13.04.2013 Views

ROOTS 5 - Gestão do ciclo de projetos

ROOTS 5 - Gestão do ciclo de projetos

ROOTS 5 - Gestão do ciclo de projetos

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ADVOCACY <strong>ROOTS</strong> 5 TOOLKIT<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>projetos</strong><br />

<strong>ROOTS</strong>: Recursos para Organizações com Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Transformação e Socialização<br />

recursos<br />

<strong>ROOTS</strong>


ecursos<br />

<strong>ROOTS</strong><br />

<strong>Gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong><br />

Escrito por Rachel Blackman<br />

Traduzi<strong>do</strong> por: João Martinez da Cruz e Jean Perry<br />

Design: Wingfinger<br />

Ilustrações: Bill Crooks<br />

A autora gostaria <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer pela contribuição das seguintes pessoas: Isabel Carter, Mike Carter,<br />

Toyditz Cosico, Dewi Hughes, Sheila Melot, Hilda Mukui e David Mundy. Agra<strong>de</strong>cemos aos nossos<br />

parceiros que testaram este recurso. Agra<strong>de</strong>cemos ao Centro para Desenvolvimento Internacional e<br />

Treinamento, da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Wolverhampton, por treinarem os funcionários <strong>do</strong> Grupo<br />

Internacional da Tearfund na área <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> em julho <strong>de</strong> 2002. Os materiais <strong>de</strong><br />

treinamento forneci<strong>do</strong>s por eles foram usa<strong>do</strong>s como base em algumas das seções <strong>de</strong>ste recurso.<br />

Saber como os recursos da Tearfund são utiliza<strong>do</strong>s pelos parceiros e por outras organizações<br />

ajuda-nos a melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s futuros recursos. Se <strong>de</strong>sejar fazer comentários sobre este<br />

recurso, por favor, escreva para a Tearfund ou envie um e-mail para roots@tearfund.org<br />

Outros títulos da série <strong>ROOTS</strong>:<br />

■ <strong>ROOTS</strong> 1 e 2 – Kit <strong>de</strong> ferramentas para a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> direitos<br />

Um conjunto <strong>de</strong> <strong>do</strong>is manuais separa<strong>do</strong>s: Compreensão da <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> direitos (<strong>ROOTS</strong> 1)<br />

e Ação prática na <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> direitos (<strong>ROOTS</strong> 2). Só po<strong>de</strong>m ser obti<strong>do</strong>s em conjunto.<br />

■ <strong>ROOTS</strong> 3 – Avalian<strong>do</strong> a capacida<strong>de</strong> da sua organização. Uma ferramenta <strong>de</strong> avaliação<br />

organizacional para permitir às organizações i<strong>de</strong>ntificar as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> suas capacida<strong>de</strong>s.<br />

■ <strong>ROOTS</strong> 4 – Construin<strong>do</strong> a paz <strong>de</strong>ntro das nossas comunida<strong>de</strong>s. Pontos <strong>de</strong> aprendizagem<br />

retira<strong>do</strong>s <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> parceiros da Tearfund que estiveram envolvi<strong>do</strong>s no trabalho<br />

<strong>de</strong> incentivo à paz e à reconciliação em comunida<strong>de</strong>s.<br />

To<strong>do</strong>s eles estão disponíveis em inglês e a maioria também está disponível em francês, espanhol<br />

e português.<br />

Para obter maiores informações, escreva para Resources Development, PO Box 200, Bridgnorth,<br />

Shropshire, WV16 4QP, ou envie um e-mail para roots@tearfund.org<br />

© Tearfund 2003<br />

ISBN 1 904364 27 6<br />

5<br />

Publica<strong>do</strong> pela Tearfund. Uma companhia limitada. Registrada na Inglaterra sob o no. 994339.<br />

Organização sem fins lucrativos registrada sob o no. 265464.<br />

A Tearfund é uma agência cristã evangélica <strong>de</strong> assistência e <strong>de</strong>senvolvimento, que trabalha<br />

através <strong>de</strong> parceiros locais, procuran<strong>do</strong> trazer auxílio e esperança às comunida<strong>de</strong>s carentes por<br />

to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>.<br />

Tearfund, 100 Church Road, Teddington, TW11 8QE, Reino Uni<strong>do</strong><br />

Tel: +44 20 8977 9144<br />

E-mail: roots@tearfund.org<br />

Web: www.tilz.info


<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong><br />

Escrito por Rachel Blackman<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3


<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Conteú<strong>do</strong><br />

Glossário 5<br />

Introdução 7<br />

Planejamento 8<br />

O <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> 10<br />

Seção 1 I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> projeto 13<br />

Seção 2 Montagem <strong>do</strong> projeto 19<br />

2.1 Análise <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s (“stakehol<strong>de</strong>rs”) 20<br />

2.2 Pesquisa 29<br />

2.3 Análise <strong>de</strong> problemas 34<br />

2.4 Marco lógico 38<br />

Completan<strong>do</strong> um marco lógico 41<br />

• FASE 1 Resumo <strong>de</strong> objetivos 41<br />

• FASE 2 Suposições 45<br />

• FASE 3 Indica<strong>do</strong>res e evidências 51<br />

2.5 Proposta 59<br />

2.6 Planejamento <strong>de</strong> ações 59<br />

Seção 3 Implementação e avaliação 65<br />

Seção 4 Celebran<strong>do</strong> sucesso 73<br />

Seção 5 Anexos 75<br />

Interação com os financia<strong>do</strong>res 75<br />

Programa sugeri<strong>do</strong> para um encontro <strong>de</strong> treinamento 77<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

3


Glossário<br />

Este glossário explica o significa<strong>do</strong> <strong>de</strong> palavras difíceis, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a maneira que elas são<br />

usadas neste manual.<br />

aliança um relacionamento próximo, basea<strong>do</strong> em metas ou características semelhantes<br />

anteprojeto um breve resumo <strong>de</strong> uma idéia para um projeto<br />

ativida<strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> trabalho realiza<strong>do</strong> para alcançar objetivos<br />

“ator interessa<strong>do</strong>” uma pessoa interessada ou preocupada com um projeto realiza<strong>do</strong> por uma organização<br />

(“stakehol<strong>de</strong>r”)<br />

avaliação um levantamento feito no final, ou logo após, o término <strong>de</strong> um projeto para mostrar o seu<br />

impacto<br />

beneficiário uma pessoa que beneficia-se com o projeto<br />

contingência um evento que po<strong>de</strong>rá acontecer, mas que não é provável ou planeja<strong>do</strong><br />

custos operacionais dinheiro para necessida<strong>de</strong>s contínuas, assim como combustível<br />

<strong>de</strong>preciar per<strong>de</strong>r valor ao longo <strong>do</strong> tempo<br />

<strong>do</strong>a<strong>do</strong>r alguém, geralmente uma organização, que <strong>do</strong>a dinheiro para um projeto<br />

eficiência quan<strong>do</strong> se faz o melhor uso <strong>do</strong>s recursos e, assim, nenhum <strong>de</strong>les é <strong>de</strong>sperdiça<strong>do</strong><br />

empo<strong>de</strong>ramento o processo pelo qual as pessoas adquirem confiança própria e tornam-se agentes <strong>de</strong> mudanças<br />

eqüida<strong>de</strong> imparcialida<strong>de</strong><br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

evidências a fonte <strong>de</strong> informações necessárias para medir o <strong>de</strong>sempenho<br />

exílio quan<strong>do</strong> uma pessoa é forçada a viver fora <strong>do</strong> seu próprio país<br />

explosão <strong>de</strong> idéias relatar o que vem imediatamente à mente sobre uma questão<br />

gastos patrimoniais dinheiro para um equipamento ou bem, assim como um veículo<br />

hierarquia uma série na qual cada item é organiza<strong>do</strong> em or<strong>de</strong>m<br />

i<strong>de</strong>ntificação quan<strong>do</strong> uma necessida<strong>de</strong> comunitária prioritária é concordada, a qual um projeto po<strong>de</strong><br />

aten<strong>de</strong>r<br />

implementação quan<strong>do</strong> um projeto for efetivamente realiza<strong>do</strong><br />

indica<strong>do</strong>r um sinal que indica progresso quanto ao alcance <strong>de</strong> objetivos<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

5


6<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

indica<strong>do</strong>r on<strong>de</strong> palavras são usadas para <strong>de</strong>screver mudanças<br />

qualitativo<br />

indica<strong>do</strong>r on<strong>de</strong> números são usa<strong>do</strong>s para medir mudanças<br />

quantitativo<br />

informante chave uma pessoa capaz <strong>de</strong> fornecer informações sobre um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> assunto<br />

levantamento <strong>de</strong> o processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e compreensão das necessida<strong>de</strong>s das pessoas<br />

necessida<strong>de</strong>s<br />

levantamento prévio um levantamento realiza<strong>do</strong> antes <strong>do</strong> projeto começar<br />

linha <strong>de</strong> base da<strong>do</strong>s usa<strong>do</strong>s como referência e com os quais futuros resulta<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m ser compara<strong>do</strong>s<br />

manipula<strong>do</strong> controla<strong>do</strong> ou influencia<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma maneira negativa<br />

marco lógico um quadro que apresenta um resumo <strong>do</strong>s planos <strong>de</strong> um projeto<br />

meta o objetivo mais amplo <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

monitorização um processo contínuo <strong>de</strong> medição <strong>do</strong> progresso quanto ao alcance <strong>de</strong> objetivos<br />

objetivo uma palavra geral usada para uma mudança <strong>de</strong>sejada<br />

ONG organização não governamental<br />

participação o envolvimento <strong>de</strong> pessoas nas <strong>de</strong>cisões e processos que afetam as suas vidas<br />

prestação <strong>de</strong> contas explican<strong>do</strong> <strong>de</strong>cisões, ações ou o uso <strong>de</strong> dinheiro aos atores interessa<strong>do</strong>s<br />

propósito a mudança específica que o projeto fará para contribuir à meta<br />

resulta<strong>do</strong>s o que um projeto realmente produz ao realizar as suas ativida<strong>de</strong>s<br />

a curto prazo<br />

revisão um levantamento ocasional <strong>do</strong> progresso <strong>de</strong> um projeto<br />

risco a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algo ruim acontecer<br />

suposição uma condição que precisa ser atendida para que um projeto obtenha êxito<br />

sustentabilida<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> os benefícios <strong>de</strong> projeto continuam<br />

termos <strong>de</strong> um <strong>do</strong>cumento que resume o que é espera<strong>do</strong> através <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> uma pessoa ou<br />

referência organização<br />

transparência comunicação e tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> forma aberta<br />

variação a diferença entre o que foi orça<strong>do</strong> e o que foi realmente gasto<br />

verificável algo que po<strong>de</strong> ser prova<strong>do</strong> como sen<strong>do</strong> verda<strong>de</strong>iro<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Introdução<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> (GCP) é o termo da<strong>do</strong> ao processo <strong>de</strong> planejamento e gestão <strong>de</strong><br />

<strong>projetos</strong>, programas e organizações. Ele é amplamente usa<strong>do</strong> no setor <strong>de</strong> negócios e está cada<br />

vez mais sen<strong>do</strong> usa<strong>do</strong> pelas organizações <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Às vezes os <strong>projetos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento fracassam porque são mal planeja<strong>do</strong>s e não levam em conta alguns fatores<br />

importantes, especialmente as necessida<strong>de</strong>s e as opiniões <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s. GCP é<br />

baseada em torno <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> um projeto, o que garante que to<strong>do</strong>s os aspectos <strong>do</strong>s <strong>projetos</strong><br />

sejam consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s. Uma qualida<strong>de</strong> importante <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> GCP é que os aspectos <strong>do</strong> projeto<br />

são reconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s durante to<strong>do</strong> o seu <strong>ciclo</strong> e, assim, ele garante que quaisquer mudanças<br />

ocorridas sejam incluídas na sua montagem. Como resulta<strong>do</strong> disto, os <strong>projetos</strong> passam a ter<br />

uma maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> êxito e sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

GCP envolve um conjunto <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> planejamento que sustentam o marco lógico.<br />

O marco lógico é um quadro que apresenta um resumo <strong>do</strong>s planos <strong>do</strong> projeto. Atualmente<br />

alguns <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res esperam que o marco lógico seja submeti<strong>do</strong> junto com as propostas <strong>de</strong> um<br />

projeto. O marco lógico po<strong>de</strong> parecer bastante complexo para muitas pessoas. Isto faz com<br />

que algumas organizações se sintam incapazes <strong>de</strong> obter acesso ao financiamento <strong>de</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res.<br />

Este manual explica o processo para completar o marco lógico <strong>de</strong> uma forma simples e, assim,<br />

procura aumentar a habilida<strong>de</strong> das organizações no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> obter acesso a tal<br />

financiamento. De qualquer mo<strong>do</strong>, talvez as organizações queiram começar a usar o marco<br />

lógico para to<strong>do</strong>s os seus <strong>projetos</strong>, se estiverem solicitan<strong>do</strong> financiamento <strong>de</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res ou não.<br />

Isto é porque o processo para completar o marco lógico é, <strong>de</strong> muitas maneiras, mais útil <strong>do</strong><br />

que o produto final. O processo é importante para o sucesso <strong>do</strong> projeto, para a<br />

sustentabilida<strong>de</strong> e aprendizagem organizacional.<br />

Em to<strong>do</strong> este manual, nós falamos sobre o uso <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> para <strong>projetos</strong><br />

porque esta é provavelmente a principal maneira em que GCP será usada. No entanto, todas<br />

as ferramentas po<strong>de</strong>m ser usadas <strong>de</strong> uma forma igualmente eficaz no planejamento <strong>de</strong><br />

programas, na gestão e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> organizações.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

7


8<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Planejamento<br />

ESTUDO BÍBLICO Capturan<strong>do</strong> a visão<br />

Por quê é<br />

importante<br />

fazer um bom<br />

planejamento?<br />

O livro <strong>de</strong> Neemias nos conta como Neemias li<strong>de</strong>rou a reconstrução <strong>do</strong>s muros <strong>de</strong> Jerusalém, os<br />

quais haviam si<strong>do</strong> <strong>de</strong>struí<strong>do</strong>s por um incêndio causa<strong>do</strong> pelos babilônios.<br />

■ O capítulo 1 nos conta sobre o chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> Deus para que Neemias realizasse aquela tarefa.<br />

O que este capítulo nos diz sobre:<br />

• A sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Neemias para com a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus?<br />

• A motivação <strong>de</strong> Neemias em fazer a tarefa?<br />

• A atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Neemias como lí<strong>de</strong>r?<br />

• A compaixão <strong>de</strong> Neemias?<br />

• A atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Neemias para com a oração?<br />

■ To<strong>do</strong>s os fatores acima <strong>de</strong>ram visão para Neemias quanto à tarefa adiante.<br />

• Como isto <strong>de</strong>safia a nossa atitu<strong>de</strong> para com o trabalho que fazemos?<br />

■ Provérbios 16:3 nos diz: “Consagre ao Senhor tu<strong>do</strong> o que você faz, e os seus planos serão<br />

bem sucedi<strong>do</strong>s.”<br />

• O que este versículo nos diz sobre o vínculo entre oração e planejamento? Somente a<br />

oração é suficiente? Somente o planejamento é suficiente?<br />

• Nós oramos ao planejarmos o nosso trabalho?<br />

“Os planos bem elabora<strong>do</strong>s levam à fartura; mas o apressa<strong>do</strong> sempre acaba na miséria.”<br />

Provérbios 21:5<br />

Existe uma frase que diz: “Se você fracassar em planejar, você planeja para fracassar.” Pense em<br />

algumas ocasiões quan<strong>do</strong> as coisas não <strong>de</strong>ram certo porque o planejamento não foi realiza<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> foram a<strong>de</strong>quada. Por quê as coisas não <strong>de</strong>ram certo? Que coisas não foram levadas em<br />

consi<strong>de</strong>ração?<br />

Existem muitas razões porque o planejamento é uma boa idéia. Planejamento ajuda a:<br />

■ pensar com antecedência e preparar-se<br />

para o futuro<br />

■ garantir que a direção certa seja tomada<br />

■ i<strong>de</strong>ntificar questões que precisarão<br />

ser atendidas<br />

■ consi<strong>de</strong>rar se um projeto é possível<br />

■ fazer o melhor uso <strong>do</strong>s recursos<br />

■ motivar os funcionários<br />

■ garantir que os <strong>projetos</strong> sejam<br />

realiza<strong>do</strong>s sem dificulda<strong>de</strong>s<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />

■ esclarecer metas e <strong>de</strong>senvolver a visão<br />

■ <strong>de</strong>finir a razão para se fazer algo<br />

■ escolher entre opções existentes<br />

■ obter financiamento e outros recursos<br />

■ alocar recursos e responsabilida<strong>de</strong>s<br />

■ guiar a implementação <strong>de</strong> <strong>projetos</strong><br />

■ alcançar os melhores resulta<strong>do</strong>s.


Quem <strong>de</strong>ve<br />

planejar?<br />

Vantagens e<br />

<strong>de</strong>svantagens<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

O planejamento enfrenta muitas barreiras. Por exemplo:<br />

■ falta <strong>de</strong> tempo, ou não reservar tempo para planejar<br />

■ não saber como planejar<br />

■ dificulda<strong>de</strong> em reunir as pessoas certas<br />

■ ter dificulda<strong>de</strong> em planejar porque o futuro é tão incerto<br />

■ querer fazer as coisas imediatamente porque a necessida<strong>de</strong> é urgente, ao invés <strong>de</strong> pensar<br />

sobre elas.<br />

Os seguintes exemplos <strong>de</strong>monstram falta <strong>de</strong> planejamento:<br />

■ Uma pessoa <strong>de</strong> outro país <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> importar garfos ao ver que as pessoas comem com as<br />

mãos. No entanto, naquele país as pessoas estão acostumadas a comer com as mãos. Este<br />

projeto não aten<strong>de</strong> uma necessida<strong>de</strong> real.<br />

■ Um projeto <strong>de</strong> saneamento é inicia<strong>do</strong> porque as pessoas estão morren<strong>do</strong> <strong>de</strong> diarréia. As<br />

pessoas acreditam que a diarréia é causada por espíritos malignos e têm dificulda<strong>de</strong> em<br />

compreen<strong>de</strong>r a relevância <strong>do</strong> projeto.<br />

■ Um projeto agrícola quer ajudar pessoas muito pobres. Um técnico agrícola inicia um<br />

programa <strong>de</strong> cultivo <strong>de</strong> verduras e legumes. Apesar <strong>do</strong> projeto ser tecnicamente muito bem<br />

sucedi<strong>do</strong>, as pessoas muito pobres não são beneficiadas pois não possuem terras.<br />

■ Um projeto <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> peixes cava alguns lagos mas eles não conseguem reter uma<br />

quantida<strong>de</strong> suficiente <strong>de</strong> água <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à composição <strong>do</strong> solo. Não foram obtidas<br />

informações técnicas suficientes.<br />

■ Um projeto <strong>de</strong> artesanato ajuda as pessoas a produzirem sacolas. Um ano <strong>de</strong>pois, ainda há<br />

um gran<strong>de</strong> estoque <strong>de</strong> sacolas não vendidas porque não foi feita uma pesquisa suficiente<br />

sobre os aspectos <strong>de</strong> comercialização <strong>do</strong> produto.<br />

■ Um projeto constrói latrinas, mas as mulheres não as usam porque o local é mal ilumina<strong>do</strong><br />

e elas têm me<strong>do</strong> <strong>de</strong> serem atacadas por homens. Fatores sociais e culturais não foram<br />

leva<strong>do</strong>s em consi<strong>de</strong>ração.<br />

Uma questão chave no processo <strong>de</strong> planejamento é “quem <strong>de</strong>ve estar envolvi<strong>do</strong>?” Existem<br />

vantagens e <strong>de</strong>svantagens em planejar sozinho e com diferentes tipos <strong>de</strong> pessoas.<br />

Pense nas seguintes situações em termos <strong>de</strong> tempo, tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, conflito, responsabilida<strong>de</strong>,<br />

conhecimentos, apropriação, recursos e motivação:<br />

■ Imagine um gerente em uma organização <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e assistência em situações <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sastres. Quais são as vantagens <strong>do</strong> gerente planejar um projeto sozinho? Quais são as<br />

<strong>de</strong>svantagens?<br />

■ Imagine alguns funcionários <strong>de</strong> uma organização <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e assistência em situações <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sastres planejan<strong>do</strong> um projeto juntos. Quais são as vantagens e <strong>de</strong>svantagens?<br />

■ Imagine os funcionários <strong>de</strong> uma organização <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e assistência em situações <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sastres planejan<strong>do</strong> um projeto com os membros da comunida<strong>de</strong>. Quais são as vantagens e<br />

<strong>de</strong>svantagens?<br />

Qual <strong>de</strong>stas situações é a melhor? Por quê? Como algumas das <strong>de</strong>svantagens daquela situação<br />

po<strong>de</strong>riam ser superadas?<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

9


10<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

O <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong><br />

O processo <strong>de</strong> planejamento e gestão <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senha<strong>do</strong> como um <strong>ciclo</strong>. Uma<br />

fase <strong>do</strong> projeto leva à outra.<br />

IDENTIFICAÇÃO Para i<strong>de</strong>ntificarmos em que um projeto <strong>de</strong>ve enfocar-se, precisamos <strong>de</strong>scobrir<br />

quem <strong>de</strong>verá beneficiar-se e quais são as suas necessida<strong>de</strong>s. Um “levantamento <strong>de</strong><br />

necessida<strong>de</strong>s” dará uma visão geral <strong>do</strong>s problemas comunitários. Um “levantamento <strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong>s” ajudará a i<strong>de</strong>ntificar que problema o projeto <strong>de</strong>verá aten<strong>de</strong>r.<br />

MONTAGEM Uma vez que tenha si<strong>do</strong> <strong>de</strong>cidi<strong>do</strong> levar o projeto adiante, po<strong>de</strong>mos começar a<br />

pensar sobre os <strong>de</strong>talhes. Esta fase inclui a realização <strong>de</strong> pesquisas adicionais sobre as pessoas<br />

afetadas por um problema e como elas são afetadas por ele. Também precisamos consi<strong>de</strong>rar os<br />

riscos ao projeto e como mediremos o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> mesmo.<br />

IMPLEMENTAÇÃO Durante a implementação <strong>do</strong> projeto, é importante monitorar e avaliar o<br />

progresso <strong>do</strong> mesmo, bem como quaisquer mudanças externas que o afetam. Os planos <strong>do</strong><br />

projeto <strong>de</strong>verão ser ajusta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as necessida<strong>de</strong>s.<br />

AVALIAÇÃO A avaliação <strong>de</strong>ve ser feita no término, ou após o término, <strong>do</strong> projeto. A avaliação<br />

po<strong>de</strong> ser feita alguns meses ou anos <strong>de</strong>pois que o projeto tenha si<strong>do</strong> concluí<strong>do</strong> para que se<br />

possa fazer um levantamento <strong>do</strong> seu impacto e sustentabilida<strong>de</strong> a longo prazo.<br />

APRENDIZAGEM DE LIÇÕES Apesar <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> ser uma ferramenta útil para representar<br />

os estágios <strong>de</strong> um projeto, ele tem uma <strong>de</strong>svantagem: ele dá a impressão que uma ferramenta<br />

segue a outra. Na realida<strong>de</strong>, muitas das ferramentas <strong>de</strong> planejamento po<strong>de</strong>m ser usadas em<br />

qualquer estágio <strong>do</strong> projeto. Elas <strong>de</strong>vem ser repetidas ao longo <strong>de</strong> toda a vida <strong>do</strong> projeto para<br />

garantir que quaisquer mudanças que possam afetar o sucesso <strong>do</strong> projeto sejam registradas.<br />

As constatações também <strong>de</strong>vem ser usadas para que a organização aprenda e para melhorar<br />

outros <strong>projetos</strong>.<br />

Avaliação<br />

Revisão<br />

I<strong>de</strong>ntificação<br />

APRENDIZAGEM<br />

DE LIÇÕES<br />

Implementação<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />

Montagem<br />

Monitoramento


<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

O planejamento <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong>ve ser visto como um processo contínuo, o qual envolve<br />

aprendizagem através da reflexão e da ação.<br />

REFLEXÃO<br />

AÇÃO<br />

É importante reservar um tempo para parar, pensar, repensar, apren<strong>de</strong>r com os outros<br />

e com Deus.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

REFLEXÃO<br />

TEMPO<br />

AÇÃO<br />

REFLEXÃO<br />

AÇÃO<br />

11


Seção<br />

1<br />

Levantamento <strong>de</strong><br />

necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> projeto<br />

ESTUDO BÍBLICO Respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a uma necessida<strong>de</strong><br />

■ Leia Neemias 1<br />

Neemias era um ju<strong>de</strong>u exila<strong>do</strong> em uma terra alheia. Alguns <strong>do</strong>s ju<strong>de</strong>us haviam regressa<strong>do</strong> para<br />

Judá <strong>de</strong>pois que os seus agressores, os babilônios, foram <strong>de</strong>rrota<strong>do</strong>s pelos assírios. Mas muitos<br />

entre os ju<strong>de</strong>us se sentiram estabeleci<strong>do</strong>s on<strong>de</strong> estavam e, assim, permaneceram no exílio.<br />

• O que preocupou Neemias no versículo 2?<br />

• Que notícias os visitantes <strong>de</strong> Neemias trouxeram? (versículo 3)<br />

• Qual foi a reação <strong>de</strong> Neemias diante das notícias? O que isto nos revela sobre o caráter <strong>de</strong>le?<br />

• Como esta passagem nos <strong>de</strong>safia no nosso relacionamento com Deus e com as<br />

comunida<strong>de</strong>s locais, e na maneira com que respon<strong>de</strong>mos aos outros?<br />

O primeiro passo no <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto é<br />

i<strong>de</strong>ntificar uma questão à qual o projeto<br />

possa <strong>de</strong>dicar-se. Isto geralmente envolve um<br />

“levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s”, o qual <strong>de</strong>scobre<br />

quais são as necessida<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong> e quem<br />

é afeta<strong>do</strong> por elas. Apenas quan<strong>do</strong> sabemos o que<br />

as pessoas realmente querem nós po<strong>de</strong>mos<br />

<strong>de</strong>senvolver um projeto efetivo.<br />

O levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s é segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> um “levantamento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s” para<br />

<strong>de</strong>terminar que qualida<strong>de</strong>s positivas a comunida<strong>de</strong> possui e po<strong>de</strong> usar para solucionar os seus<br />

problemas. O projeto <strong>de</strong>verá procurar fortalecer quaisquer aspectos fracos. Algumas pessoas<br />

preferem usar um “levantamento apreciativo”, ao invés <strong>de</strong> um levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s<br />

e <strong>de</strong> um levantamento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s. Isto, <strong>de</strong> fato, começa com um levantamento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s,<br />

pedin<strong>do</strong> para que os membros da comunida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntifiquem os recursos que possuem<br />

e perguntan<strong>do</strong> como eles gostariam <strong>de</strong> usá-los no futuro. As ferramentas apresentadas nas<br />

próximas páginas po<strong>de</strong>rão ser usadas ou adaptadas para ajudar os membros da comunida<strong>de</strong> a<br />

i<strong>de</strong>ntificarem a sua visão. O projeto, por conseguinte, po<strong>de</strong> ser volta<strong>do</strong> a ajudar a comunida<strong>de</strong><br />

a conquistar parte da sua visão.<br />

Talvez já tenhamos uma boa idéia das necessida<strong>de</strong>s locais. Elas po<strong>de</strong>rão ser bastante óbvias ou<br />

talvez tenhamos toma<strong>do</strong> conhecimento das mesmas durante um projeto anterior. Por outro<br />

la<strong>do</strong>, talvez não tenhamos nenhuma idéia <strong>de</strong> quais sejam as necessida<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong>.<br />

É importante realizar um levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s antes <strong>de</strong> planejar o trabalho <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> conhecermos as necessida<strong>de</strong>s ou não.<br />

■ O projeto <strong>de</strong>ve surgir a partir <strong>do</strong> que as pessoas dizem que querem e não a partir das<br />

suposições que fazemos.<br />

■ Às vezes as necessida<strong>de</strong>s não são imediatamente claras ou não po<strong>de</strong>m ser facilmente<br />

compreendidas.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

Por quê<br />

estamos nos<br />

dan<strong>do</strong> tão mal?<br />

Partidas <strong>de</strong><br />

futebol<br />

Vitórias 0<br />

Empates 0<br />

Derrotas 10<br />

13


14<br />

1<br />

I<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

■ Ao conversarmos com várias pessoas, po<strong>de</strong>mos compreen<strong>de</strong>r como os problemas afetam as<br />

pessoas <strong>de</strong> diferentes maneiras. Por exemplo, um acesso ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> à água potável po<strong>de</strong>rá<br />

afetar mais as mulheres <strong>do</strong> que os homens porque as mulheres precisam caminhar longas<br />

distâncias para coletar a água.<br />

■ As circunstâncias mudam:<br />

• Po<strong>de</strong>rão haver novas pessoas na comunida<strong>de</strong>.<br />

• Po<strong>de</strong>rão haver novas necessida<strong>de</strong>s.<br />

• Necessida<strong>de</strong>s antigas po<strong>de</strong>rão ter si<strong>do</strong> atendidas.<br />

• Os problemas po<strong>de</strong>rão estar afetan<strong>do</strong> as pessoas <strong>de</strong> diferentes maneiras.<br />

■ O levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s dá uma oportunida<strong>de</strong> para que as pessoas priorizem as<br />

suas necessida<strong>de</strong>s, o que leva a um projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento mais sustentável.<br />

