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teologia trinitária da revelação na história proposta - FaJe

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Na esteira dessa afirmação, considera-se o niilismo, em sintonia com o pensamento de<br />

Vattimo, categoria hermenêutica <strong>da</strong> cultura ocidental76 .<br />

Ao assumir positivamente a crítica de Nietzsche e de Heidegger, Vattimo advoga o<br />

niilismo consumado, configurado pela atitude de assunção do fim dos valores supremos, no<br />

intuito de <strong>da</strong>í se extrair os pressupostos necessários à reconstrução filosófica77 . O niilismo<br />

como única chance não simplesmente indica o “fim <strong>da</strong> <strong>história</strong>”, segundo o autor, antes<br />

preludia a possibili<strong>da</strong>de de toma<strong>da</strong> de atitude do ser humano.<br />

Niilismo e pós-moderni<strong>da</strong>de se coimplicam e se retroalimentam. Dessa forma, a justa<br />

compreensão <strong>da</strong> pós-moderni<strong>da</strong>de permite situar o contexto mediante o qual a racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de<br />

niilista se difunde e, <strong>na</strong> perspectiva de Vattimo, conduz ao enfraquecimento <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de.<br />

2.1.4.3 Conceito de pós-moderni<strong>da</strong>de e a vocação niilista <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de<br />

Tornou-se certo consenso <strong>na</strong> literatura filosófica atual classificar a pós-moderni<strong>da</strong>de<br />

como período de crise. Entretanto, há divergência <strong>na</strong> conceituação precisa do que seja a pósmoderni<strong>da</strong>de<br />

e o prefixo “pós” protagoniza grandes contrapontos. Assim sendo, no intuito de<br />

delimitar a compreensão de Vattimo e afastar possíveis equívocos interpretativos <strong>na</strong> relação<br />

presente entre niilismo e pós-moderni<strong>da</strong>de, expõe-se a seguir a compreensão vattimia<strong>na</strong><br />

acerca de tal conceituação.<br />

Sobre a pós-moderni<strong>da</strong>de Vattimo esclarece:<br />

O pós de pós-moderno indica, com efeito, uma despedi<strong>da</strong> <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de, que, <strong>na</strong><br />

medi<strong>da</strong> em que quer fugir <strong>da</strong>s suas lógicas de desenvolvimento, ou seja, sobretudo<br />

<strong>da</strong> ideia <strong>da</strong> ‘superação’ crítica em direção a uma nova fun<strong>da</strong>ção, busca precisamente<br />

o que Nietzsche e Heidegger procuraram em sua peculiar relação ‘crítica’ com o<br />

pensamento ocidental. 78<br />

76 Esta afirmação não se encontra presente nos escritos de Vattimo. Entretanto, a leitura atenta permite intuir a<br />

veraci<strong>da</strong>de de seu conteúdo, haja vista a força e di<strong>na</strong>mici<strong>da</strong>de atribuí<strong>da</strong>s ao niilismo enquanto racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de a<br />

interagir e a tangenciar o modo do ser humano se relacio<strong>na</strong>r com o mundo.<br />

77 Cf. VATTIMO, G. O fim <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de, op. cit., p. V-VI.<br />

78 VATTIMO, G. O fim <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de, op. cit., VII. Acerca do conceito pós-moderni<strong>da</strong>de Bruno Forte<br />

esclarece: “Il termine è qui usato in riferimento a tutto ciò che segue al superamento dialettico delle<br />

presunzioni totalizzanti della ragione moder<strong>na</strong>” (FORTE, B. Teologia come compagnia, memória e profezia:<br />

introduzione al senso e al metodo della <strong>teologia</strong> come storia. 2. ed. Milano: San Paolo, 1996. p. 23). Para<br />

Bruno Forte, em relação ao futuro, a pós-moderni<strong>da</strong>de anuncia desconforto e sofreguidão em função <strong>da</strong> per<strong>da</strong><br />

do peso <strong>da</strong> ideologia <strong>da</strong> emancipação e <strong>da</strong> razão adulta, característica <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de: “... o pós-moderno<br />

redescobre o obscuro excedente <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> em relação a todo sentido ideal, o tronco doloroso <strong>da</strong> finitude e <strong>da</strong><br />

morte, o afã não resolvido do negativo, a diferença, que elimi<strong>na</strong> to<strong>da</strong> e qualquer presunção tranquila de posse<br />

<strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de. É uma despedi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s seguranças, uma restituição <strong>da</strong> morte e do <strong>na</strong><strong>da</strong>, o abandono de todo<br />

fun<strong>da</strong>mento, para <strong>na</strong>vegar em direção ao desconhecido, sem sentido, ou melhor – assim parece – fi<strong>na</strong>lmente<br />

libertos <strong>da</strong> captura de sentido” (FORTE, B. et al. Trin<strong>da</strong>de para ateus. São Paulo: Pauli<strong>na</strong>s, 1999. p. 136).<br />

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