO<br />
TAMBÉM CHAMADA DE REVISÃO DE RESULTADOS A<br />
CURTO PRAZO PARA O PROPÓSITO<br />
Propósito Meta<br />
Resulta<strong>do</strong>s a<br />
curto prazo<br />
Ativida<strong>de</strong>s<br />
Resumo Indica<strong>do</strong>res Evidências Suposições<br />
67
68<br />
3<br />
Implementação<br />
e avaliação<br />
Como preencher<br />
os relatórios<br />
resumi<strong>do</strong>s<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Quan<strong>do</strong> usamos os indica<strong>do</strong>res para medir o progresso, sabemos se alcançamos os nossos<br />
objetivos ou não. No entanto, o que eles não nos dizem imediatamente é porque os objetivos<br />
não foram alcança<strong>do</strong>s. Nós precisaremos investigar isto para apren<strong>de</strong>rmos lições e po<strong>de</strong>rmos<br />
prestar contas àqueles que financiam ou beneficiam-se através <strong>do</strong> nosso trabalho. Os fatores<br />
po<strong>de</strong>rão ser internos ou externos. Os fatores internos po<strong>de</strong>rão incluir um exame ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong>s riscos e a i<strong>de</strong>ntificação errada <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s ou <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s. Os membros da<br />
comunida<strong>de</strong> provavelmente terão uma gran<strong>de</strong> importância na i<strong>de</strong>ntificação das razões pelas<br />
quais os objetivos não foram alcança<strong>do</strong>s.<br />
É importante lembrar que o tempo <strong>de</strong> Deus po<strong>de</strong>rá ser diferente <strong>do</strong> que esperamos e que<br />
talvez precisemos mudar os nossos planos <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com isso.<br />
O monitoramento e a avaliação po<strong>de</strong>rão mostrar que, apesar <strong>do</strong> projeto não estar materialmente<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> que foi planeja<strong>do</strong>, mais pessoas po<strong>de</strong>rão estar in<strong>do</strong> à igreja. Por outro la<strong>do</strong>,<br />
é importante estarmos atentos aos ataques espirituais que po<strong>de</strong>rão nos impedir <strong>de</strong> alcançar os<br />
objetivos <strong>do</strong> nosso projeto ou que façam com que atitu<strong>de</strong>s não mu<strong>de</strong>m. Isto po<strong>de</strong>rá nos levar<br />
a orar e a escolher um novo enfoque para os nossos planos.<br />
Devi<strong>do</strong> o marco lógico garantir que os indica<strong>do</strong>res sejam i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s na fase <strong>de</strong> planejamento,<br />
o trabalho <strong>de</strong> monitoramento, revisão e avaliação não costuma ser complica<strong>do</strong>. O<br />
formato a seguir nos permite <strong>do</strong>cumentar o nosso <strong>de</strong>sempenho em resumo. Estes resumos<br />
complementam os relatórios completos <strong>de</strong> monitoramento, revisão e avaliação, assim como o<br />
marco lógico complementa as propostas completas. Os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res geralmente dão orientações<br />
sobre como preparar relatórios completos.<br />
■ Copie o resumo e os indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong> marco lógico nas duas primeiras colunas.<br />
■ Relate sobre cada indica<strong>do</strong>r na coluna sobre progresso. Acrescente quaisquer ativida<strong>de</strong>s não<br />
planejadas que tenham si<strong>do</strong> realizadas logo abaixo.<br />
■ Comente sobre cada indica<strong>do</strong>r e faça recomendações on<strong>de</strong> forem necessárias. Registre os<br />
resulta<strong>do</strong>s inespera<strong>do</strong>s na coluna <strong>de</strong> comentários e recomendações e até que ponto as<br />
suposições estão proce<strong>de</strong>n<strong>do</strong>.<br />
■ Na coluna <strong>de</strong> pontuação, coloque um número que indique, naquele momento, a<br />
probabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> objetivo ser alcança<strong>do</strong> ou não.<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
MONITORAMETO Relatório Resumi<strong>do</strong> Nome <strong>do</strong> Projeto:<br />
3<br />
Implementação<br />
e avaliação<br />
País Perío<strong>do</strong> coberto Data <strong>de</strong> preparação Prepara<strong>do</strong> por<br />
ESTRUTURA DO PROJETO INDICADORES DE ALCANCE PROGRESSO COMENTÁRIOS E RECOMENDAÇÕES PONTUAÇÃO *<br />
Ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