O tempo gasto com a realização <strong>do</strong> levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>rá variar, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com o contato que tenhamos realiza<strong>do</strong> com a comunida<strong>de</strong> no passa<strong>do</strong>. Geralmente, o<br />

levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s é feito com certa rapi<strong>de</strong>z. Nesta fase, estamos tentan<strong>do</strong> obter<br />

uma impressão das necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>scobrir quem po<strong>de</strong>rão ser os beneficiários. Nós não<br />

estamos procuran<strong>do</strong> muitos <strong>de</strong>talhes. Pesquisas adicionais sobre os atores interessa<strong>do</strong>s, as<br />

causas e os efeitos <strong>do</strong> problema são realizadas durante a fase <strong>de</strong> montagem no <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto.<br />

Procure conversar com uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas, assim como importantes membros da<br />

comunida<strong>de</strong> ou representantes <strong>de</strong> grupos comunitários. Você também po<strong>de</strong>rá usar méto<strong>do</strong>s<br />

que coletam as opiniões <strong>de</strong> muitas pessoas em um curto espaço <strong>de</strong> tempo, assim como<br />

mapeamento comunitário. Nós não queremos levantar expectativas ou <strong>de</strong>sperdiçar o tempo<br />

das pessoas. Certifique-se <strong>de</strong> que as pessoas com as quais conversamos incluam mulheres,<br />

homens, meninas, meninos, i<strong>do</strong>sos, pessoas com <strong>de</strong>ficiências, etc.<br />

Existem muitas ferramentas <strong>de</strong>stinadas a ajudar as comunida<strong>de</strong>s na i<strong>de</strong>ntificação das suas<br />

necessida<strong>de</strong>s. Algumas ferramentas serão <strong>de</strong>scritas a seguir, como exemplos <strong>de</strong> algumas opções<br />

disponíveis. Estas ferramentas po<strong>de</strong>m ser adaptadas para o levantamento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s.<br />

Fazen<strong>do</strong> perguntas O tipo <strong>de</strong> perguntas que fazemos influencia o tipo <strong>de</strong> informações que po<strong>de</strong>mos coletar. Se fizermos as<br />

perguntas erradas, isto limitará as informações <strong>de</strong>scobertas. É importante evitar perguntas fechadas<br />

on<strong>de</strong> as pessoas só po<strong>de</strong>m respon<strong>de</strong>r “sim” ou “não”. Por exemplo: “O novo posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não é<br />

maravilhoso?” Procure usar perguntas abertas que permitam as pessoas que estão respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a<br />

darem mais informações. Por exemplo: “O que você acha <strong>do</strong> novo posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>?”<br />

Ouça cuida<strong>do</strong>samente e examine as respostas dadas. Será útil ter algumas perguntas importantes na<br />

nossa frente, mas tome cuida<strong>do</strong> para não per<strong>de</strong>r as respostas por estar preparan<strong>do</strong> a próxima<br />

pergunta. Seja flexível e esteja pronto para fazer perguntas não preparadas se alguém disser algo<br />

interessante. Para examinar as respostas dadas, as perguntas normalmente <strong>de</strong>vem começar com uma<br />

das seis “palavras <strong>de</strong> ajuda”: O quê? Quan<strong>do</strong>? On<strong>de</strong>? Quem? Por quê? Como?<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


1<br />

I<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

FERRAMENTA 1 Ouvin<strong>do</strong><br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Ao ouvirmos as questões sobre as quais as pessoas têm sentimentos mais fortes, é possível<br />

i<strong>de</strong>ntificarmos as questões que elas mais querem que sejam solucionadas e os <strong>projetos</strong> nos<br />

quais elas mais provavelmente participarão. Uma equipe <strong>de</strong> pessoas (agentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

ou mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s vilarejos) fazem perguntas para uma comunida<strong>de</strong> ou grupo para<br />

<strong>de</strong>scobrir o que os estão preocupan<strong>do</strong>, entristecen<strong>do</strong>, alegran<strong>do</strong>, causan<strong>do</strong> me<strong>do</strong>, crian<strong>do</strong><br />

esperanças ou raiva. Estas perguntas <strong>de</strong>vem ser abertas. É importante ter uma idéia clara <strong>do</strong><br />

que estamos procuran<strong>do</strong> e, assim, possamos fazer senti<strong>do</strong> das respostas.<br />

FERRAMENTA 2 Entrevistan<strong>do</strong><br />

Isto nos ajuda a adquirir uma melhor<br />

compreensão das questões e envolve<br />

conversar com pessoas chave na comunida<strong>de</strong><br />

para discutir os conhecimentos, experiências<br />

e compreensão das mesmas sobre as questões.<br />

Estas pessoas já po<strong>de</strong>rão estar envolvidas em<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento comunitário; elas po<strong>de</strong>rão ser pessoas que a comunida<strong>de</strong><br />

procura em épocas <strong>de</strong> crises ou serem vistas como o “coração” da comunida<strong>de</strong>. As pessoas<br />

chave incluem os agentes sanitaristas, comerciantes, lí<strong>de</strong>res religiosos e comunitários, pastores e<br />

professores. Ao escolher pessoas para entrevistar, certifique-se <strong>de</strong> que as idéias e opiniões das<br />

mesmas provavelmente representem as <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais mora<strong>do</strong>res da comunida<strong>de</strong>. Tome cuida<strong>do</strong><br />

para não apenas entrevistar os po<strong>de</strong>rosos, mas também entreviste aqueles cujas opiniões não<br />

costumam ser ouvidas.<br />

Use perguntas abertas, assim como:<br />

■ Quais são os maiores problemas que você enfrenta na sua área <strong>de</strong> trabalho?<br />

■ Quais são as maiores pressões que as pessoas da comunida<strong>de</strong> enfrentam?<br />

■ Que coisas simples po<strong>de</strong>riam ser feitas para melhorar a situação?<br />

FERRAMENTA 3 Grupos <strong>de</strong> interesse<br />

Esta ferramenta é usada com um grupo <strong>de</strong> 10 a 20 pessoas. Ela as ajudam a compreen<strong>de</strong>r e<br />

expressar alguns <strong>do</strong>s problemas que enfrentam e necessida<strong>de</strong>s que possuem. Um grupo <strong>de</strong><br />

interesse permite com que pessoas com diferentes opiniões discutam as suas diferenças,<br />

<strong>de</strong>safiem suposições e cheguem a uma compreensão coletiva das necessida<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong>.<br />

Ao explorarem as questões juntas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, as comunida<strong>de</strong>s começam a apropriar-se da<br />

intervenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Exemplos <strong>de</strong> perguntas para estimular discussões:<br />

■ Quais são as maiores pressões que as pessoas da comunida<strong>de</strong> estão enfrentan<strong>do</strong>?<br />

■ Que coisas simples po<strong>de</strong>riam ser feitas para melhorar a situação?<br />

■ Se você pu<strong>de</strong>sse mudar apenas uma coisa nesta comunida<strong>de</strong>, o que seria? Por quê?<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

Foto: Isabel Carter<br />

15


FERRAMENTA 4 Mapeamento da comunida<strong>de</strong><br />

16<br />

1<br />

I<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Concordan<strong>do</strong><br />

necessida<strong>de</strong>s<br />

prioritárias<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Esta ferramenta envolve os membros da comunida<strong>de</strong><br />

no <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> um mapa da comunida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> vivem<br />

para que contem a sua história juntos. Eles fazem o<br />

<strong>de</strong>senho em um papel ou no chão, ao ar livre, usan<strong>do</strong><br />

os recursos que estiverem disponíveis. Eles recebem<br />

poucas orientações sobre o que <strong>de</strong>ve ser incluí<strong>do</strong>. O<br />

ponto importante <strong>de</strong>ste exercício é discutir o que as<br />

pessoas <strong>de</strong>senharam. O mapa po<strong>de</strong>rá mostrar os<br />

recursos naturais e físicos da região – florestas, rios,<br />

ruas, casas, poços. Ele po<strong>de</strong>rá mostrar pessoas e<br />

organizações importantes.<br />

Uma vez que o mapa tenha si<strong>do</strong> <strong>de</strong>senha<strong>do</strong>, incentive<br />

uma discussão, fazen<strong>do</strong> perguntas como:<br />

■ Como vocês <strong>de</strong>cidiram o que incluir? O quê foi excluí<strong>do</strong>?<br />

■ O que foi enfatiza<strong>do</strong>? Quais são as partes mais importantes?<br />

■ O que foi difícil representar?<br />

■ Quais foram as áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sacor<strong>do</strong>?<br />

■ O que po<strong>de</strong>mos apren<strong>de</strong>r com o mapa sobre as necessida<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong>?<br />

Para adquirir uma maior compreensão das questões que os diferentes grupos enfrentam <strong>de</strong>ntro<br />

da comunida<strong>de</strong>, eles <strong>de</strong>vem trabalhar separadamente. O mapa feito pelos jovens po<strong>de</strong>rá<br />

mostrar informações bem diferentes daquelas mostradas pelas mulheres i<strong>do</strong>sas.<br />

Exemplos <strong>de</strong> perguntas para discussão:<br />

■ Que diferenças existem entre os mapas?<br />

■ Por quê existem diferenças?<br />

■ Como as informações <strong>de</strong> cada mapa nos ajudam a formar uma imagem mais completa da<br />

comunida<strong>de</strong>?<br />

Uma vez que as necessida<strong>de</strong>s tenham si<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificadas, os membros da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão<br />

ter a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dizer quais <strong>de</strong>las eles consi<strong>de</strong>ram prioritárias. Peça para que elas<br />

agrupem as suas necessida<strong>de</strong>s em questões gerais, assim como água, saú<strong>de</strong>, terra e alimentos.<br />

Nem sempre importa como as necessida<strong>de</strong>s são agrupadas, mas é importante que as pessoas<br />

possam ver como as suas preocupações foram incluídas.<br />

Uma vez que as necessida<strong>de</strong>s tenham si<strong>do</strong> agrupadas, os membros da comunida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rão<br />

<strong>de</strong>cidir quais questões <strong>de</strong>verão ser priorizadas. Escreva todas as questões em pedaços separa<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> papel. Em seguida, os membros da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão or<strong>de</strong>ná-las, das mais importantes<br />

às menos importantes. Incentive-os a discutir e negociar uns com os outros e a mover os<br />

papéis até que to<strong>do</strong>s estejam <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>.<br />

Alternativamente, escreva ou <strong>de</strong>senhe as necessida<strong>de</strong>s em sacos separa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> papel. Dê seis<br />

sementes, pedras ou miçangas para cada pessoa para serem usa<strong>do</strong>s como conta<strong>do</strong>res. Uma<br />

pessoa <strong>de</strong> cada vez <strong>de</strong>verá ser convidada a colocar os seus conta<strong>do</strong>res nos sacos <strong>de</strong> papel<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


1<br />

I<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

correspon<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as suas priorida<strong>de</strong>s. Elas <strong>de</strong>verão colocar três conta<strong>do</strong>res para<br />

a primeira priorida<strong>de</strong>, <strong>do</strong>is para a segunda e um para a terceira. Em seguida, os conta<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />

cada saco <strong>de</strong>verão ser conta<strong>do</strong>s e os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>verão ser anuncia<strong>do</strong>s. As necessida<strong>de</strong>s são<br />

classificadas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s.<br />

Esta ferramenta <strong>de</strong>verá ajudar a i<strong>de</strong>ntificar a questão principal a ser atendida. Talvez haja mais<br />

<strong>do</strong> que uma priorida<strong>de</strong> para começar e o grupo <strong>de</strong>verá escolher se todas as questões prioritárias<br />

serão atendidas ou se enfocará em apenas uma <strong>de</strong>las <strong>de</strong> cada vez.<br />

Levantamento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s<br />

As comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser incentivadas a usar as suas próprias capacida<strong>de</strong>s e recursos para<br />

solucionar os problemas que enfrentam. Dessa forma, é importante realizar um levantamento<br />

<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s para i<strong>de</strong>ntificar aspectos positivos que a<br />

comunida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria usar para solucionar os problemas que ela tenha i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> anteriormente.<br />

O projeto, caso seja necessário, <strong>de</strong>verá ser enfoca<strong>do</strong> no fortalecimento das capacida<strong>de</strong>s<br />

da comunida<strong>de</strong> para solucionar os seus problemas. Ao fazer isto, estamos facilitan<strong>do</strong> a comunida<strong>de</strong><br />

a solucionar os seus problemas, ao invés <strong>de</strong> solucionarmos os problemas para a mesma.<br />

O levantamento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s inclui seis tipos <strong>de</strong> recursos:<br />

HUMANOS Estes criam condições para que as pessoas usem os seus <strong>de</strong>mais recursos. Eles<br />

incluem habilida<strong>de</strong>s, conhecimentos, capacida<strong>de</strong> para trabalhar e boa saú<strong>de</strong>.<br />

SOCIAIS Estes são basea<strong>do</strong>s em relacionamentos e incluem organizações e grupos <strong>de</strong>ntro<br />

da comunida<strong>de</strong>, estruturas políticas e re<strong>de</strong>s informais.<br />

NATURAIS Estes formam o meio ambiente local e incluem a terra, as árvores, a água, o ar,<br />

o clima e os minerais.<br />

FÍSICOS Estes são feitos pelo homem, assim como as construções, o transporte, o abastecimento<br />

<strong>de</strong> água e os serviços <strong>de</strong> saneamento, as fontes <strong>de</strong> energia e as telecomunicações.<br />

ECONÔMICOS Estas são coisas que as pessoas po<strong>de</strong>m usar para sustentar os seus meios <strong>de</strong><br />

sobrevivência, assim como o dinheiro e as economias, os estoques <strong>de</strong> grãos, os animais, as<br />

ferramentas e os equipamentos.<br />

ESPIRITUAIS Estes incluem a fé, as Escrituras, as orientações e a oração.<br />

Usan<strong>do</strong> técnicas participativas, assim como aquelas que são usadas no levantamento <strong>de</strong><br />

necessida<strong>de</strong>s, peça para que os membros da comunida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntifiquem as suas capacida<strong>de</strong>s.<br />

Lembre-se <strong>de</strong> pedir isto a vários membros da comunida<strong>de</strong> pois as pessoas têm perspectivas<br />

diferentes.<br />

Escreva as capacida<strong>de</strong>s em uma folha gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> papel e peça para que os membros da<br />

comunida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntifiquem como eles po<strong>de</strong>riam ser usadas para solucionar os problemas<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s durante o levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s. Em seguida, peça para que os membros<br />

da comunida<strong>de</strong> pensem sobre quais capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>veriam ser fortalecidas para que, assim, eles<br />

possam começar a solucionar os seus problemas prioritários por si próprios. Isto é o que o<br />

projeto <strong>de</strong>verá enfocar.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

17


18<br />

1<br />

I<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

EXEMPLO<br />

<strong>de</strong> uma tabela <strong>de</strong><br />

Levantamento <strong>de</strong><br />

Capacida<strong>de</strong>s<br />

Ante<strong>projetos</strong><br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Decida se será realístico que a nossa organização fortaleça a capacida<strong>de</strong> da comunida<strong>de</strong> para<br />

aten<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> prioritária:<br />

■ Aten<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> se encaixa com a nossa missão?<br />

■ Aten<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> está <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os nossos valores?<br />

■ Aten<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> se encaixa com a nossa estratégia?<br />

■ Aten<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> seria algo <strong>de</strong>masiadamente arrisca<strong>do</strong>?<br />

■ Nós temos experiência suficiente?<br />

■ Temos recursos suficientes?<br />

TIPO DE RECURSO CAPACIDADES<br />

Humanos Habilida<strong>de</strong>s na área <strong>de</strong> construção<br />

Forte tradição <strong>de</strong> auto-ajuda<br />

As mulheres produzem artesanato local<br />

Sociais Centro comunitário<br />

Prédio da igreja<br />

Escola primária local<br />

Naturais Rio<br />

Físicas Bom acesso ao centro da cida<strong>de</strong><br />

Acesso à Internet no bairro<br />

Tubos <strong>de</strong> água<br />

Econômicos Fun<strong>do</strong> rotativo<br />

Renda gerada através <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s comerciais no centro da cida<strong>de</strong><br />

Espirituais Li<strong>de</strong>rança voltada a servir<br />

União entre os membros da igreja<br />

Uma vez que uma necessida<strong>de</strong> tenha si<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificada e possa ser atendida por um projeto,<br />

escreva um anteprojeto. Um anteprojeto faz um resumo da idéia <strong>do</strong> projeto. Ele não precisa<br />

conter muitos <strong>de</strong>talhes e po<strong>de</strong>rá ter apenas umas duas páginas. O motivo para se escrever um<br />

anteprojeto antes <strong>de</strong> uma proposta completa é ajudar a li<strong>de</strong>rança da nossa organização ou um<br />

<strong>do</strong>a<strong>do</strong>r a compreen<strong>de</strong>r o que se espera fazer. Eles po<strong>de</strong>m fazer com que o projeto se encaixe<br />

com a estratégia, verificam a sua relevância e qualida<strong>de</strong> e fornecem da<strong>do</strong>s importantes antes<br />

que muito tempo, esforços e recursos sejam gastos planejan<strong>do</strong> o projeto. Se uma organização<br />

não tiver um processo para verificar os <strong>projetos</strong> nesta fase, ela <strong>de</strong>veria consi<strong>de</strong>rar a implementação<br />

<strong>de</strong> um. Os funcionários responsáveis pela avaliação <strong>do</strong>s ante<strong>projetos</strong> <strong>de</strong>vem fazer as<br />

perguntas apresentadas na parte superior <strong>de</strong>sta página.<br />

Os ante<strong>projetos</strong> <strong>de</strong>vem resumir os seguintes aspectos:<br />

■ da<strong>do</strong>s gerais<br />

■ porque o projeto é necessário<br />

■ quem será beneficia<strong>do</strong> através <strong>do</strong> projeto<br />

■ como eles serão beneficia<strong>do</strong>s<br />

■ uma estimativa <strong>do</strong> orçamento total e <strong>do</strong>s recursos necessários para montar o projeto.<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


Seção<br />

2<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Montagem <strong>do</strong> projeto<br />

ESTUDO BÍBLICO Planejan<strong>do</strong> a reconstrução <strong>do</strong> muro<br />

Neemias tinha um bom trabalho. Ele era o copeiro <strong>do</strong> rei (Neemias 1:11). Isto significa que ele<br />

provava a comida e o vinho <strong>do</strong> rei para checar se haviam si<strong>do</strong> envenena<strong>do</strong>s. O rei colocava<br />

muita confiança nele e Neemias provavelmente era um conselheiro pessoal <strong>de</strong>le.<br />

■ Leia Neemias 2:1-9.<br />

• No versículo 2, por quê pensamos que Neemias estava com me<strong>do</strong>?<br />

(Esdras 4 talvez aju<strong>de</strong>.)<br />

■ No entanto, os versículos 5-9 nos mostram que Neemias havia planeja<strong>do</strong> em <strong>de</strong>talhe o que<br />

ele queria fazer e como o faria.<br />

• O que Neemias fez antes <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a pergunta <strong>do</strong> rei? (versículo 4)<br />

• Que tipo <strong>de</strong> coisas Neemias havia planeja<strong>do</strong>?<br />

• O que po<strong>de</strong>mos apren<strong>de</strong>r com esta passagem no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> como administramos os<br />

nossos <strong>projetos</strong>?<br />

■ Leia Neemias 3.<br />

• O que este capítulo nos diz sobre a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participação no projeto?<br />

■ Leia Neemias 2:17.<br />

• Como Neemias incentivava as pessoas a participarem no projeto?<br />

• O que isto nos diz sobre a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança que ele tinha?<br />

■ Algumas pessoas reconstruíram mais <strong>do</strong> que uma parte <strong>do</strong> muro.<br />

• Por quê você acha que elas participaram <strong>de</strong> uma forma tão veemente?<br />

■ Neemias 3:5 nos diz que algumas pessoas se recusaram a participar no projeto.<br />

• Como <strong>de</strong>vemos respon<strong>de</strong>r às pessoas que não <strong>de</strong>sejam participar?<br />

Uma vez que uma necessida<strong>de</strong> comunitária prioritária<br />

tenha si<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificada, po<strong>de</strong>mos começar a<br />

pensar sobre como ela po<strong>de</strong>ria ser atendida.<br />

A montagem <strong>do</strong> projeto consiste em:<br />

■ análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s<br />

■ pesquisas, incluin<strong>do</strong> a análise <strong>de</strong> problemas<br />

■ marco lógico<br />

■ análise <strong>de</strong> riscos<br />

■ preparação <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> ação<br />

■ preparação <strong>de</strong> orçamentos.<br />

Observe que as análises – <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> problemas<br />

e <strong>de</strong> riscos – po<strong>de</strong>rão ser feitas antes da fase <strong>de</strong> montagem. As<br />

análises <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> riscos <strong>de</strong>vem ser feitas<br />

regularmente durante to<strong>do</strong> o <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

Então, quem está<br />

interessa<strong>do</strong> no<br />

nosso clube?<br />

Os nossos<br />

joga<strong>do</strong>res? Os fãs...?<br />

Patrocina<strong>do</strong>r...?<br />

Barraca <strong>de</strong> comida?<br />

O treina<strong>do</strong>r..?<br />

Anunciantes?<br />

19


20<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

2.1 Análise <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s<br />

Os atores interessa<strong>do</strong>s incluem:<br />

■ pessoas afetadas pelo impacto <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong><br />

■ pessoas que po<strong>de</strong>m influenciar o impacto <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong>.<br />

Os atores interessa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m ser indivíduos, grupos, uma comunida<strong>de</strong> ou instituição.<br />

Os grupos <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s são forma<strong>do</strong>s por pessoas que compartilham um interesse<br />

comum, assim como uma ONG, os lí<strong>de</strong>res da igreja e a comunida<strong>de</strong>. No entanto, estes<br />

grupos freqüentemente contêm muitos sub-grupos. Enxergar a comunida<strong>de</strong> como sen<strong>do</strong> um<br />

grupo único <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>rá não fazer nenhum senti<strong>do</strong> porque algumas pessoas<br />

po<strong>de</strong>rão ter interesses muito diferentes das <strong>de</strong>mais na mesma comunida<strong>de</strong>. Talvez seja<br />

necessário dividir a comunida<strong>de</strong> em alguns sub-grupos, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com aspectos como a<br />

posição social, a ida<strong>de</strong>, o gênero, o nível <strong>de</strong> recursos e a etnia. Estes sub-grupos po<strong>de</strong>rão ser<br />

afeta<strong>do</strong>s pelo projeto em mo<strong>do</strong>s diferentes, e alguns sub-grupos po<strong>de</strong>rão ter muito mais<br />

influência sobre o impacto <strong>do</strong> projeto <strong>do</strong> que outros.<br />

Talvez não seja sábio enxergar o governo como um grupo único <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s. Po<strong>de</strong>rá<br />

ser necessário fazer uma lista <strong>do</strong>s ministérios governamentais como diferentes grupos <strong>de</strong> atores<br />

interessa<strong>do</strong>s se eles tiverem opiniões diferentes, e até mesmo conflitantes, sobre uma proposta<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. O governo, a nível nacional, estadual e local, também po<strong>de</strong>rá ter<br />

interesses muito diferentes.<br />

Os atores interessa<strong>do</strong>s incluem:<br />

■ GRUPOS DE USUÁRIOS – pessoas que usam os recursos ou serviços em uma região<br />

■ GRUPOS DE INTERESSE – pessoas interessadas ou que têm uma opinião a respeito, ou que<br />

po<strong>de</strong>m afetar o uso <strong>de</strong> um recurso ou serviço<br />

■ BENEFICIÁRIOS <strong>do</strong> projeto<br />

■ PESSOAS QUE TOMAM DECISÕES<br />

■ PESSOAS FREQÜENTEMENTE EXCLUÍDAS <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões.<br />

Os atores interessa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>rão pertencer a um ou mais <strong>de</strong>stes grupos. Por exemplo, alguém<br />

po<strong>de</strong>rá ser um usuário <strong>de</strong> uma bomba manual (grupo usuário) e também estar envolvi<strong>do</strong> na<br />

associação <strong>do</strong>s usuários <strong>de</strong> água que a administram (grupo <strong>de</strong> interesse, tomar <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões).<br />

Os atores interessa<strong>do</strong>s não são apenas aqueles que gritam mais alto. Aqueles que costumam ser<br />

excluí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sua ida<strong>de</strong>, gênero ou etnia são aqueles<br />

que mais provavelmente sofrem perdas se não estiverem incluí<strong>do</strong>s no planejamento <strong>do</strong> projeto.<br />

Que méto<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>riam ser usa<strong>do</strong>s para garantir que estes atores interessa<strong>do</strong>s sejam envolvi<strong>do</strong>s?<br />

Os atores interessa<strong>do</strong>s incluem os vence<strong>do</strong>res e os per<strong>de</strong><strong>do</strong>res como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> projeto.<br />

Embora a maioria <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s venham a se beneficiar através <strong>do</strong> projeto, po<strong>de</strong>rão<br />

haver outros que serão negativamente afeta<strong>do</strong>s pelas ações tomadas.<br />

Os atores interessa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m ser dividi<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is tipos principais:<br />

■ OS ATORES INTERESSADOS PRIMÁRIOS que beneficiam-se, ou são adversamente afeta<strong>do</strong>s por,<br />

uma ativida<strong>de</strong>. Este termo <strong>de</strong>screve pessoas cujo bem estar po<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> um recurso,<br />

serviço ou área (ex. uma floresta) que o projeto aten<strong>de</strong>. Geralmente elas moram na região<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Exercício<br />

A respeito da<br />

análise <strong>de</strong> atores<br />

interessa<strong>do</strong>s 1<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

ou muito próximas <strong>do</strong>s recursos em questão. Elas geralmente têm poucas opções quan<strong>do</strong><br />

enfrentam mudanças e, assim, elas encaram dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> adaptação. Os atores<br />

interessa<strong>do</strong>s primários geralmente são vulneráveis. Eles são a razão pela qual o projeto é<br />

realiza<strong>do</strong> – os usuários finais.<br />

■ OS ATORES INTERESSADOS SECUNDÁRIOS incluem todas as outras pessoas e instituições com um<br />

interesse nos recursos ou na região que está sen<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>rada. Eles são o mo<strong>do</strong> pelo qual<br />

os objetivos <strong>do</strong> projeto po<strong>de</strong>m ser alcança<strong>do</strong>s, ao invés <strong>de</strong> um fim em si mesmo.<br />

Se os atores interessa<strong>do</strong>s não forem i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s na fase <strong>de</strong> planejamento <strong>do</strong> projeto, o mesmo<br />

corre o risco <strong>de</strong> fracassar. Isto é porque o projeto não po<strong>de</strong> levar em conta as necessida<strong>de</strong>s e as<br />

metas daqueles que entrarão em contato com ele.<br />

Estu<strong>de</strong> a ilustração abaixo. Os mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> vilarejo estão preocupa<strong>do</strong>s com a nova represa que foi<br />

proposta no vale on<strong>de</strong> moram. A represa ajudará a fornecer água potável para a cida<strong>de</strong>. Decidiu-se<br />

que o projeto <strong>de</strong>verá concentrar-se em garantir que as opiniões <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> vilarejo sejam<br />

ouvi<strong>do</strong>s e, assim, os seus meios <strong>de</strong> sobrevivência não sejam adversamente afeta<strong>do</strong>s. I<strong>de</strong>ntifique os<br />

diferentes atores interessa<strong>do</strong>s da proposta represa, dizen<strong>do</strong> se eles são primários ou secundários.<br />

Ministério<br />

Gov. <strong>de</strong><br />

Agricultura<br />

Banco<br />

Doa<strong>do</strong>r<br />

Banco<br />

Banco<br />

A análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s é uma ferramenta útil para i<strong>de</strong>ntificar os atores interessa<strong>do</strong>s e<br />

<strong>de</strong>screver a natureza <strong>do</strong>s seus interesses, papéis e interesses. A análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s<br />

ajuda a:<br />

■ melhorar a compreensão <strong>do</strong> projeto quanto às necessida<strong>de</strong>s daqueles que são afeta<strong>do</strong>s por<br />

um problema<br />

■ revelar o quão pouco sabemos como pessoas <strong>de</strong> fora, o que incentiva aqueles que realmente<br />

sabem a participarem<br />

■ i<strong>de</strong>ntificar potenciais vence<strong>do</strong>res e per<strong>de</strong><strong>do</strong>res como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> projeto<br />

1 Basea<strong>do</strong> no seguinte <strong>do</strong>cumento <strong>de</strong> orientação: ODA (1995) How to <strong>do</strong> a Stakehol<strong>de</strong>r Analysis of Aid Projects and<br />

Programmes (Como fazer uma análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> e programas <strong>de</strong> assistência)<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

ONG<br />

Fazendas<br />

comerciais<br />

Cida<strong>de</strong><br />

Vilarejos<br />

Área<br />

inundada<br />

Represa<br />

proposta<br />

Estação <strong>de</strong><br />

bombeamento<br />

proposta<br />

21


22<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

■ reduzir, ou até mesmo remover, potenciais impactos negativos <strong>do</strong> projeto<br />

■ i<strong>de</strong>ntificar aqueles que têm direitos, interesses, recursos, habilida<strong>de</strong>s e capacida<strong>de</strong>s para<br />

participarem ou influenciarem o curso <strong>do</strong> projeto<br />

■ i<strong>de</strong>ntificar quem <strong>de</strong>veria ser incentiva<strong>do</strong> a participar no planejamento e na implementação<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

