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teologia trinitária da revelação na história proposta - FaJe

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lhe é desti<strong>na</strong>do” 41 . Em síntese, implica aceitar a condição de crise e abraçá-la positivamente<br />

como destino do ser <strong>na</strong> epocali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s diversas interpretações <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de. Como já<br />

explicitado, o pensamento de Vattimo insere-se <strong>na</strong> tradição do pensar de Nietzsche e<br />

Heidegger, embora a ela não se reduza, por apresentar origi<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de específica, como se<br />

demonstrará ao longo deste capítulo.<br />

2.1.3.2 Nos caminhos de Nietzsche e de Heidegger<br />

Como já demonstrado, o horizonte <strong>da</strong> “morte de Deus” e do “fim <strong>da</strong> metafísica”,<br />

presente no pensamento de Vattimo, o situa respectivamente em sintonia com a reflexão de<br />

Nietzsche e de Heidegger. Do primeiro, her<strong>da</strong> sobretudo a constatação de que o mundo<br />

ver<strong>da</strong>deiro se tornou fábula e <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de emergem não mais <strong>da</strong>dos objetivos, mas somente<br />

interpretações. Dessa compreensão, alia<strong>da</strong> à leitura de “Ver<strong>da</strong>de e método” de Ga<strong>da</strong>mer, o<br />

autor desenvolve sua ontologia hermenêutica ou filosofia <strong>da</strong> interpretação do enfraquecimento<br />

do ser, por meio <strong>da</strong> qual interpreta e problematiza a cultura contemporânea.<br />

Nessa perspectiva, o pensamento de Vattimo se liga intrinsecamente ao <strong>na</strong>scimento e<br />

ao desenvolvimento <strong>da</strong> hermenêutica filosófica atual. Sua obra constitui percurso de uma<br />

ontologia hermenêutica comprometi<strong>da</strong> em sustentar a emergência do “pensiero debole” 42 em<br />

contraposição à <strong>da</strong> racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de unívoca dos sistemas totalitários.<br />

A pedra angular <strong>da</strong> <strong>proposta</strong> filosófica de Vattimo reside no nexo entre hermenêutica e<br />

niilismo, exposto inicialmente de modo mais sistemático <strong>na</strong> terceira parte <strong>da</strong> obra “O fim <strong>da</strong><br />

moderni<strong>da</strong>de” 43 , a qual convi<strong>da</strong> a se pensar a experiência <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de como experiência<br />

substancialmente niilista44 . Sobressai <strong>na</strong> exposição do autor a valorização <strong>da</strong> reflexão<br />

41 VATTIMO, G. O fim <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de, op. cit., p. 29. Em contraposição à aceitação do enfraquecimento <strong>da</strong><br />

metafísica, instituições e governos mantêm-se saudosistas do status quo de outrora. “Là dove c’è un assoluto<br />

c’è ancora e sempre la metafisica, cioè un principio supremo, esattamente ciò che Nietzsche ha scoperto<br />

essere diventato superfluo. ‘Dio è morto’ significa che non c’è fon<strong>da</strong>mento ultimo” (VATTIMO, G.;<br />

PATERLINI, P. Non essere Dio, op. cit., p. 29).<br />

42 O pensiero debole (pensamento fraco) se apresenta como o pensamento que não possui fun<strong>da</strong>mentos<br />

transcendentes, metafísicos, absolutos, antes supõe a interpretação <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de desde o ponto de vista do<br />

acontecimento do ser. Advoga a não existência de recursos eternos aos quais se remeter, mas ape<strong>na</strong>s<br />

situações a se interpretar de um modo ou de outro. Segundo Vattimo: “I concetti reggenti della metafisica –<br />

come l’idea di u<strong>na</strong> totalità del mondo, di un senso unitario della storia, di un soggetto autocentrato... si<br />

rivelano come mezzi di discipli<strong>na</strong>mento e rassicurazione non più necessari nel quadro delle attuali capacità di<br />

disposizione della tecnica” (VATTIMO, G. Dialettica, differenza, pensiero debole. In: VATTIMO, G.;<br />

ROVATTI, P. A. Il pensiero debole. Milano: Feltrinelli, 1983. p. 18).<br />

43 Cf. VATTIMO, O fim <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de, op. cit., p. 109-169. Obra publica<strong>da</strong> origi<strong>na</strong>lmente em 1985.<br />

VATTIMO, G. La fine della modernità. Roma: Garzanti, 1985.<br />

44 Cf. VATTIMO, G. O fim <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de, op. cit., p. 111.<br />

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