Resulta<strong>do</strong>s a curto prazo<br />
*PONTUAÇÃO: 1 Apto a ser alcança<strong>do</strong> 2 Apto a ser alcança<strong>do</strong> na sua maior parte 3 Apto a ser parcialmente alcança<strong>do</strong> 4 Apto a ser alcança<strong>do</strong> em uma margem muito limitada 5 Improvável que seja alcança<strong>do</strong><br />
X Demasia<strong>do</strong> ce<strong>do</strong> para <strong>de</strong>terminar até que ponto po<strong>de</strong>rá ser alcança<strong>do</strong><br />
69
Nome <strong>do</strong> Projeto:<br />
REVISÃO Relatório Resumi<strong>do</strong><br />
70<br />
3<br />
Implementação<br />
e avaliação<br />
País Perío<strong>do</strong> coberto Data <strong>de</strong> preparação Prepara<strong>do</strong> por<br />
ESTRUTURA DO PROJETO INDICADORES DE ALCANCE PROGRESSO COMENTÁRIOS E RECOMENDAÇÕES PONTUAÇÃO *<br />
Resulta<strong>do</strong>s a curto prazo<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />
Propósito<br />
*PONTUAÇÃO: 1 Apto a ser alcança<strong>do</strong> 2 Apto a ser alcança<strong>do</strong> na sua maior parte 3 Apto a ser parcialmente alcança<strong>do</strong> 4 Apto a ser alcança<strong>do</strong> em uma margem muito limitada 5 Improvável que seja alcança<strong>do</strong><br />
X Demasia<strong>do</strong> ce<strong>do</strong> para <strong>de</strong>terminar até que ponto po<strong>de</strong>rá ser alcança<strong>do</strong>
Nome <strong>do</strong> Projeto:<br />
AVALIAÇÃO Relatório Resumi<strong>do</strong><br />
3<br />
Implementação<br />
e avaliação<br />
País Perío<strong>do</strong> coberto Data <strong>de</strong> preparação Prepara<strong>do</strong> por<br />
ESTRUTURA DO PROJETO INDICADORES DE ALCANCE PROGRESSO COMENTÁRIOS E RECOMENDAÇÕES PONTUAÇÃO *<br />
Propósito<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
Meta<br />
*PONTUAÇÃO: 1 Apto a ser alcança<strong>do</strong> 2 Apto a ser alcança<strong>do</strong> na sua maior parte 3 Apto a ser parcialmente alcança<strong>do</strong> 4 Apto a ser alcança<strong>do</strong> em uma margem muito limitada 5 Improvável que seja alcança<strong>do</strong><br />
X Demasia<strong>do</strong> ce<strong>do</strong> para <strong>de</strong>terminar até que ponto po<strong>de</strong>rá ser alcança<strong>do</strong><br />
71
72<br />
3<br />
Implementação<br />
e avaliação<br />
Preparação<br />
<strong>de</strong> relatórios<br />
financeiros<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Relate sobre os gastos <strong>do</strong> projeto em intervalos <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s, geralmente quan<strong>do</strong> os relatórios<br />
<strong>de</strong> monitoramento, revisão e avaliação forem prepara<strong>do</strong>s. Abaixo você encontrará um mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> como fazer isto.<br />
DESCRIÇÃO ORÇAMENTO GASTO REALIZADO VARIAÇÃO<br />
■ Na coluna <strong>de</strong> Descrição, coloque os títulos usa<strong>do</strong>s no orçamento <strong>do</strong> projeto, assim como<br />
custos administrativos e custos <strong>de</strong> transporte.<br />
■ Ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>scrição, coloque a quantia orçada na coluna <strong>de</strong> Orçamento.<br />
■ Na coluna <strong>de</strong> Gastos Realiza<strong>do</strong>s, acrescente a quantia que foi realmente gasta.<br />
■ A variação refere-se à diferença entre o Orçamento e o gasto realiza<strong>do</strong>, expressada através<br />
<strong>de</strong> um percentual. Para calcular a variação, use a fórmula abaixo:<br />
(Orçamento – Realiza<strong>do</strong>)<br />
Variação = x 100<br />
Orçamento<br />
A variação po<strong>de</strong>rá ser positiva ou negativa. Se a variação for gran<strong>de</strong> – por exemplo, 15% a<br />
mais ou a menos – explique o motivo. Se a variação for positiva, escreva algo como “Não<br />
gastamos o valor orça<strong>do</strong> porque …” Se a variação for negativa, escreva algo como “Gastamos<br />
além <strong>do</strong> valor orça<strong>do</strong> porque …”<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
Seção<br />
4<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Celebran<strong>do</strong> sucesso<br />
ESTUDO BÍBLICO Celebran<strong>do</strong> a construção <strong>do</strong> novo muro<br />
■ Neemias 6:15-16 nos conta que o muro <strong>de</strong> Jerusalém foi termina<strong>do</strong>. O que estes versículos<br />