■ i<strong>de</strong>ntificar alianças úteis que possam ser aproveitadas<br />

■ i<strong>de</strong>ntificar e reduzir os riscos, o que po<strong>de</strong>rá incluir a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> possíveis conflitos <strong>de</strong><br />

interesses e <strong>de</strong> expectativas entre os atores interessa<strong>do</strong>s e, assim, os conflitos sejam evita<strong>do</strong>s.<br />

A análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ve ser feita quan<strong>do</strong> os possíveis <strong>projetos</strong> forem i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s.<br />

Ela <strong>de</strong>ve ser revista nas fases posteriores <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto para verificar se as necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s estão sen<strong>do</strong> atendidas <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada.<br />

É importante estar ciente <strong>de</strong> que existem riscos quan<strong>do</strong> realizamos uma análise <strong>de</strong> atores<br />

interessa<strong>do</strong>s:<br />

■ A qualida<strong>de</strong> da análise <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da informação usada. Às vezes é difícil obter as<br />

informações necessárias e muitas suposições precisam ser feitas.<br />

■ As tabelas po<strong>de</strong>m simplificar <strong>de</strong>masiadamente as situações complexas.<br />

Existem muitas formas <strong>de</strong> se fazer uma análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s. O méto<strong>do</strong> abaixo é<br />

apenas uma abordagem. A abordagem a ser a<strong>do</strong>tada variará <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> projeto<br />

que esteja sen<strong>do</strong> proposto. Por exemplo, para um projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> direitos, nós<br />

precisaríamos consi<strong>de</strong>rar diferentes aspectos sobre os atores interessa<strong>do</strong>s daqueles que<br />

consi<strong>de</strong>raríamos em um projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. O méto<strong>do</strong> abaixo é bastante genérico e<br />

po<strong>de</strong> ser adapta<strong>do</strong> para qualquer tipo <strong>de</strong> projeto que esteja sen<strong>do</strong> proposto.<br />

O i<strong>de</strong>al é que a análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s seja realizada com os representantes <strong>do</strong> maior<br />

número possível <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s. Nem sempre será possível fazer isto se os<br />

atores interessa<strong>do</strong>s estiverem bem dispersos. No entanto, se houver o risco <strong>de</strong> que importantes<br />

atores interessa<strong>do</strong>s sejam excluí<strong>do</strong>s, mais tempo e recursos <strong>de</strong>vem ser investi<strong>do</strong>s em fazer a<br />

análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s para garantir que eles sejam incluí<strong>do</strong>s.<br />

MÉTODO PARA REALIZAR UMA ANÁLISE DE ATORES INTERESSADOS<br />

ETAPA 1 Quadro <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s<br />

Copie o quadro abaixo em uma folha gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> papel.<br />

ATORES INTERESSADOS INTERESSES PROVÁVEL IMPACTO PRIORIDADE<br />

DO PROJETO<br />

Primários<br />

Secundários<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

■ Faça uma lista <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os possíveis atores interessa<strong>do</strong>s no projeto. Divida-os em atores interessa<strong>do</strong>s<br />

primários e secundários. Lembre-se <strong>de</strong> incluir os mantene<strong>do</strong>res e os que se opõem ao<br />

projeto, grupos <strong>de</strong> usuários, grupos vulneráveis e sub-grupos que sejam relevantes ao projeto.<br />

■ Na segunda coluna, escreva os interesses <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s em relação ao<br />

projeto e aos seus objetivos. Estes interesses po<strong>de</strong>rão ser óbvios, mas alguns po<strong>de</strong>rão estar<br />

escondi<strong>do</strong>s e, assim, algumas suposições talvez tenham <strong>de</strong> ser feitas sobre a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

quais eles sejam. Lembre-se que cada um <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>rá ter vários interesses.<br />

■ Na terceira coluna, escreva o impacto provável <strong>do</strong> projeto sobre os interesses <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s<br />

atores interessa<strong>do</strong>s. Isto nos permitirá saber como <strong>de</strong>vemos abordar os diferentes atores<br />

interessa<strong>do</strong>s durante toda a duração <strong>do</strong> projeto. Use símbolos, assim como:<br />

+ Impacto potencial positivo sobre interesses<br />

– Impacto potencial negativo sobre interesses<br />

+/– Possível impacto positivo ou negativo sobre interesses<br />

? Incerto<br />

■ Na quarta coluna, indique a priorida<strong>de</strong> que o projeto <strong>de</strong>verá dar para cada um <strong>do</strong>s atores<br />

interessa<strong>do</strong>s no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r aos seus interesses. Use a pontuação <strong>de</strong> 1 a 5, on<strong>de</strong><br />

1 representa a priorida<strong>de</strong> mais alta.<br />

EXEMPLO Uma comunida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificou a sua necessida<strong>de</strong> prioritária como sen<strong>do</strong> um melhor acesso à<br />

água potável e elaborou o seguinte quadro:<br />

Exercício<br />

ATORES INTERESSADOS INTERESSES PROVÁVEL IMPACTO PRIORIDADE<br />

DO PROJETO<br />

Primários<br />

Comunida<strong>de</strong> local Melhor saú<strong>de</strong> + 1<br />

Mulheres Melhor saú<strong>de</strong><br />

Caminhar menos para coletar a água<br />

Oportunida<strong>de</strong> para socializar<br />

Segurança ao coletar a água<br />

+<br />

+<br />

_<br />

+<br />

1<br />

Crianças Melhor saú<strong>de</strong> + 1<br />

Caminhar menos para coletar a água +<br />

Tempo para brincar +<br />

Secundários<br />

Ven<strong>de</strong><strong>do</strong>res <strong>de</strong> água Rendimento _ 2<br />

Agentes comunitários Menos trabalho + 2<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Rendimento –<br />

Igreja local Envolvimento <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res da<br />

igreja no projeto<br />

+ 3<br />

ONGs da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Melhor saú<strong>de</strong> + 3<br />

Ministério da Saú<strong>de</strong> Alcance <strong>de</strong> metas + 4<br />

Doa<strong>do</strong>res Gasto eficaz <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s + 4<br />

Alcance <strong>de</strong> objetivos em saú<strong>de</strong> +<br />

Elabore um quadro <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os atores interessa<strong>do</strong>s i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s para a<br />

proposta represa.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

23


24<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Quadro indicativo<br />

da influência e<br />

importância <strong>do</strong>s<br />

atores interessa<strong>do</strong>s<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

ETAPA 2 Quadro indicativo da influência e importância <strong>do</strong>s<br />

atores interessa<strong>do</strong>s<br />

Alguns atores interessa<strong>do</strong>s terão maior influência sobre o projeto <strong>do</strong> que outros. Embora<br />

alguns <strong>de</strong>les tenham condições <strong>de</strong> influenciar o projeto para que ele obtenha êxito, po<strong>de</strong>rão<br />

haver outros que se sentirão ameaça<strong>do</strong>s pelo projeto. Consi<strong>de</strong>re como abordar aqueles cujos<br />

interesses serão afeta<strong>do</strong>s negativamente para evitar conflitos e um possível fracasso <strong>do</strong> projeto.<br />

Embora os atores interessa<strong>do</strong>s primários geralmente recebam a priorida<strong>de</strong> mais alta, este<br />

quadro ajudará a i<strong>de</strong>ntificar em que o tempo <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s precisará ser gasto –<br />

naqueles que são alia<strong>do</strong>s ao projeto ou naqueles que po<strong>de</strong>rão causar problemas para o mesmo.<br />

É importante não negligenciarmos os atores interessa<strong>do</strong>s primários, mesmo quan<strong>do</strong> pensamos<br />

que eles exercem uma baixa influência.<br />

O quadro associa a influência e a importância <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s e, assim, po<strong>de</strong>mos ver a<br />

posição que ocupam em relação um ao outro.<br />

INFLUÊNCIA é o po<strong>de</strong>r que os atores interessa<strong>do</strong>s exercem sobre o projeto.<br />

IMPORTÂNCIA é a priorida<strong>de</strong> dada pelo projeto no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> satisfazer as necessida<strong>de</strong>s e<br />

interesses <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s.<br />

Copie o quadro abaixo em uma folha gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> papel.<br />

ALTA<br />

IMPORTÂNCIA<br />

BAIXA<br />

A B<br />

D C<br />

BAIXA<br />

INFLUÊNCIA<br />

Revise a lista <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s no quadro <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s que foi elabora<strong>do</strong> na<br />

ETAPA 1. Pense sobre o nível <strong>de</strong> influência que eles exercem e até que ponto eles são<br />

importantes para o projeto. Dê um número a cada ator interessa<strong>do</strong> e coloque-o no quadra<strong>do</strong><br />

correspon<strong>de</strong>nte à categoria em que se encaixam no quadro acima. Se eles exercerem uma alta<br />

influência, coloque-os no la<strong>do</strong> direito <strong>do</strong> quadro. Se eles tiverem uma alta importância para o<br />

projeto, transfire-os para a parte superior <strong>do</strong> quadro.<br />

O quadro po<strong>de</strong>rá, portanto, ser analisa<strong>do</strong> da seguinte forma:<br />

Os quadra<strong>do</strong>s A, B e C conterão os principais atores interessa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> projeto. Eles po<strong>de</strong>rão<br />

influenciar significativamente o projeto ou são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para que os objetivos <strong>do</strong><br />

projeto sejam alcança<strong>do</strong>s.<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />

ALTA


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

QUADRADO A Atores interessa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> alta importância para o projeto, mas com pouca influência.<br />

Eles precisam <strong>de</strong> iniciativas especiais para garantir que os interesses <strong>de</strong>les sejam protegi<strong>do</strong>s.<br />

QUADRADO B Atores interessa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> alta importância para o projeto e que também po<strong>de</strong>m<br />

influenciar o sucesso <strong>do</strong> mesmo. É importante <strong>de</strong>senvolver um bom relacionamento <strong>de</strong><br />

trabalho com estes atores interessa<strong>do</strong>s para garantir que o projeto receba um apoio a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>.<br />

QUADRADO C Atores interessa<strong>do</strong>s com um alto nível <strong>de</strong> influência e que po<strong>de</strong>m afetar o impacto<br />

<strong>do</strong> projeto, mas cujos interesses não estão relaciona<strong>do</strong>s com a meta <strong>do</strong> projeto. Estes atores<br />

interessa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>rão provocar alguns riscos. O relacionamento com estes atores interessa<strong>do</strong>s é<br />

importante e precisará ser cuida<strong>do</strong>samente monitora<strong>do</strong>. Estes atores interessa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>rão causar<br />

problemas para o projeto e talvez seja arrisca<strong>do</strong> <strong>de</strong>mais seguir adiante com o projeto.<br />

QUADRADO D Atores interessa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> baixa priorida<strong>de</strong> mas que talvez precisemos monitorar e<br />

avaliar um pouco para verificar se passaram a ter uma alta priorida<strong>de</strong>.<br />

EXEMPLO A comunida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificou a sua necessida<strong>de</strong> prioritária como sen<strong>do</strong> um melhor acesso à água<br />

potável e elaborou o seguinte quadro:<br />

Exercício<br />

ALTA<br />

IMPORTÂNCIA<br />

BAIXA<br />

A B<br />

3<br />

2<br />

1<br />

7<br />

9 4 6<br />

D C<br />

BAIXA<br />

5<br />

INFLUÊNCIA<br />

ETAPA 3 I<strong>de</strong>ntifique uma participação a<strong>de</strong>quada <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s<br />

A participação é essencial no trabalho <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento mas, na prática, este é um conceito<br />

que tem si<strong>do</strong> usa<strong>do</strong> incorretamente. Participação significa coisas diferentes para diferentes<br />

pessoas, em diferentes situações. No seu senti<strong>do</strong> mais amplo, participação significa o<br />

envolvimento <strong>de</strong> pessoas nos <strong>projetos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Por exemplo, po<strong>de</strong> ser dito que<br />

alguém participa ao:<br />

■ estar presente em reuniões, mesmo quan<strong>do</strong> não diz nada<br />

■ envolver-se no processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

8<br />

ALTA<br />

ATORES INTERESSADOS PRIMÁRIOS<br />

1 Comunida<strong>de</strong> local<br />

2 Mulheres<br />

3 Crianças<br />

ATORES INTERESSADOS<br />

SECUNDÁRIOS<br />

4 Ven<strong>de</strong><strong>do</strong>res <strong>de</strong> água<br />

5 Agentes comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

6 Igreja local<br />

7 ONGs da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

8 Ministério da Saú<strong>de</strong><br />

9 Doa<strong>do</strong>res<br />

Preencha um quadro indican<strong>do</strong> a influência e importância <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s no projeto <strong>de</strong><br />

construção da represa.<br />

25


26<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

■ contribuir com materiais, dinheiro ou mão-<strong>de</strong>-obra<br />

■ prestar informações<br />

■ respon<strong>de</strong>r perguntas <strong>de</strong> uma pesquisa.<br />

Geralmente, os tão chama<strong>do</strong>s <strong>projetos</strong> participativos não envolvem ativamente os atores<br />

interessa<strong>do</strong>s (especialmente os atores interessa<strong>do</strong>s primários) na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e na<br />

implementação <strong>do</strong>s <strong>projetos</strong>. Isto po<strong>de</strong> levar ao fracasso <strong>do</strong>s <strong>projetos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. A<br />

participação <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões durante to<strong>do</strong> o <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto<br />

(planejamento, implementação, monitorização e avaliação) po<strong>de</strong>rá resultar em:<br />

■ MELHOR EFICÁCIA A participação aumenta o sentimento <strong>de</strong> apropriação <strong>do</strong> projeto por parte<br />

<strong>do</strong>s beneficiários, o que aumenta a probabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s objetivos <strong>do</strong> projeto serem<br />

alcança<strong>do</strong>s.<br />

■ RECEPTIVIDADE AUMENTADA Se as pessoas participarem na etapa <strong>de</strong> planejamento, é mais<br />

provável que o projeto direcione os seus esforços e recursos para as necessida<strong>de</strong>s observadas.<br />

■ MELHOR EFICIÊNCIA Se os conhecimentos e as habilida<strong>de</strong>s locais forem aproveitadas, é mais<br />

provável que o projeto seja <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>, permaneça <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> orçamento e termine a<br />

tempo. Os erros po<strong>de</strong>m ser evita<strong>do</strong>s e os <strong>de</strong>sacor<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m ser minimiza<strong>do</strong>s.<br />

■ SUSTENTABILIDADE AUMENTADA E IMPACTO SUSTENTÁVEL Mais pessoas ficam comprometidas em<br />

continuar a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pois que o apoio externo tenha termina<strong>do</strong>.<br />

■ EMPODERAMENTO E AUTO-CONFIANÇA AUMENTADA A participação ativa ajuda a <strong>de</strong>senvolver<br />

habilida<strong>de</strong>s e a aumentar o nível <strong>de</strong> confiança entre os beneficiários.<br />

■ MAIOR TRANSPARÊNCIA E PRESTAÇÃO DE CONTAS, porque os atores interessa<strong>do</strong>s recebem<br />

informações e po<strong>de</strong>r para tomar <strong>de</strong>cisões.<br />

■ EQÜIDADE AUMENTADA se as necessida<strong>de</strong>s, interesses e habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os atores<br />

interessa<strong>do</strong>s forem levadas em consi<strong>de</strong>ração.<br />

A participação ativa po<strong>de</strong>rá trazer muitos benefícios, embora não seja uma garantia <strong>do</strong> sucesso<br />

<strong>do</strong> projeto. Alcançar uma participação completa não é fácil. Isto também po<strong>de</strong> levar muito<br />

tempo e é provável que interesses incompatíveis venham à tona.<br />

O diagrama da próxima página resume os diferentes tipos <strong>de</strong> participação. O nível mais baixo<br />

po<strong>de</strong> ser melhor <strong>de</strong>scrito como sen<strong>do</strong> envolvimento, ao invés <strong>de</strong> participação. Quanto mais<br />

alto no diagrama, maior será o nível <strong>de</strong> participação. As organizações precisam <strong>de</strong>cidir que<br />

nível <strong>de</strong> participação é a melhor. Diferentes níveis <strong>de</strong> participação serão apropria<strong>do</strong>s para os<br />

diferentes atores interessa<strong>do</strong>s, em diferentes estágios <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto.<br />

Reflexão ■ Em que circunstâncias o nível mais alto <strong>de</strong> participação po<strong>de</strong>rá ser impróprio?<br />

■ Algumas pessoas diriam que próximo aos níveis mais baixos há envolvimento comunitário, mas não<br />

participação. Qual é a diferença entre envolvimento e participação? Quan<strong>do</strong> envolvimento passa a se<br />

tornar participação?<br />

■ Em que circunstâncias os níveis mais baixos <strong>de</strong> participação po<strong>de</strong>riam ser apropria<strong>do</strong>s?<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Níveis <strong>de</strong><br />

participação<br />

Adapta<strong>do</strong> da publicação<br />

Introduction to the<br />

Programme and Project<br />

Cycle: training handbook,<br />

CIDT (2002), Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Wolverhampton<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

AÇÃO PARA<br />

Sen<strong>do</strong> informa<strong>do</strong> ou tarefas<br />

<strong>de</strong>finidas; os <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>finem<br />

as priorida<strong>de</strong>s e dirigem o<br />

processo<br />

AÇÃO EM<br />

Sen<strong>do</strong> manipula<strong>do</strong>;<br />

nenhuma contribuição<br />

real ou po<strong>de</strong>r<br />

AÇÃO PARA/COM<br />

Sen<strong>do</strong> consulta<strong>do</strong>; outros<br />

analisam e <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m o<br />

curso das ações<br />

Coerção<br />

<strong>de</strong>cidi<strong>do</strong> pelos outros<br />

Parceria é o tipo <strong>de</strong> participação na qual <strong>do</strong>is ou mais atores interessa<strong>do</strong>s compartilham na<br />

tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e na gestão da ativida<strong>de</strong>. O i<strong>de</strong>al é que esta parceria seja entre os<br />

funcionários e os beneficiários <strong>do</strong> projeto. No entanto, alcançar uma parceria com os atores<br />

interessa<strong>do</strong>s primários po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>safiante. Uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> problemas po<strong>de</strong> surgir:<br />

■ A participação po<strong>de</strong> ser vista pelos atores interessa<strong>do</strong>s primários como algo<br />

<strong>de</strong>masiadamente caro em termos <strong>de</strong> tempo e <strong>de</strong> dinheiro, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s com os<br />

benefícios espera<strong>do</strong>s.<br />

■ Os atores interessa<strong>do</strong>s primários talvez não tenham informações apropriadas para que<br />

exista uma tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões eficaz.<br />

■ Alguns grupos <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s primários po<strong>de</strong>rão <strong>de</strong>safiar o direito <strong>de</strong> outros grupos<br />

participarem. Por exemplo, as mulheres po<strong>de</strong>rão ser excluídas <strong>de</strong> participar em um comitê<br />

local <strong>de</strong> saneamento.<br />

■ As organizações ou as igrejas po<strong>de</strong>rão ter uma estrutura <strong>de</strong> gerenciamento ou uma forma<br />

<strong>de</strong> trabalho que não incentivam a participação <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s primários.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

AÇÃO COM<br />

Parceria; trabalho com os<br />

<strong>de</strong>mais para <strong>de</strong>finir priorida<strong>de</strong>s<br />

e o curso das ações<br />

Informação<br />

Consulta<br />

Cooperação / parceria<br />

Reflexão ■ Parceria é fácil? Como os <strong>de</strong>safios das parcerias po<strong>de</strong>riam ser supera<strong>do</strong>s?<br />

AÇÃO POR<br />

Estan<strong>do</strong> no controle; pouca<br />

ou nenhuma contribuição<br />

<strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais<br />

Controle, ação coletiva<br />

ou aprendizagem<br />

mútua<br />

<strong>de</strong>cidi<strong>do</strong> por nós mesmos<br />

27


28<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Matriz resumida<br />

<strong>de</strong> participação<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Para i<strong>de</strong>ntificar que nível <strong>de</strong> participação é apropria<strong>do</strong> para diferentes atores interessa<strong>do</strong>s,<br />

<strong>de</strong>senhe uma matriz resumida <strong>de</strong> participação semelhante à matriz abaixo. As colunas<br />

representam os níveis <strong>de</strong> participação no diagrama da página anterior. As linhas correspon<strong>de</strong>m<br />

aos estágios <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto. Examine a lista <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s na matriz <strong>de</strong> atores<br />

interessa<strong>do</strong>s. Pense sobre até que ponto eles <strong>de</strong>veriam participar em cada um <strong>do</strong>s estágios <strong>do</strong><br />

<strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto. Consi<strong>de</strong>re o nível <strong>de</strong> interesse ou <strong>de</strong> influência que eles exercem. Talvez<br />

existam maneiras <strong>de</strong> envolvê-los no projeto que aju<strong>de</strong>m a aumentar o interesse e a influência<br />

<strong>do</strong>s mesmos. Assegure-se <strong>de</strong> que os atores interessa<strong>do</strong>s primários participem o máximo possível<br />

para incentivar a apropriação <strong>do</strong> projeto.<br />

ESTÁGIO DO PROJETO<br />

I<strong>de</strong>ntificação<br />

Montagem<br />

Implementação<br />

e Monitoramento<br />

Revisão<br />

Avaliação<br />

É importante continuar revisan<strong>do</strong> este quadro. Durante o <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto, po<strong>de</strong>remos<br />

perceber que os atores interessa<strong>do</strong>s, na verda<strong>de</strong>, não estão interessa<strong>do</strong>s em participar, apesar <strong>de</strong><br />

termos acha<strong>do</strong> que eles <strong>de</strong>veriam participar em uma gran<strong>de</strong> proporção. Também po<strong>de</strong>remos<br />

perceber que para correspon<strong>de</strong>rmos a como o projeto está caminhan<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sejaremos incentivar<br />

alguns atores interessa<strong>do</strong>s a participarem mais.<br />

EXEMPLO A comunida<strong>de</strong> rural i<strong>de</strong>ntificou a sua necessida<strong>de</strong> prioritária como sen<strong>do</strong> um melhor acesso à<br />

água potável e preencheu uma matriz com as seguintes informações.<br />

ESTÁGIO DO PROJETO<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />

TIPO DE PARTICIPAÇÃO<br />

Informar Consultar Parceria Controle<br />

TIPO DE PARTICIPAÇÃO<br />

Informar Consultar Parceria Controle<br />

I<strong>de</strong>ntificação ONGs da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Grupo representativo<br />

Doa<strong>do</strong>r da comunida<strong>de</strong><br />

Montagem Doa<strong>do</strong>r Comunida<strong>de</strong> ONGs da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Funcionários<br />

Mulheres Ministério da Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> projeto<br />

Crianças<br />

Ven<strong>de</strong><strong>do</strong>res <strong>de</strong> água<br />

Agentes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

Igreja local<br />

Implementação Doa<strong>do</strong>r Mulheres, crianças Funcionários<br />

e Monitoramento Ven<strong>de</strong><strong>do</strong>res <strong>de</strong> água<br />

Igreja local<br />

Agentes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Revisão Doa<strong>do</strong>r Mulheres, crianças<br />

Ven<strong>de</strong><strong>do</strong>res <strong>de</strong> água<br />

Igreja local<br />

Agentes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

Avaliação Doa<strong>do</strong>r Ministério da Saú<strong>de</strong><br />

ONGs da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

Comunida<strong>de</strong>


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Exercício<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Preencha uma matriz resumida <strong>de</strong> participação para o projeto <strong>de</strong> construção da represa.<br />

Quan<strong>do</strong> a matriz estiver preenchida, pense sobre como a participação <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s<br />

po<strong>de</strong>ria acontecer na realida<strong>de</strong>. Por exemplo, se julgarmos que um grupo <strong>de</strong> senhoras <strong>de</strong>veria<br />

ser consulta<strong>do</strong> na fase <strong>de</strong> planejamento, consi<strong>de</strong>re como isto po<strong>de</strong>ria ser realiza<strong>do</strong>. Nós<br />

po<strong>de</strong>ríamos <strong>de</strong>cidir realizar uma reunião especial ou participar em uma das reuniões <strong>de</strong>las.<br />

É importante consi<strong>de</strong>rar as nossas opções para garantirmos que aqueles que, na nossa opinião,<br />

<strong>de</strong>vem participar no projeto, respondam ao nosso convite.<br />

A comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá selecionar os membros que a representará no comitê <strong>do</strong> projeto.<br />

Incentive-os a alcançar um bom equilíbrio <strong>de</strong> gênero. Estes membros po<strong>de</strong>rão precisar <strong>de</strong><br />

treinamento e <strong>de</strong> conversar sobre os papéis e responsabilida<strong>de</strong>s espera<strong>do</strong>s <strong>de</strong>les no projeto.<br />

2.2 Pesquisa<br />

To<strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ve ser basea<strong>do</strong> em informações corretas, confiáveis e<br />

suficientes. Boas informações são importantes para:<br />

■ compreen<strong>de</strong>r o contexto no qual o projeto está sen<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong><br />

■ compreen<strong>de</strong>r as causas e os efeitos da questão que está sen<strong>do</strong> atendida<br />

■ compreen<strong>de</strong>r o que outras pessoas estão fazen<strong>do</strong> para evitar a duplicação e procurar<br />

trabalhar juntos, quan<strong>do</strong> for possível<br />

■ garantir que a resposta leve em consi<strong>de</strong>ração to<strong>do</strong>s os fatores e seja a mais apropriada e<br />

eficaz para a situação<br />

■ compreen<strong>de</strong>r como o contexto está mudan<strong>do</strong> para que a resposta possa aten<strong>de</strong>r<br />

necessida<strong>de</strong>s potenciais futuras ou evite que surjam problemas<br />

■ justificar o curso das ações para a nossa organização, beneficiários, <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res e outras<br />

pessoas com as quais estejamos trabalhan<strong>do</strong><br />

■ apren<strong>de</strong>r através <strong>do</strong>s êxitos e erros passa<strong>do</strong>s<br />

■ fornecer boas evidências para a resposta.<br />

A pesquisa nos permite <strong>de</strong>scobrir os fatos sobre a necessida<strong>de</strong>. Isto nos ajudará a saber como<br />

melhor atendê-la. O trabalho <strong>de</strong> pesquisa envolve conversar com as pessoas ou acessar<br />

informações escritas.<br />

Uma pesquisa bem feita <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar fatores sociais, técnicos, econômicos, ambientais e<br />

políticos. Isto po<strong>de</strong>rá ajudar a i<strong>de</strong>ntificar novos atores interessa<strong>do</strong>s e riscos para o projeto.<br />

Consi<strong>de</strong>re:<br />

■ a história da região<br />

■ geografia, clima, meio ambiente – ex. características principais, mapa, comunicações, área,<br />

problemas sazonais<br />

■ população – número, perfil <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e sexo<br />

■ sistemas e estruturas sociais – divisões religiosas, posição da mulher na socieda<strong>de</strong>,<br />

instituições sociais<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

29


30<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Algumas perguntas<br />

a serem feitas<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

■ política – hierarquias políticas locais; efeitos <strong>do</strong> governo central – ex. estabilida<strong>de</strong>, políticas<br />

sobre o preço <strong>do</strong>s alimentos<br />

■ religião e visão <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> – crenças religiosas, grupos e igrejas<br />

■ cultura – normas e práticas, outros grupos culturais na região, idiomas<br />

■ condições <strong>de</strong> vida – tipos <strong>de</strong> moradias, água e saneamento<br />

■ economia – fontes <strong>de</strong> renda, cultivos, proprieda<strong>de</strong> da terra, ganho diário em média<br />

■ educação – escolas, níveis <strong>de</strong> alfabetização<br />

■ saú<strong>de</strong> – taxas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>, causas <strong>de</strong> mortes e <strong>do</strong>enças, serviços locais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

■ serviços e programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento – governamentais ou <strong>de</strong> ONGs, experiência<br />

prévia da comunida<strong>de</strong>.<br />

■ Qual é a situação atual? Por exemplo, se a comunida<strong>de</strong> tiver i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> a água como a<br />

necessida<strong>de</strong> prioritária, talvez <strong>de</strong>sejemos fazer algumas perguntas como: “Quantas pessoas vivem<br />

na região?”, “Quanta água cada pessoa possui agora?”, “De on<strong>de</strong> vem a água?”, “Como a água é<br />

coletada agora?”, “Quem coleta a água agora?”, “Quanto tempo leva para coletar a água?”, “Quão<br />

potável é a água agora?”<br />

■ Como a necessida<strong>de</strong> crescerá? Quais são as futuras implicações se a necessida<strong>de</strong> não for<br />

atendida? Por exemplo: “Quantas pessoas estarão na região em cinco anos?”<br />

■ Como as coisas <strong>de</strong>veriam estar? Os <strong>de</strong>partamentos governamentais ou os livros po<strong>de</strong>m fornecer<br />

algumas informações. Por exemplo: “Quanta água cada pessoa precise para ter uma vida saudável?”<br />

■ Que possíveis melhorias po<strong>de</strong>riam ser feitas? Isto po<strong>de</strong>rá incluir consultas aos <strong>de</strong>partamentos<br />

governamentais e especialistas técnicos. A comunida<strong>de</strong> também <strong>de</strong>verá ter uma oportunida<strong>de</strong> para<br />

expressar as suas opiniões. Por exemplo: “Que outras fontes <strong>de</strong> água potável estão disponíveis na<br />

região?”, “Quem possui ou controla as outras fontes?”, “Que opções técnicas existem?”<br />

