Estufa do Parque da Lavandeira (PDF) - Câmara Municipal de Gaia
Estufa do Parque da Lavandeira (PDF) - Câmara Municipal de Gaia
Estufa do Parque da Lavandeira (PDF) - Câmara Municipal de Gaia
Transforme seus PDFs em revista digital e aumente sua receita!
Otimize suas revistas digitais para SEO, use backlinks fortes e conteúdo multimídia para aumentar sua visibilidade e receita.
1 2<br />
1. A estufa | Antunes, 1983<br />
2. A estufa | PBG, 2004<br />
7<br />
Reabilitação <strong>da</strong> estufa e jardim romântico<br />
Quinta <strong>da</strong> <strong>Lavan<strong>de</strong>ira</strong><br />
Sobre a estufa, escreveu Duarte <strong>de</strong> Oliveira Júnior no jornal O Comércio<br />
<strong>do</strong> Porto <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1883:<br />
“ A estufa <strong>do</strong> Sr. con<strong>de</strong> <strong>da</strong> Silva Monteiro é um <strong>do</strong>cumento eloquente <strong>do</strong> progresso que a<br />
arte e a indústria tem feito em Portugal, porque, nessa edificação, nova no seu género<br />
entre nós, encontramos uma e outra leva<strong>da</strong>s a um grau <strong>de</strong> perfeição, que po<strong>de</strong> fazer a<br />
inveja <strong>de</strong> engenheiros distintos. (...)<br />
Não se procurou, como se vê, fazer uma edificação vulgar, uma estufa como to<strong>da</strong>s as<br />
outras. Recorreu-se à arte, pensou-se muito na parte ornamental, e é este o seu maior<br />
mérito.<br />
Conhecemos as principais estufas e jardins <strong>de</strong> Inverno <strong>da</strong> Europa, em geral umas<br />
construções simples e, pouco ou na<strong>da</strong> arquitectónicas, e, que portanto, diferem muito<br />
<strong>de</strong>sta.<br />
Aqui, o <strong>de</strong>senha<strong>do</strong>r pegou no lápis e foi <strong>de</strong>screven<strong>do</strong> traços sobre o papel, à medi<strong>da</strong> que<br />
a fantasia divagava pelos <strong>do</strong>mínios <strong>da</strong> arte <strong>do</strong>s séculos passa<strong>do</strong>s. Não se po<strong>de</strong> dizer que<br />
seguisse rigorosamente este ou aquele estilo, mas o conjunto é agradável à vista.<br />
A porta <strong>do</strong> centro é ampla (3m,30) <strong>de</strong> largo, elegante, bem proporciona<strong>da</strong>, e as laterais<br />
condizem com o resto <strong>do</strong> edifício. Os rendilha<strong>do</strong>s <strong>da</strong> cobertura são to<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ferro e duma<br />
leveza tão extraordinária, que mais parecem recortes feitos em papel transparente.<br />
O corpo principal é sustenta<strong>do</strong> por quatro arcos, nos quais se observa o mesmo estilo <strong>da</strong><br />
parte exterior, que recor<strong>da</strong> muito o gótico.<br />
Nesta edificação é tu<strong>do</strong> harmonioso e bem proporciona<strong>do</strong>. Tem 24 metros <strong>de</strong> frente, 12<br />
<strong>de</strong> altura no centro e 12 <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> estiver povoa<strong>da</strong> <strong>de</strong> plantas, <strong>de</strong>ve produzir um<br />
efeito surpreen<strong>de</strong>nte.<br />
Daqui se vê que esta estufa é uma <strong>da</strong>s maiores que existem em Portugal e a primeira entre<br />
to<strong>da</strong>s quantas possuem os ama<strong>do</strong>res portugueses.<br />
Na parte exterior <strong>da</strong> estufa há uma esca<strong>da</strong> que dá acesso a to<strong>do</strong>s os pontos, o que é<br />
importante, porque facilita muito qualquer reparo que se torne necessário fazer.<br />
Segun<strong>do</strong> nos informaram os construtores, a organização <strong>do</strong>s mol<strong>de</strong>s em ma<strong>de</strong>ira,<br />
chumbo, e zinco, levou 883 dias a um entalha<strong>do</strong>r, e a fabricação <strong>da</strong>s suas diferentes peças<br />
<strong>de</strong> ferro bati<strong>do</strong> e fundi<strong>do</strong> 2372 dias a um serralheiro.<br />
O peso total <strong>do</strong> ferro emprega<strong>do</strong> na sua construção é <strong>de</strong> 38.285 Quilos. A estufa ficou<br />
pronta por 10.000$000 réis.” (Oliveira Júnior, 1883)