nos dizem quanto ao êxito <strong>de</strong>sse projeto? As pessoas vêem a obra <strong>de</strong> Deus nos nossos<br />
<strong>projetos</strong>?<br />
■ O capítulo12 nos conta sobre a <strong>de</strong>dicação <strong>do</strong> muro.<br />
• Como isso foi celebra<strong>do</strong>?<br />
• Por quê achamos que Neemias <strong>de</strong>dicou o muro para Deus?<br />
• Nós <strong>de</strong>dicamos os nossos <strong>projetos</strong> para Deus?<br />
• Em que formas criativas po<strong>de</strong>mos pensar em celebrar o sucesso <strong>do</strong>s <strong>projetos</strong> que<br />
terminamos?<br />
Quan<strong>do</strong> o projeto for concluí<strong>do</strong>, vale a pena<br />
consi<strong>de</strong>rar como celebrar o seu sucesso. Crie uma<br />
oportunida<strong>de</strong> para que os atores interessa<strong>do</strong>s e<br />
os funcionários <strong>do</strong> projeto reflitam e comparem<br />
como as coisas são agora em relação ao que elas<br />
eram antes. Se o projeto incluiu a construção <strong>de</strong><br />
um prédio, consi<strong>de</strong>re a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> convidar<br />
to<strong>do</strong>s os atores interessa<strong>do</strong>s e outras pessoas para<br />
uma cerimônia formal <strong>de</strong> abertura. Um culto <strong>de</strong><br />
ação <strong>de</strong> graças po<strong>de</strong>rá ser usa<strong>do</strong> para celebrar<br />
outros tipos <strong>de</strong> <strong>projetos</strong>.<br />
A celebração é uma forma <strong>de</strong> reconhecer todas as contribuições feitas pelas pessoas ao projeto.<br />
Esperamos que os beneficiários tenham si<strong>do</strong> empo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s ao participarem no projeto, <strong>do</strong><br />
começo ao fim. A realização <strong>de</strong> uma celebração po<strong>de</strong>rá inspirá-los a a<strong>do</strong>tar outros <strong>projetos</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento comunitário no futuro.<br />
Nenhum projeto é realiza<strong>do</strong> sem dificulda<strong>de</strong>s. Até mesmo os <strong>projetos</strong> muito bem sucedi<strong>do</strong>s<br />
passam por problemas durante a sua existência. É importante refletirmos sobre estes problemas<br />
e apren<strong>de</strong>rmos através <strong>de</strong>les pois, assim, po<strong>de</strong>mos melhorar os nossos <strong>projetos</strong> no futuro.<br />
Também é importante compartilharmos o que apren<strong>de</strong>mos com outras pessoas, assim como a<br />
comunida<strong>de</strong>, as autorida<strong>de</strong>s locais, os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res e outras agências. A forma com que compartilhamos<br />
o que apren<strong>de</strong>mos vai variar, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> daqueles com quem isso é feito. Por exemplo:<br />
■ Faça uma reunião com a comunida<strong>de</strong> para compartilhar o que você tem aprendi<strong>do</strong><br />
■ um artigo <strong>de</strong> jornal para compartilhar o que você tem aprendi<strong>do</strong> com os mora<strong>do</strong>res da<br />
região<br />
■ escreva um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso sobre o projeto para um boletim informativo para compartilhar<br />
com outras agências o que você tem aprendi<strong>do</strong><br />
■ apresente um estu<strong>do</strong> em uma conferência.<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
Celebran<strong>do</strong> o sucesso com os torce<strong>do</strong>res,<br />
técnico, joga<strong>do</strong>res, gerente, patrocina<strong>do</strong>res<br />
73
Seção<br />
5<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Anexos<br />
1 Interação com os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res<br />
Enviar relatório <strong>de</strong><br />
avaliação para o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r<br />
Enviar relatório <strong>de</strong><br />
conclusão para o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r<br />
O diagrama acima mostra como a interação com os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res se encaixa no <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto.<br />
Lembre-se que o <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto é <strong>de</strong> nossa responsabilida<strong>de</strong> e não <strong>do</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r. O <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r tem<br />