■ Que outras organizações locais estão trabalhan<strong>do</strong> na questão? Quem são eles? Po<strong>de</strong>mos<br />

trabalhar juntos?<br />

As informações coletadas po<strong>de</strong>m ser usadas como da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base, contra os quais o<br />

progresso alcança<strong>do</strong> durante a realização <strong>do</strong> projeto po<strong>de</strong> ser compara<strong>do</strong>.<br />

Use uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações primárias e secundárias para garantir que o que nos<br />

dizem seja váli<strong>do</strong>. Por exemplo, se os membros da comunida<strong>de</strong> disserem que as suas crianças<br />

não freqüentam a escola porque não têm condições <strong>de</strong> comprar os uniformes escolares, talvez<br />

seja uma boa idéia verificar com as autorida<strong>de</strong>s locais se as crianças realmente precisam usar<br />

uniformes.<br />

Existem muitas formas diferentes <strong>de</strong> coletar informações. Algumas possibilida<strong>de</strong>s estão<br />

listadas a seguir. É tenta<strong>do</strong>r gastar bastante tempo coletan<strong>do</strong> informações e, aí, não ter<br />

tempo para tomar medidas. É importante alcançar um equilíbrio entre ter informações<br />

suficientes para que possamos tomar medidas baseadas nelas e coletar informações <strong>de</strong>masiadas<br />

e nunca atuarmos!<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Examine as<br />

informações<br />

secundárias<br />

Colete<br />

informações<br />

primárias<br />

Cultivos<br />

Uso da terra<br />

Problemas<br />

Oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Isto inclui livros, <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> pesquisas acadêmicas, publicações governamentais, internet e<br />

mídia. Algumas informações po<strong>de</strong>rão dar uma impressão errada.<br />

■ Os fatos estão corretos? Eles são apoia<strong>do</strong>s por evidências? As informações estão atualizadas?<br />

■ Por quê a organização está fornecen<strong>do</strong> as informações? Po<strong>de</strong>-se confiar na fonte?<br />

Isto po<strong>de</strong>rá incluir:<br />

ENTREVISTAS Consulte a Ferramenta 2, na página 15<br />

MAPEAMENTO COMUNITÁRIO Consulte a Ferramenta 4, na página 16<br />

CAMINHADAS TRANSVERSAIS Ao invés das “melhores fazendas” e das “melhores clínicas” serem<br />

mostradas, planeje uma caminhada transversal que forneça uma boa imagem da região.<br />

Caminhe pela comunida<strong>de</strong> com informantes chave, observan<strong>do</strong>, ouvin<strong>do</strong> e perguntan<strong>do</strong>.<br />

Procure caminhar em uma linha mais ou menos reta <strong>de</strong> um extremo ao outro da região,<br />

fazen<strong>do</strong> anotações cuida<strong>do</strong>sas <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> o que for relevante – ex. tipos <strong>de</strong> solo, agricultura,<br />

fontes <strong>de</strong> água e ativida<strong>de</strong>s. Desenhe as constatações em um diagrama como o <strong>de</strong> abaixo.<br />

Declive mais baixo<br />

• sorgo<br />

• milho<br />

• guandu<br />

• lavoura<br />

• pasto<br />

• falta <strong>de</strong> terras<br />

• trabalho assalaria<strong>do</strong> em<br />

proprieda<strong>de</strong>s rurais<br />

• viveiro <strong>de</strong> árvores<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

Declive médio<br />

• sorgo<br />

• milho<br />

• lavoura<br />

• pasto<br />

• erosão<br />

• baixa fertilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo<br />

• ausência <strong>de</strong> água nas<br />

proximida<strong>de</strong>s<br />

• controle da erosão<br />

• uso <strong>de</strong> estrume<br />

• plantio <strong>de</strong> árvores<br />

Montanha<br />

•árvores<br />

• pasto<br />

• corte <strong>de</strong> árvores<br />

• <strong>de</strong>smatamento<br />

31


32<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

CALENDÁRIOS SAZONAIS são usa<strong>do</strong>s para mostrar,<br />

mensalmente, as mudanças <strong>de</strong> fatores como a<br />

queda <strong>de</strong> chuvas, mãos-<strong>de</strong>-obra, dieta, <strong>do</strong>enças e<br />

preços. Pergunte aos membros da comunida<strong>de</strong><br />

quan<strong>do</strong> o ano começa para eles, os nomes <strong>do</strong>s<br />

meses e das estações e escolha qual usar. Registre<br />

as unida<strong>de</strong>s no chão ou em um papel. Usan<strong>do</strong><br />

pedras ou grãos, peça para que eles indiquem a<br />

quantia <strong>do</strong> fator que esteja sen<strong>do</strong> discuti<strong>do</strong>. Por<br />

exemplo, permita que eles coloquem até <strong>de</strong>z grãos<br />

para cada fator, em cada um <strong>do</strong>s meses. Incentive<br />

as pessoas a conversarem até que cheguem a uma<br />

acor<strong>do</strong>. Pergunte por que os números variam.<br />

O exemplo mostra que o nível <strong>de</strong> rendimento<br />

é muito baixo entre fevereiro e abril. Ao fazer<br />

perguntas como “Por quê os rendimentos<br />

aumentam em maio?” po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>scobrir muitas<br />

informações úteis.<br />

LINHA DO TEMPO Uma linha <strong>do</strong> tempo é usada para mostrar eventos locais <strong>de</strong> relevância,<br />

mudanças ecológicas, <strong>do</strong>enças e tendências ligadas à população. Entre em um acor<strong>do</strong><br />

quanto ao número <strong>de</strong> anos que a linha <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong>verá cobrir. Desenhe uma linha<br />

horizontal em uma folha gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> papel e escreva os anos ao longo <strong>de</strong>la. Peça para que os<br />

membros da comunida<strong>de</strong> discutam os eventos chave e os incluam por escrito. A linha <strong>do</strong><br />

tempo exemplificada abaixo mostra o nível <strong>de</strong> bem-estar, a qual é usada para refletir sobre<br />

o bem-estar da comunida<strong>de</strong> nos últimos anos. Os eventos que influenciaram o bem-estar<br />

estão incluí<strong>do</strong>s.<br />

BOM<br />

RUIM OK<br />

Boa colheita<br />

Construção <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> alimento<br />

Chuvas mo<strong>de</strong>radas<br />

Recuperação<br />

<strong>de</strong> duas salas<br />

<strong>de</strong> aulas<br />

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002<br />

Seca Fome<br />

Roubo <strong>de</strong> ga<strong>do</strong><br />

Migração<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />

Boas colheitas<br />

Construção <strong>de</strong> barreira para<br />

animais, salas <strong>de</strong> aulas e<br />

casas para professores<br />

As chuvas<br />

estragaram<br />

as plantações<br />

Construção <strong>de</strong><br />

latrinas e tanques<br />

Saú<strong>de</strong> Trabalho<br />

ruim Rendiment <strong>de</strong> fazenda<br />

Jan 6 5 4<br />

Fev 2 1 6<br />

Mar 3 1 9<br />

Abr 3 1 8<br />

Maio 7 3 1<br />

Jun 8 4 1<br />

Jul 3 5 3<br />

Ago 2 8 7<br />

Set 2 3 4<br />

Out 2 2 3<br />

Nov 3 5 1<br />

Dez 7 9 1<br />

Ausência <strong>de</strong> chuvas<br />

Caminhávamos 5km<br />

para coletar água<br />

<strong>do</strong> lago<br />

Chuvas mo<strong>de</strong>radas<br />

Perfuração <strong>de</strong><br />

poço raso


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

DIAGRAMAS DE VENN Estes diagramas usam círculos para representar pessoas, grupos e<br />

instituições.Quanto maior o círculo, mais importante ele é. A forma com que os círculos se<br />

sobrepõem mostra quais são os relacionamentos entre eles.<br />

Outros<br />

parceiros<br />

PONTUAÇÃO EM MATRIZ Desenhe uma matriz e use sementes ou pedras para confirmar os<br />

valores, categorias, opções e priorida<strong>de</strong>s das pessoas da região. Por exemplo: árvores, méto<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> conservação <strong>do</strong> solo, varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cultivo ou <strong>de</strong> animais. Neste exemplo, as pessoas estão<br />

comparan<strong>do</strong> o trabalho que po<strong>de</strong>m fazer no merca<strong>do</strong>.<br />

Tempo leva<strong>do</strong><br />

Lucro<br />

Mão-<strong>de</strong>-obra<br />

necessária<br />

Empréstimo<br />

necessário<br />

Trabalho árduo<br />

= melhor<br />

= pior<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

Igreja<br />

local<br />

Conserto <strong>de</strong><br />

sapatos<br />

Nossa<br />

organização<br />

Agências<br />

governamentais<br />

Fabricação<br />

<strong>de</strong> pasta <strong>de</strong><br />

tamarin<strong>do</strong><br />

Fabricação <strong>de</strong><br />

pratos <strong>de</strong> folhas<br />

Venda <strong>de</strong> frutas<br />

<strong>do</strong> con<strong>de</strong><br />

Negócios<br />

Beneficiários<br />

Fabricação<br />

<strong>de</strong> tijolos Venda <strong>de</strong> lenha<br />

33


34<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

“Árvores <strong>de</strong><br />

problemas”<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

2.3 Análise <strong>de</strong> problemas<br />

Antes <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rmos começar a montar o<br />

projeto, precisamos analisar o problema<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> durante a fase <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>do</strong> projeto.<br />

A análise <strong>de</strong> problemas ajuda os atores<br />

interessa<strong>do</strong>s primários a i<strong>de</strong>ntificarem as<br />

causas e os efeitos <strong>do</strong> problema que<br />

enfrentam. É preciso representar o<br />

problema em um formato <strong>de</strong> árvore, a<br />

partir <strong>do</strong> qual os objetivos <strong>do</strong> projeto po<strong>de</strong>m ser<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s. Use a análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s para<br />

i<strong>de</strong>ntificar aqueles que <strong>de</strong>vem ajudar a construir a “árvore <strong>do</strong> problema”, asseguran<strong>do</strong>-se <strong>de</strong><br />

que haja uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas provenientes da comunida<strong>de</strong> com conhecimentos locais,<br />

conhecimentos técnicos, etc.<br />

A análise <strong>de</strong> problemas po<strong>de</strong> ser realizada com os diferentes grupos <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s para<br />

que se veja como as suas perspectivas variam.<br />

Para ajudar os atores interessa<strong>do</strong>s a refletirem sobre todas as causas e efeitos, verifique se eles<br />

consi<strong>de</strong>raram fatores sociais, ambientais, políticos, econômicos e técnicos. A “árvore <strong>do</strong><br />

problema” <strong>de</strong>verá ajudar a reforçar as nossas constatações durante a fase <strong>de</strong> pesquisa <strong>do</strong><br />

planejamento. Isto também po<strong>de</strong>rá ajudar a levantar novas questões que não haviam si<strong>do</strong><br />

consi<strong>de</strong>radas previamente.<br />

As “árvores <strong>de</strong> problemas” permitem que os atores interessa<strong>do</strong>s cheguem aos aspectos<br />

fundamentais da necessida<strong>de</strong> prioritária i<strong>de</strong>ntificada por eles e investiguem os efeitos <strong>do</strong><br />

problema.<br />

MÉTODO DE CONSTRUÇÃO DA “ÁRVORE DE PROBLEMAS”<br />

ETAPA 1 Entrem em acor<strong>do</strong> sobre qual é o problema principal, o qual é geralmente aquele que foi<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> durante a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> projeto. Escreva-o em um bilhete a<strong>de</strong>sivo ou em um<br />

pedaço <strong>de</strong> cartolina e coloque-o no meio da pare<strong>de</strong> ou <strong>do</strong> chão. Po<strong>de</strong>rão haver outros<br />

problemas i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s pela comunida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong>rão ser examina<strong>do</strong>s. Desenhe “árvores <strong>de</strong><br />

problemas” separadas para cada um <strong>de</strong>stes e compare-as mais tar<strong>de</strong> ao começar a pensar sobre<br />

exatamente o que o projeto aten<strong>de</strong>rá.<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />

POR QUÊ NÃO<br />

GANHAMOS?<br />

TÁTICAS<br />

FRACAS<br />

POR QUÊ?<br />

DEFESA FRACA<br />

POR QUÊ?<br />

HABILIDADES<br />

FRACAS


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

ETAPA 2 I<strong>de</strong>ntifique as causas <strong>do</strong> problema principal perguntan<strong>do</strong> “Mas, por quê?” até que não seja<br />

possível ir mais adiante. Escreva cada uma das causas em um bilhete a<strong>de</strong>sivo separa<strong>do</strong> ou em<br />

um pedaço <strong>de</strong> cartolina. Alguns problemas po<strong>de</strong>rão ter mais <strong>do</strong> que uma causa. Por exemplo:<br />

Desenvolven<strong>do</strong><br />

uma “árvore <strong>de</strong><br />

problemas”<br />

(CAUSAS)<br />

ETAPA 3 I<strong>de</strong>ntifique os efeitos <strong>do</strong> problema principal perguntan<strong>do</strong> “Então, o quê?” até que não seja<br />

possível ir mais adiante. Escreva cada um <strong>do</strong>s efeitos em um bilhete a<strong>de</strong>sivo separa<strong>do</strong> ou em<br />

um pedaço <strong>de</strong> cartolina. Alguns problemas po<strong>de</strong>rão ter mais <strong>do</strong> que um efeito. Por exemplo:<br />

Elaboran<strong>do</strong><br />

uma “árvore<br />

<strong>de</strong> problemas”<br />

(EFEITOS)<br />

Problema principal<br />

As crianças não<br />

vão à escola<br />

Problema principal<br />

Incentive uma discussão para garantir que os participantes se sintam capazes <strong>de</strong> movimentar os<br />

bilhetes a<strong>de</strong>sivos ou os pedaços <strong>de</strong> cartolina.<br />

Confira a “árvore <strong>do</strong> problema” para garantir que cada problema conduza ao próximo, <strong>de</strong><br />

forma lógica.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

FALTA DE<br />

RENDI-<br />

MENTOS<br />

Nada para ven<strong>de</strong>r Poucos empregos<br />

Mas, por quê?<br />

Baixa produção<br />

Então, o quê?<br />

Mas, por quê? Mas, por quê?<br />

Falta <strong>de</strong> dinheiro para<br />

pagar matrículas escolares<br />

Então, o quê?<br />

FALTA DE<br />

RENDI-<br />

MENTOS<br />

Mas, por quê? Mas, por quê?<br />

Fábrica local<br />

fechada<br />

Colheitas<br />

menores<br />

Falta <strong>de</strong> dinheiro para<br />

comprar novas sementes<br />

Então, o quê?<br />

Então, o quê?<br />

Imigração<br />

35


36<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

EXEMPLO<br />

<strong>de</strong> uma “árvore <strong>de</strong><br />

problemas” simples<br />

ETAPA 4 Copia a “árvore <strong>do</strong> problema” em uma folha gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> papel. Desenhe linhas verticais para<br />

mostrar o relacionamento entre as causas e os efeitos. Desenhe linhas horizontais para mostrar<br />

on<strong>de</strong> existem causas conjuntas e efeitos combina<strong>do</strong>s.<br />

“Árvore <strong>de</strong><br />

objetivos”<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Efeitos<br />

Causas<br />

Méto<strong>do</strong>s<br />

agropecuários<br />

que requerem<br />

muita água<br />

Menores<br />

rendimentos<br />

Maior <strong>de</strong>manda<br />

no uso da fazenda<br />

Menos tempo para o<br />

trabalho agropecuário<br />

Aumento da<br />

população<br />

Nutrição<br />

mais fraca<br />

Uma “árvore <strong>de</strong> objetivos” é semelhante à “árvore <strong>de</strong> problemas”, com a exceção <strong>de</strong> que ela<br />

lida com objetivos, ao invés <strong>de</strong> problemas. Uma “árvore <strong>de</strong> objetivos” po<strong>de</strong> ser elaborada sem<br />

primeiro i<strong>de</strong>ntificar os problemas, mas a maneira mais fácil <strong>de</strong> elaborá-la é converten<strong>do</strong> uma<br />

“árvore <strong>de</strong> problemas”.<br />

Para fazer isto, transforme cada uma das causas na “árvore <strong>de</strong> problemas” em afirmações<br />

positivas. Por exemplo: “baixa produção” passaria a ser “produção aumentada”. Isto resultará<br />

em uma “árvore <strong>de</strong> objetivos”. Confira a lógica. Um nível <strong>de</strong> objetivos alcançará o próximo?<br />

Acrescente, anule ou mu<strong>de</strong> os objetivos, caso seja necessário.<br />

Po<strong>de</strong>rão haver algumas causas muitos gerais próximas da base da “árvore”. Elas não po<strong>de</strong>rão<br />

ser transformadas em objetivos que po<strong>de</strong>riam ser facilmente atendi<strong>do</strong>s em um projeto. Elas<br />

acabam sen<strong>do</strong> restrições ao projeto que precisam ser consi<strong>de</strong>radas durante o levantamento <strong>de</strong><br />

riscos. Posteriormente, po<strong>de</strong>remos <strong>de</strong>cidir enfocar um projeto ou programa naquela questão,<br />

escolhen<strong>do</strong>-a como o problema principal ao elaborar uma “árvore <strong>do</strong> problema”.<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />

Crianças param <strong>de</strong><br />

ir à escola<br />

Menos dinheiro para<br />

matrículas escolares<br />

Comprar água<br />

Mortalida<strong>de</strong> aumentada<br />

Mais <strong>do</strong>enças<br />

Custo aumenta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

coleta da água Uso <strong>de</strong> fontes não potáveis<br />

Maior <strong>de</strong>manda<br />

no uso <strong>do</strong>méstico<br />

FALTA DE<br />

ÁGUA<br />

POTÁVEL<br />

Poços<br />

insuficientes<br />

Poços <strong>de</strong>stampa<strong>do</strong>s<br />

secaram<br />

Lençol freático<br />

diminuí<strong>do</strong><br />

Bombas manuais para<br />

poços artesianos<br />

quebradas


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

I<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> um<br />

enfoque para o<br />

projeto<br />

EXEMPLO<br />

<strong>de</strong> uma “árvore<br />

<strong>de</strong> objetivos”<br />

com enfoque em<br />

uma área<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Se tentarmos lidar com to<strong>do</strong>s os objetivos que i<strong>de</strong>ntificamos, acabaremos com um projeto<br />

muito caro e <strong>de</strong>mora<strong>do</strong>. Portanto, é necessário enfocar em uma ou algumas áreas da “árvore<br />

<strong>de</strong> objetivos”. Se mais <strong>do</strong> que uma “árvore <strong>de</strong> objetivos” tiver si<strong>do</strong> elaborada, precisaremos<br />

<strong>de</strong>cidir em qual <strong>de</strong>las o projeto <strong>de</strong>verá enfocar.<br />

Uso mais<br />

eficiente da água<br />

na lavoura<br />

Faça as seguintes perguntas:<br />

■ Com quais objetivos <strong>de</strong>vemos lidar?<br />

■ Que combinação <strong>de</strong> objetivos terão maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trazer as mudanças mais<br />

positivas?<br />

Questões para serem consi<strong>de</strong>radas:<br />

■ custo<br />

Demanda reduzida<br />

pelo uso da<br />

fazenda<br />

■ benefícios para os atores interessa<strong>do</strong>s principais<br />

■ probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alcançar os objetivos<br />

■ riscos (consulte a página 45)<br />

■ se outras organizações já estão lidan<strong>do</strong> com o problema<br />

■ sustentabilida<strong>de</strong><br />

■ impacto ambiental<br />

Pressão<br />

populacional<br />

RESTRIÇÃO<br />

Observe a “árvore <strong>de</strong> objetivos” e i<strong>de</strong>ntifique com quais áreas (ou “ramos”) o projeto po<strong>de</strong>ria<br />

lidar. Por exemplo, no caso da “árvore <strong>de</strong> objetivos” acima, talvez seja <strong>de</strong>cidi<strong>do</strong> lidar com o<br />

“ramo” direito (o <strong>do</strong> círculo).<br />

É uma boa idéia regressar à “árvore <strong>de</strong> objetivos” posteriormente, quan<strong>do</strong> começarmos a<br />

pensar sobre as suposições feitas pelo projeto. To<strong>do</strong>s os objetivos que permanecerem na<br />

“árvore <strong>de</strong> objetivos” po<strong>de</strong>rão ser vistos como restrições que po<strong>de</strong>rão afetar o sucesso <strong>do</strong><br />

projeto.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

Desperdício<br />

<strong>do</strong>méstico<br />

reduzi<strong>do</strong><br />

ACESSO<br />

MELHORADO<br />

À ÁGUA<br />

POTÁVEL<br />

Mais poços<br />

perfura<strong>do</strong>s<br />

Poços protegi<strong>do</strong>s<br />

e em produção<br />

Lençol freático<br />

alcança<strong>do</strong><br />

Bombas manuais<br />

consertadas<br />

37


38<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Marco lógico<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

2.4 Marco lógico<br />

Agora que o projeto foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> e informações <strong>de</strong>talhadas foram coletadas, po<strong>de</strong>mos<br />

começar a planejar exatamente como o projeto funcionará. Uma maneira útil <strong>de</strong> fazer isto<br />

po<strong>de</strong>rá ser o uso <strong>do</strong> marco lógico. O processo <strong>de</strong> preenchimento <strong>do</strong> marco lógico ajuda a<br />

examinar to<strong>do</strong>s os fatores que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s para se planejar um projeto bem<br />

sucedi<strong>do</strong>. Mesmo se as pessoas não estiverem planejan<strong>do</strong> elaborar um marco lógico, po<strong>de</strong>rá ser<br />

útil usar as ferramentas incluídas na abordagem <strong>do</strong> marco lógico durante o planejamento <strong>de</strong><br />

<strong>projetos</strong>.<br />

O que é um marco lógico?<br />

O marco lógico é uma ferramenta usada para ajudar a fortalecer as fases <strong>de</strong> montagem,<br />

implementação e avaliação <strong>de</strong> um projeto. Apesar <strong>de</strong> ser elabora<strong>do</strong> durante a fase <strong>de</strong><br />

planejamento <strong>de</strong> um projeto, o marco lógico é um <strong>do</strong>cumento <strong>de</strong> trabalho que <strong>de</strong>ve ser<br />

consulta<strong>do</strong> e altera<strong>do</strong> durante to<strong>do</strong> o <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto.<br />

O marco lógico é um quadro com quatro linhas e quatro colunas, on<strong>de</strong> todas as partes<br />

principais <strong>de</strong> um projeto po<strong>de</strong>m ser inseridas como um conjunto claro <strong>de</strong> afirmações: a meta,<br />

o propósito, os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo e as ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> projeto, com os seus indica<strong>do</strong>res,<br />

evidências e suposições. Ele mostra a estrutura <strong>do</strong> projeto e <strong>de</strong>screve-o <strong>de</strong> forma lógica. O<br />

marco lógico não mostra to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>talhes <strong>do</strong> projeto. Ele dá uma visão geral <strong>do</strong>s principais<br />

fatores. Os <strong>de</strong>talhes po<strong>de</strong>m ser forneci<strong>do</strong>s em outros <strong>do</strong>cumentos, assim como a proposta, o<br />

orçamento e o cronograma <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, que <strong>de</strong>vem acompanhar o marco lógico.<br />

Meta<br />

Propósito<br />

Resulta<strong>do</strong>s a<br />

curto prazo<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

RESUMO INDICADORES EVIDÊNCIAS SUPOSIÇÕES<br />

A maioria <strong>do</strong>s <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res usam o marco lógico acima. No entanto, alguns <strong>de</strong>les viram o marco<br />

lógico <strong>de</strong> la<strong>do</strong> para que os objetivos fiquem na linha superior e o resumo, os indica<strong>do</strong>res, as<br />

evidências e as suposições fiquem na coluna <strong>do</strong> la<strong>do</strong>. Ten<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> uma análise <strong>do</strong>s atores<br />

interessa<strong>do</strong>s e as pesquisas, po<strong>de</strong>mos respon<strong>de</strong>r a pergunta: “On<strong>de</strong> estamos agora?”<br />

O marco lógico faz uma série <strong>de</strong> perguntas adicionais:<br />

■ On<strong>de</strong> queremos estar? (META, PROPÓSITO)<br />

■ Como chegaremos lá? (RESULTADOS A CURTO PRAZO, ATIVIDADES)<br />

■ Como saberemos quan<strong>do</strong> tivermos chega<strong>do</strong> lá? (INDICADORES)<br />

■ O que nos mostrará que chegamos lá? (EVIDÊNCIAS)<br />

■ Quais são os problemas potenciais ao longo <strong>do</strong> caminho? (SUPOSIÇÕES)<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Por quê usar um marco lógico?<br />

O marco lógico é útil pois ele:<br />

■ ajuda as pessoas a organizarem os seus pensamentos<br />

■ ajuda as pessoas a pensarem <strong>de</strong> forma lógica<br />

■ ajuda a i<strong>de</strong>ntificar fraquezas na fase <strong>de</strong> montagem <strong>do</strong> projeto<br />

■ garante que indica<strong>do</strong>res chave sejam i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo <strong>do</strong> projeto e, assim,<br />

o monitoramento e a avaliação ficam mais fáceis<br />

■ garante que as pessoas envolvidas no projeto usem a mesma terminologia<br />

■ ajuda as pessoas a resumirem o plano <strong>de</strong> um projeto em poucas folhas <strong>de</strong> papel. Isto as<br />

ajudam a comunicar o plano que possuem, <strong>de</strong> maneira simples, a outras pessoas, apesar <strong>do</strong><br />

marco lógico não ser um substituto a se escrever um plano completo.<br />

Porém, a abordagem <strong>do</strong> marco lógico tem limitações:<br />

■ A gestão <strong>do</strong> projeto po<strong>de</strong> tornar-se rígida, a não ser que o marco lógico seja continuamente<br />

verifica<strong>do</strong> e ajusta<strong>do</strong>.<br />

■ Devi<strong>do</strong> a abordagem envolver a participação <strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s, boas<br />

habilida<strong>de</strong>s na área <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança e facilitação são necessárias para garantir que eles<br />

compreendam a abordagem e participem ativamente nela.<br />

■ Devi<strong>do</strong> a abordagem fazer uso da análise <strong>de</strong> um problema, talvez ela não seja consi<strong>de</strong>rada<br />

apropriada em culturas on<strong>de</strong> as pessoas não discutem abertamente sobre problemas.<br />

■ A terminologia usada po<strong>de</strong> gerar um sentimento <strong>de</strong> ameaça em alguns atores interessa<strong>do</strong>s.<br />

A abordagem, em si mesma, po<strong>de</strong> ser muito difícil <strong>de</strong> ser compreendida em algumas<br />

culturas.<br />

Quem <strong>de</strong>ve preencher o marco lógico?<br />

Sempre que possível, os atores interessa<strong>do</strong>s principais <strong>de</strong>vem ser envolvi<strong>do</strong>s na elaboração <strong>do</strong><br />

marco lógico. Ele <strong>de</strong>ve ser elabora<strong>do</strong> pelas pessoas mais proximamente envolvidas com a<br />

implementação <strong>do</strong> projeto. É possível que que o conceito <strong>do</strong> marco lógico não seja facilmente<br />

compreendi<strong>do</strong> pelos atores interessa<strong>do</strong>s primários. Porém, como o processo é tão importante<br />

como o produto final, processos participativos po<strong>de</strong>m ser usa<strong>do</strong>s para ajudar os atores<br />

interessa<strong>do</strong>s a respon<strong>de</strong>rem as perguntas e i<strong>de</strong>ntificarem alguns <strong>do</strong>s componentes <strong>do</strong> projeto.<br />

Aí então, o marco lógico po<strong>de</strong>rá ser completa<strong>do</strong> pelos funcionários <strong>do</strong> projeto.<br />

Terminologia<br />

Diferentes organizações usam diferentes termos para os componentes <strong>do</strong> marco lógico. Nós<br />

explicamos os termos, <strong>de</strong> forma simples, mais abaixo. Sempre que tivermos conhecimento <strong>de</strong><br />

nomes alternativos que são usa<strong>do</strong>s por outras organizações, nós forneceremos estes nomes em<br />

parênteses. Os termos serão explica<strong>do</strong>s em maiores <strong>de</strong>talhes na seção sobre como completar o<br />

marco lógico.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

39


40<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Resumo<br />

(lógica <strong>de</strong><br />

intervenção)<br />

O Resumo apresenta os objetivos <strong>do</strong> projeto em linhas gerais: o que ele preten<strong>de</strong> alcançar e<br />

como. Existem muitas palavras diferentes que <strong>de</strong>screvem diferentes tipos <strong>de</strong> objetivos. Nós<br />

usamos o termo “objetivo” como um termo geral para uma mudança <strong>de</strong>sejada. No marco<br />

lógico, o resumo separa os diferentes níveis <strong>de</strong> objetivos para formar uma “hierarquia <strong>de</strong><br />

objetivos” e usa termos especiais para referir-se a cada nível.<br />

Meta A Meta se refere ao problema geral com o qual estamos tentan<strong>do</strong> lidar. Às vezes, ela é chamada<br />

<strong>de</strong> objetivo geral <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Alguns exemplos <strong>de</strong> metas: melhores rendimentos,<br />

melhor acesso à água ou redução <strong>do</strong> crime.<br />

Exemplo: Maior produtivida<strong>de</strong> agropecuários por parte <strong>de</strong> pequenos agricultores.<br />

Propósito O Propósito é a mudança específica que queremos que o projeto faça para contribuir no<br />

alcance da meta. Às vezes, ele é chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> Objetivo Imediato <strong>do</strong> Projeto.<br />

Exemplo: Méto<strong>do</strong>s agropecuários melhora<strong>do</strong>s e varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> arroz a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s por pequenos<br />

agricultores.<br />

Resulta<strong>do</strong>s a Os Resulta<strong>do</strong>s a curto prazo são aqueles que <strong>de</strong>sejamos ver como resulta<strong>do</strong> das nossas<br />

curto prazo ativida<strong>de</strong>s, para que possamos cumprir com o propósito.<br />

Exemplo: Varieda<strong>de</strong>s melhoradas <strong>de</strong> cultivo aceitas pelos usuários, disponíveis e distribuídas.<br />

Ativida<strong>de</strong>s As Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>screvem as tarefas que realizaremos.<br />

Exemplo: Pesquisas participativas <strong>do</strong>s agricultores sobre as varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cultivo.<br />

Indica<strong>do</strong>res<br />

(Indica<strong>do</strong>res<br />

Objetivamente<br />

Verificáveis ou<br />

Mensuráveis – IOVs)<br />

Evidências<br />

(Meios e / ou fontes<br />

<strong>de</strong> Verificação –<br />

MdVs)<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Os indica<strong>do</strong>res respon<strong>de</strong>m a seguinte pergunta: “Como sabemos quan<strong>do</strong> tivermos chega<strong>do</strong><br />

lá?” Eles são indicações que me<strong>de</strong>m o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> projeto em relação aos objetivos e<br />

cumprem um papel importante no monitoramento e na avaliação.<br />

Exemplo: 75% <strong>do</strong>s pequenos agricultores na diocese terão a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> as novas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> arroz<br />

até o final <strong>do</strong> terceiro ano.<br />

As evidências referem-se à fonte <strong>de</strong> informações necessárias para medir o <strong>de</strong>sempenho, quem<br />

ficará responsável por coletá-las e com que freqüência.<br />

Exemplo: Pesquisa <strong>de</strong> amostragem realizada pelos funcionários <strong>do</strong> projeto no final <strong>do</strong> terceiro<br />

ano.<br />

Suposições As suposições referem-se às condições que po<strong>de</strong>riam afetar o progresso, sucesso ou<br />

sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> longo prazo <strong>do</strong> projeto. Po<strong>de</strong>rão existir fatores externos que não po<strong>de</strong>m ser<br />

controla<strong>do</strong>s ou que escolhemos não controlar. Po<strong>de</strong>rá ser possível reduzir a vulnerabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

projeto a fatores que não po<strong>de</strong>mos controlar, assim como as mudanças climáticas e <strong>de</strong> preços e<br />

políticas governamentais.<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Hierarquia <strong>de</strong><br />

objetivos<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Completan<strong>do</strong> um marco lógico<br />

■ Ao completar um marco lógico, a chave é preencher a hierarquia <strong>de</strong> objetivos, <strong>de</strong> cima para<br />

baixo, na coluna <strong>de</strong> Resumo<br />

■ Em seguida, preencha a coluna <strong>de</strong> Suposições, <strong>de</strong> baixo para cima<br />

■ Em seguida, preencha as linhas horizontais para i<strong>de</strong>ntificar os Indica<strong>do</strong>res e as Evidências<br />

para cada um <strong>do</strong>s objetivos.<br />

Ao completarmos o marco lógico <strong>de</strong>sta maneira, evitamos nos envolver <strong>de</strong>masiadamente com<br />

os <strong>de</strong>talhes antes que a estrutura <strong>do</strong> projeto tenha si<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvida.<br />

A melhor forma <strong>de</strong> montar um marco lógico é usar várias folhas <strong>de</strong> papel e um lápis ou<br />

bilhetes a<strong>de</strong>sivos. Isto significa que mudanças po<strong>de</strong>m ser feitas ao marco lógico durante o<br />

andamento das discussões, sem que ele fique <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>.<br />

FASE 1 RESUMO DE OBJETIVOS<br />

Preencha a coluna <strong>de</strong> resumo <strong>do</strong> marco lógico, <strong>de</strong> cima para baixo, fazen<strong>do</strong> uma breve<br />

afirmação <strong>do</strong>s objetivos em cada um <strong>do</strong>s níveis. Ao fazer isto, consulte a “árvore <strong>de</strong> objetivos”<br />

elaborada anteriormente (consulte a página 36).<br />

Os níveis <strong>de</strong> objetivos vistos no “ramo” localiza<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> círculo feito na “árvore <strong>de</strong><br />

objetivos” relacionam-se com os níveis da hierarquia <strong>de</strong> objetivos.<br />

O PROBLEMA PRINCIPAL nos<br />

dá o Propósito <strong>do</strong> projeto<br />

As CAUSAS i<strong>de</strong>ntificam…<br />

…os Resulta<strong>do</strong>s a<br />

curto prazo<br />

…e as Ativida<strong>de</strong>s<br />

Nós vamos precisar i<strong>de</strong>ntificar uma Meta e, neste momento em que estamos organizan<strong>do</strong> os<br />

objetivos para o projeto, po<strong>de</strong>remos <strong>de</strong>cidir que queremos mudar alguns <strong>de</strong>les ou acrescentar<br />

mais alguns.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

PROBLEMA<br />

PRINCIPAL<br />

41


42<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Explicação <strong>do</strong>s<br />

objetivos<br />

Exercício<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

META Esta é a meta <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento mais ampla e <strong>de</strong> longo prazo. Trata-se <strong>de</strong> um esta<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>seja<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> uma necessida<strong>de</strong> ou problema não mais existe ou tenha si<strong>do</strong> significativamente<br />

melhorada. O projeto contribuirá para este impacto <strong>de</strong> longo prazo, mas não o alcançará<br />

sozinho. A meta po<strong>de</strong> ser a mesma para uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> e <strong>de</strong> organizações. A meta<br />

po<strong>de</strong> ser um objetivo governamental ou uma Meta <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Milênio das<br />

Nações Unidas.<br />

Exemplo: ■ Melhor nível <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> entre as crianças.<br />

■ Menor incidência e impacto das <strong>do</strong>enças diarréicas.<br />

PROPÓSITO Que mudança ou benefício queremos que o projeto alcance? Procure incluir<br />

benefícios materiais e mudanças sociais positivas na afirmação <strong>de</strong> propósito.<br />

Deverá haver apenas um propósito. Se tivermos mais <strong>do</strong> que um propósito, será difícil<br />

manejar o projeto e, portanto, <strong>de</strong>veremos consi<strong>de</strong>rar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> termos <strong>projetos</strong><br />

separa<strong>do</strong>s. Cada um <strong>de</strong>les <strong>de</strong>verá ter um marco lógico separa<strong>do</strong>, mas ambos compartilharão a<br />

mesma meta.<br />

Exemplo: ■ Maior imunização na região <strong>do</strong> projeto.<br />

■ Melhor acesso e uso <strong>de</strong> água potável na diocese.<br />

RESULTADOS A CURTO PRAZO Que mudanças a curto prazo são necessárias para alcançar o<br />

propósito? Em outras palavras, que resulta<strong>do</strong>s serão alça<strong>do</strong>s pelo projeto? Os resulta<strong>do</strong>s a curto<br />

prazo são aqueles sobre os quais a equipe <strong>do</strong> projeto tem controle. Normalmente, po<strong>de</strong>rão<br />

existir entre três e seis resulta<strong>do</strong>s a curto prazo.<br />

Exemplo: ■ Equipe <strong>de</strong> sanitaristas fortalecida e trabalhan<strong>do</strong>.<br />

■ Fontes melhoradas <strong>de</strong> água potável.<br />

ATIVIDADES Como alcançaremos os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo? É provável que exista uma lista<br />

comprida <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s a serem realizadas. No entanto, o marco lógico não <strong>de</strong>verá incluir uma<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>masiada <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes. Informações <strong>de</strong>talhadas sobre as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>verão ser<br />

incluídas em um cronograma separa<strong>do</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s (consulte a página 60).<br />

As frases que <strong>de</strong>screvem as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem começar com um verbo ativo.<br />

Exemplo: ■ Recrutar sanitaristas.<br />

■ Melhorar as condições <strong>do</strong>s poços existentes e perfurar novos poços.<br />

Não é necessário estabelecer metas (quantitativas e qualitativas) a esta altura. Isto po<strong>de</strong> ser<br />

feito quan<strong>do</strong> a coluna 2 (indica<strong>do</strong>res) estiver preenchida. Use um sistema <strong>de</strong> numeração para<br />

assegurar-se que as ativida<strong>de</strong>s sejam relacionadas aos resulta<strong>do</strong>s a curto prazo (consulte o<br />

exemplo <strong>de</strong> marco lógico da página 57).<br />

Imagine que você esteja organizan<strong>do</strong> uma festa <strong>de</strong> casamento. O que você <strong>de</strong>finiria como sen<strong>do</strong> a<br />

meta, o propósito, os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo e as ativida<strong>de</strong>s? Escreva-os em pedaços <strong>de</strong> cartolina e<br />

organize-os em uma “árvore <strong>de</strong> objetivos”.<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Teste “Se-Então” Quan<strong>do</strong> tivermos preenchi<strong>do</strong> os objetivos para cada um <strong>do</strong>s níveis, <strong>de</strong>veremos nos certificar<br />

que as afirmações estejam mutuamente vinculadas, <strong>de</strong> forma lógica. Para fazer isto, use o teste<br />

“Se-Então”:<br />

Exercício<br />

Exercício<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

■ Observe as ativida<strong>de</strong>s. Se realizarmos todas as ativida<strong>de</strong>s, elas então chegarão aos resulta<strong>do</strong>s<br />

a curto prazo?<br />

■ Observe os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo. Se os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo forem produzi<strong>do</strong>s, eles<br />

então alcançarão o propósito?<br />

■ Se o propósito for alcança<strong>do</strong>, ele então contribuirá para o alcance da meta?<br />

Por exemplo:<br />

■ Se treinarmos membros da comunida<strong>de</strong> a manterem e consertarem bombas manuais<br />

(ativida<strong>de</strong>s), então as fontes <strong>de</strong> água potável serão melhoradas (resulta<strong>do</strong> a curto prazo).<br />

■ Se as fontes <strong>de</strong> água potável forem melhoradas (resulta<strong>do</strong>s a curto prazo), então o acesso à<br />

água potável será melhora<strong>do</strong> (propósito).<br />

■ Se o acesso à água potável for melhora<strong>do</strong> (propósito), então a incidência e o impacto das<br />

<strong>do</strong>enças diarréicas serão diminuí<strong>do</strong>s (meta).<br />

Po<strong>de</strong>remos concluir que precisaremos ajustar a maneira <strong>de</strong> expressar os objetivos ou incluir<br />

objetivos novos. Po<strong>de</strong>remos <strong>de</strong>cidir que alguns <strong>do</strong>s objetivos não sejam relevantes e que, por<br />

isto, eles <strong>de</strong>verão ser anula<strong>do</strong>s.<br />

Verifique a lógica <strong>do</strong>s objetivos relaciona<strong>do</strong>s com a organização da festa <strong>de</strong> casamento.<br />

Imagine que você faz parte <strong>de</strong> um time <strong>de</strong> futebol. Os seguintes objetivos foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s:<br />

■ META Ser o melhor time <strong>de</strong> futebol <strong>do</strong> país.<br />

■ PROPÓSITO Vencer o próximo jogo.<br />

■ RESULTADOS A CURTO PRAZO Ataque bem sucedi<strong>do</strong>, <strong>de</strong>fesa bem sucedida.<br />

■ ATIVIDADES Dar o pontapé na bola, chutar a bola, driblar.<br />

Se <strong>de</strong>rmos o pontapé, chutarmos a bola e driblarmos, isto então resultará em um ataque e <strong>de</strong>fesa<br />

bem sucedi<strong>do</strong>s?<br />

Se o nosso ataque e <strong>de</strong>fesa forem bem sucedi<strong>do</strong>s, isto então alcançará o propósito <strong>de</strong> ganhar o jogo?<br />

Que mudanças talvez sejam necessárias para que alcancemos os nossos objetivos?<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

43


44<br />

2<br />

Meta<br />

Propósito<br />

Resulta<strong>do</strong>s a curto prazo<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Primeira coluna <strong>do</strong> marco lógico – um exemplo preenchi<strong>do</strong><br />

RESUMO INDICADORES EVIDÊNCIAS SUPOSIÇÕES<br />

Menor incidência e impacto das <strong>do</strong>ença<br />

diarréicas<br />

Melhor acesso e uso <strong>de</strong> água potável na<br />

diocese<br />

1 Sistemas participativos <strong>de</strong> gestão em<br />

funcionamento para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

necessida<strong>de</strong>s, planejamento e<br />

monitoramento<br />

2 Fontes melhoradas <strong>de</strong> água potável<br />

3 Maior conscientização comunitária sobre<br />

boas práticas <strong>de</strong> higiene<br />

1.1 Formar comitês <strong>de</strong> usuários da água<br />

(CUAs)<br />

1.2 Dar treinamento aos membros <strong>do</strong>s CUAs<br />

sobre levantamentos, planejamento,<br />

monitoramento e preparação <strong>de</strong><br />

propostas<br />

1.3 As comunida<strong>de</strong>s realizam levantamentos<br />

<strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e <strong>de</strong> monitoramento<br />

sobre o nível <strong>de</strong> utilização da água e<br />

necessida<strong>de</strong>s e submetem as propostas<br />

1.4 Realizar reuniões regionais conjuntas <strong>de</strong><br />

planejamento entre a Diocese, o Departamento<br />

Distrital <strong>de</strong> Água e os CUAs<br />

2.1 Os CUAs selecionam os Agentes<br />

Comunitários <strong>de</strong> Água (ACAs) e<br />

concordam sobre os incentivos<br />

2.2 Treinar os ACAs em como perfurar e<br />

cobrir os poços; manter e consertar as<br />

bombas manuais<br />

2.3 Melhorar as condições <strong>do</strong>s poços<br />

existentes e perfurar novos poços<br />

2.4 Tomar providências para que o<br />

Departamento Distrital <strong>de</strong> Água teste a<br />

qualida<strong>de</strong> da água<br />

2.5 Os ACAs reparam e fazem a manutenção<br />

das bombas manuais<br />

3.1 Treinar Promotores Comunitários <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> (PCSs) existentes para que<br />

aumentem os seus conhecimentos sobre<br />

as <strong>do</strong>enças diarréicas e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

se ter boas práticas <strong>de</strong> higiene<br />

3.2 Os Promotores Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

treinam homens, mulheres e crianças em<br />

boas práticas <strong>de</strong> higiene<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Levantamento<br />

<strong>de</strong> riscos<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

FASE 2 SUPOSIÇÕES<br />

Nós checamos se cada objetivo conduz ao objetivo acima, usan<strong>do</strong> o teste “Se-Então”. No<br />

entanto, nunca po<strong>de</strong>mos estar 100% certos <strong>de</strong> que cada um <strong>do</strong>s objetivos conduzirá ao<br />

próximo porque sempre haverá um risco <strong>de</strong> que fatores externos afetem a associação entre eles.<br />

A maioria <strong>do</strong>s <strong>projetos</strong> fracassam, não porque são mal estrutura<strong>do</strong>s, mas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à falta <strong>de</strong><br />

atenção à estes fatores que estão fora <strong>do</strong> controle <strong>do</strong> projeto, que são <strong>de</strong>masiadamente difíceis<br />

ou que são dispendiosos para serem controla<strong>do</strong>s. No marco lógico, precisamos <strong>de</strong>monstrar que<br />

pensamos sobre quais po<strong>de</strong>m ser estes fatores.<br />

Para preencher a coluna <strong>de</strong> suposições <strong>do</strong> marco lógico, consi<strong>de</strong>re primeiro os riscos associa<strong>do</strong>s<br />

com o projeto.<br />

Os riscos estão relaciona<strong>do</strong>s com os<br />

potenciais acontecimentos in<strong>de</strong>sejáveis.<br />

Todas as ativida<strong>de</strong>s envolvem riscos. Se<br />

eles acontecem, alguns riscos afetam a<br />

ativida<strong>de</strong> mais <strong>do</strong> que os <strong>de</strong>mais. Um<br />

levantamento <strong>de</strong> riscos ajuda a i<strong>de</strong>ntificálos,<br />

a consi<strong>de</strong>rar a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>les<br />

acontecerem e o provável impacto. Dessa<br />

forma, os riscos po<strong>de</strong>m ser administra<strong>do</strong>s<br />

alteran<strong>do</strong>-se os planos <strong>do</strong> projeto para<br />

garantir que os riscos sejam minimiza<strong>do</strong>s.<br />

Alguns exemplos <strong>de</strong> riscos:<br />

■ climáticos – queda <strong>de</strong> chuvas<br />

■ humanos – greves <strong>de</strong> funcionários,<br />

beneficiários relutantes em tentar<br />

novas técnicas, funcionários <strong>do</strong><br />

projeto sain<strong>do</strong> da organização<br />

■ econômicos – instabilida<strong>de</strong> nos preços<br />

<strong>do</strong>s produtos da safra<br />

■ políticos – políticas governamentais<br />

■ <strong>projetos</strong> <strong>de</strong> outras agências que não<br />

cumprem os seus cronogramas.<br />

MÉTODO PARA UM LEVANTAMENTO DE RISCOS<br />

Inicie com algumas folhas gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong> papel.<br />

ETAPA 1 I<strong>de</strong>ntifique os riscos:<br />

■ observan<strong>do</strong> as várias análises que foram realizadas, assim como a <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s, a<br />

econômica, ambiental, social, <strong>de</strong> problemas<br />

■ regressan<strong>do</strong> à “árvore <strong>de</strong> objetivos” (na página 37) e consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as limitações<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

Empresa <strong>de</strong><br />

Sabão Zapo<br />

Sinto muito, mas<br />

não po<strong>de</strong>mos mais<br />

apoiar este time<br />

<strong>de</strong> futebol<br />

O meu maior risco<br />

e pesa<strong>de</strong>lo!<br />

Ahh!<br />

45


46<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Matriz <strong>de</strong> impacto /<br />

probabilida<strong>de</strong><br />

■ observan<strong>do</strong> cada um <strong>do</strong>s objetivos no marco lógico e fazen<strong>do</strong> uma “explosão <strong>de</strong> idéias” das<br />

suposições que precisam ser feitas para que o objetivo superior seja alcança<strong>do</strong>. Série <strong>de</strong><br />

perguntas úteis a serem feitas:<br />

• Se fizermos estas ativida<strong>de</strong>s, o que po<strong>de</strong>ria nos impedir <strong>de</strong> alcançar estes resulta<strong>do</strong>s a<br />

curto prazo?<br />

• Se formos bem sucedi<strong>do</strong>s em alcançarmos estes resulta<strong>do</strong>s a curto prazo, o que po<strong>de</strong>ria<br />

nos impedir <strong>de</strong> alcançar o propósito?<br />

• Se o propósito for alcança<strong>do</strong>, o que po<strong>de</strong>ria nos impedir <strong>de</strong> contribuir para a meta?<br />

ETAPA 2 Use uma Matriz <strong>de</strong> impacto / probabilida<strong>de</strong> para avaliar os riscos.<br />

Faça uma lista <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os riscos e numere-os. Em seguida, consi<strong>de</strong>re quão provável é que cada<br />

um <strong>de</strong>les aconteça (probabilida<strong>de</strong>) e qual po<strong>de</strong>ria ser o impacto <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les. Pense no<br />

impacto sobre os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> projeto e também sobre os beneficiários. Coloque os números<br />

na matriz.<br />

Por exemplo, em um projeto volta<strong>do</strong> a melhorar as colheitas, o primeiro risco i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> é<br />

que os agricultores talvez não aceitem as novas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sementes. A probabilida<strong>de</strong> disto<br />

acontecer é consi<strong>de</strong>rada média e o impacto sobre o projeto, se este risco for concretiza<strong>do</strong>, é<br />

alto. Portanto, o número “1” <strong>de</strong>ve ser coloca<strong>do</strong> no quadra<strong>do</strong> apropria<strong>do</strong>.<br />

PROBABILIDADE<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

BAIXO<br />

MEDIO<br />

ALTO<br />

ETAPA 3 Pense sobre medidas que possam reduzir ou eliminar os riscos. Talvez <strong>de</strong>sejemos prestar menos<br />

atenção aos riscos <strong>de</strong> pouca probabilida<strong>de</strong> e baixo impacto, embora alguns passos simples<br />

possam reduzi-los. É importante prestar atenção para os riscos localiza<strong>do</strong>s na parte inferior<br />

direita da Matriz <strong>de</strong> impacto / probabilida<strong>de</strong> (alta probabilida<strong>de</strong> e alto impacto) pois eles,<br />

particularmente, ameaçam o sucesso <strong>do</strong> projeto. Se este riscos não po<strong>de</strong>m ser reduzi<strong>do</strong>s, talvez<br />

seja necessário cancelar o projeto.<br />

Por exemplo, o risco <strong>do</strong>s agricultores não aceitarem as novas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sementes é bastante<br />

importante. Uma medida para reduzir o risco po<strong>de</strong>ria ser a <strong>de</strong> garantir a participação <strong>do</strong>s<br />

agricultores na escolha das novas varieda<strong>de</strong>s. Se houver uma falta <strong>de</strong> chuvas, o projeto po<strong>de</strong>rá<br />

fracassar. Talvez seja necessário consi<strong>de</strong>rar irrigação como um objetivo <strong>do</strong> projeto.<br />

Lembre-se <strong>de</strong> acrescentar estas medidas <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> riscos nos objetivos <strong>do</strong> projeto. Em<br />

termos <strong>do</strong> marco lógico, isto vai requerer a inclusão <strong>de</strong> mais ativida<strong>de</strong>s e, possivelmente, <strong>de</strong><br />

resulta<strong>do</strong>s a curto prazo.<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />

IMPACTO<br />

BAIXO MEDIO ALTO<br />

1 Os agricultores talvez não aceitem as novas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sementes<br />

2 Possível falta <strong>de</strong> chuvas<br />

1<br />

2


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Incluin<strong>do</strong> riscos<br />

no marco lógico<br />

“Árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> riscos”<br />

Adaptação da publicação<br />

AusGUIDElines (2002),<br />

AusAID, página 25<br />

Riscos e<br />

suposições<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Agora, regresse ao marco lógico e escreva os principais riscos como suposições na coluna 4.<br />

Estes são os riscos que po<strong>de</strong>rão, na verda<strong>de</strong>, fazer com que o projeto fracasse se eles se<br />

concretizarem. Alguns riscos po<strong>de</strong>rão ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s tão críticos que <strong>de</strong>cidamos não<br />

prosseguir com o projeto. O diagrama abaixo <strong>de</strong>verá ajudar a <strong>de</strong>cidir quais riscos precisam ser<br />

incluí<strong>do</strong>s no marco lógico como suposições.<br />

Inclua no marco lógico<br />

como uma suposição<br />

Monitore o risco e pense<br />

em maneiras <strong>de</strong> reduzi-lo<br />

Monte novamente o projeto –<br />

por exemplo, acrescente<br />

ativida<strong>de</strong>s ou resulta<strong>do</strong>s a curto<br />

prazo ou revise o propósito<br />

Uma vez que tenhamos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> os riscos, po<strong>de</strong>remos transformá-los em suposições.<br />

Riscos são afirmações negativas sobre coisas que po<strong>de</strong>rão dar erra<strong>do</strong>. As suposições<br />

transformam os riscos em afirmações positivas. Elas são as condições que precisam ser<br />

atendidas para que o projeto possa continuar.<br />

Por exemplo, pense em um risco em um projeto agrícola <strong>de</strong> extensão. Ao reformularmos a<br />

frase para que ela <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> ser negativa e passe a ser positiva, o risco po<strong>de</strong> ser transforma<strong>do</strong> em<br />

uma suposição:<br />

RISCO Talvez os agricultores não aceitem as novas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> arroz.<br />

SUPOSIÇÃO Os agricultores estão dispostos a experimentar as novas varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> arroz.<br />

É comum escrevermos suposições, ao invés <strong>de</strong> riscos, na coluna 4. Evite misturar riscos e<br />

suposições. Geralmente existem menos suposições importantes no nível <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s. O nível<br />

<strong>de</strong> incerteza aumenta para os objetivos mais altos. Isto é porque exercemos menos controle<br />

sobre os níveis mais altos. É mais fácil mudar ou acrescentar ativida<strong>de</strong>s para reduzir o risco. É<br />

mais difícil tomar medidas contra alguns <strong>do</strong>s riscos que ameaçam o uso <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s a curto<br />

prazo para alcançar o propósito, ou a maneira na qual o propósito contribui para a meta.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

PROVÁVEL<br />

SIM<br />

O RISCO É DE<br />

ALTO IMPACTO?<br />

SIM<br />

ELE VAI<br />

ACONTECER?<br />

QUASE QUE CERTAMENTE<br />

É<br />

POSSÍVEL<br />

MONTAR NOVAMENTE<br />

O PROJETO E INFLUEN-<br />

CIAR O FATOR<br />

EXTERNO?<br />

IMPROVÁVEL<br />

NÃO<br />

NÃO<br />

Não inclua no<br />

marco lógico<br />

Projeto <strong>de</strong> alto risco que<br />

provavelmente <strong>de</strong>ve ser<br />

rejeita<strong>do</strong><br />

47


48<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Pense em um<br />

projeto agrícola<br />

<strong>de</strong> extensão<br />

Teste<br />

“Se-E-Então”<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

■ “Fornecer sementes <strong>de</strong> arroz e orientações” po<strong>de</strong>ria ser uma ativida<strong>de</strong>. “Programa <strong>de</strong> treinamento<br />

monta<strong>do</strong> e realiza<strong>do</strong>” po<strong>de</strong>ria ser um resulta<strong>do</strong> a curto prazo. Estes são <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

gerente <strong>do</strong> projeto. Se estes serviços não forem presta<strong>do</strong>s, o gerente po<strong>de</strong>rá, portanto, ser<br />

responsabiliza<strong>do</strong> pelo fracasso <strong>do</strong> projeto. Se eles forem presta<strong>do</strong>s, ele (a) po<strong>de</strong>rá ser elogia<strong>do</strong> (a)<br />

pelo sucesso <strong>do</strong> projeto.<br />

■ O propósito <strong>do</strong> projeto po<strong>de</strong>rá ser “maior produção média <strong>de</strong> arroz por parte <strong>do</strong>s agricultores da<br />

região <strong>do</strong> projeto”. O gerente <strong>do</strong> projeto talvez não seja totalmente responsável se o projeto<br />

fracassar. Por exemplo, os clientes talvez não utilizem o treinamento que receberam.<br />

■ Existem passos que po<strong>de</strong>m ser toma<strong>do</strong>s para reduzir o risco, assim como garantir que os<br />

agricultores sejam envolvi<strong>do</strong>s no projeto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo, aumentan<strong>do</strong> a apropriação e permitin<strong>do</strong> a<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s. Mas ainda exerceremos menos controle sobre o alcance <strong>do</strong> propósito<br />

<strong>do</strong> que sobre os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo e as ativida<strong>de</strong>s.<br />

Para cada um <strong>do</strong>s objetivos <strong>do</strong> marco lógico, consi<strong>de</strong>re que suposições precisam ser feitas para<br />

que aquele objetivo conduza ao objetivo no próximo nível. Confira a lógica usan<strong>do</strong> o teste<br />

“Se-E-Então”:<br />

Meta<br />

Propósito<br />

Resulta<strong>do</strong>s a<br />

curto prazo<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

Por exemplo:<br />

RESUMO INDICADORES EVIDÊNCIAS SUPOSIÇÕES<br />

ENTÃO<br />

SE E<br />

■ Se treinarmos membros da comunida<strong>de</strong> para que mantenham e consertem as bombas<br />

manuais (ativida<strong>de</strong>s), e um sistema eficiente <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> peças existir (suposição),<br />

então as fontes <strong>de</strong> água potável serão melhoradas (resulta<strong>do</strong> a curto prazo).<br />

■ Se as fontes <strong>de</strong> água potável forem melhoradas (resulta<strong>do</strong> a curto prazo), e uma quantida<strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> água estiver disponível (suposição), então o acesso à água potável será<br />

melhora<strong>do</strong> (propósito).<br />

■ Se o acesso à água potável for melhora<strong>do</strong> (propósito) e a incidência das <strong>do</strong>enças diarréicas<br />

for <strong>de</strong>vida à água impura (suposição), então a incidência e o impacto das <strong>do</strong>enças diarréicas<br />

serão diminuí<strong>do</strong>s (meta).<br />

Devi<strong>do</strong> à possibilida<strong>de</strong> das condições externas mudarem, é essencial que realizemos outros<br />

levantamentos <strong>de</strong> riscos durante to<strong>do</strong> o projeto para garantir que assumamos controle sobre<br />

todas as ameaças ao sucesso <strong>do</strong> mesmo.<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Condições<br />

críticas<br />

Marco lógico<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Às vezes o marco lógico po<strong>de</strong>rá requerer o preenchimento <strong>de</strong> mais um quadra<strong>do</strong> intitula<strong>do</strong><br />

“Condições críticas ou Condições Prévias”.<br />

Meta<br />

Propósito<br />

Resulta<strong>do</strong>s a<br />

curto prazo<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

RESUMO INDICADORES EVIDÊNCIAS SUPOSIÇÕES<br />

Estas condições referem-se a coisas que <strong>de</strong>vem acontecer antes que o projeto possa começar.<br />