o seu próprio <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> projeto, no qual o nosso <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> projeto precisa encaixar-se.<br />
Se estivermos usan<strong>do</strong> financiamento <strong>de</strong> um <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r, precisamos nos comunicar com ele<br />
durante to<strong>do</strong> o <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> existência <strong>do</strong> projeto.<br />
Anteprojeto Os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res geralmente pe<strong>de</strong>m um anteprojeto (consulte a página 18) antes <strong>de</strong> escrevermos<br />
uma proposta completa. Eles precisam saber se os planos que temos para um projeto se<br />
encaixarão na estratégia <strong>de</strong>les. Se os nossos planos não se encaixarem na estratégia <strong>de</strong>les, o<br />
nosso projeto não será financia<strong>do</strong>. Ao pedirem para escrevermos um breve anteprojeto antes<br />
da proposta completa, eles procuram evitar que <strong>de</strong>sperdicemos o nosso tempo.<br />
Para i<strong>de</strong>ntificar um <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r apropria<strong>do</strong>, consulte o Documento <strong>de</strong> Estratégia <strong>de</strong> Redução da<br />
Pobreza (DERP), se disponível, converse com <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res ou leia as suas estratégias nacionais<br />
para <strong>de</strong>scobrir quais são as suas priorida<strong>de</strong>s. Procure <strong>de</strong>monstrar que o seu projeto está <strong>de</strong><br />
acor<strong>do</strong> com a estratégia <strong>de</strong>les.<br />
■ Quais são as priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>les?<br />
■ Que tipos <strong>de</strong> organizações eles apoiam?<br />
■ Qual é o orçamento <strong>do</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r para este país ou setor?<br />
■ Quais são os compromissos já existentes <strong>do</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r?<br />
■ Eles estão assumin<strong>do</strong> novos compromissos?<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
IDENTIFICAÇÃO<br />
AVALIAÇÃO PROJETO<br />
IMPLEMENTAÇÃO<br />
Enviar relatórios <strong>de</strong> monitoramento<br />
e revisão para o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r<br />
Enviar anteprojeto para o<br />
<strong>do</strong>a<strong>do</strong>r para LIBERAÇÃO<br />
MONTAGEM<br />
Enviar proposta para o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r<br />
para AVALIAÇÃO e APROVAÇÃO<br />
75
76<br />
5<br />
Anexos<br />
Geralmente os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res fornecem orientações resumidas sobre quais informações o<br />
anteprojeto <strong>de</strong>ve incluir. Geralmente os ante<strong>projetos</strong> <strong>de</strong>vem incluir uma breve introdução<br />
sobre a organização, um resumo sobre quem se beneficiará através <strong>do</strong> projeto e como isso será<br />
feito. Dê uma estimativa <strong>do</strong> orçamento total. Pergunte ao <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r se existe alguma dúvida<br />
sobre o anteprojeto. Assegure-se <strong>de</strong> que todas as informações pedidas pelo <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r sejam<br />
incluídas. Depois <strong>do</strong> anteprojeto ter si<strong>do</strong> submeti<strong>do</strong>, o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r po<strong>de</strong>rá entrar em contato para<br />
pedir esclarecimentos, caso seja necessário.<br />
Proposta Os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res sempre pedirão uma proposta completa se gostarem <strong>do</strong> anteprojeto. Eles<br />
geralmente fornecem orientações resumidas sobre quais informações são necessárias. Eles<br />
geralmente pe<strong>de</strong>m informações sobre a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s beneficiários, uma análise <strong>do</strong><br />
problema, objetivos, um levantamento <strong>de</strong> risco, monitoramento, avaliação e sustentabilida<strong>de</strong>.<br />
Todas as propostas <strong>de</strong>vem ser acompanhadas <strong>de</strong> um orçamento <strong>de</strong>talha<strong>do</strong>. A maioria <strong>do</strong>s<br />
gran<strong>de</strong>s <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res pe<strong>de</strong>m um marco lógico com a proposta. Outros <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res po<strong>de</strong>rão pedir<br />