Faça perguntas como:<br />

■ Teremos condições <strong>de</strong> encontrar pessoal qualifica<strong>do</strong> com os salários que estão sen<strong>do</strong><br />

ofereci<strong>do</strong>s?<br />

■ Se os recursos <strong>de</strong>verão ser forneci<strong>do</strong>s por outras agências ou pelo governo, quan<strong>do</strong> eles<br />

serão disponibiliza<strong>do</strong>s?<br />

■ Os materiais essenciais ou o financiamento serão disponibiliza<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> quisermos iniciar<br />

o projeto?<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

Condições Críticas<br />

49


50<br />

2<br />

Meta<br />

Propósito<br />

Resulta<strong>do</strong>s a curto prazo<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Primeira e quarta colunas <strong>do</strong> marco lógico – um exemplo preenchi<strong>do</strong><br />

RESUMO INDICADORES EVIDÊNCIAS SUPOSIÇÕES<br />

Menor incidência e impacto das <strong>do</strong>ença<br />

diarréicas<br />

Melhor acesso e uso <strong>de</strong> água potável na<br />

diocese<br />

1 Sistemas participativos <strong>de</strong> gestão em<br />

funcionamento para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

necessida<strong>de</strong>s, planejamento e<br />

monitoramento<br />

2 Fontes melhoradas <strong>de</strong> água potável<br />

3 Maior conscientização comunitária sobre<br />

boas práticas <strong>de</strong> higiene<br />

1.1 Formar comitês <strong>de</strong> usuários da água<br />

(CUAs)<br />

1.2 Dar treinamento aos membros <strong>do</strong>s CUAs<br />

sobre levantamentos, planejamento,<br />

monitoramento e preparação <strong>de</strong><br />

propostas<br />

1.3 As comunida<strong>de</strong>s realizam levantamentos<br />

<strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e <strong>de</strong> monitoramento<br />

sobre o nível <strong>de</strong> utilização da água e<br />

necessida<strong>de</strong>s e submetem as propostas<br />

1.4 Realizar reuniões regionais conjuntas <strong>de</strong><br />

planejamento entre a Diocese, o Departamento<br />

Distrital <strong>de</strong> Água e os CUAs<br />

2.1 Os CUAs selecionam os Agentes<br />

Comunitários <strong>de</strong> Água (ACAs) e<br />

concordam sobre os incentivos<br />

2.2 Treinar os ACAs em como perfurar e<br />

cobrir os poços; manter e consertar as<br />

bombas manuais<br />

2.3 Melhorar as condições <strong>do</strong>s poços<br />

existentes e perfurar novos poços<br />

2.4 Tomar providências para que o<br />

Departamento Distrital <strong>de</strong> Água teste a<br />

qualida<strong>de</strong> da água<br />

2.5 Os ACAs reparam e fazem a manutenção<br />

das bombas manuais<br />

3.1 Treinar Promotores Comunitários <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> (PCSs) existentes para que<br />

aumentem os seus conhecimentos sobre<br />

as <strong>do</strong>enças diarréicas e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

se ter boas práticas <strong>de</strong> higiene<br />

3.2 Os Promotores Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

treinam homens, mulheres e crianças em<br />

boas práticas <strong>de</strong> higiene<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />

Atendimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não se<br />

<strong>de</strong>teriora<br />

As <strong>do</strong>enças diarréicas são <strong>de</strong>vidas à<br />

água impura e às práticas <strong>de</strong> higiene<br />

Quantida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> água<br />

disponível<br />

As pessoas não são excluídas <strong>de</strong><br />

terem acesso às fontes melhoradas<br />

Acesso não será para usos<br />

potencialmente poluentes<br />

As práticas <strong>de</strong> higiene são<br />

culturalmente aceitáveis<br />

O lençol <strong>de</strong> água não contem<br />

arsênico<br />

As comunida<strong>de</strong>s estão confiantes <strong>de</strong><br />

que as fontes <strong>de</strong> água po<strong>de</strong>m ser<br />

melhoradas<br />

Os membros <strong>do</strong>s comitês assumirão<br />

a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar para<br />

a comunida<strong>de</strong><br />

Os comitês <strong>de</strong> usuários da água<br />

continuarão a funcionar em prol <strong>do</strong>s<br />

interesses <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s<br />

A comunida<strong>de</strong> estará preparada para<br />

trabalhar com os CUAs<br />

O sistema <strong>de</strong> incentivos para os<br />

ACAs é suficiente e sustenta<strong>do</strong><br />

Sistema eficaz <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong><br />

peças<br />

O Departamento Distrital <strong>de</strong> Água<br />

continua a receber recursos<br />

suficientes para realizar os testes na<br />

água; teste alternativo será possível,<br />

caso contrário<br />

Os membros da comunida<strong>de</strong><br />

aplicam o treinamento que<br />

receberam


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

FASE 3 INDICADORES E EVIDÊNCIAS<br />

Indica<strong>do</strong>res<br />

(coluna 2 <strong>do</strong><br />

marco lógico)<br />

Tipos <strong>de</strong><br />

indica<strong>do</strong>res<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Os indica<strong>do</strong>res são metas que<br />

mostram progresso rumo ao<br />

alcance <strong>do</strong>s objetivos. Eles<br />

respon<strong>de</strong>m a pergunta: “Como<br />

sabemos se o que planejamos<br />

está acontecen<strong>do</strong> ou aconteceu?”<br />

Os indica<strong>do</strong>res nos ajudam a<br />

monitorar, rever e avaliar o projeto.<br />

Eles nos permitem saber se os<br />

planos <strong>do</strong> projeto precisam ser<br />

ajusta<strong>do</strong>s. Eles nos ajudam a<br />

apren<strong>de</strong>r lições <strong>de</strong> um projeto e,<br />

assim, evitamos cometer os mesmos<br />

erros em outros <strong>projetos</strong>.<br />

No marco lógico, às vezes os<br />

indica<strong>do</strong>res são chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

“Indica<strong>do</strong>res Objetivamente Verificáveis”. O termo “objetivamente” é usa<strong>do</strong> porque os<br />

indica<strong>do</strong>res não <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista da pessoa que o estiver medin<strong>do</strong>. Não<br />

<strong>de</strong>ve importar quem os me<strong>de</strong>m – o mesmo resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser alcança<strong>do</strong>. Assim, é melhor<br />

pedir para que duas pessoas meçam o nível <strong>de</strong> comparecimento em uma reunião contan<strong>do</strong> o<br />

número <strong>de</strong> pessoas presentes, ao invés <strong>de</strong> pedir que elas o categorizem como muito ruim,<br />

ruim, a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, bom e muito bom. Uma pessoa po<strong>de</strong>rá achar que o nível <strong>de</strong> comparecimento<br />

é muito bom, enquanto a outra po<strong>de</strong>rá achar que é apenas a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. Isto <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ria das<br />

experiências anteriores com reuniões que elas tenham ti<strong>do</strong> e das suas próprias expectativas <strong>de</strong><br />

quantas pessoas po<strong>de</strong>riam comparecer na reunião em questão.<br />

É importante pensarmos sobre quem <strong>de</strong>veria i<strong>de</strong>ntificar e medir os indica<strong>do</strong>res. Os atores<br />

interessa<strong>do</strong>s primários <strong>de</strong>vem ter uma oportunida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>terminar indica<strong>do</strong>res porque:<br />

■ isto aumenta a apropriação e a transparência <strong>do</strong> projeto<br />

■ os atores interessa<strong>do</strong>s primários talvez possam pensar em indica<strong>do</strong>res apropria<strong>do</strong>s que os<br />

funcionários <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong> fora da comunida<strong>de</strong> não teriam consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong><br />

■ algumas coisas são mais facilmente medidas pelos próprios atores interessa<strong>do</strong>s primários<br />

■ os atores interessa<strong>do</strong>s primários po<strong>de</strong>m ser incentiva<strong>do</strong>s e capacita<strong>do</strong>s através <strong>do</strong> progresso<br />

<strong>do</strong> projeto.<br />

Existem muitos tipos <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res a serem consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s. Procure ser criativo e use uma<br />

varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res para certificar-se que os objetivos possam ser medi<strong>do</strong>s efetivamente e<br />

que as necessida<strong>de</strong>s das áreas <strong>de</strong> monitoramento e avaliação possam ser atendidas.<br />

■ Os indica<strong>do</strong>res FORMATIVOS (também chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Marcos) são usa<strong>do</strong>s durante uma<br />

ativida<strong>de</strong>, fase ou projeto para mostrar se o progresso está acompanhan<strong>do</strong> o que foi<br />

planeja<strong>do</strong>.<br />

Os indica<strong>do</strong>res SUMATIVOS são usa<strong>do</strong>s no final <strong>do</strong> projeto para avaliação.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

Então, como<br />

vamos medir o<br />

nosso sucesso?<br />

Bem … gols marca<strong>do</strong>s,<br />

partidas ganhas,<br />

tamanho da multidão,<br />

cobertura da mídia!<br />

51


52<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

■ Os indica<strong>do</strong>res DIRETOS me<strong>de</strong>m o objetivo diretamente, assim como o número <strong>de</strong> crianças<br />

que freqüentam a escola.<br />

Os indica<strong>do</strong>res INDIRETOS (também chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res substitutos) são usa<strong>do</strong>s se os<br />

indica<strong>do</strong>res diretos não forem apropria<strong>do</strong>s ou possíveis, por exemplo:<br />

• os resulta<strong>do</strong>s não po<strong>de</strong>m ser medi<strong>do</strong>s diretamente, assim como a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida<br />

• os indica<strong>do</strong>res diretos são <strong>de</strong>masiadamente caros para serem medi<strong>do</strong>s<br />

• os indica<strong>do</strong>res diretos só po<strong>de</strong>m ser medi<strong>do</strong>s <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> projeto termina<strong>do</strong>.<br />

Por exemplo, ao medir um aumento no nível <strong>de</strong> alfabetização, talvez seja difícil ou caro<br />

entrevistar as crianças, mas o número <strong>de</strong> livros empresta<strong>do</strong>s da biblioteca da escola po<strong>de</strong>rá<br />

dar-lhe uma indicação se o nível <strong>de</strong> alfabetização aumentou.<br />

Po<strong>de</strong> ser muito difícil medir a renda das pessoas sem ofendê-las. Ao invés disso, po<strong>de</strong>mos<br />

observar mudanças nos gastos <strong>do</strong>mésticos. Isto po<strong>de</strong>rá incluir a escolha <strong>de</strong> uma lista <strong>de</strong> itens<br />

que uma casa po<strong>de</strong>rá ter, incluin<strong>do</strong> alguns itens <strong>de</strong> luxo, e observar como os gastos variam<br />

com o tempo. Nós também po<strong>de</strong>ríamos observar o volume <strong>de</strong> vendas das lojas e <strong>do</strong>s<br />

prove<strong>do</strong>res <strong>de</strong> serviços da região pois eles estão sujeitos a serem afeta<strong>do</strong>s pelas mudanças nos<br />

níveis <strong>de</strong> renda da população local.<br />

É mais fácil medir o comportamento <strong>do</strong> que os sentimentos pois o comportamento po<strong>de</strong> ser<br />

observa<strong>do</strong>. Assim, se <strong>de</strong>sejarmos medir se as pessoas se sentem mais confiantes, po<strong>de</strong>ríamos<br />

observar com que freqüência elas falam nas reuniões comunitárias.<br />

Os indica<strong>do</strong>res QUANTITATIVOS po<strong>de</strong>m ser analisa<strong>do</strong>s em forma numérica – quem, o quê,<br />

quan<strong>do</strong>, on<strong>de</strong>, quanto, quantos, com que freqüência? Eles po<strong>de</strong>rão incluir:<br />

■ com que freqüência as coisas acontecem<br />

■ o número <strong>de</strong> pessoas envolvidas ou afetadas<br />

■ níveis <strong>de</strong> crescimento<br />

■ níveis <strong>de</strong> utilização – por exemplo: matrículas escolares, visitas à clínica, aceitação <strong>de</strong> novas<br />

varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sementes.<br />

Os indica<strong>do</strong>res QUALITATIVOS me<strong>de</strong>m coisas que não po<strong>de</strong>m ser contadas, assim como:<br />

■ satisfação, opiniões<br />

■ habilida<strong>de</strong> na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões<br />

■ mudanças em atitu<strong>de</strong>s.<br />

Procure usar uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res quantitativos e qualitativos para não <strong>de</strong>ixarmos <strong>de</strong><br />

capturar o verda<strong>de</strong>iro progresso e impacto <strong>do</strong> projeto.<br />

A imaginação é muito importante quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>finimos os indica<strong>do</strong>res. Po<strong>de</strong>rá ser útil pedir que<br />

um grupo <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s que estejam <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> indica<strong>do</strong>res fechem os olhos e<br />

imaginem como a situação será melhorada no final <strong>do</strong> projeto. O quê eles ouvem, vêem,<br />

tocam, sentem e cheiram que será diferente quan<strong>do</strong> o problema principal tiver si<strong>do</strong><br />

soluciona<strong>do</strong>? Se estivermos procuran<strong>do</strong> fazer um trabalho integral <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, o<br />

nosso impacto sobre o bem-estar espiritual <strong>de</strong>ve ser tão gran<strong>de</strong> quanto sobre o bem-estar<br />

físico. Os indica<strong>do</strong>res espirituais são especialmente difíceis <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s. Talvez os<br />

indica<strong>do</strong>res indiretos precisem ser usa<strong>do</strong>s.<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

EXEMPLOS<br />

<strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res<br />

básicos<br />

Definin<strong>do</strong> bons<br />

indica<strong>do</strong>res<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

■ ECONÔMICOS Produção por hectare, produção por trabalha<strong>do</strong>r, ovos por dia, produção <strong>de</strong> produtos<br />

<strong>de</strong> artesanato por mês, renda média, tamanho <strong>de</strong> terreno por família, ga<strong>do</strong> por família, percentual <strong>de</strong><br />

pessoas com contas bancárias, percentual <strong>de</strong> pessoas acima ou abaixo da linha <strong>de</strong> pobreza,<br />

percentual <strong>de</strong> pessoas sem terras, taxa <strong>de</strong> migração.<br />

■ SOCIAIS Taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> infantil, número <strong>de</strong> mortes, taxa <strong>de</strong> alfabetização, número médio <strong>de</strong><br />

anos na escola, número <strong>de</strong> estudantes que entram na educação secundária, diferença entre os<br />

salários pagos para os homens e as mulheres, percentual <strong>de</strong> mulheres que recebem treinamento,<br />

percentual <strong>de</strong> pessoas que comparecem às reuniões, representação <strong>de</strong> grupos em <strong>de</strong>svantagem nos<br />

comitês<br />

■ AMBIENTAIS Peixes pesca<strong>do</strong>s por ano, tempo que a terra permanece sem cultivo, floresta<br />

<strong>de</strong>smatada a cada ano, disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água no solo, erosão, percentual <strong>de</strong> famílias pratican<strong>do</strong> a<br />

adubação com composto, tempo médio diário coletan<strong>do</strong> lenha.<br />

■ ESPIRITUAIS Nível <strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong>, número <strong>de</strong> divórcios, número <strong>de</strong> membros <strong>de</strong> igrejas,<br />

comparecimento em reuniões da igreja.<br />

Adapta<strong>do</strong> da publicação Introduction to the Programme and Project Cycle: training handbook CIDT (2002)<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Wolverhampton<br />

Os indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong>vem ser:<br />

■ RELEVANTES O indica<strong>do</strong>r é relevante ao objetivo que ele está medin<strong>do</strong>? Por exemplo, se o<br />

objetivo for “aumentar o uso <strong>de</strong> bombas manuais”, medir o número <strong>de</strong> bombas manuais<br />

produzidas não seria um bom indica<strong>do</strong>r porque ele não me<strong>de</strong> quantas <strong>de</strong>las estão sen<strong>do</strong><br />

verda<strong>de</strong>iramente usadas.<br />

■ SUFICIENTES É necessário ter mais <strong>do</strong> que um indica<strong>do</strong>r?<br />

■ ESPECÍFICO Qualitativo, quantitativo, tempo (veja o quadro QQT na página 54).<br />

■ MENSURÁVEL O indica<strong>do</strong>r po<strong>de</strong> ser realisticamente mensurável?<br />

■ SENSÍVEL ÀS MUDANÇAS que estarão acontecen<strong>do</strong> como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> projeto ou programa –<br />

se as mudanças planejadas acontecerem, o indica<strong>do</strong>r continuará sen<strong>do</strong> apropria<strong>do</strong> e<br />

mensurável?<br />

■ ECONOMICAMENTE COMPENSADOR Os indica<strong>do</strong>res po<strong>de</strong>m ser medi<strong>do</strong>s com custos e esforços<br />

razoáveis? O custo para medir os indica<strong>do</strong>res é proporcional ao custo total <strong>do</strong> projeto?<br />

■ DISPONÍVEL O indica<strong>do</strong>r po<strong>de</strong> ser medi<strong>do</strong> no tempo planeja<strong>do</strong>? Consi<strong>de</strong>re, por exemplo, as<br />

mudanças climáticas sazonais.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

53


54<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

QQT<br />

Exercício<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

O termo QQT é freqüentemente usa<strong>do</strong> para garantir que os indica<strong>do</strong>res sejam específicos. QQT<br />

significa:<br />

■ QUANTIDADE – o âmbito da mudança – em quanto, em quantos<br />

■ QUALIDADE – o tipo <strong>de</strong> mudança<br />

■ TEMPO – até quan<strong>do</strong> a mudança <strong>de</strong>verá acontecer.<br />

Exemplo 1<br />

Passo 1 INDICADOR BÁSICO Planos estratégicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s<br />

Passo 2 ACRESCENTE QUANTIDADE 75% <strong>do</strong>s comitês <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> com planos estratégicos<br />

<strong>do</strong>cumenta<strong>do</strong>s<br />

Passo 3 ACRESCENTE QUALIDADE 75% <strong>do</strong>s comitês <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> com planos estratégicos <strong>do</strong>cumenta<strong>do</strong>s<br />

e aprova<strong>do</strong>s pelos atores interessa<strong>do</strong>s, incluin<strong>do</strong> os representantes da comunida<strong>de</strong><br />

Passo 4 ACRESCENTE TEMPO 75% <strong>do</strong>s comitês <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> com planos estratégicos <strong>do</strong>cumenta<strong>do</strong>s e<br />

aprova<strong>do</strong>s pelos atores interessa<strong>do</strong>s, incluin<strong>do</strong> os representantes da comunida<strong>de</strong>, até o final<br />

<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> ano<br />

Exemplo 2<br />

Objetivo: Melhor acesso aos merca<strong>do</strong>s regionais<br />

Passo 1 INDICADOR BÁSICO Tempo médio <strong>de</strong> viagem ao merca<strong>do</strong> mais próximo é reduzi<strong>do</strong><br />

Passo 2 ACRESCENTE QUANTIDADE Tempo médio <strong>de</strong> viagem ao merca<strong>do</strong> mais próximo é reduzi<strong>do</strong><br />

em 30%<br />

Passo 3 ACRESCENTE QUALIDADE Tempo médio <strong>de</strong> viagem ao merca<strong>do</strong> mais próximo é reduzi<strong>do</strong><br />

em 30% durante a estação chuvosa<br />

Passo 4 ACRESCENTE TEMPO Tempo médio <strong>de</strong> viagem ao merca<strong>do</strong> mais próximo é reduzi<strong>do</strong> em 30%<br />

durante a estação chuvosa até o terceiro ano<br />

Selecione alguns exemplos <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res básicos que po<strong>de</strong>riam ser usa<strong>do</strong>s em um projeto <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento rural integra<strong>do</strong> que inclui um clínica médica, um programa <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong><br />

agricultores e um programa <strong>de</strong> evangelismo. Selecione indica<strong>do</strong>res QQT que meçam:<br />

■ o impacto econômico (produção, resulta<strong>do</strong>s a curto prazo, renda, apropriação, acesso a capital<br />

e crédito, pobreza, etc)<br />

■ o impacto social (situação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, educação, gênero, li<strong>de</strong>rança, eqüida<strong>de</strong>, participação, etc)<br />

■ o impacto ambiental (sustentabilida<strong>de</strong>, habitats, condições <strong>do</strong> solo, resíduos, combustível, etc)<br />

■ o impacto espiritual.<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Indica<strong>do</strong>res<br />

associa<strong>do</strong>s com<br />

a meta<br />

Indica<strong>do</strong>res<br />

associa<strong>do</strong>s com<br />

o propósito<br />

Indica<strong>do</strong>res<br />

associa<strong>do</strong>s com<br />

os resulta<strong>do</strong>s a<br />

curto prazo<br />

Indica<strong>do</strong>res<br />

associa<strong>do</strong>s com<br />

as ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

MÉTODO PARA DEFINIR INDICADORES<br />

Trabalhe horizontalmente no marco lógico, fazen<strong>do</strong> uma “explosão <strong>de</strong> idéias” sobre<br />

indica<strong>do</strong>res que meçam cada um <strong>do</strong>s objetivos. Talvez haja a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> voltar a fazer<br />

referência à “árvore <strong>do</strong> problema” (na página 36). Os efeitos na “árvore <strong>do</strong> problema” po<strong>de</strong>m<br />

ser transforma<strong>do</strong>s em indica<strong>do</strong>res.<br />

■ Se houver uma lista comprida <strong>de</strong> possíveis indica<strong>do</strong>res para um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> objetivo,<br />

procure reduzi-la, incluin<strong>do</strong> apenas os indica<strong>do</strong>res essenciais. Precisamos indica<strong>do</strong>res<br />

suficientes para medirmos o alcance <strong>do</strong> objetivo com confiança, mas não uma quantia<br />

<strong>de</strong>masiada que nos leve a <strong>de</strong>sperdiçar tempo e dinheiro.<br />

■ Assegure-se <strong>de</strong> que os indica<strong>do</strong>res sejam bons (QQT) e que haja uma boa seleção –<br />

quantitativos e qualitativos, formativos e sumativos.<br />

Lembre-se que o marco lógico é um <strong>do</strong>cumento <strong>de</strong> trabalho que precisa ser examina<strong>do</strong> e<br />

revisa<strong>do</strong> regularmente. Alguns <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res talvez precisem ser muda<strong>do</strong>s durante o projeto<br />

se forem ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>masiadamente difíceis ou caros para serem medi<strong>do</strong>s.<br />

Devi<strong>do</strong> o projeto contribuir à meta mas não po<strong>de</strong>r ser totalmente responsável por alcançá-la,<br />

os indica<strong>do</strong>res relaciona<strong>do</strong>s a este nível po<strong>de</strong>rão ter um alcance que vai além <strong>do</strong> término <strong>do</strong><br />

projeto. Talvez eles não sejam medi<strong>do</strong>s pela nossa organização, mas sejam incluí<strong>do</strong>s nas<br />

estatísticas governamentais alguns meses <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> projeto ter si<strong>do</strong> concluí<strong>do</strong>. Naturalmente,<br />

um problema associa<strong>do</strong> com o uso <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res como estes é que eles não nos dizem quanto<br />

<strong>do</strong> progresso é <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao nosso projeto ou aos resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s <strong>projetos</strong> <strong>de</strong> outras organizações.<br />

Os indica<strong>do</strong>res associa<strong>do</strong>s com a meta <strong>de</strong>vem, no que seja possível, medir as mudanças<br />

durante a existência <strong>do</strong> projeto.<br />

Po<strong>de</strong> ser difícil i<strong>de</strong>ntificar os indica<strong>do</strong>res associa<strong>do</strong>s com o propósito. Isto é <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao fato <strong>de</strong><br />

que o objetivo liga<strong>do</strong> ao propósito geralmente <strong>de</strong>fine uma mudança <strong>de</strong> comportamento, a<br />

qual po<strong>de</strong> ser difícil <strong>de</strong> ser medida. É necessário pensar criativamente quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>finimos<br />

indica<strong>do</strong>res neste nível.<br />

Estes indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong>verão ser mais fáceis <strong>de</strong> serem medi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que os objetivos <strong>do</strong>s níveis<br />

superiores pois temos maior controle sobre eles. Os indica<strong>do</strong>res associa<strong>do</strong>s com os resulta<strong>do</strong>s a<br />

curto prazo po<strong>de</strong>m ser transferi<strong>do</strong>s para os termos <strong>de</strong> referência usa<strong>do</strong>s pelo funcionário ou<br />

consultor responsável por alcançar os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> curto prazo.<br />

Os indica<strong>do</strong>res associa<strong>do</strong>s com as ativida<strong>de</strong>s geralmente incluem um resumo <strong>do</strong>s recursos ou<br />

<strong>do</strong> orçamento. A indicação mais clara <strong>de</strong> que as ativida<strong>de</strong>s tenham aconteci<strong>do</strong> com êxito é se<br />

os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo tiverem si<strong>do</strong> alcança<strong>do</strong>s. No entanto, no caso <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s a<br />

curto prazo mais complexos, po<strong>de</strong>rá ser útil incluir indica<strong>do</strong>res associa<strong>do</strong>s com as ativida<strong>de</strong>s<br />

que mostrem o progresso rumo ao alcance <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s a curto prazo.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

55


56<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Evidências<br />

(coluna 3 <strong>do</strong><br />

marco lógico)<br />

EXEMPLOS<br />

<strong>de</strong> evidências<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

As evidências são chamadas <strong>de</strong> “Meios <strong>de</strong> Verificação” em algumas versões <strong>do</strong> marco lógico.<br />

Elas <strong>de</strong>screvem as fontes <strong>de</strong> informações que usaremos para medir os indica<strong>do</strong>res. Por<br />

exemplo, a temperatura <strong>do</strong> corpo é um indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Um termômetro nos fornece a<br />

evidência.<br />

Para o marco lógico, consi<strong>de</strong>re o seguinte:<br />

■ o tipo <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s necessários, assim como uma pesquisa<br />

■ a fonte <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s – se <strong>de</strong>vem ser secundárias (coletadas por outras pessoas) ou primárias<br />

(coletadas pela nossa organização)<br />

■ quem coletará e <strong>do</strong>cumentará os da<strong>do</strong>s<br />

■ freqüência e datas para a coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s. Por exemplo: mensal, trimestral, anual.<br />

Uma vez que evidências apropriadas tiverem si<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificadas para cada indica<strong>do</strong>r, consi<strong>de</strong>re<br />

se elas são / estão:<br />

■ DISPONÍVEIS Se quisermos usar da<strong>do</strong>s secundários, teremos condições <strong>de</strong> obter permissão<br />

para acessá-los? Eles serão da<strong>do</strong>s confiáveis?<br />

■ DE BAIXO CUSTO As informações serão caras <strong>de</strong>mais para serem coletadas?<br />

■ OPORTUNAS Teremos condições <strong>de</strong> coletar as informações quan<strong>do</strong> precisarmos <strong>de</strong>las?<br />

Consi<strong>de</strong>re as variações climáticas entre as estações. Se quisermos usar da<strong>do</strong>s secundários,<br />

eles terão si<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> correto? Às vezes, as estatísticas governamentais são<br />

liberadas somente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alguns meses que os da<strong>do</strong>s tenham si<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong>s porque<br />

<strong>de</strong>mora para que os mesmos sejam analisa<strong>do</strong>s.<br />

Se as evidências não estiverem disponíveis a baixo custo e na época certa, o indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong>verá<br />

ser troca<strong>do</strong> por outro que possa ser medi<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma mais eficaz.<br />

■ relatórios ■ pesquisas junto a usuários ■ registros <strong>de</strong> manutenção<br />

■ artigos <strong>de</strong> jornais ■ avaliação participativa ■ livros contábeis<br />

■ atas <strong>de</strong> reuniões ■ certifica<strong>do</strong> ■ estatísticas oficiais<br />

Procure fazer uso <strong>de</strong> sistemas e <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> informações já existentes antes <strong>de</strong> criar outros,<br />

mas assegure-se <strong>de</strong> que as informações usadas sejam confiáveis. Se for necessário coletar da<strong>do</strong>s<br />

primários, certifique-se <strong>de</strong> que isto seja incluí<strong>do</strong> nos objetivos associa<strong>do</strong>s às ativida<strong>de</strong>s e à lista<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s e orçamento.<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


2<br />

Meta<br />

Ativida<strong>de</strong>s Resulta<strong>do</strong>s a curto prazo Propósito<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Segunda e terceira colunas <strong>do</strong> marco lógico – um EXEMPLO preenchi<strong>do</strong><br />

RESUMO INDICADORES EVIDÊNCIAS SUPOSIÇÕES<br />

Menor incidência e impacto das <strong>do</strong>ença<br />

diarréicas<br />

Melhor acesso e uso <strong>de</strong> água potável na<br />

diocese<br />

1 Sistemas participativos <strong>de</strong> gestão em<br />

funcionamento para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

necessida<strong>de</strong>s, planejamento e<br />

monitoramento<br />

2 Fontes melhoradas <strong>de</strong> água potável<br />

3 Maior conscientização comunitária sobre<br />

boas práticas <strong>de</strong> higiene<br />

1.1 Formar comitês <strong>de</strong> usuários da água<br />

(CUAs)<br />

1.2 Dar treinamento aos membros <strong>do</strong>s<br />

CUAs sobre levantamentos,<br />

planejamento, monitoramento e<br />

preparação <strong>de</strong> propostas<br />

1.3 As comunida<strong>de</strong>s realizam levantamentos<br />

<strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base e <strong>de</strong><br />

monitoramento sobre o nível <strong>de</strong><br />

utilização da água e necessida<strong>de</strong>s e<br />

submetem as propostas<br />

1.4 Realizar reuniões regionais conjuntas<br />

<strong>de</strong> planejamento entre a Diocese, o<br />

Departamento Distrital <strong>de</strong> Água e os<br />

CUAs<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

Taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> ligada às <strong>do</strong>enças<br />

diarréicas reduzida em 5% até o final <strong>do</strong><br />

terceiro ano<br />

Incidência das <strong>do</strong>enças diarréicas na diocese<br />

reduzida em 50% até o final <strong>do</strong> terceiro ano<br />

Todas as famílias ten<strong>do</strong> pelo menos 15 litros<br />

<strong>de</strong> água por pessoa, por dia, até o final <strong>do</strong><br />

terceiro ano<br />

Distância média entre as casas e uma fonte<br />

segura <strong>de</strong> água inferior a 500m até o final <strong>do</strong><br />

terceiro ano<br />

Planos conjuntos entre a diocese e a<br />

comunida<strong>de</strong> e orçamentos disponíveis até o<br />

final <strong>do</strong> nono mês<br />

Pelo menos 90% <strong>do</strong>s CUAs levantam<br />

contribuições locais até o final <strong>do</strong> primeiro<br />

ano<br />

Pelo menos 90 fontes novas ou melhoradas<br />

<strong>de</strong> água potável estabelecidas e em operação<br />

até o final <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> ano<br />

Número <strong>de</strong> pessoas que lavam as mãos<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>de</strong>fecar aumenta<strong>do</strong> para 75% da<br />

população alvo até o final <strong>do</strong> trigésimo mês<br />

30 CUAs estabeleci<strong>do</strong>s em cinco regiões da<br />

diocese até o final <strong>do</strong> terceiro mês<br />

Uma vez estabeleci<strong>do</strong>s, reuniões <strong>do</strong>s CUAs<br />

realizadas uma vez por mês<br />

To<strong>do</strong>s os membros <strong>do</strong> CUAs treina<strong>do</strong>s até o<br />

final <strong>do</strong> quinto mês<br />

To<strong>do</strong>s os CUAs realizam levantamentos <strong>de</strong><br />

linha <strong>de</strong> base e submetem propostas até o<br />

sétimo mês<br />

Acor<strong>do</strong> alcança<strong>do</strong> entre o Departamento <strong>de</strong><br />

Água e to<strong>do</strong>s os CUAs até o final <strong>do</strong> nono<br />

mês<br />

Estatísticas<br />

governamentais<br />

Estatísticas <strong>do</strong><br />

centro <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

local<br />

Relatório <strong>de</strong><br />

pesquisa junto às<br />

famílias<br />

Relatório <strong>de</strong><br />

pesquisa junto às<br />

famílias<br />

Planos e<br />

orçamentos<br />

Livros <strong>de</strong> registros<br />

<strong>do</strong>s CUAs<br />

Livros <strong>de</strong> registros<br />

<strong>do</strong>s CUAs<br />

Relatórios <strong>de</strong> testes<br />

da qualida<strong>de</strong> da<br />

água<br />

Pesquisa sobre<br />

conhecimentos,<br />

atitu<strong>de</strong>s e práticas<br />

Estatutos <strong>do</strong>s<br />

CUAs<br />

Atas <strong>de</strong> reuniões<br />

Lista <strong>de</strong> membros<br />

Registros <strong>de</strong><br />

treinamento<br />

Relatórios <strong>de</strong><br />

pesquisas e<br />

propostas<br />

Atas <strong>de</strong> reuniões<br />

Cartas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>s<br />

Atendimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não<br />

se <strong>de</strong>teriora<br />

As <strong>do</strong>enças diarreicas são<br />

<strong>de</strong>vidas à água impura e às<br />

práticas <strong>de</strong> higiene<br />

Quantida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong><br />

água disponível<br />

As pessoas não são<br />

excluídas <strong>de</strong> terem acesso<br />

às fontes melhoradas<br />

Acesso não será para usos<br />

potencialmente poluentes<br />

As práticas <strong>de</strong> higiene são<br />

culturalmente aceitáveis<br />

O lençol <strong>de</strong> água não<br />

contem arsênico<br />

As comunida<strong>de</strong>s estão<br />

confiantes <strong>de</strong> que as fontes<br />

<strong>de</strong> água po<strong>de</strong>m ser<br />

melhoradas<br />

Os membros <strong>do</strong>s comitês<br />

assumirão a responsabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> trabalhar para a<br />

comunida<strong>de</strong><br />

Os comitês <strong>de</strong> usuários da<br />

água continuarão a<br />

funcionar em prol <strong>do</strong>s<br />

interesses <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s<br />

A comunida<strong>de</strong> estará<br />

preparada para trabalhar<br />

com os CUAs<br />

continua na página 58<br />

57


58<br />

2<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

continuação da página 57 Segunda e terceira colunas <strong>do</strong> marco lógico – um EXEMPLO preenchi<strong>do</strong><br />

RESUMO INDICADORES EVIDÊNCIAS SUPOSIÇÕES<br />

2.1 Os CUAs selecionam os Agentes<br />

Comunitários <strong>de</strong> Água (ACAs) e<br />

concordam sobre os incentivos<br />

2.2 Treinar os ACAs em como perfurar e<br />

cobrir os poços; manter e consertar as<br />

bombas manuais<br />

2.3 Melhorar as condições <strong>do</strong>s poços<br />

existentes e perfurar novos poços<br />

2.4 Tomar providências para que o<br />

Departamento Distrital <strong>de</strong> Água teste a<br />

qualida<strong>de</strong> da água<br />

2.5 Os ACAs reparam e fazem a<br />

manutenção das bombas manuais<br />

3.1 Treinar Promotores Comunitários <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> (PCSs) existentes para que<br />

aumentem os seus conhecimentos<br />

sobre as <strong>do</strong>enças diarréicas e a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se ter boas práticas <strong>de</strong><br />

higiene<br />

3.2 Os PCSs treinam homens, mulheres e<br />

crianças em boas práticas <strong>de</strong> higiene<br />

Verificação final <strong>do</strong> marco lógico<br />

Uma vez que o marco lógico tenha si<strong>do</strong> preenchi<strong>do</strong>, verifique novamente a sua lógica.<br />

Assegure-se <strong>de</strong> que:<br />

■ os objetivos estejam escritos claramente e liga<strong>do</strong>s ao objetivo superior <strong>de</strong> forma lógica<br />

■ o projeto tenha apenas um propósito<br />

■ todas as principais suposições tenham si<strong>do</strong> feitas e que o projeto seja apto a obter sucesso<br />

■ os indica<strong>do</strong>res e as evidências sejam confiáveis e acessíveis<br />

■ os indica<strong>do</strong>res possam medir o progresso e o impacto <strong>do</strong>s objetivos<br />

■ os indica<strong>do</strong>res sejam QQT<br />

Dois ACAs seleciona<strong>do</strong>s por cada<br />

comunida<strong>de</strong> até o final <strong>do</strong> nono mês<br />

To<strong>do</strong>s os ACAs comparecem ao treinamento<br />

até o final <strong>do</strong> primeiro ano<br />

Sessenta poços existentes aprofunda<strong>do</strong>s,<br />

cobertos e em funcionamento no final <strong>do</strong><br />

vigésimo primeiro mês<br />

Trinta poços novos estabeleci<strong>do</strong>s e em operação<br />

até o final <strong>do</strong> vigésimo primeiro mês<br />

Todas as fontes testadas antes <strong>de</strong> serem<br />

usadas<br />

97% das bombas manuais na diocese em<br />

funcionamento no final <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> ano<br />

Três PCSs por comunida<strong>de</strong> comparecem ao<br />

treinamento e acertam pelo menos 90% em<br />

um teste <strong>de</strong> pós-treinamento até o final <strong>do</strong><br />

primeiro ano<br />

80% <strong>do</strong>s membros da comunida<strong>de</strong> treina<strong>do</strong>s<br />

até o final <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> ano<br />

■ as ativida<strong>de</strong>s incluam ações necessárias para juntar evidências<br />

■ os indica<strong>do</strong>res e as evidências possam ser usa<strong>do</strong>s para monitoramento e avaliação.<br />

Depois <strong>de</strong> verificar a lógica <strong>do</strong> marco lógico e completá-lo, escreva-o em algumas folhas <strong>de</strong> papel<br />

no tamanho A4. Use números <strong>de</strong> referência para ajudar aqueles que irão ler o marco lógico,<br />

especialmente quan<strong>do</strong> ele tiver mais <strong>do</strong> que uma página. Os números <strong>de</strong> referência <strong>de</strong>verão ligar<br />

cada uma das ativida<strong>de</strong>s com os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo correspon<strong>de</strong>ntes. Eles também servirão<br />

como ponto <strong>de</strong> referência, ligan<strong>do</strong> a proposta, o cronograma e o orçamento com o marco lógico.<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />

Atas <strong>de</strong> reuniões<br />

Relatórios <strong>de</strong><br />

treinamento<br />

incluin<strong>do</strong> avaliação<br />

<strong>do</strong>s participantes<br />

Pesquisa <strong>de</strong> campo<br />

Livros <strong>de</strong> registros<br />

<strong>do</strong>s CUAs<br />

Pesquisa <strong>de</strong> campo<br />

Livros <strong>de</strong> registros<br />

<strong>do</strong>s CUAs<br />

Pesquisa <strong>de</strong> campo<br />

Livros <strong>de</strong> registros<br />

<strong>do</strong>s CUAs<br />

Listas <strong>de</strong> presença<br />

Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

teste<br />

Listas <strong>de</strong> presença<br />

O sistema <strong>de</strong> incentivos<br />

para os ACAs é suficiente e<br />

sustenta<strong>do</strong><br />

Sistema eficaz <strong>de</strong><br />

fornecimento <strong>de</strong> peças<br />

O Departamento Distrital <strong>de</strong><br />

Água continua a receber<br />

recursos suficientes para<br />

realizar os testes na água;<br />

teste alternativo será<br />

possível, caso contrário<br />

Os membros da<br />

comunida<strong>de</strong> aplicam o<br />

treinamento que receberam


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

2.5 Proposta<br />

A proposta é uma explicação escrita <strong>do</strong>s planos <strong>do</strong> projeto. Ela nos permite colocar todas as<br />

informações sobre o projeto em um só <strong>do</strong>cumento, incluin<strong>do</strong>:<br />

■ o levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s<br />

■ a análise <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s<br />

■ as pesquisas – social, técnica, ambiental, econômica e política<br />

■ a análise <strong>de</strong> riscos<br />

■ mais <strong>de</strong>talhes sobre o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> marco lógico.<br />

A proposta <strong>de</strong>ve ser escrita <strong>de</strong> uma maneira que os lí<strong>de</strong>res <strong>do</strong>s funcionários da organização<br />

tenham <strong>de</strong>talhes completos sobre o projeto. Ela funciona como um ponto <strong>de</strong> referência<br />

durante o projeto.<br />

2.6 Planejamento <strong>de</strong> ações<br />

Uma vez que o marco lógico tenha si<strong>do</strong> prepara<strong>do</strong>, pense nos <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong> como o projeto será<br />

estrutura<strong>do</strong> em termos <strong>de</strong> tempo, recursos, orçamento e pessoal.<br />

Assim como o marco lógico, o plano <strong>de</strong> ações <strong>de</strong>ve ser visto como um <strong>do</strong>cumento flexível e<br />

que po<strong>de</strong>rá sofrer alterações posteriormente.<br />

Planilha <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

A planilha <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s é usada para nos ajudar a consi<strong>de</strong>rar:<br />

■ quem vai fazer o que<br />

■ quan<strong>do</strong> isto vai acontecer<br />

■ quais recursos, além das pessoas, serão necessários.<br />

Uma folha separada <strong>de</strong>ve ser usada para cada um <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s a curto prazo. As ativida<strong>de</strong>s<br />

relacionadas com o resulta<strong>do</strong> a curto prazo são <strong>de</strong>scriminadas, junto com os recursos<br />

necessários, o custo total <strong>do</strong>s mesmos e o nome da(s) pessoa(s) que se responsabilizará(rão)<br />

por aquela ativida<strong>de</strong>.<br />

EXEMPLO Resulta a curto prazo: 100 mulheres envolvidas em uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> geração <strong>de</strong><br />

renda até o final <strong>do</strong> terceiro ano.<br />

ATIVIDADE DATAS DE<br />

INÍCIO E<br />

TÉRMINO<br />

1 Treinar 20<br />

mulheres na<br />

área <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong><br />

geléia<br />

2 Etc<br />

15 <strong>de</strong> agosto,<br />

por cinco dias<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

PESSOAL<br />

NECESSÁRIO<br />

(Quantas pessoas e<br />

por quanto tempo?)<br />

Um cozinheiro<br />

por sete dias<br />

(incluin<strong>do</strong> o<br />

tempo <strong>de</strong><br />

preparação)<br />

MATERIAIS<br />

NECESSÁRIOS<br />

• 20 panelas<br />

• 500 potes<br />

• açúcar<br />

• frutas<br />

• querosene<br />

para o fogão<br />

PESSOA<br />

RESPONSÁVEL<br />

SUPOSIÇÕES<br />

Maria Que as laranjas<br />

estejam<br />

baratas esse<br />

ano<br />

59


60<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Sistemas <strong>de</strong><br />

monitoramento e<br />

revisão<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Lembre-se <strong>de</strong> incluir monitoramento e revisão na planilha <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s.<br />

Pense sobre quem coletará as evidências para os indica<strong>do</strong>res e quem as analisarão. I<strong>de</strong>ntifique<br />

quem ficará responsável por tomar <strong>de</strong>cisões sobre mudanças na montagem <strong>do</strong> projeto como<br />

resulta<strong>do</strong> das lições aprendidas. Certifique-se que os atores interessa<strong>do</strong>s sejam envolvi<strong>do</strong>s neste<br />

processo.<br />

Se as informações coletadas durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e <strong>de</strong> pesquisas <strong>do</strong> projeto não<br />

forem suficientes no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> fornecer da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base para os indica<strong>do</strong>res que foram<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s, um levantamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base <strong>de</strong>verá ser realiza<strong>do</strong> antes da<br />

implementação <strong>do</strong> projeto ser iniciada. Isto vai fazer com que existam da<strong>do</strong>s com os quais o<br />

progresso possa ser compara<strong>do</strong>. Por exemplo, no caso <strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r ser “freqüência <strong>de</strong> meninas<br />

na escola primária aumentada em 50%”. Para o levantamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base, o<br />

número <strong>de</strong> meninas que freqüentam a escola primária <strong>de</strong>verá ser conta<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> o progresso<br />

for monitora<strong>do</strong> posteriormente, o número <strong>de</strong> meninas que freqüentam a escola po<strong>de</strong>rá ser<br />

conta<strong>do</strong> e compara<strong>do</strong> com os números obti<strong>do</strong>s no levantamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base.<br />

Cronograma (conheci<strong>do</strong> como tabela <strong>de</strong> Gantt)<br />

O cronograma nos permite consi<strong>de</strong>rar quan<strong>do</strong> as nossas ativida<strong>de</strong>s acontecerão e por quanto<br />

tempo. Isto nos ajudará a pensar sobre quan<strong>do</strong> seria apropria<strong>do</strong> realizar as diferentes<br />

ativida<strong>de</strong>s. A escolha <strong>do</strong> tempo mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> fatores como:<br />

■ condições climáticas <strong>de</strong> cada estação<br />

■ disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> treina<strong>do</strong>res<br />

■ disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais.<br />

O cronograma nos ajuda a examinar a seqüência das ativida<strong>de</strong>s pois algumas <strong>de</strong>las <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rão<br />

<strong>de</strong> outras serem realizadas primeiro.<br />

Use o cronograma durante o projeto para monitorar o progresso. Faça perguntas como:<br />

■ Por quê estas ativida<strong>de</strong>s não estão acontecen<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s prazos?<br />

■ Qual será o efeito disto sobre as outras ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> projeto?<br />

■ Como po<strong>de</strong>mos superar os atrasos?<br />

O cronograma <strong>de</strong>ver ser visto como um <strong>do</strong>cumento flexível e que po<strong>de</strong> ser altera<strong>do</strong> se<br />

surgirem novas circunstâncias.<br />

As linhas <strong>do</strong> cronograma indicam o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo para cada ativida<strong>de</strong>. Se a ativida<strong>de</strong> for<br />

intensa, faça algumas linhas mais grossas e, assim, evite planejar muitas ativida<strong>de</strong>s intensas ao<br />

mesmo tempo. Coloque as iniciais <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> membro da equipe que ficará responsável pela<br />

ativida<strong>de</strong> indicada acima <strong>de</strong> cada linha. O formato da tabela po<strong>de</strong> ser altera<strong>do</strong> se quisermos<br />

<strong>de</strong>scriminar as ativida<strong>de</strong>s semanalmente.<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

EXEMPLO Cronograma para um projeto <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda.<br />

Orçamento<br />

<strong>de</strong>talha<strong>do</strong><br />

ATIVIDADE<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

I<strong>de</strong>ntificar os<br />

participantes<br />

I<strong>de</strong>ntificar os<br />

treina<strong>do</strong>res<br />

Fazer pesquisa<br />

<strong>de</strong> merca<strong>do</strong><br />

Conduzir<br />

treinamento<br />

Produção começa<br />

Treinamento<br />

adicional<br />

M Monitoramento<br />

R Revisão<br />

Orçamentos<br />

Quer estejamos buscan<strong>do</strong> financiamento <strong>de</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res ou usan<strong>do</strong> fun<strong>do</strong>s que já temos, é<br />

importante prepararmos um orçamento para o projeto. O orçamento é necessário para que<br />

tenhamos uma gestão financeira transparente. O <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r precisa ver um orçamento antes <strong>de</strong><br />

aprovar os recursos. Da mesma forma, a li<strong>de</strong>rança ou o Conselho da nossa organização <strong>de</strong>verá<br />

ver um orçamento antes <strong>de</strong> liberar os recursos. Eles po<strong>de</strong>rão nos responsabilizar por gastar o<br />

dinheiro da maneira com que dissemos que faríamos.<br />

Isto significa que <strong>de</strong>vemos preparar o orçamento cuida<strong>do</strong>samente. Se não consi<strong>de</strong>rarmos todas<br />

as coisas nas quais precisaremos gastar o dinheiro, acabaremos incapazes <strong>de</strong> realizar algumas<br />

das ativida<strong>de</strong>s e o projeto po<strong>de</strong>rá fracassar. Se <strong>de</strong>stinarmos muitos recursos no orçamento para<br />

certas coisas, o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r po<strong>de</strong>rá questionar isso e não dispor-se a financiar o projeto.<br />

Um orçamento <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> geralmente só é necessário para uso interno. Os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res precisam<br />

<strong>de</strong> apenas um resumo. Contu<strong>do</strong>, um orçamento <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> é útil para:<br />

■ UMA BOA GESTÃO FINANCEIRA E PRESTAÇÃO DE CONTAS Ele mostra que não estamos gastan<strong>do</strong><br />

dinheiro <strong>de</strong>snecessariamente.<br />

■ MONITORAR AS NOSSAS ATIVIDADES Saberemos se realizamos as ativida<strong>de</strong>s se o dinheiro tiver<br />

si<strong>do</strong> gasto.<br />

■ APRENDIZAGEM Se guardarmos um registro <strong>do</strong> nosso orçamento (e, posteriormente, <strong>de</strong><br />

quanto realmente gastamos), saberemos o que será realístico para futuros <strong>projetos</strong>.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

JAN FEB MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ<br />

M<br />

M<br />

M<br />

R<br />

M<br />

M<br />

61


62<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

orçamento<br />

<strong>de</strong>talha<strong>do</strong><br />

Orçamento <strong>do</strong><br />

projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Nós fornecemos um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> orçamento <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> abaixo, com os quadra<strong>do</strong>s preenchi<strong>do</strong>s<br />

como exemplo.<br />

RESULTADO A CURTO PRAZO: 100 mulheres envolvidas em uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda até o final <strong>do</strong> terceiro ano<br />

Descrição<br />

Ativida<strong>de</strong>:<br />

Treinamento<br />

Quantida<strong>de</strong> 1<br />

1<br />

20<br />

Unida<strong>de</strong><br />

Treina<strong>do</strong>r<br />

Mulheres<br />

■ Um mo<strong>de</strong>lo separa<strong>do</strong> <strong>de</strong> orçamento <strong>de</strong>ve ser preenchi<strong>do</strong> para cada resulta<strong>do</strong> a curto prazo.<br />

■ Se as mesmas ativida<strong>de</strong>s forem necessárias para mais <strong>do</strong> que um <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s a curto<br />

prazo, crie uma tabela separada para estas ativida<strong>de</strong>s, anotan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s<br />

relevantes no quadra<strong>do</strong> <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s a curto prazo.<br />

■ Se o nosso projeto vai durar mais <strong>do</strong> que um ano, prepare um orçamento separa<strong>do</strong> para<br />

cada ano. As ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>rão variar a cada ano – consulte a planilha <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s e o cronograma.<br />

■ Consulte a planilha <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s para obter uma lista <strong>de</strong> materiais e <strong>de</strong><br />

pessoal necessários para cada ativida<strong>de</strong>.<br />

■ Lembre-se <strong>de</strong> incluir as contribuições feitas pelos beneficiários, assim como mão-<strong>de</strong>-obra e<br />

tempo.<br />

■ Faça uma associação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s a curto prazo e das ativida<strong>de</strong>s com os que estão no<br />

marco lógico, usan<strong>do</strong> números <strong>de</strong> referência.<br />

■ Certifique-se <strong>de</strong> que o orçamento inclua apenas os custos das ativida<strong>de</strong>s que especificamos<br />

na proposta. Nós <strong>de</strong>veremos gastar apenas o que estamos dizen<strong>do</strong> que vamos gastar.<br />

■ Especifique os custos relaciona<strong>do</strong>s com os artigos <strong>de</strong> escritório se eles tiverem um custo<br />

significativo. Por exemplo: 30 ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> anotações para os que realizarem as pesquisas.<br />

Os custos gerais <strong>do</strong>s artigos <strong>de</strong> escritório po<strong>de</strong>m ser incluí<strong>do</strong>s como custos administrativos<br />

no orçamento geral <strong>do</strong> projeto.<br />

■ Especialmente no caso <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> que duram mais <strong>de</strong> um ano, lembre-se que os custos<br />

po<strong>de</strong>rão aumentar <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à inflação e a outros aumentos <strong>de</strong> preços (ex. combustível). Para<br />

<strong>de</strong>terminar um custo realístico quan<strong>do</strong> os preços estiverem varian<strong>do</strong>, encontre uma taxa<br />

média <strong>de</strong> aumento nos últimos <strong>do</strong>is ou três anos ou use o preço mais alto.<br />

Os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res precisam <strong>de</strong> um orçamento completo <strong>do</strong> projeto. Ele <strong>de</strong>verá ser um resumo <strong>do</strong><br />

orçamento <strong>de</strong>talha<strong>do</strong>. Geralmente os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res informam que categorias <strong>de</strong>vem ser incluídas<br />

no orçamento <strong>do</strong> projeto. O mo<strong>de</strong>lo a seguir inclui todas as categorias que provavelmente<br />

precisarão ser incluídas.<br />

Para preencher as linhas, consulte as tabelas <strong>de</strong>talhadas <strong>de</strong> orçamentos e retire as informações<br />

necessárias. Por exemplo, consulte todas as tabelas <strong>de</strong> orçamentos que contenham custos <strong>de</strong><br />

transporte, some-os e inclua o valor total na linha correspon<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> orçamento <strong>do</strong> projeto.<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />

Quantida<strong>de</strong> 2 Unida<strong>de</strong> Preço<br />

unitário<br />

7<br />

25<br />

Dias<br />

Potes<br />

$100 por<br />

treina<strong>do</strong>r,<br />

por dia<br />

$0.20 por<br />

pote<br />

Total =<br />

Quantida<strong>de</strong> 1 x Quantida<strong>de</strong> 2<br />

x Preço unitário<br />

$700<br />

$100


2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Orçamento <strong>do</strong><br />

projeto<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Lembre-se da <strong>de</strong>preciação <strong>de</strong> veículos, <strong>do</strong>s impostos e <strong>do</strong> seguro ao calcular os custos <strong>de</strong><br />

transporte, além <strong>do</strong>s custos <strong>de</strong> combustível e <strong>de</strong> manutenção.<br />

Os custos maiores <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>scrimina<strong>do</strong>s separadamente. Por exemplo, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> os custos <strong>de</strong><br />

pessoal geralmente serem altos, faça uma lista <strong>de</strong> todas as funções separadamente. Ao preparar<br />

o orçamento, calcule apenas o tempo que os funcionários realmente vão gastar trabalhan<strong>do</strong> no<br />

projeto. Por exemplo, isto po<strong>de</strong>rá representar apenas um quarto <strong>do</strong> tempo. Assegure-se <strong>de</strong> que<br />

as contribuições à previdência social e aposenta<strong>do</strong>ria sejam incluídas, quan<strong>do</strong> necessário.<br />

Lembre-se <strong>de</strong> incluir os custos <strong>de</strong> pessoal relaciona<strong>do</strong>s com aqueles que supervisionarão o<br />

projeto mas que não foram necessariamente incluí<strong>do</strong>s nas tabelas <strong>de</strong>talhadas <strong>de</strong> orçamentos<br />

para cada um <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s a curto prazo.<br />

To<strong>do</strong>s os custos <strong>do</strong> orçamento <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> <strong>de</strong>verão, então, ter si<strong>do</strong> incluí<strong>do</strong>s no orçamento <strong>do</strong><br />

projeto. Se alguns <strong>de</strong>les não tiverem si<strong>do</strong> incluí<strong>do</strong>s, geralmente existe uma linha para outros<br />

custos no orçamento on<strong>de</strong> eles po<strong>de</strong>rão ser incluí<strong>do</strong>s.<br />

Lembre-se <strong>de</strong> incluir os custos gerais <strong>de</strong> administração no orçamento <strong>do</strong> projeto, assim como<br />

os custos com ligações telefônicas, artigos <strong>de</strong> escritório e correio. Algumas organizações<br />

cobram um percentual <strong>do</strong>s custos <strong>do</strong> projeto para cobrir estes custos indiretos. Se for<br />

necessário gastar muito tempo em um item específico, assim como alugar uma fotocopia<strong>do</strong>ra,<br />

<strong>de</strong>scrimine isso separadamente.<br />

Os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res geralmente fornecem <strong>de</strong>talhes <strong>do</strong> que eles po<strong>de</strong>m e não po<strong>de</strong>m financiar. Por<br />

exemplo, talvez eles não possam pagar pelo tempo que as pessoas usam para participar em um<br />

encontro <strong>de</strong> treinamento <strong>do</strong> projeto. Eles talvez não possam prover recursos para financiar<br />

certos equipamentos <strong>de</strong> escritório.<br />

CUSTOS OPERACIONAIS PRIMEIRO ANO SEGUNDO ANO TERCEIRO ANO<br />

Funcionários / salários<br />

Instalações<br />

Administração<br />

Ativida<strong>de</strong><br />

Transporte<br />

Treinamento <strong>de</strong> pessoal<br />

Outros<br />

(favor especificar)<br />

TOTAL<br />

CUSTOS PATRIMONIAIS PRIMEIRO ANO SEGUNDO ANO TERCEIRO ANO<br />

Veículos / equipamentos<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Equipamentos <strong>de</strong> escritório<br />

TOTAL<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

63


64<br />

2<br />

Montagem<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Lidan<strong>do</strong> com as<br />

flutuações<br />

cambiais<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Às vezes os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res incluem uma linha no orçamento <strong>do</strong> projeto para quaisquer<br />

eventualida<strong>de</strong>s. Isto po<strong>de</strong>rá ser um percentual <strong>do</strong>s custos totais <strong>do</strong> projeto. Apesar disso,<br />

procure evitar a inclusão <strong>de</strong>sses imprevistos pois é mais provável que os recursos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s<br />

para este fim precisem ser usa<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à uma preparação ina<strong>de</strong>quada <strong>do</strong> orçamento <strong>do</strong> que<br />

à variação <strong>de</strong> preços. Se algo imprevisto vier a acontecer, recursos adicionais normalmente<br />

po<strong>de</strong>rão ser negocia<strong>do</strong>s com o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r.<br />

Se estivermos buscan<strong>do</strong> financiamento <strong>de</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res <strong>de</strong> um outro país, o orçamento <strong>de</strong>verá ser<br />

prepara<strong>do</strong> em uma moeda estável (ex. dólar americano $, libras esterlinas £, ou euros €).<br />

Mantenha os recursos <strong>do</strong> projeto em uma moeda estável por mais tempo possível pois isso<br />

diminuirá o risco <strong>de</strong>les serem <strong>de</strong>precia<strong>do</strong>s.<br />

Em perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, assim como mensalmente ou trimestralmente, transfira a quantia <strong>de</strong><br />

dinheiro necessária para o próximo mês ou trimestre para a conta em moeda local. Consulte o<br />

orçamento e use o cronograma para mostrar exatamente quanto dinheiro será necessária <strong>de</strong><br />

cada vez. O banco po<strong>de</strong>rá cobrar uma taxa por cada uma <strong>de</strong>stas transferências. Compare este<br />

custo com o risco das flutuações cambiais.<br />

Pagamento<br />

<strong>do</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r<br />

Conta em<br />

moeda<br />

estrangeira<br />

Transferência<br />

a cada mês /<br />

trimestre<br />

Às vezes os regulamentos <strong>de</strong> alguns países não permitem que tenhamos uma conta bancária<br />

em moeda estrangeira. Neste caso, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pedir para que o<br />

<strong>do</strong>a<strong>do</strong>r envie a <strong>do</strong>ação em partes.<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />

Conta em<br />

moeda<br />

local<br />

Pagamentos<br />

em moeda<br />

local


Seção<br />

3<br />

Por quê<br />

<strong>de</strong>vemos fazer<br />

monitoramento,<br />

revisão e<br />

avaliação?<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Implementação e avaliação<br />