um marco lógico se gran<strong>de</strong>s quantias <strong>de</strong> dinheiro estiverem sen<strong>do</strong> solicitadas.<br />
Preparação <strong>de</strong><br />
relatórios<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
Uma vez que a proposta tenha si<strong>do</strong> enviada para o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r, ela será avaliada para que o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r<br />
<strong>de</strong>cida se está <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> e se tem condições <strong>de</strong> financiar o projeto. Po<strong>de</strong>rá haver bastante<br />
interação com o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r durante esta fase se ele precisar <strong>de</strong> esclarecimentos ou se for preciso<br />
fazer mudanças na proposta. Oxalá o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r <strong>de</strong>cida aprovar o projeto.<br />
Durante toda a fase <strong>de</strong> implementação <strong>do</strong> projeto, relate sobre o progresso ao <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r. Durante<br />
a fase <strong>de</strong> montagem e através <strong>de</strong> comunicação com o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>scubra com que freqüência<br />
eles precisarão <strong>do</strong>s relatórios. Por exemplo, o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r po<strong>de</strong>rá pedir relatórios <strong>de</strong> monitoramento<br />
a cada seis meses, relatórios <strong>de</strong> revisão anualmente e um relatório <strong>de</strong> conclusão no final<br />
<strong>do</strong> projeto.<br />
Avaliação Às vezes o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r po<strong>de</strong> financiar uma avaliação <strong>de</strong>pois que o projeto tenha si<strong>do</strong> concluí<strong>do</strong>.<br />
Ela geralmente é realizada por consultores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
5<br />
Anexos<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
2 Programa sugeri<strong>do</strong> para um encontro<br />
<strong>de</strong> treinamento<br />
Este manual po<strong>de</strong>rá ser adapta<strong>do</strong> e usa<strong>do</strong> em um encontro <strong>de</strong> treinamento. O programa<br />
abaixo é umasugestão <strong>de</strong> como o material po<strong>de</strong>rá ser coberto. O encontro po<strong>de</strong>rá ser<br />
prolonga<strong>do</strong> para que os participantes possam aplicar o que apren<strong>de</strong>ram ao seu próprio<br />
trabalho.<br />
SESSÃO 1 (2 horas) SESSÃO 2 (1 hora e meia) SESSÃO 3 (1 hora e meia) SESSÃO 4 (2 horas)<br />
Dia 1 Planejamento<br />
Dia 2<br />
Dia 3<br />
Dia 4<br />
Introdução ao projeto<br />
Pesquisa<br />
(Seção 1)<br />
Marco lógico:<br />
Suposições<br />
(Seção 2)<br />
Preparação <strong>de</strong> planos<br />
<strong>de</strong> ação<br />
(Seção 2)<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong><br />
projeto<br />
(Seção 1)<br />
Introdução ao marco<br />
lógico<br />
(Seção 2)<br />
Marco lógico:<br />
Indica<strong>do</strong>res e<br />
evidências<br />
(Seção 2)<br />
Implementação,<br />
monitoramento e<br />
revisão<br />
(Seção 3)<br />
I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong><br />
projeto (continuação)<br />
Marco lógico:<br />
Árvores <strong>de</strong> problemas<br />
(Seção 2)<br />
Marco lógico:<br />
Indica<strong>do</strong>res e<br />
evidências<br />
(continuação)<br />
Celebran<strong>do</strong> sucesso<br />
(Seção 4)<br />
Análise <strong>do</strong>s atores<br />
interessa<strong>do</strong>s<br />
(Seção 1)<br />
Marco lógico:<br />
Definin<strong>do</strong> objetivos<br />
(Seção 2)<br />
Verificação final <strong>do</strong><br />
marco lógico<br />
(Seção 2)<br />
77
Anotações<br />
78<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
Anotações<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />
79
Anotações<br />
80<br />
<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />
R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D
<strong>Gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong><br />
por Rachel Blackman<br />
ISBN 1 904364 27 6<br />
Publica<strong>do</strong> pela Tearfund<br />
100 Church Road, Teddington, TW11 8QE, Reino Uni<strong>do</strong><br />
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