ESTUDO BÍBLICO Respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> às mudanças<br />

■ No início <strong>de</strong> Neemias 4, vemos que algumas pessoas se opuseram ao projeto.<br />

• Qual foi a resposta <strong>de</strong> Neemias? (versículo 9)<br />

• Como Neemias mu<strong>do</strong>u os seus planos para po<strong>de</strong>r lidar com o risco para o projeto?<br />

(versículos 9, 13, 16-22)<br />

• O que po<strong>de</strong>mos apren<strong>de</strong>r com a experiência <strong>de</strong> Neemias para os <strong>projetos</strong> que<br />

planejamos?<br />

Durante a fase <strong>de</strong> implementação, há algumas coisas que <strong>de</strong>vemos fazer:<br />

■ Atualizar a análise <strong>de</strong> atores interessa<strong>do</strong>s para verificar se existem novos atores interessa<strong>do</strong>s<br />

que possam influenciar o sucesso <strong>do</strong> projeto ou que <strong>de</strong>verão ser convida<strong>do</strong>s a participar. As<br />

circunstâncias <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s no início <strong>do</strong> projeto po<strong>de</strong>rá mudar. Por<br />

exemplo, alguns <strong>de</strong>les po<strong>de</strong>rão encontrarem-se em um nível maior <strong>de</strong> pobreza e talvez<br />

queiramos incluí-los como beneficiários primários. Por outro la<strong>do</strong>, alguns atores<br />

interessa<strong>do</strong>s secundários po<strong>de</strong>rão mudar os seus pontos <strong>de</strong> vista e tornarem-se uma ameaça<br />

para o projeto.<br />

■ Examine novamente os riscos para o projeto.<br />

■ Faça um monitoramento e revisão <strong>do</strong> progresso que o projeto está fazen<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

alcançar os seus objetivos.<br />

■ Faça uso da aprendizagem adquirida através <strong>do</strong> monitoramento e da revisão na montagem<br />

<strong>do</strong> projeto.<br />

■ Consulte novamente o marco lógico e faça ajustes ou melhorias, conforme a necessida<strong>de</strong>.<br />

Os indica<strong>do</strong>res i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s no marco lógico mostram como saberemos se as mudanças<br />

ocorreram. Monitoramento, revisão e avaliação são os termos usa<strong>do</strong>s para o processo <strong>de</strong><br />

medição e análise <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res.<br />

Existem duas razões principais para medirmos o nosso <strong>de</strong>sempenho:<br />

■ PRESTAÇÃO DE CONTAS Precisamos mostrar para aqueles que nos fornecem recursos, e para<br />

aqueles que beneficiam-se através <strong>do</strong> nosso trabalho, que estamos usan<strong>do</strong> os recursos<br />

sabiamente.<br />

■ APRENDIZAGEM DE LIÇÕES Ao medirmos, analisarmos e refletirmos sobre o nosso<br />

<strong>de</strong>sempenho, po<strong>de</strong>mos apren<strong>de</strong>r lições que nos permitem mudar os planos <strong>do</strong> nosso<br />

projeto ou a abordagem a<strong>do</strong>tada quanto a outros <strong>projetos</strong>.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

65


66<br />

3<br />

Implementação<br />

e avaliação<br />

Diferença entre<br />

monitoramento,<br />

revisão e<br />

avaliação<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Para medirmos <strong>de</strong>sempenho, precisamos pensar em:<br />

RELEVÂNCIA O projeto aten<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s?<br />

EFICIÊNCIA Estamos usan<strong>do</strong> os recursos disponíveis sabiamente?<br />

EFICÁCIA Os resulta<strong>do</strong>s a curto prazo <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>s estão sen<strong>do</strong> alcança<strong>do</strong>s?<br />

IMPACTO A meta geral foi alcançada? Que mudanças ocorreram e que ajudam os beneficiários?<br />

SUSTENTABILIDADE O impacto será sustentável?<br />

Muitas pessoas acham que monitoramento, revisão e avaliação significam a mesma coisa, mas<br />

são diferentes. A maior diferença é que eles são realiza<strong>do</strong>s em diferentes estágios <strong>do</strong> projeto:<br />

■ O MONITORAMENTO é feito continuamente para garantir que o projeto esteja <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> que<br />

foi planeja<strong>do</strong>, por exemplo, to<strong>do</strong>s os meses.<br />

■ A REVISÃO é feita ocasionalmente para verificar se cada um <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> objetivos leva ao<br />

próximo e se quaisquer mudanças precisam ser feitas nos planos <strong>do</strong> projeto, por exemplo, a<br />

cada seis meses.<br />

■ A AVALIAÇÃO geralmente é feita no final <strong>do</strong> projeto para fazer um levantamento <strong>do</strong> seu<br />

impacto.<br />

A tabela abaixo examina algumas outras diferenças entre os três termos.<br />

Quem é<br />

envolvi<strong>do</strong>?<br />

Como os resulta<strong>do</strong>s<br />

são usa<strong>do</strong>s?<br />

MONITORAMENTO REVISÃO AVALIAÇÃO<br />

Quan<strong>do</strong> é feito? Continuamente<br />

Ocasionalmente<br />

O quê é medi<strong>do</strong>?<br />

Que fontes <strong>de</strong><br />

informações são<br />

usadas?<br />

Quem usa os<br />

resulta<strong>do</strong>s?<br />

– durante toda a<br />

existência <strong>do</strong> projeto<br />

Eficiência<br />

– uso <strong>do</strong>s recursos,<br />

ativida<strong>de</strong>s, resulta<strong>do</strong>s a<br />

curto prazo, suposições<br />

Funcionários <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro<br />

da organização<br />

Documentos internos<br />

ex. relatórios mensais ou<br />

trimestrais, registros <strong>de</strong><br />

viagens e <strong>de</strong> trabalho,<br />

atas <strong>de</strong> reuniões<br />

Gerentes e funcionários<br />

<strong>do</strong> projeto<br />

Para fazer mudanças<br />

menores<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />

– no meio ou no final <strong>do</strong><br />

projeto<br />

Eficácia, relevância e<br />

impacto imediato<br />

– alcance <strong>do</strong> propósito<br />

Funcionários e pessoas<br />

<strong>de</strong> fora da organização<br />

Documentos internos e<br />

externos<br />

ex. relatórios anuais,<br />

relatórios <strong>de</strong><br />

consultorias<br />

Gerentes, funcionários,<br />

<strong>do</strong>a<strong>do</strong>res, beneficiários<br />

Mudanças em políticas,<br />

estratégia e trabalho<br />

futuro<br />

Ocasionalmente<br />

– no final ou <strong>de</strong>pois da fase<br />

ou <strong>do</strong> término <strong>do</strong> projeto<br />

Impacto e sustentabilida<strong>de</strong><br />

a longo prazo<br />

– alcance <strong>do</strong> propósito e da<br />

meta e mudanças não<br />

planejadas<br />

Pessoas <strong>de</strong> fora da<br />

organização<br />

Documentos internos e<br />

externos<br />

ex. relatórios <strong>de</strong> consultorias,<br />

estatísticas nacionais,<br />

relatórios <strong>de</strong> levantamentos<br />

<strong>de</strong> impacto<br />

Gerentes, funcionários,<br />

<strong>do</strong>a<strong>do</strong>res, beneficiários,<br />

outras organizações<br />

Mudanças significativas em<br />

políticas, estratégia e<br />

trabalhos futuros


3<br />

Implementação<br />

e avaliação<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Monitoramento, revisão e avaliação <strong>de</strong>terminam indica<strong>do</strong>res em diferentes níveis na hierarquia<br />

<strong>de</strong> objetivos, assim como os exemplos <strong>de</strong> marco lógico abaixo.<br />

MONITORAMENTO<br />

Propósito Meta<br />

Resulta<strong>do</strong>s a<br />

curto prazo<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

Resumo Indica<strong>do</strong>res Evidências Suposições<br />

AVALIAÇÃO<br />

TAMBÉM CHAMADA DE REVISÃO DO PROPÓSITO<br />

PARA A META<br />

Propósito Meta<br />

Resulta<strong>do</strong>s a<br />

curto prazo<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

Resumo Indica<strong>do</strong>res Evidências Suposições<br />

On<strong>de</strong> possível, os atores interessa<strong>do</strong>s primários <strong>de</strong>verão participar no processo <strong>de</strong><br />

monitoramento, revisão e avaliação. Isso tem o propósito <strong>de</strong> garantir que eles realmente se<br />

apropriem <strong>do</strong> projeto e, assim, os benefícios sejam conquista<strong>do</strong>s e sustenta<strong>do</strong>s.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

REVISÃO<br />

TAMBÉM CHAMADA DE REVISÃO DE RESULTADOS A<br />

CURTO PRAZO PARA O PROPÓSITO<br />

Propósito Meta<br />

Resulta<strong>do</strong>s a<br />

curto prazo<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

Resumo Indica<strong>do</strong>res Evidências Suposições<br />

67


68<br />

3<br />

Implementação<br />

e avaliação<br />

Como preencher<br />

os relatórios<br />

resumi<strong>do</strong>s<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Quan<strong>do</strong> usamos os indica<strong>do</strong>res para medir o progresso, sabemos se alcançamos os nossos<br />

objetivos ou não. No entanto, o que eles não nos dizem imediatamente é porque os objetivos<br />

não foram alcança<strong>do</strong>s. Nós precisaremos investigar isto para apren<strong>de</strong>rmos lições e po<strong>de</strong>rmos<br />

prestar contas àqueles que financiam ou beneficiam-se através <strong>do</strong> nosso trabalho. Os fatores<br />

po<strong>de</strong>rão ser internos ou externos. Os fatores internos po<strong>de</strong>rão incluir um exame ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s riscos e a i<strong>de</strong>ntificação errada <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s ou <strong>do</strong>s atores interessa<strong>do</strong>s. Os membros da<br />

comunida<strong>de</strong> provavelmente terão uma gran<strong>de</strong> importância na i<strong>de</strong>ntificação das razões pelas<br />

quais os objetivos não foram alcança<strong>do</strong>s.<br />

É importante lembrar que o tempo <strong>de</strong> Deus po<strong>de</strong>rá ser diferente <strong>do</strong> que esperamos e que<br />

talvez precisemos mudar os nossos planos <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com isso.<br />

O monitoramento e a avaliação po<strong>de</strong>rão mostrar que, apesar <strong>do</strong> projeto não estar materialmente<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> que foi planeja<strong>do</strong>, mais pessoas po<strong>de</strong>rão estar in<strong>do</strong> à igreja. Por outro la<strong>do</strong>,<br />

é importante estarmos atentos aos ataques espirituais que po<strong>de</strong>rão nos impedir <strong>de</strong> alcançar os<br />

objetivos <strong>do</strong> nosso projeto ou que façam com que atitu<strong>de</strong>s não mu<strong>de</strong>m. Isto po<strong>de</strong>rá nos levar<br />

a orar e a escolher um novo enfoque para os nossos planos.<br />

Devi<strong>do</strong> o marco lógico garantir que os indica<strong>do</strong>res sejam i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s na fase <strong>de</strong> planejamento,<br />

o trabalho <strong>de</strong> monitoramento, revisão e avaliação não costuma ser complica<strong>do</strong>. O<br />

formato a seguir nos permite <strong>do</strong>cumentar o nosso <strong>de</strong>sempenho em resumo. Estes resumos<br />

complementam os relatórios completos <strong>de</strong> monitoramento, revisão e avaliação, assim como o<br />

marco lógico complementa as propostas completas. Os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res geralmente dão orientações<br />

sobre como preparar relatórios completos.<br />

■ Copie o resumo e os indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong> marco lógico nas duas primeiras colunas.<br />

■ Relate sobre cada indica<strong>do</strong>r na coluna sobre progresso. Acrescente quaisquer ativida<strong>de</strong>s não<br />

planejadas que tenham si<strong>do</strong> realizadas logo abaixo.<br />

■ Comente sobre cada indica<strong>do</strong>r e faça recomendações on<strong>de</strong> forem necessárias. Registre os<br />

resulta<strong>do</strong>s inespera<strong>do</strong>s na coluna <strong>de</strong> comentários e recomendações e até que ponto as<br />

suposições estão proce<strong>de</strong>n<strong>do</strong>.<br />

■ Na coluna <strong>de</strong> pontuação, coloque um número que indique, naquele momento, a<br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> objetivo ser alcança<strong>do</strong> ou não.<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


MONITORAMETO Relatório Resumi<strong>do</strong> Nome <strong>do</strong> Projeto:<br />

3<br />

Implementação<br />

e avaliação<br />

País Perío<strong>do</strong> coberto Data <strong>de</strong> preparação Prepara<strong>do</strong> por<br />

ESTRUTURA DO PROJETO INDICADORES DE ALCANCE PROGRESSO COMENTÁRIOS E RECOMENDAÇÕES PONTUAÇÃO *<br />

Ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

Resulta<strong>do</strong>s a curto prazo<br />

*PONTUAÇÃO: 1 Apto a ser alcança<strong>do</strong> 2 Apto a ser alcança<strong>do</strong> na sua maior parte 3 Apto a ser parcialmente alcança<strong>do</strong> 4 Apto a ser alcança<strong>do</strong> em uma margem muito limitada 5 Improvável que seja alcança<strong>do</strong><br />

X Demasia<strong>do</strong> ce<strong>do</strong> para <strong>de</strong>terminar até que ponto po<strong>de</strong>rá ser alcança<strong>do</strong><br />

69


Nome <strong>do</strong> Projeto:<br />

REVISÃO Relatório Resumi<strong>do</strong><br />

70<br />

3<br />

Implementação<br />

e avaliação<br />

País Perío<strong>do</strong> coberto Data <strong>de</strong> preparação Prepara<strong>do</strong> por<br />

ESTRUTURA DO PROJETO INDICADORES DE ALCANCE PROGRESSO COMENTÁRIOS E RECOMENDAÇÕES PONTUAÇÃO *<br />

Resulta<strong>do</strong>s a curto prazo<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D<br />

Propósito<br />

*PONTUAÇÃO: 1 Apto a ser alcança<strong>do</strong> 2 Apto a ser alcança<strong>do</strong> na sua maior parte 3 Apto a ser parcialmente alcança<strong>do</strong> 4 Apto a ser alcança<strong>do</strong> em uma margem muito limitada 5 Improvável que seja alcança<strong>do</strong><br />

X Demasia<strong>do</strong> ce<strong>do</strong> para <strong>de</strong>terminar até que ponto po<strong>de</strong>rá ser alcança<strong>do</strong>


Nome <strong>do</strong> Projeto:<br />

AVALIAÇÃO Relatório Resumi<strong>do</strong><br />

3<br />

Implementação<br />

e avaliação<br />

País Perío<strong>do</strong> coberto Data <strong>de</strong> preparação Prepara<strong>do</strong> por<br />

ESTRUTURA DO PROJETO INDICADORES DE ALCANCE PROGRESSO COMENTÁRIOS E RECOMENDAÇÕES PONTUAÇÃO *<br />

Propósito<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

Meta<br />

*PONTUAÇÃO: 1 Apto a ser alcança<strong>do</strong> 2 Apto a ser alcança<strong>do</strong> na sua maior parte 3 Apto a ser parcialmente alcança<strong>do</strong> 4 Apto a ser alcança<strong>do</strong> em uma margem muito limitada 5 Improvável que seja alcança<strong>do</strong><br />

X Demasia<strong>do</strong> ce<strong>do</strong> para <strong>de</strong>terminar até que ponto po<strong>de</strong>rá ser alcança<strong>do</strong><br />

71


72<br />

3<br />

Implementação<br />

e avaliação<br />

Preparação<br />

<strong>de</strong> relatórios<br />

financeiros<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Relate sobre os gastos <strong>do</strong> projeto em intervalos <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s, geralmente quan<strong>do</strong> os relatórios<br />

<strong>de</strong> monitoramento, revisão e avaliação forem prepara<strong>do</strong>s. Abaixo você encontrará um mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> como fazer isto.<br />

DESCRIÇÃO ORÇAMENTO GASTO REALIZADO VARIAÇÃO<br />

■ Na coluna <strong>de</strong> Descrição, coloque os títulos usa<strong>do</strong>s no orçamento <strong>do</strong> projeto, assim como<br />

custos administrativos e custos <strong>de</strong> transporte.<br />

■ Ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>scrição, coloque a quantia orçada na coluna <strong>de</strong> Orçamento.<br />

■ Na coluna <strong>de</strong> Gastos Realiza<strong>do</strong>s, acrescente a quantia que foi realmente gasta.<br />

■ A variação refere-se à diferença entre o Orçamento e o gasto realiza<strong>do</strong>, expressada através<br />

<strong>de</strong> um percentual. Para calcular a variação, use a fórmula abaixo:<br />

(Orçamento – Realiza<strong>do</strong>)<br />

Variação = x 100<br />

Orçamento<br />

A variação po<strong>de</strong>rá ser positiva ou negativa. Se a variação for gran<strong>de</strong> – por exemplo, 15% a<br />

mais ou a menos – explique o motivo. Se a variação for positiva, escreva algo como “Não<br />

gastamos o valor orça<strong>do</strong> porque …” Se a variação for negativa, escreva algo como “Gastamos<br />

além <strong>do</strong> valor orça<strong>do</strong> porque …”<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


Seção<br />

4<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Celebran<strong>do</strong> sucesso<br />

ESTUDO BÍBLICO Celebran<strong>do</strong> a construção <strong>do</strong> novo muro<br />

■ Neemias 6:15-16 nos conta que o muro <strong>de</strong> Jerusalém foi termina<strong>do</strong>. O que estes versículos<br />

nos dizem quanto ao êxito <strong>de</strong>sse projeto? As pessoas vêem a obra <strong>de</strong> Deus nos nossos<br />

<strong>projetos</strong>?<br />

■ O capítulo12 nos conta sobre a <strong>de</strong>dicação <strong>do</strong> muro.<br />

• Como isso foi celebra<strong>do</strong>?<br />

• Por quê achamos que Neemias <strong>de</strong>dicou o muro para Deus?<br />

• Nós <strong>de</strong>dicamos os nossos <strong>projetos</strong> para Deus?<br />

• Em que formas criativas po<strong>de</strong>mos pensar em celebrar o sucesso <strong>do</strong>s <strong>projetos</strong> que<br />

terminamos?<br />

Quan<strong>do</strong> o projeto for concluí<strong>do</strong>, vale a pena<br />

consi<strong>de</strong>rar como celebrar o seu sucesso. Crie uma<br />

oportunida<strong>de</strong> para que os atores interessa<strong>do</strong>s e<br />

os funcionários <strong>do</strong> projeto reflitam e comparem<br />

como as coisas são agora em relação ao que elas<br />

eram antes. Se o projeto incluiu a construção <strong>de</strong><br />

um prédio, consi<strong>de</strong>re a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> convidar<br />

to<strong>do</strong>s os atores interessa<strong>do</strong>s e outras pessoas para<br />

uma cerimônia formal <strong>de</strong> abertura. Um culto <strong>de</strong><br />

ação <strong>de</strong> graças po<strong>de</strong>rá ser usa<strong>do</strong> para celebrar<br />

outros tipos <strong>de</strong> <strong>projetos</strong>.<br />

A celebração é uma forma <strong>de</strong> reconhecer todas as contribuições feitas pelas pessoas ao projeto.<br />

Esperamos que os beneficiários tenham si<strong>do</strong> empo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s ao participarem no projeto, <strong>do</strong><br />

começo ao fim. A realização <strong>de</strong> uma celebração po<strong>de</strong>rá inspirá-los a a<strong>do</strong>tar outros <strong>projetos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento comunitário no futuro.<br />

Nenhum projeto é realiza<strong>do</strong> sem dificulda<strong>de</strong>s. Até mesmo os <strong>projetos</strong> muito bem sucedi<strong>do</strong>s<br />

passam por problemas durante a sua existência. É importante refletirmos sobre estes problemas<br />

e apren<strong>de</strong>rmos através <strong>de</strong>les pois, assim, po<strong>de</strong>mos melhorar os nossos <strong>projetos</strong> no futuro.<br />

Também é importante compartilharmos o que apren<strong>de</strong>mos com outras pessoas, assim como a<br />

comunida<strong>de</strong>, as autorida<strong>de</strong>s locais, os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res e outras agências. A forma com que compartilhamos<br />

o que apren<strong>de</strong>mos vai variar, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> daqueles com quem isso é feito. Por exemplo:<br />

■ Faça uma reunião com a comunida<strong>de</strong> para compartilhar o que você tem aprendi<strong>do</strong><br />

■ um artigo <strong>de</strong> jornal para compartilhar o que você tem aprendi<strong>do</strong> com os mora<strong>do</strong>res da<br />

região<br />

■ escreva um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso sobre o projeto para um boletim informativo para compartilhar<br />

com outras agências o que você tem aprendi<strong>do</strong><br />

■ apresente um estu<strong>do</strong> em uma conferência.<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

Celebran<strong>do</strong> o sucesso com os torce<strong>do</strong>res,<br />

técnico, joga<strong>do</strong>res, gerente, patrocina<strong>do</strong>res<br />

73


Seção<br />

5<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Anexos<br />

1 Interação com os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res<br />

Enviar relatório <strong>de</strong><br />

avaliação para o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r<br />

Enviar relatório <strong>de</strong><br />

conclusão para o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r<br />

O diagrama acima mostra como a interação com os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res se encaixa no <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto.<br />

Lembre-se que o <strong>ciclo</strong> <strong>do</strong> projeto é <strong>de</strong> nossa responsabilida<strong>de</strong> e não <strong>do</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r. O <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r tem<br />

o seu próprio <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> projeto, no qual o nosso <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> projeto precisa encaixar-se.<br />

Se estivermos usan<strong>do</strong> financiamento <strong>de</strong> um <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r, precisamos nos comunicar com ele<br />

durante to<strong>do</strong> o <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> existência <strong>do</strong> projeto.<br />

Anteprojeto Os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res geralmente pe<strong>de</strong>m um anteprojeto (consulte a página 18) antes <strong>de</strong> escrevermos<br />

uma proposta completa. Eles precisam saber se os planos que temos para um projeto se<br />

encaixarão na estratégia <strong>de</strong>les. Se os nossos planos não se encaixarem na estratégia <strong>de</strong>les, o<br />

nosso projeto não será financia<strong>do</strong>. Ao pedirem para escrevermos um breve anteprojeto antes<br />

da proposta completa, eles procuram evitar que <strong>de</strong>sperdicemos o nosso tempo.<br />

Para i<strong>de</strong>ntificar um <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r apropria<strong>do</strong>, consulte o Documento <strong>de</strong> Estratégia <strong>de</strong> Redução da<br />

Pobreza (DERP), se disponível, converse com <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res ou leia as suas estratégias nacionais<br />

para <strong>de</strong>scobrir quais são as suas priorida<strong>de</strong>s. Procure <strong>de</strong>monstrar que o seu projeto está <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com a estratégia <strong>de</strong>les.<br />

■ Quais são as priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>les?<br />

■ Que tipos <strong>de</strong> organizações eles apoiam?<br />

■ Qual é o orçamento <strong>do</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r para este país ou setor?<br />

■ Quais são os compromissos já existentes <strong>do</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r?<br />

■ Eles estão assumin<strong>do</strong> novos compromissos?<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

IDENTIFICAÇÃO<br />

AVALIAÇÃO PROJETO<br />

IMPLEMENTAÇÃO<br />

Enviar relatórios <strong>de</strong> monitoramento<br />

e revisão para o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r<br />

Enviar anteprojeto para o<br />

<strong>do</strong>a<strong>do</strong>r para LIBERAÇÃO<br />

MONTAGEM<br />

Enviar proposta para o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r<br />

para AVALIAÇÃO e APROVAÇÃO<br />

75


76<br />

5<br />

Anexos<br />

Geralmente os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res fornecem orientações resumidas sobre quais informações o<br />

anteprojeto <strong>de</strong>ve incluir. Geralmente os ante<strong>projetos</strong> <strong>de</strong>vem incluir uma breve introdução<br />

sobre a organização, um resumo sobre quem se beneficiará através <strong>do</strong> projeto e como isso será<br />

feito. Dê uma estimativa <strong>do</strong> orçamento total. Pergunte ao <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r se existe alguma dúvida<br />

sobre o anteprojeto. Assegure-se <strong>de</strong> que todas as informações pedidas pelo <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r sejam<br />

incluídas. Depois <strong>do</strong> anteprojeto ter si<strong>do</strong> submeti<strong>do</strong>, o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r po<strong>de</strong>rá entrar em contato para<br />

pedir esclarecimentos, caso seja necessário.<br />

Proposta Os <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res sempre pedirão uma proposta completa se gostarem <strong>do</strong> anteprojeto. Eles<br />

geralmente fornecem orientações resumidas sobre quais informações são necessárias. Eles<br />

geralmente pe<strong>de</strong>m informações sobre a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s beneficiários, uma análise <strong>do</strong><br />

problema, objetivos, um levantamento <strong>de</strong> risco, monitoramento, avaliação e sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

Todas as propostas <strong>de</strong>vem ser acompanhadas <strong>de</strong> um orçamento <strong>de</strong>talha<strong>do</strong>. A maioria <strong>do</strong>s<br />

gran<strong>de</strong>s <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res pe<strong>de</strong>m um marco lógico com a proposta. Outros <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res po<strong>de</strong>rão pedir<br />

um marco lógico se gran<strong>de</strong>s quantias <strong>de</strong> dinheiro estiverem sen<strong>do</strong> solicitadas.<br />

Preparação <strong>de</strong><br />

relatórios<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

Uma vez que a proposta tenha si<strong>do</strong> enviada para o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r, ela será avaliada para que o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r<br />

<strong>de</strong>cida se está <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> e se tem condições <strong>de</strong> financiar o projeto. Po<strong>de</strong>rá haver bastante<br />

interação com o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r durante esta fase se ele precisar <strong>de</strong> esclarecimentos ou se for preciso<br />

fazer mudanças na proposta. Oxalá o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r <strong>de</strong>cida aprovar o projeto.<br />

Durante toda a fase <strong>de</strong> implementação <strong>do</strong> projeto, relate sobre o progresso ao <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r. Durante<br />

a fase <strong>de</strong> montagem e através <strong>de</strong> comunicação com o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>scubra com que freqüência<br />

eles precisarão <strong>do</strong>s relatórios. Por exemplo, o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r po<strong>de</strong>rá pedir relatórios <strong>de</strong> monitoramento<br />

a cada seis meses, relatórios <strong>de</strong> revisão anualmente e um relatório <strong>de</strong> conclusão no final<br />

<strong>do</strong> projeto.<br />

Avaliação Às vezes o <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r po<strong>de</strong> financiar uma avaliação <strong>de</strong>pois que o projeto tenha si<strong>do</strong> concluí<strong>do</strong>.<br />

Ela geralmente é realizada por consultores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


5<br />

Anexos<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

2 Programa sugeri<strong>do</strong> para um encontro<br />

<strong>de</strong> treinamento<br />

Este manual po<strong>de</strong>rá ser adapta<strong>do</strong> e usa<strong>do</strong> em um encontro <strong>de</strong> treinamento. O programa<br />

abaixo é umasugestão <strong>de</strong> como o material po<strong>de</strong>rá ser coberto. O encontro po<strong>de</strong>rá ser<br />

prolonga<strong>do</strong> para que os participantes possam aplicar o que apren<strong>de</strong>ram ao seu próprio<br />

trabalho.<br />

SESSÃO 1 (2 horas) SESSÃO 2 (1 hora e meia) SESSÃO 3 (1 hora e meia) SESSÃO 4 (2 horas)<br />

Dia 1 Planejamento<br />

Dia 2<br />

Dia 3<br />

Dia 4<br />

Introdução ao projeto<br />

Pesquisa<br />

(Seção 1)<br />

Marco lógico:<br />

Suposições<br />

(Seção 2)<br />

Preparação <strong>de</strong> planos<br />

<strong>de</strong> ação<br />

(Seção 2)<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong><br />

projeto<br />

(Seção 1)<br />

Introdução ao marco<br />

lógico<br />

(Seção 2)<br />

Marco lógico:<br />

Indica<strong>do</strong>res e<br />

evidências<br />

(Seção 2)<br />

Implementação,<br />

monitoramento e<br />

revisão<br />

(Seção 3)<br />

I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong><br />

projeto (continuação)<br />

Marco lógico:<br />

Árvores <strong>de</strong> problemas<br />

(Seção 2)<br />

Marco lógico:<br />

Indica<strong>do</strong>res e<br />

evidências<br />

(continuação)<br />

Celebran<strong>do</strong> sucesso<br />

(Seção 4)<br />

Análise <strong>do</strong>s atores<br />

interessa<strong>do</strong>s<br />

(Seção 1)<br />

Marco lógico:<br />

Definin<strong>do</strong> objetivos<br />

(Seção 2)<br />

Verificação final <strong>do</strong><br />

marco lógico<br />

(Seção 2)<br />

77


Anotações<br />

78<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


Anotações<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

© T E A R F U N D 2 0 0 3<br />

79


Anotações<br />

80<br />

<strong>ROOTS</strong> 5 GESTÃO DO CICLO DE PROJETOS<br />

R E C U R S O S R O O T S T E A R F U N D


<strong>Gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>ciclo</strong> <strong>de</strong> <strong>projetos</strong><br />

por Rachel Blackman<br />

ISBN 1 904364 27 6<br />

Publica<strong>do</strong> pela Tearfund<br />

100 Church Road, Teddington, TW11 8QE, Reino Uni<strong>do</strong><br />

P

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!